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UNIVERSIDADE DO PORTO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS DE ABEL SALAZAR
\ A MVISI3ILIVAVE VA PRÁTICA DE
ENfEKMAGm E A fACE QUALIflCANTE VO
HOSPITAL
-VOL II-
i MARIA MANUELA ALMENDRA MAGALHÃES
PORTO 1999
\
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UNIVERSIDADE DO PORTO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS DE ABEL SALAZAR
A INVISÍBILWAVE VA PKÁTICA VE ENfEKMAGEM E
A fACE QUALIflCANTE VO HOSPITAL
-UM ESTUVO VE CASO-
Dissertação apresentada ao Instituto de Ciências
Biomédicas de Abel Salazar, para obtenção de Grau de Mestre
em Ciências de Enfermagem, sob orientação do Professor
Doutor José Alberto Correia.
MARIA MANUELA ALMENDRA MAGALHÃES
PORTO 1999
INDICE DE ANEXOS
Anexo I - Questionário
Anexo II - Entrevistas
Anexo III - Recortes de enunciados das entrevistas
Anexo IV - Quadros dos momentos/espaços/situações em contexto de trabalho que se revelam formativas para as enfermeiras. Actores intervenientes e suas dinâmicas.
Anexo V - Quadros dos momentos/espaços/ situações em contexto de trabalho que não se revelam formativas para as enfermeiras. Actores intervenientes e suas dinâmicas
FORMULÁRIO
SEXO
IDADE
NATURALIDADE
RESIDÊNCIA
ESTADO CIVIL
FILHOS
HABILITAÇÕES LITERÁRIAS
FORMAÇÃO PROFISSIONAL:
- Curso de Enfermagem Geral I I - Equivalência a Bacharelato I I - Bacharelato ! I - Licenciatura frequentou com dispensa
de serviço estatuto de trabalhador estudante outro
ANOS DE SERVIÇO
POSIÇÃO NA CARREIRA
ANOS
REGIME DE TRABALHO
TEMPO DE SERVIÇO NA UNIDADE ACTUAL
EXPERIÊNCIA EM OUTRAS UNIDADES DE CUIDADOS
(públicas ou privadas)
QUAIS
ANOS EXPERIÊNCIA
AINDA MANTÉM
FORMAÇÃO CONTÍNUA
INTERNA
EXTERNA
PROFISSIONAL EXPERIÊNCIA COMO FORMADORA.
GRATOS PELA ATENÇÃO DISPENSADA
ENTREVISTA - A
P - Como detecta as necessidades de formação?
R - através da avaliação de desemprego, protocolos de serviço
instituídos
• avaliação da qualidade dos cuidados
• reunião de serviço, na ultima Quarta-feira do mês para:
- levantar de necessidades
- trabalhos individuais ou em grupo, estes são constituídos
conforme as afinidades
- elaboração do plano anual de formação
A avaliação de desempenho é um instrumento que detecta o
desempenho do profissional mas também os seus deficites em
termos de competências e a qualidade dos cuidados que presta.
P - Qual a relação da unidade com o DEP?
R - O enfermeiro especialista colabora com DEP na formação e
elaboração de protocolos, a participação dos elementos na formação
promovida pelo DEP é feita por selecção em termos de
disponibilidade de serviço e necessidades e interesse do elemento.
O serviço no fim de cada formação que realiza envia ao DEP
um resumo, dados relevantes, a folha de presença. No final do ano
envia o relatório anual de formação em serviço.
O serviço não efectuou duas formações planeadas para noventa
e seis e noventa e sete pois estas dependem do DEP - quadro de
referências e taxonomia diagnostica...
O serviço não tem formação interdisciplinar, o DEP realizou
este ano uma, em que participou o director de serviço e eu o tema
versava a área da gestão.
P - Como acontece o desenvolver de competências dos
elementos recém-formados na unidade (pois são a maioria)? Como se
faz a aprendizagem?
R - Considero que o plano de estudos da escola e em especial o
final de curso não está adaptada á realidade/prática hospitalar. As
recém formadas são muito teóricas, com muito medo, a integração é
muito difícil: O plano de integração é o seguinte no primeiro dia
ficam comigo, primeiro mês não fazem noites, são acompanhadas
pelo mesmo elemento, no segundo mês entram no rotativo.
Actualmente considero-as boas profissionais.
A sua aprendizagem realizou-se na unidade e em contacto com
as outras colegas e fazendo.
P - Nos turnos em que não está presente como acha que o
trabalho é desenvolvido, e as tomadas de decisão são realizadas?
R - O método de trabalho é global.
As decisões tomadas nem sempre acho as mais a assertivas,
mas uma vez que a quem toma a decisão é á responsável de turno,
que é a enfermeira mais antiga ou a mais graduada, como tal tem
mais experiência e conhecimentos, no entanto há a participação da
equipa presente.
Qual a importante de passagem de turno no quotidiano de
enfermagem?
Encontro-me sempre presente, de forma a tomar conhecimento
do desempenho dos meus profissionais. O meu papel é de
orientadora de todo o processo de raciocínio interpelando,
acrescentando informação e apoiando as decisões tomadas ou não,
levando á reflexão.
Detecto as necessidades de formação avalio a qualidade dos
cuidados prestados.
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O meu dia de trabalho iniciou-se ás 8 horas e terminou ás
15horas.
As colegas do turno nocturno leram as notas de enfermagem.
Como enfermeira responsável pelos cuidados globais ao cliente,
elaboro um plano individual mentalmente baseado no método
individual, identifico os problemas e as necessidades apresentadas
por estes referentes: - respiração; - eliminação; integridade física;
alivio do sofrimento; - auto-estima; exercício/mobilidade;
sono/repouso; aceitação/compreensão; - necessidades religiosas; -
comunicação; - lazer/ocupação.
Ensino ao cliente sobre: colaboração com os cuidados de
enfermagem selecciono com o mesmo os cuidados em que pode
colaborar activamente.
Reavalio os cuidados de enfermagem prestados ao cliente,
referidos no ponto anterior. Faço levantamento das necessidades;
planeamento dos cuidados de enfermagem; execução de cuidados de
enfermagem; registos de cuidados de enfermagem; avaliação dos
cuidados de enfermagem .
Como enfermeira responsável pelos cuidados globais prestados
ao cliente identifico problemas multidisciplinares do âmbito médico e
dos auxiliares de acção médica, promovo a implicação do cliente nos
cuidados de enfermagem através da criação de um clima de
confiança e processo educativo com vista ao auto-cuidado.
Preparo a alta ou transferência do cliente. Informo a família,
comunidade, quanto aos cuidados a manter após a alta ou
transferência relativamente ás necessidades/ problemas de
alimentação e exercício, higiene e conforto, eliminação.
Hoje, devido a ausência da chefe fui responsável pela gestão
dos recursos humanos, materiais e pelos cuidados de enfermagem,
colaborando com as colegas na prestação de cuidados.
Acho que o trabalho durante estes dezoito anos foi
compensador, a nível do saber do fazer e do ser, bem como na
categoria.
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Este dia de trabalho foi igual aos outros... há diferenças...
e isso.
O método de trabalho é individual e em equipa na
prestação de cuidados de higiene e conforto. Normalmente
tenho seis e sete doentes por turno, da manhã, de que sou
responsável, como neste momento estou de horário fixo,
permaneço com as doentes durante três dias, o que não
acontece se estivesse no horário rotativo.
Muita confusão entrou uma doente a fazer uma
medicação que era necessário pedir á farmácia ao mesmo
tempo era necessário puncionar a doente... gerou-se uma
confusão. È complicado em relação á prestação de cuidados,
torna-se difícil porque há poucos enfermeiros... a relação com
as doentes é pequena alguém pede ajuda temos de dizer espere
um bocadinho já lá vamos... tem de ser assim hoje uma doente
queria ir á casa de banho eu disse espere um bocadinho já lá
vou, mas isto não adianta nada, as pessoas necessitam de
atendimento imediato... é preciso mais pessoal... sinto que não
prestamos os melhores cuidados aos utentes. A nível da
relação/comunicação, a comunicação quase não existe, é o
mínimo, dá-mos mais importância á terapêutica pois isso tem
de ser feito, á higiene... não há tempo para o resto, há
prioridades, seleccionar... mas o visível é que é avaliado. Há
cuidados de enfermagem executados que não registamos... são
coisas mínimas insignificantes mas implicam tempo e
competências e se calhar são tão ou mais importantes que os
outros.
Os cuidados delegados se não são cumpridos há alguém
que chama atenção, a relação /comunicação é justificado com a
falta de tempo. No entanto se ouvirmos os doentes estas
transmitem-nos informações úteis para a equipa de saúde,
muitas vezes é através do acaso que obtemos essa informação,
sobre a história da doente... Quando falei no inicio da
admissão de uma doente e da confusão que foi, eu deveria ter
dado mais/melhor atenção á doente, mais receptividade,
explicar-lhe a estrutura física e rotinas, acolher apesar desta
conhecer o serviço, mas se fosse outro caso nós dizíamos de
longe, o seu quarto, tem ali a sua cama, o seu armário ponha
lá as coisas na casa de banho é ali e pronto mais nada.
Posteriormente faz-se o exame físico e pouco mais não se faz
colheita de dados.
Continuando, fui prestar os cuidados de higiene, sem
atenção devida sempre em correria e mesmo que as doentes se
possam limpar nós dizemos deixe que eu limpo para ser mais
rápido, senão demoramos tempo e perdemos dez a quinze
minutos que farão falta mais tarde, para não atrasar a
terapêutica ou a colocação de soros, a avaliação dos sinais
vitais, senão só administramos a terapêutica á hora da
refeição, não pode ser assim, depois vem as alterações de
terapêutica após o almoço., por volta das treze horas e não
pode ser assim. Os processos quando nos chegam ás mãos são
doze e trinta horas. Tudo isto implica que nunca estamos com
a doente, só se for necessário ajudar na alimentação. Fazem-se
as alterações, marcações de exames, e as colheitas de sangue
urgentes
A relação entre a equipa de saúde é inexistente, acontece
que estou no quarto a prestar cuidados a colocar um soro o
médico entra observa a doente, corta a terapêutica EV e o soro
e nem sequer dá satisfação, ou então eu tenho de perguntar se
há alteração de terapêutica ou soroterapia, para não sujeitar
novamente a doente a uma punção.
Alguns preocupam-se em perguntar como foi o
comportamento da doente nos turnos anteriores, mas isto é
raro são poucos. Há situações em que as decisões tomadas têm
necessidade de serem partilhadas como por ex. a Sr x da cama
y continua sem alimentação, implica a intervenção de
enfermagem pois tem de se resolver, não havendo dialogo
equipa médico/enfermeira os casos tornam-se mais graves. Em
todas as situações em especial as mais complicadas deveria
existir a preocupação em dialogar e decidir em conjunto, em
equipa de saúde.
A chefe faz a ponte médico/utente em relação aos
enfermeiros é reduzida.
Nas alterações e consulta dos processos é que nos
apercebemos do que eles pensam e decidem ... fui almoçar...
Seguidamente administrei a terapêutica das catorze
horas e posicionei as doentes ... entre as treze e as catorze e
trinta minutos é uma correria, não dá para pensar, parecemos
umas máquinas. O momento da passagem de turno é o
culminar do dia de trabalho é um alivio porque terminamos
tudo apesar de os registos estarem a ser ultimados, este
momento além de ser de relaxe, também é o momento mais
importante pois transmitimos o que se passou com o doente,
tomamos decisões para resolução de problemas... é momento
de reflexão, tomada de decisões do que é melhor para o
utente... a equipa junta-se avalia-se o estado do utente...
considero a passagem de turno como momento de formação em
serviço, pois quando surge algo de novo, quem sabe partilha ou
então alguém toma a responsabilidade de pesquisar para
depois transmitir ao grupo. Este é também um momento em
que se detectam necessidades de formação em serviço..." tem
de se fazer uma acção de formação em serviço pois há muitas
dúvidas..."
