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Download em Luanda Angola (2011) - · PDF fileOs edifícios Sky Residence II e Sky Business constituem a terceira ... transição em betão armado pré-esforçado com vãos na ordem dos 9,0

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  • Case Study

    ESCOM - Edifcios SkyResidence II e Sky Businessem Luanda - Angola (2011)

  • Autoria: Miguel Villar e Paulo Mendona, Betar Estudos e ProjectosCo-autoria: Hugo Cornelas, Ferca

    A Escom promoveu a construo do conjunto Sky Center, um con-junto de quatro torres sobre um embasamento comum que se situaentre as Ruas Marechal Tito e Conselheiro Orneias, em Luanda.Os edifcios Sky Residence II e Sky Business constituem a terceirae quarta torres desse conjunto, com projecto de arquitectura e coor-denao geral do atelier Risco, com a construo a cargo daTeixeira Duarte - responsveis, tambm, pelos projectos de con-teno perifrica e de fundaes - e fiscalizao e gesto de projec-to por parte da empresa de engenharia Progest.So edifcios destinados a habitao - o Residence II - e a escrit-rios - o Business - com o embasamento comum destinado a galeriacomercial e os pisos inferiores a estacionamento.O conjunto edificado apresenta oito pisos enterrados com umaimplantao rectangular de 170.0 m de comprimento por 50 m delargura, ocupando o Sky Residence II e Sky Business sensivelmen-te metade dessa rea. O primeiro possui 25 pisos acima do solo,incluindo o piso tcnico, o segundo 24, embora este ltimo sejamais alto por ter uma maior altura de piso a piso.No edifcio Sky Business, a soluo inicial, posta a concurso, pre-via a construo de uma pele exterior resistente em estruturametlica, constituda por montantes verticais em toda a periferiadas lajes dos pisos que nasciam ao nvel do piso 3, fruto da des-continuidade dos elementos verticais inerente conceo arqui-ctetnica dos diferentes espaos do edifcio, sobre uma laje detransio em beto armado pr-esforado com vos na ordem dos9,0 me ligados ao nvel dos restantes pisos, ou a teros da alturaentre pisos, por travessas horizontais, configurando os vos dasfachadas bem patentes na imagem do complexo. O vo, entre asparedes de beto armado que envolvem o ncleo central de ele-vadores e escadas e a fachada, era vencido por vigas mistas ao-beto, que suportavam um pavimento de beto armado sobre cha-pas de ao colaborantes.O Sky Residence II apresentava uma soluo mais tradicional, comalinhamentos de pilares prximos das fachadas e paralelos a estas,e um outro, central. Ao nvel de cada piso, os pilares apoiavam ner-vuras de beto armado pr-esforado alinhadas pelas fachadas eparalelas entre si, que permitiram concretizar uma estrutura amplacom vos de 9m no sentido das nervuras que culminam na realiza-o de uma consola com dimenses que ascendem a 4,50 memalguns alinhamentos, sendo o vo entre nervuras vencido por lajesmacias de beto armado.Os custos inerentes a estas solues fruto da excessiva dependn-cia de recursos materiais e humanos escassos ou inexistentes nomercado angolano - em particular no caso do Sky Business - mere-ceram a reviso do projecto, sendo factores desejveis a substitui-o da estrutura metlica por outra em beto armado, mais tradi-cional mas que no comprometesse as fundaes e parte da estru-tura enterrada entretanto j executada, ou obrigasse ao seu refor-o, e que permitisse em simultneo a execuo da obra no prazoestabelecido e com os meios e equipamentos disponveis. A manu-teno da imagem dos edifcios era igualmente importante, obri-

  • gando a um redobrado esforo na coordenao do projecto de estru-turas com o de arquitectura.Entre as opes estudadas foi a utilizao do sistema Cobiax naslajes dos pisos, conjugada com uma utilizao mais criteriosa dopr-esforo na laje de transio (no caso do Sky Business) e nas ner-vuras dos pisos (no caso do Sky Residence) que se revelou maiscondizente com os objectivos definidos.O sistema Cobiax, que teve nesta obra a sua primeira aplicao nomercado angolano, consiste na incorporao de vazios no interior dalaje por meio de moldes plsticos conferindo-lhes praticamente asmesmas caractersticas mecnicas de uma laje macia de beto arma-

    do de igual espessura, a par de uma reduo de peso que pode che-

    gar aos 32% na zona aligeirada. Esta significativa reduo de cargaaliada ao reduzido impacto na inrcia da laje representa um ganhosubstancial na verificao dos estados limites de deformao e nas

    cargas a transmitir s vigas e, sobretudo, aos pilares e fundaes.

