em tempo - 3 de abril de 2016

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TEMPO EM MANAUS FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, ELENCO, CURUMIM E IMÓVEIS&DECOR. MÍN.: 26 MÁX.: 33 E depois do IMPEACHMENT? Tema recorrente nas rodas de conversas em praticamente todos os segmentos sociais, o EM TEMPO entrevistou juristas, cientistas políticos e lideranças religiosas para traçar um panorama sobre o cenário de extrema instabilidade política que o Brasil repete, 24 anos depois de ter protagonizado o primeiro impeachment de um presidente da República. Democrático, o impeachment é legítimo, mas a quem interessa? Quais as consequências da saída da presidente Dilma Rousseff neste momento? Política A6 e A7 POLUIÇÃO SUPERMERCADOS Mais de R$ 5 milhões para limpar os igarapés de Manaus Crise econômica faz começar a faltar produtos nas prateleiras Igarapé do Franco, que corta a avenida Brasil, na Compensa, é poluído em toda a sua extensão Falta de conscientização da população, que continua poluindo os igarapés da cidade, faz com que recurso milionário não possa ser empregado em outras atividades à população ou em obras de infraestrutura social. Dia a dia C1 Economia B1 SUPLEMENTO BARCELOS Para não ter dúvidas sobre a profissão A resistência dos piabeiros Em algum momento vem o questionamento sobre o futuro profissional. Qual curso devo fazer? E para ajudar nesse processo de escolha, o EM TEMPO lança hoje esse suplemento, que será dividido em cinco exemplares, e que contará com as 18 profissões mais procuradas do momento. À margem das leis trabalhistas e da assistência do Estado, os piabeiros de Barcelos resistem, com muita dificuldade, para manter viva a economia do peixe ornamental, que já fez a atividade ser a 8 a em volume de exportação do Amazonas e empregou mais de 10 mil pessoas no município. Hoje poucas são as famílias que conseguem se manter da pesca ornamental em Barcelos, dada a falta de assistência trabalhista VENDA PROIBIDA EXEMPLAR DE ASSINANTE PREÇO DESTA EDIÇÃO R$ 3,00 O JORNAL QUE VOCÊ LÊ ANO XXVIII N.º 9.073 DOMINGO, 3 DE ABRIL DE 2016 PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO DENÚNCIAS • FLAGRANTES 981163529 PAULISTA Clássico dos opostos no Pacaembu O Corinthians lidera o Campe- onato Paulista, enquanto o Pal- meiras, até a última rodada, quando venceu o Rio Claro, convivia com o fantasma do rebaixamento. Pódio E7 MÁRCIO MELO RICARDO OLIVEIRA FOTOS: DIVULGAÇÃO

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: EM TEMPO - 3 de abril de 2016

TEMPO EM MANAUSFALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, ELENCO, CURUMIM E IMÓVEIS&DECOR. MÍN.: 26MÁX.: 33

E depois do IMPEACHMENT?Tema recorrente nas rodas de conversas em praticamente todos os segmentos sociais, o EM TEMPO entrevistou juristas, cientistas

políticos e lideranças religiosas para traçar um panorama sobre o cenário de extrema instabilidade política que o Brasil repete, 24 anos depois de ter protagonizado o primeiro impeachment de um presidente da República. Democrático, o impeachment é legítimo, mas a quem interessa? Quais as consequências da saída da presidente Dilma Rousseff neste momento? Política A6 e A7

POLUIÇÃO

SUPERMERCADOS

Mais de R$ 5 milhões para limpar os igarapés de Manaus

Crise econômica faz começar a faltar produtos nas prateleiras

Igarapé do Franco, que corta a avenida Brasil, na Compensa, é poluído em toda a sua extensão

Falta de conscientização da população, que continua poluindo os igarapés da cidade, faz com que recurso milionário não possa ser empregado em outras atividades à população ou em obras de infraestrutura social. Dia a dia C1

Economia B1

SUPLEMENTO

BARCELOS

Para não ter dúvidas sobre a profi ssão

A resistência dos piabeiros

Em algum momento vem o questionamento sobre o futuro profi ssional. Qual curso devo fazer? E para ajudar nesse processo de escolha, o EM TEMPO lança hoje esse suplemento, que será dividido em cinco exemplares, e que contará com as 18 profi ssões mais procuradas do momento.

À margem das leis trabalhistas e da assistência do Estado, os piabeiros de Barcelos resistem, com muita difi culdade, para manter viva a economia do peixe ornamental, que já fez a atividade ser a 8a em volume de exportação do Amazonas e empregou mais de 10 mil pessoas no município.

Hoje poucas são as famílias que conseguem se manter da pesca ornamental em Barcelos, dada a falta de assistência trabalhista

VENDA PROIBIDA

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ASSINANTEVENDA PROIBIDA

EXEMPLARDE

ASSINANTE

PREÇO DESTA EDIÇÃO

R$

3,00O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

ANO XXVIII � N.º 9.073 � DOMINGO, 3 DE ABRIL DE 2016 � PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES � DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO

DENÚNCIAS • FLAGRANTES

98116�3529

PAULISTA

Clássico dos opostos no Pacaembu

O Corinthians lidera o Campe-onato Paulista, enquanto o Pal-

meiras, até a última rodada, quando venceu o Rio Claro,

convivia com o fantasma do rebaixamento. Pódio E7

MÁRCIO MELO

RICARDO OLIVEIRA

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atividades à população ou em obras de infraestrutura social. Dia a dia C1

PAULISTA

Clássico dos opostos no Pacaembu

O Corinthians lidera o Campe-onato Paulista, enquanto o Pal-

meiras, até a última rodada, quando venceu o Rio Claro,

convivia com o fantasma do rebaixamento. Pódio E7

PAULISTA

ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, ELENCO, CURUMIM E IMÓVEIS&DECOR.

atividades à população ou em obras de infraestrutura social.

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MANAUS, DOMINGO, 3 DE ABRIL DE 2016A2 Ultima horaUltima hora

Entregador de gás chegava em casa, quando foi morto com 10 disparos de arma de fogo

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Hissa Abraão disputará a prefeitura pelo PDTDeputado federal assumiu ontem a presidência do diretório do partido no Amazonas, mas desconversou sobre quem será o vice

O deputado federal His-sa Abraão (PDT) foi empossado na ma-nhã de ontem, presi-

dente do diretório no Amazo-nas do Partido Democrático Trabalhista. Confi rmado como pré-candidato à prefeitura de Manaus, Hissa agradeceu a recepção no partido e confi r-mou que a meta é fortalecer o PDT no Estado e eleger pelo menos cinco vereadores em Manaus. A reunião de apresen-tação da nova direção estadual da agremiação partidária, os recém-fi liados, além dos pré-candidatos que vão disputar a eleição deste ano, aconte-ceu no auditório Senador João Bosco, da Assembleia Legisla-tiva do Estado do Amazonas (Aleam), bairro Parque 10 de Novembro, Zona Centro-Sul.

“Quero agradecer a recepção dos companheiros no Amazo-nas e do diretório Nacional e ao Ciro Gomes que nos deu carta branca. Na segunda-feira va-mos começar a conversar com outros partidos para ampliar as nossas alianças. Vim para o PDT pela sua história no Brasil, pela ideologia limpa de homens preparados e hones-tos que dignifi cam sua história.

Entro como um operário para conduzir o projeto do PDT que me dá uma “asa” maior para voar e junto com essa militân-cia nós vamos muito em breve governar a cidade de Manaus”, afi rmou o deputado federal.

Questionado sobre as futu-ras alianças políticas e se o nome do vice-prefeito na sua chapa já estaria defi nido, Hissa

Abraão preferiu ser cauteloso e disse que vai preferir aguardar a realização das convenções para defi nir com quem vai caminhar na disputa pela Pre-feitura de Manaus.

“Queremos eleger no mínimo de quatro a cinco vereadores, não somente pelo número de candidatos que conseguirmos nesse período, mas pelo fato da minha candidatura que vem

para vencer, a gente vai ter muito voto de legenda. O PDT já tem uma base consolidada no interior e vamos melhorar com os cursos de qualifi cação e com a nossa presença. É muito prematuro falar de vice agora. Eu me lembro que quando eu fui candidato a vice-prefeito em 2012 isso foi decidido algumas horas antes no último dia da convenção. Estamos a quatro meses das convenções é cedo para criar expectativas. Tenho conversado com muita gente”, enfatizou o pré-candidato em tom de mistério.

Alfi netadasHissa Abraão não poupou

críticas ao prefeito Artur Neto (PSDB) de quem foi vice-pre-feito no pleito de 2012. Para ele muitos projetos prometi-dos na época de campanha fi caram esquecidos na gaveta e não foram realizados na administração municipal.

“Eu virei vice-prefeito apoiando um projeto que foi bonito, que a população apro-vou, mas que infelizmente a atual gestão municipal não conseguiu tirar o projeto do papel e enterrou o projeto. Tive muita autonomia para prome-ter, mas não tive autonomia para executar”, criticou.

VIOLÊNCIA

Manaus teve uma das noi-tes mais tranquilas do ano, com o registro de apenas um homicídio em toda a cida-de, conforme informações da Delegacia Especializada de Homicídios e Sequestro (DEHS) e do Instituto Médico Legal (IML). Uma das unida-des hospitalares mais mo-vimentadas da Zona Leste, o hospital e pronto-socorro Platão Araújo não registrou nenhuma ocorrência policial das 19h de sexta-feira até as 7h de ontem.

A única ocorrência regis-trada teve como vítima, o entregador de gás Alessandro Bolhoza de Araújo, 28, assas-sinado com 10 disparos de arma de fogo, por volta das 23h da última sexta-feira, na rua Newton Vieralves, bairro Novo Aleixo, Zona Leste.

Conforme informações de populares, Alessandro chega-va do trabalho quando um

carro de cor branca, e de mo-delo e placa não identifi cados estacionou em frente à vila em que morava e efetuou os disparos. Ainda segundo os vi-zinhos da vítima, uma mulher estava dentro do carro que foi usado na fuga dos suspeitos.

A dona de casa Ozilmar Alvez, 45, disse que Alessan-dro havia mudado para a vila a pouco mais de um mês. Ele e uma mulher, que pos-sivelmente seria sua com-panheira e uma criança de apenas 3 anos de idade, que seria fi lho apenas da jovem. “Estava chovendo bastante, quando ele chegou e co-locou a moto para dentro, foi quando o carro parou e saiu uma pessoa efetuando os disparos”, disse Ozilmar.

Outros vizinhos da vítima informaram que o casal se mudou para o local depois de um desentendimento entre Alessandro e a sogra, que não aceitava o relacionamento dele com a fi lha.

Os suspeitos não levaram nada da vítima, que havia recebido o pagamento na sexta-feira. Os vizinhos acre-ditam que a morte do en-tregador de gás tenha sido motivada por um acerto de contas, uma vez que não foi levado nada da vítima.

EstrangulamentoO corpo de Godofredo

Barroso de Souza, 80, foi encontrado por volta das 21h, da última sexta-feira, em uma residência na rua Pistácio, no conjunto Alfre-do Nascimento, bairro Novo Aleixo, Zona Leste. No IML, a perícia identifi cou a causa da morte como estrangu-lamento ou asfi xia. O IML informou ainda que a morte aconteceu possivelmente na última quinta-feira (31).

A DEHS informou que a suspeita é a de que Godofre-do tenha cometido suicídio, no entanto, informou que vai investigar o caso.

Fim de semana inicia calmo

Com o objetivo de aten-der o maior número possível de pessoas com doenças de pele e realizar o diagnós-tico precoce dos casos de hanseníase, a Fundação de Dermatologia Tropical e Ve-nerologia Alfredo da Matta, realizou na manhã de sábado, um mutirão de dermatologia. De acordo com o diretor-pre-sidente do Alfredo da Matta, Helder Cavalcante, a expec-tativa era atender mais de mil pessoas, que desde as primeiras horas da manhã lotavam as dependências da unidade de saúde, localizada na avenida Codajás, bairro da Cachoeirinha, Zona Sul.

“Temos aqui uma equipe com mais de cem profi s-sionais trabalhando e es-peramos detectar casos de hanseníase, sífi lis e talvez até HIV, entre outras doenças que acometem a pele. Vamos fa-zer testes rápidos para sífi lis e HIV com o resultado saindo na hora. As doenças derma-

tológicas mais comuns são as alergias, pele e acne, a mais comum”, enfatizou o médico dermatologista.

De acordo com Helder, des-de o ano passado a Fundação Alfredo da Matta vem reali-zando o mutirão dermatológi-co para anteder a população.

“Somente no ano passado a Fundação Alfredo da Mata realizou três mutirões. Em 2016 já fi zemos um no início de janeiro e agora estamos fazendo esse em abril. A ideia é que a cada dois meses a gen-te possa realizar essas ativi-dades em áreas diferentes da cidade. Já fi zemos um mutirão no bairro Antônio Aleixo na zona Leste, esse estás sendo aqui na zona Sul e o próximo será na zona Centro-Oeste no mês de maio”, prometeu.

Na avaliação de Cavalcan-te, a população deve fi car atenta e qualquer alteração ou coceira na pele, procurar imediatamente um derma-tologista. “A orientação que

damos as pessoas e não pro-curar tratar por conta própria ou no balcão da farmácia os problemas de pele porque pode ser algo mais grave como hanseníase ou psoríase também”, alertou.

ConsultaPara a dona de casa, Fran-

cisca Teles do Nascimento, 45, que foi participar do mutirão de dermatologia, a iniciativa é importante. Ela disse que nas últimas duas se-manas começou a apresentar manchas vermelhas na pele e resolveu procurar o médico.

“Achei muito importante a realização desse mutirão de dermatologia. Apesar de ter chegado cedo e enfrentado essa fi la grade, vai valer a pena fazer logo a minha con-sulta e saber que doença de pele tenho. Estou com essas manchas vermelhas na pele há duas semanas e ainda não sei o que é. Por isso vim logo me consultar”, disse. (AC)

DERMATOLOGIA

Populares buscam atendimento

Partido pretende eleger ao menos quatro vereadores na cidade de Manaus, além de disputar a prefeitura

MÁR

CIO

MEL

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ÁRCI

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AUGUSTO COSTA

HENDERSON MARTINS

APOSTA

Presente ao even-to, o presidente do diretório muni-cipal, Stone Ma-chado confirmou que o PDT tem mais de 80 can-didatos a verea-dor somente em Manaus

ReforçoOutro reforço que veio para

o PDT, foi o deputado estadu-al Adjunto Afonso, ex-PP que assinou a fi cha de fi liação no sábado. Ele confi rmou que estava ofi cializando a sua fi lia-ção na nova sigla partidária. “O PDT é um partido que pode crescer muito no Amazonas com a vinda do Hissa Abraão

que é o presidente estadual. Vamos ter candidatura própria a prefeitura de Manaus e em vários municípios, além da vinda do Ciro Gomes que vai fortalecer o partido nacional-mente”, avaliou Afonso.

O presidente do diretório municipal, Stones Machado, disse que o PDT está for-talecido com a chegada de

Hissa Abraão e do deputado Adjuto Afonso

“Estamos construindo um novo quadro político forte no Amazonas. O projeto é novo feito com a cara da juventude do Hissa que foi muito bem recebido e entrou como um soldado que vai engrandecer o partido no Amazonas”, avaliou.

Mais de cem médicos participaram do mutirão realizado neste sábado na Fundação Alfredo da Matta

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MANAUS, DOMINGO, 3 DE ABRIL DE 2016A3OpiniãoOpinião

Até que o vice-presidente Michel Temer tentava se manter longe dos holofotes que ilumi-nam sem o menor pudor as intenções de impeachment (impedimento, cassação, renúncia, qualquer que seja o seu signifi cado com o mesmo objetivo), mas a sexta-feira 1º de abril lhe foi ingrata – não era de mentirinha a situação pela qual passou.

O ex-governador do Ceará, Cid Gomes, protocolizou na Câmara dos Deputados um pe-dido de impeachment contra ele e o presidente do PMDB e vice da República elevou o tom contra um “agente terceirizado escalado para atingir reputação alheia de forma vil e rasteira”. Segundo apurou a “Folha de S.Paulo”, a apresentação do pedido de impeachment de Temer foi uma ação articulada com o Palácio do Planalto: “Ao protocolizar o documento, o ex-governador Gomes disse que decidiu entrar com as denúncias neste momento porque a rápida tramitação do processo de Dilma Rousseff o ‘apavora’” – “Vocês já pensaram o que vai ser o dia seguinte [ao eventual impeachment de Dilma]? (...) Ele tramita muito rapidamente nessa comissão e isso me apavora”, teria dito Cid Gomes.

Por meio de nota, Temer disse que creditou aos trabalhos baseados em Curitiba o início “de uma reforma nos hábitos políticos brasileiros, necessários para melhorar e aprimorar nosso sistema de representação”. Mas a sexta-feira do vice-presidente da República não terminaria aí. À noite, o Supremo Tribunal Federal divulgou uma decisão do ministro Marco Aurélio Mello determinando que a Câmara desse início à análise de um pedido de impea-chment do vice-presidente Michel Temer (PMDB) – mas logo informou que se tratava de uma minuta em elaboração. O impeachment de Temer foi pedido pelo advogado Mariel Márley Marra com os mesmos argumentos que sustentam o atual pedido contra Dilma. Sexta-feira foi um dia 13 para Temer.

“Meu Deus do céu...”

Barroso meteu o dedo na ferida, ao lembrar a cena que o país inteiro assistiu pela televisão.

— Quando, anteontem, o jornal exibia que o PMDB desembarcou do governo, e mostrava as pessoas que erguiam as mãos, eu olhei e disse: Meu Deus do céu, essa é a nossa alternativa de poder?

Viu a foto?

O ministro disse ainda “não vou fulanizar”, mas, quem viu a foto, sabe do que ele estava falando.

— Portanto, o problema da po-lítica, neste momento, é a falta de alternativa. Não tem para onde correr. Isso é um desastre!

Sem fulanizar

O ministro foi elegante e preferiu não citar nomes.

Mais a cena a que ele se referia é aquela em que o PMDB anunciou que estava deixando o governo da presidente Dilma e os velhos ca-ciques do partido saíram gritando “Fora, PT” e “Temer presidente!”

Tudo investigado

Na foto, à qual Barroso se referia, aparecem o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o ex-ministro da Aviação Civil Eliseu Padilha. A imagem foi feita na reunião do PMDB, realizada na última terça-feira (29), quando o partido decidiu deixar a base aliada do governo.

Tudo eu

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) continua fi el à presidente Dilma.

Disse que a mídia passa para o brasileiro a ideia de que tudo de

ruim que está ocorrendo no país é culpa da presidente da República.

— A presidente está sendo jul-gada por isso, especialmente pelo que foi apurado pela Operação Lava-Jato. Só que nessas inves-tigações não há nada contra ela.

Defensores do golpe

Vanessa disse que em nenhuma peça, nenhuma denúncia, em ne-nhuma lista aparece o nome da presidente Dilma.

A senadora comunista destacou manifesto da Federação Nacional dos Jornalistas acusando os veícu-los de comunicação de assumirem o papel de opositores do governo e defensores do golpe, em vez de levar informação à sociedade.

Braga pode fi car

Fontes de Brasília garantem que não será nenhuma surpre-sa se o ministro Eduardo Braga (PMDB–AM) permanecer no cargo de ministro de Minas e Energia.

Apesar da imposição da direção nacional do PMDB, que exige o de-sembarque de todos os ministros do partido, ele deverá se licenciar do partido e continuar ao lado da presidente.

Meus amores

Aliás, as mesmas fontes garan-tem que existem alguns ministros que Dilma, se pudesse, não abriria mão, pela proximidade que tem com eles.

Braga seria um deles. A minis-tra Kátia Abreu, da Agricultura, também,

Cartão vermelho

Falando em Kátia, a assessoria do PMDB informou que o diretório da Bahia encaminhou na sexta-feira (1º) um pedido de expulsão

da ministra da Agricultura, Kátia Abreu, da legenda.

O pedido foi entregue a Eliseu Padilha, segundo vice-presidente do PMDB. Ele deve encaminhá-lo ao presidente do partido, o vice-presidente do Brasil, Michel Temer, que decidirá por arquivar ou encaminhar à comissão de ética do PMDB.

Chupou

A obra “Rubber Duck” (ou pato de borracha) foi exposta em São Paulo, em 2008, e em cidades como Amsterdã e Hong Kong.

A Fiesp viu e mandou fazer uma igual.

Quem paga o pato

A mediocridade anda tão em moda no país, que até para pro-testar estamos tomando atitudes politicamente incorretas.

O artista plástico holandês Flo-rentijn Hofman acusa a Fiesp (Fe-deração das Indústrias do Estado de São Paulo) de plagiá-lo, em sua campanha contra o aumento de impostos, com a chamada “Não vou pagar o pato”.

Referência

Denilson Sousa, dono da Big Format Infl áveis, reconheceu que a empresa produziu os dois patos.

E disse que a Fiesp enviou uma foto da obra do artista como “referência”, mas que “nem sabe mais se tem o projeto de Hofman”.

Para quem tem o mínimo de bom senso, a frase disparada esta semana pelo mi-nistro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), faz pensar sobre o triste quadro a que chegou a política brasileira.

Durante audiência com alunos da Fundação Lemann, a falta de alternância de poder fez o ministro decretar que a “política morreu”.

— A política morreu, porque nós temos um sistema político que não tem um mí-nimo de legitimidade democrática.

A política morreu

Toma que o impeachment é teu [email protected] | [email protected]

Contexto3090-1017/8115-1149

VAIAS APLAUSOS

Para o crescimento da violência contra as mulheres no Amazonas. De acordo com o último levantamento, a Justiça tem 23 mil processos. Desse total, 95% são de lesão corporal e ameaças de morte. Na maioria das vezes, o agressor não é punido, porque a Justiça perde o prazo para julgá-lo.

Mulheres ameaçadasDIVULGAÇÃO

Essa ideia veio de muito longe, da cidade de Kochi, na Índia, mas os donos de restauran-tes do Brasil bem que poderiam se mirar no exemplo. Manu Pauline, dona do restaurante Pappadavada, colocou uma geladeira na cal-çada para que ela, seus clientes, funcionários e quem mais quiser possa colocar sobras de suas refeições. Qualquer pessoa pode retirar a comida de lá, sem nenhum registro ou pagamento: é só abrir, escolher e levar.

