embranco #8

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PA PA APO PO O O O PO INCOM M M MU U UM COM TIAGO SANTIAGO É NA ESTRADA EM MONTÉVIDEU 4 4 P PERGUNT AS P ARA ANDRÉ TRIGUEIRO OL OL L LHO HO HO HO HO H S ABER ERTO TO T S S AT TE ENÇÃO COM O ÓLEO DE COZINHA R RESPO ONSABILIDADE SOCIAL VIVA CAZUZA Empreendedorismo, crônicas, depois das dez, dicas de blogs, de livros e muito mais. #8 Distribuição gratuita

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8ª edição da Revista EMBRANCO, a revista que você escreve.

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Page 1: EMBRANCO #8

PAPAAPOPOOOOPO INCOMMMMUUUM COM TIAGO SANTIAGO

PÉÉPÉPÉ NA ESTRADA EM MONTÉVIDEU

4 4 PPERGUNTAS PARA ANDRÉ TRIGUEIRO

OLOLLLHOHOHOHOHOH S ABERERTOTOT S S ATTEENÇÃO COM O ÓLEO DE COZINHA

RRESPOONSABILIDADE SOCIAL VIVA CAZUZA

Empreendedorismo, crônicas, depois das dez, dicas de blogs, de livros e muito mais.

#8Distribuição gratuita

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Page 3: EMBRANCO #8

Charles Chaplin

Michelangelo Lennon

Molière

Lumiere

Donatelo

Raphael

Leonardo

Splinter

Darwin

Nostradamus

Assis

Einsten Carmem Miranda

Machado Joaquim

NabucoRui Barbosa

NewtonPlatão

Sócrates

VOCÊ

Shakespeare

Nelson Rodrigue

Antônio Maria

Betinho

Carlinhos Oliveira

Nietzsche

Kafka

Aleijadinho

Schopenhauer

Esopo

Sartre

Deleuze

Mozart

Beethoven

Kant

Simone de Beauvoi

Karl Adam

Amado

Sabino

Elis

Agenor

Cartola

Tim Tom

Vinicius

EMBRANCOBa revista que você escreve

aqui, você também faz a diferença

prop_embranco.ai 17/6/2009 17:14:20

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4 REVISTA EMBRANCO WWW.EMBRANCO.COM.BR

Indo direto ao ponto: será que você está realmente preocupado(a) com o genocídio do planeta? Será que não fazemos pose de galãs, de gatinhas pseudo-responsáveis enquanto tomamos duas horas de banho ou pegamos o carro só pra ir a esquina? Podemos engendrar as mentiras, não é das melhores atitudes, confesso, mas é uma opção. Agora, desligue por um momento o ar condicionado, olhe o céu, respire fun-do: as mentiras não vão para debaixo do tapete.Não acredito ser fácil encarar esse problema de frente. São anos de inanição, de omissão, de ganância extremada sem um pingo de consci-ência ambiental. No planeta dos individualistas planta-se o imediatismo, e resulta-se em deixa pra lá, depois a gente vê. Batem-se as palmas, e fica a poeira. Não é preciso ressaltar que o maior inimigo do Planeta somos nós, e também somos nós que podemos reverter esse placar.O time está bastante desfalcado, eu sei, nós sabe-mos, mas temos que defender – em grupo, ou se você preferir, individualmente. No planeta dos indi-vidualistas, por incrível que pareça, cada pequena atitude faz uma gigantesca diferença. Indo direto ao ponto: não adianta mentir pra você mesmo, ser passiva(o) nessa destruição. Podemos até perder a batalha, bate três vezes na madeira, mas não antes de lutar. Abra a janela, leias manchetes, análise o mundo: o planeta dos imediatistas vive o colapso do agora. Você vai querer tapar o sol com a peneira?

Thiago S. GomideEditor da EMBRANCO

A Plano B Edição e Comunicação Ltda. não se responsabiliza por conceitos emitidos em colunas e artigos assinados, assim como nas fotografi as e charges. Ao enviar um texto, uma fotografi a, uma charge, para o e-mail da revista, do editor ou de qualquer funcionário descrito no editorial, automaticamente haverá a liberação dos direitos de publicação. Portanto, só envie seu texto, sua fotografi a, sua charge, seu artigo se tiver certeza do cumprimento das condições descritas acima. Agradecimentos: Professor Jovenal, Joaquim Lauria, João Marcos Fonseca, Pro-fessor Fábio Coelho, Omar Salomão, Ericson Pires, Rodrigo Gameiro, Vinicius Oberg, Gustavo Xavier, Rodrigo Xavier, Felipe Escaleira, Fernanda Milagres, Aroldo Machado, Ricardo Câmara, Michelle Chalupe, Rodrigo Mariz, Raphael Lemos, PUC, FGV, IBMEC,UERJ, UFRJ, UGF, UVA, Estácio de Madureira, FACHA, UniverCidade, UNIRIO e ESPM

Editorial

Sumário

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Thiago [email protected] 21 8895.6551

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5WWW.EMBRANCO.COM.BR REVISTA EMBRANCO 5WWW.EMBRANCO.COM.BR REVISTA EMBRANCO

TS - Essa é uma data difícil, afi nal você entrou na faculdade, mas você não sabe ao certo onde vai conseguir dinheiro, onde vai conseguir sustento. Isso para uma maioria das pessoas, porque existe uma minoria que não se preocupa com isso. E pra quem está nessa maioria, tem que se preocupar como vai ganhar dinheiro, e como autor, como es-critor é complicado, tem que procurar caminhos.

TG - E por falar em procurar caminhos: existe uma nova vertente de busca de novos autores, produ-tores, cineastas, atores, que é o YouTube. Você, que faz parte do alto escalão na seleção de novos autores da Record, assiste a esses vídeos?

TS - Essa convergência de mídia tem tudo para dar acesso aos talentos, que são aqueles que mais interes-sam ao mercado. São pessoas que conseguem atin-gir idealizações que outras não conseguem. A gente, agora, consegue ter essa visualização, como o Tapa na Pantera, Maria Alice Vergueiro, uma dama, que eu vi cantando Brecht em 77, 78, e que de repente é reencontrada, e vira uma celebridade. Eu acho im-portantíssimo que as pessoas que estão interessadas nesse mercado produzam seus vídeos, seus curtas.

TG - Isso é importante porque vejo que ainda há uma resistência de demonstração profi ssional de arte pelo YouTube. Tô falando de vídeos bem feitos, com produção, com qualidade. Não digo que não tem, mas ainda sabe-se pouco utilizar da melhor forma possível. Por outro lado tem muita gente que não faz um mestrado, por exemplo, porque acredi-ta que somente agrega a quem quer seguir carreira acadêmica. Acho extrema limitação. E você?

TS - Eu dou força para todo mundo fazer pós-graduação. Porque é outra etapa, é outro funil. Às vezes você não fez a graduação dos seus sonhos, mas você pode fazer uma pós que te coloque de outra forma no mercado.

Trash, cult, revolucionário, conjunto de cópias, vanguardista, tudo isso multipli-cado. São esses adjetivos que, muitas vezes, são utilizados para defi nir o entre-vistado dessa edição. Tiago Santiago, autor famoso de novelas da Globo e da Record, criador dos polêmicos mutantes, instiga até os críticos mais severos, que se debelam para tentar explicar o sucesso do homem formiga ou da liga bandida. Ele, que é formado em Sociologia, com mestrado e tudo, hoje é um dos principais nomes da dramaturgia e, obviamente, da televisão. Gostou do personagem? Bus-camos, então, fugir dos holofotes. Leia o papo incomum.

Thiago Gomide - Você fez mestrado em Sociolo-gia na UFRJ. Em qual campus?

Tiago Santiago - Na IFCS, Instituto de fi losofi a e estudos sociais, no Largo de São Francisco.

TG - Que maravilha!

