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N.41 EDIÇÃO GRATUITA 03.2020 . TRIMESTRAL Em Tempos de Pandemia COVID-19

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N.41 E D I Ç Ã O G R AT U I TA03.2020 . TRIMESTRAL

Em Tempos de Pandemia COVID-19

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REVISTA AGROS Nº41 . 3

Editorial

Este é um momento crucial em todas as dimensões do ser humano, e ao qual nenhum de nós experienciou tal

cenário pandémico, de confinamento, de resguardo, de quarentena, de isolamento social e, de uma operacionalização e im-plementação em bloco, de sérias e rigo-rosas medidas de emergência pela saúde pública, para conter a propagação da pan-demia pelo novo Coronavírus (COVID-19).

A uma escala global, a severidade dos efeitos da pandemia foi tal, que a gene-ralidade dos países, através dos seus Go-vernos, assumiram medidas sem prece-dentes. Em Portugal, o Governo declarou o Estado de Emergência a 20 de março de 2020 (o primeiro de três sucessivos Estados de Emergência) que implicaram o encerramento de muitas empresas, es-tabelecimentos comerciais e de serviços, afetando inevitavelmente e drasticamen-te toda a economia nacional. E muito an-tes disso, muitas atividades económicas já estavam a ser afetadas pela pandemia, dada a radical diminuição pela procura de bens e serviços, como resultado direto do confinamento obrigatório que foi de-cretado em vários países com os quais as Empresas Portuguesas, e nomeadamente também as Empresas do Grupo AGROS, mantém relações comerciais.

Assim, tivemos que reagir rapidamente e adequar a AGROS e o Grupo AGROS a esta nova realidade, tendo sido elabora-

JOSÉ CAPELA, PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA AGROS

do e implementado um Plano de Contin-gência, assente num rigoroso conjunto de medidas de controlo, prevenção e prote-ção, para que a vida, a saúde e a seguran-ça das pessoas bem como, as atividades essenciais da AGROS e das Empresas do Grupo, não fossem colocadas em causa, entre as quais, destacamos:• Distribuição de Equipamentos de Prote-

ção Individual (máscaras, viseiras, luvas e fatos de proteção) adaptados às dife-rentes atividades profissionais;

• Distribuição de solução de álcool gel para higienização das mãos em todas as frentes de trabalho;

• Implementação de procedimentos ope-racionais de desinfeção dos equipa-mentos e viaturas que são partilhadas por mais do que um trabalhador;

• Formação de 6 motoristas da Prodística no serviço da recolha como prevenção a eventuais necessidades de quarentena por parte de algum motorista da AGROS;

• Criação de canais de comunicação es-pecíficos com os Produtores e Coopera-tivas para partilha de informação crítica sobre os casos COVID-19 ocorridos den-tro do Grupo e nas explorações leitei-ras, com envio de informação credível para prevenção, proteção, resguardo e distanciamento social de todos os que trabalham na Exploração e, de rastreio a quem esteve na Exploração;

• Adoção do regime de teletrabalho em funções compatíveis com esta modali-dade;

• Dinamização de ações de formação e de esclarecimento para implementação de práticas seguras de trabalho (seja para os colaboradores que operam no terre-no, seja para quem está em áreas admi-nistrativas).

Hoje, já é claro e sabido que estas me-didas de contenção terão de se manter durante algumas semanas ou meses, pelo que teremos pela frente um período mui-to difícil. Mas nós somos a Agricultura, somos resilientes, e alimentamos o País.E para que todos o continuemos a fazer, faço um apelo para que estas e outras medidas gerais de segurança (recomen-dadas pelas autoridades nacionais e in-ternacionais) sejam implementadas e as-seguradas em cada Exploração. Só assim, unidos como sempre em torno do que nos é essencial, teremos a capacidade de ultrapassar este momento difícil e confiar num retorno rápido à normalidade, com os menores impactos sociais, económi-cos, financeiros possíveis para o setor, e para todas as nossas famílias.

Assim, a AGROS não ficou indiferente à si-tuação atual em que vivemos, e como for-ma de prossecução contínua da sua Mis-são e Visão, transferimos aos Produtores de Leite AGROS, nos últimos dias de abril do presente ano, um valor efetivo de 2 milhões de euros, resultante da eficiência interna conseguida na AGROS em 2019.Nós somos AGROS, a Família AGROS!

Bem haja a todos!

COVID-19:O abalo do País e do Mundo

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Ficha TécnicaPROPRIEDADE E EDITORAAGROS - União das Cooperativas de Produtores de Leite de Entre Douro e Minho e Trás-os-Montes, U.C.R.L.

SEDERua Cidade da Póvoa de Varzim, 554490-295 Argivai - Póvoa de VarzimTel. 252 241 000Fax. 252 241 009E-mail: [email protected] | Url: www.agros.pt

DIRETORJosé Fernando Martins Capela

PRODUÇÃO E COORDENAÇÃOServiço de Marketing

SEDE DE REDAÇÃORua Cidade da Póvoa de Varzim, 554490-295 Argivai - Póvoa de Varzim

N.º DE CONTRIBUINTE500291950

DEPÓSITO LEGAL295758/09

ISSN1647-3264

REGISTO NA ERC125612

ESTATUTO EDITORIALwww.agros.pt/revista-agros-estatuto-editorial

DESIGN E COMPOSIÇÃO GRÁFICAServiço de Eventos e Gestão de Espaços

IMPRESSÃO GRÁFICASersilito - Empresa Gráfica, Lda.Travessa Sá e Melo, 209Apartado 1208, Gueifães 4471 Maia

TIRAGEM2000 exemplares

PERIODICIDADEN.41 -Trimestral

FOTOSAGROS, U.C.R.L.; iStockPhoto;Shutterstock; Freepik.

Consulte a Revista em PDF

Os textos publicados nesta edição são da responsabilidade dos respetivos autores.

Índice03 Editorial

COVID-19: O abalo do País e do Mundo

05 DestaqueEstudo revela os superpoderes do iogurte natural contra o cancro

06 Artigo LeiteDicas de mestre para não estragar o que nasce bom e saboroso, o queijo

08 Artigo TécnicoGestão das mudanças no clima e no setor agrícola

12 Artigo LeiteSerá que andamos mesmo a ingerir o verdadeiro iogurte?

13 Artigo TécnicoTempo… um bem precioso!

16 Ucanorte XXIA importância de corrigir o pH do solo

18 Artigo TécnicoDesafios do setor agroalimentar

21 Artigo LeiteDicas com manteiga para a boa conservação e utilização

22 Artigo TécnicoRelação Homem-Animal em Bovinos

26 Artigo LeiteLeite, o melhor companheiro de um desportista

28 Agros ComercialBases para rotinas de ordenha

30 Artigo TécnicoA biossegurança nas explorações leiteiras. A sua importância no Covid-19 e o que podemos aprender para o futuro!

36 Artigo TécnicoEstratégia “Farm to Fork” para alimentos sustentáveis

38 Acontecimentos

45 Espaço LúdicoSabores da Nossa TerraSopa de Letras

N.41

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REVISTA AGROS Nº41 . 5

DestaqueDestaque

Um estudo, publicado no Medical Hypotheses Journal por investigadores da Lancaster University e do University Hospitals of Morecambe Bay NHS Trus, no Reino Unido,

sugere que o consumo diário de iogurte natural pode reduzir o risco de cancro da mama devido às bactérias benéficas fer-mentadoras da lactose, que reduzem a inflamação causada por bactérias nocivas. No entanto, os cientistas da Lancaster University afirmaram que esta hipótese é apoiada pelas evi-dências disponíveis, de que a inflamação induzida por bacté-rias está ligada ao cancro.No artigo publicado, os autores referem que o consumo diá-rio de iogurte natural é um potencial preventivo simples e barato para as mulheres. O leite materno não é estéril e a lactação causa alterações na microflora da mama. As bactérias fermentadoras da lac-

TEXTO Adaptado por AGROS

FONTE A. K. Marwahaa, J. A. Morrisb, R. J. Rigbya, “Hypothesis: Bacterial induced inflammation disrupts the orderly progression of the stem cell hierarchy and has a role in the pathogenesis of breast cancer”, Medical Hypotheses, Volume 136, March 2020

Estudo revela os superpoderes do iogurte natural contra o cancro

tose, que são geralmente encontradas no leite, acabam por ocupar os canais mamários durante e depois do período de lactação, por tempo desconhecido. Os investigadores suge-rem que as bactérias que fermentam a lactose na mama são protetoras, uma vez que a cada ano de amamentação reduz o risco de cancro da mama em 4,3%.Assim, vários estudos demonstraram que o consumo de io-gurte encontra-se associado à redução do risco de cancro da mama, sugerindo que poderá estar relacionado com a subs-tituição de bactérias nocivas por bactérias benéficas. Tendo em consideração que possuímos cerca de 10 biliões de bac-térias no nosso corpo, embora na sua maioria inofensivas, algumas destas produzem toxinas que desencadeiam infla-mações que, apesar de destruírem germes nocivos, também danificam o corpo humano.

Benefícios do consumo regular de iogurte

1.Aumenta a imunidade e reduz a inflamação;

2. Substituir snacks não saudáveis por iogurte auxilia na manutenção de um peso saudável;

3. O consumo de iogurte encontra-se também associado ao controlo da pressão arterial;

4. É rico em nutrientes e também melhora a saúde digestiva;

5. Aumenta a saúde óssea e ajuda a controlar o risco de osteoporose.

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6 . REVISTA AGROS Nº41

Artigo Leite

FONTESAPOLifestyle

Dicas de mestre para não estragar o que nasce bom e saboroso, o queijo

O local onde compra o queijoObserve as características do local, a sua higiene e a tempe-ratura a que estão expostos os queijos. Devem estar sem-pre no fresco, em média nos 8 ºC. É também de observar a apresentação do vendedor, se tem luvas e avental limpos, cabelo preso.

Sem misturasNo espaço reservado ao queijo não devemos vê-lo misturado sem critério com outras categorias alimentares, nomeada-mente peixes fumados.

Olhe para as datas de validadeControle as datas de validade. Nos queijos mais curados estas datas são de consumo preferencial, se quiser ser tolerante. Nos queijos mais frescos ou requeijões essas datas são mes-mo para levar a sério. Aprecie o aspeto geral dos produtos expostos: o ar de frescura não engana.

Os queijos devem ser limpos diariamenteIsto porque criam bolores que não devem ser ingeridos nem são agradáveis de ver. Dê uma vista de olhos aos instrumentos de corte e às tábuas: a sua limpeza é fundamental. O ideal é existir diferentes instrumentos para cada tipo de queijo.

A logística do espaço é importanteNo supermercado o queijo deve estar num local prático, de fácil acesso, que facilite a recolocação do produto, de modo a evitar a sua manipulação excessiva. Desta forma aumenta-se a longe-vidade do queijo e assegura-se a sua qualidade.

EmbalagemApós escolhido ou cortado, o serviço do queijo deve ser feito num papel sulfurizado, adequado para alimentos, pouco per-meável e preferencialmente branco ou de cor cru.

Levar o queijo para casaO correto acondicionamento no ponto de venda não garante que o queijo chegue bem ao seu destino. Por vezes a embala-gem não é suficientemente forte ou sólida. Por isso, deve pro-teger delicadamente o seu queijo durante a viagem – no carro, por exemplo, pode coloca-lo no chão do automóvel, sem obje-tos sobrepostos, de forma a que não se movimente.

A temperaturaCuidado com a temperatura a que sujeita o queijo durante a viagem, não deve passar muito dos 18 ºC e aconselha-se a que o percurso não dure mais do que 20 minutos.

Conservação fora do frioO método de conservação do queijo à temperatura ambiente apenas se aconselha para os queijos curados, de pasta dura ou semidura, ou prensados. Deve conservá-los em local seco e fresco, embrulhados em folha de alumínio. Desta regra ex-cluem-se, por norma, os queijos não pasteurizados (ex.: quei-jo Serra da Estrela), menos curados, que por norma contêm indicação “conservar no frio”.

Conservação no frioPara prolongar por mais tempo as características do queijo, a melhor forma de o armazenar é embrulhando-o e levando-o ao frigorífico, retardando a evolução de microrganismos, tanto pela cura natural (endurecimento) como pelo aparecimento de bolores (inerentes à humidade), não aconselháveis ao consumo (obviamente no caso dos queijos azuis estes microrganismos são parte do próprio produto). Devemos recordar que um quei-jo de pasta dura tem pouca água, ao contrário de um queijo de pasta mole que pode conter até 80% de água. Atenção: se o pedaço de queijo for grande, corte apenas o que vai ser con-sumido na altura e guarde imediatamente no frio o restante.

Conservar no frigoríficoDeve envolver-se o queijo individualmente, primeiro em plásti-co aderente e depois em folha de papel de alumínio, retirando-lhe, tanto quanto possível, as bolsas de ar. Colocam-se a meio do frigorífico, normalmente na zona com temperatura estabili-zada, entre 4 ºC e 8 ºC.

Se o objetivo for congelarO queijo deve ser embrulhado como descrito no ponto ante-rior, aumentando a potência do congelador durante as primei-ras horas. Quanto à forma de descongelação, tal como acon-tece com outros alimentos, esta deve ser lenta, por forma a evitar alterações do queijo e, sobretudo, uma desagregação da massa, o que poderia destruir a consistência, o sabor e o aroma. Assim, retira-se o queijo do congelador um dia antes de ser servido e coloca-se na parte inferior do frigorífico à temperatura aproximada 10 ºC.

A arte de cortar um queijoO ato de cortar um queijo define muito do saber “gourmet”. Desde logo, e em respeito pelo imaginário gastronómico, o corte dos queijos está diretamente relacionado com a sua apresentação e apelo suscitado. Deve evitar-se, quando é co-mestível, que a casca seja um entrave à degustação. Nestes casos, importa retirá-la parcialmente, permitindo o acesso à desejada pasta.

Do momento da compra, ao transporte até casa, passando pela conservação, o queijo merece cuidados para que o usu-fruto dos aromas e sabores corresponda à plenitude desejada.

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Tampa nem vê-laUm verdadeiro apreciador de queijo ficará furioso frente a um queijo amanteigado (ex.: Serra da Estrela), com uma tampa ta-lhada à faca e uma colher para serviço. Seja de pasta mole (mas nunca a escorrer) ou semidura, o queijo serve-se à fatia. Basta pensar que a cura do queijo se faz do exterior para o interior, para perceber os diferentes estratos de sabor que encontramos numa fatia. Em queijos de pasta mais endurecida, é importante senti-los com as mãos – pressionando com os dedos por baixo, agarrando o queijo com ambas as mãos, sem dúvida o melhor

método para aferir do seu “ponto”. Mas atenção: este exame deverá ser feito cerca de 30 minutos após ter retirado o queijo do frigorífico, adequando-o à temperatura ambiente.

Nos queijos duros e extra durosO corte faz-se em pedaços irregulares com uma faca de lâmi-na firme bilateral e com um bico – a simetria do corte é irrele-vante para a degustação. Queijos prensados, de pasta maleá-vel (Roquefort, por exemplo) são simplesmente cortáveis com um fio de metal com pegas. É o mais prático.

Que forma dar ao queijo quando o servimos?Em regra, queijos redondos de pasta mole ou mais dura são cortados em fatias triangulares mais ou menos grossas; quei-jos quadrados, em fatias paralelas; queijos de bola, com fatia-dor, se a pasta não for demasiado mole. Caso seja, então deve cortar-se previamente em quartos e ir retirando fatias longas e pouco grossas.

Quando o queijo é muito grandeTodos os queihos muito grandes (Ilhas, Parmigiano, Regiano, Cheddar, por exemplo) são cortados previamente em peda-ços, a servir com um máximo de 10-12 centímetros na sua parte mais longa. Daí segue-se o corte na mesa, em pedaços menores, prontos para a boca.

Sem desperdíciosDurante o corte é importante considerar a preservação do ex-cedente, que tende a oxidar mais ou menos rapidamente con-soante a linha de corte que lhe é imposta. Importa garantir o não desperdício, definido através da estratégia do corte, preser-vando o gosto do gourmet por aquele pedaço de paixão. Com alguma experiência e destreza pode fazer-se um bom trabalho.

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8 . REVISTA AGROS Nº41

O NEXO ÁGUA-ENERGIA-ALIMENTOSFace ao crescimento populacional, ao desenvolvimento económico e às mudanças climáticas, existem projeções, a nível mundial, que indicam uma maior procura por recursos alimentares, hídricos e energéticos (FAO, 2014). No contexto do Nexo Água-Energia-Alimentos, verifica-se a necessidade de encontrar soluções equilibradas, que se apliquem aos ecossistemas agrícolas, que envolvem a disponibilização e uso desses recursos de forma interdependente.Considere-se, à escala de uma exploração agrícola, a especificidade das condições de um “sistema solo-planta/animal-atmosfera”; constata-se que existe uma dinâmica de relações entre um “sistema” e os designados “balanços de recursos naturais”: 1) hidrológico; 2) de energia; e 3) de nutrientes (Figura 1).