Comida para quem tem fomeDIVULGAÇÃO

[email protected]

Luiz Gonzaga Bertelli

Presidente do Conselho Diretor do Centro de In-tegração Empre-

sa-Escola NacionalNeste ano, pela primeira vez no país,

estudantes do ensino fundamental e médio terão aulas sobre corrupção. A experiência, salvo engano inédita, pelo menos em termos ofi ciais, se dará no Acre, fruto de lei proposta pelo deputado Jairo Carvalho (PSD). A matéria leva o nome de “Política, politicagem e conscientização contra a corrupção”. Durante o regime mi-litar, nós tivemos algo parecido com a introdução das aulas de Educação Moral e Cívica, que não foram adiante apesar dos bons propósitos.

O Tribunal de Justiça e a Procu-radoria Geral de Justiça do Acre deram apoio imediato por meio da presidente Cezarinete Angelim e do procurador Oswaldo de Albuquerque. Também existe consistência pedagó-gica e fi losófi ca nela, pois uma das vozes mais vigorosas na defesa da escola nesse terreno é a do fi lósofo Michael Sandel, professor de Harvard, onde ministra um concorrido curso intitulado “Justiça”. Sandel já escreveu dois livros inspirado nas suas refl e-xões: “O que o dinheiro não compra” e “Justiça: qual é a coisa certa a fazer?” (Civilização Brasileira).

Sua posição fi cou explícita numa resposta dada à revista “Exame” em entrevista publicada ano passado. Indagado sobre correções de rota quando a educação familiar não basta para cumprir a missão de trans-mitir valores aos fi lhos, ele disse que escolas e empresas têm pa-pel essencial no cultivo daquilo que chamou de virtudes cívicas.

Virtudes cívicas vêm a ser atitu-des de cidadãos que tenham como objetivo o bem comum, cuja solidez não lhes permite negociar o princípio da honestidade e do respeito mú-tuo. Sandel recorreu a um exemplo prosaico para esclarecer o conceito: obedecer ao sinal vermelho mesmo em circunstância de atraso danoso, cuja ausência de câmeras, ou radares

poderiam safar o transgressor. A julgar pela informação da as-

sessoria jurídica do deputado Jairo Carvalho, o Brasil está de fato carente das virtudes cívicas. Recentemente foi constatado em escolas estadu-ais do Acre, que chapas concorren-tes aos grêmios estudantis haviam comprado votos ao preço de um real ou em troca de lanches. Tão grave, ou pior, é o resultado de uma pesquisa feita pelo Curso de Pedago-gia da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), de 2010, que, infelizmente, não teve a divulgação merecida. Realizado em salas de aula, o levantamento mostrou que os uni-versitários – e estamos falando de um dos Estados mais evoluídos do país – não tinham noção exata do que fossem práticas corruptoras.

Atitudes francamente condená-veis na condução dos estudos, aliás, largamente adotadas, não eram en-tendidas como corrupção, a saber: o uso da mentira para fugir de responsabilidades escolares; a re-corrência à “cola”; plágio ou cópia de textos da Internet na elaboração de trabalhos e até a compra deles. Tais desonestidades não eram vistas como corrupção. Para os acadêmi-cos, a falta de postura ética e moral associada à palavra corrupção era restrita aos políticos que se apro-priam de dinheiro público. Se não sou político, não sou corrupto!

Pedagogos e psicólogos concordam que a infância, devido à disponibili-dade e plasticidade da criança, é o período próprio para a aquisição das virtudes cívicas. Nessa idade o ser humano é eminentemente educável – e atenção – também corruptível, se sua formação for desvirtuada. Resta à sociedade brasileira – e o debate é extremamente promissor – decidir se a escola deve, de vez, ocupar esse espaço. A rigor, formar cidadãos tam-bém é atribuição dela.

Aulas de corrupção [email protected]

Luiz Gonzaga Bertelli

A julgar pela informação da assessoria jurídica do deputado Jai-ro Carvalho, o Brasil está de fato carente das virtudes cívicas. Re-centemente foi constata-do em esco-las estaduais do Acre, que chapas con-correntes aos grêmios estudantis haviam com-prado votos ao preço de um real ou em troca de lanches”

Editorial [email protected]

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MANAUS, DOMINGO, 3 DE ABRIL DE 2016A4 OpiniãoOpinião

Dom Sérgio Eduardo

Castriani Arcebispo

Metropolitano de Manaus

Painelser oferecidas ao Ministério Público. Ele precisa conven-cer os procurados que sua delação vale a pena.

Preso fi tness O ex-presiden-te da Odebrecht segue afi ado em sua rotina de exercícios. Quando não recebe o seu time de defesa, está “pendurado na barra”, diz um integrante da carceragem.

“Me tira dessa De um líder partidário sobre o dilema das siglas que ainda não decidi-ram se deixarão o governo: “Usar terno branco, ter dente de ouro e ser da oposição têm algo em comum: são lindos... mas só nos outros!”.

Tem certeza? A CSN não desiste de ter voz no comando da Usiminas. O Cade julgará de novo se a empresa tem direito a um representante no conselho da empresa.

Muito mudou O órgão proibira a siderúrgica da família Steinbruch de indi-car alguém ao posto. Mas o controle da Usiminas mudou, argumenta a CSN.

Em nome do pai O genro de Nelson Biondi, marqueteiro de Alckmin, assumirá a comuni-cação da candidatura municipal de João Doria. Será a primeira eleição de André Gomes como estrategista de uma campanha.

Guru Já Andrea Matarazzo, agora no PSD, está entre dois nomes para tocar sua equipe de marketing: Fábio Portela, sócio do marqueteiro Renato Pereira, e Felipe Soutello, que já atua para o PSD.

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

Com notícias até de agressão física, as sessões da comissão do impeachment vêm despertando o instinto mais primitivo em muitos deputados. Em um desses momentos de tensão, governistas exaltados entoavam, com os punhos cerrados em direção ao alto, o grito de defesa da presidente Dilma Rousseff:– Não vai ter golpe! Não vai ter golpe!Partindo do fundo do plenário, um experiente parlamentar – que, inclusive, assistiu à deposição de Fernando Collor – atravessou toda a confusão em direção à mesa e disse aos colegas, baixinho, com um meio sorriso:– Vai ter golpe, sim!

Vai ter ou não vai ter?

TIROTEIO

O vice-presidente Michel Temer tinha a faca e o queijo nas mãos. Aí pegou a faca, cortou o dedo e sujou todo o queijo.

DE MARCO AURÉLIO CARVALHO, coordenador do setorial jurídico do PT, sobre Temer ter antecipado a reunião do PMDB que selou o desembarque da legenda.

Os rivais de Dilma Rousseff na Câmara se preparam para denunciar no Conselho de Ética todos os deputados do PT que receberam recursos do Diretório Nacional da sigla nas eleições de 2014. Pelo plano em curso, um partido de oposição assumirá o pedido cassação de dezenas de petistas sustentando que suas campanhas foram financiadas com dinheiro proveniente de uma organização criminosa. Há alguns dias, integrantes do PP envolvidos na Lava Jato receberam recado semelhante.

Sobra quem? A oposi-ção fará um levantamento sobre o total de parlamenta-res agraciados com fi nancia-mento do Diretório Nacional em 2014, quando o PT elegeu 71 deputados federais.

Não largo O senador Romero Jucá (PMDB-RR) é apontado em lista do governo como dono de ao menos três cargos federais em seu Estado: Departa-mento Nacional de Pro-dução Mineral, Delegacia Federal de Agricultura e um posto local vinculado ao ministério da Pesca.

Não chegou Até a noite de sexta (1º), o Planalto não havia registrado nenhum pe-dido de demissão por parte dos profi ssionais. Jucá foi mestre de cerimônia do de-sembarque do PMDB.

Até hospital A planilha também mostra o ex-minis-tro Eliseu Padilha, um dos peemedebistas mais próxi-mos do vice Michel Temer, como benefi ciário de uma diretoria técnica no Grupo Hospitalar Conceição, vincu-lado ao Ministério da Saúde.

Era pra sair? O executi-vo, que o Palácio do Planalto diz ser indicado por Padilha, também não havia pedido exoneração, conforme a lista do governo.

Filho pródigo Se Dilma sobreviver ao impeach-ment, a expectativa geral no PT é que Lula “refunde” o governo e assuma as rédeas até 2018.

Risco A despeito do pacto entre PSDB e PMDB contra Dilma, um tucano admitiu: “A saída Temer cria um terceiro polo de poder e há déca-das rivalizamos só com o PT. Estamos fortalecendo o ‘centrão’. Poderemos sumir”.

Difícil Antes de deixar a prisão em razão de um cân-cer na bexiga, o empresário José Carlos Bumlai comen-tou com alguns policiais: “Eu preferia mil vezes continuar aqui a ter de sair por esse motivo”, disse.

Cardápio Marcelo Ode-brecht tem passado horas todos os dias com seus advogados levantando informações que podem

Ontem, no final da tarde, uma pequena multidão de fiéis fez com que o Santuário Nossa Senhora Aparecida em Manaus ficasse pe-queno. Além do povo, foi grande o número de diáconos, padres e sobretudo de bispos. A ocasião era realmente especial pois estava sendo ordenado um bispo. Era o pe. Zenildo, redentorista, que fora nomeado coadjutor da prelazia de Borba pelo papa Francisco.

Nascido no Estado do Espírito Santo, aos cinco anos de idade migrou com a sua família para Rondônia, mais exatamente para Cacoal. Na juventude, passou a fazer parte da Congregação do Santíssimo Redentor, onde foi or-denado diácono e sacerdote. Mem-bro da vice-província redentorista da Amazônia fez grande parte da sua formação em Manaus e depois de se tornar padre trabalhou nesta cidade, em Manacapuru e em Coari.

Na ordenação episcopal, a igreja exige que pelo menos três bispos estejam presentes, e a de on-tem foi presidida por dom Luís Soares Vieira, arcebispo emérito de Manaus, que estava ladeado por dom Gutemberg Freire Régis, bispo emérito de Coari, também redentorista, e dom Elói Rogia, bispo de Borba. Mas todos os bispos presentes impuseram as mãos sobre ele. Já no momento da eleição, aquele que é eleito passa a fazer parte do Colégio Episcopal.

O ministério episcopal existe desde os tempos dos apóstolos e os que eram escolhidos e consa-grados para exercê-lo tornavam-se seus sucessores. É este minis-tério que garante a comunhão e a unidade. Através da imposição das mãos se garante a tradição e a fidelidade a fé apostólica. O bispo em comunhão com todos os bispos e sob a autoridade do

bispo de Roma é garantia de au-tenticidade e verdade que não se inventa, mas se recebe. Garante também a catolicidade permane-cendo unido aos outros bispos e ao papa. Ninguém tem o direito de se atribuir tal missão, ela é rece-bida e transmitida com critérios que a Igreja estabelece. Para os católicos, a comunhão com o bispo é garantia de pertença eclesial.

Aos que exercem esse ministério se pede que sejam testemunhas fiéis de Jesus Cristo e do seu Evan-gelho e que conduzam o rebanho mais pelo exemplo que por coação. O bispo fala em nome da Igreja, e por isso deve conhecer a doutrina, mas também ter a sensibilidade e perceber a realidade do povo, de maneira especial a dos pobres. A prelazia de Borba ganha um bom pastor que sucederá a dom Elói quando este chegar a idade canô-nica de se tornar emérito, dando continuidade a uma linhagem de bispos missionários que engrande-ceram com seu pastoreio aquela porção do Povo de Deus.

Missionário, o novo bispo com certeza terá dinamismo e gene-rosidade e será presença junto aos ribeirinhos e aos indígenas. Terá sensibilidade para animar a piedade popular tão presente na devoção a Santo Antônio, mas não só. Migrante, dom Zenildo será peregrino junto à juventude, aos idosos, às famílias. Mas sobretudo ele contará com a amizade dos presbíteros, os padres, que são os seus primeiros colaboradores. O episcopado é uma graça imerecida que coloca o eleito no coração do Povo de Deus. Aí ele se torna testemunha da sua ação miseri-cordiosa e da copiosa redenção. Que Deus abençoe o novo bispo!

Episcopado [email protected]

Dom Sérgio Eduardo Castriani

Natuza Nery

CONTRAPONTO Aos que exer-cem esse ministério se pede que se-jam testemu-nhas fi éis de Jesus Cristo e do seu Evan-gelho e que conduzam o rebanho mais pelo exemplo que por coa-ção. O bispo fala em nome da Igreja, e por isso deve conhecer a doutrina, mas também ter a sensibilidade e perceber a realidade do povo”

Pólvora pura

Frase

MARCIO MELO

Janaína Paschoal, jurista, na Comissão do Impe-achment, disse que “estamos diante de um quadro em que sobram crimes de responsabilidade”, citan-do as pedaladas fiscais, a liberação de crédito sem aval do Congresso e o “comportamento omissivo-

doloso de Dilma no episódio do Petrolão”.

OLHO DA [email protected]

O sentimento que se tem, ouvindo a presidente falar, é que realmente ela acredita que todos os

órgãos são dela, que os bancos públicos são dela. Eles não conseguem ver sentido na nossa indig-nação, porque, infelizmente, acreditam mesmo que o BNDES é deles, que a Caixa Econômica Federal é deles, que o Banco do Brasil é deles

No último andar desse arranha-céu, é tempo de vigília. Ali, no último andar, funcio-na uma ofi cina de reparos e até de construção de canoas e outros barcos tão leves quanto. A vigília se justifi ca: quando o rio se decidir a subir, sem interferências do El Niño e do desmatamento feroz, o último andar do arranha-céu vira primeiro

Janaína Paschoal,achment, disse que “estamos diante de um quadro em que sobram crimes de responsabilidade”, citan-do as pedaladas fiscais, a liberação de crédito sem aval do Congresso e o “comportamento omissivo-

O sentimento que se tem, ouvindo a presidente falar, é que realmente ela acredita que todos os falar, é que realmente ela acredita que todos os falar, é que realmente ela acredita que todos os

órgãos são dela, que os bancos públicos são dela. órgãos são dela, que os bancos públicos são dela. órgãos são dela, que os bancos públicos são dela. Eles não conseguem ver sentido na nossa indig-Eles não conseguem ver sentido na nossa indig-Eles não conseguem ver sentido na nossa indig-

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MANAUS, DOMINGO, 3 DE ABRIL DE 2016

ELEIÇÕES

Prefeito de Parintins busca alianças

Política A8

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AÇÃO

EM TEMPO - As audiên-cias de custódia pretendem tornar mais comum as pe-nas alternativas e tirar da cadeia aqueles réus de me-nor periculosidade. Quais os resultados alcançados no Amazonas até agora?

Sabino Marques - Ainda em fevereiro, tínhamos alcan-çados, em números, cerca de 921 situações em que acon-teceram o benefício aplicado. Ou seja, quase mil pessoas foram evitadas de chegar até os presídios. E eu creio que seja um número signifi cativo. Isso sempre com aquela pre-ocupação de não cair naquela vala comum. Inclusive, já ouvi até alguns juízes questionarem qual seria a importância da audiência de custódia: de ser apenas para olhar para a cara do fl agranteado, para dizer se ele é bonzinho ou não. É bom entender que cada caso é um caso e nós vamos ver que existe

Um dos coordenadores do programa Audiência de Custódia, desenvolvido pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (Tjam), desembargador Sabino Marques ressalta o êxito da iniciativa, que há oito meses tem contribuído para o não inchamento do sistema penitenciário do Estado. Segundo dados do desembargador, neste período 921 pessoas foram benefi ciadas com o programa, cuja proposta é apresentar o preso ou fl agrado a um juiz em um prazo máximo de 48 horas. O projeto é uma iniciativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), cujo objetivo é evitar o inchaço de presos provisórios nas cadeias de todo o país.

‘FALTAM POLÍTICAS concretas PARA DAR OPORTUNIDADES aos jovens’

Sabino MARQUES

uma repetição, uma reincidên-cia de algumas pessoas, mas, em contrapartida, tem inúme-ras pessoas que são infratores de primeira viagem e eu creio que eles merecem ter uma opor-tunidade. E sem querer julgar nem avaliar, mas já avaliando, lá existe pessoas que nas peque-nas audiências mostram que praticaram delitos por razões inteiramente diferentes daque-la que propriamente exercida.

EM TEMPO - Há quantos presos provisórios, hoje, no Amazonas?

SM - No Estado do Amazonas está tendo uma variação entre 9,6 mil e 9,4 mil, sendo que na capital se concentra a maioria, entre 5 mil e 6 mil. Quanto à questão provisória, estamos oscilando entre 72% e 73% hoje em dia e querendo aproximar ao que é permitido, que é até 42%, conforme prevê o Conselho do Tribunal de Justiça.

EM TEMPO - Qual o crime mais comum desses presos provisórios?

SM - Infelizmente, é a pratica do envolvimento e o consumo de drogas. Isso é uma situação que não é apenas de incidência do Estado do Amazonas, mas em todo o Brasil a fora.

EM TEMPO - O programa se mostrou efi caz? A rein-cidência desses réus é zero ou eles voltam a cometer crimes?

SM - Existe um percentual que eu acredito que esteja den-tro daquilo é prescrito, pois não podemos ser ingênuos e tentar tapar o céu com a peneira sobre as práticas nesse campo de deli-tos. De dez pessoas que entram no presídio, oito já saem com uma ideia formada pelos os que já estão lá, que já tem aquela escola de vida e a expressão é fazer a cabeça dos outros. Em contrapartida, existem pessoas que são benefi ciadas que saem e logo em seguida já voltam a praticar esses delitos.

EM TEMPO - Esses de-tentos são encaminhados também ao projeto Reedu-car. Eles cumprem o curso

HENDERSON MARTINS

FOTOS: MÁRCIO MELO

integral, se reeducam, ou abandonam o projeto na metade?

SM - Os que recebem a li-berdade provisória faz-se essa observação, não é obrigató-rio, mas se ele se interessar pode comparecer e participar das orientações, inclusive com a possibilidade de oferta de cursos, capacitação e quem sabe até vagas de empregos. É bom frisar que existe, sim, um percentual de pessoas que abandonam o projeto no meio do caminho. Aí, sim, nós traba-lhamos com monitoramento e um dos subgrupos é o proje-to “Começar de Novo”, e esse trabalho se volta para aquelas pessoas que saíram ou estão ainda no sistema prisional. Recentemente fi zemos muitas parcerias com a prefeitura, com o Instituto Federal do Amazonas (Ifam) e eu fi quei muito feliz em ver a determinação daqueles internos de querer os cursos. E nisso tivemos a desistência mínima de alguns.

EM TEMPO - Com a audi-ência de custódia, a Justiça busca dar uma nova chance ao réu de se reintegrar à sociedade. O programa faz Justiça?

SM - O Estado ainda caminha com certa difi culdade e aqui re-gistro que o Poder Judiciário tem demandado tudo que é possível para prestar o auxílio, partindo do espaço físico. E, hoje em dia já temos esse quadro montado.

Acontece da seguinte forma: a pessoa foi presa, o juiz examina e faz alguns questionamentos. Se identifi cou alguma situação, o encaminhamento é feito para uma equipe disciplinar. Eu creio que aí é feito a Justiça. Primeiro, que a partir daí evita com que a pessoa vá para o encarcera-mento e segundo é a presença do Estado, cumprindo o seu papel, embora com difi culdades fazendo as ofertas de capacita-ção profi ssional e de emprego.

EM TEMPO - A audiência de custódia também serve para reduzir a morosidade da Justiça. Isso tem sido alcançado?

SM - Tem sido alcançado, sim, uma vez que aquilo que teve uma resistência muito grande no início por parte de alguns setores, tanto do Exe-cutivo como do Judiciário e até mesmo, com todo respeito, por parte do Ministério Público. Eles questionavam a falta de estru-tura, no entanto, enfrentamos essas barreiras, com difi culda-des, sim, mas montamos toda aquela logística para a coisa funcionar. É certo, devido a vá-rios fatores temos feitos alguns encaminhamentos com alguns atrasos, de 15 a 20 minutos, mas perfeitamente vejo que o papel está sendo cumprindo, que além de evitar o inchamento dos presídios, a economia que se tem é bastante louvável. Uma vez que por preso é desembol-sado do bolso do contribuinte

quase R$ 3 mil.

EM TEMPO - Há uma cor-rente de juristas que consi-dera que a prisão não é a forma mais efi caz de recu-perar pessoas que comete-ram crimes. Qual sua posição sobre essa questão?

SM - Eu vejo que as prisões são verdadeiros depósitos de pessoas, então acredito que cada caso deva, sim, ser ava-liado. É claro, sou perfeitamente concordante com esse pensa-mento de ver por essa ótica, a nossa Constituição está em vigor, regra é a liberdade, ex-ceção é a prisão.

EM TEMPO - Como o se-nhor avalia, hoje, o sistema penal brasileiro. É uma es-cola de criminosos ou há exceções?

SM - O sistema prisional brasileiro tem que dar outro direcionamento. É inaceitável que, enquanto se desembolsa R$ 400 a R$ 600 para manter um aluno em sala de aula, con-trata com R$ 3 mil ou quase R$ 4 mil para manter um interno nos presídios. É como falei, tem que ter políticas públicas com responsabilidade para poder ter essas ofertas dignas, isso, estruturando e valorizando as polícias para que possam re-almente cumprir o seu papel. Os presídios têm se constituído um dos instrumentos que só faz embrutecer e penalizar mais aquilo que é o infrator.

O sistema prisio-nal brasileiro tem que dar outro direcionamen-to. É inaceitável que, enquanto se desembolsa R$ 400 a R$ 600 para manter um aluno em sala de aula, contrata com R$ 3 mil ou quase R$ 4 mil para manter um interno nos pre-sídios. É como falei, tem que ter políticas públicas com responsabi-lidade para poder ter essas ofertas dignas (...)”

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MANAUS, DOMINGO, 3 DE ABRIL DE 2016A6 PolíticaPolítica

Numa crise profunda em que o Estado Democrático de Direito está em xeque, o país tenta combater a polêmica do “golpe”

AUGUSTO COSTACAMILA CARVALHO

A uma semana de o pro-cesso de impeachment da presidente Dilma Rousseff ser votado no

plenário da Câmara dos Depu-tados, dois questionamentos surgem nas rodas de conversas de todos os setores da socie-dade: o que vai acontecer no país no pós-impeachment e a quem interessa esse afasta-mento, de fato? Grupos políti-cos, como o PMDB - principal aliado que se afastou do go-verno –, acreditam que haverá, de imediato, um renascimento econômico, político e social no Brasil. Opinião que diverge do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio de Mello que, na semana passa-da, declarou que um eventual afastamento de Dilma não irá resolver a crise política insta-lada no país.

