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EMPRESA PARANAENSE DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL EMATER-PR PROJETO MUNDO DO CAMPO (CPRA) Adaguimar –Eng. Agrônomo, Emater- Colombo Décio Vidal Monteiro – Técnico Agropecuário, Emater- Parque Filipe Braga Farhat – Eng. Agrônomo, SEAB- Curitiba Julio Carlos B. Veiga Silva – Eng. Agrônomo, Emater – Parque Paulo Luciano – Técnico Agropecuário, Emater – CAC Curitiba, dezembro de 2004.

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EMPRESA PARANAENSE DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL EMATER-PR

PROJETO MUNDO DO CAMPO (CPRA)

Adaguimar –Eng. Agrônomo, Emater- Colombo Décio Vidal Monteiro – Técnico Agropecuário, Emater- Parque

Filipe Braga Farhat – Eng. Agrônomo, SEAB- Curitiba Julio Carlos B. Veiga Silva – Eng. Agrônomo, Emater – Parque

Paulo Luciano – Técnico Agropecuário, Emater – CAC

Curitiba, dezembro de 2004.

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SUMÁRIO

1. Introdução 2 2. Croqui da área 3 3. Atividades propostas 4 3.1 Olericultura 4 3.2 Fruticultura 4 3.3 Plantas Medicinais, Condimentares e Aromáticas 5 3.4 Grandes Culturas/ Grãos 5 3.5 Plantas Ornamentais 6 3.6 Gado de Leite 6 3.7 Avicultura 6 3.8 Caprinocultura e Ovinocultura 7 3.9 Apicultura 7 3.10 Transformação da Produção 7 3.11 Utilização de Recursos Renováveis 7 3.12 Unidades Etno-Culturais 8 3.13 Capacitação e Difusão de Tecnologias 11 3.14 Auto-Suficiência 12 3.15 Gestão 12 3.16 Integração e Desenvolvimento Funcional 13 4. Considerações Finais 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 14 ANEXO 1 16 ANEXO 2 20

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1. Introdução

O presente projeto está localizado no antigo Parque de Exposições Agropecuárias, Parque Castelo Branco, atualmente denominado Parque Newton Freire Maia, no município de Pinhais. O projeto “Mundo do Campo”, sob responsabilidade da EMATER-PR, insere-se em um projeto mais amplo do governo do estado, conhecido como Centro Paranaense de Referência em Agroecologia, o qual está detalhado no anexo 1.

É importante esclarecermos que este projeto, do Mundo do Campo, fazia parte de um projeto do governo estadual anterior, que criou no local o Parque da Ciência, com um enfoque mais direcionado à visitação do público urbano, em especial alunos do ensino formal. A idealização deste interessante projeto foi coordenada entre outros pelo colega Ednei Bueno e demais técnicos da EMATER-PR, juntamente com arquitetos e equipe do governo. Após a mudança governamental no início do ano de 2003, houve um período de reavaliação do projeto por uma equipe formada por membros de diversos órgãos e secretarias do governo, onde definiu-se por uma ampliação da área do projeto, não ficando somente na área pertencente à EMATER-PR, e com o envolvimento de diversas entidades.

Com a mudança de objetivo do parque, primeiramente mais voltado para a divulgação e ensino da Ciência de uma forma mais geral, passou-se para a questão ambiental como o principal aglutinador das ações e as questões pertinentes ao meio agrícola, e o seu público em especial, como linha de trabalho.

A Agroecologia, entendida como ciência que incorpora uma série de princípios, conceitos e metodologias que nos permitem desenhar e avaliar agroecossistemas; sendo que os agroecossistemas são considerados como unidades fundamentais para o estudo e planejamento das intervenções humanas em prol do desenvolvimento rural sustentável, tornou-se a “bandeira” e o nome do Centro de Referência, do qual faz parte o projeto “Mundo do Campo”.

A EMATER-PR, já vinha realizando diversas atividades na “fazendinha”, que eram demonstradas durante as exposições agropecuárias, com uma maior preocupação em relação à preservação ambiental e também com sistemas orgânicos de produção já estabelecidos no local. Em função disso, não há uma preocupação maior com o período de transição ou conversão da área do Mundo do Campo, pois já passaram-se cinco anos que não são utilizados agroquímicos. É importante relatar aqui a recuperação da biodiversidade no local, que é facilmente observada em especial pela quantidade de lebres, pássaros, como canários, etc, que são altamente sensíveis aos agrotóxicos e em função disto considerados bio-indicadores de poluição ambiental.

Dentro desta perspectiva, apesar da abrangência de atividades e ações planejadas, que estão sendo realizadas e em fase de implantação, a EMATER-PR tem um histórico de pioneirismo na orientação e extensão à produção orgânica no estado, e especialmente nos últimos 10 anos vem capacitando seu corpo técnico quanto ao processo de transição agroecológica a partir da adoção dos princípios da Agroecologia como base científica para orientar esta transição a estilos de agricultura e desenvolvimento rural sustentáveis. Por este motivo, nos parece importante reforçar que as atividades e os “sub-projetos” desenvolvidos no Mundo do Campo, trazem consigo o enfoque Agroecológico, ou seja as ferramentas teóricas e metodológicas que nos auxiliam a considerar, de forma

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holística e sistêmica, as seis dimensões da sustentabilidade, que são: a Ecológica, a Econômica, a Social, a Cultural, a Política e a Ética (Caporal e Costabeber, 2002).

