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286 - A - ABANDONO DE EMPREGO 01. Configura-se o abandono de emprego se o Reclamante confessa ter solicitado sua liberação mediante "acordo" antes de ausentar-se do trabalho, inexistindo qualquer indício de que tenha sido dispensado. (TRT-RO-12149/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 14.10.94) JUSTA CAUSA - ABANDONO DE EMPREGO - A simples convocação de empregado, para retorno ao trabalho, por edital, tendo este endereço certo e conhecido, não se presta à prova de abandono de emprego, mesmo quando desastendida, mormente quando a publicação se dá antes mesmo do empregado se afastar do serviço. (TRT-RO-11582/94 - 4ª T. - Rel. Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 05.11.94) 02. DISPENSA - ÔNUS DA PROVA - Alegado fato impeditivo do direito do autor, quando afirmou que o reclamante não mais se interessou em continuar na reclamada, equivale à sustentação de" abandono de emprego". E como tal, ônus da prova é do empregador e não do empregado. (TRT-RO-648/95 - 4ª T. - Rel. Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 01.04.95) ÔNUS DA PROVA - A invocação de abandono de emprego deverá ser comprovada pelo empregador, por se tratar de fato extintintivo do direito do empregado (artigo 818/CLT e 333, II, do CPC). Não se desicumbindo do encargo probatório, presume-se injusta a dispensa, porquanto o empregado tem a seu favor a presunção gerada pelo princípio da continuidade da relação empregatícia. (TRT-RO-11310/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Roberto Marcos Calvo - Publ. MG. 15.10.94) PROVA - Ao alegar que ocorreu abandono de emprego, compete ao empregador fazer disso prova robusta, convincente e insofismável. (TRT-RO-2806/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Ubiracy Martins soares - Publ. MG. 27.05.95) ABONO 01. Concedido aos empregados o aumento de salário como forma de abono, integra-se este ao patrimônio do obreiro e passa a fazer parte de sua subsistência, aplicando-se-lhe as mesmas atualizações que venham a incidir sobre o salário. (TRT-RO-12777/93 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 29.10.94) AÇÃO 01. CARÊNCIA DE AÇÃO - IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO - INEXISTÊNCIA. Ainda que faleçam ao obreiro os direitos que pleiteia, não há como negar-se-lhe o direito de ação, assegurado pela Constituição Federal, no seu art. 5º, inciso XXXV. (TRT-RO-12229/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 21.10.94) 02. DESISTÊNCIA. OPORTUNIDADE. Só se admite a desistência da ação, sem a anuência do réu, antes do oferecimento da defesa. Inteligência do art. 267, parágrafo 4º., do CPC, aplicável subsidiariamente, por força do art. 769 consolidado. (TRT-RO-2077/95 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 01.04.95) 03. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO. A sumária extinção dos pedidos sem julgamento do mérito, depois de contestada a reclamação e regularmente instruído o processo, colide com o entendimento jusrisprudencial consubstanciado no Enunciado 263/TST. (TRT-RO-10312/94 - 5ª T. Rel. Juiz Tarcísio Alberto Giboski - Publ. MG. 12.11.94) 04. CONDIÇÃO DA AÇÃO - INTERESSE PROCESSUAL - O interesse processual em que se funda a ação e como condição desta não pode ser confundido com conveniência da parte ou mero interesse de índole subjetiva, mas de natureza objetiva, respaldado na regra de que o interesse está circunscrito à essência e a finalidade do processo. (TRT-RO-9665/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 16.09.94) 05. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. ALEGAÇÃO DE FALTA DE IMPLEMENTO DE CONDIÇÃO A QUE SE VINCULA A OBRIGAÇÃO TRABALHISTA. Ocorre a impossibilidade jurídica do pedido, no ensinamento sempre preciso de CÂNDIDO DINAMARCO, apenas "quando em norma geral e abstrata o direito material repele a priori a tutela pretendida (ou seja, quando ele a nega em tese, sem consideração às peculiaridades do caso concreto)".Ou, em outras palavras, "quando o Estado, sem levar em conta as

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286

- A -

ABANDONO DE EMPREGO

01. Configura-se o abandono de emprego se o Reclamante confessa ter solicitado sua liberação mediante "acordo" antes de ausentar-se do trabalho, inexistindo qualquer indício de que tenha sido dispensado.

(TRT-RO-12149/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 14.10.94)

JUSTA CAUSA - ABANDONO DE EMPREGO - A simples convocação de empregado, para retorno ao trabalho, por edital, tendo este endereço certo e conhecido, não se presta à prova de abandono de emprego, mesmo quando desastendida, mormente quando a publicação se dá antes mesmo do empregado se afastar do serviço.

(TRT-RO-11582/94 - 4ª T. - Rel. Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 05.11.94)

02. DISPENSA - ÔNUS DA PROVA - Alegado fato impeditivo do direito do autor, quando afirmou que o reclamante não mais se interessou em continuar na reclamada, equivale à sustentação de" abandono de emprego". E como tal, ônus da prova é do empregador e não do empregado.

(TRT-RO-648/95 - 4ª T. - Rel. Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 01.04.95)

ÔNUS DA PROVA - A invocação de abandono de emprego deverá ser comprovada pelo empregador, por se tratar de fato extintintivo do direito do empregado (artigo 818/CLT e 333, II, do CPC). Não se desicumbindo do encargo probatório, presume-se injusta a dispensa, porquanto o empregado tem a seu favor a presunção gerada pelo princípio da continuidade da relação empregatícia.

(TRT-RO-11310/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Roberto Marcos Calvo - Publ. MG. 15.10.94)

PROVA - Ao alegar que ocorreu abandono de emprego, compete ao empregador fazer disso prova robusta, convincente e insofismável.

(TRT-RO-2806/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Ubiracy Martins soares - Publ. MG. 27.05.95)

ABONO

01. Concedido aos empregados o aumento de salário como forma de abono, integra-se este ao patrimônio do obreiro e passa a fazer parte de sua subsistência, aplicando-se-lhe as mesmas atualizações que venham a incidir sobre o salário.

(TRT-RO-12777/93 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 29.10.94)

AÇÃO

01. CARÊNCIA DE AÇÃO - IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO - INEXISTÊNCIA. Ainda que faleçam ao obreiro os direitos que pleiteia, não há como negar-se-lhe o direito de ação, assegurado pela Constituição Federal, no seu art. 5º, inciso XXXV.

(TRT-RO-12229/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 21.10.94)

02. DESISTÊNCIA. OPORTUNIDADE. Só se admite a desistência da ação, sem a anuência do réu, antes do oferecimento da defesa. Inteligência do art. 267, parágrafo 4º., do CPC, aplicável subsidiariamente, por força do art. 769 consolidado.

(TRT-RO-2077/95 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 01.04.95)

03. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO. A sumária extinção dos pedidos sem julgamento do mérito, depois de contestada a reclamação e regularmente instruído o processo, colide com o entendimento jusrisprudencial consubstanciado no Enunciado 263/TST.

(TRT-RO-10312/94 - 5ª T. Rel. Juiz Tarcísio Alberto Giboski - Publ. MG. 12.11.94)

04. CONDIÇÃO DA AÇÃO - INTERESSE PROCESSUAL - O interesse processual em que se funda a ação e como condição desta não pode ser confundido com conveniência da parte ou mero interesse de índole subjetiva, mas de natureza objetiva, respaldado na regra de que o interesse está circunscrito à essência e a finalidade do processo.

(TRT-RO-9665/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 16.09.94)

05. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. ALEGAÇÃO DE FALTA DE IMPLEMENTO DE CONDIÇÃO A QUE SE VINCULA A OBRIGAÇÃO TRABALHISTA. Ocorre a impossibilidade jurídica do pedido, no ensinamento sempre preciso de CÂNDIDO DINAMARCO, apenas "quando em norma geral e abstrata o direito material repele a priori a tutela pretendida (ou seja, quando ele a nega em tese, sem consideração às peculiaridades do caso concreto)".Ou, em outras palavras, "quando o Estado, sem levar em conta as

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287características peculiares da situação jurídica concreta, nega aprioristicamente o poder de ação ao particular. Inexistindo razão preponderante ou expressa vedação legal, a ação é admissível" (In Execução Civil, 3ª ed., 1993, p. 384 e 386). Em conseqüência, a alegação defensiva de que a obrigação trabalhista pleiteada subordinava-se a condição suspensiva ainda não verificada é matéria claramente de mérito, por dizer respeito aos fatos controvertidos do dissídio e à própria existência ou não do direito material vindicado em juízo, não afetando o direito abstrato de ação trabalhista, regularmente exercido pelo autor.

(TRT-RO-1302/95-2ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. mg. 31.03.95)

PEDIDO - FIXAÇÃO DO OBJETO DA LIDE - O pedido fixa o objeto da lide e com a defesa, estabelece-se o contraditório dentro do qual deverá ser decidida a controvérsia. Se a parte pede apenas o adicional (E. 56/TST), ainda que evidenciado na instrução que a empresa pagava também horas trabalhadas além da jornada legal como extras, a decisão recorrida não pode extravasar o limite do contraditório deferindo parcela diversa a reivindicada, qual seja, hora extra.

(TRT-RO-16794/94 - 4ª T. Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 25.02.95)

PEDIDO - POSSIBILIDADE JURÍDICA - Constitui a possibilidade jurídica do pedido, condição da ação. Cujo exame cabe ao juiz, desde logo, e leva ao deferimento ou indeferimento da inicial. Visando celeridade e economia. O Estado não aceita o processo a que falte viabilidade. Evitando desgaste e desperdício com acionamento inútil da máquina burocrática. O juiz tem o poder de impedir a instauração de processo impróprio e cujo resultado possa ser conhecido de antemão. Ou seja, de que, ao final, o provimento pretendido não será juridicamente possível. Em suma, para que um pedido possa ser formulado, é necessário que esteja expressamente admitido ou não seja proibido pelo direito vigente. Em contrário, será juridicamente impossível. A possibilidade jurídica deve ser avaliada, então, apenas diante da existência ou não de previsão no direito positivo para que se instaure aquela lide. Sem adentrar-lhe o mérito. Um pedido pode ser manifestamente improcedente, mas possível. Caso em que deve ser processado e decidido, pois a condição da ação está presente, embora seu sucesso seja duvidoso. No caso concreto, não se mostra juridicamente impossível, pedido formulado em ação rescisória que ataque decisão que deferiu aumento salarial referente ao IPC de 3/90, com alegação de violação literal de lei. Porque tal permissivo consta do direito positivo em vigor. Se a tese rescindenda era ou não controvertida ao tempo de sua adoção já revela o mérito da lide e não condição da ação. Agravo regimental a que é dado provimento, para propiciar o processamento da ação.

(TRT-ARG-67/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 24.02.95)

Cautelar

01. PROTEÇÃO DA EFICÁCIA DE UM PROCESSO - A empresa que confessa estar dispensando grande número de empregados, tendo muitos com quem ainda acertar e que, apesar disso, sistematicamente não se faz presente na fase probatória das múltiplas reclamatórias contra ela em curso, cria fundado receio de grave lesão a direitos trabalhistas e grave probabilidade de tornar ineficazes os processos em tramitação. Cautelar deferida que se mantém.

(TRT-RO-12382/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 05.11.94)

02. INOMINADA. REINTEGRAÇÃO DE EMPREGADO. Reintegração de empregado no emprego não é matéria a ser discutida em processo cautelar, pois o que se busca é o próprio direito substancial, e não a tutela do processo principal.

(TRT-RO-404/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 19.04.94)

De consignação em Pagamento

01. RECONVENÇÃO. A ação de consignação em pagamento constitui procedimento estrito em que não se pode discutir controvérsia versando causa da extinção do contrato de trabalho e/ou questões ligadas à execução do contrato de trabalho (horas extras, adicional de insalubridade, etc.), que em nada se ligam às parcelas cujo recebimento se alega obstado por ato do empregado. Tais pretensões devem ser deduzidas no processo ordinário pertinente. Juridicamente inviável a sua discussão por meio de reconvenção.

(TRT-RO-11020/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 14.10.94)

02. A propositura de Ação de Consignação em Pagamento, por si só, não autoriza o arquivamento do processo, quando evidenciado nos autos a incorreção dos valores rescisórios, em face do não-pagamento de horas extras trabalhadas pelo obreiro, durante o pacto laboral.

(TRT-RO-00972/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 25.03.95)

03. JUSTA CAUSA. Dispensado o reclamante por justa causa em conseqüência de faltas injustificadas ao trabalho e não comparecendo para receber as parcelas da rescisão, cabível a ação de consignação em pagamento para desonerar a reclamada do ônus do pagamento.

(TRT-RO-3977/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Antônio Augusto M. Marcellini - Publ. MG. 10.09.94)

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28804. CONTESTAÇÃO - Ao contestar a ação de consignação em pagamento, o empregado justificará sua recusa

limitando-se às alegações previstas no art. 896 e seus incisos, do CPC, descabendo discutir-se o motivo da rescisão alegado na inicial, o que poderá ser feito, posteriormente, mediante ação autônoma, uma vez que a quitação decorrente da consignatória só vale em relação aos valores discriminados e especificamente pagos, a teor do disposto no parágrafo 2º do art. 477/CLT.

(TRT-RO-12543/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Celso Honório Ferreira - Publ. MG. 28.10.94)

05. JUSTA RECUSA NO RECEBIMENTO DAS PARCELAS RESCISÓRIAS - DISPENSA IMOTIVADA - Não reconhecida a falta grave para o despedimento do empregado e, portanto, justa sua recusa em receber as parcelas decorrentes da rescisão contratual por justa causa, deve ser confirmada a v. decisão de 1º grau que julgou improcedente a ação de consignação em pagamento aforada pelo empregador. Todavia, reconhecendo as partes o rompimento do contrato, não se há falar em rescisão indireta, mas em dispensa imotivada.

(TRT-RO-6123/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Luiz Phillippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 10.09.94)

06. NATUREZA DA RESCISÃO. Ainda que se esteja discutindo em autos apensados a natureza da rescisão - se por justa causa ou não - se a empresa consigna as verbas rescisórias, segundo o tipo de dispensa que defende ter ocorrido, após recusa dos AA. de recebê-las, não cabe declarar a improcedência da consignação e condenar na multa do art. 477 - parágrafo 8º - CLT, quando os Autores, nela, em audiência, aceitaram a oferta, com ressalva de discutirem ainda a justa causa. Se receberam o valor, não houve recusa justa porque a quitação trabalhista admite ressalvas como foi feito. A simples aceitação produz a quitação e traz a procedência.

(TRT-RO-05247/93 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 23.07.94)

De cumprimento

01. DISSÍDIO COLETIVO - DECISÃO NA AÇÃO DE CUMPRIMENTO - Ofende a coisa julgada no dissídio coletivo o aresto, proferido na ação de cumprimento, que, depois de trânsita a decisão normativa, decide alguma matéria contrariamente ao que nesta foi resolvido.

(TRT-AR-104/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Itamar José Coelho - Publ. MG. 23. 09.94)

Direta de Inconstitucionalidade

01. AGRAVO DE PETIÇÃO - ACÓRDÃO PROFERIDO EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. Acórdão, do Excelso STF, que decide Ação direta de Inconstitucionalidade, tem natureza declaratória. Assim, declarado o vício, não pode o dispositivo legal inquinado de inconstitucional surtir qualquer efeito desde a sua publicação. Agravo de Petição a que se nega provimento.

(TRT-AP-381894 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 08/04/95)

02. Somente a decisão definitiva de mérito proferida em Ação Declaratória de Constitucionalidade (CF. art. 102., parágrafo 2º, com redação dada pela E.C. 03/93), é que vincula o Poder Judiciário, não assim as decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal em sede de Ação Direta de Inconstitucionalidade ou em Recurso Extraordinário.

(TRT-ED-35976/94 - (RO-12313/92) - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 22.11.94)

De Nulidade

01. CONVENÇÃO COLETIVA - As cláusulas objeto de Convenção Coletiva, fruto da livre vontade das categorias, legitimamente originárias da Assembléia Geral devidamente convocada, não podem sofrer interferência do Judiciário. Ação de Nulidade julgada improcedente.

(TRT-AN-00011/94 - Seção Especializada - Red. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 05.05.95).

Rescisória

01. ARTIGO 485, V, CPC - Evidenciado ter a decisão rescindenda resolvido a lide com estrita obediência aos comandos legais regedores da espécie, os quais, em momento algum, ofenderam qualquer direito da parte irresignada, não há falar em violação literal de disposição de lei, disso resultando a improcedência da Rescisória.

(TRT-AR-0174/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Renato Moreira Figueiredo - Publ. MG. 20-01-/95)

A citação não perfectibilizada na forma prevista em lei, autoriza a rescisão da sentença de mérito, com fulcro no disposto no art. 485, V, do CPC.

(TRT-AR-00268/93 - Seção Especializada - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 20/01/95)

COISA JULGADA - Demonstrada de forma inequívoca que o Colegiado voltou a decidir sobre questão que já produzira a eficácia formal e material da coisa julgada, rescindível é o acórdão porque configurada a hipótese

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289descrita na inciso IV, do art. 485, do CPC.

(TRT-AR-00236/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Renato Moreira Figueiredo - Publ. MG. 25/11/94)

COLUSÃO - A colusão, para ensejar a procedência do pedido, deve ser entre as partes, para fraudar a lei, e jamais entre o reclamante e advogado. O causídico não atuou como parte, mas mandatário, no cumprimento do mandato. A colusão consiste em ato de autoria dos litigantes, situados nos dois pólos da relação jurídica processual.

(TRT-AR-76/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Dárcio Guimarães de Andrade - Publ. MG. 09/09/94)

COLUSÃO - Provada satisfatoriamente a prática da colusão para fraudar a lei, dá-se por procedente a Ação Rescisória e ordena-se a repetição dos atos por ela alcançados.

(TRT-AR-00075/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Nereu Nunes Pereira - Publ. MG. 23/09/94)

DECISÃO CONTRA LITERAL DISPOSIÇÃO LEGAL - Arrimado em eméritos doutrinadores, a meu sentir e no escopo de acertar, decidir contra literal disposição de lei é, na verdade, prolatar decisão contrária à lei em tese é jamais contra o modo de sua aplicação. Matéria controvertida nos Tribunais, na esteira do Enunciado 83/TST, Súmulas 343/STF e 134/TFR, não dá chances de sucesso à Rescisória. Nunca é assaz ressaltar que a RES JUDICATA merece total respeito. In casu, o Enunciado 322/TST foi editado após a decisão-rescindenda.

(TRT-AR-518/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Dárcio Guimarães de Andrade - Publ. MG. 09/06/95)

DECISÃO RESCINDENDA - INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL - Quando o Tribunal Superior do Trabalho conhece e aprecia recurso ordinário interposto em dissídio coletivo, manifestando-se sobre a matéria que é objeto de discussão na ação rescisória, a decisão rescindenda há de ser aquela proferida pelo Tribunal Superior e não a do Regional. Se a autora aponta como rescindenda a decisão regional, há inépcia da petição inicial, que conduz à extinção do processo sem julgamento do mérito.

(TRT-AR-00057/94 - Seção Especializada - Red. Juiz Márcio Flávio Salem Vidigal - Publ. MG. 10/02/95)

ENUNCIADO - O Enunciado de Súmula da Jurisprudência do Egrégio Tribunal Superior do Trabalho não configura norma assimilável à "lei", de que trata o inciso V do artigo 485 do CPC.

(TRT-AR-250/93 - Seção Especializada - Red. Juiz Nilo Álvaro Soares - Publ. MG. 23/09/94)

ERRO DE FATO - O erro de fato consiste, não em um erro de interpretação, mas em um erro de percepção de um fato que já estava presente nos autos quando da prolação da sentença. Se o fato inquinado não fazia parte dos autos, não há nexo de causalidade entre ele e a decisão proferida, não havendo que se falar em rescisão de sentença por erro de fato.

(TRT-AR-297/94 - Seção Especializada - Red. Juiz Renato Moreira Figueiredo - Publ. MG. 02/06/95)

Em face do princípio "iura novit cura", é irrelevante se o autor deixou de declinar a norma legal que entendeu violada pelo acórdão rescindendo.

(TRT-AR-107/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Nilo Álvaro Soares - Publ. MG. 23-09-94)

INADMISSIBILIDADE - Não é admissível a ação rescisória, fundada em ofensa à literal disposição de lei "quando a decisão rescindenda estiver baseada em texto legal de interpretação controvertida nos Tribunais" (Súmula nº 343 do STF e En. nº 83 do TST), ainda que posteriormente se torne vitoriosa a interpretação favorável às pretensões do autor.

(TRT-ARG-00039/94 - (AR-00213/94) - Seção Especializada - Red. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 30-09-94)

IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO - Dá-se a impossibilidade jurídica do pedido, quando na ação rescisória pretende-se rescindir sentença que foi substituída por acórdão do Tribunal, por força dos recursos interpostos pelas partes. Na espécie, a eventual ação rescisória há de dirigir-se contra o julgamento de grau superior, que substituiu o outro (art. 512 do CPC).

(TRT-AR-00039/94 - Seção Especializada - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 16—09-94)

INDEFERIMENTO DA INICIAL - Correta a decisão que indefere a inicial de ação rescisória que objetiva desconstituir, não o acórdão rescindendo, mas, sim, fase do processo de conhecimento a ele anterior.

(TRT-ARG-32/94 - (AR-180/94) - Seção Especializada - Rel. Juiz Orestes Campos Gonçalves - Publ. MG. 23-09-94)

INDEFERIMENTO LIMINAR - TEXTO LEGAL DE INTERPRETAÇÃO CONTROVERTIDA - O não cabimento de rescisória por violação de lei cuja interpretação é controvertida (Enunciado n. 83/TST), é matéria intrinsecamente relacionada a julgamento do conteúdo do pedido imediato, e não pressuposto processual. Matéria de fundo a ser julgada pela Seção reunida, e não por juízo monocrático. Agravo provido.

(TRT-ARG-86/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Orestes Campos Gonçalves - Publ. MG. 24-02-95)

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IPC DE MARÇO/90 - TEXTO LEGAL DE INTERPRETAÇÃO CONTROVERTIDA - "Se ao tempo em que foi prolatada a decisão rescindenda, era controvertida a interpretação do texto legal por ela aplicado, não se configura a violação literal a dispositivo de lei, para justificar sua rescisão - artigo 485, V - ainda que a jurisprudência do STF venha, posteriormente, a fixar-se em sentido contrário. É essa, aliás, a orientação seguida na Súmula 343" (Min. Moreira Alves).

(TRT-ARG-00042/94 - (AR-00225/94) - Seção Especializada - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 30-09-94)

MÉRITO - Intolerável, a todas as luzes, em razão do texto taxativo do artigo 485, do CPC, rescisória contra decisão-rescindenda que não enfrentou o MERITUM CAUSAE. A expressão de mérito, constante do citado artigo, é referente à RES JUDICIUM DEDUCTA, isto é, ao mérito da causa, não ao de algum recurso. Ela foi criada para desfazer a coisa julgada material, tornando-se mister, conforme curial sabença, que o pronunciamento judicial tenha ingressado no exame do mérito. A redação do decantado texto legal chega a ser ENFÁTICA.

PARECER - O belo e fundamentado parecer da erudita Procuradora do Trabalho enriquece o acórdão com irrespondível argumentação.

(TRT-AR-065/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Dárcio Guimarães de Andrade - Publ. MG. 26-08-94)

Os motivos de rescindibilidade previstos nos itens I a IX, do art. 485, do C. Pr. Civil, são taxativos e se os fatos narrados na inicial não são suficientes para se enquadrarem nos casos ali previstos, torna-se incabível a Ação Rescisória.

AGRAVO REGIMENTAL desprovido. (TRT-ARG-00078/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Aroldo Plínio Gonçalves - Publ. MG. 17-02-95)

Não cabe Ação Rescisória com o escopo de rescindir sentença que condenou o autor a pagar o IPC/MARÇO/90, por se tratar de matéria altamente controvertida nos Tribunais, com atração do Enunciado 83/TST. Ademais, ainda que a matéria, 4 anos depois, venha a ser pacificada, incabível a Rescisória, diante da fundamentação inserta na Súmula 134 do vetusto TFR. A ação não tem a menor possibilidade jurídica de vingar.

(TRT-AR-91/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Dárcio Guimarães de Andrade - Publ. MG. 05-08-94)

Não cabe ação rescisória contra matéria já iterativamente superada por pacífica jurisprudência dos Tribunais pátrios. Com efeito, ainda que a matéria, no futuro, seja de outro modo interpretada, a teor da súmula 134/TFR, incabível é a rescisória.

(TRT-ARG-56/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Dárcio Guimarães de Andrade - Publ. MG. 24-02-95)

OFENSA À COISA JULGADA - ART. 485, INCISO IV DO CPC. Descabe ação rescisória fundada em ofensa à coisa julgada formada em Sentença Normativa, resultante de Dissídio Coletivo, para desconstituir decisão proferida em Dissídio Individual, dada a natureza diversa de uma e outra ação.

(TRT-AR-286/93 - Seção Especializada - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 02-07-94)

PEDIDO DE RESCISÃO DA DECISÃO DE 1º GRAU - INÉPCIA DO PEDIDO - IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA - Passível de sofrer o "iudicium rescindens" ou "Iudicium rescisscrium" é o acórdão proferido em grau de recurso ordinário e não a decisão de 1º grau.

(TRT-AR-226/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 02-12-94)

PETIÇÃO INICIAL - PROCESSAMENTO - Deve ser processada a ação rescisória cuja petição inicial contenha fundamentação e requisitos necessários ao seu conhecimento.

(TRT-ARG-33/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Israel Kuperman - Publ. MG. 21-10-94)

PRESSUPOSTO - JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE - ENUNCIADO 83/TST - O Enunciado 83/TST ao dizer do "não cabimento" da Rescisória, trata de pressuposto específico. E, o Relator pode e deve, no exercício do Juízo de admissibilidade indeferir, desde logo a ação, quando sustentada em violação de texto legal de interpretação controvertida nos Tribunais.

(TRT-ARG-00057/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Nereu Nunes Pereira - Publ. MG. 25-11-94)

SENTENÇA DE LIQUIDAÇÃO - VIOLAÇÃO A LITERAL DISPOSIÇÃO DE LEI - Defeituosa a citação para o processo de execução contra a Fazenda Pública, a sentença de liquidação é rescindível, por violação a literal disposição de lei, qual o art. 730 do Código de Processo Civil.

(TRT-AR-0172/93 - Seção Especializada - Rel. Juiz Israel Kuperman - Publ. MG. 27-05-94)

Só poderá ser objeto de Ação Rescisória a decisão que, por último transitou em julgado. Advém tal concepção da Teoria da Substituição da decisão formalmente sufragada pelo artigo 512/CPC. Processo extinto, sem exame do mérito.

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291 (TRT-AR-00069/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Nereu Nunes Pereira - Publ. MG. 09-09-94)

Tendo havido pronunciamento explícito, no julgado, sobre o fato, não se pode admitir que a decisão tenha sido originada de erro de fato emergente dos autos.

Ação Rescisória improcedente. (TRT-AR-00081/95 - Seção Especializada - Rel. Juiz Aroldo Plínio Gonçalves - Publ. 30-06-95)

TERCEIRO INTERESSADO. ARREMATAÇÃO. A ação rescisória é meio processual próprio para desconstituir carta de arrematação inválida lavrada ao arrepio da lei e com evidente prejuízo para terceiro, proprietário do bem penhorado que não tivera ciência da penhora, ou oportunidade, no processo da reclamação, de insurgir-se contra a constrição e a alienação do mesmo bem.

(TRT-AR-303/93 - Seção Especializada - Rel. Juiz Márcio Flávio Salem Vidigal - Publ. MG. 24-02-95)

TEXTO LEGAL DE INTERPRETAÇÃO CONTROVERTIDA - IPC/JUNHO/87 - PLANO BRESSER - DESCABIMENTO - Não vinga a ação rescisória ajuizada com o propósito de desconstituir decisão que à data em que foi proferida adotou entendimento que se arrimava em interpretação de texto legal. Trata-se, no caso de decisão baseada em matéria meramente interpretativa, circunstância que afasta a possibilidade de ocorrência da violação de literal disposição de lei. O reajuste salarial relativo ao IPC/junho/87 (Plano Bresser), no percentual de 26,06% foi objeto de acirrada controvérsia nos Tribunais, que adotavam posições antagônicas quanto à matéria, afastando, assim, a configuração da violação de texto expresso em lei, em nada alterando a situação o fato de ter sido uniformizado o entendimento no sentido da concessão do reajuste, segundo orientação traçada pelo Enunciado n. 316/TST e, por último, se pronunciado contrariamente o STF, pela não concessão, por entender não se tratar de direito adquirido. Aplicação da Súmula 343 do Colendo Supremo Tribunal Federal, do Enunciado 83 do Egrégio Tribunal Superior do Trabalho, com respaldo na Súmula 134 do Ex-TFR.

(TRT-AR-00093/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Renato Moreira Figueiredo - Publ. MG. 30-09-94)

VIOLAÇÃO LITERAL À LEI - Não deve ser rescindida a decisão que se inclinou por uma tese interpretativa se havia controvérsia nos Tribunais acerca da lei específica.

(TRT-AR-317/94 - Seção Especializada - Red. Juiz Renato Moreira Figueiredo - Publ. MG. 02-06-95)

VIOLAÇÃO A LITERAL DISPOSITIVO LEGAL - SENTENÇA NORMATIVA - Não há violação a literal dispositivo legal, nos estritos termos do inciso V do art. 485/CPC, contra aplicação de sentença normativa. A lei processual civil demonstra sua intenção restritiva ao uso da ação rescisória, não se podendo estender referido dispositivo à sentença normativa.

(TRT-AR-00193/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Renato Moreira Figueiredo - Publ. MG. 25 -11-94)

VIOLAÇÃO A LITERAL DISPOSIÇÃO DE LEI - ESTABILIDADE CONSTITUCIONAL - ARTIGO 19 DO ADCT - Improcede a rescisória se, nos termos da Lei Municipal nº 2840/77, reconhece-se que o emprego ocupado pela ré não corresponde à categoria de função comissionada constante do Anexo I da mesma Lei, motivo determinante da aplicação ao caso da regra insculpida no artigo 19 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

(TRT-AR-00257/93 - Seção Especializada - Red. Juiz Nilo Álvaro Soares - Publ. MG. 15-07-94)

02. CERTIDÃO DE TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO RESCINDENDA - Não se presta à comprovação do trânsito em julgado da decisão rescindenda a cópia da certidão de publicação de acórdão e decurso de prazo recursal que não contém qualquer alusão ao nome das partes e ao número do processo em que foi proferido o julgado que é objeto da ação rescisória, impedindo a identificação deste último. É de ser indeferida a petição inicial, com extinção do processo sem julgamento do mérito, quando o autor, instado a juntar a certidão do trânsito em julgado da decisão rescindenda, traz aos autos apenas a cópia nos moldes referidos.

(TRT-AR-00267/93 - Seção Especializada - Red. Juiz Márcio Flávio Salem Vidigal - Publ. MG. 07.10.94)

03. CUMULAÇÃO DE PEDIDOS - O art. 488, inciso I, do CPC impõe ao autor, se for o caso, cumular ao pedido de rescisão, o de novo julgamento da causa. O pedido de novo julgamento, ou de rejulgamento, segundo o neologismo em voga, deverá vir de modo claro, objetivo e expresso, não se podendo admiti-lo de forma implícita ou conseqüente. Se a inicial se omite quanto ao atendimento dessa exigência legal, torna-se inepta, cabendo ser indeferida de plano.

(TRT-ARG-00035/94 - (AR-00196/94) - Seção Especializada - Rel. Juiz Renato Moreira Figueiredo - Publ. MG. 30.09.94)

EXTINÇÃO DO PROCESSO - Extingue-se a rescisória, sem o menor exame do mérito, quando o pedido vestibular não veio cumulado com a pretensão de novo julgamento, a teor do artigo 488, I/CPC. "In casu", o pedido de novo julgamento era essencial na ótica da maioria da Seção Especializada.

(TRT-AR-00035/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Dárcio Guimarães de Andrade - Publ. MG. 15.07.94)

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29204. DECADÊNCIA - Na dicção do art. 495 do CPC, combinado com o Enunciado 100 do TST, é de dois anos o

prazo para propositura da ação rescisória, contados da data do trânsito em julgado da última decisão proferida na causa, seja de mérito ou não. Na aferição do "dies a quo" do prazo decadencial, a expressão "última decisão" ganha relevo. Não se pode considerar como tal, simples despachos, sem conteúdo decisório, como é o caso dos autos, sob pena de se permitir a dilação aleatória do biênio legalmente previsto, em detrimento da estabilidade das decisões.

(TRT-AR-00215/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Renato Moreira Figueiredo - Publ. MG. 10/03/95)

05. DECISÃO DE HOMOLOGAÇÃO DE CÁLCULOS - NÃO RESCINDIBILIDADE - A decisão que homologa cálculos de liquidação não é rescindível por não possuir conteúdo meritório. Tal homologação não é sentença, mas mera decisão interlocutória, pois não põe fim ao processo

(TRT-AR-51/95 - Seção Especializada - Rel. Juiz Renato Moreira Figueiredo - Publ. MG. 23-06-95)

06. DESNECESSIDADE DO DEPÓSITO - Na Justiça Trabalhista, conforme jurisprudência cristalizada pelo Enunciado 194/TST, torna-se dispensável o depósito prévio para o ajuizamento de Ação Rescisória, mormente do trabalhador, pena de se lhe vedar o acesso ao Judiciário.

(TRT-AR-351/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Dárcio Guimarães Andrade - Publ. MG. 17.03.95)

07. Decisão judicial proferida após a publicação da sentença rescindenda não pode ser enquadrada no conceito de documento novo, previsto no art. 485, item VII, do C. Pr. Civil. Ação Rescisória improcedente.

(TRT-AR-257/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Aroldo Plínio Gonçalves - Publ. MG. 11.12.94)

DOCUMENTO NOVO - Se o documento novo, por si só, não geraria pronunciamento favorável no todo ou em parte, à autora da rescisória, impossível a rescisão da v. sentença com fulcro no inciso VII, do art. 485/CPC.

(TRT-AR-009/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Renato Moreira Figueiredo - Publ. MG. 13.08.94)

08. DOLO PROCESSUAL. O dolo a que se refere o artigo 485, inciso III, primeira parte do CPC, é o dolo processual que dificulta a atuação processual da parte adversária, ou influencia na formação do convencimento do magistrado.

(TRT-AR-295/94 - Seção Especializada - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias. Publ. MG. 07-04-95)

DOLO - VIOLAÇÃO A DISPOSIÇÃO DE LEI - ERRO DE FATO - Age dolosamente a parte que, sob o manto da violência, da intimidação ou do desrespeito, tumultua a realização de audiência inaugural, induzindo o Juízo, por isso, a decidir incidente processual a seu favor, porém com evidente ofensa a dispositivo legal.

Incide em erro de fato a sentença que despreza fato existente e abona fato inexistente. (TRT-AR-149/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Renato Moreira Figueiredo - Publ. MG. 02.06.95)

09. EFEITO SUSPENSIVO - Em casos excepcionais e de relevante interesse público, pode-se atribuir efeito suspensivo à ação rescisória intentada pelo INAMPS.

(TRT-ARG-0013/93 - Seção Especializada - Rel. Juiz Israel Kuperman. - Publ. MG. 27.05.94)

MEDIDA CAUTELAR INOMINADA - AÇÃO RESCISÓRIA - SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO - Não obstante a vedação expressa do art. 489/CPC de não produzir o ajuizamento da ação rescisória efeito suspensivo da execução da sentença rescindenda, tem-se admitido a obtenção do mesmo com o manejo de medida cautelar inominada, desde que evidenciados os pressupostos ensejadores do acolhimento da pretensão, consubstanciados no "fumus boni iure" e no "periculum in mora".

(TRT-MCI-37/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Renato Moreira Figueiredo - Publ. MG. 21.04.95)

10. LITISCONTESTAÇÃO - O Poder Judiciário só pode pronunciar-se quando provocado nos termos do art. 2º, do CPC que preceitua que nenhum Juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou interessado a requerer, nos casos e formas legais. Este pronunciamento estará adstrito aos limites da lide, de acordo com o art. 460, do CPC, reputando-se nulas as decisões que julguem "ultra, extra et citra petita".

(TRT-AR-00138/93 - Seção Especializada - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins. Publ. MG. 25.11.94)

11. A ação rescisória não é adequada para o reexame dos elementos probatórios produzidos na ação de conhecimento com vistas a lhes dar outra valoração, máxime quando se constata que a prova foi oportunamente examinada e razoavelmente interpretada pela decisão rescindenda. Não configurado o alegado erro de fato nem ocorrido qualquer violação aos textos de lei invocados, julga-se a ação improcedente.

(TRT-AR-00036/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Nereu Nunes Pereira - Publ. MG. 15-07-94)

APRECIAÇÃO DE PROVA - SOLIDARIEDADE PASSIVA - A má apreciação da prova não é suficiente para fundamento da rescisão, princípio consagrado desde o Código de 1939. Não se ateve o Órgão julgador, erroneamente, a regra jurídica sobre prova. E a valoração da peça documental está adstrita à livre apreciação da prova que corre por conta do Juiz. Restringindo-se a rescisória à interpretação do texto de lei, a

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293personalidade jurídica distinta de ambas as empresas não afasta a solidariedade, que se caracteriza justamente nesta hipótese, concorrendo o controle de uma sobre a outra. Ação a que se julga improcedente.

(TRT-AR-00166/94 - Seção Especializada - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 28.10.94)

ERRO DE FATO. CONFISSÃO FICTA. A "ficta confessio", meio de prova sopesada entre as demais, pode ser superada por documento próprio, não sendo, "in casu", causa suficiente para justificar a rejeição do pedido, ou mesmo omissão de análise de fato efetivamente ocorrido, para fins de enquadramento da espécie à hipótese prevista no item IX, do art. 485/CPC. Rescisória que se julga improcedente.

(TRT-AR-420/94 - Seção Especializada - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 31-03-95)

PROVA FALSA - A procedência da Rescisória, com supedâneo em prova falsa, exige que fique bem provado o falso, mormente no que pertence à prova testemunhal, largamente utilizada no processo do trabalho. Eventuais dúvidas que persistam em torno da falsidade da prova testemunhal no processo, cuja rescisão se almeja alcançar, não ensejam a procedência da Rescisória, mantendo-se intacta a r. decisão rescindenda.

(TRT-AR-00092/95 - Seção Especializada - Rel. Juiz Dárcio Guimarães de Andrade - Publ. MG. 30.06.95)

12. AGRAVO REGIMENTAL - O mero ajuizamento da Ação Rescisória não cria, em favor do executado, fumaça de bom direito que autorize deferimento de Medida Cautelar para sustar a execução, uma vez que em favor do exequente existe sentença passada em julgado.

(TRT-ARG-00023/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Nilo Álvaro Soares - Publ. MG. 16.09.94)

MEDIDA CAUTELAR - AÇÃO RESCISÓRIA - SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO - Embora disponha o art. 489 do CPC que a ação rescisória não suspende a execução da sentença rescindenda, em casos especialíssimos tem se admitido a suspensão. Porém, tal não se justifica, por inexistência do "fumus boni iuris" se a ação rescisória pendente de recurso no Colendo TST, foi julgada improcedente no Egrégio Tribunal Regional.

(TRT-AP-3018/94 - 4ª T. - Red. Juíza Denise Alves Horta - Publ. MG. 25.02.95)

MEDIDA CAUTELAR INCIDENTAL - AÇÃO RESCISÓRIA - SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO - VIABILIDADE - A lei, na sua letra fria, é incisiva ao afirmar não caber a suspensão da execução em face do ajuizamento da Ação Rescisória (art. 489/CPC). Nessa linha de entendimento, não se considera viável o manejo de medida cautelar incidente destinada a obter, por meio de liminar ou decisão final, o efeito suspensivo da execução. É sabido, porém, ocorrerem casos muito especiais em que a rigidez da norma legal há de ser temperada "cum grano salis", permitindo-se que o consagrado prestígio e autoridade da "res judicata", que a norma legal visa preservar, ceda espaço ao império de valores mais altos, como os da verdade e da justiça. O êxito da medida, contudo, só é alcançável quando se demonstra, amplamente, a ocorrência do "fumus bonis iuris", traduzido na possibilidade de sucesso no processo principal, em face da razoabilidade do direito substancial perseguido, e a existência de um dano potencial em razão de eventual existência de um dano potencial em razão de eventual demora na prestação jurisdicional (periculum in mora). Se não evidenciado, na ação cautelar, a existência desses não evidenciado, na ação cautelar, a existência desses pressupostos, seu insucesso é inevitável.

(TRT-MCI-00011/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Renato Moreira Figueiredo - Publ. MG. 16.09.94)

Não se configurando a excepcionalidade da situação que justificaria o exercício do poder geral de cautela, prevalece o princípio de que a Rescisória, por força do art. 489, do C. Pr. Civil, não suspende a execução da sentença rescindenda. AGRAVO REGIMENTAL desprovido.

(TRT-ARG-00069/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Aroldo Plínio Gonçalves - Publ. MG. 20.01.95)

SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO - PROCEDÊNCIA DA AÇÃO RESCISÓRIA - Julgada a Ação Rescisória com o acolhimento do pleito da autora, configura-se o bom direito, que autoriza a suspensão da execução, mas somente em relação às verbas que foram excluídas da condenação.

(TRT-MCI-13/94 - Seção Especializada - Rel. Nilo Álvaro Soares - Publ. MG. 23.09.94)

13. VIOLAÇÃO A LITERAL DISPOSITIVO DE LEI - PRINCÍPIO "JURA NOVIT CURIA" - Inexistindo questionamento acerca do ato que deslocou o empregado para o "serviço externo", é inovadora a argüição recursal a respeito da existência de dois quadros (interno e externo) e dos prejuízos advindos daquele deslocamento, sendo, portanto, descabido o inconformismo da parte.

(TRT-AR-00051/91 - Seção Especializada - Rel. Juiz Nilo Álvaro Soares. - Publ. MG. 15.07.94)

VIOLAÇÃO DE LEI - OFENSA AO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO - Se o órgão "a quo" proferiu decisão terminativa de feito, julgando extinto o processo sem julgamento do mérito, defeso ao órgão "ad quem" pronunciar-se acerca dos pedidos reclamados (pretensão processual) que não foram objeto de decisão.

(TRT-AR-410/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Renato Moreira Figueiredo - Publ. MG. 02.06.95)

ACORDO

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294Judicial

01. COISA JULGADA. O acordo judicialmente homologado fez coisa julgada, mas não impede, sem que tenha havido quitação pelo extinto contrato, que o Autor ajuíza outra ação que vise a outros objetos.

(TRT-RO-14002/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Carlos Alves Pinto - Publ. MG. 20.01.95)

02. DE COMPENSAÇÃO - ARTIGO 7º, INCISO XIII, DA CF/88 - Com o advento da Constituição Federal, promulgada a 05/10/88, a compensação e prorrogação da jornada restou condicionada a acordo ou convenção coletiva de trabalho. (Inteligência aplicação do artigo 7º, inciso XIII, da CF/88).

(TRT-RO-00609/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis. - Publ. MG. 25.03.95)

03. AGRAVO DE PETIÇÃO - ACORDO - No processo do trabalho a Conciliação dar-se-á a qualquer momento, porém, somente após a homologação é que terá validade o acordo.

(TRT-AP-03343/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 17.01.95)

AGRAVO DE PETIÇÃO - ACORDO - MULTA EM CASO DE MORA - Segundo O Vetusto Brocardo Latino "pacta sunt servanda" os contratos têm que ser cumpridos. Os pactos fazem lei entre as parte, devendo ser respeitados nos estritos limites do que foi acordado. Indevida a multa sobre todas as parcela do acordo, se somente em uma incorreu em mora a executada, e se no acordo não constou expressamente que a multa seria sobre o valor total acordado.

(TRT-AP-1886/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 14.10.94)

AUSÊNCIA DA PARTE NA AUDIÊNCIA INAUGURAL - NULIDADE - Para que o acordo judicial seja válido e possa gerar efeitos no mundo jurídico, há de ser feito conforme determina a lei, ou seja, que os litigantes estejam presentes e assinem o termo que represente sua vontade diante do Juízo. A não observância dos arts. 843 e 847, parágrafo I da CLT e, ainda, do art. 38 do CPC, com fortes indícios nos autos de conluio entre as partes com o fim de fraudar a lei (no caso o art. 37 da CF/88), acarreta a nulidade do acordo.

(TRT-AR-00216/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Nereu Nunes Pereira - Publ. MG. 04.03.95)

EFEITOS. PARCELA RESSALVADA. ALCANCE. Se, em acordo judicial devidamente homologado, fica ressalvado o direito de o trabalhador, futuramente, vindicar horas extras, resulta certo, por força de seguir o acessório a sorte do principal, que a indigitada ressalva alcança também os correspondentes reflexos e adicionais do que foi ressalvado, pois seria ilógica a admissão da causa e, ao mesmo tempo, a negativa do que lhe é ínsito, como conseqüência.

(TRT-RO-6366/94 - 2ª T. - Red. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 01.10.94)

Homologa-se, para que produza seus efeitos legais, o acordo celebrado nos autos, cujas cláusulas não violam preceito jurídico de natureza cogente e irrenunciável.

(TRT-DC-00022/95 - Seção Especializada - Rel. Juiz Aroldo Plínio Gonçalves - Publ. 30.06.95)

HOMOLOGAÇÃO - Sendo lícito às parte, a qualquer tempo, celebrar acordo para por fim ao processo, e não se vislumbrando qualquer mácula, homologa-se o ajuste, para que produza seus efeitos jurídicos e legais.

(TRT-AP-2382/94 - 2ª T. - Red. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 01.10.94)

HOMOLOGADO EM JUÍZO - IRRECORRIBILIDADE - O recurso ordinário interposto pelo reclamante visando anular acordo homologado em audiência encontra óbice na própria Lei, a teor do que dispõe o parágrafo único do art. 831 da CLT. Inteligência também do verbete de n.259/TST.

(TRT-RO-17744/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Luiz Ronan Neves Koury - Publ. MG. 11.03.95)

JUDICIALMENTE HOMOLOGADO, COISA JULGADA. INVENTARIANTE. O acordo judicial firmado por inventariante, legalmente habilitado a representar o espólio, eqüivale à sentença irrecorrível e produz efeitos de coisa julgada, cujo desfazimento somente é possível via ação rescisória.

(TRT-RO-06121/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Roberto Marcos Calvo - Publ. MG. 23.07.94)

04. NÃO HOMOLOGAÇÃO - Não merece homologação o acordo feito em execução em valor correspondente a menos de 20% do cálculo apurado, sendo evidente o prejuízo das reclamantes que já tinham seu direito líquido e certo garantido. Agravo a que se nega provimento.

(TRT-AP-1660/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José Waster Chaves - Publ. MG. 09.09.94)

RESPONSABILIDADE. LITISCONSÓRCIO PASSIVO. EXCLUSÃO DA LIDE. O fato de figurar no acordo firmado em audiência que a responsabilidade pelo pagamento das parcelas avençadas é de responsabilidade apenas de uma das reclamadas, não exclui a outra da demanda, posto que sequer houve requerimento neste sentido. Tornando-se a responsável pelo pagamento inadimplente e não existindo bens garantidores da dívida, é a parte remanescente responsável pela quitação do débito.

(TRT-AP-1273/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Itamar José Coelho - Publ. MG. 15.10.94)

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05. EXTENSÃO. Celebrado acordo judicial em outro processo, a abrangência do extinto contrato de trabalho faz coisa julgada material sobre a relação jurídica ora discutida, ainda que se encontrasse em fase de conhecimento.

(TRT-AP-3249/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Luiz Ronan Neves Khoury - Publ. MG. 25.02.95)

06. CELEBRADO POR MENOR ASSISTIDO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO, HOMOLOGADO SEM A ANUÊNCIA DO PROCURADOR - ATO INEXISTENTE: INAPLICÁVEL O ARTIGO 831, PARÁGRAFO ÚNICO, DA CLT - Reputa-se inexistente o acordo celebrado nos autos por menor, se o seu representante legal ou o Ministério Público do Trabalho, que o estiverem acompanhando, não concordarem com a proposta conciliatória. Isto porque ao menor falta legitimidade "ad processum": sendo o agente incapaz, e discordando do ato a pessoa legalmente autorizada a praticá-lo falta-lhe elemento essencial de constituição válida, o que acarreta a sua inexistência no mundo jurídico.

(TRT-RO-09131/93 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 13.08.94)

07. AGRAVO DE PETIÇÃO - MULTA - Inaplicável, a multa prevista no termo de acordo homologado somente para os casos de atraso do pagamento ou devolução do cheque por falta de fundos, hipóteses que não ocorreram no caso, sendo que o implemento da segunda parcela deu-se de forma idêntica ao da primeira parcela que foi aceita sem ressalva pelo reclamante/exeqüente. Agravo de petição a que se nega provimento.

(TRT-AP-1011/94 - 4ª T. - Red. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 15.10.94)

AGRAVO DE PETIÇÃO - MULTA PELO DESCUMPRIMENTO DO ACORDO - O acordo homologado em Juízo faz lei entre as partes, devendo ser cumprido no prazo e condições estabelecidas, a teor do disposto no art. 835 da CLT. Descumpridas as condições, dá-se provimento ao Agravo de petição para determinar a execução da multa prevista no termo de acordo, até completa satisfação do débito trabalhista.

(TRT-AP-00315/95 - 1ª T. - Rel. Manuel Cândido Rodrigues - Publ. MG. 10.03.95)

DESCUMPRIMENTO - MULTA - Descumprido o acordo, incide a multa nele prevista para hipótese de inadimplência. A crise financeira da executada, fato superveniente, não autoriza a absolvição da multa, porque vedada a alteração do acordo na execução - (inteligência do art. 831, parágrafo único, da CLT).

(TRT-AP-3346/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 31.01.95)

PAGAMENTO FORA DA SEDE DO JUÍZO - MULTA - Aplica-se a multa moratória estipulada quando o pagamento do valor acordado é feito fora da sede do juízo - condição não ajustada entre as partes - ensejando o retardamento no recebimento do crédito pelo empregado.

(TRT-AP-01375/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 23.07.94)

PAGAMENTO DE QUANTIA GLOBAL, DIVIDIDA EM PRESTAÇÕES SUCESSIVAS. VENCIMENTO ANTECIPADO DAS PRESTAÇÕES POSTERIORES, PELO INADIMPLEMENTO DE UMA DELAS. Conciliando-se as partes, na forma do artigo 831, parágrafo único, da CLT, acertando o pagamento de quantia única subdividida em prestações sucessivas por tempo determinado, o inadimplemento de uma delas determinará o vencimento antecipado e a imediata execução das parcelas restantes, com incidência de multa avençada sobre o valor ainda não quitado. Inteligência e aplicação do artigo 891 da Consolidação das Leis do Trabalho.

(TRT-AP-615/95 - 2ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 21.04.95)

A reclamada, que podia pagar em cheque, pagou, porém, em dinheiro, mas no dia seguinte. Incabível o pedido de execução da multa prevista no termo de acordo, eis que não foi extrapolado o prazo de compensação do cheque, instituído em benefício da devedora.

(TRT-AP-1699/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 18.10.94)

TERMO CONCILIATÓRIO LAVRADO EM ATA DE AUDIÊNCIA. EXEGESE RESTRITIVA. MULTA - INDEFERIMENTO. GRAVAME INOCORRENTE. Similar à sentença trânsita em julgado, o termo lavrado pela conciliação celebrada há que ser conciso, mas, preciso. Multa pressupõe descumprimento, inviável se inexistente estipulação clara e insofismável.

(TRT-AP-01524/93 - 2ª T. - Rel. Juiz Michelângelo Liotti Raphael - Publ. MG. 28.01.94)

08. OMISSÃO QUANTO À DATA DO PAGAMENTO. Não tendo sido ajustado prazo para pagamento do acordo firmado em audiência, o credor poderá exigi-lo de imediato, nos termos do art. 952 e 960 do Código Civil, aplicado subsidiariamente. a exigibilidade do crédito não constitui surpresa para a parte, porque se a ela cabia a estipulação de um prazo e não o fez, impossível invocar falta de intervalo entre a constituição e a execução da obrigação (Cf. Caio Mário da Silva Pereira, Instituições de Direito Civil, 10ª ed., Rio de Janeiro: Forense, v. 2, p. 168 e 224).

(TRT-AP-02663/94 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 21.10.94)

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296 Se a data do vencimento do prazo para pagamento do acordo caiu em feriado, a quitação pode ser feita no

primeiro dia útil imediato. (TRT-AP-01422/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Sebastião Geraldo de Oliveira - Publ. MG. 1º.07.94)

09. SEGURO-DESEMPREGO - ÔNUS DO EMPREGADOR - Descumprindo exigência de ordem pública e obstando o percebimento do Seguro-Desemprego, o empregador deve responder pelas conseqüências de sua omissão. Desnecessário fazer constar do termo de acordo que as guias CD/SD devem ser corretamente preenchidas, pois esta é uma obrigação legal do empregador. Agravo de Petição provido para possibilitar a conversão da obrigação relativa à entrega das guias em indenização pecuniária.

(TRT-AP-03029/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Ricardo Antônio Mohallem - Publ. MG. 12.11.94)

Coletivo

01. AJUDA-ALIMENTAÇÃO - ACORDO COLETIVO - INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO - Sendo a ajuda alimentação parcela paga pelo empregador, não em decorrência da lei, mas por acordo coletivo, impõe-se a observância da cláusula dentro dos estritos limites em que fora negociada, não integrando, pois, ao salário, para qualquer efeito.

(TRT-RO-04044/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 17.08.94)

02. TERMO DE NEGOCIAÇÃO COLETIVA FIXANDO CONDIÇÕES DE TRABALHO - ALCANCE. Termo de Negociação Coletiva do Trabalho firmado entre a empresa e o Sindicato, que se diz representado por empregados chefes de Turmas, que negociaram, não alcança empregado que opera em unidade diversa e conseqüentemente, não integra o grupo comprometido com o Acordo.

(TRT-RO-10666/94 - 4ª T. - Red. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 15.10.94)

03. ACTs E CONTRATO DE TRABALHO. Os Acordos Coletivos de Trabalho se aplicam aos contratos individuais de trabalho apenas pelo período em que vigora. Comprovada a admissão e dispensa anterior ou posterior aos ACTs firmados, descabe a pretensão de se invocar aplicabilidade do que foi convencionado.

(TRT-RO-00312/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 07.02.95)

04. INCOMPETÊNCIA DA JUNTA DE CONCILIAÇÃO E JULGAMENTO. O fato de ter havido negociação coletiva não transfere a competência da Junta de Conciliação e Julgamento para o Tribunal Regional do Trabalho se se trata de ação individual que visa ao cumprimento de suas cláusulas. Competência da Junta de Conciliação e Julgamento. Argüição rejeitada.

(TRT-RO-17843/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Hiram dos Reis Corrêa - Publ. MG. 03.03.95)

05. AÇÃO RESCISÓRIA - CARTA COMPROMISSO - A existência de acordo coletivo não retira do trabalhador o direito de ação insculpido no artigo 5º, XXXV/CF. Ressabidamente, o instituto da "res judicata" não deve ser estendido além dos limites estabelecidos no artigo 301, parágrafos 2º e 3º "in fine" e art. 467, com sentença da qual não caiba recurso. Ademais, ressabidamente, a má interpretação da prova documental não proporciona a procedência da Rescisória.

(TRT-AR-142/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Dárcio Guimarães de Andrade - Publ. MG. 09.11.94)

CLÁUSULA PACTUADA SEM EFEITO RETROATIVO - O acordo coletivo objetivando o pagamento, a partir de determinada data, de adicional de insalubridade, com base no salário mínimo, celebrado com cláusula "sem efeito retroativo", se propõe a normatizar os direitos negociados a partir do presente para o futuro, não implicando em renúncia do direito relativo ao período anterior ao acordo, que, assim, continua passível de controvérsia.

(TRT-RO-13617/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Denise Alves Horta - Publ. MG. 25.02.95)

06. CELEBRADO NOS AUTOS DE PROCESSO DE DISSÍDIO COLETIVO - OBSERVÂNCIA - Os direitos dos trabalhadores que, representados por suas organizações sindicais, tenham sido transacionados via coletiva, não poderão ser reivindicados no Poder Judiciário, sob pena de afronta ao disposto no art. 7º, inciso XXVI, da CF/88.

(TRT-RO-9061/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 01.10.94)

07. HOMOLOGAÇÃO - Homologa-se o acordo coletivo, porque fruto da livre manifestação da vontade das partes, excetuadas da chancela judicial cláusulas que impõem taxas para custeio das atividades sindicais, porque a matéria é alheia ao conflito coletivo entre Sindicato dos Empregados e Sindicato dos Empregadores, afetando, exclusivamente, aos interesses entre os associados e seus órgãos de representação, faltando, portanto, em relação a elas, o interesse para a ação.

(TRT-DC-00063/94 - Seção Especializada - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 30.09.94)

08. As cláusulas inseridas nos acordos coletivos devem ser interpretadas de modo a alcançar o espírito que insculpiu sua pactuação, devendo ser repelidas as interpretações que afrontem as normas de boa convivência

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297entre as categorias.

(TRT-RO-05687/93 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 23.07.94).

CONVENÇÕES COLETIVAS DE TRABALHO - RECONHECIMENTO. Os acordos e convenções coletivas de trabalho legitimamente firmados pelas representações sindicais hão de ser reconhecidos e fielmente observados, por força do art. 7º, XXVI, da Constituição Federal, ainda que eventualmente menos favoráveis ao empregado que o disposto em lei. É que a negociação coletiva se procede através de concessões mútuas, em que se cede num dado aspecto para se beneficiar em outro, não sendo crível que um sindicato tenha como escopo a deterioração das condições de trabalho da categoria que representa, negociando cláusulas que lhe sejam sempre prejudiciais. Interpretar de forma diversa o que foi livremente pactuado pelas partes ou ignorar o que foi assim estipulado, além de implicar em violência ao disposto no aludido preceito constitucional, seria a própria negação das prerrogativas sindicais consubstanciadas nos incisos III e VI do art. 8º da Magna Carta.

(TRT-RO-13738/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 17.01.95).

A negociação coroada com o Acordo Coletivo deve ser prestigiada pela Justiça não só por representar a livre manifestação da vontade das partes, mas também por significar a maturidade das relações entre capital e trabalho, cada vez mais imunes à interferência do Estado.

(TRT-DC-00036/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Nereu Nunes Pereira - Publ. MG. 16.09.94)

09. NEGOCIAÇÃO COLETIVA - PARTICIPAÇÃO DO SINDICATO - OBRIGATORIEDADE - A realização de Acordo Coletivo entre a empresa e seus empregados, diretamente, só é viável após o cumprimento das formalidades previstas no art. 617, parágrafo 1º da CLT, quando o Sindicato se omite na negociação.

(TRT-DC-00130/93 - Seção Especializada - Rel. Juiz Renato Moreira Figueiredo - Publ. MG. 30.09.94).

RECONHECIMENTO - No âmbito do Direito Coletivo do Trabalho não se presume hipossuficiência de Sindicato. Este é livre para negociar e deve assumir sua liberdade. Desta forma, não cabe à Justiça do Trabalho adentrar o mérito da transação efetuada entre o sindicato e a empresa.

(TRT-RO-13377/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 25.11.94).

10. REAJUSTE - ENQUADRAMENTO - CLASSIFICAÇÃO PELA ATIVIDADE PREPONDERANTE - Estabelecendo o Estatuto da empresa, à falta de prova de outra atividade preponderante, que o seu objetivo está ligado à exploração e comercialização de minério de ferro, a reclamada é parte integrante da categoria econômica inerente à esta atividade, devendo ser concedido o reajuste estabelecido no instrumento normativo firmado pelas partes.

(TRT-RO-14115/94 - 1ª T. - Rel. Juiz José Eustáquio de Vasconcelos Rocha - Publ. MG. 07.04.95)

REAJUSTES SALARIAIS. Às partes e ao próprio Judiciário impõe-se a restrita observância das cláusulas de negociações coletivas pertinentes a reajuste salarial . Negar validade ao conteúdo do que foi livremente estipulado entre as partes ou interpretá-lo fora dos seus parâmetros seria limitar indevidamente o terreno da liberdade de negociação que a Constituição procurou reservar às entidades sindicais.

(TRT-RO-11588/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 27.09.94)

11. ADICIONAL PROPORCIONAL DE PERICULOSIDADE - RESPALDO CONSTITUCIONAL - A criação de comissão mista empresa/sindicato, listando as atividades perigosas e o tempo de exposição de cada empregado a nível normativo, tem respaldo legal, é desejável e previne demandas. Se os empregados entendem prejudicial o pacto, o caminho é o da assembléia, para denúncia do acordo ou sua não renovação. Enquanto ele subsistir, o inconformismo individual não tem sucesso.

(TRT-RO-10825/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 26.11.94)

12. TRANSAÇÕES EM ACORDOS COLETIVOS DE TRABALHO - RESPEITO AOS SEUS EFEITOS JURÍDICOS. Transacionada pelos sindicatos questão de interesse comum em acordo coletivo de trabalho, impõe-se o respeito aos efeitos jurídicos dessa transação, uma vez que a autonomia negocial das categorias econômicas e profissional é garantida pela Constituição Federal no art. 7º, inciso XXVI, não podendo a Justiça do Trabalho interferir, decidindo contrariamente ao pactuado nos instrumentos normativos.

(TRT-RO-06168/92 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 17.01.95)

13. VALIDADE ADICIONAL DE PERICULOSIDADE - PAGAMENTO PELO PERÍODO DE EXPOSIÇÃO. Lícita é a transação coletiva que autoriza o pagamento do adicional de periculosidade limitado ao período de exposição ao agente causador de risco de vida.

(TRT-RO-00357/95 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 10.03.95)

ADICIONAL

De insalubridade.

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29801. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE - DO PEDIDO INICIAL - Os adicionais de periculosidade e insalubridade

possuem naturezas diferentes, o que inclusive implica em remunerações também diferentes. Sendo assim, e considerados os termos dos artigos 128 e 460 do Código de Processo Civil, em subsidiariedade, o pedido de um deles não supre a ausência do pedido do outro, ainda que o agente daquele que não foi postulado tenha sido constatado pela perícia. Nesse caso caberá ao autor ingressar novamente em juízo, para postular aquele que não foi objeto da petição inicial (art. 294/CPC).

(TRT-RO-01790/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 08.04.95).

Pedido de adicional de insalubridade e/ou periculosidade . Não há inépcia, por incompatibilidade de pedidos. O empregado pode ter interesse em optar somente após liquidadas as parcelas, porque não pode dizer de antemão qual o grau de insalubridade, ou qual o entendimento que prevalecerá quanto à base de cálculo do adicional, matéria que ainda hoje não é pacífica na jurisprudência.

(TRT-RO-15055/92 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 31.01.95)

02. APOSENTADORIA - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância permitidos por lei, desde que comprovadas a caracterização e classificação através de perícia técnica, assegura a percepção do adicional respectivo, sendo fator que corrobora para a concessão de aposentadoria especial à luz do art. 192 da CLT e da Súmula 198 do TFR.

(TRT-RO-14487/94 - 4ª T. - Rel.Juíza Denise Alves Horta - Publ. MG. 25.02.95)

03. ATIVIDADE MÉDICA - A insalubridade, normalmente é característica inerente ao exercício da atividade médica, devido ao contato direto e permanente com pacientes portadores de variadas patologias, mesmo através de simples consultas ambulatoriais.

(TRT-RO-11959/93 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 22.10.94)

04. ATIVIDADE SAZONAL - Quando a insalubridade decorre da própria atividade, constatada pelo tipo de maquinário necessário ao seu exercício, por outras perícias realizadas no local, informações de demais empregados, torna-se irrelevante a sua constatação "in loco", mormente se se trata de atividade sazonal, e a reclamada não comprovou a entrega de todo o EPI necessário, nem a de sua efetiva utilização.

(TRT-RO-05999/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 06.08.94).

05. Revelando a prova dos autos que o reclamante, na condição de biólogo citogeneticista, tinha contato com agentes biológicos, dá-se provimento ao recurso para deferir-lhe o pagamento do adicional de insalubridade, em grau médio.

(TRT-RO-1463/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 01.10.94)

06. BASE DE CÁLCULO - O adicional de insalubridade, mesmo após a implantação do salário mínimo de referência e até mesmo depois da promulgação da Constituição Federal de 1988, continuou tendo por base de cálculo o piso nacional de salários/salário mínimo. Os dispositivos legais que vedam sua vinculação objetivam, apenas, proibir que se adote o valor desta contraprestação mínima como indexador econômico, não devendo ser literalmente interpretados.

(TRT-RO-12124/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 28.10.94)

BASE DE CÁLCULO - A vedação de vinculação do salário mínimo legal, prevista no artigo 7º, VI da CF/88 não atinge o adicional de insalubridade em vista de sua natureza de contraprestação salarial e indenização de risco. Logo, continua atual o En. 228/TST que manda calculá-la sobre o salário mínimo previsto no art. 76 da CLT.

(TRT-RO-08822/94 - 3ª T. - Rel.Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 27.09.94)

BASE DE CÁLCULO - No período em que vigeu o Decreto-lei n.2.351/87 deve o adicional de insalubridade incidir sobre o chamado "Piso Nacional de Salário", porquanto esta foi a denominação que se deu ao salário mínimo naquele interregno. Com o advento da novel Carta Constitucional, retomou-se o antigo nome (art. 7º item IV). Inobstante, as variações terminológicas em nada modificaram a natureza do já velho e consagrado instituto do salário mínimo. Aplicação do Enunciado n. 228 do TST, cujo alcance não sofreu alteração.

(TRT-RO-03249/94 - 3ª T. - Rel. Juiz José Murilo de Morais - Publ. MG. 25.10.94)

BASE DE INCIDÊNCIA - O adicional de insalubridade incide sobre o salário mínimo a que alude o art. 76 do diploma consolidado, não sofrendo alteração a base de incidência pela Constituição Federal de 1988. A Carta Magna menciona adicional de remuneração para as atividades insalubres(art. 7º, XXIII) e não adicional sobre a remuneração. Logo, enquanto não for regulamentado esse dispositivo, prevalece o cálculo sobre o salário mínimo, que não encontra obstáculo no inciso IV do mesmo art. 7º, o qual veda vinculação ao salário mínimo como fator de indexação.

(TRT-RO-11767/94 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 20.01.95).

INDEXAÇÃO PELO SALÁRIO MÍNIMO. A proibição constitucional contida no art. 7º, IV, é referente ao uso do

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299salário mínimo como indexador contratual, não abrangendo o adicional de insalubridade, sob pena de se entender vedada a vinculação do salário ao próprio salário, inclusive a vinculação, por exemplo, dos descontos a título de salário habitação ou alimentação, que são calculados sobre o salário mínimo. Logo, a interpretação correta do art. 7º, IV, da CF/88, não comporta a revogação do art. 192 da CLT.

(TRT-RO-11138/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 01.10.94.).

PERCENTUAL DEVIDO - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros das empresas.

(TRT-RO-14474/93 - 4ª T. - Rel.Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 13.08.94).

07. CIMENTO -TIPIFICAÇÃO LEGAL - A legislação considera insalubre o contato com cimento apenas na sua fabricação e transporte e, ainda assim, na fase de intensa concentração de poeira. A tipificação não pode ser feita, dada a exaustividade legal e sua aplicação restritiva, por semelhanças, isonomia ou aproximação. Aqueles traços, inexpressivos, de bicromatos, no produto, não transformam o contato nas obras em fabricação e manipulação de cromo. Assim como seu teor alcalino não o transforma em álcalis puro. Que o manuseio inadequado e sem boa higiene depois pode provocar dermatose em pessoas hipersensíveis ao produto, como narra a literatura médica, é fato óbvio. Qualquer substância irritante ao alérgico a ela causa reação orgânica. O que tem a ver com a medicina do trabalho e não com adicional de insalubridade.

(TRT-RO-3116/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 06.08.94).

TRABALHADOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL - O empregado trabalhando em construção, abrindo sacos de cal e cimento e preparando a respectiva massa, não faz jus ao adicional de insalubridade. É que, com pertinência a tal situação fática, o legislador apenas fixou como insalubridade a fase de "grande poeira" que corresponde à operação industrial. Não se pode dar interpretação elastecida, já que a insalubridade só se caracteriza nos exatos termos da previsão legal.

(TRT-RO-4411/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 09.07.94)

08. EPI - O simples fornecimento de equipamento de proteção individual é insuficiente para descaracterizar a insalubridade, pois necessário, ainda, que o empregador exija correta utilização do equipamento e mantenha-o em condições adequadas para redução ou inibição do agente insalutífero.

(TRT-RO-13396/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 11.11. 94).

Não há amparo normativo para o perito declarar insalubre a atividade do empregado por não lhe exibir o empregador o C. A. - Certificado de Aprovação do Equipamento. Desde que comercializado, é evidente a existência do C.A., expedido pelo Ministério do Trabalho e da Administração, destinado ao fabricante ou importador do EPI e não ao empregador.

(TRT-RO-8504/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Ricardo Antônio Mohallem - Publ. MG. 01.10.94).

09. COMBATE A FORMIGA. APLICAÇÃO DE ISCA - PRINCÍPIO ATIVO INOFENSIVO AO APLICADOR. Não é insalubre o trabalho de distribuir isca nos formigueiros porque o mister não se pode fazer mediante contato físico. Ademais, o princípio ativo é o da fumigação, o que se dá somente quando o produto é transportado pelos insetos par o subsolo e, por ação da umidade, se transforma em gás. Agora - é verdade - se o operador comer formicida (e o perito fala da ingestão) aí haverá o suicídio. Do mesmo modo se o Juiz comer o processo ou o pedreiro comer a massa, etc. Também estas hipóteses não gerarão direito ao adicional de insalubridade, ainda que algum perito assim o entenda.

(TRT-RO-1341/94 - 1ª T. - Red. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 14.10.94).

DEFENSIVO AGRÍCOLA - Revelando a prova dos autos que a rurícula só retornava ao ambiente de trabalho após o término dos efeitos deletérios residuais dos produtos químico utilizados na lavoura, dá-se provimento ao recurso para afastar da condenação o adicional de insalubridade e suas repercussões.

(TRT-RO-09156/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 02.09.94)

É devido o adicional de insalubridade, em seu grau maior, ao empregado que, no exercício das atividades de manutenção mecânica, tem contato permanente com o agente deletério óleo mineral, sem a proteção adequada.

(TRT-RO-11543/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 07.10.94).

FATO GERADOR - Devido quando o laudo pericial caracteriza assim as condições de labor do ex-empregado, cujas tarefas consistiam, além de dirigir ambulância, no auxílio ao transporte dos enfermos, recolhimento de material e roupas e, após, limpeza do veículo. Este contato, diário, com agentes biológicos, motiva a percepção do adicional.

(TRT-RO-03505/93 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 12.11.94).

MANIPULAÇÃO DE ÓLEOS MINERAIS - Apurado pela perícia que o autor tinha contato manual direto com

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300óleos lubrificantes, devido é o adicional respectivo. O termo "manipulação" utilizado pela MR 15, Anexo 13, não tem o sentido de "fabricação", pois quando prometeu utilizá-lo nesta acepção, o legislador foi expresso.

(TRT-RO-877/95 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. 17.03.95)

No manuseio ou no emprego do agente químico considerado nocivo à saúde do empregado, atividade distinta quando de sua manipulação, processo que ocorre quando da fabricação de um produto, devido o adicional de insalubridade em seu grau médio, como disposto na norma regulamentar. RO PARCIALMENTE PROVIDO.

(TRT-RO-1349/95 - 1ª T. - Rel. Juiz José Eustáquio de Vasconcelos Rocha -Publ. MG. 17.03.95)

TEMPO DE EXPOSIÇÃO - Para se caracterizar a insalubridade é necessária a exposição do empregado a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição e seus efeitos (art. 189 da CLT). Se o tempo de exposição ao risco for mínimo, a atividade não se caracteriza como insalubre por esse agente.

(TRT-RO-5439/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 05.11.94).

10. HORAS EXTRAS - O adicional de insalubridade é devido também nas horas extras laboradas em condições nocivas. O trabalho em condições insalubres exige a contraprestação respectiva, tomando por base o salário mínimo. Ocorre que o salário mínimo apenas retribui o labor prestado em jornada normal. Se o empregado labora em jornada suplementar, nas mesmas condições insalubres, pelo trabalho extraordinário deve receber o proporcional ao adicional de insalubridade, sob pena de não haver a contraprestação devida pela nocividade, e tendo em vista que a lei não fixa isoladamente à mera jornada normal. Hipótese que ainda enseja a avaliação do ganho empresarial sem causa, impondo o ressarcimento.

(TRT-RO-9378/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 31/01/95)

11. INCIDÊNCIA SOBRE REPOUSO SEMANAL REMUNERADO - O adicional de insalubridade não pode incidir sobre repousos semanais remunerados, porquanto tem como base de cálculo o salário mínimo legal, que já compreende a remuneração dos repousos. Assim, deve ser evitada a duplicidade de pagamento.

(TRT-RO-12328/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 08/11/94)

12. PERICULOSIDADE - ADICIONAL INTEGRAL - O adicional de insalubridade visa suprir ou compensar o empregado que, em contato com agentes agressivos à sua saúde, corra o risco de se contaminar. Não se pode falar em proporcionalidade quando o risco a que se expõe, mesmo que intermitente o seu contato, é integral, o mesmo acontecendo com o adicional de periculosidade, pela imprevisibilidade do momento da ocorrência do acidente.

(TRT-RO-5303/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 08/11/94)

13. Ônus da prova. Crédito do laudo oficial. Desde que a rigor técnico-processual (e à luz do art. 160 da C. L. T.) cumpre ao empregador a prova das condições ambientais e de trabalho em que se processam as atividades de seu estabelecimento (nos termos legalmente enunciados), não só a descoberto daquela, mas também da prova idônea da compra e fornecimento de EPIs ao reclamante (cuja prova igualmente lhe compete); e, ainda por cima, contando no processo com conclusão desfavorável, emitida por perito independente (porque nomeado pelo Juízo), defere-se àquele o adicional de insalubridade nos limites e condições concluídas nesta última peça.

(TRT-RO-17119/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Manuel Cândido Rodrigues - Publ. MG. 10/02/95)

PERÍCIA - Se a perícia feita extrajudicialmente com a interveniência do Ministério do Trabalho e o acompanhamento pelo Sindicato profissional, nos moldes do art. 195, parágrafo 1º, da C. L. T., constitui prova firme e valiosa que foi trazida ao processo por ambas as partes e cuja complementação se faz através da prova testemunhal, que confirma o enquadramento do reclamante numa das situações caracterizadas como de trabalho insalubre, devido é o adicional no grau correspondente ao da classificação encontrada.

(TRT-RO-9585/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 15/10/94)

PERÍCIA TÉCNICA REALIZADA QUANDO O LOCAL DE TRABALHO JÁ ESTAVA DESATIVADO. O artigo 195 da CLT exige apenas que a caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade sejam feitas através de perícia, não que esta se realize obrigatoriamente antes da desativação do local de trabalho do reclamante. Nessa última hipótese, pode o perito do Juízo, utilizando-se de todos os meios necessários autorizados pelo artigo 429 do CPC (tais como informações prestadas por outros empregados da reclamada e a documentação nela disponível), de sua experiência profissional e de seus próprios conhecimentos técnicos, fornecer elementos de prova suficientes para formar o livre convencimento do julgador no sentido da existência da atividade insalubre ou perigosa.

(TRT-RO-01876/94 - 4ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 01/07/95)

PROVA PERICIAL - Embora o julgador não esteja adstrito à prova pericial produzida nos autos, a conclusão desta se impõe, quando não há apuração de agente insalubre, nos termos do art. 195, parágrafo 2º da CLT, não havendo nos autos outras provas capazes de elidirem o laudo técnico produzido.

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301 (TRT-RO-13550/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Denise Alves Horta - Publ. MG. 25/02/95)

PROVA TESTEMUNHAL INDEFERIDA - INOCORRÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA - Não constitui cerceamento de defesa o indeferimento de prova testemunhal para se opor a minucioso laudo técnico, com acompanhamento do reclamante, concluindo pela neutralização dos agentes insalutíferos com o uso dos EPI's adequados à proteção do empregado, a ele regularmente entregues, máxime havendo no laudo pericial demonstração fotográfica da efetiva utilização dos equipamentos de proteção pelos empregados da empresa.

(TRT-RO-12421/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Denise Alves Horta - Publ. MG. 26/11/94)

As questões ligadas à insalubridade desafiam predominantemente matéria técnica. Todavia, excepcionalmente, pontos de controvérsia podem e devem ser dirimidos na prova oral, podendo, nesse caso, incidir sobre a parte os efeitos da confissão ficta diante de sua ausência injustificada à audiência em que deveria comparecer para prestar depoimento pessoal.

(TRT-RO-05126/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 07/10/94)

14. Decisão espaldada em laudo pericial conclusivo a respeito da existência da insalubridade em grau médio, devido ao agente físico ruído. Mesmo se provada a pretendida intermitência do trabalho, a existência da insalubridade restaria caracterizada, não podendo ser proporcionalizada a algumas horas diárias, posto que o risco à saúde deve ser considerado de forma absoluta.

(TRT-RO-14567/93 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 16/09/94)

TIPIFICAÇÃO LEGAL - RUÍDO - OPINIÃO DO PERITO - Indevido adicional quando a prova pericial - embora tendo constatado a presença de agente agressivo, ruído, no local de trabalho - confirma o fornecimento de EPI pela empresa, além de efetiva fiscalização dessa sobre o uso do aparelho, específico, que aniquilava a agressão. A opinião do perito, sustentada em estudos teóricos e acadêmicos que contém o laudo sobre a real possibilidade de que o efeito nefasto não fique restrito ao ouvido, mas atinja órgãos vitais, através das células do corpo, não influem na conclusão, que é de ordem legal e não médica. Estudos científicos só influem no direito depois de incorporados pela lei.

(TRT-RO-01444/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 26/11/94)

De Periculosidade

01. RECURSO - ELETRICITÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE - PROPORCIONALIDADE - CLÁUSULA NORMATIVA - VALIDADE . A faculdade conferida aos Sindicatos para a celebração de acordos e convenções coletivas é a expressão máxima da liberdade sindical. As cláusulas e condições neles estipuladas têm força de norma de cumprimento obrigatório. A decretação da sua invalidade, fora do procedimento judicial adequado, afronta o artigo 7º., XXVI, da Constituição Federal, além de atingir a própria liberdade sindical que tanto progresso alcançou nos últimos anos.

(TRT-RO-4773/95 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 27/05/95)

02. Faz jus ao adicional de periculosidade integral o mecânico de aeronaves, que trabalhava em área de risco, de forma intermitente, posto que imprevisível o momento em que o infortúnio poderia ocorrer.

(TRT-RO-11520/94 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 14/10/94)

Trabalha em área de risco e, em conseqüência, faz jus ao adicional de periculosidade, o auxiliar de rampa que efetua carregamento e descarregamento de bagagens simultaneamente ao abastecimento da aeronave com substância inflamável (querosene - jet - A - 1).

(TRT-RO-12392/94 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 21/10/94)

03. 1) ADICIONAL DE PERICULOSIDADE - DIFERENÇA - RECURSO - INOVAÇÃO - 2) ACORDO COLETIVO - EFEITOS JURÍDICOS. 1) Se a parte opta em oferecer os fundamentos jurídicos do pedido, já que não obrigada a tanto, "jus novit curia", a eles deve se ater o julgador. Pedido de diferença de adicional de periculosidade pago a menor porque não observado o percentual de 30% sobre o salário, não pode ser, no recurso, desvirtuado quando a parte tenta demonstrar que a diferença estaria na base de cálculo, erroneamente considerada.

(TRT-RO-17129/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 04/03/95)

04. CERVEJARIAS REUNIDAS SKOL CARACU S/A. Não gerar ou não distribuir energia elétrica uma empresa industrial não implica em que não seja a atividade dos seus empregados perigosa ou enquadrada como tal, quando se submetem eles aos riscos próprios e inerentes do Setor de Energia Elétrica, sujeitando-se os Reclamantes a risco iminente pelo período laborado em decorrência de choque elétrico, conforme apurado através de laudo técnico pericial específico.

(TRT-RO-18369/93 - 1ª T. - Rel. Juiz Saulo José Guimarães de Castro - Publ. MG. 02.09.94)

DE EMPREGADOS DO SETOR DE ENERGIA ELÉTRICA. A lei 7.369, de 20.09.85, instituiu em favor dos

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302empregados que exercem atividade no setor de energia elétrica, em condições de periculosidade, um adicional de 30% sobre o salário que perceberem, deixando para o decreto regulamentador a especificação das atividades consideradas perigosas. Em 20.12.85, entra em vigor o Decreto 92.212, estabelecendo o quadro de atividades e respectivas áreas de risco, o qual foi revogado pelo Decreto 93.412, de 14.10.86, que além de conter a especificação de atividades perigosas, limitou em seu artigo 2º, item II, o direito ao adicional de periculosidade ao tempo despendido pelo empregado na execução de tais atividades, quando ali ingressa, de modo intermitente, em caráter habitual. O Decreto n. 93.412/86, como ato administrativo que é, extrapolou sua competência, fugindo do fim social da Lei 7.369/85, que não estabeleceu tal proporcionalidade, acertadamente, em face da imprevisibilidade do momento em que o infortúnio possa ocorrer. Logo, comprovado o trabalho em área de risco, em empresa geradora de energia elétrica, defere-se o adicional de periculosidade, independentemente do tempo de exposição na referida área, o qual deverá incidir sobre o salário e seus componentes (artigo 457, da CLT), nos termos da lei 7.369/85, que não estabeleceu exclusões de parcelas salariais, como procedeu o artigo 193, parágrafo 1º, da CLT.

(TRT-RO-13067/94 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 02.12.94)

ELETRICIDADE - CONTATO HABITUAL E CONTÍNUO - LEI 7369/85 E DECRETO Nº 93.412/86 - Para fins do Decreto nº 93.412/86, regulamentador da Lei nº 7369/85, entende-se por permanência habitual e contínua em área de risco o contato freqüente do empregado com a alta tensão na referida área, inerente às suas próprias e habituais tarefas dentro da empresa. É que o decreto regulamentador não pode ultrapassar os comandos da própria lei, que, "in casu", exige apenas o exercício de atividade em condições de periculosidade, sem especificar limites de exposição.

(TRT-RO-15944/93 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 10.08.94)

ELETRICIDADE - PAGAMENTO PROPORCIONAL. O ingresso de modo intermitente, mas habitual, em área de risco, faz com que o adicional tenha incidência sobre o salário apenas na proporção do tempo de exposição, seja executando atividade em condição de periculosidade, seja por estar o trabalhador na mesma área à disposição do empregador. O Decreto 93.412/86 não afronta a Lei 7.369/85 ao prever a proporcionalidade do pagamento do adicional de periculosidade aos eletricitários, em razão da permanência intermitente na área de risco. E isso, porque não há se querer esteja correndo o mesmo gravame e tenha o mesmo direito daquele que se expõe na jornada inteira a circuitos energizados ou energizáveis, o laborista que apenas em parte de sua jornada corre tal risco. O Decreto em referência veio, sim, promover invejável justiça para os trabalhadores do setor.

(TRT-RO-6795/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 23.07.94)

05. Faz jus ao adicional de periculosidade o trabalhador que, durante 01:30 horas mensais, transporta, carrega e descarrega explosivos. O contato com a substância explosiva, no caso, não é episódico ou acidental, mas permanente, pois ocorre com freqüência previsível. Ademais, o risco daí advindo não poderá ser medido exatamente porque envolve a função na sua totalidade, ameaçando a integridade física e a vida do trabalhador por uma ação de impacto, sendo capaz de lesá-lo ou matá-lo em alguns segundos e não aos poucos, numa evolução crescente, como, em geral, ocorre com os agentes insalubres.

(TRT-RO-3902/95 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 02.06.95)

NORMA COLETIVA MAIS FAVORÁVEL - Havendo norma coletiva mais favorável ao empregado, que lhe assegura o pagamento do adicional de periculosidade proporcional ao tempo de exposição e quando ocorrido o contato com explosivos, sem prejuízo do pagamento do adicional de insalubridade pelo tempo remanescente da jornada de trabalho, deve ser deferida a parcela, desde que apurado pela perícia o trabalho nas ditas condições perigosas, ainda que por curtos períodos de exposição. O cálculo, no caso, será feito com base em 1:18 hs. (uma hora e dezoito minutos), que é o tempo de exposição mínimo previsto no acordo coletivo aplicável.

(TRT-RO-686/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves rios Neto - Publ. MG. 01.10.94)

06. PROFISSIONAL COMPETENTE - A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade segundo as normas do Ministério do Trabalho e da Previdência Social, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho e da Previdência Social (artigo 195, da CLT).

(TRT-RO-07531/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 17.08.94)

07. ENERGIA ELÉTRICA - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE - O Decreto nº 93.412/86, regulamentador da Lei 7.369/85, por ser originado de ato administrativo, não poderia limitar o alcance da lei a que está vinculado. Não havendo previsão na Lei 7.369/85 ou mesmo no art. 193/CLT de pagamento do adicional de periculosidade proporcional ao tempo de trabalho em condições periculosas não há que se falar em proporcionalidade.

(TRT-RO-12094/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Márcio Flávio Salem Vidigal - Publ. MG. 05.11.94)

PROPORCIONALIDADE - LIMITAÇÃO AO PEDIDO. Inobstante entenda que o adicional de periculosidade é devido em sua totalidade, independentemente do tempo de exposição ao agente periculoso, tendo sido

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303formulado o pedido relativamente à proporção do tempo de exposição, deve-se ater a decisão aos limites estabelecidos na lide.

(TRT-RO-12363/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Washington Maia Fernandes - Publ. MG. 05.11.94)

08. DIVERGÊNCIA ENTRE A PROVA ORAL E A PERÍCIA - Entre a prova oral, consistente no depoimento de uma única testemunha e que exercia a mesma atividade do autor, e a perícia realizada, esta é de prevalecer, porquanto a matéria relativa à periculosidade é eminentemente técnica. Recurso desprovido.

(TRT-RO-12156/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 06.12.94)

INDEVIDO - EVENTUALIDADE - A confissão do autor, reveladora de inexistência de trabalho permanente ou até mesmo intermitente em área e tarefa de risco, retira a possibilidade à percepção do adicional de periculosidade pleiteado. Este não combina com raridade ou eventualidade.

(TRT-RO-6001/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 10/09/94)

LAUDO PERICIAL - O Juiz não está adstrito às conclusões do laudo pericial. A perícia é um meio elucidativo e não conclusivo da lide, cabendo ao julgador proferir a decisão adotando o que satisfizer o seu convencimento. Entretanto, decidir com base no exame pericial é a regra, pois o juiz carece de conhecimentos técnicos para apurar fatos de percepção própria do perito, sendo exceção a sua rejeição, situação ocorrente só quando há outros elementos probatórios contrários e mais convincentes. À míngua deles, prevalece a vistoria oficial, máxime quando se verifica que o próprio assistente técnico do empregador com ela aquiesceu, expressamente.

(TRT-RO-14991/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 20/01/95)

LAUDO PERICIAL - LIQUIDAÇÃO - O laudo pericial apurou trabalho do autor em condições perigosas durante um ano, no curso do contrato de trabalho, sem contudo, determinar o lapso temporal em que tal fato ocorreu. Assim, remete-se à fase de liquidação a apuração precisa da época de labor em contato com agente perigoso, posto que, uma vez acolhida a prescrição qüinqüenal, é possível que tais parcelas já estejam prescritas.

(TRT-RO-3430/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 31/01/95)

De Produtividade

01. É devido o adicional de produtividade previsto na CCT da categoria, cujas normas são aplicáveis até o início da vigência do específico Acordo Coletivo pactuado.

(TRT-RO-05184/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 1º.07.94)

02. AGRAVO DE PETIÇÃO - DECISÃO EXEQUENDA - Garantido pela decisão exequenda o percentual de 2%, a título de produtividade, o reclamante deverá ter este "plus" incorporado ao salário para efeito do cálculo das demais parcelas.

(TRT-RO-01153/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 20.08.94)

03. O adicional de produtividade possui natureza jurídica que o distingue dos aumentos espontâneos concedidos pela empresa, sendo inviável considerá-lo parte integrante destes. Ademais, a Justiça do Trabalho veda o salário complessivo. Com efeito, o Código Civil, em seu artigo 940, dispõe que a quitação válida deve ser expressa quanto ao valor e a espécie da dívida quitada. Idêntica a diretriz da CLT, como se vê de seu artigo 477, parágrafo 2º. Logo, inexistindo prova inequívoca de quitação, o pedido é procedente.

(TRT-RO-14003/94 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 20.01.95)

De risco

01. O adicional de risco, previsto no artigo 14, da Lei 4.860, de 26.11.65, diz respeito tão somente ao regime de trabalho nos portos organizados, bem como sua administração, conforme artigo 19, não abrangendo a categoria dos bancários.

(TRT-RO-14326/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 31.01.95)

Noturno

01. O adicional noturno, pago habitualmente, integra o cálculo das horas extraordinárias, ainda que prestados em horário diurno.

(TRT-RO-15311/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 18.10.94)

02. INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO - AVISO PRÉVIO - O adicional noturno pago habitualmente integra o salário para todos os efeitos (En. 60/TST). Em conseqüência, é devido também em relação ao período do aviso prévio, ainda que o empregado tenha sido dispensado de cumpri-lo.

(TRT-RO-17072/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Luiz Ronan Neves Koury - Publ. MG. 04.03.95)

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30403. SUPRESSÃO - A mudança no horário de trabalho, de noturno para diurno, por trazer benefícios livrando o

empregado do labor em condições adversas, não pode ser considerada ilícita, mormente se a possibilidade de mudança estava prevista no contrato de trabalho.

(TRT-RO-14751/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Roberto Marcos Calvo - Publ. MG. 25.02.95)

ADJUDICAÇÃO

01. AGRAVO PETIÇÃO - CARTA DE ADJUDICAÇÃO - TÉRMINO DA FUNÇÃO JURISDICIONAL ESPECIALIZADA - Uma vez feito o pedido de adjudicação pelo reclamante exequente, o derradeiro ato jurisdicional desta Especializada foi a expedição da Carta da Adjudicação, sendo certo que a imissão na posse do bem adjudicado deverá ser requerida pelos trâmites legais específicos.

(TRT-AP-01149/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 26.11.94)

02. FACULDADE DO CREDOR - Não havendo licitantes, é faculdade do exequente, e não sua obrigação, requer a adjudicação dos bens. Nesse sentido é o art. 714 do Código de Processo Civil, expressamente relativo à praça dos bens imóveis, mas analogicamente aplicável ao leilão de bens móveis. A falta de adjudicação dos bens não impede o prosseguimento da execução contra o dinheiro encontrado em conta bancária da executada.

(TRT-AP-1313/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Márcio Túlio Viana - Publ. MG. 08.08.95)

03. PRAZO PARA REQUERIMENTO . A lei atual não limita prazo para o requerimento da adjudicação dos bens praceados. A lei anterior (CPC de 1939, art. 981, parágrafo primeiro) sim, isto é, até a assinatura do auto de arrematação. Este, portanto, o prazo ainda a ser respeitado.

(TRT-AP-00091/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 15.07.94)

04. AGRAVO DE PETIÇÃO - ADJUDICAÇÃO - PREFERÊNCIA - PREÇO. Se houver licitantes na praça, o credor, com preferência, pode requerer a adjudicação em igualdade de condições com a melhor oferta.

(TRT-AP-1854/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Celso Honório Ferreira - Publ. MG. 01.10.94)

Considerando o direito de preferência outorgado ao exequente pelo parágrafo 1º, do art. 888, da CLT, e tendo em vista que a arrematação só se considera perfeita e acabada após a assinatura do auto respectivo (CPC, art. 694), pode ele, até esse momento, exercer aquele direito, máximo quando, como no caso, oferece valor superior ao do maior lance, pois a execução deve se processar da maneira menos gravosa ao executado.

(TRT-AP-2581/94 - 5º T. - Rel. Juiz José Murilo de Morais - Publ. MG. 25.02.95)

ADVOGADO

01. Atos Nulos - são nulos, a teor das leis 4215/63 e 8906/94, os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB. Assim, não produzem efeito jurídico aqueles atos que não tenham atendido aos ditames legais.

(TRT-AR-240/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Dárcio Guimarães de Andrade - Publ. MG. 24/05/95)

02. HORAS EXTRAS. ADVOGADO DO DEPARTAMENTO JURÍDICO DE BANCO. BANCÁRIO. Provada a atuação do reclamante como advogado do departamento jurídico do banco reclamado cumprindo jornada de oito horas, sem coordenar ou chefiar qualquer setor e sem qualquer subordinado (desempenhando pois função eminentemente técnica), faz ele jus à jornada normal de seis horas assegurada aos bancários em geral pelo artigo 224, caput, da CLT, devendo ser pagas como extras a sétima e a oitava horas diariamente prestadas, com as vantagens daquela categoria. É que os advogados, apesar de terem sua atividade profissional regulamentada por legislação específica, não integram o rol das categorias profissionais diferenciadas constante do Quadro de Atividades e Profissões a que se refere o artigo 577 da CLT para efeito de fixação do Plano Básico do Enquadramento Sindical (que foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988, como instrumento essencial da efetivação do princípio da unicidade sindical nela mantido), prevista sua representação pela Confederação Nacional das Profissões Liberais. Assim sendo, o enquadramento sindical do advogado empregado, como dos empregados em geral, é dado pela atividade preponderante de seu empregador, ressalvando-se apenas a incidência da regulamentação profissional própria que lhe proporcione situação especial mais favorável.

(TRT-RO-17085/95 - 2ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 21/04/95)

03. NA JUSTIÇA DO TRABALHO - A Lei 8.906/94 veda apenas a prática de atos privativos de advogado a OUTROS profissionais, mas não impede que o próprio empregado ou empregador possa demandar pessoalmente em juízo, nos termos do art. 791/CLT.

(TRT-RO-17371/94 - 4ª T. Rel. Juiz Luiz Ronan Neves Koury - Publ. MG. 04.03.95)

TRANSAÇÃO. Se o art. 791 da CLT estabeleceu que, na Justiça do Trabalho, podem as partes postular pessoalmente, a mesma prerrogativa lhes é conferida para por fim ao litígio, por meio da transação. É

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305dispensável a participação do advogado. A norma consolidada, de natureza especial, não é incompatível com a regra geral insculpida no art. 1º, item I, da Lei n. 8.906/94. Recurso Ordinário a que se dá provimento.

(TRT-RO-13082/94 - 3ª T. Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 06.12.94)

04. RELAÇÃO DE EMPREGO. ADVOCACIA DE PARTIDO. CARÊNCIA DE AÇÃO. Tendo a Autora firmado com fundação do Poder Público Municipal contrato cível de prestação profissional de serviços jurídicos, de curta duração, não pode pretender vínculo empregatício sob o argumento de tê-lo cumprido de forma subordinada e atividade não eventual. Primeiro, porque não fez prova alguma do alegado. Segundo, porque o tipo de prestação de serviços encontra-se, junto com os cargos em comissão, dentro das exceções relativas ao poder público. E é típico da profissão, liberal, quando assim exercida, a cobrança de honorários para acompanhamento de processos judiciais em que o cliente esteja envolvido. Lembrando que a ética da assistência jurídica obriga o profissional, inclusive, alertar o cliente sobre falhas e riscos do contrato feito ou de mudanças de rumo na sua execução.

(TRT-RO-13042/92 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 23.07.94)

RELAÇÃO DE EMPREGO - ADVOGADO - CARACTERIZAÇÃO - Se os pressupostos fáticos estabelecidos nos autos evidenciam a natureza da relação jurídica havida entre o advogado e o Município como sendo empregatícia, a concessão pela Administração de licença remunerada no período eleitoral ao reclamante, cujos destinatários desta são somente os funcionários ou empregados públicos, não deixa dúvida definitivamente, quanto à impossibilidade da caracterização da prestação de serviços como sendo de natureza autônoma.

(TRT-RO-09745/93 - 4ª T. - Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 20.08.94)

AGRAVO

De Instrumento

01. ADMISSIBILIDADE - Não se conhece de agravo de instrumento interposto contra decisão que indefere embargos de terceiro, porque esses constituem ação incidental, e não recurso a que se denega seguimento.

(TRT-AI-00076/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 01.04.95)

FINALIDADE - No processo do trabalho, esse procedimento cabe apenas contra despacho que não receba ou obste seguimento a recurso. Sendo impróprio - e por isso não conhecido - quando utilizado para discutir o indeferimento de juntada de novos documentos a ele, ao arrepio do En. 8-TST.

(TRT-AI-2941/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 03.12.94)

FORMAÇÃO DEFICIENTE DO INSTRUMENTO - Não se conhece do Agravo de Instrumento, se a petição de ingresso não está acompanhada de procuração ou de cópia da procuração outorgada ao advogado que a subscreve.

(TRT-AI-2500/94 - 4ª T. Rel. Juiz Ricardo Antônio Mohallem - Publ. MG. 15.10.94)

02. DEPÓSITO RECURSAL - DESNECESSIDADE - O agravo de instrumento é remédio processual intermediário que se volta para a subida de outro recurso. "A exigência de depósito, no caso, importaria em exigirem-se dois depósitos para a subida do mesmo recurso, o que é um exagero incompatível com a finalidade garantidora dos depósitos". (Christóvão P. Tostes Malta, LTR - ano 57, nº 02 - fevereiro/93. p. 173). Deserção argüida pela PRT que se rejeita.

(TRT-AI-01366/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 17.08.94)

03. Dispensa-se a intimação do inteiro teor da sentença à parte que, intimada, não comparecer à audiência em prosseguimento para a prolação da sentença. Nesse caso, o prazo para a interposição do Recurso conta-se da data da publicação da sentença. Inteligência consubstanciada no Enunciado nº 197 do TST.

(TRT-AI-1085/95 - 1ª T. - Juiz Manuel Cândido Rodrigues - Publ. MG. 26.05.95)

04. INTERPOSTO EM CASO DE CABIMENTO DE AGRAVO DE PETIÇÃO. INAPLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE RECURSAL, EM CASO DE ERRO GROSSEIRO. A regra prevista no artigo 810 do Código de Processo Civil de 1939, admitindo o conhecimento de um recurso por outro, subsistiu no atual ordenamento processual brasileiro sob a forma do princípio da fungibilidade recursal, como é pacífico em doutrina e jurisprudência. Porém, tanto como norma expressa quanto como princípio subjacente ao sistema, não se tolera sua aplicação em casos de má-fé ou de erro grosseiro. Como, no processo do trabalho, somente cabe agravo de instrumento contra os despachos que denegarem a interposição de recursos e, por outro lado, de qualquer decisão proferida na execução trabalhista cabe a interposição de agravo de petição (CLT, artigo 897, a e b), não deve ser conhecido o agravo de instrumento erroneamente oferecido pela parte, regularmente assistida por advogado, contra decisão interlocutória proferida na execução. Não é aplicável neste caso o princípio da fungibilidade recursal pois, como bem acentua MANOEL ANTÔNIO TEIXEIRA FILHO ao examinar situação similar, "o erro, aqui, é grosseiro" (in "Sistema de Recursos Trabalhistas", Ltr, 7ª ed., p. 302).

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306 (TRT-AP-00667/95 - 4ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 06.05.95)

05. DEFICIÊNCIA DE TRASLADO - CUSTAS RECOLHIDAS - Em que pese a guia DARF acostada com a devida autenticação, os elementos constantes destes autos não são suficientes a comprovar que as custas foram recolhidas tempestivamente. É que o agravante se descuidou de trasladar a peça com o protocolo do recurso ordinário aviado, bem como a intimação da sentença recorrida, ou mesmo esta se prolatada nos termos do Enunciado nº 197 do C. TST, de modo a se aferir a observância ou não do prazo previsto no parágrafo 4º do art. 789 da CLT. Agravo desprovido.

(TRT-AI-01897/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga. - Publ. MG. 05.10.94)

TRASLADO DE PEÇAS - NÃO CONHECIMENTO: Não se conhece de agravo de instrumento quando ausentes suas peças essenciais, quais sejam, "a decisão agravada, a certidão da respectiva intimação e a procuração outorgada ao advogado do agravante" (art. 523, parágrafo único, CPC), sendo certo que, a responsabilidade pela fiscalização da instrumentação é da parte.

(TRT-AI-3438/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Washington Maia Fernandes - Publ. MG. 05.11.94)

De Petição

01. (1) - CONHECIMENTO - O conhecimento do agravo de petição, após a edição da Lei nº 8.432/92, que introduziu o parágrafo 2º do art. 879, da CLT, depende de impugnação específica do conteúdo do cálculo no momento em que o Juiz abrir vista às partes da liquidação. (2) DELIMITAÇÃO DE VALORES - A ausência de delimitação dos valores obsta a que se conheça do agravo de petição.

(TRT-AP-00678/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins. - Publ. MG. 1º.07.94)

A delimitação dos valores tem a finalidade de permitir a execução imediata da parte remanescente, ou seja, do crédito a respeito do qual não há controvérsia. Se o reclamante recorre pleiteando acréscimo de liquidação torna-se desnecessária a delimitação da parte incontroversa ou da parte controvertida, pois que a finalidade da lei, que é permitir a imediata execução do valor remanescente, é atingida.

(TRT-AP-2475/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 08.11.94)

DELIMITAÇÃO FUNDAMENTADA DAS MATÉRIAS E DOS VALORES IMPUGNADOS. Com a clara finalidade de evitar procrastinações e de propiciar a satisfação mais célere possível da parte incontroversa dos créditos trabalhistas, a Lei nº 8.432/92, ao dar nova redação ao artigo 897 da CLT, instituiu em seu § 1º outro pressuposto objetivo de admissibilidade para o agravo de petição. Sem a delimitação, de forma justificada, das matérias e dos valores impugnados, tal recurso não deve sequer ser admitido pelo Juízo "a quo" e, muito menos, ser conhecido pela instância "ad quem".

(TRT-AP-03409/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 21.04.95)

02. CABIMENTO - Se o agravo de petição só tem lugar no processo de execução, a combinação dos arts. 897, alínea "a", e 893, parágrafo 1º, da CLT sugere a existência de um requisito mínimo para seu cabimento: a existência de uma sentença de liquidação, declarando o "quantum debeatur". Esta é atacável por meio da ação de embargos à execução, cuja decisão, por seu turno, desafia o recurso de agravo de petição. Agravo de Petição não conhecido.

(TRT-AP-3385/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 31.01.95)

COISA JULGADA. EFEITOS. É vedada a reapreciação de questões que já foram apreciadas e julgadas, em sede de recurso ordinário e de agravo de petição, por este Regional, com trânsito em julgado das decisões, sob pena de ofensa à coisa julgada.

(TRT-AP-1320/95 - 4ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta. - Publ. MG. 08.07.95)

INCABIMENTO - EXECUÇÃO PROVISÓRIA. O agravo de petição foi prematuramente aviado da decisão que apreciou impugnação feita ao laudo pericial, antes mesmo de ser homologado o cálculo ou garantido o Juízo. Além do mais, tratando-se de execução provisória, já que pendente recurso de revista, deve prosseguir tão somente até a penhora, a teor do art. 899, da CLT.

