em família são francisco ed 08

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2º SEMESTRE/2011 Um novo futuro depende deles Geração verde

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Edição de novembro/2011 da revista Em Família - São Francisco

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Page 1: Em Família São Francisco ed 08

2º SEMESTRE/2011

Um novo futuro depende deles

Geraçãoverde

Page 2: Em Família São Francisco ed 08

Rede CI. Mais de 60 lojas em todo o país.

Cursos, estágios, trabalhos, passagens aéreas e viagens para o exterior, que fazem a vida acontecer.

Chegou a hora de você fazer um intercâmbio

ci.com.br/m iead ciona ci.com.br você aprende com o mundo

CI Moema

Av. Ibirapuera, 1858Tel.: (11) 5051-0381São Paulo

CI Porto ALegre

Rua Padre Chagas, 80Tel.: (51) 3346-4654

CI Goiânia

Rua 18, 326 Salas 3/4 - Setor OesteTel.: (62) 3093-4353

CI Brasília

SCLN, 211 - Bloco B - Loja 06Tel.: (61) 3340-2040

CI Curitiba

Av. Batel, 1.398Tel.: (41) 3342-3032

CI Londrina

Av. Higienópolis, 799 - loja 02Tel.: (43) 3029-0203

CI Maringá

Av. Duque de Caxias, 882 - loja 04 Tel.: (44) 3029-3003

Intercâmbio TeenSuas férias com cara de Intercâmbio

Onde: Alemanha, Austrália, EUA, Nova Zelândia, Inglaterra, Itália e muito mais.

Duração: 2 a 8 semanas

High SchoolNão deixe o tempo passar e embarque nessa

Onde: Austrália, Canadá, EUA, Nova Zelândia e muito mais.

Duração: 1 a 2 semestres letivos

Use o leitor de QR Code do seu celular e saiba mais.

Page 3: Em Família São Francisco ed 08

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Page 4: Em Família São Francisco ed 08

Expediente

A Província Marista Brasil Centro-Sul atua nas áreas de educação, solidariedade, saúde, editorial e comunicação. A

PMBCS está presente nos Estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal.

Sua forma de atuação busca, por meio de processos educacionais, uma efetiva contribuição social e cultural,

posicionando-se na defesa e promoção dos direitos das infâncias e juventudes.

Desenvolver equilibradamente, afetividade e inteligência, dimensão comunitária e social, valores humanos e cristãos é

a proposta da instituição.

Rua Imaculada Conceição, 1155Prado Velho – Curitiba – PRPrédio Administrativo PUCPR – 8º andarCEP: 80215-901Tel.: (41)3271-6500

www.marista.org.br

PRESIDENTE DAS MANTENEDORAS: Ir. Dario Bortolini

SUPERIOR PROVINCIAL: Ir. Davide Pedri

SUPERINTENDENTE ABEC/UCE: Paulo Serino de Souza

REDE DE COLÉGIOS: Ir. Paulinho Vogel, André Garcia, Isabel Cristina

Michelan Azevedo, Vani Sant'ana

COMUNICAÇÃO E MARKETING (ABEC/UCE): Patrícia Fatuch,

Pollyana D. Nabarro, Alexandre L. Cardoso, Silvia S. Tateiva, Kelen Y.

Azuma, Patrícia L. Egashira, Fábio Egg Mais, Tiago Ienkot

COMUNICAÇÃO E MARKETING (COLÉGIOS): Bruna Finkensieper

Gonçalves, Bruno Bonamigo, Caroline Damin Mertens ,Cláudia

Cristina Batistela Francisco, Cristiane Rufino Santos, Daliane

Anziliero Teston, Eros Augusto Asturiano Martins, Eziquiel

Machado Ramos, Fábio Silvestrini Aparício, Katia Macedo Dias

Kely Cristine de Souza, Luana Mendonça Dias dos Santos, Mayara

Amaral Haudicho, Raquel Aline Bortoloso, Renato Mobaid Pereira

Campos, Samira Damásio Dutra

CAPA:

Mirela Schreck Welter, Gabriel Weiand,

Lucas Petry Heck, Marina Gabriela Maia,

alunos do Colégio Marista Pio XII, Novo

Hamburgo - RS

FOTO:

D'Contreras - ILEXPHOTO

BRASÍLIA • Colégio Marista de Brasília - Educação Infantil e Ensino Fundamental - SGAS 609 CONJ A - Bairro Asa Sul - Brasília - DF - 70200-690 - (61) 3442-9400

Colégio Marista de Brasília - Ensino Médio - SGAS 615 CONJ C - Bairro Asa Sul - Brasília - DF - 70200-750 - (61) 3445-6900

CASCAVEL • Colégio Marista de Cascavel - Rua Paraná, 2680 - Centro - Cascavel - PR - 85812-011 - (45) 3036-6000

CHAPECÓ • Colégio Marista São Francisco - Rua Marechal F. Peixoto, 550L - Chape-có - SC - 89801-500 - (49) 3322-3332

CRICIÚMA • Colégio Marista de Criciúma - Rua Antonio de Lucca, 334 - Criciúma - SC - 88811-503 - (48) 3437-9122

CURITIBA • Colégio Marista Paranaense - Rua Bispo Dom José, 2674 Seminário - Curitiba - PR - 80440-080 - (41) 3016-2552

Colégio Marista Santa Maria - Rua Prof. Joaquim de M. Barreto, 98 - Curitiba - PR - 82200-210 (41) 3074-2500

GOIÂNIA • Colégio Marista de Goiânia - Avenida Oitenta e Cinco, n. 1440

St. Marista - Goiânia - GO - 74.160-010 - (62) 4009-5875

JARAGUÁ DO SUL • Colégio Marista São Luís - Rua Mal. Deodoro da Fonseca, 520 Centro - Jaraguá do Sul - SC - 89251-700 - (47) 3371-0313

JOAÇABA • Colégio Marista Frei Rogério - Rua Frei Rogério, 596 - Joaçaba - SC - 89600-000 - (49) 3522-1144

LONDRINA • Colégio Marista de Londrina - Rua Maringá, 78 - Jardim dos Bancários - Londrina - PR - 86060-000 (43) 3374-3600

MARINGÁ • Colégio Marista de Maringá - Rua São Marcelino Champagnat, 130 - Centro - Maringá - PR - 87010-430 - (44) 3220-4224

PONTA GROSSA • Colégio Marista Pio XII - Rua Rodrigues Alves, 701 - Jardim Carva-lho - Ponta Grossa - PR 84015-440 - (42) 3224-0374

RIBEIRÃO PRETO • Colégio Marista de Ribeirão Preto - Rua Bernardino de Campos, 550 - Higienopólis - Ribeirão Preto - SP - 14015-130 - Fone:(16) 3977-1400

SÃO PAULO • Colégio Marista Arquidiocesano - Rua Domingos de Moraes, 2565 - Vila Mariana - São Paulo - SP - 04035-000 - (11) 5081-8444

Colégio Marista Nossa Senhora da Glória - Rua Justo Azambuja, 267 - Cambuci - São Paulo - SP - 01518-000 - (11) 3207-5866

Em Família | 8ª Edição | 2º Semestre 2011

A Revista Em Família é uma publicação da Editora Ruah para a Rede Marista de Colégios, com distribuição dirigida aos pais e colaboradores.

Visite o blog da revista e envie sua opinião: www.maristaemfamilia.com.br

EDITOR: Luís Fernando Carneiro | DIAGRAMAÇÃO: Goretti Carlos | PUBLICIDADE: Ariane Rodrigues | R. Casemiro José Marques de Abreu, 706

– Ahú – Curitiba/PR – CEP: 82200-130 – Fone: (41) 3018-8805 | www.editoraruah.com.br | Quer anunciar? Entre em contato conosco pelo

fone (41) 3018-8805 ou pelo site www.editoraruah.com.br

Todos os direitos reservados. Todas as opiniões são de responsabilidade dos respectivos autores.

4

Page 5: Em Família São Francisco ed 08

P esquisas recentes indicam que

nosso planeta já não consegue

mais recompor os recursos naturais

consumidos pelos seres humanos.

Se continuarmos com o ritmo voraz

de consumo atual, em poucos anos

exterminaremos todas as possibilida-

des de vida no planeta.

Somos a geração de seres huma-

nos que mais consome futilidades,

ou seja, consumimos sem precisar

e, não raras vezes, por puro prazer,

hábito, vontade ou desejo. A cultura

do descartável nos leva ao consumo

inconsequente. Angustiados, busca-

mos preencher um vazio com coisas

que, na verdade, aplacam a angústia

frequentemente, não nos damos

conta, como um abraço aconchegan-

te, uma palavra de conforto, um gesto

surpreendente ou um olhar carinho-

so e terno. Este vazio se faz presente

quando não acolhemos ou não somos

acolhidos pelas pessoas que nós ama-

mos, e quando não educamos nossos

filhos para a alteridade, para a empa-

tia e para o desejo de ver o outro feliz

antes de nós mesmos. Na escravi-

dão do tempo, certos gestos custam

demais. Bauman (2001), descrevendo

nossa época, diz: “O que conta é o

tempo, mais do que o espaço que lhes

toca ocupar; espaço que, afinal, pre-

enchem apenas ‘por um momento’”.

A salvação da vida em nosso pla-

neta está nas mãos do pai, da mãe, do

professor, do educador, enfim, dos

responsáveis pelas futuras gerações.

Preencher os corações das crianças,

adolescentes e jovens, com gestos

de amor, fazendo-os perceber que,

mais importante que a própria felici-

dade, é enxergar nos olhos do outro

que sua felicidade depende de gestos

concretos de acolhida, de proteção,

de amparo e de tempo “perdido” /

investido. Assim se constróem iden-

tidades seguras e sólidas que encon-

tram a própria felicidade não nas futi-

lidades de cada esquina, mas dentro si

mesmos, a partir dos gestos de amor

vivenciados no seio da família.

momentaneamente e não nos levam

à satisfação plena.

Nosso planeta não está sendo

exterminado pelo fato de existirem

muitos seres humanos ou por estes

necessitarem cada vez mais de arte-

fatos para se manterem. A responsa-

bilidade não se deve às necessidades

básicas da modernidade, que nos

faz utilizar cada vez mais os recur-

sos naturais. A responsabilidade pelo

extermínio da vida no planeta está

no vazio existente na alma dos seres

humanos que aqui vivem.

O reflexo da sede e do vazio na

alma dos seres humanos está na

ausência dos pequenos gestos que,

Vazio que extermina, Amor que sustentaPor Ir. Paulinho Vogel

Ir. Paulinho Vogel é Diretor Executivo da Rede Marista de Colégios

Primeira impressão 5

Page 6: Em Família São Francisco ed 08

Entrevista

Quando o lixo vira arte e vida

6

Page 7: Em Família São Francisco ed 08

O artista plástico Vik Muniz fala sobre como o lixo pode se transformar em obra de arte apreciada no exterior e mudar a vida de toda uma comunidadePor Vivian Albuquerque

V icente José Muniz, o Vik Muniz, nasceu em São Paulo em uma família da

classe média. Seus pais, um garçom e uma telefonista, com certeza nunca

imaginaram que um dia seu filho – numa mudança para Nova York – poderia

se tornar um ícone da arte pela fotografia, com trabalhos expostos nos mais

importantes museus do mundo.

Na década de 80, Vik decidiu estudar inglês em Chicago. Foi para ficar apenas

seis meses, mas, numa visita a Nova York, se apaixonou e por lá acabou ficando

e levando com ele o nome do Brasil, com uma arte nada convencional. Usando

materiais como chocolate, açúcar, sucata e lixo, ele retrata pessoas e reproduz

conhecidas obras de arte, provando que tudo, até mesmo o que ninguém mais

quer, pode virar obra de arte “de valor”.

Este ano, o documentário que mostra o trabalho do artista plástico brasileiro

com catadores de material reciclável em um dos maiores aterros sanitários do

mundo concorreu ao Oscar. Apesar de toda a torcida brasileira, a estatueta não

veio. Mas Vik, mais uma vez, conseguiu sensibilizar o mundo por meio da sua

arte, trazendo à tona discussões sobre sustentabilidade e olhar solidário.

Quando começou este seu trabalho

tão diferenciado?

Quando resolvi deixar o Brasil e

viver em Nova York. Minha ideia

era abrir a mente para o mundo

artístico, mas o que acabou acon-

tecendo foi bem mais que isso.

Comecei a produzir séries fotográ-

ficas que conquistaram o público

por trabalhar com materiais nada

ortodoxos: macarrão, algodão, pó,

terra. Compúnhamos as imagens

e eu fotografava. Uma foto, assim

como uma pintura, não só mostra

um tema, mas o material com que

foi representado. Quanto mais dis-

tante o material do tema proposto,

mais inspirador será o engajamento

entre o espectador e a imagem.

Em várias de suas fotos você reproduz

obras de arte já conhecidas. Poderia

explicar o porquê desta escolha?

