em tempo - 10 de maio de 2015

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VENDA PROIBIDA EXEMPLAR DE ASSINANTE PREÇO DESTA EDIÇÃO R$ 2,00 ANO XXVII – N.º 8.708 – DOMINGO, 10 DE MAIO DE 2015 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO O JORNAL QUE VOCÊ LÊ MÁX.: 29 MÍN.: 24 TEMPO EM MANAUS DENÚNCIAS • FLAGRANTES 98116-3529 FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ELENCO, CURUMIM, IMÓVEIS&DECOR. Dos menores que já passaram pelo abrigo “O Coração do Pai”, 23 foram adotados e 32 reinseridos nas famílias de origem. Porém, ain- da existem 32 crianças cheias de esperança aguardando uma vida nova. Dia a dia C4 e C5 À ESPERA DE UMA VIDA NOVA O jornalzinho celebra o Dia das Mães e conta que a ideia partiu de Anna Jarvis, uma me- nininha que, ao perder sua mãe, lutou para criar um dia dedicado a todas as mães. Curumim CURUMI M COMEÇOU O BRASILEIRÃO O PERIGO NAVEGA AO LADO VIAS FLUVIAIS ESTÃO SERVINDO DE CENÁRIO PARA QUADRILHAS DE PIRATAS E OS CHAMADOS “BAR- RIGAS D’ÁGUA”. EMBARCAÇÕES QUE TRAFEGAM PELOS RIOS DO AMAZONAS TÊM ATRAÍDO CADA VEZ MAIS A ATENÇÃO DE CRIMINOSOS QUE MIRAM NÃO SÓ O FURTO DE MERCADORIAS COMO TAMBÉM TRÁFICO DE DROGAS, PESSOAS E ANIMAIS SILVESTRES. ECONOMIA B4 E B5 E DIA A DIA C2 E C3 A duquesa Kate Middleton (foto) surpreendeu a todos ao sair da mater- nidade 10 horas depois de dar à luz a princesa Charlotte, graças aos benefí- cios do parto normal. Elenco 10 MÃE POR PARTO NATURAL ELENCO O nome do humor no momento é Paulo Gustavo (foto). Criador de perso- nagens como D. Hermínia, ele conta o que mudou na sua vida após a fama e seus próximos projetos. Plateia D1 HUMOR QUE DÁ CERTO PLATEIA RICARDO OLIVEIRA DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO RAIMUNDO VALENTIM POLÍCIA COMBATE PIRATAS NOS RIOS DO AMAZONAS Abrigo tem 32 crianças esperando por novas famílias O São Paulo recebe o Flamen- go em jogo válido pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro 2015. Pódio E5 ROSBERG DE NOVO No treino classificatório para o Grande Prêmio da Espanha, o alemão superou o companheiro de Mercedes, Lewis Hamilton. Última Hora A2

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: EM TEMPO - 10 de Maio de 2015

VENDA PROIBIDA

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EXEMPLARDE

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PREÇO DESTA EDIÇÃO

R$

2,00

ANO XXVII – N.º 8.708 – DOMINGO, 10 DE MAIO DE 2015 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO

O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

MÁX.: 29 MÍN.: 24TEMPO EM MANAUS

DENÚNCIAS • FLAGRANTES

98116-3529

FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ELENCO, CURUMIM, IMÓVEIS&DECOR.

Dos menores que já passaram pelo abrigo “O Coração do Pai”, 23 foram adotados e 32 reinseridos nas famílias de origem. Porém, ain-da existem 32 crianças cheias de esperança aguardando uma vida nova. Dia a dia C4 e C5

À ESPERA DE UMA VIDA NOVA

O jornalzinho celebra o Dia das Mães e conta que a ideia partiu de Anna Jarvis, uma me-nininha que, ao perder sua mãe, lutou para criar um dia dedicado a todas as mães. Curumim

CURUMIM

COMEÇOU O BRASILEIRÃO

O PERIGONAVEGA AO LADO

VIAS FLUVIAIS ESTÃO SERVINDO DE CENÁRIO PARA QUADRILHAS DE PIRATAS E OS CHAMADOS “BAR-RIGAS D’ÁGUA”. EMBARCAÇÕES QUE TRAFEGAM PELOS RIOS DO AMAZONAS TÊM ATRAÍDO CADA VEZ MAIS A ATENÇÃO DE CRIMINOSOS QUE MIRAM NÃO SÓ O FURTO DE MERCADORIAS COMO TAMBÉM TRÁFICO DE DROGAS, PESSOAS E ANIMAIS SILVESTRES. ECONOMIA B4 E B5 E DIA A DIA C2 E C3

A duquesa Kate Middleton (foto) surpreendeu a todos ao sair da mater-nidade 10 horas depois de dar à luz a princesa Charlotte, graças aos benefí-cios do parto normal. Elenco 10

MÃE PORPARTO NATURAL

ELENCO

O nome do humor no momento é Paulo Gustavo (foto). Criador de perso-nagens como D. Hermínia, ele conta o que mudou na sua vida após a fama e seus próximos projetos. Plateia D1

HUMOR QUE DÁ CERTO

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POLÍCIA COMBATE PIRATAS NOS RIOS DO AMAZONAS

Abrigo tem 32 crianças esperando por novas famílias

O São Paulo recebe o Flamen-go em jogo válido pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro 2015. Pódio E5 ROSBERG

DE NOVONo treino classifi catório para o

Grande Prêmio da Espanha, o alemão superou o companheiro de Mercedes, Lewis Hamilton. Última Hora A2

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Page 2: EM TEMPO - 10 de Maio de 2015

A2 Última Hora MANAUS, DOMINGO, 10 DE MAIO DE 2015

Medida provisória 660/14, que garante a reestruturação dos servidores da autarquia, não passou pelo crivo da mandatária, que alega o ajuste fiscal das contas do governo

MP da Suframa é vetada pela presidente Dilma

Servidores da Suframa têm realizado protestos por seus direitos

Depois de ter sido apro-vada por unanimida-de no Senado, a Me-dida Provisória (MP)

nº 660/2014 teve a emenda que garante a reestrutura-ção dos servidores da Supe-rintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) vetada pela presidente da República, Dilma Rousseff (PT), na noite da última sexta-feira.

A decisão do Executivo fede-ral, em sintonia com as medi-das de ajuste fiscal implemen-tadas neste ano foi confirmada pelo senador e ex-governador do Amazonas, Omar Aziz (PSD), em seu perfil no Facebook.

Omar se mostrou solidário aos servidores da autarquia e disse que iria lutar no Senado para derrubar o veto presiden-cial. “Não concordo, não acei-to. Vou lutar no Senado para derrubar esse veto. Essa atitu-de é uma injustiça com quem produz. Uma injustiça que pre-cisa ser corrigida”, indignado comentou o senador.

Além de Omar Aziz, ne-nhum outro parlamentar amazonense se manifestou até o momento sobre o veto da presidente.

Consultado pelo EM TEMPO há uma semana, o Sindicato dos Servidores da Suframa (Sindiframa) já havia manifes-

tado temor de que o governo federal tomasse essa medida para evitar o eventual efeito cascata sobre outras catego-rias que pedem reajustes.

Diante da decisão da presi-dência, a entidade convocou uma reunião ainda na noite de sexta-feira para definir o que a categoria fará a partir de agora, embora o sindicato já tenha sinalizado com a possibilidade de uma nova greve, caso o aumento fosse vetado.

Em ocasião anterior, o di-retor do Sindiframa, Gilvane Paiva, disse ao EM TEMPO que, nesse caso, o sindicato tam-bém trabalharia para que os parlamentares derrubassem o veto assim que a MP voltasse ao Congresso Nacional.

Impacto discutívelAprovado pelo Senado, de-

pois de passar por maioria na Câmara dos Deputados, a MP 660/2014 foi a saída mais viável para reenqua-drar a folha dos funcionários da Suframa.

O texto original dispõe so-bre as tabelas de salários, vencimentos, soldos e demais vantagens aplicáveis aos servidores civis, aos milita-res e aos empregados oriun-dos do ex-Território Federal de Rondônia.

O impacto do reajuste da Suframa, ora vetado era projetado em R$ 50 mi-lhões, mas segundo o autor da proposta que busca a reestruturação dos ven-cimentos dos servidores

da Suframa, o deputado federal Pauderney Avelino (DEM), a verba viria dos próprios recursos contin-genciados da autarquia federal, estimada em R$ 1 bilhão.

Verba viria de recursos próprios

Nico Rosberg é pole e larga em primeiro hoje

São Paulo (Folhapress) - Nico Rosberg, da Merce-des, conquistou, ontem, sua primeira pole position no ano e vai largar na frente no GP da Espanha de F-1. A quinta etapa do Mundial será realizada hoje, às 9h.

Lewis Hamilton comple-tou a dobradinha da Mer-cedes, que havia dominado os treinos livres, com o se-gundo lugar. O inglês vinha

de uma sequência de quatro poles na temporada.

Felipe Massa, da Willia-ms, entrou na etapa final do treino em quarto lugar. Ele optou por fazer apenas uma volta rápida no Q3, mas encontrou a pista em condições piores e conse-guiu apenas o nono lugar. O companheiro do brasilei-ro, Valtteri Bottas largará em quarto.

GP ESPANHA

Campanha quer alcançar 400 mil pessoas em Manaus

Com a meta de imuni-zar 394.184 pessoas em Manaus foi lançado neste sábado a 17ª Campanha de Vacinação contra a In-fluenza (gripe). As equipes de profissionais da saúde, cerca de 4,5 mil agentes, se dividiram em aproximada-mente 929 postos de vaci-nação, entre pontos fixos e volantes. A abertura oficial aconteceu na Unidade Bási-ca de Saúde (UBS) Balbina Mestrinho, localizada no bairro Cidade Nova, Zona Norte da capital.

O público-alvo, segundo a Secretaria Municipal de Saú-de (Semsa) foi classificado entre crianças menores de 6 meses a 4 anos e 11 meses,

idosos a partir de 60 anos e pessoas com doenças crôni-cas não transmissíveis e ou-tras condições clínicas espe-ciais; a população privada de liberdade; e os funcionários do sistema prisional.

Para o secretário da Sem-sa, Homero de Miranda Leão a meta é atingir 80% do público-alvo e a prioridade são grupos considerados de alto risco. “A prioridade para a vacinação contra a gripe são os grupos considerados de alto risco, ou seja, pes-soas que têm mais chances de desenvolver algum tipo de complicação grave ou mesmo evoluir para o óbi-to por causa da doença”, alertou o secretário.

INFLUENZA

DIVULGAÇÃO

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Page 3: EM TEMPO - 10 de Maio de 2015

MANAUS, DOMINGO, 10 DE MAIO DE 2015 A3Opinião

A polícia não aceita provocação de professor: baixa o pau. E quando levanta, baixa de novo, como aconteceu em Curitiba, com uma baixa de mais de 200 professores fora de combate, feridos, humilhados e com o governador Beto Richa (PSDB), esfregando as mãos limpas e dizendo: “Quem manda falar mal do governo?”. Mas não é só a polícia que exercita os músculos nessa malhação. Os alunos também estão desenvolvendo um ódio, como não se tinha notícia antes, de professores.

Um professor de Rio Claro (SP) foi agredido por um aluno do primeiro ano do ensino médio du-rante uma aula. Em greve desde a semana passada, o professor voltou a dar aulas nesta semana. O aluno atrapalhava a aula e o professor pediu para que ele se retirasse e se dirigisse à diretoria. Ao sair da sala, o estudante pegou um tijolo de concreto e atirou no professor, quebrando-lhe o nariz e ferindo uma aluna, que não tinha nada a ver com aquela desavença.

Em Manaus, nesta semana, professor, que tentava separar uma briga entre estudantes, dentro do colégio, levou um soco na cara. Antes dessa ocorrência corriqueira, outro professor fora espancado dentro da sala de aula da Universidade Federal do Amazonas, não por um aluno, mas por um “cidadão” que invadiu e saiu do campus, sem ser importunado, em nenhum momento do seu ato criminoso.

No Acre, foi a vez da reitoria da universidade federal proibir eventos dentro dos campi, sem apresentar motivos concretos, segundo uma carta que circula na internet, com o texto da proi-bição e a resposta de um professor indignado. Esses “boletins de ocorrências” estão fi cando cada vez mais frequentes. A sociedade está irada e precisa de bodes expiatórios. Escolheram os professores como sacos de pancada.

Contexto3090-1017/8115-1149 [email protected]

Para o senador Omar Aziz (PSD–AM), o único a reagir contra o veto da presidente Dilma ao enquadramento de carreira dos funcionários da Suframa que estava na MP 660. “Não concordo, não aceito. Vou lutar no Senado para derrubar esse veto. Essa atitude é uma injustiça com quem produz, uma injustiça que precisa ser corrigida”, bateu Aziz.

Reação do senador Omar

APLAUSOS VAIAS

Cidade refém

Infelizmente Manaus vem sendo sacudida por uma onda de violência.

Em 48 horas foram regis-tradas 15 execuções.

Durante entrevista ao EM TEMPO Online, o secretário de Segurança, Sérgio Fontes, lamentou:

— Nós estamos muito en-tristecidos com essa situa-ção. Não é o que queremos para a nossa cidade.

Policial bandido

Pelo menos, em relação ao vídeo dos policiais es-pancando os adolescentes, Sérgio Fontes garantiu que as providências já foram tomadas.

— Os policiais militares já foram identifi cados e afastados de suas funções – disse.

O braço de Braga

Luiz Eduardo Barata é o novo homem de confi ança do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga.

Braga convidou o ex-pre-sidente da Câmara de Co-mercialização de Energia Elétrica (CCEE) para ser o secretário-executivo da pas-ta, em substituição a Márcio Zimmermann.

Era o cara

Zimerman já foi o cara do ministério.

Comentava-se até que, no tempo de Edson Lobão, quem mandava era ele.

Distância

Mas Zimmermann saiu por cima.

Deixa o ministério para assu-mir a presidência da Eletrosul, subsidiária da Eletrobras.

Confi ssões de Lula

O livro-reportagem “Una oveja negra al poder”, sobre o governo de José Mujica, traz à tona uma “confi ssão” que o ex-presidente Luiz Iná-cio Lula da Silva teria feito ao ex–presidente do Uruguai em 2010, e está causando o maior bafafá.

Ele sabia

Mujica relembra um dos en-contros que teve com Lula.

Na ocasião eles falaram so-bre o escândalo do mensalão – compra de apoio político – e Lula teria dito que aquela era “a única forma de governar o Brasil”.

Angústia e culpa

No entanto, Mujica diz que “Lula não é um corrupto como (Fernando) Collor de Mello e outros ex-presidentes brasi-leiros”.

— Mas viveu esse episódio (do mensalão) com angústia e um pouco de culpa.

Coisas imorais

De acordo com o relato de Mujica, quando o assunto veio à tona, numa reunião Lula lhe teria dito textual-mente:

— Neste mundo tive que lidar com muitas coisas imo-

rais, chantagens.

Única forma

Para logo em seguida, emen-dar:

— Essa era a única forma de governar o Brasil.

Segundo Mujica, o ex-vice-presidente uruguaio Danilo Astori estava na sala e tam-bém ouviu a “confi ssão” do petista.

Humor indigesto

Piadinha de mau gosto que circulava nesta sexta-feira:

— Coari entrou na listagem emergencial da Defesa Civil!

— Pela quantidade de es-cândalos?

— Não, por conta da en-chente!

Situação dramática

A coisa é séria.Com Coari, agora são 21

municípios em situação de emergência, devido à cheia das calhas do Juruá, Purus e Solimões.

Calamidade

Aliás, são 20 em Situação de Emergência e um em Es-tado de Calamidade Pública, que é Boca do Acre.

Alimentos

O governo do Estado, por meio da Defesa Civil já desti-nou às cidades 374 toneladas de alimentos não perecíveis.

Isso vai garantir a proteção alimentar dos ribeirinhos, que nesta época fi cam com a produ-ção agrícola comprometida.

Para o veto da presidente Dilma Rousseff (PT) às emendas da PEC que resgatavam os salários dos servidores da Suframa, na san-ção da Medida Provisória 660. A informação foi divulgada pelo senador Omar Aziz (PSD) em sua página no Facebook.

Veto da presidente Dilma

Como CONTEXTO já publicou em edições passadas, Manaus só é destaque no Jornal Nacional quando a notícia é negativa.

A última, na sexta-feira, envergonhou nossa cidade e nosso povo. O JN veiculou o vídeo que circulou nas redes sociais, denunciando atos de abuso

de poder de três policiais militares, espancando três adolescentes.

Olha nós no Plim, Plim!

[email protected]

Professor ou saco de pancada?

A leitura de revistas e de outros periódicos é um hábito que há muito tempo me acompanha. Tão antigo que acredito já se ter consubstan-ciado em verdadeiro vício.

Dele não abro mão porque, assim como as grandes obras literárias nos põem em contato com o mais ele-vado plano da criação verbal, essas publicações trazem até nós o puro e autêntico cotidiano, que precisa ser sentido e conhecido, a fi m de que possa também ser refl etido e criticado. Afi nal, é nesse dia a dia que vivemos, dele nos nutrimos, por ele sofremos, nos frustramos, também nos satisfazemos e nos realizamos. É esse plano concreto, que preenche as páginas dos jornais e das revistas com a frugalidade dos episódios que logo passam e prescrevem, como prescreve o pão que compramos pela manhã e descartamos pela tarde.

Não é certamente aí que o es-pírito se compraz e se sacia, mas é em saber ler e desvelar o que esse plano factual nos diz, que vai residir a possibilidade de um sábio relacionamento com a rea-lidade. Assim, não é o que basta ao espírito, não lhe é o sufi ciente, mas com certeza lhe é necessário. Nessa busca daquilo que o cotidiano oferece à refl exão, vêm-me, entre outras, as oportunas informações que a revista Veja traz ao fi nal de cada edição, a respeito da venda de livros, pura mercadologia, portanto como volumes consumidos.

Na primeira das três categorias em que a revista agrupa as obras, são colocados os livros de fi cção, portanto as criações propriamente literárias. Desde que comecei a ler semanalmente a Veja, e há muito tempo faço isso, assisto à ciranda dos livros que entram e saem da relação. Aliás, esse fl uxo das prefe-rências dos consumidores de livros não se restringe apenas à categoria literária. Curioso, por exemplo, foi

ver com que rapidez o livro de Edir Macedo despencou da primeira para a oitava posição.

Nesse ritmo, dentre as obras de fi cção, estouraram as vendas do “Código Da Vinci”, de Dan Brown, como se fosse um rojão junino, para logo começar a minguar até simplesmente desaparecer do rol. Os “tons do cinza” ou mais escuros, também pipocaram, para em segui-da começarem a perder tanto a luz quanto a altura. Essa tem sido a regra geral: tudo o que sobe, logo começa a cair e vai ao chão. Há, entretanto, um caso insólito, na medida em que teima em se colocar à margem da rotina esperada.

Saint-Exupéry publicou, precisa-mente em 1943, um pequeno livro que se apresentou, tanto pelas ilus-trações quanto pelos textos, como se fosse uma história para crianças, ou seja, um conto infantil que logo deveria cair e permanecer apenas nesse plano. Entretanto, que seja do meu conhecimento, “O Peque-no príncipe” jamais esteve fora da relação dos dez mais vendidos, levantados pela pesquisa de “Veja”. Pelo menos em todos esses anos em que tenho comprado semanalmente a revista, lá sempre tem estado o pequeno livro entre os campeões de venda e, portanto, de leitura. Inclu-sive, frequentemente na primeira posição, como ocorreu nestas três últimas semanas.

Como entender este fato? Apenas percebendo que há no texto um con-teúdo moral e mesmo fi losófi co que toca as pessoas, escrito com talento, ainda que cifrado num ambiente aparentemente infantil. O “Pequeno príncipe” não é uma “armação” nem um estelionato literário para levar ao enriquecimento do autor. Caiu no gosto das misses porque é belo e fácil. Atinge os corações e, pela mensagem, também a inteligência daqueles que o leem.

João Bosco Araú[email protected]

João Bosco Araújo

João Bosco Araújo

Diretor Executivo do Amazonas

EM TEMPO

A justiça que o valor faz

[email protected]

Regi

‘O Peque-no Príncipe’ jamais es-teve fora da relação dos dez mais vendidos, levantados pela pesqui-sa de ‘Veja’. Pelo menos em todos esses anos em que tenho comprado semanalmen-te a revista, lá sempre tem estado o pequeno livro entre os campeões de venda e, portanto, de leitura”

DIVULGAÇÃO DIEGO JANATÃ

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Page 4: EM TEMPO - 10 de Maio de 2015

A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 10 DE MAIO DE 2015

FrasePainelVERA MAGALHÃES

Pesos-pesados do PSDB vão desfalcar a sabatina de Luiz Fachin na CCJ do Senado nesta terça-feira. Aécio Neves (MG), José Serra (SP), Aloysio Nunes Ferreira (SP) e Tasso Jereissati (CE) vão a Nova York prestigiar Fernando Henrique Cardoso, eleito pela Câmara de Comércio Brasil-EUA personalidade do ano, juntamente com Bill Clinton. Além das ausências, outro tucano, Álvaro Dias (PR), relator da indicação de Fachin ao STF, vai rasgar elogios ao escolhido de Dilma Rousseff .

Álibi Para amenizar a debanda-da, os tucanos argumentam que a aprovação de Fachin na CCJ já é esperada e que estarão presentes na votação em plenário, quando a maioria da bancada do PSDB tende rejeitar sua indicação.

Voo solo Na sabatina, o papel de questionar publicamente o pos-tulante deve ser desempenhado apenas pelo líder Cássio Cunha Lima (PB).

Par de vasos Senadores de vários partidos relatam constran-gimento com a insistência do postulante ao STF em levar sua mulher, a desembargadora Rosa-na Fachin, às audiências.

Sem clima A queixa dos par-lamentares é que a presença da mulher inibe questionamentos mais duros à atuação pregressa do advogado, sobre a qual mesmo governistas manifestam dúvida.

Deixa quieto O silêncio de Ricardo Lewandowski sobre a emenda que obriga ministros do STF a fazerem nova sabatina no Senado para se aposentarem aos 75 anos visa não tumultuar ainda mais o ambiente da votação de Fachin, para quem o presidente da corte está em campanha.

Deixa estar Integrantes da corte dizem que, quando for submetida ao controle de cons-titucionalidade, a exigência de nova arguição “não vai durar cinco minutos no plenário” do Supremo.

Sabonete Governadores do Nordeste que se reuniram com Joaquim Levy na sexta-feira tentaram apertar o ministro para garantir mais repasses para seus Estados. O chefe da Fazenda escapou e só repetia: “Estamos vendo”.

Infl ação O governo vai pa-gar 25% mais caro que nos supermercados para abastecer os palácios de refrigerante. Se-rão compradas 200 garrafas de 2 litros de guaraná a R$ 5,34 cada. No varejo, a mesma marca custa R$ 4,25.

Baixando... Preocupado com a vitória magra na aprovação do primeiro item do ajuste fi scal, o Planalto decidiu ampliar o espec-tro de busca por votos.

...o sarrafo Agora, a ordem é contemplar na partilha de cargos até parlamentares e dirigentes partidários que fi zeram campanha para Aécio Neves em 2014.

Zerou o jogo “O governo não vai olhar para o retrovisor neste caso. Está olhando para a frente”, decreta um ministro. A prioridade é garantir uma base mais ampla, mesmo sem afi nidade política.

Camaleão O governo deve no-mear, por exemplo, Wilson Santia-go (PTB-PB) para uma vice-presi-dência do Banco do Brasil, no lugar de Valmir Campelo. Candidato a senador em 2014, Santiago for-mou chapa com o PSDB e subiu ao palanque de Aécio.