TS - Eu pegava o metrô no Largo do Machado, descia na Uruguaiana...Fiquei muito tempo na IFCS. Eu fazia teatro com a Marília Pêra, em São Paulo, depois fui fazer novela na Rede Globo, daí fi quei trancado três anos. Depois, quando escrevi minha primeira peça, e me vi desempregado e sem dinheiro, resolvi pegar uma bolsa de monitoria, destranquei a faculdade, fi z prova de mestrado, passei pro mestrado pra pegar a bolsa do Capes e pra continuar a estudar, e escrever.

TG - Você chegou a pegar a bolsa do Capes?

TS - Nessa altura eu acreditava que meu futuro era ser professor de faculdade, seguir a carreira aca-dêmica, talvez tentar a carreira de diplomata. Tudo isso pra ganhar dinheiro, para poder continuar a escrever. Eu queria mais escrever que atuar.

TG - Você tava precisando ganhar uma grana...

TS - É, precisava ganhar dinheiro. Quando eu vol-tei para o IFCS, em 1988, 89 eu tava no mes-trado, estava sem dinheiro, desempregado como ator, não conseguia viver com os rendimentos de autor, de dramaturgo, daí pensei que esse seria um ótimo plano B.

TG - Isso com 24, 25 anos?

TS - Eu tinha 25 anos.

TG - Deve ser a crise dos 25.

com Tiago SantiagoPAPOINCOMUM

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6 REVISTA EMBRANCO WWW.EMBRANCO.COM.BRREVISTA EMBRANCO WWW.EMBRANCO.COM.BR

Aqui quem fala – ou melhor, escreve – é Ronal-do César, aluno de Engenharia Química na UFRJ, vocalista da banda Os Sensacionais.

A revista EMBRANCO pediu que eu escrevesse uma crítica sobre a banda Os Outros. Admito que nunca tinha ouvido falar na rapaziada, mas existe uma desculpa meio esfarrapada para isto: apresentamos sons bem diferentes. Nós, o sambinha e eles o Rock. A banda, formada por Botika, Vitor Paiva, Papel, Fabiano Ribeiro e Palhaço, tem letras inteligentes, sensíveis e poéticas. Vitor Paiva, de acordo com o wikipedia, além de compositor de boa parte das letras do disco, é poeta. Se engana quem acredi-ta que o disco só se resume a fi nas composições. A harmonia é bem trabalhada, contribuindo ainda mais para o sucesso da música. Vendo os víde-os mal fi lmados do youtube pude perceber que a performance do cantor Botika é impecável. Talvez seja mais um motivo para não perder o show d´Os Outros. E, para terminar esta crítica sucinta e ex-tremamente tendenciosa, recorro a última frase do egocêntrico e também pequeno release da banda: levante-se agora, o mundo é demais.

Experimente escrever o título desta matéria na barra de procura do Youtube. E assista o ví-deo, por favor. Faça um bem para você. Em

resumo, são pouco mais de 7 minutos de um belís-simo discurso de uma criança de 13 anos na ECO-92, aqui no Rio de Janeiro.A consciência que a canadense Sevem Suzuki passa ao longo de suas palavras é de comover qualquer adulto que tenha um mínimo de sensibi-lidade. Vai além das óbvias dicas sobre preserva-ção de fl orestas ou despoluição dos mares. São constatações precisas, cirúrgicas.Como a menina prega, nenhum dos presentes ali sabia a solução para os problemas que o mundo apresenta e que – já naquela época – desequili-bravam o nosso ecossistema. E, por isso, se nin-guém tinha como botar o mundo nos trilhos, parar

Jam session

Essa coluna dá espaço para o cinema online. Ou seja: os vídeos que estão disponibilizados na Internet, que são feitos por você, fi lmados por você, sem megas produções, aqui têm lugar garantido. Nessa edição quem indica é a aluna Letícia Muniz, de Psicologia, da Estácio de Sá. E o vídeo é A Criança que calou o mundo, presente no YouTube. Leia.

de destruir já seria um bom início.Sevem atinge duramente a ganância dos países que desperdiçam sem compartilhar com aqueles que mais necessitam. E cita como exemplo uma criança carioca que alega que – se rica fosse – dividiria sua fortuna com todos aqueles que sofrem de fome nas ruas.O mais impressionante é pensar que tudo isso aconteceu muito perto de nós, aqui no Rio. E tudo isso dezessete anos atrás, muito antes de termos qualquer noção do perigo que a Terra sofre. No entanto, agora que somos crescidos e vacinados, parece que de nada serve o tempo que passou. Continuamos como crianças: jogando lixo na rua, usan-do indiscriminadamente nossa água e luz, dentre outros comportamentos ainda mais graves.Por isso, como dis-se no início deste texto, faça um bem para você. Ou me-lhor, faça um bem para o mundo. Veja Sevem Suzuki.

Sétima arte

Por Ronaldo César Estudante_Engenharia Química_UFRJ

JAM SESSION + SÉTIMA ARTE

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7WWW.EMBRANCO.COM.BR REVISTA EMBRANCO 7WWW.WWW.WWW.WWW.EMBREMBREMBREMBRAAANANCO.COM.BR REVISTA EMBRANCO

Pra quem gosta de ler as últimas sobre celebrida-des, programas de televisão e afi ns, o blog do Flá-vio Ricco é uma pedida certa. O jornalista, da Folha de São Paulo, sempre, mas sempre mesmo, traz al-guma informação nova, furos de reportagem.

http://canal1.blogtv.uol.com.br/

Mauro Ventura é muito conhecido no meio jornalís-tico. Nem sei se isto é totalmente verdade, mas de-veria ser. O blog dele, no O Globo, é gostoso de acompanhar, sempre muito bem escrito e o melhor, atualizado com freqüência. Na pauta, discussões

Blog

“MARKETING NA ERA DO NEXO” Autores: Walter Longo e Zé Luiz TavaresEditora: Record

Escrito por dois especialistas em comunicação, “ Marketing na Era do Nexo” é resultado de aná-lises e pesquisas sobre os desafi os enfrentados pela área de Marketing nos últimos anos. De acordo com os autores, toda empresa ao iniciar uma ação de marketing deve se questionar se faz sentido. O livro explora os diversos aspectos do nexo – ou a falta dele – a comunicação das em-presas com seus diversos públicos de interesse.

Guantánamo boyAutora: Anna PereraEditora: Agir

Guantánamo Boy, romance fi ccional, conta uma história que poderia ter acontecido: Khalid Ah-med, 15 anos, é um jovem comum, inglês, fi lho de mãe turca e pai paquistanês. Ele começa a sentir na pele a paranóia contra os muçulmanos após o 11 de setembro de 2001. Em visita a parentes no Paquistão, Khalid vê sua vida virar um pesadelo ao ser confundido com um terrorista da Al-Qaeda. Ele é seqüestrado, torturado e descobre da pior forma possível a que ponto chega a intolerância humana. Vai para a base de Guantánamo, prisão

norte-americana em território cubano, onde é pre-so em condições desumanas.

O Goleador Autor: Hosmany RamosEditora: Geração Editorial

Pra quem gosta de uma polêmica, esse livro pro-mete agradar. Pra quem gosta de futebol, esse livro promete trazer revelações espetaculares. E pra quem gosta dos dois, não há desculpas para não devorá-lo. O Goleador, só para dar uma pitada de sal, aborda a corrupção no fute-bol brasileiro, morte e até pedofilia.

Produção de imagem e som Autor: Jan Roberts Editora: Elsevier

Pra quem estuda, e/ou trabalha, cinema, rádio e televisão, os fundamentos presentes nesse livro são importantíssimos. E pra quem gosta de ilustração, vai se sentir em casa. Produção de imagem e som apresenta desde os mecanismos de captação, mi-xagem e tratamento de sinal de áudio até concei-tos de iluminação, foco e movimento de câmeras. Também apresenta a interferência do roteiro na preparação do som e imagem.

