em família santa maria ed 07
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Edição de junho/2011 da revista Em Família - Santa MariaTRANSCRIPT
A magiada leitura
1º SEMESTRE/2011
ENRIQUE RODRIGUEZCOLEÇÃO 2011
www.oxfordporcelanas.com.br
ENRIQUE RODRIGUEZCOLEÇÃO 2011
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4 Expediente
A Província Marista Brasil Centro-Sul atua nas áreas de educação, solidariedade, saúde,
editorial e comunicação. A PMBCS está presente nos Estados do Paraná, Santa Catarina,
São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. Sua forma de atuação busca, por
meio de processos educacionais, uma efetiva contribuição social e cultural, posicionan-
do-se na defesa e promoção dos direitos das infâncias e juventudes.
Desenvolver equilibradamente, afetividade e inteligência, dimensão comunitária e social,
valores humanos e cristãos é a proposta da instituição.
Rua Imaculada Conceição, 1155Prado Velho – Curitiba – PRPrédio Administrativo PUCPR – 8º andarCEP: 80215-901Tel.: (41)3271-6500
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A Revista Em Família é uma publicação da Editora Ruah para a Rede Marista de Colégios, com distribuição dirigida aos pais e colaboradores.
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CAPA:
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A magiada leitura
1º semestre/2011
Em Família | 7ª Edição | 1º Semestre 2011
Nesta edição do primeiro semestre
da Revista Em Família, destaca-
mos o tema da literatura: a arte de criar
e recriar textos, o exercício da eloquên-
cia e da poesia.
A literatura é um fenômeno da lin-
guagem, fruto da experiência existen-
cial, social, política e cultural de quem a
vive. Assim, um texto literário é objeto
artístico e de linguagem variada que
questiona convenções e envolve o lei-
tor num jogo de descobertas e redes-
cobertas de sentido, ajudando-o a
compreender a si próprio, as culturas e
o mundo em que vive.
Para as escolas da Rede Marista, o
estudo de textos literários é potenciali-
zador das aprendizagens que geram as
condições necessárias para proporcio-
nar inúmeras situações de compreen-
A arte da leituraPrimeira impressão por Ir. Paulinho Vogel
Prazerosa e lúdica, de início, a leitura
não é um ato solitário, mas algo a ser
socializado, mediado pelo professor e
adquirido por meio dos gêneros diver-
sos a serem aprofundados em níveis de
maior exigência intelectual. Aprender a
ler é um processo que deve ser integra-
do à produção de textos.
Em suma, a leitura deve ser uma
prática constante e processual em
todas as fases da vida do estudante
criança, jovem e adulto, potencializan-
do-os a fim de estar e intervir solidaria-
mente na realidade. Assim, e somente
assim, faz sentido orgulharmo-nos de
nossos alunos.
Ir. Paulinho Vogel é Diretor Executivo da Rede
Marista de Colégios
são e produção de conhecimentos.
A leitura possibilita ampliar as infini-
tas possibilidades de conhecer e inter-
pretar o contexto em que se insere o
principiante leitor. Mediar essa experi-
ência do conhecimento é uma questão
crucial para a aprendizagem da leitura
e para a formação dos sujeitos, bem
como para a construção de um conhe-
cimento crítico de análise e interven-
ção da realidade. As bibliotecas esco-
lares da Rede Marista de Colégios pos-
suem ações culturais e educacionais,
bem como, espaços privilegiados para
a formação de leitores artífices do seu
conhecimento.
Para nós, a leitura é uma forma
exemplar de aprendizagem, pois o apri-
moramento dessa capacidade subsidia
todo processo ensino-aprendizagem.
Os alunos João Vitor, Marcela e Mateus divertem-se na sessão fotográfica para essa edição
6 Entrevista
O (re)descobridor do Brasil
Div
ulg
ação
Em entrevista à revista Em Família, Laurentino Gomes conta como transformou a história do Brasil num delicioso sucesso de vendas
Luís Fernando Carneiro
O Brasil foi descoberto em 1500, mas, de verdade, só foi inventado como país
em 1808. Foi quando a família real portuguesa chegou ao Rio de Janeiro e
transformou uma colônia atrasada e ignorante em uma nação independente.
Nenhum outro período da história brasileira testemunhou mudanças tão pro-
fundas. Mas foi quase 200 anos anos depois que um jornalista resolveu contar
essa história direito. Em 2007, Laurentino Gomes lançou “1808”, vendeu mais de
meio milhão de livros e conquistou duas categorias do Prêmio Jabuti, Melhor Livro
Reportagem e Livro do Ano de Não-Ficção.
No ano passado foi a vez de “1822”, um relato detalhado sobre a Independên-
cia do Brasil, conquistar as prateleiras das livrarias e rapidamente os primeiros
lugares em vendas.
Mas como transformar a história do Brasil em um sucesso de público e crítica?
Você vai perceber nessa entrevista que Laurentino Gomes concedeu à Em Família
que a receita do seu sucesso gira em torno de uma grande história, um forte tra-
balho de pesquisa e uma sintonia verdadeira com o leitor.
“ESPERO, PELA
LEITURA, AJUDAR A
PROMOVER A VIDA DE
OUTRAS PESSOAS,
TANTO QUANTO
MEUS PAIS FIZERAM
POR MIM AO ME
ESTIMULAR A LER E
A ME INTERESSAR
PELA HISTÓRIA"Você sempre gostou de ler? Qual a
influência da sua família nesse seu inte-
resse por leitura?
Meus pais eram cafeicultores pobres
do interior do Paraná. Tinham pou-
cos anos de estudo. Apesar disso,
valorizavam muito a educação e,
em especial, a leitura. Meu pai, que
havia estudado só até o quinto ano
primário, era um leitor voraz. Lia
obras de História e Filosofia que
tomava emprestadas ao pároco
local, um homem bastante culto.
Mesmo vivendo em uma região dis-
tante e carente de tudo, meus pais
conseguiram criar condições para
que todos os quatro filhos comple-
tassem o curso superior. Tenho mui-
to orgulho das minhas origens, o que
também reforça em mim um gran-
de senso de missão como escritor.
Espero, pela leitura, ajudar a promo-
ver a vida de outras pessoas, tanto
quanto meus pais fizeram por mim
ao me estimular a ler e a me interes-
sar pela história.
8 Entrevista
"ESTAMOS EM UM NOVO
SÉCULO QUE PEDE
UMA NOVA LINGUAGEM
E NOVOS FORMATOS
CAPAZES DE ATINGIR
NOVAS AUDIÊNCIAS OU
NOVOS PÚBLICOS."
Algum dia nos seus sonhos você imagi-
nou ter um best-seller sobre história?
Nunca imaginei que livros de História
do Brasil pudessem ter uma repercus-
são tão grande. Ainda hoje me surpre-
endo com a reação dos leitores. Rece-
bo dezenas de e-mails todos os dias,
nos quais fazem elogios, sugerem
temas para futuras obras e pedem
que eu não pare de escrever. Um livro
tem grande poder de transformação.
E o primeiro alvo da mudança geral-
mente é o próprio autor. Minha vida
mudou bastante desde que lancei o
“1808”, em 2007. Hoje passo boa par-
te do meu tempo lendo, pesquisando
ou viajando pelo Brasil para dar aulas,
fazer palestras e participar de sessões
de autógrafos e bate-papos com os
leitores. E confesso que nunca estive
tão feliz. O reconhecimento e o con-
tato com os leitores tem funcionado
como um elixir da juventude para
mim. Sinto-me renovado e com muita
energia para me dedicar aos futuros
livros.
Conhecer a sua própria história pode
mudar o presente e o futuro de um país?
O estudo de História é fundamental para
a construção do Brasil do futuro. Uma
sociedade que não estuda História não
consegue entender a si própria, porque
desconhece as razões que a trouxeram
até aqui. E, se não consegue entender a
si mesma, provavelmente também não
estará preparada para construir o futu-
ro de forma organizada e estruturada. É
quase impossível compreender o Brasil
de hoje sem estudar a vinda da corte de
D. João para o Rio de Janeiro e a influ-
ência decisiva que esse acontecimento
teve na Independência, em 1822. Eu
diria que todas as nossas características
nacionais, todos os nossos defeitos e
virtudes, já estavam presentes lá.
Livros são também importantes para
quem já saiu da escola há bastante
tempo?
Ler é uma das formas mais agradáveis
e prazerosas de aprender. Quem lê
consegue ir além dos limites da pró-
pria vida, porque amplia seus horizon-
tes com a experiência dos outros. Ao
ler um romance de Machado de Assis,
por exemplo, nós somos transportados
para outro lugar e outro tempo, no Rio
de Janeiro do final do Século 19, distan-
te da nossa realidade de hoje. Consegui-
mos, portanto, ter uma experiência de
vida anterior à época em que nascemos.
No caso dos livros de História do Brasil,
pode haver também um benefício de
natureza psicológica relacionado à for-
ma como nos identificamos em relação
ao nosso país. Hoje os brasileiros convi-
vem com um sério problema de autoes-
tima. O estudo de História mostra que
o Brasil não é pior nem melhor do que
qualquer outro país. É apenas diferente,
porque as nossas raízes são diferentes.
O que significa que o nosso futuro pro-
vavelmente também será diferente.
Qual o segredo para tornar a história do
Brasil atrativa para o leitor comum?
Procuro sempre observar os persona-
gens e acontecimentos com os olhos
de um leitor adolescente ou um adulto
mais leigo, não habituado a ler sobre
História do Brasil. Se esse leitor conse-
guir entender o que eu tento explicar,
todos os demais também entenderão.
Eu leio muito sobre o assunto, pesqui-
so documentos e visito os locais em
que as coisas aconteceram dois sécu-
los atrás. Apesar da distância no tem-
po, esses lugares ainda guardam hoje
muita informação para quem tiver o
olhar atento. Também procuro orienta-
ção adequada logo no início do projeto.
Por fim, ao escrever, tento ser o mais
claro e didático possível na linguagem.
Também me esforço para misturar na
narrativa elementos pitorescos e bem
humorados com uma mergulho mais
profundo das situações que descrevo.
Acho que ninguém precisa sofrer para
estudar História.
Qual a melhor maneira de se olhar para
a História do Brasil?
Infelizmente, a História do Brasil é
muito contaminada por dois tipos de
deturpações. A primeira é a chama-
da História oficial, que se esforça em
fazer em celebração épica dos heróis
e acontecimentos, como se eles tives-
sem construído ou dado origem a um
Brasil melhor do que o que vemos hoje
nas ruas, esquinas, morros e favelas.
É uma visão da história que predo-
mina especialmente em período de
ditaduras, como no ensino nas disci-
plinas de Organização Social e Política
Brasileira (OSPB) e Educação Moral e
Cívica durante o regime militar de 64.
A segunda deturpação é marcada por
uma tentativa de desconstrução des-
sa História oficial. São livros, filmes e
minisséries que banalizam os fatos e
personagens, como se pertencessem
a um Brasil viralatas indigno do seu
passado. É o que se vê, por exemplo,
no filme “Carlota Joaquina, Princesa do
Brasil”, de Carla Camurati, e na série de
televisão “Quinto dos Infernos”. A ver-
dade, como sempre, está no meio. O
que procuro mostrar nos meus livros
é que a História do Brasil tem, sim,
personagens engraçados, pitorescos
e caricatos, como D. João VI e Carlota
Joaquina, mas não se resume a isso.