Procuro trabalhar com o que o

próprio espectador traz para esse

seu encontro com a imagem. Por

isso tem de ser algo que ele reco-

nheça. Os temas acabam sendo

algo já digerido e subestimado por

ele. Não raro, desenho o que que-

ro reproduzir, vou a um museu ou

faço de cabeça. Trabalho com séries

para não precisar dizer tudo de uma

só vez. Trabalho com materiais

diversos ao mesmo tempo e nunca

encerro uma série definitivamente;

elas vão se extinguindo natural-

mente.

O filme "Lixo Extraordinário" tornou

seu trabalho ainda mais conhecido

por nós, brasileiros. Ali, poderíamos

dizer que além da matéria-prima

– lixo – você ainda teve as pessoas

como grande componente de inspi-

ração?

Eu queria mudar a vida de um grupo

de pessoas usando o material com

que lidam no dia a dia. Assim sur-

giu a ideia de transformar lixo em

Page 8: Em Família São Francisco ed 08

arte e reverter a venda das fotos em

recursos para aquela comunidade.

O aterro do Jardim Gramacho aten-

de a pelo menos 2,5 mil famílias.

Pessoas que passam o dia ali, entre

os caminhões e as pilhas de lixo,

para ganhar R$ 50,00. Eram pesso-

as que nem sequer tinham fotos

delas. E o momento mágico se deu

quando uma coisa se transformou

em outra; o lixo se transformou na

imagem delas.

Como foi o trabalho de criação des-

tas obras que acabaram ganhando o

mundo de forma tão especial?

Fiz os retratos das pessoas e depois

as convidei para trabalhar comigo

no estúdio, “pintando” suas pró-

prias fotos. Muitos nunca tinham

se visto em uma foto e, de repente,

estavam vendo seus retratos repro-

duzidos com materiais que eram,

ao mesmo tempo, o sustento do dia

a dia. Estar envolvido em projetos

sociais, para mim, é fundamental.

O lixo é uma boa matéria-prima para

a arte, afinal?

O lixo é dinheiro. A gente perde mui-

to dinheiro com ele. Quem mexe

com o lixo ou tem muito dinheiro

ou não tem nenhum. Muitas vezes,

quando convido as pessoas para

verem meu trabalho no galpão que

temos no Brasil, elas se assustam

porque entram e só veem monta-

nhas e montanhas de lixo e sucata.

Mas fotografamos com uma câmera

8X10, a uma distância de 20 metros.

Só quando se sobe na torre é que

se vê a obra no meio daquilo tudo.

Por isso é tão bacana. Conseguimos

criar o retrato de um catador que,

como o lixo que está ali, ninguém

conhece.

Você tem essa preocupação cons-

tante de aproximar a arte do maior

número de pessoas. A resposta pare-

ce óbvia, mas mesmo assim pergun-

tamos: por que?

Uma grande obra de arte deve

transcender barreiras espaciais,

temporais e linguísticas. Deve uti-

lizar a universalidade dos sentidos

e buscar, incentivar, a cumplicida-

de entre as pessoas. Não há como

manter o provincianismo intelectu-

al, no qual a arte internacional fala

um dialeto próprio e tão distante do

público, sob o risco da condenação

do popular e do culto a um produ-

to que seja fruto do isolamento. O

artista não pode dizer que faz arte

só para si. A arte deve se inspirar

em experiências pessoais, mas ter

a capacidade de transmitir essas

mesmas experiências em um âmbi-

to universal. O filme “Lixo Extraordi-

nário” foi resultado de três anos de

trabalho e tem um apelo muito for-

te com o público por causa do emo-

cional. Você vê lágrimas nos olhos

de quem assiste. E isso a arte não

pode deixar de fazer: emocionar.

Entrevista

LIXO EXTRAORDINÁRIOUm pouco sobre o documentário

premiado internacionalmente

O documentário “Lixo Extraordiná-

rio” acompanha o trabalho de Vik

Muniz em um dos maiores ater-

ros sanitários do mundo: o Jardim

Gramacho, na periferia de Duque

de Caxias, Rio de Janeiro. Lá, ele

fotografa um grupo de catadores

de materiais recicláveis, com o

objetivo inicial de retratá-los.

Segundo o dicionário, “lixo” signi-

fica qualquer material considerado

inútil, supérfluo, e/ou sem valor,

gerado pela atividade humana.

Antes de chegar ao Jardim Gra-

macho, Vik Muniz e os diretores

do documentário não esperavam

encontrar nada muito diferente

disso, mas se surpreenderam ao

conhecer pessoas cativantes e

cheias de dignidade, como o Tião,

jovem presidente da Associação de

Catadores do Aterro Metropolitano

de Jardim Gramacho, ou o Zumbi,

catador que, resgatando os livros

do lixão, acabou montando uma

biblioteca.

"O momento quando uma coisa se transforma

em outra é o momento mais bonito. A

combinação de sons se transforma em música. E isso se aplica a tudo.”

Vik Muniz

8

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Page 10: Em Família São Francisco ed 08

Capa

Sustentabilidade é uma questão de sobrevivência. Que tal fazer a sua parte?

10

Page 11: Em Família São Francisco ed 08

Sustentabilidade é uma questão de sobrevivência. Que tal fazer a sua parte?

Lucas Petry Heck, Marina Gabriela Maia, Mirela Schreck

Welter, Gabriel Weiand, alunos do Colégio Marista Pio XII,

Novo Hamburgo - RS

Page 12: Em Família São Francisco ed 08

Capa

N as compras do supermercado,

ela não utiliza mais sacolas, mas

as caixas de plástico, que sempre leva

no porta-malas. Em casa, cascas, res-

tos de produtos orgânicos e até as

folhas do quintal vão direto para o

minhocário. E os cuidados não param

por aí. “Opto por produtos sem emba-

lagens ou de refil. Quando isso não é

possível, escolho as de menor impac-

to. Um exemplo? Gosto de sabão

líquido concentrado, mas ainda opto

pela caixa de papelão, porque a emba-

lagem se degrada com mais rapidez.

Jamais levo uma bandeja de isopor

para casa, opto pelo presunto cortado

na hora e embalado apenas no plásti-

co. Além de ter mais sabor, não fico

pensando nos 450 anos – no mínimo,

que o isopor levaria para se degradar

no meio ambiente”, conta Joana Bica-

lho, de Brasília, mãe dos alunos Mar-

cela, 16, e João Pedro, 14, do colégio

Marista João Paulo II, da Rede Marista

do RIo Grande do Sul.

É pouco? Pois saiba que eles ain-

da levam as embalagens que não há

como evitar para o supermercado,

que as entrega para uma cooperativa

de reciclagem; mantém um relógio na

parede do banheiro, para administrar

o tempo e a consciência sobre o con-

sumo; e fazem compras semanais, no

lugar das mensais, para evitar o con-

sumo desnecessário. “Percebi que,

quando comprava mensalmente,

consumia muito mais e ainda perdia

muitos produtos por data de venci-

mento”, explica.

Mas estas dicas, segundo Joana,

são muito individuais. “Muitas vezes,

algo que é facilmente adaptável no

meu dia a dia, não se enquadra na

vida de uma outra pessoa”, confirma.

“O caminho é passar a observar o nos-

so excedente. Tudo o que sobra não

nos pertence e, por isto, pode passar a

não mais ser desperdiçado. Todos nós

podemos reduzir nosso consumo em

40%, sem prejuízo à nossa qualidade

de vida. O famoso menos que vale

mais”, garante.

A preocupação com a sustentabili-

dade é tanta que até o trabalho de Joa-

na tem profunda ligação com o tema.

Ela é uma das idealizadoras e consul-

toras da Empresa Responsável (www.

empresaresponsavel.com), consulto-

ria que ensina empresas a trabalha-

rem com o chamado Marketing Verde.

“Sempre trabalhei com publicidade e

propaganda e, mesmo antes de diálo-

gos sobre os impactos do consumis-

SUSTEN… O QUÊ?Veja como surgiu e se popularizou o termo sustentabilidade

Na década de 70, o chamado Clube de Roma, formado por personalida-

des interessadas em discutir temas cruciais para a sobrevivência huma-

na, encomendou ao MIT – Instituto de Tecnologia de Massachusetts – um

estudo que culminou no relatório “Os Limites do Crescimento”. O texto

tratava de problemas como energia e escassez de recursos naturais, entre

tantos outros itens importantes para nossa vida. E o que ficou comprovado

foi que nosso modo de consumo e descartabilidade era ambientalmente

inviável. Na época houve um lobby contrário à ampliação da consciência,

mas o assunto, a tal da “sustentabilidade”, aos poucos foi ganhando peso

político, econômico e social. Hoje, o tema é central em muitos encontros

globais. Exemplo disso é a Conferência Rio + 20, programada para 2012, no

Rio de Janeiro. Ela discutirá a Economia Verde, assunto que compartilha

as atenções com a Logística Reversa, que trata do uso do lixo para novas

produções, por meio da reciclagem.

12

Page 13: Em Família São Francisco ed 08

de um ambiente para economizar

energia, devemos abrir uma grande

janela para iluminação natural.

Outro exemplo: quando optamos

pela fruta à caixa de suco, abrimos

mão daquela praticidade que

nos foi vendida, mas ganhamos

em saúde e, consequentemente,

qualidade de vida. Na verdade,

devemos vender sustentabilidade

como o conceito de saber viver,

optar pelo bom, pelo respeito a

si mesmo, numa escolha certa e

inteligente. Com certeza, estamos

num movimento importante. As

escolas e seus projetos contribuem

para isso. As empresas, forçadas

pela necessidade de se mostrarem

responsáveis socialmente, têm

mandado seus executivos para

cursos de pós-graduação em

gestão socioambiental, ampliando

o diálogo de necessidades e

possibilidades. Fala-se muito mais

em slow-life, qualidade de vida,

tempo para a família e para a saúde.

Tudo isto está virando moda e

dados mostram que as pessoas

que optam por este tipo de vida

dependem menos dos médicos

e se aproximam mais da família.

Convivem mais, gastam menos e

gastam certo, e por isto ampliam o

ser ao ter.”

mo na finitude dos recursos naturais,

já me sentia incomodada com o estí-

mulo crescente ao consumo e des-

cartabilidade. Canalizei, à época, meu

trabalho para a ‘venda de serviços’,

exatamente pela preocupação que

tinha com este tipo de propaganda.

Em 2003, decidi fazer meu mestrado

em Planejamento e Gestão Ambiental,

e estudar profundamente os ganhos

empresariais em investir no Marketing

Verde. Percebi, então, uma enorme

brecha na propaganda e no marke-

ting: convencermos os consumidores

de que os ‘produtos do bem’ fazem o

bem para todos, em cadeia.”

SUSTENTABILIDADE E ECONOMIAPara a mãe e consultora, a

sustentabilidade – termo da moda

e até já meio banalizado – tem

sido erroneamente vista como

algo inatingível, que exige fortes

mudanças, levando-nos ao menor

conforto e a altos gastos. “Mas não é

nada disto”, afirma. “Sustentabilidade

ambiental e social não devem

impactar negativamente na susten-

tabilidade econômica. Por exemplo:

ao invés de abrirmos mão da claridade

PRECISO MESMO DISSO?COMO PENSAR VERDE NO DIA A DIA

“O caminho é simples e prazeroso”, garante Joana. “É preciso ‘passar a olhar, vendo’. Ou seja, perceber nossos

hábitos de maneira sistêmica. Sair da máquina do consumis-mo, e começar a observá-la, optando em benefício próprio, e da coletividade. Não se permitir ser manipulado pela mídia, bem como aproveitar o leque de ofertas para escolher algo de fato bom para nossas vidas. Não permitir que a correria do dia a dia nos leve a viver de forma automática, sem perceber nossas relações e nos-

sas escolhas. Daí, começar a perceber e se questionar: preciso de fato disto? Hoje, 60% do volume de um carrinho cheio do su-

permercado vira lixo em apenas 15 dias. O mundo produz de lixo, por dia, o equivalente a 15 montanhas do tamanho

do morro Pão-de-Açúcar. Estamos trocando nossas paisagens verdes por montanhas de lixo.”

Page 14: Em Família São Francisco ed 08

Capa

P ensando em contribuir não

somente com a comunidade aca-

dêmica, mas com a sociedade em

geral, a Pontifícia Universidade Cató-

lica do Paraná (PUCPR) vem traba-

lhando num projeto participativo de

transformação socioambiental, com a

criação de um Núcleo de Sustentabili-

dade. “O que queremos é concentrar

esforços no estudo de modalidades

de integração entre os conhecimen-

tos técnico-científicos e os conheci-

mentos sociais, políticos, ambientais

e gerenciais para proporcionar a todos

um ambiente mais equilibrado”, expli-

ca o professor da área de Engenharia

Ambiental e um dos idealizadores do

Núcleo, Altair Rosa.

