em família brasília em ed 08
DESCRIPTION
Edição de novembro/2011 da revista Em Família - Colégio Brasília Ensino MédioTRANSCRIPT
2º SEMESTRE/2011
Um novo futuro depende deles
Geraçãoverde
Rede CI. Mais de 60 lojas em todo o país.
Cursos, estágios, trabalhos, passagens aéreas e viagens para o exterior, que fazem a vida acontecer.
Chegou a hora de você fazer um intercâmbio
ci.com.br/m iead ciona ci.com.br você aprende com o mundo
CI Moema
Av. Ibirapuera, 1858Tel.: (11) 5051-0381São Paulo
CI Porto ALegre
Rua Padre Chagas, 80Tel.: (51) 3346-4654
CI Goiânia
Rua 18, 326 Salas 3/4 - Setor OesteTel.: (62) 3093-4353
CI Brasília
SCLN, 211 - Bloco B - Loja 06Tel.: (61) 3340-2040
CI Curitiba
Av. Batel, 1.398Tel.: (41) 3342-3032
CI Londrina
Av. Higienópolis, 799 - loja 02Tel.: (43) 3029-0203
CI Maringá
Av. Duque de Caxias, 882 - loja 04 Tel.: (44) 3029-3003
Intercâmbio TeenSuas férias com cara de Intercâmbio
Onde: Alemanha, Austrália, EUA, Nova Zelândia, Inglaterra, Itália e muito mais.
Duração: 2 a 8 semanas
High SchoolNão deixe o tempo passar e embarque nessa
Onde: Austrália, Canadá, EUA, Nova Zelândia e muito mais.
Duração: 1 a 2 semestres letivos
Use o leitor de QR Code do seu celular e saiba mais.
Rede CI. Mais de 60 lojas em todo o país.
Cursos, estágios, trabalhos, passagens aéreas e viagens para o exterior, que fazem a vida acontecer.
Chegou a hora de você fazer um intercâmbio
ci.com.br/m iead ciona ci.com.br você aprende com o mundo
CI Moema
Av. Ibirapuera, 1858Tel.: (11) 5051-0381São Paulo
CI Porto ALegre
Rua Padre Chagas, 80Tel.: (51) 3346-4654
CI Goiânia
Rua 18, 326 Salas 3/4 - Setor OesteTel.: (62) 3093-4353
CI Brasília
SCLN, 211 - Bloco B - Loja 06Tel.: (61) 3340-2040
CI Curitiba
Av. Batel, 1.398Tel.: (41) 3342-3032
CI Londrina
Av. Higienópolis, 799 - loja 02Tel.: (43) 3029-0203
CI Maringá
Av. Duque de Caxias, 882 - loja 04 Tel.: (44) 3029-3003
Intercâmbio TeenSuas férias com cara de Intercâmbio
Onde: Alemanha, Austrália, EUA, Nova Zelândia, Inglaterra, Itália e muito mais.
Duração: 2 a 8 semanas
High SchoolNão deixe o tempo passar e embarque nessa
Onde: Austrália, Canadá, EUA, Nova Zelândia e muito mais.
Duração: 1 a 2 semestres letivos
Use o leitor de QR Code do seu celular e saiba mais.
Expediente
A Província Marista Brasil Centro-Sul atua nas áreas de educação, solidariedade, saúde, editorial e comunicação. A
PMBCS está presente nos Estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal.
Sua forma de atuação busca, por meio de processos educacionais, uma efetiva contribuição social e cultural,
posicionando-se na defesa e promoção dos direitos das infâncias e juventudes.
Desenvolver equilibradamente, afetividade e inteligência, dimensão comunitária e social, valores humanos e cristãos é
a proposta da instituição.
Rua Imaculada Conceição, 1155Prado Velho – Curitiba – PRPrédio Administrativo PUCPR – 8º andarCEP: 80215-901Tel.: (41)3271-6500
www.marista.org.br
PRESIDENTE DAS MANTENEDORAS: Ir. Dario Bortolini
SUPERIOR PROVINCIAL: Ir. Davide Pedri
SUPERINTENDENTE ABEC/UCE: Paulo Serino de Souza
REDE DE COLÉGIOS: Ir. Paulinho Vogel, André Garcia, Isabel Cristina
Michelan Azevedo, Vani Sant'ana
COMUNICAÇÃO E MARKETING (ABEC/UCE): Patrícia Fatuch,
Pollyana D. Nabarro, Alexandre L. Cardoso, Silvia S. Tateiva, Kelen Y.
Azuma, Patrícia L. Egashira, Fábio Egg Mais, Tiago Ienkot
COMUNICAÇÃO E MARKETING (COLÉGIOS): Bruna Finkensieper
Gonçalves, Bruno Bonamigo, Caroline Damin Mertens ,Cláudia
Cristina Batistela Francisco, Cristiane Rufino Santos, Daliane
Anziliero Teston, Eros Augusto Asturiano Martins, Eziquiel
Machado Ramos, Fábio Silvestrini Aparício, Katia Macedo Dias
Kely Cristine de Souza, Luana Mendonça Dias dos Santos, Mayara
Amaral Haudicho, Raquel Aline Bortoloso, Renato Mobaid Pereira
Campos, Samira Damásio Dutra
CAPA:
Mirela Schreck Welter, Gabriel Weiand,
Lucas Petry Heck, Marina Gabriela Maia,
alunos do Colégio Marista Pio XII, Novo
Hamburgo - RS
FOTO:
D'Contreras - ILEXPHOTO
BRASÍLIA • Colégio Marista de Brasília - Educação Infantil e Ensino Fundamental - SGAS 609 CONJ A - Bairro Asa Sul - Brasília - DF - 70200-690 - (61) 3442-9400
Colégio Marista de Brasília - Ensino Médio - SGAS 615 CONJ C - Bairro Asa Sul - Brasília - DF - 70200-750 - (61) 3445-6900
CASCAVEL • Colégio Marista de Cascavel - Rua Paraná, 2680 - Centro - Cascavel - PR - 85812-011 - (45) 3036-6000
CHAPECÓ • Colégio Marista São Francisco - Rua Marechal F. Peixoto, 550L - Chape-có - SC - 89801-500 - (49) 3322-3332
CRICIÚMA • Colégio Marista de Criciúma - Rua Antonio de Lucca, 334 - Criciúma - SC - 88811-503 - (48) 3437-9122
CURITIBA • Colégio Marista Paranaense - Rua Bispo Dom José, 2674 Seminário - Curitiba - PR - 80440-080 - (41) 3016-2552
Colégio Marista Santa Maria - Rua Prof. Joaquim de M. Barreto, 98 - Curitiba - PR - 82200-210 (41) 3074-2500
GOIÂNIA • Colégio Marista de Goiânia - Avenida Oitenta e Cinco, n. 1440
St. Marista - Goiânia - GO - 74.160-010 - (62) 4009-5875
JARAGUÁ DO SUL • Colégio Marista São Luís - Rua Mal. Deodoro da Fonseca, 520 Centro - Jaraguá do Sul - SC - 89251-700 - (47) 3371-0313
JOAÇABA • Colégio Marista Frei Rogério - Rua Frei Rogério, 596 - Joaçaba - SC - 89600-000 - (49) 3522-1144
LONDRINA • Colégio Marista de Londrina - Rua Maringá, 78 - Jardim dos Bancários - Londrina - PR - 86060-000 (43) 3374-3600
MARINGÁ • Colégio Marista de Maringá - Rua São Marcelino Champagnat, 130 - Centro - Maringá - PR - 87010-430 - (44) 3220-4224
PONTA GROSSA • Colégio Marista Pio XII - Rua Rodrigues Alves, 701 - Jardim Carva-lho - Ponta Grossa - PR 84015-440 - (42) 3224-0374
RIBEIRÃO PRETO • Colégio Marista de Ribeirão Preto - Rua Bernardino de Campos, 550 - Higienopólis - Ribeirão Preto - SP - 14015-130 - Fone:(16) 3977-1400
SÃO PAULO • Colégio Marista Arquidiocesano - Rua Domingos de Moraes, 2565 - Vila Mariana - São Paulo - SP - 04035-000 - (11) 5081-8444
Colégio Marista Nossa Senhora da Glória - Rua Justo Azambuja, 267 - Cambuci - São Paulo - SP - 01518-000 - (11) 3207-5866
Em Família | 8ª Edição | 2º Semestre 2011
A Revista Em Família é uma publicação da Editora Ruah para a Rede Marista de Colégios, com distribuição dirigida aos pais e colaboradores.
Visite o blog da revista e envie sua opinião: www.maristaemfamilia.com.br
EDITOR: Luís Fernando Carneiro | DIAGRAMAÇÃO: Goretti Carlos | PUBLICIDADE: Ariane Rodrigues | R. Casemiro José Marques de Abreu, 706
– Ahú – Curitiba/PR – CEP: 82200-130 – Fone: (41) 3018-8805 | www.editoraruah.com.br | Quer anunciar? Entre em contato conosco pelo
fone (41) 3018-8805 ou pelo site www.editoraruah.com.br
Todos os direitos reservados. Todas as opiniões são de responsabilidade dos respectivos autores.
4
P esquisas recentes indicam que
nosso planeta já não consegue
mais recompor os recursos naturais
consumidos pelos seres humanos.
Se continuarmos com o ritmo voraz
de consumo atual, em poucos anos
exterminaremos todas as possibilida-
des de vida no planeta.
Somos a geração de seres huma-
nos que mais consome futilidades,
ou seja, consumimos sem precisar
e, não raras vezes, por puro prazer,
hábito, vontade ou desejo. A cultura
do descartável nos leva ao consumo
inconsequente. Angustiados, busca-
mos preencher um vazio com coisas
que, na verdade, aplacam a angústia
frequentemente, não nos damos
conta, como um abraço aconchegan-
te, uma palavra de conforto, um gesto
surpreendente ou um olhar carinho-
so e terno. Este vazio se faz presente
quando não acolhemos ou não somos
acolhidos pelas pessoas que nós ama-
mos, e quando não educamos nossos
filhos para a alteridade, para a empa-
tia e para o desejo de ver o outro feliz
antes de nós mesmos. Na escravi-
dão do tempo, certos gestos custam
demais. Bauman (2001), descrevendo
nossa época, diz: “O que conta é o
tempo, mais do que o espaço que lhes
toca ocupar; espaço que, afinal, pre-
enchem apenas ‘por um momento’”.
A salvação da vida em nosso pla-
neta está nas mãos do pai, da mãe, do
professor, do educador, enfim, dos
responsáveis pelas futuras gerações.
Preencher os corações das crianças,
adolescentes e jovens, com gestos
de amor, fazendo-os perceber que,
mais importante que a própria felici-
dade, é enxergar nos olhos do outro
que sua felicidade depende de gestos
concretos de acolhida, de proteção,
de amparo e de tempo “perdido” /
investido. Assim se constróem iden-
tidades seguras e sólidas que encon-
tram a própria felicidade não nas futi-
lidades de cada esquina, mas dentro si
mesmos, a partir dos gestos de amor
vivenciados no seio da família.
momentaneamente e não nos levam
à satisfação plena.
Nosso planeta não está sendo
exterminado pelo fato de existirem
muitos seres humanos ou por estes
necessitarem cada vez mais de arte-
fatos para se manterem. A responsa-
bilidade não se deve às necessidades
básicas da modernidade, que nos
faz utilizar cada vez mais os recur-
sos naturais. A responsabilidade pelo
extermínio da vida no planeta está
no vazio existente na alma dos seres
humanos que aqui vivem.
O reflexo da sede e do vazio na
alma dos seres humanos está na
ausência dos pequenos gestos que,
Vazio que extermina, Amor que sustentaPor Ir. Paulinho Vogel
Ir. Paulinho Vogel é Diretor Executivo da Rede Marista de Colégios
Primeira impressão 5
Entrevista
Quando o lixo vira arte e vida
6
O artista plástico Vik Muniz fala sobre como o lixo pode se transformar em obra de arte apreciada no exterior e mudar a vida de toda uma comunidadePor Vivian Albuquerque
V icente José Muniz, o Vik Muniz, nasceu em São Paulo em uma família da
classe média. Seus pais, um garçom e uma telefonista, com certeza nunca
imaginaram que um dia seu filho – numa mudança para Nova York – poderia
se tornar um ícone da arte pela fotografia, com trabalhos expostos nos mais
importantes museus do mundo.
Na década de 80, Vik decidiu estudar inglês em Chicago. Foi para ficar apenas
seis meses, mas, numa visita a Nova York, se apaixonou e por lá acabou ficando
e levando com ele o nome do Brasil, com uma arte nada convencional. Usando
materiais como chocolate, açúcar, sucata e lixo, ele retrata pessoas e reproduz
conhecidas obras de arte, provando que tudo, até mesmo o que ninguém mais
quer, pode virar obra de arte “de valor”.
Este ano, o documentário que mostra o trabalho do artista plástico brasileiro
com catadores de material reciclável em um dos maiores aterros sanitários do
mundo concorreu ao Oscar. Apesar de toda a torcida brasileira, a estatueta não
veio. Mas Vik, mais uma vez, conseguiu sensibilizar o mundo por meio da sua
arte, trazendo à tona discussões sobre sustentabilidade e olhar solidário.
Quando começou este seu trabalho
tão diferenciado?
Quando resolvi deixar o Brasil e
viver em Nova York. Minha ideia
era abrir a mente para o mundo
artístico, mas o que acabou acon-
tecendo foi bem mais que isso.
Comecei a produzir séries fotográ-
ficas que conquistaram o público
por trabalhar com materiais nada
ortodoxos: macarrão, algodão, pó,
terra. Compúnhamos as imagens
e eu fotografava. Uma foto, assim
como uma pintura, não só mostra
um tema, mas o material com que
foi representado. Quanto mais dis-
tante o material do tema proposto,
mais inspirador será o engajamento
entre o espectador e a imagem.
Em várias de suas fotos você reproduz
obras de arte já conhecidas. Poderia
explicar o porquê desta escolha?