Você acredita que por conta de "Harry
Potter", "Crepúsculo", "Lua Nova" os
jovens acabam sendo portas de entrada
interessantes para livros mais densos?
Eu não tenho qualquer preconceito
contra esses livros. Ao contrário, acho
que uma forma de estimular a leitura
numa faixa etária que, aparentemente,
não está lendo tanto quanto deveria. A
melhor forma de criar novos leitores é
associar a leitura a uma atividade pra-
zerosa. Por isso, melhor começar com
Harry Potter do que forçar uma criança
ou um adolescente a ler obras como as
de Machado de Assis mediante o risco
de passar ou reprovar num exame. O
risco, nesse caso, é afastá-la para sem-
pre dos livros. Se o estudante entender
que ler é sinônimo de prazer, no futuro
provavelmente se interessará também
por essas obras mais complexas e sofis-
ticadas do ponto de vista literário.
Você deu um passo à frente ao enten-
der que os leitores precisavam de uma
nova linguagem. Qual é o papel da
escola diante dessa nova realidade?
Tenho observado uma mudança na ati-
tude dos professores e das escolas em
geral. Estão mais empenhados em usar
uma linguagem acessível aos estudan-
tes e, no caso da História, uma narrativa
mais equilibrada dos acontecimentos
do passado. Isso é muito bom. O Brasil
vive um momento de mudanças com
a redução do números de pessoas que
viviam na pobreza absoluta e o cresci-
mento das classes “B” e “C”. Significa
que estamos, finalmente, conseguin-
do distribuir renda, emprego, saúde,
educação e outras oportunidades. Há
novos consumidores, novos leitores e
novos estudantes participando desse
processo de ascensão social. Temos
de ser generosos com eles produzindo
livros, aulas e material didático aces-
síveis na linguagem. O uso de uma
linguagem mais didática e acessível é
uma forma de democratizar e ampliar
o conhecimento no Brasil.
O que pensa dos e-books? Os escrito-
res têm de estar atentos a novos for-
matos?
O futuro do livro e o futuro do papel
são coisas diferentes. O formato papel
parece estar mesmo com seus dias
contados, mas o conteúdo dos livros
continuará a ser tão relevante quan-
to sempre foi. A República, de Platão,
que já foi uma obra prima no perga-
minho, permanece relevante hoje no
papel e continuará a ser nos meios
digitais. Nosso desafio, portanto, não
é a mudança nos formatos, mas a
qualidade do conteúdo. Estamos em
um novo século, que pede uma nova
linguagem e novos formatos capazes
de atingir novas audiências ou novos
públicos. Há um público jovem que,
aparentemente, não está lendo mui-
to no papel, mas passa boa parte do
tempo surfando na internet e é muito
seduzido pela linguagem audiovisual.
Por essa razão, daqui para frente nós
– jornalistas, escritores, professores,
historiadores, produtores de conhe-
cimento de forma geral – precisamos
ter estratégias multimídia para atingir
diferentes públicos.
Div
ulg
ação
10 Capa
Uma boa notícia. Os livros não vão acabar justamente porque só eles permitem a adultos e crianças recriar histórias, viajar por mundos reais e imaginários e serem protagonistas em um mundo que insiste em colocá-los como espectadores
A magiada leitura
Marcela e João Vitor
Cai
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to
"À s vezes, antes do café da manhã, eu já acredi-
tei em mais de seis coisas impossíveis.” A fra-
se é de Alice e a invenção linguística está no famoso
clássico de Lewis Carroll. Entretanto, o que se apre-
senta de uma forma simples e despretensiosa, talvez
seja a grande chave para definirmos a magia da leitu-
ra. Ler nos dá a possibilidade de acreditar no impos-
sível, de encontrar nas histórias de Monteiro Lobato
um caminho para uma vida melhor, com bonecas
que ganham vida, num ambiente que alimenta as
travessuras das crianças de todas as idades.
Entrevistamos muitos alunos maristas para com-
por essa reportagem e o melhor foi perceber que
a maioria deles sabe muito bem o que quer quan-
do toma um livro nas mãos: viajar. Curiosamente,
essa geração cercada de tecnologia tem as mesmas
expectativas que nossos avós quando o assunto é
literatura. Eles querem embarcar em um mundo de
sonhos, de conhecimentos reais e imaginários, de
fantasia; desejam dar um tempo no corre-corre diá-
rio que violenta a criatividade e a paz. Em resumo:
para Mateus Mera Barbosa, João Vitor Zeviani Montei-
ro de Barros e Marcela Marques Cilento, que apare-
cem nas fotos desta matéria, ler é uma forma incrível
de se relacionarem com autores de todas as épocas
e de construírem em suas mentes os cenários e os
detalhes de cada obra. Num filme isso não é possível.
Ali, tudo já vem processado, os vestidos têm cores
certas e as expressões são fruto do talento dos atores
e diretores. Quem lê um livro é livre para (re)criar.
A escola é, portanto, um ambiente que deve
investir em espaço adequado, em acervo que conta
com obras literárias clássicas, modernas e contem-
porâneas, de modo a se tornar a estação ideal para
que esse embarque aconteça.
A família é outra estação fundamental. Por esse
motivo, convidamos para um bate-papo a escritora e
mãe de aluno marista, Liana de Camargo Leão, tam-
bém professora de Literaturas de Língua Inglesa na
Universidade Federal do Paraná, doutora pela USP e
mestre pela UFPR e pela UFRJ. Ela aposta que a leitura
em voz alta e a conversa em torno do livro são funda-
mentais para construir pontes entre pais e filhos. “A
leitura compartilhada desenvolve a arte da conversa-
ção em família, é momento propício para se discutir
valores, desenvolver o vocabulário e o pensamento
abstrato”, explica. Confira trechos dessa conversa
com a escritora.
12 Capa
A INFÂNCIA FOI ENCURTADA?A infância é um período curto, hoje
ainda mais encurtado por um “ado-
lescer” precoce: as crianças são muito
cedo intimadas a entrar no mundo do
erotismo e do consumo. Mais do que
nunca é preciso recuperar a magia das
rimas, das cantigas de roda, dos con-
tos de fada e da literatura.
LINGUAGEM COMO FORÇA CRIADORAÉ no periodo da infância que a criança
vive a linguagem como força criado-
ra: “Mãe, tô apertada. Quero ir ao vaso
solitário.” O mesmo tipo de invenção
linguística está em Lewis Carroll (1832-
1898), o autor de "Alice no País Das
Maravilhas": “Às vezes, antes do café
da manhã, eu já acreditei em mais de
seis coisas impossíveis.” Carroll propôs
deliciosos neologismos: “Me deram
como presente de des-aniversário".
[em inglês, “un-birthday present”.]
Na abertura de Alice, Carroll convida
o leitor a passar ao mundo do faz-de-
conta: Alice segue o Coelho Branco
que carrega um relógio no bolso do
colete e está muito atrasado: “Ai, ai,
ai! Vou chegar atrasado demais!” Hoje,
somos como o Coelho Branco de Alice:
atrasados, apressados, correndo atrás
do tempo, um tempo que nos esca-
pa, um tempo do qual nos queixamos
sempre e que não nos permite ler.
FALANDO EM TEMPO, QUAL É O TEM-PO PARA A LEITURA? Entre as mais frequentes queixas das
mães quanto à educação dos filhos
está a de que eles preferem vídeo-
-games e televisão ao livro. A ausência
do livro na vida das crianças reflete a
ausência do livro na vida dos pais. Os
pais alegam falta de tempo para leitu-
ra. Ler requer tempo, requer disponi-
billidade, mental e emocional. E tempo
é questão de prioridade.
Em uma época de excesso de informa-
ção e excesso de oferta de produtos, o
ser humano passa a ser definido como
“espectador” e “consumidor”. São rou-
pas, ipods, ipads, celulares, aparelhos
eletrônicos que nos atraem com a pro-
messa de definir nossa subjetividade e
suprir nossas insatisfações. Entramos
no mundo do descartável, dos obje-
tos-símbolos que terminam por criar
em nós um vazio permanente.
O tempo do consumo é contínuo; e
nos consome. É um tempo acelerado
que nos atropela: consome a nossa
noção de identidade, nos encolhe,
nos diminui. O tempo da leitura é, ao
contrário, um tempo que expande o
ser humano. É também um tempo
de recolhimento, de introspecção, de
mergulho para dentro, de diálogo con-
sigo mesmo, um tempo de formação
do acervo pessoal, de nossa biblioteca
interna.
"A LEITURA PERMITE QUE NOSSAS
EXPERIÊNCIAS DE VIDA SEJAM
COMPARTILHADAS E É FUNDAMENTAL
PARA QUE AS CRIANÇAS PERCEBAM
QUE AS SUAS EXPERIÊNCIAS,
COMO CRESCER, SE APAIXONAR E
ENFRENTAR DIFICULDADES TAMBÉM
PODEM SER PARTILHADAS."
A LEITURA É UMA PROTEÇÃO CONTRA O EXCESSO DE ESTÍMULOS? Com certeza. Freud sugere que a
proteção contra estímulos é uma
função quase mais importante do que
a recepção dos estímulos. Desenvolver
a linguagem, a capacidade linguística
de expressar o pensamento e assim
possibilitar a criação de uma ponte
entre a experiência intelectual e a
experiência emocional para poder
construir linguisticamente a própria
história, o próprio relato e refazê-
lo a cada baque, quando a vida for
nos marcando, nos torcendo: isso
me parece essencial à formação de
uma subjetividade sadia, capaz de
superar conflitos e de auxiliar o outro
no enfrentamento e na superação
de etapas. Desenvolver a empatia e
aprender o caminho entre emoção
e intelecto são efeitos colaterais
da leitura. A leitura permite que
nossas experiências de vida sejam
compartilhadas e é fundamental
para que as crianças percebam que
as suas experiências, como crescer,
se apaixonar e enfrentar dificuldades
também podem ser partilhadas.
EDUCAR NÃO É TERCEIRIZARAdministrar é delegar tarefas e cobrar
resultados. Não sei se o modelo é ade-
quado quando se trata de criança, de
afeto, de leitura, de educação. Como
Liana Leão: “O livro é a casa que abriga a cabeça da gente”
"O TEMPO DA LEITURA É UM TEMPO DE RECOLHIMENTO, DE
INTROSPECÇÃO, DE MERGULHO PARA DENTRO, DE DIÁLOGO
CONSIGO MESMO, UM TEMPO DE FORMAÇÃO DO ACERVO
PESSOAL, DE NOSSA BIBLIOTECA INTERNA."