Segundo o professor, a sustenta-

bilidade hoje está inserida em várias

disciplinas dos diferentes cursos da

universidade. Uma preocupação prin-

cipalmente quando o que se vê é o

uso saturado do tema, ou a própria

má utilização. “A sustentabilidade é

vista como moda ou marketing, mas

Educação que transformaComo as escolas e universidades podem fazer a diferença

o sentido real, o significado, ainda

é pouco conhecido pela população.

Falta compromisso da sociedade em

querer se informar, ou então por real-

mente em prática ações que possam

concretizar o emprego da teoria. Sus-

tentabilidade trata do desenvolvimen-

to que satisfaz as necessidades do

presente, sem comprometer a capa-

cidade de as futuras gerações satisfa-

zerem suas próprias necessidades. O

desenvolvimento não pode ocorrer

‘a qualquer preço’”, alerta. “Sustenta-

bilidade implica numa equação entre

demanda, necessidade e desenvolvi-

mento. Nosso planeta está apresen-

tando evidentes sinais de desequilí-

brio ambiental. O novo paradigma do

desenvolvimento sustentável sugere,

de um lado, uma reorientação deste

modelo no sentido de um uso mais

racional e responsável dos recursos

naturais e, de outro, uma ampliação

da participação da sociedade nos pro-

cessos de tomada de decisão.”

É dentro deste contexto, que o

14

Page 15: Em Família São Francisco ed 08

professor da PUCPR traz novamente à

tona a Agenda 21, muito em voga nos

jornais tempos atrás, mas hoje mais

discreta.

“A Agenda 21 é um programa de

ação para o meio ambiente e o desen-

volvimento. É composto de 40 capítu-

los que constituem a mais abrangente

tentativa já realizada de promover, em

escala planetária, um novo padrão de

desenvolvimento, conciliando méto-

dos de proteção ambiental, justiça

social e eficiência econômica. Ela tra-

duz em ações o conceito de desenvol-

vimento sustentável. A implantação

dela não é um único acontecimento,

documento ou atividade, mas sim um

processo contínuo no qual a comuni-

dade aprende sobre suas deficiências

e identifica inovações, forças e recur-

sos próprios ao fazer as escolhas que

a levarão a se tornar uma comunidade

sustentável”, conclui.

CONSCIÊNCIA PLANETÁRIA“A educação para a sustentabilida-

de é algo sempre presente na propos-

ta de Educação Infantil dos colégios

maristas”, diz Ana Lúcia Souto, asses-

sora educacional da Rede de Colégios

Maristas da Província Marista do Brasil

Centro-Sul. “Nosso currículo é divi-

dido em dimensões e uma delas é a

Consciência Planetária, que diz res-

peito a todas as formas de vida. Sou

assessora na área de Ciências da Natu-

reza. Não é um conhecimento cientí-

fico, como um fato apenas, mas algo

que tem de estar inserido na nossa

realidade diária para a sustentabilida-

de do planeta.”

Para exemplificar parte do traba-

lho feito nas escolas, Ana Lúcia fala

sobre o Congresso Virtual Interdisci-

plinar Marista, realizado no ano passa-

do, quando foi comemorado o Ano da

Biodiversidade. “Discutimos com os

alunos assuntos como as mudanças

climáticas, a escassez dos recursos

naturais, usando como base o relató-

rio da ONU, com números dos últimos

50 anos. Os alunos escolheram um

tema e, sobre ele, escreveram artigos

científicos, propondo várias ações.”

Entre os artigos, vários deles publi-

cados no endereço www.marista.org.

br/congressobio, está um que fala

sobre o uso exagerado das sacolas

plásticas, com o sugestivo nome:

"Que Saco!". Para ilustrá-lo, os alunos

fizeram fotos de árvores, nas quais as

folhas foram substituídas por sacolas

plásticas. “A proposta de Champagnat

era transformar a sociedade, tornan-

do-a mais justa para todos: pessoas,

animais, meio ambiente”, conclui Ana

Lúcia. “E isso depende de todos nós.”

Page 16: Em Família São Francisco ed 08

Capa

QUAL A PROCEDÊNCIA DO QUE VOCÊ COMPRA?De nada adianta trocar sacolas plásticas por uma “ecobag” se ela for feita

no Vietnã. Todos os materiais têm prós e contras; o vidro, por exemplo, é 100%

reciclável, mas é pesado e a logística de reutilização exige alto consumo de água e

energia. O plástico é retirado de matérias-primas não renováveis, mas seu processo

de produção não gera resíduos. Para escolher entre produtos, é preciso adotar

um conjunto de critérios que inclua durabilidade e adequação ao uso. Design

sustentável é aquele que usa menos matéria-prima, processos industriais e energia.

TUDO BEM DEIXAR O CARRO EM CASA ÀS VEZES?Manter o carro em ordem para evitar emissões desnecessárias de dióxido de

carbono é lei. Deixá-lo em casa nos trajetos servidos por transporte coletivo, ainda

que apenas fora dos horários de pico, é melhor ainda, pois o ônibus e o metrô já

circulam regularmente.

XÔ, DESCARTÁVEIS!Coador de pano, sacola de pano. Introduzi-los em sua rotina não requer nenhu-

ma grande mudança. Melhor, você produz menor quantidade de lixo. E no trabalho,

desconsidere os copos descartáveis. Vá de caneca. É muito mais charmoso e bem

menos nocivo para o meio ambiente. No Colégio Marista de Brasília todos os alunos

adotaram essa ideia com muito sucesso.

É POSSÍVEL REDUZIR O CONSUMORegrinhas fáceis para reduzir o consumo de luz e água em casa: mantenha

as instalações elétricas em dia; escolha eletrodomésticos certificados; use ferro a

vapor e acumule roupas para passar de uma vez só; instale a geladeira longe de

fontes de calor, como o fogão, que a fazem trabalhar mais; pinte as paredes de

cores claras, que refletem luz; mantenha luminárias e lustres limpos para evitar a

perda de luminosidade; use lâmpadas fluorescentes ou de vapor de sódio; desligue

o monitor do computador quando parar de trabalhar; ensaboe toda a louça antes

de ligar a torneira elétrica.

Na práticaComo fazer a sua parte no dia a dia por um planeta melhor

16

Page 17: Em Família São Francisco ed 08

FRUTA DA ESTAÇÃO: A ESCOLHA MAIS SÁBIATransportar alimentos por longas distâncias gera mais poluição do que trazê-

los de perto; manter comidas em freezer ou estufa consome mais energia do que

conservar alimentos frescos por poucos dias. Logo, dar preferência aos frutos da

época e alimentos produzidos no cinturão de sua cidade são maneiras simples de

contribuir para a redução da poluição atmosférica. De quebra, você ajuda a garantir

a sobrevivência de pequenos produtores e comerciantes, que perderam espaço nas

últimas décadas para as grandes redes do varejo.

EXPERIMENTE CONSERTAR, TROCAR OU DOARPense bem: é mesmo necessário trocar o celular porque um modelo novo che-

gou ao mercado? É importante ser eficiente no uso das coisas, consertando-as

quando preciso. Antes de se desfazer de algo, considere alternativas como feiras e

sites de troca. Ou destine a quem precisa: de livros e móveis a eletrônicos, sempre

há uma instituição disposta a receber doações.

DÊ UMA CHANCE PARA OS ALIMENTOS ORGÂNICOSSim, eles são, por enquanto, mais caros e, em alguns casos, mais difíceis de achar

do que o fruto da agricultura e da indústria regulares. Mas vale a pena desembolsar

mais e sair em busca de feiras e mercados que comercializem produtos naturais. O

cultivo de alimentos sem agrotóxicos ou pesticidas envolve um manejo mais racio-

nal dos ciclos da terra e de resíduos; alimentos não processados – açúcar mascavo,

sal marinho, arroz e farinhas integrais – poupam a energia do processo industrial.

SERÁ QUE EU PRECISO MESMO DISSO?Você precisa mesmo de mais uma saia preta? E de uma calça jeans? Cultivar uma

atitude racional diante do ato da compra é a primeira lição. É isso o que ensina o Ins-

tituto Akatu, ONG voltada à difusão da ideia de consumo consciente. Uma simples

lista feita em casa previne compras desnecessárias no supermercado. E um exame

honesto do armário mostra se você precisa mesmo de mais um sapato.

Fonte: Revista Vida Simples e Instituto Akatu / Ilustrações: João Gabriel Vanz

Na prática

Page 18: Em Família São Francisco ed 08

Olhar

Em caso de despressurizaçãoCuide do seu espírito, do seu humor. Arrume seu cotidiano. Estando quite consigo mesmo, vá em frente e mostre aos outros como se fazPor Martha Medeiros | Ilustração Mariana Poczapski

E u estava dentro de um avião, pres-

tes a decolar, e pela milionésima vez

na vida escutava a orientação da comis-

sária: "Em caso de despressurização da

cabine, máscaras cairão automatica-

mente à sua frente. Coloque primeiro

a sua e só então auxilie quem estiver

ao seu lado". E a imagem no monitor

mostrava justamente isso, uma mãe

colocando a máscara no filho pequeno,

estando ela já com a dela.

É uma imagem um pouco aflitiva,

porque a tendência de todas as mães

é primeiro salvar o filho e depois pen-

sar em si mesma. Um instinto natural

da fêmea que há em nós. Mas a orien-

tação dentro dos aviões tem lógica:

como poderíamos ajudar quem quer

que seja estando desmaiadas, sufoca-

das, despressurizadas?

Isso vem ao encontro de algo que

sempre defendi, por mais que pare-

ça egoísmo: se quer colaborar com o

mundo, comece por você.

Tem gente à beça fazendo discur-

so pela ordem e reclamando em nome

dos outros, mas mantém a própria

vida desarrumada. Trabalham naqui-

lo que não gostam, não se esforçam

para manter uma relação de amor pra-

zerosa, não cuidam da própria saúde,

não se interessam por cultura e infor-

mação e estão mais propensos a ros-

nar do que a aprender. Com a cabeça

assim minada, vão passar que tipo de

tranquilidade adiante? Que espécie

de exemplo? E vão reinvindicar o quê?

Quer uma cidade mais limpa,

comece pelo seu quarto, seu banheiro

e seu jardim. Quer mais justiça social,

respeite os direitos da empregada

que trabalha na sua casa. Um trânsi-

to menos violento, é simples: avalie

como você mesmo dirige. E uma vida

melhor para todos? Pô, ajudaria bas-

tante colocar um sorriso nesse rosto,

encontrar soluções viáveis para seus

problemas, dar uma melhorada em

você mesmo.

Parece simplório, mas é apenas

simples. Não sei se este é o tal "segre-

do" que andou circulando pelos cine-

mas e sendo publicado em livro, mas

o fato é que dar um jeito em si mesmo

já é uma boa contribuição para salvar

o mundo, esta missão tão heróica e

tão utópica.

Claro que não é preciso estar com

a vida ganha para ser solidário. A expe-

riência mostra que as pessoas que

mais se sensibilizam com os dilemas

alheios são aquelas que ainda têm

muito a resolver na sua vida pessoal.

Mas elas não praguejam, não gastam

seu latim à toa: agem. A generosidade

é seu oxigênio.

Tudo o que nos acontece é res-

ponsabilidade nossa, tanto a parte

boa como a parte ruim da nossa his-

tória, salvo fatalidades do destino e

abandonos sociais. E, mesmo entre os

menos afortunados, há os que viram

o jogo, ao contrário daqueles que ape-

nas viram uns chatos. Portanto, fazer

nossa parte é o mínimo que se espera.

Antes de falar mal da Caras, pen-

se se você mesmo não anda fazendo

muita fofoca. Coloque sua camiseta

pró-ecologia, mas antes lembre-se de

não jogar lixo na rua e nem de usar o

carro desnecessariamente. Reduza

o desperdício na sua casa. Uma coisa

está relacionada com a outra: você

e o universo. Quer mesmo salvá-lo?

Analise seu próprio comportamento.

Não se sinta culpado por pensar em si

próprio. Cuide do seu espírito, do seu

humor. Arrume seu cotidiano. Agora

sim, estando quite consigo mesmo,

vá em frente e mostre aos outros

como se faz.

Car

los

Con

trer

as

Martha Medeiros é escritora e colunista dos jornais Zero Hora e O Globo.

18

Page 19: Em Família São Francisco ed 08

Nesta edição reforçamos o compromisso com uma edu-

cação planetária, focada nas necessidades globais, mas

principalmente voltada para uma atuação local de nos-

sos alunos e suas famílias. Da mesma forma, a Em Família

é uma revista que circula em todos os colégios da Rede

Marista, mas tem como grande diferencial a apresenta-

ção deste caderno exclusivo. Nas próximas páginas você

encontra as histórias, personagens, projetos e ideias do

Colégio Marista São Francisco. Divirta-se e participe com

seu filho desta grande aventura do conhecimento.