Procuro trabalhar com o que o
próprio espectador traz para esse
seu encontro com a imagem. Por
isso tem de ser algo que ele reco-
nheça. Os temas acabam sendo
algo já digerido e subestimado por
ele. Não raro, desenho o que que-
ro reproduzir, vou a um museu ou
faço de cabeça. Trabalho com séries
para não precisar dizer tudo de uma
só vez. Trabalho com materiais
diversos ao mesmo tempo e nunca
encerro uma série definitivamente;
elas vão se extinguindo natural-
mente.
O filme "Lixo Extraordinário" tornou
seu trabalho ainda mais conhecido
por nós, brasileiros. Ali, poderíamos
dizer que além da matéria-prima
– lixo – você ainda teve as pessoas
como grande componente de inspi-
ração?
Eu queria mudar a vida de um grupo
de pessoas usando o material com
que lidam no dia a dia. Assim sur-
giu a ideia de transformar lixo em
arte e reverter a venda das fotos em
recursos para aquela comunidade.
O aterro do Jardim Gramacho aten-
de a pelo menos 2,5 mil famílias.
Pessoas que passam o dia ali, entre
os caminhões e as pilhas de lixo,
para ganhar R$ 50,00. Eram pesso-
as que nem sequer tinham fotos
delas. E o momento mágico se deu
quando uma coisa se transformou
em outra; o lixo se transformou na
imagem delas.
Como foi o trabalho de criação des-
tas obras que acabaram ganhando o
mundo de forma tão especial?
Fiz os retratos das pessoas e depois
as convidei para trabalhar comigo
no estúdio, “pintando” suas pró-
prias fotos. Muitos nunca tinham
se visto em uma foto e, de repente,
estavam vendo seus retratos repro-
duzidos com materiais que eram,
ao mesmo tempo, o sustento do dia
a dia. Estar envolvido em projetos
sociais, para mim, é fundamental.
O lixo é uma boa matéria-prima para
a arte, afinal?
O lixo é dinheiro. A gente perde mui-
to dinheiro com ele. Quem mexe
com o lixo ou tem muito dinheiro
ou não tem nenhum. Muitas vezes,
quando convido as pessoas para
verem meu trabalho no galpão que
temos no Brasil, elas se assustam
porque entram e só veem monta-
nhas e montanhas de lixo e sucata.
Mas fotografamos com uma câmera
8X10, a uma distância de 20 metros.
Só quando se sobe na torre é que
se vê a obra no meio daquilo tudo.
Por isso é tão bacana. Conseguimos
criar o retrato de um catador que,
como o lixo que está ali, ninguém
conhece.
Você tem essa preocupação cons-
tante de aproximar a arte do maior
número de pessoas. A resposta pare-
ce óbvia, mas mesmo assim pergun-
tamos: por que?
Uma grande obra de arte deve
transcender barreiras espaciais,
temporais e linguísticas. Deve uti-
lizar a universalidade dos sentidos
e buscar, incentivar, a cumplicida-
de entre as pessoas. Não há como
manter o provincianismo intelectu-
al, no qual a arte internacional fala
um dialeto próprio e tão distante do
público, sob o risco da condenação
do popular e do culto a um produ-
to que seja fruto do isolamento. O
artista não pode dizer que faz arte
só para si. A arte deve se inspirar
em experiências pessoais, mas ter
a capacidade de transmitir essas
mesmas experiências em um âmbi-
to universal. O filme “Lixo Extraordi-
nário” foi resultado de três anos de
trabalho e tem um apelo muito for-
te com o público por causa do emo-
cional. Você vê lágrimas nos olhos
de quem assiste. E isso a arte não
pode deixar de fazer: emocionar.
Entrevista
LIXO EXTRAORDINÁRIOUm pouco sobre o documentário
premiado internacionalmente
O documentário “Lixo Extraordiná-
rio” acompanha o trabalho de Vik
Muniz em um dos maiores ater-
ros sanitários do mundo: o Jardim
Gramacho, na periferia de Duque
de Caxias, Rio de Janeiro. Lá, ele
fotografa um grupo de catadores
de materiais recicláveis, com o
objetivo inicial de retratá-los.
Segundo o dicionário, “lixo” signi-
fica qualquer material considerado
inútil, supérfluo, e/ou sem valor,
gerado pela atividade humana.
Antes de chegar ao Jardim Gra-
macho, Vik Muniz e os diretores
do documentário não esperavam
encontrar nada muito diferente
disso, mas se surpreenderam ao
conhecer pessoas cativantes e
cheias de dignidade, como o Tião,
jovem presidente da Associação de
Catadores do Aterro Metropolitano
de Jardim Gramacho, ou o Zumbi,
catador que, resgatando os livros
do lixão, acabou montando uma
biblioteca.
"O momento quando uma coisa se transforma
em outra é o momento mais bonito. A
combinação de sons se transforma em música. E isso se aplica a tudo.”
Vik Muniz
8
Capa
Sustentabilidade é uma questão de sobrevivência. Que tal fazer a sua parte?
10
Sustentabilidade é uma questão de sobrevivência. Que tal fazer a sua parte?
Lucas Petry Heck, Marina Gabriela Maia, Mirela Schreck
Welter, Gabriel Weiand, alunos do Colégio Marista Pio XII,
Novo Hamburgo - RS
Capa
N as compras do supermercado,
ela não utiliza mais sacolas, mas
as caixas de plástico, que sempre leva
no porta-malas. Em casa, cascas, res-
tos de produtos orgânicos e até as
folhas do quintal vão direto para o
minhocário. E os cuidados não param
por aí. “Opto por produtos sem emba-
lagens ou de refil. Quando isso não é
possível, escolho as de menor impac-
to. Um exemplo? Gosto de sabão
líquido concentrado, mas ainda opto
pela caixa de papelão, porque a emba-
lagem se degrada com mais rapidez.
Jamais levo uma bandeja de isopor
para casa, opto pelo presunto cortado
na hora e embalado apenas no plásti-
co. Além de ter mais sabor, não fico
pensando nos 450 anos – no mínimo,
que o isopor levaria para se degradar
no meio ambiente”, conta Joana Bica-
lho, de Brasília, mãe dos alunos Mar-
cela, 16, e João Pedro, 14, do colégio
Marista João Paulo II, da Rede Marista
do RIo Grande do Sul.
É pouco? Pois saiba que eles ain-
da levam as embalagens que não há
como evitar para o supermercado,
que as entrega para uma cooperativa
de reciclagem; mantém um relógio na
parede do banheiro, para administrar
o tempo e a consciência sobre o con-
sumo; e fazem compras semanais, no
lugar das mensais, para evitar o con-
sumo desnecessário. “Percebi que,
quando comprava mensalmente,
consumia muito mais e ainda perdia
muitos produtos por data de venci-
mento”, explica.
Mas estas dicas, segundo Joana,
são muito individuais. “Muitas vezes,
algo que é facilmente adaptável no
meu dia a dia, não se enquadra na
vida de uma outra pessoa”, confirma.
“O caminho é passar a observar o nos-
so excedente. Tudo o que sobra não
nos pertence e, por isto, pode passar a
não mais ser desperdiçado. Todos nós
podemos reduzir nosso consumo em
40%, sem prejuízo à nossa qualidade
de vida. O famoso menos que vale
mais”, garante.
A preocupação com a sustentabili-
dade é tanta que até o trabalho de Joa-
na tem profunda ligação com o tema.
Ela é uma das idealizadoras e consul-
toras da Empresa Responsável (www.
empresaresponsavel.com), consulto-
ria que ensina empresas a trabalha-
rem com o chamado Marketing Verde.
“Sempre trabalhei com publicidade e
propaganda e, mesmo antes de diálo-
gos sobre os impactos do consumis-
SUSTEN… O QUÊ?Veja como surgiu e se popularizou o termo sustentabilidade
Na década de 70, o chamado Clube de Roma, formado por personalida-
des interessadas em discutir temas cruciais para a sobrevivência huma-
na, encomendou ao MIT – Instituto de Tecnologia de Massachusetts – um
estudo que culminou no relatório “Os Limites do Crescimento”. O texto
tratava de problemas como energia e escassez de recursos naturais, entre
tantos outros itens importantes para nossa vida. E o que ficou comprovado
foi que nosso modo de consumo e descartabilidade era ambientalmente
inviável. Na época houve um lobby contrário à ampliação da consciência,
mas o assunto, a tal da “sustentabilidade”, aos poucos foi ganhando peso
político, econômico e social. Hoje, o tema é central em muitos encontros
globais. Exemplo disso é a Conferência Rio + 20, programada para 2012, no
Rio de Janeiro. Ela discutirá a Economia Verde, assunto que compartilha
as atenções com a Logística Reversa, que trata do uso do lixo para novas
produções, por meio da reciclagem.
12
de um ambiente para economizar
energia, devemos abrir uma grande
janela para iluminação natural.
Outro exemplo: quando optamos
pela fruta à caixa de suco, abrimos
mão daquela praticidade que
nos foi vendida, mas ganhamos
em saúde e, consequentemente,
qualidade de vida. Na verdade,
devemos vender sustentabilidade
como o conceito de saber viver,
optar pelo bom, pelo respeito a
si mesmo, numa escolha certa e
inteligente. Com certeza, estamos
num movimento importante. As
escolas e seus projetos contribuem
para isso. As empresas, forçadas
pela necessidade de se mostrarem
responsáveis socialmente, têm
mandado seus executivos para
cursos de pós-graduação em
gestão socioambiental, ampliando
o diálogo de necessidades e
possibilidades. Fala-se muito mais
em slow-life, qualidade de vida,
tempo para a família e para a saúde.
Tudo isto está virando moda e
dados mostram que as pessoas
que optam por este tipo de vida
dependem menos dos médicos
e se aproximam mais da família.
Convivem mais, gastam menos e
gastam certo, e por isto ampliam o
ser ao ter.”
mo na finitude dos recursos naturais,
já me sentia incomodada com o estí-
mulo crescente ao consumo e des-
cartabilidade. Canalizei, à época, meu
trabalho para a ‘venda de serviços’,
exatamente pela preocupação que
tinha com este tipo de propaganda.
Em 2003, decidi fazer meu mestrado
em Planejamento e Gestão Ambiental,
e estudar profundamente os ganhos
empresariais em investir no Marketing
Verde. Percebi, então, uma enorme
brecha na propaganda e no marke-
ting: convencermos os consumidores
de que os ‘produtos do bem’ fazem o
bem para todos, em cadeia.”
SUSTENTABILIDADE E ECONOMIAPara a mãe e consultora, a
sustentabilidade – termo da moda
e até já meio banalizado – tem
sido erroneamente vista como
algo inatingível, que exige fortes
mudanças, levando-nos ao menor
conforto e a altos gastos. “Mas não é
nada disto”, afirma. “Sustentabilidade
ambiental e social não devem
impactar negativamente na susten-
tabilidade econômica. Por exemplo:
ao invés de abrirmos mão da claridade
PRECISO MESMO DISSO?COMO PENSAR VERDE NO DIA A DIA
“O caminho é simples e prazeroso”, garante Joana. “É preciso ‘passar a olhar, vendo’. Ou seja, perceber nossos
hábitos de maneira sistêmica. Sair da máquina do consumis-mo, e começar a observá-la, optando em benefício próprio, e da coletividade. Não se permitir ser manipulado pela mídia, bem como aproveitar o leque de ofertas para escolher algo de fato bom para nossas vidas. Não permitir que a correria do dia a dia nos leve a viver de forma automática, sem perceber nossas relações e nos-
sas escolhas. Daí, começar a perceber e se questionar: preciso de fato disto? Hoje, 60% do volume de um carrinho cheio do su-
permercado vira lixo em apenas 15 dias. O mundo produz de lixo, por dia, o equivalente a 15 montanhas do tamanho
do morro Pão-de-Açúcar. Estamos trocando nossas paisagens verdes por montanhas de lixo.”
Capa
P ensando em contribuir não
somente com a comunidade aca-
dêmica, mas com a sociedade em
geral, a Pontifícia Universidade Cató-
lica do Paraná (PUCPR) vem traba-
lhando num projeto participativo de
transformação socioambiental, com a
criação de um Núcleo de Sustentabili-
dade. “O que queremos é concentrar
esforços no estudo de modalidades
de integração entre os conhecimen-
tos técnico-científicos e os conheci-
mentos sociais, políticos, ambientais
e gerenciais para proporcionar a todos
um ambiente mais equilibrado”, expli-
ca o professor da área de Engenharia
Ambiental e um dos idealizadores do
Núcleo, Altair Rosa.
Segundo o professor, a sustenta-
bilidade hoje está inserida em várias
disciplinas dos diferentes cursos da
universidade. Uma preocupação prin-
cipalmente quando o que se vê é o
uso saturado do tema, ou a própria
má utilização. “A sustentabilidade é
vista como moda ou marketing, mas
Educação que transformaComo as escolas e universidades podem fazer a diferença
o sentido real, o significado, ainda
é pouco conhecido pela população.
Falta compromisso da sociedade em
querer se informar, ou então por real-
mente em prática ações que possam
concretizar o emprego da teoria. Sus-
tentabilidade trata do desenvolvimen-
to que satisfaz as necessidades do
presente, sem comprometer a capa-
cidade de as futuras gerações satisfa-
zerem suas próprias necessidades. O
desenvolvimento não pode ocorrer
‘a qualquer preço’”, alerta. “Sustenta-
bilidade implica numa equação entre
demanda, necessidade e desenvolvi-
mento. Nosso planeta está apresen-
tando evidentes sinais de desequilí-
brio ambiental. O novo paradigma do
desenvolvimento sustentável sugere,
de um lado, uma reorientação deste
modelo no sentido de um uso mais
racional e responsável dos recursos
naturais e, de outro, uma ampliação
da participação da sociedade nos pro-
cessos de tomada de decisão.”
É dentro deste contexto, que o
14
professor da PUCPR traz novamente à
tona a Agenda 21, muito em voga nos
jornais tempos atrás, mas hoje mais
discreta.
