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Segunda-feira, 15 de março de 2010 Edição nº 1.001 Editado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República PIB de 2009 revela acertos na política econômica Foto: Prefeitura de Bento Gonçalves (RS) O papel do governo, ao reduzir tributos e au- mentar os gastos para estimular a economia, impediu uma retração maior do Produ- to Interno Bruto (PIB) em 2009, avaliou o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann. Segun- do ele, o direcionamento dos es- tímulos para o mercado interno foi essencial para impedir o apro- fundamento da crise. “O desempenho negativo [da economia] foi interrompido, a par- tir do segundo trimestre do ano passado, muito mais por ações internas que externas. As medidas de estímulo ao emprego, à renda e à produção evitaram uma reces- são profunda”, afirmou Pochmann em entrevista à Agência Brasil. Segundo ele, o dado mais sig- nificativo que comprova o peso do mercado interno na economia foi o consumo das famílias, que cresceu 4,1% no ano passado, apesar da queda de 0,2% do PIB. “A expansão dos gastos das fa- mílias gerou um adicional de R$ 160 bilhões na economia no ano passado, uma média de R$ 2,8 mil por família”, explicou. Se for levado em consideração o peso do mercado interno na eco- nomia, o consumo das famílias passou de 60,3% do PIB em 2008 para 62,8% no ano passado. Anticíclica - Na avaliação do presidente do Ipea, a política an- ticíclica (na qual o Estado gasta mais em tempos de crise) foi es- sencial para manter a atividade econômica em 2009. “Se fosse mantida a tendência observada no último trimestre de 2008, o Brasil teria caminhado para uma recessão acima de 7%, em vez de uma queda próxima de zero”. Pochmann disse que o Ipea es- timava leve crescimento no PIB em 2009, ao contrário da queda anunciada pelo Instituto Brasi- leiro de Economia e Estatística (IBGE). Segundo ele, o desempe- nho dos setores ligados ao mer- cado internacional foi o principal fator que puxou o PIB para baixo. “A agropecuária registrou que- da porque é vinculada às expor- tações e a indústria é influenciada pelo elevado grau de interna- cionalização das empresas, que tomam decisões pensando na economia internacional, não ne- cessariamente na realidade do País em que estão instaladas”. De acordo com o IBGE, a indús- tria caiu 5,5% e a agropecuária apresentou queda de 5,2% no ano passado. Sobre a ampliação dos gastos públicos, o presidente do Ipea afirmou que a política foi acer- tada, mesmo com o crescimento dos gastos de custeio (manu- tenção da máquina pública). “Na crise, é muito difícil tomar decisões de investimentos, que requerem tempo para maturar. Os gastos de custeio apresentam resultados mais rápidos”. Na avaliação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, o cres- cimento da economia ocorre com qualidade, com aumento da de- manda. No último trimestre de 2009, o consumo das famílias cresceu 7,7%. “Então podemos dizer que a economia brasileira já deixou a crise para trás e o úl- timo trimestre já indica isso com todas as letras”, ressaltou. Consumo cresceu 4,1% no ano passado, apesar da queda de 0,2% do PIB

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S e g u n d a - f e i r a , 1 5 d e m a r ç o d e 2 0 1 0 E d i ç ã o n º 1 . 0 0 1

Editado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

PIB de 2009 revela acertos na política econômica

Foto

: Prefeitura d

e Ben

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on

çalves (RS)

O papel do governo, ao reduzir tributos e au-mentar os gastos para

estimular a economia, impediu uma retração maior do Produ-to Interno Bruto (PIB) em 2009, avaliou o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann. Segun-do ele, o direcionamento dos es-tímulos para o mercado interno foi essencial para impedir o apro-fundamento da crise.

“O desempenho negativo [da economia] foi interrompido, a par-tir do segundo trimestre do ano passado, muito mais por ações internas que externas. As medidas de estímulo ao emprego, à renda e à produção evitaram uma reces-são profunda”, afirmou Pochmann em entrevista à Agência Brasil.