A reportagem do EM TEMPO entrevistou juristas, cientistas políticos e lideranças religiosas para traçar um panorama so-bre esse cenário que o Brasil repete, 24 anos depois de ter protagonizado o primeiro im-peachment de um presidente da República.

Democrática, constitucional e, portanto, legítima, a possi-bilidade de impeachment de Dilma Rousseff envolve uma disputa de forças políticas en-tre o governo e partidos de oposição. A aprovação da desti-tuição da presidente pelo Con-gresso, porém, só deve ocorrer sob pressão popular, avalia o cientista político Ademir Ra-mos. “O impeachment é uma peça constitucional e não é golpe. Trata-se do julgamento político em que o governo pode sair vitorioso ou perder. A deci-são do PMDB de sair da base aliada leva o governo Dilma a distribuir cargos e, assim, poder conseguir os 172 deputados federais para votar a favor do governo”, avaliou.

Ademir Ramos diz que as estratégias adotadas pela pre-sidente foram equivocadas e geraram ainda mais indigna-ção. Ao reinserir o ex-presiden-te Luiz Inácio Lula da Silva no governo, ofi cialmente, investiu no populismo. “O mais grave foi a medida da presidente pas-sando o PAC (Programa de Ace-leração do Crescimento) para a Casa Civil que está nas mãos do Lula. Isso é um perigo. Por exemplo, temos 400 bilhões de dólares no exterior, se o Lula pega R$ 1 bilhão e joga no PAC

que está sob a direção dele e envolve todos os programas sociais, o populismo vai operar. Ele (Lula) é carismático e vai bater no peito e dizer ‘eu sou o cara, eu sou o Estado’, e o Lula vai ‘surfar’ para as próximas eleições fortalecido”, avaliou.

Ramos diz que, mesmo que o impeachment passe na Câ-mara e vá a julgamento no Senado, não garante que o impedimento será aprovado pelos senadores. “Se o impe-achment for aprovado pelos deputados, a presidente terá que se afastar por 180 dias e o PMDB assume e pode fechar um pacto conservador no Sena-do. O PMDB é tradicionalmente um partido governista e tem o bloco majoritário no Congresso Nacional e não vai para o en-frentamento. Se o povo não for para as ruas, o impeachment acaba num acordo conservador e todos eles, Eduardo Cunha e Renan Calheiros (envolvidos em denúncias de corrupção), se salvam, e o PMDB vai continuar reinando”, enfatizou.

Alianças políticas entre o PMDB e o PSDB, também não são descartadas por Ramos,

que acredita que o vice-pre-sidente Michel Temer já está se articulando para assumir a Presidência. “O Temer já está falando que será conserva-dor e profundo nos projetos sociais. Ele, assumindo, pode fechar com o PSDB e com partidos majoritários. Essa é a saída legal que temos e menos traumática. Para mim, o impeachment não é pior e nem melhor. É um ‘remé-dio’ constitucional”, disse. O cientista político alertou para uma possível reação do ex–presidente Lula caso Dilma tenha o mandato cassado no Congresso. “Com o carisma do Lula e o apoio da força sindical, ele pode fazer um grande levante popular e co-locar 100 mil pessoas nas ruas, tudo pago para consoli-dar o ‘lulismo’ e o populismo”, afi rmou Ramos.

VOTAÇÃO

O presidente da Câmara, deputa-do Eduardo Cunha (PMDB-RJ), planeja colocar em votação o relatório da comissão especial do impea-chment na próxima segunda-feira, dia 11, no plenário da casa

Contrariando o discurso po-lítico-partidário, juristas do Amazonas afi rmaram que o pedido de impeachment da presidente Dilma é legal e, ao fi nal do processo, com ou sem a destituição da mandatária do cargo acabará fortalecendo a democracia brasileira.

Para o ex-presidente da Or-dem dos Advogados do Brasil, no Amazonas (OAB-AM), Fá-bio Mendonça, os trabalhos de investigação no âmbito da operação Lava Jato tornaram públicas o quanto há de “po-dridão no governo federal e na forma de administrar do PT”.

Segundo ele, com o impea-

chment, o Brasil terá a chance de, ao menos discutir politi-camente o processo em que se encontra, que resultará um fortalecimento da democracia.

“Não vejo impacto negativo para a democracia. O pedido de impeachment não carac-teriza golpe porque tudo está sendo feito dentro do que diz a legislação brasileira. Não há ruptura da democracia até porque nossas instituições es-tão sólidas e todo o processo também se constitui como um processo democrático, tanto que ela (Dilma Rousseff ) está se defendendo”, disse Mendonça.

Para o conselheiro federal da

OAB, advogado Daniel Noguei-ra, o discurso de que o pedido de impeachment caracteriza um “golpe à democracia” é um “artifício retórico de quem sequer quer deixar que a dis-cussão dos instrumentos (ir-regularidades cometidas pela presidente Dilma) aconteça”.

“Não farei uma análise po-lítica, mas o que posso dizer, categoricamente, é que não tem como ser golpe a utiliza-ção de um instrumento cons-titucional de controle. Golpe seria se atropelássemos todas as regras, se retirássemos ela (Dilma) à força do comando do país. Estamos provocando

um instrumento de natureza constitucional e essa reação de dizer que é golpe foi porque há um potencial risco de o processo ir para frente. Não era golpe contra o Collor (ex-presidente Fernando Collor). Para mim, isso é um artifício retórico para esconder a real imputação da presidente”, analisou Nogueira.

O pedido de afastamento da presidente está embasado, entre outros, nas pedaladas fi scais, que segundo Daniel No-gueira, confi guram violação à Lei Orçamentária Anual. “Esta-mos falando de R$ 106 milhões que deixaram de ser aplicados,

foram maquiados ou aplica-dos irregularmente para fazer com que o país acreditasse na rigidez das contas públicas quando elas já estavam em frangalhos. Ao invés de expor isso, ela transferiu, ilegalmen-te, para os bancos públicos para esconder a situação que o país estava passando e assegurar, em período elei-toral, um cenário econômico favorável”, explicou.

Desde que o pedido de impe-achment foi apresentado na Câmara dos Deputados, mi-litantes de partidos políticos aliados ao governo federal e movimentos sociais foram às

ruas realizar atos em defesa da democracia e contra a destituição da presidente do cargo. A oposição também foi para aas ruas e parte dos ma-nifestantes pediu, inclusive, o retorno do militarismo.

Em evento realizado no Co-mando Militar da Amazônia (CMA), o comandante do Exér-cito brasileiro, general Villas Boas, evitou se manifestar a respeito do pedido de impeach-ment da presidente Dilma. Ele descartou um retorno do mili-tarismo e disse que “o Exército brasileiro está empenhado em contribuir para a manutenção da estabilidade do país”.

Juristas afi rmam que pedido não é ‘golpe’

O que o impeachment de Dilma nos reserva?RICA

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Milhares foram às ruas na última quinta para se posi-

cionar contra o impeachment

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de Dilma nos reserva?O arcebispo de Manaus,

dom Sérgio Castriani, afi r-mou que o impeachment está previsto na Constitui-ção e, mesmo sendo um processo longo, garante um amplo direito de defesa. “O problema está no sistema eleitoral. Será que os elei-tos realmente representam o eleitor ou defendem interes-ses corporativos e escusos? A quem interessa realmente o impeachment? Melhor se-ria a convocação de eleições gerais, como acontece no parlamentarismo. Mas na democracia não se mudam as regras do jogo sem con-sultar os eleitores”, sugeriu.

Ele afi rmou que, a exemplo de grande parte da popula-ção brasileira, ele também está perplexo com os es-cândalos de corrupção e o cenário sombrio social, po-lítico e econômico que se abateu sobre o Brasil. Ele disse que é difícil acreditar no espetáculo deprimente que a mídia está apresen-tando a cada dia.

“É trágico ver a situação dos que vão perdendo seus empregos, da deterioração do sistema de saúde, da falta de perspectiva eco-nômica, da falência de programas de conservação ambiental e sobretudo o aumento da pobreza que parecia estar diminuindo.

Uma onda de pessimismo e de desconfi ança nas ins-tituições cresce a cada dia e isto é extremamente pe-rigoso”, afi rmou Castriani.

Na avaliação do religioso, o Brasil está pagando o preço de não ter feito as refor-mas necessárias, sobretudo a política, mas também a da previdência, a da educação e tantas outras. “Mas, por outro lado, algumas insti-tuições se fortaleceram ao serem ocupadas por uma nova geração como é o caso do Ministério Público”.

Para ele, a corrupção in-felizmente não é restrita ao mundo da política. E muitas vezes, observou, quem nunca se vangloriou de ter furado fi la, de ter levado vantagem. O arcebispo acredita que é preciso um grande esforço para mudar a cultura que gera os corruptos.

Sobre a economia do Brasil que está abalada e com altos índices de desemprego, Dom Sérgio acredita que a esta-bilidade de governo é fun-damental para a economia. Mas, questionou se a troca de comando vai trazer esta estabilidade. “Os problemas continuarão os mesmos. O Parlamento continuará o mesmo. Sem uma reforma política não se avança e o quadro sempre pode dete-riorar”, complementou.

Sistema eleitoral problemático

Para o presidente da Câ-mara dos Dirigentes Lojistas de Manaus (CDLM), Ralph Assayag, a crise política que o país atravessa está in-fl uenciando diretamente no comércio e na indústria e o resultado são demissões em massa e estagnação no crescimento da economia. Ele acredita que o impeachment seria a solução para o Brasil voltar a crescer e o “novo” governo recuperar a credibi-lidade junto aos empresários

estrangeiros que poderiam voltar a investir no país.

“É um momento muito difícil. A política está fazendo pressão no setor econômico e isso está refl etindo nas demissões de pais de família. A burocracia do governo federal interfere na economia. Tem que deixar as empresas livres para que possam voltar a crescer. Com o impeachment, o governo iria readquirir a credibilidade e va-mos ter empresas do exterior fazendo investimentos no Bra-

sil”, afi rmou Assayag.Sobre a possibilidade do

processo de impeachment, o empresário foi enfático e disse que, na sua avaliação, o impe-dimento da presidente Dilma Rousseff não é um golpe como a base governista tenta passar para a população. “O que es-tamos ouvindo dos ministros do Supremo Tribunal Federal é que não é golpe. Quando o PT estava a favor do impea-chment do ex-presidente Fer-nando Collor de Melo não era

golpe. Se a presidente Dilma gostasse ao menos um pouco desse país era o momento de ela renunciar e pedir para sair”, avaliou.

Ralph Assayag disse que com tantos escândalos de corrupção envolvendo o go-verno Dilma, qualquer mu-dança no cenário político deve acontecer para melhor. “Todo dia é um escândalo novo. É Lava Jato, petrolão e ainda não sabemos o que vem pela frente”, lamentou.

Crise política interfere na economia

Presidente Dilma tem afi rmado sistematicamente que o processo de impeachment a que está submetida, sem crime, confi gura-se num “golpe”

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Messias Cursino se fi lia ao PDTParintins (AM) – Pré-

candidato à Prefeitura de Parintins, o ex-vice-prefeito da cidade, Messias Cursino, se fi liou, ontem, ao PDT com o objetivo de viabilizar seu nome para a disputa muni-cipal em outubro deste ano.

Ele deixou o PMDB depois de sentir que suas chances eram mínimas no partido político para viabilizar sua candidatura.

“Decidi me desfi liar em paz com todo mundo até para evitar constrangimen-tos com os demais que de-

sejavam dentro do PMDB participar do pleito numa aspiração legítima”, afi rmou.

Funcionário público federal, Cursino fi cou em segundo lu-gar nas eleições municipais de 2012, perdendo por pouco mais de 500 votos para o atual prefeito Alexandre Car-brás (PSD).

Uma das lideranças do PDT, Stone Machado afi rmou que a fi liação de Cursino à legenda inaugurará um novo momento político-partidário em Parin-tins. “É um novo momento do

partido em Parintins. Antes do Messias tínhamos uma con-versa preliminar com o empre-sário Francisco Vasconcelos que já confi rmou sua adesão ao nome de Cursino. Ou seja, o clima hoje é de união no diretório municipal”, disse.

Segundo ele, após a fi lia-ção do ex-vice-prefeito o PDT vai aprofundar o diálo-go com outras siglas para formar um arco de aliança que dê base para o partido político ter um bom desem-penho na disputa eleitoral.

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ULG

AÇÃO

Alexandre da Carbrás disse ter aglutinado 11 partidos políticos em torno da pré-candidatura

Em Parintins e Barreirinha, prefeitos já estão promovendo reuniões para defi nir apoios político-partidários para eleição

Prefeitos já articulam alianças para as eleições

ELEIÇÕES

Parintins (AM) – Na última semana, o prefeito Ale-xandre da Carbrás (PSD) intensifi cou as articula-

ções para formação de um arco de aliança para disputar a ree-leição ao Executivo. Compõem o arco de aliança, atualmente, o Pros, PMN, PTC, PSC, PEN, PRT, PRP, PCDS e PC do B.

A movimentação na oposi-ção fi cou por conta do retorno ao PDT do ex-vice-prefeito de Parintins, Messias Cursino, que deixou o PMDB, comandado no Estado pelo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, de-pois de sentir que poderia ter

difi culdades para sair candi-dato a prefeito mesmo com um bom resultado na pesquisa interna do partido.

No PSDB, comandado em Parintins pelo deputado es-tadual Frank Bi Garcia, que mesmo com o nome na lista dos pretensos pré-candidatos inelegíveis, divulgada pelo Tri-bunal de Contas do Estado (TCE-AM), afi rmou que a sua pré-candidatura está manti-da, já há 12 partidos políticos formando um arco de aliança. “Podemos chegar a 16 parti-dos”, disse Bi Garcia.

Segundo ele, atualmente, es-

tão hoje compondo o arco de aliança do PSDB, em Parintins, o DEM, PHS, PPS, PTB, Solida-riedade, PRP, PV, PTN, PRTB e o PSL. “Tenho a confi rmação de que o Pros nos apoiará”, disse.

Em Barreirinha, o prefeito Mecias Sateré (Pros), que não pode mais disputar a reelei-ção, informou que anunciará, até o fi m desta semana, quem apoiará para a disputa ao Executivo municipal.

Sateré trabalha com três nomes: Mário Carneiro (Pros); o atual vice-prefeito, Jecinaldo Sateré (PSD) e o professor Francinaldo Matos (DEM).

CláudioHumberto

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

Cláudio Humberto

(PP-PR), que chegou a ser cita-do como eventual ministro da Saúde, acha que o vice-presi-dente precisa conversar com os partidos: “A presidência não cairá no colo dele”.

Ministro carrapatoO Planalto não vê a hora

de se livrar do ministro Mar-celo Castro (Saúde) para ne-gociar oficialmente a pas-ta. Ele não quer largar o osso, e alega o combate ao zika vírus para justificar sua permanência.

Tá feia a coisaDesesperado para tentar

barrar o processo de impe-achment, o Planalto chegou a oferecer dois ministérios para o nanico PTN. A história vazou e a deputada Renata Abreu (SP), dona do partido, desconversou.

Abraço dos afogadosDeputados peemedebistas

acreditam que o rompimen-to com o governo é uma questão de sobrevivência. “Se ficarmos com o gover-no, morreremos abraçados”, diz o deputado Osmar Terra (PMDB-RS).

ConspiraçãoMichel Temer está irado

com o senador José Serra (PSDB-SP). Não perdoa o tu-cano por ter revelado que os dois confabulavam sobre um possível governo do vice. Temer não quer ser taxado de traidor.

Tudo novoO PMDB anda tão seguro

do impeachment de Dilma que já reforma a parte econômica do “Plano Temer”. O novo pa-cote está sendo forjado pela fundação Ulysses Guimarães, com digitais do PSDB.

Pensando bem……na Esplanada, amigos,

amigos, rompimentos à parte.

PODER SEM PUDOR

‘Comícios’ no Planalto podem confi gurar crime

Base jurídicaOs crimes dos quais Dil-

ma pode ser acusada estão previstos nos artigos 9°, 10 e 11 da Lei de Improbidade Administrativa, nº 8.429/92.

Pena máximaSegundo a lei, o uso indevi-

do da estrutura pública pode gerar a cassação dos direitos políticos e o impeachment da presidente Dilma.

Casa da mãe JoanaEm uma semana, o Palácio

sediou três eventos que se transformaram em ruidoso comícios contra o impea-chment, até com militantes pró-PT.

Cem vezes o salárioCaso se confi gure a impro-

bidade administrativa, uma das penas às quais Dilma está sujeita é pagar multa de até 100 vezes seu salário.

Planalto não bota muita fé na lealdade de Renan

O Palácio do Planalto não aposta um tostão furado na sinceridade das declarações do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), insinuando que não apoia o impeachment. Assessores desconfi ados, com acesso aos ouvidos de Dilma Rous-seff , acham que Renan com-binou o script com o vice Michel Temer, para, na hora agá, dar as costas à presi-

dente alegando o seu “dever de lealdade” ao partido.

Jogando para plateia“Dependendo do interlocu-

tor”, diz um aspone com sala no 3º andar do Planalto, Renan anima ou desaponta quem é a favor ou contra Dilma.

Versão próApós receber a oposição,

dias atrás, Renan afi rmou que o Senado não mudaria even-tual decisão dos deputados aprovando o impeachment.

Versão contraAo sair de encontro com

Lula, o mesmo Renan des-denhou do impeachment e disse esperar que o tema não chegue ao Senado.

Anulação como saídaSem esperança de escapar

da mão pesada da Justiça, governistas enrolados na ga-tunagem do petrolão espa-lham a “estratégia” de tentar anular a Operação Lava Jato, como aconteceu com a Op. Satiagraha.

Michel pede calmaPartidos aliados de Dilma,

como PP, PR e PSD, reclamam da falta de conversa com o vice Michel Temer. Querem tratar de impeachment, mas Temer pede calma. Prefere aguardar os acontecimentos.

Conversar é precisoO deputado Ricardo Barros

Com Ana paula Leitão e Teresa Barros

Trata-se de ocupar os espaços vazios com novos partidos”

JAQUES WAGNER TENTA, sem sucesso, explicar que varejo de cargos não é compra de votos

Deus e o Diabo na terra do solDo tipo que perde o amigo, mas não a piada, FHC gostava de contar uma piadinha

envolvendo Antônio Carlos Magalhães. A história começava com a morte de ACM, após 120 anos de poder.

- Toninho Malvadeza? Ele é meu! – reivindicou o diabo.- Também era chamado de Toninho Ternura – lembra Deus, sem êxito.No dia seguinte tocou o celular de Deus. Era o Diabo:- Não aguento mais. O ACM dá palpite em tudo, quer saber as maldades, sugere

aperfeiçoamentos. Não dá. Leve ele aí pra cima.No dia seguinte, o Diabo telefonou para o Céu:- Deus? – perguntou a quem atendeu.- Qual dos dois? – responderam do outro lado da linha.

Os comícios de apoio a Dilma realizados no Palácio do Planalto sob o pretexto de lançar programa social ou empossar ministros podem configurar crime de impro-bidade administrativa. A lei veda “vantagens indevidas” a agentes públicos, como o presidente da República, utilizando-se de próprios públicos, como o Palácio do Planalto, e até do trabalho de servidores, comissionados ou até mesmo terceirizados.

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B1

MANAUS, DOMINGO, 3 DE ABRIL DE 2016

AÉREAS

Mercado de milhagem aquecido

Economia B3

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ULG

AÇÃO

Começa a faltar produtos nas prateleiras de ManausDonas de casa e comerciantes apontam a falta de produtos mais sofi sticados nas áreas de limpeza, higiene e alimentação

Não é só de infl ação e desemprego que se faz uma grave crise economia. A palavra

“ruptura” é outro termo eco-nômico, pouco conhecido, que começa a afetar diretamente o consumidor, nas prateleiras dos supermercados de Ma-naus, com a falta de produtos como os dos segmentos de limpeza, alimentação e até mesmo o hortifrúti. Estudo da NeoGrid aponta que, em janeiro deste ano, o índice de ruptura aumentou mais de 35% em relação ao mês anterior e chegou a 13,08%, patamar mais elevado desde outubro de 2014.

A dona de casa Graça da Silva Martins, 52, diz que desde dezembro começou a sentir falta de algumas mar-cas no supermercado onde está acostumada a fazer o rancho. A ausência desses produtos, segundo ela, veio ao encontro da mudança de hábito, na hora das compras do mês. Dona Graça conta que antes sempre procurava pelos produtos mais sofi sticados, mas quando os preços come-çaram a subir nas prateleiras, ela começou a colocar no carrinho outros semelhantes mais baratos, principalmente os de limpeza e de higiene.

“Na hora da compra eu sem-pre escolhia umas marcas que eu tinha mais segurança de

comprar, principalmente para lavagem de roupas, como amaciantes e sabão em pó. Algumas das marcas que eu escolhia começaram a sumir. Bem na hora que eu já estava começando a escolher pelo preço e não mais pela marca”, explica a dona de casa.

Para o vice-presidente da Associação Amazonense de Supermercados (Amase), Ale-xsuel Rodrigues, sócio-pro-prietário do Emporium Ro-drigues, conjunto Vieiralves, Zona Centro-Sul, a falta de produtos é resultado do pro-blema econômico que vive o país. Segundo ele, neste ambiente de crise, o produtor produz menos do que ele pro-duzia e chega uma quantidade muito menor para o consu-midor, tanto da agricultura quanto da indústria.

“Hoje o que está mais em falta são os supérfl uos. Com a chegada da crise em 2014, o comerciante passou a sentir falta dos produtos supérfl uos como um molho especial de tártaro, por exemplo. Hoje a indústria brecou essa linha que custa para ela mais caro e substituiu por produtos de alto giro. É um momento de suspense”, explica Rodrigues.

De acordo com o comer-ciante, os essenciais não serão atingidos. “A cadeia alimentar cobra a alta rota-tividade. Conforme anda a nossa política no Brasil, nós acreditamos que esse proces-

so continua. Vai permanecer neste ano de 2016 e vamos nos adequando às necessi-dades do consumidor. A ex-pectativa é que no segundo semestre de 2017 voltemos a retornar o crescimento eco-nômico”, avalia.

