endotoxina na endodontia - ufpa.br · a gengiva é um tecido vivo que protege o dente ancorado no...
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Artigo Revista Científica da UFPA, V. 7, Nº 01, 2009
ALVARES, D. C.; ALVARES JUNIOR, J. C. 1
Endotoxina na Endodontia
Daniela Christina Alvares1
José Carlos Alvares Junior2
Resumo O tecido conjuntivo da polpa é circundado por tecido mineralizado rígido, que serve de
barreira física contra agentes patogênicos. Quando a integridade desta barreira é rompida,
elementos externos invadem o tecido pulpar. Os fatores biológicos microbianos,
principalmente espécies anaeróbias, e seus produtos metabólicos são os principais agentes
etiológicos das lesões endodônticas e periapicais. A mobilização dos diversos mecanismos de
defesa do hospedeiro, através da resposta imune, com o intuito de prevenir uma maior invasão
bacteriana extrarradicular, combate tanto o agente agressor como leva a uma destruição dos
componentes do tecido periapical, inclusive ocasionando a reabsorção óssea. A intensidade da
resposta imunológica é dependente da quantidade, da qualidade, do tempo e da virulência da
microbiota presente, atuando tanto a resposta inespecífica como a resposta específica. A
reação imune desencadeada no sítio da lesão conta com a presença de diferentes tipos de
células, várias classes de citocinas, além das imunoglobulinas e da participação do sistema
complemento. Cada elemento do sistema imunológico possui atividades distintas e
interligadas entre si, com diferentes graus de contribuição em cada fase evolutiva do processo
patológico. Portanto, o estudo dos elementos constituintes, bem como dos mecanismos
defensivos e destrutivos da resposta imune, podem proporcionar o entendimento da formação
das lesões periapicais.
1 CROMT 4194, CEP 16400-515 , LINS-SP, RG 29439772-3; CPF 262.467.388-18, FONE (14) 3552-1059 ou 3552-1258, email: [email protected] ou [email protected] 2 CROSP 56578, CEP 16400-515 , LINS-SP, , FONE (14) 3552-1059 ou 3552-1258, email: [email protected] ou [email protected]
Endotoxina na Endodontia ALVARES, D. C.; ALVARES JUNIOR, J. C.
Revista Científica da UFPA, V. 7, Nº 01, 2009 2
Palavras chave: endotoxina, endodontia, odontologia.
Summary The fabric conjunctive of the pulp is surrounded by fabric mineralized rigid, that serves as
physical barrier against agents pathology. When the integrity of this barrier is broken, external
elements invade the fabric pulpar. The microbial biological factors, mainly species
anaeróbias, and your metabolic products are the principal agents etiológicos of the lesions
endodontic and periapicais. The mobilization of the several mechanisms of defense of the
host, through the immune answer, with the intention of preventing a larger invasion bacterial
extrarradicular, combats as much the agent aggressor as group the a destruction of the
components of the fabric periapical, besides causing the bony reabsorption. The intensity of
the answer imunológica is dependent of the amount, of the quality, of the time and of the
virulence of the present microbiota, acting as much the answer unspecific as the specific
answer. The immune reaction unchained at the ranch of the lesion it counts with the presence
of different types of cells, several citosinas classes, besides the imunoglobulinas and of the
participation of the system complement. Each element of the system immune possesses
different and interlinked activities to each other, with different contribution degrees in each
evolutionary phase of the pathological process. Therefore, the study of the constituent
elements, as well as of the defensive and destructive mechanisms of the immune answer, they
can provide the understanding of the formation of the lesions periapicais.
Keywords: endotoxina, endodontia, dentistry.
Introdução A profissão odontológica a cada dia mais vem se conscientizando em relação às
infecções cruzadas, e conseqüentemente tem paramentado tudo que rodeia o profissional.
Contudo, é interessante a análise da importância da Aids dentro do cumprimento dessas
normas de biossegurança, pois, embora, seja pequena as chances de contágio da doença
(paciente para profissional), os dentistas passaram a obedecer mais as leis, depois que
descobriram as possíveis formas de contágio.
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É necessário conhecer as técnicas de controle de infecção, pois não é possível
identificar, nesse sentido, todos os pacientes portadores de vírus e outros microorganismos, e
para precaver é recomendado o cumprimento de todo o protocolo da biossegurança. Antes da
entrada do paciente dentro do consultório, é necessário uma série de esterilizações e
desinfecções, efetuados de maneira cuidadosa, com a finalidade não somente de limpeza do
ambiente, como também ganhar tempo, e conseqüentemente atender um maior número de
clientes, oferecendo-os conforto e segurança no trabalho proporcionado.
Na odontologia, assim como em outras profissões, apresentam riscos operacionais;
nota-se que o profissional nesta área não está somente subordinado aos microorganismos,
como também às conseqüências de uma postura inadequada. Porém, esses riscos podem e
devem ser evitados através das normas técnicas ergonômicas.
Um grande problema não somente no Brasil com também em todo o mundo, é a
questão do destino dos resíduos produzidos pelos cirurgiões-dentista e outros profissionais
ligados à saúde. Pensando neste fato, pelo menos no Brasil, a Associação Nacional de
Biossegurança (ANBio), criou alguns itens dentro de seu protocolo para consultas de normas
e procedimentos, começando desde a manipulação e segregação dos resíduos no momento e
no local de sua geração.
De acordo com tantas ocasiões constatadas, os profissionais que cuidam da saúde
dentária, fragilizados a este universo de microorganismos, desenvolveram um novo
pensamento, e uma nova visão, a fim de combater e sair tangente a estas situações de risco.
O condensado de todo o tema abordado, é que em odontologia as probabilidades de
infecção e contágio de doenças ligadas á rotatividade de instrumentos de atendimento são
numerosos e a adoção de medidas de combate deste modo de infecção na prática dentária é
desejável.
Entretanto os avanços técnicos e científicos observados recentemente marcaram
transformações conceituais expressivas nas ciências biológicas. A conquista de novos
métodos de pesquisa associada à evolução da biologia celular e molecular, bioquímica,
microbiologia e genética, caracteriza várias justificativas dos avanços atuais da Endodontia,
decorrente, em especial de sua íntima relação com estas ciências básicas.
O processo de sanificação em endodontia tem sido pesquisado e discutido sobre vários
enfoques. É aceito que um dos fatores condicionantes, considerado como pré-requisito para a
instalação da patologia pulpar e periapical é a presença de microrganismos. Desta forma, a
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determinação e o conhecimento dos microrganismos predominantes em canais radiculares
infectados representa fator decisivo na escolha de um processo de controle microbiano.