TEXTODoutor Paulo Brito

da Luz.INIAV, I.P

Gestão das mudanças no clima e no setor agrícola

FONTEVida Rural

NOTAbibliografia cedida

mediante solicitação.

As estratégias, europeias e nacionais, de desenvolvimento e sustentabilidade dos diferentes sistemas de produção agrícola apontam para a adaptação à evolução das condições climáticas nas próximas décadas. Nesse sentido, estão a ser aplicadas medidas concretas para o aumento da produtividade das culturas e da racionalidade no uso dos recursos, que estão na base das políticas de “uso eficiente”, de “crescimento verde” e de “economia circular”, entre outras.

Artigo Técnico

Gestão das mudanças no clima e no setor agrícola

Nos ecossistemas agrícolas, para se alcançarem as metas de sustentabilidade e competitividade, são necessários elevados níveis de produtividade e eficiência. No entan-to, pela avaliação dos balanços “naturais” integrados nos ecossistemas agrícolas, observa-se que os recursos poderão ser insuficientes ou excessivos para a produção. Com essa avaliação, realizada regularmente através de indicadores agroambientais, obtém-se informação que permite destacar práticas mais favoráveis para dar resposta às condições me-nos sustentáveis. Por exemplo, “boas práticas” de rega/dre-nagem e de fertilização, ou a utilização de águas residuais tratadas e de energias renováveis.Na perspetiva dos balanços dos recursos, que apresentam interligações entre si e com o sistema de produção agrícola,

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são enquadradas diversas componen-tes. Em termo de maior importância e visibilidade por parte da área agrícola, destacam-se nesses balanços:a) A “precipitação” e a “transpira-

ção” (ou “evapotranspiração”, por combinação com a “evaporação”), como componentes do ciclo da água (Figura 2) mais diretamente associa-das ao nível de produção vegetal, e a “infiltração” com informação rele-vante para acompanhar a evolução do teor de água no solo.À escala da exploração agrícola e

Balanço de NutrientesCiclos Biogeoquímicos globais.

Azoto, Fosfatos, Carbono (inorgânico+orgânico), Enxofre...(nutrientes minerais e orgânicos de origem vegetal ou animal)

SOLO ATMOSFERA

GADO

PLANTA

Balanço HidrológicoPrecipitação (mm), Evaporação (mm/dia),

Infiltração, (mm/hora)...

Balanço de EnergiaRadiação Solar-Biosfera (KWh)

Metabólica-Química (cal)

(usualmente superiores a 20 anos) que permite encontrar valores médios e padrões de ocorrência das componentes de um balanço hidrológico; contudo, devido às mudanças climáticas, existirá uma maior probabilidade de eventos extremos que poderão alterar a normalidade do programa anual de produção.

b) A “energia radiante” do Sol deve ser crescentemente introduzida na avaliação do potencial produtivo de um ecossistema agrícola. Em particular, os valores registados nos processos de evapotranspiração (balanço hídrico) e de fotossíntese (balanço de nutrientes) dependem da magnitude desse fluxo. Por outro lado, o setor agroalimen-tar é um grande utilizador de energia com a produção, o armazenamento e o transporte de alimentos, e/ou com a distribuição e uso da água; uma maior importância é hoje dada à produção e utilização das energias renováveis e, no setor, existem já hoje situações em que a opção pela produção de biogás a partir de resíduos/biomassa, ou de energia fotovoltaica, é economicamente válida. Como, por exemplo, em estações de bombagem de água com painéis fotovoltaicos. A informação sobre o potencial energético de uma região pode ser consultada no Portal do Clima (www.portaldoclima.pt), desenvolvido para apoiar tomadas de decisão no âmbito da adaptação às alterações climáticas (Figura 3).Com base nos dados médios mensais, verifica-se que o valor acumulado de energia atinge anualmente, nas áreas mais centrais de Portugal Continental, 1750 kWh/m2. Con-siderando um rendimento de 15-20%, um painel fotovoltai-

Figura 1Balanços de recursos natu-rais envolvidos no sistema solo-planta/ani-mal-atmosfera

para a especificidade do seu “sistema solo-planta/ ani-mal-atmosfera”, os dados dessas componentes do balanço hidrológico (referentes, preferencialmente, a curtos perío-dos de tempo: 1 a 10 dias) trazem informação ao Produtor sobre as disponibilidades e as necessidades de água. Neste âmbito, a recolha de informação dos aparelhos/ serviços de meteorologia e a instalação de sensores no campo tornam-se crescentemente cruciais. Relativamente à capacidade de infiltração e às condições hídricas do solo, revela-se de grande importância ter informação sobre características como a textura, a estrutura e a profundidade; também a caracterização do declive e do coberto vegetal é necessária para a avaliação de riscos de escoamento superficial e de erosão. Destaca-se ainda a necessidade de informação climática de base estatística para períodos históricos longos

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Artigo Técnico

co pode assim produzir anualmente cerca de 300 kWh/m2.c) Vários ciclos de nutrientes são integrados no quadro de um

ecossistema agrícola, observando-se numerosas interações com os balanços de energia e hidrológico. Destaca-se que: 1) os elementos químicos presentes no solo/rochas, no ar e na água, ou disponibilizados em estrumes e fertilizantes (por exemplo, os macronutrientes azoto, fósforo, potás-sio), são transferidos e transformados pelos seres vivos; 2) a água é necessária para o transporte dos nutrientes do solo para as plantas; 3) numa cadeia alimentar, os seres fotossintéticos captam e transformam a energia do Sol em energia química, ou seja, há produção de nutrientes orgâ-nicos (matéria orgânica); 4) a matéria orgânica constitui o alimento dos animais.

A diferentes escalas, os ciclos de nutrientes requerem ava-liações ao nível agroambiental para se aferir do seu impacto em questões de risco para os ecossistemas. No ciclo do carbono, as produções animal e vegetal ou de estrumes têm um impacto direto nos níveis de dióxido de carbono e de metano. Nos ciclos do azoto e do fósforo são equacionados aspetos de produtividade, mas também de poluição, tanto no solo como no meio hídrico. Consequentemente, as moni-torizações pelas entidades públicas ligadas ao ambiente e à agricultura são hoje uma ação regular, com objetivos tanto de apoio à implementação de adaptações mais sustentáveis nas atividades agrícolas (por exemplo, agricultura de conservação e de precisão), como de lançar alertas sobre a existência de vulnerabilidades ecológicas (EEA, 2012).

Atualmente, para além da produção de alimentos (ou de plantas medicinais e de fibras), o setor agrícola deve promo-ver os designados “serviços dos ecossistemas”, em vertentes de regulação (e.g. habitats/ biodiversidade, clima, fertilidade, polinização) e sociais (e.g. rendimento familiar, nutrição e qualidade alimentar, herança cultural) (Luz & Ferreira, 2019). Por outro lado, mesmo com estratégias de sustentabilidade e racionalidade no uso dos recursos naturais, haverá sem-pre algum peso de custo ambiental, que se pretende seja inferior aos benefícios alcançados pelo setor agrícola. Assim, pode-se concluir que a atividade agrícola tem uma crescente interação com os balanços naturais e estabelece estruturas que contribuem para a melhoria ou para a degradação dos ecossistemas; de entre os contributos positivos registam-se a conservação dos recursos hídricos e o aumento do armazena-mento do carbono (ou redução de emissões), com particular importância na regulação climática à escala regional.

A intensificação agrícola e a agroecologiaA uma escala global, a “segurança alimentar” é um tópico complexo que envolve os domínios da água, da energia, do clima e da migração, entre outros. É de referir que o setor agroalimentar enfrenta riscos acrescidos associados a fenó-menos de alterações climáticas; atualmente, são observadas quebras de produção devido a condições de escassez de água, de perda, erosão e salinização dos solos agrícolas, e de aumento de pragas e doenças, agravadas pelo impacto negativo desses fenómenos.

A “intensificação agrícola” é necessária para a segurança alimentar de uma população crescente; promove novas tec-nologias e um grau elevado de mecanização para se atingirem maiores produtividades físicas. Com essa intensificação, há que evitar a degradação ambiental. As políticas de âmbito agrícola, alimentar e nutricional devem ser realinhadas na procura de soluções integradas e de compromisso com as vertentes ambientais, económicas e sociais.Nas estratégias de desenvolvimento e mudança do setor agrícola, os “agroecossistemas” têm vindo a ganhar impor-tância; mesmo envolvendo a intensificação, são cada vez mais implementadas as ações de adaptação às mudanças climáticas e as medidas de conservação dos habitats (nomea-damente florestais e de zonas húmidas) e dos recursos (água, energia, nutrientes e biodiversidade). Como exemplos, as boas práticas e recomendações que envolvem estes sistemas de produção agrícola deverão promover:1) Variedades regionais melhor adaptadas e/ou mais eficien-

tes com a água e com o azoto;2) A utilização mais racional e precisa de fertilizantes e pesticidas;3) O armazenamento de águas pluviais e residuais tratadas;4) Ferramentas/equipamentos que previnem a degradação

do solo;5) Sistemas de rega mais eficientes, dimensionados (caudais,

pressões) e programados (gestão da rega) para as condi-ções edafoclimáticas locais;

6) Metodologias para medição e/ou previsão do teor da água no solo;

7) Procedimentos de monitorização e avaliação da qualidade dos recursos naturais;

8) O aproveitamento de energias renováveis.

As inovações na agricultura e as políticas de desenvol-vimento sustentávelO crescimento do conhecimento técnico-científico e as inovações nos processos produtivos do setor agrícola têm objetivamente gerado mudanças que apontam para soluções mais competitivas e sustentáveis. As práticas de intensificação

Precipitação

Percolação Profunda

ÁguaSubterrânea

Infiltração

Nuvens

Rios

Plantas

SoloRocha

Solo

EscoamentoSuperficial

Transpiração

Figura 2Ciclo da Água envolvendo as componentes de um Balanço

Hidrológico aplicado à produção agrícola

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e especialização nas explorações para o aumento da produ-ção agropecuária devem ser implementadas com a perceção do seu impacto nos ciclos da água e dos nutrientes. Neste contexto, de vertentes agroambientais e socioeconómicas, estão a ser disponibilizados programas e serviços que combi-nam observações por satélites, por estações e por sensores no terreno; os dados assim obtidos e os de séries históricas e estatísticas são aplicados em modelos agrometeorológicos e biofísicos e a diferentes escalas, de âmbito regional ou nacional. Gera-se variada informação que permite avaliar, por exemplo, níveis de biodiversidade e de vegetação (NDVI), pressões nas áreas protegidas, previsão de colheitas, ou ainda mapear a população, monitorizar a segurança alimentar e estabelecer sistemas de alerta (GEO – http://earthobserva-tions.org). Para além do acesso direto a esta informação, o setor tem também um grande número de serviços públicos e empresariais de consultoria que podem programar as ativida-des à escala da exploração com base nesse tipo de informa-ção e utilizam sistemas de indicadores e de apoio à decisão para quantificar riscos (por exemplo, de escassez de água) e facilitar as melhores opções.No enquadramento das políticas nacionais com impacto nos aspetos agroambientais e climáticos destacam-se o PDR2020 – “Programa de Desenvolvimento Rural do Continente 2014-2020”, o PAEC – “Plano de Ação para a Economia Circular” e o CCV – “Compromisso para o Crescimento Verde”. Na legis-lação do PDR2020 e no âmbito da Ação 7.5 – “Uso eficiente da água” foi instituído o “Sistema de reconhecimento de regantes (Portaria 136/2015), que estabeleceu compromissos para se assegurar uma maior sustentabilidade no uso do solo, da água, da energia e de fertilizantes. Este sistema assenta na atribuição do “título de regante” aos agricultores que adotem comportamentos que permitam, por um lado, melhorar a adequação da dose de rega e da sua oportunidade (com base em balanços hídricos) e, por outro, otimizar o desempenho do seu sistema de rega (e.g. uniformidade de rega elevada). Os equipamentos de rega são inspecionados para aferir os consumos de água e energia, é também obrigatória a elabo-ração de um plano de fertilização e os registos das atividades

são obrigatoriamente atualizados ao longo do ciclo cultural.O PAEC (Resolução do Conselho de Ministros n.º 190-A/2017) apresenta estratégias que se traduzem em vantagens ao nível da redução de emissões de gases com efeito de estufa (GEE), através da melhoria na gestão de resíduos e redução das necessidades de recursos primários. No setor agrícola preten-de-se objetivamente melhorar a eficiência hídrica, aumentar a reutilização de água e melhorar a recirculação de nutrien-tes. A investigação tem um papel-chave nas ações e deverá integrar plataformas de ação, com interações com empresas, comunidades e consumidores, para a troca de conhecimento e para apoiar o desenvolvimento de boas práticas.O CCV (www.crescimentoverde.gov.pt) é um instrumento estratégico que assume a necessidade nacional de enfrentar as crises associadas ao clima, aos recursos hídricos, à biodi-versidade e ao aumento dos consumos ao nível da água-e-nergia-alimentos (recursos integrados num “nexo”, neste artigo). O CCV fixa vários objetivos para 2020 e 2030, entre os quais, contribuir para o crescimento económico, a eficiência e a sustentabilidade. Dos indicadores que apresentam metas concretas constam as eficiências hídrica e energética, a redução de emissões de CO2 e o reforço do peso das energias renováveis.

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Média

Normais climatológicas: Histórico simulaco - 1971-2000, Estatística: Média 30 anos, Modelo Global: Ensemble, Modelo Regional: Ensemble

Fonte: Portal do Clima

RADIAÇÃO GLOBAL

Período 1971-2000, Área Metro. De Lisboa

Radi

ação

(W/m

2 )

100

150

200

250

Formaçãodas Nuvens

Evaporação

Transpiração

Nota finalA melhoria conjugada da sustentabilidade e competitividade do setor agrícola, num panorama de crises alimentares, de escassez de recursos e climáticas, é um desafio de âmbito global que exige o desenvolvimento e concretização de compromissos exigentes. As soluções e decisões, apoia-das sobretudo por informação de estatísticas e numerosos indicadores (agroambientais e socioeconómicos), devem envolver de forma crescente parcerias entre empresas e instituições do setor, e procurar estabelecer valores de equilíbrio entre “desvios” admissíveis, nomeadamente de consumos e de restrições. Acrescem às estruturas de informação, as áreas da divulgação e formação, que hoje têm uma forte base tecnológica, a qual tem vindo a proporcionar uma assistência muito direta aos Produtores, técnicos e decisores.

Figura 3Evolução do fluxo de energia radiante na área de Lisboa

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12 . REVISTA AGROS Nº41

Artigo Leite

Comecemos por perceber do que falamos quando nos referimos a um iogurte?O iogurte é um "alimento vivo". É um produto, lácteo, que resulta da fermentação do leite a cerca de 40 ºC pelas bactérias Lactobacillus bulga-ricus. Daqui surge a necessidade de o refrigerarmos, estas bactérias são inativadas pela ação do frio e para impedir a sua atividade e consequen-te alteração das características do produto devemos mantê-lo refrigera-do até ao ato do consumo.

Que papel pode desenrolar o iogurte na nossa alimentação?Para além de nos fornecer proteínas, cálcio, vitaminas e sais minerais, o iogurte é um alimento probiótico. O facto de conter bactérias vivas, as quais ingerimos, torna-o num alimento com características benéficas para o consumidor. Neste caso, as bactérias lácticas promovem um equi-líbrio a nível da flora intestinal evitando a proliferação de bactérias pato-génicas e impedindo a obstipação, colites, flatulência e gastroenterite.

O iogurte é apontado como uma boa al-ternativa para pessoas intolerantes ao leite. Porquê?Muitas pessoas não têm capacidade de produzir lactase, a enzima digestiva que decompõe a lactose em açúcares simples e mais facilmente digeríveis. Durante o processo da fermentação ocorre a transformação bacteriana de vários nutrientes, como é o caso da lactose (um açúcar), de algumas proteínas, entre outros elementos. Ou seja, o iogurte é um alimento parcialmente digerido e como tal quando o ingerimos o nosso aparelho digestivo já tem a sua função facilitada. Este facto é também muito importante quando avançamos na idade, pois muitas vezes, ao longo do tempo, vamos perdendo alguma da nossa capacidade digestiva.

Normalmente abrimos o pacotinho de iogurte e consumimos de imediato. Po-demos, contudo, ir bem mais além. Pode dar-nos alguns exemplos de como um iogurte pode ser diversidade à refeição?Não há hora certa para o consumo de iogurtes; de manhã ao peque-no-almoço com cereais, como entrada sendo um excelente molho numa salada de ovo e batata. Também pode ser usado na salada que acompanha o prato principal e porque não usá-lo para gratinar carnes, barrar peixes e claro à sobremesa, fazendo parceria com fruta em saladas e mousses? Sendo um alimento de baixo valor calórico é uma vantagem para quem necessitar de fazer dieta, e não só. É uma ques-tão de colocarmos a nossa imaginação a funcionar.

Será que andamos mesmo

a ingerir o verdadeiro

iogurte?

