escola da vida augusto cury -

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  • 1. DDedico este livro a (o)....................................Que voc aprenda as mais belas lies na escolada vida:Seja nas suas dificuldades, falhas ou vitrias.Que voc cuide carinhosamente de sua histria.Que a felicidade e a tranqilidade irriguem seu serQue voc brilhe em sua inteligncia onde estiver,Pois o mundo precisa de pessoas como voc..._____________ __/__/__

2. CopyrightEditora Academia de Inteligncia2002Produtora ExecutivaSuleima Cabrera Farhate CuryCapa e projeto grficoDaniel G. JericRevisoCludia J. Alves CaetanoEditorao eletrnicaAbsoluto ComunicaoConselho editorialCleverson CaetanoDirce Cabrera Farhateurea AyubAdriana Moreira da SilvaC982 Cury, Augusto.Escola da Vida: Harry Porter no mundo real / Augusto Cury.So Paulo: Academia de Inteligncia, 2002.100p.; 21cm.ISBN 85-87643-09-6.1. Educao. 2. Literatura infanto-juvenil. I. Ttulo.CDD 370Todos os direitos desta edio reservados Editora Academia de IntelignciaTelefax: (17) 3341-8212Site: www.academiadeinteligencia com.brE-mail: [email protected] 3. edico este livro a todosque procuram viver comcoragem, sabedoria ehumildade no mundoreal.Aos que valorizamo milagre doamor, oespetculo dodilogo e a magiada vida...D 4. SumrioIntroduo.............................................................................. 09Falando aos Jovens.................................................................. 15Captulo 1O sono, a Internet e a Inteligncia............................................ 17Captulo 2Nunca Mais o Mesmo.............................................................. 29Captulo 3Dois Colegas de Classe: Dois Destinos....................................... 39Captulo 4Uma Trgica Aventura............................................................. 53Captulo 5O Mestre e as Flores................................................................ 63Captulo 6Superando as Algemas da Emoo............................................ 73Captulo 7O Milagre do Amor e o Espetculo do Dilogo.......................... 85Captulo 8Os Jovens, o Holocausto e os Direitos Humanos....................... 95 5. Introduo 6. N ada mais importante do que procurar averdadeira felicidade, desenvolver as funes mais belasda inteligncia e transformar os nossos sonhos emrealidade. Como conseguir isso? Onde conseguir isso?Somente no mundo real, somente dentro do nossoprprio ser.A fantasia pode estimular a imaginao edesenvolver a criatividade. Porm, no mundo real,onde h conflitos, perdas, medos, drogas, lgrimas,metas, sucessos e fracassos, que devemos encontrar overdadeiro significado da vida, libertar a nossacriatividade e cultivar nossa capacidade de pensar.A coleo de livros Harry Potter escrita pelaJ.K. Rowling fez um enorme sucesso em todo o mundoentre as crianas e os adolescentes. Mexeu com ocorao e libertou a fantasia. At os adultos viajaramno mundo mgico desses livros. Harry Potter virouum smbolo da juventude.11 7. Neste livro, no usarei o personagem da famosacoleo. Harry Potter ser aqui representado poraqueles que vivero histrias baseadas em fatos reais.Harry Potter ser o Ferdinando, o Roberto, o Lucas, oMrio, voc. Enfim, cada jovem.Eles vivero aventuras, passaro dificuldades,choraro, tero de aprender a superar falhas, conflitos,sentimento de culpa, timidez, corrigir rotas. Este livro,portanto, dirigido a jovens de 9 a 99 anos, poistodos somos pequenos alunos na escola da vida.Nos livros de J.K. Rowling, Harry Potter e seusamigos entraram para uma escola de bruxos; no livroEscola da Vida - Harry Potter no Mundo Real, osjovens entraro na mais importante escola do mundo,a escola da vida. Ela inclui nossa famlia, bairro, colgio,sociedade, amigos.Voc tem medo de errar ou falhar? Pois bem,nessa escola voc ter de enfrentar seus erros edescobrir que o mais importante no errar, masaprender lies de vida em cada um desses erros.Na Escola da Vida, os jovens tero de aprenderas funes mais importantes da inteligncia, comopensar antes de reagir, expor e no impor suas idiase trabalhar em equipe. Se quiserem brilhar na sociedadetero de desenvolver no apenas a inteligncia lgica,mas tambm as inteligncias Emocional, Mltiplase Multifocal.O que so essas inteligncias e como desenvolv-las?Fique tranqilo! As histrias que contarei poderocontribuir para estimular esse desenvolvimento.12 8. No livro de J.K. Rowling, Harry Potter usou seusdons sobrenaturais, uma varinha mgica e umavassoura voadora para resolver seus problemas; no livroEscola da Vida, os jovens tero de aprender a usara ferramenta do pensamento para resolv-los. Estelivro ensina a pensar.No livro Harry Potter e a Pedra Filosofal,Harry Potter tinha um inimigo mortal que estava foradele, chamado de Valdemort. No livro Escola daVida, os jovens tero de descobrir que seus pioresinimigos esto dentro de si mesmos. Quem so eles?So seus pensamentos negativos, ansiedade,desmotivao, insegurana, baixa auto-estima.Precisamos entender que no temos de vivernum mundo mgico para que a vida seja uma aventura.A vida por si s j uma grande aventura. Nemnecessitamos viver perigosamente para transform-lanuma fonte de prazer. possvel encontrar uma fontede prazer dentro de cada um de ns.Alguns jovens esto se drogando, se deprimindoou vivendo numa bolha de solido, porque noencontraram essa fonte de prazer dentro de si mesmos.Voc feliz? Sua vida tem sentido? Precisamosencontrar na Escola da Vida o verdadeiro sentido paraa vida humana...Nada to belo quanto viver. No importa sevoc tem pele branca ou negra, se um americano oubrasileiro, um judeu ou rabe, magro ou obeso, se moraem um palcio ou em uma favela. Voc um ser nico.13 9. Se no se equipar, estudar e se preparar, poder umdia ser substitudo profissionalmente. Mas nunca seesquea de que como ser humano ningum ocuparseu lugar no palco da vida.Voc um ser humano especial. Jamais sediminua ou se sinta incapaz.14 10. Falando para os jovensTenho ensinado,atravs dos meus livros e deminhas palestras, milhares deprofessores e psiclogos desse pas ede outros. Tenho falado muito com osadultos sobre a mente dos jovens emcongressos nacionais e internacionais.Neste livro no quero falar para os adultossobre os jovens. Quero falar para os prpriosjovens sobre o funcionamento de suas mentes.Quero ajud-los a viajar para dentro do seu prprioser e contribuir para transformar seus sonhos emrealidade. Quero ajud-los a sair do banco dopassageiro e a pilotar a sua prpria vida...Um recado. Cada captulo ter duas divises:a primeira conter uma histria interessante quetrar algumas lies de vida; a segunda conterum quadro chamado Pense nisso, que trazuma mensagem para estimular a reflexo e aarte de pensar.Desejo-lhes uma boa viagem...Dr. Augusto Cury 11. Captulo 1O SONO, A INTERNETE A INTELIGNCIAAqueles que gastam mal o seu tempo so osprimeiros a queixar-se da sua brevidade...Jean De La Bruyre 12. L cio tinha fascinao por computadores.Era um internauta de primeira, mas no usava ainternet para enriquecer seus conhecimentos. Noviajava pelos arquivos que estimulavam o mundo dasidias. Seu hobby era bater papo. Batia papo nas salasde seus colegas e na sala de pessoas estranhas.Porm, no seu dia-a-dia, raramente conseguiaconversar com um estranho. At com os conhecidosera inibido. No conseguia falar olhando no olho dooutro, expressar suas idias e revelar seus sentimentos.Era um bom jovem, entretanto vivia represado, isoladoem seu mundo.19 13. Mas, na internet, Lcio era um avio. Eradesinibido, solto, extrovertido, entendia de qualquerassunto. Falava at de si mesmo, era um mestre dodisfarce. Nunca revelava seus reais problemas, medose dificuldades, como quase todo internauta.Fez inmeros amigos virtuais. A maioria erasem rosto, ou seja, sem identidade, sem um passado,sem uma histria de vida.O mundo da internet desinibiu o homem, mas,ao mesmo tempo, tornou-o um especialista em simularseus sentimentos. Todavia, alguns revelam suasemoes sem mscaras. Esses tm chances dedesenvolver uma paixo virtual, intensa, por umapessoa do outro lado da tela. uma loucura. Pareceque a fantasia se torna realidade: o prncipe virtual seencanta pela Cinderela internauta. Entretanto, essapaixo, freqentemente, no tem nenhumaprofundidade, embora tenha desespero e ansiedade.A paixo gerada pela internet, no comeo,produz a fantasia de que foram feitos um para o outro,at que saem da tela, se conhecem, convivem com osdefeitos, e... Infelizmente, a maioria dos casos resultaem fracassos e produz cicatrizes.No procure amor platnico. Procure o amorbrando, regado com dilogo e temperado com respeitoe realidade. O amor como uma delicada planta, seno tem razes no suporta o calor, no resiste sdificuldades. Bom, mas a paixo dos internautas umaoutra histria. Um dia, talvez, entre em mais detalhes.Vamos histria do Lcio.20 14. Lcio, s vezes, varava as madrugadas batendopapo na internet. Tinha de estudar de manh, masno se preocupava. Levantava reclamando, maslevantava. Dormia cerca de cinco horas. s vezesmenos. Seus pais imploravam para que ele dormissecedo, mas ele se achava um super-homem.Jamais acreditou que sua sade fsica e suainteligncia poderiam ser prejudicadas por dormir topouco. Afinal de contas, pensava ele: No sbado edomingo eu desconto. Dormia at ao meio-dia.Todavia, cada vez mais perdia o interesse pelaescola. Ia mal nas provas, estudar era um sacrifcio.Andava impaciente e irritado. Nem ele se agentavade manh. Seu humor s melhorava noite. Sonhavaem ser um cientista. Desejava conhecer os segredosda natureza. Mas, medida que ficava fissurado nocomputador, seu sonho ia para o espao, pareciainalcanvel.Certa vez, foi a uma palestra de um pesquisadorda inteligncia. Foi obrigado a esse evento, porque aescola o tinha programado. O palestrante eraconhecedor do assunto e, ao mesmo tempo, conheciao mundo dos jovens.Ele interagia muito com a platia. A certa altura,comeou a fazer uma srie de perguntas para os alunos,como: Quem dorme pouco? Quem acorda cansado?Quem sente sono durante o dia? Quem tem dficit dememria ou esquecimento? Quem tem baixaconcentrao? Quem tem estado irritado ou ansioso?21 15. Por incrvel que parea, a platia de jovensparecia uma platia de idosos. Havia cerca de duzentosalunos de vrias classes da escola e a maioria deleslevantou as mos para quase todas as perguntas. Algunsjovens estavam to cansados que mal conseguiamlevantar as mos. Outros viviam bocejando na classe.Muitos estavam com a memria pssima.O palestrante brincou com os alunos dizendo:Vocs parecem uma platia de velhos em final decarreira. A turma deu gargalhada... Ento, comentouque uma das grandes causas da pssima qualidade devida dos jovens da atualidade a sndrome SPA,sndrome do pensamento acelerado. Que bicho esse?, alguns brincaram!Ele comentou que essa sndrome ocorre porquea mente dos jovens no pra de pensar, est muitoagitada, no se desliga. O pensamento agitado roubaenergia do crebro e produz um cansao fsicoexagerado pela manh. Alm disso, a sndrome SPAgera irritabilidade, ansiedade, humor triste, insatisfao,baixa concentrao e esquecimento. De manh, aemoo dos jovens est no plo norte, tarde nodeserto e noite num jardim. As mudanas de humorso bruscas.Comentou ainda que os adultos e os jovens domundo todo esto desenvolvendo