Irrigação O Palácio do Planalto espera que 150 cargos federais nos Estados, cobiçados pelos par-lamentares em suas bases, sejam “descarregados” nesta semana.

Cativeiro Em reunião na se-mana passada, senadores do PT desabafaram que não veem a hora de o ajuste passar pelo Congresso. “Não podemos continuar reféns do PMDB”, lamentou um petista.

Sem saída Articuladores do governo decretam que a única maneira de Manoel Dias (Traba-lho) permanecer no cargo é se o PDT votar em massa a favor da medida provisória de ajuste da Previdência. Avaliam, no entanto, que esse cenário é improvável.

Revoada tucana

Contraponto

Em reunião da Comissão da Reforma Política da Câmara, na última quinta-feira, o relator Marcelo Castro (PMDB-PI) demorou cerca de 2h30min para aparecer no plenário onde o grupo estava reunido. A demora provocou reações dos colegas de colegiado.--Ele foi abduzido! O PMDB tem poder até para isso “”troçou o deputado Esperidião Amin (PP-SC).Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente do colegiado --que também votara pelo ajuste na noite anterior--, brincou:--Ele sofreu um sequestro relâmpago, mas já tinha começado a pagar o resgate, votando a favor da primeira MP do ajuste do governo...

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

Chá de sumiço

Tiroteio

DO SENADOR ALOYSIO NUNES FERREIRA (PSDB-SP), sobre o indicado por Dilmater exercido advocacia privada enquanto foi procurador no Paraná.

A insistência de Fachin em justifi car a situação ilegal compromete mais sua nomeação ao STF que a própria ilegalidade.

No Dia das Mães, é inevitável que falemos delas. Lembramos nossas mães vivas ou falecidas. Expressamos a dor da sua au-sência quando já não estão mais entre nós e a gratidão por tudo o que signifi caram nas nossas vidas. Exaltamos o dom da mater-nidade e nos solidarizamos com as mães que sofrem a dor dos fi lhos, mas também sentimos o drama dos que não tiveram ou não tem mãe. Num dia de ho-menagens não poderia deixar de fazer o mesmo.

A vida me deu a graça de ter tido, por longos anos, a presen-ça materna e se sou quem sou certamente devo isto em grande parte a minha mãe. Professora, me ensinou a ler e a estudar, mu-lher trabalhadora, me formou na responsabilidade profissional, independente financeiramente me fez ver o valor de uma vida austera, feminina, me moldou no respeito às pessoas e, so-bretudo, às mulheres. E graça das graças me transmitiu a fé, o maior dos dons.

Ao longo da minha vida que já está na terceira fase, conheci muitas mães e testemunhei vidas doadas, machucadas, pacientes, esperançosas. Mas este dia das mães está marcado pela fi gura de Alice, mãe indígena, que conheci numa ocupação no bairro do Ta-rumã, em Manaus. Isto aconteceu no fi nal do mês de abril e espero que ainda não tenham sido despe-jados. Alice é miranha, nascida na aldeia Miratu, no lago do Uarini. Há quatro anos ocupa aquela área urbana. São aproximada-mente mil e trezentas pessoas, umas trezentas famílias de doze povos distintos.

Um juiz federal, baseado em critérios legais decidiu pela rein-tegração de posse, e no dia que

a visitei haviam cortado a luz, o que traz junto a falta de água. Senti o drama das mães que, como Alice, veem seus fi lhos numa situação de extrema necessida-de, sem compreender o que está acontecendo e sem entender um mundo que lhes nega o que há de mais básico: água para beber e para tomar banho. Fui até lá de-safi ado pelo Evangelho. Seremos julgados pela palavra de Jesus: era estrangeiro e não me acolhestes, tive fome e não me destes de comer, estava nu e não me ves-tistes, e assim por diante.

A história de Alice e de tantas mães revelam uma sociedade ex-cludente, insensível, onde gente é vista como detalhe descartável para que a legalidade se cumpra. Afirmações preconceituosas, falta de políticas públicas, ge-neralizações que criminalizam a todos indiscriminadamente tornam o quadro perverso e tremendamente injusto. Mas o que mais me impressionou foi a paz e a paciência de Alice. Na sua fala de líder popular não havia nenhuma agressividade, embora fosse firme e revelasse um conhecimento jurídico, social e antropológico invejável.

Ela tinha a paz dos fortes. Na sua fragilidade demonstrava uma certeza que a maternidade vivida concretamente dá: a vida é mais forte e tem a última palavra. Na ocupação do Tarumã provavel-mente não aparecerão políticos que lá estiveram nos tempos de campanha. A insegurança da ameaça de despejo e a incerteza do futuro estarão rondando aque-las moradias improvisadas. Mas as crianças serão amamentadas e se sentirão amadas e restará um pouco de humanidade em meio a barbárie urbana. Feliz Dia das Mães, Alice.

Dom Sérgio Eduardo [email protected]

Dom Sérgio Eduardo Castriani

Dom Sérgio Edu-ardo Castriani

Arcebispo Metropolitano de

Manaus

Ela tinha a paz dos for-tes. Na sua fragilidade demonstrava uma certeza que a mater-nidade vivida concretamen-te dá: a vida é mais forte e tem a últi-ma palavra. Na ocupação do Tarumã provavel-mente não aparecerão políticos que lá estiveram nos tempos de campa-nha”

Mãe Alice

Olho da [email protected]

Por mais que se instrua, não se aprende a viajar de colete no banzeiro do rio Negro. Tem gente que acha que não afunda e pode ficar de bubuia, depois de um eventual desastre, como não afunda um tronco de assacu ou uma garrafa de plásti-co. Como diria um famoso político, diante de tamanha insensatez: “Então, morra!”.

RAIMUNDO VALENTIM

Deveríamos tomar como exemplo Singapura, país expul-so da Malásia em 1965, quando representava apenas

um pântano na Ásia à beira do mar. O governo investiu no turismo, construiu o melhor porto do mundo, jardins

botânicos, zoológicos e orquidários, que fi zeram com que o país crescesse [...] e alcançasse um dos maiores índices

de desenvolvimento humano do mundo

Jaime Benchimol, presidente do grupo Bemol e Fogás, ao ser comunicado pelo presidente da Fieam, Antonio

Silva, sobre a Medalha do Mérito Industrial que receberá dia 22, lembrou as opções que o Amazonas tem, mas não

usa, para se desenvolver.

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

Os artigos assinados nesta página são de responsabilidade de seus autores e não refl etem necessariamente a opinião do jornal.

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Page 5: EM TEMPO - 10 de Maio de 2015

MANAUS, DOMINGO, 10 DE MAIO DE 2015 A5Com a Palavra

O gover-no federal impõe a transferência de recurso voluntário a determina-dos progra-mas que são do próprio governo federal e que nem sempre se adaptam às situações locais”

O que hou-ve aqui (em Manaus), de fato, foi par-lamentares que não es-tavam obe-decendo a democracia interna que há dentro dos partidos. Isto é uma situação à parte”

Com a proposta de criar uma alternativa à po-larização entre PT e PSDB, o PSB caminha

para a fusão com o PPS. Na última quarta-feira (6), o presi-dente nacional da sigla, Carlos Siqueira, esteve em Manaus, para o ato de filiação de mais de cem novos integrantes do partido e. em entrevista ao EM TEMPO, falou entre outras coi-sas sobre o futuro do partido, além dos cenários nacional e local da sigla.

EM TEMPO - Quais os pontos em comum para haver a fusão entre o PPS e o PSB?

Carlos Siqueira – O que houve de fato foi uma reunião da Executiva nacional, para que iniciássemos o proces-so de fusão. Houve apenas a abertura do processo de discussão sobre a fusão. A fusão, para acontecer, precisa passar por alguns trâmites le-gais. Esta semana houve uma reunião com os deputados fe-derais do partido. Na próxima semana será com a bancada no Senado e todos os presi-dentes estaduais. Já convoca-mos um congresso para o dia 20 de junho e nesse congresso é que a fusão de fato poderá se concretizar. Conforme o nosso estatuto, precisamos de dois terços dos delega-dos. Há uma receptividade até o momento muito grande. A executiva aprovou quase por unanimidade a possibilidade de fusão e a bancada também está de acordo. Não se trata de uma soma de parlamentares. Somos duas forças políticas que tem uma longa história, na vida republicana nacional, e uma historia de lutas ba-sicamente pela democracia, sempre, e por justiça social. Esse relacionamento do PPS com o PSB já se iniciou na década de 50, quando Miguel Arraes se elegeu prefeito de Recife (PE), e também em diversas lutas sociais pela re-forma agrária, pela criação do SUS (Sistema Único de Saúde), por várias reformas de natureza social. Nós temos uma identidade histórica e política, em função das lutas sociais, que travamos juntos ao longo de muitas décadas.

EM TEMPO - E a sigla, como vai ficar?

CS – O que defendemos é que continue a se chamar Partido Socialista Brasileiro acrescentando o número 40, ou seja, PSB 40. Essa é uma marca do partido, que foi re-fundado há 30 anos, partici-

pou de todas as eleições mu-nicipais, estaduais e nacional e em todas as eleições ele vem num crescendo. É até uma marca de sucesso eleitoral que tem todo um significado histórico também, que nós não pretendemos abrir mão dele.

EM TEMPO - Com a fu-são haverá mudanças nas bandeiras defendidas pe-los dois partidos?

CS - Nós teremos a possibi-lidade de fazer a atualização do programa do novo partido, para responder às demandas da sociedade brasileira, que tanto clama por mudanças importantes. Tais mudanças têm a ver com a área do crescimento do país. Pre-cisamos de um crescimento estratégico, que é o que fal-ta ao Brasil, construir uma grande infraerstrutrsa e tam-bém na formação da mão de obra qualificada. Sem esses dois elementos resolvidos o país não terá um crescimen-to sustentável, durante vários anos. Como reflexo disso, te-mos uma questão muito grave no país hoje, que precisa-mos levar em consideração neste novo programa, que é a questão urbana. Mais de 80% da população brasileira vive hoje nas cidades. Isso se deu em cinco décadas e esse crescimento das cidades não foi acompanhado com uma estrutura adequada. Houve um inchaço, uma dificulda-de muito grande na parte de mobilidade, de transporte pú-blico e também carências nas áreas de educação e saúde, para não falar da questão do saneamento básico. É inacei-tável que o Brasil, com boas condições econômicas, tenha ausência de serviços básicos e essenciais. É algo alarmante. São desafios que se apresen-tam a um novo partido político que pretende estabelecer cla-ramente as suas metas e que elas possam corresponder as exigências que o país neces-sita de um modo geral.

EM TEMPO – E quais se-riam as propostas desse novo partido para solu-cionar velhos problemas, que requerem respostas de médio e curto prazo?

CS – Uma visão estratégica com políticas públicas inte-gradas. Por exemplo, você não pode dizer que está cuidando da saúde da população, se você tem uma comunidade onde há um posto médico, mas em compensação não há sanemaneto básico naquele local, tem um posto médico mas a criança não se alimenta adequadamente. As políticas públicas e sociais do Esta-

do precisam ser integradas, capazes de dar uma solução como um todo a determinados problemas que são de países atrasados, num país que tem condições econômicas e que poderia já ter resolvido tais problemas. Defendemos um novo urbanismo, onde pos-samos fazer uma profunda e ampla reforma urbana, inte-grando as diferentes políticas de moradia, segurança, saúde, educação, cultura, esporte e lazer. Todas essas políticas precisam estar integradas e não realizadas apenas por um governo, mas com a in-tegração das três estâncias de poder.

EM TEMPO - Essas são as propostas para a área urbana, e como ficariam as populações que vivem no campo?

CS - Temos 20% da pou-lação morando no campo, e ainda enfrentamos problemas fundiários que precisam ser resolvidos também. Portanto, a bandeira da reforma agrária tem o seu papel ainda. Há a questão da produção agrícola em grande escala, o agrone-gócio, mas também a agri-cultura familiar, que precisa ser apoiada técnica e finan-ceiramente, uma vez que ela é responsável por abastecer a mesa da população urbana.

EM TEMPO - O partido defende também a bandei-ra de um novo federalismo. Como seria ele?

CS - Nós temos no Brasil uma Federação demasiada-mente concentrada em Brasí-lia: o poder e os recursos. Mas, na realidade, os problemas estão nos municípios, estão nos Estados, onde a popula-ção cobra desses governantes providências. Essa concen-tração no governo federal é nociva para a realização de políticas públicas e podam de certa maneira a criativaidade dos governos locais. Na ver-dade, o governo federal impõe a transferência de recursos voluntários a determinados programas que são do pró-prio governo federal e que nem sempre se adaptam às situações locais. Um novo fe-deralismo é uma bandeira que pretendemos levar e discutir com a socideade e a classe política, para que possamos nos próximos anos ter uma federação democrática, des-concentrada e que permita aos governos locais (estadu-ais e municipais) realizarem as suas tarefas e enfrentarem os seus desafios.

EM TEMPO - Há poucos meses, o PPS expulsou dois

vereadores de considerá-vel expressão na Câmara Municipal de Manaus, as-sim como o PSB também expulsou o atual líder do prefeito na casa legislati-va. Como o senhor analisa este cenário?

CS - Se houve expulsão, é porque houve motivos. Na ver-dade, existe o instituto da fide-lidade partidária. As pessoas que estão no partido, sobre-tudo aquelas que são deteten-toras de mandato, precisam ter consciência de que não podem agir individualmente. Elas podem ter opinião, mas as intituições têm suas regras de posicionamento e as pessoas que participam de instituições partidárias devem se compor-tar segundo essas regras, que elas próprias podem contribuir até para mudar. O que houve aqui (em Manaus), de fato, foi parlamentares que não esta-vam obdecendo a democracia interna que há dentro dos partidos. Isto é uma situação à parte, mas o que podemos ver é que a união entre o PPS e PSB no Amazonas vai agregar bastante. O partido (PSB) vai ser beneficiado e obviamente vai ter mais pers-pectiva de crescimento já nas próximas eleições.

EM TEMPO - Em relação às próximas eleições, o que há de concreto?

CS - Estamos concluindo o nosso planejamento estraté-gico, mas temos prioridade para as eleições municipais nas capitais e nas 200 maiores cidades do país. Mas obvia-mente em todos os lugares nós estamos fazendo este incentivo para que os nossos filiados, direções estaduais e municipais lancem as suas candidaturtas. Nas capitais há a possibilidade de segundo turno. É uma necessidade do partido e nós temos hoje um quadro de pré-candidaturas bastante amplo. Os grandes partidos não tem tantas pos-sibilidades de candidaturas como o PSB, Por exemplo, temos a possibilidade de can-didatura da senadora Marta Suplicy (no final de abril ela formalizou a saída do PT, após 33 anos de filiação), pela prefeitura de São Pau-lo, do senador Romário, pelo Rio de Janeiro, além de Belo Horizone (MG), Recife (PE), Porto Velho (RO), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), São Luís (MA). Já temos um número de candida-tos bastante significativo. As nossas perpectivas eleitorais para 2016, são bastante sig-nificativas e amplas. Seguire-mos crescendo, apesar de ter perdido o nosso principal líder (Eduardo Campos).

Carlos SIQUEIRA

‘Precisamos DE UM crescimento ESTRATÉGICO’

As políticas públicas e sociais do Estado precisam ser integradas, capazes de dar uma solução como um todo a determina-dos problemas que são de países atrasados, num país que tem con-dições econômicas e poderia já ter resolvido tais problemas”

SÍNTIA MACIELEquipe EM TEMPO

FOTOS: ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

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Page 6: EM TEMPO - 10 de Maio de 2015

A6 Política MANAUS, DOMINGO, 10 DE MAIO DE 2015

PDT marca reunião para deixar base governista

O PDT trabalha na base governista sob “aviso prévio” e deve deixar o time dos alia-dos nas próximas semanas. O recado foi dado na traição de 13 dos 17 deputados que votaram contra a MP 665, do ajuste fi scal que corta direitos trabalhistas, de autoria do Executivo. Os pedetistas não escondem a insatisfação com o governo. Devem bater o martelo no próximo dia 12 em reunião do diretório nacional, no Rio de Janeiro.

Largue o ossoApós a traição, o presidente

nacional do PDT, Carlos Lupi, foi avisado que Dilma procura um substituto para ministro Manoel Dias (Trabalho).

Sete vidasDias já balançou no cargo no

fi m de abril, quando Lupi disse que “o PT roubou demais”. Lula mandou Dilma engolir o sapo e desculpar Lupi.

A origemA rebelião começou no Se-

nado, encabeçada por Cristo-vam Buarque (DF), que cobra de Lupi o rompimento com o governo Dilma.

AdeusCarlos Lupi resistiu à saída

por causa das boquinhas no Ministério do Trabalho, feudo pedetista. Voto vencido, teve de voltar atrás.

Cunha insiste em cons-truir shopping na Câmara

Esse Eduardo Cunha tem coragem de beijar cobra na boca. Insiste no novo anexo da Câmara, com um shopping, que tem tudo para virar opera-ção policial. Como as maiores empreiteiras não aparece-ram, até porque a Operação Lava Jato as forçou a perder a ousadia, Cunha chegou até a prorrogar o prazo para empre-sas concorrerem à licitação

da obra. Além do novo anexo, Cunha anunciou liberação de verba de R$ 85 milhões para a compra de 70 apartamentos para os deputados

Prazo para compraEduardo Cunha disse a lí-

deres da Câmara que quer concluir a compra dos novos apartamento antes do fi m do mandato na Presidência.

PromessaA compra dos apartamen-

tos faz parte das promessa de campanha de Cunha. As ex-celências adoram mordomias de apartamentos funcionais.

Cifras vultosasNo afã em agradar seus

pares, Cunha já prometeu a construção de um novo anexo, que custará R$ 1 bilhão aos cofres públicos.

Provas da ladroagemDeputados desembarcam

na sexta (16) em Londres para ouvir o ex-diretor da SBM Off shore Jonathan David Taylor. Ele prometeu entregar documentos que comprovam corrupção em contratos na Petrobras.

Fundação Eduardo CamposNa fusão do PSB com o

PPS, a bancada socialista de Pernambuco estuda mudar o nome da Fundação João Man-gabeira por Fundação Edu-ardo Campos. Proposta tem apoio da maioria da executiva do PSB.

EmbromationO líder do PT, Sibá Macha-

do (AC), é um coitado. Ele anunciava apoio do PT ao ajuste, quando o deputado José Guimarães (PT-CE) se irritou e mandou-lhe um bi-lhete: “Para de embromação”. Ele obedeceu.

Plano sigilosoMichel Temer tem um novo

argumento para acalmar sua turma: disse a correligioná-rios que a queda de braço de Renan Calheiros x Eduar-do Cunha atrapalha eventual candidatura própria presi-dencial em 2018.

Quem mandou aparelhar?Residente há quinze anos

no mesmo endereço em Bra-sília, um leitor não recebeu uma encomenda por Sedex sob uma curiosa alegação do carteiro: “desconhecido no endereço”. A encomenda, enviada do exterior, voltou ao remetente. Às custas dos combalidos Correios, claro.

CorreriaA Força Sindical botou a

CUT para correr, no Dia do Trabalho, afi xando cartazes de petistas favoráveis ao ar-rocho de Levy. “Eles saíram correndo para arrancar”, di-verte-se o deputado Paulinho da Força.

Insatisfação é geralÉ tão ruim a avaliação da

gestão do prefeito de Porto Alegre, José Fortunati (PDT), com 60,9% de desaprovação, que mais de vinte nomes são citados pelos eleitores para substituí-lo, segundo pesqui-sa do Instituto Paraná. Pior é a rejeição à Câmara Municipal: 73,3%.

Maior abandonadoO senador Valdir Raupp

(RO) tem feito juras de fi -delidade a Renan Calheiros (AL). Mesmo no exercício da presidência do PMDB, Raupp não é chamado para nada. Só pelo Renan, e para tomar cafezinho.

Pensando bem......após cair mais de 400

posições no ranking de maio-res empresas do mundo, a Petrobras precisará de sonda de ultra-profundidade para sair da lama.

PODER SEM PUDOR

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

Hélio Costa votou contra

www.claudiohumberto.com.br

Ajuste fi scal é extremamente essencial para botar a casa em ordem

JOAQUIM LEVY (FAZENDA), em defesa doarrocho diante de governadores do Nordeste

Durante a votação da medida provisória que criava a Secretaria de Ações de Longo Prazo, a Sealopra, o ministro Hélio Costa (Comunicações) telefonou ao senador Wellington Salgado (PMDB-MG), seu suplente, para pedir voto a favor do governo. Era tarde para isso, mas o ministro não sabia, nem deixou Salgado falar, pedindo seu voto. Ainda ponderou, com ar grave:

- Lembre-se, seu voto é como se eu estivesse votando.- Pois então saiba que você acabou de votar contra o governo... – respondeu Salgado, para

informar que a MP acabara de ser rejeitada.

‘Se benefi cia quem vota com governo’No dia seguinte à conclusão

da primeira etapa da votação do ajuste fi scal, com a apro-vação da MP 665 na Câma-ra, que restringiu o acesso a seguro desemprego e abono salarial, o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadan-te, em entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo”, agradeceu a conduta dos aliados e avisou que eles “serão interlocutores prioritários na construção do segundo escalão”.

Segundo o ministro, “é evi-dente que as votações são pa-râmetros fundamentais para fazer escolhas” e “quem vota

com o governo, especialmente nas votações relevantes, terá preferência”. “Como disse o vice-presidente Michel Temer, é evidente que quem ajuda o governo, quem vota com o governo, quem sustenta o governo, governa com o go-verno e tem prioridade nas indicações”, emendou.

Mercadante prometeu “ace-lerar” as nomeações para o segundo escalão, que disse que serão feitas principalmen-te nos Estados, mas lembrou que elas não saem “de uma semana para outra” porque dependem de várias pesquisas

e análises técnicas. Informou, no entanto, que “onde houve acordo na base” as nomeações já estão em andamento e já têm sido feitas, à medida que são aprovadas, mas sem data defi nida. Ele citou que já estão “bem avançadas” as escolhas em Sergipe, Piauí, Santa Ca-tarina e Goiás.

Em relação a aliados como PDT, partido que fechou ques-tão na votação contra o gover-no, Mercadante disse que houve uma “frustração” muito grande em relação a isso na base.

Leia mais: Política A7

AVISO

Em pouco mais de quatro meses de segundo mandato, e três sob o novo Parlamento, Dilma já encarou sete grandes derrotas

Dilma acumula 7 derrotas e 3 vitórias no Congresso

Nesta semana, o governo de Dilma Rousseff (PT) teve momentos de ale-

gria e de tristeza no Con-gresso Nacional: a aprova-ção da chamada Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Bengala da terça-feira (5) foi mais uma das derrotas, enquanto a aprovação da MP (Medida Provisória) do ajuste fi scal foi uma apertada vitó-ria. Os destaques que muda-riam o texto também foram rejeitados. Em pouco mais de quatro meses de segundo mandato, e três sob o novo

Parlamento, a petista já enca-rou sete grandes derrotas no Legislativo e só garantiu três vitórias, de acordo com um le-vantamento do Departamen-to Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).

» ArrecadaçãoA Câmara aprovou uma re-

gra para garantir a execução da lei que troca o indexador das dívidas dos Estados e municípios no prazo de 30 dias. O projeto revisa e dimi-nui a arrecadação do governo, por isso o Executivo pediu ao Congresso mais tempo para

colocar a norma em vigor. Ao analisar a proposta, o Senado adiou a aplicação dos novos índices de cálculo das dívidas para 2016, atendendo a um apelo do ministro Joaquim Levy (Fazenda). Em abril, o prefeito de São Paulo, Fer-nando Haddad (PT), conseguiu uma autorização liminar da Justiça Federal para que a dí-vida da capital paulista com o governo federal seja paga com um novo índice de correção. O texto ainda voltará para a Câmara, que pode rejeitar ou aprovar as alterações feitas pelos senadores.

