em companhia - informativo da companhia de jesus no brasil
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22ª Edição | Março 2016TRANSCRIPT
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JESUTAS BRASIL
Em EDIO 22ANO 3MARO 2016INFORMATIVO DOSJESUTAS DO BRASIL
FRANCISCO RECEBIDO PELOS MEXICANOS
pg. 10
PE. LOMBARDI DEIXA A RDIO VATICANA
pg. 21
REUNIO DE PLANEJAMENTO DO PROJETO PAM SJ
pg. 23
BIBLIOTECAS, LUGAR DE INFORMAO E CULTURA
MILHARES DE PESSOAS TM ACESSO AOS RICOS ACERVOS DAS OBRAS JESUTAS
especial pg. 12
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4 5Em Em
SUMRIO EDIO 22 | ANO 3 | MARO 2016
EDITORIAL A Companhia de Jesus e as bibliotecas
CALENDRIO LITRGICO
ENTREVISTA PEREGRINOS EM MISSO Aprofundamento e estudo da F
O MINISTRIO DE UNIDADENA IGREJA SANTA S Francisco celebra trs anos de papado Papa visita o Mxico
ESPECIAL A arte de preservar
MUNDO CRIA GERAL Padre Geral visita provncias indianas Aps 25 anos, padre Lombardi deixa a Rdio Vaticana Informe especial sobre justia na economia global Missionrios da Misericrdia
AMRICA LATINA CPAL Nascer de novo Chegada de David e reunio de Planejamento Visita s universidades da Colmbia e do Peru Curso Amaznico na FAJE
GOVERNO Plano Apostlico apresentado nos
Centros Administrativos
Plataforma Sul 2 realiza Assembleia Superiores de Plataforma tomam posse
SERVIO DA F Apostolado da Orao lana aplicativo
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As bibliotecas so aliadas importantes no processo de aprendizagem de crianas e jovens
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4 5Em Em
EmJESUTAS BRASIL
PROMOO DA JUSTIA E ECOLOGIA Jovens promovem aes solidrias em Salvador Misso Jesuta no Serto
DILOGO CULTURAL E RELIGIOSO Instituto Anchietano de Pesquisas desvenda stios
arqueolgicos
EDUCAO Equipes Diretivas da Rede Jesuta de Educao
renem-se
Colgio dos Jesutas celebra 60 anos
NA PAZ DO SENHOR
JUBILEUS
AGENDA
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INFORMATIVO DOSJESUTAS DO BRASIL
EXPEDIENTE
EM COMPANHIA uma publicao mensal dos
Jesutas do Brasil, produzida pelo Ncleo de
Comunicao Integrada (NCI)
CONTATO [email protected]
www.jesuitasbrasil.com
DIRETOR EDITORIALPe. Anselmo Dias
EDITORA E JORNALISTA RESPONSVELSilvia Lenzi (MTB: 16.021)
REDAOJuliana Dias
DIAGRAMAO E EDIO DE IMAGENSHanderson Silva
ANNCIOHanderson Silva
COLABORADORES DA 22 EDIOPe. Carlos Jahn, Ir. Eudson Ramos, Everson
Lima, Iracema Lima dos Santos, Pe. Martinho
Lenz, Pe. Pedro Ignacio Schmitz, Rodrigo Mar-
ques, Vincius Moraes e Ana Ziccardi (reviso).
Um agradecimento especial a todos que cola-
boraram com a matria especial dessa edio.
FOTO DA CAPAPaulinha Kozlowski/Colgio Medianeira
FOTOSBanco de imagens / Divulgao
TRADUO DAS NOTCIAS DA CRIA Pe. Jos Luis Fuentes Rodriguez
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6 7Em Em
[...]cum nihilimperfectum ei placeret[...]
[...]como nada de imperfeito lhe agrada-
va[...]
Assim descreve o padre Juan Afon-so Polanco, secretrio da Compa-nhia de Jesus, a situao de Santo Incio de Loyola no momento de sua che-
gada a Paris (Frana) para aperfeioar sua
formao filosfica e teolgica. Ele tinha
estudado algo de latim, filosofia e teo-
logia em Alcal e Salamanca (Espanha).
Mas no se contentara com os resultados
medocres. Ele, diz Polanco, era desejoso
de uma slida erudio, pois nada de im-
perfeito lhe agradava.
Esse exemplo de Santo Incio foi uma
orientao firme para todos os jesutas
quanto aos estudos. E, a propsito, enten-
demos o quanto indispensvel uma bi-
blioteca adequada para a formao dos je-
sutas, como religiosos e pastores, em sua
misso para a Maior Glria de Deus. So
vrios os aspectos em que o livro, e a bi-
blioteca como um todo, tornam-se indis-
pensveis vida e s atividades de cada
jesuta. Podemos considerar, sem preten-
so de sermos completos, ao menos algu-
mas dimenses desse intercmbio:
Dimenso Espiritual e da formao
integral do jesuta
Para homens de vida consagrada ao
Reino de Deus e ao servio do Vigrio de
Cristo na terra, uma biblioteca especiali-
zada indispensvel. Diferentes etapas
da formao do jesuta exigem sua biblio-
grafia prpria, desde o primeiro ano de
noviciado at o terceiro ano de provao.
De maneira especial, cumpre essa fina-
lidade a bibliografia sobre a espirituali-
dade inaciana. Primeiro, livros sobre os
Exerccios Espirituais, biografia de san-
tos e grandes jesutas, colees e sries
de livros; depois, revistas ou peridicos
EDITORIAL
A COMPANHIA DE JESUS E AS BIBLIOTECAS
Pe. Valdir Marques, SJEx-diretor da Biblioteca Pe. Vaz, da FAJE (Faculdade Jesuta de Filosofia e Teologia), e atual comentarista da Liturgia Diria, no site das Edies Loyola
especializados sobre reas principais
da espiritualidade. De modo especial, a
formao filosfica e teolgica compo-
nente essencial a todo jesuta para seu
desempenho na pastoral.
Dimenso Pastoral
Em suas diversas pastorais, o servio
da Companhia de Jesus na Igreja supe
acesso bibliografia geral e especializada.
As pastorais dividem-se em muitas reas.
Ao especialista de cada rea, a biblioteca
deve prover a bibliografia bsica e, dentro
do possvel, especializada e sempre atua-
lizada.
Dimenso Acadmica
A biblioteca especializada uma exi-
gncia do bom xito do ensino em uni-
versidades e colgios dirigidos pela Com-
panhia de Jesus. Aqui, de modo especial,
o rigor cientfico e a excelncia acadmi-
ca so os critrios para a constituio e
uso das bibliotecas.
Dimenso histrica
A histria a mestra do presente e do
futuro. As bibliotecas da Companhia de
Jesus tm o dever de conservar documen-
tos do passado, em arquivos e memorais,
de personagens ilustres, mestres de futu-
ras geraes. Embora o mundo da infor-
mtica e todos os seus recursos tecnol-
gicos paream diminuir a importncia
das bibliotecas fsicas, o livro impresso
continuar existindo. Livro e tecnologia
no se excluem, mas se complementam.
Boa leitura!
POLANCO, Juan-Alphonso de, Vita Ignatii-
Loiolae et rerumSocietatisJesuhistoria,
Madrid 1894-1897, vol. IV, p. 41.
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6 7Em Em
CALENDRIO LITRGICO
So Jos, esposo da Virgem Maria, patrono da Companhia de Jesus.
calendrio litrgicoPrprio da Companhia de Jesus MARO
DIA 19
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8 9Em Em
ENTREVISTA PEREGRINOS EM MISSO
Pe. Francys Silvestrini Ado, SJ
Aps deixar a funo de scio provincial,
em novembro de 2014, Pe. Francys
Silvestrini Ado j tinha nova misso
traada: cursar o Doutorado em Teologia
Fundamental, no Centre Svres, em Paris
(Frana). Para isso, mudou-se para a capital
francesa em meados de janeiro de 2015. De
l, o jesuta contou, em entrevista especial
ao informativo Em Companhia, como est
sendo a experincia de dedicar-se a essa
disciplina de fronteiras e construo de
sua tese, que receber, provavelmente, o
ttulo A Vida doada em alimento.
nida a rea de minha futura misso: o ensino e a pesquisa
em Teologia. Aps o Mestrado em Teologia Sistemtico-
-pastoral na PUC-Rio (2012-2013) e de um tempo de tra-
balho apostlico, fui enviado para o atual Doutorado em
Teologia no Centre Svres, em Paris.
Como o Doutorado em Teologia Fundamental? Desafios,
importncia do curso...
A Teologia Fundamental uma disciplina de frontei-
ras. Como seu nome o sugere, ela dedica-se reflexo so-
bre os fundamentos teolgicos. Por exemplo, revelao,
f, relao com as Escrituras-Magistrio-Tradio, relao
com o contexto histrico-geogrfico-cultural, relao en-
tre f e razo,f e cincias,f e ao,f e experincia,f e
cultura(s), entre outras questes.
A sua atual misso preparar-se para
o Doutorado em Teologia Fundamental.
Como foi o processo de discernimento no
seu caso?