InsegurançaO presidente da Associa-

ção Comercial do Amazonas (ACA), Ismael Bicharra, que também é sócio do super-mercado Matchou, bairro Novo Aleixo, Zona Norte, diz que a ruptura, a inflação e o desemprego são resulta-do da insegurança política social e economia pela qual passa o Brasil. “Isso faz com que os empresários freiem os investimentos. Ninguém sabe o que vai acontecer no outro dia. Estão todos com muito medo. Tere-mos um ano extremamente ruim”, aponta.

Bicharra diz que os produ-tos de estoque, de primeira necessidade do consumidor, seguem nas prateleiras. Mas já está faltando, principal-mente, produtos importados, por conta do aumento do dólar. “Na área de limpe-za, alimentação, na própria hortifrúti. Está sendo muito setorizado. Não é falta total. Mas, a tendência é piorar rup-tura, principalmente porque o Brasil é um país que vive com 25% de insumos e produtos importados”, salienta.

EMERSON QUARESMA

O economista Ailson Re-zende explica que o conceito básico de ruptura parte da quebra no processo de fabri-cação de determinados pro-dutos. “O custo sairá muito alto e a empresa prefere não produzir, porque ele pode não ter venda garantida. Em época de crise, as pes-soas preferem os produtos mais baratos. E a indústria faz produtos mais baratos, o que implica na falta de sofi sticação”, explica.

Segundo Rezende, esse problema também parte do primeiro. “Acontece também de o produtor não plantar,

porque tem os custos da ope-ração agrícola, que vai da semente até a hora de vender, e às vezes não compensa. A ruptura também acontece na pecuária. No ano passado, por exemplo, houve uma redução de consumo de carne e as fa-mílias passaram a consumir mais frango”, lembra.

O economista explica que a infl ação não é a causadora da ruptura, mas, sim, a perda do poder de compra. Apen-sar da alta no desemprego, ele não vê no momento ris-cos de zerar produtos nas prateleiras, apenas substi-tuições. Segundo ele, só se

correria esse risco se tivesse a economia do país estives-se totalmente paralisada.

“No momento, só se terá a queda na qualidade de pro-dutos. A ruptura é um efeito normal em época de crise. Ela não é consequência da infl ação - que é um aumento generalizado e sistemático de preços de mercado. Já tivemos infl ação de 80% início dos anos 1980, mas nós tínhamos emprego e renda, por isso não tínhamos ruptura. Ela é consequência, principalmen-te por conta do desemprego e a perda do poder de compra”, explica o especialista.

Desemprego agrava a rupturaEconomista aponta que até mesmo o setor primário reduziu produção de hortifrúti e gado de corte

ARQUIVO EM TEMPO

DIEGO JANATÃ

Representantes do comércio reconhecem que empresários da indústria reduziram produção de produtos de mais qualidade e maior custeio com medo de que eles encalhem nas prateleiras dos supermercados do país

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MANAUS, DOMINGO, 3 DE ABRIL DE 2016B2 Economia

MÁRCIO VIEIRA

Graduado em Co-municação Social

Especialista em Marketing

Palestrante em técnicas de ven-

das e atendimentoConsultor em

marketing e posi-cionamento

Já falamos sobre as formas de como sua empresa, marca, produto ou serviços podem estar na mente dos clientes e, ainda mais, serem lembra-dos. Contudo, como também já enfatizamos, não basta ser lembrado, é necessário ser escolhido. E, muitas vezes, a escolha dos clientes está relacionada a algo emocional. Mesmo quando o cliente põe o menor preço em primeiro

lugar há a possibilidade de uma motivação emocional.

Portanto, não se engane: es-teja na mente do cliente e con-quiste uma venda; mas, esteja no coração dele e conquista um relacionamento lucrativo. E como entrar no coração do cliente? A resposta é simples; o desafi o maior é implementar as ações necessárias.

A resposta é: provocar uma experiência única ao cliente,

fazendo com que ele não ape-nas veja que sua empresa é di-ferente, mas sinta a atmosfera diferenciada. Explico melhor.

Metalize três tipos de res-taurantes que você já visitou. Tente lembrar como era o ambiente de cada um deles; qual o cardápio disponível; quais aromas sentiu? Como era a receptividade dos fun-cionários? Como foi o pro-cesso de pagamento? Havia

algum serviço adicional, al-guma oferta especial? Tudo isso faz parte da experiência vivida no local.

Agora, após lembrar esses locais, naturalmente você vai moldando sua preferência até chegar na escolha principal de um deles, e se você tivesse que escolher o local para almoçar hoje com sua família você saberia aonde ir. Esse tipo de exemplo serve para todos os

tipos de negócios.Por isso, não se preocupe

apenas com a divulgação do negócio. Ela é superimportan-te, porque vai te levar direto para aonde tudo começa: a cabeça do cliente. Mas não se engane, a batalha termina no coração. Agora, pense: o que você tem feito para conquistar o coração de seus clientes?

Refl ita bastante e depois aja. Até domingo e forte abraço.

[email protected]

Conhecimento e Técnica Combatem Crise XXV

Marketing: a vitória acontece no coração III

O estatuto para garantir as vagas dos concursosEspecialista aponta como os candidatos classifi cados podem garantir a convocação nos órgãos que realizaram os certames

Candidatos aprovados em concurso público devem fi car atentos a convocações no Diário

Ofi cial. Mesmo com o fi m do prazo de fi nalidade, as institui-ções públicas são obrigadas a chamar os classifi cados para preencher as vagas. O Supe-rior Tribunal de Justiça (STJ) proíbe os órgãos de realizarem um novo concurso enquanto todos os aprovados da seleção anterior não forem chamados.

Decisão do STJ proíbe, in-clusive, que os órgãos públi-cos suspendam concursos já realizados e, depois, retomem

a validade e convoquem can-didatos para provas práticas sem estipular um prazo máxi-mo. “O candidato deve obser-var, no edital, o Estatuto do Concurso Público. Na ausên-cia desse estatuto, temos de nos socorrer dos princípios da razoabilidade e da proporcio-nalidade, em que, salvo outro juízo, não é razoável esperar que o candidato que teve seu certame suspenso por mais de 1 ano esteja preparado para o exame físico em pé de igualdade ao que estava no momento da realização inicial do certame”, diz o advogado Sérgio Camargo, especialista em concurso público. “Caso

tenha sido aprovado e no prazo de até 2 anos não for convocado, deve acionar a Justiça e cobrar seus direitos”, orienta Camargo.

O advogado alerta que a obtenção da vaga pelo critério de cota está sujeita à avalia-ção da comissão julgadora quanto à cor da pele. “Para concorrer às vagas específi cas destinadas à etnia negra, os candidatos podem autodecla-rar-se negros ou pardos para estarem legitimados à concor-rência específi ca. O Artigo 2º da lei 12.990/2014 estabelece que a referida autodeclaração deve guardar correlação com o quesito cor ou raça utilizado

pelo IBGE, o que, na prática, não vem operando qualquer tipo de inibição à autode-claração que, infelizmente, vem possibilitando ao cida-dão brasileiro, com ou todo que resultam em regra da miscigenação da etnia ariana com a africana, a concorrerem pelas vagas destinadas à etnia negra”, disse Camargo.

CotasAs cotas para afrodescen-

dentes estão previstas na lei, que estabelece a reserva de 20% das vagas aos negros, desde que sejam oferecidas ao menos três vagas por carrei-ra. Há casos em que a regra

do concurso defi ne que, caso o percentual estipulado seja maior ou igual a 0,5 vagas, será arredondado para fração inteira, isto é, uma vaga.

Restrições impostas pelo edital também podem ser contestadas. Uma delas é sobre tatuagens. Sérgio Ca-margo explica: “Toda proi-bição ou limitação a direito ou interesse do administrado tem de guardar correlação entre a limitação imposta e o benefício alcançado por esta. A limitação, a tatuagem ou piercing deve estar ligada a imagem ser preponderan-te ao exercício funcional do cargo pretendido”.

Camargo exemplifi ca que a tatuagem seria óbice nas fun-ções do Itamarati, caso o can-didato tivesse uma tatuagem aparente na face ou pescoço, na medida em que a imagem do servidor é fundamental ao exercício da função. Caso contrário, a proibição por si só invade a esfera privada personalíssima do cidadão, violando direito fundamental da dignidade humana inti-midade do mesmo que não pode prevalecer. “É o caso da proibição de tatuagem para força policial, em que, em regra, a imagem não é pre-ponderante àquele exercício funcional”, esclareceu.

CLEBER OLIVEIRA

MÁRCIO MELO

No Amazonas, mais de 1,6 mil concursados da Secretaria de Estado de Saúde (Susam), do certame realizado em 2014 e homologado no ano passado, aguardam a convocação e até “comemoraram” o primeiro ano de espera

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Page 11: EM TEMPO - 3 de abril de 2016

MANAUS, DOMINGO, 3 DE ABRIL DE 2016B3Economia

Mercado de milhas aéreas aquece com crise do setorAgências de turismo de Manaus apontam o crescimento da procura de passagem às custas dos programas de milhagem

FOTO

S: D

IVU

LGAÇ

ÃOA crise que vem afetan-

do o segmento aéreo no Brasil e no Amazo-nas aquece o mercado

de milhas aéreas. Quem possui essa moeda de troca consegue tirar vantagens e descontos na hora da compra de passa-gens. Contudo, especialistas apontam a necessidade de planejamento e antecedência para solicitá-las e evitar dores de cabeça.

A peronal travel da empresa Flyword Viagens, Janaina Bes-sa, afi rma que as milhas hoje servem de grande ajuda, prin-cipalmente para as viagens em que os clientes conseguem programar com pelo menos uns 30 dias de antecedência. Ela explica que o valor de cada milha depende da temporada, como a alta e a baixa.

“Em algumas épocas se con-segue ir de Manaus a Buenos Aires ou ao Chile com 40 mil milhas. É bom sempre fazer a comparação de quanto está a passagem em dinheiro e em mi-lhas”, observa Bessa. A executi-va aponta que é mais vantajoso tirar as passagens em milhas.

Para que não existam casos de mal atendimento por parte das empresas aéreas, na hora da compra com milhas, Bessa explica que as agências de via-gens devem criar uma forma de atendimento que vise não prejudicar o cliente, mas fazer com que tudo fi que claro na in-termediação da agência entre o cliente e a empresa aérea.

“Ainda não tive nenhum caso de mal entendimento com as companhias aéreas relativos a compra com milhas, mas para tudo temos um jeito de proce-der. O que as companhias não permitem no caso de passa-gem por milhas é mais de uma alteração no trecho”, explica a executiva da Flyword Viagens.

O preço de uma milha, além

da temporada, varia de acordo com as companhias aéreas ou empresas especializadas no serviço que fazem o pró-prio preço. Bessa afi rma ainda que, no Amazonas, é comum que as pessoas utilizem mi-lhas apenas para viajar e não gastam com outros pacotes oferecidos pelos programas de fi delidade. “Tenho clientes que tiram o aéreo com milhas e fecham comigo a parte de hotel, carro e passeios”, diz.

A proprietária da Nortetour Viagens, Rai Pinheiro, afi rma que, em se tratando de milhas, às vezes, o barato pode sair caro. “Cada classe correspon-de a um valor, porém, mesmo o voo estando vazio algumas

empresas não disponibilizam vagas para quem compra com milhas” diz a empresária. Ela ressalta que, apesar de algu-mas difi culdades, o acúmulo de milhas tem sido uma al-ternativa muito utilizada pelos consumidores para não deixar de viajar em períodos fi nan-ceiramente ruins.

A publicitária Rebeka Moraes conta que acumula as milhas por meio de compras feitas com o cartão de crédito. Ela reclama que nem sempre en-contra passagens com preços que correspondem as milhas que ela possui. “Pesquiso bas-tante e sempre procuro viajar em período de baixa tempora-da, que é quando as passagens são mais em conta”, conta.

ASAFE AUGUSTO ELUANA DÁVILA

TAXAS

Empresária de agên-cia de passagens aéreas aponta que algumas empresas cobram uma taxa extra embutida nos preços das milhas e a falta de lugares para quem busca um lugar nas aeronaves

Com o aumento do va-lor das passagens aéreas somado à crise econômica, as buscas dos consumidores pela inserção no mercado de milhagens e adesão à programas de fi delidade fi -caram ainda maiores. Hoje, o cliente tem a opção de viajar integralmente com milhas ou combinar pacotes de milha-gem e dinheiro para viajar. Os programas de milhagens vieram para revolucionar o mercado aéreo e, para eco-nomizar, os consumidores

não abrem mão de utilizá-los em suas viagens.

A contadora Layana Silvei-ra, 23, conta que há 4 anos só viaja com programa de mi-lhagens. Numa viagem que fez de Manaus a Fortaleza, que tem um custo médio de R$ 900, em baixa temporada, com as milhas o valor caiu em quase 50%. “Com as milhas fi ca bem mais fácil viajar. Já comprei esses trechos, ida e volta, por 4 mil milhas mais R$ 500, em agosto do ano passado, mas comprei em

cima da hora. Acredito que, se tivesse comprado com an-tecedência teria saído mais barato. E confesso que uso muito o cartão de crédito para acumular pontos e so-mar milhas”, comenta.

Comprar as passagens aéreas com antecedência e com milhagens também pode trazer bons resulta-dos, como conta a dentista Helena Duarte Figueiredo, 23. “Viajo muito com o meu namorado e, pós a subida das passagens, resolvi fazer

as compras com milhagens. Meu cartão de crédito é da Caixa Econômica Federal, mas fi z adesão ao programa de milhagens Smiles, da Gol, por meio dele. Minha última viagem foi a Floria-nópolis, no mês de janeiro mas comprei a passagem em março de 2015, ou seja, 10 meses de antecedência e fi cou bem mais em con-ta. Conseguimos um trecho para São Paulo, também em janeiro, por 2 mil milhas mais R$ 400”.

Adesão aos programas de fi delidade

Em Manaus, a crise fez empresas como a TAM e a

Gol eliminarem voos regulares nacionais e internacionais

Amazonenses enxergam vantagens nas milhas aéreas e fazem até o uso de cartão de crédito para acumular pontos para realizarem suas viagens

Veja outras imagensdeste evento aqui

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GALERIA

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Page 12: EM TEMPO - 3 de abril de 2016

MANAUS, DOMINGO, 3 DE ABRIL DE 2016B4 EconomiaTransferência tecnológica que fortalece a aquiculturaO projeto de pesquisa conta com a participação de 40 técnicos, distribuídos em 21 municípios do interior do Amazonas

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ÃO

Bolsistas realizam diagnóstico da situação das propriedades e dos sistemas de cultivo existentes e as informações vão para um banco de dados

Piscicultores de 21 mu-nicípios do interior do Amazonas recebem a visita de 40 técnicos do

governo do Estado, responsá-veis pela difusão de tecnolo-gias de aquicultura para forta-lecimento do setor aquícola. A ação faz parte de um projeto de pesquisa desenvolvido com apoio do governo do Esta-do, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), para transferência de informações técnicas e científi cas sobre boas práticas de manejo de viveiro para piscicultores e produtores rurais.

O projeto é baseado no tripé ensino, pesquisa e extensão como mecanismo de forta-lecimento do setor aquíco-la do Amazonas. De acordo com o coordenador do estudo, Jackson Pantoja, o processo de difusão de tecnologias da aquicultura se dá por meio de visitas em campo, cursos rápidos e unidades de obser-vação nas próprias fazendas dos piscicultores.

Ele conta que o bolsista pri-meiramente realiza um diag-nóstico minucioso da situação de cada propriedade e dos sistemas de cultivo existentes. As informações são armaze-

nadas em banco de dados on-line para contribuir com as análises do projeto e for-mulação de políticas públicas. “Terminado o diagnóstico, o bolsista realiza o atendimen-to das demandas dos pisci-cultores. Entre as atividades realizadas, podemos destacar: difusão de técnica de manejo do viveiro, manejo alimentar como biometria dos peixes e arraçoamento versus biomas-sa de peixes”, explica Pantoja.

Até o momento, já foram

capacitados 2,4 mil produto-res rurais. Segundo o pesqui-sador, desse total, cerca de 1,2 mil possuíam algum tipo de piscicultura em suas pro-priedades. O projeto é desen-volvido com apoio do governo do Estado, via Fapeam, em

parceria com as secretarias de Estado de Planejamento, De-senvolvimento, Ciência, Tec-nologia e Inovação (Seplanc-ti–AM) e Estadual de ProduçãoRural (Sepror).

Doutor em ecologia pelo Instituto Nacional de Pes-

quisas da Amazônia (Inpa) e pesquisador da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), ele ressalta a importância do estudo para fortalecimento do setor, especialmente no interior do Estado. Segundo ele, os produtores atendidos

com este projeto, em sua maioria, nunca haviam sido atendidos pelo sistema ofi cial de extensão rural, sendo uma nova demanda para o Estado ao fi nal do projeto em 2016.

“Além disso, o projeto está capacitando os produtores em

suas propriedades, o que co-nhecemos popularmente como o ‘aprender o fazer, fazendo’. Certamente esta ação trará impactos positivos em forma-ção de mão de obra para atuar em um setor que está em ampla expansão”, explica Pantoja.

CADEIA

Com o fortalecimento da aquicultura, ganha a cadeia produtiva de pesca do Estado, que hoje é refém dos vizi-nhos, Roraima e Ron-dônia, que exportam a maioria do tambaqui que vai para a mesa do amazonense

Os bolsistas atuam em parceria com demais pro-jetos de pesquisa do Insti-tuto Federal do Amazonas (Ifam) e instituições par-ceiras, realizando análises de qualidade de água e investigação parasitária, que em alguns casos pode ocasionar a perda comple-ta da produção.

O pesquisador destaca ainda a importância das boas práticas de manejo para preservação das espé-cies. Para ele a piscicultura

tem um papel importante na produção de alimentos. Entretanto, uma segunda abordagem científi ca é que a atividade também con-tribui, indiretamente, para a redução dos esforços de pesca sobre os estoques naturais de peixes.

Ele avalia que, no Ama-zonas, os estoques de tam-baqui apresentam sinais de declínio há quase três déca-das. Diante deste cenário, ele diz que a piscicultura tem contribuído para suprir

a demanda dessa espécie de pescado na mesa do consumidor e ajudado na conservação do tambaqui.

“Aliado a isso, a pisci-cultura de tambaqui tem colocado um produto mais acessível para a população local, pois a baixa oferta de peixes nativos tem levado o preço do ‘tambaqui de rio’ a valores estratosféricos, com um peixe de 15 a 20 quilos chegando a custar de R$ 300 a R$ 400”, diz o pesquisador.

As boas práticas do manejo

Vivência dos bolsistas nas comunidades e a troca de conhecimentos melhoram o processo de produtivo

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MANAUS, DOMINGO, 3 DE ABRIL DE 2016B5Economia

BRUNA AMARAL

Tecnologia amazonense para indústria cosméticaCom baixo custo, sensor eletrônico criado por pesquisador da Ufam identifi ca a pureza de matérias-primas como a copaíba

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AÇÃO

Equipamento vem para ajudar a combater a adulteração de produtos naturais e garantirá às empresas maior valor agregado à matéria-prima

Antes feitas apenas em laboratório, a identifi -cação das característi-cas químicas de óleos

e extratos vegetais agora pode ser analisada de forma mais rápida e econômica. Um sensor eletrônico, que funciona à pilha, permite saber se as substâncias são puras ou já foram mistu-radas a outros componentes. A tecnologia foi desenvolvida pelo pesquisador Walter Ricardo Brito, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

O aparelho é destinado à indústria de cosméticos, far-macêutica e alimentícia. A pesquisa vem sendo feita há 2 anos em parceria com a Ins-tituição Senai de Inovação em Microeletrônica (ISI). “Tínha-mos como fi nalidade expandir a pesquisa acadêmica e torná-la aplicável. Esse novo método oferece aos empresários um produto prático e de fácil aces-so”, explica o pesquisador.

Um dos fatores destacados pelo pesquisador é o fato de o equipamento chegar às empre-sas com um custo baixo, além de reduzir o tempo do processo. “As empresas tinham um gasto muito alto para caracterizar as matérias-primas. Com os nos-

sos sensores, esse custo será re-duzido, como também o tempo para obter os resultados sobre determinado óleo ou extrato. O dispositivo assegura ao empre-sário de que o produto não foi adulterado”, ressalta.

Antes de chegar ao comer-ciante, é muito comum ocorrer a adulteração nos produtos natu-rais, segundo Walter. Em alguns casos, o empresário desconhece a alteração na composição do produto e repassa para o consu-midor fi nal. “O óleo de copaíba, por exemplo, que custa R$ 50 o litro, pode ser misturado com óleo de soja, que custa R$ 3, e é revendido pelo preço original. Nosso objetivo foi desenvolver sensores que possam carac-terizar essas matérias-primas. Assim, as empresas poderão ter acesso a uma matéria-prima com maior valor agregado, além de confi ar nos produtores que fornecem”, salienta.

A pesquisa tem apoio do Pro-grama Sinapse da Inovação da Fundação de Amparo à Pes-quisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e Fundação Centro de Referência em Tecnologias Inovadoras (Certi). Conforme o pesquisador, uma fábrica já fechou um contrato para aplicar os testes com os sensores dire-tamente e sua cadeia produtiva.

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Page 14: EM TEMPO - 3 de abril de 2016

[email protected], DOMINGO, 3 DE ABRIL DE 2016

País B6

ESTATÍSTICA

Número de migrantes caiu, na Grécia Mundo B7

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ADO

O bloqueio de “serviços que sejam conside-rados ilegais” e a possibilidade de se

prender quem invadir perfi s de redes sociais estão entre as oito propostas de lei feitas no relatório fi nal da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Crimes Cibernéticos, que concluiu seus trabalhos na última quinta-feira (31).

Instaurada em julho de 2015, a CPI tinha objetivo de investigar a prática de crimes cibernéticos e seus efeitos sobre a economia brasileira. Durante nove meses, ouviu 103 especialistas em crimi-nalística, em direito digital, representantes da Polícia Fe-deral, da Abin, do CDCiber do Exército, de provedores de internet. Presidida por Maria-na Carvalho (PSDB-RO), a CPI fez recomendações e sugeriu a criações a alteração de leis para tornar o ambiente da internet brasileira menos pro-penso aos crimes cibernéticos. Os texto fi nal foi feito pelos deputados Espiridião Amin (PP-SC), Sandro Alex (PSD–PR), Rafael Motta (PSB-RN), Daniel Coelho (PSDB-PE) e Rodrigo Martins (PSB-PI).