2. Croqui da Área

Mundo do Campo

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3. Atividades Propostas Muitas das atividades que iremos detalhar a seguir já faziam parte do projeto do Parque da Ciência, porém como já relatamos anteriormente, foi ampliada a perspectiva de trabalho. As atividades não devem ser confundidas simplesmente com um conjunto de práticas agrícolas ambientalmente amigáveis. Ainda que ofereça princípios para estabelecimento de estilos de agricultura de base ecológica, não se pode confundir Agroecologia com “agricultura sem veneno” ou ‘agricultura orgânica”, até porque estas nem sempre enfrentam os problemas presentes em todas as dimensões da sustentabilidade. Descreveremos as atividades em ordem de importância regional e em fase mais adiantada de execução, sendo que a denominação de cada projeto faz parte do projeto maior que é o do CPRA (Centro Paranaense de Referência em Agroecologia), não sem esquecer que o projeto Mundo do Campo ainda está em construção e portanto ainda sem um formato final, apesar de que a dinâmica dentro de um agroecossistema e a visão ecológica não nos permite afirmar que um projeto será finalizado um dia, devido às constantes transformações que ocorrem em um meio natural. 3.1 Olericultura Desdobra-se em duas atividades: Cultivo em Ambiente Protegido: Com o objetivo de demonstrar as vantagens do cultivo em ambiente protegido, tais como, a proteção contra chuva excessiva, proteção contra o frio, uso eficiente de água de irrigação, redução no ciclo das culturas, maior produtividade, produção em períodos mais críticos e a possibilidade de disponibilizar seu produto por um período maior ao longo do ano aumentando sua renda. Terá também o objetivo de observação do comportamento das diversas culturas em relação às localizadas em céu aberto, quando das aplicações das diversas caldas fertilizantes e dos fitoprotetores. Ver figs. 3, 4 e 5.

Difusão de Tecnologia de Produção de Olerícolas: O objetivo aqui é de reproduzir os mecanismos naturais de preservação da fertilidade e do equilíbrio das populações, com cobertura vegetal permanente, reciclagem da energia e dos nutrientes, diversidade (policultivos), rotação de culturas, promover relações mutualísticas, seleção natural (variedades rústicas), etc. Baseado neste manejo, gerenciar a produção e demonstrar a viabilidade econômica da área, transpondo os resultados para a realidade de algum agricultor familiar que a EMATER acompanha nos diversos municípios do estado. Ver figs. 1 e 2. 3.2 Fruticultura

Técnicas de Implantação e Manejo para Pomar Caseiro: Serão demonstradas aqui as práticas necessárias para se produzir um pomar caseiro orgânico, tais como, a correta escolha do local e da cultivar, a diversificação de culturas aumentando a estabilidade biológica, o manejo do solo com adubações verdes e cobertura morta, o manejo correto

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das plantas (podas, raleio, etc) e a importância do pomar orgânico nas pequenas propriedades familiares na complementação alimentar. Ver fig. 6 Produção de Uvas Viníferas: Projeto recém implantado, uma unidade de observação de videiras Cabernet Sauvignon, para a produção de uvas finas para vinho, procurando determinar a possibilidade de produção e fabricação de vinho de melhor qualidade, como uma alternativa à produção de vinhos coloniais, que já é atividade consolidada na região. 3.3 Plantas Medicinais, Condimentares e Aromáticas

Difusão de Tecnologia de Produção de Plantas Medicinais: Nesta unidade serão contempladas as espécies de interesse para o uso medicinal e também o potencial para a indústria farmacológica. Já está implantada uma coleção de aproximadamente 160 espécies e estão sendo realizados cursos visando a capacitação dos interessados não só na identificação e manejo correto das espécies existentes na coleção local, como também no uso adequado do secador de plantas medicinais, que permite a difusão tecnológica para a conservação correta destes produtos. Ver figs. 7 e 8. 3.4 Grandes Culturas / Grãos Difusão de Tecnologia de Produção de Culturas de Subsistência e de Exportação: As espécies que serão cultivadas na área serão as de maior importância econômica e alimentar do meio rural paranaense, sendo consideradas em geral as grandes culturas agrícolas do Brasil, considerando-se um princípio fundamental da agroecologia que é a utilização de plantas ou espécies adaptadas ao local. Já estão implantados no local experimentos de variedades crioulas, variedades do Iapar e da Embrapa, para determinação de várias características interessantes na produção agroecológica, como resistência a insetos-praga, doenças, estresses climáticos, produção de biomassa, produtividade,etc. As espécies escolhidas de plantio na primavera/verão serão as seguintes: O arroz e o feijão, prato principal na mesa da maioria dos brasileiros, fazendo parte de nossa cultura e da agricultura tradicional, importante para a segurança alimentar. O milho e a soja, culturas de maior área plantada e conseqüentemente maior importância econômica para o estado. O girassol, que além de sua importância econômica atrai também pela sua beleza, será uma cultura estrategicamente fundamental. A cana-de-açúcar e a mandioca, que também tem importância industrial e por não serem adaptadas a região ocuparão uma pequena área demonstrativa de respectivamente O amendoim, o trigo mourisco e o sorgo, por serem de menor importância econômica, mas interessantes na diversificação das propriedades e alimentos importantes em outras regiões do Brasil e do Mundo, ocuparão também uma pequena área. As espécies escolhidas de outono/inverno, que entrarão na sucessão das culturas anuais anteriores serão as seguintes: A cultura do trigo, alimento fundamental e também pela sua grande importância como cultura de inverno, Ver fig. 9