coletivamente asndrome SPA. Por isso, afirmou que desacelerar opensamento, aquietar a mente e controlar a ansiedadeso atitudes importantes para quem quer ter um corpoe uma mente saudvel.22 16. Em seguida, abordou duas causas da sndromeSPA: o excesso de informao do mundo moderno eo sono no reparador. O que o sono reparador? No simplesmente dormir, mas dormir bem, dormir osuficiente para recarregar as energias, para repor oque foi gasto durante o dia. O sono reparador alivia aansiedade. Quem dorme mal ou dorme pouco estprejudicando sua sade fsica, aprisionando a suaemoo e limitando a sua inteligncia, ainda que noperceba.Aps esse comentrio, o palestrante levou-os apensar sobre o assunto contando histrias sobre o sonodos animais. Isso despertou Lcio.Ele explicou que, no reino animal, h mamferosque dormem mais e outros que dormem menos. Noentanto, cada espcie precisa de um tempo dedescanso diferente. Cada animal precisa dormir osuficiente para desenvolver suas atividades durante odia.Quanto tempo a girafa precisa dormir?,perguntou aos jovens. Eles disseram que seis, cinco,dez horas. Todos erraram. A girafa um dosmamferos que menos dorme. Apenas duas horasbastam para repor as baterias, disse o pesquisador.E o cavalo? Deram muitas respostas. Maserraram novamente. O cavalo tambm tem umperodo curto de repouso: trs horas bastam.Geralmente, cochila em p e no cai graas a umsistema que trava seus joelhos.23 17. H alunos cochilando na minha palestra?,indagou o palestrante. Os alunos deram risadas eapontaram os sonecas da turma. O Lcio e mais umaleva.Ele continuou contando que a foca passacochilando quase o mesmo perodo que o homem. Noresto do tempo, toma sol ou mergulha atrs de comida.E o cachorro? Muitos tinham um co de estimao,mas nunca tinham reparado no sono do seu pequenoanimal. Afinal de contas, eles desprezavam seu prpriosono, como prestariam ateno ao sono dos outros?Portanto, no souberam responder. Ento o palestrantedisse: O cachorro repousa cerca de 10 horas pordia.Em seguida, citou Jean De La Bruyre Aquelesque gastam mal o seu tempo so os primeiros a queixar-seda sua brevidade...Aps isso, afirmou que o sono alimenta a forade um animal. Sem sono, o trabalho pssimo, noh energia. Por isso o rei da selva, o leo, se d aoluxo de dormir at 18 horas diariamente. Precisadormir muito para fazer grandes caadas e magnficasarrancadas.Ento, ele voltou-se para os alunos e perguntou:Quanto tempo vocs dormem? As respostas foramas mais variadas, mas a maioria dormia bem menosque oito horas. E na idade em que eles estavam,precisavam de pelo menos oito horas de sono. Sedormissem nove horas seria melhor.24 18. As crianas e os adolescentes precisam de maisdo que oito horas dirias. Eles gastam muita energiaestudando, movimentando-se e desenvolvendo oorganismo. Todavia, a internet e a TV tm roubadodeles suas melhores horas de descanso.Cuidado! A falta de sono pode prejudicar aconcentrao e o registro das informaes na memria.Alguns jovens no tm um bom rendimento intelectualnas provas porque no dormem bem. Outros sotensos pelo mesmo motivo. Outros so irritados, noconseguem ouvir um no dos seus pais porque vivemansiosos devido falta de sono.Outros no tm nimo para fazer nada, nopraticam esportes, no criam oportunidades para sedivertirem porque no tm um sono reparador. E, aindapor cima, reclamam: No tenho nada para fazernessa casa. So especialistas em reclamar. Alis,muitos idosos so mais animados do que eles.Quando chegam na sala de aula, do uma belacochilada. Mas no gostam que ningum os vejadormindo. A concentrao deles pssima. Vivemno mundo da lua. E chame sua ateno, para ver oque acontece! Viram uma fera. Alguns explodem comoum vulco.Quem no dorme o suficiente vive agitado, temuma necessidade compulsiva de conversar e semovimentar. A sala de aula se torna para eles umachatice insuportvel. Uma verdadeira priso.Plato, filsofo grego, dizia que aprender deveriaser um deleite, um prazer to agradvel como tomar25 19. um sorvete no vero. Mas, na atualidade, a sndromeSPA e a falta de sono reparador tm feito com que aescola se torne o ltimo lugar onde a maioria dos alunostem prazer de aprender.Os professores sofrem as conseqncias disso.Muitos deles esto com pssima qualidade de vida porse desgastarem tanto pelos seus queridos alunos. Socomo cozinheiros que preparam um alimento para umaplatia sem apetite. Por isso, a educao tem de passarpor uma verdadeira revoluo.Nunca os jovens foram to ansiosos e dormiramto pouco como nesse incio de milnio. Nunca a sadeemocional deles esteve to abalada. Nunca foram totristes e sujeitos a tantos conflitos.O palestrante finalizou pedindo aos jovens quenavegassem na internet, mas que gerenciassem o seutempo. Curtam os computadores, mas cuidem dobelssimo tesouro que vocs receberam gratuitamente:a vida.Aps a palestra, Lcio compreendeu que estavadestruindo seus sonhos e prejudicando sua inteligncia.Entendeu por que seu rendimento na escola estavaruim, por que ele estava impaciente e intolerante epor que no suportava ouvir a voz de certos professores.Descobriu tambm por que tinha perdido a garra parapraticar esporte, fazer caminhadas, sair com amigos.Lcio gravou uma frase que mexeu com suacabea e o fez pensar sobre sua trajetria de vida:Os jovens que desprezam seu sono podero se26 20. tornar, um dia, adultos ansiosos, frustrados e semsucesso profissional.O sono alimenta a inteligncia e nutre acapacidade de um homem...27 21. Os pesquisadores da Universidade deHarvard, nos Estados Unidos, fizeram umaexperincia e concluram que ficar estudando noite e dormir pouco faz com que o crebroguarde pouco conhecimento. As pesquisas foramconduzidas pelo Dr. Robert Stickgold.Confirmando a histria anterior, a emootranqila abre as janelas da memria.Alguns estudam muito, mas aprendempouco. Uma das causas porque dormem mal.O sono ruim dificulta a concentrao, quedificulta o registro na memria, que dificulta oaprendizado.Toda pessoa inteligente. Depende decomo ela estimulada. Durmabem, aquiete o pensamento eestude descansado. Veja osresultados.Um recado doprofessor Estressildo aosinternautas: Naveguem,mas no afundem... ProfessorEstressildo 22. Captulo 2NNUUNNCCAA MAAIISS OO MEESSMOO"O mundo um belo livro, mas poucotil para quem no sabe ler..."Goldoni 23. P edro e Rafael eram irmos. A diferena deidade entre eles era de dois anos. Pedro, o mais velho,tinha quatorze anos e Rafael, doze. Desde o nascimentode Rafael, Pedro comeou a sentir cime do irmo.Ele o agredia freqentemente. Chegou a feri-loalgumas vezes. No conseguia dividir com ele seusbrinquedos. No emprestava seus objetos. Nopraticavam esportes juntos sem brigar. Pedro chegoua dizer ao irmo: Eu detesto voc. No sei por quevoc nasceu. A me, ao ouvir a frase, sentiu-se amulher mais infeliz do mundo. Criou os filhos paraque fossem amigos e no parceiros do dio.Tudo que Rafael fazia o irritava. Cantar, falar alto,abraar os pais, tudo perturbava Pedro. Esse acreditava31 24. que as pessoas e at seus prprios pais preferiam seuirmo a ele. Por isso, se isolava em casa e raramenteconversava com os colegas do irmo.Os pais amavam muito os dois. Mas Pedro noacreditava. Ele ia longe na sua agressividade. Sem terconscincia dos seus atos, manipulava seus pais. Todavez que queria ganhar algo, como uma roupa ou umtnis, dizia que eles gostavam mais de Rafael do quedele. Os pais entravam em desespero diante dessaafirmao. No sabiam como mudar tamanha injustia.Eles conversavam freqentemente com Pedrodizendo que o amavam igualmente. Mas no adiantava.Por isso, s vezes, cediam presso desse filho ecompravam o que ele desejava. Os pais no percebiamque quanto mais davam ateno exagerada a Pedro,mais ele os controlava. Pedro seguia um caminhoperigoso. Preferia os presentes ao amor dos seus pais.Preferia o ter ao ser.De vez em quando, seu Jairo, pai de Pedro, perdiaa pacincia com ele e o agredia intensamente compalavras. A famlia parecia estar numa guerra. Sconseguiam ficar sem atritos quando todos estavamassistindo TV. A TV disfarava o relacionamentoconflitante.Ficavam horas e horas ouvindo os personagens daTV, mas no dialogavam minutos uns com os outros.Que cena triste! Eles respiravam o mesmo ar, masno sabiam dividir suas histrias, no sabiam superaras suas dificuldades.32 25. Pedro tinha um professor excelente, chamadoJferson. Certo dia, ele fez uma pausa na aula dematemtica e disse aos alunos: Vocs esto aqui naescola clssica para aprender matemtica e outrasmatrias, mas h uma outra escola mais importantedo que esta. Os alunos, surpresos, perguntaram:Qual, professor ?Ele olhou para as janelas e disse: O mundo real,a escola da vida que pulsa l fora. E completou:Aqui na sala de aula ns os preparamos para quevocs sejam felizes nessa escola.Os alunos queriam saber mais detalhes sobre oassunto. Ento, o professor Jferson disse-lhes: Aqui,problemas de matemtica so resolvidos com lgicae exatido. L fora, os problemas da vida, como ainveja, as perdas, as frustraes, as ofensas, nopodem ser resolvidos pela matemtica lgica. svezes, temos de ser flexveis, no exigir que aspessoas sejam perfeitas, no cobrar demais e nemesperar muito delas.Ento, fitou os alunos e afirmou: Para resolvermosos problemas dessa escola devemos aprender apensar antes de reagir. Quem reage sem pensar, ouseja, por impulso, pode ferir a si mesmo e s pessoasque mais ama.Os alunos no esperavam ouvir isso de um professorde matemtica. Ento, percebendo o interesse deles,o professor contou uma experincia que viveu najuventude. Comentou que seus pais eram muito pobres.33 26. No tinham dinheiro para comprar frutas. Certa vez,sua me estava doente e seu pai comprou com sacrifciomeia dzia de bananas para ela.Vendo as bananas, Jferson teve vontade de com-las.Foi escondido ao local, pegou duas e comeu-as.Quando seu pai chegou, perguntou quem as tinhacomido. Jferson tinha mais dois irmos. Todosnegaram.Como no obteve resposta, seu pai teve um ataquede nervos e obrigou Jferson e seus irmos a comertodas as que haviam sobrado. Como eles se recusaram,porque sabiam que elas eram para sua me, o pai osobrigou a com-las com casca e tudo. Comeram...chorando. A me gritava para o pai: No faa isso!No adiantou.Essa foi a noite mais triste da vida de Jferson.Toda aquela cena foi registrada intensamente nos solosde sua memria. Ele ficou profundamentetraumatizado. Achava que era o garoto mais rejeitadodo mundo.O professor olhou para seus alunos e disse-lhes:Durante muitos anos senti raiva do meu pai poresse comportamento. Achava que ele me odiava.Ele quase no conversava com meus outros irmos,mas sentia que ele os preferia a mim. Ento, quandome tornei um jovem, resolvi sair de casa. Procurei-oe disse-lhe revoltado que partiria. Joguei-lhe na carao que ele havia feito h alguns anos comigo e meusirmos, quando ele nos forou a comer as bananas.34 27. Jferson abaixou a cabea. Os alunos perceberamque ele estava comovido. Meu pai, ao ouvir as minhaspalavras, chorou intensamente e disse: Comprei asfrutas para que sua me, comendo-as, sefortalecesse. Era o nico dinheiro que eu tinha.Estava com medo de que ela morresse...O professor fez uma pausa. Em seguida, concluiu:Meu pai ainda me disse: Perdoe-me, meu filho pelaminha agressividade. Voc era to novo, por issocomeu aquelas frutas