O discernimento sobre minha orien-
tao apostlica durou vrios anos. Ele
foi feito ao longo de minha formao ini-
cial, a partir das qualidades pessoais que
foram revelando-se ou confirmando-se
e das necessidades prprias misso da
Companhia de Jesus. Uma orientao de
tipo acadmico j havia sido definida por
meus superiores ao fim de meu magis-
trio, em 2007. Mas, somente ao fim da
graduao em Teologia, em 2011, foi defi-
APROFUNDAMENTO E ESTUDO DA F
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8 9Em Em
Qual a sua linha de pesquisa?
Desde meu Mestrado, minha pesquisa concentra-se na
relao entre f e cultura(s) brasileira(s), buscando compre-
ender como a especificidade de nosso contexto pode nos
ajudar a viver e a pensar a f de um modo encarnado. Na-
quele momento, eu estudei o debate entre telogos da liber-
tao brasileiros, a partir da influncia do Barroco ibrico na
formao de nossa cultura, de nossas instituies e de nosso
modo de viver a f.
No Doutorado, estou buscando desenvolver uma refle-
xo de tipo sapiencial (sabedoria), enraizada em nosso con-
texto brasileiro e inspirada na f eucarstica da Igreja. Para
isso, em vez de partir do conceito ou mesmo da prtica sa-
cramental da Eucaristia, estou estudando seu fundamento
humano bsico: a refeio, o ato de comer juntos e o sentido
que damos a esse ato.
Quais so as bases de desenvolvimento desse trabalho?
Como meu interesse de partir de algo bem concreto,
estou tentando construir um caminho teolgico em dilo-
go com a gastronomia e a culinria brasileiras. Creio que
uma interrogao sobre nosso modo de cozinhar, de prepa-
rar o ambiente, de comer e dar de comer pode nos ajudar a
enxergar de forma nova nossas potencialidades e qualida-
des singulares, bem como os possveis obstculos nos-
sa relao com Deus, com o mundo e com os outros.Alm
disso, penso que Jesus de Nazar sua presena frequente
mesa de todo tipo de gente, seu desejo de alimentar as
multides e, enfim, a converso eucarstica de sua vida em
alimento indica que algo muito profundo do mistrio de
Deus e do mistrio da humanidade pode revelar-se (ou es-
conder-se) nesse ato. isso o que exprime o provvel ttulo
de minha tese: A Vida doada em alimento.
Quanto tempo falta para concluir esse estudo?
Acabei, h pouco, o chamado ano de habilitao.
Nesse perodo, fiz alguns seminrios e preparei meu pro-
jeto. Agora, a hora de aprofundar a pesquisa e redigir a
tese de Doutorado. Essa etapa deve levar, ao menos, mais
dois anos.
Como esse estudo o ajudar na misso
da Companhia de Jesus?
Tenho pensado com frequncia nas op-
es preferenciais de nosso Plano Apostlico.
Elas so como um farol para as opes que vou
tomando. Contudo, a elaborao de uma tese
em Teologia no visa, normalmente, a uma
aplicao imediata, mas ela uma preparao
para um tipo especfico de misso. Se a orien-
tao apostlica que me foi dada se confirma,
deverei em breve ser um professor e pesquisa-
dor em Teologia. Este estudo ento, primei-
ramente, um exerccio de pesquisa com rigor
acadmico, um mergulho na comunidade
teolgica internacional, uma reflexo pessoal
sobre uma dimenso importante da f crist.
Enfim, creio que o tema que escolhi para
o Doutorado poder me ajudar a compreen-
der um pouco mais nosso modo brasileiro de
viver, de estar em relao, de pensar e de crer
e, como todos devem se alimentar, essa pode
ser uma bela porta para o dilogo com todos
os tipos de pessoa, das mais bem formadas
academicamente s mais simples. Desejo
escutar com ateno o que cada um traz em
si e, a partir da, ajudar a enxergar que Jesus,
o Reino de Deus, a Vida e a Felicidade que
buscamos esto mais perto do que vemos ou
pensamos. O Reino de Deus se fez prximo!
E o banquete est servido. Bom apetite!
Alm do Doutorado, o senhor tem se de-
dicado a outras atividades?
Paralelamente aos estudos, estou orien-
tando um seminrio na graduao em Teo-
logia e tenho participado, como conferen-
cista, em congressos teolgicos e pastorais
na Frana. Isso vai me formando tambm
ao ensino e ao dilogo com outros pro-
fessores e pesquisadores, tanto telogos
quanto de outras reas do saber.
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10 11Em Em
O MINISTRIO DE UNIDADE NA IGREJA SANTA S
FRANCISCO CELEBRATRS ANOS DE PAPADO
Domingo, 13 de maro, a Igre-ja Catlica celebrou o tercei-ro aniversrio da eleio de Jorge Mario Bergoglio como papa.
Nesses 36 meses, momentos signi-
ficativos tm ajudado a construir o
pontificado de Francisco, como o
Snodo sobre a Famlia, a encclica
Laudato si e o Jubileu extraordinrio
da Misericrdia, alm dos encontros
histricos, que demonstram a sua
abertura ao dilogo.
O mais recente destaque desse
esforo em dialogar aconteceu em
fevereiro passado,quando o papa en-
controu-se com o patriarca da Igreja
Ortodoxa Russa, Kirill (Cirilo). Foi o
primeiro encontro entre os lderes de
dois dos principais ramos do Cristia-
nismo desde a separao, em 1054.
Bergoglio tem desempenhado
tambm importante papel de lder
mundial ao trazer, para o centro das
discusses, temas preocupantes. En-
tre suas propostas, est a mudana
do paradigma econmico e financei-
ro internacional, como revelou na
exortao Evangelii Gaudium ou no
seu discurso em Estrasburgo, diante
do Parlamento Europeu, em defesa da
democracia face ao poder dos merca-
dos. Soma-se s suas preocupaes o
cuidado com o meio ambiente, pre-
sente na encclica Laudato si.
Papa Francisco tem se mostrado
incansvel tambm em seus pedidos
pelo combate pobreza e ao terro-
rismo e, principalmente, em favor
da paz nas vrias regies do mundo
afetadas por conflitos, assumindo a
defesa dos cristos no Oriente Mdio,
perseguidos pelo autoproclamado
Em 13 de maro de 2013, o
cardeal argentino Jorge Mario
Bergoglio foi eleito como suces-
sor de Bento XVI, aps a renncia
do agora papa emrito. Alm de
assumir o indito nome de Fran-
cisco, tambm o primeiro pon-
tfice jesuta na histria da Igreja.
Estado Islmico, e criticando quem
justifica ataques terroristas com as
suas convices religiosas.
Imagem do dia 13 de maro de 2013, quando Jorge Mario Bergoglio foi anunciado papa
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10 11Em Em
Ao chegar ao Mxico, em 12 de fe-vereiro, Francisco foi recebido, ainda no aeroporto, por uma mul-tido de fiis que gritavam esta a juven-
tude do papa. A viagem, muito aguardada,
a 12 internacional do seu pontificado e
a quarta ao continente americano. O pas
ocupa a segunda posio em nmero de
catlicos no mundo, atrs apenas do Bra-
sil, com cerca de 100 milhes de fiis.
Durante sua estada, alm de encon-
tros com autoridades, religiosos e repre-
sentantes da sociedade civil do pas, o
papa visitou alguns dos lugares assolados
pela pobreza e mais violentos do conti-
nente. Por isso, palavras de esperana e
solidariedade, assim como temas ligados
violncia, pobreza, migrao, trfico e
corrupo, permearam as mensagens do
As pegadas de Francisco Nos trs anos de pontificado, o papa j visitou mais de 20 lugares:
Brasil Filipinas Uganda
Jordnia Equador Repblica Centro-Africana
Israel Bolvia Mxico
Palestina Paraguai Frana
Coreia do Sul Cuba Albnia
Turquia Estados Unidos Bsnia-Herzegovina
Sri Lanka Qunia Itlia
PAPA VISITA O MXICOpontfice ao povo mexicano.
Entre as vrias localidades visitadas,
o papa esteve em Ciudad Jurez, que tem
feito progressos no combate ao crime
organizado, mas continua marcada pela
violncia. Em missa celebrada na cidade,
Francisco fez o apelo: H sempre a possi-
bilidade de mudar, estamos em tempo de
reagir e transformar, modificar e alterar,
converter aquilo que nos est destruindo
como povo, o que nos est degradando
como humanidade. E concluiu nesse
ltimo encontro com fiis e peregrinos
mexicanos:
tempo de converso, tempo de sal-
vao, tempo de misericrdia.
Fontes: site Cano Nova, Rdio Vatica-
na e G1
Fontes: Agncia Ecclesia e site Cano Nova
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12 13Em Em
A ARTE DE PRESERVARAs bibliotecas jesutas contam com a dedicao de dezenas de bibliotecrios
ESPECIAL
No Brasil, em 12 de maro, ce-lebramos o dia do bibliotec-rio, responsvel por cuidar de bens valiosos para a humanida-
de, as bibliotecas. Esses espaos so
preciosos para a difuso do conheci-
mento e a formao de novos leitores,
como acontece em diversas obras je-
sutas, dentre elas colgios, universi-
dades, centros sociais e de juventude.
Um cenrio envolto em magia e que
s se torna possvel pelo trabalho si-
lencioso desses profissionais e dos
cuidados que dispensam na preser-
vao de todos esses acervos, possi-
bilitando ao presente conversar com
o passado e deixar sua contribuio
para o futuro.