VEJA QUAL FOI O BALANÇO DAS PRINCIPAIS VOTAÇÕES NO CONGRESSO NO SEGUNDO MANDATO DE DILMA ATÉ AGORA:

» Orçamento ImpositivoEm um ano em que o governo tenta aprovar o ajuste fi scal e recomenda austeridade, a Câmara aprovou uma norma que obriga o governo a pagar emendas parlamentares. O texto também prevê um aumento gradual do percentual da receita da União a ser destinado à saúde. A PEC já foi promulgada.

» TerceirizaçãoA Câmara aprovou um projeto de lei que amplia a terceirização no mercado de trabalho. A proposta autoriza que sejam contratados trabalhadores terceirizados para as atividades-fi m, ou seja, as principais atividades da empresa. O governo e a CUT (Central Única dos Trabalha-dores) são contra o projeto. A própria presidente Dilma se encontrou com as centrais sindicais e se posicionou contra a ampliação da tercerização. O texto ainda precisa ser analisado pelo Senado.

» PEC da BengalaA Câmara aprovou uma emenda à Constituição que eleva a aposenta-doria obrigatória do STF (Supremo Tribunal Federal) de 70 para 75 anos. A proposta tira da presidente Dilma a indicação de cinco minis-tros da Suprema Corte que com-

pletariam 70 anos até o fi nal de seu mandato. O texto segue agora para promulgação do Congresso.

» Desoneração de folhaO presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), devolveu ao Executivo a medida provisória que revisava as regras de desoneração da folha de pagamento de vários setores da economia. Como presi-dente da Casa, Renan tem a prerro-gativa de não aceitar uma medida provisória durante o prazo de sua admissibilidade. A medida foi vista como um recado a Dilma de que o parlamentar estava insatisfeito com o governo.

» Redução de ministériosA CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara aprovou um projeto que limita o número de ministérios do Poder Executivo a 20 ministérios. Atualmente, há 38 pastas no governo federal. A pro-posta é de autoria do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e é defendida pelo PMDB - partido que ocupa atualmente 7 dos 38 ministérios, além da vice-presi-dência da República, que assumiu as funções de articulação política. O Palácio do Planalto é contrário ao projeto, mas foi vencido em uma votação apertada (34 a 31). A pro-

posta ainda precisa ser debatida em uma comissão especial na Câmara e ser analisada em plenário, antes de ser votada no Senado.

» Maioridade penalUma proposta, que tramita na Câma-ra dos Deputados desde 2013, prevê a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos de idade. Governo, o PT, o Psol e o PCdoB são contra e tentaram obstruir a votação da admissibilidade do PEC, mas fo-ram derrotados. A proposta está sendo analisada por uma comissão especial. Após essa fase, ainda pre-cisa ser analisada pelo plenário da Câmara e pelo Senado.

» Trabalho escravoA bancada ruralista conseguiu aprovar na Comissão de Agricul-tura, Pecuária, Abastecimento De-senvolvimento Rural da Câmara um projeto que retira os termos “jornada exaustiva” e “condições degradantes de trabalho” da defi nição do crime de trabalho escravo no Brasil e altera o Código Penal. Na prática, o texto inviabiliza a PEC do trabalho escravo de 2014. O governo é contrário ao texto. A proposta ainda precisa ser apreciada por duas comissões e ir a votação no plenário da Câma-ra. Se aprovada, precisa ainda ser analisada pelo Senado.

DERROTAS

» Ajuste fi scalA maior vitória do governo, até agora, foi a aprovação da MP 665, do chamado ajuste fi scal, na quarta-feira (6). O placar foi apertado: O texto passou por 252 votos a favor, 227 contra e uma abstenção. Os destaques, a maior parte vindos da oposição, foram rejeitados. O pacote de MPs visa reduzir o gasto público com previdência e benefícios sociais.

O pacote fiscal tramita na Câmara e no Senado e foi recomendado pelo ministro Jo-aquim Levy (Fazenda), que tem participado com frequentes reuniões com parlamentares para convencê-los a aprovar as propostas. No entanto, ainda falta a votação da MP 664, que torna mais rigorosas as regras para concessão de pensão por morte.

» Correção do IRO Congresso Nacional mante-ve o veto da presidente Dilma Rousseff (PT) à correção de

6,5% na tabela do Imposto de Renda. A vitória do Palácio do Planalto, no entanto, foi aper-tada. Na Câmara, faltaram 18 votos para a rejeição do veto , eram necessários 257 para a derrubada e foram regis-trados 239.

» Transgênicos A Câmara dos Deputados apro-vou um projeto da bancada ru-ralista que acaba com o símbolo de identifi cação dos alimentos transgênicos.

A proposta exclui da Lei de Biossegurança e seus regula-mentos a exigência da impres-são de um “T” maiúsculo dentro de um triângulo amarelo nos alimentos que tenham presença de organismos geneticamente modifi cados em percentual su-perior a 1%.

Apesar de petistas se posicio-narem contra o projeto, o go-verno era a favor da proposta, de acordo com o Diap. O texto agora precisa ser analisado pelo Senado.

VITÓRIAS

»

»OUTROS DISSABORES» Queda de popularidade

Pesquisa Datafolha mostra que a popularidade da presidente des-pencou. Em dezembro passado, Dilma tinha 42% de ótimo/bom e 24% de ruim/péssimo. Agora, marca respectivamente 23% e 44%. São as piores marcas de seu governo e a mais bai-xa avaliação de um presidente da República desde Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em dezembro de 1999 (46% de ruim/péssimo).

» ImpeachmentMais um ato pedindo o impe-achment da presidente está sendo organizado nas redes sociais. A oposição diz que o tema não está na pauta, mas parlamentares discutem o as-sunto em debates no Congresso. Um advogado ligado a Fernando Henrique Cardoso (PSDB) en-comendou um parecer jurídico sobre a possibilidade de Dilma sofrer um processo.

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MANAUS, DOMINGO, 10 DE MAIO DE 2015 A7Política

Bisneto denuncia negociata para aprovação da MP 665Tucano denuncia parlamentares que não seguiram a ordem partidária de votar contra a medida que reduz os direitos trabalhistas

Apesar da orientação dos partidos de cinco dos 8 deputados do Ama-zonas para votarem a

favor da proposta defendida pela base governista, apenas três deles seguiram a orientação partidária: Átila Lins e Silas Câ-mara, ambos do PSD, e Alfredo Nascimento (PR). O deputado Marcos Rotta e a deputada Conceição Sampaio, do PMDB e PP respectivamente, votaram contrários à matéria.

O deputado federal Arthur Bis-neto (PSDB) afi rmou que houve negociata e que muito em breve novas nomeações devem ocor-rer, por conta da aprovação desta medida. “Fiquem aten-tos ao diário ofi cial, vai haver distribuição de cargos, pois o comportamento do congresso em relação à postura dos depu-tados diante da matéria mudou completamente da noite de ter-ça-feira (5) para quarta-feira (6). Na terça-feira não aprovariam, e de repente, conseguem aprovar, mesmo que por poucos votos. Houve negociata, o governo federal comprou essa votação, literalmente, para aprovar algo que prejudica o trabalhador, por exemplo, o abono salarial eles

passaram de 30 para 90 dias; o seguro desemprego, de 18 para 12 meses (queríamos para 8). São duas medidas antitrabalha-dor de um partido que se diz dos trabalhadores. É uma decepção para o Brasil”, enfatizou.

Bisneto disse ainda que foram apresentadas 11 emendas que modifi cariam o texto para que o trabalhador tivesse o mínimo de prejuízo possível, e que o governo agiu como um trator.

“No momento que o governo vai perdendo todas as vota-ções, por baixo dos panos ele conseguiu os votos necessários, por isso, muitas vezes o Con-gresso Nacional é desacredi-tado, porque na hora de fi ncar o pé e brigar pela população brasileira, muitos preferem a negociata e por trás dos panos o apoio ao governo federal que vem conduzindo o ajuste fi scal de forma totalmente prejudicial para o trabalhador e a popula-ção, somos a favor de ajuste fi scal. É preciso o corte de gastos, revisão de contratos, diminuição de ministérios, 24 mil cargos comissionados é um absurdo para um país com uma máquina pública inchada de forma que não consegue exe-cutar um programa de governo da melhor forma para todos”, argumentou o tucano.

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ULG

AÇÃO

A senadora Vanessa Gra-zziotin (PCdoB) falou que muitas mudanças foram feitas na lei para garantir que os direitos do trabalha-dor fossem resguardados. “O governo abriu mão de

muita coisa, muitas mu-danças foram feitas na lei. Tenho certeza que a medida será aprovada no Senado de forma bem mais tran-quila do que ocorreu na Câmara e não haverá tanto

barulho e nem toda aquela cena triste a que assisti-mos”, destacou Grazziotin.

A senadora Sandra Braga (PMDB) informou, por meio da assessoria, que ainda está lendo o texto e só vai

se pronunciar após a leitura e os debates no Senado.

A reportagem procurou o senador Omar Aziz (PSD) e foi informada de que ele es-tava em viagem para tratar de assuntos particulares.

Vanessa garante que as perdas são mínimas

HELTON DE LIMAEquipe EM TEMPO

Bisneto diz que houve negociata entre par-lamentares do Ama-zonas para aprovar

MP que reduz direitos trabalhistas

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A8 Política MANAUS, DOMINGO, 10 DE MAIO DE 2015

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EconomiaCa

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[email protected], DOMINGO, 10 DE MAIO DE 2015 (92) 3090-1045Economia B4 e B5

Piratas agem nos rios da Amazônia

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ULG

AÇÃO

Trabalhar com a família não é tarefa fácil para ninguém, uma vez que é preciso ter cuidado

para não misturar os assuntos do lar e as possíveis divergên-cias e discordâncias presentes no dia a dia profi ssional. Es-pecialmente neste domingo, quando se comemora o Dia das Mães, o EM TEMPO mos-tra que os laços familiares são mais fortes, principalmente entre mães e fi lhos, os quais têm alcançado sucesso à fren-te dos negócios.

No Brasil, aproximadamente 5,7 milhões de mulheres são donas do próprio negócio, de acordo com pesquisa da Serasa Experian. Desse total, cerca de 8% de toda a população femini-na do Brasil é empreendedora. A pesquisa registrou que, entre todos os donos de empresas no país, 43% são do sexo feminino. Sendo que a idade média des-sas mulheres é de 44 anos.

Entre essas mulheres encon-tramos mães amazonenses que compartilham a atividade em-preendedora com os fi lhos. É o caso da costureira Val da Silva, 44, que há doze anos divide os panos, as linhas e as máquinas de costura com o fi lho Glauber da Silva, 27.

Parceiros da vida, mãe e fi lho trabalham com corte e costura em um ateliê montado em casa, no bairro Morro da Liberdade. Glauber conta que no início foi só para ajudar a mãe que trabalha-

va sozinha, mas depois gostou do serviço e agora faz porque gosta. “Não pretendo mudar de profi ssão. Quero me espe-cializar ainda mais, montar um ateliê completo e divulgar mais o nosso trabalho”, salienta.

Dona Val revela que a escolha do rapaz a deixou muito feliz porque, desta forma, o dom da família vai continuar. Ela tam-bém destaca que trabalhava numa empresa terceirizada, e depois que resolveu trabalhar

por conta própria o fi lho a acom-panhou na nova empreitada e hoje não faltam encomendas para os dois. “Ele gosta mais do lado social, faz vestidos de festa, como casamento, forma-tura, 15 anos, já eu faço de tudo um pouco”, comenta.

DocesA empreendedora Graziel-

le Formoso, 26, é outra fi lha que seguiu os passos da mãe, a dona Eunice Formoso, 50. As duas trabalham juntas na

produção de bolos, salgados, tortas e doces para festas. Atualmente, mãe e fi lha tra-balham apenas com encomen-das, mas o plano é expandir o negócio com a abertura de um ateliê com a marca Brigadei-ro Formoso. As parceiras em casa e nos negócios também pretendem oferecer outros serviços para eventos, além dos doces e salgados.

Grazielle relata que os tra-balhos com a mãe começaram desde quando ainda pequena. Profi ssionalmente, ela afi rma que faz uns sete anos. A em-presária enfatiza que escolheu a profi ssão por conta da mãe. “Ela sempre precisou de ajuda e eu e minhas duas irmãs sempre estávamos ali. Só que as duas escolheram rumos diferentes e como eu fui gostando, gostando e gostando, comecei a ver ví-deos no Youtube para aprender com tutorias na internet e com os cursos. Ela sempre fez sal-gado e bolo. Eu que já comecei com os doces”, conta.

Para Eunice, a escolha da fi lha pela mesma profi ssão e o fato de trabalharem juntas é “ma-ravilhoso”, porque desta forma uma ajuda a outra e, sobretudo, dá apoio para o fortalecimento do negócio, que logo em breve deve ser expandido.

“No momento oferecemos só o buff et. Não tem a parte de decoração que as pesso-as pedem muito, mas esta-mos preparando para sair com tudo. Também estamos sempre fazendo cursos de reciclagem”, salienta dona Eunice.

Negócios de mães e fi lhosNum país onde mais de 5,7 milhões de mulheres são donas do próprio negócio, o EM TEMPO conversou com mães amazonenses que dividem os sonhos, os empreendimentos e os lucros dos trabalhos com a prole

SILANE SOUZAEquipe EM TEMPO

Eu tenho duas fi lhas pequenas, a Sofi a e a Laura. A Sofi a acho que vai pelo mesmo

caminho que eu, porque ela ama ajudar quando estou fazendo os doces

Grazielle Formoso, empreendedora

A costureira Val da Silva divide as linhas, os panos e as máquinas de costura com o fi lho Glauber

Unidas pelo dom de produzir doces e salgados, dona Eunice aprova a com-

panhia da fi lha Grazielle na expan-são da marca Brigadeiro Formoso

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B2 Economia MANAUS, DOMINGO, 10 DE MAIO DE 2015

Da mesma forma que há mães que dividem os empreendimentos com os filhos, há aque-

las que, mesmo com o peso da tarefa empresarial, resolveram assumir os compromissos da maternidade e ainda assim con-quistaram espaços privilegia-dos no mundo dos negócios.

É o caso das bioquímicas San-dra Costa e Janete Vaz, ambas com três filhos. Sandra é mãe de Marcelo, 37, Guilherme, 33, e Gabriel, 29. Janete, por sua vez, é mãe de Leandro, 35, Raquel, 33, e Rafael, 30. Em maio de 1984, elas fundaram a primeira unidade do Laboratório Sabin, em Brasília, com apenas três funcionários e atualmente a empresa contabiliza 163 uni-dades espalhas pelo país.

Segundo Sandra, nos pri-meiros oito anos, foi preci-so dividir seu tempo entre a empresa, o trabalho que ainda mantinha e a casa, com os filhos ainda pequenos. Ela comenta que o segredo para conciliar a vida da empreen-dedora com a vida pessoal da mulher e mãe é o equilíbrio.

“Administrando o tempo e tra-çando objetivos e prioridades, é possível conciliar a atenção ao trabalho, à família, aos amigos e também reservar tempo para

cuidar da saúde e da beleza. Em função da carreira, as mulheres estão dispostas a tudo para su-perar as barreiras e não abrem mão da ascensão profissional pela maternidade e vida con-jugal”, diz a empresária.

Ela ressalta que as mulhe-res estão mais arrojadas, mais determinadas. “Aprenderam a lidar com as mil e uma jornadas

com determinação e sabedoria. Encaram a crítica de forma diferente, conseguindo se po-sicionar melhor no mercado de trabalho. São mais assertivas, conseguem se comunicar de forma clara. Têm foco e muitas vezes usam suas deficiências como desafios, nunca como desculpas”, salienta.

A realidade era muito mais assustadora quando elas re-

solveram levantar a “pedra fundamental” do Laboratório Sabin. Janete explica que ainda existia muito o conceito de que um negócio sempre era dirigido por homens.

“Várias pessoas me pergun-tavam quem era o ‘dono’ do Sabin, outros até afirmavam que conheciam o ‘dono’. Tam-bém nos eventos sociais, as pessoas chegavam ao meu lado e pediam informações sobre exames ou sobre o negócio para meu ex-marido, enfim, negócio que dava certo deveria ser de homens”, comenta Sandra.

A empresária observa que o início foi uma fase difícil, mas as duas sócias conseguiram vencer o preconceito. De acordo com Janete, além das barreiras no mundo dos negócios e da tarefa de mãe, foi preciso acu-mular quatro empregos, tudo sem ter família e parentes ao lado para ajudar.

“Eram 15 minutos para pas-sar em casa, almoçar em pé e ajudar meus filhos a fazer o dever. Tinha preocupação de eles sentirem minha falta. Por isso, mais tarde, cheguei a bus-car um psicólogo. Ele me disse que eu seria um bom exemplo, e que, um dia, meus filhos sentiriam orgulho da mãe. E foi verdade”, destaca.

Mulheres empresárias nãoabrem mão da maternidadeEmpreendedoras não deixaram de lado o papel de mãe e ainda assim conquistaram o sucesso no mundo dos negócios

PRESENÇAO Sabin tem 74 clíni-cas no Distrito Federal, 13 em Goiás, 24 na Bahia, seis em Minas Gerais, seis em Tocan-tins, 11 no Pará, oito em São Paulo, 12 no Mato Grosso do Sul e nove no Amazonas

Sandra Costa e Janete Vaz conciliaram o papel de mães e de empresárias e ganharam o Brasil

A empresária Ângela Mar-tine também não teve receio em conquistar seu espaço no mercado empresarial com o pequeno Pedro do lado. Com pouco mais de 20 anos ela enveredou pelo ramo de ho-telaria e o filho, a época com um ano, a acompanhava nas atividades do escritório.

Atualmente, Ângela atua em outros segmentos e responde como sócia-pro-prietária de dez empreendi-

mentos junto a família, den-tre as quais as lojas Dona de Si. O filho seguiu seu exemplo e hoje administra vários empreendimentos, além de ser formado em engenharia física.

Segundo Ângela, o apoio da família foi primordial, não é à toa que os negó-cios giram em torno deste ambiente familiar. Ela sa-lienta que sempre procurou organizar sua rotina para

conciliar com a do filho, como durante as refeições e em relação a escola. Para a empresária, não existe uma receita de bolo para conseguir ser uma boa mãe, mas a carreira e a maternidade não precisam andar desunidas. “É pre-ciso ter em mente que o importante é a qualidade dos momentos que passa-mos junto ao filho, não a quantidade”, pondera.

Business em ambiente familiar

Laboratório Sabin, criado em 1984, em Brasília, expandiu pelo Brasil até chegar ao Amazonas

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B3EconomiaMANAUS, DOMINGO, 10 DE MAIO DE 2015

Oportunidades são para candidatos entre 14 e 24 anos

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País possui 3,2 mil vagas de aprendizagem abertas

Um total de 3,2 mil va-gas de aprendizagem estão abertas em todo o país. Os interessados devem se ca-dastrar gratuitamente no site www.ciee.org.br, ou em unidades da rede nacional do Centro de Integração Empresa Escola (CIEE).

O programa Aprendiz Legal visa formar jovens com idade entre 14 e 24 anos para entrar no mer-cado de trabalho. Além de participarem de atividades práticas nas empresas, um dia por semana, recebem aulas teóricas, ministradas pelo CIEE nas modalidades: auxiliar de alimentação, au-xiliar de produção, logísti-ca, ocupações administra-tivas, práticas bancárias, telemática, telesserviços, turismo e hospitalidade e comércio e varejo.

Programa Com quase 70 mil apren-

dizes em capacitação no país, o CIEE conta com

amplo cadastro de jovens com perfil exigido pela lei, além de ser uma institui-ção certificadora, habili-tada a ministrar os cursos teóricos de capacitação durante a vigência do con-trato de aprendizagem.

O programa possibilita que os estudantes tenham carteira assinada por prazo determinado e, as empre-sas, incentivos fiscais.

O Aprendiz Legal é um programa de inclusão so-cial, que insere jovens no mercado de trabalho, de acordo com a lei 10.097/00, que obriga as empresas a contratarem cotas de aprendizes. O CIEE oferece série de benefícios adicio-nais gratuitos aos jovens como: uniforme, lanches, palestras, oficinas, pas-seios culturais, atividades esportivas, apoio de assis-tentes sociais que intera-gem com as famílias dos jovens e com as empresas, entre outros.

Profissionais bastante solicitados na área médica da capital amazonense, enfermeiros têm média salarial de R$ 2.172, em Manaus

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Entre as vantagens da formação técni-ca estão a meto-dologia com foco

nas reais necessidades das empresas, a curta duração, a rápida colocação no mer-cado de trabalho e o retorno do investimento realizado ao longo do curso.

De acordo com pesquisa realizada pelo Centro Lite-ratus (CEL), levando em con-sideração a média salarial do profissional, os alunos chegam a ter retorno finan-ceiro em até sete meses, dependendo da área esco-lhida. Atualmente, um curso técnico possui duração de 11 a 20 meses e o investimento custa a partir de R$ 150.

No curso de estética, por exemplo, que possui média salarial que varia de R$ 724 a R$ 2,5 mil, o aluno pode ter retorno financeiro em dois meses. Com salá-rio que pode chegar até R$ 1,2 mil, os recém-formados em Recursos Humanos têm o retorno de investimento em até três meses. E os de enfermagem, com média salarial de R$ 1,2 mil a R$ 2.172, podem alcançá-lo em até quatro meses.

Foi o que aconteceu com Paulo Flávio, que recente-mente concluiu o curso de técnico de enfermagem e conta que, em cerca de três meses, teve retorno do

investimento. “Antes mes-mo de me formar eu já estava atuando no merca-do e isso ajudou muito na minha formação”, destaca o profissional.

Ele afirma que devido à fal-ta mão de obra qualificada, atualmente há muitas vagas em aberto em todo o Amazo-nas, nas áreas pública e pri-vada, e isso trouxe a valoriza-ção dos profissionais da área. “Agora planejo fazer um cur-so pós-técnico para expandir minha área de conhecimen-to e dobrar o meu salário”, comenta o Paulo.

Segundo Amanda Estald, diretora geral da Educação Profissional do Grupo Li-teratus, o cenário para os profissionais com formação técnica está propício, pois a demanda por esse tipo de profissional está aumentan-do mais rapidamente que a oferta, por conta dos con-cursos públicos, criações de cooperativas e populariza-ção do serviço de home care (assistência domiciliar).

Ela revela que no Centro Literatus, por exemplo, a ins-tituição conta, até esse mês, com nove turmas de estu-dantes de técnico de enfer-magem no turno noturno, ao contrário dos anos anterio-res, quando, em média, esse total seria alcançado somen-te no final do ano, no mesmo curso e turno.

PARA JOVENS

Formação técnica é opção para ser inserido logo no mercado de trabalho

Cursos para ter ‘retorno rápido’

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B4 Mundo MANAUS, SÁBADO, 9 DE MAIO DE 2015

Para alemães, mais que o fim de um confronto armado, o final da guerra foi uma libertação de todo o continente

Europa celebra os 70 anos do fim da 2ª Guerra

A Alemanha lembrou nesta sexta-feira os 70 anos do fim do na-zismo, em 8 de maio

de 1945, comemorando uma libertação tanto para o país quanto para toda a Europa, durante uma cerimônia no Rei-chstag, sede da câmara baixa do Parlamento.

O fim da Segunda Guerra Mundial foi “para todo o con-tinente um dia de libertação”, mas não “um dia em que os alemães conseguiram se libertar sozinhos”, declarou o presidente do Bundestag, Norbert Lammert, que agra-deceu àqueles que, pagando “o preço de perdas impensá-veis, colocaram fim ao reino do terror nazista”.

“Hoje, lembramos as milha-res de vítimas de um trabalho de destruição sem precedentes, lançado contra outros povos e nações, contra os eslavos, contra os judeus europeus”, acrescentou Lammert.

