encartede setembro a dezembro

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PÁGINAS abertas ENCARTE - SETEMBRO A DEZEMBRO DE 2011 DIEGO DOS SANTOS E FAEL LIMA Cafunga e Alice são dois hamsters que vivem em Belo Horizonte. Dois irmãozinhos que adoram brincar em suas gaiolas, comer sementes e correr em suas rodinhas. Breno, dono dos irmãozinhos, é jornalista, adora assistir jogos de futebol e torcer pelo Brasil. Como a gaiola fica em frente à televisão, Cafunga e Alice também assistem todos os jogos. E vibram a cada gol. Breno era repórter, por isso deixava a televisão sempre ligada, mesmo quando saía para trabalhar. Cafunga e Alice saboreavam uma sementinha de girassol, mas pararam para assistir uma festa que rolava pelas ruas, com pessoas sor- rindo e levando bandeiras de diversos países. Um repórter anunciava que a Copa do Mundo estaria em Belo Horizonte naquela tarde. As sementes escorregaram pelas patinhas dos dois, já de olhos arregalados e boquinhas abertas. O Bra- sil ia jogar na cidade! O time de camisa tão bonita, verde e amarela, que eles sempre viam pela televisão, agora estaria ali, pertinho da gaiola. Cafunga e Alice decidiram que iriam ao jogo e volta- riam antes que Breno retornasse para casa. Abrir a gaiola foi fácil, pois sempre faziam sem ninguém perceber. Mas eles não imaginavam as aventuras que estavam por vir. Já se passavam alguns minutos na porta de casa e nin- guém parava para dar informação aos irmãozinhos. Cafunga corria de um lado para o outro querendo saber onde ficaria esse famoso Mineirão, o estádio onde seria a abertura da Copa do Mundo. Mas os pés passavam com muita pressa e Alice tentou até mesmo puxar uma senhora pelo vestido, mas quase caiu em um bueiro. Então, um garotinho soltou a mão de sua mãe, pegou os dois e os colo- cou no bolso, entrando em um ônibus em seguida. Ao entrarem no ônibus, pularam do bolso do garotinho e correram para a janela. — Quantas casas – Pensava Alice. — Será que todas têm gaiolas? — Perguntava Cafunga. Deslumbrados com o tamanho do mundo lá fora, o ônibus parou e um gramado verde estava à frente dos dois. Surpresos, disseram: “Como é lindo o Mineirão” — E logo foram interrompidos pelas risadas de um pombo que ouvia a conversa. — Mineirão? Rá-rá-rá — Ria o pombo sem parar – Aqui é o Parque Municipal. As únicas bolinhas que vocês encontrarão por aqui são as pipocas que ganhamos das famílias que nos visitam. Aceitam uma pipoquinha? Como pipoca não era a comida preferida de Cafunga e Alice, eles perguntaram a direção do Mineirão e saíram apressados, e com muita euforia com suas patinhas curti- nhas. Logo chegaram a uma praça. O pombo ainda os acom- panhava e dizia que aquela era a Praça Sete. Depois de mostrar a praça, o pombo voltou rapidamente para o parque. Cafunga e Alice subiram em uma espécie de parede no meio da praça e adoraram o visual. Era gente trabalhando, outros cantando e alguns até mesmo fingindo que eram estátuas. Nessa hora arrependeram-se por não estarem com a máquina que registra imagens, usada pelo seu dono. Mas não havia muito tempo. O dia estava passando e a qualquer momento a Copa do Mundo teria início, sem que os dois estivessem no Mineirão. Quando iriam descer para procurarem outro ônibus, Alice escorregou em um pedaci- nho de papel e sem querer derrubou também seu irmãozi- nho Cafunga. Por sorte, os dois caíram em cima de um carro que passava logo abaixo. Agora era segurar firme e torcer para que aquele carro estivesse indo para o Mineirão. Nem deu tempo para assustar-se. Quando se equilibra- ram no carro, Cafunga e Alice viram uma imensidão de água. Cafunga não se aguentava de alegria. — Quanta água! Olha só Alice, nossas primas, as capiva- ras, correndo e pulando na água como fazemos em nossa banheirinha! Alice suspirava. —– Será que essa é a festa da Copa do Mundo? É