em companhia - informativo da companhia de jesus no brasil

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INFORMATIVO DOS JESUÍTAS DO BRASIL Em EDIÇÃO 9 | ANO 1 | OUTUBRO 2014 | JESUITASBRASIL.COM JESUÍTAS BRASIL Projeto Educação e Cidadania abre novo núcleo pág. 28 FEI assina acordo com universidade sueca pág. 33 Unisinos inaugura Escola de Humanidades pág. 40 Paróquia Cristo Rei inicia curso de Teologia pág. 44 Colégios Jesuítas celebram a arte pág. 49 Conheça alguns grupos e movimentos leigos que vivenciam a espiritualidade inaciana Seguir Jesus nos passos de Inácio Papa Francisco visita a Albânia pág. 11 ESPECIAL 14 JRS de Malta é finalista de prêmio internacional pág. 23

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9ª Edição | Outubro 2014

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Page 1: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

I N F O R M AT I V O D O S J E S U Í TA S D O B R A S I L

Emedição 9 | ANO 1 | OutubrO 2014 | jesuitAsbrAsil.cOm

JESUÍTAS BRASIL

Projeto Educação e Cidadania abre novo núcleo pág. 28

FEI assina acordo com universidade sueca

pág. 33

Unisinos inaugura Escola de Humanidades

pág. 40

Paróquia Cristo Rei inicia cursode Teologia

pág. 44

Colégios Jesuítas celebram aarte pág. 49

Conheça alguns grupos e movimentos leigos que vivenciam a espiritualidade inaciana

Seguir Jesus nos passos de Inácio

Papa Francisco visita a Albânia

pág. 11

EspEcial • 14

JRS de Malta é finalista de prêmio internacional

pág. 23

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SomoS SEmPRE SURPREEndIdoS PEla FoRça do EvangElHo na vIda dESSES IRmãoS E IRmãS, qUE

não mEdEm ESFoRçoS PaRa SEgUIR JESUS, Com FIdElIdadE E PRoFUndIdadE, Em SUaS RElaçõES

FamIlIaRES, PRoFISSIonaIS E SoCIaIS.

Evangelho na vida desses ir-mãos e irmãs, que não medem esforços para seguir Jesus, com fidelidade e profundidade, em suas relações familiares, profissionais e sociais. Diante dessa experiência de admi-ração, somos continuamente questionados em relação à qua-lidade de nossa vida consagra-da, chamados a uma contínua conversão que nos conserve como testemunhas vivas e guardiões desse belo dom de Deus. Por fim, podemos so-mente agradecer ao Pai, por nos associar, a partir de dentro, com tantos homens e mulheres no serviço à missão de Seu Filho.

A Companhia de Jesus acolhe, com muita alegria, to-dos esses grupos, comunida-des e movimentos que fazem parte da chamada “Família Inaciana”. É essa fraternidade que sustenta, purifica e con-firma a qualidade de nossa vo-cação. É assim que queremos continuar trilhando, juntos, os caminhos do Senhor, ad maio-rem Dei gloriam.

Boa leitura!

editorial

a serviço da igreja, uma espiritualidade em movimento(s)

Estamos às portas da nova Província Jesuítas Brasil e já foi anunciada a escolha do padre João Renato Eidt como futuro provincial. Ele terá a bela tarefa de dar continuida-de ao processo que, há anos, vem sendo construído. A nova porta que se abre nos leva a um vasto saguão, onde apa-recem os quadros de muitas obras bonitas: algumas con-cluídas, outras em execução, em maquete e outras ainda em sonhos futuros. Nesse es-paço do Reino em construção, a Companhia vai adentrando a passos suaves, mas firmes e decididos.

A experiência espiritual vi-vida por Inácio de Loyola e, logo em seguida, por seus primeiros companheiros manifestou-se, desde o início, como um dom de Deus para Sua Igreja. Essa espiritualidade peregrina – do dom gratuito do Pai, da paixão pelo Reino, do seguimento de Jesus, da busca de “conheci-mento íntimo” do Senhor para mais “amá-lo e segui-lo” – só podia gerar “movimento” em direção aos outros. Quem tem

um encontro verdadeiro com o Senhor não pode ficar pa-rado! “Ajudar as almas”: essa era a meta desses homens que, tocados pelo mistério de Deus, sentiam-se impelidos a partilhar e multiplicar a expe-riência vivida.

Como todo carisma cha-mado a permanecer na his-tória, essa espiritualidade foi ganhando corpo e rosto pró-prios em grupos específicos.

Um dos frutos dessa experi-ência espiritual transforma-dora foi a Companhia de Jesus, que conta com quase cinco séculos de existência. A his-tória da aventura espiritual e apostólica dos jesuítas é bem conhecida de muitas pessoas, dentro e fora do mundo católi-co – com um acréscimo, é ver-dade, de muitas lendas e fan-tasias. Mas esse foi somente o primeiro fruto de uma árvore

muito fecunda, plantada por Deus no jardim da Igreja.

Ao longo dos séculos, o movimento interior e profun-damente pessoal impulsiona-do pelos Exercícios Espirituais deu origem a vários grupos, comunidades, movimentos de inspiração inaciana, nem sem-pre bem conhecidos. Milhares de homens e mulheres, de todas as idades, escolheram esse caminho para aprofundar

o sentido de sua vida cristã e seguir Jesus Cristo em sua vida cotidiana. É sobre eles que queremos falar, especial-mente, neste número de nos-so Em Companhia.

A proximidade – espiritu-al, afetiva, apostólica – com esses movimentos e comu-nidades provoca em nós, je-suítas, experiências diversas. Primeiramente, somos sempre surpreendidos pela força do

Pe. miguel de oliveira martins Filho, sjProvincial do Brasil Nordeste

Pe. vicente Palotti Zorzo, sjProvincial do BrasilMeridional

Pe. Carlos Palácio, sjProvincial do Brasil

Pe. adelson araújo dos Santos, sjSuperior da Região Brasil Amazônia

Pe. mieczyslaw Smyda, sjProvincial do BrasilCentro-Leste

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3 de novembro

Bem-aventurado Ruperto Mayer, presbítero

5 de novembro

Todos os Santos da Companhia de Jesus

6 de novembro

Comemoração de todos os falecidos da Companhia de Jesus

13 de novembro

Santo Estanislau Kostka, religioso

14 de novembro

São José Pignatelli, presbítero 16 de novembro

Santos Roque González, João del Castillo, Alfonso Rodríguez, presbíteros e mártires

CALENDÁRIO LITÚRGICO – NOVEMBROPróprio da Companhia de Jesus

Glorificação de Santo Inácio, Andrea Pozzo

expediente

EM COMPANHIA é uma publicação mensal dos Jesuítas do Brasil, pro-duzida pelo Núcleo de Comunicação Integrada (NCI)

CONTATO [email protected]

Colaboradores da 9ª EdiçãoPe. Bruno Schizzerotto (BAM), Pe. Carlos James dos Santos (BRC), Pe. Creômenes Tenório Maciel (BNE) e Pe. Matias Martinho Lenz (BRM). Belisa Lemes da Veiga, Francilma Grana, Pe. Itamar Gremon, Pe. Re-ginaldo Sarto, Samara Augusta e Ana Ziccardi (revisão). Um agrade-cimento especial a todos que co-laboraram com a matéria especial dessa edição.

FotosBanco de imagens / Divulgação

ErrataNa 8ª Ed. do Em Companhia a foto da notícia Bispo abençoa famílias viei-renses no Santuário Nossa Senhora de Fátima (pg.43) está errada.

Pe. Francys Silvestrini Adão, SJDiretor editorial

Pe. Geraldo Lacerdine, SJDiretor do NCI

Silvia Lenzi (MTB: 16.021)Editora e jornalista responsável

Juliana DiasRedação

Handerson Silva e Victor PisaniDiagramação e edição de imagens

Tradução das notícias da Cúria GeralPe. José Luis Fuentes Rodriguez

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entrevista PEREGRINOS EM MISSÃO

Onde terminam a luz e o asfalto, aí começa Fé e Alegria

Movimento Internacional de Educação Popular Inte-gral e Promoção Social, Fé e Alegria nasceu no bairro popular de Cátia, em Caracas (Venezuela), em 1955. Atual-mente, 20 países integram a instituição, que tem sua sede em Bogotá (Colômbia) e, desde 1985, é uma Federa-ção Internacional. No Brasil, Fé e Alegria deu seus primei-ros passos em Mauá, muni-cípio da Grande São Paulo (SP), em 1981. Hoje, atua em 21 municípios de 15 estados brasileiros, beneficiando, aproximadamente, 21 mil participantes.

Nesta edição, o infor-mativo Em Companhia traz duas entrevistas especiais. A primeira, com o atual dire-tor presidente da Fundação Fé e Alegria do Brasil, padre Álvaro Negromonte, que ocupa o cargo desde agosto de 2012. E, outra, com o padre Luiz Fernando Klein, primeiro presidente da instituição, em 1981, e, hoje, diretor Nacional de Educação e Ação Pública. Leia a seguir:

como é o trabalho de diretor presidente de Fé e alegria e quais os maiores desafios?

A minha missão primeira é o acompanhamento e a articulação das diversas instâncias, dentro e fora da Fundação. Com dedica-ção exclusiva nessa mis-são, temos detectado as principais necessidades e desafios nos seus diver-sos atores e contextos, e, assim, buscamos estraté-gias para melhor enfrentá--las com todo o corpo da instituição. Dentre os desafios enfren-tados nos últimos tempos, destacaríamos três:

A necessária clareza de que a Fundação Fé e Alegria é uma obra edu-cativa da Companhia de Jesus, seja por parte de colaboradores da Fun-dação, seja pela própria atual conjuntura das obras socioeducativas da Ordem religiosa.

A base inaciana de nos-sas ações, marcada pe-los Exercícios Espiritu-ais, que ainda devemos juntos construir.

A sustentabilidade das ações, considerando a frequente luta para es-tabelecer as parcerias com o poder público, com empresas e mante-nedoras, em meio a uma legislação rígida e an-tieclesial, e a busca por fortalecer as diversas iniciativas individuais de doação.

Como ComPanHIa dE JESUS no BRaSIl, TEmoS BUSCado SEmPRE maIS ESTaBElECER REdES E PaRCERIaS EnTRE aS dIvERSaS oBRaS, o qUE TEm FoRTalECIdo E qUalIFICado aInda maIS noSSa PRESEnça EdUCaTIva no mEIo doS PoBRES

O presidente da Fundação Fé e Alegria do Brasil, Pe. Álvaro Negromonte, e o diretor Nacional de Educação e Ação Pública, Pe. Luiz Fernando Klein (esq. p/ dir.)

Uma das características de Fé e alegria é o trabalho em rede e com parcerias. Qual a importância desse relacionamento para o de-senvolvimento da atuação da instituição?

Fé e Alegria nasce em rede, em relação, seja com a Universidade Andrés Bello, onde o padre José Maria Vélaz, fundador de Fé e Alegria, lecionava, ou seja, com a sociedade civil

Pe. Álvaro Negromonte

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entrevista PEREGRINOS EM MISSÃO

e o governo venezuelano. Desde o seu nascimento, Fé e Alegria foi chamada a, juntamente com os gover-nos, empresas e pessoas, oferecer uma educação de qualidade. Se a nossa ação educativa é para a transfor-mação histórica das reali-dades, a incidência pública que sonhamos só é possível pela ação coletiva de to-dos os atores implicados. Como Companhia de Jesus no Brasil, temos buscado sempre mais estabelecer redes e parcerias entre as diversas obras, o que tem fortalecido e qualificado ainda mais nossa presença educativa no meio dos po-bres. Já em realidades em que, com o poder público, estabelecemos parcerias , mesmo com grandes de-safios, mais pessoas têm sido atendidas e as realida-des têm mudado conside-ravelmente. Logo, o desen-volvimento de Fé e Alegria, como obra socioeducativa, é diretamente proporcio-nal às sólidas redes e par-cerias que construímos. Se assim o fizermos como Movimento de Educação

Popular que somos, pode-remos construir, propor, fiscalizar, acompanhar e colaborar na implantação de políticas públicas justas e democráticas.

O 44º congresso interna-cional de Fé e alegria, em outubro de 2013, abordou o tema da Educação inclu-siva. Qual foi a importância desse encontro para o for-talecimento dos trabalhos da Fundação no Brasil?

Preparar o 44º Congresso Internacional da Federa-ção Fé y Alegria no Brasil foi uma oportunidade de acender fogo novo em toda a Fundação. Esse foi o pri-meiro Congresso em que tivemos a participação de educandas e educandos representantes de todas as unidades Fé e Alegria do país. Participaram como congressistas, oferecendo uma importante parcela de contribuição para nossa re-flexão e ação em contextos diversos.Além desse diferencial, à compreensão de educação inclusiva foi possibilitada

uma profunda evolução conceitual, levando-nos a desejar não uma renova-ção, o que poderia parecer como algo novo, mas uma inovação, mudança a partir de dentro, na construção de uma nova cultura da inclusão, na qual todas e todos são acolhidos, res-peitados e valorizados. O Congresso nos possibilitou ir mais longe com a nossa ação educativa, buscando e encontrando novas fron-teiras existenciais, e efeti-vando meios de superá-las. À luz do Evangelho, com momentos celebrativos cheios de Fé, seguimos sentindo a Alegria de abrir nossas portas e obras para acolher uma nova proposta de vida inclusiva para to-das e todos.

Qual o papel da Federação internacional Fé e alegria e como ela ajuda no desen-volvimento dos trabalhos?

Conjuntamente com mais 20 países, o Brasil tem recebido as orientações, apoio e formação, como também tem contribuído

qualitativamente com a Federação. A partir da ex-periência de várias outras Fés e Alegrias, temos sido diretamente beneficiados pelas parcerias que a Fede-ração Internacional tem es-tabelecido com governos e com a iniciativa privada, nos possibilitando crescer na consciência institucio-nal de corpo apostólico em missão. Através dos oito Programas Federativos, a Fundação Fé e Alegria do Brasil tem desenvolvido sua ação institucional, sua visibilidade, a formação de educadores, a forma-ção para o trabalho, a inci-dência pública e advocacy, suas ferramentas tecnoló-gicas, educação por meio do rádio, promoção social, formação para a vida e, também, segue implantan-do o Sistema de Melhora da Qualidade Educativa em todos os centros edu-cativos e sociais. Isso só fortalece a identidade do Movimento e nos possibili-ta agir no mundo, transfor-mando-o.

Fé e alegria atua em seis áreas de forma mais am-pla, como é esse trabalho?

Como fruto de diagnósti-cos prévios, Fé e Alegria tem procurado, na medida do possível, atender às necessidades das crian-ças, dos adolescentes e dos jovens, como também de suas famílias, com pro-jetos que fortaleçam os vínculos, apontem novos rumos de transformação social, empoderando pes-soas e comunidades. Assim se constituem as áreas de atuação e desenvolvimen-to efetivo de nossa missão.

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entrevista PEREGRINOS EM MISSÃO

Na Educação Formal, que é dita escolar, hoje atende-mos educação infantil, fun-damental, médio e técnica. Na Educação Não-Formal, em modo de projetos e ofi-cinas, há uma variedade de mais de 30 ações distintas em todo o país. No Desen-volvimento comunitário, com geração de renda, jo-vens e adultos têm desen-volvido uma consciência cooperativa através de di-versos cursos de formação técnica e, citamos a mais inovadora iniciativa nessa área, a Galeria Social em Vazantes, no Ceará. Na For-mação dos Educadores po-pulares, temos feito gran-de investimento em todo o país, oferecendo formação presencial, semipresen-cial e através de diversos meios e tecnologias. Na ação pública, passando pela incidência e advocacy, temos qualificado ainda mais nossa presença em redes, conselhos nacionais, estaduais e municipais, fó-runs e espaços públicos de discussão sobre educação e garantia dos direitos das crianças e adolescentes. Essa área tem sido forja-da em parceria com outras obras da Companhia de Je-sus e da Igreja, e necessita ser ainda mais fortalecida e participada pelas diver-sas obras da Nova Provín-cia. E para integrar, formar e potencializar tudo isso, a sexta área de atuação é a comunicação, que, atra-vés do portal educativo, do site, da rádio web e das

redes sociais, tem levado a todo o mundo uma forma-ção de qualidade e divulga-ção do bem que tem feito a Fundação Fé e Alegria do Brasil.

Quais as principais caracte-rísticas da pedagogia inacia-na e da Educação popular?

As duas visões pedagógicas coincidem na mesma finalida-de, que é ajudar o ser humano a considerar-se protagonista do seu desenvolvimento in-tegral, de modo a comprome-ter-se com a transformação da realidade. Ambos os enfo-ques consideram a pessoa o centro do processo educati-vo, o qual, por isso, tem início, sempre, pela consideração do contexto, pessoal e am-biental, buscando detectar os problemas que requerem solução. O empenho educati-vo da Pedagogia Inaciana e da Educação Popular manifesta sua preferência pelos seg-mentos mais vulneráveis da sociedade. Os dois enfoques estão atentos a contribui-ções de autores e correntes psicopedagógicas de acordo com a sua meta. Mas a Peda-gogia Inaciana se distingue pela sua marca religiosa, en-quanto traz diversos traços

da espiritualidade de Santo Inácio e se entende como um aspecto da missão evangeli-zadora da Igreja.

como a pedagogia inacia-na e a Educação popular se complementam no trabalho da Fundação Fé e alegria?

