em companhia - informativo da companhia de jesus no brasil

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INFORMATIVO DOS JESUÍTAS DO BRASIL Em EDIÇÃO 8 | ANO 1 | SETEMBRO 2014 | JESUITASBRASIL.COM JESUÍTAS BRASIL Companhia de Jesus participa de Feira Vocacional pág. 25 PUC-Rio ganha destaque em ranking internacional pág. 29 Aluno do Anchieta (RS) participa de cúpula da ONU pág. 35 Colégio Antônio Vieira promove Expo Ciência pág. 43 Conheça o futuro provincial da BRA pág. 47 Com a missão de orar pela Igreja e pela Companhia, os jesuítas das Casas de Saúde refletem a fé do corpo apostólico da Ordem Uma vida inteira dedicada à missão Jesuíta é nomeado promotor de Justiça pelo papa pág. 22 Processo de beatificação de dom Luciano pág. 11 ESPECIAL 14

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8ª Edição | Setembro 2014

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Page 1: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

I N F O R M AT I V O D O S J E S U Í TA S D O B R A S I L

Emedição 8 | ANO 1 | setembrO 2014 | jesuitAsbrAsil.cOm

JESUÍTAS BRASIL

EspEcial • 14

Companhia de Jesus participa de Feira Vocacional pág. 25

PUC-Rio ganha destaque em ranking internacional pág. 29

Aluno do Anchieta (RS) participa de cúpula da ONU pág. 35

Colégio Antônio Vieira promove Expo Ciência pág. 43

Conheça o futuro provincialda BRA

pág. 47

Com a missão de orar pela Igreja e pela Companhia, os jesuítas das Casas de Saúde refletem a fé do corpo apostólico da Ordem

Uma vida inteira dedicada à missão

Jesuíta é nomeado promotor de Justiça pelo papa

pág. 22

Processo debeatificação dedom Luciano

pág. 11

EspEcial • 14

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PARA SANTO INáCIO, A ATENçãO AOS IdOSOS E ENFERmOS ERA ImPORTANTE REFERêNCIA PARA OS

qUE ESTAVAm NA mISSãO. HOJE ESSE CUIdAdO CONTINUA SENdO Um VAlOR

como quando iam “procla-mando o Reino por vilas e aldeias”. Aqueles cuja tarefa principal é orar pela Igreja e pela Companhia estão ver-dadeiramente em missão, e a sua contribuição para o bem da Companhia e o seu servi-ço ao Reino nunca serão su-ficientemente reconhecidos, uma vez que proporcionam um exemplo de entrega nas mãos de Deus, inspirador e consolador para os seus ir-mãos (D 4, 46).

O fato de ter um Delega-do para o cuidado da saúde denota que, na organização da nova Província, os ido-sos e enfermos são parte da missão, visto que são um elo que une o ontem e o amanhã e têm a árdua ta-refa de manter a chama da fé viva. Rezar pela Igreja e pela Companhia é um de-safio. Torna-se mais fácil quando temos qualidade de

vida. Para isso, ajudam as re-sidências que buscam ofere-cer condições favoráveis ao exercício dessa missão.

Um ponto que tem chamado a minha atenção é o fato de que aqueles jesuítas que viveram a plenitude da vocação dão testemunho de que o en-velhecer pertence à vida, isto é, não mata a vida, mas a transfigura, possibi-litando uma maneira nova de viver, com fé, alegria e disponibilidade.

Boa leitura!

editorial

Entrando na Nova província de mãos dadas com nossos idosos

Pe. Vicente Palotti Zorzo, SJ Provincial do Brasil Meridional

Estamos às portas da nova Província Jesuítas Brasil e já foi anunciada a escolha do padre João Renato Eidt como futu-ro provincial. Ele terá a bela tarefa de dar con-tinuidade ao processo que, há anos, vem sendo construído. A nova por-ta que se abre nos leva a um vasto saguão, onde aparecem os quadros de muitas obras bonitas: al-gumas concluídas, outras em execução, em maquete e outras ainda em sonhos futuros. Nesse espaço do Reino em construção, a Companhia vai adentrando a passos suaves, mas fir-mes e decididos.

Ao longo deste semes-tre, refletimos, individual e comunitariamente, so-bre a organização da nova Província. Com frequência, aparecia a questão sobre a qualidade do acompa-nhamento das pessoas no exercício da missão. O

Estatuto da Província dos Jesuítas do Brasil−BRA, aprovado pelo superior ge-ral da Companhia de Jesus, padre Adolfo Nicolás, no dia 1º de agosto de 2014, contempla muito bem os vários processos de acom-panhamento. Diz o texto: Este estatuto estabelece uma nova estrutura de go-verno com a finalidade de que a Companhia no Brasil realize, com maior eficá-cia, sua missão, e os jesuí-tas atuem, com maior sen-tido de corpo apostólico, em uma comunidade viva e acompanhados por uma <curapersonalis> próxima

e atenta. Espero que seja um instrumento de grande eficácia na renovação da vida e missão da Compa-nhia no Brasil.

Um destaque, nesta edição do Informativo, é a atenção ao jesuíta idoso e ao enfermo. Para tratar des-sa missão, será designado o Delegado para o Cuidado da Saúde. Segundo os estatutos da nova Província, esse Dele-gado será um auxiliar direto do Provincial para o cuidado com a saúde dos nossos, tan-to dos que estão em casas de saúde, quanto dos que estão em casas de idosos que man-

têm atividades apostólicas. Receberá a conta de consci-ência dos jesuítas destina-dos às três casas de saúde da Província e cuidará ainda do preparo dos jesuítas para o envelhecimento.

Para Santo Inácio, a atenção aos idosos e en-fermos era importante re-ferência para os que esta-vam na missão. Hoje, esse cuidado continua sendo um valor: Nossos idosos e doentes continuam a ser apostolicamente fecundos, tornando, os outros, partici-pantes da própria sabedoria acumulada pela experiência do serviço à nossa missão.

Eles devem procurar animar os seus companheiros pelo exemplo de sua entrega fi-lial e confiante a Deus na do-ença e enfraquecimento das próprias forças (NC 244 §1).

A 35ª CG (Congregação Geral) diz: A Congregação Geral deseja exprimir a sua profunda gratidão aos jesuí-tas formados de idade avan-çada que entregaram suas vidas ao serviço da Igreja. Também desejamos recor-dar-lhes que estão identifi-cados tão de perto com o Se-nhor quando O servem com menos energias ou mesmo na doença e no sofrimento

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3 de outubro

São Francisco de Borja,presbítero

12 de outubro

Bem-aventurado João Beyzym, presbítero

19 de outubro

São João de Brébeuf e São Isaac Jogues, presbíteros e companheiros mártires

21 de outubro

Bem-aventurado Diogo Luis de San Vitores, presbítero, e São Pedro Calungsod, mártires

30 de outubro

Bem-aventurado Domingo Collins, religioso 31 de outubro

Santo Afonso Rodríguez, religioso

CALENDÁRIO LITÚRGICO – OUTUBROPróprio da Companhia de Jesus

expediente

EM COMPANHIA é uma publicação mensal dos Jesuítas do Brasil, produzida pelo Núcleo de Comunicação Integrada (NCI)

CONTATO [email protected]

Colaboradores da 8ª EdiçãoColaboradores: Pe. Bruno Schizzerotto (BAM), Pe. Carlos James dos Santos (BRC), Pe. Creômenes Tenório Maciel (BNE) e Pe. Ma-tias Martinho Lenz (BRM). Aidil Brites, Belisa Lemes da Veiga, Daniel França, Pe. Dionel Amaral, Fabrício Fernando Bomfim, Francilma Grana, Paula Losada, Pe. Plutarco Almeida, Pe. Sergio Mariucci, as professoras do Diocesano: Conceição Neri (Arte) e Patrícia Prado (História) e Ana Ziccardi (revisão). Um agradeci-mento especial a todos os jesuítas que colaboraram com a ma-téria especial dessa edição.

FotosBanco de imagens / Divulgação

Tradução das notícias da Cúria GeralPe. José Luis Fuentes Rodriguez

Pe. Francys Silvestrini Adão, SJDiretor editorial

Pe. Geraldo Lacerdine, SJDiretor do NCI

Silvia Lenzi (MTB: 16.021)Editora e jornalista responsável

Juliana DiasRedação

Handerson SilvaDiagramação e edição de imagens

São Francisco de Borja, presbítero Santo Afonso Rodríguez, religioso

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entrevista PEREGRINOS EM MISSÃO

Dedicação à arte de educar

Reitor da Unicap (Uni-versidade Católica de Per-nambuco) desde 2006, padre Pedro Rubens Ferreira de Oliveira ampliou seus desa-fios nos últimos tempos. Em 2012, foi eleito para a presi-dência da FIUC (Federação Internacional de Universida-des Católicas), tornando-se o primeiro brasileiro à frente do cargo. Em novembro de 2013, assumiu a presidência da ABRUC (Associação Bra-sileira das Universidades Co-munitárias), entidade da qual integra a diretoria há quatro anos. Em entrevista ao infor-mativo Em Companhia, ele conta sobre seu trabalho à frente dessas instituições e sua dedicação à Educação.

como é o trabalho do rei-tor de uma universidade? Quais os maiores desafios dessa missão?

A missão de um reitor é se-melhante à de um regente de orquestra ou de uma banda sinfônica. A diferença entre uma e outra é, basica-mente, que a banda é mais eclética e flexível. Trata-se,

portanto, da afinação de pessoas e de “instrumentos” diversos para realizar a arte de educar. A aposta que fa-zemos com a Educação visa à autonomia das pessoas e à inserção no mundo, defi-nido como sociedade do co-nhecimento. No Brasil, essa inserção supõe também inclusão social. O papel da universidade está, portan-to, intimamente relaciona-do com o desenvolvimento humano, social e científico de uma região e do próprio país. Dois grandes diferen-ciais, no entanto, definem a universidade brasileira: o tripé ensino, pesquisa e ex-tensão; e a natureza tripar-tite de nossas instituições: universidades públicas es-tatais, privadas particulares e comunitárias (garantida pela Constituição Federal de 1988 e normatizada pela lei 12.881/2013). Os nossos maiores desafios, desse modo, são: primeiro, fazer valer uma verdadeira articu-lação entre ensino, pesqui-sa e extensão em vista da qualidade acadêmica, da in-clusão social e da inovação técnico-científica; segundo, promover a universidade comunitária como serviço público não estatal, distinta das instituições com fins lu-crativos e marcada por valo-res humanísticos; terceiro, no caso das nossas institui-ções, conciliar, de um lado, qualidade acadêmica com sustentabilidade econômi-ca e, de outro, a autonomia universitária e o controle do Estado, sobretudo, marcado pelas restrições governa-mentais com relação às po-

líticas de assistência social. Desafios, porém, são igual-mente oportunidades de re-pensar e atualizar a missão.

Quais as principais caracte-rísticas de uma universidade jesuíta? E como isso se refle-te na qualidade do ensino e na formação dos alunos?

A característica principal é substantiva: ser uma verda-deira universidade, segundo as exigências nacionais e internacionais. A partir de então, os adjetivos indicam os diferenciais: em nossa

carta de princípios, a Unicap define-se como universida-de inspirada na visão cristã do mundo e do ser humano, de tradição jesuítica, de na-tureza comunitária, nordes-tina e que aspira à melhor qualidade. A marca jesuíta, portanto, deve ser compre-endida na relação com essas características em sua dina-micidade. A visão positiva do mundo e do ser humano tem, para nós, seu princípio e fundamento nos Exercí-cios Espirituais. A natureza comunitária da universida-de assume figuras diversas: primeiro, a configuração de uma verdadeira comunida-de acadêmica, composta de estudantes, professores e funcionários; segundo, a re-lação estreita que mantém

a universidade com a comu-nidade externa, através de serviços e parcerias com a sociedade civil, comunida-des, movimentos e organi-zações sociais; e, terceiro, do ponto de vista jurídico, a constituição de uma terceira via entre público e privado, na forma da lei 12.881/2013. Situada no coração do Nor-deste, a Unicap está aberta ao mundo, impulsionada pela vocação universitária e pela visão universal da missão. Apostamos, assim, na edu-cação como possibilidade de transformar as pessoas

e as realidades, formação integral como pleno desen-volvimento humano, a partir de uma vocação profissional concreta, mas aberta à trans-cendência. Enfim, conforme dizemos na Unicap, tradu-zindo a proposta jesuíta: a qualidade acadêmica visa à excelência humana.

a Unicap é a primeira uni-versidade jesuíta do Brasil a oferecer o curso de Medi-cina, uma conquista impor-tante. como o senhor vê o desenvolvimento da insti-tuição nos últimos anos? E quais os desafios no futuro?

O curso de Medicina é um marco, mas não é um fato isolado. A Unicap foi pioneira em vários cursos no Nordes-

A mISSãO dE Um REITOR é SEmElHANTE à dE Um REgENTE dE ORqUESTRA OU dE UmA BANdA SINFôNICA. A dIFERENçA ENTRE UmA E OUTRA é, BASICAmENTE, qUE A BANdA é mAIS ECléTICA E FlExíVEl.

Pe. Pedro Rubens Ferreira de Oliveira

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entrevista PEREGRINOS EM MISSÃO

te e/ou no Recife. A criação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Manoel da Nóbrega, em 1943, foi um passo dado em relação ao trabalho educativo dos je-suítas (Colégio Nóbrega) em resposta aos apelos da Igre-ja e às demandas da região. Em 1951, a então faculdade torna-se universidade, sendo a primeira católica do Norte e Nordeste. Tratava-se, po-rém, de uma instituição de ensino, com cursos noturnos, atendendo, sobretudo ao pú-blico trabalhador (ainda hoje maioria!). Mas as exigências universitárias mudaram e a região também. Por isso, ten-do consolidados o ensino e a extensão, o grande passo foi, e ainda é, fortalecer a pesqui-sa e a pós-graduação, com a abertura de mestrados e doutorados. A consolidação do projeto universitário, no entanto, vai junto com seu dinamismo: nesses últimos nove anos, por exemplo, dez novos cursos foram abertos. Medicina e Enfermagem, portanto, estão dentro des-sa dinâmica, não apenas con-solidando a área de saúde, mas revelando a capacidade da universidade fazer parce-rias e responder às grandes demandas da região. De fato, no primeiro vestibular, as 50 vagas foram concorridas entre mais de 4.200 candida-tos. Muito além do esperado, esses dados revelam igual-mente a grande credibilidade da Unicap, associada, princi-palmente, à tradição de qua-lidade, à formação integral e à visão humanística.

a Unicap possui trabalhos na Área social?

A Unicap tem uma presença atuante na região metro-

politana do Recife (PE). De fato, o “nosso campus é a cidade”. E a forma de habitar a cidade é, predominante-mente, na área de serviços à comunidade socialmente necessitada. A visão social da universidade é bastante ampla, traduzindo-se em assistência estudantil, pro-jetos sociais e atividades diversas. Cada vez mais, po-rém, a regulação do Estado orienta a assistência social para a assistência estudan-til e a demanda é grande: cerca de 52% dos estudan-tes recorrem aos programas de bolsas e incentivos, so-bretudo PROUNI (Programa Universidade para Todos) e FIES (Fundo de Financia-mento Estudantil). Os pro-jetos sociais são desenvol-vidos a partir da assistência social ou mediante parce-rias com instituições gover-namentais, organizações da sociedade civil e empresas. A título de exemplo, três ações: o Liceu Nóbrega, em parceria com o Estado de Pernambuco, atende gra-tuitamente mais de 1.100 alunos (Ensino Fundamental e Médio); temos uma par-

ceria com a Fundação Fé e Alegria do Brasil, desenvol-vendo projetos diversos; assumimos a gestão do Es-paço Criança Esperança, em parceria com a Unesco, TV Globo Nordeste, Prefeitura de Jaboatão, Exército e em-presas. Vários cursos desen-volvem serviços, a partir de atendimento à população, nas clínicas de Fonoaudio-logia, Psicologia, Fisiotera-pia e Terapia Ocupacional. Merece destaque também o atendimento jurídico gratui-to às comunidades, a partir do núcleo central e de ou-tros onze pontos nas peri-ferias da cidade. Além disso, vários núcleos de extensão existem em parcerias com outras organizações sociais, como por exemplo, o NEABI (Núcleo de Estudos Afrobra-sileiros e Indígenas), o NEAL (Núcleo de Estudos da Amé-rica Latina), a Cátedra Dom Helder de Direitos Humanos e o recém-criado Observa-tório de Direitos Humanos da Unicap.