Facilita a digestão, é ideal na di-versificação da nossa alimentação, ajuda-nos nas dietas. Há, contudo, que esclarecer o que é, de facto, um iogurte numa época em que os lineares estão pejados de diferen-tes categorias deste alimento. Para percebermos falámos com a técnica alimentar Maria Rebelo.

TEXTOAdaptado por AGROSFONTESAPOLifestyle

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REVISTA AGROS Nº41 . 13

TEMPO…UM BEM PREC OSO!

Ouvimos frequentemente dos nossos produtores que a falta de tempo é um dos principais fatores limitantes à implemen-tação de algumas boas práticas e melhorias nas explorações. De facto, tempo é precioso e muitas vezes escasso em muitas profissões, mas uma correta gestão do mesmo é fundamental para poder aumentar a produtividade e ainda ter tempo para família e amigos!Todos temos o mesmo número de horas em cada dia, mas algu-mas pessoas parecem conseguir fazer mais coisas no mesmo período de tempo. Como é possível? Para ajudar nesta tarefa escolhemos algumas dicas de gestão do tempo sugeridas por Produtores de leite um pouco por todo o mundo, para fazer um melhor uso do seu tempo, dentro e fora da exploração!

Porque o tempo é um bem precioso… Aproveite bem o seu!

No seu planeamento de tarefas, deixe tempo programado para tarefas pessoais e tempo fora da exploração. Este tempo é importante e ne-cessário! Deixe também alguma margem para tarefas inesperadas que surgem sempre numa exploração leiteira!

�Faça�uma�lista�das�tarefas�e�defina�prioridades�e�frequências�(diária,�semanal ou mensal). E muito importante… estabeleça prazos! E não se esqueça, por vezes é importante eliminar as tarefas que não são funda-mentais e nos retiram produtividade!

Evite distrações durante os trabalhos programados para que os possa terminar�mais�rapidamente� (por�exemplo�desligue�as�notificações�de�telemóvel do que não é essencial para evitar paragens constantes que lhe diminuem a produtividade. Com uma boa gestão terá tempo para isso mais tarde!

Programe os trabalhos que podem ser feitos em lote e realize tudo de uma�só�vez!�Isto�aplica-se�a�operações�com�os�animais�(p.e.�secagens),�mas também a rotinas de escritório, saídas para tratar de assuntos da exploração, limpezas, etc…

Utilize o que puder da tecnologia e equipamentos disponíveis que lhe possam� fazer�ganhar� tempo�nas�operações�das�explorações� (p.e�ali-mentadores de vitelos, máquinas automáticas de limpeza, etc…)

Tenha�locais�fixos�para�arrumar�o�material�e�equipamento�utilizado�na�exploração. Tempo utilizado a procurar material que podia ter um local definido�é�tempo�efetivamente�perdido!

Antes de começar qualquer tarefa, pense no que vai fazer e no material que necessitará para realizá-la. Perde sempre mais tempo se tiver que parar constantemente para ir buscar mais aquela coisinha que está a faltar!

Faça a correta manutenção dos seus equipamentos e aproveite pe-ríodos� de� menor� trabalho� para� fazê-lo.� Por� exemplo,� reveja� as� suas�máquinas agrícolas antes de iniciar os trabalhos no campo para evitar avarias.�Equipamentos�que�funcionam�mal�vão�fazê-lo�perder�muito�do�seu tempo quando ele é mais precioso!

A limpeza das instalações é uma tarefa que deve estar planeada por si e não�deve�ser�deixada�para�quando�sobrar�tempo.�Defina�a�periodicidade�da limpeza de cada área da exploração e cumpra a rigor. Todas as áreas da exploração devem constar deste planeamento, a periodicidade da sua limpeza é que pode variar! Lembre-se: limpar de vez em quando é muito mais desagradável e faz perder muito mais tempo do que se mantiver a rotina de limpezas periódicas!

Tenha uma lista de tarefas para toda a equipa da exploração e coloque-a onde todos os elementos tenham acesso e possam registar dados que fiquem�acessíveis�a�todos.�Escolha�o�melhor�método�para�a�sua�explora-ção: use um quadro branco, o computador ou uma aplicação de telemó-vel para o efeito. O importante é que o faça!

Permita� que�a� sua� agenda�de� tarefas� seja� estruturada�por� forma�a�manter a motivação todos os dias: por exemplo comece a semana com as tarefas mais aborrecidas ou de que menos gosta… depois de estas tarefas estarem concluídas, sentir-se-á mais motivado para o resto das tarefas da semana!

FICA O DESAFIO, EXPERIMENTEM AS NOSSAS DICAS!

TEXTOServiço de Certificação eSustentabilidade dasExplorações AGROS.

NOTAbibliografia cedida mediante solicitação.

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16 . REVISTA AGROS Nº41

Ucanorte XXI - Grupo AGROS

Sabemos que uma grande percentagem dos nossos solos são ácidos ou ligeiramente ácidos. Esta característica é afetada por vários fatores, nomeadamente: material de

origem, precipitação, a decomposição da matéria orgânica, vegetação nativa, tipo de cultura, profundidade do solo, adu-bação azotada e inundação.O termo pH define a acidez ou a alcalinidade relativa de uma substância, e a escala de pH cobre uma amplitude de 0 a 14. A Figura 1 mostra os graus de acidez e alcalinidade encontra-dos na maioria dos solos agrícolas.Num solo ácido as culturas encontram condições difíceis para a sua implementação, desenvolvimento e produção. A acidez limita a fertilidade natural dos solos e a eficácia dos adubos no fornecimento de nutrientes à planta.

DISPONIBILIDADE DOS NUTRIENTES NO SOLO DE ACORDO COM O PHCom exceção do ferro, cobre, manganês e zinco, que apresen-tam diminuição na sua disponibilidade com a elevação do pH, todos os demais (azoto, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, en-xofre, molibdénio e cloro) têm a sua disponibilidade aumenta-da pelo uso racional da calagem em solos ácidos.O conhecimento deste facto é da maior importância, pois in-dica que uma das maneiras mais adequada para aumentar a eficiência dos fertilizantes contendo macronutrientes primá-rios e secundários, em solos ácidos, é o uso de calcário na dosagem correta.Entre os vários efeitos da calagem em solos ácidos, destaca-se o aumento da disponibilidade da maioria dos nutrientes essen-ciais para o normal desenvolvimento das plantas.Para fins práticos, considera-se a faixa entre 6,0 e 6,5 adequa-da à maioria das culturas, tal como se verifica na Figura 2 (som-breado).

Forte

Média

Fraca

Fraca

Moderada

Média

Forte

MuitoForte

ALCA

LIN

IDAD

E

Fraca

ACID

EZ

9,0

8,0

7,0

6,0

5,0

4,0

A IMPORTÂNCIA DECORRIGIR O pH DO

Figura 1Graus de acidez e alcalinidade

Figura 2Relação entre a disponibilidade de nutrientes e o pH do solo 5,0 6,0 6,5 7,0 8,0

Alumínio

PotássioCalcio

Magnésio

Fósforo

MolibdénioCloro

Faixaadequada para a maioria das culturas

FerroCobre

ManganêsZinco

NitrogênioEnxofre

Boro

“CORRIGIR O SOLO É UMA GARANTIA DE AUMENTODA PRODUTIVIDADE.”

Figura 1

Figura 2

TEXTOEquipa Técnica

Ucanorte XXI

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REVISTA AGROS Nº41 . 17

Deficiências prováveisem pH baixo.

Alguma redução a pH baixo,mas bactéria com S ainda ativas.

Semelhante ao K.

Fixação por bactérias diminuiabaixo de pH 5,5.

Pode ser deficiente em solos ácidos; não disponível em pH muito alto.

Pode ser tóxico em solos ácidose deficiente em pH>7,0.

Semelhante ao Cu e Zn.

Probabilidade de ser fixado por Fe, Al e Mn em pH ácido, formas insolúveis em pH alto, também com inibição do Ca.Colagem em excesso pode causar deficiência: perigo da toxidez em pH muito alto.

Semelhante ao Cu e Zn.

Calagem a pH 5,5 é recomenda-da para evitar perigo de toxidez a pH ácido.

4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 7,0 8,0 9,56,5 7,5 9,08,5 10,0

5,0 – 6,0 6,0 – 6,5 6,5 – 7,0

Batata Milho Luzerna

Melancia Algodão Trevos

Arroz Sorgo

Café Soja

Trigo

Feijão

Figura 3Influência da amplitude de pH e a disponibilidade nutrientes e outros elementos do solo.

Figura 4Reação calcário - pH

Figura 3

Figura 4

Tabela 1Níveis desejáveis de pH de acordo com a cultura

FACTOS IMPORTANTES A RETER

• Concentrações de elementos, tais como alumínio, ferro e manganês, podem atingir níveis tóxicos, porque a sua solubilidade aumenta nos solos ácidos;

• A toxicidade do alumínio é, provavelmente, o fator limi-tante mais importante para as plantas em solos ácidos;

• Os organismos responsáveis pela decomposição da ma-téria orgânica e libertação do azoto, fósforo e enxofre po-dem estar em pequeno número e com pouca atividade;

• O cálcio pode ser deficiente quando a capacidade de tro-ca catiónica é extremamente baixa. O mesmo pode acon-tecer com o magnésio;

• A performance dos herbicidas aplicados ao solo pode ser afetada, de modo adverso, quando o pH do solo é baixo;

• A fixação simbiótica do azoto pelas leguminosas é seve-ramente reduzida;

• Os solos argilosos, com alta acidez, são menos agregados, com baixa permeabilidade e arejamento;

• A disponibilidade de nutrientes como o fósforo e o molib-dénio é reduzida;

• Há um aumento na tendência de lixiviação de potássio.

A Figura 3, mostra como a amplitude de pH influencia a dispo-nibilidade de nutrientes e outros elementos do solo.Os níveis desejáveis de pH variam de acordo com a culturaMuitas culturas desenvolvem-se melhor quando o pH está entre 6-7, mas acidez não retarda o crescimento de todas as culturas. Algumas necessitam de condições ácidas para o seu desenvolvimento como mostra a Tabela 1.

COMO O CALCÁRIO REDUZ A ACIDEZ DO SOLO?O calcário aumenta o pH, convertendo alguns iões de hidrogé-nio em água. Acima de pH 5,5 o Al precipita como Al (OH)3 e, assim, a sua ação tóxica e a principal fonte de H+ são elimina-das. A reação funciona assim: enquanto iões de cálcio (Ca2+) do calcário substituem o alumínio (Al3+) nos pontos de troca, o ião carbonato (CO3-2), reage com a solução do solo criando um excesso de iões hidroxila (OH-) que, em seguida, reagem

EM SUMA, PODEMOS AFIRMAR QUE A CORREÇÃO DO PH DO SOLO TRAZ VÁRIOS BENEFÍCIOS ÀS PLANTAS:

• Melhora a atividade biológica do solo;• Aumenta a disponibilidade dos nutrientes, melhorando a perfor-

mance das plantas aumentando a produtividade;• Facilita o desenvolvimento das raízes melhorando a absorção dos

elementos necessário ao desenvolvimento da cultura;• Rentabiliza o investimento em adubos aumentando a eficiência dos

nutrientes.

com o h+ (excesso de acidez), formando água. O processo glo-bal é ilustrado na Figura 4.

ÉPOCA E FREQUÊNCIA DAS APLICAÇÕES DE CALCÁRIOAs afirmações generalizadas sobre a frequência da calagem são inadequadas, isto porque muitos fatores estão envolvidos. A melhor forma para se determinar a necessidade de correção em calcário é analisando o solo através de uma amostra de ter-ra, que poderá ser feita a cada três anos, mais frequentemente em solos arenosos e solos irrigados. Os fatores que influenciam a frequência da calagem são:TEXTURA DO SOLOos solos arenosos precisam de receber calagem com mais fre-quência do que os solos argilosos;DOSES DE ADUBOS AZOTADOSaltas doses de adubos amoniacais geram acidez;TAXAS DE REMOÇÃO PELAS CULTURASdependendo da cultura, produtividade e partes colhidas, quan-tidades substanciais de cálcio e magnésio podem ser removidas;QUANTIDADES DE CALCÁRIO APLICADOdoses mais elevadas normalmente significam que o solo não necessita de nova calagem com frequência. Não devemos fa-zer calagens exageradas;AMPLITUDE DE PH DESEJADAa manutenção do pH alto geralmente significa que o calcário precisa de ser aplicado com mais frequência do que quando o pH médio é satisfatório.

SOLO

H+

H+

H+ H+

H+ H+

Ca+_ __ _

_ __ _

SOLO

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18 . REVISTA AGROS Nº41

Evolução anual das vendas de alimentos agroalimentares França

-0,7%

Valor

FIGURA 1 Fontes: IRI, les Echos

Desafio #1:os custos de adaptação às mu-danças nos hábitos alimentaresCom os consumidores cada vez mais à procura de alimentos mais saudáveis e menos prejudiciais ao meio ambiente, o setor precisa de se adaptar a um novo paradigma de consumo. Isso requer um forte investimento no seu mix de produtos para aumentar as ofertas saudáveis de alimentos locais que, de outra forma, não impulsionariam o crescimento orgânico. Além disso, o aumento de famílias consti-tuídas por uma e duas pessoas, em todo o mundo, está também a mudar ainda mais os hábitos alimentares dos consumidores, aumentando os custos de packaging. E a evolução do gosto do consumidor está a diminuir os ciclos de vida do produto, mesmo que a velocidade de entrada no mercado continue a ser crucial.A adaptação a essas novas tendências tem um custo e está a ser agravada pelo facto de a demografia no ocidente não suportar mais o consumo de alimentos em volume. Por exemplo, o Instituto IRI (International Research Institute for Climate and Society) identificou que, enquanto a população da França cresceu + 0,6% nos últimos quatro anos, as vendas de alimentos em volume diminuíram -2%. A Figura 1 demonstra como o volume de produtos alimentares vendidos nos hipermercados franceses registaram uma tendência de queda desde 2017.

Artigo Ténico

DESAFIOS DO SETOR AGROALIMENTAR

Grandes insolvências estão a aumentar no setor agroalimentar a nível global. À primeira vista, a indústria agroalimentar parece estar a ter um bom

desempenho, auxiliada pela crescente população mundial, especialmente na Ásia. No entanto, desde 2017 o setor registou mais de 30 grandes insolvências, em média, por ano, e a receita combinada de empresas agroalimentares insolventes disparou de 6,4 bilhões de dólares em 2018 para 20 bilhões em 2019.As empresas estão a enfrentar cinco novos desafios. Isso inclui: uma mudança nos hábitos alimentares, especial-mente no ocidente com consumidores à procura de ali-mentos mais saudáveis; a necessidade de reduzir a pegada de carbono da produção alimentar; disputas comerciais que estão a forçar as empresas a diversificar os canais de distribuição; pressão positiva sobre os salários, que repre-sentam 11% de todos os custos operacionais em alimen-tos agroalimentares e a incapacidade dos processadores de alimentos de repassar custos mais altos aos clientes devido à falta de poder de princing.O que esses novos riscos significam para as empresas agroalimentares? É expectável uma deterioração adicio-nal na taxa de margem operacional de toda a indústria agroalimentar, abaixo de +9% em 2020 em comparação com +10,2% em 2018 (ou seja, queda de 1,2 pontos percentuais nos últimos dois anos numa média global). No geral, os custos operacionais dos alimentos agroalimenta-res, expressos como uma % da receita, irão aumentar +1,4 pontos percentuais para 21,8% em 2020, de 20,4% em 2015, crescendo mais rápido do que o aumento da recei-ta. Mesmo que o setor ainda não esteja perto de uma po-sição de perda, o impacto desses novos riscos nos custos operacionais das empresas agroalimentares colocam em risco as futuras receitas.

TEXTOadaptado por AGROS

FONTEEuler Hermes Globa

As empresas agroalimentares enfrentam cinco novos desafiosNo contexto de um cenário de negócios em mudança na indús-tria agroalimentar, cinco novos riscos estão a elevar os custos operacionais para um novo nível:

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REVISTA AGROS Nº41 . 19

Quota de grandes empresas * na receita total(Produção alimentar vs. Retalho alimentar na Europa)

FIGURA 4 Fonte: Eurostat (dados mais recentes disponíveis em 2017)

Taxa de Crescimento em Salários

2015 2016 2017 2018 20190,0%

0,5%

1,0%

1,5%

2,0%

2,5%

3,0%

3,5%

4,0%

FIGURA 3 Fonte: BCE

Desafio #4:Pressões sobre os saláriosSegundo o nosso painel de empresas, o peso médio dos custos de mão-de-obra é responsável por 11% de todos os custos operacionais na produção agroalimentar. Isso representa um desafio para os fabri-cantes, pois a recuperação nos mercados de trabalho globais continuou até 2019 (ver a Figura 3). A taxa de desemprego atingiu 6,7% a nível global e está 0,2pp abaixo da média a longo prazo. Além disso, as taxas de vagas de emprego continuaram a aumentar e duplicaram em comparação a 2009, por exemplo, na Europa. Na zona do Euro, por exemplo, o crescimento salarial atingiu um pico de 2,3% anual em 2019, acima da média a longo prazo de 2,1%. Também nos EUA, o crescimento salarial acelerou em 2019 e agora está acima de 3%.

