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DIVULGAÇÃO REGIONAL NORDESTE | ANO 10 | Nº 32 | RECIFE | FEV | 2013 Abinee News - O setor eletroeletrônico no Brasil fecha 2012 com faturamento 5% superior ao resultado do ano passado. O segmento movimentou 145,4 bilhões de reais, enquanto em 2011 os números ficaram em 138,1 bilhões. Como diretor da Abinee, que análise o senhor faz do desempenho do setor em 2012 e quais as perspectivas para 2013? Angelo Leite - Apesar do balanço positivo, a alta em relação a 2011 ficou abaixo das projeções da indústria, que esperava incremento dos negócios da ordem de 13%. Para 2013, o segmento projeta receita de 156,7 bilhões de reais com expansão de 8%. As medidas adotadas pela presidente Dilma Rousseff geram impacto positivo. O governo atual elegeu a indústria como uma prioridade. No entanto, vale ressaltar que a desaceleração do mercado externo gera impacto para a indústria brasileira, que reduziu suas exportações. O resultado das exportações não foi melhor devido à queda de 23% das vendas para a Argentina, um dos principais mercados de produtos eletroeletrônicos. Estamos buscando outros mercados para vender nossos produtos. AN – Que atividades devem representar maior aquecimento à indústria eletroeletrônica este ano e qual o volume aproximado de investimentos que devem ser gerados? AL – Como falamos, o setor estima crescimento da ordem de 8% da receita em 2013, principalmente em função da aproximação da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Esse incremento deverá gerar, de acordo com levantamento feito no final do ano passado pela Abinee, algo em torno de mais 4 mil novos empregos, aumentando a quantidade de trabalhadores para 187 mil. Em termos de investimentos, tudo indica que teremos aceleração em relação à infraestrutura – para atender às necessidades do país, inclusive dos eventos esportivos. A indústria estima aplicar 4,6 bilhões de reais, 14% acima dos 4 bilhões de reais desembolsados em 2012. AN – Já que falamos dos eventos esportivos, que segmento deve ter mais destaque, entre os eletroeletrônicos, aproveitando esse momento de investimentos em torno da Copa das Confederações, Copa do Mundo e das Olimpíadas? AL - O mercado de segurança eletrônica retomou seu ritmo de crescimento e a expectativa é que se mantenha durante todo o ano de 2013. As grandes obras de infraestrutura aquecem o mercado, aumentando as oportunidades de negócios para integradores e fabricantes de maior porte. Por outro lado, o contínuo crescimento da construção civil impulsiona as instalações de pequeno e médio portes, aumentando o surgimento de novas empresas e necessidade de mão de obra especializada. Pernambucano, vindo de Santa Maria da Boa Vista, o empresário Angelo Leite, 49, formado em engenharia elétrica há 25 anos pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), além de obter êxito em empreendimentos que envolvem tecnologia e mobilidade urbana pelo país – através das empresas Serttel, Mobilicidade e Samba - também exerce papel importante na direção da Abinee. Angelo é o nosso entrevistado do mês e faz uma análise sobre o comportamento da Indústria Eletroeletrônica em 2012 e as perspectivas para o setor em 2013. Entrevista com Angelo Leite Diretor Regional Abinee NE

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Page 1: Entrevista com Angelo Leite - Abinee - Associação ... · dos negócios da ordem de 13%. Para 2013, o segmento ... mesmo permanecendo nos níveis atuais, ... há 45 anos no mercado

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Abinee News - O setoreletroeletrônico no Brasil fecha2012 com faturamento 5% superior ao resultado do ano passado. O segmento movimentou 145,4 bilhões de reais, enquanto em 2011 os números ficaram em 138,1 bilhões. Como diretor da Abinee, que análise o senhor faz do desempenho do setor em 2012 e quais as perspectivas para 2013?

Angelo Leite - Apesar do balanço positivo, a alta em relação a 2011 ficou abaixo das projeções da indústria, que esperava incremento dos negócios da ordem de 13%. Para 2013, o segmento projeta receita de 156,7 bilhões de reais com expansão de 8%. As medidas adotadas pela presidente Dilma Rousseff geram impacto positivo. O governo atual elegeu a indústria como uma prioridade. No entanto, vale ressaltar que a desaceleração do mercado externo gera impacto para a indústria brasileira, que reduziu suas exportações. O resultado das exportações não foi

melhor devido à queda de 23% das vendas para a Argentina, um dos principais mercados de produtos eletroeletrônicos. Estamos buscando outros mercados para vender nossos produtos.

AN – Que atividades devem representar maior aquecimento à indústria eletroeletrônica este ano e qual o volume aproximado de investimentos que devem ser gerados?

AL – Como falamos, o setor estima crescimento da ordem de 8% da receita em 2013, principalmente em função da aproximação da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Esse incremento deverá gerar, de acordo com levantamento feito no final do ano passado pela Abinee, algo em torno de mais 4 mil novos empregos, aumentando a quantidade de trabalhadores para 187 mil. Em termos de investimentos, tudo indica que teremos aceleração em relação à infraestrutura – para atender àsnecessidades do país, inclusive dos

eventos esportivos. A indústria estima aplicar 4,6 bilhões de reais, 14% acima dos 4 bilhões de reais desembolsados em 2012.