“A Agenda 21 é um programa de
ação para o meio ambiente e o desen-
volvimento. É composto de 40 capítu-
los que constituem a mais abrangente
tentativa já realizada de promover, em
escala planetária, um novo padrão de
desenvolvimento, conciliando méto-
dos de proteção ambiental, justiça
social e eficiência econômica. Ela tra-
duz em ações o conceito de desenvol-
vimento sustentável. A implantação
dela não é um único acontecimento,
documento ou atividade, mas sim um
processo contínuo no qual a comuni-
dade aprende sobre suas deficiências
e identifica inovações, forças e recur-
sos próprios ao fazer as escolhas que
a levarão a se tornar uma comunidade
sustentável”, conclui.
CONSCIÊNCIA PLANETÁRIA“A educação para a sustentabilida-
de é algo sempre presente na propos-
ta de Educação Infantil dos colégios
maristas”, diz Ana Lúcia Souto, asses-
sora educacional da Rede de Colégios
Maristas da Província Marista do Brasil
Centro-Sul. “Nosso currículo é divi-
dido em dimensões e uma delas é a
Consciência Planetária, que diz res-
peito a todas as formas de vida. Sou
assessora na área de Ciências da Natu-
reza. Não é um conhecimento cientí-
fico, como um fato apenas, mas algo
que tem de estar inserido na nossa
realidade diária para a sustentabilida-
de do planeta.”
Para exemplificar parte do traba-
lho feito nas escolas, Ana Lúcia fala
sobre o Congresso Virtual Interdisci-
plinar Marista, realizado no ano passa-
do, quando foi comemorado o Ano da
Biodiversidade. “Discutimos com os
alunos assuntos como as mudanças
climáticas, a escassez dos recursos
naturais, usando como base o relató-
rio da ONU, com números dos últimos
50 anos. Os alunos escolheram um
tema e, sobre ele, escreveram artigos
científicos, propondo várias ações.”
Entre os artigos, vários deles publi-
cados no endereço www.marista.org.
br/congressobio, está um que fala
sobre o uso exagerado das sacolas
plásticas, com o sugestivo nome:
"Que Saco!". Para ilustrá-lo, os alunos
fizeram fotos de árvores, nas quais as
folhas foram substituídas por sacolas
plásticas. “A proposta de Champagnat
era transformar a sociedade, tornan-
do-a mais justa para todos: pessoas,
animais, meio ambiente”, conclui Ana
Lúcia. “E isso depende de todos nós.”
Capa
QUAL A PROCEDÊNCIA DO QUE VOCÊ COMPRA?De nada adianta trocar sacolas plásticas por uma “ecobag” se ela for feita
no Vietnã. Todos os materiais têm prós e contras; o vidro, por exemplo, é 100%
reciclável, mas é pesado e a logística de reutilização exige alto consumo de água e
energia. O plástico é retirado de matérias-primas não renováveis, mas seu processo
de produção não gera resíduos. Para escolher entre produtos, é preciso adotar
um conjunto de critérios que inclua durabilidade e adequação ao uso. Design
sustentável é aquele que usa menos matéria-prima, processos industriais e energia.
TUDO BEM DEIXAR O CARRO EM CASA ÀS VEZES?Manter o carro em ordem para evitar emissões desnecessárias de dióxido de
carbono é lei. Deixá-lo em casa nos trajetos servidos por transporte coletivo, ainda
que apenas fora dos horários de pico, é melhor ainda, pois o ônibus e o metrô já
circulam regularmente.
XÔ, DESCARTÁVEIS!Coador de pano, sacola de pano. Introduzi-los em sua rotina não requer nenhu-
ma grande mudança. Melhor, você produz menor quantidade de lixo. E no trabalho,
desconsidere os copos descartáveis. Vá de caneca. É muito mais charmoso e bem
menos nocivo para o meio ambiente. No Colégio Marista de Brasília todos os alunos
adotaram essa ideia com muito sucesso.
É POSSÍVEL REDUZIR O CONSUMORegrinhas fáceis para reduzir o consumo de luz e água em casa: mantenha
as instalações elétricas em dia; escolha eletrodomésticos certificados; use ferro a
vapor e acumule roupas para passar de uma vez só; instale a geladeira longe de
fontes de calor, como o fogão, que a fazem trabalhar mais; pinte as paredes de
cores claras, que refletem luz; mantenha luminárias e lustres limpos para evitar a
perda de luminosidade; use lâmpadas fluorescentes ou de vapor de sódio; desligue
o monitor do computador quando parar de trabalhar; ensaboe toda a louça antes
de ligar a torneira elétrica.
Na práticaComo fazer a sua parte no dia a dia por um planeta melhor
16
FRUTA DA ESTAÇÃO: A ESCOLHA MAIS SÁBIATransportar alimentos por longas distâncias gera mais poluição do que trazê-
los de perto; manter comidas em freezer ou estufa consome mais energia do que
conservar alimentos frescos por poucos dias. Logo, dar preferência aos frutos da
época e alimentos produzidos no cinturão de sua cidade são maneiras simples de
contribuir para a redução da poluição atmosférica. De quebra, você ajuda a garantir
a sobrevivência de pequenos produtores e comerciantes, que perderam espaço nas
últimas décadas para as grandes redes do varejo.
EXPERIMENTE CONSERTAR, TROCAR OU DOARPense bem: é mesmo necessário trocar o celular porque um modelo novo che-
gou ao mercado? É importante ser eficiente no uso das coisas, consertando-as
quando preciso. Antes de se desfazer de algo, considere alternativas como feiras e
sites de troca. Ou destine a quem precisa: de livros e móveis a eletrônicos, sempre
há uma instituição disposta a receber doações.
DÊ UMA CHANCE PARA OS ALIMENTOS ORGÂNICOSSim, eles são, por enquanto, mais caros e, em alguns casos, mais difíceis de achar
do que o fruto da agricultura e da indústria regulares. Mas vale a pena desembolsar
mais e sair em busca de feiras e mercados que comercializem produtos naturais. O
cultivo de alimentos sem agrotóxicos ou pesticidas envolve um manejo mais racio-
nal dos ciclos da terra e de resíduos; alimentos não processados – açúcar mascavo,
sal marinho, arroz e farinhas integrais – poupam a energia do processo industrial.
SERÁ QUE EU PRECISO MESMO DISSO?Você precisa mesmo de mais uma saia preta? E de uma calça jeans? Cultivar uma
atitude racional diante do ato da compra é a primeira lição. É isso o que ensina o Ins-
tituto Akatu, ONG voltada à difusão da ideia de consumo consciente. Uma simples
lista feita em casa previne compras desnecessárias no supermercado. E um exame
honesto do armário mostra se você precisa mesmo de mais um sapato.
Fonte: Revista Vida Simples e Instituto Akatu / Ilustrações: João Gabriel Vanz
Na prática
Olhar
Em caso de despressurizaçãoCuide do seu espírito, do seu humor. Arrume seu cotidiano. Estando quite consigo mesmo, vá em frente e mostre aos outros como se fazPor Martha Medeiros | Ilustração Mariana Poczapski
E u estava dentro de um avião, pres-
tes a decolar, e pela milionésima vez
na vida escutava a orientação da comis-
sária: "Em caso de despressurização da
cabine, máscaras cairão automatica-
mente à sua frente. Coloque primeiro
a sua e só então auxilie quem estiver
ao seu lado". E a imagem no monitor
mostrava justamente isso, uma mãe
colocando a máscara no filho pequeno,
estando ela já com a dela.
É uma imagem um pouco aflitiva,
porque a tendência de todas as mães
é primeiro salvar o filho e depois pen-
sar em si mesma. Um instinto natural
da fêmea que há em nós. Mas a orien-
tação dentro dos aviões tem lógica:
como poderíamos ajudar quem quer
que seja estando desmaiadas, sufoca-
das, despressurizadas?
Isso vem ao encontro de algo que
sempre defendi, por mais que pare-
ça egoísmo: se quer colaborar com o
mundo, comece por você.
Tem gente à beça fazendo discur-
so pela ordem e reclamando em nome
dos outros, mas mantém a própria
vida desarrumada. Trabalham naqui-
lo que não gostam, não se esforçam
para manter uma relação de amor pra-
zerosa, não cuidam da própria saúde,
não se interessam por cultura e infor-
mação e estão mais propensos a ros-
nar do que a aprender. Com a cabeça
assim minada, vão passar que tipo de
tranquilidade adiante? Que espécie
de exemplo? E vão reinvindicar o quê?
Quer uma cidade mais limpa,
comece pelo seu quarto, seu banheiro
e seu jardim. Quer mais justiça social,
respeite os direitos da empregada
que trabalha na sua casa. Um trânsi-
to menos violento, é simples: avalie
como você mesmo dirige. E uma vida
melhor para todos? Pô, ajudaria bas-
tante colocar um sorriso nesse rosto,
encontrar soluções viáveis para seus
problemas, dar uma melhorada em
você mesmo.
Parece simplório, mas é apenas
simples. Não sei se este é o tal "segre-
do" que andou circulando pelos cine-
mas e sendo publicado em livro, mas
o fato é que dar um jeito em si mesmo
já é uma boa contribuição para salvar
o mundo, esta missão tão heróica e
tão utópica.
Claro que não é preciso estar com
a vida ganha para ser solidário. A expe-
riência mostra que as pessoas que
mais se sensibilizam com os dilemas
alheios são aquelas que ainda têm
muito a resolver na sua vida pessoal.
Mas elas não praguejam, não gastam
seu latim à toa: agem. A generosidade
é seu oxigênio.
Tudo o que nos acontece é res-
ponsabilidade nossa, tanto a parte
boa como a parte ruim da nossa his-
tória, salvo fatalidades do destino e
abandonos sociais. E, mesmo entre os
menos afortunados, há os que viram
o jogo, ao contrário daqueles que ape-
nas viram uns chatos. Portanto, fazer
nossa parte é o mínimo que se espera.
Antes de falar mal da Caras, pen-
se se você mesmo não anda fazendo
muita fofoca. Coloque sua camiseta
pró-ecologia, mas antes lembre-se de
não jogar lixo na rua e nem de usar o
carro desnecessariamente. Reduza
o desperdício na sua casa. Uma coisa
está relacionada com a outra: você
e o universo. Quer mesmo salvá-lo?
Analise seu próprio comportamento.
Não se sinta culpado por pensar em si
próprio. Cuide do seu espírito, do seu
humor. Arrume seu cotidiano. Agora
sim, estando quite consigo mesmo,
vá em frente e mostre aos outros
como se faz.
Car
los
Con
trer
as
Martha Medeiros é escritora e colunista dos jornais Zero Hora e O Globo.
18
BRASÍLIA - EM
Nesta edição reforçamos o compromisso com uma edu-
cação planetária, focada nas necessidades globais, mas
principalmente voltada para uma atuação local de nos-
sos alunos e suas famílias. Da mesma forma, a Em Família
é uma revista que circula em todos os colégios da Rede
Marista, mas tem como grande diferencial a apresenta-
ção deste caderno exclusivo. Nas próximas páginas você
encontra as histórias, personagens, projetos e ideias do
Colégio Marista de Brasília. Divirta-se e participe com seu
filho desta grande aventura do conhecimento.
Feita para você
Com a palavra José Leão da Cunha Filho - Diretor Educacional
Cada vez melhorQuando se amplia o olhar sobre o
que seja educação de excelência,
o Maristão é, sem dúvida, a melhor
escola de ensino médio de Brasília. E
está melhorando.
Vem aprovando mais e melhor nos
últimos vestibulares. Há maior oferta
de eventos acadêmicos que colabo-
ram para alargar os horizontes intelec-
tuais de nossos alunos.
Há também melhoria da qualidade
das atividades que aportam os estu-
dos e incrementam o desempenho
escolar dos alunos.
Nesta edição da revista Em Famí-
lia, duas matérias versam sobre ini-
ciativas que fazem parte de uma das
estratégias decisivas para o futuro de
nossos estudantes: a internacionalida-
de. Vamos apontar brevemente esses
rumos.
Em 2011, três eventos acadêmicos
sinalizam os rumos que o Maristão
está tomando em relação à interna-
cionalidade. Em primeiro lugar, a II
SIM (Simulação Internationali Marista).
Este ano a SIM contou com a participa-
ção de alunos do 9º Ano do Maristinha,
estendendo o interesse por assuntos
internacionais aos futuros alunos.
Em segundo lugar, em outubro, o
Maristão sediou o MIB (Modelo Inter-
colegial do Brasil) com participação
dos melhores alunos das Simulações
dos Colégios de Brasília.
Por fim, em novembro, o Colégio
também será sede do TEDx Asa Sul,
importante evento sobre inovação
e futuro, inspirado e licenciado pelo
TED, evento internacional bastante
conhecido.
Em abril de 2012 terá início um
projeto de pesquisa sobre recursos
hídricos no Brasil a na Nova Zelândia.
O estudo será realizado por professo-
res e alunos do Maristão e da Newlan-
ds College, de Wellington. Esse estudo
envolverá as disciplinas de Geografia
e Biologia, no Maristão, e Geografia e
Ecologia, na Newlands College. Nos
meses de abril a junho, um de nossos
professores e dois alunos estarão na
Nova Zelândia para a primeira etapa do
projeto. Nos meses seguintes, os estu-
dos serão desenvolvidos com apoio da
internet e por videoconferência. Em
outubro será a vez de recebermos os
colegas da Newlands College.
Ainda no primeiro semestre de
2012, um professor e alguns alunos
irão conhecer os programas e proje-
tos das engenharias da Universidade
de Kyoto, no Japão. Essa iniciativa está
sendo definida com a participação de
um pesquisador brasileiro vinculado
àquela Universidade.
Nesta mesma perspectiva, conta-
tos já estão sendo feitos com o objeti-
vo de ampliar o intercâmbio científico
para os EUA e para a Espanha, prova-
velmente.
Iniciativas como essas certamente
colaboram para elevar ainda mais a
excelência acadêmica do Maristão.
