ensino de gramática através de jogos

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JOGOS COMO FERRAMENTA PARA O ENSINO DE GRAMÁTICA

Roberta Yasmim Fernandes da Costa

Léticia Joquebede Martins Salustre

Resumo: O artigo trata de uma nova forma de ensinar gramática que pode ser

usada por professores tanto do ensino fundamental como do ensino médio ou

até mesmo do ensino superior. A tática baseia-se na utilização de jogos como

ferramenta de ensino, de gramática em especial, na sala de aula. Visto que,

atualmente a tecnologia está cada vez mais inserida na vida das pessoas, é

importante que o professor utilize isso como uma forma de aproximar os alunos

do conteúdo aplicado nas aulas. Tanto os jogos mais tradicionais como os mais

tecnológicos podem ser usados como forma de tornar a aula mais dinâmica e

atrativa. Nessa perspectiva, é imprescindível dar atenção quanto os limites da

utilização de tecnologia em sala de aula tanto por parte dos professores, como

e principalmente por parte dos alunos.

Palavras-chaves: gramática; ensino; jogos; tática.

Abstract: The article presents a new way of teaching grammar that can be

used by both school teachers elementary School as high school or even higher

education. The tactic is based on the use of games as a teaching tool,

especially grammar in the classroom. Technology is increasingly embedded in

people's lives, it is important that Professor use this as a way of bringing

students more close to content applied in the classroom. Both the more

traditional games as the most technology can be used as a way of making an

more dynamic and attractive class. In this perspective, it is essential to pay

attention in the the limits of the use of technology in the classroom by both

teachers as for the students.

Key-words: grammar; teaching; games; tactic.

INTRODUÇÃO

Atualmente no sistema educacional, o que se ver é uma “normatização”

dos métodos de ensino. Embora sejam atuais, esses métodos acabam se

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tornando ultrapassados, visto que, os alunos estão cada vez mais inquietos

dentro de sala de aula. Essa inquietação, muitas vezes, é gerada devido ao

uso de celular no âmbito escolar. Para que o ensino se torne mais proveitoso, é

necessário que o professor esteja munido de táticas para tornar a aula mais

interessante e dinâmica independente do conteúdo.

Essa tarefa de tornar a aula mais interessante para os alunos acaba

sendo um desafio para o professor, das escolas públicas em especial, tendo

em vista as condições precárias de trabalho. Muitas vezes os professores

precisam comprar com o próprio dinheiro as ferramentas usadas nas aulas,

como por exemplo cartolinas para fazer algum trabalho específico, tinta, ou até

mesmo materiais básicos como o pincel para escrever no quadro. Na rede

privada esses obstáculos estruturais acabam sendo menores, porém, os alunos

estão cada vez menos interessados no que o professor tem a dizer e mais

preocupados com o que está acontecendo em seus celulares, já que a maioria

dos alunos da rede privada possuem e levam seus celulares para a escola.

Embora as escolas possuam políticas contra o uso do celular, a maioria dos

alunos acaba burlando essa regra e usam mesmo assim.

Em relação à metodologia que o professor deve adotar ao dar aula, é

necessário que o mesmo realize uma pequena pesquisa de como a sala de

aula se configura. Nas públicas é necessário dar atenção à realidade social em

que o aluno está inserido, visto que, alguns professores gostam de dar suas

aulas usando o computador, porém o acesso da internet e de computador em

casa pelos alunos, as vezes é inviável. O que acaba fazendo com o que o

aluno tenha um pouco de aversão, já que o uso do computador não faz parte

do seu dia a dia. Já nas privadas, o problema está em relação à saúde do uso

de tecnologia em sala de aula, tendo em vista que a maioria tem acesso em

seu dia a dia. O professor deve ensinar, além do conteúdo programático, os

limites que o aluno deve ter em sala de aula.

Feita essa pequena e superficial análise de como se configura os alunos

e as salas de aula do ensino público e privado, iremos afunilar e direcionar o

estudo para uma única matéria da grade curricular de ensino: língua

portuguesa. Dento da língua portuguesa, uma das grandes dificuldades

encontradas pelos professores é em relação ao ensino da gramática. Com

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base nessa problemática, uma das táticas de ensino que irá ser abordada é a

utilização de jogos como ferramenta de ensino.