Perante as questões de erro por omissão ou execução, ou
alterar um procedimento porque o considera positivo e melhora
o que se faz, procuro sempre transmitir... as pessoas são
resistentes á mudança, as mais antigas acham-se no direito de
continuarem a dizer que sempre se fez assim e é assim... o meu
papel é tentar mudar, comunicar e explicar o que descobri e
tentar convencer, se não conseguir transmito e continuo a fazer
com a inovação. No caso de erro admitia-o e alertava para o
porquê, que circunstâncias levam ao erro ao esquecimento e
que uma sequência diferente implicaria mais rapidez sem erro.
Tenho a preocupação de que aquilo que vivencío e experimento
transmitir á equipa, fico com a consciência tranquila e que
disse algo de útil, se quiserem acatam ou não.
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De manhã, pronto chegamos ao trabalho e tivermos a
passagem de turno e apontei o que era necessário fazer ás
doentes... estava com a colaboração da minha colega ela foi
fazer PV eu fui ajudar no pequeno almoço. Começamos a
preparar os banhos, levar as senhoras á casa de banho, ajudá-
las ou fazer por elas.
Entretanto uma colega ajudou-nos a preparar a
terapêutica os tabuleiros, ficaram mais orientados, de seguida
fui preparar os soros, medicação para dar ás doentes... era
hora de ir abastecer os estômagos e relaxar um bocado.
Continuando com a organização do dia, avaliar sinais vitais e
mais alguns cuidados - suplementos... entretanto uma doente
começou a sentir-se mal, ficou outra vez cianosada, está numa
fase terminal estivemos junto dela... puncionei as doentes
coloquei os soros. São os cuidados de rotina da manhã.
A seguir acabei de preparar a medicação e aconteceu
uma coisa engraçada a colega que me ajudou a separar os
cartões esqueceu-se dos de uma doente, e quando já estava
tudo feito... tinha-me esquecido completamente... isto não
devia ter acontecido, isto nem devia ser dito mas pronto, é uma
cena caricata, estava completamente distraída, como era a Sr.a
... que está no corredor passou-se e como é natural ás doze não
terem terapêutica, pronto passou-me. Isto não devia ter
acontecido mas aconteceu e só na fase de conferir os cartões é
que me apercebi é o stress, uma pessoa pensa que está tudo
direito e bem, e aparece este contratempo.
Como experiência é negativa, apesar de ter prestado os
cuidados a tempo, estas experiências alertam-me para quando
as doentes não tendo cartões não implica que não necessitam
de cuidados...
Aqui tudo nos pode acontecer, e quando pensamos que
tudo já nos aconteceu, acontece algo de novo e penso que
alerta muito mais, porque muitas vezes não dá-mos
importância a certas coisas e dizemos isto não vai acontecer,
não se vai passar e de repente elas surgem... acontecem
raramente mas acontecem ex.. esta doente não vai cair da
cama, está consciente, no entanto adormeceu e cai isto implica
estar alerta em todas as situações, eu acho que tenho
aprendido muito aqui, é que todo o cuidado é pouco, e encarar
o menos bom de forma positiva..
São esta coisa que aprendemos aqui e não aprendemos
na escola, aqui aprendemos com a prática, pois ninguém nos
ensina.
O incidente que ocorreu eu comuniquei ás colegas, pois
tem de haver sempre uma partilha das coisas, negativas e
positivas, eu podia guardar só para mim, não tem interesse.
Temos que partilhar o bom e o mau pois assim todos
aprendemos.
Continuando, o incidente ocorreu com a terapêutica das
doze horas, entretanto tudo ficou resolvido, comecei a fazer as
alterações que são diárias, rever processos, os comentários que
os médicos fazem em relação á observação efectuada á doente,
a revisão da terapêutica, fazer os registos de enfermagem.
Estava eu e a minha colega enquanto as outras foram almoçar
nós dividimo-nos em grupo de dois para almoçar, pois o serviço
não é abandonado, isto é sabido. Fiz as alterações, cortei
cartões, entretanto estavam pedidas uma PV urgentes,
colheitas de urina, uma doente suspendeu soro, tinha que
reavaliar uma temperatura á doente, essas pequenas coisas
que faltavam fazer. Ás catorze horas era hora de posicionar as
doentes, tinha quatro a cinco doentes dependentes, que
arranjámos, posicionámos, a uma doente retirámos um
fecaloma, uma doente obesa completamente urinada cansou-
nos muito cuidar e a posicionar. São doentes muito
dependentes e estavam nos cadeirões que era preciso colocar
na cama e posicionar, são precisas muitas voltas, muitas
doentes também tinham fezes. Das treze horas ás catorze horas
foi um bocado apertado, ainda tivemos a colaboração de uma
colega na terapêutica das catorze horas, ainda fizemos
colheitas de sangue e pronto acabou o turno muito rápido,
parece que foi pouco mas...
Surgiu a passagem de turno onde foi transmitido o que
foi feito e porquê esclarecer o que era preciso fazer. Os registos
estiveram de acordo com o que se passou e acho que as colegas
percebem bem o que se passou durante o turno.
A passagem de turno é fundamental, por ex. decidimos
desalgaliar uma senhora, pois ela colabora no entanto no fim
do turno não tinha nenhuma micção, então devemos dizer á
colega o porquê desta intervenção e a necessidade de estarem
atentas, decisão tomada por nós, como tal éramos
responsáveis. Outra situação foi a senhora a quem retiramos o
fecaloma, ficou a sangrar necessitando também de vigilância
pelo risco de hemorragia.
O método de trabalho é individual, cada enfermeiro fica
com dois quartos, nos cuidados de higiene e conforto
trabalhamos em equipa.
As auxiliares de acção médica não colaboram na
prestação de cuidados, são poucas, e as suas funções não
estão de acordo com o seu estatuto mas sim funções de
limpeza / recados / manutenção elas fazem o que não deviam
fazer e começamos todos por fazer o que nos compete.
Foi um turno cansativo, venho fazer noite, aprendi com o
episódio do esquecimento, implicou o aumentar da minha
responsabilidade e tomada de decisão.
As doentes no nossa unidade de cuidados tem um
internamento longo, criando-se uma relação de empatia entre
as pessoas, comunicar/brincar. As doentes começam-se a
sentir á vontade é uma relação engraçada.
Além dos cuidados mencionados e paralelamente
associado ás intervenções independentes, que estabelecemos
uma base relacional-discurso alegre, distribuir sorrisos, boa
disposição é importante. Mesmo que estejamos mal dispostos é
importante mostrar-lhes que estamos ali, para ajudar e que
gostámos de estar com eles, ás vezes por muito mal dispostas
que estejamos, temos de fazer um esforço para transmitir
imagem positiva alegre para ajudar as pessoas a melhorarem o
seu estado espirito. Se a enfermeira as ajuda a falar, lhe faz
umas festas, diz-lhe palavras de carinho para ela é mais
importante que uma enfermeira chateada e carrancuda pois
elas apercebem-se disso e dizem logo - a senhora enfermeira
hoje não está bem disposta, chateou-se com alguma coisa.
Assim como nós percebemos que as doentes estão piores elas
também se apercebem de nós.
A nível relacional e comunicação a Escola ensinamos
muito, mas muito teoria... como é... no hospital aplicamos á
prática, adaptamos a aprendizagem á prática, pois há doentes
que é necessário ter muito tacto... através da experiência...
antes de ir para enfermeira não pensava nem sabia que tipo de
relação devemos ter com a doente... imaginava mas... acho que
é uma relação que as pessoas que estão lá fora não conseguem
imaginar... acho que é um pouco estar na pele do doente, uma
coisa é estarmos na nossa pele saudáveis outra é sentirmo-nos
com eles se sentem por ex.: doente em fase terminal que sabe
que vai morrer está dispneica, sente-se mal, com desconforto,
se nós sentirmos um pouquinho como ela entendemos melhor
a situação e ajudámo-la muito mais, somos capazes de acalmar
a doente, com mais facilidade, exemplo disto são as crises de
ansiedade.
No inicio, quando comecei a trabalhar, não tinha tanta
sensibilidade, assim, eu acho, a gente vê mas ... a gente ganha
muita sensibilidade, no inicio nem conseguia-mos ver, olha e
só vê o estampado e o que vem do fundo da alma da pessoa
não conseguimos ver é muito difícil...
A escola diz como deve ser a nossa relação, nos estágios
aparecem situações mas não todas, e cada Pessoa é uma
Pessoa. Não há formulas para a relação de ajuda... na altura eu
nem me apercebia e agora com mais sensibilidade a adquirida
actuo de acordo a Pessoa... com e a patologia e com... um caso
faz lembrar outros e se da outra vez fizemos assim e resultou
então vamos fazer da mesma maneira, mas é só a experiência
que nos consegue dar isto, apesar de ainda me sentir uma
inexperiente, comparada com o principio não tem nada a ver.
É como o arquitecto ao principio faz uns traços e depois
começa a ter mão...
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Fazer formação para mudar comportamentos no serviço é
o objectivo do hospital, é necessário fazer protocolos da acção
de formação e a avaliação.
Previamente é estabelecida uma data, avaliar o que mudou o
que é necessário fazer para mudar - Novembro será o mês para
avaliar.
Eu para cada acção de formação faço um relatório e um
guia de avaliação; avaliar também a maneira de estarem na
formação... quando se faz a acção de formação como por ex.: a
oxigenoterapia, ainda não chegamos a consenso... não se
lavam as máscaras, estão penduradas e não protegidas... isto
está mal não é possível só com quatro pessoas no turno da
manhã não temos tempo, a equipa é jovem com vontade mas
não é fácil, não há tempo..
Para cada acção de formação estipula-se um tempo e
depois avalia-se, esta necessidade surge em função do
serviço... em termos de formação, isto implica um bocado de
trabalho porque eu tenho de fazer tudo e ter tudo organizado.
Eu não tenho tempo faço tudo em horas minhas é um bocado
chato...
Em termos pessoais agrada-me esta função mas não
tenho tempo faço horário de quarenta e duas horas semanais e
em Novembro estive dezoito dias sem folga e fazia o turno de
manhã/tarde, e há outros compromissos e a vida social.
Faço muitas coisas para enriquecimento pessoal, fiz um
curso sobre o idoso no Porto, onde tinha de ir todos os dias
durante 5 semanas... devia ser compensada em tempo...
mesmo para as acções de formação... pois estas são todas
feitas em tempo do pessoal a Instituição não dá nada... e por
isso as pessoas reagem, já disse á chefe, mas ela não pode dar
tempo e o hospital também não...
O hospital está um caos em termos de pessoal e pedir
sem dar nada diminui a motivação.
Neste momento a formação só tem interesse com
avaliação e com a mudança de pequenas coisas e
comportamentos, nós sabemos que há coisas que estão mal...
Eu trabalho há seis anos e muita coisa já mudou por ex.:
o protocolo de cateterismo venoso foi logo implantado, mas isto
implicou um levantamento de recursos da Instituição -
material, hipóteses de esterilização, criar um stock de tampas
tudo isto foi criado antes da acção da formação, quando a
fizemos o protocolo foi aprovado e logo implementado, no
entanto a nível do hospital há desconhecimento total, estando
eu e a enfermeira do DEP a fazer formação a todo o pessoal do
hospital, muitos nem conhecem "O Vasocan". O hospital está a
uniformizar a formação.
A enfermagem tem muitas coisas boas mas também tem
coisas más...
As pessoas começaram a fazer formação a pensarem só
em termos curriculares... eu já tentei dizer no serviço que não
tem interesse fazerem dez, vinte,... acções de formação, pois
chega a uma altura não é contabilizado em número mas são
outros critérios.