MULTIPLICAMOS BOAS NOTÍCIAS
Revistas são a nossa especialidade. Com uma equipe talentosa e comprometida com os seus resultados, editamos a sua publicação de forma objetiva, ágil e com muita qualidade.
Conheça o nosso portfólio no site ww.editoraruah.com.br e entre em contato conosco.
Pensou revista,
pensou Ruah
Alunos falam sobre a experiência transformadora de passar 15 dias em uma comunidade carente no sertão do Piauí
abril 2011nº 204
Alunos falam sobre a experiência transformadora de passar
Saia do quadrado
E x i s t E u m j E i t o E s p E c i a l d E c o n h E c E r n o v o s l u g a r E s
E x i s t E u m j E i t o i n t E l i g E n t E d E s E h o s p E d a rO Clube Bancorbrás é o maior clube de turismo da América Latina. Com ele, você tem até 35 diárias por ano*, para usar em mais de 4.000 hotéis conveniados no Brasil e no exterior. E ainda conta com a assistência em viagens, 24h por dia, com o Clube de Vantagens, que oferece benefícios em uma ampla rede de estabelecimentos credenciados em todo o País, e com o Seguro Super 20, um seguro de acidentes pessoais garantido pela SulAmérica Seguros, que proporciona ao cliente em dia com as mensalidades do título de turismo a oportunidade de concorrer a 20 mil reais todo mês**.
Cont
ribuí
mos
par
a a
saúd
e do
Pla
neta
.
0 8 0 0 6 1 2 2 4 4www.bancorbras.com.br
*O cliente pode adquirir até 5 títulos, cada um com 7 diárias por ano, a contar da data de registro do título. Utilização após o pagamento integral da taxa de adesão, que pode ser dividida em até 4 vezes sem juros. Sujeito à avaliação cadastral. **Consulte o regulamento no site. Sorteios vinculados a Título de Capitalização: CNPJ: 03.558.096/0001-04 e Processo Susep: 15414.004201/2010-71. A aprovação deste Título pela SUSEP não implica, por parte da Autarquia, incentivo ou recomendação a sua aquisição, representando, exclusivamente, sua adequação às normas em vigor.
An_20,5x13,5cm_Existe Um Jeito_Novos_Lugares_2011.indd 1 8/22/11 3:11 PM
20
MULTIPLICAMOS BOAS NOTÍCIAS
Revistas são a nossa especialidade. Com uma equipe talentosa e comprometida com os seus resultados, editamos a sua publicação de forma objetiva, ágil e com muita qualidade.
Conheça o nosso portfólio no site ww.editoraruah.com.br e entre em contato conosco.
Pensou revista,
pensou Ruah
Alunos falam sobre a experiência transformadora de passar 15 dias em uma comunidade carente no sertão do Piauí
abril 2011nº 204
Alunos falam sobre a experiência transformadora de passar
Saia do quadrado
E x i s t E u m j E i t o E s p E c i a l d E c o n h E c E r n o v o s l u g a r E s
E x i s t E u m j E i t o i n t E l i g E n t E d E s E h o s p E d a rO Clube Bancorbrás é o maior clube de turismo da América Latina. Com ele, você tem até 35 diárias por ano*, para usar em mais de 4.000 hotéis conveniados no Brasil e no exterior. E ainda conta com a assistência em viagens, 24h por dia, com o Clube de Vantagens, que oferece benefícios em uma ampla rede de estabelecimentos credenciados em todo o País, e com o Seguro Super 20, um seguro de acidentes pessoais garantido pela SulAmérica Seguros, que proporciona ao cliente em dia com as mensalidades do título de turismo a oportunidade de concorrer a 20 mil reais todo mês**.
Cont
ribuí
mos
par
a a
saúd
e do
Pla
neta
.
0 8 0 0 6 1 2 2 4 4www.bancorbras.com.br
*O cliente pode adquirir até 5 títulos, cada um com 7 diárias por ano, a contar da data de registro do título. Utilização após o pagamento integral da taxa de adesão, que pode ser dividida em até 4 vezes sem juros. Sujeito à avaliação cadastral. **Consulte o regulamento no site. Sorteios vinculados a Título de Capitalização: CNPJ: 03.558.096/0001-04 e Processo Susep: 15414.004201/2010-71. A aprovação deste Título pela SUSEP não implica, por parte da Autarquia, incentivo ou recomendação a sua aquisição, representando, exclusivamente, sua adequação às normas em vigor.
An_20,5x13,5cm_Existe Um Jeito_Novos_Lugares_2011.indd 1 8/22/11 3:11 PM
Educa�
No ano de 2010, foi realizada no
Maristão, a primeira Simulação das
Nações Unidas para os estudantes do
ensino médio, intitulada de SIM (Simu-
lação Internationali Marista). O proje-
to contou com a participação de 150
estudantes do ensino médio, discutin-
do questões ligadas ao meio ambiente,
energia nuclear e à cidadania, integran-
do, sobretudo, os componentes das
ciências sociais. Os estudantes foram
selecionados por áreas de interesse,
ligados a temáticas preestabelecidas,
dentro das matrizes educacionais e
dos comitês da ONU.
Nessa simulação cada estudante se
torna o delegado de um país, função
em que se torna o instrumento por
meio do qual os chefes de estado se
comunicam, negociam, estabelecem
Nilson Caetano é professor de Geografia
A ‘ONU’ é aquiMaristão investe em simulações de organismos nacionais e internacionais Por Nilson Caetano
acordos. Ou se criam quaisquer outras
medidas em defesa de seu território
tornando pública e oficial a posição
do Estado em relação à temática sob
discussão, e, criando-se ao fim do pro-
cesso um documento oficial intitulado
de resolução final. O encerramento do
evento ocorre com a Festa das Nações,
uma atividade cultural, na qual os
estudantes, então delegados, apre-
sentam elementos da cultura do país
que representa, como música, dança,
informações geográficas e comidas
típicas, dentre outros. No ano de 2011,
o colégio inovou com a proposta de
integrar estudantes do ensino médio
e fundamental no mesmo evento cul-
tural e educacional e ampliou o núme-
ro de comitês, instaurando o Jovem
Executivo, ligado à área empresarial e
comercial e à Câmara dos Deputados.
Este ano o evento contou com a parti-
cipação de 260 estudantes. O próximo
passo da SIM é ampliar a participação
com estudantes de outros colégios da
Rede Marista.
O Maristão reconhece e põe em
prática as exigências de uma nova
estrutura de ensino e aprendizagem
contemplando cada vez mais o desen-
volvimento de projetos de pesquisa e a
integração cultural global, e iniciativas
como a Simulação das Nações Unidas
para estudantes do ensino médio, se
tornam uma ferramenta à comple-
mentação do estudo das diversas áreas
das ciências possibilitando aprimorar a
pesquisa, a oratória e o debate, no cam-
po da política, ciência e tecnologia.
22
Modelo intercolegial do BrasilPor Emiliano Amorim
Em outubro de 2011 o Colégio Marista de Brasília – Ensino Médio sediou o Modelo Intercolegial do Brasil (MIB). Trata-se de uma conferência de organismos internacionais (ONU, OMS, etc.) e nacionais (STF, Câmara dos Deputados) exclusiva para alunos que obtiveram ótimo desempenho em simulações internas como a Simulação Internationali Marista (SIM). O objetivo é desenvolver uma consciência coletiva voltada para desafios contemporâneos e o trabalho de duas habilidades específicas: uma acadêmica e outra prática. Na primeira, objetiva-se desenvolver conhecimento mais aprofundado da agenda internacional que influencia o dia a dia de nossa sociedade, assim como estudar de forma aplicada e diferenciada assuntos de vestibular relacionados com saúde, tecnologia e humanidades.
Quanto à parte prática, a meta é aguçar a aptidão do aluno – delegado – para a negociação e a oratória. Ao simular debates e rodadas de negociações, desenvolve-se a percepção de quais são as reações mais adequadas para determinados comportamentos como raiva, ciúmes e anseios apresentados por outros negocia-dores e como lidar com sentimentos durante a formulação de acordos.
O MIB faz parte de um clube de exclusividade administrado pela Internationali. Atualmente congrega alunos das principais esco-las do Distrito Federal, Goiás, Amazonas, Maranhão e Piauí. Den-tro das conferências realizadas pela instituição nesses estados, trinta a quarenta por cento dos melhores participantes dessas conferências são convidados para o MIB. Este se divide em eta-pas regionais, como o MIB DF sediado esse ano no Maristão, que convertem em uma etapa final, quando participam os melhores delegados selecionados nos MIBs regionais. Dessa forma, a cada boa performance nas conferências o aluno recebe o melhor dos prêmios: a oportunidade de conviver com outros alunos que se interessam em ter um comprometimento especial com ativida-des acadêmicas e de desenvolver habilidades requeridas a um representante de uma nação.
O MIB é mais um símbolo de como o Colégio Marista de Brasília – Ensino Médio e a Internationali buscam a melhoria dos sistemas educacionais de sua comunidade e do Brasil. Foram classificados para participarem do MIB 14 estudantes do 9º ano do Maristinha e 58 estudantes do Maristão.
Emiliano Amorim é Secretário Geral – Internationali Negotia
Ser melhor
A igreja católica do Brasil organi-
za anualmente, no período da
quaresma, a Campanha da Frater-
nidade. Seu objetivo é despertar a
solidariedade em todas as comuni-
dades em relação a um problema
concreto que envolve a sociedade
brasileira, buscando caminhos e
soluções.
A cada ano é escolhido um tema,
que define a realidade concreta a
ser transformada, e um lema, que
explicita em que direção se busca
a transformação. Em 2011 o tema
escolhido foi Fraternidade e vida no
planeta. E o lema: A criação geme
com dores de parto (Rm 8, 22). Em
comunhão com a Igreja do Brasil, a
Província Marista do Brasil Centro-
-Sul realiza o Projeto Campanha da
Fraternidade em todas as unidades.
Atendendo a uma preocupação
latente das famílias e uma demanda
que se apresenta em todas as reali-
dades escolares do país, o Núcleo
Pastoral do Maristão optou em dire-
cionar o projeto para o cuidado com
a vida contra as drogas. Atrelamos
esse projeto à manhã de formação, e
Contra as drogas Parceria entre família, igreja e escola sinaliza um novo caminho para enfrentar esse mal
assim todos os alunos da escola foram
envolvidos.
A estratégia foi construída em par-
ceria com o Centro de Convivência e
Atenção Psicossocial – Mansão Vida,
localizada no Recanto das Emas. Cada
turma teve a possibilidade de conhe-
cer a estrutura do local, as caracterís-
ticas do tratamento. Mas a culminân-
cia ocorreu no momento de partilha
entre nossos alunos e os jovens em
tratamento.
Nesse momento, nossos alunos
tiveram a oportunidade de entender
alguns aspectos pouco edificantes
da dependência química, como o
sofrimento causado pelas drogas no
seio familiar; a perda dos valores e da
confiança da família; álcool, cigarro
e maconha como a porta de entrada
para as drogas pesadas; e principal-
mente a dificuldade de se livrar da
dependência.
Sabemos que o desafio de comba-
ter as drogas é grande, mas a parceria
entre família, igreja e escola sinaliza
um novo caminho para enfrentar esse
mal. A sociedade só tem a ganhar com
a interação entre essas instituições.
NA PRÁTICA
Seguem alguns relatos dos nos-sos alunos:
Dianna Caixeta 3º I: “A realidade dos usuários nos fez perceber o quanto devemos valorizar o bem mais precioso: A vida!”
Thayssa Victória de Souza Alves 3ºJ: “Percebemos o nível do sofrimento das famílias dos dependentes e como o apoio delas é primordial na recupera-ção”.
Luiza Silva La Rocca de Freitas 3ºB: “Desde pequenos aprende-mos na escola sobre os efeitos que a droga tem no nosso corpo, mas na clínica, tivemos a opor-tunidade de ver as reais conse-quências e a degradação do ser humano”.
Marcelo Coutinho é Coordenador de Pastoral
Por Marcelo Coutinho
24
Caleidoscópi�
Aula da Inquietação - UnB , abril 2011.
Pensadores da atualidade são convidados
a despertar o inconformismo intelectual
e a rebeldia transformadora, por meio da
troca de saberes entre grandes mestres e
jovens acadêmicos. Convidados pelo Reitor,
alunos do Maristão prestigiaram o evento.
Ação social vinculada à Semana Champagnat.
Doações à Escola Maria Teixeira, localizada
no Jardim Ingá – GO. Junho 2011.
A equipe do Maristão apresenta os projetos
do ENSINO MÉDIO para as turmas de 9º
ano do Maristinha. Junho 2011.
Palestra de abertura do Seminário de Profissões:
o futuro você é quem faz, com o Master
Coach, Mestre em Educação e Especialista
em RH, Homero Reis. Agosto 2011.
Acolhida aos alunos novos, matriculados
no 2º semestre. Julho 2011.
Semana CHAMPAGNAT, em Junho.
26
Destaque
É preciso se entregar de corpo e alma, com comprometimento, concentração e muita disciplinaPor Said Félix
Paixão pelo hipismo
Aos cinco anos de idade, o hipismo
entrou em minha vida, quando
comecei a frequentar o 1º Regimen-
to Dragões da Independência para
acompanhar meu pai, que praticava
o esporte, em seus treinos diários. De
modo semelhante ao carinho que a
maioria das crianças demonstra pelos
cães, afeiçoei-me a este maravilhoso
animal – o cavalo. Observando crescer
em mim a paixão pelo hipismo, meus
pais jamais tentaram impor sua von-
tade e deixaram fluir naturalmente
minha escolha pelo esporte. Ao cons-
tatar que essa era minha vocação, me
apoiaram incondicionalmente. Meu
pai abandonou as competições e pas-
sou a ser meu mestre e treinador.
Desde o início da minha carreira,
meu pai teve participação especial.