Segundo ele, o dado mais sig-nificativo que comprova o peso do mercado interno na economia foi o consumo das famílias, que cresceu 4,1% no ano passado, apesar da queda de 0,2% do PIB. “A expansão dos gastos das fa-mílias gerou um adicional de R$ 160 bilhões na economia no ano passado, uma média de R$ 2,8 mil por família”, explicou.

Se for levado em consideração o peso do mercado interno na eco-nomia, o consumo das famílias passou de 60,3% do PIB em 2008 para 62,8% no ano passado.

Anticíclica - Na avaliação do

presidente do Ipea, a política an-ticíclica (na qual o Estado gasta

mais em tempos de crise) foi es-sencial para manter a atividade econômica em 2009. “Se fosse mantida a tendência observada no último trimestre de 2008, o Brasil teria caminhado para uma recessão acima de 7%, em vez de uma queda próxima de zero”.

Pochmann disse que o Ipea es-timava leve crescimento no PIB em 2009, ao contrário da queda anunciada pelo Instituto Brasi-leiro de Economia e Estatística (IBGE). Segundo ele, o desempe-nho dos setores ligados ao mer-cado internacional foi o principal fator que puxou o PIB para baixo.

“A agropecuária registrou que-da porque é vinculada às expor-tações e a indústria é influenciada pelo elevado grau de interna-cionalização das empresas, que tomam decisões pensando na economia internacional, não ne-cessariamente na realidade do País em que estão instaladas”.

De acordo com o IBGE, a indús-tria caiu 5,5% e a agropecuária apresentou queda de 5,2% no ano passado.

Sobre a ampliação dos gastos públicos, o presidente do Ipea afirmou que a política foi acer-tada, mesmo com o crescimento dos gastos de custeio (manu-tenção da máquina pública). “Na crise, é muito difícil tomar decisões de investimentos, que requerem tempo para maturar. Os gastos de custeio apresentam resultados mais rápidos”.

Na avaliação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, o cres-cimento da economia ocorre com qualidade, com aumento da de-manda. No último trimestre de 2009, o consumo das famílias cresceu 7,7%. “Então podemos dizer que a economia brasileira já deixou a crise para trás e o úl-timo trimestre já indica isso com todas as letras”, ressaltou.

Consumo cresceu 4,1% no ano passado, apesar da queda de 0,2% do PIB

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Uso de plantas medicinais da tradição popular é regulamentado

Quase todo mundo já ouviu fa-lar de alguma planta, folha, casca, raiz ou flor que ajuda a aliviar os sintomas de um resfriado ou mal-estar. Unindo ciência e tradição, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) quer popularizar esse conhecimento, esclarecendo quando e como as drogas vegetais devem ser usadas para se alcançar efeitos benéficos. A medida foi pu-blicada no Diário Oficial da União na quarta-feira (10).

Outra novidade diz respeito à segurança: a partir de agora as empresas vão precisar notificar à Agência sobre a fabricação, im-portação e comercialização dessas “drogas vegetais” no mínimo a cada cinco anos. Os produtos tam-bém vão passar por testes que ga-rantam que estão livres de micror-ganismos como bactérias, além da qualidade e da identidade.

Os locais de produção deverão cumprir as Boas Práticas de Fabri-cação (conjunto de medidas que devem ser adotadas pelas indús-trias de alimentos) para evitar que ocorra, por exemplo, contaminação durante o processo que vai da co-leta, na natureza, até a embalagem para venda. As embalagens dos produtos deverão conter, dentre outras informações, o nome, CNPJ e endereço do fabricante, número do lote, datas de fabricação e validade, alegações terapêuticas comprova-das com base no uso tradicional, precauções e contra indicações de uso, além de advertências específi-cas para cada caso.

Preparo - As “drogas vegetais”

têm formas específicas de uso e a ação terapêutica é totalmente in-fluenciada pela forma de preparo. Algumas possuem substâncias que

se degradam em altas temperaturas e por isso devem ser maceradas. Já as cascas, raízes, caules, sementes e alguns tipos de folhas devem ser preparados em água quente. Fru-tos, flores e grande parte das folhas devem ser preparadas por meio de infusão, caso em que se joga água fervente sobre o produto, tampan-do e aguardando um tempo deter-minado para a ingestão.