como qualquer criana faria.Eu no entendi sua reao, por isso fui estpidocom voc. Mas saiba que voc um filhomaravilhoso. Eu o amo muito. No v embora!O professor fez mais um momento de silncio e,aps viajar no tempo, expressou: Foi a primeira vezque eu e meu pai choramos juntos e dissemos quenos amvamos. A partir da, comeamos um novocaptulo em nossa histria. Tornamo-nos amigos epassamos a admirar um ao outro.Aps comentar essa histria, o professor Jfersondisse aos seus alunos: s vezes, as pessoas que maisamamos nos ferem sem querer. So culpadas semter culpa. Precisamos compreend-las e perdo-las.Tambm precisamos compreender nossas limitaese nos perdoar. Caso contrrio, nos esmagamos comnosso sentimento de culpa.Pedro, ao ouvir essa histria, ficou bastanteemocionado. Enquanto seu professor falava, passavana sua mente o filme da sua vida. Ento, ele entendeuo que a escola da vida.35 28. Pensava tanto que seus pais gostavam mais deRafael que cria que aquilo era uma verdade. Cuidado!Uma mentira contada cem vezes se torna uma falsaverdade. E, na mente humana nem precisa de tantasvezes...Os pais de Pedro ficavam aborrecidos e, s vezes,choravam s escondidas ao ver seus filhos secomportando como inimigos. Mas o professor Jfersoncontou uma historia que fez uma ponte entre a escolaclssica e a escola da vida. Tal ponte levou Pedro arepensar seus comportamentos.Ele comeou a observar como seus pais o tratavame como tratavam Rafael. Ficou observando durantedias. De repente, pelo fato de exercitar sua inteligncia,uma luz brilhou. Ele entendeu o que nunca quisentender. Entendeu que o cime que sentia do irmono tinha fundamento. Compreendeu que suaagressividade com ele e com seus pais era injusta.Ficou claro sobre o amor de seus pais. Percebeuque os manipulava e os feria profundamente quandodizia que eles preferiam o Rafael. Entendeu que, emalguns momentos, Rafael recebia mais ateno ecarinho deles porque estava precisando. Em outros,era ele quem recebia mais ateno e carinho dos seuspais.Pedro quis abraar seus pais e dizer-lhes que osamava. Pediu desculpa pelas chantagens que fazia.Abraou o Rafael e, com a voz trmula, disse-lhe: Voc meu nico irmo. Quero ser seu amigo. Um dia,36 29. certamente, precisaremos um do outro. Pedropassou a elogi-lo. Ele, que era to egosta, comeoua usar, de vez em quando, a sua mesada para compraralgumas coisas de que o Rafael gostava. Rafael ficouboquiaberto com as novas atitudes do irmo.Pedro superou seus conflitos porque fez umaexcelente descoberta. Descobriu que mais do queroupas, tnis, relgios, som, o que ele mais precisavaera do amor dos seus pais e de seu irmo. Entendeuque o dinheiro compra roupas, mas no o amor;compra o ttulo do clube, mas no a alegria; compra obilhete da festa, mas no o prazer. O dinheiro nocompra a essncia das coisas.O relacionamento naquela famlia sofreu umagrande revoluo. Quem diria que um garoto poderiamudar assim o seu destino e o dos seus familiares.Antigamente, ele ficava zangado quando ouvia umno ou recebia uma bronca. Agora, embora fiqueum pouco chateado, o no dos seus pais no interpretado como uma punio ou rejeio.Pedro comeou a ver o mundo de maneira diferente.Aprendeu a no ser o dono da verdade. Deixou de seruma pessoa isolada na escola e comeou a interagircom os colegas. Ele era fechado, se achava feio e estavacom a auto-estima prxima de zero. Todavia, tornou-selentamente um ser humano seguro e agradvel.Todos queriam estar prximos dele.Quem aprende a pensar antes de reagir nunca mais o mesmo...37 30. Muitos jovens sofrem por antecipao. Osproblemas no aconteceram e eles j esto sedeprimindo. Sofrem pela prova que no aconteceu,pelo encontro que no ocorreu, pelo fora que talveznunca levem.Ningum pode ser um grande lder, se noaprender a liderar a si mesmo. Ningum podetransformar seus projetos em realidade, se ficaratordoado com as distncias que tem de percorrer.Saiba que as maiores distncias a serempercorridas esto dentro de ns.Se voc quer ser um vencedor, preste ateno:todos querem o pdio, mas muitos desprezam afadiga dos treinos. Todos querem a vitria, masmuitos no valorizam os exerccios...Para um grande lder, avitria uma conseqncia e asderrotas, um estmulo paratreinar...Que conclusobrilhante! O professorEstressildo uma fera!ProfessorEstressildo 31. Captulo 3DOIS COLEGAS DECLASSE: DOISDESTINOS"O futuro tem muitos nomes. Para os fracos, oinatingvel. Para os temerosos, o desconhecido. Paraos valentes, a oportunidade..."Victor Hugo 32. R oberto estava no primeiro ano do colgio.Ele se julgava o bom do pedao, gostava de controlara turma. Era musculoso, se achava o bonito da classe.Falava alto e no tinha medo de agredir seus colegas eprofessores. Parecia algum muito forte, mas narealidade era frgil. Sua fora era apenas umamaquiagem.Os agressivos sempre so frgeis. Por qu?Porque usam sua fora fsica no lugar das suas idias.Usam o poder no lugar do dilogo. O dilogo a armados fortes e a agressividade a ferramenta dos fracos.Roberto no suportava ser contrariado oucriticado. Ningum podia apontar-lhe um defeito. Sealgum o confrontasse, ele freqentemente resolvia a41 33. intriga na brutalidade. Por isso todos se submetiam aele e ao pequeno grupo que liderava.O maior defeito de Roberto era a maneira comotratava alguns alunos mais tmidos da classe. Eledebochava deles e os ofendia na frente dos outros.Havia um colega que era o preferido de Roberto paratirar o sarro. Ele era calado, gordinho e de baixaestatura. Seu nome era Edson.Edson no sabia reagir s brincadeiras maldosasde Roberto. Quase todos os dias ele o humilhava efazia a classe toda dar longas gargalhadas dele. Ao v-lose aproximar, gritava bem alto: L vem o botijode gs. s vezes, dava um grito imitando um filhotede elefante. A turma se esborrachava de rir.Edson, constrangido, chorava. Chorava semlgrimas, pois no tinha coragem de derram-lasperante os colegas. Havia alguns mais sensveis queno concordavam com as atitudes de Roberto. Maseles eram dominados por Roberto. Edson era o palhaode um circo do qual nunca quis participar.Ele pensou algumas vezes em mudar de classeou deixar de estudar. Tinha pavor de entrar na sala deaula. Lia vrios livros, at que um dia leu um livrochamado Revolucione Sua Qualidade de Vida*. Nesselivro, algumas frases levaram-no a uma grande reflexo:Os perdedores paralisam-se diante das perdas e dasfrustraes, os vencedores comeam tudo de novo. Opior inimigo do homem ele mesmo. O destinoraramente inevitvel, mas sim uma escolha. Escolhaser livre e inteligente.42*Cury, Augusto. Revolucione sua Qualidade de Vida.Editora Sextante, Rio de Janeiro, 2002 34. Ao ler essas palavras, compreendeu que Robertono era seu maior inimigo. Entendeu que o medo, ainsegurana e o sentimento de inferioridade dentro desi mesmo eram seus piores inimigos. Ficou claro queno podia ser escravo dos seus conflitos.E foi mais longe. Compreendeu que o destinofreqentemente depende da gente. No uma coisaimposta e inevitvel, mas sim uma questo de escolha.Portanto, ele no era obrigado a sentir-se inferior,diminudo e desprezado. Por isso, tomou uma deciso.Escolheu ser uma pessoa livre e inteligente. Escolheuno sofrer mais pelas agressividades dos seus colegas.Edson deixou de ser paralisado pelos problemas.Comeou a usar cada ofensa como gotas para irrigara sua coragem. E voc? Seus problemas o paralisamou o tornam mais livre?A partir da, Edson parou de se deprimir. Quandoalgum o humilhava, ele no se deixava atingir. Nofazia da sua emoo uma lata de lixo. No deixavaque a violncia e a insensibilidade dos outros odestrussem.Por causa dessas atitudes uma revoluo ocorreuem sua vida. Superou pouco a pouco a sua timidez.Comeou a ser mais solto e extrovertido. O garotovirou uma fera. Comeou a fazer perguntas na sala deaula e a debater com os professores o que no entendia.Todos ficaram impressionados com sua coragem.Roberto e sua turma, ao perceber a atitude deEdson, aumentaram o tom das brincadeiras. Um dia,43 35. ao v-lo passar, Roberto colocou sutilmente um dosps na sua frente e o fez tropear diante de todos. Oscadernos voaram e ele se esborrachou no cho. Foium ato violento. Todavia, ningum o ajudou a selevantar. Ningum recolheu sequer um de seuscadernos.Novamente, toda a turma morreu de rir. Edsonno revidou. Mesmo humilhado, preferiu o silncio.Ele era pequeno por fora, mas grande por dentro.Aprendeu a proteger sua emoo.A turma toda fez o colegial junta. Aps esseperodo, se separaram. Eles moravam em So Pauloe aos poucos perderam o contato uns com os outros.Edson e Roberto ficaram vinte anos sem se ver.Roberto casou-se, teve dois filhos. Como levavatudo na brincadeira, parou a faculdade. Foi trabalhar.Achava que ficaria rico, que o mundo se submeteria sua fora. Grande engano! O mercado de trabalhono procurava pessoas fortes na fora fsica, mas fortesna sua inteligncia. Ele arrumou um emprego, masno ficou nele mais do que um ano. Teve atritos comalguns funcionrios e, por isso, foi despedido. Arrumououtro, mas no se dedicava, no se comprometia coma empresa. Depois de seis meses, foi novamentedespedido. No parava em emprego algum.Roberto gastava todo dinheiro que ganhava,nunca pensava no futuro. Montou um negcio prprio,mas no planejou direito o investimento. Ele foi vtimade uma ferida mortal dos negcios: gastava mais do44 36. que ganhava. Um ano e meio depois, faliu. Foi umpssimo aluno na escola da vida, colecionou umfracasso atrs do outro.Nos ltimos tempos, estava desempregado eansioso. H dois anos fazia servios temporrios aquie acol. Sentia-se muito envergonhado. Atrasava oaluguel da casa. O dinheiro que ganhava no davapara sustentar seus filhos. Precisava ser ajudado porparentes. Carro, nem pensar. O seu estava quebradona garagem h seis meses. No tinha dinheiro paraconsert-lo.Fez entrevistas em vrias empresas na esperanade que alguma o chamasse. Mas nada. Um dia,desanimado, leu em um jornal que uma empresa estavacontratando novos funcionrios. Mais do que depressase arrumou e foi at ela.Era uma grande empresa. Possua mais de milfuncionrios. Seu escritrio era enorme. A fachadaera de vidro azul espelhado. Suas salas eram espaosas.Roberto ficou encantado. Entretanto, havia uma grandefila de pessoas sendo entrevistadas. Entrou na fila eesperou. Aps seis longas horas chegou sua vez.Logo antes de ser chamado para a entrevista,viu uma pessoa vindo em sua direo ecumprimentando a faxineira e o guarda do prdio.Pensou consigo: Esse coitado pensa que sendo gentilconseguir um emprego aqui. Distraiu-se um pouco,deu alguns passos e, sem perceber, tropeoujustamente na pessoa que fazia aqueles cumprimentos.45 37. Caiu ao cho e a pessoa na qual tropeou pediudesculpas e gentilmente o levantou.Ao se levantar, Roberto olhou fixamente paraela. Parecia que a conhecia. Em seguida, um estalidona memria. Descobriu que era o Edson. Ele estavamais magro, bem arrumado, mas sem terno e gravata.Ao se reconhecerem, se abraaram.Roberto tinha perdido o ar prepotente devidos turbulncias que passara na escola da vida. Masdiante do Edson no podia deixar de tirar umacasquinha. Fez uma pergunta tentando humilh-lo. Ea, Edson, h quanto tempo voc est na fila?perguntou-lhe.Edson respondeu: Desde s sete da manh.Roberto fez os clculos e exclamou: Caramba! Vocj est h mais de oito horas