em tempo - 14 de outubro de 2012

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FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ELEIÇÕES, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO E CONCURSOS. MÁX.: 34 MÍN.: 23 TEMPO EM MANAUS ANO XXIV – N.º 7.794 – MANAUS, DOMINGO, 14 DE OUTUBRO DE 2012 PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00 O ‘povo quase invisível’ da periferia da cidade grande Um tiro foi disparado contra um escri- tório de campanha do presidente norte- americano (foto). Última Hora A2 Comitê de Obama sofre atentado TIROS NA ELEIÇÃO Ter filho está cada vez mais caro FAMÍLIA Dos 168.680 indígenas de 65 etnias espalhados por todo o Amazonas, 4.040 arriscam vida nova em Manaus, em busca de oportunidades de emprego, acesso à saúde e educação (foto). Vivem à margem de toda a atenção. Dia a dia C1 e C2 Quem não tem mar inventa até a onda. Wakesurfe, surfar no banzei- ro (foto), chegou para ficar, mas não é para todos. Pódio E2 e E3 DIEGO JANATÃ A visita da “cegonha” custa à famí- lia até R$ 100 mil para receber o novo membro do clã. Economia B4 Investigação fica melhor, mas não muito POLÍCIA Magistrados apontam avanços nos inquéritos policiais (foto), mas ainda há restrições. Dia a dia C3 Maioridade penal volta a ser discutida JUSTIÇA O índice cada vez maior de meno- res envolvidos com o crime devolve a questão à pauta. Dia a dia C6 Oito empresas instaladas no bairro Alvorada vendem para Estados da Região Norte. Economia B1 Polo da moda cresce 450% em três anos ‘MADE IN’ DIEGO JANATÃ REPRODUÇÃO MIGRAÇÃO Para a empresa Perspectiva, em sua última pesquisa, o candidato tucano vence a eleição para a prefeitura. Eleições 1 Artur Neto permanece na liderança PESQUISA O candidato à Câmara Municipal mais votado diz que vai surpreender a todos que o criticaram. Com a palavra A7 O que pensa um vereador de 18 mil votos REIZO Os “nanicos” venceram a supremacia de partidos tradicionais como o PMDB, PT, PSDB, PR e PCdoB. Política A6 Os maiores perdem para os pequenos MUDANÇA Quem não tem mar surfa no rio BANZEIRO JOEL ROSA ARQUIVO EM TEMPO BRASILEIRÃO Flu x Ponte Vasco x Santos O Fluminense tenta anteci- par o título; o Vasco quer ir para a Libertadores e o Palmeiras luta contra o rebaixamento. Pódio E5 a E8 Considerado o grande vitorioso das eleições municipais de 2012, o governador de Pernambuco , Eduardo Campos (PSB), consolida ainda mais seu nome como o mais cotado para a Presidência em 2014. Eleições 4 Campos, o nome de 2014

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ELEIÇÕES, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO E CONCURSOS. MÁX.: 34 MÍN.: 23

TEMPO EM MANAUS

ANO XXIV – N.º 7.794 – MANAUS, DOMINGO, 14 DE OUTUBRO DE 2012 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00

O ‘povo quase invisível’ da periferia da cidade grande

Um tiro foi disparado contra um escri-tório de campanha do presidente norte-americano (foto). Última Hora A2

Comitê de Obama sofreatentado

TIROS NA ELEIÇÃO

Ter fi lho está cada vez mais caro

FAMÍLIA

Dos 168.680 indígenas de 65 etnias espalhados por todo o Amazonas, 4.040 arriscam vida nova em Manaus, em busca de oportunidades de emprego, acesso à saúde e educação (foto). Vivem à margem de toda a atenção. Dia a dia C1 e C2

Quem não tem mar inventa até a onda. Wakesurfe, surfar no banzei-ro (foto), chegou para fi car, mas não é para todos. Pódio E2 e E3

DIE

GO

JAN

ATÃ

A visita da “cegonha” custa à famí-lia até R$ 100 mil para receber o novo membro do clã. Economia B4

Investigação fi ca melhor, mas não muito

POLÍCIA

Magistrados apontam avanços nos inquéritos policiais (foto), mas ainda há restrições. Dia a dia C3

Maioridadepenal volta aser discutida

JUSTIÇA

O índice cada vez maior de meno-res envolvidos com o crime devolve a questão à pauta. Dia a dia C6

Oito empresas instaladas no bairro Alvorada vendem para Estados da Região Norte. Economia B1

Polo da moda cresce 450% em três anos

‘MADE IN’

DIE

GO

JAN

ATÃ

REPR

OD

UÇÃ

O

MIGRAÇÃO

Para a empresa Perspectiva, em sua última pesquisa, o candidato tucano vence a eleição para a prefeitura. Eleições 1

Artur Neto permanece naliderança

PESQUISA

O candidato à Câmara Municipal mais votado diz que vai surpreender a todos que o criticaram. Com a palavra A7

O que pensa um vereadorde 18 mil votos

REIZO

Os “nanicos” venceram a supremacia de partidos tradicionais como o PMDB, PT, PSDB, PR e PCdoB. Política A6

Os maiores perdem para os pequenos

MUDANÇA

Quem nãotem marsurfa no rio

BANZEIRO

JOEL

RO

SA

ARQ

UIV

O E

M T

EMPO

BRASILEIRÃO

Flu x PonteVasco x Santos

O Fluminense tenta anteci-par o título; o Vasco quer ir para a Libertadores e o Palmeiras luta contra o rebaixamento. Pódio E5 a E8

Considerado o grande vitorioso das eleições municipais de 2012, o governador de Pernambuco , Eduardo Campos (PSB), consolida ainda mais seu nome como o mais cotado para a Presidência em 2014. Eleições 4

794 – MANAUS, DOMINGO, 14 DE OUTUBRO DE 2012

Campos, o nome de 2014

DOMINGO 14_10.indd 3 13/10/2012 14:36:15

A2 Opinião/Última Hora MANAUS, DOMINGO, 14 DE OUTUBRO DE 2012

Contexto3090-1017/8115-1149 [email protected]

Para os vereadores eleitos Márcio Pa-checo, de Cascavel (PR), e Eleika Bezerra (foto), de Natal (RN), que abriram mão de seus salários. Ah, se a moda pega!

Vereadores do bem

APLAUSOS VAIAS

Quero nãoO novo vereador abriu

mão de receber uma re-muneração de R$ 9.600.

No entanto, continuará ganhando como policial fe-deral. Segundo ele, o salário é R$ 2 mil menor. A legisla-ção permite que um funcio-nário público eleito para um cargo político receba pelas duas funções, desde que as execute corretamente.

Ela tambémEste não é o primeiro

caso.Como a CONTEXTO pu-

blicou, a professora Eleika Bezerra, eleita vereadora de Natal pelo PSDC, também confirmou que renunciará a todo o salário como par-lamentar. E garantiu isso em documento registrado em cartório.

Perguntar não ofendeAgora, que tal Reizo Cas-

telo Branco, do alto de seus 18 mil votos, seguir o exem-plo e abrir mão do salário da Câmara de Manaus, que é de R$ 9 mil?

Agripino na paradaFoi o presidente nacional

do DEM, senador José Agri-pino (RN), que entrou no circuito para o candidato do partido à Prefeitura de Ma-naus, deputado federal Pau-

derney Avelino apoiar, no segundo turno, a candida-tura de Artur Virgílio (PSDB) contra a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB).

Toma lá, dá cá E isso não foi pelos “belos

olhos de Virgílio”.Agripino negocia a reci-

procidade do PSDB em Vila Velha (ES).

— Eu entrei, claro. Onde pudermos apoiar o PSDB, apoiaremos. Eu falei com ele (Pauderney) e com o Artur Virgílio. Estamos com o Arthur Virgílio –, disse Agripino ao jornalista Car-los Honorato, em Brasília.

Calada da noite Um estranho cartaz ama-

nheceu afixado pelas ruas de Manaus.

O apelo é em letras gar-rafais: “Artur é o candida-to do Amazonino”, com o “A” estilizado pela antiga marca do governo do hoje prefeito.

Mas ninguém assina e nem se responsabiliza pela colagem apócrifa.

Julgue vocêEsta semana a mídia es-

tampou dois fatos onde a opinião pública pode tirar suas conclusões.

Suplicy chorando no ple-nário do Senado, fazendo

demagogia a custa do sofri-mento da filha de Genoino e, Dilma, assegurando que não vai demitir Genoino do cargo que ele tem no governo.

Barbas de molhoQuem foi eleito, mas de-

pende da Justiça Eleitoral para sair da ficha-suja e assumir o cargo, já pode co-locar as barbas de molho.

O TSE manteve por una-nimidade (sete votos a zero) o indeferimento ao registro da candidatura de Celso Gi-glio (PSDB), que concorreu à Prefeitura de Osasco (SP).

Segundo turnoApesar da decisão do TSE,

cabe ao juiz eleitoral de Osasco – segundo infor-mou a assessoria do tribu-nal – decidir se proclama a vitória de Jorge Lapas ou se convoca segundo turno, caso Giglio apresente novo recurso.

Teria Até o momento, a apu-

ração dos votos dá vitória ao petista Jorge Lapas no primeiro turno. Segundo o TSE, Celso Giglio recebeu 149.579 votos, mais que Lapas (138.435). Se os mi-nistros tivessem deferido o registro, haveria segundo turno na cidade.

Para comerciantes de algumas lojas de Manaus, que mesmo vendo as calçadas de seus estabelecimentos quebradas, continu-am inertes, esperando pelo poder público.

Lojistas omissos

Nem tudo está perdido.O vereador Márcio Pacheco (PPL), eleito nas eleições municipais de 7 de outubro, em

Cascavel (PR), disse nesta sexta-feira (12) que decidiu renunciar ao salário que receberia como parlamentar na Câmara de Vereadores.

Márcio Pacheco se elegeu com 1.412 votos, o que corresponde a 0,89% dos votos vá-lidos. O vereador eleito é policial federal há cinco anos e também já foi policial militar durante dez anos.

Mirem-se no exemplo

IONE MORENODIVULGAÇÃO

Trio assalta taxista no Novo Aleixo

Mel Kids Benício de Olivei-ra, 62, foi preso por policiais da 27ª Companhia Interati-va Comunitária (Cicom) na noite da última sexta-feira, acusado de ter assaltado o taxista Elomar Ribeiro Mendonça, 21. O assalto aconteceu na rua Bijogo, localizada no bairro Novo Aleixo, Zona Norte.

Segundo informações da polícia, o acusado e mais um casal, não identifi cado, abordaram a vítima próxi-mo ao supermercado DB da avenida Grande Circular, Zona Leste, pedindo que o taxista os levasse ao bair-ro Mutirão, Zona Norte. Ao passarem próximo ao ter-minal 4, localizado no bairro Jorge Teixeira, Zona Leste, o trio anunciou o assalto. Eles amarraram a vítima, colo-cando-a no porta-malas do táxi, que não teve o modelo e placa divulgados.

Quando já estavam na rua Bijogo, no Mutirão, o homem e a mulher avistaram uma viatura da Polícia Militar, saíram do carro e fugiram. Mel Kids também tentou fugir para um matagal, mas acabou caindo em um bueiro e foi preso pelos policiais. Os policiais encontraram o taxista amarrado no banco traseiro do carro.

Com Mel Kids, os policiais encontraram um revólver calibre 38 e três muni-ções calibre 12, intactas. O acusado foi levado para o 6º DIP, onde foi autuado por roubo majorado e en-caminhado para a Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, no Centro. (LP)

ZONA LESTE

Dia das Crianças mobiliza comércio ainda no sábado

Um dia após o Dia das Crian-ças, a procura pelos presentes ainda continua no centro da cidade. Lojistas afi rmam que houve um aumento de, aproxi-madamente, 30% nas vendas, em comparação ao mesmo período do ano passado. Brin-quedos e equipamentos ele-troeletrônicos foram os itens que tiveram maior saída.

O gerente da loja City Lar, Jesuíno Oliveira, comenta que o dia foi produtivo. “O movi-mento superou nossas expec-tativas e o saldo registrado no ano passado”, relata.

A responsável pela loja de confecções You Fashion, Letí-cia Carvalho, determina o sal-do como positivo. De acordo com a comerciante, este ano a empresa precisou aumentar o horário do expediente de trabalho, o que segundo ela, não aconteceu em 2011. “Pre-cisamos fi car até mais tarde por conta dos clientes. Sempre

funcionamos, no máximo, até as 16h, e na sexta-feira fi ca-mos até as 18h”, informa.

Segundo a gerente da buti-que Chick Modas, Inácia Ne-ves, o resultado não foi tão positivo. Inácia frisa que no mesmo período de 2011 houve maior investimento em con-fecções e calçados por parte dos pais, o que de acordo com ela, não ocorreu neste feriado. “Acredito que nas comemora-ções do fi nal do ano haverá um aumento nas vendas. Nesta data os pequenos gostam de ganhar brinquedos, acho que por isso, não tivemos o resul-tado esperado”, conclui.

A autônoma Ângela Silva, 47, também deixou para com-prar o presente do sobrinho, Eduardo Campos, 6, no sába-do. Ângela disse que não pôde ir ao Centro antes do feriado por conta do trabalho. “Cos-tumo presentear meus sobri-nhos todos os anos e neste não poderia ser diferente. Meus fi lhos já são adultos e por isso prestigio os sobrinhos”.

COMPRAS

Cadáver do homem foi encontrado no quintal da casa onde o acusado do crime morava, no conjunto Boas Novas

Morador de rua é morto a pauladas na Zona Norte

Um homem identifi -cado como Valter Henrique Corrêa, 25, foi preso por policiais

militares na madrugada de on-tem, acusado de ter matado a pauladas, horas antes, o mo-rador de rua Júlio Oliveira de Souza, 29. O crime aconteceu em uma casa localizada na rua 14, do conjunto Boas Novas, Cidade Nova 1, Zona Norte.

Segundo informações da po-lícia, populares ligaram para o 190 informando a existência de um cadáver na casa. Quando

chegaram ao local, os policiais encontraram a vítima morta no quintal da casa e com várias es-coriações pelo corpo, provavel-mente pauladas. Ao fazer uma rápida revista no imóvel para a coleta de provas, encontraram Valter deitado em uma rede, em um dos cômodos, com a roupa suja de sangue.

O acusado foi levado para o 6º Distrito Integrado de Polícia (DIP), onde foi autuado em fl a-grante por homicídio, e enca-minhado para a Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vi-dal Pessoa, no Centro. Ele foi apresentado juntamente com Mel Kids Benício de Oliveira,

acusado de assalto a um taxista (leia matéria nesta página). A vítima foi levada para o Instituto Médico Legal (IML).

Outros homicídiosA dona de casa Creuza da Con-

ceição Jinkins, 58, foi morta com cinco tiros na noite da última sexta-feira. O crime aconteceu na casa da vítima, localizada no conjunto Buritis, Nova Cidade, Zona Norte. A vítima ainda che-gou a ser encaminhada para o Serviço de Pronto Atendimento (SPA) do Galileia, mas não resis-tiu aos ferimentos. Os acusados são dois homens ainda não iden-tifi cados pela polícia.

Valter Corrêa (à esquerda, ao lado de Mel Kids) foi encontrado pela polícia deitado em uma rede

LUCAS PRATA

Tiro é disparado contra escritório de Obama

Um tiro foi disparado na última sexta-feira, 12, contra um escritório de campanha do presidente Barack Obama, no Estado de Colorado. O ataque destruiu uma janela, mas não deixou feridos.

Algumas pessoas estavam no escritório no momento do ataque, no meio da tarde.

“Ao que parece, um tiro foi disparado contra o local”, afi r-mou a porta-voz da polícia

de Denver, Raquel Lopez, ao jornal The Denver Post.

A polícia procura um veículo que poderia ser do atirador, mas a porta-voz se recusou a revelar mais detalhes.

Fontes da campanha de Obama não comentaram o incidente, que acontece a menos de quatro semanas das eleições entre o demo-crata Obama e o republicano Mitt Romney.

EUA

LUCAS PRATAEquipe EM TEMPO

PRISCILA CALDASEquipe EM TEMPO

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MANAUS, DOMINGO, 14 DE OUTUBRO DE 2012 A3Opinião

Editorial

Luís Pereira dos Santos talvez não quisesse passar pela vida – ou pela rotina da vida – sem obter os aclamados e almejados 15 minutos de fama. Talvez quisesse deixar de ser visto como um simples vigilante – a profi ssão dele, nem um pouco simples, por sinal – para tornar-se um artista, um político, quem sabe. Não. Escolheu ser “profeta” a partir do momento em que teve uma visão, a de que o mundo acabaria na tarde do dia 12 de outubro de 2012. Como se pode perceber, o “profeta” não foi muito feliz na previsão. Porém, conseguiu a “fama” depois de ser preso pelo coro-nel da Polícia Militar, José Fernandes de Albuquerque, que precisou recolhê-lo ao xadrez para que o falso profeta não fosse linchado pela população de Teresina, no Piauí.

Com essa “visão”, Luís Pereira conseguiu mais de 130 seguidores (imagina se tivesse Facebook ou Twitter). Antes “que o mundo acabasse”, ele realizava reuniões com seus “fi éis”. Visualmente, não veste nada que lembre um profe-ta. Não tem cabelos longos, nem barba branca, não veste roupas exóticas ou mesmo carrega algum objeto espiritual ou talismã consigo. É um homem comum, um trabalhador brasileiro que poderia ser visto em qualquer cidade deste imenso país. No entanto, atraiu homens, mulheres e crian-ças para a sua “arca” de Noé, onde morava com a maioria desses seguidores desde o ano passado.

No dia do “Apocalipse” – quando também foi comemo-rado o Dia das Crianças e de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil –, a Justiça determinou o recolhimento no local, a “arca”, de mais de 20 crianças e adolescentes. O temor era que a falsa profecia de Luís Pereira causasse uma histeria no bairro e um possível suicídio coletivo, tendo em vista que lá havia até veneno para rato. Poderia ser trágico, mas felizmente foi cômico.

O poeta Fernando Pessoa escreveu: “O gênio, o crime e a loucura provêm, por igual, de uma anormalidade; re-presentam, de diferentes maneiras, uma inadaptabilidade ao meio”. Luís Pereira não é gênio, mas se dizia “profeta” depois “de conversar com um anjo”. Ou seja, o que Luís Pereira verteu em profecia, Alceu Valença transformou em música (“A voz do anjo sussurrou no meu ouvido...”). Que venha o próximo “Apocalipse”.

[email protected]

[email protected]

Charge

Olho da [email protected]

Fala [email protected]

Para cair num precipí-cio político nesta era do julgamento do mensalão, só falta ao PT perder o segundo turno da eleição em São Paulo. E todos os esforços e recursos (sabe Deus da onde que são sub-traídos...) são colocados em prática. E um deles vem do ex-seminarista e ministro da Dilma Rousseff, Gilberto Carvalho, que como supos-

lugar de tentar escamotear esse crime contra a na-ção, deveria na realidade ter renunciado seu cargo de presidente.

Paulo Panossian,por e-mail

www.emtempo.com.br

A praia da Ponta Negra foi liberada e voltou a ser frequentada pelos manauenses. Sob o forte calor de 30 graus do fi m de semana (o Sol não é nada piedoso com Manaus – porém, a chuva também não economiza na intensidade), banhistas viraram silhuetas sob o olhar do fotógrafo Diego Janatã.

O ‘profeta’ que errou a data do fi m do mundo

Candidato a presidente o go-vernador de Pernambuco, Eduardo Campos, ainda não é, mas está no páreo e deixa isso muito claro: avisa aos navegantes que não tem “tem-peramento para vice” enquanto pavimenta o terreno com base na arte de fazer amigos e infl uenciar pessoas. Não cria confl itos, traba-lha para dirimir os existentes e só coleciona os contenciosos absolu-tamente necessários. Um exemplo é a tênue, porém picante, tensão com o PT de cuja órbita procura distanciar o PSB.

No plano local, já entrou na elei-ção reconciliado com o senador Jarbas Vasconcelos, adversário durante 20 anos. Quando saiu dela vitorioso no primeiro turno em Recife, tratou logo de pedir desculpas aos que “eventualmente tenha ofendido” no calor da dis-puta. Na cena nacional, desfi la de braço dado com o ex-presidente Lula, reafi rma os laços com a pre-sidente Dilma Rousseff , confere substância ao PSD de Gilberto Kassab, já é visto como objeto de desejo no PMDB e cultiva as melhores relações com o PSDB.

Dividiu vitória com Aécio Ne-ves em Belo Horizonte e recebe mensagens constantes de inter-locutores de Fernando Henrique Cardoso a quem confere toda de-ferência. O que isso tudo quer di-zer? Por ora signifi ca que é tempo de semeadura. Não se consegue obter de Eduardo Campos uma resposta precisa sobre prováveis alianças nem sobre nada que diga respeito ao seu futuro político. Em parte porque ele mesmo não tem respostas precisas, em parte por-que não lhe é conveniente revelar o conteúdo de certas tratativas. O governador capta as mensagens e decodifi ca.

Para ele, no momento o PSDB joga – “com acerto, do ponto de

vista da oposição” – na cizânia da base governista e atua para abrir espaço na tropa que em tese estaria unida para sustentar a reeleição de Dilma, em 2014. Nesse caso, o PSB seria um ótimo parceiro por dois motivos: repre-sentaria a “renovação” com mais efi cácia que o PSDB – desgastado depois de oito anos de Presidência e outros tantos de embate com o PT – e tem em Pernambuco um porto seguro no Nordeste.