(TRT-AP-01711/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria. - Publ. MG. 17.01.95)

MATÉRIA QUE DESAFIA RECURSOS PRÓPRIOS - A sentença contrária às pretensões da parte desafia recursos próprios, sendo o Agravo de Petição meio inadequado a se discutir matéria de mérito, principalmente quando se verifica que os cálculos de liquidação obedeceram rigorosamente ao comando exequendo.

(TRT-AP-1694/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Roberto Marcos Calvo - Publ. MG. 15.10.94)

RECURSO PERTINENTE - Embargos à execução não constituem recurso e sim meio de impugnação do processo de execução. A decisão que inadmite liminarmente os embargos, bem como aquelas que os aprecia, desafia agravo de petição e não agravo de instrumento. Argüição de incabimento do agravo rejeitado.

(TRT-AP-02785/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria. - Publ. MG. 06.12.94)

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307

03. NÃO CONHECIMENTO. Inobstante no processo do trabalho a intimação das partes para se manifestarem sobre os cálculos constituir uma faculdade, se o Juiz abrir tal prazo, as partes deverão fazer a respectiva impugnação, sob pena de preclusão. É o que resulta da literal disposição constante da parte final do parágrafo 2º do artigo 879/CLT. Interpondo o exequente precipitadamente agravo de petição, dele não se conhece por impróprio.

(TRT-AP-2538/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 31.01.95)

NÃO CONHECIMENTO - PRECLUSÃO. Se a agravada não expõe de modo analítico os valores impugnados (memória de cálculos) e não demonstra concomitantemente a "differentia specifica" das matérias controversas quanto aos cálculos periciais, incide de imediato em preclusão consumativa (nova sistemática do art. 897, parágrafo 1º/CLT), o que impede a devolução de cognição abstrata ao Juízo "ad quem".

(TRT-AP-3640/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 31.01.95)

04. NÃO SUJEIÇÃO A CUSTAS. Sem a edição de lei que regulamente a matéria, o agravo de petição não está sujeito ao pagamento de custas processuais, cabendo a devolução, à parte condenada, do valor relativo por esta recolhido indevidamente (Res. Adm. 48/90 do TST).

(TRT-AP-380/95 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 01.04.95)

05. DEPÓSITO RECURSAL - Garantida totalmente a execução nos embargos, não há que se exigir qualquer depósito recursal quando do Agravo de Petição, a não ser no caso de elevação do valor da condenação, a teor da Instrução Normativa 03/93-TST.

(TRT-AI-02831/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José Waster Chaves - Publ. MG. 02.09.94)

PENHORA - DESNECESSIDADE DE DEPÓSITO RECURSAL. Diante da penhora de cheque administrativo no valor total do cálculo, resta plenamente garantido o Juízo, não havendo que se falar no depósito recursal previsto na Lei nº 8.542/92.

(TRT-AP-1938/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 22.11.94)

06. Se os empregados ainda continuam prestando serviços ao empregador e se a v. decisão exeqüenda não estipula marco final para o pagamento das diferenças advindas da equiparação deferida, aquelas não podem ser limitadas à data do ajuizamento da reclamação, pena de ofensa ao princípio da irredutibilidade salarial consagrado no art. 7º, VI, da Constituição Federal.

(TRT-AP-2615/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 05.11.94)

07. CONHECIMENTO. PRAZO. CONTAGEM. O prazo para interposição do agravo de petição conta-se a partir da notificação do despacho que indeferiu a execução e não daquele que ratifica essa decisão, proferido em razão de pedido de sua reconsideração.

(TRT-AP-03369/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 25.11.94)

EXECUÇÃO. PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO. INÍCIO DO PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO DE PETIÇÃO. O executado, diante de decisão interlocutória do juízo da execução com a qual não concordou, deveria desde logo ter interposto agravo de petição no prazo legal e não se limitado a apresentar pedido de reconsideração, que não tem o efeito de suspender ou interromper o curso do prazo recursal. O despacho seguinte do Juízo a quo em que se limitou a manter o primeiro não tem teor decisório próprio, razão pela qual teve razão em denegar seguimento ao agravo de petição tardiamente interposto.

(TRT-AI-00014/95 - 2ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 10.03.95)

TEMPESTIVIDADE. Expedida a intimação numa quinta-feira o prazo recursal tem início na terça-feira subseqüente, por isso que presumido o seu recebimento no sábado, a teor dos Enunciados 16 e 262 do Colendo TST. Interposto o apelo no prazo legal, rejeita-se a intempestividade argüida.

(TRT-AP-1260/95 - 5ª T. - Rel. Juíza Denise Alves Horta - Publ. MG. 22.07.95)

08. Sendo o agravante leiloeiro, e tendo praticado os atos que lhe competiam no feito executório, não há dúvida de que, no intuito de preservar seus interesses, tem ele legitimidade para interpor Agravo de Petição, por ser, induvidosamente, terceiro prejudicado, nos moldes do art. 499/CPC.

(TRT-AI-03825/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 04.11.94)

TERCEIRO - CONDIÇÃO NÃO CONFIGURADA - ALTERAÇÃO CONTRATUAL INVÁLIDA - Se o próprio agravante atribui à sociedade conotação comercial, com o registro de seu contrato social na Junta Comercial, é inválida a alteração contratual subseqüente registrada apenas em cartório de registro civil, excluindo-o do quadro societário. Condição de terceiro não configurada.

(TRT-AP-2686/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Washington Maia Fernandes - Publ. MG. 05.11.94)

Regimental

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01. INDEFERIMENTO DA INICIAL - Quando a inicial padece de irregularidade sanável por emenda, o artigo 284 do CPC determina que se dê à parte oportunidade para saná-la em 10 dias, não merecendo indeferimento de plano. Agravo provido.

(TRT-ARG-34/95 - Seção Especializada - Rel. Juiz Renato Moreira Figueiredo - Publ. MG. 23.06.95)

02. MATÉRIA CONTROVERTIDA - Matéria de interpretação controvertida nos tribunais, por constituir questão de fundo, deve ser apreciada pelo Colegiado, e não singularmente pelo Juiz Relator. Agravo Provido.

(TRT-ARG-82/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Renato Moreira Figueiredo - Publ. MG. 17.03.95)

ALÇADA

01. PROCESSO DE ALÇADA. Havendo reunião de várias Ações, nos mesmos autos, perdem estes a característica de alçada, pois suplanta-se o valor atribuído à causa inicial, passando a ser este a soma do de todas as Ações.

(TRT-AI-0045/95 - 1ª T. - Rel. Juiz Manuel Cândido Rodrigues - Publ. MG. 10.03.95)

SALÁRIO MÍNIMO - URV - Atribuído à causa valor inferior ao dobro do salário mínimo que era alterado diariamente pela variação da URV, e não tendo sido oportunamente impugnado, o processo é de alçada, não ensejando qualquer recurso (Lei 5.584/70).

(TRT-RO-14659/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 31.01.95)

02. DISSÍDIO DE ALÇADA. Asseguram-se às partes o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes que, à toda evidência, estão previstos na legislação infraconstitucional. Em assim sendo, sobrevive no mundo jurídico, após 5.10.88, o artigo 2º, parágrafo 4º, da Lei 5584/70, dada a inexistência de incompatibilidade com a regra soberana contida na Constituição Federal, por seu artigo 5º, inciso LV, ou aquela do artigo 7º, inciso IV.

(TRT-AI-03780/94 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 28.10.94)

03. AGRAVO DE INSTRUMENTO. ALÇADA. IRRECORRIBILIDADE. O princípio do duplo grau de jurisdição, no processo trabalhista, sofre uma restrição relativamente às chamadas reclamações de alçada, isto é, aquelas cujo valor, fixado no pedido ou arbitrado pelo juiz quando de valor indeterminado, seja igual ou inferior a dois salários mínimos (Lei nº5584, de 26/06/70, parágrafo 3º do art. 2º). Assim, das decisões nelas proferidas, só caberá recurso quando versarem matéria constitucional, o que não é o caso dos autos.

(TRT-AI-02501/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 05.10.94)

CAUSAS DE ALÇADA - LEI N. 5584/70, ARTIGO 2º E SEUS PARÁGRAFOS - RECEPÇÃO PELA NOVA ORDEM CONSTITUCIONAL. O direito de recorrer não é e nem pode ser absoluto, podendo o legislador pátrio criar requisitos de admissibilidade que, se não verificados, impedirão o processamento dos apelos. Continuam existindo, pois, as ditas "causas de alçada", cujas decisões são irrecorríveis, salvo se versarem sobre matéria constitucional, tendo sido recepcionado pela nova ordem constitucional o artigo 2º e parágrafos, da Lei n. 5584/70.

(TRT-AI-03223/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 04.11.94)

RECURSO "EX OFFICIO" - Nos processo de alçada as partes não podem recorrer da sentença, porém, a obrigatoriedade do duplo grau de jurisdição, nos termos do Decreto-lei 770/69, torna necessária a remessa oficial, para que ocorra o trânsito em julgado.

(TRT-RO-12222/93 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 12.11.94)

ALTERAÇÃO CONTRATUAL

01. A execução da jornada de trabalho, por liberalidade do empregador, não lhe dá o direito de voltar a exigir a jornada anterior, pois que o art. 468 da CLT veda alterações unilaterais no contrato de trabalho, ou de que decorram prejuízo para o empregado.

(TRT-RO-13082/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 22.11.94)

02. ALTERAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. INEXISTÊNCIA. Vendedor contratado sem região ou zona de trabalho efetiva, sem direito a exclusividade, não sofre alteração contratual "in pejus", quando a empresa destina-lhe outro campo de trabalho, com atendimento a cidades diversas.

(TRT-RO-11558/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 14.10.94)

03. CESTA BÁSICA - SUPRESSÃO. O benefício do fornecimento da cesta básica, mesmo que não esteja previsto em Convenção Coletiva, é direito do trabalhador, quando fornecido durante toda a vigência do contrato de trabalho, não podendo ser suprimido pelo empregador.

(TRT-RO-17091/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 25.02.95)

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APOSENTADORIA

01. TRABALHO SUPERVENIENTE. Se o labor do empregado, nada obstante sua aposentadoria especial, não sofre solução de continuidade, daí exsurge nítido o novel pacto laboral que, alvo de resilição contratual por iniciativa empresarial, suscita o direito às parcelas inerentes à dispensa imotivada.

(TRT-RO-9006/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 18.10.94)

02. Preenchidos os requisitos básicos à concessão da vantagem instituída em norma coletiva, devido o abono aposentadoria ao empregado se se manteve ligado à empresa, ainda que o contrato de trabalho suspenso em virtude de aposentadoria por invalidez, já que a ele são asseguradas todas as vantagens que, em sua ausência, tenham sido atribuídas à categoria a que pertencia na empresa. RO DESPROVIDO.

(TRT-RO-1282/95 - 1ª T. - Rel. Juiz José Eustáquio de Vasconcelos Rocha - Publ. MG. 17.03.95)

Complementar

01. COMPLEMENTAÇÃO DE PENSÃO. AUTARQUIA FEDERAL. Por força da aplicação do princípio da legalidade e tendo em vista a exigência constitucional que autorize a realização de despesas pelos Órgãos Públicos, entre os quais se incluem as Autarquias, não se pode inferir de dispositivo genérico de regulamento que tenha o mesmo instituído um sistema de complementação de aposentadoria e pensões a cargo da administração. RECURSOS "EX-OFFICIO" E VOLUNTÁRIO PROVIDOS. DIREITO À SUPLEMENTAÇÃO SALARIAL INDEVIDA.

(TRT-RO-07772/93 - 1ª T. - Rel. Juiz Saulo José Guimarães de Castro - Publ. MG. 1º.07.94)

02. BANCO DO BRASIL - COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA - A complementação de aposentadoria de ex-empregado do Banco do Brasil deve obedecer aos requisitos das circulares aplicáveis a ele, mormente se o comando exequendo fixou expressamente os parâmetros a serem seguidos. Se o cálculo apresentado revela-se em consonância com a "res judicata", é de se negar provimento ao agravo.

(TRT-AP-3112/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alves Pinto - Publ. MG. 25/02/95)

03. Compete à Justiça do trabalho, a teor do disposto no art. 114 da CF, conhecer e julgar matéria relativa à complementação de aposentadoria instituída e patrocinada pelo Banco reclamado, viabilizada através da Fundação Itaubanco, tendo como beneficiários seus empregados, porquanto se trata de obrigação decorrente do contrato de trabalho mantido entre empregado e empregador.

(TRT-RO-08107/93 - 1ª T. - Rel. Juiz Saulo José Guimarães de Castro - Publ. MG. 1º/07/94)

04. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. DIREITO ADQUIRIDO E ISONOMIA. ARTIGO 468 DA CLT. ENUNCIADOS 51 E 288/TST. Estando o direito à complementação de aposentadoria, na data de admissão do reclamante, assegurado aos empregados do Banco empregador pelos estatutos da fundação assistencial por este instituída, a posterior revogação dessa norma regulamentar não pode atingir seu direito adquirido correspondente, cujo exercício, nos termos do artigo 6º, parágrafo 2º, da Lei de Introdução ao Código Civil, dependia apenas do implemento de condição preestabelecida (a efetivação de sua aposentadoria) e já havia se incorporado em definitivo a seu contrato de trabalho, nos termos do artigo 468 Consolidado. Ademais, a negativa de lhe conceder tal vantagem quando da rescisão contratual, em cotejo com a comprovada concessão anterior daquela complementação a outros empregados na mesma situação, configura injustificável ofensa ao princípio da isonomia, que deve ser judicialmente reparada. Inteligência e aplicação dos Enunciados 51 e 288 do Colendo Tribunal Superior do Trabalho.

(TRT-RO-01586/95 - 2ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 28/04/95)

05. COMPLEMENTAÇÃO DE BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS - FUNDO DE PENSÃO - QUESTÃO QUE ENVOLVE A ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA DOS RECOLHIMENTOS - INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. É incompetente a Justiça do Trabalho para apreciar e julgar a reclamação que tem por objeto a atualização monetária de valores relativos a contribuições feitas a entidade privada, constituída por Fundo de Pensão, que tinha por objetivo complementar benefícios eventualmente percebidos da Previdência Social.

(TRT-RO-1121/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira Mello - Publ. MG. 25/02/95)

06. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA - ESTATUTO - NORMA REGENTE - REVOGAÇÃO - A norma revocatória de complementação de aposentadoria, estabelecida em estatuto de empresa do mesmo grupo econômico, tem eficácia plena a partir de sua publicação, não alcançando o direito daqueles anteriormente admitidos e regulados pelo estatuto primitivo.

(TRT-RO-5846/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Roberto Marcos Calvo - Publ. MG. 27/10/94)

ARREMATAÇÃO

01. Nula a arrematação quando a arrematante não deposita, no ato, os 20% do valor do lance vencedor.

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310 (TRT-AP-02187/93 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 1º/07/94)

02. Assinado o auto pelo juiz, pelo arrematante e pelo diretor de Secretaria, a arrematação é tida como perfeita e acabada. O referido ato poderá desfazer-se por vício de nulidade, pelo não pagamento do preço, pela existência de ônus real não mencionado no edital, comprovado nos três dias que sucederem a arrematação ou, ainda, nos casos previstos nos art. 698 e 699 do CPC. A alegação de preço vil feita após a assinatura do auto não se enquadra nessas hipóteses, em conseqüência, desautoriza o desfazimento da arrematação, pois o executado deverá manter-se vigilante, sob pena de incorrer na preclusão.

(TRT-AP-1722/94 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 01/10/94)

LANÇO VIL - Não pode ser considerado vil o lanço que corresponde a 54,08% do valor da avaliação. Agravo de petição a que se nega provimento.

(TRT-AP-3231/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 31/01/95)

ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

01. Nos termos do art. 4º., e seu parágrafo primeiro, da Lei nº1060/50, com a redação determinada pela Lei nº 7.510, de 4 de julho de 1986, a parte gozará dos benefícios da assistência judiciária, mediante simples afirmação, na própria petição inicial, de que não está em condições de pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família, presumindo-se pobre, até prova em contrário, quem afirmar essa condição nos termos desta lei.

(TRT-RO-09646/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 10/09/94)

PROCESSO DO TRABALHO. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. LEI N. 1060/50, ART. 5º., PARÁGRAFO 5º. INAPLICABILIDADE - No processo do trabalho, a assistência judiciária gratuita é disciplinada pela Lei nº 5584/70 e o referido diploma estabelece como sendo de oito dias o prazo para interposição de qualquer recurso (art. 6º). Não há exceções. As disposições contidas na Lei n. 1060/50 só se aplicam ao processo comum, no que concerne a privilégios quanto aos prazos processuais.

(TRT-AI-02600/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 22/10/94)

02. SENTENÇA - Se o pedido de assistência judiciária foi objeto de decisão, na sentença, o seu reexame só é possível pela via do recurso e não por despacho do juízo de admissibilidade, quando de sua interposição.

(TRT-AI-3375/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 15/10/94)

03. CUSTAS - ISENÇÃO. O pedido de isenção de custas, por razões até de lógica, deve preceder ao seu pagamento, pois uma vez recolhidas aos cofres públicos, o pedido perde o objeto.

(TRT-RO-08251/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 17/11/94)

CUSTAS. ISENÇÃO. Na Justiça do Trabalho a assistência judiciária a que se refere a Lei 1.060/50 é prestada pelo sindicato da categoria profissional a que pertencer o trabalhador (Lei 5.584/70 - art. 14). Incompatibiliza-se o pedido de isenção de custas e a miserabilidade alegada, com o patrocínio da causa através de advogado particular contratado pelo reclamante.

(TRT-AI-3901/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 11/11/94)

CUSTAS PROCESSUAIS - ISENÇÃO - Após o advento da Lei 7510/86, a declaração de pobreza com vistas à obtenção de isenção de custas deve ser firmada pelo próprio interessado. Ainda, indeferido o pedido de benefícios da Justiça Gratuita pelo MM. Juízo de primeiro grau, competia ao reclamante-recorrente, no qüinqüídio legal, sanar a irregularidade apontada ou pagar as custas processuais em que fora condenado, a fim de viabilizar o recebimento do seu apelo e a rediscussão da matéria na instância "ad quem". Omisso, entretanto, correto o despacho que denegou seguimento ao recurso, por deserto.

(TRT-AI-03084/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 22/10/94)

PEDIDO DE ISENÇÃO DE CUSTAS NÃO APRECIADO PELO JUÍZO "A QUO" - POSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO PELA INSTÂNCIA "AD QUEM" - Omitindo-se o Juízo de primeiro grau em relação ao pedido de isenção de custas formulado pelo reclamante cabe a este Tribunal a sua apreciação, tendo em vista que a dita omissão não gera a presunção de que o pedido foi indeferido, sendo o despacho obrigatório.

(TRT-AI-1052/95 - 2ª T. - Rel. Juiz Michelângelo Liotti Raphael - Publ. MG. 19/05/95)

RECURSO ORDINÁRIO. DESERÇÃO. ISENÇÃO DE CUSTAS. A assistência judiciária, ao teor da Lei 5584/70 c/c a Lei 1.060/50 e 7510/86 comporta impugnação e decisão. Assim, o pedido de assistência judiciária (compreendido o de isenção de custas) deve ser requerido na inicial, admitindo, desta forma, o contraditório, se for o caso. Vedado é, portanto, ao Juízo "a quo" pronunciar-se sobre pedido de assistência judiciária ou isenção de custas após proferida a decisão. A isenção de custas, por outro lado, poderá ser deferida de ofício se demonstrado, pela inicial, que o seu beneficiário não recebe importância superior a dois salários mínimos. Caso contrário, somente pode decidir a questão se objeto da lide, com oportunidade à parte

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311contrária para sua impugnação. A constituição de procuradores estranhos ao Sindicato a quem obrigatoriamente, se impõe a prestação da assistência judiciária pressupõe a capacidade financeira para arcar com os ônus decorrentes do processo. Recurso ordinário trancado, por deserção, corretamente, à ausência de requerimento de isenção de custas na inicial, ajuizada por procuradores contratados livremente pelo Reclamante. Agravo a que se nega provimento.

(TRT-AI-3222/94 - 1ª T. - Red. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 15/10/94)

04. JUSTIÇA GRATUITA - OPORTUNIDADE DE REQUERIMENTO - Deixando o Colegiado de primeiro grau de se manifestar sobre o pedido de Justiça Gratuita formulado pela reclamante na inicial, e não interpondo esta os cabíveis embargos de declaração no momento oportuno, devia pagar as custas processuais em que foi condenada, no qüinqüídio subsequente à interposição do seu recurso ordinário, ou renovar o pedido de isenção no mesmo prazo alusivo ao recolhimento das custas, sob pena de ser denegado seguimento ao apelo, por deserto. Agravo de instrumento desprovido.

(TRT-AI-03062/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 22/10/94)

ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA

01. AGRAVO DE PETIÇÃO - O depósito feito em garantia do Juízo não quita o débito, devendo o valor ser atualizado até a data do efetivo recebimento do crédito pelo exequente, visto que o executado, ao efetuar o depósito não se desobriga da execução, porque os índices de atualização dos depósitos bancários são inferiores aos utilizados para atualização dos débitos trabalhistas.

(TRT-AP-01558/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 06/07/94)

AGRAVO DE PETIÇÃO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. ÉPOCA PRÓPRIA. O pagamento do salário no 5º dia do mês subsequente ao vencido constitui mera faculdade concedida ao empregador. A época própria de que trata a lei outra não é senão a data do vencimento da obrigação de fazer, ou seja, o último dia do mês trabalhado que coincide com o do vencimento da obrigação de dar. Assim, os índices de atualização aplicáveis são os do próprio mês do débito.

(TRT-AP-1079/95 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 06/05/95)

ATUALIZAÇÃO DE DÉBITOS TRABALHISTAS - ÉPOCA PRÓPRIA - A data de vencimento da obrigação, em se tratando de salário, não é aquela estipulada pelo parágrafo 1º, do art. 459, da CLT. O prazo de "até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido" é apenas uma tolerância que a lei confere ao empregador para o pagamento de uma obrigação já vencida. Vale dizer: trata-se de um favor legal. Falo de uma obrigação "já vencida" porque salário é contraprestação do trabalho. No "mês subsequente ao vencido" o trabalho já terá sido prestado. Pretender vincular o cálculo da atualização monetária à tolerância prevista no texto consolidado para pagamento de salário eqüivale a multiplicar o privilégio da parte economicamente mais forte na relação contratual, o que é vedado pelos princípios basilares que norteiam o Direito do Trabalho.

(TRT-AP-3550/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 15/02/94)

CORREÇÃO MONETÁRIA. O art. 459, parágrafo único, da CLT, com a redação dada pela Lei 7855/89, dispõe que o pagamento do salário deve ser efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do mês subsequente. Ora, a teor do que determina este dispositivo, somente após decorridos os cinco dias úteis do mês subsequente, o empregador é constituído em mora. Logo, se anteriormente a este período o salário ainda não era exigível, não há porque fazer incidir a correção monetária anteriormente. Se, entretanto, o reclamado concede aos empregados condição mais vantajosa, pagando-lhes o salário até o dia 25 de cada mês, o empregador é constituído em mora logo após, não se lhe aproveitando o art. 459, parágrafo único da CLT.

(TRT-AP-2733/94 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 02/12/94)

CORREÇÃO MONETÁRIA DE DÉBITOS TRABALHISTAS. ÉPOCA PRÓPRIA. Se o empregador, sponte propria, efetua o pagamento dos salários no próprio mês de prestação dos serviços, criando para os seus empregados, assim, em termos de prazo, situação mais vantajosa que a da lei, disto resulta que os créditos não satisfeitos na época, assim considerados os que não forem pagos no mesmo mês de competência, deverão sofrer atualização monetária a partir deste mês e não do subsequente.

(TRT-AP-3633/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 31/03/95)

CORREÇÃO MONETÁRIA DOS DÉBITOS TRABALHISTAS DE NATUREZA SALARIAL. DATA DE INCIDÊNCIA. A correção monetária é simples mecanismo de preservação do valor real dos débitos, não podendo acarretar aumento do mesmo. Em uma conjuntura inflacionária, o valor real do salário do ponto de vista econômico e jurídico, corresponde a seu poder de compra na data em que é efetivamente pago ao empregado, sendo ilusório e artificial o valor apenas nominal que tinha no primeiro dia de seu mês de competência. O artigo 459, parágrafo único, da CLT, com a redação dada pela Lei 7855/89, dispõe que o pagamento do salário deve ser efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do mês subseqüente. O que significa que, por força desse dispositivo legal, somente após o decurso de tal prazo o empregador será considerado em mora. Logo, se antes daquela data o salário ainda não era exigível pelo empregado, não há

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312porque fazer incidir a correção monetária anteriormente. Isto elevará artificialmente o valor real do débito salarial para valor nominal que o empregado não teria recebido, caso não tivesse havido o inadimplemento.

(TRT-AP-510/95 - 2ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 21/04/95)

CORREÇÃO MONETÁRIA - ÉPOCA PRÓPRIA - CONSTITUIÇÃO DO DEVEDOR EM MORA - A correção monetária dos débitos trabalhistas nasce com o descumprimento da "obligatio" e se consuma no de vencimento desta, o quinto dia útil do mês subsequente ao da prestação laboral, na forma do art. 459, parágrafo único, da CLT. Somente a partir daí incorre o devedor em mora e atualização dos débitos trabalhistas, será calculada com base nos índices relativos ao mês subsequente ao vencido quando de torna exeqüível o crédito.

(TRT-AP-1304/95 - 2ª T. - Rel. Juiz Michelângelo Liotti Raphael - Publ. MG. 02/06/95)

CORREÇÃO MONETÁRIA - INCIDÊNCIA - Tratando-se de direito referente ao mês, a atualização do débito se faz com base no último dia de cada mês e não como defende a reclamada, porque o vencimento se dá, realmente, no último dia. A previsão do art. 459, parágrafo único, da CLT, é mera autorização de que o pagamento se faça após o dia, por questões administrativas. A par disso, os índices oficiais para atualização monetária, após 03/91, resultam da variação mensal da TR ocorrida entre os dias 30 de cada mês. Portanto, se se toma o fator de atualização resultante da relação entre os índices do mês subsequente ao trabalhado e o da apuração do débito, ficam a descoberto, na realidade, os 30 dias iniciais da atualização, posto que, como fixado, a TR mensal é tomada no dia 30 do mês. Na melhor das hipóteses, se se entendessem devidos os salários somente no 5º dia, a metodologia de cálculo que considera o mês subsequente ao trabalhado conduziria a 25 dias sem correção.

(TRT-AP-790/95 - 5ª T. - Rel. Juiz Bolívar Viégas Peixoto - Publ. MG. 29/04/95)

DÉBITOS TRABALHISTAS - CORREÇÃO MONETÁRIA - ÉPOCA PRÓPRIA. A correção dos débitos trabalhistas conta-se do dia do respectivo vencimento, e não do prazo que a lei faculta para o pagamento.

(TRT-AP-00941/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 23/07/94)

SALÁRIO - INCIDÊNCIA DA CORREÇÃO - O direito ao salário adquire-se pelo mês trabalhado e após ele. Portanto, sua exigibilidade ocorre a partir do 1º dia do mês subsequente. E correção monetária, na forma da lei, aplica-se a partir do instante dessa e não da aquisição.

(TRT-RO-5475/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 01/10/94)

PARCELAS DE NATUREZA SALARIAL - Em se tratando de parcelas de natureza salarial só se pode aduzir da aplicação da atualização monetária quando o prazo para quitação dos salários, que se dá no quinto dia útil do mês seguinte ao vencido, à ausência de prova em sentido contrário nos autos (fruto de contratação), não é observado. A mora, portanto, ocorre no mês seguinte ao fato gerador e aquele vencimento é que deve ser considerado para fins de atualização monetária.

(TRT-AP-00242/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 23/07/94)

02. O índice de atualização monetária aplicável às parcelas deferidas pela sentença exequenda é o correspondente ao mês subsequente ao denominado mês de "referência e/ou de competência".

(TRT-AP-01985/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 07.10.94)

03. TR. CORREÇÃO MONETÁRIA . Ao contrário do que afirma a Agravante, a Lei n. 8177/91 não só manteve a correção monetária dos débitos trabalhistas, como introduziu uma inovação a respeito: a par de confirmar a sistemática anterior, ou seja, o cálculo mensal da correção, trouxe ao mundo jurídico a correção monetária diária e não excluiu dessa metodologia os débitos trabalhistas. É o que se vê claramente do disposto no artigo 39 da referida Lei.

(TRT-AP-02560/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Tarcísio Alberto Giboski - Publ. MG. 12.11.94)

AUDIÊNCIA

01. ANTECIPAÇÃO DE AUDIÊNCIA - NOTIFICAÇÃO AO ADVOGADO CONSTITUÍDO NOS AUTOS - Sob pena de nulidade da audiência e atos subsequentes, é obrigatória a notificação da sua antecipação, quando ocorre, ao advogado da parte, constituído nos autos.

(TRT-AR-0134/93 - Seção Especializada - Rel. Juiz Israel Kuperman - Publ. MG. 27.05.94)

02. INTERSTÍCIO LEGAL - ART. 841/CLT - Delimitando apenas tempo para designação da audiência, não estabelece o artigo celetizado qualquer prazo, menos ainda, o de 5 dias para aquela realização ou preparação de defesa. Ainda que não tenha sido observado o interstício, o que não ocorreu aqui, a ausência injustificada da Ré - regularmente notificada - à audiência, mesmo que só para alegar o vício, implica em abusivo e desnecessário protelamento da dinâmica e celeridade do feito.

(TRT-RO-17751/92 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 03.09.94)

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31303. UNA. PREJUÍZO. INJUSTIÇA. Quase sempre o autor resta prejudicado com a audiência una. É que somente

em audiência irá saber ele o teor da defesa (e aqui nem esta oportunidade lhe foi dada) para sopesar o ônus da prova e trazer as testemunhas sobre os fatos cujo ônus é seu. Aqui, como visto, pobres empregados perdem a demanda porque não trouxeram testemunhas sobre fatos que somente foram postos em audiência. Ganhou a celeridade, com a rápida morte do processo, mas perdeu a parte e o judiciário, que praticou uma injustiça.

(TRT-RO-09340/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 02.09.94)

AVISO PRÉVIO

01. MULTA POR ATRASO NA RESCISÃO, PREVISTA NO ART. 477, PARÁGRAFO 8º DA CLT. Não existe na legislação trabalhista a figura do chamado "aviso prévio cumprido em casa". Assim, não havendo prestação de trabalho no respectivo período, por liberalidade do empregador, eqüivale a dizer que ele dispensou o empregado do cumprimento do aviso. Nesta hipótese, o acerto rescisório deverá ser efetuado até o décimo dia, contado da notificação da dispensa, a teor do art. 477, parágrafo 6º, "b", pena de incidência da multa prevista no parágrafo 8º do referido diploma legal.

(TRT-RO-09208/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Alvares da Silva - Publ. MG. 25.10.94)

02. DEMISSÃO - AVISO PRÉVIO - DESCONTO - É facultado ao empregador o desconto do valor do aviso prévio não cumprido pelo empregado demissionário, nas verbas a ele devidas, relativamente ao acerto rescisório.

(TRT-RO-12862/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 06.12.94)

03. DISPENSA DO CUMPRIMENTO - A ausência de prestação de serviço no curso do aviso prévio eqüivale à dispensa de seu cumprimento. Assim, o acerto rescisório é de ser realizado até o décimo dia, contado da notificação da despedida, a teor do artigo 477, parágrafo 6º, "b", da CLT. A não observância desse prazo atrai a aplicação da multa.

(TRT-RO-13167/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 25.11.94)

INDENIZAÇÃO - À empresa cabe o direito de determinar que o empregado, por ela dispensado, cumpra, sem lhe prestar serviços, o prazo do aviso prévio, desde que efetue ao mesmo o pagamento da indenização devida.

(TRT-RO-16630/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Antônio Augusto M. Marcellini - Publ. MG. 25.02.95)

04. FALTAS DO EMPREGADO NO PERÍODO DO AVISO PRÉVIO - TRANSFORMAÇÃO DA DISPENSA SEM JUSTA CAUSA EM DISPENSA JUSTA - As faltas injustificadas do empregado ao serviço, em alguns dias, no período do aviso prévio, não caracteriza desídia, se o mesmo não tiver sido punido anteriormente, de forma gradativa, por comportamento desidioso. Conseqüentemente, não pode o empregador transformar a dispensa sem justa causa em dispensa justa, e sim, e apenas, descontar no pagamento do aviso prévio as focalizadas faltas.

(TRT-RO-07841/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 13.08.94)

05. DAÇÃO AO EMPREGADO NO CURSO DE GARANTIA PROVISÓRIA DE EMPREGO - VALIDADE. O fato de o empregado gozar de estabilidade provisória de emprego, por força de cláusula normativa, não impede que seja pré-avisado de dispensa no último dia da garantia, para cumprimento de aviso nos 30 dias subseqüentes, posto que, no caso, a dispensa somente se efetivará após vencido o prazo de garantia.

(TRT-RO-1829/95 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira. - Publ. MG. 31/03/95)

ESTABILIDADE PROVISÓRIA - Reconhecido à reclamante o direito à estabilidade provisória, o aviso prévio concedido no curso desta só produz efeitos após expirado o período de garantia de emprego, sob pena de frustrar-lhe a finalidade primordial e acarretar prejuízo à obreira.

(TRT-RO-10664/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 15/10/94)

GARANTIA DE EMPREGO - AVISO PRÉVIO CONCORRENTE - A garantia de emprego assegurada em norma obrigacional suspende, ao empregador, o exercício do direito potestativo de dispensar imotivadamente o empregado por ela alcançado. Nenhum ato conflitante com a garantia de emprego, pode, validamente, ser praticado pelo empregado no respectivo período. O aviso prévio é ato incompatível com a garantia de emprego e insere-se naquele direito potestativo do qual ficou privado o empregador. Aviso prévio a empregado protegido por garantia de emprego, no período concorrente a esta, é incabível, e não se presta a eximir a reparação pecuniária correspondente que não pode coincidir com o tempo daquela garantia.

(TRT-RO-08862/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 06.12.94)

06. ATRASO NA RESCISÃO - AVISO PRÉVIO - Se o empregador, por força de decisão judicial, foi condenado no pagamento de aviso prévio, o prazo para quitação das parcelas da rescisão a ser observado, conta-se da data do aviso deferido a projetar a vigência do contrato a seu término.

(TRT-RO-00547/95 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 10.03.95)

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Se o dia da dação do aviso prévio foi considerado como trabalhado e o seu prazo se iniciou no dia seguinte imediato, o termo final para a quitação das parcelas da rescisão conta-se desta data e não do dia de seu recebimento.

(TRT-RO-13306/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 04.11.94)

07. REAJUSTE SALARIAL OBRIGATÓRIO. REFLEXO NO AVISO PRÉVIO. O reajustamento salarial obrigatório, instituído no curso do aviso prévio, será devido a partir da data de sua vigência, razão pela qual poderá não alcançar todo o período daquele.

(TRT-RO-12898/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 02.12.94)

08. Aviso Prévio sem redução de jornada. Conforme previsão do art. 488/CLT, não havendo a redução de jornada no curso do aviso, é de se considerar ineficaz o aviso concedido, devendo o empregador arcar com o pagamento de novo aviso.

(TRT-RO-13610/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 11.11.94)

Indenizado

01. ATRASO NO ACERTO RESCISÓRIO. Quando há aviso prévio indenizado, cabe à reclamada pagar as verbas rescisórias, no período de 10 dias, a partir do aviso, sob pena da incidência da multa estabelecida no parágrafo 8º, do artigo 477, da CLT.

(TRT-RO-17973/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Manuel Cândido Rodrigues - Publ. MG. 10.03.95)

02. PRESCRIÇÃO TOTAL - AVISO PRÉVIO INDENIZADO - O biênio prescricional previsto no art. 7º, XXIX, "a", da Constituição Federal, conta-se da data do término do aviso prévio indenizado, a teor do disposto no parágrafo 1º, do art. 487, da CLT. Recurso do empregado provido.

(TRT-RO-09812/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Itamar José Coelho - Publ. MG. 22.10.94)

PRESCRIÇÃO TOTAL. AVISO PRÉVIO INDENIZADO E TERMO INICIAL DO BIÊNIO PRESCRICIONAL DA CONSTITUIÇÃO. O artigo 487 da CLT, em seu § 1º, garante sempre a integração do período de aviso prévio no tempo de serviço do empregado. Por tal razão, somente após o término daquele prazo, mesmo quando não trabalhado, o trabalhador terá noção exata das eventuais lesões sofridas, vez que persistem as obrigações financeiras geradas pelo pacto laboral (como demonstram, por exemplo, os Enunciados 5 e 305 do C. TST). Assim, somente após o término do aviso prévio, mesmo quando indenizado, se pode considerar iniciado o curso do prazo prescricional de dois anos após a extinção do contrato estabelecido no artigo 7º, XXIX, a, da Constituição Federal.

(TRT-RO-04422/95 - 4ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 27.05.95)

03. DEMISSÃO - AVISO PRÉVIO - INDENIZAÇÃO - A indenização do aviso prévio, devida ou paga pelo demissionário, importa na imediata extinção do contrato de trabalho na data de sua dação, não se cogitando de sua projeção, pena de se considerar como falta o aviso não cumprido, a afetar outros direitos daí decorrentes.

(TRT-RO-00148/95 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 10/03/95)

PROJEÇÃO NO CONTRATO DE TRABALHO - CONTAGEM DO SEU TEMPO PARA FINS DO PRAZO DE DOIS ANOS PARA AJUIZAMENTO DA RECLAMATÓRIA - Dispondo o par. 1º do art. 487 da CLT, que o período do aviso prévio indenizado integra o tempo de serviço do empregado para todos os efeitos legais, o término contratual somente se concretiza ao fim do período correspondente ao pré-aviso, iniciando-se aí a contagem dos dois anos para ingresso em juízo. Principalmente em se considerando que o acerto rescisório foi procedido no curso do aviso prévio.

(TRT-RO-07287/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 23.07.94)

- B -

BANCÁRIO

01. AJUDA ALIMENTAÇÃO - HORAS EXTRAS - CONVENÇÃO COLETIVA - Faz jus à ajuda alimentação o bancário sujeito a turno de 06 horas que tem sua jornada prorrogada em mais 55 minutos, conforme previsto em convenção coletiva.

(TRT-RO-249/95 - 3ª T. - Rel. Juiz Sebastião Geraldo Oliveira - Publ. MG. 21.03.95)

AJUDA DE ALIMENTAÇÃO - NATUREZA JURÍDICA - A norma coletiva, da categoria bancária, que instituiu a ajuda alimentação não lhe deu feição salarial ao revés, firmou a sua natureza jurídica como ajuda de custo, não há pois, como integrá-la aos salários.

(TRT-RO-17348/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 10.02.95)

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02. DESCARACTERIZAÇÃO - Demonstrado através de prova documental e oral, que o reclamante efetivamente prestou serviços para outra empresa do grupo econômico que não o Banco, com o qual pretende seja reconhecido o seu vínculo empregatício, não há como deferir-lhe o enquadramento na categoria bancário, mantendo-se sua condição de securitário.

(TRT-RO-11766/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 05.11.94)

O empregado que tem por função recolher veículos financiados de devedores inadimplentes de instituição bancária, zelando pelos bens retomados, exerce atividade vinculada e essencial aos objetivos da instituição financeira demandada, não podendo ser considerado como mero motorista pertencente à categoria diferenciada.

(TRT-RO-03818/90 - 2ª T. - Rel.Juiz Celso Honório Ferreira - Publ. MG. 1º.07.94)

03. CARGO DE CONFIANÇA. Inobstante a enumeração dos cargos de confiança do parágrafo 2º., do art. 224 da CLT, ser apenas exemplificativa, admitindo-se portanto, a excepcionalidade da regra na hipótese de exercício de quaisquer outras funções, desde que se manifeste a especial confiança de que se reveste o cargo, a abrangência do citado dispositivo legal não pode afastar a proteção legislativa àquele empregado que foi meramente rotulado como detentor de cargo de confiança, mas que, na verdade, é exercente de funções destituídas de qualquer especial fidúcia.

(TRT-RO-1764/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro Valle - Publ. MG. 07.05/95)

RECONHECIMENTO JUDICIAL DO EXERCÍCIO DE CARGO DE CONFIANÇA. EFEITOS. Se o douto Juízo "a quo" admite que o empregado exercia cargo de confiança e, com base nisto, indefere-lhe o pleito de adicional de transferência, resulta imperioso, por coerência, que adote o mesmo entendimento também no que pertine à apreciação das horas extras, a fim de aplicar, quanto a elas, a exceção contida no parágrafo 2º do art. 264, da CLT.

(TRT-RO-5827/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 02.12.94)

04. GRATIFICAÇÃO DE CONFERENTE DE ASSINATURAS - É natural que o empregado, no exercício da função de caixa, confira assinaturas. Todavia, é de se entender que a norma coletiva pretendeu que a aludida verba fosse paga àqueles que exerçam, especificamente, a função de "conferente de assinaturas" ou aos que ocupem tal cargo.

Recurso Ordinário parcialmente provido. (TRT-RO-12251/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Farias -Publ. MG. 08.11.94)

05. O art. 224, parágrafo 2º da CLT pressupõe o preenchimento de dois requisitos para exclusão da jornada de 6 horas: exercício de funções de direção, supervisão, fiscalização, orientação, controle e percebimento de gratificação superior a 1/3 do salário do cargo efetivo. Não cumprida essa última exigência, o bancário está sujeito à jornada de 6 horas, devendo ser consideradas extras a 7a. e 8a. horas trabalhadas. As gratificações pagas, com o objetivo de remunerar a maior responsabilidade do cargo ou a dedicação integral ao banco, não se destina a retribuir o serviço realizado em sobretempo à jornada legal.

(TRT-RO-16212/93 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 04.11.94)

HORAS EXTRAS - BANCÁRIO CARGO DE CONFIANÇA - O bancário que ocupa cargo de assistente de gerência com jornada excepcionada no parágrafo 2º, do art. 224 da CLT, faz jus às horas trabalhadas além da oitava, como extraordinárias.

(TRT-RO-7640/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 25.02.95)

HORAS EXTRAS. LIMITAÇÃO DA CONDENAÇÃO A DUAS HORAS EXTRA DIÁRIAS, POR FORÇA DO ARTIGO 59 DA CLT. Provada a prestação pelo reclamante de horas extras em número superior a duas horas diárias, deve o reclamado ser condenado a pagar-lhe exatamente o número de horas suplementares trabalhadas no período e sem qualquer limitação, sob pena de ficar comprometido o caráter sinalagmático do contrato de trabalho e de se promover o enriquecimento sem causa da parte que beneficiou-se do trabalho extraordinário do empregado e que , em última análise, foi responsável pelo descumprimento do limite do artigo 59 da CLT. Tal norma visa proteger os trabalhadores do elastecimento excessivo da jornada de trabalho e não propiciar que, uma vez desobedecido aquele limite, a parte que causou seu descumprimento acabe por se beneficiar da própria torpeza. A interpretação da lei não pode levar a resultados absurdos nem desconsiderar a finalidade da norma.

(TRT-RO-1394 - 2ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 28.04.95)

INTERVALO BANCÁRIO. Os intervalos para descanso concedidos ao trabalhador, de regra, não são computados na duração do trabalho, "ex vi" do art. 71, parágrafo 2º, da CLT. O legislador, quando quis incluir tal período na jornada do obreiro o fez expressamente, como no caso dos trabalhadores em minas de subsolo, onde a pausa de quinze minutos para repouso, a cada três horas consecutivas de trabalho, é computada na duração normal de trabalho efetivo(cf. art. 298/CLT). Como no caso do bancário nenhuma determinação foi

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316feita no sentido de que o intervalo de quinze minutos para alimentação integre a jornada, deve ser utilizada a regra geral constante do art. 71, parágrafo 2º, da CLT.

(TRT-RO-4428/95 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 02.06.95)

SOBREJORNADA DO TRABALHADOR BANCÁRIO AJUSTADA AO QUE COMUMENTE OCORRE. Constituindo atividade solidária e encadeada, o trabalho do bancário, a sobrejornada extraída do conjunto probatório há que ser compatível com a de outros colegas, sob pena de ficar o empregado sozinho no estabelecimento creditício.

(TRT-RO-12423/93 - 2ª T. - Rel. Juiz Micheangelo Liotti Raphael - Publ. MG. 28.01.94)

06. JUSTA CAUSA . BANCÁRIO. A especial modalidade de justa causa prevista pelo art. 508 da CLT, endereçada ao bancário, se submete ao sistema geral das justas causas. A excepcionalidade de seu alcance subjetivo não diz respeito aos modos de sua aplicabilidade, não a subtraindo, assim, da incidência da regra que inadmite a duplicidade de punições por um mesmo ato faltoso

(TRT-RO-6025/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro Valle - Publ. MG. 08.07.95)

07. PROCURADOR - CARGO COMISSIONADO - Não estando o cargo de Procurador especificado na exceção do art. 224, parágrafo 2º, da CLT, nem se revestindo de características que o equiparem, a gratificação recebida pelo bancário deve ser entendida como compensação pela responsabilidade imposta, estando o mesmo inserido na regra geral - e devidas, então, a 7ª e 8ª horas, como extras.

(TRT-RO-3068/95 - 1ª T. - Rel. Juiz Manuel Cândido Rodrigues - Publ. 26.05.95)

08. QUEBRA DE CAIXA - A verba denominada "quebra de caixa" se destina a cobrir diferenças decorrentes de enganos ocorridos no desempenho da tarefa, daí a sua natureza indenizatória. Hipótese em que se torna necessária a contratação pelas partes da viabilidade de descontos no salário do empregado em caso de dano culposo por ele causado.

(TRT-RO-5991/94 - 4ª T. - Red. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 15.10.94)

09. CATEGORIA PROFISSIONAL DIFERENCIADA. SECRETÁRIA, BANCO. É a atividade peculiar da profissão que define a sua natureza de diferenciada; excepcionando-a do vínculo social básico (atividade da empresa a definir a profissão). Enquanto não se regulamentar, por lei, a composição e funcionamento da Comissão de Enquadramento Sindical, a se efetivar a unicidade sindical a que se refere a Constituição Federal, as categorias econômicas e profissionais restam indicados no Quadro a que refere o art. 577, da CLT vigente à data da promulgação da "Lex Legum", excepcionado, contudo, quanto aos profissionais diferenciados(profissionais liberais a ele equiparados, Lei 7.316) que tenham a sua atividade e exercício regulamentados por lei. A secretária de Banco que não exerce as tarefas típicas da profissão a que se refere a Lei 7.377/85, não é profissional diferenciada, mas bancária. Embargos de declaração providos.

(TRT-ED-36184/94 - (RO-10028/94) - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 04.11.94)

10. SALÁRIO SUBSTITUIÇÃO BANCÁRIO HORAS EXTRAS. Comprovado que o bancário em determinados feriados substitui o seu chefe imediato, devidos os salários do substituído, em compensação, indevidas as 7ª e 8ª horas trabalhadas, neste período, como extras, ao enquadramento da exceção contida no parágrafo 2º, do artigo 224 da CLT.

(TRT-RO-12884/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 11.11.94)

- C -

CÁLCULOS

01. ATUALIZAÇÃO - DIFERENÇA ENTRE OS ÍNDICES DA POUPANÇA E OS DA EXECUÇÃO TRABALHISTA - ÔNUS DO EXECUTADO - Na atualização do débito trabalhista, a diferença de valores favorável ao empregado e oriunda da disparidade entre a correção monetária praticada pelos agentes financeiros oficiais e a utilizada pela sistemática da execução trabalhista é ônus do executado.

(TRT-AP-02608/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 22.10.94)

ATUALIZAÇÃO - A época própria para a incidência da correção monetária é o momento do fato gerador, quando o empregado cumpre sua obrigação através da efetiva prestação de serviços (inteligência do art. 952/CC). Logo a atualização deve proceder-se utilizando índices do próprio mês do débito e não do mês subsequente.

(TRT-AP-02689/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 06.12.94)

DEPÓSITO EM GARANTIA - LIBERAÇÃO DE QUANTIA DEPOSITADA - ATUALIZAÇÃO - EFEITOS - O depósito em garantia, quando foram apresentados embargos e agravo, não quita a quantia em execução, com sua mera liberação, devendo os cálculos serem atualizados até a data que tornou-se induvidosa a execução, pois, caso contrário, estaria sem a inclusão dos juros de mora e nem a atualização monetária própria dos

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317créditos trabalhistas.

(TRT-AP-1834/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Carlos Alves Pinto - Publ. MG. 14.10.94)

02. HOMOLOGAÇÃO DOS CÁLCULOS - No processo do trabalho não há que se aduzir de coisa julgada em relação ao despacho que homologa os cálculos de liquidação. Trata-se, na realidade, de despacho de natureza interlocutória, que comporta revisão, de ofício, pelo Juiz da execução.

(TRT-AP-02852/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 25/11/94)

03. AGRAVO DE PETIÇÃO - Impugnações à conta só merecem acurado exame quando feitas de forma discriminada, com indicação dos itens e valores objeto da discordância. Ausente tal requisito, o inconformismo genérico dirigido contra a liquidação assume a feição de expediente procrastinatório. Correta a decisão que negou seguimento a agravo de petição, com espeque no art. 897, parágrafo 1º, da CLT.

(TRT-AI-03781/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 06.12.94)

CÁLCULOS - IMPUGNAÇÃO - PRECLUSÃO - Uma vez embargada a execução em virtude de defeitos nos cálculos de liquidação e corrigidos os erros especificamente apontados, não se acolhe a impugnação com base em outros vícios porventura existentes nos cálculos originais, veiculada em novos embargos, por ter-se operado a preclusão.

(TRT-AP-3846/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Márcio Túlio Viana - Publ. MG. 15.07.95)

O direito de participação da parte na liquidação de sentença, acompanhando e controlando o cálculo, assegura não apenas as manifestações de sua concordância, mas, também, as de seu inconformismo, através das impugnações. Mandado de Segurança concedido.

(TRT-MS-128/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Aroldo Plínio Gonçalves - Publ. MG. 22.07.94)

IMPUGNAÇÃO - EMBARGOS A EXECUÇÃO - MEIO PRÓPRIO. Os embargos à execução são meio próprio de que se utilizou a parte para oferecer impugnação aos cálculos da adversária, não se havendo falar em preclusão a esse seu direito, se o próprio juízo não criou a oportunidade prevista no art. 879/CLT para sua manifestação. Nem sequer advertiu o executado da referida pena, quando do despacho que homologou os cálculos embargados. Dou provimento.

(TRT-AP-01043/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Bolívar Viégas Peixoto - Publ. MG. 23.07.94)

Não há como exigir que a parte, sempre que for falar nos autos ou comparecer em audiência, folheie o processo, procurando inteirar-se de atos processuais anteriores, de que não foi comunicada. Tal exigência equivale, na prática, a consagrar o processo sigiloso, em prejuízo de garantia e princípio jurídico inerente à liberdade, que é o contraditório. Portanto, não é litigante de má fé aquele que embarga a execução, por desconhecer que sua impugnação aos cálculos já havia sido acolhida.

(TRT-AP-02360/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 17.01.95)

PRECLUSÃO - Considerando que a lei não possui termos inúteis, a pena de preclusão imposta pela não observância do prazo concedido à parte para a impugnação do cálculo, sob aquela cominação deve ser cumprida (CLT, art. 879, parágrafo 2º).

(TRT-AP-845/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Saulo José Guimarães de Castro - Publ. MG. 15.07.94)

04. AGRAVO DE PETIÇÃO - CÁLCULO PRECLUSÃO - Deixando a parte de se manifestar a respeito dos cálculos de liquidação na época apropriada, não pode fazê-lo, via Embargos à execução em face da sua preclusão (Art. 879, da CLT).

(TRT-AP-03122/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 26.11.94)

EXECUÇÃO - DIFERENÇAS DE CÁLCULO - PRECLUSÃO. Se a questão (devolução de importância recebida a maior pelo reclamante) não foi questionada à época do respectivo levantamento, não importa em preclusão, eis que o momento legal oportuno para que a parte se manifeste sobre os cálculos é o dos Embargos à Execução.

(TRT-AP-00843/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 20.08.94)

05. LIQUIDAÇÃO - CÁLCULO - Verificando o juiz que o cálculo de liquidação não está em perfeita sintonia com o decisório exequendo, deve determinar a sua retificação, porque, na condição de guardião-mor da "res judicata", tem o poder-dever de velar pelo seu fiel cumprimento.

(TRT-AP-01946/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 07.10.94)

MANDADO DE SEGURANÇA - COISA JULGADA - Se a decisão que se estava executando foi parcialmente rescindida, de forma definitiva, reduzindo o débito exequendo, acarretando a alteração do título executório, a execução a ela (decisão rescindente) deve se adequar, pois não se pode sujeitar a impetrante a uma execução por títulos e valores superiores ou mesmo estranhos à decisão exequenda. Concessão da segurança para que se refaça o cálculo de liquidação, prosseguindo-se posteriormente a execução, na forma

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318da lei e do direito.

(TRT-MS-145/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Renato Moreira Figueiredo - Publ. MG. 13.08.94)

06. A Lei 8177/91, por questão de política jurídica (expurgo da mentalidade inflacionária), utilizou a expressão "juros de mora" para o índice adotado para atualização monetária (a TR ou Trd). Porém, os juros propriamente ditos consistem no rendimento de capital pela retenção indevida de valores. Tais juros correspondem ao produto da taxa de 0,5% mensais sobre a dívida atualizada, durante o segmento que vai de 26.2.87 na forma do art. 1062 do Código Civil, e sucessivamente, 1% capitalizado, mês a mês, até 31.1.91, na forma do Decreto-Lei 2322/87 e, posteriormente, 1% simples, consoante a Medida Provisória 294, de 31/1/91, convalidada pela Lei 8177/91, atentando-se, sempre, para o disposto no art. 883 da CLT. E segundo a legislação vigente, os débitos trabalhistas, a partir de 1º de fevereiro/91, deveriam ser atualizados pela TR, ou seja, pela variação do respectivo indexador, porque oficial. Como o SLJ informou que os índices de atualização monetária utilizados foram aqueles previstos no Decreto-Lei 2322/87 c/c as Leis 7738/89 e 8177/91, atentou-se para a legislação vigente às respectivas épocas, não havendo qualquer reparo a ser efetuado nos cálculos elaborados.

(TRT-AP-02345/94 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 21.10.94)

07. CÁLCULOS DE LIQUIDAÇÃO - VISTA - Não se aplicam ao processo trabalhista normas do CPC sobre vista obrigatória dos cálculos de liquidação. Ela é uma faculdade do Juiz da Execução e os cálculos, sem ter sido dada vista para homologação, são passíveis de Embargos à Execução.

(TRT-A-04033/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Hiram dos Reis Correa - Publ. MG. 10.02.95)

VISTAS - Conforme disposto no parágrafo 2º do art. 879/CLT (com nova redação dada pela Lei 8432/92) e ratificado pelo Provimento 03/91, o Juiz possui a faculdade de abrir vista às partes dos cálculos de liquidação de sentença, inexistindo qualquer obrigatoriedade nesse sentido.

(TRT-AP-01817/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 25.10.94)

CARGO

01. VACÂNCIA - SALÁRIO - Na ausência de quadro de carreira ou plano de cargos e salários, ao vagar um determinado cargo na empresa, não está o empregador obrigado a assegurar ao seu novo ocupante o salário anteriormente pago a quem detinha sua titularidade, sob pena de adentrar-se no poder de comando do empregador. Havendo previsão contratual a respeito da retribuição, não cabe sequer invocar-se o salário supletivo, pois não há lacuna a ser suprida pelo judiciário.

(TRT-RO-16431/94 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 10.02.95)

De Confiança

01. CARACTERIZAÇÃO - A simples denominação de "gerente" para determinada função não traduz o espírito da lei sobre o exercício de cargo de confiança, que, por ser excludente de certos direitos concedidos aos empregados, tem que ser incontestavelmente provado. São necessários poderes de gestão e de representação que praticamente identifiquem a figura do empregado com a do empregador, não bastando, para tanto, a ocorrência de atos normais à relação empregatícia.

(TRT-RO-07145/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 20.08.94)

O conceito legal do art. 62, "b", da CLT, não se prende à denominação que se dá ao cargo. O que vale é o poder de autonomia e o exercício de encargos de gestão e mando próprios do titular da empresa. Inexistente, "in casu", a prática desses atos pelo Reclamante, não há falar em cargo de confiança.

(TRT-RO-9828/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 09.09.94)

HORAS EXTRAS - CARGO DE CONFIANÇA - Não bastam simples designações ou nomenclaturas tais como "gerente", "chefe", "representante" ou "responsável" para caracterizar ou não o cargo efetivamente ocupado. São necessários poderes de gestão e representação em grau mais alto do que a simples execução da relação empregatícia, de tal forma que haja a prática de atos próprios da esfera do empregador. Estes atos de gestão e de representação devem colocar o empregado de confiança em natural superioridade a seus colegas de trabalho, aproximando-o da figura do empregador, de tal forma que pratique mais atos de gestão ou representação do que de mera execução.

(TRT-RO-13957/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 31.01.95)

A norma contida no art. 62, "b", da CLT, só se aplica ao gerente quando o cargo ocupado pelo obreiro for de confiança excepcional, ou seja, colocar em jogo "a própria existência da empresa, seus interesses fundamentais, sua segurança e a ordem essencial do desenvolvimento de sua atividade". Se o gerente não estiver investido de amplos poderes de mando e gestão, administrando o estabelecimento ou setor vital para os interesses da empresa, inviável enquadrá-lo no referido dispositivo legal. Comprovado trabalhar ele em sobretempo à jornada de oito horas, procedem as horas extras.

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319 (TRT-RO-14386/94 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 20.01.95)

A simples designação do cargo como sendo de gerência não tipifica a previsão legal do art. 62, b, CLT. A confiança de que fala o legislador há de ser excepcional, de modo que o empregado detenha poderes diretivos sobre os negócios da empresa, não se confundindo com a fidúcia genérica, comum a todos os contratos de trabalho.

(TRT-RO-10297/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 01.10.94)

CERCEAMENTO DE DEFESA

01. CAUSADO PELA PARTE CONTRÁRIA - FIGURA PROCESSUAL INEXISTENTE - Inexiste processualmente a figura do cerceamento de defesa pela omissão na inicial de fato ou fatos que interessariam à peça defensiva. A lei cuida do cerceamento pelo Juízo.

(TRT-17969/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 10.03.95)

Não configuração. Versando a controvérsia sobre questões de direito e não de fato, não há que se falar em cerceamento de defesa, face o indeferimento de prova inútil.

(TRT-RO-13917/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 02.12.94)

NULIDADE - CERCEAMENTO DE DEFESA - ATA DE AUDIÊNCIA - A ata de audiência é que vincula as partes, não sendo plausível o acolhimento de nulidade fundada na alegação de que na papeleta entregue ao advogado constava data diversa da prevista para a audiência.

(TRT-RO-11481/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 14.10.94)

02. NULIDADE - CERCEAMENTO DE DEFESA - Se não renovado o protesto em razões finais e encerrada a instrução com a aquiescência das partes, a argüição, em recurso, de nulidade por cerceamento de defesa não pode prosperar, por preclusa.

(TRT-RO-13338/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 03.12.94)

NULIDADE PROCESSUAL - CERCEAMENTO DE DEFESA E INOBSERVÂNCIA DO PROCEDIMENTO RELATIVO À AUDIÊNCIA DE JULGAMENTO - Ocorre o cerceio de defesa quando se impede a parte de produzir prova testemunhal, sobrevindo julgamento de mérito em seu desfavor, incluindo as questões que seriam objeto da referida prova indeferida. E, também, deve ser anulado o processo, quando o Colegiado de primeiro grau deixa de realizar audiência para formalizar o encerramento da instrução. É que o iterprocedimental relativo aos dissídios individuais se faz previsto em audiência única, conforme os artigos 843 e seguintes, da CLT, sendo certo que a praxe exige o desdobramento, que há de ser feito em tantas sessões quantas se fizerem necessárias para se chegar à decisão final, sem que se possa olvidar de atos imprescindíveis como as razões finais e a tentativa última de conciliação (art. 850, caput, da CLT).

(TRT-RO-10.740/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 22.10.94)

03. EMBARGOS DECLARATÓRIOS - PRESTAÇÃO JURISDICIONAL INCOMPLETA - CERCEAMENTO DE DEFESA - INDEFERIMENTO DE OITIVA DE TESTEMUNHA ARROLADA - PROTESTO OPORTUNO - EFEITO MODIFICADO NO ACÓRDÃO REGIONAL - CASSAÇÃO DA SENTENÇA DE PRIMEIRO GRAU - Onerada a empresa com a prova da justa causa no despedimento do reclamante, importa cerceamento de defesa e óbice ao cumprimento do "ônus probandi" a dispensa, sob protesto, de testemunha arrolada, mesmo que o colegiado de primeiro grau tenha no autos elementos bastante de convicção, face ao princípio da ampla devolutividade recursal. Novo julgamento se impõe, afastada a nulidade acolhida. Acórdão a que se dá efeito modificativo (EN-278/TST) e sentença que se cassa para nova prolação.

(TRT-ED-42929/93 - (RO-22849/92) - 2ª T. - Rel. Juiz Michelângelo Liotti Raphael - Publ. MG. 02.06.95)

INOCORRÊNCIA. A ausência de "vista" de documento juntado aos autos à parte contrária não implica em cerceamento de defesa, quando a decisão, ainda que desfavorável, se sustenta em prova diversa, mais especificamente, nos depoimentos das testemunhas. Ademais, signatária do aludido documento é a própria empresa que ora se diz prejudicada.

(TRT-RO-16106/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 11.02.95)

INDEFERIMENTO DE PROVA - CERCEAMENTO - AGRAVO PROVIDO. O indeferimento de prova testemunhal requerida com o objetivo de comprovar a existência de sociedade de fato, em sede de embargos de terceiros implica cerceamento de defesa. Agravo de petição provido para determinar a produção de prova.

(TRT-AP-2619/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 08.11.94)

INDEFERIMENTO DA PROVA TESTEMUNHAL E DO DEPOIMENTO PESSOAL DOS DEMAIS RECLAMANTES - O indeferimento da prova testemunhal ofende a garantia constitucional do contraditório e da ampla defesa, sobretudo quando verificado que esse expediente auxiliaria na comprovação dos fatos alegados na contestação (ausência de ralação de emprego e outros), pelo que resta configurado o cerceamento de

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320defesa, com manifestos danos processuais à reclamada. Preliminar de nulidade acolhida, para que seja reaberta a instrução e proferido novo julgamento.

(TRT-RO-12504/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Ricardo Antônio Mohallem - Publ. MG. 26.11.96)

PROVA TESTEMUNHAL - Não constitui cerceamento de defesa o fato de haver sido deferida contradita das três testemunhas dos Autores quando demandavam os mesmos Réus, pelos mesmos motivos. Porque depoimentos destinam-se a trazer aos autos de processo testemunhos isentos, eqüidistantes, desinteressados, de pessoas que presenciaram fatos ou participaram de atos e que assim narrem o que lhes passou pelos sentidos e não daquelas que vivenciaram a mesma relação jurídica. Como partes que têm, além de evidente interesse na causa, visão naturalmente distorcida e unilateralmente trabalhada sobre os fatos.

(TRT-RO-17790/93 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 13.08.94)

O reclamante pleiteia reintegração ou indenização pelo período de garantia de emprego, sob o fundamento de que, não sabendo ler, assinou a carta de renúncia ao cargo cipeiro porque foi enganado e compelido pela empresa. O indeferimento de prova oral, na hipótese, configura cerceio de defesa da pretensão do autor. Recurso ordinário provido, para anular o processo, a partir da instrução.

(TRT-RO-07311/94 - 3ª T. Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 05.10.94)

04. NULIDADE - Configura-se o cerceamento de defesa o indeferimento da oitiva de bancários, como testemunhas, por exercerem funções de chefias setoriais de agência, detentores de confiança técnica, não da confiança especial dos exercentes de cargo de gerente, nos termos do art. 62, b, CLT.

(TRT-RO-1398/95 - 2ª T. - Rel. Juiz Hiram dos Reis Correa - Publ. MG. 06.05.95)

TESTEMUNHAS - INDEFERIMENTO DE PERGUNTAS. O Juiz, por força do preceito legal - art. 765 da CLT, tem ampla liberdade na direção do processo, podendo repelir medidas e perguntas que julgar inócuas, quando já tem firmada sua convicção. Não cabe à parte interferir na avaliação das perguntas: se o Juiz as julga sem sentido ou impertinentes, o faz em função de seu livre convencimento do fato e pelo dever legal de zelar pela celeridade processual. A própria lei autoriza-o a esse fim - art. 125, II, do CPC.

(TRT-RO-11607/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 25.10.94)

CIPA

01. ESTABILIDADE - CIPA - Todo aquele - com direito ao instituto da estabilidade - que aceita o aviso prévio, cumpre-o, recebe as verbas rescisórias com assistência sindical, sem ressalvas, saca o FGTS e queda-se inerte por meses, pratica ato incompatível com a garantia e com a continuidade do vínculo. Não se podendo falar em direito cogente, irrenunciável se a qualquer empregado garantido por estabilidade negociada, é lícito demitir-se, livremente, quando queira. E, se contra esses é possível a caracterização do abandono de emprego, cabe respeitar sua vontade, implícita ou presumida, de aceitar ou acatar dispensa desmotivada.

(TRT-RO-501/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 27.08.94)

ESTABILIDADE PROVISÓRIA. CIPA. SECRETÁRIO. A norma constitucional que garante a estabilidade provisória ao membro eleito para cargo de direção de CIPA, não estabelece qualquer distinção entre o cargo de vice-Presidente e o de Secretário, assegurando a ambos a mesma garantia, de forma que ao intérprete e aplicador da lei é vedado negar ao segundo o direito à mencionada estabilidade.

(TRT-RO-10092/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Tarcísio Alberto Giboski - Publ. MG. 22.10.94)

MEMBRO DA CIPA - ESTABILIDADE PROVISÓRIA - Os membros titulares de representação dos empregados nas CIPAs gozam de estabilidade provisória no emprego. A dispensa alegada pelo empregador, baseada em motivos econômicos ou financeiros, deve ser cabalmente provada, sob pena de ser condenado a pagar ao empregado os salários correspondentes ao período de garantia no emprego que foi obstada pela rescisão contratual injusta.

(TRT-RO-11104/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 01.10.94)

SUPLENTE DE CIPA. GARANTIA DE EMPREGO. RECEBIMENTO DE VERBAS RESCISÓRIAS PELA DISPENSA IMOTIVADA, SEM RESSALVA. RENÚNCIA TÁCITA AO EMPREGO NÃO CONFIGURADA. O princípio da irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas continua sendo uma das notas fundamentais e específicas do Direito do Trabalho. A renúncia aos direitos trabalhistas após a cessação do contrato de trabalho continua em princípio vedada, vez que seu caráter alimentar não desaparece com o fim da subordinação direta do empregado a seu empregador e o recebimento das verbas rescisórias constitui na maioria das vezes a garantia de subsistência do obreiro até a obtenção de novo emprego. Se a renúncia tácita pode ser deduzida de certos atos do trabalhador que evidenciem seu propósito de privar-se de determinados direitos, por outro lado não pode ela ser simplesmente presumida ou suposta somente porque a reclamante recebeu suas verbas rescisórias decorrentes de sua dispensa imotivada diretamente do empregador, sem assistência sindical, quando era detentora da garantia de emprego assegurada pelo artigo 10, II, a do ADCT da CF/88, nos termos do Enunciado nº 339/TST. Quando se trata de renúncia ao próprio emprego, é

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321indispensável que não paire qualquer dúvida quanto à autenticidade da vontade do trabalhador em querer terminar com o contrato de trabalho existente.

(TRT-RO-04809/95 - 4ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 15.07.95)

02. MEMBRO DA CIPA - EXTINÇÃO DE ESTABELECIMENTO - DISPENSA - No caso de dispensa imotivada de emprego, suplente da CIPA, por motivo de encerramento do estabelecimento da empresa, é devido o pagamento de todas as parcelas rescisórias, bem como da indenização prevista no art. 10, inciso II, letra "a", do ADCT, por todo o período restante da estabilidade provisória. Inteligência do Verbete de nº 339/TST.

(TRT-RO-00869/95 - 4ª T. - Rel. Luiz Ronan Neves Koury - Publ. MG. 11.03.95)

03. AGRAVO DE PETIÇÃO - REINTEGRAÇÃO - MEMBRO DA CIPA - Reintegração é a recondução do empregado ao mesmo cargo que fora demitido, com o pagamento dos vencimentos e vantagens do tempo em que esteve afastado, até o término da estabilidade (até um ano após o término do mandato) uma vez reconhecida a ilegalidade da demissão em decisão judicial.

(TRT-AP-02672/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 26.11.94)

04. AÇÃO RESCISÓRIA. VIOLAÇÃO À LEI. MEMBRO DA CIPA. Membro da CIPA indicado pelo empregador não é titular do direito à estabilidade provisória prevista na letra "a", inciso II, art. 10, do ADCT - CF/88, pois a constituição do respectivo direito depende do registro da candidatura e da eleição. Prevalece a distinção então já fixada pelo art. 165/CLT. Rescisória parcialmente procedente para fins de se excluir o pagamento dos salários no período da estabilidade do cipeiro.

(TRT-AR-00353/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Orestes Campos Gonçalves - Publ. MG. 10.02.95)

EMPREGADO REPRESENTANTE DO EMPREGADOR NA CIPA - ESTABILIDADE INEXISTENTE. Não goza da estabilidade prevista no art. 10, item ll, alínea "a" do ADCT, o empregado representante do empregador na CIPA e designado como presidente daquela comissão. A lei só protege o empregado "eleito" para o cargo de direção. Sendo assim, só os representantes dos empregados, titulares e suplentes, gozam de tal benefício, a teor do item 5.5, da NR5 (Portaria 3.214/78) e art. 165 da CLT.

(TRT-RO-9792/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 22.11.94)

05. ESTABILIDADE PROVISÓRIA - CIPA - MEMBRO SUPLENTE. Além do membro titular, goza também de estabilidade provisória o suplente de cargo eletivo da CIPA, face ao art. 10, ll, "a", do ADCT que, ao dispor sobre a matéria, emprestou maior abrangência a tal garantia de emprego por se referir ao "empregado eleito para cargo de direção" e não apenas aos "titulares", como previa o superado art. 165, da CLT. Ascendendo o suplente ao cargo por eleição e sendo, obviamente, empregado, enquadra-se no dispositivo constitucional, sendo-lhe vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa.

(TRT-RO-269/95 - 3ª T. -Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 04.04.95)

ESTABILIDADE - SUPLENTE DA CIPA . O art. 165 da CLT confere estabilidade provisória no emprego aos suplentes da CIPA, representantes dos empregados, pois as mesmas razões que determinam a consagração da estabilidade provisória ao representante, eleito titular, existem para assegurá-la ao representante eleito suplente, que, de igual forma, necessita de independência e segurança para atuar na Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, estando sempre na expectativa de assumir as funções de representante titular, com iguais atribuições e responsabilidades.

(TRT-RO-11819/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Denise Alves Horta - Publ. - MG. 12.11.94)

SUPLENTE DOS EMPREGADOS NA CIPA. Mesmo antes da CF/88 já se fixara a interpretação de que o artigo 165 da CLT, embora se referisse aos titulares da representação dos empregados na CIPA, não poderia se ater a simples "termos gramaticais", pois o dispositivo era regulador da proteção do trabalho. (Neste sentido eram os precedentes TST: E-RR-5827/83 (Ac. TP-742/89) DJU 18.08.89, p. 13270; E-RR-890/86.9 (Ac. SDI 1556/89), DJU 22.09.89, p. 14862; Ac. TP 1235/86, DJU de 12.12.86). Com o advento da CF/88 o termo titular foi retirado e o artigo 10, ll, alínea "a", do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias veda, agora, a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para o cargo de direção de CIPA. Ora, com mais razão para se conceder a mencionada garantia aos suplentes, após a vigência da CF/88, eis que o referido diploma legal não distingue entre titular e suplente, sendo vedado ao intérprete fazê-lo. Não cabe aqui invocar-se a "interpretação sistemática", estabelecendo-se um confronto com o artigo 8º, VIIII, da CF/88, mesmo porque, ao se interpretar a Constituição, deve-se analisá-la num todo, eis que fruto de ideologias antagônicas. E por outro lado, a Carta tutela a integridade física do trabalhador e dirigente da CIPA. Logo, considerando-se que esta exerce, de forma mediata, função de interesse público, a interpretação do citado dispositivo deverá se verificar sob a ótica do "critério teleológico", através do qual o intérprete atentará para os fins sociais a que a norma se destina e às exigências do bem comum. O fim social da norma é a proteção do emprego do cipeiro, ainda que suplente, pois dada a possibilidade de substituir o titular também estará sujeito à intimação patronal, e o bem comum, no caso, é a existência de CIPAS independentes, com o objetivo de diminuir as agressivas condições de trabalho e reduzir o assustador número de acidentes e doenças profissionais neste país (cf. Raimundo Simão de Melo. A Garantia de Emprego dos Membros da CIPA e eleitos depois da Carta

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322Constitucional de 1988 - Suplemento Trabalhista LTr, Ano XXVII, nº 125/91 e ainda recente Jurisprudência do TST - RR 28788/91.6 - Ac 1ª Turma 1008/92 - Redator: Ministro Afonso Celso - DJU 05.06.92, p. 8502; RR 24024/91.3 - (Ac 3ª Turma 1315/92), DJU 07.08.92, p.11869, Redator: Ministro José Calixto, RR- 21303/91, (Ac. 5ª Turma 610/92), Relator: Ministro Norberto Silveira de Souza - DJU 15.05.92, p. 6873).

(TRT-RO-02901/94 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. 07.10.94)

06. A terceirização de setor compreendido na atividade-fim da empresa não constitui justa causa patronal para a dispensa do cipeiro. Recurso provido, para deferir-se a reintegração postulada.

(TRT-RO-12719/94 - 3ª T. - Red. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 31.01.95)

CITAÇÃO

01. INAMPS - LEI 8689/93. A Lei 8689/93, no artigo 11, estabelece que a União Federal sucederá o INAMPS nos direitos e obrigações, estando correta a citação feita à Advocacia Geral da União, não se configurando ilegitimidade passiva "ad causam".

(TRT-AP-00588/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 23.07.94)

02. INTIMAÇÃO - Reputa-se intimado o advogado inscrito para sustentação oral que se achava presente no momento do adiamento da sessão para data futura e certa. Nulidade inexistente.

(TRT-ED-3516/95 - (AP-2702/94) - 2ª T. - Rel. Juiz Michelangelo Liotti Raphael - Publ. MG. 24.03.95)

NULIDADE. CITAÇÃO INICIAL - A nulidade ou inexistência da citação inicial no processo de conhecimento pode ser alegada em sede de embargos à execução. A citação é ato essencial para formação da relação processual e tendo ela vício ou sendo inexistente, nulo será todo o processo, a partir da inicial.

(TRT-AP-3280/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 31.01.95)

NULIDADE. INTIMAÇÃO. ADVOGADO. Comprovado que as intimações foram encaminhadas a endereço diverso daquele constante do mandato, anula-se o processo a partir daquele ato que deverá ser repetido para produção de seus efeitos.

(TRT-AP-3157/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 11.11.94)

NULIDADE PROCESSUAL - MASSA FALIDA - CITAÇÃO - Proposta a ação quando já decretada a falência da reclamada, a citação deveria ter sido feita na pessoa do síndico (art. 12, III, do CPC), fulminando-se de nulidade aquela que assim não se fez.

(TRT-RO-160/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Márcio Túlio Viana. - Publ. MG. 01.07.95)

REVELIA - NULIDADE DA CITAÇÃO - INOCORRÊNCIA - A notificação postal no processo trabalhista é impessoal, bastando que seja remetida para o endereço do Reclamado, na sede da prestação de serviços e não devolvida, para que produza seus efeitos legais. (Inteligência do En. nº 16 TST).

(TRT-RO-2945/95 - 2ª T. - Rel. Juiz Michelangelo Liotti Raphael - Publ. MG. 02.06.95)

03. NOTIFICAÇÃO - IMPESSOALIDADE - Sendo a via postal a forma adotada para a notificação das partes - arts. 774 e 841, parágrafo 1º, consolidados, afasta-se aplicação das normas processuais comuns. Não tendo, portanto, a característica da pessoalidade, prevalece, para fins de validade e eficácia da notificação a entrega desta pelo serviço postal no endereço correto da parte, tornando-se irrelevante o sistema de recebimento de notificações adotado pelas partes.

(TRT-AI-2853/93 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 09.07.94)

04. PRAZO - CITAÇÃO POR CARTA DE ORDEM - O prazo para contagem do prazo, em prol do réu, no caso de citação via carta de ordem, deve obedecer à regra insculpida no art. 241, IV/CPC, isto é, a partir de sua anexação aos autos, depois de arrematada a diligência.

(TRT-AR-00018/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Dárcio Guimarães de Andrade - Publ. MG. 26.08.94)

05. RECURSO INTEMPESTIVO - PRAZO. INTIMAÇÃO POR EDITAL. Válida a intimação dos reclamados, da sentença recorrida, por Edital, não se conhece de recurso interposto fora do prazo legal. Justifica-se a intimação por esta modalidade, aplicando-se por analogia o art. 232 do C.P.C., quando ignorado ou incerto o lugar em que se encontra o réu. Por outro lado, não se exige do autor investigação minuciosa e exaustiva do paradeiro do réu para que se justifique a citação por Edital. Inadmissível, apenas, a atitude maliciosa que, no caso, desde logo se vê afastada, já que o reclamado (empregador doméstico) mudou de residência, logo após a dispensa do reclamante.

(TRT-RO-10220/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 01.10.94)

06. CITAÇÃO DO EXECUTADO NA PESSOA DO PREPOSTO - Há eficácia da citação da executada na pessoa de seu preposto quando há prova de que este representa a empresa, inclusive para recebimento de outras citações, cumprindo a função de verdadeiro gerente, mormente quando o Oficial de Justiça não consegue

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323localizar a própria empresa ou quaisquer de seus sócios. Agravo de Petição desprovido.

(TRT-AP-02742/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Ricardo Antônio Mohallem - Publ. MG. 26.11.94)

VÍCIO DE CITAÇÃO. É nulo o processo a partir do momento em que, ocorrendo a revogação de mandato, por substituição de procuradores, as intimações continuam a ser enviadas ao antigo advogado da parte.

(TRT-AP-00489/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Sebastião Geraldo de Oliveira - Publ. MG. 1º.07.94)

COISA JULGADA

01. PARCELA CONSTANTE DA FUNDAMENTAÇÃO OMITIDA NA CONCLUSÃO. O alcance da coisa julgada não pode ser aferido simplesmente pela localização tópica da decisão no corpo da sentença, sob pena de sacrificar a essência por amor à forma. Quando a fundamentação, além de indicar os motivos, registra a decisão sobre determinado pedido, como conseqüência da operação lógica empreendida, ocorrerá simultaneamente a motivação e a disposição do direito pretendido, com força de coisa julgada, ainda que a parte conclusiva da sentença não mencione esta parcela já deferida.

(TRT-AP-1000/94 - 2ª T. - Red. Juiz Sebastião Geraldo de Oliveira - Publ. MG. 27.07.94)

A sentença, que julgar total ou parcialmente a lide, tem força de lei nos limites da mesma e das questões decididas; operado o trânsito em julgado, torna-se imutável e indiscutível, não estando mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário (art. 468 c/c art. 467, ambos do Código de Processo Civil, em subsidiariedade).

(TRT-RO-11459/93 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 20.08.94)

02. Existe coisa julgada quando o autor pleiteia, em nova ação, pedido inserido no processo cuja sentença já transitou em julgado.

(TRT-RO-10177/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 01.10.94)

03. CONHECIMENTO DE OFÍCIO - Mesmo com a pena de revelia, a coisa julgada é matéria que se conhece de ofício, a teor do artigo 267, parágrafo 3º e 301, parágrafo 4º DO CPC, declarando-se extinto o processo sem julgamento do mérito, no período compreendido pelo acordo anexado aos autos no recurso.

(TRT-RO-09345/93 - 4ª T. - Red. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 06.08.94)

04. EFEITO - A imutabilidade da sentença transitada em julgado não inibe a transação concertada entre as partes após o julgamento da coisa. O efeito da "res judicata" objetiva impossibilitar a repetição de ação entre as mesmas partes, versando sobre o mesmo objeto e mesma causa de pedir. A transação ou conciliação é sempre permitida, porquanto poderia o credor, até mesmo, renunciar ao seu direito, não executando a sentença transitada em julgado.

(TRT-AP-02925/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 29.10.94)

05. Execução de Sentença. À frente do processo, na fase da execução, o juiz deve sempre sentir-se verdadeiro escravo, quanto à fiel observância do comando da Sentença exequenda.

(TRT-AP-00195/95 - 1ª T. - Rel. Juiz Manuel Cândido Rodrigues - Publ. MG. 10.03.95)

O fato de o Exc. STF ter definido, na ADIN 694-1, a inexistência de direito às diferenças salariais decorrentes da URP de fevereiro/89 em nada afeta a execução de sentença pela qual tais diferenças foram deferidas, pois na execução observa-se fielmente a coisa julgada.

(TRT-AP-03384/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Hiram dos Reis Corrêa - Publ. MG. 10.02.95)

06. CARÊNCIA DE AÇÃO - EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO - "...salvo quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou coisa julgada (inciso V), a extinção do processo não obsta a que o autor intente de novo a ação, contanto que pague ou deposite as custas e os honorários advocatícios em que decaiu (art. 268 do CPC). Mesmo nos casos de carência de ação (inciso VI). É que, não obstante ter havido a coisa julgada, ela só impede que se prossiga no mesmo processo. Não tendo sido de mérito o julgamento, não houve coisa julgada material, que impediria outra ação" (Direito Processual do Trabalho/Coqueijo Costa. - Rio de Janeiro: Ed. Forense, 1984, p. 410).

(TRT/RO/18019/93 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG.04/02/95)

07. O título genérico, ou ilíquido, normalmente suscita questões de mérito a serem decididas de forma residual, sendo completa a cognição do Juiz quanto aos fatos cuja prova é essencial para delimitar-se a extensão do fato jurídico tido por provado e que fundamentou a demanda e a condenação. O único óbice a essa atividade cognitiva é, obviamente, a coisa julgada formada no título executivo, bem como os fundamentos dessa decisão que importem na determinação do alcance da parte dispositiva.

(TRT-AP-03253/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 06.12.94)

COMISSÕES

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32401. ESTORNO DE COMISSÕES - Dispondo o artigo 7º da Lei 3.207/57 que "verificada a insolvência do

comprador, cabe ao empregador o direito de estornar a comissão que houver pago", de plano verifica-se ser ilegal o estorno por simples inadimplência, cancelamento de vendas, ou quaisquer outros que não decorram de insolvência. É que o empregado deverá ser remunerado pelo seu trabalho - a venda concluída - cabendo ao empregador assumir os riscos do seu empreendimento.

(TRT-RO-09580/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 10.08.94)

SOBRE VENDAS - ESTORNO - Realizada a venda e não sendo ela recusada pelo empregador dentro dos prazos previstos no art. 3º, da Lei 3.207/57, tem o empregado vendedor direito à comissão respectiva, salvo se verificada a insolvência do comprador, "ex vi" do disposto no art. 7º, do mesmo diploma legal. Qualquer disposição contratual em contrário transfere para o empregado o risco da atividade econômica e afronta um dos princípios básicos insculpidos no art. 2º da CLT.

(TRT-RO-09573/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Murilo de Morais - Publ. MG. 05.10.94)

VENDEDOR - COMISSÕES - ESTORNO - É concebível o estorno de comissões do vendedor de consórcio, cuja venda não se concretizou, face à devolução do cheque, por insuficiência de fundos, dado como pagamento da primeira prestação.

(TRT-RO-12462/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 12.11.94)

02. QUITAÇÃO DE FORMA IRREGULAR FORA DOS RECIBOS - PROCEDÊNCIA DO PEDIDO - Não se acolhe alegação quanto a restringirem-se as comissões somente àquelas que foram objeto de prova documental por parte do empregado, especialmente se, além de haver prova testemunhal em contrário, o representante legal da empresa confessa a quitação irregular da parcela, sem incluí-la no recibo de pagamento de salários, em fraude à lei.

(TRT-RO-10053/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 15.10.94)

03. VENDAS. RISCO DA ATIVIDADE ECONÔMICA. Cabe ao empregador suportar os riscos da atividade econômica quitando as comissões contratadas e devidas decorrentes de vendas realizadas, desde que observados os regulamentos da empresa, mesmo que posteriormente estornadas, à falta de pagamento do cliente. Contudo, tal não se dá, quando se constata, da prova dos autos, que vendas não existiram, senão simulação de sua ocorrência.

(TRT-RO-14634/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 02.12.94)

04. SOBRE A VENDA DE SEGURO DE VIDA EM GRUPOS DE CONSÓRCIOS - INEXISTÊNCIA DE DIREITO - Os empregados vendedores de empresas que mercanciam com vendas de consórcio não têm jus a comissões sobre venda de seguro de vida, responsável pela saúde do grupo consorcial, cuja prestação encontra-se embutida na prestação inicial de adesão aos referidos grupos. Inteligência do parágrafo único do artigo 456 consolidado.

(TRT-RO-04260/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 20.08.94)

Comissionista

01. BASE DE CÁLCULO DAS VERBAS RESCISÓRIAS - Não pode o juiz interpretar a norma jurídica ignorando o contexto social em que ela está inserida. A vigente redação do parágrafo 4º, do art. 478, da CLT, foi determinada pelo Decreto-Lei nº 229, de 28 de fevereiro de 1967. Na época não se imaginava que os índices inflacionários atingiriam os números alarmantes da atualidade. Por conseguinte, o preceito foi omisso no tocante à atualização monetária. Com espeque no art. 8º da CLT, deve a jurisprudência suprir a lacuna. A média defasada não é base idônea para o cálculo do verdadeiro valor da dívida. A correção monetária "nada acrescenta ao débito". Muito pelo contrário, trata-se do mesmo débito, em sua expressão atualizada.

(TRT-RO-12394/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 06.12.94)

02. ADICIONAL DE HORAS-EXTRAS. DIVISOR. COMISSÕES. Para se apurar o valor do adicional de horas-extras em face do salário pago a título de comissões, deve-se tomar como divisor de importância mensal assim recebida as horas totais trabalhadas no mês (incluídas as extras, já quitadas de forma simples), fixando-se o valor do salário-hora sobre o qual incidirá o percentual correspondente ao adicional de hora extra.

(TRT-AP-03285/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Carlos Alves Pinto - Publ. MG. 25.11.94)

HORAS EXTRAS. COMISSIONISTA MISTO - BASE DE CÁLCULO. Ao comissionista misto, no caso de extrapolação da jornada legal, é devido apenas o adicional de horas extras, tomando-se por base de cálculo do salário-hora o valor das comissões percebidas mensalmente. Quanto à parte fixa da remuneração tem ela direito às horas extras, acrescidas do respectivo adicional.

(TRT-RO-15359/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Antônio Augusto M. Marcellini - Publ. MG. 25.02.95)

HORAS EXTRAS. COMISSÕES. As horas extras e as comissões são direitos de naturezas diversas, não havendo base legal para que as comissões pagas possam ser objeto de dedução em relação às horas extras

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325devidas.

(TRT-RO-13524/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Carlos Alves Pinto - Publ. MG. 25.11.94)

VENDEDOR COMISSIONADO - HORAS EXTRAS - BASE DE CÁLCULO - O vendedor comissionado não pode ter como base de cálculo das horas extras as comissões e prêmios, pela circunstância do próprio labor extraordinário importar na percepção de maior remuneração, tal como ocorre com a figura do balconista comissionado, que percebe, à título de horas extras, somente o adicional respectivo, conforme dispõe o verbete do Enunciado 56/TST.

(TRT-AP-188/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alves Pinto - Publ. MG. 08.04.95)

03. A fração a ser considerada para o cálculo do repouso semanal remunerado do comissionista é de um sexto. O comissionista vendedor que fazia, habitualmente, cobranças tem direito ao percentual de comissões sobre aquelas incidente.

(TRT-RO-13762/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Manoel Cândido Rodrigues - Publ. MG. 05.05.95)

COMPENSAÇÃO

01. ANTECIPAÇÃO SALARIAL - COMPENSAÇÃO. Sedimentou-se há muito tempo na política salarial brasileira o princípio de que toda antecipação é compensável. É o que estabelece a Instrução Normativa n. 01/82, do Col. Tribunal Superior, ratificada, no particular, pela de n. 04/93, do mesmo Pretório, que só não contempla a compensação quando exista término de aprendizagem, promoção ou merecimento e antigüidade, transferência de cargo, função, estabelecimento ou de localidade e bem assim equiparação salarial decorrente de sentença trânsita em julgado. Em português mais claro: qualquer antecipação feita pelo empregador, com exclusão daquelas acima mencionadas, torna-se obrigatoriamente compensável na data do reajuste obrigatório (quadrimestral, semestral ou anual), quando novo ciclo se inicia, cessando ou "zerando" naquela data os efeitos dos adiantamentos. Por esta razão, irrelevante o fato de a decisão determinar ou não a compensação ou limitação na data-base, pois decorre ela da política salarial vigente há mais de uma década.

(TRT-AP-1960/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Ricardo Antônio Mohalem - Publ. MG. 27.08.94)

02. ÍNDICE DE PRODUTIVIDADE. A distinção entre "correção salarial" e "índice de produtividade" tem em vista a origem do percentual estipulado (índice oficial e crescimento do setor econômico, respectivamente). Entretanto, para o direito individual do trabalho, têm ambas a mesma natureza jurídica, qual seja, a de revisão geral dos salários na data-base. Assim, inexiste óbice à compensação dos aumentos espontâneos com índice de produtividade estipulado em sentença normativa. Não há cerceio de defesa se o próprio reclamado é quem dispensa a oitiva de suas testemunhas.

(TRT-RO-09295/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 05.10.94)

03. PARCELAS DISTINTAS. IMPOSSIBILIDADE LEGAL. INOVAÇÃO RECURSAL. A lei só permite compensação de parcelas pagas a igual título, período e limites de condenação. Não admitindo quanto a parcelas heterogêneas, v.d., compensar horas extras não quitadas com o prêmio de produtividade. Configurando inovação da lide, em sede recursal, vedada e não submetida a contraditório ou dilação probatória, a versão tardia de que, embora o título, a finalidade fosse remunerar acréscimo de jornada.

(TRT-RO-00792/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 23.07.94)

04. RESTITUIÇÃO DE VALORES PARA EFEITO DE COMPENSAÇÃO. PEDIDO JURIDICAMENTE IMPOSSÍVEL. Há a oportunidade processual própria para a reclamada requerer a compensação dos valores pagos ao reclamante. Passada esta oportunidade, precluso está o seu direito, não havendo outro remédio a socorrer-lhe no mundo jurídico.

(TRT-RO-10324/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 09.09.94)

COMPETÊNCIA

01. Modificação de competência pela conexão. A apreciação da conveniência e da oportunidade da reunião de processos é tanto do Juízo que declina a sua competência, quanto do Juízo para o qual esta foi declinada. A recusa do último impede a modificação de competência persistindo a competência do Juízo para o qual a ação foi distribuída originariamente.

(TRT-CN-07/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Aroldo Plínio Gonçalves - Publ. MG. 27.01.95)

Um juiz não pode, julgando-se prevento, e em razão da conexidade, derrogar a competência de outro Juiz de igual hierarquia, mediante requisição de autos que se encontram submetidos à sua competência, pela distribuição, mas a competência, pela conexão, é modificável quando o Juiz que recebe a requisição de autos consente na remessa dos mesmos ao Juiz prevento, porque tal consentimento importa no conhecimento e na declaração de ofício da incompetência em razão da conexão. A modificação da competência não caracteriza conflito de competência que só se manifesta quando há divergência entre autoridades judiciárias concernentes ao conhecimento e ao julgamento da lide. Processo extinto sem julgamento do mérito.

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326 (TRT-CN-04/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Aroldo Plínio Gonçalves - Publ. MG. 23.09.94)

02. Justificação judicial de tempo de serviço, para efeitos previdenciários junto ao INSS, não compete à JT, mas à Justiça Federal, e não se confunde com a ação declaratória de relação de emprego, esta de competência da JT.

Incompetência da JT reconhecida, de ofício. (TRT-RO-15595/93 - 2ª T. - Rel. Juiz Hiram dos Reis Corrêa - Publ. MG. 24.02.95)

03. INCOMPETÊNCIA - NORMA COLETIVA - INTERPRETAÇÃO - O fato da pretensão lançada na inicial ter sido objeto ou não de transação, decorrente de ACORDO COLETIVO DE TRABALHO, não significa a busca de sua interpretação sobre o prisma abstrato, mas do caso concreto, em relação a cada Reclamante. O alcance da norma em razão apenas de sua aplicação à categoria é que comporta o ajuizamento de dissídio de natureza jurídica, e não a sua incidência ao fato da causa individualizado.

(TRT-RO-16316/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 10.02.95)

Da Justiça do Trabalho

01. COMPLEMENTAÇÃO DE PENSÃO - INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO - Não tem competência a Justiça do Trabalho para apreciar pedido de complementação de pensão fundada em estatuto de entidade civil, uma vez demonstrado que a instituição nasceu da adesão dos empregados e aposentados do reclamado na sua organização, inexistindo qualquer participação daquele a título de mantenedor ou diretor de instituição. O fato de o Banco Reclamado averiguar ocasionalmente a idoneidade administrativa e contábil da entidade não submete aquela à subordinação deste, mesmo porque é peculiar aos Bancos tal atitude, uma vez que o mesmo fazia empréstimos à Associação.

(TRT-RO-1722/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 03.12.94)

Já se tornou pacífico, na doutrina e na jurisprudência, que a Justiça do Trabalho é competente para dirimir controvérsias acerca dos planos que visam à complementação de benefícios da previdência social. Aplicação do art. 114, da Constituição da República.

(TRT-RO-11218/94 - 3ª T. - Rel. Juiz José Murilo de Morais - Publ. MG. 25.10.94)

02. ARGÜIÇÃO DE INCOMPETÊNCIA - BANCO DO BRASIL - RECLAMATÓRIA INDIVIDUAL - A circunstância de ser do Tribunal Superior a competência originária para apreciar dissídio coletivo envolvendo o reclamado que possui quadro de carreira de âmbito nacional, não desloca a competência das Juntas de Conciliação e Julgamento nas hipóteses de reclamatória individual. Argüição de incompetência que se rejeita.

(TRT-RO-14686/93 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 17.01.95)

03. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO - Tratando os presentes autos de Contrato Administrativo, celebrado entre as partes, a Justiça do Trabalho é absolutamente incompetente para apreciar e julgar o presente feito, devendo ser extinto o processo, sem julgamento do mérito, a teor do disposto no art. 267, inciso IV, do CPC, - aplicado, subsidiariamente, ao Processo Trabalhista.

(TRT-RO-00721/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Manuel Cândido Rodrigues - Publ. MG. 10.02.95)

04. FUNCIONÁRIO PÚBLICO - DECLARAÇÃO DE INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA - EXTINÇÃO DO PROCESSO. A conseqüência da declaração de incompetência absoluta na Justiça do Trabalho é a extinção do processo, sem julgamento do mérito, por carecer o reclamante de ação trabalhista contra o reclamado (CPC. art. 267. VI).

(TRT-RO-10775/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 17.11.94)

05. DESCONTOS TRIBUTÁRIOS. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO PARA ORDENÁ-LOS. Não há incompetência desta Justiça para o caso de mera determinação de que se proceda a descontos tributários, nos termos das Leis 8.541/93 e 8.620/93 por força do art. 109 da CF/88, pois a providência contra a qual se insurge o laborista, determinada que foi pelo juízo a quo, não consiste em processamento nem em julgamento de questão tributária na qual seja interessada a União ou qualquer órgão previdenciário, mas tão-somente numa determinação de procedimento que se encontra fundada em expressa determinação legal.

(TRT-RO-16554/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 10.06.95)

06. É o pedido e sua causa que fixam a competência da Justiça do Trabalho. (TRT-RO-13369/93 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 20.01.95)

07. DEVOLUÇÃO DE DOCUMENTOS - COMPETÊNCIA - Não compete a esta Justiça especializada determinar a devolução de documento que a empresa alega ter o reclamante subtraído. A configuração do crime, a autoria e seus consectários, devem ser apurados pela justiça comum.

(TRT-RO-15002/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 31.01.95)

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327 INCOMPETÊNCIA DO FORO - NÃO CARACTERIZAÇÃO - Ato de Juiz que, no uso de suas atribuições,

determina comunicação à Secretaria da Receita Federal de que a parte recebera valores nos autos, para fins fiscais próprios, configura matéria processual e não tributária. As autoridades judiciárias têm o dever de agir assim. Desfocada, pois, a argüição de incompetência dessa justiça para agir em campo tributário.

(TRT-AP-00041/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 22.10.94)

JUSTIÇA DO TRABALHO - INCOMPETÊNCIA "EX RATIONE MATERIAE" - AÇÃO INDENIZATÓRIA POR PERDAS E DANOS - A Justiça do Trabalho é incompetente para apreciar e julgar pleitos referentes a ações de natureza civil, posto que o alcance da expressão "outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho" restringe-se àquelas relações Jurídicas que, por força de lei ordinária, são atribuídas ao âmbito dessa Especializada.

(TRT-RO-11845/93 - 5ª T. - Rel. Juiz Roberto Marcos Calvo - Publ. MG. 01.10.94)

MULTA DO ART. 23 DA LEI 8030/90. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. Falece competência a esta Especializada para apurar débitos e infrações relativas ao FGTS, porquanto essa atribuição é exclusiva do MTPS, nos precisos termos do art. 23, da Lei 8036/90

(TRT-RO-12178/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 15.10.94)

08. FGTS - Compete à JT determinar ao Empregador a complementação dos depósitos fundiários, mas não é de sua competência liberar depósitos em contas desativadas com base neste mesmo fato.

(TRT-RO-17597/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Hiram dos Reis Corrêa - Publ. MG. 19.05.95).

09. JUSTIÇA DO TRABALHO. COMPETÊNCIA . DESCONTO ASSISTENCIAL. LITÍGIO ENTRE SINDICATO E EMPRESA. ACORDO COLETIVO. Ao teor do art. 114, in fine, da Constituição Federal, detém a Justiça do Trabalho competência para conhecer e julgar reclamação entre sindicato e Empresa, decorrente de descumprimento de norma coletiva, que assegurou o desconto de taxa de reforço sindical, firmada por transação em processo de dissídio coletivo, devidamente homologada, por sentença.

(TRT-RO-3301/94 - 1ª T.- Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 11. 11. 94)

10. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO - FUNDO DE PENSÃO - Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ação visando à restituição de valores recolhidos para Fundo de Pensão do qual a empresa é patrocinadora e o empregado participante, quando tal decorre do contrato de trabalho.

(TRT-RO-12662/94 - 4ª T. -Rel. Juíza Denise Alves Horta - Publ. MG. 25.02.95).

11. MINAS CAIXA - COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO - A lei Estadual 10254/90, embora tenha colocado sob sua égide os servidores de autarquias (caso do reclamante), se constitui apenas numa norma programática, tendo sido a absorção efetivada pelo estado em relação ao autor, somente a partir da vigência da Lei 10470/91, que se constitui em norma específica por tratar apenas da situação dos funcionários da reclamada, o que torna forçoso o entendimento de que a competência desta Especialidade se limita a 15.03.91.

(TRT-RO-16066/93 - 1ª T. - Red. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG.30.03.95).

MINASCAIXA. COMPETÊNCIA. PRESCRIÇÃO. CONVERSÃO DO REGIME DE SEUS SERVIDORES. A Lei Estadual nº 10.254/90, que instituiu o regime jurídico único dos servidores estaduais, não atingiu os empregados da Caixa Econômica do Estado de Minas Gerais. É que, como decidiu o Colendo Supremo Tribunal Federal ao julgar a Adin 83-7 (DJU de 18.10.91), a esta autarquia estadual, por ser instituição financeira e, como tal, dedicada à exploração de atividades econômica, se impunha, nas relações com seus empregados, o mesmo regime das empresas privadas, nos exatos termos do artigo 173, & 1º, da Constituição Federal. Somente através do artigo 1º da Lei Estadual nº 10470/91 e a partir de 15-03-91 é que na verdade findaram os contratos de trabalho de seus servidores, com sua efetiva absorção nos quadros de pessoal da Administração Direta do Estado. Detém portanto a Justiça do Trabalho competência residual para apreciar os dissídios relativos ao período anterior a tal data.

(TRT-RO-5902/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 17.03.95).

CONCORDATA

01. PREVENTIVA - CRÉDITO TRABALHISTA. No processo de concordata preventiva, o empregador permanece com o poder diretivo de mando, arcando com as responsabilidades trabalhistas advindas de seu direito potestativo de rescisão de contrato de trabalho de seus empregados, não impedindo o processo preventivo o pagamento do crédito trabalhista e a reclamação do empregado na Justiça do Trabalho, à luz da Súmula 227, do Supremo Tribunal Federal.

(TRT-RO-15614/94 - 4ª T.- Rel. Juíza Denise Alves Horta - Publ. MG. 25.02.95)

PREVENTIVA - O crédito trabalhista tem natureza privilegiada, devendo ser normalmente quitado, ainda que a empresa se encontre beneficiada pela concordata preventiva.

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328 (TRT-RO-14493/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Roberto Marcos Calvo - Publ. MG. 25.02.95).

02. CONCORDATA. A concordata é causa de suspensão e recomposição dos débitos exclusivamente quirografários, não alcança os débitos trabalhistas.

(TRT-RO-13066/94 - 1ª T. Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 04.11.94).

03. 1) EMPRESA CONCORDATÁRIA - RESCISÃO CONTRATUAL. 2) HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Inexiste privilégio à empresa concordatária. Dispensado imotivadamente o reclamante, cabe à empregadora o pagamento dos créditos trabalhistas devidos, sem qualquer restrição. Honorários advocatícios na Justiça do Trabalho são devidos de acordo com a Lei 5.584/70. tão-só. A Lei 8.906/94 não alterou o disposto no art 791 da CLT.

(TRT-RO-15915/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG.25.02.95).

CONFISSÃO

01. Há confissão extrajudicial quando o reclamado admite noutro feito, entre as mesmas partes, a verdade de fato contrário do seu interesse e favorável ao adversário.

(TRT-RO-4238/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 06.09.94)

Ficta

01. AUSÊNCIA DE AMBAS AS PARTES NA AUDIÊNCIA DE PROSSEGUIMENTO. CONSEQÜÊNCIA. Quando os litigantes não comparecem em audiência, onde deveriam prestar depoimento, a incidência conjunta da "ficta confessio" se anula, de forma que a análise seguinte haverá que recair no encargo probatório atribuído a cada qual.

(TRT-RO-06017/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Sebastião Geraldo de Oliveira - Publ. MG. 1º.07.94.)