A Educação Popular pode se enriquecer com a formula-ção da Pedagogia Inaciana, conforme seus três últimos documentos principais:

Características da Edu-cação da Companhia de Jesus, no qual constam os conceitos pedagógicos adequados ao mundo de hoje.

Pedagogia Inaciana. Uma proposta prática, que propõe um paradigma de cinco elementos (contex-to, experiência, reflexão, ação e avaliação) para efetivar uma educação em valores.

Projeto Educativo Co-mum da Companhia de Jesus na América Latina, com 11 linhas de ação para a renovação das institui-ções educativas.

Por seu lado, a Educação Popular pode iluminar a Pe-dagogia Inaciana com a di-mensão política do processo educativo, o método de pro-blematização, a incidência pública, o envolvimento da comunidade circundante, a gestão participativa, entre outros.

O senhor participou do pro-cesso de implantação da obra no país. Quais foram os principais desafios du-rante esse período?

Ao ser fundada no país, no início de 1981, os três prin-cipais desafios de Fé e Ale-gria foram:

Elaborar uma propos-ta educativa específica para responder às neces-sidades do Brasil.

Apresentar essa pro-posta a outras instân-cias da Igreja, do gover-no e da sociedade, em busca de convênios e parcerias.

Solicitar financiamen-to, junto a empresas nacionais e entidades internacionais para o sustento dos primeiros projetos.

Em 1981, o senhor tornou--se o primeiro presidente de Fé e alegria. Quanto tempo ficou à frente da instituição?

Desempenhei a função de presidente de Fé e Alegria Brasil apenas por um ano e meio, até meados de 1982, pois, na ocasião, eu a acu-mulava com as funções de Assistente (Sócio) do Pro-vincial da Província Jesuíta do Brasil Centro-Leste, o Pe. Cristóbal Álvarez, e de Secretário Executivo da Conferência de Provinciais Jesuítas do Brasil (CPJB ).

Em agosto de 2013, o senhor voltou a integrar a equipe da Fundação Fé e alegria. como foi o sentimento de voltar a atuar na institui-ção? Quais os principais avanços alcançados nesse período?

Ser destinado a Fé e Ale-gria, em maio de 2013, foi

o EmPEnHo EdUCaTIvo da PEdagogIa InaCIana E da EdUCação PoPUlaR manIFESTa SUa PREFERênCIa PEloS SEgmEnToS maIS vUlnERávEIS da SoCIEdadE

Pe. Luiz Fernando Klein

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entrevista PEREGRINOS EM MISSÃO

uma surpresa e um grati-ficante presente de Deus, pois essa proposta educa-tiva sempre me fascinou, mesmo quando eu desem-penhava outras funções. Na verdade, nas viagens que eu vinha realizando pelo Brasil e pela América Latina, sempre procurei oportunidades de conhe-cer e apreciar os trabalhos de Fé e Alegria. Ao voltar, encontro-a presente em 21 municípios de 15 Estados do país, atingindo mais de 21 mil beneficiários, crian-ças, adolescentes, jovens,

adultos e idosos. Embo-ra ainda careça de maior visibilidade, Fé e Alegria é respeitada nos lugares onde atua.

como é o trabalho na Área de Educação e ação pública de Fé e alegria?

O trabalho de Fé e Ale-gria desenvolve-se em três níveis: atua no âmbi-to interno do centro edu-cativo; trata de servir à comunidade circundante; e empenha-se em contri-buir na formulação e mo-

nitoramento de políticas públicas. Contamos com 43 Centros Educativos de educação formal e progra-mas socioeducativos em 22 tipos de educação não formal. Distinguem-se o trabalho de abrigamento de menores desassistidos, em Vitória (Espírito San-to); com as populações de rua, em Porto Alegre (Rio Grande do Sul); indígena (etnia Xerente, em Tocan-tínia (Tocantins); e com de-ficientes físicos e mentais, em Cuiabá (Mato Grosso) e Gurupi (Tocantins).

Fé e Alegria realiza a Ação Pública junto a educadores, educandos, família e comu-nidade, estimulando-os ao empoderamento, a se reco-nhecerem como sujeitos de direitos e atores do proces-so de transformação da so-ciedade. Para isso, Fé e Ale-gria estimula o envolvimento das pessoas em diversos es-paços de incidência política, fazendo-se presente em 38 conselhos municipais, esta-duais e nacionais que tratam dos direitos de crianças e adolescentes, assistência social e educação.

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Diálogo inter-religioso marca visita do papa à Albânia

No dia 21 de setembro, o papa Francisco visitou a Albânia, país no sudes-te europeu, na região dos Bálcãs. Durante a visita, o pontífice falou sobre a importância do diálogo inter-religioso e ressaltou as conquista do país nesse sentido. “A Albânia é um país que sofreu muito. E conseguiu obter uma paz entre suas diferenças reli-giosas”. Após anos vivendo sob o regime comunista, o país escolheu o caminho do diálogo com um gover-no de unidade nacional en-tre islâmicos, ortodoxos e católicos.

O primeiro-ministro albanês, o católico Edi Rama, deu as boas-vindas ao papa, que também foi recepcionado de maneira calorosa por milhares de pessoas na Praça Madre Teresa, onde celebrou missa. Depois, Francis-co passeou em um carro aberto. O pontífice parou diversas vezes para aper-tar as mãos dos albaneses e abraçar as crianças.

Diante do presidente Bujar Nishani, Francisco saudou com carinho a “ter-ra das águias, uma terra de heróis, que sacrificaram sua vida pela independên-cia do país, e terra de már-

IGREJA SANTA SÉ

o ministério de unidade na

tires, que deram testemu-nho de sua fé nos tempos difíceis da perseguição”.

Para o papa, a Albânia é um modelo de convivência entre religiões, ele desta-cou que “o clima de respei-to e confiança recíproca entre católicos, ortodoxos e muçulmanos é um bem precioso para o país e ad-quire destaque especial neste momento”.

Durante a visita, o pon-tífice se encontrou com bispos albaneses e com a comitiva Papal na Nuncia-tura Apostólica. Francisco participou também de um

encontro com líderes de outras religiões e deno-minações cristãs, na Uni-versidade Católica Nossa Senhora do Bom Conselho.

Papa Francisco con-cluiu sua visita à Albânia num centro social para menores, nos arredores de Tirana, capital do país. O pontífice deixou uma men-sagem a favor do diálogo inter-religioso e contra a indiferença. “A fé que opera na caridade move as mon-tanhas da indiferença, da incredulidade e da apatia, e abre os corações e as mãos para fazer o bem e irradiá-

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“A Albânia é um país que sofreu muito. E conseguiu obter uma paz entre suas diferenças religiosas”, afirmou o pontífice

-lo. Através de gestos hu-mildes e simples de servi-ço aos pequeninos, passa a Boa Nova de Jesus que ressuscitou e vive entre nós”, disse o papa às crian-ças e voluntários reunidos na igreja dedicada a Santo António.

Atualmente, dos três milhões de albaneses, os muçulmanos representam 56% da população, que tem ainda 15% de católi-cos e 11% de ortodoxos. A igreja católica é minoritá-ria, mas dinâmica.

Fonte:www.news.va | G1 | papa.can-caonova.com | pt.radiovaticana.va

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síNODO DOs BispOs DEDicaDO à Família

De 5 a 19 de outubro, foi reali-zada a 3ª Assembleia Geral Extra-ordinária do Sínodo dos Bispos, no Vaticano. Convocado pelo papa Francisco para tratar do tema Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização, o en-contro reuniu cerca de 250 pes-soas, entre bispos de diversas partes do mundo, sacerdotes, es-pecialistas, estudiosos e casais, para debates de reflexão.

Uma das prioridades indicadas durante os debates foi maior pre-paração para o matrimônio, a ser visto não como ponto de chegada, mas como caminho rumo a um au-têntico crescimento pessoal e do casal. “A importância de verificar que existam as necessárias dispo-sições para o matrimônio: ser tam-bém bastante exigente no aceitar os casais que se apresentam para o matrimônio religioso e na Igreja, e não ter por demais receio de ser exigente porque, evidentemente, casa-se muito facilmente hoje em dia, sem as premissas necessá-rias, é depois também compre-ensível que haja tantos casos de

famílias que se esfacelam, de matrimônios que entram em cri-se”, afirmou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Fe-derico Lombardi.

Em diversos pronunciamen-tos, foram reforçados ainda que “a Igreja deve apresentar aos ca-sais em dificuldade e aos divor-ciados recasados não um juízo, mas uma verdade, com um olhar de compreensão. Em particular, num mundo marcado pela influ-ência da mídia ao apresentar ide-ologias muitas vezes contrárias à doutrina cristã, a Igreja deve ofe-recer seu ensinamento de modo mais incisivo.”

Durante a abertura dos traba-lhos da Assembleia Geral Extra-ordinária do Sínodo dos Bispos, por desejo do papa Francisco, foi anunciado também que “o Oriente Médio está no coração da Igreja”. Dessa forma, o dia 20 de outubro foi dedicado a um novo momento de reflexão e discussão sobre a complexa situação na região.

Fonte: site da Rádio Vaticano

o ministério de unidade na igreja SANTA SÉ

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Peregrinação: do caminho exterior ao caminho interior

“Caminhar nos passos de Santo Inácio é viver a beleza de experimentar o amor de Deus”, esse é o sentimento da advogada Regina Carvalho, 54, que participou da Peregrinação Nos Cami-nhos de Santo Inácio. A experiência, promovida pelo CCB (Centro Cultu-ral de Brasília), foi realizada entre os dias 6 e 22 de setembro e percorreu os lugares por onde Inácio de Loyola peregrinou no seguimento de Jesus. “A ideia era seguir os passos do peregri-no Inácio, que, por amor ao Senhor, se pôs a caminho”, acrescentou o padre J. Ramón F. de la Cigoña, que também fez a peregrinação.

Na Espanha, o grupo de 37 pesso-as, vindas de diversas partes do Bra-sil, passou por Barcelona, Mosteiro de Montserrat, Gruta de Manresa, Pam-plona, Loyola, Madri e Toledo, locais

especial

fundamentais no processo de conver-são de Santo Inácio. Em Israel, visita-ram Tel Aviv, Cesareia Marítima, Haifa, Nazaré, Qumran, Jericó, Belém e Jeru-salém, lugares significativos para to-dos os cristãos. Os peregrinos também foram a Istambul, na Turquia, e Roma, na Itália. “Visitar os lugares em que Je-sus e Inácio viveram nos possibilitou a experiência de momentos de muita consolação, animando-nos para fazer o bem e seguir em frente na caminhada a Jerusalém celeste”, ressalta Regina.

Cada local visitado, cada oração e cada partilha proporcionaram mo-mentos de reflexão e discernimento. “A vida é uma peregrinação. Quisemos fazer este caminho espiritual em gru-po, tendo, todos os dias, um momento de oração, partilha e exame, utilizando como referência a vida de Inácio e os

lugares geográficos que o viram pas-sar, sempre cheio de Deus”, diz o padre Ramón. Para o jesuíta, a peregrina-ção fortaleceu a fé dos participantes. “Voltamos mais felizes com a nossa fé e comprometidos com o modo inacia-no de ser e proceder. Todos acharam ótima a experiência e sugeriram sua realização a cada dois anos, para pos-sibilitar que outras pessoas possam fazer o percurso”, completa.

Para muitas pessoas, Nos Cami-nhos de Santo Inácio foi a primeira peregrinação de suas vidas, esse não foi o caso da Regina. Em 2010 e 2013, a advogada participou da experiência com freis Franciscanos de Brasília. Ela conta que todas foram especiais, mas que sempre teve o desejo de fazer a peregrinação com um viés inaciano. “Como pertenço a CVX São José (Co-

DISCípuLOS (AS) DE CRISTO, ALIMENTADOS (AS)pELA ESpIRITuALIDADE INACIANA

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munidade de Vida Cristã), em Brasília, conversei com o padre Ramón, então diretor do CCB, e propus para que, na condição de diretor espiritual, aceitas-se a empreitada. Após a obtenção da aprovação, começamos o planejamen-to da viagem”, relembra.

Assim como Regina, milhões de pessoas ao redor do mundo vivenciam a espiritualidade inaciana através das comunidades ou dos grupos de leigos. Essa vivência possibilita a participação em experiências espirituais que têm como base a espiritualidade inaciana. “Minha participação nessa peregrina-ção é fruto da aproximação que tenho com a CVX, que se iniciou em 2007, por meio do CCB, onde frequento diaria-mente a missa e onde fiz os Exercícios Espirituais na Vida Cotidiana. Hoje, eu coordeno a CVX São José e sou colabo-radora do CCB”, conclui Regina.

Atualmente, há cinco comunida-des/grupos de leigos que vivenciam a espiritualidade inaciana. São eles: Congregação Mariana, CVX (Comuni-dade de Vida Cristã), AO (Apostolado da Oração), MEJ (Movimento Eucarís-tico Jovem) e ACVM (Associação de Comunidades de Vida Mariana). Esses grupos têm como fonte principal da espiritualidade os Exercícios Espiritu-ais, tanto no seu formato original de 30 dias, quanto em formatos mais breves, como uma série de fins de semana ou o retiro de oito dias.

Para o padre Paul Schweitzer, assistente regional da CVX/RJ, as diferenças desses grupos dependem do público que procuram atingir. “Os leigos jovens e/ou adultos são o públi-co da CVX e das Congregações Maria-nas. Já o Apostolado da Oração, que é um grupo muito maior (estima-se que há entre 40 a 50 milhões de associa-dos), assume o compromisso de ora-ção com a Igreja. O MEJ focaliza mais nos adolescentes e pré-adolescentes das paróquias. E a Associação de Co-munidades de Vida Mariana, que tem uma forte ligação com a CVX, orga-niza encontros e retiros para atingir pessoas de diversas faixas etárias da periferia do Rio de Janeiro”, explica padre Paul.

especial

cONgrEgaçõEs mariaNas

Desde a adolescência, o casal Jonas Leandro, servidor público, e Shirlei dos Santos, advogada, am-bos com 36 anos, são membros das Congregações Marianas. Nessa época, os dois já participavam de retiros inacianos. Porém, no ano de 2007, resolveram fazer um retiro de iniciação aos Exercícios Espiri-tuais. A experiência foi orientada pelo padre J. Ramón F. de la Cigoña, na Carpa (Casa de Retiros Padre Anchieta), no Rio de Janeiro. “Esse retiro se tornou um divisor de águas em nossas vidas. Apaixonamo-nos pela metodologia e pudemos expe-rimentar os frutos em nosso dia a dia. De lá para cá, estreitamos bas-tante nossos laços com os jesuítas que moram no Rio e temos buscado um aprofundamento dos Exercícios Espirituais na vida”, afirma Jonas.

A fonte de espiritualidade das Congregações Marianas é a ina-ciana. Esse é o elemento caracte-rístico de sua origem. A primeira Congregação Mariana teve início

em Roma (Itália), com o jesuíta João Leunis, em 1563. A iniciativa nasceu por meio de uma pequena comuni-dade de leigos que queriam viver a espiritualidade de Santo Inácio de Loyola. Segundo Shirlei, a Congre-gação Mariana se sustenta sob três pilares: a busca da vida interior profunda pela prática da espiritu-alidade inaciana, a par ticipação na vida da igreja através da constân-cia sacramental e a consagração a Nossa senhora , modelo de fiel ser-viço a Deus e aos irmãos.

No século XVI, as Congregações Marianas se espalharam pelo mundo, dessa forma, os leigos que desejas-sem poderiam viver a vida cristã in-tensamente na linha dos Exercícios Espirituais, além de contar com o apoio de assessores jesuítas. Quando a Companhia de Jesus foi suprimida, em 1773, a instituição passou aos cui-dados dos bispos de cada diocese. “Depois da restauração da Ordem, em 1814, as Congregações Marianas voltaram a ter uma forte ligação com a Companhia de Jesus”, explica padre Paul Schweitzer.

atUaçãO NO pEríODO Da sUprEssãO

A Companhia de Jesus foi supri-mida em todo o mundo, à exceção da Rússia e Prússia, no dia 21 de Julho de 1773, por meio do Breve Dominus ac Redemptor, do papa Clemente XIV. Durante esse período, alguns traba-lhos dirigidos pela Ordem religiosa passaram à direção de administra-ções laicas ou diocesanas. Isso acon-teceu com as Congregações Maria-nas, que seguiram orientações do clero diocesano.

No artigo A espiritualidade jesu-íta durante a supressão (Anuário da Companhia de Jesus | 2014), o padre jesuíta Michael W. Maher explica que, apesar da supressão da Companhia de Jesus, as Congregações Marianas não foram suprimidas. A ausência da liderança jesuíta não provocou o de-saparecimento da instituição.

Para padre Michael, as Congre-gações Marianas ajudaram na disse-minação da espiritualidade inaciana durante esse período. “A continui-dade das Congregações Marianas, ou Sodalitas, proporcionou outra forma de manter a espiritualidade dos jesuítas durante os anos de su-pressão. Estatutos impressos da congregação, bem como livros so-bre espiritualidade, poderiam sim-plesmente ficar nas prateleiras sem utilidade, caso não fossem usados por pessoas interessadas em pro-mover e revigorar a vida dos Soda-litas”, afirma. O jesuíta acredita que “foi por intermédio dessas pessoas que a espiritualidade dos jesuítas, tal como ensinada e praticada pelas Congregações Marianas, atraves-sou o período da supressão.”