Qual o papel da FiUc na Educação superior das instituições católicas?

A Federação Interna-cional de Universidades Católicas (FIUC) reúne 216 afiliadas dos cinco conti-nentes, atuando em rede e em estreita colaboração com a Congregação para a Educação Católica. A mis-são da FIUC pode ser resu-mida em quatro ações:• Promover uma reflexão cole-tiva e continuada sobre a mis-são das instituições católicas de educação superior, visando à incidência local e regional, mas aberta ao mundo;•Proporcionar a integra-ção das universidades e a formação de redes entre as instituições-membros, a partir de saberes e práticas (projetos comuns e parce-rias operativas); • Representar as universidades católicas junto às organizações internacionais (ONU, UNESCO, etc.), garantindo a participação e, na medida do possível, dando a nossa colaboração nas mais diferentes instâncias;•Contribuir com o desenvol-vimento e consolidação da educação superior católica, segundo os critérios da qua-lidade, tradição e autono-mia (cf. Ex corde ecclesiae).

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entrevista PEREGRINOS EM MISSÃO

como está sendo seu tra-balho como presidente da FiUc?

A FIUC celebra, este ano, 90 anos: fundada em 1924 por iniciativas das universidades, a Federação foi reconhecida pela Santa Sé somente em 1949. As duas datas impor-tantes remetem ao contexto de pós-guerras mundiais, dentro de uma visão euro-cêntrica do mundo e de uma concepção europeia de uni-versidade. Assumi a presi-dência em outro contexto, marcado, sobretudo, por um novo paradigma de comu-nicação, pela racionalidade pós-moderna e pelo fenôme-no da mundialização. Nesse cenário, dentro de minha fun-ção, propus um novo Plano Estratégico, aprovado no dia em que foi anunciado Francis-co como novo bispo de Roma, estimulando nosso desejo de mudanças e instigando ainda mais a nossa missão de diálogo com as culturas e serviço à humanidade. Graças ao secretariado central e aos novos meios de comunicação,

muito se pode fazer à distân-cia. Nada dispensa, porém, os contatos diretos e o valor das visitas às universidades, normalmente por ocasião de reuniões dos conselhos, gru-pos setoriais e assembleias continentais. A agenda é in-tensa, mas convergente, po-tenciando ainda mais minha função de reitor da Unicap.

Em 2013, o senhor assumiu outro desafio: a presidência da aBRUc. Qual o papel da instituição no país?

O papel da ABRUC é funda-mental e estratégico para o segmento, mas também para compreender o lugar da so-ciedade civil organizada no processo de consolidação da democracia e do Estado de Direito, marcado pela dimen-são social. A organização das universidades comunitárias em uma associação é, portan-to, resultante de um processo democrático e da necessida-de de um sistema nacional, ao mesmo tempo único, comple-xo e complementar. A ABRUC é, na verdade, uma “rede” de

associações preexistentes e autônomas, muitas de cará-ter confessional e nacional (ANEC - Associação Nacional de Educação Católica do Bra-sil, ABIEE - Associação Brasi-leira de Instituições Educacio-nais Evangélicas), outras de recorte regional (COMUNG - Consórcio das Universida-des Comunitárias Gaúchas e ACAFE- Associação Catari-nense das Fundações Educa-cionais) e iniciativas diversas (sem associação própria), todas sem fins lucrativos. De-pois de quase duas décadas e muitas discussões, foi elabo-rado um projeto de lei, defi-nindo o marco regulatório das instituições comunitárias e, em seguida, sancionada a Lei 12.881/13, pela presidente Dil-ma Rousseff. A presente lei é um marco e inaugura um novo tempo para o Brasil e para as instituições comunitárias, distinguindo-as tanto do seg-mento público quanto do pri-vado: nem públicas estatais nem privadas particulares, as instituições comunitárias de educação superior (ICES) são reconhecidas, mediante

a lei, como “públicas não es-tatais”, de direito privado, mas de finalidade pública. Portanto, o papel da ABRUC é trabalhar a efetivação da nova lei, articulando, promo-vendo e defendendo as ICES, articulando as suas associa-das e pautando sua agenda permanente com o Estado Federal e suas instâncias, na perspectiva de garantir a maior participação do seg-mento nas políticas públicas.

Qual o papel das iEs (insti-tuições de Educação supe-rior) dentro do novo contex-to da BRa?

Em maio de 2004, aconteceu a reunião fundacional do Fó-rum de Instituições de Edu-cação Superior confiadas à Companhia de Jesus no Bra-sil (FORIES). Durante o pro-cesso de formação da nova Província do Brasil (BRA), os encontros do FORIES foram intensificados e orientados para essa nova realidade: não apenas reunimos os dirigen-tes, mas também fomenta-mos visitas às IES, tanto de jesuítas quanto de outros colaboradores, na busca de articular projetos de interes-se comum. A colaboração das nossas IES apresenta, portan-to, duas grandes faces de uma mesma medalha: a primeira, permite aumentar as parce-rias e projetos entre nossas instituições; a segunda, pode contribuir em várias frentes da nova província, tanto nas plataformas quanto nos di-versos campos de atuação apostólica. Na verdade, uma IES não é apenas uma “obra de educação superior”, mas um campo apostólico que, partindo da educação uni-versitária, promove a trans-formação das pessoas e das

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entrevista PEREGRINOS EM MISSÃO

realidades, desenvolvendo dimensões essenciais da missão da Companhia de Jesus, como por exemplo: serviço da fé e diálogo com as culturas e religiões, nas fronteiras da secularização e do sen-timentalismo religioso; atualização do “apostolado intelectual” em diálogo com as novas mentalidades, nas fronteiras da cultura científico-tecnológica; promoção da justiça, a partir de debates críticos e

projetos, nas fronteiras das questões sociais, econômicas e políticas; agenda socioambiental, na fronteira da ecologia; inclusão social e superação da pobreza, nas fronteiras da exclusão; trabalho de colaboração em rede, nas fronteiras da sociedade plural em que vivemos. Diante dos grandes desafios que o Brasil enfren-ta e do papel que é chamado a assumir no mundo – país emergente, democracia

social e Estado de Direito – e, por sua vez, face à diminuição do número de jesuítas e de instituições, as nossas IES podem contribuir, efetiva e decisivamente, tanto na formação das juventudes e de novos colaboradores quanto na ampliação de redes e parcerias com outros homens e mulheres comprometidos com o projeto de uma sociedade sustentável, na pers-pectiva do Reinado de Deus.

MoBilização E sUpERação

Vazantes, distrito de Aracoiaba, fica no semiárido cearense, a 82 qui-lômetros de Fortaleza. Com cerca de 3.500 habitantes, a pequena localidade é onde padre Pedro Rubens nasceu. Essa ligação foi fundamental para dar vida a várias ações sociais que estão mudando a realidade local. “Quando voltei da França, depois do doutorado, os conterrâneos fizeram uma festa de boas-vindas ao Brasil, orgulhosos de minha conquista, mas tristes porque a escola onde eu havia estudado iria fe-char. E pediram o meu apoio”, relembra o jesuíta. “Associei a demanda da comuni-dade à vocação da educação popular Fé e Alegria (FyA), colocando-os em conta-

to. A partir desses encontros, só precisei apoiar ou ‘soprar a brasa’, inclusive porque fui diretor regional nordeste da Fundação e hoje estou no Conselho Curador nacional.”

Padre Pedro Rubens ressalta que “a proposta do Fé e Alegria em Vazantes é a melhor prova da força social da edu-cação popular”. De 2005 até hoje, além de salvar e potencializar as duas escolas públicas do distrito, a instituição envol-veu diretamente em suas ações cerca de 700 pessoas, entre crianças, adultos e idosos. Atualmente, vários projetos são desenvolvidos localmente, em três áreas: Educação, Cultura e Geração de Renda. “Além da comunidade, dois apoios foram fundamentais: o financiamento dos proje-tos pela ANEAS (Associação Nóbrega de Educação e Assistência Social) e a parce-

ria de instituições alemãs (Sozialwerk Brasilienhilfe) que apoiaram com in-fraestrutura”, conta padre Pedro Ru-bens. Dessa forma, antes de celebrar 10 anos, o Fé e Alegria Vazantes dispõe de uma casa da cultura e dois centros. “Evidentemente que as dificuldades não são poucas, mas a capacidade de mobilização e busca de superação são ainda maiores. Nada melhor, porém, que ir até lá e ser recebido pelo pesso-al, com muita fé e alegria”, finaliza.

Em 2011, o jesuíta lançou o livro Lugar onde os pássaros cantam e as pessoas contam histórias, publicado pela editora Confraria do Vento. A obra relata o imaginário popular da ci-dade de Vazantes, através de típicos personagens e histórias inusitadas.

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Processo de beatificação e canonização de dom Luciano

Uma missa solene marcou o início do processo de beatificação de dom Luciano Mendes de Almeida, jesuíta e ex-arcebispo de Mariana (MG). A cele-bração, realizada no dia 27 de agosto, na Catedral Metropolitana da cidade, foi presidida pelo arcebispo de Maria-na, dom Geraldo Lyrio Rocha. A data recorda o falecimento do religioso, em 2006. Todos os anos dezenas de fiéis participam da cerimônia, desta vez com um significado especial.

Agora, começa a fase arquidioce-sana do processo, com a sessão de ins-talação do tribunal eclesiástico, que dará início ao procedimento de beati-ficação, autorizado pela Congregação para a Causa dos Santos, no dia 13 de maio de 2014. Monsenhor Roberto Natali, vigário judicial, postulador da causa de dom Luciano, adianta que se trata do início. “Ainda estamos na fase

IGREJA SANTA SÉ

o ministério de unidade na

de preparação para a abertura do pro-cesso na diocese”, declarou.

Segundo Mons. Natali, “essa pri-meira fase ocorre na Arquidiocese de Mariana, onde dom Luciano atuou por 18 anos. A segunda, que é decisiva, será em Roma”. Para que o bispo seja bea-tificado, será necessário comprovar, com documentos e depoimentos, que ele levou uma vida virtuosa, por meio da prática cristã como a fé, esperança, amor, prudência, fortaleza, temperança, humildade, pobreza, obediência e casti-dade. Não há prazo determinado para a conclusão da primeira fase.

Caso a documentação seja aprova-da em Roma, com um decreto do papa Francisco, dom Luciano passa a ser ve-nerável. A partir desse título, se um mi-lagre alcançado por sua intercessão foi provado, o religioso será reconhecido como beato. Com a comprovação de um segundo milagre, o religioso será reco-nhecido como santo.

Para Mons. Natali, o maior desafio será reunir os casos das pessoas mais humildes, entre eles mendigos e doen-tes, de quem dom Luciano costumava cuidar pessoalmente nos hospitais. “Depois de um dia inteiro de trabalho nos afazeres como bispo, ele saía em silêncio e ia a pé socorrer drogados e doentes nos hospitais. São registros que só podem ser encontrados no li-vro da vida, direto com Deus”, disse o vigário judicial.

O padre Carlos Alberto Contieri foi nomeado para presidir a comissão de história, no processo de beatificação e canonização de dom Luciano, inicia-do pela Arquidiocese de Mariana. “A Comissão tem por finalidade reunir

toda a documentação necessária para o processo, assim como testemunhos de pessoas ainda vivas. A comissão, em princípio, trabalhará intensamen-te ao longo de dois anos. Em fins de 2016 ou início de 2017, entregaremos o resultado da pesquisa a dom Geraldo Lyrio”, explica o jesuíta.

Nascido no Rio de Janeiro em 5 de outubro de 1930, dom Luciano tornou-se jesuíta ainda jovem, trabalhando na Compa-nhia de Jesus dos 17 aos 45 anos de idade, onde obteve desta-que no trabalho com detentos nas cadeias em Roma. Foi bispo auxiliar de dom Paulo Evaristo Arns, em São Paulo, antes de ser nomeado arcebispo de Maria-na, em 1988, onde permaneceu até 2006, quando faleceu, aos 75 anos. Dom Luciano foi tam-bém Secretário geral (de 1979 a 1986) e presidente por dois mandatos consecutivos (1987 a 1994) da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Em nota publicada por ocasião de sua morte, a Presidência da CNBB destacou, entre as mar-cas que o religioso deixou na instituição, o dinamismo, a inte-ligência privilegiada, a dedica-ção incansável e o testemunho de amor à Igreja.

Fonte: www.news.va | G1

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No dia 3 de setembro, durante au-diência geral, o papa Francisco expres-sou sua proximidade com os cristãos perseguidos no Iraque. O pontífice di-rigiu “cordiais boas-vindas aos peregri-nos de língua árabe, em particular, aos provenientes do Iraque”.

O papa destacou que “a Igreja é mãe e como todas as mães sabe acompanhar o filho com necessida-des, consolar o filho caído, curar o doente, buscar o perdido e sacudir o adormecido e também defender os filhos indefesos e perseguidos”.

“Hoje queria assegurar especial-mente a estes últimos, a minha apro-ximação, são o coração da Igreja, a Igreja que sofre com vocês e está or-gulhosa de vocês, são a força e o tes-temunho concreto e autêntico de sua mensagem de salvação, de perdão e de amor. Que o Senhor os abençoe e os proteja”, disse Francisco.

Nos últimos meses, o papa tem feito fortes apelos de paz e de con-denação contra a violência e as per-seguições aos cristãos no Iraque. A região sofre com os confrontos entre

PAPA AFIRmA qUE IGREjA EsTÁ ORGULhOsA DOs CRIsTãOs DO IRAqUE

o ministério de unidade na igreja SANTA SÉ

O cardeal Fernando Filoni viajou para o Iraque, no último dia 12 de se-tembro, para apoiar a população, em parte cristã, que foge diante do avan-ço dos jihadistas do grupo Estado Islâ-mico. O padre Federico Lombardi, di-retor da Sala de Imprensa da Santa Sé, afirmou que “diante da grave situação, o papa Francisco nomeou o cardeal Fi-loni como seu enviado, com o objetivo de fornecer a solidariedade da Igreja e expressar sua proximidade espiritual com as populações que sofrem”.

Segundo Lombardi, o enviado de Francisco foi ao Curdistão iraquiano, para onde estão se dirigindo as pesso-as deslocadas no norte do país. “Está previsto que também se forneça uma ajuda por parte do Santo Padre aos refugiados”, disse o porta-voz, ressal-tando que o papa respondia, assim, ao apelo lançado pela comunidade inter-nacional para ajudar as comunidades

cristãs e yazidis deslocadas, entre outras. Filoni foi representante da Igreja Católica no Iraque e na Jordânia de 2001 a 2006. Ele permaneceu em Bagdá durante a intervenção militar americana de 2003.

Para o cardeal Filoni, a nomeação é um gesto de confiança do papa, que manifesta sua solicitude para com a situação dos cristãos. Em entrevista à Rádio Vaticano, ele afirmou que “as pessoas estão sofrendo por terem deixado a própria casa e por verem suas raízes ceifadas, por terem sido humilhados. Agora, eles buscam re-fúgio em outro lugar. Portanto, essa solicitude do papa parece-me ser a coisa mais importante e, desse ponto de vista, espero poder ir ao encontro da exigência de tantas pessoas e não somente manifestando este aspec-to próprio da solicitude do papa, mas também buscando ver junto com o Pa-triarcado o que podemos fazer como Igreja universal”.

Fonte: Fonte: www.news.va | www.jb.com.br | G1 |

Rádio Vaticano

caRdEal FERNaNdo FiloNi

xiitas e sunitas e com as ações do gru-po Estado Islâmico.

