nova gramática

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O que mudou? Filomena Viegas Outubro 2010 Documento adaptado das apresentações feitas em acções de formação de professores de português, no ano lectivo de 2009-2010. Dicionário Terminológico 2008 (DT)

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Page 1: Nova gramática

O que mudou?

Filomena Viegas

Outubro 2010

Documento adaptado das apresentações feitas em acções de formação de professores de português, no ano lectivo de 2009-2010.

Dicionário Terminológico 2008 (DT)

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Objectivos

Situar o Dicionário Terminológico – 2008 (DT) no quadro dos instrumentos de regulação linguística e de referência para o ensino e aprendizagem do português.

Observar e analisar o que muda com o DT, relativamente à tradição gramatical.

Exemplos de transposição didáctica do DT, no trabalho sobre a competência Conhecimento Explícito da Língua (PPEB)/Funcionamento da Língua (PPES).

PPEB>Programas de Português do Ensino Básico

PPES> Programa de Português do Ensino Secundário

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«A TLEBS destina-se a constituir referência para as práticas pedagógicas das disciplinas de Língua Portuguesa e de Português, bem como para a produção de documentos pelo Ministério da Educação em matéria de ensino e divulgação da língua portuguesa.»

Portaria n.º 1488/2004

« A TLEBS constitui uma ferramenta de auxílio ao ensino da gramática e ao estudo dos textos, sendo um documento normativo, que pretende fixar os termos a utilizar na descrição e análise de diferentes aspectos do funcionamento da língua. Enquanto documento normativo, não se confunde com um programa, com uma gramática escolar ou com uma lista de conteúdos, devendo ser entendida como dicionário terminológico que é. » Relatório da revisão da Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário, 28

Setembro 2007 (no cumprimento da Portaria n.º 476/2007).

O DT no quadro da linguística actual e da didáctica do Português Enquadramento legal

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O DT no quadro da linguística actual e da didáctica do Português Fundamentação linguística e didáctica

A adopção do DT é uma medida de política da língua que pretende uniformizar os termos utilizados por docentes de português em todo o percurso escolar, do 1.º ciclo do ensino básico ao ensino secundário, para designar os mesmos conceitos e problemas relacionados com o funcionamento da língua.

O DT vem dar resposta a uma necessidade sentida no terreno, diagnosticada pelos professores de Língua Portuguesa e de Português, resultante da deriva terminológica instalada no sistema e nas práticas de ensino.

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O DT no quadro da linguística actual e da didáctica do Português

Fundamentação linguística e didáctica

A adopção de uma terminologia linguística pode permitir, por um lado, ultrapassar uma grande desactualização científica que a NGP, de 1967, já evidenciava e, por outro, introduzir conceitos essenciais para o estudo da língua, que ainda não tinham sido considerados e que podem contribuir para uma melhor compreensão de alguns aspectos linguísticos, com que os docentes se debatem e para os quais têm alguma dificuldade em encontrar maneiras adequadas de descrição.

Estão nessa situação conceitos em subdomínios como Fonética – Fonologia e Semântica e no domínio Análise do Discurso, Retórica, Pragmática e Linguística textual.

(vd anexo)

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O que muda com o DT ?

As diferenças fundamentais entre os termos e conceitos utilizados no DT, no CNEB e nos Programas podem ser organizadas,  de forma simplificada, em quatro tipos:

• mantêm-se os mesmos termos, nos programas em vigor, no CNEB e no DT, mas muda o conceito que está na origem da actual definição no DT (vd anexo);

• surgem termos novos no DT, pertencentes a domínios e subdomínios que antes não faziam parte do trabalho sobre o funcionamento da língua (vd anexo);

Termos do DT (2008) «» Conteúdos dos Programas (1991) e do CNEB (2001): tipologia das alterações

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O que muda com o DT ?

Termos do DT(2008) «» Conteúdos dos Programas (1991) e do CNEB (2001): tipologia das alterações

(iii) mudam os termos no DT, que se apresentam como descritores mais rigorosos dos fenómenos linguísticos a identificar, mas mantêm-se os mesmos conceitos no CNEB, nos Programas e no DT (vd anexo);

(iv) mudam os termos e os conceitos no DT (vd anexo).