“O alho é um famoso expecto-rante e muita gente tem o hábito de usá-lo com água fervente. No entanto, para aproveitar melhor as propriedades terapêuticas, o ideal é deixá-lo descansar em água à temperatura ambiente”, explica a coordenadora de fitoterápicos da Anvisa, Ana Cecília Carvalho.

Medicamentos Fitoterápicos Drogas Vegetais

Ambos são obtidos de plantas medicinais, porém elaborados de forma diferenciada.

Produtos tecnicamente mais elaborados, apresen-tados na forma final de uso (comprimidos, cápsu-

las e xaropes).

São constituídas da planta seca, inteira ou rasu-rada (partida em pedaços menores) utilizadas na

preparação dos populares “chás”.

Foto

: An

visa

Prêmio Rosani Cunha apresenta lista de práticas selecionadas

Com o objetivo de recompen-sar e dar visibilidade às práticas adotadas nas áreas de assistên-cia social, transferência de renda e segurança alimentar e nutricio-nal, o concurso “Ações Integra-das para a Proteção e Promoção Social”, após analisar 454 práti-cas governamentais, divulga os pré-finalistas do Prêmio Rosani Cunha. Bahia, Piauí, Minas Ge-

rais, Mato Grosso do Sul, Ceará e Goiás foram alguns dos estados brasileiros selecionados. A sele-ção é uma iniciativa do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e irá premiar 16 práticas, sendo 8 de governos municipais, 4 práti-cas estaduais e do Distrito Fede-ral e 4 de entidades da sociedade civil organizada. Na modalidade estudos, serão dois prêmios: um para a categoria profissional e ou-tro para a categoria estudante.

A cerimônia que revelará os finalistas acontece no dia 25 de março, em Brasília (DF).

A intenção é multiplicar as iniciativas de gestão que facili-tam a vida da população. “Ações inovadoras têm características

como criatividade, adaptação às localidades, efetividade para chegar ao público-alvo”, expli-ca a coordenadora da Secre-taria de Avaliação e Gestão da Informação do MDS, Mônica Rodrigues. O efeito multiplica-dor dessas ações é forte: “Uma solução encontrada por um Município pode ser adaptada para outro contexto. Na iden-tificação de quilombolas, por exemplo, o gestor local pode ter adotado uma unidade vo-lante para cadastrar as famí-lias de comunidades remotas”, exemplifica. A lista das práti-cas selecionadas concorrentes ao prêmio está disponível em www.mds.gov.br/premiorosanicunha.

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Com o objetivo de incentivar o ecoturismo e a conservação de áre-as protegidas nacionais, o Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio) lançou na última quarta-feira (10) a lici-tação de serviços públicos para 11 parques nacionais.

O Banco Nacional de Desen-volvimento Econômico e Social (BNDES), poderá financiar empre-sas interessadas em participar do projeto. Os serviços a serem terceirizados incluem atividades de hotela-ria e comércio (hotéis, pousadas, camping, lojas de souvenir), gastronomia (restau-rantes, lanchonetes) e lazer (passeios de barco, observação de baleias, rafting, ca-nionismo, trilhas, rapel, escalada, montanhismo, turismo de aventu-ra), além de serviços como bilheta-gem e transporte de visitantes.

O presidente do ICMBio, Rômulo Mello, explicou que, em contrapartida, as concessionárias te-rão que investir na infraestrutura e con-servação dos locais. “Identificamos um conjunto de serviços que podem ser feitos em cada área, ava-liamos a viabilidade econômica e então faremos as conces-sões baseadas nestes resultados. Quere-mos, com isso, que essas unidades sejam fonte de emprego e renda, e sejam co-nhecidas e protegi-das pela população.”

Mello disse que o

Licitação para prestação de serviços em 11 Parques Nacionais visa conservação e incremento do ecoturismo

projeto Complexo do Hotel Painei-ras, localizado no Parque Nacional da Tijuca, será um dos primeiros empreendimentos a ser beneficia-do com a parceria público-privada. O complexo foi construído em 1884 e está abandonado há décadas.