Ns nos sentimos guardies de
tesouros e acreditamos no poder da
informao e do conhecimento como
transformadores das pessoas e do
mundo, conta Gldis Schmidt, bi-
bliotecria do Colgio So Lus, em
H 26 anos na FAJE, a bibliotecria Vanda Bettio dedica-se a cuidar do acervo da instituio
12 Em
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12 13Em Em
NS NOS SENTIMOS GUARDIES DE TESOUROS E ACREDITAMOS NO PODER DA INFORMAO E DO CONHECIMENTO COMO TRANSFORMADORES DAS PESSOAS E DO MUNDO
Gldis Schmidt, bibliotecria do Colgio So Lus, em So Paulo (SP)
So Paulo (SP). As bibliotecas exer-
cem papel fundamental no compar-
tilhamento de informaes, propor-
cionando um ambiente ideal para
encontros, estudos e troca de experi-
ncias. Esse espao deve ser conce-
bido como uma extenso da sala de
aula, por meio de iniciativas como:
contao de histrias, representao
teatral, concursos literrios, dentre
outras. Um ambiente dinmico in-
dispensvel na formao do cidado,
acredita Gldis, que trabalha h sete
anos na instituio.
No h dvida que as bibliotecas
so importantes aliadas no processo
de aprendizagem de crianas e jovens.
O zelo com que os bibliotecrios re-
alizam seu trabalho faz toda a dife-
rena e chama a ateno dos alunos.
Muitas crianas gostam de ajudar no
trabalho da biblioteca e oferecem-se
para auxiliar em algumas atividades
como em pequenos consertos de li-
vro, a dar baixa nas devolues, a ler
para os menorzinhos no horrio do
recreio. Isso muito significativo,
pois eles se sentem importantes e
corresponsveis pelo espao. Acredito
que essa atitude reflita um relaciona-
mento positivo que a biblioteca deixa
nos alunos, afirma Rita Koelhert, bi-
bliotecria responsvel pela Bibliote-
ca Infantil do Colgio Santo Incio, no
Rio de Janeiro (RJ).
Atualmente, em um mundo mar-
cado pelo excesso de informao,
manter o foco e a concentrao cada
vez mais difcil, pois as pessoas sen-
tem-se perdidas em meio avalanche
de assuntos disponveis. Nesse sen-
tido, selecionar e organizar todo esse
conhecimento um trabalho comple-
xo. O bibliotecrio o responsvel
por filtrar o que chega s pessoas.
ele quem facilita o acesso informa-
o de maneira eficiente e rpida, diz
Elizete Kshesek, supervisora das bi-
bliotecas do Ensino Fundamental do
Colgio Medianeira, em Curitiba (PR).
A bibliotecria Cludia Furtado
trabalha na Biblioteca Central do Co-
lgio Santo Incio, no Rio de Janeiro,
e nos d um exemplo de como esse
filtro importante, principalmente
para os jovens. Certa vez, uma alu-
na ficou fascinada pela questo do
Oriente Mdio e me pediu ajuda para
reunir material. Fiz um levantamento
bibliogrfico de bastante volume para
atender a necessidade de informao
dela. Posteriormente, ela foi reconhe-
cida como a que mais sabia sobre a re-
gio, conta.
Por tudo isso, o bibliotecrio au-
xilia na formao de futuros leitores,
que, desde pequenos, desenvolvem o
gosto pela busca constante do conhe-
cimento. Andria Gonalves, coorde-
nadora da Biblioteca do Colgio Loyo-
la, em Belo Horizonte (MG), ressalta
que os alunos desenvolvem tambm
a capacidade de pesquisa. Uma pre-
parao importante para o ingresso
em universidades, ambiente no qual a
pesquisa fundamental em todos os
anos do curso.
Por exemplo, os alunos da FAJE
(Faculdade Jesuta de Filosofia e Te-
ologia), tambm localizada em Belo
Horizonte, tm que ler e pesquisar
muito. Hoje, a instituio possui um
acervo de mais de 253 mil exemplares,
entre livros, peridicos, teses, disser-
taes, material audiovisual e aposti-
las. Facilitar a procura dos universi-
trios nesse mundo de informaes
o papel de Vanda Bettio, bibliotecria
coordenadora da instituio. Nosso
trabalho contribui para que as pesso-
as tenham acesso s melhores fontes
de informaes para suas pesquisas, o
que se reverter em benefcio na mis-
so de Deus, acredita.
H mais de 26 anos na FAJE, Vanda
conta que a possibilidade de contri-
buir com pesquisadores e estudiosos
uma grande inspirao. O bibliote-
crio colabora de forma significativa
para a misso da Companhia de Jesus.
Ajudamos na ampliao dos horizon-
tes dos estudantes jesutas e dos que a
eles esto associados, auxiliando para
a sua atualizao constante e favore-
cendo o desenvolvimento da consci-
ncia crtica, explica.
Com o intuito de incentivar cada
vez mais a pesquisa, a PUC-Rio (Pon-
tifcia Universidade Catlica do Rio
de Janeiro) criou, em 2012, o Instituto
Interdisciplinar de Leitura iiLer, que
desenvolve atividades de investigao
cientfica e formao de leitores ca-
pazes de assumir uma atitude crtica
diante da realidade. Na Organizao, a
biblioteca e o bibliotecrio desenvol-
vem um trabalho essencial para a ge-
rao de conhecimento na academia.
Acompanhamos o desenvolvimento
dos programas de ensino, pesquisa
e extenso da PUC-Rio, apoiando a
instituio nas demandas de infor-
mao e no oferecimento de servios
13Em
-
14 15Em Em
que contribuem para a universidade,
afirma Dolores Perez, diretora da Di-
viso de Bibliotecas e Documentao
da PUC-Rio.
Alm de demonstrar a importncia
do trabalho dos bibliotecrios das ins-
tituies da Companhia de Jesus, todos
esses depoimentos nos mostram ainda o
encanto e o amor que cada uma dessas
pessoas tem e que ficam visveis assim
que entramos em uma biblioteca jesuta.
Reconhecidas pelos ricos acervos [Vide
infogrfico na pgina 18 ], esses espa-
os foram modificando-se ao longo do
tempo, mas mantiveram o diferencial je-
suta de ser reconhecido como lugar de
compartilhar conhecimento e engajar
mudanas de pensamento.
AS BIBLIOTECAS JESUTAS
Os jesutas sempre tiveram uma
relao muito prxima com os livros,
pois eram eles que davam subsdio
para a realizao da misso da Or-
dem religiosa, independente do lugar
onde os missionrios estivessem. Na
obra Histria da Companhia de Jesus
no Brasil, o padre Serafim Leite con-
ta que: no havia aldeia, por mais
recuada que fosse na profundeza dos
sertes e rios, que no iluminasse ao
menos uma estante de livros (2004,
t. IV, p. 113).
Segundo Serafim, a ausncia de li-
vros em uma obra jesuta atrapalhava
o andamento da misso. Um exemplo
disso a visita que Manuel da Nbre-
ga fez, em 1552, Confraria dos Me-
ninos de Jesus associao laica que
funcionava sob princpios religiosos e
atendia mamelucos e ndios, no Esp-
rito Santo. Na ocasio, ele lamentou a
situao da obra: as condies deste
Colgio, apesar da boa vontade am-
biente, eram precrias. Toda a biblio-
teca (...) constava de um nico livro,
a Vitae Christi (2004, t. I, p. 79). Para
Nbrega, a presena e a diversidade
dos livros eram importantes para o
fortalecimento da misso.
No Brasil, a Companhia de Jesus
foi a principal responsvel pela for-
mao dos primeiros acervos do pas.
No desembarque dos jesutas em ter-
ras tupiniquins, no ano de 1549, N-
brega trouxe os primeiros livros. As-
sim, quando uma obra era iniciada, os
religiosos buscavam elementos para a
realizao de suas atividades e, entre
eles, estavam os livros. O doutor em
Cincia da Informao pela Univer-
sidad Complutense de Madrid (Espa-
nha), Luiz Antonio Gonalves da Silva,
afirma, no artigo As bibliotecas dos
jesutas: uma viso a partir da obra de
Serafim Leite, que os livros: consti-
tuam a base para a ao dos jesutas
e a sua falta prejudicava as atividades
da ordem na catequese dos ndios, as-
sistncia religiosa, ensino e educao
dos colonos.
Segundo Luiz Antonio, as princi-
pais bibliotecas, na poca conhecidas
como livrarias, eram as dos colgios
jesutas, que tiveram seu pice entre
os sculos XVII e XVIII. Esses espaos
tambm abasteciam as residncias
dos religiosos. Com a chegada dos
primeiros livros e a formao das pri-
meiras bibliotecas do pas, foi preciso
criar mtodos para organizar as obras
e os espaos onde elas ficariam. Por
isso, iniciou-se um trabalho para con-
trolar a formao dos acervos.
Esse trabalho mereceu tambm a
ateno dos padres, que passaram a en-
cadernar os livros e combater os insetos
que poderiam danific-los, afirma Luiz
Antonio. Isso levou os jesutas que es-
tavam no Brasil a procurar, na Europa,
religiosos que soubessem exercer ati-
vidades de manuteno dessas obras.