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16

especial

Em 1967, foi realizada a assembleia das Congre-gações Marianas de todo o mundo. Na ocasião, ficou decidida a mudança do nome das Congregações Marianas para Comunida-des de Vida Cristã − CVX. “A manutenção do nome

antigo não era obrigatória. Isso acarretou uma presen-ça dúbia no Brasil. Dessa forma, no início da década de 1990, as Congregações Marianas do Brasil torna-ram-se uma associação autônoma, erigidas pela CNBB (Conferência Nacio-nal dos Bispos do Brasil). A associação manteve os traços que configuraram sua história e os elementos que construíram sua voca-ção ao longo de quatro sé-culos”, explica Jonas.

A Congregação Mariana é formada por leigos e reli-giosos e, apesar do grande número de jovens e adultos,

as crianças também podem participar da associação. “Temos os setores para as crianças que chamamos de Marianinhos. Há também o Departamento de Juventu-de, com o nome de JAM (Ju-ventude de Ação Mariana). No Rio de Janeiro, por exem-

plo, temos uma Congrega-ção Mariana que funciona na Escola Naval, bem como na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). É comum ter grupos em seminários. Há um número significativo de padres, diáconos e até bispos que pertencem aos quadros da Congregação”, esclarece Shirlei.

Casados há quatro anos, Jonas e Shirlei fizeram os Exercícios Espirituais de 30 dias, entre os meses de ju-nho e julho de 2014, na Casa de Retiros Vila Kostka, em Itaici (Indaiatuba/SP). O padre Emmanuel da Silva e Araújo foi o orientador

da experiência, que reuniu 24 religiosos e três leigos. “Foi uma experiência fas-cinante”, ressalta Shirlei. “Sabemos das dificuldades para se retirar por um perí-odo tão longo, sobretudo na condição de leigo, por isso, essa experiência ganha um sabor tão especial. Trata--se de colocar-se a caminho, dispondo o seu tempo, tão precioso tempo, para um itinerário com o Senhor”, completa Jonas.

cOmUNiDaDEs DE ViDa cristã

Em 1948, o papa Pio XII, na Constituição Apostólica Bis Saeculari, convidou as Congregações Marianas a voltarem para suas origens. O documento propunha que os Exercícios Espirituais fossem o coração de sua espirituali-dade. Segundo o padre Paul Schweitzer, assistente re-gional da CVX/RJ, essa ação impulsionou a realização das assembleias mundiais, que levaram à renovação e à mu-dança de nome das Congre-gações Marianas para Comu-nidades de Vida Cristã – CVX,

em 1967, a exceção do Brasil [leia mais em Congregações Marianas].

O intuito da renovação era focar na formação humana e espiritual dos membros e, além disso, fortalecer a importância da pequena Comunidade. O pa-dre Paul explica que “cada CVX é uma comunidade que possui entre seis e 12 pessoas. Esses grupos realizam reuniões co-munitárias semanalmente ou a cada 15 dias. Cada membro assume o compromisso de oração pessoal diária, partilha da fé e experiência cristã nas reuniões, além de participar dos sacramentos e da vida da Igreja. Eles também partici-pam de um retiro anual e do trabalho apostólico, discerni-do na oração”.

Segundo padre Paul, a ação apostólica das CVX tem diferentes linhas de atuação, desde trabalho de serviço aos pobres, apoio às comu-nidades católicas, que vivem em favelas, e catequese em paróquias, até a organização de retiros espirituais e a di-reção espiritual de outros lei-gos. “Cada comunidade deve discernir a sua missão comum dentro da Igreja”, explica.

a CongREgação maRIana é FoRmada PoR lEIgoS E RElIgIoSoS E, aPESaR do gRandE númERo dE JovEnS E adUlToS, aS CRIançaS TamBém PodEm PaRTICIPaR da aSSoCIação

Desde a adolescência, o casal Jonas Leandro e Shirlei são membros das Congregações Marianas

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Atualmente, segundo o site oficial da CVX (www.cvx.org.br), há comunidades espa-lhadas por cerca de 60 países, nos cinco continentes. Os gru-pos ao redor do mundo estão comprometidos a respeitar um modo de vida e a fazer a in-tegração da comunidade com a espiritualidade inaciana. A inspiração da CVX é Cristo e sua devoção a Nossa Senho-ra, o modelo para ação.

A estrutura administra-tiva da CVX é descentrali-zada e flexível, com base em um conjunto de Princípios Gerais que são a linha mes-tra da comunidade mundial, nacional e local. Para o mem-bro da CVX, uma parte da missão é a qualidade de sua presença em todas as áre-as da vida. “Muitos jesuítas assessoram comunidades CVX, mas com o crescimen-to das obras nem todos têm tempo para colaborar com as comunidades. Por isso, cada CVX tem um assessor, que pode ser jesuíta ou não. Na maioria dos casos, esse cargo é ocupado por um leigo, que possui uma expe-riência inaciana mais exten-sa”, ressalta padre Paul.

apOstOlaDO Da OraçãO

No dia 3 de dezembro de 1844, dia de São Francisco Xavier, o padre Francisco Xavier Gautrelet, diretor espiritual de uma casa de formação de estudantes je-suítas, em Vals-pres-le-Puy, região central da França, decidiu conversar com os jovens residentes. Segundo depoimentos, não foi bem uma conversa, mas sim um alerta. O jesuíta teria dito aos jovens: “Vocês estão mais motivados com a ideia de ir a longas e distantes missões na Índia do que em estudar Teologia!”.

Nesse mesmo dia, du-rante a homília da missa de São Francisco Xavier, sem ter previsto, padre Gautre-let acaba por entusiasmar os jovens a se dedicar aos estudos. Durante a cerimô-nia, ele descreveu que uma vida inteiramente consagra-da aos estudos pode alcan-çar uma eficiência apostóli-ca considerável. “Se cada um mergulhar seu trabalho com um espírito de oração e de oferta, se várias comunida-

des se orientam no mesmo sentido, isso trará uma con-vergência de forças capazes de levantar montanhas! Se-jam agora missionários por sua oração, pela oferta de sua vida cotidiana. Sua mis-são encontra-se aqui, em seus estudos e nas coisas simples de cada dia”, afir-mou padre Gautrelet.

Assim, padre Gautrelet propôs aos jovens que reali-zassem uma série de passos simples que os ajudariam a dar maior sentido aos que já viviam a serviço da missão de Cristo, ao mesmo tempo em que esse caminho iria aprofundando sua disponi-bilidade apostólica. “Esse trabalho de cada dia foi o primeiro apostolado mis-sionário, graças à sua oferta cotidiana. Essa maneira de olhar a oração pela missão, a propagação da fé pela ora-ção, rapidamente transfor-mou a comunidade, a missa

e a oferta sacramental de Cristo, tornando-se o centro do dia a dia daquelas pesso-as, como uma missa prolon-gada. Aquele momento deu origem ao que chamamos de Apostolado da Oração (AO)”, explica padre Otmar Jacob Schwengber, secretário na-cional do AO e coordenador nacional do MEJ (Movimen-

to Eucarístico Jovem).Após a homília do padre

Gautrelet, os estudantes je-suítas passaram a transmi-tir as comunidades vizinhas essa nova maneira de rezar a partir da vida. E, em pou-co tempo, a mensagem do padre Gautrelet espalhou--se pelo mundo. Em 1849, o Apostolado da Oração con-quistou o reconhecimento do papa Pio IX, e, em 1890, o papa Leão XIII passou a con-fiar suas intenções mensais de oração ao Apostolado. Em pouco tempo, o Aposto-lado da Oração se tornaria uma rede mundial de oração a serviço dos desafios da humanidade e da missão da Igreja, que são expressos nas intenções mensais de oração do sumo pontífice.

O padre Otmar Jacob explica que o trabalho do Apostolado da Oração tem como fundamento a inti-midade das pessoas com Jesus. “O papel do AO é ofe-recer algumas práticas de oração diária pela manhã, ao longo do dia e à noite, pela qual oferece ao Pai, unido ao Coração Eucarístico de Je-sus, com muita simplicidade, mas, também, com radica-

Em PoUCo TEmPo, o aPoSTolado da oRação SE ToRnaRIa Uma REdE mUndIal

dE oRação a SERvIço doS dESaFIoS da HUmanIdadE E da mISSão da IgREJa

Pe. Otmar Jacob com membros do Apostolado da Oração, em Brusque (SC)

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especial

lidade, tudo o que somos e temos. O AO presta um culto especial à Eucaristia, fonte e cume de toda a vida apos-tólica.”

Atualmente, cerca de 40 a 50 milhões de pessoas ao redor do mundo são as-sociados ao Apostolado da Oração. Segundo padre Ot-mar, qualquer católico que deseje fortalecer a vivência de sua fé pode participar do AO. O superior geral da Com-panhia de Jesus é o diretor mundial do Apostolado, que ainda é composto pelo dire-tor delegado mundial, por secretários nacionais, além de diretores e coordenado-res locais.

No Brasil, o primeiro centro do Apostolado da Oração foi fundado em 1867, no Recife (PE), na Igreja de Santa Cruz. O padre jesuíta Bento Schembri foi o seu fundador e primeiro dire-tor. A sede atual do AO está localizada no bairro do Alto do Ipiranga, em São Paulo (SP). No espaço, são reali-zados encontros, retiros e reuniões. Anualmente, no segundo domingo de junho, acontece também a Roma-ria Nacional do Apostolado da Oração, que reúne deze-nas de milhares de fiéis de diversos lugares do País, em Aparecida do Norte (SP). “Quando vejo as caravanas do AO chegando dispostas, seja de lugares próximos ou distantes, imagino o motivo que as traz a ficar aqui um dia inteiro escutando, can-tando e rezando. As Jorna-das Apostólicas Diocesanas também não são menos fer-vorosas. E eu sinto um forte testemunho de fé em Deus revelado pelo Sagrado Cora-ção de Jesus aos pequenos. Esse é o testemunho de fé

que o Apostolado transmi-te”, ressalta padre Otmar.

Com o intuito de chegar a mais pessoas, o Apostolado da Oração utiliza também os seguintes meios de comuni-cação: a Revista Mensageiro do Coração de Jesus, o site www.apostoladodaoracao.com.br, as redes sociais e blogs. Além disso, mem-bros do AO participam de entrevistas e missas trans-mitidas pela TV. “O objetivo é de sempre disseminar de maneira mais abrangente a nossa espiritualidade, as informações e as novidades do Apostolado da Oração”, explica padre Otmar. Ele diz ainda que “o Apostolado da Oração não é da Companhia de Jesus, mas que os papas confiam essa importante missão à Ordem”, conclui.

mOVimENtO EUcarísticO JOVEm

Em Recife (PE), jovens alegres e confiantes na missão de Deus atuam nas paróquias da capital per-nambucana. Eles animam as celebrações eucarísti-cas, adoram ao Santíssimo Sacramento, atuam como catequistas e, além disso,

O camiNhO DO mEJ

Padre Javier Enciso, diretor arquidiocesano do MEJ--Rio, explica que “os jovens que entram no MEJ come-çam a trilhar um caminho de fé e de vida cristã.” Eles par-ticipam de uma pequena comunidade junto com outros companheiros que desejam se tornar amigos de Jesus e apóstolo de um mundo novo. No Brasil, esse caminho de fé se compõe de três etapas:

1ª grUpO sEmENtE (9 a 12 aNOs)Essa etapa tem como intuito ajudar o pré-adoles-cente a perceber que a Palavra de Deus é a semente que, ao longo do tempo, vai frutificando em nossas vidas. Essa proposta é apresentada aos jovens que já fizeram a Primeira Eucaristia. Nessa faixa etária, desenvolve-se a tendência à ação. O grupo é orien-tado a realizar visitas, pesquisas, colaboração na comunidade, entre outras ações.

2ª grUpO gENtE NOVa (13 a 15 aNOs)A proposta do MEJ, nessa etapa, é lembrar ao ado-lescente que o Mundo Novo, feito de Gente Nova, deve ser construído, começando por si mesmo e pelo próprio ambiente. Nessa fase, o jovem é ajuda-do a tomar consciência de sua personalidade. Ele é incentivado a descobrir suas possibilidades, a cres-cer, a fazer o bem ajudando os outros.

3ª cOmUNiDaDE FOgO NOVO (16 aNOs Em DiaNtE)A proposta do MEJ, nessa fase, é ajudar o jovem a construir sua comunidade e abrir os olhos ao mundo e ao Evangelho, para descobrir em ambos as razões da esperança. O intuito é ajudá-lo na descoberta mais responsável de sua vida, incentivando-o a se sentir mais solidário com o mundo.

O MEJ nasceu oficialmente em 1962 e hoje reúne milhares de jovens pelo mundo

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realizam visitas e produzem campanhas em prol dos ne-cessitados. Uma das pes-soas responsáveis por esti-mular esses jovens é Paula Assunção, 56, coordenadora do MEJ (Movimento Euca-rístico Jovem) da Arquidio-cese de Olinda e Recife. “Eu motivo e incentivo os jovens a participarem dos seus grupos com dinâmica, per-severança, fé, entusiasmo e alegria no amor ao Sagrado Coração de Jesus”, afirma Paula.

Acreditar e incentivar o potencial dos jovens são estímulos importantes para fortalecer a atuação do MEJ no Brasil. “É formidável trabalhar no MEJ, me deixa feliz, faz com que eu cresça cada vez mais espiritual-mente e desperta em mim a confiança de acreditar cada vez mais nos jovens”, con-fessa Paula.

O MEJ é um movimento internacional de formação cristã para crianças e jo-vens. Seu intuito é ensinar as pessoas a viver ao estilo de Jesus. Segundo o padre Otmar Jacob Schwengber, secretário nacional do AO e coordenador nacional do

MEJ, “o Movimento é a ala juvenil do Apostolado da Oração”.

Atualmente, o MEJ está presente em, aproximada-mente, 50 países nos cinco continentes. Sua metodolo-gia é baseada na formação de comunidades, na cons-ciência eclesial, na vivência da oração, na Eucaristia do dia a dia, na Palavra de Deus e no discernimento. Além disso, o MEJ incentiva e va-loriza o trabalho conjunto com as Igrejas locais. “Por ser considerado um Movi-mento Eclesial, assumimos o compromisso, junto a to-dos os movimentos da Igreja no Brasil, de nos inserirmos nas Pastorais Juvenis e Se-tores Juventudes de Regio-nais e nas arquidioceses e dioceses. Estamos muito bem engajados nas instân-cias nacionais, inclusive com representação atuante na Coordenação da Comissão Pastoral para Juventude da CNBB (Conferência Nacio-nal dos Bispos do Brasil)”, explica Everson Lima, coor-denador nacional do MEJ.

Para o padre Javier Pé-rez Enciso, diretor arquidio-cesano do MEJ-Rio, o movi-

mento está cada vez mais atuante no Brasil. “Estamos crescendo no país, prova disso foi a realização do 2º Encontro Nacional de Lide-ranças, que aconteceu em maio de 2014, em Baturité (CE). O evento contou com a presença do padre Frédéric Fornos, diretor mundial do MEJ, e de 106 jovens de 14 estados brasileiros”, afirma.

O trabalho em conjunto é uma das características da atuação do MEJ. Segundo Everson, “o MEJ está dispo-nível e aberto ao convite das comunidades, paróquias, dioceses e regionais”. O intuito é orientar e ajudar essas entidades no que se refere ao conhecimento do Movimento, aprofundamen-to da vivência eucarística e também à evangelização da juventude.

O Movimento, que nas-ceu oficialmente em 1962, reúne hoje milhares de jo-vens que se esforçam para conhecer internamente a pessoa de Jesus. Eles bus-cam conhecer o estilo de vida de Cristo, por meio da experiência pessoal e comunitária de oração, discernimento e serviço.

Padre Javier explica que “o MEJ nasceu sob inspiração do Apostolado da Oração, quando as primeiras crian-ças começaram a participar do movimento. Mas, antes de ser conhecido como MEJ, o movimento teve outras denominações”. Segundo o jesuíta, “em 1865, o padre Leonardo Cros, diretor espi-ritual do Colégio Tívoli, dos jesuítas de Bordeaux (Fran-ça) pensou em aproveitar o entusiasmo e a generosida-de dos alunos que queriam ir à luta para defender a ‘cau-sa’ do papa, ameaçada pelas tropas de Garibaldi, e for-mou um grupo chamado ‘Mi-lícia do Papa’. Dessa forma, o padre propôs que as ‘armas’ fossem as do Apostolado da Oração, ou seja, a oração, o estudo e o oferecimento do dia a dia.”

assOciaçãO DE cOmUNiDaDEs DE ViDa mariaNa

A ACVM (Associação de Comunidades de Vida Maria-na) atua na evangelização de adolescentes, jovens e adul-tos e tem como pedagogia a Espiritualidade Inaciana. O movimento é organizado em pequenas comunidades, com cinco a 15 membros, que se reúnem em nome de Cris-to. A razão de ser da ACVM é a ajudar as pessoas a fazer uma experiência pessoal de Jesus, para que possam aprofundar esta experiência em suas vidas e na Comuni-dade, testemunhando-a no mundo.