As pessoas não estão habituadas a estudar, e há coisa
que não estão criados e é difícil... aqui no serviço é fácil porque
as pessoas vêm da escola e consegue-se fazer muita coisa... o
pior problema é número de pessoal, depois as pessoas
habituam-se a fazer as coisas sem pensar e rápido que quando
tem tempo para pensar, com calma já não o fazem e á por isso
que as doentes não são tratadas da melhor maneira - vá lá
vamos tomar banho - de manhã temos dezasseis a dezassete
doentes dependentes ou semi dependentes, para dar banho e
no entanto ainda conseguimos mudar os adesivos dos abocath
diariamente os abocath dois em dois dias... há muitas coisas
que conseguimos fazer.
Neste momento temos três acções de formação
agendadas, onde pretende mudar comportamentos a nível
técnico, pedagógico e o uso do instrumento de colheita de
dados Esta última é a mais teórica e é muito difícil das pessoas
entender determinadas coisas e porque se fazem. Relacionado
com os modelos e teorias de enfermagem, as colegas têm a
formação de base e no serviço, esta teve a duração de uma
hora o que não foi nada, pois é tudo muito conceptual, de
difícil entendimento. Estes assuntos vão voltar a fazer parte do
plano de formação do serviço mas só depois do hospital dar
formação aos chefes e enfermeiros especialistas. Também faço
parte de um grupo de trabalho cujo objectivo é mudar as notas
de enfermagem pois perde-se muito tempo e informação, assim
como se repete informação, já foi feito o modelo está para
analisar ex.: características das secreções, seguem-se as várias
hipóteses assim todos falam a mesma linguagem , caso
contrário cada um escreve o que acha.
Tudo isto demora muito tempo... é tudo muito
complicado. De manhã sinto-me frustada, ás vezes temos duas
a três biópsias e temos de acompanhar a doente á sala de
tratamentos e nós não conseguimos dar resposta a tudo... A
passagem de turno é muito cedo, os soros a medicação,
puncionar doentes é impossível, o horário não está ajustado...
a passagem de turno havia e ser mais tarde para termos tempo
para desenvolver as competências relacionais, para reflectir...
quanto á humanização, já mudamos muito, os familiares
podem permanecer no serviço até á noite... isto exige mais de
nós mas também nos ajudam na alimentação e outros
cuidados, quando o doente se alimenta mal é avaliado e
permite-se trazer comida de casa.
Todas estas mudanças se devem á chefe, ela é muito
dura e directiva mas consegue manter a ordem e atingir os
objectivos, e eu consigo coordenar-me bem com ela e com a
equipa.
Em termos de funções de especialistas não tenho tempo
de as desenvolver, o que faço é prestar os melhores cuidados,
para ser exemplo, porque é uma obrigação que tenho, para
operar alterações de comportamento através da imitação, no
entanto isto faz parte de mim, eu sou muito picuinhas, acho
que tenho capacidades e destreza de mãos...Eu dentro da
equipa sei ver quem esteve de serviço, sem ver quem é só
através do tipo de trabalho que está feito, o tempo é o mesmo
as doentes são as mesmas... nota-se bem.
Este dia de trabalho não foi complicado, as minhas
funções foram de substituição da chefe... no inicio senti-me
perdida, fiz noite á três dias e não tenho feito manhã, portanto
sinto-me desligada com o que se passa no serviço... bolsas
nutritivas que eram para anular... mas com a passagem de
turno atenua-se ansiedade e situo-me no serviço.
Seguidamente fui aos quartos de todas as doentes, e
verifico se os armários estão repletos com o material
necessário. Verifiquei quais os exames de diagnóstico pedidos e
contactei os Auxiliares de Acção Médica.
Depois calculei as necessidades de terapêutica, para o
fim de semana, e fiz o pedido.
Como estamos cinco de serviço não prestei cuidados de
enfermagem, colaborei sim na higiene e alimentação. Pois
quando se faz uma coisa não se faz outra. Tive que procurar o
médico de uma doente para lhe fazer o pedido de varihesive
para os pensos, pois é extra-formulário... eles não fazem os
pedidos extra-formulário apesar de saberem que é preciso ex.
prescrevem o Ralopar e esquecem-se do extra-formulário, e as
enfermeiras é que têm de andar atrás deles... há alguns que
fazem. Nós não trabalhamos como equipa de saúde, a relação é
diminuta, isto é um problema difícil de resolver, já esteve pior,
para mudar era partir do topo, começar pela formação pela
presença física na visita médica, onde não há presença da
enfermeira. Eu procuro sempre estar presente e saber tudo
acerca das doentes há uns que falam com outros não
funciona, bem como transmitir. A culpa é de todos. A
enfermeira tem a mania que sabe tudo, mas há coisas que não
dominamos e não temos nada que dominar. A enfermeira
facilmente faz o comentário... nem sei para que fez isto e
aquilo, quando não sabemos a base do raciocínio que levou
aquela prescrição.
Os médicos só nos vêm como executores de actividade
delegadas, eles não sabem o que é o processo de enfermagem,
não conhecem que temos o REPE.
Deviam existir reuniões de intercâmbio, mas isto deve
partir dos topos e existir uma ponte. Os mais velhos estão
ligados á tradição deles e á nossa, nosso papel... Os médicos
não são motivados para fazerem algo pois não lhes é permitido
ultrapassar determinadas barreiras, só podem pertencer a
organismos comissões quando estão no quadro... os jovens não
podem avançar os mais velhos não têm tempo têm outras
actividades no exterior., e os jovens têm vontade e talento e não
o podem fazer. Eu sou muito mais nova e posso fazer parte de
comissões grupos... e pode ser estas motivações que também
os leva a não pensarem em nós como grupo... pode ser esta a
causa da não aproximação.
Os médicos têm muitas falhas nas prescrições... nunca
prescrevem dietas, a nível humano tem muito pouco, o
trabalho em equipa complementava a intervenção junto do
doente e uma mais v dia.
Depois andei aí a supervisar, telefonar para aqui e para
ali ( e não faço os papeis que a chefe faz) temos que ser
simpáticos com toda a gente... depois vem o maqueiro que
refila... há pormenores que eu não estou habituada a esta
função... - só situações pontuais, férias e ausências da chefe -
papeis, hierarquias é muito burocrático, eu não gosto, gosto é
de estar com os doentes.
O serviço tem muita carência de pessoal três são
trabalhadores estudantes, um doente, não se podem juntar
duas enfermeiras a prestação de serviço... as pessoas estão
muito cansadas estão a fazer noites de cinco/cinco dias, assim
não podem dar rendimento... dias e dias sem folga ...têm de me
dar condições para pedirem responsabilidades...
Com o novo concurso pode ser que mude, com alteração
do regime de prestação de serviço vão diminuir o número de
horas implicando maior dificuldade na cobertura de horário.
Neste momento no serviço há pessoas com ideias de
mobilidade para os cuidados de saúde primários o horário fixo
é aliciante...
Cl-7-3-97
Desde que se entra até que se sai é sempre a correr, toda a
gente deve dizer isto não é? A organização do trabalho deve ser tal
forma que cheguemos ao final do turno e esteja tudo pronto, não
fique nada para fazer...
Hoje fui responsável por sete doentes, pois também fiquei com
a do corredor. Temos bastantes acamadas, só tive uma que se auto-
cuida relativamente aos cuidados de higiene todas as outras
necessitavam de ajuda. Temos doentes... uma em especial que é
muito obesa que para a mobilizar cansa muito, e outra com PAF,
essa até deixei para o fim para ficar o máximo de tempo com ela, e
ela sentir a pressa do costume, pois já basta a sua ansiedade. Depois
disto tudo vamos ao bar relaxa-se um bocado, de seguida avaliamos
os sinais vitais, colocamos os soros, administramos terapêutica que
não tem contra-indicações em ser antecipada, ex. nebulizações,
antibióticos não. Para terminar o trabalho em tempo útil não ajudei
nas alimentações, pois tinha o trabalho atrasado, as colegas
ajudaram. E prontos andamos a correr de trás para a frente depois
falta isto depois a doente apresenta sinais inflamatórios, e é
necessário mudar o abocath... Se calhar o que de mais importante se
passou hoje é que a utente da PAF está mais bem disposta que nos
outros dias e isto é gratificante. É gratificante quando conseguimos
cuidar da doente de tal forma que ela se sentiu bem, pois
normalmente ela nunca está bem e hoje estava mais bem disposta,...
eu procurei ficar mais tempo com ela, deixei-a para o fim e expliquei
porquê... ela disse assim "já deu a toda a gente?" Eu respondi já eu
deixei-a para o fim, ela nota que se for a última nós não andamos
com tanta pressa. Levei-a ao chuveiro pois normalmente não vai, tem
a TA muito baixa 40/29 e faz lipotimias com facilidade, no fim do
banho ficou no cadeirão verbalizando que não está fixe mas está
melhor. É uma situação familiar complicada., esta senhora tinha
uma vida muito activa por isso foi muito difícil aceitar o
internamento, de noite de cinco em cinco minutos chama para a
posicionar... agora já está melhor, muitas doentes com estas
necessidades e era difícil de atender, nós passamos por elas a correr
de tal forma que elas até se retraiem de pedir alguma coisa.
Gosto muito do trabalho do serviço de medicina aprende-se
muito, mas uma pessoa sai daqui... insatisfeita, pois devíamos fazer
mais, apesar de fazermos mais do que podemos para ficar tudo em
ordem.
A preocupação não é só com as utentes é também com as
colegas deixar-lhes tudo em ordem não deixar trabalho pendente e
cumprir minimamente o horário, pois Ter horário de sair ás quinze
horas e sair na realidade ás dezasseis não interessa... o hospital não
reconhece monetariamente nem motiva... a chefe estimula dizendo
vocês trabalham muito mas também tem a fama de serem os
melhores enfermeiros do hospital, mas isso não dá tempo, no
entanto psicologicamente acalente, continuando com a consciência
de que há coisas que devíamos fazer e não fazemos, porque não
temos tempo.
As papeladas pois agora anda-se numa de papeis, há papeis
importantes, nós fazemos o exame físico de base a todas as doentes
admitidas mas não fazemos o histórico de enfermagem pois não
conseguimos á noite não é apropriado... um que eu acho mais
importante no meio de todos é o planeamento de alta, e de avaliação
dos recursos do utente... só que algo tem de falhar e tentamos deixar
o que prejudica menos o doente isto é a curto prazo, se calhar.
As passagens de turno têm de existir, apesar de poderem
ser questionadas se está escrito porque não lêem para que é preciso
passar o turno? No entanto há muitas coisas que se dizem e não se
escrevem e vice-versa, são as duas formas de comunicação que se
complementam é um momento que nos reunimos dialogamos,
trocamos ideias opiniões recordamos coisas que fizemos e não
registamos ... e acontece em todos os turnos... é um momento de
formação a nossa equipa é muito jovem e funciona muito bem, em
termos de relacionamento e interajuda, por ex. eu hoje não tive
tempo de ajudar mas as colegas ajudaram-me, o ambiente é muito
bom.
Dias assim... quase nem dá para pensar, somos mecânicas.
Neste meu percurso profissional noto que tenho mudado e
evoluído... dantes não conseguia sair a horas e ficava até ás
dezasseis horas, mas recebia as horas... eu dou ao hospital mas o
hospital tem de me dar a mim.
Uma pessoa que trabalhe um a dois anos no serviço de
medicina adquire esta prática conhece o tipo de doentes e situações
clinicas, no entanto surgem sempre situações novas e novas
tecnologias ex. o Bipap; - síndroma associado á PAF - olhos secos e
com crostas implicou a aplicação de um gel e aparece estar a
melhorar.
Neste percurso é importante o trabalho em equipa
multidisciplinar, em que a parte médica com os seus conhecimentos
científicos e a sua transmissão seriam factor de aprendizagem, mas
elas não favorecem esta situação ex. prescrição de um hipotensor a
uma doente com hemorragias... inquietou-se e não descobria a
resposta e para saber tive que perguntar. Não há interesse de
explicar ás vezes ainda há momentos de conversa, o turno da manhã
é para mim o mais propicio...