    As lajes mistas do Sky Business foram substitudas por lajes em

    beto armado com 0.21 m de espessura total, aligeiradas com mol-

    des COBIAX CBCM S-100 perdidos que permitiram controlar o

    acrscimo de carga de forma compatvel com as fundaes j exe-

    cutadas. Estas lajes apoiavam-se nas mesmas paredes interiores

    envolvendo os ncleos de elevadores e escadas e em pilares na

    periferia. De facto, substituiu-se, igualmente, a fachada resistente

    em ao do edifcio Sky Business, acima do piso 3, por pilares de

    beto armado de 30x60 cm 2dispostos ao longo do permetro e afas-tados entre si de 3.8 m (com pilares mistos em perfis RHS

    250x250x12.5 preenchidos com beto aos cantos).No sentido transversal do edifcio, a deformao das lajes contro-

    lada por nervuras de 50 cm de largura e 35 cm de altura, em beto

    armado, que tambm contribuem para a rigidez do edifcio nessa

    direco. No sentido longitudinal, com vos de 10,50 m, adoptaram-

    se nervuras mais largas mas de igual espessura, pr-esforadas pormeio de monocordes no aderentes distribudos na sua largura

    para controlo dos estados limites de deformao.Ao se adoptar pilares perifricos em beto armado, os efeitos dife-

    ridos assumiram maior relevncia, verificando-se uma natural

    "migrao" das cargas para as paredes envolventes do ncleo cen-

    tral. No entanto, nem estas nem as fundaes - que possuam algu-ma folga, em virtude do processo construtivo adoptado - necessita-

    ram de qualquer tipo de reforo.Tambm a laje de transio beneficiou desse efeito, tendo sido

    adoptada - com o apoio da Ferca enquanto aplicadora do pr-esfor-o - uma mais criteriosa distribuio dos cabos nessa laje, com opti-

    mizaes nomeadamente ao nvel da sua distribuio e excentrici-

    dades obtidas. Essa distribuio e o faseamento de aplicao do

    pr-esforo permitiram manter aproximadamente o mesmo nmero

    de cabos da soluo em estrutura metlica anteriormente prevista

    e que era, apesar de tudo, mais leve. De referir ainda a introduode vares roscados sob os pilares que nascem nesta laje como

    forma de corrigir a excentricidade destes face ao eixo dos alinha-

    mentos de pr-esforo na laje de transio.A reduo de peso face a uma soluo de laje macia conseguida

    custa da reduo de volume de beto, facto que per si origina ganhos

  • de produtividade face aos constrangimentos de trfego nesta zona

    central da cidade e todas as dificuldades inerentes betonagem de

    grandes volumes de beto com a cadncia pretendida.Por essa razo, foi igualmente decidido implementar o aligeiramentocom o sistema Cobiax nas lajes dos pisos do edifcio Sky Residence.

    Estas, originalmente macias de 0.22 m de espessura e vencendo os

    vos entre nervuras pr-esf oradas, so reduzidas para 0.21 m de

    espessura e aligeiradas com os mesmos moldes COBIAX CBCM S-100

    usados no Sky Business. Neste caso a introduo dos vazios Cobiax

    permitiu a reduo do peso da laje entre nervuras em 30% , 3,85kn/m2

    face a 5,50kN/m2, o que permitiu uma relevante reduo das densi-

    dades de armadura em geral e em particular das necessidades de pr-

    esforo, cuja manuteno se deveu essencialmente necessria veri-

    ficao da deformao a longo prazo da extremidade das consolas

    com 4,50 mque estas formavam nos seus vos de extremidade.Merecendo natural destaque pela sua relevncia arquitectnica e

    funo estruturante no panorama imobilirio de Luanda este con-

    junto de edifcios justifica igualmente uma especial referncia pelofacto de incorporar novas opes do ponto de vista das estruturas

    de beto armado com incorporao de algumas das mais recentes

    inovaes a nvel mundial ao nvel das solues em edifcios com

    impactos ao nvel da performance da estrutura e da reduo de

    recursos consumidos, naturais e econmicos.