Feita para você

Page 20: Em Família São Francisco ed 08

Com a palavra Liane Pascoali Danieli - Diretora Educacional

A hora da colheitaO final do segundo semestre de

um ano letivo é sempre um tem-

po de avaliarmos o trabalho que nos

propusemos a realizar e também de

colhermos os frutos. Colheita no sen-

tido amplo da palavra, uma vez que

visualizamos com alegria os avanços

e progressos ocorridos na vida de

cada criança e jovem que conosco

faz educação. Não falamos somente

nos avanços em termos de aprendi-

zagem, o que podemos facilmente

perceber, mas no quanto cada um e

cada uma evolui como ser humano

no contato e convívio com o outro,

seja no sentido da autonomia, da res-

ponsabilidade, do desenvolvimento

da socialização, capacidade de comu-

nicação, da aquisição de hábitos de

estudos ou do desenvolvimento de

competências e habilidades.

Agradecemos a confiança das

famílias, que mais do que nos confiar

a educação de seus filhos acompa-

nharam a vida escolar dos mesmos,

dialogando, fazendo-se presente

quando necessário, envolvendo-se

nos projetos realizados.

Também agradecemos imen-

samente o incansável trabalho dos

docentes e funcionários que contri-

buem para que nossos mil e oitenta

alunos recebam uma educação dife-

renciada, mediada pela presença,

onde o diálogo, a escuta atenta e o

afeto são o pano de fundo da nos-

sa pedagogia marista que integra

a formação afetiva, ética, política,

cognitiva e religiosa. Continuamos

investindo no nosso jeito de educar

fundamentado na formação integral.

Através dos diversos projetos reali-

zados investimos na observação, na

investigação, na reflexão, na abertura

à realidade, no posicionamento críti-

co, na negociação, no protagonismo,

em atitudes solidárias, no respeito e

no cuidado com a natureza, na com-

preensão e na significação do mundo.

Esta edição destaca no “caleidos-

cópio” alguns momentos marcantes

ocorridos no colégio, como festa juni-

na, homenagem feita às mães, os reci-

tais, a gincana realizada no dia dos pais

onde pais e filhos brincaram juntos,

Feira do Livro, Olimar entre outros.

Destaque para os espaços de apren-

dizagem construídos com e para as

crianças da Educação Infantil interagir

entre si prazerosa e criativamente.

Temos ainda nesta edição a apresen-

tação de um projeto de solidariedade

que foi desenvolvido no Bairro São

Pedro pelos alunos de 8º anos. Três

alunos falam sobre a sustentabilidade

do planeta e o aluno Julio do 2º ano

do E.M comenta a respeito da iniciati-

va que teve em criar um site de jogos

e de informações sobre vestibulares.

Apresentamos também um trabalho

desenvolvido nas aulas de ciências

com o professor Amilcar a respeito

das fontes de energia, principalmente

as renováveis. Na página 32 falamos

da força do trabalho em rede e do

Projeto Educativo Marista. Finalmente

e não menos importante, trazemos o

depoimento emocionante do bom-

beiro e ex aluno Rafael Antonio C.

Fuck.

20

Page 21: Em Família São Francisco ed 08

MULTIPLICAMOS BOAS NOTÍCIAS

Palavras podem andar depressa e até voar. Podem construir, registrar, bendizer, eternizar. A especialidade da Editora Ruah é reuni-las, organizá-las e multiplicá-las em revistas. Fazemos isso pelo Grupo Marista com as revistas Em Família (Rede de Colégios), Vida Universitária (PUCPR), Brasil Marista (Umbrasil) e podemos fazer pela sua empresa também.

Palavrastêm vida

www.editoraruah.com.br

Page 22: Em Família São Francisco ed 08

22 Educa� Educação Infantil

A escola é um espaço múltiplo, onde valo-

res, experiências, concepções, culturas

e relações sociais se misturam e fazem do

ambiente escolar um lugar privilegiado para

o desenvolvimento de habilidades e compe-

tências que favorece a construção de conhe-

cimentos. Com a colaboração das famílias e a

interação e participação das crianças, foram

construídos espaços específicos: Mini mer-

cado, Escritório, Salão de Beleza e Circuito de

Psicomotricidade.

Primeiramente, pensamos em espaços

definidos, que ao longo do ano foram nos

mostrando que as crianças são detentoras de

opinião, autônomas e capazes de brincar/tra-

balhar com o inusitado (uma mesa pode tor-

nar-se uma casa, um prédio, um posto, uma

ponte, uma maca..., assim como uma água

num copo pode ser um café para receber uma

visita, um remédio para todos os males, etc).

O faz-de-conta toma um novo sentido através

dos materiais que as crianças têm à mão, cada

vez que se propõem a brincar e construir. Por

meio dele podem revitalizar o que já viveram

ou experienciar o futuro. Colocar nesses espa-

ços pedagógicos elementos que fazem parte

da vivência das crianças para que possam, a

partir dos mesmos, organizar atividades que

oportunizem trocas de experiências e novas

aprendizagens (seja em grandes e pequenos

grupos ou individualmente), é um dos objeti-

vos do projeto “Espaços de Aprendizagem”

DesenvolvimentoConforme as professoras do Infantil 3: “A

organização dos espaços na educação infantil

é fundamental para o desenvolvimento inte-

gral da criança, desenvolvendo suas potenciali-

dades e propondo novas habilidades motoras,

Lugar de crescerA organização dos espaços na educação infantil é fundamental para o desenvolvimento integral da criança

Page 23: Em Família São Francisco ed 08

A ORGANIZAÇÃO DOS ESPAÇOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL É FUNDAMENTAL PARA O

DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA CRIANÇA AO CRIARMOS UM ESPAÇO COLETIVO DE

APRENDIZAGEM COM AS CRIANÇAS, ELAS SENTEM-SE MOTIVADAS POR CONTRIBUÍREM PARA A

CONSTRUÇÃO DO MESMO, DANDO-LHE UM SIGNIFICADO TODO ESPECIAL ÀS ATIVIDADES

cognitivas e/ou afetivas. As atividades desenvolvidas nos

espaços de aprendizagem assumem papel de elemento

organizador e formador da aprendizagem da criança. Os

espaços aqui construídos são explorados pelas crianças,

em uma relação de interação, de aprendizagem, de troca

de saberes, de liberdade de ir e vir, de prazer, de individua-

lidades, de partilhas, enfim, de se divertir aprendendo”

Reconhecendo que a criança é fortemente marcada

pelo meio social em que se desenvolve, e que também dei-

xa suas próprias marcas neste meio, o espaço infantil deve

priorizar a troca de saberes entre as crianças.

Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Edu-

cação Infantil: “O conhecimento não se constitui em cópia

da realidade, mas sim, fruto de um intenso trabalho de cria-

ção, significação e ressignificação. As interações que ocor-

rem dentro dos espaços são de grande influência no desen-

volvimento e aprendizagem da criança” (1998, p. 21-22).

Segundo a Coordenadora de Educação Infantil, Arlete

Wurzius Seibt: “Ao criarmos um espaço coletivo de apren-

dizagem com as crianças, elas sentem-se motivadas por

contribuírem para a construção do mesmo, dando-lhe um

significado todo especial. A valorização das brincadeiras e

jogos, que constituem um grande acervo de atividades,

é cada vez mais importante à medida que os brinque-

dos industrializados e eletrônicos ganham mais espaço

entre nossas crianças. Frente a essa realidade, projetamos

construir espaços lúdicos onde as Dimensões (Acolhida e

Relações Solidárias, Consciência Planetária, Criação, Inves-

tigação e Religiosidade) e as Múltiplas Linguagens estejam

em evidência, oportunizando que as crianças estabeleçam

relações, comparem, problematizem, e construam concei-

tos através de jogos e materiais construídos também por

elas, com o intuito de enriquecer e experienciar adversas

situações que fazem parte do seu dia-a-dia. Brincar, jogar,

construir é um excelente caminho para proporcionar às

nossas crianças o contato com vasto repertório que pro-

move interações, enriquece a imaginação, a linguagem e

as diferentes expressões em todos os seus aspectos.”

Page 24: Em Família São Francisco ed 08

Ser melhor

Como Maristas nos preocupamos

com a formação pessoal e social

dos alunos voltada aos valores para

transformação social. Por isso, esta-

mos construindo com os alunos dos 8º.

anos do E.F. o Projeto: Cultura da Soli-

dariedade.

Ampliando o espírito de solida-

riedade nas relações com o próximo,

iniciaram-se reflexões em torno do

sentido de SER Solidário com a Pasto-

ral e na disciplina de Ensino Religioso,

onde surgiram iniciativas de fazer algo

pelo próximo. O que temos feito para

mudar nossa postura? O desafio é agir,

organizar, conscientizar e transformar.

À medida que a cultura da solida-

riedade ocupa os espaços nas vidas das

crianças, dos jovens, das famílias, as

condutas tendem a modificar-se. Em

uma matéria veiculada pelo programa

Fantástico sobre juventude brasileira

no dia 19/06, em relação a uma pesqui-

sa que trouxe respostas para as pergun-

tas: “Qual é o grande sonho dos jovens

de hoje? O que eles querem da vida?

O que esperam do futuro do país?” Os

dados apontam que 77% dos jovens

acreditam que seu bem estar depende

do bem estar da sociedade onde vivem.

Assim, confirma-se que o gesto de pen-

sar primeiro em nós cede espaço para

pensar em quem precisa mais do que

nós, e nos lembra a máxima de Jesus:

“Amai-vos uns aos outros e vocês serão

felizes”.

Com esse intuito, já demos alguns

passos interessantes em relação à sen-

sibilização e a partir de uma decisão

concreta houve uma mobilização com

os alunos no dia 28/06, pois há muito

para se fazer dentro de nosso municí-

pio.

Agradecemos a generosidade dos

alunos, das famílias e da comunidade

educativa que juntos vem abraçan-

do esta causa, que nos faz entender

melhor a grande capacidade que temos

de contribuir com causas que nos

enchem o coração de alegria, nos tor-

nam conscientes de que as mudanças

começam por nós.

Juntos somos mais!Mais do que atos de assistencialismo, queremos criar laços de fraternidade, comunhão e cooperação Por Alessandra R.P. Trombetta e Juliana Rauber

Alessandra R. P. Trombetta (Núcleo de Pastoral)

Juliana Rauber (Ensino Religioso)

“SABEMOS QUE NÃO IREMOS TIRAR O MUNDO DA MISÉRIA, MAS PELO MENOS ESTAMOS FAZENDO A NOSSA PARTE DENTRO DA SOCIEDADE.” Laura Cappellaro.

“O PROJETO NOS FAZ DEIXAR UM POUCO DE PENSAR SOMENTE EM NÓS PARA PENSAR NOS OUTROS, ACEITAR QUE ENQUANTO ALGUNS TÊM RIOS DE DINHEIRO, OUTROS PASSAM O DIA SEM UM PEDAÇO DE PÃO, ENQUANTO VESTIMOS BOA ROUPAS OUTROS ANDAM DESCALÇOS.” Bárbara Zucco Paulini.

“PERANTE DEUS, O QUE CONTA NÃO SÃO OS BENS MATERIAIS, MAS SIM O QUE TEMOS NO CORAÇÃO.” Luísa Surdi.

“AGRADECEMOS AS OPORTUNIDADES QUE TEMOS, VER QUE CRIANÇAS QUE TRABALHAM, OU QUE NÃO TEM TUDO O QUE PRECISAM TER, QUANDO RECEBEM ALGO, MESMO USADO FICAM FELIZES.” Júlia de Oliveira.

“ALGUMAS PESSOAS SÓ ENXERGAM A PRÓPRIA VIDA, PRECISAMOS IR ALÉM DA PENA, AGIR PARA QUE ESTAS PAREM DE SOFRER.” Heloísa V. Pellegrini.

“ABRIR OS NOSSOS CORAÇÕES PARA JUNTOS CONSTRUIRMOS UMA SOCIEDADE MAIS SOLIDÁRIA.” Paola Avila.

“INSPIRO-ME NAS PALAVRAS DO IRMÃO EMILI TURÚ: “SOMOS TODOS IRMÃOS E DEVEMOS NOS AJUDAR PARA QUE TODOS TENHAM UMA VIDA DiGNA.” Ana Paula Cella Tozetto.

24

Page 25: Em Família São Francisco ed 08
Page 26: Em Família São Francisco ed 08

Caleidoscópi�

FESTA JUNINA

Recitais - Projeto BIBLIOCONEXÕES

I OLIMAR

Gincana realizada no DIA DOS PAIS -

Pais e filhos brincaram juntos

FEIRA DO LIVRO 2011

1° visita o MUSEU Fritz Plaumann

4° ano em aula prática no laboratório de CIÊNCIAS

Bolachas para as MAMÃES

26

Page 27: Em Família São Francisco ed 08

27

Julio Lopes da Silva é aluno da Turma 201 - Ensino Médio

Destaque

E studei HTML por dois anos e fiz vários cursos de PHP

e ASP para trabalhar com programas internos, ou seja,

programas que interagem com o layout do site. Logo criei

um site de jogos de computador e assuntos de tecnologia

atual, onde eu sou o administrador do site.

