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Em laboratórios de todo o mundo, o estudo do cérebro chegou
a uma fase tão sofisticada, que permitiu aos cientistas investigarem
o Grau de Felicidade das pessoas. E estes esforços levaram os investigadores das
Neurociências, a surpreendentes descobertas.
Conheça as pesquisas do Dr. Richard J. Davidson, diretor do
Laboratório de Neurociência Afetiva da Universidade de Wisconsin
(EUA), detentora das mais avançadas tecnologias de imagem cerebral
e, descubra os segredos do “Homem mais Feliz do Planeta”!
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Nós fomos condicionados a acreditar que a felicidade é uma espécie
de competição olímpica onde o vitorioso é quem possui mais
dinheiro e bens materiais...
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O homem mais feliz do planeta hoje, não é dono nem executivo de
nenhuma multinacional, não é dependente de celular e nem dirige um BMW; não veste roupa de Armani ou
Hugo Boss e, desconhece tanto o Prozac como o Viagra e o Extasis!
Ele vive em uma cela de dois por dois num mosteiro de Shechen,
no Himalaia, prescinde de dinheiro, competição profissional,
vida sexual e prestígio e, além de ser feliz, está ajudando outras pessoas a serem mais felizes!
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Seu nome é Matthieu Ricard, francês, ocidental por nascimento,
budista por convicção e o único entre centenas de voluntários cujo
cérebro não só alcançou a máxima qualificação de felicidade
prevista pelos métodos científicos, como superou por completo
o “felizômetro”:
Os 256 sensores e dezenas de ressonâncias magnéticas aos quais
Ricard se submeteu ao longo de vários anos para validar o experimento, não mentem: ali, onde os níveis em
simples mortais são muito altos - estresse, medo, frustração - no
cérebro de Ricard, estas sensacões limitantes simplesmente não existem!
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Mas ao contrário, onde a maioria demonstrou baixíssimos níveis
-satisfação e plenitude existencial - Ricard superou todos
os índices. Isto em todas e cada uma das sensações positivas!
Daí o título de “Homem mais feliz do planeta!”, que omonge francês diz não ser importante.
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Os cientistas nunca encontraram ninguém tão “feliz” e afirmam,
em medições quantificáveis, que Ricard é mesmo o “homem mais feliz da terra”.
O paradoxo do caso não é o fato de ser um homem tão feliz e sim
como chegou a se-lo - despreendendo-se de tudo aquilo em que os
ocidentais supõem a raiz da felicidade: dinheiro, posses,
consumo, consumo, consumo...
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Com o mundo do sucesso material à sua
frente, e a ponto de converter-se num
eminente cientista, um dia, fortemente
impressionado com a filosofia oriental,
decidiu mudar o rumo da sua vida.
Não que Ricard viva alheio a tudo isso:
Além de ser filho de Jean François Revel,
um famoso filósofo e membro emérito da
Acadamia Francesa (recém falecido),ele fez doutorado em Genética
Molecular e trabalhou ao lado do Prêmio Nobel
da Medicina, François Jacob. Mas nada o deslumbrava e não se sentia pleno.
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Porém isso não é a CAUSA, senão a CONSEQUENCIA de
sua felicidade…
Dedicou-se à meditação, tornou-se discípulo do mestre
tibetano Rinpoche, foi para o Himalaya, adotou o caminho
dos monges, e iniciou uma nova vida do zero.
Hoje é um dos maiores estudiosos do clássico tibetano,
é assessor e braço direito do DALAI LAMA e tem doado
milhões de euros - produto da venda de seus livros - a monastérios e obras de caridade.
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“A causa para esse resultado não deve ser buscada num mosteiro
budista, mas em outro lugar”, diz o Dr. Richard Davidson.
“E não é nenhum mistério ou graça divina: se chama plasticidade mental, que é a capacidade do ser
humano modificar fisicamente o cérebro por meio dos pensamentos que
escolhe ter”.
“Assim como os músculos do corpo, o cérebro desenvolve e fortalece
os neurônios mais utilizados. Dessa forma é possível modificar o
cérebro afetivo com exercícios, para o controlo da ansiedade,
ou da depressão, por exemplo”.
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“Quanto mais pensamentos negativos,
maior a atividade no córtex direito do
cérebro e em conseqüência, maior ansiedade,
depressão e hostilidade. Em outras palavras:
mais infelicidade auto-gerada.” “Por outro lado, quem desenvolve
bons pensamentos e uma visão amorosa
da vida, exercita o córtex esquerdo elevando
as emoções prazerosas e a felicidade.”
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Acrescenta o Dr. Davidson: “O resultado desse estudo pode até mudar por
completo a visão que temos do cérebro humano. São enormes as suas
implicações.”
“Nos estados de meditação, as ondas cerebrais Gama permanecem
intensas, sugerindo que é possível treinar o cérebro a controlar
as emoções, mudando a estrutura da própria mente. A meditação
pode mudar as funções cerebrais de forma duradoura. Tudo indica que o cérebro pode ser treinado na idade
adulta e até modificar a sua organização interna, algo que
experiências com músicos também haviam demonstrado.”
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Ricard adverte que não se trata de decidir ver a vida cor de rosa
de um dia para outro, mas de trabahar sistemáticamente para
debilitar os músculos da infelicidade que tanto temos fortalecido
acreditando-nos vítimas do passado, dos pais ou do nosso meio.
E paralelamente, começar a exercitar os músculos mentais
que nos fazem absoluta e diretamente responsáveis por nossa própria felicidade.