A polêmica estabelecida em épocas passadas, na fase dita medicamentosa da
Endodontia, muito provavelmente, encontra-se justificada devido às indefinições nos
conceitos de modelagem e sanificação, que posteriormente à melhoria e desenvolvimento de
novos materiais e designs para a confecção de instrumentos endodônticos, associados ao
emprego de substâncias químicas dotadas de excelentes propriedades antimicrobianas,
possibilitaram redução no destaque que vinha recebendo. Assim que foram vencidos
obstáculos como estes, definiram-se condutas aplicáveis e funcionais, resguardando os
princípios biológicos da Endodontia.
A identificação da microbiota presente nos canais radiculares infectados é fator
decisivo na seleção da medicação intracanal. O raciocínio atual direciona-se ao emprego de
medicação intracanal dotada de potencialidade de ação eficaz frente aos diferentes tipos
respiratórios de microrganismos (aeróbios, microaerófilos e anaeróbios).
A Endodontia, ou seja, a parte da Odontologia que se ocupa da etiologia, diagnóstico,
prevenção e tratamento das doenças da polpa dental e de suas repercussões no periápice
(MAISTO, 1967) tem sua origem perdida no tempo, salvo alguns relatos observados em
livros como os de PUCCI (1945), GROSSMAN (1946), MAISTO (1967), WEINE (1976) e
mais recentemente, nos livros de LEONARDO et al. (1982) De DEUS (1992) e COHEN &
BURNS (1994).
A endodontia é definida como ramo da odontologia que estuda a forma, função,
patofisiologia e terapia das afecções da polpa dentária e tecido periapical. O tratamento
endodôntico é indicado sempre que as estruturas internas do dente são afetadas, como nos
casos de exposição da polpa, pulpite e necrose pulpar, com a finalidade de manter a saúde do
tecido pulpar, ou parte dele, revertendo a injúria dos tecidos periapicais. Dentro da
odontologia veterinária, a endodontia tem grande importância devido à possibilidade que
oferece de propor novas terapias para afecções dentárias cujo único tratamento preconizado a
pouco tempo era a extração. Para a melhor compreensão da endodontia, faz-se necessário o
estudo da anatomia, patofisiologia das afecções pulpares e os princípios das intervenções
cirúrgicas mais importantes.
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Objetivos
O sucesso do tratamento endodôntico é determinado pelo preparo, limpeza,
desinfecção e obturação hermética e tridimensional de todo o sistema de canais radiculares.
Assim, um canal radicular adequadamente selado é imprescindível para que ocorra
êxito na terapia, e isto pode ser constatado por uma quantidade de trabalhos onde a eficiência
seladora das obturações foi analisada nas mais diferentes condições experimentais
(HOLLAND et al., 1974, 1991a e b, e 1997; ESTRELA et al., 1994; PESCE et al., 1995,
1997; FERRAZ 1999).
Histologia Da Polpa Dental
O dente é constituído por esmalte, dentina e polpa. A polpa é a parte sensível do dente,
onde está o nervo, e é coberta pela dentina. A parte externa do dente é o esmalte. A gengiva é
um tecido vivo que protege o dente ancorado no osso alveolar.
O objetivo desta breve revisão de anatomia interna dos dentes humanos consiste em
avivar os conhecimentos adquiridos nos primeiros anos de Faculdade, pois têm importância
fundamental para se obter sucesso na terapia endodôntica.
A anatomia do sistema dos canais radiculares dita os parâmetros sob os quais o
tratamento endodôntico será realizado e afeta as possibilidades de sucesso. Essa anatomia de
cada dente apresenta características comuns, bem como variações muito complexas.
Assim, o conhecimento da anatomia dos canais radiculares ajuda sobremaneira o
profissional, desde a cirurgia de acesso até a obturação dos canais e é uma rota segura para se
obter muito sucesso e evitar situações desagradáveis. Recordaremos, neste texto, de modo
bastante simples, a anatomia interna de cada grupo de dentes.
Presos aos maxilares inferior e posterior, os dentes são estruturas calcificadas que
fazem a mastigação dos alimentos. Sua parte externa é coberta pelo esmalte, que é a
substância mais dura. Sob ele, encontra-se uma substância óssea chamada dentina. Tem a
polpa dental que é um tecido conjuntivo frouxo composto de nervos e o cemento que prende a
raiz e liga o dente à gengiva e à mandíbula.
A cárie só aparece quando uma bactéria que se acumula com outras, ficando presa ao
dente e à gengiva. Essas bactérias formam a placa bacteriana que transforma os restos de
alimentos, principalmente os que contém açúcar, em ácidos prejudiciais aos dentes. Eles
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atacam o esmalte até abrir um "buraco" que é a cárie num processo conhecido como
desmineralização.
Nanoesferas invisíveis a olho nu poderão ajudar os dentistas a preencher minúsculos
buracos em nossos dentes. São esses buracos que tornam os dentes incrivelmente sensíveis,
causando fortes dores em milhões de pessoas.
Os resultados preliminares da pesquisa, apresentados na Conferência EMAG-NANO
2005, mostram que a criação de minúsculas esferas de uma cerâmica chamada hidroxiapatita
poderão ser uma solução de longo prazo ou mesmo a cura para os problemas de dentes
sensíveis.
A hipersensibilidade dental é uma situação que ocorre quando a dentina do dente é
exposta. A dentina é feita de milhares de minúsculos canais, preenchidos com líquido, que se
irradiam a partir das terminações nervosas, no centro dos dentes. O calor, alguns produtos
químicos e o contato físico podem fazer com os líquidos no interior desses canais se movam -
para dentro ou para fora - acionando as terminações nervosas e causando uma dor aguda.
Se esses canais (ou túbulos) forem parcial ou completamente bloqueados, o fluxo pode
ser reduzido e a dor eliminada ou reduzida significativamente. Atualmente, a única forma de
tratar esse problema é através de uma boa higiene dental - utilizando pastas de dentes
especiais e enxaguadores bucais à base de flúor, que causam uma re-mineralização da
cobertura da dentina.
Jonathan Earl, David Wood e Steve Milne, da Universidade de Leeds, Inglaterra,
descobriram que o melhor formato de partícula para preencher esses canais é uma nanoesfera.
Eles então sintetizaram nanoesferas de uma espécie de cerâmica, a hidroxiapatita. Este
material é altamente compatível com os dentes e ossos humanos, sendo por isto largamente
utilizada na medicina e na odontologia.