As concessões terão prazo de dez anos. As empresas concessionadas deverão realizar investimentos to-tais da ordem de R$ 80 milhões

para garantir a in-fraestrutura adequa-da à prestação dos serviços necessários à visitação nos par-ques. A meta do Ministério do Meio Ambiente é contem-plar as 40 unidades de conservação com potencial turístico no Brasil com esse tipo de terceirização,

que faz parte do programa Turismo nos Parques. A ação é uma parce-ria com o Ministério do Turismo.

Esse modelo de concessão de parques nacionais é usado em pa-íses como África do Sul, Austrália, Costa Rica, Estados Unidos e Nova Zelândia, com significativo retorno para a estruturação das Unidades de Conservação e benefícios para os visitantes, que passam a contar com serviços de qualidade.

Parques incluídos no

1º lote de licitação

Abrolhos (BA)Caparaó (ES)Chapada dos Guimarães (MT)Fernando de Noronha (PE)Iguaçu (PR), Itatiaia (RJ)Restinga de Jurubatiba (RJ)Serra dos Órgãos (RJ)Sete Cidades (PI)Tijuca (RJ)Ubajara (CE)

“Queremos que essas unidades

sejam fonte de emprego e renda e sejam conhecidas e

protegidas pela população”

Rômulo Mello

Presidente do ICMBio

Foto

: ICM

Bio

Parque Nacional Chapada dos Guimarães (MT)

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Leia os principais trechos da entrevista do ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Patrus Ananias, ao programa Bom Dia Ministro, que é transmitido ao vivo para emissoras de rádio em todo o Brasil.

“Bolsa Família está presente em todo

País e atende 12,5 milhões de famílias

Penso que devemos sempre buscar o aperfeiçoamento, me-lhorar cada vez mais o progra-ma Bolsa Família, como todos os demais programas e ações sociais do governo federal. Es-tamos sempre abertos às críticas positivas, sugestões e propos-tas. O programa hoje está pre-sente em todos os municípios do Brasil, atende 12,5 milhões de famílias pobres. São aproxi-madamente 50 milhões de pes-soas que estão sendo atendidas e conquistando direitos. O foco é garantir o direito à comida, alimentação, uma renda básica

para que possam viver com dig-nidade, inclusive tendo condi-ções de garantir a presença das crianças na escola.

Em outubro de 2003, quando o programa foi lançado, inicia-mos atendendo pouco mais de três milhões de famílias. E, ao longo desse período, o Bolsa Família foi ampliado e consoli-dado. A questão dos trabalha-dores de baixa renda passou ser uma grande prioridade do go-verno e está com o orçamento previsto para 2010 de aproxi-madamente R$ 39 bilhões. Isso mostra que a questão social no

País é prioritária e estamos efe-tivamente vencendo a luta his-tórica contra a fome, reduzindo cada vez mais a pobreza, as de-sigualdades sociais.

O programa começou no Nor-deste, região mais pobre do País. Mas hoje está implantado em todos os 5.564 mil muni-cípios do Brasil. Trabalhamos com muita determinação para que todas as famílias que es-tejam dentro dos critérios es-tabelecidos na lei do programa recebam o benefício.

Queremos que as pessoas que recebem o Bolsa Família tenham possibilidade de um trabalho digno. Estamos desenvolvendo programas de capacitação para que os beneficiários possam aproveitar as oportunidades de trabalho que estão surgindo e crescendo com as obras do PAC. Também estamos mudando a cara do Brasil com as possibili-dades do desenvolvimento do Turismo e interagindo muito com agricultura familiar. Dentro do MDS, temos o Programa de Aquisição de Alimentos da Agri-cultura Familiar (PAA), também conhecido como programa da compra direta. Temos no Nor-deste o programa do leite e as cisternas. Todos visam desen-

“São aproximadamente 50 milhões de

pessoas que estão sendo atendidas e

conquistando direitos”

Patrus AnaniasMinistro do Desenvolvimento

Social e Combate à Fome

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O áudio da entrevista está disponível no site da Secretaria de Imprensa da Presidência. www.imprensa.planalto.gov.br

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Foto: MDS

volver as potencialidades das famílias. É importante lembrar que muitas pessoas do Bolsa Família trabalham. Atendemos trabalhadores de baixa renda, famílias que têm uma renda por pessoa de até R$ 140.

