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I ( .. ' ... -- ..... - I TO}!O XXVIlI /9 ! Setembro de 1987 r -- --- - Edição 369 I I • t Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC

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I TO}!O XXVIlI/ 9 ! Setembro de 1987

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Edição 369 I I セ@

• t

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC

A QUEM DEVEMOS A REGULARIDADE

DESTAS EDIÇÕES

A Fundação "Casa Dr. Blumenau", editora desta revista, torna público o agradecimento às empresas abaixo relaciona­das que, visand.D garantir a permanente regularidade daB e­dições de "Blumenau em Cadernos", tomaram a si o encargo financeiro na restauração total das nossas oficinas gráficas que haviam sido parcialmente destruídas nas enchentes de julho de 1983:

TEKA . TECELAGEM KUEHl -RICI-I SoA.

COMPANHIA HERING

COMPANHIA TEXTIL KARSTEN

MAFlSA - MALHARIA BLUMENAU S/A.

CREMER S/A. - PRODUTOS TÊXTEIS E CIRúRGICOS

MAJU INDÚSTRIA TEXTIL L TDA.

SUL FABRIL SI A.

EMPRESA AUTO VIAÇÃO CATARINENSE

LOJAS HERING

OOLABORADORES ESPONTANEOS A Fundação "Casa Dr. Blumenau" agradece aos abaix:o

relacionados que, espontar.eamente, contribuíram com recur­sos financeiros para garantir a estocagem de papel necessário à impressão desta revista durante o corrente ano:

CASA WILLY SIEVERT S.A. Comercial TEKA - TECELAGEM KUEHNRICH SoA. GRÁFICA 43 S.A. INDÚSrfRIA E COMÉRCIO DISTRIBUIDORA CAT ARL."'\J'ENSE DE TECIDOS S/ A. MOELLMANN COMERCIAL S. A o TIPOGRAFIA E LIVRARIA BLUl\iENAUENSE SoA. BUSCHLE & LEPPER S.A. elA. COMERCIAL SCHRADER JOÃO FELIX HAUER MADEIREL'R-A ODEBRECHT LINDNER, HERWIG SHIMIZU - ARQUITETOS MóVEIS ROSSl\1ARK S. A. ARTUR FOUQUET JOALHERIA E ÓTICA SCH\VABE LTDA. PAUL FRITZ KUEHNRICH CASAS BUERGER

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC

EM CADERNOS - --------.------_.------.-------

TOMO XXVIII/9 Setembro de 1987 Edição 369

SUMARIO Página

A História de Blumenau na correspondénc:ja dos imigrantes 266 Enchentes - Celso Liberato . .. ... '" .. . . .. . ..... . .... . .. . 269 Blumenau e o Ballet - Ursula 10nen . .... . ..... . . ..... . . . .. 271 Relatório Trimestral do Arquivo Histórico "Prof. José Ferreira da

Silva" . .. . . . . . . . . ...... .... . . ... . .. . . .. . . . ... . .. 273 Os primeiros oitenta anos de colonização alemã 'em Blumenau . . 275 FIGURA DO PASSADO - Dr. Benedito de Camargo Rocha -

José Gonçalves .... . . .. ..... ... ... . ..... . ......... . 281 O Sábio Naturalista . ... . . . .. . . . ... ... .. .. . . . . ...... . .... 283 Subsídios Históricos - Coordeno e Traducão: Rosa Herkenhoff 285 Os nossos voluntários da Pátria - El1y Heikenhoff .......... . . 286 Histórico da cidade de São Joaquim '3 os costumes do seu povo _

Maria Batista Nercolini . ... . . . . .. .. .. . .. . ...... . . .. 289 Aconteceu. .. - Agosto de 1987 . . . . . . . .. . . . .... . . . . .. . ... . 293 Autores Catarinenses - Enéus Athanázio . ..... .. . .. . .... .. 295

B L UMENAU EM C ADERNOS Fundação de J. Ferreira da Silva

Ór9Q.fl dutinado ao E.rtudo e DivuLgação da Hi.rtória de Santa Calarintl Proprieda.-l e da FUNDAÇÃO CASA DR. BLUMENAU

