em tempo - 17 de novembro de 2013

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MÁX.: 33 MÍN.: 24 TEMPO EM MANAUS FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO E CONCURSOS. A MORTE DO AMAZONENSE PEDRO NICOLAS, UMA DAS PROMESSAS DA NATAÇÃO BRASILEIRA, VÍTIMA DE ATROPELAMENTO, EM VITÓRIA, TROUXE À TONA A VIOLÊNCIA NO TRÂNSITO. SÓ EM MANAUS, DE JANEIRO ATÉ O DIA 11 DE NOVEMBRO, FORAM 219 ACIDENTES COM VÍTIMAS FATAIS, SEGUNDO O MANAUSTRANS. DIA A DIA C1 A C7 TRÂNSITO MATOU 219 EM MANAUS ANO XXVI – N.º 8.180 – DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO O JORNAL QUE VOCÊ LÊ VENDA PROIBIDA EXEMPLAR DE ASSINANTE PREÇO DESTA EDIÇÃO R$ 2,00 CB IMAGENS Plateia D1 Moacir Andrade em videodança Última Hora A2 Chilenos vão às urnas hoje Economia B2 Android é queridinho do consumidor Clube do Carro Antigo realiza, hoje, uma mostra de carros que por muitos anos foram sensa- ção no Brasil. Plateia D3 Veículos antigos em exposição HISTÓRIA Para reorganizar o funcio- namento do intestino, água de coco é a opção. Saúde F2 Revista revela as tendên- cias da moda nos próximos meses. Elenco 20 e 21 Cinco regras básicas de cores para manter ambiente harmonioso. Imobiliário 7 Hitler (foto) escondeu obras de arte em minas para fazer mu- seu. Ilustríssima G4 e G5 VASCO X TIMÃO Vasco foca na vitória hoje para não cair e joga contra um Corinthians em crise, por conta da saída de Tite, no fim do ano. Pódio E7 DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO PIZZOLATO FOGE. DELÚBIO SE ENTREGA ENQUANTO O EX-TESOUREIRO DO PT DELÚBIO SOARES SE ENTREGOU, ONTEM, À POLÍCIA FEDERAL EM BRASÍLIA, O EX- DIRETOR DE MARKETING DO BANCO DO BRASIL HENRIQUE PIZZOLATO ESTÁ FORAGIDO, NA ITÁLIA. A INTERPOL ESTÁ EM CONTATO COM AUTORIDADES ITALIANAS. UM AVIÃO DA FORÇA NACIONAL CONDUZIU, NA TARDE DE ONTEM, OS MENSALEIROS PARA BRASÍLIA. ÚLTIMA HORA A2 E PAÍS B6 Clube resgata a história dos grandes automóveis Jatinho da Polícia Federal (PF), no aeroporto de Congonhas, que levou José Dirceu e José Genoino, presos condenados no julgamento do mensalão, para Brasília

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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MÁX.: 33 MÍN.: 24TEMPO EM MANAUSFALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700

ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO E CONCURSOS.

A MORTE DO AMAZONENSE PEDRO NICOLAS, UMA DAS PROMESSAS DA NATAÇÃO BRASILEIRA, VÍTIMA DE ATROPELAMENTO, EM VITÓRIA, TROUXE À TONA A VIOLÊNCIA NO TRÂNSITO. SÓ EM MANAUS, DE JANEIRO ATÉ O DIA 11 DE NOVEMBRO, FORAM 219 ACIDENTES COM VÍTIMAS FATAIS, SEGUNDO O MANAUSTRANS. DIA A DIA C1 A C7

TRÂNSITO MATOU 219 EM MANAUS

ANO XXVI – N.º 8.180 – DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO

O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

VENDA PROIBIDA

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ASSINANTEVENDA PROIBIDA

EXEMPLARDE

ASSINANTE

PREÇO DESTA EDIÇÃO

R$

2,00

CB IM

AGEN

S

Plateia D1

Moacir Andrade em videodança

Última Hora A2

Chilenos vão às urnas hoje

Economia B2

Android é queridinho do consumidor

Clube do Carro Antigo realiza, hoje, uma mostra de carros que por muitos anos foram sensa-ção no Brasil. Plateia D3

Veículos antigos em exposição

HISTÓRIA

Para reorganizar o funcio-namento do intestino, água de coco é a opção. Saúde F2

Revista revela as tendên-cias da moda nos próximos meses. Elenco 20 e 21

Cinco regras básicas de cores para manter ambiente harmonioso. Imobiliário 7

Hitler (foto) escondeu obras de arte em minas para fazer mu-seu. Ilustríssima G4 e G5

VASCO X TIMÃOVasco foca na vitória hoje para não cair e joga

contra um Corinthians em crise, por conta da saída de Tite, no fi m do ano. Pódio E7

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AÇÃO

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ULG

AÇÃO

PIZZOLATOFOGE. DELÚBIO

SE ENTREGAENQUANTO O EX-TESOUREIRO DO PT DELÚBIO SOARES SE ENTREGOU, ONTEM, À POLÍCIA FEDERAL EM BRASÍLIA, O EX-DIRETOR DE MARKETING DO BANCO DO BRASIL HENRIQUE PIZZOLATO ESTÁ FORAGIDO, NA ITÁLIA. A INTERPOL ESTÁ EM CONTATO COM AUTORIDADES ITALIANAS. UM AVIÃO DA FORÇA NACIONAL CONDUZIU, NA TARDE DE ONTEM, OS MENSALEIROS PARA BRASÍLIA. ÚLTIMA HORA A2 E PAÍS B6

Clube resgata a história dos grandes automóveis

Jatinho da Polícia Federal (PF), no aeroporto de Congonhas, que levou José Dirceu e José Genoino, presos condenados no julgamento do mensalão, para Brasília

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A2 Última Hora MANAUS, DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013

Pizzolato foge para a ItáliaCondenado no mensalão, ex-diretor do Banco do Brasil já está sendo considerado foragido pela Polícia Federal. Dos doze réus com mandado de prisão, ele foi o único que não havia se apresentado até ontem às autoridades

O ex-diretor de Ma-rketing do Banco do Brasil, Henrique Pi-zzolato, um dos 12

condenados do mensalão que tiveram a prisão preventiva decretada é o único que não se apresentou, até a tarde de on-tem, e já está sendo considera-do fugitivo pela Polícia Federal. Conforme nota da PF, Pizzolato estaria foragido na Itália, país onde também tem nacionali-dade. Um delegado da polícia esteve na casa para buscar o acusado e a família disse que ele já estava na Itália. Pizzolato tem cidadania italiana.

O ex-diretor do BB foi o primeiro a ter a prisão decre-tada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão - na última sexta-feira. Segundo a PF, ele não frequenta o apartamento dele em Copacabana, Zona Sul, há dois meses.

Ele era o último a não se entre-gar da lista dos 12 condenados por envolvimento no esquema do mensalão que haviam tido a prisão decretada.

A Interpol está em contato com autoridades italianas. A inteligência da polícia recebeu informação de que ele teria viajado para a Itália há 45 dias e teria saído do país por terra até o Paraguai.

Na última quarta-feira, os ministros do STF rejeitaram por unanimidade recurso apresen-tado pelo ex-diretor do Banco do Brasil. Com isso, ficou man-tida a pena de 12 anos e sete meses de prisão em regime

fechado estabelecida pela corte no ano passado pelos crimes de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro.

Delúbio se entregaO ex-tesoureiro do PT De-

lúbio Soares despistou a imprensa e entregou-se na direção da Polícia Federal em Brasília. Ele era espera-do na superintendência do órgão, que fica no final da Asa Sul da capital.

Assim, toda a antiga cúpula do PT no primeiro governo Lula está presa. Ao fugir da impren-sa, Delúbio distanciou-se da atitude desafiadora de seus ex-chefes José Dirceu e José Genoino, que posaram para fotos com punhos cerrados antes da prisão ontem.

Apenas o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato ainda não se entregou.

No prédio da direção da PF, em Brasília, a informação na portaria é de que Delúbio chegou por volta das 10h30. Ele foi condenado a 8 anos 11 meses por participação no mensalão, mas cumprirá inicial-mente em regime semiaberto a pena de 6 anos e 8 meses por corrupção ativa.

Sua condenação por for-mação de quadrilha será alvo de um novo julgamento no ano que vem, quando serão analisados os recursos cha-mados embargos infringen-tes. Se for mantida sua pena, ele deverá ir para o regime fechado - destinado a penas superiores a 8 anos.

Após terem se entregado à Polícia Federal ontem, os presos por envolvimento no mensalão José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil e o deputado José Genoino, ex-presidente do PT, embarca-ram, por volta das 14h de ontem, em avião da PF rumo

a Brasília. Num acordo com a defesa de ambos, eles foram sem algemas.

A mesma aeronave tam-bém levou os condenados no julgamento do mensalão que foram detidos em Belo Hori-zonte. Dirceu e Genoino foram condenados a cumprir pena

em regime semiaberto, mas serão transferidos a Brasília para se apresentarem à vara de execução penal do DF. Os sete condenados no processo do mensalão que se apresen-taram na tarde de sexta-feira na Superintendência da PF de Belo Horizonte deixaram

a capital mineira na tarde de ontem em direção a Brasília, onde ficarão presos.

Os presos são Marcos Valé-rio Fernandes de Souza, Cris-tiano Paz, Simone Vascon-celos, Romeu Queiroz, Kátia Rabello, Ramon Hollerbach e José Roberto Salgado.

Dirceu, Genoino e Valério já estão em Brasília

Avião da Polícia Federal levou, ontem, para Brasília, todos os 11 condenados que se entregaram às autoridades na sexta-feira

REPRODUÇÃO TV

População chilena vai às urnasO Chile que vai às urnas

hoje para eleger uma nova presidente - as duas princi-pais candidatas são Michelle Bachelet, da centro-esquer-da, e Evelyn Matthei, da direi-ta - não busca apenas o que antes tinha como prioridade: o desenvolvimento econô-mico. O país, que no ano passado cresceu 5,6%, quer menos desigualdade social.

Nesse contexto, é o modelo

de crescimento, visto como neoliberal, e o sistema políti-co do país que estão em jogo no pleito de hoje, disputado por nove candidatos.

Segundo a pesquisa La-tinobarômetro divulga-da no início do mês, em ranking elaborado com 18 países da América La-tina, o Chile aparece em último lugar no quesito interesse por política.

E o país alcança a an-tepenúltima colocação da pesquisa, com 28%, quando a pergunta é: “O governo pode resolver os problemas nos próximos 5 anos?”.

“A população quer a de-mocracia, mas existe uma insatisfação grande com as oportunidades, com a possibilidade de mobilidade social. O Chile é um país mais rico, mas as pesso-

as não conseguem mudar suas condições sociais”, afirmou à reportagem Mar-ta Lagos, diretora no Chile da Latinobarômetro.

Por isso, segundo ela, te-mas que surgiram de pro-testos da população, como a mudança no sistema edu-cacional reivindicada por es-tudantes e professores e a reforma tributária, entraram na campanha eleitoral.

HOJEPolícia prende suspeito de compor facção criminosa

Policiais da 7º Companhia Interativa Comunitária (Ci-com) prenderam um homem suspeito de participar da facção criminosa Família do Norte (FDN), identificado como Jean Geovane Souza Menezes, 19. Ele foi encon-trado em via pública, no beco Jupiá, no Japiim, Zona Sul, no fim da noite da úl-tima sexta-feira, com uma porção de substancia en-torpecente, possivelmente pasta base de cocaína.

O suspeito foi apresenta-do no 3º Distrito Integra-do der Polícia (DIP), bairro Petrópolis, Zona Sul e será encaminhado à Cadeia Pú-blica Raimundo Vidal Pes-soa, no Centro.

Também foi capturado pela polícia neste feriado o fugitivo do Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), Ro-zivaldo Ribeiro dos Santos, 30, no ramal Novo Paraíso, localizado na BR-174 (Ma-naus-Boa Vista).

Segundo relatos da Polí-cia Militar, uma denúncia anônima informou sobre o esconderijo de Rozivaldo. Quando a polícia chegou ao local, foi recebida a ti-ros pelo foragido e mais dois suspeitos. Durante a ação, Rozivaldo recebeu um tiro de raspão e foi levado ao pronto socorro 28 de Agosto, mas passa bem e será encaminhado à Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa, no Centro.

Preso em flagrante por trá-fico de drogas, Rozivaldo fugiu do Ipat durante a rebelião de 9 de julho de 2013, junto a mais de 170 detentos.

AssassinatoO comerciante Nicério

dos Santos, 33 foi assas-sinado na madrugada de ontem, no bairro São José 1, Zona Leste. Segundo informações de testemu-nhas, um homem ainda não identificado invadiu o bar de Santos, locali-zado na rua J, e dispa-rou mais de cinco tiros contra o proprietário.

Pelo menos três tiros atin-giram o corpo do comer-ciante que ainda foi levado com vida por familiares ao pronto socorro João Lúcio, na Zona Leste, mas não so-breviveu aos ferimentos.

Segundo dados da Po-lícia Militar, após atingir o comerciante, o atirador fugiu em uma motocicleta, que o aguardava próximo ao bar. A placa do veículo não foi identificada e a polícia ainda não tem pis-tas da autoria do crime. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) e o caso será investi-gado pela Delegacia Espe-cializada em Homicídios e Sequestros (DEHS).

FAMÍLIA DO NORTE

CAPTURAUma denúncia anônima levou a PM a capturar um foragido do siste-ma penal do Estado, o presidiário Rozivaldo Ribeiro dos Santos. Ele foi detido no ramal Novo Paraíso, localiza-do na BR-174

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MANAUS, DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013 A3Opinião

O PT e a Igreja do Ministério Internacional da Restauração ensaiaram, nesta semana, uma ação conjunta contra os 11 meses de administração do prefeito Arthur Virgílio Neto. Não tem sido incomum o alinhamento de forças das várias denominações de esquerda com as inúmeras denominações das seitas cristãs, basta que as alvíssaras de uma eleição aqueça com suas trombetas os homens de boa vontade. O presidente do PT, João Pedro, suplente do senador Alfredo Nascimento (PR), cobra, em Manaus, do tucano Arthur Virgílio Neto, o que ele próprio não conseguiu como esforçado diretor do Boi Garantido, em Parintins: enfrentar “as questões estruturantes”. Pelo tom do discurso, João Pedro parece manter-se perfeitamente convencido pela propaganda leviana do governo federal que prometeu, “sem medo de morder a língua”, realizar em quatro anos, nas cidades-sede da Copa do Mundo 2014, o que “os governos anteriores” não foram capazes de idealizar e construir em 40. Quatro anos já se passaram desde a conquista de sediar a Copa do Mundo e as Olimpíadas, intermediadas por uma Copa das Confederações, realizada no mesmo ambiente provinciano de antes do delírio.

A promessa foi feita antes das eleições dos 12 prefeitos que estão descascando abacaxis e pepinos e não conseguem livrar-se deles. A outra mão que balança o berço, nesse somatório de esforços contra o prefeito do PSDB, é o pastor vereador Marcel Alexandre (PMDB), fi el seguidor também do senador Eduardo Braga, a quem presta contas de todos os passos de Arthur em Manaus. Nada mais salutar para uma sociedade do que uma democracia e nada revigora mais uma democracia do que uma oposição. Mas uma oposição consciente do que e contra que está se opondo. Dizer, simplesmente, “não gosto” não é oposição nem altera o cardápio.

Contexto3090-1017/8115-1149 [email protected]

Para a qualidade do asfalto que está sendo colocado no recapeamento das ruas de Manaus, chegando, em alguns casos, a 10 cm. Bem diferente daquele que ia embora na primeira chuva forte.

Asfalto de qualidade

APLAUSOS VAIAS

Luta armada

Numa época de caça às bruxas, de tortura, assassina-tos, desaparecimentos, cen-sura e perseguições, muitos fugiram do país.

Já Dirceu, mesmo depois de ser trocado pelo em-baixador norte-americano, esteve em Cuba onde fez treinamento de guerrilha.

Clandestinidade

Mesmo considerado um ini-migo do regime, Zé Dirceu não ficou escondido no exílio.

Fez uma plástica para mu-dar o rosto e, na clandestinida-de, retornou ao país. Zé Dirceu teve a ousadia de retornar ao país para continuar sua luta.

Resistência

Convenhamos, pou-cos teriam a coragem que ele teve.

Mesmo agora, quando caiu em desgraça, Dirceu man-dou avisar que a prisão não vai abatê-lo nem tirá-lo da vida política.

— Eu não vou me dobrar. Eu vou continuar lutando. Nenhuma prisão vai prender a minha consciência.

Guerrilha

O mesmo se pode di-zer do deputado licenciado José Genoino (PT).

Não se questiona qual foi seu grande erro. Isso cabe à justiça dizer. Mas o ex-parlamentar também colo-cou sua vida em risco no combate ao regime dita-torial. Esteve na guerrilha do Araguaia e, se está vivo para cotar, é porque foi me-tralhado durante confronto com os militares.

Cada uma

Aconteceu no balcão do ae-

roporto Eduardo Gomes.Durante o check in de um

voo da Azul para Tefé, dois jornalistas do EM TEMPO supreenderam-se com a proposta da funcionária.

— Qual a possibilidade de vocês viajarem amanhã?

— Como assim?...— É que vai haver um con-

curso público lá e nós estamos levando o material. Queremos evitar o peso.

— Problema de vocês e deles. O que nós temos a ver com isso? – respondeu um deles, se dirigindo ao portão de embarque.

Nas Alagoas

O prefeito de Manaus, Ar-thur Virgílio Neto, recebeu nesta sexta-feira, 15, a me-dalha do “Mérito da Repú-blica Marechal Deodoro da Fonseca”, concedida pelo Governo de Alagoas.

A honraria é concedida a personalidades que se des-tacam em defesa dos prin-cípios republicanos e do desenvolvimento social e econômico do país.

Aniversário

Além da honraria, o pre-feito, que fazia aniversário neste dia 15 de novembro, teve direito a um bolo surpre-sa e ao “Parabéns pra você”, no final da solenidade.

Espírito de luta

— O Arthur Virgílio Neto é uma das pessoas que mais representam os prin-cípios republicanos, com sua coragem, espírito de luta em favor do país, sua generosidade e grandeza e seu espírito público –, disse o governador de Ala-goas, Teotônio Vilela Fi-lho, ao entregar a medalha e o diploma da ordem ao prefeito de Manaus.

Faz escuro

A senadora Vanessa Grazzio-tin (PCdoB-AM) disse que reco-nhece o esforço da Eletrobrás Amazonas Energia.

Mas a empresa tem a responsabilidade de se di-rigir à população e expli-car o que está acontecendo em relação aos constantes apagões em Manaus.

Faz escuro 2

A senadora comunista cobrou explicações da empresa disponi-bilizadas em sua página na inter-net, informando que as quedas de energia ocorreram em razão de fortes chuvas, intensas raja-das de vento e descargas elé-tricas, “não são sufi cientes para explicar o problema”.

Portas fechadas

A maioria das 5.564 pre-feituras do país deverá fe-char suas portas no dia 13 de dezembro.

Trata-se de um protesto con-tra o governo federal, em vir-tude das baixas nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Mãos atadas

A ideia é difi cultar a manu-tenção dos serviços essenciais à população e o pagamento dos salários dos servidores.

Dessa forma, não será permitido que os prefei-tos de honrem compromis-sos básicos, tendo em vis-ta o comprometimento das receitas municipais.

Mobilização O movimento é apoiado

pela União Brasileira de Mu-nicípios (UBAM), cuja equipe está percorrendo todos os Estados brasileiros, em busca da adesão das assembleias le-gislativas, para realização das audiências públicas.

Para alguns jornais e sites que publicaram a foto da fi lha de José Dirceu, Antônia, de 3 anos. Isso é proibido em qualquer lugar do mundo e, depois, o que a criança tem a ver com os problemas do pai?

Linchamento midiático

A prisão do ex-ministro José Dirceu divide opiniões no país.Para os que querem ver o PT pelas costas, foi feito justiça e “lugar de corrupto é na

cadeia.” Mas, para quem conhece a história do ex-líder estudantil que empenhou sua vida no combate à ditadura, a história — e muito menos o destino –, não fez justiça.

A história fez justiça?

DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO

[email protected]

Ação conjunta contra o prefeito

Um quer implantar o BRT (Bus Rapid Transport), outro prefere o Aero-Trem cortando a cidade de norte a sul, de leste a oeste e outro ainda quer o metrô e pelo menos sabe que esse é o melhor transporte urbano, o grande tatu que se desloca livremente por baixo de tudo e de todos.

Para qualquer dos três projetos, sabemos que não temos o dinheiro necessário e nem podemos pedi-lo à Dilma que, fi el ao mestre, está obcecada pela ideia de um trem-bala para ligar o Rio a São Paulo, ao custo de alguns bilhões.

Além do dinheiro, faltam tam-bém espaços e vias para as duas primeiras possibilidades e para a terceira, a mais inteligente, não há grana mesmo.

Aí, ao invés de buscarem-se as coisas mais dentro do nosso alcance e da nossa competência, dispersamos nossos parcos re-cursos na construção de um está-dio de quase nenhuma serventia ou de uma ponte que nenhum dos nossos problemas urbanos veio a resolver.

Por justiça, é de se reconhecer que Arthur, o prefeito, vê a nos-sa crua realidade e se esforça em melhorar o que temos: uma cidade cheia de problemas, onde faltam as mínimas condições ur-banas quando se sai de uma restrita área central que nos foi legada por antigas administra-ções e pela “colonização” ingle-sa, bem antes dos populistas e demagogos de há pouco.

Como comecei falando de trans-porte e mobilidade, pergunto com a maior simplicidade: por que, antes de implantar o BRT, não conse-guimos que os ônibus que hoje temos trafeguem com urbanidade, à direita das vias, sem a sede das ultrapassagens e adquiram o hábi-to de pegar e largar os passageiros

junto às calçadas?Por que não penalizamos e faze-

mos recuar os que se apoderaram criminosamente dos espaços pú-blicos? É revoltante, por exemplo, ver, na rua Tarumã, quase esquina com a Major Gabriel, uma ofi cina que resolveu se expandir para a frente e chegou sua parede até a sarjeta. No acesso ao bairro de São Raimundo, logo que se atravessa a Ponte da Aparecida, são várias as casas que avançaram paredes e grades para fazer da calçada suas garagens, uma prática que se espalha por toda a cidade.

Em resumo, há muito a fazer na cidade, a começar pelo mais simples e básico.

O prefeito recuperou o mercadão e se esforça por sanear o centro histórico, ainda vilipendiado por camelôs e outros invasores, além de estar oferecendo um piso de qualidade para as nossas ruas.

Se o trânsito melhorar, todos sen-tiremos os benefícios. Mas, para isso, necessário será sinalizar a cidade e aumentar o efetivo dos patrulheiros, para educar e reprimir duramente os infratores contu-mazes. O estacionamento pago funciona nas maiores cidades do mundo e pode funcionar aqui.

Vias e espaços urbanos precisam ser totalmente aproveitados. Não podemos dar-nos o luxo de não utilizá-los. A Praça do Congresso, por exemplo, recuperou a sua bele-za original e bem poderia também recuperar sua original funcionali-dade, abrindo suas vias ao trânsito, como outrora foi, e desafogar a Eduardo Ribeiro.

Hoje temos um prefeito que está longe de ser provinciano, um cidadão cosmopolita, que conhece o mundo civilizado e certamente sabe que, com pe-quenas providências, muita coisa pode ser mudada.

João Bosco Araú[email protected]

João Bosco Araújo

João Bosco Araújo,

Diretor Executivo do Amazonas EM

TEMPO

Fazer o que se pode

[email protected]

Charge

O prefeito recuperou o mercadão e se esforça por sanear o centro his-tórico, ainda vilipendiado por camelôs e outros inva-sores, além de estar ofe-recendo um piso de quali-dade para as nossas ruas”

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A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013

FrasePainelVERA MAGALHÃES

Em meio à discussão sobre a perda dos mandatos de deputados condenados à prisão no julgamento do mensalão, surge na Câmara uma articulação para acelerar a aprovação do fi m do voto secreto para cassações. A ideia seria destacar e votar apenas este tópico da proposta de voto aberto que tramita na casa. Como o artigo já foi aprovado pelo Senado, poderia ser promulgado separadamente e aplicado quando a perda de mandato dos deputados presos for levada a plenário.

Sinuca A manobra enfren-ta resistência de parte das bancadas do PMDB e do PT, que pretendiam aprovar o voto aberto para todas as decisões do Congresso.

Refresco Cardeais do Senado, no entanto, gos-tariam de ver a medida aprovada na Câmara, para evitar a pressão sobre os senadores pela demora na aprovação do texto.

Próximo... Apesar de Jo-aquim Barbosa não ter ex-pedido mandados de prisão para réus que apresenta-ram embargos infringen-tes sem quatro votos pela absolvição, é consenso no STF que esses recursos se-rão rejeitados nas próximas sessões da corte.

... capítulo O relator do pro-cesso do mensalão abriu es-paço para determinar o cum-primento dessas penas na sessão de quarta-feira, quan-do declarou que os embar-gos de declaração apresen-tados por outros réus eram apenas “protelatórios”.

E eu? Os próprios con-denados estavam confusos ontem quanto ao momento da execução dos mandados

de prisão. Um dos réus que apresentaram embargos in-fringentes sem os requisitos regimentais chegou a viajar a Brasília e arrumou seus per-tences, mas não foi preso.

Trending Repercutiu mal no PT a postagem de Dilma Rousseff no Twitter em que destacou o combate à corrup-ção no dia em que próceres do partido foram presos por determinação do STF.

Protocolo Dilma e o mi-nistro Aloizio Mercadante (Educação) foram os últimos a se levantar para aplaudir quando, no congresso do PC do B, o presidente da sigla, Renato Rabelo, comparou as prisões de petistas no men-salão à inquisição e fez duras críticas ao Supremo.

Mais-valia Ao lado de ca-necas, camisetas e outros produtos à venda, a lojinha do Congresso do PC do B exibia em destaque uma biografia de Getúlio Vargas, que entre-gou aos nazistas a comunista Olga Benário.

Pé... Eduardo Campos (PSB) buscará estreitar re-lações com empresários do setor de infraestrutura. O pessebista, que já se reu-

niu com representantes do setor elétrico, vai agendar para este mês um encon-tro com concessionárias de rodovias.

... na estrada Partidá-rios de Campos relatam que o presidenciável pre-tende explorar a incerteza dos empresários em rela-ção ao governo federal e destacar os gargalos da infraestrutura do país.

Sirene Ala da Rede contrá-ria ao apoio do PSB a Geraldo Alckmin (PSDB) quer explo-rar no debate que acontece entre os diretórios paulistas das duas siglas, no dia 23, a área da segurança, tema sensível ao governador.

Lado a lado Alckmin e Dil-ma negociam data para que a presidente viaje a São Paulo, no fim do mês, para lançar edital do monotrilho do ABC, berço petista. A obra terá recursos federais.

Zás-trás O ministro Gui-lherme Afif (Micro e Pe-quena Empresa) assina contrato na terça-feira em Campinas para portal que permitirá abertura e fecha-mento de empresas online, em cinco dias.

Via rápida

Contraponto

Em meio a um dos diversos bate-bocas no plenário do Supremo Tribunal Federal no julga-mento do mensalão durante a semana, os ministros Joaquim Barbosa e Marco Aurélio Mello trocaram ironias sobre os debates.— V.Exa. não está errado, mas foi vencido! -decretou Barbosa, presidente da corte.— Se estou vencido, então por que V.Exa. perde tempo ouvindo meu voto? Será que V.Exa. só gosta de ouvir a minha voz? – rebateu Marco Aurélio.Barbosa se virou para outros colegas e riu:— V.Exa. realmente tem um timbre excepcional.

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

The Voice

Tiroteio

DO DEPUTADO RICARDO BERZOINI (PT-SP), sobre o processo do mensalão que envolve dirigen-tes do PSDB em Minas Gerais, que pode ser julgado em 2014.

O mensalão tucano, original e verdadeiro, permanece impune. O STF dirá se age por um ímpeto republicano ou preferência política.

Neste domingo somos con-vidados a fazer memória das vitimas de acidentes de trânsi-to e seus familiares. Todos os dias os meios de comunicação nos informam de acidentes com vitimas fatais. Cada um de nós tem a sua lista de amigos, fami-liares, conhecidos que morreram no trânsito. Quantas vidas cei-fadas prematuramente. Quantos sonhos desfeitos em minutos trágicos em que a linha da vida foi ultrapassada e a morte venceu e chegou antes da hora.

Quantas lágrimas derramadas, quanta dor e quanta saudade. Mesmo acreditando que a vida continua, mesmo experimentan-do solidariedade, sentimos o ab-surdo da situação. São passeios de família que se transformam em tragédia, brincadeiras de adolescentes ou adultos infantis que destroem vidas, são moto-ristas desatentos que colocam a vida de todos em perigo. Sem falar em carros mal conservados e pior ainda estradas em condi-ções péssimas, verdadeiras ar-madilhas para quem trafega.

Uma sociedade que depende cada dia mais de carros, aviões, trens, motocicletas, assiste a morte de tanta gente, cria meca-nismos de segurança, mas veem seus fi lhos e fi lhas morrerem. Um dia de memória é em primeiro lugar para lembrar. Não quere-mos esquecer os que partiram. Somos humanos e a saudade é um dos sentimentos mais nobres que um coração possa ter, pois é fruto do amor e não admite a indiferença provocada pelo tem-po e pela ausência no mesmo espaço. Mas é também ocasião para nos comprometermos com uma cultura que rompa com a cultura da morte que se ins-tala sorrateiramente no tecido

social em que vivemos. Se qui-sermos ser livres, se quisermos ser gente é preciso voltar a temer a Deus que nos deu um mandamento: não matar.

Este mandamento é básico e necessário para que conviva-mos, e não há outra maneira de viver senão o viver juntos. Fere a vida aquele que dirige sem cuidado, abusando da velo-cidade, não cuidando da manu-tenção de seu veiculo, dirigindo embriagado. Quem provoca um acidente é responsável. Temos que ter coragem de dar nome aos bois. Mas também quem não cuida das estradas, que tem o dever de fi scalizar e não fi scaliza, quem desvia dinheiro publico da segurança nas estra-das, é conivente e responsável pela morte de seres humanos.

O trânsito e sua segurança acabam sendo também uma questão religiosa. A que Deus presto contas? Em que Deus acredito? No Deus da vida ou num ídolo criado a minha ima-gem e semelhança para meu con-sumo pessoal? Um Deus diante do qual tenho que prestar con-tas de meus atos e que não é indiferente ou um Deus que não interfere na minha vida?

O mandamento não matar está no centro dos dez mandamentos. Ele é condição e critério para todos os outros mandamentos. Enquanto não estivermos con-vencidos disto continuaremos a morrer e matar no trânsito, espalhando a morte e a dor que não poupa ninguém. Rezemos e lembremos das vitimas,também das que não morreram mas ti-veram suas vidas diminuídas. Rezemos pelas famílias, que penso não ser exagero di-zer, são todas, porque todos perdemos pessoas queridas.

Dom Sérgio [email protected]

Dom Sérgio Castriani

Dom Sérgio Eduardo

Castriani, Arcebispo

Metropolitano de Manaus

Fere a vida aquele que dirige sem cuidado, abusando da veloci-dade, não cuidando da manutenção de seu veicu-lo, dirigindo embriaga-do. Quem provoca um acidente é responsável. Temos que ter coragem de dar nome aos bois”

Não matarás

Olho da [email protected]

As festas de fi m de ano já chegaram para os fãs da cachaça. Na avenida Rodrigo Otá-vio, os criativos frequentadores da praça “montaram” uma árvore natalina com garra-fi nhas de Corote. Curioso é que lá no fundo ainda existe um Lar Cristão. Feliz Natal!

ALEXANDRE FONSECA

Só se usa algemas se há risco de fuga ou à integridade de quem está sendo levado

ou de alguém que o esteja conduzindo

Ricardo Lewandowski, vice-presidente do STF, ao afi rmar que o uso de algemas para conduzir os

condenados do mensalão aos presídios só é feito se houver risco de fuga ou risco à integridade física do

preso ou de outras pessoas.

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

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A04 - OPINIÃO.indd 4 16/11/2013 12:25:14

MANAUS, DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013 A5Política

TJAM tem a corte mais congestionada do país Dados são do relatório “Justiça em Números”, dossiê anual da Justiça brasileira publicado pelo Conselho Nacional da Justiça

Toda a discussão a respeito da abertura de sete novas vagas de desembargador na

estrutura do Poder Judiciário do Amazonas tem possibilita-do a dissecação em números das reais necessidades deste poder no Estado. Uns defen-dem que a prioridade é o primeiro grau de jurisdição, outros que a expansão do se-gundo grau não desqualifica a importância da primeira.

Em comum, os dois lados usam o mesmo instrumen-to: O “Justiça Em Números”, dossiê da Justiça brasileira publicado anualmente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Recentemente, o relató-rio foi reavaliado pelo Conse-lho e ganhou novas tabelas e gráficos. Nessa edição, ainda com os dados da pesquisa feita em 2012, o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) figura entre os cinco tribunais do país com a menor quan-tidade de magistrados por cem mil habitantes.

O ranking mostra que o

TJAM, ao lado dos tribu-nais da Bahia, Ceará, Piauí e Maranhão, na região Nor-deste, tem média abaixo de 4,4 magistrados para cada cem mil habitantes. A média considerada padrão pelo CNJ é de oito para cada grupo populacional. Apesar de ser classificado como um tribunal de pequeno porte, na tabela seguinte, que avalia a deman-da dos tribunais, o Tribunal de Justiça do Amazonas se mostra grandioso.

Os quatro Estados que fo-ram classificados com quanti-dade inferior de magistrados por habitante tem o aval de que são os menos demanda-dos do país, com média abaixo de 5.501 mil casos por cem mil habitantes. O TJAM, en-tretanto, figura na lista de tri-bunais grandes, como o TJMG (Minas Gerais), com a média de 7.858 por grupo.

O baixo colégio de magis-trados aliado à alta deman-da processual do tribunal do Amazonas não o poupa de figurar também na lista das cortes mais congestionadas do Brasil. Em sétimo lugar, o Poder Judiciário local tem o

porcentual de congestiona-mento de 73%. Nessa lista, logo depois, entram os gigan-tes tribunais de São Paulo e Rio de Janeiro. Em contrapo-sição, o desempenho do TJAM em processos eletrônicos é destaque em eficiência.

Os dados sustentaram os argumentos de desembarga-dores e deputados estaduais que se fizeram contra a cria-ção de novas sete vagas na corte do tribunal do Estado. O desembargador João Simões, um dos oito que votou con-trário ao aumento da corte, mostra que o desempenho do tribunal é diretamente aliado ao número de juízes. “Pelo menos 98,5% de todo o acervo Judiciário do Estado encon-tra-se sob a responsabilidade dos 131 juízes do Amazonas e o restante, nas dos 19 desem-bargadores”, observou.

Os dados levantados por Simões revelam ainda que enquanto cada desembarga-dor possui 557 processos em mãos, cada juiz possui em média 5.347. Portanto, para cada processo de responsabi-lidade do desembargador, um juiz tem nove a mais.