Kassab, se José Serra perder em São Paulo, aposta que “vai traba-lhar com Dilma”. Em ministério, para ele ou correligionário próximo. Terminado o mandato na prefeitu-ra, vai precisar de uma referência de poder “para cuidar daquelas 50 crianças”. Vale dizer, a bancada de deputados federais que fi liou ao PSD. Sobre sua permanência ao lado de Lula, Dilma e do PT, a posição de Eduardo Campos é mais complexa.

Não fecha nem deixa a porta completamente aberta. Simples-mente não põe (ainda) essa aliança em jogo. Fala dela como quem procura manter o distanciamento do analista. Na visão do gover-nador, primeiro de tudo há uma questão a ser resolvida - a agenda do governo – e o equívoco a ser corrigido – a maneira de tratar os aliados. A pauta do Planalto, na opinião dele, não por ser eleitoral. “A governo algum interessa a anteci-pação de disputas, pois dissemina a desagregação e resulta em perda antecipada de poder”.

Se quiser chegar forte em 2014, Eduardo Campos acha que o gover-no precisa se apressar, sem perder de vista a data limite. Em outubro de 2013 vence o prazo de fi liação partidária para os candidatos à eleição do ano seguinte quando, então, estará ofi cialmente aberta a temporada da sucessão.

Dora [email protected]

Dora KramerJornalista, escreve simultaneamente

no jornal “O Estado de S.Paulo”

Candidato a presidente o governador de Pernam-buco, Eduar-do Campos, ainda não é, mas está no páreo e deixa isso muito claro: avisa aos navegantes que não tem ‘tem-peramento para vice’, enquanto pavimenta o terreno”.

Na cabeceira da pista

to conselho ao adversário petista, o Serra, diz que “o uso político do mensalão não é inteligente”.

Talvez para o Planalto, in-teligente mesmo é desviar recursos do erário, e na maior cara de pau mentir à nação ou exclusivamente para aqueles do Bolsa-Fa-mília, que o mensalão foi uma farsa da oposição, das elites e da imprensa. Me-

nos Gilberto, por favor. O ministro deveria saber que a obrigação de um homem público que tenta até vencer um pleito é falar a verdade a seus eleitores, sem muito se importar com o resultado nas urnas.

Coisa que o PT nunca demonstrou vocação e cum-plicidade. Assim fosse, o Lula, em 2005, quando do escândalo do mensalão, no

DIEGO JANATÃ

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

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A03 - OPINIÃO.indd 3 13/10/2012 14:52:28

A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 14 DE OUTUBRO DE 2012

PainelRENATA LO PRETE

Em meio à troca de farpas entre Geraldo Alckmin e o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) sobre a responsabilidade da crise na segurança, o governo federal oferecerá ao Bandeirantes mais vagas para detentos paulistas de alta periculosidade em presídios federais. A ideia é mover líderes de facções cri-minosas para unidades distantes de São Paulo, a exemplo do que ocorreu em Alagoas, que “exportou” 21 presos perigosos e reduziu em 15% a taxa de homicídios em 90 dias.

Flashback Tal operação envolve risco, segundo ava-liação de integrantes do go-verno paulista. A remoção de chefes de células do PCC para estabelecimentos prisionais fora do Estado poderia levar a facção a represálias simi-lares às adotadas na série de ataques de maio de 2006.

Galeria A estreia de José Serra no palanque eletrô-nico do segundo turno, amanhã, terá mensagem de agradecimento pelos votos obtidos e imagens dos eventos de apoio de PPS, PDT e PTB.

Terceirizado Há dúvida no QG tucano sobre o conteúdo do primeiro programa, mas a tendência é que o mensalão ganhe espaço de destaque. Se o tema não estiver na fala do candidato, pode ser lembrado por narrador na abertura ou no término.

Arsenal O marketing de Fernando Haddad tem peças já gravadas com pontos tidos pelo PT como vulneráveis da candidatura de Serra, como os casos Controlar e Aref, as privatizações e as relações com o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza.

Stand by O uso ou não do material dependerá das pes-quisas qualitativas e do tom adotado pelo tucano na TV.

Os azuis Recém-incorpora-do à campanha haddadista, Ga-briel Chalita (PMDB) terá sua imagem explorada à exaustão na propaganda e nas agendas do candidato sobretudo pela inserção no eleitorado do cen-tro da capital.

Sincretismo Acordo entre PT e PRB em Salvador inclui não apenas o apoio do can-didato derrotado Bispo Ma-rinho a Nelson Pelegrino. O governador Jaques Wagner

trabalha pelo engajamento de toda a estrutura da Igreja Universal na ofensiva contra o democrata ACM Neto.

Técnico... Após con-sultar conselheiros e mi-nistros, Dilma Rousseff baixou pacote de nome-ações para dez tribunais regionais eleitorais e do trabalho. Manteve suspen-se, contudo, na indicação do substituto de Hamilton Carvalhido, aposentado no ano passado do STJ.

... ou político? Nos bas-tidores, o acriano Sammy Lopes, primeiro colocado na lista enviada ao Planal-to, recebe o apoio dos ir-mãos Tião e Jorge Viana (PT-AC). A ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) tem simpatia pelo paranaense Sérgio Kukina, segundo na relação. O terceiro no páreo é Eduardo Sabo Paes.

Para depois Aconselhada a optar por técnicos nas escolhas, sobretudo pelo advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, a pre-sidente adia a decisão há cinco meses. Ela recebeu os nomes indicados do Mi-nistério Público para a vaga em 21 de maio.

Na rampa Em protesto con-tra as demissões na indústria automobilística, sindicalistas prometem instalar linha de produção improvisada para montar dois veículos em fren-te ao Palácio do Planalto na próxima semana.

Vizinhos O atual embaixa-dor da Venezuela no Brasil, Maximilien Sánchez Arveláiz, é um dos favoritos para as-sumir a chancelaria do país no novo governo que Hugo Chávez compõe. Franco-ve-nezuelano, o diplomata é um dos homens de confi ança do presidente reeleito.

Tiroteio

Que moral tem Ciro? Ele disputou com Lula e só não enfrentou Dilma porque o PSB não deixou. Eles têm sede de poder desmedida.

Contraponto

Dias após a mais acalorada discussão com Joaquim Barbosa, o ministro Marco Aurélio Mello aguardava no plenário do STF o início de mais uma sessão do mensalão. Aproveitou para cumprimentar uma roda de advogados. Começaram, então, a falar de futebol.Flamenguista, Mello colocou o hino do seu clube no celular e não perdeu a chance de alfi netar Barbosa:– Muito embora alguns não estejam acostumados com a divergência, eu estou. Minha mulher é Fluminense!Os advogados, que não acompanham o relator do processo do mensalão, caíram na gargalhada.

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

DE LUIZIANNE LINS (PT), prefeita de Fortaleza, sobre pressão dos irmãos Ciro, Cid e Ivo Gomes para que Lula não suba no palanque do PT na capital cearense.

Além das fronteiras

Fla-Flu

Frases

Começou há um ano dizendo que tinha tido uma visão, que um anjo conversou com ele. Então foi

arregimentando pessoas na periferia, que acreditavam que o mundo acabaria hoje (sexta-feira, 12)

José Fernandes de Albuquerque, coronel da Polícia Militar do Piauí, depois de prender um ex-vigilante que se dizia “profeta” e garantia que o mundo acabaria na tarde

de sexta-feira, 12.

O Supremo Tribunal Federal está fazendo um tra-balho exemplar (no julgamento do mensalão). É um marco na história do país e o que a gente espera é que leve a classe política e o próprio Judiciário a

repensar suas atuações e suas práticas

Rodrigo Montezuma, bancário e um dos organizadores do grupo que se reuniu em frente ao Supremo Tribunal

Federal (STF), em Brasília, para declarar apoio à condena-ção de políticos envolvidos com o mensalão.

Regina Duarte, atriz, ao afi rmar que, muitas vezes, a

vida de fi guras públicas acaba devassada pelo que chamou

de “imprensa marrom”.

Maria é fruto de gerações e gerações e transmitiu ao fi lho toda a tradição biológica, cultural e religiosa de um povo, de uma tribo e de uma fa-mília. Maria é certeza de que nosso Jesus é o verdadeiro Jesus”

Dom Luiz Soares Vieira

A semana foi marcada pelo Dia das Crianças e pela festa de Nossa Senhora Aparecida, que ocorreram no dia 12 de outubro, sexta-feira. A cidade de Aparecida recebeu em sua Basílica mais de trezentos mil peregrinos que demonstraram seu amor à Padroeira do Brasil. Aqui, em Ma-naus, a festa em honra à Mãe de Jesus e nossa pôs nas ruas do bairro Aparecida impressionantes números de devotos.

Hoje, segundo domingo de outubro, Be-lém atrai mais de um milhão de fi éis numa demonstração exuberante de religiosidade em honra à Nossa Senhora de Nazaré. Em nossa cidade, ontem à noite, e hoje, pela manhã, amazonenses, paraenses e gente oriunda de outras partes do Brasil demons-traram o mesmo amor pela Padroeira da Amazônia. Por que tanta festa?

A devoção a Maria, Mãe de Jesus, en-canta porque chama a atenção para a belíssima presença de seu fi lho. Por ser Deus e homem, isto é, Deus feito homem para libertar-nos do mal e salvar-nos, Jesus se apresenta como um mistério de fé. Ele é totalmente Deus e é totalmente homem. Aí está a causa de não o podermos compreender. Na história da igreja sempre houve pessoas ou grupos que insistiram no lado divino do Senhor, enquanto outros o faziam em seu lado humano.

Apareceram discussões curiosas, das quais cito algumas. Quem morreu na cruz não teria sido um sósia de Jesus? Je-sus fazia suas necessidades fi siológicas como nós ou teria um fogo nos intestinos que queimaria os restos dos alimentos? Ele seria um homem perfeitíssimo e, por isso mesmo, chamado fi lho de Deus, ou seria Deus mesmo?

Foram brigas enormes que envolveram política e perseguições. João (1 Jo 4, 2-3) alerta contra os que reduzem a humanidade de Jesus a mera aparência: “Nisto reconhe-ceis o espírito de Deus: todo o espírito que confessa que Jesus veio na carne é de Deus; e todo o espírito que não confessa Jesus não é de Deus; é este espírito do anticristo”.

Atualmente, a tendência é afi rmar com força a divindade de Jesus e deixar de lado sua humanidade. Isso traz consequên-cias ruins porque se vive uma religião exclusiva de louvores e se esquece de praticar a fé transformadora da vida pessoal, social e comunitária.

Se Jesus é o fi lho de Deus, é também o fi lho de Maria, a jovem de Nazaré que teve coragem de aceitar a missão a ela proposta pelo Arcângelo Gabriel. Os títulos dados a ela, em grande parte, acentuam momentos da vida de Jesus. É Nossa Senhora da Anun-ciação ou da Espera, de Belém ou do Bom Parto, do Egito ou do Desterro, de Nazaré, das Dores, da Alegria ou da Glória.

Jesus nasceu de uma família antiga como descrevem Mateus e Lucas. Maria é fruto de gerações e gerações e transmitiu ao fi lho toda a tradição biológica, cultural e religiosa de um povo, de uma tribo e de uma família. Maria é certeza de que nosso Jesus é o verdadeiro Jesus: totalmente Deus e totalmente homem, o mais encantador dos seres humanos que passou por esta terra. Tem razão nosso povo de amá-la e proclamá-la abençoada.

Uma homenagem a Maria de Nazaré

Neste preci-so momento temos um caso concre-to de enor-me ampli-tude social a aspergir sobre toda a nação os vírus da degenera-ção e da doença que corrompem o tecido social pela base da sua sanidade”

Que a permissividade moral tem feito morada e grassado na “terra brasilis”, não é coisa nova nem surpresa para qualquer um de nós. Pelo menos para aqueles que conseguem dar um passo atrás e assim assumem minimamente um posto e uma postura de observador desse farto e variado picadeiro.

Às vezes reações surgem e nos animam, ora em fi os d’água, ora em abundantes corredeiras como as que agora emanam do Supremo e lavam o país inteiro.

Mas é preciso, além de combater o que já está instalado, passar a buscar as raízes de que brotam tantos e tantos rebentos da frouxidão moral.

Na verdade, o mal nasce da sociedade e sobre ela mesma se volta para contaminá-la e fazê-la adoecer.

Neste preciso momento temos um caso concreto de enorme amplitude social a as-pergir sobre toda a nação os vírus da dege-neração e da doença que corrompem o tecido social pela base da sua sanidade.

Pelo poderoso veículo da televisão uma trama é montada como um folhetim em que, dentre os seus principais personagens, pelo menos três são exemplares nitidamente marcados por patologias psicológicas e psiquiátricas. Carminha é claramente uma psicopata, pela deformação total daquilo que deveria ter como caráter. Nina, ou Rita, é uma psicótica que, impulsionada pela obsessão da vingança e da destruição da outra, vai aonde for preciso e por qualquer caminho para atingir seu objetivo. Max é outro psicopata que, sem nenhum escrúpu-lo moral, quer se dar bem a qualquer preço e para isso está sempre à disposição e ao alcance de quantos se mostrem facilita-dores do seu projeto patológico.

O mais grave de tudo isso é que nada na tessitura é disposto para apresentar a trama e os personagens como artifícios da mente de um autor pelo menos extravagante.

A coisa é passada ao telespectador como se tratasse de uma família trivial, ordinariamente constituída, cercada, como de costume, por certo número de parentes, aderentes e amigos, como soe acontecer com qualquer de nós e nossas famílias. Ou seja, dá-se a entender que toda aque-la teia patológica de intrigas e crimes é inerente e normal a acontecer em qualquer grupamento humano, inclusive quando nele prevalecem as relações familiares. Já até foi dito o absurdo de que tudo o que ali ocorre é comum nas comunidades dos subúrbios das grandes cidades brasileiras, o que, além de falso, é maldoso.

Nelson Rodrigues era muitas vezes bizar-ro e explorava o lado sombrio das relações humanas, mas o fazia vinculando ao estrito aqui e agora de casos particulares que sua prodigiosa mente engendrava e mostrava como coisas que aconteciam nas sombras e nos recônditos da própria sociedade e isso com talento de sobra.

Mais uma vez a televisão brasileira vem a público para dizer à nação, com talento e tecnologia, que o único e verdadeiro sentido da existência humana é levar vantagem e que, para isso, vale tudo, estando aí os outros, os que nos cercam, apenas para que os usemos e deles tiremos tudo o que for possível.

Em ‘delivery’, receba a insanidade mental em casa

João Bosco Araújo

Diretor executivo do Amazonas EM

TEMPO

Arcebispo Metropolitano de

Manaus

arregimentando pessoas na periferia, que acreditavam

Militar do Piauí, depois de prender um ex-vigilante que se dizia “profeta” e garantia que o mundo acabaria na tarde

, bancário e um dos organizadores

Federal (STF), em Brasília, para declarar apoio à condena-

vida de fi guras públicas acaba

Minha posição sempre foi de apoio total e

incondicional à liber-dade de imprensa.

Quando a imprensa se torna invasiva, é claro que isso nos machuca. Quando se é machu-cado, é natural que se pense em defesa, em desejar respeito a cer-tos limites, e mesmo desejar algum tipo de

controle

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MANAUS, DOMINGO, 14 DE OUTUBRO DE 2012 A5Política

Os novos legisladores de Manaus, quem são eles?Na próxima legislatura, os 23 novos eleitos se dividem entre comunicadores, professores e até um líder comunitário

Os 23 novos vereado-res eleitos no último dia 7 para a pró-xima legislatura da

Câmara Municipal de Manaus (CMM) têm origens e áreas distintas: representante de igreja, líder comunitário, ad-vogado, engenheiro, metalúr-gico, industriário, profissional da saúde. Porém, a maioria, é oriunda do setor empresarial, num total de sete legislado-res eleitos. Outros segmentos, como a educação, o serviço público e a de comunicação, também conseguiram boa representatividade na nova composição do parlamento.

Um dos candidatos da nova geração de vereadores da Câmara, inclusive foi o se-gundo mais votado no pleito, é o radialista Álvaro Campelo (PP). O progressista, que já é figura conhecida da popu-lação manauense devido seu

programa na rádio e na te-levisão local, obteve 15.439 votos. Álvaro Campelo chega à Câmara para acrescentar ao grupo de comunicadores da casa, que atualmente, tem pelo menos seis. Campelo também teve o apoio explí-cito do deputado estadual Marcos Rotta (PMDB).

Hiram Nicolau (PSD), irmão do presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Ama-zonas (Aleam), deputado esta-dual Ricardo Nicolau (PSD) e filho do ex-deputado federal, Luiz Fernando Nicolau (PMN), é o mais novo dentre todos os novatos com apenas 25 anos. O rebento da família Nicolau conseguiu ser eleito em sua primeira disputa a cargo eletivo. Hiram trabalha na área da saúde, na clínica da família, no setor adminis-trativo-financeiro.

Os vereadores eleitos, Roze-nha (PSDB), Rosivaldo Cordo-vil (PTN), Jairo da Vical (PTN) são alguns dos parlamentares

que vão representar o setor empresarial no Parlamento municipal. Os professores, Sa-muel e Jacqueline, ambos do PPS chegam a casa para fazer peso na turma da Educação, assim como a ex-secretário municipal de Educação, The-

rezinha Ruiz (DEM).Júnior Ribeiro (PTN) é o

único líder comunitário que teve êxito nas urnas nessa nova composição partidária da Câmara Municipal de Ma-naus. Com uma atuação de 20

anos como líder no bairro do Mauazinho, Zona Leste, ele re-cebeu 4.759 votos. Já Walfran Torres (PTC) é originário da Igreja Adventista do Sétimo Dia, apesar de não ser candi-dato da congregação religio-sa. Torres teve como um dos seus maiores apoiadores de sua candidatura, o deputado estadual David Almeida (PSD), que é da mesma igreja.

Já David Reis (PSDC), verea-dor eleito pela coligação “O povo caminha para a vitó-ria” (PTB/PSDC) com apenas 3.651 votos, é graduado em direito, mas atua como empre-sário no mercado de semijoias. Filho do ex-deputado estadual Sabá Reis e da ex-vereadora Ruth Reis, ele conseguiu sua vaga na Câmara pelo golpe de sorte de estar na coliga-ção que reelegeu o vereador Reizo Castelo Branco (PTB), com 18.109 votos, o mais votado desta eleição, o que garantiu a vaga de Reis para a próxima legislatura.

Álvaro Campelo

Felipe Souza

Plínio Valério

Bosco Saraiva

Hiram Nicolau

Profº Bibiano

Carlos Alberto

Jairo da Vical

Profª Jacqueline

David Reis

Joãozinho Miranda

Profº Samuel

Dr. Alonso

Júnior Ribeiro

Ronaldo Tabosa

Rosivaldo Cordovil Rozenha Sildomar Abtibol Therezinha Ruiz Walfran Torres

Plínio Valério e Bosco Sa-raiva, ambos do PSDB, Sil-domar Abtibol (PRP) e Jairo da Vical (PTN) retornam ao Legislativo municipal após algum tempo longe. Os dois tucanos ficaram dentre os cinco candidatos eleitos com melhor vota-ção: Plínio com 12.053 e Bosco, com 9.677. Valério é formado em jornalismo e é sócio de uma rádio local, já Bosco é empresário.

Os vereadores eleitos Therezinha Ruiz (DEM), Carlos Alberto (PRB) e Marcelo Serafim (PSB) já atuaram em outras esferas do Legislativo. Ruiz e Carlos Alberto foram deputados estaduais, e Marcelo Sera-fim, deputado federal.

No retorno à Câmara,

após uma década ausen-te, Plínio Valério pretende solicitar um levantamento de leis criadas por ele e pelos demais vereadores que não são cumpridas. O tucano citou três leis de sua autoria que não houve aplicação: o programa de acompanhamento médico e psicológico a crianças e adolescentes que sofre-ram abuso sexual; a que proíbe a reforma de esco-las em período eletivo; e a que instituiu o Festival de Música de Manaus.

Jairo da Vical afirmou que pretende lançar seu nome à presidência da casa, tendo em vista que o seu partido na próxima legislatura terá a maior bancada, com cinco vereadores eleitos.

Retorno ao Legislativo

DE NOVOEntre os 23 novos vereadores do Parla-mento municipal, qua-tro já atuaram como legislador na casa, em legislaturas anteriores: Plínio Valério, Bosco Saraiva, Sildomar Abti-bol e Jairo da Vical

Everaldo Farias

Marcelo Serafim

Rosi Matos

FOTOS: REPRODUÇÃO

MEG ROCHAEquipe EM TEMPO

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A6 Política MANAUS, DOMINGO, 14 DE OUTUBRO DE 2012

Cartões: governo eleva gastos nas campanhas

Durante os quatro meses das campanhas municipais, de junho a setembro, o go-verno federal gastou R$ 14,5 milhões com cartões corpo-rativos, R$, 3,5 milhões a mais que os cinco primeiros meses de 2012. Total do ano: R$ 25,5 milhões. A conta da Presidência da República ultrapassa os R$ 7 milhões, gastos que são protegidos por “sigilo” sob a justifi cativa de “segurança da sociedade e do Estado”.

Outro desastreA conta do Cartão da Defe-

sa Civil, lançado este ano para auxiliar cidades atingidas por desastres naturais, é de R$ 11 milhões até agora.