Não há trabalho em equipa, equipa de saúde existe mas não
funciona como devia. Os médicos quando precisam de algo no
momento, colaboração nos ex. complementares de diagnóstico,
alterações imediatas, terapêutica de urgência, que implicam com o
trabalho deles eles procuram. Haver há mas não como devia.
A enfermeira procura mais a relação e o saber. O trabalho em
equipa é fundamental para aprendermos uns os outros.
A visita médica não é acompanhada pelos enfermeiros e Deus
nos livre senão é que ficávamos sem tempo para nada, é importante
para o bem da doente, sabíamos no momento se a doente iria ter
alta, as alterações da terapêutica, e assim a estamos nós a
puncionar pessoas difíceis, a preparar soros e medicação que é uma
despesa que podia ser enviada e depois não se prepara a alta a
tempo.
A participação na visita médica, e à 4a feira na visita geral, era
importante seríamos mais uns para a "procissão", mas
complementava-mos o saber acerca da situação da pessoa era mais
uma situação de aprendizagem. Diariamente os médicos prevêem
como situação decorrerá era importante.
Ainda hoje preparei soro com cloreto de potássio e terapêutica
e ainda não preparei o Vitrimix, que é muito caro e esperei pelas
alterações... mas é preciso pensar nas coisas e atrasa-se toda a
prestação de cuidados é necessário traquejo.
Eu penso e tenho que pensar o que os outros pensaram.
Gosto muito de trabalhar neste serviço apesar dos resultados
serem demorados os internamentos prolongados, internamento
sociais, mas após um estudo que fiz sobre o diagnóstico dos recursos
existentes na comunidade, chego á conclusão que as pessoas não
têm mesmo condições nem capacidades as pessoas mesmo que
queiram não podem... nós dizemos as famílias é que têm obrigação,
mas a obrigação é de nós todos, acho muito bem que as pessoas
fiquem em internamento social, pois é a pensar no bem da pessoa já
que esta não têm condições em casa será mais bem cuidada mas,
depois também temos doentes internadas no corredor e que devemos
também tratar com humanidade e dignidade.
Com os doentes aprendemos e crescemos muito os idosos são uma
riqueza, e as suas histórias, mas não temos tempo para isso... As
fases terminais apesar de dolorosas são importantes para o nosso
desenvolvimento, o apoio que é necessário dar á família, aprendemos
com isso, tipo de respostas adequadas...
Quanto mais tempo aqui estamos, vamos atendendo as pessoas com
mais humanismo, ... a facilidades na presença dos familiares no
serviço, excepto durante a noite, durante o dia nunca dizemos que
não...
C2-7-3-97
Fiquei com seis doentes, doentes sem cuidados especiais...O
dia começou com a passagem de turno, em que se vai ouvindo o
relato turno anterior, estando com especial atenção para o
respeitante ás nossas doentes, mas também à globalidade do serviço
pois não ficamos sempre com as mesmas doentes, vamos variando,
depois de terminada planeei o trabalho, quais as primeira coisas a
fazer antes de passar para a rotinisse do dia a dia. Tinha uma doente
que ia realizar um TAC torácico, verifiquei se não tinha tomado o
pequeno almoço, pois tinha sido este o motivo de adiamento do
exame nos dias anteriores, como é uma doente independente auto-
cuidou-se, só supervisei e pedi-lhe para aguardar. Entretanto
administrei a alimentação por gavagem a uma doente e depois iniciei
os cuidados de higiene, que embora responsável pelos quartos sete e
oito colaboro com a colega nos cuidados de higiene no quarto cinco e
seis. Começamos então os cuidados de higiene de uma forma
sistemática e ordenada, terminados os banhos passei a colocação
dos soros, avaliar as TA, puncionar as senhoras que necessitavam.
Não substitui a algalia a uma senhora, pois já a tinha sentado no
cadeirão e como e muito obesa, responsabilizei-me por algaliá-la no
turno da noite, pois sou eu que venho fazer o turno. Repuncionei,
desinfectei as áreas de inserção dos cateteres. Preparei e administrei
a terapêutica das 12h, colaborei na alimentação das doentes - a meio
da manhã nos suplementos e ao almoço.
Depois há todo o processo de revisão de terapêutica -
alterações, e iniciei os registos de enfermagem.
Catorze horas novamente administrar a terapêutica e
posicionar as doentes. Novamente a passagem de turno.
No decorrer do turno uma doente de noventa e seis anos,
sentiu-se nauseada, chamei a médica que a observou, prescreveu
soro Iono G e Primperam em S.O.S., é uma doente que não tem
vindo alimentar-se ... a senhora melhorou apesar de continuar
sonolenta.
Lavamos a crer que este estado de sonolência tem a ver com
não ter dormido durante a noite, devido á senhora do lado ter estado
muito agitado... No entanto reage quando falamos com ela
Necessitou de uma PV mas que não consegui realizar facto
comunicado na passagem de turno assim como era necessário vigiar
o estado de sonolência.
Devido á recusa alimentar da senhora colhemos dados sobre o
Padrão direito e detectamos que é muito diferente, no hospital tem
dieta mole, em casa comia caldo de couves, sardinhas e pão e ao
pequeno almoço café e bagaço... a alteração do seu padrão leva a
doente a "resmungar" não gosto de estar aqui quando sair do
hospital vou para o céu, estou farta de vos aturar. Quando abordada
apesar de sonolenta fala com agressividade e resmunga. Pedimos a
colaboração á dietista para avaliar a situação. Temos autonomia
para esta decisão. O que aconteceu é que a senhora se recusou a
conversar, como ela tem aversão ás batas brancas fui pedir a uma
vizinha que estava a visitar para conversar com ela aí o seu
comportamento alterou-se, começou a falar normalmente e de nariz
empinado. Falando com um filho, soubemos que estava em sua casa
e que este lhe tinha alterado o padrão alimentar e a partir daí ficou
no seu canto, deprimida não falava com ninguém.
O estar sonolenta também pode ser alteração do seu padrão em
virtude de não ter podido descansar... será...
A observação o levantar de hipóteses e a procura da correcta,
implicou mobilizar recursos e comunicar na passagem de turno a
necessidade de observação.
Na passagem de turno cada pessoa vai fazendo o raciocínio
alto, para que em grupo se chegue à solução, acabamos por aprender
uns com os outros.
Debater assuntos e a experiência é fundamental para a
aprendizagem e os momentos altos são a formação em serviço, a
passagem de turno e a experiência. Uma fonte importante e que esta
ausente neste serviço, e que já achei diferente em relação a outros
hospitais, é o relacionamento com os médicos, nós podemos
aprender com eles pois eles possuem mais formação científica
biomédica do que nós, o nosso curso tem muitas horas mas é do
nosso âmbito.
A minha experiência em Centro Saúde Integrados e Serviço de
Atendimento Permanente os médicos perante as situações iam
raciocinando alto e nós aprendíamos com eles, saber o porquê das
coisas e até ajudar na resolução do problema. Aqui chegam fazem a
visita médica, falam com o doente e não dá o bom dia ou boa tarde,
apesar de eu sempre cumprimentar pois é uma forma de dizer estou
aqui e estabelecer relação... não se nota relacionamento... acabamos
por perder todos. Os médicos não lêem os registos de enfermagem,
não procuram a informação e o doente é que arca com tudo..
E se estamos todos a trabalhar para o doente ou seja para o
mesmo fim, por isso a comunicação e o relacionamento é importante
e fundamental e o beneficiado será o doente. È fundamental
trabalhar em equipa. Em relação ao trabalho em equipa na
enfermagem ele existe é verdade... quando cá cheguei á mais ou
menos um ano, vinda dos cuidados de saúde primários, onde
trabalhei 2 anos, vinha assustada. As experiências que trazia eram
relacionadas com situações sociais e na urgência as situações vividas
não valiam muito para este serviço, além dos meios do SAP serem
escassos, implicando a transferência dos casos mais graves... eu
vinha cheia de medo, pois só me lembrava da minha experiência em
estágio e outras só tinha a teoria... que ainda mantenho. O medo de
fazer algo de errado, com reflexo no doente leva-me muitas vezes a
fazer o papel de ignorante, o que não sou, pois assim acabo por
perguntar e testar com as pessoas com mais experiência se estou
certa, comprovo o meu raciocínio... quando fazem de mim ignorante
vou procurar informações adicionais, aumentando a informação e
conhecimentos. Eu fiz isto muitas vezes no CS, com os médicos, era
uma estratégia, aqui utilizo pouco, pois não convêm fazer pois há o
espirito de rotular. Há diferença no ambiente o CS era pequeno
familiar o Hospital é .. o relacionamento interpessoal não é efectivo e
acontece muito na nossa profissão.
A classe de enfermagem não é tão unida como devia ser, os
médicos unem-se e defendem-se com unhas e dentes, ninguém sabe
de nada, apesar de serem chamados atenção em particular. Na
enfermagem toda a gente fala e talvez por isso a classe não é
valorizada ao contrário seriamos mais respeitados e valorizados.
Nós é que estamos com os doentes, e por isso somos nós que
detectamos as situações, que chamamos o médico, pois ele não está
lá para avaliar a situação, que alterações ocorreram, nós é que
raciocinamos... temos receios da avaliação e chamamos sempre o
médico, se algo corre mal a culpa foi da enfermeira se enfermeira
detectou e a situação foi resolvida em tempo ninguém diz que a
enfermeira foi excelente.
O papel das auxiliares de acção médica é fundamental, pois
todos somos necessários para o bem do utente, o hierarquizar e
exercer poder conforme o lugar que ocupa, estraga tudo, e o tempo
de internamento aumenta senão existir trabalho em equipa.
As auxiliares de acção médica são receptivas ao ensino porque
sentem que estão a ser valorizadas, dizer-lhes e explicar-lhes as
funções e o porquê das prioridades, ex.: lavar a louça e levar um
sangue ao laboratório... elas são poucas, e não exercem as suas
funções...
É necessário mais tempo para o utente na comunicação e
relação ex.: na ultima noite que fiz uma Sr.a que já teve alta, ficava
de tal modo ansiosa que se repercutia a nível do sistema respiratório
- dispneia... - descobrimos que a Sr.a gostava era de ter alguém ao
lado dela para conversar, e o agravamento não estava relacionado
com a patologia., na brincadeira eu disse vamos trazer a Sr.a para a
sala de enfermagem enquanto fazemos os registos... a estratégias foi
alternar a minha presença com a da colega junto da doente e ela
acabou por adormecer.
Os registos de enfermagem, apesar de não se fazer os planos de
cuidados o planeamento é feito mentalmente, os registos a mais
também não, deve prevalecer o bom senso, há registos que se
repetem e não tem interesse. A Colheita de dados devia ser feita
quando o doente entra, mas o exame físico de base devia ser feito no
serviço de urgência ou OBS e não no serviço, mas eu ainda estou a
iniciar a caminhada... e tenho de obedecer ás normas e critérios do
serviço.
Estamos muito sobrecarregados e não dá muito tempo para a
comunicação escrita, que era importante para raciocinar e tomar
decisões.
No turno da noite temos cem injectáveis para preparar, fico
zonza pois requer muita atenção, nas diluições, nas doses, assim
como saber os efeitos adversos... retirar todos os factores de risco e
de errar... a terapêutica em SOS implica a tomada de decisão,
administrar medidas alternativas... avaliar bem para não existirem
sobrecargas... atenção e reflexão...
No turno da manhã conseguimos comunicar com a doente no
banho, na alimentação muitas vezes não colaboramos tanto como
devíamos, pois é necessário começar a tratar dos processos e dos
registos, resultado só fazemos a avaliação final de se comeu ou não,
se estava boa... saber os seus hábitos...