RAPHAEL LOBATOEquipe EM TEMPO

Presidente do TJAM, Ari Mou-tinho defende novas vagas

RAPHAEL ALVES/TJAM

RAPHAEL ALVES/TJAM

O pleno do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) é composto, atualmente, por 19 desembargadores. Com o acréscimo de mais sete vagas, o número de magistrados deve subir para 26

O imbróglio jurídico que se formou na criação de sete novas na vagas cor-te do Tribunal de Justiça do Amazonas promete no-vos capítulos nos próximos dias. A sessão do pleno do dia 5 de novembro, em que por nove votos a oito o de-sembargador Ari Moutinho conseguiu aprovar projeto de aumento das vagas está sub judice.

Nesta mesma sessão, con-trariada após ter seu pedido de vista negado, a desem-bargadora acionou, horas depois, o Conselho Nacional

de Justiça e relatou o ocor-rido. Após ouvir as conside-rações contrárias do colega João Simões ao acréscimo de novas vagas na corte, se ba-seando no relatório “Justiça em Números”, Graça pediu vista do projeto, o que foi veemente negado por Ari.

Nesta mesma terça-fei-ra, a presidência do TJAM enviou o projeto aprovado pelo pleno para votação na Assembleia Legislativa do Estado (Aleam) e, numa ur-gência de 48h, a matéria foi aprovada com 18 votos a 2 no plenário da casa

legislativa. Em contrapar-tida, a queixa de Graça foi atendida pelo CNJ que, por meio do conselheiro Rubens Curado, expediu liminar cas-sando os efeitos da sessão do tribunal.

CNJ expede liminarEra tarde. Quando a limi-

nar chegou, a lei complemen-tar nº 14/2013 já havia sido sancionada pelo governador Omar Aziz (PSD). Sem se sen-tir derrotada, Graça comuni-cou o fato ao Conselho e, na sexta-feira, 8, o conselheiro Rubens Curado expediu nova

liminar proibindo a nomea-ção dos sete novos desem-bargadores no pleno até o julgamento do mérito.

Na última terça-feira, 12, a corte do CNJ se reuniu em Brasília e, entre tan-tos processos, a maioria dos conselheiros ratificou a decisão de Curado. Por-tanto, até que seja julgado o mérito da questão – que pode acontecer em 3 de dezembro – ou mesmo no próximo ano, o presiden-te do TJAM, Ari Moutinho, está impedido de nomear os novos membros.

Nomeação de novos membros está sub judice

A exemplo do discurso adotado pelo presidente da corte, desembargador Ari Moutinho, que defende que o aumento do núme-ro de desembargadores é só mais uma das medidas adotadas na sua adminis-tração dentro do pacote de reforma no Poder Ju-diciário, o analista políti-co Fernando Pimentel, da Faculdade paulista Cásper Líbero, afirma que a agi-lidade dos tribunais não depende só dos juízes.

Segundo Pimentel, embo-ra sempre se imagine que um dos fatores para a maior celeridade do Judiciário seja o aumento do número de juízes, existem outros pon-tos a serem destacados no trabalho de combate à morosidade, como boa ges-tão de recursos humanos nos tribunais, capacitação de servidores e recursos modernos de informática

que permitam o processo eletrônico. Além disso, ci-tou uma maior conscien-tização por parte da po-pulação brasileira e uma legislação processual que conceda maior agilidade e celeridade ao processo.

“Precisamos entender que o juiz não é uma peça que trabalha sozinho no processo judicial, ele tem que ter um conjunto de ser-vidores habilitados, capaci-tados e ágeis no andamento processual. Um magistra-do precisa ter, também, recursos de ordem mate-rial em seu gabinete, para que consiga fazer um bom gerenciamento do acervo processual que não para de entrar nos tribunais, alem de uma legislação processual que não permita retarda-mento no andamento do processo, como a quantida-de de recursos atualmente existente”, explicou.

Presidente defende as vagas

RAPHAEL ALVES/TJAM

Desembargadora Graça Figueiredo entrou com ação no CNJ

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A6 Política MANAUS, DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013

‘Boquinhas’ do governo crescem 27% na era PT

O número de cargos de Direção e Assessoramento Superior (DAS), o famoso cargo em comissão, aumen-tou mais de 27% nos últimos dez anos. Segundo o Bole-tim Estatístico de Pessoal de 2013, o governo do PT criou na base do canetão 4.836 novos “cabides” em ministé-rios, secretarias, autarquias e fundações. O número passou de 17.559 no fi nal de 2002, na era Fernando Henrique, para 22.395 em 2012.

AsponesSão 5.773 os cargos libera-

dos para nomeação da ‘cum-panherada’ sem exigência de concurso ou qualquer vínculo com o funcionalismo público

Pole-positionO Senado Federal e Câma-

ra dos Deputados não fi cam atrás: juntos, tem à dispo-sição 15.213 cargos para contratar aspones.

Lanterninha boaMesmo com estrutura me-

nor, o Supremo Tribunal Fede-ral impressiona com pouquís-simos nomeados sem vínculo: são só 29.

EscolaNa Esplanada dos Ministé-

rios, impressionam os núme-ros do Itamaraty: são 1.538 servidores efetivos e apenas 22 cargos comissionados.

Senadores disputam es-paço nas redes sociais

Com o impacto das re-des sociais, que espalharam protestos por todo o País desde junho, políticos trava-ram uma verdadeira guerra digital para obter maior nú-mero de seguidores. No Se-nado, o peemedebista Clésio Andrade está em primeiro lugar no ranking de curtidas

no Facebook, com 206 mil seguidores. O presidenciável Aécio Neves leva o segundo lugar, com 203 mil, segui-do de Eduardo Braga, que alcançou 134 mil.

Estão no páreoOs senadores Alvaro Dias

(PSDB-PR), Ana Amélia (PP-RS) e Cássio Cunha (PSDB-PB) também fi guram entre os que mais têm seguidores.

Falha de estratégiaViciado no Twitter, Cris-

tovam Buarque (PDT-DF) está em décimo lugar no número de curtidas no Fa-cebook, apesar do forte apelo entre jovens

Sem transferênciasDe olho na reeleição,

a presidente Dilma tam-bém entrou na onda, e tem apenas 104 mil segui-dores. Já a Dilma Bolada conquistou 507 mil.

OportunismoEm sua busca incansável

por holofotes, o senador Ran-dolfe Rodrigues (Psol-AP) já garantiu o troféu Melancia no Pescoço 2013, ao tentar criar uma “máquina do tem-po” para anular o golpe contra João Goulart.

Cota pessoalA bancada do PMDB já

repete o mantra de que será da “cota pessoal” do ex-presidente Lula a eventu-al indicação do inexperiente Josué Alencar, fi lho do ex-vice José de Alencar, à pasta de Desenvolvimento.

Está avisadaPolíticos aliados recomen-

dam a presidente Dilma escolher dois nomes mais afi nados para o comando do Turismo e da Embratur, para evitar alfi netadas públicas como ocorreu entre Gastão

Vieira e Flávio Dino.

#vemprabrigaIsolado após aliança entre

Orlando Pessuti e Gleisi Ho-ff mann no Paraná, Roberto Requião, o “Maria Louca”, dis-se ao senador Jarbas Vascon-celos (PE) que peitará Michel Temer, na convenção PMDB, para disputar Presidência em 2014. Perderá mais uma.

Não me misturoEm segundo lugar nas

pesquisas, o deputado Fran-cisco Praciano (PT-AM) re-siste à ideia de disputar vaga ao Senado. Ele não quer pisar no palanque do senador Eduardo Braga (PMDB), seu desafeto.

BoloO deputado Professor Sé-

timo (PMDB-MA) critica a “superexposição” do Supre-mo Tribunal Federal na mí-dia durante o julgamento do mensalão: “Em outros países não é assim. Toda transpa-rência tem limites”.

Tô nem aí Pré-candidato ao governo

de São Paulo, o ministro Ale-xandre Padilha deu um bolo na bancada de médicos do PMDB, a quem prometeu há mais de seis meses encon-tro para tratar de propostas para a saúde.

Estreitando laçosO primeiro-ministro e emir

de Dubai, Mohamed Bin Rashid al Maktoum, confi r-mou ao vice-presidente Mi-chel Temer que visitará o Brasil em abril de 2014, aten-dendo convite feito por carta pela presidente Dilma.

Pensando bem.......quando era presidente,

Lula não sabia de nada. Ago-ra, após o mensalão, desco-nhece a solidariedade.

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

Estou um caco, um caco”

MINISTRO JOAQUIM BARBOSA, PRESIDENTE DO STF, apos o julgamento do mensalão

PODER SEM PUDOR

Ao pé da letraA manifestação popular contra o

abandono de Belford Roxo, Baixa-da Fluminense, em 2004, incluía o então prefeito Waldir Zito (PSDB) e vereadores. Mas um deles ficou de fora do “enterro coletivo”: o vereador Pastor Oliveira (então no PL), que morreu no dia do protesto, vítima de pancreatite.

CNJ realiza encontro sobre metasComeça nesta segunda-

feira, em Belém/PA, o 7º Encontro Nacional do Judi-ciário, um dos mais impor-tantes eventos institucio-nais do Judiciário brasileiro, em que serão definidas as metas a serem perseguidas pelos tribunais em 2014. O evento, que vai até o dia 19, será no Hangar do Centro de Convenções de Belém e deve reunir presi-dentes e corregedores de todas as cortes do país.

A abertura do encontro será feita pelo presidente do Supremo Tribunal Fe-deral (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ),

ministro Joaquim Barbosa, no dia 18, às 19 horas. Participarão também da solenidade de abertura o governador do Pará, Si-mão Jatene, a presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA), Lu-zia Nadja Guimarães Nas-cimento e o presidente da Assembleia Legislativa do Pará, Márcio Miranda.

O encontro tem por ob-jetivo avaliar a Estratégia Nacional do Poder Judiciá-rio, defi nir as metas nacio-nais para 2014 e aprovar os macrodesafi os para o período de 2015 a 2020. Serão discutidas propostas

de metas voltadas para o aumento da produtividade, a redução do acervo de ca-sos pendentes, uma melhor distribuição dos recursos materiais e humanos entre as unidades, a remoção de obstáculos que impedem o julgamento de processos e o combate à corrupção.

Um dos convidados do en-contro deste ano é o pro-fessor Oscar Vilhena Vieira, que fará palestra com o tema “Confi ança na Justiça”. O segundo palestrante é o consultor André Macieira, que falará sobre o desafi o da alocação de recursos na prestação de Justiça.

PARA 2014

Presidente da Comissão de Inquérito da Telefonia vê a Anatel como a grande responsável por estes problemas

Relatório da CPI sai dia 15 de dezembro, diz Rotta

O relatório fi nal da Co-missão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Telefonia na Assem-

bleia Legislativa do Amazonas (Aleam) deve ser concluído no dia 15 de dezembro. A previsão é do presidente do processo investigativo, deputado esta-dual Marcos Rotta (PMDB).

Segundo Rotta, com a con-clusão das oitivas – que se encerraram na última quin-ta-feira, com a Agência Na-cional de Telecomunicações (Anatel) – os relatores irão se debruçar sobre a confec-ção dos respectivos relató-rios, os quais formarão um único relatório fi nal da CPI da Telefonia do Amazonas.

“Como presidente da comis-são já informei aos relatores que a meta é concluir o re-latório fi nal até o dia 15 de dezembro. Após a conclusão, o relatório fi nal será lido e votado no plenário da As-sembleia”, afi rmou Rotta, ao acrescentar que o documento

será composto pelos relató-rios individuais sobre telefo-nia fi xa, móvel e internet, cujos relatores são os deputados Sidney Leite (PROS), Adjuto Afonso (PP) e Marcelo Ramos (PSB), respectivamente.

Rotta informou ainda que o

resultado a constar no relatório fi nal vai depender muito do posicionamento das operado-ras de telefonia e internet. “Durante as oitivas com as operadoras, fi zemos muitas cobranças. Mas infelizmente

alguns representantes não tem poder para assumir com-promissos perante a CPI. No entanto, foram incumbidos de levar as cobranças à direção nacional da respectiva empre-sa e de nos dar um posiciona-mento fi nal. Mas deixo claro que não estamos pedindo nada além do que determina a lei”, esclareceu Rotta.

Na última semana, os mem-bros da CPI questionaram as empresas Oi, Vivo, TIM, Claro, Embratel e Net sobre as defi ciências dos serviços prestados tanto na capital quanto no interior.

Rotta ressaltou ainda que, após todo o processo investi-gativo, a CPI chegou à conclusão de que, talvez, a Anatel seja a grande responsável pela cons-tituição de 18 CPIs pelo Brasil. “Se a Anatel tivesse cumprido com o seu papel de agência reguladora, o Brasil não estaria nessa situação ruim e precária com os serviços de telecomuni-cação”, disse o deputado.

OMISSÃOMarcos Rotta também observa a ganância das operadoras que venderam muito mais que a capacidade disponível, associado à má atuação e omissão da Agência Nacional de Telecomunicações

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Presidente da CPI da Telefonia na Aleam, Rotta prevê entregar relatório dia 15 de dezembro

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MANAUS, DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013 A7Com a palavra

Eu entendo que a PGE sempre foi um órgão bem admi-nistrado (...). Sempre hou-ve esforço no sentido de realizar uma admi-nistração consciente e trabalhar em sua me-lhoria”

Com 2 anos de cargo – com-pletados no dia 4 deste mês – o procurador-geral do Es-tado, Clóvis Smith, já viu ao longo da gestão o resultado de seus esforços e de seus antecessores, como a liminar concedida pelo Supremo Tribu-nal Federal (STF) diante da Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ajuizada pelo governo do Amazonas contra as isenções fiscais concedidas pelo Estado de São Paulo às fábricas de bens de informática e tablets, e a decisão favorável do Supe-rior Tribunal de Justiça (STJ) no famoso “caso Maria Luiza”, cuja família solicitava indenização do Estado no valor de R$ 500 milhões pela desapropriação de um terreno. Jovem, com apenas 35 anos de idade, Smith mostra reconhecimento pelos outros procuradores que passaram pela função e acredita que a PGE sempre foi um órgão bem administrado. No último dia 13, a PGE completou 41 anos, uma data considerada simbólica já que considera apenas a atual nomenclatura e estrutura do órgão. Ainda assim, segundo o procurador, a data – neste dia também se comemora o dia do procurador – enaltece o trabalho da instituição e do seu quadro de pessoal.

EM TEMPO - Qual a impor-tância da Procuradoria Geral para o Estado?

Clóvis Smith - A PGE, até por uma determinação constitucio-nal, tem duas funções principais: primeiro ela representa o Esta-do em juízo, ou seja, em todos os processos judiciais em que o Estado é autor ou é réu essa re-presentação é feita por meio da procuradoria. Além disso, a PGE tem papel de órgão consultivo do Estado em matéria jurídica. Então, todas as questões de indagação jurídica que surgem no âmbito da administração e que precisam de esclarecimen-tos são remetidas à PGE.

EM TEMPO – Hoje, quais são as prioridades da PGE?

CS - Olha, a PGE atua em muitas questões, em várias fa-cetas. Aquilo que repercute de maneira mais intensa na vida da população, o que é? A PGE auxilia a Sefaz na questão de cobrança de tributos, porque se o contribuinte não efetua o pa-gamento, isso necessariamente vai se transformar em uma exe-cução fiscal. E quem ajuíza essa execução fiscal (procedimento especial em que a Fazenda Pú-blica requer de contribuintes inadimplentes o crédito que lhe é devido), acompanha e busca fazer o recebimento deste crédi-to é a procuradoria. Além disso, a PGE atua nas Ações Diretas

de Inconstitucionalidade (Adins) que são do interesse do Estado. Então, por exemplo, se a gente precisa ajuizar uma medida, se o governador toma a decisão de ajuizar uma medida no Su-premo Tribunal Federal (STF) contra uma lei de outro Esta-do, em defesa da Zona Franca de Manaus (ZFM), quem faz o trabalho técnico relativo a isso é a procuradoria. É ela quem acompanha o processo e adota as providências neste sentido. O que diz respeito a processos contra o Estado, por indeni-zação, desapropriações, entre outros, todas essas questões a procuradoria que efetua a defesa do Estado. Então quan-do a procuradoria defende o Estado, na verdade ela está de-fendendo o patrimônio publico que é o patrimônio de toda a população. Então há uma di-mensão social no trabalho que a procuradoria desenvolve.

EM TEMPO - E por falar em Adins, como está o estágio das ajuizadas contra o Esta-do de São Paulo concernente às isenções fiscais?

CS - No caso da ação que o governo do Amazonas ajuizou contra as leis do Estado de São Paulo houve a concessão de uma medida liminar, que é provisória, mas que representa pelo menos, a priori, o reconhecimento de que há uma inconstitucionali-dade. E com isso as leis de São Paulo foram suspensas, aquelas que davam incentivos fiscais que acabavam atingindo a Zona Franca de Manaus (ZFM), reti-rando a competitividade. Então este processo já está com essa decisão favorável ao Estado, apenas pendente de ser re-ferendada pelo pleno do STF, mas já está em vigor e a gente aguarda que dentro de um ho-rizonte não muito longo haja o julgamento do mérito.

EM TEMPO - E quanto a liminar do Conselho Na-cional de Justiça (CNJ) so-bre o aumento no número de vagas dos desembar-gadores? O governador sancionou a lei...

CS - Nós recebemos uma solicitação tanto do governador quanto do tribunal no sentido de que adotemos providências para assegurar que a lei que foi editada seja cumprida. Na nossa compreensão, a criação das novas vagas de desembar-gadores em nenhum momento violou qualquer norma jurídica. Ela não prejudica o Judiciário do Estado. O tribunal naquela oportunidade acrescentou mais vagas de desembargadores e para muitos a prioridade de-veria ser aumentar a quantida-de de juízes, que é a primeira instância. Mas na verdade, a questão não é exatamente essa, porque o tribunal em nenhum

momento esquece da primeira instância, tanto que na verdade há um concurso em andamento para provimento de cargos de juiz e que vai providenciar uma melhora no jurisdicional de pri-meira instância. E de outro lado, do total de recursos repassados ao tribunal, o aumento de vaga de desembargadores represen-ta apenas 25% do acréscimo de repasse, já considerado não só o cargo de desembargador, mas também toda a estrutura neces-sária, gabinete, servidor e etc. Significa dizer que mais de 75% desse acréscimo de repasse vai poder ser usado pelo TJAM para melhorar a atividade jurisdicio-nal, em especial a primeira ins-tância que nós sabemos que tem uma carência. A gente entende que não há vício nesta proposta de aumento da quantidade de desembargadores. É importan-te ressaltar que esta decisão do CNJ não é definitiva, é apenas para que não haja provimen-to destas vagas enquanto a matéria está em discussão. A gente tem a confiança de que apresentado os dados, todas as alegações pertinentes, como o procedimento que foi seguido, as reuniões realizadas no tri-bunal, o próprio CNJ vai chegar a conclusão de que não houve ilegalidade no procedimento.

EM TEMPO - Essa discus-são é uma das prioridades no momento?

CS - Não. Na verdade aqui na procuradoria a gente trabalha ao mesmo tempo com muitas questões. Dentre as quais, o edital de licitação envolvendo a venda de participação da Companhia de Gás Natural (Ci-gás). Esta questão do número de desembargadores é outra que estamos trabalhando ago-ra. Nós também estamos em plena atividade na questão do monotrilho. Então todas essas questões são tratadas com a mesma seriedade, prioridade.

EM TEMPO - Do núme-ro de procuradores que compõem o quadro da PGE, há aqueles lotados no interior do Estado?

CS - Isso daí necessariamente vai acontecer no futuro, mas hoje não temos um volume de processo que justifique a ida de um procurador para o interior. Os processos que temos no interior do Estado chegam aqui, nós elaboramos as defesas e enviamos para lá. Se há neces-sidade de comparecimento em audiência, vai um procurador daqui para lá. Mas hoje não há necessidade específica de termos procuradores lotados no interior. Nós até fizemos um levantamento no ano pas-sado para saber como estava a participação dos municípios no nosso volume de trabalho, Manaus ainda corresponde

a mais de 95%.

EM TEMPO - Qual a mé-dia do volume de proces-sos que cada procurador tem atendido?

CS - Se formos fazer uma média de processo ao ano por procurador, este número passa dos 800.

EM TEMPO - Há pos-sibilidade de aumentar este quadro?

CS - A nossa prioridade neste momento é melhorar os qua-dros administrativos da PGE, porque a gente entende que o procurador deve ficar dedicado basicamente àquilo que é a atividade técnica-fim da PGE. Se nós não temos um quadro administrativo que dê suporte a esta atividade do procura-dor, vamos ter que colocar o procurador para desenvolver atividades burocráticas que, digamos assim, subtilizam o recurso dele. Porque o procu-rador é bem remunerado, se formos considerar a média remuneratória dos servidores públicos. A gente acredita que é preciso reforçar esta parte da administração da PGE.

EM TEMPO - O senhor com-pletou 2 anos à frente da PGE. O que pode ser apontado como os principais obstácu-los encontrados na função? E também o que é visto como vitória para o Estado?

CS - Eu entendo que a PGE sempre foi um órgão bem ad-ministrado. Então não posso dizer que encontrei problemas seríssimos, sempre houve es-forço no sentido de realizar uma administração consciente e trabalhar em sua na melho-ria. O que a gente fez foi dar continuidade neste trabalho e intensificar a atuação naquilo que consideramos como sendo os aspectos mais relevantes. Por exemplo, os processos que tem maior dimensão econô-mica para o Estado, como os que envolvem indenizações de valores muito elevados. Tive a felicidade de, ao longo da minha gestão, receber a decisão da-quilo que podemos considerar como a maior vitória judicial do Estado, no caso de R$ 500 milhões no Superior Tribunal de Justiça (STJ) que envolvia uma indenização por desa-propriação de um terreno da família dos membros Eduardo Silveira Lima e Maria Luiza de Santana Lima, o famoso “caso Maria Luiza” (o proces-so tramita desde 1982). Não é decisão definitiva, mas foi uma vitória muito importante. A liminar contra o Estado de São Paulo também foi uma vi-tória, pois muita gente via com ceticismo já que anteriormente tinha sido feita uma tentativa que não levou ao êxito.

Clóvis SMITH

‘Não há VÍCIO na proposta DO TJAM’

A PGE, por uma deter-minação constitucional, tem duas funções princi-pais: primeiro representa o Estado em juízo, em todos os processos judi-ciais em que o Estado é autor ou é réu. Além dis-so, a PGE tem papel de órgão consultivo do Es-tado em matéria jurídica”

LUANA GOMESEspecial EM TEMPO

FOTOS: ALEXANDRE FONSECA

Temos con-fiança de que apresentado os dados, to-das as alega-ções perti-nentes, como o procedi-mento que foi seguido, o próprio CNJ vai chegar à conclusão de que não houve ilegali-dade”

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A8 Política MANAUS, DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013

A08 - POLÍTICA.indd 6 16/11/2013 12:24:00

EconomiaCa

dern

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[email protected], DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013 (92) 3090-1045

Pesquisar os preços dos principais produtos que compõem a cesta natalina pode ser essencial para que o consumidor pague uma conta menos “salgada” no fi nal do ano. As lojas do setor ainda nem receberam todos os itens e uma variação nos valores já pode ser encontrada.

Alguns produtos chegam a variar quase 37% de uma loja para outro como é o caso dos panetones.

O panetone tradicional de frutas cristalizadas, por exemplo, foi encontrado no DB por R$ 5,85. No Carrefour, o preço subiu para R$ 7,49. No supermercado Veneza, o mesmo produto custa R$ 7,82 e no Empório Santa Fé, o item sai por R$ 8, variação de 36,7%, entre o produto mais caro e o mais barato.

Um panetone mais incre-mentado, como o Gianduia, recheado com avelã, foi

encontrado em três super-mercados, sendo o valor mais barato o do DB da Paraíba (R$ 23,05) e o mais caro, encontrado no Veneza (R$ 24,79), diferença de 7,5% no preço.

BebidasUm espumante simples

pode sofrer variação de 15,8%, pode ser encontrado por R$ 38,95 no Empório San-ta Fé e por R$ 45,12 no DB.

Clientes devem pesquisar preço

Economia B3

Empresários criticam cortes de energia

ARQUIVO EM TEMPO

Dentro de três dias, os consumidores manauenses que de-sejarem antecipar a

compra dos produtos para a ceia de Natal podem se dirigir às redes de supermercados e lojas especializadas. O cená-rio dos estabelecimentos que já contam com panetones e espumantes nas prateleiras devem fi car mais enfeitados com a chegada de itens como o peru, o chester, o tender, as frutas cristalizadas e o bacalhau, previstos para o próximo dia 20.

A expectativa dos lojistas do segmento, ouvidos pelo EM TEMPO, é de que, nos últimos dias de novembro, além de guirlandas e árvores de natal, as lojas estejam com as prateleiras rechea-das. A estimativa é de que as vendas deste ano cresçam 10% em relação ao mesmo período do ano passado.

Com jogos de pisca-pisca pendurados na porta em ben-galas natalinas enfeitando os corredores de prateleiras, o Empório Santa Fé, na avenida Constantino Nery, já está com quase tudo pronto. Os pane-tones tradicionais de frutas cristalizadas ocupam o meio da loja (R$ 8, a unidade). No setor de bebidas, espumantes a partir de R$ 38,95 e cham-panhes de até R$ 109,87 dividem espaço com vinhos

para todos os gostos e bol-sos, variando de R$ 11 a R$ 906,50, a garrafa.

Um dos “astros” da ceia na-talina, o bacalhau, também já está a disposição na loja, cus-tando R$ 30, o quilo do peixe desfi ado e R$ 79, o quilo da posta. Mas, segundo a gerente do Empório, Gleice Ladislau, até quarta-feira os outros pro-tagonistas do Natal chegam à loja. “Além do tradicional peru, vamos receber todas as frutas da época como uva passa,

ameixa, pera e pêssego além de frutos diferenciados como damasco, caqui, nectarina e romã”, detalha.

Com as gôndolas da loja abastecidas, a expectativa de Gleice é de que o estabeleci-mento receba mil consumi-dores por dia e um total de 1,5 mil pessoas no dia 24 de dezembro. “Se a projeção estiver correta, o número de clientes no dia do Natal vai representar um aumento de 40% no fl uxo de pessoas em

relação ao mesmo dia do ano passado”, calcula a gerente que estima crescimento de 10% nas vendas deste ano sobre dezembro de 2012.

O supermercado Veneza, lo-calizado no bairro Parque 10, Zona Centro-Sul de Manaus, também aposta no dia 20 (próxima quarta-feira) como a data para o recebimento das encomendas. O gerente da unidade, Júlio César Lino, não adiantou estimativa de crescimento, mas informou que os preços deveram vir com pequena variação de 5% entre as marcas. “O consumi-dor terá opções na hora de escolher, podendo levar uma ceia mais elaborada ou itens mais em conta. Também esta-mos estruturando promoções que serão divulgadas ainda em novembro”, ressalta.

PreparaçãoNas grandes redes de super-

mercados da cidade a expec-tativa é a mesma. O cliente que se dirigir ao supermercado DB da avenida Mário Ypiranga, na Zona Centro-Sul, por exemplo, vai encontrar apenas pane-tones e espumantes entre os produtos que remetem à data. “Todo o resto do arsenal é esperado entre o dia 20 e o dia 30 de novembro. Estamos fechando a negociação dos preços, mas após esse perío-do, o cliente poderá encontrar tudo o que precisa para a ceia”, afi rma o gerente de marketing da rede, Guto Cobertt.

Supermercados começam preparativos para o NatalPrevisão que as vendas desta época festiva tenha incremento de 10% em relação ao mesmo período do ano passado

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JULIANA GERALDOEquipe EM TEMPO

Produtos como panetone, frutas cristalizadas e espumantes já ganham espaço nas prateleiras das redes de supermercados de Manaus, que estão otimistas quanto ao bom desempenho do setor

Quilo do bacalhau desfi ado custa R$ 30, enquanto que posta do peixe sai por R$ 79 o quilo

ARQ

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EMPO

COMÉRCIOO período de fi nal de ano, época do Natal e do Ano-Novo, é con-siderado como a data mais importante para os lojistas, uma vez que nesta época as vendas registram um alto crescimento

B01 - ECONOMIA.indd 1 11/15/2013 11:38:08 PM

B2 Economia MANAUS, DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013

Sistema Android lidera a preferência do mercadoFerramenta tecnológica da Google está presente em 81% dos smartphones do mundo, conforme relatório trimestral da IDC

O sistema opera-cional do Google continua líder do mercado, segundo

novo relatório da IDC, re-ferente ao terceiro trimes-tre de 2013. No período, o Android estava em 81% dos smartphones, o que re-presenta 221,6 milhões dos aparelhos (a Samsung foi responsável por 39,9% por essa liderança).

Em segundo lugar, com fa-tia muito menor, está o iOS, da Apple, com 12,9%, e em terceiro aparece o Windows Phone, com 3,6%, seguido pelo sistema da Blackberry (1.7%)

No mesmo período do ano passado, o Android detinha 74,9% do mercado, enquan-to o iOS ficava com 14,9% e o Windows Phone repre-

sentava 2% (menos que o sistema do BlackBerry).

Apesar da terceira posi-ção, o crescimento das ven-das do Windows Phone, com apoio da Nokia (respondeu por 93,2% das vendas), foi de 256% de trimestre para trimestre, com 3,7 milhões de unidades vendidas. Já a venda de iPhones, o smarp-thone da Apple, aumentou de 26,9 milhões para 33,8 milhões entre julho e setem-bro deste ano.

“Android e Windows Phone têm um importante fator por trás de seu sucesso: pre-ço”, afirma a gerente de pesquisa de telefonia móvel da IDC, Ramon Llamas, que compelta. “Ambas as pla-taformas têm uma seleção de dispositivos disponíveis a preços baixos o suficiente

para ser acessível para o mercado de massa, que é o que tem impulsionado as vendas de smartphones no mundo”. A pesquisa aponta ainda que o preço médio de smartphones continua a cair. No segundo trimestre de 2013, o recuo foi de 12,5%, para US$ 317.

Sobre o tamanho das telas, a IDC afirma que tem cresci-do a demanda por telefones maiores (5 polegadas a 7 polegadas), também conhe-cido como phablets (mistura de tablet com smartphone). A categoria representou 21% dos aparelhos embarcados no trimestre, ante 2% um ano antes.

Tal crescimento seria mais um motivo a explicar a conso-lidação do Android e o salto da Nokia, segundo a IDC. Smartphones da Samsung são responsáveis pela liderança do sistema operacional da Google

DIV

ULG

AÇÃO

Em seu Discurso sobre a Servi-dão Voluntária, o fi lósofo francês Etienne de La Boétie sacudiu a letargia da monarquia europeia do Século XVI, para alertar sobre os riscos do poder que um só homem (monarca ou presidente) exerce sobre os outros. E que as crenças religiosas e a promes-sa política são frequentemente usadas pelo poder para manter o povo sob sujeição e jugo. Ele anteviu, com dois séculos, a Re-volução Francesa ao destacar a liberdade e a igualdade de todos os homens na dimensão política e ao antecipar o papel e a força da opinião pública para repelir todas as formas de demagogia. Morreu aos 33 anos.

O Discurso ilumina a compre-ensão das graves e elucidativas denúncias de descaso – expres-sas no relatório do Tribunal de Contas da União – sobre os modais de transporte no Esta-do do Amazonas, feitas nesta quarta-feira, na Comissão de Integração Nacional, Desenvol-vimento Regional e da Amazô-nia da Câmara dos Deputados. Elas confi rmam o tamanho da indiferença e a distância entre o discurso da promessa e a prática da gestão federal na região. É um desvelamento da desatenção federal, expresso no abandono de políticas públicas, na falta de planejamento estratégico e de enfrentamento dos gargalos infraestrutura, notadamente na área de transporte na Amazônia

como um todo. Problemas que não se resolvem com o discurso de meio século de prorrogação. As discussões tomaram por base os dados desconce rtantes do Relatório de auditoria, realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), focado especifi camente no diagnóstico da logística de transporte no Estado do Ama-zonas, em seus modais terrestre, aquaviário, hidroviário e aero-viário. O descaso é vesgo pois atinge um estado que responde por 2/3 da arrecadação federal na Amazônia. Uma conduta que compromete a competitividade de uma indústria que poderia e deveria irradiar benefícios e oportunidades para a região se dispusesse de modais inteligen-tes e efi cientes de transporte.

O Comitê de Logística da FIE-AM/CIEAM manifestou seus pro-testos, recentemente, à SUDAM, Superintendência do Desenvolvi-mento da Amazônia, fundados na premissa de que a logística dos transportes é indutor essencial para o desenvolvimento de uma região, e que o Amazonas não con-ta com investimentos expressivos neste campo desde a década de 1970. Já há alguns anos, formulou uma proposta, encaminhada ao conhecimento da Bancada Parla-mentar – governista, pra azar do interesse local - de ter o mínimo de 2% do PIB, o somatório das riquezas produzidas no Amazo-nas, investido no Estado e região para construção de novos eixos

de infraestrutura de transporte. Isso permitiria romper o isola-mento rodoferroviário histórico e mitigar a baixa competitividade da indústria local. O alerta incluiu ainda a discordância sobre o Pro-grama Norte Competitivo, fi nan ciado pela indústria (CNI) para identifi car e propor saídas aos gargalos regionais de transporte, e que se revelou muito mais em-penhado em atender as demandas de escoamento do agronegócio do Centro-Oeste do país, negli-genciando as lacunas, gargalos e demandas de infraestrutura dos estados da Amazônia de modo equânime e integrado, sobretudo do modelo Zona Franca de Ma-naus. É curioso que, na semana passada, técnicos do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação redirecionaram algumas dezenas de milhões de dólares de Pesqui-sa & Desenvolvimento, recolhidos pelas empresas de informática de Manaus, e que seriam usados em programas locais de P&D, para o agronegócio. Além do descaso, paira no ar um clima e aura de intimidação.

Cabe resgatar que, de 1995 a 2002, na gestão Fernando Hen-rique Cardoso, existiu apenas um investimento signifi cativo para a logística da indústria do Amazo-nas: a BR-174, ligando Manaus à Boa Vista, em direção ao Caribe. No período seguinte, de 2003 a 2010, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o único investimen-to em logística foi um armazém

de cargas no Aeroporto Eduardo Gomes, em Manaus. É contun-dente a sensação do abandono para a infraestrutura logística no Estado e injusto com um Estado que comparece com aproxima-damente 60% dos recursos da receita federal na Região Norte. Diferentemente do que se possa conceber, Manaus não é distante. O que é distante, historicamente, é o olhar federal para os garga-los de infraestrutura logística do Amazonas. Dizer que o Amazonas é distante é desconhecer a His-tória da Economia da Borracha, que agregou, por três décadas, 40% a 45% de riqueza ao PIB do país, graças aos investimentos ingleses na logística dos trans-portes. Distante, a rigor, é a China, mesmo assim, hoje é mais barato trazer um contêiner de Shangai para Santos, em São Paulo do que de Manaus para Santos.

Pelo Plano Nacional de Logís-tica de Transporte (PNLT), do Ministério dos Transportes, há sete projetos de hidrovias na região amazônica, que somam 5.838 quilômetros e investimen-tos na ordem de R$ 1,55 bilhão. Nenhuma delas está na lista de prioridades do Governo Federal. Nem estavam quando havia um ministro na área de Transportes na cota política do Estado. Na audiência pública, o assunto que mais causou polêmica e maior debate foi a implantação dos terminais hidroviários no inte-rior do Amazonas. De acordo

com o PNLT, estão em obras 40 portos nos municípios e outros 30 estão por serem construídos em Manaus e em todo o Estado do Amazonas, com investimento total de R$ 1,66 bilhão. As obras se guiam pelo padrão tartaruga e os investimentos estão contin-genciados até segunda ordem.