Entre as sugestões está a criação de um código de boas práticas a ser adotado por empresas e entidades envolvidas com publicidade digital. Com ele, seria possível evitar anúncios em platafor-mas digitais que promovam conteúdo ilícito ou a prática de condutas ilegais. O alvo são sites que oferecem con-teúdo audiovisual pirata.

Há ainda a sugestão de me-didas para o combate a crimes cibernéticos contra o sistema

fi nanceiro, e a possibilidade de o Ministério da Justiça obrigar instituições fi nanceiras a noti-fi car fraudes cibernéticas. As leis foram propostas e ainda não estão protocolizadas. A partir delas, é possível sentir o tom da CPI dos Crimes Ci-bernéticos.

Invasão de perfi s A proposta altera a legis-

lação de crimes eletrônicos, que fi cou conhecida como Lei Carolina Dieckmann (lei nº 12.737, de 2012), que pune a invasão de computadores com a intenção de obter da-dos particulares. A proposta é ampliar e transformar em crime o acesso não permitido a qualquer sistema informa-tizado ou aparelho eletrônico que cause prejuízo econômico, alteração de dados, instalação de vulnerabilidades, obtenção de conteúdo ou o controle remoto da plataforma ou apa-relho em questão.

Seriam incluídas invasões a smartphones e redes so-ciais. Essa conduta poderia dar até 2 anos de cadeia. A pena aumentaria para até 4 anos se cometida contra presidentes da República, do STF, da Câmara, do Sena-do, das Assembleias Legis-lativas estaduais e distrital, Câmaras municipais e admi-nistradores públicos. Caso o acesso ocorra graças à violação de um mecanismo de segurança do sistema, o período de reclusão aumenta de dois a três terços da pena. O argumento dos deputados é que, quando aprovada, a Lei Carolina Dieckman não especifi cou atitudes que po-deriam incorrer em crime.

CPI de Crimes Cibernéticos quer prisão de invasoresDeputados federais e especialistas sugeriram leis contra crimes digitais. Relatório fi nal propõe bloqueio de serviços

Outro dos projetos de lei é a inclusão dos crimes praticados por meio de um computador ou contra um desses aparelhos sobre a esfera de atuação da Po-lícia Federal. Combinada à alteração proposta pelos deputados à Lei Carolina Dieckman, isso faria com

que um adolescente com acesso não permitido à conta de Facebook de um colega pudesse ser alvo da PF. Para deputados, a alte-ração deve ser feita por não haver norma que defi na de qual polícia é a competência para investigar suspeitas de crimes cibernéticos.

Para subsidiar as ativi-dades da Polícia Judiciária, os deputados sugerem a criação de uma lei para destinar os recursos de um fundo bilionário voltado atualmente à fi scalização das telecomunicações. A ideia é usar até 10% do Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel). O dinheiro do fundo advém das taxas de fi scalização

cobradas pela Anatel, de parte dos valores pagos por empresas que querem operar no Brasil e de mul-tas aplicadas pela agência. Não é pouca coisa: entre 2001 e 2015, o Fistel arre-cadou R$ 63,5 bilhões. Os deputados argumentam que os recursos ajudariam as polícias judiciais a se es-truturarem para combater o crime cibernético.

Outro projeto de lei esta-beleceria a possibilidade de bloquear serviços conectados a partir de ordens judiciais. Isso permitia que provedores de internet fossem obrigados pela Justiça a barrar o acesso a aplicações da internet consi-deradas ilegais. A prática iria

tornar corrente o mecanismo que, no ano passado, fez o WhatsApp fi car inacessível no Brasil por pouco mais de 12 horas. Os deputados assumem que a medida será uma vio-lação ao princípio da neutra-lidade de rede, estabelecido pelo Marco Civil da Internet.

Ele prega a transmissão de qualquer conteúdo enviado pela internet com igual velo-cidade e condições técnicas. A ideia é tirar do radar dos brasileiros na internet servi-ços que, por exemplo, ofere-çam conteúdos que violem os direitos autorais.

Os deputados sugeriram ainda alterar as leis de orga-nizações criminosas, lavagem de dinheiro e o Marco Civil da Internet para que provedores de internet considerem o en-dereço de IP como informação cadastral. Assim, forças po-liciais e o Ministério Público

poderiam pedir sem precisar de ordem judicial as informa-ções pessoais de quem esti-vesse por trás desse dado. Ele serve como identifi cação na internet. Isso incluiria nome, fi liação e endereço domici-liar do indivíduo. Os depu-tados dizem que facilitaria

a identifi cação de suspeitos de crimes. “As autoridades de investigação muitas vezes não possuem acesso a diver-sas informações dos perpe-tuadores de crimes devido a facilidades da própria tecno-logia – como mecanismos de ocultamento de IPs.

A penalização não só com prisão mas multa de pessoas enquadradas em crimes cibernéticas é outra su-gestão de lei. O Estado poderia confiscar valores e bens de crimino-sos para promover a “as-

fixia econômica de certos crimes”. “Além de ser uma pena eficaz contra a práti-ca de delitos, impede que o mesmo instru-mento seja novamente utilizado para práticas ilícitas”, dizem os deputados.

Outra ideia é modificar o Marco Civil da Inter-net para responsabilizar serviços de internet que não retirarem imagens, vídeos ou outro conteúdo em até 48 horas após o pe-dido de qualquer pessoa que vir nesses materiais atentado contra a honra. “A amplificação do dano advém da característica das redes sociais que per-

mitem a replicação e a continuidade das posta-gens de forma impessoal e com pouco ou nenhum esfor-ço”, justificam os deputados. “Deve-se con-siderar a impossibilidade prática do direito ao es-quecimento. Bastam al-guns cliques para que pos-tagens sejam revividas e o pesadelo das vítimas seja reiniciado”, concluem.

Atuação da esfera da PF

Criar lei para destinar recursos

Bloqueio de serviços a partir de ordem judicial Alteração na lei do Marco Zero da Internet

Penalidade não será só multa

Modifi cações no Marco Civil As salas de aula não

foram esquecidas. Ou-tra sugestão de projeto de lei é incluir a edu-cação digital no Plano Nacional de Educação (PNE). Deputados dizem que o acesso à internet no Brasil é limitado, fei-to em grande a partir de celulares e que a navegação na internet “não é necessariamen-

te produtiva”. “Inúmeras pesquisas apontam que, no Brasil, o uso primário da internet é a conexão às redes sociais, res-tando às demais ativi-dades o segundo pla-no”, argumentam. Eles acreditam que isso pode ser revertido com ensi-no básico do funciona-mento de ferramentas digitais.

Salas de aula lembradas

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AÇÃO

Uma das determi-nações do relatório da CPI é o bloqueio de serviços que sejam considerados ilegais para quem invadir as redes sociais

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Fluxo de migrantes para a Grécia caiu pela metade Grupos vindos da Turquia fazendo travessia pelo mar Egeu reduziram pela metade em março, segundo Organização de Migração

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AÇÃO

Segundo a Organização Internacional para a Migração, cerca de 27 mil pessoas desembarcaram em ilhas gregas no mês passado. Em fevereiro, foram registradas 52.118 mil migrações. Em janeiro, número foi ainda maior

O número de migrantes e refugiados que che-garam à Grécia vindos da Turquia, fazendo a

travessia pelo mar Egeu, caiu quase pela metade em março deste ano, na comparação com fevereiro, de acordo com dados da OIM (Organização Interna-cional para a Migração).

Segundo a OIM, cerca de 27 mil pessoas desembarcaram em ilhas gregas no mês pas-sado, ante 52.118 registra-das em fevereiro. Em janeiro, esse número havia sido ainda maior, de 67.415 viajantes. A OIM não cita em seu novo relatório o acordo assinado entre União Europeia e Tur-quia para conter o fl uxo migra-tório no Egeu, mas dados do

governo grego mostram que houve uma queda na quanti-dade diária de chegadas desde que o pacto entrou em vigor, em 20 de março.

Naquele dia, 930 migran-tes e refugiados vindos do território turco foram regis-trados, ante apenas 267 na última quarta-feira (30). Pelo acerto feito entre Ancara e a UE, qualquer viajante pego fazendo a travessia ilegal pelo Egeu desde o dia 20 é levado a hospedagens do governo grego para serem deportados de volta à Turquia.

A deportação começa efe-tivamente nessa segunda (4).

Antes de serem reconduzi-dos para solo turco, no en-tanto, os refugiados podem

pedir asilo na Grécia e, se comprovarem que há risco de serem perseguidos na Turquia, têm direito a permanecer em território grego até que se decida o processo.

Apesar da queda nos nú-meros de março, o consoli-dado deste ano mostra um total de 150.703 chegadas pelo Egeu nos três primeiros meses, quase 15 vezes as 10.535 pessoas que fi zeram a mesma travessia entre janeiro e março de 2015.

Neste ano, 366 já morreram na travessia do Egeu, e outras 254 vítimas foram registradas na viagem do Mediterrâneo central (Norte da África para a Itália). Somando, são 620 mortes, 22,7% a mais que as

505 computadas no primeiro trimestre de 2015.

Expulsão de Sírios A ONG de defesa dos di-

reitos humanos Anistia Inter-nacional acusou autoridades turcas de forçar refugiados sírios a cruzar novamente a fronteira e voltar para seu país de origem, onde correm risco por causa da guerra civil que perdura há 5 anos.

De acordo com a Anistia, cerca de cem sírios, entre homens, mulheres e crianças, têm sido expulsos a cada dia do sul da Turquia desde meados de janeiro. A entidade divulgou em seu site relatos de sírios que descrevem como foram expulsos. Um deles diz que

sua família foi colocada em um ônibus com outras 30 pessoas, e um comboio de outros seis ônibus foi acompanhado por dois carros da polícia turca até a fronteira, onde foram deixados do lado sírio.

A Anistia sustenta que a atitude da Turquia expõe as “falhas fatais” do acordo da União Europeia com a Ancara, por mostrar que a Turquia não é um destino seguro para os refugiados pegos na travessia para a Grécia. Um dos pontos do pacto é a garantia, pelos turcos, de que os viajantes reconduzi-dos ao país não sejam levados de volta para a Síria e recebam tratamento adequado.

“Líderes do bloco europeu ignoraram deliberadamente

que a Turquia não é um país seguro para refugiados sírios”, disse John Dalhuisen, diretor da entidade para a Europa e a Ásia Central.

Também preocupada, a agência da ONU para os re-fugiados pediu acesso aos deportados para garantir pro-teção e evitar devoluções for-çadas aos países de origem.

Grécia e Turquia não respon-deram às críticas.

Falando ao Parlamento da Grécia, o ministro Ioannis Mou-zalas (Imigração) afi rmou que o governo grego vai respeitar os direitos humanos dos refu-giados devolvidos -”não o que as pessoas estão inventando, mas o que é exigido nessas circunstâncias”.

POLÍTICOS

O governo da cidade espa-nhola de Valência pediu que todas as placas com nomes de políticos condenados na Justiça sejam retiradas das ruas. O objetivo é extinguir as inscrições instaladas ao longo de anos em homena-gem a ocupantes de cargos do governo — mas que, hoje, cumprem pena por crimes de corrupção ou contra a a ad-ministração pública.

Alguns conselhos do muni-cípio já colocaram em ação a retirada das placas, conforme exigido pela Justiça local. Mas, para intensifi car a iniciativa, está prevista a criação de uma página na internet dedicada aos cidadãos que quiserem informar sobre a existência

de placas com o nome de po-líticos corruptos que tenham passado despercebidas pelas autoridades.

Em entrevista ao jornal “El País”, o conselheiro de Transparência, Manuel Alca-raz, ressaltou que a medida

é de conteúdo simbólico fun-damental para a regeneração da democracia — sobretudo enquanto a comunidade de Valência tem presenciado uma série de casos de corrupção.

“Era necessário buscar uma fórmula objetiva e o consenso foi que haja uma condenação fi rme. Porque parece óbvio que não devem permanecer placas em hospitais, centros desportivos ou instalações públicas com comemorações de inauguração por dirigentes que hoje sabemos que são corruptos”, afi rmou Alcaraz.

Atualmente, correm deze-nas de processos judiciais de corrupção contra políticos da Valência. No entanto, poucos já têm uma sentença defi nida.

Placas são retiradas em Valência

Segundo governantes, medida é de conteúdo simbólico fundamental para a regeneração da democracia

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AÇÃO

MUDANÇA

A medida do governo de Valência é extin-guir as inscrições ins-taladas ao longo de anos em homenagem a ocupantes de cargos do governo, mas que hoje cumprem pena por crime de corrup-ção no país

ESTATÍSTICA

A Argentina registrou um crescimento de mais de cinco pontos em sua taxa de pobreza até alcançar 34,5% da popula-ção durante os três primeiros meses do governo de Mauricio Macri, revelou nessa sexta-fei-ra um relatório da Universidade Católica (UCA)

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AÇÃO

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[email protected], DOMINGO, 3 DE ABRIL DE 2016

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Limpeza dos igarapés custará mais de R$ 5 miDinheiro poderia ser empregado em outras melhorias na cidade, se houvesse consciência ambiental da população

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Limpeza dos igarapés da cidade é diária, por meio de um planejamento traçado geralmente no início de cada ano, pela Semulsp. De acordo com o órgão, programação também dá prioridade às áreas mais sujas

A limpeza dos igarapés e margens de rios em Manaus custará R$ 5,355 milhões ao con-

tribuinte, este ano. O valor será pago à Trairi Comércio de Derivados de Petróleo Ltda., que teve o contrato renova-do para o serviço, conforme consta no Diário Ofi cial do Município (DOM) do último dia 29. A empresa utilizará dois empurradores, duas balsas, duas escavadeiras hidráuli-cas e dez botes com moto-res de popa para realizar a coleta de lixo.

Mesmo com a redução de 15% no valor do contrato, desde o ano passado, os serviços de limpeza dos iga-rapés da cidade continuam acontecendo diariamente, como no início do programa, há 12 anos, conforme afir-ma o secretário de limpeza pública, Paulo Farias. A pro-gramação do serviço segue um planejamento traçado no primeiro mês do ano, pela Semulsp, atendendo primei-ro as situações mais graves.

Na última semana, os tra-balhos se concentraram nas orlas do São Raimundo, na Zona Oeste e da Manaus Moderna, Centro. Uma das dificuldades do serviço é a

extensão dos igarapés que cortam praticamente toda a cidade, segundo o secre-tário. Manaus é cortada por dois igarapés, o do Mindú e do Quarento, além dos seus afluentes como o igarapé do Franco.

“Parte desses igarapés deságuam na bacia do São Raimundo e do Quarenta no trecho que corresponde ao bairro do Educandos, che-gando até a Manaus Moder-na, trazendo uma quantidade de lixo bastante expressiva”, observa Paulo.

Ele destaca que mesmo com a coleta constante, as equipes da Semulsp retiram por dia, aproximadamente, 28 toneladas de lixo, que são levados para o aterro sanitário de Manaus.

Sem retorno“Nós temos que trabalhar

em cima da conscientização ambiental e da orientação, para diminuir essa quanti-dade de lixo retirado dia-riamente. É um custo muito alto, o valor desse recurso destinado à limpeza dos iga-rapés poderia estar sendo revertido para outras obras sociais, como melhoria da infraestrutura, construções de escolas. É uma verba que está sendo jogada dentro

d’água”, avalia.Paulo ressalta que a

Semulsp vem trabalhando em conjunto com a Secre-taria Municipal de Meio Ambiente (Semmas) e com a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) na fiscaliza-ção contra a poluição dos igarapés. Por outro lado, o secretário afirma que o dever de manter a cidade limpa é de todos.

“O melhor fiscal para com-bater essa prática tem que ser a população. Todos nós temos de ser os guardi-ões dos rios, dos igarapés. Essa é uma tarefa da so-ciedade. A consciência de cada um de nós tem que trabalhar em função dessa melhoria”, salienta. Diariamente, são retiradas 28 toneladas de lixo dos igarapés que são levados para o aterro sanitário

Veja outras imagensdeste evento aqui

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GALERIA

MARAÃ

Família cobra celeridade de inquéritoDia a dia C7

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GERSON FREITAS

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MANAUS, DOMINGO, 3 DE ABRIL DE 2016C2 Dia a diaAções tentam controlar aumento de animais de ruaCastração e microchipagem dos animais são as atividades mais procuradas nos últimos meses no Centro de Zoonoses

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Estimativas do CCZ dão conta de que em Manaus vivem 310 mil animais, entre cães e gatos, domiciliados e semidomiciliados. CCz é o único órgão na cidade com atribuição para retirá-los das ruas

Desde a exclusão da prática de acolhi-mento, o Centro de Controle de Zoonoses

(CCZ), no bairro Compensa, na Zona Oeste, vem implan-tando ações para combater o crescimento populacional de cães e gatos em Manaus, com o objetivo de manter a segurança da saúde pública. Somente na capital existem em média 310 mil cães e gatos, entre animais domi-ciliados e semidomiciliados.

Entre as atividades ainda realizadas pela unidade, a cas-tração e a microchipagem são as mais procuradas nos últi-mos meses, de acordo com o órgão. Dados repassados pelo CCZ, mostram que de abril de 2015 até o início deste ano, foram realizados 8.142 proce-dimentos, o que representa um aumento de 105% na média de atendimento. Deste total, 3.831 procedimentos para castração e microchipagem de cães e gatos foram realizados pelas unidades moveis do CCZ.

A microchipagem permite que o CCZ tenha informações de registro e identifi cação do proprietário e do animal, por meio do implante de microchips.

Já a castração é o método de controle populacional recomen-dado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo o CCZ, os procedimentos realiza-dos pelos veterinários são por meio da técnica minimamente invasiva ou do gancho. No caso de macho o processo é feito no orquiectomia e nas fêmeas no ovário-histerectomia.

Além disso, a instituição con-tinua com tratamentos médi-co veterinário de zoonoses em animais de rua que por algum motivo podem oferecer risco à saúde. De acordo com o órgão, o animal é capturado, levado para a sede do CCZ e fi ca acolhido durante o período do

tratamento, após isso, caso não apareça o dono, o cão ou gato é disponibilizado no sistema de adoção, uma vez que o centro não pode mais abrigar defi niti-vamente nenhuma espécie.

Imunização Outro serviço também ofe-

recido pelo CCZ é a campanha anual de vacinação antirrábica animal que disponibiliza a vaci-na gratuitamente durante todo ano na sede do órgão. O serviço de vacinação de cães e gatos funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Também cabe a instituição, a realização das investigações de casos sus-peitos de zoonoses como a rai-va, leptospirose, leishmaniose

visceral, entre outras doenças.Quem tiver interesse em

agendar uma dessas atividades para o animal deve procurar a sede do CCZ, localizado no bairro Compensa, ou as duas unidades moveis que fi cam lo-calizadas no bairro Jorge Teixei-ra, na Zona Leste, e no conjunto Francisca Mendes, no bairro Cidade Nova, Zona Norte.

É necessário apresentar no ato do agendamento, RG e CPF e comprovante de resi-dência. Uma das regras para a realização da castração e microchipagem é que o ani-mal tenha mais de quatro me-ses de idade e que esteja em boas condições de saúde físi-ca, comprovado por meio de avaliação veterinária.

Microchipagem é um dos processos utilizados para controlar crescimento de animais, além de evitar o abandono por parte dos proprietários

Proposta tenta criar abrigo municipal

RESGATE

Atualmente, o CCZ é o único órgão público que pos-sui a atribuição de retirar animais das ruas. A ação é vol-tada principalmen-te a animais com doenças de trans-missão vetorial

GERSON FREITAS

A implantação de um abri-go municipal para animais foi sugerida pelo vereador Everaldo Farias, por meio da indicação 028/2015, à Prefeitura Municipal de Ma-naus (PMM). Entretanto, a proposta deve esbarrar na falta de recursos para a sua implantação, de acordo

com informações do Legis-lativo municipal. O corte na verba destinado às políti-cas públicas do município, devido à crise econômica, pode inviabilizar o sonho de anos de algumas Organiza-ções Não Governamentais (ONGs) dedicadas à luta contra o abandono de ani-

mais domésticos nas ruas. A indicação foi aprovada

pela mesa diretora da Câ-mara Municipal de Manaus (CMM), no ano passado, e enviada para a apreciação do prefeito Arthur Neto (PSDB). A referida indicação, de acordo com informações da Secre-taria Municipal de Comunica-

ção (Semcom), será analisada pela prefeitura para a efetiva implantação, pois a obra pre-cisa entrar no orçamento da máquina pública, para que o abrigo seja construído. Entretanto, diante da queda da arrecadação, a indicação 028/2015, pode ser vetada de forma imediata.

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MANAUS, DOMINGO, 3 DE ABRIL DE 2016C3Dia a dia

Projeto ajuda internos a se aproximar da famíliaTrabalho elaborado pela faculdade Estácio mostra a importância dos familliares na recuperação de quem está hospitalizado

Os especialistas em saúde acreditam que a humanização do ambiente hospitalar

e a convivência com a família traz benefícios signifi cativos para os pacientes internados. Em alguns casos, ajuda, inclu-sive, na recuperação, reduzindo o tempo de internação e os desconfortos físicos causados por alguns tratamentos.

Trabalho nessa linha vem sendo realizado no hospital e pronto-socorro Doutor Aristó-teles Platão Bezerra de Araújo, na Zona Leste, por meio de uma parceria com a Faculdade Es-tácio. Os estudantes do curso de enfermagem da instituição, que fazem estágio supervi-sionado no hospital, vêm exe-cutando um projeto que tem como missão promover a apro-ximação dos pacientes com os seus familiares. Com um mês de implantação, o projeto “Enfermagem em União Multi-disciplinar” já conseguiu ajudar quatro pacientes internados no hospital Platão Araújo.

Um desses pacientes é João Alves dos Santos, 69, que per-maneceu durante um mês inter-nado na unidade, com compli-cações causadas por diabetes e hipertensão. Acompanhado somente por um cuidador pago pelo fi lho, raramente o aposen-tado recebia a visita dos fami-liares. Vendo essa situação e acompanhando a forma como o paciente era tratado pelo cuida-dor, sempre com frases ríspidas e ofensivas, os estudantes re-solveram procurar a família do idoso, para entender os motivos do afastamento entre eles.