Eles conseguiram gerar cristais de hidroxiapatita de vários tamanhos, alterando os
níveis de pH do ambiente em que o material é cultivado. Quanto mais alto o pH, menores e
mais arrendodados são os cristais, formando as nanoesferas, o formato mais adequado para
preencher os minúsculos canais dos dentes.
As bactérias aeróbias facultativas, capazes de crescer tanto na presença quanto na
ausência de oxigênio, também têm sido associadas às infecções periapicais.
Tronstad (1992) relata que em canais repetidamente abertos e fechados devido à
presença de dor, de pacientes submetidos a tratamentos inadequados, incluindo
antibioticoterapia incorreta, foram encontradas Enterobacterias sp., Escherichia coli, Proteus
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e Klebsiella. Outras bactérias facultativas são evidenciadas nas infecções endodônticas
persistentes, como a Pseudomonas aeruginosa e o Streptococcus faecalis (MIRANDA, 1969;
STEVENS & GROSSMAN, 1983; HAAPASALO & ORSTAVIK, 1987; BARNETT et al.,
1988; RANTA et al., 1988; SAFAVI et al., 1990).
A eliminação dos microrganismos de canais radiculares infectados com periodontites
apicais tem sido uma constante preocupação, demonstrada por pesquisas que avaliaram a
eficácia da instrumentação mecânica, a influência da irrigação e medicação intracanal e
sistêmica, na busca de alternativas de tratamento antimicrobiano para esta patologia
(BYSTROM & SUNDQVIST, 1981; TRONSTAD et al., 1990; HOLLAND et al., 1992;
ASSED, 1993; ESTRELA et al., 1995; SYDNEY & ESTRELA, 1996 ).
O controle antimicrobiano do canal radicular é delegado à sanificação proporcionada
pela fase do preparo químico-mecânico.
Embora expressiva redução de microrganismos tenha sido observada após a conclusão
da limpeza e da modelagem, alguns trabalhos demonstraram a necessidade da medicação
intracanal entre sessões, com o objetivo de potencializar o processo de sanificação do sistema
de túbulos dentinários (BYSTROM & SUNDQVIST, 1981; BYSTROM et al., 1987; ASSED,
1993; SYDNEY & ESTRELA, 1996 ). Outros trabalhos relataram que o emprego da
medicação intracanal favorece o processo de reparação tecidual após o tratamento de dentes
despulpados (HOLLAND et al., 1979, 1983).
Baseado na evidência do papel dos microrganismos no desenvolvimento e manutenção
de infecções no canal radicular e na região periapical, parece oportuno reportar que a presença
de microrganismos durante o tratamento endodôntico pode não conduzir ao fracasso, mas
certamente, sua ausência favorece o sucesso.
A polêmica estabelecida em épocas passadas, na fase dita medicamentosa da
Endodontia, muito provavelmente, encontra-se justificada devido às indefinições nos
conceitos de modelagem e sanificação, que posteriormente à melhoria e desenvolvimento de
novos materiais e designs para a confecção de instrumentos endodônticos, associados ao
emprego de substâncias químicas dotadas de excelentes propriedades antimicrobianas,
possibilitaram redução no destaque que vinha recebendo. Assim que foram vencidos
obstáculos como estes, definiram-se condutas aplicáveis e funcionais, resguardando os
princípios biológicos da Endodontia.
A identificação da microbiota presente nos canais radiculares infectados é fator
decisivo na seleção da medicação intracanal. O raciocínio atual direciona-se ao emprego de
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medicação intracanal dotada de potencialidade de ação eficaz frente aos diferentes tipos
respiratórios de microrganismos (aeróbios, microaerófilos e anaeróbios).
O foco de atenção para a eliminação microbiana está voltado às condições
determinantes ao crescimento e multiplicação, ou seja, que apresente influência na atividade
enzimática das bactérias, tais como: pH,
Temperatura, Pressão osmótica, Concentração de oxigênio, Concentração de dióxido de
carbono e Concentração de substrato.
Por conseguinte, estabelece um dos quesitos na escolha da medicação intracanal, visto
que o outro quesito é derivado de sua inocuidade e favorecimento à reparação tecidual.
A Polpa Dental e Região Periapical A polpa dental é constituída por tecido conjuntivo frouxo, composto por fibras
colágenas e reticulares, substância fundamental amorfa, fluido intercelular, arteríolas, vênulas,
vasos linfáticos e suprimento nervoso (Nisengard et al., 1994). Neste tecido, estão presentes
células mesenquimais indiferenciadas, odontoblastos, fibroblastos e células de defesa
imunocompetentes. Este tecido é circundado por parede dentinária rígida que fisicamente
restringe o tecido (Barbosa, 1999).
Microbiota nas Infecções Pulpares e Periapicais Os canais radiculares de dentes com necrose pulpar e lesões periapicais regularmente
contêm bactérias. Nestas infecções predominam bactérias anaeróbias, sendo mais comum os
bacilos gram-negativos. Anaeróbios facultativos e bactérias aeróbias, em menor extensão, são
também encontradas nas alterações pulpares e periapicais (Nisengard et al., 1994).
Nas infecções endodônticas, bactérias anaeróbias são isoladas em aproximadamente
97% dos casos e exclusivamente isoladas em 40% (Nisengard et al., 1994). As mais
predominantes são Porphyromonas e Prevotella (Alves, Zinet & Gonçalves, 1994; Kettering
& Torabinejad, 1994; Pisano & Weine, 1998).
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Revisão de Literatura A endodontia é um campo da odontologia que diz respeito à morfologia, fisiologia e
patologia da polpa dental humana e dos tecidos periapicais (DE DEUS, 1986)
A exodontia dentre as atividades executadas pelos odontólogos, representa uma prática
invasiva, de alta complexidade técnica-científica e de alta ocorrência. Este estudo de revisão
bibliográfica tem como propósito avaliar a manutenção de um ambiente odontológico
biologicamente seguro na exodontia com vistas a propor uma assistência com ênfase nos
riscos biológicos. Os dados obtidos reforçam a necessidade rever o ensino e a assistência
odontológica no sentido de intensificar as atividades que promovam as mudanças de
comportamento em prol da manutenção de ambiente de saúde biologicamente seguro.