Diretor responsavel: JOSé Gonçalves - Reg.:n'. 19 Assinatura por Tomo 02 números) Cz$ 30,00 + 20,00 (porte ) = 5O/)(}

Número avulso Cz$ 5.00 -- Atrasado Cz$ : 10.00 AIS. p/ o exterior Cz$ 100.00 mais o porte Cz$ 20,00 total: Cz$ 120.00

Alameda Duque de Caxias. VTセM Caixa Postal, 425 - Fone: 22-1711 89.015 - B L U M E NAU SANTA CA'fARINA - B R A S I L

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A HISTÓRIA DE BLUMENAU NA CORRESPONDÊNttA

DOS IMIGRANTES

Carta de .Tulius Baumg:uten a seu pai, na) Alemanha 5. a イ・ュ・ウセ G 。@ postal

Lichtenburg, 12 de dezembro de 1853.

(Recebido em' 20 de março e respondido em 13 de abril j.e 1854) .

Amado pai!

A sua primeira carta tão es· perada por mim, finalmente che­gou no dia 11 oeste mês após 76 dias de viagem. Foi num dia r l1 '.1-voso em que resolvi ir até os K.ell­ner. A monotonia do dia me le­vou a isto ou talvez um pressenti­mento . Não encontrei nenhum dos Keliner em casa e resolvi ir até a casa do Dl'. Blumenau . Es­te, na porta já me recebeu " úm tim largo sorriso. Desconfiaco fui até sua escrivaninha onde en­contrei a remessa postal. A mi­nha alegria foi indiscritível, por­que a oito meses não イ・」・「 セ イ。@

mais .nenhuma 」ッイイ・ウーッョ、↑ョ Gセ ゥ。 N@

O seu pedido de escrever sempre que possível, aproveito com ale­gria ainda hoje, principalmente enquanto Nahrwold ainda 」ッョセゥᆳnua na Europa. Também a tarifa é bastante convidativa para enviar correspondências no próximo na­vio.

Ainda tenho senos prot le­mas com a aclimatização, mas continuo tranqüilo e satisfeito . Continuo preocupado apenas セ イNュ@o constante aumento de preços e quase é impossível para mim, da­qui por diante, comer carne fres­ca. A carne é tão cara e aqui in­felizmente calcula-se 1 libra por pessoa diariamente. Também os outros alimentos aumentaram muito .

Seria bem melhGr se eu pu­desse trabalhar regularmente e desta forma dispensar um operá­r io. Mas ainda. preciso cuidar de mim . Poucos dias passados já es­tava quase bom : comecei a エイ。「セ Nᄋ@

lhar e sofri uma recaída . Além de tudo sofri nas Ultima" sema­nas alguns prejuízos pesados. PerdI · .. ma canoa muito boa que foi destroçada por uma árvore, como também mn bonito cão de' caça セ Aオ・@ custou-me 5 mil réis . Ain-da poderia citar uma séril? de cutros pequenos prejuízos rr.as isto não melhoraria minha situa­cão. セ@ Agora todos estes contratem­pos não fizeram com que eu de­sanimasse; continuo como an.tes ferte e decidido a prosseguir. Es · tou llgado intimamente a セウエ・@ pe­daço de terra e a solidão da flo­resta c0ntinua :l hscinar·m'!. Pas· sam ウセュ。ョ。ウ@ em ql'e não Veio ninguém e a terr:;>. fcrtü aqui con· tinua set:do o ponto mais seguro para ョセャュN@

Com relaç20 à IrlÍnha perse· veranp não ウセ@ preocupe. Tam­bém em q)lestão de economia es­teja tranqüilo. O excesso de bon­dade Ioga dá lugar a 」・イエセ@ o avare­za . Se perder esta bóndul!e- ao ver ('orno precisamos ter cuidado cem os 「イ。ウゥャセゥイッウ@ e velhos alemães que chegaram aqut a. mais de 25