Em decorrência de seu apoio – aulas,
orientações, críticas e elogios –, fui
aprimorando meu desempenho e,
com a graça de Deus, consegui me
destacar em diversas provas e tor-
neios dos quais participei. Os mais
significativos foram: Campeão Bra-
siliense de Hipismo (2006) na cate-
goria; Bicampeão da Copa JK (2007);
Vice-Campeão Brasileiro por equipe
(2007); Campeão da XIX Copa Bra-
sília de Hipismo (2008); Campeão
Brasiliense (2009) na categoria; Vice-
-Campeão de Jubileu de Diamante da
Copa Santo Amaro/SP (2010); Vice-
-Campeão da Prova de Potência com
1,80 m; e Tricampeão Brasiliense de
Salto (2011) na categoria.
Como qualquer esporte, a prática
do hipismo só é possível pela dedi-
cação e vontade do atleta. Não basta
gostar, é preciso se entregar de cor-
po e alma, com comprometimen-
to, concentração e muita disciplina.
Mesmo com a pesada carga horária
dos treinos, tento levar uma vida nor-
mal, dividindo meu tempo entre os
treinos, o colégio e as aulas de inglês.
Hoje, curso o 1º ano do ensino médio
no Maristão, colégio que muito tem
me incentivado, tanto nos estudos,
com a qualidade do ensino, como no
apoio que proporcionam ao esporte
que pratico. O hipismo me ajuda a
conquistar novos amigos e conhecer
novos lugares. Me faz crescer como
pessoa e acho que isso é umas de
suas vantagens. Para mim, o melhor
do hipismo é a emoção que as com-
petições proporcionam e os ensina-
mentos para a vida. No momento de
decisão de um desempate, o coração
dispara, e a adrenalina vai a mil.
Sou muito grato a todos os que
me ajudaram. Aproveito para regis-
trar meu amor e gratidão ao meu pai,
o principal responsável pelas conquis-
tas que, embora com apenas 15 anos,
obtive em minha vida.
Said Félix é aluno do 1º ano
27
Diz aí
Maristão globalizadoPor Anderson Matias
Nos últimos anos, assistiu-se a
transformações no mundo, as
quais englobam o campo da ciência,
o da cultura e o da tecnologia, resul-
tando na era da informação. Por isso
tornou-se necessário repensar a edu-
cação, pois a sociedade exige cida-
dãos críticos, da realidade em que
estão inseridos em uma perspectiva
globalizada.
Por essa razão, desde 2010, foram
iniciadas ações para internacionalizar o
Maristão. O objetivo é preparar alunos
e professores para uma sociedade que
criou novos espaços do conhecimen-
to. Agora, além da escola, também a
empresa, o espaço domiciliar e o espa-
ço social tornaram-se educativos. Por
essa razão conhecer outras culturas
é indispensável para entender como
global e local se fundem nessa nova
realidade.
Dessa forma, em junho deste ano,
tive a oportunidade de acompanhar
um grupo de 22 alunos em um inter-
câmbio cultural em Vancouver, no
Canadá. Além de estudar inglês, con-
viver com outras culturas e conhecer
belos lugares, a viagem nos proporcio-
nou entender a necessidade de equipar
o Brasil. Ao vivenciarmos como o país
que ocupa a 8ª posição no ranking do
Relatório de Desenvolvimento Huma-
no do Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (PNUD) ofe-
rece, por exemplo, serviços públicos,
constatamos que é necessário mudar
o Brasil. Isso exigirá material humano
qualificado, formado a partir de uma
nova maneira de aprender e ensinar:
é preciso pensar a realidade, o já dito e
o já feito. É preciso pensar também o
novo para preparar o futuro.
Assim é possível formar um cidadão
que enxerga o Brasil numa perspectiva
globalizada. Nos próximos anos, caso
se repita o crescimento econômico
constatado na última década, o Brasil
poderá reverter o quadro de estagna-
ção social vigente. Isso exigirá profis-
sionais qualificados, formados numa
perspectiva integral: inteligência, sen-
sibilidade, sentido ético e estético, res-
ponsabilidade pessoal, espiritualidade,
pensamento autônomo e crítico, ima-
ginação, criatividade e iniciativa.
Nesse sentido, o Maristão tem
avançado: enviou, também para inter-
câmbio, em 2010, um professor para a
Inglaterra e, em 2012, teremos docen-
tes na Nova Zelândia e no Japão. Os
próximos passos são organizar a escola
para receber intercambistas, mostran-
do como o Brasil será uma das potên-
cias mundiais, e fortalecer a formação
que permite aos nossos estudantes
ingressar nas maiores universidades
do mundo.
Anderson Matias é Professor de Língua Portuguesa
28
Educa�
Depende de nósConvidamos os alunos Lucas Ramos (1º ano), Johanna Santos (2º ano) e Gabriel Castellano (3º ano) para falar um pouco sobre sustentabilidade e futuro.
1) Você sabe o que é
sustentabilidade?(Lucas) Sim. Sustentabilidade é, basicamente, a característica de toda ação e atitude humana que visa suprir necessidades humanas do presente, mas sem comprometer as gerações do futuro. Apesar de haver várias aplicações para esse conceito, o que se mais fala hoje é o chamado desenvol-vimento sustentável: a industrialização e desenvolvimento de tecnologia e da economia sem causar danos à nature-za, que é a maior herança que pode-mos deixar para as futuras gerações, já que nossa vivência depende dela.(Johanna) É a utilização dos recursos naturais de forma equilibrada, para que o futuro das próximas gerações seja garantido. É a busca pelo progres-so econômico e material que visa não agredir o meio ambiente, conservan-do-o para o futuro.
(Gabriel) Para mim, é a característica que uma sociedade sustentável deve-ria ter. Ou seja, a nossa sociedade seria sustentável se, da forma como existe, tivesse a possibilidade de se manter por tempo indeterminado.
2) No dia a dia você pratica o princípio da sustentabilidade? Em qual aspecto?
(L) Sim. Em várias pequenas ações no
cotidiano. Tendo em vista que a práti-
ca da sustentabilidade atualmente está
intimamente associada com a ideia
de preservação ambiental, atos, por
menores que sejam, que procuram
diminuir os danos ao meio ambiente
estão seguindo esse princípio. Entre
eles, podemos citar: separação do lixo
para a coleta seletiva; tomar banhos
curtos, para economizar água e ener-
gia; fechar a torneira enquanto se esco-
va os dentes; reutilizar o maior número
de vezes produtos que demorem a
se decompor, como sacolas plásticas,
antes de mandá-los para a reciclagem
ou, preferivelmente, evitar o seu uso
em primeiro lugar; e muitas outras.
(J) Existem pequenas ações que fazem
do nosso meio um lugar mais susten-
tável. Dentre elas podemos destacar o
consumo controlado de água e ener-
gia, a reciclagem de resíduos sólidos e
o consumo de alimentos orgânicos. No
dia a dia tento fazer o possível para eco-
nomizar água e energia, confesso que
ainda há muito que melhorar. Já para a
reciclagem é preciso que haja uma coo-
peração e disposição de todos da casa,
o que torna o projeto mais difícil para
a minha família. A alimentação mais
30
Gabriel
(J) Os jovens do mundo contemporâ-
neo têm se preocupado bastante com
o meio ambiente. Esse pensamento
provavelmente vai render novas pes-
quisas, estudos e, com certeza, uma
utilização mais consciente da biodiver-
sidade e dos ecossistemas naturais.
(G) Por mais que não pareça, eu acre-
dito que um dia as pessoas, inclusive
eu, vão entender que o mundo não vai
aguentar o modo de vida que temos
hoje. Assim, poderemos evoluir e
adaptar os nossos hábitos de forma a
transformar a nossa sociedade em uma
sustentável.
4) Acredita que a sua geração é mais consciente com relação ao
meio ambiente? Por quê?
(L) De uma forma, sim, somos mais
conscientes, pois a mídia está sempre
repleta de informações sobre a situação
do mundo, uma incansável campanha
de conscientização sobre sustentabi-
lidade, mudanças climáticas, e como
combatê-las. Sabemos o que acontece
no mundo, sabemos que temos quase
que o dever de mudar isso e sabemos
também como fazê-lo, com pequenas
e grandes ações, que só requerem von-
tade e dedicação. Porém muitos jovens
não têm essa preocupação. Não se
preocupam em economizar recursos,
reutilizar, reciclar. Tudo parece muito
trabalhoso, e há coisas que parecem
mais significativas e importantes no
"agora" do que no "depois". Existem
todos os recursos necessários para
essa conscientização em massa, mas
mesmo assim, não há a preocupação
por parte dos jovens em entender o
que tudo isso significa e formar uma
consciência ecológica. Talvez, com o
tempo e o amadurecimento, tudo isso
mude, pois certamente quando as con-
sequências dos nossos atos afetarem
o cotidiano haverá uma mudança da
perspectiva de nossa geração.
(J) A minha geração já tem uma cons-
cientização ecológica muito maior do
que as gerações anteriores, pois desde
novos fomos alertados dos perigos que
a má utilização dos recursos naturais
pode trazer. Aprendemos a não des-
perdiçar água e energia, a proteger o
meio ambiente e entender o impacto
e a importância da natureza em nossa
vida
(G) Sem dúvida, de maneira geral a
minha geração sabe um pouco mais
sobre o tema do que as gerações pas-
sadas, pelo maior acesso que temos à
informação e porque essa é uma dis-
cussão relativamente nova no mundo.
Além disso, nós mesmos sofremos as
consequências dos nossos hábitos de
consumo excessivo e desperdício.
natural, mesmo sendo um pouco mais
cara, é uma ótima opção, pois além de
ajudar o meio ambiente, é mais saudá-
vel.
(G) Devo admitir que não pratico mui-
to, apesar de a minha mãe insistir ten-
tando me ensinar a agir dessa maneira.
Nunca deixar uma lâmpada que não
esteja sendo usada acesa, não des-
perdiçar água, fazer a coleta seletiva
do lixo, entre outras práticas, e faz de
tudo para que o resto da família siga o
exemplo.
3) Você é otimista com relação
ao futuro?
(L) Sim. Apesar de que já estamos come-
çando a sentir os efeitos de nossas más
atitudes dos últimos séculos, como a
falta de recursos e as tão comentadas
mudanças climáticas, tenho esperança
de que logo a humanidade abrirá os
olhos de vez. Quando nós percebermos
as mudanças em nosso modo de vida e
nos sentirmos ameaçados, finalmente
resolveremos de vez todos os proble-
mas relacionados à natureza. Acredito
nisso pela capacidade criativa humana,
que já mostramos desde os primórdios
de nossa existência e nos permitiu che-
gar ao que somos hoje; e também pela
preguiça do homem moderno, que
espera até o último momento possível
para mudar nosso estilo de vida.
JohannaLucas
Todos juntosConsiderando que as ações sustentáveis afetam a sociedade de maneira coletiva, nada mais justo do que os indivíduos participarem dos esforços coletivos para o estabelecimento e a manutenção da sustentabilidade.Por Lucio Bravin
A sustentabilidade pode ser defini-
da como a capacidade que um sis-
tema possui de manter-se ao longo de
um determinado período. Pauta atual-
mente global e preocupação nascida
com a Conferência das Nações Unidas
sobre o Meio Ambiente Humano (Uni-
ted Nations Conference on the Human
Environment - UNCHE), realizada em
Estocolmo de 5 a 16 de junho de 1972,
a sutentabilidade tem como desa-
fio satisfazer as atuais necessidades
humanas garantindo que as futuras
gerações também terão suas necessi-
dades satisfeitas. Para ser eficiente, a
sustentabilidade deve ser articulada
em três grandes níveis: o público, o pri-
vado coletivo e o privado individual.
Os governos são estratégicos agen-
tes na mudança da conduta de uma
sociedade. Representando a popu-
lação que os legitimou, os governos
devem agir como instituidores, exe-
cutores e fiscalizadores de normas
gerais de sustentabilidade. Em relação
ao meio ambiente devem legislar de
maneira responsável e favorecer políti-
cas que garantam o bem-estar presen-
te e futuro da população. À medida que
se articulam globalmente, os governos
devem discutir, também de modo glo-
bal, como devem agir para garantir a
sustentabilidade do planeta, haja vista
que nenhuma conduta governamental
é isolada. Atuando dessa forma, con-
tribuem não apenas para o bem-estar
daqueles que representam, mas tam-
bém do coletivo em um mundo cada
vez mais globalizado.
As organizações coletivas privadas,
entendidas como as grandes empresas
ou agremiações de pessoas, podem
contribuir de maneira significativa para
o estabelecimento de uma consciência
sustentável. Adotando padrões e con-
dutas que visam a economia de recur-
sos, ganham a credibilidade da socie-
dade e estabelecem um vínculo com os
empregados na defesa de uma condu-
ta mais ecológica. Um exemplo ilustra-
tivo são as instituições que adotaram
o reuso da água em suas instalações.
Nessas empresas a água consumida
para serviços gerais é a que já serviu a
outros fins e, após determinados tra-
tamentos, retornam às torneiras para
limpeza ou refrigeração de máquinas.
Há também exemplos interessantes
como o Bahrain World Trade Center
Tower que instalou usinas eólicas em
sua estrutura, garantido assim o supri-
mento de parte de suas necessidades
energéticas. Além de reduzir seus gas-
tos, esse empreendimento demons-
trou comprometimento com o meio
ambiente, o que está conduzindo seus
usuários e funcionários a praticarem
condutas semelhantes.
Considerando que as ações susten-
táveis afetam a sociedade de maneira
coletiva e possuem reflexos na vida
individual, nada mais justo do que os
indivíduos participarem dos esfor-
ços coletivos para o estabelecimento
e a manutenção da sustentabilidade.
Em alguns casos até, é dessa conduta
individual que nasce a consciência da
coletividade para a questão ambiental.
Construir, por exemplo, uma residência
que aproveita a água das chuvas ou uti-
lizar telhas transparentes para o apro-
veitamento da luz natural, são ações
individuais que, além de se integrarem
aos esforços coletivos para a sustenta-
bilidade, podem irradiar na coletivida-
de um comportamento semelhante.