A conscientização cada vez maior da importância de se preservar os dentes naturais
junto à crescente demanda do paciente pelo tratamento ortodôntico, tem feito da inter-relação
periodontia/ortodontia uma das áreas mais estudadas da odontologia. A doença periodontal
com sua natureza multifatorial continua sendo um desafio para os dentistas e por isso, é muito
importante que o ortodontista saiba reconhecer alguns dos principais sinais e sintomas da
doença, bem como determinar que tipo de movimento poderá ou não, ser favorável aos
tecidos periodontais. Uma avaliação bem feita do periodonto antes de se iniciar uma terapia
ortodôntica, pode prevenir, minimizar ou pelo menos não agravar um problema periodontal
preexistente. Por outro lado, um movimento dental bem executado, tem a capacidade de
melhorar as condições do periodonto e pode ser muito útil para a manutenção da saúde do
mesmo.
A dinâmica existente entre microrganismo, virulência e resposta orgânica incentivou o
desenvolvimento de pesquisas que proporcionam explicações e definições mais
compreensíveis e convincentes da íntima relação entre microbiologia e patologia.
A presença e distribuição de microrganismos em canais radiculares infectados e sua
influência como expressivo precursor das reações inflamatórias da polpa dental e dos tecidos
periapicais estabeleram uma importante associação de causa e efeito, definindo melhor alguns
parâmetros de respostas a diferentes injuriantes.
Shovelton (1964) estudou a presença e distribuição de microrganismos em dentes
desvitalizados de 97 pacientes, provenientes de processos cariosos ou traumáticos. Os
resultados mostraramm maior percentual de microrganismos na região cervical, quando
comparados com os terços médio e apical da raiz. Os dentes portadores de processos crônicos
evidenciaram uma maior proporção de microrganismos que aqueles com processos agudos.
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Algumas particularidades químicas decorrentes desta dissociação iônica foram
observadas em diferentes experimentos. Sciaky & Pisanti (1960) e Pisanti & Sciaky (1964)
verificaram a origem dos íons cálcio presentes na ponte dentinária, não conseguindo observá-
los quando da proteção de polpas dentais expostas de cães com hidróxido de cálcio contendo
cálcio radioativo (Ca45), nem quando da injeção intravenosa, em cão, de solução contendo
este mesmo hidróxido de cálcio radioativo.
Em contrapartida, vários trabalhos evidenciaram a participação ativa dos íons cálcio
do hidróxido de cálcio em mineralizações (barreira de dentina), osteocementárias (selamento
biológico apical), nos túbulos dentinários e em outras áreas envolvidas em mineralizações
(EDA, 1961; HOLLAND, 1971; HEITHERSAY, 1975; HOLLAND et al., 1978; HOLLAND
et al., 1982; PASHLEY et al., 1986; SEUX et al., 1991; WAKABAYASHI et al., 1993).
Eda (1961) estudou, por meio de análise histoquímica, o mecanismo de formação de
dentina após proteções pulpares diretas em dentes de cães frente à ação de pastas de hidróxido
de cálcio, de óxido de magnésio, de fluoreto de zinco e de fluoreto de cálcio. Relatam, os
autores, após período de observação de 30 minutos a 60 dias, que no período inicial a
formação de dentina é vista pelo aparecimento de partículas extremamente finas, com reação
positiva à coloração de Von Kossa e localizadas subjacentes à camada de necrose. Estas
granulações observadas originam-se a partir da reação do metal do material capeador com o
dióxido de carbono tecidual. Além do mais, tanto o óxido de magnésio como o hidróxido de
cálcio mostraram potentes efeitos sobre a formacão de nova dentina. No entanto,
relativamente ao óxido de magnésio, Souza et al.(1972), após estudo morfológico do
comportamento da polpa dentária após pulpotomia e proteção com óxido de magnésio ou
hidróxido de cálcio, relatam ser remota a possibilidade de obtenção de reparo quando do
emprego do óxido de magnésio. Nas polpas dentais protegidas com hidróxido de cálcio houve
maior eficácia, o que testemunha contra falhas técnicas, que poderiam ter ocorrido com o
tratamento de óxido de magnésio.
Putnam (1995) descrevendo a regulação de pH intracelular, relata que o pH influencia
diferentes processos celulares, como: a) metabolismo celular; b) citoesqueleto, podendo
alterar a forma, a motilidade, a regulação de transportadores, a polimerização de elementos; c)
ativação de crescimento e proliferação celular; d) condutibilidade e transporte através da
membrana; e) volume celular isosmótico. Desta forma, muitas funções celulares podem ser
afetadas pelo pH, dentre estas as enzimas essenciais ao metabolismo celular.
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De acordo com Schilder, (1974) na endodontia moderna, parte da capacidade de
desinfecção do canal radicular, cabe à instrumentação mecânica, removendo microrganismos
de seu sítio, juntamente com seu substrato e, outra parte compete a ações químicas de limpeza
e desinfecção.
Desde 1894, quando Callahan propôs uma solução aquosa de ácido sulfúrico a 40%, a
preocupação com a descontaminação do canal radicular já era evidente.
Dakin (1915) propõe a utilização do hipoclorito de sódio a 0,5% como uma substância
anti-séptica para a limpeza de feridas cirúrgicas, reconhecida até os dias atuais como efetiva
na desinfecção.
A presença de bactérias no interstício do canal radicular foi descrita por diversos
autores, entre os quais Grove (1929) que salienta serem elas as responsáveis por insucessos
em tratamentos endodônticos, uma vez que remanescentes desses microrganismos se
encontravam presentes no interior da estrutura dentinária.
A dinâmica existente entre microrganismo, virulência e resposta orgânica incentivou o
desenvolvimento de pesquisas que proporcionam explicações e definições mais
compreensíveis e convincentes da íntima relação entre microbiologia e patologia.
O conhecimento mais aprofundado sobre a estrutura e atividade biológica das
endotoxinas (LPS) revolucionou os conceitos sobre seu mecanismo de ação e formas de
inativação. A partir da década de 80, os avanços tecnológicos na cultura e identificação
microbiológica demonstraram que, em canais radiculares de dentes portadores de necrose
pulpar e lesão periapical crônica, visível radiograficamente, predominam microrganismos
anaeróbios, particularmente os gram-negativos. Como se sabe, os microrganismos gram-
negativos, além de possuírem diferentes fatores de virulência e gerarem produtos e sub-
produtos tóxicos aos tecidos apicais e periapicais, contêm endotoxina em sua parede celular.
Esse conhecimento é particularmente importante, uma vez que a endotoxina é liberada
durante a multiplicação ou morte bacteriana, exercendo uma série de efeitos biológicos
relevantes, que conduzem a uma reação inflamatória e à reabsorção dos tecidos
mineralizados. Tendo em vista o papel da endotoxina na patogênese das lesões periapicais,
autores como Leonardo et al (2004) realizaram revisão da literatura específica, abordando
suas atividades biológicas e a importância de sua inativação durante o tratamento de dentes
portadores de necrose pulpar e lesão periapical.