AUSÊNCIA À AUDIÊNCIA . PRINCÍPIO DA ORALIDADE. A audiência de instrução e julgamento é o momento culminante do processo moderno: por ele se caracteriza o procedimento oral, que é uma de suas notas fundamentais (AMARAL SANTOS, "Comentários ao Código de Processo Civil", volume IV, 5ª ed. p. 366/367). Sendo a audiência um ato processual complexo, ao mesmo tempo solene e oral, todos os acontecimentos verificados no seu curso produzem efeitos no mesmo instante em que se realizam, sendo a ata de audiência mero resumo posterior do que já ocorreu(CLT, artigos 813,, 828, parágrafo único, e 851; CPC, artigo 457). Por tal motivo, verificada a ausência de uma das partes à audiência em prosseguimento na qual deveria prestar depoimento pessoal, e proclamado regularmente pelo juiz - presidente o encerramento da audiência, não produz qualquer efeito processual válido sua chegada ao recinto logo após a lavratura da ata e sua assinatura pelos presentes, não havendo como fazer retroceder o processo em sua marcha normal. Por outro lado, não constitui motivo justificado para o atraso a circunstância, aliás não comprovada, de terem o preposto e o advogado da reclamada ficado retidos em audiência realizada em outra das Juntas de Conciliação e Julgamento da Capital. Diante do risco previsível de coincidência de horários, cabia à parte enviar naquele dia ao menos dois representantes distintos à Justiça do Trabalho, não tendo sentido pretender que uma das Juntas fosse obrigada a aguardar o encerramento da audiência realizada no outro Juízo para poder desempenhar a sua função jurisdicional.

(TRT-RO-03714/95 - 4ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 20.05.95).

A ausência injustificada da preposta à AIJ, na esteira do art. 844/CLT, implica na imposição da confissão à Reclamada. A lei não concede qualquer dilação de prazo à preposta, que deveria ter comparecido no horário marcado pela Junta. Culpa da empresa não pode servir de arrimo para modificar bela decisão.

(TRT-AR-195/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Dárcio Guimarães de Andrade. - Publ. MG.10/02/95).

DESCONHECIMENTO DOS FATOS. MUNICÍPIO. O desconhecimento dos fatos pelo preposto atrai a aplicação da confissão ficta, mesmo quando o reclamado é pessoa jurídica de Direito Público.

(TRT-RO-11665/93 - 2ª T. - Rel. Juiz José Waster Chaves - Publ. MG.09.09.94)

INOCORRÊNCIA - Se o reclamado não é intimado expressamente para juntar aos autos os cartões de ponto, inexiste lugar para aplicação da "confissão ficta". Recurso a que se dá provimento.

(TRT-RO-14504/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 05.07.94).

PEDIDO NÃO APRECIADO. Omissa a decisão recorrida quanto ao pedido de aplicação da pena de confissão, há que se aplicar a penalidade em face da ausência injustificada da reclamada à Audiência para a qual foi intimada com esta cominação, mas respeitando o limite das provas produzidas e das normas jurídicas incidentes.

(TRT-RO-9264/94 - 1ª T.- Rel. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 09.09.94).

PENA DE CONFISSÃO - ADIAMENTO DA AUDIÊNCIA - INAPLICABILIDADE - A determinação de adiamento

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329da audiência a que não compareceu o empregador e para a qual estava notificado para prestar depoimento pessoal, sob pena de confissão, afasta a aplicação da penalidade.

(TRT-RO 13798/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 31.01.95).

A simples negação da relação de emprego, em preliminar levantada na defesa, não impede a aplicação da pena de confissão sobre os fatos relatados na inicial da Reclamação Trabalhista, oportunamente aditada, com a ciência do Réu.

Ação Rescisória improcedente. (TRT-RO 414/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Aroldo Plínio Gonçalves - Publ. MG. 31.03.95)

VALIDADE - ERRO NA PAUTA - O fato de o horário da audiência constante da pauta estar em desacordo com o horário estipulado na ata da audiência inaugural, em que estavam presentes ambos os litigantes, não tem o condão de elidir a confissão ficta declarada na audiência em prosseguimento, estando ausentes uma das partes que deveria depor.

(TRT-RO-10741/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 05.11.94.

02. A confissão ficta não se sobrepõe à prova documental, bem como os seus efeitos não atingem o litisconsórcio, pois os atos e omissões de um não prejudicarão nem beneficiarão os outros. Recurso a que se dá provimento parcial.

(TRT-RO-07689/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG.27.09.94)

Há confissão quando o condomínio reclamado nega a prestação de serviços porém admite, na contestação, que a reclamante trabalhara para os diversos condôminos e que eles (os condôminos estavam) estavam encarregados da limpeza de seus respectivos andares, visto que o condomínio não tinha faxineira.

(TRT-RO-2728/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 06.09.94)

03. HORAS EXTRAS - Embora confesso a reclamada quanto à matéria fática, não se pode presumir com base na mesma que tenha o autor trabalhado em jornada extraordinária (cf. Isis de Almeida - a confissão no Processo J. do Trabalho - Rev. TRT 3ª Região 29, p. 36). É que a confissão somente gera presunção, não produzindo efeitos diretos, os quais se subordinam a outros meios de prova existentes nos autos como, no caso, registros de ponto, os quais revelam trabalho em sobrejornada. O convencimento do julgador deverá corresponder, sempre que possível, à realidade, do contrário serão as decisões fundadas em cômodas, mas injustas e ilegais presunções, impedindo a busca da verdade real e frustando a realização da justiça (cf. nesse sentido Cláudio Armando C. Menezes, "A indústria da confissão e o E. 74/TST", pág. 41).

(TRT-RO-14523/94 - 2ª T. - Red. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 10.02.95)

04. A confissão ficta deve prevalecer sobre prova documental que apresenta os indícios da fraude denunciada na petição inicial.

(TRT-RO-2035/94 - 3ª T. - Rel. Juiz José Murilo de Morais - Publ. MG. 11.10.94) CONFISSÃO DO PREPOSTO - INEXISTÊNCIA QUANTO A FATOS DE AFERIÇÃO IMPOSSÍVEL E NÃO

PROVADOS - O desconhecimento do preposto quanto à redução da jornada no período do aviso prévio não importa em confissão, se a prestação de serviço externo, sem controle, restou incontroversa, e se era impossível aferir-se a duração do trabalho prestado diariamente pela Reclamante, por ausência de prova específica nesse sentido.

(TRT-RO-8792/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 15.10.94)

RELAÇÃO DE EMPREGO - CONFISSÃO FICTA - ÔNUS DA PROVA - Ausentes reclamante e reclamado à audiência em prosseguimento, na qual deveriam prestar depoimento, a demanda resolve-se com base no ônus da prova. Reconhecida a prestação de serviço, presume-se o vínculo empregatício, cabendo ao reclamado o ônus da prova de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito vindicado.

(TRT-RO-582/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Luiz Ronan Neves Koury - Publ. MG. 01.04.95)

05. REVOGAÇÃO - Segundo o art. 352, do CPC, a confissão, quando emanar de erro, dolo ou coação, pode ser revogada através de ação anulatória ou ação rescisória, dependendo do estado do processo, desservindo, para tanto, mero requerimento formulado dentro dos próprios autos em que ela foi produzida, sem observância, ademais, do disposto no art. 795, da CLT.

(TRT-RO-560/94 - 5ª T. - Rel. Juiz José Murilo de Morais - Publ. MG. 03.12.94)

CONTRATO DE TRABALHO

01. ACORDO TÁCITO - Não é apenas o contrato individual de trabalho que pode ser tacitamente acordado, o mesmo pode se dar com as suas cláusulas e condições, se não se exige por Lei ou instrumento normativo forma escrita para as suas alterações.

(TRT-RO-13983/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 25.11.94)

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33002. Normas que distribuem competências administrativas entre os órgãos da empresa não repercutem nos

contratos individuais de trabalho, tampouco acarretam direitos subjetivos para seus empregados. Do contrário, estar-se-ia negando ao empregador o poder de dirigir a prestação de serviços. O art. 3º, V, da Ordem de Serviço 1/73, da Companhia Vale do Rio Doce, que atribuiu a seu Presidente competência exclusiva para dispensar empregados com mais de 10 anos de serviço, não implicou norma mais benéfica ou vantagem para os empregados. Impossível, destarte, invocar-se o Enunciado 51/TST.

(TRT-RO-8719/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 08.11.94)

03. CONTRATAÇÃO - EMPRESA INTERPOSTA - FRAUDE - O contrato de trabalho perpetrado por empresa interposta é legal desde que mantido sem alteração. No momento que se desfaz e ato contínuo concretiza-se com a tomadora de serviço, consuma-se a fraude. Nesse caso, os períodos trabalhados nas duas empresas unificam-se, tornando-se único o pacto laboral.

(TRT-RO-03759/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Roberto Marcos Calvo - Publ. MG. 23.07.94)

Contratação de trabalhador por empresa interposta. Ilegalidade. Formação do vínculo diretamente com o tomador dos serviços. A relação de emprego não emerge da declaração de vontade formalmente manifestada, mas da realidade dos fatos (a da prestação dos serviços e quem é seu beneficiários imediato), extraindo-se daí a vontade tácita configuradora do liame empregatício. a figura do intermediário, no caso, exsurge como órgão do tomador dos serviços, ou como simples "presta nome", ocorrendo a desconsideração de sua personalidade jurídica ("Disregard of legal entity therory"), para o fim de responsabilizá-lo juntamente com o beneficiário imediato do trabalho obreiro. Inteligência do enunciado 331,I, do TST. Recursos ordinários dos reclamados desprovidos.

(TRT-RO-9276/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 18.10.94)

CONTRATAÇÃO DE TRABALHADOR POR EMPRESA INTERPOSTA - SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA - SERVIÇOS EXCLUSIVOS DE BANCÁRIO - IGUALDADE SALARIAL - RESPONSABILIDADE . A contratação irregular de trabalhador, através de empresa interposta, não gera qualquer vínculo de emprego com os órgãos da Administração Pública, seja a direta, a indireta ou a fundacional, pois expressa a proibição constitucional (art. 37 - II - da CF) da investidura em cargo ou emprego público sem a prévia aprovação em concurso público. Sendo o Banco, onde trabalhou o reclamante, sociedade de economia mista, com o mesmo não se há falar em pacto laborativo, mesmo sendo evidente a contratação irregular. Isso tudo, porém, não retira ao trabalhador, que no Banco prestou serviços exclusivo de bancário, em igualdade de condições com empregados do estabelecimento de crédito tomador dos serviços, direito de auferir da empresa fornecedora da mão-de-obra, sua empregadora, salários correspondentes aos dos percebidos pelos empregados da tomadora nas mesmas funções, como se bancário fosse, inclusive quanto à jornada, quer pelo princípio da isonomia, que não pode ser olvidado, que pela proibição explicitada no art. 7º - XXXII - da Constituição Federal, quanto à distinção laborativa.

(TRT-RO-3945/95 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 08.07.95)

RELAÇÃO DE EMPREGO - Mesmo na hipótese de restar provada a ilegalidade da contratação de mão-de-obra por empresa interposta (ADSERVIS), impossível a aplicação do Enunciado 256/TST, se é de economia mista a natureza da empresa (BEMGE) tomadora dos serviços, em face da vedação constitucional existente. Recurso provido.

(TRT-RO-11937/93 - 4ª T. - Rel. Juiz Ricardo Antônio Mohallem - Publ. MG. - 26.11.94)

04. FALECIMENTO DO EMPREGADO - CRÉDITOS TRABALHISTAS - EXISTÊNCIA DE HERDEIROS MENORES - PRESCRIÇÃO - SUSPENSÃO - No casamento celebrado sob o regime da comunhão de aquestos, cada qual dos cônjuges fará jus à meia-parte do patrimônio comum. Integram este patrimônio os frutos civis do trabalho, na forma do art. 271, VI, do Código Civil. Entretanto, sobrevindo a morte de um deles, não se pode afirmar que pertençam aos supérstite a metade dos créditos trabalhistas. Incidiria o raciocínio em erro lógico, tomando a parte (frutos civis do trabalho) pelo todo, que é o patrimônio comum. Na hipótese, os créditos reclamados em ação própria constituem-se num todo indivisível, inclusive por não caber à Justiça do Trabalho pronunciar-se em matéria de sucessão. Daí, a suspensão da prescrição em face da condição personalíssima de um dos co-credores, estende-se aos demais (art. 171 do Código Civil). Vale dizer, havendo entre os herdeiros menores de 18 anos, contra quem não corre qualquer prescrição (art. 440 da Consolidação das Leis do Trabalho), a suspensão se estenderá à totalidade dos haveres reclamados.

(TRT-RO-13308/93 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 25.11.94)

TERMINAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO - MORTE DO EMPREGADO - PRAZO PARA QUITAÇÃO DAS VERBAS RESCISÓRIAS - Findo o contrato em razão do falecimento do empregado, descabe a invocação do art. 477, parágrafo 6º, alíneas "a" e "b" no sentido de fixação do prazo paga pagamento dos valores devidos, conclusão decorrente da exegese dos dispositivos mencionados. Recurso a que se nega provimento.

(TRT-RO-10387/93 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 25.03.94)

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33105. JOGO DO BICHO - A validade do ato jurídico requer, além de outros requisitos, que seja lícito o seu objeto

(art. 82 do Código Civil), reputando-se nulo quando houver a sua ilicitude (art. 145 do Código Civil). Exsurgindo da prova dos autos a verdadeira natureza da atividade do reclamante, que atua na exploração do jogo do bicho, inserindo-se dentre aquelas não permitidas no ordenamento jurídico pátrio, impossível o reconhecimento da existência, entre as partes, de uma válida e regular relação jurídica, a constituir o pretendido contrato de trabalho.

(TRT-RO-13655/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Denise Alves Horta - Publ. MG. 25.02.95)

OBJETO ILÍCITO - JOGO DO BICHO - A fundada "valorização do trabalho humano" a que alude o art. 170 da Constituição Federal somente pode pertinir ao trabalho intencionalmente fecundo, cuja "primazia social só se justifica quando realiza a sua natureza, não apenas individual mas social, não apenas voltada para o bem próprio mas aberta sobre o bem comum" (Alceu Amoroso Lima).

CONTRAVENÇÃO PENAL. VEDAÇÃO. Na esfera do Direito Penal Brasileiro a adoção do sistema dicotômico no que concerne às infrações penais, subdivididas em crimes ou delitos e contravenções, não os distingue em sua essência ou substâncias, visto que um e outro são infrações das normas penais, residindo a questão tão-somente na quantificação da infração, se menos ou mais grave. Portanto, se o escopo do contrato consiste na prática de atividade ilícita, vedada legalmente, não há cogitar-se da prestação de trabalho, mas de mera prestação de fato, que não pode encontrar tutela na esfera do Direito do Trabalho.

(TRT-RO-9805/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 25.02.95)

06. MENOR DE 14 ANOS - Estabelecida a relação de emprego esta produz todos os efeitos, estendendo a este menor todos os direitos do trabalhador sem qualquer ressalva. Isto pelo fato de não se poder admitir que o infrator, aquele que contratou o menor, possa invocar em seu favor o ilícito praticado após ter se beneficiado do trabalho prestado. Negar os direitos decorrentes da relação de emprego havida seria converter a proteção do menor preconizada na legislação contra ele mesmo.

(TRT-RO-5391/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 25.02.95)

07. O administrador público não pode alegar ilegalidade na contratação nem imputar ao empregado qualquer responsabilidade pelo ato que praticara para se eximir das responsabilidades trabalhistas, porquanto além de regular a entrada do reclamante no país, já que estrangeiro, a sua admissão se deu sob a égide da CLT e enquanto vigorou a norma constitucional anterior a outubro de 88.

(TRT-RO-01340/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Saulo José Guimarães de Castro - Publ. MG. 04.11.94)

ENTE PÚBLICO - PROIBIÇÃO CONSTITUCIONAL - EFEITOS - A Constituição vigente não admite tergiversação e fulmina de nulo todo ato contrário ao mandamento que erigiu como padrão para ingresso ao serviço público. Aos administradores cabe seguir a norma. E aos Juízes, declarar os efeitos prejudiciais ao mérito, quando descumpridas e vinda questão sob forma de lide judicial. Não cabendo considerações sobre trabalho sem paga ou enriquecimento indevido. O trabalho é pago pelo valor combinado. As demais conquistas dos trabalhadores privados são indevidas ante a irregularidade da contratação e até porque toda discussão a respeito não seria nesse foro: os relacionamentos legítimos ou ilegítimos com o Estado, são sempre, agora, de natureza administrativa, pública e não trabalhista.

(TRT-RO-4646/93 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 01.10.94)

FORA DOS CÂNOMES DO ART. 37, II e 39 DA C.F. - VALIDADE - RECONHECIMENTO - APLICAÇÃO DO ART. 114 DA C. F. - O reconhecimento de relação de emprego com a Administração Pública não viola o art. 37, II, da C. F., pois não se trata de investidura em cargo ou emprego público constante dos planos de carreira do regime único determinado pelo art. 39. O reconhecimento de relação jurídica fora desta situação não atenta contra qualquer dispositivo constituicional. Pelo contrário, confirma o art. 114 da mesma Constituição que não exclui qualquer empregador de seu âmbito, a ele submetendo a Administração Pública que contrata empregado fora dos cânones constitucionalmente estabelecidos.

(TRT-ED-21330/94 (RO-02970/93) - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 17.01.95)

TRABALHO PRESTADO A PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO INTERNO. EXISTÊNCIA DE REGIME JURÍDICO ÚNICO. PROVIMENTO IRREGULAR. CONTRATO DE TRABALHO. POSSIBILIDADE. CONSEQÜÊNCIAS JURÍDICAS. A prestação de serviços para pessoas de direito Público que possuam regime jurídico único de natureza estatutária, por prazo indeterminado ou prazo determinado que se prorrogou, gera contrato de trabalho com todas as suas conseqüências legais. Se a relação de trabalho não se perfaz na forma da lei através do provimento adequado, e havendo a ocorrência dos elementos definidores dos artigos 2º e 3º da CLT, incide automaticamente o art. 114 da CF, que atrai de forma inexorável a aplicação plena do Direito do Trabalho. Não pode quem emprega alegar irregularidade praticada por sua própria iniciativa, já que a valorização do trabalho humano, constitucionalmente garantida (artigos 1º, item IV, 170 e 193 da CF) se sobrepõe a limitações de ordem administrativa que devem ocasionar sanções a que as pratica, mas nunca a nulidade de trabalho lícito prestado a quem dele se beneficiou. A limitação dos direitos nestas situações a apenas salário é injusta e moralmente incorreta pois os direitos trabalhistas nada mais são que formas de remuneração complementares ao salário, fixadas objetivamente pelo legislador. Cabe ao Juiz do Trabalho

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332valorizar o trabalho humano que, perante nosso Direito, é bem jurídico garantido constitucionalmente, atribuindo-lhes as conseqüências patrimoniais plenas que alei prevê.

(TRT-RO-09460/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 25.10.94)

08. PRESCRIÇÃO - MORTE DO EMPREGADOR - Ocorrendo a morte do empregador, não há que se falar em continuidade do vínculo empregatício, devendo ser considerado extinto o contrato de trabalho a partir da data do óbito, porque os serviços prestados eram de natureza doméstica, não havia herdeiros, e, ainda assim, não se admite, dentro das condições terrenas e inexoráveis do ser humano, possa o "de cujus" continuar a ter empregados.

(TRT-RO-3455/95 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 10.06.95)

09. CLÁUSULA CONTRATUAL ESCRITA E PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE - Sendo certo e sabido que o princípio da primazia da realidade, a nível de execução de contrato de trabalho, sobremodo se volta para o benefício do trabalhador, sempre que naquele se garante um nível de proteção superior ao que acontece na prática do próprio contrato, é facultado àquele exigir o cumprimento de quanto neste último se dispõe.

(TRT-RO-1961/95 - 1ª T. - Rel. Juiz Manuel Cândido Rodrigues - Publ. MG. 07.04.95)

Contrato realidade. Ainda que porventura constante de Cláusula Contratual a faculdade de o empregador alterar, a seu exclusivo critério, tanto os horários, quanto os próprios turnos de trabalho do empregado, há - de ter-se como certo que se, por mais de seis anos, tudo se manteve fixo e inalterável, tal fato se acabou incorporando à própria realidade contratual do trabalhador - sobretudo quando se nota que, no presente caso, nem ao menos se apresentaram comprovadas razões para a tanto se proceder, pelo empregador.

(TRT-RO-2769/95 - 1ª T. - Rel. Juiz Manuel Cândido Rodrigues - Publ. MG. 26.05.95)

HORAS EXTRAS - ENCARREGADO - Como o contrato de trabalho é um contrato -realidade, não podem os aspectos fáticos da relação jurídica. Ainda que rotulado "encarregado", não se enquadra na exceção prevista no art. 62, alínea "b", da CLT o empregado destituído de poderes de gestão e representação, sem autonomia para admitir e demitir pessoal, além de não possuir vencimentos mais elevados e compatíveis com o cargo ocupado.

(TRT-RO-754/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Luiz Ronan Neves Koury - Publ. MG. 01.04.95)

RELAÇÃO DE EMPREGO - PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE - Para a configuração do vínculo empregatício importa o que ocorre no campo dos fato. Provado nos autos que o Reclamante executava o trabalho de carga e descarga de caminhão, de forma episódica sem subordinação ou dependência, diversificando a prestação laborativa não era ele empregado, à luz do artigo 3º da CLT.

(TRT-RO-4417/95 - 2ª T. - Rel. Juiz Michelângelo Liotti Raphael - Publ. MG. 02.06.95)

10. SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS - CONTRATAÇÃO DE PESSOAL - CONCURSO PÚBLICO - Os serviços sociais autônomos, entidades paraestatais de cooperação, com personalidade de direito privado, instituídas por lei e mantidas por dotações orçamentárias ou contribuições parafiscais, não integram a administração pública direta ou indireta. Estão, "a priori", desobrigadas de admitir pessoal mediante concurso público. Entretanto, impondo a lei criadora da instituição esta formalidade, torna-se inviável a contratação sem o prévio submetimento dos candidatos ao processo seletivo.

(TRT-RO-16770/93 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 25.11.94)

11. Contrato Simulado de Sociedade. Art. 9º da CLT Perpetuação do contrato de emprego. Preexistindo contrato de emprego ao de Sociedade posteriormente firmado, capaz de demonstrar, pela execução de ambos, que na nova situação contratual não se processaram alterações de favorecimento de resultado, liberdade e autonomia pessoal, em favor do trabalhador (mas apenas sobrecarga de novas atribuições), tem-se como certo que a mudança contratual havida não pode surtir os efeitos desejados, à luz do que dispõe o art. 9º da C.L.T.

(TRT-RO-16861/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Manoel Cândido Rodrigues - Publ. MG. 10.03.95)

12. SUBSTITUIÇÃO - SUCESSÃO NO CARGO - EQUIPARAÇÃO SALARIAL. O acesso de um Empregado a cargo anteriormente ocupado por Empregado que deixou a empresa não configura substituição, mas sucessão de cargo. A equiparação salarial exige, entre outros requisitos, a simultaneidade nos exercícios das funções.

(TRT-RO-0798/95 - 2ª T. - Rel. Juiz Hiram dos Reis Corrêa - Publ. MG. 31.03.95)

13. UNICIDADE CONTRATUAL. Impõe-se considerar a unicidade contratual quando o empregado tem saída apenas aparente, prosseguindo a prestação dos serviços no dia imediato ao alegado desligamento.

(TRT-RO-9217/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Sebastião Geraldo de Oliveira - Publ. MG. 09.09.94)

UNICIDADE - Quando uma pessoa jurídica passa a funcionar no local onde antes existia outra, no mesmo ramo, da mesma forma e com os mesmos empregados, inegável a continuidade. O que não afeta o contrato laboral mantido com ambas, em seqüência.

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333 (TRT-RO-439/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 10.09.94)

A Prazo Determinado

01. AVISO PRÉVIO - CONTRATO A TERMO - CLÁUSULA ASSECURATÓRIA DE ROMPIMENTO - INEXISTÊNCIA. Em contratos a termo, inexistindo cláusula assecuratória de sua rescisão antecipada, indevido é o aviso prévio. A reparação prevista em Lei, nestes casos, é aquela contida no art. 479 da CLT.

(TRT-RO-2031/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 01.10.94)

02. CONTRATO POR OBRA CERTA. VALIDADE. Plenamente válido o contrato por prazo determinado - obra certa - quando ajustado em razão de serviços cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo, como acontece com a reforma de imóvel, nos termos do Artigo 443, parágrafo 2º, "a", da CLT.

(TRT-RO-10283/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Tarcísio Alberto Giboski - Publ. MG. 15.10.94)

03. CONTRATO POR PRAZO INDETERMINADO - PRESUNÇÃO NATURAL - Confirmada a existência da relação de emprego, mostra-se desarrazoada a pretensão de se considerar o contrato de trabalho como firmado a prazo determinado. Isto porque, em face do princípio da presunção natural, presume-se o que é ordinário, "in casu", a contratação por prazo indeterminado, devendo o excepcional - contratação a termo - ser objeto de robusta demonstração, que não houve nos autos.

(TRT-RO-11953/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 21.10.94)

De Experiência

01. ACIDENTE DE TRABALHO. O contrato de experiência não se suspende em decorrência de acidente de trabalho, extinguindo-se naturalmente a seu termo, se inexistente, nos termos do parágrafo 2º do art. 472 da CLT, cláusula contratual expressa com tal previsão.

(TRT-RO-13486/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 25.11.94)

02. NÃO ANOTAÇÃO NA CTPS. A ausência de anotação do Contrato de Experiência na CTPS do reclamante, não obstante desatender o disposto no "caput" do art. 29 da CLT, acarreta sanção de natureza meramente administrativa, não tendo o condão de invalidar o contrato, nos termos do parágrafo 3º do supracitado artigo.

(TRT-RO-14806/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 20.01.95)

03. Há de ser tido como indeterminado, o contrato firmado sem estipulação de cláusula de experiência, e que não se enquadra na legislação especial, tampouco na forma emoldurada no parágrafo 2º do artigo 443 da CLT, por não se tratar de serviço, cuja transitoriedade justifique a predeterminação do prazo sequer para atividades empresariais de caráter transitório.

(TRT-RO-3082/95 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 02.06.95)

04. NATUREZA - É erro disseminado, de visão e enfoque, interpretar que o contrato de experiência vise apenas a averiguar a aptidão técnica do trabalhador. A prova é feita de forma mútua: o empregador, examinando não apenas a referida aptidão, mas assiduidade, zelo, dedicação, honestidade, motivação etc. do empregado. Este, por sua vez, analisando a empresa, sua forma de lidar com os empregados, as condições oferecidas e o tratamento dispensado. Injustificável, perante tais razões, o argumento obreiro no sentido de que por serem trabalhadores braçais não teriam de demonstrar qualificação e, não sendo transitória a função o contrato lhes seria danoso, acusando-o de manobra escapista com o objetivo de evitar pagamento de aviso prévio. Mesmo porque o contrato prosseguiria, como indeterminado, se o contratado se mostrasse talentoso.

(TRT-RO-06011/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 26.11.94)

05. RESILIÇÃO PRECOCE - Em se tratando de contrato por prazo determinado, do qual é modalidade o de experiência (CLT, artigo 443, parágrafo 2º, alínea "c"), se rompido antes do termo final ajustado, deve-se aplicar as regras do contrato por prazo indeterminado no que toca ao prazo de quitação das verbas resilitórias.

(TRT-RO-9763/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alves Pinto - Publ. MG. 01.10.94)

06. Mesmo em se tratando de funções diversas, o segundo contrato de experiência, firmado com a mesma empregada, não se reveste de validade, visto que suas aptidões já foram testadas, não exigindo nova prova contratual.

(TRT-RO-6290/94 - 2ª T. - Red. Juiz José Waster Chaves - Publ. MG. 26.08.94)

De Safra

01. O parágrafo único do art. 14 da Lei no. 5.889/73 é que define o contrato de safra, configurado no presente feito onde o trabalho dos autores na safra de café de 1991 restou confirmado pela testemunha ouvida, evidenciando que sua duração dependia de variações estacionais da atividade agrária, estando presentes os requisitos da citada lei.

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334 (TRT-RO-9924/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 25.01.94)

02. TRABALHADOR RURAL - REMUNERAÇÃO - DIÁRIA MÍNIMA - SAFRA - Se o ajuste contratual prevê a paga de diária mínima no período da entressafra em face das condições da prestação do trabalho rural e das peculiaridades locais, no período da safra mostra-se lícita a avença da remuneração do trabalhador por unidade de obra-produção, visando assim o estímulo da atividade laboral e empresária, bem como da possibilidade de maiores ganhos ao prestador de serviços, sendo certo que, inalcançando, nesta época, aquele mínimo assegurado para o período da entressafra, salvo se demonstrada a culpa do empregador de forma inequívoca, não há como exigir-se a respectiva diferença salarial na safra, tão-somente o salário normativo da categoria profissional.

(TRT-RO-9155/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 05.11.94)

03. Todo contrato que foge à regra do contrato por prazo indeterminado deve obedecer a formalidade, sendo essencial a obediência à forma escrita, contendo os termos e as condições do aludido contrato. Não existindo nos autos tal documento, tem-se como indeterminado o contrato firmado entre as partes.

(TRT-RO-03925/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 20.08.94)

04. FGTS - No contrato de safra é devido o FGTS, já que com o advento da Constituição Federal de 1988, o FGTS foi estendido a todos os contratos de trabalho.

(TRT-RO-09404/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 02.09.94)

05. TERMO FINAL - O contrato de safra tem seu termo final coincidente com o final da colheita. Comprovando-se ser a reclamante trabalhadora rural safrista, não há como descaracterizar tal fato, para reconhecer, em seu favor, parcelas típicas de contrato de trabalho por prazo indeterminado.

(TRT-RO-17217/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Antonio Augusto M. Marcellini - Publ. MG. 18.03.95)

06. VALIDADE - CONTRATO A TERMO - A eficácia do contrato da safra como contrato de trabalho por prazo determinado, quando feito de forma escrita, não se derruba por mera alegação de falta de estipulação da data exata para o seu término, tanto mais que não provado qualquer vício na sua constituição.

(TRT-RO-08544/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 20.08.94)

VALIDADE - O direito do trabalho não presta honras ao formalismo e confere eficácia aos contratos de trabalho ainda que tacitamente celebrados. Não havendo como descaracterizar contrato formal - de safra - assinado pelas partes, unicamente por ausência dos pressupostos do art. 135-CC. Ainda mais quando a prova testemunhal ratifica os termos acordados. O que torna indevidas verbas próprias do contrato indeterminado.

(TRT-RO-03070/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 22.10.94)

Temporário

01. AVISO PRÉVIO - O trabalho temporário é regido por lei especial, qual seja, a de n. 6.019, de 03 jan. 1974. Dispõe a referida lei, em seu artigo 12, "f", que as conseqüências da extinção do contrato por dispensa antecipada são as mesmas devidas quando esse se extingue normalmente. Se não há qualquer sanção especial, o que tacitamente está permitindo a lei é a rescisão antecipada do ajuste a qualquer tempo e por qualquer das partes. Afastando, assim, o dispositivo legal focalizado, o elemento surpresa que normalmente acompanha o término dos contratos de emprego, e não prevendo qualquer sanção especial para a dispensa sem justa causa, verifica-se ser inaplicável ao contrato de trabalho temporário a aplicação do artigo 481 da CLT, e o instituto do aviso prévio.

(TRT-RO-16087/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 11.02.95)

02. CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS TEMPORÁRIOS. FRAUDE. Não há suporte jurídico para a contratação de mão-de-obra no regime da Lei 6.019/74 pela própria empresa interposta. Evidencia-se, ademais, o fim fraudulento, quando o empregado presta serviços por mais de um ano, ininterruptamente, a uma mesma empresa tomadora, alternando-se seus contratos de trabalho com duas empresas fornecedoras de mão-de-obra temporária, tudo para permitir aquele labor ininterrupto à mesma tomadora e isto em limite suplantante dos três meses referidos no art. 10 da Lei 6019/74, sobretudo quando inexistente autorização prorrogativa pelo órgão competente.

(TRT-RO-5646/95 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 15.07.95)

03. A lei não faz exigência de forma para a prorrogação do contrato de trabalho temporário, que pode, portanto, ser provada por qualquer meio.

(TRT-RO-10232/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 18.10.94)

04. CONTRATO DE SERVIÇO TEMPORÁRIO - EXCEPCIONALIDADE - COMPROVAÇÃO DO ATENDIMENTO DA LEI No. 6019 DE 1974. Necessidade transitória de substituição e acréscimo extraordinário de serviços são pressupostos para validar contrato de serviço temporário. Ausentes tais requisitos essenciais e inobservadas

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335formalidades indispensáveis à validade do ato, insere-se o pacto laboral na singela definição do art. 442, da Consolidação.

(TRT-RO-12385/93 - 2ª T. - Rel. Juiz Michelângelo Liotti Raphael - Publ. MG. 28.01.94)

05. CONTRATAÇÃO DE EMPREGADO TEMPORÁRIO PARA PRESTAÇÃO LABORAL CONTINUADA EM CASA BANCÁRIA. Verificando-se a contratação de trabalhador, em ajustes sucessivos, para atendimento a atividade-fim do tomador, com o visível fito de burlar a lei, deve o empregador responder pela sua incúria, pagando todas as verbas percebidas pelos empregados do quadro regular do contratante, inclusive as oriundas de normas legais e convencionais. Recurso parcialmente provido.

(TRT-RO-14122/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 02.12.94)

CONVENÇÃO COLETIVA

01. ATO JURÍDICO PERFEITO. Constitui ato jurídico perfeito a convenção coletiva estabelecida anteriormente à MP 434/94

(TRT-RO-12101/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 07.10.94)

Considerando-se o princípio "pacta sunt servanda", tem-se que a lei, de caráter abstrato e genérico, não revoga a norma "inter partes", resultante da avença. As categorias, em face do princípio da liberdade contratual, podem posicionar-se através de convenção, manifestando por este meio as suas vontades, de forma a imporem para si obrigações e exigirem direitos de outrem.

(TRT-RO-12300/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 12.11.94)

02. ACORDO - CONVENÇÃO COLETIVA - NORMAS MAIS FAVORÁVEL - INAPLICABILIDADE - A regra contida no art. 620, da CLT, no sentido de que as condições estabelecidas em Convenção Coletiva, quando mais favoráveis, prevalecem sobre aquelas estipuladas em Acordo, é inaplicável na hipótese de o Acordo ser posterior e ter sido realizado exatamente com o objetivo de modificar a Convenção.

(TRT-RO-14449/93 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 08.11.94)

03. Embora, no ordenamento jurídico, haja expressa determinação quanto ao cumprimento da lei nova, cujo efeito é imediato e geral, tem-se que a convenção coletiva é ato jurídico perfeito e acabado, prevalecendo seus efeitos que não poderiam ser atingidos pela medida provisória, de forma retroativa.

(TRT-RO-8400/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Bolívar Viégas Peixoto - Publ. MG. 27.10.94)

04. GARANTIA DE EMPREGO PREVISTA NA CCT. INDENIZAÇÃO. A cláusula convencional que estabeleceu a garantia de emprego em face da rescisão imotivada não criou estabilidade capaz de transformar a garantia ao emprego em reintegração, já que a indenização é mero corolário da garantia de emprego.

(TRT-RO-13840/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 02.12.94)

05. A natureza consensual das Convenções Coletivas resultam do ajuste de vontade entre os representantes de grupos trabalhistas e empresariais, sendo reconhecidas suas normas com eficácia e validade de aplicação assegurada constitucionalmente.

(TRT-AN-001/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz José Eustáquio de Vasconcelos Rocha - Publ. MG. 09.06.95)

06. SEGURO DE INVALIDEZ PERMANENTE - CLÁUSULA DE INSTRUMENTO NORMATIVO - O seguro de vida e invalidez permanente, estipulado em cláusula de CCT, somente beneficia a família do empregado falecido, ou aquele que tenha se aposentado por invalidez em decorrência de acidente de trabalho, após a pactuação no instrumento normativo. Contraditório é aproveitá-lo ao empregado que anteriormente se encontrava afastado, recebendo auxílio doença e venha se aposentar sem retornar ao serviço.

(TRT-RO-625/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alves Pinto - Publ. MG. 01.04.95)

07. SUPREMACIA DA LEI - A lei 80/90, ao prever reajustes de salários em percentuais a serem fixados pelo Ministério da Economia, alterou a legislação de política salarial vigente à época e em conseqüência traduziu fato relevante a ensejar a revisão de cláusula econômica constante de convenção coletiva firmada sob a égide de regulação legal anterior (cf. TST-RO-DC-15.626/90.5 - Rel. Min. Norberto Silveira de Souza - DJ - 07.06.91, pág. 7765). O fator salarial afeta a política econômica adotada pela nova regulação. Logo, em atenção à prevalência do interesse público sobre o interesse particular de grupos profissionais, indevidos se tornam os reajustes fundados em norma coletiva que por sua vez se inspirou em lei de política salarial substituída pela lei nova reguladora dos direitos, que se realizariam no futuro, afastando possível lesão a direito adquirido.

(TRT-RO-2012/95 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 07.04.95)

CTPS - CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL

01. TEMPO DE SERVIÇO - CTPS. Não cumprindo o empregador a obrigação de manter a regularidade dos

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336registros de seus empregados, é dele o ônus de provar o período de vigência da relação de emprego. Deste ônus não se desincumbindo, e demonstrada a prestação de serviço em período diverso do anotado na CTPS do empregado, presume-se verdadeiro o tempo de serviço declinado na inicial.

(TRT-RO-11530/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 11.10.94)

02. RETIFICAÇÃO DA DATA DE SAÍDA DO TRABALHADOR DO EMPREGO. A integração do aviso prévio indenizado ao tempo de serviço do trabalhador configura mera ficção jurídica, da qual resultam apenas conseqüências de ordem financeira, sem ditar qualquer efetivo elastecimento do contrato, pois este, em verdade, acaba no dia em que o denunciante quer. A costumeira assertiva de que o prazo do aviso não trabalhado integra o tempo de serviço do trabalhador para todos os efeitos legais, feita com arrimo no enunciado n. 05/TST e parágrafo 1º do art. 477/CLT, é equivocada e irreal, "data maxima venia", pois sabido e consabido, v.g., que sobre este tipo de aviso não incide desconto previdenciário, daí resultando que o respectivo período não configura tempo de serviço. Está, pois, encantoado o sofisma: que todos efeitos são estes, se do todo está excluída uma parte?...

(TRT-RO-03868/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 20.01.95)

CUSTAS

01. COMPROVAÇÃO - DESERÇÃO DO RECURSO - Não se conhece de recurso ordinário interposto, quando a comprovação do recolhimento das custas processuais foi extemporânea, caracterizando-se assim a deserção. No processo, não basta a prática do ato, sendo necessária a prova de que efetivamente foi praticado.

(TRT-AI-04047/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 07.02.95)

COMPROVAÇÃO - RESPONSABILIDADE - A comprovação do recolhimento de custas processuais preparatórias de recursos interpostos é de responsabilidade da parte recorrente que, no momento da interposição, ou no prazo previsto no parágrafo 4º do art. 789 da CLT, mediante requerimento de juntada, deverá fazê-la apresentando a guia autenticada pela agência bancária ou mediante cópia devidamente autenticada. (Art. 1º - Prov.06/92).

(TRT-AI-02686/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 25.10.94)

COMPROVAÇÃO. Se a própria Secretaria do Juízo junta aos autos cópia da DARF que lhe é remetida pela Caixa Econômica Federal, não há que se exigir da parte a comprovação do regular recolhimento das custas a que se refere aquele documento.

(TRT-AI-04102/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 25.11.94)

PRAZO - COMPROVAÇÃO. A teor do disposto no parágrafo 4º do art. 789/CLT, as custas devem ter seu pagamento comprovado no prazo de 05 dias contados a partir da data da interposição do apelo. Caso contrário, de nada adiantaria o seu pagamento se a parte guardasse para si a guia comprobatória. A parte recorrente cabe demonstrar com exatidão o cumprimento das poucas formalidades exigidas pelo Processo Trabalhista, não deixando qualquer dúvida a seu respeito, pois o cumprimento dos pressupostos de admissibilidade interessa precipuamente ao Juiz e àqueles que demandam.

(TRT-RO-15744/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 07.02.95)

RECURSO - PRAZO PARA COMPROVAÇÃO. Não há previsão legal de prazo para comprovação do pagamento de custas processuais para recorrer, entendendo-se que se possa fazê-lo até o Juízo de admissibilidade da instância "a quo".

(TRT-AI-169/95 - 2ª T. - Rel. Juiz Hiram dos Reis Corrêa - Publ. MG. 17.03.95)

02. CUMULAÇÃO DE AÇÃO X SUCUMBÊNCIA PARCIAL - A Lei trabalhista só admite a utilização de outra legislação quando ela seja omissa e, ainda assim, não haja incompatibilidade com a sua diretriz. O parágrafo 4º do art. 789 da CLT emprega o singular ao apontar o que deva responder pelas custas, fixando-se no "vencido", de modo que inadmite ao intérprete ampliar a sua disposição e ou distinguir onde ela não faz distinção. A tese da cumulação de ação, para o fim de custas, está francamente derrotada, de sorte que deve ser aplicada estritamente a lei específica, inadmitida a sucumbência parcial no processo trabalhista, a observação do contrário constitui-se em imposição de plena ineficácia.

(TRT-RO-1725/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 06/09/94)

03. RECURSO ORDINÁRIO - DESERÇÃO - CUSTAS - DUPLO PAGAMENTO - Quitadas as custas quando da interposição do recurso, provido este, importando em novo julgamento na origem, deve aquele pagamento ser deduzido, sucumbente a mesma parte, do valor arbitrado para as custas por época da nova decisão.

(TRT-AI-00024/95 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 10/03/95)

04. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - INVERSÃO DOS ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA - FIXADA DE VALOR DA CONDENAÇÃO - DEPÓSITO RECURSAL E CUSTAS EM SEGUNDO GRAU - OMISSÃO - PROCEDÊNCIA PARCIAL DOS EMBARGOS - A decisão de segundo grau que dá provimento ao recurso ordinário interposto

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337pelo reclamante que foi vencido em primeiro grau e arcou com o pagamento das custas processuais, deve ser expressa quanto à inversão dos ônus da sucumbência e fixação do valor da condenação para efeito de depósito recursal e das custas processuais.

(TRT-ED-35614/94 - (RO-07934/94) - 4ª T. - Rel. Juiz Márcio Flávio Salem Vidigal - Publ. MG. 29.10.94)

05. EXECUÇÃO - CUSTAS - RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO SINDICATO - RECEBIMENTO INDEVIDO - RESPONSABILIDADE CIVIL - LEGITIMIDADE. O Sindicato, a quem cabe também o engrandecimento moral da categoria (Antônio Álvares da Silva) é solidariamente responsável com seu assistido quando se discute pagamento de custas (CLT art. 789) e parcelas outras que por lei (CPC-artigo 35) assumam a mesma natureza jurídica, e, além disso, é único e diretamente responsável pela reposição de quantias que, culposamente, recebeu sem serem devidas.

(TRT-AP-964/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 30.07.94)

- D -

DECRETO-LEI 779/69

01. DESTINATÁRIOS - APLICAÇÃO RESTRITIVA - Sendo o decreto instituidor de privilégios a favor exclusivamente da Fazenda Pública, naquelas entidades suas componentes que menciona, a aplicação é restritiva. Não podendo se ampliar para abranger quem - criada por Lei Estadual - possui receita própria, atuação comercial, ainda que sob argumento de estar jungida a orçamento, dotações. Mesmo porque, a Ré não cuidou de observar as regras de vinculação, moralidade, fim público, admissão por concursos, política salarial geral do funcionalismo etc., quanto ao seu pessoal. Não podendo, na hora da obrigação processual, eximir-se, por protecionismo que não lhe cabe.

(TRT-RO-02589/93 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 22.10.94)

DEFESA

01. CONTESTAÇÃO - AUSÊNCIA DE ASSINATURA DO PROCURADOR - EFEITOS - Não tendo sido validamente intimado o advogado a fim de suprir a omissão, reputa-se válida a contestação escrita e redigida por profissional do direito regularmente constituído nos autos, em que pese o fato de ser apócrifa a peça.

(TRT-RO-15337/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 10.02.95)

02. DESISTÊNCIA - APERFEIÇOAMENTO - Após o transcurso do prazo para defesa, somente se completa a desistência da ação se o autor obtiver a manifestação de concordância da parte adversária, com a posterior homologação pelo Juízo. Se o autor desiste quando já encerrada a instrução e estando conclusos os autos para decisão, válida é a sentença proferida antes que se complete e se viabilize a tardia desistência.

(TRT-RO-02618/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 22.10.94)

DEMISSÃO VOLUNTÁRIA

01. INDENIZAÇÃO ESPECIAL. DEMISSÃO VOLUNTÁRIA. CONDIÇÃO. A indenização especial instituída pelo empregador como incentivo para a demissão voluntária não pode ser concedida àqueles empregados cujos contratos de trabalho não mais vigiam na data em que a promessa patronal transformou-se em obrigação contratual, isso por tornar-se impossível o implemento da condição essencial estabelecida pela norma instituidora, qual seja a da iniciativa voluntária, pelo empregado, da extinção do contrato.

(TRT-RO-1339/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Tarcísio Alberto Giboski - Publ. MG. 27.10.94)

02. C.V.R.D. - DDE 227/90 - Sobre os valores pagos em função do "Plano de Incentivo ao Desligamento" (DDE 227/90), instituído pela Companhia Vale do Rio Doce, não incide FGTS. Trata-se de parcela benéfica, devendo ser interpretada restritivamente (art. 1090 CC), além do que, não tem como contraprestação o trabalho do obreiro, sendo de natureza diversa do salário - Recurso empresário provido.

(TRT-RO-5184/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 11.01.94)

DEPÓSITO RECURSAL

01. AGRAVO DE PETIÇÃO - DEPÓSITO JUDICIAL - CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - Considerando que a reclamada efetuou o depósito do valor liquidado em instituição bancária imprópria, inobstante a existência de normas expressa no sentido de que é a Caixa Econômica Federal o órgão apto a efetuar todo o movimento financeiro no que pertine a depósitos judiciais e recolhimentos de custas e emolumentos, na 3ª Região (Provimento 26/88), deverá arcar com o ônus resultante da mora ocorrida na transferência do referido valor ao Juízo Deprecante.

(TRT-AP-1807/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Roberto Marcos Calvo - Publ. MG. 01.10.94)

02. AGRAVO DE INSTRUMENTO. É deserto o Recurso Ordinário interposto sem o necessário preparo, sendo

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338que não supre a deficiência a prova, em Agravo de Instrumento, de existência de pagamento de custas e de feitura de depósito recursal. O comprovante do depósito recursal deve estar nos autos da reclamação no prazo legalmente previsto e a prova do pagamento de custas processuais deve ser juntada aos autos antes do despacho do Juízo "a quo" que determina ou denega seguimento ao Recurso. AI desprovido.

(TRT-AI-04094/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Carlos Alves Pinto - Publ. MG. 25.11.94)

AGRAVO DE INSTRUMENTO - DESERÇÃO - É da parte e somente dela a responsabilidade pela completa e correta efetivação dos atos processuais de seu interesse que, não observados, geram conseqüências irreversíveis e danosas. Assim não havendo nos autos qualquer indício de prova das afirmações inseridas na peça processual, mantêm-se na íntegra o despacho agravado.

(TRT-AI-03237/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Antônio Augusto M. Marcellini - Publ. MG. 22.10.94)

Estando o valor da condenação expresso em cruzeiros reais e a tabela para efeitos de depósito recursal expressa reais, incumbe a parte, através de simples cálculo, efetuar a conversão do valor da condenação para a nova moeda e então verificar qual o valor devido a título de depósito, já que, o que importa para efeito de recolhimento é a data em que o mesmo é efetuado e não a data em que foi proferida a sentença.

(TRT-RO-10737/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 01.10.94)

INSUFICIENTE - Dentre as atribuições do legislador ordinário encontra-se a de estabelecer requisitos e pressupostos para a reta utilização dos recursos no processo. Típico do processo de conhecimento e garantidor do Recurso Ordinário, previsto no art. 899 da Consolidação das Leis do Trabalho e art. 40 da Lei 8.177/91, o depósito recursal é pressuposto essencial para o conhecimento do recurso, sem o qual ocorre sua inexorável deserção. Recolhido o depósito recursal a menor, com violação de expressa exigência legal, tem-se o recurso, que padece do vício, por inexistente. Deserto o recurso dele não se pode conhecer.

(TRT-RO-12485/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 22.10.94)

IRREGULARIDADES NA GUIA DE RECOLHIMENTO DO DEPÓSITO RECURSAL - RECURSO - CONHECIMENTO - Embora constatáveis os pequenos equívocos ou erros materiais apontados, sendo perfeitamente identificável o destinatário da garantia do Juízo levada a efeito no órgão competente, já que correto o nome do recorrido, o recurso deve ser conhecido.

(TRT-RO-10856/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 05.11.94)

RECURSO ORDINÁRIO - Se a sentença, quando da data de sua publicação, fixou a condenação em valores de moeda não mais circulante no País, impossibilitando o depósito, por parte da recorrente, não pode considerar o recurso interposto como deserto.

(TRT-AI-4731/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 25.02.95)

RECURSO ORDINÁRIO - DESERÇÃO - DEPÓSITO RECURSAL - "A estipulação de condições para a utilização de recursos não impede o exercício de ampla defesa, já que não há vedação constitucional no sentido de ser obstado, ao legislador ordinário, a fixação do valor do depósito recursal. Ademais, a faculdade de recorrer está condicionada ao atendimento dos pressupostos inerentes à modalidade processual intentada" (TST-E-RR-9944/90.7-(Ac.SDI-2806/92), Rel. Min. Francisco Fausto, Publ. DJU de 05.02.93, pág. 958).

(TRT-RO-02601/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 29.10.94)

RECURSO ORDINÁRIO DO EMPREGADO-RECLAMANTE. O fato de o reclamante ter advogado não induz a conclusão de não ser pobre, no sentido legal sendo incontroverso que o reclamante estava desempregado à época da interposição do recurso, a isenção do pagamento das custas processuais deveria ser deferida, de ofício, salvo prova robusta de capacidade econômico-financeira. AI provido.

(TRT-AI-04194/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Hiram dos Reis Correa - Publ. MG. 20.01.95)

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - DEPÓSITO RECURSAL EFETUADO NO PRÓPRIO BANCO RECLAMADO - RECOLHIMENTO DAS CUSTAS - Não existe lei que atribua exclusividade à Caixa Econômica Federal para atuar como agente arrecadador do FGTS. O art. 12 da Lei 8036/90 confere aos "demais estabelecimentos bancários", a qualidade de agentes recebedores do FGTS. Conseqüentemente, o depósito recursal pode ser efetuado também em Bancos privados. O que conta, no caso, é que o depósito foi efetuado na sede do juízo, na conta vinculada do trabalhador. Da mesma forma, as custas, que possuem a natureza de taxa, podem ser recolhidas em qualquer dos agentes integrantes do Sistema Financeiro Nacional (Caixas Econômicas e Bancos), com os demais tributos destinados à União. Relevante, com relação às custas, é se elas estão endereçadas aos cofres da União, o que se verifica ao simples exame do Documento de Arrecadação de Receitas Federais - DARF, que se encontra à fl. Portanto, inexistindo lei que determine seja o depósito recursal e as custas efetuados na Caixa Econômica Federal, afasta-se a deserção. Embargos providos.

(TRT-ED-33593/94 - (RO-6610/94) - 4ª T. - Rel. Juiz Ricardo Antônio Mohallem - Publ. MG. 01.10.94)

03. DEPÓSITO DE RECURSO - O depósito para recurso visa à garantia do juízo da execução. Na execução provisória não se fará a penhora se demonstrado que o depósito realizado importa em quantia superior à

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339liquidada. Se tal não se faz, lícita é a realização de constrição de bens suficientes para a sua garantia.

(TRT-AP-030081/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 04.11.94)

04. AGRAVO DE PETIÇÃO. De acordo com o disposto na Instrução Normativa TST/STP nº 03, de 05.03.93, não será exigido depósito para a oposição de Agravo de Petição quando a execução estiver suficientemente garantida por depósito recursal já existente nos autos, efetivado no processo de conhecimento, que permaneceu vinculado à execução e/ou pela nomeação ou apreensão judicial de bens do devedor.

(TRT-AP-3865/94 - 1ª T. - Rel. Juiz José Eustáquio de Vasconcelos Rocha - Publ. MG. 05.05.95)

O depósito recursal é exigido como garantia do juízo. É um dispositivo legal acautelador da execução, não constituindo desrespeito a preceito constitucional, e, sim garantia processual que tem como finalidade também a conscientização de que a máquina judiciária deve ser utilizada de forma justa e equilibrada. A falta do depósito nos limites declarados pela Lei atrai a deserção; o prazo para preparo é peremptório, só podendo o juízo protraí-lo em face das exceções legais. É pena e decreta-se de ofício ou a requerimento da parte interessada, em qualquer grau de jurisdição. Recurso a que se nega provimento.

(TRT-RO-15210/93 - 2ª T. - Rel. Juiz José Waster Chaves - Publ. MG. 09.09.94)

O Enunciado 165/TST só é aplicável quando se discute a existência do vínculo de emprego. Não sendo o caso o depósito recursal deve ser efetuado na conta vinculada do empregado, sob pena de deserção do apelo.

(TRT-AI-1692/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 18.10.94)

FORA DA CEF - VALIDADE. É válido e regular o depósito recursal feito em qualquer estabelecimento bancário, desde que na conta vinculada do empregado, ou mesmo fora dela, desde que permaneça à disposição do Juízo (Inteligência da Lei 8.036/90, art. 12, CLT, art. 899, parágrafo 4º e Enunciado 165 e 217/TST).

(TRT-ED-28402/94 - (RO-15011/92) - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 18.10.94)

05. O exercício do direito de ação, assegurado constitucionalmente, não é absoluto, sujeitando-se a condições que são estabelecidas pelo legislador, sendo que o depósito recursal é processualmente um pressuposto de admissibilidade de recurso trabalhista e visa a evitar a interposição de recursos procrastinatórios e desnecessários como "in casu".

(TRT-AI-01371/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 16.09.94)

FINALIDADE. A finalidade do depósito não é apenas garantir a execução, mas servir de desestímulo à recorribilidade procrastinatória, um dos maiores males do Processo do Trabalho, entre nós. Se o empregador fica excessivamente onerado, esta reação do legislador proveio exatamente do fato de terem também muitos empregadores inescrupulosos onerado excessivamente os empregados com recursos infundados e não pagos os débitos trabalhistas depois de longos anos de ação. O que o legislador agora fez foi reverter a situação, onerando a parte que tem maior capacidade de suportá-lo.

(TRT-RO-14530/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 05.10.94)

06. Levantamento a maior de valor depositado em Juízo. Impossibilidade de se atribuir ao reclamante a prática de "ato delituoso". Comprovado nos autos que o levantamento a maior, feito pelo reclamante, decorreu da inexistência de fixação, no alvará, de que o valor em UFIR a permanecer retido deveria ser apurado com base na UFIR diária e não mensal e, tendo a CEF considerado esta, e não aquela, para fins de apurar o valor a ser retido e o que seria liberado, impossível penalizar o reclamante, bem como o seu patrono, por um equívoco a que não deram causa. Impossível atribuir-se a estes a prática de ato delituoso, bem como aplicar-lhes qualquer penalidade.

(TRT-AP-1961/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 15.10.94)

07. CONDENAÇÃO - NOVO ARBITRAMENTO - O novo arbitramento à condenação nas instâncias superiores tem por fim a realização do depósito recursal ou a sua complementação, na hipótese de acréscimo à condenação ou sua atualização. Se a decisão superior mantém a de primeira instância, em nada lhe acrescentando ou suprimindo, não há se falar em novo arbitramento mas, sim, atualização do valor "a quo" fixado para que se garanta a execução.

(TRT-ED-26179/94 - (RO-03917/94) - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 30.09.94)

08. DEPÓSITO RECURSAL - O valor do depósito recursal deve corresponder ao estabelecido no Ato do Presidente do TST, vigente na data da interposição do respectivo recurso ou ao valor da condenação se este estiver aquém dos limites estabelecidos.

(TRT-RO-11908/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 05.11.94)

DESCONTOS

01. SALARIAIS - ASSOCIAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS - LEGITIMIDADE - Age com malícia empregado que

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340permite, por 15 anos, desconto de mensalidade para associação de funcionários e usufrui de todos seus benefícios, sem nunca se rebelar e, quando demitido reivindica devolução dizendo-os unilaterais. Não o socorrendo argumentação recursal, nova, de que a autorização fora firmada após o início dos descontos. Porque quem autoriza, por escrito, o que já vinha sendo praticado por consenso tático, ratifica tudo. Quanto mais que há confissão sua de que a filiação foi espontânea e que conhecia todos os benefícios que lhe eram assegurados.

(TRT-RO-09137/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 26.11.94)

Legais os descontos nos salários quando destinados à Cooperativa e à Fundação da empresa, com intuito de beneficiar os seus empregados que usufruem dos benefícios colocados à disposição por tais entidades.

(TRT-RO-11202/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Saulo José Guimarães de Castro - Publ. MG. 14.10.94)

SALARIAIS - SEGURO DE VIDA - ASSOCIAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS. A alegada "anuência" do empregado, a suposta cobertura de riscos, proporcionada pela apólice, e os alegados benefícios decorrentes da associação de funcionários não resistem à indisfarçável realidade de que o trabalhador é constrangido a tolerar esses descontos, sob pena de não ser admitido no emprego. Devido o reembolso desses descontos, procedidos no arrepio do princípio da integralidade do salário.

(TRT-RO-8824/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 18.10.94)

02. LICITUDE - Lícitos são os descontos efetuados na salário do empregado para cooperativa de crédito e fundação beneficente criadas pelo empregador, se o reclamante confessa ter usufruído dos benefícios assegurados pelas entidades. A simples utilização dos benefícios revela a sua concordância em delas associar-se, anuindo aos termos estabelecidos.

(TRT-RO-12460/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Denise Alves Horta - Publ. MG. 26.11.94)

03. AGRAVO DE PETIÇÃO - DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE - Correto encontra-se o despacho agravado que determinou o envio dos autos ao Setor de Liquidação Judicial para que sejam processados os descontos de INSS e IRRF, por tratar-se de imposição legal, (Leis 8.620/93 e 8.541/92 e Provs. 01 e 02 do Colendo TST).

(TRT-AP-02082/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 12.11.94)

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA - Se a Contribuição Previdenciária é indevida pelo aposentado, torna-se impossível o seu desconto da parcela concedida a título de complementação de aposentadoria.

(TRT-RO-15747/93 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 26.11.94)

EMBARGOS DECLARATÓRIOS - Por se tratar de imperativo legal, as deduções para o INSS e IRRF podem ser determinadas em sede de embargos declaratórios, ainda que a executada não as tenha pedido em seu apelo.

(TRT-ED-35717/94 - (AP-02402/93) - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 29.10.94)

IMPOSTO DE RENDA - CORREÇÃO MONETÁRIA - NÃO INCIDÊNCIA. A Lei 8541/92, em seu art. 46, determina a retenção do IR sobre rendimentos decorrentes do cumprimento de decisão judicial, devendo estes ocorrer por conta da pessoa obrigada ao pagamento, no momento em que, por qualquer forma, o rendimento torne-se disponível para o beneficiário. A liquidação de sentença deve incluir o montante correspondente ao imposto de renda na fonte a fim de que o devedor promova e comprove o recolhimento do tributo, o qual não deve incidir sobre o valor decorrente da atualização monetária do débito trabalhista.

(TRT-RO-09925/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 05.10.94)

IMPOSTO DE RENDA - INSS - DESCONTO E RECOLHIMENTO. Os descontos a título de INSS e IR devem ser observados no cálculo das parcelas reconhecidas em juízo, a favor do empregado, cabendo ao empregador efetuar o respectivo recolhimento.

(TRT-AP-00322/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 20.08.94)

IMPOSTO DE RENDA - RETENÇÃO NA FONTE - Os descontos previdenciários e tributários devem ser observados por força de imposição legal. Assim, a obrigatoriedade da aplicação do art. 46 da Lei 8.541/92 não decorre da decisão judicial. A Lei já encerra, em si mesma, o atributo da coercitividade. Impõe-se, no entanto, conferir-se efetividade decisória às referidas deduções, em prol da fiel observância dos preceitos legais. Agravo de Petição a que se dá provimento.

(TRT-AP-01565/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 25.10.94)

VERBAS PREVIDENCIÁRIAS - RETENÇÃO - A lei impõe ao empregador o dever de reter as contribuições previdenciárias devidas, no ato de pagar, constem ou não em destaque no cálculo. Devendo, no entanto, comprovar o encaminhamento aos órgãos destinatários. Lembrando que a lei considera crime de apropriação indébita a retenção sem o recolhimento.

(TRT-AP-300/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 27.10.94)

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04. REEMBOLSO DE DESPESAS. CORREÇÃO MONETÁRIA. O empregado não está obrigado a antecipar despesas para a execução dos serviços. Os custos operacionais são ônus só do empregador, inclusive os de antecipação de numerário para despesas. Se estas são arcadas pelo trabalhador, assiste-lhe direito ao reembolso com a devida correção monetária, mormente quando efetuado este no mês subseqüente ao da despesa.

(TRT-RO-15.223/93- 5ª T. - Rel. Juiz Tarcísio Alberto Giboski - Publ. MG. 22.10.94)

05. DESCONTO SALARIAL POR DANO - O ato culposo atribuído ao empregado, ensejador de desconto no salário por previsão contratual, não autoriza ao empregador a efetivação da dedução pecuniária sem que faça a comprovação do valor correspondente por documento idôneo e regular. Mera declaração de terceiro, mesmo que consigne a quantia, é ineficaz para demonstrar a despesa que se quer ver restituída. A questão é de reparação de dano, exigindo a adequada comprovação dela.

(TRT-RO-1467/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 06.09.94)

06. DESCONTO PARA SEGURO DE VIDA. O art. 462 da CLT é exaustivo quanto às hipóteses autorizadoras de descontos nos salários dos trabalhadores, não cuidando da redução a título de seguro de vida que, assim, deve ser restituído ao empregado.

(TRT-RO-9537/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José Waster Chaves - Publ. MG. 09.09.94)

AUTORIZAÇÃO - O caráter eminentemente contratual da relação empregatícia faz com que a livre manifestação de vontade do empregado seja válida, configurando-se-lhe os demais efeitos legais. A autorização de desconto para associações de beneficência ou seguro presume-se livre, pois só tende a beneficiar o empregado, que goza das vantagens oferecidas pela instituição enquanto dura a relação de emprego. Se o autor alega vício de consentimento, deve ser este cumpridamente provado, não bastando a afirmação de que essa circunstância era exigida como condição para contratação. É que a coação, como forma viciadora do ato jurídico, compreende a "vis compulsiva". Não resultando provada a coação, prevalece a autorização para o desconto.

(TRT-RO-9869/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alves Pinto - Publ. MG. 05.11.94)

LEGITIMIDADE DOS DESCONTOS. A longa controvérsia doutrinária e jurisprudencial que se instalou em torno da possibilidade ou não se descontarem os salários dos trabalhadores a título de prêmio de seguro de vida foi definitivamente apaziguada pela edição do recente En. 342 do TST, que consagrou a vertente jurisprudencial que admitia tais descontos. Este verbete sumular ressalva apenas os casos em que tenha restado provada a coação, de que nestes autos não se cogita. Mencione-se que este relator já vinha reconhecendo a legitimidade de tais descontos, uma vez que a família do empregado efetivamente goza, ainda que potencialmente, da proteção outorgada pelo seguro vital. Trata-se, portanto, de avanço nas relações de trabalho, na medida em que se estimula a contratação pelas empresas de seguros coletivos que beneficiam seus empregados.

(TRT-RO-3973/95 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 15.07.95)

São legítimos os descontos feitos pelo empregador nos salários do empregado a título de seguro de vida em grupo, se devidamente autorizados pelo empregado, ou se permitidos sem oposição no curso do pacto.

(TRT-RO-3864/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 08.07.94)

SEGURO DE VIDA EM GRUPO. DESCONTOS. LEGALIDADE. VÍCIO DE VONTADE. Estando o empregado acobertado, por todo o pacto laboral, pela apólice de seguro de vida em grupo, não há como obrigar-se o empregador à devolver as importâncias retidas, pois, na hipótese de dela necessitar-se, a utilização seria plena. Todavia, em se tratando de descontos não autorizados por lei ou norma coletiva, não há como chancelar o comportamento patronal, vedado expressamente pelo art. 462 consolidado, norma cogente e de interesse público, e por isso inderrogável pela vontade das partes, quando há vício de vontade. O preceito consagra o princípio da intangibilidade do salário, caracterizando-se enquanto norma imperativa e de interesse público, pela indisponibilidade de seu comando pela vontade das partes, de onde decorre a impossibilidade de autorização e/ou aceitação tácita do autor surtir os efeitos que pretende o réu, quando contaminada por vício de vontade, como exsurge dos autos, em face das precisas e comprometedoras declarações a respeito, trazidas a lume pelo representante legal patronal. Recurso a que se nega provimento.

(TRT-RO-14742/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 20.01.95)

A TÍTULO DE SEGURO DE VIDA - RESTITUIÇÃO - Não estando a hipótese de descontos no salário a título de seguro de vida previsto no art. 462/CLT, defere-se a restituição destes ao reclamante.

(TRT-RO-17699/93 - 2ª T. - Rel. Juiz Celso Honório Ferreira - Publ. MG. 02.09.94)

DIÁRIAS

01. ALIMENTAÇÃO. As diárias instituídas por instrumento coletivo, a favor do trabalhador, para fazer face às suas

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342despesas com alimentação, quando se encontre fora de seu domicílio, não podem ser negadas, ao pretexto de que o laborista sempre voltava ao local de sua residência, podendo então alimentar-se. Não podendo a interpretação do direito desprender-se de seus fins vitais, há de se ter sempre em conta o fato em seu contexto concreto, que deve ser figurado com base nas praxes sociais. Se se constata que o obreiro se encontrava, em determinados dias, fora de seu domicílio, nos horários das refeições principais, devidas são as diárias nesses dias.

(TRT-RO-5207/95 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 17.06.95)

DIGITADOR

01. FUNÇÃO DE DIGITADORA NÃO CARACTERIZADA. "A atividade de digitação vincula-se tão-somente às atividades executadas pela autora, ou seja, tratava-se apenas da forma de execução das mesmas não caracterizando, em momento algum, a função de digitadora. Cumpre ressaltar que, atualmente, a informatização leva a atividade de digitar às mais variadas profissões, como é o caso desta Justiça Especializada. Todavia, tal fato não transforma aquele que se utiliza do terminal do computador para a execução de suas atividades profissionais em um digitador. (Sentença de 1º grau, Dr. Márcio Flávio Salem Vidigal).

(TRT-RO-10966/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 01.10.94)

DESVIO DE FUNÇÃO NÃO CONFIGURAÇÃO. É notório que a grande maioria das empresas, hoje, estão informatizadas, equipadas com computador, sem que este instrumento de trabalho, por todos os empregados utilizados para a realização de algumas tarefas, possua condão de inseri-los na categoria profissional dos digitadores.

(TRT-RO-1115/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 08.04.95)

02. DURAÇÃO DA JORNADA - HORAS EXTRAS - O avanço da informática na atividade empresarial é fato notório e incontestável. Essa nova tecnologia ao lado do aperfeiçoamento administrativo das empresas trouxe também alguns malefícios para o trabalhador, proveniente da competição desigual do homem com a máquina. Os esforços repetitivos do digitador acarretam o aparecimento da síndrome da tenossinovite ocupacional, que atualmente é considerada doença do trabalho pela previdência social. O volume crescente de ocorrências impulsionou os estudos ergonômicos das medidas preventivas mais indicadas, que acabaram consagradas pela portaria 3.751/90 do Ministério do Trabalho, a qual deu nova redação à NR 17 Portaria 3.214/78. Essa norma estabelece os limites de tolerância para evitar as lesões por esforços repetitivos (LER), dentre elas a tenossinovite dos digitadores: número de toques por hora trabalhada não superior a 8.000; tempo máximo de cinco horas de trabalho efetivo na entrada de dados e intervalo de 10 minutos para cada 50 minutos trabalhados, não deduzidos da jornada normal de trabalho. Na realidade, não há jornada reduzida para o trabalho do digitador, mas apenas limitação do tempo efetivo de trabalho nessa atividade, já que este pode, no restante da jornada, desempenhar outras atividades desde que não exijam movimentos repetitivos, nem esforço visual. Assim, só terá direito ao recebimento das horas extras aquele que trabalha efetivamente na entrada de dados além de cinco horas por dia, pouco importando a denominação atribuída ao cargo. O empregado que exerce tarefas alternadas e diversificadas, cujo tempo efetivo de trabalho exclusivamente na digitação seja inferior a cinco horas por dia, não tem direito ao recebimento de horas extras em decorrência dessa atividade.

(TRT-RO-4128/95 - 3ª T. - Rel. Juiz Sebastião Geraldo de Oliveira - Publ. MG. 16.05.95)

HORAS EXTRAS. DIGITADOR. INTERVALO INTRAJORNADA. Diante da similaridade essencial entre as atividades dos digitadores de computador e dos datilógrafos e da circunstância de que, quando da edição do artigo 72 da CLT ainda não existia aquela primeira categoria profissional, têm os seus integrantes direito aos benefícios nele previstos, em decorrência do princípio da razão suficiente da lei e por analogia finalística, autorizada pelo artigo 8º da mesma Consolidação.

(TRT-RO-2312/95 - 2ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 21.04.95)

INTERVALO. O digitador tem direito a intervalos periódicos durante a jornada para prevenir-se de doença profissional. A não concessão de tais intervalos autoriza o deferimento das horas extras correspondentes.

(TRT-RO-10144/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Sebastião Geraldo de Oliveira - Publ. MG. 02.09.94)

Não faz jus às horas extras excedentes da 6ª diária, bem como aos intervalos de 10 minutos após cada período de 90 minutos de trabalho, o obreiro que, além de não executar serviços de digitação de forma ininterrupta, exerce outras atividades concomitantemente.

(TRT-RO-13949/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 31.01.95)

DIRIGENTE SINDICAL

01. GARANTIA DE EMPREGO. REGISTRO DE CANDIDATURA À CARGO DE DIREÇÃO SINDICAL. AVISO PRÉVIO. O registro da candidatura do empregado a cargo de direção sindical efetuado no curso do aviso

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343prévio concedido pelo empregador assegura ao candidato a garantia de emprego e veda a sua dispensa sem justa causa, a teor do disposto no art. 8º, inciso VIII, da Constituição Federal e do parágrafo terceiro do art. 543 da Consolidação das Leis do Trabalho. O aviso prévio, ainda que indenizado, integra o tempo de serviço para tal fim e o seu prazo é de ser considerado como de vigência do contrato para este efeito.

(TRT-RO-15794/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Márcio Flávio Salem Vidigal - Publ. MG. 11.02.95)

02. INQUÉRITO JUDICIAL. PROPOSITURA. DISPENSA ANTERIOR. O dirigente sindical, como protegido pela garantia do emprego, só pode ser dispensado com autorização judicial obtida através do ajuizamento do inquérito. Se este é proposto depois de consumada a dispensa sob a alegação de justa causa, o inquérito fica sem objeto, faltando ao requerente o interesse de agir, uma vez que não há previsão legal para ratificação da dispensa através daquela ação, cujo pressuposto é a existência de um contrato de trabalho.

(TRT-RO-2989/95 - 5ª T. - Rel. Juiz Tarcísio Alberto Giboski - Publ. MG. 20.05.95)

03. CONSELHO CONSULTIVO - ESTABILIDADE - INEXISTÊNCIA. A liberdade de organização sindical prevista na CF/88 não importa em estabilidade provisória de membro de Conselho Consultivo da entidade profissional, é que, a garantia em tela, por representar uma limitação ao poder potestativo do empregador em denunciar o contrato, é restrita aos componentes da diretoria e conselho fiscal, respeitados os números máximos previstos no art. 522/CLT. Entendimento em contrário macula os princípios gerais que regem o ordenamento jurídico pátrio, por configurar-se abuso de direito.

(TRT-RO-12027/94 - 2ª T. - Red. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 07.10.94)

ESTABILIDADE PROVISÓRIA - DIRIGENTE SINDICAL - EXTINÇÃO DO ESTABELECIMENTO - APOSENTADORIA - A extinção do estabelecimento e a conseqüente dispensa do empregado não ofendem a proteção decorrente da estabilidade sindical, que atende a outros fins. Inviável a reintegração, em face da aposentadoria, torna-se injurídico determinar-se a indenização substitutiva de um direito impossível de se realizar.

(TRT-RO-15594/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 10.02.95)

ESTABILIDADE PROVISÓRIA. DIRIGENTE SINDICAL. RENÚNCIA. Inviável acatar pedido de reintegração, fundado na estabilidade provisória conferida ao dirigente sindical, quando o reclamante, no curso do processo, pratica ato incompatível com o prosseguimento do contrato, recebendo a documentação hábil ao levantamento do FGTS e as guias para requerimento do seguro-desemprego.

(TRT-RO-10134/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Sebastião Geraldo de Oliveira - Publ. MG. 09.09.94)

ESTABILIDADE PROVISÓRIA SINDICAL. INTELIGÊNCIA DO PARÁGRAFO 5º DO ART. 543 DA CLT. A exigência de comunicação do registro da candidatura ou da posse de dirigente sindical, no prazo de 24 horas, a teor do parágrafo 5º, do art. 543 da CLT, consiste em requisito inarredável para efeito do aperfeiçoamento do direito à estabilidade provisória sindical. É que esse requisito integra-se sistematicamente no todo do ordenamento jurídico, entre cujas finalidades maiores destaca-se a segurança das relações jurídicas, com vistas à paz social. Embutida na segurança dessas relações encontra-se pressuposta a necessidade do tráfego de informações entre os sujeitos de direito, a fim de que estes possam orientar seu proceder pela conjuntura fático-jurídica que se lhes apresenta. Do que decorre a compatibilidade do citado parágrafo 5º, do art. 543 da CLT com os sistemas constitucional e legal de proteção ao desenvolvimento das funções sindicais.

(TRT-RO-11741/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 15.07.95)

Estabilidade provisória dá ao obreiro garantia de emprego, e não de salário, os quais devem se limitar à data em que o estabilitário se aposentou.

(TRT-RO-7643/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 22.11.94)

04. CANCELAMENTO DE SUSPENSÃO DISCIPLINAR. ARTIGO 543 DA CLT. Ocupando o reclamante cargo de administração no sindicato de sua categoria profissional para o qual foi eleito, na forma prevista no § 4º do artigo 543 da CLT, e não tendo sido provados os atos de indisciplina e insubordinação alegados pela reclamada como motivos da punição que lhe foi aplicada, deve esta ser cancelada pelo Poder Judiciário. Simples tentativa do autor de participar de reunião habitual de determinado setor da empresa, a pedido dos próprios empregados interessados, sem tê-la interrompido nem desacatado o Chefe ali presente e tendo dela se retirado logo em seguida ao ser por ele chamado de "intruso", não configura infração disciplinar. Sua conduta está garantida pela Constituição Federal, que assegura a liberdade sindical, e pelo caput do mesmo artigo 543 Consolidado, que dispõe que o dirigente sindical não poderá ser impedido de exercer suas funções.

(TRT-RO-00260/95 - 2ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 17.03.95)

SANÇÃO DISCIPLINAR. CABIMENTO. Não se justifica a suspensão para efeitos disciplinares aplicada a empregado dirigente sindical, se este apenas participava de manifestação reivindicatória e de protesto contra atos administrativos da empregadora, empresa pública. Há de se distinguir, na hipótese aventada, entre ofensa à honra ou à boa fama do empregador, de superiores hierárquicos e de terceiros, e o livre e democrático exercício da expressão crítica do pensamento político, esteio nuclear do Estado democrático de

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344direito, expressamente albergado pelo Texto Constitucional (art. 5º, IV, da CF/88), uma vez exercido dentro dos limites da ordem legal vigente. Ademais disso, é cediço o entendimento segundo o qual a simples participação do laborista em movimento reivindicatório ou paredista não enseja a aplicação de punições.

(TRT-RO-10970/94 - 5ª T. - Rel. Juíza Denise Alves Horta - Publ. MG. 29.07.95)

DISPENSA

01. O direito à indenização compensatória, prevista no art. 7º, I, da Constituição Federal, está diretamente ligado à garantia da relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, sendo necessário, neste caso, ser instituída por Lei Complementar. Todavia, a MP 457 (posteriormente transformada na Lei 8.880/94), não estabelece garantia de emprego a todos os trabalhadores, determinando, tão-somente, o pagamento de indenização de 50%, na hipótese de dispensa sem justa causa. Assim sendo, desnecessário que a referida indenização fosse instituída por Lei Complementar. Argüição de inconstitucionalidade rejeitada, por irrelevante.

(TRT-RO-10977/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 11.10.94)

DISPENSA ARBITRÁRIA - PROTEÇÃO - Até que seja promulgada Lei Complementar a que se refere o art. 7º, I da C.F. a proteção contra a dispensa arbitrária, fica limitada à norma do art. 10, I do ADCT, não se servindo lei ordinária para este fim.

(TRT-RO-11998/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 06.12.94)

INCONSTITUCIONALIDADE - ART. 118, DA LEI 8.213/91 - Ao determinar o inciso I, do art. 7º, da CF, que a proteção contra a despedida arbitrária seja objeto de lei complementar, não revogou ele as proteções específicas já existentes na data de sua promulgação nem impediu pudesse a lei ordinária oferecer proteção especial em casos peculiares, como o do acidentado no trabalho.

(TRT-RO-01546/94 - 3ª T. - Rel. Juiz José Murilo de Morais - Publ. MG. 25.10.94)

02. PROVA - DISPENSA - NÃO CONFIGURAÇÃO - Em direito processual a cada parte cumpre provar os fatos que alega e que sejam constitutivos do seu direito. A inversão do ônus somente ocorre quando a parte demandada contrapõe fato extintivo, modificativo ou impeditivo. É a hipótese destes autos. O Autor alegando ter sido demitido sem justa causa sob negativa do Réu. Não sobrevindo qualquer prova, nem de uma, nem de outra parte, não restou configurada a dispensa.

(TRT-RO-10720/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 26.11.94)

RESCISÃO - ÔNUS DA PROVA - Se a defesa nega a dispensa imotivada do reclamante, mas, admite a ruptura do vínculo empregatício, deve a reclamada provar a ocorrência de outra forma resilitória juridicamente apreciável, notadamente a justa causa do abandono de emprego ou a demissão espontânea, sob pena de ver presumida contra si a denúncia sem justa causa, em face do princípio da continuidade da relação de emprego que milita em prol do trabalhador.

(TRT-RO-9004/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 03.09.94)

DISSÍDIO COLETIVO

01. Ajuizado o Dissídio Coletivo após o prazo do art. 616, parágrafo 3º, da CLT a sentença normativa começa a vigorar a partir da data de sua publicação. DISSÍDIO COLETIVO parcialmente procedente.

(TRT-DC-00223/91 - Seção Especializada - Rel. Juiz Aroldo Plínio Gonçalves - Publ. MG. 03.02.95)

Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão ajuizar o dissídio coletivo, uma vez que a arbitragem, no pretório pátrio, não encontrou guarida, já que não chegou, com tranqüilidade, à escolha unânime do árbitro, cujo laudo não poderá ser criticado, mas aceito tranqüilamente pelas partes.

(TRT-DC-00077/92 - Seção Especializada - Rel. Juiz Dárcio Guimarães de Andrade - Publ. MG. 17.02.95)

02. AUMENTO REAL - INDEFERIMENTO. O pedido de aumento real sobre salários já reajustados na forma da Lei nº 8.880/94 não encontra amparo legal e implica em ônus para o empregador, somente sendo admitido na via negocial.

(TRT-DC-99/94 - SE - Rel. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 17.03.95)

REIVINDICAÇÃO DE AUMENTO REAL/PRODUTIVIDADE SEM CAUSA DE PEDIR - PEDIDO DE REALIZAÇÃO DE PROVA PERICIAL - Nos termos do Precedente TRT 42, para o deferimento do pedido é pressuposto a comprovação de lucratividade e/ou produtividade na empresa, ou no setor, pelo suscitante. "In casu", não houve sequer a afirmação de que o setor teria tido resultado positivo no período. O pedido de perícia indeferido não substitui a causa de pedir.

(TRT-DC-00101/93 - Seção Especializada - Rel. Juiz Nilo Álvaro Soares - Publ. MG. 26.08.94)

03. DATA-BASE - MANUTENÇÃO - Embora ajuizado o Dissídio Coletivo muito além do prazo estabelecido pelo

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345parágrafo 3º do art. 616, da CLT, fica mantida a data-base da categoria, porque assegurada pelas partes na fase prévia das negociações, conforme ata de reunião realizada no órgão competente do Ministério do Trabalho.

(TRT-DC-12/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Orestes Campos Gonçalves - Publ. MG. 13.08.94)

O Protesto Judicial formulado em tempo hábil e a instauração do Dissídio no prazo de sua eficácia preservam a data-base da categoria.

(TRT-DC-00079/94 - SE - Rel. Juiz Aroldo Plínio Gonçalves - Publ. MG. 10.03.95)

04. AGRAVO REGIMENTAL - DISSÍDIO COLETIVO - INDEFERIMENTO DA INICIAL - Não deve ser indeferida a inicial se a instância foi instaurada sob a legítima autorização da categoria, comprovada por lista de presença com quorum significativo de trabalhadores da Suscitada. Não cabe o argumento de que a veiculação do edital de convocação ocorreu em jornal que não abrange de forma satisfatória a base territorial do Suscitante, pois este se valeu de outros meios para mobilizar a categoria conforme autorizam seus estatutos.

(TRT-ARG-23/95 - Seção Especializada - Rel. Juiz Renato Moreira Figueiredo - Publ. MG. 23.06.95)

05. NEGOCIAÇÃO PRÉVIA - IMPRESCINDIBILIDADE - EFEITOS - A negociação é da essência e natureza do direito coletivo. A lei somente admite intervenção do Estado, sob forma da via coativa, depois de tentada e esgotada sem sucesso a negocial. O recurso ao dissídio coletivo deve ser precedido dessa fase, obrigatória, de auto-composição. Pena de não conhecimento. Hipótese desses autos. A entidade profissional encaminhou reivindicações na véspera da data-base. Manteve-se inerte por quase dois meses após o último contato genérico com a representante patronal. E propôs, abruptamente, o dissídio. Nas audiências judiciais, declarou-se irredutível quanto a reivindicação nova, enquanto a classe patronal esteve disposta a solução intermediária. Descumprido o art. 616-CLT, extingue-se o feito, à raiz.

(TRT-DC-00055/94 - Seção Especializada - Red. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 03.02.95)

06. O poder normativo da Justiça de Trabalho permanece incólume na Carta Política de 1988, não estando o julgador adstrito ao texto frio da lei, pois, se assim o fosse, não haveria necessidade de se proceder ao ajuizamento do Dissídio, que visa conquistar melhores condições.

(TRT-DC-40/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Dárcio Guimarães Andrade - Publ. MG. 11.11.94)

07. PRECEDENTE EM DISSÍDIO COLETIVO - INAPLICABILIDADE EM DISSÍDIOS INDIVIDUAIS - O poder Normativo desta Justiça não se estende aos dissídios individuais, cujas soluções podem e devem sempre respeitar sentença normativa destinada a regular de forma genérica, abstrata e impessoal as relações entre os membros de determinada categoria profissional e econômica, como verdadeira norma jurídica "lato sensu" emanada, esta sim, do poder normativo. Nesse aspecto, não havendo qualquer norma jurídica, em sentido amplo ou estrito, que confira estabilidade para a recorrida na situação dos autos, não tem esta o direito a ser reintegrada ou readmitida no emprego e, em conseqüência, de perceber salários vencidos e vincendos. O precedente invocado só se aplica no âmbito dos Dissídios Coletivos.

(TRT-RO-12208/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Márcio Flávio Salem Vidigal - Publ. MG. 05.11.94)

08. AUTORIZAÇÃO DOS EMPREGADOS - MODO DE AGITAR A QUESTÃO - Todos - sejam empregados, sejam empregadores - são obrigados, na forma e modos da lei, atender convocações para negociações. Constitui abuso de direito, ou recusa injustificada, negar-se o empregador, ao fundamento de não haver autorização dos empregados, em assembléia, para o Sindicato agir. A via correta é atender ao chamamento e argüir o vício como preliminar.

(TRT-DC-123/93 - Seção Especializada - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 21.10.94)

AUTORIZAÇÃO PARA INSTAURAÇÃO DE INSTÂNCIA - Inexistindo na lista de presença referente à Assembléia Geral para votar a pauta de reivindicações e autorizar a instauração do dissídio coletivo uma sequer assinatura de trabalhador da Suscitada, falta pressuposto essencial para se conhecer do pedido, à luz dos artigos 612 e 859/CLT.

(TRT-DC-20/95 - Seção Especializada - Rel. Juiz Renato Moreira Figueiredo - Publ. MG. 23.06.95)

PRESSUPOSTOS DA AÇÃO - AUTORIZAÇÃO DA ASSEMBLÉIA - OPORTUNIDADE - As condições da ação devem estar presentes no instante da sua propositura. Sendo irrelevantes - para deferimento ou indeferimento da inicial - alterações posteriores de fato ou de direito. Que levariam a soluções outras, até de extinção anômala do processo também, se e quando forem os casos, mas já instaurada a lide, sem afetar mais a inicial.

Firmado acordo coletivo, no curso do dissídio, com algumas empresas, a ação prossegue, regularmente, com o sindicato patronal no polo passivo, para o estabelecimento coercitivo de condições de trabalho para o restante da categoria. E assim é mesmo que a totalidade dos empregados presentes à assembléia geral que autorizou negociação e instauração do dissídio trabalhem para as empresas acordantes. O que não vicia ou prejudica a autorização, nem deslegitima o sindicato já autorizado. A delegação é dada, na época e forma oportunas, uma única vez, de maneira inalterável por acontecimentos futuros vinculados com o exercício da mesma. E dada pela assembléia, órgão de deliberação da categoria profissional e não individualmente pelos

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346empregados presentes. E para a atuação do sindicato no interesse da categoria e não frente apenas às empresas onde trabalhem os participantes presentes.

Da mesma forma em que, proferida decisão normativa, todas as empresas vinculadas ao sindicato suscitado ficam sujeitas à sua autoridade e eficácia, não apenas aquelas cujos empregados foram à assembléia.

(TRT-ARG-20/95 - Seção Especializada - Red. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 26.05.95)

DOBRA SALARIAL

01. DOBRA DO ART. 467/CLT. Havendo débito salarial sobre o qual não pesa nenhuma controvérsia, aplica-se a dobra do art. 467, mesmo quando não requerida pela parte, já que se trata de disposição de ordem pública que visa garantir o correto recebimento do crédito salarial necessário à sobrevivência do empregado. A divergência entre os valores dessas parcelas não as torna controversas, pois, uma vez reconhecidas, tornam-se em sua essência incontroversas.

(TRT-RO-11043/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 22.11.94)

ARTIGO 467 DA CLT - O pagamento da dobra salarial restringe-se à parte incontroversa dos salários, não se aplicando quanto ao adicional de insalubridade, tendo em vista a sua natureza indenizatória.

(TRT-RO-435/95 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 10.06.95)

DOCUMENTOS

01. JUNTADA DE DOCUMENTOS - FASE RECURSAL -Não se conhece de documentos trazidos aos autos com a peça recursal, se estes não se enquadram às hipóteses previstas no Enunciado nº 08 do Col. TST.

(TRT-RO-05848/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 30.07.94)

- E -

EMBARGOS

À Arrematação

01. MANDADO DE SEGURANÇA. 1) NÃO CABIMENTO CONTRA ATO PASSÍVEL DE RECURSO. CARÊNCIA DE AÇÃO. 2) EMBARGOS DE ARREMATAÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO. CABIMENTO. 1) A penhora pode e deve ser questionada através de embargos à execução. Improvidos estes, há recurso próprio. É, pois, carecedor de ação, por ausência de interesse de agir, aquele que impetra mandado de segurança objetivando a nulidade da penhora e dos atos subsequentes, em face dos termos do item II, do artigo 5º, da Lei 1533/51. Não é o caso de abrandamento da Súmula 267/STF e eis que com o manejo dos meios processuais adequados afastada estaria a possibilidade de gravame imediato, uma vez que a execução provisória não chega aos atos de alienação.

2) Viável a segurança contra ato que deixou de receber embargos à arrematação pois o uso de recurso in casu, pela demora da prestação jurisdicional, em face dos trâmites legais a que está sujeita a medida, não afasta a possibilidade de lesão imediata.

3) EMBARGOS À ARREMATAÇÃO. A arrematação, ato alienatório, pode sofrer embargos do devedor. Expressamente previstos na legislação processual civil, artigo 746, tem inteira receptividade no Processo do Trabalho, por força do parágrafo único do artigo 8º da CLT.

(TRT-MS-311/93 - Seção Especializada - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 15.04.94)

À Execução

01. DEFESA DO EXECUTADO - NULIDADE DO PROCESSO DE EXECUÇÃO - É por meio de embargos, no prazo e na forma do art. 884 e seus parágrafos, da CLT, que cabe ao executado deduzir sua defesa mais ampla, sobretudo para argüir nulidade que vicia o processo de execução e pugnar pela forma correta de liqüidação, em respeito ao comando da decisão exeqüenda. Não se justifica impor preclusão à parte que, desde o início da liqüidação por cálculo, veio impugnando os aleatórios valores apresentados pela exeqüente e alertando o Juízo no sentido de que havia necessidade de apurações por artigos, sendo que, por isso, deixou de apresentar seus próprios cálculos alternativamente. Agravo de petição a que se dá provimento, para declarar a nulidade do processo de execução e a insubsistência da penhora.

(TRT-AP-1689/94 - 4ª T. - Red. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 29.10.94)

02. PREPARO - DESNECESSIDADE - GARANTIA DO JUÍZO - Para o conhecimento dos embargos à execução não se cogita de preparo, à míngua de dispositivo legal que o autorize. Garantido o Juízo pela penhora, revela-se absurda tal exigência. Agravo provido para determinar o retorno dos autos à origem, a fim de que seja julgado o mérito dos embargos.

(TRT-AP-1831/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 29.11.94)

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347 Se a parte deposita valor não atualizado, cabe ao Juiz determinar a complementação da garantia ou a

ampliação da penhora, jamais deixar de conhecer dos embargos à execução, ao fundamento de que eles não atendem ao disposto no art. 882 da CLT.

(TRT-AP-02744/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 06.12.94)

03. ATO DE JULGAMENTO DE EMBARGOS À EXECUÇÃO ASSINADO PELO COLEGIADO E NÃO APENAS PELO JUIZ PRESIDENTE. INOCORRÊNCIA DE NULIDADE. Embora sabido e consabido que, na fase de execução, o juiz atua monocraticamente, é óbvio que o fato de todo o Colegiado, por irrelevante equívoco, assinar a sentença proferida em Embargos à Execução não nulifica o ato, pois "quod abundat non nocet". Mais, ainda, porque disto não advém qualquer prejuízo para as partes, o que faz vestir-se ao caso, sem folgas, o ensinamento gaulês: "pas de nullité sans grief".

(TRT-AP-03044/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 20.01.95)

04. INTEMPESTIVIDADE. AGRAVO DE PETIÇÃO. JULGAMENTO PREJUDICADO. Tratando-se de embargos à execução manifestamente intempestivos, deles não se pode conhecer. Se o faz o Juízo "a quo" sem exame daquele pressuposto de conhecimento, cumpre à Instância "ad quem" declarar aquela intempestividade, restando prejudicado o julgamento do agravo de petição interposto contra a decisão de mérito do primeiro grau.

(TRT-AP-2170/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Tarcísio Alberto Giboski - Publ. MG. 24.09.94)

PRAZO - INÍCIO. O prazo para a apresentação de embargos à execução começa a fluir do momento em que a penhora é efetivamente realizada, e não da juntada do mandado cumprido nos autos. Inteligência dos artigos 884, "caput", e 774, "caput", da CLT.

(TRT-AP-02952/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Denise Alves Horta - Publ. MG. 26.11.94)

PRAZO - Recebido alvará para levantamento do depósito efetuado em data anterior à intimação, é a partir daí que o prazo teve início.

(TRT-AP-00137/95 - 2ª T. - Rel. Juiz Aprígio Guimarães - Publ. MG. 10.03.95)

De Declaração

01. ALCANCE - Os embargos de declaração não constituem meio processual para rever ou reavaliar prova, sustentar entendimento diverso do adotado pela decisão embargada ou inserir emenda no julgado por intermédio de fundamentos utilizados pela própria parte.

(TRT-ED-37387/94 - (RO-00693/94) - 4ª T. - Rel. Juiz Márcio Flávio Salem Vidigal - Publ. MG. 29.10.94)

CABIMENTO - Nos exatos termos do art. 535/CPC, não são cabíveis os embargos de declaração, para sanar erro cometido pela parte embargante.

(TRT-RO-16993/93 - 2ª T. - Rel. Juiz Aprígio Guimarães - Publ. MG. 12.05.95)

NÃO CONHECIMENTO. Os embargos são recurso pelo qual se plenifica o acórdão quando defeituoso em razão de dúvida, obscuridade ou omissão de questão sobre a qual devesse pronunciar-se. Não é meio para atacá-lo em seu próprio conteúdo, pois não é meio para rever, mas sim, para explicitar.

(TRT-ED-41515/94 - (AP-02074/94) 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 06.12.94)

Os embargos de declaração, para lograr êxito, devem se encaixar nas hipóteses elencadas no artigo 535/CPC. Havendo pronta prestação jurisdicional, ainda que desagradável à embargante, com exame pormenorizado de todas as questões eriçadas, impossível, a todas as luzes, sua reforma através de embargos, ficando mantida a r. decisão-guerreada.

(TRT-ED-17811/95 - (AR - 00358/94) - Seção Especializada - Rel. Juiz Dárcio Guimarães de Andrade - Publ. MG. 30.06.95)

PROVIMENTO - Ainda que os esclarecimentos prestados por provocação declaratória em nada alterem o julgado, é útil seja aproveitada a via dos embargos para maior explicitação da decisão embargada.

(TRT-ED-39525/94 (AP - 1191/94) - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 22.11.94)

SIMPLES TEMOR - DESCABIMENTO. Embora pertinentes os temores da parte vencedora, de que poderá vir a ser prejudicada na hipótese de recurso do adversário se todos os argumentos da sua defesa não forem apreciados, não servem os embargos declaratórios para isso. A turma acolheu inconstitucionalidade da lei que lastreava a causa de pedir, extinguindo o feito, prejudicados os demais termos da defesa. Não incorrendo em dúvida, omissão, contradição ou obscuridade. Se e quando vier recurso, cabe ao recorrido reavivar as matérias pendentes na forma própria.

(TRT-ED-47102/94 (RO-12706/94) - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 25.02.95)

02. COMPOSIÇÃO DA TURMA - ESCLARECIMENTOS - PROCEDIMENTO IMPRÓPRIO - É erro supor que o

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348primeiro momento legal para questionar legitimidade da composição da Turma seja nos embargos declaratórios. A partir, primeiro, da distribuição e, depois, da publicação da pauta de julgamento, estão fixadas essas oportunidades. E a matéria não aceita o procedimento, eis que não visa eventuais vícios intrínsecos do acórdão pseudamente embargado.

(TRT-ED-32078/94 (RO-00334/94) - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 22.10.94)

03. CONTRADIÇÃO INEXISTENTE. A contradição que desafia embargos de declaração é aquela que deriva de proposições inconciliáveis da própria decisão e não a que, no sentir da parte, resulta de aplicação de normas que se excluem. No primeiro caso, dá-se o erro de lógica; no segundo, estaria configurado, se fosse o caso, o "error in iudicando" - aplicação incorreta do direito, interpretação equivocada. Se a parte entende verificado esta última hipótese, deve ser utilizado o remédio processual próprio e adequado.

(TRT-ED-37047/94 (RO-16909/93) - 4ª T. - Rel. Juiz Márcio Flávio Salem Vidigal - Publ. MG. 29.10.94)

A contradição que enseja declaração é a que se manifesta pela incoerência interna do julgado, pela adoção de proposições ou teses entre si inconciliáveis, e só pode decorrer do próprio conteúdo da decisão.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO desprovidos. (TRT-ED-46998/94 (AR-00061/94) - Seção Especializada - Rel. Juiz Aroldo Plínio Gonçalves - Publ. MG.

03.02.95)

04. DE DECISÃO DECLARATÓRIA. POSSIBILIDADE. É possível a interposição (oposição) de embargos de declaração dirigidos a decisão que enfrentou embargos anteriores de igual natureza, desde que os novos embargos estejam limitados a matéria tratada na própria decisão declaratória, que, suprimindo omissão do julgado primitivo, alterou a conclusão do julgamento.

(TRT-ED-36484/94 (RO-00015/93) - 4ª T. - Rel. Juiz Márcio Flávio Salem Vidigal - Publ. MG. 29.10.94)

05. ENUNCIADO 278/TST - O Enunciado 278/TST não se aplica a matérias não abordadas no recurso que originou o acórdão embargado.

(TRT-ED-36286/94 (RO-00859/94) - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 28.10.94)

OMISSÃO. EXISTÊNCIA. EFEITO MODIFICATIVO. Constatada omissão relevante no acórdão embargado capaz de acarretar-lhe mudança quando do julgamento dos embargos de declaração, impõe-se o acolhimento destes e com efeito modificativo, nos termos do Enunciado 278/TST, a fim de que se aperfeiçoe, segundo a postulação das partes e de conformidade com as normas processuais, a prestação jurisdicional perseguida.

(TRT-ED-31755/94 (RO-11065/93) - 5ª T. - Rel. Juiz Tarcísio Alberto Giboski - Publ. MG. 24.09.94)

06. AUSÊNCIA DE OMISSÃO - PREVALÊNCIA DO VOTO DO REVISOR - Estando claro, na fundamentação do voto, que ficou vencido, inexistir direito pela ausência do pedido de minutos antes e após a jornada, mas prevalecendo o voto do Revisor, que emitiu juízo explícito a respeito da ausência de prejuízo ao mencionar a apuração das diferenças, pela indicação feita pelo Recorrido, houve expressa rejeição da tese empresária.

(TRT-ED-43003/94 (RO-09711/94) - 2ª T. - Rel. Juiz Hiram dos Reis Corrêa - Publ. MG. 20.01.95)

A existência de erro material no acórdão embargado comporta solução por simples petição, ou até mesmo de ofício; desnecessário o manejo dos embargos de declaração, cuja utilização, contudo, alcança o mesmo objetivo.

(TRT-ED-36873/94 (RO-05230/94) - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 04.11.94)

INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO - Não é necessário que o Juiz, ao proferir sua decisão, faça expressa menção, repetindo os termos da prova técnica "ipsis litteris", quando esta serve de base para a condenação, bastando, tão-somente, demonstrar às partes a fonte dos fundamentos. Daí porque, fazendo isso, afasta toda e qualquer eventual possibilidade de omissão no julgado. Embargos declaratórios a que se nega provimento.

(TRT-ED-47337/94 (RO-43485/94) - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 25.02.95)

Não se prestam à discussão de matéria já decidida. Se a parte entende que houve erro na prestação jurisdicional deve recorrer do "decisum". Não há que se confundir omissão (aquilo sobre o que não há pronunciamento) e erro (aquilo sobre o que há pronunciamento equivocado).

(TRT-ED-42144/94 (RO-11401/94) - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 06.12.94)

OMISSÃO. Omissão não é simples ausência, mas descumprimento de dever preexistente. Logo, não basta dizer que determinada matéria não foi examinada, porém deve a parte efetivamente apontar em razão de que cabia ao órgão jurisdicional pronunciar-se a respeito. De outro modo, haveria quebra do princípio dispositivo, pois que o magistrado teria que complementar, por conta própria, e de ofício, a petição do embargante.

(TRT-ED-20593/94 (RO-07361/93) - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 17.08.94)

OMISSÃO. Não se caracteriza a omissão que autoriza a interposição de embargos de declaração em segundo grau quando a matéria posta no recurso apresenta-se como inovação recursal, dado que não fora objeto de

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349defesa, ainda que a título de eventualidade nem prequestionada por meio de embargos de primeiro grau. É prudente e razoável, todavia, que a questão seja esclarecida, a fim de que seja entregue em sua plenitude a prestação jurisdicional.

(TRT-ED-37479/94 (RO-15486/93) - 4ª T. - Rel. Juiz Márcio Flávio Salem Vidigal - Publ. MG. 29.10.94)

OMISSÃO CONFIGURADA. EFEITO MODIFICATIVO DECORRENTE DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL COMPLETA. Configura-se a omissão passível de ser suprida pela via dos embargos de declaração, quando o acórdão deixa de apreciar questão essencial da litiscontestação, de cunho processual, passível de ser conhecida de oficio pelo julgador e que fora objeto do recurso interposto. Neste caso, é salutar e oportuno conferir-se efeito modificativo ao julgado, mesmo que seja para excluir a verba da condenação, procedimento que se torna imperioso em face da necessidade da correta e completa prestação jurisdicional.

(TRT-ED-36484/94 (RO-00015/93) - 4ª T. - Rel. Juiz Márcio Flávio Salem Vidigal - Publ. MG. 29.10.94)

OMISSÃO - INEXISTÊNCIA. Não se pode dizer que ocorreu omissão ou contradição por não ter o Juízo retrucado todos os fundamentos expendidos pelas partes, ou deixado de analisar individualmente todos os elementos probatórios dos autos, porque a dialética do ato decisório vai além do revide dos argumentos das partes pelo Juiz. Este segue seu próprio caminho, pautado apenas nos limites da lide e nunca apenas nas alegações das partes. Por fim, cumpre salientar que o Juiz não pode decidir levando em conta o interesse de quem vai recorrer, atendendo ao prequestionamento. Sua função primordial está na efetiva prestação jurisdicional a que está obrigado, devendo executá-la de acordo com a lei, tal como fez esta Eg. Turma. Se a parte está insatisfeita com o acórdão, não pode atacá-lo via embargos declaratórios. Outro terá que ser o caminho a seguir.

(TRT-ED-45249/94 (RO-6436/94) - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 31.01.95)

OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. Não é omissa sob qualquer aspecto, de modo a desafiar a interposição de embargos de declaração, a decisão que aprecia a questão sob julgamento em toda a sua extensão e adota fundamentos legais próprios e independentes das alegações da parte.

(TRT-RO-1412/94) - 4ª T. - Rel. Juiz Márcio Flávio Salem Vidigal - Publ. MG. 10.09.94)

OMISSÃO - INEXISTENTE - Ainda que decisão não seja propriamente omissa ou obscura, é útil seja aproveitada a via dos embargos de declaração, para maior explicitação da decisão embargada, afastando-se, assim, quaisquer dúvidas de entendimento quanto ao verdadeiro sentido da fundamentação adotada.

(TRT-ED-47162/94 (RO-1522/94) - 5ª T. - Rel. Juiz Antônio Augusto M. Marcellini - Publ. MG. 25.02.95)

07. IMPROPRIEDADE - Não há vício quando o órgão emite convicção, fundamentada, adotando tese outra, por entender esta, melhor aplicável ao caso. Pois a legislação permite e ordena ao Juiz aplicar a lei ao fato segundo sua livre e motivada convicção. Não cabendo embargos, que, sob alusão de prestação jurisdicional explícita, mostra apenas o inconformismo da parte.