aqui. A sua situao mais grave que a minha. Edson respondeu com bomhumor: , acho que preciso mais dessa empresado que voc.Ao se despedirem, Roberto, mantendo umacerta pose, disse-lhe: Para conseguir um empregoaqui, o cara tem de ser bom. Mas no desanime,voc pode conseguir. Edson lhe perguntou: Vocconhece o dono? Pode falar sobre mim? Orgulhosoe simulando, Roberto disse-lhe: Eu o conheo, masno sei se posso dar-lhe uma fora. Vou tentar.Despediram-se.Um homem bem vestido, vendo de longe aconversa ntima dos dois, se aproximou de Roberto:De onde o senhor conhece o Dr. Edson?46 38. Roberto disse-lhe: Dr. Edson? Ele no doutor. um desempregado que est h oito horas na fila.O homem olhou para ele e comentou: O senhor estequivocado. O homem com quem estavaconversando o dono da empresa...Roberto ficou chocado. Engoliu em seco aquelaspalavras. No podia acreditar. Seu rosto ficouavermelhado. Em segundos, passou pela sua cabeatudo o que ele havia feito ao seu colega. Saiu mudo del. Achava que nunca seria contratado. Teve uma longanoite de insnia.No outro dia, recebeu, logo pela manh, umtelefonema da empresa. Estava sendo chamado parauma segunda entrevista. Receoso, dirigiu-se apressadopara l. Ao se apresentar na secretaria, recebeu orecado de que Dr. Edson queria falar pessoalmentecom ele.Pensou que seria sua vez de ser humilhado peloEdson. Imaginou que ele devolveria toda a agressividadeque recebeu. Ao entrar em sua sala estava sem cor.Edson manteve o silncio. Com voz trmula, Robertoiniciou a conversa: Desculpe-me por tudo que fizvoc passar na escola. Eu sempre fui injusto comvoc.Edson o interrompeu e disse-lhe: No sepreocupe. Voc e outros colegas me causaramsofrimentos, mas eles nutriram a minha fora. Tivede aprender a proteger a minha emoo parasobreviver. Tive de ter metas na minha vida para47 39. poder me superar. Vocs no sabiam o que estavamfazendo.Os olhos de Roberto comearam a lacrimejar.Edson estava sendo gentil, mas ele pensou que jamaisconseguiria um emprego na empresa. Em seguida,Edson continuou: No chore! Olhei a sua ficha e vique voc tem dois filhos. Sei que passou por vriasdificuldades e ficou desempregado um bom tempo.Gostaria de dar-lhe uma oportunidade...Roberto ficou pasmo. Edson continuou:Gostaria que voc trabalhasse como auxiliar na reade recursos humanos. Essa rea cuida, entre outrascoisas, de seleo, contratao e do bem estar dosfuncionrios.Assustado, Roberto comentou: Trabalhar narea de recursos humanos? Como poderei cuidar dobem estar das pessoas se no tive habilidade parame manter nos outros empregos e se no sei tratarbem as pessoas?Edson, interrompendo a reflexo de Roberto,continuou: A vida tambm o maltratou. Transformecada erro que cometeu numa lio de vida. Vocferiu e foi ferido pela vida. Voc humilhou e foihumilhado por ela.Aps esse comentrio, Edson citou uma frasedo escritor Victor Hugo: O futuro tem muitos nomes.Para os fracos, o inatingvel. Para os temerosos, odesconhecido. Para os valentes, a oportunidade...Agarre essa oportunidade e prove que voc mudou,completou o amigo.48 40. Essas palavras ecoaram dentro do Roberto comouma bomba. Ele aceitou o desafio. Estavaimpressionado com a mudana do seu colega de classe.Ele era to tmido e frgil, mas agora era to inteligente,seguro, determinado.Logo depois, Edson contou-lhe um dos segredosque mudou sua vida: Saiba que o pior inimigo estdentro de voc. O destino raramente inevitvel,mas sim uma escolha. Escolha ser livre e inteligente.Assim, recomendou-lhe o livro que o ajudou nos temposde colgio.Roberto inicialmente se tornou um funcionrioauxiliar. Voltou a estudar, mas agora com dedicao.Foi muito difcil trabalhar e estudar ao mesmo tempo,mas ele passou a ser controlado por uma meta.Terminou a faculdade e, em seguida, fez alguns cursosde ps-graduao.Todos os dias ele se esforava para ser umfuncionrio exemplar. Falhava algumas vezes, masprocurava expressar as suas idias sem temor. Elesempre foi individualista, mas pouco a pouco comeoua ter prazer em trabalhar em equipe. Ele estimulava aspessoas a emitir sua opinio sobre seu trabalho.Quando algum o corrigia, ao invs de reagir comagressividade como antes, agradecia. O resultado?Aquele homem rude foi lapidado em suainteligncia. Foi transformando em sua maneira depensar. Aprendeu a ser pequeno para se tornar grande.Aps seis anos na empresa, foi promovido a gerente49 41. de recursos humanos. Aps mais trs anos, assumiu oposto de diretor dessa rea.A histria de Roberto um exemplo slido deque dentro do homem mais bruto h um diamante aser encontrado e lapidado. Do ponto de vistapsicolgico, o ditado Pau que nasce torto morre tortoest errado. Embora no seja uma tarefa fcil, todostm possibilidade de mudar.Roberto no deixou escapar a oportunidade.Tinha tudo para ser um fracassado. Estava destinadoa ser um derrotado, uma pessoa problemtica a vidatoda. Todavia, como o destino uma questo deescolha, fez a escolha certa.Escolheu respeitar os outros e se respeitar.Escolheu corrigir as rotas da sua vida. Optou por serlivre dentro de si mesmo. Tornou-se, assim, umexecutivo brilhante. Foi capaz de fazer dos seus errosum forte alicerce para construir uma nova histria. Equanto a voc? O que voc faz com seus erros efracassos?Roberto, alm disso, aproveitou bem todos oscursos e treinamentos dados pela empresa. Aprendeua ter compromissos emocionais com ela. No eraalgum que s se preocupava com seu salrio no finaldo ms.Ao chegar no trabalho, percebia-se de longe asua mudana. Ele cumprimentava todos os funcionriospor quem passava. Fazia questo de apertar as mose dar um bom dia para os empregados menos50 42. graduados. Foi valorizado, por isso, aprendeu avalorizar cada ser humano.Na escola da vida, o mundo d muitas voltas.As lies esto em cada curva da vida. No deixe asoportunidades passarem...51 43. Voc quer um jardim sem espinhos? Noexiste! Deseja uma vida sem dificuldades?Impossvel! H um lugar onde no existemproblemas, mas ningum quer morar l. Nocemitrio.Ricos e pobres, reis e sditos, grandes epequenos tm suas dificuldades, seus momentosdifceis, seus dias amargos. Ao tropear, oimportante se levantar, se superar e continuar...Mesmos nos dias mais tristes de sua vida,h solues que voc ainda no encontrou. Abra-se!Areje sua emoo! No se desabe quandoalgum o ofender, criticar, tolher, atrapalhar.Um problema s se torna um monstro capaz dedestru-lo se voc o alimentar...Dica do professorEstressildo: Quem controlado pelo medo,paralisa-se. Quem controlado pelos sonhos,nunca deixa decaminhar. Faz da vidauma aventura... ProfessorEstressildo 44. Captulo 4UMA TRGICAAVENTURA"Uma pessoa inteligente aprende quando erra, umapessoa sbia aprende quando os outros erram."Augusto Cury 45. F erdinando Magellan era portugus naturalizadoespanhol. Era um homem corajoso, determinado edisposto a conquistar o que ningum havia alcanado.Certa vez teve um grande sonho. Queria dar a voltaao mundo pelos mares.A tarefa era muito mais ousada do que conquistarhoje alguns dos planetas que circundam o Sol. Napoca, os oceanos guardavam segredosincompreensveis. O formato da Terra era um mistrio.No havia tecnologia para suportar as tempestadesmartimas.Na alma de Ferdinando pulsava o desejo deexplorar o desconhecido. Ele olhava para o mar que55 46. se estendia diante dos olhos e se encantava com apossibilidade de explor-lo. Ele sonhava com gua ebarcos todos os dias. Quanto mais aumentava o desejode navegar pelo mundo, mais perdia o prazer de andarem terra firme.Como era marinheiro e tinha influncia na corteda Espanha, convenceu o rei a financi-lo. Seu sonhopenetrou na mente do rei e criou razes no territrioda sua emoo. Assim, obteve dinheiro necessrio paraa grande aventura. A maior aventura de um homemde sua poca.No incio da expedio, eram cinco barcos e265 homens dispostos a tudo para alcanar a faanha.Ferdinando gritava: O mundo nosso! Correremostodos os riscos para conquist-lo. Ele incendiava onimo dos marinheiros. Eufricos, todos bebiam vinhoe zombavam das ondas do mar. Ao partirem, olhavampara os homens que estavam no porto e seconsideravam acima dos mortais.Todo comeo assim. Quando algum abre umaempresa, ele e seus empregados ficam animados esonham com grandes conquistas. Alguns j vemgrandes somas de dinheiro nas mos sem antescomear a trabalhar.Do mesmo modo, quando um poltico ganha aeleio para presidente, alguns ficam to eufricos aoseu lado que desprezam os problemas futuros e o tratamcomo se ele fosse um super-heri. Ser otimista timo,mas o excesso de euforia pode gerar um otimismo56 47. exagerado que nos faz mopes para enxergar certasdificuldades. Foi assim com Ferdinando e os homensque o seguiam. Eles no imaginaram os sofrimentosintensos que viveriam. medida que entravam em alto mar, estavamconscientes de alguns perigos, mas no de algunsgraves obstculos. Estavam preparados para algumasturbulncias, mas no para as mais importantes. Osproblemas surgiram e Ferdinando, como um lder, osanimava a resolv-los. Sob seu comando, todoscontrolavam seu desespero e se dispunham a continuara jornada.Porm, os problemas aumentaram. A viagemfoi longa e, como no havia como conservar osalimentos, eles foram se deteriorando e diminuindo.Ento chegou a fome que gerou agressividade e atritosentre os navegantes. Tiveram de diminuir a rao diriade comida. Depois chegaram as doenas. Quem delastrataria? No havia mdicos nem medicamentosavanados na poca. Depois chegou a tristeza.Abatidos pela fome e debilitados pelas doenas, osmarinheiros j no cantavam. Ningum batia palmasnem tinha esprito aventureiro.Por fim, chegou a saudade. Os mais jovenslembravam-se da cama gostosa de suas casas e dacomida perfumada e quente de suas mes. Os queadoeciam se tornavam um estorvo para os demais.No comeo, formavam uma grande famlia, agoradesprezavam uns aos outros como se fossem estranhosnum espao to pequeno.57 48. Um homem deve aprender a chorar. Os quechoram no represam a sua dor, por isso aliviam a suaalma. Nos barcos de Ferdinando os que choravam eramtratados como fracos. Ningum se importava com eles.No continente ficaram os amigos, os filhos, os pais, anamorada, a flor da macieira. No mar estava odesespero de homens que perderam a sensibilidade.A escola da vida trouxe grandes lies. Foramto intensas as dificuldades que a aventura se tornouum tormento. O mar ficou pequeno para tantosofrimento. Se tivessem chance de voltar atrs, amaioria no teria embarcado. Mas agora no haviacomo retornar. Estavam no meio do oceano.Um dos marinheiros, que estava no barco deFerdinando, chamado Sancho, ficou muito debilitado.Delirava e dava gritos ensurdecedores que abafavam oburburinho das ondas. Dizia: Me levem para casa!No me deixem morrer! Sancho queria beijar seuspais, ver as flores arrebentando na primavera, sentir ocheiro da chuva irrigando a terra seca. Era um belssimodelrio.Ferdinando Magellan se aproximou de Sanchoe se ajoelhou no seu leito. Balbuciando as ltimaspalavras, Sancho lhe disse: Capito, leve-me paracasa. Em seguida, fechou seus olhos nos braos deFerdinando.O capito sentiu um n na garganta e um apertono peito. Cada homem que perdia apunhalava suaalma. Olhava para os colegas famintos e sedentos e58 49. ficava inconsolado. Cada grito que ouvia repercutiana sua emoo. Jamais imaginou que a grandeaventura