Estatuto da gafi eiraApesar de prevista no Esta-

tuto do PT, o partido nem de longe pensa em expulsar seus dirigentes e ex-dirigentes condenados no mensalão.

Liderança amazônicaNo Amazonas, o governa-

dor Omar Aziz (PSD) mostrou força: seu partido elegeu 37% de todos os prefeitos do Es-tado.

Continuam analfabetos O governo comemora, mas

devia se envergonhar com o estudo do Ipea mostrando que as tais bolsas dobraram a renda familiar de analfa-betos.

Apoio a ACM Neto pode custar cargo a Geddel

O ex-deputado baiano Ged-del Vieira Lima ainda não foi demitido da vice-presidência da Caixa Econômica Federal por ser ligado ao vice-presi-dente da República, Michel Temer, e ao líder do PMDB, Henrique Alves (RN). Mas a cólera de Dilma não deixará

barato sua decisão de fazer o PMDB-BA apoiar ACM Neto no segundo turno para pre-feito de Salvador – para ela, é “questão de honra” derrotar o candidato do DEM.

P%qu*%$!São verdadeiramente im-

publicáveis os adjetivos uti-lizados pela presidente, entre auxiliares, para se referir à atitude do PMDB baiano.

InutilidadeO apoio do ex-candidato

do PMDB Mário Kertész a Nelson Plegrino (PT) tornou inútil o apoio do partido a ACM Neto (DEM).

MaracutaiaO deputado Marcus Pesta-

na (PSDB-MG) quer discutir terça (16), na Câmara, denún-cias de maracutaia no Pro-grama Farmácia Popular.

Maior eleitorEm Santa Cruz de Capi-

baribe (PE), o governador Eduardo Campos (PSB) ele-geu prefeito o tucano Edson Vieira. Lula apareceu na TV pedindo votos para o candi-dato dele, o deputado José Augusto (PTB).

PCdoB no divãO PCdoB está rachado e

discutindo o que fazer para recuperar o prestígio. Tarefa complicada. Os comunistas temem desaparecer e já há quem defenda até que o par-tido seja incorporado pelo PSB.

Assim não podeA assessoria do senador

Eduardo Braga (PMDB-AM), líder do governo, dispara cen-tenas de e-mails para tentar alterar a votação do site Con-gresso em Foco, na escolha de politicos que se destacam. O e-mail pede para clicar “Quero votar em outro par-

lamentar” e o escolher.

Cadeira elétricaMal sentou na cadeira de

ministro do Trabalho, Brizola Neto já está desconfortável, após Paulinho da Força de-clarar apoio ao tucano José Serra. Provocação inútil a Dilma: afi nal, faltam votos a Paulinho.

Frouxidão e crimeHá clima de guerra em São

Paulo provocado pelas execu-ções de PMs ordenadas pelos criminosos do “PCC”. O go-verno tucano é acusado nas redes sociais de ser frouxo e de pegar leve com bandido.

Poço de mágoasA atitude do ex-presidente

Lula de nao atender as liga-ções do senador Jáder Barba-lho para gravar mensagem de apoio à candidatura de José Priante, em Belém, é mais um problema para Dilma ad-ministrar no Senado. Jáder é mais um magoado no PMDB com o governo.

Não tirou o focoPara o deputado Anthony

Garotinho (PR-RJ), não deu certo a estratégia do PT de criar a CPI mista do Cachoeira para tirar o foco do mensalão. “Precisamos é da CPI mista da Delta”, afi rmou.

Bye, byeA ex-governadora do DF

Maria Abadia (PSDB) não quer mais saber de política: teme ser hostilizada pela mi-litância tucana, que a acusa de entregar o partido ao ex-governador Joaquim Roriz, de quem foi vice.

BilheteriaPiada de salão não deu, mas

o mensalão tem tudo para virar uma versão cabocla do famoso faroeste italiano “O bom, o mau e o feio”.

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

Estamos a tratar de uma grande organiza-ção criminosa”

MINISTRO CELSO DE MELLO (STF) sobre os mensa-leiros que atuavam à sombra do poder

PODER SEM PUDOR

Cair no governo dóiCompetente assessor de imprensa do presi-

dente Itamar Franco, Francisco Baker con-vocara os jornalistas para uma coletiva sobre a demissão do ministro da Fazen-da, Gustavo Krause. Compareceram o ministro interino, Paulo Haddad, além do gaúcho Pedro Simon e o pernambu-cano Roberto Freire. A entrevista demo-rou tanto que Simon acabou cochilando. Despertado no fi nal, Simon se levantou ainda meio grogue e caiu no espaço entre o pequeno palco e a parede, na sala de entrevistas do Planalto. Freire mostrou sua presença de espírito:

- Assim não dá: já é a segunda queda do dia no governo!

Projeto reduz tempo de televisãoA Câmara analisa o pro-

jeto de lei 4.164/12, do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), que diminui o tempo da pro-paganda eleitoral em rádio e TV de partido político que não registrar candidatura própria aos cargos com elei-ção majoritária.

Pela proposta, o partido terá o tempo de propagan-da reduzido em 2/3 quando não apresentar candidatura às eleições majoritárias (que elegem presidente da Repú-

blica, governadores, senado-res e prefeitos).

Segundo o autor, o tem-po de propaganda eleitoral gratuita nesses veículos tem sido utilizado como moeda de troca, dando origem a diversas coligações por todo o país, muitas vezes sem qualquer identidade ideoló-gica ou programática.

“As agremiações partidá-rias com menos chances de brigar por vagas são pro-curadas ou, elas mesmas, buscam outros partidos

para formar coligações que garantam mais tempo de propaganda, especialmente com relação às eleições ma-joritárias”, explica Thame. “E assim o direito de livre associação transforma-se em simples comércio.”

O projeto tramita em con-junto com o PL 5.678/05, que aguarda votação na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois de analisadas pela CCJ, as propostas serão vo-tadas pelo plenário.

SEM CANDIDATO

Pleito municipal deste ano, no Estado, teve maior número de abstenções da história e partidos nanicos ganharam destaque

Eleição municipal deste ano quebra paradigmas

As eleições municipais deste ano foram mar-cadas pela quebra de paradigmas. O Amazo-

nas registrou o maior número de abstenções da história (171 mil), assim como o maior núme-ro de candidatos disputando a Prefeitura de Manaus (nove), e até os partidos pequenos — sem candidatos majoritá-rios — conseguiram destaque no processo eleitoral.

Os “nanicos” venceram a supremacia de partidos tra-dicionais como o PMDB, PT, PSDB, PR e PCdoB e elegeram o maior número de represen-tantes na Câmara Municipal de Manaus (CMM). Eles ain-da permaneceram atrás na conquista pelos Executivos no interior do Estado, mas foram para a trincheira de frente e deram trabalho as siglas mais experientes no embate eleitoral.

Em 2013, a maior bancada do Legislativo de Manaus será formada por cinco vereadores do PTN. O partido não tinha candidato à Prefeitura de

Manaus, o chamado “cabeça de chapa ou puxador de vo-tos”, e ainda assim conseguiu aglutinar forçar para eleger Rosivaldo Cordovil, Jairo da Vi-cal, Joãozinho Miranda, Felipe Souza e Júnior Ribeiro.

O presidente regional do PTN, deputado estadual Ab-dala Fraxe, ressaltou o cres-cimento da legenda e disse que os resultados foram fruto do planejamento estratégico montado no período pré-elei-toral. “Isso mostra que quando se planeja pode até dar erra-do, mas quando não há pla-nejamento certamente dará errado. E o PTN demonstrou organização, planejamento e dedicação. A população não irá se arrepender de confi ar nos nossos candidatos”, ga-rantiu o parlamentar.

Divisão de cadeirasO recém-criado PSD e o

PSDB conseguiram eleger quatro vereadores cada com a ajuda dos candidatos à Pre-feitura de Manaus, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) e ex-senador Artur Neto (PSDB), que pediram votos a seus alia-dos. “Tínhamos o objetivo de

eleger a maior bancada da Câmara, mas a população não achou por bem fazer isso e estamos satisfeitos com o resultado porque teremos representantes de alto nível técnico inclusive para disputar a presidência da casa”, pon-derou o ex-senador.

O “nanico” PTC, o PP e o PT fi caram a frente do PDT — atu-almente com maior número de parlamentares no Legislativo — e do tradicional PMDB ao eleger três vereadores cada um. Assim como o PDT, o PPS, PRTB e o PSB do ex-prefei-to Serafim Corrêa, elegeram dois representantes. O tra-dicional PMDB perdeu força na Câmara em 2013 e assim como DEM, PHS, PPL, PRB, PRP, PSC, PSDC, PSL, PTB e PV terá um representante no Legislativo.

O PCdoB, da candidata a Prefeitura de Manaus, sena-dora Vanessa Grazziotin, e o PR, comandado pelo deputa-do federal Henrique Oliveira, que fi cou em terceiro lugar na disputa pelo Executivo da capital, não conseguiram eleger sequer um vereador em Manaus.

CAMILA CARVALHOEquipe EM TEMPO

Nos Legislativos do interior do Estado, o recém-criado PSD foi quem abocanhou o maior número de cadei-ras nas Câmaras Mu-nicipais. Liderado pelo governador do Estado, Omar Aziz, a legenda elegeu 78 parlamen-tares no primeiro ano em que disputa uma eleição municipal.

O PSD deixou para trás o PMDB, coman-dandado pelo ex-gover-nador e senador Eduar-do Braga, que elegeu 69 vereadores, e o PT, que abocanhou 51 cadeiras nos Legislativos.

Na avaliação do go-vernador do Estado, Omar Aziz, o cresci-mento do PSD já era esperado desde a sua criação. “É um partido novo, mas que já nasceu com parlamentares ex-perientes. Já prevíamos um ótimo resultado no interior e a tendência é crescermos a cada disputa”, avaliou Aziz.

Cenário é diferente no interior

Omar Aziz diz que PSD já nasceu com parlamentares experientes

Entre os 61 Executivos municipais do interior, 24 fi caram nas mãos do PSD, garantindo aliados diretos a Aziz. “Não fui ao interior pedir votos para ninguém e a eleição dos candidatos do PSD manterão a gover-nabilidade do governo, mas não conto só com eles. Sou o governador do Amazonas e não de determinados par-tidos”, disparou Aziz.

O PMDB — que até esse ano liderava a maioria dos Executivos municipais — perdeu força e conseguiu eleger 17 prefeitos. O PT e o PDT fi carão a partir de 2013 com o comando de quatro prefeituras cada um; PR, PCdoB, PRP elege-ram dois prefeitos cada; e PV, PTB, PSB, PRTB, PP e DEM, abocanharam uma prefeitura cada.

PSD fi ca com mais prefeituras

DIVULGAÇÃO

Mais de 170 mil eleitores não compareceram às urnas para votar para prefeito e vereador

HUDSON FONSECA

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MANAUS, DOMINGO, 14 DE OUTUBRO DE 2012 A7Política

Toda a população pode verifi-car a lista dos políticos “fichas-su-jas” e cons-tatar que lá não tem o meu nome. Sou um ficha-limpa. O processo que enfrento é de 2010”

Campeão de votos na eleição deste ano para o mandato de vereador, Reizo Felí-

cio da Silva Castelo Branco Maués (PTB), sem dúvida foi o nome mais comenta-do nesta última semana. No domingo das eleições, dia 7, ele foi reeleito para mais 4 anos na Câmara Municipal de Manaus (CMM), com 18.109, o mais votado do pleito e também o mais novo parla-mentar da casa. Ele tem 25 anos de idade.

Filho do deputado federal Sabino Castelo Branco e da deputada estadual Vera Lú-cia Maués, ambos do PTB, Reizo diz que cresceu vendo sua família envolvida com a política e as causas sociais e, por isso, decidiu entrar para o ramo com objetivo de “poder fazer mais pela sua cidade”. Com nível superior incompleto, ele declara que pretende se dedicar à melho-ria da qualidade de vida da população manauense.

Alvo de inúmeras críticas por boa parte da população, Reizo afirma que vai respon-der a essas acusações com o trabalho e dispara: “Essas críticas não abalam a minha conduta. Tenho o carinho do povo devido ao meu traba-lho, e esse mérito ninguém me tira. Devo satisfação aos que acreditaram e votaram em mim”.

Entre um atendimento e outro de seus eleitores no gabinete, Reizo recebeu a equipe do EM TEMPO e, em uma conversa franca, con-fessou que ficou emocionado com o resultado da votação, pois não imaginava que fosse tão querido.

O parlamentar também fa-lou de política, do apoio que tem da família para a sua carreira e dos projetos para o futuro. Durante a conversa também declarou que não tem grandes pretensões políticas e que no momento prefere concentrar-se em seus tra-balhos como vereador. “Essa vaidade de status político não me seduz. Quero apenas fazer um bom trabalho para o povo de Manaus”.

EM TEMPO – Na elei-ção deste ano você foi o

vereador mais votado do pleito. Como você recebeu essa notícia? Isso mexeu com o seu ego?

Reizo Castelo Branco – Eu fiquei muito feliz e grato com esse resultado. De verdade, não esperava que aos 25 anos fosse o vereador mais votado do pleito. Porém, isso não mexeu com o meu ego. Sou um cara humilde e pé no chão. Sei que nada cai do céu e acredito que essa votação é reflexo do trabalho que de-senvolvo muito antes de ser parlamentar. Fui criado em um ambiente onde aprendi a compartilhar e ajudar ao próximo e, muito antes de me dedicar à carreira pública já me engajava em projetos sociais. Sou grato a todas as pessoas que acreditaram em mim, e irei honrar essa confiança.

EM TEMPO – Como foi o trabalho desenvolvido nesse período eleitoral para que você chegasse a esse resultado? A partici-pação do seu pai, o deputa-do federal Sabino Castelo Branco colaborou com a sua campanha?

RCB - Meu trabalho ocorre independentemente do perío-do eleitoral. Sempre reali-zei caminhadas nos bairros e procurei estar perto das comunidades. Acredito que esse resultado grandioso seja fruto dessa atividade contí-nua. Claro que, nesse período eleitoral, intensificamos nos-sa agenda. Conto também com uma equipe de trabalho empenhada e batalhadora, que todos os dias está foca-da em realizar um trabalho de apoio à população. Essa vitória também é deles. Em re-lação ao apoio do meu pai na campanha tenho a humildade de admitir que foi de grande colaboração. Sou grato a ele e a minha mãe. Mas, o apoio que recebi foi semelhante a que qualquer pai faria por um filho. A participação deles foi fundamental, mas não foi o principal fator.

EM TEMPO – Esse será o seu segundo mandato como parlamentar, mas quando foi o momento que você decidiu entrar na car-reira política?

RCB – Na verdade isso aconteceu aos poucos e nun-

ca foi uma obsessão. Aos 17 anos comecei apresentar programas de rádio, e lá fui criando um laço com a popula-ção. Trabalhava de domingo a domingo com o maior prazer, pois eu gostava desse conta-to com o ouvinte. Em casa, sempre escutava meus pais falando em causas sociais e projetos para melhorar a ci-dade. Minha mãe na época era delegada de polícia e todos os dias ao chegar em casa contava sobre suas ações na polícia. Meu pai também fazia um trabalho bacana e falava disso com entusiasmo. Cresci nesse ambiente e percebi que poderia fazer mais pela minha cidade. Por isso, decidi colo-car meu nome na disputa.

EM TEMPO – Após o re-sultado das eleições deste ano seu nome foi alvo de críticas maciças em redes sociais. Essas opiniões lhe incomodam?

RCB – Não tive nem tempo para me chatear com isso, mas de verdade essas coisas não tiram o meu sono. Eu não fui o mais votado por acaso. Tenho um trabalho, fiz vá-rios projetos. Batalho muito, diariamente. O problema é que as pessoas me criticam sem conhecer o meu trabalho. E também tem aqueles que falam mal de mim apenas por inveja.

EM TEMPO – Durante o seu primeiro mandato como vereador quais os principais projetos apre-sentados? E para esse novo período, qual será a sua prioridade?

RCB – Apresentei 40 pro-jetos nesses 4 anos, mas sem dúvida a implantação da vacina contra o HPV em toda rede pública foi um grande resultado. O câncer de colo uterino é o maior índice de morte entre mulheres e essa vacina previne isso. Só que essa vacinação só existe na rede particular e o custo é de R$ 1,2 mil. Com o meu projeto, toda criança de 11 até 16 anos poderá ser vacinada contra esse vírus de graça. Também atuei na regulamentação dos moto-taxistas, pois acredito que precisamos organizar essa categoria na cidade. Outro projeto apresentado por mim foi a implantação de ambu-

latórios dentro dos terminais rodoviários. Para esse novo mandato ainda vou avaliar novos projetos, mas posso garantir que meu posiciona-mento sempre será coerente, visando a qualidade de vida da população.

EM TEMPO – Por ter obti-do uma votação expressiva você já deve estar sendo “sondado” para fazer parte da mesa diretora na próxi-ma legislatura da Câmara. Pretende fazer parte de al-guma chapa? Já tem algum cargo em vista?

RCB - Pretendo continuar na mesa diretora sim, porém o cargo que irei ocupar vai depender de articulações po-líticas. Durante 4 anos fiz par-te dessa bancada. Comecei como terceiro secretário e nos últimos dois anos fiquei como primeiro secretário. Ainda não iniciamos essas discussões sobre uma nova chapa.

EM TEMPO – Você e o seu pai foram apontados como inelegíveis pelo Tri-bunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) por uso indevido dos meios de comunicação. Como está essa situação? Seu man-dato corre risco?

RCB – Toda população pode verificar a lista dos políticos “fichas-sujas” e constatar que lá não tem o meu nome. Sou um ficha-limpa. O proces-so que enfrento é de 2010, quando não era candidato a nada, e, portanto poderia apresentar o programa de televisão. Não estou corren-do risco nenhum em perder o mandato. Essa situação está sendo resolvida.

EM TEMPO – Quais são os seus planos políticos para o futuro? Tem pretensão de se candidatar a outros cargos públicos?

RCB – Eu não pensei ainda nisso. Estou muito confortá-vel na posição de vereador, não tenho essa vaidade de exercer cargos maiores no momento. Pode ser que, no futuro, eu avalie essa ques-tão. Claro que todo político tem o desejo de crescer e poder fazer mais pela sua cidade, e eu também sonho com isso, mas ainda não é o meu momento.

Reizo Castelo BRANCO MAUÉS

Eu fiquei muito feliz e grato com esse resultado. De verdade, não esperava que aos 25 anos fosse o vereador mais votado do pleito. Porém, isso não mexeu com o meu ego. Sou um cara humilde e pé no chão. Sei que nada cai do céu”

FOTOS: IONE MORENO

Aos 17 anos comecei apresentar programas de rádio, e lá fui criando um laço com a população. Trabalhava de domingo a domingo com o maior prazer, pois eu gostava desse con-tato”

‘Vou surpreender TODOS QUE me criticaram’

ISABELLA SIQUEIRAEquipe EM TEMPO

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A8 Política MANAUS, DOMINGO, 14 DE OUTUBRO DE 2012

Aliados vão às ruas pedir votos para seus apoiadosHenrique, Pauderney e Serafim irão se dedicar à campanha de Artur. O mesmo fará Sabino Castelo Branco para Vanessa

A guerra no segundo turno foi declarada na última sexta-feira, quando se fecharam

os apoios que cada um dos dois candidatos irão receber nesta etapa da eleição. De um lado Artur Neto (PSDB) firmou alianças com os deputados fe-derais Henrique Oliveira (PR) e Pauderney Avelino (DEM) e com o ex-prefeito Sera-fim Corrêa (PSB), de outro, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) garantiu a aliança com o deputado federal Sabi-no Castelo Branco (PTB).

Por trás disso, a corrida para conseguir os votos desses elei-tores que haviam escolhido esses quatro ex-candidatos no primeiro turno da eleição. Além disso, os apoios não se-rão apenas políticos, mas toda uma estratégia está sendo elaborada pelos partidos para atingir o eleitor final.

O candidato tucano con-seguiu aglutinar apoios que representaram quase 300 mil votos no primeiro turno, enquanto Vanessa – que con-ta com o apoio do governo estadual e federal – atraiu para sua aliança um capital de pouco menos de 70 mil votos recebidos por Sabino na primeira fase da eleição. Ape-sar de os dois candidatos já terem fechado suas alianças, a transferência de votos somen-te será confirmada no próximo dia 28, dia da eleição.

Último a anunciar seu apoio, anunciado na última sexta-feira, Sabino declarou que irá para ruas pedir votos para a senadora. “Vou para ruas pedir votos para o meu eleitorado. Não vou ficar em casa espe-rando o resultado das urnas. E quando as urnas forem aber-tas, a Vanessa será a nova

prefeita de Manaus”, disse.Os três ex-candidatos que

fecharam aliança com Artur Neto, na última quinta-feira, disseram que o apoio firmado com o tucano, vai além da aliança política, e que de agora até o dia 28 de outubro, dia das eleições, estão na luta para eleger o ex-senador prefeito de Manaus.

Conforme Serafim Corrêa, ele não só acompanhará Artur Neto em suas caminhadas, como irá fazer caminhada própria para conquistar vo-tos para o candidato tucano, com participação maciça do partido dele. “O PSB na hora

que decidiu apoiar, vai apoiar intensamente, não é apoio pela metade. Nós entramos e vamos até o fim. Vamos acompanhá-lo e mais do que isso, vamos fazer as nossas caminhadas também. Porque entendemos que o período de campanha no segundo turno é muito curto, faltam 14 dias para o dia 28. E Manaus tem mais de um milhão de eleito-res, e correr essa cidade em 14 dias de campanha, é im-possível. Então nós estamos entrando na campanha para ajudar, para conquistar a vitó-ria e estaremos intensamente, não só eu, como todo mundo”, declarou o ex-prefeito.