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As culturas de aveia preta, aveia branca, centeio, cevada, triticale, tremoço amarelo e azul, espécies importantes também como adubação verde e algumas fixadoras de nitrogênio, entrarão no plano de rotação. 3.5 Plantas Ornamentais

Unidade Demonstrativa de Plantas Ornamentais: Esta unidade tem por objetivo demonstrar a importância das flores na composição paisagística de uma propriedade orgânica, não só enquanto embelezadora, ou mesmo como atividade econômica, mas também como atrativa de populações de insetos que se alimentam de néctar e pólen na forma adulta, porém são entomófagos em sua fase jovem. Poderemos comprovar a importância da diversificação dos cultivos no incremento da biodiversidade e no desenho de um agroecossistema mais estável, repassando para os agricultores orgânicos, técnicos da EMATER, envolvidos neste trabalho e demais interessados. Ver fig.10. 3.6 Gado de Leite

Tecnologia de Ordenha para Pequena Propriedade: O objetivo principal aqui será a demonstração de uma ordenha executada de forma higiênica, da mesma maneira que os técnicos da EMATER envolvidos na atividade já vem orientando os agricultores, com estrutura adequada à pequena propriedade, ou seja, com sala de ordenha, ordenhadeira mecânica, etc, compatíveis a um pequeno rebanho e a recursos escassos; porém, conjuntamente serão abordados os princípios de um manejo animal necessário à produção de leite orgânico. Considerando-se algumas linhas mestras para a produção orgânica de leite, utilizaremos raças adequadas ao local, como a Jersey, centraremos a alimentação em forragem verde e em esquema de pastoreio rotativo Voisin, áreas sombreadas com o uso de Sistemas Silvipastoris (SSPs), uso de homeopáticos e fitoterápicos, e complementação com concentrados a partir de grãos orgânicos produzidos no CPRA 3.7 Avicultura Unidade Demonstrativa de Avicultura Caseira: Ao construirmos sistemas ecológicos de avicultura é fundamental que tenhamos um material genético com rusticidade e adaptabilidade ao meio, bem como, espaço físico adequado à característica alimentar das aves, que são onívoras, ou seja, comem de tudo – insetos, cereais, pastos variados, etc. Com essa característica, a unidade proporcionará demonstrativamente um sistema de criação que permita às aves ter liberdade de também buscar o seu alimento e o agricultor ao visitar a unidade possa apreender e fazer as devidas adaptações à sua realidade. Serão utilizadas duas raças com preferencialmente dupla aptidão, ovos e carne, com o objetivo principal de fornecer alimento variado nas propriedades, visando auto-consumo em primeiro lugar. Consideramos alternativa interessante, principalmente para os produtores de hortaliças da região metropolitana de Curitiba, que não tem nenhuma integração com animais nas propriedades, ficando totalmente dependentes da aquisição de esterco de terceiros e muitas vezes de qualidade duvidosa. Para pequenas

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áreas não compromete com perda de espaço, como argumentam muitos agricultores, podendo ser fonte alimentar, de renda e de esterco. 3.8 Caprinocultura e Ovinocultura Unidade Demonstrativa de Caprinocultura e Ovinocultura: Os visitantes poderão contemplar a tecnologia de construção do aprisco, a área de pastagem consorciada, o manejo orgânico do rebanho e a característica de rusticidade e adaptação da raça ao local. Os demais procedimentos seguirão um manejo orgânico, como o uso de homeopatia e fitoterápicos, entre outros. 3.9 Apicultura Unidade Demonstrativa de Apicultura: Os agricultores e o público visitante poderá observar como é a vida das abelhas sociais da família dos Apidae, mais especificamente as Apis e os Meliponíneos, sua morfologia, biologia e os produtos que advêm de sua interação com o meio ambiente. 3.10 Transformação da Produção Unidade de Transformação Artesanal da Produção: A unidade de transformação permitirá demonstrar as diversas possibilidades de aproveitamento dos produtos gerados no centro, bem como, as adaptações que podem ser realizadas nas propriedades, gerando assim renda extra ao agricultor familiar e evitando as perdas e desperdícios que freqüentemente ocorrem. Ver fig. 11. 3.11 Utilização de Recursos Renováveis Sistema de Captação de Água de Chuva : A água, como substância, está presente em 70% da superfície do planeta Terra, contudo, somente 0,007% dessa água é aproveitada pela humanidade para fins de consumo.

A boa gestão dos recursos hídricos se faz ainda mais necessária ao considerar-se que a “hidrosfera aproveitável” apesar de ser suficiente para o abastecimento de água de toda a população do Planeta, é irregularmente distribuída. A escassez de água atinge hoje mais de 460 milhões de pessoas. Se não for alterado o estilo de vida da sociedade, um quarto da população sofrerá este problema na próxima década.

Muitos países, especialmente em regiões áridas do Planeta, já alteraram seus modos de vida em relação ao uso da água, incorporando técnicas que buscam otimizar seus escassos recursos hídricos.

Otimizar o uso de volumes finitos de água, por meio de sistemas de captação, com intuito de aumentar as provisões, visa amenizar o que se tornou uma das maiores preocupações da humanidade: a demanda crescente de água.

No semi-árido brasileiro, que se estende por 900.000Km², devido ao crescimento populacional e à degradação do meio ambiente, as pessoas têm que aprender a viver com apenas uma fonte confiável de água de superfície existente somente para uma pequena área às margens do rio São Francisco e as águas subterrâneas são escassas e salobras.