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PARA sEmPRE, AmIGOs NO sENhOR

“Ser jesuíta para mim é ser disponível. É ter respeito pelo outro, evitando criticar ou con-denar. Ser jesuíta é acreditar na Companhia e na missão”, afirma padre Adriano Pighet-ti, que está em plena atividade apostólica, mas já vive na Resi-dência São Luiz Gonzaga, em Fortaleza (CE), uma das três Casas de Saúde da Companhia de Jesus no Brasil.

A disposição para servir e a dedicação à missão de Cristo são características que fazem parte do ser jesuíta. A voca-ção para doar-se aos demais permeia o carisma inaciano. Durante anos, os jesuítas de-dicam-se à realização de sua vocação e, mesmo quando a saúde já não é mais perfeita ou quando a idade já está avança-

especial

da, eles continuam a missão por meio das orações.

Na Companhia de Jesus, os jesuítas mais idosos e/ou que estão com a saúde fragilizada são incentivados a compar-tilhar sua sabedoria com os demais. Segundo as Normas Complementares (Sexta Parte, capítulo V, nº 244) das Constituições da Ordem, es-ses jesuítas devem “procurar animar os seus companheiros, pelo exemplo de sua entrega filial e confiante a Deus na do-ença e enfraquecimento das próprias forças ”.

No Brasil, quando um je-suíta atinge a idade avança-da e/ou precisa de cuidados médicos, passa a morar em comunidades específicas, as chamadas Casas de Saúde,

onde recebe a missão de orar pela Companhia de Jesus e pela Igreja. “A missão de orar é altamente afetiva e bonita. Com nossas orações, abraça-mos as pessoas, revisitamos locais, nos colocamos sob a ação do Espírito Santo. Orar é entender-se dentro de uma relação amorosa com Deus e com as pessoas. Assim, as coisas ficam mais suaves, mais profundas, mais vivas, viram magis”, afirma padre Itamar Carlos Gremon, vice--superior da Residência Ir. Luciano Brandão.

A constante contribuição à missão e as histórias de vida dos jesuítas que estão nas Ca-sas de Saúde inspiram a mis-são da Companhia de Jesus. Por isso, seu acompanhamen-

to é muito importante. Enfren-tar os desafios do envelheci-mento não é fácil, mas essa é uma fase natural da vida. “O ser humano religioso envelhece de forma natural e individual. Isso precisa ser entendido nas suas características específicas. A Companhia de Jesus prima pelo acolhimento, pelo cuida-do individual de cada jesuíta”, afirma irmão Orival Bonicoski, diretor da Casa de Saúde Ins-tituto São José, desde 2011, e enfermeiro responsável pela saúde dos Jesuítas da Provín-cia Brasil Meridional (BRM).

O cuidado e o respeito pelos idosos também são te-mas recorrentes nos discur-sos do papa Francisco. Em uma das missas realizadas na Casa Santa Marta, o pon-

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tífice afirmou que “os idosos são aqueles que nos trazem a história, que nos trazem a doutrina, que nos trazem a fé como herança”.

No próximo dia 28 de se-tembro, Francisco presidirá um encontro internacional de ido-sos e avós, no Vaticano. O even-to será organizado pelo Pon-tifício Conselho para a Família e tem como objetivo refletir sobre a importância dos idosos

na sociedade. “Através desse evento, queremos chamar a atenção de todos para a im-portância desta fase da vida”, ressalta monsenhor Vincenzo Paglia, presidente do Pontifício Conselho para a Família. Para ele, os idosos não devem ser somente objeto de atenção ou de cuidados, mas também de uma nova perspectiva de vida.

especial

iNsTiTUTo são josé

O amor a Deus está sem-pre presente no dia a dia de cada missionário. É essa fé que anima os jesuítas que residem nas Casas de Saúde. Atualmente, existem três de-las no país: Residência Irmão Luciano Brandão, em Belo Horizonte (MG), Instituto São José, em São Leopoldo (RS), e a Residência São Luiz Gonzaga, em Fortaleza (CE). Há pouco tempo, a Residên-cia Padre Antônio Vieira, em Salvador (BA), também aco-lhia jesuítas idosos ou que precisassem de cuidados es-peciais. Porém, até o final de

2014, eles serão transferidos para Fortaleza.

As Casas de Saúde ofe-recem todos os cuidados de que os jesuítas necessitam nessa fase de suas vidas. As instituições prezam pela qualidade de vida, há acom-panhamento da alimentação e da saúde, além da realiza-ção de atividades de lazer. Essencial, o cuidado com o espírito também está pre-

sente nesse trabalho. “Os momentos de oração, tanto pessoal quanto comunitária (eucaristia, terço, leitura es-piritual), são sagrados”, res-salta irmão Orival Bonicoski.

Segundo o padre Itamar Carlos Gremon, da Resi-dência Ir. Luciano Brandão, não é a idade que determi-na quem vai morar na co-munidade, mas o fato de o jesuíta estar necessitando de uma atenção maior em relação à saúde naquele momento. “Aqui é a nossa casa, nossa residência, não é um asilo. Somos uma co-munidade religiosa da Com-panhia de Jesus. Aqui, cada um procura viver da melhor forma”, ressalta.

O ‘viver da melhor for-ma’, como declara o padre Itamar, é pensado com mui-to amor pelos colaborado-res e jesuítas que atuam nas instituições. “Aqui, nós cele-bramos a vida em cada de-talhe: com orações, festas e momentos de lazer. Gos-tamos de celebrar os ani-

versários dos jesuítas no dia certo, assim demonstramos nosso carinho por cada um deles”, afirma padre Itamar.

Para o irmão Orival, essa dedicação aos jesuí-tas é essencial para o for-talecimento da missão. “As pessoas que colaboram conosco no atendimento aos idosos (enfermeiros,

a vida EM coMUNidadE

Em 2014, o Instituto São José, em São Le-opoldo (RS), celebrou 25 anos de existência. No dia 28 de janeiro de 1989, a Casa de Saúde foi inaugurada com uma Celebração Eucarística de ação de graças, com a presença dos primei-ros jesuítas residentes,

grande parte vindo da cidade de Pareci Novo (RS), onde ficava o antigo noviciado da BRM. O pri-meiro superior da comu-nidade foi o padre Ruper-to Antônio Jaeger. Desde então, sete superiores atuaram no Instituto. Atualmente, 22 jesuítas vivem na comunidade.

psicólogos, nutricionistas, dentre outros) vivem a filo-sofia da casa e o respeito às pessoas, com carinho e afeto. Para definir a direção do Instituto e os colabora-dores, cabe um só termo: família. Somos uma grande família, diversificada no trabalho, mas unida na mis-são”, afirma.

“OS IdOSOS SãO AqUElES qUE NOS TRAZEm A HISTóRIA, qUE NOS TRAZEm

A dOUTRINA, qUE NOS TRAZEm A Fé COmO HERANçA.”

Papa Francisco

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16

especial

Os jesuítas que pos-suem um pouco mais de energia participam ativa-mente das atividades, além de ajudarem na realização das tarefas da comunidade. “Todos contribuem com ale-gria, cada um dentro de suas possibilidades. Há o que cui-da dos livros, o que ajuda na revisão de textos, o que aju-da na manutenção da casa, dentre outras atividades”, explica padre Pedro Vicen-te Ferreira, superior da Re-sidência São Luiz Gonzaga.

Em Fortaleza (CE), sema-nalmente, ainda são realiza-das sessões de cinema, além de encontros que apresen-tam as últimas notícias da Companhia de Jesus. “Sem-pre acompanhamos as infor-mações sobre a Companhia, inclusive pelo portal Jesuítas Brasil”, relata o superior, con-tando que os jesuítas da resi-dência estão sempre alegres. “A convivência comunitária é muito saudável. O nosso padre José Moreira, 92 anos, sempre diz, de maneira espi-rituosa, que a nossa, é uma comunidade divertida”.

Na Residência Ir. Luciano Brandão, as atividades reali-zadas com a fisioterapeuta e com a fonoaudióloga têm grande participação dos je-suítas. Um dos motivos é o coral da comunidade, no qual alguns soltam a voz. Segundo o padre Itamar, “alguns jesuí-tas ainda ajudam atendendo confissões e cuidando das tarefas da casa e do jardim”.

“Feliz é quem foi jovem em sua juventude, feliz é quem é sábio em sua velhice”, afirma irmão Orival. O jesuíta conta que o clima do Institu-to São José ficou bem alegre após a chegada de estagiá-rios universitários nas áreas de Enfermagem, Nutrição,

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especial

Psicologia e Fisioterapia. Ele explica que os “candidatos selecionados passam por avaliação, aprimoram seu currículo e enriquecem o am-biente da casa com ânimo ju-venil”. Para irmão Orival, “En-velhecer bem é multiplicar a mocidade através do amor”.

Os jesuítas que estão nas Casas de Saúde também po-dem receber a visita de paren-tes, amigos e de outros com-panheiros de missão. Esse é um momento muito especial, pois eles se sentem animados e acolhidos por todos. Segun-do o padre Hugo Ignácio Bers-ch, superior do Instituto São José, as visitas são sempre esperadas e, quando outros jesuítas a realizam, a comu-nidade procura saber como estão os trabalhos nas obras apostólicas da Companhia.

Para padre Hugo, isso é um bom sinal de participa-ção na missão. A comunidade reza por esses jesuítas, por seus colaboradores na mis-são e pelas grandes necessi-dades e desafios confiados à Companhia de Jesus. “Alguns jesuítas me confiam, com simplicidade, alegrias como esta: ‘Em meus trabalhos apostólicos, nunca tive tanto tempo e tão propício para a oração e a meditação. Como agradeço a Deus por poder fazê-lo hoje com tranquilida-de, sem pressa!’. Outro dia, um me falou: ‘Agora estou aprendendo a ter paciência com colegas enfermos e com os idosos’. E não se trata de acomodar-se. A certeza de perceber-se útil, valorizado em sua oração, procurado e agradecido pelos que estão ‘lançando as sementes na terra’, tudo isso faz nossos idosos perceberem-se vivos na Igreja missionária e evan-gelizadora”, declara o jesuíta.

REsidêNcia são lUiz GoNzaGa

Em Fortaleza (CE), a Residência São Luiz Gonzaga encontra-se numa boa localização na cidade, onde há comér-cios e bons hospitais. Além disso, está vincu-lada à Paróquia Cristo Rei, o que possibilita aos jesuítas atenderem con-fissões, além de faze-rem aconselhamentos. A residência passou a ser o local de acolhida dos jesuítas idosos e dos que necessitavam de algum tratamento e/ou recuperação mé-dica a partir de 1995.

O atual superior da residência, padre Pedro Vicente Fer-

reira, foi o primeiro a assumir a missão. “Fui o primeiro supe-rior da comunidade. Na época, o provincial era o padre Ferdinand Azevedo. Ao contar a história da comunida-de, é importante fazer uma menção especial ao irmão Amador Do-mingos de Souza, que faleceu recentemente nesta residência, pela sua inestimável contri-buição na construção e adaptação dos espaços da casa”, relata padre Pedro Vicente. Atual-mente, 15 jesuítas es-tão na Residência São Luiz Gonzaga.

Em agosto de 2014, cerca de 300 jesuítas de diversas partes do Brasil participaram da 1ª Assembleia Nacional. Pela primeira vez, o corpo apostólico da Companhia de Jesus no país se reuniu em úni-co local. No discurso de aber-tura do encontro, padre Carlos Palácio, provincial do Brasil, agradeceu a presença de to-dos e lembrou dos jesuítas que não puderam estar presen-tes fisicamente. Na ocasião, ele declarou que os jesuítas das Casas de Saúde “são um exemplo vivo de dedicação a Jesus Cristo e ao Evangelho”.

Nesse encontro, tão es-perado por todos, essas pri-meiras palavras encheram de graça o coração dos que acompanhavam esse momen-to histórico da Companhia de Jesus no Brasil. O que muitos não sabiam é que a homena-gem aos jesuítas das Casas de Saúde tinha começado antes do início da Assembleia.

Quando os primeiros jesuítas chegaram à Casa de Retiros Vila Kostka, em Itaici (Indaiatuba/SP), padre Carlos Palácio enviou para as três Casas de Saúde uma carta, na qual falava sobre a importante contribuição de-les à missão. Leia um trecho da mensagem: “[...] Nesse mo-mento, nosso pensamento e nosso coração se voltam para vocês, queridos irmãos, que são parte importante e privilegiada desse ‘corpo apostólico’ que aqui estará reunido. Importante, porque são o exemplo vivo do que é gastar toda uma vida a servi-ço de Jesus Cristo e do evan-gelho; e privilegiada, porque representam a parte mais no-bre, a dimensão orante desse corpo apostólico, a alma que

UNião dE coRaçõEs

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especial

dá vida a todo apostolado. A assídua oração ‘pela Igreja e pela Companhia’ de todos vocês é um sustento pre-cioso e indispensável para a missão da Companhia.”

A mensagem foi lida aos jesuítas das Casas de Saúde que não puderam participar da Assembleia Nacional, em Indaiatuba (SP). A recepção da carta foi muito boa e todos se sentiram parte do encon-tro. “Sentimos-nos valori-zados quando recebemos a carta do padre Palácio na qual falava sobre a im-portância da contribuição dos jesuítas idosos para a missão da Companhia de Jesus”, confessa padre Ita-mar Gremon, da Residência Ir. Luciano Brandão.

O padre Hugo Bersch, su-perior do Instituto São José, que participou da Assembleia Nacional e escutou emocio-nado a mensagem de abertu-ra do padre Palácio, disse “a mensagem da carta foi envia-da por e-mail à nossa Casa de Saúde, em São Leopoldo (RS), e estava sendo lida duas horas depois, na reunião dos idosos em oração, realizada às 10h40. Nem é preciso falar com que emoção! Serem lembrados! Todos lembrarem-se dos anos de dedicação à missão e de como são Amigos no Senhor”.

Ao final da Assembleia, padre Palácio agradeceu a presença de todos e, mais uma vez, ressaltou a impor-tância dos companheiros que estão nas Casas de Saúde, além disso, saudou os jovens jesuítas em formação. Um gesto que demostra que é possível caminhar rumo ao futuro de mãos dadas com aqueles que dedicaram suas vidas à missão e que fizeram a diferença por onde passaram.

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especial

REsidêNcia iRMão lUciaNo BRaNdão

A Residência Irmão Luciano Brandão está localizada em Belo Ho-rizonte (MG), no bairro Planalto, no mesmo quar-teirão da FAJE (Faculda-de Jesuíta de Filosofia e Teologia). A residência foi erigida canonicamente no dia 4 de Junho de 1992, pelo decreto assinado

pelo padre Geral Peter--Hans Kolvenbach. O padre Sebastião Francisco Pes-catori foi o primeiro supe-rior da comunidade, onde, atualmente, está cuidando de sua saúde. Além de 23 jesuítas, a Residência Ir-mão Luciano Brandão aco-lhe também o bispo dom José Maria Pires.

“SãO Um ExEmPlO VIVO dE dEdICAçãO A JESUS CRISTO E AO EVANgElHO.”

Padre Carlos Palácio, SJ Provincial do Brasil

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§ 1. É um auxiliar direto do Provin-cial, responsável imediato pelas diferentes formas de conceber o cuidado com a saúde dos nossos:

1° Casas de Saúde (ou enfer-marias);

2° Casas de idosos que mantêm atividades apostólicas;

3° De modo mais amplo, pre-paração e formação humana e espiritual dos jesuítas para acolher e viver de maneira inte-grada o envelhecimento como etapa de vida.

§2.Terá autoridade para acompa-nhar as pessoas e receber conta de consciência dos jesuítas desti-nados às três Casas de Saúde da Província, com exceção dos que fazem tratamentos provisórios.

§3. Não caberá a ele a administra-ção imediata das Casas de Saúde, que deverão ter, cada uma, seu próprio Diretor(a).

§4. Estará em contato com os Su-periores de Plataformas Apostóli-cas para identificar as pessoas que necessitam de maiores cuidados.