Várias pessoas do Colégio e de fora, como amigos, me

procuraram para ver se tinha a possibilidade de usar o site

para ajudar as pessoas a procurarem as informações sobre

os principais vestibulares de Santa Catarina até o Amazo-

nas.

Achei a ideia interessante e construí em seguida a pági-

na para informações e para os objetivos de marketing do

site, pois quanto mais visitas, mais pode ser feito melhorias

na página e mais informações podem ser divulgadas.

Após o site construído, passei nas salas do Ensino Médio

do Colégio Marista São Francisco e comuniquei os estudan-

tes a respeito desta ferramenta para auxílio na busca por

informações dos vestibulares.

Hoje, conseguindo visitas, é possível que a página seja

melhorada e com isso colocar anúncios e manter as fun-

ções do site ativas.

Quanto às parcerias, estou a procura de anúncios rela-

cionados ao interesse dos jovens, pois como o site traz

informações importantes para este público, pode contri-

buir aos estudante do Colégio e da cidade.

Para o futuro, quero me formar em Medicina, mas con-

tinuar nesta área. Penso em criar uma empresa de jogos,

para que as pessoas não fiquem presas aos mesmos estilos

de jogos que o mercado hoje oferece. Por exemplo, mistu-

rar estilos de jogos como RPG (jogo onde você é o perso-

nagem e executa ações em tempo real com outros jogado-

res) e FPS (jogos em primeira pessoa). Esta ideia tem como

inspiração a empresa Aeria Games, que começou com uma

pequena empresa e hoje reconhecida e valorizada por seu

trabalhado.

Acredito que algum dia eu possa ser referência para as

pessoas que tem este mesmo interesse em informática,

como foi a empresa Aeria para mim.

Internet como aliadaMedicina, criação de uma empresa de jogos e outros sonhos Por Julio Lopes da Silva

Site jogos: http://evolutionguild.top-me.com

Site vestibulares: http://evolutionguild.top-me.

com/h7-vestibulares-2011

Page 28: Em Família São Francisco ed 08

Diz aí

Um mundo sustentável depende de nós

Nossos avós têm uma cultura

diferente da nossa com relação ao

meio ambiente, nós temos o dever de

preservar e garantir o futuro. Nossa

geração e os mais novos crescerão em

um mundo que se tem recursos para

a preservação, pois tem bastantes

campanhas e propaganda informan-

do a respeito da importância de pre-

servar. A maioria da população não

está se importando com os desastres

ambientais que só vem aumentando,

onde é um reflexo da degradação do

meio ambiente.

Acredito que o nosso futuro, não

será dos melhores, a maioria dos ani-

mais estarão extintos, poucas flores-

tas, cada vez mais aumenta a quanti-

dade de lixo, o aquecimento global vai

aumentando, as geleiras irão derreter,

queimadas serão mais frequentes e a

água potável será como um tesouro.

Eu faço minha parte de conscien-

tizar quem está ao meu redor e ajudo

a garantir o meu futuro e das pró-

ximas gerações.

Luiza Pagnussatt - Turma 82

Acredito que se a população se

conscientizar e mudar os hábitos

de consumo pode ser projetado um

futuro melhor. Muitas pessoas se pre-

ocupam com o futuro e com o meio

ambiente, mas muitas ainda pensam

apenas na ganância e em si mesmas,

como citei antes estamos vivendo

em um mundo consumista, onde

a poluição toma conta do nosso

ambiente de vida.

Novos projetos estão sendo cria-

dos para que as gerações futuras

sejam mais conscientes e saibam pre-

servar e valorizar o que hoje temos. A

natureza não é renovável e é um bem

importante para a sobrevivência, o

que nos falta é entender estes proje-

tos e colocá-los em prática.

Algumas ações pequenas, mas

importantes eu já pratico desde cedo.

Quero ajudar a mudar este cenário,

e acredito que estas atitudes, entre

outras, servirão de exemplo para meu

irmão Athur e para todas as pessoas

ao meu redor.

Gabriel Bender Ferraz -Turma 102

Não sou muito otimista com rela-

ção ao futuro, por que vejo que com

tantos desastres naturais, as pessoas

ainda estão sem nenhuma ação para

mudar essa situação que está hoje,

talvez por falta de apoio e informação

de órgãos competentes.

Acredito que a nossa geração tem

o dever de preservar mais, porque

hoje temos muita informação a res-

peito da preservação, pois chegam

até nós de uma forma mais fácil por

campanhas na TV, internet e rádio, o

que para nossos pais não era muito

comum acontecer.

Eu faço minha parte, mesmo que

pequena, mas procuro jogar o lixo

no seu destino correto, separamos o

lixo em nossa casa, apago a luz sem-

pre que não estou usando e procurei

saber mais a respeito do assunto no

colégio com a Campanha da Frater-

nidade. Se cada um fizer a sua par-

te acho que o planeta pode mudar

sem precisar de nenhuma mudança

mais drástica.

Guilherme Luiz Ansolin - Turma 92

28

Page 29: Em Família São Francisco ed 08
Page 30: Em Família São Francisco ed 08

Educa� Ensino Fundamental

De olho na energiaAlunos discutem sobre fontes de energia, principalmente as renováveis

30

Page 31: Em Família São Francisco ed 08

BUSCANDO SOLUÇÕES, VÁRIOS PAÍSES INVESTEM EM PROJETOS ATRAVÉS DE TECNOLOGIAS PARA GERAÇÃO DE ENERGIA SUSTENTÁVEIS, RENOVÁVEIS, SEGURAS, VIÁVEIS ECONOMICAMENTE E QUE SEJAM AMBIENTALMENTE CORRETAS.

As fontes de energia não renová-

veis são aquelas que se encon-

tram na natureza em quantidades

limitadas e se extinguem com a sua

utilização. Uma vez esgotadas, as

reservas não podem ser regenera-

das. Consideram-se fontes de ener-

gia não renováveis os combustíveis

fósseis (carvão, petróleo bruto e gás

natural) e o urânio, que é a matéria-

-prima necessária para obter a ener-

gia resultante dos processos de fis-

são ou fusão nuclear.

A principal fonte de energia

existente hoje é o petróleo, um dos

principais responsáveis pelo efeito

estufa e com alto risco de conta-

minação, provoca graves danos ao

meio ambiente quando entra em

contato com as águas de oceanos e

mares ou com a superfície do solo.

A energia nuclear também é utiliza-

da mas apresenta perigos resultan-

tes de seus resíduos radioativos.O

carvão mineral para gerar energia é

queimado lançando no ar partículas

sólidas e gases poluentes que atuam

no processo do efeito estufa e do

aquecimento global. Por esses moti-

vos o uso das fontes tradicionais de

energia tem entrado em declínio não

só pelo fato de serem esgotáveis,

mas por que estas são uma ameaça

ao meio ambiente.

Buscando soluções, vários paí-

ses investem em projetos através de

tecnologias para geração de ener-

gia sustentáveis, renováveis, segu-

ras, viáveis economicamente e que

sejam ambientalmente corretas. Os

sistemas de energia alternativa ainda

se encontram num estágio de desen-

volvimento relativamente primitivo.

Mas já oferecem ao mundo fontes

de energia primária potencialmente

enormes, sempre sustentáveis e, de

alguma forma, sempre à disposição.

Fontes de energia renováveis são

aquelas que se renovam continua-

mente na natureza, sendo, por isso

inesgotáveis. Vantagens: aumen-

tam a quantidade e oferta de ener-

gia; garantem a sustentabilidade e

renovação dos recursos; reduzem as

emissões atmosféricas de poluentes;

são economicamente viáveis e abun-

dantes; em geral, integram pequenas

centrais geradoras. Alguns exemplos

são: solar, eólica, biomassa, hidráuli-

ca, geotérmica, gravitacional.

Os 9º anos nas disciplinas de

Ciências e Matemática, utilizaram o

trabalho em equipe como estratégia

para o aprendizado sobre fontes de

energia, principalmente as renová-

veis. As turmas foram divididas em

grupos onde cada um deles esco-

lheu um tema para fazer o trabalho,

buscando informações em livros,

jornais, revistas e internet. Todos

entregaram por escrito e apresenta-

ram seu assunto utilizando recursos

como vídeos, power point, cartazes

e maquetes.

É muito importante trabalhar

questões envolvendo a energia no

processo educacional, em todos os

níveis de ensino e nas diferentes dis-

ciplinas, devido a sua importância

atual e sua interação com as diferen-

tes áreas do conhecimento.

Page 32: Em Família São Francisco ed 08

Educa� Ensino Médio

A força do trabalho em redeOs colaboradores do nosso Colégio propõem-se a repensar e rediscutir conceitos importantes como: escola, cultura, diversidade, currículo, aprendizagem, linguagens e tecnologias

Por Liane Pascoali Danieli

O cenário contemporâneo com

sua singularidade obriga-nos a

repensar questões, a rever nossas

certezas, a revisitar e reinventar anti-

gos modelos, a desaprender alguns

padrões arraigados para podermos

aprender ou reaprender outros que

nos possibilitem viver e conviver com

autonomia e dignidade.

Neste cenário que muda cons-

tantemente, a verdadeira função da

escola vem sendo questionada. O que

de fato as crianças e os jovens devem

aprender ao longo da Educação Básica

e como reorganizar o currículo para

que os estudantes, não apenas acu-

mulem saberes, para que os conteú-

dos aprendidos não fiquem apenas

no nível conceitual, para que os edu-

candos desenvolvam competências

para lidar com situações reais.

Atentos a estas questões, pro-

fissionais da União Marista do Brasil

(UMBRASIL), vem se reunindo em

grupos de estudo. Leituras, debates,

reflexões e confronto entre teoria e

prática resultaram na elaboração do

livro intitulado “Projeto Educativo

Marista. Nosso Jeito de conceber a

Educação Básica”.

O renomado escritor e educador

Miguel Arroyo fez uma análise crite-

riosa do documento e apontou pon-

tos fortes e considerações necessá-

rias para que o projeto possa sair do

papel e ter aplicabilidade nas escolas

Maristas.

Os colaboradores do nosso Colé-

gio, cientes das necessidades educa-

cionais desta época, das demandas

globais e locais, propõem-se a repen-

sar o “jeito Marista de fazer educação”

e participar da implantação do projeto

que pretende resgatar a centralidade

dos sujeitos do processo educativo, a

repensar e rediscutir conceitos impor-

tantes como: escola, cultura, diversi-

dade, currículo, aprendizagem, lin-

guagens e tecnologias.

DimensõesO livro/projeto, construído por

educadores da rede Marista foi lan-

çado em 2010 e está estruturado em

quatro dimensões: contextual, con-

ceitual, operacional e avaliativa.

A Dimensão Contextual articula

aspectos sociais, políticos, econômi-

cos e culturais, necessidades advin-

das das transformações da sociedade

e aspectos próprios da vocação e da

trajetória institucional Marista.

A Dimensão Conceitual leva em

conta os valores, princípios e teoriza-

ções adotadas no Projeto. As opções

teóricas são explicitadas, bem como

os conceitos que orientarão o pro-

cesso educativo-evangelizador das

escolas Maristas.

A Dimensão Operacional orienta

a materialização das políticas insti-

tucionais e articula práticas educati-

vas e práticas de gestão educacional

com as concepções teóricas assu-

midas na dimensão conceitual e os

cenários apresentados na dimensão

contextual.

A Dimensão Avaliativa visa ava-

liar o projeto, o acompanhamento de

sua implantação em todos os níveis

do Brasil Marista.

Estamos convictos que os prin-

cípios da educação Marista sobrevi-

veram e sobreviverão a diferentes

contingências por duas razões fun-

damentais: a firmeza da crença do

fundador e dos irmãos Maristas na

missão e a flexibilização para convi-

ver com culturas em constante modi-

ficação.

Liane Pascoali Danieli é Diretora Educacional

32

Page 33: Em Família São Francisco ed 08

Estreia, em parceria com o Canal Futura, Turma da Teca. Esta coleção, da FTD, baseada no programa Teca na TV, sucesso do Canal Futura, traz histórias que tratam de temas como formação pessoal e social, meio ambiente e ética, linguagem, matemática, sempre dentro do universo infantil.

Turma da Teca é dirigida para a galerinha de 4 a 7 anos de idade. São duas coleções com seis livros cada uma, criados com base em 12 episódios do programa de TV. Acompanha também DVD com seis histórias (um para cada coleção e faixa etária).

As coleções são apresentadas em embalagens bem atrativas!

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Page 34: Em Família São Francisco ed 08

Gente noss�

T enho minha formação aqui no

Colégio Marista São Francisco

onde concluí em 2003 o Ensino

Médio. Esta feliz coincidência foi

em função de que o colégio onde

estudava estava em greve e meu

irmão Guilherme já estudava aqui

como bolsista, onde jogava basquete.

