ensino médico - cremers.org.br · publicação do conselho regional de medicina do rio grande do...

36
Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul | ano XIlI | nº 93 | Agosto 2015 ENSINO MÉDICO Qualidade na formação médica ameaçada com a criação de dezenas de cursos de Medicina (a maioria privados) e com as alterações curriculares impostas pelo governo

Upload: lamdang

Post on 11-Nov-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

Mobilização nacional de entidades médicas faz governo recuar (págs. 10 - 11)

Novos médicos recebem suas credenciais no Cremers e manifestam preocupação com o mercado de trabalho na área da saúde. (págs. 18 - 21)

EspEcialidadEs

EntrEga dE CartEiras

Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul | ano XIlI | nº 93 | Agosto 2015

ENSINO médIcOQualidade na formação médica ameaçada com a criação de

dezenas de cursos de Medicina (a maioria privados) e

com as alterações curriculares impostas pelo governo

Page 2: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do SulAvenida Princesa Isabel, 921 • CEP 90620-001 • Porto Alegre/RSFone: (51) 3219.7544 • Fax: (51) 3217.1968 [email protected] • www.cremers.org.br

Composição da diretoriapresidente: Rogério Wolf de AguiarVice-presidente: Fernando Weber Matos1º secretário: Ismael Maguilnik2º secretário: Isaias Levytesoureiro: Cláudio Balduíno Souto FranzenCorregedor: Regis de Freitas PortoCorregedor adjunto: Joaquim José XavierCoordenador das Câmaras técnicas: Jefferson Pedro PivaCoordenador de patrimônio: Iseu MilmanCoordenador da ouvidoria: Ércio Amaro de Oliveira FilhoCoordenador da Comissão de Fiscalização: Antonio Celso Koehler Ayub

Conselheiros Antonio Celso Koehler Ayub • Arthur da Motta Lima Netto • Céo Paranhos de Lima • Cláudio Balduíno Souto Franzen • Douglas Pedroso • Ércio Amaro de Oliveira Filho • Euclides Viríssimo Santos Pires • Fernando Weber da Silva Matos • Isaias Levy • Iseu Milman • Ismael Maguilnik • Jefferson Pedro Piva • Joaquim José Xavier • Maria Lúcia da Rocha Oppermann • Mário Antônio Fedrizzi • Mauro Antônio Czepielewski • Newton Monteiro de Barros • Regis de Freitas Porto • Rogério Wolf de Aguiar • Sílvio Pereira Coelho • Tomaz Barbosa Isolan • Airton Stein • Asdrubal Falavigna • Clotilde Druck Garcia • Diego Millan Menegotto • Dirceu Francisco de Araújo Rodrigues • Isabel Helena F. Halmenschlager • Jair Rodrigues Escobar • João Alberto Larangeira • Jorge Luiz Fregapani • Léris Salete Bonfanti Haeffner • Luiz Carlos Bodanese • Luiz Alexandre Alegretti Borges • Ney Arthur Vilamil de Castro Azambuja • Paulo Amaral • Paulo Henrique Poti Homrich • Philadelpho M. Gouveia Filho • Raul Pruinelli • Ricardo Oliva Willhelm • Sandra Helen Chiari Cabral • Tânia Regina da Fontoura Mota

Conselho editorial Rogério Wolf de Aguiar • Fernando Weber Matos • Ismael Maguilnik • Isaias Levy • Cláudio Balduíno Souto Franzen

A revista Cremers é uma publicação bimestral da Stampa Comunicação Corporativa para o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul

Av. Getúlio Vargas, 1151 conj. 1211 • Porto Alegre/RS CEP 90150-005 • Fone: (51) 3023-4866 • (51) 8184-8199www.stampacom.com.br • [email protected]

redaçãoW/COMM Comunicação (www.wcomm.jor.br), Viviane Schwäger e Filipe Strazzer SantiagoJornalista responsável: Ilgo Wink • Mat. 2556 revisão: Regina Cirne Lima GuedesFotografias: W/COMM Comunicação, Márcio Arruda/CFM, Esequiel Nascimento, Márcio Daudt, Rosi BoninsegnaBanco de imagens Fotolia: Shocky e Creativa Images desiGndireção de arte: Thiago Pinheiroeditoração: Gustavo Kautzmann tratamento de imagens: Matheus Cougo designer assistente: Mel Brendlerimpressãotiragem: 30.000 exemplares

CorrespondênCia Envie seus comentários sobre o conteúdo editorial da Revista Cremers, sugestões, críticas ou novas pautas. Se deseja publicar artigos, eventos e notícias de interesse da categoria, também, a Revista do Conselho de Medicina do RS está aberta à participação da classe médica.

Contatos com assessoria de imprensa: [email protected]

Os Conselhos de Medicina estão mobilizados para encontrar crianças desaparecidas. A cada ano, são registrados cinquenta mil desaparecimentos, e a estimativa atual é de que existam 250 mil crianças desaparecidas no País. Os médicos podem ajudar prestando atenção no comportamento das crianças atendidas e em seus acompanhantes. Casos suspeitos devem ser comunicados às autoridades.

setembro amareloalerta sobre o suicídio

Crianças desaparecidas

Conforme relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo, ou seja, 800 mil pessoas tiram a própria vida a cada ano. Diante desse quadro grave, a OMS instituiu o “Setembro Amarelo”, um mês que propõe ações conjuntas de países e organizações para auxiliar na informação e na prevenção do que já é considerado um problema de saúde pública mundial.No Brasil, o 8º país em número absoluto de suicídios, a taxa é de uma morte a cada 45 minutos, o que equivale a cerca de 12 mil casos anuais. Já o estado com maior taxa de suicídios é o Rio Grande do Sul, com 10,18 por 100 mil habitantes, aproximadamente mil casos.Segundo os dados da OMS, quando uma pessoa tira a própria vida, ela pode impactar diretamente a vida de outras dez. Por isso, a orientação é de ficar atento a pessoas que têm depressão ou histórico da doença, principalmente as do chamado grupo de risco, que envolve jovens entre 15 e 29 anos. Além disso, perturbações mentais, a dependência de droga e de álcool, por exemplo, podem contribuir para que o indivíduo cometa suicídio.

2 | Revista CRemeRs | 2015 | Ed. 93

notas

Page 3: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

Dr. Rogério Wolf de Aguiar – Presidente do Cremers

É natural que qualquer município do Interior comemore a abertura de uma faculdade de Medicina local. É uma conquista de alto grau, é o sonho de muitas universidades. Para os médicos da região, é a oportunidade de construir uma car-reira acadêmica; para a população, a promessa de que seus filhos não precisarão sair da cidade para estudar e trabalhar, fixando-os a sua terra natal. Por isso, a notícia de que a Região Metropolitana de Porto Alegre vai receber seu quinto curso de Medicina foi amplamente celebrada por determi-nados setores.

Muitas vezes a opinião do Cremers contrária à abertura de novas escolas médicas é vista como um pensamento retrógrado, um capricho, incentivo à reserva de mercado. Os críticos desse posicio-namento parecem não compreender que nossa preocupação tem causas muito claras, visíveis a todos. O exagero na quantidade de faculdades de Medicina – em sua maioria, particulares – não se reflete em melhor distribuição dos médicos, muito menos em maior qualificação.

O governo do Brasil – segundo país com maior número de cursos – insiste em vender o discurso de que o problema da saúde será resolvido colocando mais médicos no mercado. Nega a necessidade de investimentos e políticas sérias, assumindo a for-mação em massa e a importação de profissionais como solução mágica. O CFM divulgou um estu-do que comprova: a distribuição de médicos não mudou, continua concentrada nos grandes centros.

Não questionamos a qualidade dos médicos que ensinarão nessas próximas faculdades que serão abertas; questionamos a qualidade dos pro-fissionais que sairão delas. Como os médicos mais experientes poderão ensinar sem estrutura? Sem um currículo organizado? Em hospitais que não comportam nem os pacientes do dia a dia?

Se a graduação já se encontra nesse quadro inglório, a especialização apresenta um prognósti-co ainda pior. Com residências médicas historica-mente insuficientes, a perspectiva da interiorização de especialistas é irreal.

Mas o Cremers segue lutando, buscando sem-pre o melhor para a Medicina e a sociedade, par-ticipando sempre que possível de ações de saúde pública. Por isso, reconhecemos a relevância e nos engajamos nessa iniciativa denominada Setembro Amarelo, mês estabelecido pela Organização Mundial da Saúde como o de conscientização e prevenção ao suicídio.

O Cremers participa dessa campanha aler-tando a população, por meio de seus canais de comunicação e também através de seus espaços em emissoras de rádio, sobre a necessidade de observar sinais que podem indicar um comporta-mento suicida. Tentativas prévias e depressão são sintomas importantes. Amigos e familiares, junta-mente a médicos e outros profissionais da saúde, devem trabalhar juntos para evitar e enfrentar esse grave problema.

Em defesa da qualidade na formação médica

Ed. 93 | 2015 | Revista CRemeRs | 3

editorial

Page 4: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

Governo impõe mais cursos sem qualquer necessidade

O número de escolas médicas no Brasil mais que

dobrou. O volume saltou de 126 cursos (públicos e privados,

grupo no qual estão inseridas instituições classificadas como

municipais, mas que cobram mensalidades de seus alunos)

para os atuais 257, que respondem pelo preparo de 23 mil

novos médicos todos os anos.

No entanto, esta realidade pode mudar nos próximos

meses, pois 36 municípios já foram autorizados a receber

novos cursos de Medicina após um processo de seleção

coordenado pelo governo. Se todos passarem efetivamente

a funcionar, o País contará com 293 escolas até o fim de

2016. Além desses, existe outro edital em aberto com cha-

mamento para outros 22 municípios, o que pode elevar o

número de escolas médicas para 315.

Do total de 257 cursos em atividade no país, 69%

estão nas Regiões Sudeste e Nordeste. As escolas estão dis-

tribuídas em 157 cidades brasileiras, sendo que a maioria

(55%) dos cursos tem sede em apenas 45 municípios. Os

estados de São Paulo e Minas Gerais concentram um terço

das instituições. Entre as particulares, as mensalidades

chegam a R$ 11.706,15, com uma média de R$ 5.406,91.

LISTA DOS CURSOS DE MEDICINANO RIO GRANDE DO SUL

Centro Universitário Franciscano – UNIFRA – Santa Maria/RS

Centro Universitário Univates – UNIVATES – Lajeado/RS

Faculdade Meridional – IMED – Passo Fundo/RS

Pontificia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS

Universidade Católica de Pelotas – UCPEL

Universidade de Caxias do Sul – UCS

Universidade de Passo Fundo – UPF

Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC

Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS – Passo Fundo/RS

Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre – UFCSPA

Universidade Federal de Pelotas – UFPel

Universidade Federal de Santa Maria – UFSM

Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS

Universidade Federal do Rio Grande – FURG

Universidade Luterana do Brasil – ULBRA – Canoas/RS

A Universidade Feevale está muito perto de oferecer um curso de Medicina, inédito no Vale do Sinos. O novo curso, o quinto na Região Metropolitana de Porto Alegre, é resultado de uma parceria público-privada entre a instituição e a prefeitura de Novo Hamburgo. Inicialmente, o Ministério da Educação (MEC) e o Ministério da Saúde escolheram as cidades que estariam aptas a receber o curso. Somente municípios com mais de 70 mil habitantes e que não fossem capitais podiam concorrer. Foram eleitos 39 no Brasil, sendo quatro no Estado: Novo Hamburgo, São Leopoldo, Ijuí e Erechim.Após, foi realizada a seleção das universidades em cada cidade. A Universidade Regional Integrada (URI) foi classificada em Erechim, a Universidade Estácio de Sá, em Ijuí, e a Feevale, em Novo Hamburgo.

Crítico da criação de novos cursos no Estado, o presidente do Cremers, Rogério Wolf de Aguiar, reafirma que não faltam médicos na Região Metropolitana de Porto Alegre. Nem em Novo Hamburgo: "precisamos é de uma melhor distribuição de médicos em todo o território nacional, o mesmo vale para o rio Grande do sul. hoje, a maioria dos médicos se concentra nos grandes centros urbanos, e isso vale também para outras profissões. então, o problema não é número de médicos. o que se faz necessário, realmente, são políticas de fixação dos profissionais nas regiões mais afastadas. Criar novas faculdades de medicina não irá resolver o problema".

mais um curso de Medicina na região metropolitana de Porto Alegre

4 | Revista CRemeRs | 2015 | Ed. 93

ensino médiCo

Page 5: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

Cremers contesta proliferação de cursos de medicina

não há necessidade de novas faculdades

Do início de 2003 a 2015, a quantidade de cursos

particulares de Medicina no Brasil mais do que dobrou em

relação ao ritmo de abertura de estabelecimentos públi-

cos. O número de escolas privadas passou de 64 para 154,

enquanto no mesmo período as unidades de gestão estatal

subiram de 62 para 103.

No Rio Grande do Sul, já são 15 faculdades de

Medicina, com um total de 1.302 vagas, sendo que a meta

do governo federal é completar pelo menos 18 escolas.