Na administração da terapêutica avaliamos o estado
emocional... se pudesse-mos dispor de quinze minutos para junto da
doente era óptimo, acontece que ás vezes estamos a conversar com a
doente a fazer o planeamento das actividades seguintes
C3-7-3-97
Hoje de manhã tive logo uma noticia triste, uma senhora a
quem eu prestava cuidados globais á três dias e já internada no
serviço á mais ou menos dois meses, faleceu... eu ainda não me
adaptei... ainda bem que continuo a sentir quando morre uma
doente, a intensidade já diminuiu em relação ás primeiras
experiências de contacto com a morte.
Após a passagem de turno há as rotinas da manhã, fui aos
meus quartos cumprimentar as doentes todas já estavam acordadas,
pois são idosas e como sabemos o seu padrão de sono está reduzido,
como hábito ás cinco da manhã já estão acordadas. Levei as doentes
que podiam ao chuveiro e prestei cuidados de higiene no leito ás
dependentes e acamadas.
Fazer os pensos, tenho uma doente que choca pois está
acamada á dois meses e está cheia de ulceras de pressão, onde hoje
fiz destacamento de tecido necrosado, eu não gosto de fazer mas tem
de ser.
Na execução do penso eu avalio e decido o que utilizar,
optamos pelo variesive, pois na prática temos tido bons resultados e
agora está-se a fazer a pesquisa para se fazer formação em serviço,
resultante da experiência/prática do serviço.
Fiz a admissão de uma doente transferida de outro serviço,
como não trazia dieta prescrita tivemos de andar atrás do médico,
como era diabética, nós já detectamos estas situações- diabéticos
sem dieta prescrita chamar o médico, fiz DX que estava alto
precisando por isso de insulina e necessitando de dieta prescrita.
Ao fazer o exame físico o ECG era de cinco (decisão da equipa
de enfermagem para objectivar o estado de consciência), dificuldade
em deglutir, fizemos entubação Nasogástrica.
A transferência ocorreu após a visita médica, eu fiz primeiro o
exame físico e detectei as alterações.
Após isto administrei a alimentação por gavagem ás doentes
que não se alimentam por mão própria. Antes disto preparei uma
Sr.a para ecocardiograma colocamos os soros em curso mudamos
cateteres, os que apresentavam sinais inflamatórios e ás Sr.a
puncionadas à mais de quarenta e oito horas. Esta norma foi
estabelecida no serviço após, acção de formação em serviço sobre
terapêutica EV e chegou-se á conclusão que o cateter não deverá
estar mais de 48 h, ou em SOS se há sinais inflamatórios. Colocamos
os soros em curso observamos se o material de oxigenoterapia, esta
funcionamento, também há uma formação em serviço com o
objectivo de alterar comportamentos do enfermeiro face á
oxigenoterapia, mas há divergências... nós queiramos implementar
logo a mudança mas não temos tempo. Administrei a terapêutica,
vigiei refeições, fui almoçar, fiz alterações, notas, prepararei e
administrei a terapêutica das catorze horas, posicionei as doentes,
quase não há tempo para comunicar, excepto nos banhos ou quando
executamos algum cuidado. Só dá mais para conversar no turno da
noite promovendo a segurança e o sono. Ex.: crises de ansiedade,
dificuldade respiratória se nos mantivesse-mos junto da doente a
crise passava. Uma doente internada à uns dias recusava em
alimentar-se foi necessário indagar, então o padrão de alimentação
da senhora era café e bagaço, sardinhas e pão e o hospital a dar-lhe
dieta mole pois a senhora tem noventa e seis anos... esta senhora
tem uma riqueza de vida e sabedoria popular muitos provérbios, nós
também aprendemos com ela.
A "Criatividade" das doentes... colocar o relógio sobre o adesivo
do soro que não cola, expectorar para um fraco e lavá-lo quando vai
á casa de banho, para não gastar celuloses...
A passagem de turno ás 14h30m dá para desanuviar, piada
daqui e dali vamo-nos rindo, também serve para a transmissão do
ocorrido, discutir problemas, troca de experiências e tomadas de
decisão assim como transmitir saberes. Como enfermeira sinto-me
enriquecida e evolui dizem "hum... vais para a medicina..." eu acho
que se aprende muito é uma escola prática gosto de trabalhar aqui...
é uma equipa jovem, todo com vontade, uma leva as outras, também
gosto de trabalhar com idosos o sofrimento leva ao meu
crescimento...
CATEGORIA: Contexto do ocorrido
ENF. SEGMENTOS DO DISCURSO
BI "...no entanto se ouvirmos os doentes estes transmitem
informações úteis para a equipa de saúde, muitas vezes é
através do acaso que obtemos informações sobre a história
dos doentes..."
O momento da passagem de turno é o culminar do turno de
trabalho... os registos estão a ser ultimados, ... é o momento
mais importante ... transmitir o que se passou com as
utentes, as tomadas de decisão para a resolução de
problemas...é o momento de reflexão, tomadas de decisão
sobre o que é melhor para a utente..."
B2 "... a passagem de turno, onde foi transmitido o feito o porquê
e esclarecer o que era/é necessário fazer... A passagem de
turno é fundamental, pois tomamos decisões... dizer o porquê
da intervenção e a necessidade de estarem atentas ... decisão
tomada por nós e como tal responsáveis..."
C "... de manhã sinto-me frustada... não conseguir dar resposta
Cl
a tudo... A passagem de turno (fim de turno 14h) é cedo, os
soros a medicação, puncionar doentes ... é impossível o
horário não está ajustado ... a passagem de turno devia ser
mais tarde, para termos tempo de desenvolver competências
relacionais e para reflectir...
Eu dentro da equipa sei ver quem é que esteve de serviço,
sem ver quem é, só através do trabalho desenvolvido, o tempo
é o mesmo as doentes são as mesmas ... nota-se bem ... Fiz
noite á ..." três dias não tenho feito manhã, sentia-me
desligada... com a passagem de turno atenua-se a ansiedade
e situo-me ... Faço muitas coisas para enriquecimento
pessoal, fiz um curso sobre o idoso fora do distrito durante
cinco semanas, deslocava-me diariamente... Não fui
compensada em tempo... Mesmo para a formação em serviço,
as colegas fazem-na em tempo pessoal, a instituição não dá
nada... diminui a motivação..."
" Desde que se entra até que se sai é sempre a correr..."
Fazemos o exame físico a todas as doentes, o histórico de
enfermagem não conseguimos... no meio de todos o mais
importante é o impresso de planeamento de altas e de
avaliação dos recursos do doente... só que algo tem de falhar
e tentamos deixar o que prejudica menos o dte, isto é a curto
Cl
prazo..."
As passagens de turno... há muita coisa que se diz e não se
escreve e vice-versa, são as duas formas de comunicação que
se complementam, é um dos momentos em que nos
reunimos, dialogamos, trocamos ideias, recordamos o que
fizemos e não registamos, acontece em todos os turnos... é
um momento de formação.
Gosto muito deste serviço apesar dos resultados serem
demorados e sem sucesso, os internamentos prolongados
com internamentos sociais... após um estudo sobre
diagnósticos de recursos existentes na comunidade chego á
conclusão que as pessoas não têm mesmo condições nem
capacidades... acho bem o internamento social... no entanto
ficam doentes internadas no corredor que devem ser tratadas
com dignidade..."
A visita médica não é acompanhada pelos enfermeiros e
Deus nos livre se não ficava-mos sem tempo para nada... mas
é importante para bem do doente... Diariamente os médicos
prevêem com a situação decorrerá... ainda hoje preparei um
soro com cloreto de Potássio e a Terapêutica, e foi tudo
suspenso... foi tudo para o lixo, gastei tempo e material."
" O Hospital não reconhece nem motiva... a chefe ainda
estimula dizendo" "Vocês trabalham muito... mas são os
C2
melhores enfermeiros do Hospital " "psicologicante acalenta"
"... o dia começou com a passagem de turno, ouve-se o relato
do turno anterior estando com especial atenção ás nossas
doentes ( em n° de 6 atribuídas previamente através do plano
de distribuição de cuidados de enfermagem) mas também á
globalidade do serviço... planeei o meu dia de trabalho...
antes de passar para a rotina do dia a dia".
...não substitui a algália a uma senhora, pois já estava no
cadeirão e é obesa, na passagem do turno da tarde
responsabilizei-me por mudá-la á noite, uma vez que seria eu
a fazer o turno..."
"O hierarquizar e exercer o poder conforme o lugar que se
ocupa estraga tudo, o tempo de internamento aumenta se
não existir o trabalho em equipa..."
"Não há relacionamento interpessoal nem reconhecimento..."
"apesar de não se fazer planos de cuidados o planeamento é
feito mentalmente, registos a mais também não, deve
prevalecer o bom senso... Estamos muito sobrecarregados
não dá muito tempo para a comunicação escrita que era
importante para raciocinar e tomar decisões..."
CATEGORIA: Observação/ Escuta/Expressão
ENF. SEGMENTOS DO DISCURSO
BI " É complicado em relação à prestação de cuidados... há
poucas enfermeiras... a relação com a doente é pequena,
alguém pede ajuda tem de se dizer "espere um bocadinho já
lá vamos..." mas não adiante nada as pessoas necessitam de
atendimento imediato... sinto que não prestamos os melhores
cuidados de enfermagem...
A comunicação quase não existe, é mínima damos mais
importância á terapêutica... pois isso tem de ser feito... mas o
visível é que é avaliado.
A inexistência de relação/ comunicação é justificada com a
falta de tempo...
...mesmo que as doentes se possam limpar nós dizemos deixe
que eu limpo é mais rápido...
...tudo isto implica que nunca estamos com a doente..."
B2 "... mesmo mal dispostas é importante mostra-lhes que
estamos ali para ajudar e que gostamos de estar com elas...
Cl
C2
transmitir imagem alegre e positiva...
...assim como nos apercebemos que as doentes estão piores
elas também se apercebem de nós...
. . . a nível relacional/comunicação a escola ensinamos muito,
mas muita teoria é no hospital que aplicamos à prática,
adaptamos a aprendizagem à prática..."
"... os familiares podem permanecer no serviço até á noite...
isso exige muito de nós..."
"... o que de mais importa se passou hoje é que a doente com
PAF está muito bem disposta... isto é gratificante quando
conseguimos cuidar da doente de tal forma que ela se sentiu
bem... eu procurei estar mais tempo com ela, deixei-a para o
fim e expliquei porquê..."
"... a doente recusou-se a conversar... a solução foi pedir a
uma vizinha que estava a visitá-la... aí o seu comportamento
alterou-se e começou a falar normalmente... detectou-se que
o problema estava na alteração do seu padrão alimentar...
por isso as expressões não gosto de estar aqui, estou farta de
vos aturar... colhemos dados também junto do filho,
comunicando este que a tinha levado para a sua casa e a
C3
partir daí a mãe deprimiu, não falava a ninguém não comia,
pois ele também lhe tinha alterado o padrão alimentar...
A observação levantar de hipóteses e a procura correcta,
implica mobilizar recursos e comunicar na passagem de
turno... É necessário mais tempo para o utente na
comunicação e relação por ex. na noite anterior uma doente
ficava de tal modo ansiosa que se repercutia a nível do
sistema respiratório, descobrimos que a senhora gostava de
Ter alguém a seu lado para conversar e o agravamento não
estava relacionado com patologia... a estratégia foi alternar a
minha presença e a da minha colega junto da dte que acabou
por adormecer...
De manhã consigo falar com as doentes durante os cuidados
de higiene... acontece que ás vezes estamos a conversar com
a doente e a fazer o planeamento das actividades seguintes.
"Quase não há tempo para comunicar excepto nos banhos e
na execução de algum cuidado... no turno da noite
promovendo a segurança e o sono ex: crises de ansiedade e
dificuldade respiratória mantendo-nos juntas da doente a
crise passa..."