O fi lho único de João Alves, Francisco Barbosa dos Santos, explicou que com a rotina pesa-da do trabalho não conseguia tempo para visitar o pai. Ao saber a forma como o pai era tratado pelo cuidador, Franscico pediu férias do trabalho, para acompanhar o tratamento. “Eu tenho esposa, uma fi lha de 3 anos e meu pai, que dependem exclusivamente de mim”, diz ele.

Francisco ressalta que sem-pre teve uma boa relação com o pai, mas que devido a es-sas circunstâncias, de precisar trabalhar, acabou optando por pagar alguém para cuidar dele. “Depois da conversa com os profi ssionais do projeto, percebi o quanto a minha presença foi importante para ajudá-lo a se recuperar”, acrescenta.

João Alves recebeu alta no dia 18 de março, mas retornou para o hospital no último dia 25, em virtude de uma recaída. Entre-tanto, ele já se recupera bem.

Em uma das ações do “Enfermagem em União Multidisciplinar”, os acadêmicos do projeto ajudaram o paciente vítima de acidente de trânsito a chegar até o cartório para se casar

Além de aprenderem as atividades essenciais da profi ssão, estudantes aproximam pacientes de familiares

De acordo com a pro-fessora do curso de en-fermagem da Estácio e coordenadora do projeto, Marta Magda Marques, ou-tra história que teve fi nal feliz, durante este primeiro mês de projeto, foi a de um policial militar internado no hospital e cuja fi lha de 6 anos, com saudades dele, começou a apresentar fe-bre diariamente.

Depois de constatar que o sintoma era emocional, porque a criança não via o pai desde que ele foi in-ternado, os estudantes se mobilizaram para possibi-litar o encontro. “Nós con-versamos com a direção do hospital e conseguimos marcar um dia para que a criança fosse até a unida-de”, relata Marta.

A professora diz que os

estudantes também con-seguiram ajudar um pa-ciente que sofreu acidente de trânsito. “Ele estava com o casamento mar-cado e pegou alta um dia antes da data. Os alunos o ajudaram a chegar até o cartório”, informa.

Para Marta Magda, esse tipo de atividade é essen-cial para a formação de profi ssionais mais huma-nos e conscientes da sua responsabilidade com a sociedade. “Nós ajudamos os pacientes e, consequen-temente, nos tornamos pessoas e profi ssionais melhores”, frisa.

Para o diretor do hos-pital e pronto-socorro Platão Araújo, José Diniz, esse tipo de iniciativa é extremamente benéfica para os pacientes.

Histórias com fi nal felizFO

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MANAUS, DOMINGO, 3 DE ABRIL DE 2016C4 Dia a diaNovas polêmicas envolvem a ‘pílula do câncer’ Produto ainda não teve efi cácia comprovada por testes, e as primeiras análises feitas pelo MCTO não foram satisfatórias

Conhecida como “pí-lula do câncer”, a fosfoetanolamina tem sido a esperança

de portadores da doença em todo o país. Porém, a Agen-cia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não li-berou a comercialização do produto. No Amazonas, de cinco pacientes que obti-veram na Justiça o direito de tratar a doença com o remédio, apenas uma teve acesso ao medicamento.

A polêmica sobre o uso da substância vem aumen-tando nas últimas semanas com a divulgação de uma análise feita pelo Ministé-rio da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI) para ava-liar a segurança e eficácia da fosfoetanolamina, que indicou que a molécula não age contra o câncer. Os cinco primeiros relatórios da pesquisa apontam que a substância possui com-posição irregular, com um máximo de 32,2% de fosfoe-tanolamina. Entre os vários sais apresentados no medi-camento, apenas a monoe-tanolamina pode destruir as células cancerosas ou evitar a sua proliferação, segundo o MCTI. Mas, mesmo assim, sua eficácia é menor do que os tratamentos comuns, pois ingerida em grande es cala pode se tornar tóxica segundo estudos anteriores.

Entretanto, em entrevis-tas recentes, o ministro da Ciência e Tecnologhia, Cel-so Pansera, declarou que a fosfoetanolamina não é tóxica e deve ser legalizada como suplemento alimentar até que os testes clínicos comprovem sua real efi-cácia contra o câncer. A sugestão será encaminhada nos próximos dias para ava-liação dos parlamentares e da Anvisa.

Beneficiada com o me-

dicamento há três meses, a amazonense Karola Cal-das foi diagnosticada com câncer de colo retal, que abrange tumores no intesti-no grosso (o cólon) e no reto, em agosto do ano passado. Ela fez tratamento de qui-mioterapia convencional, porém, assim que teve co-nhecimento da fosfoeta-nolamina, entrou com uma ação na Justiça de São Paulo e teve acesso ao medica-mento. “Não tenho dúvidas sobre a eficácia. Tive uma melhora instantânea, logo nos três primeiros dias de uso. Antes de ingerir a fosfo, estava há um mês acamada, sem conseguir me alimen-tar, perdendo peso, com

sangramento e secreções diárias, além de muita cólica abdominal e dores terríveis. Hoje, consigo desenvolver minhas atividades do dia, normalmente, não tenho sentido dores e me sinto mais disposta. Percebi que aumentei o peso e melhorei a autoestima, por saber que posso ser curada”, assegura a paciente.

Karola descobriu o câncer já em estágio avançado. En-tre outubro e novembro de 2015 ela iniciou o processo de quimioterapia e realizou três sessões, apenas. “Assim que consegui a fosfoetanola-mina, interrompi o tratamen-to de quimioterapia. Devido à grande procura pelo me-dicamento, tenho recebido

o remédio em pouca quan-tidade. O recomendável é tomar três capsulas de fosfo por dia, mas o que eu rece-bo só dar para tomar dois comprimidos. Estou muito feliz por ter conseguido, e quero muito que outros pacientes também tenham acesso”, informa.

Em Manaus, outras duas pessoas recorreram à Justi-ça para obter o direito de fazer o tratamento com o remédio, mas morreram an-tes da decisão judicial. Elas integravam o grupo Movi-mento Fosfoetanolamina na Amazônia, coordenado pelo deputado estadual Sinésio Campos (PT). O grupo re-colheu 2 mil assinaturas em uma petição pública para a Anvisa aprovar a fosfo. “É uma esperança para milhões de pacientes com câncer, que chegam a morrer mes-mo fazendo químio ou ra-dioterapia”, avalia Campos. “Diferente de tratamentos convencionais que atacam células benignas e cancerí-genas, a fosfoetanolamina age somente sobre células malignas. É um tratamento direcionado às células ruins. Uma capsula do remédio custa só dez centavos. Eu perdi meu pai para o câncer e não desejo essa dor a ninguém”, comenta.

A assistente social Priscila Marinho, que acompanha o tratamento de câncer da avó há 2 anos, lamenta a dificuldade de acesso ao remédio. “Estamos com a liminar aprovada, mas o processo está parado no Tribunal de Justiça. Minha avó está com um câncer no pulmão esquerdo. Essa é a segunda vez que ela é aco-metida por um tumor malig-no, pois já teve também no pulmão direito. Receio pela demora da liberação. Tenho medo do remédio chegar em nossas mãos quando for tarde demais”, declara.

BRUNA AMARAL

GRATUITA

A substância foi de-senvolvida por cien-tistas da Universidade de São Paulo (USP), após 25 anos de pes-quisa. Durante anos, as cápsulas foram fornecidas, gratuita-mente, apesar de não terem aval da Anvisa

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MANAUS, DOMINGO, 3 DE ABRIL DE 2016C5Dia a dia

Reforma geral eleva padrão de atendimentoUnidade de saúde Geraldo da Rocha é referência no Estado, no que diz respeito ao tratamento de vários tipos de feridas

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Melhorias nas instalações do hospital trouxeram mais conforto e acessibilidade aos pacientes do hospital

A excelência no trata-mento de pacientes com hanseníase levou o hospital Doutor Ge-

raldo da Rocha, localizado na Colônia Antônio Aleixo, Zona Leste, ao longo dos anos, a se tornar referência também no tratamento de outras se-quelas. A unidade hospitalar virou especialista em curativos passando a receber pacientes encaminhados por unidades da capital e do interior do Estado para o tratamento de vários tipos de feridas provocadas por infecções, pé diabético, insufi ciência vascular.

Mas não é apenas o novo status do hospital, antes re-ferência apenas para trata-mento de hanseníase, que vem ganhando notoriedade. O que também tem chamado atenção no Geraldo da Ro-cha é o nível de excelência no atendimento alcançado, principalmente após a refor-ma geral realizada pelo poder público, há, aproximadamen-te, 1 ano e meio.

As mudanças não são vi-síveis apenas nos corredo-res decorados com enormes painéis e pelos belos jardins que contornam os pavilhões e tornam o ambiente mais aconchegante e humanizado.

Os leitos de enfermaria, que antes eram agrupados em pa-vilhões com até 20 pacientes e banheiros coletivos nos cor-redores, agora são agrupados em quartos com quatro leitos cada, com banheiros internos, assegurando maior conforto e a privacidade aos pacientes e nos padrões preconizados pelas normas hospitalares e da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Ambientes adaptadosOs banheiros, assim como

as portas, foram adaptados às necessidades dos pacien-tes que sofreram mutilações ou têm limitações físicas em consequência da doença. “São pacientes com difi culdade e precisam ser olhados com di-ferença e isso para nós foi importante na questão do con-forto e da acessibilidade, do olhar diferente que foi dado para eles, que hoje se sentem olhados e mais respeitados”, comenta a diretora da unidade, Ana Maria da Rocha.

Segundo a diretora, a mu-dança com a reforma foi sig-nifi cativa, pois contemplou não apenas as necessidades básicas dos pacientes, como as difi culdades que eles têm de lo-comoção, como também pôde

trazer conforto e lazer com a climatização dos ambientes e a instalação de televisores nos quartos, por exemplo.

Marina Barbosa, paciente antiga da unidade, se diz tes-temunha da transformação da unidade de saúde. “É um novo hospital, em vista do que era antes, fi cou excelente, em to-dos os sentidos, foi uma grande transformação”, comenta.

Referência em curativosA enfermeira Shirley Lopes

também fala com entusiasmo da nova estrutura do Geraldo da Rocha. Mas, para ela, ter o hospital reconhecido também como referência na rede é motivo de orgulho. Ela res-salta que, o que para muitos pode ser banal, fazer um bom curativo em um paciente com sequela de hanseníase, pode evitar que a pessoa tenha que se submeter a uma cirurgia, às vezes de amputação.

Foi essa expertise que cha-mou atenção de especialis-tas de outras unidades que passaram a referendar seus pacientes para a unidade. Hoje, o hospital recebe pacientes com feridas provocadas pelos mais diversos motivos, enca-minhados de vários hospitais da capital e do interior.

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MANAUS, DOMINGO, 3 DE ABRIL DE 2016C6 Dia a diaPrisão domiciliar é opçãopara presídio inadequadoEm Parintins, os presos dos regimes fechado e semiaberto estão sendo benefi ciados devido à falta de infraestrutura

Parintins (AM) – A onda de terror promovida pelo detento Jackson Souza Silva, 22, o “Jacó”, sus-

peito de assaltos, arromba-mentos e dois estupros, gerou uma discussão na cidade de Parintins (a 369 quilômetros de Manaus) em relação à conces-são do benefício de progressão de pena, do regime fechado para o semiaberto, pela Justiça local, a presos considerados pelas autoridades policiais de alta periculosidade.

Indagado a respeito da ques-tão, o juiz da Vara de Execuções Criminais de Parintins, Fábio Olinto de Souza, responsabili-zou o Estado pela superlotação no presídio local. “O Estado tem uma enorme responsabilidade na falta de estabelecimento de regime aberto e semiaberto em Parintins”, observa.

Segundo ele, por não haver a estrutura básica carcerária, a atitude que a Justiça pode tomar em relação aos presos dos regimes abertos e semia-bertos é que eles compare-çam em dias estabelecidos, na Vara de Execuções Crimi-nais, para assinar a frequên-cia e retornar para casa.

A falta de estrutura do pre-

sídio, que está parcialmente interditado pela Justiça, tem contribuído para a onda de violência, em Parintins. Os ca-sos mais graves de assaltos, estupros, arrombamentos e até mesmo homicídios são pratica-dos, em sua maioria, segundo dados das polícias Civil e Militar, por presos que cumprem penas nos dois regimes.

“Quem está sendo preju-dicado nessa história toda somos nós, pais e mães de família, que estamos sofren-do assaltos, estupros. Diaria-mente, as emissoras de rádio e os programas de televisão em Parintins mostram o drama das pessoas que residem nas zonas Sul e Leste da cidade, principalmente”, afi rmou a dona de casa Lucia dos Santos Cardoso, que, recentemente, teve a sua casa arrombada.

O professor Márcio Farias, vítima de uma das investidas dos assaltantes, critica o silên-cio do Estado em relação ao presídio de Parintins. “Nós não podemos fi car reféns de uma irresponsabilidade do próprio Estado quando permite que um elemento de alta pericu-losidade assine a frequência e volte para as ruas para cometer delitos graves”, avalia.

Farias não descarta entrar

com uma ação na Justiça, re-querendo a transferência de “Jacó” para uma penitenciária de Manaus. Para ele, hoje em Parintins quem está preso é o cidadão de bem. “É lamentável o que os parintinenses estão passando”, desabafa.

O juiz Fábio Olinto lembra que os presos que estão nos regimes aberto e semiaberto e são fl agrados cometendo delitos recebem da Vara de Execuções a regressão de pena, conforme prevê a Lei de Exe-cução Penal (LEP).

Novo presídioLogo que assumiu a comarca

de Parintins, o juiz Fábio Olin-to de Souza deu início a uma mobilização junto às autori-dades municipais e estaduais no sentido de se construir um novo presídio.

O magistrado promoveu em Vila Amazônia - gleba de assentamento do governo federal, onde, em tese, é o local apropriado para cons-trução do novo presídio - duas audiências públicas com a participação de representan-

tes dos governos estadual e municipal para esclarecer o projeto aos comunitários.

Depois das audiências públi-cas, houve ainda uma terceira em Manaus com o governador do Amazonas José Melo (Pros). Porém, a falta da disponibiliza-ção de um terreno pelo Insti-tuto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Vila Amazônia ou pelo próprio município emperrou o projeto junto ao Ministério da Justiça.

A prefeitura de Parintins che-gou a disponibilizar um terreno

nas proximidades do campus da Universidade Federal do Ama-zonas (Ufam). Mas, o mesmo não atendeu as exigências do Ministério da Justiça, que dispo-nibiliza a verba para a constru-ção de presídios no país.

O presídio de Parintins é mis-to e funciona, no prédio da antiga delegacia de polícia. O imóvel nunca passou por uma reforma para ser adequado às necessidades de uma unidade prisional. O lugar abriga 110 presos, mas a capacidade é para 36 detentos.

FOTO

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Local em que funcio-na o presídio antes

era delegacia

Na última quinta-feira o presidiário do regime se-miaberto Jackson Souza Sil-va, 22, o “Jacó”, foi preso, após as polícias Civil e Mi-litar montarem uma força-tarefa para capturá-lo. Ele é suspeito de ter praticado em companhia de Patrick Siqueira Nascimento, 22, Itamar Souza, 20, e Jean Batista dos Santos, 21, uma

série de assaltos, arromba-mentos e estupros nas zonas Lestes e Sul de Parintins.

Jackson, de acordo com a delegada Ana Denise Machado, da 3ª Delegacia Interativa de Parintins, é um elemento de alta periculosi-dade e violento. “Há mais de oito inquéritos contra Jack-son, que foi condenado a 5 anos de prisão, por estupro

e assalto, mas estava em liberdade, praticando todos esses crimes. Ele é muito perigoso”, afi rma.

Dos 5 anos de prisão a que foi condenado, Jack-son cumpriu apenas cin-co meses, e em razão da superpopulação carcerária do presídio de Parintins, foi posto em liberdadepela Justiça.

Detento é capturado por crimes

Benefi ciado com o regime semiaberto, “Jacó” é um exemplo da situação do sistema carcerário da ilha

Segundo Fábio Olinto, falta de infraestrutura do presídio contribui para que a Justiça libere os presos

TADEU DE SOUZA

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MANAUS, DOMINGO, 3 DE ABRIL DE 2016C7Dia a dia

Inquérito da morte de prefeito segue em DIPIrmão do prefeito assassinado de Maraã, Miguel Lopes cobra celeridade no caso, que ainda não foi para a Justiça

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No dia 5 de março, os três suspeitos de envolvimento na morte de Cícero Lopes foram transferidos para Manaus, onde se encontram presos em uma unidade prisional. Pistoleiro contratado para o crime continua foragido

A família do prefei-to assassinado de Maraã (a 615 quilô-metros de Manaus),

Cícero Lopes da Silva, 56, está cobrando o envio do inquérito que investiga a sua morte para a Justiça. De acordo com o comerciante e irmão da vítima, Miguel Lopes da Silva, o inquérito já deveria ter sido remetido ao Tribunal de Justiça do Amazonas (Tjam), uma vez que três dos suspeitos envol-vidos no caso estão presos. Entretanto, o inquérito se encontra na 60ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) do município.

Cícero foi morto com um tiro nas costas no dia 28 de fevereiro, no momento em que chegava em casa. Durante as investigações o empresário Aldemir Alves Praiano, 40, o primo do vi-

ce-prefeito de Maraã, Lázaro Moraes Assis, 40, e Marcos Aleksandro Praiano da Silva, 25, foram presos e trazidos para Manaus, suspeitos de envolvimento no crime.

“Caso a delegada Alessan-dra Trigueiro não mande o processo de imediato para a Justiça, entraremos com um mandado de segurança contra ela, por crime de pre-varicação, visando o cumpri-mento do artigo 5 da Cons-tituição Federal e o artigo 10 do Código de Processo Penal, que prevê o prazo de dez dias, a partir da execução de ordem de prisão”, explica o advogado da família Allan Jhones Soares.

Segundo ele, o Estado também será acionado ju-dicialmente, para que Secre-taria de Segurança Pública (SSP-AM) envie efetivo de policiais para comprimir o

mandado de prisão de Adi-milton Gomes de Souza, 32, o “Zé da Irene”, também envolvido no crime, e que está foragido.

PermissãoAinda segundo Miguel, a

Câmara Municipal de Maraã entrou com um pedido na Justiça para anular a liminar concedida pelo desembarga-dor João Simões, que permi-tiu a posse do vice-prefeito do município Luiz Magno Moraes (PT) no cargo de prefeito majoritário.

Ele chama a atenção para o fato de que no documen-to são destacadas várias partes do inquérito policial que colocam Luiz Magno sob suspeita de envolvimento na morte de Cicero. Além disso, os três presos e “Zé da Irene” são parentes do Luiz Magno.

“A Câmara mandou o pe-

dido da suspensão da li-minar para a presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas, desembargadora Graça Figueiredo, para que ela possa analisar todos os questionamentos, uma vez

que o atual prefeito é um dos principais suspeitos da morte de Cicero. O Poder Legislativo do município não foi comunicado sobre a limi-

nar que concedeu a posse imediata”, explica o advo-gado da Câmara de Maraã, Antônio Batista.

Conforme o advogado, Luiz Magno não podia assumir como prefeito, pois está sob investigação e durante o pedido feito pelo vice-pre-feito à Justiça para tomar posse da gestão, o mesmo não informou que estava sendo investigado.

Polícia CivilPor meio de sua assessoria

de comunicação, a SSP-AM informou que todas os assun-tos referentes ao caso, estão sendo tratados pela Polícia Civil. Também por meio de sua assessoria, a Polícia Ci-vil informou que somente enviará reforço policial a Maraã, caso seja solicitado pela delegada responsável pela investigação. A delega-

da do município Alessandra Trigueiro foi procurada para falar sobre o caso, mas não foi localizada. Segundo a assessoria da Polícia Civil, o celular da delegada estava fora de área, pois a mes-ma em viagem de Manaus para Maraã.

Clima de guerraConforme Miguel Lopes,

a cidade está em clima de guerra, em virtude da posse de Luiz Magno, o que deixou a população revoltada. “A cidade está um caos, a posse dele não só nos deixou triste como os moradores também. Temos a certeza que ele é o principal mandate da morte do meu irmão. Temos medo que ocorram outras mortes em Maraã, pois a população está revoltada com essa situação”, observa o coermciante.

PRISÕES

Transferidos para Manaus, Aldemir, Lázaro e Marcos Aleksandro tiveram as suas prisões decretadas pelo juiz da comarca de Maraã, Diego Brum Legaspe Barbosa, no dia 4 de março

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MANAUS, DOMINGO, 3 DE ABRIL DE 2016C8 Dia a dia

Atendimento humanizado na UPA Tabatinga, além de acolher os pacientes, ajuda a tornar o processo hospitalar menos traumático para alguns

Projeto oferece suporte a pacientes em Tabatinga

“Olá, como posso ajudar?”. Esta pergunta tem feito toda a di-

ferença para quem procura os serviços da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Tabatinga, localizada no município de Ta-batinga - a 1.105 quilômetros de Manaus. Como estratégia para humanizar o atendimento oferecido aos seus clientes, a ouvidoria da unidade de saúde deu início ao projeto “Posso ajudar?”, que consiste no su-porte ao paciente durante sua permanência na unidade.

Colaboradores qualifi cados oferecem orientação básica a pacientes e acompanhantes, explicando procedimentos e tirando dúvidas sobre o aten-dimento dentro da UPA.

Maíra Nunes, responsável pela ouvidoria e autora do projeto “Posso ajudar?”, conta que o programa ainda está no início, mas já sente a resposta positiva do público. “O atendimento hu-manizado torna todo o processo hospitalar mais fácil para o pa-ciente. O retorno é gratifi cante, pois quem não gosta de ser bem tratado? Isso é fundamental em uma unidade de saúde”, enfatiza.

A iniciativa da UPA de ofer-tar assistência ao paciente foi elogiada por Lenir dos Santos, que resolveu formalizar o fato na ouvidoria da unidade de saúde.