Assim, era preciso estar atento aos es-
paos onde os livros ficavam. As livra-
rias estavam sob a superviso de um
religioso. Havia tambm sob sua res-
ponsabilidade outros, como os irmos,
encarregados do funcionamento dirio
e da limpeza do recinto, escreve Luiz
Antonio em seu artigo.
Esses jesutas podiam exercer
outras funes, alm de zelar pelas
14 Em
-
14 15Em Em
NO HAVIA ALDEIA, POR MAIS RECUADA QUE FOSSE NA PROFUNDEZA DOS SERTES E RIOS, QUE NO ILUMINASSE AO MENOS UMA ESTANTE DE LIVROS.
Livro Histria da Companhia de Jesus no Brasil, de padre Serafim Leite
bibliotecas. Muitos eram enfermei-
ros, administradores de olaria (local
onde fabricavam-se peas de cermi-
ca), mestre de meninos, dentre ou-
tras atividades. Nesse contexto, dois
jesutas destacaram-se por terem
mais tempo para se dedicar funo,
o padre Antnio Vieira e o irmo An-
tnio da Costa.
Os dois jesutas so reconhecidos
como exmios bibliotecrios. Padre
Antnio Vieira, por exemplo, exerceu a
funo em todos os colgios pelos quais
passou: nas instituies da Bahia, Ma-
ranho e Par, no Brasil, e nas cidades
de Lisboa, Porto e Coimbra, em Portu-
gal. J o irmo Antnio da Costa era co-
nhecido pelo zelo e habilidade na orga-
nizao das bibliotecas.
Atualmente, as bibliotecas das ins-
tituies jesutas possuem ricos acer-
vos, com milhares de livros, entre eles
obras raras que necessitam de cuidado
e ateno. Nesses espaos, o trabalho
dos bibliotecrios de suma impor-
tncia para a conservao da histria
da Companhia de Jesus e do Brasil.
ESPAOS DE TRANSFORMAO
Alm de possibilitarem a preserva-
o da histria, as bibliotecas so espa-
os de informao e cultura que auxi-
liam na formao das pessoas. O Espao
de Leitura Paulo Freire um dos locais
preferidos dos 180 jovens que frequen-
tam o Centro Santa F, em So Paulo
(SP). O ambiente, cujo acervo tem qua-
se dois mil itens, entre livros e dvds,
ajuda a fomentar e incentivar, entre os
educandos, a realizao de pesquisas
escolares e a leitura de livros.
Na instituio, os jovens, entre 12 e
17 anos, tm a possibilidade de desen-
volver suas potencialidades, tornando-se
protagonistas da prpria histria. Nesse
contexto, o Espao de Leitura Paulo Freire
um importante aliado. A leitura pode
levar a pessoa para locais desconhecidos,
lhe acrescentar novos conhecimentos,
ampliando seu entendimento sobre o
mundo. Nesse espao, os jovens convi-
vem, preparam seus trabalhos escolares,
pesquisam e utilizam os livros dispon-
veis, explica Paulina Christov, coordena-
dora do Centro Santa F.
Assim como em So Paulo, o CEAS
(Centro de Estudos e Ao Social), lo-
calizado em Salvador (BA), tambm re-
aliza um trabalho significativo com a
comunidade. A entidade, que assessora
movimentos sociais e grupos populares
15Em
-
16 17Em Em
dos meios urbanos e rurais, atua com
nfase na questo poltico-educativa.
Dessa forma, para ajudar a dar mais
subsdio a esse trabalho, o CEAS con-
ta com uma rica biblioteca, que rene
mais de 20 mil ttulos especializados
em Cincias Humanas.
Fundado pela Companhia de Jesus,
em 1967, o CEAS auxilia no fortaleci-
mento da autonomia e no protagonis-
mo dos pblicos que assessora. Nossa
biblioteca tem identidade e especifi-
cidades diferentes das outras bibliote-
cas, pois sua caracterstica principal
a grande concentrao de livros de Ci-
ncias Sociais e Polticas, afirma Nlia
Nascimento, historiadora e pesquisa-
dora, que trabalha na instituio.
O CEAS, ao longo da sua histria
de luta social na Bahia e no Nordeste,
sempre procurou dialogar com o mun-
do acadmico. Atualmente, desenvol-
vemos um trabalho em parceria com
o Departamento de Histria da UFBA
(Universidade Federal da Bahia), no
qual implantamos Centros de Memria
Popular nos bairros que foram assesso-
rados pelo CEAS e que tm representati-
vidade de luta e enfrentamento diante
das mazelas sociais vividas em seu pro-
cesso de urbanizao, explica Nlia.
Em Salvador (BA), os primeiros
bairros a receberem a iniciativa foram
Calabar e Alto das Pombas. A biblio-
teca do CEAS foi o espao no qual os
estudantes do projeto trabalharam no
processo de organizao, higieniza-
o e catalogao da documentao
da regio. O CEAS tambm promoveu
oficinas de higienizao e restauro
para os bolsistas que organizaram o
acervo. Diante de toda potencialida-
de que a nossa biblioteca oferece, seja
na riqueza do acervo bibliogrfico,
como documental, o CEAS pretende
tornar a biblioteca um campo de es-
tgio para formao de bibliotecrios
e arquivistas, visto que nosso acervo
est em processo de catalogao. Para
isso, estamos dialogando com as uni-
versidades parceiras, ressalta Nlia.
Outro exemplo da importncia das
parcerias com o ambiente universitrio
o Centro MAGIS Goinia (GO), conhe-
cido como CAJU (Casa da Juventude Pa-
dre Burnier). A instituio jesuta uma
das que cultiva o relacionamento com
as universidades, sendo que um dos
fatores responsveis por esse constan-
te dilogo a biblioteca da instituio,
uma das referncias no tema de juven-
tude. Segundo Lana Keren, bibliotec-
ria da CAJU, o acervo constitudo por
obras especializadas em jovens. Temos
uma literatura especfica em adolescen-
tes e juventude. Nossa biblioteca aber-
ta a toda comunidade, principalmente a
universitria, diz.
A parceria da biblioteca Padre
Albano Trinks, da CAJU, com a UFG
(Universidade Federal de Gois) tem
alcanado importantes resultados.
J realizamos oficinas de leitura e
contao de histria em instituies
pblicas ou em organizaes que nos
solicitam. Dessa forma, fornecemos
informaes relevantes para a comu-
nidade, revela Lana.
NOVOS TEMPOS
Nos ltimos anos, a tecnologia
tornou-se aliada no compartilhamen-
to do conhecimento. Hoje, a internet e
os sistemas de informao ajudam na
democratizao do que antes s era
conhecido no ambiente universit-
rio. Se, antigamente, a informao era
de poucos para poucos, nas ltimas
dcadas, esse cenrio modificou-se
drasticamente e, hoje, ela compar-
tilhada de muitos para muitos, por
meio do ambiente virtual.
O Pateo do Collegio, em So Paulo
(SP), um bom exemplo de como essas
ferramentas ajudam na propagao do
conhecimento. Desde 2012, o catlogo
da Biblioteca Padre Antnio Vieira, lo-
calizada na instituio, est disponvel
para a consulta on-line. Alm disso,
est integrado Rede Jesuta de Biblio-
16 Em
-
16 17Em Em
as histrias dos livros, afirma Simone
Silva, bibliotecria da instituio.
Esse contato com a biblioteca e
com os livros fundamental para que
as crianas cultivem o respeito pelo es-
pao e pelas obras. Nesse sentido, elas
aprendem, desde cedo, a importncia
de conservar os livros, que podero
servir para outras pessoas. O projeto
da Unisinos, Adote Um Livro, exem-
plo disso. Criado em 2011, pela biblio-
teca da instituio, a iniciativa ofere-
ce, como uma espcie de doao aos
usurios da biblioteca, livros, revistas,
folhetos, etc. A ideia da biblioteca era
destinar materiais que no so mais in-
teressantes ao acervo por j existirem
vrios exemplares do mesmo ttulo, por
haver outros mais atualizados aos alu-
tecas, por meio do Sistema Pergamum,
j utilizado por outras obras da Compa-
nhia de Jesus.
A bibliotecria do Pateo do Collegio,
Silvia Maria de Azevedo, conta que h
tambm a biblioteca digital disponvel
para consulta por meio do site do Pateo
do Collegio. Nessa biblioteca digital,
sero disponibilizados, na ntegra, do-
cumentos raros e frgeis, como folhetos
e recortes de jornais, principalmente
sobre a histria do Brasil, da Compa-
nhia de Jesus e do Pateo do Collegio. J
temos alguns documentos disponveis,
no entanto, o projeto prev a incluso
de aproximadamente mil itens para o
ano de 2016, explica Silvia.
Os colgios da Rede Jesuta de
Educao tambm j contam com a
tecnologia para aproximar cada vez
mais os jovens das bibliotecas. A bi-
blioteca do Colgio Anchieta, de Porto
Alegre (RS), por exemplo, foi a pri-
meira instituio no Brasil a adotar a
leitura biomtrica (digital). Hoje, esse
sistema auxilia na agilidade de em-
prstimos e devolues, ajudando na
organizao do acervo. Alm disso, h
o projeto da Lousa Interativa, servio
da Biblioteca Central, cujo objetivo
proporcionar ao aluno um espao
para ver a aplicabilidade da matem-
tica no dia a dia. Essa iniciativa ga-
nhou o 1 lugar como melhor projeto
de inovao educacional, em um con-
curso do Rio Grande do Sul, conta a
bibliotecria Denise Pazetto.