Aumentando a biblioteca

sobre o cotidiano, lembranças e raras crônicas.

http://oglobo.globo.com/rio/ancelmo/dizventura/

4000 guardanapos importados da Tailândia por 18 mil reais. 3000 talheres de prata russa por 50 mil re-ais. Os números são fi ctícios, inventados agora, mas a pesquisa do Contas Abertas é séria, e fi scaliza de perto os gastos públicos. Então, para quem quer sa-ber onde o seu dinheirinho suado está sendo “ investi-do”, vale bastante a pena dar uma passada lá.

http://contasabertas.uol.com.br

BLOG + AUMENTANDO A BIBLIOTECA

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8 REVISTA EMBRANCO WWW.EMBRANCO.COM.BR

Acordo sozinho no quarto de hotel nesse segundo dia em Montevidéu. E tudo sobre esse lugar me parece um roteiro do Tarantino fi lmado por mim,

ou seja, uma boa sujeira gratuita muito mal ensaiada.Andando pelo centro: nunca vi tantas pessoas fu-mando. A fumaceira deve ser tão comum que ne-nhuma criança chega a tossir incomodada. É mui-to provável que minhas impressões estejam sendo guiadas pela minha vontade de também dar umas tragadas. Porém, em contramão, não vi uma ban-ca, um boteco, nada, vendendo o tal de bastão de tabaco. Dá pra entender? O único lugar onde con-segui achar cigarros foi numa barraca de 1 metro por 1 metro, que tem em quase todas as praças, atochada de tudo quanto é tipo de bugiganga. De artigo infantil a adulto, comestível a fumável. A loja de 1,99 mais bizarra que já vi.Outra coisa que reparei é como ninguém fala no celular nas ruas. Em pleno centro, ninguém está com problemas pra resolver com urgência? Ninguém trabalha?! Ninguém está se sentindo solitário, carente, louco por atenção? Ou pelo menos entediado o suficiente no ponto de ôni-bus para jogar no celular? Pelo jeito não mes-mo. Talvez por isso fumem tanto.Fora isso, a capital federativa do Uruguai se pa-rece como qualquer outra cidade brasileira. Claro que não como São Paulo ou Rio de Janeiro, mas

também longe de Pirassununga. É um país com o tamanho de um estado e com uma economia alta-mente dependente da Argentina e do Brasil. Se o café que tomamos é de segunda porque o melhor vai para a Europa, o Uruguai fi ca com o resto do resto. Seu único orgulho industrial é a cerveja “Prin-cesa”, que torna até a nossa Cintra uma rainha.A notícia que me chegou aos ouvidos fora que não chovia há meses por aqui, apesar da tragé-dia em Santa Catarina. Porém, mal cheguei em solo Uruguaio e começou a chover, logo no dia que planejava ir a praia (o único ponto turístico por aqui). Só me restou ir ao cinema e comer algum sanduíche com papas ou purê.Já no terceiro dia na república oriental do Uruguai, consegui meu cigarro e uma boina a là Che por apenas 80 pesos. Mas Guevara não é Argentino? Vai explicar isso pra eles. Não existe povo mais pela saco do seu vizinho que os uruguaios, ou uru-guaianos como eu carinhosamente os chamo. No quarto dia fi nalmente consegui ir a praia (suja) e dar outra volta no comércio (sujo), entretanto não tirei uma única foto. Turistas por aqui também não tiram fotos. Algo de muito estranho está no ar.Ainda não entendeu porque citei o Tarantino? Pelo simples fato que quando o sol se põe, o Mc Donald´s vira ponto de drogas, bonecas infl áveis ganham vida e esmola se torna pedágio.

PÉ NA ESTRADA

Por Luka dos Anjos_Cinema_UFF

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10 REVISTA EMBRANCO WWW.EMBRANCO.COM.BR

Preconceito e desinformação. Essas duas pa-lavras somadas conjugam, em boa parte das vezes, a Aids. Aids esta que está presente, de

acordo com o Ministério da Saúde, em seiscentos mil brasileiros. Ou seja: um a cada 300 brazucas, como eu e você, está infectado com o vírus. Se o preconceito e a desinformação devem ser sempre enfrentados, imagina quando conversamos com um número tão alarmante, e mais, quando debate-mos com uma doença que não tem cura e que há possibilidade humana de prevenção.Cazuza, símbolo máximo do rock nacional, da dé-cada produtiva de 80, é estampado nas camisetas dos jovens. Cazuza, para muitos, é o Che, é o lu-tador, é o guerreiro inveterado. Para todos, ele é o poeta. Quem leu o livro “Só as mães são felizes”, da Lucinha Araújo, ou viu o fi lme “O tempo não para”, ou deu uma passeada livre pelo nome dele no Google, sabe que os últimos anos da vida do Cazuza – e da Lucinha também, mãe dele – foram dedicados a enfrentar a doença.O fi nal da história você acredita já saber, mas a vida

HOLOFOTES ACESOS:

VIVA CAZUZA

não seguiu o roteiro. A morte do fi lho fez Lucinha Araújo fundar a Sociedade Viva Cazuza. E a Socie-dade nasceu com missões claras: dar assistência à crianças carentes portadoras do vírus HIV, difundir in-formações científi cas e assistir socialmente pacientes adultos em tratamento na rede pública na cidade do Rio de Janeiro. O trabalho da Viva Cazuza é incrível, é de encher os olhos: oferece tratamento médico às crianças, educação, família, e carinho. A casa, que fi ca em Laranjeiras, é um reduto do enfrentamento da desinformação e do preconceito.Os últimos dados indicam que está havendo uma diminuição dos contaminados pelo HIV. E não se engane: a luta da Sociedade Viva Cazuza está no caminho certo, ela faz parte da melhoria do índice. Então, se você quer conhecer mais o tra-balho deles, acesse www.vivacazuza.org.br. E se quer participar, fazer uma doação,acesse o site e saiba todos os passos, ou ligue para 25515368. Só para terminar: como o carinho e trabalho sério conjugam a Viva Cazuza, fi que tranqüilo que você será muito bem recebido. Faça parte dessa luta.

RESPONSABILIDADE SOCIAL

Por Thales Miranda_Geografi a_UFRJ

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Um texto tem início, meio e fi m. Mas a história aqui não pode ter fi nal, precisa de renova-ção. Compartilhar e agir de forma efetiva

para uma mudança, que se fazia e é ainda neces-sária para salvar o nosso meio ambiente. Foi com esse pensamento transformador que, em 2005, um grupo decidiu unir força e fundar o Instituto Am-biental Reciclar, com sede no município de Maricá, no Estado do Rio de Janeiro. O IAR tem como missão apoiar e desenvolver ações de proteção, manutenção e elevação da qualidade de vida do ser humano e do meio ambiente. ‘’Quando falamos do meio que vivemos, es-tamos falando também de sobrevivência, con-vivência e relações de poder tanto em nível local como planetário. A sustentabilidade do planeta está direta-mente atrelada à ur-gente mudança na for-ma pela qual o homem interage entre si e com o meio ambiente’’, de-clara a diretora geral do Instituto, Rosangela Candida da Silva.Com ações diretas por meio da educação ambiental, para uma mudança comportamental do ser humano, o Instituto trabalhou com crianças e adolescentes no projeto Bilamb, desenvolvido em escolas no Estado do Rio. A ideia é trabalhar temas sociais e ambientais na construção da cidadania dos alunos. ‘’São temas escolhidos pela importân-cia de abordar, na sala de aula, os conflitos, as dúvidas e as curiosidades dos alunos, ten-

tando assim articular a escola com a vida real. O projeto é desenvolvido através da leitura dos livros, utilização dos temas nas disciplinas usu-ais’’, explica a diretora.É importante ressaltar que os livros são expostos em uma biblioteca fabricada com madeira rea-proveitada. Rosangela aborda a importância do incentivo ao crédito de carbono para quem usa a terra como sustento. ‘’Há a necessidade do crédito carbono para as matas nativas existentes em pequenas e médias propriedades, algo que

não é homologado pelo protocolo de Kioto. As-sim, extensões de mata em estado natural são permanentemente amea-çadas pela necessidade fi nanceira dos produto-res rurais. Se eles fossem remunerados pela ma-nutenção destas matas, como já acontece em poucos estados do Bra-sil, nós estaríamos muito a frente da premência de buscas alternativas para o sequestro do carbono e a preservação da tão devastada Mata Atlânti-ca’’.Em Maricá, o IAR também

atua na coleta de óleo vegetal para a reciclagem e ser transformado em energia limpa: o biodiesel. ‘’A experiência na Europa, Estados Unidos e Ásia indica que o biodiesel pode levar a uma redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) e po-luição atmosférica pela produção e uso de óleo diesel mineral. Nos dias de hoje a Alemanha pos-sui uma frota de veículos a biodiesel, com 5% de óleos reciclados’’, segundo Rosangela.