Atualmente, a ACVM atua no Estado do Rio de Janeiro, em um centro na capital e ou-tro em Niterói – cada um deles é composto pelas Comunida-

Comunidade exprime o espírito e a unidade da ACVM

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des de Vida Mariana. A psicóloga Lucia-na Lessa, 38, coordenadora do DEFOR (Departamento de Formação) da ACVM – setor responsável pelas atividades de formação −, explica que “o objetivo dos membros da Associação é ajudar às pes-soas tanto pela Evangelização, por meio dos Encontros de Adesão e do anúncio da Palavra, quanto pelo serviço aos mais ne-cessitados, através das diversas ativida-des oferecidas pelo Projeto VIDA e pelo DPSOL (Departamento de Promoção Social), durante o ano”.

A ACVM iniciou seus trabalhos em 1970, no movimento JAM (Juventude de Ação Mariana), o departamento jo-vem das Congregações Marianas. Seu fundador foi José Batista Sobrinho, que atua hoje como vice-coordenador da Coordenação Geral da ACVM. Após um longo período de oração e discerni-mento, em 1998, um grupo se afastou do JAM e fundou a ACVM. “O movi-mento esteve, desde o início, ligado a CVX (Comunidades de Vida Cristã) e,

como sempre aconteceu ao longo de sua história, contou com total apoio da Companhia de Jesus, através de seus sacerdotes”, afirma Sobrinho.

Em 2014, a ACVM celebrou 44 anos de atuação e de cooperação entre suas comunidades. Para Luciana, a palavra comunidade exprime o espírito e a uni-dade necessária da Associação. “Reu-nidos, nos ajudamos mutuamente, nos preocupamos uns com os outros e to-dos com a Igreja”, ressalta. Desde os 17 anos, ela participa da ACVM e, durante esses anos de dedicação, conheceu me-lhor a Igreja Católica e a espiritualidade inaciana. “Eu me dedico a essa missão da ACVM, pois aqui é meu lugar de Evan-gelização. Participar do movimento me permite retribuir o que um dia foi feito por mim”, finaliza Luciana.

ExErcíciOs EspiritUais para JOVENs

Os Exercícios Espirituais são um modo de oração que ajuda a criar proximidade e intimidade com Deus. O centro de juventude Anchietanum adaptou o método de oração de Santo Inácio para a juventude e, assim, criou os Exer-cícios Espirituais para Jovens,

que são organizados em cinco etapas. Essa modalidade ajuda o participante a viver uma experi-ência pessoal de oração, para que ele possa se abrir para o envolvi-mento com o Projeto de Deus, no serviço aos irmãos, à Igreja e à sociedade.

O EstUDO Da EspiritUaliDaDE iNaciaNa

Em 1989, o CEI-Itaici (Centro de Espiritualidade Inaciana) foi fun-dado em Indaiatuba (SP), com o objetivo de aprofundar e divulgar a espiritualidade inaciana. Os je-suítas que assumiram a missão eram responsáveis por elaborar cursos e retiros. Em 2012, o cen-tro foi transferido para o Rio de Janeiro. O intuito da mudança foi ampliar seu campo de ação e atender às demandas em nível na-

cional. Dessa forma, passou a se chamar CEI-Jesuítas. “O CEI é marcado por uma tra-jetória de grandes iniciativas no campo da Espiritualidade Inaciana, sobretudo na linha da formação e capacitação de pes-soas, bem como na reflexão e produção de subsídios e artigos para a revista Itaici”, afirma o pa-dre Adroaldo Palaoro, diretor do CEI-Jesuítas.

cONhEça mais sOBrE Os grUpOs E mOVimENtOs lEigOs

CVX (Comunidades de Vida Cristã) www.cvx.org.br

Congregações Marianaswww.cncmb.org.br

Apostolado da Oraçãowww.loyola.com.br/ao/

Associação das Comunidadesde Vida Marianawww.acvm.org.br

Movimento Eucarístico Jovemwww.loyola.com.br/mej

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MUNDO CÚRIA GERAL

a companhia de jesus no

pApA CELEBRA OS 200 ANOS DE RESTAuRAçãO DA COMpANhIA DE JESuS

Em 27 de setembro, o papa Francisco presidiu a oração das Vésperas, por ocasião dos 200 anos de restauração da Companhia de Jesus, na igreja de Jesus, (‘Chiesa del Gesù’), no centro de Roma (Itália). Um momento muito significativo para a Ordem religiosa, que celebrou em 7 de agosto seu bicentenário de restauração.

A cerimônia contou com momentos profundos e tocan-tes, como as palavras que o pontífice dirigiu aos seus com-panheiros jesuítas e a entrega do Evangelho ao padre geral, Adolfo Nicolás, simbolizando o envio em missão por tudo o mundo.

Diante do papa Francisco, a exemplo de Santo Inácio e dos primeiros companheiros, os je-suítas presentes renovaram “o empenho de continuar a servir a Igreja, colocando-se à dispo-sição do Romano Pontífice, Vi-

gário de Cristo na terra”.Na homilia, Francisco fez

memória da crise que a Com-panhia enfrentou quando so-freu fortes perseguições, que resultaram na supressão da Ordem em 1773: “a Companhia, assinalada com o nome de Je-sus, viveu tempos difíceis de perseguições”.

O papa exortou os jesuítas a aprender com o exemplo dos seus antecessores. Em mo-mentos difíceis, em vez de se lamentarem, devem manter--se fiéis ao carisma, fazendo discernimento para seguir em frente: “em tempo de confu-são e tribulação, o geral Ricci fez discernimento. Não perdeu tempo a discutir ideias, nem se lamentou, mas viveu inten-samente a vocação da Com-panhia. E com esta atitude, ele conduziu os jesuítas a fazer a experiência da morte e da res-surreição do Senhor. Depois de

perderem tudo, até mesmo a sua identidade pública, não re-sistiram à vontade de Deus. A Companhia — e isto é belo — viveu o conflito até o fim”.

O santo padre destacou também os atuais desafios que os jesuítas são chamados a responder: “Hoje, a Companhia enfrenta com inteligência o trá-gico problema dos refugiados, e esforça-se com discernimen-to a integrar o serviço da fé e a promoção da justiça em con-formidade com o Evangelho”.

Francisco concluiu fazendo

memória das palavras que o seu predecessor Paulo VI diri-giu aos jesuítas na 32ª Congre-gação Geral; palavras que ele próprio ouviu enquanto pro-vincial jesuíta (Roma, Março de 1975): “Onde quer que na Igreja, mesmo nos campos mais di-fíceis e de primeira linha, nas encruzilhadas ideológicas, nas trincheiras sociais, existiu ou existe conflito entre as pre-mentes exigências do homem e a mensagem do Evangelho, aí estiveram e estão os jesuítas”.Fonte: pt.radiovaticana.va

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irmãOs JEsUítas Da EUrOpa:Nas FrONtEiras Da missãO hOJE

Entre os dias 26 e 29 de setembro, celebrou-se, na Cúria Geral, um encontro europeu de Irmãos Jesuítas sobre o tema Nas fronteiras da Missão hoje. O objetivo do encontro foi o de refletir sobre a contribuição dos Ir-mãos Jesuítas à Missão de Cristo na Europa e nos paí-ses mediterrâneos: “Quem somos? O que fazemos em nossos ministérios? Nossa vocação e a esperança para o futuro”. Entre os temas aprofundados, encontram--se as vocações, a formação e o apostolado dos Irmãos, tanto dentro como fora das instituições da Compa-nhia de Jesus. O padre John

Dardis, presidente da Con-ferência de Provinciais Eu-ropeus, traçou o panorama da Companhia na Europa e seus desafios atuais. Um grande trabalho se desen-volveu no âmbito dos gru-pos de estudos.

Em 27 de setembro, os participantes reuniram-se com o papa e com os je-suítas de Roma, na Igreja de Gesù, para participar de uma liturgia de ação de graças pelos 200 anos da Restauração da Com-panhia. Celebrou-se, tam-bém, um encontro com o Padre Geral. Participaram 35 Irmãos provenientes de 23 países europeus.

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MARTINO MARTINI,O MANDARIM DE DEuS

a companHia de jesus no mundo CÚRIA GERAL

OS JESuíTAS NO SíNODO NOMEAçõESSalvo erro e omissão, segue a lis-

ta dos jesuítas que participaram do Sínodo dos Bispos sobre a Família:

mons. Ján Babiak (SVK), arce-bispo de Presov para os católi-cos de rito bizantino, presidente do Conselho da Igreja Eslovaca (Eslováquia).pe. adolfo Nicolás pachón, supe-rior geral da Companhia de Jesus (Jesuítas) pela União de Superio-res Gerais.

pe. François-xavier Dumortier (BSE), reitor da Pontifícia Universida-de Gregoriana de Roma (Itália).pe. antonio spadaro (ITA), diretor de La Civiltà Cattolica.pe. george henri ruyssen (BSE), do Pontifício Instituto Oriental de Roma.pe. Bernd hagenkord (GER), da Rádio Vaticano.pe. Federico lombardi (ITA), diretor do Departamento de Imprensa da Santa Sé (Cidade do Vaticano).

O Papa Francisco nomeou membros da Pontifícia Comissão Teológica Internacional:

pe. peter Dubovský (SVK), professor do Pontifício Instituto Bíblico de Roma.pe. Bernard pottier (BML), professor de Teologia Dogmática e de Filosofia no Institute d’ Études Théologiques de Bruxelas (Bélgica).pe. gabino Uribarri Bilbao (ESP), decano e professor da Faculdade de Teologia na Pontifícia Universidade Comillas de Madri (Espanha).

Passados 400 anos de seu nascimento, em 20 de setembro de 1614, Martino Martini, jesuíta e cientista, especializado no ocaso da China Ming, continua sendo ponto de referência por seu estilo missionário e pela abertura cultural que possibilitou, aos euro-peus, descobrir o Império Chinês Médio.

Trento é uma cidade que uniu sua história à da Igreja não somente pelo Concílio de 1545-1564, mas também por figuras religiosas que ali nasceram. Uma delas é Martino Martini. Para os ocidentais, seria impos-sível pensar em China sem sua contribuição. Se Matteo Ricci foi o pri-meiro a revelar a cultura e a tradição ocidental aos chineses, Martino Martini é unanimemente considerado o primeiro

que revelou a China aos europeus. Guiseppe O. Longo, em sua biografia sobre Martino Martini (El jesuíta que diseñó China, Springer 2010), mostra como esse homem, de ca-ráter forte e amplos co-nhecimentos (embora so-mente tivesse 47 anos), nos deixou uma produção histórica, geográfica, lin-guística, filosófica e re-ligiosa verdadeiramente excepcional, sobretudo se levarmos em conta que viveu 24 anos entre a infância e os estudos, e passou 12 anos no mar, sequestrado por piratas e em várias viagens. Res-taram somente 10 anos para viver na China. Sua fama de cientista e cartó-grafo está ligada à publi-cação de Novus Atlas Si-nensis, que teve lugar em Amsterdã (Holanda) em 1655. O Atlas, de Martini, é uma obra excepcional que supera todas as pre-cedentes ilustrações do Império Celeste e conti-nuou sem igual por quase dois séculos.Im

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Retrato de Martino Martini, 1661

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23I n f o r m at I v o d o s j e s u í ta s d o b r a s I l

a companHia de jesus no mundo CÚRIA GERAL

MALTA: RECONhECIMENTO AO JRS

O Serviço Jesuíta a Refugiados (JRS), de Malta, ficou entre os três finalistas do Václav Havel Human Rights Prize 2014. Concorre-ram também à premiação: o centro B’Tselem, ativo no leste de Jerusalém, Cisjordânia e

Gaza, empenhado na defesa dos direitos tan-tos dos israelenses quanto dos palestinos; e o invencível ativista pelos direitos humanos no Azerbaijão Anar Mammadli, escolhido como vencedor da edição desse ano.

O Václav Havel Human Right Prize é um prêmio internacional estabelecido, em 2013, pela Assembleia Parlamentar de Conselho da Europa (APCE) em memória de Václav Havel, ex-presidente da Checoslováquia e da República Checa. O júri é composto pelo presidente da Assembleia Parlamentar e

seis personalidades independentes, espe-cialistas em direitos humanos.

Os candidatos podem ser pessoas fí-sicas, organizações não governamentais e instituições que trabalhem em defesa dos direitos humanos. JRS Malta é especiali-zada na assistência jurídica e nos serviços sociais. Nessa última esfera, está incluída a assistência de saúde física e psicológica a refugiados e aos que solicitem asilo, como também a sensibilização sobre questões educativas e a oferta de apoio espiritual.

OS JESUíTAS E OS GUARANIS

50 ANOS DE SILVEIRA hOuSE

A relação que os jesuítas estabelece-ram com os guaranis, durante os séculos XVII e XVIII, pode ser vista em uma ex-posição organizada pelo Museu de Arte Pré-Colombiana e Indígena (MAPI) de Montevidéu (Uruguai). A mostra reúne 23 esculturas de madeira policromada que procedem dessas missões de jesuítas e que, agora, estão em museus, igrejas e co-leções particulares do país, diz o diretor do MAPI, Facundo de Almeida. A exposi-

ção também conta com 200 objetos en-contrados nas escavações arqueológicas realizadas em San Francisco, de Borja del Yí, entre os departamentos uruguaios de Durazno e Flórida, e de onde floresceu uma comunidade indígena que chegou a alcançar 8.000 índios guaranis. Junto a essas relíquias, há material escrito e au-diovisual que oferecem uma visão sobre os assentamentos, assim como sobre a relação entre os religiosos e os nativos. As

Silveira House, centro da Companhia de Jesus dedicado ao desenvolvimento e à Justiça Social em Harare, completa 50 anos de serviço fiel e frutífero e de participação na vida pobre do Zimbábue. Fundado em dezembro de 1964, pelo padre jesuíta John Dove, morto em junho de 2013, aos 92 anos de idade, Silveira House tem sido o centro da transformação social do país, ajudando os cidadãos a tratar de seu futuro durante a guerra de liberação, apoiando-os na tran-sição para uma nova vida em Zimbábue, so-lucionando os problemas surgidos depois da conquista da independência e enfren-tando os desafios na luta contra a pobreza.

Em 1964, o primeiro programa do padre Dove foi ensinar “educação cívica”, que, na realidade, é a educação política. Baseava-se no antigo método da Comu-nidade de Vida Cristiana: ver, julgar e agir, que provêm dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio. Com o tempo, à educação foram incorporadas as relações indus-triais, as cooperativas para os agriculto-res, o trabalho juvenil, clubes femininos, tecnologias específicas e muitas outras iniciativas. Antes da independência do Zimbábue, Silveira House abriu suas por-tas a todos os líderes nacionalistas, entre os quais, o presidente Mugabe, com o ob-

missões orientais estavam em uma região histórica, que se distribui entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai; e a que os mem-bros da Companhia de Jesus chegaram no século XVII. Estabeleceram ali comunida-des, que habitaram junto aos indígenas, onde os religiosos lhes ensinaram suas eficientes técnicas agrícolas e pecuárias.

A mostra teve lugar no Museu do Vatica-no entre 11 e 26 setembro, continua no Mu-seu Etnológico de Hamburgo (Alemanha) até março do próximo ano, e terá lugar no Museo Valenciano de la Ilustración y la Mo-dernidad (Espanha) a partir de abril de 2015.

jetivo de dar-lhes oportunidade de discu-tir suas ideias com os cidadãos. Depois da independência, vários sindicalistas, como o falecido ex-presidente de Zam-bia, Fredrick Chiluba, e o primeiro-mi-nistro de Zimbábue, Morgan Tsvangirai, frequentaram o centro com a intenção de favorecer positivas relações indus-triais. Falando sobre a celebração do 50º aniversário, o padre jesuíta Gibson Munyoro, atual diretor do Silveira Hou-se, declarou: “É um momento de alegria celebrar 50 anos de trabalho pela Justiça Social, o desenvolvimento comunitário e o empenho em caminhar com as pessoas desde a pobreza até chegar a uma vida digna, particularmente nas áreas rurais e nos centro urbanos deteriorados”.

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AMÉRICA LATINA CPAL

a companhia de jesus na

cúmplices na solidariedadenistração de Bens (IAB).

Outro gesto de Francisco tem sido a introdução de um estilo de simplicidade e aus-teridade. Em um mundo de grandes desigualdades, sim-bolicamente, expressas em uma ostentação que fere, é um gesto de aproximação aos mais pobres. Em um mundo de consumismo desbocado, que sacrifica a relação com a natureza, esse estilo implica uma nova forma de cuidar da ecologia pela moderação no consumo de água, de petróleo e de outros recursos naturais.

Para nós, é um convite a revalorizar a sobriedade como estilo de vida. A conscientizar--nos sobre as implicações ecológicas de nossos estilos de consumo, a não converter a tecnologia funcional em moda caprichosa, a recuperar a simpli-cidade e austeridade como va-lores que contribuem para me-lhorar a convivência humana em relação com o meio ambiente.