se tornaria uma grande tragdia.No bastasse a fome, as doenas, a escassez degua e o calor intenso, o oceano mostrou sua fria.Tempestades abateram os pequenos barcos. As ondasorgulhosas invadiram o convs, romperam o mastro,fenderam o casco. O resultado? Homens foramabraados pelo oceano e silenciados por ele. Morreramquase todos.Apenas um dos barcos, chamado Vitria, voltou.E nele havia apenas uma tripulao de 15 pessoas.Eles conseguiram dar a primeira volta ao mundo emtrs anos. Isso aconteceu em 1522, quando algunsmarinheiros aportaram em Sevilha, na Espanha. Foium grande feito, mas no havia heris, s homenssem flego. O sonho se tornou em pesadelo.Ferdinando estava no barco Vitria, quasecompletou a travessia. Mas no resistiu. Faleceu antesde retornar Espanha. Ele chorou silenciosamente asua derrota. Nos filmes de fico, os heris,freqentemente, so coroados pelas suas aventuras.Mas, na escola da vida, os heris sofrem asconseqncias dos seus atos.A vida uma grande aventura, mas viverperigosamente pode trazer srias conseqncias. Todosdevemos correr riscos para executar nossos sonhos.Por exemplo, todos devemos ser corajosos paraconquistar as pessoas que amamos, para ajudar os59 50. outros, para cursar uma boa faculdade, para ser umexcelente profissional, para ser um grande empresrio.Devemos ter garra para romper nosso orgulho,destruir nossa timidez, dominar nosso medo, repensarnossas verdades, superar nosso comodismo. Isso correr riscos saudveis. Todavia, nunca devemos correrriscos que coloquem em perigo nossas vidas e a dosoutros.Seja um grande empreendedor. Algum capazde criar, inventar, fazer coisas que ningum fez. Tenhasonhos que promovam a vida e que o transformemno num heri, mas num eterno aprendiz...60 51. Em 1992, a Assemblia Geral da ONUdeclarou o dia 22 de maro de cada ano como oDia Mundial da gua. Alguns pensam quea gua inesgotvel. Mentira!Apesar de 70% da superfcie da terra serocupada pela gua, 97,5% dessa gua salgadae s 2,5% do total gua doce. Alm disso,tirando a gua das geleiras (69%) e aarmazenada no subsolo (30%), sobra menos de1% de toda a gua doce disponvel para uso. Ouso abusivo da gua e a contaminao dosmananciais esto provocando uma grande faltada mesma.Mais de um bilho de pessoas estosofrendo pela falta de gua. No adesperdice. Daqui a alguns anosum barril de gua valer maisdo que um barril de petrleo.Socorro! Estou com sede!Preocupe-se com aeducao ambiental.Economizar gua umaatitude inteligente... ProfessorEstressildo 52. Captulo 5O MESTRE E ASFLORES"Aquele que aprende, mas no pensa est perdido.Aquele que pensa, mas no aprende est em grandeperigo..."Confcio 53. H avia um homem muito especial, que eraseguido por multides. Ele viveu h cerca de dois milanos e, sem derramar uma gota de sangue de qualquerpessoa, mudou o mundo. Qual o seu nome? desnecessrio dizer... A histria contada antes edepois dele. Ele conquistou o corao das pessoas etransformou sua maneira de pensar. Se voc quiserajudar algum, no o controle, primeiro conquiste oseu interior, depois o ensine a pensar.Na poca em que ele viveu, o egosmo e oindividualismo faziam parte da rotina das pessoas. Cadaum procurava apenas seus prprios interesses. O amorfoi sufocado e esquecido. A tolerncia e o perdo eramjias raras, difceis de ser encontradas.65 54. Ele no teve privilgios sociais. Nasceu entreos animais. Foi perseguido aos dois anos de idade.No lhe deram a chance de brincar. Na adolescnciafoi um carpinteiro. Construa objetos de madeira etelhados. Carregava pesadas toras. Tinha calos e bolhasnas mos, mas no reclamava. Trabalhou com martelo,pregos e madeira. Vejam isso: trabalhou com asmesmas ferramentas que um dia o destruram.Ele no freqentou os bancos de uma escola,mas freqentou a escola da vida. Nessa escola, eleaprendeu a enfrentar o preconceito, o medo e asfragilidades humanas. Foi um grande aluno, por issotornou-se um grande mestre. Enquanto entalhava amadeira, analisava o corao das pessoas e percebiacada uma das suas dificuldades.Com trinta anos de idade resolveu revelar seuspensamentos. Era de se esperar que ele fosse umapessoa agressiva, ansiosa e infeliz, pois atravessoumuitas dificuldades desde a infncia, mas, revelou-segentil, tranqilo e feliz.Ele no usava lousa e giz, mas era to inteligenteque as pessoas paravam tudo o que faziam para ouvi-lo.O mestre da escola da vida falava com poesia. Suaspalavras colocavam combustvel no nimo das pessoas,reacendiam sua esperana.Era socivel, gostava de festa e de jantares. Todosqueriam dar um jeito de ficar ao seu lado. Era umfantstico contador de histrias. Sua mente era muitocriativa. Sua imaginao era frtil como as terras s66 55. margens do Nilo. Contava histrias to interessantesque as crianas e os jovens no piscavam os olhos aoescut-las.Certa vez, algumas crianas queriam seaproximar dele para ouvi-lo, mas os seus amigosntimos as impediram. Os seus amigos no ocompreendiam, por isso freqentemente oatrapalhavam. Dessa vez, ele lhes deu uma grandelio. Tomou as crianas nos seus braos, acariciou-as.Aps essa atitude, olhou para seus discpulos eatacou suas mentes limitadas. Disse-lhes: Se vocsno forem simples como essas crianas, no entrarono meu reino.Para o mestre, na escola da vida no haviadiplomas, todos deviam se comportar como alunos.Ningum poderia entender suas mensagens se no secomportasse como uma pequena criana. Por qu?Porque uma criana uma esponja que absorve tudono meio ambiente. A infncia a melhor fase para seaprender. Perder a capacidade de aprender umdesastre. O orgulho, os preconceitos e a auto-suficinciadestroem essa capacidade.Uma das maiores lies que ele queria que todosaprendessem a no discriminar qualquer ser humano.Ele valorizou os deficientes, os cegos, os paralticos eos que viviam margem da sociedade. Os leprososeram pessoas deformadas, cheias de lceras. Algunsexalavam um odor desagradvel, pois no haviatratamento na poca. Eles estavam doentes no corpo67 56. e solitrios na alma. Todos os rejeitavam, dos amigosaos familiares. Todavia, para a nossa surpresa, essemestre fez deles seus ntimos companheiros.Alguns dias antes de morrer, ele estava na casade um homem. L ningum tinha coragem de entrar.Na casa de um leproso chamado Simo. O mestredos mestres teve longas conversas com ele. Sentou-se mesa e comeu da sua comida. Simo no podiaacreditar que algum to famoso pudesse dar tantaimportncia para si. De fato, ele gastou os momentosmais importantes de sua vida com as pessoas menosimportantes da sociedade. Viveu os patamares maisaltos da inteligncia emocional.Sua inteligncia deixava os homens pasmados.Ele no buscava ser um lder poltico ou religioso, eleapenas queria conquistar o amor do homem. Por isso,diferentemente de alguns lderes polticos e religiososda atualidade, ele no controlava ningum. Noobrigava ningum a segui-lo. No os pressionava commilagres ou com sua eloqncia. Ele s aceitavaseguidores se eles aprendessem o alfabeto do amor.Voc conhece esse alfabeto?Embora fosse muito poderoso, ele preferia serreconhecido como o mestre da sensibilidade. O que ter sensibilidade? valorizar as pequenas coisas e fazerdelas um espetculo aos nossos olhos.Quando algum est no auge da fama,freqentemente se preocupa com os aplausos dasmultides, com os autgrafos, com os shows e68 57. discursos. Mas ele era diferente dos famosos daatualidade. No se preocupava com os aplausos,preferia dar uma ateno especial s pequenas coisas.As multides o espremiam, todos queriam faz-lorei. De repente, ele parou de caminhar e silenciou-se.As pessoas acharam que ele ia fazer mais umdiscurso vibrante. Mas, ao invs disso, teve um gestosurpreendente. Ele foi em direo a algumas flores.Olhou atentamente para elas e comeou a admir-lasprofundamente. Ningum entendeu nada.Para o espanto de todos, aps admir-las, falouem voz delicada e firme: Olhai os lrios dos campos.Eles no tecem uma roupa, mas nem o rei Salomose vestiu como um deles.Todos ficaram calados. Sabiam que o reiSalomo, que havia vivido h muitos sculos, erapoderoso e tinha centenas de pessoas que o serviam.Suas vestes reais eram tecidas com fios de ouro. Elasse perguntavam: Como pequenos lrios podem sermais belos do que as vestes desse grande rei?Aos olhos do mestre da sensibilidade aquelaspequenas flores a quem ningum dava importncia,que cresciam nos campos sem ningum cultivar, erammais belas que as vestes de um grande rei. Para ele, aspequenas coisas eram tanto ou mais importantes doque as grandes. Os lrios representam tudo aquilo queparece pequeno, mas que to importante para anossa vida.Sua vida tem tido lrios? Voc tem dado valor spequenas coisas ao seu redor? Tem feito de um69 58. pequeno dilogo com seus amigos um espetculo aosseus olhos? Voc tem tido o prazer de conhecer omundo dos seus professores, descobrir suas aventuras,suas vitrias, suas derrotas? Voc tem tido o prazer deconversar com seus pais sobre o passado deles? Serque vocs no esto prximos fisicamente e distantesinteriormente?Voc precisa de lrios na sua vida. Converse comseus pais, pergunte sobre os momentos mais tristes eos mais alegres de suas vidas. Mesmo um pai rgido eagressivo tem ouro dentro da rocha da sua emoo.Saia do superficialismo.Converse com seus amigos sobre seus sonhos,suas metas, suas frustraes. Um grande amigo valemais do que uma grande fortuna. Critique menos eelogie mais. Elogie seus pais, seus irmos, seus colegas.O elogio cultiva os lrios do corao.Na escola da vida devemos dar importncia vitals pequenas coisas. Por exemplo, raramente as pessoasgastam tempo observando as borboletas. Parece queelas no tm importncia alguma. Mas voc sabia quequanto mais espcies de borboletas existirem num certoambiente, mais preservado ele estar?Foram encontradas 250 espcies diferentes deborboletas em reas arborizadas da cidade de SoPaulo. Parece muito, mas no . A poluio de SoPaulo destruiu cerca de 500 espcies. Se o ambientefosse puro, o nmero de espcies encontradas estariaem torno de 750.70 59. As borboletas so as danarinas do ar. Elasprocuram o nctar das flores, o rico suprimento queas alimenta. Aps sug-lo, batem em retirada paraoutras flores, polinizando o jardim e facilitando aproduo de mais plantas. Elas so to pequenas, masto importantes.Infelizmente, so muito sensveis poluio. Seno ambiente que voc freqenta no encontrar alegresborboletas danando no ar, saiba que o ar que vocrespira ruim e sua qualidade de vida est afetada.Voc tem o direito de respirar um ar puro. No secale. Reclame dele para as secretarias das prefeituras.Quantas espcies de borboletas voc tem vistona regio onde mora? Talvez voc tenha tempo paraassistir TV e ver filmes que trazem cenas de violncia,mas no tem alguns segundos para admirar aspequenas coisas que o circundam.Gaste tempo com aquilo que gera um prazersaudvel. H homens milionrios que constroempalcios e imensos jardins, mas no tm tempo paraadmirar suas flores. So ricos financeiramente, masmiserveis no territrio da emoo. Seja rico dentrode voc, no nico lugar que no admissvel serpobre...Os discpulos do mestre da sensibilidade estavampreocupados com seus milagres, com posio social epoder poltico. Mas ele mostrou que o maior milagre aquele que se esconde nas pequenas coisas.No se esquea das pequenas coisas. Elasescondem os segredos da felicidade...71 60. Parece