Os dados integram o levantamento Radiografia das

Escolas Médicas do Brasil, organizado pelo Conselho

Federal de Medicina (CFM), o qual serve como alerta para

o problema do crescimento desgovernado e sem qualidade

que afeta o sistema formador de futuros médicos no País.

O presidente do Cremers, Rogério Wolf de Aguiar,

tem afirmado em inúmeras entrevistas aos meios de

comunicação posição contrária a essa política do governo

que coloca o Brasil no topo do ranking mundial em quan-

tidade de cursos de Medicina.

"Essa medida tosca do governo federal é um tiro no

escuro no que se refere ao atendimento da população. A

distribuição irregular de profissionais no País é resultado

de uma série de fatores que o governo é responsável e não

admite", criticou Aguiar.

O dirigente reforça posição antiga do Cremers, que

há anos combate a abertura de novos cursos de Medicina

e defende a criação de uma carreira de estado para os

médicos no sistema público de saúde.

O presidente do Cremers questiona também a falta

de estrutura adequada na saúde, o que afeta o atendimen-

to: "Faltam recursos e uma política séria de saúde. Com

isso, acabam faltando médicos, enfermeiros, leitos, mate-

riais, equipamentos. E isso vai continuar faltando, mesmo

com a formação de mais médicos. Nada garante que eles

continuarão atuando nos municípios em que estudaram,

pois precisam ter segurança para ficar nos locais em que

os cuidados são necessários. Há estudo apontando que

apenas um em cada cinco médicos formados em cursos

de pequenas cidades acaba permanecendo no local".

O conselheiro do CFM no Estado e diretor do

Cremers, Cláudio Franzen, também ataca a criação de

mais cursos de medicina: “O governo viu que as cidades

não teriam condições. É uma irresponsabilidade manter a

abertura de mais faculdades, até porque já temos escolas

médicas em número excessivo”.

“Essa medida tosca do governo federal é um tiro no escuro no que se refere ao atendimento da população. A distribuição irregular de profissionais no País é resultado de uma série de fatores que o governo é responsável e não admite”Dr. Rogério Wolf de Aguiar

Ed. 93 | 2015 | Revista CRemeRs | 5

Page 6: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

Novos cursos não melhoram distribuição geográfica

O crescimento das escolas se acentuou muito nos

anos da gestão da presidente Dilma Rousseff, consideran-

do o início de 2011 até julho de 2015, conforme mostra o

levantamento do CFM. Em menos de cinco anos, houve

79 autorizações para aberturas de escolas – uma soma

de 6.190 novas vagas. Para se ter uma ideia do ritmo ver-

tiginoso basta lembrar que no período de 1808 a 1994

foram abertos 82 estabelecimentos de ensino deste tipo.

No entanto, o pacote aprovado pela presidente

Dilma não significou uma melhor distribuição geográfi-

ca das escolas pelo País. Do total autorizado, metade se

concentra nas regiões Sul e Sudeste. Das 10 abertas este

ano (2015), 50% também estão distribuídas entre Rio de

Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

Ao se fazer a análise das autorizações das 36 novas

escolas divulgadas pelo governo em julho, percebe-se

que se mantém a mesma lógica de distribuição e de

predomínio de gestão. Deste grupo, 32 (89%) delas estão

concentradas nos seis estados com maior número de

escolas (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia,

Paraná e Rio Grande do Sul) e todas devem ser privadas.

Para o CFM, a maioria desses novos projetos não

atende às necessidades atuais, às diretrizes curriculares

e aos pressupostos mínimos para a formação dos médi-

cos. “Infelizmente, o que temos visto são faculdades

desqualificadas, com corpo docente despreparado,

algumas não possuem nem hospital-escola. Isso resul-

tará em médicos mal formados, o que compromete a

qualidade do atendimento”, denuncia o presidente do

CFM, Carlos Vital Tavares Corrêa Lima.

desrespeito ao papel social do médicoA abrangente e detalhada pesquisa realizada sobre

as escolas médicas no Brasil, realizada pelo médico

Antonio Celso Nunes Nassif, chega a sua quarta edição,

apresentando dados atualizados sobre o ensino médico

no País. Nassif, que mantém o site www.escolasmedicas.

com.br, afirma que a política inconse-

quente do governo em permitir a abertu-

ra indiscriminada dessas faculdades terá

repercussões desastrosas no exercício da

profissão.

Ao criticar a formação feita de afo-

gadilho em cursos duvidosos, Nassif afir-

ma: "Inexiste, no atual governo, a deter-

minação política para o cumprimento de

uma exigência mínima: o respeito pelo

papel social do médico".

Nassif é doutor em Medicina,

professor adjunto e livre docente da

Universidade Federal do Paraná e ex-presidente da

Associação Médica Brasileira (AMB). As informações

compiladas no estudo Escolas Médicas do Brasil podem

ser encontradas em:

www.escolasmedicas.com.br

6 | Revista CRemeRs | 2015 | Ed. 93

ensino médiCo

Page 7: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

radiografia das Escolas Médicasdo Brasil: principais conclusões

Total de escolas 257

Total de vagas em 1º ano 23.383

Pontuação média pelo CPC 3,04

Total de municípios 157

Total de novas escolas 36

Total de novas vagas 2.290

Região Número de escolas

Número de vagas

Sudeste 107 10.577

Nordeste 63 5.553

Sul 41 3.549

Centro-Oeste 24 1.917

Norte 22 1.787

// Do início de 2003 a 2015, a quantidade de

cursos particulares de Medicina no Brasil mais do que

dobrou em relação ao ritmo de abertura de estabeleci-

mentos públicos.

// O número de escolas privadas passou de 64

para 154, enquanto no mesmo período as unidades de

gestão estatal subiram de 62 para 103.

// Em números totais, o volume de escolas médi-

cas no Brasil também mais que dobrou. O volume sal-

tou de 126 cursos (públicos e privados) para os atuais

257, que respondem pelo preparo de 23 mil novos

médicos todos os anos.

// Do total de 257 cursos em atividade no País,

69% estão nas Regiões Sudeste e Nordeste.

// As escolas estão distribuídas em 157 cidades

brasileiras, sendo que a maioria (55%) dos cursos tem

sede em apenas 45 municípios.

// Os estados de São Paulo e Minas Gerais

concentram um terço das instituições. Entre as parti-

culares, o valor médio das mensalidades nos cursos

particulares está em R$ 5.406,91. Contudo é possível

encontrar mensalidades que vão desde R$ 3.014,00 a

R$ 11.706,15.

// Em Julho, 36 municípios foram considerados

aptos para receber novos cursos, sendo que 32 (89%)

deles estão concentrados nos seis estados com maior

número de escolas.

// Com os últimos editais do governo federal, a

estimativa é o País chegar ao número de 315 instituições

até o final de 2016, caso todas passem efetivamente a

funcionar;

// Entre 2013 e julho de 2015, 42 municípios rece-

beram novas escolas. 60% destes municípios não aten-

dem à exigência de no mínimo cinco leitos por aluno e

18 destes não respeitam a proporção ideal de até três

alunos por Equipe de Saúde da Família (ESF).

// Das 157 cidades com escolas médicas no país,

74 não dispõem de leitos em quantidade necessária por

aluno e 68 não atendem a proporção ideal de alunos

por ESF.

// Atualmente existem 200 Hospitais de Ensino

(HE) habilitados no País. Dos 36 novos cursos autoriza-

dos em julho, apenas seis possuem ou estão inseridos

em Regiões de Saúde que possuem um HE.

// Dos 157 municípios que atualmente têm escolas

médicas, 88 não possuem nenhum hospital habilitado.

Nestas cidades, são firmados convênios com institui-

ções "com potencial para hospital de ensino".

Escolas médicas do Brasil

Ed. 93 | 2015 | Revista CRemeRs | 7

Page 8: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

Vi Fórum de Ensino MédicoEvento, que reuniu lideranças médicas, coordenadores de curso, professores e alunos,

debateu as principais questões envolvendo a formação médica no Brasil.

O presidente do Conselho Federal de Medicina

(CFM), Carlos Vital, pediu “atitudes mais responsáveis na

condução do ensino da Medicina no País” durante a con-

ferência que inaugurou os trabalhos do VI Fórum Nacional

de Ensino Médico, evento conduzido pelo CFM e a

Associação Brasileira de Educação Médica (Abem), que foi

realizado em Brasília nos dias 27 e 28 de agosto. O Cremers

foi representado pelo 1º Secretário Ismael Maguilnik.

Ao apresentar ao público a Radiografia das Escolas

Médicas do Brasil, anunciada recentemente pelo CFM,

ele relembrou os números alarmantes de instituições que

continuam a ser inauguradas sem atendimento às exigên-

cias mínimas estabelecidas em portarias dos ministérios da

Educação e da Saúde (Portarias 2/13 e 13/13).

Em sua participação, Maguilnik disse que "a lei que

mudou as diretrizes curriculares causou o engessamento

de todas as faculdades de medicina." E acrescentou: "O

problema é a alteração no acesso à Residência Médica,

colocando como pré-requisito um ou dois anos em

Medicina da Família e Comunidade, transformando esta

especialidade em passagem para a especialidade que o

jovem médico realmente deseja. Isso desqualifica essa

especialidade tão importante para o País, já muito abalada

pelo programa Mais Médicos.

NOvAS DIRETRIzES CURRICULARES

Docentes, discentes, médicos e sociedade foram

excluídos do debate que levou à reformulação das diretri-

zes curriculares nacionais para a graduação em Medicina.

Esta foi uma das críticas unânimes durante a mesa

redonda “Adequação das Escolas Médicas às Diretrizes

Curriculares Impostas pela Lei nº 12.871/13”, realizada no

segundo dia do VI Fórum Nacional de Ensino Médico.

Para os debatedores, além de terem sido feitas às pressas e

sem debate em profundidade, as novas regras não avança-

ram em atender a realidade e as necessidades do sistema

formador do País.

Entre outras medidas prejudiciais ao ensino, a resolu-

ção prevê que os estudantes serão avaliados pelo governo

a cada dois anos. A avaliação será obrigatória e o resultado

será contado como parte do processo de classificação para

os exames dos programas de Residência Médica.

Dr. Ismael Maguilnik participou do evento em Brasília

8 | Revista CRemeRs | 2015 | Ed. 93

Formação médiCa

Page 9: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

Os caminhos para a infraestrutura, os recursos huma-

nos e o suporte financeiro que garantirão às faculdades de

Medicina a oferta de estágios adequados aos alunos foi o tema

de encerramento do VI Fórum Nacional de Ensino Médico,

evento promovido nos dias 27 e 28 de agosto, em Brasília.

A mesa redonda debateu sobre os Contratos

Organizativos da Ação Pública Ensino-Saúde (COAPES) que

representam o compromisso das instituições de ensino e dos

gestores municipais e estaduais em garantir que os estudantes

tenham, na rede de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS),

o campo de aprendizagem fundamental para sua formação.

Uma dificuldade apontada pelos palestrantes é a troca

constante de secretários estaduais e municipais de Saúde, o

que dá uma descontinuidade nos contratos de estágios. “O

ambiente já não é o ideal e a rotatividade de secretários agra-

va o problema”, destacou o presidente da mesa, professor

Nelson Grisard.

VALORIzAçãO

O diretor-regional do Centro-Oeste da Associação

Brasileira de Educação Médica (Abem), Antônio Amorin,

destacou a discrepância de salário entre o médico e o

professor. “Estamos frente a vários paradoxos, médicos

de carreira acadêmica exclusiva trabalham 40 horas e

recebem menos do que os contratados da prefeitura para

20 horas?”, questionou. Amorin defendeu que o governo

garanta recursos para que os municípios possam dar

benefícios aos preceptores, assim como fez com supervi-

sores dos Mais Médicos.

O 2º vice-presidente da Associação Médica Brasileira

(AMB), Lincoln Lopes Pereira, ainda defendeu o financia-

mento adequado para o setor: “O cenário já é caótico. Se

não tiver financiamento adequado também não haverá a

formação adequada de um novo profissional que trabalha-

rá com vidas”.