Coluna do Meio Ambiente

ATITUDE VERDE

Por Saulo Machado

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12 REVISTA EMBRANCO WWW.EMBRANCO.COM.BR

Dona Raquel - Você tem emagrecer urgentemen-te, Eduardo. Seu corpo não está nada bonito...ain-da mais pra um jovem, com a sua idade...

Eduardo - Não se preocupa com isso, mamãe.

Dona Raquel - Vi esses dias, no programa da Sônia Abrão, que pessoas gordas enfrentam mais difi culdades de arrumar emprego.

Eduardo - Por acaso,isso é uma indireta, mamãe? Saiba que já estou nas fases fi nais de um concurso aí...logo,logo vou estar empregado.

Dona Raquel - Não fi lho, longe de mim. Só que-ro seu bem. No fundo esse aumento excessivo de peso deve ser por causa da ansiedade.

Eduardo - Que ansiedade, mamãe! Eu não tenho motivos de estar ansioso. Meu Jesus Cristo...

Dona Raquel - Você não confessa, orgulhoso igual seu pai, igualzinho, mas eu tô vendo Eduardinho,desde que a Lúcia te largou, você entrou nessa depressão terrível...fi ca bebendo,se entupindo de queijo com

goiabada pelos cantos...tô vendo.

Eduardo - Não estou te entendendo, sério mes-mo. Da onde a senhora tirou que foi a Lúcia que acabou comigo, mamãe?

Dona Raquel - Ih,querido, agora tá dando pra ter atitude machista? Cuidado que você tá fi cando a cópia do seu pai.Cuidado. Eu já vi esse fi lme. Depois não vai dizer que não avisei.

Eduardo - Mamãe, querer saber quem te disse isso é ser machista? Foi a Lúcia? Não é possível. Quem foi?

Dona Raquel - Escuta: ontem, o entrevistado do Amaury disse que os jovens ansiosos e depressivos...

Eduardo - E barrigudos também?

Dona Raquel - Deixa eu falar: esses jovens são víti-mas das drogas.Você tá usando drogas,Eduardo?

Eduardo - Mamãe, agora eu entendo o motivo do papai ter mudado para a Angola.

PalavrasImportante: este é um espaço destinado a textos livres, que não precisam obrigatoriamente respon-der ao tema da edição. Crônicas, contos, poesias, intervenções, posts (...) se encaixam perfeitamente nessa música. Vamos permitir o acesso a sua produção intelectual. Com certeza um monte de leitores querem interagir com a sua obra. Acesse nosso site www.embranco.com.br e envie seu texto.

12

Por Sophia Clark Giullios_História_Estácio de Sá

DIA DESSES EM UM APARTAMENTO EM BOTAFOGO

PALAVRAS

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13WWW.EMBRANCO.COM.BR REVISTA EMBRANCO

não entendo mais essa tal diferença

que acontece demais

das mansões das favelas

nos encalços da cidade

não se escuta mais nenhum som

tudo mudo sem liberdade

censuraram nossa frase,nosso tom...

fi nal sem sentido

cada um pro seu canto

sem sentir o seu vício

de não saber viver sem o outro

acabou com um ser só

sem acesso,sem roteiro

vendaram nossos olhos

em verbetes nus

o que será de nós?

assim,a sós,vazios

sem nada nos bolsos ou no peito

Ela olhou para mim. e ela era um sorriso. e eu era um sorriso. e éramos tão sorriso juntos que até mostrava os dentes, e fi cávamos assim cheios de vergonha. retorcia a boca. tentava disfarçar. mor-dia o lábio. ela era tão bonita, uma boneca de porcelana, era tão bonitinha. a coisa mais linda que já vi. do meu lado cochichou no ouvido boli-nhas de sabão. fez cosquinha. e ria, e era sorriso e dentes, que nem ligava de mostrar o aparelho. e eu nem ligava de mostrar o meu coração. per-guntou se era isso que chamavam de amor. disse que não, disse que amor era coisa de gente chata, desesperada – amor é uma faca de cozinha na mão apontada contra alguém ou contra si mes-mo – o sorriso apagou – isso que tínhamos era o que ninguém chamava, porque ninguém tinha, era só nosso. chamar de amor seria comparar com o resto do mundo; sorriu de novo. ela era o meu sor-riso. éramos o sorriso um do outro. construiria um universo inteiro para guardar esse momento. a fe-licidade consistia em três quartos d’água e um de detergente. a felicidade eram as bolinhas de sa-bão que cochichávamos nos ouvidos um do outro. e ela reclamava que fazia cosquinha. e eu mor-dia fraco a orelha e grunhia feito um monstrinho. eu era um gremilin – gruuaha. era um gremilin cheio de doces à meia-noite. mordia a bochecha enquanto ela me prendia com suas bolinhas de sabão. te peguei; droga, te amo. não foi você que disse que não era amor? é verdade, bleah, me pegou de novo; e eu fi quei sem graça. mais ainda quando daquele olhar cor de mamão. a gente tem que dar um nome; continuei sem graça. a gente tem que chamar de alguma coisa se não isso vai fi car se repetindo; fazia bico. sugeri isdruruchi. muito verde-musgo; mordi o seu nariz. mordeu o meu. ela era linda. olhou de canto pensativa. sor-riu. já sei; me beijou toda prosa e cochichou no pé do ouvido que não tem pé: você é minha bolinha de sabão; fez cosquinha. cochichou de novo: e eu sou a sua; e tentei guardar aquilo num poti-nho de papelão que tinha no quarto. embrulhei com papel de presente e tinha cheiro de chocola-te. chocolate com amêndoas. quis abrir e comer mas resisti. botei no alto da estante mais alta de todas as estantes da casa. tinha medo de perder. de acabar. botei no lugar mais alto possível para que não alcançasse nem se fi casse na ponta dos pés: e nunca mais consegui alcançar.

por Francisco da Motta Macedo Netto_Direito_UNIRIO

BOLINHA DE SABÃO

por Rafael Souza de Carvalho_Direito_UERJ

PARANINFOS DE ESCOLTA

PALAVRAS

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www.unodc.org

Page 15: EMBRANCO #8

ENFRENTAR ACORRUPÇÃO:Facilita o DESENVOLVIMENTOeconômico e social. Grandes epequenas empresas conseguemsobreviver mais facilmente quan-do se elimina o imposto artificialda corrupção.

Aumenta o INVESTIMENTOnacional e estrangeiro. Todosestão mais dispostos a investir emum país onde os fundos não vãoparar nos bolsos de funcionárioscorruptos.

Fortalece a DEMOCRACIA. Ospaíses que combatem a corrupçãotêm mais legitimidade, o que geraestabilidade e confiança.

Cria um ESTADO DE DIREITO eficiente. Os cidadãos e osempresários ganham confiançanas instituições do país pararesolver conflitos de maneira justa e honesta, com legitimidadee proteção aos Direitos Humanos.