Como promover a interiori-zação da economia se os re-cursos do Orçamento para a região minguam a cada ano, os recursos do Fundo Amazô-nia, destinados a programas de desenvolvimento sustentá-vel para a região? Recursos que esbarram numa burocracia que demora 300 dias para analisar um projeto, sem garantias do compromisso de ajustes para sua aprovação. Como interiori-zar programas de diversifi cação da economia se os recursos das Taxas da Suframa seguem contingenciados, os recursos de P&D desviados de suas fi -nalidades e atribuições? Há um esvaziamento institucional dos órgãos federais locais, não apenas do Desenvolvimento, como em C&T&I, Agricultura, Energia, Transportes e por aí vai, ao sabor de um descaso explícito que deveria empurrar a todos – na contramão do servilismo governista - a uma efetiva prontidão e inadiável providê ncia de mobilização. No mínimo para visitar, compreen-der e utilizar o alerta profético de Etienne de la Boétie.

Alfredo MR Lopes [email protected]

O TCU e o Discurso da Servidão Voluntária

Alfredo MR Lopes

Filósofo e ensaísta

É contunden-te a sensa-ção do aban-dono para infraestrutura logística no Estado e injusto com Estado que comparece com 60% dos recursos da receita federal na Região Norte.

B02 - ECONOMIA.indd 2 11/15/2013 11:06:33 PM

B3EconomiaMANAUS, DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013

Cortes de energia elétrica afetam a economia local Empresários criticam Eletrobras Amazonas Energia pelas interrupções de luz que causam perdas milionárias para o AM

As constantes que-das de energia em Manaus levaram os principais setores da

economia local a acender uma “luz” de alerta. As interrupções no fornecimento de energia têm prejudicado o comércio e a indústria, que já conta-bilizam perdas com as falhas no sistema elétrico.

O presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL-Manaus), Ralph Assayag, calcula que o seg-mento deixa de vender, no mínimo, em torno de R$ 150 milhões em mercadorias de-vido aos cortes intermitentes. “Não conseguimos mensurar as perdas totais, mas sabe-mos que, para este período, poderíamos estar vendendo pelo menos o dobro do volume atual”, comenta.

O dirigente relata que quando ocorrem quedas de energia, todas as lojas param porque dependem de compu-tadores e sistemas de cartão de crédito para funcionar. “No caso dos comerciantes de perecíveis a situação pio-ra, pois com as oscilações os alimentos congelam e des-

congelam ficando impróprios para uso”, queixa-se.

Indústria No segmento industrial, os

empresários demonstram te-mor de prejuízos futuros. Para evitar perdas maiores, as em-presas investem em seu pró-prio sistema de geradores.

É o caso do setor de duas rodas, onde os geradores das empresas têm dado conta das interrupções e evitados, as-sim, prejuízos no processo, ex-plica o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Materiais Ele-trônicos de Manaus (Sinmen), Athaydes Félix.

DesaquecimentoNo setor termoplástico, as

perdas são mais concretas. Um empresário do segmento que optou por não se identi-ficar explica que as máquinas injetoras de sua fábrica levam em média quatro horas para aquecer e começar a produ-zir “A cada queda de energia superior a dez segundos, a máquina desaquece e precisa-mos reiniciar todo o processo, aguardando mais quatro ho-ras. Apesar de a situação já ter melhorado nos últimos anos, está longe do ideal”, avalia. Lojistas deixam de vender quase R$ 150 milhões por causa das constantes quedas de energia

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A Eletrobras Amazo-nas Energia ressalta em nota, que realizou inves-timentos ao longo dos anos de 2009 e 2010 para corrigir problemas na geração de energia. Ela informa que, desde julho deste ano, tem a rede local conectada ao Sistema Interligado Na-cional (SIN), por meio do Linhão de Tucuruí (em caráter experimental).

A concessionária destaca ainda que tem construído novas su-bestações e 33 linhas de transmissão para melhorar a distribuição de energia. A Eletro-bras Amazonas Energia reforça que trabalha “diuturnamente para a melhoria da qualidade no fornecimento de energia elétrica” em todo o Estado.

Concessionária fala que fez investimentos

JULIANA GERALDOEquipe EM TEMPO

B03 - PUBLICIDADE.indd 3 11/15/2013 11:08:01 PM

B4PaísMANAUS, DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013 B5PaísMANAUS, DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013

Novo console da Sony custará quase R$ 4 mil quando iniciar as vendas no Brasil, a partir do próximo dia 29 de novembro

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ULG

AÇÃO

‘Forbes’ pode ser vendida por quase R$ 1 bilhãoGrupo de mídia dona da famosa revista norte-americana foi procurado por vários interessados em comprar corporação

O grupo de mídia dono da revista americana “For-bes” se colocou à

venda, depois de ter sido abordado por potenciais compradores interessados na publicação. O presidente-executivo da Forbes Media, Mike Perlis, afirma que tra-balha com o Deutsche Bank para definir os termos de uma possível proposta.

O valor do negócio, que inclui o site Forbes.com, é es-timado em US$ 400 milhões (R$ 931 milhões).

A “Forbes” foi fundada em 1917 pelo jornalista escocês Bertie Forbes. Ajudou a dar fama à revista a publicação de rankings, entre os quais o das maiores empresas e o dos bilionários. Em 2006, a empresa vendeu, por US$ 240 milhões, participação de 45% para a companhia de “private equity” (participação em empresas) Elevation Par-tners, que tem Bono, líder da banda U2, como sócio.

A circulação da “Forbes” subiu 1% no último semestre, para 932.884 exemplares, segundo a Aliance Audited Media (empresa que audita os dados de empresas de mídia nos EUA).

Como parâmetro, a “Time”, maior revista do país em cir-culação, imprime 3,3 milhões de exemplares por semana, e a “Economist”, 845 mil em sua versão americana. Já a receita com publicidade so-mou US$ 275 milhões no ano passado, acumulando queda de 19% desde 2008.

PerdasDiante da perda de receita

com publicidade, o grupo da Forbes se esforçou para di-versificar o seu negócio nos últimos anos, expandindo sua presença on-line com a ajuda de blogueiros e investimentos em conferências de negó-cios. Hoje, mais da meta-de dos ganhos da empresa é gerada com a publicida-de digital. “Este ano será marcado pelo nosso melhor desempenho financeiro nos últimos seis anos, sustentado pelo crescimento da receita digital e das conferências. Como resultado, recebemos mais algumas indicações de interessados em comprar a ‘Forbes’”, afirma Perlis.

Segundo ele, a previsão para 2013 é alcançar incre-mento de 25% nas receitas on-line. De janeiro a setem-bro, o avanço fora de 27%. Este ano, a previsão é que “Forbes” tenha incremento nas receitas on-line de 25%, desempenho que ajudou valorizar a empresa

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AÇÃO

Começa venda do PlayStation 4O PlayStation 4, novo con-

sole da Sony, começou a ser vendido hoje nos Estados Unidos. Fãs aguardavam há dias na fila esperando as lojas abrirem.

Em Nova York, a Sony reali-zou um evento de lançamento especial e vendeu seu primei-ro videogame a Joey Chiu, 24, morador do Brooklyn. Ele

recebeu o PS4 autografado por Andrew House, presiden-te da Sony Computer Enter-tainment Global, e de Jack Tretton, que é o presidente da Sony Computer Entertain-ment America.

A Sony anunciou no evento, transmitido ao vivo para a televisão nos EUA, um novo jogo da série “Uncharted”,

entre outros títulos. Nos Estados Unidos, o

PlayStation 4 custa US$ 400. No Brasil, o preço será de R$ 3.999, com vendas a partir de 29 de novembro.

Ou seja, no país, o preço custará um valor quase qua-tro vezes mais caro do que o preço cobrado nos Estados Unidos, onde o produto não

custará nem R$ 1mil.

JogosOs jogos do PS4 custarão

entre R$ 180 e R$ 200, se-melhantes aos do rival Xbox One. A diferença é que o con-sole da Microsoft -em pré-venda desde junho- sairá por quase metade do valor: R$ 2.299.

Produto permite interação à distância com animais

Os donos de animais de estimação que sofrem por deixá-los sozinhos quan-do vão viajar, trabalhar, ou cumprir outros compro-missos podem ter parte do seu problema resolvido.

A empresa Petcube criou uma espécie de “babá eletrônica” para animais: um pequeno cubo de alumínio e vidro equipado com câmera, alto-falante e internet sem fio, que é contro-lado remotamente pelo uso de um aplicativo em smartphone ou tablet.

Os donos poderão ver seus animais e “falar” com eles pelo dispositivo.

Segundo o site da re-vista “Forbes”, a start-up entrou no site de finan-ciamento coletivo Kicks-tarter com a meta de arrecadar US$ 100 mil

(aproximadamente R$ 234 mil) para o proje-to, e acabou garantindo US$ 251 mil (aproxima-damente R$ 587 mil) ao longo da campanha de 42 dias.

PreçoO produto, que será ven-

dido por US$ 199 (apro-ximadamente R$ 465), também permitirá que os usuários tirem fotos de seus animais de es-timação e compartilhem com seus amigos.

A ideia é de Andrey Klen, Alex Neskin e Ya-roslav Azhnyuk, todos os três são publicitários.

Segundo Azhnyuk, a ferramenta deve ser instalada em abrigos americanos, e as pesso-as poderão interagir com animais abandonados.

BABÁ ELETRÔNICAESTADOS UNIDOS

Novo laboratório reduzirá custos das empresas do PIMExpectativa é que redução seja de 70%, enquanto que o tempo de resposta deverá ser dez vezes menor do que hoje

O novo laboratório de Metrologia Dimen-sional da Fundação Centro de Análise,

Pesquisa e Inovação Tecno-lógica (Fucapi) com a Hexagon Metrology vai reduzir em 70% os custos que as empresas tinham com a análise das peças de seus produtos. A novidade vai otimizar também o tempo de resposta que as in-dústrias necessitavam caindo para menos de uma semana o prazo de entrega de suas demandas, que antes leva-va até 60 dias. “Tirando as grandes fábricas que possuem altos investimentos na área de pesquisa, as demais empresas não têm capacidade de inves-timento para montar um labo-ratório de análise e melhorias de processos e projetos de produtos. Com o novo labo-ratório, essas empresas vão diminuir os custos e ganhar tempo”, afirma o coordenador do projeto do laboratório de metrologia Fucapi/Hexagon, José Luiz Zanirato.

Segundo ele, hoje, as empre-sas precisam esperar quase dois meses para obter uma resposta para a demanda de suas peças, uma vez que a aná-lise era feita em laboratórios em Estados do Sul e Sudeste como São Paulo e Rio Grande do Sul. “Agora, o atendimento será imediato”, ressalta.

De acordo com o diretor executivo da Hexagon na Amé-rica do Sul, Danilo Lapastini, o laboratório já funciona a todo vapor. Por ser inédito, ele espera que o laboratório possa atrair uma larga clientela. “Es-tamos confiante no sucesso do projeto”, destaca.

AprovaçãoProprietário de uma em-

presa de ferramentaria que produz peças para as fábricas do Distrito Industrial, o empre-sário Walter Júnior afirma que vai conseguir reduzir custo e ganhar tempo com o labora-tório de metrologia dimensio-nal da Fucapi/Hexagon. Ele também acredita que haverá uma otimização da qualidade das peças fabricadas para os produtos das fábricas instala-das em Manaus. “Como micro e pequeno empresário, pode-rei ter acesso a uma análise metrológica mais confiável das peças que forneço para o parque fabril local”, avalia Walter, que recentemente in-vestiu dinheiro para adquirir

uma máquina de análise de peças da própria Hexagon.

Por sua vez, o analista da área de Qualidade da Moto Honda, Rafael Vasconcelos, frisa que as empresas sempre buscam reduzir os custos e me-lhorar o tempo de respostas de análise de suas peças. Para ele, o novo laboratório pode ser uma “saída”, principalmen-te, para as pequenas empre-sas. “Hoje, algumas fábricas trabalham com fornecedores estrangeiros que prezam pela qualidade”, argumenta.

QUALIDADEConforme Danilo Lapastini, a Hexagon detém tecnologia vin-da do exterior como máquinas da Itália, sostwares dos EUA, e de países como França, Japão, Itália e também da Alemanha

ANWAR ASSIEquipe EM TEMPO

Equipamentos importados medem peças de praticamente todos os tamanhos a um custo que varia de R$ 30 mil até R$ 350 mil

A parceria entre a Fucapi e a Hexagon demandou inves-timentos iniciais de R$ 10 milhões. Esse volume tende a crescer, uma vez que novos recursos deverão ser inje-tados no projeto até 2015, inclusive, para a construção de um laboratório de ensino. “A Hexagon tem interesse de no mercado amazonense e procurou associar a imagem dela a uma empresa que tenha o reconhecimento das fábricas do Polo Industrial de Manaus (PIM). A Fucapi

entra com a estrutura física e a parte técnica, enquanto que a Hexagon participa com recursos e equipamentos”, conta o coordenador José Luiz Zanirato ao frisar que a Fucapi também vai injetar verbas no projeto.

De acordo com o dire-tor executivo da Hexagon na América do Sul, Danilo Lapastini, além de reduzir custo e tempo, as empresas vão ganhar qualidade com o laboratório de metrologia criado em Manaus.

Investimentos de R$ 10 milhões

Máquinas que medem por coordenadas serão usadas em ManausBraço de medição portátil é uma das vedetes do laboratório

FOTOS: DIVULGAÇÃO

B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013

B04 - ECONOMIA.indd 4-5 11/15/2013 11:31:17 PM

B4PaísMANAUS, DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013 B5PaísMANAUS, DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013

Novo console da Sony custará quase R$ 4 mil quando iniciar as vendas no Brasil, a partir do próximo dia 29 de novembro

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AÇÃO

‘Forbes’ pode ser vendida por quase R$ 1 bilhãoGrupo de mídia dona da famosa revista norte-americana foi procurado por vários interessados em comprar corporação

O grupo de mídia dono da revista americana “For-bes” se colocou à

venda, depois de ter sido abordado por potenciais compradores interessados na publicação. O presidente-executivo da Forbes Media, Mike Perlis, afirma que tra-balha com o Deutsche Bank para definir os termos de uma possível proposta.

O valor do negócio, que inclui o site Forbes.com, é es-timado em US$ 400 milhões (R$ 931 milhões).

A “Forbes” foi fundada em 1917 pelo jornalista escocês Bertie Forbes. Ajudou a dar fama à revista a publicação de rankings, entre os quais o das maiores empresas e o dos bilionários. Em 2006, a empresa vendeu, por US$ 240 milhões, participação de 45% para a companhia de “private equity” (participação em empresas) Elevation Par-tners, que tem Bono, líder da banda U2, como sócio.

A circulação da “Forbes” subiu 1% no último semestre, para 932.884 exemplares, segundo a Aliance Audited Media (empresa que audita os dados de empresas de mídia nos EUA).

Como parâmetro, a “Time”, maior revista do país em cir-culação, imprime 3,3 milhões de exemplares por semana, e a “Economist”, 845 mil em sua versão americana. Já a receita com publicidade so-mou US$ 275 milhões no ano passado, acumulando queda de 19% desde 2008.

PerdasDiante da perda de receita

com publicidade, o grupo da Forbes se esforçou para di-versificar o seu negócio nos últimos anos, expandindo sua presença on-line com a ajuda de blogueiros e investimentos em conferências de negó-cios. Hoje, mais da meta-de dos ganhos da empresa é gerada com a publicida-de digital. “Este ano será marcado pelo nosso melhor desempenho financeiro nos últimos seis anos, sustentado pelo crescimento da receita digital e das conferências. Como resultado, recebemos mais algumas indicações de interessados em comprar a ‘Forbes’”, afirma Perlis.

Segundo ele, a previsão para 2013 é alcançar incre-mento de 25% nas receitas on-line. De janeiro a setem-bro, o avanço fora de 27%. Este ano, a previsão é que “Forbes” tenha incremento nas receitas on-line de 25%, desempenho que ajudou valorizar a empresa

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AÇÃO

Começa venda do PlayStation 4O PlayStation 4, novo con-

sole da Sony, começou a ser vendido hoje nos Estados Unidos. Fãs aguardavam há dias na fila esperando as lojas abrirem.

Em Nova York, a Sony reali-zou um evento de lançamento especial e vendeu seu primei-ro videogame a Joey Chiu, 24, morador do Brooklyn. Ele

recebeu o PS4 autografado por Andrew House, presiden-te da Sony Computer Enter-tainment Global, e de Jack Tretton, que é o presidente da Sony Computer Entertain-ment America.

A Sony anunciou no evento, transmitido ao vivo para a televisão nos EUA, um novo jogo da série “Uncharted”,

entre outros títulos. Nos Estados Unidos, o

PlayStation 4 custa US$ 400. No Brasil, o preço será de R$ 3.999, com vendas a partir de 29 de novembro.

Ou seja, no país, o preço custará um valor quase qua-tro vezes mais caro do que o preço cobrado nos Estados Unidos, onde o produto não

custará nem R$ 1mil.

JogosOs jogos do PS4 custarão

entre R$ 180 e R$ 200, se-melhantes aos do rival Xbox One. A diferença é que o con-sole da Microsoft -em pré-venda desde junho- sairá por quase metade do valor: R$ 2.299.

Produto permite interação à distância com animais

Os donos de animais de estimação que sofrem por deixá-los sozinhos quan-do vão viajar, trabalhar, ou cumprir outros compro-missos podem ter parte do seu problema resolvido.

A empresa Petcube criou uma espécie de “babá eletrônica” para animais: um pequeno cubo de alumínio e vidro equipado com câmera, alto-falante e internet sem fio, que é contro-lado remotamente pelo uso de um aplicativo em smartphone ou tablet.

Os donos poderão ver seus animais e “falar” com eles pelo dispositivo.

Segundo o site da re-vista “Forbes”, a start-up entrou no site de finan-ciamento coletivo Kicks-tarter com a meta de arrecadar US$ 100 mil

(aproximadamente R$ 234 mil) para o proje-to, e acabou garantindo US$ 251 mil (aproxima-damente R$ 587 mil) ao longo da campanha de 42 dias.

PreçoO produto, que será ven-

dido por US$ 199 (apro-ximadamente R$ 465), também permitirá que os usuários tirem fotos de seus animais de es-timação e compartilhem com seus amigos.

A ideia é de Andrey Klen, Alex Neskin e Ya-roslav Azhnyuk, todos os três são publicitários.

Segundo Azhnyuk, a ferramenta deve ser instalada em abrigos americanos, e as pesso-as poderão interagir com animais abandonados.

BABÁ ELETRÔNICAESTADOS UNIDOS

Novo laboratório reduzirá custos das empresas do PIMExpectativa é que redução seja de 70%, enquanto que o tempo de resposta deverá ser dez vezes menor do que hoje

O novo laboratório de Metrologia Dimen-sional da Fundação Centro de Análise,

Pesquisa e Inovação Tecno-lógica (Fucapi) com a Hexagon Metrology vai reduzir em 70% os custos que as empresas tinham com a análise das peças de seus produtos. A novidade vai otimizar também o tempo de resposta que as in-dústrias necessitavam caindo para menos de uma semana o prazo de entrega de suas demandas, que antes leva-va até 60 dias. “Tirando as grandes fábricas que possuem altos investimentos na área de pesquisa, as demais empresas não têm capacidade de inves-timento para montar um labo-ratório de análise e melhorias de processos e projetos de produtos. Com o novo labo-ratório, essas empresas vão diminuir os custos e ganhar tempo”, afirma o coordenador do projeto do laboratório de metrologia Fucapi/Hexagon, José Luiz Zanirato.

Segundo ele, hoje, as empre-sas precisam esperar quase dois meses para obter uma resposta para a demanda de suas peças, uma vez que a aná-lise era feita em laboratórios em Estados do Sul e Sudeste como São Paulo e Rio Grande do Sul. “Agora, o atendimento será imediato”, ressalta.

De acordo com o diretor executivo da Hexagon na Amé-rica do Sul, Danilo Lapastini, o laboratório já funciona a todo vapor. Por ser inédito, ele espera que o laboratório possa atrair uma larga clientela. “Es-tamos confiante no sucesso do projeto”, destaca.

AprovaçãoProprietário de uma em-

presa de ferramentaria que produz peças para as fábricas do Distrito Industrial, o empre-sário Walter Júnior afirma que vai conseguir reduzir custo e ganhar tempo com o labora-tório de metrologia dimensio-nal da Fucapi/Hexagon. Ele também acredita que haverá uma otimização da qualidade das peças fabricadas para os produtos das fábricas instala-das em Manaus. “Como micro e pequeno empresário, pode-rei ter acesso a uma análise metrológica mais confiável das peças que forneço para o parque fabril local”, avalia Walter, que recentemente in-vestiu dinheiro para adquirir

uma máquina de análise de peças da própria Hexagon.

Por sua vez, o analista da área de Qualidade da Moto Honda, Rafael Vasconcelos, frisa que as empresas sempre buscam reduzir os custos e me-lhorar o tempo de respostas de análise de suas peças. Para ele, o novo laboratório pode ser uma “saída”, principalmen-te, para as pequenas empre-sas. “Hoje, algumas fábricas trabalham com fornecedores estrangeiros que prezam pela qualidade”, argumenta.

QUALIDADEConforme Danilo Lapastini, a Hexagon detém tecnologia vin-da do exterior como máquinas da Itália, sostwares dos EUA, e de países como França, Japão, Itália e também da Alemanha

ANWAR ASSIEquipe EM TEMPO

Equipamentos importados medem peças de praticamente todos os tamanhos a um custo que varia de R$ 30 mil até R$ 350 mil

A parceria entre a Fucapi e a Hexagon demandou inves-timentos iniciais de R$ 10 milhões. Esse volume tende a crescer, uma vez que novos recursos deverão ser inje-tados no projeto até 2015, inclusive, para a construção de um laboratório de ensino. “A Hexagon tem interesse de no mercado amazonense e procurou associar a imagem dela a uma empresa que tenha o reconhecimento das fábricas do Polo Industrial de Manaus (PIM). A Fucapi

entra com a estrutura física e a parte técnica, enquanto que a Hexagon participa com recursos e equipamentos”, conta o coordenador José Luiz Zanirato ao frisar que a Fucapi também vai injetar verbas no projeto.

De acordo com o dire-tor executivo da Hexagon na América do Sul, Danilo Lapastini, além de reduzir custo e tempo, as empresas vão ganhar qualidade com o laboratório de metrologia criado em Manaus.

Investimentos de R$ 10 milhões

Máquinas que medem por coordenadas serão usadas em ManausBraço de medição portátil é uma das vedetes do laboratório

FOTOS: DIVULGAÇÃO

B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013

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B6 País MANAUS, DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013

Prisões dos envolvidos no esquema do mensalão coloca em lados opostos, petistas e outros políticos que divergem da Justiça

Ditadura X Justiça: prisão de mensaleiros divide opiniões

Os parlamentares e po-líticos se dividiram ao comentar a determi-nação da prisão dos

primeiros condenados do men-salão. De um lado, os filiados ao PT, que comparam a expedição dos mandados de prisão de José Genuino e José Dirceu a ações de regimes ditatoriais e lamentam. Do lado da oposição, visão é de que justiça foi feita e que con-denação comprova que crimes do mensalão existiram.

O deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR), filho de José Dirceu, postou no Twitter sua indignação com a prisão dos mensaleiros. “O Brasil já viveu isto na ditadura. Hoje, ditadura das mídias e das condenações sem provas. Genoino: sou pre-so político”, escreveu ele. Zeca Dirceu emocionou-se ao se des-pedir do pai. Ele escreveu no Twitter: Acabo de dar no meu pai o abraço mais difícil dos meus 35 anos de filho”.

O deputado Cândido Vac-carezza (PT-SP) lamentou a prisão dos condenados no mensalão. Vaccarezza voltou a criticar a decisão do Su-premo de no julgamento do caso. “Pessoalmente, acho um quadro desnecessário. Existe uma decisão incorreta do Su-premo Tribunal Federal (STF), mas, sentença do Supremo não se discute, cumpre-se. A democracia existe para o bem e para o mal “, disse.

O presidente do DEM, sena-dor José Agripino (RN), come-morou a prisão dos mensalei-ros. Em sua conta no Twitter, ele afirmou que “a decisão do STF deixa claro que a organiza-ção criminosa existiu, praticou o dolo e por isso foi punida exemplarmente”. Para ele, “o Brasil viverá novo momento. Não é apenas a figura política

de Dirceu que está indo para a cadeia, mas uma quadrilha de pessoas poderosas”.

O presidente do PPS, deputa-do Roberto Freire (SP), disse em nota que a decisão do presiden-te do tribunal, ministro Joaquim Barbosa, é a confirmação de que a Justiça foi feita. Freire disse que espera que a Câma-ra “cumpra com seu papel” e decrete a perda imediata do mandato de Genoíno.

“É um momento importante (para o país), não porque (os condenados) irão ser presos, mas pelo significado do ato de que as autoridades não estão impunes pelos erros cometi-

dos”, afirmou Freire, em nota. “A Justiça foi feita”, completou.

O governador de Pernam-buco e pré-candidato à Presi-dência da República, Eduardo Campos (PSB), postou em seu Twitter que o dia da Procla-mação da República (15), é uma oportunidade ideal para a sociedade se perguntar em qual país gostaria de morar nos próximos anos. “Mais um dia para pensarmos em um Brasil mais justo, mais transparente e mais humano. Todos nós temos o direito de sonhar com esse país”, anotou Campos. “Cele-bramos um capítulo importan-te da nossa história”.

Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa expediu mandados de prisão para envolvidos no mensalão

GERVASIO BAPTISTA-SCO-STF

DESABAFOZeca Dirceu (PT-PR), filho de José Dirceu, postou no Twitter sua indignação com a prisão dos mensaleiros: o Brasil já viveu isto na ditadura. Hoje, ditadura das mídias e das conde-nações sem provas

O presidente do Supre-mo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, expediu os 12 primeiros mandados prisão dos condenados no processo do mensalão na sexta-feira, 15. A Polícia Federal (PF) confirmou que recebeu os pedidos e afirmou, pelo Twitter, que cumpriria os mandados de prisão logo.

Nessa primeira leva es-tão o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu; o ex-pre-sidente do PT José Genoino;

o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares; o operador do esquema Marcos Valé-rio; a dona do Banco Rural Kátia Rabello; o ex-deputa-do federal Bispo Rodrigues; Ramon Hollerbach e Cris-tiano Paz, ex-sócios de Va-lério; Simone Vasconcelos, ex-funcionária de Valério; o ex-tesoureiro do PL (atual PR) Jacinto Lamas; o ex-deputado Romeu Queiroz (PTB-MG); e ex-diretor de marketing do Banco do Bra-sil Henrique Pizzolato.

Os 12 primeiros condenadosEm documento intitulado

“Carta Aberta ao Povo Bra-sileiro”, divulgado minutos depois de ter seu manda-do de prisão expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-ministro José Dirceu reiterou sua inocên-cia, disse ser vítima de uma condenação injusta e que, assim como José Genoino, se considera “um preso polí-tico de uma democracia sob pressão das elites”.

Segundo ele, o julgamento do mensalão, a Ação Penal

470, caminha para o fim, segundo ele, como começou: “inovando e violando garan-tias individuais asseguradas pela Constituição e pela Convenção Americana dos Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário”.

“Como sempre, vou cum-prir o que manda a Cons-tituição e a lei, mas não sem protestar e denunciar o caráter injusto da conde-nação que recebi. A pior das injustiças é aquela cometida pela própria Justiça”.

‘Sou um prisioneiro político’

Ex-ministro José Dirceu se diz inocente é vítima da injustiça

Para o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), a prisão dos con-denados no mensalão seria um “desestímulo à corrup-ção” e uma mensagem à sociedade de que autorida-des podem ser punidas no Brasil. Dias destacou que o fato de terem sido presos é simbolicamente importante no desfecho do julgamento.

“Isso é uma vitória da so-ciedade, porque estabelece uma crença de ser possível a justiça prevalecer, mesmo quando estão em julgamento

autoridades no país. É um fato histórico, com conse-quências da maior impor-tância. É um desestímulo à corrupção na administração pública. A partir de agora, aqueles que gostam de propi-na e outras coisas mais, vão pensar duas vezes. Se não tivesse cadeia, passaria uma sensação de impunidade. A prisão é emblemática porque, para os cidadãos, quando se chega ao cárcere, houve con-denação de fato. Se não, é embromação”, declarou.

‘Autoridades podem ser punidas’

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B7MANAUS, DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013 Mundo

Cobre, presente na água potável, acelera o câncerCientistas constataram que o nutriente acelera o crescimento de tumores e células cancerígenas com incidência em humanos

Um grupo de cientis-tas suíços demons-trou que o consumo de cobre, metal pre-

sente na água potável, acelera o crescimento de tumores em ratos com câncer, descoberta que também pode ocorrer com os seres humanos. Um estu-do realizado por especialistas da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL) na Suí-ça testou os níveis máximos de cobre permitidos na rede de provisão pública da água. “Nosso maior surpresa foi constatar que acrescentando uma pequena quantidade de cobre à água potável, acele-rávamos o desenvolvimento de tumores nos ratos, o que demonstra que este metal é um nutriente essencial para as células cancerígenas”, ex-plicou a autora principal do estudo, Seiko Ishida.

Os cientistas da EPFL descar-taram que o cobre possa produzir câncer, já que os ratos com boa saúde expostos aos mesmos níveis de cobre na água potável que os ratos com câncer não desenvolveram a doença.

“Os tumores, ao contrário dos tecidos, são particular-mente sensíveis aos níveis de cobre”, afirmou Ishida, que descreveu este fato como uma

“observação desconcertante” que incitou a equipe científica a investigar o problema.

TratamentoNesse sentido, o estudo

sugere que níveis inferiores de cobre nos pacientes com câncer poderia ajudar no tra-tamento desta doença.

O estudo conclui que se for possível limitar as duas maneiras nas quais as células produzem

energia em forma de ATP (respi-ração e glucólisis), seria possível fazer as células cancerígenas “morrerem de fome”.

Para se multiplicar, tanto as células sãs com as cancerígenas necessitam de energia, que pode ser produzida por “respiração”, para a qual necessitam de oxi-gênio, ou por “glicólise”.

NÍVEISUm estudo realizado por especialistas da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL) na Suíça tes-tou os níveis máximos de cobre permitidos na rede de provisão pública da água

DIVULGAÇÃO

Nutriente presente na água, o cobre ajuda a acelerar as células e os tumores cancerígenos, segundo um estudo científico

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B8 Mundo MANAUS, DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013

Filipinas: ajuda humanitária mundial deve evitar errosOrganismos mundiais de ajuda humanitária evidenciam a falta de sincronia no socorro aos sobreviventes do megatufão

Especialistas em ajuda humanitária de emer-gência advertiram que é preciso evitar nas

Filipinas, devastada por um tu-fão que deixou pelo menos 10 mil mortos, os mesmos erros cometidos após o tsunami de 2004 na Ásia. A resposta ao tsunami que deixou 275 mil mortos na Indonésia, Índia, Sri Lanka e Tailândia provo-cou um grande debate sobre a organização das operações de resgate, a natureza da ajuda a ser concedida e os meios que foram disponibili-zados para a reconstrução.

Alguns participantes nas ope-rações de ajuda, como a Cruz Vermelha britânica, lamenta-ram a disputa entre agências ou ONGs, o transporte de equi-pamento ou de produtos inúteis e a dificuldade para administrar os recursos financeiros. Parte do financiamento prometido para a reconstrução nunca foi entregue e a corrupção e a gestão equivocada absorveram grandes quantias.

“Antes de mais nada é es-sencial entregar donativos de maneira reflexiva e prudente”, afirma Paul Arbon, diretor do Torrens Resilience Institute, um centro de pesquisas australia-no sobre ajuda de emergência.

“Em contextos difíceis, a boa vontade que se manifesta em todo o mundo produz um fluxo impossível de administrar de todo tipo de bens nas zonas afetadas e isto cria pontos de congestionamento nos portos e aeroportos, o que prejudica a ajuda mais específica”, explica.

Países e organizações hu-manitárias começaram a en-

viar ajuda às Filipinas, onde algumas regiões do centro do país foram arrasadas pela passagem do tufão Haiyan. Segundo as autoridades, o balanço de vítimas pode su-perar 10 mil mortos. “Chegar nas áreas mais afetadas é muito difícil. Trabalhamos 24 horas por dia”, declarou To-moo Hozumi, representante do Unicef nas Filipinas.

DONDI TAWATAO AP

Ajuda humanitária tenta chegar aos sobreviventes do maior desastre natural da história, o furacão Haiyan, nas ilhas das Filipinas

Plano para destruição de armas SÍRIA

A Organização para a Proibição de Armas Quími-cas (Opaq) apresentou nesta semana em Haia um plano para a destruição do arsenal químico da Síria.

O anúncio foi feito por Christian Chartier, porta-voz da Opaq. O conselho exe-cutivo da organização tinha até a última sexta-feira, 15, para determinar os prazos para a destruição de mais de mil toneladas de armas químicas, estabelecida em um pacto entre Estados Uni-dos e Rússia que evitou uma intervenção militar no país, mergulhado em guerra civil desde o início de 2011.

As discussões em Haia foram interrompidas duas vezes, até que um acordo foi alcançado. Uma equipe conjunta da ONU e da Opaq está na Síria desde outubro para inspecionar o arsenal químico sírio, assim como as instalações de produção.

A eliminação dos centros declarados de produção de

armas químicas foi con-cluída em outubro, quando todas as armas e produtos químicos envolvidos foram selados, de acordo com o anúncio feito pela Opaq no final de outubro.

Os inspetores trabalham “em uma zona de guerra, em condições extremas no que se refere à segurança”, declarou Sigrid Kaag, coor-denadora da missão con-junta Opaq-ONU, durante a reunião da sexta.

Segundo o plano, as ar-

mas químicas sírias serão transferidas para fora da Síria “da forma mais segura e quanto antes”, indicou a Opaq em um comunicado.

“O plano define um cami-nho claro e marca objetivos ambiciosos que o governo sírio terá de cumprir”, disse o diretor geral da Opaq, Ahmet Uzumcu, em um comunicado. “O apoio e a ajuda interna-cional para esta tarefa será crucial”, acrescentou.

RussosO plano de russos e de

americanos para o desarma-mento químico da Síria foi aprovado em setembro pelo Conselho de Segurança da ONU, o que permitiu evitar uma ofensiva americana que parecia ser iminente, depois de um ataque químico no dia 21 de agosto perto de Damas-co que deixou centenas de mortos. Esse ataque químico foi atribuído, principalmente pelos ocidentais, ao regime de Bashar al-Assad.