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Em oposição à Região Nordeste, no Brasil Meridional as chuvas são abundantes no decorrer de todo ano, Curitiba, por exemplo, não apresenta um período propriamente seco, mas chuvas bem distribuídas ao longo do ano, embora com maior concentração no verão: nos meses de janeiro e fevereiro há mais chuva, porém em dezembro chove por mais tempo.

Contudo, a idéia de abundância serviu durante muito tempo como suporte à cultura do desperdício da água disponível, a não realização dos investimentos necessários para seu uso e proteção mais eficientes.

Em não havendo o problema da seca, as águas de chuva são desperdiçadas, porém, paradoxalmente a água tratada é indevidamente usada para fins diversos, quando a mesma deveria ser preservada para consumo.

Desta forma, ao considerar-se a tendência de não otimização dos recursos hídricos, no que tange ao não aproveitamento de águas pluviais, sobretudo em regiões de chuvas regulares e abundantes, o Centro Paranaense de Referência em Agroecologia, num combate ao desperdício, pretende instalar um sistema de captação, armazenamento e aproveitamento de água de chuva, como forma alternativa da utilização de recursos hídricos.

Tal sistema, sob forma de unidade demonstrativa, terá o intuito de mostrar a seus visitantes que tal prática constitui um método sustentável da utilização da água, seja em escolas onde poderá ser trabalhado transversalmente em atividades pedagógicas de Educação Ambiental, em demais instituições e ainda nas propriedades agrícolas a exemplo do semi-árido brasileiro.

Sistema de Aquecimento Solar de Baixo Custo: Implantação de um modelo de aquecimento solar de água, desenvolvido pela Sociedade do Sol, que utiliza materiais de baixo custo, como forro e tubulações de PVC, caixa de água comum isolada com manta térmica, etc. Procuraremos demonstrar não só ao público rural, as vantagens de substituir o aquecimento de água a gás ou elétrico, tanto em termos econômicos, quanto ecológicos.

Produção e Utilização de Biodiesel: Implantação de uma unidade de produção de biodiesel, com grãos produzidos no CPRA, e utilização experimental em tratores que operam na área do Mundo do Campo, visando demonstrar a viabilidade da substituição do óleo diesel e a busca da auto-suficiência energética das propriedades.

3.12 Unidades Etno-Culturais Mundo Índio: Recuperação e reativação do local, com implantação de atividades agrícolas desenvolvidas pelos índios, como policultivos, ervas, etc. Para isto será convidada a participar novamente do projeto a tribo guarani localizada em Piraquara, realizando um dos objetivos do CPRA, que é o envolvimento das diversas comunidades do entorno da barragem do Irai.

Roça Mandala (Unidade Permacultural):A palavra mandala em sânscrito, antiga língua clássica da Índia, significa círculo. No tantrismo, religião sincrética, derivada do

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hinduísmo, do budismo e de cultos populares, e que se cristalizou por volta do século XV, caracterizada pela magia e ocultismo, associado a complexo simbolismo, à iconolatria e a prática ioga, a mandala é um diagrama composto de círculos e quadrados concêntricos, imagem do mundo e instrumento que serve à meditação.

Presente na natureza e no inconsciente do ser humano desde os primórdios da civilização, a mandala representa um processo de reordenação do caos, revelando seu poder integrador independentemente da atuação consciente do indivíduo que a utiliza.

A relação homem/cosmos sofreu através dos tempos, uma transformação que deixa claro o estágio que ele atualmente atravessa. Para o homem moderno, tão perdido numa profusão de condicionamentos e pressões, a mandala serviria como um instrumento na busca do reencontro consigo mesmo e na sua harmonização com o Eu superior.

Assim é que pela arte, arquitetura, dança ou meditação, a ação mandálica se faz sentir como agente sintonizador do homem com o universo, promovendo sua integração e equilíbrio.

Na década de 70 um grupo de agricultores e ecologistas na Austrália, utilizando-se de conhecimentos da arquitetura deu origem à Permacultura: sistemas agro-silvi-pastoris, visando a consorciação de culturas perenes e anuais. Seus princípios, incluídos no conceito de Manejo Sustentável, diferenciam-se de outras linhas por dar grande importância à distribuição e arranjos dos fatores de produção nas propriedades.

A Permacultura, explicada por Bill Mollison, co-autor do conceito, “é um sistema de desenho para a criação de ambientes humanos auto-sustentáveis.” A palavra é fruto da junção de agricultura permanente e cultura permanente, pois as culturas não podem sobreviver longamente sem uma base agrícola e sem ética no uso da terra.

É possível viver de forma mais natural e ecologicamente saudável e melhorar nossa qualidade de vida. Planejando cuidadosamente a forma como usamos nossos recursos – alimentos, energia, abrigo e outras necessidades materiais e não materiais – podemos obter muito mais da vida, com muito menos esforço, beneficiando o ambiente e a nós mesmos, com resultados imediatos e para as gerações futuras. Esta é a essência da Permacultura – o desenho de uma forma ecológica de vida, com base na cooperação com a Natureza e no cuidado com o planeta e com os seres que nele habitam.

A agrofloresta permacultural difere na aparência da horta linear convencional de verduras e árvores frutíferas, pois imita a floresta natural, diferença notada a primeira vista pelos observadores.