Na mesa redonda que debateu as repercussões da lei nº 12.871/13 para a Residência Médica, todos os palestrantes mostraram preocupação com a imposição da titulação de Medicina Geral de Família e Comunidade como pré-requisito para a participação da maioria das residências. "O que o governo deve fazer é oferecer atrativos para que os médicos escolham e permaneçam na Medicina Geral de Família e da Comunidade e não impor essa obrigatoriedade", afirmou o 1º vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Ribeiro, que foi um dos debatedores.A professora da Universidade de São Paulo, Maria do Patrocínio Tenório Nunes, apresentou as propostas consolidadas no pré-fórum, as quais foram divididas em regulação, preceptoria, ampliação de vagas e o processo seletivo. Entre os pontos destacados por Maria do Patrocínio estão a independência funcional e financeira da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), uma carreira de preceptoria em saúde e a manutenção da autonomia do processo de seleção nos programas de Residência Médica. Também foi proposta a revisão do

prazo, estabelecido pelo governo, de oferecer vagas nas residências médicas no mesmo número de egressos em cursos de Medicina.O primeiro debatedor foi o presidente da Associação Nacional de Médicos Residentes (ANMR), Arthur Danila, que apresentou um levantamento do sistema atual de Residência Médica. De acordo com Danila, existem hoje no Brasil 23.399 vagas ociosas de residência, sendo que 26% das vagas em Residência em Medicina Geral de Família e Comunidade estão desocupadas. “O governo não precisa criar novas vagas, mas melhorar a qualidade das residências existentes”, defendeu. O presidente da ANMR aproveitou a realização do Fórum para lançar o Movimento Nacional pela Valorização da Residência Médica.O 1º vice-presidente do CFM, Mauro Ribeiro, também criticou o sistema de pontuações, como as dadas a quem participa do Provab. “Não existe mais meritocracia. Em algumas residências, se o candidato não tiver a pontuação do Provab ele não entra. Foi criado, na prática, o serviço civil obrigatório”, afirmou.

Preocupação com o futuro da residência médica

Financiamento em discussão

Ed. 93 | 2015 | Revista CRemeRs | 9

Page 10: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

manifesto das entidades médicasAs entidades médicas nacionais (Associação Médica

Brasileira, Conselho Federal de Medicina, Federação

Nacional dos Médicos, Federação Brasileira das Academias

de Medicina, Associação Nacional dos Médicos Residentes,

Associação dos Estudantes de Medicina do Brasil e

Associação Brasileira das Ligas Acadêmicas de Medicina)

vêm a público se manifestar a respeito do Decreto nº 8497,

da Presidência da República, o qual, em articulação com

outras medidas adotadas pelos ministérios da Educação e

da Saúde, compromete o processo de formação e cadas-

tramento de médicos especialistas no Brasil.

Diante das normas, publicadas em 5 de agosto de

2015, a AMB, o CFM, a Fenam, a FBAM, a ANRM, a

Ablam e Aemed-BR ressaltam que:

1) Estas medidas representam uma interferência

autoritária por parte do Poder Executivo na capacitação

de médicos especialistas no País, caracterizando-se, mais

uma vez, pela ausência de diálogo com os representantes

das entidades médicas, das universidades e dos residentes;

2) De forma integrada, as representações médicas

já estão desenvolvendo todos os esforços para impedir

os efeitos deletérios deste decreto. Os quais determinam

mudanças no aparelho formador de especialistas, com des-

truição do padrão ouro alcançado pela Medicina do País,

após quase seis décadas de contribuições das entidades

e da academia, em detrimento do nível de excelência do

atendimento oferecido pelos médicos brasileiros, reconhe-

cido internacionalmente;

3) Uma análise rigorosa dessas normas está em curso

com o objetivo de identificar possíveis rumos a serem

adotados na esfera judicial, com base em suas fragilidades

e inconsistências;

4) Os riscos e os prejuízos gerados pela edição

deste decreto também estão sendo discutidos com parla-

mentares federais, sensibilizando-os para a importância

de ampliar o acesso à assistência de forma adequada,

oferecendo aos cidadãos profissionais devidamente qua-

lificados e em condições de cuidar bem de todos os

agravos da saúde;

5) A sociedade brasileira deve permanecer atenta aos

informes das entidades médicas, que agirão com transpa-

rência e celeridade em defesa do exercício da Medicina e

contra as medidas abusivas desse governo que compro-

metem a própria qualidade e eficácia dos serviços a serem

oferecidos, em especial no Sistema Único de Saúde (SUS).

Finalmente, as entidades médicas alertam a socie-

dade para os efeitos do decreto, recentemente publicado,

que representará a transformação do SUS num modelo

de atenção desigual, marcado pela iniquidade ao oferecer

aos seus pacientes assistência com médicos de formação

precária, com consequentes riscos para valores absolutos,

como a vida e a saúde.

A Ordem dos Médicos do Norte (Portugal) acusou o Ministério da Saúde do país de protagonizar uma “agressão inaceitável à formação médica” em Portugal, alertando que a revisão da legislação que a regula significa um retrocesso sem precedentes na qualidade da Medicina. “Já todos entendemos que Medicina o ministro Paulo Macedo quer para o país. Uma Medicina de ‘guerra’, normalizada, a retalho, em grandes superfícies, em parte realizada por outros profissionais de saúde, com médicos e doentes de primeira e segunda categoria, em que a autonomia precoce para o exercício da Medicina e da especialidade passe a ser a solução para todos os

problemas”, sustenta em comunicado o presidente da Regional do Norte, Miguel Guimarães.Numa reação à anunciada extinção, a partir de 2017, do ano comum (período durante o qual os futuros médicos passam por vários serviços), a CRMOM considera que a formação prática inicial em Medicina fica “seriamente em risco” e alerta para as consequências dramáticas no percurso e formação dos jovens médicos. “A acontecer a extinção do ano comum, os estudantes recém-licenciados ou mestres em Medicina teriam de imediato autonomia para o exercício da Medicina, com todas as consequências negativas daí decorrentes”, sustenta.

Formação médica em portugal também sofre com ações governamentais

10 | Revista CRemeRs | 2015 | Ed. 93

moBilização

Page 11: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

médico especialista:Pressão das entidades faz governo recuarDepois da mobilização nacional das enti-

dades médicas, com apoio de parlamentares, o governo recuou e concordou em mudar o Decreto nº 8.497/2015.

No dia 26 de agosto, lideranças das entidades esti-

veram na Câmara dos Deputados, onde apresentaram o

novo texto do decreto que cria o Cadastro Nacional de

Médicos Especialistas, substituindo o anterior, publica-

do pela Presidência da República no início de agosto e

que interferia na formação deste tipo de profissionais.

A redação do novo Decreto foi definida após três

reuniões de Grupo de Trabalho criado pela Câmara

dos Deputados para discutir o assunto. Participaram

dos encontros representantes das entidades médicas

(Conselho Federal de Medicina, Associação Médica

Brasileira e Federação Nacional dos Médicos), do

governo (Ministérios da Educação e da Saúde) e seis

deputados federais.

O presidente do CFM, Carlos Vital, ressaltou o

apoio dos parlamentares neste processo: “A Câmara dos

Deputados, que faz a sua pauta, estimulou o diálogo

entre as entidades médicas e os ministérios da Saúde e

da Educação. O fruto é o consenso, que vem ao encon-

tro do bem social e da preservação da formação dos

especialistas brasileiros”.

Para ele, a nova redação aperfeiçoou o texto ori-

ginal divulgado pelo governo. Contudo, ressaltou que

as entidades médicas e a sociedade permanecem aten-

tas aos próximos desdobramentos. A minuta do novo

decreto já seguiu para análise da Casa Civil e de lá deve

sair para publicação no Diário Oficial da União.

No dia 17 de agosto, o jornal O Estado de São Paulo (Estadão) publicou o editorial intitulado ‘Mais improviso na Saúde’, criticando a iniciativa do governo em editar o Decreto 849, que, segundo o jornal, “amplia perigosamente o conceito de médico especialista”.O texto destaca: “Atualmente, especialista é o médico que realizou residência médica numa determinada área. O tema é sério e há uma lei de 1981 (Lei 6.932) regulamentando a atividade”. A lei estabelece que “os programas de Residência Médica devem ser credenciados pela Comissão Nacional de Residência Médica”.O editorial acrescenta: “Em 2013, a Lei 6.932 sofreu alterações. Além de reafirmar que 'a Residência Médica constitui modalidade de certificação das especialidades médicas no Brasil', o novo texto determinou que as instituições que oferecem Residência Médica 'deverão encaminhar, anualmente, o número de médicos certificados como especialistas, com vistas a possibilitar o Ministério da Saúde a

formar o Cadastro Nacional de Especialistas e parametrizar as ações de saúde pública"'.Agora, a pretexto de regulamentar o Cadastro Nacional de Especialistas, o governo federal criou a possibilidade de que diversas certificações, e não apenas a Residência Médica, deem acesso à condição de médico especialista.O texto acentua: “Como num passe de mágica, o Ministério da Saúde quer ampliar o número de médicos especialistas no País. Sem definir critérios claros, o decreto deixa aberta, por exemplo, a possibilidade de que um profissional que cursou o mestrado ou qualquer outra pós-graduação seja considerado médico especialista, mesmo que não tenha prática na especialidade”.E conclui: “É evidente que o País precisa de mais e novos médicos especialistas. Mas essa necessidade não justifica afrouxar a formação exigida para a obtenção desse título. Afinal, o que se precisa não é de mais profissionais simplesmente com um título de 'médico especialista"'.

Jornal critica decreto sobre médico especialista

Ed. 93 | 2015 | Revista CRemeRs | 11

Page 12: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

12 | Revista CRemeRs | 2015 | Ed. 93

delegacias: o que acontece no Interior na área da saúde

O mês de agosto marca o início de um trabalho

que tem por objetivo principal atualizar os médicos

sobre os problemas de saúde que afligem os municípios

do Interior do Estado, afetando o trabalho médico e por

consequência também o atendimento dos pacientes.

A cada 15 dias, as delegacias seccionais do

Cremers irão receber uma compilação das notícias

recolhidas pelas unidades nos jornais de seus municí-

pios referentes a fatos envolvendo médicos, pacientes,

hospitais, Samu, SUS e gestores de saúde.

O vice-presidente Fernando Weber Matos, coorde-

nador das Delegacias Seccionais do Cremers, considera

importante repassar aos delegados essas informações

que chegam ao Cremers enviadas pelas unidades do

Interior: “Com essa iniciativa vamos transmitir os princi-

pais fatos sobre saúde

às nossas 28 delega-

cias. Nossos repre-

sentantes no Interior

terão oportunidade de

saber o que acontece

em termos de saúde

não apenas em sua

região, mas em todo

o Estado, contribuindo

para a busca de solu-

ções em conjunto”.

No primeiro boletim com notícias encaminhadas

pelas delegacias e reunidas pela secretária Lucimara

Comforti, destacamos os seguintes fatos:

Bento Gonçalves: Serviço do Samu mantido com verbas do município; Estado e União deve R$ 6 milhões à saúde.

-Médicos residentes podem entrar em greve a partir de 24 de setembro;

Cachoeira do Sul: Hospital HCB bate recorde de cirurgias.

Ijuí: Crise na Saúde: Falta de repasses agrava situação dos hospitais; Embrião é atestado como morte em ultras-som apesar de estar vivo, em Ijuí.

Lajeado: Procedimentos não realizados por falta de pacientes.

-Hospitais do RS farão empréstimo, e governo pagará as prestações;

Novo Hamburgo: Mesmo sem verbas, hospital retoma serviços.

Passo Fundo: Emenda parlamentar beneficia Hospital

da Cidade.

-Hospital Municipal: capacidade de atendimento será ampliada;

Pelotas: Meningite sob controle na cidade; Protesto deve afetar atendimento nos postos.

-Pacientes ficam sem medicação para químio;

Santo Ângelo: HSA espera receber R$ 2,5 milhões do Estado; Situação do SUS preocupa gestores.

São Borja: Município consegue liminar garantindo recursos da saúde em dia.

São Leopoldo: Atraso nos repasses prejudica atendi-mento; Unisinos na expectativa pelo curso de Medicina; Após dois meses, a greve chega ao fim no Hospital Centenário.

- Plano emergencial do HC entra em vigor; Centenário terá 39 leitos a menos, sendo 14 da psiquiatria

notícias do interior

Dr. Fernando Matos

deleGaCias

Page 13: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em conceito definido em 1990 e atualizado em 2002, "Cuidados Paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais".

Cuidados paliativos – definição

Cremers promove II Fórum sobre Cuidados paliativos

O Cremers promove II Fórum sobre Cuidados Paliativos, que será realizado no dia 23 de outubro. Organizado pela Câmara Técnica de Cuidados Paliativos, o evento vai reunir os principais especia-listas do Estado.

Entre os temas que estarão em debate estão: Origem e Desenvolvimento da Ética Médica, Preparação para a Morte, Cuidados Paliativos não Oncológicos, Cuidados Paliativos x Obstinação Terapêutica, e Testamento Vital – quando a decisão do paciente é soberana.

A programação prevê, ainda, a mesa redonda Decisões Difíceis, conduzida pelo coordenador da CT de Cuidados Paliativos do Cremers, com os temas Os desafios da Desospitalização, Quando um tratamento deve ser suspenso?, e O currículo do Final da Vida.

A abertura do evento terá o presidente do Cremers, Rogério Wolf de Aguiar, e o coordena-dor das CTs, Jefferson Piva. As vagas são limitadas, exclusivas para médicos. Mais detalhes pelo telefone 51-3219.7544, ramal 244.

Agende-se:

23

de Outubro

Ed. 93 | 2015 | Revista CRemeRs | 13

Camaras téCniCas

Page 14: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

Corpo de delito perícia ou atendimento?