Medidas prejudiciais vs liberais

FIGURA 2 Fontes: GTA, Euler Hermes, Allianz Research

Desafio #3:o aumento das intervenções políticas comerciais está a forçar os agentes agroalimen-tares a diversificar os canais de distribuição As empresas agroalimentares enfrentam um número crescente de intervenções po-líticas comerciais de todos os tipos (desde relacionadas à importação, a incentivos à exportação, e restrições às mesmas). Porém, considerando o total de 6.000 no-vas medidas implementadas desde 2009 no setor, apenas 40% foram dedicadas a facilitar e liberalizar o comércio, ou seja, uma grande maioria (60%) é prejudicial. Esses 60% de intervenções políticas comerciais estão a complicar ainda mais a vida das próprias empresas agroalimen-tares, forçando-as a diversificar os seus canais de distribuição e a suportar custos operacionais crescentes.

Desafio #5:a incapacidade dos processadores alimentares transferirem custos mais altos aos clientes (ou seja, retalhistas em massa)Por último, mas não menos importante, o principal desafio que contribui para a pressão de queda nos lucros dos processa-dores alimentares é o aumento nos custos de matéria-prima que estes são incapazes de repassar para os seus pontos vitais, como o retalho de massa. O aumento é resultado das consequências do surto de peste suína na China, que diminuiu a população de porcos em mais de um terço em relação ao ano anterior. Como resultado, os preços da carne suína subiram para um patamar recorde e o maior consumidor mundial de carne suína teve que importar maciçamente, não apenas carne suína, mas também mais carne bovina e de aves. De forma mais am-pla, o surto asiático teve um efeito indireto nos preços dos alimentos básicos no mundo inteiro. Forçados a comprar matérias-primas a um preço muito mais alto, o setor está a enfrentar sozinho os custos de suprimento devido à sua incapacidade de repassá-los aos

principais retalhistas.A falta de poder de atribuição de preço dos fornecedores em relação aos retalhistas está ligada ao alto nível de concentração de alimentos no retalho. Esse alto nível de con-centração promove uma concorrência feroz de preços entre fornecedores, que não têm outra opção para serem referenciados. De forma geral, forma-se um impasse: ou so-frem com custos de produção elevados que não podem repassar para os seus preços de venda, ou são forçados a reduzir os preços quando os das matérias-primas agrícolas são baixos. Nos dois casos, os processado-res são totalmente impotentes contra os requisitos dos retalhistas e, geralmente, precisam de absorver o aumento de seus custos operacionais.A Figura 4 ilustra a diferença substancial no grau de concentração entre fabricantes agroa-limentares e empresas retalhistas e quão difícil é para o primeiro ser capaz de repassar custos mais altos de produção para o último. As grandes empresas do setor de retalho alimentar representam 75% da receita total, enquanto representam apenas 50% da receita total no setor de alimentos agroalimentares.

Desafio #2:atingir uma pegada de carbono mais baixa tem um preço para o setor agroalimentarA produção de alimentos é responsável por um quarto das emissões mundiais de gases de efeito estufa, por isso há uma crescente conscientização de que as escolhas alimentares e de dieta têm um impacto significativo na "pegada" de carbono dos consumidores. O novo custo para o setor agroalimentar é concentrar-se nas partes da cadeia de produção de alimentos onde as emissões de CO2 são mais altas. Surpreendentemente, não é o transporte, responsável por menos de 10% das emissões totais de CO2 dos alimentos (com exceção dos produtos transportados por via aérea). Nesse contexto, reduzir as emissões de carbono requer mudanças nas práticas agrícolas, sendo este um processo demorado, e a garantia de um fornecimento "verde" de mercadorias, estão a aumentar os custos para as empresas de produção alimentar.

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20 . REVISTA AGROS Nº41

Artigo Ténico

Indústria global alimentar e de bebidas

FIGURA 5 Fontes: Bloomberg, estimativas de Euler Hermes

Taxa de lucroIndústria agroalimentar como um todo

FIGURA 7 Fontes: Bloomberg, estimativas de Euler Hermes

Repartição dos custos operacionais (exc. Custo de vendas)Indústria alimentar e de bebidas.

FIGURA 6 Fontes: Bloomberg, estimativas de Euler Hermes

Taxa de lucroApenas setor alimentar

FIGURA 8 Fontes: Bloomberg, estimativas de Euler Hermes

O que esses novos riscos significam para as empresas agroalimenta-res?Para entender melhor como estes cinco fatores-chave estão a prejudicar a rentabili-dade das empresas agroalimentares, foram analisados os principais custos operacionais de um painel de 53 empresas.Primeiro, há o custo das vendas, que neste painel deve aumentar em 1,7 pontos percen-tuais para 69,2% em 2020, de 67,5% em 2017. Em termos de valor, esperamos que atinjam 718 bilhões de dólares em 2020, acima dos 634 bilhões em 2016 (ver Figura 5). A maior proporção entre o custo das vendas e as ven-das líquidas indica um mix de produtos mais pobre devido à mudança nos hábitos alimen-tares e também à incapacidade dos processa-dores alimentares repassarem os custos mais altos de produção para o retalho.De seguida, vêm todos os outros custos operacionais que podem ser resumidos da seguinte forma: custos salariais, despesas

de marketing, outros custos operacionais e custos de depreciação. As despesas de mar-keting são ainda mais importantes agora que os fabricantes de produtos agroalimentares são obrigados a aumentar de forma expo-nencial os seus gastos com publicidade para reconquistar compradores. Resta saber se o aumento da promoção de produtos básicos estabelecidos será suficiente para atrair compradores que os abandonaram para as alternativas mais baratas desenvolvidas pelos retalhistas.A Figura 6 destaca o impacto dos três outros novos fatores de risco (custos de tarifas, re-dução de emissões de CO2, pressões salariais crescentes) sobre os custos operacionais, especialmente desde 2018, quando o número de insolvências no setor agroalimentar come-çou a aumentar. É expectável que estes conti-nuem a aumentar ao longo de 2020 e, como resultado, atinjam os lucros operacionais.

Em conjunto, é provável que resultem numa queda do EBITDA (earnings before interest, taxes, depreciation and amortization, em português, “Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização”) e nas mar-gens operacionais em 2020, como mostra a Figura 7 abaixo. Espera-se que a margem operacional da indústria agroalimentar caia, em média, mais 0,6 pontos percentuais no ano atual, depois de já ter caído de 10,2% em 2018, para 9,6% em 2019. No geral, os custos operacionais agroalimentares expressos como uma % da receita, terão um aumento de +1,4 pontos percentuais para 21,8% em 2020, ante 20,4% em 2015, crescendo mais rápido que o aumento da receita.

Mesmo que o setor ainda não esteja perto de uma posição de perda, o impacto desses novos riscos nos custos operacionais das em-presas agroalimentares é um presságio à sua rentabilidade futura. A tendência iminente para todo o setor agroalimentar está lamentavelmente a ser ocultada pelo que consideramos a resiliência das bebidas. Mesmo que esperemos que a taxa de margem operacional média dos grupos de bebidas neste painel caia de 21,9% em 2018 para 21,2% em 2020, permanece o facto de que esse nível ainda será quatro vezes maior do que nos grupos alimentares. De facto, espera-se que os fabricantes de alimentos passem por um 2020 muito desafia-dor, considerando a queda na taxa média de margem operacional de 8,7% em 2017 para os escassos 5% esperados em 2020 (veja a Figura 8).

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Artigo Leite

Dicas com manteiga para a boa conservação e utilização

Esta gordura tão comum nas nossas cozinhas, obtida a par-tir do leite ou das natas, exige alguma atenção na conser-vação e manipulação alimentar.

1. Características da manteigaUma boa manteiga deve apresentar consistência semissóli-da à temperatura ambiente. Não deve soltar água. O odor é aromático e o sabor doce e agradável. A cor deve ser ama-rela e uniforme. Esta cor varia do amarelo-claro, ao amare-lo-forte, dependendo da alimentação das vacas (ou búfala, ovelha, cabra, entre outras espécies) e do leite que conse-quentemente produzem.

2. ConservaçãoNa conservação, a manteiga mantém-se na porta do frigorífi-co a uma temperatura entre os 0 e os 8ºC. Pode-se congelar a manteiga a uma temperatura de – 18ºC mas nunca mais do que por dez meses. Mais tempo torna a manteiga rançosa.

3. Odores indesejadosDentro do frigorífico a manteiga tende a “absorver” os odores de alimentos próximos. Como tal, aconselha-se a conservação do produto numa embalagem hermética.

4. Manteiga rançosaSe a manteiga ficar rançosa (o preferível é evitá-lo), deve bater-se com um pouco de água bicarbonatada ou cobri-la com água fresca, adicionando a esta uma colher de chá de bicarbonato de sódio. Deve permanecer nesta solução por três horas. Depois, deve ser lavada várias vezes em água fresca. O bicarbonato ajuda a neutralizar o cheiro e o gosto de ranço.

5. Amolecer rapidamentePara amolecer rapidamente a manteiga que retira do frigorífi-co (por exemplo, para a barrar no pão), proceda assim: aqueça um copo com água no microondas. Posto isto, vai deixar a água quente dentro do copo por um minuto. Descarte a água. Colo-que a manteiga que pretende utilizar sobre um prato e vire o copo aquecido sobre o alimento. Cria um ambiente de sauna e a manteiga ficará amolecida.

6. FritarSe antes da fritura verter uma colher de chá de óleo alimentar na frigideira, a manteiga não queimará nem respingará.

7. Temperaturas elevadasQuando cozinhada a uma temperatura superior a 120 ºC a man-teiga tende a escurecer e decompor-se. O produto resultante pode ser nocivo ao organismo. A alternativa na fritura pode ser um bom azeite ou óleo, pois resistem melhor a elevadas tem-peraturas.

8. Evitar o escurecimentoPode evitar o escurecimento da manteiga juntando uma noz de manteiga fresca (15 a 20 g) durante a fritura, o que baixará a temperatura da confecção.

9. ClarificarPara se clarificar a manteiga pode seguir um método simples: numa panela vai derreter a manteiga (com ou sem sal) total-mente. Posto isto, deixe a manteiga descansar. As partes sólidas virão à superfície. Verta este líquido através de uma gaze húmi-da. Esta reterá a gordura, permitindo à manteiga escoar para um recipiente.

FONTESAPOLifestyle

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22 . REVISTA AGROS Nº41

Artigo Ténico

RELAÇÃOHOMEM-ANIMAL

EM BOVINOS

Os ancestrais selvagens dos bovinos foram os auroques (Bos primigenius), existindo estudos arqueológicos que comprovam a sua existência, tendo-se desenvolvido o

processo de domesticação em dois troncos distintos, o Bos taurus (taurinos) e o Bos indicus (zebuínos). Quando o ho-mem descobriu a agricultura e começou a construir povoa-dos permanentes, novos animais começaram a fazer parte da paisagem modificada. O imponente e temível auroque esteve entre as primeiras espécies a serem domesticadas, tal como sucedeu com o cão e o cavalo. Perdeu envergadura e ferocidade porque foi amansado pelo homem, mas graças a esse lento processo, ganhou renovada importância para as comunidades humanas. Além da carne, da pele e dos cornos, passou a fornecer também leite e força de tração. A sua proximidade com o homem foi tão intensa que a intolerância à lactose, típica dos humanos e dos restantes mamíferos adul-

TEXTOProf. Doutor Joaquim Lima Cerqueira,

Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (ESA-IPVC)Centro de Ciência Animal e Veterinária (CECAV), UTAD - Vila Real

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tos desapareceu nas populações que criavam bovinos. Esta adaptação genética é um excelente exemplo da coevolução entre as duas espécies. A figura do auroque foi gravada pelo homem pré-histórico nas paredes de grutas um pouco por toda a Europa e em Portugal também, com destaque para o vale do Côa, através de traços rudes e ténues mas que passa-dos vários milénios ainda podem ser contemplados. E a sua importância é de tal ordem que a UNESCO declarou o vale do Côa com as rochas desenhadas de auroques como Património da Humanidade em 1998. Para os arqueólogos, este achado demonstra bem a importância ancestral deste bovino selva-gem (auroque) para as comunidades primitivas. Desde essa época remota até à atualidade, as raças de bovinos emanci-param-se e atualmente contamos com 16 raças autóctones portuguesas e um grande leque de exóticas. Para aferirmos a importância destas exóticas, lembre-se que Artur de Figueiroa

Rêgo em 1931, garantia que 20% do abastecimento de leite à cidade do Porto provinha de vacas da raça Barrosã (vulgar-mente apelidadas de Piscas) e os restantes 80% já eram asse-gurados por vacas de raça Turina (designação muito utilizada para as vacas da raça primitiva Holstein Frísia em Portugal).

DOMESTICAÇÃO E EVOLUÇÃO DOS BOVINOS

Ao longo de milhares de anos e após a domesticação dos bo-vinos com a adaptação dos animais aos humanos e vice-versa é aceitável que aqueles demonstrem caraterísticas genéticas, fenotípicas e comportamentais muito distintas dos seus ancestrais e parentes selvagens. Um dos primeiros passos do processo de domesticação foi assegurar que os animais apresentassem menos medo e reatividade quando em con-tacto com o ser humano e portanto, as espécies domésticas adaptaram-se progressivamente à presença do Homem com relativa naturalidade. O processo de domesticação com toda a certeza intensificou o contacto e a interação entre o ser humano e os bovinos e a qualidade desta relação pode ser definida como o grau de proximidade e a perceção mútua das suas necessidades de relacionamento. O contacto com os ani-mais e a sua manipulação podem ser efetuados de uma for-ma positiva, aumentando a confiança e diminuindo o medo que os animais demonstram pelos seres humanos, ou de uma forma negativa, aumentado o medo e provocando aversão dos animais ao contacto com os tratadores. Interações nega-tivas e medo dos seres humanos estão associados a piores performances de bem-estar animal e diminuição da produção de leite. A relação entre produtor e animal está dependente da frequência, intensidade e intimidade do contacto entre ambos. A qualidade da relação homem-animal parece ter uma nítida influência sobre o comportamento social de vacas leiteiras. Um contacto próximo entre criador e animais, com uma situação individual estável contribui positivamente para um apropriado comportamento social do efetivo. A distância de fuga (teste de aproximação) é um excelente indicador comportamental para avaliação da relação homem-animal, descrito no referencial Welfare Quality (2009) no princípio do comportamento apropriado dos animais.

"É POSSÍVEL DESENVOLVER RELAÇÕES POSITIVAS ENTRE HUMANOS E BOVINOS NO DIA-A-DIA DA EXPLORAÇÃO, SEM NECESSIDADE DE INVESTIMENTOS PARA ALCANÇAR ESTE OBJETIVO. SERÁ SUFICIENTE APLICAR OS CONHECIMENTOS EXISTENTES EM MATÉRIA DE BEM-ESTAR ANIMAL..."

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24 . REVISTA AGROS Nº41

Artigo Ténico

ATITUDES E PERCEÇÕES DO PRODUTOR

Há evidências de que a qualidade da relação homem-animal tem uma grande influência no comportamento social de vacas leiteiras. O perfil genético dos animais, bem como a quantidade e qualidade do contacto humano são fatores que influenciam a relação homem-animal. Enquanto tratado-res com atitudes positivas como interações táteis positivas (carícias, leves palmadas na região da garupa e do pescoço, coçar na região da cabeça), tom de voz suave e assobios, resultam em comportamentos positivos e consequentemente aumentos de produtividade. Se a interação social do Produtor com o animal for negativa, desencadeia-se um sentimento de medo dos animais sempre que uma pessoa entra na exploração. Os bovinos são animais que gostam de rotinas e que possuem boa memória, sendo capazes de discriminar operadores envolvidos nas interações, apresentando reações específicas em função do tipo de experiência vivenciada. No caso das ações e atitudes dos humanos serem aversivas (elevação da voz, movimentos bruscos, palmadas severas) tendencialmente aumenta o nível de medo dos animais pelos humanos, causando uma maior distância de fuga. Operações de maneio como descorna, vacinação ou colheita de sangue também podem considerar-se ações aversivas, no entanto se efetuadas com meios de contenção adequados e tranquiliza-dores dos animais, não conduzem a respostas tão negativas como as descritas atrás, que se prolongadas no tempo podem conduzir a stress agudo ou crónico. O medo é um sentimen-to negativo, que deve ser evitado, por ser potencialmente prejudicial para o metabolismo fisiológico do organismo. Tem consequências como a ativação de respostas de stress, que para além de serem adversas para o animal e afetarem o seu bem-estar, também provocam diminuição da produção leiteira, do desempenho reprodutivo e aumento do risco de aparecimento de lesões. A ausência de contacto regular, em explorações com elevada densidade de animais, proporciona uma tensão prejudicial entre humano e animal. O Produtor assume grande responsabilidade no bem-estar animal, quer ao nível das instalações, como no maneio alimentar, sanitário, reprodutivo e nas tarefas diárias de rotina e contacto direto com os animais (ordenha, tratamentos), que nunca deve ser menosprezado. O conhecimento e competência de reconhe-cimento da gama de atividades comportamentais desenvol-vidas pelas vacas são fundamentais para um Produtor, pois só dessa forma conseguirá identificar posturas e atitudes nos animais que lhe revelem sinais capazes de identificar proble-mas de saúde e bem-estar.Existe evidência científica a demonstrar que vitelos manipu-lados de forma adequada ao nascimento e até ao desmame foram menos reativos à presença humana em idade adulta. Se o Produtor não é capaz de detetar uma situação de risco para o bem-estar, a probabilidade de providenciar tratamen-tos ou planear planos de prevenção será mais reduzida. As atitudes perante os animais são apreendidas quer através da experiência, como por intermédio de formação e leitura

de documentação específica sobre comportamento animal e podem sempre ser melhoradas com novas experiências ou novas informações. A modificação de atitudes pode melhorar a relação homem-animal e foi demonstrado que intervenções cognitivas melhoraram as atitudes e comportamento dos pro-dutores perante os animais. O perfil do Produtor mais habili-tado para lidar favoravelmente com animais e constituir um elemento facilitador do bem-estar será aquele que vislumbra maioritariamente aspetos positivos na sua atividade profissio-nal, considera que os animais possuem necessidades fisioló-gicas, comportamentais e psicológicas próprias e respeitáveis, aprecia o contacto com estes e atribui grande importância à observação, monitorização e manipulação das vacas. Existem evidências de que a interação negativa dos operadores du-rante a ordenha é passível de prejudicar a produção de leite, os teores de proteína e gordura e além disso desencadeia o aumento da concentração de cortisol plasmático, que afeta sobremaneira o bem-estar dos animais.