Alm da tecnologia, a maioria das
bibliotecas da Rede Jesuta de Edu-
cao promovem diversos projetos e
atividades que incentivam o interesse
dos jovens pelo espao. No Colgio So
Francisco Xavier, em So Paulo (SP), os
alunos do ensino infantil e fundamen-
tal tm em sua grade curricular aulas na
biblioteca. Desde o maternal, os alu-
nos comeam a descobrir o ambiente
da biblioteca e, assim, vo se acostu-
mando a manusear, a acessar e a viver
nos, que podem levar para casa ou doar
a outras instituies.Em 2015, aproxi-
madamente, 5 mil itens foram adotados
pelos usurios da Biblioteca.
Essa iniciativa demonstra que, em
um ambiente que concentra tanto co-
nhecimento, possvel compartilhar
com o prximo as infinitas possibilida-
des que os livros nos oferecem. As bi-
bliotecas, cuidadas com tanto zelo por
profissionais competentes que levam o
magis inaciano a cada item do acervo,
ajudando na conservao dessas pre-
ciosidades, so os ambientes onde mais
podemos sentir a colaborao. Afinal,
toda essa estrutura s funciona porque
as pessoas cultivam o sentimento de
que compartilhar as histrias da vida
com outros o mais importante.
Pateo do Collegio
www.pateodocollegio.com.br
17Em
-
NOSSAS BIBLIOTECAS
Na Biblioteca da universidade, h o
Memorial Jesuta Unisinos, que abrange
os setores de obras raras, editadas entre os
sculos XV e XX, o acervo documental e as
colees especiais, de autores renomados.
Escrito em latim e encadernado em
pergaminho, o livro de Teologia de auto-
ria de Joo Calvino mais antigo da ins-
tituio. A obra remonta ao ano de 1563,
sculo XVI.
Na Biblioteca Padre Antnio Viei-
ra, no Pateo do Collegio, h a primeira
edio dos Sermes do jesuta que d
nome ao espao. Alm disso, h duas
cartas de So Jos de Anchieta, escri-
tas em 1556 e 1570, respectivamente
de So Paulo de Piratininga e de So
Vicente, aos superiores da Ordem re-
ligiosa, em Roma.
2.251 volumes, referentes aos sculos
XVI ao XIX, compem o acervo de rari-
dades da Faculdade Jesuta de Filosofia e
Teologia.
UNISINOS (RS)
COL. SANTO INCIO (RJ)
PATEO DO COLLEGIO (SP)
FAJE (MG)
530 mil itens
253 mil itens
821 mil itens
58 mil itens 45 mil itens
25 mil itens
65 mil itens
COL. SO LUS (SP)
42 mil itens
COL. ANTNIO VIERA (BA)
-
O livro Chronica da Companhia de Jesus no Estado do Brasil,
de Joo Ignacio da Silva, o mais antigo da instituio, data de 1864.
A biblioteca do Colgio Media-
neira recomenda textos e livros, por
meio do sistema moodle, que utili-
zado nas instituies da Rede Jesuta
de Educao.
Tem o maior acervo de biblioteca
escolar do Rio Grande do Sul.
Cerca de 3500 pessoas frequentam
diariamente a biblioteca da Unicap.
O acervo de obras raras da PUC-Rio
conta com cerca de 7 mil volumes. En-
tre eles, h a obra Pensees philoso-
phiques et morales do filsofo e ensa-
sta britnico Francis Bacon, datada do
sculo XV.
COL. LOYOLA (MG)
COL. MEDIANEIRA (PR) COL. ANCHIETA (RS)
UNICAP (PE)PUC-RIO (RJ)
458 mil itens
59 mil itens
44 mil itens
25 mil itens
COL. DIOCESANO (PI)
20 mil itens
COL. DOS JESUTAS (MG)
15 mil itens
COL. SO FRANCISCO XAVIER (SP)
-
20 21Em Em
COMPANHIA DE JESUS CRIA GERAL
20 Em
PADRE GERAL VISITA PROVNCIAS INDIANAS
O superior geral da Companhia de Jesus, padre Adolfo Nicols, vi-sitou as provncias Andhra, Gu-jarat e Madurai, na ndia, entre o final de
fevereiro e incio de maro. O assistente
geral da sia Meridional, padre Lisbert
DSouza, e o assistente geral de Europa
Ocidental, padre Antoine Kerhuel, acom-
panharam o jesuta na viagem.
Em Andhra, padre Adolfo Nicols
encontrou-se com jesutas e, em seu dis-
curso, falou sobre a preparao para a 36
CG (Congregao Geral). Depois, reuniu-
-se com cerca de 5 mil pessoas que fazem
parte da comunidade educativa da regio.
Na ocasio, ele disse que a educao je-
suta busca ajudar no crescimento dos
alunos, preparando-os para contribu-
rem para uma nova humanidade. Alm
disso, o padre geral visitou escolsticos e
novios e lhes disse: vocs sero sempre
felizes, porque sempre encontraro oca-
sio para servir. Por outro lado, se ambi-
cionam uma boa colocao, ou fizerem o
que pensam que vai faz-los felizes, seus
desejos os escravizam e a liberdade exigi-
r sempre um alto resgate.
Na Provncia de Gujarat, o padre
geral encontrou-se com professores,
funcionrios, estudantes e ex-alunos
do St. JosephsCollege de Trichy. No
evento, ele ressaltou a contribuio
dos professores no processo educativo
e o diferencial da educao jesutica.
Nossa pedagogia deve ajudar os estu-
dantes hindus, cristos, muulmanos,
entre outros, para que cada um, ele ou
ela, seja bom hindu, cristo, muul-
mano com profundidade; porque, no
profundo, est a verdade e a verdade
est dentro de ns. A educao ajuda a
trazer luz aquilo que est no mais pro-
fundo de nossas convices, afirmou.
Na cria provincial de Ahmedabad,
em Madurai, padre Adolfo Nicols esteve
com 43 escolsticos de diferentes provn-
cias, que estudam no St. XaviersCollege.
O jesuta destacou a importncia de cola-
borar com outros e o papel do papa Fran-
cisco ao fomentar esse sentimento. Ns
tambm devemos buscar companhei-
ros para nossa misso partilhada, que
a misso de Deus, disse. Ao falar da
necessidade de profundidade, o padre
geral enfatizou os hbitos de leitura e
expressou alegria ao saber que alguns
escolsticos tinham aulas de dana. Se-
gundo ele, essa uma maneira muito
adequada de expressar a alegria da vida,
fazendo referncia ao que j tinha visto
em diferentes partes da frica.
-
20 21Em Em 21Em
INFORME ESPECIAL SOBRE JUSTIA NA ECONOMIA GLOBAL
APS 25 ANOS, PADRE LOMBARDI DEIXA A RDIO VATICANA
MISSIONRIOS DA MISERICRDIA
No dia 29 de fevereiro, o padre Fe-derico Lombardi concluiu sua misso na Rdio Vaticana, RV como conhecida. Aps 25 anos, o jesu-
ta deixa o cargo de diretor geral, funo na
qual estava desde 2005. A sada de padre
Lombardi encerra tambm a gesto do ve-
culo pela Companhia de Jesus, que est
frente da Rdio Vaticana desde sua funda-
o pelo papa Pio XI, em 1931.
Agora, a RV est inserida na nova Se-
cretaria para a Comunicao, criada pelo
papa Francisco, em junho de 2015, cujo ob-
jetivo renovar a concepo e organizao
da comunicao no Vaticano. O pontfice
Em 10 de fevereiro, quarta-feira de Cinzas, o papa Francisco destacou o Ano Santo Extraordinrio da Misericrdia, presidindo o envio de missionrios por todo o mundo.
j manifestou seu desejo de encomen-
dar aos jesutas a gesto da nova etapa da
Rdio Vaticana. O padre jesuta Andrzej
O papa Francisco, desde o incio de seu pontificado, vem chamando a ateno da sociedade e da Igreja para o tema da desigualdade na economia
global. Para responder a esse chamado,
dois secretariados da Companhia de Jesus,
o da Justia Social e Ecologia e o da Educa-
o Superior, reuniram um grupo de traba-
Faa o download do documento link bit.ly/1QTzT7F
Dentre eles, h quatro jesutas:
Pe. Wendelin Kster (Provncia da Alemanha), Pe. Llus Victori
(Provncia da Espanha), Pe. Anthony ORiordan (Provncia da
Irlanda), Pe. Richard Shorthall (Provncia da Austrlia).
lho para pensar nessas questes. Agora, o
resultado desse trabalho apresentado no
informe especial Por una economa global
justa: construir sociedades sostenibles e in-
clusivas (sem edio em portugus).
Majewski, nomeado por Francisco em se-
tembro de 2015, continua no comando das
atividades editoriais e das redaes.
FOTO
: AG
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-
22 23Em Em
A COMPANHIA DE JESUS NA AMRICA LATINA CPAL
A histria de Simo Cireneu mudou porque ele estava no lugar certo, na hora certa. Se, naquele dia, ele tivesse escolhido ou-
tro caminho ou se tivesse atrasado al-
guns minutos, no teria cruzado com
Jesus, no teria sido aquele que aju-
dou a carregar a Cruz. Ele mesmo no
buscava Jesus, nem Jesus saiu ao seu
encontro. Realmente, encontraram-se
por pura sorte.