Ele falava muito bem do Colégio.

Hoje, ele está partindo para os EUA,

onde jogará basquete na 1ª divisão

universitária norte-americana.

Após concluir o Ensino Médio,

prestei vestibular e percebi que o

ensino que recebi dentro da meto-

dologia Marista foi importante, pois

passei sem dificuldades e iniciei o

curso de Educação Física. Neste perí-

odo de graduação, trabalhei como

estagiário e árbitro aqui no Colégio, e

também outras oportunidades como

professor de musculação. Logo ao

final da graduação, iniciei um Mes-

trado em Medicina do Esporte, na

Universidade de Córdoba, Espanha.

Entre os estudos, realizava alguns

concursos públicos, mas meu sonho

era seguir a carreira de bombeiro

militar, pela admiração e respei-

to que tenho a esses heróis da vida

real. Logo, a oportunidade apareceu:

entrei na corporação como soldado

e através das atuações diárias dentro

dos serviços de emergência, pude

aprender muito como profissional e

como pessoa, recordando também

de valores que recebi enquanto alu-

no do Colégio, além daqueles advin-

dos do ambiente familiar. Ao passar

por todas as etapas do concurso,

ingressei no curso de formação de

soldados, ficando na escola militar

por nove meses para capacitação.

Ainda em fase de formação eu e

meus colegas fomos convocados

para auxiliarmos no salvamento às

vítimas da enchente do vale do Ita-

jaí (2008) e após formado, na região

extremo oeste de SC, fui um dos

bombeiros à trabalhar no resgate e

atendimento às vítimas do furação

de Guaraciaba (2009).

O mais emocionante foi perceber

que após ter prestado atendimento,

havia uma criança junto de seus pais

olhando para mim com brilho nos

olhos. Assim que passei por ela ves-

tido com a roupa de proteção contra

incêndios ela acenou e gritou «obri-

gado por salvar a gente». Eu retirei

meu capacete e coloquei na cabeça

do menino, que no mesmo instante

pulava dizendo que queria ser bom-

beiro. Percebia, naquele momen-

to, que agora eu era um daqueles

heróis que via no caminhão quando

era pequeno. Atualmente estou na

busca de crescimento profissional e

pretendo chegar ao cargo de oficial

bombeiro militar.

Tenho saudades dos bons

momentos que vivi no Colégio, onde

formei grandes amizades. Naquela

época minha obrigação era somente

estudar, o que hoje ainda não deixou

de ser; apenas está incluída junto a

outras atividades.

Toda esta caminhada até então na

minha vida auxiliou na visualização

do que eu realmente sinto aptidão,

que é trabalhar com a ajuda a quem

precisa e atuar de forma justa, com

a maior gama de valores humanos

e morais possíveis, e um reflexo

disso foi ter levado comigo a educa-

ção e os valores do Colégio Marista.

Sou muito grato aos bons tempos

vividos aqui.

Herói da vida real Minha grande aptidão é trabalhar com a ajuda a quem precisa e atuar de forma justa, com a maior gama de valores humanos e morais possíveisPor Rafael Antonio Carabagiale Fuck

Rafael Antonio Carabagiale Fuck é Ex-aluno

34

Page 35: Em Família São Francisco ed 08
Page 36: Em Família São Francisco ed 08

Defesa

Educadores concordam que o ato de

brincar é uma das principais formas

de expressão e atividade essencial das

crianças. Assim, garantir espaço e

tempo para que elas brinquem com os

amigos, familiares ou sozinhas, é con-

dição básica e fundamental para o seu

desenvolvimento.

Dentro da visão Marista de edu-

car e formar cidadãos, as brincadeiras

estimulam a criatividade nas crianças

e contribuem para o desenvolvimen-

to integral. O tempo legítimo do brin-

car está diretamente ligado à Infância,

momento da vida no qual a fantasia, o

faz de conta e o “era uma vez” ganham

força. A Declaração Universal dos Direi-

tos da Criança (aprovada na Assembleia

Geral das Nações Unidas, em 1959), no

artigo 7º, junto ao direito à Educação,

enfatiza o direito ao brincar: Toda crian-

ça terá direito a brincar e a se divertir,

cabendo à sociedade e às autoridades

públicas garantir a ela o exercício ple-

no desse direito. Educadores, famílias e

autoridades públicas devem se atentar

e reconhecer nessa evidência social a

responsabilidade de garantir espaços e

condições para que as crianças exerçam

as linguagens da criatividade e da alegria

vivenciadas pela prática do brincar.

O brincar faz parte da essência da

infância e o ato de brincar se faz presen-

te desde o seu nascimento. Esse direi-

to, uma das marcas inconfundíveis da

criança cidadã, é sempre garantido nos

espaços Maristas. Em nossa proposta

socioeducativa, diariamente, os educa-

dores organizam brinquedos e mate-

riais não estruturados, como tecidos,

potes, garrafas e caixas vazias, para as

crianças inventarem suas brincadeiras.

A Rede Marista de Solidariedade,

mantém 27 Unidades Sociais em ativi-

dade nos estados do Paraná, Santa Cata-

rina, São Paulo, Mato Grosso do Sul e no

Distrito Federal.

E é para fortalecer o direito ao brin-

car, que a Rede Marista de Solidariedade

promove a Campanha pelo Direito ao

Brincar, que tem por objetivo fomen-

tar uma série de atividades envolven-

do crianças, educadores e familiares

na garantia desse direito. Desenvolvida

com o apoio do Fundo das Nações Uni-

das para a Infância (Unicef), a campanha

Campanha do Marista tem o apoio do Unicef e prevê dez iniciativas para contribuir com o direito ao brincar

36

Page 37: Em Família São Francisco ed 08

prevê a divulgação de dez iniciativas que devem

ser consideradas por todos que se almejam con-

tribuir para a efetivação deste direito.

Crianças que brincam e vivem plenamente

sua infância certamente terão uma vida mais

saudável e feliz.

Brincar é a essência de ser criança. Incentive a criança a brincar, em diferentes espaços, em todos os momentos. Brinque junto! Você vai aprender muito com ela. Brincar em um espaço adequado e seguro é um direito. As crianças têm direito a ter uma escola, um bairro e uma cidade apropriados para brincar, como está garantido no artigo 31 da Convenção dos Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas. Brincar permite que a criança expresse as fantasias, desejos, imaginação e criatividade. Incentive a brincadeira espontânea, com materiais diversificados e alternativos, pois eles permitem a invenção de novas formas de brincar. Brinquedos comprados prontos podem limitar as possibilidades da criação e incentivar ao consumismo infantil. Brincar oportuniza à criança vivenciar a ludicidade, descobrir a si mesma, desenvolver suas potencialidades e habilidades, aprender a relacionar-se e construir identidade. Participe do brincar. Aproxime-se da cultura lúdica da criança. Interaja com ela na brincadeira. Isso a fará sentir-se segura, respeitada e amada. Brincar é muito importante para as crianças com deficiência.Incentive a criação de espaços acessíveis e materiais adequados para a interação, criação e expressão das crianças com deficiência com outras crianças. A riqueza dessa experiência contribui para o desenvolvimento de atitudes de valorização, acolhida e respeito às diferenças. Brincar não é perder tempo! Respeite quando uma criança estiver brincando. Ela precisa de concentração e dedicação para construir a experiência do brincar. Se precisar interromper essa atividade, justifique sua atitude e combine o momento para a dar continuidade à brincadeira. Brincar é uma forma de aprender princípios da solidariedade e de colaboração. Promova a convivência da criança com outras crianças e adultos, em atividades lúdicas que favoreçam o contato com a diversidade e a partilha. É uma forma de aprender com as diferenças e exercitar a solidariedade desde cedo.

Brincar possibilita a transmissão de tradições e da cultura para as novas gerações. Proporcione para as crianças os encontros geracionais para vivências brincantes entre adultos e crianças: é uma possibilidade de integrar-se ao meio físico e cultural. Incentive brincadeiras entre meninos e meninas: essa atitude ensina a respeitar as diferenças. Brincar ensina a cuidar do meio ambiente, a descobrir como as coisas são feitas e a valorizar o que é simples. Incentive a criação e o conserto de brinquedos. Materiais alternativos podem ser utilizados para fabricar brinquedos. A criança não precisa necessariamente de brinquedos sofisticados, mas de brinquedos desafiadores e interativos. Brincar de corpo inteiro é substituir a televisão, o computador e o videogame. Equilibre o tempo da criança, cuide para que o tempo da infância não seja tomado pelo consumismo e pela dedicação excessiva aos produtos eletrônicos. Incentive o brincar e a interação entre amigos.

10 iniciativas para o Brincar

1

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6

7

8

9

10

• Centros Sociais Maristas Itaquera, Irmão Justino e

Robru, em São Paulo;

• Centro Social Marista Lar Feliz, em Santos;

• Centro Social Marista Santa Mônica, em Ponta

Grossa;

• Centro Educacional Marista Curitiba;

• Centro Social Marista Champagnat, em Cascavel;

• Centro Social Marista Irmão Rivat, em

Samambaia/Distrito Federal;

• Pró-Ação (Programa de Ação Comunitária e

Ambiental) Irmã Eunice Benato, também em

Curitiba;

• 1200 crianças atendidas nas unidades sociais.

Unidades Sociais que trabalham com Educação Infantil:

Page 38: Em Família São Francisco ed 08

Como fazer

Dinheiro não dá em árvoreComo educar nossos filhos para um consumo consciente?Por Vivian de Albuquerque

38

Page 39: Em Família São Francisco ed 08

Éde Angola, na África, que Cássia

D’Aquino nos atende. O que ela

faz por lá? Colabora na criação de um

programa financeiro, coordenado

pelo Banco Central Africano, como

consultora do Governo Americano.

Autora de artigos e livros sobre o

tema, educadora, e uma das primei-

ras pessoas a usar o termo Educação

Financeira em Português, ela fala com

propriedade sobre o assunto.

“Trabalho há 17 anos com esco-

las”, comenta. “E a preocupação com

o consumismo faz muito sentido. É

parte da educação financeira não ape-

nas gastar menos do que se ganha,

mas aprender a fazer escolhas, pon-

derar. A escola tem papel importante

nisso tudo, não como fonte de infor-

mações financeiras, mas como prepa-

radora das crianças para o desenvolvi-

mento do espírito crítico com relação

ao consumo, para que na vida adulta

possam lidar melhor com isso.”

A FORÇA DO EXEMPLOCássia explica que o passatempo

dos filhos é observar pai e mãe. Obser-

var inclusive como eles compram e

pagam as coisas gostosas, coloridas

e divertidas que ganham. Por isso

não é de se surpreender quando eles

pedem uma coisa e dizem aos pais

frases como: “pai, paga com o che-

que”, “pai, você não tem dinheiro ago-

ra? Então paga com o cartão.” Mas afi-

nal, quando devemos falar com eles

sobre esse assunto tão importante?

“Quem decide o momento é a

criança”, garante Cássia. “Mas é bom

saber que é um momento que vai

levar pelo menos vinte anos. Com

dois anos, dois anos e oito meses, as

crianças já falam sobre isso natural-

mente. Já demonstram que entende-

ram o que é o dinheiro e para o que

ele serve: comprar as coisas colori-

das, gostosas e divertidas, das quais

elas tanto gostam. Por isso é preci-

so pensar numa forma didática de

falar com elas. Ter clareza de que os

pequenos são absurdamente ‘con-

cretos’. Um caminho interessante é

mostrar cédulas e moedas, fazendo

com que eles usem lupas para achar

os elementos de segurança. Falar

que dinheiro é algo que não se deve

molhar, rasgar ou estragar. Tudo isso

é uma maneira de construir o edifício

de 20 anos, mas na realidade delas.”

NA ESCOLAA escola ajuda; em casa também

se ensina, mas e quando há discor-

dâncias entre pais e mães na relação

com o dinheiro? Um permite e outro

não. Um compra sempre presentes e

outro “regula”... É preciso saber que as

crianças são muito hábeis para desco-

brir como explorar um ou outro para

conseguir o que querem. E grande

parte das famílias vive o problema.

Para Cássia, escola e pais têm de

estar muito atentos sobre o que que-

rem com a educação financeira de

suas crianças. Simular um supermer-

cado em sala de aula não é educação

financeira. “A escola pode ajudar mui-

to se trabalhar com elas, por exemplo,

a crítica da publicidade. Se despertar

o espírito crítico dos alunos, pen-

sando em formas criativas de resol-

ver problemas e também desejos.

Eu quero muita coisa: um triplex em

Paris, por exemplo. As crianças tam-

bém querem. O fato de verem coisas

CÁSSIA D´AQUINO: “É

PARTE DA EDUCAÇÃO

FINANCEIRA APRENDER

A FAZER ESCOLHAS,

PONDERAR”.

Page 40: Em Família São Francisco ed 08

Como fazer

na televisão e pedirem não faz delas

consumistas. É preciso saber inter-

pretar isso da forma correta”, destaca.