O mesmo pensamento é defendido pelo deputado fe-deral Pauderney Avelino, que disse que o apoio oferecido à candidatura de Artur vai além das alianças partidárias, porque eles (os ex-candidatos) acreditam que a renovação de Manaus pode ser feita pelo tucano. “Pretendo participar ativamente da campanha do Artur, claro, conciliando com os meus trabalhos como depu-tado federal, que vou ter que retomar agora. Mas vou estar presente sempre que puder. Porque almejamos essa vitó-ria também. Será uma vitória de todos e principalmente do povo manauense”, ressaltou.

Terceiro colocado nas elei-ções do primeiro turno, Henri-que Oliveira, com 156.648 mil votos, será a grande aposta do ex-senador para fisgar os eleitores dos dois maiores co-légios eleitorais de Manaus: as zonas Norte e Leste. De acordo com o próprio Artur Neto, na próxima semana, o deputado federal irá realizar várias caminhadas nos bairros das duas zonas.

IrreversívelConsultado pela reporta-

gem, o proprietário da em-presa de pesquisas Perspec-tiva Tecnologia e Informação, Durango Duarte, afirmou que somente irá divulgar uma pes-quisa de intenção de votos neste segundo turno das elei-ções, pois, disse, apesar dos apoios declarados aos dois candidatos, o resultado das urnas do dia 28 de outubro, é irreversível, se referindo ao favoritismo de Artur Neto.

“Pode vir Dilma, Lula, mas não há possibilidade de rever-ter o resultado das urnas. E o apoio dos três candidatos a Artur Neto só colocou a pá de cal na candidatura da senado-ra”, disparou o empresário.

ÁQUILA SICSÚEspecial Em Tempo

Vou estar presente sempre que puder. Porque almejamos essa vitória tam-bém. Será uma

vitória de todos, do povo manauense

Pauderney Avelino,deputado federal

Além de correr atrás dos votos dos demais candida-tos que não chegaram ao segundo turno, os dois ad-versários terão outra mis-são: convencer os 171.936 eleitores, que optaram no primeiro turno pela absten-ção, a votar em seus nomes. Ao todo, o pleito na capital representou 14,59% do elei-

torado apto para votar. Em 2008, o índice de

abstenções foi de 13,01%, enquanto que em 2004, este porcentual chegou a 13,08%. Os votos brancos e nulos no primeiro turno desta eleição somaram, respectivamente, 40.569 (4,03%) e 23.555 (2,34%), ou seja, mais que a votação

dos candidatos colocados nas quatro últimas posições da disputa majoritária.

Conforme dados da Jus-tiça Eleitoral, o número de comparecimento foi de 1.006.184 eleitores, o que representa 85,41% do total de 1.178.120 eleitores aptos a votar em Manaus.

Abstenção, uma vilã a vencer

Serafim e Artur reeditam alianças anteriores, como a de 2008 e a que elegeu o tucano em 1988

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MÁRIO OLIVEIRA

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Pais investem para a chegada dos fi lhos

JOEL ROSA

Moda ‘made in Manaus’ ganha novos mercadosNos últimos três anos, polo de moda teve um crescimento de 450% e passou a vender peças para toda a Região Norte

Desde que começou a funcionar na ca-pital amazonense, em 2009, o polo de

moda tem garantido confi an-ça ao setor de confecções manauense para dar passos mais largos. A prova disso é que a produção de roupas “made in Manaus” avançou nos últimos três anos 450%, proporcionando ao segmento atender, além do mercado lo-cal, clientes de outros Estados da Região Norte.

De acordo com o presiden-te do Sindicato da Indústria de Confecções do Amazonas (Sindconf), Engels Medeiros, atualmente operam no polo de moda manauense, loca-lizado no bairro Alvorada, Zona Oeste, oito empresas de confecções responsáveis pela produção de roupas fe-mininas, de festas e de moda fi tness. “Aos poucos a deman-da por peças de vestuário produzidas em Manaus vem avançando e, hoje, as empre-

sas instaladas no complexo atendem o mercado local e estados da Região Norte como Roraima, Rondônia e o Pará”, disse Medeiros, que também é um dos diretores do polo de moda local.

O dirigente pontuou que as empresas manauenses em

estão atentas ao gosto dos consumidores e oferecem produtos que não fi cam nada a dever aos polos de moda dos Estados de São Paulo, Goiânia, Pernambuco, Santa Catarina e Rio de Janeiro. “As empresas participam de cursos, dispõem de estilistas

próprios e se matem infor-madas sobre o que o mercado quer no momento no que diz respeito a roupas”, relatou o presidente, ao informar que a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), o Serviço Social da Indústria (Sesi), o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e o Serviço de Apoio às Pequenas e Mé-dias Empresas do Amazonas (Sebrae-AM), são os principais parceiros do empresários lo-cados no complexo.

Sobre as produções de rou-pas em Manaus, Medeiros in-formou que são fabricados todos os tipos de peças, o que inclui itens para os públicos infantil, masculino e feminino. “Na verdade nos habituamos a comprar roupas produzidas em outros Estados, mas a in-tenção é que o polo conquiste o seu espaço e, com o passar dos anos, também tenha maior presença no mercado local e nacional, pois Manaus possui empresas que podem abaste-cer o mercado com peças para todos os públicos”, garantiu.

RICHARD RODRIGUESEquipe do EM TEMPO

CRESCIMENTOPolo de moda, localiza-do no bairro Alvorada já reúne oito empre-sas, que são responsá-veis em produzir rou-pas femininas, festas e de moda fi tness. Garantia é de mercado promissor

Socorro Flores viu sua produção crescer 85% em 3 anos, e agora exporta peças para outras regiões

Presente no polo desde o início, a Moda Flores já viu sua produção avançar 85% desde 2009. A empre-sa, que produz roupas fe-mininas, tem como clientes consumidores manauenses e do Estado de Roraima. “Nos últimos três anos, a produção da Moda Flores avançou 85% com a con-fecção que vai de tops a vestidos de todas as nume-rações”, destacou a gerente da empresa, Socorro Flores, ao acrescentar que as peças da marca custam entre R$ 10 e R$ 180.

A gerente informou ain-da que a Moda Flores, é responsável por 13 postos de trabalho, possui estilis-ta próprio e faz roupas sob medida. “Esse é um dos nossos diferenciais soma-dos as confecções que pro-duzimos para os públicos de todas as classes”, obser-vou a gerente, ao salientar que as peças “Moda Flores” podem ser encontradas na própria empresa.

Outra empresa do seg-mento é a Ofi cina Saúde, que

também viu os seus negó-cios crescerem após iniciar as operações no polo de moda. A empresa, que está presente no complexo há dois anos, viu no empreen-dimento a chance de expan-dir os negócios referentes à produção de moda fi tness.

“A Offi cina Saúde era uma loja multimarcas, mas deci-dimos ter produção própria a partir das possibilidades que o polo de moda ofere-ce às empresas do setor. Hoje temos a nossa pró-pria marca e abastecemos o mercado local com roupas de ginástica”, destacou o

diretor da empresa, Mar-celo Macedo, ao frisar que foram investidos R$ 20 mil na empreitada.

Macedo garantiu que a Offi cina Saúde está pre-parada para conquistar o mercado local e futura-mente clientes de outros Estados. “A nossa intenção é fortalecer as atividades para conquistar de vez o mercado manauense e de-pois exportamos as nossas peças para outras locali-dades”, revela.

O Sindconf informou que a produção de confecções no Estado é promissora, porém a carga tributária paga pelas empresas do setor ainda é muito alta. “Para trazer a matéria-pri-ma utilizada na fabricação de roupas, as empresas do setor têm que pagar 10% de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na entrada da merca-doria, enquanto empresas de outros Estados pagam bem menos ou são isentas da tributação”, relatou o pre-sidente da entidade.

Carga de impostos ainda é alta

Marcelo investiu R$ 20 mil na loja de fi tness e, em dois anos, viu seu negócio crescer

DIFICULDADESPara trazer a matéria-prima utilizada na fa-bricação local, empre-sas do setor precisam pagar 10% de ICMS, referente a entrada do produto. Já empresas de outros Estados são isentas do imposto

FOTOS: MÁRIO OLIVEIRA

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B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 14 DE OUTUBRO DE 2012

Ao completar 60 anos de recordações preciosas e lições paradigmáticas, que perduram e descrevem a História da pes-quisa nos trópicos, importa retomar a saga do Institu-to Nacional de Pesquisa da Amazônia na discussão de seu presente e no universo de suas promessas na perspectiva da transformação da realidade em que se insere e atua. Es-tamos diante de coordenadas inequívocas de uma equação bem sucedida, cujo alcance e desdobramentos – se não são passíveis de inventário – precisam ter seus benefícios otimizados e potencializados na ótica do interesse coletivo. Pautar a celebração do INPA, portanto, significa repensar o modo como esse almoxarifado de conhecimento e de proto-colo de negócios foi tratado até aqui e como fazer para que os cidadãos – aqueles que

são sujeitos, objetos e metas prioritárias de sua existência - possam acessar seus frutos. Não é isso que conta?

Como pensar, por exem-plo, a economia da várzea, em padrões mais ousados do que aqueles que consolidaram a civilização do Nilo, sem de-bruçar-se sobre as pesquisas e retomar os resultados de tan-tas décadas de investigação? Como cogitar a implantação de uma nova economia florestal madeireira e não madeireira, fundada na definição de espé-cies por seu valor de mercado, sem revisitar os estudos das cadeias produtivas, no robusto acervo de prospecção disponí-vel no INPA? Como investir pra valer na identificação de novas tecnologias de alimentos, que sejam sustentáveis do ponto de vista da produção e integrais na ótica da biossegurança, sem mergulhar e atualizar o co-

nhecimento consolidado pela Instituição? Nesse contexto, ainda, é impossível normatizar e equacionar os negócios da aquicultura sem levar em conta os programas e projetos de aproveitamento da ictiofauna, por exemplo, que o INPA tem desenvolvido. E é infinito o inventário de oportunidades que os fungos, as bactérias, a botânica, a genética e a bio-logia molecular simbolizam no mesmo rol de indagação.

Disponibilizar esse acervo para usufruto da sociedade e das futuras gerações tem sido a maior cobrança ao longo des-ses 60 anos e o mais inquietan-te propósito dos gestores que tem conduzido a instituição. Há uma premissa equivocada nessa expectativa por parte da opinião pública posto que exige do cientista o papel de empreendedor ou gestor de po-líticas públicas, de intervenção

ou formulação de negócios. É insano por os próprios pés em duas canoas, reza a sabedoria ribeirinha, mas é razoável e promissor organizar viagens na mesma direção e parti-lha, de saberes, esforços pra atender demandas, viabilizar rotas, alcançar novos portos e assegurar ganhos e soluções nessa viagem de surpreenden-tes possibilidades.

É vital amiudar a aproxima-ção entre os atores aqui en-volvidos. Há uma expectativa fecunda das parcerias entre o INPA e demais órgãos federais, estaduais e locais, entidades de classe, a partir da fusão de metas, por exemplo, como aquela iniciada com a Suframa, a coincidência de atribuições e otimização de recursos, redu-ção de desperdício, o acerto das proposições. A palavra de ordem, portanto, é percorrer de outro jeito o mesmo ca-

minho e devolver à comuni-dade o saber e o patrocínio da investigação em nome da qualidade de vida, da promo-ção integral e permanente das pessoas. São padrões alterna-tivos e sugestivos ao cotidiano do laboratório, à euforia da descoberta, e ao prazer de promover a partilha do saber: motivações nobres de adesão ao novo pacto entre ciência e existência, pesquisa e cidada-nia, que reescreve em formato poético o genoma da trans-formação. Fincando, assim, os alicerces dessa nova estrutura cívica, semeada com os grãos modificados pela genética da tecnologia social, é factível antecipar, nas celebrações futuras, o marco regulatório das oportunidades, conjugan-do na primeira do plural a oferta geral da prosperidade na direção dos que aqui vivem, ou sobrevivem...

Alfredo MR Lopes [email protected]

Alfredo MR Lopes

Filósofo e consultor ambiental

Disponibi-lizar esse acervo para usufruto da sociedade e das futuras gerações tem sido a maior cobrança ao longo desses 60 anos”

INPA 60 anos – Parte 2

Chegada dos filhos custa reforma de até R$ 100 milNa hora de preparar a casa para os filhos, famílias não economizam para garantir conforto e ambiente personalizado

Em busca de conforto e segurança para os filhos, famílias ama-zonenses que aguar-

dam a visita da “cegonha”, tem acrescentado em seu orça-mento, além dos gastos com enxoval, um custo de até R$ 100 mil para adaptar a casa ao novo membro do clã.

A funcionária pública Elta Souza Silva e o designer Mar-celo Ferreira calculam que vão gastar em torno de R$ 3,2 mil para adaptar a casa que possuem no bairro Presidente Vargas, Zona Sul da cidade, para receber o primeiro filho do casal, que deve chegar daqui a quatro meses. “No primeiro momento não vamos fazer um quatro próprio para o bebê. A criança vai ficar no nosso quarto, mas ainda sim precisamos fazer adaptações que resultaram em gastos”, afirma a funcionária.

Para adaptar o espaço, Elta e Marcelo pagaram R$ 1,2 mil para instalar um condi-cionador de ar, do tipo split, novo e mais R$ 2 mil para ampliar o banheiro e pintar as paredes do quarto. O nas-cimento do bebê está previsto para ocorrer em fevereiro de 2013. “Até lá, acredito que os gastos vão aumentar, mas é um investimento prazeroso”, comenta Marcelo Ferreira.

O casal de administrado-res Érica Kurschat de Souza e Fernando Matos de Sou-za Neto planeja gastar R$ 85 mil nos próximos meses para reformar a casa, situada na Zona Oeste. Tudo para garantir a segurança e o conforto da filha de 2 anos. Entre os investimentos na casa estão a instalação de vidros no corredor e barrei-ras na escada para evitar acidentes com a criança.

Em 2010, quando a meni-na nasceu, o casal já havia desembolsado R$ 5 mil para decorar o quarto e receber o novo membro da família. Des-ta vez, a medida será radical para garantir o conforto da criança. “Além da parte inter-na, mudaremos a área externa da casa para fazer um local de lazer. Queremos ter uma casa mais segura e adequada para a criança. O bem-estar dela e a nossa tranquilidade com-pensam todo o investimento”, declara Érica Souza.

A economista Izabel Seabra aconselha os pais a compra-rem apenas o essencial para os filhos recém-nascidos para evitar gastos desnecessários com produtos que ficarão fo-ram de uso em pouco anos. Ela alerta que as pessoas evitem, por exemplo, comprar móveis embutidos, uma vez que os objetos comprados ficarão desnecessários para a criança quando ela crescer.

Pais de Maria Clara e Eduar José tiveram de adaptar imóvel

Em 2009, o casal de em-presários Frank e Sandra Mousse, se mudou para um apartamento, no Vieiralves, após iniciar a reforma na casa que possuem em um conjunto residencial da Ponta Negra, Zona Oeste. Tudo para deixar o imóvel adaptado para a che-

gada dos gêmeos Eduar José e Maria Clara, de 3 anos.

Há quatro meses, os dois re-tornaram para a antiga mora-da, agora toda modificada, na companhia dos filhos. Além da construção de mais um quar-to, a casa passou por obras para a retirada de obstáculos

que pudessem causar queda das crianças, como a elimi-nação de degraus, e também a ampliar do espaço infantil, com para a construção de um playground.

Segundo Sandra Mousse, os gastos superaram os R$ 100 mil. “Toda essa despesa

tem uma recompensa. Ain-da vamos desembolsar mais dinheiro com a decoração para deixar os quartos perso-nalizados conforme o estilo de cada um dos filhos. E o sorriso no rosto dos meus filhos não tem preço”, conta Sandra Mousse.

Investimento de dois anos para os gêmeos

ANWAR ASSIEquipe EM TEMPO

Casal de administradores, Érica e Fernando, planeja investir R$ 85 mil para assegurar mais conforto para a filha de dois anos

FOTOS: JOEL ROSA

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B5EconomiaMANAUS, DOMINGO, 14 DE OUTUBRO DE 2012

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B6 País MANAUS, DOMINGO, 14 DE OUTUBRO DE 2012

Técnica de extração de gás será testada no paísProibida nos Estados Unidos, pelo risco de contaminação de lençóis freáticos, técnica é motivo de muita polêmica

Uma técnica de extra-ção que pode aumen-tar em mais de seis vezes as reservas de

gás natural do país será tes-tada pela primeira vez nos próximos meses, em Minas e na Bahia. Proibido em al-guns países europeus e em discussão nos Estados Uni-dos, o fraturamento hidráulico (fracking, em inglês) é alvo de polêmica por conta da falta de estudos sobre possíveis danos ambientais - a técnica retira o gás a mais de 1,5 mil metros de profundidade.

As principais preocupações referem-se à possível conta-minação de lençóis freáticos e a relação com o aumento da incidência de terremotos. Nos EUA, a agência de prote-ção ambiental (EPA) prometeu realizar um grande estudo, mas ainda não se posicionou sobre o gás de xisto - rocha onde ocorre a extração.

No ano passado, pesquisa-dores da Duke University, na Pensilvânia, publicaram um artigo na revista Proceedings of the National Academy of Sciences que alertou para o aumento da concentração de metano na água potável em áreas próximas a poços que usam o fracking. Não ficou

provado, porém, se há relação direta com a técnica.

“Se a contaminação ocorrer nas fontes mais profundas não há nada que se possa fazer para evitar”, diz Avner Ven-gosh, um dos autores do es-tudo, que também alerta para os produtos químicos usados no processo. “Os resíduos con-

taminam a água potável se entraram em contato com o lençol freático.”

Segundo Vengosh, a ques-tão nos EUA é agravada por causa da autonomia dos pro-prietários de terra, que podem negociar diretamente o arren-damento com as companhias de energia. “A EPA e os órgãos reguladores estaduais têm pouco controle sobre o pro-cesso nos EUA”, afirma ele.

GARANTIANo Brasil, a Agência Nacional do Petró-leo (ANP) afirma que a extração terá um acompanhamento me-lhor. Um dos autores do estudo diz que país aprendeu com os erros dos EUA

De acordo com Colela, a técnica será implementada em um primeiro momento em três bacias sedimenta-res: Vale do Parnaíba (MG), Parecis (MT) e Recôncavo (BA). Nestas regiões, a ex-

pectativa é de que se au-mente as reservas de gás natural no país em 208 tri-lhões de pés cúbicos (TCF) - atualmente, o total é de 32 trilhões de TCF.

Segundo a AIE, agência de

energia norte-americana, este potencial colocaria o País na 10.ª posição na lista de maiores reservas estima-das. Estados Unidos (8.620), China (1.275) e Argentina (774) lideram o ranking.

Entre as empresas inte-ressadas estão a Shell, a Petra e a Fortress Energy, que poderão pedir à ANP a extensão do prazo de concessão em áreas que já exploram hoje.

Minas, Mato Grosso e Bahia são pioneiros

Principais preocupações referem-se à possível contaminação de lençóis freáticos e a relação com o aumento de terremotos

REPRODUÇÃO

Economia brasileira desacelera

RITMO

A desaceleração da eco-nomia brasileira está am-pliando a perda de ritmo enfrentada por Argentina e Uruguai como resultado da desaceleração global, segundo relatório da agên-cia de classificação de risco Fitch Ratings divulgado na sexta-feira à noite.

“Enquanto ambos os paí-ses sentem o impacto da desaceleração brasileira, sobretudo por meio de um declínio nas exportações, a Argentina parece mais vulnerável que o Uruguai”, avaliou a chefe de qua-lificação soberana da Fi-tch para a América Latina, Shelly Shetty.

“Os problemas econômi-cos da Argentina foram exa-cerbados pela desacelera-ção do Brasil, com políticas internas intervencionistas que possivelmente afetam a extensão de sua recupe-ração em 2013, quando o crescimento brasileiro voltar a aumentar”, completou.

Enquanto a depreciação do real desde julho de 2011 tem tido um impacto nega-

tivo na competitividade das exportações de Argentina e Uruguai ao Brasil, suas ven-das ao país parecem estar dirigidas, sobretudo, a uma demanda doméstica brasi-leira mais frágil, acrescen-tou o comunicado.

A composição comercial da Argentina torna suas ex-portações mais sensíveis ao ciclo econômico brasileiro, já que uma grande parte delas consiste em automóveis e autopeças negociados ex-clusivamente com o Brasil,

avaliou a Fitch. Por outro lado, as ex-

portações de commodi-ties, que podem ser mais facilmente realocadas, representam uma grande parte das exportações do Uruguai ao Brasil, tornan-do a balança comercial do país vizinho menos sensível às mudanças na demanda doméstica brasileira.

PrevisãoAo final de setembro, o

Banco Central brasileiro re-visou para baixo sua previ-são de crescimento de Brasil para 2012, de 2,5% a 1,6%, em sintonia com o frágil desempenho da atividade mundial por causa da crise.

O Brasil, que cresceu 2,7% em 2011 e 7,5% em 2010, acumulou 0,6% de expansão no primeiro semestre.

Já a Argentina espera um crescimento de 3,4% para este ano, depois de registrar 8,8% em 2011.