(Estatuto da Província do Brasil)

Nº DE JESUíTAS NO BRASIL

TOTAL 537

FUNçõEs do dElEGado paRa o cUidado da saúdE

Atualmente, há mais de 500 jesuítas no país (segundo os dados oficiais, eram 537, em 20 de fevereiro). Desses, mais de 51% com mais de 61 anos [Confira o grá-fico ao lado]. Sessenta deles vivem nas três Casas de Saúde da Companhia de Jesus no Brasil. Pensando na qualidade de vida e na saúde de todos, a nova Pro-víncia do Brasil – BRA contará com um Delegado para o Cuidado da Saúde, que

coNsERvação do coRpo aposTólicoserá responsável por zelar pela qualida-de de vida dos jesuítas.

Como missão, esse auxiliar direto do provincial terá que acompanhar os jesu-ítas das Casas de Saúde, os que estão mais idosos e têm atividades apostólicas, e, de modo mais amplo, a preparação e formação humana e espiritual dos compa-nheiros para proporcionar, de forma inte-grada, melhor acolhimento e vivência do

envelhecimento como etapa de vida. O Delegado para o Cuidado da

Saúde terá autoridade sobre as Ca-sas de Saúde, mas essas continua-rão sendo administradas por seus respectivos diretores. Além disso, o Delegado estará em contato com os Superiores de Plataformas Apostó-licas para identificar as pessoas que necessitam de mais cuidados.

especial

Tem mais de 80 anos (108)

Entre 71 e 80 anos (95)

Entre 61 e 70 anos (72)

Entre 51 e 60 anos (66)

Entre 41 e 50 anos (88)

Entre 31 e 40 anos (65)

Entre 21 e 30 anos (42)

Com menos de 21 anos (1)

Dados atualizados em 20 de fevereiro de 2014

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MUNDO CÚRIA GERAL

a companhia de jesus no

COmPANhIA DE jEsUs CELEBRA 474 ANOs

No dia 27 de setembro de 1540, o papa Paulo III aprovou oficialmente a Companhia de Jesus com a bula Regimini mi-litantis Ecclesiae. Em 2014, a Ordem religiosa celebra seus

474 anos com o mesmo vigor apostólico dos primeiros com-panheiros. Atualmente, a Com-panhia de Jesus é formada por mais de 17 mil jesuítas espalha-dos por cerca de 130 países.

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O papa Francisco nomeou o padre Robert J. Geisinger, SJ, promotor de Justiça da Congregação para a Doutri-na da Fé (CDF), substituindo o padre Robert W. Oliver, que ocupava o cargo desde 3 de janeiro de 2013.

O padre Geisinger é, atualmen-te, procurador geral da Companhia de Jesus e membro da Província de Chicago. O padre Oliver, da Arquidio-cese de Boston, foi nomeado secre-tário da Pontifícia Comissão para a Tutela de Menores.

O promotor de Justiça é conheci-do, geralmente, como o “fiscal-chefe” da CDF e sua função é investigar os delitos considerados como os mais graves pelo Direito Canônico, incluí-dos aí os crimes contra a sacralidade da Eucaristia, violações do segredo de confissão e denúncias de abusos de menores por parte do clero.

Em 8 de setembro, o Secretariado para as relações ecumênicas e inter-reli-giosas iniciou sua reunião anual, em Roma (Itália), com a participação do Padre Geral, Adolfo Nicolás. Os participantes são nove, cada um responsável por um grupo con-fessional ou religioso. Milan Zust, igrejas orientais; Thomas Rausch, protestantes; Jean-Pierre Sonnet, hebreus; Heru Prako-sa, muçulmanos; Gregory Sharkey, budis-tas; Noel Sheth, hindus; Felipe Jaled Ali Modad Aguilar, religiões tradicionais da América; Kemboly Mpay, religiões tradi-cionais da África; John B. Mundu, religiões tradicionais da Índia; e Claudiu Ciubotariu, Secretário da reunião.

PAPA NOmEIA jEsUíTA COmO PROmOTOR DE jUsTIçA

SECRETARIADO PARA AS RELAçõES ECUMêNICAS E INTER-RELIGIOSAS REúNE-SE EM ROMA

a companHia de jesus no mundo CÚRIA GERAL

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AMÉRICA LATINA CPAL

a companhia de jesus na

colaboradores da missão de cristogem. Uma novidade que nasce do conceito de Igreja do Vati-cano II. Um povo de Deus em marcha que implica nova rela-ção com o laicato, com o mun-do, que brota do Evangelho.

Na metodologia do PAC, que temos definido como pro-ximidade, profundidade, para a ação e incidência, internacional e intercultural, esta é a sexta característica: a colaboração.

Por isso, o PAC nos convida a aprofundar o significado e os modos de colaboração (Linha de ação 17); a animar a forma-ção conjunta de leigos e jesuí-tas para a colaboração (Lda 18); e a recriar e fortalecer as redes ou famílias inacianas (Lda 19).

Nesse sentido, o Setor Co-laboração da CPAL produziu um documento que nos ajuda a compreender melhor a cola-boração: tem trabalhado em criar uma rede inaciana latino--americana e em fortalecer as redes ou famílias inacianas de cada Província e prepara, para sua publicação proximamen-te, um plano de formação para leigos e jesuítas.

Esperamos de todos nós um interesse por compreen-der melhor a novidade dessa maneira de entender a cola-boração na missão, o apoio às redes, às famílias e aos movi-mentos inacianos que se vão estendendo e a participação (de jesuítas e outros colabo-radores e colaboradoras) nos planos de formação conjunta para aprender e viver a espiri-tualidade da colaboração.

Ainda me lembro da cara de orgulho e satisfação com que aquele senhor me disse:

― Você é o pároco de Guachupita? Eu cons-truí a igreja.

Isso soava como se ele so-zinho tivesse construído a igre-ja. Ou que, ao menos, tivesse sido o agente principal. Era um dos muitos pedreiros que tra-balharam na obra. Mas a sentia como sua. E assim o era. Mais ainda, sentia que o que passava agora nesse templo tinha a ver com sua contribuição. E tinha razão. Também, graças a ele, o trabalho de evangelização que se realiza ali é possível.

Estamos acostumados a pensar que a obra é de quem paga por ela, ou de quem a de-senha. São João Paulo II nos recordava, na Laborem Exer-cens, que a obra é o resulta-do do esforço conjunto de capital e trabalho. E nos con-vidava a reconhecê-lo assim nas formas de participação, inclusive na administração e repartição de benefícios.

Mas, em nosso caso, a raiz vai mais longe. O dono da obra é Deus. E nós somos convidados a participar na Missio Dei, na missão de Deus. Somos seus colaboradores. O seguimento de Jesus em resposta a seu chamado nos leva a colaborar com Ele na construção do Rei-no. Mas a missão nos torna tão grandes que nos assusta. Pre-ferimos recortá-la às tarefas concretas que nos assignam. Mas essas tarefas são para colaborar na missão de Jesus, que, para nós, se concretiza no serviço da fé e na promoção da justiça em diálogo intercultural e inter-religioso.

Essa missão se vai encar-nando nos contextos pelos quais nos movemos: as prio-ridades da CPAL, da Provín-cia, da plataforma apostólica ou obra onde estou. Porém, sempre nos parece grande demais. É uma missão que só podemos realizar em colabo-ração com outros, em colabo-ração com Jesus. É a missão do Corpo de Cristo, que reali-zamos segundo o contexto e a espiritualidade inaciana.

É nesse aspecto que se estabelece a mudança de pers-pectiva: não temos colaborado-res que nos ajudem a realizar nossa missão; somos todos co-laboradores da missão de Cris-to. Conscientes de que “nem aquele que planta, nem aquele que rega, senão que é Deus mesmo quem dá o crescimen-to”. Com muitos, partilhamos a fé. Com alguns, partilhamos a

Jorge Cela, SJPresidente da CPAL

espiritualidade inaciana. Mas, com todos, com cada um, desde sua tarefa específica, colabora-mos na construção do Reino.

Alguns trabalham com um salário que nos retribui nosso labor e nos permite a sobrevivência. Outros, desde uma colaboração voluntária. Também nós, jesuítas, temos algumas tarefas retribuídas e outras voluntárias.

Uns o fazem com plena consciência do projeto, da mis-são fundamental, dos objetivos e modo de proceder. Outros, desde um trabalho bem feito, desde o horizonte menor de cumprir com as exigências de seu emprego. E, entre ambos os grupos, toda a gama de está-gios intermediários. Mas todos somos colaboradores.

Essa perspectiva exige de nós uma mudança de estilo. Não somos mais os donos da missão, embora o sejamos da obra ou das instalações. Mas essas estão a serviço daquela. Como corpo da Companhia, nos unimos a outros, com todo o nosso ser e o nosso ter, na mis-são. Sem confundir-nos, sem apagar identidades nem luga-res, mas assumindo que juntos, nesta realidade na qual nos toca atuar, temos que buscar a vontade do dono da missão.

Supõe uma nova forma de participação no planejamen-to, na gestão, no espírito da missão, no estilo ou modo de proceder. Uma novidade que nos exige, de todos e de todas, uma conversão e aprendiza-

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1º ENCONTRO DA PASTORAL DA MOBILIDADE HUMANA

O 1º Encontro da Pastoral da Mobi-lidade Humana realizado no município de Assis Brasil (AC) teve como tema A situação migratória na Tríplice Fron-teira (Brasil, Bolívia e Peru). O evento, que aconteceu entre os dias 31 de ju-lho e 2 de agosto, analisou e discutiu

O padre Alfredo Ferro, coordenador do projeto Pan--amazônico da CPAL (Confe-rência dos Provinciais Jesuítas da América Latina), visitou as cidades fronteiriças de Leticia, na Colômbia, e de Tabatinga, no Brasil, em agosto. O jesuíta analisou as possibilidades de localização da futura comuni-dade interprovincial dos jesuí-tas, que assumirão o projeto, e das instalações da sede. Após a visita, padre Alfredo foi de barco pelo Rio Solimões, de Ta-batinga a Manaus, cerca de mil km de distância. O percurso foi realizado em três dias.

questõ es sobre a migração na região. O encontro foi organizado pelo

Setor Mobilidade Humana da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), em parceria com a Pastoral de Mobilidade Humana da Bolívia, com os padres jesuítas (Gilberto Versiani, Ra-

fael Ortega e Claudio Barriga) e com as irmãs Catequistas Franciscanas.

Mais de 40 pessoas de diferen-tes nacionalidades participaram do encontro, entre elas dom Joaquín Pertiñez Fernández, bispo de Rio Branco (AC), monsenhor Eugenio Co-ter, do vicariato apostólico de Pando (Bolívia), Pe. Daniel Wankun Vigil, vigário geral do vicariato de Puerto Maldonado (Peru) e a Ir. Rosita Mi-lesi, integrante do Setor Mobilidade Humana da CNBB.

O evento foi considerado por to-dos boa oportunidade para o estrei-tamento de relações entre entidades religiosas que atuam na área de mobi-lidade humana, como as irmãs Scala-brinianas, os jesuítas, os missionários Scalabrinianos e as dioceses de Pan-do, Puerto Maldonado e Rio Branco.

PROJETO PAN-AMAZôNICO:VISITAS A LETíCIA E TABATINGA

a companHia de jesus na américa latina CPAL

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BRASIL AMAZÔNIA

a companhia de jesus no

jEsUíTAs PARTICIPAm DE FEIRA VOCACIONAL Em mANAUs

A Companhia de Jesus participou da III Feira Vo-cacional, no Santuário de Nossa Senhora Aparecida, em Manaus (AM), no dia 16 de agosto. O evento, pro-movido pela Conferência dos Religiosos do Brasil, núcleo local, reuniu mais de dez congregações religiosas que apresentaram os diver-sos carismas presentes na Arquidiocese de Manaus.

Para o Ir. Arquelino Xa-vier dos Santos, a Feira Vo-cacional proporciona maior proximidade com as pesso-as. “Muitas vezes as pessoas vêm nos conhecer por curio-sidade ou mesmo pelo papa Francisco, que é jesuíta. Elas nos perguntam sobre o pon-tífice e sobre Santo Inácio. E essa é uma ótima oportu-nidade para falar do carisma inaciano. Através das conver-sas, elas passam a conhecer melhor nossa vida e missão, isso tudo é muito bom, não somente com os jovens, mas também com as crianças e os adultos”, afirma.

Na Feira Vocacional, fo-ram distribuídos cartazes e folders com informações sobre a Companhia de Je-sus e sua atuação no Brasil e no mundo. Participaram da organização do evento: os estudantes jesuítas Jordano Hernádez, que colabora no serviço de animação da Pas-

toral Universitária, Mario Cabal, coordenador do polo Anchieta da Rede Inaciana de Juventude, e os Irmãos Deivison Cruz e Arquelino Xavier, que colaboram na Pastoral Vocacional. Além dos vocacionados internos Jodson Sodré, Luiz Henrique e Thiago Augusto Coelho.

Segundo Thiago, “o es-tande da Companhia de Je-sus chamou muita atenção das pessoas, desde crian-

ças até idosos. Consegui-mos lançar uma pequena semente no coração de al-guns. Mas o mais importan-te é mostrar que devemos amar e servir. Conseguimos transmitir isso partilhando com o povo, conversando e os cativando da melhor ma-neira possível: como Ami-gos do Senhor”.

Após o evento, alguns jovens mostraram interesse em conhecer mais a Compa-

nhia de Jesus. Para Ir. Arque-lino, “isso mostra o resultado positivo da Feira Vocacional”. Na Feira, também foi possí-vel divulgar a Rede Inaciana de Juventude. O jovem Ma-rio Cabal aproveitou o mo-mento para fazer o cadastro de jovens para as próximas atividades da Rede. Uma celebração eucarística, pre-sidida pelo bispo auxiliar de Manaus, dom Mário Antônio da Silva, encerrou o evento.

III Feira Vocacional, realizada em Manaus, apresentou a missão da Companhia de Jesus para os moradores da cidade

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O CAC (Centro Alterna-tivo de Cultura) deu início à Campanha do Cofrinho 2014, que tem como ob-jetivo incentivar a solida-riedade entre as famílias. Esse é o segundo ano con-secutivo em que a iniciati-va é realizada.

A Campanha reúne toda a comunidade e funciona da seguinte forma: após as missas de final de semana, na Capela de Lourdes, os fiéis são convidados a le-var para suas casas um ou mais cofrinhos. O intuito é que as famílias incentivem

a companHia de jesus no Brasil AMAZÔNIA

as crianças a juntar moedas no cofrinho, que será devol-vido para a Capela no dia 10 de outubro. Com o valor arrecado, serão comprados brinquedos para mais de 500 crianças atendidas pela obra na periferia de Belém (PA) e municípios vizinhos.

Segundo padre Plutar-co Almeida, coordenador geral do CAC, a ideia é favo-recer nas famílias a cultura da solidariedade. “A campa-nha está superando todas as expectativas, já distri-buímos mais de mil cofri-nhos!”, declara o jesuíta.

CAmPANhA INCENTIVA A sOLIDARIEDADE Em BELÉm

SIES REALIZA CICLO DE FORMAçãO PARA CASAIS

O SIES (Serviço Inaciano de Espiritualidade) realizou o Ciclo de Formação para Casais, com o tema Espiritu-alidade e vida matrimonial, no Centro Loyola de Pastoral, nos dias 7, 14 e 21 de agosto.

Quatro casais partilharam suas experiências de vida conjugal. O evento foi orien-tado pelo casal José Barbo-sa e Nazaré, que fazem parte da Pastoral Familiar da Ar-quidiocese de Manaus.

Para a coordenadora do SIES, Ivone Leitão, o ciclo teve como meta a espiritualidade conjugal para ajudar o casal a vencer a indiferença religiosa do ser humano moderno. “A es-piritualidade conjugal e, como

consequência, a espiritualida-de familiar têm a grande mis-são de ajudar o ser humano moderno a encontrar os cami-nhos que levam ao encontro pessoal com Jesus na espiritu-alidade do casal”, afirma.

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a companHia de jesus no Brasil AMAZÔNIA

PADRE HORIE PARTILHA SUAS ExPERIêNCIAS NA PASTORAL INDíGENA

A Companhia de Jesus possui uma Estação Missionária na cidade de Bonfim (RR), desde 2008. No local, é realizado um trabalho de evange-lização junto aos povos indígenas, que vivem na fronteira do Brasil com a Guiana Inglesa. Há seis anos, o pa-dre Setsuro Horie, junto com o padre Urbano Rodolfo Muller, participa da Pastoral Indígena da Diocese de Ro-raima, que atua junto aos indígenas que moram na Serra da Lua.