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A tradição gramatical e o Dicionário Terminológico

B.2. Morfologia

- morfologia flexional

- processos morfológicos de formação de palavras

B.3. Classes de palavras

B.4. Sintaxe

- funções sintácticas

- articulação entre constituintes e entre frases

O que muda com o DT ?

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Subdomínios Tradição gramatical DT

Morfologia: - Morfologia flexional

________________________ - Constituinte temático

________________________ - Tempos e modos verbais

Flexão: palavras variáveis e invariáveis- Palavras variáveis - podem flexionar em: - número, género, grau, pessoa, tempo e modo

______________________________- Vogal temática

______________________________- Tempos: presente, pretérito (perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito),

futuro (e condicional)- Modos: indicativo, conjuntivo,

(condicional), imperativo e infinitivo

Flexão: palavras variáveis e invariáveis - Palavras variáveis: - podem flexionar em: - número, género, caso, grau, pessoa, tempo e modo

Flexão em caso: pronomes pessoais - forma nominativa: eu, ele - forma acusativa: -me, -o - forma dativa: -me, -lhe - forma oblíqua: mim_____________________________- Índice temático (nomes e adjectivos)- Vogal temática (verbos)_____________________________- Tempos: presente, pretérito (perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito) e futuro

- Modos: - formas verbais finitas: indicativo, conjuntivo, condicional e imperativo - formas verbais não finitas: infinitivo (pessoal e impessoal), gerúndio e particípio

Adaptado do trabalho de Joaquim Cracel e João José Silva, EB 2,3 de Lamaçães -Braga

A tradição gramatical e o Dicionário Terminológico

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Subdomínios Tradição gramatical DT

Morfologia: - Processos morfológicos de formação de palavras

- Derivação (radical + um ou mais afixos): - prefixação - sufixação - parassíntese - derivação imprópria - derivação regressiva

- Composição (mais de um radical ou palavra): - justaposição - aglutinação

- Derivação Afixação: - prefixação - sufixação - parassíntese (ex.: engordar)

Sem afixos: - conversão (ex.: olhar –V olhar - N)

- derivação não-afixal (ex.:troc- > troca > troco)

- Composição: - morfológica (ex.: agricultura) - morfossintáctica (ex.: surdo-mudo, homem-rã, porta-voz, fim-de-semana)

Adaptado do trabalho de Joaquim Cracel e João José Silva, EB 2,3 de Lamaçães -Braga

A tradição gramatical e o Dicionário Terminológico

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Parassíntese vs. Prefixação e sufixação

Adormecer vs. Infelizmente

• Palavras como “adormecer” são formadas por parassíntese cf. *dormecer, *adormir

• Palavras como “infelizmente” são formadas por prefixação (a partir de “felizmente”) ou sufixação (a partir de “infeliz”)

A tradição gramatical e o Dicionário Terminológico

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Composição

A composição envolve muitos subprocessos.

Optou-se por fazer a distinção entre processos que envolvem junção de palavras autónomas (composição morfossintáctica) e junção de radicais (composição morfológica).

≠ composição por aglutinação, que incluía palavras que não são compostos, palavras que envolvem junção de palavras, etc.

(9) Exemplos de compostos morfossintácticos: abre-latas; surdo-mudo.(10)Exemplos de compostos morfológicos: agricultura; psicólogo.

A tradição gramatical e o Dicionário Terminológico

Anexo

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Problema/desafio para os alunos

Problema/desafio para os professores

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Subdomínios Tradição gramatical DT

Classes e subclasses de palavras

1. Substantivo ou Nome - próprio e comum - concreto e abstracto - colectivo

1. Nome - próprio - comum: - contável/não contável - colectivo

2. Adjectivo 2. Adjectivo - qualificativo (ex.: jovem muito gentil ) - numeral (ex.: terceiro) - relacional (ex.: amor maternal )

3. Verbo - principal - transitivo (directo e indirecto) - intransitivo - copulativo - auxiliar - defectivo (pessoais, unipessoais e impessoais)

3. Verbos - principal - transitivo directo - transitivo indirecto - transitivo directo e indirecto - transitivo-predicativo - intransitivo - copulativo - auxiliar (dos tempos compostos, da passiva, temporal, aspectual, modal)

Adaptado do trabalho de Joaquim Cracel e João José Silva, EB 2,3 de Lamaçães -Braga

A tradição gramatical e o Dicionário Terminológico

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Activar níveis de informação conforme necessário, em função da actividade que se desenvolve.