A economia uruguaia, no entanto, crescerá 3,3% em 2012, após uma expansão de 5,7% no ano passado.

Argentina parece mais vulnerável que o Uruguai, segundo a chefe da Fitch, Shelly Shetty

DIVULGAÇÃO

Os problemas econômicos da

Argentina foram exacerbados pela desaceleração da economia brasilei-

ra

Shelly Shetty, chefe de qualificação

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B7MANAUS, DOMINGO, 14 DE OUTUBRO DE 2012 Mundo

CALHAU

Família de Fidel desmente rumores sobre sua morte

Familiares do ex-ditador Fidel Castro, 86, vieram a público desmentir rumores de que o líder cubano te-nha morrido, que voltaram a circular em blogs e sites desde ontem.

Fidel não é visto em pú-blico desde março deste ano, quando recebeu o papa Bento 16 em sua visita à ilha, e desde junho não pu-blica as suas “reflexões” na imprensa de Cuba.

As especulações sobre o estado de saúde do ex-di-tador aumentaram depois que ele não parabenizou publicamente o aliado Hugo Chávez pela sua reeleição na Venezuela. Em seu site, o jornalista venezuelano Nel-son Bocaranda, célebre por ter dado em primeira mão a notícia do câncer de Hugo Chávez, afirmou que a morte de Fidel seria anunciada “em até 72 horas”, sem citar as

fontes da informação.

Rotina normalO fotógrafo Alex Castro,

filho de Fidel, afirmou ao site do jornalista governis-ta Arlin Alberty que seu pai “está bem, fazendo suas atividades diárias, lendo e praticando exercícios”. A fala de Alex foi reproduzida pela agência estatal de notícias e por blogueiros pró-regime.

Juanita Castro, irmã de Fi-del que vive na Flórida (EUA), também negou boatos de que estaria indo a Cuba se encontrar com a família. “Não tenho nenhum plano de viajar. São só rumores, é tudo absurdo”, declarou.

Desde 2006, Fidel está licenciado dos cargos que mantinha na cúpula do re-gime cubano, hoje chefiado por seu irmão Raúl, 81. Desde então, seu estado de saúde inspira rumores.

BOATOS

Fidel Castro está em rotina normal, segundo o filho dele

O protesto ocorreu em meio à polêmica causada pela absolvição de autoridades do governo de Hosni Mubarak

Confronto deixa feridos no Egito

REPRODUÇÃO

Manifestantes con-tra o governo do presidente do Egito, Moham-

med Morsi, e partidários do presidente entraram em con-fronto na última sexta-feira no centro do Cairo.

Pelo menos dez pessoas ficaram feridas em um dos protestos mais violentos no

país desde que Morsi, um islâmico moderado, assu-miu o cargo.

O protesto ocorreu em meio à crescente polêmica causada pela absolvição de autoridades do governo do ex-presidente Hosni Muba-rak, acusados de organizar um ataque violento con-tra manifestantes durante

a rebelião que o derrubou Mubarak em 2011.

A manifestação de hoje ocorreu na praça Tahrir e foi convocada pela Irman-dade Muçulmana e exigia a renúncia do procurador-geral do Egito. Mohammed Morsi demitiu o procurador-geral, na quinta-feira, mas ele se recusa a deixar o cargo.

DIVULGAÇÃO

Partidários do presidente Morsi e manifestantes contrários ao governo entraram em confronto

Paraguai negociaMercosul

O Paraguai iniciou ne-gociações para retornar ao Mercosul e à Unasul, informou o chanceler pa-raguaio, José Felix Fernán-dez Estigarribia.

“Acredito que é par-te da negociação que ocorre neste momento. Uso a palavra negocia-ção no sentido de expor nossos pontos de vista”, disse hoje a jornalistas na sede da Chancelaria na capital, Assunção.

Estigarribia disse acre-ditar que em breve os embaixadores internacio-nais vão retornar ao Pa-raguai. Muitos represen-tantes diplomáticos se retiraram do país, como os do Brasil, Argentina e Uruguai, após as sanções impostas pelo Mercosul e pela Unasul. Ambos os blocos decretaram a suspensão do Paraguai em 29 de junho deste ano, por considerar que no país houve uma rup-tura democrática devido ao impeachment do pre-sidente Fernando Lugo decidido pelo parlamento paraguaio em apenas 30 horas. Os países do Mer-cosul também afirmaram que só reconheceriam as autoridades que surgirem com a eleição geral pre-vista para abril de 2013.

RETORNO

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B8 Mundo MANAUS, DOMINGO, 14 DE OUTUBRO DE 2012

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Um povo quase invisívelVivendo praticamente à margem da sociedade, comunidades indígenas urbanas de Manaus ainda almejam respeito e sobrevivem de esperança em dias melhores. Grupo se queixa de sempre ser ludibriado por candidatos em busca de votos

O Censo realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geogra-fi a e Estatística (IBGE)

encontrou 168.680 indígenas de 65 etnias espalhados por todo o Amazonas. Desse total, 4.040 arriscaram vida nova na capital, em busca de oportuni-dades de emprego, acesso à saúde e educação. Contudo, a realidade aqui foi semelhante à já vivida, e revelou um povo quase invisível aos olhos dos representantes e ignorado por grande parte da sociedade.

Chegar à comunidade Saterê -Mauê, no bairro da Redenção, Zona Centro Oeste, não é difícil, mas adentrar nela exige certa habilidade. As cerca de 10 casas que abrigam 20 famílias foram construídas no barranco próximo a um igarapé e sofrem várias adversidades. “Aqui não é tão bom para a gente porque é uma área de risco, mas não temos onde fi car. Quando chove tem problema, às vezes as casas alagam. A casa da minha irmã chegou a desabar”, disse a in-dígena Jeane Pereira, 27.

As residências são simples, no tijolo cru, construídas bem próximas umas das outras e cercadas do chão de barro. Ela lembra que as tempestades de verão têm sido implacáveis e trazido prejuízos à comunida-de. “No vendaval foi horrível, todo mundo saiu de dentro de casa e correu para debaixo do chapéu de palha com medo das casas desabarem. Voou muita telha, mas já consegui-mos arrumar”, lembrou.

As casas já têm luz elétrica e água encanada. As crianças saterê frequentam colégio de

crianças brancas e os serviços de saúde também são comuns ao resto da população. “Aqui não ganhamos escola indígena, mas está em processo. Enquanto isso, eles estudam em escola re-gular, mas eles têm difi culdade de estudar com outras crianças. Tem criança que já parou de estudar por causa disso. Se tivesse uma escola aqui seria bom, porque todo mundo aqui é igual”, argumenta.

A comunidade subsiste da produção e venda de artesana-to. “Alguns homens trabalham fora, fazendo bico, mas não têm emprego fi xo”, afi rma.

Jeane lembra o dia em que chegou à comunidade, aos 14 anos, quando veio com parte da família encontrar os parentes “desbravadores”. “Vim para estudar, terminar o ensino médio, porque lá em Maués só tinha até a 5ª série. Lá era tudo muito precário, principalmente a saúde e a educação”, lembra.

Hoje, aos 27 anos, ela convive com situações semelhantes às vividas em tenra idade. “Não me sinto representada. Estava até analisando as propostas dos políticos na televisão, eles não falam de indígena nenhum, ab-solutamente nada”, assegura.

IVE RYLOEquipe EM TEMPO

Jeane Pereira conta os dramas vividos por seu povo em Manaus

Mas quando os candidatos encontraram a comunidade, a história foi diferente. “Na época de eleição não parou de descer vereador dizendo que ia melhorar a nossa comuni-dade, e outros falaram até em nos transferir para um local

melhor, mas passa eleição e nunca fazem nada. Quem sabe agora... A cada eleição a gente tem uma expectativa de viver em um lugar melhor”, afi rma.

Ela acredita que a entrada de representantes indígenas nas três esferas governamentais

seria importante na defesa dos direitos das populações originárias. Em 13 anos na capital, ela não se lembra de nenhum indígena ter arriscado uma vaga ao Legislativo muni-cipal. “Acho que falta mesmo é a união dos povos indígenas.

Deveria ter um representan-te. O pessoal do movimento indígena deveria buscar isso e encontrar um cara que lutasse mesmo pela gente. A gente nunca viu liderança assim”.

Candidatos aparecem sempre com promessas

Famílias indígenas sofrem com falta de infraestrutura, vivendo de certa forma marginalizadas pelo restante da sociedade

CENSOSegundo o IBGE, a população indígena no Amazonas em 2010 era de 168.680 pessoas de 65 etnias. Desse total, 4.040 arriscaram vida nova na capital, em busca de oportunida-des de emprego

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C3Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 14 DE OUTUBRO DE 2012

Inquéritos policiais ainda precisam eliminar falhas Apesar das lacunas, que acabam colaborando para a lentidão dos processos criminais, magistrados apontam alguns avanços

Endereços antigos, no-mes de vítimas, tes-temunhas e suspeitos incompletos, ausência

dos números de documentos de identidade como RG e CPF, falta de fotos das vítimas e do local dos crimes. Esses são exemplos das principais falhas nos inquéritos policiais de crimes ocorridos na cidade que chegam até o Ministério Público do Estado do Amazo-nas (MPE) e a Justiça.

De acordo com o promotor do 2º Tribunal do Júri, David Jerônimo, e da juíza auxiliar da vice-presidência do Tribu-nal de Justiça do Amazonas (TJAM), Mirza Telma Cunha, nos últimos anos vários avanços ocorreram, principalmente na qualificação de profissionais e no avanço de novas tecno-logias. Entretanto, hoje a falta de material é um exemplo, para que “bons inquéritos” sejam elaborados pela polícia.

O inquérito policial é um con-junto de atos associados, com unidade e fim de perseguir a ma-terialidade e indícios de autoria

de um crime. É um procedimento administrativo persecutório, in-formativo, prévio e preparatório para uma ação penal.

Mirza Telma explica que nem todo crime gera um inquérito, com exceção no caso dos ho-micídios, onde todos os casos geram o procedimento, mesmo que posteriormente não gere um processo. Ela destaca que ainda hoje há inquéritos que chegam com o nome e quali-ficação incompleta das teste-munhas e sem documentação, detalhes que contribuem para a demora do caso chegar à Justiça. “Essas ausências ge-ram as demoras e retorno do inquérito (ao distrito policial de origem). Essas pessoas acabam mudando de endereço, se perde o contato e por aí vai”.

Segundo a magistrada, al-gumas mudanças têm servido para agilizar os procedimentos. Ela conta que há alguns anos, os inquéritos das delegacias eram encaminhados diretamente aos juízes e posteriormente ao MPE. “Hoje eles são passados dire-tamente para o MPE e se eles entenderem que falta alguma coisa, são solicitadas novas diligências. Ela é necessária, porque se o inquérito não estiver em bom estado, como é que você vai denunciar?”, comenta.

Mirza destaca que não há como denunciar “por mera suspeita de alguém”, por isso, o Ministério Público carece de um bom esclarecimento. “Mas isso faz com que demore mais, pois o inquérito volta para a delegacia, para que seja cum-prido o que o MPE solicitou, e em seguida retorne para o MPE oferecer a denúncia”.

MÔNICA FIGUEIREDOEquipe EM TEMPO

Com o objetivo de traba-lhar em ação conjunta, o Tribunal de Justiçado Ama-zonas (TJAM) realizará, nos dias 15 e 16, o primeiro módulo do curso de Capaci-tação na Persecução Penal no Crime de Homicídios.

A juíza auxiliar da vice-presidência do TJAM, Mirza Telma Cunha, destaca que o curso é organizado na-cionalmente pela Estratégia Nacional de Justiça e Segu-rança Pública (Enasp) com o objetivo de promover a articulação dos órgãos res-ponsáveis pela segurança pública, reunir, coordenar as ações de combate à violência e tratar políticas na área.

Mirza ressalta a importân-

cias das investigações do crime em parceria com o Judiciário, Ministério Públi-co, Polícia Militar e Polícia Civil. “É preciso trabalhar em sintonia e melhorar todo um trabalho de investigação. Uma denúncia bem elabora-da, bem feita, com bastante base é fundamental, porque se nós temos um bom inqué-rito, teremos uma boa de-núncia e, por consequência, um julgamento justo”.

Em Manaus, estará pre-sente a coordenadora do curso, Ana Rita Cerqueira do Nascimento, do Ministério Público do Estado da Bahia. As inscrições podem ser fei-tas pelo [email protected] até o dia do evento.

Capacitação visa ação conjuntaPromotor do 2º Tribunal do

Júri, David Jerônimo diz que hoje os inquéritos não são “o que se esperam”, mas em relação ao passado houve avanços e que atualmen-te as apurações são mais detalhadas. “Antes era um inquérito da Era Vargas, da Primeira Guerra Mundial, isso melhorou muito”.

Para Jerônimo, a transfor-mação que Manaus passou nos últimos anos tem contri-buído para falhas nos pros-seguimentos dos inquéritos. “Endereço velho é doença crônica antiga. Não há si-nalização de ruas, a rua não tem nome, não tem endere-ço, o oficial de Justiça vai atrás de um nome de rua,

aparecem dez com o mesmo nome”, exemplifica.

IgarapésO processo de urbaniza-

ção dos igarapés da cidade também interfere nos pro-cedimentos. “Se um crime acontecer hoje, por exemplo, no igarapé do São Raimundo, daqui a alguns anos quando formos procurar o endereço ou uma testemunha, não exis-tirá mais, pois o local mudou. Temos que entender essa parte, aqueles crimes que aconteceram possivelmente não serão solucionados”.

O promotor disse que por mês chegam até ele uma média de 40 inquéritos de cri-mes de homicídios e destaca

um detalhe que considera de suma importância: o exame de DNA no caso das vítimas de estupro. “Todo crime de homicídio que tiver estupro no meio a polícia tem obri-gação de mandar o laudo de DNA. Se não fizer isso vai causar prejuízo para a socie-dade. Eu sempre cobro”.

Para David Jerônimo, o quadro humano da polí-cia hoje é razoável, mas falta aparelhamento téc-nico para adequação da polícia científica.

O EM TEMPO entrou em contato com o delegado-ge-ral da Polícia Civil por meio de sua assessoria, mas até o fechamento desta edição não houve retorno.

Mudanças urbanas interferem

Tanto a juíza quanto o promotor destacam que os fatos não podem ser emba-sados apenas no testemu-nho de pessoas, por conta da falha humana. É nesse ponto inicial das investiga-ções que entra a atuação dos peritos criminais.

De acordo com o presiden-te da Associação de Peritos Oficiais do Estado do Ama-zonas (Apeoeam), Ladislau Brito, o perito é um cientista

que utiliza os conhecimentos para revelar a autoria do crime. Ele fala sobre a “falha humana” da prova testemu-nhal e diz que já presenciou casos em que uma vítima identificou um suspeito, mas após realização da perícia ficou comprovada a autoria do crime por outra pessoa.

Hoje há 196 profissionais criminais e legistas. Brito diz que há a necessidade de um maior número de pro-

fissionais, mas destaca a qualificação dos que hoje estão presentes no quadro. “Na preparação do profissio-nal dentro da Polícia Civil, o mais alto grau é dos peritos. Oitenta por cento têm gra-duação, pós-graduação, há vários mestres e doutores. A formação acadêmica é eleva-da. Existe a necessidade de se ter cursos específicos na área da perícia, isso precisamos aumentar”, comenta.

Perícia corrige erros humanos

PROBLEMAA juíza Mirza Telma destaca que ainda hoje há inquéritos que chegam com nome e qualificação incompleta das testemunhas e sem documentação, o que contribui para a demora do caso chegar à Justiça

Falhas em inquéritos, ainda nos distritos policiais, provocam lentidão nos processos quando se transformam em ações penais na Justiça estadual

ARQUIVO EM TEMPO/MARCELO CADILHE

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 14 DE OUTUBRO DE 2012 C5

RIO CLARO 2

O ‘rei da medicina’ naturalHá quatro décadas, o vendedor de ervas medicinais Sebastião Gomes de Oliveira sobrevive oferecendo soluções para diversas doenças por meio de receitas naturais simples, o que ele chama de um “dom dado por Deus”, fazendo-o ajudar outras pessoas

As ervas que o “Rei da Medicina” oferece para a população, na maior par-te, são da Região Norte, mas existem algumas que vêm de vários Estados, como Ceará e Maranhão. “Aqui eu vendo todos os tipos de cascas de árvores e folhas medicinais, óleos e mel. Tenho algumas pes-

soas que trazem de outros Estados para mim.

AidsJá ouvi muitos médicos

dizerem que a medicina tradicional não dá resulta-do, mas não me preocupo. Tenho dois clientes que já se curaram de Aids só com remédio caseiro”.

Plantas vêm de vários lugares

Segundo seu “Bibi”, suas ervas curaram doentes de Aids

Somente com a venda de ervas, seu “Bibi” conseguiu criar dois filhos, comprar dois terrenos e construir uma boa casa. Ele garante que dependendo do movi-mento do comércio, tem meses que a renda varia entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil. Porém, como qualquer ser humano, ele também já passou por situações difíceis na vida. E a maior delas foi o roubo de seu carrinho de trabalho com todos seus produtos, e ele ficou sem nada.

“Não pretendo sair

dessa profissão. Fico feliz quando as pesso-as voltam e dizem que

foram curadas.

RecompensaEssa é minha recompen-

sa, eu peço para agradece-rem a Deus. Aqui a renda é boa, tem dias que faço até R$ 200. Os produtos variam de preço. Mas dá uma boa renda, e ainda faço o que gosto, que é ajudar na cura das pesso-as. Uma vez fui roubado e fiquei sem nada. Tive que trabalhar novamente para conseguir tudo, e com fé em Deus eu consegui me reerguer”, informa.

Renda que garante sustento

O “Rei da Medicina” atribui seu conhecimento adquirido ainda na juventude a um dom divino

Há quem diga que os remédios caseiros são melhores que os remé-dios industriais. É o caso da aposentada Georgete Campos, 62. Para ela, os chás de ervas são os melho-res remédios para a cura de doenças. Ela aprendeu a usar os remédios caseiros com uma amiga. “Eu sofro com colesterol, e só me trato com chá. Quando eu descobri que estava com esse problema, fui ao mé-dico. Ele passou um monte de exames e disse para eu tomar alguns remédios.

Fiz tudo como ele mandou. No entanto, parece que eu nunca ficava bem. Uma amiga minha me ensinou para tomar o chá de alca-chofra, e eu fui me dando bem com ele. Desde lá, só me trato com o remédio caseiro”, informou.

Ainda de acordo com a dona de casa, a erva medici-nal se torna um remédio mais barato. “Eu tenho certeza que é a melhor opção, não destratando o trabalho dos médicos, mas em certas situ-ações os remédios caseiros são melhores”, finaliza.

Alternativa ao remédio comum

Produtos naturais são melhores vistos, em razão do custo

Casca de pau, folhas medicinais, xaropes, mel de abelha, andiroba, copaíba, ba-nha de sucuriju aguardentes e outros. É assim que há 40 anos Sebastião

Gomes de Oliveira, 63, conhecido como “Bibi” ou “rei da medicina”, vai ganhando o pão de cada dia, vendendo e ensinando diversos remé-dios caseiros, para os mais variados tipos de doenças em uma barraca localizada no centro da cidade. Ele garante que nunca estudou medicina e afirma que seu conhecimento “foi um dom de Deus”.

Amazonense, seu Sebastião nasceu no muni-cípio de Careiro Castanho (a 25 quilômetros de Manaus), mas ainda criança veio para Manaus com seus pais, estudar. Quando completou 18 anos, começou a trabalhar como fiscal de cozi-nha no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, onde passou apenas dois anos, mas teve que sair devido a problemas de saúde. A partir daí, foi vender tucumã pelas ruas da cidade, e uma cliente já idosa lhe ensinou alguns remédios com plantas medicinais.

“Tudo que aprendi sobre a medicina caseira, foi com o dom que Deus me deu, e com uma senhora já idosa que era minha cliente. Nessa época que eu vendia tucumã nas ruas, ela (cliente) sempre pedia que eu comprasse plantas na feira e levasse para ela. Como eu não sabia para que servia, ela ia me dizendo, eu ia ape-nas anotando, desde então aprendi algumas, e outras aprendi com o tempo”, lembra.

Depois de alguns anos, e já sabendo o poder de cura de algumas plantas, seu “Bibi” deixou de vender tucumã e passou a trabalhar somente com a venda das ervas. Ele conta que certa vez começou a sofrer com pedra nos rins. Como a doença já estava em estado avançado, os médicos disseram que não havia mais o que fazer, e ele teria que passar por cirurgia.

“O médico me dispensou dizendo que remédio nenhum dava mais jeito, e eu tinha que passar por uma cirurgia, só que eu sentia muita dor e tinha que esperar cerca de um mês para poder ser operado. Quando cheguei em casa, comecei a orar pedindo a Deus que me curasse. Nesse mesmo dia, em sonho o Senhor me revelou quais as plantas eu devia usar para que eu fosse curado. Eu fiz, e em um mês eu fiquei bom”, assegura.

O doutor das plantas medicinais comenta que nunca fez curso para aprender o “poder” das plantas, em sua maioria da Floresta Amazônica, para curar qualquer tipo de doença, e agradece a Deus todos os dias pelo ensinamento recebido. “Não depende só do meu conhecimento a cura das pessoas. Eu digo para elas que quando forem tomar os remédios indicados por mim, que peçam para Deus abençoar e também tenham fé na cura”, ressalta.