AN – Já que falamos dos eventos esportivos, que segmento deve ter mais destaque, entre os eletroeletrônicos, aproveitando esse momento de investimentos em torno da Copa das Confederações, Copa do Mundo e das Olimpíadas?

AL - O mercado de segurança eletrônica retomou seu ritmo de crescimento e a expectativa é que se mantenha durante todo o ano de 2013. As grandes obras de infraestrutura aquecem o mercado, aumentando as oportunidades de negócios para integradores e fabricantes de maior porte. Por outro lado, o contínuo crescimento da construção civil impulsiona as instalações de pequeno e médio portes, aumentando o surgimento de novas empresas e necessidade de mão de obra especializada.

Pernambucano, vindo de Santa Maria da Boa Vista, o empresário Angelo Leite, 49, formado em engenharia elétrica há 25 anos pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), além de obter êxito em empreendimentos que envolvem tecnologia e mobilidade urbana pelo país – através das empresas Serttel, Mobilicidade e Samba - também exerce papel importante na direção da Abinee.Angelo é o nosso entrevistado do mês e faz uma análise sobre o comportamento da Indústria Eletroeletrônica em 2012 e as perspectivas para o setor em 2013.

Entrevista com

Angelo LeiteDiretor Regional Abinee NE

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André Luís Saraiva, diretor da Abinee, levantou discussões sobre a gestão dos resíduos no Brasil

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Abinee apoia o 3º SIREE no Recife

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Evento discutiu alternativas e traçou elementos para o futuro

O Porto Digital, através do Itgreen – Inovação e Sustentabilidade – promoveu, entre os dias 5 e 7 de fevereiro, o Seminário Internacional sobre Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos (SIREE). O evento, realizado com o apoio da Abinee e demais parceiros pelo 3º ano consecultivo, compõe a grade da programação do Recife Summer School (RSS). O SIREE tem como objetivos promover o debate sobre a gestão dos resíduos de equipamentos eletroeletrônicos, divulgar boas práticas para uma gestão de TIC mais sustentável e propor ações de sensibilização socioambiental com a participação das empresas locais, da sociedade civil, da iniciativa privada e das representações públicas.

Para André Luís Saraiva, diretor de Responsabilidade Social Empresarial da Abinee, o evento tem importância fundamental num polo de inovações tecnológicas como o Porto Digital. “É importante para que possamos mostrar à população local quem somos, o que estamos fazendo e onde queremos chegar. Trazemos experiências de outros países, mostramos como eles se perceberam, discutiram e traçaram elementos para o futuro”, pontuou.

Ainda segundo André Luís, eventos como o SIREEajudam a gerar oportunidades às pessoas que estão àmargem da sociedade, criando a cultura da devoluçãoassistida.

A programação do SIREE 2013 contou com atividades antes e durante o evento, a exemplo de oficinas de

metarreciclagem/robótica, campanha de recebimento e reciclagem de resíduos tecnológicos, palestras, apresentações de artigos científicos, competições de startups, entre outras.

A primeira edição do SIREE, promovida em fevereiro de 2011, ocorreu pouco tempo depois da instituição da Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS (Lei 12.305, agosto de 2010), momento que intensificou as discussões sobre a logística reversa dos resíduos de equipamentos eletroeletrônicos no Brasil. A partir de então, o SIREE tem se destacado como evento pioneiro no setor.

‘‘O SIREE visa trazer soluções que contribuam para o desenvolvimento sustentável do Porto Digital, a partir do envolvimento conjunto do poder público e privado nas discussões de responsabilidade. Além disso, a participação ativa das empresas de TI tem sido também foco do evento”, explicou Joana Sampaio, coordenadora do SIREE.

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Conforme estudo da Abinee, o faturamento da indústria elétrica e eletrônica atingiu, em 2012, o montante de R$ 145 bilhões, o que significou acréscimo de 5% em relação a 2011. O resultado frustrou as perspectivas iniciais, que indicavam, no final do ano passado, o índice de 13%. As razões para esta diferença entre o que foi previsto e o que foi realizado estão na retração dos investimentos produtivos - atribuída à crise internacional -, e pelo consumo abaixo das expectativas baseadas nos indicadores sociais favoráveis do início do ano, que levavam a perspectivas melhores das que ocorreram efetivamente. Deve-se salientar que o governo vem atuando para promover o crescimento da atividade econômica, inclusive, com medidas direcionadas especialmente para o setor industrial, entre as quais se destacam:

adequação das taxas de câmbio para patamares mais realistas (desvalorização média do Real em relação ao Dólar de cerca de 14% em 2012 sobre 2011); redução da taxa juros, tanto por meio da redução da taxa Selic, como pela atuação dos bancos estatais.