Organização Para a proibição de Armas Químicas trabalha no desarmamento da Síria

REPRODUÇÃO

PACTOA Opaq tinha prazo a até a última sexta-feira, 15, para determinar os prazos para a des-truição de mais de mil toneladas de armas quí-micas, estabelecida em um pacto entre Estados Unidos e Rússia

IMPASSESAlguns participantes nas operações de ajuda, como a Cruz Vermelha britânica, lamentaram a disputa entre agências ou ONGs, o transporte de equipamento e a difi-culdade para administrar os recursos financeiros

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Dia a diaCade

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[email protected], DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013 (92) 3090-1041

Estudo sobre insetos chega ao Inpa

Dia a dia C8

MAXWELL ROCHA/DIVULGAÇÃO

Trauma, dor e consciênciaNo Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidente de Trânsito, chamar a atenção para a violência que toma conta das ruas de toda cidade brasileira é uma tarefa que deve ser repetida exaustivamente todos os anos

Na semana passa-da, o jovem na-dador amazonen-se Pedro Nicolas

Sena da Silva, de 14 anos, passou a fazer parte das es-

tatísticas de vítimas fatais de acidentes de trânsito no país,

ao morrer dos ferimentos pro-vocados por um atropelamento

em Vitória (ES).Como acontece todos os dias,

principalmente nas grandes cida-des, a imprudência de motoristas

e pedestres causa indignação. A morte de Pedro volta a enfurecer os

cidadãos pelo absurdo do acidente: um atropelamento provocado por um

motorista imprudente que avançou o sinal e atingiu o adolescente no

momento de sua travessia numa faixa de pedestres. É o retrato de uma guerra entre

conscientização e impunidade. De um lado, há quem pressione por leis muito

mais rigorosas contra quem avança sinais, abusa da velocidade ou dirige

sob efeitos de bebidas alcoólicas. Do outro, estão os que fogem de suas

responsabilidades e insistem em um tipo de comportamento já defi nido como

criminoso, movidos pela impunidade ou mesmo pela falta de respeito com

o próximo. No meio, há famílias de vítimas dessa batalha, as próprias ví-

timas e até mesmo os responsáveis pelos acidentes marcados pelo peso

da fatalidade provocada.Hoje, terceiro domingo de novembro,

é o Dia Mundial em Memória das Ví-timas de Acidentes de Trânsito, uma

data que a cada ano tem mais perdas a serem lamentadas, mas ao mes-

mo tempo marca, junto com outras iniciativas, uma nova busca de paz

defi nitiva para esse caos.Nas páginas seguintes, há histórias

de quem sobreviveu a essa guerra, perdeu familiares e até mesmo abriu

os olhos para um problema tão gra-ve. Aparentemente repetitivas, são

histórias que devem ser repetidas à exaustão enquanto os números de mortos e sequelados nessa batalha permanecerem em progressão. É uma forma de chamar a atenção para a conscienti-zação no trânsito.

(Continua nas pá-ginas C2 a C7)

CÉSAR AUGUSTOEquipe EM TEMPO

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C2 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013

CABOTAGEM

Experiência inimaginávelO mecânico Glauber Marinho Pereira foi atropelado em um sábado de abril de 2012 e ficou vários dias se recuperando. Hoje, não guarda rancor da mulher que causou o acidente que por pouco lhe custou a vida, mas reconhece seu papel no fato

Enforcar um dia na semana para curtir feriado prolongado, ou mesmo um sába-

do preguiçoso com direito a feijoada e peladinha, defini-tivamente é mordomia para poucos brasileiros. A maio-ria, como o mecânico de re-frigeração Glauber Marinho Pereira, 38, tem que abrir mão de certas regalias para não terminar o mês refém do apetite voraz de capatazes, que também atendem por “limite de crédito”.

Foi num sábado qualquer de batalha, em abril de 2012, dia sem muitas novidades, que o mecânico escapou por pouco de rechear as estatís-ticas. Era fim do expediente quando Glauber deixou a ofi-cina no bairro Compensa e resolveu fazer uma visitinha ao último cliente, na Pon-ta Negra, bairro vizinho na Zona Oeste.

Dono de um físico forte e agilidade de quem é acostu-mado a “pegar no batente”, Glauber estacionou o carro e tentou cruzar a avenida. “Já estava acostumado a atra-vessar a estrada da Ponta Negra direto, porque tra-balhava lá. Desci do meu carro, vi um carro vindo mais devagar e atravessei. Daí uma senhora que vinha num Ecosport me ‘pegou’. Eu não vi, nem ela me viu”, disse. E esta foi a última lembrança que o trabalhador guarda daquele dia comum de labuta.

ExperiênciasA partir daí, ele viveu expe-

riências inimagináveis, para quem só esperava chegar em casa e curtir o fim do dia na companhia de esposa e do filho recém-nascido. Com o baque, ele teve o corpo lança-do a uns 30 metros de distân-cia. Foi levado desacordado para o pronto-socorro João Lúcio, na Zona Leste. De lá, veio o diagnóstico: com sorte Glauber teve somente o fêmur fraturado, paralisia no pé esquerdo e um pequeno quadro de desorientação re-sultado do choque da cabeça no asfalto. “Fiquei em obser-vação, eu conversava com a minha esposa, mãe e irmã, mas não lembro o que eu conversava. Só vim lembrar o acidente três dias depois. Mas do acidente mesmo, só lembro até o momento em que veio o carro e achei que dava para atravessar, quando fui para a terceira faixa não me lembro mais de nada”, afirmou.

Depois de toda essa maratona, nem é preciso ser doutor pra saber que restaria ao mecânico um longo período de cuidados pós-operatórios, regado a coquetéis contra dor, infla-mação, intermináveis idas e vindas da fisioterapia e todo aquele desgaste, principalmente para quem depende da saúde pública. Errado, Glauber passou um ano “encostado”, mas virou-se como pode. “Depois que saí não tomei mais remédio nenhum. A manutenção só foi cadeira de roda e muleta, não fiz fisioterapia, não re-comendaram”, revelou.

Quase 2 anos após o aci-dente, as sequelas e mar-cas espalhadas pelo corpo relembram a experiência. No abdômen e nas costas cicatrizes imensas, a perna direita que foi fraturada resolveu reclamar de uns dias para cá - com inchaço e grande dificuldade de movi-mentação - e o pé esquerdo voltou a mexer recentemen-te. “Sinto diferença. Antes pegava um ar-condicionado e carregava sozinho. Agora preciso de alguém para me ajudar. Tem várias coisas que precisa de alguém co-migo. Jogar bola, correr e ajoelhar, eu não consigo. Tem que ser tudo devagar, subir e descer escada é

muito mais complicado que antes. Graças a Deus eu ando, tiro o meu sustento trabalho. Mas é com sacri-fício”, revelou.

Apesar do espelho dedu-rar diariamente os momen-tos difíceis, Glauber encara tudo como aprendizagem e diz não guardar mágoa da condutora do Ecosport. “As-sim que ela me bateu, se de-sesperou e fugiu. Todo mun-do fica nervoso e ela teve medo de ser linchada. Mas depois voltou e ajudou. Não guardo mágoa de maneira nenhuma, porque ninguém sai de casa dizendo ‘hoje vou lascar alguém’, aconte-cem acidentes. Vacilo dela e meu que se tivesse visto não teria atravessado e ela teria parado”, analisou.

Após a experiência, o mecânico reconhece que falta mais prudência e respeito à lei por parte dos motoristas e inclusive, pedestres. “Sobre o trân-sito, as leis são boas, o problema que a maioria não gosta de cumprir e vira o caos”, lamentou.

Mesmo sem condições de carregar sozinho os condicionadores de ar, como fazia antes do aci-dente, o mecânico leva de experiência daquela tar-de de sábado, uma dose de prudência.

Prudência como uma lição

Depois de passar por uma experiência difícil, Glauber mostra no corpo as marcas do acidente

Vítima de atropelamento sendo socorrida em via pública de Manaus: no caso de Glauber, ele reconheceu sua imprudência ao não prestar atenção na travessia

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Quando estava se prepa-rando para voltar para casa, uma reviravolta. Ele é obri-gado a ampliar sua estadia, por mais 40 dias, dos quais 14 foram em coma. “Aparen-temente só tinha quebrado o fêmur e batido a cabeça. Fiquei em observação três dias, quando comecei a me lembrar das coisas, também comecei a passar mal com falta de ar”, lembrou.

Sem conseguir respirar, Glauber foi enviado duas ve-zes para sala de reanimação. “Não teve reanimação que

desse jeito. Não sei se aplica-ram sedativo ou se desmaiei com falta de ar”, arriscou.

Sem conseguir respirar, as atenções da equipe se voltaram ao pulmão do mecânico. Um raio-x re-velou uma mancha preta permanente sobre o pul-mão. “Descobriram que era um pedaço do fígado que tinha estourado, ‘varado o esôfago’ e ido para cima do pulmão. Os médicos conver-saram com minha mãe e fui para cirurgia. Entrei às 8h no centro cirúrgico e saí às 16h, já todo cortado. Fui induzido ao coma 14 dias. E ‘tô’ aqui até agora”. Ufa!

Depois do acidente, um longo período de dor

TRANSTORNOSem conseguir respirar, Glauber foi enviado duas vezes para sala de reanimação. “Não teve reanimação que desse jeito. Não sei se aplicaram sedativo ou se desmaiei com falta de ar”, arriscou

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Não guardo mágoa de maneira nenhu-

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acidentes

Glauber Pereira, mecânico

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C3Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013

Mais do que redobrar a segurança, a experi-ência trouxe à família certa descrença quanto à aplicação das leis e da atuação dos políticos. “Falta lei e gente com pulso para aplicar. Mas acho que além da falta de policiamento, falta inves-timento na infraestrutura da cidade, na sinalização e educar orientando de verdade as pessoas. O governo tem que traba-lhar a educação na escola, nas bases”, pontuou.

Para Jocilene, a grande quantidade de acidentes registrada nas cidades brasileiras, deve ser se-riamente analisada. “É fácil jogar a culpa no condutor e dizer que foi imprudência. Por quê? Isso faz a gente refletir. Para tentar se conformar porque não temos justi-ça, as pessoas preferem acreditar que ‘tinha que acontecer’. Aqui o confor-to é entregar nas mãos de Deus”, lamentou.

Tristeza, descrença e reflexão

Uma lembrança dolorosaJocilene Monteiro de Souza perdeu o pai e a irmã mais nova em acidentes de trânsito diferentes. Com tantas tragédias, a família reforçou a segurança dos veículos e mudou hábitos cultivados antes das mortes dos parentes

A poucos metros do aci-dente de Glauber, e no mesmo horário, outro homem também ten-

tou atravessar a avenida, mas não teve a mesma “sorte”. “Ele foi jogado 20 metros e a cirurgia que ele tinha na barriga rompeu na batida. Meu pai perdeu a vida indo ao hospital”, disse a filha de Nicodemos Figueira de Sou-za, 41, a vendedora Jocilene Monteiro de Souza, 31.

Além de atingir o pedestre que não sobreviveu aos feri-mentos, o condutor também não prestou socorro. “A placa do homem que bateu era fria. Fomos pesquisar e dava numa Brasília, e o carro que matou e meu pai era uma S-10 cabine dupla, então até hoje não foi desvendado”, afirmou.

Se não fosse o bastante perder o pai num acidente de trânsito, outra tragédia mar-caria a família Souza para sempre. Após curtir a “Festa do Cupuaçu” de Presidente Figueiredo, com o namora-do e um casal de amigos, a caçula da família Souza, Josiane Monteiro de Souza, 22, retornava para casa num domingo à tarde. “Foi no quilômetro 33 que aconte-ceu. O namorado dirigia o carro dela, quando houve a colisão com outro carro que

vinha do sentido contrário. Nessa colisão morreram ela e mais duas pessoas do outro veículo. Tenho o jornal onde saiu a matéria do acidente dela, e me choquei ao ler, porque dizia ‘Final de sema-na chocante: 70 vítimas de acidente’”, lembrou.

A jovem morreu na hora. Apesar de estar com cinto de segurança, o amigo sentado no banco traseiro não esta-va. Com a colisão, segundo análise pericial, o corpo dele foi arremessado pelo para-brisa. Mas antes de sair, chocou-se contra Josiane, que teve o pescoço quebrado na hora. “Ela não foi cuspida porque estava com cinto, que acabou queimando o corpo dela. Ninguém sabe se ela tivesse sem cinto, pudesse ter sido diferente. Mas o conselho é usar”, analisou.

A vendedora explicou que na época foi observado que dirigir alcoolizado, pode ter feito o namorado de Jo-siane perder o controle do automóvel, modelo Gol. “No depoimento, ele disse que alguém passou na frente e para desviar teve que invadir outra pista. O motorista e a passageira do outro veículo faleceram. Não sei como fi-cou, mas minha mãe não foi atrás de justiça, a situação toda já é tão triste e ter que ir atrás disso... E ela acredita em outra justiça”, apontou.

Jocilene mostra a foto dos familiares mortos em acidentes: trauma mudou hábitos da família

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Além de saudade, a perda do pai e em seguida da irmã deixou sequelas e traumas na família. “Minha mãe fica muito preocupada. Eu dirijo o dia todo, porque trabalho com vendas e ela fica muito nervosa com isso”, apontou.

Os passeios para Presidente Figueiredo foram banidos da família. “Era constante, todo

fim de semana a gente ia para lá. Pegar estrada era tão gostoso. Mas não vou mais pela minha mãe e porque não nos sentimos seguros. Mesmo porque a estrada não tem sinalização, nem iluminação, também não temos pista para ultrapassagem. E na maioria das vezes você, para fugir de um buraco, acaba fazendo isso

e causa acidente”, afirmou.Os cuidados com a manu-

tenção dos veículos também viraram prioridade da família. “Estou trocando de carro por segurança. Aqui não tem para onde recorrer, se teu carro se acaba por andar nessas vias sem manutenção, cheias de buraco, não temos para quem reclamar”, lamentou.

Sequelas e traumas para todos os familiares

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013 C5

“Essa é uma data para lembrar que por trás de cada um dos milhares de mortos e feridos do trânsito brasileiro, friamente revelado nas estatís-ticas, há um rosto, uma história de eterna dor, decorrente de uma vida interrompida abrupta-mente, com sonhos e esperanças dramati-camente frustrados”. A frase é de Selma Claudino, mãe de Mar-cel, vítima de acidente de trânsito em 2009.

Marcel tinha 22 anos e cursava o oitavo pe-ríodo de medicina na Universidade Nilton Lins, quando o acidente ocorreu por negligência do poder público, que ao construir a passagem de nível da avenida Umber-to Calderaro Filho, na Zona Centro-Sul, deixou restos de construção e um dente de dragão no meio da via. Ele não con-seguiu desviar a tempo e o veículo atingiu as estruturas. Para Selma, qualquer um que viesse ali seria surpreendido como o filho.

Depois do impacto da morte de Marcel, Selma começou a escrever um livro chamado “Meu fi-lho, meu amor, minha dor”, relatando todo o seu sofrimento.

Experiência é retratada em livro

OTICAS PAGUE MENOS

Um problema sem soluçãoPenas mais rigorosas e campanhas educativas ainda não surtiram um efeito radical quanto aos crimes de trânsito. Ainda assim, legislação brasileira é considerada uma das mais rígidas do mundo

O Dia em Memória das Vítimas de Trânsito também é uma data para lembrar que a

violência no trânsito precisa acabar e que é necessário mais respeito e cidadania para um trânsito menos violento e seguro para todos. Mas como prevenir toda essa violência?

No Brasil, pesquisas recen-tes revelam que 42.844 pes-soas morrem a cada ano nas ruas e estradas do país. A Lei Seca foi promulgada em 2008 com objetivo de redu-zir os acidentes provocados por motoristas embriagados no território nacional, endu-recendo as punições contra quem bebe antes de pegar o volante. A legislação de tran-sito atual prevê que os delitos de homicídio e lesão corporais praticados no trânsito são de natureza culposa (artigos 302, 303 da lei 9.503/1997). Os demais delitos são de natu-reza dolosa, pois não há esta previsão expressa.

Segundo dados da Vara Especializada em Crimes de Trânsito (VECT), do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), ano passado foram distribuí-dos 448 procedimentos, refe-rentes a todo tipo de crimes. Este ano, de janeiro até o dia 8 de novembro passado foram 1.173 procedimentos, uma média mensal de 120.

Quem for flagrado sob efeito de álcool (de 0,1mg a 0,29 mg de álcool por litro de ar expe-

lido) é enquadrado no artigo 165 do Código de Trânsito Bra-sileiro (CTB): comete infração gravíssima (7 pontos na CNH), com penalidade de multa no valor de R$ 957,70 e suspen-são do direito de dirigir por 12 (doze) meses. O veículo ainda fica retido até que apresente outro condutor habilitado e em condições de dirigir.

Porém, aquele condutor que atingir o limite de 0,30 mili-gramas comete também crime de trânsito, pelo artigo 306 do CTB, que prevê penas de detenção, de seis meses a 3 anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a per-missão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

De acordo com a juíza da VECT, Anagali Bertazzo, an-tes de se discutir a legislação ou o eventual endurecimento das penas, devem ser fei-tas campanhas constantes de prevenção e educação no trânsito, por meio dos meios de comunicação em massa, projetos em escolas, para que se possa atingir o maior número de pessoas, esclarecendo e prevenindo contra qualquer tipo de infra-ção de trânsito e alertando para as suas consequências. “Desta forma, poderão ser minorados os resultados ne-gativos que vêm se apresen-tando”, aponta a magistrada. “É necessário um esclare-cimento para a população prevenindo contra qualquer tipo de infração de trânsi-to e alertando para as suas consequências”, acrescenta.

ADRIANA PIMENTELEspecial para o EM TEMPO

Para conscientizar a po-pulação sobre a importân-cia de não dirigir depois de beber, campanhas educa-tivas foram desenvolvidas desde a regulamentação da Lei Seca.

Para o publicitário Nel-son Santos, as campanhas buscam mexer tanto com o emocional quanto servem de alerta.” O objetivo é cons-cientizar a pessoa a não diri-gir após beber”, ressaltou o publicitário. Foram realiza-das várias campanhas em

nível nacional mostrando a realidade do trânsito no Bra-sil. “Nós víamos campanhas impactantes que chocavam a população bastante efica-zes“, enfatiza o publicitário.

“As campanhas vieram chancelar a Lei Seca, porém teve um ponto de suma im-portância que foi esquecido: esse tipo de campanha tem que ter uma continuidade, ser frequente”, afirma o publici-tário, ao destacar os pontos fracos das campanhas de envergadura nacional.

Campanhas não são contínuasDe acordo com a lista ela-

borada pelo Centro Interna-cional para Políticas sobre o Álcool (Icap), sediado em Washington (EUA), o Brasil está entre os 20 países que possuem a legislação mais rígida sobre o tema. Das 82 nações pesquisadas, Noruega, Suécia, Polônia, Estônia e Mongólia têm o mesmo nível de rigor do nosso país. Na América do Sul, a tolerância brasileira só fica atrás da Colômbia, onde o limite é zero.

A Noruega foi o primeiro país a criar leis específi-cas para misturar álcool e direção. Desde 1936, a legislação de trânsito vem sendo aprimorada e hoje o limite tolerado para moto-ristas embriagados é igual ao do Brasil. Se for flagrado com índices maiores que 2 decigramas de álcool por litro de sangue, o condutor perde a carteira por um ano, é preso por no mínimo três semanas, e o trabalho na cadeia é obrigatório.

Ranking mostra rigor brasileiro

Publicidade utilizada em campanha de conscienti-zação sobre a violência no trânsito: objetivo é atingir diretamente o público

Carro destruído em acidente usado em campanha: continuidade

“Sinto um vazio, não é natural uma mãe perder um filho, tento ajudar os outros que estão passando por situações semelhantes e isso era o que Marcel fazia”, afirma Selma.

“Quero que ele não seja mais só um número. Temos que nos conscientizar dos perigos e tomar medidas. Utilizar o cinto de seguran-ça e o capacete, não dirigir após consumir bebida alco-ólica, evitar o uso de celular enquanto estiver dirigindo e

atravessar na faixa de pedes-tres são algumas das princi-pais ações preventivas que ajudam a reduzir as chances de acidentes de trânsito”, analisa Selma.

Conduzir um veículo nos dias de hoje não é algo que qualquer pessoa possa fa-zer com tranquilidade. “Há uma falta de responsabili-dade por parte do condutor, pedestre e poder público”, afirma Selma Claudino, ao analisar o cenário do trânsito no Amazonas.

A solidariedade que vem da dor

Carro capotado em Manaus: campanhas não surtem efeito total Marcel com a família: vazio compensado com solidariedade

Marcel, filho de Selma Claudino, morreu em acidente provocado por objetos deixados em plena rua

REPRODUÇÃO ÁLBUM DE FAMÍLIA

ÁLBUM DE FAMÍLIADETRAN-AM/DIVULGAÇÃO DIEGO JANATÃ/ARQUIVO EM TEMPO

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013 C5

“Essa é uma data para lembrar que por trás de cada um dos milhares de mortos e feridos do trânsito brasileiro, friamente revelado nas estatís-ticas, há um rosto, uma história de eterna dor, decorrente de uma vida interrompida abrupta-mente, com sonhos e esperanças dramati-camente frustrados”. A frase é de Selma Claudino, mãe de Mar-cel, vítima de acidente de trânsito em 2009.

Marcel tinha 22 anos e cursava o oitavo pe-ríodo de medicina na Universidade Nilton Lins, quando o acidente ocorreu por negligência do poder público, que ao construir a passagem de nível da avenida Umber-to Calderaro Filho, na Zona Centro-Sul, deixou restos de construção e um dente de dragão no meio da via. Ele não con-seguiu desviar a tempo e o veículo atingiu as estruturas. Para Selma, qualquer um que viesse ali seria surpreendido como o filho.

Depois do impacto da morte de Marcel, Selma começou a escrever um livro chamado “Meu fi-lho, meu amor, minha dor”, relatando todo o seu sofrimento.

Experiência é retratada em livro

OTICAS PAGUE MENOS

Um problema sem soluçãoPenas mais rigorosas e campanhas educativas ainda não surtiram um efeito radical quanto aos crimes de trânsito. Ainda assim, legislação brasileira é considerada uma das mais rígidas do mundo

O Dia em Memória das Vítimas de Trânsito também é uma data para lembrar que a

violência no trânsito precisa acabar e que é necessário mais respeito e cidadania para um trânsito menos violento e seguro para todos. Mas como prevenir toda essa violência?

No Brasil, pesquisas recen-tes revelam que 42.844 pes-soas morrem a cada ano nas ruas e estradas do país. A Lei Seca foi promulgada em 2008 com objetivo de redu-zir os acidentes provocados por motoristas embriagados no território nacional, endu-recendo as punições contra quem bebe antes de pegar o volante. A legislação de tran-sito atual prevê que os delitos de homicídio e lesão corporais praticados no trânsito são de natureza culposa (artigos 302, 303 da lei 9.503/1997). Os demais delitos são de natu-reza dolosa, pois não há esta previsão expressa.

Segundo dados da Vara Especializada em Crimes de Trânsito (VECT), do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), ano passado foram distribuí-dos 448 procedimentos, refe-rentes a todo tipo de crimes. Este ano, de janeiro até o dia 8 de novembro passado foram 1.173 procedimentos, uma média mensal de 120.

Quem for flagrado sob efeito de álcool (de 0,1mg a 0,29 mg de álcool por litro de ar expe-

lido) é enquadrado no artigo 165 do Código de Trânsito Bra-sileiro (CTB): comete infração gravíssima (7 pontos na CNH), com penalidade de multa no valor de R$ 957,70 e suspen-são do direito de dirigir por 12 (doze) meses. O veículo ainda fica retido até que apresente outro condutor habilitado e em condições de dirigir.

Porém, aquele condutor que atingir o limite de 0,30 mili-gramas comete também crime de trânsito, pelo artigo 306 do CTB, que prevê penas de detenção, de seis meses a 3 anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a per-missão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

De acordo com a juíza da VECT, Anagali Bertazzo, an-tes de se discutir a legislação ou o eventual endurecimento das penas, devem ser fei-tas campanhas constantes de prevenção e educação no trânsito, por meio dos meios de comunicação em massa, projetos em escolas, para que se possa atingir o maior número de pessoas, esclarecendo e prevenindo contra qualquer tipo de infra-ção de trânsito e alertando para as suas consequências. “Desta forma, poderão ser minorados os resultados ne-gativos que vêm se apresen-tando”, aponta a magistrada. “É necessário um esclare-cimento para a população prevenindo contra qualquer tipo de infração de trânsi-to e alertando para as suas consequências”, acrescenta.

ADRIANA PIMENTELEspecial para o EM TEMPO

Para conscientizar a po-pulação sobre a importân-cia de não dirigir depois de beber, campanhas educa-tivas foram desenvolvidas desde a regulamentação da Lei Seca.

Para o publicitário Nel-son Santos, as campanhas buscam mexer tanto com o emocional quanto servem de alerta.” O objetivo é cons-cientizar a pessoa a não diri-gir após beber”, ressaltou o publicitário. Foram realiza-das várias campanhas em

nível nacional mostrando a realidade do trânsito no Bra-sil. “Nós víamos campanhas impactantes que chocavam a população bastante efica-zes“, enfatiza o publicitário.

“As campanhas vieram chancelar a Lei Seca, porém teve um ponto de suma im-portância que foi esquecido: esse tipo de campanha tem que ter uma continuidade, ser frequente”, afirma o publici-tário, ao destacar os pontos fracos das campanhas de envergadura nacional.

Campanhas não são contínuasDe acordo com a lista ela-

borada pelo Centro Interna-cional para Políticas sobre o Álcool (Icap), sediado em Washington (EUA), o Brasil está entre os 20 países que possuem a legislação mais rígida sobre o tema. Das 82 nações pesquisadas, Noruega, Suécia, Polônia, Estônia e Mongólia têm o mesmo nível de rigor do nosso país. Na América do Sul, a tolerância brasileira só fica atrás da Colômbia, onde o limite é zero.

A Noruega foi o primeiro país a criar leis específi-cas para misturar álcool e direção. Desde 1936, a legislação de trânsito vem sendo aprimorada e hoje o limite tolerado para moto-ristas embriagados é igual ao do Brasil. Se for flagrado com índices maiores que 2 decigramas de álcool por litro de sangue, o condutor perde a carteira por um ano, é preso por no mínimo três semanas, e o trabalho na cadeia é obrigatório.

Ranking mostra rigor brasileiro

Publicidade utilizada em campanha de conscienti-zação sobre a violência no trânsito: objetivo é atingir diretamente o público

Carro destruído em acidente usado em campanha: continuidade

“Sinto um vazio, não é natural uma mãe perder um filho, tento ajudar os outros que estão passando por situações semelhantes e isso era o que Marcel fazia”, afirma Selma.

“Quero que ele não seja mais só um número. Temos que nos conscientizar dos perigos e tomar medidas. Utilizar o cinto de seguran-ça e o capacete, não dirigir após consumir bebida alco-ólica, evitar o uso de celular enquanto estiver dirigindo e

atravessar na faixa de pedes-tres são algumas das princi-pais ações preventivas que ajudam a reduzir as chances de acidentes de trânsito”, analisa Selma.

Conduzir um veículo nos dias de hoje não é algo que qualquer pessoa possa fa-zer com tranquilidade. “Há uma falta de responsabili-dade por parte do condutor, pedestre e poder público”, afirma Selma Claudino, ao analisar o cenário do trânsito no Amazonas.

A solidariedade que vem da dor

Carro capotado em Manaus: campanhas não surtem efeito total Marcel com a família: vazio compensado com solidariedade

Marcel, filho de Selma Claudino, morreu em acidente provocado por objetos deixados em plena rua

REPRODUÇÃO ÁLBUM DE FAMÍLIA

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C6 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013

“Muitos carros de cha-pa branca realizam infra-ções. A lei é para todos, independente de classe social e poder aquisiti-vo”, afirma Ademir Ra-mos. Para ele, o trânsito é um grande desafio para os educadores e para o poder público. A multa é apenas medida finan-ceira e deve ser pratica-da como uma atividade pedagógica. “Hoje não existe uma cultura de trânsito, o governo ten-ta punir com as multas”, ressalta o sociólogo.

Ele ressaltou que a falta de educação e a agressividade no trân-sito em Manaus são problemas culturais. “As campanhas deveriam ser constantes no sen-tido de formar uma cul-tura de trânsito, instituir valor, princípio e regra”, afirma Ademir. Para ele, o Estado e o município deveriam dar mais su-porte ao trânsito, com estruturas adequadas.

‘Hoje não existe cultura de trânsito’

PROVER

Uma dose irresponsávelBoa parte dos acidentes de trânsito são provocados por consumo de álcool pelos motoristas. Mesmo com formas de repressão a essa atitude irresponsável e criminosa, há quem matenha o comportamento perigoso em nossa cidade

Aquela história de “só um copinho“ não “cola” mais. Mesmo em pequenas quan-

tidades, o álcool afeta a habilidade de direção dos motoristas que ficam com as reações mais lentas e perdem a noção quanto à velocidade do próprio carro e de outros veículos, causando acidentes fatais.

O álcool é uma substância facilmente absorvida pelo or-ganismo. Depois de alguns minutos após a ingestão de alguma bebida alcoólica, a droga já está correndo no san-gue e chegando aos principais órgãos vitais do corpo, como o cérebro. Essa substância altera a comunicação entre os neurônios diminuindo as respostas do cérebro ao or-ganismo. As principais áreas afetadas são o córtex frontal (responsável pela coordena-ção motora do nosso corpo) e o cerebelo (responsável pela leitura espacial do corpo e do equilíbrio). Assim, uma pessoa que bebe, sobretudo de forma exagerada, perde a capaci-dade de resposta motora e espacial, aptidões essenciais para conduzir um veículo.

De acordo com a juíza Ana-gali Bertazzo, da Vara Espe-cializada em Crimes de Trân-sito (VECT), do Tribunal de

Justiça do Amazonas (TJAM), uma das principais causas dos acidentes de trânsito é a embriaguez ao volante. Os procedimentos relativos à lesão corporal e homicí-dio culposo em acidente de trânsito abrangem cerca de 10% do total e geralmente são autuados pela polícia por meio de portaria, sem prisão em flagrante.

“Os condutores muitas ve-zes se afastam do local do aci-dente, tanto por fuga, quanto para garantir sua integridade física”, afirma a juíza. Dados da Polícia Civil apontam o registro de 14 ocorrências de embriaguez ao volante so-mente no último final do mês de julho. Entretanto pequenas observações mostram que até mesmo os hábitos da popu-lação estão mudando para se adaptar à realidade.

Exemplo dessa adaptação é a contadora Kelem Monteiro, 30. Ela afirma que antes da reforma da Lei Seca tinha o hábito de ingerir bebida alco-ólica e dirigir, mas agora se reveza com os amigos em um esquema de caronas.

“Nós mudamos de compor-tamento. Estamos utilizando táxi, indo de carona ou fre-quentando bares próximos de casa. Desde que o meu noivo se envolveu em um aciden-te de trânsito, ficamos com medo das consequências”, declarou a contadora.

Jovens consomem bebidas alcoólicas em posto de gasolina: sensação perigosa de prazer

ADRIANA PIMENTELEspecial para o EM TEMPO

HUDSON FONSECA/ARQUIVO EM TEMPO

Mesmo cientes de que a imprudência ou que a negligência ao volante pode custar sua vida e a de outras pessoas, muitos condutores ainda insistem em desrespeitar a lei.

Fatos assim são vistos frequentemente pelo ge-rente do bar Touchdown, Marcelo Marcedo. “Apesar das ações que o Detran tem realizado, muitas pessoas continuam infringindo a lei”, afirma o gerente.

Falsa ideiaA psicóloga Célia Cunha

explica que, em princípios, todo homem é transgres-sor. “As pessoas ainda são iludidas pela falsa ideia de que bebidas alcoólicas agem como estimulan-te para o organismo. O efeito desinibidor que o álcool provoca em algu-mas pessoas é o respon-sável por esse equívoco que, por vezes, as leva a consumir bebidas com a

intenção de se manterem ‘ligadas’”, avalia..

“Somos conduzidos na vida, e muito, pelo desejo constante de sentir pra-zer”, afirma a psicóloga.

Já para o sociólogo Ade-mir Ramos, o trânsito é o único momento em que as pessoas se igualam socialmente, mas sem-pre existe quem se ache mais poderoso, e isso im-plica em infligir às leis e ficar impune.

Comportamento baseado em falsos valores

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C7Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013

Trauma difícil de superarPara vítimas e causadores de acidentes de trânsito, muitas vezes a ocorrência do fato pode gerar sintomas que resultam em depressão. Para isso é necessário acompanhamento médico para haver superação do episódio

Reviver o acidente em qualquer momento, medo, pesadelos, insônia, falta de ape-

tite, entre outros, são alguns dos sintomas relacionados com o estresse pós-traumá-tico que afeta uma pessoa que foi vítima ou causado-ra de acidente de trânstio, ou até mesmo familiares e amigos que tiveram alguém próximo envolvido em situa-ções desse tipo.

Essas situações devem ser tratadas por profissionais na área de saúde mental, pois podem levar a pessoa a desen-volver algum tipo de síndrome ou até mesmo a depressão. O acidente deixa marcas de to-das as formas, e os envolvidos até evitam comentar sobre o fato, principalmente os que ocasionam o transtorno.

É mais fácil as pesso-as que foram vítimas, ou seus familiares, comenta-rem e detalharem o fato do que o causador.

O especialista em ques-tões de acidentes de trânsito, psicólogo Mau-ro Negreiros, que escre-veu uma monografia com o título “A dor da perda no trânsito”, explicou que o trabalho deve ser cons-tante na questão das cam-panhas e conscientização

dos motoristas conforme a legislação do trânsito.

“O acidente no trânsito traz consequência como outros fatos que podem acontecer na vida de um indivíduo. É necessário o acompanhamento de todos com um profissional, caso contrário a chance das se-quelas se tornarem uma do-ença é grande”, explicou o psicólogo.

Mauro explicou que o es-

tresse pós-traumático é o que mais preocupa os médicos, pois força os envolvidos a reviverem toda a sensação e sofrimento que ocorreram no momento do acidente.

“O sentimento de culpa, os danos e outras questões de-vem ser trabalhadas. A pessoa não pode esquecer que o fato já passou, e nem que procurar uma justificativa, pois essa questão piora o lado emocio-nal”, disse.

ESTRESSEMauro Negreiros expli-cou que o estresse pós-traumático é o que mais preocupa os médicos, pois força os envolvidos a reviverem toda a sen-sação e sofrimento que ocorreram no momento do acidente

Jovem é socorrido em acidente: traumas para todas as partes

ISABELLE VALOISEquipe EM TEMPO

ALEXANDRE FONSECA/ARQUIVO EM TEMPO

Quando há vítima fatal no acidente, todo o proces-so do luto também é ne-cessário ser acompanha-do. Os comportamentos, conforme o especialista, pode demonstrar o grau do estresse ou até mesmo uma depressão.

Ainda faltam muitos es-tudos e desenvolvimento da psicologia no trânsito. “Os trabalhos ainda são muitos escassos. É neces-sário haver campanhas re-gulares, combater direto os erros cometidos pela população para evitar que novos casos aconteçam”, detalhou Mauro.

O psicólogo indicou aos que passam por esses sintomas as clínicas de faculdades de psicologia como também os próprios centros médicos que ofe-recem serviços gratuitos para a população.

EstatísticasEntre janeiro e setembro

deste ano, o Departamen-to Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM) registrou 184 víti-mas fatais de acidentes de trânsito. Nesse mesmo período, comparando ao

ano anterior, ocorreu uma redução de 2%.

Porém o Instituto Mu-nicipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito (Manaustrans) informou que na capital amazonen-se, do início de janeiro até o dia 11 deste mês, foram registradas 219 vítimas fatais de acidente de trân-sito, um crescimento de 2,82 % do ano passado, quando no mesmo período foram registrados 213.

O Manaustrans infor-mou que realiza fiscali-zação diária para coibir infrações de trânsito e ações de educação para o trânsito para orientar condutores e pedestres sobre trânsito seguro.