FIOCRUZ AMAZÔNIA

Mestrado em saúde oferece 17 vagas

O Instituto Leônidas e Maria Deane/Fiocruz Ama-zônia estará com as ins-crições abertas no período de 19 de abril até 18 de maio para a segunda turma do programa de Pós-Gra-duação Stricto Sensu em Condições de Vida e Situa-ções de Saúde na Amazô-nia (PPGVida). O processo de seleção seguirá quatro etapas: homologação das inscrições; prova escrita (saúde coletiva e conheci-mentos específi cos); entre-ga da documentação para a quarta etapa; e, por último, a prova de inglês e prova oral (projeto de pesquisa e currículo lattes).

Serão oferecidas 17 va-gas divididas em três linhas de pesquisa: produção e modulação social e bioló-gica de processos endêmi-co epidêmicos, com duas vagas; fatores evolutivos, de virulência e mecanismos imunológicos na interação parasita-hospedeiro, com cinco vagas; e processo saú-de, doença e organização da atenção às populações indígenas e outros grupos em situações de vulnerabi-lidade, com dez vagas.

Poderão participar do processo de seleção can-didatos que até a data da matrícula completarem curso de graduação de du-ração plena devidamente reconhecido pelo Ministério

da Educação (MEC). O curso é em regime integral e as aulas estão previstas para iniciar dia 22 de agosto deste ano. Ao fi nal do mes-trado, que terá duração de 24 meses (2 anos), o egresso do curso terá diploma de mestre em saúde pública.

FormulárioO candidato deve pre-

encher o formulário de inscrição na plataforma

Siga, pela internet e ane-xar documentos de iden-tifi cação com foto (cartei-ra de identidade, carteira militar ou de conselho de classe), CPF, RNE (Registro Nacional de Estrangeiros) ou passaporte para candi-datos estrangeiros e pa-gar a taxa de R$ 100. A divulgação das inscrições homologadas será no dia 1º de junho, às 17h. Neste mesmo dia será divulgado o local das provas.

Atenção aos pacientes inicia com a recepção, onde eles são orientados sobre os devidos procedimentos

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AÇÃO

SIGA

As inscrições devem ser feitas apenas pela internet, por meio da plataforma Siga, no endereço http://www.sigass.fi ocruz.br/pub/ins-cricao.do?codP=120, que só é acessado pelo Internet Explorer

“Deu para sentir a diferença no modo como fui tratada desde a recepção até a sala de exames, com muito carinho e respeito por parte de todos os profi ssionais. Isso é algo que não tem preço”, declara satisfeita.

A diretora da UPA, Pauline Campos, reforça a importân-cia do projeto para que os pacientes se sintam acolhidos de maneira humanizada na uni-dade. “O Posso ajudar? auxilia pacientes e acompanhantes a perceberem melhor o ser-viço oferecido na unidade. A humanização no atendimento gera conforto e contribui para a amenizar a dor e a angústia causadas pela doença”, pontua.

MelhoriasAlém da orientação básica

dada aos pacientes por meio do “Posso ajudar?”, a Ouvido-ria é responsável por avaliar a satisfação dos clientes da UPA Tabatinga. Pacientes e funcio-nários podem fazer sugestões, reclamações, denúncias e elo-gios no espaço. O serviço auxilia no aperfeiçoamento do atendi-mento oferecido à população do munícipio. Todos que procuram a ouvidoria recebem resposta da direção via e-mail ou carta.

ReferênciaA UPA Tabatinga e a ma-

ternidade Celina Villacrez Ruiz, inaugurada em fevereiro de

2014, se tornaram referências no atendimento à população do alto Solimões. Prestes a completar 2 anos de funciona-mento, as unidades de saúde ultrapassaram a marca de 68 mil atendimentos realizados, além de promoverem mais de 7 mil exames laboratoriais entre raio-X, eletrocardiograma, ma-mografi a e laboratoriais.

A UPA Tabatinga funciona em regime de 24 horas e oferta atendimento de urgência e emergência de média com-plexidade. Com o protocolo de acolhimento com classifi -cação de risco, os pacientes são atendidos de acordo com a gravidade do caso.

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[email protected], DOMINGO, 3 DE ABRIL DE 2016

Plateia D1

A arte pùblica de Giancarlo NeriArtista italiano tem obra exposta no Oi Futuro do Flamengo, no Rio de Janeiro, e fala sobre a recepção desse tipo de arte pelo público ao redor do mundo FO

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AÇÃO

o interesse pela arte con-temporânea. As galerias e museus – que por um lado facilitam o acesso ao acer-vo, dando um endereço e a proteção adequada para as obras – ao mesmo tempo instituíram uma sacralidade na arte, uma necessidade de estabelecer uma linguagem, comportamento e erudição para que certos públicos ti-vessem acesso a essa arte, um público eleito. Seu investi-mento em arte pública é uma tentativa militante de rom-per com essa sacralidade?

GIANCARLO NERI – Talvez seja uma resposta minha a essa sacralidade. Não tenho nada contra a sacralização da arte, que pode sim ser sagrada, não há nada errado com isso. É uma questão de linguagem. No caso da arte pública, não é a pessoa que entra na galeria e fala que é sagrado, é você que faz essa leitura. O artista tem a respon-sabilidade de se comunicar com o público-alvo.

EM TEMPO – Qual sua re-lação com o mercado e co-mércio da arte?

GN – Minha relação com o mercado é boa.

EM TEMPO – Você apro-veita o cotidiano, dando um ar artístico a coisas do dia a dia. Seria esse o caminho – uma nova linguagem e visão artística, onde as pessoas reconhecem e comecem a apreciar a arte por um ca-minho ultra contemporâneo?

GN – Seria o caminho ideal, mas nem sempre funciona. Já aconteceu algumas vezes, eu já

MELLANIE HASIMOTO*

ouvi gente questionando quem é o idiota que faz esse trabalho. Eu vou lá e digo: fui eu. Outra pergunta comum é: quem paga por essa instalação? É difícil comunicar com todos, porque nem sempre tudo funciona para todos. A questão é sempre a linguagem, a comunicação, e a acessibilidade.

EM TEMPO – Na questão de a obra dialogar com o espa-ço, e sobre essa situação do questionamento sobre quem pagou – qual a difi culdade que você tem hoje em dia ao lidar com a apresentação da sua proposta de trabalho, para que a administração pública entenda a obra e que, mesmo que seja algo temporário, tenha um valor artístico?

GN – Em um mundo ideal, seria simples. Na realidade, a maioria das pessoas, ao apre-

sentar o projeto, elas choram antes de você falar. Dizem que não têm dinheiro para pagar. Acontece muitas vezes. Claro que, para realizar o projeto, você precisa ter a cabeça dura, e insistir em relação ao dinheiro. O patrocinador pode ser uma empresa ou dinheiro público. Mas é sempre muito difícil. E, para mim, é ainda mais difí-cil porque eu não frequento o mundo da arte, e se paga um preço por isso.

EM TEMPO – Por quê?GN – Porque eu não gosto

deles, e eles não gostam de mim. Muito simples. Tem artistas que trabalham com relações públi-cas. Eu não sei fazer, não gosto e não quero fazer isso. É mais importante fazer o trabalho.

EM TEMPO – E quanto à preservação dessas obras?

Como você lida com o clima, o vandalismo? Houve alguma situação em que foi difícil e você se aborreceu?

GN – Vandalismo teve muito pouco. Mas é uma possibilida-de quando se faz um trabalho público. No caso do “Máximo Silêncio”, em Roma, roubaram 200 bolas. Em Madri, Dubai e Rio de Janeiro nenhuma.

EM TEMPO – Como você percebe a recepção de suas obras pelo público mundo afora?

GN – Mais ou menos a mes-ma, que é uma coisa muito importante para mim. Como falei antes sobre a linguagem, acho importante quando você fala algo que o público local pode entender, sem precisar de tradução. Claro que depende, porque fazer uma instalação na Alemanha – o que ainda não fi z

–, o público pode ser mais frio, menos sentimental. Mas nunca tive problemas com o público até agora.

EM TEMPO – E qual o pú-blico você mais gostou, que foi mais caloroso?

GN – Aqui no Rio de Janeiro foi fantástico.

EM TEMPO – Alguma rea-ção inusitada?

GN – A quantidade de pessoas que foram ver a instalação aqui no Rio. Eu tive que insistir para fazê-la na Praça Paris, porque não era um lugar considerado um símbolo da cidade, mas eu gosto muito. Chegavam pesso-as da Baixada Fluminense, de ônibus, outras da zona Sul, tudo para ver a instalação.

*A jornalista viajou a con-vite da Oi Futuro

MELLANIE HASIMOTO*

e fala sobre a recepção desse tipo de arte pelo público ao redor do mundo

RIO DE JANEIRO – Até o dia 1º de maio, os cariocas – e, por que não, os brasileiros que

visitarem a capital fl uminen-se – podem conferir de per-to a obra “Barroco elétrico”, do artista italiano Giancarlo Neri, que está exposta no Oi Futuro do Flamengo, no Rio de Janeiro. Em parceria com o Instituto Italiano di Cultura, e com curadoria de Alberto Saraiva, a obra ocupa o Grande Campo, hoje um dos principais espaços permanentes de arte pública da cidade.

Com 10 metros de altura, o projeto se apropria da imagem do poste de energia elétrica que está localizado próximo à entra-da do prédio do Oi Futuro e que aparece no campo de visão de quem olha para o Grande Cam-po. “Quando fui convidado para fazer uma obra para o Grande Campo eu já sabia quem iria ser o protagonista absoluto do meu trabalho. Na verdade, acho que ele também o sabia. ‘If you can’t beat them, join them’ (se você não pode vencê-los, junte-se a eles)”, explica Giancarlo Neri.

Em conversa com jornalistas convidados para a abertura da exposição, o artista nascido em Nápoles, na Itália, falou sobre sua percepção e experiência com arte pública, movimento que vem crescendo mundial-mente e que consiste, em traços gerais, todas as intervenções artísticas realizadas num espa-ço público de livre acesso (rua, praça, jardim, metrô, fachada de edifício, internet, entre outros).

Neri se dedica à realização de grandes instalações em espaços públicos nos Estados Unidos, no Brasil e na Europa desde 1982. Entre seus trabalhos mais conhecidos estão “Still Night” (Clocktower Gallery / P.S.1, Nova Iorque 1989), “180 Sedie a Capri” (Via Krupp, Capri 1991), “The Writer” (Hampstead Heath, Lon-dres 2005), “Massimo Silenzio” (Roma 2007, Madrid 2008, Du-bai 2009 e Rio de Janeiro 2012) e “AUDIOGHOST68” (Cretto di Burri, Sicilia 2015).

EM TEMPO – Você fala do esvaziamento do público e

Artista italiano, em cartaz no Rio de Ja-

neiro, diz que não tem problemas com público

“Máximo Silêncio” teve algumas peças furtadas em exposição em Roma

SHOW

Novidades na turnê de ‘Gigantes’

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MANAUS, DOMINGO, 3 DE ABRIL DE 2016D2 Plateia

VITRINEVITRINE

LITERATURA

SÃO PAULO, SP (FOLHA-PRESS) - O primeiro capítu-lo de “Mr. Mercedes” reúne as melhores páginas que o americano Stephen King, 68, escreveu nos últimos 20 anos. Flagra um grupo de pessoas passando uma madrugada muito fria numa calçada. É uma fi la para novas vagas de emprego.

Essa introdução chega a lembrar “fi lmes-catástrofe” dos anos 1970, como “Ter-remoto” ou “Inferno na Tor-re”, que dedicavam sua parte inicial a apresentar os per-sonagens que, em seguida, lutariam pela vida diante de terríveis infortúnios.

Mas aqui King prega uma peça. Os tipos interessantes que ele esboça nas conversas da madrugada vão desapa-recer de cena no capítulo seguinte. Morrem ali, atro-pelados por um Mercedes. O carro, roubado de uma viúva rica, é largado perto dali. Nada se sabe de seu motorista.

Não, King não fez mais um “Christine - O Carro Assassi-no”, um de seus clássicos do terror dos anos 1980 adapta-dos para o cinema. O motoris-ta existe, é um sociopata e vai guiar a história que se segue.

Mas, apesar de o sr. Merce-des ser tão ignóbil, as aten-

ções do leitor vão se desviar para seu antagonista, o po-licial aposentado Bill Hodges.

Depois de vender mais de 300 milhões de livros e deixar seus seguidores arrepiados, King fi nalmente preenche uma lacuna em sua extensa galeria de tipos. Para quem já criou cachorros e outro ani-mais possuídos pelo demônio, máquinas com desejos as-sassinos, bonecos vingativos e outras entidades bizarras, faltava a ele o personagem mais comum e reverenciado da literatura de suspense e mistério: o detetive.

Bill Hodges é tratado com muito carinho por seu criador. “Mr. Mercedes” foi anunciado como o primeiro livro de uma trilogia de aventuras com o ex-policial. E King já manifes-tou o desejo de produzir uma série de TV para ele.

O escritor é venerado por muitos fãs por sua criativida-de. Com justiça, embora sua produção prolixa e irregular dos últimos anos às vezes comprometa a percepção de sua obra extraordinária na literatura de terror e suspense do século passado.

Por isso, muitos fãs de-vem estar esperando para ver quais as características que vão marcar o detetive

de King. E aí vem a surpresa.No lugar do recurso habitual

de criar alguma bossa para um herói detetive - traumas familiares, alcoolismo, sede de vingança, hobbies esquisi-tos, coisas assim -, King ras-cunhou Hodges como um tipo bem comum. Bebe, sim, mas pouco, apenas para atenuar o tédio da aposentadoria. Tem lá seus probleminhas com o passado, mas nada que inter-fi ra na ação.

Hodges é apenas um ve-terano de investigações, um cara que conhece bem as ruas de sua cidadezinha no Meio-Oeste americano. Quando o sr. Mercedes envia ao ex-poli-cial uma carta na qual assume a autoria dos atropelamentos e promete matar novamente, Hodges vai atrás dele porque é só isso que sabe fazer na vida: caçar e prender os caras maus.

“Mr. Mercedes” não é uma história de mistério. Sabemos quem é o assassino, o que ele fez e como fez logo no primeiro terço da narrativa. O que vale mesmo é a maneira tensa como King vai esta-belecendo o confronto entre mocinho e bandido. O mestre do terror ainda sabe contar muito bem uma história.

Por Thales de Menezes

Stephen King volta à boa forma

A nova obra do autor de “Carrie” é reverenciada como uma de suas melhores dos últimos 20 anos

simpatia . Socialites da cidade estiveram no salão de festas do Hotel Intercity para um chá de Páscoa que movimentou o fi m de semana passado.

. O Shopping Parque Dez Mall iniciou suas noites com ́ lounge musical´, to-das as sextas e sábados, com a cantora Thayna Pi-mentel e o DJ Alexandre Prata e convidados. Vale conferir.

. Mauricio Carvalho es-tréia idade nova neste do-mingo.

. Está confirmada a pri-meira edição do Festival de Pizza Manaus, assina-da pela Mode On Eventos, para os dias 7 e 8 de maio, na área do estacio-namento da segunda eta-pa do Calçadão da Ponta Negra. Além de barracas das melhores pizzarias da cidade, o evento também traz música ao vivo com artistas locais.

. Quem também está ani-versariando hoje é a querida Ivani Ribeiro.

. No próximo sábado, dia 9, acontece o show ´Gigantes do Samba` no Studio 5, com Alexandre Pires, Bello e Ze Carlos, do Raça Negra. Espetáculo produzido pela Fábrica de Eventos.

VITRINE

Chá [email protected] - www.conteudochic.com.br

Fernando Coelho Jr.

Lina, Bárbara e Assem Mustafa Neto, gente queri-da do elenco especial do society de Manaus

. À primeira vista pode até parecer uma caixa de ferramentas comum, mas não é! A Barbecue Toolbox é na verdade uma churrasqueira portátil, com lugar para assar carne, esquentar pão e até um apoio para colocar seus temperos favoritos. Bacanérrimo!

Objeto de desejo

. Um dos eventos mais simpáticos da temporada, com nomes expressivos do society local. Na tarde, além da apresentação acústica da cantora Thayna Pimentel, com sua voz ótima, desfi le da moda chic da boutique 1+1 Zeal, com mulheres da sociedade sendo as modelos da tarde cheia de charme.

1. Jéssica Sabbá Tayah, no Chá que levou socialites da cidade para o Hotel Intercity2. Miquele, Lucia Viana e Lenúbia Aziz3. Menga Junqueira e Celes Borges4. Lia Souza, Lou Caliri e Simone Isper5. Lourdes Buzaglo, Rita Haikal e Vânia Pimentel6. Lourdinha Archer Pinto

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. Socialites da cidade estiveram no salão de festas do Hotel Intercity para um chá de Páscoa

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. Um dos eventos mais simpáticos da temporada, com nomes expressivos do society local. Na tarde, além da apresentação acústica da cantora Thayna Pimentel, com sua voz ótima, desfi le da moda chic da boutique 1+1 Zeal, com mulheres da

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MANAUS, DOMINGO, 3 DE ABRIL DE 2016D3Plateia

Novidades marcam turnê ‘Gigantes do Samba 2’Entre outros assuntos, o trio de artistas que compõe o projeto comenta sobre a difi culdade de montar o setlist do show

Em média 30 canções, duas horas de apresen-tação e um espetáculo imperdível. Isso resume

o show da turnê “Gigantes do Samba 2”. Em entrevista ex-clusiva ao EM TEMPO, o trio formado por Alexandre Pires, Luiz Carlos e Belo, e que faz parte do projeto mais soli-citado no Brasil atualmente, comentou sobre a difícil tarefa de selecionar as músicas para a nova turnê.

Entre outros assuntos, os Gigantes do Samba, que se apresentam em Manaus no próximo sábado, dia 9 de abril, no Studio 5 Centro de Convenções, falaram sobre a recepção do público ao cantor Belo, as novidades do show como a presença da cantora Ana Clara e deixaram ainda um convite para os amazonenses.

CarismaDestacando a presença do

cantor Belo na segunda edição do projeto que foi recorde de público durante a primei-ra turnê, iniciada em 2014, Alexandre Pires ressalta que o apoio dos fãs e o carisma do novo membro colaboraram para a escolha. Ele e Luiz Car-los, assim como o público, o

receberam de braços abertos.“Graças a Deus tivemos um

retorno muito positivo com a primeira edição do projeto. E pro ‘Gigantes do Samba 2’ quisemos inovar e trazer um terceiro nome de peso no

mercado. O Belo é um artista carismático, com uma legião de fãs e suas músicas também são marcantes. Fizemos uma boa escolha”, diz.

Além da fi gura de Belo no palco, o novo show conta com

algumas novidades e, entre elas, está a presença de uma voz femina. O cantor Luiz Car-los garante que na tour dos Gigantes em 2016, que iniciou na Argentina no mês de março, a interação dos artistas na

hora da apresentação faz toda a diferença.

“Para o ‘Gigantes do Samba 2’ vamos usar apenas uma banda com 13 músicos, pra facilitar nossa interação e lo-gística. Tem também a partici-

pação do Belo e a abertura com a cantora Ana Clara, grande promessa de voz feminina do samba e que está conosco fa-zendo a abertura desse projeto grandioso”, ressalta o líder do grupo Raça Negra.

Sucesso desde a década de 1990, os cantores Alexandre Pires, Belo e Luiz Carlos interpretam nada menos do que 30 hits de samba e pagode ao longo de duas horas de espetáculo

Entre os clássicos que fa-zem parte da carreira des-ses três grandes nomes do samba e pagode no Brasil, algumas canções ganharam uma nova roupagem para a turnê “Gigantes do Samba 2”.

“Com certeza é uma esco-lha difícil fechar o repertório de um projeto como esse. Os três possuem uma carreira que já vem de longa data. São muitos sucessos, não é fácil reunir tudo em um único show. Na nova turnê temos algumas músicas que não fi zeram parte da primei-ra edição e outras em que demos uma repaginada”, destaca o cantor Luiz Carlos.

Sucessos como “Cheia de manias”, “Depois do pra-zer”, “Eternamente”, “Essa tal liberdade”, entre muitos outros, estão confi rmados no repertório da turnê “Gi-gantes do Samba 2”, que já é sucesso de público mesmo com pouco mais de um mês rodando pelas

cidades brasileiras.

CarinhoO cantor Belo reconhece

e agradece todo o carinho com que os artistas vêm sendo recebidos por onde passam. Ele ressalta que, nesse primeiro momento, após a turnê ter iniciado na Argentina, o trio viaja pelas regiões Norte e Nordeste e convida o público para o show em Manaus.

“Graças a Deus, a nossa agenda está bem cheia. É maravilhoso ver todo esse carinho e os locais onde fazemos os shows, todos lotados. Estamos ansiosos pra levar o nosso melhor para o palco do Studio 5. Preparamos um show com muito carinho para vocês. Queremos ver todo mundo cantando com a gente e esperamos todos vocês lá”.

Após o show em Manaus, o trio fará shows em Macapá (AP) no dia 10, João Pessoa

(PA) no dia 15, Fortaleza no (CE) no dia 16 e Campina Grande (PB) no dia 17. A agenda completa está no site www.gigantesdosam-ba.com.br.

Agenda cheia e shows lotados

SERVIÇO

QUANDO: 9 de abrilONDE: Studio 5 QUANTO: Pista R$ 50 (meia-entrada), Área VIP R$ 150 (meia) - (open bar até as 3h - cerveja, refri-gerante e água), Mesa com 4 lugares R$ 1.000 em até 3x no cartão - (open bar até o fi nal do show: cerveja, whisky 8 anos, re-frigerante e água) - lugares limitadosVENDAS: Centrais da Fábrica de Eventos no Amazonas Shopping e Sumaúma Park Shopping; Loja Colcci no Manauara Shopping e www.fabricain-gressos.com

GIGANTES DO SAMBA 2

A cantora Ana Clara foi convidada especialmente para abrir os shows da turnê “Gigantes do Samba 2”

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AÇÃO

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AÇÃO

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MENTIRAdariam um “empurrão” na pobreza, iria mudar a Cons-

tituição para que a União pudesse cuidar da segurança pública e na educação reformular o currículo do ensino básico e médio, realizar uma reforma federativa etc.... tá tudo no seu plano de governo registrado no TSE e pode ser visto no site do G1. Louca, desvairada, insana! Temos visto essa senhora na TV esbravejando com seus “dentões” a mostra de forma bem autoritária como se fosse “ DONA” do país! Aliás está rolando uma entrevista nas redes sociais da professora de Direito Penal da USP: Janaína Conceição Paschoal que fala justamente sobre isso. Ela diz que a Dilma e o Lula pensam que o país é deles! Diz que eles reverenciam ditaduras, os chefes de estado dos países fi nanciados por eles (com nosso dinheiro) são recebidos aqui com tapete vermelho e pensando bem, essa estória esdrúxula do Lula ter le-vado os presentes que são dados enquanto presidente achando que estava “limpo”, passa exatamente por aí! Tudo é deles, inclusive a Petrobras !