Ações de âmbito local contribuem para
uma mudança de conduta mais gene-
ralizada, levando todos os membros
da sociedade a se beneficiarem de uma
relação mais harmoniosa com o plane-
ta, o que traz expectativas promissoras
para as futuras gerações.
Hoje no Arqui temos jovens do
Ensino Médio decidindo candidatar-se
a essas profissões novas. Esses alunos
visam em primeiro lugar à realização de
seus projetos de vida e estão conscien-
temente conectados com as modernas
tendências do mercado de trabalho.
Educa� Ensino Médio
Lucio Bravin é Professor de Biologia
Estreia, em parceria com o Canal Futura, Turma da Teca. Esta coleção, da FTD, baseada no programa Teca na TV, sucesso do Canal Futura, traz histórias que tratam de temas como formação pessoal e social, meio ambiente e ética, linguagem, matemática, sempre dentro do universo infantil.
Turma da Teca é dirigida para a galerinha de 4 a 7 anos de idade. São duas coleções com seis livros cada uma, criados com base em 12 episódios do programa de TV. Acompanha também DVD com seis histórias (um para cada coleção e faixa etária).
As coleções são apresentadas em embalagens bem atrativas!
O Kit do Aluno é composto de:
• 6 livros • 1 DVD
0800 772 2300
www.ftd.com.br
An_TECA.indd 1 10/05/11 11:11
32
Estreia, em parceria com o Canal Futura, Turma da Teca. Esta coleção, da FTD, baseada no programa Teca na TV, sucesso do Canal Futura, traz histórias que tratam de temas como formação pessoal e social, meio ambiente e ética, linguagem, matemática, sempre dentro do universo infantil.
Turma da Teca é dirigida para a galerinha de 4 a 7 anos de idade. São duas coleções com seis livros cada uma, criados com base em 12 episódios do programa de TV. Acompanha também DVD com seis histórias (um para cada coleção e faixa etária).
As coleções são apresentadas em embalagens bem atrativas!
O Kit do Aluno é composto de:
• 6 livros • 1 DVD
0800 772 2300
www.ftd.com.br
An_TECA.indd 1 10/05/11 11:11
Gente noss�
Obrigado, Marista!Aprendi a ser dinâmica, disciplinada, comunicativa e aproveitar ao máximo cada segundo disponívelPor Luciana Babilônia
F alar sobre minha experiência no
Maristão é uma tarefa fácil. Me
encantei pelo colégio desde o primei-
ro dia que entrei, durante a entrevista
para matrícula. A coordenadora esta-
va me entrevistando e perguntou por
que eu queria entrar no Marista e eu
disse que tinha sido indicação de um
amigo. Ela perguntou o nome, eu falei
e na hora ela se lembrou de quem
ele era e do que ele gostava de fazer.
Para quem estava saindo de uma
escola pequena onde os professores
conheciam todos os alunos como
eu, isso foi muito importante, e des-
de aquele momento percebi que não
seria apenas um número da chamada
que pagava o colégio todo mês, mas
sim no mínimo a Luciana da Camar.
Entrei sem conhecer muitas pesso-
as, mas logo no primeiro semestre
de 2003 (ano que entrei no colégio)
fiz o encontro de jovens Camar e foi
nesse grupo que conheci grande par-
te dos meus amigos que até hoje são
presença constante na minha vida.
Juntos trabalhamos para melhorar o
encontro, realizamos ações sociais,
estudamos para passar no vestibular,
construímos o foguete para aula de
Física, organizamos os tão divertidos
Luciana Babilônia é Ex- aluna Marista
recreios festivos, torcemos um pelo
outro quando estávamos disputando
o Festimar e/ou competindo com os
times de futebol, vôlei e handebol,
crescemos na fé, compartilhamos
segredos, saímos, participamos de
gincanas, viajamos, e até hoje, com
alguns já casados, esse grupo perma-
nece unido e pronto para o que der e
vier sempre com a presença e amor
de Deus guiando as nossas relações.
Um dos momentos mais marcantes
na minha trajetória no Maristão foi a via-
gem que fizemos, quando alunos, ex-
-alunos e alguns professores foram até
o Município de Ruy Barbosa, na Bahia,
entregar cisternas para os trabalhado-
res rurais da região que sofriam muito
com a seca e não tinham água sequer
para beber. A gratidão e bondade com
que fomos recebidos e a experiência
de conhecer e ver a forma como eles
viviam me fizeram enxergar a vida com
outros olhos. Desde então, faço tudo
que posso para ajudar os que precisam,
e o colégio sempre me proporcionou
formas de colocar isso em prática.
Como estudante me preocupava
com as notas e era dedicada, nunca
tirei nota por sorte, mas sim por mui-
to esforço; aproveitava os momentos
de monitoria e aulas extras. Em alguns
momentos cheguei a me questionar
se as atividades em que estava envol-
vida no colégio poderiam atrapalhar os
meus estudos, mas hoje vejo que foi
justamente o contrário. Aprendi a ser
dinâmica, disciplinada, comunicativa
(aprendi a lidar com a minha timidez)
e aproveitar ao máximo cada segundo
disponível. Filosofia que utilizo bastan-
te na minha vida até hoje.
O fato de ter gostado de trabalhar
com a gestão dos encontros me ajudou
bastante na escolha do curso. Estudei
e passei para Administração de Empre-
sas na Universidade de Brasília. Hoje
tenho 23 anos, sou administradora e
trabalho com gerenciamento de pro-
jetos. Recentemente tirei a certificação
PMP (Project Management Professio-
nal), afinal pretendo continuar nessa
carreira. Continuo participando da
Camar como ex-membro e sou Jovem
Dirigente do Segue-me da Paróquia São
Camilo de Lélis. Ambos são trabalhos
voluntários que me consomem um
bom tempo, mas que eu AMO fazer.
Sendo assim, só me resta dizer:
MUITO OBRIGADA FAMÍLIA MARISTA!!!!
34
Defesa
Educadores concordam que o ato de
brincar é uma das principais formas
de expressão e atividade essencial das
crianças. Assim, garantir espaço e
tempo para que elas brinquem com os
amigos, familiares ou sozinhas, é con-
dição básica e fundamental para o seu
desenvolvimento.
Dentro da visão Marista de edu-
car e formar cidadãos, as brincadeiras
estimulam a criatividade nas crianças
e contribuem para o desenvolvimen-
to integral. O tempo legítimo do brin-
car está diretamente ligado à Infância,
momento da vida no qual a fantasia, o
faz de conta e o “era uma vez” ganham
força. A Declaração Universal dos Direi-
tos da Criança (aprovada na Assembleia
Geral das Nações Unidas, em 1959), no
artigo 7º, junto ao direito à Educação,
enfatiza o direito ao brincar: Toda crian-
ça terá direito a brincar e a se divertir,
cabendo à sociedade e às autoridades
públicas garantir a ela o exercício ple-
no desse direito. Educadores, famílias e
autoridades públicas devem se atentar
e reconhecer nessa evidência social a
responsabilidade de garantir espaços e
condições para que as crianças exerçam
as linguagens da criatividade e da alegria
vivenciadas pela prática do brincar.
O brincar faz parte da essência da
infância e o ato de brincar se faz presen-
te desde o seu nascimento. Esse direi-
to, uma das marcas inconfundíveis da
criança cidadã, é sempre garantido nos
espaços Maristas. Em nossa proposta
socioeducativa, diariamente, os educa-
dores organizam brinquedos e mate-
riais não estruturados, como tecidos,
potes, garrafas e caixas vazias, para as
crianças inventarem suas brincadeiras.
A Rede Marista de Solidariedade,
mantém 27 Unidades Sociais em ativi-
dade nos estados do Paraná, Santa Cata-
rina, São Paulo, Mato Grosso do Sul e no
Distrito Federal.
E é para fortalecer o direito ao brin-
car, que a Rede Marista de Solidariedade
promove a Campanha pelo Direito ao
Brincar, que tem por objetivo fomen-
tar uma série de atividades envolven-
do crianças, educadores e familiares
na garantia desse direito. Desenvolvida
com o apoio do Fundo das Nações Uni-
das para a Infância (Unicef), a campanha
Campanha do Marista tem o apoio do Unicef e prevê dez iniciativas para contribuir com o direito ao brincar
36
prevê a divulgação de dez iniciativas que devem
ser consideradas por todos que se almejam con-
tribuir para a efetivação deste direito.
Crianças que brincam e vivem plenamente
sua infância certamente terão uma vida mais
saudável e feliz.
Brincar é a essência de ser criança. Incentive a criança a brincar, em diferentes espaços, em todos os momentos. Brinque junto! Você vai aprender muito com ela. Brincar em um espaço adequado e seguro é um direito. As crianças têm direito a ter uma escola, um bairro e uma cidade apropriados para brincar, como está garantido no artigo 31 da Convenção dos Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas. Brincar permite que a criança expresse as fantasias, desejos, imaginação e criatividade. Incentive a brincadeira espontânea, com materiais diversificados e alternativos, pois eles permitem a invenção de novas formas de brincar. Brinquedos comprados prontos podem limitar as possibilidades da criação e incentivar ao consumismo infantil. Brincar oportuniza à criança vivenciar a ludicidade, descobrir a si mesma, desenvolver suas potencialidades e habilidades, aprender a relacionar-se e construir identidade. Participe do brincar. Aproxime-se da cultura lúdica da criança. Interaja com ela na brincadeira. Isso a fará sentir-se segura, respeitada e amada. Brincar é muito importante para as crianças com deficiência.Incentive a criação de espaços acessíveis e materiais adequados para a interação, criação e expressão das crianças com deficiência com outras crianças. A riqueza dessa experiência contribui para o desenvolvimento de atitudes de valorização, acolhida e respeito às diferenças. Brincar não é perder tempo! Respeite quando uma criança estiver brincando. Ela precisa de concentração e dedicação para construir a experiência do brincar. Se precisar interromper essa atividade, justifique sua atitude e combine o momento para a dar continuidade à brincadeira. Brincar é uma forma de aprender princípios da solidariedade e de colaboração. Promova a convivência da criança com outras crianças e adultos, em atividades lúdicas que favoreçam o contato com a diversidade e a partilha. É uma forma de aprender com as diferenças e exercitar a solidariedade desde cedo.
Brincar possibilita a transmissão de tradições e da cultura para as novas gerações. Proporcione para as crianças os encontros geracionais para vivências brincantes entre adultos e crianças: é uma possibilidade de integrar-se ao meio físico e cultural. Incentive brincadeiras entre meninos e meninas: essa atitude ensina a respeitar as diferenças. Brincar ensina a cuidar do meio ambiente, a descobrir como as coisas são feitas e a valorizar o que é simples. Incentive a criação e o conserto de brinquedos. Materiais alternativos podem ser utilizados para fabricar brinquedos. A criança não precisa necessariamente de brinquedos sofisticados, mas de brinquedos desafiadores e interativos. Brincar de corpo inteiro é substituir a televisão, o computador e o videogame. Equilibre o tempo da criança, cuide para que o tempo da infância não seja tomado pelo consumismo e pela dedicação excessiva aos produtos eletrônicos. Incentive o brincar e a interação entre amigos.
10 iniciativas para o Brincar
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
• Centros Sociais Maristas Itaquera, Irmão Justino e
Robru, em São Paulo;
• Centro Social Marista Lar Feliz, em Santos;
• Centro Social Marista Santa Mônica, em Ponta
Grossa;
• Centro Educacional Marista Curitiba;
• Centro Social Marista Champagnat, em Cascavel;
• Centro Social Marista Irmão Rivat, em
Samambaia/Distrito Federal;
• Pró-Ação (Programa de Ação Comunitária e
Ambiental) Irmã Eunice Benato, também em
Curitiba;
• 1200 crianças atendidas nas unidades sociais.
Unidades Sociais que trabalham com Educação Infantil:
Como fazer
Dinheiro não dá em árvoreComo educar nossos filhos para um consumo consciente?Por Vivian de Albuquerque
38
Éde Angola, na África, que Cássia
D’Aquino nos atende. O que ela
faz por lá? Colabora na criação de um
programa financeiro, coordenado
pelo Banco Central Africano, como
consultora do Governo Americano.
Autora de artigos e livros sobre o
tema, educadora, e uma das primei-
ras pessoas a usar o termo Educação
Financeira em Português, ela fala com
propriedade sobre o assunto.
“Trabalho há 17 anos com esco-
las”, comenta. “E a preocupação com
o consumismo faz muito sentido. É
parte da educação financeira não ape-
nas gastar menos do que se ganha,
mas aprender a fazer escolhas, pon-
derar. A escola tem papel importante
nisso tudo, não como fonte de infor-
mações financeiras, mas como prepa-
radora das crianças para o desenvolvi-
mento do espírito crítico com relação
ao consumo, para que na vida adulta
possam lidar melhor com isso.”
A FORÇA DO EXEMPLOCássia explica que o passatempo
dos filhos é observar pai e mãe. Obser-
var inclusive como eles compram e
pagam as coisas gostosas, coloridas
e divertidas que ganham. Por isso
não é de se surpreender quando eles
pedem uma coisa e dizem aos pais
frases como: “pai, paga com o che-
que”, “pai, você não tem dinheiro ago-
ra? Então paga com o cartão.” Mas afi-
nal, quando devemos falar com eles
sobre esse assunto tão importante?
“Quem decide o momento é a
criança”, garante Cássia. “Mas é bom
saber que é um momento que vai
levar pelo menos vinte anos. Com
dois anos, dois anos e oito meses, as
crianças já falam sobre isso natural-
mente. Já demonstram que entende-
ram o que é o dinheiro e para o que
ele serve: comprar as coisas colori-
das, gostosas e divertidas, das quais
elas tanto gostam. Por isso é preci-
so pensar numa forma didática de
falar com elas. Ter clareza de que os
pequenos são absurdamente ‘con-
cretos’. Um caminho interessante é
mostrar cédulas e moedas, fazendo
com que eles usem lupas para achar
os elementos de segurança. Falar
que dinheiro é algo que não se deve
molhar, rasgar ou estragar. Tudo isso
é uma maneira de construir o edifício
de 20 anos, mas na realidade delas.”