Essa mudança no estilo de vida do papa Francisco é um dos elementos que contribuiu para projetar sua imagem de grande proximidade com os pobres. Mas também tem sido sua cons-tante preocupação, explicitada pela pobreza e pelas causas que a provocam, sua capacidade de aproximar-se física e emocional-mente dos pobres, sua tomada de posição clara por eles e com eles, sem atitudes assistencialis-tas ou paternalistas.

Nossa pobreza também tem que estar enriquecida pela

O papa Francisco tem fala-do: “Como desejo uma Igreja po-bre, uma Igreja para os pobres” 1. E muitos se perguntaram: como pode servir aos pobres uma igre-ja que seja ela própria pobre? Para repartir tem que ter.

Na América Latina, já não podemos dizer que estamos em um continente pobre. En-tre os maiores milionários do mundo, estão vários latino--americanos. Mas, sim, temos que afirmar que somos o conti-nente mais desigual. Nossa po-breza não é fruto da escassez, mas sim da má distribuição.

Que significa isso para a Igreja latino-americana, que fez opção pelos pobres desde Medellín a Aparecida? Para a vida religiosa latino-americana, que se compromete com seu voto de pobreza a ser testemu-nha do Reino entre os pobres? Para a Companhia de Jesus, que não pode mudar sua legis-lação sobre a pobreza se não

for para torná-la mais estrita?Para nós, a pobreza tem ra-

ízes evangélicas (“deixa tudo o que tens e segue-me…”, “porque o filho do homem não tem onde reclinar sua cabeça”) e está for-temente ligada à missão (“aos pobres é anunciado o evange-lho”). Mas como dar sustentabi-lidade a essa missão?

A crise financeira do século XXI nos obrigou a buscar res-postas a essas perguntas. Seu impacto nas classes médias e altas do primeiro mundo re-cortou, de imediato e de forma dramática, as ajudas oficiais e privadas ao terceiro mun-do. Muitas de nossas obras, sustentadas com projetos de cooperação internacional, en-traram em crise. Mas, ao mes-mo tempo, a América Latina tem sido um continente menos afetado pela crise. Seu cresci-mento médio se tem mantido acima dos 4%, e a subida ao poder de muitos governos de esquerda tem conseguido, em muitos países, uma melhor re-distribuição da riqueza.

Essa mudança não nos exi-ge uma revisão de nossa forma de viver a pobreza e de susten-tar as instituições nas quais se canalizam nossa missão? Ob-viamente, não tenho as respos-tas para essas perguntas. Re-querem nossa reflexão e busca coletiva. Foi tema de reunião na Rede Claver e o será este mês de outubro, na reunião de ecônomos no México, e da As-sembleia da CPAL, em Santa Cruz de la Sierra. Mas, sim, gos-

Jorge Cela, SJPresidente da CPAL

taria de abrir algumas pistas que nos coloquem em marcha. Nessa busca nos podem servir de inspiração alguns gestos do papa Francisco que repre-sentam um importante giro no estilo eclesial.

O primeiro é o tratamento do tema do Instituto de Obras Religiosas (IOR). Se fôssemos resumir as ações tomadas até o momento, poderíamos resu-mir em uma busca de transpa-rência. Nestes tempos em que pedimos transparência aos governos sobre o manejo dos fundos públicos, às empresas sobre suas obrigações fiscais e laborais, a Igreja deve ser um exemplo de transparência no manejo dos fundos que passam por suas mãos. A ação decidida frente aos casos de corrupção no IOR, a abertura a revisões externas, a revisão de suas fun-ções são mostra de uma clara vontade de maior transparên-cia. E o Vaticano também pediu aos Institutos Religiosos para começarem uma série de refor-mas em sua administração e na formação daqueles que a admi-nistram, para buscar uma maior transparência em sua gestão.

Nós também devemos fa-zer nossa administração trans-parente. Para eles, é preciso melhorar nossos sistemas de administração e contabilidade, praticar auditorias externas nas obras, publicar seus esta-dos financeiros, partilhar, entre nós, as informações. Nesse sentido, se prepara uma revi-são da Instrução para a Admi-

1. Conferência de Imprensa, em 16 de março de 2013.

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Encontro latinoamericano das experiências fronteiriças da Companhia de Jesus

proposta alternativa socioeconômica para a Amazônia

a companHia de jesus na américa latina CPAL

inserção de alguns de nós, por um compromisso efetivo de nossa missão pela transforma-ção de uma realidade de iniqui-dade e injustiça, pela explícita referência aos pobres em nossa reflexão, que dê profundidade contextualizada e profética a nosso discurso e a nossos plane-jamentos. Que transpareçamos que o seguimento de Jesus nos tenha aproximado dos pobres até fazer-nos compreender o va-lor da solidariedade e ajudar-nos a torná-la efetiva em nossa vida.

Que a solidariedade com os pobres marque nossas de-cisões na hora de definir prio-ridades, de trabalhar a seleção de nossos ministérios, de pen-sar a reorientação de nossas obras. Que essa solidarieda-de seja capaz de romper os velhos moldes de pensar em “nossos pobres”, para chegar às fronteiras onde a pobreza desvela em toda a sua agres-sividade as estruturas de in-justiça. Que sejamos capazes de uma solidariedade que se atreva a olhar os territórios e pessoas que mais necessitam de nós, embora sejam distan-tes e alheios; de descobri-los como próximos, vizinhos, até comprometer-nos com eles.

Que essa solidariedade nos leve a estender o “nosso” para além das fronteiras cos-tumeiras, para tornar-nos so-lidários na formação e nos re-cursos humanos e econômicos, com outros que aprendemos a perceber como parte de um “nós” cada dia mais generoso.

E que saibamos comunicar essa atitude evangélica frente às pobrezas. Que aprendamos não a buscar financiamen-to para nossas obras, mas a convidar outras pessoas e instituições a tornarem-se cúmplices na missão da soli-dariedade universal, que é a construção do Reino.

Cerca de 50 pessoas, convocadas e animadas pela Rede de Jesuítas aos Migrantes, reuniram-se em Cúcuta, na Colômbia. O objetivo era desenvolver uma das linhas de ação do PAC da CPAL (Conferência dos Provinciais Jesuítas da América Latina), que abor-da os projetos e experiên-

cias fronteiriças. Pessoas de 12 nacionalidades e de 9 projetos fronteiriços, incluído o Projeto Pan--amazônico da CPAL, re-presentado pelo padre Al-fredo Ferro, participaram do encontro.

Intercambiar experi-ências e esboçar uma pro-posta futura foram alguns

dos intuitos do encontro. Segundo padre Alfredo, “essa foi uma experiência muito enriquecedora, que nos possibilitou enxergar novas realidades e desafios, confirmando a necessidade de irmos para as fronteiras, chamado que nos tem sido feito por parte da Igreja e da Companhia de Jesus”.

Os padres Alfredo Ferro e Valério Sartor, destinados a animar e a dinamizar o projeto Pan-amazônico da CPAL, participaram de uma experiência interfronteiriça de Aula Viva na comunida-de indígena Tikuna de São Francisco, no município de Puerto Nariño, Colômbia, na fronteira Peru-Brasil--Colômbia. A experiência, que durou uma semana, foi um convite da FUCAI (Fun-dação Caminhos de Identi-

dade) − ONG colombiana, com ampla experiência em trabalho com comunidades indígenas em várias regiões do país.

O evento teve como tema Da escassez à abun-dância na Amazônia: inter-câmbio de experiências en-

tre Colômbia, Peru e Brasil. “As famílias indígenas da comunidade de São Fran-cisco acolheu a todos nós: sacerdotes, religiosos, es-tudantes, companheiros in-dígenas dos países vizinhos, e a equipe de promotores locais e profissionais da FU-CAI”, disse Valério Sartor.

A FUCAI acompanha a comunidade há alguns anos e tem conseguido vincular, até o momento, 37 das 70 famílias, que compõem a comunidade, ao projeto de-nominado de Intercâmbio de experiências concretas e de saberes, que está vin-culado à análise de proces-sos nas esferas ambientais, produtivas, organizativas, sócio-políticas, familiares, educativas e alimentícias.

Fonte: Pan-Amazônia SJ Carta mensalNº. 7 - Outubro2014

carta mENsal

Acesse o link (http://bit.ly/1FDU44v) do portal Jesuítas Brasil e faça o download das edições da Carta Mensal.

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BRASIL AMAZÔNIA

a companhia de jesus no

JESuíTAS pARTICIpAM DO NASCIMENTO DA REDE ECLESIAL pAN-AMAzôNICA

Entre os dias 9 e 12 de se-tembro, foi realizado o encon-tro inaugural da rede Eclesial pan-amazônica (repam), na sede das Pontifícias Obras Missionárias (POMs), em Bra-sília. Organizada pela Confe-rência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pelo Conselho Episcopal Latino-americano (Celam), a iniciativa visa coor-denar e fortalecer o compro-misso dos numerosos organis-mos eclesiais que trabalham em defesa da Amazônia, mas que, atualmente, encontram--se dispersos nesse vastís-simo território. O evento contou com a presença dos jesuítas do Brasil: os padres Bruno Schizzerotto, represen-tando a Região Brasil Ama-zônia (BAM), e Paco Almenar, da Equipe Itinerante, além de dom Pedro Barreto, presiden-te do departamento de Justiça e Solidariedade do CELAM. O projeto Pan-Amazônico da CPAL (Conferência dos Pro-vinciais Jesuítas da América Latina) também esteve pre-sente ao evento e no processo de preparação dessa iniciativa por meio de seu coordenador, o padre Alfredo Ferro, que se-guirá participando da Repam.

Com o tema Pan-Amazônia: pulmão do planeta, o encontro foi promovido ainda pela Con-federação Latino-americana e Caribenha de Religiosos e Re-ligiosas (CLAR) e pela Caritas

Latino-Americana (SELACC), com o apoio do Pontifício Con-selho de Justiça e Paz. Estive-ram presentes representantes – bispos, sacerdotes, religiosos e leigos comprometidos nas obras de evangelização na re-gião – de onze países, entre eles: Brasil, Bolívia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Surina-me e Venezuela.

Ao ser informado do encon-tro inaugural da Repam, o papa Francisco cumprimentou a to-dos os envolvidos na iniciativa, expressando sua satisfação em “constatar que foi acolhido o seu

apelo para criação desta rede inovadora, dedicada concreta-mente às questões ecológicas na Amazônia”. O pedido foi feito aos bispos brasileiros em julho de 2013, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, quando o pontífice dirigiu “um forte apelo ao respeito e à preservação de toda a criação que Deus confiou ao homem não para que a explo-re de forma selvagem, mas a fim de transformá-la num jardim”. Dessa forma, “no desafio pasto-ral que a Amazônia representa, não posso deixar de agradecer o que a Igreja no Brasil faz”, ressal-

tando que “a obra da Igreja deve ser incentivada e relançada”.

Em sua mensagem, peran-te as numerosas, mas isoladas iniciativas da Igreja católica a favor da Amazônia, o papa Francisco convida ainda a res-ponder ao grande desafio de “vivermos juntos, de nos mistu-rarmos, de nos encontrarmos, de nos apoiarmos, de partici-par nesta maré um pouco ca-ótica (das redes e dos demais instrumentos da comunicação humana), que pode transfor-mar-se numa verdadeira expe-riência de fraternidade, numa caravana solidária, numa pere-grinação sagrada. Deste modo, as maiores possibilidades de comunicação traduzir-se-ão numa maior oportunidade de encontro e de solidariedade entre todos. Se pudéssemos seguir este caminho, seria algo tão bom, salutar, libertador, esperançoso! Sair de si mes-mo para se unir aos outros faz bem”. Portanto, o pontífice de-seja o “pleno sucesso” dessa

A rede Eclesial pan-ama-zônica (repam) se propõe a potencializar, de maneira articulada, a ação realizada pelas entidades religiosas no território Pan-Amazônico, atualizando e concretizando opções apostólicas conjun-tas, integrais, em âmbitos diversos, no marco da dou-

trina e das orientações da Igreja. Isso será feito a partir de uma plataforma de inter-câmbio e enriquecimento mútuo e de uma confluência de esforços das Igrejas lo-cais, congregações religio-sas e movimentos eclesiais com voz profética e a serviço da vida e do bem-comum.

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O Projeto de Educação e Cidada-nia-Manaus abriu um núcleo na cidade de Marabá (PA), no dia 26 de agosto, com 42 crianças cadastradas. Ele está localizado no centro comunitário da Comunidade Nossa Senhora da Paz, pertencente à Paróquia da Sagrada Família, no bairro de Bela Vista.

A inauguração do núcleo contou com a presença da coordenadora peda-gógica do PEC-Manaus, Deuzarina dos Santos, do diácono Gustavo Valentim, dos coordenadores do Núcleo-Marabá, os voluntários Carmen Amaya e Jairo Forero (participantes do programa Vo-luntariado Jesuíta da Amazônia - VO-JAM) e mais dez Jovens voluntários.

Antes da abertura do Núcleo, foi realizada uma preparação para que a comunidade pudesse assumir o traba-lho com as crianças. Deuzarina passou 15 dias em Marabá, conhecendo a rea-lidade da paróquia Sagrada Família e, em especial, da comunidade Nossa Se-nhora da Paz. Ela realizou várias reuni-ões com a coordenação da comunida-de e com pessoas interessadas em ser voluntárias, para apresentar o Projeto Educação e Cidadania, seus objetivos, a metodologia e as atividades a se-rem desenvolvidas com as crianças. Depois, aconteceu a capacitação dos

a companHia de jesus no Brasil AMAZÔNIA

iniciativa, “recordando, porém, a todos que a rede digital deve ser um lugar rico de hu-manidade: não uma rede de fios, mas de pessoas humanas. Não basta circular pelas “estradas digitais”, é necessário que a co-nexão seja acompanhada por um encontro verdadeiro: não podemos viver sozinhos, fechados em nós mesmos; temos necessi-dade de amar e de ser amados; precisamos de ternura. Só assim o testemunho cristão, graças à rede, pode alcançar as periferias existenciais humanas, permitindo que o fermento cristão fecunde e faça progredir as culturas vivas da Amazônia e os seus valores”. O papa deseja que a Rede Eclesial Pan-Amazônica “contribua para ampliar as oportunidades de compreensão e de soli-dariedade entre os homens e os povos, re-fletindo constantemente aquela “Luz das nações” – Cristo – que resplandece no ros-to da Igreja universal e das Igrejas locais”.

A importância da iniciativa foi realça-da, durante a celebração inaugural, tam-bém pelo vice-presidente do episcopado brasileiro, o arcebispo de São Luís do Maranhão, José Belisário da Silva, o qual pediu aos participantes do evento que “ouvissem o clamor dos povos da Amazô-nia”, assim como o “brado dos pulmões do planeta”. Em síntese, populações e meio ambiente devem ser defendidos juntos. Também porque – frisou-se durante uma mesa redonda –, geralmente, os projetos de desenvolvimento com os quais estão comprometidos os Estados e as empre-sas multinacionais consideram a região “um espaço vazio, com uma população in-significante e recursos ilimitados”. Obvia-mente, não é assim, pois, só para dar uma ideia, no interior da Amazônia vivem 390 populações que falam 240 línguas.

Uma admiração especial foi expressa também pelo apostolado dos missionários da região pelo núncio apostólico no Brasil, dom Giovanni d’Aniello, o qual sublinhou a importância do “trabalho tão precioso que a Comissão Episcopal para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, sob a direção do seu presidente, cardeal Cláudio Hummes, já está a desenvolver e que dá muitos frutos, graças também à generosa e pronta resposta de todas as dioceses”.

Fonte: L’Osservatore Romano e PAN-AMAZÔNIA SJ CARTA MENSAL (Nº. 7 – outubro|2014)

PROJETO EDUCAçãO E CIDADANIA ABRE NúCLEO EM MARABá

voluntários monitores, com ênfase na acolhida e acompanhamento perso-nalizado. A Formação abordou temas como: o que é o PEC; o papel do volun-tário; e como funciona a participação dos pais no acompanhamento e na motivação no processo educacional. Paralelamente, Deuzarina, com Jairo e Carmen, coordenadores do Núcleo, visitaram as famílias que inscreveram suas crianças para participar do PEC. Também fizeram visitas às escolas do bairro para apresentar o projeto e estabelecer um primeiro contato para favorecer o acompanhamento das crianças participantes e colaborar na melhoria do Ensino Público.

A parceria com a paróquia se dá, além da participação dos voluntários, no uso espaço físico disponibilizado na comunidade Nossa Senhora da Paz. Segundo Deuzarina, no PEC, busca-se personalizar o trabalho com as crian-ças, ou seja, “cada monitor acompanha aproximadamente entre cinco e seis crianças, nas suas atividades”. As ativi-dades do Núcleo acontecem no contra turno das aulas das crianças, duas ve-zes por semana. Também é tarefa dos voluntários do PEC favorecer a “partici-pação dos pais, na motivação e na cola-boração da merenda”, disse Deuzarina.

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a companHia de jesus no Brasil AMAZÔNIA

II ENCONTRO DOS JOVENS UNIVERSITáRIOS DA REGIãO NORTE

Organizado pela Pastoral Univer-sitária (PU) da Arquidiocese de Ma-naus (AM), o II Encontro dos Jovens Universitários da Região Norte foi realizado na capital amazonense, en-tre os dias 13 e 14 de setembro, no au-ditório da Faculdade Salesiana Dom Bosco – unidade centro. Com o tema Juventude e Consciência Política e o lema Somos quem podemos ser?, o evento teve por objetivo promover a discussão e o debate a respeito da consciência política da juventude uni-versitária, tendo em vista o ano elei-toral em que nos encontramos.