(TRT-ED-47312/94 (RO-09949/94) - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 04.03.95)

08. MULTA - O art. 538, parágrafo único, do CPC trata apenas de embargos de declaração ajuizados contra acórdãos, dispondo que o tribunal condenará o embargante. Assim, o preceito não pode, por extensão, ser aplicado pelo Juízo de primeira instância. A boa hermenêutica ensina que a norma jurídica deve ser interpretada restritivamente quando impõe penalidades. Recurso Ordinário parcialmente provido.

(TRT-RO-15384/94) - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 31.01.95)

PROTELATÓRIOS - MULTA DE 40% COM BASE NO ART. 652 "D" DA CLT - VIOLAÇÃO A TEXTO DE LEI (ART. 538, PARÁGRAFO ÚNICO DO CPC) - AÇÃO RESCISÓRIA - PROCEDÊNCIA - Embargos de Declaração protelatórios ensejam a condenação na multa prevista no parágrafo único do art. 538 do CPC. A condenação na multa de 40% com base no art. 65, "d" da CLT, neste caso, fere a literalidade daquele dispositivo legal, levando à procedência da Ação Rescisória com fulcro no inciso V do art. 485 do CPC.

(TRT-AR-00059/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Nereu Nunes Pereira - Publ. MG. 02.09.94)

09. LIMITES E FINALIDADE - PREQUESTIONAMENTO. Os Embargos Declaratórios constituem recurso de sede limitada e estreita (CPC, art. 535), não se prestando, assim, para o impertinente estabelecimento do jogo de perguntas e respostas. Tipificam expediente processual disponível para esclarecer, aperfeiçoar, explicitar e completar a decisão, e não, obviamente, para alterar, rediscutir ou impugnar o seu conteúdo. Não cabe ao juiz decidir, de forma a atender o prequestionamento, no interesse da parte que vai recorrer. Sua função está na efetiva prestação jurisdicional a que está obrigado, devendo fazê-la de acordo com a lei, e não, com a vontade da parte.

(TRT-ED-02139/92 (RO-03665/89) - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 25.10.94)

Muito embora o Enunciado nº 297, do TST, tenha estabelecido o requisito do prequestionamento da tese como pressuposto para o conhecimento do recurso de revista, a aludida Súmula não obriga o Tribunal "a quo" a apreciar embargos de declaração fora dos limites definidos pelo art. 535, do CPC.

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350 (TRT-ED-41109/94 (AP-02448/94) - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 06.12.94)

PREQUESTIONAMENTO - O Enunciado 297/TST não criou requisito novo de embargos de declaração e por isto mesmo, não autoriza a parte, por este meio e a este título, viabilizar a rediscussão de matéria decidida, com clareza, pela Turma.

(TRT-ED-47488/94 (RO-13148/94) - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 25.02.95)

PREQUESTIONAMENTO - Para que se tipifique o prequestionamento da matéria, suficiente que na decisão haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito, sendo desnecessária a referência expressa a todas as citações legais feitas, pois que repudiadas por argumentação contrária, com base legal expressa. Inteligência do Enunciado 297 do Colendo TST.

(TRT-AP-00448/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 06.08.94)

PREQUESTIONAMENTO. Só há falar em prequestionamento se a tese é sustentada na defesa ou no apelo e não é enfrentada pelo "decisum".

(TRT-ED-19696/94 (RO-04787/93) - 5ª T. - Rel. Juiz Ricardo Antônio Mohallem - Publ. MG. 23.07.94)

10. O Juízo não está obrigado a refutar, um a um, os argumentos enumerados pelas partes. Na conformidade do art. 131, segunda parte, do CPC, o princípio da motivação das decisões judiciais significa apenas que o Juiz deve "indicar, na sentença, os motivos que lhe formaram o convencimento".

(TRT-ED-43809/94 (RO-12328/94) - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 31.01.95)

11. PRESTAÇÃO JURISDICIONAL - AUSÊNCIA. EMBARGOS DECLARATÓRIOS NÃO CONSIDERADOS E/OU RECEBIDOS COMO AGRAVO DE PETIÇÃO. Os embargos declaratórios não podem ser recebidos pelo Juízo de origem como Agravo de Petição pois são recursos com ritos, natureza e competência diversos. Por outro lado, a rejeição de Embargos Declaratórios consubstanciada num simples "nada a declarar", implica na ausência da devida prestação jurisdicional.

(TRT-AP-3428/94 - 4ª T. - Red. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 25.02.95)

12. VALOR DA CAUSA - Não havendo sido atualizados o valor da causa e o montante das custas processuais, dá-se provimento aos embargos declaratórios, para que sejam corrigidos tais quantias.

(TRT-ED-21152/94 (AR-00015/93) - Seção Especializada - Rel. Juiz Itamar José Coelho - Publ. MG. 1º.07.94)

De Terceiros

01. DEFICIÊNCIA DE TRASLADO - AUSÊNCIA DE PROVA DE PROPRIEDADE - A ação de embargos de terceiro constitui procedimento autônomo e distinto do executório em autos próprios e personalizados. E quaisquer elementos daquele que devam ser considerados ou possam ser úteis devem ser trasladados. A prova da constrição e da propriedade é ônus do embargante, e não sendo feita na inicial não há como se afastar a improcedência.

(TRT-AP-2084/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 27.10.94)

O meio impugnativo para a defesa de bens apreendidos judicialmente de forma indevida, são os embargos de terceiro, e não o recurso em processo entre terceiros. Manifesta ilegitimidade para recorrer. Agravo de instrumento desprovido.

(TRT-AI-01230/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 17.08.94)

NATUREZA - Os embargos de terceiro guardam natureza de ação autônoma, eis que de iniciativa de quem não foi parte no processo de conhecimento. Contudo, a sua distribuição por dependência se faz necessária visto a evidente conexão de matérias a serem conhecidas pelo mesmo juízo que conduz a execução. De qualquer forma, deve ser processada em autos distintos uma vez tratar-se de ação distinta da execução (art. 1049 do CPC) e por isso deve ser a sua petição instruída na forma estabelecida pelos arts. 283 e 295 , VI , do CPC.

(TRT-AP-3235/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 25.02.95)

A teor do CPC, os embargos de terceiro não constituem recurso na acepção jurídica da palavra, nem estão relacionados como tal. Eles representam ação autônoma, como se infere do artigo 1046/CPC, distribuída por dependência e com cabal preenchimento dos requisitos de toda exordial. Sua existência não impede que seja aviado o Mandado de Segurança.

(TRT-MS-10/95 - Seção Especializada - Rel. Juiz Dárcio Guimarães de Andrade - Publ. MG. 09.06.95)

02. RECURSO - ADMISSIBILIDADE - São os embargos de terceiro uma ação em si mesma, de rito sumário, elencada no Código de Processo Civil como um dos procedimentos especiais de jurisdição contenciosa. Por conseguinte, é imprescindível que o procurador da parte faça a prova do mandato. Agravo de Petição não conhecido.

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351 (TRT-AP-02725/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 17.11.94)

03. EXECUÇÃO - INEXISTÊNCIA DE FRAUDE. Não contrariado, e até aceito nos autos, que a penhora se fez no endereço da Embargante e tratando-se, como provado documentalmente, de empresa distinta da executada -inexistindo prova nesses autos de cognição restrita, de indício de fraude, manipulação, extinção irregular, sucateamento, descapitalização ou o que seja - indiscutível sua condição de terceira. Consequentemente, inevitável a desconstituição da penhora.

(TRT-AP-174/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 10.09.94)

A prova da turbação ou esbulho judicial é documento indispensável à propositura da ação de embargos de terceiro, pois que dela deriva a especialidade do procedimento. Sua ausência implica extinção do processo, por falta de pressuposto processual.

(TRT-AP-3436/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 31.01.95)

CUSTAS - Em se tratando de ação autônoma, incidem custas processuais nos embargos de terceiro. (TRT-AP-00154/95 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 10.03.95)

04. EXECUÇÃO POR CARTA - EMBARGOS DE TERCEIRO - COMPETÊNCIA - Não tendo sido disciplinadas pela CLT, nem pela Lei 6830/80, as regras de processamento dos Embargos de Terceiros opostos na execução por carta, a solução advém da hermenêutica do art. 1.049 do C. Pr. Civil, aplicado subsidiariamente.

(TRT-CN-05/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Nilo Álvaro Soares - Publ. MG. 23.09.94)

05. BENS DE TERCEIRO PENHORADOS - OPOSIÇÃO DA EXECUTADA - ILEGITIMIDADE - Confessando o agravante que o veículo penhorado pertence a terceiro ("in casu", expressamente excluído do processo), somente este tem interesse e legitimidade para desconstituir a constrição judicial nos exatos termos do art. 1046, do CPC supletivo. Agravo não conhecido.

(TRT-AP-1106/95 - 2ª T. - Red. Juiz Michelangelo Liotti Raphael - Publ. MG. 02.06.95)

ILEGITIMIDADE - Se o terceiro embargante, já na petição inicial, informa que, desconhecendo a apreensão judicial, vendeu o bem penhorado, patente é a sua ilegitimidade ativa. Recurso a que se nega provimento.

(TRT-AP-00250/95 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 10.03.95)

LEGITIMAÇÃO ATIVA. SÓCIO DA EXECUTADA. Segundo Pontes de Miranda (In "Comentários ao Código de Processo Civil", v. 9, p. 23), "mais precisa e cientificamente se há de dizer que não pode usar de embargos de terceiro quem quer que esteja sujeito à eficácia do ato judicial que pretende embargar". Frederico Marques, por sua vez, esclarece que "os embargos são de terceiro; mas, como tal, deve entender-se não a pessoa física ou jurídica que não tenha participado do feito, mas a pessoa titular de um direito outro que não tenha sido atingido pela decisão judicial" (In "Instituições de Direito Judiciário Civil", v. 5, 2ª ed., p. 45). Em conseqüência, não é parte legítima para propor embargos de terceiro o sócio da sociedade por cotas de responsabilidade limitada executada que teve seu patrimônio pessoal atingido neste feito na condição de responsável solidário ou subsidiário desta. A existência e os limites de sua responsabilidade pessoal, questões de interpretação dos efeitos materiais da sentença exeqüenda, devem ser por ele discutidos em sede de embargos à execução, interpostos no prazo de cinco dias após a penhora judicial de seus bens particulares.

(TRT-AP-215/95 - 2ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 31.03.95)

06. Embargos de terceiro constituem ação de quem, não sendo parte, perdeu a posse, ou nela é turbado, em razão de ato judicial, sendo de todo irrelevante a discussão sobre a propriedade dos bens.

(TRT-AP-02542/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 17.11.94)

Não comprovada a propriedade dos bens móveis cedidos em contrato de locação, nem mesmo por notas fiscais, e obtida a confissão provocada do preposto, não há como prover o apelo na fase de execução devendo prosseguir-se o rito expropriatório nos termos do estatuto consolidado.

(TRT-AP-02100/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 27.09.94)

07. VÍCIO SANÁVEL - REGULARIZAÇÃO - Impõe-se ao Juiz, na direção do processo, e havendo elementos nos autos, determinar de ofício a regular citação de todos os litisconsortes passivos na ação de embargos de terceiro, ainda que parte deles tenha sido na petição inicial genericamente designada como "outros".

(TRT-AP-02662/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Denise Alves Horta - Publ. MG. 12.11.94)

EMPREGADO

Doméstico

01. CARACTERIZAÇÃO. DIREITOS. Caracterizada a prestação de serviços de natureza doméstica (artigo 1º da Lei nº 5859/72), consubstanciados estes no auxílio diário a pessoa inválida, no âmbito residencial desta, não

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352se há falar em deferimento de horas extras, adicional noturno e FGTS, face à ausência de previsão legal que estenda tais direitos aos empregados domésticos.

(TRT-RO-2124/95 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 08.04.95)

GUARDA NOTURNO - CARACTERIZAÇÃO - O que caracteriza o empregado doméstico não é a natureza do serviço que ele presta, mas o contexto em que faz.Se trabalha no âmbito residencial de uma pessoa ou família, mas de finalidade não lucrativa, é doméstico e seu contrato de trabalho será regido pela Lei nº 5.859/72.

(TRT-RO-00857/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 18.03.95)

Muito embora o art. 7º, alínea "a", da CLT, tenha excluído o empregado doméstico do elenco de direitos previsto no texto consolidado, não há como investigar se existe ou não relação de emprego, senão à luz do art. 3º daquele diploma. A própria Lei nº 5.859/72, em seu art. 1º, ao utilizar a expressão "empregado doméstico" (e não trabalhador doméstico), só pode se referir ao trabalho prestado dentro da órbita de uma relação de emprego. Assim, o doméstico é um empregado como qualquer outro, apesar de ter seus direitos previstos em legislação específica.

(TRT-RO-3149/95 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 30.05.95)

02. ESTABILIDADE PROVISÓRIA - A Constituição não contemplou essa classe de empregados com a estabilidade provisória a que alude o ato das disposições transitórias. E, não mencionando o art. 7º da Carta Magna que tal benefício estender-se-ia também aos domésticos, o direito subsiste apenas para os urbanos e rurais, tendo aquele instituto limitação restrita.

(TRT-RO-2041/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 06.08.94)

DOMÉSTICA GESTANTE - GARANTIA DE EMPREGO - Embora não se estenda à empregada doméstica a estabilidade provisória da gestante prevista no art. 10, II, "b", do ADCT, por não se tratar de direito conferido à categoria pelo art. 7º, parágrafo único, da CF, faz ela jus ao salário-maternidade de 120 dias (art. 7º, item XVIII, da CF), que constitui garantia de emprego e de salário pelo prazo aludido, devendo ser convertida em indenização por conta do empregador, desde que verificada a dispensa imotivada no curso da gravidez, já que a extinção do contrato frustra a obtenção do benefício pela empregada junto ao INSS. Todavia, no caso dos autos, a reclamante não provou a alegada gravidez e ainda confessou o abandono de emprego, pelo que não tem direito algum em decorrência da resilição contratual.

(TRT-RO-10385/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 24.09.94)

03. EMPREGADA DOMÉSTICA - FÉRIAS EM DOBRO. A empregada doméstica não faz jus às férias em dobro, já que a Lei 5859/72 não lhe assegura este direito.

(TRT-RO-12661/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 28.10.94)

FÉRIAS - DOMÉSTICA - CF - TEMPO. A Constituição Federal, ao estender para os domésticos os direitos sociais inerentes ao trabalhador urbano, fê-lo, sobretudo, relativamente às férias, no sentido de lhes assegurar um terço a mais do que o salário normal, mantido noutro aspecto o tempo de gozo fixado pelo Decreto 71885/73 em seu art. 6º, de 20 dias úteis como descanso anual daquele trabalhador.

(TRT-RO-11999/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Roberto Marcos Calvo - Publ. MG. 26.11.94)

04. EMPREGADA DOMÉSTICA. GRAVIDEZ. GARANTIA DE EMPREGO. A empregada doméstica não se beneficia da garantia de emprego prevista no art. 10, inciso II, letra b, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. A disposição transitória citada deve ser interpretada em consonância com o parágrafo único do art. 7º da Constituição Federal, que não estende à doméstica a proteção contra a despedida sem justa causa em caso de gravidez.

(TRT-RO-12956/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Márcio Flávio Salem Vidigal - Publ. MG. 19.11.94)

ESTABILIDADE PROVISÓRIA - GESTANTE - EMPREGADA DOMÉSTICA - APLICABILIDADE. De forma enumerativa assegura o inciso XXXIV do artigo 7º da Constituição Federal de 1988 os direitos incidentes sobre a relação doméstica de trabalho, inclusive quanto à regra consubstanciada no inciso XVIII do referido dispositivo legal. Não obstante, a regulação transitória operada pelo artigo 10, inciso II, alínea ¨b¨ do Ato das Disposições Constitucionais não afasta o direito à estabilidade provisória à empregada doméstica, pois sua esfera de proteção abarca genericamente as empregadas gestantes, sejam elas urbanas, rurais, avulsas ou domésticas, tanto assim que a legislação previdenciária garantiu a concessão direta do salário-maternidade correspondente ao valor do último salário-de-contribuição.

(TRT-RO-12186/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 12.11.94)

05. RELAÇÕES DE EMPREGO. A mulher de empregado doméstico, caseiro de pequena chácara de recreação, que presta pequenos serviços para ajudar o marido, não é empregada do proprietário do imóvel.

(TRT-RO-918/95 - 2ª T. - Red. Juiz Hiram dos Reis Corrêa - Publ. MG. 17.03.95)

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353 RELAÇÃO DE EMPREGO - DIARISTA. A d. maioria desta Turma, vencido o Juiz Relator, entende que a

diarista que trabalha três vezes por semana em serviços de faxina é empregada doméstica. Deram provimento ao recurso.

(TRT-RO-15777/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 07.02.95)

06. SALÁRIO MATERNIDADE. EMPREGADA DOMÉSTICA. É da Previdência social o encargo de pagar diretamente à empregada doméstica o salário-maternidade, correspondente ao último salário de contribuição. Não se exige para a sua concessão prazo de carência e portanto, não é ele condicionado à manutenção do vínculo empregatício. Assim, não cabe ao empregador, em razão da dispensa sem justa causa, arcar com este benefício previdenciário.

(TRT-RO-03349/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 07.10.94)

Rural

01. ATIVIDADE EXERCIDA. Exercendo o obreiro atividade agrícola em propriedade rural ou prédio rústico, sua condição é de trabalhador rural, não importando que a atividade da empresa a que se vincula, seja enquadrada economicamente como indústria.

(TRT-RO-13624/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 06.12.94)

CARACTERIZAÇÃO. O empregado, independentemente de sua profissão, será classificado como rural se prestar serviços para empregador rural, em propriedade rural ou prédio rústico, de acordo com os arts. 2º e 3º da Lei 5.889/73, exceto se pertencer à alguma categoria diferenciada e que contenha legislação própria.

(TRT-RO-11588/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 22.10.94)

ENQUADRAMENTO - No enquadramento do trabalhador rural deve-se atentar não só para a atividade empresarial da empregadora, mas também para as funções exercidas pelo empregado. Estas, se tipicamente rurais e realizadas em propriedade de igual natureza, determinam a classificação do empregado como rurícola, não olvidando a natureza da atividade empresária.

(TRT-RO-12623/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 04.11.94)

QUALIFICAÇÃO - Hoje o que conta é o local da prestação de serviços. Todos os que trabalhem em propriedade rural ou prédio rústico, em regime de subordinação, incidem no âmbito da aplicabilidade da Lei nº 5.889/73, é o que se depreende em face do cancelamento de Enunciado 57 do C. TST.

(TRT-RO-4054/95 - 2ª T. - Rel. Juiz Michelangelo Liotti Raphael - Publ. MG. 02.06.95)

O trabalhador do campo ligado a agroindústria é considerado rurícola. A qualificação profissional é regida pelo enquadramento legal, consoante a natureza da prestação de serviços, que na hipótese, se ligada diretamente ao campo define o empregado como sendo rural.

(TRT-RO-04891/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 20.08.94)

02. O empregado em empresa de florestamento e reflorestamento é trabalhador rural. PRIMUS, em razão da própria natureza do serviço do obreiro: o trabalho no campo, "em propriedade rural ou prédio rústico" (Lei nº 5.889/73 - art. 2º). SECUNDUS, pela qualidade do empregador: empresa que explora atividade agroeconômica (art. 3º do mesmo diploma legal). Recurso Ordinário parcialmente provido.

(TRT-RO-15087/93 - 3ª T. - Rel. Juiz José Murilo de Morais - Publ. MG. 27.09.94)

EMPRESA DE REFLORESTAMENTO - TRABALHO RURAL - PRESCRIÇÃO. O conceito de trabalho rural e, por conseqüência, do empregado rural, pode ser extraído pelo cotejo dos arts. 2º e 3º da Lei nº 5.889/73, sendo o ponto nuclear da distinção do trabalho urbano e exploração da atividade agroeconômica, em propriedade rural. O prefixo agri (latim) ou agro (grego) indica campo e, por isso, as atividades econômicas baseadas no campo apontam para a classificação do trabalho como rural. Os empregados de empresas de reflorestamento com fins industriais são considerados rurícolas, pelo que não sofrem prescrição parcial no curso do contrato.

(TRT-RO-16902/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Sebastião Geraldo de Oliveira - Publ. MG. 21.03.95)

ENQUADRAMENTO - É rurícola o empregado que exerce atividade tipicamente rural no plantio de eucaliptos, laborando para empresa ligada a florestamento e reflorestamento, ainda que a atividade-fim da empregadora esteja voltada para empreendimento de caráter industrial.

(TRT-RO-7722/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Márcio Flávio Salem Vidigal - Publ. MG. 10.09.94)

INDÚSTRIA DE CARVÃO VEGETAL - Não é trabalhador rural, e sim urbano, o trabalhador que presta serviços a indústria de carvão vegetal, explorada por empresa de reflorestamento executando tarefas próprias da indústria.

(TRT-RO-17741/93 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 18.03.94)

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354 PRESCRIÇÃO - EMPRESA DE FLORESTAMENTO - ATIVIDADE DO EMPREGADO - Exercendo o

empregado atividade de operador de máquina, mesmo em se tratando de empresa de florestamento, a prescrição qüinqüenal deve ser aplicada, uma vez que se trata de trabalhador tipicamente urbano.

(TRT-RO-10624/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 05.10.94)

03. OPÇÃO DO TEMPO DE SERVIÇO ANTERIOR - Sendo inaplicável ao rurícola, antes da Constituição de 1988, o regime Jurídico único do FGTS, nulas a opção e a transação do tempo de serviço anterior a ela, feitas com base na então vigente Lei nº 5.107/66.

(TRT-RO-15925/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 31.01.95)

OPÇÃO PELO FGTS - Sendo rural o empregado e não se lhe destinado, na época, o regime do Fundo de garantia por tempo de serviço, inviável e sem nenhum efeito legal a opção efetivada, pelo menos até a data da Constituição. Não prescrevendo aí o direito de ação. Primeiro, porque o ato inexistente não produz qualquer efeito. Segundo, porque o prazo para reivindicar indenização de antigüidade conta-se da rescisão.

(TRT-RO-5513/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 15.10.94)

04. CONTROLE DE JORNADA - EMPREGADO RURAL. A folha de pagamento não é meio hábil para comprovar a efetiva jornada de trabalho do empregado, visto ser um documento unilateral. Se totalmente inviável o controle de ponto através do registro mecânico, por se tratar de trabalho rural, certamente a empresa pode contar com outros meios previstos em lei e que atendam melhor às suas peculiaridades. Desprovejo.

(TRT-RO-2098/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 01.10.94)

05. CADASTRAMENTO NO PIS - INDENIZAÇÃO COMPENSATÓRIA - EMPREGADO RURAL. O cadastramento no PIS do empregado rural cujo empregador não fosse pessoa jurídica ou a ela equiparada não era assunto pacífico. O esclarecimento somente surgiu quando da obrigatoriedade de todo empregador rural se inscrever no INSS. Assim, o item 1 da Norma de Serviço nº 599 de 16.12.88 (CEF/PIS nº 93/88) determina que os empregadores rurais deverão cadastrar seus empregados e trabalhadores avulsos admitidos a partir de 05.10.88, desde que ainda não inscritos como participantes do PIS. Dessa feita, a indenização pleiteada somente é devida a partir de 05.10.88.

(TRT-RO-11588/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 22.10.94)

06. CONTRATO DE TRABALHO. SOMA DOS PERÍODOS. PRESCRIÇÃO. Inviável a soma dos períodos contratuais descontínuos do trabalhador rural, quando evidenciado que são autônomos e distintos os contratos, intermediados por lapso de tempo superior a um ano e meio, ante a confissão do empregado de que a resilição do primeiro deu-se por demissão espontânea, tendo trabalhado para terceiros no interregno deste para o segundo. Assim, não há que se falar em readmissão, nem se tornam aplicáveis ao caso os preceitos do art. 453 da CLT e do Enunciado 156/TST, consumando-se a prescrição do direito de reclamar quanto ao primeiro contrato, a teor do art. 7º, item XXIX, letra "b", da CF.

(TRT-RO-11290 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 14.10.94)

EMPREGADOR RURAL - PRESCRIÇÃO - A pessoa jurídica que explora atividade agroeconômica é empregadora rural. Os pressupostos identificadores da "fattispecie" do artigo 3º da lei 5.889/73 estão configurados, pelo que se admite a condição de rurícola do reclamante. A prescrição a ser observada é a do artigo 7º, inciso XXIX, letra "b", da Constituição Federal.

(TRT-RO-00418/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 18.03.95)

URBANO X RURAL. CARACTERIZAÇÃO. PRESCRIÇÃO. A qualidade rural do trabalho emerge da conjugação de dois requisitos: atividade agroeconômica do empregador e exercício do labor do empregado em propriedade rural ou prédio rústico. Não atendidos tais requisitos, tem-se por urbano o obreiro, pelo que a prescrição a ser observada é a prevista na alínea "a", inciso XXIX, do art. 7º da Constituição Federal, como corretamente determinado pela v. decisão recorrida.

(TRT-RO-06758/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 23.07.94)

07. RELAÇÃO DE EMPREGO. CONFIGURAÇÃO. Configura-se a relação de emprego rural entre o beneficiário direto do trabalho, proprietário de imóvel rural, e o trabalhador que, contratado por intermediário denominado empreiteiro, presta serviços de construção de cerca, limpeza e plantio na propriedade do primeiro. A contratação por pessoa interposta e sob pretensa roupagem civil, no caso, afigura-se ilegal e contrária aos princípios do direito do trabalho.

(TRT-RO-4861/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Márcio Flávio Salem Vidigal - Publ. MG. 05.11.94)

RELAÇÃO DE EMPREGO. TRABALHO RURAL. Comprovado que o reclamante, filho menor de empregado de proprietário rural, prestava serviços executando tarefas típicas do âmbito da propriedade, a relação de emprego entre o menor e o proprietário não tem como nem porque deixar de ser reconhecida, se presentes os seus demais supostos configuradores.

(TRT-RO-10054/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Tarcísio Alberto Giboski - Publ. MG. 15.10.94)

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355

RELAÇÃO DE EMPREGO. TRABALHO RURAL. EVENTUALIDADE. Como pressuposto de desconfiguração de uma relação de emprego, a eventualidade decorre tão somente da natureza do serviço ou trabalho executado ou contratado e não do maior ou menor tempo de contratação do trabalhador. Se imanente nas atividades meio ou fim do empreendimento, essencial ao seu desenvolvimento e necessário a consecução do objetivo econômico perseguido pelo produtor rural, aí o serviço nada terá de eventual. Nas propriedades rurais, a colheita dos produtos agrícolas jamais poderá ser considerada como uma atividade eventual, isso porque, ao final da safra, constitui uma atividade permanente, apesar de temporária e com previsibilidade de termo, exatamente em função da maior ou menor utilização de mão de obra pelo proprietário rural.

(TRT-RO-9773/94 - 5ª T. - Red. Juiz Tarcísio Alberto Giboski - Publ. MG. 26.11.94)

EMPREITADA

01. RELAÇÃO DE EMPREGO X EMPREITADA - PROVA - Quem contrata por empreitada e, logo, a seguir, como empregado, sem solução de continuidade, deve documentar, comprovar e justificar ambos os períodos. O que não fez a Ré no caso destes autos, insistindo na distinção entre as duas contratações. Apresentou como única testemunha o próprio engenheiro da obra. O Autor, através de suas três, comprovou a continuidade do trabalho e da forma de pagamento, bem como sujeição a jornada e fiscalização durante os dois períodos. No mesmo sentido é a prova escrita, recibos de rescisões trabalhistas em ambos os períodos, confirmando a relação de emprego como a única sempre existente.

(TRT-RO-05188/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 12.11.94)

02. RELAÇÃO DE EMPREGO - REGRA GERAL. Nas relações de trabalho prevalece a relação de emprego como regra geral. Argüidas, em defesa, a parceria e a empreitada pela excepcionalidade que traduzem, tais modalidades de prestação de serviços devem ser satisfatoriamente comprovadas.

(TRT-RO-05560/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 23.07.94)

03. DONO DA OBRA - Art. 455 da CLT. Não há responsabilidade solidária entre o dono da obra e o empreiteiro. O art. 455 da CLT dispõe estabelecendo vínculo jurídico apenas entre empreiteiro e subempreiteiro. Recurso a que se dá provimento.

(TRT-RO-26517/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 25.02.95)

RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO DONO DA OBRA - Muito embora o art. 455 da CLT disponha a respeito da responsabilidade solidária entre empreiteiro principal e subempreiteiro, tal preceito deve também ser aplicado aos ajustes firmados entre o dono da obra e o empreiteiro. Não se pode olvidar a lição apregoada pela sabedoria dos romanos, há milênios: "ubi eadem legis ratio, ibi eadem legis dispositio" (onde há a mesma razão da lei, aí deve-se aplicar a mesma disposição legal). Os maiores cultores do Direito já conheciam o princípio da analogia legal. Recurso Ordinário a que se dá provimento.

(TRT-RO-11686/93 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 05.10.94)

SOLIDARIEDADE. Provado que o produto do trabalho do obreiro tenha se revertido em benefício de mais de um empregador, não deve a Justiça do Trabalho pronunciar-se sobre controvérsias empresárias no sentido de excluir da lide uma ou outra empresa. A integral comunhão de interesses torna-as responsáveis solidárias pelo débito trabalhista, pois onde existia comunhão de interesses, há comunhão de deveres. Conforme disposto no art. 455/CLT, nos contratos de subempreitada responderá o subempreiteiro pelas obrigações derivadas do contrato de trabalho que celebrar, cabendo todavia, aos empregados, o direito de reclamação contra o empreiteiro principal pelo inadimplemento daquelas obrigações por parte do primeiro.

(TRT-RO-4736/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 08.11.94)

SOLIDARIEDADE - DONO DA OBRA - É o dono da obra responsável, solidariamente, com o empreiteiro quando demonstrado nos autos a sua inidoneidade e incapacidade financeira para a execução da obra. Contrato de empreitada assim firmado viola o disposto no art. 9º, da CLT; é o dono da obra o empregador direto.

(TRT-RO-16748/92 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 06.09.94)

SOLIDARIEDADE - REMUNERAÇÃO DO EMPREGADO. Pelo artigo 455/CLT, a solidariedade não se verifica apenas na linha das subempreiteiras, mas se estende, também, à outra, parte contratante, chamada "dona da obra" ou empreiteira principal. Não pode o Direito do Trabalho perder-se em discussão estéril, sobre responsabilidade e personalismo jurídico, enquanto um empregado aguarda o recebimento do salário e dos direitos equivalentes a trabalho já prestado. Quem quer que se beneficie do trabalho, é responsável pela sua remuneração.

(TRT-RO-06981/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 17.11.94)

04. DONO DA OBRA - RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA - À dona da obra cabe fiscalizar a forma de prestação do trabalho humano a seu favor e é também negligente, senão conivente, quem contrata empresa

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356que negligencia ao sub-empreitor os serviços contratados. A dona da obra é responsável subsidiária pelas obrigações trabalhistas descumpridas pela empregadora, seja esta sua empreiteira, ou sub-empreiteira da terceira empresa.

(TRT-RO-1601/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 08.04.95)

DONO DA OBRA - RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA - A contratação de empreiteiro inidôneo permite atribuir à tomadora dos serviços, integrante da relação processual, a responsabilidade subsidiária pela satisfação dos direitos trabalhistas reconhecidos em Juízo.

(TRT-RO-15366/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Luiz Ronan Neves Koury - Publ. MG. 01.04.95)

SUBEMPREITADA. CULPA "IN ELIGENDO" E "IN VIGILANDO". RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DA EMPREITEIRA PRINCIPAL E DO DONO DA OBRA. Demonstrando a prova dos autos a verdadeira condição da primeira recorrente de empreiteira principal e a falta de idoneidade financeira e patrimonial do primeiro reclamada para arcar com o pagamento dos direitos trabalhistas do reclamante, devem tanto a empreiteira quanto o dono da obra, que incorreram em culpa in eligendo" e "in vigilando", responder subsidiariamente pela condenação. É que os direitos do obreiro, de cunho alimentar, devem prevalecer sobre os direitos meramente patrimoniais do empreendedor principal e do tomador de seus serviços que se utilizaram, ainda que por interposta pessoa, de sua força de trabalho.

(TRT-RO-2197/95 - 2ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 21.04.95)

05. SUBEMPREITADA. Configurada está a subempreitada do art. 455/CLT, quando a terceira reclamada contrata serviços com a segunda ligados ao ajuste antes havido entre esta e a primeira, mera dona da obra, alocando, ainda, os Reclamantes. O reconhecimento da responsabilidade solidária ou subsidiária e a correção da titularidade empresarial da relação empregatícia são as formas judiciárias de sanar o defeito.

(TRT-RO-17204/93 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 02.09.94)

SUBEMPREITEIRO - EMPREITEIRO PRINCIPAL. Por força do art. 455 da CLT é indiscutível a possibilidade do empreiteiro principal atuar no pólo passivo das ações trabalhistas. Todavia, é indispensável a citação da subempreiteira para apresentar defesa juntamente com a empreiteira principal. Isto porque, somente aquela possui os registros relativos aos contratos de trabalho, os quais são indispensáveis à defesa. Cumpre notar que o empreiteiro principal, quase sempre, desconhece as circunstâncias nas quais a subempreiteira, contratou os seus empregados, não possuindo elementos para se defender. A se admitir que a reclamatória pudesse ser proposta exclusivamente contra o empreiteiro principal, ficaria ele à mercê das alegações do autor.

(TRT-RO-12572/94 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 04.11.94)

EMPRESA

01. EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇOS - RESPONSABILIDADE DA TOMADORA DE SERVIÇOS - Caracterizado o estado falimentar por ausentar-se o comerciante sem deixar representante para administrar o negócio, a teor do art. 2º, VII do Decreto-Lei 7.661/45, com distrato da recorrente e a prestadora de serviços em 05 ago 1994 (fl. 24-5), e a dispensa do autor em 30 jul 1994, correta a aplicação analógica do art. 455 da CLT pela ocorrência de "error in vigilando". Esse é o princípio consagrado em tais hipóteses pelo art. 16 da Lei 6019/74.

(TRT-RO-17245/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 18.02.95)

02. AÇÃO RESCISÓRIA - CONTRATAÇÃO DE EMPREGADO POR ENTE PÚBLICO - A matéria acerca da contratação de empregado por ente público, em qualquer de suas esferas, por força do Enunciado 256/TST, após a Constituição Federal de 1988, não obstante a clareza dos ditames constitucionais, ainda se encontra controvertida. E, diante da controvérsia existente, diz o Enunciado 83/TST, ser incabível a rescisória.

(TRT-AR-245/94 - Seção Especializada - Red. Juiz Renato Moreira Figueiredo - Publ. MG. 27.01.95)

EXECUÇÃO - PROCEDIMENTO - Ao lançar-se o Estado na atividade econômica através de empresa pública, deverá sujeitar-se ao regime comum, não lhe sendo lícito usufruir de privilégios que não se estendam às empresas do setor privado. As vantagens, acaso existentes, devem estar fixadas constitucionalmente. Assim, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos não goza do benefício da execução por precatório, respondendo com seu patrimônio pelas obrigações que assumir.

(TRT-RO-2789/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 02.12.94)

ENGENHEIRO

01. ENGENHEIRO - HORAS EXTRAS A Lei 4.950/66 não estipula jornada reduzida para os Engenheiros, mas estabelece o salário mínimo profissional. A jornada de até 8 (oito) horas para o Engenheiro é considerada normal, desde que o salário ajustado seja igual ou superior ao piso fixado, cujo critério de cálculo está expressamente estabelecido no artigo 6º, da norma legal referida.

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357 (TRT-RO-259/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Sebastião Geraldo de Oliveira - Publ. MG. 30.05.95)

02. ENGENHEIRO. SALÁRIO MÍNIMO PROFISSIONAL. É incompatível a política nacional de salários com o salário profissional de determinada categoria, quando este tem por embasamento o salário mínimo de que trata o artigo sétimo da CF/88, porque já embutido dos reajustes da lei.

(TRT-RO-05299/93 - 5ª T. - Rel. Juiz Roberto Marcos Calvo - Publ. MG. 23.07.94)

ENQUADRAMENTO

01. INCORPORAÇÃO DE EMPRESA: Permanecendo o empregado na mesma função, com idênticas atribuições e igual remuneração, a modificação da nomenclatura do cargo para adequação à estrutura da empresa sucessora, não importa em desvio de função, por faltar atribuição de carga ocupacional qualitativamente superior à do primitivo cargo.

(TRT-RO-07158/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 23.07.94)

A existência de quadro de pessoal organizado em carreira, devidamente homologado, não constitui óbice a que o empregado em desvio de função obtenha seu reenquadramento no cargo desviado.

(TRT-RO-7827/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 18.10.94)

02. REENQUADRAMENTO FUNCIONAL - Adotando o empregador quadro de carreira para seu pessoal, devidamente homologado pela autoridade competente, é lógico que se lhe atribui o poder diretivo para efetuar promoções a seu exclusivo juízo, evidentemente respeitada a igualdade de tratamento salarial e os critérios de antigüidade e merecimento sob o ponto de vista de qualidade ou quantidade. Sentindo-se prejudicado o trabalhador quando da movimentação do quadro ou preenchimento de vagas deverá oportunamente, através da nominada "ação de revisão de enquadramento" buscar a garantia de seu direito, caso legítimo, nesta Justiça especializada.

(TRT-RO-1770/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Michelangelo Liotti Raphael - Publ. MG. 02.06.95)

03. DIFERENÇAS SALARIAIS - ENQUADRAMENTO - INEXISTÊNCIA DE FATO EXTINTIVO ANTE A CARACTERIZAÇÃO DE PAGAMENTO COMPLESSIVO - VEDAÇÃO - Se o empregador admite o enquadramento salarial do reclamante no nível pretendido pelo pedido inicial, bem como da existência de diferenças salariais daí decorrentes, não se mostra eficaz na esfera jurídica a alegativa no sentido de que a gratificação de função compreendia, de forma englobada, o pagamento das respectivas diferenças entre os níveis do cargo efetivo e daquele correspondente à função desempenhada, além do percentual relativo à importância da gratificação de função. Na esfera do Direito do Trabalho tal ajuste se revela inválido, uma vez repudiada a figura do denominado "salário complessivo", visto que inexiste possibilidade de especificação das parcelas porventura pagas. Inteligência dos artigos 9º e 477, parágrafo 2º da CLT e artigo 940 do Código Civil Brasileiro.

(TRT-RO-11344/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 04.03.95)

Sindical

01. ENQUADRAMENTO SINDICAL. ADVOGADO DE SINDICATO. Não sendo integrante de categoria profissional diferenciada, o advogado empregado de entidade sindical não integra a mesma categoria que a sua empregadora representa, mas, sim, a que congrega os trabalhadores das entidades sindicais, ainda mais quando existe na base territorial da sua prestação de serviços Sindicato profissional que os representa, não lhe sendo possível exigir da empregadora o cumprimento de vantagens que ela, através de negociação coletiva, obteve para os seus representados e não para os seus empregados.

(TRT-RO-2636/95 - 5ª T. - Rel. Juiz Tarcísio Alberto Giboski - Publ. MG. 06.05.95)

02. A atividade empreendida pelo empregador é fator decisivo para o enquadramento sindical do empregado. (TRT-RO-14548/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 25.11.94)

CATEGORIA PROFISSIONAL. ENQUADRAMENTO SINDICAL. O enquadramento sindical do empregado é determinado pela atividade preponderante da empresa, máxime quando esta é devidamente comprovada por resolução do Ministério do Trabalho.

(TRT-RO-06332/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Roberto Marcos Calvo - Publ. MG. 23.07.94)

A empresa recorrida pertence ao Sindicato da Construção Pesada, e ainda que o reclamante seja integrante de categoria diferenciada, "in casu" dos motoristas, a doutrina e a jurisprudência são assentes no sentido de que a empregadora não está sujeita a normas coletivas advindas de acordo ou convenção coletiva instituídas em favor do empregado, quando deles não participou, sequer através da entidade sindical a que pertença.

(TRT-RO-07288/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 20.08.94)

ENQUADRAMENTO DE EMPREGADO EM EMPRESA AGRO-INDUSTRIAL. Para enquadramento de

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358empregado em empresa que explora atividade agro-industrial, releva analisar a natureza da atividade efetivamente prestada, contudo prevalece a regra geral no sentido de seguir a atividade preponderante do empregador, à míngua de prova de trabalho eminentemente rural do trabalhador.

(TRT-RO-9397/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 16.09.94)

O enquadramento sindical é determinado, via de regra, pela atividade preponderante da empresa empregadora. O texto Consolidado estabelece a exceção contida no parágrafo 3º do art. 511: categoria profissional diferenciada. Tal preceito, contudo, deve ser interpretado em consonância com o art. 577 do mesmo diploma legal. O Quadro de Atividades e Profissões a que alude a CLT, não inclui, entre as categorias diferenciadas, o servente da construção civil. Assim, tal profissional, quando contratado por empresa de construção pesada, sujeita-se ao mesmo enquadramento sindical dos demais empregados. Recurso Ordinário provido.

(TRT-RO-12404/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 08.11.94)

Possuindo a empresa mais de uma atividade econômica, o seu enquadramento sindical deverá ser feito considerando-se a sua natureza predominante. Assim, vigia de clube de recreação, ainda que em construção, não pode se beneficiar de convenção coletiva celebrada pelos sindicatos da indústria e dos trabalhadores na construção civil, na qual não foi parte.

(TRT-RO-11503/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 27.09.94)

03. CATEGORIA DIFERENCIADA. DEMONSTRAÇÃO. Sendo a empresa uma escola, infantil, a alegação, por ela, de que empregada lotada no berçário exercesse funções de enfermagem, não sujeitas à atração do sindicato dos auxiliares de administração escolar, demanda prova. Sem essa e até fixado que a empregada não detinha registros nem qualificações especiais dessa função, o enquadramento opera-se pela atividade preponderante do empregador, educacional.

(TRT-RO-04308/93 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 23.07.94)

INSTRUMENTOS NORMATIVOS - OBSERVÂNCIA - Se a empregada trabalhara com crianças em tenra idade, em creche mantida pela Fundação Ré e essa não tenha transacionado, diretamente ou por representação, com o Sindicato dos Professores, não há como pretender obrigá-la à observância de norma coletiva firmada pelo Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino e aquele. Primeiro, porque o enquadramento sindical obreiro, tecnicamente correto, não é o de professora e segundo porque as normas coletivas, mais ainda a decisão judicial, não obrigam pessoas que não participaram da relação jurídica e, portanto, não estão jungidas às regras pactuadas, nem se obrigam pelas decisões normativas que as atingiam.

(TRT-RO-18048/92 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 26.11.94)

04. PROFISSIONAL LIBERAL - As categorias de profissionais liberais ou autônomos compreendem não só os empregados, mas também, aqueles que trabalham por conta própria. Assim, o cirurgião-dentista, empregado, integra a sua própria classe, independentemente da atividade econômica preponderante de sua empregadora.

(TRT-RO-05960/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 1º.07.94)

ENUNCIADOS

01. ENUNCIADOS - Os Enunciados, frutos de meditação dos eminentes Ministros do TST, não possuem eficácia de lei, refletindo a jurisprudência a respeito de determinado tema. O Magistrado, dentro do seu livre convencimento, não se acha subjungido à jurisprudência, tanto que ela é mutável.

(TRT-AR-00039/95 - Seção Especializada - Rel. Juiz Dárcio Guimarães de Andrade - Publ. MG. 30.06.95)

02. TST - ENUNCIADOS - OBSERVÂNCIA - Embora não sejam dotados de força vinculante, os enunciados representam a orientação predominante, normalmente adotada pelos tribunais inferiores, pelo que devem ser observados, eis que emanados do órgão encarregado da uniformização da jurisprudência a nível dessa Justiça Especializada.

(TRT-RO-10097/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Roberto Marcos Calvo - Publ. MG. 01.10.94)

03. A interpretação consolidada em Enunciado não estende seus efeitos ao passado, para atingir matéria decidida por sentença passada em julgado. Ação Rescisória improcedente.

(TRT-AR-290/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Aroldo Plínio Gonçalves - Publ. MG. 27.01.95)

04. INCONSTITUCIONALIDADE - Os enunciados do TST refletem entendimento cristalizado da Colenda Corte do Trabalho, sem força vinculativa. Não tendo, portanto, caráter normativo, irrelevante é a argüição de inconstitucionalidade dos mesmos.

(TRT-RO-02445/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 23.07.94)

294/TST

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35901. ENUNCIADO 294/TST - INAPLICABILIDADE - O enunciado 294/TST não se aplica à hipótese de diferenças

salariais decorrentes do reajuste de 26,05% relativo a fevereiro de 1989, uma vez que o referido Enunciado dirige-se aos casos de alteração contratual. A falta de concessão de reajuste legal não se caracteriza como alteração do pacto laboral.

(TRT-RO-12084/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Márcio Flávio Salem Vidigal - Publ. MG. 29.10.94)

PRESCRIÇÃO. ENUNCIADO 294. Tratando-se de vantagem decorrente de norma regulamentar e havendo alteração do pactuado com lesão definitiva do direito, a reparação judicial deve ser reivindicada dentro do qüinqüênio subseqüente, se vigente o contrato, ou dentro do biênio que se seguir à sua extinção, por se tratar de ato único do empregador, sujeitando-se a prescrição ao entendimento jurisprudencial sufragado pelo Enunciado 294 do C. TST.

(TRT-RO-18431/93 - 5ª T. - Rel. Juiz Tarcísio Alberto Giboski - Publ. MG. 06.05.95)

330/TST

01. EFICÁCIA LIBERATÓRIA - O Enunciado nº 330 do TST não trouxe nenhuma inovação à ordem jurídica pátria. A eficácia liberatória em relação às parcelas constantes do instrumento de rescisão já era prevista, de há muito, no parágrafo 2º, do art. 477 da CLT. E a norma consolidada jamais foi empecilho para a discussão em juízo. Se a Carta Maior dispõe, em seu art. 5º, item XXXV, que a "lei" não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito, claro é que nenhum Enunciado poderá fazê-lo.

(TRT-RO-12445/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 17.11.94)

O Enunciado 330/TST, mesmo conferindo eficácia liberatória aos atos rescisórios homologados pelo sindicato, não impede sua discussão em juízo, o que só pode ser alcançado pela força da coisa julgada, porquanto a quitação das parcelas rescisórias se dá única e exclusivamente pelos valores constantes do TRCT, nos termos do parágrafo 2º do art. 477 celetizado.

(TRT-RO-16964/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 25.02.95)

INDENIZAÇÃO ADICIONAL - APLICAÇÃO DO EN. 330/TST - A eficácia liberatória prevista no verbete do Enunciado 330 do TST diz respeito tão-somente às parcelas consignadas no termo de rescisão contratual, pelo que não alcança a indenização adicional pleiteada, já que não houve quitação quanto à ela. Por outro lado, a ressalva é quanto às parcelas devidamente constantes do referido termo e, não, pelo extinto contrato de trabalho.

(TRT-RO-16323/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 11.02.95)

A quitação passada pelo empregado, com assistência de Entidade Sindical de sua categoria, ao empregador, observados os termos do art. 477, da CLT, tem eficácia liberatória apenas em relação às parcelas expressamente consignadas no recibo, não a outras. Recurso a que se nega provimento.

(TRT-RO-11331/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José Waster Chaves - Publ. MG. 23.02.94)

RESCISÃO CONTRATUAL - APLICAÇÃO EN. 330/TST - O En. 330/TST não tem o condão de extinguir o processo como pretende a recorrente, embora a rescisão contratual tenha sido homologada pelo Sindicato da Categoria, sem que este tenha aposto qualquer ressalva quanto à parcela postulada, visto que tal procedimento não impede o questionamento judicial a respeito das parcelas sobre as quais pendem controvérsia (artigo 5º, XXXV, da C.F.).

(TRT-RO-14023/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 26.11.94)

02. O Enunciado 330 do Col. TST deve ser interpretado de forma razoável e prudente, de modo a não chancelar eventuais injustiças cometidas no ato do acerto rescisório.

(TRT-RO-10209/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 07.10.94)

RESCISÕES HOMOLOGADAS ATÉ DEZEMBRO DE 1993. Os dois valores fundamentais do direito são a justiça e a segurança jurídica. Até a aprovação do Enunciado 330, estava cristalizada a jurisprudência e a doutrina no sentido de que a quitação abrangia exclusivamente os valores discriminados no documento respectivo. Com a revisão do Enunciado 41, os jurisdicionados tomaram conhecimento da necessidade da ressalva expressa, porquanto consagrou-se o entendimento de que a quitação tem eficácia liberatória em relação à parcela como um todo e não apenas do valor pago. Assim, de acordo com o posicionamento que era adotado pacificamente nos últimos 20 anos (o Enunciado 41 foi aprovado pela Resolução Administrativa do TST nº 41 de 08.06.1973), há de se presumir que a ressalva estivesse implícita na quitação, pelo que a adoção do entendimento do Enunciado 330 do Colendo Tribunal Superior do Trabalho só se justifica para as homologações operadas a partir de janeiro de 1994.

(TRT-RO-10363/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Sebastião Geraldo de Oliveira - Publ. MG. 09.09.94)

331/TST

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36001. INCONSTITUCIONALIDADE DO ENUNCIADO 331/TST - A inconstitucionalidade é apenas de lei ou ato

normativo, a teor do art. 97/CF, e não de súmula ou jurisprudência, que são cristalização interna da jurisprudência dominante nos Tribunais.

(TRT-RO-13425/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 25.11.94)

02. INTERMEDIAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA - LEI 6019/74 - INCIDÊNCIA DOS ENUNCIADOS 256 E 331 DO TST - Demonstrado nos autos, a contento, violação do art. 10 da Lei 6019/74, e inexistindo dúvida de que a empresa tomadora de serviços exercia subordinação direta sobre a recorrida, através de prepostos, incide no caso, inequivocamente, os pressupostos dos Enunciados 256 e 331 do TST, devendo a real empregadora arcar com a indenização legal.

(TRT-RO-11939/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 25.10.94)

03. CONTRATAÇÃO DE TRABALHADOR POR EMPRESA INTERPOSTA - LEGALIDADE - Não forma vínculo de emprego com o tomador ou beneficiário, a contratação de trabalhador por empresa interposta, sempre que os serviços sejam de caráter temporário, de vigilância, de conservação e limpeza, ou especializados e ligados à atividade-meio do tomador e desde ainda que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta ao beneficiário. Inteligência do Enunciado 331 do Colendo TST.

(TRT-RO-2486/95 - 5ª T. Red. Juiz Márcio Ribeiro do Valle Publ. MG. 29.04.95)

04. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA/SOLIDÁRIA - ENUNCIADO 331 DO C. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO - ARTIGO 2º, PARÁGRAFO 2º, DA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO - A responsabilidade solidária não se confunde com a subsidiária. A primeira, como o próprio nome diz, denota solidariedade, ou seja, qualquer dos co-obrigados a ela estão sujeitos, de forma independente e total. Já a responsabilidade subsidiária (aqui também a significação comum do vocábulo se prende ao seu conteúdo jurídico) é supletiva, auxiliar, somente vindo a ser utilizada caso se verifique ser insuficiente a responsabilidade principal. "In casu", para a efetivação da condenação, se eventualmente esta não for satisfeita pelos demais responsáveis. Não se confundem, pois, as disposições contidas no parágrafo 2º, do artigo 2º, da CLT, e no Enunciado nº 331, IV, do C. TST.

(TRT-RO-00792/95 - 4ª T. Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula Publ. MG. 01.04.95)

EQUIPARAÇÃO SALARIAL

01. EQUIPARAÇÃO SALARIAL - DESCONFIGURAÇÃO - A equiparação salarial pressupõe a simultaneidade da prestação de serviços entre equiparando e paradigma, uma vez que somente assim se poderá aferir os pressupostos de igual produtividade e perfeição técnica.

(TRT-RO-11196/94 - 5ª T. Rel. Juiz Roberto Marcos Calvo Publ. MG. 27.10.94)

02. Ao autor compete a prova dos fatos constitutivos do direito à equiparação salarial: identidade de funções, iguais perfeição técnica e produtividade; ao réu, a existência de diferença de tempo de serviço na função superior a dois anos ou existência de quadro de pessoal organizado em carreira.

(TRT-RO-10361/94 - 1ª T. Rel. Juiz Carlos Alves Pinto Publ. MG. 16.09.94)

Comprovada a identidade das funções exercidas pelo autor e paradigmas, compete à reclamada a prova dos fatos obstativos à equiparação pretendida, de forma inequívoca. Não o fazendo, procedem as diferenças salariais postuladas.

(TRT-RO-15590/93 - 2ª T. Rel. Juiz Sebastião Geraldo de Oliveira Publ. MG. 09.09.94)

ÔNUS DA PROVA - A regra insculpida no Enunciado 68 do C. Tribunal Superior do Trabalho, que remete ao empregador o ônus de provar os fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito à equiparação salarial, não desonera o reclamante de fazer prova dos fatos constitutivos do direito que pretende ver amparado judicialmente.

(TRT-RO-15595/94 - 2ª T. Rel. Juiz Pedro Lopes Martins Publ. MG. 10.02.95)

03. ATENDENTE E AUXILIAR DE ENFERMAGEM - Não se pode equiparar atendente de enfermagem à modelo que detém conhecimentos mais aprimorados e adquiridos em curso específico para o exercício da função de auxiliar de enfermagem que exige habilitação legal prevista na Lei nº 7.496/68, artigo 2º. Ausentes os pressupostos do artigo 461 da CLT, denega-se o nivelamento salarial.

(TRT-RO-12106/94 - 2ª T. Rel. Juiz Pedro Lopes Martins Publ. MG. 21.10.94)

O comportamento arbitrário da empresa em promover o paradigma, com dois anos menos de trabalho do que o reclamante, sem apontar nenhum critério objetivo que justificasse tal discriminação, leva à procedência do pedido de equiparação salarial.

(TRT-RO-06813/94 - 4ª T. Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula Publ. MG. 13.08.94)

DEFERIMENTO - Deferida a equiparação salarial a partir de quando verificada a identidade de funções, em

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361contemporaneidade, entre reclamante e paradigmas, não se pode mais admitir a redução de salário do primeiro, mesmo que ocorrida posterior mudança de cargo dos modelos.

(TRT-RO-11277/94 - 4ª T. Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto Publ. MG. 03.12.94)

IDENTIDADE DE FUNÇÕES - A denominação dada as funções exercidas pelos equiparando e paradigmas não se mostra relevante, pois decorre de mero formalismo, interessando tão-somente o aspecto real da prestação de serviço. Até empregados que formalmente desempenham as mesmas funções apresentam diferenças que importam em empecilho para a equiparação salarial. A identidade de funções exigida pela legislação se dá no campo da realidade e esta comprovadamente restou presente ante o conteúdo do laudo pericial e da prova oral produzida.

(TRT-RO-10638/94 - 4ª T. Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias Publ. MG. 01.10.94)

IDENTIDADE SUBSTANCIAL DE FUNÇÕES - A identidade de funções em se tratando de equiparação salarial, é pressuposto necessário, exigido pelo art. 461/CLT. Contudo, não se pressupõe identidade plena ou absoluta de funções, o que seria impossível ante a variedade e instabilidade permanente dos fatos sociais. Basta que substancialmente as funções se identifiquem para que haja atração do art. 461/CLT, prevalecendo o princípio de primazia da realidade.

(TRT-RO-6103/94 - 3ª T. Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva Publ. MG. 11.10.94)

INEXISTÊNCIA DE IDENTIDADE DE FUNÇÕES - Impossível deferir-se a pretendida equiparação salarial, quando a Reclamante, desde a inicial, afirma que suas funções extrapolavam às da paradigma apontada, sendo a prova testemunhal no mesmo sentido. Se pretendia demonstrar o exercício de funções de chefia, errou ao indicar como modelo, mera secretária.

(TRT-RO-1265/95 - 1ª T. Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães Publ. MG. 17.03.95)

ÔNUS DA PROVA - Para que o reclamante obtenha a equiparação salarial basta que alegue e prove a identidade de funções com os paradigmas apontados. Compete à empresa provar os fatos impeditivos ou extintivos do direito à equiparação pretendida, nos termos do verbete sumular nº 68/TST, em que se incluem as alegações da defesa atinentes a melhor perfeição técnica e maior produtividade do trabalho dos modelos, bem como a diferença de tempo de serviço na função superior a dois anos.

(TRT-RO-9956/94 - 4ª T. Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto Publ. MG. 24.09.94)

Pequenas discrepâncias no exercício funcional de reclamante e paradigma não constituem obstáculo à equiparação salarial, desde que presentes os elementos principais que autorizam o reconhecimento da isonomia pretendida.

(TRT-RO-78/94 - 2ª T. Red. Juiz José César de Oliveira Publ. MG. 11.11.94)

QUALIDADE TÉCNICA DO TRABALHO - A diferença de qualidade técnica do trabalho do modelo relativamente ao do postulante há que ser medida na prática da prestação dos serviços. A melhor formação teórica do paradigma, que não gerou repercussão na efetiva prestação do trabalho, não tem como ser levada em conta. A mera potencialidade de melhor desempenho não é sinônimo de maior qualidade técnica ou maior produtividade.

(TRT-RO-4011/94 - 4ª T. Rel. Juiz Márcio Túlio Viana Publ. MG. 08.07.95)

REQUISITO "MESMA LOCALIDADE"- Atento à evolução histórica da economia, sob o enfoque social, na expressão "mesma localidade", fixada pelo "caput" do art. 461 da CLT, há de se eliminar qualquer restrição de natureza apenas geográfica, entendendo-se o conceito como uma identidade de condições sócio-econômicas.

(TRT-RO-14379/93 - 4ª T. Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula Publ. MG. 18.03.95)

ESPÓLIO

01. LEGITIMIDADE DA PARTE - A viúva, de conformidade com os artigos 985, 986 e 990 todos do CPC, é a inventariante natural do espólio, gozando de legitimidade para propor demanda referente a créditos trabalhistas devidos ao falecido marido.

(TRT-RO-3273/94 - 4ª T. Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG.10.06.95)

DE EMPREGADO. LEGITIMIDADE ATIVA. A conseqüência da morte da parte no curso do processo é sua substituição por seu espólio ou por seus sucessores (art. 43 do CPC). Regularmente operada a sucessão, não há de se cogitar do desaparecimento de qualquer das condições da ação. O único aspecto desta que sofreu alteração foi o subjetivo, sem que, no entanto, redundasse em ilegitimidade da parte, pois a sucessão se operou nos moldes da lei.

(TRT-RO-3895/94 - 5ª T. Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG.17.06.95)

ESTABILIDADE

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36201. O empregado que optou pelo FGTS não pode pretender a estabilidade pelo transcurso de tempo de serviço no

emprego, porque incompatíveis os dois regimes jurídicos. (TRT-RO-2165/93 - 3ª T. Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 06.09.94)

02. AÇÃO RESCISÓRIA - DISPENSA OBSTATIVA À ESTABILIDADE - CONCESSÃO DE INDENIZAÇÃO - READMISSÃO - PRESCRIÇÃO - SOMA DOS PERÍODOS DESCONTÍNUOS - VIOLAÇÃO LITERAL - DISPOSIÇÃO DE LEI - O recebimento de indenização legal não impede a soma dos períodos descontínuos de trabalho, se configurado o intuito nitidamente ardiloso de se obstar ao empregado a aquisição da estabilidade decenal quando permanece ele prestando serviços (art. 453/CLT, c/c parágrafo terceiro artigo 499/CLT e Enunciado 20/TST. Tal interpretação conduz à nulidade daquele ato (art. 9º/CLT), fluindo o prazo prescricional da extinção do último contrato (Enunciado nº 156/TST). Incorre violação aos arts. 11 e 453, CLT. Rescisória que se julga improcedente.

(TRT-AR-00127/93 - Seção Especializada Red. Juiz Orestes Campos Gonçalves - Publ. MG. 1º.07.94)

Provisória

01. ACIDENTE DE TRABALHO - Ainda que em princípio possa - e deva - qualquer juiz deixar de aplicar norma inconstitucional, mesmo não tendo a defesa argüido o vício letal, é extra-petita a sentença que declara, de ofício, a inconstitucionalidade da garantia de emprego prevista na Lei 8.213/91. Porque, no caso, a constitucionalidade ou não da referida garantia é altamente controvertida na jurisprudência.

(TRT-RO-5962/94 - 5ª T. Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 27/10/94)

ACIDENTE DE TRABALHO - ESTABILIDADE - INAPLICABILIDADE AOS CONTRATOS A PRAZO - A estabilidade prevista no art. 118 da Lei 8213/91 não se aplica aos contratos com prazo pré-determinado, pela incompatibilidade destes e o alcance daquela.

(TRT-RO-262/95 - 4ª T. Rel. Juiz Carlos Alves Pinto - Publ. MG. 11.03.95)

ACIDENTE DE TRABALHO - ESTABILIDADE DA LEI 8213/91. O art. 118 da Lei 8213/91 garante manutenção do contrato de trabalho do empregado que sofreu acidente do trabalho, por doze meses, após a cessação do auxílio-doença acidentário. Restabelecendo-se o empregado em período inferior à quinze dias, não recebendo, portanto, sequer o benefício de auxílio-doença, não faz jus à estabilidade ali prevista.

(TRT-RO-15639/94 - 3ª T. Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 07.02.95)

ACIDENTE DE TRABALHO - ESTABILIDADE PROVISÓRIA - A estabilidade provisória prevista no parágrafo primeiro do art. 118, da Lei 8213/91, garante ao empregado a manutenção do contrato de trabalho pelo prazo de 12 meses após a cessação do benefício previdenciário. Referido diploma legal constitui direito trabalhista, com aplicação imediata, independendo, portanto, de regulamentação.

(TRT-RO-02034/94 - 6ª T. Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 16.04.94)

ACIDENTE DE TRABALHO - GARANTIA DA LEI 8213/91 INCONSTITUCIONALIDADE - A Lei 8.213/91, no seu artigo 118, criou a estabilidade provisória para o empregado acidentado, enquanto que o inciso I, do art. 7º, da Constituição da República, refere-se apenas ao sistema genérico de proteção da relação de emprego, isto é, ao sistema aplicável à generalidade dos trabalhadores. Esse sistema, sim, é que deverá ser regulado pela lei complementar aludida no dispositivo, o que não inviabiliza a instituição de garantias provisórias de emprego para situações particulares, pela via legislativa ordinária.

(TRT-RO-15043/93 - 4ª T. Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 05.11.94)

ACIDENTE DO TRABALHO. INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 8º, DA LEI 8213/91. A exigência contida no art. 7º, I, da Constituição Federal, no sentido de ser obrigatória a votação de lei complementar regulamentando a estabilidade no emprego, diz respeito à hipótese de proteção genérica contra a dispensa arbitrária, a qual abrange toda a massa de trabalhadores submetidos ao regime da CLT. A estabilidade provisória conferida ao empregado que sofre acidente do trabalho, pelo art. 118 da Lei 8213/91, vincula apenas uma pequena parcela de trabalhadores. Torna-se dispensável, portanto, que a matéria seja submetida ao processo de votação mais complexo, próprio da lei complementar, inexistindo irregularidade em sua instituição através de lei ordinária. Inconstitucionalidade da norma em questão que se rejeita.

(TRT-RO-11442/94 - 2ª T. Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 02.12.94)

GARANTIA NO EMPREGO - ACIDENTE DO TRABALHO - LEI Nº 8.213/91 - ART. 118. Não pode prevalecer a tese que sustenta ser inconstitucional o art. 118 da Lei nº 8.213/91. O parágrafo 1º do art. 5º da Carta Maior estabeleceu que "as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicabilidade imediata". Assim, não se pode condicionar a eficácia do item I do art. 7º à promulgação de lei complementar. Sendo este preceito uma norma de eficácia contida, a aplicabilidade do instituto da garantia no emprego está a depender, tão-somente, de sua previsão legal, ou mesmo convencional. Recurso Ordinário a que se nega provimento.

(TRT-RO-11448/94 - 3ª T. Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 31.01.95)

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363 INCONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 118 DA LEI Nº 8.213/91 - A exigência de lei complementar,

estabelecida no inciso I do artigo 7º, da Constituição da República, diz respeito, tão-somente, à hipótese ali prevista: indenização compensatória, aos trabalhadores, em sua generalidade considerados, quando dispensados de forma arbitrária ou sem justa causa. Portanto, a lei ordinária que confira estabilidade provisória a uma determinada parcela de empregados, que se encontrem em situação especial que a justifique, como é o caso dos acidentados em serviço, não é inconstitucional.

(TRT-RO-11605/93 - 4ª T. Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 27.08.94)

A lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da CF, a qual irá proteger todas as relações de emprego indiscriminadamente contra a despedida arbitrária ou sem justa causa, é apenas um dos direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, não excluindo a possibilidade de o legislador ordinário conceder estabilidades especiais a determinados empregados que se encontram em situações específicas, tais como o acidentado. Aliás, não se concebe que dispositivo constitucional programático, que inova ordenamento jurídico então vigente (art. 7º, I da CF/88), venha a ter a faculdade que anteriormente o legislador ordinário já tinha de proteger, com garantia de emprego, os trabalhadores que preenchiam requisitos legais específicos. Inconstitucionalidade do art. 118 da Lei 8.2132/91 julgada irrelevante.

(TRT-RO-9552/94 - 3ª T. Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 18.10.94)

02. REPRESENTANTE DE SINDICATO - FRAUDE NA ELEIÇÃO SINDICAL - Tendo o reclamante se candidatado para as eleições sindicais e sendo sua chapa derrotada, o mesmo perderá o direito à estabilidade provisória, ainda que a validade da eleição esteja sendo questionada na justiça comum, porquanto a chapa vencedora foi empossada, seguindo todas as formalidades legais.

(TRT-RO-3409/94 - 3ª T. Rel. Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 31.01.95)

03. LITISCONTESTAÇÃO - INOVAÇÃO RECURSAL - Pretendendo o reclamante na inicial o reconhecimento da estabilidade com base no art. 492/CLT, a alegação posta em recurso, de direito à estabilidade prevista no artigo 19 do A.D.C.T. da C.F/88, fere os limites da litiscontestação e os princípios do contraditório e da ampla defesa.

(TRT-RO-18691/93 - 4ª T. Rel. Juiz Ronan Neves Koury - Publ. MG. 11.03.95)

04. EMPREGADOS DE EMPRESAS ELEITOS PARA O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO E CONSELHO FISCAL DE COOPERATIVAS POR ELES CRIADAS - LEI 5764/71. Os empregados de empresas que dirigem ou fiscalizam as sociedades cooperativas por eles criadas, gozam das mesmas prerrogativas asseguradas aos dirigentes sindicais, por serem órgão de direção ou administração de entidade.

(TRT-RO-9082/93 - 3ª T. Rel. Juiz Abel Nunes de Cunha - Publ. MG. 11.10.94)

GARANTIA DE EMPREGO. DIRETOR DE COOPERATIVA DE EMPREGADOS (ARTIGO 55 DA LEI 5.764/71). A norma do artigo 55 da Lei nº 5.764/71, que assegurou aos diretores de sociedades cooperativas criadas pelos empregados de empresas as mesmas garantias asseguradas pelo artigo 543 da CLT aos dirigentes sindicais, foi recepcionada pela nova ordem jurídica instaurada pela Constituição Federal de 1988. É que aquelas mesmas garantias foram consagradas em seu próprio artigo 8º, VIII. Ademais, o texto constitucional não exclui a possibilidade da existência de garantias de emprego aplicáveis a situações específicas, já instituídas por legislação ordinária anterior à sua promulgação ou estabelecidas por leis posteriores. Por outro lado, a Lei em questão não exige que da cooperativa participem exclusivamente empregados da empresa, requisito inexistente no citado artigo 55 e também afastado pelo seu artigo 86, que autoriza o fornecimento de bens e serviços a não associados.

(TRT-RO-01433/95 - 2ª T. Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 21.04.95)

MEMBRO EFETIVO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DE COOPERATIVA - Empregado eleito membro efetivo de Conselho de Administração, órgão de direção de Cooperativa, está amparado pela estabilidade provisória contemplada pela Lei 5764/71, de forma excepcional, desde que evidenciado pelo estatuto que toda responsabilidade pela fixação da política, das diretrizes e o perfeito desempenho da cooperativa incumbiam ao aludido Conselho. Inclusive com responsabilidade colegiada, de cujo rodízio anual entre os seus membros eram eleitos os diretores, que apenas assumiam o rótulo de "alter ego" daquele órgão.

(TRT-RO-18325/93 - 4ª T. Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello - Publ. MG. 20.08.94)

05. A desativação de determinado setor da empresa e a recusa do empregado em ser transferido para outro Estado da Federação não são suficientes para afastar a garantia prevista no "caput" e parágrafo 3º do art. 543 da CLT.

(TRT-RO-829/95 - 4ª T. Rel. Juiz Ubiracy Martins Soares - Publ. MG. 08.04.95)

EXTINÇÃO DO ESTABELECIMENTO. INDENIZAÇÃO DO PERÍODO. O fechamento do estabelecimento é fato extintivo da estabilidade provisória sindical e, em ocorrendo, não gera direito à reintegração no emprego, por impossibilidade material. Este fato, porém, não obstacula o deferimento dos valores salariais devidos pelo período e até um ano após o término do mandato do dirigente sindical, conforme inteligência do art. 543,

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364parágrafo 3º, consolidado.

(TRT-RO-7499/94 - 5ª T. Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 10.09.94)

06. A estabilidade provisória tem como objetivo, além da proteção do trabalhador contra atos do empregador capazes de prejudicar o exercício do mandato sindical, a plena manutenção do contrato de trabalho.

(TRT-RO-9554/94 - 2ª T. Rel. Juiz Celso Honório Ferreira - Publ. MG. 02.09.94)

07. INDENIZAÇÃO. RESCISÃO DO CONTRATO. ENUNCIADO DA SÚMULA 330/TST. Operada a rescisão do contrato, com assistência do Sindicato da categoria no recibo de quitação, importa em renúncia à estabilidade provisória, a ausência de ressalva neste sentido, naquele ato. Embora a indenização correspondente à estabilidade provisória não tenha sido objeto de quitação, a indicar a autorização de reclamação, é ela substitutiva da reintegração, que só subsiste na hipótese de não concordância com a rescisão. Admitida esta, sem oposição, indevida a indenização que é efeito e não causa do direito, captando, nesta hipótese, a aplicação do Enunciado da súmula 330, do E. Tribunal Superior do Trabalho.

(TRT-RO-14557/94 - 1ª T. Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 20.01.95)

RENÚNCIA. Tem-se por correta a decisão da MM. Junta ao considerar que, ao recusar o emprego que lhe era colocado novamente à disposição a recorrente praticou ato de renúncia àquela estabilidade provisória que o legislador constitucional fez inserir na Carta Magna.

(TRT-RO-14757/9 - 1ª T. Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 09.09.94)

RENÚNCIA TÁCITA - Obstado fica o deferimento da reintegração ou indenização correspondente ao período estabilitário pleiteado pela reclamante, emergente de preceito normativo, quando esta, com assistência do próprio sindicato que também a assiste na reclamatória, aceita a dispensa efetivada, recebendo, sem qualquer ressalva, verbas rescisórias e fundiárias, já que ocorre, na hipótese, a renúncia tácita ao benefício, a qual, ostensivamente, assume mais evidência quando o ajuizamento da inicial ocorre bem depois do período da questionada estabilidade, obstando, até mesmo, a finalidade maior da garantia de emprego, eis que impossível na hipótese a reintegração.

(TRT-RO-11611/94 - 5ª T. Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 22.10.94)

ESTÁGIO

01. CONTRATO DE ESTÁGIO EM BANCO - ALUNO DE 2º GRAU NÃO PROFISSIONALIZANTE - ILEGALIDADE DA CONTRATAÇÃO - A Lei 6.494/77 só permite o contrato de estágio de alunos de curso superior ou de cursos profissionalizantes. E não poderia ser de outro modo, já que o estágio só faz sentido quando o estagiário se encontra a meio caminho entre a escola e a atividade profissional. Assim, não há como aplicar o Decreto 87.497/82, na parte em que estendeu implicitamente a possibilidade de contratação aos alunos de cursos de 2º grau não profissionalizantes, ferindo a letra e o espírito da lei que pretendia regulamentar.

(TRT-RO-18430/93 - 4ª T. Rel. Juiz Márcio Túlio Viana - Publ. MG. 08.07.95)

02. CARÊNCIA DE AÇÃO - ESTAGIÁRIO - O contrato de estágio é regido por legislação própria e não gera a relação definida pelo art. 3º, da CLT. Recurso da reclamada a que se dá provimento para julgar a reclamante carecedora de ação.

(TRT-RO-9473/94 - 1ª T. Red. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 26.08.94)

ESTÁGIO. RELAÇÃO DE EMPREGO. Comprovado que em parte do período trabalhado havia estreita relação entre o curso de pedagogia freqüentado pela autora e as atividades que desenvolvia, na condição de estagiária em pré-escola, não há como atribuir-se a relação de emprego durante toda a prestação de serviços. Embora a reclamada tenha dito que para crianças de 3 anos de idade não se exige formação própria de professor, há de se ressaltar que princípios e métodos de educação e instrução são necessários para proporcionar o início de desenvolvimento intelectual nas crianças, os quais estão contidos no Curso de Pedagogia. É que os primeiros 3 anos de vida da criança são de extrema relevância para o seu desenvolvimento, por residirem aí os aprendizados mais importantes da vida, como o andar, a fala, o temor, o prazer, e a descoberta de si e dos outros, É através da interação com outras pessoas que a criança vai construindo suas características: modo de agir, pensar, sentir e sua visão de mundo, seu conhecimento. Nesse contexto, as creches, maternais ou pré-escolares apresentam-se como elemento de desenvolvimento da criança, pois além de prestarem cuidados físicos, criam condições para o desenvolvimento cognitivo, simbólico, social e emocional (cf. Creches: Crianças, Faz de conta & Cia., Zilma de Moraes Oliveira, Ana Maria Mello, Telma Vitória, Maria Clotilde R. Ferreira, 2ª edição, Editora Vozes, Petrópolis, RJ, 1992). Deve-se observar que, em seu trabalho com as crianças, o educador enfrenta, muitas vezes, situações críticas, tais como as de oposição ao adulto, de birra, agressões e a curiosidade. Tais situações o deixam, com freqüência, inseguro. Assim, faz-se necessário, além da tranqüilidade e capacidade de negociação, conhecimentos de técnicas de ensino para, ao mesmo tempo, superar suas dificuldades e favorecer a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças. Nesse sentido, é fundamental que o educador se posicione como um profissional nesta relação e não como alguém que se propõe a substituir a mãe na ausência desta. O

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365educador é o elemento chave, que deve ser adequadamente selecionado e treinado. Portanto, se a autora teve a oportunidade de receber esse treinamento, nos moldes da Lei 6994/77, que dispõe sobre o estágio, torna-se impossível reconhecer-lhe o vínculo empregatício durante toda a prestação de serviços.

(TRT-RO-11271/94 - 2ª T. Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 14.10.94)

RELAÇÃO DE EMPREGO - CONFIGURAÇÃO - FALSO ESTÁGIO - Aquele que presta serviços em atividade essencial e permanente da empresa, na área de vendas, sob remuneração composta de parcela fixa e comissões, sobre as vendas realizadas, sem a necessária supervisão ou acompanhamento para fim de complementação dos estudos, não pode ser considerado estagiário, devendo ser reconhecido o vínculo de emprego em face da primazia da realidade, onde se acham reunidos os suportes todos dos arts. 2º e 3º da CLT.

(TRT-RO-11192/94 - 4ª T. Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 26.11.94)

RELAÇÃO DE EMPREGO - ESTÁGIO - Para que se reconheça relação de emprego, a despeito de contrato de estágio celebrado, é necessário que o autor demonstre de modo inequívoco que houve desvirtuamento dos parâmetros fixados na Lei 6494/77 e Dec. 87497/82.

(TRT-RO-7705/94 - 1ª T. Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 16.09.94)

EXECUÇÃO

01. ACORDO JUDICIAL EM EXECUÇÃO. RECUSA DE HOMOLOGAÇÃO PELO JUÍZO. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO À CONSTITUIÇÃO E À LEI. O princípio da irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas assegurados por normas imperativas não deixa de existir depois que o trabalhador ingressou na justiça para assegurá-los - muito ao contrário. Assim, afronta a natureza tutelar do Direito do Trabalho admitir que simples acordo extrajudicial preparado pela empresa executada, uma vez assinado pelo próprio trabalhador exeqüente, a desobrigaria de pagar o valor da condenação decorrente de decisão passada em julgado, sendo o juiz obrigado a homologá-lo. Nos termos do próprio artigo 831, parágrafo único, da CLT, somente após sua confirmação pelo juízo da execução, através da lavratura do correspondente termo de conciliação ou ato judicial equivalente, aquele ajuste valerá como decisão irrecorrível, pondo fim ao dissídio judicial havido entre as partes. Correspondendo a quantia prevista naquele instrumento extrajudicial a apenas um sexto do crédito trabalhista já liquidado e havendo o trabalhador em pessoa se retratado por completo, na audiência na qual compareceu por determinação do MM. Juiz da execução, nos termos do artigo 599, I, do CPC, afirmando ter sido induzido e intimado a firmar aquele documento, bem andou o MM. Juízo em negar validade ao ajuste e em determinar o normal prosseguimento da execução. Inexistindo em tais circunstâncias transação válida ou ato jurídico perfeito exatamente porque não houve confirmação do ajuste extrajudicial pelo próprio obreiro perante o MM. Juízo da execução, não há que se falar em ofensa ao princípio da legalidade, ao devido processo legal, à autonomia da vontade ou a qualquer outra norma constitucional ou legal, sendo de se manter a louvável e bem fundamentada decisão agravada.

(TRT-RO-563/95 - 2ª T. -Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 28.04.95)

02. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. ÍNDICE APLICÁVEL. A corrosão da moeda não pode favorecer ao executado que, ao fundamento de haver sido extinta a TRD, pretende furtar-se ao pagamento de juros e correção monetária incidente nos cálculos da condenação. Injustificável o não pagamento do valor corrigido, por extinção do índice de atualização diária, vez que, à falta deste, deve ser feita tal atualização pela proposição da TR integral, observada a proporcionalidade dos dias do mês seguinte.

(TRT-RO-0237/93 - 5ª T. Rel. Juiz Bolívar Viégas Peixoto - Publ. MG. 23.07.94)

CRÉDITOS TRABALHISTAS - ATUALIZAÇÕES - O levantamento do depósito, sob ressalva, pelo exeqüente, autoriza que se faça a posterior atualização cabível, prosseguindo a execução pelo remanescente do seu crédito.

(TRT-RO-01752/94 - 4ª T. Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 22.10.94)

PROSSEGUIMENTO - DEPÓSITO DE DÉBITO DESATUALIZADO - Tendo transcorrido dezenove dias entre a última atualização do valor líquido devido ao exeqüente e o efetivo depósito da quantia, são devidas as diferenças relativas à atualização do débito, prosseguindo a execução relativamente ao resíduo apurado pelo Serviço de Cálculos Judiciais.

(TRT-RO-03035/94 - 4ª T.- Rel. Juíza Denise Alves Horta - Publ. MG. 26.11.94)

03. NOMEAÇÃO DE BENS À PENHORA - Não garantindo a execução ou apresentando bens à penhora, no prazo de 48 horas previsto no Mandado de Citação, correta a penhora de bens disponíveis da executada.

(TRT-AP-00469/94 - 4ª T. -Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 20.08.94)

04. DÉBITO - COMPENSAÇÃO - Se o autor recebeu determinado valor em determinada época e judicialmente lhe são deferidas parcelas ao mesmo título, admitida a compensação, aqueles haverão de equivaler-se, seja jurídica ou economicamente, sob pena de se causar prejuízo injustificado ao patrão, que incorrerá na

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366obrigação dupla, vedado o "bis in idem".

(TRT-AP-1837/94 - 5ª T. Rel. Juiz Bolívar Viégas Peixoto - Publ. MG. 10.09.94)

COMPENSAÇÃO DE VALORES - Não havendo determinação expressa no comando exequendo quanto à compensação de valores, nada pode ser deferido no processo de execução.

(TRT-AP-01321/94 - 2ª T. -Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 1º.07.94)

05. INTIMAÇÃO DE DEPOSITÁRIO NÃO REALIZADA POR ENDEREÇO INCERTO DESTE - EFEITOS JURÍDICOS - Não é nula a decisão que determina a entrega de bem penhorado por sócio-diretor da agravada, quando o depositário nomeado é seu ex-empregado e se encontra em local incerto e não sabido, razão pela qual este é substituído por aquele de pleno direito (art. 12, VI/CPC). Havendo indício de ato atentatório à dignidade da Justiça (art. 600, IV do CPC), nada obsta que a responsabilidade desta simulação seja atribuída a um dos sócios-diretores da executada, nos termos do art. 244/CPC. "In casu", deve prevalecer o princípio da instrumentalidade processual, que não colide em absoluto com o do contraditório e da ampla defesa.

(TRT-AP-3405/94 - 3ª T. -Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 07.02.95)

06. AGRAVO DE PETIÇÃO - EMPRESAS PÚBLICAS - EXECUÇÃO. As "empresas públicas" submetem-se à execução "direta", nos termos do art. 173, parágrafo 1º, da CF/88 e art. 4º, da Lei 8.197/91, que excluiu "expressamente" qualquer privilégio de excussão àqueles órgãos.

(TRT-AP-01684/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 25.10.94)

O Conselho Regional de Contabilidade não integra a Fazenda Pública, estando, pois, sujeito à constrição direta de seus bens, segundo o rito executório previsto na CLT.

(TRT-AP-00387/94 - 3ª T. -Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 27.09.94)

EXECUÇÃO CONTRA ENTIDADE DE DIREITO PÚBLICO - PRECATÓRIO - ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA - 1. É razoável entender-se que o critério contido no parágrafo 1º do art. 100 da Constituição da República está divorciado da realidade de um país cuja economia é regida pela ciranda inflacionária. Inobstante, tal opinião, por si só, não tem o condão de retirar da norma constitucional a sua eficácia. 2. Conforme dita o art. 126 do CPC, no julgamento da lide é dever do Juiz aplicar as normas legais. A lei é o parâmetro maior, ao qual todas as decisões judiciais devem subordinação. A liberdade do magistrado reside apenas na sua interpretação. 3. Com efeito, o preceito constitucional é claro ao dizer que "é obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos constantes de precatórios judiciários, apresentados até 1º de julho, data em que terão atualizados seus valores, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte" (grifou-se). Essa é a diretriz a ser obedecida. Agravo de Petição a que se nega provimento.

(TRT-AP-01125/94 - 4ª T. -Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 23.07.94)

EXECUÇÃO VIA PRECATÓRIO - INEXISTÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL - A Constituição Federal de 1988 é clara ao preceituar, em seu artigo 173, parágrafo 1º, que a empresa pública sujeita-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas, donde não há que se falar em execução via precatório dos débitos judiciais destas entidades. Ademais, o artigo 4º, da Lei 8197/91, regulamentado pelo Decreto 430/92, ao relacionar as entidades sujeitas à execução via precatório, não se refere à empresas públicas.

(TRT-AP-01992/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 28.10.94)

FAZENDA PÚBLICA - EXECUÇÃO POR PRECATÓRIO - A execução contra a Fazenda Pública faz-se mediante a apresentação cronológica dos precatórios judiciais. Tratando-se de crédito de natureza trabalhista, altamente privilegiado, este deve ser pago na frente dos demais, sem necessidade de se observar a burocracia de praxe, mas sem prejuízo da segurança imprescindível quanto ao manuseio do dinheiro público.

(TRT-AP-02468/94 - 3ª T.- Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 25.10.94)

Nos casos de execução de sentença contra pessoa jurídica de Direito Público, os juros e a correção monetária são calculados até o pagamento integral do débito, e não apenas até a quitação do valor principal da condenação.

(TRT-AP-02247/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 17.01.95)

07. PAGAMENTO - Julga-se extinta a execução quando satisfeita a dívida, ainda que a quitação tenha sido passada por terceiro estranho à relação jurídica, ratificada, contudo, pelo credor.

(TRT-AP-4110/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 17.03.95)

08. AGRAVO DE PETIÇÃO - Ocorrendo venda dos bens do Reclamado a terceiro que explora a mesma atividade e no mesmo local, passando o Reclamado à condição de empregado deste, evidenciado está o conluio fraudulento que visa frustrar a execução de crédito trabalhista.

(TRT-AP-01360/94 - 2ª T. -Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 1º.07.94)

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367 EMBARGOS DE TERCEIRO. FRAUDE À EXECUÇÃO. INEFICÁCIA DA ALIENAÇÃO DO BEM IMÓVEL

PENHORADO. Nos termos do artigo 593 do CPC, subsidiariamente aplicável ao processo do trabalho, constitui fraude à execução a alienação de bens do devedor quando já está em curso demanda capaz de reduzi-lo à insolvência. Terceiro que adquire bem imóvel de sócio de executada responsável por débitos trabalhistas, quando já iniciada a execução na qual houve sua penhora e que admite o estado de insolvência da executada e de seu sócio, não pode simplesmente alegar sua boa-fé, que é irrelevante diante da lei para desonerá-lo. Embora não seja caso de nulidade ou de anulabilidade da compra e venda efetuada, será ela ineficaz perante o exeqüente e o juízo da execução, respondendo normalmente pelas obrigações do devedor alienante.

(TRT-AP-4257/94 - 2ª T. -Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 24.02.95)

FRAUDE CONTRA A EXECUÇÃO - RESPONSABILIDADE DE SÓCIO QUE SE AFASTARA DA EMPRESA - Embora tivera o sócio que exercia a gerência, deixado o empreendimento, torna-se responsável pela execução como os demais, quando se verifica que tal afastamento se dera ao tempo em que teve início a ação manifestada pelo empregado, uma vez que os bens da sociedade não foram encontrados.

(TRT-AP-1978/94 - 5ª T.- Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 27.10.94)

FRAUDE DE EXECUÇÃO - PENHORA EM IMÓVEL ALIENADO A TERCEIRO APÓS INSTAURADA A AÇÃO - SUBSISTÊNCIA - Se comprovado nos autos que o sócio da empresa irregularmente dissolvida procura, indiscriminada e sucessivamente, alienar seu patrimônio pessoal para subtrair-se aos efeitos dos débitos reconhecidos em sentença judicial, olvidando, inclusive, ao tempo da penhora, indicar bens livres e desembargados à constrição judicial, não há como afastar-se em sede de embargos de terceiro a caracterização de fraude de execução, prevalecendo a penhora em bem alienado posteriormente à ação e concomitantemente à prolação da sentença, visto que a fraude apontada gera a ineficácia originária do ato de alienação.

(TRT-AP-01529/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 20.08.94)

09. GARANTIA DE JUÍZO - Não tem o recebimento do valor depositado como garantia de juízo, o condão de extinguir a execução em curso, porquanto ser devida a incidência de juros e correção monetária até a data do efetivo pagamento do valor total apurado.

(TRT-AP-1878/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Celso Honório Ferreira - Publ. MG. 14.10.94)

MANDADO DE SEGURANÇA - GARANTIA DO JUÍZO - Os CDBs não são instrumentos eficazes para garantia do Juízo, devendo ser observada a gradação legal prevista no art. 655/CPC. Não ofende direito líquido e certo nem se constitui ato arbitrário, a decisão que rejeita tais títulos para a garantia do Juízo determinando que o depósito garantidor da execução seja feito em dinheiro.

(TRT-MS-178/94 (ARG-29/94) - Seção Especializada - Rel. Juiz Nereu Nunes Pereira - Publ. MG. 11.11.94)

Viola o art. 882 da CLT a sentença que rejeita os embargos de declaração, ao fundamento de que a execução não está garantida, porque o depósito efetuado em conta judicial, perante estabelecimento oficial idôneo, deveria ter sido efetuado na Caixa Econômica Federal.

(TRT-AP-3408/94 - 3ª T. Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 31.01.95)

10. Impenhorabilidade de bens é matéria de embargos à execução, estando preclusa sua discussão em embargos à arrematação.

(TRT-AP-00410/93 - 3ª T. -Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 27.09.94)

11. AGRAVO DE PETIÇÃO. Desobediência aos limites objetivos da "coisa julgada" anula a decisão homologatória dos cálculos de liquidação dos agravados, não obstante a inexistência de impugnação destes pela agravante ("preclusão temporal"). Inexiste colisão entre os efeitos destes dois institutos jurídicos, que são autônomos e distintos no caso "sub judice"; o primeiro, regulando a fase de execução, e o segundo, a fase de cognição. Recurso provido para, anulando a decisão de 1º grau, determinar o retorno dos autos à origem, para que este conheça dos embargos à execução da reclamada e julgue o mérito, conforme entender de direito.

(TRT-AP-01966/94 - 3ª T.- Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 25.10.94)

EMBARGOS DECLARATÓRIOS. Se não advém o fato extintivo da obrigação "sub judice" (turnos ininterruptos de trabalho), é óbvio que a relação jurídica se torna continuativa, prosseguindo-se com a execução nos próprios autos por medida de economia processual. O art. 892/CLT estabelece tão só marco temporal nas "execuções" a fim de facilitar o cálculo contábil e delimitar os limites objetivos da coisa julgada. Se permanece a fonte jurígena de condição resolutiva, novos períodos aquisitivos de cálculo de crédito trabalhista se acumularão necessariamente.

(TRT-ED-814/95(RO-13146/94) - 3ª T. -Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 21.03.95)

LIMITES - DECISÃO DE EMBARGOS - A execução deve ser processada nos limites da decisão exeqüenda. Se todavia, por força de decisão de embargos à execução, ainda que equivocada, que não foi objeto de

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368recurso, há juízo explícito sobre o conteúdo do título judicial, a execução, neste caso, deve observar os parâmetros nesta contidos.

(TRT-AP-354/95 - 1ª T. -Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 17.03.95)

LIMITES - OBRIGAÇÃO DE FAZER - Se o dispositivo do título judicial exeqüendo não faz menção ao cumprimento de obrigação de fazer consistente na incorporação de diferenças salariais reconhecidas no salário dos reclamantes, não há como dela se cogitar no processo de execução, à míngua de pronunciamento explícito da "res judicata", sobretudo quando da obrigação visada se há de compelir alguém a praticar determinado fato sob o constrangimento pessoal de sua vontade.

(TRT-AP-00987/94 - 4ª T. -Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello - Publ. MG. 20.08.94)

MODALIDADE - CUMPRIMENTO DA COISA JULGADA. Ainda que eventualmente fosse outra a modalidade de execução apropriada para a espécie dos autos, tendo-se em vista a natureza jurídica do executado, deve ela se proceder pela forma expressamente estipulada na sentença exequenda, face à impossibilidade processual de se rediscutir matéria já definitivamente julgada.

(TRT-AP-01606/94 - 3ª T. Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 27.09.94)

12. PRÁTICA DE ATOS ATENTATÓRIOS À DIGNIDADE DA JUSTIÇA - PROCESSO DE EXECUÇÃO - A interpretação sistemática do Código de Processo Civil leva-nos a concluir que são inaplicáveis as cominações previstas para os litigantes de má-fé nos arts. 16 e ss. durante o processo de execução, já que este possui regramento próprio sobre a matéria, com sanções específicas, como se vê nos arts. 600 e 601 do Codex.

(TRT-AP-03191/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 10.02.95)

13. AÇÃO RESCISÓRIA - EXECUÇÃO - AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO LEGAL. A decisão rescindenda, ao determinar o processamento da execução segundo as normas da CLT, não violou qualquer dispositivo legal. A Autora, não obstante nominalmente considerada autarquia, exercia atividade econômica, como instituição bancária, e teve sua liquidação extrajudicial decretada pelo Banco Central, atraindo a aplicação do art. 173, parágrafo primeiro, da Constituição Federal.

(TRT-AR-473/94 - Seção Especializada - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 02.05.95)

CAIXA ECONÔMICA DO ESTADO DE MG EM LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL - NATUREZA E FORMA DE EXECUÇÃO - A CAIXA ECONÔMICA DO ESTADO DE MG (EM LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL), não obstante criada por lei estadual como autarquia, constitui verdadeira instituição financeira, exercendo atividade bancária e com fins lucrativos, pelo que não se lhe aplicam os privilégios da execução promovida contra a fazenda pública. A execução contra ela deve-se processar nos moldes da CLT, entretanto, com fulcro no art. 34 da Lei 6024/74, habilitando-se o crédito perante a massa liquidanda, em nome do princípio da "par conditio creditorum".

(TRT-AP-02106/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 26.11.94)

CAIXA ECONÔMICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS (EM LIQUIDAÇÃO) - CESSAÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA - IRRELEVÂNCIA PERANTE A EXECUÇÃO. Afigura-se irrelevante o fato de a CEEMG não mais exercer qualquer atividade econômica, por se achar em processo de liquidação, porque os débitos trabalhistas foram constituídos quando do seu pleno funcionamento como empresa. Inexiste razão, assim, para se alterar o procedimento executório, que é aquele do Capítulo V, da CLT.

(TRT-ED-33333/94 - (AP-00219/94) - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 25.10.94)

14. NORMAS APLICÁVEIS - Possuindo a Consolidação das Leis do trabalho normatização própria acerca do procedimento a ser adotado na execução de sentença (Capítulo VI do Título X), e ainda disposição expressa acerca dos textos legais a serem subsidiariamente aplicados (art. 889), só serão invocáveis as normas processuais civis em havendo omissão tanto da CLT, quanto da lei dos executivos fiscais, e somente se forem elas compatíveis com os princípios gerais do processo do trabalho.

(TRT-AP-2464/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 01.10.94)

15. NULIDADE. Para que se declare a nulidade do processo executório é imprescindível a ocorrência de prejuízo à parte.

(TRT-AP-00108/95 - 2ª T. - Rel. Juiz Aprígio Guimarães - Publ. MG. 10.03.95)

EXECUÇÃO - NULIDADE - FALTA DE INTIMAÇÃO PESSOAL DE PROCURADOR DA UNIÃO - As intimações dirigidas à União têm que ser feitas pessoalmente aos seus procuradores, sem o que é nulo o processo, desde a intimação irregularmente processada.

(TRT-AP-02149/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Denise Alves Horta - Publ. MG. 26.11.94)

16. AGRAVO DE PETIÇÃO - EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - EXECUÇÃO - "A empresa pública, a sociedade de economia mista e outras entidades que explorem atividade econômica sujeitam-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações trabalhistas e

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369tributárias. As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado" - CF/88, art. 173, parágrafos 1º e 2º, respectivamente. É curial que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos detém o monopólio do serviço postal e, ao lado desse, explora atividades econômicas próprias da iniciativa privada. Logo, determinar que a execução contra ela se processe nos termos do art. 730/CPC é ofender a norma inserta no dispositivo citado, já que com a Constituição Federal de 1988, desapareceram os privilégios dos órgãos públicos que se propõem a explorar serviços que, por sua natureza, sejam próprios da iniciativa privada.

(TRT-AP-01032/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 23.07.94)

AGRAVO DE PETIÇÃO - EBCT - PRECATÓRIO - A execução contra a EBCT obedece o rito normal, por não gozar a mesma, que ostensivamente exerce atividade econômica, do privilégio de impenhorabilidade de seus bens, visto não ter sido alcançada pelo art. 4º da Lei 8197/91. Agravo de petição a que se nega provimento.

(TRT-AP-2023/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 05.11.94)

ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA - PRECATÓRIO - A expedição de precatório e o seu pagamento no final do exercício seguinte não elide a incidência de atualização monetária, que será computada enquanto não satisfeita integralmente a obrigação pelo Município.

(TRT-AP-00574/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 1º.07.94)

AUTARQUIA - EXECUÇÃO DIRETA - PENHORA DE BENS - PRECATÓRIO - INEXIGIBILIDADE - A execução promovida contra autarquia que explora atividade econômica é direta e não se sujeita à expedição de precatório. Embora criada por lei, sua atividade não é a prestação de serviço público descentralizado, colocado à disposição de todos os cidadãos, mas nítida atividade econômica de natureza bancária, submetida às leis que regem o mercado de capital e sob fiscalização do Banco Central do Brasil. Seus bens são penhoráveis, inexistindo ilegalidade no ato judicial que determinou a constrição dos mesmos. Segurança negada.

(TRT-MS-343/93 - Seção Especializada - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 15.04.94)

AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES QUE NÃO EXERÇAM ATIVIDADE ECONÔMICA - DESNECESSIDADE - As autarquias e fundações que se sujeitam ao precatório, na jurisdição trabalhista, são aquelas que não exercem atividade econômica. As que exploram qualquer tipo de atividade econômica se sujeitam ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações trabalhistas - art. 173 da Constituição Federal. Seria ilógico e incongruente exigir-se para uma entidade pública, sujeita, por força de norma constitucional, aos mesmos princípios jurídicos da atividade privada, o precatório judicial para cobrança de seus débitos trabalhistas. Quem comercia e age, nos moldes da iniciativa privada, não pode ter privilégios nem prerrogativas em relação a direitos e obrigações sob pena de se embargar o comércio jurídico entre pessoas e empresas, criando obstáculos à livre transação de bens e serviços. Se a República Federativa do Brasil baseia-se na livre iniciativa, as exceções têm de provir da própria Constituição, sob pena de haver desfiguração do salutar princípio, com o retorno a técnicas superadas que distinguem e privilegiam o Estado, no seu trânsito normal como sujeito de direitos e obrigações no direito privado.

(TRT-ED-29573/94 - (AP-00973/94) - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 27.09.94)

EBCT - EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS. A executada, pessoa administrativa criada pelo Estado com vestimenta de direito privado, destina-se exclusivamente a prestação de serviços públicos. E, por força de lei (artigo 12, Decreto-Lei 509/69), o Estado transferiu à EBCT algumas prerrogativas que lhes são próprias, em face da destinação dos serviços prestados, assegurando-lhe por conta dos princípios de continuidade dos serviços públicos e da impenhorabilidade dos bens públicos, os mesmos privilégios concedidos à FAZENDA PÚBLICA. Impõe-se, conseqüentemente, a aplicação do preceito contido no artigo 4º da Lei 8197/91, devendo a execução se processar pela "forma aparente", com observância do precatório. Nem se diga que a regra contida no artigo 173, parágrafo 1º da Constituição Federal, faça incidir a execução direta. A EBCT, embora com a forma de empresa privada, repete-se, não explora atividade econômica. Sua vocação é a prestação de serviços públicos. A despeito da identidade com as demais empresas privadas, rege-se a EBCT igualmente pelas normas de direito público, em razão da natureza de seus fins, detendo ela, por destinação estatal decorrente da lei, certos atributos do Poder Público, entre os quais a impenhorabilidade de seus bens. Altera-se entendimento anterior para dar PROVIMENTO ao Agravo.

(TRT-AP-900/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Ricardo Antônio Mohallem - Publ. MG. 06.08.94)

EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - EXECUÇÃO - INEXIGIBILIDADE DE PRECATÓRIO - A empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é empresa pública que exerce atividade econômica, por contingência administrativa (art. 21, X, da Constituição Federal). Seus bens não são públicos, tendo ocorrido a desafetação quando da instituição da entidade "ex vi legis". Sujeita-se ao regime próprio das empresas privadas, não lhe sendo atribuíveis privilégios não extensivos a estas (art. 173, parágrafo 1º, Constituição Federal), salvo aqueles excepcionados na própria Carta. Dessarte, a execução não está sujeita à observância do precatório, inaplicando-se as disposições do art. 100 da Constituição Federal e da Lei nº 8.197/91. Embargos parcialmente providos.

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370 (TRT-ED-47133/94 - (AP-02789/94) - 2ª T. - Rel. Juiz Michelangelo Liotti Raphael - Publ. MG. 10.02.95)

EXECUÇÃO ATRAVÉS DO PRECATÓRIO - EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS. A recorrente é uma empresa pública, com personalidade jurídica de direito privado, não se enquadrando entre aquelas pessoas jurídicas privilegiadas pela execução, via precatório. O fato de explorar atividade de monopólio estatal não lhe dá, em absoluto, a condição de se identificar com o próprio Estado e suas autarquias.

(TRT-RO-13938/93 - 4ª T. - Rel. Juiz Luiz Ronan Neves Koury - Publ. MG. 25.02.95)

MANDADO DE SEGURANÇA. EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA MUNICIPAL. EXPEDIÇÃO DE PRECATÓRIO. Constitui direito líquido e certo da Fazenda Pública Municipal o pagamento das dívidas decorrentes de sentença judicial mediante a apresentação do precatório, conforme disposto no art. 100 da CF. A natureza alimentar do crédito não afasta a necessidade de apresentação do requisitório, mas apenas assegura a preferência na ordem dos pagamentos a serem efetuados.

(TRT-MS-308/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 05.05.95)

17. ATO ATENTATÓRIO A DIGNIDADE DA JUSTIÇA. RESISTÊNCIA À EXECUÇÃO - Quando o devedor, maliciosamente, com argumentos que desafiam a própria razão, opõe-se aos trâmites da execução, atenta contra a dignidade da justiça e sujeita-se, depois da necessária advertência, à penalidade que a lei processual lhe reserva e que ao juízo cumpre aplicar sem hesitação, a fim de que a Justiça seja devidamente respeitada e o processo possa ter o seu prosseguimento normal.

(TRT-AP-2274/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Tarcísio Alberto Giboski - Publ. MG. 22.10.94)

18. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA - Caracterizada a insolvência da empresa, e não tendo o devedor subsidiário indicado o paradeiro do devedor principal, notificado sempre por edital, nem onde se encontrasse, bens livres e desimpedidos deste último, arca, aquele, com o ônus da execução.

(TRT-AP-1760/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 05.11.94)

19. Dissolvida a sociedade comercial por quotas de responsabilidade limitada ao arrepio das normas pertinentes ao processo judicial de dissolução e liquidação das sociedades comerciais (arts. 655/674 do DL 1.608/39, mantidos em vigor pelo art. 1.218 do CPC), respondem os sócios, na execução trabalhista instaurada contra a sociedade, com fundamento em violação de lei.

(TRT-AP-00184/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 27.09.94)

20. Não localizados bens do devedor, suspende-se a execução, a teor dos arts. 791, III, do CPC e 40, "caput", da Lei 6.830/80. O mero insucesso na procura de bens penhoráveis não configura desídia do exeqüente, nem autoriza a extinção da execução, com fundamento no art. 267, III, do CPC.

(TRT-AP-3410/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 31.01.95)

21. MANDADO DE SEGURANÇA - BLOQUEIO DE TERMINAIS TELEFÔNICOS - O ato de desligamento de terminal telefônico penhorado é absolutamente legal, equiparando-se à remoção do bem, ato este que constitui um dos efeitos jurídicos da penhora. O ato é ainda justificável quando se tem em vista impedir a frustração da execução. Segurança denegada pela ausência de direito líquido e certo da impetrante.

(TRT-MS-69/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Renato Moreira Figueiredo - Publ. MG. 13.08.94)

MANDADO DE SEGURANÇA - DESLIGAMENTO DE LINHA TELEFÔNICA - É legítimo o ato de desligamento de linha telefônica, em execução, já que a ordem tem em mira a eficácia desta, de modo a evitar que no curso da mesma possa ocorrer sobrecarga de conta com elevação do débito do acionista, tornando difícil a venda do bem em hasta pública em decorrência do desinteresse de potenciais candidatos à arrematação. Demais disso, o desligamento guarda semelhança com a remoção do bem, que é ato legal e constitui expediente de valia nas execuções. Inexiste, no caso, direito líquido e certo ao não desligamento da linha do telefone, de molde a autorizar a concessão da segurança impetrada.