NA ESCOLAA escola ajuda; em casa também
se ensina, mas e quando há discor-
dâncias entre pais e mães na relação
com o dinheiro? Um permite e outro
não. Um compra sempre presentes e
outro “regula”... É preciso saber que as
crianças são muito hábeis para desco-
brir como explorar um ou outro para
conseguir o que querem. E grande
parte das famílias vive o problema.
Para Cássia, escola e pais têm de
estar muito atentos sobre o que que-
rem com a educação financeira de
suas crianças. Simular um supermer-
cado em sala de aula não é educação
financeira. “A escola pode ajudar mui-
to se trabalhar com elas, por exemplo,
a crítica da publicidade. Se despertar
o espírito crítico dos alunos, pen-
sando em formas criativas de resol-
ver problemas e também desejos.
Eu quero muita coisa: um triplex em
Paris, por exemplo. As crianças tam-
bém querem. O fato de verem coisas
CÁSSIA D´AQUINO: “É
PARTE DA EDUCAÇÃO
FINANCEIRA APRENDER
A FAZER ESCOLHAS,
PONDERAR”.
Como fazer
na televisão e pedirem não faz delas
consumistas. É preciso saber inter-
pretar isso da forma correta”, destaca.
COMO LIDARSegundo Cássia, uma criança com
menos de nove anos que consome
demais, provavelmente enfrenta difi-
culdades emocionais. Quer chamar a
atenção e faz isso através do consu-
mo exagerado. Após os nove, começa
a entrar nos chamados grupos sociais
e, uma vez neles, quer os chamados
“pontos de contato” – uma mochila de
marca, um tênis, um celular.
“Atendo pais que me dizem que
a filha de quatro anos só usa roupas
de determinada marca e que quando
não usa fica muito irritada. O que cos-
tumo fazer é perguntar como ela vai
ao shopping para comprá-las? De car-
ro? Dirigindo? Antes dos nove anos,
a criança normalmente mimetiza o
comportamento dos próprios pais.
Por isso outra frase comum é aquela
‘essa menina é consumista como a
mãe’. Quando a criança pede, os pais
atendem e confirmam o destino que
eles mesmos previram. A única for-
ma de prepará-las para o consumo
consciente é com o desenvolvimento
do espírito crítico e, principalmente,
observando o nosso próprio com-
portamento de consumo, enquanto
pais”, conclui.
Mais informações no site
www.educacaofinanceira.com.br.
Ensine seu filho a distinguir as coisas que compramos porque “queremos” daquelas que “precisamos”.
Desde cedo, faça seu filho entender a importância de não desperdiçar e cuidar do dinheiro.
Ensine a criança a controlar o consumo por impulso, mostrando como elaborar uma lista de compras e obedecê-la no supermercado.
Explique aos filhos qual é o seu trabalho. Isso ajudará a criança a estabelecer relação entre ganho de dinheiro e os limites de seu uso.
Mostre as diferenças entre coisas “caras” e “baratas” em diferentes ambientes (padaria, farmácia, papelaria, etc.).
Assuma as próprias deficiências com relação ao dinheiro. Use o bom senso e não dê lições de moral.
Estimule a criança a participar do orçamento doméstico, incentivando-a a dar sugestões sobre modos de reduzir despesas.
Dê mesada à criança. Isso irá ajudá-la a tomar decisões e fazer escolhas, mesmo que em pequena escala.
Não sinta-se desanimado se a criança gastar todo o dinheiro da mesada. Cometer erros é normal e vai ensiná-la a evitar erros maiores no futuro.
Reforce a ideia de que a responsabilidade social e a ética devem estar sempre presentes no ganho e no uso do dinheiro.
Extraído do livro Educação Financeira - 20 dicas
para ajudar você a educar o seu filho, da educado-
ra Cássia D’Aquino.
123
4
5
67
8
9
10
10 Dicas para crescer na economia
40
Um interessante movimento inci-
diu sobre a Europa, no mês de
agosto. Aproximadamente 2 milhões
de pessoas do mundo inteiro deixa-
ram o conforto de seus lares e os seus
afazeres pessoais e profissionais,
para migrarem até a Espanha, perma-
necendo por lá durante 2 semanas. A
cidade espanhola de Madri foi palco
da tão aguardada Jornada Mundial da
Juventude (JMJ), evento organizado
pela Igreja Católica, a cada dois ou
três anos, e que é considerada uma
grande festa da fé, composta por
diferentes culturas, porém todas em
consonância com Aquele que é cami-
nho, verdade e vida: Jesus Cristo.
Para se falar em JMJ, é preciso
retornar à história de alguém que
esteve muito à frente de seu tem-
po: o Papa João Paulo II. Já na década
de 80, e percebendo a importância
da relação entre juventude e Igre-
ja, ousou elaborar um encontro que
reunisse os jovens de todo o mundo,
com a intenção de professarem a fé
católica. Diversos países já tiveram a
oportunidade de acolhê-la. Embora
sua programação varie conforme as
especificidades locais e as demandas
de cada época, um fator é comum a
elas: a presença do Papa, líder da Igre-
ja Católica e sinal de união entre seus
fiéis.
Motivados pela maravilhosa expe-
riência vivenciada por seus 40 peregri-
nos na Jornada de 2008, na Austrália,
os Maristas do Brasil organizaram-se
para estarem presentes ainda em
maior número na edição de Madri.
Ao todo, 81 pessoas compuseram a
delegação Marista do Brasil, sendo 68
membros da Província Marista do Bra-
sil Centro-Sul, 6 da Província Marista
do Brasil Centro-Norte, 6 da Província
Marista do Rio Grande do Sul e 1 repre-
sentante da União Marista do Brasil
(UMBRASIL).
Para que ela fosse aproveitada da
melhor maneira possível, um grande
processo preparatório foi realizado,
com atividades locais, regionais, pro-
vinciais e nacionais.
VIGÍLIAA vigília merece um destaque à
parte: do inicial calor escaldante da
tarde até a tempestade inesperada
surgida no meio da noite, ela foi uma
prova de resistência para toda e qual-
quer pessoa. No momento em que o
Papa iria discursar à juventude, uma
torrencial chuva fez com que todos
fossem pegos de surpresa. Ao invés
de se retirar para um local seco, o
Pontífice resolveu permanecer no pal-
co, alegando depois que “se os jovens
poderiam ficar ali, ele também pode-
ria”. Durante a missa de envio, Bento
XVI convocou a todos a colocarem
Cristo no centro da vida, dizendo que
o seguimento a Cristo só é possível
com a inserção nas comunidades, a
participação na Eucaristia, o sacra-
mento do perdão e o cultivo da oração
da Palavra de Deus.
Brasil!Coroando o encerramento da Jor-
nada Mundial, o Papa anunciou que a
próxima edição acontecerá na cidade
do Rio de Janeiro, em 2013. Uma gran-
de festa tomou conta dos corações
brasileiros, que, enquanto agitavam
fervorosamente suas bandeiras, já
conseguiam imaginar aquela grande
massa juvenil celebrando em terras
brasileiras.
Ao retornarem ao Brasil, além
das roupas sujas e dos souvenires
espanhóis, sentimentos de alegria,
responsabilidade em levar a missão
adiante e certa nostalgia quase cau-
saram excesso de peso na bagagem
dos peregrinos. Quase! Felizmente,
o avião conseguiu comportar os 81
corações Maristas repletos de sonhos,
carregados de esperança, edificados
em Cristo e mais firmes do que nunca
na fé.
Setor Provincial de Pastoral
Firmes na féA saga da Jornada Mundial da Juventude
Compartilhar
TURMA DO INFINITO, Editora Cosac NaifyO livro conta a história de
quatro crianças que se
conhecem na escola e
percebem que juntas podem
fazer a diferença no mundo
ao seu redor.
D epois de tornar conhecido inter-
nacionalmente seu trabalho so-
cial com crianças na Fundação Gol de
Letra, o ex-jogador Raí se aventura
pelo mundo da literatura. O livro
“Turma do Infinito” marca sua estreia
como autor de literatura infanto-
juvenil.
Nesta entrevista exclusiva para a
Revista Em Família, o craque con-
ta um pouco sobre o livro e como o
Marista fez a diferença na sua vida.
Como surgiu a ideia de escrever o
livro?
A inspiração nasceu após ler uma
redação escrita por minha neta, Nai-
ra, de 12 anos. O livro trata de espi-
ritualidade, de solidariedade. É uma
coisa antiga que eu tenho comigo.
A criança nasce pensando que é o
centro das atenções e depois ela des-
cobre que não é bem assim. Precisa
aprender a compartilhar e a ter inte-
resses comuns. O ser humano tem
tendência a ser individualista. Então,
esse livro tem a proposta de pensar
em um mundo melhor juntos.
De onde vieram esses valores trata-
dos no livro?
Valores fortes, tanto em casa como
na escola, marcaram minha infância
saudável de interior. Posso dizer que
o colégio Marista é o segundo fator
Turma do InfinitoEx-aluno Marista, Raí lança livro sobre valores Por Sandra Santos
mais importante da minha formação.
Estudei lá desde a Educação Infantil
até o Ensino Médio. Só saí quando fui
para a Faculdade. O Marista sempre
incentivou questões lúdicas, música,
arte e esportes. Isso também ajudou
muito na minha carreira. Eu passava
quase todo o dia no colégio; partici-
pava da banda, do time de basquete
e de futebol. Posso dizer que o meu
primeiro time de futebol foi o do
Marista.
Um dos momentos mais marcantes
no Colégio?
Eu devia ter entre 9 e 10 anos, foi
quando perguntei a um irmão o que
era pecado. Ele me respondeu: “peca-
do é aquilo que você sabe que está
errado mas você insiste em fazer”. Foi
uma resposta diferente daquela que
eu esperava. Não foi uma resposta
religiosa, foi para a vida. Só depois de
algum tempo é que fui entender real-
mente o que ele quis dizer. Isso me
marcou muito.
Relembrando seu tempo de criança,
que mensagem você deixa aos alu-
nos maristas?
Que sejam curiosos em relação às
questões da vida, dos valores. Que
encarem sempre o aprendizado den-
tro de casa, na escola, como cresci-
mento pessoal.
42
Turma do InfinitoADOLESCENTES: QUEM AMA, EDUCA!Içami TibaEditora IntegrareNão está nada fácil para os pais e educadores lidarem com
os adolescentes de hoje, muito mais informatizados, globa-
lizados e independentes que os do passado, mesmo recen-
te. Adolescentes precoces (tweens) e tardios (caronas) são
produtos dessa galopante evolução tecnológica e social. A
educação dos filhos é um projeto de vida com a finalidade de
prepará-los para a ética e a felicidade, a autonomia compor-
tamental e a independência financeira.
QUEM INDICA: Mário José Pykocz, Diretor Educacional do
Colégio Marista Paranaense
QUAL É A TUA OBRA? Mário Sergio Cortella
Editora VozesDepois do sucesso de "Não Nascemos Prontos" e "Não
espere pelo epitáfio", Mário Sergio Cortella publica um texto
envolvente sobre as inquietações do mundo corporativo.
Neste livro o autor desmistifica conceitos e pré-conceitos, e
define o líder espiritualizado, como aquele que reconhece
a própria obra e é capaz de edificá-la, buscando incessante-
mente o significado das coisas.
QUEM INDICA: Tânia Serafim Búrigo ,
Diretora Educacional do Colégio Marista de Cascavel
Prateleira
A CARTA DA TERRA A Carta da Terra é um documento que traz um conjunto de princípios e valores que nor-
tearão a construção de uma sociedade global mais justa, sustentável e pacífica. Trans-
formado em vídeo, ganha acesso ao público maior em várias versões.
QUEM INDICA: Ana Lúcia Souto, Assessora Educacional da DERC – Diretoria Executiva da
Rede de Colégios da PMBCS
Solidariedade
“Minha trajetória no Centro Social
Marista Ecológica foi muito boa. No
primeiro dia de aula a primeira impres-
são que tive foi: Que escola bonita!
Mas, a partir daí, eu percebi que não
era só uma escola bonita, e sim uma
escola que se preocupava ao máximo
com seus alunos. Como era essa pre-
ocupação? Quando a gente precisava
de ajuda em algumas matérias, sem-
pre tinha alguém pra nos auxiliar, tirar
nossas dúvidas, e a equipe pedagó-
gica é maravilhosa! (...). Mas a gente
não aprendeu só história, geografia
etc. Aprendemos também a filosofia
marista, os valores, competências,
que, com certeza nos preparou para
enfrentar a sociedade. Com nossas
habilidades adquiridas, com nossos
valores, vamos exercer na sociedade
uma solidariedade, uma amizade, que
com certeza vamos levar para o resto
da vida.”
Você faz parte desta históriaConheça o trabalho da Rede Marista de Solidariedade na promoção e defesa dos direitos de crianças e jovens
MS
PR
SP
GO
DF
SC
44
Estados de atuação da Rede Marista de Solidariedade
PR: 7 Centros Educacionais e Sociais, 4 ProAção e 1 Centro de Defesa;
DF: 1 Centro Social;
MS: 1 Centro Social;
SC: 7 Centros Sociais.
SP: 7 Centros Sociais;
Quem conta essa experiência é
Matheus Henrique Alves, ex-aluno
do Centro Social Marista Ecológica,
em Almirante Tamandaré, região
metropolitana de Curitiba, Paraná.
Hoje, Matheus já terminou o Ensi-
no Fundamental, mas continua
ligado ao Marista. Por meio de um
projeto em parceria com a organi-
zação internacional King Baudouin
Foundation, ele recebe uma bolsa
de estudos para dar continuidade à
sua trajetória de estudante.
Histórias parecidas acontecem
em diversos espaços onde atua
a Rede Marista de Solidariedade,
seja nas capitais como Curitiba, São
Paulo, Florianópolis, Brasília, ou em
cidades das regiões metropolitanas
e do interior dos estados de São
Paulo, Paraná, Santa Catarina, Mato
Grosso do Sul e no Distrito Federal.