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Admitindo que seu caminho não é
mais que um entre muitos, Ricard afirma, entretanto, que o ser feliz
passa necessáriamente pela
mudança de deixarmos de culpar aos
outros pela nossa infelicidade e
buscarmos a causa em nossa própria mente. “Viver as experiências que a vida nos oferece é obrigatório; sofrer
com elas ou desfrutá-las, é opcional.”
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Poderíamos dizer: “tudo isso é
muito inspirador, mas que benefício pode trazer a
mim, que tenho uma família,
responsabilidades e passo a
maior parte do tempo em circunstâncias bem
diferentes das de eremitas e sábios?”
Em resposta, Ricard Matthieu não perde o pé da praticidade e propõe exercícios e atitudes possíveis
de encaixar no cotidiano de seres urbanos e ocupados, sempre
explicando cada prática à luz do que a ciência ocidental já sabe
sobre o cérebro.
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"Na busca da felicidade, geralmente olhamos para fora,
procuramos elementos externos e queremos possuir bens
materiais. Quando as coisas vão mal, queremos corrigi-las
externamente. Mas o controle que temos dos elementos
exteriores é limitado e geralmente ilusório", afirma Ricard.
"Apenas uma porção pequena da felicidade, digamos entre
10% e 15%, relaciona-se às condições externas”.
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“Certamente, é mais difícil ser feliz se não ultrapassamos o
estado de miséria. Uma boa educação, ter acesso à informação ou viajar
ajudam. A genética também entra nessa equação: cerca de
25% de nosso potencial parece ser determinado por nossos genes.
Mas tudo isso não é o suficiente para um indivíduo alcançar a
felicidade. Os 60% restantes, ou mais , dependem de nosso
estado mental. É a mente que traduz as condições externas em
felicidade. Ou em sofrimento”.
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"A mente é a especialidade do budismo", diz Ricard. "Não considero o budismo uma religião. Não
perdemos tempo discutindo Deus. A questão é irrelevante. Buscamos
saber como a mente funciona. Precisamos refinar a percepção
de nossa ‘realidade’. Aí é que entra o papel da meditação.
Uma mente mais tranqüila responde melhor aos desafios da
vida, enquanto as emoções descontroladas levam ao caminho
oposto. O ódio, a inveja, a raiva ou a arrogância, são
sentimentos que minam a felicidade”.
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“As dores da alma, portanto, formam um tópico notável no budismo...
Por que sofremos? Vivemos como se estivéssemos enfeitiçados por
uma obsessão, persistimos em focar nossa atenção no sofrimento. Isso só provoca o aumento da agonia. Quando um
tema nos angustia, por que nossos pensamentos insistem em
regressar à origem da dor? A resposta está em nossa própria
mente: ela não tem o treinamento adequado”.
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"Os sábios budistas confirmam que não basta erradicar todo e
qualquer tipo de sofrimento para encontrar a felicidade.
Além de deixar de lado as emoções negativas, também devemos
desenvolver as positivas", diz Ricard."Devemos habituar nossa mente a substituir
emoções negativas por positivas. Quanto mais cultivarmos o amor e a
bondade, menos espaço teremos para a raiva e o ódio em
nossa paisagem mental. É importante saber quais são os antídotos
que correspondem a cada uma de suas emoções
negativas."
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Muitos acham que a felicidade é uma sucessão de pequenos
prazeres. Mas Ricard ressalta que "o prazer é uma experiência
fugaz - depende de circunstâncias exteriores, de um momento
ou lugar específicos. Quase sempre está ligado a uma ação".
Ele lembra que algumas pessoas sentem prazer até em se vingar
e em torturar os outros. "A felicidade autêntica não está ligada a uma
atividade. É um estado de ser, um profundo equilíbrio
emocional”.
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Ricard argumenta que não existe razão para não buscarmos
sensações agradáveis, sejam elas relacionadas com a natureza,
com a arte ou ao lado de pessoas queridas. "Os prazeres tornam-se obstáculos somente quando
perturbam o equilíbrio da mente e nos levam à obsessão por
gratificações. O prazer não é inimigo da felicidade. Se é vivido
num estado de paz interior e liberdade, o prazer adorna a
felicidade, sem obscurecê-la ", afirma.
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“Poucos sabem que o reino de Deus inclui o reino das satisfações
mundanas. O reino divino estende-se ao terrestre, mas este,
ilusório por natureza, não contém a essência da Realidade.”
Mahavatar Bábaji.
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“Uma forte determinação de ser feliz o ajudará.
Não espere que as circunstâncias mudem,
pensando falsamente que nelas reside o problema.
Se você não decide ser feliz, ninguém poderá fazê-
lo feliz. Não culpe Deus por isto!
E se decide ser feliz, ninguém poderá fazê-lo
infeliz... Somos nós que fazemos da
vida o que ela é”.
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O homem mais feliz do planeta é também um autor “best-seler” com inúmeras publicações, traduções, etc.
Sugestão em português: FELICIDADE - A Prática do Bem-Estarhttp://www.literatalivros.com.br/literata/apresenta.
sinopse.php?idfilme=1757
Biografia, vídeos e artigos:http://matthieuricard.org/biographie.html
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CRÉDITOS:Adaptação do texto e Formatação: OLGA MENDONÇA
Psicóloga e PsicoterapeutaFonte pesquisada:Revista GALILEU, nº205 - Agosto de 2008
Contato: [email protected]
Recife, Março de 2009