Entre os livros de Liana Leão
estão: "Shakespeare, Sua
Época e Sua Obra"; "O Livro
das Casas"; "O Livro dos Pés";
"Dona Salete de Copacabana
e Seus Amigos de Estimação",
em co-autoria com Luiz Otávio
Leão; “Julieta de Bicicleta";
"Diferentes: pensando
conceitos e preconceitos";
"A caixinha de narizes", em
co-autoria com sua filha
Anna Beatriz.
delegar a tarefa de compartilhar o
dia-a-dia com os filhos? Será que só
os professores, psicólogos, babás,
personagens de tevê e de videoga-
me podem popular a vida dos nossos
filhos? A principal “conversa” de uma
criança será com a televisão?
A leitura em voz alta e a conversa em
torno do livro constroem pontes entre
pais e filhos. A leitura compartilhada
desenvolve a arte da conversação em
família, é momento propício para se
discutir valores, se desenvolver o voca-
bulário e o pensamento abstrato.
E O FUTURO DO LIVRO?Vivemos uma mudança nos hábitos
de leitura: o livro digital, mais fácil de
produzir e distribuir, ecologicamente
correto, e, em breve, também mais
barato. Na escola isso significará mui-
to menos peso na mochila! E dá para
fazer anotações, apagar anotações,
aumentar a letra, etc. Quando a gente
fala em futuro do livro, pensa em futu-
ro do livro de papel. Mas o livro eletrô-
nico é o futuro do livro. O que importa
é o conteúdo e, é claro, a possibilidade
de acesso. O livro eletrônico traz aces-
so instantâneo.
Mais: Confira no blog da Revista Em Família uma
reportagem completa sobre o futuro da literatura
e os livros digitais. www.emfamiliamarista.com.br
14 Perfil
Como você descreve a magia de ler?
Para mim, ler é sempre uma viagem.
Conheço muitos lugares em diferentes
partes do mundo, não apenas porque
sempre viajei, mas porque leio bas-
tante. Para mim, ler é viajar sem sair
do lugar. A leitura proporciona à nos-
sa mente a possibilidade de estar em
todos os lugares descritos nos livros.
E a magia está quando visitamos fisica-
mente um lugar descrito em um livro
que já lemos! Isso acontece sempre
comigo. Essa relação do livro com a rea-
lidade é encantadora e cativante!
De onde vem sua paixão pelos livros?
Aprendi a amar os livros com a minha
mãe e meu avô. Aprendi com eles o
prazer da leitura e não a obrigação de
ler. Isso muda tudo na vida da gente!
A criança ou adolescente que só lê por
obrigação imposta pela escola nunca
vai desenvolver o gosto pela leitura.
Por isso, nós – pais, tios e avós – temos
a grande tarefa de mediar a leitura
com nossos filhos, sobrinhos e netos,
desenvolvendo neles o gosto pela lei-
Brilho nos olhos
tura. Na minha época, a internet e a
televisão não competiam com a leitura
no quesito entretenimento, o que tor-
nava mais fácil essa tarefa para minha
mãe e meu avô. Hoje, creio que o nos-
so maior desafio nessa área é orientar
crianças e adolescentes a buscar bom
conteúdo na internet. O meio pode ter
mudado, mas a mediação da leitura
ainda se faz necessária dentro de casa.
No ano passado, ainda como deputa-
do federal, você solicitou ao ministro
da Educação, Fernando Haddad, que a
leitura fosse incluída na pauta de priori-
dades de ações do ministério para este
ano. O que falta para o Brasil investir
mais em leitura?
Falta muita coisa! Mas, na área educa-
cional, o primeiro passo tem que ser
dado com os professores e não com
os alunos. Temos que fazer com que
os nossos professores sejam, primeiro,
leitores para depois pedir para que eles
estimulem a leitura em seus alunos. Nos
últimos anos, em razão das atividades
que promovo de leitura, tenho encon-
trado muitos professores que não leem,
que declaram publicamente que não
gostam de ler. Como um profissional
desses poderá formar novos leitores?
Nos tempos de Marista você lembra de
alguma obra ou atividade que o mar-
cou nesse sentido da literatura?
O colégio era como a extensão da minha
casa. Morava quase do lado! Éramos
adolescentes agitados pela idade e pela
mudança do ginásio para o científico.
Não lembro mais o nome dela, mas
tinha uma professora de Português que
quando falava sobre um livro, seus olhos
brilhavam! Esse era o mesmo encanta-
mento que eu via no meu avô, em casa.
Não tenho lembrança específica sobre
algum momento marcante, mas essa
sensação de estar em casa, de encontrar
na escola o mesmo ambiente que eu
tinha em casa, no que se referia à leitura,
é uma sensação que guardo até hoje!
Mais: Quer conhecer o programa conversa entre amigos? Então acesse o site www.conversaentre-amigos.com.br
O ex-aluno marista Marcelo Beltrão de Almeida é um devorador de livros. For-
mado pela PUCPR em Engenharia Civil, acionista do Grupo CR Almeida - um
dos maiores grupos empresariais brasileiros - é ex-deputado federal. Com uma
carreira tão extensa, apesar de ter apenas 44 anos, Almeida é mais conhecido por
ser um grande incentivador da leitura. Na Câmara dos Deputados, foi o criador e
presidente por três anos da Frente Parlamentar Mista da Leitura, que colocou os
assuntos de incentivo ao livro e à leitura na pauta política nacional. Em Curitiba
(PR), criou o programa “Conversa entre amigos”, no qual mais de mil participan-
tes leem uma mesma obra e depois participam de encontros para discutir o livro.
O programa já contou com as participações de escritores importantes, como
Laurentino Gomes, Caco Barcellos, Cristóvão Tezza, Domingos Pellegrini, Miguel
Sanches Neto e Roberto da Matta.
16 Dia a dia
Até para as supermulheres, elasticidade tem limiteComo a elástica Senhora Incrível, as mulheres se desdobram para cumprir vários papéis. Mas é preciso cuidado: sabemos o que acontece quando esticamos demais um elástico...
Maria Sandra Gonçalves
Helena é mulher bonita, dedicada a
cuidar da casa, dos três filhos e do
marido Roberto, que vive se queixan-
do dos problemas de trabalho. Você
certamente já foi apresentado à histó-
ria dessa heroína. Como? Não achou a
vida dela muito heróica? Pois Helena é
ninguém menos que a Mulher Elástica,
aquela que no filme “Os Incríveis” se vê
forçada a abrir mão da vida pacata e da
superproteção das crianças para salvar
o marido e o planeta das armas do mal-
vado Síndrome.
Na vida real a mudança de papéis
não é assim tão visível. As Helenas do
nosso dia a dia vão usando suas habili-
dades sem fazer muito alarde. Mesmo
que não estejam de uniforme vermelho
e máscara no rosto, as mulheres preci-
sam mesmo de muita elasticidade para
conciliar a vida doméstica, os cuidados
pessoais, a atenção aos filhos e – em
muitos casos – a dedicação ao trabalho.
Cada uma tem seus segredinhos
para dar conta de tudo. E, ao contrá-
rio do que aconteceria no cinema, nós
podemos revelá-los. Eles se resumem à
busca do equilíbrio.
Equilíbrio no trabalho, pois, mais
que presentes materiais, os filhos que-
Div
ulg
ação
Números incríveisA presença feminina na população econo-micamente ativa (PEA) é maior que a dos Homens, 17% comparando com os 13% masculinos. Já a participação feminina com nível superior ultrapassou a masculina e é de um pouco mais de 54%.Em 2010 a taxa de mulheres que trabalham com carteira assinada aumentou para 44%, em 2000 essa taxa era de 33%.As mulheres ocupam quase 22% dos cargos elevados (presidência, gerência...) no Brasil.A participação das mulheres no mercado de trabalho desde a década de 70 ao ano 2000 subiu de 17 para 35%.Fonte: IBGE (ibge.gov.br) e Rede Brasil Atual (www.redebra-silatual.com.br)
"AS HEROÍNAS TAMBÉM FALHAM. DÊ A SI MESMA O DIREITO DE APRENDER E PROGREDIR COM SEUS ERROS."
rem – e merecem atenção – com essa
máxima em mente, fica mais fácil deci-
dir entre assumir tarefas extras ou vol-
tar mais cedo para casa. Afinal, a pro-
moção que permite comprar uma casa
na praia também rouba muitas horas
de convivência familiar. Ponha tudo na
balança e veja o que vale mais a pena.
Os sábios alertam: “dinheiro perdido dá
para recuperar; tempo perdido jamais”.
Equilíbrio na divisão de tarefas.
Toda Mulher-Elástico pode atuar
melhor com o apoio do Sr. Incrível. Ou
seja, as mulheres podem – e devem
– compartilhar as tarefas com seus
companheiros. Quando os dois estão
sobrecarregados, é preciso encontrar
soluções simples para que toda a famí-
lia viva em harmonia. Quer um exem-
plo? Você adora levar as crianças para
a escola, mas, para isso, enfrenta um
estresse diário e deixa o trabalho atra-
sado. De quebra, vive se perguntando
por que essa tarefa cabe somente a
você. Resultado: a ida para a esco-
la (ou a volta) se transforma em um
momento de tensão. Que tal mandar
seus filhos de transporte escolar e se
organizar melhor para dar atenção a
eles em casa? Sem a pressão do trân-
sito e dos horários, as chances de boa
convivência entre pais e filhos aumen-
tam muito.
Na vida pessoal, o bom senso tam-
bém deve ditar as regras. É muito sau-
dável cuidar da aparência e da saúde,
mas se as visitas ao salão de beleza são
sempre mais sagradas do que as situa-
ções em que sua presença é requisita-
da na família, alguma coisa está errada.
O equilíbrio também se aplica a
autoavaliação. A autoindulgência exa-
gerada é um erro, mas culpar-se por
tudo traz resultados ainda piores.
Sabemos bem o que acontece se o elás-
tico for esticado demais. Não deu para
ir à reunião do colégio? Paciência. Mar-
que um horário particular com a pro-
fessora. Exagerou na dose ao chamar
atenção dos filhos? Peça desculpas. As
heroínas também falham. Dê a si mes-
ma o direito de aprender e progredir
com seus erros. Se a angústia aparecer,
esqueça as soluções incríveis e vá pelo
caminho certeiro: procure alguém com
um ombro amigo e disponibilidade
para ouvir um desabafo.
Maria Sandra Gonçalves é jornalista e mãe dos
alunos maristas Daniel e Mariana.
18 Olhar por Fabrício Carpinejar
Felicidade não tem fim, tristeza simQuando não era pai, o riso pedia um motivo. Uma função. Uma explicação. A piada tinha que ser muito engraçada. Hoje a vida é mais engraçada do que a piada
M eus filhos nunca perguntam: por
que está triste? Eles me fazem
feliz antes de perguntar. Só passei a rir à
toa depois da paternidade. Rir por nada
mesmo. Rir porque vejo meu filho dese-
nhando uma casa com pernas ou reparo
no modo como ele segura o garfo, igual
à avó. Ou observando a concentração da
filha diante da televisão ou seu bocejo
esquecendo a proteção das mãos. Quan-
do não era pai, o riso pedia um motivo.
Uma função. Uma explicação. A piada
tinha que ser muito engraçada. Hoje a
vida é mais engraçada do que a piada.