A cerimônia foi acompa-nhada pela chanceler alemã, Angela Merkel, pelo presidente, Joachim Gauck, e pelos depu-tados das duas câmaras do Parlamento alemão.

O 70º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial ocupou grande parte da im-prensa alemã neste dia 8 de maio. “O fim, o início”, afirmava em sua primeira página o jornal “Süddeutsche Zeitung”, que dedicava dez páginas ao acontecimento.

“O país mudou: em algumas décadas, foi estabelecida uma sociedade livre. Os filhos e os netos se esforçam para compreender este passado sombrio”, destacava o jornal conservador “Die Welt”.

Segundo uma pesquisa da YouGov publicada no fim de abril, 76% dos alemães con-sideram o fim da Guerra uma libertação de seu país, mais que uma derrota.

Em Washington, o presi-dente Barack Obama pres-tou homenagem à “gera-ção que salvou o mundo”, convocando os americanos a seguir defendendo as liberdades pelas quais os heróis da Segunda Guerra Mundial combateram.

Angela Merkel ao lado de Clément Quentin, um sobrevivente francês da 2ª Guerra Mundial

AFP

Papa se reunirá com jovens e movimentos indígenas

O papa Francisco realiza-rá cinco missas para mul-tidões, visitará hospitais e bairros pobres e se reunirá com autoridades políticas, religiosas, acadêmicas e organizações civis durante visita a Equador, Paraguai e Bolívia em julho, de acor-do com o programa oficial da viagem, divulgado nesta sexta-feira.

O pontífice argentino ini-ciará a viagem de oito dias em 5 de julho em Quito. Será sua segunda viagem à América do Sul desde que se tornou papa em março

de 2013. Sua primeira via-gem à região foi ao Brasil, para participar da Jornada Mundial da Juventude da-quele ano.

AgendaO Vaticano disse que, no

Equador, o papa celebrará uma missa no santuário da Divina Misericórdia de Guayaquil e outro no par-que do Bicentenário, em Quito. Também se reunirá com o presidente Rafael Correa, com acadêmicos e representantes da socie-dade civil.

AMÉRICA LATINA

Cameron é reeleito premiê

O Partido Conser-vador britânico con-seguiu a maioria par-lamentar com 326 deputados eleitos de um total de 650, segun-do resultados oficiais. O primeiro-ministro in-glês, David Cameron, se encontrou ontem com a rainha Elizabeth II para oficializar a reeleição no pleito legislativo e convidá-la formalmen-te para constituir um novo governo.

O líder dos Liberais Democratas britânicos, Nick Clegg, pediu de-missão depois do que considerou uma “derro-ta esmagadora” sofrida pelo partido nas elei-ções no Reino Unido.

“Sempre pensei que esta eleição seria ina-creditavelmente difí-cil, mas os resultados foram infinitamente mais esmagadores do que pensei”, disse Clegg, numa entrevista coletiva em Londres. “É o golpe mais duro desde que o partido foi fundado, em 1988”, acrescentou.

Nick Clegg, de 48 anos, era vice-primei-ro-ministro no gover-no de coligação com os conservadores.

REINO UNIDO

Reconstrução do país deve ocorrer em até dois anos

O primeiro-ministro do Nepal prometeu nesta sex-ta-feira recuperar edifícios públicos, escolas e a infra-estrutura em até dois anos após o terremoto de magni-tude 7,8 que abalou o país no mês passado.

“O governo irá recons-truir edifícios públicos da-nificados, estradas, escolas, hospitais, instalações de telecomunicações, estações de energia e faculdades em dois anos”, afirmou o premiê, Sushil Koirala, em um discur-so ao Parlamento.

Ele ainda disse que o go-verno irá oferecer emprés-

timos de até 25 mil dólares com uma taxa de juros de 2% para a reconstrução de residências particulares.

O anúncio acontece na es-teira do pior terremoto do país em mais de 80 anos, ocorrido pouco antes do meio-dia de 25 de abril. Pelo menos 7.903 pessoas mor-reram, quase 18 mil ficaram feridas e mais de 541 mil prédios foram danificados.

O governo afirmou que o custo da primeira fase da reconstrução será de 2 bilhões de dólares e que separou 200 milhões de dólares para este fim.

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B5PlateiaMANAUS, SÁBADO, 9 DE MAIO DE 2015

Canal [email protected]

Flávio Ricco

Colaboração:José Carlos Nery

TV Tudo

Parou por aíQue ninguém se anime

com a reprise de “A Cura” no “Festival 50 anos”. Foi isso e somente isso.

Na Globo não existe o menor desejo de retomar o projeto, o que os fãs da série lamentam.

Reforçando a frotaA Rede TV! está amplian-

do a sua frota, inclusive com duas novas unidades de externas.

Tudo isso para atender o crescimento da sua carga de produção.

Tem que melhorarO Esporte Interativo,

agora sob os cuidados da Turner, precisa trabalhar com seriedade para melho-rar – e muito – a qualidade da sua recepção.

As reclamações são mui-tas e de muito tempo.

Mais umRicardo Fontenelle, um

dos craques do jornalismo esportivo na TV, deixou a Band nesta última se-mana.

Profi ssional com uma ja-nela de respeito, seis Olim-píadas e sete mundiais de futebol.

Pista livreA Bandeirantes informa

que as candidatas que con-correram ao “Miss Sergipe” em abril, cujo resultado foi anulado devido a denúncias de irregularidades, pode-rão participar novamente do concurso se assim de-sejarem.

Não existe qualquer im-pedimento quanto a isso.

Bate-rebate• Luciano Faccioli assinou

ontem contrato com a Rede TV! e estreia hoje na apre-sentação da “Super Faixa do Esporte” com Débora Vilalba.

• A banda inglesa de indie rock “Imagine Dragons”, um dos grandes sucessos do ce-nário musical da atualidade, participa do “Caldeirão do Huck” deste sábado.

• O canal Bis estreia dia 13, às 19h, o “Na voz delas”, focado em performances de músicas nacionais e interna-cionais de grande sucesso....

• ...como detalhe, o fato de que as sete meninas escolhi-das para o programa ainda são desconhecidas. Produção da TX Filmes.

• A equipe de “I Love Paraisó-polis” se reúne segunda-feira, em um restaurante de Vargem Grande, no Rio, para assistir ao capítulo de estreia.

• Márcio Vito, Armando Ba-baioff e Flávio Bauraqui estão fi lmando “O homem livre”, de Álvaro Forlani...

• ...Vito, integrante do “Tá no Ar”, que retoma gravação em outubro, também vem com dois trabalhos no teatro, um deles ao lado de Glória Mene-zes, “Ensina-me a viver”.

• Serginho Groismann fez o programa da Marília Ga-briela no GNT...

• ...e ela, Gabi, irá retri-buir a visita no “Altas Horas” deste sábado.

Duas novelas ao mesmo tempo

O sucesso de “O Rei do Gado” no “Vale a Pena Ver de Novo” mexeu com Benedito Ruy Barbosa a ponto de garantir que vai escrever outra novela “muito melhor que ‘O Rei do Gado’”. O “problema” é arrumar um jeito de tornar possível o pagamento dessa promessa. Em parceria com a fi lha Edmara, escreve a trama de “Velho Chico”, e trabalha na concep-ção de uma trama para as 21h.

Com direção de Ulysses Cruz, “Segundas com Beatles” terá apresentação única, dia 25, no Teatro dos 4, Rio. O espetáculo tem à frente o maestro Roger Henri na guitarra. Henri que já compôs nada menos do que 1.600 músicas veiculadas em trilhas sonoras da TV Globo, dentre elas, o tema de aber-tura do “Supercine”, além da recente “Babilônia”.

C’est fi ni

CAESAR

Cara novaNesta última semana, foi acertado que Larissa

Erthal será também uma das apresentadoras do “Band Esporte Clube”, em suas edições do sábado e domingo.

Funções que ela deverá dividir com Maria Paula Limah e Adriana Reid.

Morre o baixista do ABBA

SÃO PAULO, SP - O músico e pro-dutor sueco Rutger Gunnarsson, baixista em todos os discos do quarteto sueco ABBA, morreu aos 62 anos, informou a gravadora Universal Music.

Ele morreu de ma-neira repentina em sua casa em Esto-colmo, na Suécia. A causa da morte não foi especifi cada.

Gunnarsson come-çou sua carreira mu-sical na banda Hoo-tenanny Singers, em que conheceu Björn Ul-vaeus - mais tarde, os dois formariam o ABBA com Benny Andersson, Frida Lyngstad e Agne-tha Fältskog.

O baixo de Gunnars-son soa em todos os discos da banda sueca mais popular da histó-ria, e também acom-panhou as turnês do grupo enquanto ele esteve em atividade, de 1972 a 1982.

Durante sua longa carreira, colaborou com Ulvaeus e Anders-son e outros projetos, além de outros músi-cos suecos, e trabalhou com fi guras como Celi-ne Dion e Elton John.

MÚSICA

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B6 País MANAUS, DOMINGO, 10 DE MAIO DE 2015

Racismo motiva os altos índices de assassinatosAfirmação é de integrantes de movimentos sociais participantes de uma CPI na Câmara que trata sobre o tema

Movimentos sociais afirmam que o alto índice de assas-sinatos de jovens

negros no Brasil se deve ao racismo. Eles participaram de audiência pública na Câmara, da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga a violência contra jovens ne-gros e pobres.

Durante o debate em Brasília, na última sexta-feira (8), Geo-van Bantu, representante do Fórum Nacional de Juventude Negra de Salvador, destacou que ele mesmo se encaixa no perfil de “suspeito padrão”, ou seja, o negro entre 15 e 29 anos de idade, morador das perife-rias das cidades brasileiras.

Segundo Bantu, essa ima-gem do “suspeito padrão” está inserida na sociedade e suas instituições, principalmente as polícias, que veem esse jovem como um inimigo do Estado a ser eliminado.

Nesta segunda-feira (11), a CPI promoverá nova audiência pública, destta vez na Assem-bleia Legislativa do estado da Bahia, a partir das 9h.

Racismo institucionalGeovan Bantu ressaltou que

essa discriminação explica as estatísticas, segundo as quais

sete em cada dez vítimas de assassinatos no Brasil são ne-gras: “Isso está dentro de um processo mais amplo, de um processo que nossa sociedade está instituída, que é o processo do racismo institucional”.

“Nós não podemos, em mo-mento algum, deixar de dizer que nós não abrimos mão de considerar que essa questão da

violência do homicídio contra a população negra, do extermínio da juventude negra não esteja diretamente ligada ao racis-mo que nós vivemos no país”, acrescenta. “É o racismo que estrutura as relações dentro do Legislativo, dentro do Judiciá-rio, dentro do sistema peniten-ciário e, de fato, desumaniza a população negra.”

O representante do mo-

vimento baiano manifestou repúdio à proposta (PEC 171/93) que reduz de 18 para 16 anos a maioridade penal. Bantu também cobrou providências das autoridades contra a banalização das mor-tes desses jovens.

“Essas mortes não têm valor, não comovem. Não chocam. O corpo de um jovem negro no chão é como se isso fosse normal. Da mesma forma que a gente acha natural um menino preto vendendo bala num sinal. A gente acha que aquele menino faz parte da paisagem, daquele cenário”, critica.

Omissão do EstadoO rapper Neemias MC tam-

bém participou do encontro. Abandonado aos 14 meses na rodoviária de Brasília pela mãe biológica, Neemias foi morador de rua e hoje é pro-dutor e ativista social. Ele contou que chegou a cometer pequenos furtos para vencer a fome, foi preso e sofreu vio-lência por parte da polícia.

Neemias atribui a situação vivenciada por ele e outros milhares de jovens negros à omissão do Estado e ao descumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA 8.069/90). Nesta segunda-feira, outra audiência pública, desta vez no Senado, também abordará o assunto

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VIRTUALO presidente da CPI, deputado Reginal-do Lopes (PT-MG), informou que a CPI criou uma comuni-dade virtual para debater o tema, cuja página é: edemocra-cia.camara.leg.br

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B7MANAUS, DOMINGO, 10 DE MAIO DE 2015 País

Promovido pelo Senado, evento pretende analisar dados divulgados pelo Ipea, sobre a efetividade da referida legislação

Audiência interativa vai debater Lei Maria da Penha

A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), do Senado, promoverá au-

diência interativa, na próxima terça-feira (12), a fim de debater a pesquisa divulgada pelo Ins-tituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre a efeti-vidade da Lei Maria da Penha - lei número 11.340/2006. A referida audiência é de pro-positura da senadora Angela Portela (PT-RR).

A pesquisa do Ipea, divulgada no início do mês de março mostra que o índice de homi-cídios de mulheres diminuiu 10%, desde que a Lei Maria da Penha (LPM) foi promulgada em setembro de 2006.

A lei é fruto da luta da bio-

farmacêutica cearense Maria da Penha Maia Fernandes para colocar o ex-marido na cadeia. O ex-professor universitário tentou matá-la duas vezes em 1983, a primeira vez com um tiro nas costas, que a deixou para-plégica. Outra vez ele a derrubou da cadeira de rodas e tentou eletrocutá-la. Ele foi julgado e condenado em 2002.

ParticipaçãoA audiência poderá ser

acompanhada e os interes-sados em participar podem acessar os seguintes ende-reços: http://bit.ly/audien-ciainterativa. além do Portal e-Cidadania: www.senado.gov.br/ecidadania, e pelo Alô Senado (0800-612211).

ContrasteA pesquisa “A violência do-

méstica fatal: o problema do feminicídio íntimo no Brasil,” apresentada em abril, no Mi-nistério da Justiça, concluiu que há pouca adesão e resistência do sistema de justiça criminal à aplicação da Lei Maria da Penha de combate à violência contra a mulher. O levantamento foi feito pelo Centro de Estudos Sobre o Sistema de Justiça e pela Funda-ção Getulio Vargas (FGV).

De caráter qualitativo, a pes-quisa foi feita em 34 processos relacionados a homicídio de mu-lheres por parceiros na Bahia, em Mato Grosso, no Pará, em Minas Gerais, no Paraná e em uma vara em Santo André, em São Paulo.

Conforme pesquisa do Ipea, o índice de homicídios diminuiu 10%, com a Lei Maria da Penha

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Projeto de lei quer expor lista de medicamentos

A Câmara dos Deputa-dos analisa projeto que obriga todas as farmácias que participam do Farmá-cia Popular a afixar em suas dependências a rela-ção de medicamentos con-templados pelo programa. De acordo com o autor da proposta (PL 37/15), deputado Sérgio Vidigal (PDT-ES), ainda existe de-sinformação da população sobre os benefícios.

“A publicidade é neces-sária para que o programa atinja de forma otimizada seus objetivos, que são da mais alta relevância”, defendeu o parlamentar.

O Farmácia Popular é um programa do gover-no federal que facilita o

acesso aos medicamen-tos para as doenças mais comuns, como diabetes e hipertensão, com uma redução de até 90% do valor de mercado. Os re-médios são subsidiados pelo governo, que pos-sui uma rede própria de Farmácias Populares e parceria com farmácias e drogarias da rede pri-vada, chamada “Aqui tem Farmácia Popular”.

A proposta de Sérgio Vidigal possui o mesmo conteúdo de um projeto da ex-deputada Sueli Vi-digal, sua esposa. Como Sueli não se reelegeu, o PL 6748/13 foi ar-quivado com o fim da legislatura passada.

FARMÁCIAS POPULARES

Projeto pretende levar mais informações à população

Obras no RJ ainda não iniciaram

Com menos de 500 dias faltando para o Rio de Janeiro sediar os Jogos Olímpicos, a construção de vários locais de competi-ção ainda não começou e algumas licitações sequer foram realizadas, o que aponta para um cenário de obras de última hora que provavelmente fará os gastos subirem.

Pode parecer um roteiro familiar em eventos espor-tivos de grande porte. À medida que o início se apro-xima, as manchetes inva-riavelmente se concentram nos atrasos e na correria para tudo ficar pronto a tempo, e mesmo assim as competições transcorrem sem grandes tropeços.

Mas a Olimpíada Rio-2016 pode se tornar um dos casos mais preocu-pantes de preparativos em cima da hora já vistos, resultando em uma corrida contra o tempo que pode acabar inflando o orça-mento atual de quase R$ 40 bilhões e aumentará o fardo sobre a já fragilizada economia brasileira.

A esta altura da reta fi-nal para a Olimpíada de Londres-2012, quase 80% das instalações e da infra-estrutura tinham sido fina-lizadas. No Rio, apena 10% dos 56 projetos olímpicos em construção, reforma ou de energia estão prontos.

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B8 Mundo MANAUS, DOMINGO, 10 DE MAIO DE 2015

HAPVIDA

Mãe quer ser fertilizada com óvulos de filha mortaCasal londrino trava batalha para que a Justiça libere o material genético, para realizar procedimento nos Estados Unidos

Uma mãe deu início a uma batalha legal para ser fertilizada com os óvulos con-

gelados de sua filha morta e, assim, poder gestar sua própria neta.

A mulher e seu marido, cujos nomes não foram divul-gados, tentam derrubar a de-cisão de um órgão regulador independente que os impediu de transferir os óvulos de Londres para uma clínica de fertilidade nos EUA.

A filha do casal morreu de câncer de intestino com me-nos de 30 anos.

Eles afirmam que ela queria que os óvulos fossem fertili-zados com o esperma de um doador e implantado no útero de sua mãe.

Ela era filha única e decidiu congelar os óvulos em uma clínica de fertilização artificial em Londres em 2008 após descobrir que tinha câncer.

Provas insuficientesSeu objetivo era, um dia,

usar os óvulos congelados para engravidar, mas ela morreu antes que isso pu-desse acontecer.

Uma clínica em Nova York indicou que poderia dar à mãe, de 59 anos, o tratamento de

fertilização que ela deseja, com um custo de até US$ 92 mil (cerca de R$ 275 mil).

Mas a Autoridade de Fertili-zação e Embriologia Humana (HFEA, na sigla em inglês) se recusou a expedir uma ordem para permitir que os óvulos sejam enviados aos EUA.

O órgão tomou a decisão em 2014, afirmando que as evidências eram insuficientes para provar que a filha queria que sua mãe tivesse o bebê.

Apesar de ela ter preen-chido um formulário dando autorização para que os óvulos fossem armazenados após sua morte, a mulher não deixou um documento especí-fico dizendo como queria que eles fossem usados.

As minutas da reunião de um comitê do órgão mostram que a “maior e única prova” de que ela queria isso é uma suposta con-versa com sua mãe enquanto estava no hospital em 2010.

O especialista em fertilidade Mohammed Taranissi, da clínica ARGC, em Londres, disse que o caso é provavelmente inédito, porque envolve uma doadora de óvulos que já faleceu.

“Nunca ouvi falar de um caso de barriga de aluguel envolven-do uma mãe e os óvulos de sua filha morta”, disse.

DIVULGAÇ

ÃO

Falta de provas suficientes impedem que casal retire os óvulos de Londres para realizar o procedimento fora do país

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Dia a diaCade

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[email protected], DOMINGO, 10 DE MAIO DE 2015 (92) 3090-1041

Criminalidadenos rios daAmazônia

Dia a dia C2 e C3

RICARDOOLIVEIRA

Estudos em neuroci-ência divulgados pela Sociedade Brasileira de Pediatria compro-

vam que o carinho e atenção recebidos nos primeiros meses de vida melhoram a saúde e desenvolvimento da criança.E para as mães que trabalham, o desafi o é grande porque na grande maioria das empresas a licença maternidade concedida é de apenas 120 dias.

O tempo é insufi ciente até mesmo para seguir o que recomenda a Organização Mundial de Saúde (OMS), ao indicar a amamentação como único alimento aos bebês, du-rante os primeiros seis me-ses de vida. São poucas as empresas que oferecem 180 dias de licença.

A técnica administrativa da empresa Processamento de Dados Amazonas S.A (Prodam), Danielle Costa de Souza, conta que o período de licença esten-dida de seis meses, que é adota-do na instituição, foi essencial para que se sentisse segura ao retornar ao trabalho. “Eu conheço mulheres que tiveram que voltar ao batente depois de quatro meses e deixaram seus fi lhos em creches, o que acabou gerando problemas ao bebê”, afi rmou.

Segundo Danielle, o tempo que passou com sua fi lha, que

hoje está com um ano e dois meses, lhe proporcionou um pe-ríodo de amamentação prolon-gado, como recomenda a OMS, e também o acompanhamento da introdução dos alimentos sólidos na rotina do bebê.

Danielle conta que, ao reto-mar suas atividades, não se sentiu insegura pelo tempo que passou afastada e ra-pidamente se reintegrou às atividades da empresa, por-que voltou com disposição redobrada. “A maternidade é um momento único na vida da mulher, mas a carreira tam-bém é importante, por isso o ideal é conseguir conciliar”.

Diferente de Danielle, a psicóloga Sandra Torres teve apenas quatro meses de licen-ça maternidade na empresa em que trabalhava. Ao fi nal do período, ela optou por pedir demissão. “Não quis repetir o que ocorreu na gestação dos meus dois fi lhos mais velhos, de 12 e 10 anos, quando vol-tei para o trabalho após a licença de quatro meses. A experiência não foi boa, minha cabeça não estava tranquila, deixando os dois tão pequenos em casa”, explica.

Produtividade A licença maternidade é

sempre tema polêmico para as empresas, mas há quem

concorde que liberar a fun-cionária para gozar licença de seis meses é uma medida não somente boa para a mãe, mas que também se refl ete, lá na frente, em aumento de produtividade para as organi-zações. “A mulher volta ao tra-balho mais segura e disposta”, afi rma o diretor presidente da Prodam, Márcio Silva de Lira. A empresa adota o benefício estendido desde 2010, sendo uma das pioneiras nesse sen-tido, assegurando o direito no Acordo Coletivo de Trabalho.

A assistente social da Pro-dam, Helena de Castro Mon-teiro, explica que o período estendido é crucial na vida da criança. “Tudo isso se refl ete diretamente na segurança e equilíbrio emocional futuros da criança e contribui para que a profi ssional retorne ao traba-lho e consiga obter resultados satisfatórios”, ressalta.

A licença maternidade de seis meses não é obrigatória para as empresas privadas. Para incentivá-las na adoção da medida, o assessor jurídico da Prodam, Erlon Benjó, explica que a lei 11.770/2008 criou o Programa Empresa Cidadã. “As empresas cadastradas, que adotam a licença estendida, em contrapartida, contam com a concessão de incentivos fi s-cais”, explica Benjó.

A difícil missão das mães de retornar ao trabalho A licença maternidade de quatro meses ainda é encarada com dificuldade pelas trabalhadoras do Amazonas

O tempo de quatro meses de licença maternidade é insufi ciente, pois a Organização Mundial de Saúde (OMS) indica a amamentação como único alimento aos bebês até os seis meses de vida

IONE MORENO

Projeto de lei para prematurosNa semana em que se co-

memora Dia das Mães (10), o deputado federal Hissa Abrahão (PPS-AM) protoco-lizou na Câmara, em Brasília (DF), um projeto de lei que aumenta os dias de licença maternidade para a mãe que der à luz a bebê prematuro.

De acordo com o depu-tado amazonense, o projeto visa proteger a mãe brasi-leira, que atualmente acaba perdendo dias importantes no acompanhamento de seus fi lhos em caso de partos prematuros. Hissa ressaltou que a mãe terá direito a mais 120 dias de licença se o PL for aprovado no Congresso Nacional. “Uma gestação nor-mal tem entre 37 e 42 semanas de duração. Um parto é considera-do prematuro quando a mãe tem seu fi lho antes de 36 semanas e seis dias. Após o nascimento, o bebê pre-maturo pode precisar passar dias, semanas ou até mesmo meses na UTI neonatal, o que pode prejudicar o vínculo afe-

tivo com os pais”, disse.O parlamentar explica que

pela lei, de sua autoria, a mãe que der à luz um bebê prema-turo, os 120 dias de licença passarão a contar a partir das 36 semanas e seis dias. “Ou seja: se o bebê nascer antes de 36 semanas e seis dias, como prevê o Ministério da Saúde, a mãe vai somar os dias anteriores e terá mais os 120 dias de licença. Portanto, essa licença só vai contar a

partir 36 semanas e seis dias e as mães passarão mais tempo com eles”, declarou.