Nome

CãoReino = animal NomeClasse = mamífero ComumOrdem = carnívora ContávelFamília = canídeo Não - colectivoGénero = canis masc., sing., etc.Espécie = canis lupus familiaris

João Costa, Formação de formadores – Aveiro, 2008

A tradição gramatical e o Dicionário Terminológico

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Subdomínios Tradição gramatical DT

Classes e subclasses de palavras

4. Advérbio - tempo - lugar - modo - intensidade ou quantidade - afirmação - negação - dúvida - exclusão - inclusão - designação - interrogativos

4. Advérbio - advérbio de predicado - advérbio de frase - conectivo - negação - afirmação - quantidade e grau - inclusão - exclusão - interrogativo - relativo

5. Interjeição 5. Interjeição

6. Pronome (pessoal, possessivo, demonstrativo, indefinido, relativo, interrogativo)

6. Pronome (pessoal, possessivo, demonstrativo, indefinido, relativo, interrogativo)(Cujo é um determinante relativo; Quanto é um quantificador relativo)

7. Determinante - artigo (definido e indefinido) - possessivo - demonstrativo - indefinido - interrogativo

7. Determinante - artigo (definido e indefinido) - possessivo - demonstrativo - indefinido - interrogativo - relativo

Adaptado do trabalho de Joaquim Cracel e João José Silva, EB 2,3 de Lamaçães -Braga

A tradição gramatical e o Dicionário Terminológico

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Subdomínios Tradição gramatical DT

Classes e subclasses de palavras

8. Numeral - cardinal - multiplicativo - fraccionário - ordinal

8. Quantificador - numeral - existencial - universal - relativo - interrogativo

9. Conjunção - coordenativa - copulativa - adversativa - disjuntiva - conclusiva - explicativa - subordinativa - integrante - causal - final - temporal - concessiva - condicional - comparativa - consecutiva

9. Conjunção - coordenativa - copulativa - adversativa - disjuntiva - conclusiva - explicativa - subordinativa - completiva - causal - final - temporal - concessiva - condicional - comparativa - consecutiva

10. Preposição 10. Preposição

A tradição gramatical e o Dicionário Terminológico

Adaptado do trabalho de Joaquim Cracel e João José Silva, EB 2,3 de Lamaçães -Braga

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Subdomínios Tradição gramatical DT

Sintaxe: - Funções sintácticas

Funções sintácticas ao nível da frase:

- Sujeito (simples, compostos, subentendido, indeterminado, inexistente)- Predicado- Complemento circunstancial- Vocativo

Funções sintácticas ao nível da frase:

- Sujeito - simples - composto - nulo: subentendido (ex.: Vamos! ); indeterminado (ex.: Dizem que vai chover); expletivo (ex.: Chove muito.)

- Predicado (inclui verbo, complementos e modificadores de predicado)- Modificador (de frase)- Vocativo

Adaptado do trabalho de Joaquim Cracel e João José Silva, EB 2,3 de Lamaçães -Braga

A tradição gramatical e o Dicionário Terminológico

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[Os meus primos] vivem em Santarém .[Esse rapaz alto que tu conheces] estudou no Porto . Chegaram [os soldados do exército do rei]. É verdade [que ele me mentiu]. É certo [que ele foi despedido].

Função sintáctica desempenhada pelo constituinte da frase que controla a concordância verbal. Grupos nominais e orações subordinadas substantivas podem desempenhar a função sintáctica de sujeito.

Funções sintácticas

A tradição gramatical e o Dicionário Terminológico

Sujeito

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Função sintáctica desempenhada pelo grupo verbal.

Grupo verbal

Grupo de palavras cujo constituinte principal é um verbo e que funciona como uma unidade sintáctica. Pode ser constituído:

• Por um verbo

(1) [Chove]. (2) A Teresa [caiu]

• Por um complexo verbal

(3) A Teresa [tinha espirrado].