No Centro Paranaense de Referência em Agroecologia está sendo implantada em uma de suas unidades demonstrativas dos conceitos da permacultura, uma Roça Mandala de 20 metros de diâmetro que poderá ser desenvolvida tanto em escolas como em propriedades agrícolas, com tamanhos variados.

Em leiras de formato circular e caminhos tipo buraco de fechadura, uma mistura de plantas crescem juntas, utilizando os espaços horizontais e verticais para sua vantagem. As árvores maiores são colocadas no lado voltado para o sul, para evitar o sombreamento das outras plantas. As árvores sustentarão trepadeiras e darão abrigo para as plantas menores e para a flora de cobertura do solo. Plantas pioneiras fixam nitrogênio no solo e protegem outras espécies.

Trata-se de um sistema para criação de uma fonte permanente de alimentos, as plantas perenes formam a base do plantio. Plantas anuais auto-semeáveis e outras plantas fornecem rendimentos adicionais. Árvores frutíferas, legumes, plantas

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aromáticas, condimentares e flores são plantadas entre árvores nativas, que são incluídas no sistema para atrair animais silvestres.

O solo é mantido coberto. Hortas com mulche cobertas com várias camadas de matéria orgânica, permitem as plantas crescer sem comprometer o subsolo. Esses métodos contribuem para a saúde do solo por adição de matéria orgânica e favorecimento a presença de microorganismos.

A mandala possui abundância de orlas para fácil acesso e transforma-se num excelente local para visitação. O centro da mandala é o local mais importante e chamativo, desta forma optou-se pela instalação ali de uma espiral de ervas.

A espiral de plantas medicinais é uma grande benfeitoria a ser feita na agrofloresta. A forma da espiral cria vários habitats que oferecem ótimas áreas para uma grande variedade de ervas a serem plantadas.

As plantas selecionadas para a parte central da mandala, ou seja, para a espiral de ervas, podem atender até 80% da demanda de saúde de uma família, contudo, para seu correto uso, deve se recorrer a orientação de um médico ou terapeuta naturalista.

Enfim, a Roça Mandala contém os principais alimentos de uma família: arroz, feijão, milho, mandioca e uma série de verduras e legumes, além de frutíferas e plantas medicinais, aromáticas e condimentares.

Segundo dados do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento do Paraná, 86% das propriedades paranaenses possuem menos de 50ha. Ao se considerar que muitas destas propriedades estão baseadas em monoculturas, algumas desprovidas até mesmo de hortas e pomares para consumo interno, a unidade demonstrativa denominada Roça Mandala é uma área riquíssima de policultivo. O objetivo é mostrar a seus visitantes que é possível elaborar um belo jardim onde as formas, além da beleza possuem suas funcionalidades específicas. Numa mandala trabalham-se os conceitos em que as plantas têm preferências e escolhem as companheiras com as quais se dão bem, o que lhes permite ajudarem-se em defesa contra os insetos e doenças e aproveitarem melhor os nutrientes contidos no solo.

Os plantios circulares, diferentes dos desenvolvidos pela agricultura convencional, permitem às plantas se ajudarem mutuamente, trabalha-se os conceitos de cortinas quebra ventos, de plantas repelentes a insetos, de plantas melíferas e uma série de segredos que a natureza nos ensina e que também colaboram com a recuperação da biodiversidade e o controle ecológico de insetos pragas assim como de doenças e plantas invasoras. Todas as culturas e todos os homens participam da natureza. Com toda a nossa técnica e progresso, continuamos envolvidos pela natureza e dela dependemos. A natureza, no entanto está repleta de mandalas, de modo que não podemos deixar de ver que elas são universais, no sentido lato da palavra – a Unidade em suas mais diversas manifestações.

O índio também copia da natureza todas as suas concepções de educação e formação. O índio vive conscientemente com os ritmos da natureza fazendo analogias com sua vida. O dia e a noite são para ele a imagem da vida e da morte. Na alvorada ele vivencia o nascimento e, no crepúsculo, a morte. Alvorada e crepúsculo são para ele igualmente belos e queridos. Assim como a noite proporciona acesso a outras experiências, depois da morte ocorre algo semelhante. Cada dia, dessa forma, reflete a sua vida, e cada ano, com o ritmo das suas estações, é uma imagem da vida para o índio. A energia do sol, durante as quatro estações, reflete para ele exatamente a energia nas quatro fases da vida. Assim, ele se encontra no centro de uma mandala constituída