AVALIAÇÃO DA DISTÂNCIA DE FUGA

A relação homem-animal pode ser avaliada através de um teste comportamental, utilizado em diferentes estudos e que se designa por distância de fuga. O técnico deve começar por se colocar, a uma distância de 2 a 3 metros à frente de um animal que esteja com a cabeça ou o pescoço para além da barra da manjedoura. O teste inicia-se quando o animal estiver consciente da presença do perito. Este avança devagar em direção ao animal a uma velocidade de um passo por segundo (passos de cerca de 60 cm), com o braço esticado numa posição de aproximadamente 45 graus em relação ao seu corpo. Quando estiver mais próximo do animal, dire-ciona as costas da mão para o mesmo e foca-se no focinho do animal. O avaliador só termina o movimento quando o animal se retira ou quando tocar no seu focinho. A fuga consiste em movimentos diversos do animal, que podem ser: virar a cabeça para o lado, retirar a cabeça totalmente da barra da manjedoura ou virar-se para trás. A distância de fuga corresponde à medida entre a mão do perito e o focinho do animal no momento em que este se retira. A distância é de zero centímetros quando se toca no focinho, já que o animal não se afastou com a presença do avaliador e que seria a situação desejável. Assim as distâncias de fuga podem ser agrupadas nas seguintes categorias: 0)- o perito toca do focinho do animal; 1) fuga a menos de 0,5m; 2) fuga entre 0,5 a 1m; 3) fuga superior a 1m. No final do teste são calculadas as percentagens de animais e sua distribuição pelos intervalos referidos anteriormente. Normalmente a percentagem de animais que evitam o avaliador a uma distância superior a 1 m não deverá ultrapassar 20% das vacas testadas. Também pode ser calculado o índice da relação homem-animal, tal como descrito no referencial de avaliação Welfare Quality (2009). Este índice oscila entre zero (pior situação possível) e cem (melhor situação possível).

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CONCLUSÃO

A domesticação impôs modificações fisiológicas, morfo-lógicas e de comportamento significativas nos bovinos. Podemos especular que os nossos antepassados retiveram inicialmente auroques jovens, mais fáceis de capturar, ten-do permitido a sua reprodução controlada e criado assim os primeiros núcleos de bovinos domésticos. Um Produtor/tratador responsável deverá estar sempre atento às neces-sidades fisiológicas, de segurança e comportamentais dos animais que se encontram ao seu encargo. As atividades de maneio diário de uma exploração, tais como a identificação animal, a separação em grupos, a vacinação, a despa-rasitação, os curativos, entre outras tarefas devem ser conduzidas por operadores experientes, que acautelem os

requisitos necessários para manter os animais calmos nas operações de maneio fundamentais. É possível desenvolver relações positivas entre humanos e bovinos no dia-a-dia da exploração, sem necessidade de investimentos para alcan-çar este objetivo. Será suficiente aplicar os conhecimentos existentes em matéria de bem-estar animal para adaptar os sistemas de maneio às caraterísticas e necessidades dos bovinos e nunca o inverso. No processo de ordenha, as ações positivas refletiram-se em menor distância de fuga, menor tempo de aproximação, aumento da ruminação, baixa reatividade, diminuição de defecação e micção, com resultados favoráveis quer na produção como na qualidade do leite. Conhecer e dar nomes às vacas reflete empatia com os animais e está associado, de acordo com vários estudos a uma relação positiva homem-animal.

"UM PRODUTOR/TRATADOR RESPONSÁVEL DEVERÁ ESTAR SEMPRE ATENTO ÀS NECESSIDADES FISIOLÓGICAS, DE SEGURANÇA E COMPORTAMENTAIS DOS ANIMAIS QUE SE ENCONTRAM AO SEU ENCARGO."

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26 . REVISTA AGROS Nº41

Artigo Leite

Treinar diariamente é importante. Mas não é tudo. A alimentação certa é crucial no exercício físico, antes e depois do treino, para que o atleta possa recuperar

eficazmente e melhorar a sua performance dia após dia.Atletas profissionais e praticantes de desporto de todos os níveis querem sempre chegar mais longe, o mais depressa possível. E todos sabem que a melhor forma de evoluir é treinar intensamente, recuperar e voltar a treinar. Para atingir estes objetivos, é essencial que os atletas, sejam eles maratonistas, jogadores de futebol, de padel, praticantes de remo ou de natação, ou simples frequentadores de ginásios, tenham uma boa percentagem de massa muscular, pois só assim o corpo consegue responder a estímulos de grande intensidade. O que é um ponto assente – apoiado por inúmeros estudos científicos – é o papel essencial do consumo de proteínas para o crescimento e manutenção da massa muscular, bem como no reabastecimento dos níveis de energia, em parti-cular em desportos que exijam força, resistência e um certo “poder de explosão” na sua execução. O mesmo acontece com a recuperação de lesões. Como explica a nutricionista Inês Morais, especialista em nutrição clínica e suplementa-ção desportiva, “a proteína é dos nutrientes mais importan-tes na recuperação das lesões pois a sua ingestão permite maximizar a síntese proteica, atenuar a perda de massa muscular e garantir que a regeneração dos tecidos não fica comprometida”. Encontrar a proteína ideal é um dos desafios mais impor-tantes numa dieta que deve ter em conta as necessidades nutricionais de cada atleta, nomeadamente o tipo de treino que pratica ou a altura do ano em que estamos.Nos últimos anos, surgiram no mercado opções derivadas do leite que são consumidas pelos atletas para potenciar treino, performance e recuperação. A moda das whey pro-tein (proteína do soro do leite) surgiu no seguimento dos vá-

Leite,o melhor companheirode um desportista

rios estudos que confirmam que a proteína láctea é de facto a melhor quando falamos de síntese de massa muscular. Atualmente, já há no mercado leite enriquecido com proteí-na whey que atinge “as célebres 20 gramas de proteína” por embalagem. Uma solução mais prática e economicamente mais acessível.Na verdade, há pelo menos duas vantagens extras ao consumir leites enriquecidos em proteína face à típica whey protein em pó: um aporte micronutricional maior (uma vez que o leite também é uma boa fonte de cálcio, fósforo, vitamina B12, potássio e vitamina B2) e uma atuação mais prolongada, uma vez que a caseína (a outra proteína do leite além da whey) possui uma velocidade de atuação mais lenta possibilitando que o nível de aminoácidos em circulação se mantenha elevado durante mais tempo, sendo esta combinação de proteínas lácteas tão eficaz como apenas a whey na síntese de massa muscular. Também numa ótica de reidratação, o leite consegue ser uma opção tão ou mais eficaz do que outras bebidas desportivas, pois alia a sua quantidade de eletrólitos e hidratos de carbono a uma proteína de alta qualidade.Estes leites enriquecidos podem ser consumidos em qual-quer altura, mas para a construção de massa muscular a recomendação é no pós-treino, quando o nosso corpo está num estado de esgotamento e vulnerabilidade fisiológica e por isso mais recetivo do que nunca a absorver nutrientes. Nos primeiros 30 a 60 minutos pós-exercício, existe uma janela metabólica única, um período de tempo em que todos os nutrientes ingeridos passam diretamente para a massa muscular. Ou seja, esta é uma janela de oportunidade ideal para reabastecer o seu organismo e – surpresa! – tam-bém para melhorar os resultados. Sim, o reabastecimento adequado do seu corpo imediatamente após uma sessão de treino é tão importante como qualquer exercício que tenha acabado de fazer.

FONTELeite Energia e

Desporto, Record por C-Studio

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Receitas caseiras

Os leites enriquecidos em proteína são uma excelente base para bati-dos ou para os smoothies tão em voga, aos quais podem ser acres-centados ingredientes também pro-motores de recuperação muscular, como a fruta ou os cereais integrais. A nutricionista Inês Morais deixa-nos algumas sugestões: “Existem várias opções para enriquecer os smoothies, e que conjugadas com o leite podem ter um papel muito importante na recuperação. Por exemplo, o abacaxi, que é rico em bromeleína, uma enzima que produz substâncias que ajudam a combater a dor e a inflamação. Quem não gosta de abacaxi pode optar por adicionar manga, que também vai ajudar no combate à inflamação. Além disto, a manga é uma excelente fonte de vitamina A e vitamina C, reforçando o sistema imunitário. Além das anteriores, a fruta colorida, vermelha e roxa, e os legumes são os alimentos que mais possuem flavonoides antioxidantes e que podem ajudar a combater a inflamação e melhorar a circulação sanguínea.

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28 . REVISTA AGROS Nº41

Verificar se o produto está aprovado para rotinas pré-ordenha;

Aplicar o produto diretamente nos tetos;

Assegurar que o produto aplicado cobre a pele do teto em todo o seu comprimento;

Deixar o produto em contato com a pele por 60 segundos;

Utilizar toalhetes de papel descartáveis ou panos individuais limpos, por cada vaca, para remover a solução da pele;

Garantir que os tetos ficam limpos e secos antes de acoplar as unidades de ordenha.

Agros Comercial - Grupo AGROS

Nas atuais circunstâncias de emergência, alguns Produto-res de Leite podem ter de recorrer a funcionários inex-perientes para a realização das tarefas diárias que não

lhes são tão familiares, tais como: ordenhar as vacas e limpar a sala após a ordenha. Esta situação pode ser stressante para todos os envolvidos, especialmente porque as boas práticas de higiene são necessárias para garantir a saúde e bem-estar animal, e leite de ótima qualidade.A Deosan disponibiliza neste artigo quatro fichas com as recomendações base das rotinas de ordenha. Estas contêm as etapas básicas, aplicáveis a qualquer Exploração, para seguir durante a limpeza de sistemas de ordenha e preparação das vacas para a ordenha. Poderão ser especialmente úteis para novos funcionários ou funcionários atuais que assumem novas funções diárias. Serve também como um lembrete para todos os restantes intervenientes. Aplicam-se a todos os tipos de sistemas e produtos.

PREPARAÇÃO DAS VACAS PARA A ORDENHA TRATAMENTOS APÓS A ORDENHA

BASE PARA UMA ROTINA DE PRÉ-ORDENHA CORRETA APLICAÇÃO DE PREVENTIVOS PÓS-ORDENHA

BASES PARA ROTINAS DE ORDENHA

Alison Cox, especialista global de aplicações na Diversey, fabri-cante da linha de produtos de higiene Deosan afirma:

“COMO EMPRESA, SOMOS ESPECIALISTAS EM HIGIENE E SENTIMOS QUE OFERECER ALGUMA AJUDA PRÁTICA ÀS EXPLORAÇÕES PODERIA ALIVIAR ALGUMAS PREOCUPAÇÕES QUE OS AGRICULTORES ENFRENTAM ATUALMENTE”.

FONTEDiversey/ Deosan

Versão em inglês das fichas base de rotinas de

ordenha e muito mais disponíveis em:

www.diversey.com/deosan

Verificar se o produto está aprovado para rotinas pós-ordenha;

Aplicar o produto diretamente nos tetos de cada vaca imediatamente após terminar a ordenha;

Assegurar que o produto aplicado cobre a pele do teto em todo o seu comprimento;

Não efetuar a remoção do produto após a sua aplicação (secar ao ar);

Manter os equipamentos de aplicação limpos.

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REVISTA AGROS Nº41 . 29

FINAL DA ORDENHALIMPEZA DA SALA DE ORDENHA

FINAL DA ORDENHALIMPEZA DA SALA DE ORDENHA

LAVAGEM MANUAL LAVAGEM AUTOMÁTICA

Alison continua:

“SOMENTE QUANDO UMA NOVA PESSOA É INTRODUZIDA NA ROTINA DIÁRIA DE ORDENHA É QUE NOS DAMOS CONTA DA QUANTIDADE DE ELEMENTOS DO SISTEMA QUE REQUEREM A NOSSA ATENÇÃO. O TEMPO PARA TREINAR NOVOS FUNCIONÁRIOS TALVEZ SEJA LIMITADO, PORTANTO, TER UMA LISTA DE VERIFICAÇÃO SIMPLES DISPONÍVEL PODERÁ AJUDAR A GARANTIR QUE AS ETAPAS VITAIS DA ROTINA SEJAM REALIZADAS CORRETAMENTE E QUE SEJA MANTIDA A BOA QUALIDADE DO LEITE. SE OS PRODUTORES DE LEITE TIVEREM ALGUM PROBLEMA ESPECÍFICO, INCENTIVAMOS A QUE NOS ENVIEM UM E-MAIL DIRETAMENTE E TENTAREMOS RESPONDER RAPIDAMENTE COM CONSELHOS E APOIO ”.

Se disponíveis utilize luvas de proteção durante a ordenha. Para se assegurar que os produtos químicos estão a ser bem utilizados consulte as fichas de informação dos produtos. Se não existir, solicite uma ao seu fornecedor ou fabricante. Utilizar luvas e óculos de proteção quando manusear químicos.

Enxaguar a sala até a água de retorno sair limpa (sem vestígios de leite);

Se lavar a quente verificar o estado da caldeira e temperatura da água antes de iniciar a lavagem;

Verificar se os produtos estão dentro da validade;

Diluir produtos e fazer circular pelos diferentes equipamentos da sala de ordenha, e monitorizar o processo;

Enxaguar a solução de lavagem utilizando 15 litros de água limpa, por ponto de ordenha;

Enviar para esgoto e garantir que a sala fica limpa.

Verificar se as embalagens contêm quantidade de produto suficiente para o programa de lavagem;

Se lavar a quente verificar o estado da caldeira e temperatura da água antes de iniciar a lavagem;

Fazer circular pelos equipamentos da sala de ordenha, monitorizar o processo e verifica em diferentes pontos se a solução de lavagem chega a toda a parte;

No final, enviar para esgoto e garantir que a sala fica limpa.

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Artigo Técnico

O que podemos então aprender com o COVID-19?Com o surgimento desta Pandemia, o uso de luvas e másca-ra, bem como a lavagem e desinfeção das mãos são práticas que se têm tornado rotina. Fala-se agora na criação de uma zona limpa e zona suja nas nossas casas, para que se mini-mizem os riscos de contaminação. O rastreamento de casos torna-se uma ferramenta indispensável para que possamos detetar cadeias de transmissão e assim estabelecer os focos de doença. Basicamente fala-se a toda a hora de Biossegu-rança e este termo é bastante aplicável ao dia-a-dia de uma exploração leiteira.

Estamos a atravessar uma fase que mui-tos comparam a uma guerra mundial, outros consideram apenas uma “gri-

pe mais forte” que requer mais cuidados para evitar a sua transmissão e há ainda quem desvalorize a situação pois acredita não ter consequências para si e que ape-nas afeta os outros. No entanto, é inequí-voco que o aparecimento do COVID-19 veio provar que, por todo o mundo, es-távamos muito pouco preparados para enfrentar uma Pandemia. De repente, as nossas vidas viraram-se do avesso, é pos-to à prova o nosso altruísmo, resiliência e capacidade de alterar hábitos intrínsecos que possam agora constituir um risco.

A BIOSSEGURANÇA NAS EXPLORAÇÕES LEITEIRAS. A SUA IMPORTÂNCIA NO COVID 19 E O QUE PODEMOS APRENDER PARA O FUTURO!