O Conselho Regional de Medicina tem sido

constantemente acionado para responder a questio-

namentos de médicos que atendem em unidades de

pronto atendimento a respeito da obrigatoriedade

de fazer exames de corpo de delito em pessoas deti-

das pelas forças de segurança, por terem cometido

delitos, antes de serem encaminhadas aos locais de

aprisionamento.

Em consulta recente, médica que atende em

Unidade Básica de Saúde (UBS), em cidade do Interior,

referiu a invasão do consultório por policiais militares

durante seu atendimento, com a finalidade de que rea-

lizasse imediatamente um exame de corpo de delito.

E questionou se o Cremers não deveria regulamentar

a questão, estabelecendo um fluxo adequado para o

atendimento dessa demanda.

A Assessoria Jurídica, através do advogado

Guilherme Brust Brun, elaborou parecer orientando que

no caso se aplica a Resolução Cremers n° 18/2009 – que

pode ser acessada no portal www.cremers.org.br – pois

ela disciplina a conduta dos médicos na realização do

exame de corpo de delito.

O seu artigo 1º é claro ao dizer que “nas localida-

des em que há médicos legistas devidamente designa-

dos e habilitados pelo Estado para realizar este mister,

os demais médicos não estão obrigados eticamente a

realizar exames de corpo de delito quando nomeados

por autoridades policial ou judiciária".

MéDICO PLANTONISTA

Ao médico plantonista quando estiver no desem-

penho de sua atividade, é vedado realizar exames

periciais de corpo de delito, devendo priorizar os

atendimentos de urgência e emergência. Na hipótese

do médico ter constatado lesões corporais em pessoa

conduzida por autoridade policial, deve priorizar o

atendimento ao paciente, caso esse já não tenha ocor-

rido, registrando-o no prontuário respectivo e fornecer

atestado, se o paciente assim o solicitar.

De outro lado, o médico nomeado perito pelas

autoridades policial ou judiciária, à exceção das hipó-

teses acima elencadas ou justa causa devidamente

formalizada e provada imediatamente, está obrigado

a realizar o exame médico-pericial, cabendo-lhe, no

entanto, a devida remuneração a ser buscada admi-

nistrativa ou judicialmente. Portanto, já há um regra-

mento sobre a conduta a ser adotada pelo médico

quanto ao aspecto ÉTICO, sugerindo-se que se acesse

a Resolução Cremers n° 18/2009, a qual dispõe sobre

o objeto desta consulta.

URGêNCIAS E EMERGêNCIAS

No tocante à ordem de atendimento, entende-se

que cabe ao médico priorizar as urgências e emer-

gências na UBS. Cabe ao médico nomeado perito

pela autoridade policial ter bom senso no sentido de

realizar a perícia tão logo possível, priorizando as

situações de urgência e emergência, mas não deixar

para atendimento ao final do expediente pela alegação

de que há uma “agenda” a ser seguida. Os policiais

estão no exercício de um dever público e a demora

injustificada pode ser prejudicial ao próprio interesse

público e à coletividade.

Quanto à invasão do consultório, trata-se de ato

arbitrário, o qual expõe o profissional médico, mas,

sobretudo, o paciente, inclusive violando o sigilo

médico, cabendo denúncia ao Cremers e ao Ministério

Público estadual da cidade onde isso tenha ocorrido.

Dr. Isaias Levy

2º Secretário do Cremers

14 | Revista CRemeRs | 2015 | Ed. 93

orientação

Page 15: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

“Considerando que Perícia Médica é um ato médico, determinado por uma autoridade, judicial ou administrativa, com a finalidade de responder quesitos dentro de um processo, os quais subsidiam a sua conclusão;Considerando que o Laudo Pericial concluído é remetido à autoridade determinante e passa a fazer parte integrante do processo instaurado;Considerando que o Perito Médico nomeado pela autoridade não atua mais no processo após conclusão do laudo, salvo em solicitação complementar de informações;Considerando a Resolução CREMERS 12/2009: Art. 8º O exame médico pericial deve ser pautado pelos ditames éticos da profissão, levando-se em conta que a relação perito/periciando não se estabelece nos mesmos termos da relação médico/paciente.§ 1º É vedado ao médico, na função de perito, divulgar suas observações, conclusões ou recomendações fora do procedimento administrativo e processo judicial, devendo manter sigilo pericial, restringindo as suas observações e conclusões ao laudo pericial.Mesmo considerando que a relação entre perito e periciando não configure uma relação de médico e paciente, ela está sujeita também ao artigo 73 do Código de Ética Médica, que veda ao médico revelar

fato que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua profissão, salvo por motivo justo, dever legal ou consentimento por escrito do paciente (no caso, periciando). Sua atividade também está regida pelo Art. 325 do Código Penal – violação do sigilo funcional –, assim como na esfera administrativa, tratando-se de juntas médicas oficiais, aplica-se o Art. 205 da lei n. 8.112, de 11 de dezembro de 1990.Considerando o Parecer CFM 24/1990: ‘Nas perícias judiciais, desaparece o dever de preservar o segredo médico, mas a revelação deve ficar absolutamente circunscrita aos partícipes do processo judicial em que ela constituir elemento de prova’. O que a autoridade legal tem é o direito de determinar a perícia para que o médico, com o apoio nas leis, tanto penal e civil, como ética, possa, por justa causa, quebrar o segredo, mas não desonerá-lo da guarda do mesmo. A Câmara Técnica de Perícias Médicas, em resposta aos questionamentos, informa que o Perito Médico não pode fornecer cópia de laudo pericial a ninguém que não seja a autoridade determinante da perícia em questão. O Perito Médico não detém o controle do processo e não é possuidor do laudo. Este só pode ser liberado pela autoridade responsável a quem o requisite, desde que esta solicitação encontre respaldo legal.”

parecer do Cremers esclarece sobre laudo pericial e sigilo médico

Atendendo a consulta sobre a disponibilização de

laudos periciais e a realização de ato médico pericial, o

Cremers emitiu parecer esclarecendo as condições de sigi-

lo médico referentes à perícia. No documento, elaborado

pela Câmara Técnica de Perícias Médicas, é alertado que o

Perito Médico não pode fornecer cópia de laudo pericial a

ninguém que não seja a autoridade determinante da perícia

em questão, pois não detém o controle do processo e não

é possuidor do laudo.

A Câmara Técnica de Perícias Médicas é presidi-

da pelo conselheiro Jorge Luiz Fregapani e composta

pelos especialistas Antônio Reus Resk Malcum, Henrique

Rodrigues Cabral, Juliano Luis Fontanari, Mauricio Licks da

Silveira e Tatiana Della Giustina. O Cremers conta com 48

CTs, com coordenação geral do conselheiro Jefferson Piva.

CONFIRA A íNTEGRA DO PARECER, APROvADO PELA DIRETORIA E PELA PLENáRIA DO CREMERS:

Ed. 93 | 2015 | Revista CRemeRs | 15

Page 16: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

Corregedoria: instauração de sindicâncias e PEPs

A Secretaria de Assuntos Técnicos (SAT) segue

mantendo um ritmo forte de trabalho diante do volume

expressivo de sindicâncias e Processos Éticos Profissionais

que estão em andamento. O setor é subordinado à

Corregedoria do Cremers, conduzida pelos conselheiros

Régis de Freitas Porto e Joaquim José Xavier. É importante

destacar que a SAT supervisiona e participa de todas as

ações que envolvem a sindicância e o PEP.

Neste ano, até o mês de agosto, foram instauradas

401 sindicâncias, sendo que 387 foram apreciadas em

Câmara. Neste ano foram instaurados 57 PEPs e julgados

76. Esclarecendo que sindicância é um procedimento

preliminar, que pode resultar ou não em Processo Ético

Administrativo, que, por sua vez, decorre de uma decisão

do Plenário ou Câmaras do CRM.

2015

Sindicâncias instauradas 401

Apreciadas em Câmara 387

PEPs instaurados 57

PEPs julgados 76

ouvidoria:esclarecendo dúvidas1) O médico pode cobrar por reconsulta?

A Resolução CFM 1.958 de 2010 explica que

não existe reconsulta. Existe uma consulta que pre-

cisou ser complementada em um segundo momento

ou uma nova consulta. A primeira situação não deve

gerar nova cobrança, a segunda situação gera novo

pagamento. A identificação de cada caso, se uma ou

outra situação, cabe ao médico assistente.

2) O médico que atende em pronto socorro deve dar atestado se o paciente solicitar ou o boletim de atendimento serve com atestado?

O parecer CFM 17 de 2010, referente ao

Processo Consulta 2.861 de 2009, determina que o

atestado deve sempre ser fornecido quando solicita-

do pelo paciente, seja o atendimento realizado em

caráter eletivo ou de urgência, assim, o boletim de

atendimento ou a ficha de atendimento não servem

como substitutos do atestado. Com o intuito de faci-

litar a atividade médica, seja em atendimento eletivo

ou de urgência, a Resolução CREMERS 02 de 2011

sugere modelos de atestado médico que podem ser

impressos previamente e que visam a agilizar o for-

necimento de tais documentos ao paciente.

Fiscalização tem atividade intensaA Comissão de Fiscalização do Cremers, coorde-

nada pelo conselheiro Antonio Ayub, teve um primeiro

semestre de grande produtividade. Os médicos fiscais

Mário Henrique Osanai e Alexandre Prestes realizaram

43 visitas de fiscalização em hospitais, clínicas e outras

instituições de saúde em Porto Alegre e na Região

Metropolitana.

Entre janeiro e agosto de 2015, a fiscalização vis-

toriou locais como o Instituto Psiquiátrico Forense, as

centrais de regulação municipal e estadual do SAMU,

o Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul (PACS, que já

chegou a ser interditado pelo Cremers) e os hospitais

Centenário, de São Leopoldo, Parque Belém, de Porto

Alegre, e São Vicente de Paulo, de Osório, entre outros.

16 | Revista CRemeRs | 2015 | Ed. 93

atuação

Page 17: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

entrega de prontuáriospara operadoras de planos de saúde

O Cremers tem recebido muitas con-

sultas a respeito da entrega de prontuários

(especificamente evoluções médicas dos

pacientes) a empresas operadoras de planos

de saúde para fins de auditoria.

A Assessoria Jurídica do Conselho,

através do advogado Juliano Lauer, recen-

temente emitiu parecer em que afirma que

é “cediço que a liberação de prontuário

médico a outras pessoas que não o pró-

prio paciente envolve a delicada questão

do segredo profissional tratada no artigo

102 do Código de Ética Médica e no artigo

154 do Código Penal”.

Somente em três situações existe respaldo para a

quebra do dever do sigilo médico:

1) quando houver “justa causa”

2) quando houver dever legal

3) por autorização expressa do paciente.

A questão é tratada pelo Conselho

Federal de Medicina na Resolução CFM

nº 1605/2000, que determina em seu

artigo 1º, “ser vedado ao médico revelar,

sem o consentimento da parte, segre-

do que lhe foi confiado ou conteú-

do de prontuário médico”. E também

regulamentada pela Resolução CFM nº

1614/2001 que determina em seu artigo

2º que “as empresas de auditoria médi-

ca e seus responsáveis técnicos deve-

rão estar devidamente registrados nos

Conselhos Regionais de Medicina das

jurisdições em que seus contratantes estiverem atuando”.

A Assessoria Jurídica do Cremers conclui como sendo

indevida, do ponto de vista ético e legal, a solicitação de

prontuários médicos por parte de setores administrativos de

operadoras de planos de saúde e convênios, porquanto não

se enquadra nas exceções previstas nas normas supracitadas.

Isaias Levy2º Secretário do Cremers

Em resposta à consulta sobre a CID e resultados de exames, solicitados pelo novo sistema lançado governo federal (eSocial), o CFM emitiu o Parecer 17/2015, definindo o seguinte: “É vedado ao médico a aposição da CID-10 e de resultados dos exames no eSocial, de acordo com o disposto no art. 73 do Código de Ética Médica, devendo ser arguida pelo Conselho Federal de Medicina a inconstitucionalidade do Decreto nº 8373/14 ou sua mudança no âmbito legislativo”.DO PARECERO Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas – eSocial – foi instituído pelo Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, tendo por objeto estabelecer a forma única com que passam a ser prestadas as informações trabalhistas, previdenciárias, tributárias e fiscais relativas à contratação e utilização de mão de obra onerosa, com ou sem vínculo empregatício e também

de outras informações previdenciárias previstas na Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, e de rendimentos pagos sujeitos à retenção na fonte.Os dados informados, então, ficarão armazenados em ambiente nacional do eSocial, com acesso à NÃO médicos.O Código de Ética Médica, a seu turno, disciplina a conduta ética in casu:Art. 73: "É vedado ao médico: Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua profissão, salvo por motivo justo, dever legal ou consentimento, por escrito, do paciente”.Nessa esteira, restou claro que a quebra de sigilo está condicionada a existência de uma norma legal na qual sua recusa implicará em crime. Exemplificamos com a não notificação de doença de notificação compulsória, conforme Art. 7 o da Lei 6.529 de 30 de outubro de 1975 e Art. 269 do Código Penal.