Padre Horie explica que, antes de iniciar a missão, sua visão sobre os indígenas era bem diferente. “Quando cheguei a Roraima, eu pensava que os indígenas viviam muitas precarieda-des. Hoje, através da convivência, eu descobri que meu pensamento mudou. Os povos indígenas têm sua cultura, sua tradição, sua capacidade. Eles são muito ricos, bonitos e são muitos capazes, eu tenho muita admiração pelos indígenas. Enquanto eles conti-nuarem a existir no Brasil, haverá eco-logia. Se acabarem com os indígenas,

a natureza brasileira vai se perder, acabará”, ressalta o jesuíta.

As missões em Bonfim estão divi-didas em dois tipos de trabalho: com as populações do interior e com os moradores na área urbana. Na área urbana, estão as comunidades São Francisco e São Sebastião. No inte-rior, existem as pequenas comuni-

dades de Vila São Francisco, Irena e Nova Esperança. Mas o trabalho prin-cipal é com a Pastoral Indígena. “Tra-balhamos em parceria com as Irmãs Filhas da Caridade Vicentina, que já fazem esse trabalho há mais de 25 anos. Nós moramos com os indígenas na comunidade que se chama Mas-cou”, afirma padre Horie.

Jesuíta participa da Pastoral Indígena da Diocese de Roraima

Pe. Setsuro Horie atua há seis anos em Roraima

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O CIMI (Conselho Indi-genista Missionário), do Re-gional Norte I, realizou o En-contro Regional Anual, entre os dias 25 e 29 de julho, em Manaus (AM). O evento teve como objetivo debater e refletir sobre os seguintes temas: a urbanização indí-gena amazônica, a economia indígena e a situação social, política e cultural.

Para padre Horie, um dos participantes do encontro, a urbanização já é realidade na vida dos índios. “Essa ques-tão já alcançou as aldeias e também tem influenciado os indígenas que vão para as ci-dades em busca de melhores condições de vida. Quando eles chegam aos centros ur-banos, perdem sua identida-de, cultura e tradição, e aca-bam esquecendo sua origem. É o caso de muitos deles em Boa Vista, que foram para a cidade e, hoje, por não esta-rem preparados para sobre-viver nos centros urbanos, trabalham no lixão da cidade”.

Muitos problemas que os indígenas enfrentam surgiram depois da demar-

cação e homologação das terras. Os indígenas vivem em ilhas territoriais, entre as suas terras estão os fa-zendeiros, com suas pro-priedades. Outras vezes, surgem problemas com a entrada de garimpeiros ile-gais nas terras indígenas. Padre Horie explica que o recebimento e utilização dos recursos oriundos das políticas públicas, como: Bolsa Família, aposenta-dorias, auxílio maternida-de, entre outros, também trazem agravantes. “Esses benefícios ajudam muito, mas, algumas vezes, os ín-dios se atrapalham na hora de recebê-los, pois muitos não estão acostumados a usar o sistema eletrônico dos bancos e acabam pre-cisando da ajuda de outros, que, algumas vezes, se aproveitam disso. Percebe-mos isso, principalmente, na comunidade Moscou. Eles trabalham na roça, mas precisam saber utilizar esses benefícios em prol da sustentabilidade econô-mica das famílias”, ressalta.

Para padre Horie, atual-mente, o grande desafio é a calENdÁRio BaM

23 a 25 de setembro | 41ª Consulta BRASão Paulo (SP)

27 a 30 de setembro | Expediente na Cúria BAM – Manaus (AM)

2 a 4 de outubro | Encontro dos padres e diáconos em formação da Província do Brasil – Belém (PA)

6 a 9 de outubro | Encontro dos mestres e irmãos em formação da Província do Brasil – Belém (PA)

14 a 17 de outubro | Expediente na Cúria BAM – Manaus (AM)

18 a 27 de outubro | Visita a comunidade de Assis Brasil – Rio Branco (AC)

autonomia e a autossusten-tabilidade. “Estamos atuan-do com o plano de gestão territorial e ambiental, de-senvolvendo uma forma de

Na paz do sENhoR

No dia 3 de setembro, faleceu em sua residência, o Sr. João Batista dos Santos, pai do padre Adelson Araújo, superior da BAM (Região Brasil Amazônia). Que Deus conforte toda a família.

a companHia de jesus no Brasil AMAZÔNIA

promoção do trabalho e pro-teção de direito a terra. O foco é conscientização para a preservação da floresta e da natureza”, conclui.

dEsaFios da Missão

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BRASIL CENTRO-LESTE

a companhia de jesus no

PUC-RIO: mELhOR UNIVERsIDADE PRIVADA-COmUNITÁRIA BRAsILEIRA NO qs WORLD RANkING

A PUC-Rio conquistou a primeira colocação entre as instituições de en-sino e pesquisa privadas no segundo QS World Ranking 2014-2015, elabora-do pela empresa de consultoria Quac-quarelli Symonds (QS), do Reino Unido.

No Brasil, a PUC-Rio se destaca como a oitava Instituição de Ensino Superior (IES), mantendo a segunda colocação no estado do Rio de Janeiro. “O resultado é gratificante e reflete o esforço da comunidade PUC-Rio em zelar pela manutenção da excelência acadêmica”, afirmou o reitor, padre Jo-safá Carlos de Siqueira. Já de acordo com o critério reputação junto a po-tenciais empregadores, a Universidade alcançou a terceira posição no Brasil. A reputação acadêmica acompanhou a evolução nos demais indicadores: nesse quesito, superou-se a média

Qs WoRld UNivERsiTy RaNkiNGs

mundial, que analisa 850 instituições ao redor do mundo. “Isto coloca a ins-tituição acima da média internacional”, comemora Marco Antonio Casanova, coordenador Central de Planejamento e Avaliação da Universidade.

A análise de dados por área de co-nhecimento também aponta para signifi-

cativo avanço em Artes e Humanidades, Ciências Sociais e Engenharia e Tecnolo-gia – ocupando, respectivamente, quarta, quinta e oitava posições. Por fim, a amos-tragem verificada para o biênio 2014-2015 demonstra um avanço da PUC-Rio no âm-bito mundial, no qual a Universidade inte-gra o bloco entre as posições de 501-550.

Os QS World University Rankin-gs são classificações universitárias anuais publicadas pela Quacquarelli Symonds (QS), do Reino Unido. A empresa originalmente lançou seus rankings em publicação conjunta com a Times Higher Education (THE), entre 2004 e 2009, sob o nome Ti-

mes Higher Education-QS World Uni-versity Rankings, mas essa colabo-ração foi encerrada em 2010, com a retomada da publicação pela QS, uti-lizando a metodologia preexistente e nova cooperação entre a Thomson Reuters e a Times Higher Education World University Rankings.

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DOCENTE DA FEI LANçA LIVRO sOBRE A ImPORTâNCIA DOs CATADOREs DE REsíDUOs

Apenas uma pequena parcela do lixo produzido no Brasil é seletivamente coletada, sendo a maior parte da reci-clagem feita por catadores autônomos que têm uma atividade insalubre, baixa remuneração e nenhuma qualificação profissional, além de ser um grupo mar-ginalizado pela sociedade. No entanto, essas pessoas são fundamentais para a cadeia produtiva da reciclagem em ter-mos econômicos, ambientais e sociais.

A importância dos catadores au-tônomos e dos catadores organizados para o funcionamento da cadeia de re-ciclagem brasileira é o ponto de discus-são do livro Cadeia de reciclagem: um olhar para os catadores, de autoria do professor doutor Jacques Demajorovic, do Programa de Pós-graduação em Ad-ministração, do Centro Universitário da FEI, e ilustrado com uma série de ima-gens feitas pela fotógrafa Márcia Lima.

Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicam que um milhão de indivíduos compõem o uni-verso de catadores no Brasil. Mas, desse total, só 10% são cooperados, de acordo com o Movimento Nacional de Catado-res de Materiais Recicláveis. Os demais ficam à mercê dos intermediários, que pagam o valor que julgam melhor pelo material coletado. “Os catadores são os

que coletam a maior parte dos resíduos que entram na cadeia de reciclagem, mas os que recebem a menor parcela do valor gerado nessa cadeia”, revela o do-cente da FEI. No livro, o autor defende o trabalho nas cooperativas, que ajudam a transformar o catador independen-te, que não tem como negociar, em um cooperado com melhores condições de trabalho, maior quantidade coletada de resíduos e a possibilidade de vender diretamente para um intermediário ou para as empresas recicladoras, ganhan-do mais pelo produto comercializado.

O professor Jacques Demajorovic afirma que, além de gerar renda, as cooperativas contribuem para a inclu-são social dessa parcela da população. Embora a reciclagem no Brasil seja re-tratada de forma eficiente – o País é recordista na coleta e reciclagem das latinhas de alumínio, com 98% de ma-terial reaproveitado –, essa realidade só é possível devido ao quadro de pobreza que permite que um grande contingen-te de trabalhadores faça o trabalho de coleta por um preço muito baixo. “Em países desenvolvidos, ao contrário do Brasil, é necessário contar com empre-sas privadas para a coleta de todos os resíduos recicláveis, pois não existem catadores que façam esse trabalho em volume significativo”, enfatiza.

Para o docente, o sucesso da recicla-gem das latinhas de alumínio também é reflexo do valor que têm no merca-do, por ser um material com alto valor agregado e que, para ser produzido, tem custo elevado de energia e geração de resíduos. No livro, Jacques Demajorovic cita exemplos que comprovam como as cooperativas são importantes para dar melhores condições de trabalho aos catadores, bem como o papel dessas organizações em termos econômicos, ambientais e sociais.

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ETE FmC REALIzA 13ª FIVEL A ETE FMC – Escola Técni-

ca de Eletrônica Francisco Mo-reira da Costa, em Santa Rita do Sapucaí (MG), sediou um dos mais importantes eventos do setor eletroeletrônico do Brasil, a 13ª Fivel (Feira Indus-trial do Vale da Eletrônica), en-tre os dias 3 e 5 de setembro.

Promovida pelo Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Simi-lares do Vale da Eletrônica (Sindvel), sob o tema Viajan-do pelo mundo da inovação, focado no mercado, a feira teve por objetivo apresen-tar produtos, tendências de mercado e inovações desen-volvidos pelas empresas que compõem o Arranjo Produti-vo Local – APL de Eletrônicos.

Foi a primeira vez que a feira aconteceu nas dependên-cias da ETE, uma das principais responsáveis pela transforma-ção da pequena cidade mineira, em um dos mais importantes polos tecnológicos do Brasil. Composto por fortes potên-cias no mercado de eletroe-letrônico, o Vale da Eletrônica reúne 153 empresas e emprega cerca de 10 mil pessoas, incluin-do alguns dos ex-alunos da ETE. Na região, são produzidos 13.700 mil itens, exportados para 41 países.

O professor Alexandre Loures Barbosa, diretor geral da ETE, ressalta que a expe-riência de receber a FIVEL “serve de inspiração para os nossos alunos, pela a oportuni-dade de conhecer as melhores empresas de tecnologia do Brasil e se relacionar com em-presários que tiveram um iní-cio bem parecido com o deles. Grande parte dos executivos desenvolveram seus primeiros protótipos na Feira de Projetos

Futuristas (ProjETE), promo-vida pela ETE e, hoje, possuem seus próprios negócios”.

Uma das empresas participantes da feira é a Pixel TI. Seu diretor comer-cial, Marco Aurélio Duarte Mendes, é ex-aluno da ETE. Segundo o executivo, o di-

ferencial da escola está jus-tamente em se preocupar não apenas com o conteú-do, mas em tornar o aluno um profissional com todas as características exigidas no mercado, com caráter ético, proativo e um gran-de empreendedor. “A ETE é

fundamental para o Vale da Eletrônica e pelo grande de-senvolvimento do mercado em Santa Rita do Sapucaí. Além disso, a instituição se preocupa não apenas em formar ótimos técni-cos, mas como ser humano como um todo”, diz Mendes.

cENTRo dE dEsENvolviMENTo E NEGócios

Além de sediar a 13ª Fivel, a ETE teve um estande na feira para apresentar o seu Cen-tro de Desenvolvimento e Negócios (CEDEN), que tem a pesquisa e o desenvolvimento de cir-cuitos eletrônicos entre suas atividades. Inaugu-rada em janeiro de 2012, a entidade conta com uma equipe exclusiva de técnicos e engenheiros, especializada em tele-comunicações, automa-ção e engenharia biomé-

dica, além da participação de docentes da ETE.

O CEDEN também tem parcerias de sucesso com Instituto Nacional de Te-lecomunicações (INATEL), Ericsson Telecomunica-ções, Ericsson Gestão e Serviços, Clear CFTV, Em-presa Sollus – iluminação a led e, a mais recente, Pixel TI, que inaugurou, em se-tembro, um laboratório no campus para treinamentos de alunos e capacitação da mão de obra dos colabora-dores da Pixel.

As empresas par-ceiras do CEDEN po-dem usar laboratórios e equipamentos de últi-ma geração para a reali-zação de treinamentos, cursos e workshops, execução de projetos e consultoria técnica. Também podem solici-tar treinamento e con-sultoria técnica para capacitação de profis-sionais nas mais diver-sas áreas, além de re-crutamento de mão de obra técnica.

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4º ENCONTRO NACIONAL DA PASTORAL DA COMUNICAçãO

Entre os dias 24 e 27 de julho, foi realizado o do 4º Encontro Nacional da Pas-toral da Comunicação, que reuniu cerca de 900 pessoas, no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida, no Santuário de Nacional de Nossa Senhora Aparecida. Promovido pela Comissão Episcopal para a Comunica-ção da CNBB (Conferência

Nacional dos Bispos do Bra-sil), o evento teve como tema Comunicação, Desafio e pos-sibilidades para evangelizar na era da cultura digital.

Um dos palestrantes do encontro foi o padre Anto-nio Spadaro, autor dos livros Web 2.0 e Cibertologia, além de diretor da revista dos je-suítas La Civiltá cattolica, na Itália. O evento contou tam-

bém com a participação do padre Dionel Amaral. O jesu-íta é diretor dos programas Palavras de Vida e A Santa Missa, da Arquidiocese do Rio de Janeiro, na TV Brasil.

Em sua apresentação, o padre Spadaro propôs que evangelizar em rede não significa apenas fazer, po-rém, antes disso, escutar. “A Igreja está na rede, primei-

ANEAS INCORPORA PROJETOS NO RIO DE JANEIRO

Em setembro, a ANEAS (Associação Nóbrega de Educação e Assistência Social) incorporou os pro-jetos Educacional e de As-sistência Social realizados pela ASIA (Associação dos Antigos Alunos dos Padres Jesuítas) na comunidade Santa Marta, no Rio de Ja-neiro (RJ). Existentes des-de 1978, as três iniciativas locais (Berçário, Maternal

e Centro de Complemen-tação Escolar-CCE) aten-dem, juntas, 365 crianças. Os 67 colaboradores que atuam nos projetos tam-bém passam a integrar a equipe da nova sucursal da ANEAS, na capital carioca.

No dia 26 de agosto, esses colaboradores par-ticiparam de um encontro de acolhimento no Centro João XXIII, no Rio de Ja-

cEpac 365 crianças atendidas

• Berçário: 59 bebês (de 4 meses a 1 ano e 11 meses).

• Maternal: 132 crian-ças (de 2 a 3 anos e 11 meses).

• CCE: 174 crianças (de 4 a 12 anos).

neiro (RJ), realizado pelas equipes do Centro Admi-nistrativo e do Centro San-ta Fé, ambos de São Paulo, além da Sucursal RJ e do próprio João XXIII.