CATEGORIA: O Imprevisível/Invisível e Aprendizagem
ENF.
BI
SEGMENTOS DO DISCURSO
B2
"Há cuidados de enfermagem executados que não
registamos... mínimos insignificantes, mas implicam tempo
competências e se calhar são mais importantes que outros..."
"...uma doente sentiu-se mal, está numa fase terminal,
estivemos junto dela...
...aqui tudo nos pode acontecer, quando pensamos que tudo
aconteceu, aconteceu algo novo... implica estar sempre
alerta..."
Cl
C2
"... no entanto surgem sempre situações novas, novas
tecnologias..."
"doente sonolenta, nauseada, alimenta-se mal...chamei a
médica... Nós é que estamos com os doentes e por isso nós
detectamos as situações e chamamos o médico, pois ele não
está lá para avaliar a situação, que alterações ocorreram, nós
C3
é que raciocinamos...
...continua sonolenta quando falamos com ela reage com
agressividade e resmungando...
A terapêutica em SOS implica a tomada de decisões,
administrar ou usar medidas alternativas? Avaliar bem para
não existirem sobrecargas... atenção e reflexão... no turno da
noite temos cem injectáveis para preparar, fico zonza, pois
requer muita atenção na diluição, nas doses saber efeitos
adversos... retirar todos os factores de risco e de errar"
'* Hoje de manhã tive uma noticia triste uma senhora a quem
prestava cuidados globais á três dias e já internada no
serviço á dois meses faleceu...eu ainda não me adaptei...
sinto muito quando morre uma doente...
...fiz admissão e exame físico a uma doente transferida...
como não trazia dieta prescrita e era diabética, fiz DX e este
estava elevado, necessitando de terapêutica... o ECG igual a
5, reflexo de deglutição diminuído, decidi fazer ENG e tive de
andar atrás do médico... Uma doente internada á uns dias
recusava alimentar-se foi necessário indagar, então qual o
padrão alimentar da doente - bagaço e café, sardinhas e pão
e o serviço estava a dar-lhe dieta mole pois a senhora tinha
96 anos...
CATEGORIA: O Previsível/Visível e a Aprendizagem
ENF. SEGMENTOS DO DISCURSO
BI
B2
"Este dia foi igual aos outros... não há tempo para o resto, há
prioridades, seleccionar... mas o visível é que é avaliado... os
cuidados delegados se não são cumpridos há alguém a
chamar atenção...
Prestar cuidados de higiene sempre em correria, colocação de
soros, avaliação de sinais vitais, preparar e administrar
terapêutica, marcação de exames, colheita de sangue...
administrei a terapêutica das 14h, posicionei as doentes...
entre as 13 e as 14.30 é uma correria, não dá para pensar
parecemos máquinas..."
"... anotei o que era necessário fazer ás doentes... ajudar no
pequeno almoço... preparar banhos, ajudá-las ou fazer por
elas preparar terapêutica, soros sinais vitais, suplementos
alimentares, puncionar, colocar soros, fazer alterações,
colheitas para análise, PV urgentes, reavaliar temperatura e
efeito da terapêutica... posicionar as cinco doentes..."
C "... administrei alimentação por gavagem... iniciei os cuidados
de higiene de forma ordenada e sistemática... coloquei soros,
avaliei TA, puncionei, preparei e administrei terapêutica,
colaborei na alimentação - suplementos e almoços, revisão
da terapêutica, registos de enfermagem... 14h novamente
administrar terapêutica, posicionar as doentes e ir para a
passagem de turno..."
Cl "... A organização do trabalho deve ser tal forma que se
chegue ao fim do turno e não fique nada por fazer... tudo em
ordem sem trabalho pendente..."
C2
C3 "Após a passagem de turno há as rotinas da manhã, fui aos
quartos cumprimentar as doentes... levei as doentes ao
chuveiro, prestei cuidados de higiene no leito... fiz pensos,
tenho uma doente que choca está acamada á dois meses e
está cheia de ulceras de pressão... hoje fiz destacamento de
tecido necrosado, eu não gosto mas têm de ser... preparar
dtes para exames, colocar soros, administrar terapêutica,
alterações, notas de enfermagem, posicionamentos...
CATEGORIA: Interactividade e Disseminação do conhecimento
ENF.
BI
SEGMENTOS DO DISCURSO
" A equipa de enfermeiros junta-se e avalia o estado dos
doentes, a passagem de turno é um momento de formação
em serviço, pois quando surge algo de novo quem sabe
partilha ou então toma-se a responsabilidade de pesquisar e
transmitir ao grupo...
Perante situações de erro de omissão ou execução, alteração
de um procedimento que eu considero positivo e melhora o
que faço procuro transmitir... as pessoas são resistentes á
mudança, as mais antigas acham-se no direito de continuar
a fazer como se faz - é assim é assim.
A relação entre a equipa de saúde é inexistente, aconteceu
que estava no quarto a prestar cuidados a colocar um soro
prescrito o médico entra... corta a terapêutica E.V. e o soro
não comunicando, eu pergunto se há alterações... só assim
não sujeitei a dte a nova punção nem houve gasto de
material...
...alguns preocupam-se em perguntar como foi o
comportamento da dte nos turnos anteriores mas são raros.
B2
Em todas as situações, mas em especial as mais complicadas
deviam ser discutidas e tomadas as decisões em conjunto. Só
na consulta dos processos clínicos é nos apercebemos do que
eles pensam e decidem.
A chefe faz a ponte médico/doente... a relação com as
enfermeiras é reduzida..."
"... o incidente que ocorreu comigo eu comuniquei-o ás
colegas, pois tem de haver sempre uma partilha das coisas
negativas e positivas, o bom e o mau, pois assim todos
aprendemos.
...rever os processos clínicos e os comentários que os médicos
fazem em relação á observação efectuada á doente...
.. .As auxiliares de acção médica íião colaboram na prestação
de cuidados e começamos todos a fazer o que não nos
compete..."
"... O que eu faço é prestar os melhores cuidados para ser o
exemplo, porque é uma obrigação que tenho, para operar
alterações de comportamento através da imitação...
O serviço tem três enfermeiras com regime de trabalhador
estudante... As necessidades de formação surgem em função
do serviço... a formação só tem interesse com avaliação e com
a mudança de comportamentos e das coisas... fazer formação
em serviço para mudar comportamentos é o objectivo do
hospital... elaborar protocolos de acção a partir da formação e
avaliação em Novembro...
O protocolo do cateterismo venoso foi logo implementado,
mas isso exigiu levantamento de recursos a nível da
instituição - material, stock, esterilização, as condições foram
criadas antes da formação... a nível do hospital há
desconhecimento total ... neste momento com o DEP estamos
a fazer formação dos enfermeiros do hospital, o hospital está
a uniformizar a formação... estão agendadas três acções de
formação com objectivos de mudar comportamentos a nível
técnico, pedagógico e (dos instrumentos de enfermagem) folha
de colheita de dados, quanto ás teorias e modelos de
enfermagem é muito conceptual e de difícil entendimento,
estes assuntos serão tema de formação mas depois do
hospital dar formação aos chefes e especialistas... no âmbito
da instituição faço parte do grupo de estudo que visa mudar
os registos de enfermagem (notas de enfermagem) reduzir o
tempo na escrita e todos falarem a mesma linguagem...
Eu no serviço para cada acção de formação faço um relatório
e um guia de avaliação... para cada formação estipula-se um
tempo e depois avalia-se... a equipa é jovem e com vontade,
Cl
mas não é fácil não há tempo... faço tudo em horas minhas...
dar condições para pedirem responsabilidade...
"...eles não fazem os pedidos extraformulários apesar de
saberem que é preciso, nós é que temos de andar atrás
deles... não há trabalho em equipa, a relação é diminuta...
mas já foi pior... começar pela formação...
A nossa presença na visita médica, eu procuro estar sempre
presente saber tudo á cerca das doentes e transmitir o que
sei, há uns que falam com outros não funciona... a
enfermeira não sabe de raciocínio que levou aquela
prescrição/decisão... os médicos só nos vêm como executoras
de actividades delegadas, eles não sabem o que é o processo
de enfermagem, não conhecem o REPE, não sabem quem
somos... os mais velhos estão ligados á tradição deles e á
nossa, os mais novos não pensam em nós como grupo,
causas de não aproximação..., o trabalho em equipa
complementava saberes e a intervenção junto do doente era
beneficiado ... deviam existir reuniões de intercâmbio..."
"... com os doentes aprendemos e crescemos... os idosos são
uma riqueza...
A nossa equipa é muito jovem e funciona muito bem, em
termos de relacionamento e interajuda, hoje não ajudei
C2
ninguém mas ajudaram-me muito..."
...neste percurso é importante o trabalho em equipa
multidisciplinar...mas eles não favorecem esta situação... não
há interesse em explicar... não há trabalho em equipa, os
elementos e a equipa existem, o trabalhar em, é que não...
"Debater assuntos e a experiência é fundamental para a
aprendizagem, os momentos altos são a passagem de turno, a
formação em serviço e a experiência... na passagem de turno
cada um vai fazendo o raciocínio alto e em grupo chega-se á
solução, acabamos por aprender uns com os outros.
Embora hoje fosse responsável pelos cuidados das dtes dos
quartos 7 e 8 colaborei com a colega na prestação dos
cuidados de higiene dos qtos 5 e 6...
O papel das AAM é fundamental todos somos necessários
para o bem do doente... AAM são receptivas ao ensino porque
se sentem valorizadas...
Uma fonte importante de aprendizagem e que está ausente
neste serviço é a relacionamento com os médicos... aqui
chegam fazem a visita médica falam com a doente e a mim
nem bom dia nem boa tarde, apesar de eu cumprimentar
sempre é uma forma de estabelecer relação... não lêm os
registos de enfermagem não procuram informação e o doente
é que arca com tudo
. . . a s doentes idosas têm uma riqueza de vida e sabedoria...
nós aprendemos com elas, demonstram também criatividade
na resolução de problemas...
A passagem de turno das 14.30 serve para transmitir o
ocorrido, discutir problemas, troca de experiências e tomada
de decisões assim como transmitir saberes... somos uma
equipa jovem todas com vontade, umas levam as outras."
CATEGORIA: Aprendizagem Táct ica
ENF. SEGMENTOS DO DISCURSO
BI "O meu papel é tentar mudar, comunicar e explicar o que
descobri e tentar descobrir, se não conseguir continuo a fazer
com inovação... quando erro admito-o e alertava como e
porquê, que circunstâncias levam ao erro, ao esquecimento e
que uma sequência diferente implicaria rapidez sem erro..
..eu devia Ter dado mais e melhor atenção á doente admitida,
mais receptividade"
B2 Eu estava completamente distraída como a senhora estava
numa cama do corredor, não tinha cartões de terapêutica eu
não administrei a medicação, esta experiência alerta-me
para quando a doente não tem cartões de terapêutica não é
igual a não ter Terapêutica prescrita... este incidente foi
comunicado ás colegas pois tem de haver uma partilha do
positivo e negativo assim todos aprendemos...
Aprendi com o episódio de esquecimento, implicou o aumento
da minha responsabilidade e tomada de decisão... eu acho
que tenho aprendido muito aqui, é que todo o cuidado é
pouco e encarar o menos bom de forma positiva... são estas
coisas que aprendemos aqui e não aprendemos na escola...
no inicio nem conseguia ver, olhava e só via o estampado e o
que vem do fundo da alma da Pessoa não conseguimos ver é
muito difícil... a escola diz-nos como deve ser a relação, nos
estágios já aparecem algumas situações e cada Pessoa é uma
Pessoa não há formulas para a relação de ajuda...