Cid e resultados de exames

Ed. 93 | 2015 | Revista CRemeRs | 17

prontuário médiCo

Page 18: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

Em solenidade realizada dia 13 de julho, qua-

renta novos médicos formados pela Universidade

Federal do Rio Grande do Sul receberam suas

credenciais das mãos de membros da diretoria do

Cremers. O diretor de Patrimônio Iseu Milman abriu

a cerimônia, saudando os jovens médicos e seus

acompanhantes. Participaram também da mesa o

presidente do Cremers, Rogério Wolf de Aguiar;

Cláudio Franzen, tesoureiro; Joaquim José Xavier,

corregedor adjunto; e Antônio Celso Ayub, coorde-

nador da Fiscalização.

Cerimônia no Cremers marcada por crítica ao subfinanciamento da saúde

entrega de carteiras

Depois de entregues as carteiras – com um exem-

plar do Código de Ética Médica –, Aguiar cumprimentou

os novos colegas, destacando a nobreza da profissão que

escolheram e expressando a visão do Cremers sobre a atual

situação da saúde no Estado e no País: "É com alegria

que recebemos os colegas que cumpriram rigorosamen-

te a legislação brasileira e se habilitaram ao exercício da

Medicina após um longo e exigente curso. É um orgulho

para nós cumprirmos esse ritual de entrega das credenciais

médicas a jovens que tiveram a formação adequada para

atender o povo brasileiro da melhor maneira possível".

18 | Revista CRemeRs | 2015 | Ed. 93

solenidade

Page 19: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

O presidente do Cremers acentuou que a saúde

pública brasileira dispensa medidas eleitoreiras e clama

por soluções mais consistentes por parte do governo

federal, como uma carreira médica no Sistema Único de

Saúde. “É preciso investir em nosso País e não em outros.

Faltam leitos, equipamentos e materiais, falta atenção

básica mais efetiva. Então, os recursos precisam ser apli-

cados aqui mesmo”.

Em relação aos novos cursos de Medicina anuncia-

dos pelo governo, sendo que três deles no Rio Grande

do Sul, Rogério Aguiar lembrou que o Brasil ocupa hoje

o segundo lugar em número de cursos e que não exis-

te necessidade de novas unidades. “Não é colocando

mais médicos no mercado que o problema da saúde

será resolvido. Faltam investimentos e políticas sérias,

em especial na distribuição dos médicos. Trouxeram

milhares de profissionais do exterior, mas o mapa da dis-

tribuição de médicos, conforme levantamento do próprio

Ministério da Saúde, revela que o quadro segue igual

ao que era, com poucos profissionais sendo deslocados

para os pontos mais distantes”.

Recorreu, ainda, a um recente relatório do Tribunal

de Contas da União em que é constatado que em 49% dos

municípios contemplados com intecambistas houve redu-

ção no número de médicos: “Os prefeitos aproveitaram e

demitiram os médicos que ali estavam trabalhando, e que,

aliás, nunca receberam o que é oferecido aos integrantes

do programa, como auxílio alimentação e moradia”.

Por fim, Aguiar fez um relato sobre o Cremers e suas

atribuições, destacando o trabalho cartorial e a fiscalização

do exercício da Medicina, e citando os setores que estão

à disposição dos médicos, como a Ouvidoria. Lembrou

que o Conselho é uma autarquia federal e que é mantido

unicamente pelas anuidades dos médicos e empresas. Ao

concluir, cumprimentou os novos médicos e salientou que o

Cremers está à disposição. “Aqui vocês vão encontrar apoio e

orientação. Parabéns pela conquista. É um orgulho exercer a

Medicina, profissão tão nobre e necessária para a sociedade”.

Ed. 93 | 2015 | Revista CRemeRs | 19

Page 20: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

Dra. Karine De Franceschi

Dra. Bruna Brasil Carneiro

Dra. VanessaLaubert La Porta

novos médicos: preocupaçãocom o mercado de trabalho

Depois de um longo e exigente curso, os jovens

médicos enfrentam agora um novo desafio: posicionar-se

adequadamente no mercado de trabalho. Os novos médi-

cos que estiveram no Cremers para receber a carteira que

os habilita a exercer a Medicina estão preocupados. Já

constataram que não será fácil encontrar boas condições

de trabalho e remuneração condizente com a responsabi-

lidade profissional. Mesmo assim, se mostram confiantes e

projetam fazer Residência Médica no final do ano.

A nova médica Karine De

Franceschi tem feito alguns tra-

balhos, mas nada fixo. Em pouco

tempo constatou as dificuldades

que envolvem todo o trabalho

na área da saúde, atribuindo essa

situação basicamente ao subfinan-

ciamento do setor. Seu objetivo é

fazer RM em gineco-obstetrícia.

Natural de Bagé, Bruna Brasil Carneiro tem feito

alguns plantões enquanto busca uma colocação melhor e

se prepara para fazer a prova para RM em cirurgia. Ela não

esconde preocupação com o programa Mais Médicos, que

importou milhares de profis-

sionais para "ocupar espa-

ço de médicos brasileiros".

Diferente do que alegam

setores do governo, ela sus-

tenta que há muitos médicos

novos que querem trabalhar

em lugares mais afastados,

desde que em condições

adequadas. "Estou pronta",

diz Bruna.

Apesar de muito

feliz por receber sua car-

teira, Vanessa Laubert La

Porta não pensa em tra-

balhar como médica neste

momento. Ela constatou

que há grandes dificulda-

des estruturais para a prá-

tica médica, em especial

para quem está começan-

do. Diante disso, Vanessa optou por concentrar-se nos

estudos para a prova de RM. Pretende especializar-se

em Medicina de Família.

20 | Revista CRemeRs | 2015 | Ed. 93

solenidade

Page 21: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

Dr. Daniel Diniz Comassetto

Daniel Diniz Comassetto vai fazer o serviço

militar obrigatório ao mesmo tempo em que se pre-

para para a Residência Médica em Medicina Interna.

A exemplo de seus colegas,

não esconde preocupação

com o mercado de traba-

lho ruim, que, segundo ele

já constatou, remunera mal,

oferece empregos informais

e não proporciona boas con-

dições para a prática médica.

Ed. 93 | 2015 | Revista CRemeRs | 21

Page 22: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) abriu no dia 20 de agosto consulta pública com o objetivo de receber contribuições para o aprimoramento do Instrumento de Avaliação de Cursos de Graduação. A renovação das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) dos cursos superiores de medicina, ocorrida em 2014, como decorrência do programa Mais Médicos, criou a necessidade dessa atualização.A minuta do Instrumento de Avaliação de Cursos de Graduação, que inclui novos indicadores específicos para o curso de Medicina e para toda a área de saúde consta da nota técnica nº 40/2015. O grupo conta com

a participação de representantes da própria autarquia, dos ministérios da Saúde e da Educação, da Associação Brasileira de Educação Médica (Abem) e da Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina (Denem). Participam também a Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes) e Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM).Essa comissão propôs as adequações necessárias ao instrumento, conforme o programa Mais Médicos e as diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em Medicina. Contudo, algumas alterações contemplam, como indutoras de qualidade, os demais cursos de graduação.

inep abre consulta pública sobre avaliação de cursos de medicina

22 | Revista CRemeRs | 2015 | Ed. 93

Custo da saúde

Consulta encaminhada pela Procuradoria da República da Bahia à presidência do CFM a respeito de tratamentos de alto custo pelo sistema público de saúde.

“(...) solicito à Vossa Senhoria parecer sobre o

funcionamento da atual sistemática utilizada na aten-

ção em oncologia pelos centros especializados, com

remuneração por pacotes denominados APAC-Onco

[Autorização para Procedimentos de Alta Complexidade

em Oncologia], especificamente no que diz respeito a

eventuais prejuízos que essa sistemática esteja causan-

do ao paciente oncológico com a negativa de acesso a

medicamentos e procedimentos de alto custo."

Confira as considerações finais do parecer assinado

pelo conselheiro relator Lúcio Flávio Gonzaga Silva:

“A saúde é um direito essencial do ser humano.

No Brasil, é assegurada por sua Carta Magna em seus

aspectos universal, integral e igualitário para todos os

brasileiros. A limitação de recursos públicos é arguida

como justificativa para a negação de medicamentos de

alto custo para o tratamento de pacientes oncológicos,

com base nos princípios da razoabilidade e proporcio-

nalidade, acolhidos pela teoria da reserva do possível,

de origem alemã. O Brasil não tem uma legislação clara

definidora de condutas para esses casos, carreando para

o médico assistente uma missão extremamente cons-

trangedora e angustiante. No entanto, decisões recentes

do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais regionais

brasileiros sobre o tema definem ser obrigação do Estado

garantir o direito à saúde, inclusive quanto ao forneci-

mento de medicamentos”.

RESPOSTA à CONSULENTE:

“Não há um consenso quanto à melhor conduta:

atender às necessidades integrais do doente concreto,

com risco de comprometer a assistência universal e igua-

litária da coletividade, ou fazer o contrário. Entretanto,

esse parecer conclui – sob a ótica da técnica e da ética

médicas e baseado na Lei nº 12.842, publicada em julho

de 2013, que dispõe sobre o exercício da Medicina – pelo

entendimento de que deve ser assegurada a autonomia

do médico quanto à decisão do tratamento mais adequa-

do à saúde de seu paciente, devidamente fundamentada

e respeitando a autonomia do paciente, razão pela qual

questões outras – econômico-financeiras, sociais ou de

qualquer outra natureza – devem ser consideradas de

importância secundária”.

tratamento de alto custo

Page 23: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

Comissão de honorários organiza fórum sobre saúde suplementar

Prosseguem negociações com operadoras

A Comissão Estadual de Honorários Médicos

(CEHM-RS) está organizando um evento para debater

a saúde suplementar no Estado. O I Fórum Gaúcho

de Saúde Suplementar será realizado no dia 13 de

novembro, na AMRIGS, promovendo a participação dos

diversos níveis envolvidos na área – desde médicos até a

Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

A CEHM está finalizando a formação dos painéis

de discussão e a escolha dos debatedores que comporão

as mesas diretoras. Em breve, serão anunciados os temas

e a programação do evento, que irá contar com a par-

ticipação de expoentes de diferentes segmentos da área

médica nacional.

A programação do evento será disponibilizada

em breve no site da Comissão (www.cehm-rs.org.br).

Participam do grupo Iseu Milman, coordenador do

Patrimônio do Cremers; Jorge Utaliz, diretor do Exercício

Profissional da Amrigs; Jorge Eltz, diretor do Simers;

Maria da Graça Schneider, gerente de Defesa Profissional

da AMRIGS; Cristiana Menezes, assessora da diretoria

do Simers; e Marcelo Pistoja, assistente administrativo do

Cremers.

O Bradesco Saúde repassará à Comissão Estadual

de Honorários Médicos do Estado a minuta do contrato

padrão adotado com médicos credenciados ao plano. A

minuta segue a Lei federal 13.003/2014, que tornou obri-

gatória a existência de contrato

entre prestadores de serviço e

operadoras. A comissão quer

avaliar a minuta, para verificar

a adequação à legislação.

O Bradesco adota data

-base de setembro e valor da

consulta de R$ 73,00. A ope-

radora trabalha de forma unifi-

cada nacionalmente, adotando

os mesmos valores de consulta,

procedimentos e codificação.

A CEHM-RS tem manti-

do diversas reuniões com pla-

nos de saúde para conhecer

a política de cada um em

relação aos médicos, desde remuneração a períodos de

atualização, além de rol de procedimentos. A atuação

busca maior proximidade com as empresas para nego-

ciar melhores condições à assistência dos médicos.

Evento será realizado no dia 13 de novembro na AMRIGS

Ed. 93 | 2015 | Revista CRemeRs | 23

remuneração

Page 24: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

Liberar o uso de drogas?O Supremo Tribunal Federal se prepara para julgar

a inconstitucionalidade ou não do artigo 28 da Lei sobre

drogas (11.343). Esse artigo trata da criminalização do uso

e tráfico de substâncias ilícitas causadoras de transtornos

mentais e dependência química. Embora o simples uso seja

considerado crime, para constranger e inibir o consumo,

ele não é punido com prisão, e sim com penas alternativas.

Caso o STF torne inconstitucional este artigo, ele, na

prática, descriminalizará e liberará o uso de drogas ilícitas,

facilitando muito a sua circulação no País. Ao contrário

do que apregoam aqueles que querem legaliza-las, é uma

decisão que aumentará o número de doentes da depen-

dência química, a violência e o poder do tráfico de drogas.

Não existem exemplos históricos e de evidências

científicas que mostrem que, diminuindo o rigor contra as

drogas, a saúde e a vida das pessoas melhora. Como tam-

bém não existe novidade na liberação das drogas. Todas

foram consumidas livremente na maior parte do tempo

de existência da nossa civilização. Só muito recentemente

começaram a ser proibidas, quando as diversas sociedades

humanas entenderam a sua relação direta e indireta, com

grandes tragédias pessoais, familiares e sociais. Todos elas

mudaram a lei e passaram a proibi-las de forma duríssima.