O comprometimento do Maris-
ta com as crianças e jovens está
expresso no depoimento de
Matheus. A proposta social e edu-
cativa prioriza a qualidade do
aprendizado e as relações huma-
nas. Para que isso aconteça no dia a
dia, a Rede Marista de Solidariedade
investe na formação dos profissio-
nais e na produção e socialização
do conhecimento, com vistas a
favorecer processos de participa-
ção infantil e juvenil, o envolvimen-
to da família e a cidadania, para a
geração de oportunidades e vivên-
cia da solidariedade.
A PROMOÇÃO DOS DIREITOSA Rede Marista de Solidariedade
atua na promoção dos direitos das
crianças e jovens, oportunizando
acesso à educação de qualidade,
seja na educação infantil, no ensino
fundamental, na qualificação pro-
fissional, no apoio socioeducativo
(oficinas de arte educação desen-
volvidos no contraturno escolar),
ou por meio de projetos da Biblio-
teca Interativa e ações voltadas
para as famílias.
São 23 Centros Educacionais
e Sociais Maristas e 4 Programas
de Ação Comunitária e Ambiental
(ProAção), oportunizando o atendi-
Orientação Sociofamiliar e Socioeconomia
Solidária
Qualificação Profissional
Ensino Fundamental
Educação Infantil
Biblioteca Interativa
Apoio Socioeducativo
Vida Feliz
Atendimento indireto216 mil adolescentes,
jovens e famílias
Atendimento direto10,5 mil adolescentes,
jovens e famílias.
mento direto às crianças e jovens.
Em outras frentes de atuação
Marista, como na universidade e
nos colégios, a promoção se efetiva
por meio das bolsas de estudo.
A DEFESA DOS DIREITOSA Rede Marista de Solidarieda-
de atua na defesa dos direitos das
crianças e jovens, ou seja, busca
dar visibilidade às situações de
violação desses direitos. Exemplo
disso é o Centro Marista de Defesa
da Infância, que desenvolve pro-
jetos com foco no controle social,
produzindo informações sobre as
realidades das crianças e jovens do
Paraná, divulgando-as e realizando
capacitações dos agentes que tra-
balham com esse público.
Além disso, a rede desenvolve
projetos de advocacy. A partir de
suas práticas, avalia e sistematiza
seus conhecimentos, participa e
fortalece redes das áreas da edu-
cação, assistência social e direi-
tos, desenvolve campanhas e bus-
ca incidir nas políticas públicas.
Para isso, participa de conselhos
e fóruns municipais, estaduais e
nacionais, com o objetivo de con-
tribuir para mudanças que propi-
ciem a crianças e jovens o exercício
de seus direitos.
PRESENÇA SOLIDÁRIA MUNDIALA Rede Marista de Solidariedade
compartilha das diretrizes da Fun-
dação Marista para a Solidariedade
Internacional (FMSI), que possui o
status de organização consultiva
das Nações Unidas (ONU). Por meio
do FMSI, a Rede Marista de Solida-
riedade contribui com subsídios
aos temas pautados pela ONU.
REDE MARISTA DE COLÉGIOS E PAR-CEIROS
Em quase todas as cidades
onde há um Colégio Marista, existe
também um Centro Educacional e
Social. Parte da receita gerada pelos
colégios por meio das mensalida-
des é aplicada na Rede Marista de
Solidariedade. Além disso, a rede
de colégios e rede de solidarieda-
de realizam ações em parceria no
campo educacional e campanhas
que contribuem para a promoção
e defesa dos direitos de todas as
crianças e jovens.
Além dos recursos provenientes
das mensalidades para potenciali-
zar e inovar projetos, a rede conta
com parcerias com empresas, orga-
nizações da sociedade civil, Poder
Público e pessoas físicas.
VOCÊ TAMBÉM É RESPONSÁVEL POR ISSO
As transformações promovidas
por educadores, crianças e jovens
que integram a Rede Marista de
Solidariedade geram protagonis-
mo, oportunidade e solidariedade.
Você, pai e mãe de aluno ou alu-
na dos colégios Maristas, também
fomenta e favorece essas transfor-
mações.
Acesse www.solmarista.org.br
e conheça os projetos maristas de
solidariedade.
Solidariedade46
Essência
Ir. Franki destaca que, Irmãos, colaboradores e leigos, somos todos corresponsáveis pela obra iniciada por Champagnat
Herdeiros de um sonho
O País responde por 32% da pre-
sença Marista no mundo, atuando
nas áreas de educação, saúde, soli-
dariedade e comunicação. Leigos,
colaboradores e Irmãos, são mais
de 24 mil pessoas, que atuam como
herdeiros de um sonho, o sonho
de Champagnat, atendendo a mais
de 200 mil crianças, adolescentes e
jovens. “Viver isso é estar em total
conexão com o sonho”, explica Ir.
Franki Kleberson Kucher, Diretor do
Setor de Comunicação e Imagem
Institucional da Província Marista do
Brasil Centro-Sul, em um bate-papo
com a Revista Em Família. Confira a
seguir alguns trechos dessa conver-
sa.
CONECTADOS COM O SONHO É como se fosse a experiência
do primeiro amor de nossas vidas, o
tempo passa, mas você não a esque-
T ransformar a realidade a partir do que há de melhor nos corações e men-
tes das pessoas comprometidas com os valores humano-cristãos. Foi
com esta missão em vista que os Maristas deram início a uma história que
agora se aproxima dos 200 anos. Em 1817, Marcelino Champagnat fundava
o Instituto Marista. Um visionário para a época, ele já tinha a certeza de que
seria um árduo, mas gratificante trabalho. Os resultados de tanta dedicação
ao longo de toda a sua vida hoje estão distribuídos pelo mundo e, como não
poderia deixar de ser, em várias regiões do Brasil.
ce. Seria como um ponto de partida,
que te apaixona, move e dá sentido
a tudo o que você faz. Quando você
se perde ou, por vezes, perverte o
sonho, você precisa voltar e focar
novamente os seus esforços para a
perpetuidade. Champagnat sonhou
infâncias e juventudes cidadãs, pro-
-tagonistas e felizes; não podemos
traí-lo – temos de dar continuidade
a obra por ele iniciada.
PORTA-VOZES DA MENSAGEM MARISTA
Nossos esforços caminham no
sentido de encantar pessoas para
compartir dos mesmos propósi-
tos. Esse princípio da transparência
requer cuidados apurados para que
sejamos fidedignos à causa Maris-
-ta sonhada por São Marcelino. Por
meio da comunicação, traduzimos
e ressignificamos para nossos diver-
sos públicos de relacionamento o
que nos identifica enquanto conti-
nuadores desse legado. Em todas as
nossas frentes apostólicas, somos
portadores e porta-vozes da mensa-
gem Marista.
SOMOS CORRESPONSÁVEIS NA MISSÃO
No meu entendimento, o sonho
de Champagnat é um projeto de
Humanidade. São corações ao alto,
em total sintonia com a dádiva divi-
na; e corações nas mãos, em dispo-
sição de oferta do melhor que pode-
mos dar. Ser herdeiro é sentir-se
parte e corresponsável pela constru-
ção desta obra de Deus, cuja neces-
sidade ainda é premente em nossas
realidades. Temos muito o que fazer
para que o sonho continue lindo,
encantador e transformador. Cora-
ções nas mãos, então.
47
Inspiração
W illian Seide Arake,
o Seidi, como é
conhecido e gosta de ser
chamado pelos amigos e
professores do Colégio
Marista de Cascavel, é aluno
Marista desde 2006. Hoje,
com 10 anos, está no 5º ano
do ensino fundamental.
“Quando eu cheguei no
Marista ninguém me conhecia,
mas eu não fiquei com medo
não. Hoje todo mundo aqui no
colégio me conhece”, explica.
Com nove meses de idade,
Seidi teve o diagnóstico do
neurologista de paralisia cere-
bral. O médico relatou à família
que ele poderia apresentar
uma deficiência mental, não
falar e não andar. A partir desse
diagnóstico foi iniciado um
longo e contínuo tratamento
multidisciplinar que dura até
hoje.
Para alegria de todos, Seidi
se desenvolveu e continua
em pleno desenvolvimento,
superando a cada dia as dificul-
dades que aparecem. Embora
possua dificuldade para se
locomover, é uma criança
como qualquer outra, adora
brincar, correr e se divertir. “Eu
não consigo jogar futebol com
meus amigos, então às vezes
eles jogam basquete comigo,
porque eu aprendi esse jogo. Na
sala, durante as atividades, eu
sempre me atraso para copiar
e fazer as atividades, mas os
meus amigos e as minhas pro-
fessoras me ajudam e eu consi-
go terminar”, conta.
O Colégio Marista de Casca-
vel realiza um evento esportivo
todos os anos, a OLIMAR, onde
as crianças competem em dife-
rentes atividades, e Seidi é um
dos orgulhosos participantes:
“Eu me sinto muito feliz na
OLIMAR porque tem várias
competições e todos os pais
e as mães vêm torcer para os
filhos. Eu também gosto mui-
to de ganhar a medalha de
participação. Eu não sou mui-
to bom em alguns esportes,
mas eu gosto de participar
mesmo assim, porque todo
mundo torce por mim."
No último mês de julho,
Seidi foi ao estado de Minas
Gerais para realizar um novo
exame em virtude de sua
dificuldade visual e foi diag-
nosticado que ele possui a
SINDROME DE IRLEN, que é
caracterizada por sintomas de
pressão nos olhos, dores de
cabeça e distorção da imagem
durante a leitura. A família
dele já providenciou um ócu-
los que foi enviado aos Esta-
dos Unidos para receber um
tratamento especial nas len-
tes e permitir que ele possa
superar mais essa dificuldade.
Além disso, ele precisa ir pelo
menos uma vez ao ano até
Curitiba para fazer aplicação
de botox nas pernas para que
consiga movimentá-las.
A escola é muito impor-
tante para qualquer criança,
mas é ainda mais importante
para a criança com deficiên-
cia. É na escola que a criança
aprende a confiar em si mes-
ma, percebendo que é capaz
de realizar a maioria das ati-
vidades, mesmo levando um
pouco mais de tempo.
SUPERSEIDIPara ele, superação é
uma tarefa diária Por Kely Cristine de Souza
Kely Cristine de Souza é assistente de marketing do Marista de Cascavel
48
Diversão
Brincando juntos
Em tempos de tantas mudanças virtuais, fica
cada vez mais difícil acompanhar nossos filhos.
Muitas vezes lembramos que, na “nossa época”, as
famílias passavam mais tempo juntas porque ain-
da podiam participar dos jogos e brincadeiras das
crianças. Hoje, ao tentar levá-las a uma das nos-
sas brincadeiras, passamos por “antiquados”. Até
mesmo ouvimos que é “chato” ou que “não tem
graça”.
Eles gostam de transformar, mudar, criar e recriar
mundos fictícios, avatares, entre outros. Pensando
nisso e nas dificuldades com os jogos preferidos
dos nossos filhos, acabamos buscando na memória
experiências ou brincadeiras que conhecemos e que
possam despertar o interesse deles.
Neste novo espaço da Revista Em Família, apre-
sentaremos algumas atividades que podemos fazer
junto com nossos filhos. Serão experiências ou jogos
que fazíamos quando tínhamos a idade deles, pro-
porcionando um momento de integração familiar e
com muita diversão, é claro.
A receita é básica e todos os materiais podem ser
comprados em mercados ou farmácias.
Esperamos que tenham gostado da nossa dica.
Até a próxima!
Ensinamos uma experiência que você pode compartilhar em família. Garantia de diversão!
CRIANDO CRISTAISEstamos vivenciando nos colégios o Ano
Internacional da Química. Com isso, tiramos
do “baú” uma interessante experiência de
transformação. Afinal, vamos ver quem
consegue transformar pedras comuns em
cristais? Vamos à receita para que vocês
vivam juntos esta experiência:
10g de sulfato duplo de alumínio e
potássio (alume);
Um copo de vidro;
Um palito de sorvete (limpo);
Água morna;
Linha;
Pedrinhas pequenas e irregulares.
Método: lave as pedras cuidadosamente
em água corrente. Coloque no copo água
morna suficiente para cobrir as pedras
(mais ou menos 1/3 do copo). Junte o
alume e mexa com o palito até o produto
parar de se dissolver facilmente. Podem
sobrar alguns grãos no fundo. Coloque as
pedras no copo ou amarre como na figura.
Você pode acrescentar corante e criar
cristais coloridos.
50
O nosso Sistema de Ensinotem FTD em seu DNA.
O FTD Sistema de Ensino já nasceu com o DNA da FTD, uma editora conectada à Educação brasileira há mais de 100 anos. O nosso Sistema apresenta os conteúdos das diferentes disciplinas em um único material, para que o aluno forme, ao final do curso, um conjunto equilibrado de conhecimentos. O FTD Sistema de Ensino é sinônimo de educação e conhecimento. E, como ele, não tem nada igual.
0800 729 3232 www.ftdsistemadeensino.com.br
Nossos livros têm
o compromisso com a Educação.
• língua portuguesa • matemática • ciênci
as • h
istória
• geograf
ia • ingl
ês • espanhol • física •
química • biologia • artes • ensino religioso • sociologia • filosofia • literatura
0800 772 2300 www.ftd.com.br
Toda vez que você abre um livro da FTD, pode ter certeza de que em cada página existe um vínculo muito forte com a Educação. Um trabalho que começou com um grupo, em 1897, e um sonho: contribuir com a educação de milhares de crianças e jovens deste imenso Brasil.
A Editora cresceu. Hoje, este mesmo trabalho, iniciado há mais de cem anos, está presente em cada uma de nossas obras. São páginas escritas e ilustradas por autores e ilustradores renomados, com talento, profi ssionalismo, originalidade e a mais alta qualidade editorial. Não é à toa que a FTD vem conquistando diferentes gerações de leitores a cada ano. É que, acima de tudo, dentro de nossos livros existe o compromisso com a Educação.