que alguns jovens so imutveis.Quebram a cara, mas no mudam. Tropeam cemvezes, mas ainda andam pelo mesmo caminho.So mestres da teimosia.Do sempre as mesmas respostas para osmesmos problemas. No conseguem questionaras suas opinies. No abrem as janelas de suasmentes para ver o mundo de outra maneira. Porqu?Um dos motivos o excesso de informao notrabalhada. Ter muitas informaes, mas pensarpouco, no muito til. Consumir informaes bom, idias melhor. No engula o que os outrosdizem a voc. Seja crtico! Debata as idias emsala de aula e nos ambientes sociais.Acredite! O caminho paraexpandir a inteligncia transformar as informaesem conhecimento e oconhecimento em experincia.E a, garoto? Quer fazerdiferena? Ande nessecaminho!ProfessorEstressildo 61. Captulo 6SUPERANDO ASALGEMAS DA EMOO"Modificar a histria no modificar apenas umfeito. anular suas conseqncias que tendem a serinfinitas..."Jorge Luis Borges 62. M arcos no tinha grandes motivos parater conflitos. Sua famlia tinha um bom nvel financeiro,seus pais eram cultos e amorosos. Marcos era socivele possua vrios amigos. Nunca fora abandonado,agredido ou sofrera alguma doena fsica grave.Portanto, tinha tudo para ser um jovem feliz esaudvel.Ningum poderia imaginar que ele desceriaao ltimo grau da misria e do sofrimento humano.Seus pais e irmos gostavam de festas, mas eleera isolado. Raramente fazia programa com eles. Tinhaum comportamento auto-suficiente. No suportava queningum lhe apontasse um erro ou lhe desse um75 63. conselho. Queria liberdade total. Dizia freqentemente:Eu sei me cuidar.Aos 13 anos brigou com a irm porque elanamorava um rapaz que usava maconha. O atrito foifeio. Disse a ela: No quero que voc namore umdrogado.Quem observava a rigidez e agressividadede Marcos poderia apostar que ele nunca usaria drogas.Entretanto, Marcos no era muito seguro. Seusamigos exerciam uma influncia muito grande sobreele. Alm disso, no tinha metas na vida, no sepreocupava com seu futuro. No sonhava em ser ummdico, um advogado, um engenheiro, um cientista,um empresrio ou um trabalhador que construsse comdignidade a sua vida. Como a maioria dos jovens, viviasem projeto de vida. Vivia porque estava vivo.Certa vez, numa festa, alguns amigosofereceram-lhe maconha. Ele rejeitou. Mas o maiorteste sempre est na segunda ou terceira vez. Em outraoportunidade, os amigos insistiram e o gozaram,dizendo: Vejam o careto da mame!Envergonhado, e j alcoolizado pelas cervejasque tinha tomado, ele cedeu. Queria ser aceito pelogrupo. A mora o perigo. Resolveu, ento, dar umatragada. Mas disse consigo: Ser s dessa vez.Porm, como freqentemente acontece, a primeiravez abriu as portas para a segunda e para a terceiravez... Aps dois meses, fumar maconha passou a sernormal. Mas dizia: Eu fumo s de vez em quando.Comeou a fumar aquilo que aparentementedetestava. Todos os conselhos dos seus pais e dos seus76 64. professores caram por terra diante da influncia dosamigos. No havia traficante na parada, mas sim omedo de sentir-se rejeitado. Como todo usurio dedroga, nunca pensou que ficaria dependente. Querias curtir o momento. sempre assim. O filme no muda. Tudocomea lentamente. como nadar em alto mar a partirdas ondas da praia. Cada vez mais as ondas levam obanhista suavemente para mais longe. De repente,descobre-se que se est muito distante da praia. Ento,vem o sufoco.Marcos comeou a usar um baseado, cigarro demaconha, todos os finais de semana. Depois de seismeses, comeou a us-lo no meio da semana. Quandoum amigo o contestava, para aliviar sua conscincia,ele dava a velha desculpa: O cigarro causa maisprejuzo do que a maconha e liberado.Marcos cometeu um grave erro. Tentava justificaro uso de uma droga por outra. O cigarro socialmenteaceito e comercialmente livre, mas uma droga. Amedicina estudou muito mais os efeitos do cigarro doque os da maconha, por ser ele usado largamente emtodo o mundo. A medicina acompanhou a vida demdicos fumantes na Inglaterra por dcadas. Atravsdessa e de inmeras outras pesquisas produzidas pormilhares de cientistas, sabemos que o cigarro umadas piores drogas que o homem j conheceu.Sabe-se que ele causa diversos tipos de cncer:na boca, na garganta, nos pulmes. Milhares de77 65. pessoas morrem diariamente devido s conseqnciasdo cigarro. Enquanto voc est lendo este livro, morremvrias pessoas por causa dele. Alm do cncer, o cigarroprovoca inmeros outros transtornos. Ele produzdoenas respiratrias graves, como o enfisemapulmonar. Quem tem enfisema vive miseravelmente.Clama pelo ar, mas ele no entra em sua correntesangunea. Por qu? Devido destruio das clulasdos pulmes.E a maconha? Sabemos que ela prejudicaseriamente a sade, mas como foi estudada bem menosdo que o cigarro, muitos dos seus efeitos permanecemdesconhecidos.De qualquer forma, j sabemos que alguns efeitosda maconha so muito prejudiciais. Ela abaixa aimunidade, a defesa do organismo, facilitando asinfeces. Impregna no crebro e diminui aconcentrao e o registro da memria. E,principalmente, controla e aprisiona a motivaohumana. O que significa isso? Vejamos.Existe um nome esquisito chamado detetrahidrocanabinol. Esse nome representa a substnciaativa da maconha que atua no crebro. Devido ao fortepoder tranqilizante dessa substncia, a maioria daspessoas que usa maconha vai, ao longo dos anos,perdendo a motivao para estudar, trabalhar e correratrs dos seus sonhos e projetos de vida.Infelizmente, por desconhecimento, raramentealgum comenta que o maior prejuzo da maconha a78 66. destruio do nimo, da garra, da capacidade de lutarde uma pessoa.Marcos comeou a fumar maconha todos os dias,perdeu o nimo para fazer programas saudveis efaltava muito nas aulas.Jamais pensou em usar cocana. Um dia lheofereceram um papelote. Ele recusou. Cocana, nempensar. Em um outro ambiente, alguns colegasnovamente insistiram. Como tinha fumado maconhae bebido algumas doses de usque naquela noite,resolveu experimentar. Usou a primeira, a segunda, aterceira vez... Em dois anos entrou de cabea. Suavida social tornou-se pssima.No estudava, dormia at tarde, no lia um livro,no fazia uma nova amizade. Brigava todos os diascom seus pais. Eles choravam freqentemente. Masas lgrimas deles no o comoviam. Queriam que elese tratasse, mas, como muitos usurios de cocana,achava que no era dependente.A cocana, diferentemente da herona, no causadependncia fsica, mas apenas psicolgica. Um jovemdependente de herona humilde, pois em umasemana sente os efeitos da dependncia do organismo:dores musculares intensas, vmitos, febre, convulses.Por isso, ele procura ajuda facilmente.Um jovem que usa cocana, pelo fato de no terdependncia fsica, mais orgulhoso. Raramente achaque est dependente. Ele pra de usar dois ou trsdias, sem problemas. De repente, sente os sinais da79 67. dependncia psquica: angstia, ansiedade, irritao,depresso. Mas raramente reconhece que esses sosinais da sua dependncia. Ento, ele procura umanova dose para se aliviar. Freqentemente, s depoisde alguns anos, quando est bem acabado, ele procuraajuda. Desse modo vai se tornando prisioneiro no nicolugar que deveria ser sempre livre: dentro de si mesmo.Nos primeiros dois anos de uso de cocana,Marcos se gabava de ser o mais controlado do grupo.Chegava a dar uma bronca nos amigos que usavamdemais. Tinha medo de que morressem por umaoverdose. Overdose uma superdose da droga. Nocaso da cocana, ela pode parar a respirao. umaloucura. O usurio sente falta de ar, fica roxo, desmaia,enrola a lngua, vira o olho. s vezes, pode at estourara parede do seu corao .Marcos j tinha perdido alguns amigos por causade overdose. Tinha muito medo de que issoacontecesse com ele. E... aconteceu. Certa noite, bemdeprimido, esqueceu-se de sua preocupao e usouuma overdose. O corao parecia que ia sair pela boca,estava ofegante e, de repente, desmaiou. Os colegascomearam a gritar. Precisou ser levado s pressas aopronto socorro. A chama da vida quase se apagou.Escapou por um triz.O jovem gastou seu dinheiro e seu futuro comas drogas. O dinheiro que torrou daria para comprarum carro novo e um apartamento. Seus pais, um dia,resolveram cortar-lhe completamente a mesada. Mas80 68. no adiantou. Passou a roubar. Roubava as coisas desua prpria casa para enriquecer o traficante.No terceiro ano de uso de cocana, um amigo ausou nas veias na sua frente. Ento, como estava muitoansioso, fez a primeira aplicao. Sentiu que a cenaera horrvel. O sangue, a droga e a seringa produziramuma imagem macabra. Disse que nunca mais faria issode novo. Como as drogas e a mentira so duas amigasinseparveis, traiu novamente o que dissera e se picououtra vez...Em dois meses, passou a se aplicar todos osdias. No quinto ano de uso de cocana, passou a seaplicar vinte vezes por dia. As veias do braoendureceram. Ento, sem nenhum respeito pelo seucorpo, comeou a se picar nas veias do p, das mose do pescoo. Marcos no vivia, vegetava. Sua vidaperdera o encanto. Tornou-se um cu sem cor.Por usar diariamente uma dose grande decocana, comeou a fazer pequenos trficos para poderconsumir. Passava cinco gramas de cocana para oscolegas e ganhava um grama do traficante. Um dia,como era de se esperar, foi pego pela polcia commais de vinte gramas. Foi preso. Gritava na priso,mas ningum o ouvia. Por fora, as barras de ferro oprendiam. Por dentro era pior, as algemas dadependncia o esmagavam. Que priso pior? A dedentro, a do crcere da emoo.A priso ficou pequena para um jovem que sesentia o mais infeliz dos homens. No julgamento, ojuiz, compreendendo que ele era um dependente, ficou81 69. comovido. Deu-lhe uma chance para se tratar. Marcosagradeceu, caiu em si. Disse, no tribunal: Doutor,no vou decepcion-lo. No queria voltar para o lugarfrio, mido e solitrio da priso. Esse, definitivamente,no era seu lugar.Ao ver seus pais no tribunal, correu para seusbraos e os beijou prolongadamente. Parecia umacriana. A escola da vida apertou-lhe a alma e por issoele disse-lhes: Desculpem-me se os fiz perder tantasnoites de sono. Perdoem-me, porque no meimportei com seus sentimentos. Refleti muito napriso. Sei que joguei minha vida no lixo... Noconseguiu falar mais nada. As lgrimas falaram porele.Comovida, sua me lhe disse: Todo mundo erra,meu filho.A luta foi grande. O tratamento foi complexo.Precisou da ajuda dos pais, dos amigos, de profissionaise do Autor da vida. Marcos recaiu algumas vezes, masaprendeu algo fundamental para quem quer ser livre:ser honesto. Toda vez que recaa era honesto comseus pais e seu psiquiatra. Aprendeu a banir a mentirados becos de sua existncia.A cada recada ele ficava frustrado, mas eraestimulado a continuar lutando. Seu maior desafio paraencontrar a liberdade no era parar de usar as drogasexteriormente, mas terminar o romance que tinha comelas dentro de si, na sua memria, no seu inconsciente.Assim, pouco a pouco, foi destruindo as favelas desua memria e plantando jardins nos solos de suaemoo.82 70. O jovem Marcos foi deixando de ser vtima paraser o lder da sua histria...Hoje ele d palestras sobre drogas para muitosjovens nas escolas. Ele gosta de deixar um recado: Osdependentes de drogas no so felizes. Por nada nomundo vendam a sua prpria liberdade. Nuncadeixem que os outros controlem a sua vida...83 71. Num dia de 1895, o fsico alemoWilhelm Roentgen levou um