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de muitos círculos concêntricos menores e maiores, mas todos análogos e expressão de um único centro. Ver fig. 12. Labirinto: Um dos atrativos do Centro Paranaense de Referência em Agroecologia é o labirinto de girassóis que está em fase de formação. Seu desenho em forma de mandala foi inspirado no labirinto formado de ciprestes podados existente na praça central de Nova Petrópolis, R.S. Com um raio de 14,8 metros o labirinto agroecológico é composto de nove leiras circulares de girassol plantados em duas fileiras com espaçamento de 20 centímetros entre plantas e separadas por caminhos gramados de 1,5 metros de largura. A cada 60 centímetros nas paredes de girassol será plantado feijão vagem que subirá pelas plantas de girassol tornado a área ao mesmo tempo lúdica e produtiva. Labirintos constituem uma das mais misteriosas invenções do intelecto e da sensibilidade humanas. Ruínas de antigos labirintos são encontradas, ainda hoje, por arqueólogos, mostrando que eles foram usados em todo o mundo, dos egípcios aos gregos, dos índios americanos aos primeiros povos escandinavos. O que levou todos esses povos a construir tais labirintos? O que representa essa estranha forma de arquitetura? Todos os labirintos apresentam dois pontos em comum: primeiro a existência de um centro; segundo a exist6encia de um caminho ou via tortuosa, geralmente cheios de obstáculos, e que deve ser percorrido ou vencido para que se possa chegar ao centro. A simbologia do labirinto parece ser, dessa forma, bastante clara: o centro representaria um estado de consciência superior, o ambicionado “estado de Ser”, objetivo a ser atingido para todas as escolas chamadas esotéricas ou iniciáticas. O caminho tortuoso representa a própria caminhada do indivíduo em direção a si mesmo, por meio da auto superação e do autoconhecimento. Pretende-se aliar a caminhada pelo labirinto ao estabelecimento de alguma prática de educação ambiental, talvez com placas indicativas no seu interior, talvez despertando a curiosidade sobre o que encontrar em seu centro, razão de toda caminhada. Aproveitar as voltas do labirinto pode nos ajudar a aceitar mudanças em nossas vidas e encontrar novas maneiras de passar de uma fase para outra. As voltas no labirinto mostram que, embora a mudança em nossa vida possa parecer um retrocesso ou perda de oportunidade, na verdade ainda estamos caminhando em direção a meta central. Da mesma forma, as vezes se pode-se pensar, equivocadamente, que já se está chegando ao objetivo principal, quando ainda falta muito para tal e quando já se está cansado e desolado, com receio de não atingi-lo mais, eis que surge um caminho que nos leva direto ao centro. Desse modo, o labirinto pode ser muito confortador, lembrando-nos de que a vida é cheia de mudanças e que não devemos temer, mas acolher de bom grado. 3.13 Capacitação e Difusão de Tecnologias Esta atividade já vem sendo realizada no Centro de Treinamento da EMATER-PR, que conta com uma infra-estrutura muito boa para a realização de cursos, reuniões e treinamentos. No ano de 2004, foram realizados no local mais de 30 eventos, entre

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cursos, dias de campo, palestras, etc; com aproximadamente 1500 pessoas envolvidas, entre técnicos, agricultores, chacareiros, público urbano e autoridades. Cabe ressaltar aqui, que várias práticas que estão sendo desenvolvidas nas diversas atividades ou projetos, são comuns a algumas atividades e são divulgadas na medida em que são comprovadas na prática diária. As práticas que estamos utilizando são as seguintes: compostagem, uso de cobertura morta, consorciação de culturas (biodiversidade), plantas companheiras, plantas atrativas, rotação de culturas, adubação verde, faixas protetoras (quebra-vento), uso de caldas biofertilizantes, uso de defensivos naturais, resgate de variedades rústicas (produção de sementes e material vegetativo), manejo seletivo do mato e uso de adubação mineral com rochas de baixa solubilidade. Será divulgada uma agenda de eventos que serão realizados anualmente, com data, conteúdo, palestrantes, público alvo, etc. 3.14 Auto-Suficiência O objetivo principal deste item é demonstrar ao agricultor familiar, a importância de buscar-se a auto-suficiência dentro da propriedade, principalmente alimentar e energética (item 3.11) e através do excedente ou de uma cultura de maior importância econômica ou de exportação melhorar a sua renda. Nossa preocupação vem do fato que grande parte das propriedades familiares em que trabalhamos no interior do estado, apesar de pequenas, estavam ou estão produzindo em toda a área alguma cultura de exportação, como por exemplo a soja e comprando no mercado urbano toda a sua alimentação, deixando grande parte da sua renda. O segundo objetivo aqui é produzir a maioria dos produtos que são consumidos no restaurante do centro de treinamento, comprovando a possibilidade de sermos auto-suficientes e proporcionando uma alimentação de qualidade, coerente com a proposta de todo o CPRA. 3.15 Gestão Esta atividade considerada pela grande maioria das pessoas como a principal, pois envolve o lado econômico e conseqüentemente a viabilidade das atividades sob este prisma, sem dúvida nenhuma normalmente não é considerada na maioria das propriedades agrícolas. Apesar de não a considerarmos a principal, mas um dos componentes importantes dentro de uma unidade produtiva, ou melhor, dentro de um agroecossistema, pois através das anotações e do controle de custos, envolvendo operações, insumos utilizados, etc, teremos possibilidade de analisar não só a viabilidade econômica das atividades, mas também aperfeiçoar o planejamento e a organização das atividades durante o ano. Certamente os resultados das anotações servirão também como parâmetros referenciais para outras regiões, considerando-se as devidas diferenças de realidades locais. Nesta atividade será realizada uma gestão participativa, ou seja, nas reuniões semanais do corpo técnico e operacional, serão discutidas em conjunto as programações das atividades semanais e mensais e as dificuldades encontradas serão abordadas para definição das melhores alternativas de solução.