ArtigoO projeto acrescenta inciso

ao parágrafo 3º do artigo 392 do decreto-lei 5452 de 1º maio de 1943, Consolidação das Leis do Trabalho, que institui o acréscimo de dias de licença maternidade nos partos prematuros. Quando se tratar de partos prema-turos, acrescentar-se-á aos 120 dias da licença presente no caput deste artigo, os dias

anteriores ao computo da 37ª semana.

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perdendo dias importantes no acompanhamento de seus fi lhos em caso de partos prematuros. Hissa ressaltou que a mãe terá direito a mais 120 dias de licença se o PL for aprovado no Congresso Nacional. “Uma gestação nor-mal tem entre 37 e 42 semanas de duração. Um parto é considera-do prematuro quando a mãe tem seu fi lho antes de 36 semanas e seis dias. Após o nascimento, o bebê pre-maturo pode precisar passar dias, semanas ou até mesmo meses na UTI neonatal, o que pode prejudicar o vínculo afe-

essa licença só vai contar a se tratar de partos prema-turos, acrescentar-se-á aos 120 dias da licença presente no caput deste artigo, os dias

anteriores ao computo da 37ª semana.

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C2 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 10 DE MAIO DE 2015

Rios amazônicos ocultam crimes sem investigaçãoAssassinatos e “barrigas d’água” (assaltos praticados por quadrilhas) não são denunciados por falta de conhecimento

Grandes dimensões dos rios amazônicos acabam favorecendo a ação de criminosos que aproveitam para roubar passageiros, mercadorias e cargas. Polícia Civil faz parcerias para combater essas ações

Roubos de mercadorias, tráfico de pessoas, ani-mais silvestres e drogas são os tipos de crimes

mais comuns nos barcos que trafegam nos rios do Amazonas. A grande quantidade de passa-geiros e cargas que circula em direção ao Pará, por exemplo, atrai a atenção dos criminosos, que se aproveitam das grandes dimensões das vias navegáveis para agir. A Amazônia Ocidental possui uma extensão de 22 qui-lômetros de rios navegáveis.

A exemplo das calhas do Iranduba e rio Tarumã-Açu, o percurso de acesso ao Estado vizinho é considerado crítico pelo delegado Carlos Augusto Monteiro, diretor do Departa-mento de Polícia do Interior (DPI). O setor, vinculado à Po-lícia Civil do Amazonas, atua também na repressão a crimes contra ribeirinhos que vivem na margem das comunidades.

“Não há condições de men-surar essas ocorrências, pois são eventos bastante irregu-lares. É preferível verificar se o número de crimes aumentou ou diminuiu”, explica Monteiro. A carência de um efetivo que atenda à demanda – cerca de 2,7 mil agentes para uma população de dois milhões de habitantes no Estado – difi-culta o trabalho de repressão. “O atual quadro é bastante reduzido. Na minha opinião, o contingente ideal seria de dez mil efetivos”, analisa Monteiro. Além disso, a dificuldade de acesso a certos municípios do interior, realizado via helicóp-tero ou aeromóvel quando há condições, acaba favorecendo a ação dos criminosos.

Por outro lado, Monteiro afirma que a atual gestão da Polícia Civil, empossada em janeiro deste ano, tem se es-forçado para garantir apoio às atividades da corporação. “Esse incentivo se refere também aos próprios agentes, que traba-

lham mais motivados hoje em dia”, complementa.

Ele destaca ainda a parceria com as Forças Armadas e Ca-pitania dos Portos, efetuada por meio de um “termo de cavalhei-ros”, como define o delegado. “Houve queda de 40% de crimes nos rios em comparação a ja-neiro de 2014”, informa.

Em abril, o Departamento da Polícia do Interior realizou, pela primeira vez, uma ação em parceria com a Marinha. A operação Marinha Azul envol-veu também equipes da Polícia Federal e do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem). Ao longo de uma semana percorrendo a orla de Manaus e municípios como Itacoatiara, Tefé, Coari e Pa-rintins, agentes apreenderam drogas, armas e capturaram até criminosos foragidos.

OcorrênciasAs denúncias são recebidas

pela Delegacia Fluvial, cuja sede funciona num barco atracado em frente ao mercado Adolpho Lisboa, no centro histórico da capital. Após o registro da ocor-rência, o processo investigativo é deflagrado e analisado por uma equipe da DPI. “É o que basta para efetivarmos uma operação. Por isso, nossas ati-vidades não têm prazo definido para ser encerradas, e atual-mente várias encontram-se em andamento”, esclarece Montei-ro. O objetivo das ações do DPI é de ordem repressiva. Cabe à Polícia Militar, à Capitania dos Portos e à Marinha do Brasil executar o monitoramento pro-priamente dito.

A Delegacia Fluvial funciona 24 horas por dia. Conta com sete investigadores, delega-do titular, escrivão e duas cozinheiras. Desde 2007, a delegacia deixou de oferecer mero suporte logístico para as ações da polícia para atuar contra furtos de menor poten-cial e outros. Incluem-se aí os chamados “barrigas d’água” (assaltos a mão armada pra-ticados por quadrilhas).

Os “barrigas d’água”, no entanto, ainda são confun-didos com pirataria. Este termo, na verdade, se refe-re aos atos cometidos em lugares não submetidos à jurisdição de algum Estado, conforme a Convenção das Nações Unidas sobre o Di-reito do Mar (CNUDM).

Colocar as cargas sob os cuidados da tripulação e atenção aos pertences pes-soais são alguns conselhos que o investigador Alessan-

dro Cardoso, da Delegacia Fluvial, recomenda aos pas-sageiros. “É aconselhável também guardar a nota fis-cal dos produtos e o ‘nada consta’ referente à situação de veículos”, diz.

Ainda assim, boa parte das vítimas desconhece a atua-ção da delegacia. “Ouvi rela-tos de pessoas que deixaram de denunciar, pois achavam que os assaltos não seriam investigados”, exemplifica Cardoso. Por isso, os agen-

tes estão realizando panfle-tagem com material de di-vulgação do disque-denúncia (92 – 99277-3603).

De acordo com a asses-soria da Polícia Civil, a po-pulação é a principal fonte de denúncias, uma vez que não há câmeras instaladas nas proximidades dos rios. O último inquérito em aberto trata do roubo de uma lancha motor 250, ocorrido no início de março, no trecho entre os municípios de Coari e Tefé.

Número de denúncias é mínimo

Operações conjuntas permitem o monitoramento de embarcações na orla dos municípios do Estado

Os maiores desa-fios encontrados pela Marinha são embarca-ções sem inscrição na Capitania dos Portos e condutores não ha-bilitados. “Nesse con-texto, o Centro Técni-co de Formação Fluvial da Amazônia Ocidental (CTFFAO) foi criado a fim de atender a grande demanda na formação aquaviária na área de jurisdição do Comando do 9º Distrito Naval, preparando profissio-nais qualificados e cons-cientes da importância da navegação segura”, afirma a autoridade em nota oficial.

Com a chegada do Festival Folcórico de Parintins, a Marinha do Brasil (MB), por in-termédio do Comando do 9º Distrito Naval, iniciou no dia 23 de abril os preparativos para a operação Pa-rintins 2015, com o re-cebimento das solicita-ções para a realização das Vistorias Especiais para a concessão do “passe” da Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental (CFAOC).

Essa operação tem o propósito de garantir a Segurança do Tráfego Aquaviário e a Salva-guarda da Vida Humana no período do Festival Folclórico de Parintins, que concentra o maior número de embarcações de passageiros e recreio no rio Amazonas.

Desafios para a fiscalização

DANIEL AMORIMEspecial EM TEMPO

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C3Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 10 DE MAIO DE 2015

Medo e descrença afetam vítimas de ‘barrigas d’água’ Ataques em terra ou durante viagens são mais comuns do que se imagina, segundo depoimentos de quem os presenciou

O principal e mais anti-go meio de transpor-te em longas distân-cias no Amazonas é

o barco - seja pela ausência de vias terrestres em todo o território, pelo elevado custo de passagens aéreas aliada ao baixo número de aeroportos ou pela tradição.

É comum visitar amigos e parentes ou transportar mer-cadorias de Manaus para as outras 61 cidades do Estado, e vice-versa, por meio de embarcações. Mas a apa-rente calmaria que circunda esse ambiente caboclo das viagens de barco pode virar cenário de tragédias.

A costureira Rute Suelem Costa, 53, visita parentes em Maués (a 257 quilômetros de Manaus) pelo menos uma vez por ano. Ela sempre vai de barco, acompanhada da filha de 27 anos de idade. No ano passado, Rute presenciou um assalto à mão armada, logo no início do trajeto. “Estava com uma hora de viagem quando duas lanchas grandes, bonitas, ficaram na frente do nosso barco. Eu já tinha visto de longe, mas não estranhei. Quando percebi que o nosso barco estava parando

levantei da rede. Aí vi os ho-mens das lanchas com armas, apontando para nós”, contou Rute, que nesse assalto perdeu documentos, celulares e dinhei-ro dela e da filha.

“A gente sempre vê pirata em filme. Foi a primeira vez que vi de verdade, na vida real”, disse Rute. Ela não fez Boletim de Ocorrência “porque não dá em nada”.

Situação parecida foi vivida pelo carregador Radamés Silva, 33, em 2011. Ele trabalhava como ajudante na embarcação Capitão Rio Negro. “Quase che-gando na cidade de Barcelos [a 399 quilômetros de Manaus], levando quase só mercadoria, a gente foi abordado. Veio um barco pequeno e uma lancha. Tinha uns 12 homens armados. O nosso comandante tinha só

um revolver pequeno, mas nem chegou a pegar”.

Silva tem sete anos de ex-periência em embarcações e essa foi a única vez em que passou por isso. “Eu mesmo não perdi nada, mas os passageiros foram assaltados. E levaram o dinheiro que estava na cabine de comando”.

Assalto é comumUm empresário que trabalha

no centro de Manaus, próximo à feira Manaus Moderna, à margem do rio Negro, e pre-feriu anonimato com receio por sua segurança, disse que assaltos a embarcações são “bastante comuns”. “Sempre ouvimos relatos. Quem é assal-tado acaba falando para um e para outro. E não chegam com revólver pequeno não, chegam com escopeta e outras armas de grosso calibre”.

Segundo o empresário, os do-nos de embarcações com quem ele negocia, e que foram ou não assaltados, reclamam da falta de segurança nos rios. “Aqui na Manaus Moderna e na [feira municipal] Panair até dá para se proteger. Tem como chamar a polícia, mas no meio do rio não. Lá não tem Capitania dos Portos, não tem Marinha, não tem ninguém. Quando eles apa-recem é só para te multar”.

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Na orla da Manaus Moderna, o que não faltam são histórias de quem foi vítima dos criminosos

Temendo sofrer o mesmo destino de outros barcos que atracam na Manaus Mo-derna, o comandante Sabi-nael Barbosa, 27, conhecido como “Nael”, instalou 13 câmeras de vigilância nos três conveses de seu barco, o Água Viva.

“Nael” estava preparando a embarcação azul e branca para enfrentar dois dias de viagem pelo rio Purus até Tapauá (a 448 quilômetros da capital), quando parou para receber a reportagem. Ele contou que desde os 15 anos de idade trabalha na área com seu avô e já ouviu várias histórias so-bre assalto, a maioria nos portos, durante embarque e desembarque.

“Mas a gente sabe que acontece, sim [assalto nos rios]. O problema é ter a quem recorrer. Graças a Deus, comigo nunca aconte-ceu. Quando a gente fica sa-bendo disso, o dono do barco

fica no prejuízo; nem polícia nem ninguém ajuda”.

SegurançaO proprietário da em-

barcação Rainha Vitória 2, Augusto Pinheiro, 49, disse que nunca sofreu assalto no

rio, mas de vez em quando presencia pequenos crimes na balsa onde os barcos ficam, na Manaus Moder-na. Os delitos são furtos de bolsas, carteiras e ce-lulares, e ocorrem durante

embarque e desembarque de pessoas e cargas.

Pinheiro disse que os do-nos de barcos e as próprias vítimas não chamam mais os policiais militares que ficam a poucos metros de distância, em frente à feira, em uma cabine, na aveni-da Manaus Moderna. “Eles nem saem mais de lá de den-tro. Quando a gente ainda vai chamar, eles dizem que não podem fazer nada, mal anotam o que a gente fala. É difícil ver algum [policial] aqui embaixo”.

A área à qual Pinheiro se refere fica próxima ao Mercado Municipal Adolpho Lisboa e ao 24º Distrito Integrado de Policia (DIP), na avenida Manaus Moder-na com a rua Lima Bacuri. O DIP foi inaugurado em fevereiro de 2014.

Enquanto a reportagem esteve no local avistou ape-nas um policial militar. E ele estava dentro da cabine.

Todos se previnem como podem

Em terra, maioria dos crimes acontece durante embarque e desembarque nos barcos

RECLAMAÇÃOQuem testemunhou ou sofreu assalto em embarcações na orla ou em viagem conta que não sabe a quem recorrer para denun-ciar. Para eles, a de-núncia não produzirá nenhum resultado

RAFAEL S. NOBREEquipe EM TEMPO

TESTEMUNHAO carregador Radamés Silva testemunhou um assalto a um barco em que trabalhava em 2011. Todos os passa-geiros foram roubados e o dinheiro na cabine de comando foi levado pelos criminosos

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 10 DE MAIO DE 2015 C5C4 Dia a diaa diaa

Numa noite abafada, no verão de 2013, a missionária Vânia Hall, diretora do abri-

go O Coração do Pai, que man-tém 32 crianças de zero a des anos, levantou e foi ao dormitó-rio onde uma criança chorava sem cessar. O abrigo acabara de receber essa criança, que tinha menos de cinco anos e que foi muito machucada, torturada. Quando chegou ao abrigo, tinha terríveis traumas, acordava gritando no meio da noite, molhava a cama.

Quando ela acordava assim, aos prantos, Vânia a pegava no colo e fi cava balançando. Havia noites em que não dor-mia, só tentando ajudá-la a passar por aqueles dias.

— Fiquei muito chateada de ver as muitas marcas no corpo daquela criança. Não é um ser humano que faz isso. Confesso que fi quei com muita raiva e disse que queria visitar

Das 98 crianças que já passaram pelo abrigo O Coração do Pai, 23 foram adotadas e 32 reinseridas nas famílias. Hoje, ainda existem mais 32 aguardando uma nova vida

a pessoa que tinha feito aquilo. A vontade que tinha era de quebrar essa pessoa, mas não podia. Queria olhar no olho daquela pessoa e tentar enten-der por que tinha feito aquilo – conta a missionária.

Vânia não revela nomes. Mas talvez a criança tenha sido torturada pelo próprio pai ou a mãe, desiquilibrados por pro-blemas de drogas.

Mas, naquela noite, estava difícil fazer a criança pelo menos sentir que o pesade-lo havia acabado, que ago-ra ela estava segura, sendo tratada por uma psicóloga, assistida por médicos, com alimentação regular, tempo para recreação e, o maior dos antídotos contra a dor da alma... o amor. Muito amor!

Mas a criança não parava de chorar.

— Nessa noite, a peguei no colo e chorei junto com ela, desejando que aquela pessoa que a tinha machucado su-misse da face da terra, mor-resse. Mas a criança levantou a cabeça, me olhou, enxugou minhas lágrimas e disse: “Tia Vânia, eu já entendi o que você nos ensina. Eu quero perdoar essa pessoa, tia. Não podemos viver com ódio”.

Formada em teologia e mis-sionária, Vânia Souza Hall con-ta que esta foi a maior lição que aprendeu durante os três anos em que está à frente do abrigo O Coração do Pai.

— Era o poder do perdão surgindo mais uma vez em nossas vidas. Ainda mais vindo de uma criança tão pequena. Aprendi a perdoar com mi-

nhas crianças. Sou a mãe do coração, diretora é só para satisfazer as autoridades.

Essa é uma das várias his-tórias de vida que acontecem no abrigo O Coração do Pai, localizado numa casa da rua D-14, número 113, Japiim, Zona Sul. Ali, sem nenhum apoio do poder público, o casal Barry e Vânia Hall abrigam 32 crianças que estava vivendo em vulne-rabilidade social. Mas o abrigo só aceita essas crianças depois uma decisão judicial.

Com dois berçários, uma brinquedoteca, playground,

piscina, um carro para levar as crianças para a escola, aten-dimento médico e 29 funcio-nários com carteira assinada não tem sido fácil manter o abrigo.

— Aqui todo mundo trabalha mediante salário e carteira as-sinada. Voluntário só eu e meu marido —, explica Vânia.

Somente com a folha de pagamento o gasto é de R$ 23 mil e R$ 25 mil. Com alu-guel, comida, chega a R$ 35 mil, R$ 40. Dependemos das doações de alimentos. Cada

mês é uma surpresa. O dinhei-ro para manter as despesas vem de missões estrangeiras que ajudam ONGs pelo mundo inteiro, de doações de igrejas ou de promoções realizadas pelo abrigo.

— Também recebemos doa-ções de pessoas que conhecem nosso trabalho. O povo ama-zonense é muito generoso –, comenta a missionária.

O que leva alguém a largar sua vida pessoal, seus sonhos e vaidades para se dedicar a res-gatar crianças com a infância interrompida por atos de vio-lência, abandono ou doença? Vânia responde que algumas pessoas nascem com essa mis-são. Foi o que aconteceu com seu marido, o norte-americano de Orlando (FL) Barry Hall, que é missionário, veio trabalhar no Brasil há 28 anos. Naturalizado brasileiro, Barry se comoveu ao ler uma reportagem mostran-do que crianças indígenas com problemas físicos ou mentais (e também fi lhos resultantes de relações extraconjugais) são enterradas vivas pelos líderes da tribo.

— De fato, o abrigo come-çou esse trabalho tentando salvar crianças indígenas que estavam sendo vítimas de in-fanticídio. A ideia era conse-guir adoção por outras famílias para evitar as mortes. Mas o trabalho foi evoluindo e hoje, por meio de encaminhamen-to judicial, nós abrigamos 32 crianças –, explica Vânia, fa-zendo questão de assegurar que 100% dessas crianças só têm acesso ao abrigo median-te uma ordem judicial.

Um lugar para reconstruir vidas

INFANTICÍDIOO abrigo come-çou esse trabalho tentando salvar crianças indígenas que estavam sendo vítimas de infanticídio

MÁRIO ADOLFOEquipe EM TEMPO

A piscóloga Patrícia Vol-pe divide com a missionária Vânia Hall a árdua tarefa de fazer do abrigo O Coração do Pai um verdadeiro lar para crianças que o destino marcou desde sua chegada ao mundo.

São recém-nascidos ou crianças na faixa de zero a dez anos acometidas de processo profundo de subnutrição, síndrome de Down, autismo, desidra-tação. Em muitos casos, trazem marcas de tortura no corpo frágil, manchas roxas por espancamento, olhos profundos pelo so-frimento. Algumas dessas crianças foram torturadas, maltratadas, violentadas

pela própria família.Patrícia explica o proces-

so para a criança cruzar o portão do abrigo O Coração do Pai:

— A criança é acolhida por meio de denúncia ao Conselho Tutelar. Se os adultos responsáveis por ela não tiverem condições de permanecerem com a guarda, o Conselho Tute-lar recolhe essa criança e encaminha para o acolhi-mento no abrigo. As crian-ças fi cam aqui, até que a situação seja resolvida. Ou são reintegrados na família – se esta família conseguir se restruturar –, se não é colocada para adoção.

O abrigo também acolhe crianças que são encami-nhadas diretamente para adoção, que a mãe entre-ga, ou que é abandonada em hospital, lixeira, esses casos que volta e meia aparecem na televisão.

— Enquanto eles perma-necem aqui, trabalhamos o seu desenvolvimento, e garantimos a alimentação, moradia, saúde, e todas as necessidades das crianças para o seu crescimento. O tempo de acolhida da criança permitida pela lei é de até dois anos –, observa Patrícia.

Um lar para quem tevea infância interrompida

A psicóloga Patrícia Volpe ajuda a transformar o abrigo em um lar para as crianças

‘Minhas crianças sabem o que é perder tudo’EM TEMPO – Con-

te um pouco da história do abrigo.

Vânia Hall – Somos uma ONG fundada pelo marido, Barry Hall, que é nascido nos EUA, em Orlando/Flórida. Ele é missionário, veio para cá há 28 anos, e trabalhava ajudando pessoas – no co-meço era apenas os povos indígenas, durante 16 anos em aldeias, pelo rio Ituí. Ele ajudava crianças indígenas vítimas de infanticídio. Em seguida, vimos a necessidade de ajudar também as crianças não indígenas, e começamos a atender ambas. Muitos casos chocaram o Barry, que foi procurado por líderes indíge-nas para que nós pudéssemos oferecer uma alternativa: ao invés de enterrar o fi lho vivo, entregar para ser cuidado. Eram crianças com lábio le-porino, com um dedo a mais ou a menos. Era para mostrar que, ao invés de matar a criança, iríamos fazer cirur-gia, cuidar, e mostrar que a criança não era amaldiçoada só porque tinha uma defi -ciência, e poder introduzi-la de volta na aldeia.

EM TEMPO – Quantas crianças retornaram para as aldeias?

VH – Nós não devolvemos, todos são através do Juizado da Infância e Juventude. Al-guns voltam para a família, outros são adotados. Não posso dizer, estatisticamente,

quantos foram, mas 100% das crianças são encaminhadas pelo juizado. O trabalho do abrigo, hoje, é com crianças não indígenas. Começamos em 2011.

EM TEMPO – Quem man-tém o abrigo?

VH – O abrigo é mantido 100% por doações e muito trabalho. Fazemos muita fei-joada! De dois em dois meses. A nossa feijoada fi cou conhe-cida, então muita gente aju-da. São 29 funcionários, com carteira assinada. Voluntários só eu e meu marido. Não re-cebemos verba pública.

EM TEMPO – Quantas crianças são mantidas aqui, hoje?

VH – São 32 crianças, entre zero e dez anos. Já passaram por aqui 98 crianças, do início até hoje. Todas são recebidas somente com ordem judicial, e todas voltaram à família ou foram adotadas da mes-ma maneira. Foram 23 para adoção, 32 reinseridos nas famílias.

EM TEMPO – Como esse tipo de trabalho é visto na sociedade? Há muitas críticas?

VH – Nunca tive ninguém para criticar. Sou amazonense e fi co orgulhosa de ver que o povo é solidário. Ninguém agrada todo mundo, mas não dou ouvidos a quem não co-nheço e prefi ro não contar com

isso. Digamos, um incômodo é quando fechamos a rua para o Dia das Crianças, e um ou outro reclama, mas fora isso, além de atender as que vivem aqui, atendemos as crianças que já saíram, com leite e fralda. Também atendemos 180 famílias da comunidade – todos com ajuda. Damos cursos profi ssionalizantes, aula de reforço escolar, ces-tas básicas e emprego. Todos os funcionários são do bair-ro Japiim, procuramos ajudar onde o abrigo está localizado. São sete cursos profi ssionali-zantes, como bolos artísticos, salgadinhos, manicure, corte e costura, artesanato.

EM TEMPO – O abrigo recebe verba do exterior?

VH – Somos missionários, então recebemos ajuda de igrejas. A maioria é daqui, mas recebemos ajuda de brasileiros que moram fora também.

EM TEMPO – Quanto vo-cês precisam para manter o abrigo?