Quantas coisas em nossa vida no
acontecem como foi com Simo Cire-
neu? Talvez, at alguma delas tenha
sido responsvel pela mudana de
nossa vida. Porque ns estvamos no
lugar certo, na hora certa.
Penso que a 36 Congregao Geral
acontece do mesmo modo. Neste mo-
mento da histria, encontra-nos nas en-
cruzilhadas deste mundo global e con-
verte-se em uma oportunidade para ns.
Tambm nos encontra nas fron-
teiras da pobreza e da excluso, do
apostolado intelectual, dos desafios
interculturais e inter-religiosos de
um mundo que muda rapidamente
sua cultura e suas linguagens pela
irrupo da tecnologia. Acontece no
momento exato em que o papa Fran-
cisco desafia a Igreja com o chamado
Misericrdia.
No podemos perder esta passa-
gem de Jesus pela vida da Companhia
de Jesus, por estarmos revisando os
NASCER DE NOVO
Pe. Jorge Cela, SJPresidente da CPAL
arquivos e rituais que nos repetem as tarefas nada trans-
cendentes e que nos distraem da misso.
Temos que caminhar rumo Congregao com o estilo
espiritual que Jesus inaugurou: a partir do ver a realidade
que nos interpela, espiritualidade dos olhos abertos, que
se interioriza na profundidade de nosso poo interior, es-
piritualidade dos olhos fechados. A partir de um dinamis-
mo espiritual, no do homem que se eleva a Deus, sinal do
Deus que se abaixa at encarnar-se entre ns e tornar-se
companheiro de caminho. Desde o sacerdcio que consa-
gra a realidade, nessa Missa sobre o mundo que inspirou
a Teillar de Chardin, que converte o po no alimento do
faminto e a gua no vinho da festa do Reino, cuidando da
Criao e construindo a fraternidade.
Precisamos permitir a surpresa do sopro do Esprito e
transformar os caminhos trilhados na aventura do segui-
mento de Jesus para ir pescar em outras guas. E que essa
misso redescoberta seja a que renove nossos planos apos-
tlicos e nossas comunidades, a que nos liberte de atadu-
ras institucionais rumo liberdade da cavalaria leve que se
faz presente nas fronteiras que desafiam a Igreja.
Que este tempo de preparao nos leve a uma orao
que nos abra indiferena inaciana, audcia do risco
apostlico, ao discernimento comunitrio na busca do
Jesus que passa por nossa histria neste lugar e momento
certos. At ao nascer de novo se preciso for.
NO PODEMOS PERDER ESTA PASSAGEM DE JESUS PELA VIDA DA COMPANHIA DE JESUS, POR ESTARMOS REVISANDO OS ARQUIVOS E RITUAIS QUE NOS REPETEM AS TAREFAS NADA TRANSCENDENTES E QUE NOS DISTRAEM DA MISSO.
-
22 23Em Em
No dia 31 de janeiro, o escolsti-co David Jos dos Santos (BRA) chegou cidade de Letcia (Co-lmbia) para fazer seu Magistrio. Agora,
ao todo, quatro jesutas atuam no Projeto
Pan-amaznico da CPAL (Conferncia dos
Provinciais Jesutas da Amrica Latina).
Entre os dias 8 e 10 de fevereiro, os
jesutas realizaram uma reunio de pla-
nejamento. Foram trs dias intensos
O Nos dias 23 e 24 de feverei-ro, realizou-se um curso para estudantes jesutas cujo tema central foi a Amaznia. O even-
to, coordenado pelos padres Alfredo
Ferro e Fernando Lopez, em conjunto
com a irm Arizete Miranda, foi rea-
lizado na FAJE (Faculdade Jesuta de
VISITA S UNIVERSIDADES DA COLMBIA E DO PERU
CURSO AMAZNICO NA FAJE
CHEGADA DE DAVID E REUNIO DE PLANEJAMENTO
O padre Alfredo Ferro, coorde-nador do Projeto Pan-ama-znico da CPAL, visitou as universidades Javeriana de Cali (Co-
lmbia) e Antonio Ruiz de Montoya de
Lima (Peru). Na ocasio, o jesuta par-
ticipou de reunies, encontros e di-
logos. O objetivo do encontro cons-
Filosofia e Teologia). Nesses espa-
os, buscamos sensibilizar e tomar
conscincia do significado que tem
a Amaznia, como tambm informar
sobre a misso que desenvolvemos
nesse territrio. Agradecemos ao pa-
dre Edison de Lima,reitor do CIF de
Belo Horizonte (Centro Interprovin-
truir uma aliana com a Rede AUSJAL
(Associao das Universidades Jesu-
tas da Amrica Latina), coordenando
aes em favor da Amaznia.
Com essas visitas, vamos deline-
ando, pouco a pouco, uma proposta
conjunta que vai sendo construda
entre todos, bem como se definindo
algumas aes especficas com cada
uma das universidades, que, segu-
ramente, nos ajudaro a fortalecer o
servio que pode se prestar ao ter-
ritrio e s comunidades em que o
Projeto serve de animador e canaliza-
dor, afirmou padre Alfredo.
cial de Formao), que oportunizou
esse espao e tambm pela iniciativa
de enviar estudantes jesutas da teo-
logia para realizar suas experincias
pastorais nas comunidades da trpli-
ce fronteira (Brasil-Peru-Colmbia)
vinculados ao Projeto PAM SJ, disse
padre Alfredo.
Fonte: Pan-Amaznia SJ Carta Mensal n 23 Fevereiro 2016
Acesse o link (bit.ly/1SjqOIv) do Portal Jesutas Brasil e faa o download das edies completas da Pan-Amaznia SJ Carta Mensal.
de trabalhos, em que nos dedicamos a:
revisar os projetos de articulao em an-
damento e a planejar sua continuidade,
bem como a nos preparar para os que
vo surgindo ao longo deste ano. Agra-
decemos ao padre Joo Renato Eidt, pro-
vincial da BRA, pelo destino do David ao
Projeto PAM SJ e esperamos que ele pos-
sa colaborar com essa misso, ressalta o
padre Valrio Paulo Sartor.
-
24 25Em Em
COMPANHIA DE JESUS GOVERNO
PLANO APOSTLICO APRESENTADO NOS CENTROS ADMINISTRATIVOS
Entre o final de 2015 e o incio de 2016, conforme orientao da Pro-vncia dos Jesutas do Brasil, fo-ram promovidas apresentaes do Plano
Apostlico da Companhia de Jesus nos
Centros Administrativos de Salvador (BA),
Porto Alegre (RS) e So Paulo (SP). O padre
Geraldo Kolling, administrador da BRA,
ministrou os encontros e falou para cerca
de 200 pessoas no total.
O documento, que deve inspirar a
misso da Companhia de Jesus entre
2015 e 2020, aponta as fronteiras e as
preferncias apostlicas nas quais os
jesutas devem atuar. Dentre os diver-
sos aspectos do Plano Apostlico, des-
taco a relevncia de os colaboradores
beberem, oportunamente, da fonte da
espiritualidade inaciana, crescendo,
assim, na conscincia de que a Amaz-
nia, uma de nossas preferncias apos-
tlicas, um Dom para a humanidade,
explica padre Geraldo.
Em cada Centro Administrativo, ao
final das apresentaes, o jesuta parti-
cipou de momentos de confraterniza-
o com os colaboradores. Segundo ele,
esses encontros so fundamentais para
que todos tenham entendimento sobre
o horizonte da misso da Companhia de
Jesus no Brasil. Cada colaborador pode
ajudar na realizao do Plano Apostlico
de dois modos: buscando sempre qua-
lificar-se em sua profisso, para assim
realizar com competncia o trabalho que
faz, e procurar conhecer o que os jesutas
fazem pelo Brasil, para que, conhecendo
essa misso, possam amar e sonhar co-
nosco, afirma o jesuta. Colaboradores participam de apresentao do Plano Apostlico, em So Paulo e Porto Alegre
-
24 25Em Em
PLATAFORMA SUL 2 REALIZA ASSEMBLEIA
SUPERIORES DE PLATAFORMA TOMAM POSSE
Entre os dias 9 e 10 de maro, aconteceu a assembleia da Pla-taforma Sul 2, que compreende os estados do Rio Grande do Sul, de
Santa Catarina e oeste do Paran. O
evento, realizado no CECREI (Centro
de Espiritualidade Cristo Rei), em So
Leopoldo (RS), reuniu 60 jesutas de
nove residncias.
Os jesutas aprofundaram-se nas
quatro preferncias do Plano Apost-
lico da Provncia BRA e pensaram so-
bre as possveis aes concretas para
coloc-las em prtica. Os religiosos
foram assessorados pelo padre Jos
Ivo Follmann, secretrio para a Justia
Social e Ecologia.