Ao largar a pasta do trabalho, há um alí-
vio de que serei abraçado pelos filhos
até ser derrubado. Levantarei as pernas
para cima, desistindo das reservas. Meu
riso dá cambalhotas sem colchão.
Eu recebo diariamente pilhas de
livros. Poderia confessar que felicidade
é permitir que o Vicente abra os paco-
tes e me conte os títulos. Ele fica aluci-
nado em ajudar. Mas os livros foram se
espalhando, tomando os corredores. A
esposa me advertia do avanço do escri-
tório pelas peças. Tomei jeito e resolvi
pedir novas estantes. Garantiria folga
momentânea do problema e o filhote
seguiria rasgando os envelopes.
O marceneiro chegou, amaciado
de sotaque espanhol. Expliquei o que
desejava e fui para minhas atividades.
Não cessava de falar enquanto encaixa-
va os parafusos.
– Em que você trabalha?
– Sou escritor e professor.
– Professor de onde?
– Da Unisinos...
– Ah, a Unisinos, minha filha estuda lá, no
curso de Letras, ela é aplicada.
(Neste momento, vi que ele apenas
encontrava um motivo para falar da
filha. Achou o sinal do petróleo e não
cessaria sua perfuração.)
– Que bom, parabéns...
– Não, parabéns para ela, que não puxou
o pai e se dedicou a estudar. Quando olho
para minha filha, me sinto realizado. Tudo
o que passei na vida não teve borracha.
– Não teve borracha?
– Pai não apaga nada que viveu depois dos
filhos. Não põe fora nem um desenho...
Eu freei uma gargalhada desavisada.
Na última semana, fui ao lançamento de
um livro de alunos da Unisinos. Quando
me escorei para pedir um autógrafo,
Teresa, uma das autoras, me encarou:
– Põe esse livro na sua estante.
– Sim, vou colocar.
– Na estante de meu pai.
– Como?
– Ele fez sua biblioteca. Tenho orgulho
dele. Me ensinou a escrever e nem sabe.
O lápis que ele usava na orelha para
medir a altura das paredes, sua filha
pegou para escrever e alargar as pala-
vras. Felicidade é quando o filho coinci-
de com o pai e a mãe – e nenhum deles
precisa ter consciência disso.
Fabrício Carpinejar é poeta, autor de Meu Filho, Minha Filha (Ed. Bertrand Brasil, 2007), entre outros livros
Nas próximas páginas você vai encontrar o conteúdo
exclusivo do Marista Santa Maria. A revista Em Família
é uma excelente oportunidade de reforçarmos o nosso
compromisso com uma educação de excelência, pauta-
da em valores. Aqui trazemos algumas histórias, proje-
tos e principalmente um pouco das ideias que refletimos
juntos aos seus filhos todos os dias. Em cada aula, em
cada momento ou experiência partilhada, há um pou-
co de luz e de inspiração para fazer de cada criança ou
jovem um ser humano melhor, mais capacitado e mais
sensível às necessidades do mundo que está à sua volta.
Enfim, uma pessoa mais feliz.
Inspirar é preciso
20 Com a palavra Gerson Luis Carassai - Diretor Geral
Um novo tempoEm clima de harmonia e descontra-
ção, o Colégio Marista Santa Maria
deu início ao ano de 2011. A nossa tra-
dição como instituição de ensino aliada
à modernidade nos coloca em sinto-
nia com os ideais de Champagnat, um
homem cujo pensamento foi além das
ideias educacionais do seu tempo ao ela-
borar e aperfeiçoar um sistema de valo-
res educativos, aliado às mais eficazes
abordagens pedagógicas de sua época.
É motivo de orgulho para todos nós
educadores começar o ano com proje-
tos inovadores adaptados ao estudante
de hoje, que nos surpreende a cada dia.
Outro motivo de satisfação foi a
possibilidade de executarmos impor-
tantes reformas no período de férias
escolares. Concluímos a ampliação da
praça de alimentação das duas can-
tinas, e já no primeiro mês do ano
acompanhamos muitos pais almoçan-
do com seus filhos, que agora têm um
espaço mais protegido e adaptado.
Entendemos que a convivência familiar
é essencial para a formação do caráter
dos nossos alunos e o investimento
permite que os pais possam conhecer
os amigos e os pais dos amigos de seus
filhos. Um dos principais valores maris-
tas é o "Espírito de Família" e procurare-
mos sempre incentivar esta integração.
Também substituímos o piso das
quadras e colocamos assoalho de
madeira nas salas de dança do piso
superior do ginásio; no espaço desti-
nado ao período ampliado, aumenta-
mos e reformamos a área externa e o
refeitório. Realizamos ainda diversos
ajustes no prédio da Educação Infantil.
As reformas, para este ano, não
param por aí. O auditório, que desde
a sua fundação não passa por modi-
ficações significativas, fechará em
março para reforma. Nossa intenção é
transformá-lo num espaço ainda mais
ativo para a realização dos eventos do
Colégio, assim como transformá-lo
num espaço cultural diferenciado para
a nossa cidade. A sua reinauguração
está prevista para o segundo semestre,
antes da 1ª Olimpíada Marista, que será
realizada em parceria com o Colégio
Marista Paranaense e reunirá alunos de
todas as quinze escolas da Província
Marista do Brasil Centro-Sul.
Animados e comprometidos com
mais um ano que se inicia, o Colégio
Marista Santa Maria deseja aos alunos e
pais um excelente 2011.
Um dos principais
valores maristas é o
"espírito de Família"
e procUraremos
sempre incentivar
esta integração
O que levar na lancheira do meu filho?Um estudo nutricional realizado
no ano passado com 45 crianças
da Educação Infantil do Marista Santa
Maria revelou que as crianças até inge-
rem alimentos saudáveis, como frutas,
na hora do lanche, no entanto, estas
frutas geralmente vêm acompanhadas
de alimentos hipercalóricos.
Os resultados obtidos preocupam
e revelam uma realidade brasileira: o
consumo de alimentos pouco nutriti-
vos, também chamados de junk food,
tem crescido muito nos últimos anos.
Rever esses hábitos é imprescindível e
um dos momentos importantes para
esta análise está na escolha criteriosa
de cada alimento que vai na lancheira
das crianças. Mas aí fica a pergunta:
Que componentes nutricionais devem
compor a lancheira das crianças?
Para a nutricionista Kátia Regina
Castro de Lacerda, uma lancheira sau-
dável deve ser composta de três grupos
alimentares: os energéticos (carboidra-
tos: cereal matinal, biscoitos secos, bis-
coitos integrais, pão), os construtores
(proteínas: bebida láctea ou à base de
soja em caixa longa vida) e os regulado-
res (frutas ou legumes).
Ela explica que alguns pais não se
preocupam com os hábitos alimenta-
res de seus filhos por eles não serem
obesos. Neste caso, Kátia faz um alerta:
“A obesidade não é a única consequên-
cia da má alimentação. Existem outros
problemas como anemia, osteoporose,
colesterol alto, baixa imunidade, pres-
são alta e diabetes, que podem apare-
cer independentemente do aumento
de peso”, destaca.
De OLhOComo trocar guloseimas como bis-
coitos recheados, salgadinhos e refri-
gerantes por alimentos mais nutri-
tivos? A tarefa pode não ser fácil,
mas nada que um combinado com
a criança não resolva. Assim foi com
Karime Haviaras Nogara, mãe da Gio-
vanna, do Infantil 4. A ajuda da escola
também foi fundamental. “As profes-
soras sempre nos contam como foi a
aceitação da criança com o lanche”,
conta a mãe.
A assessora pedagógica Antoniella
Polinasi Cavassin destaca que a esco-
la procura sempre orientar os pais em
relação à alimentação saudável. “Proi-
bimos o refrigerante e o salgadinho de
pacote e orientamos que o pai escolha
um lanche adaptado ao que a criança
está acostumada a comer em casa. Se
vemos excesso de alimentos calóricos,
orientamos as famílias”, diz.
O qUe nãO é aCOnseLháveL estar na LanCheira Das Crianças? Alimentos muito perecíveis, que neces-
sitem de refrigeração: iogurte, queijos,
requeijão, carnes e presunto. Além dis-
so, deixar fora as guloseimas como sal-
gadinhos, balas, biscoitos recheados e
todo tipo de fritura.
qUais as meLhOres frUtas para pOr na LanCheira?Aquelas que podem ser ingeridas com
casca (maçã, pêra, pêssego) ou descas-
cadas na hora pela criança (banana), pois
assim mantém sua propriedade nutricio-
nal até a hora do consumo.
a meLhOr LanCheira é a térmiCa? A lancheira térmica mantém um pouco
mais a temperatura do alimento, porém
não é suficiente para manter certos ali-
mentos próprios para o consumo, ou
seja, não tem o mesmo efeito de conser-
vação da geladeira. Mesmo que a lan-
cheira seja térmica, não se deve mandar
alimentos que precisem de refrigeração.
Fonte: Katia Regina Castro de Lacerda
22 Educa� educação infantil
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No fim do ano letivo, nada mais
comum do que pensar em férias.
Ainda mais quando se está no Tercei-
rão, afinal se preparar para o vestibular
não é uma tarefa das mais fáceis. No
entanto, 45 jovens do Colégio Marista
Santa Maria trocaram dias de viagens e
descanso e partiram para uma missão,
uma oportunidade única de troca de
experiências e vivências com crianças
e jovens em situação de vulnerabili-
dade social. Assim é a Missão Solidária
Marista, um projeto da Pastoral Juvenil
Marista (PJM), que proporciona aos ex-
-alunos uma sensibilização para pensar
e repensar seu projeto de vida.
Os jovens são acolhidos nas casas
das famílias da comunidade, fazem ofi-
cinas com as crianças e realizam refor-
mas no local. “A cada lixada, pincelada e
suor pensava nas crianças que utiliza-
riam tudo aquilo mais tarde”, diz o mis-
sionário Rafael Graf, que esteve entre
os dias 22 e 29 de janeiro deste ano na
cidade de São José (SC), participando
pela primeira vez da Missão Marista.
24 Ser melhor
Jovens que transformamAlunos vivem experiência de solidariedade em Missão Solidária Marista.
“A Missão Soli-
dária é uma
experiência que
marca a vida da
gente no último
ano de estudos.
Temos tantas
preocupações
no ano que nos preparamos para o vesti-
bular e ao chegar nas comunidades nos
deparamos com problemas muito maio-
res, como a falta de perspectiva de vida.
De toda a experiência fica um compro-
misso de renovação. Hoje sou catequista
no Colégio e coloco esse trabalho como
prioridade na minha rotina.”
Victor Miguel Castillo de Machado
“Sempre me
achei vaidosa
e 'patricinha'
e quando fui
chamada para
participar da
Missão Solidá-
ria achei que
não fosse me adaptar. No início, estava
com medo e insegura por estar num bair-
ro humilde. Confesso que foi um choque
ao ver de perto o que eu só via pela tele-
visão. Muitos preconceitos que eu tinha
foram quebrados. Agora, percebo que sou
mais atenciosa com o próximo e não que-
ro parar mais de ajudar a quem precisa.”
Izabella Cristhina Conrad
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s dic e T me re en t n IB -a ei rs c P
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Venha conhecer nossas unidades!Venha conhecer nossas unidades!
