entrevista - cury e minetto

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De 24 de dezembro de 2011 a 13 de janeiro de 2012 maisBOTUCATU 8A www.maisbotucatu.com.br especial Clarissa Athayde JORNAL MAIS - Qual avaliação você faria de 2011, um ano repleto de realizações e conquistas que você foi galgando desde o início do seu mandato? Na sua opinião, este foi o seu melhor ano? JOÃO CURY - Eu acho que sim. Nós vemos resultados palpáveis não só de obras, mas de conceitos que foram es- tabelecidos no início do mandato e que até pegar, enraizar, criar cultura, se transformar em ações efevas, não é da noite para o dia. A gente veio trabalhando uma mudança de conceitos, em todos os sendos. Começa pela questão de colocar o foco nas pessoas, isso tem que ser conceito. Pode parece discurso, retórica, mas não é. A gente sai de uma ideia de que o recurso público é o mais importante, e passa a entender o recurso público como um meio, e que a finalidade é exatamente as pessoas. Essa é uma mudança conceitual, colocar a pessoa como o fim da linha, e que tudo tem que angir essa finalidade. O resto tudo é meio, ou seja, a obra é meio, o asfalto é meio, a escola é meio, o hospital é meio, tudo é meio. Respeitar o recurso público é meio, porque isso tem que angir a população com um serviço de qualidade. Essa é a primeira mudança, fazer com que as pessoas enxerguem na ponta o ser humano. O que isso vai mudar na vida da dona Maria e do seu João? Essa é a pergunta fundamental que o poder público tem que ter. Isso vai mudar a vida da dona Maria e do seu João de que jeito? Essa pergunta precisa estar em primeiro lugar, toda ação da Prefeitura, e isso é um conceito. Então, a gente começa a perceber um desafio. Na administração você tem algumas áreas que para onde você perguntar, você coloca como pilares de uma gestão: educação, saúde, segurança, geração de emprego, desenvolvimento. São pi- lares, e exatamente esses pilares foram muito trabalhados, inicialmente como um desafio de a gente imprimir novos conceitos e depois de colocar esses novos conceitos, foi à hora de colher frutos, e isso foi em 2011. Os dois primeiros anos foram de muito diagnósco e planejamento para po- der colher. Na segurança, em fevereiro deste ano, Botucatu foi eleita a cidade mais segura do Estado. Foi um trabalho enorme de arculação conceitual. O que é conceitual? Primeiro, entender qual é o papel de cada um dos atores, das forças policiais. A Guarda é isso, a PM é isso, a Civil é isso, e o que cada um pode contribuir. Todos trabalhando em conjunto e verificando a resistência que provavelmente há. A Guarda passou por uma reformulação enorme. Como é que pode uma Guarda que era da como uma Guarda violenta, agressiva, que não dialogava e que não nha ne- nhum apreço da comunidade, os mesmos homens passam a receber 3.500 chamadas por mês, e passam a quase que virar um xodó, uma unanimidade na Cidade. Não mudou o efevo, ele é absolutamente o mesmo que nha antes e depois. O que está por trás dessa mudança? O conceito. JORNAL MAIS - Deve sair um concurso público para a Guarda? JOÃO CURY - Estou planejando o aumento do efe- vo, e quero deixar pronto. Quero deixar previsto em orçamento. JORNAL MAIS - A Defesa Civil também está traba- lhando para se transformar em um pólo. JOÃO CURY - Se a gente conseguir virar um pólo regio- nal, uma curadoria regional, e Botucatu tem condições para isso, você consegue ter um po de invesmento e que pode fazer um atendimento neste sendo. Os municípios meno- res não conseguem ter uma estrutura para isso. Botucatu não nha estrutura, não nha veículo, não nha uma bota, não nha nada. É lógico que isso não é culpa de gestão, é uma questão de visão. Precisamos preparar a coordenação da ação, porque essa ação não pode ser isolada. Precisamos trabalhar prevenvamente, mas também ter um suporte para quando acontece algum evento. JORNAL MAIS - Um bom trabalho desenvolvido foi através do Programa Todos pelo Emprego. A quandade de cursos de qualificação ministrada é enorme. Você pre- tende dar quandade a essas ações em 2012? JOÃO CURY - Pretendemos ampliar. Primeiro, porque a Prefeitura não nha o hábito, historicamente, de usar recurso público para fazer qualificação de mão de obra. Nós qualificamos mais de 2.500 pessoas, com recurso público em parceria com o Governo do Estado; só com essa parceria foram 930, o resto, a prefeitura contrata o Senac e pagou o Sindicato. Não é a Prefeitura que decide os cursos que as pessoas precisam, é o empregador que decide o que ele está precisando, e a Prefeitura é um meio de custear isso como Políca Pública. Na semana passada, começamos um curso, em parceria com a Associação de Funcionários da Prefeitura, com 40 vagas para cabeleireiro. Todo o mês tem um monte de gente sendo qualificada. Antes, não exisa programa de qualificação na Prefeitura, e é uma demanda dos setores. Fizemos