Reduz o impacto do CRIME ORGANIZADO, das DROGASILÍCITAS, do TRÁFICO DE SERESHUMANOS e do TERRORISMO.

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Em questão de música sou eclético, mas aci-ma de tudo roqueiro. Isso quer dizer que não sou egocêntrico de achar que só uma

guitarra distorcida pode fazer música, mas não sou tapado o suficiente para ouvir qualquer coi-sa. Nada contra o axé da Claudinha ou o funk das mulheres frutas, sempre gostei de tomar mo-rango ao leite. Mas isso é outra história...Crescido nos anos 90 vi o rock morrer com o tiro na cabeça de Kurt Cobain e choraminguei junto com outros meninos perdidos não ter vivido os anos 60 e o Woodstock. Ah! Aquele palco no meio do um grande gramado e milhares de pes-soas ali respirando música, pregando a bondade, e se alimentando de narcóticos para que isso não se torne uma reunião de mela cueca e sim um ato “libertador”. Seja lá que diferença isso tenha.A solução me veio num fl yer da Chemical. Uma rave, Claro! O Woodstock da minha geração é ele-trônica. Eu tinha que conferir isso. Não demorei a me infi ltrar num grupo de ratos de rave, alugamos uma van para ir, comprarmos os ingressos e todo o resto do “kit rave”. Só nisso morri em 100 reais. Os tempos mudam mesmo.Preparei-me todo no dia, vesti roupas confortáveis, dormi e comi bastante. Calibrei o corpo antes de entrar na van e parti rumo aos anos 60. Logo na entrada perdi meus cigarros, a revista foi rigorosa e eu não pude entrar com um maço já aberto. Bati boca com o segurança o sufi ciente pra levar um tapa na orelha e entrar revoltado na rave. “Preciso me acalmar, vou fumar um cigarro...” O maço lá dentro era dez reais. Por esse preço eu poderia comprar uma esposa na Arábia Saudita. Não de-morei pra entender porque o apelido de seguran-ças de rave é “onda errada”. Usa terno, fala gros-so e tem um trabalho contraditório. É como querer proibir o bolo de entrar na festa de aniversário.E que festa! Os organizadores podem ganhar uma grana preta fazendo raves, mas eles sabem dar ao povo o que o povo gosta. “Pão e circo”. As luzes do lugar são hipnotizantes, todos ganham balão de hélio e o céu se enche deles. A música toma o lugar todo, sem parar por doze horas. A batida

do subwoofer treme o corpo inteiro, a garganta vi-bra junto, chega a fi car difícil respirar. Virando de costas para o palco, chega a sentir que o som faz massagem. É a prova da música contemporânea, que desconstrui o som. Não mais se ouve, se sente a música. Pois a batida é tocada numa freqüência inaudível para a audição humana.Chegando as três da manha já me sentia exausto, com dores de tanto a música me obrigar a dançar. Acredite, ela te obriga mesmo. Não acreditava que fosse agüentar mais. Parei para um lanche. E comecei a reparar nas pessoas. É impressionante como todo mundo tem a mania te tatuar a pró-pria graça no corpo. Conhecia metade da rave pelo nome. São pessoas de todos os tipos, mas todos mesmo. Havia um fi lho de fazendeiro cheio de ouro com chapéu de cowboy que não conse-guia parar de sorrir e balançar sua jóias. Tam-bém havia um índio, sem camisa e com colar de sementes e tudo. Além dos habituais estereótipos de freqüentadores de raves. Gays, héteros, pan, todos morcegos de óculos escuros e alterados qui-micamente, seja ela legalizada ou não.Entretanto só quando amanheceu parece que a magia woodstockana começou, para a minha felicidade. O gramado verde se revelou, as pes-soas receberam rosto e todo mundo começou a interagir. Cuidado com a maldade dessa frase. Era uma amizade só, todos sorriam para todos, trocavam de brinquedos de rave (aquelas bo-las, bastões e etc. que também usam em sinais de transito para conseguir uma esmola) e se reabasteciam de inspiração. Contagiada pelo ambiente uma garota veio me elogiar e eu não puder dar outra resposta: “Preciso ser sincero com você, eu não vou parecer tão interessante quando você estiver sóbria.”.Deitados na grama, fumando um cigarro e curtindo o sol, o grupo decide que já é hora de ir embora, passava das dez e a van nos esperava para voltar. E assim, totalmente destruído, tendo dançando 12 horas, comido só um hambúrguer e gasto mais de 200 reais, volto para a realidade sóbria. E agora José?

A rave por um iniciante Por Luka dos Anjos_Cinema_UFF

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Intervenção

EMBRANCOMande a sua foto/arte (com uma intervenção ou não) para [email protected]

Ilustração do artista plástico Rafael Inacio » www.galeriarafaelinacio.com

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Imagine só a tarefa árdua: escrever como salvar o planeta em 140 caracteres. Se já é difícil desenvol-ver o assunto normalmente, com espaço restrito esta torna-se uma missão praticamente impossível. Mas nós pedimos aos nossos seguidores no Twitter para dizerem o que acham necessário para que o plane-ta não vá para o limbo. Algumas, ou melhor, somen-te duas respostas são publicadas aqui. O resto é só ir lá no nosso Twitter e compartilhar opiniões.

‘Twittando’ o PlanetaLORRAN: A solução é uma mudança de atitude. A sociedade precisa, antes de tudo, querer transformar a reali-dade. Indiferença é um ato frio e suicida.

THATY MOURA:Precisamos reinventar a espécie humana, a come-çar por nós mesmos. Mudar hábitos simples, fazen-do a nossa parte para uma mudança geral.

TWITTANDO + 4 PERGUNTAS

4 perguntasEMBRANCO: André, a cada dia que passa a situação do Planeta se agrava?

André Trigueiro: Você já tem muita infor-mação consolidada mostrando que do jeito que nós vamos, nesse modelo insustentável de desenvolvimento, não há geração de futuro, de esperança. É um modelo “ecocida”.

EMBRANCO: Então a preservação não está tendo resposta. Ou temos algum dado que de-monstra reação positiva?

André Trigueiro: Aumenta a consciência, e isso é em escala global. Há muita coisa nova boa acontecendo, em setores públicos, priva-dos, no terceiro setor. Nós estamos fazendo um movimento muito interessante de transição, mas os indicadores não mudaram. A gente precisa fazer muito mais para evitar o pior.

EMBRANCO: Quais pequenas atitudes podem ser tomadas cotidianamente para reverter essa situação?

André Trigueiro: Um primeiro passo é não ter um estilo de vida consumista. Separar o lixo, economizar água, energia, priorizar o transporte coletivo ou modais de transporte que não deman-dem queima de combustível. E que se descubra que viver com menos é algo muito saudável.

EMBRANCO: Você acredita que o jovem de hoje consegue defender o planeta, ou até mesmo enten-der a realidade tenebrosa que estamos vivendo?