A GRAMÁTICA

A gramática divide-se em três partes: fonologia, morfologia e sintaxe. Na

fonologia estuda-se os fonemas ou sons da língua e as sílabas formadas por

tais fonemas. Estão presentes aspectos relacionados à ortografia, à ortoepia e

à prosódia. Na morfologia estuda-se as palavras e os elementos que as

constituem. De forma geral, estuda as chamadas classes de palavras. Já a

sintaxe tem por objetivo fazer a análise estrutural dos termos que compõem as

orações e os períodos, e as relações que se estabelecem entre estes.

Além dessa divisão da gramática de acordo com os conteúdos

abordados, existem diferentes tipos de gramática como, por exemplo, a

gramática normativa, descritiva, internalizada, comparativa, entre outras. Neste

contexto de utilização de jogos para ensino de gramática, iremos abordar

apenas a gramática normativa e a descritiva e como as suar abordagens

podem influenciar na forma de ensino.

Segundo Travaglia (2001, p.30), a gramática normativa, que é aquela

que estuda apenas os fatos da língua padrão, da norma culta de uma língua,

norma que se tornou oficial. Baseia-se em geral, mais nos fatos da língua

escrita e da pouca importância a variedade oral da norma culta, que é vista,

conscientemente, ou não, como idêntica a escrita. Ao lado da descrição da

norma ou variedade culta da língua ( análise de estruturas, uma classificação

de formas morfológicas e lexicais), a gramatica normativa apresenta e dita

normas de bem falar e escrever, normas para a correta utilização oral e escrita

do idioma, prescreve o que se deve e o que não se deve usar na língua. Essa

gramática considera apenas uma variedade da língua como válida, como

sendo a língua verdadeira.

Esse tipo de gramática é a que mais os alunos estão acostumados

a verem nas escolas, uma forma tradicional de estudar o conteúdo. A

gramática normativa que também recebe o nome de gramática tradicional, não

se preocupa com a interação e nem com a variação que ocorre na língua,

trabalhando apenas com fatores homogêneos.

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A Gramática Tradicional tem como prioridade a língua escrita e de certa

forma acaba deixando de lado a língua falada, desprezando a oralidade e

outras variedades da língua.

Ainda segundo Travaglia (2001, p.32), a gramática descritiva descreve e

registra para uma determinada variedade da língua em um dado momento de

sua existência as unidades e categorias linguísticas existentes, os tipos de

construções possíveis e a função desses elementos, o modo e as condições de

uso deles. Dessa forma a gramática descritiva trabalha com toda e qualquer

variedade da língua e não apenas com a variedade culta e normatizada. Ela dá

preferência para a forma oral da língua. A Gramática Descritiva descreve as

regras de como uma língua é realmente falada. Então, trabalha tanto com a

variedade formal como a informal da língua. Não tem o objetivo de apontar

erros, mas de identificar todas as formas de expressão existentes.

Indo numa linha de raciocínio que segue as abordagens desses tipos de

gramática, pode-se dizer que os professores que compactuam com as formas

de ensino mais tradicional e normatizado provavelmente se identificam mais

com a gramática normativa. Já os professores que tendem a seguir uma linha

mais moderna e dinâmica no ensino, se identificam mais com a gramática

descritiva, tendo em vista que ela leva em consideração como realmente a

língua é usada em sua oralidade.

FORMAS DE ENSINO: GAMIFICAÇÃO DO CONTEÚDO

Dados os tipos de gramática e suas abordagens, uma das preocupações

dos professores é encontrar uma maneira dinâmica de repassar esse conteúdo

para os alunos. Uma das soluções que vem sendo usada nos últimos anos é a

gameficação na educação.

"O termo gamificação compreende a aplicação de elementos de jogos

em atividades de não jogo. Assim, embora a palavra tenha sido utilizada pela

primeira vez em 2010, a gameficação tem sido aplicada há muito tempo. Na

educação, por exemplo, a criança podia ter seu trabalho reconhecido com

estrelinhas (recompensa) ou as palavras iam se tornando cada vez mais

difíceis de serem soletradas no ditado da professora (níveis adaptados às

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habilidades dos usuários)" (FADEL, 2014; ULBRICHT, 2014; BATISTA, 2014;

VANZIN, 2014).

Segundo o "ANEXO A" deste artigo, um dos motivos que tornam

importante aplicar essa nova metodologia de ensino nas escolas é o fato de

que 40% dos estudantes brasileiros não concluem o ensino médio por acharem

a escola desinteressante.