Além dessas mudanças administrativas, os pro-jetos ganharam também um novo nome: Centro Educativo Padre Agosti-nho Castejón (CEPAC), em homenagem ao jesuíta que

teve atuação marcante em Santa Marta. Vice-reitor Acadêmico e professor do Departamento de Peda-gogia da PUC-Rio, padre Agostinho morou na comu-nidade, onde atendia pas-toralmente seus morado-res. Apesar de falecido em 1992, até hoje o religioso é lembrado com carinho e respeito pela comunidade.

ramente, para escutar aquilo que os seres humanos pre-tendem nos dizer. Acolher bem também é evangelizar. Os Cristãos são chamados a testemunhar o próprio Cristo no ambiente digital. É esse testemunho com exem-plo e atitude que, certamen-te, contribuirá para a maior glória de Deus que vem das almas”, ressaltou o jesuíta.

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Em 18 de agosto, o padre Carlos Fritzen, administra-dor Provincial da BRC (Pro-víncia Brasil Centro-Leste), apresentou sua dissertação Política Social e Movimento Social: Projeto dos Jesuí-tas na região de Perus/SP (1998 a 2008) – Experiência de Protagonismo Juvenil, para obtenção do título de Mestre em Ciências Sociais na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC--SP). Qualificado pela banca examinadora com 10, nota máxima, o estudo tem por objetivo “contribuir para a discussão e reflexão sobre

DIssERTAçãO DE mEsTRADO DE PE. FRITzEN OBTÉm NOTA mÁXImA

a política social integral no marco da globalização neo-liberal que, com seus impac-tos negativos e positivos, resultou na segregação dos setores empobrecidos”.

A dissertação teve como base de pesquisa o Projeto Social Centro Santa Fé, manti-do pelos jesuítas no bairro de Perus, na periferia da cidade de São Paulo (SP). “A experi-ência do mestrado foi dupla-mente peregrina. Por um lado, me possibilitou revisitar parte da experiência vivida, pois fui partícipe de processos estru-turantes e da realização do trabalho objeto deste estudo. Por outro lado, tive que fazer muitas leituras, reflexões e parte da sistematização co-ordenando trabalhos com estudo. Ou seja, entre o ir e vir do trabalho, entre as inú-meras viagens, as leituras e anotações para desenvolver a dissertação tiveram seu lugar”, conta padre Fritzen.

Mas, além do desafio de estudar em meio ao trabalho cotidiano, o jesuíta ressal-ta a riqueza das descober-

tas feitas pelo caminho ao voltar-se sobre uma experi-ência de trabalho social da Companhia de Jesus, situada no contexto da periferia da cidade de São Paulo. “Neste sentido, duas ideias básicas perpassam este trabalho, a primeira é que, ao apostar no ser humano, dando-lhe opor-tunidade, acontece o mila-gre da VIDA. Jovens voltam a acreditar no seu potencial, retomam seu sonho e em-brenham o rumo da vida. No estudo de caso, as frases que dão o tom é que o proje-to social dos jesuítas marca um ‘antes e depois’ na vida dos jovens participantes”, comenta padre Fritzen. “Ao mesmo tempo, se confirma a hipótese de que este traba-lho social contribui às políti-cas sociais e provoca a cons-ciência de que ‘outro mundo é possível’, outro modelo de sociedade é possível, ape-sar do modelo econômico que segrega e discrimina os empobrecidos.”

O jesuíta destaca que o estudo possibilitou-lhe vi-

a companHia de jesus no Brasil CENTRO-LESTE

calENdÁRio BRc

23 a 25 de setembro | 41ª Consulta BRA – São Paulo (SP)

6 de outubro | Reunião da Consulta BRC – São Paulo (SP)

7 a 9 de outubro | Visita a PUC-Rio e a Residência – Rio de Janeiro (RJ)

10 e 11 de outubro | Visita a Residência do Col. dos Jesuítas – Juiz de Fora (MG)

venciar a passagem do saber, do ter visto, do ter participa-do para o momento de com-preensão do sentido mais profundo de missão social da Companhia de Jesus, no histórico e na atualidade. E, dessa forma, aventando lan-çar algo em perspectiva de futuro do trabalho social da Ordem religiosa, sempre en-tendendo que se faz neces-sário atualizar a missão com respostas em novos contex-tos sociais de territórios e do mundo. “Testemunho que a década apresentada no estudo de caso do projeto, 1998-2008, foi uma singular articulação de formação e protagonismo juvenil, atuan-do em Movimento Social por melhores políticas sociais. ‘Tudo vale a pena, se a alma não é pequena’, quando acre-ditamos no ser humano e dedicamos de coração a ele, no seu desenvolvimento de SER em plenitude. Como diz Jo, 10; ‘Eu vim para que todos tenham vida e vida em ple-nitude’. Gratidão por tudo!”, finaliza padre Fritzen.

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BRASIL MERIDIONAL

a companhia de jesus no

ALUNO DO COLéGIO ANCHIETA é SELECIONADO PARA PARTICIPAR DA CúPULA DO CLIMA DA ONU

O jovem João Pedro Corrêa Eboli, aluno da 8ª série do Colégio Anchieta, de Porto Alegre (RS), foi o único bra-sileiro selecionado para participar da Cúpula do Clima da ONU (Organiza-ção das Nações Unidas), realizada no dia 23 de setembro (terça-feira), em Nova Iorque, nos Estados Unidos.

O estudante de 13 anos participou de um concurso promovido pela Cli-mate Reality Project, ONG fundada pelo ex-vice presidente dos EUA Al Gore, que mobilizou jovens do mundo inteiro. O projeto pedia que os candi-datos gravassem um pequeno vídeo no qual questionassem os governos sobre como agir diante dos efeitos

das mudanças climáticas. Intitulada Por quê? Por que não?, a campanha foi lançada no mês de agosto.

De Porto Alegre, o adolescente representou o Brasil e a América La-tina, junto a outros participantes da África, Austrália, Índia, Filipinas, Rei-no Unido e EUA, no evento que con-tou com a presença de 120 chefes de Estado, incluindo o presidente norte--americano, Barack Obama, e a presi-dente da República, Dilma Rousseff.

Em seu discurso, João Pedro de-fende o desenvolvimento de um pla-no de silvicultura para estimular a plantação de árvores. No vídeo, ele fala sobre os efeitos do aquecimento

global e as consequências da repen-tina mudança climática. Cita a grave seca que atinge São Paulo, o esva-ziamento dos reservatórios e a falta de água frequente, além da estiagem que gera prejuízos econômicos.

O jovem conta que o interesse em sustentabilidade é estimulado dentro do Colégio Anchieta. É nas aulas da dis-ciplina de ensino religioso que o assun-to surge com mais intensidade. “Meu professor, Marcio Longhi, me apresen-tou a obra do Al Gore e o trabalho dele na ONG. Eu fui me interessando e pes-quisando cada vez mais. Ele me incen-tivou muito para esse assunto. É quase uma aula de Ciências Sociais”, brinca.

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João Pedro Corrêa Eboli foi o único brasileiro selecionado para participar do evento em Nova Iorque

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a companHia de jesus no Brasil MERIDIONAL

tar em contato com o que há de mais avançado em termos de estudos relacio-nados com a área de semi-condutores e tecnologia da informação. Estamos em uma fase de estreitamen-to com os pesquisadores de universidades coreanas para concretizar parcerias de pesquisa conjunta entre as nossas universidades”.

Aos alunos, o fórum Brasil-Coreia é uma opor-tunidade de participar de um evento internacional dentro do campus da Uni-sinos. Esse é o segundo fórum que Iara Fernandes, mestranda em Engenha-ria Civil, vai participar. Ela destaca a amplitude de troca de ideias. “É muito in-teressante poder ver como as pesquisas funcionam em outros países e observar o avanço científico em várias partes do mundo. Nessa troca de experiências, ga-nhamos rapidez na evolu-ção das ideias e melhorias tecnológicas ao alcance de todos”, ressalta.

Entre os dias 27 e 28 de agosto, aconteceu o VII Seminário da Rede SJ--CIAS (Rede Jesuíta de Cidadania e Ação Social), no CECREI (Centro de Es-piritualidade Cristo Rei), em São Leopoldo (RS). O encontro, coordenado pelo

Pe. José Ivo Follmann, dire-tor de Assistência Social da ASAV (Associação An-tônio Vieira) e vice-reitor da Unisinos, teve como tema Demarcando as Nos-sas Pegadas nas Trilhas da Sociedade Sustentável.

No primeiro dia, os mais Encontro foi realizado no CECREI

A Unisinos realizou o Fórum Brasil-Coreia, no campus São Leopoldo (RS), entre os dias 27 e 28 de agosto. O evento abor-dou temas referentes à ci-ência, a tecnologia e a ino-vação nas universidades brasileiras e sul-coreanas. Além disso, foram apre-sentados trabalhos e ativi-

dades de pesquisa na área de semicondutores e ca-sos de inovação e aplica-ção de novas tecnologias nas indústrias brasileira e sul-coreana.

Desde 2011, a Unisinos promove o Fórum Brasil--Coreia que busca incen-tivar as discussões sobre o desenvolvimento das

áreas ligadas a ciência, a tecnologia e a inovação, a partir das experiências dos dois países. Em todas as edições, professores sul--coreanos são convidados a palestrar ao público na temática de semiconduto-res, uma tecnologia que faz parte do interesse estraté-gico nacional.

Para Carlos Moraes, de-cano da Escola Politécnica, o fórum possibilita que o Brasil aprenda e evolua com o conhecimento dos profissionais da Coreia do Sul. “Temos uma grande necessidade de crescer em pesquisa científica e de-senvolvimento tecnológi-co em encapsulamento de semicondutores, internet das coisas, entres outros assuntos que serão discu-tidos”, comenta.

Um dos organizadores do Fórum e coordenador do Mestrado Profissional em Engenharia Elétrica, Eduardo Rhod, percebe que, esta troca de conhe-cimento “representa es-

FóRUm BRAsIL-COREIA REÚNE PEsqUIsADOREs NA UNIsINOs

Rede sj-CIAs realiza VII seminário da Rede

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37I n f o r m at I v o d o s j e s u í ta s d o b r a s I l

de 100 inscritos participa-ram de três painéis sobre as relações étnico- raciais, o diálogo inter-religioso, a superação da pobreza e o meio ambiente. Entre os participantes, estavam colaboradores da ASAV, da Unisinos e dos CJ-CIAS (Centros Jesuítas de Cida-

a companHia de jesus no Brasil MERIDIONAL

dania e Ação Social).Já no segundo dia, hou-

ve um único painel que tra-tou do empoderamento e da gestão social, da defesa do movimento ecológico, da preservação do meio ambiente e da educação das relações étnico-raciais. Depois, todos se reuniram

Colégio Catarinense promove II Dia de Integração Social

O Colégio Catarinense promoveu o II Dia de Integra-ção e Ação Social do Ensino Fundamental no dia 16 de agosto. As turmas do 6º, 7º e 8º ano participaram de uma grande gincana cujas tarefas

incluíam arrecadações e ativi-dades culturais e esportivas.

A atividade tem como in-tuito proporcionar à comuni-dade educativa (pais, alunos, professores e funcionários) um convívio menos formal, com

jogos e atividades culturais. Além disso, é um gesto concre-to de solidariedade, pois, du-rante o evento, a comunidade realiza doações de alimentos não perecíveis, brinquedos e materiais de higiene pessoal.

Os materiais arrecada-dos são doados para mais de vinte instituições filan-trópicas da Grande Floria-nópolis, que participam dos projetos de formação huma-na do Colégio Catarinense.

para um trabalho, em gru-po, de aprofundamento das questões. Durante o encon-tro, também houve momen-tos de espiritualidade e de confraternização.

“O seminário capacitou os profissionais dos pro-jetos sociais e retomou as três ênfases trabalhadas.

Estamos priorizando e re-latando experiências dos projetos e as principais ideias dos grupos”, explica o padre José Ivo. Os par-ticipantes do seminário, que acontece anualmente, são formados por cola-borados da Unisinos, da ASAV e dos CJ-CIAS.

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O Pe. Balduíno nos dá exemplo de pessoa apaixo-nada por uma causa: a defe-sa e promoção do povo Ri-kbaktsa e das populações indígenas do Brasil, essa o encantou durante seus 48 anos de trabalho no Mato Grosso. Sofreu prisões e maus tratos nos anos 80, durante o demorado pro-cesso de demarcação de terras indígenas. Apesar de oposições e críticas, conti-nuou seu trabalho a favor da saúde indígena, da alfa-betização bilíngue, da pre-servação das terras e da cultura, contra a cobiça de madeireiros e mineradoras. Hoje, as Terras Indígenas Rikbaktsa são referência nacional de preservação ambiental. Nas pegadas de seu predecessor, Pe. João Dornstauder, SJ, Balduino prosseguiu um trabalho de evangelização inculturada, buscando comunhão com o bispo, que, a pedido dos indígenas, já assumiu cele-brar as missas por ele mar-cadas no fim do ano. O livro de batizados da paróquia Rikbaktsa era guardado com zelo. O rico arquivo do Pe. Balduíno, agora guar-dado sob os cuidados da diocese de Juína, espera pelo trabalho de colegas indigenistas, especialmen-te do antropólogo Pe. Aloir Pacini,SJ, no preparo de um estudo mais amplo, que preserve, divulgue e dê con-tinuidade à herança desse notável missionário.

No sábado, dia 6 de se-tembro, o padre Balduíno Loebens, 73 anos, missioná-rio jesuíta entre o povo Ri-kbaktsa, desapareceu nas águas caudalosas do Rio Juruena, em Mato Grosso. Quando ele não apareceu no sábado à noite, na aldeia onde era esperado, começa-ram as buscas. Primeiro, foi encontrado seu barco, no domingo de manhã, embi-cado em pedras, abaixo da corredeira de Água Brava. O rio devolveu seu corpo na segunda-feira (8), quando foi encontrado 20 km rio abaixo, perto de Pedra Bo-nita. Lá mesmo lhe foram prestadas as primeiras ho-menagens rituais, antes de seu translado para o municí-pio de Juína (MT). O médico

legista atestou sua morte por afogamento. Nenhum indício houve, segundo as autoridades policiais, da ação de terceiros. A causa de sua queda na água: talvez um mal súbito ou desequilí-

brio. Difícil saber, no caso de um profundo conhece-dor do rio. O barco desgo-vernado foi dar contra as pedras. O motor só parou ao terminar o combustível (o tanque estava vazio).

Em combinação com os indígenas, decidiu-se o en-terro no cemitério Munici-pal de Juína, com possibili-dade de translado para uma aldeia que fosse do con-senso de todos, de acordo com um desejo expresso pelo Pe. Balduíno. O cor-po foi velado na Catedral. Dom Neri Tondello, bispo de Juína, presença forte e carinhosa em todos os momentos desse doloroso acontecimento, presidiu a missa, que contou com a participação do clero da cidade, dos jesuítas, de familiares e de grande mul-tidão. O padre era conhe-cido e amado não só pelos Rikbaktsa, mas por todas as pessoas da cidade e re-gião, que se beneficiaram de seu tratamento bioe-nergético, oferecido em sua sede, em Fontanillas (MT). Antes da missa, os indígenas realizaram um belo ritual fúnebre, se-

gundo sua tradição. Houve testemunhos comovidos sobre a vida desse grande pastor e missionário. As cerimônias foram grava-das em vídeo que, em bre-ve, será disponibilizado.

O PE. BAldUíNO NOS dá ExEmPlO dE PESSOA APAIxONAdA POR UmA CAUSA: A dEFESA E PROmOçãO dO POVO RIkBAkTSA E dAS POPUlAçõES INdígENAS NO BRASIl, ESSA O ENCANTOU dURANTE SEUS 48 ANOS dE

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39I n f o r m at I v o d o s j e s u í ta s d o b r a s I l

a companHia de jesus no Brasil MERIDIONAL

O Pe. Balduíno nasceu no dia 13 de março de 1941, em Itapiranga (SC), filho de Felipe Loebens e Tere-sa Royer Loebens. Além dos irmãos, tem duas irmãs religiosas. Balduíno fez os estudos secundários (ginasial e colegial) no Colégio Santo Inácio, em Salvador do Sul (RS), de 1955 a 1961. Ingressou na Companhia de Jesus, em Pareci Novo (RS), no dia 28 de fevereiro de 1962. Teve como mestre de noviços o Pe. Francisco Fonseca. Após o biênio, emitiu os primeiros votos em 1º de março de 1964 e, em seguida, iniciou o curso de Filosofia. No 2º semestre de 1966, enviado para a missão do Mato Gros-so, em Utiariti, permaneceu ali até o final de 1968. [...]