(TRT-MS-00003/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Márcio Flávio Salem Vidigal - Publ. MG. 1º.07.94)

Provisória

01. MANDADO DE SEGURANÇA - EXECUÇÃO - PENHORA - ABUSO DE PODER. É princípio insculpido na lei adjetiva que a execução seja feita pelo modo menos gravoso para o devedor (CPC, art. 620). Tratando-se de execução provisória, em que foram oferecidos à penhora bens imóveis cuja propriedade está devidamente comprovada através do registro imobiliário, sem oposição do exeqüente que discordou tão-somente da avaliação, configura abuso de poder o ato da autoridade que, recusando a garantia oferecida, determina, por tempo indeterminado, o bloqueio de créditos da executada, dificultando ou obstando injustificadamente o exercício da atividade econômica. Segurança concedida.

(TRT-MS-00315/94 - Seção Especializada - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 04/04/95)

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02. EXECUÇÃO PROVISÓRIA CONTRA ENTIDADES PÚBLICAS - POSSIBILIDADE - LIMITE. Tendo em vista que o recurso interposto tem efeito meramente devolutivo, é plenamente possível a execução provisória contra entidade de direito público, cujo limite é a impugnação ao cálculo de liquidação, que deve ser elaborado pela Diretoria do Serviço de Cálculos Judiciais, a teor do Provimento 01/93. Agravo de Petição provido.

(TRT-AP-2086/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 08.11.94)

03. REMIÇÃO DE BENS - HIPÓTESE DO ART. 787, DO CPC - A remição a que se refere o art. 787 do CPC não se confunde com a remição do art. 13 da Lei 5584/70. Esta diz respeito à quitação da dívida, pelo devedor. Aquela, ao resgate de bens pelas pessoas enumeradas no dispositivo citado, satisfeitas as condições ali apontadas.

(TRT-AP-04272/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 10.02.95)

REMIÇÃO PARCIAL - MEMBRO DA FAMÍLIA - A regra do art. 787-CPC não é incompatível com o processo trabalhista. Seja porque esse instituto não está tratado na área trabalhista de forma exaustiva, não fechando, assim, socorro à regra processual comum, seja porque o espírito dele - permitir que um bem não saia do âmbito familiar para mãos estranhas sem prejuízo para o exeqüente - tem aqui também sua razão de ser. Portanto, além do executado - que aqui só pode remir a execução inteira por força do art. 13 da Lei 5584/70 - o cônjuge, ascendentes e descendentes podem remir os bens, ou alguns deles, preferindo ao licitante ou na sua falta, pagando a avaliação.

(TRT-AP-345/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 18.02.95)

- F -

FALÊNCIA

01. CRÉDITO TRABALHISTA - HABILITAÇÃO - OBRIGATORIEDADE. O Juízo falimentar é universal e tem via atractiva, a ele acorrendo todos os credores, exceto o Poder Público, por créditos de natureza especial. O crédito trabalhista, mesmo tendo preferência, prescinde de habilitação, pois os empregados, dentro dessa classe, são credores concorrentes. A preferência existe em relação aos credores comuns, mormente aos quirografários, não entre os da mesma natureza.

(TRT-AP-2235/93 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 02.07.94).

EXECUÇÃO. MASSA FALIDA. Em razão de ser o crédito trabalhista superprivilegiado, a execução dos créditos correspondentes deve seguir curso perante esta Justiça Especializada, máxime quando a demanda antecede à data da quebra. Agravo provido.

(TRT-AP-00932/93 - 2ª T. - Rel. Juiz José Waster Chaves - Publ. MG. 1º.07.94)

02. EXECUÇÃO TRABALHISTA - Permanece válido o Enunciado da Súmula 44 do extinto TFR, segundo o qual ajuizada a execução fiscal anteriormente à falência, com penhora realizada antes desta, não ficam os bens penhorados sujeitos à arrecadação no juízo falimentar, determinação que encontra plena aplicabilidade ao processo executivo trabalhista em face do comando do art. 889 da CLT.

(TRT-AP-1814/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 01.10.94)

FÉRIAS

01. DIREITO A FÉRIAS. GOZO DE AUXÍLIO-DOENÇA, NO CURSO DO PERÍODO AQUISITIVO, POR TEMPO IGUAL OU INFERIOR A SEIS MESES - Não perderá o direito a férias o empregado que no curso do período aquisitivo, tiver percebido da Previdência social prestações de auxílio-doença por período igual ou inferior a seis meses (inteligência do art. 133, inciso IV da CLT).

(TRT-RO-09897/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 25.10.94)

02. Afronta a lei a concessão de folgas compensatórias dos domingos trabalhados, de uma só vez, cumulativamente. Estando provada, documentalmente, a fruição de férias, somente prova robusta em contrário poderá infirmá-la. Recursos providos, em parte.

(TRT-RO-00626/95 - 1ª T. - Rel. Juiz Manuel Cândido Rodrigues - Publ. MG. 10.03.95).

03. FÉRIAS - FRACIONAMENTO - INAPLICABILIDADE DO ART. 137/CLT. Não há previsão legal para anulação ou pagamento em dobro pelo simples parcelamento das férias. Esta penalidade se aplica apenas quando de sua concessão a destempo, a teor do disposto no art. 137/CLT.

(TRT-RO-13498/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 07.02.95)

04. FÉRIAS PROPORCIONAIS. ADICIONAL DE 1/3 . APOSENTADORIA. Assegurando o artigo 7º, inciso XVII, da Carta Política, o gozo de férias remuneradas com um terço a mais do salário normal do empregado, sem fazer restrição às férias quitadas sem o gozo das mesmas, pode-se afirmar que também a remuneração paga a este

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372título, na cessação do contrato por aposentadoria voluntária do empregado, proporcional ao período aquisitivo incompleto, é acrescida do terço constitucional.

(TRT-RO-11.944/93 - 5ª T. Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 23.08.94).

05. FÉRIAS - É irrenunciável o direito a férias, não podendo ser objeto de qualquer transação que o elimine ou reduza. Caso tenham sido pagos os dias de férias será devido novo pagamento pela concessão fora do prazo, compensando-se os valores pagos a esse título.

(TRT-RO-02675/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 07.10.94).

06. SUBSTITUIÇÃO - SALÁRIO - FÉRIAS - Não se rotula como eventual a substituição em época de férias, em face de sua ocorrência se constatar não mais que uma vez por ano, com o escopo de afastar do substituto o direito à remuneração correspondente. A paga decorre de imperativo legal, porquanto assumida efetivamente pelo substituto a titularidade do cargo por aquele período.

(TRT-RO-16338/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Roberto Marcos Calvo - Publ. MG. 25.02.95).

07. FÉRIAS PROPORCIONAIS - TERÇO CONSTITUCIONAL - A menção feita pelo legislador constituinte a "gozo" de férias constitui expressão abrangente de todos os gêneros de aquisição e quitação delas e não expressão com rigor gramatical impondo exclusividade de aplicação do 1/3 apenas ao evento específico, com exclusão dos demais. O sentido é amplo e não o restrito ou radicalmente literal que se lhe quer emprestar para excluir a incidência sobre algumas formas de férias.

(TRT-RO-00144/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 12.11.94)

08. VENDA DE FÉRIAS RURÍCOLA - MENOR - As férias constituem instituto de escopo voltado para a saúde do trabalhador, sendo portanto de cunho higiênico. A venda das mesmas (excetuada a conversão legal de 1/3) é ilegal. Sendo assim, não importa que o empregado seja urbano ou rurícola, capaz ou incapaz: o direito ao seu gozo é indisponível, motivo pelo qual o empregador que as "compra" está sujeito ao pagamento dobrado, sem prejuízo de serem gozadas, caso o contrato de trabalho esteja ainda vigente.

(TRT-RO-05548/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 20.08.94)

TRANSFORMAÇÃO EM PECÚNIA. Ainda que o empregado requeira a transformação dos dias de férias em pecúnia, o instituto é de ordem pública, irrenunciável pelo empregado. A natureza jurídica das férias - refazimento das energias despendidas após o decurso do período aquisitivo - veda qualquer possibilidade impeditiva do seu regular gozo. Recurso a que se nega provimento.

(TRT-RO-08980/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José Waster Chaves - Publ. MG. 07.10.94)

FGTS - FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO

01. AVISO PRÉVIO INDENIZADO - O FGTS a ser pago na rescisão incide também sobre o aviso prévio indenizado, por integrar este o tempo de serviço do empregado, sendo assegurado o direito " ao salário" no prazo respectivo, como dispõe o art. 487, parág. 1º da CLT. (Inteligência do Enunciado nº 305 da Súmula do T.S.T.)

(TRT-RO-01527/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 22.10.96)

DEPÓSITOS ACRESCIDOS MONETARIAMENTE - AVISO PRÉVIO INDENIZADO - Ainda que indenizado, garante-se a integração do período de aviso prévio ao tempo de serviço (art. 487, parágrafo 1º, da CLT). Corrigidos monetariamente os depósitos do FGTS neste período, faz jus o empregado à diferença da multa de 40%.

(TRT-RO-4785/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Márcio Túlio Viana - Publ. MG. 08.07.95)

02. BASE DE CÁLCULO. Indevido quando do cumprimento, literal e expresso - como é o caso dos autos - de cláusula de acordo coletivo, a que a lei vigente atribui eficácia plena - instituidora de indenização por dispensa durante a garantia de emprego. Sendo a interpretação restritiva e o cumprimento da maneira expressamente pactuado. Não podendo a pessoa singular alterar o teor, alcance, natureza, objeto ou sentido do pacto coletivo. O que é pactuado como indenização por dispensa não pode virar salário por capricho ou desejo de um destinatário.

(TRT-RO-00830/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 23.07.94)

Nos termos do art. 22 e parágrafo 3º da Lei 8036/90 e art. 9º e 5º de seu decreto regulamentador (99.684/90). Não efetuando o empregador os depósitos até o dia 10 do mês subsequente ao devido, a base de cálculo do FGTS é de 8% sobre a última remuneração, multiplicando-se pelo número de meses trabalhados, devidamente atualizado até a data de pagamento.

(TRT-RO-13796/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 07.02.95)

TABELAS DE ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA APLICÁVEIS NA ESFERA TRABALHISTA. As tabelas de coeficientes de juros e atualização monetária expedidas pelo órgão gestor do Fundo de Garantia por Tempo

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373de Serviço são aplicáveis somente em seu âmbito administrativo, para apuração dos valores dos depósitos em atraso nas contas vinculadas. Os valores de FGTS não depositados pelo empregador são, uma vez pleiteados em juízo pelo empregado, um débito trabalhista como outro qualquer, não havendo razão jurídica para que, ao ser liquidado, não seja atualizado pelos mesmos índices de correção monetária aplicáveis aos créditos trabalhistas em geral, constantes das tabelas de atualização monetária utilizadas pela Justiça do Trabalho.

(TRT-AP-00930/95 - 3ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 20.05.95).

03. DIRETOR ELEITO. FGTS. Desde a lei nº 6919, de 2/6/81, que o diretor eleito goza da faculdade do recolhimento dos depósitos do FGTS, faculdade reproduzida na lei 8.036/90, sem que isso desfigure o mandato que lhe é conferido pela assembléia geral dos acionistas ou do conselho administrativo, conforme o caso, nas sociedades anônimas.

(TRT-RO-12147/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 15.10.94) 04. Acordo com obrigação de entregar as guias de movimentação do FGTS. Não provando a reclamante o saldo

negativo em sua conta vinculada, inexiste prova de inadimplemento, pressuposto de qualquer execução forçada. A extinção da execução, todavia, não obsta a que a reclamante, comprovando a ausência ou insuficiência dos depósitos do FGTS, promova a liquidação e a execução dos valores faltantes, nos mesmos autos, pois que a entrega das guias do FGTS, acordada entre as partes, tem eficácia "pro solvendo", e não, "pro soluto".

(TRT-AP-02307/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 06.12.94)

05. OPÇÃO PELO FGTS - ACORDO EXTRAJUDICIAL PARA O PAGAMENTO DA INDENIZAÇÃO RELATIVA A ESTABILIDADE - HOMOLOGAÇÃO EM JUÍZO - COISA JULGADA - A homologação em juízo do pedido de opção pelo FGTS e do respectivo acordo extrajudicial firmado entre as partes para garantir o pagamento da indenização relativa ao período anterior àquela opção, não está sob o manto da coisa julgada por tratar-se de ato de jurisdição voluntária onde inexiste solução de uma lide.

(TRT-RO-4052/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 15/10/94)

06. DEPÓSITO - JOGADOR DE FUTEBOL - CESSÃO - Sendo o jogador de futebol cedido por um clube a outro, por um certo tempo, sem que o "termo de empréstimo" mencionasse qualquer restrição de direito, todas as cláusulas do contrato de trabalho futebolístico que vigoravam entre o atleta e o cedente passam a vigorar com o cessionário. E tendo o autor optado pelo FGTS no contrato originário cabe ao 2º Réu o depósito pelo período em que permaneceu com o jogador.

(TRT-RO-11618/93 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 06/08/94)

07. Liquidação da diferença entre o FGTS devido e o efetivamente depositado pressupõe ciência dos valores e épocas dos depósitos efetuados na conta vinculada do empregado. Não há como proceder à liquidação se faltam nos autos as necessárias informações a serem prestadas pela Caixa Econômica Federal, operadora do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.

(TRT-AP-01342/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 17/08/94)

08. INTELIGÊNCIA DA RESOLUÇÃO N. 28 DE 06.02.91 DO CONSELHO CURADOR DO FGTS. Havendo dispensa sem justa causa, a multa de 40% deve ser paga sobre o montante dos depósitos fundiários, independentemente dos saques ocorridos durante o pacto laboral, conforme inciso I da Resolução em epígrafe.

(TRT-RO-09205/92 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 07.02.95)

MULTA DE 40% - BASE DE CÁLCULO - A base de cálculo da multa fundiária de 40% é o valor dos depósitos do FGTS, devidamente corrigidos, até o último dia do aviso prévio, ainda que o mesmo seja indenizado.

(TRT-RO-12325/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Washington Maia Fernandes - Publ. MG. 12.11.94)

1) MULTA DO FGTS - DEPÓSITOS - DATA - BASE PARA A INCIDÊNCIA 1) Na hipótese da dispensa imotivada do empregado, dispensado ou não o trabalhador do cumprimento do aviso prévio, o adicional de 40% do FGTS (Lei 8.036/90, art. 18, parágrafo primeiro) incide sobre o valor total da conta respectiva na data do término do aviso prévio que é tempo de serviço para todos os efeitos legais.

(TRT-RO-10666/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 15/10/94)

09. OPÇÃO RETROATIVA DO FGTS - TRANSAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO ANTERIOR - EFEITOS - A validade da opção retroativa do FGTS, com transação pelo tempo de serviço anterior, não impede o empregado de pleitear em Juízo o reconhecimento de tempo de serviço anterior àquele anotado na sua CTPS e nem obsta o deferimento de outros direitos decorrentes de seu contrato de trabalho. Recurso provido, determinando-se o retorno dos autos à Junta de origem para apreciação de todo o pedido inicial.

(TRT-RO-9105/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 11/10/94)

10. PRESCRIÇÃO - A Constituição Federal, em seu art. 7º, elencou, como direito do trabalhador, o FGTS, o que, conseqüentemente, está sujeito à prescrição estabelecida no inciso XXIX, letra "a", do mesmo dispositivo

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374legal. O privilégio à prescrição trintenária, contido no art. 5º, da Lei 8.036/90, está expressamente dirigido à CEF, órgão gestor do fundo, não beneficiando o empregado.

(TRT-RO-16502/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Sebastião Geraldo de Oliveira - Publ. MG. 30/05/95)

PRESCRIÇÃO - Há muito se questiona na doutrina a respeito da natureza jurídica dos depósitos do FGTS. No que concerne à prescrição, após a promulgação da vigente Carta Constitucional, a discussão tornou-se inócua. Isso porque o FGTS foi enumerado, na Carta Maior, como um dos direitos do trabalhador (art. 7º, item III). Na conformidade do item XXIX, "a", do mesmo preceito constitucional, todo aquele elenco de direitos prescreve em cinco anos. Assim, nenhuma importância terá a natureza jurídica dos depósitos. O prazo prescricional de tal direito está fixado pela Constituição da República. Sobre ela nenhum Enunciado poderá prevalecer. Aliás, é de se ressaltar a patente inconstitucionalidade do parágrafo 5º do art. 23 da Lei nº 8.036/90. Recursos desprovidos.

(TRT-RO-10297/93 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 10/09/94)

PRESCRIÇÃO APLICÁVEL APÓS A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 - A partir da Constituição da República de 1988, o FGTS, por ser crédito resultante das relações de trabalho, conforme disposto no seu art. 7º, inciso III, sujeita-se à prescrição estabelecida no inciso XXIX, letra "a", do referido preceito, sendo de se ressaltar que a prescrição trintenária a que se refere o art. 23, par. 5º, da Lei 8.036/90, regulado pelo Decreto 99.684/90, arts. 54 e 55, diz respeito ao Fisco, já que inserido no Capítulo da Fiscalização.

(TRT-RO-3465/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 10/06/95)

PRESCRIÇÃO - FGTS - A teor do En. 95, do C. TST é trintenária a prescrição do direito de reclamar contra o não recolhimento da contribuição para o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, independentemente de ocorrência de extinção contratual, já que o verbete sumulado não estabelece qualquer distinção.

(TRT-RO-12405/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 12/11/94)

PRESCRIÇÃO TRINTENÁRIA - Não obstante ter a Constituição Federal, em seu art. 7º, elencado o FGTS como direito do trabalhador, não está sujeito à prescrição estabelecida no inciso XXIX do mesmo dispositivo legal, já que expressamente ressalvado o privilégio à prescrição trintenária pelo art. 23, parágrafo 5º, da Lei 8.036/90.

(TRT-RO-12108/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 06/12/94)

11. AÇÃO RESCISÓRIA - ACORDO - LEVANTAMENTO DO FGTS - MUDANÇA DE REGIME - É cabível a rescisória, com fulcro no artigo 485, II, CPC, para desconstituir acordo judicial que determinou o levantamento do FGTS face a mudança do regime jurídico do servidor público do Estado, hipótese vedada através da Lei nº 8162, de 06.01.91.

(TRT-AR-60/93 - Seção Especializada - Rel. Juiz Orestes Campos Gonçalves - Publ. MG. 23/09/94)

COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO - MUDANÇA DE REGIME - A Justiça do Trabalho é competente para apreciar pedido de levantamento de FGTS, em face da mudança de regime celetista para estatutário.

(TRT-RO-13024/93 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 26/11/94)

REGIME ÚNICO - LIBERAÇÃO DO FGTS - DESCABIMENTO - Na absorção do empregado pelo regime único estatuário, não havendo dispensa injusta, descabe a liberação dos depósitos do FGTS, por não prevista no artigo 20 da Lei 8.036/90 e pela vedação contida no parágrafo 1º, do art. 6º da Lei nº 8.162/91.

(TRT-RO-19495/92 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 14/10/94)

SAQUE - CONVERSÃO DE REGIMES DOS SERVIDORES ESTADUAIS - A conversão de regimes dos servidores do Estado de Minas Gerais, da sua administração direta, autárquica e fundacional, operada em agosto/90, conquanto tenha implicado na automática extinção dos contratos de trabalho, por força de determinação expressa do artigo 4º, caput e parágrafo 5º, da Lei Estadual nº10.254/90, publicada no D. E. do "Minas Gerais" de 21.07.90, p. 3/4, não enseja a possibilidade de levantamento ou saque do FGTS, nem o pagamento da multa ou adicional rescisório de 40%. É que não ocorre nenhuma das hipóteses taxativamente previstas e codificadas no artigo 20 da Lei nº8.036/90, que já vigorava à época da extinção dos contratos dos servidores estaduais com a sua transmudação para o regime estatutário único. Demais disso, não se pode captar com tal extinção do contrato por conversão de regimes a hipótese da dispensa imotivada, já que aqui o empregado se vê surpreendido com a ruptura definitiva do contrato de trabalho pela denúncia unilateral do empregador, ficando ameaçado pelo "fantasma" do desemprego e fazendo jus à proteção e compensações legais baseadas no seu tempo de serviço, enquanto que alhures foi guindado o ex-empregado público para a nova condição de servidor estatutário, sem prejuízo do tempo de serviço e sem solução de continuidade do trabalho por tempo indeterminado ao ente público, transformando-se os salários em vencimentos.

(TRT-RO-5313/93 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 24/09/94)

12. Compete ao empregador efetuar os depósitos do FGTS, no período em que o empregado presta serviço

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375militar.

(TRT-RO-9447/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 08/11/94)

FORÇA MAIOR

01. NÃO CONFIGURAÇÃO - A dificuldade financeira enfrentada pela empresa, ainda que derivada de circunstâncias alheias à sua vontade, não configura força maior, capaz de eximi-la do cumprimento de acordo judicial, sob pena de suportar o empregado os riscos da atividade econômica.

(TRT-AP-4023/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Luiz Ronan Neves Koury - Publ. MG. 25/02/95)

FRAUDE

01. CONTRATAÇÃO IRREGULAR - FRAUDE - Alegada a fraude na contratação do reclamante, a sua comprovação deve ser cabal, sob pena de não passar de mera alegação. O que se faz em cumprimento à lei não pode ser interpretado como um artifício malicioso destinado a mascarar o verdadeiro destinatário do trabalho do reclamante. Improvada a fraude, nega-se provimento ao Recurso.

(TRT-RO-13133/93 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 11/11/95)

02. RECIBOS SALARIAIS - VALIDADE - Tendo a perícia grafotécnica apurado que a confecção dos recibos salariais ocorria após a assinatura do Reclamante, configurada está a fraude trabalhista. Nulos, portanto, os efeitos decorrentes dessa fraude.

(TRT-RO-3203/95 - 2ª T. - Rel. Juiz Michelângelo Liotti Raphael - Publ. MG. 02/06/95)

FUNDAÇÃO

01. ASSISTENCIAL - TRABALHO EDUCATIVO - Menor carente que presta serviços sob a supervisão de fundação assistencial, realiza trabalho educativo, cujo aspecto pedagógico prevalece sobre o econômico, não podendo ser considerado empregado.

(TRT-RO-341/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Márcio Túlio Viana - Publ. MG. 15.07.95)

02. CENTRO TECNOLÓGICO DE MINAS GERAIS - CETEC - NATUREZA JURÍDICA - Havendo o trânsito em julgado da decisão que reconheceu tratar-se o CETEC de pessoa jurídica de direito privado, porque não instituído por lei, criado pela Fundação João Pinheiro, sendo-lhe destinados, além do patrimônio da fundação instituidora, bens doados por terceiros, e registrada apenas no cartório de registro civil de pessoas jurídicas, impossível conceder-lhe o privilégio da execução via precatório.

(TRT-AP-02070/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Denise Alves Horta - Publ. MG. 26/11/94)

- G -

GESTANTE

01. CONHECIMENTO DO ESTADO GRAVÍDICO - Embora inexista documento nos autos, comprobatório da gravidez da empregada, a empresa incorreu em confissão ficta quando sua preposta, em depoimento pessoal, disse não saber se a Reclamada tinha conhecimento do estado gravídico da Reclamante. Recurso a que se nega provimento.

(TRT-RO-10725/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG.14/10/94)

02. CONTRATO DE EXPERIÊNCIA - ESTABILIDADE PROVISÓRIA - Extinto o contrato de trabalho pelo decurso do prazo ajustado, não faz jus a empregada gestante aos benefícios decorrentes da estabilidade provisória. Trata-se a garantia prevista no art. 10, inciso II, alínea "b", do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, de proteção contra a despedida arbitrária ou sem justa causa, o que não ocorre no contrato de experiência, cujo termo final é de prévio conhecimento das partes.

(TRT-RO-17040/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Ronan Neves Koury - Publ. MG. 11/03/95)

EMPREGADA GESTANTE - Dispõe o art. 10, II, "b", do Ato das Disposições Transitórias da Carta de 1988, que fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. O termo "confirmar" não altera o critério objetivista, sufragado pelos tribunais do trabalho (E. 142 do TST), segundo o qual a garantia de emprego e a licença-maternidade independem da comunicação da gravidez ao empregador. Ora, confirmar significa ratificar, tornar uma coisa certa (Pequeno Dicionário Enciclopédico Koogan-Larousse, P. 217), dar certeza, mostrar a verdade, demonstrar, comprovar (Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, 2ª ed. revista e aumentada, Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira S/A, p. 451), enquanto comunicação pressupõe mensagem, informação que alguém presta a outrem. A primeira não exige a presença de outra pessoa, a segunda sim. Ou seja, pode-se confirmar um fato para si mesmo. Já a comunicação se faz para outrem. Com esse argumento, conclui-se que o termo confirmação, no dispositivo constitucional em exame, não tem sentido de aviso que deva ser feito pela

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376empregada ao empregador. Marca apenas o início, em termos objetivos, da aquisição do direito ao emprego (MARTINS, Nei Frederico Cano. Garantias de emprego: questões controvertidas. Suplemento Trabalhista. São Paulo: LTR, 1990, v. 26, n. 56, p.300). No mesmo sentido pronunciaram-se outros doutrinadores: "confirmar a gravidez, em nosso entender, significa a empregada tomar ciência de seu estado gravídico. Poderá alguém observar sibilinamente que a ocorrência da despedida arbitrária antes dessa "confirmação" não eqüivalerá a uma infração à norma protetora da maternidade. Semelhante raciocínio legal leva à frustração dos fins sociais da regra legal e, em razão disso, torna-se inaceitável" (SAAD, Eduardo Gabriel. Constituição e direito do trabalho. São Paulo: LTR, p. 92). Em consonância com a doutrina tem-se posicionado a recente jurisprudência de todas as turmas do TST, mesmo após a Carta de 1988 (TST-Ac. 0001323. Proc. RR 54.064/92 - 1ª Turma - Relator: Ministro Fernando Vilar. Publicado no D. J. de 4 de junho de 1993, p. 1.113: Ac. 1.577/90.1 TST - RR 4.277/90.8 - 2ª Turma. Rel.: Min. José Francisco da Silva, D. J. de 8 de fevereiro de 1991, n. 2, p. 23; TST-Ac. 1755 - RR 57.277/93 - 3ª Turma - Relator: Ministro Francisco Fausto. Publicado no D. J. de 27 de maio de 1994, p. 13.329; TST-Ac. 645 - RR 76.153/93 - 4ª Turma. Relator: Ministro Galba Velloso (votação unânime - recurso provido). Publicado no D. J. de 3 de junho de 1994, p.14.070; TST/AC. 1126 - RR 85540/93 - 5ª Turma - Relator: Ministro Antônio Maria Thaumaturgo Cortizo (votação unânime - recurso provido). Publicado no D. J. de 6 de maio de 1994, p. 10704. E mais, quando o legislador brasileiro pretendeu que se desse ciência ao empregador do estado da gestante, o fez expressamente, como consta do Decreto nº 21.417-A, de 17 de maio de 1932, cujo art. 7º, parágrafo 1º, estatuía: "À época das quatro semanas anteriores ao parto será notificado, com a necessária antecedência, ao empregador, pela empregada, sob pena de perder esta o direito ao auxílio previsto no art. 9º", que era exatamente o correspondente ao salário-maternidade. Esse Decreto antecedeu-se aos termos da Recomendação da OIT nº 95, que sugere esta notificação, mas a legislação posterior e atual Carta atribuíram tratamento diverso à temática, à semelhança do que ocorreu com o art. 2º, parágrafo 2º, da lei italiana nº 1.204 de 1971, que, rompendo como critério subjetivo consagrado na Lei nº 860, de 1950, dispõe que a proibição de dispensa da gestante opera em conexão com o estado objetivo da gravidez e puerpério e não com a sua certificação.

(TRT-RO-17926/94 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 22/09/95)

ESTABILIDADE - Pretendendo a Reclamante a indenização decorrente da estabilidade de gestante, manifesta-se improcedente o pedido se o emprego lhe é colocado à disposição e a empregada a ele se recusa, afirmando que pretende apenas a indenização.

(TRT-RO-11097/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Carlos Alves Pinto - Publ. MG. 07/10/94)

ESTABILIDADE - INDENIZAÇÃO - O simples fato de ter havido a gestação na vigência do contrato de trabalho, independente de conhecimento das partes do estado gravídico da empregada na dispensa injusta, tendo em vista a proteção constitucional à maternidade (art. 10, II, "b" ADCT), em princípio impõe ao empregador o pagamento do salário-maternidade correspondente. Contudo, se a empregada deixa escoar o período da estabilidade e só reclama seus direitos no apagar das luzes do prazo prescricional, obstando o retorno ao serviço e o próprio ressarcimento pelo empregador, perante a Previdência Social, do benefício que seria antecipado, não há como se dar guarida à sua pretensão ressartiva dos salários do período.

(TRT-RO-9247/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 05/11/94)

ESTABILIDADE PROVISÓRIA - GESTANTE - O deferimento à gestante dos salários correspondentes ao período de estabilidade provisória supõe negativa da preservação do emprego pelo empregador. Daí que, em circunstâncias normais, não faz jus a esses salários a empregada que só reclama após o período em que poderia se reintegrada. Ocorre que no caso dos autos, a gravidez da reclamante foi de alto risco, deixando-a enferma, o que se apresenta como justo motivo tanto para a recusa ao emprego que lhe foi posto à disposição, quanto para recebimento dos salários e vantagens relativos ao período de garantia de emprego.

(TRT-RO-03405/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 05/10/94)

ESTABILIDADE PROVISÓRIA - GESTANTE. À gestante não é garantida a reintegração, mas tão-somente a indenização compensatória do período correspondente ao ajuizamento da ação até o termo da estabilidade provisória.

(TRT-RO-15472/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 07/02/95)

ESTABILIDADE - RENÚNCIA - Na esfera do Direito do Trabalho, notadamente, com a proteção constitucional, a renúncia a certos direitos deve ser interpretado restritivamente, não se podendo presumi-la ou admiti-la como tacitamente manifesta. Tal proteção se extrai do sentido e alcance da lei que visa, em primeiro plano, a proteção da maternidade.

(TRT-RO-17671/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 04/03/95)

03. GARANTIA DE EMPREGO - A simples recusa da empregada em retornar ao emprego colocado à sua disposição e a aceitar a retratação da reclamada quanto ao aviso prévio, dentro do seu termo, sem qualquer justificativa plausível, retira o direito à percepção de indenização, uma vez que se configura renúncia do direito à estabilidade provisória e à garantia de emprego.

(TRT-RO-10018/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 14.10.94).

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GARANTIA DE EMPREGO: ART. 10, II, "b" DO ADCT DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 - A finalidade dessa garantia constitucional de emprego que tecnicamente não se confunde com a estabilidade, é a proteção da empregada gestante e do filho. A garantia surge com o fato objetivo da confirmação da gravidez. Ora se se trata de garantia de emprego, pelo constituinte foi fixado um termo final, e se a ação é ajuizada após esse termo, obviamente, por responsabilidade única da empregada, não se pode deferi-la, ou mesmo convertê-la em indenização, por perda do objeto.

(TRT-RO/14993/94 - 4ª T. - Red. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 28.01.95)

GARANTIA DE EMPREGO - INDEFERIMENTO - Correta a sentença ao indeferir a indenização relativa ao período de estabilidade provisória quando evidenciado nos autos que a reclamante, ao constatar sua gravidez no curso do aviso prévio, ocultou o fato da reclamada e, mantendo-se silente durante todo o período em que lhe era garantido o emprego, só veio a Juízo depois de cinco meses do nascimento da criança.

(TRT-RO-13455/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG.23.11.94)

INDENIZAÇÃO - Indevido o pagamento dos salários vencidos e vincendos à gestante que, ao ter sido demitida, não deu ciência ao empregador de seu estado gravídico, só vindo a juízo 8 meses após a dispensa de 3 meses após o parto, tornando evidente a sua má-fé em somente receber os salários, pois, no presente caso, não teve o empregador a oportunidade de oferecer o emprego à disposição da obreira. Recurso oficial a que se dá provimento.

(TRT-RO-02520/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José Waster Chaves - Publ. MG. 02.09.94).

LICENÇA MATERNIDADE - GARANTIA DE EMPREGO - NATIMORTO - O art. 7º, inciso XVIII, da CF de 88, o art 10, II, alínea "b", do ADCT, da mesma Constituição e art 71 da Lei n. 8213/91, asseguram à empregada o direito à licença-maternidade e à garantia de emprego independentemente do nascimento com vida da criança. Objetivando não só a proteção do nascituro mas, também, recuperação física e psíquica da mãe, a licença-maternidade deverá ser concedida mesmo na hipótese do natimorto. Dispensando imotivadamente a autora no período de gozo da licença-maternidade e estabilidade provisória, o empregador atraiu para si o ônus do pagamento dos salários referente à garantia, já que os primeiros meses desta se confundem com a licença.

(TRT-RO-11191/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG.01.10.94).

LICENÇA MATERNIDADE - ADOÇÃO OU GUARDA PROVISÓRIA - INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA E TELEOLÓGICA DA CONSTITUIÇÃO. Embora o art. 7º, XVIII, da Constituição Federal, em sua literalidade, estabeleça como direito das trabalhadoras a licença à gestante, a melhor interpretação de tal norma constitucional não deve restringi-la ao fato biológico da gravidez. É que a própria Carta Fundamental, em outros seus dispositivos (artigos 6, 201, III, 203,I e II e 227), indica que a finalidade dos constituintes não foi apenas proteger a trabalhadora grávida, mas o fato social da maternidade (que tem expressão mais ampla) e as crianças em geral, para abranger, também, os casos de adoção e de guarda provisória de recém-nascidos carentes. A interpretação da norma constitucional não se pode limitar ao método gramatical: deve ser sistemática e teleológica, preferindo-se o sentido conducente ao resultado mais razoável e favorável a quem ela visa proteger. Tal entendimento se reforça pelo tratamento dado à matéria pela legislação ordinária, na medida em que o artigo 16 da Lei 8213/91, equipara a filho do segurado, para fins previdenciários, "o menor que, por determinação esteja sob sua guarda" e que o artigo 210 da Lei 8112/91, garante a licença remunerada à servidora pública federal que adotou ou obteve a guarda judicial de criança até 01(um) ano de idade - preceito este que, nos termos do artigo 8 da CLT, deve ser aplicado analogicamente à empregada em idêntica situação.

(TRT-RO-1284/95 - 2ª T. Rel. Juiz Aprígio Guimarães - Publ. MG. 30.06.95)

LICENÇA MATERNIDADE - A remuneração relativa ao período em que a empregada fica afastada do serviço em virtude de licença-maternidade cabe ao órgão previdenciário. Todavia, se a mesma é dispensada, sem justa causa, antes da época do gozo, deve ser indenizada por isso, respondendo, nesse caso, o empregador.

(TRT-RO-10530/94 - 3ª T. - Rel. Juiz José Murilo de Morais - Publ. MG. 18.10.94)

05. PROVA - Cabe à empregada demonstrar, de forma convincente, que à data da dispensa já se encontrava grávida, não se prestando para tanto, certidão de nascimento que não fixa a data da gestação, mas do parto e desta se podendo presumir que tenha ocorrido entre oito e nove meses da data do término do aviso prévio.

(TRT-RO-14642/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 02.12.94).

06. EMPREGADA GESTANTE - O pagamento do salário maternidade prescinde de critério subjetivo (ciência da gravidez pelo empregador) e se funda em dados objetivos caracterizados pela gravidez da empregada e pela dispensa injusta (Precedentes TST Pleno Ag-E-RR-6756/85 - ac. TP2457/86 - Rel. Ministro Barata Silva - DJ de 7.11.86, p. 21599). A orientação do C. TST teve por escopo afastar as dificuldades evidentes que a empregada enfrentava na prática, de provar a ciência do empregador, já que é na fase de cognição que se avulta a desigualdade dos trabalhadores. Esta orientação não foi alterada pela Constituição Federal de 1988,

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378que além da licença maternidade assegurou, nas Disposições Transitórias, garantia de emprego à empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. O termo "confirmar" não altera o critério objetivo, porquanto não significa comunicação da gravidez ao empregador, isto porque confirmar quer dizer ratificar, tornar uma coisa certa, enquanto comunicar pressupõe mensagem, informação que alguém presta a outrem (cf. neste sentido Cano Martins - Suplemento Trabalhista - 56/90 - pub. Ltr. Eduardo Gabriel Saad - Constituição e Direito do Trabalho, como também o Ac. TST - RR - 4277/90.8 - 2ª T. Rel. Min. José Francisco da Silva - DJ de 08.02.91)

(TRT-RO-11500/94 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 14.10.94).

GORJETA

01. FUNDO ESPECIAL - As gorjetas pagas pelos clientes aos empregados e convergidas a um fundo especial instituído, para posterior rateio entre os mesmos, sob a administração do empregador, têm natureza de participação nas entradas e, pois, se revestem de cunho salarial para todos os efeitos.

(TRT-RO-3317/95 - 1ª T. - Rel. Juiz José Eustáquio de Vasconcelos Rocha - Publ. MG. 05.05.95).

NATUREZA REMUNERATÓRIA. As gorjetas não são salário e sim remuneração, "não se incluindo no cálculo de nenhuma parcela salarial, pois não têm esta natureza, mas, sim, remuneratória" (Ministro Hylo Gurgel)

(TRT-RO-01482/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 07.02.95)

GRATIFICAÇÃO

01. DE FÉRIAS. TERÇO CONSTITUCIONAL. INTEGRAÇÃO, PROPORCIONALIDADE. Se a empresa, por mera liberalidade, cria, a nível administrativo, gratificação para seus funcionários, pagas por ocasião das férias regulamentares e somente sob essa condição, por questão de habitualidade, já que comprovada, nos autos, a sua concessão por mais de 30 anos, forçosamente, deve integrar ao salário do obreiro para os efeitos legais, observada a proporcionalidade de sua paga, nos termos da norma instituidora.

(TRT-RO-05081/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Roberto Marcos Calvo - Publ. MG. 23.07.94)

02. DE PRODUTIVIDADE - SUPRESSÃO. A parcela paga sob a denominação de gratificação de produtividade, mas que era complementação de piso salarial vinculada a um convênio do reclamado com outras entidades, não integra a remuneração da reclamante, mesmo tendo sido paga com habitualidade, sendo lícita a sua supressão decorrente da extinção do convênio, ainda mais quando o reclamado era mero repassador do valor.

(TRT-RO-05633/93 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 20.08.94).

03. Gratificações semestrais pagas em valor correspondente ao salário do empregado, não são consideradas no cálculo das horas extras (enunciado 253). É que haveria "bis in idem" haja vista que a média das horas extras habituais já é computada no cálculo de gratificação.

(TRT-AP-2911/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 31.01.95).

04. INTEGRAÇÃO AOS SALÁRIOS - Sendo pagas com habitualidade, as gratificações se presumem ajustadas, passando a integrar os salários do trabalhador, conforme dispõe o parágrafo primeiro do art. 457 da CLT.

(TRT-RO-9660/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG.01.10.94).

05. PARCELA PERCEBIDA A TÍTULO DE PARTICIPAÇÃO GERAL, SOB A FORMA DE GRATIFICAÇÃO SEMESTRAL - REFLEXOS INCABÍVEIS. A parcela apurada pelo laudo pericial como paga a título de participação geral, sob a forma de gratificação semestral, porquanto não integrativa da remuneração, a teor do Enunciado n. 253/TST, não gera reflexos sobre as horas extras, férias e aviso prévio, e por força da norma constitucional do art. 7º, inciso XI, daquela se desvincula, conforme reconhecido na Resolução n. TST - 33/94, que cancelou o Enunciado n. 251 daquela Colenda Corte.

(TRT-AP-3294/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 25.02.95)

GREVE

01. JUSTA CAUSA - GREVE BRANCA - A "greve branca" articulada por superior hierárquico aos demais operários, com o fito de obter melhorias salariais, enseja a demissão por justa causa, mormente que na mesma época fora celebrada Convenção Coletiva de Trabalho pelas entidades sindicais competentes, onde concedeu-se o reajuste salarial ajustado entre as partes.

(TRT-RO-16170/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ MG. 18.02.95).

02. COMUNICAÇÃO ANTECIPADA (48H) À PARTE CONTRÁRIA - PERDÃO TÁCITO - Não obstante a falta de comunicação antecipada do movimento grevista à empresa, esta perdoou alguns dos seus empregados que haviam participado do movimento, e que por isto haviam sido dispensados sem justa causa, readmitindo-se. Observe-se que a garantia de comunicação estampada na lei é simples direito subjetivo da empresa, não constituindo direito indisponível. Ou seja, o seu perdão fez desnecessária a comunicação em tela, o que não

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379implica na negação de vigência à lei, já que ela poderia dispor daquela garantia. Readmitidos alguns empregados, e não havendo qualquer motivo justificador de diversidade de tratamento, o perdão há de ser estendido a todos os outros, sob pena de se cometer odiosa discriminação.

(TRT-RO-01075/95 - 4ª T. Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 18.03.95).

03. DIREITO DE GREVE - DEMISSÃO DE GREVISTAS - DESARTICULAÇÃO DO MOVIMENTO - A principal lesão aqui não é à imediata, qual seja a perda do emprego, que também está garantido pela Lei 7.783/89, mas a mediata, decorrente do prejuízo que as demissões trazem ao movimento reivindicatório, pela resultante desarticulação.

(TRT-MCI-00014/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Nilo Álvaro Soares - Publ. MG. 26.08.94)

04. JUSTA CAUSA - GREVE - Descaracteriza-se a despedida por justa causa quando há prova de diversidade de tratamento entre iguais no movimento grevista, não se aplicando o disposto na Lei 7783/89.

(TRT-RO-00845/95 - 2ª T. - Rel. Juiz Aprígio Guimarães - Publ. MG. 10 - 03 - 95).

JUSTA CAUSA - GREVE - Estando suspenso o contrato de trabalho em razão de paralisação grevista, não está o empregado obrigado a cumprir as ordens do empregador. Já que a greve significa desobediência legalizada e representa direito do trabalhador assegurado na Constituição Federal.

(TRT-RO-435/95 - 3ª T. - Rel. Juiz Sebastião Geraldo de Oliveira - Publ. MG. 21.03.95)

JUSTA CAUSA - GREVE ABUSIVA - Ocorrendo a demissão por justa causa de vários empregados, sob a alegação de descumprimento do parágrafo único do art. 3º da Lei 7.783/89, e tendo a reclamada dispensado tratamento diferenciado a um dos grevistas, permitindo o seu retorno ao trabalho, resta descaracterizada a justa causa alegada, porquanto no nosso ordenamento jurídico não se admite a diversidade de tratamento.

(TRT-RO-467/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Luiz Ronan Neves Koury - Publ. MG.01.04.95).

JUSTA CAUSA - PARTICIPAÇÃO EM GREVE - NÃO CONFIGURAÇÃO - A participação pacífica em greve de protesto por melhores condições de trabalho não configura, por si só, falta grave capaz de sustentar o rompimento do contrato de trabalho por justa causa.

(TRT-RO-5213/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Márcio Túlio Viana - Publ. MG. 22.07.95)

GRUPO ECONÔMICO

01. Prova a existência de grupo econômico o fato de que a procuração aos advogados dos dois reclamados foi passada pela mesma pessoa, a qual é mandatária da empresa principal.

(TRT-RO-06871/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 05.10.94)

02. GRUPO ECONÔMICO/RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. Caracterizado o grupo econômico a que se refere o parágrafo 2º, do art. 2º, da CLT, impõe-se reconhecer a responsabilidade solidária da segunda reclamada, empresa controladora que dirige e administra a primeira reclamada, posto que a empregadora direta não tem autonomia sequer para fazer o pagamento das rescisões de seus próprios empregados, conforme se infere do depoimento pessoal do preposto comum das reclamadas.

(TRT-RO-04008/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Saulo José Guimarães de Castro - Publ. MG. 1º.07.94)

RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA - DESCARACTERIZAÇÃO - Se entre as empresas que figuram no pólo passivo da reclamação trabalhista inexiste evidência de controle administrativo ou econômico, bem como de qualquer hipótese de concentração econômica, ainda que entendido amplamente os limites do parágrafo 2º do artigo 2º consolidado, somente pela via restrita da fraude poder-se-ia cogitar da responsabilidade solidária das mesmas para os efeitos da relação de emprego existente entre o reclamante e uma das empresas, pois, na realidade, a relação jurídica havida entre as demandas era de natureza meramente civil.

(TRT-RO-08011/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 20.08.94)

- H -

HABEAS CORPUS

01. HABEAS CORPUS - Concede-se habeas corpus para sustar ameaça de prisão emanada de autoridade judicial quando o cumprimento da obrigação deva ser resolvido em execução de sentença.

(TRT-HC-00012/94 - 1ª T. - rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 27/01/95)

02. JUÍZO COMPETENTE - A natureza jurídica do "habeas corpus" é a de uma ação constitucional. Assim, pode ela tramitar em qualquer órgão do Poder Judiciário, sempre que a liberdade de locomoção sofrer ou se achar ameaçada de sofrer coação ilegal (art. 5º, item LXVIII, da Carta Constitucional). A defesa da liberdade toma uma dimensão maior, que não pode se restringir aos limites do direito e processo penal. Dessa forma, se a ordem de prisão, inquinada de ilegal, resulta de ato do Juiz do Trabalho, o Tribunal ao qual o mesmo é adstrito

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380hierarquicamente é competente para a apreciação do "habeas corpus".

(TRT-HC-9/94 - 3ª T. Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 08.11.94)

HONORÁRIOS

Advocatícios

01. HIPÓTESES DE CABIMENTO. Inobstante a edição da Lei nº 8.906, de 04.07.94, que dispõe sobre o Estatuto da OAB, no que pertine à Justiça do Trabalho subsiste o entendimento consubstanciado no En. 219/TST para as hipóteses de cabimento dos honorários advocatícios. É o que se infere do verbete sumulado de nº 329 da mesma Corte Superior.

(TRT-RO-14812/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 07.02.95)

PROCESSO DO TRABALHO - CABIMENTO - Os honorários advocatícios são devidos no processo do trabalho, quando o empregado, vencedor na ação, e pobre no sentido legal, está assistido pela entidade sindical de sua categoria profissional, exigindo-se a satisfação cumulativa destes requisitos, em respeito à Lei 5584/70 e ao Enunciado 329/TST.

(TRT-RO-17144/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 25.02.95)

02. TERMO DE DESIGNAÇÃO DE ADVOGADO - O credenciamento do advogado pela entidade sindical é condição essencial ao deferimento dos honorários advocatícios, não sendo suficiente para comprovar a assistência sindical a simples utilização de impresso do sindicato.

(TRT-RO-17080/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alves Pinto - Publ. MG. 06.05.95)

03. Os honorários advocatícios no processo do trabalho serão devidos apenas quando atendidas as exigências contidas na Lei nº 5.584/70. O artigo 133 da Constituição Federal de 1988 não derrogou o "jus postulandi" na Justiça do Trabalho e nenhuma alteração acrescentou, pois se limitou a reproduzir norma já existente na Lei nº 4.215 de 1963. O "jus postulandi" traduz uma decorrência do princípio da proteção, como uma compensação à hipossuficiência do empregado (cf. Isis de Almeida, Manual de Direito Processual do Trabalho, 3ª ed., SP, 1991, p. 72 - TST-RR-5850/89, Rel. Fernando Damasceno, Ac. 1ª T. 484/90, Nova Jurisprudência em Direito do Trabalho, Valentin Carrion, 1991, p. 258).

(TRT-RO-14128/94 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 20.01.95)

O "jus postulandi" segue incólume como princípio informador da processualística trabalhista, do que resulta improsperável o deferimento de verba honorária de advogado quando não atendidos os requisitos previstos na Lei nº 5584/70, única a regular o assunto no âmbito desta Justiça Especializada.

(TRT-RO-12420/93 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 20.01.95)

04. LEI 8906/94. O novo estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil, Lei 8906/94, manteve incólume a Lei 5584/70, que, assim, continua a reger a matéria relativa a honorários advocatícios nesta Especializada.

(TRT-RO-15054/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa. - Publ. MG. 20.01.95)

05. REQUISITOS LEGAIS - A teor dos Enunciados números 219 e 329, da Súmula do T.S.T., não basta que a petição inicial tenha sido elaborada e encaminhada em papéis timbrados do Sindicato profissional, para que se defira os honorários advocatícios. Torna-se necessário, para tanto, que haja a formal designação dos advogados pelo Sindicato para prestarem a assistência judiciária, ainda que a parte autora faça juntar comprovação de renda, atestado de pobreza ou que declare a inviabilidade econômica para demandar em escrito de próprio punho e sob as penas da lei.

(TRT-RO-15097/93 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto. - Publ. MG. 24.09.94)

06. A assistência judiciária prestada pelo Sindicato Profissional da Categoria, em reclamação trabalhista, a empregado necessitado, enseja a condenação do empregador no pagamento de honorários advocatícios.

(TRT-RO-16193/92 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 06.09.94)

Periciais

01. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA - Diante dos termos do Enunciado nº 236 do TST, temos que nesta Justiça Especializada os honorários periciais não se inserem dentre os benefícios da assistência judiciária, mormente em sendo despesas processuais, que devem ser suportadas por quem lhes deu azo, sob pena, inclusive, de desestimular os auxiliares do Juízo.

(TRT-RO-3.869/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 06.08.94)

ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA - Vencido o reclamante na questão que foi objeto da perícia, deve arcar com o pagamento dos honorários periciais, mesmo que esteja amparado pela Assistência Judiciária, posto que a lei não acoberta a gratuidade do trabalho realizado pelo profissional nomeado para prestar serviços técnicos à

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381Justiça, no processo (inteligência do Enunciado nº 236, da Súmula do T.S.T.).

(TRT-RO-10673/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 04.10.94)

Os honorários periciais são devidos ainda que o recorrente tenha obtido a isenção de custas, pois estender a isenção aos referidos honorários resultaria em admitir que o Perito Oficial não terá o seu trabalho remunerado, resultando isso em trabalho sem a devida contraprestação, o que não pode ser agasalhado por esta Justiça.

(TRT-RO-5041/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 01.10.94)

ISENÇÃO - A assistência judiciária abrange os honorários periciais (art. 3º, V, da Lei 1060/60), contudo, deve ser requerido no início da ação para que o perito designado saiba do "munus" ao ser nomeado.

(TRT-AP-2179/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Antônio Augusto M. Marcellini - Publ. MG. 25.02.95)

JUSTIÇA GRATUITA - RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL DO SUCUMBENTE - O benefício da justiça gratuita não importa na isenção dos honorários periciais quando uma das partes, pobre no sentido legal, é isenta de custas. O Enunciado 236 do Col. TST excepciona a regra e constitui orientação correta e justa da jurisprudência trabalhista. O reclamante, embora a parte mais débil no processo, não se torna irresponsável em relação às despesas processuais que provoca. Portanto, sucumbente na pretensão relativa ao objeto da perícia, responsabiliza-se pelo pagamento dos honorários periciais.

(TRT-RO-13097/93 - 4ª T. - Rel. Juiz Ricardo Antônio Mohallem. - Publ. MG. 26.11.94)

02. DESOBRIGAÇÃO DO DEPÓSITO PARA RECORRER. Não está a parte obrigada, sob pena de deserção do recurso, a proceder ao depósito dos honorários periciais.

(TRT-RO-16258/93 - 1ª T. - Rel. Juiz Saulo José Guimarães de Castro - Publ. MG. 02.09.94)

RECURSOS - REQUISITOS EXTRÍNSECOS - Os honorários periciais não são exigíveis de nenhuma das partes como integrantes do valor da condenação para fins do depósito recursal a que se refere o art. 899, parágrafos 1º e 4º, da CLT, nem compõem a noção de custas a serem recolhidas e comprovadas no prazo do art. 789, parágrafo 4º, da CLT, pelo que não se inserem no objeto de qualquer dos requisitos extrínsecos dos recursos trabalhistas no processo de conhecimento, ficando relegada a sua cobrança para a regular execução de sentença.

(TRT-RO-8677/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto. - Publ. MG. 24.09.94)

03. CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO. Os honorários periciais devem ser arbitrados tendo-se em conta o zelo do profissional, sua competência, seu lastro acadêmico, a complexidade do trabalho e sua importância como ingrediente auxiliar e elucidativo na prolação do "decisum", sem nenhuma correlação com o valor dos créditos apurados no laudo.

(TRT-AP-00100/95 - 2ª T. - Rel. Juiz Aprígio Guimarães - Publ. MG. 10/03/95)

A fixação dos honorários periciais deve obedecer a critérios de qualidade, tempo, maior ou menor complexidade, necessidade de deslocamento do "expert". Verificando-se que os honorários foram arbitrados em patamares convergentes com estes requisitos, não há porque alterá-los. Recurso a que se nega provimento.

(TRT-RO-17724/93 - 2ª T. - Rel. Juiz José Waster Chaves - Publ. MG. 09.09.94)

04. O perito, na condição de terceiro prejudicado, tem legitimidade para interpor recurso, insurgindo-se contra o valor fixado para os seus honorários.

(TRT-AP-1654/94 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 01/10/94)

05. INSALUBRIDADE. LIDE. MODIFICAÇÃO PELO PERITO. Afirmando o pedido que o empregado lidava em condições insalubres sem receber os EPIs e, contestadas estas afirmações, aí se firma a lide. Injustificada a tentativa do perito em mudar os rumos daquela ao dizer que o empregador não instruía o empregado sobre o alcance do agente insalubre porque contra esta afirmação não foi dada à parte oportunidade de defesa. O uso desta estratégia pelos peritos, na defesa de seus honorários, há que ser repudiada pelo Judiciário, não podendo o "expert" ir além de responder os quesitos formulados sem passar a "advogar" o deferimento de um adicional fora dos limites da lide.

(TRT-RO-09159/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 02.09.94)

06. AGRAVO DE PETIÇÃO. Omitindo-se quando facultado apresentar os seus cálculos, assume a parte os ônus dos encargos periciais caso discorde da liquidação formulada pelo "ex adverso".

(TRT-AP-2746/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 11.11.94)

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - CONTRADIÇÃO - SUPRIMENTO - EFEITO MODIFICATIVO - A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão relativa ao objeto da perícia, à luz do Enunciado 236/TST. Constatada a contradição no julgado que indeferiu a pretensão, mister se faz conceder efeito modificativo ao julgado para inverter a responsabilidade pelo pagamento dos

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382honorários do perito à cargo da parte vencida.

(TRT-ED-23814/94 - (RO - 04527/94) - 4ª T. - Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 20.08.94)

EXECUÇÃO. Sendo necessária a realização da perícia para apuração do valor da condenação, é lógico que os honorários do "expert" constituem ônus do devedor, pois é injurídico que o credor ainda tenha que pagar para receber.

(TRT-AP-4043/94 - 2ª T. - Red. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 17.03.95)

LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA - RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO DOS HONORÁRIOS PERICIAIS - À executada compete o pagamento dos honorários relativos à perícia realizada em liquidação de sentença, que se fez necessária em face da divergência entre os cálculos apresentados pelas partes. É que as despesas da execução devem ser suportadas pelo devedor, que lhe deu causa, deixando de quitar os débitos trabalhistas na época própria. E mesmo quando se tratam de parcelas controvertidas, que só vieram a ser definidas como exigíveis ou devidas em Juízo, atribui-se ao devedor o dever de apurar e pagar corretamente o que consta da condenação.

(TRT-AP-1726/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 15.10.94)

ÔNUS DO PROCESSO. A parte executada deu causa à prova, não cumprindo a obrigação que lhe foi imposta por lei e pela própria sentença, com força de coisa julgada, cujos honorários foram fixados com critérios e moderação, (pouco mais de 6 salários mínimos à época do arbitramento) considerando o trabalho realizado pelo "expert", a sua presteza, responsabilidade, dedicação, capacidade, honestidade, volume de serviços, tempo despendido e outros elementos que somente o juízo de primeiro grau, em contato direto, pode avaliar corretamente. Não esquecendo que a má remuneração dos trabalhos compromete aqueles requisitos, tendo os profissionais de fazer tudo muito mais rapidamente para poder suprir as deficiências de ganho, quando, por último, poderá se pensar que os que ganham menos podem se tornar maus profissionais, o que compromete toda a seriedade da Justiça.

(TRT-AP-01921/93 - 5ª T. - Rel. Juiz Bolívar Viégas Peixoto - Publ. MG. 23.07.94)

PEDIDO: reconhecimento de procedência pelo réu (ART. 269, II do CPC). Ônus de sucumbência relativo a honorários periciais - Admitindo o réu a procedência parcial do pedido - adicional de insalubridade -, e o autor reiterando o pedido em grau superior, o ônus de sucumbência quanto aos honorários periciais, embora o laudo pericial não autorize deferimento diverso do admitido pelo réu, é do mesmo, desde que a defesa, fixadora dos últimos limites da lide, não tenha aventado o fato impeditivo do direito que somente foi revelado pelo "expert".

(TRT-RO-16422/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 11/02/95)

PERÍCIA CONTÁBIL PARA LIQUIDAÇÃO DA DECISÃO EXEQUENDA. RESPONSABILIDADE DA EXECUTADA. Os honorários devidos ao perito que atua como auxiliar do Juízo na fase de liquidação trabalhista são de responsabilidade da executada que não satisfez espontaneamente seu débito, sem que haja necessidade de sentença condenatória expressa a respeito. É que tal verba, surgida no curso do processo somente depois da formação do título judicial que se executa e apenas porque houve resistência da devedora, integra as despesas processuais que o artigo 882 da CLT autoriza expressamente sejam acrescidas à importância reclamada, devidamente atualizada, a ser objeto de execução forçada.

(TRT-AP-03598/94 - 4ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 20.05.95)

Tendo sido os honorários periciais arbitrados em patamar razoável, de forma condizente com o trabalho apresentado, não há que se falar em redução, cabendo à reclamada o ônus do pagamento, uma vez que vencida no objeto da perícia.

(TRT-RO-00734/95 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 10/03/95).

07. PRESCRIÇÃO BIENAL ACOLHIDA E HONORÁRIOS PERICIAIS. RESPONSABILIDADE POR SEU PAGAMENTO. ENUNCIADO No. 236/TST. Não pode o julgador, depois de acolher corretamente a prescrição bienal do artigo 7ª, XXIX, a da CF/88 argüida pela defesa da reclamada, mesmo assim atribuir a esta a responsabilidade pelo pagamento dos honorários referentes às duas perícias técnicas realizadas no curso da instrução processual, ao fundamento de que as mesmas teriam apurado a existência dos direitos materiais vindicados pelo autor. É que a prescrição total, uma vez acolhida e por ser preliminar de mérito, impede o julgamento do mérito propriamente dito do litígio. Por outro lado, o conceito de sucumbência é processual e objetivo, sendo possível que o eventual detentor do direito material postulado em juízo seja sucumbente em ação destinada à sua satisfação: basta que seu resultado lhe seja, por qualquer motivo, desfavorável. O que proclama o Enunciado no. 236/TST é que a "parte sucumbente na pretensão relativa ao objeto da perícia" responderá pelo pagamento dos correspondentes honorários, o que não se confunde com a procedência, apenas em tese, dos pedidos iniciais correspondentes.

(TRT-RO-03347/95 - 4ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 01.07.95)

08. AGRAVO DE PETIÇÃO - NÃO CONHECIMENTO. AUSÊNCIA DE CAPACIDADE POSTULATÓRIA DO

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383PERITO PARA RECORRER ORDINARIAMENTE. Embora haja interesse processual do perito para recorrer de sentença que rebaixa os seus honorários, no próprio processo trabalhista (art. 499, parágrafo 1º/CPC), aquele só pode fazê-lo por intermédio de advogado, já que não detém capacidade postulatória. "In casu", o art. 791/CLT só se estende às partes, e não a terceiros.

(TRT-AP-02140/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 17.01.95)

PERÍCIA - HONORÁRIOS - FIXAÇÃO - REBAIXAMENTO - A Justiça do Trabalho deve valorizar os trabalhos de peritos honestos e pontuais que prestam, com sua colaboração, inestimável serviço ao Juiz. Somente em casos de evidente exagero deve a instância superior reduzir os honorários periciais. Com boa remuneração ao perito, a junta garante rapidez e celeridade na prestação jurisdicional. Se a reclamada optou pelo prosseguimento da ação, inclusive propugnando pela realização de prova pericial específica para este processo, tem agora que arcar com os ônus plenos da sucumbência, pois a ela, e não à Justiça, deve ser atribuída a responsabilidade pela despesa processual.

(TRT-RO-5350/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 18.10.94)

HORAS EXTRAS

01. ADICIONAL DE HORAS EXTRAS. CONDENAÇÃO JUDICIAL. A Constituição Federal de 1988 ao fixar o adicional de horas extras o fez como garantia mínima. Nada obsta a fixação de outro adicional em patamares superiores, quer por força de lei, instrumento normativo ou até mesmo por normas decorrente de regulamento de empresa ou contratual. Demonstrado que o empregador vinha pagando as horas extras com adicional em proporção mais elevada deve ser este considerado para fins de condenação daquelas não quitadas.

(TRT-RO-06989/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 23.07.94)

HORA SUPLEMENTAR. INCLUSÃO DO ADICIONAL. Pleito formulado na reclamatória, pagamento do labor em sobrejornada, traz em si implícito o pedido quitatório do respectivo adicional, tanto que o Enunciado 264, do Colendo TST, é preciso em explicitar que "a remuneração do serviço suplementar é composta do valor da hora normal, integrado por parcelas de natureza salarial e acrescido do adicional previsto em lei, contrato, acordo, convenção coletiva ou sentença normativa."

(TRT-AP-3886/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 15.07.95)

02. GARÇOM. LABOR EXTRAORDINÁRIO. A paga pelo trabalho em sobretempo não pode se limitar ao adicional de horas extras se o obreiro não é comissionista puro. Tal exegese tornaria inócuo o salário mínimo percebido constituindo injustificável prejuízo ao trabalhador.

(TRT-RO-09197/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 27.09.94)

03. HORAS EXTRAS - NÃO EXERCÍCIO DO CARGO DE GERENTE - Não havendo prova do exercício da função gerencial e demonstrado que o obreiro laborou em horário extraordinário, faz jus à percepção de horas extras com os acréscimos legais e respectivos reflexos.

(TRT-RO-8151/94 - 5ª T. - Red. Juiz Roberto Marcos Calvo - Publ. MG. 24.09.94)

04. Não há julgamento "extra petita" se o reclamante pleiteou horas extras e lhe foram deferidas horas de sobreaviso, eis que estas são espécie do gênero horas extras.

(TRT-RO-16838/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 21.03.95) PLEITO COM BASE EM JORNADA SUPLEMENTAR DITA DE EFETIVO TRABALHO. DEFERIMENTO,

MALGRADO PROVA DE CUMPRIMENTO DE PARTE DE JORNADA EM FORMA DE "SOBREAVISO". Se o empregado vindica o pagamento de horas extras, desinfluente, para acolhimento do pedido, o fato de a prova colhida demonstrar que parte da jornada cumprida não era de efetivo trabalho, mas de "sobreaviso" (CLT, art. 224, parágrafo 2º), pois, afinal, o que efetivamente importa, neste caso, é a demonstração de que havia trabalho além da jornada legal máxima. Raciocínio diverso leva à valorização de minúcias, com afronta à vetusta lição "da mihi factum et dabo tibi jus".

(TRT-RO-8049/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 07.10.94)

USO DE BIP - A utilização de BIP ou telefone celular pelo empregado enseja o pagamento das horas de sobreaviso como extras, pois, mesmo que seja permitida a sua locomoção nos limites do raio de ação dos aparelhos, ele permanece à disposição do empregador, podendo ser convocado a qualquer momento.

(TRT-RO-8057/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 05.11.94)

USO DO BIP - O uso do aparelho "bip" não caracteriza o sobreaviso. (TRT-RO-686/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 08.04.95)

05. INTERVALOS. Os intervalos intrajornada estabelecidos em instrumentos coletivos devem ser remunerados como extras quando comprovada a prestação de serviços durante eles.

(TRT-RO-10646/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Tarcísio Alberto Giboski - Publ. MG. 26.11.94)

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384 INTERVALO INTRAJORNADA - O descumprimento do intervalo mínimo de uma hora para repouso e

alimentação, conforme previsto no art. 71/CLT, implica pagamento da hora extra decorrente da violação da norma consolidada.

(TRT-RO-973/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Celso Honório Ferreira - Publ. MG. 01.10.94)

INTERVALOS INTRAJORNADA - O excesso de intervalo intrajornada não ajustado previamente na contratação do empregado, e ainda sem previsão em norma coletiva de trabalho, configura tempo à disposição do empregador que é computado na jornada de trabalho, gerando a obrigação da quitação das horas extras.

(TRT-RO-21493/92 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 06.09.94)

INTERVALOS INTRAJORNADA - Só os intervalos previstos em lei podem ser deduzidos da jornada de trabalho. Se o empregado permanece na empresa por tempo superior à jornada normal (descontando-se os intervalos legais apenas), esse excesso deve ser remunerado como horas extras. Aplicação do Enunciado n. 118 do TST. Recurso Ordinário a que se nega provimento.

(TRT-RO-14925/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 31.01.95)

INTERVALOS INTRAJORNADA - TEMPO À DISPOSIÇÃO. Os intervalos intrajornada, concedidos por liberalidade do empregador são considerados tempo à disposição, e devem ser pagos como hora suplementar, se acrescidos ao final da jornada.

(TRT-RO-8826/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 29.11.94)

INTERVALO PARA ALIMENTAÇÃO - O trabalho realizado em período destinado ao repouso e à alimentação deve ser remunerado como extraordinário, não configurando mera irregularidade administrativa.

(TRT-RO-12051/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 17.01.95)

INTERVALO PARA AMAMENTAÇÃO. NÃO CONCESSÃO. HORAS EXTRAS. NÃO CONFIGURAÇÃO. O intervalo legal instituído na forma do art. 396 - CLT com o objetivo de possibilitar à mãe que amamenta, alimentar seu filho recém-nascido, quando não usufruído, não configura hora extra porque não tem pertinência com esse instituto, que refere-se unicamente ao tempo laborado em regime de sobrejornada.

(TRT-RO-04535/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Roberto Marcos Calvo - Publ. MG. 23.07.94)

INTERVALOS PARA REFEIÇÃO - Lei 8923/94. A não concessão de intervalos para refeição, com o advento da Lei 8923/94, perdeu o enfoque puramente administrativo que era dado à questão, eis que, ao acrescer o parágrafo 4º ao art. 71/CLT, nele inseriu a obrigatoriedade de remunerar o período correspondente como hora extra.

(TRT-RO-2836/95 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 05.05.95)

TRABALHO NO INTERVALO INTRAJORNADA. O Enunciado No. 88/TST de fato proclama que o desrespeito ao intervalo mínimo entre dois turnos de trabalho estabelecido pelo artigo 71 da CLT constitui mera infração administrativa e não dá direito a qualquer ressarcimento ao obreiro, mas somente se tal irregularidade não importar em excesso de sua jornada efetivamente trabalhada, como nele consta expressamente. Se, além de cumprir sua jornada normal, o empregado trabalha no decorrer do intervalo intrajornada, faz jus a ter tal tempo remunerado como extraordinário.

(TRT-RO-16536/95 - 2ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 10.03.95)

06. COMPENSAÇÃO SEMANAL DE JORNADA - EFICÁCIA DO ACORDO - Para validade do regime de compensação semanal das horas de trabalho, a teor do art. 7º, item XIII, da C.F., não se exige que a autorização decorra somente do acordo coletivo a que alude o art. 611, parágrafo 1º, da CLT ou da convenção coletiva prevista no caput do mesmo dispositivo legal. Tornam-se eficazes, para tal desiderato, também o acordo individual firmado diretamente pelas partes contratantes ou o acordo celebrado entre o sindicato profissional e a empresa, como no caso, com o fim único de autorizar a referida compensação semanal, agindo aí a entidade como parte interessada na defesa dos interesses da categoria profissional em que se enquadram os empregados daquela. Indevidas as horas extras postuladas.

(TRT-RO-8064/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 08.10.94)

EXCESSOS DE JORNADA - Na apuração das horas extras devidas, no que diz respeito ao atraso na anotação do ponto na saída do serviço ou antecipação na entrada, somente o tempo superior a quinze minutos diários deve ser considerado como trabalho extraordinário.

(TRT-RO-11548/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 14.10.94)

LIMITE PREVISTO NO ART. 59 DA CLT - O limite estabelecido no referido dispositivo celetista não pode acarretar prejuízo para o empregado, que tenha prorrogado sua jornada de trabalho, além de 2 horas. Apurando-se na instrução que o reclamante extrapolava este quantitativo as extras deverão integrar o salário e refletir nas parcelas rescisórias.

(TRT-RO-16776/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Luiz Ronam Neves Koury - Publ. MG. 25.02.95)

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385

JORNADA DE TRABALHO. HORAS EXTRAS. CONTROLE DE PONTO. CONFIABILIDADE. Cabe ao empregador manter um controle de ponto dos seus empregados efetivo, sério, verdadeiro e confiável e não mera anotação de freqüência da qual conste, invariavelmente, registros de horários idênticos e inalteráveis por longos anos. Quando o empregador deixa de adotar os registros que a lei lhe exige e que constituem prova pré-constituída, não poderá insurgir-se contra prova produzida pelo trabalhador no sentido de demonstrar que os documentos patronais não espelham aquilo que foi a realidade do contrato de trabalho no seu dia-a-dia.

(TRT-RO-9709/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Tarcísio Alberto Giboski - Publ. MG. 24.09.94)

JORNADA REDUZIDA - PROVA. Demonstrado que a função da reclamante não era daquelas a que se confere jornada reduzida de seis (6) horas e sendo esta de 12 horas de trabalho por 36 de descanso, autorizada por instrumentos normativos, com correta marcação do cartão de ponto, indevidas são as horas extras, sejam as excedentes da sexta ou da oitava, diante do regime especial estabelecido.

(TRT-RO-5156/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 01.10.94)

07. HORAS DE TRANSPORTE - ART. 294 DA CLT - INCIDÊNCIA DO ADICIONAL DE HORAS EXTRAORDINÁRIAS - A hora de transporte definida pelo art. 294 da CLT, desde que superior à jornada máxima excepcional dos mineiros de seis horas diárias, sem prévia fixação coletiva em sentido contrário, deverá ser acrescida do adicional de horas extraordinárias correspondente, visto que além de ser computada para efeito de pagamento do salário, considera-se tempo à disposição do empregador e como de serviço efetivo, porque o empregado já se encontra aguardando ou executando ordens.

(TRT-RO-15857/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 25.02.95).

JORNADA - MINEIRO - HORAS EXTRAS - A jornada do mineiro, de acordo com o art. 294/ CLT, é de seis horas diárias, já considerado o tempo de transporte da boca da mina ao local de serviço. O tempo excedente tem que ser pago como horas extras.

(TRT-RO-00587/95 - 2ª T. Rel. Juiz Aprígio Guimarães - Publ. MG. 10.03.95).

TRABALHO EM MINA DE SUBSOLO. HORAS EXTRAS. ADICIONAL. Se ultrapassada a jornada legal de 06 horas, deve o tempo dispendido entre a boca da mina ao local de trabalho e vice-versa ser remunerado como extra, sendo devido o adicional respectivo.

(TRT-RO-12081/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Saulo José Guimarães de Castro - Publ, MG. 04.11.94)

08. FALTA DE QUITAÇÃO - MULTA NORMATIVA X PREVISÃO LEGAL - A falta de pagamento de horas extras não traduz ofensa, passível de multa, à convenção coletiva, eis que tal verba está prevista na lei e não nessa. Os instrumentos normativos criam não o direito em si, pois, mas adicionais mais benéficos. O que, havendo condenação e cálculo, será observado e, portanto, não tipifica infração punível.

(TRT-RO-17312/93 - 5ª T. - Rel. . Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 22.10.94).

09. ADICIONAL DE HORAS EXTRAS. Não há falar em julgamento "ultra petita", quando remuneradas as horas extras de forma simples, e deferido o adicional correspondente por estar contido no pedido formulado de forma abrangente. O adicional é decomposição do pedido de horas extras, estando contido na pretensão.

(TRT-RO-11891/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 14.10.94)

PEDIDO LÍQUIDO - Em se tratando de pedido líquido, a condenação às horas extras é limitada ao valor pleiteado para esta parcela, devendo ser corrigido, quando da liquidação de sentença, a partir da propositura da ação.

(TRT-RO-16491/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Roberto Marcos Calvo - Publ. MG. 25.02.95)

LIMITE - TESTEMUNHAS - EXTINÇÃO DO CONTRATO - Se a prova testemunhal demonstra que o Reclamante sempre trabalhou em regime de sobrejornada não há que se pretender limitar a condenação de horas extras até a data da extinção do contrato de trabalho das testemunhas. Neste caso, o ordinário é o serviço habitual em sobretempo, cabendo, assim, ao Reclamado comprovar que após a saída das testemunhas houve modificação das condições de trabalho, por elas narradas.

(TRT-RO-1132/95 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 17.03.95).

ÔNUS DE PROVA - Pela combinação dos arts 333, I, do CPC e 74, parágrafo 2º da CLT, conclui-se que, quanto à jornada de trabalho, deve-se proceder à inversão do encargo probatório, uma vez que é o empregador que detém as provas do fato constitutivo do direito do autor. Entender o contrário eqüivale a inviabilizar a produção da prova documental da jornada de trabalho. Mantendo o empregador mais de dez empregados no estabelecimento, é seu o ônus de provar o horário de trabalho do obreiro, o que deve fazer documentalmente, mediante a apresentação dos registros que está obrigado a manter. Recurso Ordinário parcialmente provido.

(TRT-RO-05169/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 16.07.94).

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386 ÔNUS DA PROVA - É do reclamante o ônus de comprovar o trabalho extraordinário (fato constitutivo) quando

a reclamada nega a jornada indicada na peça exordial. Aquele que pretende os efeitos jurídicos de determinado fato deve comprová-lo perante o juízo de forma cabal e inconteste, sob pena de ter frustrada sua pretensão.

(TRT-RO-16962/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 04.03.95).

ÔNUS DE PROVA - PRINCÍPIO DA DISPONIBILIDADE DA PROVA - É o empregador que tem a natural disponibilidade de meios de prova, quanto a horas extras em estabelecimentos com mais de dez empregados, o que contrasta com a dificuldade que possui o trabalhador nesse aspecto. É o princípio da disponibilidade da prova pelo qual cabe à parte que detém a prova trazê-la a juízo, sob pena de confissão quanto à matéria de fato.

(TRT-RO-16383/94 - 4ª T. Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 04.02.95).

ÔNUS PROBATÓRIO. Admitida, pela preposta, a existência de dois distintos cartões de ponto, um para registro da jornada normal, outro para registro do labor excedente, e tendo vindo aos autos somente os cartões relativos à jornada regular, reputam-se verdadeiros os horários declinados na inicial. Tal conclusão encontra-se amparada nas regras de distribuição dos ônus probatórios (art. 333 do CPC e art. 818 da CLT), bem como em orientação jurisprudencial dominante, consolidada no En. 338 do TST.

(TRT-RO-5685/95 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 08.07.95)

PRODUÇÃO DE PROVA - FREQÜÊNCIA DO EMPREGADO - HORAS EXTRAS - Em se tratando de produção de prova que vise à comprovação de jornada e freqüência do empregado, o ônus processual é do empregador, face à sua obrigação administrativa de controle: deverá, pois, juntar aos autos os registros de ponto, sendo-lhe facultado, entretanto, a apresentação de testemunhas que comprovem as suas alegações quanto à matéria.

(TRT-RO-06479/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 06.08.94).

PROVA. O convencimento do juízo se forma livremente, desde que amparado em fundamentação racional. Assim, a prova oral que não declina horários precisamente coincidentes não pode ser considerada insuficiente para a comprovação da sobrejornada, se a mesma contém indícios bastante consistentes para firmar a convicção do órgão judicante. E, de outro modo não poderia ser, em virtude dos limites cognitivos inerentes ao ser humano, que o impedem de assimilar e transmitir rigorosa e precisamente os fatos que percebe. A percepção destes só aproximativamente poderá ser apresentada ao juízo, que, a partir dessa percepção apresentada, formará uma imagem do quadro fático sobre o qual se instaurou a lide.

(TRT-RO-12017/94 - 5ª T. - Rel. Juíza Denise Alves Horta - Publ. MG. 22.07.95).

10. 1) PROVA - 2) AJUDA ALIMENTAÇÃO - PAGAMENTO 1) Confere-se horas extras ao reclamante quando a prova testemunhal é convincente no sentido de demonstrar o excesso de jornada e o registro, no relógio de ponto, de apenas parte deste "quantum". 2) Não se considera prova testemunhal a respeito de fornecimento de "ticket-refeição" quando a defesa nega o direito do bancário porque não trabalhava além da jornada legal.

(TRT-RO-9534/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 15.10.94).

PROVA TESTEMUNHAL - A fixação do número de horas extras, quando ouvidas várias testemunhas, informando números diversos entre si, para jornadas variáveis, exige trabalho paciente de arbitramentos médios, dentro dos limites da lide e do convencimento que cada depoimento traga, isolado ou comparado com os demais.

(TRT-RO-01735/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 22.10.94)

11. REFLEXOS NOS RSRs - Habitualmente prestadas, ao longo do pacto laboral, as horas extras deverão refletir nos repousos semanais remunerados, independentemente de estarem incluídas na remuneração.

(TRT-RO-323/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. 01.04.95).

12. HORAS EXTRAS - Faz jus ao adicional de 50% trabalhador que percebe à base de produção e labora em regime de sobrejornada.

(TRT-RO-12518/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 28.10.94).

13. MINUTOS QUE ANTECEDEM E SUCEDEM A MARCAÇÃO DE PONTO. Os minutos que antecedem e sucedem a jornada de trabalho, registrados nos cartões de ponto, são computados como extras, eis que são tempo à disposição do empregador, conforme artigo 4º da CLT.

(TRT-RO-15715/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 07.02.95)

PERÍODOS À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR - HORAS EXTRAS - PROVA. Evidenciada a ocorrência de prestação de serviços em períodos correspondentes a carregamento e descarga das bagagens dos passageiros, faz jus o empregado às horas extras, já que nada obsta a prova constante dos cartões-de-ponto que se caracterizaram pela absoluta simetria das jornadas, ao passo que assinados por terceiros.

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387 (TRT-RO-16494/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 25 - 02 - 95).

TEMPO À DISPOSIÇÃO - HORA EXTRA. O tempo gasto para se vestir uniforme de trabalho e no recebimento de instruções do dia, anterior à jornada pactuada, é tempo à disposição do empregador, devendo ser remunerado como hora extra, nos termos do art. 4º da CLT.

(TRT-RO-8903/94 - 3ª T. Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 22.11.94).

TEMPO À DISPOSIÇÃO - HORAS EXTRAS - INDEFERIMENTO - Não integra a jornada de trabalho do empregado o período em que o mesmo espera, pela manhã, a condução fornecida pela empresa, porquanto, em tal lapso de tempo, não está empregando sua força produtiva e nem aguardando ou executando ordens do empregador.

(TRT-RO-06526/94 - 5ª T. Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 23.07.94).

14. TOMADA DE REPORTAGEM: O trabalho de coleta de ocorrências, consumado antes ou depois dos turnos laborados e intitulado "tomada de reportagem", somente pode ser executado fora do expediente normal e, por isso, é trabalho extra, tendo assim que ser remunerado como tal.

(TRT-RO-2629/95 - 5ª T. - Rel. Juiz Roberto Marcos Calvo - Publ. MG. 08.04.95).

15. TRABALHO EXTERNO - HORAS EXTRAS - Evidenciando-se que o autor, quando em viagens, perfazia percurso determinado entre certas cidades, cuja quilometragem exige fatalmente tempo superior ao de oito horas e, além disso, sujeitava-se à fiscalização de seu trabalho, através de impressos próprios da reclamada, não se acha ele abrangido pela exceção do artigo 62, "a", da CLT, fazendo jus às horas extras pelo trabalho suplementar.

(TRT-RO-11822/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 05.11.94).

VENDEDOR - CONTROLE DE JORNADA - Comparecendo o vendedor no início e fim da jornada, ainda que exercente de funções externas, não pode ser considerado como trabalhador sem fiscalização, sendo-lhe devidas as horas extras laboradas. Inaplicável, pois, a letra "a" do art. 62 da CLT.

(TRT-RO-00906/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 25.03.95).

VENDEDOR EXTERNO - HORAS EXTRAS - De se negar o enquadramento na hipótese do art. 62, letra "a", da CLT, do vendedor externo que cumpre rotas predeterminadas e fiscalizadas pela empresa e a esta retorna ao final do dia para entrega do veículo utilizado e realização de acertos, impondo-se o deferimento, como extras, das horas laboradas, além da 8ª diária.

(TRT-RO-09782/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 22.10.94).

16. TRABALHO INSALUBRE. ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE HORÁRIO. Se o trabalho é prestado em ambiente insalubre, a sobrejornada deve ser prévia e expressamente autorizada pelo Ministério do Trabalho (CLT, art. 60). Logo, a compensação de horário que não observa esse preceito é irregular, ainda que prevista em acordo ou convenção coletiva do trabalho.

(TRT-RO-12659/94 - 3ª T. Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. 31.01.95).

HORAS "IN ITINERE"

01. DIFICULDADE DE ACESSO AO LOCAL DE TRABALHO - EXEGESE DA CONJUNÇÃO "OU", UTILIZADA NA REDAÇÃO DO ENUNCIADO N° 90/TST - A dificuldade, ou não, de acesso ao local de trabalho também se mede pelo tempo que seria necessário para percorrer o percurso a pé, bem como das condições físicas do terreno percorrido: assim, é de difícil acesso o local de trabalho do empregado que fique na margem oposta de um rio caudaloso, ainda que estreito, e não o é, o local não servido por transporte público, a que se chega após trinta minutos de caminhada, por exemplo, em cujo percurso não haja qualquer acidente geográfico, ou dificuldades outra que não demandem grande esforço para transposição.

A avaliação, portanto, deve se prender mais à dificuldade real de acesso, do que à simples inexistência de transporte público, regular, ou não.

Ou seja, o bom senso é que deve orientar a interpretação do enunciado n° 90 do C. TST, e não a literalidade da conjunção "ou", utilizada no mesmo.

(TRT-RO-07938/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 27.08.94).

FORNECIMENTO DE CONDUÇÃO - PRESUNÇÃO. A inexistência de transporte público ou a sua deficiência para atender à demanda somada à incompatibilidade de horários de transporte, torna o local de difícil acesso, exigindo da empresa que necessita da força de trabalho, o fornecimento da condução aos trabalhadores e o conseqüente pagamento das horas "in itinere". Enunciado 90/TST. O fornecimento de condução pela empresa faz presumir sua necessidade que somente se elide por prova robusta em sentido contrário.

(TRT-RO-01211/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 05.10.94).

HORAS DE TRANSPORTE - CAMINHADA POR TRECHO PEQUENO. IMPROCEDÊNCIA. Confessado pelo

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388reclamante, que o transporte público o deixava acerca de apenas meia hora da Fazenda em que trabalhava, devendo o percurso restante ser vencido a pé, resulta improsperável o pleito de horas "in itinere", por isto que diminuto o trecho não servido por condução regular. Afinal caminhar é saudável: afugenta o desânimo, inspira a alma, faz bem às coronárias e afaga o espírito. Principalmente nos atavios do meio rural...

(TRT-RO-15201/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 20.01.95).

INAPLICABILIDADE DO EN. 90/TST. Empresa localizada em lugar de fácil acesso, servido por extensa malha viária pavimentada e servida por numeroso transporte coletivo. Pretender que se considere, também, como horas de trabalho os exíguos minutos que o trabalhador consome no percurso interno da reclamada é subverter a intenção do legislador. O que dizer-se, então, dos milhões de trabalhadores urbanos que saem de casa muitas vezes no escuro da madrugada, consumindo horas e horas do seu escasso tempo, todos os dias, em coletivos superlotados, para atingir o trabalho, e retornando ao lar já noite alta?

(TRT-RO-15293/93 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 09.09.94).

LOCAIS DE DIFÍCIL ACESSO - De modo geral, em qualquer parte do interior da grande maioria dos Estados brasileiros constitui fato público e notório que as propriedades rurais, para fins de deslocamento de trabalhadores, situam-se em locais de difícil acesso e não servido por transporte público. As exceções ficam por conta daquelas propriedades situadas próximas ou às margens de rodovias federais ou estaduais, pavimentadas ou não, tanto que os que, de ordinário, prestam serviços em propriedades rurais nelas residem . Em tais circunstâncias, e pelo seu caráter extraordinário cumpre ao empregador comprovar a existência de transporte público em regiões que, notoriamente, tal fato não é do conhecimento comum.

(TRT-RO-10.493/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Tarcísio Alberto Giboski - Publ. MG. 26.11.94).

TEMPO EM TRÂNSITO. Sendo de difícil acesso ou não servido por meio regular de transporte de massa o lugar da prestação do trabalho, o empregado encontra-se por conta do empregador, remunerado e já contando tempo de jornada, desde o início do trajeto. Se, ao final, o total de horas trabalhadas e de transporte ultrapassam a jornada normal, o excesso deve ser quitado com adicional próprio de jornada extra.

(TRT-RO-18372/93 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 23.07.94).

02. HORAS "IN ITINERE" - DESLOCAMENTO - INDEVIDAS - O deslocamento dentro da empresa, num percurso de 400 (quatrocentos) metros, ainda que não servido por transporte público regular, não dá ensejo ao deferimento das horas "in itinere".

(TRT-RO-16044/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 31.01.95).

TRECHO INTERNO DA AÇOMINAS. Considerando as peculiaridades que envolvem o transporte dos trabalhadores no trecho interno da Açominas, bem como as longas distâncias a serem percorridas, antes do registro do início da prestação de serviços nos cartões-de-ponto e a inexistência de transporte público no trajeto, considera-se como tempo à disposição do empregador esse período, bem como preenchidos os requisitos necessários à caracterização das horas "in itinere".

(TRT-RO-16495/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG.25.02.95).

03. CARACTERIZAÇÃO. O enunciado 90/TST não prevê a insuficiência e/ou incompatibilidade de horários do transporte público existente na região de atividade da empresa com os horários de trabalho desta, como requisito para a caracterização das horas itinerantes.

(TRT-RO-15439/93 - 4ª T. Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 22.10.94).

CONFIGURAÇÃO - Para a aplicação do Enunciado n. 90/TST, não é necessária a conjunção de dois requisitos - falta de transporte público e dificuldade de acesso. Basta um deles.

(TRT-RO-5146/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Márcio Túlio Viana - Publ. MG. 15.07.95).

DESCARACTERIZAÇÃO. Ainda que o local de trabalho do empregado diste apenas 04 km de sua residência, se existe transporte público servindo o percurso e é de difícil acesso, devida a hora de transporte.

(TRT-RO-11367/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. 01.10.94).

ESPERA DE CONDUÇÃO - HORAS EXTRAS INDEVIDAS - Correto o entendimento esposado na sentença porque o art. 4º da CLT considera como serviço efetivo apenas o período em que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, o que a toda evidência não fazia o reclamante quando aguardava a condução.

(TRT-RO-6729/94 - 3ª T. Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 11.10.94).

A jurisprudência dominante do C. TST é no sentido de que a insuficiência de transporte e/ou incompatibilidade de horários entre estes e a jornada de trabalho dos empregados não autorizam a aplicação do E. 90 desse mesmo Tribunal, que não prevê distinção sibilina. Do contrário, o verbete do mencionado Enunciado seria elastecido.

(TRT-RO-16105/93 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 02.12.94).

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A Lei 7418/ 85 retira do transporte, fornecido pela empresa, o caráter de salário-utilidade, porém não impede que o tempo despendido no percurso seja considerado à disposição do empregador, quando preenchidos os requisitos do enunciado 90 do Col TST.

(TRT-RO-17057/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes de Cunha - Publ. MG. 21.03.95).

Não há exigência de haver transporte empresarial diário para gerar o cômputo do tempo na jornada de trabalho. O traslado do empregado ao local não servido por transporte público, no início e no final da semana enseja a reparação das respectivas horas itinerantes.

(TRT-RO-20868/92 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 06.09.94)

SALÁRIO - UTILIDADE - TRANSPORTE - HORAS "IN ITINERE" - Se o local de trabalho é servido por condução pública regular, indevidas as horas "in itinere", em conseqüência, o transporte fornecido, não o era para o trabalho, traduzindo-se, portanto em salário - utilidade, no "plus" equivalente a 6% (seis por cento) do salário-base do empregado, importância que gastaria se lhe fosse fornecido o vale-transporte.

(TRT-RO-00854/95 - 1ª T. - Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 10.03.95).

04. HORAS "IN ITINERE" E VALE-TRANSPORTE. A integração na jornada de trabalho das horas gastas com o transporte dos empregados, de acordo com a situação peculiar prevista no E. 90/TST não configura a cumulação de benefícios vedada pelo art. 8º do Decreto 95.247/87, pois o vale-transporte se aplica somente ao transporte público coletivo, e de acordo com os objetivos traçados pelo art. 1º da Lei 7.418/85.

(TRT-RO-12161/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Márcio Flávio Salem Vidigal - Publ. MG. 05.11.94)

05. REMUNERAÇÃO - É válida, considerando-se o caráter controverso do tema, negociação coletiva que estabeleça que o pagamento das horas itinerantes será feito sem o adicional previsto para as extraordinárias. Esta determinação, entretanto, só será aplicável a partir do momento em que for positivada no instrumento competente, "in casu", o acordo coletivo de trabalho.

(TRT-RO-12909/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 25.11.94).

06. O fornecimento de transporte pelo empregador faz presumir sua necessidade, a fim de que seus empregados possam ser pontuais e assíduos. Cabe à empresa a prova de que o local de trabalho não é de difícil acesso, pois é servido por transporte público regular, suficiente para atender à demanda dos trabalhadores e com horários compatíveis com a jornada dos obreiros. Não demonstrando o fato impeditivo do direito postulado, considera-se à disposição da empresa o tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida pelo empregador.

(TRT-RO-13702/92 - 3ª T. Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 06.09.94).

INCOMPATIBILIDADE DE HORÁRIOS - ÔNUS DA PROVA. O ônus da prova da incompatibilidade de horários do transporte público com a jornada de trabalho é do empregado. Não tendo se desincumbido de seu mister, não faz jus o obreiro ao recebimento das horas "in itinere".

(TRT-RO-16685/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 31.01.95)

07. Quando o transporte fornecido pelo empregador é necessário para a prestação do trabalho, não podendo esta ser realizada sem aquele, as horas "in itinere" devem ser consideradas como tempo à disposição do empregador e, como tal, remuneradas. Se parte do percurso não é servido por transporte público, evidencia-se a necessidade de serem os trabalhadores transportados pelo empregador para que a prestação de trabalho se torne possível. Sendo necessário o transporte do empregado, todo o trajeto percorrido pela condução deve ser considerado para a apuração do tempo à disposição. Recurso Ordinário parcialmente provido.

(TRT-RO-11591/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 08.11.94)

- I -

IMPOSTO DE RENDA

01. COMPETÊNCIA - A Justiça do Trabalho não tem competência para dirimir questão ligada à retenção de imposto de renda retido na fonte pelo empregador.

(TRT-AP-00967/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 02/09/94)

COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO - ABONO PECUNIÁRIO DE INCENTIVO À APOSENTADORIA - DESCONTO DE IMPOSTO DE RENDA NA FONTE NA RESCISÃO CONTRATUAL - Embora a discussão de fundo também tenha aspectos tributários, pois exige que se determine se a indenização instituída por iniciativa da empregadora para incentivar seus altos empregados a se aposentarem é ou não isenta do Imposto de Renda, é competente a Justiça do Trabalho, nos termos do artigo 114 da Constituição Federal, para apreciar e julgar reclamação do empregado que pretende a devolução da quantia descontada a esse título de seu acerto rescisório. É que aquela questão é simples prejudicial de mérito, cuja solução prévia é indispensável para que

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390se decida de forma definitiva a controvérsia decorrente da relação de emprego mantida pelas partes, de natureza inegavelmente trabalhista.

(TRT-RO-16296/94 - 2ª T. - Red. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 17/03/95)

02. INCIDÊNCIA SOBRE OS JUROS DE MORA - O imposto de renda incide nas verbas trabalhistas de natureza salarial (Lei n. 7713/88), observando-se o valor total recebido, incluindo-se, aí, os juros de mora, já que o art. 46, parágrafo 1º, inciso I, da Lei 8541/92, não os excluiu.

(TRT-AP-02046/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 21/10/94)

03. TRANSAÇÃO - IMPORTÂNCIA LÍQUIDA - IMPOSTO DE RENDA - Constando do termo de acordo que o pagamento é de importância líquida, não se admite a retenção, sobre o valor a ser quitado, do imposto de renda na fonte; este deve ser suportado pelo empregador, sobre o valor bruto a encontrar o líquido devido.

(TRT-AP-02260/94 - 1ª T. - Red. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 04/11/94)

INDENIZAÇÃO

01. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - INTERESSE DE AGIR - PRESCRIÇÃO - Se a pretensão à indenização por danos morais decorre de imputação de crime feita ao empregado, somente após o trânsito em julgado da sentença que o inocentou é que lhe nasce o direito de vindicar a reparação, pois é deste marco que passa a ter o interesse de agir. Não há falar-se, nesta circunstância, em prescrição do direito de ação porque transcorridos mais de dois anos da extinção do contrato de trabalho, face ao princípio da "actio nata".

(TRT-RO-12596/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 06/12/94)

DANO MORAL - OFENSA À HONRA DO EMPREGADO - O empregador responde pela indenização do dano moral causado ao empregado, porquanto a honra e a imagem de qualquer pessoa são invioláveis (art. 5º, XI, da Constituição Federal). Esta disposição assume maior relevo no âmbito do contrato laboral porque o empregado depende de sua força de trabalho para sobreviver. "La indemnización tarifada de la Lei de Contrato de Trabajo no excluye una reparación complementaria que signifique un amparo para el trabajador, cuando es agredido en su personalidad" (SANTIAGO RUBINSTEIN). A dor moral deixa feridas abertas e latentes que só o tempo, com vagar, cuida de cicatrizar, mesmo assim, sem apagar o registro.

(TRT-RO-3608/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Sebastião Geraldo de Oliveira - Publ. MG. 08/07/94)

02. ADICIONAL DA MP-434/94, CONVERTIDA NA LEI Nº 8.880/94 - CONSTITUCIONALIDADE - A relação de emprego protegida contra a despedida arbitrária ou sem justa causa é um preceito constitucional posto (art. 7º, item I, da C.F.), com o que se devem coadunar a legislação em geral e as demais fontes do direito do trabalho. A exigência de lei complementar refere-se apenas às disposições gerais de proteção que serão introduzidas de forma mais perene, podendo haver previsão de estabilidade e/ou indenização compensatória. Nada impede, contudo, que dispositivos de leis ordinárias e de normas coletivas venham a estabelecer, desde já, proteções específicas e circunstanciais ou que se justifiquem por condições peculiares, mediante a estipulação de estabilidades provisórias e/ou indenizações adicionais.

(TRT-RO-10482/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 26/11/94)

LEI n. 8.880/94 - Não pode prevalecer a tese que sustenta ser inconstitucional a indenização prevista no art. 29 da Medida Provisória n. 434/94, convertida na Lei n. 8.880/94. O parágrafo 1º do art. 5º da Carta Maior estabeleceu que "as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicabilidade imediata". Assim, não se pode condicionar a eficácia do item I do art. 7º à promulgação de lei complementar. Sendo este preceito uma norma de eficácia contida, a aplicabilidade da indenização de dispensa está a depender, tão-somente, de sua existência legal, ou mesmo convencional. Recurso Ordinário parcialmente provido.

(TRT-RO-12939/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 09/11/94)

03. DANOS DECORRENTES DA RELAÇÃO DE EMPREGO POR ATO DO EMPREGADOR - INDENIZAÇÃO DEVIDA - A Justiça do Trabalho, no exercício de sua competência constitucional, pode condenar o empregador ao pagamento de perdas e danos que, por ação ou omissão sua, cause ao empregado, desde que o prejuízo ocorra em razão e dentro do período do pacto laborativo, o qual se mantém até o último dia do aviso prévio, ainda que indenizado, visto que até tal dia permanece vivo o vínculo, por força de expressa disposição legal.

(TRT-RO-13488/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 04/02/95)

Adicional

01. DO ART. 29 DA MEDIDA PROVISÓRIA 457/94 - AVISO PRÉVIO INDENIZADO - A projeção do Aviso Prévio indenizado não acarreta o ônus do pagamento da indenização adicional prevista no art. 29 da Medida Provisória 457/94, porquanto vigora no sistema legal brasileiro o preceito constitucional segundo o qual a lei nova não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.

(TRT-RO-8345/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Saulo José Guimarães de Castro - Publ. MG. 19/08/94)

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02. DIREITO AO REAJUSTE - A indenização adicional de que trata o art. 9º das Leis 6708/79 e 7238/84 não afasta o direito ao reajuste no período de aviso prévio, a teor do En. 314, do TST.

(TRT-RO-3004/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 24/06/94)

DO ART. 9º DA LEI 7238/84 - Comprovado que o desligamento obreiro se deu no mês da data-base de sua categoria, em face da projeção do aviso prévio indenizado, não há que se falar em indenização do art. 9º da Lei 7238/84.

(TRT-RO-14583/93 - 5ª T. - Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello - Publ. MG. 25/02/95)

Indevida a indenização adicional, se, com a projeção do aviso prévio, a relação jurídica ultrapassou a data-base da categoria a que pertence o empregado. Tornam-se devidas, na hipótese, as verbas rescisórias devidamente reajustadas.

(TRT-RO-13497/94 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 02/12/94)

PREVISTA NO ART. 9º DA LEI 7238/84 - Terá direito a indenização adicional prevista no art. 9º da Lei 7238/84 o empregado que for dispensado no trintídio que antecede a data-base da categoria, computando-se, para tanto, a projeção do aviso prévio, ainda que indenizado.

(TRT-RO-00830/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Luiz Ronan Neves Koury - Publ. MG. 11/03/95)

03. DERROGAÇÃO - Na forma do art. 2º da Lei de Introdução ao Código Civil, a totalidade da legislação relativa à semestralidade salarial está derrogada, não apenas por incompatibilidade com as leis novas, sucessivas, como por estar toda a questão salarial alterada e substituída por essas. O que inclui o artigo que trata da indenização adicional. Não é possível que, dentro do ordenamento jurídico, sobrevindo - como dispõe a pré-falada Lei de Introdução - norma legal mais moderna e completa, que substitui um sistema de reajustes por outro, mais amplo, abrangente, consetâneo com a realidade econômica, pedaços, disposições ou cominações da lei antiga subsistam, sozinhos, isolados, fora do seu contexto original. A se chancelar isso, logo teríamos uma babel inconcebível e um total artificialismo legal, com resíduos de leis dali e daqui dadas como vigentes e a exegese dos textos sujeita a subjetivismo puro de cada julgador. Além disso, mesmo quando vigente, ela cabia nos casos em que o aviso prévio, incluída sua projeção ficta, ficasse aquém da data-base. Não quando a ultrapasse, como é o caso dos autos. Onde o Autor pediu as duas coisas: essa indenização e o reajuste coletivo.

(TRT-RO-09576/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 12/11/94)

04. (ART. 29, MP 434) - DISPENSA SEM JUSTA CAUSA - A dispensa do trabalhador, sem justa causa, na vigência da URV, dá a ele o direito de receber uma indenização adicional equivalente a 50% de sua remuneração (art.29, MP 434 - posteriormente, art.31, da Lei 8880/94).

(TRT-RO-14276/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 31/01/95) INQUÉRITO JUDICIAL

01. ESTÁVEL - A instauração de inquérito judicial para apurar falta grave, como está no art. 853 da CLT, é norma procedimental pertinente, tão-só, à despedida de empregado estável nos termos do art. 494 da CLT.

(TRT-RO-15083/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 18/02/95)

INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

01. DENUNCIAÇÃO DA LIDE - PROCESSO DO TRABALHO - NÃO CABIMENTO - É incabível, no processo do trabalho, a denunciação da lide, a teor do art. 114 da atual Carta Magna do país.

(TRT-RO-4683/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 05/11/94)

PROCESSO DO TRABALHO - DENUNCIAÇÃO À LIDE - Permitir a intervenção de terceiros de forma indiscriminada seria, "data venia", permitir o litígio entre empregadores, que foge da competência da Justiça do Trabalho.

(TRT-RO-753/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 08/04/95)

02. OPOSIÇÃO - OBJETO - O objeto da oposição deve ser a coisa ou o direito discutido na ação em que se intervém. O opoente pretende este direito/coisa e reivindica direito próprio. Se a ação tem outro conteúdo, é incabível à espécie, extinguindo-se o processo, sem julgamento do mérito.

(TRT-AO-0001/95 - Seção Especializada - Rel. Juiz Itamar José Coelho - Publ. MG. 05/05/95)

- J -

JORNADA DE TRABALHO

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39201. ACORDO - COMPENSAÇÃO - HORAS EXTRAS - Havendo acordo de compensação prevendo o sábado livre,

o fato de existir trabalho em alguns desses dias não legitima o deferimento de horas extras, já que o mesmo pacto prevê também a possibilidade de folgas nos chamados "feriado-ponte" e a compensação respectiva com o trabalho no sábado, quando ocorrer a hipótese.

(TRT-RO-5314/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 05/11/94)

ACORDO DE COMPENSAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE DE AJUSTE TÁCITO OU ATRAVÉS DE CLÁUSULA DE CONTRATO INDIVIDUAL - Nos termos do Enunciado nº 108/TST, a compensação de horário semanal deve ser ajustada por acordo escrito. Porém, após a edição da Constituição Federal de 1988, tal regime de compensação de jornadas só é possível através de convenção ou acordo coletivo de trabalho, como se depreende da interpretação teleológica de seu artigo 7º, XIII. Nas palavras autorizadas de ARNALDO SÜSSEKIND, "a flexibilização admitida está sujeita à tutela sindical" (in Instituições de Direito do Trabalho, v. 2, 13ª edição, p.715).

(TRT-RO-1281/95 - 2ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 07/04/95)

A compensação de horário, a teor do art. 7º, XIII, da Constituição Federal, exige convenção coletiva ou acordo coletivo que a autorize. Todavia esses instrumentos coletivos devem observar a carga máxima de trabalho na semana (44 h), bem como o limite máximo de dez horas diárias, eis que o parágrafo 2º do art. 59 da CLT encontra-se em vigor, tendo sido recepcionado pela nova ordem constitucional. Assim, improcede a alegação de que o excesso numa semana era compensado pela redução na outra, visto que a compensação de horário só pode ser feita dentro da mesma semana.

(TRT-RO-08971/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 05/10/94)

COMPENSAÇÃO DE HORÁRIOS - ART. 59 DA CLT - VALIDADE - Para ser válida, a compensação de horários prevista no art. 59, parágrafo 2º, da CLT, exige que não se exceda nem o horário normal da semana nem o limite de dez horas diárias. Ultrapassados quaisquer dos limites legalmente fixados, deverão as horas ser quitadas como extras, inútil a pretensão de compensar-se o excesso com a correspondente diminuição em outra semana.

(TRT-RO-14688/93 - 2ª T. - Red. Juiz Michelangelo Liotti Raphael - Publ. MG. 11/02/94)

COMPENSAÇÃO DE JORNADA - Somente a forma escrita, ainda que individual, dá validade ao acordo de compensação de horas trabalhadas por se tratar de exceção à duração da jornada de trabalho.