• Por um verbo e predicativo do sujeito

O João [está doente].

• Por um verbo e seus complementos e/ou modificadores

A Eva [encontrou o João na praia]. O João [pôs os livros na estante].

O Rui [telefonou ao Miguel ontem]. A Teresa [está no Porto amanhã].

A tradição gramatical e o Dicionário Terminológico

Predicado

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Subdomínios Tradição gramatical DT

Sintaxe: - Funções sintácticas

Funções sintácticas internas ao grupo verbal:- Complemento directo- Complemento indirecto- (Complemento circunstancial)- Complemento agente da passiva- Predicativo do sujeito- Predicativo do complemento directo- (Complemento circunstancial)

Funções sintácticas internas ao grupo verbal:

- Complemento directo- Complemento indirecto- Complemento oblíquo- Complemento agente da passiva- Predicativo do sujeito- Predicativo do complemento directo- Modificador (de predicado)

Adaptado do trabalho de Joaquim Cracel e João José Silva, EB 2,3 de Lamaçães -Braga

A tradição gramatical e o Dicionário Terminológico

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FUNÇÕES SINTÁCTICAS INTERNAS AO GRUPO VERBAL

forma

função

Indirecto

Complemento

Directo

GV

do complemento

directo

do sujeito

Agente da passiva

Oblíquo

Predicativo

Modificador

Predicado

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Complementos directos nominais:(i) O João comeu [o bolo].O João comeu-[o].(ii) A Margarida perdeu [a mala que a mãe lhe deu].A Margarida perdeu-[a].

Complementos directos oracionais:(iii) A Margarida disse [que o João comeu o bolo].A Margarida disse-[o].(iv) A Margarida também perguntou [se a tua mãe está melhor].A Margarida também [o] perguntou.

Complemento seleccionado pelo verbo, que pode ter uma das seguintes formas:- grupo nominal substituível por um pronome pessoal acusativo ("o", "a", "os" ou "as");- oração subordinada substantiva substituível pelo pronome demonstrativo átono "o".

COMPLEMENTO

directo

A tradição gramatical e o Dicionário Terminológico

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(i) O Pedro deu uma prenda [aos pais].O Pedro deu-[lhes] uma prenda.(ii) O Pedro telefonou [ao médico de que lhe falei].O Pedro telefonou-[lhe].(iii) O Pedro telefonou [ao médico amigo da minha mãe].O Pedro telefonou-[lhe].

Complemento seleccionado pelo verbo, que tem a forma de grupo preposicional e pode ser substituído pelo pronome pessoal na sua forma dativa ("lhe" / "lhes") (i-iii).

COMPLEMENTO

indirecto

A tradição gramatical e o Dicionário Terminológico

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COMPLEMENTO

oblíquo

Complemento seleccionado pelo verbo que pode ter uma das seguintes formas:

grupo preposicional não substituível por pronome pessoal na forma dativa (lhe /lhes), grupo adverbial , a coordenação de qualquer uma destas formas.

(1) O João foi [a Lisboa]. / * O João foi-lhe.

(2) A Francisca gosta [de bolos]. / * A Francisca gosta-lhe.

(3) O Pedro mora [aqui].

A tradição gramatical e o Dicionário Terminológico

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O Rui continua [no hospital].

O Raul permanece [no quarto].

A prova final é [amanhã].

O João está [com o pai] em Lisboa].

O João ficou [ em Lisboa] com o pai].

PREDICATIVO

Sujeito

Função sintáctica desempenhada pelo constituinte que ocorre em frases com verbos copulativos, que predica algo acerca do sujeito.

A tradição gramatical e o Dicionário Terminológico

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Verbos transitivos predicativos: achar, chamar, considerar, julgar, tratar, eleger, nomear...

(ii) (a) O João considera a Maria [uma óptima professora]. (b) João considera que a Maria é uma óptima professora.(iii) O João acha a Maria [bonita].(iv) O João acha esse filme [sem interesse nenhum].

PREDICATIVO

Complemento directo

Função sintáctica desempenhada pelo constituinte seleccionado por um verbo transitivo predicativo

A tradição gramatical e o Dicionário Terminológico

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Funções sintácticas

Qual o “problema” dos complementos circunstanciais?