O contato com os índios e a natureza certamente fazia muito bem ao seu coração missionário. Como ele escreveu ao Provincial, em 1966, teve sempre uma gran-de atração pela vida missionária, desde os seus primeiros anos de escola apostólica. Todas as vezes em que alguém falava da missão, seu coração vibrava. O ideal mis-sionário acompanhou Pe. Balduíno durante todos os anos de sua for-mação religiosa na Companhia de Jesus, sempre disposto a abraçar o que fosse da vontade de Deus.

De 1972 a 1979, atuou no Barranco Vermelho junto aos índios Rikbáktsa, na Estação Missionária Santo Inácio, no rio Juruena (MT). De 1980 a 2014,

atuou também na Estação Missionária San-to Inácio, no outro lado do rio, em Fontanillas, Juína (MT). O local tem, aproximadamente, 30 aldeias na área Rikbaktsa, espalhadas ao longo de 200 km de rio.

Ao todo, Balduíno dedicou 42 anos ao trabalho missionário junto aos Rikbaktsa. Um trabalho em que se investiu muito na consciência crítica dos índios. As celebra-ções religiosas foram orientadas na for-mação dessa consciência e o resultado foi muito positivo.

Pe. Balduíno era coordenador da Pastoral Indígena dos Rikbaktsa, na Estação Santo Inácio, em Fontanillas, membro do CIMI (Con-selho Indigenista Missionário) Regional Mato

Grosso. Ele organizava atividades na Pastoral da Saúde para os Rik-baktsa e população, por meio da ABILLAS (Associação Bioenergé-tica de Fontanillas). É reconheci-do pelos conhecimentos e atendi-mentos na pastoral da saúde com a homeopatia.

O Pe. Balduíno Loebens fale-ceu com 73 anos de idade, 52 de Companhia e 41 de sacerdócio. Que a bondade de Deus o recom-pense por todo o bem que fez e o tenha para sempre na sua glória!

Por Pe. Inácio Spohr, SJ

coRação MissioNÁRio

calENdÁRio BRM

23 a 25 de setembro | 41ª Consulta BRA – São Paulo (SP)

6 a 11 de outubro | Residência Conceição – São Leopoldo (RS)

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BRASIL NORDESTE

a companhia de jesus no

DIOCESANO é DESTAqUE EM OLIMPíADA DE ROBóTICA

Os alunos do Colégio Diocesano ganharam des-taque na etapa estadual da Olimpíada Brasileira de Ro-bótica (OBR). Realizado na própria instituição de ensi-no, o evento reuniu dez equi-pes dos colégios: Diocesano, Dom Barreto e Lavoisier. A prova prática foi dividida nos níveis 1 (Ensino Funda-mental) e 2 (Ensino Médio).

A coordenadora esta-dual da Olimpíada Brasileira de Robótica, Karla Giovanny, ressaltou que é a primeira vez do evento no Piauí. “Antiga-mente, íamos com uma única equipe representando o nos-so Estado, e hoje nós estamos vendo o avanço tecnológico todo. Nós temos que mostrar nosso potencial tecnológico, principalmente dos nossos alunos. Mostrar que o Piauí também tem desenvolvimen-to tecnológico”, ela disse.

O Colégio Diocesano ven-ceu nos dois níveis e as equi-pes campeãs irão represen-tar o Piauí na etapa nacional

paRcERias E ExpaNsão da RoBóTica

Para a realização da etapa estadual da OBR, o Diocesano contou com o apoio de empresários e instituições de educa-ção do estado. Sediar o evento resultou no forta-lecimento das parcerias e do projeto de expansão do ensino dessa área, em 2015, também para esco-las públicas.

“É incrível a facilidade que esses jovens têm de entrar nesse mundo tec-nológico. E temos todo o interesse de expandir o ensino da Robótica a um, cada vez maior, número de

estudantes”, declarou a professora Ana Cláudia, coordenadora de Exten-são Tecnológica do Ins-tituto Federal de Educa-ção, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI).

Nível 1 1º lugar – Robotecos (Diocesano) 2º lugar - JW Enterprise (Diocesano) 3º lugar – Atons (Diocesano) 4º lugar – Tecno Tigers (Diocesano) 5º lugar – Lego Bots (Diocesano)

Nível 2 1º lugar – GRI (Diocesano) 2º lugar – V^3 (Dom Barreto)

Resultado da competição

da OBR, que acontecerá em outubro, em São Carlos (SP). “Participar da OBR é algo extraordinário. E neste ano chegaremos com melhores condições, mais preparados ainda, para as disputas na eta-pa nacional”, comentou Rafael Gomes, aluno de Robótica do Diocesano que irá, pelo segun-do ano, ao evento.

Rafael, Pedro e Luiz Henrique, da equipe GRI do Diocesano, 1º lugar no nível 2 na OBR

Diocesano e IFPI formando parcerias para a extensão da Robótica no Piauí

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a companHia de jesus no Brasil NORDESTE

Concurso do Diocesano comemora 200 anos da Restauração da Companhia de jesus

Com o intuito de incentivar a pro-dução e expressão cultural no âmbi-to do colégio, o Diocesano realizou Concurso Cultural em comemoração ao Bicentenário da Restauração da Companhia de Jesus, através dos de-partamentos de ensino de História, Arte e Língua Portuguesa.

Puderam participar do Concurso Cultural os estudantes do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental regular, os da 5ª à 8ª série do Ensino Notur-no (ENOD) do Diocesano, alunos da Escola Santo Afonso Rodriguez e de escolas públicas do município de Santo Inácio do Piauí, nas categorias: Redação, Poema, HQ, Pintura, Cartum,

visiTa a salvadoR

Alegres pela conquista do Con-curso Cultural em comemoração ao Bicentenário da Restauração da Companhia de Jesus, promovido pelo Colégio São Francisco de Sales – Dio-cesano, alunos do Colégio, da Escola Santo Afonso e da cidade de Santo Inácio do Piauí rumaram para Salva-

dor (BA), no dia 14 de agosto, acompa-nhados de funcionários e professores das instituições educacionais.

Na cidade, o grupo foi carinhosa-mente acolhido pelas Irmãs Missioná-rias Mercedárias. Além disso, os alunos puderam conhecer os lugares de memó-ria da presença jesuítica em Salvador.

Desenho, Fanzine, Paródia e Vídeo.Com o tema A Missão da Companhia

de Jesus, o concurso foi um estímulo ao conhecimento e a divulgação da univer-salidade da missão jesuíta no Piauí, no Brasil e no mundo. Além disso, favore-ceu a criatividade e a aprendizagem.

Como premiação, todos os estu-dantes classificados nos três primei-ros lugares de cada categoria ganha-ram uma viagem cultural à cidade de Salvador (BA), para conhecer e visitar lugares de memória da presença je-suíta e a oportunidade de expor seus trabalhos na Feira de Conhecimento do Diocesano (DIOFEIRAC), nos dias 3 e 6 de setembro.

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COLÉGIO ANTôNIO VIEIRA REALIzA A 20ª EXPO CIêNCIA

A 20ª edição da Expo Ciência do Colégio Antônio Vieira, em Salvador (BA), foi um sucesso. Durante os dias 12 e 13 de setembro, os alunos apre-sentaram seus projetos científicos, sendo prestigiados por familiares, amigos e professores. O evento con-tou também com a presença de ex--alunos, vindos especialmente para celebrar os 20 anos da feira.

A tradicional cerimônia de abertura do evento reuniu todos os envolvidos na quadra de esportes do Vieira e con-tou com as palavras do diretor do colé-gio, padre Domingos Mianulli, e da co-ordenadora da exposição, professora Maria Goretti Almeida. Todos puderam conferir ainda a apresentação musical dos alunos do 5º ano do Ensino Funda-

mental. Em seguida, os visitantes fo-ram direcionados aos estandes, onde foi realizada a exposição dos trabalhos dos alunos do 5º ano do Ensino Funda-mental ao 1º ano do Ensino Médio.

O padre Domingos Mianulli falou do crescimento da Expo Ciência no colégio durante esses 20 anos, des-de sua criação em 1984, e aproveitou para parabenizar a todos pelo traba-lho realizado. “A Expo Ciência adquiriu um significado muito especial. Não é todo projeto que cresce tanto assim a cada ano”, disse o jesuíta.

Outro momento significativo foi a homenagem aos ex-professores José Admirço e Nilzete Amorim, que fizeram parte da história da Expo. Eles ressal-taram a gratidão e felicidade por poder

participar dessa grande comemoração. “Eu sou o que sou. Devo, em primeiro lugar, a Deus, a meus familiares e aos jesuítas. Sou eternamente grato a tudo que fizeram por mim”, disse Admirço, também ex-aluno do Vieira.

Os alunos não escondiam o entu-siasmo e a alegria por participar da feira. “Ano passado, vim como visitan-te e este ano venho como expositor. É uma honra participar e mostrar o meu projeto. Estou muito feliz”, disse o aluno Matheus Schindler, do 5° ano EF. Muito satisfeita com o resultado dos trabalhos, a coordenadora do evento, profª. Maria Goretti, desta-cou a importância de inserir o proje-to na proposta pedagógica. “Dessa forma, ensinamos aos alunos novas dinâmicas de apresentação de proje-tos”, ressaltou, acrescentando que “a feira de Ciências promove relações interpessoais e permite vivências que serão lembradas por toda a vida”.

a companHia de jesus no Brasil NORDESTE

BISPO ABENçOA FAMíLIAS VIEIRENSES NO SANTUáRIO NOSSA SENHORA DE FáTIMA

O Colégio Antônio Vieira reuniu cerca de 400 famílias, no dia 3 de setembro, para a Bênção das Famílias, que contou com a participação especial do bispo au-xiliar da Arquidiocese de Salvador, Dom Estevam Silva Filho. O encontro foi re-alizado no Santuário Nossa Senhora de Fátima. Durante a celebração, o bispo en-fatizou a importância de cultivar o amor e a dedicação no cotidiano familiar.

O padre jesuíta Leonel da Silva ini-ciou a celebração às 19h30 com a pala-vra de abertura e apresentou o bispo aos participantes. Dom Estevam leu a passagem do evangelho de Lucas 1,26, narrando a visita de Maria à sua prima Isabel, para, logo em seguida, fazer a relação entre o texto bíblico e a impor-tância do serviço e do acolhimento den-tro da família, que transborda aos que a cercam. Na sequência, ele abençoou os participantes e pediu para pais e filhos

se abraçarem, promovendo um momen-to afetivo entre o núcleo familiar.

O evento já está em sua terceira edição e, a cada ano conta, com maior adesão da comunidade vieirense. “Fi-camos felizes com a receptividade das famílias à proposta do evento. Quere-mos, cada vez mais, favorecer momen-tos entre pais e filhos, que fortaleçam

a relação familiar, segundo o projeto de Deus”, disse o coordenador do Ser-viço de Orientação Pastoral e Religiosa (SORPA), João Ramiro.

Ao final, o bispo abençoou ícones da Sagrada Família, os quais foram entregues aos presentes como lem-brança do momento que viveram e da graça recebida.

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Dias atrás, chegou-nos a notícia do falecimento, no dia 25 de julho passado, na Casa de Saúde Aloisia-num, Gallarate (Varese/Itália), do jesuíta mais idoso da ainda Província do Brasil Nordeste, o padre Luciano Fozzer. Faltava pouco mais de um mês para ele completar 102 anos. De fato, ele nascera na cidade de Tren-to, em 1 de setembro de 1912, fazen-do com que sua trajetória na Compa-nhia fosse bastante longa e variada.

Em 1932, depois de completar sua “maturità Classica”, entrou no Noviciado, em Gorizia, concluindo essa etapa, em Lonigo (VI), ambos na Itália. Nessa última cidade, realizou dois anos de Juniorado. Já o Curso de Filosofia aconteceu em Gorizia e Gallarate. Seu Magistério trans-correu de 1938 a 1940, em Skoche, na Albânia, onde exerceu a função de Vice-Reitor da Escola Apostólica e do Seminário, atuando, ao mesmo tempo, como professor de maté-rias literárias e científicas, diretor do Laboratório e do Museu, além de outras incumbências. Da Albânia passou a Chieri (Turim, Itália), para o Curso de Teologia, sendo ordenado, como era o costume na época, ao fim do 3º ano, em 15 de julho de 1943.

Concluída a Teologia, em 1944, ingressou no Curso de Ciências Naturais, em Pádua (1944-1945), exercendo também a função de vi-ce-ministro, no Pensionato Univer-sitário Antonianum, na cidade ita-liana. Desde então, de 1945 a 1953,

começa para ele uma peregrinação por várias casas das Regiões Vêneta e Lombarda (Trento, Lonigo, Pádua, Bassano, Bérgamo...), ocupando po-sições diversas (Sócio do Mestre de noviços, Sub-ministro, Ministro, Vice-diretor da Escola de Religião, Professor de Física, pregador de retiros, etc.). Em 1948, houve um in-tervalo para a Terceira Provação, em Florença. No ano seguinte, já em Pá-dua, emitia os Últimos Votos.

Em 1953, finalmente, chegou a Salvador, Bahia, passando a viver na Residência Santo Antônio da Barra. Durante o tempo em que aí morou, padre Fozzer se ocupava das missas, das organizações religiosas, res-ponsabilizando-se, como ministro,

pela manutenção ordinária da casa, dos consertos elétricos também na igreja, e de muitas outras coisas mi-údas. Da Barra, passou ao Colégio Antônio Vieira, também para a fun-ção de ministro. Dois anos depois, foi para São Luís do Maranhão. Lá, além dos ministérios sacerdotais ordiná-rios, exerceu a função de ministro, vice-superior e, finalmente, pároco. Nessa cidade, sua permanência foi de nove anos (1958 – 1967). De São Luís, seguiu para Rio Novo do Sul (Es-pírito Santo), onde permaneceu na

paróquia cerca de um ano, partindo, em seguida, para a Capela de Lour-des, em Belém (Pará), onde atuou em atividades pastorais, sem nunca dei-xar a função de ministro, para a qual demonstrava forte aptidão, o que era logo percebido pelos demais. Mas seu apostolado, por onde passava, era variado e intenso, marcado por muita alegria e fervor. Depois de 12 anos, na capital paraense, eis o padre Fozzer compondo a primeira comuni-dade jesuíta de Manaus, junto à Pa-róquia de S. Francisco. Logo depois, criou-se a Comunidade inserida de Compensa. Aí, por vários anos, ele pôde dar vazão à sua criatividade organizativa, no interior da casa, e à criatividade pastoral, nos espaços da paróquia em formação, permeados por furos e igarapés.

Em agosto de 1991, depois da queda do Regime Comunista, na Al-bânia, o padre Fozzer, já com 79 anos de idade, ofereceu-se para colabo-rar com a reconstrução da Igreja daquele país, naquele momento, to-talmente desarticulada e carente de agentes e de meios. Uma das razões alegadas foi possuir certo conhe-cimento da difícil língua albanesa, adquirido nos tempos em que lá es-teve, na etapa do Magistério (1938 – 1940). Houve quem pensasse que ele só iria resistir por pouco tempo nes-sa missão, mas, de fato, continuou a residir e trabalhar, na Albânia, até os 99 anos, quando, para gozar de melhor assistência médica, os Supe-riores o destinaram à Casa de Saúde Aloisianum, Gallarate, nas proximi-dades de Milão. De lá, continuava, de vez em quando, a mandar suas men-sagens cheias de alegria e otimismo, até o Senhor o chamar, no dia 25 de julho último, para o encontro defini-tivo, na Casa do Pai!

a companHia de jesus no Brasil NORDESTE

FAlTAVA POUCO mAIS dE Um mêS PARA ElE COmPlETAR

102 ANOS. dE FATO, ElE NASCERA NA CIdAdE dE

TRENTO, Em 1 dE SETEmBRO dE 1912, FAZENdO COm qUE SUA TRAJETóRIA

NA COmPANHIA FOSSE BASTANTE lONgA E VARIAdA

Na paz do senhor Padre Luciano FozzerPor Pe. geraldo A. Coelho de Almeida

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a companHia de jesus no Brasil NORDESTE

Padre Florêncio Lecchi nasceu a 2 de janeiro de 1928, em Bérgamo, na Itália, onde cursou a Escola Fundamental e Mé-dia. De 1946 a 1948, ainda em terras ita-lianas, frequentou a Escola de Química Industrial, em Novara, e, a 12 de novem-bro de 1948, ingressou no Noviciado, em Lonigo (Vicenza), onde também realizou o Juniorado. De 1953 a 1956, frequentou a Filosofia, em Gallarate (Varese), passan-do a exercer o Magistério, em sua cidade natal, de 1956 a 1958.