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anos passados, será tl:iste. Eles go:;;tan;. muito de enganar nova· tos. G excessc de gastos se perde igualmente, pois r:ão há onde g2.S­

tar. rambém Dcraue a idéia de um rápJdo e csrto ' progresso ar­rasta tOdOS de in'!ediatc. Muitas vezes fIquei contente ao ouvir um amigo dizer: . __ . b。セュァ。イエ・ョL@ vo­cê é um avarento! - Mesmo sem o') seus avisos 2 Tf!('omendações, querido pai, não se preocupe, eu sei que gastar dinheiro é meu ponto fraco mas eu tenho todo cuidado. Com o desmatamento da área de 3 Mergen estou prati­camente pronto e os restantes 2 Morgen espero terminar até o na­tal. A minha plantação de cana­de-açúcar primeiro me encheu ele preocupação mas agora o tempo E.stá excelente e nada mais pede acontecer do que diariamente uma trovoada que molha a terra. C milho se desenvolve maravilho­samente. As batatas estão mur­chando agora; creio que plant.ei as mesmas um pouco tarde. Em fevereiro devo plantar na nova roça; cana, batatas e feijão e espe­ro colher em junho de 30 (j, 40 sa­cos de batatas e 15 a 20 sacos de feIjão. Em julho começo a colher a cana-de-açúcar e espero que Nahrwold e as outras pessoa:;; en­tão já estejam conosco aqui. No que se refere a contratação de uma família, voces já foram ins­truídos por minhas cartas. Só> quero repetir aqui e espero com certeza Christine e seu noivo. Es· tes trabalharão para nós por 1 ano e meio pela viagem. Cas'J queiram eles mesmos pagar a via­gem eu lhes garanto o seguinte : Eu os esperarei no local do de· sembarque e os levo diretamente para minha propriedad8. Se o ho­mem for trabalhador receberá nos primeiros 3 meses 6 mil réis

per mês; nos seguintes 7 mil réis E' depOIS 8 mil réis. Christine re­ceberá por mês 4 mil réis e preci­s3rá cuidar da casa e da roupa.

Como é costume aqui, em ca­so de doenca, recebem a alimen­tação gratuita, mas pelos dias do­entes lhes é descontado no orde­nado.

Referente ao Hofmeister Fis­cher ele poderia com o que tem, adquirir boa terra de 100 Morgen, vizinho a mim e ainda por 2 mil !'éis o Morgen. Porém, expliquem mais uma vez a Fischer que aqui nada é fácil. Pão é difícil, queijo não tem e a carne é pouca, pelo menos nos primeiros 6 meses. D3pois. porém, tudo melhora, é um homem livre e dono de sua térra . Agora não o estimulem de · イlセ。ゥウ@ para que mais tarde não me traga aborrecimentos. Em espec,i­Ri só mandem 6ente boa para ca, pessoas que possamos aproveit :1,r. Gente dada à bebida não nos .3::!r­ve. Para teceJões aqui não i'lá tra­balho e o trat.alho na terra não é fácil, mas , sim, bsm mais difícil que o ーセ・ー。イッ@ da linha.

Você escre':e sobre um artigo rio Dl'. Blumenau publicado no jornal "Reichszsitung" e qUe o mesmo não agradou a maioria. Se assim foi é porque são pessc.'as de idéias mesquinhas e para 。アLMセゥ@rJão servem. Você pode depositar inteira e total confiança no traba­lho deste homem. Ele Hセュ@ uma (,pinião formada sobre Q que pu­blica, pois não quer escrever e V3f

putlicado artigos enganosos como os sobre Dona Francisca que l'lpa­recem nos jornais.

Dl'. Blumem'.U não é nenhum rnentil'oso e quer somente pesso­as que trabalhem, como tem ago­ra. Também não quer desconten­tes. Por este motivo todos os :::eus artJgos são um pouco rudes.

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Para a Colônia Blumenau este ano não foi muito bom. Vieram poucos imigrantes. A não ser DÓS 1.3, mais ninguém. Esperamos po­rém para nos próximos dias mais 20 pessoas cheguem de Thürin­gen. Tenho, no entanto, 」・イエ・コセ@que nos próximos anos esta situa­ção vai mudar. Espero sincera· mente que isto aconteçe'., pois o homem o merece. A excelente 10-calização da terra também Ia.vore­ce tudo, bem como o clima.