uma reunião com os grandes magazines, e das 10 demandas que colocaram para nós, a primeira é qualificação de mão de obra. Indústria também, o pedido é a qualificação de mão de obra. Esse é um diferencial, porque a gente tem que preparar a mão de obra. O cidadão vem, a empresa vem, ou tem a vaga, e vai contratar fora porque o botucatuense não está preparado para fazer esse enfrentamento. Tem que ser problema da Prefeitura isso, tem que ser Políca Pública do Município. A secretaria de Desenvolvimento tem que trabalhar com a atração de novas empresas, mas tem que trabalhar com desburocrazação, legislação, com qualificação. Quando se pergunta qual é a políca de desenvolvimento, dizem que é a atração de novas empresas, e isso é a voz comum em qualquer lugar que você vai. Mas isso é só uma parte do desenvolvimento, a outra parte é você trabalhar tecnologia, Botucatu não nha histórico, nha Incubadora de Base Tecnológia, mas não nha um espaço para uma empresa já constuída. Nessa área de geração de empregos e de negócios, nós avançamos. Dá para ser melhor, e vai ser melhor. Aqui a gente não nha a Nota Fiscal Eletrônica, qualquer município de pequeno porte hoje tem Nota Fiscal Eletrônica. Agora, nós começamos com a parte de conces- sionárias de veículos. O que é isso? É evitar o espelhamento de nota, a sonegação fiscal, facilitar a vida do empresário. Estamos trabalhando com o Sistema Integrado de Licencia- mento (SIL), para o cara chegar a Botucatu e rar o alvará rapidinho, só se for um caso mais complexo, ele vai para a Cetesb, mas poxa vida, para o cara montar um negócio, tem que ser no dia. A Lei de Zoneamento permite, então dá o alvará provisório para a pessoa começar a trabalhar depois ela vai cumprindo etapas. O importante é desbu- rocrazar. Nessa questão de legislação, atacamos direto. Com a Lei do Microempreendedor Individual, legalizamos 50 camelôs. Esse pessoal estava à margem de qualquer benecio. Transformamos os cooperados da Cooperava dos Catadores de Lixo, todos eles são segurados do INSS. Se o trabalhador está no caminhão e torce o joelho, ele vai para casa e quem vai sustentar sua família? Ou a moça engravidou, o que ela faz? Hoje, eles estão cobertos. JORNAL MAIS - Prefeito, o que o povo pode esperar para o próximo ano? Tem muita coisa boa para sair? JOÃO CURY - Esse ano que passou vemos também o SAMU, o Poupatempo, o Programa de Iluminação, Progra- ma da Saúde. Em 2011, vemos compromissos irremediá- veis que foram cumpridos, que inclusive, eu fui chamado de louco. Licitação de transporte público, por exemplo, isso era um tabu. Todo mundo falava que isso não daria certo, desde o ponto de vida técnico, inclusive financeiro. Era um tabu na cidade, tanto é que a população não acreditava e achava que eu seria apenas mais um a dizer que faria. Outra coisa que eu fui chamado de louco, que não ia sair, que nha mais de 20 anos, foi a Reforma Administrava. Isso é um marco na história do Funcionalismo Público. Um funcionário que não tem perspecvas de crescimento na carreira e sem melhora de salários, é um funcionário que naturalmente ficará desmovado. O Hospital Sorocabana também foi uma mudança de paradigma e de conceito. Tínhamos uma gestão anterior que dizia o seguinte, que se você levar ao pé da letra não está errado, mas dizia: “O Sorocabana não é problema da Prefeitura”. De fato não é, se você levar ao pé da letra, mas se um hospital fecha, leva prejuízo à assistência à saúde, passa a ser um problema do prefeito. Então, é uma visão míope do papel da Prefeitura. Para esse governo, e isso é uma questão de conceito, o Sorocabana é sim problema da Prefeitura. Se é um pro- blema da população, passa a ser um problema do prefeito. Eu não posso dar uma de Pôncio Pilatos e lavar a mão. Eu tenho que fazer um enfrentamento, e não é fácil fazer isso. É mais fácil dizer que não é problema meu. O Pronto Socorro Infanl será onde era ulizado pela Unimed, só embaixo. O restante do hospital vai voltar a ser o que era. Vai operar, ter ambulatório e tudo mais. No ano que vem, o Sorocabana é questão de honra, a inauguração do Fórum é super importante, Praça da Juventude, Pinacoteca no ango Fórum, o trem turísco de Botucatu a Rubião, conseguimos a cessão de uso das áreas de ferrovias e estamos invesndo na Casa da Juventude, um espaço de mais de 800m² para os jovens com avidades culturais, cursos profissionalizantes, saúde e educação, isso eu também quero inaugurar no ano Fotos: Clarissa Athayde Prefeito analisa gestão, anuncia novidades e fala sobre eleições Nesta semana, a reportagem do Jornal Mais Botucatu traz uma entre- vista exclusiva com o prefeito municipal, João Cury Neto. Realizado em seu gabinete, durante o bate-papo Cury fez uma avaliação de sua gestão e fala sobre as novidades e desafios que estão por vir. Confira os principais trechos: Na saúde e na educação, qualidade gera demanda.