COMO LIDARSegundo Cássia, uma criança com

menos de nove anos que consome

demais, provavelmente enfrenta difi-

culdades emocionais. Quer chamar a

atenção e faz isso através do consu-

mo exagerado. Após os nove, começa

a entrar nos chamados grupos sociais

e, uma vez neles, quer os chamados

“pontos de contato” – uma mochila de

marca, um tênis, um celular.

“Atendo pais que me dizem que

a filha de quatro anos só usa roupas

de determinada marca e que quando

não usa fica muito irritada. O que cos-

tumo fazer é perguntar como ela vai

ao shopping para comprá-las? De car-

ro? Dirigindo? Antes dos nove anos,

a criança normalmente mimetiza o

comportamento dos próprios pais.

Por isso outra frase comum é aquela

‘essa menina é consumista como a

mãe’. Quando a criança pede, os pais

atendem e confirmam o destino que

eles mesmos previram. A única for-

ma de prepará-las para o consumo

consciente é com o desenvolvimento

do espírito crítico e, principalmente,

observando o nosso próprio com-

portamento de consumo, enquanto

pais”, conclui.

Mais informações no site

www.educacaofinanceira.com.br.

Ensine seu filho a distinguir as coisas que compramos porque “queremos” daquelas que “precisamos”.

Desde cedo, faça seu filho entender a importância de não desperdiçar e cuidar do dinheiro.

Ensine a criança a controlar o consumo por impulso, mostrando como elaborar uma lista de compras e obedecê-la no supermercado.

Explique aos filhos qual é o seu trabalho. Isso ajudará a criança a estabelecer relação entre ganho de dinheiro e os limites de seu uso.

Mostre as diferenças entre coisas “caras” e “baratas” em diferentes ambientes (padaria, farmácia, papelaria, etc.).

Assuma as próprias deficiências com relação ao dinheiro. Use o bom senso e não dê lições de moral.

Estimule a criança a participar do orçamento doméstico, incentivando-a a dar sugestões sobre modos de reduzir despesas.

Dê mesada à criança. Isso irá ajudá-la a tomar decisões e fazer escolhas, mesmo que em pequena escala.

Não sinta-se desanimado se a criança gastar todo o dinheiro da mesada. Cometer erros é normal e vai ensiná-la a evitar erros maiores no futuro.

Reforce a ideia de que a responsabilidade social e a ética devem estar sempre presentes no ganho e no uso do dinheiro.

Extraído do livro Educação Financeira - 20 dicas

para ajudar você a educar o seu filho, da educado-

ra Cássia D’Aquino.

123

4

5

67

8

9

10

10 Dicas para crescer na economia

40

Page 41: Em Família São Francisco ed 08

Um interessante movimento inci-

diu sobre a Europa, no mês de

agosto. Aproximadamente 2 milhões

de pessoas do mundo inteiro deixa-

ram o conforto de seus lares e os seus

afazeres pessoais e profissionais,

para migrarem até a Espanha, perma-

necendo por lá durante 2 semanas. A

cidade espanhola de Madri foi palco

da tão aguardada Jornada Mundial da

Juventude (JMJ), evento organizado

pela Igreja Católica, a cada dois ou

três anos, e que é considerada uma

grande festa da fé, composta por

diferentes culturas, porém todas em

consonância com Aquele que é cami-

nho, verdade e vida: Jesus Cristo.

Para se falar em JMJ, é preciso

retornar à história de alguém que

esteve muito à frente de seu tem-

po: o Papa João Paulo II. Já na década

de 80, e percebendo a importância

da relação entre juventude e Igre-

ja, ousou elaborar um encontro que

reunisse os jovens de todo o mundo,

com a intenção de professarem a fé

católica. Diversos países já tiveram a

oportunidade de acolhê-la. Embora

sua programação varie conforme as

especificidades locais e as demandas

de cada época, um fator é comum a

elas: a presença do Papa, líder da Igre-

ja Católica e sinal de união entre seus

fiéis.

Motivados pela maravilhosa expe-

riência vivenciada por seus 40 peregri-

nos na Jornada de 2008, na Austrália,

os Maristas do Brasil organizaram-se

para estarem presentes ainda em

maior número na edição de Madri.

Ao todo, 81 pessoas compuseram a

delegação Marista do Brasil, sendo 68

membros da Província Marista do Bra-

sil Centro-Sul, 6 da Província Marista

do Brasil Centro-Norte, 6 da Província

Marista do Rio Grande do Sul e 1 repre-

sentante da União Marista do Brasil

(UMBRASIL).

Para que ela fosse aproveitada da

melhor maneira possível, um grande

processo preparatório foi realizado,

com atividades locais, regionais, pro-

vinciais e nacionais.

VIGÍLIAA vigília merece um destaque à

parte: do inicial calor escaldante da

tarde até a tempestade inesperada

surgida no meio da noite, ela foi uma

prova de resistência para toda e qual-

quer pessoa. No momento em que o

Papa iria discursar à juventude, uma

torrencial chuva fez com que todos

fossem pegos de surpresa. Ao invés

de se retirar para um local seco, o

Pontífice resolveu permanecer no pal-

co, alegando depois que “se os jovens

poderiam ficar ali, ele também pode-

ria”. Durante a missa de envio, Bento

XVI convocou a todos a colocarem

Cristo no centro da vida, dizendo que

o seguimento a Cristo só é possível

com a inserção nas comunidades, a

participação na Eucaristia, o sacra-

mento do perdão e o cultivo da oração

da Palavra de Deus.

Brasil!Coroando o encerramento da Jor-

nada Mundial, o Papa anunciou que a

próxima edição acontecerá na cidade

do Rio de Janeiro, em 2013. Uma gran-

de festa tomou conta dos corações

brasileiros, que, enquanto agitavam

fervorosamente suas bandeiras, já

conseguiam imaginar aquela grande

massa juvenil celebrando em terras

brasileiras.

Ao retornarem ao Brasil, além

das roupas sujas e dos souvenires

espanhóis, sentimentos de alegria,

responsabilidade em levar a missão

adiante e certa nostalgia quase cau-

saram excesso de peso na bagagem

dos peregrinos. Quase! Felizmente,

o avião conseguiu comportar os 81

corações Maristas repletos de sonhos,

carregados de esperança, edificados

em Cristo e mais firmes do que nunca

na fé.

Setor Provincial de Pastoral

Firmes na féA saga da Jornada Mundial da Juventude

Page 42: Em Família São Francisco ed 08

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TURMA DO INFINITO, Editora Cosac NaifyO livro conta a história de

quatro crianças que se

conhecem na escola e

percebem que juntas podem

fazer a diferença no mundo

ao seu redor.

D epois de tornar conhecido inter-

nacionalmente seu trabalho so-

cial com crianças na Fundação Gol de

Letra, o ex-jogador Raí se aventura

pelo mundo da literatura. O livro

“Turma do Infinito” marca sua estreia

como autor de literatura infanto-

juvenil.

Nesta entrevista exclusiva para a

Revista Em Família, o craque con-

ta um pouco sobre o livro e como o

Marista fez a diferença na sua vida.

Como surgiu a ideia de escrever o

livro?

A inspiração nasceu após ler uma

redação escrita por minha neta, Nai-

ra, de 12 anos. O livro trata de espi-

ritualidade, de solidariedade. É uma

coisa antiga que eu tenho comigo.

A criança nasce pensando que é o

centro das atenções e depois ela des-

cobre que não é bem assim. Precisa

aprender a compartilhar e a ter inte-

resses comuns. O ser humano tem

tendência a ser individualista. Então,

esse livro tem a proposta de pensar

em um mundo melhor juntos.

De onde vieram esses valores trata-

dos no livro?

Valores fortes, tanto em casa como

na escola, marcaram minha infância

saudável de interior. Posso dizer que

o colégio Marista é o segundo fator

Turma do InfinitoEx-aluno Marista, Raí lança livro sobre valores Por Sandra Santos

mais importante da minha formação.

Estudei lá desde a Educação Infantil

até o Ensino Médio. Só saí quando fui

para a Faculdade. O Marista sempre

incentivou questões lúdicas, música,

arte e esportes. Isso também ajudou

muito na minha carreira. Eu passava

quase todo o dia no colégio; partici-

pava da banda, do time de basquete

e de futebol. Posso dizer que o meu

primeiro time de futebol foi o do

Marista.

Um dos momentos mais marcantes

no Colégio?

Eu devia ter entre 9 e 10 anos, foi

quando perguntei a um irmão o que

era pecado. Ele me respondeu: “peca-

do é aquilo que você sabe que está

errado mas você insiste em fazer”. Foi

uma resposta diferente daquela que

eu esperava. Não foi uma resposta

religiosa, foi para a vida. Só depois de

algum tempo é que fui entender real-

mente o que ele quis dizer. Isso me

marcou muito.

Relembrando seu tempo de criança,

que mensagem você deixa aos alu-

nos maristas?

Que sejam curiosos em relação às

questões da vida, dos valores. Que

encarem sempre o aprendizado den-

tro de casa, na escola, como cresci-

mento pessoal.

42

Page 43: Em Família São Francisco ed 08

Turma do InfinitoADOLESCENTES: QUEM AMA, EDUCA!Içami TibaEditora IntegrareNão está nada fácil para os pais e educadores lidarem com

os adolescentes de hoje, muito mais informatizados, globa-

lizados e independentes que os do passado, mesmo recen-

te. Adolescentes precoces (tweens) e tardios (caronas) são

produtos dessa galopante evolução tecnológica e social. A

educação dos filhos é um projeto de vida com a finalidade de

prepará-los para a ética e a felicidade, a autonomia compor-

tamental e a independência financeira.

QUEM INDICA: Mário José Pykocz, Diretor Educacional do

Colégio Marista Paranaense

QUAL É A TUA OBRA? Mário Sergio Cortella

Editora VozesDepois do sucesso de "Não Nascemos Prontos" e "Não

espere pelo epitáfio", Mário Sergio Cortella publica um texto

envolvente sobre as inquietações do mundo corporativo.

Neste livro o autor desmistifica conceitos e pré-conceitos, e

define o líder espiritualizado, como aquele que reconhece

a própria obra e é capaz de edificá-la, buscando incessante-

mente o significado das coisas.

QUEM INDICA: Tânia Serafim Búrigo ,

Diretora Educacional do Colégio Marista de Cascavel

Prateleira

A CARTA DA TERRA A Carta da Terra é um documento que traz um conjunto de princípios e valores que nor-

tearão a construção de uma sociedade global mais justa, sustentável e pacífica. Trans-

formado em vídeo, ganha acesso ao público maior em várias versões.

QUEM INDICA: Ana Lúcia Souto, Assessora Educacional da DERC – Diretoria Executiva da

Rede de Colégios da PMBCS

Page 44: Em Família São Francisco ed 08

Solidariedade

“Minha trajetória no Centro Social

Marista Ecológica foi muito boa. No

primeiro dia de aula a primeira impres-

são que tive foi: Que escola bonita!

Mas, a partir daí, eu percebi que não

era só uma escola bonita, e sim uma

escola que se preocupava ao máximo

com seus alunos. Como era essa pre-

ocupação? Quando a gente precisava

de ajuda em algumas matérias, sem-

pre tinha alguém pra nos auxiliar, tirar

nossas dúvidas, e a equipe pedagó-

gica é maravilhosa! (...). Mas a gente

não aprendeu só história, geografia

etc. Aprendemos também a filosofia

marista, os valores, competências,

que, com certeza nos preparou para

enfrentar a sociedade. Com nossas

habilidades adquiridas, com nossos

valores, vamos exercer na sociedade

uma solidariedade, uma amizade, que

com certeza vamos levar para o resto

da vida.”

Você faz parte desta históriaConheça o trabalho da Rede Marista de Solidariedade na promoção e defesa dos direitos de crianças e jovens

MS

PR

SP

GO

DF

SC

44

Estados de atuação da Rede Marista de Solidariedade

PR: 7 Centros Educacionais e Sociais, 4 ProAção e 1 Centro de Defesa;

DF: 1 Centro Social;

MS: 1 Centro Social;

SC: 7 Centros Sociais.

SP: 7 Centros Sociais;

Page 45: Em Família São Francisco ed 08

Quem conta essa experiência é

Matheus Henrique Alves, ex-aluno

do Centro Social Marista Ecológica,

em Almirante Tamandaré, região

metropolitana de Curitiba, Paraná.

Hoje, Matheus já terminou o Ensi-

no Fundamental, mas continua

ligado ao Marista. Por meio de um

projeto em parceria com a organi-

zação internacional King Baudouin

Foundation, ele recebe uma bolsa

de estudos para dar continuidade à

sua trajetória de estudante.

Histórias parecidas acontecem

em diversos espaços onde atua

a Rede Marista de Solidariedade,

seja nas capitais como Curitiba, São

Paulo, Florianópolis, Brasília, ou em

cidades das regiões metropolitanas

e do interior dos estados de São

Paulo, Paraná, Santa Catarina, Mato

Grosso do Sul e no Distrito Federal.