26 Caleidoscópi�
Em fevereiro, ex-alunos contaram
a experiência que viveram na
Missão Solidária Marista.
Crianças da Educação Infantil
mexem o corpo nas aulas
de Educação Física.
Com a volta às aulas, alunos
encontraram uma nova estrutura
que veio proporcionar um ambiente
com maior conforto e segurança.
Crianças do Infantil se divertem com
os novos brinquedos de borracha.
Na praça de alimentação das duas
cantinas, alunos e pais contam agora com
um espaço mais protegido e adaptado. O piso das quadras do ginásio
foi substituído e está agradando
aos atletas do Santa.
Alexandra Veiga, 15 anos, aluna do
2º ano do Colégio Marista Santa
Maria, é uma das responsáveis pela
recente conquista histórica do softbol
brasileiro. Jogando pela seleção brasi-
leira, ela e mais 12 meninas conquista-
ram o campeonato mundial, categoria
sub-16, nos Estados Unidos. A vitória
foi contra a seleção americana South
Florida Minibulls.
Alexandra começou jogando beise-
bol com oito anos. Aos 12, ela se encan-
tou pelo softbol, versão mais tranquila
e um tanto modificada do beisebol
que faz a preferência feminina. Há seis
meses na seleção, Alexandra defen-
de o Brasil ocupando a primeira base,
“é uma posição bem movimentada.
Como a maioria das bolas rebatidas são
rasteiras, geralmente jogam a bola para
mim, assim eu posso tirar a rebatedora
da rodada”, conta a atleta.
Apesar de o Softbol não ser um
esporte muito difundido no país, Ale-
xandra acredita que com as conquis-
tas recentes das seleções femininas,
o reconhecimento vai aumentar. “Às
vezes é difícil de conseguir patrocínio,
mas apesar de tudo o Brasil é tido como
um time muito disciplinado, e é respei-
tado nas competições”.
Hoje, a jogadora estuda, treina
softbol quatro vezes por semana
e ainda joga handebol pelo Santa
Maria. A jornada é longa, mas ela faz
o que gosta. Para o futuro, os planos
incluem continuar treinando e com-
petindo, e claro, prestar vestibular.
E no meio de tudo isso, Alexandra
quer tentar uma carreira nos Estados
Unidos. “Quero conseguir uma bolsa
de estudos em alguma universidade
americana para estudar e jogar soft-
bol ao mesmo tempo.”
27Destaque
Aluna Alexandra Veiga vence campeonato de softbol nos Estados Unidos
Campeã mundialVirginia F. Crema
O qUe é sOftBOL?
Criado como uma variação mais leve
do beisebol (soft é “leve” em inglês),
tem praticamente as mesmas regras.
As principais diferenças entre as duas
modalidades são as dimensões da bola
(maiores no softbol), as dimensões do
campo (menor do que o de beisebol) e o
tempo de jogo. O esporte foi incluído no
programa dos Jogos Olímpicos a partir
de 1996.
Fonte: Wikipedia
28 Diz aí
“Eu acredito que as novas tecnologias
vieram para ajudar o aluno na hora do
estudo. Eu e a minha colega de sala, a
Camila, usamos o Skype sempre quando
estamos estudando. Combinamos de
iniciar os exercícios juntas e cada uma de
sua casa usa o Skype para se comunicar
e tirar dúvidas uma com a outra. Vamos
resolvendo as questões e verificando
como cada uma fez e assim aprende-
mos juntas. É mais rápido e mais produ-
tivo que fazer tudo sozinha. No entan-
to, não podemos perder o foco nunca,
esquecemos o MSN e o Orkut pois, do
contrário, vamos perder muito tempo
para terminar a tarefa. Utilizo a internet
também para me aprofundar em algu-
mas notícias da atualidade. A notícia
online, dependendo onde você encon-
tra a informação, é muito mais completa
que na TV. Navegando pela web consigo
estar por dentro dos detalhes do que
está acontecendo no mundo.”
Sabine Kahale
“Ou eu estudo ou uso a internet. Ela
atrapalha muito, pois distrai quando
preciso me concentrar no que estou
fazendo. A busca no Google pode faci-
litar muito, mas, às vezes, nos leva a
páginas e informações que não têm
nada a ver com a verdade. Se, na hora
de estudar, o aluno ficar na frente do
computador, acabará uma hora ou
outra entrando em joguinhos e esses
joguinhos normalmente viciam e tiram
todo o foco dos estudos. Isso sem con-
tar que, na hora de fazer os trabalhos da
escola, há alunos que copiam e colam o
que encontram na internet, entregam
para a professora sem ao menos ler o
que fizeram. Tarefa feita assim eu não
considero e é claro que esses alunos não
vão aprender nada. A situação fica ainda
pior quando o aluno acredita que todo
o conteúdo que está ali é confiável. Eu
confio mais nas reportagens de revistas
do que o que encontramos na internet.”
Guilherme Pansanato
“A internet pode ajudar ou atrapalhar.
Tudo depende de como você a utiliza.
Ajuda, quando preciso trocar alguma
informação com o professor. Mando a
dúvida da lição por e-mail e assim vou
tirando as minhas dúvidas sem precisar
esperar a próxima aula. Também posso
tirar dúvidas em algumas páginas onli-
ne que considero confiáveis ou que os
professores indicam. Às vezes, acesso
a Wikipedia, mas como sei que quem
posta os textos é qualquer pessoa, fico
com um pé atrás. Todo cuidado deve ser
tomado. Alguns sites ajudam bastante
na hora de estudar inglês. Busco palavras
nos tradutores e assim vou ampliando o
meu vocabulário. Quando estou estu-
dando, deixo o MSN de lado, pois posso
me distrair quando alguém quiser falar
comigo num momento que estou con-
centrado nos estudos. Não tenho Orkut,
nem Facebook. Concordo com a minha
mãe que isso é coisa de adulto.”
Hamilton Mussi Corrêa
No nosso dia a dia dificilmente passamos sem recorrer aos recursos que a internet oferece. Cada vez
mais, parece impossível imaginar a vida sem ela. Mas, e nos estudos? Qual a relação que os alunos vêm
tendo com as facilidades tecnológicas? Orkut, Skype, MSN, Google, e-mails, banda larga e uma infinidade
de opções provocam opiniões variadas. Para uns, a internet é uma importante aliada na hora de estudar e,
para outros, sinônimo de distração. E você? Acha que a internet ajuda ou atrapalha nos estudos?
internet: aliada ou vilã?
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Lavinia Yuuki Koike tem apenas
sete anos. Aprendeu a ler o ano
passado e desde então é uma devo-
radora de livros. Figurinha conhecida
na biblioteca da escola, ela sempre
está emprestando e renovando livros.
“Empresto uns dois livros por semana
e conheço a bibliotecária do colégio
desde que eu aprendi a ler”, conta
orgulhosa. Lavinia lembra quando a
sua mãe contava histórias e ela ficava
imaginando todos os personagens.
“Era muito divertido e agora que já
sei ler, prefiro livros que não tenham
gravuras, assim posso imaginar cada
história do meu jeito.” Para Lavinia,
pessoas que gostam de livros como
ela terão menos dificuldades para ler
e escrever.
Crianças como Lavinia são uma rari-
dade se considerarmos a realidade bra-
sileira. Um levantamento do Instituto
Pró-Livro confirma que o brasileiro lê
pouco. São 77 milhões de não leitores
(considerado pela pesquisa aqueles
que declararam não ter lido nenhum
livro nos últimos três meses), dos quais
21 milhões são analfabetos. Já os lei-
tores, que somam 95 milhões, leem,
em média, 1,3 livro por ano. Incluídas
as obras didáticas e pedagógicas, o
número sobe para 4,7 – considerado
ainda assim baixo.
Os dados estão na pesquisa Retra-
tos da Leitura no Brasil, feita com
5.012 pessoas em 311 municípios de
todos os Estados em 2007. A mesma
pesquisa revela que a maior influência
para a formação do hábito da leitura
vem dos pais e é na escola que o hábito
se consolida.
inOvar para enCantarNas salas de aula do Colégio Marista
Santa Maria é comum identificar pro-
jetos inovadores de incentivo à leitura,
à oralidade e à produção escrita desde
as séries iniciais até o Ensino Médio.
Para a assessora psicopedagógica
Danielle Barriquello, os professores
buscam conectar-se às novas formas
de aprender reveladas pela criança e
pelo jovem do século XXI. O Projeto
Biblioconexões está oportunizando
ainda mais o aprofundamento de lei-
turas, promovendo ações didáticas
que dialoguem com a arte, as novas
30
Projeto Biblioconexões incentiva hábito de ler ao interagir com arte, tecnologia e solidariedadeBrisa Teixeira
Conectando saberes
Educa� ensino fundamental
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s D
anie
l Sta
hsef
ski
tecnologias, a interação família-escola
e a solidariedade.
“A vivência desse projeto é um
reencontro para pais e professores
com a sua própria infância, o que
ajudará muito para o sucesso das ati-
vidades, uma vez que encontrar-se
com sua própria história em um novo
tempo e com outras infâncias e juven-
tudes mobilizará novas perguntas”, diz
Danielle.
A iniciativa traz para a sala de aula
a análise de obras de autores consa-
grados, músicas, poemas e filmes rela-
cionados às obras de Monteiro Lobato.
“Assim que eu soube que trabalharía-
mos as obras de Monteiro Lobato fiquei
emocionada, pois remete à minha
infância, a época mais incrível da minha
vida.” Foi com assim, entusiasmada,
que a professora de 5ª série Cristiane
Morais deu início ao seu trabalho no
início do ano.
A mesma empolgação se esten-
de para os pais. “Descobri Monteiro
Lobato lendo ‘Os Doze Trabalhos de
Hércules’ para o meu filho”, conta
Adriana Sbicca, mãe de Daniel, da 4ª
série. Ela ficou surpresa quando viu
um livro de Monteiro Lobato na lista
de material desde ano. “Conversando
com professores descobri que se tra-
tava do projeto Biblioconexões. Achei
a ideia fabulosa e quero acompanhar
com o meu filho tudo o que vai acon-
tecer”, diz.
R.: Não, essa afirmação foi feita, sem nenhum constrangimento, por Bill Gates, o multimilionário da informática.
qUizz em famíLia"meus filhos terão computadores, sim,
mas antes terão livros."
Quem disse essa frase? Um escritor
famoso, um jornalista, um professor?
Chegou o momento de se pre-
parar para o vestibular. Agora é
focar nos estudos e deixar algumas
atividades extras de lado, pelo menos
este ano. Pensamentos como esses
são comuns nos vestibulandos. Na
busca de bons resultados, é comum
os estudantes negligenciarem algu-
mas atividades físicas e artísticas para
focarem em um objetivo específico.
No entanto, segundo a psicoterapeuta
especializada em adolescentes, Lucia-
na Kotaka, essa escolha nem sempre é
a mais adequada.