Manazinhas , a coisa é feia! E se não tomarmos medidas drásticas delimitando nosso espaço e mos-trando claramente que o país É DO POVO, vamos ter que amargar essa insanidade!

O louco amor e a mentira de um partido que se apa-relha pra dar O GOLPE são coisas intrínsecas, só nos resta nos posicionar fi rmemente CONTRA!

VIVA O BRASIL!

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Page 29: EM TEMPO - 3 de abril de 2016

MANAUS, DOMINGO, 3 DE ABRIL DE 2016D5Plateia

TV TudoCom respeito - 1José Bonifácio de Oliveira

Sobrinho, o Boni, não faz mui-to tempo, em longa entrevista ao “Morning Show” da rádio Jovem Pan, disse que o “Tá no Ar” faz piada que “90% das pessoas não entendem, pois ninguém sabe do que se trata”. A declaração do ex-todo-poderoso da Globo, evidentemente, provocou re-volta em muitos redatores e artistas do programa.

Com respeito - 2Marcius Melhem, um dos

principais nomes do “Tá no Ar”, no entanto, não se abalou com a declaração de Boni.

“Recebemos [a opinião] com respeito”, declarou o ator e roteirista, na contra-mão de outros colegas. Mais diplomático impossível.

Plano da Rede TV!Em relação ao trabalho

que pretende realizar du-rante a Olimpíada, a Rede TV! informa que, além do “RJ Notícias” dedicado ao evento, com acompanha-mento local e apresentação de Fábio Barreto, haverá co-bertura nacional em todos os programas jornalísticos e esportivos da casa.

Serão cerca de 40 profi s-sionais dedicados ao evento no Rio de Janeiro. Para com-pletar o time, dez colaborado-

res de São Paulo serão alocados na cidade maravilhosa.

Emplaca “Malhação”, temporada de

2013, está entre os progra-mas mais vistos do Rai Gulp, canal aberto TDT (Televisão Digital Terrestre), voltado para o público jovem.

A produção estreou em 3 de janeiro, às 13h50, e tem con-quistado entre 80 e 120 mil telespectadores diários, com picos de 140 mil. Números bastante expressivos para um canal temático no país. Essa é a primeira vez que “Malhação” é exibida na Itália.

De volta - 1Marcos Oliveira gravou par-

ticipação especial em dois episódios da segunda tem-

porada de “Os Suburbanos”, com estreia marcada para o dia 7 de abril no Multishow.

Ele vive seu Sharuf, sín-dico do condomínio luxuoso para onde Jefi nho do Pagode (Rodrigo Sant’Anna) se muda com a família. Rigoroso, ele vai implicar constantemente com o comportamento dos novos moradores.

De volta - 2Em uma das confusões,

seu Sharuf acaba preso, por discriminação e preconceito, e vai dividir a mesma cela com Jefi nho.

Trata-se do primeiro tra-balho de Oliveira na TV após 14 anos no ar como o Beiçola em “A Grande Família”, que teve seu encerramento em 2014 na Globo.

Bate – Rebate· Apesar dos muitos proble-

mas com o roteiro no início de trabalho, “Liberdade, Liberda-de” vai estrear na Globo com uma boa frente de capítulos gravados...

· ...Mérito da equipe coman-dada pelo diretor Vinicius Coimbra...

· ...Só lembrando: esta nova novela das 23h começou com autoria de Marcia Prates e su-pervisão de Euclydes Marinho...

· ...Marinho abandonou o barco e a “batata quente” foi parar nas mãos de Gloria Perez – que também pulou fora e foi cuidar da sua nova novela...

· ...Por fi m, “Liberdade” virou uma novela de Mário Teixeira com argumento de Márcia Pra-tes. Ufa! Estreia dia 11.

· Globo está desenvolvendo novos formatos para inseri-los dentro das transmissões do futebol.

· Bruno Gissoni investe em um espaço cultural no Rio de Janeiro.

Henri Castelli vai aparecer barbudo e com cabelos com-pridos na próxima novela das seis da Globo, “Sol Nascente”, de Walther Negrão com estreia em setembro. O papel é o de um tatuador, irmão da personagem de Letícia Spiller.

Então é assim. Mas ama-nhã tem mais. Tchau!

SBT pensa em ‘Gol Show’ para aniversário

C’est fi ni

Flávio Ricco

Colaboração:José Carlos Nery

[email protected]

Canal 1

Em agosto o SBT comemora 35 anos e pretende organizar uma programação especial voltada isso, mas que também possa “beliscar” alguma coisa em torno dos Jogos Olímpicos, realizados no mes-mo mês. É forte o comentário que uma dessas “novidades” será a volta do “Gol Show”. O programa simulava cobranças de pênalti. Por telefone, o participante acionava um canhão que disparava a bola ao comando da voz.

Muito trabalhoMilena Toscano foi

uma das atrizes mais exigidas durante as gravações da novela “Escrava Mãe”.

O que pouca gente sabe é que ela interpre-tou nada menos que quatro personagens na trama de Gustavo Reiz, um deles mas-culino.

A novela ainda não tem data de estreia defi nida na emissora.

EDU

MO

RAES

Márcio Braz*

*ator, diretor e cientista social

Diante da conjuntura política atual e dos meios de persuadir os mais de-savisados, a leitura da obra “As pos-sibilidades da política: ideias para a reforma democrática do Estado” de Marco Aurélio Nogueira (São Paulo: Paz e Terra, 1998) nos revela os vícios travestidos de democracia e de Estado, conjurando esforços para aquilo que hoje irresponsavelmente grupos a e b chamam de “golpe de Estado” e, claro, “ato em defesa da democracia” – depois trataremos mais deste assunto espinhoso.

O texto problematiza as possibili-dades de se pensar e construir uma política democrática que fundamente a reforma do Estado brasileiro for-te e modernizador, salientando suas principais ideias e sua relação com a sociedade civil. O autor trabalha essencialmente a partir da análise histórico-política do dilema constitu-tivo de uma modernização burguesa que se realiza como revolução passiva, na qual emerge como protagonista decisivo o Estado, fragilmente dotado de dimensão pública e republicana. Neste sentido, mostra o modo pelo qual o Estado se consagrou na história brasileira como associação de domínio e espaço privilegiado de apropriação privada, pelos setores dominantes, dos recursos públicos gerados pela sociedade. Esta capacidade das elites econômicas de privatizar o Estado deita suas raízes mais profundas na na-tureza fundamentalmente clientelista e prebendária do nosso sistema po-lítico-partidário, cujo transformismo reforça ainda mais a relação privada que os cidadãos estabelecem com sua representação política. A instituciona-lização disto tudo confi gurou no Brasil uma das técnicas mais efi cientes de controle social, de estilhaçamento das solidariedades cívicas, resultando em aprofundamento ou aumento do fosso entre Sociedade Civil e Estado.

O efeito mais nefasto desse cru-

zamento de processos consiste na emergência de uma cultura política desprovida de sentido público, o oposto de uma civic culture. Estas carências forneceram alguns dos elementos que ajudaram a difi cul-tar, entre nós, a constituição de uma burocracia pública, moderna, profi ssional, dotada da racionali-dade e legalidade necessárias ao cumprimento de suas tarefas em relação à sociedade. Esses defeitos congênitos propiciaram a adoção generalizada, no âmbito do Estado, do empreguismo gerador de sobre-posições de funções e competências, e o pior: a pouca responsabilidade dos servidores estatais na presta-ção de serviços públicos aos seus concidadãos. Estes graves défi cits de racionalidade estatal também se explicam pelo descaso das elites em promover a existência de estruturas escolares públicas formativas de recursos humanos e voltadas para a educação de servidores republi-canos, no sentido forte da pala-vra. Essas lacunas e insufi ciências, cristalizadas em padrões culturais difusos pela sociedade, contribuí-ram para reforçar no demandante de serviços do Estado a atitude do cliente e não a do cidadão, que no exercício de direitos que lhe são de fato e de direito assegurados, deve ser ciente dos deveres que tem para com o Estado. A cidadania como uma relação de determinações recíprocas ainda não se teria implantado fun-damente em solo brasileiro.

Assim, conclui o autor que nas diversas dobras desse processo ergueu-se um Estado hipertrofi a-do, operado por um presidencia-lismo imperial, autoritário, que não conta, para sua volúpia, com controles institucionais efi cien-tes. Ao contrário, estende sua pe-sada mão por todos os poderes da República.

Reforma democrá[email protected]

Márcio Braz

Insufi ciências cristalizadas em padrões culturais difusos pela sociedade, contribui para refor-çar no de-mandante de serviços do Estado a atitude do cliente e não a do cidadão, que no exercício de direitos assegura-dos, deve ser ciente dos deveres que tem para com o Esta-do”

ELVIS

MÁRIO ADOLFO

GILMAL

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MANAUS, DOMINGO, 3 DE ABRIL DE 2016D6 Plateia

ÁRIES - 21/3 a 19/4 As paixões e afetos têm algo de secreto, ou misterioso. Um dia es-pecial para as relações humanas, mas em torno de sutilezas. Algum benefício faz o trabalho deslanchar.

TOURO - 20/4 a 20/5 Você se afeiçoa intensamente a ideias e a pessoas que represen-tem alguma causa ou ideal. Pode não compreender aquilo pelo quê está se apaixonando, o que é um problema.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 O poderoso Plutão impulsiona sua

regente, a graciosa e afetiva Vênus, e toda a sua vida e suas motiva-ções ganham um teor altamente energético e vigoroso.

CÂNCER - 22/6 a 22/7 Momento para conhecer novas ideias e pessoas. Mude seu ponto de vista a respeito de algumas pessoas e relacionamentos. Sua vida fl uirá muito mais facilmente.

LEÃO - 23/7 a 22/8Momentos de empolgação com certas pessoas. Será mais fácil entender-se afetivamente, inclu-sive nas relações de trabalho, do

que racionalmente ou nos assuntos práticos.

VIRGEM - 23/8 a 22/9Um dia para os encontros, conver-sas e romances serem encantado-res e cativantes.Um forte magnetismo marca as relações amorosas. Você está mais sensorial e sensual.

LIBRA - 23/9 a 22/10 Mudanças no ambiente de trabalho e doméstico serão bem vindas neste dia. O conforto pode melhorar com as mudanças. Faça as coisas de um modo diferente.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11Sentimentos fortes e românticos aproximam você de pessoas dife-rentes, ou ainda fazem uma apro-ximação diferente e inusitada com as pessoas conhecidas.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12Momentos intensos, mas também harmoniosos, na afeição junto aos familiares. O bem estar faz você se sentir bastante bem acolhido e relaxado. Fique perto das pessoas.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1As amizades lhe reconfortam. Pro-cure a leveza e a diplomacia nas

relações. Dia propício para encon-tros marcantes, seja nos negócios, nos afetos ou para o ócio.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2 Momento para aceitar as limitações nas relações afetivas. É melhor estar com alguém que ama, mesmo em condições adversas, do que fi car completamente só. PEIXES - 19/2 a 20/3Sentimentos mais fortes podem ocorrer junto aos amigos ou amigas Um interesse afetivo ou de outra na-tureza aproxima vocês. Usufrua dos momentos gratifi cantes e intensos.

Horóscopo

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AÇÃO

“Temperatura Máxima” apresenta o “Príncipe da Pérsia”, às 12h50

4H45 Jornal Da Semana Sbt

6H Brasil Caminhoneiro

6H30 Turismo & Aventura

7H15 Acelerados

8H Chaves

10H Mundo Disney

12H Domingo Legal

14H Eliana

18H Roda A Roda Jequiti

18H45 Sorteio Da Telesena

19H Programa Silvio Santos

23H Conexão Repórter

0H Arqueiro

1H Mentalista

2H Crimes Graves

3H Big Bang

3H30 Igreja Universal

5H Santo Culto Em Seu Lar5H30 Bíblia Em Foco5H55 Escola Do Amor Responde6H55 Record Kids8H Record Kids9H Bingo - Amazonas Da Sorte10H Domingo Show14H30 Hora Do Faro18H30 Domingo Espetacular22H15 Repórter Em Ação23H15 Roberto Justus +0H15 Programação Iurd

6H30 Santa Missa No Seu Lar

7H30 Big Time Rush

8H30 Power Rangers

9H30 Qual É O Desafi o?

10H45 Verdade E Vida

11H Pé Na Estrada

11H30 Pague Menos Sempre Bem

12H Os Simpsons

12H30 Band Esporte Clube

14H Gol O Grande Momento Do

Futebol

14H30 Campeonato Carioca - Vasco X

Volta Redonda

16H50 3º Tempo

18H40 Só Risos

19H40 Só Risos

21H20 Pânico Na Band

0H15 Canal Livre

1H15 Wendell & Vinnie

1H45 Ei Arnold!

2H05 Igreja Universal

4H54 Santa Missa5H55 Amazônia Rural6H23 Pequenas Empresas, Grandes Negócios 6H56 Globo Rural7H50 Esporte Espetacular * Superliga Feminina De Vôlei - Rio De Janeiro X Praia Clube (Final)11H Fórmula 1 Grande Prêmio Do Bahrain12H50 Temperatura Máxima - Príncipe Da Pérsia - As Areias Do Tempo15H Campeonato Carioca - Vasco Da Gama X Volta Redonda17H Domingão Do Faustão20H Fantástico22H15 Big Brother Brasil23H03 Planeta Extremo23H32 Domingo Maior - 12 Rounds 21H05 Flash Big Brother1H10 Sessão De Gala - Cyrus2H32 Corujão - Fugindo Do Passado3H55 Segredos Do Paraíso

Programação de TV

CruzadinhasCinemaESTREIAS

CONTINUAÇÃO

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AÇÃO

Batman Vs. Superman – A Origem da Jus-tiça: EUA. 10 anos. Kinoplex 2 – 17h30, 20h40 (dub/diariamente), Kinoplex 3 – 14h, 17h05, 20h10 (3d/dub/diariamente), Kinoplex 5 – 18h (3D/dub/diariamente), 21h (3D/leg/diariamente); Playarte 1 – 14h25, 17h30, 20h35, 23h40 (dub/diariamente), Playarte 3 – 13h, 16h30, 20h, 23h (dub/diariamente), Playarte 5 – 18h, 21h05 (dub/diariamente).

Zootopia: EUA. Livre. Kinoplex 3 – 13h55, 16h20, 18h55 (dub/diariamente), Kinoplex 5 – 15h40 (3D/dub/diariamente); Playarte 10 – 13h40, 16h, 18h20, 20h40 (dub/diariamente).

Ressurreição: EUA. 12 anos. Playarte 8 – 13h30,

18h25 (dub/diariamente).

A Série Divergente – Convergente Parte 1: EUA. 12 anos. Kinoplex 5 –13h10 (dub/diariamente), Kinoplex 8 -15h45, 20h50 (dub/diariamente).

Kung Fu Panda 3: EUA. Livre. Playarte 1 – 12h25 (dub/diariamente).

50 Tons de Preto: EUA. 14 anos. Playarte 9 – 20h15 (dub/diariamente).

Os Dez Mandamentos – O Filme: BRA. 12 anos. Playarte 5 – 13h, 15h30 (diariamente), Playarte 6 – 14h, 16h40, 19h10, 21h35 (diariamente).

Casamento Grego 2: EUA. 14 anos. Toula (Nia Var-dalos) e Ian (John Corbett) estão casados, e passam bastante tempo tentando compreender a problemá-tica fi lha adolescente. Mas quando o casal descobre que um casamento de sua família nunca foi ofi ciali-zado pela religião, todos os Portokalos se reúnem para mais um grande ca-samento grego. Kinoplex 1 – 15h15, 17h20, 19h25 (dub/diariamente), 21h30 (leg/diariamente), 13h15 (dub/somente sábado e do-mingo); Playarte 4 – 13h, 14h55, 17h, 19h, 23h15 (dub/diariamente), 21h10 (leg/diariamente).

Visões do Passado: AUS. 14 anos. O psicólogo Peter Bower e sua esposa decidem re-tornar a Melbourne, na Austrália, lugar onde se conheceram, para tentar começar uma vida nova e deixar o evento traumático que marcou suas vidas para sempre no passado: a morte de sua fi lha de 12 anos em um trágico acidente. Uma vez instalados na cidade, Bower re-cebe a ajuda do Dr. Duncan, que realiza uma triagem de pacientes e os encaminha para o consultório do psicólogo como uma forma de Bower retornar ao trabalho mais facilmente. Quando tudo parecia se acertar, quando a vida parecia voltar aos trilhos, Bower descobre um terrível elo entre alguns de seus pacientes que o obriga a retornar a sua cidade natal e a confrontar um dilema que só ele pode solucionar. Kinoplex 2 – 13h30, 15h30 (dub/diaria-mente), Kinoplex 4 – 21h15 (dub/diariamente); Playarte 7 – 13h20, 15h20, 17h20, 21h20, 23h30 (dub/diariamente), 19h20 (leg/diariamente).

SBT GLOBO BAND RECORD

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APRESENTAÇÕES

O espetáculo de teatro “A estrada”, da Companhia de Teatro Arte e Fato, inicia uma nova temporada de apresen-tações, passando pela capi-tal e municípios do interior do Amazonas. Contemplado pelo Edital de Conexões Cul-turais da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), em fevereiro, a peça foi apresentada no Tea-tro Amazonas e representou a região Norte, no Festival Tom Brasil Regional, em São

Paulo.Quatro apresentações já

estão agendadas para este mês. Hoje, “A estrada”, que tem direção de Douglas Ro-drigues, será apresentada na Orla do Município de Itacoa-tiara. Já na quarta-feira (6), a encenação vai ser na Escola Municipal Themístocles Pi-nheiro, no Jorge Teixeira, zona Leste de Manaus. No dia 10, será a vez do município de Parintins receber o espetá-culo, no Bumbódromo, e, de

volta a Manaus, o Les Artistes Café Teatro apresentará a montagem nos dias 17 e 18.

Apresentada pela primeira vez em 2013, “A estrada” é inspirada em fatos reais e narra um dos episódios mais marcantes da história da Amazônia: a construção da BR-174, que liga Manaus a Boa Vista, entre as décadas de 1970 e 1980, em plena di-tadura militar, e que resultou em um genocídio de povos indígenas.

Nova temporada entra em cenaDIV

ULG

AÇÃO

[email protected]

Guto Oliveira

O casal Amin Aziz e Kamila Jeniff er em noite que reuniu família e primeiro time da cidade.

Spot

SILVIA CASTRO

***

Com o diferencial de oferecer oficinas de teatro, música, até mesmo aulas de culinária e entre outras atividades, tudo em inglês, a Wizard inaugurou na noite da última quarta-feira (30) a primeira unidade voltada para atender somente o pú-blico kids. Com professores qualificados e uma didática especial preparada e dire-cionada para crianças com faixa etária de 5 a 11 anos, a unidade promete ser refe-rência na cidade.

***

A Empresa de Processa-mento de Dados Amazonas S.A (PRODAM) informa as novas datas do processo seletivo para contratação de estagiários. Os interes-sados podem se inscrever gratuitamente no site www.prodam.am.gov.br, do dia 11 a 15 de abril. Em se-guida, os candidatos terão do dia 18 a 20, das 9h às 15h, para apresentação de documentos e homologa-ção da inscrição na sede da empresa. A prova ob-jetiva acontece no dia 8 de maio, com avaliação de conhecimentos em atuali-dades, português, além de questões específicas e ra-ciocínio lógico. Atendendo a uma recomendação do Tribunal de Contas do Esta-do (TCE), por intermédio da 7ª Procuradoria de Contas, a redação foi retirada do processo seletivo.

***

O 1° FGV Open Academia de Tênis, torneio oficial vá-lido pela Primeira Etapa do Campeonato Amazonense, vai reunir 300 tenistas na Academia de Tênis, na Ponta Negra, a partir deste final de semana, até 10 de abril, va-lendo pontos para o ranking da Federação Amazonense de Tênis (FAT). A entrada é franca. A competição é rea-lizada simultaneamente com a seletiva Infanto-Juvenil da Região Norte da Confedera-ção Brasileira de Tênis (CBT), com representantes dos es-tados do Pará, Amapá, Acre, Rondônia e Roraima.

***

A tradicional Corrida Tiradentes, que terá sua 33a edição disputada no dia 21 de abril, já está com as inscrições abertas. Com largada e chegada em frente ao Anfiteatro da Ponta Negra, a com-petição deve reunir esse ano mais de 3 mil atletas. Organizada pelo Comando da Polícia Militar do Estado do Amazonas, a corrida traz algumas novidades, entre elas, o patrocínio da Coca-Cola, que estará realizando diversas ações durante o evento.

***Localizado na praça de

alimentação do Sumaúma Park Shopping, o Espaço Kids da exposição inter-nacional “Transformers” já

conquistou o público. Ape-sar de ser nomeado “kids”, o espaço também é dire-cionado para os adultos. No complexo que funciona diariamente de 14h às 21h, adultos e crianças podem se divertir em uma gran-de piscina de bolinhas. O tempo de permanência no espaço é de 10 minutos, qualquer pessoa paga ape-nas R$ 5 para entrar e ao final recebe uma foto per-sonalizada e uma máscara do Transformers.

***A partir do dia 4 de abril

acontece mais uma edição da campanha “Parking Gourmet” do Shopping Ponta Negra, que oferece aos seus clientes es-tacionamento convencional gratuito no período de 3 horas, para quem consumir o valor mínimo de R$30 nos restau-rantes, fast foods e quiosques no horário entre 11h e 15h. A isenção no valor do estacio-namento estende-se até o dia 15 de novembro.

***Hoje, o Almirante Hall re-

cebe mais um ensaio-show da Batucada encarnada do boi-bumbá Garantido. Os ingressos custam R$20 e R$ 10 (meia-entrada); área VIP R$25 e camarote para 12 pessoas R$300 e R$30 individual. Uma das atra-ções mais aguardadas é o levantador oficial, Sebas-tião Júnior, que promete um show com um set list de toadas antigas e novas para animar a galera.

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