No setor de fiscalização, são realizadas diversas operações de rotina. Na “Explosão”, por exem-plo, agentes de trânsito orientam condutores a evitarem estacionamen-to proibido, parada em fila dupla e estaciona-mento sobre calçada. Em caso de descumprimen-to, condutores são noti-ficados. Ela é realizada em todas as zonas da cidade, diariamente.

Acompanhamento do processo

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C8 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013

Mosca-da-fruta é objeto de pesquisas científicasPesquisador da Universidade de Washington diz que estudos com moscas servirão de base para pesquisas de entomologia

O uso da microeletrôni-ca em um estudo so-bre o comportamento da mosca-da-fruta

(Drosophila melanogaster) po-derá servir de base para análise do comportamento de mosqui-tos transmissores de doenças como a malária e a dengue. O estudo com a mosca-da-fruta foi apresentado esta semana pelo pesquisador renomado Michael Dickinson da Universi-dade de Washington (EUA) em palestra no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

No estudo com a mosca-da-fruta o pesquisador procura entender, por exemplo, quais as respostas neurais quando as moscas veem e como isso vai influenciar no voo delas. Dickin-son tem mais de 100 publica-ções científicas, além de ser um ícone na sua área pelo conhe-cimento adquirido na carreira de pesquisador. Ele explicou a pesquisadores e alunos de pós-graduação do Inpa como se dá o uso da microeletrônica para o estudo do comportamento da mosca, o voo e o que faz ela pousar sobre os objetos.

De acordo com o pesqui-sador o estudo servirá de base para pesquisas sobre o comportamento de mos-

quitos, dentre eles os que transmitem doenças. “Nós conseguimos financiamento lá nos Estados Unidos para adaptar os estudos para focar nos mosquitos para avaliar como eles reconhecem os odores e assim pousam no ser humano. Graças aos estu-

dos inicias que agora há essa possibilidade”, disse.

Para o biólogo e entomólo-go do Inpa e organizador da palestra, Gil Felipe Gonçalves Miranda, eventos como este promovem o intercâmbio entre cientistas, o que pode resultar em possíveis parcerias. ”Essa era uma das intenções em trazer o Dickinson para ver se surge uma nova linha (de pesquisa) aqui no Inpa”, afirmou. O estudo do comportamento da mosca-da-fruta servirá de base para pesquisa sobre insetos que também podem causar doenças

MAXWELL ROCHA/DIVULGAÇÃO

OBJETIVODe acordo com o pesquisador Michael Dickinson, o estudo servirá de base para pesquisas sobre o comportamento de mosquitos, dentre eles os que transmi-tem doenças

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Festival ‘Bar em Bar’ na boca do povo

Cerveja gelada, petiscos de dar água na boca aliados a um excelente atendi-mento são os três pré-requisitos para eleger o melhor estabelecimento do Festival Bar em Bar 2013, promovido pela Associação de Bares e Restau-rantes (Abrasel). Em Manaus, o evento é realizado com o patrocínio do Sebrae Amazonas e Ambev.

Na edição de 2013, o tema do festival “Tá na Boca do Povo” vai ter 13 concorrentes associados da Abrasel Amazonas. O Bar em Bar começa na próxima quinta-feira (21) e vai até o dia 6 de dezembro. A solenidade de abertura do Bar em Bar em Manaus acontecerá no Café Teatro “Les Artistes”, na avenida 7 de Setembro, Centro.

Os estabelecimentos, que concorrem no festival, têm a missão de conquistar o voto da equipe de jurados que é for-mada por jornalistas, especialistas em gastronomia e é claro frequentadores de bares com os seguintes critérios de avaliação: cerveja mais gelada, melhor petisco e melhor atendimento.

Segundo a presidente da Abrasel Amazonas, Janete Fernandes, duran-te o festival, os bares vão apresentar preços promocionais nos petiscos que concorrem no Bar em Bar. “É uma forma de gerarmos mais mo-vimento nos estabelecimentos par-ticipantes”, destaca.

Janete Fernandes afirma que den-tro da programação do festival tam-bém está prevista a capacitação téc-nica para os associados da entidade. “Precisamos estar constantemente participando de aperfeiçoamentos e qualificação na área de gastro-nomia”, diz.

Participam da edição 2013 do Bar em Bar: Bier Garten, Bodega da Vila, Boteco Spettos, Cachaçaria do Dedé & Empório, Chapéu Goiano, Coronel Pas-tel, Eightys Burguer & Beer, Lobby Bar do Tropical Hotel, Najua Restaurante, Palazzolo, Premiato, Tambaqui de Ban-da Parque 10 e Vitrine Amazônica.

Para conhecer melhor os bares e res-taurantes que concorrem é só acessar o site www.abraselam.com.br.

CONCURSO

Plateia16MANAUS, SEXTA-FEIRA, 15 DE NOVEMBRO DE 2013

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Coluna 15MANAUS, SEXTA-FEIRA, 15 DE NOVEMBRO DE 2013

Coluna 15

Marujada promove Roda de Toada

O projeto cultural Roda de Toada promovido pelo Movimento Marujada está de volta em sua sétima edição. Amanhã, o povo de fé azulado visitará o bairro de Petrópolis, Zona Sul de Ma-naus, no curral do Garrote Majestoso, no campo João Samba (rua Cunha Melo, Petrópolis). O Roda de Toada começa às 18h e previsão de encerramento até as 21h.

O Garrote Majestoso tem em comum com o centenário Boi Caprichoso as cores azul e branco. Segundo o presi-dente do Movimento Marujada, Keynes Breves, as afi nidades com o bumbá de Parintins foram determinantes para a escolha do local. “Um reduto azul e branco que ama nossa cultura e ritmo, que estamos felizes por visitar”, diz.

A banda Sangue Caboclo comandará o repertório musical e terá as partici-pações especiais de Edilson Santana e David Assayag.

O projeto cultural Roda de Toada já foi realizado nos bairros de Aparecida, Chapada, Eldorado, Parque 10 e nas ci-dades de Itacoatiara e Manacapuru.

Natal SolidárioO Roda de Toada também será palco

de lançamento do Natal Solidário. A campanha, que chega na sua terceira edição em Manaus, visa contemplar uma instituição social da capital com donativos arrecadados ao longo de um mês, aproximadamente.

Keynes Breves, presidente do Movi-mento Marujada, afi rma que o período e os locais de arrecadação de donativos serão defi nidos e divulgados em breve e que todos os segmentos do Boi Capri-choso e a sociedade manauense serão mobilizados para a nobre causa. “É nosso compromisso social”, concluiu.

O Boi Caprichoso vive atualmente uma importante transição em sua his-tória: o início de seu segundo centená-rio, com “Táwapayêra” defi nido como tema para 2014.

O Movimento Marujada avança seu planejamento inovando na organiza-ção da 3 ª Caravana Azulada, que leva a Parintins torcedores para a gravação do CD e DVD do Boi Caprichoso.

AZUL

Plateia2MANAUS, SEXTA-FEIRA, 15 DE NOVEMBRO DE 2013

A loja Florense, franquia do Gru-po Vitor Souza, está ampliando a parceria estratégica que mantém com a Construtora Vaneng e o Grupo Vanpart. A novidade é o Clube de Vantagens, criado espe-cialmente para os clientes dessas duas empresas. Ou seja, os futu-ros felizardos donos de imóveis no Privilege Club Residence – um empreendimento de alto padrão da Vaneng – terão tratamento VIP da grife Florense como uma série de vantagens, descontos e mimos especiais. Que tal?

::::: Clube de Vantagens

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

O prefeito Arthur Neto está trocando de idade hoje. Os cumprimentos da coluna.

Lucius Gonçalves e Márcia Mei-relles – coordenadores do Miss Amazonas 2014 – convidam para conferir a “Preliminar do Traje de Banho” do concurso com todas as 20 candidatas ao título do próximo ano. O evento acontece hoje, às 19h, no Blue Tree Premium.

Ruth Falabella vai comandar mais um niver solidário em prol das crianças das creches da nossa Manaus. Quando? Na próxima segunda-feira, às 19h, no salão de festas do Quintas das Laranjeiras.

O Ceros Restaurante comanda, no pró-ximo dia 19, almoço de comemoração de mais um ano de puro sucesso no setor gastronômico da cidade.

As gêmeas Dani e Gabi Costa vão pilotar coquetel de lança-mento de joias fi nas no Fran’s Café, no próximo dia 21, às 19h. As preciosidades levam a assinatura da badalada paulista Maria Joana.

Falando em Fran’s Café, a toda bela Harumi Tsuji

receberá hoje, às 17h05, no chique espaço, as

amigas mais ínti-mas para um chá da tarde. O mo-tivo da reunião é

a celebração de mais uma primavera da anfi triã.

O Manaus Plaza Sho-pping irá inaugurar, hoje, às 16h, a decoração de Natal, ins-pirada na magia da data, com presépio e imensas cascatas

de luzes. A grande atração do evento será a chegada do Papai

Noel, acompanhado pelas crianças do grupo Flauta Mágica.

A doce Hêmilly Lira faz show amanhã, no Fino da Bossa, para comemorar seu aniversário – a partir das 23h. A noite contará com as participações especiais de grandes nomes da música amazonense como Nicolas Júnior, As Dessanas e Jorjão do grupo Ases do Pagode. Reservas: 9240-8036.

::::: Sala de EsperaA julgar pela revoada de amazonenses para assistir a

shows gringos em Sampa e Rio, as empresas de eventos devem repensar a agenda de 2014. São consumidores

que não aguentam mais o “mais do mesmo de sempre” nas casas de shows da cidade. É preciso estar

atento a esses clientes, afinal, Manaus tem um

bom PIB e isso está cada vez mais claro diante do enfadonho mercado de espetácu-

los praticados na cidade.

::::: Oportunidade

As gêmeas Dani e Gabi Costa vão pilotar coquetel de lança-mento de joias fi nas no Fran’s Café, no próximo dia 21, às 19h. As preciosidades levam a assinatura da badalada paulista Maria Joana.

Falando em Fran’s Café, a toda bela Harumi Tsuji

receberá hoje, às 17h05, no chique espaço, as

amigas mais ínti-mas para um chá da tarde. O mo-tivo da reunião é

a celebração de mais uma primavera da anfi triã.

O Manaus Plaza Sho-pping irá inaugurar, hoje, às 16h, a decoração de Natal, ins-pirada na magia da data, com presépio e imensas cascatas

de luzes. A grande atração do evento será a chegada do Papai

Noel, acompanhado pelas crianças do grupo Flauta Mágica.

A doce Hêmilly Lira faz show amanhã, no Fino da Bossa, para comemorar seu aniversário – a partir das 23h. A noite contará com as participações especiais de grandes nomes da música amazonense como Nicolas Júnior, As Dessanas e Jorjão do grupo Ases do Pagode. Reservas: 9240-8036.

Amanhã, a partir das 12h30, o hotel Quality Manaus pro-moverá a “Feijoada do Bem” para arrecadar recursos para a ONG Childhood Brasil, que desenvolve projetos contra a exploração sexual de crianças e adolescentes. Também terá a apresentação do sambista Miguel Ferreira que fará um repertório especial dedicado ao melhor do chorinho.

::::: Cavaquinho do bem

Medalha de Prata nos Jogos Olímpicos de Pequim e de Londres, defendendo a seleção brasileira, o jogador de vôlei Giba chega a Ma-naus hoje. Vem com a mulher e os dois fi lhos e fi cará hospedado no Tropical Manaus Ecore-sort. O motivo da vinda do atleta é participar como convidado da partida fi -nal de vôlei da Copa dos Bairros, organizada pela Secretaria Municipal de Esporte e Lazer.

::::: Convidado de honra

Mais uma vez, a TIM é a pioneira em ações para o lan-çamento de novos modelos de iPhone no Brasil. A operadora saiu na frente e já disponibiliza um cadastro em seu site para os interessados na chegada do iPhone 5S e do iPhone 5C, que estarão disponíveis em suas principais lojas a partir do primeiro minuto da próxima sexta-feira. A partir de hoje, os consumidores – clientes TIM ou não – podem se registrar no www.tim.com.br para começar a receber informa-ções como a data de lançamento, preço e demais detalhes sobre os novos smartphones da Apple.

::::: Largada

Jander Vieira

A julgar pela revoada de amazonenses para assistir a shows gringos em Sampa e Rio, as empresas de eventos devem repensar a agenda de 2014. São consumidores

que não aguentam mais o “mais do mesmo de sempre” nas casas de shows da cidade. É preciso estar

que não aguentam mais o “mais do mesmo de sempre” nas casas de shows da cidade. É preciso estar

que não aguentam mais o “mais do mesmo de sempre”

::::: OportunidadeMais uma vez, a TIM é a

pioneira em ações para o lan-çamento de novos modelos de iPhone no Brasil. A operadora saiu na frente e já disponibiliza um cadastro em seu site para os interessados na chegada do iPhone 5S e do iPhone 5C, que estarão disponíveis em suas principais lojas a partir do primeiro minuto da próxima sexta-feira. A partir de hoje, os consumidores – clientes TIM ou não – podem se registrar no www.tim.com.br para começar a receber informa-ções como a data de lançamento, preço e demais detalhes sobre os novos smartphones da Apple.

O clã Simões está em fes-ta, dona Walderez Simões é a grande aniversariante de hoje. Os cumprimentos da coluna

Ontem, no almoço do restaurante da Charufe Nasser, as donas das joias exóticas Nádia Abrahim com a amiga Zamia Hebron

De uma ele-gância ímpar e coração idem, Eliane Schnei-der vai ganhar amanhã sessão parabéns em família pela troca de idade

A jovem empre-sária Adriana Brito, dona do Fran’s Café, esbanjando bele-za invejável em festim divertido na noite sobre-nomada

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Plateia 3MANAUS, SEXTA-FEIRA, 15 DE NOVEMBRO DE 2013

Plateia14MANAUS, SEXTA-FEIRA, 15 DE NOVEMBRO DE 2013

Artista faz seu primeiro show na capital amazonense amanhã, no Nativos Bar, Centro de Manaus

Rapper carioca Gutierrez é atração de #Rap092

Está marcada para amanhã a segunda edição da festa que valoriza eminentemente a cul-tura hip hop, em Manaus. O

evento #Rap092, desta vez, traz para a capital amazonense o rapper carioca Gutierrez. Além do músico convidado, a balada conta com line up formado por artistas locais, como Ritmo e Poesia, MayerMC, Conexão Zona Norte, P8 Crew, JayM e Jander Manauara.

A primeira edição, ocorrida em se-tembro passado, marcou a primeira experiência do segmento a ser ado-tada pela Manga Verde Produções, até então especializada em realizar shows de hardcore, na cidade. O palco escolhido para o novo evento é o do Nativos Bar.

Pela primeira vez em Manaus, o

rapper Gutierrez fala ao EM TEMPO sobre a proposta de sua apresenta-ção. “Vai ser minha primeira vez aí na cidade, mas sempre tive vontade de conhecer. Costumo viajar com uma equipe de três pessoas, mas para al-guns eventos eu viajo sozinho, como é o caso desse”, diz.

Gutierrez, que tem quase 10 anos de experiência profissional no segmento, acredita que o estilo musical está numa escala ascendente no país. “O hip hop aqui no Brasil, principalmente a música rap, desde o início tem só evoluído e no momento, a evolução tem ficado cada vez mais visível”, declara. Ele começou a trajetória em 2004, quando produziu, compôs e lançou seu demo “Esse é Meu Reino”, muito bem aceito no Brasil e no exterior como em Portugal, Moçam-bique, Cabo Verde e Angola.

Sobre a performance que está pre-parando para o público de Manaus,

Gutierrez conta que vai apresentar várias vertentes de suas obras. “Meus shows tem como característica a origi-nalidade, tanto em relação a minha voz quanto em relação aos instrumentais e abordagem dos temas. Meu estilo é visceral. Alguns temas costumam ser polêmicos, mas ao mesmo tempo tenho composições profundas e consistente. As principais músicas para esse show são: Agora Chora, Todo Dia, Madrugada Louca, Deixa Eu Fumar, Fallujah e Por Toda Noite”, revela o músico.

Para compor suas letras, Gutierrez afirma que tudo na vida é inspirador. “A vida em geral me inspira, a todo momento”, afirma o artista que admira ícones como Axl Rose, Chico Buarque, Michael Jackson, Marcelo D2, Mano Brown, Chico Science, entre outros. “Minhas expectativas para chegar e fazer o show em Manaus são as me-lhores possíveis. Espero reforçar meu

nome aí e que seja a primeira de várias vezes”, reforça.

NovidadesNo momento, Gutierrez está traba-

lhando no álbum “Selvagem” (ainda sem previsão de conclusão). “Antes que ele saia, a meta é continuar lançando singles. Meu último foi “Madrugada Louca” e agora vou lançar o novo, chamado “Rezas”, no dia 27 de no-vembro”, revela.

Gutierrez tem passagem por palcos alternativos do Rio de Janeiro, como Circo Voador, Fundição Progresso, Teatro Odisséia, e outros. Em outros Estados, fez apresentações em São Paulo (SP), Salvador (BA), Joinville (SC), Dourados (MS), Belo Horizonte (MG), Ipatinga (MG), Cuiabá (MT), Goiânia (GO), Criciúma (SC), Brasília (DF), Curi-tiba (PR), Porto Alegre (RS) e Caxias do Sul (RS).

GUSTAV CERVINKAEquipe EM TEMPO

Com quase 10 anos de carreira, o rapper Guitierrez acredita que o hip hop e, em especial o rap, está em uma fase ascendente no meio musical do Brasil

SERVIÇO#RAP092 – 2ª EDIÇÃO

Quando:

Onde:

Quanto:

Ponto de Venda:

dia 16 de novem-bro, sábado, às 21hNativos Bar (avenida Leonardo Malcher, 1363, Centro)R$15 (antecipado) / R$20 (no dia)

loja Daray (Amazo-nas Shopping)

DIV

ULG

AÇÃO

Programaçãomusical noMillennium

Neste fim de semana o Millen-nium Shopping vai oferecer aos clientes vasta programação musical gratuita, que vai desde o chorinho até baladas de pop rock. Ao todo são três shows que acontecem no sábado e domingo.

As apresentações começam a partir das 12h30 deste sábado (16) com o grupo Chorinho Quarteto Amazônico, conhecido em Manaus por apresentar grandes suces-sos em uma roupagem diferente. “Não tocamos apenas os clássicos do chorinho, mas gostamos de transformar a roupagem canções populares, dando nova cara a gran-des sucessos”, afirmou Junior Leal, saxofonista do grupo.

Já entrando no clima de natal, o grupo incluiu em seu repertório canções como Jingle Bells, Noite Feliz e outras que fazem sucesso nessa época do ano. O show está marcado para as 12h30.

A noite de sábado no shopping será marcado por canções de rock pop, pop e clássicos da MPB, apre-sentadas pelo brasiliense Frederico Mar. Frederico, afirmou que pre-parou um repertório especial para esse sábado. “O show é formado por grandes hits nacionais e internacio-nais. Além do repertório já montado, sempre abro espaço para atender aos pedidos da plateia”, assegurou. O show de Frederico acontece das 18h às 20h.

DomingoNo domingo, o show fica por con-

ta do trio Orfeu, que tem em seu repertório sucessos dos principais artistas da MPB. O grupo apresen-tará canções de Guilherme Arantes, Emílio Santiago, Djavan, além de criar novos arranjos para as canções de Roupa Nova e outros grupos con-sagrados. O show será das 12h30 às 14h30.

Todos os shows acontecem na praça de alimentação do Mille-nium Shopping, no piso térreo, e são gratuita.

GRATUITO

Hoje, a partir das 22h, o Pega-das Sertaneja, no Tarumã, vai abrir as portas para receber a nação sertaneja, no esquenta

do “Último Sertanejo do Ano”, que será no próximo dia 23, no sambódromo. O evento do dia 23 contará com os shows de três grandes duplas de Goiás, que estão liderando as paradas nas rádios de todo o país, Matheus e Kauan, Hum-berto e Ronaldo e Jorge e Mateus.

No Pegadas Sertaneja, point oficial do ritmo, o público vai poder curtir os sucessos das atrações nacionais neste feriado. No palco, quem abre a noite é a dupla Kelly & Klinger, em seguida, os cantores Luigi Zonny e Álvaro Nina. A última atração da noite está reservada para Beto Gomez e a banda Pegadas. “Esperamos um grande público, pois o último esquenta foi excelente e teve uma boa participação da galera. O movimento com os universitários tem sido grande, por outro lado, as promo-ções com sorteios de CDs também têm sido um sucesso. O povo de Goiânia também comparece em massa para prestigiar o sertanejo”, adianta Hans Young, proprietário da casa.

Quanto ao repertório, não poderia ser de outra forma: muito sertane-jo. “Vamos apresentar um repertório atual, com vários sucessos das duplas que estarão se apresentando no show e algumas músicas autorais de nos-so DVD, que será lançado agora em dezembro”, adianta Klinger, da dupla Kelly & Klinger.

Várias atrações para aquecer o público que aguarda o último show sertanejo do ano, promovido pela Fábrica de Eventos, no dia 23 de novembro

Feriado mais animado com ‘Esquenta Sertanejo’

SERVIÇOÚLTIMO SHOW SERTANEJO DO ANO!

Atrações:

Quando:

Ingressos:

Jorge e Mateus, Humberto e Ronaldo e Kauan e MatheusAmanhã23 de novembro, no Sambódromo Pista: R$ 60 (3º lote estudante/limitado). Pontos de Vendas: Óticas Veja e Bar Chopp Brahma (Av. André Araújo, Aleixo)Camarotes: R$ 170 (por pessoa/ estudante/ limitado – 2x cartão). Ponto de venda: Stand da Fábrica de Eventos, no segundo piso do Amazonas Shopping.Área Vip: R$ 220 (2º lote estudante/li-mitado 2x cartão). Open bar com chopp, cerveja, caipirinha, caipiroska, água e refrigerante até às 3h. Somente para maiores de 18 anos. Pontos de Vendas: Stand da Fábrica de Eventos e Bar Chopp BrahmaCamarote Stage: R$ 350 (estudante/limitado 2x cartão). Open bar com chopp, whisky 8 anos, vodka importada, caipirinha, água e refrigerante até às 4h. Somente para maiores de 18 anos. Espaço com vista privilegiada para os shows, DJ, banheiros exclusivos e entrada diferencia-da. Ponto de venda: Stand da Fábrica

SERVIÇOPEGADAS SERTANEJA

Quando:

Onde:

Valores:

Camarote:

Informa-ções:

15/Nov (sexta-feira, feriado)Avenida do Turismo em frente à Aseel - TarumãPista – R$ 20,00 (somente na hora)Meia – 10,00Antecipado área Vip dos formandos – R$ 25,00 com Open Bar até as 3h, com cerveja, água e vodka.R$ 300,00 (para 15 pessoas)9160 6523

Um repertório atual, com hits do sertanejo, estão no repertório de Kelly & Klinger

DIVULGAÇÃO

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Capa4MANAUS, SEXTA-FEIRA, 15 DE NOVEMBRO DE 2013

Canal [email protected]

Bate-rebate• O “Canal Brasil” exibiu, dia desses, o

fi lme “Eu te amo”, dirigido por Arnaldo Jabor, com Sonia Braga e Paulo César Pereio nos papéis principais...

• ... Modelos de beleza à parte, os temas abordados, como crises amo-rosas e existenciais de um homem e uma mulher, continuam mais atuais do que nunca.

• Projeto de um novo programa para Dani Calabresa na Band ainda não andou. Mas vai andar.

• O mesmo acontece com o novo programa das manhãs. Existe a ideia e

o desejo, mas ainda falta o dinheiro.• A TV Gazeta também estuda mu-

danças na sua grade de programação para o começo do ano.

• Valdemiro Santiago teme que exista um plano da Universal para retirar a sua programação também da Rede TV!...

• ... A exemplo do que já aconteceu na Band.

• No SBT, a data de 11 de ja-neiro, sábado, permanece mantida para a estreia do seriado “Patrulha Salvadora”.

É preciso destacar o trabalho do correspondente da Glo-bo na Ásia, Márcio Gomes, e do seu cinegrafi sta, Luciano Tsuda, na cobertura do supertufão, “Haiyan”, que atingiu as Filipinas.

Superando difi culdades como alimentação, transporte e comunicação, entre outras.

Então é isso. Mas amanhã tem mais. Tchau!

C’est fi ni

Coincidência A próxima novela de Aguinaldo Silva,

substituta de “Em Família”, já será alvo de uma alteração importante antes da conclusão da sua sinopse.

O autor pretendia abrir a história falando de Serra Pelada, mas o fi lme de mesmo nome com Wagner Moura e Juliano Cazarré, em formato de série, será exibido na Globo também no ano que vem.

Coincidência - 2 Diante disso, e apesar da direção

da casa não entender como problema, para o Aguinaldo essa coincidência pode atrapalhar.

E ele já saiu em busca de um caminho ou lugar diferente para a novela.

Pessoal de cimaDias 23 e 24 deste mês, o fi m de

semana que vem, no Jequitimar, do

Guarujá, será realizado o 1º Encontro dos Executivos do SBT.

E que terá como principal objetivo alinhar direção, estratégias e os pró-ximos projetos corporativos.

Desenho de NatalNa véspera do Natal, faixa da noite,

a Globo terá duas animações depois de “Amor à Vida”.

Primeiro, “Kung Fu Panda 2” no Ci-nema Especial e, na virada para o dia 25, um desenho animado do Maurício de Souza, “O Natal de todos nós”.

Ajustes necessáriosNa Globo já se cogita antecipar para

quanto antes o “grupo de discussão” de “Além do Horizonte”, nova novela das 19h.

A queda de mais de 10 pontos desde a estreia indica que nem tudo está funcionando como se planejou.

Flávio Ricco

Colaboração:José Carlos Nery

Flávio Ricco 13MANAUS, SEXTA-FEIRA, 15 DE NOVEMBRO DE 2013

Convidados do rei Ainda em se tratando de Natal e do especial

de Roberto Carlos, a Globo pretende reunir cerca de 1,2 mil convidados na plateia, além daqueles que subirão ao palco para interagir com o rei – como são os casos de Erasmo Carlos, Lulu Santos, Tiago Abravanel, Tatá Werneck, Anitta e Fátima Bernardes.

Quatro conhecidos DJs também darão supor-te ao programa. No ar, dia 25 de dezembro.

TV Tudo

DIV

ULG

AÇÃO

NovidadeO programa da Eliana, no SBT, vai voltar com o “Rola

ou Enrola”. O quadro está, atualmente, em férias.Nesta nova fase, no entanto, a sua produção pre-

tende contar apenas com a presença de pessoas conhecidas do grande público, entre elas alguém de outra emissora.

Um toque de sofi sticaçãoRestaurantes oferecem pratos diferenciados, mas com produtos bem conhecidos da região, somados a um ambiente especialmente pensado para o deguste mais apurado

Experiência, regionalidade e sofi s-ticação. Essa mistura é a princi-pal marca das novas peixarias que podem ser encontradas em

Manaus. Do atendimento diferenciado à decoração do restaurante, há dois meses o manauense pode ter acesso a estabelecimentos que procuram inovar na culinária regional e ainda garantir a comodidade do cliente. O EM TEMPO preparou um roteiro que permite ao leitor escolher o local que mais lhe agrada.

No restaurante Estória de Pescador é possível provar o “A moda seringueira”, que é um prato composto por pirarucu frito, farofa de castanha, arroz branco e banana frita. O opcional foi criado pelo proprietário, Milton Rôla, que é o chefe de cozinha. Ele conta que o destaque do preparo está na farofa que tem um contexto histórico baseado nas refeições feitas pelos seringueiros atuantes no perí-odo áureo da borracha, que teve duração entre os anos de 1890 e 1910. “Criei esse prato há 5 anos. Minha avó contava que seus pais, que moravam no Estado do Acre e trabalhavam como seringueiros, faziam um pirão de castanha para comer com pirarucu. A ideia era combater o sal do peixe com o alimento molhado”, informa. “O que temos hoje não é igual, mas é parecido e lembra a refeição deles”, completa. O prato é servido para duas pessoas e custa R$50.

O segundo preparo mais pedido pelos clientes, segundo Rôla, é a “Pérola de pi-rarucu”, que são fi lés cortados em formas de iscas e fritos em azeite português. A porção pode ser degustada pelo preço de R$ 20. O cozinheiro comenta que os demais pratos têm como ingrediente principal o jambu. “Essa folha é um outro diferencial nos temperos que utilizamos. Comecei a fazer testes com esse legume e o público aprovou e passei a utilizá-la em tudo”, frisa.

A peixaria funciona há apenas dez dias, mas o serviço delivery já atende aos manauenses há 2 anos. De acordo com

o administrador, a proposta do serviço é oferecer preparos inovadores com a utilização das várias espécies de peixes. Tudo, com base em receitas antigas e tradicionais. “A ideia é produzir alimentos bem elaborados. Para isso, desenvolvo pesquisas sobre a culinária regional, faço testes e chamo amigos para fazer as pro-vas”, conta. Os opcionais são oferecidos entre os valores de R$ 50 e R$ 80.

O restaurante e a entrega funcionam diariamente nos horário de almoço, de 11h às 15h, e jantar de 19h às 22h. Aos domingos o público ainda tem acesso ao bufê ao valor de R$ 30 por pessoa.

Outro lugar em que é possível en-contrar diversidade e bom atendimento é na Peixaria do Largo. Localizado no largo São Sebastião, o estabelecimento apresenta um cardápio traduzido em cinco idiomas, que são: português, inglês, espanhol, francês e alemão. O espaço ainda disponibiliza um elevador e uma decoração que lembra os anos de 1900. “Toda a prataria é de ferro e a decoração lembra um ambiente colonial. A intenção é remeter o cliente às características históricas proporcionadas pelo Teatro Amazonas”, explica o proprietário do res-taurante, Farid Mendonça.

No restaurante, o público pode lem-brar o legado deixado pelo bailarino José Rezende por meio de uma foto exposta no salão. “Tive a oportunida-de de comprar esse prédio do próprio professor, ainda em vida. Ele era uma pessoa amável. Por isso fi z questão de homenageá-lo”, disse.

Segundo Mendonça, o principal prato oferecido é o escabeche de tambaqui, servido por R$ 75 (para três pessoas). “O peixe recebe um molho suave e sem gordura”, cita. O diferencial do local é a preocupação com a retirada de toda a gor-dura do peixe e também da espinha.

Mendonça afi rma que diferente de outros projetos, a sua peixaria oferece pratos regionais sem adição de ingre-dientes que possam mudar o gosto dos preparos. “A ideia é disponibilizar peixes da forma como o público local gosta, da maneira mais natural possível”, diz.

PRISCILA CALDASEquipe EM TEMPO

SERVIÇOPEIXARIA ESTÓRIA DE PESCADOR

Quando

Onde

Telefone

Almoço, de 11h às 15h, e jantar de 19h às 22hQuadra M, nº 1, conjunto Adrianópolis, em frente ao Centro Educacional Lato Sensu 9224-4997

Peixarias apostam nas riquezas dos rios amazô-nicos para compor pratos que agradem público local e turistas

Restaurantes não distanciam do paladar original

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5PlateiaMANAUS, SEXTA-FEIRA, 15 DE NOVEMBRO DE 2013

Plateia12MANAUS, SEXTA-FEIRA, 15 DE NOVEMBRO DE 2013

5h Jornal do SBT 6h Igreja Universal 7h Jornal do SBT 8h Bom Dia & Cia 9h50 Waisser 10h40 Bom Dia & Cia10h55 Programa A Voz da Esperança 11h35 Programa Agora 12h25 Programa Livre 13h15 As Visões da Raven 13h30 Maria do Bairro 14h30 Cuidado com o Anjo 15h30 A Madrasta 16h30 SBT Notícias 17h20 Jornal Em Tempo 17h45 SBT Brasil 18h30 Chiquititas19h15 Rebelde 20h Seriado 20h50 Programete Sebrae21h Programa do Ratinho22h Tela de Sucesso0h15 Jornal do SBT1h Big Bang A Teoria1h30 Mike & Molly2h Tele Seriado - Sobrenatural3h Programa Jogo da Gente3h30 Igreja Universal

SBT

PROGRAMAÇÃO DA TV

GLOBO3h55 Telecurso Educação Básica - PROFPRF4h10 Telecurso Profi ssionalizante - Comércio4h25 Telecurso Ensino Médio - História4h45 Telecurso Ensino Fundamental - Geografi a5h Globo Rural5h30 Bom Dia Brasil6h30 Bom Dia Amazônia7h30 Bom Dia Brasil (Reapresentação)8h30 Mais Você9h57 Bem-Estar10h40 Encontro com Fátima Bernardes12h Amazonas TV12h40 Globo Esporte13h10 Jornal Hoje13h40 Vídeo Show14h25 O Cravo e a Rosa15h50 Sessão da Tarde - Zack e Cody / Os feiticeiros de Walverly Place16h46 Globo Notícia16h50 Malhação17h20 Joia Rara18h10 Jornal do Amazonas18h30 Jornal Nacional19h08 Além do Horizonte20h10 Amor à Vida21h25 Globo Repórter22h25 A Mulher do Prefeito23h05 Jornal da Globo23h40 Programa do Jô1h15 Corujão do Esporte1h58 Corujão4h53 Festival de Desenhos

RECORD6h15 Record Kids - Pica Pau7h40 Fala Brasil 9h Hoje Em Dia 11h Magazine 12h Alô Amazonas 13h15 Craque na TV 13h30 Programa da Tarde 16h15 Cidade Alerta 17h55 A Crítica na TV 18h40 Jornal da Record 19h30 Todo Mundo Odeia o Chris20h30 Todo Mundo Odeia o Chris21h30 CSI Nova York 22h30 Pecado Mortal 23h30 Câmera Record0h30 Go On - Seguindo em Frente1h10 Programação IURD

BAND4h Religioso 4h50 Primeiro Jornal5h Nosso Tempo5h30 Primeiro Jornal6h Dia Dia7h10 Band Kids 9h10 Jogo Aberto 10h30 Teleshow Festa Clube11h35 Comunidade Alerta11h10 Notícias de Agora11h25 Exija Seus Direitos12h05 Câmera 1312h50 Na Mira da Notícia12h55 Cidade Urgente13h20 Ação Na TV14h Kenan & Kel14h25 ICarly 14h50 Os Simpsons 15h50 Brasil Urgente 17h50 Band Cidade 18h20 Jornal da Band 19h25 Minuto do Futebol - Boletim19h28 Show da Fé20h20 Zoo20h30 Os Simpsons21h30 Pânico na Band - Reapresentação23h15 Agora É Tarde com Danilo Gentili 0h15 Jornal da Noite 1h Claquete2h Minuto do Futebol 2h05 Religioso

Programa da ElianaDepois de 6 meses, uma pessoa,

enfi m, conseguiu quebrar a taça no grito e levar o prêmio que estava acumulado em R$ 10 mil. A façanha será exibi- da na edição deste domingo do programa

Durante o p e r í o d o , cerca de

A peixaria funciona de segun-da-feira a sábado de 11h15 às 15h15, para almoço, e de 19h15 às 22h15, para o jantar.

No restaurante Fish Maria o cliente encontra o escabeche de tucunaré como prato principal, seguido do tempurá amazônico. Este último foi o vencedor do concurso Bar em Bar de 2012 e tem como ingredientes principais o jambu, o camarão, o molho shoyo, gengibre e mostarda.

As principais sobremesas oferecidas são: açaí, banana-pacová com canela e leite con-densado, entre outras. O local está em funcionamento há um mês e meio.

“O nome do restau-rante é uma br incadeira com o nos-so ‘ama-zonês’ . É mais do que uma questão de saciar a fome”, ex-

plica o chef e socioproprietário, Paulo Fortunato.