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3.16 Integração e Desenvolvimento Funcional Além das reuniões de trabalho semanais, todos os colegas interessados irão se reunir semanalmente, para realizarmos uma maior integração do “time”, conhecermos melhor um ao outro em diferentes situações e com o objetivo de aumentar a empatia. Os temas abordados em cada reunião serão direcionados (porém não obrigatoriamente) para melhoria da qualidade de vida. Cada membro da equipe local (parque) trará sugestões dos temas, que serão escolhidos para cada reunião. Esperamos com esta atividade melhorar a produtividade no trabalho, aumentar o companheirismo e sermos solidários aos problemas de cada um. Ver figs. 13 e 14. 4. Considerações Finais “Todo conceito que o homem não modifica com sua evolução torna-se um preconceito, e os preconceitos acorrentam as almas à rocha da inércia mental e espiritual.” [González Pecotche] O projeto “Mundo do Campo”, em vista das diversas atividades que estão sendo propostas, da complexidade do desenho e arranjo dos diversos fatores de forma positiva e harmônica, torna-se um grande desafio para a EMATER-PR e a equipe envolvida. Apesar deste projeto ser uma parte de um projeto muito mais amplo e rico de possibilidades, que é o do Centro Paranaense de Referência em Agroecologia, não diminui a nossa responsabilidade e a nossa expectativa em contribuir com o desenvolvimento da Agroecologia, ou seja, de uma nova agricultura, capaz de fazer bem aos homens e ao meio ambiente como um todo, promovendo a construção de processos de desenvolvimento rural sustentável, orientados prioritariamente pela questão socioambiental.

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Referências Bibliograficas ALTIERI, M. Agroecologia: As Bases Científicas da Agricultura Alternativa. Rio de

Janeiro: AS-PTA, 1989. _____ Agroecologia: a dinâmica produtiva da agricultura sustentável. Porto Alegre:

Ed. Universidade/UFRGS, 2000. APPAN, A. Trends in water demands and the role of rainwater catchment for the 21 century in Sri Lanka. Petrolina: Embrapa semi-árido/Singapura/IRCSA, 1999. 1 CD-ROM COSTABEBER, J. A. Transição agroecológica e ação social coletiva. (Artigo publicado

na revista Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável). Porto Alegre, v. 1, n. 4, out/dez 2000.

DAHLKE, R. Mandalas Pensamento, São Paulo 2003 DANNI-OLIVEIRA, I. M. Aspectos climáticos de Curitiba – PR: uma contribuição para o ensino médio. In RA`E GA, v.3, n.3, 1999 FARHAT, F. B. Aproveitamento de água de chuva como forma alternativa de utilização dos recursos hídricos – uma proposta de educação ambiental – escola municipal cristóvão colombo, município de Colombo, PR. Curitiba, UFPR, 2004 FISHER, G. R. Menos veneno no prato. Paralelo 27, Florianópolis,1993 GALANTE, M. A. Planeta Mandala, Três, São Paulo GLIESSMAN, S. Agroecologia: processos ecológicos em agricultura sustentável. Porto

Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 2000. GNADLINGER, J. Apresentação técnica de diferentes tipos de cisternas, construídas em comunidades rurais do semi-árido brasileiro. In: CONFER6ENCIA INTERNACIONAL SOBRE SISTEMAS DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA, Petrolina: Embrapa semi-árido/Singapura/IRCSA, 1999. 1 CD-ROM HIRATA, R. Recursos hídricos. In TEIXEIRA et al (Org.). Decifrando a Terra. São Paulo, Oficina de Textos, 2001 KHATOUNIAN, C. A. A reconstrução ecológica da agricultura. Botucatu: Agroecoló- gica, 2001. MOLLISON, B. Introdução à permacultura. Brasília: MA/SDR/PNFC, 1998. MORGENSZTERN, V. Administração antroposófica: uma ampliação da arte de administrar. São Paulo: Editora Gente, 1999

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NUTTALL, C. Agroflorestas para crianças. Lauro Freitas, Bahia, 1999. PENZA, W.R. Jardines y Huertos Orgánicos. El Mercurio, Santiago de Chile, 2001. REIJNTJES, C. Agricultura para o futuro: uma introdução à agricultura sustentável e de baixo uso de insumos externos. Rio de Janeiro: AS-PTA; Leusden, Holanda ILEIA, 1999. SANDS, H.R. Labirinto.Madras, São Paulo 2001 SHAEFER, C. Desenvolvimento de Iniciativas Sociais: da visão inspiradora à ação

transformadora. São Paulo: Antroposófica: Christophorus, 2000. SILVA, J. C. B. V. Agricultura orgânica. Emater PR, Curitiba, 2000 MONTEIRO, A. de F. Clima. In: Geografia do Brasil – Grande Região Sul. Rio de Janeiro: CNG/IBGE, 1963 SETTI, A. A. et al. Introdução ao gerenciamento de recursos hídricos. 3. Ed. Brasília: Agência Nacional de Energia Elétrica, 2001

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ANEXO 1: RESUMO TÉCNICO

CENTRO PARANAENSE DE REFERÉNCIA EM AGROECOLOGIA

CPRA

Ocupando cerca de 1500 ha do entorno da Área de Proteção Ambiental da Represa

do Irai, o "Centro Paranaense de Referência em Agroecologia" origina-se na integração da

Estação Experimental do Canguiri do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), da

Fazenda Experimental da Universidade Federal do Paraná (UFPR), do Mundo do Campo

da Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER), das fazendas

do Hospital Psiquiátrico Adauto Botelho da Secretaria de Estado da Saúde (SESA), da

Colônia Penal Agrícola e Complexo Médico Penal da Secretaria de Estado da Justiça e

Cidadania (SEJU), do Parque das Nascentes (SANEPAR 1 SUDERHSA) e do Parque Prof.

Newton Freire Maia da Secretaria de Estado da Educação (SEED).