Impacto econômicoUm dado importante é que o

programa tem um grande im-pacto nas economias locais e regionais. Isso ficou muito claro agora na crise. Os programas so-ciais do governo federal tiveram papel importante na superação da crise econômica internacio-nal. Os beneficiários do Bolsa Família, além de outros progra-mas, não guardam dinheiro. Eles compram, precisam comprar bens e serviços básicos. E aque-cem o comércio local, regional. O comércio com vendas aqueci-das compra mais da indústria e da produção agrícola. E isso faz girar a roda da economia.

InvestimentoO MDS está permanentemen-

te fazendo investimentos. Agora mesmo estamos com vários edi-tais, para o País inteiro, espe-cialmente para o Nordeste. Por exemplo, construção de cister-nas, implantação de Restauran-tes Populares, Cozinhas Comu-nitárias, feiras e mercados, que possibilitam a relação direta do pequeno produtor, o agricultor familiar, com o consumidor.

FiscalizaçãoBuscamos aperfeiçoar nossos

programas, as obras sociais, es-pecialmente o de maior ampli-tude, que é o Bolsa Família. Te-mos a preocupação também de preservar a individualidade e a privacidade das famílias. Bus-camos o equilíbrio. De um lado aperfeiçoar os mecanismos de fiscalização. Determinamos que

todas as famílias atualizem os cadastros. A palavra de ordem no ministério com relação à fraude é tolerância zero. Agi-mos com muito rigor e determi-nação. Mas o fato de as famí-lias serem pobres e receberem o benefício não quer dizer que precisam ter a vida exposta.

Restaurantes PopularesTrabalhamos com critérios téc-

nicos. O importante é que a ci-dade apresente a sua proposta, e vamos considerar se de fato há uma demanda para a im-plantação de mais um restau-rante, que deve ter um atendi-mento mínimo de mil refeições por dia. Além dos restaurantes populares, temos também as cozinhas comunitárias.

Indígenas e quilombolasEstamos dando uma atenção es-

pecial às comunidades indígenas, quilombolas, às pessoas egressas que conseguimos libertar do que chamamos de trabalho escravo e, também, a população de rua. Esse grupo de trabalho, coordenado pelo ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanas, Paulo Vannuchi, organiza as ações do governo fede-ral, envolvendo vários ministérios, para melhorar a vida dessas pes-soas. Temos um trabalho também já muito bem desenvolvido com os catadores de material reciclável. Estamos estimulando e repassando recurso, inclusive em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvi-mento Econômico e Social (BN-DES), para ações produti-vas dos catadores.

Erradicação da fome

Temos uma pesquisa que mostra que a maior parte das famílias beneficia-das pelo Bolsa Família aplicam o dinheiro em alimentos. Com a implanta-ção dos Restaurantes Populares, das Cozinhas Comunitárias, dos Bancos de Alimentos, feiras, mercados livres, e outros como o Benefício de Prestação Continuada de Assistência Social, estamos efetivamente acabando com a fome no Brasil. Garantimos às famílias pobres esse direito sagrado e funda-mental, que é a alimentação, com regularidade e qualidade. A Constituição assegura esse direito, que na prática já estamos realizando. Quero enfatizar esse aspecto. A emenda constitucional não implica obrigatoriamente novos gastos. Ela estabelece uma diretriz que o governo federal e os governos estaduais e municipais devem cumprir.

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Patrimônio dos fundos de pensão aumentou 16,3% em 2009

No ano passado, o patrimônio dos fundos de pensão cresceu R$ 67,7 bilhões, o equivalente a 16,3%. Passaram de R$ 413,39 bilhões para R$ 480,79 bilhões, segundo os dados da Superin-tendência Nacional de Previdên-cia Complementar (Previc). Os investimentos das entidades es-tão dispostos em títulos públicos (44,6%), ações (32,4%), títulos privados (9,4%), operações com-promissadas (4,3%), cotas de fun-do (3,2%), imóveis (2,7%) e ope-rações com participantes (2,5%).