(TRT-RO-17452/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 10/02/95) 02. ATIVIDADE EM CAIXA ELETRÔNICO - INAPLICABILIDADE DO ART. 72/CLT - Revelando os autos que as

atividades exercidas pela autora eram exclusivamente em caixa eletrônico, inaplicável se torna o dispositivo do art. 72/CLT. Para que tal norma seja aplicada à atividade de digitação, por analogia extensiva, mister que seja exercida de forma permanente, o que a toda evidência não era o caso da reclamante.

(TRT-RO-08812/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 05/10/94)

03. FERROVIÁRIO - JORNADA DE TRABALHO - CONSERVAÇÃO DE VIA PERMANENTE - No caso do empregado ferroviário, que tenha trabalhado nas turmas de conservação da via permanente, conta-se como tempo efetivo de trabalho o período transcorrido entre a hora de saída do alojamento até a hora em que cessar o serviço em qualquer ponto compreendido dentro dos limites da respectiva turma. O tempo gasto no percurso de volta só será computado, porém, quando o obreiro tiver trabalhado fora dos limites da sua turma e limita-se ao retorno a esses limites (Inteligência do art. 238, parágrafo 3º, da CLT).

(TRT-RO-1384/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 17/06/95)

04. DESCANSO INTRAJORNADA - DEDUÇÕES NA DURAÇÃO DA JORNADA - A teor do disposto no art. 71, parágrafo 2º da CLT, os intervalos de descanso não são computados na duração do trabalho, salvo disposição em contrário, acordada em CCTs.

(TRT-RO-11568/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 25/10/94)

INTERVALO INTRAJORNADA - DESRESPEITO - Com a entrada para o mundo jurídico da Lei n.8923, de 27/07/94, impõe-se a remuneração do período correspondente ao intervalo para alimentação e descanso, não concedido, com acréscimo mínimo de 50% sobre o valor da hora normal de trabalho. O desrespeito, que até então configurava mera infração administrativa, passou, com a nova lei, a gerar labor excedente em favor do trabalhador, tanto que cancelado, pela Resolução 42/95, do colendo TST, o antigo Enunciado 88 do mesmo Tribunal.

(TRT-RO-5445/95 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 08/07/95)

INTERVALO INTRAJORNADA - VIOLAÇÃO - HORAS EXTRAORDINÁRIAS - Antes da edição da lei 8.923, de 27/07/94, a violação do intervalo intrajornada constituía mera infração administrativa, nos termos do Enunciado 88/TST. Após o advento da referida Lei, que incluiu o parágrafo 4º ao art. 71/CLT, restou incontroverso que a inobservância do referido intervalo gera pagamento de horas extraordinárias.

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393 (TRT-RO-4746/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Márcio Túlio Viana - Publ. MG. 08/07/95)

05. LABORATORISTA - JORNADA DE TRABALHO - O art. 8º, da Lei 3.999/61 autoriza o ajuste, por escrito, de jornada de trabalho superior a 4 (quatro) horas, desde que respeitado o disposto no art.12, sem que o excedente possa ser considerado serviço extraordinário.

(TRT-RO-15967/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 31/01/95)

06. A carta de 88, em passagem alguma, revogou o art. 73, parágrafo 1º da CLT, que dispõe sobre a ficção legal da hora noturna reduzida. Os diversos incisos do art. 7º da Constituição não são "numerus clausus", mesmo porque o "caput" desse artigo expressamente resguarda os direitos previstos na legislação infraconstitucional.

(TRT-RO-18919/92 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 08/11/94)

HORA NOTURNA - Art. 73/CLT - O art. 73, parágrafo 1º, da CLT, não foi derrogado pela Constituição Federal, porque a intenção do legislador não visa reduzir vantagem concedida ao trabalhador, que presta serviços em condições adversas, com a alteração da legislação "in pejus".

(TRT-RO-05530/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José Waster Chaves - Publ. MG. 07/10/94)

HORA NOTURNA - Os empregados que trabalham em indústria petroquímica não fazem jus à redução da hora noturna prevista no art. 73, parágrafo 2º da CLT, por força do E. 112 do TST. O trabalho noturno desses empregados é regido por legislação específica.

(TRT-RO-12343/94 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 09/11/94)

JORNADA NOTURNA REDUZIDA - A jornada noturna reduzida foi recepcionada pela Constituição Federal de 88. Em prevalecendo entendimento contrário, seria admitir a piora da condição social dos trabalhadores (art. 7º, IX), com diminuição indireta de seus ganhos salariais. E o direito não caminha para trás.

(TRT-RO-14217/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 02/12/94)

07. TELEFONISTA - JORNADA REDUZIDA - A jornada especial de trabalho, que cogita o art. 227/CLT, não se aplica ao Porteiro que tem, dentre outras, a atribuição de operar o PABX instalado na portaria da reclamada.

(TRT-RO-16945/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 10/02/95)

08. INEFICÁCIA DOS CARTÕES DE PONTO - Provado, embora, que o empregado anotava os cartões de ponto, de próprio punho, havendo no processo circunstâncias evidentes de prova documental e firme aval de testemunhas conforme aquele era pressionado, pelos prepostos da própria empresa, no sentido de não registrar todo o tempo extraordinariamente trabalhado, por certo de que se deve desprezar a circunstância inicialmente enunciada e o próprio registro dos cartões de ponto, para se assumir, como verdadeira, a jornada de trabalho testemunhalmente comprovada.

(TRT-RO-1846/95 - 1ª T. - Rel. Juiz Manuel Cândido Rodrigues - Publ. MG. 07/04/95)

PROVA - Depoimento do preposto admitindo excessos na jornada às segundas-feiras, tira o valor probante das folhas de presença, que registram horários de entrada e saída perfeitamente iguais, em todos os dias, inclusive às segundas-feiras.

(TRT-RO-11616/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Ricardo Antônio Mohallem - Publ. MG. 05/11/94)

09. INTERPRETAÇÃO DO ART. 227/CLT - Não está excepcionada pela jornada reduzida prevista no art. 227/CLT, empregada que atende e promove, juntamente com outros colegas de trabalho, chamadas em aparelho de PABX com apenas cinco linhas, realizando, ainda, serviços gerais e de recepcionista.

(TRT-RO-13344/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 11/11/94)

JORNADA LEGAL 220 HORAS - Percebendo remuneração por hora trabalhada, faz jus o obreiro ao pagamento de 228 horas no mês composto por 31 dias.

(TRT-RO-00815/95 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 10/03/95)

REDUÇÃO CONSTITUCIONAL - SALÁRIO HORAS - A redução da jornada de 240 para 220 h. da CF-88, deu-se em benefício para os então empregados. Ou seja, trabalhariam menos tempo para ganhar o mesmo salário. Para os remunerados na unidade de tempo hora, o correto critério consistiu em adequar seu salário nessa unidade para que percebessem o mesmo valor de 240 horas em 220 de esforço.

(TRT-RO-12679/93 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 10/09/94)

10. JORNADA 12 X 36 HORAS - PREVISÃO EM CCT - É pacífica a aceitação pela doutrina e jurisprudência modernas do chamado sistema de revezamento 12 x 36 horas, consistindo a previsão em CCT conquista alcançada pela categoria, consultando interesse de ambas as partes.

(TRT-RO-08545/94 - 3ª T - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 05/10/94)

JORNADA DE 12 HORAS TRABALHADAS POR 36 HORAS DE DESCANSO - SEMANA - EXCESSO DE 44

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394HORAS - Semana, em direito do trabalho, pressupõe a prestação de serviço diária em seis dias com folgaobrigatória no sétimo dia. A semana, portanto, não é a que decorre do calendário, mas da prestação de serviço de seis dias seguidos, por um dia de descanso, limitados aqueles a oito horas. Na jornada de 12 x 36 não há prestação de serviço em seis dias seguidos, ela é sempre interrompida a cada 12 horas trabalhadas, com folga de no mínimo 24 horas seguidas. Quando se dá a folga, nova semana deve ser considerada e, como se verifica, nunca acontece de se tomar esta seqüência em seis dias corridos; portanto, não há possibilidade de se ultrapassar a jornada semanal de 44 horas.

(TRT-RO-12885/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 04/11/94)

11. TELEFONISTA - PABX - A atividade exclusiva de telefonista de PABX se enquadra na mesma atividade penosa e estafante da telefonista de mesa, fazendo jus à jornada reduzida.

(TRT-RO-09663/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Saulo José Guimarães de Castro - Publ. MG. 02/09/94)

12. TEMPO À DISPOSIÇÃO - Não tipifica esta figura jurídica (artigo 4º da CLT) o período em que o obreiro, após cumprimento regular de sua jornada diária de trabalho, espera a condução fornecida pela empresa, salvo prova sólida e efetiva de que permaneceu no aguardo de ordens.

(TRT-RO-05979/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Sebastião Geraldo Oliveira - Publ. MG. 01/07/94)

JUIZ CLASSISTA

01. COMPETÊNCIA - O juiz classista tem manifesta competência para indeferir liminarmente qualquer Mandado de Segurança, dentro do seu poder de cautela, atuando como Relator, porquanto, na esteira do art. 115, parágrafo único, III, da Constituição Federal de 1988, é Magistrado. Logo, conforme Regimento Interno, Carta Magna do TRT, participa normalmente da distribuição de feitos, sem privilégios ou discriminações. Não pode escolher processos para atuar, pois tem notória jurisdição integral. Entender, dmv, que o juiz classista, relator de WRIT, não pode, in limine, indeferi-lo, significa impor-lhe CAPITIS DIMINUTIO, que a lei jamais cogitou. Magistrado, conforme a Lei Magna de 1988, o classista o é, podendo, de tal arte, praticar todos os atos de Juiz, atuando nos processos da Seção Especializada e o seu voto, na realidade, tem o mesmo valor daquele proferido pelo Togado. É, com efeito, o classista imprescindível ao funcionamento da Justiça Trabalhista, decidindo com total independência, trazendo sua larga experiência para harmonizar o capital e o trabalho. Assim, em sendo Magistrado, na acepção da palavra, participa, como componente do Tribunal, normalmente da distribuição dos feitos, inclusive de Mandamus of Writ e dando os despachos consoante seu livre convencimento. Jurisdição não se restringe. O Magistrado é - ou não - Juiz, sendo vedada distribuição conduzida, no afã de fugir do classista. A Constituição da República de 1988, de modo expresso, deu-lhe o epíteto de Magistrado e qualquer discussão antagônica se torna acadêmica ou bizantina.

(TRT-AGR-19/94 - Seção Especializada - Red. Juiz Dárcio Guimarães de Andrade - Publ. MG. 05/08/94)

02. SUSPEIÇÃO - A simples indicação do juiz para compor a lista das associações sindicais não o torna, só por isso, suspeito para atuar nos casos em que esta entidade sindical tenha algum vínculo direto ou indireto, ainda mais que a participação nos julgamentos dos Juízes Classistas ocorre de forma paritária com o propósito evidente de busca do equilíbrio na representação de empregados e empregadores.

(TRT-ES-0001/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Sebastião Geraldo de Oliveira - Publ. MG. 02/09/94)

SUSPEIÇÃO - JUIZ CLASSISTA REPRESENTANTE DOS EMPREGADOS - PARIDADE CONSTITUCIONAL - ARTIGO 801 DA CLT - ACEITAÇÃO DO JULGADOR PELA PARTE - Por força da própria Constituição Federal , a Justiça do Trabalho conta em todos os seus níveis com representação paritária dos trabalhadores e empregadores. Por outro lado, o artigo 801 da CLT, ao disciplinar os casos de suspeição na esfera do processo do trabalho, estabelece que o Juiz Presidente e os Juízes Classistas são suspeitos se tiverem "interesse particular na causa". Assim, não se pode simplesmente presumir a suspeição de um dos integrantes classistas do Juízo de primeiro grau apenas por ser dirigente do sindicato representante de uma das categorias, profissional ou econômica, de que faz parte um dos litigantes. Ademais, não tendo a reclamada argüido a questão na audiência em inauguração da qual também participou o mesmo Juiz Classista representante dos empregados, aplica-se o parágrafo único do mesmo preceito consolidado.

(TRT-RO-17383/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 17/03/95)

JULGAMENTO

01. AGRAVO DE PETIÇÃO - A decisão proferida em execução não comporta os qualificativos de "ultra, extra e citra petita" estes atribuíveis exclusivamente à sentença de cognição.

(TRT-AP-03038/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 20/01/95)

"Extra Petita" 01. "ULTRA OU "EXTRA-PETITA" - NULIDADE AFASTADA - POSSIBILIDADE DE ADEQUAÇÃO - Se a

condenação que excede o pedido inicial pode ser decotada de modo a que se adeque aos limites da lide,

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395quando do julgamento do mérito recursal e tendo em vista o efeito devolutivo que se confere ao apelo, deve ser afastada a preliminar de nulidade. É preferível a reforma que a anulação, desde que não decorram prejuízos às partes, em apreço aos princípios da celeridade e da economia processual.

(TRT-RO-11239/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 26/11/94)

"Ultra Petita"

01. "ULTRA PETITA" - ALTERAÇÃO DO PEDIDO - Não buscando o recorrente a adequação da condenação ao seu pedido, ante evidente contradição entre os fundamentos e a conclusão da sentença, não há como ser acolhida sua pretensão de reforma da sentença com base na prova testemunhal que elastecera seu pleito inicial, porque resultaria em implícita alteração do pedido e julgamento "ultra petita".

(TRT-RO-18010/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 10/03/95)

02. ULTRAPETIÇÃO DA SENTENÇA - Desnecessário declarar-se nulidade de sentença por ultrapetição se há possibilidade de se adequar a condenação à "litiscontestatio" sem prejuízo processual das partes.

(TRT-RO-177/95 - 2ª T. - Rel. Juiz Hiram dos Reis Corrêa - Publ. MG. 17/03/95)

03. AÇÃO RESCISÓRIA - ARTIGO 485, INCISO V - A decisão que defere, cumulativamente, o pedido alternativo formulado na inicial da ação, julga "ultra petita", o que é defeso em lei. Por isso, é passível de rescisão calcada no inciso V, do artigo 485, do CPC.

(TRT-AR-383/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Renato Moreira Figueiredo - Publ. MG. 21/04/95)

JUROS DE MORA

01. CONDENAÇÃO - De acordo com o Enunciado n. 211/TST, os juros de mora e a correção monetária incluem-se na liquidação, ainda que omisso o pedido inicial ou a condenação, não havendo assim que se falar em julgamento "extra petita". De acordo com a legislação celetizada contam-se os juros a partir da propositura da ação.

(TRT-RO-1217/95 - 1ª T. - Red. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 05/05/95)

02. APLICAÇÃO DA CLT - Os juros de mora, por expressa previsão da Consolidação das Leis do Trabalho, são devidos a partir da data do ajuizamento da reclamatória. Assim, a aplicação simultânea dos juros previstos naquele Diploma Legal com os consagrados na legislação civil afronta o disposto no parágrafo único do art. 8º da CLT, além de constituir à evidência "bis in idem", um "plus" na contagem do crédito trabalhista.

(TRT-RO-1587/95 - 5ª T. - Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 08/04/95)

03. DÉBITOS TRABALHISTAS - ATUALIZAÇÃO - JUROS DE MORA - Os débitos trabalhistas sofrerão juros de mora equivalentes à TRD acumulada no período compreendido entre a data do vencimento da obrigação e seu efetivo pagamento.

(TRT-AP-02109/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 17/09/94)

04. No Processo do Trabalho a incidência de juros de mora tem previsão legal expressa (art. 883/CLT), sendo incabíveis, cumulativamente, aqueles previstos no art. 1063 do Código Civil, sob pena de incidência do "bis in idem".

(TRT-RO-17051/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 10/02/95)

05. Apesar do Enunciado 304, do Col. TST, dizer que sobre os débitos trabalhistas das entidades submetidas aos regimes de intervenção ou liquidação extrajudicial não incidem juros de mora, eles não podem ser excluídos do cálculo de liquidação quando o comando exequendo contempla-os expressamente, sob pena de ofensa à autoridade da coisa julgada. Agravo de petição da Minascaixa desprovido.

(TRT-AP-02554/94 - 5ª T. - Rel. Juiz José Murilo de Morais - Publ. 26/11/95)

JUSTA CAUSA

01. Comprovado nos autos que o empregado, no local de trabalho, envolveu-se em luta corporal, usando canivete, porrete e faca, cabe-lhe no mínimo, a prova de ter agido em legítima defesa. Se não prova ter sido agredido, justifica-se a sua dispensa, independentemente de considerações sobre o possível excesso ocorrido nos meios utilizados.

(TRT-RO-05049/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Carlos Alves Pinto - Publ. MG. 07/10/94)

REAÇÃO DO EMPREGADO A AGRESSÃO FÍSICA INJUSTA PRATICADA CONTRA COLEGA DE SERVIÇO - JUSTA CAUSA - INEXISTÊNCIA - Não pode vicejar a alegação de justa causa para dispensa do obreiro, quando seu comportamento traduz, apenas, reação imediata a descabida agressão anterior praticada contra colega de serviço por feitor da empresa, exercendo verdadeiro ato de legítima defesa de terceiro.

(TRT-RO-16113/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Hiram dos Reis Correia - Publ. MG. 10/03/95)

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02. Configura justa causa o fato de o empregado, durante a jornada de trabalho, atirar tijolo em colega de serviço, ainda que de brincadeira, quando, embora não atingindo o alvo, o objeto cai em via pública, colocando em risco a coletividade.

(TRT-RO-13821/94 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 20/01/95)

CONFIGURAÇÃO - EFEITO DE SENTENÇA CRIMINAL ABSOLUTÓRIA - A prática de ato de improbidade pelo empregado inviabiliza a manutenção do vínculo empregatício, que se estabelece principalmente pela existência de recíproca confiança. Comprovado o ato faltoso do empregado (artigo 482, "a", da CLT), mantém-se a justa causa para a rescisão do seu contrato de trabalho, não tendo força no Juízo Trabalhista sentença criminal absolutória calcada na precariedade de prova naquele Juízo. Isto só ocorre quando a absolvição criminal é decorrente do reconhecimento de que o agente agiu em estado de necessidade, legítima defesa, cumprimento estrito de dever legal ou exercício regular de direito, caracterizantes de descriminantes, que por si excluem qualquer criminalidade ou, ainda, se o Juízo Criminal concluir pela inexistência material do fato ou de não ser do réu a autoria. Absolvições criminais por meras dirimentes ou por falta de prova convincente não vinculam, de qualquer forma, o Juízo Trabalhista.

(TRT-RO-3242/95 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 29/04/95)

NÃO OCORRÊNCIA - Não constitui motivo ensejador de dispensa por justa causa o fato de negar-se o empregado a usar, durante o serviço, vestimenta que possa por em risco sua segurança pessoal.

(TRT-RO-16092/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Itamar José Coelho - Publ. MG. 25/02/95)

Para configuração da justa causa e em razão das conseqüências drásticas que dela advêm, necessária a indicação de prova cabal da falta grave ensejadora do despedimento. Inexistindo tais requisitos, impossível o acolhimento da dispensa motivada.

(TRT-RO-10132/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 01/10/94)

PARALISAÇÃO DO TRABALHO - TRATAMENTO DISCRIMINATÓRIO - DESCARACTERIZAÇÃO DA JUSTA CAUSA - Desde que o trabalhador não tenha incidido em ameaças contra o encarregado da empresa, nem tenha praticado apedrejamento de veículo, ou qualquer ato contrário às normas de conduta na esfera empresária, não pode sofrer autêntico tratamento discriminatório para ser colhido pelo despedimento, enquanto os demais empregados não mereceram tal punição.

(TRT-RO-14681/94 - 1ª T. - Rel. Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 02/12/94)

VALORAÇÃO PELO JUIZ - "A noção de falta grave é fluida e maleável, escorregadia como espuma de sabão por entre os dedos. Varia incessantemente no tempo e no espaço, num verdadeiro relativismo conceitual, quase à maneira de Pirandello, com a verdade de cada um. O que é falta grave aqui, já não o é ali, o que agora parece de uma gravidade imperdoável, amanhã talvez já não mais o seja. Não oferece a lei nenhum arquétipo, eterno e imutável, para ser aplicado automaticamente à variedade constante dos fatos humanos, senão seria fácil fazer-se justiça com computador eletrônico." ("A Justa Causa na Rescisão do Contrato de Trabalho" - Evaristo de M. Filho). Comete falta ensejadora de dispensa motivada o empregado, entregador de mercadoria, que ao ser abordado pela filha da cliente da empresa, criança de três anos de idade para lhe pedir balas , respondeu-lhe: "que fosse procurar balas na zona".

(TRT-RO-991/95 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 01/04/95)

03. CRITÉRIOS DE SUA AVALIAÇÃO - A não ser que se trate de falta grave (capaz, só por si, de justificar a automática rescisão do contrato de trabalho), torna-se imperioso que, para aplicação da justa causa, se faça um exame circunstancial e detido da falta cometida atentando-se, sobremodo, para a natureza, razão e explicação da mesma (sem nunca se deixar de levar em conta a conduta histórica do empregado na empresa).

(TRT-RO-16976/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Manuel Cândido Rodrigues - Publ. MG. 10/02/95)

GRADUAÇÃO DA PENA - Diante da graduação das sanções existentes na legislação trabalhistas, é salutar que o empregador use de bom senso ao penalizar o empregado, aplicando as penas menos severas para as infrações mais leves e reservando o despedimento para aquelas de fato grave. Respeito à natureza pedagógica da penalidade.

(TRT-RO-06345/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 20/08/94)

A mesma falta do empregado que já deu origem a uma advertência não pode provocar também e posteriormente a rescisão por justa causa, vez que caracterizaria o "bis in idem" vedado por lei.

(TRT-RO-11250/94 - 1ª T. - Red. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 14/10/94)

POSIÇÃO DA EMPRESA QUANTO A EMPREGADOS ACUSADOS DA MESMA FALTA - RELEVAÇÃO - Se a empresa, fundando a dispensa na mesma falta em relação a 3 empregados, faz acordo judicial com 2 deles, inclusive com o fornecimento de guias do FGTS no código 01, esvazia a alegação de justa causa com referência ao remanescente, cabendo-lhe a obrigação de pagar a este, também, as parcelas rescisórias pela

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397injusta despedida.

(TRT-RO-06031/94 - 2ª T. - Red. Juiz José Waster Chaves - Publ. MG. 02/09/94)

04. CARACTERIZAÇÃO - Ao comparecer ao local de trabalho embriagado, o motorista de ônibus comete falta grave, ainda que seja a primeira vez, porque tal comportamento abala a fidúcia que deve imperar nas relações de trabalho.

(TRT-RO-01268/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 25/03/95) EMBRIAGUEZ - A embriaguez, segundo o art. 482, "f", da CLT constitui justa causa para a dispensa em duas

situações: quando o empregado entrega-se exageradamente à bebida, mesmo fora de serviço, ou quando se apresenta para trabalhar alcoolizado. No primeiro caso, a habitualidade constitui pressuposto para o reconhecimento da justa causa, ao passo que, no segundo, basta uma única ocorrência. O alcoolismo vem sendo considerado como doença, já tendo a OMS o incluído em 3 rubricas da classificação internacional, ou seja, psicose alcoólica, síndrome de dependência do álcool e abuso do álcool sem dependência, dirigindo os estudos apenas quanto às causa que levam o indivíduo a essa dependência (cf. minucioso estudo sobre o assunto de autoria do Prof. João Regis F. Teixeira, intitulada Doença no mundo do Direito. Ed. Juruá, 1992). Reconhecida a verdadeira natureza do alcoolismo, realmente não deveria o legislador penalizar, com a perda do emprego, o trabalhador que sucumbiu ao mal. O mais correto seria encaminhá-lo para tratamento, buscando sempre sua recuperação, o que, aliás, atende ao interesse da coletividade em geral. Indiscutível, portanto, que a legislação brasileira está ultrapassada neste aspecto, clamando por uma revisão, já que o alcoolismo é visto por ela exclusivamente como fato ensejador de punição, inexistindo previsão de amparo ao trabalhador acometido desse mal. Entretanto, não se pode negar o fato de que a norma legal continua em vigor. Logo, inobstante algumas manifestações da jurisprudência em sentido contrário à CLT, não se pode afastar a justa causa para a dispensa, quando embriaguez fica comprovada em uma das formas previstas no art. 482, alínea "f" do texto consolidado, principalmente quando o comportamento do autor influiu na relação laboral.

(TRT-RO-13783/94 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 20/01/95)

Simples declaração de testemunhas, de que o requerido tinha cheiro de bebida, não prova embriaguez, que só se configura quando a intoxicação seja ao ponto de prejudicar sensivelmente a conduta do indivíduo.

(TRT-RO-11936/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 31/01/95)

05. DESÍDIA - Configura-se a desídia mediante a prova robusta do elevado número de ausências injustificadas e punições pedagógicas.

(TRT-RO-04993/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 01/07/94) Faltas ao serviço, não justificadas, mas nunca objeto de reação empresária, não podem suportar a alegação

de justa causa. (TRT-RO-369/95 - 2ª T. - Rel. Juiz Hiram dos Reis Corrêa - Publ. MG. 17/03/95)

FALTAS AO SERVIÇO - EFEITO PEDAGÓGICO DA PENA DISCIPLINAR - É mais que salutar a observância do princípio do efeito pedagógico da pena disciplinar, com a aplicação de advertência expressa, seguida de duas suspensões. Considerando-se todos esses elementos, caracterizada a resistência do empregado, no sentido de se recuperar pedagogicamente, é necessária a aplicação da "pena máxima", de dispensa por justa causa.

(TRT-RO-4697/95 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 10/06/95)

O ato de improbidade, para ser reconhecido, deve ser cabalmente demonstrado. Não serve como prova cópia de boletim de ocorrência policial nem publicações em jornais sobre o fato, já que não confirmadas em juízo, observando o princípio do contraditório.

(TRT-RO-10328/94 - 3ª T. - Rel. Juiz José Murilo de Morais - Publ. MG. 25/10/94)

06. ATO DE IMPROBIDADE - DISPENSA JUSTA - Constitui ato de improbidade a adulteração dos valores nas cópias dos documentos denominados "comprovantes de porte-pago", nos quais foram verificadas diferenças em prejuízo da empresa. Confirmando-se, pela prova pericial, bem como pela confissão do reclamante em Juízo, a sua responsabilidade por aquelas irregularidades, não há como deixar de reconhecer a justa causa para a demissão.

(TRT-RO-10107/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 22/11/94)

ATO DE IMPROBIDADE - PROVA - AVALIAÇÃO - Deve ser confirmada a justa causa para dispensa do empregado que, valendo-se da confiança especial inerente ao cargo ocupado, realiza operação visando recebimento de "propina", o que faz decair a confiança necessária para a manutenção do vínculo de emprego, além de caracterizar a falta grave do ato de improbidade.

(TRT-RO-03392/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 26/11/94)

FURTO - O furto ocorrido, ainda que de objetos de pequeno valor, abala a fidúcia necessária ao contrato de

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398trabalho, impondo-se a dispensa por justa causa. A relação empregatícia é, por sua própria natureza, instituto jurídico onde se deposita alto grau de confiança e a Justiça não pode condescender com empregado que, com atitude anti-social, contribui para a diminuição ou quebra deste vínculo pessoal inseparável do contrato de trabalho.

(TRT-RO-09018/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 05/10/94)

IMPROBIDADE - Segundo Wagner D. Giglio (Justa Causa, 4ª edição, pág. 54/55), "a improbidade é uma daquelas justas causas que se configura pela prática de um ato único faltoso, pois seria absurdo exigir-se que, depois de sua prática, o empregador devesse manter nos seus quadros um empregado que decaiu de sua confiança, representando um risco para o patrimônio da empresa, até que uma reiteração da prática faltosa viesse a autorizar o despedimento." Comete ato de improbidade empregado que subtrai peças de um veículo sinistrado e, posteriormente, as vende para um terceiro. Justa causa caracterizada.

(TRT-RO-11423/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 29/10/94)

IMPROBIDADE - JUSTA CAUSA - Pratica ato de improbidade ensejador da justa causa, empregado que efetua venda de mercadoria da empresa e apodera-se do cheque pré-datado dado como pagamento, não obstante a sua devolução, por iniciativa e pressão do empregador, antes de ser sacado.

(TRT-RO-4404/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 30/07/94)

IMPUTAÇÃO DE IMPROBIDADE - ATUALIDADE - INOCORRÊNCIA DE PERDÃO TÁCITO - O ato de improbidade constitui a falta mais grave prevista na lei, capaz de comprometer a vida profissional da empregada, como sua honra e dignidade. Para a caracterização da falta grave invocada como responsável pela resolução contratual da obreira, é de mister que haja a atualidade entre a falta e a penalidade máxima aplicada. Os autos demonstram tanto a existência da falta grave quanto a inexistência do perdão tácito. Caracterizada restou a dispensa por justa causa.

(TRT-RO-11949/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Ricardo Antônio Mohallem - Publ. MG. 26/11/94) 07. INDISCIPLINA - NÃO CONFIGURAÇÃO - Deve a empresa, ao elaborar seu regulamento, imaginar que o

empregado não é indefectível. De forma que, se a violação de uma de suas cláusulas não se traduzir em ofensa irremediável à fidúcia que deve nortear os interlocutores sociais, na respectiva coexistência, em resolução contratual não se há de falar, dada a razoável possibilidade de continuidade da relação de emprego.

(TRT-RO-06418/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Sebastião Geraldo de Oliveira - Publ. MG. 01/07/94)

08. Sendo incontroverso o ato de insubordinação do empregado, consistente na desobediência à ordem de transferência emanada da empregadora, compete ao primeiro demonstrar e provar as razões de sua insurgência, mormente em se verificando constar do contrato escrito a condição explícita da transferibilidade, sob pena de ver caracterizada a justa causa prevista no art. 482, letra "h", da CLT.

(TRT-RO-9843/94 - 4ª T. - Red. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 15/10/94)

09. A paralisação das atividades de enfermeiras, em apoio a colega punida, ainda que não configure grave, por seus elos formais, não autoriza a dispensa por justa causa. (Entendimento majoritário da Turma, vencida esta relatora e o juiz classista representante dos empregadores).

(TRT-RO-3404/95 - 1ª T. - Rel. Juíza Mônica Sette Lopes - Publ. MG. 17/06/95)

10. INEXISTÊNCIA, NO PROCESSO DO TRABALHO, DA RÉPLICA À DEFESA - ÔNUS DA PROVA - No processo do trabalho, inexiste a figura da "réplica ou impugnação à defesa". Em conseqüência, o empregado não tem o ônus processual de impugnar especificamente as alegações fáticas feitas pela parte contrária em sua peça de resposta mas apenas, se for o caso, os documentos a ela anexados. É que os fatos constitutivos do direito do autor já foram alegados em sua peça inicial, não precisando ser reiterados no curso do feito. Havendo a reclamada se limitado a apresentar comunicação escrita da dispensa por justa causa, sequer assinada pela autora e cujo conteúdo foi por ela impugnado no momento processual oportuno, não constitui confissão da existência da justa causa o simples reconhecimento pela obreira, em audiência, de que, ao se desligar do serviço, se recusou a assinar aquele documento. Não tendo havido deslocamento do ônus da prova da justa causa - que em princípio cabia à empregadora - e não tendo esta produzido qualquer outra prova, deve ser reformada a decisão de primeiro grau para invalidar a justa causa aplicada.

(TRT-RO-01506/95 - 4ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 29/04/95)

PROVA - A justa causa, como pena máxima, para ser acolhida há de ser cabalmente provada, de modo a deixar induvidosa a culpa do reclamante. Se a prova, no entanto, é frágil, não há como acolher-se a imputação feita ao mesmo.

(TRT-RO-17982/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Manuel Cândido Rodrigues - Publ. MG. 10/03/95)

PROVA SEGURA - A dispensa por justa causa do empregado, por se tratar de pena por demais severa, que, além de retirar do obreiro o direito às verbas rescisórias, dificulta-lhe a obtenção de novo emprego, posto que macula seu nome, exige prova segura a cargo do empregador.

(TRT-RO-7986/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 08/11/94)

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RESCISÃO DO CONTRATO - DISPENSA POR JUSTA CAUSA - ÔNUS DA PROVA - CIÊNCIA DO RECLAMANTE - Se ao ser dispensado, o Reclamante é previamente cientificado da dispensa por justa causa, chegando, inclusive, a quitar o saldo salarial, onde se consigna aquela forma de rescisão e, mesmo assim, ajuíza reclamação aduzindo que foi dispensado, sem justa causa, não há como se exigir do empregador a demonstração dos fatos que caracterizaram os fundamentos daquela rescisão, se não provar que ela não se deu na forma indicada na inicial. Cabe ao Reclamante, ciente da justa causa, desde a inicial, negar os fatos que a sustentam (ou justificar o seu procedimento). A controvérsia, naquela hipótese, dá-se sobre a natureza da rescisão (com ou sem justa causa) e nesta, sobre os fatos que motivaram a natureza da rescisão.

(TRT-RO-252/95 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 17/03/95)

- L -

LEGITIMIDADE DE PARTE

01. ILEGITIMIDADE "AD CAUSAM" - EXTINÇÃO DO PROCESSO - Demonstrada suficientemente nos autos a ilegitimidade "ad causam" do sindicato-autor, acolhe-se a preliminar suscitada, julgando extinto o processo sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, VI, do CPC, com inversão do ônus da sucumbência.

(TRT-RO-5477/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 22/11/94)

LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL

01. EMPRESA EM LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL - TRANSAÇÃO - PAGAMENTO IMEDIATO - Não se pode negar ao Liquidante a conciliação, o que se obstaculiza é, realizada a transação, o seu pagamento imediato, uma vez que viola o princípio da "pars conditio creditorum", após a transação, cabe ao credor habilitar na massa liquidanda o valor acordado.

(TRT-AP-03243/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 10/02/95)

HABILITAÇÃO DE CRÉDITO - EMPRESAS EM LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL - A habilitação dos créditos, ainda que privilegiados, junto às empresas em regime de liquidação extrajudicial é única garantia de sua satisfação, sob pena do patrimônio do devedor, na execução por expropriação, não garantir a totalidade dos créditos de credores de igual preferência, ainda que sob a forma de rateio. O privilégio atribuído a determinado crédito é de natureza objetiva e não endereçada ao primeiro Exequente.

(TRT-AP-00920/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 23/07/94)

LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - Ao processo de liquidação extrajudicial de instituições financeiras, aplica-se subsidiariamente a lei de falência, por força do disposto no art. 34, da Lei nº 6024/74, pelo que todas as dúvidas que as partes tiverem a respeito devem ser esclarecidas junto ao liquidante e não aqui. Embargos de declaração desprovidos.

(TRT-ED-30365/94 - (AP-750/94) - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 09/09/94)

LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA

01. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA - Fixado na decisão exequenda os parâmetros da condenação, com indicação dos elementos necessários à sua liquidação, realizada através de simples operações aritméticas, não há que se exigir que ela se faça por artigos, com dedução de fatos novos para a fixação do quantum debeatur. Decisão ilíquida não se confunde com ausência de elementos enunciativos da sentença liquidanda.

(TRT-AP-1912/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 07/10/94)

LIQUIDAÇÃO - VISTA - Na sistemática processual obreira a prévia concessão de vista antes da homologação do cálculo é uma faculdade do Juiz, e não direito das partes.

(TRT-AP-03248/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 25/11/94)

02. LIMITAÇÃO ÀS DATAS-BASE SUBSEQÜENTES E COMPENSAÇÃO DOS REAJUSTES SALARIAIS CONCEDIDOS. COISA JULGADA. A sentença exeqüenda é intocável na liquidação (CLT, artigo 879, parágrafo 1º). Por outro lado, embora somente sua parte dispositiva faça coisa julgada, o próprio artigo 469, I, do CPC, subsidiariamente aplicável ao processo do trabalho, é expresso em admitir que os fundamentos ou motivos da decisão, embora em si mesmos não façam coisa julgada, podem "ser importantes para determinar o alcance do dispositivo". Diante do E. Acórdão Regional que rejeitou o pleito relativo ao IPC de junho/87 e deferiu em parte o referente à URP de fevereiro/89, limitando seus efeitos à data-base seguinte e autorizando a compensação dos reajustes salariais legais concedidos no período de apuração, insurgiu-se apenas o reclamante através de recurso de revista. Quanto à URP de fevereiro/89, pretendeu ele, tão-somente, que tal reajuste salarial fosse concedido nos termos de seu pedido inicial, ou seja, sem as limitações determinadas pelo E. TRT. Havendo o Colendo Tribunal Superior do Trabalho, em decisão passada em julgado, dado provimento ao recurso de revista do reclamante para deferir os pedidos iniciais relativos ao IPC de junho/87 e

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400à URP de fevereiro/89 "conforme postulados" (f. 156 - ou seja, sem qualquer limitação ou compensação), não se pode, diante da clareza do pronunciamento jurisdicional de mérito nestes autos proferido, entender implícitas tais limitações à condenação que expressamente foram afastadas pelo julgador, sob pena de se ofender a coisa julgada formal e material plenamente constituída nos autos. Deve portanto a liquidação processar-se nos exatos limites da decisão definitiva proferida na fase de conhecimento, sendo de reformar-se a r. decisão agravada do MM. Juízo da execução que determinou a observância daquelas limitações no cálculo dos créditos trabalhistas do agravante, pois não é este o remédio processual admitido em nosso ordenamento jurídico para a eventual desconstituição da res judicata.

(TRT-AP-00265/95 - 4ª T. - Red. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 06/05/95)

MODIFICAÇÃO DA DECISÃO EXEQÜENDA - IMPOSSIBILIDADE - Por expressa determinação legal (art. 879, parágrafo 1º, da CLT e art. 610 do CPC) na liquidação não se poderá discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou, considerando-se que ela faz lei entre as partes nos limites da lide e das questões decididas. Em havendo a sentença exequenda determinado expressamente a forma de liquidação, "in casu", através de artigos, é vedada qualquer alteração posterior no procedimento liquidatório, sob pena de ofensa à "res judicata".

(TRT-AP-02254/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 21/10/94)

03. EXECUÇÃO - IMPUGNAÇÃO À SENTENÇA DE LIQUIDAÇÃO - TEMPESTIVIDADE - A teor do disposto no parágrafo 3º do art. 884/CLT, não há que se falar em condição preclusiva na impugnação à sentença de liquidação, porquanto o texto consolidado não impõe como pressuposto essencial à impugnação a existência de prequestionamento de matéria prévia, o que constitui mera faculdade.

(TRT-AP-1455/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 12/08/94)

NOTIFICAÇÃO DE VISTA NÃO RECEBIDA - MOMENTO PRÓPRIO IMPUGNAÇÃO - Se a notificação de vista para manifestar-se sobre a liquidação não foi recebida pela parte, restando homologados os cálculos existentes nos autos, o momento próprio à impugnação cabível é o do oferecimento dos embargos à execução, a teor do parágrafo 3º do art. 884/CLT, sob pena de não se poder apreciá-la em Agravo de Petição, porquanto não se constituiu em matéria oportunamente suscitada nos autos.

(TRT-AP-3443/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 25/02/95)

04. SENTENÇA DE LIQUIDAÇÃO - IRRECORRIBILIDADE - Vigora no processo do trabalho a irrecorribilidade das decisões interlocutórias, dentre elas, a sentença de liquidação por artigos. Agravo de petição não conhecido, por prematuro.

(TRT-AP-01979/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 22/10/94)

LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ

01. A aplicação da pena de litigância de má-fé independe de requerimento da parte contrária, podendo o Juiz, de ofício, aplicá-la, a bem da boa ordem processual.

(TRT-AP-02383/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 07/10/94)

02. CARACTERIZAÇÃO - PENALIDADE - De acordo com a lei (CPC, art. 14), o dever de lealdade processual diz respeito às partes e aos seus procuradores, eis que, é óbvio, é por meio destes que aquelas veiculam suas pretensões em Juízo, o que torna inescusável a atuação do procurador com desrespeito à boa-fé do seu ex adverso e do julgador (este afinal, depende da verdade para bem decidir...). Tanto que o estatuto profissional do advogado situa-o como agente de aperfeiçoamento das instituições e indispensável à administração da Justiça. Indispensabilidade esta que, merecidamente, ganhou dignidade constitucional. E seria possível ao advogado desempenhar seu relevante munus expondo os fatos em juízo em desacordo com a verdade, sem lealdade e boa-fé e com formulação de pretensões sabidamente enfermiças de fundamentos? Recurso a que se nega provimento.

(TRT-RO-14819/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 27/01/95)

DESLEALDADE PROCESSUAL - INOCORRÊNCIA - A não manutenção pelo suplicado, em sessão subsequente da audiência, de proposta de acordo ofertada em sessão anterior, não se subsume a nenhuma das hipóteses legais ensejadoras da aplicação da sanção cominada ao litigante de má-fé. Ressalte-se que, por se tratar de norma sancionadora, deve a mesma ser interpretada restritivamente. A par disso, em verdade, a reconsideração pelo empregador de proposta de acordo formulada, mas não aceita prontamente pelo empregado, não pode ser considerada ato que fira o imperativo da lealdade processual. Tendo havido inicialmente recusa expressa da proposta, inocorreu qualquer vinculação do proponente, que se manteve livre para transigir ou não, noutros ou nos mesmos termos.

(TRT-RO-5684/95 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 15/07/95)

A litigação de má-fé só se caracteriza nas hipóteses previstas no art. 17 do Código de Processo Civil. Os aspectos abordados pelo recorrente em suas razões de recurso, não se enquadram em qualquer dos casos

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401elencados no referido dispositivo. Recurso Ordinário a que se dá provimento parcial.

(TRT-RO-13203/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Ricardo Antônio Mohallem - Publ. MG. 26/11/94)

OFENSA À COISA JULGADA - É litigante de má-fé a executada que insiste em discutir matéria já decidida, em provocativo insulto à coisa julgada. O processo é colocado à disposição das partes para atuação do direito, requerendo para tanto, uma postura ético-profissional condizente com a dignidade da justiça, para que não se torne palco de astúcias e manipulações. Cabível, portanto, a multa de 20% do valor do débito atualizado, em favor do exequente.

(TRT-AP-424/95 - 3ª T. - Rel. Juiz Sebastião Geraldo de Oliveira - Publ. MG. 20/06/95)

PROCEDIMENTO TEMERÁRIO NO CURSO DO PROCESSO - PROVOCAÇÃO DE INCIDENTES MANIFESTAMENTE INFUNDADOS - À luz dos artigos 17 e seguintes do CPC, subsidiariamente aplicáveis ao processo do trabalho, deve ser a reclamada proclamada litigante de má-fé, com a consequente aplicação da sanção correspondente prevista em lei. É que, nos termos do artigo 14, II, do diploma processual comum, compete às partes e aos seus procuradores proceder com lealdade e boa-fé em Juízo. A atitude desta recorrente de, em sede recursal, renovar questões já apreciadas e julgadas por este Regional em sede de recurso ordinário e de agravo de petição não é compatível com a dignidade do instrumento processual, que o Estado põe à disposição dos litigantes não como veículo de procrastinações e de falsos questionamentos, mas exclusivamente para atuação do direito de realização da justiça.

(TRT-AP-1320/95 - 4ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 08/07/95)

RESISTÊNCIA INJUSTIFICADA AO CUMPRIMENTO DA SENTENÇA - Reputa-se litigante de má-fé a parte que resiste injustificadamente ao cumprimento da sentença, na forma do disposto no artigo 600 do CPC, sujeitando-se, em conseqüência, à perda do direito de falar nos autos, na hipótese prevista no artigo 601, do mesmo código, que todavia não alcança os atos atinentes à garantia de ampla defesa.

(TRT-AP-00503/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 15/07/94)

03. CONTROLE DE PONTO - REGISTROS FALSOS - Não há como deixar de enquadrar o empregador como litigante de má-fé, quando este oferece documentação de falsidade comprovada e consistente no registro inverossímil da jornada de trabalho dos seus empregados. A hipótese é captada a um só tempo pelos três primeiros incisos do art. 17 do CPC, obrigando a que se imponha a penalização prevista na lei processual.

(TRT-R0-2237/95 - 5ª T. - Rel. Juiz Tarcísio Alberto Giboski - Publ. MG. 29/04/95)

04. INDENIZAÇÃO - A lei não fixa valor certo ou percentual determinado a título de indenização nos casos de litigância de má-fé. Estabelece a reparação dos prejuízos causados à outra parte, evidentemente aqueles que vieram a ser apurados (art. 18 do CPC).

(TRT-RO-17176/93 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 09/09/94)

05. MÁ-FÉ - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - MULTA - Age dessa forma, com temeridade e abuso, a parte que, sem agitar compensação e enriquecimento sem causa no recurso, maneja embargos de declaração, apegando-se a uma remissão genérica feita no final daquela a "todos os termos da defesa". E ainda veicula afirmação falsa, dizendo que os autos, contenham prova da existência de ação pendente, por parte do sindicato, com autorização do empregado para isso. Do que não há a mínima demonstração. Além da improcedência, aplica-se a multa prevista em lei.

(TRT-ED-28140/94-(RO-11226/93) - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 12/11/94)

LITISPENDÊNCIA

01. A litispendência ocorre quando se repete ação já em curso, parágrafo 3º do art. 301/CPC, e para que as ações sejam idênticas há que existir três elementos: mesmas partes, mesmo pedido e mesma causa de pedir, conforme parágrafo segundo do artigo retro citado.

(TRT-RO-3976/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Antônio Augusto M. Marcellini - Publ. MG. 10/09/94) MANDADO DE SEGURANÇA - LITISPENDÊNCIA - A existência de recurso (Agravo Regimental) em primeiro

Mandado de Segurança impede a parte impetrante o ajuizamento de novo mandado, repetindo "ipsis litteris" a matéria "sub judice" e acarreta a litispendência.

(TRT-MS-301/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Itamar José Coelho - Publ. MG. 05/05/95)

Ocorre litispendência na repetição de ações, ainda que na reclamação anterior tenha figurado como autor o Sindicato, substituto processual e o reclamante como substituído.

(TRT-RO-07197/93 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 01/07/94)

SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL - Configura-se a litispendência quando o autor, individualmente e em seu próprio nome, repete ação anteriormente ajuizada pelo sindicato da categoria como substituto processual, na qual ele consta como um dos substituídos.

(TRT-RO-1212/94 - 3ª T. - Rel. Juiz José Murilo de Morais - Publ. MG. 11/10/94)

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02. CONHECIMENTO DE OFÍCIO - QUANDO É POSSÍVEL - A litispendência pode, sim, ser conhecida e declarada de ofício pelo julgador. Porém, desde que ainda não proferida sentença de mérito (CPC, art. 267, parágrafo 3º). Do contrário, não, pois aí já terá sido ultrapassada a fase de exame das chamadas condições para constituição e desenvolvimento válido e regular do processo.

(TRT-RO-4814/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 27/01/95)

03. Entre dissídio coletivo e reclamação individual não é possível existir a tríplice identidade de parte, pedido e causa de pedir, o que por si só afasta as objeções de litispendência.

(TRT-RO-14320/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 31/01/95)

04. SUBSTITUTO PROCESSUAL - LITISPENDÊNCIA - Constatada a identidade de pedidos e de causa de pedir, não descaracteriza a litispendência o fato de uma reclamação ter sido proposta pelo Sindicato, como substituto processual, e a outra pelo próprio reclamante. É que os limites subjetivos da coisa julgada alcançam tanto o substituído como o substituto, como assente na melhor doutrina, pois apesar de formalmente as partes serem diversas, no fundo, o beneficiário do direito permanece inalterado. Acolhe-se a preliminar de litispendência. Extingue-se o pleito no particular, sem julgamento de mérito, com espeque no art. 267, inciso V, do Código Processo Civil.

(TRT-RO-10096/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Ricardo Antônio Mohallem - Publ. MG. 26/11/94)

- M -

MANDADO DE SEGURANÇA

01. ATO JUDICIAL - ILEGALIDADE - Reveste-se de inqüestionável ilegalidade o ato judicial que, olvidando o artigo 5o., incisos LIV e LV, da Constituição Federal de 1988, respeitantes à garantia do direito ao devido processo legal e ao princípio do contraditório, declara nulo acordo extrajudicial celebrado entre as partes e, ainda, arbitrariamente determina, de ofício, ao reclamante, restituir, incontinenti, a importância recebida em face daquele ajuste. Tal ato é passível de ataque, com sucesso, na via do mandado de segurança.

(TRT-MS-00235/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Renato Moreira Figueiredo - Publ. MG. 25/11/94)

02. CABIMENTO - A admissibilidade do Mandado de Segurança exige, no tocante ao interesse de agir, que a parte não disponha de outros meios processuais ordinários para coibir o ato. Constatando-se que o ato ora atacado poderia ser impugnado através de recurso próprio, previsto em lei, o processo há de ser extinto, sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, VI do CPC.

(TRT-MS-00012/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Sebastião Geraldo de Oliveira - Publ. MG. 15/07/94)

DESCABIMENTO - Dispondo a Impetrante dos Embargos à Execução e, posteriormente, se necessário, do Agravo de Petição para tornar ineficaz o ato impugnado, incabível é a via do Mandado de Segurança que deve ser resguardada exclusivamente para as hipóteses em que ocorra lesão a direito líquido e certo e contra as quais não haja possibilidade de utilização de outros meios judiciais. Processo extinto, sem julgamento do mérito, em conformidade com o art. 267, inciso VI, do CPC.

(TRT-MS-157/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Orestes Campos Gonçalves - Publ. MG. 05/08/94)

INEXISTÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO - A simples existência de corrente doutrinária e jurisprudênciais a se conflitarem quanto ao tema, já evidencia a inexistência de direito líquido e certo a ser protegido pela via extrema.

(TRT-MS-0021/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Nereu Nunes Pereira - Publ. MG. 20/01/95)

NÃO CABIMENTO - Tratando-se de "ato de gestão", não é cabível o manejo do "writ of mandamus". Isto porque, a administração, quando pratica "atos de gestão", o faz em condições de igualdade com o particular. Contrariamente, ao praticado "atos de império", a administração pública ostenta uma posição de preeminência jurídica em face do particular.

(TRT-MS-00082/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Renato Moreira Figueiredo - Publ. MG. 15/07/94)

RECURSO - EFEITO SUSPENSIVO - OBRIGAÇÃO DE FAZER - Tem-se admitido o manejo do Mandado de Segurança, em situações especiais, para afetar ao recurso interposto também o efeito suspensivo. O cabimento da medida heróica mais se legitima quando a decisão impugnada pelo recurso versa, sobre obrigação de fazer, a qual não comporta, por sua própria natureza, a execução provisória, resultando, daí, ser imperioso aguardar-se o trânsito em julgado da sentença exequenda. Segurança concedida para suspender a reintegração até trânsito em julgado das decisões que, na ação principal e na medida cautelar, conferiram direito ao retorno ao trabalho.

(TRT-MS-00282/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Renato Moreira Figueiredo - Publ. MG. 10/03/95)

Somente é admissível o "writ" quando a parte não dispõe de outros meios para insurgir-se contra ilegalidade.

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403 (TRT-MS-00016/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 01/07/94)

Só se concede o WRIT quando a digna autoridade coatora pratica abuso de autoridade ou fere direito líquido e certo do impetrante. Não enseja, nem de leve, o remédio heróico, quando o Magistrado, abroquelado no artigo 667, III/CPC, indeferiu nova penhora. Com efeito, a admissão de nova constrição judicial, em face da desistência do exequente, fora das hipóteses elencadas no inciso III, do artigo 667/CPC, é plenamente recusável. Mandado de Segurança denegado.

(TRT-MS-194/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Dárcio Guimarães de Andrade - Publ. MG. 11/11/94)

O WRIT of Mandamus, conforme curial sabença, nunca foi sucedâneo de recurso. Havendo aviado o recurso, como confessado na exordial, extingue-se o feito, sem exame do mérito, com fincas no artigo quinto, II, da Lei 1533/51, Súmula 267/STF e artigo 267, VI/CPCivil. Para se evitar decisões conflitantes, o Mandado de Segurança não pode ser postulado concomitantemente com agravo de petição, ou mesmo depois do derradeiro.

(TRT-MS-27/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Dárcio Guimarães de Andrade - Publ. MG. 22/07/94)

03. COISA JULGADA - Consentir-se no emprego do "mandamus" contra a coisa julgada, ensina Manuel Antônio Teixeira Filho, seria converter, em impressionante rasgo de arbitrariedade, aquele remédio sem sucedâneo bastardo da ação rescisória - a única dotada, constitucionalmente, de eficácia para desconstituir os efeitos inerentes à "res judicata" (in Mandado de Segurança na Justiça do Trabalho - 1ª Edição - págs. 156/157).

(TRT-MS-00104/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Orestes Campos Gonçalves - Publ. MG. 15/07/94)

CONTRA DECISÃO COM TRÂNSITO EM JULGADO - EXECUÇÃO - SENTENÇA DE MÉRITO - COISA JULGADA - IRRETROATIVIDADE DA LEI - Atributo da sentença de mérito, isto é, a que rejeita ou acolhe o pedido do autor ou, de satisfação do direito então declarado, a coisa julgada forma-se também no processo de execução. Assim que, se no Agravo de petição se decidiu que à reclamada não se aplica o disposto nos arts. 730/731 do CPC, com o trânsito em julgado do acórdão, está definido o procedimento a ser adotado na cobrança dos créditos do empregado. E, a edição de lei posterior criando regra processual própria, pertinente, ainda que alcance o processo em curso não tem o condão de revogar a coisa julgada, pois, há garantia constitucional de que, "a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada". Mandado de Segurança que não se conhece (aplicação de E.33/TST).

(TRT-MS-303/93 - Seção Especializada - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 28/01/94)

04. AGRAVO REGIMENTAL - MANDADO DE SEGURANÇA - LIMINAR - INDEFERIMENTO - O ato de concessão, ou não, da liminar em Mandado de Segurança circunscreve-se à discrição do Juiz, sendo considerado, por isso, pela boa doutrina, como "ato administrativo discricionário do Juiz". Se, no seu entendimento, revestido desse subjetivismo, não se acham presentes, de plano, os clássicos pressupostos de "fumus boni juris" e do "periculum in mora", o despacho que indefere a medida liminar não comporta retificação. Agravo Regimental desprovido.

(TRT-ARG-00053/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Renato Moreira Figueiredo - Publ. MG. 25/11/94)

LESÃO AO DIREITO LÍQUIDO E CERTO - O ato judicial ordenatório da busca e apreensão dos livros de Movimento de Caixa se apresenta ilegal, eis que viola o indispensável sigilo inscrito no artigo 21 do CCB. MS concedido, com a mantença da liminar.

(TRT-MS-38/95 - Seção Especializada - Rel. Juiz Dárcio Guimarães de Andrade - Publ. MG. 23/06/95)

MEDIDA LIMINAR - A concessão, ou não, de liminar em sede de "Mandamus" fica ao inteiro alvedrio do MM. Juiz Relator, com inelutável discricionariedade, cabendo-lhe, tão-só, examinar a relevância da matéria discutida na exordial. O convencimento por ele formado tem eficácia preponderante.

(TRT- ARG-24/95 - Seção Especializada - Rel. Juiz Dárcio Guimarães de Andrade - Publ. MG. 19/05/95)

05. ACÓRDÃO REGIONAL - DISCUSSÃO DE NULIDADE, EXISTÊNCIA OU INEXISTÊNCIA - MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATO DE CUMPRIMENTO DO ACÓRDÃO PELO JUIZ DA EXECUÇÃO - IMPROPRIEDADE - Não age ilegalmente ou com abuso de poder o Juiz que, na execução, cumpre uma decisão do Tribunal, não sendo o mandado de segurança contra ato daquele Juiz a via própria para discutir a eficácia, nulidade e existência ou inexistência jurídica do acórdão que ele fez cumprir.

(TRT-MS-00042/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Nereu Nunes Pereira - Publ. MG. 02/09/94)

06. DANO IRREPARÁVEL - Conforme ensina o saudoso Coqueijo Costa, direito líquido e certo é, "verbis": "aquele que não desperta dúvidas, que está isento de obscuridade, que não precisa ser aclarado com exame de provas em dilações, que é, de si mesmo, concludente e inconcusso (Pontes de Miranda). Se surge a seu respeito qualquer controvérsia, quer de interpretação, quer de aplicação, já não constitui fundamento para a impetração, do mandado de segurança (Alfredo Buzaid)". A.TST - Pleno RO - MS - 78/78 Relator Ministro Coqueijo Costa, DJU de 06.10.78. Recurso Ordinário desprovido - Ac. TST - SDI - (RO-MS-858/86). Relator Ministro José Ajuricaba - DJU - 07.12.89, p. 18035, "in" Dicionário de Decisões Trabalhistas - Calheiros

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404Bonfim, n. 3256 - 23ª edição-1991.

(TRT-MS-00279/93 - Seção Especializada - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 01/07/94)

07. DESISTÊNCIA DE RECURSO - Reputa-se ilegal ato praticado pela digna autoridade coatora que considera, de ofício, prejudicado o pedido de desistência da parte. A desistência é ato jurídico unilateral, que depende apenas de manifestação da vontade da parte. Assim, se reunidos os pressupostos do art. 82 do Código Civil (agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não defesa em lei) adquire eficácia.

(TRT-MS-223/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Renato Moreira Figueiredo - Publ. MG. 02/12/94)

08. DOCUMENTAÇÃO ESSENCIAL DEVERÁ VIR COM A PETIÇÃO VESTIBULAR - No Mandado de Segurança, conforme curial sabença, a prova documental é preconstituída, devendo instruir a peça exordial para se evidenciar, de plano, a liquidez do direito líquido e certo. O artigo sexto da Lei 1533/51, regulador do tema impede o Juiz Relator de conceder prazo à impetrante para juntar a documentação essencial e apta a amparar a tese arquitetada na proemial. Inépcia evidenciada a todas as luzes, com extinção, sem exame do mérito, do processo, com espeque no artigo 267, IV/CPC.

(TRT-MS-00096/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Dárcio Guimarães de Andrade - Publ. MG. 01/07/94)

DOCUMENTAÇÃO - O WRIT OF MANDAMUS exige que a prova documental venha "in totum" com a peça exordial, inadmitindo-se a concessão de prazo, pois a Lei 1533/51 não o permite. A documentação atinente ao litisconsorte deverá vir com a proemial, pena de se extinguir o feito, sem exame do mérito, por inépcia. Se não veio a documentação, como se inferir da lesão à impetrante? Impossível a concessão do WRIT por mera presunção. Processo extinto.

(TRT-MS-00164/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Nilo Álvaro Soares - Publ. MG. 26/08/94)

MEDIDA EXTREMA - A peça vestibular visando desconstituir ato judicial, deve vir instruída - e bem - com toda a documentação atinente ao litisconsorte, de modo a se aflorar, sem maiores perquirições jurídicas, a ofensa ao seu direito líquido e certo. Ora, se a impetrante, possuindo excelentes advogados, deixou de carrear a documentação alusiva ao litisconsorte, impõe-se, ato contínuo, a decretação da inépcia da exordial.

(TRT-MS-00149/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Orestes Campos Gonçalves - Publ. MG. 26/08/94)

09. Anulação dos atos processuais praticados na execução por irregularidade de notificação. Concede-se a segurança impetrada para que sejam anulados atos processuais praticados na fase de execução sem a ciência da executada, ora Impetrante, pois plenamente comprovada a irregularidade nas notificações a ela dirigidas, gerada pela ausência das devidas retificações que devem ser feitas na capa dos autos pela Secretaria da Junta, concernentes à constituição de novo Procurador, tendo sido todas as referidas notificações remetidas ao anterior causídico, cujo mandato já havia sido revogado.

(TRT-MS-00272/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Orestes Campos Gonçalves - Publ. MG. 10/02/95)

10. JUÍZO DEPRECADO - Não cabe Mandado de Segurança contra o MM. Juízo deprecado, que simplesmente deu cumprimento à mesma, nos termos dos artigos 200 e 202/CPC. Não lhe cabe, pois, discutir a legalidade da ordem emanada do Juízo deprecante. Sua atuação, conforme curial sabença, se limita a despachar com o clássico 'CUMPRA-SE", sem maiores perquirições jurídicas. Ele é mero cumpridor da ordem dada pelo Juízo deprecante. Logo, não comete ilegalidade, nem abuso de autoridade.

(TRT-MS-098/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Dárcio Guimarães de Andrade - Publ. MG. 01/07/94)

11. Ocorrendo a perda do objeto do Mandado de Segurança, extingue-se o processo sem julgamento de mérito. Mandado de Segurança extinto sem julgamento do mérito.

(TRT-MS-279/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Aroldo Plínio Gonçalves - Publ. MG. 27/01/95)

MANDATO

01. MENOR - PROCURAÇÃO POR INSTRUMENTO PARTICULAR - Estando o reclamante menor assistido por sua mãe que também assinou a procuração, o fato de ter sido outorgado o mandato por instrumento particular não torna a representação irregular, já que admitido na Justiça do Trabalho o mandato tácito.

(TRT-RO-05644/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 25/10/94)

FALTA DE PROCURAÇÃO - MANDATO TÁCITO - Não pode ser conhecido o recurso assinado por quem, além de não ter procuração nos autos, não tenha participado de qualquer ato processual antes da interposição do recurso, o que, se ocorrido, ensejaria o conhecimento por existência de mandato tácito.

(TRT-RO-15154/93 - 5ª T. - Rel. Juiz Itamar José Coelho - Publ. MG. 15/10/94)

MÉDICO

01. RELAÇÃO DE EMPREGO - Considerando a lei, como empregado, a pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário (art. 3º consolidado), e

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405salário, a contraprestação paga diretamente pelo empregador, ao empregado, pelo serviço prestado (art. 457, CLT), o médico que trabalha em hospital conveniado pelo INAMPS e demais instituições, recebendo por seu serviço através das verbas pagas por estas, através daquele, que não o subordinava juridicamente, não é empregado, o que ora se declara, no presente caso.

(TRT-RO-16889/93 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 10/09/94)

MEDIDA CAUTELAR

01. Descaracterizados o "fumus boni iuris" e o "periculum in mora", não há sustentação jurídica para o acolhimento da cautela requerida. Medida Cautelar Incidental indeferida.

(TRT-MCI-27/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Aroldo Plínio Gonçalves - Publ. MG. 27/01/95)

Incabível, a todas as luzes, Medida Cautelar em Ação Rescisória, para impedir os consagrados efeitos da coisa julgada, a qual merece total respeito. O legislador, pelo artigo 489/CPC, não quis suspender a execução, revelando o anseio dos vitoriosos na Justiça, portadores de sentença favorável.

(TRT-MCI-00015/95 - Seção Especializada - Rel. Juiz Dárcio Guimarães de Andrade - Publ. MG. 30/06/95)

SUSPENSÃO DE EXECUÇÃO - Ação Rescisória julgada improcedente dita mesmo destino à ação cautelar que objetiva suspender, provisoriamente, a execução trabalhista.

(TRT-MCI-50/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 26/05/95)

MOTORISTA

01. RELAÇÃO DE EMPREGO - MOTORISTA - EMPRESA TRANSPORTADORA - Tendo como atividade principal o transporte de cargas, a empresa desse ramo não tem como prescindir do trabalho de motoristas, ainda que dispondo do seu próprio veículo, sendo, portanto, de difícil compreensão a contratação destes como autônomos. A relação de emprego nestes casos é inconfundível e manifesta, mormente quando a realidade fática indica que ele não exercia nenhum poder de iniciativa e direção sobre sua força de trabalho, posta a serviço de objetivos essenciais e permanentes da empresa.

(TRT-RO-13185/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 26/11/94)

02. ENTREGADOR - IRRESPONSABILIDADE POR SERVIÇOS DE CARGA E DESCARGA - A condição de motorista entregador não transfere ao exercente dessa função qualquer responsabilidade pelas despesas de carga e descarga do veículo, que deverão ocorrer por conta e risco do empregador, seja por meio de processo mecânico, seja por serviço braçal de "chapas".

(TRT-RO-09682/94 - 2ª T. - Red. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 10/02/95)

03. ACORDO - CÔMPUTO DE HORAS EXTRAS - Se o acordo mandou computar como horas trabalhadas todas havidas entre a saída do veículo e o retorno da viagem, não se há que proceder a qualquer dedução relativa a pernoites e intervalos para refeições, entre outros.

(TRT-AP-1924/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 15/10/94)

ENTREGA DE GÁS - MOTORISTA - CONTROLE DE JORNADA - HORAS EXTRAS - Muito embora externo o trabalho prestado por motorista na entrega automática de gás de cozinha, devidas, como extras, as horas excedentes à jornada normal, se comprovado rigorosamente o controle do horário cumprido.

(TRT-RO-13153/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 11/11/94)

HORAS EXTRAS - O tempo de descanso ou pernoite do motorista em alojamento da empresa não pode ser tido como de serviço, pois tal período não implica em disponibilidade do empregado, como demonstrado pela prova testemunhal que afirma ter o reclamante plena liberdade de horário nesse espaço de tempo.

(TRT-RO-1105/95 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 01/04/95)

HORAS EXTRAS - TRABALHO EXTERNO - MOTORISTA - O artigo 62, letra "a", do Diploma Consolidado, quando excluiu uma parcela de trabalhadores da exigência de controle de jornada e, via de conseqüência, do pagamento de sobrejornada eventualmente prestada, não se referiu a qualquer trabalho externo, mas só àqueles que permitem ao prestador de serviços liberdade para prestá-los quando lhe for conveniente.

(TRT-RO-12268/93 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 12/11/94)

04. "PRONTIDÃO" - APLICAÇÃO ANALÓGICA DO PARÁGRAFO 3º DO ART. 244 DA CLT - A analogia não se funda em equivalência de situações, e sim na semelhança de pressupostos. Motorista que, a partir de quinta-feira à tarde e até domingo, ficava totalmente à disposição do presidente do banco reclamado, na fazenda daquele, aguardando ordens, está realmente de "prontidão", pelo que essas horas serão, para todos os efeitos, contadas à razão de 2/3 do salário-hora normal. Em sendo o pedido sucessivo de horas extraordinárias e "sobreaviso", o reconhecimento judicial como de horas de "prontidão" se faz com assento no princípio processual "jus novit curia", sem violação dos artigos 128 e 460 do CPC.

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406 (TRT-RO-02192/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 08/04/95)

05. RELAÇÃO DE EMPREGO - É trabalhador autônomo, e não empregado, o motorista proprietário de caminhão, que arca com as despesas de combustível e de manutenção de veículo, não estando sujeito senão à observância de parâmetros impessoais e previamente definidos de prestação de serviço (freqüência e horário dos fretes).

(TRT-RO-02243/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 10/05/94)

RELAÇÃO DE EMPREGO - TRABALHO AUTÔNOMO - MOTORISTA - CARACTERIZAÇÃO - A propriedade e a manutenção do veículo pelo reclamante não caracterizam, por si só, o trabalho autônomo,

mas, quando presente a direção da própria atividade e ausente a subordinação, não há como reconhecer a existência da relação de emprego disposta no artigo 3º da CLT.

(TRT-RO-17244/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 25/02/95)

OPERÁRIO - ART. 652, III, DA CLT - Não existe operário sem obra, seja ela uma construção civil (com suas partes elétrica, hidráulica, de marcenaria ou alvenaria), um automóvel, um brinquedo, etc. Sendo assim, ainda que contratado por empreitada, e que se pudesse considerar manual o seu trabalho, o motorista não pode ser considerado operário, e, consequentemente, não lhe socorre o artigo 652 da CLT, em seu inciso III.

(TRT-RO-07469/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 06/08/94)

06. DOMINGOS E FERIADOS TRABALHADOS - DOBRA - MOTORISTA DE VIAGEM - Ao motorista de viagem, não é devido o pagamento em dobro dos domingos e feriados trabalhados, contanto que goze de folgas semanais regulares e segundo escalas, nos termos da lei, eis que sendo a atividade da empresa o transporte intermunicipal de passageiros por concessão pública, não admite interrupções nos referidos dias.

(TRT-RO-10665/94 - 4ª T. - Red. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 05/11/94)

07. TRABALHO EXTERNO: MOTORISTA - Quando o Texto Consolidado (art. 62, "a") refere-se a "funções de serviço externo não subordinado a horário" dirige-se à hipótese em que o empregado é senhor de seu horário, o que não ocorre se o motorista tem tarefa a cumprir dentro de determinado horário, e prestando contas do serviço executado. Recurso Ordinário a que se nega provimento.

(TRT-RO-12901/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 26/10/94)

MULTA

01. ABANDONO DE EMPREGO - MULTA DO PARÁGRAFO 8º DO ARTIGO 477 DA CLT - Mesmo na hipótese de abandono de emprego, é devida a multa em título quando o empregador não se vale da ação de consignação em pagamento após decorrido trintídio de não comparecimento do empregado.

(TRT-RO-142/95 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 17/03/95)

AÇÃO RESCISÓRIA - Não se tolera, no âmbito estreito da Rescisória, a questão alusiva à multa preconizada no parágrafo 8º, do artigo 477/CLT, se é total ou PRO-RATA, advindo notória controvérsia, com atração do Enunciado 83/TST. A lei, no particular, foi omissa e interpretação dela não constitui fundamento à Rescisória. Ação que se julga improcedente.

(TRT-AR-00021/94 - Seção Especializada - Red. Juiz Dárcio Guimarães de Andrade - Publ. MG. 15/07/94)

AÇÃO RESCISÓRIA - MULTA DE 40% SOBRE O DÉBITO TRABALHISTA BASEADA NO ART. 652, "D" DA CLT - Não há amparo legal para a imputação de multa de 40% sobre o total do débito trabalhista, caso mantido em grau de recurso, ainda que parcialmente, tendo evidente caráter legislatório e configurando-se em ato atentatório à boa ordem processual.

(TRT-AR-94/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Renato Moreira Figueiredo - Publ. MG. 07/10/94)

ADMINISTRATIVA - COMPETÊNCIA - A Justiça do Trabalho, órgão do Poder Judiciário, não possui competência nem atividade executiva. Não lhe cabendo, nem devendo arvorar-se a isso, aplicar multas de competência de órgão administrativo. Mesmo porque, diante do constitucional direito de ampla defesa, tem o notificado acesso a recursos, administrativo e judicial, quando multado. O que não ocorreria, e estaria sendo prejudicado nisso, se o próprio Judiciário, saltando instâncias, aplicasse as multas. E mais, como feito aqui: de ofício, sem provocação das partes e sem contraditório ou defesa. A lei trabalhista manda, expressamente, comunicar ao órgão competente para aplicação da multa.

(TRT-RO-21528/92 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 23/07/94)

ADMINISTRATIVA - COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO - Havendo previsão expressa na CLT, como por exemplo, no presente caso, as contidas em seus artigos 55 e 477, parágrafo oitavo (a favor da União), a Junta de Conciliação e Julgamento é competente para aplicar multas, porque assim a autoriza o artigo 652, letra "d", do referido diploma legal.

(TRT-RO-13256/93 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 13/08/94)

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407

DO ART. 467/CLT - DESCABIMENTO - Efetuado o depósito das parcelas salariais reconhecidas como incontroversas, à disposição do juízo, na data da audiência inaugural, vale dizer, na primeira oportunidade em que o reclamada comparece ao tribunal do trabalho, não se dá a infringência da norma insculpida no art. 467 consolidado, sendo descabida a dobra cominada.

(TRT-RO-5574/95 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 08/07/95)

ART. 477, PARÁGRAFO 8º DA CLT - A controvérsia estabelecida em torno da dissolução contratual, com invocação de abandono de emprego descaracterizado, não retira do trabalhador o direito à multa do art. 477, parágrafo 8º da CLT. Isto porque a única exceção capaz de afastá-la é quando o trabalhador comprovadamente der causa à mora, o que não ocorreu na hipótese dos autos.

(TRT-RO-11664/94 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 28/10/94)

DO ART. 477, PARÁGRAFO 8º, DA CLT - DATA DO PAGAMENTO - A quitação regular deve indicar o lugar e o tempo do pagamento (art. 940, do Código Civil). O TRCT que não aponta a data da quitação acarreta a presunção do pagamento tardio, pelo que a reclamada fica com o ônus de provar em sentido contrário. Sem provas convincentes do pagamento tempestivo, nesta hipótese, impõe-se o deferimento da multa do art. 477, parágrafo 8º, da CLT.

(TRT-RO-4347/95 - 3ª T. - Rel. Juiz Sebastião Geraldo de Oliveira - Publ. MG. 30/05/95) DO ART. 477, PARÁGRAFO 8º - MORA DE RESPONSABILIDADE DO EMPREGADO - O multicitado

parágrafo 8º do artigo 477 da CLT exige, expressamente, a comprovação de que a mora no pagamento da rescisão contratual tenha sido motivada pelo empregado. O simples fato de ter ajuizado ação de consignação em pagamento não significa que o atraso possa ser imputado ao trabalhador, presumindo-se o seu não comparecimento na data aprazada. Não se pode decidir por presunção, quando o tipo legal determina a comprovação do fato, cujo ônus objetivo é do empregador, que dele não se desincumbiu.

(TRT-RO-16804/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Luiz Ronan Neves Koury - Publ. MG. 25/02/95)

DO ARTIGO 652/CLT - A aplicação, de ofício, da multa inserta na letra D, do artigo 652/CLT, por decisão da Turma do Regional, sem pedido vestibular e sem o imprescindível contraditório, viola vários ditames legais, ensejando a procedência da Rescisória, com supedâneo no artigo 485, V/CPC, como opinou a douta Procuradoria Regional do Trabalho.

(TRT-AR-293/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Dárcio Guimarães de Andrade - Publ. MG. 17/03/95)

DO ART. 652, "D", DA CLT - IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO A TÍTULO DE RECOMPOSIÇÃO DO CRÉDITO TRABALHISTA - A disposição sobre a competência das JCJs para a imposição de multas, contida no art. 652, "d", da CLT, não se constitui em norma tipificadora de conduta sancionável, nem em previsão de penalidade aplicável a ação ou omissão devidamente caracterizada em lei. A recomposição do crédito trabalhista se faz através de critério próprio, pela aplicação do instituto da correção ou atualização monetária, segundo as regras e parâmetros previstos na legislação pertinente, sendo incabível cominar-se multa a tal título, calculada sobre o valor da condenação, sequer em caráter acessório ou cumulativo.

(TRT-RO-16698/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 08/04/95)

DOS ARTS. 652-D e 678 - II - C - da CLT - Não contidas no pedido vestibular, impossível se torna o deferimento na via recursal, eis que os limites da lide são demarcados pela inicial e defesa. Note-se, por sobre isso, que as multas em questão, quando aplicada, constituem receita apenas da União Federal, logo incobráveis por empregado.

(TRT-RO-11773/94 - 5ª T. - Rel. Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 22/10/94)

DO PARÁGRAFO 8º. DO ART. 477 - EXTINÇÃO DE RELAÇÃO EMPREGO RECONHECIDA EM JUÍZO - Se o reconhecimento da relação de emprego ocorreu via judicial, em que se repudiou rotulação diversa da que lhe atribuiu a empresa, como expediente escuso para fraudar direitos do empregado, a controvérsia estabelecida resulta meramente fictícia, de forma a não eximir o empregador do pagamento da multa vindicada.

(TRT-RO-1678/95 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 04/04/95)

RESCISÓRIA - TIPIFICAÇÃO - Não tem como safar-se da multa a empresa que não prova a quitação das parcelas rescisórias no prazo legal. A só remessa ao banco de autorização para crédito do valor em conta corrente do empregado, na data do vencimento, não altera os fatos, nem afasta a mora, quando desacompanhada de prova de que o crédito tenha sido feito no mesmo dia e que o empregado tenha tido ciência disso, para caracterizar o pagamento tempestivo pela disponibilidade do dinheiro. Mesmo porque o depósito, ao invés do pagamento direto, atrai a burocracia da compensação do cheque, que retarda, por bloqueio, o acesso ao dinheiro.

(TRT-RO-09289/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 12/11/94)

Viola, entre outras disposições do sistema jurídico vigente, o art. 5º, item II, da Constituição da República, o

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408Acórdão que impõe sanção sem prévia tipificação legal do ato de que ela deveria surgir como conseqüência, sem que seja atribuída competência ao órgão julgador, para sua imposição, e sem a observância do devido processo legal. AÇÃO RESCISÓRIA parcialmente procedente.

(TRT-AR-388/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Aroldo Plínio Gonçalves - Publ. MG. 31/03/95)

02. CONVENCIONAL - É ela devida por cada instrumento coletivo descumprido, tendo em vista a pré-determinação da vigência das matérias normativas dele constantes.

(TRT-RO-13967/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Celso Honório Ferreira - Publ. MG. 20/01/95)

CONVENCIONAL - Descumprida cláusula de instrumento normativo, é devida a multa ali estabelecida, mas de forma unitária, pois a mesma decorre da ação, que é una, daí a impossibilidade de se cominar multas, em acumulação, a tantos quantos forem os instrumentos descumpridos, mormente considerando que esses vigoram apenas pelo prazo assinado (Enunciado 277/TST). Recurso provido, no particular, para se deferir uma única multa, prevista no último instrumento normativo.

(TRT-RO-12099/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 12/11/94)

CONVENCIONAIS - A multa por descumprimento da CCT tem natureza penal e não indenizatória, sendo devida cumulativamente, sem que se fale em "bis in idem". Quando as diversas CCTs se referem à "ação" visam a proteger os interesses de uma única ação individual plúrima, que exige o cumprimento de cláusulas de uma CCT, relativamente àquele período de vigência.

(TRT-RO-16809/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 25/02/95)

CONVENCIONAIS - APLICAÇÃO - Descumpridas as cláusulas convencionais ao longo do pacto laboral, estas são devidas a cada período de vigência, sob pena da reclamada se beneficiar das infrações, já que continuaria a adotar os procedimentos contrários àqueles estabelecidos pelas CCTs, sabendo que tal procedimento seria punido uma única vez.

(TRT-RO-15516/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 25/02/95)

03. DO ART. 161 DO CÓD. PROC. CIVIL - Somente pode ser imposta àquele que lançar nos autos cotas marginais ou interlineares, sendo temerária a imputação amparada em mero indício ou presunção de autoria. Multa excluída. Agravo de Petição provido em parte.

(TRT-AP-2213/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Ricardo Antônio Mohallem - Publ. MG. 15/10/94)

04. O art. 1531 do Cód. Civil, que determina a devolução, em dobro, do que foi pago e vem a ser reclamado, não pode ser aplicado subsidiariamente no âmbito do direito do trabalho, por ser inconciliável com o princípio da proteção ao trabalhador.

(TRT-RO-06909/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 05/10/94)

DEVEDOR - O disposto no art. 1531, do Código Civil, é de aplicação restrita na área cível, onde as partes possuem igualdade jurídica, enquanto que no Judiciário Trabalhista a desigualdade econômica é compensada por vantagens jurídicas, sendo certo que a adoção daquela penalidade no processo do trabalho eliminaria esse contrapeso.

(TRT-RO-00286/95 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 10/03/95)

05. FUNDIÁRIA - A multa fundiária deve ser calculada sobre os valores devidos a título de FGTS no dia do pagamento das verbas rescisórias.

(TRT-RO-16448/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Roberto Marcos Calvo - Publ. MG. 25/02/95)

06. A multa a que alude à Medida Provisória 434/94 tem caráter temporário e visa, de um lado, impedir dispensa coletiva dos trabalhadores, garantindo, de outro lado, o sucesso do plano econômico implantado; em conseqüência, não se confunde com a multa instituída no art. 10 do ADCT.

(TRT-RO-12238/94 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 21/10/94)

07. AGRAVO DE PETIÇÃO - DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER - INCIDÊNCIA DA MULTA PACTUADA - Efetuado pela executada o depósito da importância acordada, mas não entregando os documentos hábeis ao levantamento do FGTS e recebimento do Seguro Desemprego, verifica-se a mora quanto a obrigação de fazer e, não tendo esta sido excluída da incidência da cláusula penal, correto o deferimento da multa pactuada.

(TRT-AP-01893/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 25/10/94)

08. MULTA - Compromete o clássico princípio da reserva legal, como se lê no inciso II, do artigo 5º, da Carta Política/88, a imposição de multa que não conte com prévia previsão legal. Ademais, a inicial e a defesa fixam os parâmetros da litisconstestação.

(TRT-AR-277/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Dárcio Guimarães de Andrade - Publ. MG. 31/03/95)

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409- N -

NORMA LEGAL

01. O acesso à Justiça, constitucionalmente garantido, é não apenas o formal, mas também o real. Cabe ao juiz a tarefa de fazer com que a Justiça efetive, em termos práticos, céleres e simples, o comando da lei.

(TRT-AP-1155/95- 4ª T. - Red. Juiz Márcio Túlio Viana - Publ. MG. 08/07/95)

02. CLÁUSULA PENAL - A lei faculta ao juiz, quando cumprida parte da obrigação, a redução proporcional da pena estipulada para o caso de mora. Aplicação do art. 924, do Código Civil.

(TRT-AP-1204/95 - 3ª T. - Juiz Sebastião Geraldo de Oliveira - Publ. MG. 30/05/95)

03. SIGILO - A contabilidade mercantil, a teor do artigo 221/CCB, se acha subjungida ao sigilo, permitindo-se sua devassa só nos casos previstos em ditame legal. A lei, em momento feliz, estabeleceu o sigilo, o qual deve ser preservado.

(TRT-MS-37/95 - Seção Especializada - Rel. Juiz Dárcio Guimarães de Andrade - Publ. MG. 23/06/95)

04. LEI MUNICIPAL - INEFICÁCIA - AUSÊNCIA DE PUBLICAÇÃO - A teor do artigo 1º, da LICC, a lei começa a vigorar depois de oficialmente publicada. Não havendo prova da publicação de Lei Municipal, reconhece-se a sua ineficácia para produzir os efeitos almejados, quais sejam, a instituição do Regime Jurídico Único Municipal e a extinção do vínculo celetista.

(TRT-RO-2769/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Márcio Túlio Viana - Publ. MG. 08/07/95)

LEI MUNICIPAL - MAJORAÇÃO DE VENCIMENTOS: EFICÁCIA - Lei que altera a estrutura de carreiras e acarreta aumento de remuneração aos servidores municipais só se legitima com prévia e comprovada dotação orçamentária. À míngua desse indispensável elemento substancial conformador, fica a norma municipal num estado de repouso. Nesse caso, como ensina J. Cretella Jr. , o chefe do Executivo não pode determinar que se pague o pessoal, já que nos cofres públicos não existe o correspondente crédito votado ou verba suficiente, hipótese em que é forçosa a solicitação ao Poder Legislativo para que se vote o crédito ou a verba para despesa de pessoal ( in Comentários à Constituição Brasileira de 1988- RJ: Forense Universitária, 1992, p. 3831).

(TRT-RO-203/94 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 15/06/95)

05. MEDIDA PROVISÓRIA - RENOVAÇÃO - PROJETO DE CONVERSÃO - A Medida Provisória não convertida em Lei perde a sua eficácia, cabendo ao Congresso Nacional regulamentar as relações jurídicas dela decorrentes, durante a sua vigência (Constituição Federal- art. 62, parágrafo único). A sucessão de Medidas Provisórias com a convalidação da anterior, pela posterior (de constitucionalidade duvidosa, à usurpação de competência do Congresso) impõe que na ratificação da Medida Provisória posterior, decorrente de Projeto de Conversão, haja expressa convalidação do artigo que assegurou os efeitos jurídicos da Medida Provisória anterior.

(TRT-RO-06416/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 25/11/94)

06. INSTRUMENTOS NORMATIVOS - TEORIA DE FLEXIBILIZAÇÃO - A proteção dos trabalhadores não se faz apenas pela imposição da observância rígida aos preceitos de leis, que regem as relações de emprego, mas sobretudo pela proteção de seu maior direito, que é o direito ao trabalho, sendo esta, a tendência de pensamento universal consubstanciada na Teoria da Flexibilização.

(TRT-RO-10056/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 14/10/94)

NORMAS COLETIVAS

01. INAPLICABILIDADE - As normas coletivas inter-sindicais somente são aplicáveis a determinada relação de emprego quando delas tiverem participado as entidades sindicais representativas das categorias econômica e profissional a que pertencem, segundo os critérios determinativos do enquadramento sindical.

(TRT-RO-4025/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 23/08/94)

02. ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA - PRESENÇA DOS EMPREGADOS - Nos termos do Precedente Normativo TRT-MG-7, é indispensável não só a convocação mas também a PRESENÇA, na assembléia geral que definir as reivindicações e autorizar a ação coletiva, dos associados-empregados da empresa suscitada. Vindo aos autos prova inequívoca de que NENHUM dos empregados de uma das suscitadas compareceu à referida assembléia, em relação a esta o feito deve, por ilegitimidade passiva "ad causam", ser extinto sem julgamento do mérito.

(TRT-DC-00078/93 - Seção Especializada - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 10/02/95)

03. CATEGORIA DIFERENCIADA - NORMA COLETIVA APLICÁVEL - Pertencendo o reclamante à categoria diferenciada, beneficia-se das conquistas alcançadas por sua categoria profissional, não se lhe aplicando a

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410norma coletiva pertinente à categoria econômica de empresa.

(TRT-RO-15107/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 31/01/95)

CONVENÇÕES COLETIVAS DE TRABALHO - CATEGORIA DIFERENCIADA - ÂMBITO, EFICÁCIA - VINCULAÇÃO - Não está obrigado o empregador a cumprir normas provenientes de convenções coletivas celebradas por entidade sindical patronal que não representa a empresa. Tratando-se de categoria profissional diferenciada, a norma coletiva aplicável será, estritamente, a que tenha sido celebrada entre o sindicato profissional e o sindicato da categoria econômica que representa a empresa (que diz respeito a atividade desta). Nenhuma outra norma coletiva vincula e obriga o empregador.

(TRT-RO-13451/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Ricardo Antônio Mohallem - Publ. MG. 26/11/94)

04. CONSTITUCIONALIDADE - CONTROLE - COMPETÊNCIA - Como toda e qualquer norma jurídica, também a cláusula ajustada através da negociação coletiva sujeita-se ao controle da sua constitucionalidade pelo Poder Judiciário, uma vez que nenhuma lesão ou ameaça a direito individual poderá ser excluída da sua apreciação, sendo competentes para exercer este controle todos os órgãos da Justiça do Trabalho, inclusive as Juntas de Conciliação e Julgamento.

(TRT-RO-15184/93 - 5ª T. - Rel. Juiz Tarcísio Alberto Giboski - Publ. MG. 24/09/94)

05. Desde outubro de 1988, os ajustes coletivos, levados a efeito pelos representantes das categorias econômica e profissional, passaram a ter sua plena eficácia reconhecida pela Constituição Federal. Se em período anterior o próprio Direito do Trabalho já reconhecia a validade de tais ajustes, após a Constituição/88, tornou-se imperativo prestigiar a solução dos conflitos pela autocomposição das partes, conferindo aos seus resultados plena validade.

(TRT-RO-10000/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 01/10/94)

06. INCOMPETÊNCIA - NORMA COLETIVA - INTERPRETAÇÃO - O fato de a pretensão lançada na inicial ter sido objeto ou não de transação, decorrente de ACORDO COLETIVO DE TRABALHO, não significa a busca de sua interpretação sob o prisma abstrato, mas do caso concreto, em relação a cada Reclamante. O alcance da norma em razão apenas de sua aplicação à categoria é que comporta o ajuizamento de dissídio de natureza jurídica, e não a sua incidência ao fato da causa individualizado.

(TRT-RO-17424/94 - T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 17/02/95)

07. INSTRUMENTOS NORMATIVOS - A Constituição Federal consagra a negociação entre as entidades sindicais, possuindo os instrumentos normativos advindos das negociações coletivas eficácia de lei, sendo indevidas as parcelas pleiteadas, por importarem em infringência ao convencionado pelas categorias econômica e profissional.

(TRT- RO-9674/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 07/10/94)

DISSÍDIO COLETIVO / DESINTERESSE PELA NEGOCIAÇÃO - Quando nos autos fica evidenciado o desinteresse do empregador pela negociação, constitui desestímulo a esta o indeferimento sistemático das cláusulas geradoras de ônus, sob o argumento de que as conquistas nelas pretendidas só podem ser alcançadas pela via negocial.

(TRT-DC-00005/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Nereu Nunes Pereira - Publ. MG. 02/09/94) 08. INSTRUMENTO NORMATIVO - VIGÊNCIA - COISA JULGADA - Se as normas coletivas são estabelecidas

para vigorarem no período de vigência do acordo que as prevê, nada impede que se discutam direitos relativos a período diverso daquele, não havendo falar-se em transação de qualquer direito em período anterior ou posterior, sendo de toda impropriedade invocar-se a ocorrência de coisa julgada.

(TRT-RO-14043/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 07/02/95)

NOTIFICAÇÃO

01. NULIDADE - É ônus da parte reclamada promover diligência junto aos Correios sobre eventual desvio da notificação postada sob registro. Omissa a parte quanto a prova, não se acolhe a nulidade fundamentada em vício de notificação. A teor do Enunciado 16, do Colendo TST, o não recebimento da notificação, ou a entrega tardia, constituem ônus de prova do destinatário.

(TRT-RO-07157/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 23/07/94)

NULIDADE

01. REJEIÇÃO - Ainda que indeferido o aditamento, (apesar de contestado e instruído), se a decisão considera a matéria, objeto da peça, decidindo-a, meritoriamente, afasta-se a nulidade do julgado, por ausência de prejuízo.

(TRT-RO-04090/94 - 4ª T. - Red. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 20/08/94)

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41102. AGRAVO DE PETIÇÃO - NULIDADE DA ADJUDICAÇÃO POR IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO -

Não contemplando a lei a figura da nomeação de preposto pelo reclamante, os atos praticados pelo irregular representante são revestidos de insanável nulidade, uma vez que a parte, em juízo, somente pode ser representada por advogado legalmente habilitado.

(TRT-AP-02543/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Roberto Marcos Calvo - Publ. MG. 26/11/94)

- P -

PENHORA

01. MANDADO DE SEGURANÇA - AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DA PENHORA E DA NOMEAÇÃO COMPULSÓRIA DE DEPOSITÁRIO - RESTITUIÇÃO DO PRAZO PARA EMBARGOS À EXECUÇÃO - Comprovado de plano que o executado não foi intimado da penhora, nem da nomeação compulsória para o encargo de depositário, restou configurada a hipótese do inciso LXIX, do art. quinto, da Constituição Federal, devendo ser concedida a segurança para garantir à impetrante a devolução do prazo para manejo dos embargos à execução.

(TRT-MS-00049/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Márcio Flávio Salem Vidigal - Publ. MG. 01/07/94)

02. BENS IMPENHORÁVEIS - INTELIGÊNCIA DO ART. 649, INCISO VI/CPC - O legislador, ao tornar impenhoráveis as máquinas e equipamentos, o fez em prol daqueles que necessitam destes bens para o trabalho próprio que lhes garante a sobrevivência, não se aplicando o preceito legal do art. 649, inciso VI, do CPC, aos bens de capital pertencentes à empresa individual ou coletiva.

(TRT-AP-02556/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 06/12/94)

EXECUÇÃO - PENHORA DE BENS PÚBLICOS - Sendo a agravante uma empresa pública que explora atividade econômica, não pode se valer do argumento que preconiza a impenhorabilidade dos bens públicos, por força do disposto na Carta Maior, em seu art. 173, parágrafo 1º: "A empresa pública, a sociedade de economia mista e outras entidades que explorem atividade econômica sujeitam-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto à obrigações trabalhistas e tributárias". Não pode a execução, portanto, seguir as regras do art. 730 e seguintes do CPC. Agravo de Petição a que se nega provimento.

(TRT-RO-3670/94 - 3ª T. - Rel. Sebastião Geraldo de Oliveira - Publ. MG. 21/03/95)

IMPENHORABILIDADE - BENS DA EMPRESA - Não se aplica o previsto no art. 649, inciso VI, pois a impenhorabilidade ali tratada se refere aos bens daqueles que vivem do trabalho pessoal próprio, mais precisamente, por exemplo, do profissional liberal. A empresa comercial está fora do alcance da referida norma, eis que exercício de profissão é próprio das pessoas naturais.

(TRT-AP-390/95 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 01/04/95)

03. BEM DE FAMÍLIA - APARELHO DE TELEVISÃO - PENHORA - Os bens móveis que guarnecem a casa do devedor e que não podem ser objeto de penhora são aqueles imprescindíveis a uma vida digna e ao normal funcionamento de uma residência. O aparelho de televisão não pode ser tido como impenhorável, uma vez que não se apresenta como bem indispensável ao devedor ou à sua família.

(TRT-AP-1258/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alves Pinto - Publ. MG. 10/09/94)

04. BENS DO SÓCIO - Não se desincunbindo do ônus de indicar bens da empresa, livres e desembaraçados, e opondo resistência maliciosa à execução, responde o sócio pelos débitos trabalhistas, ficando seus bens sujeitos à constrição judicial. Agravo de petição a que se nega provimento.

(TRT-AP-3701/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 31/01/95)

BENS DO SÓCIO - Na hipótese de dissolução irregular da sociedade por cotas limitada, os bens do sócios poderão ser objeto de penhora para satisfação dos débitos trabalhistas.

(TRT-AP-2710/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 05/11/94)

05. EMBARGOS DE TERCEIRO - PROCEDÊNCIA - PENHORA DESFEITA - Correta a decisão que julgou procedente a ação de embargos de terceiro, para desfazer a penhora levada a efeito de forma equivocada, tendo recaído sobre o direito de uso de linha telefônica de que é titular o embargante - pessoa física - desde antes do ajuizamento da reclamação trabalhista que se executa no processo principal, sendo que nunca foi sócio da executada e nem figurando por si ou por sua empresa como co-devedor no título judicial exeqüendo.

(TRT-AP-02147/94 - 4ª T. - Red. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 22/10/94)

06. Não é vil o lanço que corresponde à metade do valor de avaliação dos bens, satisfazendo parte razoável do crédito.

(TRT-AP-00614/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 17/11/94)

07. AGRAVO DE PETIÇÃO - MANDADO DE CITAÇÃO COM VALOR EXPRESSO EM CRUZEIRO REAL -

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412PENHORA E AVALIAÇÃO FEITAS NA MOEDA VIGENTE - POSSIBILIDADE - Tendo em vista a mudança da moeda, é perfeitamente possível a penhora e avaliação feitas em real, ainda que do mandado de citação conste valor em cruzeiro real.

(TRT-AP-02476/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 17/11/94)

08. NOMEAÇÃO DE BENS - A nomeação de bens, pelo devedor, sem observância da ordem de que trata o artigo 655 do CPC, pode ser recusada pelo credor, a quem a lei devolve o direito à nomeação de outros que forem encontrados.

(TRT-AP-00070/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 15/07/94)

09. AGRAVO DE PETIÇÃO - CORREÇÃO DO DÉBITO - REAVALIAÇÃO DO BEM - Se o bem penhorado e adjudicado é imóvel o qual, via de regra, ao contrário da maioria dos bens móveis, valoriza-se com o correr do tempo, ao se atualizar o débito trabalhista, deve-se levar em conta a data e o valor da última avaliação do bem.

(TRT-AP-00610/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 29/10/94)

10. AGRAVO DE PETIÇÃO - PENHORA - SUBSISTÊNCIA - SOCIEDADE CONJUGAL DE FATO - A Constituição Federal de 1988 ao igualar as condições de homem e mulher em direitos e obrigações, confirma a solidariedade do casal na execução, não podendo, portanto, ser acatada a pretensão da agravante. A sociedade de fato em questão tem patrimônio amealhado com a participação do executado. Como tal, a sua parte na sociedade responde pela dívida trabalhista, por ela contraída. Mantém-se, pois, a penhora efetivada. Agravo a que se nega provimento.

(TRT-AP-03942/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 18/02/95)

11. AGRAVO DE PETIÇÃO - PENHORA - SUBSISTÊNCIA - Iniciada a execução, somente se desfaz a penhora caso declarada alguma nulidade de raiz ou extinta totalmente aquela. O fato de ter sido expedida carta precatória, para penhora, de logo, em saldo bancário, sem prévia citação do Executado, não torna viciado o procedimento. A finalidade da citação é dar ao devedor a oportunidade, menos onerosa, de cumprir espontaneamente a obrigação. Ou, se pretender embargar, de indicar bens para garantia. Aqui, o Executado não pagou, nem poderia indicar outro bem além do já penhorado, por força da gradação legal. Por isso, a penhora é mantida.

(TRT-AP-01827/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 26/11/94)

BEM DE TERCEIRO - SUBSISTÊNCIA - É subsistente a penhora de bem pertencente a terceiro, se comprovado que a aquisição do mesmo se deu após ação em curso, capaz de tornar o devedor-alienante insolvente.

(TRT-AP-2131/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Washington Maia Fernandes - Publ. MG. 05/11/94)

12. CUMULAÇÃO/SUBSTITUIÇÃO-ILEGALIDADE - É ilegal o ato do MM. Juiz da execução que determina de ofício, nova penhora em dinheiro, quando existente penhora anterior sobre imóveis da executada, sem a oposição ou manifestação expressa dos exeqüentes pela sua substituição.

(TRT-MS-00080/94 - Seção Especializada - Red. Juiz Itamar José Coelho - Publ. MG. 01/07/94)

EXCESSO DE PENHORA - Cabendo ao devedor a indicação de bens para a penhora, não pode pretender invalidá-la quando, omisso no seu procedimento, a constrição se faz, pelo Sr. Oficial de Justiça, naqueles bens que encontrou. Se em face disso há excesso de garantia, lícito é ao devedor, apenas, substituir a penhora por dinheiro e não simplesmente querer inviabilizar a execução.

(TRT-AP-02440/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 22/10/94)

13. PROPRIEDADE DO DIREITO DE USO DE TERMINAL TELEFÔNICO - A juntada de simples cópia xerografada de lista telefônica não constitui prova de propriedade do direito de uso de linha telefônica, e sim o documento com o qual se efetivou a transação, ou, na falta deste, declaração da companhia telefônica local, onde deverá constar o nome o proprietário anterior, e a data da transação.

(TRT-AP-02156/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 10/09/94)

14. MANDADO DE SEGURANÇA - EXECUÇÃO - PENHORA DE TELEFONE - O desligamento dos terminais telefônicos corresponde à remoção do bem penhorado, ato processual expressamente admitido pela lei no caso de não concordar o credor em que fique depositário o devedor (art. 666, "caput", CPC). Segurança denegada.

(TRT-MS-00132/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Orestes Campos Gonçalves - Publ. MG. 15/07/94)

15. TRANSFERÊNCIA DE PENHORA - O art. 685, inciso II do CPC outorga ao juiz a faculdade de transferir a penhora para outros bens, mais valiosos, se o valor dos penhorados for inferior ao referido crédito, o que somente pode se constatar, por conseguinte, após a reavaliação daqueles bens já penhorados, em face da atualização da dívida. Não efetuada a reavaliação da penhora existente nos autos, julga-se insubsistente a

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413segunda constrição realizada.

(TRT-AP-2827/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Denise Alves Horta - Publ. MG. 25/02/95)

16. No caso de compra e venda de bens móveis, só se aperfeiçoa com a tradição do bem vendido, correndo os riscos anteriores, por conta do vendedor. Portanto, a penhora efetuada antes da tradição merece prevalecer.

(TRT-AP-00183/95 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 10/03/95)

PERÍCIA

01. DE INSALUBRIDADE - ACOMPANHAMENTO DIRETO PELO RECLAMANTE - A prova técnica é confiada ao Perito do Juízo, garantida às partes a indicação de assistentes-técnicos, conforme disciplina o art. 3º e seu parágrafo único, da Lei nº 5.584/70. Não há direito da parte no que pertine ao acompanhamento pessoal da diligência, vistorias ou exames realizados pelo "Expert".

(TRT-RO-08286/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 20/08/94)

PROVA PERICIAL - NÃO ACOMPANHAMENTO DO RECLAMANTE - NULIDADE - Não induz nulidade da prova técnica realizada em ausência do reclamante quando não requerido seu acompanhamento, cabendo ao "expert" tão-somente a comunicação aos assistentes técnicos porventura indicados pelas partes.

(TRT-RO-2839/95 - 1ª T. - Rel. Juiz José Eustáquio de Vasconcelos Rocha - Publ. MG. 05/05/95)

02. INSALUBRIDADE - PERÍCIA - Realizada a perícia nos termos e forma prescritos em lei (art. 195 parág. 2º, da CLT e art. 3º e seu parág. único da lei nº 5.584/70), sua conclusão acerca da classificação da insalubridade deve vincular o órgão julgador, desde que não haja se utilizado a parte impugnante da faculdade de indicar assistente-técnico, não trazendo aos autos parecer divergente e nem outras provas infirmadoras a respeito.

(TRT-RO-401/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 24/09/94)

LAUDO PERICIAL - COMPLEMENTAÇÃO - Se dois aspectos se apresentam na apuração da periculosidade, de um lado a existência de atividades subterrâneas sem contato com nenhuma forma de energia, de outro o questionamento do possível contato direto com a energia elétrica através de atividades aéreas, torna-se imperioso a verificação desta circunstância, sob o ângulo da prova testemunhal, em todos os seus aspectos, sob pena de caracterizar-se o cerceio de defesa.

(TRT-RO-6659/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 10/09/94)

03. PERITO - DEMORA NA PRESTAÇÃO DE ESCLARECIMENTOS - JUSTIFICATIVA - A demora do perito na prestação de esclarecimentos ou complementação do laudo deve ser coibida de forma rigorosa, inclusive com a aplicação de penalidade prevista em lei, a fim de que o procedimento deste auxiliar do juízo não retarde a entrega da prestação jurisdicional. Se o atraso, entretanto, se dá por motivos alheios à vontade e à atuação do louvado e a ele são concedidas prorrogações e dilatações de prazo no curso do processo para obtenção de documentos da parte necessários aos esclarecimentos, não se lhe pode atribuir culpa capaz de determinar a aplicação da multa legal imposta "ex abrupto", sem advertência prévia.

(TRT-AP-02776/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Márcio Flávio Salem Vidigal - Publ. MG. 26/11/94)

04. AGRAVO DE PETIÇÃO - CÁLCULOS PERICIAIS - Invocar uma confrontação entre o principal apurado pelo "expert" e o principal apresentado pelo exeqüente com os recibos e cartões de ponto acostados aos autos é uma posição muito cômoda, eis que relega ao julgador uma tarefa que competia à agravante para que se pudesse proceder a uma análise mais completa e comparativa. Descuidando-se nas diversas vezes em que peticionou sobre os cálculos, restam não demonstradas especificamente as incorreções alegadas. Agravo desprovido.

(TRT- AP-01783/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 06/12/94)

CÁLCULOS - PERÍCIA - Se o juiz se decide por um dos cálculos apresentados pelas partes, homologando-o, afasta a hipótese de nomeação de perito, conforme previsto no Provimento nº 03/91 do TRT 3ª Região.

(TRT-AP-2080/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 05/11/94)

05. DIFERENÇAS SALARIAIS - COMPENSAÇÃO - MODO DE FAZER - Mostra-se incorreto, e sem técnica, laudo pericial que considera apenas as diferenças favoráveis ao empregado, considerando-as inexistentes, mas sem gerar crédito para o empregador, nos meses em que a empresa pagou mais do que o devido. A condenação em diferenças com compensação impõe o refazimento de todas as folhas de pagamento, mês a mês, com os respectivos débitos e créditos em sistema de conta corrente, com transposição dos saldos para os meses seguintes. É o que manda a coisa julgada. Agravo de petição provido.