mara- vilhoso! Uma voz rouca interrompeu a conversa comentando sobre a lagoa que eles chamavam de Pampulha. Então, Cafunga percebeu que aquele era o carro da polícia. Segurou novamente no carro e uma parede gigante surgiu à frente. — Finalmente chegamos ao nosso local de trabalho, que lindo está o Mineirão — Disse o policial. Cafunga e Alice sentiram tamanha felicidade naquele momento, não pensaram duas vezes e pularam do carro. Só não esperavam que os policiais estivessem com os cães que fazem a segurança do estádio. Os pelinhos de Cafunga e Alice arrepiaram com tantos latidos. — Corre Alice! — Disse Cafunga — Será que eles vão nos pegar? Retrucou Alice com bastante medo. E eles correram o mais rápido que podiam. Cafunga chegou a enroscar-se em uma bandeira, mas ao ver que Alice pulou em um buraco, pulou atrás, com ban- deira e tudo. Os coraçõezinhos dos dois pulavam como pipoca, mas o susto era tão grande, que só pensavam em cavar para sair daquela situação. Não se ouvia mais o latido dos cachorros, mas eles não voltariam para aquele lugar, só pensavam em cavar para frente. Estavam tristes, pois haviam chegado tão perto e não conseguiriam ver a festa da abertura da Copa do Mundo. De repente, o chão foi ficando mole e era possível ouvir um som diferente. Curiosos como sempre, Cafunga e Alice cavaram na direção e saíram em um gramado. SANTO HAMSTER! Era o Mineirão... Era a Copa do Mundo... Era o Brasil! As pessoas agitavam camisas, bandeiras, usavam cha- péus diferentes, pintavam os rostos e sorriam a todo ins- tante. Uma banda tocava, aviões passavam deixando fuma- ças coloridas e máquinas disparavam luzes coloridas em todas as direções. Cafunga e Alice não sabiam para onde olhar, sentiam naquele momento que faziam parte daquela festa. Estar ali era para quem acreditava em seus sonhos. Quando o Brasil entrou em campo, agarraram os jogadores pelas meias e foram até a lateral. Enquanto os jogadores saudavam a torcida, Cafunga e Alice não soltaram sem antes darem um beijinho na ponta da chuteira do jogador que tantos gols marcava quando eles viam pela televisão. As câmeras da TV perceberam os irmãozinhos e os fil- maram, Cafunga estava vestido com uma camisa dizendo “Mãe, estou na televisão”, fazendo com que a imagem fosse vista em todo o mundo. Quem estava no gramado? Era Breno, dono de Cafunga e Alice, que trabalhava como repórter em jogos de futebol. Breno imediatamente reco- nheceu seus hamsters e foi rápido, correndo até os peque- ninos, que o receberam com um forte abraço. O jogo iria começar e Cafunga e Alice assistiam de cama- rote no bolso de Breno, que estava atrás do gol narrando com um brilho nos olhos o jogo da seleção brasileira. Logo no pri- meiro lance do jogo, a bola caiu nos pés do artilheiro, que marcou um golaço com a chuteira que havia recebido o beiji- nho da sorte. Cafunga e Alice pulavam e comemoravam. Breno ainda não entendia como os dois haviam parado ali. — Será que eles entraram na minha mochila e eu não vi? – Questionava. Ele nem podia imaginar as aventuras que Cafunga e Alice passaram para ver de perto a Copa do Mundo, o show do Brasil, o espetáculo que é a cidade de Belo Horizonte. Por acreditarem em seus sonhos e serem bons amigos, Cafunga e Alice conseguiram que aquela “aventura maluca” se tornasse realidade. dos Hamsters A Copa do Mundo

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PÁGINASPÁGINASabertas ENCARTE - SETEMBRO A DEZEMBRO DE 2011

DIEGO DOS SANTOS E FAEL LIMA

Cafunga e Alice são dois hamsters que vivem em Belo Horizonte. Dois irmãozinhos que adoram brincar em suas gaiolas, comer sementes e correr em suas rodinhas. Breno, dono dos irmãozinhos, é jornalista, adora assistir jogos de futebol e torcer pelo Brasil. Como a gaiola fica em frente à televisão, Cafunga e Alice também assistem todos os jogos. E vibram a cada gol.