Segundo ela, as atividades físicas
liberam endorfinas que proporcionam
a sensação de bem-estar, estimulando
e dando mais energia para desempe-
nhar outras atividades diárias, além de
ser um momento especial que permite
estar em contato consigo mesmo. “Já
a atividade artística ajuda o aluno a sair
do foco das atividades rotineiras, e per-
mite um momento para o vestibulando
relaxar”, explica.
A psicoterapeuta defende que o
momento de lazer faz parte do pro-
cesso de preparação para o vestibular.
“O corpo e o cérebro necessitam des-
se momento para melhor fixação das
matérias estudadas. Se permitir a rela-
xar ajudará muito na assimilação dos
conteúdos, o que trará benefícios reais
para o estudante”, destaca.
permita-se parar pOr Um tempOÉ fundamental que o aluno escolha
uma atividade que goste muito, que
proporcione prazer e tenha a capaci-
dade de fazer com que se desligue dos
estudos por um tempo. Enzo Fonseca
Veiga e Marjorie Pavese Ferreira são
bons exemplos de alunos que sabem a
hora de estudar e de “pegar leve”.
“Enquanto estudo piano vou crian-
do e brincando e isso me ajuda a rela-
xar”, diz Enzo, que sonha em cursar
Composição na Escola de Artes Juilliard,
em Nova Iorque. “Quando estou na
frente do piano tocando, minha mente
sai da escola, do vestibular e entro na
música. Acredito que esses momentos
vão refletir positivamente no meu psi-
cológico e na minha saúde.”
Marjorie vai tentar vestibular para
Medicina e começou Muay Thai há
cinco meses. Mesmo com o início das
aulas no 3º ano e sabendo da mara-
tona de estudos que vem por aí, ela
em nenhum momento pensou em
parar. “Treino todos os dias e enquan-
to estou ali não penso nos estudos. A
atividade me deixa mais calma e ajuda
a desestressar.”
32
Corpo são, mente sãSaber dosar estudos e lazer é uma excelente receita para se dar bem no vestibular
Educa� ensino médio
• Separe horários e até um dia da sema-
na para relaxar.
• Distribua bem as horas de estudo para
que no final não seja prejudicado pelo
cansaço mental ocasionado pela dedi-
cação excessiva aos estudos.
• É importante chegar do colégio, des-
cansar um tempo e recomeçar os
estudos.
• Reserve um tempo no meio do dia ou à
noite para praticar uma atividade física,
por isso o ajudará a relaxar, se desli-
gando por algumas horas.
*fonte: Luciana Kotaka
eqUiLíBriO é fUnDamentaL
foto
Dan
iel S
tahs
efsk
i
34 Gente noss�
ser maristaA palavra "Marista" para mim tem
grande significado e importância.
Estudei no Santa Maria por 12 anos e
São Marcelino Champagnat sempre foi
referência na escola. Contudo o des-
pertar marista ocorreu na minha vida
somente nos últimos anos de colé-
gio, ainda que o convite para a parti-
cipação de grupos e eventos tenham
sido muitos, durante este período.
Este encantamento pelos valores
maristas e pelas atividades pastorais
surgiu por convite de um amigo para
um dos acampamentos propostos
pelo Colégio chamado “Luz na Flores-
ta”. Tudo na vida tem seu tempo certo
e este retiro apareceu na hora exata,
até então eu nunca havia me permiti-
do sensibilizar pelos valores Maristas. O
Colégio Marista Santa Maria, através da
Pastoral, lança sementes no coração de
jovens para que brote o que eles têm
de melhor - a simplicidade, modéstia,
espiritualidade, disposição, presença -
mas que muitas vezes ficam guardadas
e não temos a oportunidade de flores-
cer. Às vezes nos falta um ambiente
acolhedor, um olhar marista e uma
atenção incondicional, a qual nos foi
ensinada pela Boa Mãe. Foi neste lugar
que encontrei tudo isso, pude concre-
tizar o que não conseguia traduzir em
ações, mas que sempre esteve comigo.
É aprendendo e ensinando, escutando
e partilhando, rindo e chorando que
evoluímos com o processo. A Pastoral
Juvenil Marista me ajudou a compre-
ender que não importa a religião, dou-
trina, cor, classe social e também que
temos vontades, sonhos e caracterís-
ticas diferentes. Sendo assim a paciên-
cia, a serenidade e o amor têm sempre
que prevalecer.
Trabalhar hoje numa instituição
que fez a diferença na minha vida, com
pessoas, alunos, professores e funcio-
nários especiais, está sendo um grande
aprendizado. Nada é tão prazeroso do
que trabalhar a favor da paz, amizade,
justiça, espiritualidade, simplicidade,
coisas simples que todos nós trazemos
em nossos corações. Precisamos ape-
nas permitir e querer florescê-las em
nosso dia a dia.
Andrey Zanello Milléo
a pJm me aJUdoU
a compreender
qUe a paciência, a
serenidade e o amor
têm sempre qUe
prevalecer
36 Vestibular
É preciso aprender a lidar com o problema da tensão pré-vestibularFabíola Almeida
Abaixo a TPV!
“Foi a melhor sensação do mun-
do!”. É assim que a ex-aluna
Marista, Iana Dornelas Fonte Boa, des-
creve o que sentiu ao ver o nome na
lista dos aprovados. Mas a caloura em
Direito lembra que a preparação não
foi fácil e no 3º ano chegou a recorrer
a acompanhamento psicológico para
controlar a ansiedade pelo vestibular.
Assim como Iana, vários estudan-
tes sofrem com a tensão pré-vesti-
bular (TPV). Um levantamento feito
com 1.046 vestibulandos verificou
que 56,3% apresentaram sintomas de
ansiedade, considerando os níveis de
intensidade leve, moderado e grave.
Dentre os estudantes que apresenta-
ram transtorno depressivo, destacou-
-se a prevalência mais elevada em
meninas (59,3%) do que em meninos
(28,4%). De todos os participantes da
amostra, 947 (90,5%) responderam
ainda que o vestibular alterou seus
hábitos de vida, sendo as principais
modificações na vida social com ami-
gos, no relacionamento familiar, no
sono, na atividade física e na alimenta-
ção. O estudo foi comandado pelo psi-
quiatra Daniel Guzinski Rodrigues, da
Universidade Luterana do Brasil (Ulbra),
e pela psicóloga Cátula Pelisoli, da Uni-
versidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS)*.
“ESTUDAR DEMAIS POR OBRIGAÇÃO PODE ATRAPALHAR MAIS DO QUE AJUDAR, PORQUE VOCÊ ACABA SE SOBRECARREGANDO E NÃO FIXA DIREITO O QUE APRENDEU. ACHO IMPORTANTE TER UM TEMPO PARA SE DIVERTIR E PENSAR EM OUTRAS COISAS, SENÃO FICA DIFÍCIL AGUENTAR A PRESSÃO DO VESTIBULAR.”Andre Luis Tavares
O ex-aluno Andre Luis Tavares, apro-
vado no Programa de Avaliação Seriada
(PAS), da UnB, e na Unicamp para o cur-
so de Ciência da Computação, reforça
a ideia de que a tranquilidade pode ser
um diferencial na hora de realizar as
provas. “Estudar demais por obrigação
pode atrapalhar mais do que ajudar,
porque você acaba se sobrecarregan-
do e não fixa direito o que aprendeu.
Acho importante ter um tempo para
se divertir e pensar em outras coisas,
senão fica difícil aguentar a pressão do
vestibular.”
TENSÃO PRÉ-VESTIBULAR Conhecida como TPV, a tensão pré-
-vestibular é quase inerente à vida dos
estudantes. Dificuldade de concentra-
ção, inquietação, dores de cabeça e
musculares, além de tonturas, são sin-
tomas típicos da TPV, de acordo com
a pesquisa. O medo da reprovação, as
incertezas relacionadas ao desempe-
nho no dia da prova, a forte cobrança
da família e de amigos, são situações
que acabam contribuindo para o sur-
gimento da ansiedade que, em muitos
casos, pode ultrapassar os limites da
normalidade e prejudicar o desempe-
nho.
A ex-aluna Fernanda de Carvalho,
recém-aprovada no PAS e no vestibu-
lar para o curso de Nutrição, conta que
com ela não foi diferente: “No último
ano procurei ficar mais calma e encarar
a prova com menos pressão, acho que
isso pode ter ajudado”.
A professora de Física Samara Mei-
ra acompanha os alunos na Central de
Vestibulares do Maristão, em Brasília, e
sugere que os jovens não mudem mui-
to a rotina: diversão, atividades físicas e
alimentação saudável ajudam a manter
o equilíbrio. “Exercite o pensar, exer-
cite a capacidade de crítica, exercite
o hábito da leitura”, destaca. Em resu-
mo, a TPV não mata, mas impede viver
intensamente um dos períodos mais
bonitos da vida.
* Para ler o artigo "Ansiedade em vestibulandos:
um estudo exploratório", de Daniel Guzinski Ro-
drigues e Cátula Pelisoli, disponível na biblioteca
on-line SciELO (Bireme/Fapesp).
Estamos acostumados a ouvir diversas recomendações sobre bons hábitos de estudo, como esco-
lher um local silencioso, manter uma rotina para fazer tarefas, estabelecer metas e limites, entre
tantas outras. Mas como sabemos se esses hábitos são realmente bons?
38 Como fazer
Ricardo Marchesan
Esqueça o que você sabe sobre hábitos de
Cérebro vivo é cérebro ativo!
“Pesquisas indicam que o cérebro inicia
um processo de declínio cognitivo já a
partir dos 25 anos de idade. É possível,
contudo, manter o cérebro afiado, adiar o
declínio das suas funções e habilidades, e
minimizar esse declínio, com atitudes ao
alcance de todos. Engajar-se em ativida-
des regulares de exercícios físicos e men-
tais, ajudam na estimulação do cérebro.”
Suzana Herculano, neurocientista, desde 2008 é
apresentadora e roteirista do quadro Neurológi-
ca, do Fantástico, e autora de seis livros, “Pílulas
de Neurociência para uma Vida Melhor”
DICA ESPECIAL
Uma excelente matéria publicada
no jornal "The New York Times" anali-
sou as descobertas mais recentes em
hábitos de aprendizado e descobriu
muitos resultados surpreendentes que
podem ajudar qualquer pessoa, desde
uma criança aprendendo a fazer con-
tas, a um idoso aprendendo um novo
idioma. Muitas destas descobertas con-
tradizem a sabedoria popular, como
por exemplo, ao invés de manter ape-
nas um local de estudo, simplesmente
alternar a sala onde a pessoa estuda
aumenta a retenção.
De acordo com o autor da pesquisa,
o cérebro faz associações sutis entre o
que se está estudando e as sensações
exteriores naquele momento, indepen-
dentemente dessas percepções serem
conscientes. Forçar o cérebro a fazer
Cientistas descobriram que o estu-
do espaçado de um assunto – uma hora
hoje, uma hora no final de semana e
uma hora daqui a uma semana – melho-
ra a capacidade de recordar esse assun-
to. Uma explicação é que o cérebro,
quando volta naquele material num
outro dia, precisa reaprender um pouco
daquilo que ele havia esquecido e esse
processo, em si, reforça o aprendizado.