O local é coberto por palha, tem mesas e cadeiras coloridas. Tudo lembra o ambiente visualizado nas comunidades do interior.

Os preços variam entre R$ 18,90 e R$ 44,90 e em todos os opcionais o cliente pode optar pelas guarnições. O restaurante funciona de terça-feira a sábado d e 11h30 às 15h30 e de

18h às 23h. No domin-go o atendimento

acontece somen-te no almoço

de 11h30 às 15h30.

Preparo de fazer comer com os olhos

o jambu, o camarão, o molho shoyo, gengibre e mostarda.

As principais sobremesas oferecidas são: açaí, banana-pacová com canela e leite con-densado, entre outras. O local está em funcionamento há um mês e meio.

“O nome do restau-rante é uma br incadeira com o nos-

uma questão de saciar a fome”, ex-

d e 11h30 às 15h30 e de 18h às 23h. No domin-

go o atendimento acontece somen-

te no almoço de 11h30 às

15h30.

SERVIÇOFISH MARIA

Quando

Onde

Telefone

Terça-feira a sábado de 11h30 às 15h30 e de 18h às 23h. No domingo de 11h30 às 15h30Nilton Lins, conjunto Parque das Palmeiras (próx. avenida das Torres)8171-1882

SERVIÇOPEIXARIA DO LARGO

Quando

Onde

Telefone

Segunda-feira a sábado de 11h15 às 15h15, para almoço, e de 19h15 às 22h15, para o jantarLargo São Se-bastião 3234-8462

para cardápio amazônico

Banda de tambaqui é o prato mais pedidoIngredientes inovam sem descaracterizar

FOTOS: DIVULGAÇÃO

05_12 PLATEIA FIMSEMANA.indd 12-5 14/11/2013 22:15:52

Cinema 11MANAUS, SEXTA-FEIRA, 15 DE NOVEMBRO DE 2013

HORÓSCOPO

GREGÓRIO QUEIROZÁRIES - 21/3 a 19/4 Um dia positivo para vislumbrar bons caminhos para o futuro. Os estudos e a atividade mental estão particularmente favorecidos. As viagens abrem-se para novos horizontes.

TOURO - 20/4 a 20/5 Sol e Urano estimulam a superação de antigas difi culdades pessoais, fazendo você se renovar. Alguma liberdade nova abre os caminhos para você seguir adiante.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 Aceite o ritmo mais rápido que certas relações propõem. Assim, você poderá ingressar em novos ambientes e participações, capazes de renovar o alento de sua vida.

CÂNCER - 22/6 a 22/7 É tempo de se abrir a um mundo novo. Trabalhe mais que de costume, enfronhe-se nas relações de trabalho sem se prender a velhos ditames nem a elos que fi caram para trás.

LEÃO - 23/7 a 22/8 Momento criativo para assuntos intelectuais. No amor, suas esperanças se renovam. Mas não basta viver de intenções, é preciso partir em busca de novas experiências amorosas.VIRGEM - 23/8 a 22/9 Sair do cerco de antigas condições domésticas é hoje a possibilidade de renovar a vida. Melhor do que a segurança do lar, somente a segurança de um lar pleno de força viva.

LIBRA - 23/9 a 22/10 É tempo de se relacionar com mais liberdade. A comunicação instantânea e intuitiva com algumas pessoas pode criar uma empatia especial, até mesmo um certo fascínio.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11É tempo de se abrir a novas possibilidades no trabalho, inclusive novos meios de ganhar dinheiro. Os negócios e atividades comerciais são agora intensifi cados.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12 É tempo de se abrir a novas possibilidades no trabalho, inclusive novos meios de ganhar dinheiro. Os negócios e atividades comerciais são agora intensifi cados.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1 Momento de experiências internas bastante sig-nifi cativas. Alguma revelação está por acontecer. Pode ser a recordação repentina de algo a seu próprio respeito.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2 O momento é de aceitar a dinâmica forte dos relacionamentos no âmbito social, saindo de suas próprias restrições e possíveis preconceitos com certo tipo de pessoa.

PEIXES - 19/2 a 20/3 Momento favorável para extrair melhores re-sultados financeiros do trabalho. Para isso, é preciso sair da rotina e ir atrás do melhor aproveitamento de suas capacidades.

Plateia6MANAUS, SEXTA-FEIRA, 15 DE NOVEMBRO DE 2013

CONTINUAÇÕESREPRODUÇÃO

O fi lme começa com Kat-niss Everdeen retornando a salvo depois de ter ganho o 74º Jogos Vorazes junta-mente com o colega Pee-ta Mellark. Vencer signifi ca que eles devem retornar e abandonar sua família e amigos próximos, embar-cando na “Turnê da Vitória” nos distritos. Em decorrer do percurso, Katniss sente que uma rebelião está em ebulição, mas o congres-so continua fortemente no controle, o mesmo tempo que o presidente Snow pre-para o 75º Jogos Vorazes (O Quarteirão Quell) – uma competição que pode mu-dar Panem para sempre. Ci-nemark 1 – 11h10 (dub/so-mente sábado e domingo), 14h20, 17h30, 20h40 (dub/diariamente), 23h50 (dub/somente sexta-feira e sá-bado), Cinemark 2 – 12h10,

15h30, 18h40, 21h50 (dub/diariamente), Cinemark 6 – 13h40, 16h50, 20h10 (dub/diariamente), 23h30 (dub/somente sexta-feira e sábado), Cinemark 7 – 11h40 (dub/somente sába-do e domingo), 14h50, 18h, 21h10 (dub/diariamente), 0h20 (dub/somente sexta-feira e sábado); Cinépolis 3 – 13h10, 17h, 21h20 (leg/diariamente), Cinépolis 5 – 12h (dub/exceto domin-go), 18h (dub/diariamente), 15h, 21h15 (leg/diariamen-te), Cinépolis 6 – 14h15, 17h15, 20h30 (dub/dia-riamente), Cinépolis 7 – 12h45, 15h45, 18h45, 22h (dub/diariamente), Ci-népolis 8 – 13h15, 16h15, 19h15, 22h30 (dub/diaria-mente); Playarte 1 – 15h15, 18h10 (dub/diariamente), 21h05 (leg/diariamente), 23h59 (leg/somente sex-

Jogos Vorazes – Em Chamas: EUA. 14 anos.

ESTREIA

MANAUS, SEXTA-FEIRA, 15 DE NOVEMBRO DE 2013

REPRODUÇÃO

ta-feira e sábado), Playarte 3 – 13h20, 16h30, 19h40 (dub/diariamente), 22h40 (dub/somente sexta-feira e sábado); Playarte 4 – 19h41 (dub/diariamente), 22h40 (dub/somente sexta-feira e sába-do), Playarte 5 – 11h50, 14h45, 17h40, 20h35 (dub/diariamente), 23h30 (dub/somente sexta-feira e sábado), Playarte 7 – 14h, 17h, 20h (leg/diariamente), 23h (leg/somente sexta-feira e sábado).

Capitão Phillips: EUA. 14 anos. Cinemark 3 – 21h (dub/diariamente), 0h (dub/somente sexta-feira e sábado); Cinépolis 1 – 20h40 (leg/diariamente), Cinépolis 9 – 22h10 (leg/diariamente); Playarte 2 – 20h40 (leg/diariamente), 23h20 (leg/somente sexta-feira e sábado).

Bons de Bico: EUA. Livre. Cinemark 3 – 12h, 14h, 16h10, 18h30 (dub/diariamente); Cinépolis 1 – 12h30, 15h10 (3D/dub/diariamente); Cinépolis 9 – 14h30, 16h50 (dub/diariamente); Playarte 2 – 12h40, 14h40, 16h40, 18h40 (dub/diariamente), Playarte 4 – 13h40, 15h40, 17h40 (dub/diariamente),

Thor 2 – O Mundo Sombrio: EUA. 10 anos. Cinemark 4 – 13h20, 16h, 18h50, 21h30 (3D/dub/diariamente); Cinemark 8 – 12h30, 15h10, 17h50, 20h30 (dub/diariamente), 23h10 (dub/somente sexta-feira e sábado); Ci-népolis 1 – 17h50 (3D/leg/diariamente); Cinépolis 4 – 13h, 15h30, 18h15 (3D/dub/diariamente), 21h30 (3D/leg/diariamente); Cinépolis 9 – 19h25 (leg/diariamente); Playarte 1 – 13h (3D/dub/diariamente), Playarte 6 – 13h, 15h30, 18h, 20h30 (dub/diariamente), 23h (dub/somente sexta-feira e sá-bado); Playarte 10 – 13h50, 16h20, 18h50, 21h20 (leg/diariamente), 23h40 (leg/somente sexta-feira e sábado).

Meu Passado Me Condena: BRA. 12 anos. Cinemark 5 – 12h20, 15h, 17h20, 19h50, 22h20 (diariamente); Cinépolis 10 – 14h (exceto quinta-feira), 16h30, 19h, 21h45 (diariamente), 14h (somente quinta-feira); Playarte – 12h50, 14h55, 17h, 19h05, 21h10 (diariamente), 23h15 (so-mente sexta-feira e sábado).

Banda 00:00 apresenta set listeclético em show hoje, no Porão

A banda 00:00 (Midnight) é atração hoje do Porão do Alemão.

O repertório do show irá enfocar a obra autoral da banda com músicas como “Don’t let hands down, “Adolf Hitler”, “ Destinations Higher’ ,“Get Up”, todos do primeiro disco. Além disso, o set contará com sucessos de grupos como Seether, Muse, Van Halen, Aerosmith, Bon Jovi, Helloween e Iron Maiden, entre outros. “Serão quase duas de show”, contou o tecladista Alexandre

Pedraça. Paralelo às apresentações, a 00:00 está em processo de gravação do novo clipe “Living One More Day”. “Gravamos uma das cenas no domingo passado no Porão. Estamos bem ansio-sos com o resultado das gravações”, disse Pedraça, ressaltando o apoio do videoclipe: Porão do Alemão, Donald Tattoo e Boutike On-line para o clipe.

O bar é na estrada da Ponta Negra, São Jorge. O bar abre às 21h e as mulhe-res têm acesso gratuito até as 23h.

ROCK

Paralelo aos shows, a banda 00:00 está em processo de gravação de um clipe

DIVULGAÇÃO

Festival “Stay Heavy Manaus” apresenta, amanhã, quatro bandas locais de estilos diferentes na Soparia da Vila

Novos talentos do rock

Amanhã, está marcado o festi-val “Stay Heavy Manaus”, que vai apresentar quatro bandas locais de estilos diferentes no

palco montado na Soparia da Vila, um local que dedica tempo e espaço para bandas amazonenses que começam a ganhar projeção na cidade. O evento recebe a assinatura do estúdio Pro-dev, como principal articulador. No line up, foram escaladas as bandas Sinais e Ruídos, Morgados, Shape e Skywalker 51.

De acordo com o empresário e músico Vander Rafael, o objetivo da iniciativa é contribuir para o surgimento de novos talentos locais. “Todas as bandas sele-cionadas possuem trabalhos autorais de muito boa qualidade. A intenção é justamente dar visibilidade a essas obras e estimular cada vez mais a produção local”, diz.

Além de acender os holofotes sobre

os músicos em destaque, o “Stay Hea-vy Manaus” surgiu de um sentimento de necessidade de ajudar a mudar a visão (e os ouvidos) do público da cidade, conforme argumentos de Ra-fael. “Precisamos valorizar as bandas de rock da cidade. Muita gente curte

o gênero, mas muitos ainda não tem a cultura de dar valor aos trabalhos. Temos bandas de muita qualidade que precisam expandir seus limites de atuação e revelar seus talentos. Espero que esta seja a primeira de muitas edições do festival”, declara.

SERVIÇOSTAY HEAVY MANAUS

Quando: Onde:

Quanto: Informações:

Amanhã, às 19hSoparia da Vila (rua Estanho, 1.919, Vila da Prata)R$ 15(92) 9233-7012

GUSTAV CERVINKA Equipe EM TEMPO

Skywalker é uma das quatro bandas de Manaus que participará do festival

DIVULGAÇÃO

06_11 PLATEIA FIMSEMANA.indd 6-11 14/11/2013 22:23:22

Cinema10MANAUS, SEXTA-FEIRA, 15 DE NOVEMBRO DE 2013

Coluna 7MANAUS, SEXTA-FEIRA, 15 DE NOVEMBRO DE 2013

ESTREIA

Uma mulher rica perde todo seu di-nheiro e é obrigada a morar em São Francisco com sua irmã, em uma casa muito mais modesta. Ela acaba encon-trando um homem na Bay Area que pode resolver seus problemas fi nan-ceiros, mas antes ela precisa desco-brir quem ela é, e precisa aceitar que São Francisco será sua nova casa. Cinépolis 2 – 13h140, 16h10, 19h10, 22h05 (leg/diariamente); Playarte 8 – 13h15, 15h20, 17h25, 19h30, 21h35 (leg/diariamente), 23h40 (leg/somente sexta-feira e sábado).

Blue Jasmine: EUA. 12 anos.

Woody Allen volta aos EUAAos poucos, parece que o diretor nova-iorquino vai retomando a característica de ambientar suas produções em cenários dos Estados Unidos, com o lançamento do drama “Blue Jasmine”

Depois de tanto fi lmar na Europa, nos últimos anos, Woody Allen parece ter se apaixonado nova-mente pelos Estados Unidos. Mas

não, desta vez, Nova York.Ao adaptar “Um Bonde Chamado

Desejo” (de Tennessee Williams, mas também o filme dirigido por Elia Kazan), escolheu situar seu “Blue Jasmine” em San Francisco.

Na verdade, Nova York não está excluída: é de lá que chega a chique Jasmine (Cate Blanchett) para visitar sua irmã proletária, Ginger (Sally Hawkins).

A história é um pouco mais complicada: Jasmine e Ginger são ambas fi lhas de adoção. Portanto, irmãs e não irmãs ao mesmo tempo. Jasmine até pouco tempo atrás era a mulher de um bilionário mag-nata das fi nanças.

Há algum tempo, foi-se ver, o magnata era um escroque. Foi preso e, de uma hora para outra, Jasmine se viu na miséria e sem ter aonde ir com sua mala Louis Vuitton, exceto o pobre apartamento de Ginger. Como a Blanche DuBois de Tenessee Williams e Elia Kazan, Jasmine tentará por todos os meios apagar o passado.

O encanto do fi lme, no entanto, não vem das semelhanças entre “Blue Jasmine” e “Um Bonde Chamado Desejo”, mas desse jogo de aproximação e oposição que Allen

constrói, a começar da troca de Nova York por San Francisco: não muda apenas a costa, mas também o ar que se respira.

Depois, Jasmine experimenta uma espécie de queda de categoria social bem diferente daquela por que passa Blanche. O marido vigarista é um fi-nório e constitui uma oposição bem interessante ao namorado de Ginger, um grosseiro de carteirinha.

Ali, onde Tennessee Williams e seu duplo, Elia Kazan, olhavam as relações huma-nas e a necessidade de desnudamento para chegar à verdade com angústia, Woody Allen observa os fenômenos com o distanciamento do humor, ainda que na segunda metade do fi lme, à medida que a necessidade de Blue Jasmine de se reencontrar na vida fi ca mais intensa, o drama se insinue.

Mas Cate Blanchett não permite que o ar de Nova York chegue a San Francisco: insere beleza mesmo na decadência da dama, e não a despoja de ironia, quando sua Blue Jasmine evoca não mais Blanche Dubois, mas, mais diretamente, Vivien Leigh interpretando Blanche no célebre fi lme de Kazan.

Nada melhor do que reencontrar Woody Allen em forma.

Por Inácio Araujo

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Cate Blanchett interpreta Jasmine, esposa de um bilionário que vai à miséria

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. Guardem esse nome: Anthony Vaccarello.. Ele é estilista da moda hoje na Europa.

Está com tudo! Seus modelos very sexies estão fazendo a cabeça das top models e das estrelas de Hollywood, e veio pra fi car. Ele é apontado como a maior revelação do mundo fashion nos últimos tempos. Fiquem de olho!

. Graças a Anthony Vaccarello, a Semana de Moda de Paris foi sexy. O jovem estilista belga, neo queridinho das mulheres bacanas da nova gera-ção. Confi ram fl ashes de seu desfi le no Palais de Tokyo em Paris.

>> Fashion

. Neste sábado, a partir das 12h30, o hotel Quality Manaus promoverá a “Feijoada do Bem”.

. O evento será para arrecadar recursos para a ONG Childhood Brasil, que desen-volve projetos contra a exploração sexual de crianças e adolescentes. Também terá a apresentação do sambista Miguel Ferreira que fará um repertório especial dedicado ao melhor do chorinho. Vale aderir.

>> Feijoada do Bem

[email protected] - www.conteudochic.com.br

Modelos assinados pelo esti-lista belga Anthony Vaccarello

na Semana de Moda de Paris

. A festa de fim de ano da coluna, mudou de data.

. O evento temático “Noite Por-tuguesa”, comemorando 29 anos de colunismo social do editor deste espaço, passou do dia 6 de dezembro para o dia 4 de dezembro.

. A festa terá jantar com delicias portuguesas além do sorteio de duas passagens para Lisboa no novo voo da TAP. Agendem.

>> Nova data

. O Estado do Amazonas conseguiu reduzir em mais de 22% o número de vítimas lesionadas por acidentes de trânsito, no período de janeiro e se-tembro deste ano, no comparativo com o mesmo período de 2012, quando 8.781 saíram lesionadas. Neste ano, 6.829 pessoas foram vítimas de acidente de trânsito.

. Também houve redução no número de víti-mas fatais de acidentes de trânsito no mesmo período. A redução foi de pouco mais de 2% no número de vítimas.

. Os dados são do Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM) e foram usados como referência pelo diretor presidente do órgão, Leonel Feitoza, para convocar a população do Es-tado para aderir à campanha que o Detran-AM vai realizar no próximo dia 17 (domingo) de novembro, Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes de Trânsito e seus Familiares. Todo mundo usando a cor branca nesse dia! Às 10h30 do dia 17, dois mil balões na cor branca serão lançados no céu, simbolizando o pedido de paz no trânsito. Todos os agentes do órgão estadual trânsito envolvidos na ação estarão usando camisetas brancas.

>> Branco

. Amanhã, a partir das 23h, o SUB será uma opção para quem vai curtir a noite do feriado da Proclamação da República.

. Com um line-up especial que terá seis DJs dividindo as pick-ups em apresentações simultâneas. São eles: Márcio S., Iann Wenery, Sthepan Mendon, Raul Mota, Cezar Dantas e Felipe Litaiff . É a pedida de hoje!

>> Pista

Fernando Coelho Jr.

A ótima Deborah Ruiz, presença sempre especial no so-ciety da cidade, em rara circulada, durante evento cinco estrelas na Casa das Artes

FOTOS: DIVULGAÇÃO

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Charges, pinturas digitais, escul-turas caricaturadas e ilustrações compõem a mostra “Do risco ao pixel”. O projeto reúne parte do acer-vo produzido durante 30 anos pelo artista plástico e multimídia Euros Barbosa. No total, o público confere mais de 200 obras que relembram fatos dos cenários local e nacional em âmbitos político, econômico e artístico. O evento conta com o apoio da Secretaria do Estado de Cultura (SEC).

Entre as obras que fazem parte do espaço o visitante tem a oportuni-dade de conhecer nove esculturas, mais de 50 ilustrações que fi zeram parte dos antigos cadernos que inte-gravam a série impressa educativa intitulada “Aprovar”, mais de 20 ilus-trações na técnica de pontilhismo (pintura que apresenta pequenas manchas ou pontos coloridos que provocam uma mistura óptica), e 16 telas com imagens em foto paint.

De acordo com o artista a expo-sição apresenta a sua trajetória profi ssional, que iniciou em 1983, em um jornal impresso da cidade, mídia em que ele atua até hoje. Ele

conta que o nome escolhido para o projeto, que ele considera como o pioneiro em sua carreira na capital, tem base o cenário material existen-te na época. “Naquele período ainda não trabalhávamos em máquinas eletrônicas, desenvolvíamos riscos que eram preto e branco. Hoje, temos a facilidade de trabalharmos com mídias digitais”, justifi ca.

Barbosa informa que o processo de seleção das obras teve duração de 20 dias. Ele adianta que um dos es-paços ainda recebe charges em 3D, que são as esculturas caricaturadas que foram construídas com foco em determinado tema como político ou artístico. “Não há como explicar de onde tiro inspiração para fazer uma obra. Isso nasce em observações diárias ou de fatos cotidianos, até mesmo de comportamentos pesso-ais”, explica.

Ao iniciar a sua primeira exposi-ção, o ilustrador afi rma ter supe-rado a sensação de ansiedade. Ele afi rma estar feliz em poder mostrar seu trabalho ao público amazonen-se. “Estou emocionado. Só tenho motivos para comemorar. A partir dessa exposição vou avaliar alguns convites recebidos para levar esse trabalho a outros Estados”, conta.

A curadoria foi assinada por Virna Lisi e a produção porCláudia Batista.

Segundo a curadora, a mostra tem o objetivo de exibir uma cole-tânea da trajetória profissional do artista. Ela conta que o projeto foi programado durante 1 ano. “É uma mostra que transmite uma história sócio-político local e nacional. Ela faz um resgate memorial de fatos e ainda une novas tecnologias e arte. É cultural, artística e didá-tica”, considera.

Durante o evento as obras serão comercializadas por preços que va-riam entre R$180 e R$3 mil.

Roteiro8MANAUS, SEXTA-FEIRA, 15 DE NOVEMBRO DE 2013

Roteiro 9MANAUS, SEXTA-FEIRA, 15 DE NOVEMBRO DE 2013

Episódio de 50 anos de ‘Doctor Who’ é exibido em ManausPedidos dos fãs da série britânica foram os principais fatores que contribuíram para a inclusão da obra nas salas da capital

BRUNO IZIDROEquipe EM TEMPO

“Doctor Who” é uma série de fi cção científi ca britânica produ-zida e exibida pelo canal BBC e mostra as aventuras do perso-nagem conhecido como “Doutor”, um viajante do tempo que explora o universo, resolvendo mistérios e solucionando confl itos.

Uma das características da sé-rie é a constante mudança nos atores, tanto no que interpreta o “Doutor” como de suas com-panion (companheiras), cada um com personalidades e caracterís-ticas diferentes. Desde o início da série, houve 11 doutores, o atual é interpretado pelo ator Matt Smith, que será substituído no fi m do ano por Peter Capaldi.

A série começou a ser exibida em 1963 e teve uma primeira fase, conhecida como “série clás-sica”, que durou até 1989.

A SÉRIE

O episódio comemorativo de 50 anos da série britânica “Doctor Who”, que passará em diversos cinemas brasileiros no próximo

dia 23, também será exibido em Manaus, na rede Cinemark, graças a pedidos de um grupo de fãs na cidade.

A estudante Layana Pessoa conheceu “Doctor Who” somente esse ano, mas rapidamente se tornou uma grande fã da série. “Virava noites assistindo à série, é um vício particular meu”, diz. Apesar de ser uma admiradora recente, foi ela quem começou a iniciativa de pedir para que o especial, que será transmitido simultaneamente em di-versos cinemas, também fosse exibido na capital amazonense. “Quando vi que o episódio não iria passar em Manaus, eu criei um grupo na internet e comecei a chamar pessoas que também que-riam a exibição aqui”, disse.

Ela conta que tudo foi muito rápido, em pouco tempo o grupo já era formado por mais de 30 pessoas e na semana passada, um pequeno grupo desses fãs foi até o cinema e conversaram com a gerente sobre a possibilidade de exibi-ção do especial na cidade. “A gerente disse que ia entrar em contato com São Paulo para viabilizar a exibição, pou-cos dias depois ela ligou confi rmando que ia passar aqui também”, conta a Whovian – nome como são chamados os fãs de “Doctor Who”.

Antes, o especial seria exibido em 16 cidades brasileiras, mas devido ao pedido dos fãs como os de Manaus, mais seis cidades, incluindo a capi-tal amazonense, foram adicionadas, mostrando o tamanho do sucesso que a série de fi cção científi ca tem entre os brasileiros.

De acordo com nota do Cinemark, os ingressos para o episódio especial em 3D “The Day of the Doctor” já

estão à venda em Manaus. Os valores são R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia). A exibição única acontecerá no dia 23 de novembro e, devido ao horário de verão, está marcada para às 15h50, em Manaus.

Expectativa dos fãs O casal Harley Júnior e Gabriela

Ferreira acompanha “Doctor Who” a cerca de dois anos e, apesar de irem para a exibição do especial, estão um pouco receosos com o epi-sódio. “Eu estou um pouco com o pé atrás, porque quem tá en-cabeçando é o (Steve) Moffat [Atual rotei-rista da série], e ele tem umas manias que não concordo”, con-fessa Gabriela. Harley completa a namorada dizen-do que o novo ro-teirista não é uma unanimidade entre os fãs. “Ele era incrí-vel quando era escritor convidado, mas agora que a série tá na mão dele tá deixando muita gente irritada”, diz.

A exibição do episódio pretende se transfor-mar também em um verdadeiro encontro de fãs da série, qua-se uma espécie de “Convenção Doctor Who”, como aconte-ce na Inglaterra e muitos que se conhe-ceram virtualmente por causa da mo-bilização, devem se encontrar pes-soalmente e trocar experiências.

Espisódio comemorativo será exibido no dia 23

irem para a exibição do especial, estão um pouco receosos com o epi-sódio. “Eu estou um pouco com o pé atrás, porque quem tá en-cabeçando é o (Steve) Moffat [Atual rotei-rista da série], e ele tem umas manias que não concordo”, con-fessa Gabriela. Harley completa a namorada dizen-do que o novo ro-teirista não é uma unanimidade entre os fãs. “Ele era incrí-vel quando era escritor convidado, mas agora que a série tá na mão dele tá deixando muita gente irritada”, diz.

A exibição do episódio pretende se transfor-mar também em um verdadeiro encontro de fãs da série, qua-se uma espécie de “Convenção Doctor Who”, como aconte-ce na Inglaterra e muitos que se conhe-ceram virtualmente por causa da mo-bilização, devem se encontrar pes-soalmente e trocar Espisódio comemorativo

A exibição pode resultar em um grande encontro de fãs da série

O especial seria exibido, inicial-mente, em 16 cidades brasileiras, mas os apelos populares conse-guiram adicionar outras seis

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Euros apresenta trajetória de 3 décadas EXPOSIÇÃO

Artista plástico Euros Barbosa levou praticamente 1 ano para selecionar obras que refl etissem sua carreira

DIVULGAÇÃO

SERVIÇOEXPOSIÇÃO “DO RISCO AO PIXEL”

Quando:

Onde:

Hora: Quanto:

de 14/11 a 14/02 (de terça a domingo)Galeria do Largo – Largo São Sebastiãode 17h às 22hgratuito

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MANAUS, DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013 [email protected] (92) 3090-1010

3 O rapto da arte pelo nazismo Patrícia Mello e as correspondentes de guerra. Págs 4 e 5

2 O século da destruição István Mészáros fala da crise do capitalismo. Pág. 3

1 A motoca de Alcides E outras 9 indicações culturais. Pág. 2

6

Do arquivo de Marcelino Freire

4 Diário de LisboaO jeitinho lusitano de falar brasileiro. Pág. 6

A obra de Luigi Ghirri, por Lorenzon Mammì. Pág. 8O mundo todo é uma grande fotografi a

5 São Paulo, 2004. Pág. 7

Capaóleo sobre papel deAna Prata

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G2 MANAUS, DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013

LIVRO | FRACASSOU O CASAMENTO POR AMOR? O estudo do francês Pascal Bruckner mete a colher da

filosofia nas brigas de marido e mulher e tenta entender por que, nas últimas décadas, o número de divórcios aumentou e o de casamentos, diminuiu. Lançando mão de grande erudição e fina ironia, o filósofo investiga os impasses criados pelos relacionamentos por amor.

trad. Jorge Bastos | Difel | R$ 30 | 108 págs.

Ilustríssima semana O MELHOR DA CULTURA EM 10 INDICAÇÕES

Ilustríssimos desta edição

Folha.comEXPOSIÇÃOTelas do pintor Alcides que integram exposição da Galeria Estação

A BIBLIOTECADE RAQUELA colunista do Painel das Letras e repórter da “Ilustríssima” co-menta o mercado editorial

FOLHA.COM/ILUSTRISSIMAAtualização diária da página da “Ilustríssima” no site da Folha>>folha.com/ilustrissima

ALEXANDRA MORAES, 31, é editora-adjunta da “Ilus-trada”, autora de “O Pintinho” (Lote 42).

ANA PRATA, 32, é artista plástica. Participa da 18ª edição do Festival Sesc Videobrasil, que ocorre até 2/2 no Sesc Pompeia.

CASSIANO ELEK MACHADO, 38, é editor da “Ilus-tríssima”.

CLARA ALLAIN, 56, é tradutora. ELEONORA DE LUCE-NA, 56, é repórter especial da

Folha. ELIZABETH PATON é correspondente do jornal “Financial

Times” nos EUA. ISABEL COUTINHO, 47, é repórter do jornal português

“Público”.

BRASILEIRO

ESTRANGEIRO

ERU

DIT

O

REPRODUÇÃO

LIVRO | BARBARA HELIODORA Em “Caminhos do Teatro Oci-

dental”, a crítica teatral e tradutora sintetiza a história das artes cênicas, desde seu início, em Atenas, até a segunda metade do século 20. O livro é uma versão revista e ampliada de textos produzidos por Heliodora para suas aulas de dramaturgia, entre 1966 e 1985.

Perspectiva | R$ 70 | 424 págs.

JEEVAN VASAGAR é correspondente em Berlim do jornal “Financial Times”.

LORENZO MAMMÌ, 56, é professor do departamento de fi losofi a da USP, crítico de arte e de música.

LUCIANO DUTRA, 40, é bacharel em letras islandesas e estudos de tradução pela Universidade da Islândia.

LUIGI GHIRRI (1943 - 92), fotógrafo italiano, é tema de ex-posição que o Instituto Moreira Salles inaugura no dia 23/11.

MARCELINO FREIRE, 46, lança o romance “Nossos Ossos” (ed. Record). É criador da Balada Literária, que acontece de quarta a domingo (www.baladaliteraria.com.br).

EXPOSIÇÃO | ALCIDES A mostra em homena-

gem ao artista baiano (1932-2007) reúne 19 pin-turas que retratam veícu-los a motor (caminhões, motos, trens). Para o cura-dor Paulo Sergio Duarte, as telas de técnica simples e de poucos elementos de Alcides têm uma sofi stica-da estrutura geométrica. “Essa monumentalidade que adquirem as máquinas de Alcides é inédita, e não encontramos ocorrências semelhantes seja na arte popular, seja na erudita”, afi rma Duarte no catálogo da mostra.

Galeria Estação | de seg. a sex., de 11h às 19h; sáb., de 11h às 15h | até 20/12 | grátis

Pintura ‘Viageme Turismo Honda’ (1999), de Alcides

EXPOSIÇÕES | GALERIARAQUEL ARNAUD Duas novas exposições fi cam em cartaz

até 21/12 na galeria. Célia Euvaldo apre-senta em “Desenhos e Colagens” trabalhos que combinam a desconstrução minimalis-ta à tensão dramática do expressionismo. Já o artista plástico Tuneu, em “Dobradura”, reúne 16 aquarelas, com recortes cromáti-cos que testam os limites da tela.

de seg. a sex., de 10h às 19h; sáb., de 12h às 16h. | grátis

PALESTRA | NUNO RAMOS O artista plástico e escritor apresenta

no Centro Universitário Maria Antonia a conferência “A Cena da Arte Contem-porânea no Brasil”, na qual irá destacar dilemas e possíveis rumos da produção artística atual do país. O evento integra o ciclo ‘Aberto para Balanço”, que celebra os 20 anos do Maria Antonia.

quinta (dia 21), às 20h | grátis (senhas serão distribuídas 30 minutos antes)

LIVRO | NEI LOPES Nesta quarta edição, revista e ampliada,

da “Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana”, o compositor e pesquisador retrata em 9.000 verbetes a saga de afro-descendentes nas Américas. Os tópicos tratam dos mais variados assuntos – biografi a, vestuário, fa-tos históricos, música e religião.

Selo Negro Edições | R$ 171,90 | 720 págs.

POP

LIVROS | COLEÇÃO FANFARRÕES, LIBERTINAS E OUTROS HERÓIS A série da editora Civilização Brasileira

dedicada a personagens notórios, ainda que nem sempre pelos motivos mais ben-fazejos, lança mais dois títulos. “Naná”, romance de 1880 do francês Émile Zola sobre uma ardilosa cortesã, ganha nova tradução. A coquete formaria um belo par com o personagem-título de “A Extraor-dinária Carreira de Nicodemo Dyzma”, carreirista sem estofo algum que conquis-ta fortuna num golpe do acaso. O livro do polonês Tadeusz Dołega-Mostowic é editado pela primeira vez no Brasil.

“Naná” | trad. Marcela Vieira | R$ 60 | 576 págs.

“A Extraordinária Carreira de Nico-demo Dyzma” | trad. Tomasz Barcinski | R$ 54 | 464 págs.

EXPOSIÇÃO | ANTON STEENBOCK Inspirado no visual kitsch de lojas de decoração populares,

o artista alemão apresenta uma série de desenhos, vídeos, fotografi as e instalações que questionam os conceitos de originalidade, autenticidade e autoria da obra de arte.

Galeria Pilar | de ter. a sex., das 11h às 19h; sáb. das 11h às 17h | até 20/12 | grátis

LIVRO| ELMORE LEONARD “Raylan”, último romance do escritor americano

(1925-2013), traz mais uma aventura do per-sonagem-título, um agente federal que também protagoniza a série de TV “Justified”. Mestre da narrativa policial, Leonard dispara uma saraivada de balas e diálogos mordazes em trama sobre o tráfico de órgãos.

trad. George Schlesinger | Companhia das Letras | R$ 36 | 256 págs.

LIVRO| O QUE É LOUCURA? Opsicanalista britânico Darian Leader propõe

novas interpretações para os conceitos de doença-mental e normalidade.Neste estudo, defende a exis-tência de uma “loucura silenciosa”, compartilhada por milhares de pessoas, e indaga as diferenças entre ser louco e ficar louco.

trad. Vera Ribeiro | Zahar | R$ 79,90 | 400 pags.

1 JOÃO LIBERATO/DIVULGAÇÃO

DIVULGAÇÃO

Aquarela do artista Tuneu

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G3MANAUS, DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013

2A barbárie no horizonte

Entrevista

A atual crise do capitalis-mo, que faz eclodir protestos por toda a parte, é estrutural e exige uma mudança radi-cal. Essa é a visão do filósofo István Mészáros, 82.

Professor emérito da Uni-versidade de Sussex (Reino Unido), o marxista Mészá-ros defende que as ideias socialistas são hoje mais relevantes do que jamais foram. Nesta entrevista, feita por e-mail, ele diz que o avanço da pobreza em países ricos demonstra que “há algo de profundamente errado no capitalismo”, que hoje promove uma “produ-ção destrutiva”.

BrasilMészáros vem ao Brasil

para palestras em São Paulo (amanhã, no Tuca, às 19h), Marília, Belo Horizonte e Goi-ânia. Maior discípulo e co-nhecedor da obra do também filósofo húngaro marxista György Lukács (1885-1971), Mészáros lançará aqui o seu livro “O Conceito de Dialética em Lukács” [trad. Rogério Bettoni, Boitempo, R$ 39, 176 págs.], dos anos 60.