Shovelton (1964) estudou a presença e distribuição de microrganismos em dentes
desvitalizados de 97 pacientes, provenientes de processos cariosos ou traumáticos. Os
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resultados mostraramm maior percentual de microrganismos na região cervical, quando
comparados com os terços médio e apical da raiz. Os dentes portadores de processos crônicos
evidenciaram uma maior proporção de microrganismos que aqueles com processos agudos.
Embora o fator etiológico mais freqüente de injúria pulpar seja a presença
microrganismos estabelecendo a infecção, uma polpa injuriada por traumatismo
(assepticamente) torna-se mais sensível às bactérias infectantes que uma polpa dental
saudável (ESTRELA, 1997).
As endotoxinas (lipopolissacárides), particularmente o lipídio A(1), são responsáveis
pela ativação direta de células (fagócitos, células endoteliais, linfócitos, fibroblastos, etc) e do
sistema complemento e, pela ativação indireta da cascata inflamatória pela indução da
produção de citocinas pelos macrófagos e monócitos(MOLDAWER, 1994).
A presença do foco infeccioso, a liberação de endotoxinas, a produção de citocinas e a
ativação da cascata da coagulação ativam os leucócitos polimorfonucleares. Estes são atraídos
para o sítio de infecção e inflamação através de numerosos fatores quimiotáticos (fragmentos
do complemento, IL-8, peptídios quimiotáticos, leucotrienos, etc), aumentando
dramaticamente o seu número, próximo às vênulas póscapilares, onde passam através da
barreira endotelial (diapedese) atingindo a área de infecção, ampliando a resposta inflamatória
(BONE, 1991; PARILO, 1993).
A ativação dos leucócitos tem profundos efeitos no fluxo sanguíneo da
microcirculação, uma vez que sua aderência ao endotélio causa estreitamento dos microvasos,
causando um aumento da resistência vascular, redistribuindo o fluxo sanguíneo e as hemácias,
o que modula a oferta de oxigênio aos tecidos (BONE, 1991).
A estimulação dos polimorfonucleares causam um aumento no consumo de oxigênio,
caracterizado pelo aumento na atividade da NADPH-oxidase, que produz as formas ativas de
oxigênio, incluindo os radicais superóxidos e peróxidos, que são armas essenciais, durante a
sepse, para a destruição de bactérias fagocitadas e a limpeza de áreas necróticas, em
conjunção com as proteases (PARILO, 1993; IAZETTI et al, 1996).
Apesar de vários fatores estarem envolvidos no insucesso do tratamento endodôntico,
as bactérias são os principais agentes etiológicos. Tais microrganismos podem ter sobrevivido
ao tratamento endodôntico ou reinfectado o canal através das microinfiltrações (PINHEIRO,
2003)
Portanto a colonização bacteriana do sistema de canais radiculares pode interagir com
tecidos do hospedeiro e desencadear lesões perirradiculares (KAKEHASHI et al., 1965).
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Somando-se a estes fatores, bactérias não eliminadas no preparo químicomecânico
também podem sobreviver por períodos relativamente longos, utilizando resíduos nutricionais
derivados de restos teciduais e células mortas. Consequentemente, se uma passagem é aberta
ao canal, suprimento nutricional adicional irá chegar até às bactérias e uma reação
inflamatória poderia ser desencadeada (MOLANDER et al., 1988).
O LPS (endotoxina) é um componente da parede de bactérias gram negativas que é
liberado durante o processo de multiplicação ou morte celular. É responsável por uma série de
reações que leva à reabsorção óssea periapical e instalação de lesões periapicais de forma
indireta (HIZATAGU, 2007).
1. Produção de citocinas dentre elas TNF, Il-l e Il-6 .
2. Ativa o sistema complemento.
3. Ativa o metabolismo do ácido aracdônico produzindo prostaglandinas e
leucotrienos.
4. Tem ação mitogênica para linfócitos B , com ativação da R. imunológica humoral
5. Adere nos tecidos mineralizados (HIZATAGU, 2007).
Foi demonstrado (Safavi & Nichols, 1993) apud Hizatagu (2007) que o LPS é uma
molécula indutora da inflamação e reabsorção óssea por via indireta (via imunológica). Foi
demonstrado também que o hidróxido de cálcio neutraliza a endotoxina in vivo e in vitro pela
despolimerização da sua molécula, transformando o lipídio A (molécula tóxica) em ácidos
graxos e aminoaçucares, substâncias inertes, não tóxicas. Por causa da ação antitóxica do
Hidróxido de Cálcio os autores passaram a recomendar medicação intracanal em dentes com
patologia periapical e contra-indicar o tratamento em sessão única. Mais uma vêz houve um
equívoco histórico de interpretação por três razões básicas:
1. Resíduos de LPS, remanescentes ao PQM, são neutralizados pela obturação do
canal.
2. A obturação do canal radicular evita que o LPS remanescente entre em contato com
as células de defesa localizadas no periápice, não havendo portanto a indução da
resposta imuno/inflamatória.
3. Após o tratamento endodôntico, ocorre uma invasão de células e moléculas do
sistema de defesa do hospedeiro com ação antitóxica e antimicrobiana que neutralizam
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toxinas e matam microrganismos localizados na região periapical próximos ao forame,
nas áreas de reabsorção de cemento e dentina apical e no centro da lesão
(HIZATAGU, 2007).
Vale lembrar que num espaço de 30 a 50 micrômetros de tecido conjuntivo há
sempre um capilar (setor terminal da circulação) onde ocorre a troca de nutrientes (íons e
moléculas) entre o sangue e células, através do líquido intersticial. Autores contemporâneos
afirmam que a região periapical é um dos sítios de maior índice metabólico do organismo
humano além da presença de células lábeis e estáveis (quiescentes) com grande capacidade
proliferativa necessárias para a reparação tecidual (HIZATUGU, 2007).
Microbiota Endodôntica Conhecer a microbiota habitante do sistema de canais radiculares é de extrema
importância para o entendimento da função das bactérias na origem, no desenvolvimento e na
manutenção das patologias apicais. Além disso, esse conhecimento possibilita ao endodontista
selecionar técnicas efetivas para erradicar essa microbiota, controlando, assim, a infecção
(LUISI & FACHIN, 1999).