LUCAS PRATAEquipe EM TEMPO

NÚMEROS

1,5é a renda máxima garanti-da com a venda das ervas por Sebastião Gomes de Oliveira

MIL REAIS

FOTOS: DIEGO JANATÃ

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RIO CLARO 2

O ‘rei da medicina’ naturalHá quatro décadas, o vendedor de ervas medicinais Sebastião Gomes de Oliveira sobrevive oferecendo soluções para diversas doenças por meio de receitas naturais simples, o que ele chama de um “dom dado por Deus”, fazendo-o ajudar outras pessoas

As ervas que o “Rei da Medicina” oferece para a população, na maior par-te, são da Região Norte, mas existem algumas que vêm de vários Estados, como Ceará e Maranhão. “Aqui eu vendo todos os tipos de cascas de árvores e folhas medicinais, óleos e mel. Tenho algumas pes-

soas que trazem de outros Estados para mim.

AidsJá ouvi muitos médicos

dizerem que a medicina tradicional não dá resulta-do, mas não me preocupo. Tenho dois clientes que já se curaram de Aids só com remédio caseiro”.

Plantas vêm de vários lugares

Segundo seu “Bibi”, suas ervas curaram doentes de Aids

Somente com a venda de ervas, seu “Bibi” conseguiu criar dois filhos, comprar dois terrenos e construir uma boa casa. Ele garante que dependendo do movi-mento do comércio, tem meses que a renda varia entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil. Porém, como qualquer ser humano, ele também já passou por situações difíceis na vida. E a maior delas foi o roubo de seu carrinho de trabalho com todos seus produtos, e ele ficou sem nada.

“Não pretendo sair

dessa profissão. Fico feliz quando as pesso-as voltam e dizem que

foram curadas.

RecompensaEssa é minha recompen-

sa, eu peço para agradece-rem a Deus. Aqui a renda é boa, tem dias que faço até R$ 200. Os produtos variam de preço. Mas dá uma boa renda, e ainda faço o que gosto, que é ajudar na cura das pesso-as. Uma vez fui roubado e fiquei sem nada. Tive que trabalhar novamente para conseguir tudo, e com fé em Deus eu consegui me reerguer”, informa.

Renda que garante sustento

O “Rei da Medicina” atribui seu conhecimento adquirido ainda na juventude a um dom divino

Há quem diga que os remédios caseiros são melhores que os remé-dios industriais. É o caso da aposentada Georgete Campos, 62. Para ela, os chás de ervas são os melho-res remédios para a cura de doenças. Ela aprendeu a usar os remédios caseiros com uma amiga. “Eu sofro com colesterol, e só me trato com chá. Quando eu descobri que estava com esse problema, fui ao mé-dico. Ele passou um monte de exames e disse para eu tomar alguns remédios.

Fiz tudo como ele mandou. No entanto, parece que eu nunca ficava bem. Uma amiga minha me ensinou para tomar o chá de alca-chofra, e eu fui me dando bem com ele. Desde lá, só me trato com o remédio caseiro”, informou.

Ainda de acordo com a dona de casa, a erva medici-nal se torna um remédio mais barato. “Eu tenho certeza que é a melhor opção, não destratando o trabalho dos médicos, mas em certas situ-ações os remédios caseiros são melhores”, finaliza.

Alternativa ao remédio comum

Produtos naturais são melhores vistos, em razão do custo

Casca de pau, folhas medicinais, xaropes, mel de abelha, andiroba, copaíba, ba-nha de sucuriju aguardentes e outros. É assim que há 40 anos Sebastião

Gomes de Oliveira, 63, conhecido como “Bibi” ou “rei da medicina”, vai ganhando o pão de cada dia, vendendo e ensinando diversos remé-dios caseiros, para os mais variados tipos de doenças em uma barraca localizada no centro da cidade. Ele garante que nunca estudou medicina e afirma que seu conhecimento “foi um dom de Deus”.

Amazonense, seu Sebastião nasceu no muni-cípio de Careiro Castanho (a 25 quilômetros de Manaus), mas ainda criança veio para Manaus com seus pais, estudar. Quando completou 18 anos, começou a trabalhar como fiscal de cozi-nha no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, onde passou apenas dois anos, mas teve que sair devido a problemas de saúde. A partir daí, foi vender tucumã pelas ruas da cidade, e uma cliente já idosa lhe ensinou alguns remédios com plantas medicinais.

“Tudo que aprendi sobre a medicina caseira, foi com o dom que Deus me deu, e com uma senhora já idosa que era minha cliente. Nessa época que eu vendia tucumã nas ruas, ela (cliente) sempre pedia que eu comprasse plantas na feira e levasse para ela. Como eu não sabia para que servia, ela ia me dizendo, eu ia ape-nas anotando, desde então aprendi algumas, e outras aprendi com o tempo”, lembra.

Depois de alguns anos, e já sabendo o poder de cura de algumas plantas, seu “Bibi” deixou de vender tucumã e passou a trabalhar somente com a venda das ervas. Ele conta que certa vez começou a sofrer com pedra nos rins. Como a doença já estava em estado avançado, os médicos disseram que não havia mais o que fazer, e ele teria que passar por cirurgia.

“O médico me dispensou dizendo que remédio nenhum dava mais jeito, e eu tinha que passar por uma cirurgia, só que eu sentia muita dor e tinha que esperar cerca de um mês para poder ser operado. Quando cheguei em casa, comecei a orar pedindo a Deus que me curasse. Nesse mesmo dia, em sonho o Senhor me revelou quais as plantas eu devia usar para que eu fosse curado. Eu fiz, e em um mês eu fiquei bom”, assegura.

O doutor das plantas medicinais comenta que nunca fez curso para aprender o “poder” das plantas, em sua maioria da Floresta Amazônica, para curar qualquer tipo de doença, e agradece a Deus todos os dias pelo ensinamento recebido. “Não depende só do meu conhecimento a cura das pessoas. Eu digo para elas que quando forem tomar os remédios indicados por mim, que peçam para Deus abençoar e também tenham fé na cura”, ressalta.

LUCAS PRATAEquipe EM TEMPO

NÚMEROS

1,5é a renda máxima garanti-da com a venda das ervas por Sebastião Gomes de Oliveira

MIL REAIS

FOTOS: DIEGO JANATÃ

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C8 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 14 DE OUTUBRO DE 2012

Armadilhas para pedestresTocos de árvores, buracos e entulhos nas calçadas exigem verdadeiros malabarismos dos transeuntes para evitar acidentes como o que sofreu a jornalista Márcia Daniella Santos no início deste mês, que a levou a uma cirurgia

A aventura de caminhar pelas calçadas de Manaus está a cada dia mais perigosa e

complicada. A população tem que fazer malabarismo e con-torcionismo, além de um es-forço enorme, para transitar em razão de obstáculos de toda ordem, que dificultam e muitas vezes põem em risco a locomoção dos pedestres.

Por onde se anda é fácil ve-rificar que as pessoas acabam tendo que disputar a calçada com os entulhos, tocos de árvores, além dos indesejáveis e perigosos buracos. E com o espaço estreito para cami-nhar, muitas pessoas prefe-rem até dividir perigosamente as pistas com os veículos, co-locando a vida em risco, como única opção para seguir o caminho necessário.

A infelicidade de levar um tombo foi uma experiência de-sagradável para a jornalista Márcia Daniella Santos, que após tropeçar em uma estrutura metálica cravada em uma cal-çada da avenida Djalma Batista, no dia 1º de outubro, fraturou o braço e teve que passar por uma cirurgia. “Eu tinha acabado de sair do trabalho na hora do almoço. Levantei a vista bem próximo ao semáforo para ob-servar o trânsito, uma vez que ali não tem faixa de pedestre. Foi quando meus pés se engataram nesse objeto”, lembra.

Daniela disse que por pouco o acidente não foi mais grave. “Entrei em pânico, por que mi-nha cabeça ficou em cima da pista e um carro podia me atro-pelar. Com o peso do corpo me joguei na calçada. Depois disso, um senhor que passou de carro me socorreu e as pessoas que passavam me ajudaram”, diz.

Segundo ela, os danos causa-dos pelo incidente foram enor-mes. Ela lamenta o fato de que possivelmente terá prejuízos por toda a vida. “Eu tive que passar por uma cirurgia, pois o acidente afetou meu nervo e estou sem o movimento da mão direita. Imagina se fosse uma pessoa mais idosa no meu lu-gar?”, argumenta a jornalista.

Espalhados pela capital, as

pedras soltas e pedregulhos pro-venientes da degradação das calçadas estão em canteiros, praças e na frente de obras públicas e privadas. Enfeiam a paisagem urbana, ocupam espaços de forma inútil e, sobre-tudo, atrapalham o caminho de pedestres, idosos e cadeirantes, a quem é reservado o direito de usufruir de passeios públicos conservados e limpos.

A técnica em enfermagem Camila da Silva, que já pre-senciou pessoas caindo nas calçadas por causa da sua má conservação, diz que às vezes é melhor caminhar na rua do que no passeio. “Muita gente já se esborrachou no chão por causa dessas partes que ficam completamente quebradas. Re-almente fica até difícil andar de salto alto nas calçadas, pois toda hora você vira o pé. Aqui, no Alvorada, tem horas que

a rua é a melhor passagem”, complementa.

Além dos buracos, pedras, matos e desníveis dos pas-seios públicos, os materiais de construção são outros obstá-culos no caminho da popula-ção. Os construtores insistem em estender seus canteiros de obras até as calçadas e ruas, impedindo o ir e vir dos pedestres e automóveis.

ImplurbDe acordo com o diretor de

Planejamento do Instituto Mu-nicipal de Ordem Social e Pla-nejamento Urbano (Implurb), Pedro Paulo, as calçadas são de responsabilidade de seus proprietários, como está pre-visto em lei. “Ao Implurb cabe a fiscalização e o combate à ocupação irregular do logra-douro público por mercadorias e barreiras”, diz.

O resto de estrutura metálica que causou a queda da jornalista

WILLIAM GASPAREquipe EM TEMPO

Em abril deste ano, um levantamento fei-to pelo portal Mobili-ze Brasil apontou que Manaus ficou com o posto da cidade com as piores calçadas do país para o trânsito de pedestres. A pesquisa foi feita entre feverei-ro e abril deste ano, e a capital amazonense ficou em último lugar, com média 3,6, atrás do Rio de Janeiro (4,5).

Na ocasião, o levanta-mento analisou a situa-ção das calçadas das avenidas Mário Ipiranga (antiga avenida Recife), que teve pior avaliação (1,88); Djalma Batista (média 5,38); Eduardo Ribeiro (2,25), Manaus Moderna (2,88), Sete de Setembro (3,38) e rua Barroso (a de melhor de-sempenho, com 5,88).

A avaliação analisou oito critérios, sendo eles irregularidade no piso, existência de degraus ou de outros obstácu-los que dificultam a cir-culação dos pedestres, largura mínima de 1,20 m, presença de rampas acessíveis, iluminação, sinalização e paisagis-mo. Para cada item fo-ram atribuídas notas de zero a dez.

As vias foram esco-lhidas com base no nú-mero de circulação de pedestres. Todas elas têm idade superior a 50 anos e já passaram por processos de renovação de infraestrutura.

A pesquisa foi reali-zada em Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), São Paulo (SP), Belo Horizon-te (MG), Rio de Janeiro (RJ), Goiânia (GO), Bra-sília (DF), Salvador (BA), Fortaleza (CE) – que teve o melhor desempenho, com média 7,6 -, Natal (RN) e Recife (PE).

Belo Horizonte teve o segundo melhor re-sultado (7,05). Curitiba apareceu em terceiro no ranking (6,83), se-guida de Porto Alegre (6,6). Em seguida ficaram São Paulo (6,32), Goiânia (6,13), Brasília (5,98), Na-tal (5,08), Recife (4,95) e Salvador (4,61).

Capital teve pior avaliação

Calçada danificada em rua do conjunto Promorar: riscos para pedestres, principalmente idosos

OBSTÁCULOSAs pedras soltas e pedregulhos prove-nientes da degradação das calçadas estão em canteiros, praças e na frente de obras públi-cas e privadas. Enfeiam a paisagem urbana e atrapalham o caminho

REPRODUÇÃO

JOEL ROSA

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Rodrigo Sant’anna faz show hoje

DIVULGAÇÃO

Regentes dos princiapais festivais de ópera do Pará e do Amazonas erguem as batutas e falam das difi culdades para transformar região referência na música clássica do país

Desafi os para ‘reger’ o

erudito no Norte

O maestro Luiz Fernando Malheiro é o diretor artístico do Festival Amazonas de Ópera

DIVULGAÇÃO

GUSTAV CERVINKAEquipe EM TEMPO

Mauro Wrona dirige o Festival de Ópera do Theatro da Paz, no Pará

O fortalecimento de parcerias, sobretu-do entre os Estados do Amazonas e Pará,

tenderia a criar na Região Nor-te um eixo de música erudita. A opinião é do maestro e diretor cênico paulista Mauro Wrona. Para o regente titular da Or-questra Amazonas Filarmôni-ca (OAF), Fernando Malheiro, Manaus segue como exceção na realidade de difi culdades existentes para atingir a visi-bilidade da música clássica.

O maestro Mauro Wrona está, há pelo menos dois anos, atuando como um dos diretores artísticos do Fes-tival de Ópera do Theatro da Paz, em Belém (PA), que chega este ano à 11ª edição. “Por meio de parcerias e apoios mútuos entre orques-tras, poderia haver no Norte brasileiro algo semelhante à força cultural encontrada no Sudeste, ainda que São Paulo e Rio de Janeiro, de fato, não conversem muito entre si”, reflete.

Para Malheiro, a realidade de produzir música clássica na Região Norte e no Brasil como um todo já vem apresentando novos sinais de intercâmbio de conhecimentos e experi-ências. “Há 30 anos, quando comecei a me envolver mais na carreira, tudo era bem di-ferente. Os maestros não se comunicavam entre si. Hoje não é assim. Quase todos con-versam, trocam experiências, regem uns as orquestras dos outros. Atualmente, os diálo-gos são mais possíveis. Ainda existem algumas resistências, mas o quadro é outro, sem dúvidas”, afi rma.

Para os maestros, contu-do, existe uma dificuldade comum em todas as praças para o trabalho

de música erudita alcançar novos patamares. “De fato, difícil é em todo lugar, até mesmo em São Paulo ou no Rio de Janeiro, que inclusive está com uma temporada bem reduzida. O que acon-tece é que, de uma forma geral, ainda se batalha mui-to em busca de patrocínios privados para se libertar da dependência do poder públi-co”, diz Malheiro.

O regente da OAF lembra que Manaus é uma exceção nesse aspecto. “Aqui temos sorte porque o governo en-tendeu que há uma impor-tância social do trabalho,

não só cultural, que dá visi-bilidade e alimenta o espí-rito do povo, abrindo novos horizontes”, diz. “Manaus já passou dessa fase de ser um desafio. Está sedimentada como polo superimportante de música erudita, de padrão internacional, com repercus-são externa maior do que dentro do país. Não existe nenhuma pessoa internacio-nalmente que não conheça o Festival Amazonas de Ópera (FAO), sem querer desmere-cer qualquer outro festival

daqui. Somente acredito que temos outro perfil, outra es-trada”, completa.

Intercâmbio A troca de apoios entre or-

questras pode ser exemplifi -cada, segundo Mauro Wrona, com a montagem da ópera “Salomé”, dentro do Festival de Ópera do Theatro da Paz, com sessões nos dias 24, 26 e 28 de novembro. Segundo ele, o Ama-zonas deve encaminhar pelo menos quatro músicos trom-pistas (da OAF) para compor a orquestra desse espetáculo. “Estamos alinhando isso ainda”, limita-se a comentar o regente da OAF, Fernando Malheiro.

Além disso, a montagem conta com a voz da cantora holandesa Annemarie Kremer, que viverá a personagem prin-cipal, e de cantores brasileiros radicados no exterior, como Ro-drigo Estevez (no papel de João Batista). Miguel Campos Neto é o regente de “Salomé”. “Ele é paraense, mas fez escala por muito tempo como assistente do maestro Fernando Malhei-ro”, lembra Wrona, que mantém intercâmbio cultural com a Re-gião Norte do país desde 1999, quando participou pela primeira vez de uma das montagens do FAO, atuando como tenor na ópera “Madame Butterfl y”. “Nesse período, percebo que a ousadia em criar e manter festivais de ópera no Norte é um garimpo que deu resultado. As primeiras edições já eram boas e acabaram se tornando referências mundiais, sobretu-do pela qualidade orquestral e dos intérpretes. Isso nos coloca à frente de regiões como o Sul do país, onde não existe mais essa riqueza”, analisa o diretor artístico e tenor.

O que acontece é que ainda se bata-lha muito em busca de patrocínios priva-dos para se libertar da dependência do

poder público

Luiz Fernando Malheiromaestro

Mauro Wrona Mauro Wrona Mauro W dirige o Festival de Ópera do Theatro da Paz, no Pará

não é assim. Quase todos con-versam, trocam experiências, regem uns as orquestras dos outros. Atualmente, os diálo-gos são mais possíveis. Ainda existem algumas resistências, mas o quadro é outro, sem dúvidas”, afi rma.

Para os maestros, contu-do, existe uma dificuldade comum em todas as praças para o trabalho

internacional, com repercus-são externa maior do que dentro do país. Não existe nenhuma pessoa internacio-nalmente que não conheça o Festival Amazonas de Ópera nalmente que não conheça o Festival Amazonas de Ópera nalmente que não conheça o

(FAO), sem querer desmere-cer qualquer outro festival

referências mundiais, sobretu-do pela qualidade orquestral e dos intérpretes. Isso nos coloca à frente de regiões como o Sul do país, onde não existe mais essa riqueza”, analisa o diretor artístico e tenor.

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D2 Plateia MANAUS, DOMINGO, 14 DE OUTUBRO DE 2012

Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

A cantora Wanderléa que o Brasil e poucos conhecemGravadora Discobertas acaba de lançar o boxe “Wanderléa Anos 70”, produzido por Marcelo Fróes e tem quatro álbuns

Wanderléa é rock’n’roll. Ternuri-nha é a vovozinha. Eterna musa da Jo-

vem Guarda, pesando 52 quilos aos 66 anos, ela mantém no visual, sem forçar a barra, essa imagem de jovialidade consa-grada no imaginário brasileiro. Só que, ousadia sempre foi com ela mesma: não só nos tempos pioneiros da minissaia que es-candalizou as vovós na década de 1960, mas na guinada radical no início da década seguinte. É essa fase que fi nalmente volta à tona agora, com o lançamento de uma caixa da gravadora Dis-cobertas, Wanderléa Anos 70, produzida por Marcelo Fróes, com quatro álbuns daquele pe-ríodo, mais um de 1981 e uma compilação de raridades.

“A vida me forçou a degustar, a vivenciar tudo no aqui e agora”, diz a cantora, que mantém a serenidade acima dos dramas, com o mesmo conforto e alegria que predominam em seu apar-tamento em São Paulo. “Morei em outros lugares, outras cida-des, mas sempre fi z questão de conservar isto aqui”.

Renegar o passado, jamais, mas Wandeca tanto se consa-grou como fi cou de certa forma estigmatizada por hits como “Ternura”, “Pare o Casamento”, “Foi Assim” e “Prova de Fogo”, que até hoje o público espera ouvir dela - e que em passagens por diversas gravadoras sempre foi forçada a regravar. “Uma pessoa que fez uma cabala pra mim um dia disse que sou uma

divisão entre uma cigana cen-tenária e uma eterna teenager. Tem um pouco a ver sim”.

Livre de compromissos com o sucesso, enfrentando vários dramas pessoais ao mesmo tempo, ela decidiu fazer o que bem entendeu no início dos anos 1970. “Vivi ainda jovem a ascen-são pública, e ao mesmo tempo tive situações muito difíceis, coisas que me colocaram em vários questionamentos. Essa caixa de CDs, esse presente do

Marcelo, vem me falar muito desse período”, observa.

A primeira fase da carreira de Wanderléa terminou com o álbum “Pra Ganhar Seu Coração”, de 1968, o últi-mo da primeira passagem da cantora pela gravadora CBS (hoje Sony Music). O disco seguinte foi lançado quatro anos depois, pela Polydor (vinculada à Philips, hoje Universal). Na época, a gravadora não deu muita importância a “Maravilhosa”, que virou cult anos depois.

FELICIDADEPesando 52 quilos aos 66 anos, a cantora Wanderléa se diz feliz com o “presente” de ter quatro discos seus no boxe distribuído pela gravadora Disco-bertas e organizados por Marcelo Fróes Nesses 4 anos que sepa-

ram um trabalho do outro, ela enfrentou duas situações trágicas: a morte do pai e o acidente de seu ex-marido Renato Barbosa, que fi cou te-traplégico. “Ele até hoje anda em cadeira de rodas. Somos amigos, vivi com ele 7 anos. E era uma coisa muito louca, porque eu praticamente era a enfermeira dele”

“Passei muito tempo sem conseguir falar sobre os 7 anos que vivi com Zé Re-nato. Quando tocava nesse assunto, aquilo acabava co-

migo. Demorei muitos anos para comentar com tran-quilidade a respeito disso”, conta. A partir dessas expe-riências, ela diz que passou a entender a vulnerabilida-de do ser humano.