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Entrevista - Cury e Minetto

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De 24 de dezembro de 2011 a 13 de janeiro de 2012 maisBOTUCATU

8A www.maisbotucatu.com.brespecial

Clarissa Athayde

JORNAL MAIS - Qual avaliação você faria de 2011, um ano repleto de realizações e conquistas que você foi galgando desde o início do seu mandato? Na sua opinião, este foi o seu melhor ano?

JOÃO CURY - Eu acho que sim. Nós tivemos resultados palpáveis não só de obras, mas de conceitos que foram es-tabelecidos no início do mandato e que até pegar, enraizar, criar cultura, se transformar em ações efetivas, não é da noite para o dia. A gente veio trabalhando uma mudança de conceitos, em todos os sentidos. Começa pela questão de colocar o foco nas pessoas, isso tem que ser conceito. Pode parece discurso, retórica, mas não é. A gente sai de uma ideia de que o recurso público é o mais importante, e passa a entender o recurso público como um meio, e que a finalidade é exatamente as pessoas. Essa é uma mudança conceitual, colocar a pessoa como o fim da linha, e que tudo tem que atingir essa finalidade. O resto tudo é meio, ou seja, a obra é meio, o asfalto é meio, a escola é meio, o hospital é meio, tudo é meio. Respeitar o recurso público é meio, porque isso tem que atingir a população com um serviço de qualidade. Essa é a primeira mudança, fazer com que as pessoas enxerguem na ponta o ser humano. O que isso vai mudar na vida da dona Maria e do seu João? Essa é a pergunta fundamental que o poder público tem que ter. Isso vai mudar a vida da dona Maria e do seu João de que jeito? Essa pergunta precisa estar em primeiro lugar, toda ação da Prefeitura, e isso é um conceito. Então, a gente começa a perceber um desafio. Na administração você tem algumas áreas que para onde você perguntar, você coloca como pilares de uma gestão: educação, saúde, segurança, geração de emprego, desenvolvimento. São pi-lares, e exatamente esses pilares foram muito trabalhados, inicialmente como um desafio de a gente imprimir novos conceitos e depois de colocar esses novos conceitos, foi à hora de colher frutos, e isso foi em 2011. Os dois primeiros anos foram de muito diagnóstico e planejamento para po-der colher. Na segurança, em fevereiro deste ano, Botucatu foi eleita a cidade mais segura do Estado. Foi um trabalho enorme de articulação conceitual. O que é conceitual? Primeiro, entender qual é o papel de cada um dos atores, das forças policiais. A Guarda é isso, a PM é isso, a Civil é isso, e o que cada um pode contribuir. Todos trabalhando em conjunto e verificando a resistência que provavelmente há. A Guarda passou por uma reformulação enorme. Como é que pode uma Guarda que era tida como uma Guarda violenta, agressiva, que não dialogava e que não tinha ne-nhum apreço da comunidade, os mesmos homens passam a receber 3.500 chamadas por mês, e passam a quase que virar um xodó, uma unanimidade na Cidade. Não mudou o efetivo, ele é absolutamente o mesmo que tinha antes e depois. O que está por trás dessa mudança? O conceito.

JORNAL MAIS - Deve sair um concurso público para a Guarda?

JOÃO CURY - Estou planejando o aumento do efe-tivo, e quero deixar pronto. Quero deixar previsto em orçamento.

JORNAL MAIS - A Defesa Civil também está traba-lhando para se transformar em um pólo.

JOÃO CURY - Se a gente conseguir virar um pólo regio-nal, uma curadoria regional, e Botucatu tem condições para isso, você consegue ter um tipo de investimento e que pode fazer um atendimento neste sentido. Os municípios meno-res não conseguem ter uma estrutura para isso. Botucatu não tinha estrutura, não tinha veículo, não tinha uma bota, não tinha nada. É lógico que isso não é culpa de gestão, é uma questão de visão. Precisamos preparar a coordenação da ação, porque essa ação não pode ser isolada. Precisamos trabalhar preventivamente, mas também ter um suporte para quando acontece algum evento.

JORNAL MAIS - Um bom trabalho desenvolvido foi através do Programa Todos pelo Emprego. A quantidade de cursos de qualificação ministrada é enorme. Você pre-tende dar quantidade a essas ações em 2012?