O bispo auxiliar de Manaus, dom Mário Antônio da Silva, fez a acolhida dos participantes e falou um pouco sobre a importância do encontro para a expansão do trabalho da Pastoral Universitária nas diversas dioceses. Ele citou ainda a parábola do Semea-dor, fazendo analogia a Jesus, que se faz presente no meio do campo do co-nhecimento, que é a universidade. Fa-lou também do gesto concreto, como o apoio ao abaixo-assinado em favor da Reforma Política.

Na manhã do primeiro dia, foi realizada uma mesa redonda com a participação do vice-reitor da Uni-versidade Federal do Amazonas (UFAM), Prof. Dr. Hedinaldo Narciso Lima, como moderador, além dos pa-lestrantes: Profª. Ma. Maria Matilde Côrrea Hosannah da Silva, profes-sora da Universidade do Norte (UNI-

NORTE); Prof. Me. Raimundo Dejard Vieira, professor da Universidade do Amazonas (UEA); e o Prof. Esp. Jonas Araújo Pereira Junior, professor de História da rede pública. Os exposi-tores foram convidados a apresentar suas reflexões sobre a participação, postura e atuação dos jovens dentro da sociedade. Em seguida, houve um debate com participantes de encon-tros, o que possibilitou mais envolvi-mento com o tema.

No período da tarde, foi a vez do trabalho em grupos, utilizando como material de apoio para reflexão o ví-deo Ilha das Flores e a leitura do Ca-pítulo IV, ‘A dimensão Social da Igreja’, retirada da Exortação Apostólica A Alegria do Evangelho, do papa Fran-cisco. Ao final do encontro, as Pas-torais Universitárias presentes as-sumiram como compromisso e gesto concreto a mobilização para coletar as assinaturas para o abaixo-assina-do a favor da Reforma Política.

Os jesuítas se fizeram presentes nesse encontro junto com alguns re-presentantes das Pastorais Univer-sitárias locais: padre Nathan Stone e mais quatro jovens da PU de Boa

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a companHia de jesus no Brasil AMAZÔNIA

Vista (Roraima); padre Edson Tomé e mais cinco jovens universitários da PU de Santarém (Pará); e os estu-dantes jesuítas Jordano Hernandez, Deivison da Cruz, Arquelino Xavier e Mário Cabal.

O encontro contou com o apoio da Arquidiocese de Manaus, Companhia de Jesus, Congregação dos Salesianos e Irmãs Franciscanas. Além disso, contou

com a animação da banda Mensageiros da Paz, da Paróquia São José Operário, e do Grupo Magis, que fizeram a reflexão de abertura do encontro.

O encerramento aconteceu na Igreja de Dom Bosco, com a celebra-ção da eucaristia presidida pelo Pe. Geraldo Bendaham, coordenador da Coordenação de Pastoral da Arqui-diocese de Manaus.

pastOral UNiVErsitÁria DE rOraima rEaliza OFiciNa

Entre 31 de agosto e 7 de setembro, foram realizadas oficinas de forma-ção e vida para professores, funcioná-rios e alunos da Universidade Federal de Roraima, no Centro de Pastoral da Diocese de Boa Vista (RR). A iniciativa teve por objetivo dar início às ativida-des da Pastoral Universitária (PU) e articular o desejo de participação das pessoas para planejar futuras ações do grupo.

A oficina O que realmente acredi-ta um católico?, sob a orientação do padre Nathan Stone, buscou levantar algumas dúvidas de fé que nascem a partir dos estudos e dos desafios da vida universitária. Por meio de deba-te, o trabalho discutiu como é para os universitários entrarem nesse campo e não perderem a fé, mostrando para esses estudantes que a Igreja possui uma longa tradição de pensamento para partilhar.

Já a oficina Amor e Afetividade, orientada pelo psicólogo Thiago Bra-sil, trouxe para discussão a temática da afetividade e de como se dá o ama-

durecimento com a chegada da vida adulta. Tratou ainda dos obstáculos que os universitários geralmente en-frentam nessa etapa da vida afetiva, e que as comunidades não têm uma res-posta clara para tais problemas.

Na oficina O desafio de evangeli-zar na universidade, os participantes estudaram o documento 102 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), intitulado O seguimento de Je-sus Cristo e a Ação Evangelizadora no Âmbito Universitário. A partir dessa visão global, elaborou-se um calendá-rio para o segundo semestre de 2014 e início de 2015, que contemplará a realização de outras oficinas, retiros, missão universitária e alguma ativida-de de lazer para fortalecimento dos vínculos da PU de Roraima. Durante esse encontro, também foram esco-lhidas quatro estudantes da Universi-dade Federal de Roraima (UFRR), para participar do II Encontro Regional da Pastoral Universitária, realiza-do nos 13 e 14 de setembro, em Ma-naus (AM).

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calENDÁriO Bam

agenda do Superior Regional

28 de outubro a 1º de novembro | 29ª Assembleia da CPALSanta Cruz de la Sierra (BOL)

4 a 6 de novembro | Discernimento sobre a admissão doscandidatos à Companhia – Belo Horizonte (MG)

8 a 14 de novembro | Expediente na Cúria regional – Manaus (AM)

15 a 16 de novembro | Cerimônia de instituição da BRA e posse donovo Provincial – Rio de Janeiro (RJ)

SiES realizaFormação Litúrgica

Luiz Renato ressalta que “esta afirmação do Concílio Vaticano II faz eco à Sagrada Escritura que apresenta em suas páginas mais de seiscentas referências ao can-to e à música. Do primeiro livro, o Gênesis, ao último, o Apocalipse, o canto aparece como o desenrolar de uma esplendida e majestosa li-turgia. `Celebrai o Senhor, aclamai o seu nome, apregoais entre as na-ções suas obras. Cantai-lhe hinos e cânticos, anunciai todas as suas maravilhas’ (1Cron 16,8-9)”.

Os temas abordados em cada noite foram: A importância do canto na liturgia; Cantos que acompanham o rito; Cantos que são o próprio rito; O canto na assembleia; Ministérios e serviços do canto; Os diversos cantos da missa; e Critérios para a escolha do canto litúrgico.

Padre Luiz Renato destacou ain-da a importância da formação para o cristão: “encerramos esta belíssi-ma experiência de Formação Litúr-gica, promovida pelo SIES-Manaus, com um tema tão bonito e importan-te para nossas comunidades, vamos conhecendo e aprofundando cada vez mais nossa fé, nossa espiritu-alidade, nossa liturgia, no compro-misso e seguimento da pessoa de Jesus Cristo, na luta por um mundo melhor! Deus seja louvado!!!”

a companHia de jesus no Brasil AMAZÔNIA

O Serviço Inaciano de Espiritu-alidade (SIES) realizou o Ciclo de Liturgia com o tema Canto Litúrgi-co: A mística da música na liturgia, nos dias 11, 18 e 25 de setembro. Os encontros aconteceram no Centro Loyola de Pastoral, no horário das 19 às 21 horas.

Nesse Ciclo, o número de par-ticipantes foi de 67 pessoas por noite, oriundas das mais diversas paróquias, comunidades e áreas missionárias da arquidiocese de Manaus. A assessoria ficou por conta do padre Luiz Renato Car-valho de P. Oliveira, coordenador e animador do SIES, com muita ale-gria e partilha da beleza da prepa-ração dos cantos.

Citando a Constituição Sobre a Sagrada Liturgia, que diz que “a tradição musical da Igreja é um tesouro de inestimável valor, que ultrapassa todas as outras expres-

sões de arte, sobretudo porque o canto sagrado, intimamente unido com o texto, constitui parte inte-grante da liturgia solene”, o padre

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BRASIL CENTRO-LESTE

a companhia de jesus no

FEI ASSINA ACORDO COM A uNIVERSIDADE DE LINköpING, DA SuéCIA

O Centro Universitário da FEI assinou um acordo de intenção com a Universidade de Linköping, na Suécia, em ou-tubro. O convênio deve intensi-ficar o intercâmbio de alunos, professores e pesquisadores. Segundo o professor Vagner Barbeta, diretor do Instituto de Pesquisas e Estudos Indus-triais da FEI, o acordo permite aprofundar o relacionamento que já ocorria de forma pontu-al entre as instituições. “A par-tir de agora, abrem-se muitas oportunidades de intercâm-bio entre alunos de graduação e pós-graduação, assim como para o desenvolvimento de projetos conjuntos de pesqui-sa”, explica.

O acordo foi resultado de uma viagem de representan-tes do Centro Universitário da FEI à Suécia, no final de setembro. A viagem, reali-zada a convite da prefeitura municipal de São Bernardo do

FEi E tElEFôNica ViVO iNaUgUram cENtrO DE pEsQUisa

Campo, reuniu uma comissão formada por empresários, ins-tituições de ensino e governo, e incluiu visitas a indústrias, universidades e parques tec-nológicos do país europeu.

A comissão visitou a fábri-ca da Saab, que construirá os caças Grippen NG, para a Força Aérea Brasileira, com transfe-rência de tecnologia. “O mode-lo de atuação da hélice tripla, como é chamada a parceria entre instituições de ensino e iniciativas públicas e privadas da Suécia, é referência de su-cesso e permite o desenvol-vimento de inovações de uma forma mais ágil. Esse processo se completa no ambiente dos parques tecnológicos, onde a troca de conhecimentos bene-ficia todos os atores do siste-ma”, completa Vagner.

A Universidade de Linkö-ping é uma instituição pública de ensino superior, situada na cidade de mesmo nome, com

No dia 7 de outubro, o Centro Universitário da FEI e a Telefônica Vivo inaugu-raram um centro de pes-quisas destinado ao desen-volvimento de tecnologias digitais, no campus São Bernardo do Campo (SP).

Denominado Centro de Inovação Telefônica Vivo e FEI, o espaço foi equipado com computadores, apa-relhos celulares, sensores, componentes de hardware e kits de Internet das Coi-sas, que foram desenvol-vidos pela empresa. A FEI designou um professor com dedicação integral ao espaço e a empresa está concedendo duas bolsas

de estudo integrais, uma para aluno de mestrado e a outra para doutorado.

O objetivo é incentivar os estudantes da gradu-ação, da pós-graduação e da iniciação científica a desenvolver projetos so-bre Internet das Coisas, usabilidade de aplicativos, plataforma Firefox OS, interfaces adaptativas e estudos sobre perfis de usuários. Serão envolvi-dos alunos dos cursos de Ciência da Computação, Engenharia de Automação e Controle e Engenharia Elétrica, com ênfase em Eletrônica, Computadores e Telecomunicações.

de cooperação com a Linkö-ping é mais um passo no itine-rário de internalização da FEI, com parcerias concretas com instituições sólidas e em áreas estratégicas para ambas as partes. Soma-se a isso, a im-portância dessa cooperação para o processo de inovação institucional, uma vez que o modelo de integração entre as universidades, as empresas e o poder público na Suécia é bastante avançado”, afirma o reitor do Centro Universitário da FEI, prof. Dr. Fábio do Prado.

foco em pesquisa e tecnolo-gia. Tem um parque tecnológi-co, o Mjärdevi, que concentra 260 empresas inovadoras, desde start-ups a multinacio-nais das áreas de internet mó-vel, imagem e som, segurança automotiva e desenvolvimen-to de softwares e sistemas.

Em novembro, a FEI re-ceberá a visita de uma missão sueca em continuidade às ações de relacionamento com universidades, empresas e li-deranças governamentais do país. “A formalização do termo

Convênio prevê a cooperação acadêmica e tecnológica entre as duas instituições de ensino

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34

a companHia de jesus no Brasil CENTRO-LESTE

JOVENS DO pROJETO OCA pARTICIpAM DA FESTA DO ROSÁRIO

Os jovens do Projeto OCA (Oficinas Culturais Anchieta) participaram de uma apre-sentação musical durante a Festa de Nossa Senhora do Rosário, realizada no dia 19 de outubro, em Embu das Artes (SP). A participação especial

aconteceu durante a exibição do Grupo Manuí, que, através do CD Ecos da Paulistânia, faz um resgate histórico da cultura paulista, abordando desde as tradições jesuíticas, bandeirante e indígena até a cultura caipira, por meio de

músicas e narrativas. A apresentação foi desen-

volvida a partir de um trabalho multidisciplinar, que envolveu todas as oficinas do Projeto, durante os meses de julho a setembro. Os alunos conhe-ceram a história da cultura

bandeirante, sua musicalida-de e desenvolveram todos os adereços da Festa, além das coreografias para as músicas. “A apresentação foi muito bo-nita e emocionante, pois hou-ve um carinho e preocupação especial na realização de um

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a companHia de jesus no Brasil CENTRO-LESTE

iNaUgUraçãO DE NOVO EspaçO

Em 4 de outubro, dia de São Francisco de Assis, o Projeto OCA inaugurou seu novo espaço social. Para celebrar esse impor-tante momento, houve missa campal, seguida de confraternização entre os presentes. O padre Carlos Alberto Contieri, diretor da obra, falou sobre a impor-tância do espaço para as pessoas. “O que o Projeto OCA faz com esse espaço é ajudar as pessoas. A fi-nalidade da Companhia de Jesus, dos jesuítas, é aju-dar o próximo, para que ele possa olhar o futuro e ver que todo mundo tem um horizonte”, disse.

Alunos do Projeto OCA, familiares e cola-boradores participaram do evento, que contou com a presença do padre Mieczyslaw Smyda, pro-vincial da BRC. O jesuíta falou sobre a impor-tância da inauguração.

“Ter o prédio novo é ter um espaço melhor para as crianças do projeto, para que elas possam sonhar mais”, afirmou. Atualmente, o OCA aten-de 240 crianças e ado-lescentes, com idades entre 11 e 17 anos, que participam de oficinas de música, informática, escultura, pintura e tea-tro. As mães dos alunos também participam do Projeto, por meio de au-las de artesanato.

Padre Contieri agrade-ceu a presença de todos e ressaltou a dedicação das pessoas que fazem parte da obra. “Tanta gente tra-balha para o Projeto OCA, gente que vocês conhe-cem e pessoas que atuam nos bastidores. Todos ajudam a viabilizar esse Projeto, todos contribuem de forma significativa para a realização desse traba-lho”, concluiu.

resgate da história da cidade e da atuação da Companhia de Jesus em Embu das Artes”, afirmou Angélica Brito Silva, coordenadora do Museu de Arte Sacra dos Jesuítas.

A partir de um estudo pré-vio, as crianças, com o auxílio do Grupo Manuí, construí-ram uma apresentação que narrou a cultura local, relem-brando a atuação do padre jesuíta Belchior de Pontes, responsável pela construção da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, onde, atualmen-te, funciona o Museu de Arte Sacra dos Jesuítas.

Além da apresentação mu-sical, a festa contou ainda com uma oficina sobre o rosário, na qual os participantes tiveram a oportunidade de aprender sobre seu significado, o início de sua devoção, as diferenças entre rosário e terço e como confeccionar um rosário.

traDiçãO E cUltUra

A Festa de Nossa Senhora do Rosário é realizada todos os anos na cidade, pois a Santa

é padroeira de Embu. Segundo Angélica, a devoção a Nossa Senhora do Rosário começou com Catarina Camacha no século XVII. “Catarina, em seu testamento, deixava todos os seus bens aos padres jesuí-tas do Colégio de São Paulo de Piratininga, hoje Pateo do Collegio, sob a condição de que todos os anos fosse feita uma festa em homenagem a Nossa Senhora”.

Em 2005, com a reaber-tura do Museu, a homenagem passou a ser realizada todos os anos no mês de outubro. Na programação, há apresen-tações de grupos de cultura popular, que ajudam a man-ter viva a tradição da cidade. “Participar da Festa de Nossa Senhora do Rosário é muito significativo para todos, pois é um resgate da nossa própria história. Acreditamos que, através da arte, é possível hu-manizar as pessoas, e os alu-nos do Projeto OCA mostram a cada dia que através dela e do acolhimento é possível su-perar todas as dificuldades”, ressalta Angélica.

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O Colégio Loyola criou um Comitê Gestor de Tec-nologia que refletirá sobre questões relacionadas às no-

Colégio Loyola cria Comitê Gestor de Tecnologia

vidades tecnológicas. O mais interessante é que os pró-prios alunos farão parte da equipe e serão os responsá-

VISITAS ESPECIAIS NA RESIDêNCIA IR. LUCIANO BRANDãO

Os jesuítas da Residência Irmão Luciano Brandão rece-beram visitas muito especiais. No dia 17 de setembro, os alu-nos do Colégio Loyola foram recebidos com muitas palmas e alegria, cada estudante ga-nhou um terço, abençoado pe-los jesuítas, e um cartão com uma mensagem sobre a impor-

tância do Loyola para a Com-panhia de Jesus no Brasil. “Foi lindo ver diferentes gerações se encontrarem. É muito sig-nificativo ver alguns jesuítas, que trabalharam no Colégio, se encontrando com os atuais alunos e alunas”, disse padre Itamar Carlos Gremon, vice--superior da Residência.