Os dados da Previc também mostram que ocorreu um cresci-mento continuado da Previdência Associativa, implantada em 2003. O sistema conta hoje com 27 en-tidades e 45 planos que reúnem 420 associações de classe, sin-

dicatos e cooperativas. Esse gru-po forma uma reserva de R$ 712 milhões para garantir a cobertura previdenciária de 100 mil pessoas.

Conforme o superintendente da Previc, Ricardo Pena, as entidades fe-chadas de Previdência Complemen-tar somaram, em 2009, R$ 16,66 milhões em contribuições. Porém, pagou aproximadamente o dobro em benefícios previdenciários, um total de R$ 31,46 bilhões. Os núme-ros também revelaram uma rentabi-lidade anual de 21,48%, demons-trando que os fundos de pensão conseguiram recuperar as perdas so-fridas pela crise financeira mundial.

De acordo com Pena, o desempe-nho de cobertura e de rentabilida-de mostra que o sistema brasileiro de Previdência Complementar está suficientemente desenvolvido para

PGPM para produtos extrativistas representa um novo modelo de desenvolvimento

A Política de Garantia de Pre-ços Mínimos da Sociobiodiver-sidade (PGPMBio), que garante ao extrativista um preço míni-mo para a produção, completa em abril um ano do primeiro pagamento às cooperativas ex-trativistas. Hoje são sete pro-dutos incluídos na PGPMBio e no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA): açaí, babaçu, borracha, carnaúba, castanha do Brasil, pequi e piaçava.

Pela PGPMBio o pequeno pro-dutor tem a segurança da venda dos produtos. A Castanha-do-Brasil, por exemplo, tem o preço mínimo, estipulado pelo gover-no, de R$ 52,94. No ano passa-do, no auge da crise econômica mundial, o preço do hectolitro do produto estava em R$ 25. O governo pagou a diferença e isso permitiu que os extrativis-

tas continuassem o trabalho e a preservação da floresta. Os recursos são repassados pela Companhia Nacional de Abas-tecimento (Conab).

Com o dinheiro da produção garantido, os extrativistas, co-munidades tradicionais, traba-lhadores familiares e indígenas podem se cadastrar em progra-mas de financiamento. Em 2009 foram investidos RS 11 milhões em projetos de desenvolvimento sustentável para povos indíge-nas e comunidades tradicionais. O Ministério do Meio Ambiente (MMA), em parceria com a Co-nab, realizou uma série de ofi-cinas para apresentar os progra-mas de apoio ao extrativismo e de povos indígenas, dentre eles o PAA. O objetivo das oficinas era esclarecer dúvidas, amplian-do desta forma, a participação

dessas populações nesse tipo de programa. O Programa foi desenvolvido para garantir a segurança alimentar, a forma-ção de estoques estratégicos e a inserção desses grupos no mercado institucional.

Em 2010, o mercado para os produtos sociobiodiversidade será ampliado com a garantia da PGPM. Para isso, o MMA vai for-talecer parcerias com o setor pri-vado, tanto na área de alimen-tação quanto de perfumarias e cosméticos. Segundo a diretora do Departamento de Extrativis-mo do MMA, Cláudia Calório, para consolidar essa parceria dos extrativistas com as indústrias poderá ser criado um selo que comprove a origem das maté-rias primas e o compromisso da empresa com a preservação da floresta e com a inclusão social.

pagar os benefícios que superam as contribuições vertidas pelos patroci-nadores, participantes e assistidos.

Foram realizadas 104 fiscali-zações diretas em 67 entidades fechadas de Previdência Com-plementar, que resultaram em 22 autos de infração, em 2009. A metade das violações aconteceu por aplicação irregular de recur-sos garantidores das reservas técnicas, provisões e fundos dos planos benefícios que estavam em desacordo com a legislação. As outras falhas foram decorren-tes da falta de providência para apuração de responsabilidades dos dirigentes, pelo uso de tábua de mortalidade não aderente à massa do plano de benefícios e por descumprimento de alguma cláusula do estatuto.