A mesma editora lança, de Lukács, “Para uma Ontologia do Ser Social 2” [trad. Ivo Tonet, Nélio Schneider e Ro-naldo Vielmi Fortes, R$ 98, 856 págs.] e o volume “Györ-gy Lukács e a Emancipação Humana” [org. Marcos Del Roio, R$ 39, 272 págs.].

Folha - O sr. vem ao Bra-sil para falar sobre Lukács. Como avalia a importân-cia das suas ideias hoje?

István Mészáros - Lukács foi meu grande professor e amigo por 22 anos, até sua morte, em 1971. Ele começou como crítico literário e tran-sitou para temas fi losófi cos fundamentais, em trabalhos com implicações de longo al-cance. Fala-se menos de sua atuação política direta entre 1919 e 1929. Ele foi ministro de Educação e Cultura no bre-ve governo revolucionário da Hungria em 1919 e é um exemplo de que moralidade e política não só devem como podem andar juntas.

ELEONORA DE LUCENA

ISTVÁN MÉSZÁROS

Filósofo húngaro encara a crise do capitalismo

RESUMOO fi lósofo húngaro Is-tván Mészáros, princi-pal discípulo e conhe-cedor da obra de seu conterrâneo György Lukács, lança livro e faz palestras no Brasil. O pensador marxista argumenta que as ideias socialistas são hoje mais relevantes do que jamais foram e defende mudanças es-truturais para conter a crise do capitalismo.

Sua vida e a dele unem teoria e prática. Que di-ferença há entre ser mi-litante marxista no séc. 20 e hoje?

A dolorosa e grande diferen-ça é que os principais partidos da Terceira Internacional, que teve uma força organizacio-nal signifi cativa e até infl u-ência eleitoral durante algum tempo, implodiram. Como um militante intelectual por mais de 50 anos, ele estaria deso-lado hoje.

Quando a União Sovié-tica acabou, muitos pre-viram o fracasso do mar-xismo. Depois, com a crise de 2008, muitos previram o fim do neoliberalismo e a volta das ideias de Marx. O marxismo está em expansão?

Conclusões apressadas ge-ralmente nascem mais de de-sejos do que de evidências. O colapso do governo [Mikhail] Gorbatchov (1985-91) não resolveu nenhum dos proble-mas em questão na URSS. Também não é possível des-cartar o neoliberalismo só pelo fato de que suas ideias são perigosamente irracio-nais. Em certas condições, até absurdos perigosos ob-têm apoio em massa, como mostra a história.

A mudança de humor que colocou “O Capital”, de Marx, de novo na moda não signi-fica que as ideias marxistas estejam avançando. É inegá-vel que o aprofundamento da crise está gerando protestos mundo agora. Mas encon-trar soluções sustentáveis requer a elaboração de es-tratégias e de formas de organização.

E as ideias conservado-ras? Elas estão ganhando mais adeptos?

Inegavelmente, ainda que não sejam sustentáveis. “Não mudar” é quase sempre mais fácil do que “mudar” uma forma de comporta-mento. Na situação atual, respostas podem requerer esforços maiores do que se-guir o que “deu certo”.

Qual seria uma boa de-finição para o período histórico atual?

Há diferença fundamental entre as tradicionais crises cíclicas/conjunturais do pas-sado (que pertencem à nor-malidade do capitalismo) e a crise estrutural do sistema do capital como um todo – que define o atual período. Nossa crise estrutural (que nasce no final dos anos 1960 e se aprofundou desde en-tão) necessita de mudanças estruturais.

Quais são as figuras mais importantes deste século 21 até agora?

A figura política cujo im-pacto deve perdurar e se estender é a do presidente da Venezuela Hugo Chávez (1954-2013). Fidel Castro foi muito ativo na primeira metade desta década, mas as raízes de seu impacto his-tórico estão nos anos 50. Do

lado conservador, se ainda estivesse vivo, eu não hesi-taria em nomear o general De Gaulle. Ninguém neste século chegou a sua estatura no lado conservador.

E o evento mais surpre-endente?

É provavelmente a ve-locidade com que a China conseguiu se aproximar da economia norte-americana, alcançando o ponto em que ultrapassá-los é considerado factível em alguns anos. No entanto seria ingênuo imagi-nar que a China possa perma-necer imune à crise estrutural do sistema do capital. Mesmo o superávit de trilhões de dólares dos chineses pode evaporar numa turbulência.

O capitalismo se forta-leceu ou se enfraqueceu com a crise?

As tradicionais crises cí-clicas/conjunturais fortale-ciam o capitalismo, já que eram eliminadas empresas capitalistas inviáveis. Assim, ocorria o que [Joseph] Schum-peter (1883-1950) ideal-mente chamou de “destrui-ção criativa”. Os problemas são mais sérios hoje, porque a crise estrutural afeta de forma perigosa até a dimen-são mais fundamental do controle metabólico social da humanidade, incluindo a natureza. É mais apropriado descrever o que ocorre como “produção destrutiva”.

A crise provocou mudan-ças políticas em muitos

países. É possível discer-nir um movimento geral, para a esquerda ou para a direita?

Até agora, é mais para a di-reita do que para a esquerda. Todos os governos “capita-listas avançados” adotaram políticas que tentam resolver problemas pela “austerida-de”, com cortes reais em sa-lários e nos padrões de vida já precários dos “menos privi-legiados”. Mas é improvável que essas políticas produzam soluções duradouras.

Como o sr. previu, a po-breza aumentou. Nos EUA, a desigualdade cresceu. O que está errado no capi-talismo?

Certamente há algo de pro-fundamente errado e insus-tentável na maneira como o crescimento é perseguido sob o capitalismo. Há alguns dias o ex-primeiro-ministro britânico John Major recla-mava que neste inverno mui-tas pessoas no Reino Unido terão de escolher entre co-mer e se aquecer. Em 1992, quando era premiê, ele dis-se, com autocomplacência: “O socialismo está morto; o capitalismo funciona”. Eu disse, então: “Para quem e por quanto tempo?”. O úni-co crescimento com signi-ficado é o que responde à necessidade humana.

A crise ampliou o de-semprego em muitas re-giões e abalou o Estado de bem-estar social na

Europa. Multidões foram às ruas protestar. Os par-tidos de esquerda estão se beneficiando desses movimentos?

O Estado do bem-estar social foi limitado a um pu-nhado de países capitalistas e se ergueu sobre fundações frágeis. A tendência que se nota e que se aprofunda eu já havia caracterizado nos anos 70 como “equalização descendente da taxa dife-rencial de exploração”. Isso diz respeito às diferenças nos ganhos por hora de tra-balhadores para o mesmo trabalho na mesma transna-cional na “metrópole” e em países “periféricos”.

Os protestos em mui-tos países capitalistas são compreensíveis e devem se agudizar. Eles surgem no arcabouço dessa tendência perversa. Os partidos que operam no enquadramen-to da política parlamentar, compreensivelmente, não podem se beneficiar dos protestos – eles tendem a acomodar seus objetivos a limites restritos.

Os protestos no Brasil têm conexão com os de outros países?

É impossível achar hoje um lugar no mundo onde não estejam ocorrendo protes-tos sérios. Eles parecem ter diferentes temas, criando uma impressão superficial de que não há correlação entre eles. É um autoengano. A grande variedade de pro-

testos não se enquadra nos modos de ação da política tradicional, mas isso não é prova de sua irrelevância. Ao contrário, apontam para as razões mais profundas dos problemas e das contradi-ções acumuladas.

Qual a relevância das ideias socialistas hoje?

As ideias socialistas têm sido definidas desde o iní-cio como as que requerem uma época histórica para a sua concretização, embora os problemas imediatos, de onde elas devem partir, se-jam muito dolorosos. Elas requerem não apenas os ser-viços urgentes mas também prevenção para as doloridas infecções no longo prazo. As ideias socialistas são, por-tanto, mais relevantes hoje do que jamais foram.

O socialismo ou o co-munismo são objetivos atingíveis no futuro? Há risco de barbárie?

Como já escrevi antes, se tivesse que modificar as famosas palavras de Rosa Luxemburgo, “socialismo ou barbárie”, acrescentaria: “Barbárie se tivermos sorte”. Porque o extermínio da hu-manidade é a ameaça que se desenrola.

Enquanto falharmos em resolver os grandes proble-mas que se espalham por todas as dimensões da nos-sa existência e nas relações com a natureza, o perigo seguirá no horizonte.

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Reportagem RESUMOConfi scar obras de arte era para os na-zistas tão importante quanto as vitórias militares; artista frus-trado, Hitler escondeu em lugares como mi-nas de sal milhares de peças e tinha planos de construir um gi-gantesco museu. Livro de jornalista porto-riquenho ilumina em detalhe o funciona-mento da máquina nazista de espoliação.

3Beleza roubada Hitler e a poderosa engrenagem nazista de saquear obras de arte

Quando, no início de maio de 1945, no fi nal da Segun-da Guerra Mundial, ofi ciais do Terceiro Exército norte-ame-ricano entraram numa mina de sal da pequena cidade de Altaussee, nos Alpes austría-cos, se depararam, depois de uma longa caminhada pelas galerias subterrâneas, com uma curiosa população de es-culturas antigas de mármore branco, posicionadas como se estivessem numa reunião.

As lanternas dos ofi ciais tam-bém iluminaram uma vasta quantidade de pinturas, 6.755 delas, contabilizou-se depois, apoiadas nas pedras de sal, sem nenhum plástico que as protegesse. Mais de 5.000 eram de grandes mestres, in-cluindo a joia da pintura ho-landesa “Adoração do Cordeiro Místico” (1425-32), dos irmãos Van Eyck, uma madona de Mi-chelangelo e “O Astrônomo”, de Vermeer.

Anos mais tarde especulou-se que a pintura mais famosa do mundo, a “Mona Lisa”, de Da Vinci, tenha estado na mesma mina, no período de três anos em que a sorridente obra-prima fi cou realmente escondida. O pesquisador norte-americano Noah Char-ney, autor de um livro sobre o tema, “The Thest s of the Mona Lisa” [Arca, US$ 18, 162 págs.], concluiu que houve sim uma Gioconda no subso-lo de Altaussee, mas que se tratava de uma cópia, que os nazistas acreditaram ser a verdadeira.

Não havia só quadros pela mina. Em caixotes e cestas, repousavam pilhas de livros e de documentos antigos, e móveis de variados estilos, in-clusive tronos, eram vigiados por armaduras de 600 anos.

Espalhadas por todo o ce-nário estavam caixas de ma-deira, de diferentes tamanhos, com a mesma inscrição, que também pôde ser vista nos versos de muitas das melhores pinturas: A. H., Linz.

Havia mais de 3.000 anos, e ainda hoje, aquela mina tinha sido usada para a extração de sal. Mas naqueles tempos de guerra ela se convertera numa espécie de reserva técnica, um depósito para o gigantesco museu que Adolf Hitler (o A. H.) pretendia construir na cidade austríaca onde passou parte de sua infância e adolescência.

O ambicioso projeto de Linz, que caso houvesse sido levado a cabo constituiria o maior museu de todos os tempos, implodiria em seguida. Pouco antes de se suicidar, em 30 de abril de 1945, o líder nazista ditou um testamento, no qual manifestava o desejo de que o museu fosse continuado por seus seguidores, mas seu delí-rio não ultrapassou os limites do bunker de Berlim, onde ele

CASSIANO ELEK MACHADO ILUSTRAÇÃO ANA PRATA

mantinha uma maquete do tamanho de um quarto do “Führermuseum”.

Com a fachada desenhada pelo próprio Hitler, como se sabe um pintor e arquiteto frustrado, o museu começou a ser planejado antes do início da guerra. Em junho de 1939, a meses da invasão da Polônia, um historiador da arte desig-nado para montar o acervo da instituição já tinha em mãos um orçamento equivalente a R$ 185 milhões atuais. Em fi ns de 1944, com muitos alemães em debandada, a empreitada ainda ganhava fôlego (e dinhei-ro). Naquela altura, sua dota-ção orçamentária era de ina-creditáveis R$ 1,38 bilhões.

Ainda que muitos marcos ale-mães tenham sido empregados em compras e vendas de obras de arte na Europa, ao longo da Segunda Guerra, não era este o principal expediente do Exército alemão para saciar a fome de arte de Hitler e de outros líderes do Terceiro Reich. Roubar, es-poliar e confi scar eram verbos mais conjugáveis.

Um dos melhores trabalhos já feitos sobre o tema, “O

Museu Desaparecido - A Cons-piração Nazista para Roubar as Obras-Primas da Arte Mundial” [trad. Silvana Cobucci Leite, WMF Martins Fontes, R$ 47,50, 384 págs.], de Héctor Feliciano, chega enfi m às livrarias brasi-leiras neste fi nal de novembro – 18 anos depois de sua edição original, na França.

Não é um capítulo encerra-do, este ao qual o premiado jornalista porto-riquenho de-dicou muitos anos de pesqui-sa, desde que topou acidental-mente com o tema, em 1988. Os recentes acontecimentos num apartamento do bairro de Schwabin, em Munique, ilus-tram isso com vivacidade.

Feliciano conta à Folha que quase engasgou quando leu a edição digital do “Guardian”, há dois domingos, no terraço de sua casa, em San Juan, capital de Porto Rico.

O diário britânico reproduzia a notícia dada pela revista alemã “Focus” de que mais de 1.400 obras haviam sido encontradas em posse de Cor-nelius Gurlitt, fi lho de um dos marchands mais infl uentes entre os nazistas, Hildebrand

Gurlitt (leia texto ao lado). Uma das pinturas apreendidas

no apartamento do misantropo Gurlitt, “Mulher Sentada em uma Poltrona” (1920), de Henri Matis-se, estava inclusive reproduzida no livro do jornalista.

Era uma obra sem destina-ção conhecida, que pertencera a uma das principais coleções de arte de marchands judeus franceses confi scadas durante a guerra, a de Paul Rosenberg (1881-1959), que foi galerista de artistas como Matisse, Pi-casso e Braque.

Como conta em minúcias “O Museu Desaparecido”, em texto fl uente e repleto de infor-mações, a coleção Rosenberg integra o conjunto de 100 mil pinturas roubadas, apenas na França, pelos nazistas, que tam-bém confi scaram cerca de 500 mil móveis e mais de 1 milhão de livros e manuscritos.

O trabalho de Feliciano ilu-mina todas as engrenagens dessa máquina de roubar obras de arte: que estruturas de po-der organizavam os butins, de quem confi scavam, que tipos de pinturas eram almejados, como as peças eram transpor-

tadas, estocadas, quem saía ganhando com esse vaivém.

EpicentroAinda que muitos tenham

sido os cenários dessa histó-ria, o epicentro foi o museu conhecido como Jeu de Paume, na place de la Concorde, cen-tro de Paris. Nesse pavilhão, construído em 1861 por Napo-leão 3’ originalmente como um espaço para o jogo ancestral do tênis, funcionou o maior depósito de obras roubadas pelos nazistas.

Lá também operou a principal das três estruturas do Reich para roubo de arte, a ERR, abre-viação de Einsatzstab Reichs-leiters Rosenberg für die Beset-zten Gebiete, ou Destacamento Especial do Dirigente do Reich Rosenberg para os Territórios Ocupados, sendo o Rosenberg em questão o ideólogo nazista Alfred Rosenberg.

Só no período que vai do outono de 1940, quando a França já estava ocupada pela Alemanha, ao inverno de 1941, sabe-se que o ERR teve ao menos 60 funcio-nários fi xos: historiadores,

restauradores, fotógrafos. O labor deles era acompanhado pela elite do Reich.

O número 2 do regime nazista, Hermann Goering, comandante-chefe da Força Aérea alemã, esteve pesso-almente mais de 20 vezes no Jeu de Paume, para su-pervisionar trabalhos e, so-bretudo, para alimentar sua coleção particular.

Um depoimento do líder nazista Hans Frank durante o Julgamento de Nuremberg, o tribunal militar internacio-nal para julgar os crimes de guerra, entre 1945 e 1946, dá a ideia da afeição do “reischs-marschall” pela arte. “Se Goe-ring tivesse gasto mais tempo na Força Aérea e menos nas bacanais e pilhando obras de arte, talvez a Alemanha estivesse em melhor situação hoje, e eu não estaria preso nesta cela”, disse Frank.

O testemunho está recolhi-do no livro “As Entrevistas de Nuremberg” [trad. Ivo Koryto-wiski, Companhia das Letras, R$ 68, 552 págs.], de Leon Goldensohn, que traz ainda de-poimentos do próprio Goering

sobre arte. “De todas as acusações lançadas

contra mim, a chamada pilhagem de tesouros artísticos foi a que mais me angustiou”, disse. Ele também tratou de suas preferências. “Gosto de todo tipo de arte, exceto o negó-cio futurista, que detesto. Costumo ser bem cético quanto às pinturas modernas. Picasso, por exemplo, me enoja”.

Sabidamente não estava sozi-nho nestas avaliações. Modernis-tas em geral eram tratados como “degenerados” e, se eram muito bem guardados pelos nazistas, numa ala do Jeu de Paume batiza-da de Sala dos Mártires, era para que fossem vendidos ou trocados por outras pinturas consideradas “nobres”. “Um mestre da pintura, ou ainda um de seus insossos seguidores, vale por seis, sete, oito ou até dez ‘petimetres’ modernos”, contabiliza Héctor Feliciano.

Confi scos Hitler não frequentava o Jeu de

Paume – só esteve uma vez em Paris em toda a sua vida, numa viagem furtiva logo depois da ocu-pação –, mas acompanhava com zelo os confi scos na França.

“De todos os ditadores do sé-culo 20, nenhum gostou tanto de arte quanto Hitler”, diz Feliciano. “Se não houvesse esse interesse profundo e tão integrado na ideo-logia nazista, não teria havido um butim deste tamanho. Em pleno esforço de guerra, consideravam cada saque tão importante quanto ganhar uma batalha.”

Prova da importância que dava ao tema dos saques artísticos é um relatório que Hitler encomendou

antes da guerra a um historiador alemão chamado Otto Kümmel.

Ele pediu ao então diretor dos museus nacionais do país para elencar todas as obras de arte roubadas da Alemanha desde o século 16, para que fossem re-cuperadas.

O chamado “Relatório de Küm-mel” é composto por três volumes, cada um com cem páginas. Na lista, entram desde fl âmulas e bandeiras roubadas pela Suécia na Guerra dos Trinta Anos (1618-48) até pinturas da coleção do rei da Inglaterra, como “Cristo e Maria Madalena”, de Rembrandt, um dos artistas prediletos do Führer.

Hitler não teve muito sucesso com as obras listadas por Kümmel, mas sua política de saque de obras de arte pode ser considerada a mais efi ciente desde que Roma começou a pilhar peças da Anti-guidade Grega.

O alvo principal eram as grandes coleções. E a que sofreu mais perdas foi a da tradicional família de banqueiros Rothschild, que teve 5.009 obras confi scadas.

Feliciano dá bastante destaque também às expropriações das obras do colecionador Alphonse Kann, do investidor Fritz Gutt-mann, dos banqueiros David-Weill e da dinastia Bernheim-Jeune.

Depois da guerra, uma parte importante das obras foi restitu-ída às famílias. Havia ao menos um destacamento dos Aliados dedicado só a essa tarefa, cha-mado de Monumentos, Obras de Arte e Arquivos. O grupo, formado em 1943, para ajudar a proteger e detectar obras rou-badas (e também devolvê-las),

fi cou conhecido como “The Monu-ments Men”.

É este o nome de um livro de Robert M. Edsel, no Brasil lançado como “Ca-çadores de Obras-Primas” [trad. Talita M. Rodrigues, Rocco, R$ 57, 368 págs.], base de um fi lme homônimo dirigido e protagonizado por George Clooney, a ser lançado no início do ano que vem, no Festival de Berlim.

Feliciano diz que o livro é “chauvinis-mo militar americano”, pois, a seu ver, dá a entender que só ofi ciais daquele país estiveram na elite de resgate de obras de arte, quando havia, entre ou-tros, militares franceses, canadenses e britânicos.

De qualquer modo, por maiores que te-nham sido os esforços dos “Monuments”, uma parte substancial dos roubos nunca voltou às famílias originais.

LegislaçõesA obra de Feliciano, publicada em

diversos países do mundo, acelerou o processo de restituição, assim como outra obra importante sobre o tema, “Europa Saqueada” [trad. Carlos Afon-so Malferrari, Companhia das Letras, R$ 68, 544 págs.], da historiadora Lynn H. Nicholas, lançada nos Estados Unidos em 1994. Após as publicações dos livros, tiveram lugar mudanças nas legislações de diversos países.

“O Museu Desaparecido” chama a atenção para o fato de que as insti-tuições francesas detinham, à época do lançamento do livro no país, mais de 2.000 obras de arte recuperadas depois da guerra e não restituídas aos proprietários originais. O jornalista identifi cou telas importantes em tal condição, como a pintura cubista “Dama em Vermelho e Verde”, de Fernand Léger, que estava no Centro Pompidou, ou “O Bosque”, do pintor François Boucher, uma das 400 obras “não reclamadas” do acervo do Louvre.

Em 1997, o presidente Jacques Chirac anunciou a criação de uma comissão para tratar do tema, a qual organizou uma exposição nacional com todas as pinturas, respondendo ao argumento de Feliciano de que os museus nem sempre davam visi-bilidade às obras não reclamadas e não se esforçavam para encontrar os donos originais.

O número de obras roubadas e não restituídas foi caindo progressivamen-te, mas, das 100 mil pilhadas só na Fran-ça, o autor estima que cerca de 25 mil ainda não tenham sido devolvidas.

Segundo ele, houve avanços na le-gislação alemã, que passou a conside-rar como roubadas também as peças vendidas entre 1933, ano de ascensão de Hitler ao poder, e 1939, já que cole-cionadores eram forçados a vender. A legislação que menos contribui, para ele, é a da Suíça, que só pune as compras comprovadamente de má fé.

Houve quem alegasse que Feliciano, mestre em jornalismo pela Universi-dade Columbia e doutor em literatura pela Universidade de Paris, estivesse agindo de má-fé.

Em 1998, três descendentes diretos do conhecido marchand Georges Wil-denstein o processaram no Tribunal de Grande Instância de Paris, acusando-o de danos morais por conta de passa-gens do livro que tratavam das ligações do galerista com os nazistas.

“Mesmo depois do armistício na França e da ocupação alemã desta, Wildenstein parece ter tirado pro-veito dessa rede de contatos para organizar uma série de contratos e transações com os alemães”, diz um trecho do livro.

Os herdeiros pediam US$ 1 milhão e exigiam que ele não voltasse a men-cionar o nome Wildenstein em qualquer de seus escritos. As idas e vindas na Justiça levaram cinco anos, até que a Cour de Cassation (equivalente francês do Supremo Tribunal Federal) indeferiu a demanda dos galeristas.

Ainda em plena atividade no universo da arte, os Wildenstein têm uma ligação estreita com a história dos museus no Brasil. Eles foram os principais vende-dores de pinturas de grandes artistas internacionais para o Museu de Arte de São Paulo, o Masp.

Segundo levantamento feito pela Folha, ao menos 52 pinturas importan-tes do museu passaram pelas galerias Wildenstein, entre elas 36 obras fran-cesas, 6 espanholas e 4 italianas.

O advogado alemão Markus Stöt-zel fi cou espantado ao saber que a obra “O Domador de Leões”, de Max Beckmann, estava sendo anunciada como um dos destaques de um leilão de arte moderna da casa Lempertz, em Colônia.

Faltavam poucas semanas para a venda da peça em guache e pas-tel sobre papel. O advogado sabia que a coleção de Alfred Flechtheim – marchand, colecionador e defensor do modernismo alemão perseguido pelos nazistas, cujos herdeiros eram seus clientes – tinha incluído “O Do-mador de Leões”.

O reaparecimento da pintura ofe-recia uma chance rara de reparação antes de ela sumir mais uma vez em mãos privadas. O proprietário, Cornelius Gurlitt, um idoso de Muni-que, admitiu que seu pai comprara a tela de Flechtheim em 1934, numa venda forçada.

“O Domador de Leões” foi ar-rematada em 2 de dezembro de 2011 por Ç 720 mil (cerca de R$ 2,2 milhões), e parte do dinheiro foi para os herdeiros de Flecht- heim. Foi uma das últimas vendas feitas por Gurlitt. No dia 28 de fevereiro de 2012, seu apartamento foi invadido e revistado por investigadores e por agentes da Alfândega.

Eles levaram três dias para exa-minar o tesouro que encontraram: pinturas de Picasso, Renoir e Tou-louse-Lautrec, obras até então des-conhecidas de Marc Chagall e Otto Dix e trabalhos de artistas que os nazistas tinham vilipendiado – como Beckmann – numa exposição local de arte degenerada. Algumas das obras eram anteriores ao século 20, sendo uma destas uma gravura em cobre da Crucifi xão, de Albrecht Dürer. Havia ao todo 1.406 obras; 121 delas, ain-da emolduradas numa estante, como num depósito de museu. As demais ocupavam gavetas.

O tesouro secreto de Gurlitt susci-tou, além de assombro, controvérsia. Pelos princípios (aceitos pela Ale-manha) da conferência sobre arte confi scada pelos nazistas, realizada em 1998 em Washington, todos os esforços devem ser feitos para difundir descobertas como essas, a fi m de que sejam localizados os proprietários das obras antes da guerra ou seus herdeiros.

Mas a maior descoberta feita desde a Segunda Guerra de arte confi s-cada pelos nazistas veio a público somente no último dia 3, quase dois anos após a batida no apartamento, quando foi divulgada pela revista alemã “Focus”.

CautelaA relutância das autoridades ale-

mãs de levar o assunto a público tem origem numa cultura legal regida pela cautela.

Os promotores se negam até mes-mo a identifi car Gurlitt, 80, publica-mente. Dizem apenas que “uma pes-soa se encontra sob investigação por suspeita de sigilo fi scal e apropriação indébita”. Segundo o advogado Stöt-zel, se as autoridades expuserem de-talhadamente a coleção, Gurlitt pode mover uma ação contra elas.

Nem todas as obras foram roubadas pelos nazistas. Meike Hoff man, o his-toriador de arte que está catalogando a descoberta, disse que é preciso mais tempo para verifi car a proveniência das peças.

Não é certo que descendentes de judeus alemães venham a ser com-pensados. Stötzel, que representa cerca de 50 outros querelantes, diz que, embora a Alemanha tenha aceito os princípios de Washington em nome de instituições públicas, proprietá-

rios particulares não são obrigados a segui-los.

Após a descoberta, o mundo da arte fi cou siderado por duas perguntas: que impacto um infl uxo repentino de tesouros – a “Focus” estimou seu valor em Ç 1 bilhão (cerca de R$ 3 bilhões) – pode ter sobre os preços no mercado de arte? E, no momento em que as famílias se preparam para uma batalha para defi nir os proprietários de direito das obras, quanto tempo será preciso esperar para que as obras apareçam numa sala de leilões?

Julian Radcliff e, proprietário e pre-sidente do The Art Loss Register, de Londres, um banco de dados interna-cional de obras de arte roubadas e perdidas, diz que o tesouro encontrado em Munique não terá grande impacto sobre valores no futuro próximo.

“Para começar, nem todos os tra-balhos encontrados vão valer preços altíssimos – as avaliações atuais não passam de palpites. E, mais importante, é improvável que muitos cheguem até leilões ou marchands, considerando que haverá décadas de trabalho até as obras passarem às mãos dos que terão direito legal de vendê-las”.

Os marchands e as casas de lei-lão enfrentam grande pressão para determinar a origem das obras que serão vendidas. Uma “mácula” pública pode difi cultar a venda de uma tela, mesmo que sua posição legal se resolva e que um herdeiro abra mão de seus direitos.

TrilhaAs autoridades alemãs dizem que

a trilha que levou à descoberta ex-traordinária começou às 21h de 22 de setembro de 2010, quando Gurlitt foi sujeito a uma revista de rotina num trem de alta velocidade de Zurique a Munique.

Segundo a “Focus”, Gurlitt afi rmou que seu destino tinha sido a galeria Kornfeld, em Berna. A revista diz que ele tirou do bolso um envelope conten-do 18 cédulas novas de Ç 500 (cerca de R$ 1.500). A galeria conta que não teve nada a ver com o dinheiro e que sua última transação com Gurlitt foi feita em 1990.

Gurlitt era um homem que não existia. Embora parecesse estar vivendo em Munique, não estava cadastrado ali. Não tinha número de contribuinte alemão, não pagava seguro-saúde e não recebia apo-sentadoria. Mas seu sobrenome era famoso nos círculos de arte.

“É claro que sabíamos quem era!”, diz Karl-Sax Feddersen, da Lem-pertz. O pai de Gurlitt, Hildebrand, foi um marchand e historiador de arte e promoveu artistas alemães progressistas. Quando os nazistas chegaram ao poder, ele se tornou dos pouquíssimos autorizados a ne-gociar obras modernistas.

As obras modernas na coleção in-cluem aquelas pelas quais os nazistas nutriam ódio profundo e ideológico; marchands como Flechtheim eram chamados “agentes do bolchevismo cultural”. Mas o Reich não era avesso a negociar obras desprezadas.

Pesquisadores do Projeto de Restituição de Arte do Holocausto encontraram evidências de que al-gumas das obras de arte que per-tenceram a Gurlitt, pai, estiveram em poder dos Aliados após a guerra e foram devolvidas a ele em 1950. Elas vieram a formar o núcleo de uma coleção vasta e oculta herdada por seu fi lho. A lista de 115 pinturas apreendidas e depois devolvidas inclui “O Domador de Leões”.

Feddersen descreve “O Domador de Leões” como “maravilhosa”. Na ocasião, curioso, ele perguntou se Gurlitt teria outros trabalhos para vender. “Ele não respondeu”, lem-bra Feddersen.

Tesouro descobertopode chegar a R$ 3 bi

JEEVAN VASAGARELIZABETH PATONTRADUÇÃO CLARA ALLAIN

As obras modernas na coleção incluem aquelas pelas quais os nazistas nutriam ódio profundo e ideológico. Mas o Reich não era avesso a negociar obras desprezadas

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G4 MANAUS, DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013 MANAUS, DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013 G5

Reportagem RESUMOConfi scar obras de arte era para os na-zistas tão importante quanto as vitórias militares; artista frus-trado, Hitler escondeu em lugares como mi-nas de sal milhares de peças e tinha planos de construir um gi-gantesco museu. Livro de jornalista porto-riquenho ilumina em detalhe o funciona-mento da máquina nazista de espoliação.

3Beleza roubada Hitler e a poderosa engrenagem nazista de saquear obras de arte

Quando, no início de maio de 1945, no fi nal da Segun-da Guerra Mundial, ofi ciais do Terceiro Exército norte-ame-ricano entraram numa mina de sal da pequena cidade de Altaussee, nos Alpes austría-cos, se depararam, depois de uma longa caminhada pelas galerias subterrâneas, com uma curiosa população de es-culturas antigas de mármore branco, posicionadas como se estivessem numa reunião.

As lanternas dos ofi ciais tam-bém iluminaram uma vasta quantidade de pinturas, 6.755 delas, contabilizou-se depois, apoiadas nas pedras de sal, sem nenhum plástico que as protegesse. Mais de 5.000 eram de grandes mestres, in-cluindo a joia da pintura ho-landesa “Adoração do Cordeiro Místico” (1425-32), dos irmãos Van Eyck, uma madona de Mi-chelangelo e “O Astrônomo”, de Vermeer.

Anos mais tarde especulou-se que a pintura mais famosa do mundo, a “Mona Lisa”, de Da Vinci, tenha estado na mesma mina, no período de três anos em que a sorridente obra-prima fi cou realmente escondida. O pesquisador norte-americano Noah Char-ney, autor de um livro sobre o tema, “The Thest s of the Mona Lisa” [Arca, US$ 18, 162 págs.], concluiu que houve sim uma Gioconda no subso-lo de Altaussee, mas que se tratava de uma cópia, que os nazistas acreditaram ser a verdadeira.

Não havia só quadros pela mina. Em caixotes e cestas, repousavam pilhas de livros e de documentos antigos, e móveis de variados estilos, in-clusive tronos, eram vigiados por armaduras de 600 anos.

Espalhadas por todo o ce-nário estavam caixas de ma-deira, de diferentes tamanhos, com a mesma inscrição, que também pôde ser vista nos versos de muitas das melhores pinturas: A. H., Linz.

Havia mais de 3.000 anos, e ainda hoje, aquela mina tinha sido usada para a extração de sal. Mas naqueles tempos de guerra ela se convertera numa espécie de reserva técnica, um depósito para o gigantesco museu que Adolf Hitler (o A. H.) pretendia construir na cidade austríaca onde passou parte de sua infância e adolescência.

O ambicioso projeto de Linz, que caso houvesse sido levado a cabo constituiria o maior museu de todos os tempos, implodiria em seguida. Pouco antes de se suicidar, em 30 de abril de 1945, o líder nazista ditou um testamento, no qual manifestava o desejo de que o museu fosse continuado por seus seguidores, mas seu delí-rio não ultrapassou os limites do bunker de Berlim, onde ele

CASSIANO ELEK MACHADO ILUSTRAÇÃO ANA PRATA

mantinha uma maquete do tamanho de um quarto do “Führermuseum”.

Com a fachada desenhada pelo próprio Hitler, como se sabe um pintor e arquiteto frustrado, o museu começou a ser planejado antes do início da guerra. Em junho de 1939, a meses da invasão da Polônia, um historiador da arte desig-nado para montar o acervo da instituição já tinha em mãos um orçamento equivalente a R$ 185 milhões atuais. Em fi ns de 1944, com muitos alemães em debandada, a empreitada ainda ganhava fôlego (e dinhei-ro). Naquela altura, sua dota-ção orçamentária era de ina-creditáveis R$ 1,38 bilhões.

Ainda que muitos marcos ale-mães tenham sido empregados em compras e vendas de obras de arte na Europa, ao longo da Segunda Guerra, não era este o principal expediente do Exército alemão para saciar a fome de arte de Hitler e de outros líderes do Terceiro Reich. Roubar, es-poliar e confi scar eram verbos mais conjugáveis.

Um dos melhores trabalhos já feitos sobre o tema, “O

Museu Desaparecido - A Cons-piração Nazista para Roubar as Obras-Primas da Arte Mundial” [trad. Silvana Cobucci Leite, WMF Martins Fontes, R$ 47,50, 384 págs.], de Héctor Feliciano, chega enfi m às livrarias brasi-leiras neste fi nal de novembro – 18 anos depois de sua edição original, na França.

Não é um capítulo encerra-do, este ao qual o premiado jornalista porto-riquenho de-dicou muitos anos de pesqui-sa, desde que topou acidental-mente com o tema, em 1988. Os recentes acontecimentos num apartamento do bairro de Schwabin, em Munique, ilus-tram isso com vivacidade.

Feliciano conta à Folha que quase engasgou quando leu a edição digital do “Guardian”, há dois domingos, no terraço de sua casa, em San Juan, capital de Porto Rico.

O diário britânico reproduzia a notícia dada pela revista alemã “Focus” de que mais de 1.400 obras haviam sido encontradas em posse de Cor-nelius Gurlitt, fi lho de um dos marchands mais infl uentes entre os nazistas, Hildebrand

Gurlitt (leia texto ao lado). Uma das pinturas apreendidas

no apartamento do misantropo Gurlitt, “Mulher Sentada em uma Poltrona” (1920), de Henri Matis-se, estava inclusive reproduzida no livro do jornalista.