JOÃO CURY - Pretendemos ampliar. Primeiro, porque a Prefeitura não tinha o hábito, historicamente, de usar recurso público para fazer qualificação de mão de obra. Nós qualificamos mais de 2.500 pessoas, com recurso público em parceria com o Governo do Estado; só com essa parceria foram 930, o resto, a prefeitura contrata o Senac e pagou o Sindicato. Não é a Prefeitura que decide os cursos que as pessoas precisam, é o empregador que decide o que ele está precisando, e a Prefeitura é um meio de custear isso como Política Pública. Na semana passada, começamos um curso, em parceria com a Associação de Funcionários da Prefeitura, com 40 vagas para cabeleireiro. Todo o mês tem um monte de gente sendo qualificada. Antes, não existia programa de qualificação na Prefeitura, e é uma demanda dos setores. Fizemos uma reunião com os grandes magazines, e das 10 demandas que colocaram para nós, a primeira é qualificação de mão de obra. Indústria também, o pedido é a qualificação de mão de obra. Esse é um diferencial, porque a gente tem que preparar a mão de obra. O cidadão vem, a empresa vem, ou tem a vaga, e vai contratar fora porque o botucatuense não está preparado para fazer esse enfrentamento. Tem que ser problema da Prefeitura isso, tem que ser Política Pública do Município. A secretaria de Desenvolvimento tem que trabalhar com a atração de novas empresas, mas tem que trabalhar com desburocratização, legislação, com qualificação. Quando se pergunta qual é a política de desenvolvimento, dizem que é a atração de novas empresas, e isso é a voz comum em qualquer lugar que você vai. Mas isso é só uma parte do desenvolvimento, a outra parte é você trabalhar tecnologia, Botucatu não tinha histórico, tinha Incubadora de Base Tecnológia, mas não tinha um espaço para uma empresa já constituída. Nessa área de geração de empregos e de negócios, nós avançamos. Dá para ser melhor, e vai ser melhor. Aqui a gente não tinha a Nota Fiscal Eletrônica,

qualquer município de pequeno porte hoje tem Nota Fiscal Eletrônica. Agora, nós começamos com a parte de conces-sionárias de veículos. O que é isso? É evitar o espelhamento de nota, a sonegação fiscal, facilitar a vida do empresário. Estamos trabalhando com o Sistema Integrado de Licencia-mento (SIL), para o cara chegar a Botucatu e tirar o alvará rapidinho, só se for um caso mais complexo, ele vai para a Cetesb, mas poxa vida, para o cara montar um negócio, tem que ser no dia. A Lei de Zoneamento permite, então dá o alvará provisório para a pessoa começar a trabalhar depois ela vai cumprindo etapas. O importante é desbu-rocratizar. Nessa questão de legislação, atacamos direto. Com a Lei do Microempreendedor Individual, legalizamos 50 camelôs. Esse pessoal estava à margem de qualquer benefício. Transformamos os cooperados da Cooperativa dos Catadores de Lixo, todos eles são segurados do INSS. Se o trabalhador está no caminhão e torce o joelho, ele vai para casa e quem vai sustentar sua família? Ou a moça engravidou, o que ela faz? Hoje, eles estão cobertos.

JORNAL MAIS - Prefeito, o que o povo pode esperar para o próximo ano? Tem muita coisa boa para sair?

JOÃO CURY - Esse ano que passou tivemos também o SAMU, o Poupatempo, o Programa de Iluminação, Progra-ma da Saúde. Em 2011, tivemos compromissos irremediá-veis que foram cumpridos, que inclusive, eu fui chamado de louco. Licitação de transporte público, por exemplo, isso era um tabu. Todo mundo falava que isso não daria certo, desde o ponto de vida técnico, inclusive financeiro. Era um tabu na cidade, tanto é que a população não acreditava e achava que eu seria apenas mais um a dizer que faria. Outra coisa que eu fui chamado de louco, que não ia sair, que tinha mais de 20 anos, foi a Reforma Administrativa. Isso é um marco na história do Funcionalismo Público. Um funcionário que não tem perspectivas de crescimento na carreira e sem melhora de salários, é um funcionário que naturalmente ficará desmotivado. O Hospital Sorocabana também foi uma mudança de paradigma e de conceito. Tínhamos uma gestão anterior que dizia o seguinte, que se você levar ao pé da letra não está errado, mas dizia: “O Sorocabana não é problema da Prefeitura”. De fato não é, se você levar ao pé da letra, mas se um hospital fecha, leva prejuízo à assistência à saúde, passa a ser um problema do prefeito. Então, é uma visão míope do papel da Prefeitura.

Para esse governo, e isso é uma questão de conceito, o Sorocabana é sim problema da Prefeitura. Se é um pro-blema da população, passa a ser um problema do prefeito. Eu não posso dar uma de Pôncio Pilatos e lavar a mão. Eu tenho que fazer um enfrentamento, e não é fácil fazer isso. É mais fácil dizer que não é problema meu. O Pronto Socorro Infantil será onde era utilizado pela Unimed, só embaixo. O restante do hospital vai voltar a ser o que era. Vai operar, ter ambulatório e tudo mais. No ano que vem, o Sorocabana é questão de honra, a inauguração do Fórum é super importante, Praça da Juventude, Pinacoteca no antigo Fórum, o trem turístico de Botucatu a Rubião, conseguimos a cessão de uso das áreas de ferrovias e estamos investindo na Casa da Juventude, um espaço de mais de 800m² para os jovens com atividades culturais, cursos profissionalizantes, saúde e educação, isso eu também quero inaugurar no ano