Em setembro de 1958, com outros companheiros, partiu para o Brasil e, até o fim daquele ano, ocupou-se no apren-dizado da língua portuguesa. De 1959 a 1962, frequentou a Faculdade de Teolo-gia Cristo Rei, em São Leopoldo (RS). Lá mesmo, recebeu a ordenação sacerdotal, em 8 de dezembro de 1961. Em 1963, de-pois de concluir o curso de Teologia, foi destinado à Terceira Provação, em Três Poços, Barra do Piraí (RJ).

Em 1964, finalmente, recebeu a des-tinação para integrar a Equipe do Co-légio São Francisco de Sales (também conhecido por Diocesano), em Teresina (PI). No dia 2 de fevereiro de 1965, emitiu seus Últimos Votos.

Em Teresina, o padre Florêncio come-çou seu apostolado como professor de Química e de Religião, além de responsá-

vel pelo Laboratório de Química, que foi organizando, durante anos e anos, até se tornar uma referência na cidade. Nos fins de semana, durante décadas, ele também colaborava na pastoral em algumas paró-quias da vizinhança.

Há alguns anos, porém, ele tinha dei-xado de exercer a função de professor em sala de aula, embora continuasse a dar atendimento em seu gabinete, situado perto do Laboratório. Ali, recebia frequen-tes visitas dos antigos alunos, que, mesmo recordando-se de sua notória severidade nas aulas, reconheciam, com saudade, a eficácia de seu método pedagógico e a oportunidade de seus conselhos.

De fato, seu aspecto exterior e seu trato, às vezes rigoroso, num primeiro mo-mento, provocavam certo distanciamento cautelar, mas, para os que dele se aproxi-mavam, a sensação experimentada era aquela de lidar com uma pessoa sensível e solidária. Mesmo os que tiveram de deco-rar o Canto do Tamoio, de Gonçalves Dias, como “penitência” por ter faltado a alguma aula, se recordam desse episódio com sau-dade e simpatia, pois, mais que pela seve-ridade, ele os impressionava pela coerên-cia entre o discurso e a vida que conduzia.

Nos últimos anos, também acompa-nhava um fervoroso grupo dos Devotos do Padre Pio. E, mesmo em ritmo mais

lento, continuava sua rotina de atendi-mentos, até que, nos primeiros meses deste ano, foram detectados sinais preo-cupantes com relação a sua saúde. Ainda participou, no início de abril, da Concele-bração de Ação de Graças pela canoni-zação de José de Anchieta, na Catedral, mas, naquela mesma noite, manifestou sintomas de febre alta e mente confu-sa. Detectou-se depois que estava com dengue. Essa doença o deixou acamado e com o corpo todo dolorido. Daí para fren-te, foi só um ir e vir ao hospital e à UTI, com o surgimento ainda de uma pneu-monia que veio a agravar-lhe o quadro. Ele, porém, permaneceu lúcido, recebia a comunhão e, muitas vezes, acompanhava a recitação das laudes e das vésperas. Repetia com frequência algumas jacula-tórias, como “In te, Domine, speravi, non confundar in aeternum” (Em ti, Senhor, esperei, não serei jamais confundido!).

No dia 23 de agosto, amanheceu muito debilitado, mas, mesmo assim, ainda pôde receber a comunhão (meia partícula). Foi levado, pela última vez, à UTI, entubado e dopado. Às 22h30, após duas paradas car-díacas, nosso irmão partiu para o encontro definitivo com o Pai.

Seu corpo foi velado na Capela do Colégio, onde foram celebradas duas missas, com grande participação de ex--alunos e amigos. A última, presidiu-a o Arcebispo emérito de Teresina, Dom Miguel Fenelon Câmara Filho, amigo fra-terno do padre Florêncio. A capela ficou lotada de fiéis e ornada por bem quinze coroas de flores, entre as quais, uma do Governador atual e, outra, do anterior. Já a Missa de Sétimo Dia foi celebrada, em 5 de setembro, na Catedral de Teresina.

Agora, Padre Florêncio, já na dimensão de Deus, intercede pela Companhia de Je-sus e pela Igreja, a que tanto serviu e amou!

calENdÁRio BNECompromissos do Provincial

23 a 25 de setembro | 41ª Con-sulta BRA – São Paulo (SP)

1º a 24 de outubro | Expediente na Cúria BNE – Salvador (BA)

Na paz do senhor Padre Florêncio LecchiPor Pe. geraldo A. Coelho de Almeida, com a contribuição do Pe. Antonio Baronio

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47I n f o r m at I v o d o s j e s u í ta s d o b r a s I l

BRASIL PROVINCIALADO

a companhia de jesus no

PE. jOãO RENATO EIDT sERÁO NOVO PROVINCIAL DA BRA

No dia 3 de setembro, o padre Adolfo Nicolás, supe-rior geral da Companhia de Jesus, comunicou ao padre

Carlos Palácio, provincial do Brasil, a decisão de confiar ao padre João Renato Eidt a missão de conduzir, como

ASSEMBLEIA DAS MANTENEDORAS NO RIO DE JANEIRO

Nos dias 20 e 21 de agosto, foi realizada a segunda Assembleia das Mantenedoras da Compa-nhia de Jesus, no Centro Cultural João XXIII, no Rio de Janeiro (RJ). Estiveram presentes ao encontro 34 participantes, entre membros de Diretorias das instituições, represen-tações nacionais da BRA já constituídas e alguns

colaboradores leigos. “Assim como aconteceu na primeira Assembleia, em 2013 , nosso encontro teve por objetivo o conhe-cimento das realidades das mantenedoras, desa-fios e possibilidades para uma maior sinergia entre as elas, com vistas à me-lhor realização da missão da Companhia de Jesus no Brasil”, informou pa-

dre João Geraldo Kolling , supervisor das Adminis-trações Provinciais.

Durante a Assembleia, os principais pontos abor-dados foram: considerações sobre cenários econômi-cos do Brasil nos próximos anos; consolidado dos ba-lanços de 2013 das Man-tenedoras; algumas mu-danças em termos de estrutura administrativa

da BRA em construção; e diretrizes orçamentarias comuns para 2015. “Nos-sos próximos passos são a paciente implementação do decidido na assembleia e a serena construção de crescente sinergia para alcawnçar sempre maior transparência e eficácia na gestão dos bens em favor da missão”, finalizou padre João Geraldo Kolling.

primeiro Provincial, a futu-ra Província do Brasil (BRA). O jesuíta será nomeado e em-possado oficialmente como Provincial no próximo dia 16 de novembro, após a leitu-ra do decreto de criação da nova Província.

Natural de Itapiranga (SC), o padre João Renato Eidt tem 51 anos e ingres-sou na Companhia de Jesus em 18 de fevereiro de 1986. Foi ordenado presbítero em 11 de julho de 1998 e fez seus últimos votos em 26 de maio de 2007. Além da formação própria da Com-panhia, fez mestrado em Counseling, na Loyola Uni-

versity, em Chicago, Esta-dos Unidos.

O jesuíta também foi orientador espiritual do Ju-niorado Interprovincial Pe. Gabriel Malagrida, em João Pessoa (PB); diretor do CE-CREI (Centro de Espiritualida-de Cristo Rei), em São Leopol-do (RS); reitor do Filosofado São Francisco Xavier, em Belo Horizonte (MG); e, desde 2012, é o reitor do Teologado (CIF) Santo Inácio de Loyola, em Belo Horizonte (MG).

A Companhia de Jesus no Brasil alegra-se com a notí-cia e manifesta sua estima e comunhão fraterna a seu futuro Provincial.

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jEsUíTAs INICIAm TERCEIRA PROVAçãO NA íNDIA E Em CUBA

No dia 14 de agosto, o padre Sér-gio Mariucci viajou para Goa, na Índia, para iniciar sua Terceira Provação. Já os padres Erinaldo Pedro da Silva e Rogério de Paula Barroso vão realizar essa etapa de formação em Cuba. A Terceira Provação leva, em média, seis meses para ser concluída. Uma fase importante na vida de todos os jesuí-tas. Confira o relato do padre Sérgio:

“Após 10 anos, de ordenação presbiteral, viajei para Goa, índia, para fazer a Terceira Provação. Aqui cheguei no dia 17 de agosto. O lugar onde ocorre o programa da Terceira Provação é o Instituto Pedro Arrupe, no distrito de Raia, também na região de Salsete, ao sul de Goa e na costa oeste da Índia, banhada pelo Mar das Arábias. O oceano Índico banha a ponta sul e a costa leste do país, so-mente. Goa é um pequeno estado que, em 1962, passou a ser uma região in-dependente de Portugal e com alguns privilégios de autonomia em relação ao governo central da Índia. Em 1982, passou a integrar, completamente, o governo central e, em 1992, teve sua língua, o Konkani, incluída entre os idiomas oficiais do país.

Goa é um dos destinos preferidos

dos turistas devido a suas praias tranquilas, contínuas e com águas em temperatura ótima para os ba-nhistas. Devido a grande quantida-de de turistas há certa tolerância quanto às vestimentas ocidentais, especialmente para as mulheres. Refiro-me, por exemplo, ao uso de calças jeans em vez das tradicionais vestimentas femininas.

Aqui chove abundantemente. A chuva se estende por vários dias inin-terruptamente alternando entre chu-viscos, chuvas torrenciais e, às vezes, concomitante, a uma tímida aparição do sol. Estamos nas últimas semanas da estação das chuvas, as monções, e por isso é justo e necessário a abun-dância das águas nesta época.

Há alguns dias fui à Missa na igreja matriz da paróquia a qual pertence-mos e cuja padroeira é Nossa Senho-ra das Neves. Uma igreja majestosa, grande e antiga. Há quatro Missas aos domingos, três na língua local, o Konkani, e uma em inglês, todas na parte da manhã e com grande partici-pação de fiéis, a igreja fica lotada! Na Missa das 9h, a Igreja fica repleta de crianças e adolescentes, todos muito devotos e bem vestidos, em seguida,

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vão para a catequese. A paróquia é conduzida por três padres, o mais ve-lho é o pároco e os mais jovens são vigários, todos diocesanos. Além de quatro capelas, também com igre-jas majestosas, há muitos pequenos oratórios e capitéis em toda a região, onde o povo se reúne para rezar sem a necessidade da presença do padre. É comum, em lugar visível, nos jardins ou na fachada, das residências haver uma pequena capelinha com a imagem de São Francisco Xavier, uma imagem de Nossa Senhora ou a dos Sagrados Co-rações. Isso indica também a predomi-nância católica entre a população des-ta região, o que contrasta com outras regiões da Índia em que predomina o Hinduismo, o Islamismo e o Budismo. O Cristianismo representa apenas 3% da população do país.

O programa da Terceira Provação é muito atraente. Já tivemos aulas sobre o tema da integração afetivo sexual e espiritual com o padre Tony de Souza, ex-provincial, psicólogo, escritor e conferencista na Índia, nos Estados Unidos e no Canadá. Com o padre Antony de Mello, ele acom-panhava o programa de formação Sadahana, em Mombay. Hoje, dedi-ca-se ao atendimento clínico e a con-ferências. Se eu tivesse vindo aqui somente para essas aulas teria vali-do a pena! Mas ainda há muito mais...

O grupo dos terceiranistas é com-posto por 18 padres; sou o único não indiano. O inglês é a língua corrente e sua pronúncia varia de acordo com a etnia de cada companheiro. Nada, entretanto, que seja uma grande barreira para a comunicação, as par-tilhas e as amizades. O grupo é bem alegre, fraterno e com pessoas mui-to simples. Aliás, essa é uma grande característica daqui, uma grande simplicidade no modo de vida, nas instalações, na comida, enfim, leva-

No lado esquerdo da foto, o Pe. Sérgio Mariucci com o grupo dos terceiranistas

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mos uma vida bem simples e muito alegre. No dia 17 de setembro, inicia-mos o retiro grande. Eu conto com as vossas preciosas orações. Da mes-ma forma que os trago com carinho no coração e nas orações. Rezo, tam-bém, para que o processo da criação

calENdÁRio BRa

22 e 23 de setembro | Encontro Nacional de Diretores Gerais dos Colégios Jesuítas – Teresina (PI)

22 e 26 de setembro | Visita do Pe. Palácio ao Escritório Nacional de Fé e Alegria – São Paulo (SP)

23 a 25 de setembro | 41ª Consulta BRA – São Paulo (SP)

2 a 4 de outubro | Encontro dos padres e diáconos em formação da Província do Brasil – Belém (PA)

6 a 9 de outubro | Encontro dos mestres e irmãos em formação da Província do Brasil – Belém (PA)

da nova Província no Brasil transcor-ra com paz, segurança e possibilida-de de continuar e ampliar as grandes conquistas construídas nos últimos governos. Que São Francisco Xavier interceda por todos nós! Grande e caloroso abraço!”

Na foto, os jesuítas que fazem a Terceira Provação em Cuba. Entre eles, os padres brasileiros Rogério e Erinaldo (sentados, à esquerda)

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SETEMBRO

Esc. Gabriel de Souza Leitão – BAMPe. José Luis Fuentes Rodríguez – BRC

Ne. João Francisco Haetinger – BRM

Pe. Carlos Alberto Contieri – BRCPe. Miguel Antônio Schroeder – BRMPe. Pedro Pereira da Silva – BNEPe. Valdir Marques – BRC

Esc. Isaías Gomes da Silva – BNEPe. José Carlos Brandi Aleixo – BRC

Pe. José Raimundo Pinto de Melo – BNE

Pe. José Abel de Sousa – BRCPe. José Antonio Netto de Oliveira – BRCPe. Vendelino E. Bieger – BRM

OUTUBRO

Pe. Angel López Abad – BRC

Pe. Inácio Luiz Rhoden – BRM

Pe. Adriano Pighetti – BNEPe. Antônio Carlos Oza Bértoli – BAMIr. Benno Klein – BRMPe. Roberto Donizeti da Silva – BRCIr. Vendelino Kroetz – BRM

Ir. Davidson Braga Santos – BRCPe. Francisco de Assis Taborda – BRMPe. Walter José Brito Pinto – BRC

Pe. Élio Estanislau Gasda – BRMPe. Rogério de Paula Barroso – BRC

Pe. Raniéri de Araújo Gonçalves – BRC

Pe. Jorge Cela – ANT

Pe. José Odelso Schneider – BRM

Ir. Tiago Pedro Chindio – MOZ

Pe. Guido Roque Lawisch – BRMIr. Inácio Birck – BRMPe. Renato Roque Barth – BRM

Pe. Sereno Boesing – BRM

Pe. Ilário Govoni – BAM

Pe. Attílio Ignacio Hartmann – BRMPe. Carlos Henrique Müller – BRM

Pe. Hildo Inácio Rasch – BRMPe. Manuel Angel F. Suárez – BRCPe. Ponciano Petri – BNE

Pe. Pedro Luiz de Azevedo – BRCPe. Peter von Werden – GSE

Pe. Roberto Barros Dias – BNEIr. Vanderlei Backes – BRM

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juBileus

aniversÁrios

3 de outubroIr. Delson Pinto Siqueira – BRC 50 anos de companhia

3 de outubroIr. Gianfranco Zanellli – BAM50 anos de companhia

6 de outubroPe. Antonio Baronio – BNE50 anos de companhia

6 de outubroPe. Ilario Govoni – BAM 60 anos de companhia

13 de outubroIr. Elias Pereira Macedo – BNE 50 anos de companhia

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