... aqui aprendemos com a prática ninguém nos ensina...
agora com mais sensibilidade adquirida actuo de acordo com
a patologia e com a Pessoa... cada um caso faz lembrar
outros e se da outra fizemos assim e resultou em vamos fazer
da mesma maneira, mas é só a experiência que nos consegue
dar isto, apesar de ainda me sentir inexperiente, mas
comparada com o inicio não tem nada a ver. Ê como um
arquitecto no inicio os traços são meios tortos e depois
começa a ter mão...
"...as minhas funções neste dia de trabalho foram as de
responsável de serviço, substituição de chefe... andei a
supervisionar, calculei as necessidades de farmácia para o
fim de semana, verifiquei stocks geri pessoal... ser simpática
com toda gente, há pormenores a que não estou habituada a
Cl
^ ^ - K I Í ^ ã ^ T ^ P ^ ^ r hierarquias é muito"burocrático, não
gosto , gosto de estar com as doentes...
Todas as mudanças se devem á chefe... consegue atingir os
objectivos eu consigo coordenar-me com ela e com a equipa...
Faço muitas coisas para enriquecimento pessoal, fiz um
curso sobre o idoso no porto durante cinco semanas
diariamente... não fui compensada em tempo
As pessoas fazem formação a pensarem em termos
curriculares... tento alertá-las que há outros critérios..
As pessoas não estão habituadas a estudar, aqui no serviço é
fácil porque as pessoas vêm da escola e consegue-se fazer
muita coisa, o problema é o número de pessoal e depois as
pessoas habituam-se a fazer as coisas sem pensar e rápido,
que quando têm tempo para pensar e fazer com calma já não
o fazem...
Gosto muito do serviço de medicina, aprende-se muito.
neste meu percurso noto que mudei e desenvolvi muito...
trabalhar neste serviço adquire-se muita prática conhece-se o
tipo de doentes as patologias no entanto...
A parte médica com os seus conhecimentos biomédicos, a
sua transmissão seria factor de aprendizagem ex:-a uma
doente com hemorragia foi-lhe prescrito um hipotensor ...
inquietou-me e não descobria a resposta, para saber tive de
perguntar...
O trabalho em equipa é fundamental para aprendermos uns
com os outros... a visita geral dos médicos era importante
que acompanha-se-mos... era mais uma situação de
aprendizagem
Quando mais tempo aqui estamos, vamos atendendo as
pessoas com mais humanismo... As fases terminais apesar de
dolorosa são importantes para o nosso
desenvolvimento...aprendemos com isso... tipo de respostas
adequadas
Dias assim quase não dá para uma pessoa pensar somos
mecânicas... mas é preciso pensar nas coisas e depois
actuar... eu penso e tenho que pensar o que os outros
pensaram... continuando com a consciência de que há coisas
que devíamos fazer e não fizemos..."
... tinha uma doente que ia fazer Tac, verifiquei e alertei a
doente para não tomar o pequeno almoço pois tinha sido esse
o motivo de adiamento do exame nos dias anteriores.
O medo de fazer algo de errado, com reflexo no doente leva-
me a fazer muitas vezes o papel de ignorante, o que não sou,
pois assim pergunto e testo com as pessoas com mais
C3
experiência se estou certa, comprovo o meu raciocínio...
quando fazem de mim ignorante vou procurar informações
adicionais aumentando as informações e conhecimentos, é
uma estratégia ... aqui utilizo menos pois há o espirito de
rotular....saber o porquê das coisas para ajudar na resolução
de problemas... As experiências que trazia eram relacionadas
com situações sociais e na urgência as situações vividas não
valiam nada para este serviço... eu vinha cheia de medo, pois
só me lembrava da minha experiência em estágio e de outras
só tinha a teoria... que ainda mantenho.
... A intensidade de emoção já diminui em relação ás
primeiras experiências de contacto com a morte...
Na execução do penso eu avalio e decido o que utilizar, opetei
por X pois na prática temos tido bons resultados... está-se a
fazer pesquisa para fazer formação em serviço, resultante da
experiência/prática do serviço. Actuação na oxigenoterapia e
cateterismo venoso de acordo com o estabelecido nas acções
de formação...como enfermeira sinto-me enriquecida e evolui.
Dizem "...hum vais para medicina... "eu acho que se aprende
muito é uma Escola/prática... gosto de trabalhar aqui,
também gosto de trabalhar com idosos, os sofrimento leva ao
crescimento..."
ANEXO IV - Quadros dos momentos/espaços/situações em contexto de
trabalho que se revelam formativas para as enfermeiras. Actores intervenientes e suas dinâmicas
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A - ESPAÇOS/MOMENTOS/SITUAÇÕES, EM CONTEXTO DE
TRABALHO QUE SE REVELAM FORMATIVAS PARA AS
ENFERMEIRAS, ACTORES INTERVENIENTES E SUAS DINÂMICAS
\ ACTORES
SITUAÇÕES\ MOMENTOS V E ESPAÇOS \ FORMATIVOS \
MÉDICO ENF. CHEFE UTENTES/
FAMILIARES
COMUNICAÇÃO/ INFORMAÇÃO/
RELAÇÃO
"... Na consulta do processo clínico é que nos apercebemos do que pensam e decidem..."
"...rever os processos e os comentários que os médicos fazem em relação á observação efectuada á doente..."
"A chefe faz a ponte médico/doente e equipa de enfermagem
..." no entanto se ouvirmos os utentes eles trans-mitem-nos informações úteis para a equipa de saúde... ... muitas vezes é através do acaso que obtemos informações sobre as histórias dos utentes".
"...com os doentes aprendemos e cresce-mos... os idosos são uma riqueza..."
"... as doentes idosas têm uma riqueza de vida e sabedoria nós aprendemos com elas, demonstram também
criatividade- de na resolução de problemas". "... assim como nós nos apercebemos que as doentes estão piores, elas também se apercebem de nós..." "... A unidade de cuida- dos está aberta aos familiares, podem permanecer até á noite, isso exige muito de nós..."
ACTORES
SITUAÇÕES MOMENTOS/ESPAÇOS FORMATIVOS
A MUDANÇA NO ESTADO
DE SAÚDE DA DOENTE.
ADMISSÃO / TRANSFEREN
CIA DE DOENTES
ENFERMEIRAS
A continuidade dos cuidados de enfermagem e a descontinuidade dos cuidados médicos
"... nós é que estamos com as doentes e por isso detectamos as situações e decidimos chamar o médico, pois ele não está lá para avaliar a situação, nós é que raciocinámos."
"... a observação, levantar hipóteses e a procura correcta, implica mobilizar recursos por ex na noite anterior a doente estava ansiosa, que se repercutia a nível respiratória ... descobrimos que a senhora gostava era de ter alguém a seu lado para conversar... o agravamento não estava relacionado com a patologia... acabou por adormecer."
"... A doente recusava-se a conversar... a solução foi pedir a uma vizinha que estava a visitá-la ... ai a doente começou a conversar normalmente e detectamos que o problema estava na alteração do seu padrão alimentar..."
"Fiz a admissão e exame físico de base, a uma
O MOMENTO DE DECISÃO
PREPARAÇÃO E ADMINIS
TRAÇÃO DA TERAPÊU
TICA EM SOS
EXECUÇÃO DE PROCEDI
MENTOS E TÉCNICAS
ESPECÍFICAS
doente transferida, não trazia dieta prescrita era
diabética, fiz um Dx que estava elevado,
necessitando de terapêutica, doente sem reflexo
de deglutição e ECG=5, decidi fazer entubação
nasogástrica e depois andei atrás do médico..."
"... A terapêutica em SOS implica a tomada de
decisão, administrar ou usar medidas
alternativas... avaliar bem para não ocorrerem
sobrecargas... e feitos adversos ...retirar todos os
factores de risco... atenção e reflexão.
reavaliar a temperatura e efeito da
terapêutica...
...Na execução do penso eu avalio, decido o que
utilizar, optei por X porque na prática temos tido
bons resultados... está-se a fazer pesquisa para
fazer formação em serviço, resultado da
experiência/prática do serviço"
PLANEAMENTO DE CUIDA
DOS PERSONALIZADOS
"Fui responsável por sete doentes, só um é que se
autocuidava... uma utente com PAF deixei-a para
o fim para ficar com o máximo de tempo com ela
... para não sentir a pressa do costume... e
expliquei-lhe porquê... o que de mais importante
se passou é que a doente com PAF está mais bem
disposta que os outros dias... isto é gratificante".
o IMPREVISÍVEL E O INVISI- VEL DOS CUIDADOS DE ENFER MAGEM
AUTO-REFLEXÃO
"..-planeei o meu dia de trabalho antes de passar para a rotina do dia a dia"
"... aqui tudo pode acontecer, quando pensamos que tudo aconteceu, acontece algo de novo... implica estar sempre alerta..."
"...no entanto surgem sempre coisas novas... novas tecnologias..."
"eu acho que tenho aprendido muito aqui, ... todo o cuidado é pouco..."
"Há cuidados de enfermagem que não registamos ... mas implicam tempo, competências e se calhar são mais importantes que os outros"
"...uma doente sentiu-se mal, está numa fase terminal... estivemos junto dela..."
"Mas é preciso pensar nas coisas e depois actuar... eu penso e tenho que pensar o que os outros pensam... continuando com a consciência de que há coisas que deviam fazer-se e não se fazem..." " As experiências que trazia eram relacionadas com situações sociais e da urgência as situações de nada valiam para este serviço. O medo de fazer algo de errado, com reflexo no doente, leva-me a perguntar e testar com as pessoas com
mais experiência se estou certa, comprovo o meu raciocínio... procuro informações adicionais aumentando o meu conhecimento... é uma estratégia... saber o porquê das coisas para ajudar na resolução de problemas" "o planeamento é feito mentalmente"
"...perante uma situação de erro procuro transmitir..." "...Esta experiência de erro, esquecimento... foi comunicada ás colegas, pois tem de haver partilha do positivo e do negativo... aprendi com o episódio de esquecimento, implicou o aumento da responsabilidade e tomada de decisão" "Tinha uma doente que ia fazer TAC, verifiquei e alertei para não tomar o pequeno almoço, pois tinha sido esse o motivo de adiamento do exame dos dias anteriores" "quando erro admito-o e alerto para o como e porquê, que circunstâncias levam ao erro... e que uma sequência diferente implicaria sem erro..."
V ACTORES
SITUAÇÕEsX MOMENTOS V E ESPAÇOS FORV MATIVOS \
ENFERMEIROS MÉDICOS ENFERMEIRA
CHEFE
A PARCERIA "... 0 que eu faço é prestar os melhores cuidados, para ser exemplo, porque é uma obrigação que tenho, para operar alterações de comportamento através da imitação..." "... embora só fosse
responsável pela prestação de cuidados das doentes dos
alguns preocupam-se em perguntar como foi o comportamento dos doentes nos turnos anteriores, mas são raros,
quartos 7 e 8 colaborei na prestação de cuidados nas doentes dos quartos 5 e 6..."
"A nossa equipa é jovem e funciona muito bem em termos de relacionamento e intrujada, hoje não ajudei ninguém, mas ajudaram-me muito..."
"Somos uma equipa jovem todas com vontade, umas levam as outras
"A nossa presença na visita médica é importante, eu procuro estar sempre, saber
todas as mudanças se devem à chefe ... consegue atingir os objectivos, eu consigo coordenar-me com ela e com a equipa..." "...A chefe faz a ponte..."
O TIPO DE
GESTÃO DA
UNIDADE DE
CUIDADOS
tudo á cerca das doentes e transmitir tudo o que sei, há uns que falam com outros não funciona... neste percurso é importante o trabalho em equipa multidisciplinar" .