- Mau termo, porque trata da mesma forma funções diferentes:

(1) O João trabalha em Lisboa. / O João trabalha.(2) O João mora em Lisboa. / *O João mora.

- Mau termo, porque não se rege por critérios estáveis:

(3) Cheguei de Santiago.(4) O caminho de Santiago é comprido.

- Mau termo, porque gera problemas de análise para muitos casos:

(5) Gosto de bolos.João Costa, Formação de formadores DGIDC – Aveiro, 2008

A tradição gramatical e o Dicionário Terminológico

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Funções sintácticas

• Distinção entre complemento e modificador permite distinguir os constituintes seleccionados por uma palavra dos que são acessórios.

• Pode, assim, ensinar-se diferenças mínimas com repercussão, por exemplo, na pontuação:

(1) O Pedro falou de uma forma geométrica aos alunos.(2) O Pedro falou, de uma forma agradável, aos alunos.

• Pode ainda verificar-se que um mesmo valor semântico pode ser veiculado por diferentes funções sintácticas:

(3) Fico em Lisboa.(4) Moro em Lisboa.(5) Comprei um livro em Lisboa.(6) Lisboa é onde eu moro.

João Costa, Formação de formadores DGIDC – Aveiro, 2008

A tradição gramatical e o Dicionário Terminológico

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Funções sintácticas: qual a diferença?

• Complemento oblíquo vs. modificador

(1) O João partiu de Nova Iorque. / *O João partiu.

(2) O João chegou de Nova Iorque. / O João chegou.

João Costa, Formação de formadores DGIDC – Aveiro, 2008

A tradição gramatical e o Dicionário Terminológico

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Subdomínios Tradição gramatical DT

Sintaxe: - Funções sintácticas

Funções internas ao grupo nominal:

- Complemento determinativo

- Atributo

- Aposto

Funções internas ao grupo nominal:

- Complemento do nome (ex.: A construção do edifício parece difícil.)

- Modificador do nome restritivo (ex.: Adoro flores frescas e coloridas.)

- Modificador do nome apositivo (ex.: D. Afonso II, o gordo, tem um novo monumento.)

Funções internas ao grupo adjectival:

- Complemento do adjectivo (ex.: O João está contente com a situação.)

Adaptado do trabalho de Joaquim Cracel e João José Silva, EB 2,3 de Lamaçães -Braga

A tradição gramatical e o Dicionário Terminológico

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Funções sintácticas

• Complementos vs. modificadores do nome

(1) A construção da casa foi rápida.(2) Comprei um livro com ilustrações.

• Modificador do nome apositivo vs. modificador do nome restritivo

(3) D. Dinis, o lavrador, foi um poeta.(4) Os golfinhos, que são animais muito inteligentes, são mamíferos.

(5) A rapariga loura entrou na sala.(6) Os golfinhos que habitam no Sado têm de ser protegidos.

João Costa, Formação de formadores DGIDC – Aveiro, 2008

A tradição gramatical e o Dicionário Terminológico

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Subdomínios Tradição gramatical DT

Sintaxe: - Articulação entre constituintes e entre frases

Coordenação entre frases: - Oração coordenada - copulativa - disjuntiva - adversativa - conclusiva - explicativaSubordinação: - Subordinante - Oração subordinada - substantiva - completiva ou integrante - completiva int. indirecta - relativa - adjectiva relativa - restritiva - explicativa

- adverbial - causal - final - temporal - concessiva - comparativa - consecutiva - condicional

Coordenação entre frases: - Oração coordenada - copulativa - disjuntiva - adversativa - conclusiva - explicativaSubordinação: - Subordinante - Oração subordinada - substantiva - completiva - relativa

- adjectiva relativa - restritiva - explicativa

- adverbial - causal - final - temporal - concessiva - comparativa - consecutiva - condicional

Adaptado do trabalho de Joaquim Cracel e João José Silva, EB 2,3 de Lamaçães -Braga

A tradição gramatical e o Dicionário Terminológico

Page 34: Nova gramática

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B.1. Fonética e Fonologia

B.6. Semântica

C. Análise do discurso, Retórica, Pragmática e Linguíst ica textual

Alguns domínios e subdomínios de aspectos inovadores com implicações didácticas produtivas

O que muda com o DT ?