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Prefeito analisa gestão, anuncia novidades e fala sobre eleições

Nesta semana, a reportagem do Jornal Mais Botucatu traz uma entre-vista exclusiva com o prefeito municipal, João Cury Neto. Realizado em seu gabinete, durante o bate-papo Cury fez uma avaliação de sua gestão e fala sobre as novidades e desafios que estão por vir. Confira os principais trechos:

Na saúde e na educação, qualidade gera demanda. “

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De 24 de dezembro de 2011 a 13 de janeiro de 2012maisBOTUCATU

9Awww.maisbotucatu.com.br especial

que vem. Está super avançado um ginásio paraesportivo atrás do Ginásio Municipal com um centro de inclusão para deficientes. É um negócio monstruoso, de mais de R$ 3 milhões. É uma parceria com o Governo do Estado e está super avançada a conversa. A intenção é criar atrás do Ginásio um centro esportivo e paraesportivo. No Inca, estamos terminando o ginásio de esporte, arquibancadas, vestiários, trocar a grama e quero iluminar o campo, deixar o Inca em boa situação. No nosso governo, identificamos que passamos um período, e isso não é crítica, é questão de conceito, passamos oito anos com uma visão do gover-no passado voltado a eventos. Isso não é uma crítica, é uma visão de governo. Tínhamos jogo disso, show daquilo, e os equipamentos, as instalações, em condições precárias. Eu prefiro fazer investimentos em infraestrutura do que em evento. Evento é muito efêmero, muito passageiro. Você não pode gastar dinheiro com evento se o seu ginásio está chovendo dentro. A Prefeitura já tem poucas instalações, e pegamos em estado precário. O campo de Rubião Júnior é o único campo da Prefeitura, e que estava abandonado. Estamos reformando o campo inteirinho, com pista de ca-minhada em volta, vestiário e tudo mais. Estamos investin-do nas instalações, isto é, cultura, turismo e esporte. Nesta semana mesmo eu cobrei do Fredi (Pimentel, secretário municipal de Turismo). Precisamos de mais infraestrutura do que eventos: posto de informações turísticas, não te-mos mirante, temos que melhorar a questão dos recursos naturais, a Cachoeira da Marta é uma obra que eu quero inaugurar o ano que vem, mas se não der, estará pronta pelos menos para estar quase pronta para entregarmos para quem chegar e poder inaugurar. Nós pensamos muito na infraestrutura, porque uma pessoa não pode vir aqui para Botucatu e encontrar a rodoviária suja. Botucatu foi eleita uma das rodoviárias mais limpas do Brasil, e isso é infraestrutura. Hoje, uma ação pontual, é a Guarda Civil Municipal na rodoviária. Resultado: temos zero de ocor-rência, não é que diminuiu, zerou. Wi-fi internet de graça, limpeza, gestão. Botucatu não tinha uma farmácia 24 horas; assumimos essa questão pessoalmente. Coisas simples, mas que fazem a diferença. A Prefeitura funcionando na hora do almoço também era outro tabu. É que a gente acostuma e não lembra mais. Há três anos, a Prefeitura não funcionava na hora do almoço; quer coisa mais provinciana que isso? E o pior, jogavam nas costas do funcionário. Mas não era culpa deles, fizemos uma reunião em duas reuniões os fun-cionários resolveram o problema e mostraram ao prefeito como poderia ser. Fantástico, ou seja, ouve o funcionário, porque é mais fácil dizer que o funcionário não quer do que entrar em um acordo. Coisas pequenas, mas que fazem a diferença: a digitalização do cemitério, que inauguramos no Finados. Pegamos livro de 1930, um por um. Outra coisa que queremos fazer é o Projeto Ilumina 2. Será a segunda etapa

já saindo do forno, e estamos com dinheiro contingenciado em torno de R$ 1,2 milhão.

JORNAL MAIS - Uma das marcas do seu governo, são as creches. Tem mais para 2012?