O termo Biossegurança refere-se a um conjunto de práticas de maneio aplicadas com o objetivo de prevenir e controlar a entrada de agentes patogénicos na exploração, bem como evitar a sua disseminação, dentro e fora da mesma. Este não é um tema novo no setor e será sem dúvida um tema cen-tral para a produção de leite futura, com a entrada em vigor da Lei da Saúde Animal (Regulamento (UE) n.º 2016/429) prevista para abril de 2021. No entanto, apesar de ser um termo bastante conhecido, nem sempre aplicamos a rigor as medidas necessárias e o COVID-19 vem relembrar-nos que a adoção de um programa de Biossegurança nas explorações é fundamental e urgente.

TEXTOServiço de Certificação e Sustentabilidade das

Explorações AGROS

Artigo Técnico

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REVISTA AGROS Nº41 . 31

Numa exploração de leite existem várias vias de entrada e for-mas de transmissão de agentes patogénicos. A Figura 1 ilustra possíveis vias de entrada destes agentes numa vacaria.

Estes programas de Biossegurança devem ter uma componen-te externa (primeiro passo na prevenção de doenças, impedin-do a entrada do agente patogénico) e interna (prevenção da propagação dentro da exploração). No caso da biossegurança externa, devemos ter em conta a localização da exploração, a entrada e saída de animais, veículos, funcionários e visitantes. Já no caso da interna pode ser necessária uma reestruturação da vacaria (por exemplo através da criação de uma zona dife-renciada para os animais que entram na exploração (quarente-na) ou mesmo uma zona separada para os animais doentes e tentar evitar o contato entre lotes.

Importa definir o nível de risco a que a exploração está sujeita, para que depois se desenvolvam boas práticas que permitam minimizá-los. Convém ter em conta três princípios básicos:

1. Separação de áreas consideradas limpas e sujas;2. Limpeza das instalações e utensílios/equipamentos;3. Desinfeção (neste ponto é importante considerar o prin-

cípio ativo do desinfetante, o tempo de contacto e sua concentração).

Figura 1Riscos de biossegurança numa exploração de leite.

Figura 2Principais medidas de um plano de biossegurança.

ENTRADADE ANIMAIS

(adquiridos de outras ex-plorações)

OUTRAS ESPÉCIES(roedores,aves, cães,

etc)

PESSOAS EXTERNAS

(visitas, veter-inário, insemi-

nador, etc)

AMBIENTE(material camas,

exploraçõesvisinhas, etc)

ALIMENTAÇÃO(comprada

ou não)

ÁGUA

VEÍCULOS EXTERNOS

(SIRCA, camiãoleite, etc)

GESTÃOSANITÁRIAEFECTIVO

CONTROLO DOSANIMAIS

ADQUIRIDOS

HIGIENIZAÇÃO INSTALAÇÕES,

FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS

GESTÃO DE EFLUENTES, RESÍDUOS E CADÁVERES

CONTROLO COLABORADORES,

VISITANTES E VEÍCULOS

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32 . REVISTA AGROS Nº41

Um bom plano de biossegurança deve incluir os pontos repre-sentados na Figura 2.

Neste contexto, as principais medidas de biossegurança que podem ser estabelecidas numa exploração de leite são as re-presentadas na Tabela 1, organizadas em três grupos, segundo a facilidade de implementação na exploração. As medidas de biossegurança de uma exploração devem abranger medidas de proteção da entrada e propagação de agentes que afetam os animais, mas também proteger os pro-dutores e colaboradores da exploração de Zoonoses ou outras doenças infeciosas como é atualmente o caso do COVID 19.Por exemplo numa situação como a que atualmente vivemos,

Facilmente aplicáveis

• Lavagem e desinfeção das mãos e/ou uso de luvas;• Lavagem e desinfeção das galochas e/ou calçado (Pedilúvios);• Programa de controlo de pragas; • Não compartilhar utensílios e equipamentos com outras explorações;• Formação e consciencialização dos colaboradores para a biossegurança;• Dispor de um registo de visitas;• Criar uma rotina dos procedimentos de trabalho dos colaboradores.

Dificuldade intermédia

• Manter o efetivo fechado (recria própria); • Limitar e eliminar a introdução de outros animais externos; • Estabelecer programas sanitários adequados ao efetivo;• Não compartilhar pastos/terrenos e/ou bebedouros comunitários; • Limpeza e desinfeção dos veículos com acesso à exploração (Rodilúvios).

Difíceis de aplicar

• Restrição do acesso a visitantes; • Garantias sanitárias de animais externos; • Dispor de um local de quarentena/isolamento para os animais adquiridos externa-

mente.

Tabela 1Principais medidas de

biossegurança.

tendo em conta que o teletrabalho não é viável para o setor da produção de leite, temos que minimizar os riscos a que a exploração e os seus colaboradores estão expostos. Neste seguimento, algum material de apoio foi recentemen-te enviado para os nossos Produtores, que deve ser colocado num local visível, para que visitantes e colaboradores estejam devidamente informados e se lembrem frequentemente dos cuidados que deverão ter na sua exploração (Figura 3).

Sempre que a exploração tenha visitas, estas devem ser regis-tadas num livro presente na exploração (podem utilizar as fo-lhas que foram enviadas para fazerem esse registo – Figura 3). Tal procedimento permite o rastreamento e identificação de possíveis vias de infeção/disseminação.

FECHE OS PORTÕESCONTROLE DAS ENTRADAS E SAÍDAS TROCA DE ROUPA DESINFEÇÃO DAS MÃOS

Por favor mantenha o portão fechado. Se tiver de deixar entrar alguém, cumpra e faça cumprir rigorosamente os procedimentos de segurança afixados.Registe sua entrada e saída da exploração, pois pode ser útil contactá-lo bem como de qualquer outro visitante. Meça a temperatura corporal à entrada e saída e em caso de a mesma ser superior a 36°C, informe de imedia-to a entidade patronal.

Após a entrada, comece por trocar a roupa e calcado com que vem de fora da exploração por roupa de uso exclusi-vo na exploração, que foi lavada a mais de 60°C.

Por favor faça a desinfeção periódica das suas mãos. La-ve-as energicamente com água e sabão e use o gel/líqui-do desinfetante disponibilizado nos locais de passagem. O uso de luvas e máscara descartáveis é aconselhável nesta exploração.

MANTENHA A DISTÂNCIA

DESINFEÇÃO DE INSTALAÇÕES, EQUIPA-MENTOS, E VESTUÁRIO DE TRABALHO À SAÍDA

Não cumprimente fisicamente o seu interlocutor, seja ou não colega de trabalho. Mantenha-se afastado pelo menos 2 metros.

As instalações devem ser desinfetadas de duas em duas horas nos pontos críticos como sejam corrimãos, interrup-tores, maçanetas, bancas, teclados de computador, ecrãs tácteis, etc... Devem ser desinfetados todos os equipamentos agrícolas antes e depois de usar, nomeadamente o interior dos tratores, chaves do equipamentos, carrinhos-de-māo, etc... Enxague todo o material impermeável (fato de proteção, calçado, luvas, com a solução desinfetante, que deve ficar em contacto com o material a desinfetar cerca de 30 segundos.

Repita os processos de desinfeção acima indicados, seja nas suas mãos, calçado e vestuário e nas superficies que contactou.

OS PORTÕES DEVEMESTAR FECHADOS

CONTROLO DAS ENTRADAS E SAÍDASMANTENHA A DISTÂNCIA

DESINFEÇÃO DOS JOELHOSPARA BAIXO

Por favor mantenha o portão fechado. Se não é urgente, não entre.Se tiver que entrar cumpra rigorosamente os procedimentos de segurança afixados.

Todas as entradas e saídas da exploração devem ser registadas por segurança.Poderá ser necessário contactá-lo se existir um caso suspeito. Não cumprimente fisicamente o seu interlocutor. Mantenha-se afastado pelo menos 2 metros.

Inspecione a sola das botas, remova sujidades e esfregue-as bem com solução detergente.Pelo menos dos joelhos para baixo, remova todos os dejetos visíveis com recurso à escova/esponja disponível na entrada.Enxague todo o material impermeável com o desinfetante. Deixe a solução em contacto com o material a desinfetar pelo menos 30 segundos.

DESINFEÇÃO DAS MÃOS EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO À SAÍDA

Por favor faça a desinfeção periódica das suas mãos. Lave-as energicamente com água e sabão e use o gel/líquido desinfetante disponibilizado nos locais de passagem.

Nesta exploração é aconselhável o uso de másca-ra e luvas. As luvas devem ser desinfetadas como descrito acima ou então use luvas descartáveis novas.

Repita os processos de desinfeção acima indica-dos, seja nas suas mãos, calçado e vestuário e nas superfícies que contactou.

Data Nome Empresa ContactoFundamental? HoraSim Não Entrada Saída

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VISITANTES / PRESTADORES DE SERVIÇOControlo e Registo de Acessos na Exploração

Figura 3Material de apoio fornecido aos produtores.

Artigo Técnico

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REVISTA AGROS Nº41 . 33

É extremamente importante que o Produtor restrinja o acesso a visitantes, permitindo apenas a entrada a quem é essencial para o normal funcionamento da atividade da exploração, e garantindo que cumprem as regras de prevenção anunciadas pela Direção Geral de Saúde.

Para tal, o Produtor deve criar um local onde possa ser efetua-da a desinfeção das galochas com uma solução desinfetante (Figura 4), para que todas as pessoas que entram na explo-ração, internos e externos, possam fazê-lo à entrada e saída da mesma. Também as ferramentas e utensílios usados na ex-ploração, assim como pontos que contactam frequentemente com as mãos como os puxadores e maçanetas, devem ser de-sinfetados frequentemente. A Organização Mundial de Saúde (OMS) aconselha o uso de lixívia (solução de hipoclorito de sódio) numa concentração de pelo menos 5% de cloro livre, e álcool a 70º para superfícies.

O uso de luvas é também uma boa prática, já usual no setor devido à sua utilização na ordenha. Contudo, devemos ter consciência que o uso incorreto das luvas pode aumentar o risco de infeção e contaminação e relembramos a importância da correta higienização das mãos sempre que possível.

Apenas devem entrar na exploração os veículos externos que não podem ficar no exterior para correta execução do seu trabalho e, idealmente, deveriam passar por um rodilúvio de modo a serem expostos a uma solução desinfetante. No caso de não ser possível, deverá ser reavaliado o seu percurso no in-terior da exploração, evitando que este se cruze com o circuito de alimentação dos animais e com os locais de passagem dos veículos afetos à exploração. Ou seja, sempre que possível o percurso dos veículos externos deverá ser exclusivo para estes.No que se refere aos veículos é importante realçarmos o cui-dado com o veículo de transporte de animais que não deverá ter qualquer contacto com os restantes animais que ficarão na exploração, devendo existir um local separado para os animais a serem transportados.

No estabelecimento da sua rotina, o produtor deve ao máxi-mo seguir um circuito que seja realizado de uma zona limpa para uma zona suja e nunca o contrário. Caso não seja possí-vel, deve-se proceder à respetiva higienização de todo o ma-terial utilizado, assim como das mãos e calçado. Por exemplo, na distribuição da alimentação, em primeiro lugar deverão ser alimentados os animais saudáveis e só depois os doentes, de modo a minimizar o risco de infeção. Também, os animais mais jovens, cujo sistema imunitário é mais débil, devem receber os cuidados diários antes dos adultos.

Manter o efetivo “fechado” é uma prática essencial para di-minuir o risco de infeção. Sempre que o Produtor compra um animal, deve conhecer o seu estatuto sanitário. O transporte e integração na exploração dever ser feito apenas e só quando o Produtor tenha conhecimento do mesmo. Para tal, importa considerar a criação de uma zona isolada do restante efetivo da exploração, onde o animal externo possa cumprir quarente-na. O animal em questão, apenas deve ser colocado em conta-to com o restante efetivo quando a quarentena terminar, caso não tenha, durante este período, apresentado sintomatologia. A duração e critérios da quarentena deverão ser definidos jun-to do médico veterinário assistente da exploração.

Um dos grandes riscos a que as explorações estão sujeitas, re-

laciona-se com a existência de animais de outras espécies em contacto com o efetivo. Por exemplo é importante que sejam desenvolvidos programas de controlo de pragas, para evitar possíveis fontes de infeção.

A elaboração de um protocolo sanitário e de Biossegurança deverá ser feita com o aconselhamento do Médico Veterinário assistente da exploração, uma vez que este detém o conheci-mento do estatuto sanitário do efetivo, que deverá acompa-nhar através de análises periódicas.

Os benefícios da Biossegurança são vários, podendo ser des-tacada uma melhoria na sanidade e bem-estar animal através da prevenção de doenças, um aumento na rentabilidade eco-nómica, ganhos no melhoramento genético, uma melhoria na qualidade e segurança na produção de leite e uma diminuição nos custos com medicação.

Figura 4Desinfeção das botas, lavagem das mãos e uso de luvas.

Bibliografia

Yus E., Rojo S. En que consiste la bioseguridad? Frisona Española s/o 209, 96-97.

Denis-Robichaud J., Kelton D.F., Bauman C.A., Barkema H.W., Keefe G.P., Dubuc J. (2019). Biossecurity and herd health management practices on Canadian dairy farms. Journal of dairy science, vol. 102, no. 10.

"...o Produtor deve criar um local onde possa ser efetuada a desinfeção das galochas com uma solução desinfetante"

"...relembramos a importância da correta higienização das mãos sempre que possível."

"O uso de luvas é também uma boa prática, já usual no setor devido à sua utilização na ordenha."

Lembre-se desta situação atual do COVID 19 e pense:com a implementação de medidas de biossegurança na sua exploração além de proteger os seus animais, estará a proteger-se também a si e aos seus!Muitas vezes, estas medidas estão mais relacionadas com uma alteração no maneio e mentalidade, do que com um grande investimento económico.

Assim sendo, mãos à obra!

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Artigo Ténico Medidas a adotar nas ExploraçõesCOLABORADOR

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Artigo TénicoMedidas a adotar nas ExploraçõesVISITANTE

DESINFEÇÃO DAS MÃOS

Por favor faça a desinfeção periódica das suas mãos. Lave-as energicamente com água e sabão e use o gel/líquido desinfetante disponibilizado nos locais de passagem.

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO À SAÍDA

Nesta exploração é aconselhável o uso de máscara e luvas. As luvas devem ser desinfetadas como descrito acima ou então use luvas descartáveis novas.

Repita os processos de desinfeção acima indica-dos, seja nas suas mãos, calçado e vestuário e nas superfícies que contactou.

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36 . REVISTA AGROS Nº41

Artigo Técnico

ESTRATÉGIA "FARM TO FORK" PARA ALIMENTOS SUSTENTÁVEIS Assegurar que os Europeus

têm acesso a alimentos sustentáveis e acessíveis

Enfrentar as alterações climáticas

Proteger o ambiente

Preservar a biodiversidade

Aumentar a agricultura orgânica

NO ORÇAMENTO2021 - 2027 DA UE

40% 30%da Política Agrícola

Comum deve contribuir para a

ação climática

do fundo de pescas marítimas deve contribuir para

objetivos ambientais

A estratégia Farm to Fork para alimentos sus-tentáveis é um componente essencial do Pacto Ecológico Europeu. A comida euro-

peia é conhecida por ser segura, nutritiva e de alta qualidade. Agora também se deve tornar o padrão global de sustentabilidade.Existem novas oportunidades para todos os operadores da cadeia de valor alimentar. Novas tecnologias e descobertas científicas, combina-das com a crescente conscientização do público e a procura por alimentos sustentáveis, benefi-ciarão todos os interessados.Os agricultores e pescadores europeus são es-senciais para gerenciar a transição. A estratégia Farm to Fork fortalecerá os seus esforços para combater as mudanças climáticas, proteger o meio ambiente e preservar a biodiversidade.

A estratégia aumentará o nível de ambição de reduzir significativamente o uso e o risco de pesticidas químicos, bem como o uso de fertili-zantes e antibióticos. A Comissão identificará as medidas necessárias para promover essas redu-ções com base no diálogo das partes interessa-das. Paralelamente, o quadro regulamentar da Comissão deverá refletir evidências científicas sobre o risco de substâncias químicas, como desreguladores endócrinos.A estratégia Farm to Fork também contribuirá para alcançar uma economia circular. O ob-jetivo será reduzir o impacto ambiental dos setores de processamento alimentar e reta-lho, adotando medidas no transporte, arma-zenamento, embalamento e desperdício de alimentos.

Por fim, a Estratégia Farm to Fork estimulará o consumo sustentável de alimentos e promoverá alimentos saudáveis a preços acessíveis para todos. A Comissão ajudará os consumidores a escolher dietas saudáveis e sustentáveis, reduzirá o desperdício alimentar e explorará novas maneiras de fornecer aos consumidores informações melhores sobre detalhes como a origem dos alimentos, o seu valor nutricional e pegada ambiental.