Era uma obra sem destina-ção conhecida, que pertencera a uma das principais coleções de arte de marchands judeus franceses confi scadas durante a guerra, a de Paul Rosenberg (1881-1959), que foi galerista de artistas como Matisse, Pi-casso e Braque.

Como conta em minúcias “O Museu Desaparecido”, em texto fl uente e repleto de infor-mações, a coleção Rosenberg integra o conjunto de 100 mil pinturas roubadas, apenas na França, pelos nazistas, que tam-bém confi scaram cerca de 500 mil móveis e mais de 1 milhão de livros e manuscritos.

O trabalho de Feliciano ilu-mina todas as engrenagens dessa máquina de roubar obras de arte: que estruturas de po-der organizavam os butins, de quem confi scavam, que tipos de pinturas eram almejados, como as peças eram transpor-

tadas, estocadas, quem saía ganhando com esse vaivém.

EpicentroAinda que muitos tenham

sido os cenários dessa histó-ria, o epicentro foi o museu conhecido como Jeu de Paume, na place de la Concorde, cen-tro de Paris. Nesse pavilhão, construído em 1861 por Napo-leão 3’ originalmente como um espaço para o jogo ancestral do tênis, funcionou o maior depósito de obras roubadas pelos nazistas.

Lá também operou a principal das três estruturas do Reich para roubo de arte, a ERR, abre-viação de Einsatzstab Reichs-leiters Rosenberg für die Beset-zten Gebiete, ou Destacamento Especial do Dirigente do Reich Rosenberg para os Territórios Ocupados, sendo o Rosenberg em questão o ideólogo nazista Alfred Rosenberg.

Só no período que vai do outono de 1940, quando a França já estava ocupada pela Alemanha, ao inverno de 1941, sabe-se que o ERR teve ao menos 60 funcio-nários fi xos: historiadores,

restauradores, fotógrafos. O labor deles era acompanhado pela elite do Reich.

O número 2 do regime nazista, Hermann Goering, comandante-chefe da Força Aérea alemã, esteve pesso-almente mais de 20 vezes no Jeu de Paume, para su-pervisionar trabalhos e, so-bretudo, para alimentar sua coleção particular.

Um depoimento do líder nazista Hans Frank durante o Julgamento de Nuremberg, o tribunal militar internacio-nal para julgar os crimes de guerra, entre 1945 e 1946, dá a ideia da afeição do “reischs-marschall” pela arte. “Se Goe-ring tivesse gasto mais tempo na Força Aérea e menos nas bacanais e pilhando obras de arte, talvez a Alemanha estivesse em melhor situação hoje, e eu não estaria preso nesta cela”, disse Frank.

O testemunho está recolhi-do no livro “As Entrevistas de Nuremberg” [trad. Ivo Koryto-wiski, Companhia das Letras, R$ 68, 552 págs.], de Leon Goldensohn, que traz ainda de-poimentos do próprio Goering

sobre arte. “De todas as acusações lançadas

contra mim, a chamada pilhagem de tesouros artísticos foi a que mais me angustiou”, disse. Ele também tratou de suas preferências. “Gosto de todo tipo de arte, exceto o negó-cio futurista, que detesto. Costumo ser bem cético quanto às pinturas modernas. Picasso, por exemplo, me enoja”.

Sabidamente não estava sozi-nho nestas avaliações. Modernis-tas em geral eram tratados como “degenerados” e, se eram muito bem guardados pelos nazistas, numa ala do Jeu de Paume batiza-da de Sala dos Mártires, era para que fossem vendidos ou trocados por outras pinturas consideradas “nobres”. “Um mestre da pintura, ou ainda um de seus insossos seguidores, vale por seis, sete, oito ou até dez ‘petimetres’ modernos”, contabiliza Héctor Feliciano.

Confi scos Hitler não frequentava o Jeu de

Paume – só esteve uma vez em Paris em toda a sua vida, numa viagem furtiva logo depois da ocu-pação –, mas acompanhava com zelo os confi scos na França.

“De todos os ditadores do sé-culo 20, nenhum gostou tanto de arte quanto Hitler”, diz Feliciano. “Se não houvesse esse interesse profundo e tão integrado na ideo-logia nazista, não teria havido um butim deste tamanho. Em pleno esforço de guerra, consideravam cada saque tão importante quanto ganhar uma batalha.”

Prova da importância que dava ao tema dos saques artísticos é um relatório que Hitler encomendou

antes da guerra a um historiador alemão chamado Otto Kümmel.

Ele pediu ao então diretor dos museus nacionais do país para elencar todas as obras de arte roubadas da Alemanha desde o século 16, para que fossem re-cuperadas.

O chamado “Relatório de Küm-mel” é composto por três volumes, cada um com cem páginas. Na lista, entram desde fl âmulas e bandeiras roubadas pela Suécia na Guerra dos Trinta Anos (1618-48) até pinturas da coleção do rei da Inglaterra, como “Cristo e Maria Madalena”, de Rembrandt, um dos artistas prediletos do Führer.

Hitler não teve muito sucesso com as obras listadas por Kümmel, mas sua política de saque de obras de arte pode ser considerada a mais efi ciente desde que Roma começou a pilhar peças da Anti-guidade Grega.

O alvo principal eram as grandes coleções. E a que sofreu mais perdas foi a da tradicional família de banqueiros Rothschild, que teve 5.009 obras confi scadas.

Feliciano dá bastante destaque também às expropriações das obras do colecionador Alphonse Kann, do investidor Fritz Gutt-mann, dos banqueiros David-Weill e da dinastia Bernheim-Jeune.

Depois da guerra, uma parte importante das obras foi restitu-ída às famílias. Havia ao menos um destacamento dos Aliados dedicado só a essa tarefa, cha-mado de Monumentos, Obras de Arte e Arquivos. O grupo, formado em 1943, para ajudar a proteger e detectar obras rou-badas (e também devolvê-las),

fi cou conhecido como “The Monu-ments Men”.

É este o nome de um livro de Robert M. Edsel, no Brasil lançado como “Ca-çadores de Obras-Primas” [trad. Talita M. Rodrigues, Rocco, R$ 57, 368 págs.], base de um fi lme homônimo dirigido e protagonizado por George Clooney, a ser lançado no início do ano que vem, no Festival de Berlim.

Feliciano diz que o livro é “chauvinis-mo militar americano”, pois, a seu ver, dá a entender que só ofi ciais daquele país estiveram na elite de resgate de obras de arte, quando havia, entre ou-tros, militares franceses, canadenses e britânicos.

De qualquer modo, por maiores que te-nham sido os esforços dos “Monuments”, uma parte substancial dos roubos nunca voltou às famílias originais.

LegislaçõesA obra de Feliciano, publicada em

diversos países do mundo, acelerou o processo de restituição, assim como outra obra importante sobre o tema, “Europa Saqueada” [trad. Carlos Afon-so Malferrari, Companhia das Letras, R$ 68, 544 págs.], da historiadora Lynn H. Nicholas, lançada nos Estados Unidos em 1994. Após as publicações dos livros, tiveram lugar mudanças nas legislações de diversos países.

“O Museu Desaparecido” chama a atenção para o fato de que as insti-tuições francesas detinham, à época do lançamento do livro no país, mais de 2.000 obras de arte recuperadas depois da guerra e não restituídas aos proprietários originais. O jornalista identifi cou telas importantes em tal condição, como a pintura cubista “Dama em Vermelho e Verde”, de Fernand Léger, que estava no Centro Pompidou, ou “O Bosque”, do pintor François Boucher, uma das 400 obras “não reclamadas” do acervo do Louvre.

Em 1997, o presidente Jacques Chirac anunciou a criação de uma comissão para tratar do tema, a qual organizou uma exposição nacional com todas as pinturas, respondendo ao argumento de Feliciano de que os museus nem sempre davam visi-bilidade às obras não reclamadas e não se esforçavam para encontrar os donos originais.

O número de obras roubadas e não restituídas foi caindo progressivamen-te, mas, das 100 mil pilhadas só na Fran-ça, o autor estima que cerca de 25 mil ainda não tenham sido devolvidas.

Segundo ele, houve avanços na le-gislação alemã, que passou a conside-rar como roubadas também as peças vendidas entre 1933, ano de ascensão de Hitler ao poder, e 1939, já que cole-cionadores eram forçados a vender. A legislação que menos contribui, para ele, é a da Suíça, que só pune as compras comprovadamente de má fé.

Houve quem alegasse que Feliciano, mestre em jornalismo pela Universi-dade Columbia e doutor em literatura pela Universidade de Paris, estivesse agindo de má-fé.

Em 1998, três descendentes diretos do conhecido marchand Georges Wil-denstein o processaram no Tribunal de Grande Instância de Paris, acusando-o de danos morais por conta de passa-gens do livro que tratavam das ligações do galerista com os nazistas.

“Mesmo depois do armistício na França e da ocupação alemã desta, Wildenstein parece ter tirado pro-veito dessa rede de contatos para organizar uma série de contratos e transações com os alemães”, diz um trecho do livro.

Os herdeiros pediam US$ 1 milhão e exigiam que ele não voltasse a men-cionar o nome Wildenstein em qualquer de seus escritos. As idas e vindas na Justiça levaram cinco anos, até que a Cour de Cassation (equivalente francês do Supremo Tribunal Federal) indeferiu a demanda dos galeristas.

Ainda em plena atividade no universo da arte, os Wildenstein têm uma ligação estreita com a história dos museus no Brasil. Eles foram os principais vende-dores de pinturas de grandes artistas internacionais para o Museu de Arte de São Paulo, o Masp.

Segundo levantamento feito pela Folha, ao menos 52 pinturas importan-tes do museu passaram pelas galerias Wildenstein, entre elas 36 obras fran-cesas, 6 espanholas e 4 italianas.

O advogado alemão Markus Stöt-zel fi cou espantado ao saber que a obra “O Domador de Leões”, de Max Beckmann, estava sendo anunciada como um dos destaques de um leilão de arte moderna da casa Lempertz, em Colônia.

Faltavam poucas semanas para a venda da peça em guache e pas-tel sobre papel. O advogado sabia que a coleção de Alfred Flechtheim – marchand, colecionador e defensor do modernismo alemão perseguido pelos nazistas, cujos herdeiros eram seus clientes – tinha incluído “O Do-mador de Leões”.

O reaparecimento da pintura ofe-recia uma chance rara de reparação antes de ela sumir mais uma vez em mãos privadas. O proprietário, Cornelius Gurlitt, um idoso de Muni-que, admitiu que seu pai comprara a tela de Flechtheim em 1934, numa venda forçada.

“O Domador de Leões” foi ar-rematada em 2 de dezembro de 2011 por Ç 720 mil (cerca de R$ 2,2 milhões), e parte do dinheiro foi para os herdeiros de Flecht- heim. Foi uma das últimas vendas feitas por Gurlitt. No dia 28 de fevereiro de 2012, seu apartamento foi invadido e revistado por investigadores e por agentes da Alfândega.

Eles levaram três dias para exa-minar o tesouro que encontraram: pinturas de Picasso, Renoir e Tou-louse-Lautrec, obras até então des-conhecidas de Marc Chagall e Otto Dix e trabalhos de artistas que os nazistas tinham vilipendiado – como Beckmann – numa exposição local de arte degenerada. Algumas das obras eram anteriores ao século 20, sendo uma destas uma gravura em cobre da Crucifi xão, de Albrecht Dürer. Havia ao todo 1.406 obras; 121 delas, ain-da emolduradas numa estante, como num depósito de museu. As demais ocupavam gavetas.

O tesouro secreto de Gurlitt susci-tou, além de assombro, controvérsia. Pelos princípios (aceitos pela Ale-manha) da conferência sobre arte confi scada pelos nazistas, realizada em 1998 em Washington, todos os esforços devem ser feitos para difundir descobertas como essas, a fi m de que sejam localizados os proprietários das obras antes da guerra ou seus herdeiros.

Mas a maior descoberta feita desde a Segunda Guerra de arte confi s-cada pelos nazistas veio a público somente no último dia 3, quase dois anos após a batida no apartamento, quando foi divulgada pela revista alemã “Focus”.

CautelaA relutância das autoridades ale-

mãs de levar o assunto a público tem origem numa cultura legal regida pela cautela.

Os promotores se negam até mes-mo a identifi car Gurlitt, 80, publica-mente. Dizem apenas que “uma pes-soa se encontra sob investigação por suspeita de sigilo fi scal e apropriação indébita”. Segundo o advogado Stöt-zel, se as autoridades expuserem de-talhadamente a coleção, Gurlitt pode mover uma ação contra elas.

Nem todas as obras foram roubadas pelos nazistas. Meike Hoff man, o his-toriador de arte que está catalogando a descoberta, disse que é preciso mais tempo para verifi car a proveniência das peças.

Não é certo que descendentes de judeus alemães venham a ser com-pensados. Stötzel, que representa cerca de 50 outros querelantes, diz que, embora a Alemanha tenha aceito os princípios de Washington em nome de instituições públicas, proprietá-

rios particulares não são obrigados a segui-los.

Após a descoberta, o mundo da arte fi cou siderado por duas perguntas: que impacto um infl uxo repentino de tesouros – a “Focus” estimou seu valor em Ç 1 bilhão (cerca de R$ 3 bilhões) – pode ter sobre os preços no mercado de arte? E, no momento em que as famílias se preparam para uma batalha para defi nir os proprietários de direito das obras, quanto tempo será preciso esperar para que as obras apareçam numa sala de leilões?

Julian Radcliff e, proprietário e pre-sidente do The Art Loss Register, de Londres, um banco de dados interna-cional de obras de arte roubadas e perdidas, diz que o tesouro encontrado em Munique não terá grande impacto sobre valores no futuro próximo.

“Para começar, nem todos os tra-balhos encontrados vão valer preços altíssimos – as avaliações atuais não passam de palpites. E, mais importante, é improvável que muitos cheguem até leilões ou marchands, considerando que haverá décadas de trabalho até as obras passarem às mãos dos que terão direito legal de vendê-las”.

Os marchands e as casas de lei-lão enfrentam grande pressão para determinar a origem das obras que serão vendidas. Uma “mácula” pública pode difi cultar a venda de uma tela, mesmo que sua posição legal se resolva e que um herdeiro abra mão de seus direitos.

TrilhaAs autoridades alemãs dizem que

a trilha que levou à descoberta ex-traordinária começou às 21h de 22 de setembro de 2010, quando Gurlitt foi sujeito a uma revista de rotina num trem de alta velocidade de Zurique a Munique.

Segundo a “Focus”, Gurlitt afi rmou que seu destino tinha sido a galeria Kornfeld, em Berna. A revista diz que ele tirou do bolso um envelope conten-do 18 cédulas novas de Ç 500 (cerca de R$ 1.500). A galeria conta que não teve nada a ver com o dinheiro e que sua última transação com Gurlitt foi feita em 1990.

Gurlitt era um homem que não existia. Embora parecesse estar vivendo em Munique, não estava cadastrado ali. Não tinha número de contribuinte alemão, não pagava seguro-saúde e não recebia apo-sentadoria. Mas seu sobrenome era famoso nos círculos de arte.

“É claro que sabíamos quem era!”, diz Karl-Sax Feddersen, da Lem-pertz. O pai de Gurlitt, Hildebrand, foi um marchand e historiador de arte e promoveu artistas alemães progressistas. Quando os nazistas chegaram ao poder, ele se tornou dos pouquíssimos autorizados a ne-gociar obras modernistas.

As obras modernas na coleção in-cluem aquelas pelas quais os nazistas nutriam ódio profundo e ideológico; marchands como Flechtheim eram chamados “agentes do bolchevismo cultural”. Mas o Reich não era avesso a negociar obras desprezadas.

Pesquisadores do Projeto de Restituição de Arte do Holocausto encontraram evidências de que al-gumas das obras de arte que per-tenceram a Gurlitt, pai, estiveram em poder dos Aliados após a guerra e foram devolvidas a ele em 1950. Elas vieram a formar o núcleo de uma coleção vasta e oculta herdada por seu fi lho. A lista de 115 pinturas apreendidas e depois devolvidas inclui “O Domador de Leões”.

Feddersen descreve “O Domador de Leões” como “maravilhosa”. Na ocasião, curioso, ele perguntou se Gurlitt teria outros trabalhos para vender. “Ele não respondeu”, lem-bra Feddersen.

Tesouro descobertopode chegar a R$ 3 bi

JEEVAN VASAGARELIZABETH PATONTRADUÇÃO CLARA ALLAIN

As obras modernas na coleção incluem aquelas pelas quais os nazistas nutriam ódio profundo e ideológico. Mas o Reich não era avesso a negociar obras desprezadas

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G6 MANAUS, DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013

Diário de Lisboa O MAPA DA CULTURA

Em todas as edições se fazem apostas para tentar adivinhar quem vai receber o Prêmio José Saramago. A honraria no valor de Ç 25 mil (cerca de R$ 78 mil) é atribuí-da de dois em dois anos a uma obra literária de fi cção escrita em língua portuguesa (e publicada em qualquer país lusófo-no) por um autor de não mais de 35 anos.

Se em 2011 foi uma surpresa a vitória da brasi-leira Andréa del Fuego, por “Os Malaquias”, o resulta-do deste ano, divulgado no dia 5 em Lisboa, confi r-mou o palpite de muitos.

O vencedor, o angolano Ondjaki, havia muito era favorito. A vez dele chegou com o romance “Os Trans-parentes” (Companhia das Letras). O prêmio institu-ído pela Fundação Círculo de Leitores escolheu o li-vro por unanimidade.

A escritora e imortal brasileira Nélida Piñon, parte do júri, disse que Ondjaki criou “uma gale-

ria de grandes persona-gens, cada qual com suas idiossincrasias muito bem defi nidas, enlaçadas por um fi o de solidariedade e de ironia”.

Ondjaki dedicou o Prê-mio José Saramago ao país onde nasceu. “Este é um livro sobre uma Angola que existe dentro de uma Luanda que eu procurei escrever e descrever. Fi-lo com o que tinha dentro de mim entre verdade, sen-timento, imaginação. E amor. É uma leitura de ca-rinho e de preocupação. É um abraço aos que não se acomodam, mas antes se incomodam. É uma cele-bração da nossa festa in-terior, trazendo as makas, os mujimbos, algumas do-res, alguns amores. Penso que todos queremos uma Angola melhor”.

Papéis dispersos De Agustina Bessa-Luís,

escritora do Porto afas-tada da vida pública por motivos de doença, acaba de ser publicado em Portu-gal “Caderno de Signifi ca-dos” (Guimarães Editora; Ç 12,50; cerca de R$ 38), com seleção, organização e fi xação de texto de Al-berto Luís (seu marido) e da escritora Lourença

Baldaque (sua neta). Os escritos reunidos

foram encontrados em “folhas soltas, em cader-nos de notas, em espaços brancos de impressos, em margens de livros”, expli-ca Alberto Luís no prefá-cio. Há excertos de entre-vistas, de conferências e alguns inéditos.

Um dos textos é dedica-do a Lisboa, que a escrito-ra descreve assim: “Descei do céu para Lisboa, vindos de Nova York, e vereis a torre de Belém como um castelo de areia. Se o rio crescesse como cresce o mar, arrancava-lhe os dentes um a um. E fi cava desdentada a bela torre; a sua lendária face deixava de ser proa de Lisboa. E o velho do Restelo não sabia mais o que dizer nem onde se encostar”.

Vai, Brasil “Os cariocas têm de ga-

nhar a vida como toda a gente, mas nunca a perdem por causa disso.” Essa é uma das frases de “Vai, Brasil” (Ç 18; R$ 55), novo livro de Alexandra Lucas Coelho, repórter e escritora portuguesa re-sidente no Rio há alguns anos, que acaba de ser editado em Portugal na

coleção de viagens da Tin-ta da China, dirigida por Carlos Vaz Marques.

O editor considera ser este “o melhor livro” da autora. “Ela consegue uma síntese da língua portu-guesa, cruzando o modo de dizer de Portugal com o jeito do Brasil de uma forma tão feliz que nos dá a sensação, em certos mo-mentos, de estar a proceder à refundação do idioma, como Caetano Veloso a ro-çar sua língua pela língua de Luís de Camões”.

O livro, com prefácio de Francisco Bosco, colunis-ta do jornal “O Globo”, começa no fi nal do gover-no Lula e termina nas gi-gantescas manifestações deste ano.

Um excerto: “Português a falar brasileiro não tem jeito, mesmo quando tem. Mas o que não tem jeito mesmo é perder tempo a não ser entendido. Não vou subir a favela e dizer sítio quando posso dizer lugar, ou apelido quando posso dizer sobrenome, ou al-cunha quando posso dizer apelido, ou apanhar o auto-carro quando posso pegar o ônibus. Português a falar brasileiro nem é jeito de dizer, porque português e brasileiro falam sempre

português, em toda a sua mestiça extensão”.

O Rio por quem sabe E se Alexandra Lucas

Coelho é a estrangeira que olha para o Brasil e nos mostra coisas que quem lá vive nem sempre vê, Rita Sousa Tavares revela-nos o Rio de Janeiro pelos olhos de quem lá mora.

“Show Me Rio” (ed. Café Pessoa; R$ 109) é um livro de edição luxuosa, com fotografi as belíssimas de José Pedro Monteiro e Márcio Mercante e textos, em “carioquês”, da fi lha de Miguel Sousa Tavares.

É vendido acompanha-do por um CD com um documentário homônimo. Livro e filme têm dicas de 19 personalidades que nos guiam pela cidade. Entre elas, Chico Buarque, cuja conversa serve de introdução ao que vere-mos e leremos a seguir, Vik Muniz (nos mostra o Jardim Botânico e o Instituto Moreira Salles), Maitê Proença (recomen-da o Theatro Municipal), o prefeito Eduardo Paes (nos leva à Floresta da Tijuca de bicicleta) e Zue-nir Ventura (visita o Real Gabinete Português de Leitura).

4

Apanhar o autocarro ou pegar o ônibus?

Português a falar brasileiro

ISABEL COUTINHO

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G7MANAUS, DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013 G

5 50 letras, sem tirar nem pôr

Arquivo Aberto MEMÓRIAS QUE VIRAM HISTÓRIA

Dalton Trevisan não poderia faltar. Pus no juízo: vou atrás, insisto, me rastejo, ínfi mo. Uma antologia de mi-crocontos não fi caria completa sem ele. Mestre da concisão. Alto Dalton. Máximo, grande.

Mas ele vive recluso, não dá as caras. Eu não desisto.

O ano era de 2004. Muito antes do Twitter. Resolvi criar a antologia “Os Cem Menores Contos Brasileiros do Sé-culo” (Ateliê Editorial). Uma referência à organizada pelo Italo Moriconi, “Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século”. Ao Italo, pedi a assinatura de um microprefácio. Que ele generosa-mente fez. Em 50 palavras.

Os contos, esses não, teriam de ter até 50 letras. Sem contar o título. Isso, inspirado que fui pelo microconto mais famoso do mundo, o do guatemalteco Augusto Monterroso. Uma história de 37 letrinhas, a saber: “Quando acordou, o dinossauro ainda estava lá”.

Toparam participar Sérgio Sant’Anna, Adriana Falcão, João Gilberto Noll, Manoel

de Barros, Modesto Carone, Andréa Del Fuego, Glauco Mattoso...

Lygia Fagundes Telles escreveu um, genial, só em diálogos: “– Fui me con-fessar ao mar. / – E o que ele disse? / – Nada”.

Maravilha! Mas faltava o Dalton. Até o Millôr Fernandes topou – esse,

antigo seguidor dos microformatos. Com Millôr foi relativamente fácil. Eu já tinha estado com ele no Rio para um papo raro. Cheio de humor e irre-verência. Ligou-me para se certifi car: “Até 50 letras, sem contar o título, é isto?”. É isto, Millôr.

E não é que ele me mandou um conto em contadinhas 50 letras? No entanto, o título era imenso. “Fiz o que você me pediu, não fi z?”

Fez, sim, fez. Mas repito: faltava a presença do

Vampiro de Curitiba. Eu havia man-dado uma carta para ele. Havia mais de um mês.

Esperei, esperei. Noventa e nove escritores já reunidos. O livro todo diagramado. Organizado por ordem alfabética. Na letra “D”, antes de Daniel

Galera, deixei o espaço vago. Qualquer coisa, se o Dalton não me

responder, eu invento um autor: Dalvan Trigueiro. Faço uma homenagem, sei lá, à revelia. E mando o livro para a gráfi ca, entristecido.

O tempo fi cando miúdo. A esperança é a última que chega. Em cima da hora. Eis que recebo um envelope. E, dentro, o conto, também em diálogos: “– Lá no caixão... / – Sim, paizinho. / – ... não deixe essa aí me beijar”.

E eu quase morro. Dalton Trevisan é desses escritores

que me deixam sem fôlego. É ele em que me espelho quando coloco minhas neuroses na página. Gosto de suas obsessões. Inquietações. A cada livro seu, uma surpresa. Dalton escreve na velocidade da luz.

Não se engane. Ele não é só o “dono” de um estilo rápido. Vupt, vapt. Dalton escreve à velocidade da sombra. Vai sempre longe.

E foi assim. A antologia fi nalmente saiu. Até hoje

é referência para quem quer estudar as narrativas curtas. Foi trabalho, fi quei sabendo, inédito no mundo, à

época: esse de reunir tantos autores, de uma vez só, escrevendo “enorme-mente menor”.

A todos, até hoje agradeço. Sobre-tudo aos que já se foram: Moacyr Scliar, Manoel Carlos Karam, Alberto Guzik, Wilson Bueno. E idem ao sem-piterno Millôr.

E essa antologia também me deu, ave, a amizade do Dalton. De quando em quando, assim, a gente se fala. Via correios.

O contato mais surpreendente foi pouco antes de ele ganhar o Prêmio Camões, em maio de 2012. Enviei a ele o meu livro de contos “Amar É Crime” (Edith).

Recebi, em troca, “O Anão e a Nin-feta”, com a seguinte dedicatória: “Ao Marcelino Freire, com a muita admi-ração do seu leitor fi el”.

E eu quase morro. De novo. Em saber que ele se diz o meu “leitor”. Eu que aprendi a ler com ele. Nas entrelinhas. E continuo a apreender. E a me surpreender.

A dedicatória do Dalton, por exemplo, tem exatas 50 letras. Sem tirar nem pôr. Pode crer.

MARCELINO FREIRE

São Paulo, 2004

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Exemplar de ‘O Anão e a Ninfeta’ autografado por Dalton Trevisan

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G8 MANAUS, DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013

Fotografi a

6Sentidos do prosaico na obra de Luigi Ghirri

O trivial maravilhoso

No ensaio incluído no ca-tálogo da exposição de Lui-gi Ghirri que agora chega ao Brasil, Quentin Bajac alude à “grande desconstrução do meio fotográfi co realizada na década de 1960, de que o contexto italiano foi na Europa o ator principal” e cita, entre outros, as fotografi as sobre espelho de Michelangelo Pistoletto e o fi lme “Blow Up” (1966), de Michelangelo Antonioni.

Vale ampliar o quadro de referência: a discussão sobre a fotografi a se insere num processo de reconstrução dos códigos narrativos e descritivos que interessava a toda a cultura italiana da época. Estava-se saindo da experiência neorrea-lista, que tentara o resgate de um país arcaico e pobre (bem diferente daquele que a retórica anterior à guerra glorifi cava), mediante procedimentos nar-rativos modernos e altamente sofi sticados, tanto na literatura como no cinema.

O crescimento econômico que culminou nos anos de 1960, a americanização acelerada da sociedade, o desaparecimento rápido de tradições culturais se-culares, quando não milenárias, tornou aqueles procedimentos insufi cientes. As estratégias de representação precisavam ser reformuladas, para adquirir um alcance maior e, ao mesmo tempo, tornar-se mais transpa-rentes. Não era apenas questão de novas realidades a serem re-presentadas: a própria relação

entre realidade e representação tornava-se problemática, sob o impacto dos meios de comuni-cação de massa.

Por outro lado, a moderniza-ção não se instalava sobre um terreno quase virgem, como aconteceu na América. Para a Europa, e para a Itália es-pecialmente, o arcaico não é só o atrasado, mas também o antigo. Uma nova rede de imagens se sobrepunha a uma paisagem urbana e rural cuja legibilidade já era muito con-sistente, depurada pela expe-riência de séculos, mesmo nas camadas populares.

A consciência moderna per-mitia uma nova leitura do mun-do tradicional; mas o mundo tradicional também, com seu patrimônio de imagens, suas sabedorias artesanais, seu pa-trimônio de formas e objetos, enfi m, sua história, permitia uma leitura diferente, mais matizada e problemática, do sistema moderno de produção e troca.

O neorrealismo, nesse qua-dro, não foi repudiado. Antes, foi virado do avesso, fazendo referência constante a seus me-canismos internos, como para mostrar as linhas de costura. Surgiram, num período relativa-mente curto de tempo, o cinema de Antonioni, Fellini e Pasolini, a narrativa de Italo Calvino, a música metalinguística de Luciano Berio (a partir, não por acaso, das “folk songs”), a arquitetura tipológica de Aldo Rossi, a arte povera.

Todas essas manifestações artísticas buscaram meios lin-guísticos mais refl exivos para lidar com uma realidade com-plexa em que traços culturais contrastantes conviviam, mas não renunciaram ao conta-

to com essa realidade. To-das se caracterizaram pela tensão entre modernidade e tradição, novos códigos e es-cavação quase arqueológica de camadas de signifi cado que se sobrepunham sem se encobrirem totalmente.

A ressignifi cação do mundo se apoiava sobre um fundo de memórias. O grande desenvol-vimento das pesquisas semioló-gicas, tendo Umberto Eco como fi gura de maior ressonância in-ternacional (mas Roland Bar-thes também foi muito lido na Itália), dialogou com grande par-te dessa produção, garantindo uma verifi cação contínua entre teoria e praxe artística.

Infl exãoNa obra de Luigi Ghirri, que

pertence à geração imedia-tamente seguinte à que des-crevi, tais questões alcançam, no que diz respeito ao meio fotográfi co, desenvolvimento pleno, mas também um ponto de infl exão.

O processo de transforma-ção já não tem o impulso de outrora: o moderno começa a envelhecer, o antigo já não é um fundo compacto, mas uma substância que transpira entre as malhas não tão cerradas da modernidade. Mais que a energia propositiva e rebelde, passa a valer a sutileza capaz de identifi car as resistências, as contaminações, os pontos de sutura num panorama já transformado, em que novidade e obsolescência se fundem, às vezes, no mesmo objeto.

Quando Ghirri fotografa plantas recortadas em formas geométricas ou dispostas sime-tricamente no espaço exíguo entre uma grade e um muro de concreto, ou cadeiras de jardim

no espaço diminuto da varanda de uma casa pequeno-burguesa de periferia, ele parece buscar, na terra de ninguém que cres-ce desmedidamente entre as cidades históricas e o campo, o afl orar de sentidos antigos: a ordem cósmica do jardim à italiana, traduzido em arranjo doméstico; a “joie de vivre” do subúrbio impressionista homo-geneizada por um piso de gra-nito industrial.

O que o fotógrafo registra é a persistência dos homens em qualifi car os espaços, atribuir valores às coisas, transformá-las em signos. E esses signos, por baratos e ingênuos que se-jam, individualmente, se combi-nam em cadeias nem sempre intencionais, mas que sempre os tornam mais ricos.

O lugar de eleição para que tal combinação se torne legível, se não decifrável, é o enquadra-mento fotográfi co. Em Ghirri é sempre frontal, a ponto de o espaço representado parecer tão plano como uma página ou um mapa. A luz é uniforme, seja aquela leitosa da planície do rio Pó, ou a dourada de Capri e do litoral da Puglia.

Ghirri não se pauta pela poé-tica do momento decisivo, pelo esforço de resumir no instante o signifi cado inteiro de uma ação. É fotógrafo dos tempos longos, das permanências: na ação humana, interessam-lhe os sedimentos, aquilo que se depositou e já não tem mais sujeito – a cultura, enfi m, en-quanto patrimônio coletivo de signifi cados.

A sensibilidade à luz é, de fato, um grande trunfo de sua arte. Nos tempos longos da narrativa ghirriana, a luz é o tempo lon-guíssimo, o que unifi ca, como um campo linguístico mais ge-

ral, a colagem e superposição contínua dos signos.

Longuíssimo, mas não imó-vel. As fotos justamente famo-sas de Versalhes, por exemplo, foram realizadas com meios simples e sem manipulação na impressão. Essencial foi espe-rar o momento e as condições atmosféricas exatas em que o ambiente adquirisse a aparên-cia irreal de postal colorido. A vida imita não a arte, mas a ima-gem barata, de uso cotidiano. Toda imagem de Ghirri é relei-tura de outras imagens, não só quando fotografa outras fotos, mapas, propagandas, maque-tes, mas também ao retratar paisagens ou edifícios.

Atrás de cada enquadramen-to há inúmeras imagens que, de tão repetidas, se tornaram banais: cartões-postais, deco-rações em “trompe-l’oeil” de palácios antigos (não as obras-primas, mas a pintura menor, quase artesanal), cartazes de agências de turismo, suvenires em gesso ou plástico.

Esse repertório comum, apa-rentemente inexpressivo, Ghirri o subverte, conferindo-lhe uma intensidade inesperada. Suas imagens, quando vistas pela primeira vez, são reconhecíveis, como se já nos pertencessem. Ao mesmo tempo despertam uma sensação de estranhamen-to, como se aquilo que é exces-sivamente familiar se tornasse, por isso mesmo, enigmático.

Em seus numerosos escritos, Ghirri insiste sobre dois pontos: o primeiro é a transformação da realidade em imagem, como se o mundo estivesse se tornando uma grande fotografi a.

Emblema disso é a famosa imagem da Terra vista do espa-ço, realizada durante a viagem da Apollo 11 à Lua, em 1969.

Ela é, para Ghirri, a foto das fotos, aquela que contém po-tencialmente todas as outras. Ele a reencontra e a reproduz em 1978 numa sinalização em Lido de Spina, pequeno balne-ário no delta do rio Pó. Não é uma brincadeira sem intenção: se o mundo inteiro é um signo, também todo signo, pelas in-fi nitas relações que entretém com todos os outros, é o mundo. A imagem da Terra tirada da nave e aquela pendurada no poste são dois polos de uma cadeia ininterrupta de signifi -cados. Uma não é mais real do que a outra.

O segundo ponto focal da refl exão de Luigi Ghirri é a repre-sentação da nova paisagem.

Esse termo defi ne especial-mente aqueles espaços nem urbanos nem rurais (periferias que se esgarçam em direção ao campo, regiões agrícolas atravessadas por rodovias e já contaminadas por complexos industriais e comerciais), cuja existência se tornou sempre mais evidente e invasiva a par-tir do pós-Guerra. Certamente, não era uma questão só de Ghirri, nem apenas italiana, muito embora na Itália, pelo valor icônico de que a paisagem se revestia anteriormente, ela fosse mais pungente.

A esse respeito, Ghirri reco-nhece sua dívida com a nova fotografi a de paisagem norte-americana: William Eggleston, Stephen Shore. Mas, atrás deles, sua referência principal decla-rada é o realismo enxuto de Walker Evans. Pode surpreen-der, num fotógrafo interessado na fotografi a como signo, essa admiração incondicional por um artista marcado pela busca de um contato direto e despojado com os homens e as coisas.

MIGUEL DEL CASTILLOILUSTRAÇÃO RAFAEL CAMPOS ROCHA

HERDEIROS DE LUIGI GHIRRI

‘Salzburgo, 1977’

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