A classificação das bactérias em microbiologia clínica costuma ser não apenas pelo
método de coloração de Gram, mas também pela sua relação com o oxigênio. De acordo com
essa relação, espécie pode ser classificada como aeróbia por crescer na presença do ar com
21% de oxigênio (3), capnofila, por crescer na presença de 10% de gás carbônico
(dificilmente cresce na ausência deste gás), microaerofila, que cresce na presença de 2 a 8%
de oxigênio e pode ficar exposta ao ar ambiente de 60 a 90 minutos, ou ainda anaeróbia
estrita, incapaz de crescer na presença de níveis de oxigênio maiores que 0.5% (BARTH &
MATUSIAK, 1995).
Até 1970, não havia recursos sofisticados para a detecção de anaeróbios, e a literatura
revelava predominância de microorganismos aeróbios em dentes desvitalizados e infectados.
Contudo, a partir de 1970, com o advento de recursos para a cultura e a identificação de
anaeróbios, Zavistoski, Dzink, Onderdonk e Bartlett, em 1980, comprovaram que as infecções
endodônticas apresentam uma microbiota mista de aeróbios e anaeróbios e que o total de
anaeróbios e aeróbios foi muito semelhante. No entanto, para Ando e Hoshino, em 1990, que
realizaram um estudo com o objetivo de investigar a presença e os tipos de bactéria que
invadem as profundezas das camadas de dentina infectadas, 80% eram de anaeróbios estritos.
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Convém acrescentar que, segundo Baumgartner, em 1977, há predomínio de bactérias
anaeróbias estritas com certas anaeróbias facultativas e raramente aeróbias.
É imprescindível destacar que as infecções endodônticas com Enterococccus faecalis
podem representar um problema para o tratamento devido à dificuldade de eliminá-lo do
sistema de canais radiculares. Isso ocorre por esse microorganismo poder existir como cultura
pura, sem o suporte de outra bactéria (FABRICIUS; DAHLÉM; HOLM, 1982).
Em 2003, Siqueira revisou a literatura com o propósito de traçar as mudanças na
nomenclatura dos patógenos endodônticos descritos nos últimos 15 anos e obter dados de
estudos com relação à detecção de espécies já conhecidas e espécies mais recentes nunca
antes reportadas em infecções endodônticas.
Bacteroides forsythus teve seu nome alterado para Tannerella forsythensis e pôde ser
encontrada em canais radiculares infectados apenas após a introdução dos métodos genéticos
moleculares para identificação de microorganismos (SIQUEIRA, 2003).
Bacteroides gracilis é agora chamada Campylobacter gracilis e Wolinella recta é
agora Campylobacter rectus; ambas vêm sendo isoladas em canais infectados (SIQUEIRA,
2003).
Por fim, pode-se concluir que as infecções endodônticas são mistas, sendo que cada
espécie de bactéria apresenta seus próprios fatores de virulência. Assim, o tratamento de canal
radicular visa a exterminar e remover bactérias, subprodutos bacterianos e substratos da
cavidade pulpar (BAUMGARTNER, 1997).
Presença de Endotoxinas nos Dentes com Lesão Periapical
Crônica
De acordo com Leonardo et al (2004) o conhecimento mais aprofundado sobre a
estrutura e atividade biológica das endotoxinas (LPS) revolucionou os conceitos sobre seu
mecanismo de açäo e formas de inativaçäo. A partir da década de 80, os avanços tecnológicos
na cultura e identificaçäo microbiológica demonstraram que, em canais radiculares de dentes
portadores de necrose pulpar e lesäo periapical crônica, visível radiograficamente,
predominam microrganismos anaeróbios, particularmente os gram-negativos. Como se sabe,
os microrganismos gram-negativos, além de possuírem diferentes fatores de virulência e
gerarem produtos e sub-produtos tóxicos aos tecidos apicais e periapicais, contêm endotoxina
em sua parede celular. Esse conhecimento é particularmente importante, uma vez que a
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endotoxina é liberada durante a multiplicaçäo ou morte bacteriana, exercendo uma série de
efeitos biológicos relevantes, que conduzem a uma reaçäo inflamatória e à reabsorçäo dos
tecidos mineralizados. Tendo em vista o papel da endotoxina na patogênese das lesöes
periapicais, os autores realizaram uma revisäo da literatura específica, abordando suas
atividades biológicas e a importância de sua inativaçäo durante o tratamento de dentes
portadores de necrose pulpar e lesäo periapical.
Dwyer e Torabinejad (1981), efetuaram um estudo com o objetivo de avaliar
radiográfica e histologicamente o efeito da endotoxina sobre os tecidos periapicais de dentes
de gatos, utilizando a endotoxina de Escherichia coli 0111:B4 liofilizada. Uma porção da
endotoxina foi neutralizada com NaOH 0,2M, a 37ºC, por 24 horas, e novamente liofilizada.
Ambas as preparações de endotoxina foram dissolvidas em solução salina esterilizada, nas
concentrações de 100ug/ml, 10ug/ml, e 1ug/ml. Caninos maxilares e mandibulares foram
isolados e suas polpas extirpadas, em seguida as soluções de LPS foram injetadas nos canais
radiculares e as cavidades seladas. Após períodos de 2, 4 e 6 semanas, os gatos foram mortos
por sobredose de anestésico, os blocos contendo os caninos foram removidos, radiografados e
submetidos ao processamento histológico. Cortes seriados de 6um de espessura foram corados
pela hematoxilina e eosina, e analisados histopatologicamante. As radiografias de cada
espécime foram montadas em um projetor, e o contorno das lesões radiográficas foi traçado
em folhas de plásticos. As lesões foram então medidas utilizando-se uma grade de plástico
milimetrada, e classificadas, das maiores para menores, em graus 1, 2, 3 e 4. Os valores foram
submetidos à analise estatística, para determinação de diferenças entre tratamentos. Os
resultados da analise radiográfica evidenciaram áreas radiolucidas relativamente extensas nos
dentes em que foi injetada a endotoxina pura, em todos os períodos de tempo. Por outro lado,
nos dentes que utilizaram a solução salina ou a endotoxina inativada, as áreas radiolúcidas
periapicais eram muito pequenas ou ausentes. De acordo com a análise estatística houve
diferença entre os tratamentos, porém não houve diferença entre as 3 concentrações de
endotoxina testadas. De acordo com os resultados histopatológicos, a inflamação foi mais
intensa nos dentes que receberam a endotoxina pura, quando comparada àqueles preenchidos
com solução salina ou endotoxina inativada. O infiltrado inflamatório consistiu, basicamente
de neutrófilos, com presença também de macrófagos, plasmócitos e linfócitos. Osteoclastos
foram observados com freqüência, na periferia do tecido ósseo circundante, o qual se
apresentava reabsorvido. A técnica de imunodifusão dupla não demonstrou a formação de
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anticorpos no soro colhido. Concluíram que a endotoxina, indiretamente, toma parte na
iniciação e perpetuação das reações periapicais.
