encare a crise e louve a deus - hernandes dias lopes

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Introdução O Salmo 137 mostra a reali- dade dramática e sofrida do cati- veiro babilônico. No ano 586 a.C., o grande Nabucodonosor, com seus exércitos, entrincheirou Jerusalém e cercou a cidade. Quando não havia mais resistência, ele invadiu Encare a crise.indd 7 02/04/2014 10:55:22

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Page 1: Encare a Crise e Louve a Deus - Hernandes Dias Lopes

Introdução

O Salmo 137 mostra a reali-

dade dramática e sofrida do cati-

veiro babilônico. No ano 586 a.C.,

o grande Nabucodonosor, com seus

exércitos, entrincheirou Jerusalém

e cercou a cidade. Quando não

havia mais resistência, ele invadiu

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a cidade, derrubou seus muros

e destruiu o templo. Passou ao

fio da espada os moços, violen-

tou as moças, levou cativo o res-

tante do povo. Dizem as Escrituras

que, enquanto isso tudo acontecia,

Edom, incrustado no alto das mon-

tanhas, bradava a plenos pulmões:

“Arrasai-a, arrasai-a, arrasai-a”,

aplaudindo aquela sanha assassina,

sanguinária, de Nabucodonosor

contra Jerusalém. Como se não

bastasse, Edom entrou na cidade

arruinada pelos opressores para

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Introdução

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pegar os despojos, e seus habitan-

tes espreitavam nas encruzilhadas;

quando algum judeu tentava fugir

do cerco, os edomitas acabavam

matando aquele que buscava livrar-

-se do cativeiro babilônico.

O povo de Judá foi então

levado cativo para a Babilônia.

Mas a Bíblia conta que houve um

motivo para essa tragédia. Haviam

se levantado reis maus, ímpios,

idólatras e feiticeiros que fizeram

errar o povo de Deus, homens

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como Manassés e Acaz. E Deus

mandou os seus profetas, como

Isaías, Miqueias, Jeremias, mas

o povo não quis ouvi-los. Homens

foram subornados para profetizar o

que todos queriam ouvir, e o sacer-

dócio foi comprado para que falasse

o que todos desejavam escutar.

Finalmente, Deus usou a vara da

disciplina e dispôs a Babilônia como

instrumento de sua ira.

Em uma terra estranha, sem

família, sem bens, sem o antigo

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conforto, todo o prazer de viver

foi perdido. É nesse contexto que

os babilônios pedem aos israelitas

para tanger suas harpas e entoar

um cântico de Sião. Mas o povo de

Deus não sabe mais alegrar-se com

música. A Bíblia conta que o povo

de Deus dependura suas harpas

nos salgueiros e questiona: “Como

nós podemos entoar um cântico em

terra estranha?” Transpondo esa

fala para nosso contexto, podemos

dizer que, assim como era fácil can-

tar em Sião, é fácil cantar dentro

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da igreja, em um culto de louvor,

quando todos estão muito bem

trajados, com espírito preparado e

renovado para entoar com alegria

as músicas de exaltação a Deus.

É fácil ser uma bênção na igreja e

entusiasmar-se com o convívio com

os irmãos. Mas nossa espirituali-

dade não pode se circunscrever ao

templo, nem limitar-se ao contexto

do sagrado. Será que poderemos

tanger as nossas harpas e exaltar o

nosso Deus em toda circunstância,

mesmo nas horas difíceis? Diante

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da dificuldade, vamos calar a nossa

boca e nos deixar levar por amar-

gura e ressentimento? Só quando a

graça de Deus age em nós é que

podemos ainda tocar nossos instru-

mentos e proclamar um hino de lou-

vor ao Deus vivo na hora do cerco:

quando chegam a dor, a enfermi-

dade, a crise financeira, o problema

familiar, o choro, a angústia, a

injustiça, a opressão.

É impossível ler sobre a vida

de Jó sem ficar profundamente

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impressionado. Ele perde os bens,

a saúde, os filhos, o apoio da

esposa, os amigos. Mas, em meio a

essa tragédia indescritível, arranca

do profundo da alma uma verdade

tremenda: Deus inspira canções de

louvor nas noites escuras. Sua pos-

tura contrasta com a do povo levado

para o cativeiro, que dependurou

suas harpas e desistiu de cantar por

causa da crise que se instalou em

sua história. E veja que, apesar de

toda a tragédia, aqueles israelitas

ainda tinham motivo para cantar

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em Sião. Diz-nos o versículo 1: Às

margens dos rios de Babilônia nós

nos assentávamos. Eles não esta-

vam no deserto, debaixo do chicote

ou atrás das grades, sem água e

sem pão. Estavam à beira de um

rio, o grande rio Eufrates, lugar fér-

til, cheio de verdor e fartura. Não

estavam sufocando debaixo de um

sol causticante, mas à sombra de

belas e frondosas árvores, como

nos informa o versículo 2: Nos

sal gueiros que lá haviam. Mesmo

assim, não cantavam.

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Continua o versículo 1: Às

margens dos rios de Babilônia nós

nos assentávamos e chorávamos,

lembrando-nos de Sião. Longe de

Jerusalém, os israelitas lamentam,

pois não estão mais no seu lar.

Todos os seus vínculos importantes

foram rompidos, tudo o que ama-

vam foi violentado. Perderam as

raízes, os bens, as casas, os filhos,

o templo, a cidade, a cidadania. E

foram levados cativos, oprimidos,

debaixo de serviço pesado, cerco

permanente, muro por todos os

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lados. Desprovidos de riso, estão

desinstalados de tudo o que tanto

amavam. E nós? Como enfrenta-

mos as crises que chegam até nós?

Quando somos desinstalados do

nosso ambiente e as coisas fogem

ao controle, será que ainda temos

alegria de louvar ao Senhor? Será

que nos assentamos em uma ati-

tude de passividade, sem reação,

acomodados e infelizes? Talvez

estejamos só olhando para den-

tro de nós mesmos, contemplando

nosso desânimo, nosso fracasso,

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nossa impotência. Precisamos olhar

para cima!

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