Essa é uma razão pela qual os cien-
tistas julgam que os testes – ou provas
simuladas – são ferramentas podero-
sas de aprendizagem, além de mera-
mente ferramentas de avaliação. O
processo de se extrair uma ideia pare-
ce fundamentalmente alterar a forma
com que a informação é armazenada
subsequentemente, tornando-a bem
mais acessível no futuro.
Nada sugere que somente essas
técnicas – alternar ambientes de estu-
do, misturar conteúdo, espaçar as ses-
sões de estudo, fazer testes – resol-
verão os problemas de aprendizado,
pois a motivação também importa
muito. Mas, pelo menos, essas técni-
cas oferecem aos pais e estudantes
um plano de estudo baseado em evi-
dências, e não em sabedoria popular
ou teorias vazias.
Vale lembrar que a forma como
aprendemos importa não só para
retermos eficientemente algumas
informações para as diversas tarefas
que executamos todos os dias, mas
também porque o aprendizado induz
mudanças neuroplásticas no cére-
bro que, consequentemente, podem
aumentar nossas reservas funcionais
e nossa saúde.
* Ricardo Marchesan é sócio fundador do Cérebro
Melhor, empresa especializada em treinamento
cerebral por meio de jogos online.
múltiplas associações com o mesmo
material pode, na verdade, dar a essa
informação mais relevância neural.
Variar o tipo de material estudado
numa única sessão de estudos – alter-
nando, por exemplo, entre vocabulário,
leitura e conversação de um novo idio-
ma – parece deixar uma impressão mais
profunda no cérebro do que se concen-
trar apenas em uma coisa de cada vez.
Muitos atletas também costumam tam-
bém misturar seus treinos com séries
de força, velocidade e habilidade.
40 Como fazer
ALTERNE O AMBIENTE
Variar o ambiente onde se
estuda aumenta a retenção
da memória. Quando se tro-
ca de local, o cérebro faz associações
sutis entre o que se está estudando e
as sensações externas, sendo percep-
ções conscientes ou não. Quando for-
çamos o cérebro a praticar múltiplas
associações com o mesmo material,
essa informação passa a ganhar maior
relevância neural.
VARIE O MATERIAL A SER
ESTUDADO
Mesclar o tipo de material
numa mesma sessão de
estudos pode deixar uma impressão
mais profunda no cérebro do que se
concentrar apenas em um assunto de
cada vez. Assim como esportistas pos-
suem treinos alternados, poderíamos,
por exemplo, ter uma sequência que
passasse por vocabulário, leitura e con-
versação de um novo idioma.
ESTUDE ESPAÇADAMENTE
Quando montamos um cro-
nograma espaçado para a
aprendizagem de um deter-
minado assunto, como por exemplo,
uma hora hoje, uma hora no final de
semana e uma hora daqui a uma semana,
melhoramos nossa capacidade de recor-
dar esse tema. Ao voltar no material tra-
balho em um curto período de tempo,
nosso cérebro acaba reaprendendo uma
parte daquilo que ele havia esquecido,
dessa forma, se tornando um processo
de reforço de aprendizado.Alterar para:
“ ao voltar ao material trabalhado em um
curto período de tempo, nosso cérebro
acaba reaprendendo uma parte daquilo
que ele havia esquecido, dessa forma,
se tornando um processo de reforço de
aprendizado.
TESTES SÃO BEM VINDOS
As provas simuladas ou exer-
cícios são ótimas ferramen-
tas de aprendizagem e não
uma simples forma de avaliação. O
processo de se extrair o conhecimento
absorvido na resolução desses testes
acaba alterando a forma como essas
informações são armazenadas e, sub-
sequentemente, torna o acesso mais
fácil no futuro.
MOTIVE-SE
Assim como a prática, a moti-
vação é fundamental para o
aprendizado. Quanto mais
se pratica, mais chance o cérebro tem
de reforçar as modificações sinápti-
cas que constituem o que está sendo
aprendido. Quanto mais motivação se
tem, mais se pratica, mais importância
se dá ao aprendizado e, portanto, mais
facilmente acontecem as modificações
sinápticas do aprendizado.
Fonte: Cérebro Melhor (www.cerebromelhor.com.br)
Confira algumas estratégias que podem contribuir com os melhores hábitos de estudo, todas baseadas em pesquisas científicas:
hábitos de estudo campeões
OsEstreia, em parceria com o Canal Futura, Turma da Teca. Esta coleção, da FTD, baseada no programa Teca na TV, sucesso do Canal Futura, traz histórias que tratam de temas como formação pessoal e social, meio ambiente e ética, linguagem, matemática, sempre dentro do universo infantil.
Turma da Teca é dirigida para a galerinha de 4 a 7 anos de idade. São duas coleções com seis livros cada uma, criados com base em 12 episódios do programa de TV. Acompanha também DVD com seis histórias (um para cada coleção e faixa etária).
As coleções são apresentadas em embalagens bem atrativas!
O Kit do Aluno é composto de:
• 6 livros • 1 DVD
0800 772 2300
www.ftd.com.br
An_TECA.indd 1 10/05/11 11:11
Estreia, em parceria com o Canal Futura, Turma da Teca. Esta coleção, da FTD, baseada no programa Teca na TV, sucesso do Canal Futura, traz histórias que tratam de temas como formação pessoal e social, meio ambiente e ética, linguagem, matemática, sempre dentro do universo infantil.
Turma da Teca é dirigida para a galerinha de 4 a 7 anos de idade. São duas coleções com seis livros cada uma, criados com base em 12 episódios do programa de TV. Acompanha também DVD com seis histórias (um para cada coleção e faixa etária).
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42 Compartilhar
Não é preciso destacar o quanto a
rede mundial de computadores
revolucionou o dia a dia das pessoas e
transformou a sociedade. O que assus-
ta, ainda, é que por ser uma novidade
não há normas e leis específicas para
coibir os crimes praticados por meio
dos computadores. São fraudes finan-
ceiras, envio de vírus, roubo de senhas,
crimes contra a honra, calúnia, injúria,
difamação, cyberbullying (humilhação
de pessoas por meio de postagens na
Internet) e, talvez o crime mais preocu-
pante, a pedofilia.
“A despeito de terem sido criadas
delegacias especializadas, é importan-
te que todos os usuários da Internet
saibam que existem meios mais segu-
ros de usar a rede mundial, a partir da
adoção de alguns medidas práticas”,
destaca Luiz Flávio Borges D’Urso, Pre-
sidente da OAB SP, que organizou a
1 Lembre-se de que as relações esta-belecidas na Internet são relações inter-pessoais e, por isso, é importante ter os mesmos cuidados tomados no contato pessoal do dia a dia: não revele a estra-nhos informações pessoais que possam comprometê-lo ou comprometê-la, tais como: endereço, telefone, seu nome completo, nome de familiares, local de trabalho, nome da escola onde estuda, dados que indiquem sua rotina
2 Preserve sua intimidade: não divul-gue informações, contatos, fotos ou vídeos pessoais e tenha cuidado ao rea-lizar negócios e manter relacionamentos via Internet
3 Tome cuidado com novas amizades, procurando referências antes de consi-derá-las como conhecidas
4 Antes de publicar algo, lembre-se de que não são apenas os seus amigos e pessoas honestas que utilizam a Inter-net. Desconfie das pessoas e dos sites que desrespeitam as leis e promovem a intolerância ou se manifestam em desa-cordo com a ética
5 Utilize em seu computador um pro-grama firewall, um software antivírus e aplique mensalmente as atualizações mais recentes fornecidas pelo fabrican-te do sistema operacional e do software antivírus
6 Não clique em links da web pre-sentes em e-mails, nem abra arquivos anexos enviados por pessoas desco-nhecidas. Em caso de dúvidas entre em contato com o remetente da mensagem antes de clicar em um link ou abrir um arquivo anexo
A internet pode ser seguraPresença e diálogo são as grandes armas dos pais também no ambiente virtual
6 CUIDADOS PARA NÃO CAIR EM ARMADILHAS DA REDE
cartilha “Recomendações e boas práti-
cas para o uso seguro da Internet para
toda a família”.
SEM BARREIRASOs especialistas destacam que é
importante que a barreira digital que
separa os pais de seus filhos seja rom-
pida, já que muitos pais ficam alheios
à conduta de seus filhos no ambiente
virtual em razão do próprio desco-
nhecimento que têm a respeito da
informática. Respeitar a privacidade
dos filhos não pode ser sinônimo de
ausência de supervisão, de vigilância,
o que deve ser feito em consonância
com o respeito aos valores da pró-
pria família. É também essencial que
os filhos saibam que seus pais têm
conhecimento do que ocorre na Inter-
net e que podem confiar neles caso
sofram alguma agressão no meio vir-
tual. Além disso, é necessário que os
pais expliquem sobre a importância
do uso consciente da Internet e das
consequências que atitudes irrespon-
sáveis podem causar.
SERVIÇO: A Cartilha pode ser acessada no site
da OABSP, pelo link: www.oabsp.org.br/comisso-
es2010/crimes-alta-tecnologia/cartilhas/carti-
lha_internet.pdf
Jean-Dominique Bauby (Mathieu
Amalric) tem 43 anos, é editor da
revista Elle e um apaixonado pela
vida. Mas, subitamente, tem um
derrame cerebral. Vinte dias depois,
ele acorda. Ainda está lúcido, mas
sofre de uma rara paralisia: o único
movimento que lhe resta no corpo
é o do olho esquerdo. Bauby se
recusa a aceitar seu destino. Apren-
de a se comunicar piscando letras
do alfabeto, e forma palavras, fra-
ses e até parágrafos. Cria um mun-
do próprio, contando com aquilo
que não se paralisou: sua imagina-
ção e sua memória. Um livro para
refletir sobre a nossa mania de
autossuficiência.
QUEM INDICA: Cristiane Mazolla
Vieira, Assessora Psicopedagógica
(Ensino Fundamental II) do Colégio
Marista Santa Maria
"GERAÇÃO Y"Sidnei de Oliveira, Editora IntegrareO autor apresenta de forma sutil as
eras em que vivemos como sociedade:
era da terra (do feudo), era da força do
trabalho, industrial, da informação e a
que vivemos hoje, a era das conexões.
O livro situa as pessoas no tempo em
que vivemos e dá um "toque" de que
precisamos aprender a nos relacio-
narmos respeitando essa diferença de
contexto (essa conexão é de se relacio-
nar). Especialmente entre pais e filhos,
afinal, os pais devem entender que a
era de seus filhos é bem diferente da
qual viveram antes.
O AMOR FECUNDA O UNIVERSOMarcelo Barros e Frei Betto, Editora AgirDiz Leonardo Boff que “o propósito da
vida não é só a simples sobrevivência,
mas a realização das potencialidades
presentes no Universo e que querem se
expressar”. Este livro, cheio de poesia e
mística, quer nos convocar ao cuidado
com a vida, com a espiritualidade que dá
sentido a todas as expressões de vida.
Com tantas versões catastróficas sobre o
nosso planeta e sobre o nosso papel no
mundo, buscar caminhos de compro-
misso ecológico e espiritual torna-nos
ainda mais vinculados com a transfor-
mação da realidade, integrando-nos à
grande sinfonia da Vida.