Akisue (2003) em seu estudo sobre a necessidade da obturaçäo tridimensional do
sistema de canais radiculares, como fator decisivo para o êxito da terapia endodôntica
instituída, neste estudo objetivou quantificar a percolaçäo da endotoxina bacteriana (LPS) em
dentes uniradiculares recém extraídos, obturados pelas técnicas de condensaçäo lateral e
termoplástica por ondas contínuas de condensaçäo (System B). Para tanto, a coroa e parte da
porçäo cervical de cada elemento dentário foi removida, sendo, em seguida, realizado o
preparo químico-cirúrgico empregando-se limas de NiTi Kü de conicidade 0.04 e creme de
Endo PTC associado ao hipoclorito de sódio a 1 por cento, estabelecendo-se como limite de
instrumentaçäo à distância de 1mm aquém do forame. A seguir as amostras foram
esterilizadas por radiaçäo Gama e impermeabilizadas externamente com cianoacrilato e resina
epóxica de rápida polimerizaçäo. Os espécimes foram divididos em 2 grupos experimentais
levando-se em conta as técnicas de repleçäo, G I -Condensaçäo lateral; G II - System B; e os
dois grupos controle, formados por dois dentes cada. Após esta etapa os mesmos foram
fixados em tubos de polipropileno tipo eppendorf (câmara superior), sendo o vedamento da
interface tubo/dente realizada com resina epóxica de rápida polimerizaçäo. A câmara superior,
com a amostra a ser analisada, foi colocado em recipiente de vidro estéril (câmara inferior)
contendo 01 mL de água livre de pirogênio. Neste experimento utilizou-se a endotoxina pura
de E. coli como marcador da infiltraçäo no sentido ápico-cervical, sendo esta colocada na
câmara superior no volume de 01 mL. Após o período experimental de 30 dias, realizou-se
avaliaçäo e quantificaçäo da infiltraçäo pelo método de leitura óptica por absorbância com o
uso do teste LAL KTA2 turbidimétrico. Os dados obtidos foram confrontados
estatisticamente utilizando o teste t de Student, observando-se diferença significante ao nível
de 5 por cento entre os grupos experimentais (valor de t calculado = 2.31 contra valor
tabelado = 2.04 para 34 graus de liberdade). O grupo G II (System B) apresentou os melhores
resultados, com média de infiltraçäo da endotoxina de 0,28432 UE/mL, contra 0,36825
UE/mL dos espécimes obturados pela técnica de condensaçäo lateral (G I).
Os microrganismos anaeróbios estão presentes em 96% dos dentes com lesão
periapical crônica, tendo maior prevalência o Actinomyces viscosus (56%), Prevotella
intermedia (48%), Fusobacterium nucleatum (40%), e Porphyromonas gingivalis (16%)
(ASSED et.al. 1996). De acordo com Yamasaki et al. (1998), as bactérias gram-negativas
Porphyromonas gingivalis e Fusobacterium nucleatum, são capazes de inibir o crescimento
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de fibroblastos do ligamento periodontal, sugerindo a possibilidade destas participarem no
desenvolvimento de lesões periapicais.
Os microrganismos gram-negativos além de possuírem diferentes fatores de
virulência, geram produtos e sub produtos tóxicos aos tecidos apicais e periapicais e contém
em sua parede celular, as endotoxinas constituídas de lipopolissacarídeos (LPS),que, segundo
Gomes et al. (1996), são de fundamental importância clínica, pois liberadas durante o
crescimento bacteriano, ou após a morte da célula, ativam a liberação de bradicinina que é um
potente mediador da dor e conduzem à resposta inflamatória e reabsorção óssea na região
periapical. A toxicidade das endotoxinas bacterianas está situada no lípide A, que provoca
aumento da permeabilidade vascular, quimiotaxia para neutrófilos e macrófagos, liberação de
lisozimas e linfocinas, degranulação de mastócitos e opsonização bacteriana, estimulando a
reabsorção óssea (RIETSCHEL & BRADE, 1992).
Droter (1963), em estudo clínico e radiográfico, utilizando a técnica de formocresol
em duas sessões, em dentes vitais ou parcialmente vitais e em dentes não vitais com fístula,
rarefação óssea e mobilidade, observou radiograficamente, após dois anos, áreas periapicais
normais. Coll et al. (1985) utilizando o curativo de formocresol por 5 minutos, em canais
instrumentados, observaram em acompanhamento radiográfico de cinco anos, mais de 80% de
sucesso. Além disso, constataram que não houve diferença de reabsorção fisiológica entre os
dentes tratados e seus contralaterais, e não foram encontrados defeitos de calcificação nos
dentes permanentes sucessores.
Muñiz & Zeberio (1991), também observaram que o formocresol é capaz de
desinfectar o canal radicular sem a eliminação do seu conteúdo, permitindo em 6 meses,
reparação periapical, com substituição do tecido necrótico por tecido fibroso, que
posteriormente se transforma em osteodentina.
Roberts (1996), removendo o tecido necrótico apenas com irrigação com água
destilada e obturando a câmara coronária de dentes não vitais com óxido de zinco e eugenol,
acrescido de uma gota de formocresol, verificaram ausência de infecção em 84% dos casos,
em dois anos de avaliação, o que mostra que o formocresol se fixa bem ao tecido necrótico,
sem provocar alteração significativa no tempo de esfoliação fisiológica.
Para impedir que microrganismos remanescentes ao preparo químicocirúrgico
consigam se proliferar, provocando a instalação de lesões periapicais ou a manutenção de
lesões pré-existentes, é necessário uma adequada obturação endodôntica.
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Os cimentos endodônticos são importantes na obturação dos canais radiculares, pois
promovem o selamento dos espaços não ocupados pelo material obturador sólido. Entretanto,
a endodontia não é finalizada com a obturação dos canais radiculares, e sim com a realização
de um adequado selamento coronário, pela confecção de restauração ou prótese e controle
clínico-radiográfico do tratamento.
Estudos demonstraram contaminação do tratamento endodôntico pela saliva, em
poucos dias, em dentes com exposição coronária ou restaurados com material provisório,
mesmo quando realizada uma boa obturação dos canais radiculares (BALTO, 2002; BELLI et
al., 2001; CRUZ et al., 2002; HELING et al., 2002; TORABINEJAD; UNG; KETTERING,
1990; ZAIA et al., 2002). Considerando tais trabalhos, foi definido para o presente estudo, o
período experimental de trinta dias.