André Trigueiro: Há uma consciência que se expande, a maioria dos jovens ainda não têm essa informação, mas hoje há uma pré-disposi-ção de se fazer algo diferente do que fi zemos no passado. E eu sou otimista: há novas escolas, há novas universidades, há novos políticos.

para André Trigueirop4 perguntasta

http://twitter.com/embranco

André Trigueiro é jornalista, apresenta o Jornal das 10, da Globo News e é professor da PUC-Rio. Mais informações no site: www.mundosustentavel.com.br

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MATÉRIA DE CAPA

O site ‘Xixi no banho’ foi desenvolvido pela ONG SOS Mata Atlântica para chegar até as pessoas de maneira divertida e

mostrar como um gesto simples pode fazer uma grande diferença. Fazendo xixi no banho ou não, você pode ajudar o nosso planeta desde já.Não deixar a porta da geladeira aberta de bo-beira já é um bom começo. Varrer, não lavar as calçadas. Fechar a torneira enquanto você escova os dentes. Dar preferência às embala-gens reutilizáveis, separar o seu lixo... Junho é o mês do Meio Ambiente e momento para que cada um de nós pare para pensar em como podemos fazer a nossa parte.A existência de recursos naturais em nosso meio ambiente depende da atitude de cada ser huma-no, independente de sua classe social, raça ou escolaridade. As medidas simples podem facil-mente serem adotadas no dia-a-dia e, com isso, colaborar com a preservação ambiental e garan-tir a existência humana na Terra.Segundo o Greenpeace, o Brasil é, hoje, o quar-to maior emissor de gases poluentes do mundo e conquistou essa posição principalmente com o desmatamento das fl orestas fl orestas: 75% das

emissões brasileiras de gases do efeito estufa vêm da destruição de regiões como a amazônica e al-terações no uso do solo. Em 80% das áreas já des-matadas a principal atividade é a pecuária.Esse cenário pode mudar e depende, também, de você. Em 1957, o francês Maurice Druon es-creveu O Menino do Dedo Verde, que por mais distante que a data pareça tem tudo a ver com o nosso tem do mês. O livro conta a história de Tistu, um menino rico, fi lho de um fabricante de pólvora e de uma dondoca, que descobre o dom de transformar as paisagens mais tristes em belos arbustos. “(...) Tistu já não fazia mistério a respei-to do polegar verde. Ao contrário, falava-se mui-to disto, e Tistu se tornara um menino célebre (...) no mundo inteiro : A fábrica ia às mil maravilhas. As nove chaminés estavam cobertas, até em cima, de trepadeiras e fl ores exuberantes. As ofi cinas recendiam os mais raros perfumes”.O futuro do planeta está em nossas mãos, em nossas ações e pensamentos. O que você faz para ajudá-lo? Está disposto a mudar pequenos hábitos ou se juntar a ONGs e fazer o seu baru-lho por aí? Utilize o seu dedo verde para salvar o nosso planeta. Ele agradece.

Por Ana Beatriz Mauro

Você faz xixi no banho? Foi essa a primeira pergunta de uma conversa há alguns dias. Passado o susto e o desconforto, eu mesma passei a pergunta adiante e ela foi se espalhando por aí, até chegar a você. E então, você faz xixi no banho? Já fez? Se você está achando essa pergunta estranha – com razão.Vá até www.xixinobanho.org.br e dê uma olhada.

Utilize o seu ‘dedo verde’ para ajudar o nosso planeta

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EMPREGO

A fórmula parece fácil: cabelo bem penteado mais a roupa da moda, uma pitada de ma-quiagem, ou a barba feita, somada a meia

dúzia de perguntas pra uma dúzia de respostas, e, pra terminar, jogue na mesma panela uma mandin-ga pro currículo ser visto com bons olhos. Pronto, tudo certo, hora de ajeitar a gravata, conferir as unhas. Muitos candidatos a um estágio, ou a um emprego, ainda acreditam nessa fórmula, mas os preparativos vão além dos descritos acima.Conhecer a empresa antes da entrevista é o míni-mo. Apesar de ser bastante lógica a dica, muitas pessoas esbarram em perguntas “em que área da empresa você gostaria de atuar?” ou “porque você quer essa vaga nessa empresa?”. Quem está te entrevistando sabe que o risco daquela entrevis-ta, pra você, ser mais uma é grande, afi nal quem está procurando estágio, ou emprego, não costu-ma focar-se em uma vaga somente. Desta forma, demonstrar interesse e conhecimento irá contar po-sitivamente na sua avaliação fi nal. E ser pró-ativo, mostrando atitude positiva, isolando a mesmice e a apatia, vão fazer você ganhar mais pontos ainda.

Muitas vezes, pequenos detalhes fazem toda a diferença na hora de conseguir um estágio. A partir desta edição, a EMBRANCO dará dicas de como se preparar melhor para o mercado. E para isso funcionar de uma maneira incrível, fazendo diferença, contaremos com profi ssionais e com empresas parceiras. Nessa es-treia, debatemos a postura na hora da entrevista. É bom fi car atento para não ser eliminado por minúcias. Vamos, a partir de agora, ouvir o outro lado da mesa.

Entrevista de trabalho:

Muito mais que fórmulas

Outro tópico importante, que às vezes passa ba-tido, é a clareza na hora das respostas. A vonta-de de mostrar interesse, ou conhecimento, pode ser tão grande que fi camos falando por horas, e horas, e horas, enquanto o mais produtivo é ser objetivo, pontual. Não entenda essa dica como um convite a ser monossilábico, e não esqueça de abolir as gírias, os vícios de linguagem e o terrí-vel, abominável “gerundismo de tele-marketing”. Ainda nesse tópico: fi car debatendo com o entre-vistador pode ser bem ruim. Não entenda essa dica como um convite a aceitar calado, mas é im-portante a sensatez e a educação no momento de expressar um pensamento contrário.O entrevistador não está ali como um vilão a fi m de fazer perguntas estranhas, de constranger. Ele está principalmente disposto a saber como você pode benefi ciar a empresa. Nesse meio tempo, ele quer te conhecer, constatar virtudes, defeitos (...). É muito natural mentirmos no currículo com o propó-sito de impressionar, mas o profi ssional que está te entrevistando, logo mais, ou logo menos, irá des-cobrir, e você, que seria um candidato forte ao

Foto por Francisco Martins

Por Thiago Gomide

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EMPREGO

cargo, pode perder a vaga por detalhes. E é nos detalhes que o perigo mora. Outro exemplo clássi-co é de criticar severamente o antigo estágio. Isso, defi nitivamente, neste momento, está por fora.E se você quer fi car por dentro de mais dicas de como se comportar em entrevista de trabalho, acesse o blog da revista. Mas antes disso, leia o bate-papo que a EMBRANCO teve com a Gláu-cia Alves, analista de RH de uma multinacional no ramo de tintas. Ela é fera nesse assunto, afi nal tra-balha há seis anos em Recrutamento e Seleção.

EMBRANCO - Ir com uma roupa que não combina com o emprego preterido prejudica realmente?

Gláucia Alves - O selecionador não está preocupado com a moda, mas quanto mais atenção o pro-fissional chamar para sua vestimenta, mais perigoso pode ser, pois pode tirar o foco do selecionador, que é captar as reais ap-tidões do candidato. Nesse momento, vale a importância de co-nhecer bem a vaga e a empresa a qual deseja entrar. Então, a manei-ra como você se veste para uma entrevista vende para o selecionador como você irá se arrumar para trabalhar, onde ele avaliará se a sua vestimenta atende ao am-biente proposto pela vaga.

EMBRANCO - E quando a postura não é das me-lhores, prejudica? Exemplo clássico: fi car esparra-mado na cadeira.

Gláucia Alves - Está comprovado cientifica-mente que o corpo fala. Quando temos bons profissionais atuando como selecionadores, uma postura como essa motiva o ligamento do sinal de alerta. Porém buscamos investigar maiores informações e características do candidato para verificar se a leitura se confirma.

EMBRANCO - E o nervosismo? Demonstrá-lo con-ta pontos negativos?

Gláucia Alves - Depende de como a pessoa de-monstra o nervosismo. Tem nervosismo que impede o candidato de prosseguir na sua apresentação. Desta maneira o selecionador não tem dados para avaliá-lo, e acaba por deixar o mesmo para um futuro processo. Na dúvida, comunique ao selecio-nador que está nervoso e ele irá buscar ferramen-tas para auxiliar no relaxamento.

EMBRANCO - Na hora de defi nir os seus pontos positivos e negativos, quais sãos os mais comuns?