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Laboratório Olímpico integra Esporte Nacional

A preparação para sediar os Jogos Olímpicos de 2016 vai além da pre-ocupação com a infraestrutura do evento. O Brasil também quer ter pre-sença no pódio. E resultados também dependem de ciência, tecnologia e inovação. Por isso o País vai adquirir um Laboratório Olímpi-co que irá reunir onze áreas: Medi-cina, Fisioterapia, Psicologia, Bio-mecânica, Fisio-logia, Bioquímica, Nutrição, Biologia Celular, Genética, Metodologia do Treinamento e Gestão do Conhe-cimento.

A estrutura cen-tral será no Com-plexo Esportivo do Parque Aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro. O projeto terá seis áreas laboratoriais, duas piscinas olímpicas, uma piscina de saltos, duas áreas para esporte de combate, um centro de treinamento de força e um auditório. Além de uma pista oficial de ciclis-mo e uma área poliesporti-va no Velódromo Municipal anexo. Há 1.700 m² de área já construída, faltando a aquisição de 500 equipa-mentos. A iniciativa é do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) com apoio da Finan-ciadora de Estudos e Proje-tos (Finep).

Até 2012 está prevista a realização de programas de avaliações e treinamen-to em conjunto com vinte confederações de esportes atendendo a dez modali-dades olímpicas. O foco é atingir 20 modalidades até 2016. A idéia é produzir e transferir conhecimento aos

Foto

: CO

B

País investe em tecnologias esportivas voltadas para o melhor desempenho dos atletas nas Olimpíadas de 2016

treinadores e equipes, gerando pessoas qualificadas para de-senvolver o esporte nacional. Outra meta prevista é a dimi-nuição do número de atletas lesionados durante os eventos

esportivos.De acordo com

o superintenden-te executivo de esportes do COB, Marcus Vinícius Freire, o labora-tório será a prin-cipal referência em Ciências do Esporte da Amé-rica Latina. Após a inauguração, o Brasil passará a ter uma estrutura equipada para o acompanhamen-

to e preparação dos principais atletas, nos moldes do que é feito pelas potências esportivas mun-diais. “Pela primeira vez no Brasil teremos a área científica pensan-do exclusivamente em esporte e

assim criaremos uma nova cultura na preparação de nossos atletas”, comemora o superintendente.

As instalações, tanto do Parque como do Velódromo estão cedi-das pela prefeitura do Rio de Ja-neiro ao COB, até 2028. Mesmo assim, o projeto não é apenas para cariocas. A Rede Cenesp, que reúne Centros Nacionais de Excelência Esportiva, e mais seis universidades são parte do time. Em São Paulo são a Unicamp, USP e Unifesp, em Minas Gerais a UFMG, no Paraná a UFPR e a UFRJ no Rio de Janeiro. Também reforçam os trabalhos o Labora-tório Nacional de Computação Cientifica e o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia.

O acompanhamento do projeto será pela Finep, que já investiu R$ 10 milhões em pesquisas da área esportiva nos últimos três anos, em conjunto com a Secretaria Na-cional de Esporte de Alto Rendi-mento, do Ministério do Esporte. O laboratório deve estar em pleno funcionamento em 2010.

“Pela primeira vez no

Brasil teremos a área

científi ca pensando

exclusivamente no

e para o esporte e

assim criaremos

uma nova cultura

na preparação de

nossos atletas”

Marcus Vinícius FreireSuperintende Executivo de

Esportes do COB

Laboratório Olimpíco - referência em

Ciências do Esporte da América Latina

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Diretora da Assessoria Especial de Comunicação Pública: Gioconda Bretas

Editor: Ricardo Peng

Redação: Ivana Campos e estagiários Indira Efel, João Foti e Juliana Novelli

Diagramação: Karla Rego, Indira Efel (pág 6 e 7) e Juliana Novelli (pág 3 e 8)

Impressão: Imprensa Nacional

Contato: [email protected] dos MinistériosBloco “A” - 6º andar - sala 631Tel. (61) 3411-4928/ 3411-4818

EXPEDIENTE

Publicação da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

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Etiqueta identifi ca espaço útil entre as poltronas de uma aeronave