“Minha vida nunca foi tradi-cionalmente correta, harmo-niosa. E mais também por causa da minha impetuosi-dade. Sempre vivi tudo com muita paixão, tanto na vida pessoal como na profi ssional. E as coisas vinham natural-mente. Nunca tive o sentido oportunista do que aquele

momento estava me trazen-do. Sinto hoje as pessoas muito programadas, se aquilo te interessa, você vai àquele encontro porque pode te re-tornar em alguma coisa”.

Diante dessas situações, “Maravilhosa” veio então como o “desbunde total”. “Toda aquela pressão que eu vivia, canalizava em cima do palco. Era o início dos Dzi Croquettes, Paulette ia lá para casa e tudo que ele aprendia com Lennie Dale ele levava lá para casa e a gente fi cava ensaiando para esse show”.

Tragédias marcaram carreira

A carreira de Wanderléa foi marcada por tragédias, mas sua alegria não deixou de existir

Com peruca black po-wer na capa, infl uências de balanço de música negra e outros sons pós-tropicalistas, estranhos ao universo ingênuo da Jovem Guarda, a que seu público estava habituado, ela deu voz a Caetano Veloso quando no exílio. Gravou dele o frevo “Chu-va, Suor e Cerveja” em compacto que marcou sua estreia na Philips e a guinada estética.

Mais adiante Wander-léa enfrentaria outro gol-pe violento: a morte do fi lho de 2 anos, afogado na piscina, em 1984. Antes, porém, veio o fi m do ca-samento com Zé Renato e, na aproximação com Egberto Gismonti, com quem fi cou 3 anos”.

O álbum mais recente de Wanderléa, de 2008, não foi intitulado “Nova Estação” por acaso. O conteúdo remete a essa fase mais arrojada e diversifi cada da década de 1970.

Por Lauro Lisboa Garcia

Mudanças sempre foram comuns

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. Os empresários Lia e Roberto Souza reuni-ram convidados e clientes, na quinta-feira no fi m de tarde, no salão Villa Angel, lançando os produtos da marca italiana Davines, uma das mais estreladas quando o quesito é tratamento capilar de alto resultado.

. Foi um ‘Champagne e Fruit Party’ com serviço do Le Lieu, no espaço privilegiadíssimo do com-plexo de beleza Villa Angel, que reúne o ‘Cabelo de Anjo’ e ‘Angel Hair’. Capítulo à parte para as fl utes de champagne servidas com morango ou lichia.

. O evento contou com a presença da ins-trutora da marca Davines no Brasil, que fez demonstrações dos produtos num grupo de

socialites presentes: todas aprovaram a linha e saíram embelezadas do salão! Vale lembrar que os produtos Davines, hidratam os cabelos e o corpo, ao mesmo tempo, com matéria-prima natural e embalagens recicladas. A festa aconteceu até a noite, com entra-e-sai de famosos locais.

>> Badalação movimenta o Villa Angel

MANAUS, DOMINGO, 14 DE OUTUBRO DE 2012

Fernando Coelho Jr.

A cantora Wanderléa que o

ou lichia.

. O evento contou com a presença da ins-trutora da marca Davines no Brasil, que fez demonstrações dos produtos num grupo de

socialites presentes: todas aprovaram a linha e saíram embelezadas do salão! Vale lembrar que os produtos Davines, hidratam os cabelos e o corpo, ao mesmo tempo, com matéria-prima natural e embalagens recicladas. A festa aconteceu até a noite, com entra-e-sai de famosos locais.

Lúcia Viana, Jéssica Tayah e Tânia Souto

Liza Melo, Alexandre Prata, Sandra Lúcia Saraiva e a fi lha Camila

Marilena Perales Ana Cláudia Tinoco e Lúcia Viana

Roberta BindáA instrutora interna-cional da Davines, Joy Suely YurtseverHebe e Eymar PereiraSônia JinkingsWaltinho Oliva Pinto

Gizella BologneseIoladinha Oliveira e Ilnah Cunha

Leofran, Gigi e

Jeff erson Cunha

Lia e Roberto Souza com o fi lho Victor Hugo, recebendo os con-vidados no Villa Angel

FOTOS: MAURO SMITH

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D3PlateiaMANAUS, DOMINGO, 14 DE OUTUBRO DE 2012

Festival Tuchaua começa dia 23De 23 a 26 de outubro, o

Teatro Direcional promove a segunda edição do Festival Tuchaua de Teatro Regio-nal, em comemoração ao aniversário de Manaus (dia 24 de ourtubro).

Todos os espetáculos es-colhidos são de companhias ou grupos do Amazonas. “O festival tem o compromisso com o artista local e por isso são produzidos por artistas da cidade, dando visibilidade ao talento regional. Os pre-ços são populares garantin-do o acesso da população aos espetáculos e na afirmação da identidade cultural do nosso povo”, disse o diretor do Teatro Direcional, Adria-no Gobeth.

Estarão em cartaz as peças “De 4 Pro Riso”, uma produ-ção coletiva de Nivaldo Mota, Arnaldo Barreto, Teatro Expe-rimental do Sesc Tesc e Cia. Artcena; “Sol a Sol”, Cia. Artce-na, “Senhora dos Afogados”, do Grupo de Teatro Origem e “A Paixão de Ajuricaba”, do Teatro Experimental do Sesc

(Tesc). Todos os espetáculos serão apresentados a partir das 21h. O ingresso por dia custa apenas.

Sinopses O projeto “De 4 Pro Riso”,

que acontecerá no dia 23 de outubro, contará com quatro esquetes com duração de 20 minutos e com estilos diferen-tes, porém com a mesma pro-messa de arrancar gargalhadas do público.

O espetáculo “De Sol a Sol”, montagem da companhia Ar-tcena, mostra a trajetória de uma família formada pelos ir-mãos Severino, Solidade, José, Jesuína e Maria de Lurdes. Após a morte da mãe, o irmão mais velho retorna de um longo pe-ríodo perambulando pelo sertão e tenta retomar o controle so-bre a família, com o intuito de manter todos unidos e lutando pela sobrevivência, numa das piores secas da história.

No dia 25, será apresentada “Senhora dos Afogados”. Nesta famosa obra de Nelson Ro-drigues, Moema, a filha mais

TEATRO

velha do Misael e D. Eduarda, guardava um amor pelo pai e resolveu afogar suas irmãs mais novas, Clarinha e Dora, para não dividir a atenção do seu pai com elas.

Por fim, “A Paixão de Ajuri-caba” encerra o festival dia 26. O espetáculo mostra um dos episódios das guerras indígenas ocorridas na Amazônia no sécu-lo 19, onde os índios, por meio de seu líder Ajuricaba, mobilizaram uma confederação de povos do rio Negro, resistindo contra a ocupação dos portugueses.

SERVIÇO2º FESTIVAL TUCHAUA DE TEATRO REGIONAL

Quando:

Onde:Classificação

Ingressos:

Informações:

23 a 26/10, às 21hTeatro Direcional14 anosR$ 10 (meia-en-trada)(92) 3342-8030

A montagem “A Paixão de Ajuricaba”, do Tesc, encerra o festival Tuchaua no próximo dia 26

DIVULGAÇÃO

Festival resgata ópera depois de quatro décadas“Cavalleria Rusticana” é um dos destaques da 11ª edição do Festival de Ópera do Theatro da Paz na capital paraense

Depois de 40 anos desde a sua última montagem, a ópera italiana “Cavalleria

Rusticana” volta a ser apre-sentada nos palcos paraenses. A obra é a escolhida para abrir a 11ª edição do Festival de Ópera do Theatro da Paz, no

próximo dia 17 de outubro. Na programação estão pre-vistos, também, os concertos de “João e Maria” e “Salomé”, de Richard Strauss.

Um dos principais aspec-tos do festival apontados pelo diretor é o resgate de um repertório tradicional. “A volta da Cavalleria é um exemplo disso. A primeira vez que foi montada aqui data de 1892,

um ano depois de sua criação. Outras apresentações foram feitas, mas a última já faz muito tempo”, diz. A “Cavalle-ria Rusticana”, de Pietro Mas-cagni, tem récitas nos dias 17, 19 e 20 de outubro, sempre às 20h. No “cast” estão os cantores Laura de Souza, Ri-naldo Leone, Alfa de Oliveira, Rodolfo Giugliani e Luciana Tavares. A regência será do

maestro italiano Gian Luigi Zampieri e a direção cênica de Iacov Hillel.

Wrona lembra que o evento conta com parcerias para garantir os resultados al-mejados em algumas mon-tagens. “No caso de “João e Maria” (dias 1º, 3 e 4 de novembro), por exemplo, cenário e figurinos foram cedidos pelo Teatro Muni-

cipal de São Paulo”, diz o maestro. Esta é primeira vez que a ópera “João e Ma-ria” será acompanhada por uma orquestra formada ex-clusivamente por crianças e adolescentes, que compõem a chamada Orquestra Jovem Vale Música. Em Manaus, quando da realização da 12ª edição do Festival Ama-zonas de Ópera (FAO), em

2008, o espetáculo foi pio-neiro na categoria infantil e também contou com o apoio do teatro paulistano.

IngressosA compra de ingressos

para todos os espetáculos do Festival de Ópera do The-atro da Paz pode ser fei-ta pelo e-mail bilheteriatp @supridados.com.br.

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

GUSTAV CERVINKAEquipe EM TEMPO

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‘Luau’ com ingressos no 2º lote Já estão disponíveis os in-

gressos do segundo lote para o “Luau Natiruts”, que acon-tecerá no próximo dia 23, na praia do Tropical Hotel. A festa está marcada para co-meçar às 22h e terá a banda Raimundos como convidada especial da noite.

Os passaportes para noite de rock e reggae estão à venda por R$ 40 (2º lote de pista estudante) e R$ 100 (1º lote da área VIP estudante), nas lojas Granada Beach (Ama-zonas Shopping e Manauara Shopping), Mr. Pizzo (aveni-da Pedro Teixeira, 931, Dom Pedro), Posto Arena (avenida Constantino Nery, em frente a Arena da Amazônia) e pelo site http://ingressosbuy.com/. O valor de pista pode ser pago uma vez no cartão Master ou no Visa, enquanto o pagamen-to para área VIP pode ser feito em duas vezes.

Quem for curtir a festa na área VIP contará com alguns benefícios: acesso diferencia-do, front stage, massoterapia, salão de beleza, internet, ba-

res e banheiros exclusivos.

Intimista O público amazonense vai

conhecer ao vivo os novos ar-ranjos da banda Natiruts para sucessos como “Andei só”, “Meu reggae é roots”, “Deixa o meni-

no jogar”, “Liberdade pra dentro da cabeça”, “Sorri, sou rei” e “Natiruts Reggae Power”. As canções compõem o novo tra-balho do grupo brasiliense, CD e DVD “Acústico no Rio de Janei-ro”, que também traz as inéditas “Supernova”, “Dentro da Música

SHOW

Para o show em Manaus, o Natiruts irá apresentar novas versões de seus sucessos

DIVULGAÇÃO

II” e “Já Chorei Demais”.A proposta do Natiruts vai

aproximar ainda mais o gru-po dos seus seguidores, em um clima intimista e repleto de experimentações durante uma hora e meia.

O grupo Raimundos exibirá o show “Clássicos do Vinil”, com hits do álbum “Lavô tá novo” e do CD “Ultraje a Rigor vs Raimundos”, entre outros. ROCK

Além do reggae do Na-tiruts, a noite contará com a banda Raimun-dos como convidada especial. Eles apresen-tarão o show w “Clás-sicos do Vinil”, com hits do álbum “Lavô tá novo”, entre outros

SERVIÇO‘LUAU NATIRUTS’COM NATIRUTS E RAIMUNDOS

Quando:Onde:

Ingressos:

Informações:

23/10Praia Tropical Hotel R$ 40 (pista) e R$ 100 (VIP) (ambos valores de meia-entrada)(92) 3648-6785

Timidez longe dos personagens O ator e humorista Rodrigo Sant’anna, que apresenta “Comício Gargalhada” hoje, no Teatro La Salle, fala sobre o seu jeito introvertido fora do palco

O ator e humorista Rodrigo Sant’anna volta a Manaus hoje com o show “Comí-

cio Gargalhada”. Personagens como Admilson, Valéria Vas-ques, Adelaide – a favelada, além de sátiras aos políticos brasileiros fazem parte do pro-grama, que tem uma hora de duração. Em entrevista ao EM TEMPO, o carioca comenta a relação entre profi ssão e su-cesso, a atuação com a amiga e também atriz, Thalita Carauta, além do show de hoje. O espe-táculo acontece no Teatro La Salle, a partir de 19h.

Diferentemente de seus personagens, ao conceder entrevista Rodrigo Sant’anna demonstra seriedade. Ele re-lata que viveu uma infância simples na favela carioca Morro dos Macacos, porém, nunca chegou a passar ne-cessidades. O ator afi rma que a simplicidade foi fundamen-tal para que seus trabalhos fossem reconhecidos - ele recebeu os prêmios como o de “Melhor Humorista”, arre-matado no concurso “Melho-res da TV 2011”. “Atribuo as repercussões a um trabalho árduo e à sorte, que sempre são necessários”, expressa.

Apesar da extroversão transmitida durante a ence-nação de suas personagens como a Valéria, que é um dos seus papéis principais, Rodrigo Sant’anna comenta que sempre foi tímido e que até hoje trabalha para que a vergonha não seja um obstá-culo nos palcos. “A timidez é um problema que ainda ten-

to controlar”, cita. Segundo o comediante, antes de optar pelas dramatizações chegou a cursar turismo e psicologia, mas não concluiu os estudos. “Não sei dizer, ao certo, em que momento o teatro entrou em minha vida, mas ele sempre pulsou mais forte”, expressa.

Segundo o comediante, o contato com Thalita Carauta,

que atualmente interpreta a personagem Janete em um programa humorístico tele-visivo, teve início durante as aulas de teatro. Sant’anna concluiu o curso aos 24 anos de idade, na Casa de Arte das Laranjeiras, período em que estreou junto com a amiga o espetáculo “Os Suburbanos”, onde além de atuar, também foi o autor e diretor do projeto. “Temos uma boa relação fora dos palcos também e isso é fundamental porque nos per-mite interagir, só vem somar com o trabalho”, afi rma. Ela dirige o espetáculo.

De acordo com o humorista, o bordão utilizado por Valéria (“Ai como eu tô bandida”) foi criado no teatro e ao iniciar o trabalho com a nova perso-nagem teve a ideia de fazer uma adaptação para a televi-são. “O primeiro texto era: “Ai como sou piranha”, como tem relação com a fi gura de Valéria pensamos em adequá-lo e deu certo”, informa.

EspetáculoUma mendiga, uma canto-

ra de axé, um homossexual obeso, além de Admilson, o ex-namorado de Lady Kate e Valéria. Essas e outras per-

sonagens compõem a lista de uma sátira aos comícios eleitorais, onde o voto não é obrigatório.

“A novidade desta edição é o ingresso de Valéria, que ago-ra, passa a fazer parte do quadro”, comenta .

SERVIÇOSHOW “COMÍCIO GARGALHADA” COM RODRIGO SANT’ANNA

Quando:Onde:

Quanto:

Hoje, às 19hTeatro La SalleR$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia) – postos de ven-da: Way Shop do Manauara e Leju do Parque 10

DESTAQUEUma mendiga, uma cantora de axé, um ho-mossexual obeso, além de Admilson, o ex-na-morado de Lady Kate e Valéria estão na lista de personagens que compõem o roteiro do espetáculo

A personagem Valéria é um dos principais su-cessos do ator e humorista Rodrigo Sant’anna

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dos personagens

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Políticas públicas para acultura sem transparênciaArtistas das artes cênicas do Norte comentam sobre as dificuldades que embargam o desenvolvimento cultural no país

A atriz e diretora da Anô-made Companhia de Teatro, de Rondônia, Jória Lima, acredita

que um dos principais obstá-culos para o desenvolvimento artístico e cultural do país é a falta de transparência para a seleção e acessibilidade do artista ao bem público. A atriz está em Manaus por ocasião da realização do 9º Festival de Teatro da Amazônia (FTA).

Segundo Jória, a experiência de pelo menos 25 anos na sea-ra teatral de Porto Velho (RO) denota ausência de apoios públicos para a produção de espetáculos. “Não temos leis de incentivo fiscal, tanto na esfera municipal quanto esta-dual. Tudo está em processo de criação, ainda”, diz.

Nascida em Manaus, Jória Lima mudou-se para a capital rondoniense aos nove anos de idade. Para ela, a realida-de vivida ali é relativamente distante do que percebe no Amazonas. “A verba destinada para a pasta da cultura do Rondônia é o mínimo. Prati-camente se resume em pa-gar os funcionários e ainda é dividido com a secretaria de esportes. Os espetáculos que

acontecem ou são financiados pelo terceiro setor ou por meio de programas do governo fe-deral”, comenta.

De acordo com ela, o poder público precisa olhar para as manifestações de arte como mercado cultural propriamen-te dito. “E fazer com que o dinheiro passe a circular, dan-do inclusive oportunidade de geração de emprego, ou seja, temos que rever esses concei-tos da arte como possibilida-des de riqueza”, afirma.

A companhia que Jória Lima dirige, por exemplo, pratica-mente sobrevive e apoia suas atividades maiores a partir da participação em editais nacionais, como é o caso do espetáculo “Álbum de família”, único representante do Norte que conquistou o prêmio do Ministério da Cultura (MinC) que previa a participação na mostra “A gosto de Nelson”, realizada no Rio de Janeiro para comemorar os 100 anos de nascimento do autor Nel-son Rodrigues. “As pessoas já acreditam que não vão ser contempladas pelos editais e nem tentam concorrer. Essa mentalidade também tem que mudar. Edital é público, é igual para todos”, explica. O espetá-culo foi uma das atrações do FTA, na última sexta.

Para o ator e diretor de teatro atuante em Boa Vis-ta (RR), Nonato Chacon, o que mais a classe busca melhorar é a diminuição de egos. “É preciso tam-bém pensar mais no todo e não no eu para não isolar as cidades. O Norte tem que se abraçar mais, se unir”, reflete o artista ao mesmo tempo em que con-testa a realização do FTA, cuja participação de outros estados na competição é ínfima. “A divulgação foi tardia para Roraima, por exemplo. Não temos aqui outra participação que não seja de Manaus ou de Porto Velho. Onde está o Acre, Tocantins, Pará? Não dá para dizer que é um fes-tival da Amazônia dessa forma”, instiga o ator que vive numa realidade onde sequer há palco de teatro para usufruir, uma vez que o único local da capital,

Teatro Carlos Gomes, está há três anos fechado para uma reforma que ainda nem começou.

A opinião de Chacon é compartilhada por Jória Lima. “O nosso grupo con-seguiu se inscrever, mas vários colegas da região não puderam participar por falta de tempo hábil para tal. Além disso, sa-bemos que há diferenças sobre pagamentos aos artistas que são daqui e os que vem de fora. Isso não estava previsto em edital e é equivocado, pois o ideal é a igualdade entre todos”, destaca.

Opiniões como as de Jória Lima e Nonato Chacon vão fazer parte do chamado “Fórum Políticas para o Teatro no Norte”, marca-do para hoje, às 15h, no Centro Cultural Palácio da Justiça (CCPJ), dentro da programação do 9º FTA.

Falta união da classe teatral

GUSTAV CERVINKAEquipe EM TEMPO

A atriz de Rondônia, Jória Lima, critica as seleções públicas

Programação9º Festival de Teatro da Amazônia

Além do “Fórum Polí-ticas para o Teatro no Norte”, a programação de hoje do 9º Festival de Teatro da Amazônia terá a apresentação da mon-tagem infantil “Aykunã e a árvore da sabodoria”, da Cia. Arte e Movi-mento Zona Cultural. O espetáculo, que será exibido às 10h, no Teatro Amazonas, conta a de Aykunã, uma índia ticuna e herdeira de ”Eware” que recebe uma grande missão de levar a últi-ma semente da árvore que dá frutos da vida à terra prometida.

À noite, no mesmo local, a mostra compe-titiva inicia às 20h com a peça “Rodriguianas Amazônicas”, do Teatro Experimental do Sesc (Tesc). O espetáculo flagra o patético e o absurdo cômico trágico das relações humanas sob o olhar do escritor Nelson Rodrigues.