A gamificação é uma ótima ferramenta para ser usada no ensino, porém

é preciso ter cautela no seu uso, tendo em vista que os alunos não podem ser

instigados a aprenderem apenas por interesse em recompensas ou por

competitividade com outros alunos. Antes de tudo os estudantes precisam ser

gostar de aprender e ver os jogos apenas como uma mera ferramenta desse

processo.

EXPERIÊNCIA EM SALA DE AULA

Foi realizada uma dinâmica na sala de aula onde a turma foi dividida em

dois grupos para competição entre si. A brincadeira consistiu em responder

perguntas gramaticais, do nível fácil ao difícil, expostas em uma apresentação

de slides. A experiência foi produtiva, de modo que, pôde-se verificar que ao

interagir com a turma, a mesma sentiu-se mais empolgada ao falar sobre

gramática e suas regras. Apesar de algumas respostas erradas, houve

aprendizado pelos dois grupos.

A partir do momento em que houve a competição, os grupos se

empenharam mais para responder as perguntas corretamente, o que os levou

a pensar e raciocinar sobre um assunto que às vezes causa tédio e desânimo

por parte dos estudantes. Com o modo lúdico de ensinar a gramática, há uma

interação de alunos com professores e vice-versa o que torna a aula menos

cansativa e mais proveitosa.

Pode-se afirmar que a metodologia que foge dos padrões de ensino,

como os jogos, proporciona mais rendimento de aprendizado e interação do

aluno com o professor. A partir do momento que há um modo diferente de

ensino da disciplina, há atenção da parte dos alunos e mais praticidade da

parte do professor.

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A dinâmica em questão foi aplicada em uma sala de aula do ensino

superior, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), onde é

composta, em sua maioria, por jovens e adultos. Foi observado por parte dos

alunos que estavam aplicando a dinâmica, que nenhum dos participantes

estava usando o telefone celular e que todos interagiram entre si a fim de

responder e consequentemente ganhar o jogo.

Tendo em vista que em uma sala composta por alunos adultos o jogo

conseguiu capturar a atenção para o tema proposto, no caso a gramática,

somos levados a crer que em uma sala de aula de ensino fundamental e médio

a experiência também obterá sucesso, já que nessa idade os alunos possuem

seus instintos competitivos mais aguçados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao concluir a pesquisa sobre o uso de jogos como ferramenta de ensino

de gramática em sala de aula e realizar uma pequena experiência com alguns

colegas, pôde-se notar que esta é uma eficaz tática de ensino para o contexto

educacional atual. Tendo em vista que os alunos estão cada vez mais ligados

às tecnologias, é necessário que os professores adaptem suas metodologias

de ensino.

Durante as pesquisas, surgiu uma palavra que até então muitos

desconheciam dentro do contexto de ensino, a chamada gamificação, que

consiste em transformar situações, no caso situações de sala de aula que

envolve ensino e aprendizagem, e transforma-las em jogos.

Umas dos pontos abordados no artigo foi as concepções de gramática,

onde foi dado ênfase às gramáticas normativa e descritiva segundo os

pensamentos de Travaglia (2001). Dentro desse contexto foi feito um paralelo

entre as abordagens de cada uma dessas gramáticas e as formas que os

professores tendem a ter.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

TRAVAGLIA, Luís Carlos. Gramática e interação: uma proposta para

o ensino de gramática no 1° e 2° graus / 7. ed. - São Paulo: Cortez, 2001.

Fadel, L. M., Ulbricht, V. R., Batista, C. R. e Vanzin, T. (Org.) (2014). “Gamificação na Educação”, São Paulo, Pimenta Cultural.

GOMES, Mariana. "Gamificação do ensino tenta engajar estudantes".

INOVAÇÃO – REVISTA ELETRÔNICA DE P,D&I.Ed. Janeiro/2015 - São

Paulo. Disponível em:http://www.inovacao.unicamp.br/reportagem/gamificacao-

do-ensino-tenta-engajar-estudantes/. Acesso em 08 nov 2016.

"Gamificação na educação". BHBIT. Fevereiro de 2015. Disponível em:

https://www.bhbit.com.br/gamificacao-na-educacao/.

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ANEXO A

Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/502573639642815160/. Acesso em:

10 nov 2016.