TEXTOAdaptado por AGROSFONTEComissão Europeia

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AF_CA_CampanhaAgricultura2020_210x285mm_cv.indd 1 09/12/19 17:09

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38 . REVISTA AGROS Nº41

Reunião ConcessionáriosLemken Península Ibérica

TEXTOAgros Comercial

Decorreu nos dias 21 e 22 de janeiro de 2020, no Espaço AGROS em Argivai – Póvoa de Varzim, a Reunião de Concessionários Lemken a nível da Península Ibérica.

Acontecimentos

LEMKEN IBERICA E A SUA HISTORIA:

ESPANHA• Começa há 40 anos com um comercial

alemão, em Sevilha.• Mais tarde, é comercializado junto com

Howard, perto de Barcelona.• Acordo de 1996 com o importador Mol-

leda, Burgos.

PORTUGAL• 1999 Distribuição de máquinas LEMKEN

através da Auto industrial S.A., Benavente.

DESENVOLVIMENTO LEMKEN IBERIA• Introdução de novos produtos;• Formação técnica e comercial;• Desenvolvimento do potencial de cada

zona de trabalho.

Estiveram presentes no encontro as seguintes empresas:Agros Comercial, Vila do Conde, Portugal; AgriDirect, Benfica do Ribatejo, Portugal; Agronegocios, Arraiolos, Portugal; Recambeos San Martiño, Lugo, Espanha; Fliegl Ibérica, Corunha, Espanha; Talleres Pagra, León, Espanha; Talleres Zubiaga, Segovia, Espanha; Cidiana Motor, Burgos, Espanha; Víctor Pérez Agrícola, Navarra, Espanha; Talleres San Jorge, Huesca, Espanha; Algeinsa, Guadalajara, Espanha; Coreyma, Albacete, Espanha; Cubero Morón, Zaragoza, Espanha; Talleres Sobrino, La Rioja, Espanha; MN Agritechnology, Girona, Espanha.

ALTERAÇÕES NA GAMA DE PRODUTOS 2020

• EUROPAL 9 & VARIOPAL 9As charruas EUROPAL 9 & VARIOPAL 9, vão desa-parecer da tabela de preços de 2020.

• FlexPack para todos os Juwel M (V)

• FlexPack agora disponível para Juwel 7M (V), 8M (V) e 10M (V)

• 4- a 6 ferros com 100 cm distância entre corpos 8 M (V) / 10 M (V).

• 4 ferros, distância entre corpos de 100 cm no Juwel 7 M (V).

• Acoplamento rápido de serie.• Opcional com rodas de transporte• Em produção: 01/2020.

JUWEL 8 M V OFOpção OF disponível para o Juwel 8 M V de 01/2020.Até agora, apenas a versão OF estava disponível para o Juwel 8 M.Opção de memória (cilindro com ajuste de inclina-ção hidráulica) de 03/2020.

RUBIN 10Equipamento básico: grade de impacto na frente em versão aparafusada, grade de nivelamento na parte traseira com ajuste hidráulico.Opção: grade de impacto na frente e grade de nivelamento na traseira, cada uma com ajuste de hidráulico.

ROLOS DE DISCO DE BORRACHA GRW 590GRW 590 para as seguintes gradas de discos: • Heliodor 9/350 • Heliodor 9/400 • Heliodor 9/700 K • Heliodor 9/700 KA • Rubin 10/350 U • Rubin 10/400 U • Rubin 10/700 KUA

APRESENTAÇÃO DE NOVOS PRODUTOS:

O JUWEL 10 MUma nova dimensão de arados suspendidos.Potência de até 450 CV. Até 7 ferros com largura de trabalho variável. Largura exterior do trator até 4 m versão Onland.Opcional:Suspensão no terceiro ponto;Função de transporte;Memória.

SAPHIR 10 Entra em produção SAPHIR 10. 2020 Saphir 8 com novo design sem modificações técnicas. Fim da produção de Saphir 8 entre as semanas KW 19-32 / 2020. A partir da semana 32/2020 Saphir 8/300 disponível novamente. Saphir 10/300 a partir da semana 27/2020. Com as seguintes variações: largura de trabalho 4 m; LoAutoLoad (para todas as larguras de trabalho).

23 CONCESSIONÁRIOS:

4 Portugal

8 Espanha Oeste

11 Espanha Este

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REVISTA AGROS Nº41 . 39

RUBIN 10O Rubin 10 estabelece novos padrões no campo de grades de discos compac-tos e oferece uma ampla gama de melhorias. Mesmo sob condições difíceis, o Rubin 10 garante uma mistura intensa e homogénea de matéria orgânica no solo até uma profundidade de trabalho de aproximadamente 15 cm , permi-tindo reduzir significativamente as perdas por evaporação da humidade e dos fertilizantes.O novo sistema de discos simétricos inclinados a 20 °, permitem a obtenção de resultados excepcionais ao nível da estabilidade direcional, com redução da traçao lateral e com consequente redução do esforço de trabalho e consumo de combustível.A forma concava dos discos do Rubin 10 fixados individualmente, num suporte com formato especial integrado com segurança ativa individual da mola, per-mite assegurar um trabalho preciso e sem esforço com profundidades eleva-das mesmo em terrenos mais duros e difíceis, graças aos discos temperados DuraMaxx de 64,5 cm de diâmetro, garantindo desta forma uma elevada vida útil e redução de custos de manutenção do equipamento.Equipamento disponível em modelos desde 2,5 a 7,0m de largura de trabalho.

Decorreu nos dias 27 e 28 de Fevereiro de 2020 a visi-ta á FIMA AGRÍCOLA em Saragoça – Espanha. Além da equipa técnica da Agros Comercial, participaram nesta

iniciativa cerca de 40 clientes de diversas regiões do norte de Portugal (Viana do Castelo; Porto; Braga). Um dos objetivos desta visita foi obter uma perspetiva da componente agrícola no país vizinho, como conhecer as no-

NOVIDADES LEMKEN APRESENTADAS NA FIMA AGRÍCOLA 2020:

Visita FIMA AGRÍCOLA 2020 (Saragoça)

SEMEADOR DE PRECISÃO AZURIT 9A LEMKEN, fabricante de tecnologia inovadora apresen-tou recentemente no segmento de semeadores mono-grão a tecnologia Deltarow. O sistema DeltaRow visa essencialmente maximizar a área de superfície disponível para as plantas no campo, pois aumenta o acesso da planta à luz, ar e nutrientes promovendo o aumento da produtividade. O semeador monogrão Azurit 9 encontra-se disponível nas versões de 4, 6 e 8 linhas e distância de 50 ou 75cm entre as linhas.• Excelente precisão do processo de sementeira, mesmo

em altas velocidades operacionais, devido às baixas velocidades circunferenciais dos discos perfurados.

• Posição estável da unidade de sementeira devido à pré-consolidação da linha por meio de rolos compac-tadores de trapézio.

• Logística fácil de sementes através de uma tremonha central.

vidades de maquinaria agrícola, e reforçar os laços de cliente e empresa. Este momento incluiu também uma receção no stand da Lem-ken, marca representada pela Agros Comercial, na qual foram apresentadas as principais novidades, expostas dúvidas relati-vamente às alfaias em exposição e foi ainda oferecido a todos os participantes um kit oferta de merchandising Lemken.

TEXTOAgros Comercial

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40 . REVISTA AGROS Nº41

Acontecimentos

No passado dia 24 de fevereiro, decorreu um seminário so-bre o projeto de biossegurança em Explorações leiteiras, organizado pela UCADESA, e que contou com a colabora-

ção da equipa responsável da Faculdade de Medicina Veteri-nária da Universidade de Lisboa (FMV-UL), liderada pelo Pro-fessor Telmo Nunes, em conjunto com Mafalda Mil-Homens e Jéssica Vicente, e com a participação da Diretora de Serviços de Alimentação e Veterinária do Norte, Dr.ª Elsa Machado.O Seminário, dirigido aos Médicos Veterinários das OPP de En-tre Douro e Minho e Produtores envolvidos na primeira fase do inquérito, contou com duas apresentações, uma dedicada à apresentação dos resultados do questionário às Explorações

BIOSSEGURANÇA EM EXPLORAÇÕES LEITEIRASDO ENTRE DOURO E MINHOAPRESENTAÇÃO DO RELATÓRIO DA 1º FASE.

sobre indicadores de biossegurança e outra sobre o tema do efeito da temperatura nas taxas de mortalidade em Explora-ções leiteiras.Partindo para a apresentação do relatório de biossegurança, a oradora foi a Mafalda Mil Homens que fez também a reco-lha dos dados desta 1.ª fase. O projeto consistiu na sensibili-zação dos Produtores e Médicos Veterinários para os aspetos de biossegurança das Explorações leiteiras e na preparação, testagem e implementação de um questionário sobre bios-segurança, pela mestranda da FMV-UL Mafalda Mil-Homens, com o apoio de Médicos Veterinários das OPP (Organizações de Produtores Pecuários).

objetivos

A biossegurança é um dos pilares da sanidade animal, permitindo prevenir a introdução e a propagação de doenças transmissíveis e consequentemente os seus impactos negativos na produção pecuária. A biossegurança diz respeito a um conjunto de medidas físicas e de gestão que devem ser aplicadas diariamen-te pelos produtores, sob a orientação do seu médico veterinário.Com a adoção da nova Lei da Saúde Animal prevista para 2021, torna-se impe-rativo, desde já, desenvolver nas Explorações a capacidade de cumprimento dos requisitos legais relativos à Biossegurança, pelo que a Direção Geral de Alimen-tação e Veterinária (DGAV), conjuntamente com a União das Cooperativas Agrí-colas de Defesa Sanitária de Entre Douro, Minho e Trás-os-Montes (UCADESA), Laboratório de Sanidade Animal e Segurança Alimentar (SEGALAB) e a Faculda-de de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa (FMV-UL), elaboraram um projeto de avaliação voluntária de biossegurança, com os seguintes objetivos:• Permitir o diagnóstico inicial do estado de biossegurança do setor de bovinos

leiteiros na área de influência da UCADESA; • Dotar os produtores e seus médicos veterinários de uma ferramenta de au-

toavaliação de biossegurança e partilhar as melhores práticas a implementar relativamente a este assunto;

• Contribuir para eventuais modelos oficiais de caracterização e classificação de biossegurança às especificidades nacionais, no âmbito da legislação referida.

Figura 1 - Exemplo de um relatório de uma exploração aderente ao inquérito

Resultados obtidos

Biossegurança externa

Parâmetro Pontuação (%)

Caracterização da exploração

Compra e reprodução

Transporte e remoção de cadáveres

Alimentação e abeberamento

Visitantes a funcionários

Controlo de insetos e outros animais

Biossegurança externa

62,5

71,6

91,0

90,0

76,5

84,2

80,8

Biossegurança interna

Parâmetro Pontuação (%)

Maneio sanitário

Maneio de partos

Maneio de vitelos

Maneio leiteiro

Maneio de bovinos adultos

Organização de trabalho e equipamento

Utilização de antibióticos e vacinas

Biossegurança interna

Biossegurança em Bovinos de Leite no Norte de Portugal Continental RecomendaçõesAvaliação

Biossegurança InternaBiossegurança Externa

100

Biossegurança Total

81%

PTXXXXX

0

TEXTOUCADESA

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REVISTA AGROS Nº41 . 41

Caraterização das explorações O histograma da Figura 3 representa uma distribuição do número de animais por exploração no total das 88 explora-ções (que integraram a primeira fase do projeto). O mapa da Figura 4 apresenta a distribuição geográfica das explorações.

Resultados da pontuação de biossegurançaNuma escala de até 100 pontos, a biossegurança (BS) Total re-sultou em 70,9 pontos, no caso da BS Externa a média foi 74,1 pontos e no caso da Interna 65 pontos (Tabela 2).

Tabela 2 – Resultados da pontuação média de biossegurança

Média Desvio-padrão

Biossegurança Total 70,9 5,6

Biossegurança Externa 74,1 6,6

Biossegurança Interna 65 6,7

Na Figura 5 pode observar-se a distribuição dos diferentes valores obtidos na análise efetuada aos dados dos inquéritos.Através desta caracterização preliminar dos níveis de biosse-gurança, identificaram-se pontos fulcrais para a aplicação de medidas preventivas nas explorações que devem ser tidos em conta pelos produtores e pelos médicos veterinários. Os principais riscos identificados foram as trocas comerciais com negociantes, a falta de procedimentos de quarentena, entrada de veículos externos, baixa frequência de limpeza e desinfeção, que variava bastante entre explorações, proximi-dade de explorações, presença de outros animais de produção e de animais domésticos, partilha de espaços entre enfermaria e maternidade, eliminação de membranas fetais de forma in-correta e entreajuda na altura da colheita de silagens, que leva a grande movimentação entre explorações.A outra apresentação do seminário, a cargo de Jéssica Vicente, teve como objetivo demonstrar de que forma as temperaturas influenciam os padrões de mortalidade em bovinos em Portu-gal, a partir de informação científica e, face ao peso desse efei-to negativo, como se podem adaptar os sistemas de produção

Biossegurança Total

Freq

uênc

ia

50 55 60 65 70 75 80 85

010

2030

Freq

uênc

ia

Biossegurança Externa

55 60 65 70 75 80 85 900

1020

3040

Freq

uênc

ia

Biossegurança Interna

40 50 60 70 80

010

2030

4050

Número de animais Exploração

Freq

uênc

ia

Número de animais0 100 200 300 400 500

05

1015

2025

Figura 3Número explorações por classe de tamanho

Figura 5 - Distribuição dos valores de Biossegurança Total, Externa e Interna por exploração (n=88)

Figura 4Distribuição das explorações por número

de bovinos na exploração (n=88)

animal, de forma a dar resposta aos desafios atuais e futuros das alterações climáticas. Os dados reportaram-se a 4 anos en-tre 2015 e 2019, e basearam-se na base de dados do SNIRA. A discussão dos resultados foi relativa às formas de reduzir o efeito do stress térmico através de duas medidas principais, o ajustamento do arraçoamento e a alteração das condições am-bientais. As conclusões do trabalho apontam para 3 aspetos a destacar:• Demonstra-se claramente os impactos que a temperatura

tem na mortalidade dos bovinos em Portugal;• Existem perdas efetivas na produção pecuária que podem ser

minimizadas com acções diárias de maneio;• Este problema, com o avançar das alterações climáticas, vai

ter cada vez mais impacto na produção.

A encerrar a sessão, a Dr.ª Elsa Machado, Diretora dos Serviços de Alimentação e Veterinária do Norte, referiu que a biossegu-rança é fundamental para o trabalho sanitário que a todos os agentes do setor se têm de comprometer, para erradicarmos as principais doenças que assolam o País e a região. Deu ainda alguns exemplos de casos recentes que ocorreram na região precisamente por não se cumprirem e negligenciarem alguns aspectos ligados às questões de biossegurança.

BT

BI

BE

Figura 1 - Exemplo de um relatório de uma exploração aderente ao inquérito

Biossegurança interna

Parâmetro Pontuação (%)

Maneio sanitário

Maneio de partos

Maneio de vitelos

Maneio leiteiro

Maneio de bovinos adultos

Organização de trabalho e equipamento

Utilização de antibióticos e vacinas

Biossegurança interna

54,8

56,4

61,0

63,0

52,3

71,9

91,7

20,0

Biossegurança em Bovinos de Leite no Norte de Portugal Continental Recomendações

Biossegurança Interna

0

0

Biossegurança Total

61%

74%

100

100

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42 . REVISTA AGROS Nº41

FOTOSApresentação da Dra. Isabel Santos

13254 Valormed Imprensa A4_AF.pdf 1 25/03/2019 18:06

No passado dia 16 de fevereiro, no âmbito da Feira 100% Agrolimiano realizada em Ponte de Lima, a AGROS, além de representada através do stand institucional,

marcou também presença através da participação numa ses-são de divulgação e esclarecimento relativamente ao projeto de Certificação das Explorações AGROS em Bem-estar Animal, atualmente em curso. Durante esta sessão, organizada pela Escola Superior Agrária de Ponte de Lima (ESA - IPVC), em que estiveram presentes profissionais do setor agrícola e público em geral, foram abordados aspetos relevantes na avaliação do Bem-estar Animal que, entre outros fatores, é atualmente um forte influenciador na escolha dos consumidores no que concerne aos produtos de origem animal. Neste contexto, foi explicado pela Dr.ª Isabel Santos, Médica Veterinária res-ponsável pelo serviço de Certificação e Sustentabilidade das Explorações da AGROS, o importante trabalho que está a ser realizado com os Produtores no sentido de adotar estratégias que demonstrem e transmitam confiança na compra destes produtos, na esperança dessa valorização.Foi também um importante momento de esclarecimento de dúvidas colocadas pelos consumidores acerca deste assunto, por quem trabalha diariamente junto da produção, uma vez que acreditamos que a passagem de informação fidedigna e elucidativa é a melhor forma de conhecer a realidade do setor leiteiro.