Além dessas, o Programa Brasil Maior, que estabeleceu uma Política Industrial com objetivos claros e métodos de gerenciamento, cujo escopo é a inovação e fortalecimento das cadeias produtivas dos setores industriais; redução dos encargos da folha de pagamento, que favorecerá a fabricação de produtos cuja receita corresponde cerca de 35% do faturamento do setor; redução dos custos do financiamento ao investimento pelo BNDES, como, por exemplo, o PSI – Programa de Sustentação do Investimento, que contempla a aquisição de máquinas e equipamentos, e cuja taxa de juros está em 2,5% ao ano e redução do IPI para produtos da “linha branca” e materiais de construção.

Ainda de acordo com estudo da Abinee, em 2013, alguns fatores poderão contribuir para o crescimento da indústria eletroeletrônica. A taxa de câmbio, mesmo permanecendo nos níveis atuais, deverá ter efeitos positivos na competitividade do setor. A desoneração da folha de pagamentos irá valer para uma gama maior de empresas.

A redução de custos de energia elétrica também deverá reduzir os custos de produção da indústria. Neste caso, porém, segundo a pesquisa, preocupa a eventual perda de recursos para investimentos pelas concessionárias de energia elétrica, o que afetaria a indústria de equipamentos para Geração e Transmissão de Energia.

Também se espera a aceleração dos investimentos na infraestrutura do País para atender às necessidades dos eventos esportivos, especialmente na área de Telecomunicações. Diante disso, o crescimento do setor deverá ser de 8%, atingindo o faturamento de R$ 156,7 bilhões.

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Retração dos investimentosprodutivos contribuiu para baixo desempenhoda indústria eletroeletrônica em 2012

Perspectivas para 2013

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Fique por dentro

Porto LeveBaseado no mesmo modelo implantado nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, o Recife – onde está a sede da empresa Serttel, que gere e administra o Bike Rio, Bike Sampa, Bike Poa, Integrabike (Sorocaba) e Petrolina – acaba de entrar na lista de cidades com estações de aluguel de bicicletas. O serviço é uma iniciativa do Porto Digital e começou a funcionar no último dia 8 de janeiro. Batizado de PortoLeve, o programa conta com 10 estações e 100 bicicletas, num perímetro de 4,7 quilômetros quadrados.

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Eletra Energy SolutionsResponsabilidade social como propulsora de excelência em produtividade, prestação de serviços e qualidade de vida. Essa é a filosofia que rege a Eletra Energy Solutions – empresa do Grupo FAE Participações, há 45 anos no mercado. A Eletra é o resultado de uma aliança com a Hexing, líder mundial em medição eletrônica de energia, comercializando mais de 8 milhões de medidores por ano e com portfólio completo de soluções AMI.

A empresa mantém programas de incentivos aos seus colaboradores. Entre eles: Capacitação de Jovens Aprendizes, a Biblioteca Eletra, a Área de Lazer, Café com o Diretor, Bebê a Bordo e o Pallet de Papelão (com ações ambientais).

O pavilhão de exposições do Anhembi recebe, de 1 a 5 de abril, o maior e mais completo evento do setor, a 27ª FIEE Elétrica (Feira Internacional da Indústria Elétrica, Eletrônica, Energia e Automação), em São Paulo. O evento faz parte do Abinee Tec – que também compreende Fórum e Seminários, simultaneamente – e terá como tema principal os 50 anos da Abinee e o Futuro da Indústria Elétrica e Eletrônica, marcando, dessa forma, o início das comemorações do cinquentenário da entidade. Durante o evento, os participantes terão a oportunidade de conhecer o Memorial Abinee, que apresentará, através de documentos, fotos e depoimentos, um pouco da história da entidade. O Abinee Tec contará, também, nos dias 2 e 3, com o Seminário Resultados da Lei de Informática, que apresentará os efeitos da aplicação da Lei nos diversos segmentos do setor eletroeletrônico. No dia 4, será realizado um Talk Show para debater o tema Segurança em Edificações. No último dia do evento (5), o assunto em destaque será Logística Reversa de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos. Organizada pela Reed Alcantara Machado, com o apoio da Abinee, a FIEE promove produtos e serviços e apresenta ao mercado as mais recentes novidades e tendências do consumo, no âmbito nacional e internacional.

IbyteRecém-chegada ao Recife, a Ibyte é a empresa de tecnologia que mais cresce no Nordeste. Além da unidade do Ceará, hoje são 14 lojas de varejo distribuídas nos estados de Pernambuco, do Piauí, Rio Grande do Norte e Maranhão. A Ibyte surgiu no mercado como revendedora de produtos de informática e, há mais de 12 anos, vem se consolidando como varejista de grandes marcas e fabricante de desktops, notebooks e netbooks. É pioneira no setor, no Ceará, e é responsável pela geração de mais de 600 empregos diretos e indiretos, proporcionando o desenvolvimento regional.

Feira Internacional faz parte do Abinee Tec, que também compreende Fórum e Seminários.

FIEE 2013promove e discute estratégias de desenvolvimento

Expediente: Diretor Regional: Angelo LeiteVice Diretor: Renzo SudárioGerente Regional: Marco Rogério SantosProdução, edição e diagramação:

Serviço:Redação: Rua Domingos José Martins, 75 - Sl 101 - Recife Antigo,CEP: 50030-200 - Fone: 81 3271-4266Para anunciar: fone: 81 3271-4266, [email protected], www.abinee.org.br