Alm disso, todos partilharam in-
formaes sobre suas localidades. Um
dos temas abordados foi a participa-
o de vrios jesutas em caminhadas
na regio missioneira e nas trilhas das
Redues jesuticas, tendo como meta
o cultivo da memria dos mrtires das
misses, no Santurio de Caar, em
So Luiz Gonzaga (RS). Segundo padre
Martinho Lenz, um dos participantes
do encontro, os jesutas vo analisar
de que modo a Companhia de Jesus
pode fazer-se mais presente naquele
cho marcado pelo suor de mission-
rios e do povo Guarani.
No dia 15 de maro, os padres Ale-xandre Raimundo e Antnio Tabosa Gomes tomaram posse como superiores das Plataformas Nordes-
te 2 e Centro-Oeste, respectivamente. A
cerimnia, realizada na Capela Santo In-
cio, no campus da FAJE (Faculdade Jesuta
de Filosofia e Teologia), em Belo Horizon-
te (MG), reuniu cerca de 60 jesutas, entre
padres, irmos e estudantes.
A posse foi realizada durante a cele-
brao eucarstica, presidida pelo pro-
vincial do Brasil, padre Joo Renato Eidt,
e concelebrada pelos padres Alexandre
Raimundo, Antnio Tabosa, lvaro Pi-
mentel, reitor da FAJE, e Edison de Lima,
superior do Centro Interprovincial de
Formao (Teologado).
Aps a comunho, padre Joo Re-
nato leu as cartas enviadas pelo su-
perior geral da Companhia de Jesus,
padre Adolfo Nicols, que nomeou os
dois jesutas. Segundo irmo Eudson
Ramos, scio da Provncia dos Jesutas
do Brasil, o provincial falou sobre a im-
portncia do trabalho como superior
de Plataforma, sobretudo, por causa da
cura personalis e apostlica. O cuidado
e encaminhamento dos processos pes-
soais torna-se um aspecto de destaque
para a misso do superior de Platafor-
ma, afirmou.
-
26 27Em Em
COMPANHIA DE JESUS SERVIO DA F
O Apostolado da Orao, Rede Mun-dial de Orao do papa, lanou o aplicativo Click To Pray, uma nova plataforma (web e app mvel) que convida
homens e mulheres do mundo inteiro a
unirem-se s intenes do papa Francisco
pelos desafios da humanidade.
O aplicativo apresenta uma orao dife-
rente para cada dia do ano, por meio das
quais se pode rezar pelos desafios da hu-
manidade e unir-se a diferentes culturas,
idiomas e pessoas volta dessa causa
universal. Click To Pray convida as pes-
soas a acompanhar Francisco no novo
caminho partilhado e digital, com o de-
sejo de que os continentes se unam para
rezar juntos pelos grandes desafios deste
mundo e da misso da Igreja, expressos
nas suas intenes, explica padre Frdric
Fornos,SJ,diretor Internacional do Aposto-
lado da Orao.
Desenvolvido, desenhado e difundido
pela La Machi, a agncia de comunicao
para boas causas, o aplicativo est dispo-
nvel em ingls, espanhol, portugus e
francs, para Android e iOS. A plataforma
foi pensada para que as pessoas possam
acompanhar, de modo fcil e rpido, o co-
tidiano do papa.
Uma primeira verso de Click To Pray foi
lanada em 2014, em Portugal, atravs do
Apostolado da Orao do pas. A primei-
ra verso, que constitui a base para agora
globalizar o projeto, j contava com uma
comunidade de 87 mil pessoas, de 138 pa-
ses, nos seus diferentes canais de orao.
Com esse lanamento, Francisco pro-
cura promover o esprito de dilogo e inte-
rao, para que cada utilizador de Click To
Pray possa unir-se a milhares de pessoas e
rezar pelas suas intenes e as de outros.
Saiba mais sobre o aplicativo no site
clicktopray.org/pt
APOSTOLADO DA ORAO LANA APLICATIVO
FOTO
: HTT
P://
CLI
CK
TOPR
AY.O
RG
-
26 27Em Em
COMPANHIA DE JESUS PROMOO DA JUSTIA E ECOLOGIA
O grupo Peregrinos de Cala Jeans (PCJ), formado por alunos e ex-alunos do Colgio Antnio Vieira, realizou aes solidrias em Salvador (BA), no ms de fevereiro. Em mais um gesto de solidariedade e amor ao prximo, em uma
visita realizada no dia 16, os jovens doaram dois violinos ao Ins-
tituto Fatumbi, que atende crianas e adolescentes carentes.
A Escola Famlia Agrcola de Ja-boticaba, obra social da Par-quia de Capim Grosso (BA), representou a Associao Escolas Co-
munidades Famlia Agrcola da Bahia
AECOFABA, na reunio ampliada da
FEEC (Executiva do Frum Estadual da
Educao do Campo), nos dias 26 e 27
de fevereiro, em Arataca (BA), no Assen-
tamento Terra Vista.
A reunio contou com a participa-
o de diversos movimentos, dentre
eles, Teia dos Povos, IRPAA (Institu-
to Regional da Pequena Agropecuria
Apropriada), MPA(Grupo de Estudos
Movimentos Sociais, Educao e Diver-
sidade), entre outros, alm das univer-
sidades UFRB (Universidade Federal do
Recncavo da Bahia), UNEB (Universi-
dade do Estado da Bahia), UESC (Uni-
versidade Estadual de Santa Cruz).
Na ocasio, foram realizadas me-
sas de debate, rodas de dilogo e so-
JOVENS PROMOVEM AES SOLIDRIAS EM SALVADOR
MISSO JESUTA NO SERTOcializao, na perspectiva de auto-
-organizao de uma educao de
qualidade e ao no fechamento das es-
colas do campo. Os diagnsticos que
as vrias regionais trouxeram tm um
ponto comum: a privatizao da Edu-
cao, a precarizao do trabalho do
professor e o fechamento das escolas
O diretor de Relaes Institucionais do Instituto Fatum-
bi, Bruno Alves, ressaltou a importncia da ao. Ns no t-
nhamos esses instrumentos em nossa instituio por serem
muito caros, mas, agora, as crianas vo poder trabalhar com
os que foram doados. A visita tambm foi muito gratificante,
porque ns criamos uma ferramenta de dilogo, disse.
Alm dessa ao, os jovens promoveram a Missa da Ju-
ventude e um festival de tortas no Santurio Nossa Senhora
de Ftima, no dia 28. O evento teve como objetivo arrecadar
recursos para custear a ida de dois membros do grupo, Igor
Tosta e Gabriel Cavalcanti, Jornada Mundial da Juventude
2016, que acontecer na Polnia, entre os dias 25 de julho e
1 de agosto.
Saiba mais sobre o PCJ:
www.facebook.com/peregrinosdecalcajeans
e, em especial, as escolas do campo.
Hoje, quem oferece educao do cam-
po so as Escolas Famlias Agrcolas e
aquelas ofertadas nos assentamentos.
Conclui-se que a luta pela Educao
passa pela luta da Terra, explica Irace-
ma Lima dos Santos, diretora da Escola
Famlia Agrcola de Jaboticaba.
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28 29Em Em
COMPANHIA DE JESUS DILOGO CULTURAL E RELIGIOSO
Fundado em 1956, o IAP (Instituto Anchietano de Pesquisas) desenvol-ve estudos nas reas de Arqueologia, Antropologia, Biologia e Histria. Coorde-
nado pelo professor padre Pedro Igncio
Schmitz, atualmente o IAP realiza escava-
es arqueolgicas em So Jos do Cerrito,
nos Campos de Lages, em Santa Catarina.
Em janeiro, um grupo de pesquisado-
res, estudantes e professores, esteve no
local para dar seguimento s escavaes
em casas subterrneas. o oitavo ano
trabalhando neste lugar. As casas subter-
rneas so dos antepassados dos ndios
Xokleng, historicamente conhecidos
como Botocudos, que ficaram clebres
por sua resistncia quando a colnia de
Blumenau foi colocada bem no meio do
seu territrio, conta padre Igncio.
Ele relata que as casas so atribudas
ao povoamento J Meridional ou, mais
especificamente, aos grupos Kaingang
e Xokleng. Em nosso projeto, fazemos
sua histria desde 500 anos de nossa era.
Suas casas so chamadas subterrneas
porque, em vez de fazer as paredes para
Saiba mais sobre o IAP no site
ww.anchietano.unisinos.br
INSTITUTO ANCHIETANO DE PESQUISAS DESVENDA STIOS ARQUEOLGICOS
cima, as faziam para baixo, ficando para
fora s o telhado em forma de chapu
chins, explica, ressaltando que as ha-
bitaes chegam a ter 20m de dimetro e
6m de profundidade.
O padre conta ainda que o objetivo
das escavaes ampliar o conhecimen-
to sobre o povoamento indgena antigo,
buscando desvendar alguns dos mist-
rios que as casas subterrneas apresen-
tam. Os arquelogos da equipe procu-
ram realizar cortes em busca de amostras
de carvo, de objetos materiais como os
instrumentos abandonados, os resduos
conservados de sua alimentao e, quan-
do disponveis, os esqueletos de seus
mortos. Todos eles contm informaes
importantes sobre o modo de vida da po-
pulao que ali viveu, ressalta o jesuta.
Segundo ele, um aspecto impor-
tante que, atravs do carvo, pode-se
datar as estruturas subterrneas, o que
possibilita compreender de forma mais
plena o desenvolvimento das socieda-
des indgenas da regio.