JOÃO CURY - Temos a Escola Nair Peres, que irá para o antigo prédio do Colégio Gemini. Vamos tentar fazer uma integração de todo transporte da pessoa com deficiência com uma lógica só. Se conserguimos levar o CIEEJA para lá, vamos ter: Nair Peres, Apae e Cieeja, todos dividindo o mesmo espaço. Isso tem toda uma lógica pedagógica, de infraestrutura, tem tudo isso. O Luci Montoro vai estar a um quilômetro dali, que é um centro de reabilitação, como tera-pia ocupacional, fonoaudiologia e psicologia, para pessoas com deficiência. Com relação às questões das creches, para se ter uma ideia, na história recente da Prefeitura, foram criadas em torno de 2 mil vagas. Nós criamos 2 mil vagas. Quando entramos, tínhamos 2 mil crianças em creche, e em três anos, fizemos 2 mil novas vagas. O que tinha historica-mente fizemos em três anos. Zeramos as vagas em um mês e meio, e no mês seguinte, a demanda aumentou. É um problema não zerar, porque você tem dois ingredientes: o primeiro, é cinco crianças por dia. A Prefeitura praticamente não consegue dar resposta e ela tem que ter mecanismos. A Prefeitura resolveu isso com parcerias, com a criação da Lei da Organização Social (OS) na Saúde, na Educação e na Cultura. Fizemos parceria com as igrejas e repassamos o dinheiro para elas tocarem as creches. Isso ajudou bastante: temos no Convívio, no Santa Elisa e em Rubião. Um efeito colateral das nossas creches é que muitas não devem nada a escola particular, e nós tivemos uma migração de crianças de escolinha particular para pública. Era uma demanda que a gente não tinha identificado. O raciocínio de um pai é: ele passe em frente a uma creche da Prefeitura saiba que tem qualidade, tem consultório odontológico, brinquedoteca, e essa é a primeira avaliação. Do ponto de vista físico, oferecimento do serviço; outra avaliação é o uniforme, tem material escolar, a partir do Ensino Fundamental tem um apostilamento que é do mesmo grupo que fornece para o La Salle. Ele vai olhar e ver que temos um monte de professores que são aula na rede privada. A avaliação da população é muito sábia, e vê que tem qualidade. Fora isso, tem a alimentação. A merenda melhorou muito também, antes tinha muito embutido na merenda. O desafio é co-locar em 2012, suco de laranja in natura. São coisas que o pai observa, e essa é uma demanda. Quero fazer a creche do comércio na Major Matheus. Casas populares, em 2012 quero entregar mais de mil. Eu fiz uma promessa e quero cumpri-la: construir uma casa por dia de governo, 1.460 casas. Em oito anos, no governo passado, tivemos zero casa. Vaga de creche, foram abertas apenas 80 vagas, em uma creche no bairro Arlindo Durant. Eu falo isso não para concorrer, mas há algumas questões que é necessário fazer um enfrentamento. Não é preciso fazer mais ou menos, mas é preciso ter. Você pode fazer um pouco mais em um ano e um pouco menos no outro, mas é preciso ter. Quando você tem uma política nesse sentido, a coisa vai. Botucatu hoje tem 90% de cobertura de asfalto na zona urbana, porque cada governo foi fazendo um pouco. Inclusive, o governo passado foi bem nisso. A gente vai mantendo um nível, e chega uma hora que você está coberto. Isso não aconteceu na mesma proporção com casa, com creche. Ou seja, você fica oito anos sem vaga em creche, o próximo governo vai pegar um déficit enorme e você fica correndo atrás do prejuízo. É diferente você entrar e ter 300 vagas na lista de espera ou ter 958, como eu peguei. Esse foi o levantamento logo que eu entrei. É um Deus nos acuda, mas nós fizemos. Em dezembro, nós abrimos mil vagas, só que em fevereiro tinha 150 pessoas na lista de espera.

JORNAL MAIS - Qual é a sua expectativa para 2012, um ano eleitoral?

JOÃO CURY - Isso ainda precisa ser bem conversado. Eu tenho muita preocupação de ir para reeleição sem ter os compromissos que nós assumimos no Programa de Go-verno executados. Tenho muito medo de andar na rua e as pessoas dizerem que sou um mentiroso, você é um cara que nos enganou. Então, antes de tudo, e é isso que eu estou

fazendo, é chamar o pessoal aqui, com o Plano de Governo na mão, e verificar o que foi feito. Estamos fazendo o bate para ver o que foi feito e o que falta fazer. Estou fazendo isso com todos os secretários. Estou cobrando o secretariado e colocando prazo. Agora, eu não sou mais uma pessoa a qual a população vai dar um voto de confiança, como me deram em 2008. Eu não tinha serviços prestados à população, era um gesto de esperança, muito mais do que um reconhecimento. Agora, tem que ter uma lista de serviços prestados, uma lista de compromissos cumpridos, para a gente poder se colocar novamente e ser julgado pela população.

JORNAL MAIS - Prefeito, falta muito para que os com-promissos do Programa de Governo sejam cumpridos?

JOÃO CURY - Não, graças a Deus não. Eu estou muito feliz com a execução. Até me preocupava mais, mas com essas reuniões que eu tenho feito com os secretários, tenho visto que está tudo caminhando bem, e estamos abrindo um espaço que chamamos de “plus”. Esse plus é o que foi feito a mais do que o Plano de Governo previa. Isso não é só para a gente poder disputar uma eleição, é uma prestação de contas para a população, é uma obrigação.