Gláucia Alves - O pessoal já vem decorado. Pontos positivos: pró-atividade, iniciativa e com-

prometimento. Sem aten-tar que quando fi rmamos um contrato de trabalho, características como essas estão subentendidas. O que o selecionador deseja é que o candidato seja sin-cero e mostre qual é o seu diferencial, para validar se a característica combina ou não com todo o discur-so e informações passadas pelo entrevistado ao longo do processo. Caso seja discrepante, enfi m, na dú-vida, optamos por não in-dicar o candidato para o cargo proposto.E o mesmo acontece com os pontos negativos. As

pessoas com medo de “se queimarem”, mentem ... o mais comum é ansiedade. Vale de dica: o can-didato deve pensar que característica ele acredita que tem e que precisa desenvolver.

EMBRANCO - E o famoso “você não se encaixa no perfi l desejado” ? É frase decorada?

Gláucia Alves - Costumo dizer que perfi l é como se fosse uma roupa que vemos na vitrine e nos in-teressamos por ela. Só que quando vamos ao pro-vador para experimentar, ela fi ca folgada ou aper-tada, ou não valoriza o nosso corpo, ou não tem a ver com o nosso estilo, enfi m, acabamos por fi car com aquela que melhor veste. Da mesma forma é o candidato. Não fazer parte do perfi l não signifi ca que ele não é “bom”, mas talvez pelas informações que passou ao longo do processo demonstra não atender ao cargo pretendido naquele momento.

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Empreendedorismo de Guerra

Há 20 anos empreendendo negócios, onde certamente iniciei mais de 20 novos empreendimentos, uns fecharam porque

faliram, outros foram vendidos, outros continu-am até hoje. Enfrentei os planos Sarney, Collor, FHC e agora LULA, e demorei muito para apren-der e entender o ambiente de guerra que vive um empreendedor no Brasil. O ambiente é como uma estrela com 5 pontos, onde temos:

O governo cobrando impostos absurdos, que somam mais de 37% do que se produz no país, não oferecendo nenhum serviço em troca para as empresas e seus empreende-dores. Muito pelo contrário, demonstra des-prezo, sem falar da campanha de desmo-ralização junto aos eleitores. Porque para governo não existe gente e sim eleitores;

A sociedade que compra e vende a ideia que o empresário é um demônio que rou-ba seus funcionários e a eles próprios;

Os funcionários odeiam seus patrões, pro-vocam suas demissões com más condutas, a fi m de receber seguro desemprego, não perdendo a chance de falar mal da em-presa que trabalha;

A Justiça, se é que se pode chamar assim, faz distribuição de renda com o dinheiro das empresas. Não bastando o que pa-gam de impostos;

Por Geraldo Neto

Os concorrentes, obrigados também a sobreviver nesse ambiente hostil, come-tem todos os tipos de baixaria, a fi m de prejudicar seus homônimos. Nem mesmo conseguem se alinhar quando a luta é do interesse deles próprios;

A estrela é o empreendedor que brilha nessa es-curidão, buscando dentro de si força para reali-zar seus objetivos. Sabe por quê? Porque o único que tem um objetivo claro é ele. Ele planeja, investi seu dinheiro, produz gerando emprego e renda. Arrisca o patrimônio da sua família, sua própria vida para realizar um sonho. Porque o empreendedor de verdade quer realizar um sonho, mas todos os citados acima tentam tor-ná-lo pesadelo. Quando dá tudo certo, ele conse-gue ganhar dinheiro e até fi car rico se conseguir transformar seu sonho em desejo coletivo.O que motiva o empreendedor? O desejo de realizar. De transformar em realidade uma ideia que esta ainda na cabeça. Conheço muitos empreendedores que não são bons empresários ou operadores do negócio. O prazer dele é ver sua cria começar a andar, cor-rer e na maioria das vezes ele está à frente de outras ideias, deixando, para trás ou para frente, sua cria, nas mãos de pessoas mais habilitadas na condução do dia a dia da empresa.É mágico quando se vê um fi lho nascer e crescer, assim como para o empreendedor modelar sua ideia, implementá-la e vê-la crescer.

EMPREENDEDORISMO

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EMPREENDEDORISMO

Quem não conhece os dois ratinhos do famige-rado Laboratório Acme? Talvez a garotada mais nova não, mas provavelmente todos os

jovens empreendedores sim, afi nal tentar conquistar o mundo é – talvez – uma de nossas maiores ambições (às vezes com algum plano mirabolante, mas sempre com muito trabalho e dedicação).As relações de Pinky com seu carrancudo amigo por vezes lembram a realidade de nossas em-presas juniores.O papel nem sempre é bem definido: uma hora somos o Pinky e tantas outras somos o Cérebro. A relação entre as empresas, entre os próprios empresários juniores e também com nossas Uni-versidades, é a de amigos confusos, atrapalha-dos, verdadeiros e unidos. Sempre alternando entre o rabugento e o atrapalhado. Nem sabe-mos quando somos um ou outro.Responsabilidades recaem sobre nossos ombros dia após dia, semana após semana; pagamento de impostos, contratos, reuniões com clientes e parceiros. A boa e velha diplomacia para pros-pectar clientes e nos colocarmos no Mercado. O

As experiências de

“Pinky e Cérebro”Por Gama Junior

Movimento Junior depende a cada instante de nós, já que estamos aqui somente até terminar os nossos cursos e precisamos formar a próxima geração. Empresário júnior é uma carreira com fim datado e certo – e sem salário, carteira assi-nada ou FGTS no final de cada mês! O fracasso não é tolerado. Por nenhum de nós! Somos assim: uma raça grudenta, que realmente perturba, deixando nossas Instituições de cabelo em pé com nossos planos mirabolantes de divul-gação e responsabilidade social. Chatos e respon-sáveis socialmente! Que combinação, hein! Nem parece a “geração perdida” que todo dia passa naqueles programas de fofoca da tarde, com pais de cabelo em pé e algum “especialista” comen-tando sobre nosso suposto desprendimento com responsabilidades, família etc etc...Estamos aqui para aprender. Aprender sem pagar. Se o custo são algumas dores de cabeça ou sermos o Pinky ou o Cérebro da vez, o que podemos fazer? Afi nal, o que tentamos fazer todos os dias? Tentar conquistar o mundo! Com responsabilidade social e compromisso com o país.

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OLHOS ABERTOS

Você lembra dos seus 14 anos? Começo da adolescência para alguns, meio para os mais precoces, oitava séria para os mais estudio-

sos, alguma séria para os menos. Agora faz um esforço, puxa da memória, para tentar lembrar a quantidade de água que você consumiu até comple-tar os seus 14 anos. Impossível? E se eu te disser que é exatamente a quantidade de água que um litro de óleo de cozinha pode contaminar. Impossível?Pois é isso mesmo. Quando você frita aquele fran-guinho, aquela batatinha e despeja o óleo no ralo, além de provocar o entupimento das tubulações nas redes de esgoto, aumentando em 45% os cus-tos de tratamento, você pode poluir até um milhão de litros de água. Isso, claro, prejudica imediata-mente a fl ora marinha e, no momento do contato com a água do mar, há a liberação do gás meta-no, 21 vezes mais agressivo que o carbono, um dos grandes vilões do aquecimento global. E você quer saber quanto é despejado anualmente nos oceanos? De 19 a 27 milhões de litros.Então, quando fritar uns empanados, um pastel, além de convidar o pessoal da EMBRANCO, arma-zene o óleo gasto – em garrafas pet, por exemplo. E faça a doação. Uma dica nossa é se conectar ao pessoal do PROVE ( Programa de Reaproveitamento do Óleo vegetal) e saber onde fi ca a cooperativa mais próxima da sua casa. Em uma tacada só você estará fazendo, sem muito esforço, duas ações bas-tante importantes: a preservação do meio ambiente e a manutenção de um projeto social, que atual-mente ajuda mais de 300 famílias. O site é www.cooperativismopopular.ufrj.br/prove.Por fim você deve estar se perguntando pra que raio de lugar vai parar o óleo que você doou. Resposta resumida: pra fazer sabão, detergente, ração animal, cosméticos e o famoso biodiesel.