"...as doentes são atribuídas previamente através do plano diário de distribuição de cuidados de enfermagem..." "O método de trabalho é global" "A chefe estimula dizendo vocês trabalham muito mas têm a fama de serem as melhores enfermeiras do hospital... psicologicamente acalenta"
SITUAÇÕES
MOMENTOS
E ESPAÇOS FOR
MATIVOS
MOMENTO DA PASSAGEM DE TURNO
ENFERMEIROS
" A passagem de turno serve para transmitir o ocorrido, discutir problemas, troca de experiências, tomadas de penho dos meus profis-
ENFERMEIRA CHEFE
"Encontra-me sempre presente. De forma a tomar conhecimentos do desem-
decisão assim como transmitir saberes". "O momento da passagem de turno é culminar do turno de trabalho... transmitir o que se passou com as utentes, as tomadas de decisão para a resolução de problemas... momento de reflexão". "A passagem de turno... onde foi transmitido o que foi feito o porquê e esclarece-se que é necessário fazer... é fundamental para a tomada de decisões... tornamo-nos responsáveis pelas decisões
sionais. O papel é de orientadora de todo o processo de raciocínio interpelando e acrescentando informação e apoiando as decisões tomadas ou não, levando á reflexão. Detecto as necessidades de formação, avalio a qualidade dos cuidados prestados" "tomo conhecimento das decisões tomadas durante os turnos que não estou presente, decisões que nem
tomadas" "Á três dias que não trabalho sinto-me desligada com a passagem de turno atenua-se a ansiedade e sinto-me integrada..." "A passagem de turno... á muita coisa que se diz e não se escreve e vice-versa, são duas formas de comunicação que se complementam... reunimo-nos, dialogamos, trocamos ideias recordamos o que fizemos, é um momento de formação" "... a equipa de enfermagem junta-se e avalia o estado dos doentes, situação familiar e recursos comunitários e
sociais... A passagem de turno é um momento de formação em serviço, pois quando surge algo de novo então toma-se a responsabilidade de pesquisar ao grupo." Os momentos altos são... a passagem de turno cada um vai fazendo o raciocínio alto e em grupo chega-se á solução, acabamos por aprender uns
sempre acho as mais assertivas, mas respeito uma vez que a decisão é tomada pela responsável de turno, enfermeira mais antiga ou mais graduada, tem mais experiência e conhecimentos e há a participação da equipa presente..."
A EXPERIÊNCIA/ /PRÁTICA
com os outros".
a Escola ensinamos muito, mas muita teoria, é no hospital que a aplicamos á prática..."
"... aqui aprendemos com a prática ninguém nos ensina... agora com mais sensibilidade adquirida actuo de acordo com a patologia e com a pessoa... um caso faz lembrar outro e se da outra vez resultou vamos fazer da mesma maneira, mais é só a experiência que nos consegue dar isto, apesar de ainda me sentir inexperiente, mas comparada com o início não tem nada a ver... trabalhar neste serviço adquire-se muita prática..." "A experiência é fundamental para a aprendizagem... são estas coisas que aprendemos aqui e não aprendemos na escola... no início nem conseguia ver, olha-se e vê-se só o estampado o que vinha
"... As enfermeiras recém-formadas são muito teóricas e com muito medo, a integração é muito difícil... tenho um plano de integração de dois meses... manual de integração... A sua aprendizagem realizou-se na unidade e em contacto com as outras colegas e fazendo... actualmente considero-as boas profissionais..."
do fundo não conseguia ver era muito difícil" "... os momentos altos são... a experiência". Dizem vais para a medicina! Eu acho que se aprende muito é uma escola prática... "hoje de manhã tive uma noticia triste a senhora a quem eu prestava cuidados globais à três dias faleceu sinto muito quando morreu uma doente... a intensidade da emoção já diminuiu em relação ás primeiras experiências de contacto com a morte" "... as fases terminais, apesar de dolorosas são importantes para o nosso desenvolvimento... aprendemos com isso... tipo de respostas adequadas..." "eu vinha com muito medo, pois só me lembrava da minha experiência em estágio, e de outras só tinha a teoria..."
SITUAÇÕES MOMENTOS
E ESPAÇOS
FORMATIVOS
ENFERMEIRAS
A FORMAÇÃO
CONTINUA NA
UNIDADE DE
CUIDADOS
ENF. CHEFE
*As necessidades
de formação sur
gem em função do
serviço e só tem
interesse com ava
liação e com um-
dança de com
portamentos...
elaborar protoco
los de acção a
partir da forma
ção, com avalia
ção em Novem
bro".
*Para cada um
relatório e um
guia de avaliação
... estipula-se um
tempo para avaliar
...está-se a fazer
ORGANIZAÇÃO
*Avalio as
necessidades de
formação através da
avaliação da quali
dade de cuidados,
na reunião mensal
de serviço- ultima
Quarta-feira do mês,
escuto e discutem-
se as necessidades
de formação. Defi-
nem-se os grupos de
trabalho... e os tra
balhos individuais
...avaliação de de
sempenho é este um
instrumento que
detecta os défices
em termos de com
petências e a quali-
* Fazer formação
em serviço para
mudar
comportamentos é
o objectivo do
hospital.
*0 Hospital está a
uniformizar a for
mação com o objeç
tivo de mudar
comportamentos a
nível técnico e
pedagógico e folha
de colheita de
dados.
*No âmbito da
instituição faço
parte de um grupo
de estudo que visa
mudar os registos
formação em serviço resultante da experiência prática do serviço... passando a nossa inter- venção a ser de acordo com o estabelecido nas acções de formação" ...as pessoas não estão habituadas a estudar aqui no serviço é fácil porque as pessoas vêm da escola e consegue-se fazer muita coisa... a equipa é jovem com vontade... *Os momentos altos são a formação em serviço.
1
dade dos cuidados que presta. Para as auxiliares de acção médica também efeç tuo reuniões mensais e a formação efectuada, e a repetir, visa relações com doentes e familiares e o comportamento das normas de higiene hospitalar. *A relação do serviço com o departamento de formação é feita pela enfermeira espe cialista após cada formação em serviço enviamos-lhe um resumo, dados relevantes folha de presença... no fim do ano o relatório da formação em serviço participei com o director do serviço numa formação interdisciplinar...
de enfermagem, reduzir o tempo gasto na escrita e todos falaram a mesma linguagem. *0 DEP realizou este ano uma formação interdisciplinar. .. na área da gestão
ANEXO V - Quadros dos momentos/espaços/situações em contexto de trabalho que não se revelam formativas para as enfermeiras.
Actores intervenientes e suas dinâmicas
B - ESPAÇOS/MOMENTOS/SITUAÇÕES, EM CONTEXTO DE TRABALHO QUE SE REVELAM NÁO FORMATIVAS PARA AS ENFERMEIRAS, ACTORES INTERVENIENTES E SUA DINÂMICAS
\ ACTORES
SITUAÇÕEsX MOMENTOS \ E ESPAÇOS NÃo\ FORMATIVOS \
ENFERMEIRAS MÉDICO ORGANIZAÇÃO \ ACTORES
SITUAÇÕEsX MOMENTOS \ E ESPAÇOS NÃo\ FORMATIVOS \
ORGANIZAÇÃO
O NÃO RECONHECIMENTO DO
PAPEL DA ENFERMAGEM
"...Se algo corre
mal a culpa é da
enfermeira, se
esta detecta a
tempo uma situa
ção e esta é
resolvida a tempo
ninguém diz á
enfermeira foi
excelente... não
há relação inter
pessoal nem re
conhecimento".
"Os médicos só
0 Hospital não
reconhece moneta
riamente nem moti
va...
...fiz um curso
sobre o idoso du
rante 5 semanas
no Porto... não fui
compensada em
tempo... mesmo
para a formação
ela é feita em
tempo pessoal a
organização não dá
nada... diminui a
AUSÊNCIA DE TRABALHO
INTERDISCIPLIN AR NA EQUIPA
DE SAÚDE
"A visita médica não é acompanhada pelo enfermeiro e Deus nos livre senão ficava-mos sem tempo para nada...é importante para bem do doente... ainda hoje gastei tempo material e terapêutica" "... é uma fonte importante de aprendizagem que
nos vêm como executoras de acti vidades delegadas, eles não sabem o que é o processo de enfermagem, não conhecem o REPE não sabem quem somos... os mais velhos estão ligados à tradição deles e á nossa os mais novos não pensam em nós como grupo...
"hierarquia e exercer poder con forme o lugar que se ocupa estraga tudo..."
"...neste percurso é importante o trabalho em equipa... mas eles não favorecem esta situação... não há interesse em explicar
motivação"
"Eu dou ao Hospital mas ele também têm de me dar a mim..." "... dar condições para pedir responsabilidades"
está ausente neste serviço" "...Os médicos têm muitas falhas a nível das prescrições... a nível humano tem muito pouco o trabalho em equipa complementava a intervenção junto do doente saindo este beneficiado
"O trabalho em equipa é fundamental para apren dermos uns com os outros... a visita médica era importante que participasse-mos era mais uma situação de apren dizagem"
"O acompanhamento da visita médica... é importante para o bem do doente..."
"... os elementos da equipa existem o trabalho é que não..." "não lêm os nossos registos não procuram informação ... a parte médica com os seus conhecimentos biomédicos e a sua transmissão seria factor de aprendizagem". ...só na consulta é que nos apercebemos do que pensaram e decidiram." "...não há relação entre a equipa de saúde..." "... o trabalho em equipa complementava saberes, e a intervenção junto do doente era beneficiada ...deviam existir reuniões de inter-
SITUAÇÕES/
MOMENTOS E ESPAÇOS NÃO FORMATIVOS
ENFERMEIROS
A ROTINA A
FALTA DE TEMPO
E DE RECURSOS
HUMANOS
"De manhã sinto-me frustrada... não consigo dar resposta a
tudo, o turno é curto, os soros a medicação, puncionar
doentes... é impossível o horário não está ajustado para
termos tempo de desenvolver competências relacionais e
para reflectir..."
"Este dia foi igual aos outros, não há tempo para mais, há
prioridades, seleccionar...mas o visível é que é avaliado...os
cuidados delegados se não são cumpridos há alguém a
chamar atenção... é uma correria não dá para pensar,
parecemos máquinas".
"Administrar alimentação por gavagem. Fazer cuidados de
higiene, colocar soros, puncionar, repuncionar colocar
soros, preparar e administrar terapêutica, preparar os
doentes para os exames complementares de diagnóstico,
revisão de terapêutica, registos de enfermagem, reavaliar
temperatura e os efeitos da terapêutica... posicionei cinco
doentes... passagem de turno..."
"...dias assim quase nem dá para uma pessoa pensar...
somos máquinas..."
"há poucas enfermeiras... sinto que não presto os melhores
cuidados de enfermagem..."
"A comunicação quase não existe... dá-mos mais
importância aos cuidados delegados... mesmo que uma
doente possa auto-cuidar nós dizemos: deixe que eu faço
mais rápido"
"Estamos muito sobrecarregados não dá tempo para pensar
e escrever, que era importante para raciocinar e tomar
decisões..."
"O problema é a falta de pessoal e depois as pessoas
habituam-se a fazer as coisas rápido e sem pensar, que
quando têm tempo para cuidar com calma já não o fazem..."
"A organização do trabalho deve ser de tal forma que se
chegue ao fim do turno e não fique nada por fazer... tudo
em ordem sem trabalho pendente"
"as pessoas são resistentes á mudança... acham-se no
direito de continuar a fazer como sempre..."
\ ACTORES
SITUAÇÕEsX
MOMENTOS \
E ESPAÇOS NÃO \
FORMATIVOS \
ENFERMEIRAS
O CONCEITO DE
FORMAÇÃO
CONTINUA
"As colegas fazem
formação a pensa
rem em termos
curriculares...
tento alertá-las
para outros crité
rios"
ENF. CHEFE ORGANIZAÇÃO
"O serviço não têm
formação
interdisciplinar e
não executou duas
formações previs
tas pois estas de
pendem do DEP...
...quanto ás
teorias e modelos
de enfermagem é
muito conceptual
e de difícil enten
dimento, estes as
suntos serão tema
de formação mas
depois do Hospital
dar formação aos
chefes e especia
listas