A razão porque compreI tio logo minhas terras tem o seguin­te motivo: logo que chegamos, ti­vemos a notícia que um número considerável de alemães de posse tstaria a caminho daqui. C0!I10 os 10tes encarecem a cada transour­te que vem, achei melhor COiT.'prar logo. Se -eu soubesse que tudo !lão passava de mentiras, eu tgria talvez trabalhado primeiro para outros . Creio, no entanto, qlJe Ijz bem em ter comprado as terra3 que hoje possuo, pois no prõxüll.o aTiO já pagaria t:·sm mais por e13 .

O jovem Wunder",ald ficou 8m Dona Francisca. Foi uma soro te. Esta colônia para nós, é um baluarte contra jndesejáveis e on­de a maioria fie::l.

Que na terra de Gaertner foi encontrado ouro é verdade, mas este metal é encontrado em todos 08 lugares. Acima da minha pro­priedade tem um riacho, onde dl­ZE:m também haver ouro, mas aqui ninguém dá atenção a ele. Os brasileiros são preguü;osos de· mais para lavá·lo e os alemães. com o exemplo e conseqüência da

febre do ouro na Califórnia, fica· ram assustados.

O negóeio Gaertner e Mau­reI" acabou. Queriam subir demais e perderam. Agora SallE:ntien as­sumiu a companhia com g。セイᆳ

tner, pois ele é um ótimo comer­ciante. Então Hermann publicou um livreto mesmo? Peço envlar alguns através de Nahrwold. Mes­mo que contenha o que não en· tendo. Peço que transmitas mi­nhas congratulações a Hermann. Espero イセ」・「・イ@ dele uma cart.a brevemente. A viagem que você fez a Heidelberg com Marie, cer­tamente foi muito interessante e fico contente que você a tenha realizado.

A notícia de que ainda pos­セ L ッ@ esperar de você mais 500 Tha­ler me surpreendeu e alegrou. Es­pero que o senhor envie o dinhei­ro pelo caminho por mim reco­mendado e o mais rápido possí­vel pois preciso muito dele. Ca.so Nahrwold venha e entrar em so­ciedade comigo eu talvez possa lhe restituir os 500 Thaler logo e você os entregará a Paul k・ャャゥャMセイ@ou eu os pago aqui mesmo .

Caso Nahrwold não venha, venderei 200 Morgen de terra, fa­co 400 mil réis com a cana-de-acú­êar e aguardente e ainda sou ca­paz de conseguir mais dinheiro. Ao Paul já paguei 400 mU réis e de todo meu dinheiro sobrou 370' mil réis. Gastei ainda 200 mil 1 éis no transporte de minhas coi­sas, objetos para o trabalho, man­timentos, uma ('anoa e ウッ「イセイ。イョ@140 mil réis. Preciso pagar ainda

LOJ AS H E R I NG S.A. Representa não Nセ@ o espirito ・セーイ・・ョ、セ、ッZN@ co­mo também sohCltude. educaçao e soclablhd:l-

de セオ・@ caractenzam tão bom a tradicional formação da セ・ョエ・@ blumenauerule.

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60 mil réis de ordenado no nutal . Faltam, ainda conseguir, batatas para o plantio, coma também fe i­jão que custam 12 mil réis .

As cartas ele aviso de Doners e Helrr.s イ・セXエゥN@ Doners escreveu q 118 meu sucessor BockE:lmalm, que mé deve dinheiro, liquidaria logo a dívida. O alfaiate Belms, de GosIar, considero um malan­dro pois já liquidei minha conta r;-:m o mesmo há dois ar.03 passa­dos e não vou enviar m',lÍs nada .