Para escolher uma companhia aérea, agora o passageiro poderá ava-liar também o espaço útil entre as pol-tronas do avião. A

Agência Nacio-n a l de Aviação Civil (ANAC) criou o Selo ANAC, junto com a etiqueta ANAC a ser exibida nos sistemas de venda de bilhetes aéreos e colada nos aviões das empresas brasileiras. O objetivo da etiqueta é informar a faixa que caracteriza o espaço útil, em centímetros, entre um assento e outro da aeronave. A nova norma deverá ser obrigatoriamente utili-

A Operação Delta 2 para comba-ter fraudes na importação de produ-tos eletrônicos, foi realizada, nesta quinta-feira (11), em Salvador (BA). A estimativa é de que um golpe te-nha provocado um rombo de R$ 50 milhões nos cofres públicos. O golpe era praticado por três empresas que

Combate à fraudes

zada nas companhias aéreas que operam vôos regulares com mais de 20 assentos. As faixas de clas-sificação são dividas em 5: A (mais de 73 cm); B (de 71 cm a 73 cm), C (de 69 cm a 71 cm), D (de 67 cm a 69 cm) e E (menos de 67 cm).

Cada aeronave classificada na categoria A receberá, além da eti-queta, o selo que atesta o melhor espaço útil oferecido no mercado. As companhias aéreas terão prazo até setembro de 2010 para enviar a documentação com a medição de suas aeronaves para a ANAC e mais seis meses, no máximo, para adotar a etiqueta informati-va no seu sistema de reservas de passagens. Ou seja, dentro de um ano, os passageiros terão as infor-mações disponíveis em todas as principais companhias brasileiras.

O Brasil é o 13º no mundo em eco-nomia do turismo. O estudo anual “Viagens e Turismo: Impacto Econô-mico”, divulgado na quinta-feira (11) pelo World Travel & Tourism Council – entidade que reúne os maiores empresários de turismo no mundo, também aponta o País como o pri-meiro na América Latina. O ranking é feito em cooperação com a Oxford Economics, com dados coletados em 181 países, e leva em conta vários indicadores do setor – importância do turismo para o PIB, geração de empregos, divisas geradas por tu-ristas internacionais e investimentos

Ranking do Turismo

A marca de 2 milhões de domí-nios na internet com o “.br” foi atingida nesta quinta-feira (11). O anúncio foi feito pelo Registro.br, serviço responsável pela coordena-ção dos registros de nomes de do-mínio no Brasil. De acordo com o diretor-presidente do Núcleo de In-formação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), Demi Getschko, a evo-lução dos números é o retrato da internet nacional. “Para chegar ao primeiro milhão, levamos 17 anos. Para alcançar o segundo, foram ne-cessários pouco mais de três anos. Mesmo durante a crise financeira mundial entre os anos de 2007 e 2009, a taxa de crescimento de registros de domínios se manteve estável, em torno de 20% anuais”, disse. www.mct.gov.br

Domínios “.br”

Para a definição das faixas da eti-queta, a ANAC tomou por base a medição realizada em 5,3 mil pas-sageiros, de 15 a 87 anos, nos 20 principais aeroportos brasileiros.

operavam com sócios de fachadas e laranjas. Segundo a Receita Federal, os fraudadores compravam em Mia-mi (Estados Unidos) equipamentos eletrônicos de alta tecnologia, como notebooks, ipods e projetores de ima-gem. Empresas ou pessoas no Brasil emitiam notas como se fosse uma transação dentro do país. Documen-tos apreendidos em Miami revelam que grande parte dos produtos era despachada por remessa postal para endereços na capital baiana, como se fosse de uso pessoal, sem fiscaliza-ção. www.receita.fazenda.gov.br

públicos e privados. “O mundo vê nosso País como um dos mais pro-missores, pelo bom desempenho da nossa economia, pelos investimen-tos que acontecem para a Copa e as Olimpíadas, e pelo grande potencial de desenvolvimento que tem o turis-mo, tanto doméstico quanto interna-cional”, avalia o ministro do Turismo, Luiz Barretto. www.turismo.gov.br