Idealizado pelo Governo do Estado o Centro tem como metas prioritárias (a) gerar

conhecimentos científicos e tecnológicos voltados á agropecuária orgânica, atendendo

prioritariamente á agricultura familiar, (b) transferir esses conhecimentos a produtores e

técnicos, (c) aprimorar a formação de profissionais em ciências agrárias, dando-lhes a visão

de uma agricultura assentada em novos paradigmas, (d) propiciar aos reclusos da colônia

penal atividades que os tornem mão de obra especializada e (d) auxiliar, através de terapias

ocupacionais, o tratamento dos pacientes do hospital psiquiátrico.

As atividades do Centro estão embasadas em projetos e subprojetos de pesquisa,

ensino, extensão e inclusão social, elaborados e conduzidos por equipes multidisciplinares e

que contemplam várias áreas do conhecimento agronômico: Produção Animal, Fruticultura,

Olericultura, Sócio-Economia, Monitoramento Ambiental, Sistemas Agro-florestais,

Ovinocultura, entre outros. E, além de fazer os projetos o centro também terá áreas de

produção para atender demandas internas e externas de insumos e produtos agrícolas.

Um Comitê Gestor composto por um técnico de cada uma das instituições

signatárias: SEAB, EMATER-PR, IAPAR, UFPR, SANEPAR, SEED, SESA e SEJU

define a logística das ações a serem desenvolvidas nas áreas de produção, experimentação e

gerência a execução das mesmas.

Desta forma, o Centro Paranaense de Referência em Agroecologia é pioneiro na

integração plena de atividades de pesquisa, ensino, extensão e terapia ocupacional voltadas

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a uma agricultura sustentável e ambientalmente consistente, exigência crescente de toda a

sociedade.

Relaciona-se a seguir os projetos que iniciarão as atividades do CPRA:

1. Projeto de Conservação e Recuperação Ambiental - EMBRAPA

1.1. Revegetação das Margens da Represa do lrai e de seus Tributários - Fase 1 :

45 ha;

1.2. Parque das Árvores;

1.3. Sistemas Agroflorestais

2. Gado de Leite

2.1. Fitoterapia e Homeopatia no Controle de Doenças e Parasitas;

2.2. Pequena Propriedade de Leite Diversificada;

2.3. Tecnologia de Ordenha para Pequena Propriedade;

2.4. Centro de Tecnologia de Leite.

3. Avicultura

3.1. Criação de Espécies Rústicas e Exóticas;

3.2. Unidade Demonstrativa de Avicultura Caseira;

4. Ovinocultura

4.1. Sistemas de Produção de Ovinos para Carne;

4.2. Unidade Demonstrativa de Ovinocultura;

5. Apicultura

5.1. Unidade Demonstrativa de Apicultura;

6. Plantas Medicinais

6.1. Desenvolvimento de Inseticidas e Fungicidas Botânicos;

6.2. Ensino e Pesquisa em Plantas Medicinais;

6.3. Difusão de Tecnologia de Produção de Plantas Medicinais.

7. Fruticultura

7.1. Melhoramento Genético de Fruteiras de Clima Temperado;

7.2. Ensino, Pesquisa e Extensão em Fruticultura Orgânica;

7.3. Técnicas de lmplantação e Manejo para Pomar Caseiro;

7.4. Unidade de Processamento de Polpa de Frutas.

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8. Olericultura

8.1. Manejo de Pragas e Doenças das Oleráceas;

8.2. Seleção de Clones de Batata para Cultivo Orgânico;

8.3. Cultivo em Ambiente Protegido;

8.4. Difusão de Tecnologia de Produção de Olerícolas;

8.5. Transformação Artesanal da Produção.

9. Plantas Ornamentais

9.1. Produção de Plantas Ornamentais;

9.2. Unidade Demonstrativa de Plantas Ornamentais

10. Sócio-Economia

10.1 Economicidade dos Sistemas de Produção Orgânica.

11. Monitoramento Ambiental

11.1 Emissão de C02 e Fluxos de energias em Sistemas Orgânicos.

12. Solos

12.1. Manejo Orgânico do Solo - Propriedades Físicas e Químicas e Atividade

Biológica;

12.2. Produção de Bio-fertilizantes e Compostos Orgânicos.

13. Parque das Nascentes

13.1. Atividades de Educação Ambiental para a população do entorno e público

visitante.

13.2. Capacitações, formações e treinamentos com a população do entorno e

demais visitantes.

14. Ensino, Difusão e Pesquisa

14.1. Curso para Consumidores Orgânicos: informação e Organização;

14.2. Formação de Professores em Agricultura Orgânica para Educação Ambiental;

14.3. Curso de Extensa o em Plantas Medicinais;

14.4. Curso de Extensão em Fruticultura Orgânica;

14.5. Curso de Extensão em Educação Ambiental para Gestores

Educacionais;

14.6. Curso de Extensão em Educação Ambiental para Gestores Municipais;

14.7. Projeto Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão: Curso técnico em

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Agroecologia Pós - Médio.

15. Paisagismo.

Membros do Comitê Gestor (Sistema SEAGRI)

Airton Diegues Brisolla - IAPAR

Filipe Braga Farhat - SEAB

Julio Carlos B. Veiga Silva - EMATER-PR

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ANEXO 2: Figuras

Fig. 1

Fig. 2

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Fig. 3

Fig. 4

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Fig. 5

Fig. 6

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Fig. 7

Fig. 8

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Fig. 9

Fig. 10

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Fig. 11

Fig. 12

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Fig. 13

Fig. 14