JORNAL MAIS - João Cury será candidado a reeleição?JOÃO CURY - Ainda tem que avaliar. Candidatura é uma

construção coletiva, não pode ser uma vontade individual. Depois que você está, ela é ainda mais construção coletiva. Não é só à vontade, é até uma afronta ao partido, ao pessoal que trabalha com você. Decisão pessoal é importante, mas também tem a vontade da família, tem que ser feita uma dis-cussão com todos, também com o partido, os aliados. A gente tem que ser candidato com uma nova proposta para Botucatu, não só com o que passou.Isso demanda elaboração de um novo Programa de Governo para ser discutido, participativo, para ser apresentado nas eleições, não pode ser um plano feito no Gabinete faltando três meses para a eleição, para a gente disputar do jeito que disputou, porque o resultado é muito bom ganhar, mas é gostoso se disputar uma reelei-ção quando você fez um bom combate, um programa com conteúdo, que você discutiu, e que você se preocupou com essas coisas que às vezes as pessoas não se preocupam. A questão da reeleição ou não, não me preocupa muito. O que me preocupa é se for, como nós vamos, pra que nós vamos, como, com quem nós vamos, porque uma coisa é você disputar uma eleição, nas condições que disputamos em 2008, onde você pegava um para acreditar no seu sonho. Essa é a minha dívida com o PCdoB, porque eles acreditaram num sonho que era tido como impossível. Mas acreditou junto, sonhou junto. Hoje já é mais fácil, temos partidos que querem estar conosco. Isso tem que ser avaliado. Assim como não podemos dispensar apoio, temos que ter critérios para analisar o nível de relacionamento que vamos estabe-lecer com esses partidos que querem estar conosco, que é muito bom que esteja, mas com qual espírito? Com espírito de colaboração, participação, ou vamos cair no troca-troca de cargos? Isso nós não vamos fazer.

Para governar, você precisa ter princípios, ter conceitos,

ter valores, mais do que obras“

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De 24 de dezembro de 2011 a 13 de janeiro de 2012 maisBOTUCATU

10A www.maisbotucatu.com.br

Clarissa Athayde

JORNAL MAIS - Professor Minetto, qual é a avaliação que o senhor faz de 2011?

MINETTO - O que eu posso dizer de 2011...Um dos pontos que eu destacaria foi a abertura de creches. Outra conquista importante é que estamos com três creches sendo construídas pelo Governo Federal, e uma escola de Ensino Fundamental em bairros distantes. Uma no Monte Mor, outra no Santa Elisa e no Santa Maria. Além da Escola Fundamental no Jardim Cambuí. Com o Governo do Estado, praticamente efetivamos as reformas das cinco escolas mu-nicipalizadas e a construção de mais uma Escola de Ensino Fundamental em Rubião Júnior. Um prédio que ficou 12 anos parado em Rubião estamos reformando para entregar como creche em fevereiro ou março. A gente conseguiu viver 2011 com a alegria de dar um lugar definitivo para a escola especial, que é o Nair Peres. Tivemos um grande momento com a aquisição do prédio, já está registrado em nome do município, e em fevereiro, vamos começar naquele prédio, com aula normal. Poucas coisas vão precisar ser adaptadas, porque o prédio já é todo adaptado, com acessibilidade em tudo. Neste ano, também fomos pólo regional de educação especial, de inclusão e acessibilidade. Nós abrigamos, junto ao Governo Federal, o 1º Seminário de Inclusão e Acessibili-dade em Botucatu, e o Governo Federal quer que Botucatu permaneça pólo. Compareceram 21 municípios, e foi um grande passo. Continuamos a investir na capacitação de professores, demos continuidade a essa questão de capa-citação e vamos continuar com esses projetos na área da educação especial. Também podemos destacar a abertura da Universidade do Trabalhador (Unit) e da profissionaliza-ção do Ensino para Jovens e Adultos (EJA). Na Unit teremos cursos para a cidade inteira, e tudo de graça.Temos parceria com a Induscar/Caio que já vai começar um curso no dia 7 de janeiro, com a Johnson que dará curso na Pensão Silva sobre higienização e manipulação, com o Centro Paula Souza na questão de solda e outros cursos, temos as máquinas que ganhamos das Escola Técnica (ETEC) de Itapetininga e que estão sendo reformadas para utilizarmos para cursos, com o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (Sinhores )de Botucatu com cursos de camareira, garçom, dentre outras. A Unit vai ser uma revolução nessa área de qualificação.

JORNAL MAIS - Esses cursos serão bancados pela Prefeitura?

MINETTO - Eu posso dizer que eu preciso só de seis meses bancados pela Prefeitura, eu vou ser a menor verba da Prefeitura. De primo rico eu vou passar a primo pedinte. E eu falei para o João (Cury) que se ele me der aproximadamente

R$ 50 a R$ 70 mil no ano, eu faço ela ser autosuficiente, através de parcerias com empresas, Governo do Estado e outros programas.

JORNAL MAIS - Com relação à qualidade da merenda, esse item deu um salto. O prefeito brincou, em entrevista ao Jornal Mais, que ele quer suco de laranja in natura na merenda, e lançou o desafio ao senhor. É possível?

MINETTO - É possível. O problema que estamos ten-do é a logística com a laranja. Não dá para fazer o suco e esperar para levar as caixas para as crianças. É diferente do alimento que é conservado. A laranja, se ela não for bebida em questão de uma hora, ela vai se tornando ácida. Estamos estudando para viabilizar isso, mas que nós vamos fazer, nós vamos fazer. A merenda melhorou muito, a gente conse-guiu, através da nossa equipe comandada pela Meire (Géa, nutricionista da Cozinha Piloto), melhorar muito mesmo.