Se a destruição do Planeta seguir esse ritmo acelerado, em pouco tempo, e com muita certeza, iremos sofrer consequências nada agradáveis. Já sofremos, é ver-dade, mas as doses só tendem a aumentar e a se diversifi car. Portanto, atitudes, que antes passavam batidas, hoje precisam ser revistas. E ser revistas com olhos bastante atentos. Nessa edição, revelamos o problema que é a cotidiana atitude de despejar o óleo sujo de cozinha no ralo. Aprenda, pense e reverta.

Óleo e água não devem se misturar

Por Thiago Gomide

Parque de Plitvička Jezera, Croácia. Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO.

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O Planeta começa em casa, vai pra rua ou pro caminho e alcança a cidade, o campo e a imensidão. No entanto, seu

lugar de intimidade é doméstico. Isto é, da ma-neira de escovar os dentes, mantendo a torneira aberta ou fechada, à forma de tratar o lixo, na sua reciclagem-reaproveitamento ou se lançado indistintamente ao leo, a potencialização ou a destruição podem estar se dando. É aí também que se aprende (ou se desaprende) os segredos da vida em comum, quando humanidade e natureza ganham nome: é Maria, é João; é o Rio São Francisco ou o córrego do Monjolo; é a favela Santa Marta, a Ilha das Flores ou a Ilha de Caras...todos interagindo a partir do pressuposto cultural que forjou a política, a religião, o pensamento, na diversidade e na diferença das formas de viver. De novo, sua potencialização ou sua negação, a partir de práticas democráticas ou centralistas-au-toritários, arbitram o jogo da vida do planeta. A partir daí, o jogo vai fi cando mais pesado e, muitas vezes irreversível, na medida em que o po-der da guerra fi ca a única moeda de troca, como alardeia, hoje, a ameaça da Coréia do Norte. Moeda de troca, sim, é a água, a fl oresta, a fauna, a fl ora, cercando o centro, que é a vida humana, especialmente aquelas mais sujeitas ao risco mate-rial da destruição, situados, nos espaços das ausên-cias das políticas públicas, nas regiões periféricas.

ACADEMIA, SE MANIFESTE!

Por Adair Rocha_Professor da PUC-Rio e do núcleo de Comunicação Comunitária e Projeto Comunicar. É ainda professor adjunto da UERJ, na FEBF - Faculdade de Educação da Baixada Fluminense, e também professor de Comunicação Comunitária da UNICARIOCA.

Está em jogo, portanto, a estratégia do comum. Isto é: de que forma a autonomia, a diferença e a identidade serão respeitadas como pressupostos para a existência da criação, de imaginação e da ação da vida no planeta. Certamente esta discussão pressupõe o domínio de outros temas, contraditoriamente tratados nas mais diferentes partes do planeta, onde a vida se manifesta. O exemplo mais evidente pode ser a diversidade de abordagem em torno dos direitos humanos, o que induz a outra discussão, em torno do método de gestão pública: se democrática, ou centralista-autoritária, como dito antes.A intolerância religiosa e o individualismo na pro-dução das armas atômicas constituem-se hoje nas macro ameaças que interferem nos interstícios das micro relações da rotina do cotidiano, que histori-camente contrapõem destruição, nas respostas im-piedosas que a natureza dá, e, de construção na proporção direta da resistência e da perspectiva socializadora e democrática sociedade. As mudanças climáticas que resultam secas, en-chentes, tsunamis, têm proporção direta com os processos institucionais estruturantes*, contrapos-tos com adaptações, criação e alternativas que retomam esperanças como traduzem Obama e o aprofundamento democrático da América do Sul e de outras regiões no Planeta. Portanto, outro planeta é possível!

*Natureza dos modos de produção.

Destruição do Planeta

a em casa, vai pra ruao e alcança a cidade o

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Está em jogo, portanto, aIsto é: de que forma a auto

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Giro nas Faculdades

UNIRIO 30 ANOSA UNIRIO é uma das faculdades mais charmosas do Rio de Janeiro. Localizada na Urca, também um bair-ro extremamente charmoso, a universidade é pluralis-ta. Não é nada complicado presenciar, por exemplo, advogados, de terno e gravata, assistindo uma per-formance do pessoal do teatro. Tudo isso num belíssi-mo quintal, recheado de árvores. É importante lembrar que existe um murinho onde a desconfiança não passa nem perto. Lá, alguns alunos “cozinheiros” deixam seus quitutes à venda, e vão para a aula. E o pagamento é feito de uma maneira incrível: o consumidor deposita em uma caixa parale-la o valor anunciado pelo produto. Tudo isso ocorre num raro respeito à confiança. Parabéns pelos 30 anos é pouco. Parabéns pela menta-lidade, pelos professores e pelos alunos.

CHACRINHA E o belíssimo fi lme Alô, Alô Terezinha, do professor Nelson Hoineff, da FACHA, está começando a fazer história nos festivais. A última informação que temos é que o longa abocanhou o Cine Pernambuco.

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICADia 1 de Julho, a Gama Filho realizará o I Fórum de Educação Profissional e Tecnológica. O motivo é óti-mo: esclarecer a concepção dos Cursos Superiores de Tecnologia, bem como as oportunidades de traba-lho para os tecnólogos. O campus será o da Cande-lária, no Centro. E o horário das 16h às 18h.

BRASIL E FRANÇANão é novidade dizer que 2009 é o ano da França no Brasil. E por esse motivo, a UFRJ está organizando um colóquio internacional com o tema “Cooperação univer-sitária e cultural entre o Brasil e a França: a experiência de Paris VIII”. O seminário pretende fazer um balanço da

evolução dos estudos de francês e em francês nas univer-sidades francesas desde a década de 1960, além de ex-plorar temas particularmente desenvolvidos na UFRJ e na Universidade de Paris VIII, como Integração comunitária e uniões regionais latino-americanas; Artes de imagens e arte contemporânea; Universidade-mundo e internet; e Metrópoles duráveis e solidárias. O evento irá acontecer nos dias 18, 19 e 20 de junho, na Praia Vermelha. Para mais informações e realização de inscrições, en-viar e-mail para [email protected].

APENAS O FIMA sinopse é simples: uma garota resolve abandonar o namorado e fugir para lugar desconhecido. Antes de partir, ela decide encontrá-lo, mas eles têm apenas uma hora para fazer um balanço bem humorado de suas vidas. Mas o fi lme é incrível, e revelou o Matheus Sou-za, o diretor, roteirista e também estudante de cinema da PUC. 12, dia dos namorados, irá rolar a estreia do fi lme nos cinemas. Vale demais a pena ir assistir.

TROCA DE LIVROSA EMBRANCO sempre apóia a troca de livros. E a UVA, no campus Tijuca, irá promover esse escambo cultural nos dias 16,17 e 18. Os horários são: das 10h às 10h30min e 20h às 20h30min.

VOCÊ CONHECE O RIO?

MEMORIAL GETÚLIO VARGAS Ele foi ditador e presidente eleito pelo povo. Povo este que o considerou pai, que em troca, entre inúmeras ações populistas, criou o bendito salário mínimo. Nos arredores da Segunda Guerra Mundial, foi do eixo e depois aliado. E sempre foi polêmico. Em 1954, Getúlio Vargas se suicidava para entrar para a história, como ele mesmo disse em sua carta-testamento. 60 anos depois, em 2004, e após alguns museus em sua homenagem, a prefeitura do Rio lan-çou o Memorial Getúlio Vargas, na Glória. E cá entre nós: é uma aula de história sobre o personagem em questão e sobre a cidade do Rio de Janeiro. Mas se você se considera um entendedor nato dos dois, não tem problema. O espaço oferece também eventos, shows, peças de teatro, debates e até ci-nema. O site, para ter todas as informações, é o www.rio.rj.gov.br/memorial.

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