Festival encerra nesta quarta-feira

SERVIÇO9º FESTIVAL DE TEATRO DA AMAZÔNIA

Quando:

Onde:Quanto:

8 a 17 de outu-bro - espetáculos infantis às 10h / espetáculos adultos às 20h.Teatro AmazonasR$ 10 (inteira) A peça “Rodriguianas Amazônicas” será apresentada hoje, às 20h, no Teatro Amazonas

Mostra Infantojuvenil Horário: 10hLocal: Teatro Amazonas

Data Espetáculo Grupo/ Artista14/10 Aykunã e a árvore da sabedoria Cia. Arte e Movimento Zona Cultural15/10 Lenda da Cobra Norato Narda Telles16/10 Chapeuzinho Amarelo Cia. Metamorfose17/10 E se essa rua fosse minha Grupo Baião de Dois

Mostra AdultoHorário: 20hLocal: Teatro Amazonas

Data Espetáculo Grupo/ Artista14/10 Rodriguianas Amazônicas Tesc15/10 Nós Média Ednelza Sahdo16/10 A Casa Bernada Alba AACA – Arte & Fato

Temas relacionados às políticas culturais serão discutidos no “Fórum Políticas para o Teatro no Norte”, realizado hoje

FOTOS: ARQUIVO EM TEMPO

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D6 Plateia MANAUS, DOMINGO, 14 DE OUTUBRO DE 2012

Programação de TV

5:00 Aventura Selvagem – Reprise5:30 Pesca Alternativa6:30 Brasil Caminhoneiro7:00 A Grande Ideia7:30 Vrum8:00 Programa da Manazinha – Local8:30 Chaves9:00 Sorteio Amazonas da Sorte – Local10:00 Domingo Legal14:00 Eliana18:00 Vamos Brincar de Forca18:40 Sorteio da Telesena18:45 Programa Sílvio Santos23:00 De Frente com Gabi0:00 Série - O Mentalista1:00 Série – Alvo Humano2:00 Série – Chase3:00 Encerramento de Emissora

SBT

GLOBO

REDE TV

4:45 Santa Missa em Seu Lar5:45 Sagrado: Compacto – Violên-cia Urbana5:55 Amazônia Rural6:25 Pequenas Empresas, Grandes Negócios7:00 Eleições 2012 – Giro Nacional7:05 Globo Rural8:05 Auto Esporte8:38 Esporte Espetacular11:30 Temperatura Máxima – “As Crônicas de Nárnia – O Príncipe Caspian”13:53 The Voice Brasil15:13 Globo Notícia – Eleições 201215:17 Domingão do Faustão19:30 Fantástico21:50 Domingo Maior – Até o Limite da Honra0:05 Sessão de Gala – “Irmãos de Sangue”

4:45 Bíblia Em Foco5:00 Nosso Tempo5:30 Desenhos Bíblicos7:00 Voto na Record – Local

TV CULTURA5:55 Abertura da Emissora/Hino Nacional6:00 Via Legal6:30 Brasil Eleitor7:00 Palavras da Vida8:00 Santa Missa9:00 Viola, Minha Viola9:30 Nova Amazônia – Local10:00 Escola Pra Cachorro10:15 Meu Amigaozão10:30 Turma do Pererê11:00 ABZ do Ziraldo11:30 Anima TV Tromba Trem11:45 Anima TV Carrapatos e Catapultas12:00 Turma do Pererê13:00 Dango Balango13:30 TV Piá14:00 Stadium15:00 Os Protetores do Planeta16:00 Ver TV17:00 De Lá, Pra Cá17:30 Cara e Coroa18:00 Papo de Mãe19:00 Conexão20:00 Esportvisão21:30 MPTV – Local (Reprise)22:00 Roda Viva Amazonas – Local (Reprise)23:00 Doc Especial0:00 Encerramento da Emissora/Hino Nacional

RECORD

6:30 Igreja Internacional da Graça – Local7:30 Igreja Internacional da Graça – Local8:55 Break obrigatório9:00 TV Shopping Manaus – Local10:00 Show de Ofertas da Cidade – Local10:30 TV Kids – Local11:00 Igreja Internacional da Graça – Local12:00 Fique Ligado – Local13:00 TV Kids – Local14:00 Encircuito – Local (Reprise)15:30 Amazonas Mix – Local16:00 Break obrigatório16:05 TV Kids16:45 Ritmo Brasil17:20 O Último Passageiro18:40 Super Bull Brasil19:40 Star Trek21:00 TV Shopping Manaus – Local (Reprise)22:00 Cine Total23:30 Dr. Hollywood0:15 É Notícia1:15 Bola na Rede1:45 Igreja Internacional da Graça – Local

1:48 Corujão – “Elipsis”

3:15 Sob Medida

4:00 Festival de Desenhos

11:15 Tudo É Possível14:00 Top Model – HD15:00 Programa do Gugu19:30 Domingo Espetacular – HD22:15 Repórter Record – Máfi a dos Cemitérios23:15 Série – Todo Mundo Odeia o Chris0:15 Programação IURD

“O Mentalista” é uma das séries que está na grade do SBT

HoróscopoGREGÓRIO QUEIROZ

ÁRIES - 21/3 a 19/4 Marte em bom aspecto com Urano indicam que você está disposto a lutar por seus sonhos mais idealistas. É tempo de afi rmar seus valores e construir mais sua identidade.

TOURO - 20/4 a 20/5 Um dia oportuno para lidar com situações de confl ito e com problemas graves. Pode sair ileso mesmo do contato com circuns-tâncias arriscadas. Mas também não abuse da sorte.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 É preciso encontrar espaços para a sua liber-dade em meio às tensões na vida a dois. Não se sinta pressionado em seus relacionamentos. Não se deixe oprimir pelos outros.

CÂNCER - 22/6 a 22/7 Um dia de ímpeto inovador no trabalho e na carreira profi ssional Você pode tomar atitudes mais ousadas, assumindo atitudes e soluções criativas a renovar sua atividade.

LEÃO - 23/7 a 22/8 Os interesses se direcionam para caminhos ousados. Bom momento para viagens e planejar novas empreitadas. É tempo de expandir relações afetivas e amorosas.

VIRGEM - 23/8 a 22/9 É favorável livrar-se de vínculos com o passa-do. Momento positivo para lidar com relações delicadas e situações perigosas Apesar do risco, conseguirá uma boa solução.

LIBRA - 23/9 a 22/10 As ações em cooperação permitem maior ousadia e favorecem as mudanças. A em-polgação é grande com algumas pessoas, trazendo benefícios para suas atividades.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11 É tempo de ousar e renovar. Um dia de grande dinâmica para o trabalho e os ne-gócios. Somente cuidado com negócios de risco e especulativos; nestes, você pode se dar mal.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12 Um dia de empolgação na vida amoro-sa e nas atividades empreendedoras e criativas. Seja mais pessoal e marque presença, mostrando a força de seus talentos naturais.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1 Um dia para você se livrar de sua história passada, abrindo campo para tomar ati-tudes novas. Momento de autoafi rmação da individualidade.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2 Dia estimulante para as amizades e para o convívio com aqueles com quem reparte suas ideias e estilo de vida. Possível con-fusão nas relações que envolvam dinheiro e negócios.

PEIXES - 19/2 a 20/3 Momento de dar batalha em direção às metas e conquistas principais. Você sairá vitorioso. Hoje é um dia positivo para se ocupar com as questões materiais e fi nanceiras.

CruzadinhasCinema

ESTREIAREPRODUÇÃO

Até Que a Sorte Nos Separe - 12 anos. Cinemark 5 – 13h30, 15h50, 17h10, 18h10, 19h30, 20h40, 22h (diariamente) e 23h (somente sexta-feira e sábado); Playarte 5 – 13h30, 15h45, 18h e 20h15 (diariamente) e 22h30 (somente sexta-feira e sá-bado); Playarte 6 – 12h30, 14h45, 17h, 19h15, 21h30 (diariamente) e 23h45 (somente sexta-feira e sá-bado); Playarte 7 – 12h31, 14h46, 17h01, 19h16, 21h31 (diariamen-te) e 23h46 (somente sexta-feira e sábado).

Hotel Transilvânia - Livre. Ci-nemark 3 – 13h20, 15h30, 17h40,

20h (dub/diariamente); Cinemark 6 – 14h10, 16h30, 18h50, 21h10 (3D/dub/diariamente) 12h (3D/dub/sex, sab e dom) e 23h30 (3D/dub/so-mente sexta-feira e sábado); Playarte 1 – 13h, 15h, 17h, 19h, 21h (3D/dub/diariamente) e 23h59 (3D/dub/sex e sáb).

Busca Implacável 2 - 14 anos. Cinemark 4 – 12h50, 15h10, 17h30, 20h20, 22h30 (dub/diariamente).

Os Mercenários 2 – 16 anos: Playarte 10 – 12h, 14h10, 16h20, 18h30, 20h40 (dub/diariamente) e 22h50 (dub/sex e sáb).

Ted – 16 anos: Cinemark 8 – 17h20, 19h50, 22h20 (dub/diariamente).

O Diário de Tati – Livre: Cine-mark 2 – 13h e 15 (diariamente); Playarte 2 – 12h45, 16h55, 21h05 (diariamente).

Looper – Assassinos do Futuro – 16 anos: Cinemark 3 –22h10 (dub/diariamente); Playarte 8 – 18h50, 21h20 (dub/somente de sábado a quinta-feira) e 23h50 (dub/somente sábado).

E a Vida Continua – 10 anos: Playarte 2 – 14h45, 18h55 (diaria-

mente) e 23h05 (somente sexta-feira e sábado).

Projeto Dinossauro – 12 anos: Playarte 9 – 15h15, 19h25 (dub/dia-riamente) e 23h35 (dub/sex e sáb).

As Aventuras de Agamenon – O Repórter – 14 anos: Cinemark 8 – 13h50 (diariamente).

Billi Pig – 12 anos: Playarte 8 – 16h40 (diariamente).

Poder Paranormal – 12 anos: Playarte 9 – 12h55, 17h05, 21h15 (leg/diariamente).

CONTINUAÇÕES

Procurando Nemo 3DLivre. EUA. O passado reserva tristes memórias para Marlin nos recifes de coral, onde perdeu sua esposa e toda a ninhada. Agora, ele cria seu único fi lho, Nemo, com todo o cuidado do mundo, mas o pequeno e simpático peixe-palhaço acaba exagerando durante uma simples discussão e acaba sendo capturado por um mergulhador. Agora, o pai superprotetor precisa entrar em ação e parte numa busca incansável pelo mar aberto, na es-perança de encontrar seu amado fi lhote. No meio do caminho, ele acaba conhecendo Dory e, juntos, a dupla vai viver uma incrível aventura. Enquanto isso, Nemo também vive uma intensa experiência ao lado de seus novos amigos habitantes de um aquário, pois eles precisam ajudá-lo a escapar do destino que lhe foi reservado: ir parar nas mãos da terrível Darla, sobrinha do dentista que o capturou. Cinemark 7 - 14h20, 16h50, 19h20, 21h50 (dub/diariamente) e 12h10 (dub/sex,sab e dom).

PRE ESTREIA

A Entidade14 anos. EUA. Ellison (Ethan

Hawke) é um escritor de ro-mances policiais que acaba de se mudar com a família. No sótão da nova casa ele des-cobre antigos rolos de fi lme, que trazem imagens de pessoas sendo mortas. Intrigado com o que elas representam e com um estranho símbolo presente nas imagens, ele e sua família logo passam a correr sério risco de morte. Playarte 3 - 12h31, 14h41, 17h01, 19h21, 21h41 (leg/dia-riamente) e 23h58 (leg/sex e sab); Playarte 4 - 12h30, 14h40, 17h, 19h20, 21h40 (leg/diaria-mente); Cinemark 1 - 12h30, 14h40, 17h, 19h20, 21h40 (dub/diariamente).

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D7PlateiaMANAUS, DOMINGO, 14 DE OUTUBRO DE 2012

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

Otto coloca CD para downloadO cantor pernambucano

Otto, em parceria com o portal Natura Musical oferece, com exclusividade, mais uma mú-sica do seu novo trabalho, o “The Moon 1111”. A faixa que dá título ao álbum tem par-ticipação especial de Fábio Trummer da banda Eddie e já está disponível para downlo-ad legal e gratuito na seção “Para Baixar” no site ofi cial da empresa: www.naturamu-sical.com.br.

“The Moon 1111”, que está previsto para chegar às lojas no dia 11/11 – fazendo uma clara alusão ao nome do dis-co, inspirado pela data – foi um dos projetos selecionados no edital nacional 2011 e tem o patrocínio Natura, por meio do programa Natura Musical. O show de estreia, que foi aberto ao público, ocorreu na última sexta-feira,

em São Paulo, na praça Vitor Civita, que tem capacidade para duas mil pessoas. Em novembro, também com pa-trocínio do Natura Musical, Otto vai a Recife para mais um show.

A inspiração para o sexto álbum da carreira do can-tor veio da personagem Guy Montag, do fi lme “Farenheit 451” (1966), do cineasta pa-risiense François Truff aut, ba-seado em romance de Ray Bradbury, em que bombeiros queimam livros no lugar de apagar incêndios. O artista bebe também da psicodelia do grupo Pink Floyd, mais especifi camente do disco “The Dark Side of The Moon”. Apostando na estética brega-romântica, “The Moon 1111 “tem a produção de Pupillo, e as participações de Den-gue, do guitarrista Fernando

Catatau, do músico Kassin, entre outros.

ProjetoO programa de apoio à

cultura brasileira da Natura com foco em música, que atua por meio de diferentes fren-tes, como os editais públicos, visa selecionar projetos de diferentes formatos e está-gios da produção cultural por

meio das Leis Rouanet ou do Audiovisual; a Seleção Dire-ta, que contempla propostas adequadas ao conceito do programa e de grande re-levância e inovação, sem a obrigatoriedade das leis de incentivo; as turnês nacionais de artistas reconhecidos do grande público e da crítica especializada e os Festivais.

Lançado em 2005, o pro-grama benefi ciou projetos de diferentes estágios e processos da música brasi-leira patrocinando mais de 170 projetos em todas as edições de edital público e seleção direta. Ao todo, 17 Estados das cinco regiões do Brasil foram contemplados e mais de 600 mil pessoas benefi ciadas. Saiba mais no portal www.naturamusical.com.br ou nas redes sociais do programa.

MÚSICA

INSPIRAÇÃOA inspiração para o sexto álbum de car-reira do cantor Otto, veio da personagem Guy Montag do fi lme “Farenheit 451”, lan-çado em1966, dirigido pelo cineasta francês François Truff aut

O cantor nordestino Otto realizou o lançamento do disco inédito “The Moon 1111” na última sexta-feira, em São Paulo

DIVULGAÇÃO

Cristian Chavez lança o DVD ‘Esencial’ em Manaus

“Esencial”. A palavra ba-tiza o novo show e DVD do artista mexicano Christian Chávez, que será apresen-tado em Manaus, quinta-feira, no palco do Teatro Direcional. Além do show, o cantor tem uma agenda fechada durante quase todo o dia, incluindo almoço com fãs. Chávez é egresso de um dos grupos mais famosos e arrebatadores de seguido-res, RBD, que inspirou até novela de televisão, em ver-são brasileira.

AcessoA organização do evento

divulga que existem vários tipos de ingressos para prestigiar o cantor mexi-cano. O mais completo é o acesso “super premium”, que dá direito a um almoço e participação em convivên-cia exclusiva com Christian Chávez por 40 minutos. Além disso, quem comprar passaporte nessa categoria vai receber um exemplar do novo DVD/CD autografados

pelo artista. As condições contemplam, ainda, que o fã tenha o direito de participar individualmente do “Meet” (um encontro cerca de duas horas antes do show pro-priamente dito), com a pos-sibilidade de tirar fotos com Chávez, que serão feitas pela fotógrafa ofi cial da Casa da Música, empresa responsá-vel pela turnê brasileira. As fotos ofi ciais serão disponi-bilizadas no site www.fl ickr.com/casamusica, 15 dias após o termino da turnê.

Christian Chavez alcan-çou sucesso mundial com o grupo RBD, que acabou no fi m de 2008. “Tu amor” foi seu principal sucesso den-tro do grupo, ganhando des-taque como um dos singles mais premiados, ganhando o título de “melhor canção internacional” na França, em 2007. O primeiro álbum solo veio em 2010, chama-do “Almas transparentes”, que foi durante quatro se-manas o mais vendido em vários países.

SHOW

O cantor mexicano fará show no Teatro Direcional, quinta

REPRODUÇÃO

Pla, DOMINGO, 14 DE OUTUBRO DE 2012

Assim foi a apresentação do padre Fábio de Melo, na Arena Amadeu Teixeira, assinada pela Oba Eventos. O lugar transpirou emoção quando o padre falou do amor de mãe – o mais simples e verdadeiro que existe no mundo –, falou do bem mais precioso que temos de cuidar que é a amizade, família e Deus. Aliás, os sermões de Fábio de Melo, durante o show “No meu interior tem Deus”, nos ensinam a cultivar os sentimentos de fé, compaixão, amor e amizade. Creia: foi uma noite de refrigério com a presença do nosso Deus. Simplesmente abençoador. Confi ra os confetes-com-fl ashes de quem aterrissou pelo “Espaço VIP” – com o serviço da grife Empório dos Reis – comandado pela coluna durante o festim religioso.

::::: Show de louvor e fé

Manuela e Debora Boscá, Irlane Abrahão, Patrícia Akel mais Dalva Lima e Fabiola Moraes

durante o show “No meu interior tem Deus”, nos ensinam a cultivar os sentimentos de fé, compaixão, amor e amizade. Creia: foi uma noite de refrigério com a presença do nosso Deus. Simplesmente abençoador. Confi ra os confetes-com-fl ashes de quem aterrissou pelo “Espaço VIP” – com o serviço da grife Empório dos Reis – comandado pela

Eliane Schneider André Souza Jr. e sua Fabiana

Irlândia e Dias AraújoZélia Dantas

Gustavo Sena

O efi ciente Ivan Freitas, responsável por cuidar do setor VIP

Caroline Carneiro, Lúcia Rosas e Simone TrigueiroLiege e Moramay AraújoTaline Knipthff e Érica AraújoAndres Pascoal e sua MicheleCris Perrone, Marlessandra Fernandes e Carliette de Oliviera

Fafá Araújo e Djalma Pinheiro

Geyna Brelaz e Mara Santos

Juliana Barroso, Rubens Rangel e Dacy Venâncio

Mônica Bonfi m Cláudia Bernardino e sua mamma Dina

FOTOS: MANOEL NETTO

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D8 Plateia MANAUS, DOMINGO, 14 DE OUTUBRO DE 2012

Dias Gomes era tido como inconformista e questionador

Livro, que será lançado por suas filhas Luana e Mayra, mostram mais detalhes da vida de um dos maiores escritores e dramaturgos que o país já conheceu

Dias Gomes ganha obra com seus depoimentos

“Inconformista”. Esse é o adjetivo que o baiano Alfredo de Freitas Dias Gomes

(1922-1999), autor de “O Pa-gador de Promessas”, “O Bem-Amado” e “Roque Santeiro” - peças que viraram novelas - usava com orgulho para falar de sua obra e de si. “Meu tea-tro, como tudo que escrevo, é inconformista. Quando você se conforma, não há por que escrever mais. Se você está de acordo com tudo, não há razão para ocupar o tempo de ninguém”.

A declaração dada ao pro-grama “Roda Viva”, em 1995,

é uma das que estão no livro “Dias Gomes”, uma compila-ção de depoimentos organi-zada por suas filhas Luana e Mayra Dias Gomes, que será lançada na próxima sexta-feira, quando o dramaturgo completaria 90 anos. “Montar este livro foi uma maneira que eu e minha irmã encontra-mos de conhecê-lo melhor”, diz Mayra, filha de Dias com sua segunda mulher, a atriz Bernadeth Lyzio; ela tinha 11 anos (sua irmã Luana, 8) quando o pai morreu, em um acidente numa corrida de táxi em São Paulo.

Segundo Mayra, o autor

deixou caixas lotadas de re-portagens e textos, incluindo trabalhos inéditos “que pro-vavelmente virão à tona nos próximos anos”. Criador de uma série de personagens que perduram no imaginário popular com seus trejeitos e bordões - Sinhozinho Malta e Viúva Porcina (de “Roque San-teiro”), Odorico Paraguaçu (de “O Bem-Amado”), Tucão (de “Bandeira 2”) etc -, Dias, pai da telenovela genuinamente brasileira, era primordialmen-te um homem de teatro.

InícioComeçou a escrever aos

15 anos e foi encenado pela primeira vez aos 19, quan-do Procópio Ferreira montou “Pé-de-Cabra” (1942), que foi sua primeira obra censurada. Socialista até o fim da vida, filiado ao Partido Comunista, imprimiu à sua produção um tom de crítica política e sátira social que lhe renderia fama e perseguição. Com a decre-tação do AI-5 em 1968, “ficou impossível exercer qualquer atividade cultural neste país”, o que o levou à TV. “Lá era o único local em que poderia trabalhar para sobreviver”, disse em entrevista presente no livro de suas filhas.

Com sua entrada na Globo, em 1969, cole-gas comunistas acu-saram-no de estar se vendendo. “Houve um certo patrulhamento, mas não de pessoas que eu respeitasse”, disse no “Roda Viva”. Dias considerou que teve liberdade para criar: “Sempre escre-vi sem intervenção nenhuma. Quer di-zer, eu podia ser um som dissonante den-tro da Globo, como era “O Bem-Amado”, que passava alguma crítica ao regime”. Usou o espaço que teve para revolucio-nar a teledramaturgia, impondo a temática brasileira e o “realis-mo crítico” às novelas, quase todas adapta-ções de suas peças.

Também inaugurou a novela em cores com “O Bem-Amado” (1973), que está sen-do relançada em caixa de dez DVDs (R$ 165, Globo Marcas); intro-duziu ainda o realismo fantástico na TV, com “Saramandaia” (1976), que vai ser refeita pela Globo como sua próxi-ma novela das 23h.

Seu aniversário, na próxima sexta, será co-memorado em evento na Associação Brasi-leira de Imprensa, no Rio, organizado por uma de suas filhas com a novelista Jane-te Clair (1925-1983), a violoncelista Denise Emmer. “Estou bolando a homenagem há mais de um ano. Acho que meu pai está bastante esquecido, principal-mente como homem de teatro”.

ParódiaPara ela, se seu pai

estivesse vivo, “esta-ria à tarde assistindo ao mensalão na TV”. Inconformista, encon-traria material farto no julgamento. “E faria uma paródia da situa-ção política atual, com bastante imaginação”.

Por Marco Aurélio Canônico

Acusaçõesao entrar para a TV

REPRODUÇÃO

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