Breno era repórter, por isso deixava a televisão sempre ligada, mesmo quando saía para trabalhar. Cafunga e Alice saboreavam uma sementinha de girassol, mas pararam para assistir uma festa que rolava pelas ruas, com pessoas sor-rindo e levando bandeiras de diversos países. Um repórter anunciava que a Copa do Mundo estaria em Belo Horizonte naquela tarde. As sementes escorregaram pelas patinhas dos dois, já de olhos arregalados e boquinhas abertas. O Bra-sil ia jogar na cidade!

O time de camisa tão bonita, verde e amarela, que eles sempre viam pela televisão, agora estaria ali, pertinho da gaiola. Cafunga e Alice decidiram que iriam ao jogo e volta-riam antes que Breno retornasse para casa. Abrir a gaiola foi fácil, pois sempre faziam sem ninguém perceber. Mas eles não imaginavam as aventuras que estavam por vir.

Já se passavam alguns minutos na porta de casa e nin-guém parava para dar informação aos irmãozinhos. Cafunga corria de um lado para o outro querendo saber onde ficaria esse famoso Mineirão, o estádio onde seria a abertura da Copa do Mundo. Mas os pés passavam com muita pressa e Alice tentou até mesmo puxar uma senhora pelo vestido, mas quase caiu em um bueiro. Então, um garotinho soltou a mão de sua mãe, pegou os dois e os colo-cou no bolso, entrando em um ônibus em seguida.

Ao entrarem no ônibus, pularam do bolso do garotinho e correram para a janela.

— Quantas casas – Pensava Alice.— Será que todas têm gaiolas? — Perguntava Cafunga.

Deslumbrados com o tamanho do mundo lá fora, o ônibus parou e um gramado verde estava à frente dos dois. Surpresos, disseram: “Como é lindo o Mineirão” — E logo foram interrompidos pelas risadas de um pombo que ouvia a conversa.

— Mineirão? Rá-rá-rá — Ria o pombo sem parar – Aqui é o Parque Municipal. As únicas bolinhas que vocês encontrarão por aqui são as pipocas que ganhamos das famílias que nos visitam. Aceitam uma pipoquinha?

Como pipoca não era a comida preferida de Cafunga e Alice, eles perguntaram a direção do Mineirão e saíram apressados, e com muita euforia com suas patinhas curti-nhas. Logo chegaram a uma praça. O pombo ainda os acom-panhava e dizia que aquela era a Praça Sete. Depois de mostrar a praça, o pombo voltou rapidamente para o parque. Cafunga e Alice subiram em uma espécie de parede no meio da praça e adoraram o visual. Era gente trabalhando, outros cantando e alguns até mesmo fingindo que eram estátuas. Nessa hora arrependeram-se por não estarem com a máquina que registra imagens, usada pelo seu dono.

Mas não havia muito tempo. O dia estava passando e a qualquer momento a Copa do Mundo teria início, sem que os dois estivessem no Mineirão. Quando iriam descer para procurarem outro ônibus, Alice escorregou em um pedaci-nho de papel e sem querer derrubou também seu irmãozi-nho Cafunga. Por sorte, os dois caíram em cima de um carro que passava logo abaixo. Agora era segurar firme e torcer para que aquele carro estivesse indo para o Mineirão.

Nem deu tempo para assustar-se. Quando se equilibra-ram no carro, Cafunga e Alice viram uma imensidão de água. Cafunga não se aguentava de alegria.