O futuro provincial da Província do Brasil (BRA), pa-dre João Renato Eidt, visitou a Residência Irmão Luciano Brandão no dia 7 de outubro. O jesuíta foi acolhido na co-munidade, onde participou da oração do meio dia. “Foi um momento muito bonito, no qual os jesuítas mais antigos, que

veis por propor ideias, testar novos caminhos e ajudar a escola a trilhar novos rumos em direção às implementa-ções tecnológicas.

No dia 15 de setem-bro, onze alunos foram nomeados integrantes do Comitê Gestor Discente de Tecnologia (CGDT). “Eu gosto muito desta área de tecnologia e eu penso que poderei ajudar no Loyola com as minhas ideias”, dis-se Larissa Valadares, da 2ª Série do Ensino Médio. Para Hugo Werneck, do 9º Ano Ensino Fundamental,

essa inciativa da escola em criar o CGDT vai melhorar o desempenho acadêmico e a convivência escolar.

O Loyola é um dos pou-cos colégios que já contam com essa novidade. “O tra-balho do comitê irá ajudar a escola a discernir e refletir sobre as questões tecnoló-gicas”, afirma padre Germa-no Cord Neto, diretor geral da instituição.

“O Comitê de Tecnolo-gia é uma oportunidade de a escola ouvir os alunos em relação à visão deles sobre tecnologia”, afirmou Bruno Paim, coordenador opera-cional do CGDT, que também contará com a participação de Matheus Goyas, assessor externo do Comitê e Diretor de Estratégia do APP Prova.

já ocuparam muitos cargos na Companhia de Jesus, olharam para ele com muito carinho fra-terno para lhe transmitir segu-rança e confiança”, afirmou pa-dre Itamar. Segundo ele, todos os jesuítas vão “acompanhar e apoiar com muitas orações essa nova missão do padre João Renato”, completou.

Alunos da instituição farão parte da equipe que ficará responsável por refletir sobre questões tecnológicas

Alunos do Colégio Loyola e o padre João Renato Eidt visitaram os jesuítas da comunidade

a companHia de jesus no Brasil CENTRO-LESTE

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37I n f o r m at I v o d o s j e s u í ta s d o b r a s I l

A ETE FMC (Escola Técnica de Eletrô-nica Francisco Moreira da Costa) promo-veu a 34ª ProjETE (Feira de Projetos Futu-ristas), entre os dias 8 e 10 de outubro, em Santa Rita do Sapucaí (MG). Com foco na inovação, criatividade e sempre atentos às necessidades do mundo que os rodeia, os cerca de 700 jovens inventores desen-volveram mais de 160 projetos para apli-cação em segurança, sustentabilidade, acessibilidade e mobilidade urbana.

Segundo o coordenador da ProjETE, professor Fábio Carli Rodrigues Teixei-ra, “a Feira é um celeiro de ideias que, ao longo dos anos, têm sido aproveitadas e lançadas no mercado. Atualmente, mui-tas das empresas do Vale da Eletrônica nasceram dentro da instituição, criadas por alunos e ex-alunos que se tornaram grandes empreendedores.”

Os projetos expostos apresenta-ram importantes avanços tecnológicos, como o sistema auxiliar para deficientes visuais, que orienta a movimentação do deficiente em ambientes novos, por meio de mensagens emitidas pelo toque da bengala no chão; detector de vazamen-tos em encanamentos de gás; sistema de sensores eletrônicos para acionamento automático de airbag, de proteção ao idoso em caso de queda; dentre outros.

Uma das novidades dessa edição foi a parceria com o Grupo Algar, multinacional brasileira sediada em Uberlândia (MG), que trouxe palestrantes para o evento. Além disso, a empresa também escolheu algu-mas equipes, que vão expor seus projetos na Mostra Algar de Inovação 2015. Outras escolas e empresas da região, como Erics-son, INATEL e ABRIC (Associação Brasilei-ra de Incentivo à Ciência), também promo-veram palestras e premiações.

Os melhores projetos também fo-ram selecionados para participar da Febrace (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia da Universidade de São Paulo), a maior feira de ciência e enge-nharia do País, voltada para estudantes

pré-universitários, que será realizada em março de 2015. As invenções da ETE FMC já conquistaram 66 prêmios na Febrace, além de prêmios no meio científico brasileiro e no exterior.

ALuNOS ExpõEM TRABALhOS NA 34ª pROJETE

Na paz DO sENhOr

No dia 15 de outubro, faleceu dona Rita Mendes de Sousa, mãe do padre Ednardo Serafim de Sousa. Que Deus conforte toda a família.

Mais de 160 projetos foram apresentados em Santa Rita do Sapucaí (MG)

calENDÁriO Brc

28 de outubro a 1º de novembro | 29ª Assembleia da CPAL – Santa Cruz de la Sierra (BOL)

5 de novembro | Eucaristia dos últimos votos dos padres José Abel de Souza e Edison de Lima – Rio de Janeiro (RJ)

10 de novembro | Consulta BRC – São Paulo (SP)

15 de novembro | Visita do Padre Geral ao Pateo do Collegio e ao Centro Santa Fé – São Paulo (SP) 16 de novembro | Cerimônia de instituição da BRA e posse do novo Provincial – Rio de Janeiro (RJ)

a companHia de jesus no Brasil CENTRO-LESTE

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A Flim 2014 vem cheia de novidades. Uma semana dedicada a expressões artísticas diversas: apresentações de dança, teatro e música, exposições de artes visuais, mostras de cinema e fotografia, bate-papos e palestras com escritores, e, para encerrar com chave de ouro, show de lançamento do CD Zero, de Fred Teixeira, vencedor do Edital Medianeira Nossa Música.

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BRASIL MERIDIONAL

a companhia de jesus no

COLéGIO MEDIANEIRA REALIzA FLIM 2014Em 2014, a FLIM traz di-

versas novidades para a co-munidade educativa do Co-légio Medianeira. Até o ano passado, a instituição reali-zava a FLIM (Festa Literária do Medianeira) e, de forma paralela, o Mediarte, evento de arte que unia diferentes linguagens artísticas. Este ano, o Colégio Medianeira integrará, pela primeira vez, os dois eventos. A sigla FLIM será mantida, mas agora com um novo significado: Festa das Linguagens Medianeira, uma semana inteira dedica-da a expressões artísticas.

O evento acontecerá entre os dias 3 e 8 de novembro. Na programação, estão previstas apresentações de dança, te-atro e música, exposições de artes visuais, mostras de cine-

ma e fotografia, bate-papos e palestras com escritores. Para encerrar, haverá um show de lançamento do CD Zero, de Fred Teixeira, vencedor do Edi-tal Medianeira Nossa Música.

Segundo Cezar Tridapalli, coordenador do setor de Mi-diaeducação do Colégio Me-dianeira, são esperadas cerca de 3 mil pessoas. “Contamos com a presença de nossos

2.800 alunos. Cada turma terá ao menos três atividades liga-das ao evento. Nossos educa-dores também vão participar das palestras, bate-papos e da feira do livro”, explica.

Jesuítas compõem o próximo conselho superior da ANEC

Evento será realizado entre os dias 3 e 8 de novembro

A ANEC (Associação Na-cional de Educação Católica do Brasil) realizou sua V As-sembleia Geral Eletiva, em Brasília, no dia 23 de setem-bro. Na ocasião, foram elei-tos o conselho superior e a nova direção da entidade, para o triênio (2015-2017). Entre os novos conselhei-ros, estão o padre Mario

Sündermann, delegado de Educação Básica da BRA, e o padre Marcelo Fernandes de Aquino, reitor da Unisi-nos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos), que será presidente do conselho su-perior da instituição.

A Assembleia contou com a participação de entidades mantenedoras associadas,

Os padres Mario Sündermann e Marcelo de Aquino passam a integrar o conselho superior da ANEC

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a companHia de jesus no Brasil MERIDIONAL

No dia 23 de setembro, a Unisinos lançou a Escola de Humanidades. Com uma programação extensa, o evento aconteceu no campus São Leopoldo (RS) e reuniu toda a comunidade edu-cativa da instituição. Ao final, foi apre-sentado o painel O Futuro das Ciências

Humanas, tema das atividades do lan-çamento da Escola, entre elas, oficinas, palestras, exposições, experimentos e apresentações artísticas, como a do grupo de percussão do projeto Vida com Arte, desenvolvido pela Unisinos.

As Escolas fazem parte do planeja-

nais católicas, promovendo educação formal, popular e de assistência so-cial. A entidade representa cerca de 430 mantenedoras, 2 mil escolas, 130 instituições de ensino superior e 100 obras sociais, totalizando 2,5 milhões de alunos e, aproximadamente, 100 mil professores e funcionários.

unisinos lança Escola de humanidades

dirigentes de instituições de ensino superior e de educação básica filiadas e representantes dos conselhos esta-duais da associação. O evento contou também com a presença dos repre-sentantes das seguintes instituições: CIEC (Confederação Interamericana de Educação Católica), FIUC (Federa-

ção Internacional de Universidades Católicas), CNBB (Conferência Nacio-nal dos Bispos do Brasil), CRB (Confe-rência dos Religiosos do Brasil) e do Estado da Cidade do Vaticano.

Presente em todo o território nacional, a ANEC tem como missão representar as instituições educacio-

mento estratégico da Unisinos, mas não substituem nem competem com a estru-tura administrativa da universidade e são lideradas pela figura do decano. Atualmen-te, existem seis delas na instituição [confira mais abaixo], que juntas têm um papel de sinergia, ou seja, de cooperação entre os diferentes Cursos, Programas, Projetos e Atividades de pesquisa, ensino e extensão.

A Escola de Humanidades Unisinos está comprometida com o pensar e inves-tigar o ser humano nas várias dimensões de sua totalidade, além de formar pesso-as que irão ensinar outras a conviver de maneira harmoniosa na diversidade hu-mana. Segundo o padre Marcelo Fernan-des de Aquino, reitor, “a Unisinos é uma instituição que conversa com a razão e promove o diálogo com as várias formas de humanismo.”

O decano da Escola de Humanidades, Adriano Naves de Brito, ressaltou a refle-xão sobre o que chamou de reconciliação entre as humanidades, considerando a razão e os outros elementos essenciais para o ser humano, do corpo à mente.

cONFira as sEis EscOlas QUE iNtEgram a UNisiNOs:

• Humanidades• Saúde• Indústria Criativa• Direito• Gestão e Negócios• Politécnica

O decano, Adriano Naves de Brito, e o reitor da Unisinos, padre Marcelo Fernandes de Aquino, participaram do evento

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a companHia de jesus no Brasil MERIDIONAL

Colégio Catarinense promove encontro de ex-alunos

No dia 4 de outubro, o Colégio Catarinense pro-moveu mais uma edição da festa de ex-alunos. Com o objetivo de reforçar de modo alegre e descontraí-do, o laço dos ex-alunos com a instituição e seus amigos, o evento reuniu cerca de 270 pessoas em um clima muito especial. A animação do encontro ficou por conta de diversas atrações: música, exposição de fotos antigas, selfies, torneio de futebol, dentre outros.

De acordo com o ex--aluno e ex-professor Ed-son Osni Ramos, a alegria do reencontro foi intensa, “encontrei tantas pessoas queridas, ex-alunos e ex--colegas dos tempos de Colégio Catarinense! Sinto orgulho por ter tido a pos-sibilidade de estudar aqui, de fazer parte desta famí-lia. Parabéns ao Colégio, aos atuais gestores e cola-boradores, que permitem facilitar estes encontros. E

que possamos repetir este evento, trazendo muitos outros que viveram mo-mentos como os que vive-mos nesta casa”.

A intenção é a de que os ex-alunos, através da ASIA (Associação dos Antigos Alunos dos Colégios Jesuí-tas), continuem interagindo com o Colégio por meio de ações sociais e dos reen-contros de turmas que se formaram em diferentes

calENDÁriO Brm

28 de outubro a 1º de novembro | 29ª Assembleia da CPAL – Santa Cruz de la Sierra (BOL)

6 a 12 de novembro | Compromisso Pastoral – Cerro Largo (RS)

15 e 16 de novembro | Cerimônia de instituiçãoda BRA e posse do novo ProvincialRio de Janeiro (RJ)

décadas, compartilhando experiências e reforçando o compromisso com a fé e

a justiça, valores que aper-feiçoaram durante a passa-gem pela instituição.

cONVitE

A Província BRM convida jesuítas, colaboradores e leigos para a Celebração de Ação de Graças pela história da Província, que será realizada no dia 22 de novembro, na Igreja da Ressurreição, no Colégio An-chieta, em Porto Alegre (RS).

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43I n f o r m at I v o d o s j e s u í ta s d o b r a s I l

BRASIL NORDESTE

a companhia de jesus no

DIOCESANO PROMOVE SIMPóSIO SOBRE BICENTENáRIO DE RESTAURAçãO

O Colégio Diocesano promoveu um Simpósio em comemoração ao Bicentená-rio de Restauração da Com-panhia de Jesus, nos dias 19 e 20 de setembro. Estudantes, professores, coordenadores e diretores de instituições de ensino de Teresina (PI) partici-param do evento.

Com a palestra A Missão Jesuíta no Brasil, o padre Ge-raldo Coelho, responsável pelo arquivo da Companhia de Jesus no Nordeste, apresen-tou com detalhes fatos histó-ricos e curiosidades sobre a Ordem religiosa. Além disso, abordou o papel dos jesuítas no desenvolvimento das di-ferentes sociedades em que estiveram.

Para padre Geraldo, “as áreas de Geografia, História, Literatura, Política, dentre ou-tras, se enriqueceram com os relatos presentes nas cartas escritas pelos missionários”.

Segundo ele, “os jesuítas des-creviam em suas mensagens as terras aonde chegavam e os costumes dos povos que encontravam”.

O historiador e membro da Academia Piauiense de Le-tras (APL), Antônio Fonseca Neto, falou sobre a presença da Companhia de Jesus no

Piauí, desde a época colonial até os dias de hoje. “A Compa-nhia de Jesus é uma espécie de esteio do ocidente porque soube se reinventar, atra-vessando as mais diversas formações sociais no cumpri-mento da sua missão”, decla-rou Fonseca Neto.

Além das palestras, o Simpósio promoveu alguns debates, que foram mediados pelo professor de História do Colégio Diocesano, Ismar Ta-vares. Ele contextualizou os três momentos da missão je-suítica. Segundo ele, a criação da Ordem com a missão de ex-pandir a fé católica, através da catequese e da educação, é o primeiro momento. A restau-ração da Companhia de Jesus e seu apoio a Roma, na época do Iluminismo, o segundo. E a eleição de Jorge Mario Bergo-

glio, como primeiro papa jesu-íta da história, o terceiro.

Em 2014, o Colégio Dioce-sano trabalhou com o tema dos 200 anos de restauração da Companhia de Jesus, por meio de estudos multidiscipli-nares. A instituição conseguiu envolver toda a comunidade e realizou a Diofeirac (Feira de Conhecimento) e um Con-curso Cultural, com o tema do bicentenário.

Para irmão Raimundo Barros, diretor geral do Dio-cesano, relembrar a história é importante para os jesuítas, os colaboradores, os leigos e toda a sociedade. “Jogar luzes na memória da Companhia de Jesus é também resgatar a nossa história, para que ela transcenda e seja vista como uma experiência que pauta nossas ações.”

Na foto, o professor Ismar Tavares, o Pe. Marcelo Costa, Ir. Rai-mundo Barros, o Pe. Geraldo Coelho e o professor Fonseca Neto

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a companHia de jesus no Brasil NORDESTE

CASA INACIANA DA JuVENTuDE REALIzAESpORTE E Fé 2014

Companhia de Jesus lança programa de rádio no Espírito Santo

PARóqUIA CRISTO REI Dá INíCIO A CURSO DE TEOLOGIA

A CIJ (Casa Inaciana da Juventude) realizou mais uma edição do Esporte & Fé, en-contro entre espiritualidade e atividades esportivas, nos dias 11 e 12 de outubro. No 1º dia, os jovens vivenciaram, na mística de abertura, um mo-mento de oração comunitária, quando foram chamados a refletir a ação criadora do Pai e a vocação de cada um como filhos de Deus, para cuidar de si, dos outros e da Terra.

No dia 12, todos participa-ram de uma escalada à serra

A Companhia de Jesus, por iniciativa dos padres jesuítas do Santuário Nacio-nal de São José de Anchieta, em Anchieta (ES), lançou, em setembro, o programa diário Nos Passos de An-chieta, na Rádio Sim FM, uma das maiores do estado. O programa, de 15 minutos, é dedicado, especialmente, aos devotos do Santo.

A Paróquia Cristo Rei, localizada em Fortaleza (CE), iniciou o Curso de Formação em Teologia Pastoral, para os agentes pastorais e fiéis, no dia 20 de setembro. A iniciativa é promovida pelo Forânima (Serviço de Formação e Ani-mação Pastoral Paroquial). O curso tem como objetivo ser um apoio para os agen-tes pastorais e os membros da comunidade paroquial.