susto. Quasedesmaiou. No era para menos: ele conseguiuver os ossos de sua prpria mo. Parecia coisade fantasma. Empenhado em estudar apassagem da eletricidade por um tubo de vidro,o ousado cientista descobriu uma espcie de luzcapaz de atravessar o corpo.O raio era to misterioso que mereceu sechamar Raio X. Foi uma descoberta de arrepiar.Revolucionou a medicina. Podemos observar oorganismo por dentro sem precisar abri-lo.Desse modo, os mdicos podem fazerdiagnsticos de fraturas, lceras,tumores.Use sua intelignciapara preservar a vida e nopara se destruir. Invente,imagine, crie. Creio que omundo ficar melhor comsuas descobertas! ProfessorEstressildo 72. Captulo 7O MILAGRE DO AMOR EO ESPETCULO DODILOGO"A verdadeira viagem no consiste em sair procurade novas paisagens, mas em possuir novos olhos..."Marcel Proust 73. J orge era um pediatra sensvel e que apreciavao dilogo. Tinha uma filha chamada Carol de catorzeanos. Carol era impaciente e gostava de exageros.Sempre que tinha uma dor, ela a aumentava, sentindocomo se fosse morrer. Quando queria alguma roupa,insistia tanto que parecia que seu guarda-roupa estavavazio.Paciente com Carol, seu pai sempre conversavasobre seus exageros. Embora fosse ansiosa, era umajovem amvel, principalmente com ele. Achava quesua me pegava muito no seu p. Como ela demoravaa atender as solicitaes de sua me, Dr. Jorge eraquem freqentemente impunha-lhe limites.87 74. Ele que pedia para ela tomar banho, escovaros dentes, se levantar. Carol era gentil e teimosa aomesmo tempo. Beijava os pais, mas queria fazer tudono horrio dela. Faz-la desligar a TV para dormir erauma batalha!Os pais do Dr. Jorge moravam em um stio.Carol gostava de passar os finais de semanaprolongados com eles. Gostava de ouvir os pssaros,aguar as plantas, correr no campo com as primas.Certa vez, o feriado caiu na sexta-feira. Elacombinou com os avs que seu pai iria lev-la duranteo dia. Mas como ele esteve ocupado, deixou para lev-la noite. Era uma noite escura, sem luar, mal se viamalgumas estrelas. A noite prometia uma boa chuva.No meio do trajeto, Carol se lembrou de quetinha se esquecido de colocar a escova de dente namala. Recebeu uma pequena bronca do seu pai que,mais uma vez, disse que se ela no escovasse os dentes,as bactrias se proliferariam, destruiriam o esmaltedentrio e, assim, produziriam as cries.Como estava distante de casa, Dr. Jorge pediuque ela enxaguasse bem a boca e usasse o fio dentalaps as refeies. A higiene bucal muitoimportante, minha filha, reafirmou. Ela disse: Tbom, pai. Voc j falou isso mil vezes, resmungou.Dois quilmetros antes de chegar casa dosavs, comeou a chover. No incio chovia mansinho,mas logo se intensificou. De repente, o carro encravou.Dr. Jorge acelerou e... nada. O carro danava pra c e88 75. pra l, mas quanto mais danava, mais atolava. Carolcomeou a entrar em pnico. Parecia que o mundo iaacabar.O pai ficou irritado e lhe deu uma bronca: Parede exagerar, menina. Acelerou o carro outras vezes,fazia um barulho e nada... O carro paroucompletamente de se mover. As duas rodas traseirasse afundaram no barro. L fora uma torrente de guacaa sem parar. Carol comeou a chorar alto. O painovamente deu-lhe uma bronca: J estou preocupadocom o carro e voc ainda d esse escndalo!Carol, ento, comeou a soluar baixinho. Dr.Jorge se acalmou, dominou seus pensamentos,controlou sua ansiedade e percebeu que dessa vez haviasido injusto com sua filha.Ele era to tolerante com os adolescentes quetinham medo de ir ao mdico, de ser internados, detomar uma injeo e de tantas outras coisas, mas noestava sendo paciente com sua querida filha. Porm,ele tinha uma grande qualidade. Diferente de muitospais, no tinha medo de reconhecer seus erros e pedirdesculpas para seus filhos. Alis, achava que os paisque pedem desculpas para os filhos ensinam-nos ausar suas falhas para crescer.Por isso, voltou-se para a Carol, tomou-a nosbraos, beijou-a e lhe disse: Filha, me desculpe. Euno fui compreensivo com voc. Em seguida, entrouno mundo da sua emoo. Perguntou o que ela estavasentindo e pensando. Ela disse-lhe que tinha medo de89 76. raios. Comentou que ficava apavorada ao imaginarque um raio poderia cair sobre o carro.O pai procurou tir-la do foco de tenso, ouseja, do seu medo. Ele levou-a a pensar: Filha, umlavrador deve ter medo dos raios ou elogiar a chuva?Ela pensou e respondeu: Elogiar a chuva. Muitobem, disse ele.E acrescentou: Os perdedores vem os raiose os vencedores vem na chuva a oportunidade decultivar. Veja a chuva. Veja sempre o lado positivodas coisas que parecem negativas. Dr. Jorgecontinuou, explicando que a chuva era um dos maioresmistrios da natureza. Era um dos mais belos presentesde Deus para a manuteno da vida. Ele pediu paraque ela imaginasse um mundo sem chuva, sem gua.Ela disse: Seria um grande deserto. Sem plantas,sem pssaros, sem vida... isso mesmo, querida. Dr. Jorge ficou alegreporque Carol, diferentemente das outras vezes,comeou a raciocinar no foco de tenso, diante de umreal problema.Em seguida, ele comentou que as plantas l foraestavam profundamente agradecidas pela chuva. Porque ento deveramos ns ficar apavorados?,refletiu.Carol comeou a viajar nas idias do pai e foimais longe. Disse-lhe: Papai, como que esto ospssaros? Eles esto l fora. No tm um carro ouuma casa para se proteger. Eles no esto90 77. reclamando, ao passo que eu reclamo muitas vezespor coisas to pequenas.Dr. Jorge ficou impressionado com asconcluses da filha. Elogiou-a e perguntou: O que ospssaros fazem logo pela manh ao passarem poruma longa noite de tempestade? Ela disse: Elescantam sem parar! Eu me lembro de ouvi-los cantarnas manhs de domingo apesar de ter cado umaforte chuva na noite anterior.O pai concordou: isso mesmo, filha. Ospssaros talvez tivessem todos os motivos do mundopara acordar tristes, sem nenhum canto, mas fazemuma grande festa. Eles se alegram diante das suasdificuldades, enquanto ns, que somos uma espcieinteligente, ficamos aborrecidos e angustiados. Nsdetestamos os problemas e no sabemos extrair delesa alegria.Carol, mais uma vez, viajou na sabedoria do paie comentou: Papai, lembra-se de que esqueci aescova de dente? Ele respondeu: Claro!E concluiu: De que me adianta evitar as criesse no sei superar meu medo? O pai ficou mudodiante do raciocnio da filha. Carol estava aprendendoa pensar.Dr. Jorge ficou to feliz que convidou sua filha asair do carro e a andar na chuva. Ela topou. Elesatolaram os ps no barro. Caram na lama.Levantaram-se, se abraaram e comearam a cantarcomo se fossem as pessoas mais felizes do mundo.91 78. Deixaram o carro na lama e resolveram caminhar noite at casa dos avs. Eram dois quilmetros.Nunca a lama e a tempestade produziram tanta alegria.Chegaram meia noite. Bateram porta. Oav, assustado, atendeu. Quando os viu pensou quefossem extraterrestres. Estavam sujos da cabea aosps. Estavam bbados de alegria. Brincaram com oav, correram atrs dele. Foi uma festa. Um momentoinesquecvel.O milagre do amor gera o espetculo dodilogo...92 79. Leonardo Da Vinci foi um dos maioresgnios da humanidade. Vivia fabricando idias.Parecia estar em outro planeta. Conte quantasfunes ele exerceu: arquiteto, escultor, mecnico,urbanista, engenheiro, fisilogo, qumico,botnico, gelogo, cartgrafo, fsico. Ningumsegurava esse homem. Ele arrasava.Ainda arranjou tempo para ser um dosmaiores pintores do mundo. A Mona Lisa coma expresso de faz de conta que no fui eu foipintada por ele.Tome o exemplo desse grande gnio. Vocpode praticar esporte, ouvir msica, reunir-secom os amigos e ainda arranjartempo para ser um excelenteestudante.Lembrete: No arrumedesculpa! Planeje sua vidaque voc construir umabela histria...ProfessorEstressildo 80. Captulo 8OS JOVENS, OHOLOCAUSTO E OSDIREITOS HUMANOS"A maior represlia contra um inimigo perdo-lo.Se o perdoamos, ele morre como inimigo e renascea nossa paz. O perdo nutre a tolerncia e asabedoria..."Augusto Cury 81. M rio no respeitava muito o direito dosoutros. O mundo tinha de girar em torno dele. Umdia, comeou a conversar alto com os amigos no fundoda classe. Ningum conseguia prestar ateno no quea professora Maria Lcia ensinava. Ela pediu silncio,mas ele no se importou. De repente, ela chamou suaateno e ele a enfrentou, gritando: Voc no mandaem mim!A professora sabia lidar com os conflitos emsala de aula. Ao invs de ficar agressiva ou chateada,protegeu-se. No permitiu que a agressividade do seualuno invadisse sua emoo. Sabia que o desrespeito97 82. que ele apresentava em classe no era com ela, masrevelava um problema que ele tinha dentro de si. Mriono respeitava os outros porque no sabia se respeitar.Todos esperavam que ela o mandasse para forada classe ou lhe desse uma grande bronca. Mas, aoinvs disso, ela o olhou fixamente e, posteriormente,para toda classe. Em seguida, interrompeu a aula econtou uma breve histria que parecia que no tinhanada a ver com o acontecido. Uma histria que falavasobre os direitos humanos. Ela sabia educar a emoodos jovens.Disse-lhes: Vou contar uma triste histria, masmuito importante para que possamos aprenderalgumas lies de vida: a histria do holocaustojudeu. Uma histria em que os direitos humanosforam completamente destrudos.Comentou que durante a Segunda GuerraMundial, na Alemanha e em muitos pases da Europa,os judeus e outras minorias perderam todos os seusdireitos. Os nazistas, que eram do partido de Hitler,queriam exterminar com todos os judeus, como se elesno fizessem parte da espcie humana. Foi uma coisahorrvel.Muitos judeus foram enviados para os camposde concentrao, um depsito humano, pior do queum chiqueiro. Faltava comida, gua e cama. Elesemagreceram tanto que ficaram pele e ossos. Muitospais foram separados dos seus filhos. Lgrimasencharcaram aqueles solos.98 83. Ser que pelo menos os jovens e as crianasjudias foram bem tratados? No! Receberam umtratamento pior do que os nazistas davam aos animais.Eles foram retirados das suas casas com violncia. Nopodiam andar nas ruas, comprar, ter amigos e ir paraa escola. No podiam beijar seus pais, ter o carinhode suas mes. Perderam tudo. Nunca se viram crianasto tristes...Por fim, foram aprisionadas nos campos deconcentrao. Foi dramtico. Elas choravam alto, masningum as ouvia. Sentiam dores, mas ningum asaliviava. Passavam frio, mas ningum as aquecia.Gemiam de fome, mas ningum as saciava. Um pedaode po era um paraso. Muitos jovens de hoje tmfartura de alimentos, mas a desprezam.Por fim, o resultado no poderia ser mais triste:mais de um milho de crianas e adolescentes judiasmorreram. Imagine o desespero que viveu cada umdesses pequenos e belos seres humanos. O mundonunca mais foi o mesmo. O holocausto na SegundaGrande Guerra foi milhares de vezes pior do que oataque terrorista em 11 de setembro de 2001.Nossa histria foi manchada para sempre. Aviabilidade de nossa espcie foi questionada.Infelizmente, at hoje, os homens se matam por muitopouco. Eles no aprenderam lies na escola da vida.A primeira lio dessa escola que a vida est acimadas nossas diferenas. A segunda que acima desermos judeus, rabes, americanos, africanos, somosapenas uma nica espcie.99 84. Nunca as crianas e os adolescentes foram toviolentados na histria como no holocausto. Roubaram-lheso direito de viver. Porm, nem todos morreramvtimas