(TRT-AP-776/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 27/10/94)

06. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE OU DE INSALUBRIDADE - PROVA TESTEMUNHAL - Em que pese técnico o levantamento pericial a propósito de periculosidade ou insalubridade, é lícito às partes a produção de prova testemunhal, para infirmarem ou confirmarem os fatos para os quais o perito deu o seu enquadramento

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414técnico.

(TRT-RO-1344/95 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 17/03/95)

DIFERENÇAS RESILITÓRIAS - Revelando a prova pericial a existência de diferenças resilitórias, boa é a sentença que acolhe o pleito a este título deduzido, pois, decidir com base na perícia é a regra, já que o juiz carece de conhecimentos técnicos para apurar os fatos de percepção própria do "expert". Recurso a que se nega provimento.

(TRT-RO-00801/95 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 10/03/95)

PROVA EMPRESTADA - INEXISTÊNCIA NOS AUTOS - NULIDADE - A utilização de prova pericial realizada em outro processo, com idêntica situação fática, deve ser admitida em benefício da celeridade processual e como forma de se evitar ônus desnecessário. Sendo, todavia, imprescindível a anexação de cópia do laudo e da manifestação das partes a respeito do mesmo. Sentença que se anula por não ter sido observado esse procedimento.

(TRT-RO-12068/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 08/11/94)

PROVA PERICIAL EMPRESTADA DIVERGENTE DA REALIZADA PARA O PROCESSO - PREVALÊNCIA DA PERÍCIA ESPECÍFICA DETERMINADA PELO JUIZ - Tendo sido realizada perícia específica, concluindo pela existência de trabalho em condições insalubres, é irrelevante a existência, no processo, de prova pericial emprestada, juntada a destempo e não admitida pela parte contrária.

(TRT-RO-1392/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 18/10/94)

07. QUESITOS SUPLEMENTARES - Inadmissível a apresentação de quesitos suplementares, se a parte não formulou quesitos principais no prazo do parágrafo 1º, do art. 421 do CPC. Recurso a que se nega provimento.

(TRT-RO-06890/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 13/08/94)

PETIÇÃO INICIAL

01. CAUSA DE PEDIR - MOMENTO DE FIXAÇÃO - ALTERAÇÕES POSTERIORES - EFEITOS - A petição inicial fixa a lide e essa torna-se imutável após a defesa. Aos autores cabe narrar precisamente os fatos e seus contornos e deles extrair a pretensão que os acompanhará até o final provimento. Se não correspondem à realidade, o efeito processual é nefasto: não podem lastrar deferimento, porque falsos. E os possíveis verdadeiros idem, porque fora da lide e não submetidos a contraditório. No caso, o A. alegou trabalho de motorista de caminhão, em viagens, jornadas de 16,30 horas diárias, sem repousos nem férias. Pretendendo horas extras. Após a defesa, e à vista dessa, confessa que estava desviado, há anos, para a prosaica tarefa de motorista de carro de passeio, a serviço do sócio e sua família. Ação obviamente improcedente.

(TRT-RO-05896/93 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 23/07/94)

02. AGRAVO REGIMENTAL - NÃO PROVIMENTO - Constitui dever do relator indeferir o processamento da petição inicial de ação rescisória quando observar que os fatos nela narrados não apontam para a hipótese legal eleita para seu fim. Agravo a que se nega provimento.

(TRT-ARG-00024/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Nereu Nunes Pereira - Publ. MG. 10/09/94)

03. INÉPCIA DA INICIAL - Em caso de inépcia da inicial, há duas medidas cabíveis: ou se determina sua emenda, na forma processual, ou se extingue o processo, sem julgamento do mérito, com base no art. 267, I, do C.P.C.

(TRT-RO-08479/94 - 1ª T. - Red. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 02/09/94)

INÉPCIA DA INICIAL - INOCORRÊNCIA - Inocorre inépcia da inicial quando o sindicato na condição de substituto processual relaciona na peça de ingresso os substituídos com suas respectivas funções. A identificação dos empregados é tarefa que se remete à fase executória nos termos do inciso V, do Enunciado 310 do TST, pelo que, tal omissão não se constitui em obstáculo ao desenvolvimento válido e regular do processo.

(TRT-RO-07457/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 02/09/94) 04. PEDIDO INICIAL - LIMITES - Referindo-se o pleito tão-somente a diferença de comissões do mês ressalvado

no TRCT, não podem ser deferidas as diferenças apontadas em perícia, pena de favorecer a negativa da ampla defesa e configurar o repudiado julgamento "extra petita".

(TRT-RO-6652/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 20/09/94)

P.I.S. - PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL

01. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. A Justiça do Trabalho é competente para julgar indenização compensatória pela falta de cadastramento do empregado no PIS, porque decorrente do contrato laboral, já que todo empregador, rural ou urbano, pessoa física ou jurídica, está obrigado a providenciar o cadastramento dos seus empregados no PIS. Não demonstrando o empregador o adimplemento da obrigação, presume-se

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415verdadeira a alegação obreira, devendo, então, responder-se pelos prejuízos provocados pelo não cadastramento e não recolhimento do PIS.

(TRT-RO-9935/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 08/11/94)

CONTRATO DE TRABALHO - PIS - É da Justiça do Trabalho a competência para apreciar reclamações pertinentes ao cadastramento no PIS ou indenização compensatória pela falta daquele. (TRT - 1ª R. - Rel. Juíza Emma Buarque de Amorim - Boletim de Jurisprudência - maio/junho 92, p. 48).

(TRT-RO-12936/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 11/11/94)

02. BENEFÍCIOS - Observado nos autos que os obreiros foram impossibilitados de receber os benefícios do PIS, em razão de ato do empregador, que não entregou a RAIS, fazem jus os empregados a verem ressarcidos seus prejuízos.

(TRT-RO-06658/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Roberto Marcos Calvo - Publ. MG. 23/07/94)

INDENIZAÇÃO SUBSTITUTIVA DO PIS - A obrigação de indenizar prejuízos de qualquer espécie é prevista legalmente, desde o art. 159 do Código Civil. A aplicação subsidiária dos preceitos do direito comum é autorizada pelo parágrafo único do art. 8º da CLT. Deixando de cadastrar o empregado junto ao PIS, o empregador lesa o obreiro, impedindo-o de receber os benefícios do sistema. Como decorrência, surge para o trabalhador o direito de receber indenização equivalente. Recurso Ordinário parcialmente provido.

(TRT-RO-12213/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 25.10.94)

PRAZO

01. AGRAVO DE INSTRUMENTO - INTERPOSIÇÃO INTEMPESTIVA - INOCORRÊNCIA - Sendo as partes intimadas da publicação da decisão na forma do En. 197/TST, e ausentando-se estas, a contagem do prazo inicia-se no primeiro dia útil imediato, posto que a praxe é a exclusão do dia "a quo" e a inclusão do derradeiro dia. O recurso interposto nestes parâmetros não se sujeita à pecha de intempestividade.

(TRT-AI-29/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alves Pinto - Publ. MG. 08.04.95)

CONTAGEM DE PRAZO - Também no direito material o prazo é contado com a exclusão do dia do começo, consoante art. 125, do Código Civil.

(TRT-RO-012600/94 - 5ª T. - Rel. Juiz José Murilo de Morais - Publ. MG. 12/11/94)

Notificadas as partes na forma do Enunciado 197/TST, a notificação postal da sentença passa a constituir mero expediente "commoditatis causa", sem ter o condão de fixar novo termo inicial para a contagem do prazo para recorrer. Recurso principal não conhecido por intempestivo, ficando prejudicado o exame do recurso adesivo.

(TRT-RO-11111/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 31/01/95)

PRECATÓRIO

01. CORREÇÃO MONETÁRIA - O crédito trabalhista, nas execuções contra pessoa jurídica de direito público, deve ser corrigido até a data do efetivo pagamento, devendo proceder-se à atualização do cálculo ainda que por mais de uma vez, como, aliás, é feito com a indenização proveniente da desapropriação (súmulas 561 do STF e 67 do STJ). O entendimento adotado pelo Enunciado 193 do TST não indica a vedação das correções sucessivas, que nada mais é do que o próprio principal atualizado. O absurdo da tese contrária representa o desaparecimento literal do crédito do reclamante, pela corrosão inflacionária, com o beneplácito e cumplicidade incômoda do Poder Judiciário.

(TRT-AP-581/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Sebastião Geraldo de Oliveira - Publ. MG. 06/07/94)

FAZENDA PÚBLICA - PRECATÓRIO - ATUALIZAÇÃO DO CRÉDITO - Só o pagamento do valor principal não exime o empregador de responder pela atualização do crédito, devido até o depósito exequendo, cabendo portanto à Fazenda Pública saldar os débitos de natureza alimentar de forma atualizada até a data de sua efetiva satisfação, mediante novo precatório - Aplicação dos arts. 100, parágrafo 1º, e 33, do ADCT, da C.F./88.

(TRT-AP-02330/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 21/10/94) PRECLUSÃO

01. CONSUMATIVA - DISCUSSÃO DE MATÉRIA JÁ DECIDIDA - Indeferido, pelo MM. Juízo de origem, o pedido de penhora de bens particulares dos sócios da executada e renovada a pretensão em sede de Agravo de Petição, o qual, entretanto, não foi conhecido, por intempestivo, é defeso ao exequente rediscutir a matéria em momento processual posterior, em face dos efeitos da preclusão consumativa (inteligência do art. 473 do CPC). Ademais, é vedado ao juiz conhecer de questões já decididas, conforme disposição expressa do art. 836 da CLT.

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416 (TRT-AP-02517/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Denise Alves Horta - Publ. MG. 26/11/94)

CONSUMATIVA - Se a parte já exerceu validamente determinada faculdade processual, ou seja, recorreu de alguns pontos da sentença, não poderá, ainda que dentro do prazo recursal, apresentar novo recurso, uma vez que se operou a preclusão consumativa (cf. BERNARDES, Sérgio. Comentários ao CPC. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1975. FERREIRA FILHO, Manoel Caetano. Preclusão no Direito Processual Civil. Curitiba: Juruá, 1991 - STF - RE 96.918 - Rel. Min. A. Buzaid - RTJ 112/716).

(TRT-RO-1159/94 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 16/06/95)

02. EMBARGOS À EXECUÇÃO - ART. 879, PARÁGRAFO 2º, DA C.L.T. - A preclusão a que se refere o art. 879, parágrafo 2º, da C.L.T. diz respeito ao procedimento de liquidação e não aos embargos à execução, ação do devedor para a invalidação ou adequação da execução ao título exequendo. A liquidação da sentença, embora sujeita à preclusão, quanto à complementação do título judicial, declarando o "quantum debeatur" é requisito substancial do título executivo, condição essencial para o processo de execução, cujos pressupostos (liquidez, certeza e exigibilidade) cabem ao Juízo de plano examinar. É ela meio para a efetivação de execução e não o seu resultado. A decisão que se profere na liquidação da sentença não se transforma em algo imutável, não visa substituir o próprio título, apenas o complementa para permitir ao credor que o seu crédito possa ser satisfeito pela via do processo de execução.

(TRT-AP-02619/93 - 1ª T. - Rel. Juiz Saulo José Guimarães de Castro - Publ. MG. 01/07/94)

03. EXECUÇÃO - PRECLUSÃO - SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL - O pagamento realizado em execução em face de alguns substituídos, alcançados pela decisão exequenda, não importa em preclusão em relação aos demais substituídos. A controvérsia não transita pelos critérios e valores constantes dos cálculos de liquidação, mas sobre o comando do título judicial e seus beneficiados. A coisa julgada não se fez em face do Sindicato-Substituto, mas da relação jurídica controvertida da qual são titulares os substituídos indicados na inicial (uns pelo preceito da improcedência e outros da procedência). A execução, portanto, da qual são os substituídos os únicos titulares, há de ser realizada em face de cada um e não como se o Sindicato-Substituto fosse o autor da pretensão deduzida. Este age em nome próprio, mas reivindicando direito alheio; é parte na lide, enquanto relação jurídica processual; a coisa julgada, contudo, se faz na relação jurídica material. Nesta existe, d.v., cumulação subjetiva de ações e, assim sendo, cada ação comporta a sua execução específica.

(TRT-AP-02211/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 07/10/94)

PREPOSTO

01. MUNICÍPIO - REPRESENTAÇÃO EM JUÍZO - PREPOSTO - A capacidade para celebração de acordos ou compromissos está ínsita na própria amplitude de representação reconhecida ao preposto, sem o que frustrar-se-ia a índole conciliatória do processo laboral, conclusão que se aplica igualmente aos prepostos constituídos pelos órgãos da administração pública nos processos sujeito à jurisdição da Justiça do Trabalho.

(TRT-AR-00013/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 15/07/94)

02. A preposição, na Justiça do Trabalho, é representação exclusivamente em audiência. Logo, não tem o preposto poderes para firmar transação extrajudicial, ainda que a carta de preposição lhe confira poderes para fazer acordos.

(TRT-AP-2380/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 08/11/94)

REPRESENTAÇÃO - AUDIÊNCIA - Faculta a Lei que o empregador seja substituído por preposto que tenha conhecimento dos fatos, estando incluído nesta representação a possibilidade de praticar todos os atos para seu fiel desempenho. Obviamente, que é permitido ao preposto inquirir testemunhas, máxime se considerarmos a capacidade postulatória das partes inerente ao processo do trabalho.

(TRT-RO-8842/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Luiz Ronan Neves Koury - Publ. MG. 25/02/95)

PRESCRIÇÃO

01. AJUIZAMENTO DE AÇÃO ANTERIOR - O ajuizamento de ação anterior apenas gera a interrupção do prazo prescricional com relação às parcelas vindicadas na mesma, nenhum efeito gerando, quanto à prescrição, no que se refere às parcelas pleiteadas nesta posterior ação.

(TRT-RO-3810/95 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 17/06/95)

02. APOSENTADORIA - O prazo prescricional previsto na letra "a" do inciso XXIX do art. 7º da Constituição da República começa a fluir a partir da data da aposentadoria do empregado. A continuidade na prestação do serviço após a aposentadoria, deve ser considerado como novo contrato, inclusive para efeito da prescrição.

(TRT-RO-17376/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alves Pinto - Publ. MG. 08/04/95)

03. ARGÜIÇÃO NA FASE DE CONHECIMENTO - De prescrição não se conhece de ofício. Enquanto isso, a oportunidade de sua argüição está limitada à instância ordinária (En. 153), sendo inoportuna na fase de

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417execução, salvo a intercorrente, de duvidosa aplicação no processo de trabalho.

(TRT-AP-1658/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 09/09/94)

ARGÜIÇÃO - OPORTUNIDADE - Acolhe-se a prescrição arguida ainda na instância ordinária, em razões de recurso, desde que respeitado o princípio do contraditório.

(TRT-RO-11991/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 21/10/94)

ARGÜIÇÃO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO - Não se acolhe prescrição argüida pela ilustrada Procuradoria, porque este tema não faz parte do contraditório, não tendo o Ministério Público, como fiscal da lei, a prerrogativa de defender a parte, ainda que esta seja órgão público e a alegação é ato privativo dos demandantes, nos termos do artigo 2º do CPC.

(TRT-RO-6690/93 - 5ª T. - Rel. Juiz Bolívar Viégas Peixoto - Publ. MG. 15/10/94)

A prescrição, tanto parcial quanto total, pode ser argüída pela parte a quem aproveita em qualquer fase ordinária do processo, na esteira do art. 162 do Código Civil e 301 do CPC, aplicado subsidiariamente.

(TRT-RO-14739/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 02/12/94)

04. DA PRESCRIÇÃO DA AÇÃO - O prazo prescricional a partir do término do contrato de trabalho não sofreu qualquer alteração com a nova Constituição. Ajuizada a demanda trabalhista mais de dois anos após a sua extinção em 31/07/90, pela inserção do empregado no regime jurídico único previsto na Lei 10254/90, dá-se a prescrição total do direito de ação, independentemente do seu objeto. RO DESPROVIDO.

(TRT-RO-02810/93 - 1ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 16/09/94)

MUDANÇA DE REGIME JURÍDICO - PRESCRIÇÃO - Extinto o contrato de trabalho em função da entrada em vigor da Lei 8.112/90, tem o servidor dois anos para ajuizar ação trabalhista relativa ao período anterior à sua inserção no regime único. Prescrição reconhecida e declarada. RO provido integralmente para absolver o Reclamado da condenação imposta.

(TRT-RO-11852/93 - 1ª T. - Rel. Juiz Carlos Alves Pinto - Publ. MG. 30/09/94)

REGIME JURÍDICO ÚNICO - A implantação do regime jurídico único, de natureza estatutária, em qualquer dos âmbitos da Federação, constitui o marco inicial do biênio prescricional previsto no art. 7o., XXIX, "a", da Constituição Federal tendo em vista ocasionar a extinção dos contratos de trabalho então existentes.

(TRT-RO-12920/93 - 4ª T. - Rel. Juíza Denise Alves Horta - Publ. MG. 26/11/94)

SERVIDOR ESTADUAL - CONVERSÃO DE REGIMES - PRESCRIÇÃO - Com a conversão de regimes operada a partir de 01.08.90, para os servidores estaduais, ficaram extintos os respectivos contratos de trabalho, por força do que prescreveu a Lei Estadual n. 10.254/90, que tinha a incumbência constitucional de implantar o regime jurídico único e estabelecer as regras de compatibilização, a teor do art. 39 da Constituição Federal. Em sendo assim, conta-se daí o prazo prescricional de dois anos a que alude o art. 7o., item XXIX, letra "a" - parte final, da "Carta Magna".

(TRT-RO-11380/93 - 4ª T. - Red. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 15/10/94)

05. A PRESCRIÇÃO DO ART. 440 CLT - A causa impeditiva da prescrição inserta no art. 440 da CLT é privativa do empregado, não se estendendo a seus herdeiros, pois o crédito trabalhista, enquanto postulado pelo seu titular ou, se falecido, pelo representante legal do espólio, no caso a inventariante (art.12/CPC), perde essa condição de crédito trabalhista ao ingressar no universo reivindicatório de seus herdeiros, sobrevivendo, assim, como crédito civil, fora pois da órbita de abrangência do art.440 da CLT, que diz respeito à proteção do trabalho do empregado, e não ao menor herdeiro.

(TRT-RO-11031/93 - 1ª T. - Rel. Juiz Paulo Roberto Sifuentes Costa - Publ. MG. 02/09/94)

06. EQUIPARAÇÃO SALARIAL - É irrelevante a circunstância de que o desnível salarial tenha origem em decisão judicial que beneficiou o paradigma; todavia; o direito da ação só está garantido dentro dos prazos prescricionais previstos no art. 7o., XXIX, da Constituição Federal. É inviável a pretensão de que a fluência do prazo prescricional comece após o trânsito em julgado da decisão que favoreceu o paradigma, porquanto a sentença só faz coisa julgada entre as partes às quais é dada, não beneficiando nem prejudicando terceiros. Logo, a ação ajuizada pelo paradigma não tem o condão de suspender ou interromper o prazo prescricional para terceiros, nem pode ressuscitar direitos já sepultados definitivamente pelo implemento do lapso temporal da prescrição.

(TRT-RO-18658/93 - 3ª T. - Red. Juiz Sebastião Geraldo de Oliveira - Publ. MG. 23/05/95)

07. DIFERENÇA SALARIAL - PRESCRIÇÃO - INOCORRÊNCIA - EXAME DO PEDIDO - Provido o recurso para afastar a prescrição extintiva do direito de ação, quanto às diferenças salariais, o exame da procedência do pedido pelo Tribunal tem suporte no art. 516, do CPC (nova redação), não implicando supressão de instância, uma vez que a decisão de primeiro grau, ao declarar a prescrição, proferiu decisão de mérito.

(TRT-RO-4692/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 27/06/95)

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08. INTERRUPÇÃO - Consoante a sistemática do processo do trabalho para a citação do réu, o prazo prescricional para o exercício do direito de ação, pelo empregado, interrompe-se com a simples distribuição da reclamação trabalhista.

(TRT-RO-06746/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 23/07/94)

INTERRUPÇÃO - A desistência do autor em ação por ele ajuizada anteriormente não extingue os efeitos da interrupção do prazo prescricional, já consumado pela simples interposição da reclamatória.

(TRT-RO-09408/94 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 07/10/94)

INTERRUPÇÃO - EN. 268/TST - Não tendo sido alegado nem comprovado no processo de conhecimento o ajuizamento de reclamatória anterior, arquivada, que teria interrompido a prescrição, impossível a apreciação desta matéria na fase recursal, por constituir inovação.

(TRT-RO-12975/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 11.11.94)

INTERRUPÇÃO PELA AÇÃO AJUIZADA PELO SINDICATO DA CATEGORIA EM SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL, EXTINTA SEM JULGAMENTO DE MÉRITO - Se a demanda trabalhista, ainda que arquivada, interrompe a prescrição (E. 268/TST), conclui-se que no âmbito trabalhista a interrupção da prescrição não se vincula necessariamente ao resultado da reclamação. O que importa, aqui, é que o credor não se quedou inerte, e sim que agiu em busca de seu direito. Destarte, e tendo o Sindicato da Categoria, em tese, poderes para pleitear em nome próprio direitos dos componentes da categoria, e sendo os credores do direito postulado, em última instância, os substituídos, a reclamação ajuizada pelo sindicato da categoria interrompe a prescrição, ainda que seja julgada extinta sem julgamento do mérito.

(TRT-RO-05039/95 - 4ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 24/06/95)

INTERRUPÇÃO. PROTESTO JUDICIAL. O protesto judicial formalizado de acordo com a previsão do art. 867, do CPC, interrompe o fluxo prescricional do crédito trabalhista já que demonstra inconformismo da parte quanto à lesão sofrida. "Através do princípio axiológico das normas, tem-se que uma vez regulamentada a medida cautelar de protesto, através do Código de Processo Civil, incontroversa a sua utilidade, pois a norma tem que produzir algum efeito, caso contrário, inócua seria sua existência no mundo jurídico" (Juiz Paulo Maurício Ribeiro Pires).

(TRT-RO-04832/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Sebastião Geraldo de Oliveira - Publ. MG. 01/07/94)

09. MINASCAIXA - Conta-se o biênio prescricional a partir de 15/03/91, data da efetiva absorção do servidor da MinasCaixa pela administração direta do Estado, nos termos do artigo 1o. da Lei 10470/91, e da extinção do contrato de trabalho havido entre as partes.

(TRT-RO-17503/93 - 2ª T. - Rel. Juiz Celso Honório Ferreira - Publ. MG. 20/01/95)

10. Em se tratando de parcelas de cunho patrimonial, compete à parte argüir a prescrição nas instâncias ordinárias. Não o fazendo, é defeso admiti-la em remessa oficial ou através de manifestação da i. Procuradoria, que não é parte no processo. Inteligência do artigo 219, parágrafo 5º, do CPC.

(TRT-RO-12897/93 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 04/11/94)

11. SOMA DE PERÍODOS DESCONTÍNUOS - PRESCRIÇÃO - À luz do Enunciado 156/TST, o prazo prescricional da ação objetivando a soma dos períodos descontínuos de trabalho começa a correr da extinção do último contrato. Porém, se prescrito está o direito de ação para exame da justa causa quanto ao primeiro contrato, isto implica na prescrição do fundamental, que é a soma dos períodos. Sentença que se mantém.

(TRT-RO-11489/93 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 27/05/94)

12. BIENAL - Não se pode aplicar, na espécie, a prescrição bienal de que trata o art. 7º, item XXIX, "a", "in fine", da Constituição da República. Tal norma é clara ao dizer que aquele prazo conta-se a partir da extinção do contrato. O aviso prévio, conforme preceitua o art. 487, parágrafo 1º, da CLT, integra SEMPRE o tempo de serviço do empregado para todos os efeitos legais. E o término do contrato, na conformidade do art. 489, da CLT, só ocorre depois de expirado o prazo do aviso prévio. Nem poderia ser de outra forma, considerando-se a natureza do instituto do aviso prévio. Avisar é comunicar que, em DATA FUTURA, o contrato se extinguirá. Recurso Ordinário parcialmente provido.

(TRT-RO-11401/94 - 3ª T. - Rel. Juiz José Murilo de Morais - Publ. MG. 25/10/94)

A demora na propositura da ação faz com que o prazo prescricional flua, sem interrupção. Os cinco anos retroagem da data do ajuizamento da ação e não da época do desligamento do empregado.

(TRT-RO-3433/95 - 2ª T. - Rel. Juiz Michelângelo Liotti Raphael - Publ. MG. 02/06/95)

Em matéria de prescrição, instituto jurídico antipático, deve-se julgar contra o prescribente, sempre que haja dúvida quanto ao dia exato da lesão do direito, ou alteração contratual ilícita.

(TRT-RO-9228/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 22/11/94)

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O marco para contagem do prazo prescricional é definido pela data da propositura da ação e não a partir da ruptura do contrato de trabalho, inteligência do art. 7º, inciso XXIX da Constituição Federal.

(TRT-RO-1215/95 - 1ª T. - Rel. Juiz José Eustáquio de Vasconcelos Rocha - Publ. MG. 17/03/95)

O prazo prescricional começa a fluir a partir do nascimento do direito de ação, quando verificada a violação da obrigação, consumando-se ao cabo de cinco anos, respeitado o prazo de dois anos para a propositura da ação, quando extinto o contrato de trabalho.

(TRT-RO-13130/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 26/11/94)

PRAZOS - O prazo de dois anos após a extinção do contrato de trabalho, previsto no art. 7º, item XXIX, letra "a", da CF/88, é o limite dado pelo legislador constitucional ao trabalhador urbano para propor ação em que reivindicará direitos trabalhistas até os últimos 05 anos. Portanto, não se pode inclui-lo neste lapso temporal, pois ele seria diminuído para 03, contrariando, desta forma, a vontade expressa do legislador constitucional , que foi a de conferir ao trabalhador o prazo prescricional de 05 anos para fazer valer direitos oriundos da relação de emprego. Ao intérprete não cabe limitar a eficácia das normas constitucionais de tutela ao empregado através de exegese restritiva, principalmente quando se trata de prescrição de créditos provenientes de relação de trabalho, de natureza alimentar e considerado por ela própria como valor fundamental da República Federativa (art.5º, 1º, item IV), base da ordem econômica (art.170) e primado da ordem social (art. 193).

(TRT-ED-45621/94-(RO-06838/94) - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 07/02/95)

PRESCRIÇÃO OU DECADÊNCIA - PRAZO DE DOIS ANOS, ESTABELECIDO NO ART. 7º, XXIX, "a", DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 - O prazo de dois anos para ajuizamento de reclamatória, estabelecido na Carta Constitucional de 88 (art. 7º, XXIX, "a" ) é prescricional, porque o mesmo não diz respeito a exercício de direito potestativo, e, sim, do exercício do direito de se exigir do empregador o cumprimento do dever jurídico de observância às leis trabalhistas, e também porque é assim, como prescrição, que o mesmo é tratado na referida Carta Magna.

(TRT-RO-07287/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 23/07/94)

QÜINQÜENAL - A Constituição, por incorporar as determinações do poder constituinte, não fica sujeita aos princípios e garantias do sistema anterior, pois se assim fosse, nunca haveria a possibilidade do estabelecimento de uma nova ordem jurídica. Não há pois, qualquer direito adquirido contra a Constituição cujas normas têm aplicação imediata e também retroativa desde que a situação jurídica anterior se torne com ela incompatível. O art. 5º, XXXVI, se dirige ao legislador ordinário, não à própria Constituição. A retroatividade constitucional é progresso e evolução social, quando significa a imposição de norma de alto alcance social do trabalhador.

(TRT-RO-16031/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 07/02/95)

QÜINQÜENAL - FLUÊNCIA DO PRAZO - RESCISÃO CONTRATUAL - A contagem da prescrição qüinqüenal é sempre feita retroativamente da data do ajuizamento de ação; não sendo a rescisão contratual causa de interrupção da fluência do prazo prescricional, que ainda se sujeita à extinção prematura, quando completado o biênio da ruptura contratual.

(TRT-RO-8569/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 31/01/95)

TÉRMINO DE CONTRATO - CONTAGEM - Prescrição, uma vez iniciada, só se suspende ou interrompe nos casos expressos da lei. Entre eles não está, seguramente, um período de graça, dois anos após a rescisão do contrato, para reclamar todos os cinco anos antes dela. Caso em que o prazo estaria sendo indevidamente ampliado, pelo aplicador, para sete anos. O limite de dois anos, que é um marco definitivo posto pelo legislador para solidificar as relações jurídicas, mais de decadência que de prescrição, com erro de nominação, corre passo a passo com o outro. A retroação tem contagem, pois, da propositura da ação e não da ruptura do vínculo.

(TRT-RO-10197/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 12/11/94) PROCESSO DO TRABALHO

01. CAPACIDADE PROCESSUAL - MENOR - CURADOR À LIDE - MAIORIDADE SUPERVENIENTE - Sendo o reclamante, menor, órfão de pai e mãe e sem outro responsável legal, a sua representação no Juízo Trabalhista se faz, nas localidades onde não existe membro da Procuradoria Regional do Trabalho, através da nomeação de curador à lide pelo Juiz Presidente da junta, nos termos do Artigo 793 da CLT, que se trata de norma de ordem pública dirigida ao juízo e não à parte ou ao seu procurador. Se inobservado esse comando, não pode a Junta extinguir o processo por irregularidade de representação. Todavia, ocorrendo a maioridade superveniente no curso do processo, não cabe mais cumprir aquele comando, pois, aí, o reclamante adquire, com plenitude, a capacidade processual para estar no Juízo Trabalhista.

(TRT-RO-11516/93 - 5ª T. - Rel. Juiz Tarcísio Alberto Giboski - Publ. MG. 27/10/94)

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02. DEVER PROCESSUAL DA PARTE - FALTA QUE NÃO IMPLICA EM PREJUÍZO - INDENIZAÇÃO INCABÍVEL - Se a conclusão quanto a ter o Reclamante faltado com dever processual decorreu do exame dos fatos e provas dos autos, e se ainda assim resultou condenação à Reclamada, inexiste prejuízo que justifique a imposição da obrigação de indenizar por perdas e danos não causados pelo processo, embora deva ser mantida a censura ao comportamento da parte faltosa.

(TRT- RO-10503/94 - 5ªT - Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 15/10/94)

03. A perda de interesse processual torna a Requerente carecedora de ação. Processo extinto sem julgamento do mérito.

(TRT- MCI-00007/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Aroldo Plínio Gonçalves - Publ. MG. 15/07/94)

04. AGRAVO DE PETIÇÃO. - É facultado ao Juiz corrigir de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais existentes do processo, velando pela rápida solução do litígio. Inteligência do art. 125, II, do CPC.

(TRT- AP-1890/94 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 14/10/94)

05. Em razão do princípio da irretroatividade das nulidades contratuais, que irradia do princípio trabalhista da continuidade, não é possível aplicar-se o texto sumulado no item II do Enunciado 331/TST "ex tunc", mas apenas "ex nunc", ou seja, inviável se torna a permanência do vínculo de emprego apenas no que tange ao período subsequente à decisão judicial.

(TRT-ED-41079/94-(RO-09276/93) - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 17/01/95)

06. RETIRADA DOS AUTOS DA SECRETARIA - A oportunidade da vista dos autos fora da Secretaria depende de circunstância cujo exame compete ao Juiz, caso a caso.

(TRT-MS-00023/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 01/07/94)

PROFESSOR

01. ALTERAÇÃO CONTRATUAL LESIVA - PROFESSOR MUNICIPAL - Verificando-se que a alteração introduzida pela Lei Municipal 5951/91, foi prejudicial aos reclamantes, porque criou tabelas com salários inferiores para os professores (celetistas) em relação aos salários do pessoal da administração com nível superior, houve ofensa ao art. 468/CLT, devendo o reclamado pagar as diferenças salariais postuladas.

(TRT-RO-08576/93 - 2ª T. - Rel. Juiz Celso Honório Ferreira - Publ. MG. 28/10/94)

REDUÇÃO DE AULAS - ALTERAÇÃO CONTRATUAL - Fixado o salário do professor de acordo com o número de aulas ministradas, tal condição se incorpora ao seu patrimônio jurídico. Redução unilateral da carga horária pelo empregador implica alteração quantitativa vedada pelo art. 468 da CLT, que consagra o princípio da bilateralidade e o da ineficácia da lesão. Em conseqüência, são devidas as diferenças salariais advindas dessa alteração.

(TRT-RO-12353/94 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 21/10/94)

02. AULAS EXCEDENTES - ADICIONAL EXTRAORDINÁRIO - DEFERIMENTO - Não tendo o capítulo que cuida, na CLT, dos professores, disciplinado a hipótese de remuneração do trabalho prorrogado ou em horário considerado noturno, tem-se que, à falta de disposições especiais no citado capítulo, aos mesmos se aplicam as regras gerais celetárias. Por isso, mesmo observando-se a forma prevista no art. 321 do Diploma Consolidado, para o cálculo das chamadas aulas excedentes, imprescindível é o acréscimo também do adicional extraordinário no valor retribuitivo de tais aulas, pois a Constituição Federal manda remunerar, com tal adicional, todo trabalho suplantante da jornada comum, o que nitidamente ocorre com o professor que ministra aulas excedentes à sua carga normal.

(TRT-RO-1604/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 17/06/95)

03. COORDENADOR DE CLASSE - PROFESSOR - Não há dispositivo legal que determine o pagamento de coordenador de classe como se cargo de confiança fosse. É perfeitamente cabível o pagamento da gratificação em valor correspondente a número de aulas, mormente se os instrumentos normativos da categoria estabelecem que o professor que prestar outros serviços ao estabelecimento será remunerado por eles de acordo com o que for ajustado entre as partes.

(TRT-RO-12376/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 26/11/94)

04. PROFESSORA OU "INSTRUTORA" DE GINÁSTICA EM CURSO LIVRE DE CLUBE RECREATIVO - CARACTERIZAÇÃO DO DIREITO INERENTE À CATEGORIA DIFERENCIADA A QUE PERTENCE - Desde que provado no processo, por um lado, que a reclamante é legalmente habilitada como profissional do magistério (na área da Educação Física); e, por outro, que o curso de ginástica pela mesma ministrado - embora livre e em clube recreativo, que não tem o aprendizado como uma atividade-fim - chega a representar uma atividade-meio de lucro (tanto assim que, em razão do mesmo, se fazem cobranças de mensalidades, inclusive de associados), torna-se de todo irrelevante, para fins de caracterização dos direitos

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421convencionalmente assegurados à classe, tanto a denominação emprestada à profissional que o ministra (de professora ou instrutora - até porque mais apropriada a última, quando o ensino se volta para a cultura física), quanto a liberdade e local de funcionamento do mesmo (até porque existem certas instituições de ensino que, a rigor, nem sequer justificariam seu funcionamento - como, v.g., os cursinhos de preparação para o vestibular) - nada obstando, por último, a espécie de categoria do empregador (pois que, tratando-se de empregada que pertence a categoria profissional diferenciada, goza a mesma das prerrogativas conferidas à própria classe que a congrega).

(TRT-RO-1264/95 - 1ª T. - Rel. Juiz Manuel Cândido Rodrigues - Publ. MG. 07/04/95)

05. PROFESSORA DE NATAÇÃO EM CLUBE RECREATIVO - Caracterização do direito inerente à categoria diferenciada a que pertence. - Desde que provado, por um lado, que a reclamante, é legalmente habilitada, como profissional do magistério (na área de Educação Física); e, por outro, que o curso de ginástica pela mesma ministrado, embora livre e em clube recreativo, mesmo não tendo o aprendizado como uma atividade-fim, chega a representar uma atividade-meio de lucro, conclui-se que tal profissional, assim qualificada, admitida como professora de natação, integra categoria diferenciada - pouco importando, assim, a atividade desenvolvida pela empresa que a admitiu.

(TRT-RO-2495/95 - 1ª T. - Rel. Juiz Manuel Cândido Rodrigues - Publ. MG. 05/05/95)

06. PROFESSORA - ESTABILIDADE CONVENCIONAL - RECONHECIMENTO - Considerando-se o enquadramento do magistério como atividade penosa (Decreto 53.831/64), à professora se aplica a conversão do tempo de serviço prestado em funções relativas ao magistério em tempo de serviço comum, para fins de aposentadoria por 30 anos de serviço, por força do que dispõe o art. 58, inciso XXII, do Decreto 611/92. Em conseqüência, ocorrendo sua dispensa em período abrangido por estabilidade convencional (dezoito meses anteriores à aposentadoria voluntária), correta a v. decisão de origem que deferiu sua reintegração ao emprego com os direitos pertinentes ao período de afastamento.

(TRT-RO-2510/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Luiz Ronan Neves Koury - Publ. MG. 13/05/95)

07. INSTRUTOR DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO SENAI - EQUIPARAÇÃO AO PROFESSOR - INEXISTÊNCIA DE SIMILITUDE - As funções docentes do instrutor do SENAI não se equiparam às do professor. Enquanto este atua a nível teórico na sala de aula, predominantemente, o instrutor preleciona ensinamentos teóricos e práticos nos campos industriais, enfatizando a prática profissional, o que afasta a similitude invocada entre ambos para fins de equiparação salarial.

(TRT-RO-14109/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 17/01/95)

08. CATEGORIA DIFERENCIADA - INSTRUTOR DE VOLEIBOL - À luz do artigo 317 da CLT e da cláusula II da sentença normativa proferida por este Tribunal nos autos do DC-14/18/90, não se enquadra na categoria diferenciada dos professores o instrutor de voleibol contratado por clube de lazer para, apenas aos sábados, domingos e feriados, treinar seus associados a nível não profissional e sem freqüência obrigatória, sem executar atividades extraclasse e sem ter concluído seu curso superior de Educação Física.

(TRT-RO-18014/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 10/03/95)

09. HORAS EXTRAS - PROFESSOR - A jornada de trabalho do professor está limitada ao máximo de quatro aulas consecutivas ou seis intercaladas - art. 318 da CLT. O que exceder desse limite é serviço extraordinário que, por força do disposto no art. 7º, item XVI, da Carta Maior deve ter remuneração superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal. Não se pode deixar de aplicar essa norma constitucional ao professor sem grave ofensa ao princípio da isonomia, insculpido no art. 5º, caput: todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.

(TRT-RO-08254/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Sebastião Geraldo de Oliveira - Publ. MG. 21/02/95)

REDUÇÃO DA CARGA HORÁRIA - INDENIZAÇÃO - É devida a indenização prevista em norma coletiva da categoria em face da redução da carga horária do reclamante, se esta diminuição se deu por iniciativa do reclamado. A resolução 398 do Conselho Estadual de Educação não extinguiu as matérias Moral e Cívica e OSPB, apenas declarou que tais disciplinas deixaram de ser obrigatórias. Se houve redução de carga horária, foi por livre vontade do reclamado, não por imposição da referida resolução.

(TRT-RO-6124/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 01/10/94)

PROVA

01. DOCUMENTAL - AUTENTICIDADE - PRESUNÇÃO - Não se pode ter por racional e comum a presunção de que o próprio empregado possa ter confeccionado as cópias dos recibos de salário que tenha exibido, notadamente do tipo envelopes de pagamento, e mais, com carimbo da empresa. A prova de uma possível inautenticidade de tais recibos é ônus desta, se por ela alegada.

(TRT-RO-09850/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Itamar José Coelho - Publ. MG. 26/11/94)

DOCUMENTAL X PROVA TESTEMUNHAL - Inexiste a prevalência da prova documental sobre a testemunhal,

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422no processo trabalhista, mesmo quanto à prova de pagamento, visto que o empregado, estando sempre em situação de inferioridade em relação ao empregador e tendo que proteger a fonte de subsistência sua e de seus familiares, comumente aceita situações impostas pelo patrão, ainda que com prejuízo. Assim é que a assinatura pelo obreiro de recibos em branco, de pagamento de salário maior do que aquele anotado na CTPS do empregado, são, infelizmente, práticas rotineiras com as quais os juízes da Justiça do Trabalho se deparam diariamente.

(TRT-RO-06353/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 20/08/94)

DOCUMENTOS JUNTADOS AOS AUTOS - CÓPIAS NÃO AUTENTICADAS - IMPUGNAÇÃO - A impugnação de documentos, sob o argumento de serem cópias não autenticadas, não se pondo em dúvida a veracidade de seu conteúdo, é meramente formal e não pode ser acatada.

(TRT-AI-01893/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 29/10/94)

DOCUMENTOS - NECESSIDADE DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA - Cabe à autora apontar especificadamente a incorreção no pagamento das parcelas vindicadas na inicial, por ocasião da impugnação aos documentos apresentados com a defesa. Assim não procedendo, hão de ser tidos como corretos os pagamentos efetuados, não podendo o Juízo perquirir sobre sua correção, substituindo a parte em atividade processual que lhe competia.

(TRT-RO-16336/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Luiz Ronan Neves Koury - Publ. MG. 25/02/95)

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - CONTRADIÇÃO - APRECIAÇÃO DAS PROVAS - O Direito Processual aboliu há muito o princípio da pré-tarifação legal das provas, sendo o Julgador livre para apreciá-las na formação de seu convencimento, sem que se configure a contradição apontada na conclusão do acórdão embargado.

(TRT-RO-3408/95 - 2ª T. - Rel. Juiz Aprígio Guimarães - Publ. MG. 15/06/95)

Em princípio, a prova documental deve prevalecer sobre a testemunhal. (TRT-RO-11848/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 21/10/94)

TESTEMUNHAL - PREVALÊNCIA SOBRE PROVA DOCUMENTAL - POSSIBILIDADE - Não há uma hierarquia entre os vários tipos de prova. Ao julgador cabe valorá-las devidamente. E o Juízo "a quo", tendo contato direto com as partes e testemunhas, é o mais hábil para emprestar o valor que entende merecer cada meio de prova produzido, valorização que constitui mais um subsídio quando do reexame das questões pela instância superior.

(TRT-RO-4738/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 09/07/94)

02. CARTÕES DE PONTO - SIMETRIA - PROVA RELATIVA - Cartões de ponto com registros simétricos não fazem prova inconteste - absoluta, mas relativa, podendo ser desconstituídos por prova testemunhal.

(TRT-RO-00419/95 - 1ª T. - Rel. Juiz José Eustáquio de Vasconcelos Rocha - Publ. MG. 10/03/95)

HORAS EXTRAORDINÁRIAS - CARTÕES DE PONTO - Não pode o reclamante descaracterizar a veracidade dos cartões de ponto, ao fundamento de que estão anotados sem qualquer variação de horário - britanicamente - apresentando testemunhas que afirmam jornada diferente, sem alteração alguma. Ademais, não é crível que, em determinada agência bancária do interior do estado, haja tanto serviço a ponto de exigir dos empregados que nela trabalham, cumprimento de jornada excessivamente dilatada, como pretendiam ver reconhecida os reclamantes, através das provas testemunhais que apresentaram, podendo-se afirmar, com segurança, aplicando-se o art. 335, do CPC, com o que ordinariamente se observa, pela experiência das coisas comuns, que os horários apontados não se prolongam, indiscriminadamente, por todos os dias, de monta tão elevada, podendo, vez por outra, os autores, ter ultrapassado o limite normal. Indeferíveis as horas extraordinárias por todo período, mas somente aquelas que ocorreram nos dias de pico.

(TRT-RO-16110/93 - 5ª T. - Rel. Juiz Bolívar Viégas Peixoto - Publ. MG. 03/09/94)

HORAS EXTRAS - CARTÕES DE PONTO - ENUNCIADO 338/TST - A falta de alguns cartões de ponto, dos quais havia sido o empregador expressamente notificado a apresentar, leva à presunção de veracidade da jornada alegada na inicial, relativamente aos meses acerca dos quais não foram colacionados os respectivos controles de jornada.

(TRT-RO-630/95 - 3ª T. - Rel. Juiz Sebastião Geraldo de Oliveira - Publ. MG. 21/03/95)

HORAS EXTRAS - INEXISTÊNCIA DE CARTÕES DE PONTO - EXCEPCIONALIDADE DA PROVA TESTEMUNHAL - A conseqüência do não cumprimento, por parte da reclamada, da determinação de controlar o horário de trabalho do recorrente é ter-se como verdade processual a sobrejornada alegada na inicial, que de resto e desnecessariamente (art. 400, II, do CPC) foi confirmada pela prova oral.

(TRT-RO-11224/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 11/10/94)

03. AGRAVO REGIMENTAL - CONFISSÃO - ÔNUS DA PROVA - VALORAÇÃO - I - Os fundamentos de

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423rescindibilidade para invalidar confissão não se restringem às hipóteses taxativas do art. 352, II CPC. Se há a conjugação de regras, é de se observar que a norma inserta no inciso VIII, do art. 485, CPC comporta sua invalidação por vícios outros. Através de uma interpretação sistemática do Estatuto, não nos remete esta norma às hipóteses contempladas naquela integrante de capítulo destinado às provas. II - Ao narrar os fatos a autora não lhe deu moldura processual que correspondesse a qualquer hipótese capaz de invalidar a confissão, mas sim àquela do art. 333, itens I e II, do CPC, vale dizer, todo o questionado diz respeito ao ônus da prova, ao valor da confissão, como prova. Daí o acerto do v. despacho agravado ao afirmar que tal argumentação "não é pertinente à matéria trazida à apreciação como causa de rescindibilidade". Agravo desprovido.

(TRT-ARG-52/94 - Seção Especializada - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 28/10/94)

04. DOCUMENTAÇÃO - EXIBIÇÃO - Sendo ilegítima a recusa de exibição de documento comprovadamente existente, deve ser admitido como verdadeiro o fato que, por meio dele, a parte pretendia provar.

(TRT-RO-15078/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 31/01/95)

05. ALEGAÇÃO DE FATO NOTÓRIO (ART. 334, I, CPC) - ÔNUS DA PROVA - SOBREJORNADA ITINERÁRIA - CONSTITUIÇÃO DO DIREITO - RECURSO DESPROVIDO - Independendo de prova o fato notório, se a parte adversa não elide a alegada notoriedade nem faz prova de fato constitutivo do direito deduzido em juízo, dele sucumbe.

(TRT-RO-12203/93 - 2ª T. - Rel. Juiz Michelângelo Liotti Raphael - Publ. MG. 04/02/94)

ÔNUS PROBATÓRIO. DISTRIBUIÇÃO - A lógica que rege a sistemática da distribuição dos ônus probatórios impede que se exija prova daquilo que se nega como existente. Assim, não admitida a ocorrência de norma autônoma que ampare o direito perseguido, cumpre ao reclamante provar-lhe a existência. Inteligência dos artigos 333, I, do CPC e 818 d CLT.

(TRT-RO-13624/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 15/07/95)

ÔNUS DA PROVA - A prova tem a finalidade de formar a convicção do juiz sobre a verdade dos fatos alegados. Quem alega deve provar a existência de fato constitutivo de seu direito, a teor do art. 818, do texto consolidado.

(TRT-RO-12239/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 21/10/94)

ÔNUS DE PROVA - ARTIGO 818 DA CLT - SUBSIDIARIEDADE - Ensina-nos o Mestre Valentin Carrion, em seus comentários à Consolidação das Leis do Trabalho, que "a regra de que o ônus pesa sobre quem alega, é incompleta, simplista em excesso. (...) É óbvio que ...: 1) ao autor cabe o ônus da prova do fato constitutivo de seu direito; 2) ao réu, o da existência do fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor (CPC, art. 333)."

(TRT-RO-08701/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 20/08/94)

06. VERBAS RESCISÓRIAS - FORMA DE PAGAMENTO - QUITAÇÃO FINAL - O pagamento das verbas rescisórias se prova pela forma prescrita em lei, ou seja, através de instrumento ou recibo de quitação final, que contenha a especificação de cada parcela paga ao empregado e discriminado o seu valor, nos termos do art. 477, parágrafo 2º, da CLT.

(TRT-RO-10423/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 24/09/94)

07. PROVA TESTEMUNHAL - FRACIONAMENTO - O fracionamento da prova testemunhal é indesejável e deve ser evitado. Entretanto, este princípio só será válido se a determinação que visa a impedir a partição não ferir o direito de defesa de qualquer das partes.

(TRT-RO-11428/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 07/10/94)

- R -

REAJUSTE SALARIAL

01. INAMPS - ADIANTAMENTO DO PCCS - REAJUSTAMENTO - A verba auferida continuamente pelos servidores do INAMPS a título de "adiantamento do PCCS" reveste-se de natureza remuneratória, o que, inclusive, veio a ser reconhecido posteriormente pela Lei 7686/88. Em conseqüência, deve ser reajustada, desde sua instituição, pelos mesmos índices de correção dos salários.

(TRT-RO-1362/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Márcio Túlio Viana - Publ. MG. 02/06/95)

02. ANTECIPAÇÃO SALARIAL - PRODUTIVIDADE - No reajuste concedido pelo empregador a título de antecipação salarial, por óbvio, não está compreendido aumento real de salário a título de produtividade, previsto em instrumento coletivo.

(TRT-RO-05654/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José Waster Chaves - Publ. MG. 01/07/94)

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42403. APLICAÇÃO - Aplicam-se os reajustes salariais automáticos a todos os trabalhadores regidos pela CLT,

independentemente da natureza jurídica do empregador, dada a competência privativa da União Federal para legislar sobre Direito do Trabalho (art. 22, I, da CF ).

(TRT-RO-04711/90 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 17.11.94)

04. AUMENTOS ESPONTÂNEOS. COMPENSAÇÃO - Quando o empregador concede reajustes salariais espontâneos que superam tanto os índices de correção do poder aquisitivo do salário em face da inflação, com os de aumento real ou produtividade, tudo se sujeita à compensação em face daquilo que possa decorrer de norma legal ou convencional. Não pode a JUSTIÇA DO TRABALHO se imiscuir na economia das empresas para ditar ou impor reajustes salariais que fujam dos limites da lei ou da negociação coletiva, com o comprometimento da própria economia nacional.

(TRT-RO-9891/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Tarcísio Alberto Giboski - Publ. MG. 15/10/94)

05. DISSÍDIO COLETIVO - CORREÇÃO SALARIAL - Os reajustes para correção dos salários devem ocorrer por ocasião da data-base, acertando as perdas do período, ou após ela, a título de antecipação, mediante critérios estabelecidos em lei ou, em condições mais vantajosas, através de livre negociação coletiva.

(TRT-DC-00019/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Nilo Álvaro Soares - Publ. MG. 26/08/94)

06. NEGOCIAÇÃO COLETIVA - Às partes e ao próprio Judiciário impõe-se a estrita observância de cláusula de negociação coletiva pertinente a reajuste salarial. Negar validade ao conteúdo da estipulação ou interpretá-la fora de seus parâmetros seria limitar indevidamente o terreno da liberdade de negociação que a Constituição reserva às entidades sindicais. Impedir a renúncia de direitos pelo sindicato no plano da negociação coletiva atenta contra a liberdade sindical, tornando-se atitude violadora do art. 8º, item I da Constituição Federal.

(TRT-RO-11300/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 29/11/94)

NEGOCIAÇÃO COLETIVA. TEORIA DO CONGLOBAMENTO. Acordo firmado em dissídio coletivo é plenamente válido em todos os seus termos. Em conseqüência, não procede pleito inicial que, em última análise, pretendeu assegurar aos substituídos processuais que seus salários, no período de vigência daquela norma coletiva de trabalho, fossem ao mesmo tempo reajustados, na faixa até seis salários mínimos, pelo percentual mais vantajoso fixado pela legislação salarial e, no restante, pelo índice mais favorável estabelecido no acordo coletivo. O acatamento da pretensão importaria a criação de uma terceira norma que congregaria somente os aspectos positivos de cada um dos regimes normativos originais. Isto extrapolaria a intenção das partes que participaram daquela negociação coletiva e não seria compatível com a teoria do conglobamento, pela qual não se admite o fracionamento de dispositivos ou conteúdos de normas distintas e se busca determinar o estatuto normativo mais favorável aos trabalhadores em seu conjunto, para efeito de sua aplicação.

(TRT-RO-16709/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 17/03/95)

07. DIFERENÇAS SALARIAIS - LIMITAÇÃO E COMPENSAÇÃO - As diferenças salariais decorrentes dos Planos Econômicos encontram limite temporal nas datas-base imediatamente posteriores, haja vista que a legislação refere-se a antecipação salarial compensável naquelas ocasiões.

(TRT-RO-13074/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 31/01/95)

MEDIDA CAUTELAR - RESCISÓRIA - REAJUSTES SALARIAIS -SUSPENSÃO DE EXECUÇÃO - I - Construções jurisprudenciais acerca de exceções à vedação do art. 489, do CPC, limitam-se a casos de ocorrência de ineficácia da decisão proferida na rescisória, concomitante a manifestação expressa da Corte pela exclusão de determinadas parcelas da sentença exequenda; II - A concessão de reajustes salariais às épocas de implantação de novos planos econômicos, notadamente pelo IPC de março/90, não constitui violação a texto de lei, por ser de interpretação controvertida (Enunciado 83/TST); III - Cautelar a que se julga improcedente.

(TRT-MCI-00025/94 - Seção Especializada - Red. Juiz Orestes Campos Gonçalves - Publ. MG. 03/02/95)

PLANOS ECONÔMICOS - REAJUSTES SALARIAIS - IMPROCEDÊNCIA NA JUSTIÇA DO TRABALHO - I - Tendo o STF decidido através da Adin. 694-1 e RE 114756-7 que não há direito adquirido em relação aos

planos Bresser e Verão e negando o próprio TST o plano Collor, improcedem os planos econômicos na Justiça do Trabalho.

II - Tendo sido negado através de ação direta de inconstitucionalidade o IPC de junho 87, a decisão do STF tem validade "erga omnes" (artigo 178 do RI do STF) e impõe-se obrigatoriamente a todos os órgãos jurisdicionais inferiores, já que a ele cabe com exclusividade a última palavra em matéria de interpretação da Constituição - art. 102 da CF.

III - Sendo da competência do STF - artigo 102, I, "reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões" cabe ao Procurador-Geral ou à parte interessada propor reclamação para que tal autoridade seja mantida, quando desrespeitada por instâncias inferiores, podendo o plenário "cassar decisão exorbitante de seu julgado, ou determinar medida adequada à observância de sua jurisdição" (artigo 161 do Regimento Interno do STF).

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425 IV - As decisões em ação direta de inconstitucionalidade, segundo interpretação do STF, têm efeito "erga

omnes" e são, portanto, vinculativas às instâncias inferiores. Não cabe ao Juiz do Trabalho, depois da Adin 694-1, julgar contrariamente ao que ali foi assentado, sob pena de atentar contra a autoridade de decisão do STF.

V - Embora a decisão de matéria constitucional em RE não tenha efeito vinculante, a decisão do RE 114.756 foi dada pelo STF em razão da competência que lhe outorga o artigo 102, III, da CF, como guardião precípuo da CF. Por isso, as instâncias inferiores devem seguir a orientação ali perfilhada para que se evitem demandas inúteis e discussões estéreis de quem não tem o poder de dar a última palavra em matéria constitucional.

(TRT-RO-14826/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 07/02/95)

08. SALÁRIO - REAJUSTE - A Lei 8222/91 não autoriza reajustes salariais simultâneos. Isto porque o artigo 3º da referida lei determina que o percentual a ser fixado pelo Ministério da Economia fica limitado ao mínimo de 50% da variação do INPC verificada no bimestre anterior. Ora, se o reajuste quadrimestral zera o INPC dos quatro meses anteriores, é certo que a antecipação de que trata o artigo 3º somente teria lugar decorridos dois meses após a incidência do reajuste quadrimestral, pois à época do pagamento deste último já não havia variação do INPC do bimestre anterior, uma vez que este índice foi zerado. Cumpre notar, ainda, que a concomitância dos dois aumentos acarretaria um aumento real do salário dos trabalhadores, o que colide com a orientação da Lei 8222/91, cuja finalidade era apenas corrigir perdas salariais e não o resguardo do salário real.

(TRT-RO-04812/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 27/09/94)

09. O Decreto-Lei 2.425/88 determinava a suspensão do pagamento das URPs de abril e maio/88, que seriam "devolvidas" cumulativamente em julho e agosto do mesmo ano. Esse diploma implicava discriminação entre empregados de empresas privadas e da administração pública e, além disso, à data de sua edição, os empregados públicos já haviam adquirido o direito àqueles reajustes. Sua inconstitucionalidade foi reconhecida pelo Col. TST e por este Eg. Tribunal, ambos em sua composição plena, pois violava ao mesmo tempo o princípio da isonomia e a garantia do direito adquirido.

(TRT-RO-12308/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 31/01/95)

URP FEV 1989 - INEXISTÊNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO - Em face do que decidiu o Exc. Supremo Tribunal Federal, na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 694-1-DF, afastando a existência do direito adquirido ao reajuste de 26,05% e, considerando a Emenda Constitucional nº 3/93 e, ainda, o disposto no Art. 187 do regimento daquela Corte, fruto da Emenda Constitucional nº 7/77, que estabelece a "força vinculante" das decisões da Suprema Corte, ao fixar que "... a partir da publicação do acórdão, por suas conclusões e ementa, no Diário da Justiça da União, a interpretação nele fixada terá força vinculante para todos os efeitos", conclui-se que inexiste direito adquirido ao reajuste decorrente da URP fev 1989.

(TRT-RO-13489/93 - 4ª T. - Rel. Juiz Ricardo Antônio Mohallem - Publ. MG. 26/11/94)

RECIBOS

01. QUITAÇÃO - SOLENIDADE - PREVISÃO LEGAL - Recibos salariais podem ser colhidos informal e administrativamente. Quitações amplas e englobadas, como no caso dos autos, envolvendo pagamento equivalente a 30 salários mínimos por conta de verbas trabalhistas sonegadas por longo período a empregado-analfabeto e rude - com mais de um ano de casa, não. A Constituição vigente contém preceito sobre a questão, admitindo acertos qüinqüenais com efeito liberatório. Mas somente perante a Justiça do Trabalho. Essa é a exigência de validade do acerto. Fora disso, os riscos são de quem mal pagou, se pagou. Porque a falta da solenidade implica na presunção de ausência de pagamento.

(TRT-RO-05676/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 12/11/94)

RECURSO

01. Não há recurso cabível para outro órgão do próprio Tribunal de decisão proferida por uma de suas turmas em Agravo de Petição. Recurso não conhecido.

(TRT-PI-00001/95 - Seção Especializada - Rel. Juiz Aroldo Plínio Gonçalves - Publ. MG. 30/06/95)

RECURSO - DESCABIMENTO - Decisão que acolhe a competência da Justiça do Trabalho, sem julgar o mérito, é irrecorrível até que se profira a decisão final.

(TRT-AI-2403/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José Waster Chaves - Publ. MG. 09/09/94)

02. ADITAMENTO. IMPOSSIBILIDADE - Interposto o recurso, a parte não pode mais ampliar sua área de inconformismo, seja para aditar razões novas, seja para eriçar matérias não impugnadas anteriormente, por isto que, com a entrega do seu apelo, consuma-se para ela a faculdade ou o direito subjetivo processual de opor-se à sentença, implicando preclusão consumativa ou de recorribilidade. Afinal, a flecha atirada não volta ao arco e o disposto no art. 809, do CPC/39, não subsiste mais. Embargos Declaratórios providos, para o fim

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426de serem prestados à embargante estes esclarecimentos.

(TRT-ED-35612/94 - (RO-8.732/94) - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 02/09/94)

03. CONHECIMENTO - Não se conhece do recurso que ao prazo de sua interposição foi protocolado em local diverso daquele em que corria o processo.

(TRT-AI-03694/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 04/11/94)

INTEMPESTIVIDADE - A postagem do recurso no prazo legal não afasta sua intempestividade, se a protocolização no órgão judicial competente não ocorre em tempo hábil. A parte que se utiliza da via postal para encaminhamento do seu recurso ao órgão onde deve ser interposto assume os riscos do recebimento tardio pelo Juízo. Agravo de Instrumento a que se nega provimento.

(TRT-AI-03115/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 22/10/94)

04. FUNGIBILIDADE DE RECURSOS - O Código de Processo Civil em vigor não consagrou o princípio da fungibilidade. Assim, se a parte aviou agravo regimental, não poderá ser recebido como recurso ordinário, em razão do erro grosseiro, pois seus pressupostos são distintos.

(TRT-AI-2018/92 - SE - Rel. Juiz Dárcio Guimarães de Andrade - Publ. MG. 02/12/94)

PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE - Em face do princípio da fungibilidade, há que ser recebido como Agravo de Petição o Recurso Ordinário interposto de decisão proferida em Embargos de Terceiro. Agravo de Instrumento provido.

(TRT-AI-1433/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Denise Alves Horta - Publ. MG. 15/10/94)

Adesivo

01. RECURSO ADESIVO - CONHECIMENTO - 1. O art. 500 do CPC, ao dizer que o recurso adesivo fica subordinado ao principal, pretendeu apenas estabelecer que aquele não será conhecido se este não o for. Não se exige que a matéria versada por um esteja relacionada com a do outro. Aplicação do Enunciado nº 283 do TST. 2. A parte que interpõe recurso adesivo é aquela que estava conformada com a sentença de primeiro grau, tal como fora formulada. A partir do momento em que passa a haver uma possibilidade de reforma (o que ocorre com a interposição do recurso principal), é natural que o acatamento que norteava-lhe o espírito se transforme em inconformismo. E é essa a razão que justifica a existência, na ordem jurídica pátria, do recurso adesivo. 3. Recursos conhecidos e desprovidos.

(TRT-RO-06736/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 13/08/94)

RECURSO ADESIVO - INADMISSIBILIDADE - Ninguém pode fazer uso, simultaneamente, de mais de um recurso para atacar a mesma decisão. Ao escolher a via do recurso ordinário (e principal), a parte deve suscitar toda a matéria que pretende atacar, eis que a interposição deste recurso afasta a possibilidade de admitir-se ter a recorrente justo interesse em interpor recurso adesivo.

(TRT-RO-16220/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 04/02/95)

RECURSO DENEGADO - RENOVAÇÃO COMO ADESIVO - IMPROPRIEDADE - Não sendo recebido o recurso, sem que houvesse agravo e, portanto, transitada a denegação, não pode ser repetido, pela mesma ou por outra forma. Não podendo a parte renová-lo, como adesivo quando já tenha utilizado - com sucesso ou não, tempestiva ou intempestivamente - o recurso ordinário. Porque o adesivo só é disponível a quem não recorreu, por celeridade e que, diante do fato consumado com o apelo do adversário, tem devolvida, excepcionalmente, a oportunidade de ainda recorrer.

(TRT-RO-17025/93 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 23/07/94)

RECURSO INTEMPESTIVO - RECEBIMENTO COMO ADESIVO - DESCONHECIMENTO - Constatando-se na petição de encaminhamento das razões recursais do reclamante que não foi requerido o recebimento como adesivo e sim recurso ordinário, não compete ao prolator do despacho nela proferido recebê-lo como tal, pena de configurar atitude por demais paternalista. Relevante ainda é que a hipótese não atrai a aplicação do princípio da conversibilidade dos recursos, não permitida face ao inquestionável transcurso do prazo. Recurso obreiro que não se conhece, por intempestivo.

(TRT-RO-09041/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 05/10/94)

VALOR RECURSAL - CONSTITUCIONALIDADE - A reformulação dos valores introduzida na legislação trabalhista, em nada alterou a essência e a natureza jurídica do depósito recursal, ficando mantido como pressuposto objetivo de admissibilidade. A novel Constituição Federal manteve o princípio do contraditório e da ampla defesa. Todavia, as condições para utilização da via recursal continua afeta ao legislador ordinário, sendo irrelevante a argüição de inconstitucionalidade da lei sob o ângulo enfocado.

(TRT-RO-04971/94 - 2ª T. - Red. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 10/02/95)

02. RECURSO ADESIVO INADMITIDO - INTERESSE DE RECORRER - É manifesto o interesse da parte

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427vencedora na demanda em recorrer adesivamente quando pretende levar, à apreciação da segunda instância, matéria que não pode ser conhecida de ofício, quando do exame do recurso principal e cujo provimento poderá lhe acarretar posição menos favorável da que teria se sua tese sobre a prescrição fosse acatada. Agravo de instrumento provido.

(TRT-AI-2292/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 31/01/95)

03. DESCABIMENTO - RECURSO ANTERIOR INTEMPESTIVO - Requisito essencial do recurso subordinado, impropriamente denominado no CPC como "recurso adesivo", é o conformismo com a sentença, condicionado à falta de recurso da parte adversa. Via de conseqüência, aquele cujo recurso é intempestivo, não pode renovar suas razões mediante recurso adesivo, pois que, de outro modo, restaria frustrada a intenção do legislador de 73, quando introduziu a inovação do recurso adesivo na sistemática recursal brasileira.

(TRT-AI-2082/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 18/10/94)

04. PRINCÍPIO DA UNIRRECORRIBILIDADE - Tendo o reclamante recorrido ordinariamente, não pode ser conhecido novo recurso (adesivo), diante do princípio da unirrecorribilidade.

(TRT-RO-5744/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Itamar José Coelho - Publ. MG. 27/10/94)

De Ofício

01. MINASCAIXA - Não tem a MinasCaixa os benefícios do recurso de ofício porque sempre exerceu atividade econômica. O fato de ter sido liquidada extrajudicialmente não desnatura sua condição de banco comercial, com natureza autárquica, à época em que viveu a relação de emprego.

(TRT-RO-13240/92 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 09/09/94)

RECURSO OFICIAL - O deferimento ao reclamante do que de direito, em estrita observância às normas instrumental e material que regem a espécie, merece confirmação, a fim de que produza os efeitos da coisa julgada material, "ex vi" do art. 575, II, do CPC, art. 1º, V, do Dec. Lei nº 779/69 e Enunciado nº 303, do Col. TST.

(TRT-RO-12869/93 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 28/10/94)

REMESSA NECESSÁRIA - A remessa necessária é cabível, mesmo nos processos de alçada. Com a promulgação de Decreto-Lei nº 779/69, pretendeu o legislador preservar o patrimônio público, estabelecendo assim um princípio que deve prevalecer sobre o da celeridade processual, que informa a Lei nº 5.584/70, em seu art. 2º, parágrafo 4º. O art. 8º da CLT, que fixa regras de hermenêutica a serem observadas no processo do trabalho, que dispõe que nenhum interesse de classe ou particular deve prevalecer sobre o interesse público.

(TRT-RO-18103/93 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 08/11/94)

Ordinário

01. INTERESSE EM RECORRER. CRITÉRIOS DE ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA DO DÉBITO TRABALHISTA. O interesse em recorrer consiste na necessidade do recorrente tentar elidir, através do recurso que as leis processuais colocam à sua disposição, a situação desfavorável em que foi lançado pelo pronunciamento jurisdicional. Não deve portanto ser conhecido o recurso ordinário interposto pelo reclamado por ausência desse pressuposto subjetivo, no ponto em que se insurge contra a parte da decisão de primeiro grau que, quanto à incidência da atualização monetária da condenação, limitou-se a determinar que fosse aplicada a lei.

(TRT-RO-526/95 - 2ª T. - Rel. Juiz Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 24.03.95).

02. EXISTÊNCIA DE CONTRADIÇÃO NA SENTENÇA - O recurso adequado para sanar erros, omissões ou contradições na decisão são os embargos declaratórios. Entretanto, sendo flagrante o engano da parte dispositiva da sentença, este pode ser corrigido pela via do recurso ordinário, solução que só não se autorizaria por excessivo apego à forma.

(TRT-RO-8706/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 09.09.94).

03. EFEITO DEVOLUTIVO - O recurso ordinário devolve ao Tribunal Regional a possibilidade de apreciar e julgar toda a matéria debatida previamente, ainda que não abordada no julgamento recorrido.

(TRT-RO-4379/95 - 2ª T. - Rel. Juiz Michelangelo Liotti Raphael - Publ. MG. 02.06.95).

DISSÍDIO COLETIVO - RECURSO ORDINÁRIO - EFEITO DEVOLUTIVO. O recurso ordinário interposto contra decisão em dissídio coletivo tem efeito apenas devolutivo, nos termos do art. 6º da Lei 4.725/65.

(TRT-RO-812/95 - 3ª T. - Rel. Juiz Sebastião Geraldo de Oliveira - Publ. MG. 21.03.95).

04. INSTITUIÇÃO FILANTRÓPICA. CONDENAÇÃO TRABALHISTA. ISENÇÃO. FASE EXECUTÓRIA. NORMAS. RECURSO ORDINÁRIO. Às instituições filantrópicas, se assim provadas, aplicam-se as regras do art. 19 e parágrafos da Lei 3.999/61, desde que observados os requisitos ali definidos, quando o processo se encontrar

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428na fase executória, sendo defeso, em sede de recurso ordinário, antecipar o deslinde da discussão.

(TRT-RO-06632/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Roberto Marcos Calvo - Publ. MG. 23.07.94).

05. RECURSO VIA POSTAL - PRAZO PEREMPTÓRIO - Não se conhece do recurso ordinário remetido via correios, cujo recebimento pela Secretaria da Junta só ocorreu após ultrapassado o octídio legal.

(TRT-RO-4378/95 - 2ª T. - Rel. Juiz Michelangelo Liotti Raphael - Publ. MG. 02.06.95 ).

INTEMPESTIVIDADE - Quando as partes são previamente intimadas da designação da audiência de julgamento e publicação da sentença, nos termos do Verbete Sumular nº 197/TST, e tendo ficado disponíveis as cópias da decisão naquela oportunidade, o prazo recursal se inicia sem obstáculos e pela forma prescrita em lei, não podendo ser alterado ou prorrogado pela graciosa e supérflua intimação, via postal, dando ciência do "decisum". Dá-se a intempestividade do recurso que se interpõe no prazo contado erroneamente da data de recebimento das desnecessárias intimações postais.

(TRT-RO-05389/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 26.11.94).

TEMPESTIVIDADE. Tendo o apelo ordinário sido protocolizado, no prazo legal, na Secretaria de outro Juízo que não o recorrido, é de ser reconhecido o ânimo de recorrer, sanando-se o engano porque o objetivo foi alcançado, ainda que de outro modo, aplicando-se à hipótese, o princípio da instrumentalidade das formas e dos atos processuais, previsto no art. 244, do CPC, segundo o qual o juiz considera válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.

(TRT-RO-9821/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José Waster Chaves - Publ. MG. 09.09.94).

06. RECURSO SOBRE PEDIDO QUE NÃO FEZ PARTE DA CONDENAÇÃO. A sentença, embora tenha se referido ao pagamento do adicional de horas extras quando da sua fundamentação, não condenou ao seu pagamento, como se verifica da mera leitura da conclusão, não tendo havido interposição de embargos declaratórios pela reclamante. Por conseguinte, não houve sucumbência do reclamado quanto à parcela e, portanto, objeto para o recurso.

(TRT-RO-16986/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 25.02.95).

REINTEGRAÇÃO

01. DOENÇA PROFISSIONAL - A teor do artigo 140 do Decreto 357/91, a doença degenerativa não é considerada como doença profissional, muito menos equipara-se a acidente do trabalho, não sendo, pois, o caso de reintegração ao trabalho. Recurso operário desprovido.

(TRT-RO-6619/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 19.10.93).

RELAÇÃO DE EMPREGO

01. BARBEIRO. Não se configura o vínculo de emprego quando inexiste subordinação. A experiência comum mostra que o barbeiro, normalmente, é um profissional que não trabalha em regime de subordinação(no sentido que o direito do trabalho emprestada ao termo) ao dono do salão. Demais, a inexistência de subordinação, "in casu", é circunstância que restou provada nos autos. Recurso Ordinário a que se dá provimento.

(TRT-RO-14238/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 31.01.95).

BÓIA-FRIA - INEXISTÊNCIA - O empregado rural denominado vulgarmente de bóia-fria , que trabalha de forma eventual e sem subordinação, sob o prisma objetivo, para diversos tomadores de serviços, optando por aquele que melhor lhe remunerar no dia, não forma com os mesmos , a princípio, relação de emprego.

(TRT-RO-12210/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 21.10.94).

CARACTERIZAÇÃO. Impossível se torna o não reconhecimento da relação empregatícia pleiteada pela reclamante e negada na peça defensiva, eis que restou evidenciada nos autos a existência dos requisitos elencados no art. 3º da CLT, ou sejam, pessoalidade, subordinação, onerosidade e não eventualidade da prestação laboral.

(TRT-RO-10742/94 - 2ª T. - Red. Juiz José Waster Chaves - Publ. MG. 01. 10.94).

CARACTERIZAÇÃO - Não tipificada a existência da relação de emprego pleiteada pela reclamante, ante a ausência de comprovação de requisitos essenciais, elencados no art. 3º da CLT, impossível se torna o seu acolhimento. Na verdade, quem alega, em todo o período em que se diz empregado, jamais ter recebido salário, está incontestemente fazendo prova contrária à sua própria adução, eis que não há pacto laborativo de natureza gratuita.

(TRT-RO-12307/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 27.10.94).

CONFIGURAÇÃO. É empregado o trabalhador que presta serviços diariamente de forma não eventual a empresa de transporte, mediante paga e subordinação, laborando na carga e descarga de caminhões e

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429fazendo, ainda, entrega de mercadorias transportadas pela mesma empresa. A figura do denominado "chapa", que afasta o vínculo empregatício, tem características próprias, que não se fazem presentes quando o trabalho é realizado nos moldes do art. 3º da Consolidação das Leis do Trabalho.

(TRT-RO-11798/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Márcio Flávio Salem Vidigal - Publ. MG. 05.11.94).

CONFIGURAÇÃO - Produzidas provas robustas e convincentes de que a prestação laborativa se deu em caráter pessoal, com subordinação, mediante salário e de forma não eventual , além do cumprimento de tarefas para o empreendimento do reclamado, não há como afastar a relação de emprego que se configurou.

(TRT-RO-2719/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Ubiracy Martins Soares - Publ. MG. 20.05.95).

CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. O plantio de eucalipto não constitui atividade-fim da empresa produtora de celulose, relacionando-se apenas à obtenção de matéria-prima necessária à consecução do objetivo do empreendimento econômico. Portanto, à míngua de prova da pessoalidade e subordinação direta ao tomador, o vínculo empregatício forma-se com a empresa prestadora de serviços (En. 331, III, do TST).

(TRT-RO-16852/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Luiz Ronan Neves Koury - Publ. MG. 25.02.95).

CONTRATO DE EMPREGO E DE SOCIEDADE - DISTINÇÃO - O que distingue um contrato de emprego, de um contrato de sociedade é que no primeiro sobressai a subordinação jurídica e no segundo a "affectio societatis". Provado nos autos que inexistiu a comunhão de interesses entre as partes, com objetivos comuns, afasta-se a tese empresária da incorrência da relação de emprego.

(TRT-RO-08878/94 - 5 ª T. - Rel. Juiz Itamar José Coelho - Publ. MG. 22.10.94).

CORRETOR DE IMÓVEIS - RELAÇÃO DE EMPREGO. - Presentes os requisitos caracterizadores de relação de emprego, mormente a subordinação e a pessoalidade na prestação dos serviços, conforme evidenciado na prova dos autos, há que se manter a d. decisão que reconheceu a existência do vínculo de natureza empregatícia, inobstante a Lei 6.531/78 considerar o corretor de imóveis agente autônomo.

(TRT-RO-1439/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alves Pinto - Publ. MG. 03.06.95).

DECRETO 94.338/87 - INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE EMPREGO - A relação de emprego nos moldes Consolidados deve restar irrefutavelmente comprovada, especialmente quando em confronto com norma especial, voltada para a solução, ou pelo menos amenização dos problemas sociais a que está submetida a juventude carente, norma esta que foi respeitada em sua essencialidade, sob pena de inviabilizar iniciativas futuras voltadas para a integração de menores em estado de abandono, econômico ou moral, à sociedade.

(TRT-RO-808/93 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 30.07.94).

DESCARACTERIZAÇÃO - Se a prova colhida nos autos demonstra taxativamente que os reclamantes eram meros ocupantes do sítio, por eles explorado e em proveito próprio, com total autonomia, ante a indiferença do respectivo dono do imóvel , por sucessão universal, que lá sequer comparecia, não há como cogitar-se da relação empregatícia. Acresce-se, ainda, que a prova não evidencia qualquer dos requisitos configuradores do contrato de trabalho, máxime quando a ocorrência da prestação de trabalho pelos autores fora totalmente negada em defesa.

(TRT-RO-1549/95 - 5ª T. - Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 08.04.95).

Evidência de suas principais notas configurativas. Provado no processo que, além do trabalho habitual e respectiva contraprestação salarial, o trabalhador se encontrava sujeito ao comando e disciplina da empresa, sem qualquer prova de autonomia de conduta laboral ( e , ainda por cima, sem dados ou ao menos indícios de que seus serviços não eram exclusivos), há de concluir-se, de forma tranqüila, que estamos diante de uma autêntica relação de emprego.

(TRT-RO-00400/95 - 1ª T. - Rel. Juiz Manuel Cândido Rodrigues - Publ. MG. 10.03.95).

A falta de assinatura na CTPS, por ocasião da admissão, não invalida a relação jurídica de emprego, pois o trabalho prestado, ainda que duas vezes por semana, durante meses ininterruptos, configura relação empregatícia.

(TRT-RO-17868/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Manuel Cândido Rodrigues - Publ. MG. 10.03.95).

Inexiste subordinação, se os serviços de natureza especializada (odontológicos) foram prestados aos reclamados, sem exigência de exclusividade ou de cumprimento de horário rígido, por intermédio de empresa da qual a própria reclamante é sócia, sendo por essa mesma empresa remunerada. Ausência de vínculo de emprego.

(TRT-RO-14273/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 31.01.95).

INEXISTÊNCIA. Constituindo a prestação laboral, após a baixa na CTPS, mera continuação daquela anteriormente desenvolvida, resulta patente a presença do vínculo empregatício ao longo de todo o período trabalhado , cabendo o retorno dos autos à MM. Junta de origem para apreciar o mérito da postulação ajuizada, de acordo com seu elevado entendimento.

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430 (TRT-RO-9204/94 - 2ª T. - Red. Juiz José Waster Chaves - Publ. MG. 23.09.94).

INEXISTÊNCIA. Impossível reconhecer a relação de emprego quando não comprovadas a onerosidade e a subordinação jurídica da prestação laboral, sobretudo emergindo dos autos a existência de sociedade conjugal de fato entre a reclamante e o administrador da reclamada.

(TRT-RO-08353/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 20.08.94).

INEXISTÊNCIA - Se o autor - carroceiro - trabalha sem fiscalização, sem subordinação e não está obrigado a manter horários rígidos, não existe relação de emprego por ausência dos pressupostos estabelecidos no art. 3º da CLT. O fato de fazer ponto diante do estabelecimento da Ré, onde havia clientela cativa ou reserva de mercado, nada mais representa do que comodidade e interesse de ambos dos lados.

(TRT-RO-02692/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 22.10.94).

INEXISTENTE . AUSÊNCIA DOS ELEMENTOS TIPIFICADORES DO VÍNCULO. ATO DE SOLIDARIEDADE. A acolhida de sobrinha menor de seis anos, que se encontra em situação de adversidade após a morte de sua mãe, traduz ato de solidariedade humana. A configuração de relação de emprego decorrente de serviços que teriam sido prestados posteriormente, em casa de pensão da tia que a acolheu exige prova convincente, cuja ausência conduz à improcedência da reclamação.

(TRT-RO-13234/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Márcio Flávio Salem Vidigal - Publ. MG. 19.11.94).

ÔNUS DA PROVA - CONCUBINATO. Não se desincumbindo a autora do ônus que lhe competia de comprovar a existência de relação de emprego, eis que expressamente negada na peça de defesa a própria prestação laborativa, não há, enfim , como reconhecê-la e, via de conseqüência, deferir-se à mesma as correspondentes parcelas pleiteadas. Doutro tanto, emergindo da prova processual manifesta sociedade de fato entre os litigantes, realçada pela vida comum sob o mesmo teto por anos a fio e com o nascimento de duas filhas como fruto do relacionamento amoroso, obviamente que em contrato de trabalho não se há falar, mas tão-somente em evidente concubinato.

(TRT-RO-17347/93 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 06.05.95).

Não é empregada definida no art. 3º da CLT, a pessoa física que presta serviços a membro de uma família, como auxiliar de enfermagem, no seu âmbito residencial, ministrando-lhe injeções, controlando pressão arterial e administrando-lhe medicamentos, sem qualquer finalidade lucrativa. A situação fática descrita enquadra o trabalhador no âmbito do art. 1º da Lei 5859 de 1972, dada a sua condição de doméstico, caracterizada pela interpessoalidade existente entre as partes; pelo fato de o empregador ser pessoa natural; ter por objeto a prestação de serviços não lucrativos para o empregador e por limitar-se a prestação de serviços ao âmbito residencial do empregador e de sua família, no sentido amplo (cf. Emílio Gonçalves. Direitos Sociais dos Empregados Domésticos. São Paulo. Ed. LTr, 1989, p.17).

(TRT-RO-4695/95 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 02.06.95).

TRABALHADOR BRAÇAL (CHAPA) - CARACTERIZAÇÃO - INTERPOSTA PESSOA - FRAUDE - Não é a função - carregar e descarregar - ou a atividade da empresa que definem relação de emprego ou labor avulso no caso. Mas a forma de realização do trabalho: habitual, subordinado e assalariado ou eventual, sem hierarquia e com remuneração mutuamente combinada. Em direito do trabalho, há fraude sempre que os atos praticados visem a afastar a tutela legal ao empregado. In casu, após já estarem vários "chapas" trabalhando habitual e exclusivamente para as Rés, um deles transmudou-se em "empresário" e criou uma "empresa " de prestação de serviços de carga e descarga, registrando todos os "chapas" como seus empregados com um salário-mínimo, mas continuando eles dedicarem-se só à Ré, com pagamento por dia. Fraude que não impede caracterização de real relação de emprego.

(TRT-RO-5370/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 27.10.94).

VENDEDOR VIAJANTE. DESCARACTERIZAÇÃO. O elemento decisivo para a caracterização da relação de emprego nos moldes consolidados é exatamente a configuração da subordinação jurídica, sobretudo naquelas relações de trabalho que integram a denominada zona griz, como na hipótese , a controvérsia envolvendo vendedor viajante. Se os elementos de convicção não conduzem explicitamente ao seu reconhecimento, ao contrário, a afastam , não há como cogitar-se da ocorrência do contrato individual de trabalho.

(TRT-RO-1654/95 - 5ª T. - Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 08.05.95).

VÍNCULO EMPREGATÍCIO - LAVADEIRA. A tentativa de demonstrar a autonomia nos serviços prestados pela reclamante não convence, ainda que seja "secular" e uma "velha tradição" as atividades das lavadeiras da cidade no Rio São Francisco, haja vista que tais serviços não foram prestados para uma "dona de casa" e sim para o estabelecimento hoteleiro de propriedade da reclamada. Resulta da prova colhida a configuração dos elementos caracterizadores do vínculo empregatício, notadamente do depoimento de preposto.

(TRT-RO-08861/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 27.09.94).

02. RELAÇÕES DE TRABALHO. DISCRIMINAÇÃO. Uma das grandes contribuições da Constituição de 1988, no

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431que concerne às relações de trabalho, está em mostrar que toda e qualquer discriminação é odiosa e deve ser veementemente combatida. O princípio da isonomia alcançou, com a vigente Carta Política, abrangência que a ordem jurídica brasileira ainda não conhecia. Se a Carta Constitucional, no art. 5º, proíbe distinções de qualquer natureza, e, se o art. 7º proíbe a discriminação por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil, com muito maior razão repreenderá o comportamento do empregador que deu tratamento diferenciado ao obreiro, por ter este reivindicado, no âmbito da empresa, de maneira pacífica e ordeira, melhorias nas condições de remuneração. Aplicação imediata das normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais, nos termos do parágrafo 1º do art. 5º da Carta Maior.

(TRT-RO-01517/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 10/08/94).

03. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGO. Sempre que na discussão processual sobre a real natureza da relação de trabalho havida entre as partes, para além dos indícios latentes, concorrem provas evidentes, capazes de gerar inafastável convicção de que aquela foi subordinada, deve decretar-se, sem qualquer receio, a existência da relação de emprego.

(TRT-RO-2762/95 - 1ª T. - Rel. Juiz Manuel Cândido Rodrigues - Publ. 09.06.95).

04. TELEMIG - EXECUÇÃO INDIRETA DE SERVIÇOS - A celebração de contratos de empreitada entre a TELEMIG - sociedade de economia mista e concessionária dos serviços públicos de telecomunicação - e as empresas TELEMONT E TECNOTEL, para realização material de tarefas executivas de telefonia, não viola o disposto no art. 21, incisos XI e XII da Constituição Federal, nem torna a primeira empregadora daqueles que prestam serviço para as empreiteiras. Poderia ocorrer somente a responsabilidade subsidiária da TELEMIG para com os débitos e obrigações trabalhistas das empreiteiras, em caso de inadimplência destas.

(TRT-RO-11581/93 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 15.10.94)

05. PLURALIDADE DE CONTRATOS TEMPORÁRIOS. Sendo os contratos seqüenciais, para o mesmo empregador, através de empresas fornecedoras distintas, em atividades essenciais e permanentes, não há como se afastar a relação de emprego, uma vez que tal situação encontra-se fora dos limites da contratação temporária. E faz presumir fraude. A alegação patronal de que o próprio operário procurava os fornecedores de mão-de-obra por interesse em ficar na empresa, sobre não provada, não alteraria as coisas: a partir de 90 dias, o contrato era indeterminado e direto com a Ré. Só assim ambos provariam, legalmente, que se queriam mutuamente.

(TRT-RO-17178/93 - 5ª T. Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 23.07.94).

06. INEXISTÊNCIA - Profissional liberal que por mais de 15 anos, presta assistência jurídica à Ré, em escritório próprio, por si ou por seus colegas e associado, sem horário, somente comparecendo à empresa quando necessário e recebendo mensalmente através de recibo específico não é empregado. Profissional liberal, autônomo, é o patrão de si próprio. Aquele que coloca seu talento, arte, ciência a seu trabalho para conseguir seus objetivos de vida e realizar sua vocação. Empregado é o que abdica de sua liberdade de pautar-se e dos ônus de correr riscos e busca a comodidade remunerada mais limitada do salário em troca da submissão. No caso dos autos não havia subordinação, nem administrativa, nem econômica, nem jurídica.

(TRT-RO-6077/94 - 5ª T. Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 01.10.94).

07. Cabe ao reclamado, que nega o vínculo de emprego, alegando eventualidade na prestação de serviços, a prova respectiva, por se tratar de fato impeditivo do direito pleiteado. (CPC, art. 333, II).

(TRT-RO-00626-93 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 08.11.94).

ÔNUS DA PROVA. Alegando o reclamante que o contrato de representação comercial celebrado com o reclamado é fraudulento e que a relação entre eles se desenvolveu dentro dos moldes preconizados nos artigos 2º e 3º da CLT, atrai para si o ônus da prova, a teor do disposto nos artigos 818, da CLT, e 333, I, do CPC. Recurso empresarial provido.

(TRT-RO-10185/94 - 3ª T. - Rel. Juiz José Murilo de Morais - Publ. MG. 25.10.94).

PROVA - Admitida a prestação de serviços, é do reclamado o ônus de provar a inexistência de relação empregatícia. A forma ajustada de pagamento não é suficiente para afastar o vínculo empregatício uma vez presentes os demais pressupostos configuradores do contrato de trabalho.

(TRT-RO-10890/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 01.10.94).

PROVA. Se o empregado prova a prestação de trabalho, presume-se por semelhante, a existência da relação de emprego. Resta ao empregador então, provar a inexistência dos elementos contidos nos arts. 2º e 3º/CLT, trazendo aos autos fatos impeditivos ao reconhecimento do vínculo (arts. 818/CLT c/c art. 333/CPC).

(TRT-RO-15065/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 07.02.95).

PROVA - O vínculo empregatício tendente a atar as partes contratantes é circunstância que não se presume . Alegando o reclamante a prestação de labor sob as condições que possibilitem configurar a relação de emprego e tratando o reclamado de produzir prova que contraria a tese do obreiro, incumbe a este prestar

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432prova do fato constitutivo do seu direito (art. 333, inciso I, do Estatuto Adjetivo Civil), sem o que improcedem suas alegações.

(TRT-RO-12166/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 05.11.94).

08. EMPREGADO DA CREDIREAL - REGIME CELETISTA - ESTADO DE MINAS GERAIS - REGIME JURÍDICO ÚNICO - ENUNCIADOS Nos. 256 e 331 DO TST - A circunstância de o autor, empregado da Credireal, sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho, posto a serviço do Estado de Minas Gerais, haver sido submetido, automaticamente, ao regime jurídico estatutário único, não tem condão de fazer desaparecer o vínculo empregatício anteriormente existente, e suas conseqüências jurídicas, entre aquela empresa e o obreiro, considerando-se não ter sido pleiteada relação direta de emprego com o beneficiário da energia laboral. A matéria ventilada no caso em apreço é de natureza evidentemente trabalhista. O pleito se refere tão somente à relação de emprego mantida no período em que vigeu o regime celetista, sem qualquer ingerência do Estado de Minas Gerais. Incabível, pois, o disposto no Enunciado nº 256, revisto pelo Enunciado 331, do TST, principalmente em seu item II.

(TRT-RO-15020/93 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 08.04.95).

09. REPRESENTAÇÃO COMERCIAL X RELAÇÃO DE EMPREGO - Em face da comunhão de características inerentes aos contratos de trabalho e de representação comercial, a natureza da relação jurídica havida entre as partes deve ser perquirida à luz da extensão da autonomia na prestação de serviços. Inexistindo, nos autos, elementos que denotem a existência de subordinação hierárquica, tais como o controle da jornada, a exigência de cumprimento de roteiros pré-estabelecidos, a utilização de métodos de vendas específicos, a participação de reuniões e a necessidade de se atingir cota mínima de produção, impõe-se o não reconhecimento da relação de emprego.

(TRT-RO-2386/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Luiz Ronan Neves Koury - Publ. MG. 29.04.95).

REPRESENTAÇÃO COMERCIAL X RELAÇÃO DE EMPREGO - A representação comercial, conquanto em muito possa assemelhar-se à relação de emprego, dela sempre se difere num ponto: a subordinação jurídica, requisito indispensável à configuração da segunda.

(TRT-RO-08990/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José Waster Chaves - Publ. MG. 02.09.94).

REPRESENTAÇÃO COMERCIAL - RELAÇÃO DE EMPREGO. É de rigor para que se possa aludir à representação comercial, o prévio registro no "CORE", sem o que não há, segundo o art. 2º da Lei 4886/65, a figura do representante comercial. A relação de trabalho pessoal, com subordinação jurídica, mediante retribuição, permanente, inserida na atividade econômica da empresa, configura a relação empregatícia, e o posterior registro na forma da Lei 4886/65 não tem o condão de alterar o vínculo empregatício preexistente.

(TRT-RO-2957/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 06.09.94).

REPRESENTANTE COMERCIAL AUTÔNOMO E VENDEDOR EMPREGADO. Exige cuidadosa apreciação dos fatos a distinção entre o representante comercial autônomo e o vendedor empregado. Sendo comuns às duas relações jurídicas a onerosidade, a não eventualidade e a pessoalidade, será somente a subordinação jurídica, inexistente no primeiro caso e presente no segundo, o ponto básico de distinção. Na medida em que as obrigações do reclamante de prestar contas à reclamada e de obedecer às tabelas de preços, às cotas de vendas e aos prazos de pagamento por esta fixados estão previstas nos artigos 28 e 29 da Lei nº 4.886/65 (com as alterações da Lei nº 8.420/92) como próprias da representação comercial autônoma e nenhuma outra prova da alegada subordinação foi produzida, deve ser confirmada a decisão de primeiro grau que concluiu pela inexistência de vínculo empregatício.

(TRT-RO-308/95 - 2ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 17.03.95).

10. SOCIEDADE DE CAPITAL E INDÚSTRIA. RELAÇÃO DE EMPREGO INEXISTENTE. Se o prestador de serviços só entra com o trabalho e o reclamado, com o capital, dividindo-se os lucros, ainda que em percentuais diversos configura-se a sociedade de capital e indústria, afastando-se a relação de emprego.

(TRT-RO-17021/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 10.02.95).

11. RECONHECIMENTO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO COM A TOMADORA DE SERVIÇOS. EN. 256/TST. O real empregador é o tomador de serviços, quando este utiliza-se ilicitamente de contratação através de empresas interpostas, tratando-se de atividade essencial à empresa, afastadas as hipóteses de contrato de trabalho temporário e serviços de vigilância.

(TRT-RO-13811/93 - 1ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 20.01.95).

12. TRABALHO A DOMICÍLIO. A lei não exige, para que haja contrato de trabalho, que a prestação se realize no estabelecimento do empregador (CLT, art. 6º). Demonstrado, nos autos, que as reclamantes trabalhavam para a empresa em situação de subordinação jurídica, mediante remuneração paga por tarefa, não há como negar a relação de emprego.

(TRT-RO-17999/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 11.03.95).

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43313. TRABALHO EVENTUAL. Não pode ser considerado eventual o trabalho de construção e consertos de cercas

em propriedade rural, eis que aludida tarefa insere-se dentre aquelas típicas e permanentes de qualquer propriedade de porte daquela natureza. A eventualidade só se caracteriza em relação a serviços excepcionais, esporádicos ou aleatórios, sem relação ou co-relação com as atividades-meio ou atividades-fim do empreendimento.

(TRT-RO-09824/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Tarcísio Alberto Giboski - Publ. MG. 22.10.94).

Vincula-se contratualmente ao tomador de serviço e não às empresas interpostas o empregado, que, contratado por aquelas, vem prestar serviços vinculados à essencialidade do empreendimento dirigido pelo beneficiário final de seu trabalho.

(TRT-RO-12302/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 15.10.94).

REPOUSO SEMANAL REMUNERADO

01. PAGAMENTO DOS REPOUSOS TRABALHADOS EM DOBRO - LEI N. 605/49 - COMANDO SENTENCIAL - Comandando o julgado trânsito o pagamento dos repousos semanais remunerados de forma simples, ainda que trabalhados, assim devem ser calculados na execução, em respeito à "res judicata" e ao efeito preclusivo pela ausência dos embargos declaratórios oportunos. Destacados na decisão os dias feriados laborados, a dobra se impõe, na forma da lei. Agravo parcialmente provido.

(TRT-AP-1005/95 - 2ª T. - Rel. Juiz Michelangelo Liotti Raphael - Publ. MG. 02.06.95).

O trabalho em dia destinado ao repouso sem a respectiva concessão de folga em outro dia da semana, é pago em dobro, sem embargo da remuneração normal devida a todo empregado.

(TRT-RO-17053/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 04.03.95).

REPOUSO TRABALHADO. DOBRA. DIREITO. Na forma da jurisprudência consolidada pelo TST, o repouso trabalhado é devido em dobro e não em triplo. Se o empregado quiser haver mais que isto, que veicule seu pedido em forma de horas extras trabalhadas em repousos. Assim não fazendo somente faz jus à dobra dos repousos.

(TRT-RO-09378/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 02.09.94).

RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

01. PRAZO PARA QUITAÇÃO DE DIREITOS. A regra do parágrafo 6º do art. 477, da CLT, encerra impositividade que é cogente e, diante do atributo de norma de ordem pública, não se sujeita a qualquer avença modificativa, uma vez que não se insere no campo da disponibilidade. O prazo para a quitação dos direitos advindos da rescisão do contrato de trabalho observa estritamente o trabalho, ou não, no aviso prévio. Em hipótese em que não há trabalho no período do aviso prévio, é de 10 (dez) dias o prazo para a quitação que, desrespeitado, enseja a multa disposta no parágrafo 8º do mesmo dispositivo.

(TRT-RO-11584/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 06.12.94).

QUITAÇÃO DAS VERBAS RESCISÓRIAS. ENUNCIADO Nº 330/TST. IRRENUNCIABILIDADE DOS DIREITOS TRABALHISTAS. Continua inadmissível a renúncia genérica e indiscriminada de direitos trabalhistas quando da rescisão do contrato de trabalho, nos claros termos da parte final do § 2º do artigo 477 da CLT. A recente edição do Enunciado nº 330/TST não alterou este princípio básico. Nele se proclama apenas, de forma mais ampla que o Enunciado nº 41/TST, que a quitação dada pelo trabalhador ao receber suas verbas rescisórias, desde que devidamente assistido por sua entidade sindical e sem opor ressalva expressa e específica, libera o empregador de qualquer obrigação não só quanto aos valores ali discriminados, mas também quanto às correspondentes parcelas. Direitos trabalhistas não discriminados no recibo rescisório (como, por exemplo, horas extras prestadas no curso do pacto laboral) não são alcançados por pretensa quitação apenas porque naquele ato o reclamante nada ressalvou a respeito.

(TRT-RO-17345/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 17.03.95).

As verbas rescisórias devem ser pagas em dinheiro ou em cheque visado, sendo legítima a recusa do sindicato assistente em aceitar cheque comum, quando da homologação da rescisão. Procedência da multa do art. 477 da CLT.

(TRT-RO-12963/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 17.01.95).

Indireta

01. RIGOR EXCESSIVO: O empregador que repreende o empregado que apresenta atestados médicos justificadores das faltas ao trabalho, através de advertências e suspensões, deixa patente o rigor excessivo, na forma prevista no art. 483, alínea "b", da CLT.

(TRT-RO-16452/94 - 5ª T. Rel. Juiz Roberto Marcos Calvo - Publ. MG. 25.02.95).

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43402. FALTA GRAVE - CARACTERIZAÇÃO - Não anotação de CTPS, não pagamento da férias e gratificações

natalinas e ausência de recolhimentos fundiários, são faltas graves que ensejam a rescisão indireta do contrato de trabalho.

(TRT-RO-11924/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 21.10.94).

03. IMEDIATIDADE. Assim como deve ocorrer na dispensa por justa causa, é necessário que haja imediatidade na reação do obreiro ao verificar irregularidades por parte da empresa que redundem em nítidos prejuízos para sua pessoa, face à inadimplência contratual, sob pena de não restar caracterizada a rescisão oblíqua.

(TRT-RO-09246/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 05.10.94).

IMEDIATIDADE. A imediatidade constitui um dos requisitos para a caracterização, também, da rescisão indireta do contrato de trabalho, pois ela não é aplicada somente ao empregador quando promove a rescisão de empregado, por justa causa. A permanência do pacto laboral com gravames, durante longo tempo, não enseja a rescisão oblíqua, por ausência da imediatidade e ocorrência do perdão tácito.

(TRT-RO-4920/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG.06.08.94).

IMEDIATIDADE. Um dos pressupostos necessários ao acolhimento do pedido de rescisão oblíqua do pacto laboral é a imediatidade entre o fato reputado como faltoso e o pedido de resolução do contrato de trabalho. Laborando os reclamantes por quase dois anos com a situação tida como grave não podem pedi-lo, já que ocorre na hipótese, inclusive, perdão tácito.

(TRT-RO-07262/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 23.07.94).

04. COMPROVAÇÃO. Assim como se exige do empregador, que alega a prática de falta grave pelo empregado, prova robusta e irrefutável para sua aceitação, do laborista também há de se exigir, nos pedidos de rescisão indireta, por suposta prática de ato faltoso pelo patrão, a mesma comprovação inconteste e precisa, pena de não se acolher a alegação. O processo do trabalho pressupõe tratamento igualitário às partes e não se compraz, no seu campo de atuação, de qualquer sentido paternalista de proteção.

(TRT-RO-2479/95 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 08/04/95)

REVELIA

01. AUSÊNCIA DE ÂNIMO DE DEFESA - Citado, todo Réu tem dever de atender o chamamento e obrigação, cominada e sob efeitos drásticos, de apresentar-se ao Juiz no dia e hora marcados, ainda que só para argüir irregularidade ou requerer adiamento pela falta do espaço de 5 dias entre a citação e a audiência. Se opta pelo absenteísmo, deixando precluir a oportunidade, a alegação de nulidade da sentença de revelia, em recurso, é improdutiva, à preclusão. Os autos revelam, inclusive, a outra face da Ré que faz-se de vítima: escondeu-se cinco vezes da citação, só realizada, a duras penas, na sexta.

(TRT-RO-04710/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 22.10.94)

02. ATESTADO MÉDICO - O atestado médico para afastar a pena de revelia aplicada à reclamada, deve preencher os mínimos requisitos, atestando o impedimento de locomoção do reclamado e/ou preposto, trazendo o número do CID, principalmente em se tratando de documento particular.

(TRT-RO-16531/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Itamar José Coelho - Publ. MG. 25.02.95)

ATESTADO MÉDICO - Eficaz para a elisão da revelia ainda que se limite a mencionar tão somente a impossibilidade de locomoção do empregador no dia da audiência, sem especificação do CID. Embora fosse desejável a discriminação da doença, tipifica mera irregularidade essa omissão, se nenhuma mácula de inveracidade se opõe ao conteúdo da declaração.

(TRT-RO-16718/92 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 05.10.94)

ATESTADO MÉDICO - VALIDADE. É válido o atestado médico que informa doença de filho menor de reclamada pessoa física, ocorrida no dia da audiência. Tratando-se de reclamatória envolvendo empregadora doméstica, é razoável supor-se a dificuldade de indicação de preposto que soubesse de todos os fatos envolvendo a ação, para comparecer em seu lugar. Sendo assim, o rigorismo da Justiça do Trabalho, quanto à penalidade e conseqüências pelo não comparecimento da reclamada na audiência inaugural deve ser abrandado, face à relevância do motivo de sua ausência.

(TRT-RO-9964/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 29.11.94

CONFISSÃO - Podendo o Município credenciar outro funcionário para se fazer representar em audiência, um simples atestado médico relatando a incapacidade de uma pessoa exercer suas atividades não é suficiente para elidir a confissão.

(TRT-RO-12620/93 - 2ª T. - Rel. Juiz Celso Honório Ferreira - Publ. MG. 28.10.94)

03. Somente ao Juiz Presidente é assegurado o atraso de 15 min. para a 1ª audiência a ser realizada no dia (art. 815, parágrafo único da CLT). Todavia, essa tolerância não é estendida às partes, nem a seus procuradores,

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435que devem cumprir rigorosamente os horários de audiência determinados.

(TRT-RO-25/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 18.10.94)

04. CASSAÇÃO - Revelando a prova dos autos que a reclamada só tomou ciência da ação no dia anterior à data designada para audiência, dá-se provimento ao apelo, cassando-se a sentença que julgou o feito à revelia.

(TRT-RO-10473/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 01.10.94)

05. AUSÊNCIA DE CITAÇÃO. Revelia é o não atendimento ao chamado de Justiça, configura-se pela ausência injustificada do empregador à audiência inaugural. Evidenciada a ausência de citação, não se formou a relação processual, não havendo falar em revelia. Sentença que se anula.

(TRT-RO-12289/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 17.11.94)

NOTIFICAÇÃO/CITAÇÃO. Se o demandado, embora falido, deixa de comunicar ao seu representante legal (art. 12/CPC), sobre audiência judicial para a qual estava regularmente intimado, preferindo enviar um preposto qualquer, arca com o ônus da sua incúria, sendo revel e confesso quanto à matéria de fato. Recurso a que se nega provimento.