O comprometimento do Maris-

ta com as crianças e jovens está

expresso no depoimento de

Matheus. A proposta social e edu-

cativa prioriza a qualidade do

aprendizado e as relações huma-

nas. Para que isso aconteça no dia a

dia, a Rede Marista de Solidariedade

investe na formação dos profissio-

nais e na produção e socialização

do conhecimento, com vistas a

favorecer processos de participa-

ção infantil e juvenil, o envolvimen-

to da família e a cidadania, para a

geração de oportunidades e vivên-

cia da solidariedade.

A PROMOÇÃO DOS DIREITOSA Rede Marista de Solidariedade

atua na promoção dos direitos das

crianças e jovens, oportunizando

acesso à educação de qualidade,

seja na educação infantil, no ensino

fundamental, na qualificação pro-

fissional, no apoio socioeducativo

(oficinas de arte educação desen-

volvidos no contraturno escolar),

ou por meio de projetos da Biblio-

teca Interativa e ações voltadas

para as famílias.

São 23 Centros Educacionais

e Sociais Maristas e 4 Programas

de Ação Comunitária e Ambiental

(ProAção), oportunizando o atendi-

Orientação Sociofamiliar e Socioeconomia

Solidária

Qualificação Profissional

Ensino Fundamental

Educação Infantil

Biblioteca Interativa

Apoio Socioeducativo

Vida Feliz

Atendimento indireto216 mil adolescentes,

jovens e famílias

Atendimento direto10,5 mil adolescentes,

jovens e famílias.

Page 46: Em Família São Francisco ed 08

mento direto às crianças e jovens.

Em outras frentes de atuação

Marista, como na universidade e

nos colégios, a promoção se efetiva

por meio das bolsas de estudo.

A DEFESA DOS DIREITOSA Rede Marista de Solidarieda-

de atua na defesa dos direitos das

crianças e jovens, ou seja, busca

dar visibilidade às situações de

violação desses direitos. Exemplo

disso é o Centro Marista de Defesa

da Infância, que desenvolve pro-

jetos com foco no controle social,

produzindo informações sobre as

realidades das crianças e jovens do

Paraná, divulgando-as e realizando

capacitações dos agentes que tra-

balham com esse público.

Além disso, a rede desenvolve

projetos de advocacy. A partir de

suas práticas, avalia e sistematiza

seus conhecimentos, participa e

fortalece redes das áreas da edu-

cação, assistência social e direi-

tos, desenvolve campanhas e bus-

ca incidir nas políticas públicas.

Para isso, participa de conselhos

e fóruns municipais, estaduais e

nacionais, com o objetivo de con-

tribuir para mudanças que propi-

ciem a crianças e jovens o exercício

de seus direitos.

PRESENÇA SOLIDÁRIA MUNDIALA Rede Marista de Solidariedade

compartilha das diretrizes da Fun-

dação Marista para a Solidariedade

Internacional (FMSI), que possui o

status de organização consultiva

das Nações Unidas (ONU). Por meio

do FMSI, a Rede Marista de Solida-

riedade contribui com subsídios

aos temas pautados pela ONU.

REDE MARISTA DE COLÉGIOS E PAR-CEIROS

Em quase todas as cidades

onde há um Colégio Marista, existe

também um Centro Educacional e

Social. Parte da receita gerada pelos

colégios por meio das mensalida-

des é aplicada na Rede Marista de

Solidariedade. Além disso, a rede

de colégios e rede de solidarieda-

de realizam ações em parceria no

campo educacional e campanhas

que contribuem para a promoção

e defesa dos direitos de todas as

crianças e jovens.

Além dos recursos provenientes

das mensalidades para potenciali-

zar e inovar projetos, a rede conta

com parcerias com empresas, orga-

nizações da sociedade civil, Poder

Público e pessoas físicas.

VOCÊ TAMBÉM É RESPONSÁVEL POR ISSO

As transformações promovidas

por educadores, crianças e jovens

que integram a Rede Marista de

Solidariedade geram protagonis-

mo, oportunidade e solidariedade.

Você, pai e mãe de aluno ou alu-

na dos colégios Maristas, também

fomenta e favorece essas transfor-

mações.

Acesse www.solmarista.org.br

e conheça os projetos maristas de

solidariedade.

Solidariedade46

Page 47: Em Família São Francisco ed 08

Essência

Ir. Franki destaca que, Irmãos, colaboradores e leigos, somos todos corresponsáveis pela obra iniciada por Champagnat

Herdeiros de um sonho

O País responde por 32% da pre-

sença Marista no mundo, atuando

nas áreas de educação, saúde, soli-

dariedade e comunicação. Leigos,

colaboradores e Irmãos, são mais

de 24 mil pessoas, que atuam como

herdeiros de um sonho, o sonho

de Champagnat, atendendo a mais

de 200 mil crianças, adolescentes e

jovens. “Viver isso é estar em total

conexão com o sonho”, explica Ir.

Franki Kleberson Kucher, Diretor do

Setor de Comunicação e Imagem

Institucional da Província Marista do

Brasil Centro-Sul, em um bate-papo

com a Revista Em Família. Confira a

seguir alguns trechos dessa conver-

sa.

CONECTADOS COM O SONHO É como se fosse a experiência

do primeiro amor de nossas vidas, o

tempo passa, mas você não a esque-

T ransformar a realidade a partir do que há de melhor nos corações e men-

tes das pessoas comprometidas com os valores humano-cristãos. Foi

com esta missão em vista que os Maristas deram início a uma história que

agora se aproxima dos 200 anos. Em 1817, Marcelino Champagnat fundava

o Instituto Marista. Um visionário para a época, ele já tinha a certeza de que

seria um árduo, mas gratificante trabalho. Os resultados de tanta dedicação

ao longo de toda a sua vida hoje estão distribuídos pelo mundo e, como não

poderia deixar de ser, em várias regiões do Brasil.

ce. Seria como um ponto de partida,

que te apaixona, move e dá sentido

a tudo o que você faz. Quando você

se perde ou, por vezes, perverte o

sonho, você precisa voltar e focar

novamente os seus esforços para a

perpetuidade. Champagnat sonhou

infâncias e juventudes cidadãs, pro-

-tagonistas e felizes; não podemos

traí-lo – temos de dar continuidade

a obra por ele iniciada.

PORTA-VOZES DA MENSAGEM MARISTA

Nossos esforços caminham no

sentido de encantar pessoas para

compartir dos mesmos propósi-

tos. Esse princípio da transparência

requer cuidados apurados para que

sejamos fidedignos à causa Maris-

-ta sonhada por São Marcelino. Por

meio da comunicação, traduzimos

e ressignificamos para nossos diver-

sos públicos de relacionamento o

que nos identifica enquanto conti-

nuadores desse legado. Em todas as

nossas frentes apostólicas, somos

portadores e porta-vozes da mensa-

gem Marista.

SOMOS CORRESPONSÁVEIS NA MISSÃO

No meu entendimento, o sonho

de Champagnat é um projeto de

Humanidade. São corações ao alto,

em total sintonia com a dádiva divi-

na; e corações nas mãos, em dispo-

sição de oferta do melhor que pode-

mos dar. Ser herdeiro é sentir-se

parte e corresponsável pela constru-

ção desta obra de Deus, cuja neces-

sidade ainda é premente em nossas

realidades. Temos muito o que fazer

para que o sonho continue lindo,

encantador e transformador. Cora-

ções nas mãos, então.

47

Page 48: Em Família São Francisco ed 08

Inspiração

W illian Seide Arake,

o Seidi, como é

conhecido e gosta de ser

chamado pelos amigos e

professores do Colégio

Marista de Cascavel, é aluno

Marista desde 2006. Hoje,

com 10 anos, está no 5º ano

do ensino fundamental.

“Quando eu cheguei no

Marista ninguém me conhecia,

mas eu não fiquei com medo

não. Hoje todo mundo aqui no

colégio me conhece”, explica.

Com nove meses de idade,

Seidi teve o diagnóstico do

neurologista de paralisia cere-

bral. O médico relatou à família

que ele poderia apresentar

uma deficiência mental, não

falar e não andar. A partir desse

diagnóstico foi iniciado um

longo e contínuo tratamento

multidisciplinar que dura até

hoje.

Para alegria de todos, Seidi

se desenvolveu e continua

em pleno desenvolvimento,

superando a cada dia as dificul-

dades que aparecem. Embora

possua dificuldade para se

locomover, é uma criança

como qualquer outra, adora

brincar, correr e se divertir. “Eu

não consigo jogar futebol com

meus amigos, então às vezes

eles jogam basquete comigo,

porque eu aprendi esse jogo. Na

sala, durante as atividades, eu

sempre me atraso para copiar

e fazer as atividades, mas os

meus amigos e as minhas pro-

fessoras me ajudam e eu consi-

go terminar”, conta.

O Colégio Marista de Casca-

vel realiza um evento esportivo

todos os anos, a OLIMAR, onde

as crianças competem em dife-

rentes atividades, e Seidi é um

dos orgulhosos participantes:

“Eu me sinto muito feliz na

OLIMAR porque tem várias

competições e todos os pais

e as mães vêm torcer para os

filhos. Eu também gosto mui-

to de ganhar a medalha de

participação. Eu não sou mui-

to bom em alguns esportes,

mas eu gosto de participar

mesmo assim, porque todo

mundo torce por mim."

No último mês de julho,

Seidi foi ao estado de Minas

Gerais para realizar um novo

exame em virtude de sua

dificuldade visual e foi diag-

nosticado que ele possui a

SINDROME DE IRLEN, que é

caracterizada por sintomas de

pressão nos olhos, dores de

cabeça e distorção da imagem

durante a leitura. A família

dele já providenciou um ócu-

los que foi enviado aos Esta-

dos Unidos para receber um

tratamento especial nas len-

tes e permitir que ele possa

superar mais essa dificuldade.

Além disso, ele precisa ir pelo

menos uma vez ao ano até

Curitiba para fazer aplicação

de botox nas pernas para que

consiga movimentá-las.

A escola é muito impor-

tante para qualquer criança,

mas é ainda mais importante

para a criança com deficiên-

cia. É na escola que a criança

aprende a confiar em si mes-

ma, percebendo que é capaz

de realizar a maioria das ati-

vidades, mesmo levando um

pouco mais de tempo.

SUPERSEIDIPara ele, superação é

uma tarefa diária Por Kely Cristine de Souza

Kely Cristine de Souza é assistente de marketing do Marista de Cascavel

48

Page 49: Em Família São Francisco ed 08
Page 50: Em Família São Francisco ed 08

Diversão

Brincando juntos

Em tempos de tantas mudanças virtuais, fica

cada vez mais difícil acompanhar nossos filhos.

Muitas vezes lembramos que, na “nossa época”, as

famílias passavam mais tempo juntas porque ain-

da podiam participar dos jogos e brincadeiras das

crianças. Hoje, ao tentar levá-las a uma das nos-

sas brincadeiras, passamos por “antiquados”. Até

mesmo ouvimos que é “chato” ou que “não tem

graça”.

Eles gostam de transformar, mudar, criar e recriar

mundos fictícios, avatares, entre outros. Pensando

nisso e nas dificuldades com os jogos preferidos

dos nossos filhos, acabamos buscando na memória

experiências ou brincadeiras que conhecemos e que

possam despertar o interesse deles.

Neste novo espaço da Revista Em Família, apre-

sentaremos algumas atividades que podemos fazer

junto com nossos filhos. Serão experiências ou jogos

que fazíamos quando tínhamos a idade deles, pro-

porcionando um momento de integração familiar e

com muita diversão, é claro.

A receita é básica e todos os materiais podem ser

comprados em mercados ou farmácias.

Esperamos que tenham gostado da nossa dica.

Até a próxima!

Ensinamos uma experiência que você pode compartilhar em família. Garantia de diversão!

CRIANDO CRISTAISEstamos vivenciando nos colégios o Ano

Internacional da Química. Com isso, tiramos

do “baú” uma interessante experiência de

transformação. Afinal, vamos ver quem

consegue transformar pedras comuns em

cristais? Vamos à receita para que vocês

vivam juntos esta experiência:

10g de sulfato duplo de alumínio e

potássio (alume);

Um copo de vidro;

Um palito de sorvete (limpo);

Água morna;

Linha;

Pedrinhas pequenas e irregulares.

Método: lave as pedras cuidadosamente

em água corrente. Coloque no copo água

morna suficiente para cobrir as pedras

(mais ou menos 1/3 do copo). Junte o

alume e mexa com o palito até o produto

parar de se dissolver facilmente. Podem

sobrar alguns grãos no fundo. Coloque as

pedras no copo ou amarre como na figura.

Você pode acrescentar corante e criar

cristais coloridos.

50

Page 51: Em Família São Francisco ed 08

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Page 52: Em Família São Francisco ed 08

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