VH – Entre R$ 23 mil e R$ 25 mil, apenas a folha de pa-gamento dos 29 funcionários. Com aluguel, comida, chega a R$ 35 mil, R$ 40. Dependemos das doações de alimentos. Cada mês é uma surpresa.

EM TEMPO – Qual o pro-cesso para as crianças che-garem aqui?

VH – As crianças vieram

de casas em risco social, via ordem judicial, que foram reti-radas da família, e viviam em vulnerabilidade social.

EM TEMPO – Como você se sente fazendo esse tra-balho?

VH – É uma escolha de vida. Minha família escolheu fazer isso. Meu marido e eu resolvemos deixar uma herança diferente para os nosso fi lhos, de exemplo, de contribuir com a sociedade, ao invés de vivermos para nós mesmos. Então, o que sinto aqui não tem dinheiro no mundo que pague. Não tenho palavras para expres-sar. Recebo muito mais do que dou aqui. O olhar das crianças. Você imagina per-der tudo? Nós não sabemos o que é perder tudo. Minhas crianças sabem, porque fo-ram tiradas de suas famílias. A expectativa, a gratidão, o olhar de esperança que eles têm, faz você se sentir com uma força sobrenatural. Não tem amor maior.

EM TEMPO – Vem algu-

ma criança com problemas graves?

VH – Pode ser que venha, mas fazemos exames. Rece-bemos autistas, com proble-mas neurológicos graves, com desnutrição nível 3. Temos um grupo de cinco irmãos grave-mente desnutridos. Mas eles são as crianças mais lindas do Amazonas.

A missionária Vânia Souza Hall diz que, no abrigo, tem mais a receber do que a doar

No abrigo, as crianças fi cam no espaço de convivência inicial entre dez e 15 dias

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No Coração do Pai, 100% das crianças só têm acesso ao

abrigo mediante uma ordem judicial. Hoje, 32 aguardam

por adoção ou para ser rein-tegrada à família

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 10 DE MAIO DE 2015 C5C4 Dia a diaa diaa

Numa noite abafada, no verão de 2013, a missionária Vânia Hall, diretora do abri-

go O Coração do Pai, que man-tém 32 crianças de zero a des anos, levantou e foi ao dormitó-rio onde uma criança chorava sem cessar. O abrigo acabara de receber essa criança, que tinha menos de cinco anos e que foi muito machucada, torturada. Quando chegou ao abrigo, tinha terríveis traumas, acordava gritando no meio da noite, molhava a cama.

Quando ela acordava assim, aos prantos, Vânia a pegava no colo e fi cava balançando. Havia noites em que não dor-mia, só tentando ajudá-la a passar por aqueles dias.

— Fiquei muito chateada de ver as muitas marcas no corpo daquela criança. Não é um ser humano que faz isso. Confesso que fi quei com muita raiva e disse que queria visitar

Das 98 crianças que já passaram pelo abrigo O Coração do Pai, 23 foram adotadas e 32 reinseridas nas famílias. Hoje, ainda existem mais 32 aguardando uma nova vida

a pessoa que tinha feito aquilo. A vontade que tinha era de quebrar essa pessoa, mas não podia. Queria olhar no olho daquela pessoa e tentar enten-der por que tinha feito aquilo – conta a missionária.

Vânia não revela nomes. Mas talvez a criança tenha sido torturada pelo próprio pai ou a mãe, desiquilibrados por pro-blemas de drogas.

Mas, naquela noite, estava difícil fazer a criança pelo menos sentir que o pesade-lo havia acabado, que ago-ra ela estava segura, sendo tratada por uma psicóloga, assistida por médicos, com alimentação regular, tempo para recreação e, o maior dos antídotos contra a dor da alma... o amor. Muito amor!

Mas a criança não parava de chorar.

— Nessa noite, a peguei no colo e chorei junto com ela, desejando que aquela pessoa que a tinha machucado su-misse da face da terra, mor-resse. Mas a criança levantou a cabeça, me olhou, enxugou minhas lágrimas e disse: “Tia Vânia, eu já entendi o que você nos ensina. Eu quero perdoar essa pessoa, tia. Não podemos viver com ódio”.

Formada em teologia e mis-sionária, Vânia Souza Hall con-ta que esta foi a maior lição que aprendeu durante os três anos em que está à frente do abrigo O Coração do Pai.

— Era o poder do perdão surgindo mais uma vez em nossas vidas. Ainda mais vindo de uma criança tão pequena. Aprendi a perdoar com mi-

nhas crianças. Sou a mãe do coração, diretora é só para satisfazer as autoridades.

Essa é uma das várias his-tórias de vida que acontecem no abrigo O Coração do Pai, localizado numa casa da rua D-14, número 113, Japiim, Zona Sul. Ali, sem nenhum apoio do poder público, o casal Barry e Vânia Hall abrigam 32 crianças que estava vivendo em vulne-rabilidade social. Mas o abrigo só aceita essas crianças depois uma decisão judicial.

Com dois berçários, uma brinquedoteca, playground,

piscina, um carro para levar as crianças para a escola, aten-dimento médico e 29 funcio-nários com carteira assinada não tem sido fácil manter o abrigo.

— Aqui todo mundo trabalha mediante salário e carteira as-sinada. Voluntário só eu e meu marido —, explica Vânia.

Somente com a folha de pagamento o gasto é de R$ 23 mil e R$ 25 mil. Com alu-guel, comida, chega a R$ 35 mil, R$ 40. Dependemos das doações de alimentos. Cada

mês é uma surpresa. O dinhei-ro para manter as despesas vem de missões estrangeiras que ajudam ONGs pelo mundo inteiro, de doações de igrejas ou de promoções realizadas pelo abrigo.

— Também recebemos doa-ções de pessoas que conhecem nosso trabalho. O povo ama-zonense é muito generoso –, comenta a missionária.

O que leva alguém a largar sua vida pessoal, seus sonhos e vaidades para se dedicar a res-gatar crianças com a infância interrompida por atos de vio-lência, abandono ou doença? Vânia responde que algumas pessoas nascem com essa mis-são. Foi o que aconteceu com seu marido, o norte-americano de Orlando (FL) Barry Hall, que é missionário, veio trabalhar no Brasil há 28 anos. Naturalizado brasileiro, Barry se comoveu ao ler uma reportagem mostran-do que crianças indígenas com problemas físicos ou mentais (e também fi lhos resultantes de relações extraconjugais) são enterradas vivas pelos líderes da tribo.

— De fato, o abrigo come-çou esse trabalho tentando salvar crianças indígenas que estavam sendo vítimas de in-fanticídio. A ideia era conse-guir adoção por outras famílias para evitar as mortes. Mas o trabalho foi evoluindo e hoje, por meio de encaminhamen-to judicial, nós abrigamos 32 crianças –, explica Vânia, fa-zendo questão de assegurar que 100% dessas crianças só têm acesso ao abrigo median-te uma ordem judicial.

Um lugar para reconstruir vidas

INFANTICÍDIOO abrigo come-çou esse trabalho tentando salvar crianças indígenas que estavam sendo vítimas de infanticídio

MÁRIO ADOLFOEquipe EM TEMPO

A piscóloga Patrícia Vol-pe divide com a missionária Vânia Hall a árdua tarefa de fazer do abrigo O Coração do Pai um verdadeiro lar para crianças que o destino marcou desde sua chegada ao mundo.

São recém-nascidos ou crianças na faixa de zero a dez anos acometidas de processo profundo de subnutrição, síndrome de Down, autismo, desidra-tação. Em muitos casos, trazem marcas de tortura no corpo frágil, manchas roxas por espancamento, olhos profundos pelo so-frimento. Algumas dessas crianças foram torturadas, maltratadas, violentadas

pela própria família.Patrícia explica o proces-

so para a criança cruzar o portão do abrigo O Coração do Pai:

— A criança é acolhida por meio de denúncia ao Conselho Tutelar. Se os adultos responsáveis por ela não tiverem condições de permanecerem com a guarda, o Conselho Tute-lar recolhe essa criança e encaminha para o acolhi-mento no abrigo. As crian-ças fi cam aqui, até que a situação seja resolvida. Ou são reintegrados na família – se esta família conseguir se restruturar –, se não é colocada para adoção.

O abrigo também acolhe crianças que são encami-nhadas diretamente para adoção, que a mãe entre-ga, ou que é abandonada em hospital, lixeira, esses casos que volta e meia aparecem na televisão.

— Enquanto eles perma-necem aqui, trabalhamos o seu desenvolvimento, e garantimos a alimentação, moradia, saúde, e todas as necessidades das crianças para o seu crescimento. O tempo de acolhida da criança permitida pela lei é de até dois anos –, observa Patrícia.

Um lar para quem tevea infância interrompida

A psicóloga Patrícia Volpe ajuda a transformar o abrigo em um lar para as crianças

‘Minhas crianças sabem o que é perder tudo’EM TEMPO – Con-

te um pouco da história do abrigo.

Vânia Hall – Somos uma ONG fundada pelo marido, Barry Hall, que é nascido nos EUA, em Orlando/Flórida. Ele é missionário, veio para cá há 28 anos, e trabalhava ajudando pessoas – no co-meço era apenas os povos indígenas, durante 16 anos em aldeias, pelo rio Ituí. Ele ajudava crianças indígenas vítimas de infanticídio. Em seguida, vimos a necessidade de ajudar também as crianças não indígenas, e começamos a atender ambas. Muitos casos chocaram o Barry, que foi procurado por líderes indíge-nas para que nós pudéssemos oferecer uma alternativa: ao invés de enterrar o fi lho vivo, entregar para ser cuidado. Eram crianças com lábio le-porino, com um dedo a mais ou a menos. Era para mostrar que, ao invés de matar a criança, iríamos fazer cirur-gia, cuidar, e mostrar que a criança não era amaldiçoada só porque tinha uma defi -ciência, e poder introduzi-la de volta na aldeia.

EM TEMPO – Quantas crianças retornaram para as aldeias?

VH – Nós não devolvemos, todos são através do Juizado da Infância e Juventude. Al-guns voltam para a família, outros são adotados. Não posso dizer, estatisticamente,

quantos foram, mas 100% das crianças são encaminhadas pelo juizado. O trabalho do abrigo, hoje, é com crianças não indígenas. Começamos em 2011.

EM TEMPO – Quem man-tém o abrigo?

VH – O abrigo é mantido 100% por doações e muito trabalho. Fazemos muita fei-joada! De dois em dois meses. A nossa feijoada fi cou conhe-cida, então muita gente aju-da. São 29 funcionários, com carteira assinada. Voluntários só eu e meu marido. Não re-cebemos verba pública.

EM TEMPO – Quantas crianças são mantidas aqui, hoje?

VH – São 32 crianças, entre zero e dez anos. Já passaram por aqui 98 crianças, do início até hoje. Todas são recebidas somente com ordem judicial, e todas voltaram à família ou foram adotadas da mes-ma maneira. Foram 23 para adoção, 32 reinseridos nas famílias.

EM TEMPO – Como esse tipo de trabalho é visto na sociedade? Há muitas críticas?

VH – Nunca tive ninguém para criticar. Sou amazonense e fi co orgulhosa de ver que o povo é solidário. Ninguém agrada todo mundo, mas não dou ouvidos a quem não co-nheço e prefi ro não contar com

isso. Digamos, um incômodo é quando fechamos a rua para o Dia das Crianças, e um ou outro reclama, mas fora isso, além de atender as que vivem aqui, atendemos as crianças que já saíram, com leite e fralda. Também atendemos 180 famílias da comunidade – todos com ajuda. Damos cursos profi ssionalizantes, aula de reforço escolar, ces-tas básicas e emprego. Todos os funcionários são do bair-ro Japiim, procuramos ajudar onde o abrigo está localizado. São sete cursos profi ssionali-zantes, como bolos artísticos, salgadinhos, manicure, corte e costura, artesanato.

EM TEMPO – O abrigo recebe verba do exterior?

VH – Somos missionários, então recebemos ajuda de igrejas. A maioria é daqui, mas recebemos ajuda de brasileiros que moram fora também.

EM TEMPO – Quanto vo-cês precisam para manter o abrigo?

VH – Entre R$ 23 mil e R$ 25 mil, apenas a folha de pa-gamento dos 29 funcionários. Com aluguel, comida, chega a R$ 35 mil, R$ 40. Dependemos das doações de alimentos. Cada mês é uma surpresa.

EM TEMPO – Qual o pro-cesso para as crianças che-garem aqui?

VH – As crianças vieram

de casas em risco social, via ordem judicial, que foram reti-radas da família, e viviam em vulnerabilidade social.

EM TEMPO – Como você se sente fazendo esse tra-balho?

VH – É uma escolha de vida. Minha família escolheu fazer isso. Meu marido e eu resolvemos deixar uma herança diferente para os nosso fi lhos, de exemplo, de contribuir com a sociedade, ao invés de vivermos para nós mesmos. Então, o que sinto aqui não tem dinheiro no mundo que pague. Não tenho palavras para expres-sar. Recebo muito mais do que dou aqui. O olhar das crianças. Você imagina per-der tudo? Nós não sabemos o que é perder tudo. Minhas crianças sabem, porque fo-ram tiradas de suas famílias. A expectativa, a gratidão, o olhar de esperança que eles têm, faz você se sentir com uma força sobrenatural. Não tem amor maior.

EM TEMPO – Vem algu-

ma criança com problemas graves?

VH – Pode ser que venha, mas fazemos exames. Rece-bemos autistas, com proble-mas neurológicos graves, com desnutrição nível 3. Temos um grupo de cinco irmãos grave-mente desnutridos. Mas eles são as crianças mais lindas do Amazonas.

A missionária Vânia Souza Hall diz que, no abrigo, tem mais a receber do que a doar

No abrigo, as crianças fi cam no espaço de convivência inicial entre dez e 15 dias

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No Coração do Pai, 100% das crianças só têm acesso ao

abrigo mediante uma ordem judicial. Hoje, 32 aguardam

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C6 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 10 DE MAIO DE 2015

Ser mãe e profissional: a rotina da dupla jornadaSer mãe não impede mulheres de se desenvolverem profissionalmente, como mostram Ana Zurra e Simone Brilhante

Para um planeta que está sempre em mo-vimento, mudar faz parte do “pacote” e

adaptação é uma das ban-deiras levantadas por diver-sas mães que, com o tempo, foram em busca de se de-senvolver profissionalmente. Conciliar as duas rotinas é uma tarefa desafiadora.

No Brasil, mais da metade das mulheres que são mães também trabalham, no mer-cado formal ou informal. São mais de 28,1 milhões de mães neste cenário, ou seja, 51,3% do total das 54,7 milhões mu-lheres, acima de 15 anos, com filhos, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Do-micílios (PNAD) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geogra-fia e Estatística (IBGE), com base em dados de 2012.

Coordenadora técnica do Laboratório Sabin, a bioquí-mica Ana Zurra faz parte desta lista de mulheres que conci-liam as duas rotinas. Por sinal, Ana exerce o papel de mãe duas vezes: tanto no espaço profissional, no acompanha-mento das crianças e adoles-centes que vão ao laboratório para realização de exames, quanto no lar, escutando os anseios do filho de 17 anos.

O adolescente Ícaro Zurra a acompanha desde o início dos estudos na área de saúde, já que engravidou no primeiro ano da faculdade de Farmácia. “Ele ia comigo para todo lugar. E tudo era cronometrado, seja para a hora do almoço ou para fazer as tarefas, justamen-te para acompanhar a rotina dele”, pontuou.

A bioquímica ressalta que ser mãe não interferiu na sua conquista pelo espaço no mer-cado e também foi sempre foi presente na vida do filho. Segundo Ana, o lado materno é um reforço na responsabili-dade do trabalho, na hora de trabalhar com pessoas.

Ela também afirma que a ajuda do ex-marido foi funda-mental para conseguir conci-liar a dupla jornada. “Ele sem-pre foi muito presente e me ajuda com algumas tarefas. Tem que ter muita responsa-bilidade na hora de decidir ser mãe”, afirmou.

AmadurecimentoResponsabilidade não fal-

tou para a agente de rela-cionamento Simone Palmeira Brilhante. Ao engravidar, na adolescência, ela teve que amadurecer cedo para cuidar do primeiro filho. Hoje, ela é

mãe de três filhos: Gabriel Henrique, de 15 anos, Hanan Palmeira, de nove anos, e Gui-lherme Alex de dois anos.

No Setor de Relacionamen-to do Laboratório Sabin há seis meses, ela diz que sempre soube conciliar as duas fun-ções, mas no início precisou bastante do apoio da mãe. “Quando tive meu primeiro filho, eu estava terminando o ensino médio. Minha mãe me ajudou e me ensinou a assumir minhas responsabili-dades”, comentou.

De acordo com ela, a mater-nidade foi o “gás” que preci-sava para construir a carreira e realizar seus projetos. Aos vinte anos ela já conquista-va a casa própria, motivada pelo fato de garantir um lar ao pequeno Gabriel, o pri-meiro do trio. “De tudo que acontece nós podemos tirar pontos positivos. Corri atrás mais cedo das minhas coisas e também amadureci muito rápido”, observou.

Ainda que seja preciso adap-tar a rotina para garantir a qua-lidade de vida daquele pequeno ser que depende inteiramente dos pais, Simone reforça que não há qualquer empecilho na arte de ser mãe e conquistar seu lugar no mercado.

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Ana Zurra e o filho Ícaro: processo da maternidade nunca interferiu na convivência familiar

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C7Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 10 DE MAIO DE 2015

Mães usam filhos como força para sair das drogasAfastadas da família por causa do vício, elas conseguem encontrar mais motivação no seu tratamento de reabilitação

“A droga tirou minha dignidade, meus maiores tesouros: meus filhos”. Essa

frase resume a vida de Valdi-lene Lima Pereira, 33, que há 13 anos adentrou no mundo das drogas e somente com aju-da médica está conseguindo superar parte dos problemas deixados pelo uso abusivo de entorpecentes. Agora, ela pretende lutar para ter de volta seus filhos, que foram tomados pela Justiça.

Ao perceber que não tinha mais nem sua família, Valdi-lene resolveu lutar contra as drogas e iniciou o tratamento no Centro de Reabilitação em Dependência Química Ismael Abdel Aziz. A paciente está internada na unidade de tra-tamento há pouco mais de duas semanas.

A previsão inicial é de que ela fique internada pelo perío-do de 90 dias, em tratamento, e longe dos filhos, pois con-tinua impedida judicialmente de vê-los. “Todos os dias lem-bro-me muito deles. Quero saber como estão, se têm tudo que precisam. Entrei em depressão por causa disso, mas estou lutando e vou ven-cer. E espero que eles nunca mais fiquem longe de mim”, relatou, emocionada.

Foi no Centro de Reabilita-ção em Dependência Química Ismael Abdel Aziz que a mãe de dois filhos iniciou uma nova etapa em sua vida e após concluir o tratamento tera-pêutico, pretende lutar contra o tempo para reconquistar o que perdeu. “A cada dia me fortaleço e vou conseguir ven-cer essa luta contra a droga, pois tenho o apoio de todos os profissionais do Centro de Reabilitação e agora de parte de meus familiares, o que me fortalece nessa dura caminha-da”, frisou.

Durante 13 anos, Valdilene ficou mergulhada no mundo das drogas e, por consequ-ência, foi perdendo seus di-reitos, tanto como cidadã, quanto como mãe. “Minha vida foi devastada pela droga. Reconstruí-la está sendo mui-to difícil, mas vou conseguir. Como todo brasileiro, não desisto nunca”, afirmou.

PerdasValdilene esqueceu quan-

tas datas comemorativas deixou de festejar ao lado da família por conta das drogas. “Este domingo [hoje] ficará marcado na minha história, pois será mais um domingo que não vou estar com meus pequeninos para festejar

meu dia”, pontuou. A mãe está focada em mudar

de vida e já traça metas para se manter longe das drogas. Valdilene pretende participar todas as quartas-feiras da reu-nião com a equipe multipro-fissional do Centro de Reabi-litação para se manter focada no tratamento, que é contínuo, uma vez que a dependência química não tem cura.

“O pós-tratamento é de extrema importância para que o paciente se mantenha em recuperação. Por isso, nas reuniões os familiares recebem orientações sobre dependência química e a necessidade de auxiliar os pacientes a se manterem aderidos a alguma modali-dade de tratamento”, lembra o diretor do Centro de Reabi-litação Pablo Gnutzmann.

“Muitas e muitas famílias estão sendo dilaceradas por conta do uso das drogas e o Go-verno do Estado, por orienta-ção do governador José Melo, tem assumido essa missão de trabalhar para tentar re-estabelecer essas pessoas e devolvê-las ao convívio social e principalmente familiar e já temos vários casos de su-cesso”, destaca o secretário de Estado de Saúde, Wilson Duarte Alecrim.

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Valdilene Lima Pereira, em recuperação há duas semanas: esperança de poder rever os filhos

Por não aceitarem mais ver a mãe mergulhada no mundo das drogas, os filhos de Ana Regina dos Santos, de 29 anos, pediram que a mãe procurasse um tratamento médico, pois estava doente. “Foi a partir deste momento que caiu a ficha, percebi que minha doença estava afetan-do meus filhos. Então tomei uma decisão e nunca mais vou fazê-los sofrer”, relatou a mãe, que na última sexta-fei-ra (8) concluiu seu tratamen-to no centro de reabilitação e retornou para seu lar, no município de Presidente Fi-

gueiredo (a 100 quilômetros da capital amazonense).

Ana relata que por conta das drogas ficou quatro anos

longe de seus quatro filhos e não aproveitava as datas comemorativas, como o Dia das Mães. “Meus filhos eram órfãos de mãe viva, pois ti-nham uma em casa, mas nunca a tinham perto quando precisavam”, ressaltou Ana, ao reconhecer que os peque-ninos precisavam de apoio e carinho. “Minha mãe me deu todos os bens que precisa, no entanto, não me dava carinho, amor, afeto. Não

sei como isso aconteceu, mas fiz com meus filhos o mesmo que minha mãe fez comigo”, finalizou Ana.

Filhos resgatam mãe do vício

Ana Regina com as fotos de seus filhos: decisão importante para superar a dependência

ESTÍMULOPor não aceitarem mais ver a mãe mergulhada no mundo das drogas, os filhos de Ana Regina dos Santos, de 29 anos, pediram que a mãe procurasse um trata-mento médico, pois estava doente

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C8 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 10 DE MAIO DE 2015

Uso do Fundeb pela Seduc é aprovado por conselhoParecer positivo do Conselho Estadual de Acompanhamento e Controle Social do Fundeb foi encaminhado ao TCE-AM

O Conselho Estadual de Acompanhamen-to e Controle Social do Fundo de Manu-

tenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valoriza-ção dos Profissionais da Edu-cação (Fundeb) encaminhou na última terça-feira (5) ofício ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) informando, em pa-recer, a aprovação sem ressal-vas das prestações de contas apresentadas pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) no exercício de 2014.

O parecer, votado e assi-nado por um colegiado de nove técnicos representantes de diversos setores da socie-dade civil organizada, indica que a Seduc aplicou de forma correta e sem desvios de fi-nalidade os recursos oriundos do Fundo Nacional.

Criado em 1996 como Fun-def, em 2007 o Fundo recebeu nova nomeclatura e vigência assegurada até 2020. Por meio dele, Estados e municípios usufruem de recursos prove-nientes de impostos diversos e complementação federal para utilizar, exclusivamente, em investimentos na Educa-ção Básica (que vai do Ensino Infantil ao Ensino Médio). Con-forme arrecadação, recursos

mensais são repassados, com esta finalidade, para todos os Estados e municípios brasilei-ros. Em 2014, os repasses do Fundeb à Seduc somaram R$ 1.306.882.972,14.

Pela legislação vigente que criou o Fundeb (Emenda Cons-titucional número 53/2006 e regulamentada pela lei núme-ro 11.494/2007 e pelo Decreto número 6.253/2007), 60% dos recursos gerados pelo Fundo e disponibilizados aos pode-res públicos municipais e/ou estaduais devem, obrigato-riamente, ser empregados na remuneração salarial de professores e pedagogos.