— Quanta água! Olha só Alice, nossas primas, as capiva-ras, correndo e pulando na água como fazemos em nossa banheirinha!

Alice suspirava.—– Será que essa é a festa da Copa do Mundo? É mara-

vilhoso!

Uma voz rouca interrompeu a conversa comentando sobre a lagoa que eles chamavam de Pampulha. Então, Cafunga percebeu que aquele era o carro da polícia. Segurou novamente no carro e uma parede gigante surgiu à frente.

— Finalmente chegamos ao nosso local de trabalho, que lindo está o Mineirão — Disse o policial.

Cafunga e Alice sentiram tamanha felicidade naquele momento, não pensaram duas vezes e pularam do carro. Só não esperavam que os policiais estivessem com os cães que fazem a segurança do estádio. Os pelinhos de Cafunga e Alice arrepiaram com tantos latidos.

— Corre Alice! — Disse Cafunga — Será que eles vão nos pegar? Retrucou Alice com

bastante medo. E eles correram o mais rápido que podiam. Cafunga chegou a enroscar-se em uma bandeira, mas ao ver que Alice pulou em um buraco, pulou atrás, com ban-deira e tudo.

Os coraçõezinhos dos dois pulavam como pipoca, mas o susto era tão grande, que só pensavam em cavar para sair

daquela situação. Não se ouvia mais o latido dos cachorros, mas eles não voltariam para aquele lugar, só pensavam em cavar para frente.

Estavam tristes, pois haviam chegado tão perto e não conseguiriam ver a festa da abertura da Copa do Mundo. De repente, o chão foi ficando mole e era possível ouvir um som diferente. Curiosos como sempre, Cafunga e Alice cavaram na direção e saíram em um gramado. SANTO HAMSTER! Era o Mineirão... Era a Copa do Mundo... Era o Brasil!

As pessoas agitavam camisas, bandeiras, usavam cha-péus diferentes, pintavam os rostos e sorriam a todo ins-tante. Uma banda tocava, aviões passavam deixando fuma-ças coloridas e máquinas disparavam luzes coloridas em todas as direções. Cafunga e Alice não sabiam para onde olhar, sentiam naquele momento que faziam parte daquela festa. Estar ali era para quem acreditava em seus sonhos. Quando o Brasil entrou em campo, agarraram os jogadores pelas meias e foram até a lateral. Enquanto os jogadores saudavam a torcida, Cafunga e Alice não soltaram sem antes darem um beijinho na ponta da chuteira do jogador que tantos gols marcava quando eles viam pela televisão.

As câmeras da TV perceberam os irmãozinhos e os fil-maram, Cafunga estava vestido com uma camisa dizendo “Mãe, estou na televisão”, fazendo com que a imagem fosse vista em todo o mundo. Quem estava no gramado? Era Breno, dono de Cafunga e Alice, que trabalhava como repórter em jogos de futebol. Breno imediatamente reco-nheceu seus hamsters e foi rápido, correndo até os peque-ninos, que o receberam com um forte abraço.

O jogo iria começar e Cafunga e Alice assistiam de cama-rote no bolso de Breno, que estava atrás do gol narrando com um brilho nos olhos o jogo da seleção brasileira. Logo no pri-meiro lance do jogo, a bola caiu nos pés do artilheiro, que marcou um golaço com a chuteira que havia recebido o beiji-nho da sorte. Cafunga e Alice pulavam e comemoravam. Breno ainda não entendia como os dois haviam parado ali.

— Será que eles entraram na minha mochila e eu não vi? – Questionava.

Ele nem podia imaginar as aventuras que Cafunga e Alice passaram para ver de perto a Copa do Mundo, o show do Brasil, o espetáculo que é a cidade de Belo Horizonte. Por acreditarem em seus sonhos e serem bons amigos, Cafunga e Alice conseguiram que aquela “aventura maluca” se tornasse realidade.

dos HamstersA Copa do Mundo

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