O nu€ Faul e Adolph fa rão élgora rião ssi. Uma nova r oça não vão preparar mais; creio qtle vâo vender _ O pedaço de terra que plantaram, mal deu o sufici­ente para o sustento. Só o preç';) que pEdem é muito alto. Tambéll} seu moinho ainda não ヲオョセゥッョ。 N@

Mas de r2sto ・セエ ̄ッ@ bem de saúô.c e satisJeitos. Vão ・ウセイ・カ・イ@ somen­te quando receberem uma cart.a tie seus familiares .

Neste instante chega Paul trazendo 1 kg de chá que ele comprou para mim. -

ENCHENTES

Há oito dias passados estive · ram aqui alguns jovens de Dona Francisca. Ficaram muito im­ーイeセウゥ」ョ。、ッウ@ com a região daqui e logo que venderem suas terras lá pretendem v ir para cá.

- Cfereceram 1 . 600 イ←ゥ セ@ por minha terra mas eu disse que ャIヲセッ@ vEnderia. As }:3rspectivas de Dcna Francisca para cá são óti­n:as para o ano que vem e eu es­r ero que minhas tErras passem a Y(iler ú dobro. Foi sorte para mim ter vindo agora e não mais t.arde.

Agora querJ.do pai, vou finali­zo r. Agradeço novamente por ter concordado com minha partida. Através do horizonte de dificul­dades surgem os primeiros rai05 de sol para um futuro melhor .

For hoje Adieu, que Deus o proteja (12. toda e qualquer des­graça .

Seu fiel filho Julius

(Tradução de Edith S. Eimer)

Celso Liberato

Eis, aí, um difícil problema de Blumenau e do Vale dO Itajaí, vE:lilo e revelho, mas sempre atual .

Tudo vai bem por aqui, com sol e céu azul. 1 enht.<.m vislumbre 'cie mau tempo. O rio Itajaí-Açu a correr sereno em seu costumeiro volume de água. Um ambiente para ninguém botar defeIto

Mas, de uma hora para outra, quando menos se 8<5perê) , o qua­dro S8 transfigura com a chegada das chuvas que às vezes perseveram por dias e noites consecutivas, a encharcar a terra .

É ai, nesse ponto de ウ。エオイ。 セ ̄ ッ@ pluvial, que !la opinião dos en­t.endidos na matéria, se chove forte nas cabeçeiras do rio é sinal aber­to para as enchentes.

Já na edição de 10 ci.e julho de 1969 do antigo jornal t, A NA­çÃO", de Blumenau, portanto há mais de 18 anos, em artigo sob o

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A

título "Por enquanto não há perigo", clamávamos por maior urgen-cia nas obras de contencão das cheias do rio.

Historicamente, as grandes enchentes do Itajaí-Açu só se repe­tiam a longos intervalos de cerca de trinta anos de uma para outra, como aconteceu em 1852, 1880 e 1911.

Mas ultimamente, em julho de 1983 e agosto de 1984 interrom­peu.se a エセ。、ゥ ̄ッL@ com aqueles -dois catastróficos universos de água que afogaram o Vale.

:f'ara bem se ajuizar da カセッャ↑ョ」ゥ。@ da enchente de 1852 basta lembrar com respaldo histórico, que tais e tantos feram os transtor­nus, devastações e prejuízos causados à então recém fundada. colônia BlUmenau que esta só logrou sobreviver graças ao trabalho e cora-6em dos primeiros imigrantes trazidos da Alemanha em 1850 pele Dr. IIermann Bruno otto Blumenau.

É ainda de lembrar que na enchente de 1911 o vapor "Blume· nau·' - hoje ancorado na Prainha - navegava nas ruas centrais de Blumenau a recolher os flagelados nas zonas mais baixas para levá-los a lugar seguro, nas partes mais altas da cidade .

E as enchentes de 1880, 1983 e 1984 com o rio na :::ota d.e mais de 16 metros acima de seu nível normal, não fizeram por menos: não foram poucas as casas em que as águas subiram até c telhado . como atestam as fotografias de época.

Ainda recentemente, quando chovia intensamente em Blume­:iaü e no Vale do Itajaí, com o rio Itajaí-Açu já na marca de sete metros acima de seu nível comum, um leve temor de nova enchente preocupava a comunidade.