IAP desenvolve estudos nas reas de Arqueologia, Antropologia, Biologia e Histria
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28 29Em Em
COMPANHIA DE JESUS EDUCAO
Entre os dias 7 e 9 de maro, acon-teceu o 1 Encontro das Equipes Diretivas das instituies que compem a Rede Jesuta de Educao
(RJE). Esse foi o primeiro momento de
trabalho conjunto entre as lideranas
das unidades de Educao Bsica, des-
de a constituio da RJE.
No encontro, foi aprovada a ver-
so final do Projeto Educativo Comum
(PEC) e o desenho de estratgias para
sua implantao, assim como a socia-
lizao de experincias significativas
dos colgios da rede. Para o delegado
da Educao da Provncia BRA, padre
Mrio Sndermann, o evento foi mais
um passo importante na construo
da RJE. Apresentamos a verso defi-
nitiva do PEC que, uma vez aprovado
pelo provincial, padre Joo Renato Eidt,
apresentar as orientaes de diretrizes
da RJE para os prximos anos. Nossa
expectativa que, pouco a pouco, o PEC
v ganhando vida nas escolas e colgios
jesutas, afirma padre Mrio.
O evento contou ainda com a pales-
tra do professor Xavier Aragay, diretor
geral da Rede de Colgios Jesutas da
Catalunha (Espanha), que apresentou
a experincia de transformao de oito
Fundado em 5 de maro de 1956, o Colgio dos Jesutas, em Juiz de Fora (MG), completou 60 anos de atividades. Alunos, seus fami-
liares e educadores foram convidados
a comemorar a data participando de
EQUIPES DIRETIVAS DA REDE JESUTA DE EDUCAO RENEM-SE
COLGIO DOS JESUTAS CELEBRA 60 ANOS
colgios jesutas de Barcelona, e com a
presena do padre Jose Alberto Mesa,
secretrio mundial para Educao B-
sica da Companhia de Jesus, que falou
sobre o momento atual da educao
bsica das instituies jesutas e das
perspectivas para o futuro.
No horizonte do PEC, a experincia
catal mostra que possvel nossas es-
colas passarem de centros de ensino para
centros de aprendizagem. Xavier Aragay
apresentou s equipes educativas o pro-
cesso de mudana educativa implantada
naquele pas, ou seja, que outra educao
possvel, disse padre Mrio.
DESAFIOS DA RJE
Criada em 2014, com a nomeao
do delegado para a Educao Bsica,
padre Mrio Sndermann, a Rede Jesu-
ta de Educao Bsica (RJE) tinha trs
tarefas principais para o primeiro tri-
nio (2014-2016): construo do Estatu-
to da RJE, construo do Projeto Edu-
cativo Comum (PEC) e implantao da
Plataforma Moodle, para gesto e pro-
cessos acadmicos. No seu conjunto,
essas aes possibilitam a construo
de conscincia de rede. Alm deles,
est nascendo um projeto transversal
de Liderana Juvenil, que ter sua pri-
meira verso no segundo semestre de
2016. Em nvel de instituio, tambm
estudamos, problematizamos e con-
tribumos nos processos (demandas)
do Plano Nacional de Educao (PNE)
e na Base Nacional Comum Curricular
(BNCC). E, por fim, as unidades da RJE,
pouco a pouco, vo implantando o Sis-
tema de Qualidade da Gesto Escolar,
conta padre Mrio.
diversas atividades recreativas, espor-
tivas, artsticas e culturais.
Um Ofcio em Ao de Graas abriu
as comemoraes e possibilitou que
se fizesse memria de pessoas que
marcaram a histria da instituio,
evidenciando o sentimento de grati-
do. O padre Srgio Eduardo Mariucci,
diretor geral do colgio, ressaltou que
ao elevar a Deus Nosso Senhor uma
prece de louvor pelos 60 anos de ca-
minhada do Jesutas, agradece e pede
por todos os educadores, professores,
funcionrios, pais e alunos, de ontem
e de hoje. Pelos que aqui passaram e
pelos que ainda fazem da nossa esco-
la uma instituio para a qual vale a
pena todo sacrifcio e empenho.
Padre Jose Alberto Mesa, secretrio mundial para Educao Bsica da Companhia de Jesus
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30 31Em Em
Amaznia, criado no dia 3 de maio
de 1995. O mesmo empenho de-
monstrou, no segundo mandato
(2002-2005), para a criao da Regio
Amaznica BAM e para a unio das
Provncias da Bahia - BAH e do Brasil
Setentrional - BRS, que constituram
a Provncia do Nordeste - BNE.
Deu grande importncia s pe-
quenas Comunidades inseridas nas
periferias e zona rural, como foi o
caso da criao e ereo da Parquia
de So Cristvo e da criao da Co-
munidade homnima, em Capim
Grosso (BA), em pleno semirido
baiano, para atender a um pedido ve-
emente da Diocese de Bonfim, onde a
parquia est situada.
Toda a sua vida e ao apostlica
brotaram de profunda espiritualidade.
Descanse em Paz,
servo bom e prudente!
NA PAZ DO SENHORPE. JOO PEDRO CORNADOPor Pe. Jos Luis Fuentes
Faleceu aos 28 de fevereiro de 2016, na cidade de Marab (PA), com 71 anos de idade e 52 anos de vida religiosa na Companhia de
Jesus. Hoje, no meio de um grupo
razovel de nonagenrios, inclusive
na Companhia de Jesus, pode-se di-
zer que morreu jovem. Como se tem
aplicado aos santos jovens, de Gian-
pietro afirmamos: consummatus
in breviexplevittempora multa Vida
curta, mas intensa. Dois provinciala-
dos, duas Provncias que se tornaram
uma enorme no meio de seu segundo
mandato. Sua vida esgotou-se rapi-
damente no extremo norte da nova
Provncia do Brasil, em terras ainda
sendo descobertas.
Antes e depois do Provincialado,
viveu a experincia da pobreza no
meio dos alagados de Salvador (BA).
Foi proco em vrias parquias e ci-
dades, formador dos jesutas no No-
viciado, Juniorado e Escolasticado
(Filosofia e Teologia). Tambm de
seminaristas e padres diocesanos
no Pontifcio Colgio Pio Brasileiro,
em Roma (Itlia). Ainda, na versati-
lidade e variedade de sua experin-
cia de apostolados, contam anos de
trabalho com Juventude, direo de
Colgio, direo de Casa de Retiros
e do SIES (Servio Inaciano de Espi-
ritualidade) e assistncia espiritual
ao Movimento Carismtico de Assis.
Na bagagem de seus talentos no
poderia faltar o tino administrativo
para dar conta de tantos cargos e res-
ponsabilidades. No momento de seu
falecimento, era assistente do Supe-
rior na sua residncia, administrador
paroquial e assistente espiritual do
Movimento Carismtico.
Entre suas atividades, algumas
merecem destaque:
O padre Joo Pedro Cornado sem-
pre batalhou, por todos os meios,
pela gratuidade dos ministrios.
Sua dissertao de mestrado abordou
esse tema, bem como a tese de douto-
rado, que iniciou e no pde concluir
devido s novas misses que lhe fo-
ram confiadas.
Durante seu primeiro mandato
como Provincial (1990-1996), bata-
lhou e buscou as condies neces-
srias para a criao do Distrito da
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TODA A SUA VIDA E AO APOSTLICA BROTARAM DE PROFUNDA ESPIRITUALIDADE.
3
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30 31Em Em
AGENDA |
JUBILEUS
SIES Salvador (Servio Inaciano de Espiritualidade)Local | Salvador (BA)Orientador | Pe. Rogrio Barroso, SJ Contato | [email protected]
Centro Loyola de F e Cultura PUC-RioHorrio | 14h s 18hLocal | Rio de Janeiro (RJ)Orientador | Pe. Jos Maria Fernandes, SJSite | www.clfc.puc-rio.br
Casa de Retiros Itaici /Vila Kostka Local | Indaiatuba (SP) Orientador | Pe. Raniri de Arajo Gonalves, SJSite | www.itaici.org.br
SIES Salvador (Servio Inaciano de Espiritualidade)Tema | O Ano da MisericrdiaHorrio | 8h s 12hLocal | Salvador (BA)Coordenao | Equipe do SIESContato | [email protected]
ABRIL
Tema | O Cristianismo e a morte no sculo XXICarga horria | 8 horasLocal | Rio de Janeiro (RJ)Professor | Celso CariasSite | www.clfc.puc-rio.br
SIES Salvador (Servio Inaciano de Espiritualidade)Horrio | 8h s 14hLocal | Salvador (BA)Coordenao | Equipe MAGIS SalvadorContato | [email protected]
5 A 2617
CURSO
ENCONTRO DE ESPIRITUALIDADE E FORMAO PARA JOVENS
8 A 10
16
19 A 27
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EXERCCIOS ESPIRITUAIS EE PARA INICIANTES
EXPERINCIA DE ORAO INACIANAA MSTICA INACIANA
EXERCCIOS ESPIRITUAIS COM COLOCAES (EECC) 8 DIAS
MANH DE ORAO
70 ANOS DE COMPANHIAEm 1 de maro
Pe. Isidro Sallet
Em 19 de maro
Ir. Aloysio Melchior Persch
50 ANOS DE SACERDCIOEm 6 de maro
Pe. Paulo Lisba