Page 35: Nova gramática

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B.1. Fonét ica e Fonologia

B.1.1. Sons e fonemasVogalSemivogalConsoante

B.1.1.2. Sequências de sonsDitongoGrupo consonânticoHiato

B.1.2. Prosódia/Nível prosódicoB.1.2.2. Sílaba

(vd anexo)

Alguns domínios e subdomínios de aspectos inovadores com implicações didácticas produtivas

Page 36: Nova gramática

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Alguns domínios e subdomínios de aspectos inovadores com implicações didácticas produtivas

B.6. Semântica

B.6.2. Valor temporalTempo

B.6.3. Valor aspectualAspecto

B.6.4. Valor modal Modalidade

Page 37: Nova gramática

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Alguns domínios e subdomínios de aspectos inovadores com implicações didácticas produtivas

C. Análise do discurso, Retórica, Pragmática e Linguíst ica textual

C.1.1. Comunicação e interacção discursivas(…)Enunciação. Enunciado. Enunciador. Deixis. Universo de discurso (…)

C.1.1.1. Princípios reguladores da interacção discursivaCooperação (princípio de)Cortesia (princípio de)Pertinência (princípio de)Máximas conversacionaisFormas de tratamento

C.1.2. Texto(…)Coesão textual. Coerência textual. Anáfora. (…)

Page 38: Nova gramática

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Transposição didáctica de termos e conceitos Categoria gramatical Tempo

Flexão verbal Verbos auxiliares Grupos adverbiais ou preposicionais Orações temporais Ordem relativa entre orações

coordenadas copulativas …

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Transposição didáctica de termos e conceitos Valor temporal

A questão dos tempos verbais

No ensino tradicional, presente é tempo do agora, pretérito é tempo do passado, futuro é tempo do futuro.

(1) Em 1974, dá-se o “25 de Abril”.(2) No sábado, visito toda a cidade.(3) Eu tenho dormido pouco.(4) O João será idiota?

• Os tempos verbais são paradigmas de flexão que podem assumir diferentes valores temporais, aspectuais e modais, em função do contexto em que ocorrem.

• Há, portanto, alguma autonomia entre as formas e o valor que estas podem veicular.

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Transposição didáctica de termos e conceitos Aspecto Categoria gramatical que exprime a estrutura temporal interna

de uma situação. O valor aspectual de um enunciado é construído a partir de informação lexical e gramatical. A categoria aspecto, apesar de se relacionar com a categoria tempo, é independente desta.

Todas as situações expressas nas frases seguintes podem ser localizadas temporalmente como anteriores ao momento em que as frases são produzidas. No entanto, o seu valor aspectual é distinto: em (i), sabe-se que a leitura do livro está acabada (aspecto perfectivo); em (ii), não é dada informação sobre a culminação da leitura do livro (aspecto imperfectivo); a situação descrita em (iii) corresponde a um hábito (aspecto habitual):

(i) A Maria já leu o livro. (ii) A Maria estava a ler o livro, quando a vi. (iii) Quando era nova, a Maria lia muitos livros.

(vd anexo)

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Transposição didáctica de termos e conceitos

C.1.1. Comunicação e interacção discursivas

Deixis

Fenómeno de referenciação dependente e constitutiva de enunciação. Os deícticos remetem verbalmente para referentes específicos do acto enunciativo. Ao contrário dos signos com um conteúdo semântico-referencial estável e permanente, os deícticos, de cada vez que são actualizados no discurso, referenciam de novo e variavelmente, em função da situação de enunciação, única e irrepetível.(…)

A rede de referenciação instituída pelos deícticos tem como ponto primordial de cálculo o sujeito que fala, no momento em que fala. “Eu” é aquele que diz “eu” no momento em que o diz. É esta a coordenada enunciativa que gera todas as outras. “Tu” é aquele a quem o “eu” se dirige; “agora” é o momento em que o “eu” fala; “aqui” é o espaço em que o “eu” fala; “ontem”, “hoje”, “amanhã” são formas adverbiais que remetem para um tempo anterior, simultâneo ou posterior ao tempo em que o “eu” fala. (…)

(cf. DT)

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Fim da apresentação