QUEM INDICA: Marize
Mazzoli Rufino, Diretora
Educacional do Colégio
Marista de Londrina
Prateleira ídeo
QUEM INDICA: Ascânio
João Sedrez, Diretor
Educacional do Colégio
Marista Arquidiocesano
O ESCAFANDRO E A BORBOLETA
44 Solidariedade
“Um mundo melhor é o que todos
nós queremos para nossos filhos
e para todas as crianças e adolescen-
tes. Um mundo digno, que respeite
nossa liberdade e a diversidade ide-
ológica, religiosa, étnica e de gêne-
ro, e que respeite também nossa
integridade humana. E é por esse
mundo que devemos trabalhar”,
afirma Jimena Djauara N. C. Grigna-
ni, assessora da Rede Marista de Soli-
dariedade.
Mais que caridade, o comprome-
timento de todos com a construção
de uma sociedade mais justa é que
define a cultura da solidariedade,
tão discutida e aplicada em cada
uma das unidades Maristas. Afinal,
se você é incentivado a pensar e agir
por um mundo melhor, sua posição
sobre a vida e as demais pessoas
será diferente daquela de alguém
que aprendeu apenas a buscar o
primeiro lugar num mundo compe-
Em que mundo você deseja viver?Proposta Marista nos convida a fazer parte da cultura da solidariedade
titivo. Essa maneira de pensar vai
além da postura de ajuda ao outro e
busca uma interação de pessoas de
realidades sociais distintas numa via
de mão dupla onde todos ganham. É
como afirmava João Paulo II: ser soli-
dário implica uma “determinação fir-
me e perseverante de se empenhar
pelo bem comum” em busca da jus-
tiça social e da fraternidade.
Em resumo, a cultura da solida-
riedade vem para inverter a lógica de
um mundo regido pela competição.
“Só quando nos aproximamos de
outras realidades sociais e econômi-
cas é que podemos exercitar a coo-
peração. Este é um movimento com-
plexo, uma nova maneira de ver as
coisas, mas à medida que essa cultu-
ra for sendo compreendida e viven-
ciada pelas pessoas, naturalmente a
realidade do país se transformará”,
finaliza Jimena.
A partir do que indica a Missão Educativa Marista, educa-se na e para a solidariedade, pois
essa missão apresenta a Boa Nova, não apenas em termos pessoais, mas também a partir de
uma visão comunitária. Tal visão segue a lógica de Jesus Cristo, alcançando os mais empo-
brecidos, buscando o bem comum e assumindo a responsabilidade pelo presente e o futuro
da humanidade, assim como por toda a Criação.
Fonte: "Termos, Expressões e Valores Institucionais – Diretrizes para comunicação da Província Marista Brasil
Centro Sul – N°1".
BOA NOVA
A Rede Marista de Solidariedade acredita que a cultura e a arte transformam as realidades de pessoas e comunidades.
Novosjuventudes
cenáriosparaasinfâncias&
www.solmarista.org.br
Essência
A última grande Assembleia Geral do Instituto dos Irmãos
Maristas, ocorrida em Roma há dois anos, acentuou a
figura de Maria, mãe de Deus, como grande inspiradora e
protetora da obra marista no mundo.
Nos documentos publicados depois da Assembleia,
o exemplo de Maria e exaltação de suas virtudes foram
destacados, o que despertou a União Marista do Brasil
(UMBRASIL) a estabelecer um Ano Mariano. Com o tema
Maria no coração da Igreja e o lema Com Maria, para uma
nova terra, o Ano tem a perspectiva de reavivar a presença
de Maria na vida Marista e da Igreja Católica, contribuin-
do também como preparação para a comemoração dos
200 anos de nascimento do Instituto dos Irmãos Maristas
(1817-2017).
A celebração do Ano Mariano, no período de 25 de mar-
ço a 8 de dezembro de 2011, acontece em todas as Uni-
dades Maristas do Brasil por meio de atividades e eventos
nacionais. As ações propostas mostram que, sob diversos
títulos e matizes, Maria é retratada nas diversas culturas,
comunidades e povos como companheira, modelo de ins-
piração, força para acolher a realidade da vida e lutar para
sua transformação. Maria é a mulher plena de Deus, a mãe,
a irmã, a amiga, a intercessora junto a Cristo, solidária com
os pobres e humildes.
À Mãe,com carinhoMaristas do Brasil dedicam 2011 a Maria
TUDO POR MARIAInspirados em Maria, o marista se deixa transformar por ela para ser presença de qua-lidade na vida das pessoas, em especial dos que mais necessitam. Somos convidados a descobri-la como peregrina na fé. Como Jesus......ir ao encontro daqueles que estão à margem, fazê-los “avançar para águas mais pro-fundas” (Cf. Lc 5,1-4);...servir, escutando a voz serena e presente da Mãe: “fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5); ...celebrar a vida, processando a conversão do coração: “não ardia o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho?” (Lc 24,32); ...reafirmar a vocação e o desejo de ser filho e filha de Maria: “eis tua mãe!” (Jo 19,27).
Fonte: Documento de Orientações do Ano Mariano
“PARECE-ME QUE, ÀS VEZES, INCLUSIVE SEM DAR-NOS CONTA, SIMPLESMENTE
POR NOSSO MODO DE FAZER, POR NOSSAS OPÇÕES, POR NOSSA MANEIRA
DE RELACIONAR-NOS, MOSTRAMOS O ROSTO MARIANO DA IGREJA, QUE
REALMENTE QUEREMOS”Ir. Emili Turú, Superior-Geral dos Irmãos Maristas
Maria no coração da Igreja.
48 Inspiração
Uma célebre frase de Albert Einstein
ensina que “só há duas manei-
ras de viver a vida: a primeira é vivê-la
como se os milagres não existissem; a
segunda é vivê-la como se tudo fosse
um milagre”. De fato, entre o nasci-
mento e a morte, cada momento deve
ser vivido como um milagre. E nossa
medida de felicidade certamente será
proporcional à nossa sensibilidade para
enxergar cada um destes pequenos
dons que recebemos ao longo da vida.
Com apenas 18 anos, logo após a
conclusão da 3ª série do Ensino Médio
no Marista, Pauline Becker Zacaron ini-
ciou uma batalha pela própria vida e
precisou rapidamente rever esses con-
ceitos. Com dores fortes, descobriu
que possuía um tumor em um dos ová-
rios e, então, fez a primeira operação.
Mesmo depois da cirurgia, as dores
não só continuaram, mas aumentaram
ainda mais. Vários exames foram reali-
zados e constataram-se algumas man-
chas na coluna. A jovem submeteu-se a
mais uma cirurgia para retirada de um
fragmento da coluna para biópsia e foi
descoberto que o problema na coluna
era consequência de uma das células
que havia se deslocado do ovário. “Na
hora da notícia, o desespero tomou
conta de mim ao saber que estava com
câncer. Segurei firme na mão do médi-
co e de meus familiares e disse: “façam
tudo que tiver que ser feito com a ajuda
de Deus, mas não me deixem morrer”,
relembra Pauline.
Foi realizada, então, a terceira cirur-
gia; dessa vez, porém, para retirada da
vértebra onde o tumor se alojara. Após
o procedimento cirúrgico de 12 horas,
Pauline iniciou as sessões de quimio-
terapia, momento em que sofreu bas-
tante com os sintomas: enjoo, falta de
apetite e queda dos cabelos, entretan-
to, jamais perdeu o desejo de viver.
Hoje, três anos depois da descoberta
da doença, Pauline faz faculdade
de Administração, está plenamente
curada e, acima de tudo, muito feliz.
A doença lhe trouxe muitas lições e a
principal delas é de que cada momento
deve ser vivido em sua plenitude,
algo que todos sabem, mas poucos
colocam em prática verdadeiramente.
“Como o hospital em Criciúma fica
em frente ao Marista, o colégio foi a
primeira imagem que tive após levan-
tar da cama do hospital. Com a ajuda de
meus familiares, dei os primeiros pas-
sos até a janela e não consegui segurar
as lágrimas. O Marista abriu as portas de
uma educação de qualidade e a virtude
como família. Os amigos que formei
e os funcionários sempre estarão em
meu coração”, conta. Como para cada
um de nós, também para Pauline o
colégio estava associado às amizades,
aos valores universais e às coisas mais
significativas que constroem a nossa
vida. Ali ela havia sido feliz e presen-
ciado todos os milagres diários que só
uma criança é capaz de enxergar.
Por isso, fica a dica: nos momentos
de dificuldades, que tal lembrar dos
tempos de colégio? Pode ser que a for-
ça daquela criança seja tudo o que o
homem ou a mulher de hoje precisem
para vencer os problemas e continuar a
enxergar os milagres diários.
Você acredita em milagres?A ex-aluna marista, Pauline Becker Zacaron, venceu o câncer e encontrou novas maneiras de ser feliz
INFORME PUBLICITÁRIO
DIVERSÃO E CONHECIMENTO JUNTOS
É num cenário especial, que inte-
gra diversão com conhecimento,
que os alunos dos colégios maristas
de Londrina, Criciúma, Paranaense e
Santa Maria (Curitiba) estão aprenden-
do a fazer a diferença. Com modernas
ferramentas de eletrônica, informática
e mecânica, crianças a partir de cinco
anos constroem e desenvolvem proje-
tos incríveis com a orientação de pro-
fessores. É a L.A. Robótica Educacional,
uma rede de franquias presente em
quatro unidades do Marista e com pla-
nos de expansão.
Segundo o idealizador do proje-
to, o matemático Leandro Augusto,
a idéia principal do curso é propor ao
aluno o projeto e a construção de um
experimento investigatório e explo-
ratório que seja "divertido fazer". A
partir daí as crianças trabalham con-
DESENVOLVIMENTO
Confira o que a L.A Robótica Educacional
estimula e desperta nos alunos:
1. A curiosidade na criação e planeja-
mento de projetos
2. O interesse pelo estudo e análise de
mecanismos existentes
3. A compreensão dos conceitos físicos
presentes no cotidiano e as habilida-
des cognitivas, motoras e perceptivas
4. O curso amplia a visão de mundo
deles e estimula o sociabilizar do
aluno. Trabalho em equipe, a criati-
vidade e organização
INFORMAÇÕES:
www.laroboticaeducacional.com.br
ceitos e práticas de disciplinas como
matemática, física, eletrônica, infor-
mática, tudo isto com aplicação da
qualidade total. “Procuramos estimu-
lar o desenvolvimento e as habilida-
des do aluno na interação do uso de
novas tecnologias sempre de manei-
ra crítica e investigativa”, destaca o
professor.
Um dos pontos mais importantes
da robótica é o aprendizado conquis-
tado através do trabalho realizado
em grupo, desde a etapa de estudo.
Princípios de trabalho em equipe e
cooperação, que são exigidos na atu-
ação profissional, são desenvolvidos
nos alunos a partir de cada um dos
projetos. “O resultado é uma pessoa
muito mais preparada para enfrentar
os desafios educacionais e profissio-
nais”, finaliza Leandro Augusto.
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