do nazismo. Havia um jovem chamado VictorFrankl que estava num dos campos de concentrao.Ele tambm foi abatido pela fome, pelo frio e pelomedo. Seus olhos fundos e sofridos viviam assustados.Mas Victor Frankl via algo alm das trincheiras.Enxergava por detrs das cercas de arames, dos cese dos guardas. Via as flores das primaveras num ridodeserto. Via as estrelas no cu numa noite sombria.Alimentava sua alma de uma esperana divina. Sonhoucom um mundo livre mesmo diante da morte. Por fim,conseguiu sair vivo de l. Saiu do crcere para brilharno mundo.Ele se tornou um dos principais pensadores dapsicologia da segunda metade do sculo XX. Seuspensamentos so saturados de esperana. Para ele, abusca do sentido de vida e de Deus devia ocupar amente e o esprito humano.Ele aprendeu a dar um significado sua vidaquando a vida valia menos do que nada. Por issopodemos dizer que a vida humana to criativa quemesmo na terra do holocausto, a dor ainda conseguiuinspirar algumas belas poesias. O deserto aindaproduziu algumas belssimas flores. Victor Frankl foiuma delas. Mas no foi a nica.Vocs sabem quem ganhou o prmio Nobel deliteratura de 2002? Tambm foi um judeu, vtima dasatrocidades do nazismo. Seu nome Imre Kertsz . A100 85. dor, o drama, a misria do jovem Imre Kertsz no odestruiu. Pelo contrrio, o fez um mestre da literatura.Quando Maria Lcia terminou de contar essahistria, os alunos estavam completamente em silncio.Alguns at choraram. Mrio estava emudecido. Entoela, delicadamente, voltou-se para ele e disse: Vocvive num mundo livre. Tem todos os direitos de umjovem. Tem onde dormir, o que comer, pode andar,sair, ter amigos. Mas ser que sabe valorizar seusdireitos?Mrio no deu resposta. Sua voz estavaembargada. Em seguida, a professora completou:Ser que voc ama a sua liberdade? Ser que noest ferindo o direito dos outros quando reage comagressividade? Em seguida, continuou sua aula.Mrio pensou. Nunca havia se questionadotanto. Ele foi embora da escola refletindo sobre tudo oque ouvira. Nunca tinha pensado nos muitos jovensque tinham morrido de maneira to violenta, sem terseus direitos minimamente respeitados. Jamais pensaraque a liberdade fosse to importante.Ele entendeu, ento, o que era a democracia.Compreendeu que tinha grandes direitos, mas tambmimportantes deveres. No percebia que quandotumultuava a sala de aula estava perturbando os direitosdos outros. Quando ofendia a professora, ele estavaferindo os direitos dela.Maria Lcia era professora de Lnguas. Estavapreocupada no apenas com que os alunosaprendessem a gramtica e outras regras da lngua,101 86. mas almejava que eles aprendessem a valorizar aliberdade e conhecessem as regras que fundamentamas relaes sociais. Ela amava a escola da vida, porisso ensinava seus alunos a viver.A professora ficou to entusiasmada com ointeresse dos alunos pelo holocausto que preparou paraeles uma aula especfica sobre direitos humanos. Queriaque seus alunos, um dia, fossem capazes de contribuirpara melhorar o mundo, aliviar as injustias humanas.Eis o resumo dessa aula:A expresso Direitos Humanos ganhou maissignificado aps as revolues francesa e americana.De forma simples, pode-se dizer que essa expressose refere aos direitos de uma pessoa nas suas relaescom as outras e com a natureza.A questo da liberdade est diretamente ligadaaos direitos humanos. J no sculo V, Sfocles falouindiretamente sobre eles. Desde ento, odesenvolvimento dessa idia continua a se desenrolar.Os grandes momentos em que as chamas dosdireitos humanos foram mais fortes esto naDeclarao de Independncia dos Estados Unidos, de1776; na Declarao dos Direitos do Homem e doCidado, na Frana, de 1789; e na DeclaraoUniversal dos Direitos Humanos aprovada em 1948pela ONU (Organizao das Naes Unidas). O dia10 de dezembro o Dia Universal dos DireitosHumanos. Guarde essa data.102 87. A professora mandou um recado a cada umdos seus alunos: Parabns, voc tem muitos direitosna grande escola da vida. Por isso pode cantar,brincar, andar, correr, comprar, estudar e expressarsuas idias livremente. Mas nunca se esquea deque voc s pode exercer os seus direitos se respeitaros direitos dos outros...E finalizou dizendo: Os direitos humanos soto importantes que eles representam o aplauso doartista, a gua do sedento, a inspirao do poeta, oamor do romance.Os direitos humanos no podem estar apenasna lei, devem ser tecidos na alma e esculpidos nocorao...103 88. H duas maneiras de se fazer uma fogueira:com sementes ou com madeira seca. Qual vocprefere? Muitos preferem a madeira seca. Atravsdela podem fazer rapidamente uma fogueira e seaquecer. Mas um dia a madeira acaba e elescontinuam a ser vitimas do frio.Qual a melhor opo? As sementes. Se voc aescolheu, parabns! Por qu? Porque plantandoas sementes, voc ter uma floresta e nunca irlhe faltar madeira para se aquecer. No queiratudo na hora. Os resultados rpidos so efmeros,temporrios.Plante as sementes na sua escola, no trabalho,no namoro, entre seus amigos. Plante sementespara ser um extraordinrio ser humano, umfantstico estudante, um fascinanteprofissional...Prefira as sementes.Como ningum de ferro,aqui vai uma piada doprofessor Estressildo: Voc to lindo(a) como eu! Seuespelho que est comdefeito!ProfessorEstressildo 89. Recado aos Leitores105Um recado aosleitores, principalmente aos jovens. Dr.Augusto Cury um pesquisador da inteligncia.Seus livros so publicados em muitos pases e tmajudado inmeras pessoas.Ele tem mais de 600 temas catalogados sobreassuntos ligados ao mundo da emoo, ao desenvolvimentoda inteligncia e aos temas transversais, como: a educaopara a paz, sade, sexualidade, tica, direitos humanos.Ele gostaria de saber a sua opinio sobre este livro e sevoc deseja que ele continue a escrever mais sobre a escola davida. Se voc desejar, a ESCOLA DA VIDA se tornar umacoleo.Um lembrete aos professores, pais e jovens. Querparticipar da Escola da Vida? Envie histrias interessantescapazes de nos fazer chorar, rir, amar, refletir, pensar, superar.Elas podero estar em nosso site e, talvez, quem sabe, poderoser publicadas.Contato com o autor:[email protected] de livros para escolasEditora Academia de inteligncia.Fone: (017) 3341-8212E-mail: [email protected] 90. A Capital da VidaUma parte significativa dos lucros da Editora Academiade Inteligncia relativos venda do livro ESCOLA DA VIDA (I)no Brasil foi doada para o Hospital de Cncer de Barretos.Barretos no apenas a capital internacional do rodeio. Ela estse tornando a capital da vida. Ela possui um dos maiores centrosde tratamento de cncer da Amrica Latina.Nosso hospital mantido pela fundao Pio XII.Realizamos cerca de 25.000 consultas por ms. Quase 100% dospacientes recebem tratamento gratuito e o atendimento deprimeiro mundo. Em 2000, recebemos o prmio do Ministrioda Sade de melhor atendimento ao paciente. Dentre todos oshospitais do pas, incluindo os particulares.O motivo? No tratamos de doentes, mas de sereshumanos. Nossos mdicos so poetas da vida. Nossosfuncionrios consideram a vida como um show. Temos tambmum batalho de voluntrios, heris annimos, que nos ajudam.Alm disso, muitos artistas tm dado seu tempo, energiae dinheiro para esse sonho: Gugu Liberato, Xuxa Meneguel,Sandy e Junior, Chitozinho e Xoror, Leonardo, ZeZ DiCamargo e Luciano, Daniel, Sergio Reis, Alexandre Pires e muitosoutros. Para eles, a vida um espetculo maior do que a fama...Consideramos cada pessoa um ser humanoINSUBSTITUVEL, obra-prima de Deus. Tratamos adultos,crianas e jovens. A respeito dos jovens, podemos dizer que elespensam e sonham como voc, mas talvez valorizem muito maisa vida do que voc. Eles querem vencer o cncer e viverintensamente cada minuto. So vencedores...Envie e-mails para ns. Participe. Nosso hospital umagrande Escola da Vida.Site: www.hcancerbarretos.com.brE-mail: [email protected]: (17) 3321-6600107Henrique Duarte PrataFundao Pio XII 91. Anlise da Inteligncia de CristoO MESTRE DOS MESTRES(editora Academia de Inteligncia, So Paulo 1999)Anlise da Inteligncia de CristoO MESTRE DA SENSIBILIDADE(editora Academia de Inteligncia, So Paulo 2000)Ningum teve uma personalidadeto complexa, misteriosa e difcil de sercompreendida como a de Jesus Cristo.Ainda hoje seus pensamentos so capazesde perturbar a mente de qualquer um quequeira estud-lo. A vida no o poupou,passou por inmeros sofrimentos,entretanto irradiava tranqilidade.Tinhauma habilidade mpar para gerenciar seuspensamentos e trabalhar suas angstias.Causou a maior revoluo da Histria, semusar de qualquer tipo de violncia. Foi, sem dvida, o mestre dasensibilidade.109Este livro, ao estudar a inteligncia deCristo, resgata uma dvida da Psicologia,que se omitiu at hoje em pesquis-la,trazendo luz as caractersticas dapersonalidade daquele que dividiu ahistria da humanidade. As pessoas notm idia de como sua personalidade eraintrigante e sofisticada. No importa o tipode cultura, escolaridade, religio, statussocial ou econmico que o leitor tenha.Cristo universal e investigar sua inteligncia anima o pensamento,expande a inteligncia, estimula a sabedoria e enriquece o prazerde viver. 92. Nesse livro o autor investiga todas asetapas do julgamento do mestre de Nazar.Quando Cristo deixou de lado seus feitossobrenaturais e sua exmia capacidade deargumentao, foi espantosamentefascinante. Antes de ser crucificado, passoucom coragem e sabedoria por quatro sessesde tortura para executar o mais espetacularplano da histria. Livre, ele fez milagres eproferiu discursos que arrebatarammultides. Preso, ele usou a ferramenta dosilncio e produziu olhares e pequenas frasescom tantas implicaes que so capazes de nos deixar perplexos.110Anlise da Inteligncia de CristoO MESTRE DA VIDA(editora Academia de Inteligncia, So Paulo 2001)Anlise da Inteligncia de CristoO MESTRE DO AMOR(editora Academia de Inteligncia, So Paulo 2002)O Mestre do Amor investiga o cerneda alma de Jesus Cristo nas suas ltimashoras de vida. No pice da dor ele atingiuo topo da sade emocional, da sensibilidade,da sabedoria, do humanismo, da inclusosocial, e do prazer de viver. O mestre doamor queria ensinar a principal arte dainteligncia e a mais difcil de ser aprendida,a arte de amar. O amor renova asesperanas, reanima a alma e reaviva aemoo. Cristo semeou as mais belas sementesno rido solo da alma humana. Cultivou-as com suas aflies eirrigou-as com seu amor. Foi o primeiro semeador que deu avida por suas sementes. 93. Nunca tivemos uma indstria delazer to grande e diversificada, mas ohomem nunca foi to triste e sujeito atantas doenas psquicas. Nada to beloe complexo quanto a emoo. Ela capazde tornar ricos em miserveis e miserveisem ricos. No simples navegar nasguas da emoo, mas voc pode treinara sua emoo para ser feliz e tranqilo,para gerenciar os pensamentos, superara ansiedade e descobrir coragem na dor,fora na fragilidade, lies nos fracassos. Felicidade no umdom, um treinamento.111TREINANDO A EMOOPARA SER FELIZ(editora Academia de Inteligncia, So Paulo 2001)A PIOR PRISO DO MUNDOSUPERANDO O CRCERE DA EMOO(editora Academia de Inteligncia, So Paulo 2000) um livro apaixonante, esclarecedor.Seu objetivo mostrar que a pior priso aque aprisiona a nossa emoo e nos impedede sermos livres e felizes. Quem prisioneirono mago da sua alma, alm de perder aliberdade de pensar,