Conforme o recente pare-cer encaminhado ao TCE-AM, o Conselho Estadual cita que no que compete à remunera-ção salarial dos professores e pedagogos da rede estadual em pleno exercício, a Seduc investiu acima dos 60% exigi-dos por lei, registrando 63,06% para este fim, totalizando, se-gundo o parecer, um total de R$ 824.108.431,61, sendo R$ 712.502.906,36 aplicados na remuneração de professores do ensino fundamental e R$ 111.605.525,25, na dos do-centes do ensino médio.

Os valores remanescentes, conforme exigência legal, fo-

ram empregados pela Seduc em outras ações de manu-tenção e desenvolvimento do ensino, no segmento da edu-cação básica.

EficiênciaSegundo o secretário de

Estado de Educação, Rossieli Soares da Silva, a aprovação das contas reforça o ideal de eficiência dos gastos públicos e de transparência na gestão es-tadual. “Temos compromisso com a legislação e procuramos, por meio de mecanismos inter-nos de controle e planejamento orçamentário, seguir todas as diretrizes que regem a apli-cação de verbas federais no segmento da educação. Des-sa forma, no rigor necessário da lei, estamos assegurando os investimentos necessá-rios ao desenvolvimento de nossa rede educacional”, apontou o secretário.

Diferentemente de anos anteriores, em 2014, por ter aplicado 63,06% do Fundeb na remuneração de professores e pedagogos – superando o limite de 60% para esse fim – não houve a necessidade imposta pela legislação, de a Seduc oferecer abono salarial aos docentes em plena ativi-dade de exercício.

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Valores remanescentes do Fundeb foram aplicados em outras ações de manutenção do ensino

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[email protected], DOMINGO, 10 DE MAIO DE 2015 (92) 3090-1042 Plateia 7

Cuka Fresca e Cacilds abrem show da ‘TDP’

DIVULGAÇÃO

Adoro fazer as mulheres que faço. Sou co-mediante, humorista, tenho mi-lhões de personagens femininas e masculinas”

Quem acompanha a carreira do ator Pau-lo Gustavo certamen-te entenderá o título

acima. Todos os seus espe-táculos são lotados, os fi lmes que participa são sucesso de bilheteria e a quantidade de trabalhos estrelados por ele são inúmeros. Já os que não acompanham tão de perto, com certeza, ouviram falar em seu nome. Transparente e autênti-co, por assim dizer, ele afi rma que esses foram alguns dos fatores que conquistaram seu público. Somente em seu perfi l no Instagram, por exemplo, ele acumula 1,7 milhão de seguido-res com fotos que ultrapassam 30 mil curtidas.

E todo o seu talento poderá ser conferido mais uma vez em Manaus, quinta-feira (14), no Dulcila Festas e Convenções, onde ele apresentará o famoso espetáculo “Minha Mãe É Uma Peça”, iniciativa do Amazonas Shopping para comemorar o Dia das Mães. Em entrevista ao EM TEMPO, o responsável pela personagem D. Hermínia, conta o que mudou em sua vida após a fama, como lida com as críticas e adianta a data de lançamento do fi lme “Vai Que Cola”.

EM TEMPO – “Minha Mãe É Uma Peça” acumula nú-meros signifi cativos. Seja como espetáculo, fi lme ou livro. Quando você decidiu criá-la, já imaginava esse sucesso?

Paulo Gustavo – Tinha ideia de que iria fazer algum barulho, de que a coisa ia ser engraçada. Até porque, em todos os meus trabalhos, sempre busco escrever as coi-sas e testar. Testo uma piada, uma frase, um bloco de coisas engraçadas. Anoto tópicos do que vou escrever. Quando criei o “Minha Mãe é uma Peça”, aconteceu naturalmente. Fui escrevendo e mostrando aos meus amigos. Mostrei, inclusi-ve, para o Marcus Majella, que morava no Rio de Janeiro. Tinha acabado de chegar e estudava com ele na Casa das Artes nas Laranjeiras (CAL). Lia uns tre-chos da peça e ele morria de rir. Lia para minha empregada Valdéia, para a minha mãe, para o meu primo. Então, quando o espetáculo estreou, eu já sabia que, no mínimo, ele ia ser en-graçado. Agora, que faria esse sucesso todo e depois viraria fi lme e agora livro, isso daí já é um desdobramento de tudo que aconteceu.

EM TEMPO – De 2006, quando você estreou o espe-táculo, até hoje, o que mudou na sua vida?

PG – Mudou que não durmo mais. Agora conto as horas que vou dormir. E isso, às vezes, é um inferno, porque chego em casa agitado do trabalho, às 22h, tenho que me deitar para dormir e não consigo. E, muitas vezes, tenho um compromisso cedo na manhã seguinte. Agora, por exemplo, fi lmando o longa do “Vai que Cola”, tinha que chegar em casa às 22h e às 5h acordar. Porque em longa é tudo assim. Eles não têm cria-tividade nenhuma no horário no cinema. É tudo 5h, não tem outro horário. Se eu estivesse acordado a meia-noite, já fa-lava: “Vou dormir meia-noite, uma, duas, três, quatro, cinco. Vou dormir cinco horinhas só”. Fui morar no Rio Janeiro, por exemplo. Antes morava em Niterói. Agora eu vivo nesse eixo Rio-São Paulo. Comecei a escrever minhas coisas, a produzir. Vou produzir o “Minha Mãe É Uma Peça 2” com a Iafa (Britz). Estou escrevendo ele com a ajuda do Fil Braz, que acabou de sair de um projeto da Samantha (Schmütz) e vai entrar de cabeça no roteiro comigo. Enfi m, muito trabalho, muita coisa e pouco sono.

EM TEMPO – O “Vai Que Cola”, como você disse, se transformará em fi lme. Como foi participar dele?

PG – Para o fi lme, cheguei de Nova York, desci no Galeão, às 6h, peguei um carro e entrei no set de fi lmagem. Quem pro-duziu o longa foi a Conspiração Filmes e uns quatro autores escreveram o texto. Não tra-balhei no processo de criação, fui só o ator. E está um barato. A estreia está prevista para o dia 1º de outubro.

EM TEMPO – Você é muito presente nas redes sociais e, juntamente com isso, nas-cem as especulações da sua vida particular. Como lida com elas?

PG – A internet hoje em dia é terra de ninguém. Todo mundo fala o que quer. Tem pessoas que nos tratam com carinho. Na ver-dade, meu saldo é bem positivo, a maioria é com carinho. Uma pessoa ou outra que aparece para falar alguma besteira. Mas só mostro na internet, o que as pessoas podem, devem e o que eu quero que elas vejam. A minha vida pessoal mesmo, graças a Deus, ainda consigo preservar. Não que eu tenha alguma coisa a esconder, mas

é que a vida pessoal da gente é da gente. Acho que a nossa vida já é tão exposta que a gente meio que fi ca blindado, meio que se acostuma com isso. É como se você entrasse no BBB e depois do 20º dia as pessoas já agissem naturalmente naquela casa, já estão na piscina conver-sando descabelados, de sunga, de pijama o dia inteiro. É claro que existe a vaidade, nos arru-mamos para sair, porque sabe que vai encontrar um monte de gente que vai pedir foto. Acre-dito que vamos sabendo lidar com isso de uma forma bem tranquila e natural. Também não sou nenhum galã de novela que fi ca com paparazzi o dia inteiro atrás de mim.

EM TEMPO – As críticas te incomodam?

PG – Não me incomodo com a crítica, não. Acho que sei ser criticado. No meu primeiro trabalho, quando fi z com o Fábio Porchat, o “Infraturas”, a Bárbara Heliodora (crítica teatral muito respeitada, mor-ta em abril deste ano), disse algo como: “Excelentes atores, mas prejudicados pela falta de qualidade do texto”. Ela via que o texto tinha alguns altos e baixos. Ela não achava que era um texto totalmente preparado para entrar no pal-co, que algumas piadas eram ingênuas demais. O texto era do Fábio, mas também era meu. Aquilo me tocou. Mas fi quei pensando: “Será que ela, de repente, não está certa? Será que não precisamos re-ceber isso dela de uma forma mais tranquila?”. E depois que lancei o fi lme “Minha Mãe é uma Peça”, o “Hiperativo” e o “220 Volts”, já li muita coisa legal e positiva, mas também muita coisa negativa. Mas se a negativa for construtiva, se estiver apontando coisas que realmente precisam ser mu-dadas, acabo pensando: “Será que não é isso mesmo?”. Só é difícil quando recebemos crítica que fi ca meio pessoal, porque tem crítico que não sabe criticar. Mas também já estou tão calejado com isso, que não me preocupo. Quando faço meu espetáculo, a minha maior preocupação é agradar o público. Porque o público é o que tem de mais valioso nas nossas carreiras.

EM TEMPO – Você possui muitos fãs. Qual é o limite do fã?

PG – O limite do fã é a edu-cação mesmo, é o bom senso. Estamos sempre abertos a re-cebê-los com o maior carinho.

No fi nal dos meus espetáculos, sempre atendo os meus fãs, sempre tiro fotos. Em São Paulo, agora, está acontecendo uma coisa que o teatro já “desem-boca” direto na pista, na rua... Então, evitamos fazer foto ali por conta de segurança mesmo. Aí em Manaus, por exemplo, não vou fazer porque vai acabar o espetáculo e vou pegar o vôo direto para São Paulo. Então vou sair do espetáculo direto para o aeroporto. Acho que o carinho é o retorno que temos, signifi ca que o que estamos fazendo está dando certo e o povo está gostando. Só não pode ser mal-educado, invasivo e achar que somos um bichinho de pelúcia. Não somos o Walt Disney, entendeu? Então quan-do dou um “coió”: “Oh, você está totalmente equivocado, não é assim que se aborda, não é assim que puxa. Estou almoçando, espera”, é sempre uma diversão do mesmo jeito. Eles entendem que eu tenho um lado meio Dercy Gonçalves e está tudo certo.

EM TEMPO – Você possui

muitas personagens mulhe-res no seu acervo. De que forma as mulheres infl uen-ciam na sua vida?

PG – Fui criado por muitas mulheres. Minha família tem 70 mulheres e nove homens, prati-camente. Então este lado femi-nino é bem forte, bem presente na minha vida. Também não sou nenhum (Sylvester) Stallone, ne-nhum estereótipo de machão. Já sou meio caminho andado para fazer mulher. Como sou careca, também tenho muita facilidade para botar peruca. Praticamente todas fi cam boas na minha cabeça, porque eu tenho zero cabelo. Adoro fa-zer as mulheres que faço. Sou comediante, humorista, tenho milhões de personagens femini-nas e masculinas. Se tiver mais feminino do que masculino, não fi co muito preocupado com isso, não. Fico preocupado em fazer um bom trabalho.

EM TEMPO – Quais seus projetos ainda para 2015?

PG – Em 2015, faço a tem-porada do “Vai que Cola”, que começamos a gravar dia 8 de junho. Lanço o fi lme do “Vai que Cola” nos cinemas no dia 1º de outubro. E continuo em cartaz com o “220 Volts”, que é meu espetáculo de teatro. Agora, es-tou em São Paulo, depois volto para o Rio de Janeiro e depois vamos faz uma “turnezinha” pelo país até janeiro do ano que vem. Então meus projetos, por enquanto, são esses.

Acho que o carinho é o retorno que temos, sig-nifi ca que o que esta-mos fazendo está dan-do certo e o povo está gostando. Só não pode ser mal-educado, inva-sivo e achar que somos um bichinho de pelúcia. Não somos o Walt Dis-ney, entendeu?”

BRUNO MAZIERIEquipe EM TEMPO

Quando faço meu espetáculo, a minha maior preocupação é agradar o público. Porque o público é o que tem de mais valioso nas nossas carreiras”

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Paulo GUSTAVO

O ATORQUE ‘arrasta’ MULTIDÕES

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D2 Plateia MANAUS, DOMINGO, 10 DE MAIO DE 2015D2 Plateia

Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

. A empresária Cris Topdjian abriu o casarão do condomínio Jardim das Américas, com uma noite de moda.

. O evento era para lançar as novas coleções das labels Daslu e Mixed, produtos que fazem parte das marcas Zeal, que a empresária mantém no Vieiralves. A festa comemorava também o Dia das Mães.

>> Fashion

. A tradicional festa do Dia dos Namorados que esta coluna promove anualmente, este ano será com clima de ‘arraial chic’.

. O Diamond será totalmente produzido com a temática junina, no dia 12 de junho, reunindo os casais tops da cidade, que irão se divertir com uma charmosa banda de forró. Na noite, será servido um jantar com delícias da época. Reservas e informações: 98118-9717 ou 99985-1422. Agendem.

>> Festa da coluna

. O deputado federal Artur Bisneto reuniu a imprensa, sexta-feira, no Jevian, durante evento muito especial.

. O motivo do encontro? Apresentar um balanço dos primeiros cem dias de sua atuação na Câmara dos Deputados. Iniciativa que merece aplausos de pé!

>> Balanço

Mônica Santaella, Alita Menezes, Mário Adolfo Filho, Roberto Moita e Bernardo Monteiro de Paula

O prefeito Arthur Neto e o deputado federal Arthur Bisneto, no Jevian

O vereador Hiran Nico-lau e Márcio Noronha

no Vieiralves. A festa comemorava também o Dia das Mães.

Dani Grosso e Gizella Bolognese

Alessandra Brandão, Márcia Martins e Adriane Antony Gonçalves

Lívia e Cris Topdjian

Suely Yurtsever e Mônica Melo

Alice Lins, na passarela do evento, em comemoração ao Dia das Mães

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D3PlateiaMANAUS, DOMINGO, 10 DE MAIO DE 2015

SEC seleciona jovens para coral do Liceu de Artes

No próximo dia 19 (ter-ça-feira), a partir das 14h, jovens com idade entre 13 e 17 anos poderão participar de uma audição externa para integrar o Coral Jo-vem do Liceu de Artes e Ofícios Claudio Santoro. A iniciativa é do governo do Amazonas por meio da Secretaria de Estado de Cultura (SEC).

Os interessados em par-ticipar da audição externa deverão se inscrever no Liceu de Artes e Ofícios Claudio Santoro, localizado no BlocoF – setor de Pe-dagogia, no sambódromo, no período de 11 a 15 de maio, das 8h às 12h e das 14h às 17h, e deverão preparar uma música de livre escolha.

São 30 vagas oferecidas para a formação do Coral

Jovem, onde os alunos terão aulas de teoria musical e canto lírico, indo do reper-tório erudito ao popular. O curso também oferece au-las de expressão corporal, para preparar os alunos com relação à postura e perfor-mances nas apresentações ao público, como o Concer-to de Natal, realizado no largo São Sebastião, e de concertos nos espaços cul-turais da cidade. Os ensaios acontecem duas vezes por semana (terças e quintas-feiras, das 14h30 às 17h), sob a coordenação do ma-estro Hugo Pinheiro.

Os interessados devem chegar com 30 minutos de antecedência ao local da audição. Mais informa-ções pelos telefones: (92) 3232-2440, 3232-2488 e 3232-1950.

AUDIÇÃO

Inscrições deverão ser feitas entre os dias 11 e 15 de maio

Pizzaria oferece café da manhãA Pizzaria Távola Redonda

(avenida André Araújo, 1.603, Aleixo) inova com mais uma opção. Agora, além de abrir para o almoço – com uma série de alimentos saudáveis – e para o jantar com massas, a casa funcionará no primeiro

horário do dia, ou seja, para o café da manhã. “A ideia surgiu depois que percebemos que havia a necessidade de se ter um bom café da manhã na região do Aleixo, onde fica localizada a Távola”, explica o proprietário Pedro Gaioto.

O cardápio conta com gulo-seimas como tapiocas, bolos, o tradicional café com leite e uma série de opções. Assim como no almoço, a Távola também disponibiliza alimentos light.

Entre as especialidades es-tão dois tipos de tapioca: a com

queijo coalho e a com peito de peru. A pizzaria funciona com o seu café a partir das 6h30 e também na parte da tarde às 13h, com lanches e salga-dos. Informações pelo telefone 3611-4433 ou pelo Instagram (@tavolaredonda_pizzaria).

GASTRONOMIA

Ao todo são 16 lugares que poderão ser cedidos para eventos de dança, música, teatro, exibições cinematográficas, cultura popular, além de palestras

SEC abre edital para uso de seus espaços culturais

A Secretaria de Estado da Cultura (SEC) está com edital aberto até o dia 22 deste mês

para cessão de uso dos es-paços culturais do Amazonas. As inscrições são gratuitas e os interessados deverão protocolizar a proposta na sede da SEC, na avenida 7 de Setembro, 1.546, Centro, no horário de 8h30 às 13h.

O início do período das cessões ocorrerá a partir do mês de junho e o término está previsto para 20 de dezembro deste ano. O edital está disponível no site www.editaisculturamazonas.com e prevê regras para o uso dos espaços públicos para

eventos sem fins lucrativos.Teatro Amazonas, Palácio

da Justiça e outros 14 espaços culturais poderão ser cedidos para eventos com ênfase em dança, música, teatro, exibi-ções cinematográficas, cultu-ra popular, mostras, palestras, seminários, reuniões diversas organizadas por instituições, produtores e artistas de qual-quer Estado ou país.

A avaliação das propostas será feita por uma comissão nomeada pela SEC. A seleção será em caráter eliminatório, com o objetivo de verificar se o proponente cumpre as exigências previstas para inscrição do edital.

O resultado das propostas aprovadas será divulgado no site www.editaisculturama-zonas.com.

DANIEL JORDANOEspecial EM TEMPO

DIEGO JANATÃ

Teatro Amazonas entre os locais para eventos sem fins lucrativos

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D4 Plateia MANAUS, DOMINGO, 10 DE MAIO DE 2015

Gabriel Medina vai bater um papo com o apresentador Celso Portiolli, na edição de hoje do programa “Domingo Legal”

Campeão de surf é entrevistado no SBT

Nos conhecemos há 29 anos e desde então nunca mais nos largamos. Quer dizer, somente quando você tinha que tomar banho, comer ou coisa do tipo. Aliás, acredito que nem assim fi cáva-mos separados, tamanha era a loucura que você sempre teve por mim. Ainda nesses nossos primeiros encontros, tínhamos conversas intermináveis nas quais você falava e eu escutava. Tá bom, volta e meia eu também tentava me comunicar de alguma forma, mas não sei se era compreendido.

Dias tornaram-se meses, meses tor-naram-se anos e, eis que um belo dia, nos separamos de verdade, pelo menos no período da manhã. Tive que ir para a escola. Não lembro de ter chorado, não lembro de ter sentido saudades, mas lembro de querer estar de volta nos teus braços. Te acordar cedo nos fi nais de semana era meu programa favorito, mas você sempre me colocava para dormir novamente utilizando o artifício do “dorme aqui mais um pouquinho”. E eu quase sempre cedia.

Fui uma criança tranquila, mas bem diferente das outras. Brincava sozinho, muitas vezes, e, volta meia, pelo meu jeito diferente dos demais meninos do colégio sempre arrumava confusão. E era aí que você surgia, cheia de vontade de me defender, de evitar que qualquer pessoa pudesse, de alguma forma, me fazer chorar. Não que fosse mimado, mas eu tinha uma mãe leoa. E quem não desejava isso? Todos na verdade, sem exceção.

Foi com você que eu aprendi a comer de garfo e faca, a dar nó no sapato, que era feio falar palavrão – e hoje em dia só falo isso – que o mundo era todo meu e bastava eu estudar que poderia chegar em qualquer lugar. Aprendi que meus melhores amigos são meus pais e que as pessoas podem sim ter inveja das outras, mesmo eu lutando para não acreditar em tal sentimento. Aprendi que o silêncio, muitas vezes, vale mais do que um tapa. E devo dizer que, nesse caso, você não segue ensinamento.

Me fez fazer Primeira Comunhão, mas não conseguiu me obrigar a fazer Crisma. A bem da verdade, é que você sempre me deixou escolher o que fazer da minha vida. Isso, claro, dando vários pitacos que, muitas vezes, eu ouvi e nem ligava. Erro meu!

Tornei-me um adolescente daqueles que teve muitos amigos e você sem-pre queria conhecer todos. Conhecer a família deles, se bebiam, se usavam

drogas, o RG e o CPF, se fosse o caso. E eu menti algumas vezes. Todos bebiam, alguns usavam drogas, mas todos eram maravilhosos e sempre cuidaram de mim, me amaram. E sei que você muitas vezes acabava fazendo vista grossa. Coisa de mãe.

Quando terminei o Ensino Médio e decidi cursar jornalismo, nunca tive um questionamento teu, ao contrário do resto da minha família. Você sempre disse: “Faça aquilo que vai te fazer feliz. Ninguém merece trabalhar em algo que te deixe infeliz”. E não é que eu segui em frente? Tive muitas difi culdades e só Deus e você sabem quantas foram.

Você esteve e está, até hoje, presente nas minhas vitórias, nas minhas triste-zas, nos meus momentos de raiva e nos meus momentos de calma. Confesso que moramos no mesmo lugar, mas somos um pouco distantes, que não me faço tão presente na sua vida como você gostaria que eu fosse. Mas saiba que penso em ti todos os segundos, minutos, horas, dias, meses e anos da minha vida.

Tudo o que eu fi z e faço é pensando em você, mãe. Desculpa pelos dias que te fi z chorar, pelos momentos em que você precisou de mim e eu não estive lá para estender a mão, quando fui ri-diculamente grosseiro ou quando não te liguei. E obrigado por todo dia me amar, me dar carinho, me aceitar e, acima de tudo, por ser minha mãe. Tenho muito orgulho de ti! Estamos e estaremos sempre juntos, porque temos um amor que somente nós dois entendemos, que rompe as barreiras da amizade.

E é por você ser tão maravilhosa e tão linda que eu estou aqui para desejar um lindo Dia das Mães, porque você é merecedora desse título. Pode ter a certeza que você criou um homem com princípios, valores morais e que se importa com o próximo. Você criou um ser humano digno de estar vivo e que luta, todos os dias, por aquilo que acredita. E por isso tudo que temos um caso de amor eterno.

E deixo aqui um beijo para as mamães que são de sangue ou de coração, que estão grávidas, mas que já são mães; para as mães loiras, japonesas, ne-gras, índias, para as que passam o dia fora de casa trabalhando, mas sentem saudades dos fi lhos; para os pais que também são mães, pois ocupam as duas funções. Para as vovós que são mães duas vezes. Enfi m, parabéns, vocês são merecedoras desse título.

Bruno MazieriE-mail: [email protected]

Bruno MazieriJornalista

Foi com você que eu apren-di a comer de garfo e faca, a dar nó no sapato, que era feio falar palavrão – e hoje em dia só falo isso – e bastava eu estudar que poderia chegar em qualquer lugar”

Um eterno caso de amor

H oje, às 11h, no progra-ma “Domingo Legal”, Celso Portiolli faz uma entrevista exclu-

siva com o campeão mundial de surf, Gabriel Medina. Celso conhece a casa e a família de Medina, em Maresias, litoral norte de São Paulo, e ele fala sobre o começo de sua vida no surf e como está a sua vida depois de se tornar um campeão mundial. E ainda, Celso leva para conhecer o surfi sta João, um garoto de 12 anos, que considera Medina uma inspiração. O programa também prepara uma surpresa

emocionante para o surfi sta.No “Passa ou Repassa” a

competição será entre Renata Banhara, Mulher Melão, Talita Zampirolli, Valentina X Agnal-do Timóteo, Cássio , Gominho e Bambam. E vai rolar muita torta na cara.