É ma1& uma advertência para que as obras do rio para a re­tenção das cheias prossigam sem interrupção por falta d.e verbas, co­me, ocorria no passado. E que a barragem norte, de Ibirama, já em fase final de sua construção, entre a operar com toào seu potencial de embargo das águas .

Agora, com os novos trabalhos como dragagens € retificações de rio levados a efeito pelo Departamento Nacional de Obras e Sa­neamento a par da complementação do sistema de barragens, há um renascer de esperanças de que Blumenau e todo este laborioso Vale do Itajaí passem a viver e trabalhar sossegados, em termos de segu­rança € tranqüilidade, a salvo das periódicas inundações regionais.

Mas enquanto se não concretizar esse desideratum que não chova. grosso nas cabeceiras do rio.

Nem haja necessidade de vibrar no ar o cor..hecido aviso de rádio de que "por enquanto não há perigo" .

TEKA É urna sigla. que se impõe pelo conceito adquirido no !"amo têxtil blumenauense . Seus produtos da mais alta qualidade, se desta­

cam não só no mercado interno, como no internacional. Já é tradição os consumidores nacionais e internacionais ligarem o nome TEKA a prod.utos indústrias têxteis da mais alta qualidade.

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Blumenau e o Ballet

por Ursu]a Ionen

Mais importante do que es­crever sobre as pessoas que já. dançaram em Blumenau é escre­'ver sobre os professores que aq'.li fizeram história e a montagen1

de grandes obras_ Turnverein - Blumenau.

(Sociedade de Ginástica BluTIle· nau) _

Fundado em 05/10/1873. -Esta foi na verdade, a primeira Academia de Ginástica e Dat1-'tu de Blumenau, o que vem atual­mente, contradizer o depoimento de algumas pessoas mal inforina­das, inclusive jornais.

A princípio, apenas os ho mens é que se exercitavam. Em J 916, o professor Bruno Hindl­meyer começou o trabalho com moças da Sociedade_

Todas as apresentações de gI­nástica e dança ou teatro, sempre fcram feitas no Teatro Frohsinn (contou-me Elisabeth Richter, que era Souffleuse daquele tea­tro) .

Em 02/07/1945 já como Tea­tro Carlos Gomes, começou a fun­cionar a Escola de Ballet cumo segmento do Conservatório Curt Hering, sob orientação de Lis31 Klostermann . No prIncípio as <;,presentações eram sempre a'CO.t11-panhadas pela Orquestra Breit­kopf, posteriormente, pela Or­questra Sinfônica do Teatro C":ar­los Gomes, sob regência do Mae'5-t tO Heinz Geyer (depoimento de Iris C _ Ramers , que integrou 2.

Sinfônica por vinte e sete anos). Após a guerra, assumiu a di-

reção da escola, a Sra. Ines Po­ler.

Com sua saída a escol8. fi(!OLl

temporariamente para-da até que a Sra. Valentina von Rogoschin, no salão do atual Grande Hotel, pliSSCU a lecionar, fazendo SUrlS

r..presE:ntações no Teatro Carlos Gomes.

Em 1966, Mara Probst, ex-alu­na de Ines POler, retornou de São Paulo, depois de ter feito cursos na E3cola de Bailado do T'3atro Municipal de São PaulG. Mara as­sumiu a セゥイ・ ̄ッ@ da escol3. de bal-1ft do Teatro Carlcs Gomes.

As apresentações ainda eram sempre acompanhadas pela Or­questra. Alguns anos mais tarde, a sinfônica foi extinta junto com o Conservatório, passando o Ma­Estro Oscar Zander a dirigir a en­tão fundada Escola Superior de Música. Com a saída de Mara Frobst. em 1972, Miss Paulir.e Stringp.r, a 1.a professora jnglesa credenciada pela Royal Academy of Dancing a se radicar no Bra­セ ャャL@ assumiu a direcão da escola elo Teatro . J