Acontecimentos

AGROS marca presença em Palestra de Bem-Estar Animal na

Feira 100% Agrolimiano

TEXTOAGROS

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13254 Valormed Imprensa A4_AF.pdf 1 25/03/2019 18:06

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44 . REVISTA AGROS Nº41

Acontecimentos

Feira Anual da Trofa 2020

Decorreu entre os dias 15 e 16 de fevereiro de 2020, a V Feira 100% Agrolimiano que se realizou no Pavilhão de Feiras e Exposições de Ponte de Lima, evidenciando a

“essência genuína do setor primário do concelho”.Este evento tem como principal objetivo divulgar e promover o que de melhor se produz no setor agroalimentar do conce-lho. Esta é uma das áreas que mais se tem desenvolvido nos últimos anos, facto que se deve à valorização dos produtos endógenos por parte dos empresários, e que tem originado um aumento do número de postos de trabalho no setor.O programa, dirigido não só para profissionais mas também para o público geral, além de arruadas, palestras, provas de

A Feira Anual da Trofa, um certame organizado pela Junta da União de Freguesias de Bougado (S. Martinho e Santiago) com o apoio da Câmara Municipal da Trofa,

realizou-se entre os dias 6 e 8 de março de 2020.Este evento, que conta já com 74 edições, é considerado um dos maiores momentos da cidade e concelho da Trofa, no-meadamente no que toca à divulgação e promoção do setor primário, tendo grande afluência de público para usufruir do vasto programa que inclui concursos pecuários, exibições e atividades equestres, concertos, exposição de animais e mostra de máquinas e alfaias agrícolas. Da panóplia de atividades, destaca-se o 18.º Concurso da Raça Holstein Frísia que decorreu durante os dias 7 e 8, com Animais Jovens e Animais Adultos respetivamente. Os vence-

TEXTO AGROS

FOTOMilk Drink.

Dados dos Animais a Concurso:

• 17 vacas a con-curso em lactação;

• 1.307 litros de leite recolhido.

TEXTO AGROS

FOTOMilk Drink.

Dados dos Animais a Concurso:• 46 vacas a concurso em lactação;• 4823 litros de leite recolhido.

V Feira 100% Agrolimiano

vinhos e uma demonstração equestre, incluiu ainda os III Agrojogos Limianos, organizados pela Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Ponte de Lima e o IX Concurso Regional da Raça Frísia do Alto Minho, do qual se evidenciam os seguintes prémios: Grande Campeã Jovem (J) e a Vaca Grande Campeã (C), ambas pertencentes à Exploração Encanto Natural - Agro-Pecuária (Ponte de Lima).Dia 15 de fevereiro, data da inauguração do evento, de entre diversas entidades, destaca-se a presença do Secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, o Eng.º Nuno Russo, do Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima, o Eng.º Victor Mendes, e do Presidente da COOPALIMA, o Eng.º Carlos Lago, que no decorrer da visita inaugural ao re-cinto da Feira, brindaram ao consumo de Leite genuinamente português e matéria-prima de excelência, como tem vindo a ser tradição, no stand da AGROS.No que à vertente expositiva concerne, a AGROS estreou-se neste certame com um novo conceito, direcionado para a temática do bem-estar animal e com atividades e zonas vocacionadas para o público infantil. Também a PEC Nordeste marcou presença na Feira 100% Agrolimiano, através da ven-da e degustação de carnes exclusivas DOP – Denominação de Origem Protegida, de Raças Autóctones Portuguesas.

VENCEDORES DO IX CONCURSO REGIONALDA RAÇA HOLSTEIN FRÍSIA DO ALTO MINHO

CRIADOR BOVICONTROL

Encanto Natural - Agro Pecuária Ponte de Lima

dores das classes Grande Campeã Jovem (J) e Grande Campeã (GC) da Trofa foram dois animais propriedade da Exploração Encanto Natural – Agro-Pecuária (Ponte de Lima).No dia 6 de março, data de inauguração da Feira Anual e também dia dedicado às crianças do concelho, estiveram pre-sentes, entre outras individualidades, o Presidente da Junta de Freguesia de Bougado – Sr. Luís Paulo Sousa, e o ex-Secre-tário de Estado da Alimentação e da Investigação Alimentar – Doutor Nuno Vieira e Brito, que na passagem pelo stand da AGROS, brindaram ao leite nacional. Além da AGROS, marcaram presença nesta 74.º edição da Feira Anual da Trofa, a Ucanorte XXI e a cevarGado, assim como a Agros Comercial, que expuseram os seus produtos e serviços.

VENCEDORES DO 18.º CONCURSO DA RAÇA HOLSTEIN FRÍSIA

CRIADOR BOVICONTROL

Encanto Natural - Agro Pecuária Ponte de Lima

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REVISTA AGROS Nº41 . 45

Espaço Lúdico

Sabores da Nossa Terra

Leite-creme de chocolateIngredientes:

• 100 gr. chocolate p/ culinária partido em pedaços;• 400 ml. leite UHT gordo Agros• 100 gr. natas c/ 35% de gordura• 4 gemas de ovo• 100 gr. açúcar, mais q.b. p/ queimar• 20 gr. amido de milho• 1 c. chá de açúcar baunilhado• 1 pitada de sal• ½ laranja (casca, só a parte laranja)• 10 gr. cacau em pó

Preparação da Receita:

Triture numa misturadora o chocolate p/ culinária e reserve.Num recipiente, misture o leite UHT gordo Agros, as natas c/ 35% de gordura, as gemas de ovo, o açúcar, o amido de milho, o açúcar baunilhado e o sal até obter uma consistência homogénea. Coloque numa panela, adicione a casca da laranja em lume brando, sempre a mexer com uma colher até ao preparado começar a ferver. Por fim, adicione o chocolate p/ culinária reservado (deixe derreter) conjuntamente com o cacau em pó e misture. Deite numa travessa ou em taças individuais e deixe arrefecer. No momento de servir polvilhe com açúcar e queime a superfície com um maçarico ou um ferro para queimar.

Rosca de queijo e presuntoIngredientes:

• 50 ml. de óleo• 240 ml. leite UHT gordo Agros• 15 gr. fermento de padeiro fresco• 2 ovos• 500 gr farinha tipo 65, mais q.b. p/ polvilhar• 1 c. chá de sal• 250 gr queijo flamengo fatiado Agros• 150 gr. fatias de presunto

Preparação da Receita:

Coloque numa panela o óleo, o leite UHT Agros e o fermento e aqueça o preparado, enquanto mistura, até ficar morno (aprox.40 ºC).Retire para um recipiente e adicione 1 ovo, em conjunto com a farinha e sal e amasse até que a mistura fique homogénea. Deixe levedar num local morno cerca de 1 hora ou até a massa dobrar de volume.Pré aqueça o forno a 230°C. Polvilhe com farinha um tabuleiro de forno.Sobre uma superfície polvilhada com farinha e com a ajuda de um rolo estenda a massa em retângulo. Disponha o queijo e o presunto deixando 2 cm de margem nas extremidades. Dobre ⅓ da massa sobre o recheio e de seguida outro ⅓. Pressione ligeiramente de forma a obter um retângulo de altura uniformizada. Faça uma extremidade entrar sobre a outra de modo a formar uma coroa. Pincele com 1 gema e coloque sobre o tabuleiro. Deixe levedar 20 minutos.Leve ao forno a 230°C cerca de 25 minutos ou até dourar. Retire e sirva morna.

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46 . REVISTA AGROS Nº41

Espaço Lúdico

SOPA DE LETRAS

A G J K V X S E G B M K G S J J P H G S A X V B N M Ç I R E V N E D G D F G S J F D A S

G S E T O R S A G N I S F J Z V R G D A G R I C U L T U R A S F H J L J G F D E W V Z D

O K L R H A V U R R A S W N Z Z O T H E N S U L S J J H Q H J E D H B J Z V A S E X A D

S D B S K A A S F A K X E N R L D O X G D A A S Q H S J H E D G G N Z N Z Z B K X H D X

H M H O L Y R U U G A X D J L M U W N E D G G V B N J N S B F C N N R N R L I A X G G H

I O K L T J S A V R S A D W O N Ç H D S N J H Ç J D S E Y N S F H J L J L M O S A I M B

H I L O O X G D A O L Ç C W Y B Ã I A J S L K N E D G G Z M W D A W U W O N S L Ç U A G

R Y T H W N E D G A J D X J R A O H W K Y G C E R T I F I C A Ç Ã O J W Y B S J D E N M

S R O J Q I I F W L H N K P W E V S S N E D S G J J Z V J H Ç J D S E Y R A E H N D T J

H E W G D O J G W I D M Y S Q R A Z G H B S S A C N Z Z L K N E D G G Z W E G D M E E K

I S Q F M P J V J M S M E H H S D H Z X C A Z X O N R L A G J K V A G S Q R U S M U I L

G S J D U D D X P E L B D J A G J K V X S E G K R J L M J S A V Y J S H H S R L B F G Ç

H D S N B E J N M N F E H I F S A W A A S F M K O W O N N S U Y K N S R H W A F E N A O

I A J S D E F Ç J T K Y C L I M A B Y R U U B R N W Y B N W H H D N W B S S N K Y E E U

H W K Y G R A V D A C W J S A V Y W J S A V V G A J R A J Q U E I J O Z J H Ç C W R G F

S S N E Y R U U F R M W N S U Y K D X G D A A S V P W E J H Ç J D S E Y L K A M W Q D W

G D Ç G H J H H K R Ç J N W H H D S N E D G G V Í S Q R L K N E D G G Z H D S Ç J L V E

D J H Ç J D T E Y F C P H G D D E A I I F W B V R H H S R E V N E D G Y I A J C P F X D

O L K N E D E G Z S J H G G Z R E V N E D G W Q U F F B B O V I N O S H H W K Y I K H D

W N E D G G M B N J N S V B N J H Ç J D S E Y N S H X C A A S F M K K L S S N E Y C G C

M F M A A S P M K A A S F M K L K N E D G G Z V U H G A Y R U U B R D Á J H Ç J D S E Y

A U B Y R U O B R Y R U U B R L K N E D B C X D B C X D J S A V V G E G L K N E D G G Z

G V V J S A V V G B F R D E S P O R T O N E D G W Q Y H X G D A A S U U H D S Ç S Y E Y

N A A X G D A A S A G U G S J H Ç J D S E Y F G E D G G N E D G G V T A I A J C U J D T

I G G N E D G G V I R G P B L K N E D G G Z X C G H J K I I F W B V R D H D S Ç S U E E

C W B I I F W B V G H O I A O X G D A A S Q H S J H B X M N B C X J H Ç J D S E T R U W

A D S F L O R E S T A S E G W N E D G G V B N J N S S H F I M A G L K N E D G G E W F A

L A A H Q W E T U I O P F A M Ç I R E V N E D G W Q A G J K L I Y T L E I T E X N Q N G

H A Z V Y J S A V Y S E Y T X A S D F G H J K K L Ç V E J S A V Y U H G A L J H T T E R

B F X Y K N S U Y K G G Z J H R A G R O L I M I A N O Y N S U Y K B C X D H N G A E R O

D W S R D N W H H D G J M Y G R I A J S L K X E A S D H N W H H D S E Y H G T E B G Q D

E E S D L J H Ç J D S E Y H E G H W K Y G F H D G H J J Z X C V B E D G G F G K I D L I

O D D E S L K N E D G G Z J S U S S N E M K G N M Ç I R E V N E D G H J K C V B L U F E

K D W S S Q W E R T Y U I I O O Y R U U B R E E N M M N L A V A D O R A S R E D I F K S

P C U O O D D U I O G U R T E K J S A V V K X C J H Ç J D S E Y L J R Y G G G H D C C E

C X G H G A S H K L Ç A S D F G X G D A A F H O L K N E D G G Z G H F H J I A J A V Y L

V K T I T J H Ç J D S E Y B B H N E D G G K G L I A J S J K V X S E G J K H W K D A H R

N Y F H A L K N E D G G Z V N J I I F W B R E O H W K Y Y H X G D D S A C S S N E S J U

H D S N L Ç S A R A G O Ç A G I S W U W B K X G S S N E D A A S T H S J A L Ç U H G A G

I A J S J H Ç J D S E Y I A C J O E J O B A S I Ç W N E D G G V R N J N T N M B C X D C

H W K Y L K N E D G G Z H W K Y W N E D G G V A J H Ç J D S E Y O Q R Y N G Y S E Y H S

S S N E M G D S W G J L S S N E H Ç J D S E Y L L K N E D G G Z F X Z X E F R E D G G A

G H J U I E X P L O R A Ç Õ E S A M J L A G J K V X S E G M Ç I A E V N E D G G H J K Q

AGRICULTURAAGROALIMENTARAGRODIESELAGROLIMIANOÁGUABIOSSEGURANÇABOVINOS

CERTIFICAÇÃOCLIMACORONAVÍRUSDESPORTOECOLOGIAEXPLORAÇÕESFIMA

FLORESTASIOGURTELAVADORASLEITEMAGNICALMANTEIGAPRODUÇÃO

QUEIJOSARAGOÇASETORSOLOSUSTENTABILIDADETEMPO TROFA

PALAVRAS

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*As condições aplicadas ficam limitadas ao stock existente.

Rua 5 de Outubro, 1690

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Email [email protected] www.agroscomercial.ptAssistência Técnica à

Produção de Leite, Lda

EQUIPAMENTOS EPRODUTOS DE HIGIENE

CAMPANHAREF.ª K7 Compact ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS INCLUI

1.44

7-05

0.0

• Potência 3 kW • Desempenho/Rendimento 60 m²/h • Peso sem acessórios 16.9 kg • Peso, incluindo embalagem 21.2 kg • Temperatura de afluência da água 60 °C • Tipo atual 230 V - 50 Hz • Medidas (CxLxA) 555 x 290 x 336 mm • Pressão de trabalho 2 - max. 16 MPa • Caudal de água max. 600 l/h

• Adaptador para mangueira de jardim A3/4" • Bico frezador • Quick Connect do lado do aparelho • Pistola, Quick Connect padrão • Filtro de água em malha fina integrado • Motor refrigerado a água • Utilização de detergente através de, Aspiração • Pega telescópica • Vario Power Jet • Mangueira de alta pressão, 10 m

REF.ª HD 5/15C PLUS 230 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS INCLUI

1.52

0-93

1.0

• Cabo eléctrico H07RN-F 5 m • Potência 2.8 kW • Peso (com acessórios) 25.7 kg • Peso, incluindo embalagem 28.1 kg • Medidas (CxLxA) 380 x 360 x 930 mm • Pressão de trabalho 150 Bar • Caudal de água 500 l/h • Máx. pressão 200 Bar • Tipo de corrente (Ph / V / Hz) 1/230/50

• Interruptor de controlo de pressão • Bico frezador • Bico triplo (0°/25°/40°), manualmente • Lança, 840 mm • Pistola, EASY!Force • Mangueira de alta pressão, 10 m

REF.ª HD 6/15 M PLUS ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS INCLUI

1.15

0-93

2.0

• Tipo de corrente (Ph / V / Hz) 1/230/50• Caudal de água (l / h) - 560• Pressão de trabalho (bar / MPa) - 150/15• Max. pressão (bar / MPa) - 225 / 22,5• Potência (kW) - 3,1

• Pistola de pulverização, EASY! Force• Mangueira de alta pressão, 10 mt• Lança de pulverização, 840 mm• Bico de Potência• Pressão de corte• Cabo de alimentação (m) - 5mt• Peso (kg) - 30• Dimensões (L × L × A) (mm) - 400 x 455 x 70

REF.ª HD 9/20-4 M PLUS ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS INCLUI

1.52

4-92

6.0

• Lavadora de alta pressão a frio com robusto motor de 4 pólos de baixa velocidade, 400V, Potência 7 kW

• Peso (com acessórios) 41.4 kg • Medidas (CxLxA) 1000 x 425 x 552 mm • Pressão de trabalho 40 - 200 Bar • Caudal de água 460 - 900 l/h • Máx. pressão 220 Bar

• Bico triplo (0°/25°/40°), manualmente • Lança, 1050 mm • Pistola, EASY!Force • Servo Control (regulação de pressão) • ANTI!Twist • Interruptor de controlo de pressão • Bico frezador • Mangueira de alta pressão, 10 m

REF.ª HD 10/25-4 S PLUS ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS INCLUI

1.28

6-91

3.0

• Lavadora de alta pressão a frio com robusto motor de 4 pólos, 400V, com arrefecimento a ar e a água, Potência 9.2 kW

• Peso (com acessórios) 62 kg • Medidas (CxLxA) 560 x 500 x 1090 mm • Pressão de trabalho 30 - 250 Bar • Caudal de água 500 - 1000 l/h • Máx. pressão 275 Bar • Depósito para detergente 6 l

• Sistema anti-vinco (AVS) • Interruptor de controlo de pressão • Bico frezador • Lança, 1050 mm • Filtro de água em malha fina integrado • Pistola, Pistola Easy-Press • Pistola com revestimento soft grip • Sistema electrónico de protecção do motor com monitor LED • Vidro de verificação do óleo • Servo Control (regulação de pressão) • Ajuste da entrada de água em latão • Mangueira de alta pressão, 10 m

360 €+ IVA

565 €+ IVA

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1.350 €+ IVA

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Até31 Mai2020 *

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