A presença do magma dentinário influencia negativamente a adaptação e penetração
intratubular dos cimentos endodônticos. Quando não removido durante o preparo químico-
cirúrgico, os túbulos dentinários permanecem obliterados, o cimento endodôntico completa os
espaços não preenchidos pela gutapercha; evita o fluir de exsudatos periapicais, dificulta a
sobrevivência de microrganismos resistentes às fases anteriores do tratamento e impede que
bactérias ou seus subprodutos alcancem a região apical via canal radicular. Nesse sentido, o
uso do cimento endodôntico, quando do emprego de cones, torna-se indispensável na
impermeabilização do sistema de canais radiculares, melhorando a qualidade final do
tratamento (CARRASCOZA, 2000).
É constante, no meio científico, a procura por substâncias cimentantes que ocupem os
túbulos dentinários, unam-se intimamente às fases orgânicas e inorgânicas da dentina,
destruam ou neutralizem microrganismos e seus subprodutos, induzam à neoformação
cementária e fortaleçam o sistema de canais radiculares. Nessa perspectiva, todos os cimentos
utilizados atualmente podem ser considerados inadequados (DE DEUS et al., 2002).
O cimento N-Rickert®, à base de óxido de zinco e eugenol, é utilizado há muitos anos
na obturação dos canais radiculares e continua sendo muito empregado, devido ao baixo custo
e excelente propriedade antimicrobiana. Várias pesquisas comprovaram o bom escoamento
desse cimento (SALAZAR SILVA; ANTONIAZZI; LAGE-MARQUES, 1996) e sua
capacidade de selamento marginal apical (PROKOPOWITSCH et al., 1992; SALAZAR
SILVA; ANTONIAZZI; LAGE MARQUES, 1996). Talvez por esse motivo, os canais
radiculares obturados com NRickert ®, no presente trabalho, tenham apresentado boa
penetração intratubular.
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Entretanto, foi constatada permeabilidade por E. faecalis em um dente (10%) após 16
dias, em canal radicular obturado com esse cimento. Deve-se considerar, contudo, além dos
fatores de virulência de E. faecalis e sua resistência a várias substâncias utilizadas em
endodontia, o relato de que esse material não possui boa adesividade (SAAB, 1999).
AHPlus® é um cimento resinoso muito utilizado, por promover bom selamento
(ALMEIDA et al., 2005; DULTRA et al., 2004; KARDON et al., 2003; KOPPER et al., 2005;
SEVIMAY; KALAYCI, 2005) e possuir boa adesividade às paredes dos canais radiculares.
No presente trabalho, embora esse cimento não tenha obtido o melhor resultado quanto à
penetração intratubular durante todo o período experimental (trinta dias), foi capaz de impedir
a passagem de E. faecalis, o que sugere promover um bom selamento marginal apical.
Sevimay e Kalayci (2005) verificaram melhor adaptação à dentina e capacidade
seladora para o cimento AHPlus® comparado ao EndoRez® nas análises por microscopia
eletrônica de varredura e infiltração de corante. Ambos apresentaram melhor adaptação e
penetração intratubular nos terços cervical e médio dos canais radiculares do que no terço
apical. Resultados diferentes foram encontrados nesse estudo, em que os cimentos AHPlus® e
EndoRez® obtiveram maior penetração nas regiões apical e cervical (resolução de 1.000x) e
penetração semelhante nas três regiões, na resolução de 8.000x.
Por ser um cimento resinoso, a boa adesividade às paredes dentinárias e escoamento
no interior do sistema de canais radiculares apresentados pelo EndoRez®, promovendo um
adequado selamento dos canais radiculares, eram esperados. Esse bom selamento foi
comprovado pelo teste microbiológico, em que esse cimento foi capaz de impedir a passagem
de E. faecalis durante todo o período experimental.
Concluindo o sistema de canais radiculares, muitas vezes, é colonizado por numerosas
espécies de microrganismos que podem atingir os tecidos periodontais, desenvolvendo lesões
perirradiculares. A modelagem, sanificação e o selamento tridimensional deste sistema são os
objetivos principais do tratamento endodôntico. Quando estes objetivos são atingidos, na
grande maioria dos casos o tratamento endodôntico resulta em sucesso. Contudo, devido à
complexidade anatômica e à limitação terapêutica, usando instrumentos e técnicas atuais, os
canais radiculares nem sempre podem ser adequadamente condicionados, fato que resulta em
insucesso (WADA et al. 1998).
Entretanto, complicações podem ocorrer durante o tratamento endodôntico
convencional, tais como: fraturas de instrumentos, degraus, transporte de forame e
perfurações. A reintervenção diante destas iatrogenias e dos insucessos endodônticos constitui
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terapêutica de primeira escolha, e usualmente resulta em sucesso. Porém, existem algumas
destas situações ou presença de lesões perirradiculares persistentes que o retratamento resulta
em insucesso ou a realização do mesmo pode gerar grande risco para a permanência do
elemento dental.
Conclusão A análise bibliográfica demonstrou que há uma necessidade sempre presente na
Odontologia de pesquisar, comparar e avaliar resultados obtidos com o advento de novos
materiais. A Endodontia moderna norteada em bases biológicas persiste na busca do material
obturador por excelência, notadamente aqueles que surgem com a promessa, já apresentam
adequação ou grande potencial como material seladores e obturadores de canal.
No que se refere ao selamento marginal apical, inúmeros são os trabalhos que avaliam
a qualidade da obturação tendo como variáveis o tipo de preparo do canal e cone principal,
níveis de preparo apical, novas técnicas de inserção com novos cimentos, de modo a indicar
os caminhos para a execução de uma obturação que permita um bom vedamento, ou seja, sem
percolação.
As aplicações de novos conhecimentos e informações, fundamentadas em pesquisas
científicas, constituem os principais mecanismos pelos quais a qualidade e a eficácia da
terapia endodôntica têm que ser pautados. São as evidências científicas que têm
proporcionado grandes avanços na Odontologia, nas suas mais diversas especialidades. Nos
últimos tempos, têm sido apresentados à comunidade odontológica novos materiais,
equipamentos e técnicas. São avanços que proporcionam grandes benefícios às populações.
Contudo, destaca-se a necessidade de inúmeras investigações, com diferentes metodologias,
que comprovem a sua eficiência.
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