Hoje, tem taxas de homicídio de 30 a 70 vezes menores

que o Brasil! Ao contrário do que os arautos da liberação

proclamam, é justamente nos países com as regras mais

rigorosas contra as drogas onde os problemas de saúde e

violência são muito menores.

Como poderá ser permitida a compra e proibida à

venda? Na verdade, a ausência de crime no uso de drogas

acabará com qualquer constrangimento no porte e no com-

partilhamento delas. Haverá muito mais gente as levando

para as escolas, e locais públicos, sem qualquer receio de

punição. É óbvio que isso aumentará muito o consumo. E

quem abastecerá esse mercado em expansão? O tráfico

clandestino. Ele crescerá em número e em poder, mantendo

e ampliando seu séquito de violência.

Temos hoje no Brasil uma grande epidemia de consu-

mo de drogas. Quando enfrentamos uma epidemia viral, o

maior esforço é o de reduzir a circulação do vírus causador,

para reduzirmos o número de doentes. O mesmo ocorre

com a epidemia das drogas. Quanto menos drogas per-

mitirmos circular, menos vítimas da dependência química

teremos. Isso sem falar nas vítimas de homicídios, acidentes

de trânsito, suicídios e de doenças como a AIDS que ressur-

gem nos bolsões de consumo de drogas.

Os liberacionistas usam a paralisia governamental e a

ausência de política pública de segurança e prisional, como

uma "impossibilidade definitiva" de combater o tráfico. A

proposta de liberar e não prender traficantes só agravará o

problema.

O aumento do número de presos por tráfico acontece

muito mais em função do momento desta epidemia, que

multiplica muito rapidamente usuários e traficantes, do que

pela Lei, que considera crime, mas não prende pelo uso.

Estatísticas da área de segurança mostram que 60% das

pessoas abordadas com porte de drogas são usuárias e não

são presas, embora respondam por crime.

É importante lembrar que a dependência química é

uma doença crônica, sem cura, que atinge uma parcela sig-

nificativa de usuários. Ela altera o funcionamento e a arqui-

tetura das conexões cerebrais para sempre, formatando a

base cerebral para a compulsão. As causas que levam uma

pessoa a experimentar drogas são bem diferentes daquelas

que a levam a persistir no uso.

O maior esforço no tratamento da dependência

química é manter, a cada dia, a abstinência, para poder

voltar a uma vida minimamente produtiva e útil do ponto

de vista social. As maiores vítimas da dependência quí-

mica são os adolescentes. A ciência mostra que, pela sua

imaturidade cerebral, eles são cinco vezes mais vulneráveis

à dependência do que aqueles que iniciam o consumo de

drogas na vida adulta. Uma decisão de descriminalizar o

uso, tomada pelo STF, poderá ter outro efeito funesto, que

é, simbolicamente, passar a ideia de que o consumo de dro-

gas não é prejudicial, aumentando a curiosidade e interesse

dos nossos jovens em experimentá-las.

Osmar Terra

Médico e Deputado Federal

24 | Revista CRemeRs | 2015 | Ed. 93

artiGo

Page 25: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

entidades médicas contra a descriminalização do porte de drogas

O Conselho Federal de Medicina (CFM), a

Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Associação

Médica Brasileira (AMB) e a Federação Nacional dos

Médicos (FENAM) divulgaram nota oficial com o posi-

cionamento das entidades médicas sobre a descriminali-

zação do porte de drogas.

O Cremers já se posicionou sobre o assunto. No dia

16 de abril publicou nota oficial na imprensa, com base

em parecer de sua Câmara Técnica de Psiquiatria, com o

título "Não à legalização do uso da maconha".

O polêmico tema está sendo discutido e julgado pelo

Supremo Tribunal Federal (STF) desde o dia 19 de agosto.

Confira abaixo a íntegra da nota das entidades médicas:

NOTA OFICIAL ABP/AMB/CFM/FENAM

Nós, abaixo-assinados, que representamos as enti-

dades nacionais dos médicos brasileiros, viemos mani-

festar aos Ministros do Supremo Tribunal Federal nossa

posição favorável à manutenção do texto artigo 28 da Lei

11343, que trata da política sobre drogas no Brasil.

Entendemos que a descriminalização do uso de dro-

gas ilícitas vai ter como resultado prático o aumento deste

consumo e a multiplicação de usuários. Aumentando o

número de usuários, aumentarão também as pessoas que

se tornarão dependentes químicos. E a dependência quí-

mica é uma doença crônica que afetará seus portadores

para o resto de suas vidas e devastará suas famílias.

O aumento do consumo de drogas também elevará

ao, já trágico, recorde mundial de acidentes de trânsito,

homicídios e suicídios.

A descriminalização, ao aumentar o consumo,

também ampliará o poder e o tamanho do tráfico clan-

destino, que vai fornecer as drogas ilícitas. E a violência

recrudescerá!

Não existe experiência histórica, ou evidência cien-

tífica, que mostre melhoria com a descriminalização. Ao

contrário, são justamente os países com maior rigor no

enfrentamento às drogas que diminuem a proporção de

dependentes e mortes violentas.

Em nome dos médicos brasileiros, que estão no

“front” desse enfrentamento, e que conhecem bem a

gravidade e complexidade desta questão na saúde e na

segurança da nossa população, apelamos ao STF para

que mantenha, na forma atual o artigo 28 da Lei 11.343.

Ed. 93 | 2015 | Revista CRemeRs | 25

saúde púBliCa

Page 26: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

Audiência Pública na OAB/RS discutiu o tema com entidades e sociedade civil

O drama das Santas Casas

perícia médica Previdenciária

A Confederação das Santas Casas e Hospitais e

Entidades Filantrópicas (CMB) e as federações estaduais

realizaram ato público, dia 4 de agosto, no Congresso

Nacional para pedir melhores condições financeiras para

as entidades filantrópicas. O movimento contou com o

apoio da Frente Parlamentar de Apoio às Santas Casas,

Hospitais e Entidades Filantrópicas da Câmara.

TABELA SUS – Recentemente, uma análise do CFM

mostrou que mais de 1.500 procedimentos hospitala-

res incluídos na Tabela SUS, padrão de referência para

pagamento dos serviços prestados por estabelecimentos

conveniados e filantrópicos que atendem a rede pública

de saúde, estão defasados. De acordo com a autarquia,

a perda acumulada nos honorários médicos em alguns

procedimentos chegou a quase 1.300% num período de

apenas sete anos (2008 a 2014).

O comando do movimento afirma que há mais de

dez anos não é reajustada a tabela do SUS e que, por

conta disso, mais de 1.700 instituições estão falidas e

com dívidas, que, se somadas, chegam a R$ 21 bilhões.

A OAB/RS realizou, no dia 18 de agosto, uma

audiência pública para debater as perícias médicas

previdenciárias. A atividade, organizada pela Comissão

de Previdência Social da entidade (CEPS), integrou a

programação do Mês do Advogado e teve a presença

de diversos representantes de entidades ligadas ao tema,

advogados e sociedade civil organizada. O conselheiro

Iseu Milman representou o Cremers na ocasião.

Foram debatidos dados e dificuldades acerca da

perícia médica previdenciária. Entre os assuntos aborda-

dos estiveram a discordância entre o parecer do perito

e do médico da pessoa que está buscando o benefício,

problemas no agendamento das perícias e o número de

médicos que compõem a estrutura do sistema previden-

ciário – atualmente, 4.456 profissionais. Segundo dados

da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP),

esse número vem caindo ano após ano.

Iseu Milman declarou que a questão da perícia pre-

videnciária causa preocupação à classe. “Muitas vezes o

médico do trabalho não sabe o que fazer, pois a pessoa

declara não poder trabalhar, enquanto o perito avalia

que a pessoa pode. A definição da concessão ou não do

benefício cabe ao perito; por isso, o médico precisa ter

todo cuidado ao fornecer um atestado.”

Estiveram presentes o secretário-geral da OAB/

RS, Ricardo Breier, representando o presidente Marcelo

Bertoluci; o presidente da CEPS e organizador do even-

to Alexandre Triches; a representante da Defensoria

Pública da União (DPU) Fernanda Hahn; Carmem Lúcia

Reis Pinto, representando o Instituto dos Advogados

Previdenciaristas (IAPE); a representante do Instituto

Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), Jane

Berwanger; e Clarissa Coelho Bassin, representando a

Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP).

Cremers representado pelo diretor Iseu Milman

26 | Revista CRemeRs | 2015 | Ed. 93

partiCipação

Page 27: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

Corte no orçamento da saúde supera r$ 12 bilhões

O ajuste fiscal no Orçamento

Geral da União levou o Governo

Federal a participar ainda menos

do financiamento do Sistema Único

de Saúde (SUS) neste ano. O corte

no orçamento foi superior a R$ 12

bilhões. Em maio, o governo anun-

ciou o corte de R$ 11,7 bilhões e, no

final de julho, mais R$ 1,18 bilhão.

Nos últimos sete anos, enquan-

to estados e municípios aumentaram

suas despesas públicas com saúde

em 49,4% e 71,6%, respectivamente,

a União cresceu apenas 40,4%, o

que puxa para baixo o crescimento

do conjunto da despesa pública no

período, 51,3%. Para o presidente

do Conselho Federal de Medicina

(CFM), Carlos Vital, a contabilidade

das perdas sugere que, em 2015, a

saúde deve permanecer distante do

foco de prioridades do governo. “O

País assistirá estarrecido ao retroces-

so ainda maior na presença pública

da cobertura de despesas e investi-

mentos com saúde. Como tem feito

ao longo dos últimos anos, o CFM

persistirá na observação do destino

destas verbas. Não obstante, a exe-

cução dessa tarefa precisa ser feita

por todos os cidadãos, em particular

por aqueles 150 milhões dependen-

tes do SUS, posto que cada centavo

retirado desse orçamento pode signi-

ficar perda da dignidade, da saúde e

da vida”, declarou.

UNIãO REDUz SUA PARTICIPAçãO

Em 2014, segundo estimativa do Instituto de

Direito Sanitário Aplicado (Idisa), o gasto público

total com ações e serviços de saúde atingiu R$

216,2 bilhões, o equivalente a 3,9% do Produto

Interno Bruto (PIB) daquele ano – bem inferior à

média internacional de 5,5%. Além disso, a parcela

das despesas privadas (planos de saúde, medica-

mentos e gastos diretos das famílias) se manteve

superior aos gastos públicos, como em anos ante-

riores, somando R$ 231,9 bilhões.

Historicamente, municípios e Estados têm

ampliado sua participação no total do gasto públi-

co, especialmente a partir dos anos 2000, com o

estabelecimento da Emenda Constitucional nº 29,

que estabeleceu a vinculação de recursos às suas

receitas (12% para Estados e 15% para municípios).

IMPACTO NA SAúDE PúBLICA

“De forma concreta, o Ministério da Saúde contará,

neste ano, com um orçamento inferior ao ano de 2014. Não

podemos admitir o discurso de que nada será alterado, à

medida que os números são claros e objetivos. Lamentamos

que o governo federal, mais uma vez, insista em contribuir ao

desmonte do nosso importante direito universal à saúde”, des-

tacou Áquilas Mendes, coautor do estudo do Idisa e professor

livre-docente de Economia da Saúde da Faculdade de Saúde

Pública da Universidade de São Paulo (USP).

Segundo Mendes, “o ajuste afetará consideravel-

mente os investimentos fundamentais para a ampliação

imediata de serviços ambulatoriais e hospitalares e preju-

dicará a implantação das Redes de Atenção à Saúde em

todas as regiões dos estados brasileiros, impactando a

prestação de ações assistenciais e sanitárias disponibiliza-

das a toda a população”.

Ed. 93 | 2015 | Revista CRemeRs | 27

suBFinanCiamento

Page 28: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

A Coordenação do Sistema Nacional de

Transplantes, do Ministério da Saúde, encaminhou

ofício orientando sobre doação de órgãos pelo com-

panheiro (a), de acordo com decisão judicial proferida

pela Justiça Federal da 3ª Região em Ação Civil Pública

interposta pelo Ministério Público Federal.

No documento, o MS solicita aos coordenadores

das Centrais de Notificação, Captação e Distribuição

de Órgãos que orientem os serviços a considerarem o

companheiro (a) homoafetivo como legítimo a autori-

zar a remoção post morten de órgãos, tecidos e partes

do corpo humano para transplante. Para efetivar essa

autorização devem ser exigidos os mesmos documentos

apresentados pelo companheiro heterossexual.

Confira trechos da decisão judicial

A inexistência de regra expressa que contemple o

companheiro homossexual com a possibilidade de auto-

rizar a remoção post mortem de órgãos, tecidos e partes

do corpo do companheiro falecido para transplante, não

obsta o reconhecimento do seu direito.

- Entendimento em consonância com princípios

norteadores da Constituição, que consagram a igual-

dade, a dignidade da pessoa humana e a promoção

do bem de todos. Respeito ao princípio constitucional

contido no art. 3º, IV, da Constituição Federal, que

veda a adoção, seja pelos particulares ou pelo próprio

Estado, de comportamentos, comissivos ou omissivos,

que impliquem preconceito de origem, raça, sexo,

cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Princípio cuja aplicabilidade é plena e a qual deve ser

atribuída a máxima eficácia.