(TRT-RO-16501/93 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 02.12.94)

06. NÃO DESCARACTERIZAÇÃO - Não se presta a afastar a revelia, declaração firmada por empresa particular, do mesmo ramo de atividade da reclamada, obtida quase um mês após à alegada causa de impedimento e ainda justificando ausência de seu preposto perante o Ministério do Trabalho para homologar rescisões de contrato de trabalho, fato absolutamente estranho à competência desta Justiça.

(TRT-RO-1244/95 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 01.04.95)

07. REVELIA E CONFISSÃO - EXTENSÃO. A revelia e a confissão não atingem a matéria de direito nem a matéria fática cuja prova competia ao autor, que não logrou produzi-la. Recurso oficial a que se dá parcial provimento.

(TRT-RO-19455/92 - 2ª T. - Rel. Juiz Michelangelo Liotti Raphael - Publ. MG. 11.02.94)

08. MASSA FALIDA -Revelia - Sendo citada a Massa Falida na pessoa de seu síndico e deixando este de comparecer à audiência, na qual foi citado sob pena de aplicação dos efeitos da revelia, atrai a incidência da sanção correspondente, ocasionando a procedência dos pedidos alinhavados na inicial.

(TRT-RO-12265/93 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 05.11.94)

REVELIA E CONFISSÃO. MASSA FALIDA. Verificada a culpa da Secretaria do Juízo recorrido no endereçamento da notificação, corroborada pela chancela do próprio órgão julgador de 1º grau, improsperável a sentença que, "ex abrupto", conclui pela irregularidade de representação da empresa e decreta sua revelia e confissão, sem atender para os termos do art. 13 do Código de Processo Civil. Se o síndico da massa foi notificado, tendo-lhe sido facultado fazer-se substituir por outro preposto qualquer, não pode o Colegiado voltar-se contra esta decisão, com prejuízo de quem não deu causa ao fato. Recurso provido.

(TRT-RO-16672/93 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 20.01.95)

- S -

SALÁRIO

01. ADIANTAMENTO DO PCCS - NATUREZA SALARIAL. O chamado "adiantamento do PCCS" não pode ser considerado "empréstimo" ou "adiantamento" porquanto destes se espera devolução, o que não ocorre no caso dos autos. Trata-se, portanto, de um verdadeiro abono, pois que é pago como contraprestação do trabalho. Assim, é patente sua natureza jurídica salarial, de acordo com a norma insculpida no art. 457, parágrafo 1º, da CLT. Destarte, deve sofrer os mesmos reajustes previstos pela legislação que regula a política salarial.

(TRT-RO-13016/93 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 31.01.95)

ADIANTAMENTO PCCS - A parcela denominada "adiantamento do PCCS", concedida em outubro de 1987, é de natureza salarial. Devidas as suas correções em virtude do seu congelamento por um certo lapso de tempo, eis que sendo os autores, à época, "empregados públicos", deve a administração pública, despida do seu "jus imperii", observar as disposições legais acerca de correção de salários emanadas do órgão legislativo competente, sem quaisquer privilégios, pois iguala-se ao empregador comum.

(TRT-RO-12407/93 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 21.10.94)

02. BONIFICAÇÕES. As bonificações pagas ao reclamante, semanalmente, possuem nítido caráter salarial, pois, apesar de inexistir ajuste expresso quanto à sua concessão, é incontroversa a habitualidade no pagamento. Indiscutível, portanto, o cabimento da integração da verba na remuneração do autor.

(TRT-RO-9370/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Sebastião Geraldo de Oliveira - Publ. MG. 09.09.94)

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BONIFICAÇÕES. INTEGRAÇÃO. As bonificações pagas habitualmente a título de incentivo à produtividade integram o salário do empregado para todos os efeitos legais.

(TRT-RO-10942/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 27.10.94)

BONIFICAÇÕES. NATUREZA SALARIAL - INCIDÊNCIAS - Tem natureza salarial a parcela ajustada contratualmente, cuja percepção habitual e permanente decorra da prestação de trabalho diariamente efetivado no curso da semana inclusive, devendo, por isso mesmo, repercutir em repousos remunerados, férias, gratificações natalinas e FGTS.

(TRT-RO-9155/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 05.11.94)

BONIFICAÇÃO. ASSIDUIDADE E INCENTIVO À PRODUÇÃO. Detém feição salarial a parcela paga a título de bonificação, com o propósito de remunerar a assiduidade ou incentivar a produção, natureza de gratificação ajustada; a refletir em férias, 13os. salários e repousos semanais remunerados.

(TRT-RO-14241/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 02.12.94)

BONIFICAÇÃO PAGA DE FORMA HABITUAL - Parcela paga a título de bonificação, vinculada a fator de ordem pessoal do trabalhador - pontualidade e comparecimento - concedida habitualmente, integra a remuneração do empregado.

(TRT-RO-10505/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 14.10.94)

BONIFICAÇÕES. REFLEXOS. Todas as vantagens obtidas pelo empregado aderem ao contrato, em razão da habitualidade da prestação máxime quando se constata que as bonificações pagas eram consideradas para fins de recolhimento do FGTS. Recurso parcialmente provido.

(TRT-RO-10501/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José Waster Chaves - Publ. MG. 01.10.94)

03. A parte variável do salário deve ser monetariamente corrigida, para efeito de obter-se a média que servirá de base de cálculo das verbas rescisórias. Aplicação analógica do disposto no art. 142, parágrafo 4º, da CLT.

(TRT-RO-06919/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 05.10.94)

04. DIFERENÇAS SALARIAIS. Cabe ao autor demonstrar, quantum satis, as diferenças entre a remuneração percebida e a do cargo referido como de maior ganho. Não se desincumbindo desse ônus, o caminho decisório é o da improcedência do pleito a este título deduzido.

(TRT-RO-17158/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Manuel Cândido Rodrigues - Publ. MG. 10/03/95)

DIFERENÇAS SALARIAIS. Indevidas as diferenças salariais quando a prova dos autos evidencia que o autor percebia conforme a produção, sendo certo que a reclamada não lhe garantiu a percepção de um piso mínimo por dia.

(TRT-RO-9150/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Sebastião Geraldo de Oliveira - Publ. MG. 09.09.94)

DIFERENÇAS SALARIAIS DE FERIADOS NÃO TRABALHADOS - CÁLCULO -Verificando-se que os feriados não trabalhados foram quitados somente no valor da diária contratada, não incluindo a média de produção ocorrida na semana, devidas são as diferenças pelo erro no cálculo.

(TRT-RO-10062/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 15.10.94)

DIFERENÇAS SALARIAIS - DESVIO DE FUNÇÃO - Para o deferimento de diferenças salariais provenientes de desvio de função é indispensável que se alegue e prove a condição de estar o pessoal da reclamada organizado em quadro de carreira devidamente homologado pelo Ministério do Trabalho, pois que a questão assim posta não se prende a mera isonomia, havendo de ser ligada à existência de regras de posicionamento e classificação com o tabelamento genérico dos salários na empresa, de acordo com os cargos e funções existentes e com as respectivas atribuições descritas.

(TRT-RO-10703/94 - 4ª T. - Red. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 22.10.94)

05. PAGAMENTO EXTRA-CONTÁBIL - A alegação de pagamento por fora através do chamado caixa-2 exige prova cabal e insofismável, tendo em vista as graves conseqüências que acarreta ao empregador. Recurso do reclamado provido para absolvê-lo da condenação que lhe foi posta.

(TRT-RO-11601/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Roberto Marcos Calvo - Publ. MG. 05.11.94)

O pagamento "por fora" de obrigação legal oriunda enseja atuação do Ministério Público em face do empregador, para o que a Justiça do Trabalho (art. 40, C.P.P.) deve proceder à comunicação com remessa das peças do processo para as providências impostas pela norma legal.

(TRT-RO-21670/92 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 06.09.94)

06. FALTAS - DOENÇA - PROCEDIMENTO. Durante os primeiros 15 dias de afastamento da atividade por motivo de doença, incumbe à empresa o pagamento dos salários. A empresa que dispõe de serviço médico próprio

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437ou através de convênio, tem a seu cargo o exame médico e o abono das faltas correspondentes a esse período, somente encaminhando o segurado à perícia médica da previdência social quando incapacidade laborativa ultrapassar 15 dias (Leis 8213/91 DL 89321/84).

(TRT-RO-11837/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 05.10.94)

07. JETON. SALÁRIO. Não tem feição salarial a verba paga ao empregado e intitulada "jeton", posto que destinada a ressarcir-lhe pequenas despesas provenientes de alimentação e combustível, quando se encontrava em serviço.

(TRT-RO-12497/94 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros. - Publ. MG. 28.10.94)

08. LUVAS - JOGADOR DE FUTEBOL - NATUREZA SALARIAL - Não se revestindo de caráter indenizatório e sendo prevista para todo o período de duração do contrato de trabalho futebolístico, as luvas se apresentam como um adicional ou complemento e fazem parte da remuneração do jogador de futebol.

(TRT-RO-11618/93 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 06.08.94)

REDUÇÃO SALARIAL - INOCORRÊNCIA - CONTRATOS DISTINTOS - O fato de o autor - jogador de futebol - ter recebido do clube, em determinada época, 3,5 salários mínimos e, algum tempo depois, ter estado percebendo salários inferiores ao dobro do mínimo legal, não constitui redução salarial, embora possa parecer à primeira vista, se se verificar que tal variação não ocorreu dentro do mesmo contrato, mas em dois distintos e, especialmente, em se tratando de atleta de futebol, cuja situação tem contornos peculiares.

(TRT-RO-8554/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Bolívar Viégas Peixoto - Publ. MG. 10.09.94)

09. LEGISLAÇÃO SALARIAL - COMPETÊNCIA - CONFLITOS DE LEIS, FEDERAL E MUNICIPAL - EFEITOS - A competência para legislar sobre salários é da União. Quando assim procede o Município, desnecessariamente, repetindo lei federal para seus empregados, então celetistas, tanto a alteração benéfica, para os trabalhadores, da lei federal, quanto o congelamento provisório de salários e instituição de nova política salarial, aplicam-se a esses, ante os princípios da reserva legal e da derrogação da norma de hierarquia inferior pela superior.

(TRT-RO-14989/92 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 15.10.94)

10. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS - PROPORCIONALIDADE - É devida, de forma proporcional, ao obreiro, quando, em face do despedimento injusto, fica obstada a fruição do tempo necessário à percepção da aludida participação nos resultados da empresa.

(TRT-RO-11718/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Roberto Marcos Calvo - Publ. MG. 05.11.94)

11. PRÊMIO - NÃO INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO - O prêmio concedido pelo empregador ao empregado constitui-se numa promessa de vantagem, caso seja atingido certo nível de produção, somente integrando a remuneração se pago de maneira habitual. O prêmio esporádico não se integra à remuneração.

(TRT-RO-17915/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Manuel Cândido Rodrigues - Publ. MG. 17.03.95)

PRÊMIOS - NATUREZA SALARIAL - A correta interpretação do art. 457 da CLT sugere que as parcelas habitualmente pagas, desde que não tenham natureza indenizatória, estão compreendidas na remuneração. A habitualidade assume a feição de ajuste tácito entre as partes. Invocável, ainda, a Súmula nº 207 do Pretório Excelso. Como se sabe, o prêmio nasce com a finalidade de incentivar a produção. Todavia, uma vez alcançada a produtividade almejada pelo empregador, esse pagamento estará remunerando o esforço já despendido pelo obreiro na execução dos serviços. Evidencia-se, portanto, a natureza contraprestativa da parcela.

(TRT-RO-67/95 - 3ª T. - Rel. Juiz Sebastião Geraldo de Oliveira - Publ. MG. 21.03.95)

11. PRÊMIOS SOBRE VENDA MENSAL DE EQUIPE - SUPERVISOR - REPOUSO - DESCABIMENTO. Sendo apurado o prêmio pago ao reclamante, na qualidade de supervisor, com base na venda total de sua equipe em cada mês, não há que se falar em repouso remunerado incidente sobre ele, dada a sua base de cálculo que envolve a totalidade do mês.

(TRT-RO-16849/93 - 2ª T. - Rel. Juiz Carlos Alves Pinto - Publ. MG. 14.10.94)

12. SALÁRIO - INTANGIBILIDADE - Aos empregados afastados das funções contratuais, por ordem médica, garante-se, por esse instituto, todos os direitos que detinham por ocasião do afastamento, devidamente corrigidos, pelas leis salariais, daí em diante. Não que continuem ligados salarialmente à antiga função, com direito de até 10 anos depois reivindicarem valores que nunca receberam, por alterações no critério de remuneração dela. Ainda, mais, sem provas do fato. Os Autores foram afastados da regência de classe, com garantia de 30 aulas. Alegam que os demais professores haviam passado para regime de 40 aulas, o que não ocorreu, nem lhes daria o mesmo direito.

(TRT-RO-1421/93 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 27.10.94)

SALÁRIO - DEVOLUÇÃO DE DESCONTOS - A Constituição da República de 1988 consagrou, em seu art. 7º,

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438item X, o direito à "proteção do salário na forma da lei...". A Lei, a que se refere o preceito constitucional, ainda é a CLT, diploma não revogado na ordem jurídica pátria. Tachá-la de anacrônica, como fazem alguns, não retira sua eficácia. É o que dispõe o art. 2º da Lei de Introdução ao Código Civil: "Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue." E o art. 462 do texto consolidado estabelece o princípio da intangibilidade do salário. Recurso ordinário parcialmente provido.

(TRT-RO-10080/94 - 3ª T. - Rel. José Murilo de Morais - Publ. MG. 11.10.94)

13. SALÁRIOS E VERBAS SALARIAIS. PROVA DE SEU PAGAMENTO. Por força do artigo 464 da CLT, o pagamento de salário e demais verbas de natureza salarial somente se prova através de recibo assinado pelo empregado ou por confissão deste em Juízo. Em conseqüência, a simples apresentação de fichas financeiras pela reclamada não é suficiente, por seu caráter unilateral, para provar o pagamento ao autor dos adicionais noturnos e dos domingos por ele laborados.

(TRT-RO-17899/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 17.03.95)

14. SALÁRIO-SUBSTITUIÇÃO - Substituição somente se dá entre empregados presentes, V.d., enquanto um se ausenta por um determinado período, a qualquer título, conservando no entanto a titularidade do cargo, o outro o substitui, fazendo jus ao salário correspondente. Isso é totalmente diferente de sucessão, que consiste no deslocamento de determinado empregado de uma função com a designação de outro, para o qual não se garante, se não normatizado, o mesmo salário do sucedido.

(TRT-RO-2400/95 - 5ª T. - Rel. Juiz Bolívar Viégas Peixoto - Publ. MG. 08.04.95)

SUBSTITUIÇÃO E EQUIPARAÇÃO - Não se confunde substituição na função com equiparação salarial: esta exige simultaneidade, por outro lado, inexiste substituição, mas vacância, quando o titular aposenta-se.

(TRT-RO-4608/95 - 2ª T. - Rel. Juiz Michelangelo Liotti Raphael - Publ. MG. 02.06.95)

15. SUBSÍDIO ESPECIAL - CONDIÇÃO - Restando contratualmente fixado que a verba "subsídio especial" somente será devida quando da prestação de serviços pelo empregado no estrangeiro, não há como se exigi-la ao empregador na hipótese em que resultou cessada a condição específica que a determina, pois se trata de requisito essencial à caracterização do direito discutido.

(TRT-RO-04901/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. 23.07.94)

16. SALÁRIO SUPLETIVO - CRITÉRIO DE FIXAÇÃO - "O Código de Processo Civil...assegura ao Magistrado, na apreciação da prova, a formação livre de seu convencimento atendendo aos fatos e circunstâncias dos autos, ainda que não alegados pela parte." Esta última norma se aplica perfeitamente ao caso de determinação supletiva de salário." (José Martins Catharino. "In" Tratado Jurídico do Salário). Recurso desprovido.

(TRT-RO-14688/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 07.02.95)

Complessivo

01. RECIBOS DE PAGAMENTO - DISCRIMINAÇÃO DO VALOR DO SALÁRIO-HORA MENSAL - VARIAÇÃO CAPAZ DE COBRIR A CORREÇÃO E A PRODUTIVIDADE PREVISTAS NO INSTRUMENTO NORMATIVO - INOCORRÊNCIA DE COMPLESSIVIDADE OU COMPENSAÇÃO. Se os recibos de pagamento consignam expressamente, em coluna destacada, a variação mensal do salário-hora do empregado, possibilitando a apuração dos reajustamentos ocorridos a cada mês, e se os índices então aplicados aos salários são capazes de cobrir as previsões normativas de correção anual e de produtividade, não se pode concluir pela ocorrência de complessividade ou de compensação dos percentuais respectivos.

(TRT-RO-15351/94 - Rel. Juiz Luiz Philippe de Mello Filho - Publ. MG. 25.02.95)

GRATIFICAÇÃO "QUEBRA DE CAIXA" - PAGAMENTO - SALÁRIO COMPLESSIVO - O pagamento de cada verba de natureza trabalhista deve ser feito sob rubrica própria, configurando-se como salário complessivo o pagamento da gratificação que se fez de forma global - "embutido no salário base do reclamante" -, sem especificação da parcela nos recibos.

(TRT-RO-13079/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Ricardo Antônio Mohallem - Publ. MG. 26.11.94)

NÃO CONFIGURAÇÃO. Tanto o adicional de horas extras, quanto o adicional noturno e o acréscimo de um terço sobre as férias não são títulos jurídicos distintos, mas simples fórmula de cálculo de um único e mesmo título jurídico, não havendo que falar-se em salário complessivo, quando não é paga separadamente a hora noturna, ou extra, e o respectivo adicional; ou quando o acréscimo de 1/3 não é pago apartado das férias.

(TRT-RO-1209/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 08.11.94)

VEDAÇÃO LEGAL - A lei permite a contratação de comissão para mais de uma atividade afim e interligada ao ato de vender. Mas não permite, por vedar também salário complessivo como fraude, cláusula dispondo que se o empregado vier a exercer atividades diversas da simples venda, estariam remuneradas pelas comissões dessas. En. 91-TST.

(TRT-RO-4825/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 27.10.94)

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02. SALÁRIO COMPLESSIVO E A "FORFAIT". DISTINÇÃO. ADMISSIBILIDADE DESTE ÚLTIMO. Salário complessivo é aquele "que engloba, numa única prestação pecuniária, o pagamento de diferentes parcelas..." (Arnaldo Süssekind, in Instituições de Direito do Trabalho, 14ª ed., São Paulo, Ltr. 1993, vol. I, p. 332), enquanto que salário a "forfait" é o que é "fixado para cada uma das parcelas salariais" (ibidem idem). Feita a distinção, tem-se que a primeira espécie de pagamento há de ser repudiada, por engendrar dificuldades de verificação da correta quitação das parcelas salariais, inexistindo, contudo, razão para se repelir a legitimidade da segunda modalidade, sobretudo no que pertine a labor excedente, pois, "desde que corresponda ao número máximo de horas contratadas, só poderá resultar vantagem para o trabalhador" (ibidem idem).

(TRT-RO-4756/95 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 15.07.95)

AJUDA-ALIMENTAÇÃO. A teor do art. 1090, do Código Civil, a cláusula convencional que instituiu a ajuda alimentação deve ser interpretada de modo estrito, não integrando, pois, ao salário.

(TRT-RO-15462/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 07.02.95)

"In Natura"

01. AJUDA-ALIMENTAÇÃO - INTEGRAÇÃO - A alimentação fornecida de conformidade com o Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT -, não se confunde com a prestação "in natura" decorrente de cláusula expressa ou tácita do contrato de trabalho (art. 458/CLT); esta possui natureza salarial e aquela (PAT) tem caráter assistencial e não se incorpora no contrato de trabalho, nos termos da Lei nº 6.321/76 e do Decreto nº 5 de 14.01.91.

(TRT-RO-06928/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 13.08.94)

AJUDA-ALIMENTAÇÃO - INTEGRAÇÃO À REMUNERAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - Não há dúvida que o fornecimento desse benefício se traduz numa utilidade onerosa e substancial que, em princípio, representaria salários sim. Entretanto, vem ganhando corpo, e autorizado legislativa, doutrinária, jurisprudencial e socialmente, a idéia de que, nos tempos prolongados de recessão e baixos salários que caracterizam nossa época é razoável incentivar o fornecimento de benefícios alimentares e de transporte que minorem as agruras dos trabalhadores com esses itens, sem gerar sejam contribuições sociais e previdenciárias, sejam reflexos salariais outros. Havendo o programa legal de refeições, ato patronal, espontâneo ou negociado coletivamente, tendente a implementar essa assistência social não merece ser mudada de natureza e finalidades por excesso de rigor legal quando os empregados nunca questionaram isso no curso do emprego e valeram-se de bom grado do acréscimo providencial.

(TRT-RO-05588/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 12.11.94)

AJUDA-ALIMENTAÇÃO - PARCELA "IN NATURA". A ajuda-alimentação, paga com habitualidade, quer diretamente, quer através de "Vale-Refeição", constitui-se parcela "in natura", de natureza nitidamente salarial e devida em decorrência do contrato de trabalho integra a remuneração do obreiro para todos os efeitos legais (art. 458/CLT e En. 241/TST).

(TRT-RO-1026/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Saulo José Guimarães de Castro - Publ. MG. 29.04.94)

AJUDA-ALIMENTAÇÃO - REFLEXOS - NATUREZA SALARIAL - De conformidade com o art. 458 da CLT, a ajuda-alimentação tem natureza salarial, gerando reflexos nas férias, mais um terço, décimo terceiro salarial e FGTS.

(TRT-RO-13915/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 02.12.94)

ALIMENTAÇÃO - CONFIGURAÇÃO DE SALÁRIO "IN NATURA" - A alimentação fornecida sem ônus para o empregado, instituída convencionalmente e paga por dia de trabalho, representa um ganho para o trabalhador, tendo, portanto, natureza salarial e, como tal, gera reflexos na remuneração para os efeitos legais, a teor do artigo 458/CLT.

(TRT-RO-10836/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 01.10.94)

A alimentação fornecida pelo empregador ao empregado constitui salário "in natura", tendo-se em vista que este benefício favorece, em última análise, ao empregado, que deixa de arcar com os custos da refeição.

(TRT-RO-12401/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 04.11.94)

Constitui salário utilidade o fornecimento de refeição ao empregado, a preços irrisórios, em atendimento à Lei 6321/76, que instituiu o Programa de Alimentação ao Trabalhador. A referida lei concede ao empregador incentivos fiscais, mas não revogou o artigo 458 da CLT. A intenção do legislador ao implantar tal programa foi beneficiar o trabalhador e não retirar-lhe direito assegurado em lei. Recurso provido para autorizar a incidência do salário "in natura" à remuneração do empregado, a ser apurado nos termos do Enunciado 258 do TST, deduzida a importância simbólica paga a esse título.

(TRT-RO-12188/93 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 02.12.94)

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440 O fornecimento de lanche, por força do contrato de trabalho, tem caráter salarial, devendo integrar a

remuneração do empregado. (TRT-RO-00581/95 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 10.03.95)

SALÁRIO-UTILIDADE - ALIMENTAÇÃO - O auxílio alimentação concedido nos termos da Lei 6321/76 tem caráter assistencial e é oriundo de incentivo fiscal, não podendo ser considerado como salário "in natura". (TST-RR-59227/92.2 - (Ac.1ª. T-2327/93), Rel. Min. Afonso Celso, DJU 01.10.93, pág. 20342).

(TRT-RO-9354/93 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 01.10.94)

CONCESSÃO - Constitui salário-utilidade a verba paga em contraprestação aos serviços prestados pelo obreiro, face ao caráter oneroso do contrato de trabalho.

(TRT-RO-2504/95 - 1ª T. - Rel. Juiz José Eustáquio de Vasconcelos Rocha - Publ. MG. 05.05.95)

02. DEFINIÇÃO - O concedido "pelo" trabalho tem caráter retributivo e tem natureza contraprestativa e, pois, salarial. O concedido "para" o trabalho não possui o caráter retributivo e não se constitui em salário "in natura".

(TRT-RO-18427/92 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 17.01.95)

O fornecimento gratuito por mais de 10 anos de moradia ao reclamante adquire natureza salarial, incorporando-se à sua remuneração. Recurso a que se nega provimento.

(TRT-RO-00253/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José Waster Chaves - Publ. MG. 01.07.94)

SALÁRIO-UTILIDADE - FORNECIMENTO DE TRANSPORTE - NÃO TIPIFICAÇÃO - O fornecimento de transporte pela empresa aos empregados, de suas casas às dependências da mesma, não configura salário "In Natura", posto que não se trata de benesse graciosa concedida pelo trabalho e sim de cumprimento da lei que o obriga a fornecer vales-transportes, ou alternativamente proporcionar deslocamento integral de seus trabalhadores, garantida a natureza não salarial da parcela.

(TRT-RO-6010/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 01.10.94)

TRANSPORTE - SALÁRIO "IN NATURA" - Salário é a contraprestação paga pelo empregador ao empregado, pelo serviço prestado. Destarte, os meios colocados pelo empregador, à disposição do empregado, de forma a lhe proporcionar condições de executar o serviço contratado, isoladamente considerados não constituem parcela salarial "in natura".

(TRT-RO-09312/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 10.08.94)

03. REEMBOLSO DE QUILOMETRAGEM RODADA - Nos termos do parágrafo segundo do artigo 458 da CLT, não serão considerados como salário, para os efeitos previstos neste artigo, os vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao empregado e utilizados no local de trabalho, para a prestação dos respectivos serviços. Sendo assim, o reembolso do custo do quilômetro rodado para a consecução de vendas, sob o encargo do empregado, não constitui parcela salarial.

(TRT-RO-09063/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 10.08.94)

04. AUTOMÓVEL - SALÁRIO "IN NATURA" - A utilização de veículo pelo reclamante fora do expediente de trabalho, em finais de semana e férias, configura salário "in natura" integrativo da remuneração, devendo-se proceder às repercussões pertinentes.

(TRT-RO-2662/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alves Pinto - Publ. MG. 20.05.95)

FORNECIMENTO DE AUTOMÓVEL - UTILIDADE "IN NATURA" - O veículo fornecido ao empregado para o desempenho de suas atividades no trabalho e para uso particular, usufruindo das vantagens do automóvel como se dono fosse, tem pelas características de aproveitamento pelo usuário, a utilidade "in natura" tratada no texto Celetário.

(TRT-RO-15965/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Roberto Marcos Calvo - Publ. MG. 25.02.95)

UTILIZAÇÃO DE AUTOMÓVEL - O direito de utilizar automóvel para fins particulares do empregado configura salário "in natura". Sua supressão é alteração contratual lesiva ao obreiro, e, por conseguinte, eivada de nulidade.

(TRT-RO-13560/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 31.01.95)

VEÍCULOS. DESPESAS. A simples alegação de que o obreiro pagava o combustível quando fazia o uso particular do veículo não tem o condão de descaracterizar-lhe o direito, porque o carro tem um valor econômico, que deve ser considerado como um "plus" salarial, para fim de incorporação à sua remuneração, para todos os efeitos legais, sendo devidos os reflexos pedidos na inicial, já estando o principal pago.

(TRT-RO-16941/93 - 5ª T. - Rel. Juiz Bolívar Viégas Peixoto - Publ. MG. 23.07.94)

O veículo, quando indispensável à execução de trabalho do empregado, não é considerado salário utilidade, mormente quando as despesas com o mesmo, ao ser utilizado para fins particulares, correm por conta do

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441obreiro.

(TRT-RO-11659/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 12.11.94)

USO INDISCRIMINADO DE VEÍCULO DA EMPRESA POR EMPREGADO. O uso indiscriminado de veículo da empresa pelo empregado, inclusive em fins de semana e férias, revela o seu caráter de salário utilidade.

(TRT-RO-12669/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Márcio Flávio Salem Vidigal - Publ. MG. 26.11.94)

Mínimo

01. JORNADA DE TRABALHO. O salário mínimo mensal é fixado considerada a jornada de trabalho de 220 horas/mês. Contratado o empregado para jornada de apenas 120 horas/mês, correto o pagamento que se lhe faz de 50% (cinqüenta por cento) do salário mínimo mensal.

(TRT-RO-14165/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 25.11.94)

02. LEI 3999/61 - INAPLICAÇÃO AO SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL. Estabelecendo a Lei epigrafada, em seu art. 4º, ser o salário-mínimo dos médicos e dentistas a menor retribuição permitida por lei pelos serviços prestados, quando presente relação de emprego dos mesmos com pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, sem dúvida que excluiu as pessoas jurídicas de direito público da sua incidência, implicitamente reconhecendo que no serviço público a regência se faz por legislação própria.

(TRT-RO-11294/93 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 30.07.94)

03. PRODUÇÃO. Em princípio, quando a remuneração dos serviços se faz por produção, é garantido ao Obreiro o salário-mínimo mensal, não o diário; entretanto, se contratualmente se prevê a garantia mínima diária, prevalece esta estipulação contratual especial sobre a norma geral.

(TRT-RO-15932/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Hiram dos Reis Corrêa - Publ. MG. 17.03.95)

04. REPOSIÇÃO SALARIAL - INEXISTÊNCIA - Se as empregadas são contratadas para receber salários mensais em valores fixos, conforme anotado em cada CTPS e nos registros de empregados, tal pactuação não pode ser vinculada a múltiplos do salário-mínimo, para posterior exigência de reposições de salário no curso dos contratos. O salário-mínimo tem variação própria de acordo com leis específicas, que por vezes lhe incorporam ganhos reais, sendo que as suas correções não são as mesmas de legislação salarial. Para que as reclamantes fizessem jus a diferenças salariais, teriam que demonstrar o descumprimento de normas legais e/ou coletivas aplicáveis, relativamente a aumentos e reajustes dos salários de sua categoria profissional.

(TRT-RO-12107/93 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 26.11.94)

05. PROIBIÇÃO DE VINCULAÇÃO. A proibição de vinculação do salário mínimo prevista no art. 7º, IV da CF, não atinge parcelas de natureza salarial, tais como piso salarial e adicionais integrantes da remuneração, pois é exatamente em função do aspecto remuneratório que se estabelece o salário mínimo.

(TRT-RO-03713/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 25.10.94)

É vedada a vinculação do salário mínimo para qualquer fim (CF, art. 7º, IV). Todavia, essa proibição não é absoluta, pois que a própria constituição vincula os benefícios previdenciários ao salário mínimo (art. 201, parágrafo 5º). Portanto, a vedação deve entender-se como dirigida à utilização do salário mínimo como fator de indexação, inexistindo, via de conseqüência, qualquer incompatibilidade com o texto da Lei Maior, no fixar-se, mediante lei ou por meio de instrumento coletivo, piso salarial de certo número de salários mínimos.

(TRT-RO-19913/92 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 08.11.94)

SEGURO-DESEMPREGO

01. SEGURO-DESEMPREGO - INTEGRAÇÃO DO PERÍODO DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO NA SATISFAÇÃO DOS SEUS REQUISITOS - A integração do período do aviso prévio indenizado ao tempo de serviço do trabalhador, diz respeito, tão-somente, aos efeitos trabalhistas. Em sendo o seguro-desemprego um benefício, de escopo social, regulado em lei própria, com verbas e condições específicas, estabelecendo a lei que o assegura que um dos requisitos para sua percepção é o recebimento de salários, nos últimos seis meses que antecederam a dispensa, o período do aviso prévio indenizado não poderá ser computado para tal fim, porquanto em tal lapso temporal não foi pago salário, e sim indenização.

(TRT-RO-00970/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 18.03.95)

02. Deverá arcar com o ônus do pagamento do seguro-desemprego a própria reclamada, quando provado nos autos que o lapso temporal necessário ao benefício não foi implementado pelo empregado devido à irregularidades por parte da empresa, deixando de anotar corretamente a CTPS do reclamante, impedindo dessa forma que o autor usufruísse direito legítimo e constitucional (art. 7º, II da CF e art. 159/CC).

(TRT-RO-12181/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 29.11.94)

SEGURO-DESEMPREGO. Não entregando ao empregado as guias para o seguro-desemprego, sujeita-se o

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442empregador à indenização substitutiva das parcelas a que faria jus aquele, na forma de dobra por força dos arts. 467/CLT, 879/CC e 633/CPC.

(TRT-RO-12926/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 06.12.94)

SENTENÇA

01. SENTENÇA CONDICIONAL - NÃO CONFIGURAÇÃO - Não é condicional a sentença que defere horas extras ao reclamante após elucidar, através de exemplos, a existência de prorrogação de jornada, remetendo para a fase de liquidação tão-somente a sua quantificação.

(TRT-RO-17954/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Luiz Ronan Neves Koury - Publ. MG. 11.03.95)

02. AGRAVO DE PETIÇÃO. Ocorrendo nítido erro datilográfico no "decisum", que não compromete sua inteligibilidade e sua coerência com a fundamentação, deve ser corrigido "ex officio" em qualquer grau de jurisdição. Neste caso não incide preclusão para o agravante que não prequestionou a matéria para sanar inexistente obscuridade da sentença cognitiva de 1º grau. Uma expressão isolada - fixação errônea de termo inicial de prescrição - não pode revogar o conjunto lógico da parte dispositiva do julgado (Inteligência do art. 245, parágrafo único do CPC c/c o art. 833 da CLT).

(TRT-AP-2265/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 22.11.94)

03. AÇÃO RESCISÓRIA - SENTENÇA HOMOLOGATÓRIA DE ACORDO - IRRECORRIBILIDADE - A homologação trabalhista é uma verdadeira sentença, com todas as suas características e ainda não sujeita a recurso algum, porque a própria lei a declara transitada em julgado - parágrafo único do art. 831, da CLT - atacável somente pela via da rescisória, nos termos do que dispõe o Enunciado 259 do C. TST.

(TRT-AR-00237/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Orestes Campos Gonçalves - Publ. MG. 03.02.95)

CUMPRIMENTO DE DECISÃO. Se há acórdão proferido em ação rescisória, no sentido de serem anulados todos os atos processuais, inclusive a sentença de homologação da liquidação, a decisão deverá ser cumprida fielmente, tal qual nela se contém, sendo desvaliosa qualquer outra consideração a respeito, porque defeso aos órgãos desta Especializada conhecer de questões já decididas, nos termos do art. 836, da CLT. Agravo provido.

(TRT-AP-03061/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 20.01.95)

04. NULIDADE. A remessa para a liquidação, da apuração do "quantum debeatur", não traduz nulidade do julgado. Nulidade haveria se a sentença condicionasse o acolhimento dos pedidos formulados pelo reclamante à eventualidade de ficar evidenciada, na liquidação, a existência dos direitos deduzidos. Recurso a que se nega provimento.

(TRT-RO-9525/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José Waster Chaves - Publ. MG. 09.09.94)

NULIDADE. Não é nula a sentença que, em atendimento aos princípios da simplicidade e da informalidade, analisa os pedidos em conjunto, desde que o convencimento do julgador esteja explícito, não configurando negativa de prestação jurisdicional.

(TRT-RO-9170/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Márcio Flávio Salem Vidigal - Publ. MG. 10.09.94)

NULIDADE DA DECISÃO - Se o Juiz, ao decidir, apreciou livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos autos, em estrita observância ao disposto no art. 131, do CPC, não há que se falar em nulidade da sentença, por falta de fundamentos.

(TRT-RO-00443/95 - 1ª T. - Rel. Juiz Manuel Cândido Rodrigues - Publ. MG. 10.03.95)

NULIDADE. JULGAMENTO "EXTRA PETITA". Havendo o autor formulado pedidos inicial de pagamento de diferenças salariais e reflexos decorrentes de redução salarial e do não recebimento de reajustes salariais mais vantajosos concedidos pela empregadora original no intervalo que foi formalmente empregado de empresa intermediadora de mão-de-obra, não constitui julgamento "extra petita" a decisão de primeiro grau que entendeu ter sido nula aquela intermediação e concluiu pela unicidade do contrato de trabalho do autor e da recorrente nos três períodos em tela. É que, embora não tenha havido pedido expresso do autor de declaração jurisdicional a respeito, tal questão foi alegada na peça inicial como premissa necessária para o deferimento do pleito, constituindo típica questão prejudicial de mérito.

(TRT-RO-17450/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 17.03.95)

NULIDADE - NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL - Os fins sociais do Direito do Trabalho e do processo pelo qual aqueles se realizam, impõem a conclusão de que a nulidade, para viciar o processo e impedir sua seqüência, deve ser de tal forma pronunciada, que além do prejuízo à parte, necessita ser objetivamente verificável. É a última medida que a parte deve pleitear e o Juiz conceder. Os sujeitos que atuam no processo devem encará-lo como meio seguro e democrático de realização da Justiça. Verifica-se, no caso, completa e exaurida satisfatoriamente a prestação jurisdicional. Recurso ordinário a que se nega provimento.

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443 (TRT-RO-11806/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Ricardo Antônio Mohallem - Publ. MG. 26.11.94)

NULIDADE PROCESSUAL. SENTENÇA. REMESSA NECESSÁRIA. PRINCÍPIOS DA TRANSCENDÊNCIA, DA INSTRUMENTALIDADE E DA CONVALIDAÇÃO. O processo, como instrumento que o Estado põe à disposição das partes para atuação do Direito e realização da Justiça, deve ser preservado de contramarchas desnecessárias. Em conseqüência, as nulidades processuais somente devem ser pronunciadas quando sejam objetivamente verificáveis, tenham ocasionado manifesto prejuízo aos litigantes e não possam ser supridas. Assim, não tendo o MM. Juízo a quo, ao condenar autarquia municipal e nos termos do artigo 1º, V, do Decreto-lei nº 779/69, determinado a remessa necessária do feito à Instância Recursal para reexame da matéria mas havendo a reclamada interposto recurso voluntário, não há porque proclamar a nulidade daquela decisão se é possível à Turma Julgadora simplesmente examinar toda a matéria objeto de condenação como se aquela medida processual houvesse sido tomada, sem qualquer prejuízo para a recorrente. Inteligência e aplicação dos artigos 794 e 796, a, da CLT e do artigo 244 do Código de Processo Civil.

(TRT-RO-15180/93 - 4ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 13.05.95)

1) NULIDADE - QUANDO NÃO SE DECLARA 2) REINTEGRAÇÃO - COMANDO DA SENTENÇA EXEQÜENDA - 1) Prevalece como princípio básico dentro do sistema de nulidade a aferição da ocorrência ou não de prejuízo. Outro princípio igualmente a ser considerado, para tanto é o da instrumentalidade ou teleológico. Assim que, ainda que não intimada a parte (União) para contrariar os embargos à execução, não se decreta o vício, anulando-se a sentença impugnada quando no mérito é possível decidir em favor da parte a quem aproveita a declaração de nulidade. (Inteligência dos arts. 249, parágrafo 2º, do CPC e 796, "a", da CLT). 2) Se o pedido é de reintegração no emprego com alusão expressa à 1ª reclamada, como está na inicial, e se o v. acórdão exeqüendo determina a reintegração "na forma pedida na inicial", este é o comando a ser observado no processo de liquidação.

(TRT-AP-3521/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 01.04.95)

NULIDADE. QUANDO NÃO SE PRONUNCIA. JULGAMENTO ALÉM DO PEDIDO. "O princípio da finalidade e o princípio da ausência de prejuízo condicionam a aplicação da sanção de nulidade, que não poderá incidir sobre o ato tão-somente pela constatação do vício que o atinge." (Aroldo Plínio Gonçalves, in, "Nulidades no Processo" - Aide editora. 1992. 1ªED.).

Não se anula sentença que deferiu parcela não reivindicada pelo autor já que no mérito possível é podar o excesso.

(TRT-RO-5665/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 30.07.94)

NULIDADE DA SENTENÇA, POR NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL - Não se acolhe preliminar de nulidade da sentença, por negativa de prestação jurisdicional, quando a matéria atacada no recurso tiver sido prequestionada em embargos declaratórios, devolvendo à instância "ad quem" o conhecimento da questão, nos termos do art. 515, do CPC.

(TRT-RO-12067/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 21.10.94)

05. ENUNCIADO DA SÚMULA 197/TST - PUBLICAÇÃO DA SENTENÇA - O prazo de recurso da parte, intimada para a data da realização do julgamento, que nela não comparece, inicia-se com a publicação da sentença, que se faz com a sua juntada aos autos e não com a remessa de sua cópia, via notificação, por sinal desnecessária.

(TRT-AI-03455/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 22/10/94)

Declaratória

01. SENTENÇA DECLARATÓRIA DA EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO - "Apesar de falar o CPC em "sentença", em diversos de seus dispositivos, a verdade é que, em quase todos eles o "nomem iuris" não é empregado com adequação: usa-se nesses textos legais da palavra "sentença", mas indicando ato processual do Juiz com a estrutura de decisão, do que sentença propriamente dita." (José Frederico Marques - Manual de Direito Processual Civil - vol. 4 - pág. 317). "A sentença declaratória da extinção da execução poderá ser redigida de maneira lacônica, como o permite o art. 165 do CPC, não sendo necessário, portanto, que se subordine aos requisitos dos arts. 832 da CLT e 458 do CPC." (Manoel A. Teixeira Filho, Execução no Processo do Trabalho, 4ª ed., pág. 277).

(TRT-AP-2966/94 - 1ª T. - Rel. Juiz José Eustáquio de Vasconcelos Rocha - Publ. MG. 21/01/95)

Normativa

01. CATEGORIA DIFERENCIADA - EFEITOS - Embora se trate de categoria diferenciada, não se pode impor os efeitos da sentença normativa que beneficia os empregados integrantes daquela categoria à reclamada que não participou da relação processual e nem se fez representar através de Sindicato da categoria econômica, uma vez que, como associação sem fins lucrativos, não integra nenhuma categoria econômica.

(TRT-RO-09541/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 10/09/94)

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SERVIDOR PÚBLICO

01. ADMISSÃO DE SERVIDOR PÚBLICO NA VIGÊNCIA DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 SEM PRÉVIA APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO - NULIDADE - Em face da nulidade cominada no art. 37, parágrafo 2º, da CF - norma de ordem pública, das finalidades a que se destina a lei e da impossibilidade de sua exegese ampliativa ou integrativa, não há como reconhecer válido o contrato de trabalho celebrado pela Administração Pública, após 05.10.88, sem a prévia aprovação do servidor em concurso público. A nulidade não gera efeitos, todavia, em relação aos salários, enquanto indenização pelo trabalho realizado.

(TRT-RO-10997/93 - 4ª T. - Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Melo Filho - Publ. MG. 06/08/94)

ADMISSÃO DE SERVIDOR SEM CONCURSO PÚBLICO - NULIDADE DA CONTRATAÇÃO - O retorno das partes ao "statu quo ante", por ocasião da extinção do contrato de trabalho, é impossível no terreno dos fatos. Poder-se-ia admitir a possibilidade de o trabalhador devolver os salários percebidos (se não os tiver utilizado para sua sobrevivência). Mas jamais será possível restituir ao obreiro a força de trabalho que despendeu na execução dos serviços. Nos casos em que o retorno das partes ao estado anterior se afigura impossível, dispõe o Código Civil que a parte prejudicada deve ser indenizada com o equivalente ao prejuízo sofrido (art. 158, "in fine"). Transportando essa tese para o campo do Direito do Trabalho, a "indenização" a que se refere o aludido preceito há de ser entendida como pagamento dos salários devidos, admitidos como inevitável decorrência dos serviços prestados. O contrato de trabalho, como ajuste "sui generis" que é, regrado por um ramo autônomo do Direito, segue seus próprios caminhos e obedece a princípios norteadores que lhe são próprios. No pacto laboral a nulidade não pode gerar efeitos "ex tunc".

(TRT-RO-11553/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 08/11/94)

AUSÊNCIA DE CONCURSO PARA INVESTIDURA EM CARGO PÚBLICO - LIMITE DA NULIDADE. A decretação da nulidade da contratação celetista de servidor público, efetivada sem prévio concurso, somente gera efeitos após sua declaração, eis que impossível ao empregador devolver ao empregador a força de trabalho despendida.

(TRT-RO-17108/93 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 01/04/95) CARGO PÚBLICO - RELAÇÃO DE EMPREGO - A regra contida no art. 37 da Constituição destina-se ao

Poder Público e, se inobservado o preceito constitucional, o ato irregular de admissão do trabalhador gera direitos, cabendo ao Estado responsabilizar o administrador pelos encargos pecuniários, vez que a utilização dos serviços prestados sem a devida contraprestação dá ensejo ao enriquecimento sem causa da Administração.(Processo TRT-RO-4551/92 - Relatora Exma. Juíza Dra. Alice Monteiro de Barros).

(TRT-RO-07325/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Celso Honório Ferreira - Publ. MG. 28/10/94)

CONTRATAÇÃO APÓS A PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO OU IMPROCEDÊNCIA. O cotejo do pedido com o direito material só pode levar a uma solução de mérito, ou seja, à sua improcedência , caso conflite com o ordenamento jurídico, ainda que a pretensão, prima facie, se revele temerária ou absurda (cf. Allorio, citado por Humberto Theodoro Júnior, inInstituições de Direito Processual Civil, 3ª e., v. I, p. 57). Não existe no ordenamento jurídico nacional qualquer norma que proíba a quem tenha prestado serviços à Administração Pública, a partir da data da promulgação da Constituição Federal de 1988, a postulação em Juízo de eventuais direitos daí decorrentes. Há, sim, normas de direito material (artigo 37, II e seu parágrafo 2º, da CF/88) que, uma vez descumpridas pelas partes, poderão ou não ser interpretadas no sentido de que a relação por elas estabelecida no campo da realidade não poderá produzir quaisquer efeitos jurídicos substanciais, em decorrência da nulidade de direito administrativo expressamente cominada. O que, nesse caso, acarretará a improcedência da demanda e não a simples carência de ação por impossibilidade jurídica do pedido - tanto que decisão neste sentido indubitavelmente fará coisa julgada formal e material.

(TRT-RO-17674/93 - 4ª T. - Red. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 08/04/95)

CONTRATAÇÃO PELO PODER PÚBLICO SEM PRÉVIO CONCURSO. NULIDADE DO CONTRATO. Embora nula a contratação pelo Poder Público sem concurso (artigo 37, II, da Constituição Federal/88), tem-se que as verbas vencidas, mês a mês, ao longo da prestação de trabalho, são devidas ao obreiro até que seja reconhecida a nulidade contratual, sob pena de enriquecimento ilícito do empregador que se beneficiou da força de trabalho despendida.

(TRT-RO-16816/93 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 15/07/95)

CONTRATO DE TRABALHO - ENTE PÚBLICO - CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 - EFEITOS - A Constituição criou a proibição de contratação arbitrária e fora do regime legal e estabeleceu sanção de nulidade (art. 37). O que vale tanto para os contratantes como para os contratados. Não resta aos administradores, cidadãos e magistrados que curvarem-se. A relação de trabalho com o Estado fora da previsão legal é nula. A lei é geral e a todos cabe conhecê-la. Inclusive aos contratados. Que sabem, de antemão, estarem ingressando no serviço estatal sem observância dos requisitos exigidos. E, por isso, dos riscos inerentes. Foi a excessiva tolerância, de administradores, fiscais da lei e Judiciário, que levou aos

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445milhares e vergonhosos casos que se multiplicaram às escâncaras e arrepio das leis e moralidade. Criando gerações de funcionários públicos irregulares, absorvidos pelos tragicomicamente apelidados de "trens da alegria". Em detrimento da população e da cidadania. Se alguma indenização cabe aos irregulares, pela força-trabalho dispendida, não será a Justiça do Trabalho competente para examinar e prover a respeito.

(TRT-RO-12018/93 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 25/02/95)

CRIME - ADMISSÃO DE SERVIDOR SEM CONCURSO PÚBLICO - O prefeito municipal que admite servidor público sem observância da norma constitucional que exige a prévia aprovação em concurso público, incorre em crime capitulado na legislação penal, sujeito a pena de detenção, de três meses a três anos (Decreto-lei n. 201, de 27 de fevereiro de 1967). Apenas o administrador público deve responder pela prática do ato delituoso. Se se pudesse imaginar, num esforço de raciocínio (apenas para efeito de argumentação), que o empregado é partícipe nesse crime, ele estaria imediatamente amparado pela excludente de que trata o art. 23, item I, do Código Penal: estado de necessidade. O obreiro só busca sobreviver. Devolução oficial a que se nega provimento.

(TRT-RO-11044/93 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 14.09.94)

RELAÇÃO DE EMPREGO - MUNICÍPIO - CONCURSO PÚBLICO - Este Judiciário Especializado não pode fechar os olhos à prestação laboral exercida pela reclamante. Assim, entendo que o Município recorrido deverá responder não só pela ação trabalhista, mas pelo procedimento criminal, pelo crime de responsabilidade praticado com a infração da norma ao art. 37 da Constituição. Retornem os autos à instância de origem para o exame do mérito.

(TRT-RO-11211/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Sérgio Aroeira Braga - Publ. MG. 27/09/94)

SERVIÇO PÚBLICO - CONTRATAÇÃO ILEGAL - CARÊNCIA DE AÇÃO - É nula de pleno direito, por violação frontal de mandamento constitucional e vício de forma, a contração de pessoas para o serviço público sem a realização de concurso. A ninguém é dado desconhecer a lei, mormente a Lei Maior. Seja contratante, seja contratado, ambos estão sob o comando constitucional. Daí a manifesta carência do direito de ação para se reivindicar, em tais situações, reparações de natureza trabalhista.

(TRT-RO-17430/93 - 5ª T. - Rel. Juiz Tarcísio Alberto Giboski - Publ. MG. 24/09/94)

SERVIDOR MUNICIPAL - CONTRATAÇÃO SEM CONCURSO PÚBLICO APÓS PROMULGADA A CONSTITUIÇÃO FEDERAL - AUSÊNCIA DA PROVA DO CONLUIO - EFEITOS - Constituindo os valores sociais do trabalho um dos cinco fundamentos do Estado Democrático de Direito insculpidos na Magna Carta de 1988 (art. 1º, IV) e utilizada a força laboral do reclamante em prol da municipalidade, tem ele abrigo na lei trabalhista quando a contratante não se vale do concurso público. Ninguém pode alegar nulidade a que deu causa em seu benefício próprio. Sentença mantida em homenagem à justiça.

(TRT-RO-11739/93 - 2ª T. - Red. Juiz Michelangelo Liotti Raphael - Publ. MG. 02/06/95)

SERVIDOR PÚBLICO ADMITIDO SEM CONCURSO. O entendimento desta E. Turma, em sua composição atual, é no sentido de ser nulo de pleno direito o contrato de trabalho firmado por pessoas jurídicas de direito público, vinculadas à Administração direta ou indireta da União, Estado ou Município, ao arrepio das normas contidas no artigo 37 da CF/88.

(TRT-RO-11909/93 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 28/10/94)

SERVIDOR PÚBLICO ADMITIDO SEM CONCURSO APÓS OUTUBRO DE 1988 - IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO - CARÊNCIA DE AÇÃO. É condição "sine qua non" para validade da contratação de servidor, após a promulgação da Carta Federal de 1988, sua "aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos" (cf. art. 37, II). Trata-se de mandamento de evidente interesse público, que consagra os princípios da impessoalidade, moralidade e publicidade e que devem nortear os atos da administração, conforme expresso claramente no "caput" do indigitado dispositivo constitucional. Diante da taxativa vedação da Lei Maior, há impossibilidade jurídica de acolhimento do pedido da autora, o que impõe o decreto de extinção do processo, sem exame de mérito, face à carência da ação, ex vi do disposto nos arts. 37 e inciso II, da CF/88 e 267, VI, do CPC. O revés disto, no meu sentir, equivaleria a emprestar indevido apoio à entrada de apaniguados no serviço público pela generosa e larga porta dos fundos, em detrimento dos que buscam a entrada principal, além de incentivo a atos administrativos incorretos e de propósitos escusos, data maxima venia. (TRT-RO-18266/93 - 2ª T. - Red. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 01/10/94)

SERVIDOR PÚBLICO - CONTRATAÇÃO IRREGULAR - RESPONSABILIDADE - A admissão de servidor público, a partir de 05/10/88, depende da aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos, por força de mandamento constitucional. A inobservância deste requisito importa na nulidade da contratação e, por conseguinte, a responsabilidade daí decorrente é da autoridade administrativa que ilegalmente o admitiu, como dispõe o parágrafo 2º, do art. 37, da CF c/c art. 1º, inciso XIII, do DL 201/67, e não da administração pública. - JUSTIÇA DO TRABALHO INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA A PARTIR DA IMPLEMENTAÇÃO DO REGIME JURÍDICO ÚNICO - Após a implantação do regime estatutário do município pela lei municipal

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446nº028/90, tornou-se incompetente a Justiça do Trabalho para dirimir questões decorrentes da relação estatutária ou funcional.

(TRT-RO-06483/93 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 1º/07/94)

02. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO - CONVERSÃO DE REGIMES - REMESSA OFICIAL - A questão da competência já se encontra pacificada no caso dos servidores públicos que foram convertidos do regime celetista para o estatutário. Prescreve a Súmula nº 97, do Eg. Superior Tribunal de Justiça, que "compete à Justiça do Trabalho processar e julgar reclamação de servidor público relativamente a vantagens trabalhistas anteriores à instituição do regime jurídico único." E o STJ tem a incumbência constitucional de dirimir os conflitos de competência entre os órgãos desta Justiça Especializada e outros da Justiça Comum ou Federal, a teor do art. 105, item I, letra d, da C.F.

(TRT-RO-11619/93 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 24/09/94)

JURISDIÇÃO. SERVIDOR PÚBLICO DISPENSADO. Não detém esta Justiça do Trabalho jurisdição para julgar reclamação ajuizada por servidor público que, embora admitido pela via do contrato de trabalho, foi inserido no Regime Jurídico Único, instituído por Lei, na forma do art. 39, da Constituição Federal, e neste regime veio a ser dispensado. À ausência de jurisdição, extingue-se o processo, sem exame do mérito, ao teor do art. 267, inciso IV, do CPC, por lhe faltar pressuposto para o seu desenvolvimento. Recurso "ex-officio" a que se dá provimento.

(TRT-RO-02765/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 23/07/94)

REINTEGRAÇÃO - O art. 19/ADCT, quando da sua edição, não limitou o seu campo de aplicação aos servidores públicos "estatutários", jogou também o seu manto sobre os servidores contratados e regidos pelo diploma celeteário, desde que, à data da promulgação da Constituição Federal de 1988, contassem com mais de cinco anos no serviço público, como é a hipótese do caso em tela.

(TRT-RO-03839/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 26/11/94)

03. DISSíDIO COLETIVO. SERVIDOR PúBLICO. A Constituição Federal não reconhece convenções e acordos coletivos celebrados pela administração pública e seus servidores, sendo juridicamente impossível o pedido de instauração de dissídio coletivo por parte de Sindicato de Servidores Públicos Municipais.

Agravo Regimental a que se nega provimento. (TRT-ARG-00037/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Aroldo Plínio Gonçalves - Publ. MG. 26.08.94)

04. ESTABILIDADE NO SERVIÇO PÚBLICO - ESTRANGEIRO - APLICABILIDADE - Tendo sido o reclamante, italiano, admitido na Administração Pública sob o regime trabalhista, contando com mais de cinco anos de exercício na função e porque especificamente ressalvada no art. 19 do ADCT as admissões na forma regulada no art. 37, I, da CF, é o mesmo estável no serviço público, somente podendo perder o cargo em virtude da sentença judicial transitada em julgado ou mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.

(TRT-RO-14142/93 - 5ª T. - Red. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 04/03/95)

SERVIDOR PÚBLICO REGIDO PELA CLT ANTERIORMENTE À CARTA MAGNA DE 1988 - ESTABILIDADE NO EMPREGO - INTELIGÊNCIA DOS ARTIGOS 37/CF E 19/ADCT. Declara-se estável no emprego público "porteiro-zelador" admitido na vigência da Emenda Constitucional de 1969, com mais de cinco anos de serviço contados até 05.10.88, regido pela Consolidação Trabalhista. Nulidade não pode ser argüida por quem lhe deu causa.

(TRT-RO-15174/92 - 2ª T. - Rel. Juiz Michelangelo Liotti Raphael - Publ. MG. 04/02/94)

05. AÇÃO RESCISÓRIA - SERVIDOR PÚBLICO - RELAÇÃO DE EMPREGO - Sob a égide da Constituição Federal de 1967/1969 não se exigia para a contratação de servidor regido pela Consolidação das Leis do Trabalho o concurso público, razão pela qual, não se pode aduzir de nulidade a declaração judicial que apenas reconhece a existência de um fato.

(TRT-AR-00075/93 - Seção Especializada - Red. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 20/01/95)

06. REVERSÃO DO EMPREGADO AO CARGO EFETIVO - APOSTILAMENTO - CONTAGEM DO TEMPO DE SERVIÇO - O empregado da SUDECAP, inicialmente cedido pela PREFEITURA DE BELO HORIZONTE e posteriormente admitido pela cessionária, faz jus à contagem de todo o tempo de serviço prestado à empresa, para fins de incorporação, à remuneração, da gratificação percebida durante mais de uma década, pelo exercício de cargo de confiança. O Plano de Cargos e Salários da reclamada, ao prever o apostilamento, exige inicialmente que o empregado, quando da reversão ao cargo efetivo, conte mais de dez anos de efetivo exercício na empresa, e não que o servidor, na qualidade de empregado, tenha prestado serviços por mais de dez anos. Assim, sendo, a exclusão do período trabalhado sob a condição de servidor cedido não encontra respaldo na norma da reclamada.

(TRT-RO-9584/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Denise Alves Horta - Publ. MG. 25/02/95)

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447SINDICATO

01. ENTIDADE SINDICAL - REPRESENTATIVIDADE - Existindo disputa entre duas entidades sindicais sobre a base territorial que representam, matéria estranha à Justiça do Trabalho, determina-se a suspensão do processo até o trânsito em julgado da decisão sobre a quem incumbe a representatividade.

(TRT-DC-102/95 - Seção Especializada - Rel. Juiz Itamar José Coelho - Publ. MG. 05/05/95)

02. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SINDICATO. São devidos os honorários advocatícios ao Sindicato assistente, face ao disposto nos artigos 14, parágrafo 1º e 16 da Lei nº 5584/70. A invocada ilegitimidade da representação, por exercício profissional de advogado inscrito em outra seção da Ordem dos Advogados do Brasil, deveria ser formulada com a contestação (artigo 301, VIII, do CPC) e, mesmo se efetivada, não seria excludente da verba referida.

(TRT-RO-06680/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 23/07/94)

03. ORGANIZAÇÃO SINDICAL. NORMAS COLETIVAS. PRINCÍPIOS APLICÁVEIS. REAJUSTES. São princípios norteadores da organização sindical brasileira a territorialidade e a unicidade sindical. Transferido o reclamante para outra localidade, fica ele sujeito às normas coletivas emanadas da entidade sindical pertencente à nova base territorial e não àquelas aplicáveis ao lugar de origem da prestação de serviço, pena de ofensa aos princípios da territorialidade e da unicidade sindical.

(TRT-RO-01240/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Itamar José Coelho - Publ. MG. 22/10/94)

04. CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL - HOMOLOGAÇÃO NEGADA - Adota-se o entendimento consubstanciado no Precedente Normativo TRT - 207 para não homologar as cláusulas 43ª (fls. 164) e 41ª (fls. 171), porque possuindo a entidade sindical competência conferida constitucionalmente para, através de sua assembléia geral instituir contribuição, além daquela prevista em lei, desnecessária qualquer ratificação por parte do Poder Judiciário.

(TRT-DC-00064/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 25/11/94)

CONTRIBUIÇÃO SINDICAL. ILEGITIMIDADE DO EMPREGADO PARA PLEITEAR-LHE O RECOLHIMENTO. A teor do art. 6º do CPC, ninguém está autorizado a pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei. Sendo certo que o caso em tela não se subsume a nenhum especial dispositivo legal excepcionador da mencionada regra, não se pode reconhecer legitimidade ativa ad causam ao trabalhador, para intentar em juízo recolhimento de contribuições sindicais a este ou àquele sindicato, pois tal pretensão se funda em interesse da própria entidade sindical.

(TRT-RO-4484/95 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 27/05/95)

RECURSO ORDINÁRIO. RECOLHIMENTO DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL - EFEITOS - O fato de se recolher a contribuição sindical em favor de representante outro que não o representativo da categoria, nenhum efeito produz quanto à aplicação dos seus instrumentos normativos. A questão é de erro cometido pelo empregador, visto que a matéria pertinente à representação é legal e não se coaduna com vontade ou equívoco. O erro no recolhimento jamais interfere na representação legal da categoria.

(TRT-RO-1401/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 17/06/95)

SINDICATO - RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÃO SINDICAL - Enquanto que, para sua constituição, os Sindicatos devem atentar para a categoria econômica ou profissional que objetivam representar (art. 570 da CLT), por outro cumpre ao empregador eleger, como Sindicato próprio dos empregados que o servem para fins de recolhimento de contribuição sindical, aquele cuja categoria representada, preponderantemente, corresponde à de sua própria atividade comercial, industrial ou profissional.

(TRT-RO-16784/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Manuel Cândido Rodrigues - Publ. MG. 10/02/95)

05. REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL - SINDICATO - ILEGITIMIDADE - A inexistência de autorização expressa do empregado para que o Sindicato o represente judicialmente transporta o feito à extinção, por falta de legitimidade ad processum. A permissão, manifesta, do filiado é exigência de lei - art. 5º, XXI CF/88 - não cabendo iniciativa, do Sindicato para demandar, em nome próprio, sem outorga, direitos individuais dos integrantes da categoria.

(TRT-RO-05484/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 22.10.94).

SINDICATO - SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL - A reivindicação de diferenças salariais, fundadas em disposição prevista na lei de política salarial, se insere no âmbito do Enunciado 310/TST, tendo o Sindicato da categoria profissional legitimidade para a propositura da ação trabalhista na qualidade de substituto processual. Retorno dos autos à MM Junta de origem para exame do mérito do pedido.

(TRT-RO-13504/93 - 2ª T. - Red. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 11.11.94).

SINDICATO - SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL - LEGITIMAÇÃO ANÔMALA - AÇÃO DE CUMPRIMENTO - Em se tratando de ação de cumprimento, é induvidosa a legitimidade do Sindicato para atuar como substituto

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448processual dos integrantes da Categoria, em face do disposto no artigo 872, parágrafo único, da CLT.

(TRT-RO-11878/93 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 03.12.94)

SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. O Sindicato Profissional tem legitimidade para atuar na condição de substituto processual da categoria, inclusive quanto aos trabalhadores que não mais pertençam à reclamada à época do ajuizamento da reclamação trabalhista, porquanto a extinção do vínculo não traduz a sua desvinculação da categoria profissional.

(TRT-RO-10387/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 22.10.94)

SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL - É prevalente o entendimento de que o exercício do direito de agir de Entidade Sindical na defesa de direitos individuais de membros da correspondente categoria profissional subordina-se à autorização da lei. Entretanto, o Poder Executivo esmera-se e esforça-se em tornar mera fantasia a possibilidade de agir do Ente Sindical àquele propósito, porque veta dispositivo aprovado pelo Legislativo autorizando aquela atuação em face de normas coletivas (art. 41 Lei 8.880/94). Para tanto vale-se do argumento de estar consagrado na doutrina e na jurisprudência que tal não pode se dar. Só que olvida que tanto a doutrina, como a jurisprudência, assim consagram exatamente por ausência de autorização legal e quando esta surge, ainda que parcialmente, é relevada e relegada a plano de todo secundário, ao nível do crescente descaso e desrespeito ao social e à maioria da população brasileira constituída de trabalhadores.

(TRT-RO-20429/92 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 06.09.94)

SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL - ABRANGÊNCIA - ART. 8º, III, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL - ENUNCIADOS Nºs 286 E 310/TST. Conforme recente decisão do Colendo Supremo Tribunal Federal, o art. 8º, III, da Constituição Federal por si só confere legitimidade ativa aos sindicatos para "a defesa dos direitos e interesses coletivos e individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas", sendo de se afastar a interpretação limitativa do instituto da substituição processual no âmbito do Direito do Trabalho emprestada pelo inciso I do Enunciado nº 310/TST. Se a atual Constituição também valoriza e incentiva a negociação coletiva, inclusive com a participação obrigatória dos sindicatos (cf. seu artigo 8º, VI), está também superado, por contraditório com o espírito e a letra do novo Texto Fundamental, o entendimento consagrado antes de sua promulgação pelo Enunciado nº 286/TST, que não reconhecia a legitimidade do sindicato para atuar como substituto processual visando a observância de convenção coletiva.

(TRT-RO-00193/95 - 2ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 24.03.95)

SUBSTITUIÇÃO SINDICAL - ÂMBITO DE ABRANGÊNCIA - INTERPRETAÇÃO DO ART. 8º DA C.F. - A substituição processual da categoria, hoje elevada a nível constitucional, não se faz mais sob o signo limitativo do art. 6º do CPC, mas sob a inspiração da própria natureza da atuação dos sindicatos no âmbito do Direito Coletivo do Trabalho, onde atuam, não como soma, mas como síntese dos interesses individuais transpersonalizados em pretensões coletivas. Se no campo do Direito do Trabalho as pretensões transcendem a esfera de seus titulares para se transformarem em interesse de toda a categoria, está o Sindicato automaticamente autorizado a reivindicá-las na condição de substituto e não apenas de representante. A substituição, por ser conquista do sindicalismo moderno, deve sempre ser interpretada ampliativamente.

(TRT-RO-11157/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 27.09.94)

SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL - SINDICATO - ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE - Se a substituição processual pelo sindicato da categoria profissional ainda depende de autorização emanada da lei, para cada caso em específico, conforme entendimento cristalizado no Verbete sumular nº 310/TST, por certo que nas demandas relativas aos adicionais de insalubridade e periculosidade a substituição só é legítima para os empregados que sejam associados do sindicato-substituto, a teor do art. 195, parágrafo 2º, da CLT e do Enunciado nº 271, da Súmula do TST.

(TRT-RO-2246/94 - 4ª T. - Red. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 03.12.94)

SOBREAVISO

01. O uso do BIP caracteriza sobreaviso, porquanto tem o empregado sua liberdade limitada, não podendo usufruir livremente de suas horas de folga.

(TRT-RO-16841/94 - 1ª T. - Red. Juiz José Eustáquio de Vasconcelos Rocha - Publ. MG. 17.02.95)

02. Deverá ser pago a título de sobreaviso o período em que o empregado permanece à disposição do empregador. A expectativa de vir o obreiro a ser solicitado cerceia-lhe a liberdade, mantendo-o psicologicamente ligado à atribuição funcional e, em contrapartida, proporciona ao empregador segurança no resguardo de seus interesses.

(TRT-RO-04773/94 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice Monteiro de Barros - Publ. MG. 07.10.94)

SOCIEDADE

01. SÓCIO ACIONISTA E GERENTE GERAL - RELAÇÃO DE EMPREGO - INOCORRÊNCIA - Figurando o

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449reclamante no contrato social ab initio e de suas alterações na qualidade de sócio, com poderes gerenciais, podendo representar a sociedade em juízo ou fora dele, gozando dos lucros e assumindo prejuízos do empreendimento, não se enquadra no art. 3º consolidado e se confunde com o próprio empregador. Improcedência bem decretada.

(TRT-RO-12614/93 - 2ª T. - Rel. Juiz Michelangelo Liotti Raphael - Publ. MG. 04.02.94)

02. SÓCIO - RESPONSABILIDADE - O sócio-gerente responde pelas obrigações trabalhistas da sociedade quando extinta a empresa.

(TRT-AP-03224/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Celso Honório Ferreira - Publ. MG. 25.11.94)

SOLIDARIEDADE

01. ASSOCIAÇÃO SEM FIM LUCRATIVO - RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS. Ainda que não tenha a Associação finalidade de lucro, seus sócios responderão, na falta de bens da executada, pelo crédito trabalhista. Para se verem livres da constrição devem usar da prerrogativa do art. 596 do CPC.

(TRT-AP-783/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Antônio Augusto M. Marcellini - Publ. MG. 10.09.94)

02. AJUDA FINANCEIRA. CAIXA DE ASSISTÊNCIA OU PREVIDÊNCIA INSTITUÍDA NO ÂMBITO DO EMPREGADOR. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. Há possibilidade jurídica para o pedido de declaração (e posterior condenação) de solidariedade do empregador pelo pagamento dos benefícios feitos por Caixa de Assistência e Previdência, instituída em seu âmbito. Tal declaração, contudo, limita-se à existência ou não de responsabilidade decorrente do direito do trabalho, qual seja, definir se a obrigação assumida é oriunda do contrato de trabalho. Se tal fato for constatado, a responsabilidade solidária do empregador evidencia-se, ainda que seu pagamento tenha sido atribuído a terceiro, Caixa de Assistência. Constatado, contudo, que os benefícios instituídos e pagos não se originaram do contrato de trabalho, mas em razão da vontade de seus associados, sem a ingerência institucional do empregador, não pode esta Justiça dizer da solidariedade pretendida, apenas pelo fato de que a Caixa de Assistência, por longo período, dele (empregador) obteve ajuda financeira, posteriormente suprimida, que inviabilizou os seus objetivos. Se solidariedade existir nesta circunstância não é ela decorrente do direito do trabalho.

(TRT-RO-03959/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 1º.07.94)

O art. 9º da CLT autoriza desconsiderar-se a personalidade jurídica da Caixa de Assistência criada e mantida pelo empregador, ("Disregard of legal Entity Theory"), a fim de que os direitos dos empregados não sejam desvirtuados, fraudados, ou tenham sua eficácia impedida. Conseqüência dessa desconsideração é que para os efeitos processuais o banco empregador e sua caixa de assistência passam a ser uma única e mesma pessoa, respondendo solidariamente pelo direito dos reclamantes. Impertinente, portanto, a invocação do art. 896 do Código Civil Brasileiro.

(TRT-RO-11599/93 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 18.10.94)

03. SOLIDARIEDADE PASSIVA - EMPRESA CONSTRUTORA - Sendo a reclamada uma empresa construtora, que constrói para depois revender os imóveis, vê-se que ela é a própria empreiteira, devendo arcar solidariamente com a subempreiteira, com as parcelas objeto da condenação, aplicando-se o art. 455/CLT.

(TRT-RO-05959/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 1º.07.94)

RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA - A parte que alega responsabilidade solidária de outrem atrai para si o "ônus probandi". E a prova há de ser inequívoca, pois a solidariedade, conforme estabelece o art. 896 do Código Civil, não se presume. Ao revés, decorre da lei ou do contrato entre as partes. Recurso Ordinário a que se nega provimento.

(TRT-RO-13092/93 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 08.11.94)

SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL

01. RENÚNCIA - A renúncia à substituição processual não implica em afronta a norma de interesse público (ou de ordem pública conforme preferem alguns), pois não corresponde a renúncia nem desistência de direito material assegurado aos trabalhadores. Assim, é uma faculdade deles, já que a autorização legal para serem substituídos não os torna incapazes, tutelados ou curatelados e, de conseqüência, não os incapacita para optarem por outro iter processual de ação: o de, pessoalmente, vindicarem seus direitos. Nem para desistirem ou renunciarem, pois evidente que ninguém pode ser "forçado" e estar em Juízo.

(TRT-RO-14045/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 02.12.94)

02. ENUNCIADO 310 DO TST - A condenação beneficia apenas os substituídos relacionados no processo, existindo, para os substituídos não relacionados, o direito de propor outra ação, de acordo com o enunciado 310 do TST, que estabeleceu quem é atingido pelos efeitos da sentença.

(TRT-RO-05808/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 23.07.94)

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450 ROL DE SUBSTITUÍDOS - O rol dos substituídos a que se refere o Enunciado 330 do TST há que nomear os

empregados que têm o direito a vindicar e não uma listagem da Caixa Econômica Federal, com outra finalidade, de seis anos depois, relacionando diversos empregados que nem sequer eram empregados à época da lei que teria gerado o direito. O autor está fazendo reivindicação aérea e genérica, englobando gregos e troianos, deixando de trazer os limites do pedido quanto aos titulares do direito, em desacordo com a lei processual.

(TRT-RO-09235/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG. 02.09.94)

SUCESSÃO

01. SUCESSÃO TRABALHISTA - A sucessão trabalhista se revela como uma assunção de débitos, onde o sucedido se desonera e o sucessor se obriga. O contrato de trabalho é preservado pelo disposto nos arts. 10 e 448 da CLT. Agravo de Petição a que se nega provimento.

(TRT-AP-3604/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 31.01.95)

SUCESSÃO TRABALHISTA - MINASCAIXA - Não houve sucessão trabalhista entre a MinasCaixa e o Estado de Minas Gerais em face da lei que determinou a conversão de regime e conseqüente absorção dos antigos empregados daquela (Lei nº 10.470/91).

(TRT-ED-3660/95 (RO-12537/93) - 2ª T. - Rel. Juiz Michelangelo Liotti Raphael - Publ. MG. 17.03.95)

02. CRIAÇÃO DE MUNICÍPIO - ILEGITIMIDADE DE PARTE. A criação de novo município, antigo distrito, configura a sucessão de empregadores, tornando-se o mesmo responsável pelos direitos trabalhistas do empregado que laborava e labora em sua área territorial. Por conseguinte, o Município de onde foi desmembrado o antigo distrito não tem legitimidade para figurar no polo passivo da demanda, estando correta a decisão de Primeiro Grau que extinguiu o processo, sem julgamento do mérito, com fincas no art. 267, VI, do CPC, por correta observância da manifesta sucessão trabalhista.

(TRT-RO-6620/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 08.07.95)

- T -

TERCEIRIZAÇÃO

01. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. LICITUDE DE TERCEIRIZAÇÃO. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. INOCORRÊNCIA. Reconhecida a impossibilidade jurídica de formação do vínculo empregatício diretamente com o tomador de serviços de limpeza e conservação, por força do En. 331 do TST, inciso III, e não tendo restado demonstrada qualquer ilegalidade na contratação dos referidos serviços especializados, não se pode impor a empresas integrantes da Administração Pública Indireta o ônus da responsabilidade subsidiária. É que, em tal hipótese, a aplicação da teoria do risco integral a ser suportado pela Administração e o princípio tuitivo do Direito do Trabalho não sobrepassam o interesse público consubstanciado na proteção da Administração Pública, mormente quando esta atua de forma estritamente legal. Inteligência do En. 331 do TST, sob a luz do art. 8º da CLT, caput, parte final.

(TRT-RO-3532/95 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 17.06.95)

Os atos praticados pela administração pública direta e/ou indireta gozam de presunção de legitimidade e legalidade e, via de conseqüência, considera-se legítimo o contrato de prestação de serviços celebrado entre empresa integrante da administração indireta e empresa prestadora de serviço, objetivando o fornecimento de mão-de-obra destinada a suprir atividade secundária da tomadora.

(TRT-RO-11710/94 - 2ª T. - Red. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 07.10.94)

Conquanto seja possível a contratação de empresa especializada para prestação de serviço, terceirizando atividades que a empresa contratante não interessa manter, há de se questionar, no entanto, a forma como esta atividade se desenvolve. Aquela excessiva terceirização, que vai abrangendo cada vez mais um tipo de trabalho de necessidade permanente e essencial da empresa, à qual deve se vincular e com a qual precisa se identificar, num relacionamento harmônico, é ilícita, porque impede a aplicação das normas de proteção ao trabalho.

(TRT-RO-09648/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 06.12.94)

ESPECIALIZAÇÃO. LICITUDE. Comprovada a especialização do serviço de separação e classificação de documentos e papéis compensáveis, pela circunstância de que três bancos dele se utilizaram, concomitantemente, e não se vislumbrando, nos autos, pessoalidade e subordinação direta, pois que o empregado do banco terceirizado fazia simples acompanhamento in loco da execução do contrato, inocorre a formação de vínculo de emprego com o banco tomador dos serviços. Inteligência do enunciado 331, III, do TST.

(TRT-RO-04709/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 05.10.94)

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451 SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA - TERCEIRIZAÇÃO - VÍNCULO DE EMPREGO. Impedindo o art. 37 - II -

da Constituição Federal a investidura em cargo ou emprego público sem aprovação prévia em concurso, não se há falar em vínculo de emprego com os órgãos da Administração Pública, ainda que indireta, quando ocorre contratação irregular de trabalhador, através de empresa interposta, pena de se possibilitar, por via transversa, a inobservância do texto constitucional expresso. Quando for o caso, apenas haverá responsabilidade subsidiária do órgão administrativo quanto às verbas devidas pela empresa interposta.

(TRT-RO-4052/95 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 15.07.95)

02. PRINCÍPIO DA ISONOMIA. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ARTIGO 12, a, DA LEI Nº 6.019/74. A analogia legis implica no reconhecimento de que a questão sub judice, apesar de não se enquadrar no dispositivo legal, deve cair sob sua égide por semelhança de razão (UBI EADEM LEGIS RATIO, IBI EADEM DISPOSITIO). Se os trabalhadores temporários, por força do artigo 12, a, da Lei nº 6.019/74, fazem jus a remuneração equivalente à paga aos empregados da mesma categoria profissional da empresa tomadora de seus serviços, com muito maior razão os trabalhadores contratados de forma permanente por empresa interposta para a prestação de serviços essenciais à empresa cliente terão direito a todas as vantagens asseguradas à categoria dos empregados da mesma. A terceirização de mão-de-obra, mesmo quando lícita, não pode servir de instrumento de redução dos custos de mão-de-obra se isto implicar em violação do princípio constitucional da isonomia.

(TRT-RO-07565/94 - 3ª T. - Red. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 25.07.95)

03. PROFISSÃO DO EMPREGADO - Na terceirização a profissão do empregado não se define pelo vínculo social básico de seu empregador, mas daquele decorrente do tomador de serviço.

(TRT-RO-00558/95 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 10/03/95)

TESTEMUNHA

01. CONTRADITA. A utilização do direito de ação, constitucionalmente garantido, pela testemunha, não a impede de depor, nem torna seu depoimento necessariamente suspeito. A situação não se enquadra no elenco de situações que determinam o impedimento ou a suspeição da testemunha, expressamente previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (art. 829) no Código de Processo Civil (art. 405, parágrafos 2º e 3º).

(TRT-RO-14605/93 - 5ª T. - Rel. Juiz Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Publ. MG. 04.03.95)

CONTRADITA - NULIDADE - CERCEAMENTO DE DEFESA - Inocorre suspeição ou impedimento da testemunha, no processo do trabalho, pela tão-só circunstância de estar demandando contra o reclamado, que também é seu ex-empregador ou pretende que o seja, através de reclamatória própria, no exercício do seu constitucional direito de ação e via do devido processo legal. Ademais, mesmo quando acolhida a contradita, não é faculdade atribuída ao Juiz Presidente e instrutor do feito deixar de colher o depoimento como informações, em face da determinação cogente do art. 829 da CLT. Configurado o cerceamento de defesa, dá-se provimento ao recurso, para acolher a nulidade argüida pela parte autora, a quem incumbia o ônus probatório.

(TRT-RO-9327/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 24.09.94)

CERCEAMENTO DE DEFESA - TESTEMUNHA INTERESSADA - A lei veda o depoimento dos diretamente interessados na causa, como é o caso do empregado que arrola, como testemunha única, o colega que demanda, em ação distinta, pelos mesmos motivos, o mesmo empregador, apresentando como prova única também, o autor aqui. O interesse mútuo se evidencia - cada qual fazendo prova, a favor do outro. Pelo que se impõe o acolhimento de contradita, à inidoneidade jurídica do depoimento.

(TRT-RO-16132/94 - 5ª T. - Red. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 04.03.95)

Não constitui óbice à oitiva de testemunha o fato desta estar exercitando o direito de ação contra o mesmo empregador, em face do princípio postulário. A testemunha não se torna suspeita ou impedida para depor, notadamente, porque o art. 829 da CLT não proíbe a oitiva de testemunha em caso como tal. A testemunha presta compromisso, e se caracterizada a sua falsidade, há ordenamento jurídico próprio para tanto.

(TRT-RO-791/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 08.04.95)

PROVA TESTEMUNHAL - CONTRADITA - A contradita apresentada contra testemunha deve estar calcada em fatos objetivos, não se admitindo mera especulação quanto à sua suspeição ou impedimento. O fato de a testemunha ser dirigente sindical e estar o autor assistido pelo Sindicato, por si só, não se traduz em óbice do depoimento, máxime porque, esta hipótese não está tipificada na lei.

(TRT-RO-965/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Luiz Ronan Neves Koury - Publ. MG. 01.04.95)

TESTEMUNHA EM LITÍGIO COM O RÉU - SUSPEIÇÃO - Em princípio, o simples fato de a testemunha estar em litígio com o empregador-reclamado, não autoriza concluir-se pela sua parcialidade, à míngua de previsão legal neste sentido.

(TRT-RO-9261/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 09.09.94)

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452

TESTEMUNHA CONTRADITADA. O simples fato de ter a testemunha convocada demandado contra o empregador, por si só, não obriga ao deferimento de contradita oferecida, máxime quando tal ação desaguou em celebração de acordo.

(TRT-RO-1222/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José Waster Chaves - Publ. MG. 09.09.94)

02. PROVA TESTEMUNHAL. A análise da prova testemunhal deve se nortear por critérios de razoabilidade. Não pode o juiz, a partir de seu exame, atribuir, a um mesmo fato, efeitos diversos e conflitantes. Se se considera eficaz o depoimento para fixar que o exercício das funções pelo paradigma não se iniciou mais de dois anos antes do Reclamante, não se poderá considerá-lo ineficaz como prova da data de efetivo início das funções.

(TRT-RO-10189/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 14.10.94)

PROVA TESTEMUNHAL - SUA PRODUÇÃO ATRAVÉS DE CARTA PRECATÓRIA - O fato das testemunhas terem sido ouvidas através de Carta Precatória não retira da Junta Deprecante a possibilidade de fazer um juízo de valor em relação aos depoimentos, para formação de sua convicção. A prevalecer a tese do recorrente, a utilização de Carta Precatória para produção de prova testemunhal seria fonte permanente de desconfiança, tornando-se ociosa a sua previsão em nosso ordenamento jurídico.

(TRT-RO-3942/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Luiz Ronan Neves Khoury - Publ. MG. 29/04/95)

PROVA TESTEMUNHAL - NULIDADE - PRECLUSÃO - Deixando de argüir, no momento oportuno, ou seja, na própria audiência, a suspeição das testemunhas, seja por que motivo for, fazendo registrar em ata protestos, levantando a parte interessada, desde logo, a nulidade que entende ocorrer, inclusive requerendo o encerramento da instrução sem qualquer oposição, ocorre preclusão da matéria, admitindo-se, no caso, tão-somente, a discussão sobre o valor da prova testemunhal e a valoração a ela dada, jamais conseqüenciando a anulação do processo.

(TRT-RO-07519/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Maurício Pinheiro de Assis - Publ. MG. 20.08.94)

TESTEMUNHA EM LITÍGIO CONTRA O MESMO EMPREGADOR - A simples circunstância de a testemunha arrolada demandar contra o mesmo réu, por si só, não a insere nas hipóteses de impedimento e suspeição, enumeradas no art. 829/CLT c/c art. 405/CPC. O exercício do direito de ação, constitucionalmente assegurado, não importa suspeição, embora o reclamado seja o mesmo.

(TRT-RO-16107/93 - 4ª T. - Rel. Juiz Carlos Alberto Reis de Paula - Publ. MG. 13.08.94)

TESTEMUNHA. SUSPEIÇÃO. Testemunhas que litigam contra o mesmo reclamado, com idêntico fundamento, não podem presumidamente ser consideradas interessadas na causa, portanto, suspeitas. Essa postura encontra sua razão de ser nas peculiaridades que moldam o processo trabalhista. Sem se desprezarem as cautelas a serem adotadas quando da valoração da prova oral, há de se reconhecer, entrementes, que, muitas vezes, é ela o único meio probatório ao alcance da parte. Isso se dá freqüentemente no âmbito da lide trabalhista, que se submete ao princípio da primazia da realidade. Logo, em respeito ao constitucionalmente consagrado direito de ação, art. 5º, XXXV, da CF/88, devem-se afastar quaisquer restrições à produção de provas testemunhais, senão aquelas expressamente previstas no art. 829 da Consolidação.

(TRT -RO-3780/95 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 27/05/95)

TESTEMUNHA - SUSPEIÇÃO - O fato de a testemunha ter sido contemporânea do reclamante, trabalhando no mesmo local e para o mesmo empregador não caracteriza, por si só, a intimidade entre eles, motivadora de suspeição, antes, constituem fatores essenciais ao acolhimento do testemunho.

(TRT-RO-11612/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 29.10.94)

TESTEMUNHA - SUSPEIÇÃO - DEMANDA PENDENTE - Não é isenta a testemunha que vem depor na pendência de demanda idêntica contra o mesmo empregador. A verdade da testemunha, porque com a mesma causa de pedir, poderá restar comprometida se informações existirem contra seus próprios interesses e que poderiam ser usadas em seu processo.

(TRT-RO-10038/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Antônio Miranda de Mendonça - Publ. MG - 23/09/94)

TESTEMUNHA SUSPEITA - Partilho de entendimento de que a testemunha que litiga com o reclamado não detém a isenção necessária para depor, devendo o seu depoimento ser apreciado com reservas, sempre em confronto com as demais provas.

O acolhimento da contradita não viola o acesso ao judiciário, direito constitucionalmente assegurado. O acesso ao judiciário é garantia da parte e não da testemunha. A questão, "data venia", é diversa. O que se

discute é se o meio de prova eleito pelo litigante é idôneo. A hipótese dos autos não permite que se absolva o reclamado da condenação, porque o depoimento do

preposto é bastante para que ela persista. Recurso improvido, no particular. (TRT-RO-12063/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Ricardo Antônio Mohallem - Publ. MG. 22.10.94)

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TESTEMUNHA QUE POSTULA AÇÃO RECLAMATÓRIA CONTRA O MESMO EMPREGADOR - NULIDADE DA DECISÃO. A testemunha que postula ação reclamatória contra o mesmo empregador, não é suspeita, seja porque o artigo 829 da CLT não proíbe sua oitiva, seja porque está exercendo um direito assegurado constitucionalmente tendo, inclusive, quando do seu depoimento, sido advertida e compromissada. Não havendo qualquer prova que pudesse desmerecer seus informes, não há que se falar em nulidade da decisão.

(TRT-RO-03188/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Deoclécia Amorelli Dias - Publ. MG. 04.03.95)

TRABALHADOR

Autônomo

01. COLOCADOR DE VIDROS - TRABALHO AUTÔNOMO - Não é empregado, mas autônomo, o colocador de vidros que permanece à porta das lojas ou em pontos conhecidos para a colocação de vidros adquiridos por clientes que solicitam a indicação de profissionais do ramo, para tal.

(TRT -RO-17126/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Antônio Fernando Guimarães - Publ. MG. 10.02.95)

Não é autônomo o trabalhador que não tem idoneidade para arcar com as despesas atinentes a sua própria atividade.

(TRT-RO-9801/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - Publ. MG. 18.10.94)

RELAÇÃO DE EMPREGO. Pagamento direto aos fornecedores, auxílio de terceiros e contratação em virtude de servir refeição por preço inferior ao dos concorrentes são elementos fáticos que caracterizam o trabalhador a domicílio como autônomo.

(TRT-RO-07129/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 05.10.94)

TRABALHO TEMPORÁRIO

01. DESVIRTUAMENTO DE SUA FINALIDADE - DESCARACTERIZAÇÃO - FORMAÇÃO DO VÍNCULO COM O TOMADOR OU CLIENTE - VERBAS DEVIDAS. Ficando comprovado que o contrato de trabalho temporário não teve sua finalidade cumprida, ao ser desvirtuado para atender de forma inespecífica a necessidade do tomador ou cliente, descaracteriza-se como contrato a prazo e especial, tendo o empregado direito às verbas deferidas. Entretanto, o dono da obra não pode ser responsabilizado pelas contratações irregulares de seu empreiteiro, solidamente constituído, pois o dono da obra não se equipara ao empreiteiro principal.

(TRT-RO-5515/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Carlos Alves Pinto - Publ. MG. 14.10.94)

02. LEI 6019. Nada justifica, a partir da Lei 6019, que o trabalho temporário somente possa ser objeto de trabalho qualificado, no sentido de técnico ou especializado. Todo trabalho é especializado e não se permite a distinção entre trabalho intelectual e manual.

(TRT-RO-13496/94 - 1ª T. - Rel. Juiz Carlos Alves Pinto - Publ. MG. 20.01.95)

LEI 6019/74 - RESTRIÇÕES. Sendo normal a necessidade de contratação de mão-de-obra, tendo-se em vista os fins da empresa, normal igualmente terá de ser a forma de fazê-lo, ou seja, diretamente pela tomadora dos serviços, mediante contrato por tempo indeterminado. Isto porque o Direito do Trabalho prestigia a integração do empregado à empresa, o que o contrato temporário impede. É abusiva, pois, esta modalidade de contratação, na hipótese, que encontra óbice no artigo 9º da CLT, configurando-se o vínculo direto entre a tomadora dos serviços e o empregado.

(TRT -RO-4794/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 23.08.94)

TRANSFERÊNCIA

01. TRANSFERÊNCIAS - DISTINÇÃO EM DEFINITIVAS E PROVISÓRIAS - IRRELEVÂNCIA - Irrelevante a distinção doutrinária - que não existe na lei - das transferências em definitivas e provisórias, uma vez que se verificam em ambas os mesmos ônus. A apologia dessa distinção constitui autêntico psitacismo, porque, rigorosamente, a definitividade somente se verificaria se o empregado permanecesse, no local para onde fora transferido, até aposentar-se ou falecer.

(TRT-RO-983/95 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 24/03/95)

TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO

01. Empregado que trabalha em turnos diurno e noturno, com sucessivas modificações de horários, em atividade empresarial contínua, faz jus à jornada especial de seis horas, salvo negociação coletiva em contrário (CF, art. 7º, XIV). O preceito se impõe, diante da constatação de que a alternância de horário prejudica o metabolismo humano. Os descansos semanal e intrajornada, previstos nos artigos 67 e 71, "caput" e parágrafo 1º, da CLT, não afastam a existência do turno ininterrupto de revezamento. Do contrário, para sua configuração, seria

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454necessário que houvesse violação a outros direitos que visam à melhoria da condição social dos trabalhadores urbanos e rurais, o que fere o princípio da razoabilidade.

(TRT-RO-7128/92 - 3ª T. - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - Publ. MG. 31.01.95)

HORAS EXTRAS - TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO - INTERVALOS. Não obstante as discussões a propósito do que seja turno ininterrupto de revezamento tem-se entendido que esta dicção constitucional significa sistema de revezamento habitual adotado pela empresa. Portanto, a concessão de intervalos intra-jornadas e de repouso semanal remunerado não descaracterizam ininterruptibilidade de que trata o inciso IV do art. 7º da CF; devendo as horas trabalhadas além da sexta diária, ou trigésima sexta semanal, serem remuneradas como extras.

(TRT-RO-2604/94 - 3ª T. - Rel. Juiz Antônio Álvares da Silva - Publ. MG. 31.01.95)

TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. CARACTERIZAÇÃO. A existência de intervalo intra-jornada e descanso semanal, exigências de lei, não descaracterizam a natureza ininterrupta dos turnos sucessivos de revezamento, cuja tipificação ocorre pela seqüência contínua dos turnos, cobrindo todas as horas do dia e não pelas características formais de cada turno considerado em si.

(TRT-RO-18411/93 - 5ª T. - Rel. Juiz Paulo Araújo - Publ. MG. 23.07.94)

TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO - CARACTERIZAÇÃO - INEGLIGÊNCIA DA NORMA CONSTITUCIONAL - A caracterização do turno ininterrupto de revezamento não está condicionada à concessão ou não de intervalo intrajornada para refeição ou descanso. O que o identifica é o fato do empregado, de forma habitual, trabalhar em turnos com alternância de horários, impedido de ter horário uniforme.

(TRT-RO-10837/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 01.10.94)

TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO - DESCARACTERIZAÇÃO - Para se caracterizar o trabalho em turnos ininterruptos de revezamento, é necessário que, além de a variação ocorrer semanalmente, também que haja trabalho no horário compreendido entre 00:30 e 05:20 horas.

(TRT-RO-07737/94 - 3ª T. - Rel. Juíza Maria Laura Franco Lima de Faria - Publ. MG. 05.10.94)

02. A alteração da jornada diária de trabalho para turnos de revezamentos ininterruptos, de modo a adequá-la ao mandamento constitucional, com redução do intervalo para repouso ou refeição, prevista em acordo coletivo, independe de consentimento do empregado diante da valorização da norma coletiva pela atual Constituição Federal.

(TRT-RO-00849/95 - 1ª T. - Rel. Juiz José Eustáquio de Vasconcelos Rocha - Publ. MG. 10.03.95)

TURNO DE REVEZAMENTO - A simples concessão de intervalos para refeição e/ou folgas aos domingos não afasta o direito à jornada reduzida de 6 horas, prevista para aqueles que labutam em turnos ininterruptos de revezamento, porquanto não impede a agressão ao sistema biológico do empregado, permanecendo os desgastes físicos e mentais pelas constantes alterações do ciclo fisiológico. Exatamente para compensar tais agressões é que a jornada foi reduzida, pelo que não deve o intérprete ignorar o elemento teleológico da norma.

(TRT-RO-134/95 - 3ª T. - Rel. Juiz Sebastião Geraldo de Oliveira - Publ. MG. 21.03.95)

TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO. Os intervalos na jornada de trabalho para alimentação e descanso nada têm a ver com a caracterização ou não do turno ininterrupto de revezamento. Turno é a divisão do tempo da atividade produtiva empresária, quando esta é executada sem interrupção no dia. Daí, a concessão de intervalos não se mostra suficiente para descaracterizar como ininterruptos os turnos em que se desenvolve o processo produtivo da empresa.

(TRT-RO-12415/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José César de Oliveira - Publ. MG. 21.10.94)

TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO - A simples concessão de intervalos para refeição e folga aos domingos e feriados por paralisação das atividades e em alguns sábados, não afastam o direito à jornada reduzida, porquanto não impedem a agressão ao sistema biológico do empregado, permanecendo os desgastes físicos e mentais pelas constantes alterações do ciclo fisiológico do sono, dos horários de alimentação e convivência familiar.

(TRT-RO-12417/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 12.11.94)

TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO. DIREITO AO PAGAMENTO DA 7a. E 8a. HORAS DIÁRIAS COMO EXTRAS. A Constituição Federal de 1988, quando em seu artigo 7º, XIV, estabeleceu a jornada normal de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, procurou não apenas compensar o maior desgaste dos empregados mas também promover a melhoria de sua condição social e econômica. Ao reduzir o número máximo de horas normais daqueles trabalhadores de 240 para 180 mensais, obviamente o legislador constituinte não pretendeu diminuir sua remuneração mensal em igual proporção - ao contrário, na prática estabeleceu em outras palavras que a hora trabalhada em turnos ininterruptos de

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455revezamento deve ser remunerada em valor superior ao da hora laborada em turnos fixos. Por isso, tanto no caso do trabalhador mensalista quanto no do horista, o entendimento de que sua remuneração normal e mensal já estaria remunerando a 7a. e 8a. horas diárias, sendo pois devidos apenas os adicionais de horas extras correspondentes, implica em esvaziar substancialmente a conquista constitucional e em ignorar o princípio fundamental do Direito do Trabalho de que suas normas devem ser interpretadas no sentido de ampliar e não de restringir a proteção e as conquistas da parte hipossuficiente. Decisão de primeiro grau que se mantém.

(TRT-RO-440/95 - 2ª T. - Rel. Juiz José Roberto Freire Pimenta - Publ. MG. 07.04.95)

TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO - EXISTÊNCIA DE INTERVALOS INTRAJORNADA E REPOUSO SEMANAL FIXO - A ininterruptividade de turnos a que se refere o artigo 7º, XIV, da CF/88, tem em vista a atividade da empresa e não a do empregado, que dispõe de intervalo intrajornada e repouso semanal por imposição legal.

(TRT-RO-4955/95 - 4ª T. - Rel. Juiz Márcio Túlio Viana - Publ. MG. 08.07.95)

TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO - JORNADA MÁXIMA - MODIFICAÇÃO ATRAVÉS DE NEGOCIAÇÃO COLETIVA - POSSIBILIDADE - FLEXIBILIZAÇÃO. Embora tenha a Constituição Federal de 1988 instituído a jornada de seis horas para os trabalhos realizados em turnos ininterruptos de revezamento (art.7º, XIV), assegurou ela a possibilidade de adequação da norma aos casos concretos através de negociação coletiva, adotando, ainda que timidamente, o princípio da flexibilização, pelo qual é possível amoldarem-se as normas jurídicas visando à manutenção da viabilidade da atividade econômica e a continuidade da relação de emprego.

(TRT-RO-12899/94 - 2ª T. - Rel. Juiz Pedro Lopes Martins - Publ. MG. 25.11.94)

03. INCISO XIV, DO ART. 7º, DA CF/88 - INTERPRETAÇÃO ERRÔNEA - Dispõe expressamente o artigo sétimo, item XIV, da CF/88, que é de seis horas diárias a jornada para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva. Permite, pois, a Constituição que a negociação coletiva altere ou afaste o disposto quanto às mencionadas seis horas. Decisão que reduz o alcance da negociação coletiva ao limite máximo de 36 horas, dá uma interpretação errônea à norma constitucional.

(TRT-AR-264/94 - Seção Especializada - Rel. Juiz Itamar José Coelho - Publ. MG. 17.02.95)

TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO - A condenação no adicional de horas extras limita-se ao período em que inexistiu negociação coletiva. No período contratual acobertado por negociação coletiva, impossível o reconhecimento de horas extras superiores à sexta diária. Recurso provido parcialmente.

(TRT-RO-11997/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Ricardo Antônio Mohallem - Publ. MG. 05.11.94)

TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO - REGIME DE COMPENSAÇÃO - Havendo liberdade sindical e sendo este bem jurídico tutelado pela Carta Maior, o principal atributo desta liberdade é a Convenção Coletiva, também garantida a nível constitucional - art. 7º, item XVI, CF. Assim, não poderá a Justiça do Trabalho intervir na vontade coletiva dos sindicatos, soberanamente manifestada através da negociação coletiva.

(TRT-RO-3910/95 - 2ª T. - Rel. Juiz Michelângelo Liotti Raphael - Publ. MG. 02.06.95)

- U -

URV

01. CONVENÇÃO COLETIVA - URV (UNIDADE REAL DE VALOR) - A convenção coletiva celebrada antes do advento da Medida Provisória nº 434/94 deve ser reconhecida e aplicada na data-base de 01.03.94, não se afastando o reajuste de salário nela previsto sob o pretexto da superveniente URV. Esta, aliás, constitui unidade monetária de atualização diária dos preços e salários, não substituindo os aumentos das diversas categorias profissionais, obtidos por meio de legítimas negociações coletivas e selados em eficazes instrumentos normativos.

(TRT-RO-11316/94 - 4ª T. - Rel. Juiz Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto - Publ. MG. 15.10.94)

02. CONVERSÃO DO CÁLCULO DA EXECUÇÃO PARA URV - Atualizado o valor da condenação pela TRD, até 15.03.94, o critério legal de conversão determinado pela MP 434/94 (Lei 8880/94) não é o da média, como definido para os salários, estando correta a d. decisão que atualizou o valor devido com os acréscimos legais, convertendo-o para a URV pelo pico, de conformidade com o art. 10. do mesmo dispositivo legal.

(TRT-AP-01963/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 29.10.94)

03. MP 434/94 (LEI 8880/94) - MULTA POR DISPENSA IMOTIVADA - A multa prevista na MP 434/94, convertida na Lei 8.880/94, em seu artigo 31, não se enquadra como de indenização por tempo de serviço, quando, aí sim, dependeria de lei complementar, na forma do inciso I do art. 7º da Constituição da República. Trata-se, simplesmente, de fórmula encontrada para reduzir o número de dispensas, a pretexto da criação da URV, e temporariamente, sendo que o termo indenização é utilizado visando-se à não tributação da verba para

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456qualquer efeito, inclusive previdenciário.

(TRT-RO-11678/94 - 4ª T. - Rel. Juíza Ana Maria Valério Riccio - Publ. MG. 05.11.94)

REAJUSTE SALARIAL - CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO - MEDIDA PROVISÓRIA 434/94 - A recomposição salarial negociada em Convenção Coletiva de Trabalho, celebrada em 25.02.94, com vigência a partir de 01.03.94, não é obstaculada pelas disposições contidas na Medida Provisória 434/94, posteriormente convertida na Lei 8,880/94, que instituiu a URV (Unidade Real de Valor), em face do disposto em seu artigo 18 que fixou apenas critério obrigatório mínimo para a conversão dos salários para adequação ao novo padrão de valor monetário, evidentemente sem cassar vantagens normativas conquistadas anteriormente.

(TRT-RO-11764/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 05.11.94)

As verbas rescisórias devem ser pagas com base no salário em URV do dia do efetivo pagamento, sem que possa projetar o acerto para o término do aviso prévio se a empresa tem prazo para sua quitação, sob pena de multa. RO DO RECLAMANTE DESPROVIDO.

(TRT-RO-1205/95 - 1ª T. - Rel. Juiz José Eustáquio de Vasconcelos Rocha - Publ. MG. 17.03.95)

VERBAS RESCISÓRIAS - DIFERENÇAS - Inexistem as pleiteadas diferenças das verbas rescisórias, em razão da variação da URV entre a data do efetivo pagamento e do termo final do aviso prévio indenizado, já que aquela consistia em um índice diário, que visava manter o poder de compra da moeda, não sendo fator de reajustamentos salariais.

(TRT-RO-12230/94 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 05.11.94)

- V -

VALE-TRANSPORTE

01. O vale-transporte, benefício que é concedido ao trabalhador, não tem natureza salarial, não se incorpora à remuneração, nem sofre incidência previdenciária. Sua concessão depende de requerimento do empregado ao empregador e comprovação do previsto nos arts. 7º e 8º do Decreto nº 95247/87.

(TRT-RO-12573/94 - 5ª T. Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 19.11.94)

02. Não se defere ao empregado o vale-transporte sem comprovação de que o mesmo pleiteou ao empregador o benefício, inclusive com o declínio do meio de transporte usado.

(TRT-RO-12079/93 - 5ª T. - Rel. Juiz Márcio Ribeiro do Valle - Publ. MG. 05.11.94)

VIGILANTE

01. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE - Não há previsão legal de pagamento de adicional de periculosidade ao vigilante da área, cujas funções são de ronda e fiscalização sem manuseio ou contato direto com qualquer produto inflamável.

(TRT-RO-10577/94 - 2ª T. - Rel. Juiz José Waster Chaves - Publ. MG. 23.09.94)

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE - ENERGIA ELÉTRICA - VIGILANTE - Excluir o vigilante que permanece habitualmente em área de risco do direito ao adicional de periculosidade, em razão da natureza de sua atividade, significa estabelecer tratamento diferenciado para obreiros que trabalham em condições idênticas. Tal discriminação é vedada pelo princípio constitucional da igualdade (art. 5º, "caput").

(TRT-RO-016951/93 - 3ª T. - Rel. Juiz José Murilo de Morais - Publ. MG. 11.10.94)

02. CAFÉ DA MANHÃ - VANTAGEM PREVISTA EM CCT SOB CONDIÇÃO - O empregado que exerce função de vigia no horário de 17:00 às 24:00 horas não faz jus ao café da manhã, benefício previsto em norma coletiva, condicionada ao início de jornada e desconto salarial pertinente.

(TRT-RO-2812/95 - 2ª T. - Rel. Juiz Michelangelo Liotti Raphael - Publ. MG. 19.05.95)