JORNAL MAIS - Quais realizações de 2011 o senhor destacaria?

MINETTO - Destacaria a Feira do Livro, eu acho que foi um grande destaque porque nós tivemos aproximadamente 70 mil pessoas visitando a feira. Tivemos muitos livros lança-dos, as crianças puderam levar livros para casa e lançamos a revista da história de Botucatu com a Turma da Mônica. Foi um marco histórico também para o gibi, e com isso, estamos incentivando as crianças a lerem, estarem se apegando à leitura. Vejo que várias coisas foram feitas: continuamos com a Olimpíada Estudantil, estamos reformando um local do 24 de Maio e conseguimos colocar lá o Ensino Fundamental em 2011, no 24 de Maio também reformamos a creche que pode receber crianças do Santa Maria e futuramente do Santa Mônica; em 2012, também vai sair a creche do comércio da Major Matheus. A distribuição dos uniformes gratuitamente também foi outro ponto forte, e isso não para mais. Inclusive, já foi licitado o tênis e na questão do vestuário, dia 26, após o Natal, será a licitação no período da manhã. Mas em fevereiro, o uniforme estará novamente nas mãos de todas as crianças. Terá um novo estilo, um pouco diferente, mas entregaremos a mesma quantidade a todas as crianças.

JORNAL MAIS - Qual é a maior dificuldade que o se-nhor enfrenta na secretaria?

MINETTO - Com certeza é a burocracia. O prefeito dá total apoio, mas a gente encontra muito problema com a burocracia. Eu, pelo menos, reclamo muito da burocracia, porque gente para fazer a gente tem, também temos re-cursos, mas nós precisamos ser um pouco mais ágeis. A questão burocrática dentro do município e o tempo que vai para a Câmara dos Vereadores e volta, tudo isso eu acho que

poderia ser mais rápido.

JORNAL MAIS – O Programa “Grande Arrancada da Educação” englobou diversas áreas. Faltou fazer alguma coisa?

MINETTO – Nós cumprimos com tudo que nós colo-camos no Programa da Arrancada, inclusive, eu completo com a Universidade do Trabalhador (Unit), cumprindo assim, integralmente o Plano de Governo. Inclusive, estive com a Maria Della Coletta (secretária de Assistência Social) e ouvi que ela também completou o Plano de Governo com o Cras Norte. Isso significa que cumprimos com o que nos propu-semos a fazer. Isso não significa que não falta mais nada a ser feito. É complicado você entrar na municipalidade com todo o desejo de fazer, de repente você vê que há mil crian-ças esperando por vagas em creches. Então, todas as suas prioridades deixaram de ser prioridades. Ou seja, estou um ano defasado com o que eu poderia ter feito. Porque crianças sempre vão existir, mas você tem sempre que estar correndo atrás de mais vagas para não ficar defasado. Correr atrás de mil crianças é muita coisa, das mais diversas faixas etárias: desde recém-nascidos de quatro meses, até cinco anos. Tivemos o primeiro ano para gerar recursos, correr atrás e depois poder começar o Plano de Governo na área educa-cional. Mas, mesmo assim, conseguimos entregar, com um ano de antecedência, o que nos propusemos. Mas poderia ter feito muito mais. Estamos atrás de outras verbas Federal e Estadual porque não podemos nos acomodar. O Brasil tem um projeto, em 2021, para que todas as crianças estejam em creche. Vai deixar de ser direito da criança para ser um dever. Cada vez mais, estão olhando a Educação Infantil com mais importância. Estão vendo que é grandeo índice de pessoas que fazem a pré-escola vão para a faculdade, e quem não faz, abandona no Fundamental. Quanto mais cedo, mais se habitua à vida escolar.

JORNAL MAIS – A praticamente um ano para o término do mandato, o que o senhor não quer deixar de fazer?

MINETTO – O que eu não quero deixar de fazer é o que eu estou lançando agora, que é Universidade do Trabalhador. Quero deixar um caminho aberto para todas as pessoas que queiram gratuitamente fazer curso profissionalizante em Botucatu, principalmente da Rede Municipal, inclusive pre-paração para o mundo do trabalho. Eu não quero deixar de fazer porque no ano que vem, independente do prefeito que for vencedor, todos os secretários têm que entregar o cargo. Então, eu vou entregar o meu cargo, mas vou buscar novos projetos, dar continuidade às creches e escolas de Ensino Fundamental para Botucatu. Quero ver se a gente consegue, antes de deixar o cargo, também fazer principalmente esses postos de qualificação e fornecer emprego para esse pessoal.

Fotos: Clarissa Athayde

Com inauguração da Unit, secretário da Educação diz que cumpriu com o seu dever

entrevista

Narcizo Minetto Junior, Secretário de Educação