- Ampliação do conceito de família (art. 226, § 3º,

da Constituição Federal) e do rol dos legitimados para

autorizar a referida doação (art. 4º, da Lei nº 9.434/97).

- Questão pacificada no Supremo Tribunal Federal

que, em 5 de maio de 2011, declarou a Ação Direta

de Inconstitucionalidade n. 4.227 e a Arguição de

Descumprimento de Preceito Fundamental n. 132, com

eficácia erga omnes e efeito vinculante, conferindo

interpretação conforme a Constituição Federal ao art.

1.723 do Código Civil, a fim de declarar a aplicabilidade

de regime de união estável às uniões entre pessoas do

mesmo sexo.

- O Judiciário não pode, sob o argumento que está

protegendo direito coletivos, determinar a expedição de

atos administrativos. O controle dos atos administrativos

pelo Poder Judiciário está vinculado a perseguir a atua-

ção do agente público em campo de obediência aos

princípios da legalidade, da moralidade, da eficiência, da

impessoalidade, da finalidade e, em algumas situações,

o controle do mérito. As obrigações de fazer permitidas

pela ação civil pública não têm força de quebrar a har-

monia e independência dos Poderes.

- Remessa oficial e apelações desprovidas.

ACÓRDãO

Vistos e relatados estes autos em que são partes

as acima indicadas, decide a Egrégia Quarta Turma do

Tribunal Regional Federal da 3ª Região, por unanimida-

de, negar provimento à remessa oficial e às apelações

interpostas pela União e pelo Ministério Público Federal,

nos termos do relatório e voto que ficam fazendo parte

integrante do presente julgado.

Doação de órgãos e tecidos por casais homoafetivos

28 | Revista CRemeRs | 2015 | Ed. 93

reGulamentação

Page 29: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

Dr. Cláudio Balduíno Souto Franzen(Conselheiro do CFM)

Dr. Antonio Celso Ayub(Conselheiro Suplente do CFM)

revista em presídio:ocultação interna de drogas

Em resposta à consulta da Defensoria Pública do RJ, o CFM emitiu o parecer nº 10/15 sobre a técnica uti-lizada para eliminação de drogas transportadas por ocultação corporal interna em pessoas durante visi-ta a casas de detenção. Essa ação deve ser indicada e supervisionada por médico, após a devida avaliação clínica, e em ambiente hospitalar que permita atender às possíveis intercorrências, sendo obrigatório o con-sentimento livre e o esclarecimento prévio do pacien-te sobre o procedimento.

De acordo com o parecer, a ocultação interna é um método generalizado de transportar ilegalmente cocaína e outras drogas através das fronteiras e re-presenta um problema social e médico grave e cres-cente. Os riscos mais graves associados às cápsulas ingeridas incluem obstrução intestinal e morte por intoxicação pela droga. De acordo com os Princípios Fundamentais do Código de Ética Médica, a Medicina é uma profissão a serviço da saúde do ser humano e da coletividade e será exercida sem discriminação de nenhuma natureza.

A remoção de corpos estranhos, por se tratar de ato médico, compete ao profissional respaldado pelo Có-digo de Ética Médica. Essa remoção só poderá ser re-alizada em ambiente hospitalar ou instituição de saúde apropriada para tal fim, tendo em vista os riscos ine-rentes ao procedimento. A ação de remoção de corpo estranho deverá ser obrigatoriamente precedida pela autorização ou consentimento da pessoa, ou seu re-presentante legal, e atender aos artigos 22, 23, 24 e 28 do Capítulo IV dos Direitos Humanos do Código de Ética Médica.

Criação de comitês de bioética nas instituições de saúde

Os diretores técnicos das instituições de saúde, diretores clí-nicos dos hospitais e presidentes de entidades médicas devem esforçar-se para criar e fazer funcionar em seus estabelecimen-tos Comitês de Bioética que subsidiem as decisões médicas. A deliberação é do Conselho Federal de Medicina (CFM), que aprovou em sessão plenária a Recomendação N° 8/2015.

Segundo o relator da diretriz, conselheiro José Hiran Gallo, o avanço da Medicina tem suscitado o aumento de conflitos mo-rais que ultrapassam os limites da Ética Médica, sinalizando a conveniência e a necessidade de Comitês de Bioética que sub-sidiem as decisões. “Apesar desse cenário cada vez mais com-plexo para o exercício da profissão, a maioria dos hospitais não possui Comitê de Bioética. Além disso, não há regulamentação na deontologia médica brasileira referente à participação dos médicos nos Comitês de Bioética”, explicou.

Ao longo dos anos, explica Gallo, os Comitês evoluíram em suas funções. “Além da deliberação moral, foram-lhes acrescen-tados os papéis de educadores em Bioética e de revisores de documentos hospitalares que tivessem, em seu teor, aspectos relacionados à Bioética, como é o caso do Termo de Consenti-mento, do Termo Assentimento e do Termo de Recusa, entre outros”, comentou.

Além de providenciar local e infraestrutura necessários e ade-quados ao exercício das atividades dos Comitês, os presidentes de entidades médicas e diretores técnicos e clínicos devem favo-recer a divulgação de normas e orientar que sejam submetidos ao colegiado os conflitos – de ordem ética, moral, religiosa ou outros – pertinentes ao atendimento aos pacientes. Também precisarão dar apoio aos eventos promovidos pelos Comitês, bem como ao processo inicial de elaboração dos regimentos internos e escolha de membros.

Ed. 93 | 2015 | Revista CRemeRs | 29

Conselho Federal

Page 30: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

Dr. Martin Whittle

Prof. Dr. Antonio Condino

palestras na academia“Infecções de Repetição: a Ponta do Iceberg”.

Este foi o tema da palestra do Prof. Dr. Antonio

Condino, da Universidade de São Paulo (USP), na

reunião da Academia de Medicina realizada no dia

29 de agosto no Cremers.

Já no encontro do dia 25 de julho, o Dr. Martin

Whittle, diretor do Laboratório Genomics, palestrou

sobre o Presente e o Futuro da Biologia Molecular

em Medicina. As reuniões foram prestigiadas por um

grande público, formado por médicos e estudantes

de Medicina.

UROLOGIA

O acadêmico Carlos Ary Vargas Souto foi

agraciado com Cistoscópio de Ouro de 2015, o

principal prêmio da urologia nacional. A distinção é

entregue anualmente ao médico de maior destaque

na urologia do País.

30º Congresso Brasileiro de Patologia» Local: Centro de Convenções Frei Caneca – São Paulo/SP» Informações: www.congressodepatologia.org.br

13º Congresso Brasileiro de Clínica Médica » Local: Centro de Convenções CentroSul – Florianópolis/SC» Informações: www.clinicamedica2015.com.br/clinicamedica

XI Congresso Brasileiro de Bioética» Local: Campus da PUCPR – Curitiba/PR» Informações: www.congressobrasileirobioetica.com

II Congresso Brasileiro de Nutrição e Envelhecimento » Local: Centro de Convenções do Hotel Plaza São Rafael – Porto Alegre (RS)» Informações: www.cbne2015.com.br

XVII Jornada Nacional de Imunizações SBIm » Local: Centro de Eventos Sistema Fiep – Curitiba/PR» Informações: www.jornadasbim.com.br

29 dE OUtUbRO A

1º dE nOvEmbRO

16 A 18 dE

SEtEmbRO

8 A 10

8 A 10 dE

OUtUbRO

OUtUbRO

30 dE SEtEmbRO A

3 dE OUtUbRO

aGenda

30 | Revista CRemeRs | 2015 | Ed. 93

aCademia de mediCina

Page 31: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

Integrantes da Codame/Cremers:Drs. Tomaz Barbosa Isolan (coordenador), Jorge Luiz Fregapani, Euclides Viríssimo Santos Pires e Iseu Milman

Cremers participa de estudos sobre mudanças na publicidade médica

Publicada em 2003, a Resolução CFM nº 1701,

que estabelece os critérios norteadores da publicidade

médica, já passou por retificações e atualizações (como

as que hoje se encontram na Resolução Nº 1974/2011).

A versão em vigor está sendo avaliada pela

Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos (Codame)

do Conselho Federal de Medicina. O conselheiro e

coordenador da Codame do Cremers, Tomaz Barbosa

Isolan, participa do projeto, que tem como objetivo

central aperfeiçoar a resolução.

"É um trabalho meticuloso, detalhado. Num pri-

meiro momento os conselhos regionais deverão enca-

minhar suas propostas ao CFM até 30 de setembro.

Posteriormente, será realizado um fórum nacional que

irá discutir as proposições para eventuais mudanças. O

importante é que a resolução seja aperfeiçoada e atua-

lizada, e também que seja clara e objetiva, com pouco

ou nenhum espaço para interpretações", comenta Isolan.

Para o conselheiro, é essencial que “todos falem

a mesma língua”, que a resolução tenha aplicação igual

em qualquer ponto do País. O que mais preocupa os

integrantes das Codames, tanto a nacional como as

regionais, é a propaganda imoderada e o anúncio de

especialidades não reconhecidas, destaca Isolan. “A

autopromoção e o sensacionalismo também são inacei-

táveis”, acrescenta.

CODAME: ORIENTAçãO E ESCLARECIMENTO

AOS MéDICOS

O coordenador da Codame do Cremers faz questão

de esclarecer que o órgão não tem função de fiscalização:

“Nossa atribuição é mesmo de orientação e de esclareci-

mento. É uma tarefa mais pedagógica para evitar abusos.

Sempre que nos deparamos com uma propaganda – no

rádio, TV, jornal, revista, internet, outdoor, panfletos ou

encaminhada através de denúncia –, procuramos ouvir a

manifestação do médico responsável pelo material. Para

evitar esse tipo de situação, é importante que os médicos

leiam a resolução. Qualquer dúvida, nossa Codame está

à disposição através do site do Cremers ou do secretário

Marcelo Pistoja, que pode fornecer a publicação que

contém a resolução do CFM”, observa.

A Codame é composta, além do coordenador,

pelos conselheiros Euclides Viríssimo Santos Pires, Iseu

Milman, Jorge Luiz Fregapani e Ricardo Oliva Willhelm.

Também conta com a supervisão do segundo secretário

do Cremers, Isaias Levy, que a representa junto à diretoria.

Ed. 93 | 2015 | Revista CRemeRs | 31

Codame

Page 32: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

O III Encontro dos Assessores de Comunicação dos

Conselhos de Medicina, realizado pelo CFM nos dias

17 e 18 de agosto, reuniu conselheiros e jornalistas que

atuam nos conselhos regionais de todo o Brasil. Durante

o evento, os participantes puderam trocar experiências

e informações sobre a atuação da assessoria de comu-

nicação dos Conselhos em seus estados. O Cremers foi

representado pela jornalista Viviane Schwäger.

Um dos assuntos mais discutidos durante o evento,

além da atual conjuntura política do Brasil na área da

saúde, foi a participação dos Conselhos nas redes sociais.

Especialistas na área ressaltaram a importância dessas

plataformas como ferramentas de comunicação com os

médicos e a sociedade, assim como a maneira mais ade-

quada e responsável para que elas sejam utilizadas. Em

breve, o Cremers terá novidades nessa área.

Ao final do encontro, os assessores assistiram a uma

apresentação da campanha do Dia do Médico que, neste

ano, vai abordar casos de médicos que conseguiram sal-

var vidas com praticamente nenhum recurso.

Assessores de imprensase reúnem em Brasília

Numa iniciativa de integrar seus funcionários, qualificar o ambiente de trabalho e aprimorar o atendimento aos médicos, o Cremers promoveu, nos dias 20 e 21 de agosto, o Workshop de Trabalho em Equipe. A atividade contou com a presença de cerca de 50 funcionários e estagiários e foi realizada pela psicóloga e coach Eliane Böttcher, da empresa LIDCOM.No início, foi proposta atividade para que cada um dos participantes fizesse uma breve apresentação pessoal. Depois disso, os funcionários e estagiários foram convidados a participar de algumas dinâmicas de grupo, que tinham o intuito de incentivar o trabalho em equipe e a integração entre os colegas. Na ocasião, foram

propostas tarefas que só poderiam ser resolvidas se fossem trabalhadas em conjunto.No final das atividades houve um momento de feedback, em que todos os participantes puderam expor seus sentimentos e impressões sobre o workshop e apresentar maneiras de melhorar a relação com os colegas e de implementar no seu próprio dia a dia o que foi percebido durante a oficina.