Tem também uma histó-ria emocionante e surpreen-dente, que é um verdadeiro milagre da vida, sobre uma mãe que mora na fronteira do Brasil com a Bolívia. Jéssica estava grávida de 7 meses e meio quando começou a ter contrações. Ela foi ao hospital, às 3h da manhã, mas como a

criança nasceria prematura, ela teria que ir até Porto Velho, a capital de Rondônia, por cau-sa da UTI neonatal. Só que de ambulância demoraria muito e não daria tempo. Tiveram que acionar um avião público para levá-la até a capital. Só que depois de 20 minutos no ar, em um voo de cerca de 1h, o bebê de Jéssica nasceu no ar. No avião estavam dois pilotos, um médico, uma técnica de enfermagem e a mãe. Alyce nasceu no ar e eles estarão no palco do programa “Domingo Legal” para conversar com Celso Portiolli.

Celso Portiolli (à direita) entrevistará Gabriel Medina na residência do surfi sta, em Maresias

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AÇÃO

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D5PlateiaMANAUS, DOMINGO, 10 DE MAIO DE 2015

Canal [email protected]

Flávio Ricco

Colaboração:José Carlos Nery

TV TudoToda mudança...No entanto, sempre causa

alguma estranheza. O for-mato engessado de muito bem está dando lugar à infor-malidade, com o preço que precisa ser pago com isto.

Ainda vai demorar um pou-co para se chegar ao modelo ideal. Enquanto isso, alguns escorregões, em meio aos improvisos, serão inevitá-veis, como o William Bonner, por exemplo, deixar escapar um “molhadinho” no ar.

Olha isso“Keké Isso na TV”, hu-

morístico bobinho, feito na falida linha do “Zorra Total”, é uma das maiores audiên-cias de todo o Nordeste.

Criado pela TV Mosso-ró, faz muito sucesso em emissoras de Pernambuco e Ceará, por exemplo.

Como se vêA moda do comprar pron-

to, comum nas grandes re-des brasileiras, começa a se espalhar perigosamente pelas TVs regionais.

O talento local terá, pelo andar da carruagem, di-fi culdades ainda maiores para aparecer. Essas emis-soras pequenas sempre fo-ram grandes celeiros.

Aí é que estáA Bandeirantes, no início

Bate-rebate• No dia 25, uma segunda-

feira, o Fox Life exibirá, a partir das 21h, o penúltimo e o último episódio de “A Escrava Isaura” seguidos...

• ...E cumprindo a promessa de mostrar o fi nal inédito da no-vela, jamais exibido na TV...

• ...No mesmo dia, às 22h30, a Fox promoverá a estreia do reality show “Lu-cky Ladies”, estrelado por funkeiras, direto, sem inter-valos comerciais.

• “Atrás dos bisturis” é o as-sunto do “Conexão Repórter”, do Roberto Cabrini, na noite deste domingo no SBT...

• ...É uma reportagem com-pleta sobre a morte de um jovem médico, assassinado com dois tiros nas costas e um na cabeça.

• O investimento da Rede TV! nas suas manhãs, via “Melhor pra você”, já é mui-to comentado nas emissoras concorrentes..

Calma nessa horaAs mudanças no “Jornal Nacional”,

processadas recentemente, foram além da simples troca de cenários.

Âncoras e repórteres estão inte-ragindo de maneira diferente.

Correria Devido a todo o troca-troca que

envolveu “Verdades Secretas”, para muitos do seu elenco, fi m de semana é algo que não existe. A ordem é tirar o atraso das gravações.

Silvio de Abreu tem se des-dobrado no comando da Te-ledramaturgia da Globo. Faz questão de acompanhar tudo de perto e contribuir com todos naquilo que for possível. Agora, por exemplo, irá supervisionar o trabalho de Paulo Nascimen-to, que vai escrever novos 16 episódios da série “Animal”.

Ficamos assim. Mas ama-nhã tem mais. Tchau!

C’est fi ni

Degrau acimaPara a teledramaturgia da Globo, Daniel Ortiz foi

aprovado com louvor com a sua primeira novela solo, “Alto Astral”.

Soube levar o trabalho na boa e em todos os mo-mentos mostrou segurança no que estava fazendo e a confi ança de uma boa história nas mãos.

da exibição da novela “Mil e Uma Noites”, estava abrindo apenas um intervalo comer-cial, que ajudou a capturar a atenção do público e chegar a uma boa audiência.

Só que ao fazer esta boa audiência, para os padrões da Band, logo abriu um se-

gundo intervalo. E os dois es-tão cada vez mais longos.

Fechou um horárioAcabando “Império”, atual-

mente em cartaz na portu-guesa SIC, a faixa das 22h30 passará a ser destinada a produções locais.

GLO

BO

No último dia 04 de maio, fora en-cerrada as inscrições dos editais de cultura da Fundação Municipal de Cul-tura, Turismo e Eventos – Manauscult. Juntos, mais de três milhões de reais foram investidos em editais, e ainda estão previstos mais dois editais para 2015. Para não parecer cabotinagem por conta de que o autor que vos fala é funcionário da casa, justifi co por argumentos plausíveis a insistência que temos tido em afi rmar que uma política pública de editais é uma das formas mais efi cazes no sentido das pessoas de uma cidade escolherem seus próprios fi ns em cultura. O papel do Poder Público, portanto, é ser faci-litador e não diretor de uma política cultural; é estimular os artistas, os produtores, instituições, pontos de cultura, empresários etc - vale lembrar que não é só o Poder Público o res-ponsável por promover uma política cultural, não existe hoje nenhum lugar no mundo em que uma secretaria promova uma política cultural sem o apoio de outros órgãos estatais e outras instituições e agentes civis, como nos Estados Unidos por exem-plo – a refl etirem sobre sua própria demanda, escolherem sua demanda. O que quero dizer é que o objetivo do Poder Público não é atender as deman-das; o Poder Público pode estimular a demanda, fazer a demanda refl etir sobre a própria demanda e inclusive negar a demanda. Este último é um pouco mais complicado no Brasil por conta do modelo de política populista que temos – diferente do Reino Unido onde as instituições são mais fortes que as pessoas, e estas respeitem em boa parte as instituições, e estas, por sua vez, respeitam as pessoas, há uma moral intrínseca, um respeito necessário para o bom andamento das ações –, mas não é impossível, por isso que o diálogo é importante.

Mas não um diálogo do tipo eleito-reiro como o promovido pelo Ministério da Cultura - MinC que engana os

desavisados fazendo-os acreditar que são os principais responsáveis pelas suas ações, quando na verdade, são marionetes do governo e vítimas do populismo do governo (em outro artigo me explico melhor). Mas um diálogo sério, realmente participativo, e não diretivo como quer o MinC sem ser.

Para que as pessoas escolham seus próprios fi ns em cultura, para que uma política cultural seja autossutentável – que é uma das metas desenvolvidas em muitos países onde o Estado passa a ser, de fato, um agente esti-mulador, facilitador, um “meieiro” – é necessário um diagnóstico preciso sobre os hábitos culturais locais e um levantamento crítico sobre o proces-so de formação da cultura em seus mais diferentes espaços. Por que é preciso tal registro? Para sairmos dos “achismos” de todos os tipos e dos es-tigmas também criados e mantidos por uma tradição que negligencia o passado e é herdeira direta de uma aristocracia que antes assassina-va índios e espoliava trabalhadores através de promessas que geravam dívidas. Hoje olhamos a Zona Leste como o espólio da música de baixo calão, onde os valores socioculturais se mantêm ausentes. Mas não passa de conclusões rarefeitas, e tão baixas quanto a visão criada pela elite sobre esta importante área de Manaus. Por isso que a cultura é terreno para especialistas e não para o meu amigo de infância que é padeiro e precisa de uma “força” – nada contra o pa-deiro. Um mapeamento dos artistas e fazedores culturais, além dos equi-pamentos culturais nas seis zonas de Manaus nos dará um diagnóstico preciso onde, a partir daí, podemos divulgar, treinar os agentes culturais destas áreas para a participação em editais, e aí, escolherem seus próprios projetos a serem desenvolvidos em sua localidade, ou não. Mas bem, desenvolvo melhor posteriormente a questão.

Márcio BrazE-mail: [email protected]

Márcio BrazAtor, diretor,

cientista social e membro do

Conselho Municipal de

Cultura de Manaus

Um ma-peamento dos artistas, além dos equipamen-tos culturais nas seis zonas de Manaus, dará diag-nóstico de onde pode-mos treinar agentes para participação em editais”

Editais: modelo de efi ciência

REGI

MÁRIO ADOLFO

GILMAL

ELVIS

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D6 Plateia MANAUS, DOMINGO, 10 DE MAIO DE 2015

ÁRIES - 21/3 a 19/4 Esperar não é de seu temperamento. Você pre-fere sair fazendo. Mas, neste momento, talvez tenha que agir com a mente, isto é, refl etir, ao invés de tentar sair fazendo coisas.

TOURO - 20/4 a 20/5 Você tende a estar muito envolvido com algo que está sentindo em relação ao trabalho. As difi culdades materiais se afastam e você começa a pensar em novos projetos.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 Momento estimulante para os relacionamen-tos próximos e associações. Mas o espírito crítico está presente, prejudicando aquilo que poderia ser muito melhor e mais completo.

CÂNCER - 22/6 a 22/7 Momento para se dedicar às tarefas cotidia-nas, no campo do conforto e saúde pessoal assim como no trabalho. Suas esperanças se renovam pela abertura de novos horizontes.

LEÃO - 23/7 a 22/8 É tempo de pensar em suas relações de um ponto de vista útil e produtivo. Mais do que discutir e tentar acertar pontos impossíveis com as pessoas,. Firme o que lhe faz bem.

VIRGEM - 23/8 a 22/9 Momento favorável para cuidar da casa e do ambiente doméstico. Evite ser crítico com as pessoas próximas. As relações se enriquecem e trazem renovação para as esperanças.

LIBRA - 23/9 a 22/10 Procure ser objetivo nos assuntos a tratar, mas sem ferir a sensibilidade alheia. Perceba como há no ar novas possibilidades rondando o trabalho.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11 As preocupações se voltam para a lida com posses materiais e dinheiro. Nada de impor-tante deverá acontecer, mas seus sentimen-tos teimarão em se preocupar demais.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12Disposição oscilante e imaginação muito fértil nas lidas de rotina. Depois de lidar com os pequenos problemas cotidianos, busque o con-tato com sentimentos e anseios profundos.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1 É tempo de se ocupar da produção material e organização de seus proventos fi nanceiros. Estímulo para o convívio social, mas o espírito crítico pode gerar desconfi ança.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2 Prepare o espírito para o futuro, contatando as esperanças que agora se renovam. Você se fortalece em seus sentimentos amorosos e naquilo que acende sua vontade de viver.

PEIXES - 19/2 a 20/3 Tendência a se recolher e a dedicação exagerada às preocupações, talvez com saúde ou com problemas materiais. Con-vém não se deixar levar completamente por preocupações.

Programação de TV

CruzadinhasHoróscopo Cinema

CONTINUAÇÕESCake – Uma Razão Para Viver:

EUA. 14 anos. Cinépolis Ponta Negra 3 – 21h40 (leg/diariamente).

Uma Longa Jornada:EUA. 16 anos. Cinemark 3 – 13h40 (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 3 – 12h30 (leg/somente sábado e domingo), 18h40 (leg/diariamente).

Entre Abelhas:BRA. 14 anos. Cine-mark 2 – 11h50 (somente sábado e domingo), 14h, 16h10, 18h30, 20h45 (diariamente), 23h (somente sábado); Cinépolis Millennium 7 – 14h30, 16h45, 19h15, 21h45 (diariamente); Cinépolis Plaza 7 – 14h, 16h30, 18h45 (diariamen-te); Cinépolis Ponta Negra 2 – 16h40, 22h30 (diariamente), Cinépolis Ponta Negra 9 – 14h10, 19h20 (diariamente); Kinoplex 4 – 15h30, 17h30, 19h30, 21h30 (diariamente).

Noite Sem Fim:EUA. 16 anos. Ci-nemark 4 – 15h40 (dub/diariamente); Cinépolis Millennium 6 – 21h30 (leg/dia-riamente); Cinépolis Plaza 7 – 21h (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 3 – 15h30 (leg/diariamente), Cinépolis Ponta Negra 7 – 21h50 (leg/diariamen-te); Kinoplex 1 – 15h (dub/diariamente); Playarte 9 – 13h45, 16h15, 18h45,

21h20 (dub/diariamente), 23h40 (dub/somente sexta-feira e sábado).

Os Vingadores 2 – A Era de Ultron: EUA. 16 anos. Cinemark 1 – 13h, 16h, 19h10, 22h20 (dub/diariamente), Cine-mark 4 – 18h20, 21h30 (3D/dub/dia-riamente), Cinemark 7 – 11h (3D/dub/somente sábado e domingo), 14h10, 17h20, 20h30 (3D/dub/diariamente), 23h40 (3D/dub/somente sábado); Ci-népolis Millennium 1 – 14h45, 18h, 21h15 (3D/dub/diariamente), Cinépolis Millennium 3 – 13h30 (3D/leg/somente sábado e domingo), 17h, 20h15 (3D/leg/diariamente), Cinépolis Millennium 4 – 14h15, 17h30, 20h45 (3D/dub/diaria-mente), Cinépolis Millennium 8 – 15h45, 19h, 22h15 (3D/leg/diariamente); Ci-népolis Plaza 1 – 15h45, 19h, 22h15 (3D/dub/diariamente), Cinépolis Plaza 2 – 14h45, 18h, 21h15 (3D/dub/diaria-mente), Cinépolis Plaza 3 – 13h45 (3D/dub/somente sábado e domingo), 17h, 20h15 (3D/dub/diariamente), Cinépolis Plaza 4 – 13h (3D/dub/somente sába-do e domingo), 16h15, 19h30, 22h40 (3D/dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 1 – 13h45 (3D/leg/somente sá-bado e domingo), 17h, 20h10 (3D/leg/

diariamente), 23h30 (3D/leg/somente sexta-feira e sábado), Cinépolis Ponta Negra 4 – 18h (3D/dub/diariamente), 14h45, 21h15 (3D/leg/diariamente), Ci-népolis Ponta Negra 5 – 13h10 (3D/dub/somente sábado e domingo), 19h30 (3D/dub/diariamente), 16h10, 22h40 (3D/leg/diariamente), Cinépolis Ponta Negra 7 – 12h (dub/somente sábado e domingo), 15h15, 18h30 (dub/dia-riamente), Cinépolis Ponta Negra 10 – 14h20, 17h30 (dub/exceto quarta-feira), 22h (dub/diariamente); Kinoplex 3 – 15h05, 18h05, 21h05 (3D/dub/dia-riamente), Kinoplex 5 – 14h30, 17h30, 20h30 (3D/dub/diariamente); Playarte 1 – 12h, 14h50, 17h55, 21h (3D/dub/diariamente); Playarte 5 – 14h, 17h, 20h (dub/diariamente), 23h (dub/so-mente sexta-feira e sábado), Playarte 6 – 14h30, 17h30, 20h30 (leg/diariamen-te), 23h30 (leg/somente sexta-feira e sábado).

Chappie: EUA. 16 anos. Playarte 8 – 15h20, 20h20 (dub/diariamen-te), 22h50 (dub/somente sexta-feira e sábado).

Cada Um Na Sua Casa: EUA. Livre. Cinemark 4 – 13h10 (dub/diariamente);

Cinépolis Millennium 6 – 13h (dub/so-mente sábado e domingo); Cinépolis Plaza 8 – 13h15 (dub/somente sábado e domingo); Cinépolis Ponta Negra 6 – 14h30 (dub/diariamente); Playarte 10 – 13h, 15h, 17h, 19h, 21h (dub/diariamente).

Velozes e Furiosos 7: EUA. 14 anos. Cinemark 3 – 16h30, 19h20, 22h10 (dub/diariamente); Cinépolis Millennium 6 – 15h15, 18h15 (leg/diariamente); Cinépolis Plaza 5 – 15h, 18h15, 21h30 (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Ne-gra 6 – 17h10, 20h20 (dub/diariamente); Kinoplex 2 – 18h30 (dub/diariamen-te); Playarte 2 – 14h15, 17h15, 20h15 (leg/diariamente), 23h05 (leg/somente sexta-feira e sábado), Playarte 3 – 13h, 15h45, 18h30, 21h15 (dub/diariamen-te), 23h55 (dub/somente sexta-feira e sábado), Playarte 4 – 13h01, 15h46, 18h31, 21h16 (dub/diariamente).

Cinderela: EUA. Livre. Playarte 7 – 12h50, 15h15, 17h40, 20h05 (dub/diariamente), 22h25 (leg/somente sex-ta-feira e sábado).

Kingsman – Serviço Secreto: RUS. 16 anos. Playarte 8 – 12h50, 17h45 (dub/diarmente).

Sharon Raydor lidera divisão de polícia, em “Crimes graves”

SBT

5h Santo Culto em seu lar

5h30 Desenhos Bíblicos

8h30 Record Kids – Pica Pau

10h Domingo Show

14h30 Hora do Faro

18h30 Domingo Espetacular

22h15 Repórter em Ação

23h15 Roberto Justus +

0h15 Programação Iurd

5h Power Rangers – Resgate na Velocidade da Luz6h30 Santa Missa no Seu Lar7h30 Sabadão do Baiano8h Power Rangers + Jimmy Neutron9h30 Palavra Cantada10h45 Verdade e Vida11h05 Pé na Estrada11h30 Os Simpsons12h30 Band Esporte Clube14h Gol: O Grande Momento do Futebol14h30 Futebol 2015 –

4h45 Jornal da Semana Sbt

6h Brasil Caminhoneiro

6h30 Turismo & Aventura

7h30 Vrum

8h Chaves

10h Domingo Legal

14h Eliana

18h Roda a Roda Jequiti

18h45 Sorteio da Telesena

19h Programa Silvio Santos

23h Conexão Repórter

0h Série: Sobrenatural

1h Série: Rizzola & Isles

2h Série: Crimes Graves

3h Big Bang

3h30 Igreja Universal

RECORD

BAND

GLOBO4h49 Santa Missa5h50 Amazônia Rural6h18 Pequenas Empresas, Grandes Negócios6h53 Globo Rural8h Fórmula 1 – GP da Espanha – Motmeló – 66 voltas9h57 Auto Esporte10h17 Esporte Espetacular 12h Esquenta13h03 Temperatura Máxima. Filme: Shrek Para Sempre15h Futebol – 2015: Campe-onato Brasileiro – São Paulo x Flamengo17h Domingão do Faustão20h Fantástico22h26 Superstar23h36 TUF – UM Busca de Campeões

REPRODUÇÃO

ESTREIA

Campeonato Brasileiro – São Paulo X Flamengo17h50 3º Tempo19h Sabe ou Não Sabe20h Top 2021h30 Pânico na Band0h15 Canal Livre1h50 Show Business – Rea-presentação2h40 Igreja Universal

O Franco Atirador: ESP/ING. 16 anos. Depois de uma longa carreira como matador de aluguel, Martin Terrier pretende se aposentar e passar o resto da vida ao lado de sua amada. Mas quando ele descobre que está sendo traído por pessoas de sua confi ança, Martin começa uma viagem por toda Europa para acertar as contas com cada homem que tentou trapaceá-lo. Cine-mark 8 – 13h30, 16h20, 19h, 21h45 (dub/diariamente); Cinépolis Millennium 5 – 13h45 (dub/somente sábado e domingo), 18h30 (dub/diariamente), 16h15, 21h (leg/diariamente); Cinépolis Plaza 8 – 15h20, 17h45, 20h30 (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 2 – 14h, 19h40 (leg/diariamente), Cinépolis Ponta Negra 9 – 16h50 (dub/diariamente), 22h10 (leg/diariamente); Kinoplex 2 – 13h30, 16h (dub/diariamente), 21h20 (leg/diariamente).

Super Velozes, Mega Furiosos: EUA. 12 anos. O fi lme é uma sátira aos fi lmes e aos personagens da série de ação Velozes e Furiosos, o policial Paul White (Alex Ashbaugh), trabalhando sob disfarce, chega junto à gangue ilegal de corredores de rua liderada por Vin Serento (Dale Pavinski), numa das provas noturnas do grupo. Vin e Paul provam no asfalto que são velozes, são furiosos e juntos decidem elaborar um plano para dar um golpe duplo num dos mais perigosos chefões do crime de Los Angeles, Juan Carlos de la Sol (Omar Chaparro). Cinemark 5 – 13h20, 15h50, 18h10, 21h (dub/dia-riamente), 23h30 (dub/somente sábado e domingo); Cinépolis Millennium 2 – 15h, 17h15, 19h30, 22h (dub/diariamente); Cinépolis Plaza 6 – 14h15, 16h40, 19h20, 21h45 (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 8 – 14h10, 19h (dub/diariamente), 16h30, 21h30 (leg/diariamente); Kinoplex 1 – 17h25, 19h35, 21h45 (dub/diarimente).

REPRODUÇÃO

0h33 Domingo Maior. Filme: A Última Bala1h54 Sessão de Gala. Filme: Cyrus3h15 Mentes Criminosas

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D7PlateiaMANAUS, DOMINGO, 10 DE MAIO DE 2015

Bandas amazonenses abrem show da Turma do PagodeCacildes e Cuka Fresca fazem shows de abertura da noite dedicada ao samba, que acontece no Copacabana Chopperia

SERVIÇOTURMA DO PAGODE

QuandoOnde

Quanto

Pontos de venda

dia 16 de maioCopacabana Cho-pperia (avenida do Turismo, Tarumã)Pista 1º lote R$ 40 (meia-entra-da); Área Vip com open bar 1º lote R$ 150 (meia-en-trada) em até 2x cartão. Open bar de cerveja, caipirinha, caipiroska, água e refrigerante até as 3h da manhãEstande da Fábrica no Amazonas Shopping, Loja da Fábrica no Shop-ping Cidade Leste, Óticas Veja e Loja Sinhazinha.com Vendas on-line: www.fabricaingres-sos.com

Manaus é uma das capitais do Bra-sil que sempre “abraça” o pagode.

Exemplo disso é o público que comparece ao maior festival de samba do Brasil, o “Samba Manaus”. Durante todo o ano, diversas atrações do gênero musical sempre emplacam na cidade. Uma das mais espera-das pelo manauense é a Tur-ma do Pagode, que estourou nas rádios alguns hits, como “Lancinho” e “Camisa 10”. Eles estão de volta, mais precisa-mente para o palco do Copa-cabana Chopperia, no Tarumã, onde se apresentam no dia 16 de maio, a partir das 22h.

Para abrir a noite, dois shows de bandas locais vão animar o público: Cacildis e Cuka Fresca. “Esta é a primeira vez que vamos abrir o show de uma banda de renome que está estourada. Abraçamos essa oportunidade e vamos levar o melhor do samba para o público”, destacou Yury Santos, do grupo Cacildis.

Eles, que estão ensaiando um repertório contagiante, garan-tem que as músicas da TDP sempre fi zeram parte do set list dos shows que realizam em Manaus. “Algumas regravações que eles fi zeram também fazem parte do nosso repertório. O

estilo que eles colocam no show, sempre pra cima, é algo que nos inspira. Procuramos seguir essa linha”, ressaltou.

Cuka no palcoO Cuka Fresca também es-

tará nessa “prévia”. O grupo possui 8 anos de estrada e já teve a oportunidade de abrir shows nacionais, como dos

“Exaltamaníacos”, Bom Gosto, Sorriso Maroto, Jorge Aragão, Alexandre Pires, dentre outros. E dessa vez estarão no palco do Copacabana para abrir o show da Turma do Pagode.

O Cuka Fresca é formado por Jefi nho, Sonata, Rodrigo e Toi-nho. Juntos, eles mostram que entendem de samba, compo-sição, e arranjo.

Cuka Fresca tem 8 anos de estra-

da musical

A Turma do Pagode faz show

dia 16 de maio

FOTOS: DIVULGAÇÃO

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