O pároco, padre Rai-mundo Nonato Resende, re-

da cidade de Pacatuba, região serrana do estado do Ceará. Após a atividade, os jovens participaram de um lanche comunitário e mergulharam nas piscinas naturais da ser-ra. Para o jovem Marlyano Santos, que colaborou com a organização da atividade, o encontro é sempre espe-cial. “Por meio do Esporte e Fé, mais uma vez, encontrei o Cristo amigo e Deus me mostrou o quão feliz sou com a minha missão de servir à ju-ventude”, afirmou.

alizou a abertura do curso, com a participação de cerca de 50 pessoas. A primeira aula apresentou o conceito básico da Teologia e as pri-meiras indicações de como é aplicada de forma prática.

As aulas serão condu-zidas por padres e irmãos jesuítas, leigos que atuam na Paróquia Cristo Rei e convidados. O curso terá duração de dois anos e os encontros serão realizados quinzenalmente, sempre aos sábados.

Segundo o padre Vanildo Pereira da Silva, apresentador do programa, o espaço ajuda a propagar a espiritualidade e as virtudes de Anchieta, além de contar com momentos especiais de orações com pe-didos de intercessões e teste-munhos de devotos espalha-dos pelo Brasil. “É de confiar que o mesmo Deus que assim se comunicou com São José

de Anchieta também toque a outros, para que, desta parte do mundo, saiam muitos ou-tros discípulos e missionários”, disse o jesuíta.

Para o coordenador de comunicação do Santuário e do programa na rádio, Dhyo-vaine Nascimento, o espaço vai contar ainda com ricas his-tórias de vida, obras literárias, cultura, biografia e missões

daquele que é considerado o Apóstolo do Brasil. “O pro-grama também contará com o quadro Anchietano, onde os devotos que visitam o Santuá-rio poderão gravar áudios dos pedidos de oração, testemu-nhos de graças alcançadas e de histórias inspiradoras de fé que serão veiculados no pro-grama”, afirmou Dhyovaine.

O programa vai ao ar de segunda a sexta, a partir das 8h45, na Rádio Sim FM, www.simnoticias.com.br, e, em bre-ve, também será disponibiliza-do no site do santuário.

Encontro entre espiritualidade e atividades es-portivas reuniu jovens no município de Pacatuba (CE) Aulas serão ministradas quinzenalmente por dois anos

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alUNOs gaNham DEstaQUE Em giNcaNa DE EcONOmia

Os alunos do curso de Ciências Econômicas da Unicap, Felipe Pimentel e Bruna Aleixo, ganharam o primeiro lugar na 2ª Gincana Pernambucana de Economia, atividade promovida pelo Conse-lho Regional de Econo-

a companHia de jesus no Brasil NORDESTE

EDUCAçãO INCLUSIVA é TEMA DE RODA DE DIáLOGOS NA UNICAP

A Unicap (Universidade Católica de Pernambuco) re-alizou uma roda de diálogos sobre educação inclusiva, no dia 16 de outubro. Além de pro-fessores e alunos, estiveram presentes no evento portado-res de necessidades especiais, integrantes do Governo do Es-tado de Pernambuco e da pre-feitura do Recife. A importân-cia da inserção das pessoas com deficiência na sociedade foi o tema do encontro.

Com uma série de teste-munhos de superação e força de vontade, os palestrantes Roberto Wanderley, profes-sor da Unicap, Amanda Fer-reira, professora, e Humberto Suassuna, professor da Uni-nassau (Faculdade Mauricio de Nassau), falaram sobre a responsabilidade da socieda-de na inclusão de pessoas com deficiência, eles explicaram que a inclusão é fundamental para que se possa alcançar au-tonomia.

Segundo a diretora do Centro de Ciências Jurídicas, Maria Luiza Ramos, o evento fez parte da Semana Mundial

de Educação Inclusiva. Além disso, também estava inseri-do na comemoração pelo Dia das Crianças. “Educação com qualidade é um direito previs-to na Constituição para todas as crianças, adolescentes e jo-vens. Educação com qualidade sem diferença, ou então, res-peitando as diferenças. Esse é um evento que teve como ob-jetivo chamar a atenção sobre a importância de tratar todos como iguais”, afirmou.

O professor de Educação Física da Uninassau, Hum-berto Suassuna, portador de Síndrome de Down, ressaltou a importância do evento: “Na verdade, o benefício dessa palestra é o do acesso à infor-mação. Dessa forma, as pes-soas passam a compreender a importância do tema, para que, assim, não aconteça mais exclusão”. Os alunos do curso de Direito da Unicap tiveram a oportunidade de refletir sobre a problemática. Um olhar mais humano para as questões dos portadores de deficiência é essencial para entender que é possível incluir sem excluir.

mia, seccional Pernam-buco (CORECON-PE), e o terceiro lugar na IV Gincana Nacional de Eco-nomia 2014, promovido pelo Conselho Federal de Economia – (COFECON), realizado na cidade de Goiânia (GO).

calENDÁriO BNE

Compromissos do Provincial

28 de outubro a 1º de novembro | 29ª Assembleia da CPAL – Santa Cruz de la Sierra (BOL)

3 a 13 de novembro | Expediente na Cúria BNE – Salvador (BA)

14 a 16 de novembro | Cerimônia de instituição da BRA e posse do novo Provincial – Rio de Janeiro (RJ)

A importância da inserção das pessoas com deficiência na sociedade foi o tema do encontro

Felipe Pimentel e Bruna Aleixo conquistaram os primeiros lugares em duas competições

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BRASIL PROVINCIALADO

a companhia de jesus no

CANDIDATOS AO NOVICIADO pARTICIpAM DA CONVIVêNCIA MANRESA

Em setembro, 14 jovens participa-ram da convivência Manresa, etapa que faz parte do trabalho das Voca-ções Jesuítas, que compreende pro-moção, acompanhamento e Plano de Candidatos ao Noviciado da Compa-nhia de Jesus. “Foram momentos ricos de partilha da missão e da formação jesuíta, além da realização dos Exer-cícios Espirituais de oito dias, das ex-periências de voluntariado e de entre-vistas”, afirma padre Reginaldo Sarto,

que acompanhou os participantes. Os jovens, que já estão morando

em algumas residências da Ordem religiosa, tiveram a oportunidade de aprofundar o modo de ser jesuíta. “O tempo de discernimento deve pro-porcionar maior conhecimento da Companhia de Jesus”, explica padre Reginaldo. Segundo ele, “é importan-te que ao final desse processo, os candidatos tenham feito uma boa ex-periência de vida comunitária com es-

pírito de gratuidade e doação em suas atividades cotidianas, na busca pela coerência entre a vida e a vocação que desejam assumir”, completa.

Após a convivência Manresa, os candidatos voltaram para as resi-dências e agora continuam o pro-cesso de discernimento vocacional. Através de uma carta escrita no final do retiro, 12 jovens fizeram o pedido formal de ingressar na Companhia de Jesus em 2015.

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a companHia de jesus no Brasil PROVINCIALADO

JESuíTAS SE REÚNEM NO pARÁ

Em outubro, a Companhia de Jesus realizou dois eventos no estado do Pará. Entre os dias 1º e 4, o I Encontro de Pa-dres Jovens Jesuítas da Província do Brasil reuniu 25 sacerdotes de diversas partes do país, no município de Ananin-deua, na Região Metropolitana de Be-lém. Além dos padres, cinco diáconos, que serão ordenados presbíteros no fi-nal de 2014, também participaram.

A formação e a missão dos jesuítas

foram alguns dos temas abordados du-rante o encontro. O grupo participou também de uma conversa com o futuro provincial do Brasil, padre João Renato Eidt, que falou sobre as expectativas diante do nascimento da nova Província do Brasil. O evento foi assessorado pelo delegado da Formação dos Jesuítas do Brasil, padre Adelson Araújo, que contou com a colaboração do padre Genilson Neri e do diácono Edilberto Brandão, que

ajudaram na organização do evento. O padre Ilario Govoni, pesquisa-

dor da história da Companhia de Je-sus, acompanhou os jovens numa visi-ta aos lugares históricos da presença jesuítica nas cidades de Belém e de Vigia. “O encontro possibilitou que os participantes tivessem um contato com a cultura e a realidade sócio ecle-sial amazônica, local onde os jesuítas se fazem presentes desde o início da evangelização e formação do Brasil”, afirma padre Adelson.

Nos dias 6 a 9 de outubro, aconte-ceu o Encontro dos irmãos e estudan-tes em formação na etapa do Magisté-rio, em Belém. Os 25 jovens presentes partilharam suas experiências de vida, e participaram de um momento mais prolongado com Deus pela oração dos Exercícios Espirituais.

O encontro foi coordenado pelo delegado de Formação, padre Adelson Araújo, e assessorado pelo padre Guil-lermo Cardona e pelo irmão Vanderlei Backes. Os participantes também pu-deram conhecer melhor a missão da Companhia na região amazônica.

Cerca de 50 jesuítas, entre padres, irmãos e estudantes, participaram de encontros nas cidades de Ananindeua e Belém

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a companHia de jesus no Brasil PROVINCIALADO

Os alunos dos colégios Anchieta (Nova Friburgo/RJ), Jesuítas (Juiz de Fora/MG), Loyola (Belo Horizonte/MG), Santo Inácio (Rio de Janeiro/RJ), São Francisco Xavier (São Paulo/SP) e São Luís (São Paulo/SP) participaram da VII Bienal dos Colégios Je-suítas, que aconteceu entre os dias 8 e 11 de outubro.

O evento, realizado no Colégio Santo Inácio, reu-niu cerca de 380 estudan-tes do Ensino Fundamental e Médio. Inspirados pelo tema Asas do Tempo: arte,

VII BIENAL DOS COLéGIOS JESUíTAS CELEBRA A ARTE

memória em movimento, os alunos apresentaram mais de 500 trabalhos artísticos, entre teatro, dança, música, fotografia, pinturas, etc. A Bienal também foi dedicada aos 200 anos de restaura-ção da Companhia de Jesus, celebrado no dia 7 de agosto.

Na noite do dia 8, os estu-dantes foram recepcionados com muita música e dança pela comunidade educati-va do Colégio Santo Inácio, até clássicos como a música Garota de Ipanema foram interpretados. Na abertura

do evento, o reitor do Colégio Santo Inácio, padre Luiz An-tonio Monnerat, falou sobre a importância do trabalho da Rede Jesuíta de Educação, no momento da criação da futu-ra Província do Brasil.

Segundo ele, “todas as escolas devem, em rede, mostrar e construir identida-de e missão como escolas da Companhia de Jesus”. Padre Monnerat ressaltou ainda que a formação integral dos alunos é a base da educação jesuíta. “Falamos de forma-ção integral do ser total, do jovem inteiro, nos diversos aspectos que compõem seu ser: físico, intelectual, afeti-vo, estético, transcendental. É nesse mistério da intei-reza do ser humano nunca completamente inteiro, mas sempre aberto, que quere-mos educar. Em todo jovem dorme um artista que deve-mos despertar, provocando sua sensibilidade pelo belo, pelo estético, pela harmonia, enfim, ajudando-o a contem-plar a beleza que existe e que pode existir”, declarou.

A abertura contou tam-

bém com a participação es-pecial de Tiago Abravanel, ex-aluno do Colégio São Francisco Xavier, conhecido como Sanfra. O ator e cantor se declarou feliz por parti-cipar do evento. “Cantei e atuei, muitos anos atrás, na Bienal de Nova Friburgo/RJ. Depois, fui monitor na Bienal do Sanfra”, contou Tiago, que entrou no Sanfra no 7º ano do Ensino Fundamental. “Devo muito ao colégio, onde fiquei até concluir o Ensino Médio. No Sanfra, eu tive uma exce-lente formação”, comentou Tiago, que cantou alguns su-cessos de Tim Maia.

A programação dos dias de Bienal é intensa, mas tudo é realizado com muita alegria. O evento é consi-derado pelos participantes uma verdadeira imersão no mundo das artes. “O es-pírito colaborativo entre os alunos, professores e funcionários promoveu um clima de amizade e alegria contagiante!”, afirma Nilza Maria Gatti Lopes Guima-rães, professora de arte do Colégio São Luís.

O ator e cantor Tiago Abravanel, ex-aluno do Colégio São Francisco Xavier, participou da abertura do evento

Os alunos da Rede Jesuíta de Educação apresentaram mais de 500 trabalhos artísticos

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calENDÁriO Bra

28 de outubro a 1º de novembro | 29ª Assembleia da CPALSanta Cruz de la Sierra (BOL)

4 a 6 de novembro | Discernimento sobre a admissão dos candidatos à Companhia – Belo Horizonte (MG)

2 a 3 de novembro | Reunião do Conselho Editorial da Revista Jesuítas Brasil – Porto Alegre (RS)

5 de novembro | 13ª Jornada de orações pelas vocações à Companhia

10 a 13 de novembro | XVI Simpósio Internacional do IHU: Companhia de Jesus, da Supressão à Restauração – São Leopoldo (RS)

15 de novembro | Visita do Padre Geral à BRC – São Paulo (SP)

16 de novembro | Cerimônia de instituição da BRA e posse do novo Provincial – Rio de Janeiro (RJ)

19 a 22 de novembro | Seminário Panamazônico da CPAL – Manaus (AM) 19 de novembro | Aprovação dos orçamentos da ANI – Salvador (BA)

21 de novembro | Aprovação dos orçamentos da ASAV – Porto Alegre (RS)

22 de novembro | Celebração Eucarística conclusiva da BRMPorto Alegre (RS)

26 de novembro | Aprovação dos orçamentos da ANEASSão Paulo (SP)

Os representantes de insti-tuições jesuítas participaram do Encontro Nacional de Reitores/Diretores de Colégios Jesuítas do Brasil, realizado no Colégio Diocesano, em Teresina (PI), en-tre os dias 22 e 24 de setembro. E s t i ve ra m p r e s e n t e s 1 2 g e s -t o r e s , q u e d i s c u t i ra m o t ra -b a l h o a p o s t ó l i c o n a á r e a d a E d u c a ç ã o B á s i c a .

O delegado de Educação da

DirEtOrEs DE cOlégiOs JEsUítas participam DE ENcONtrO

Província do Brasil (BRA), padre Mário Sündermann, também parti-cipou do encontro. Segundo ele, o fortalecimento da ideia de rede, a integração e a articulação entre os diferentes colégios da BRA, foram os principais objetivos do encontro.

Durante a visita, os diretores pu-deram conhecer também o funciona-mento da Escola Materno Infantil Pe-dro Arrupe e da Escola Santo Afonso Rodriguez. Além das unidades de

Educação Infantil e do Ensino Fundamental e Médio do Colé-gio Diocesano. “É muito impor-tante esse deslocamento dos diretores para realidades dife-rentes das quais estão inseri-dos. Só assim se tem uma visão da grandiosidade da missão de colégios articulados em rede”, disse Heloísa Maria Barroso e Silva, diretora do Colégio dos Jesuítas (MG).

a companHia de jesus no Brasil PROVINCIALADO

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Esc. Bartlomiej Przepeluk – PMEIr. Lucílio de Souza Rotha – BRC

Pe. Francisco Almenar Burriel – BAM

Pe. Héber Salvador C. Lima – BRCIr. Luigi Cremonese – BNE

Esc. Antônio Anderson Rabêlo Costa – BRMIr. José Patrocínio Nogueira – BRC

Pe. Clemens K. Haas – BRMPe. Cristovão Otávio Primo – BNEIr. José Procópio de Lima – BRCIr. Martins Amazonas Lima – BNE

Pe. Anselmo G. do Nascimento Dias – BAMPe. Nilson Marostica – BRCPe. Rogério Mosimann da Silva – BRM

Esc. Alex Gonçalves Pin – BNEPe. Filemón Torres Gómez – PAR

Pe. Chang Son Yu – BRC

OUTUBRO

Pe. Paulo Domingo Pelizer – BRM

Pe. Creômenes Tenório Maciel – BNEPe. José Antônio Pecchia – BNEPe. Juan Miguel Zaldua – VEN/CPALPe. Roberto Jaramillo Bernal – COL/BAM

Pe. Antônio Raimundo Sousa Mota – BNEPe. Fidel García Rodríguez – BRCIr. Jacob Arsênio Rech – BRM

Pe. Affonso Gessinger – BRM

Pe. Sérgio Mendonça de Almeida – BNE

Ir. Frederico H. Kerber – BRMPe. Ivo Honório Mueller – BRM

Pe. João Renato Eidt – BRMPe. Luís Muraro – BAMPe. Manuel G. Hurtado Durán – BOLPe. Marco Antônio Morais Lima – BRC

Pe. Egydio E. Schneider – BRMPe. Josafá Carlos de Siqueira – BRCPe. Matias Martinho Lenz – BRM

NOVEMBRO

Pe. Valdeci Ribeiro Gama – BRM

Pe. Clóvis C. Carmo Cabral – BNEEsc. Jucélio de Oliveira – BNE

Esc. Fabian Tejeda Tapia – PERPe. José Miguel Clemente Clavijo – CAM/BAM

Pe. Walter Falchi Honorato – BRC

Pe. Ernani Miguel L. Wetternick – BRMEsc. Fernando Tiago Kotz – BRM

Pe. David H. Romero – NOR/BAM

Pe. Benjamin Gesteira Pino – BRC

Pe. Rui Körbes – BRM

Pe. Francisco das Chagas de Albuquerque – BNE

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juBileus

aniversÁrios

26 de outubroIr. Adolfo Nunes de Oliveira – BRM 60 anos de companhia

3 de novembroPe. João Pedro Cornado – BAM50 anos de companhia

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