Cremers promove aperfeiçoamento e integração entre funcionários

32 | Revista CRemeRs | 2015 | Ed. 93

QualiFiCação

Page 33: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

Cremers participou de audiência realizada no STF dia 18 de agosto para discutir o regime jurídico dos servidores de conselhos no Estado

Audiência discute regime jurídico de servidores de conselhos no RS

Em audiência de conciliação realizada no dia 18

de agosto, no Supremo Tribunal Federal (STF), repre-

sentantes do Sindicato dos Servidores e Empregados

dos Conselhos e Ordens de Fiscalização do Exercício

Profissional no Rio Grande do Sul e de Conselhos

Regionais de fiscalização profissional do Estado concor-

daram em formalizar acordo no processo que discute o

regime jurídico aplicável aos trabalhadores dos conselhos

profissionais. O presidente do Cremers, Rogério Wolf de

Aguiar, esteve presente na audiência, acompanhado do

assessor jurídico Juliano Lauer.

A audiência foi convocada pelo ministro Luiz Fux,

relator da Reclamação (RCL) 19537, com o objetivo de

obter uma solução, ainda que transitória, para as difi-

culdades decorrentes da aplicação do Regime Jurídico

Único (RJU) no âmbito dos conselhos profissionais que

são parte na reclamação.

No processo, o sindicato alega que diversos conse-

lhos de fiscalização profissional têm realizado concursos

para provimento de cargos regidos pela Consolidação

das Leis do Trabalho (CLT), enquanto a Constituição

da República prevê o RJU, regido pela Lei 8.112/1990.

Esse procedimento, conforme o sindicato, viola enten-

dimento do STF no julgamento da Ação Direta de

Inconstitucionalidade (ADI) 2135, que restabeleceu, em

decisão liminar, a redação originária do artigo 39 da

Constituição, mantendo a obrigatoriedade da adoção do

regime estatutário.

CONCILIAçãO

Em maio deste ano, o ministro Luiz Fux julgou a

reclamação parcialmente procedente, determinando a

aplicação do RJU aos servidores aprovados nos con-

cursos questionados pela entidade sindical. No entanto,

diante das dificuldades informadas pelos conselhos

quanto à implantação do Regime Jurídico Único, o minis-

tro determinou a realização da audiência de conciliação.

Na reunião, o Ministério Público Federal sugeriu a

observância de algumas condições para a viabilidade do

acordo, entre elas a necessidade de se assegurar a estabi-

lidade dos trabalhadores dos conselhos até que a matéria

seja decidida definitivamente pelo STF.

Ed. 93 | 2015 | Revista CRemeRs | 33

leGislação

Page 34: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

Cremers presta homenagemEm sessões ordinárias realizadas nos dias 7 de julho e 4 de agosto, o Corpo de Conselheiros do Cremers prestou homenagem a médicos do Estado falecidos recentemente.

Dra. ADRIANA TAGLIARI OSTERMANN - nascida em 20/01/1952, natural de Porto Alegre, RS. Formada pela Fundação Fac. Católica de Medicina de Porto Alegre, no ano 1977. Falecida em 17/06/2015, aos 63 anos.

Dr. ANTONIO CARLOS LUZZI FORTIS - nascido em 22/10/1942, natural de Porto Alegre, RS. Formado pela Faculdade Católica de Medicina de Porto Alegre, no ano 1967. Falecido em 25/03/2014, aos 71 anos.

Dr. ANTONIO CLAUDIO MENDES RIBEIRO - nascido em 08/08/1947, natural de Porto Alegre, RS. Formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no ano 1973. Falecido em 08/06/2015, aos 67 anos.

Dr. BAPTISTA ANTONIO LOVATTO - nascido em 10/07/1931, natural de Santa Maria, RS. Formado pela Faculdade de Medicina de Porto Alegre (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), no ano 1964. Falecido em 20/06/2015, aos 83 anos.

Dr. CARLOS ALBERTO PEREIRA DE FIGUEIREDO - nascido em 05/06/1947, natural de Recife, PE. Formado pela Faculdade de Ciên-cias Médicas de Pernambuco, no ano 1973. Falecido em 07/02/2014, aos 66 anos.

Dr. CARLOS CLEBER ALVES NUNES - nascido em 24/12/1938, natu-ral de Santa Maria, RS. Formado pela Faculdade de Medicina de Porto Alegre (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), no ano 1963. Falecido em 10/03/2015, aos 76 anos.

Dr. ELCIO LOBATO - nascido em 01/03/1947, natural de São Paulo, SP. Formado pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos – Fun-dação Lusíada, no ano 1976. Falecido em 01/07/2015, aos 68 anos.

Dr. EWGEN KOVAL - nascido em 02/07/1946, natural de Hersfeld, Alemanha. Formado pela Universidade Católica de Pelotas, no ano 1972. Falecido em 10/06/2015, aos 68 anos.

Dr. FABIO MILACH GERVINI - nascido em 24/07/1962, natural de Pelotas, RS. Formado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande Sul, no ano 1986. Falecido em 08/03/2015, aos 52 anos.

Dr. FERNANDO DE OLIVEIRA PEREIRA LIMA - nascido em 29/09/1957, natural de Pelotas, RS. Formado pela Universidade Cató-lica de Pelotas, no ano 1982. Falecido em 14/12/2014, aos 57 anos.

Dr. IREMAR COUTO MESKO - nascido em 06/02/1936, natural de Pindamonhangaba, SP. Formado pela Faculdade de Medicina de Porto Alegre (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), no ano 1961. Falecido em 26/06/2015, aos 79 anos.

Dr. JOSE CARLOS ROSA DELFINI - nascido em 13/07/1955, natural de Camaquã, RS. Formado pela Universidade Federal do Pelotas, no ano 1981. Falecido em 15/11/2014, aos 59 anos.

Dr. LUIZ ALBERTO DE OLIVEIRA SANTOS GONÇALVES - nascido em 30/10/1943, natural de Caxias do Sul, RS. Formado pela Faculda-de de Medicina de Rio Grande, no ano 1971. Falecido em 12/06/2015, aos 71 anos.

Dr. MARCO ANTONIO OYARZABAL DALA RIVA - nascido em 22/10/1966, natural de Rio Grande, RS. Formado pela Fundação Uni-versidade do Rio Grande, no ano 1991. Falecido em 31/01/2015, aos 48 anos.

Dra. NARA MARTINEZ GUIMARAES - nascida em 10/12/1947, na-tural de Uruguaiana, RS. Formado pela Universidade Católica de Pelo-tas, no ano 1972. Falecida em 22/06/2014, aos 66 anos.

Dra. NEIVA SCHUSTER FERREIRA - nascida em 24/10/1957, natural de Bagé, RS. Formada pela Universidade Federal de Pelotas, no ano 1981. Falecida em 28/05/2015, aos 57 anos.

Dr. PEDRO JOSE PASSOS PUZYNA - nascido em 27/10/1944, natu-ral de Curitiba, PR. Formado pela Faculdade de Medicina de Pelotas, no ano 1971. Falecido em 22/07/2015, aos 70 anos.

Dr. RUI LUIZ PEIXOTO - nascido em 17/04/1947, natural de Criciúma, SC. Formado pela Faculdade Católica de Medicina de Porto Alegre, no ano 1970. Falecido em 05/07/2014, aos 67 anos.

Dr. WILSON RUIVO DOS SANTOS - nascido em 26/10/1934, natural de Rio Grande, RS. Formado pela Faculdade Católica de Medicina de Porto Alegre, no ano 1969. Falecido em 09/05/2015, aos 80 anos.

34 | Revista CRemeRs | 2015 | Ed. 93

oBituário

Page 35: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

d E l E g a c I a S d O c r E m E r S

Seccional delegado Fone Endereço | E-mail

Alegrete Dr. Luiz Carlos Diniz Barradas (55) 3422.4179 R. Vasco Alves, 431/402 | CEP 97542-600 | [email protected]

Bagé Dr. Cesar Alfeu Iamin de Mello (53) 3242.8060 R. General Neto, 161/204 | CEP 96400-380 | [email protected]

Bento Gonçalves Dr. José Vitor Zir (54) 3454.5095 R. José Mário Mônaco, 349/701 | CEP 95700-000 | [email protected]

Cachoeira do Sul Dra. Leisa Maria Behr Gaspary (51) 3723.3233 R. Senador Pinheiro Machado, 1020/104 | CEP 96506-610 | [email protected]

Camaquã Dr. Tiago Bonilha de Souza (51) 3671.0751 R. Luiza Maraninche, 1700 | CEP 96180-00 | [email protected]

Carazinho Dr. Airton Luis Fiebig (54) 3330.1049 Sem Sede - [email protected]

Caxias do Sul Dr. Luciano Bauer Grohs (54) 3221.4072 R. Bento Gonçalves, 1759/702 | CEP 95020-412 | [email protected]

Cruz Alta Dr. João Carlos Stona Heberle (55) 3324.2800 R. Venâncio Aires, 614/45 e 46 | CEP 98005-020 | [email protected]

Erechim Dr. Paulo Cesar Rodrigues Martins (54) 3321.0568 Av. 15 de Novembro, 78/305 | CEP 99700-000 | [email protected]

Ijuí Dra. Marilia Raymundo Thome da Cruz (55) 3332.6130 R. Siqueira Couto, 93/406 | CEP 98700-000 | [email protected]

Lajeado Dr. Fernando Jose Sartori Bertoglio (51) 3714.1148 R. Fialho de Vargas, 323/304 | CEP 95900-000 | [email protected]

Novo Hamburgo Dr. Luciano Alberto Strelow (51) 3581.1924 R. Joaquim Pedro Soares, 500/55 e 56 | CEP 93510-320 | [email protected]

Osório Dr. Luis Fernando Ilha de Souza (51) 3601.1277 Av. Jorge Dariva, 1153/45 | CEP 95520-000 | [email protected]

Palmeira das Missões Dr. Joaquim Pozzobon Souza (55) 3742.3969 Sem Sede - [email protected]

Passo Fundo Dr. Henrique Luiz Oliani (54) 3311.8799 R. Teixeira Soares, 885/505 | CEP 99010-010 | [email protected]

Pelotas Dr. Victor Hugo Pereira Coelho (53) 3227.1363 R. Barão de Santa Tecla, 515/602 | CEP 96010-140 | [email protected]

Rio Grande Dr. Fábio de Aguiar Lopes (53) 3232.9855 R. Zalony, 160/403 | CEP 96200-070 | [email protected]

Santa Cruz do Sul Dr. Gilberto Neumann Cano (51) 3715.9402 R. Fernando Abott, 270/204 | CEP 96825-150 | [email protected]

Santa Maria Dr. Floriano Soeiro de Souza Neto (55) 3221.5284 Av. Pres. Vargas, 2135/503 | CEP 97015-513 | [email protected]

Santa Rosa Dr. Carlos Alberto Benedetti (55) 3512.8297 R. Fernando Ferrari, 281/803 | CEP 98900-000 | [email protected]

Santana do Livramento Dr. Tiago Silveira de Araujo Lopes (55) 3242.2434 R. 13 de Maio, 410/501 e 502 | CEP 97573-500 | [email protected]

Santo Ângelo Dr. Rafael Rodrigues da Fontoura (55) 3313.4303 R. Três de Outubro, 256/202 | CEP 98801-610 | [email protected]

São Borja Dr. Ary Poerscke (55) 3431.5086 R. Riachuelo, 1010/43 | CEP 97670-000 | [email protected]

São Gabriel Dr. Ricardo Lannes Coirolo (55) 3232.6555 Sem Sede - [email protected]

São Jerônimo Dr. Roberto Schuster (51) 3651.1135 Sem Sede - [email protected]

São Leopoldo Dra. Solange Maria Seidl Gomes (51) 3566.2486 R. Primeiro de Março, 113/708 | CEP 93010-210 | [email protected]

Três Passos Dr. Lauro Erni Borth (55) 3522.2548 Sem Sede - [email protected]

Uruguaiana Dr. Jorge Augusto Hecker Kappel (55) 3412.5325 R. Treze de Maio, 1691/204 | CEP 97501-538 | [email protected]

Seções Ramal

Assessoria de Imprensa 155

Câmaras Técnicas 244

Codame (Publicidade médica) 240

Delegacias Seccionais 243

Diretoria 251

Fiscalização 241

Licitações 143

Ouvidoria 242

SAT – Secretaria de Assuntos Técnicos (Sindicâncias e processos) 167

SO – Secretaria Operacional (Documentos e registros) 151

Central de Atendimento Telefônico

Telefone: (51) 3219.7544

Fax: (51) 3217.1968

E-mail: [email protected]

Horário de atendimento: das 9h15min às 18h30min

De segunda-feira a sexta-feira

Sede Porto Alegre

Av. Princesa Isabel, 921 – Bairro Santana

T E L E F O N E S Ú T E I S

Ed. 93 | 2015 | Revista CRemeRs | 35

Contato

Page 36: ENSINO médIcO - cremers.org.br · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, ... par- ticipando sempre que ... Universidade Federal

SETEmBrOamarElO

mês instituído pela Organização mundial da Saúde para promover ações preventivas contra o suicídio

Os dois principais fatores de risco: tentativa prévia de suicídio e doença mental

Maior concentração de casos: jovens de 15 a 29 anos e idosos com mais de 65 anos

Quem pensa em suicídio costuma dar sinais que devem ser considerados por amigos e familiares