Em 197-1, ela formou a 1.a

bailarina profissional do Estado, que prestou exame perante a Roy­al Academy of Dancing e -pass'Ju com medalha. (Ursula Aloma 10-nén). o mesmo ano, Maria Bea­triz セ@ Jiemeyer tornou-s'3 auxiiiar ele Miss Pauline. Com a Saída de Tf'Iiss Pauline em 1976, mais UlJ.1a

i ' 8Z a academia ficou temporaria· mente parada. Em 1978. uイウセii。N@10nen e Maria Beatriz Nismeyer, fundaram o Corpo de Dança NIi'l­ria de Caro, (nome de uma das primeiras bailarinas italia:1as a セオ「ゥイ@ em sapatilhas de ponta'; no Centro Cultural 25 de Julho, sccieàade esta que devo tOGO ap'Jio c incentivo.

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Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC

Em 1980, apresentaram a 1.a

grande montagem 「ャオイヲQXョ。u・ョ ウセZ@

"0 Amor por 3 Laranjas", de P ro· koffiev .

Mais tarde, o profsssor p .::;­dro Dantas Rodrigues veio para Blumenau, assumindo a direqãJ da Escola de Ballet do Teatro . Manteve uma gestão [セ」ョエオイ「。Hャ Z QN@

Ficou na Escola até junho de J982.

Em 1982, o Corpo ds Dança lVlaria de Caro apresentou sua 2. a

grande montagem: "O Messias" , de Haendel. Após estes bem sucs­úidos anos de trabalho no Centro Cultural 25 de Julho (Ur3ula Alo· ma Ion€n), foi convidada p ::b Conselho de Cultura, -do Teat.ro Carlos Gomes a assumir a direção de sua escola de ballet (Julh0 de ] 982) .

Neste espaç'J, quero retifiear o engano de Dona Edite Kormann na edição de maio deste ano, que colocou meu !'lome como sendo ex-aluna do professor Pedro Dan­tas RÜ'drigues, informação esta que não procede.

Continuei a estudar e aprimo· rar meus conhecimentos dentro do método inglês, do qual, hoje セッオ@ professora credenciada, tpn­d·) formado neste Estado, várias bailarinas nrcfissionais CO:l10 também o {o bailarino frofissio­::lal Catarinense, que ー。セウッオ@ em todos os セ G X us@ exames com lTI8da

lhas (Sergio M03.cir BorlJa).

'\ ver; SABIA?

Minha La prêOcupação o.c as· sumir este cargo de 、ゥイ・セ ̄ッL@ fOI ケNZ セ ァゥウエ イ。イ@ devidamente a Escola no l\ iE C . Desta forma, a parti!- de 1982, a Escola de Ballet do Tea· tro Carlos Somes pôde emitir c::rtificados , além dos conferi ias p€.la Royal Academy of :Cancing ele Londres.

Em 1985, veio a 3.a grande montagem: "O Quebra-Nozes", de Tchaikowsky .

Em 1987, a 4.a : "Giselle", de Adolph Adam.

Já em 1978, quando o Corpo da Dança Mari9 de Caro foi fun ­dado, em nossa preocupação, for­mar um grupo profissional de alto l'iív€.l e que pudesse dar aos baila­r.inos um salário condizente com sua profissão é que lhes dessem l:m mínimo de amparo social .

Nasceu oito anos mais tarde, (] 986) o Ballet de Câmara de Blumenau que tem seu próprio registro; é declarado de Utilidade Pública Municipal e Estadual, além de ter seu cadastro no MINC.

O que se pretende com esta iniciativa, é reter os valores arUs· ticos locais e regionais. alguns já nalizados profissionalmente e ou­tros que despontam para. o Ca!lJi­nho árduo e privilegiado da Arte.

Queremos que o ser humano dotado de qualidades artísticas, vi­vendo em nosso meio, difunda a. beleza da Dança e alegre o préxi­mo com o talento qU3 イ・」・「セオ N@

- ("iuE dia 3 de outubro de 1942, a Sociedacle bjオュセョ。オ・ョウ・L@huje Olímpico, derrot::m o Brasil E. C., mais tarde Palmeiras, ptl8. Gontagern de 2 a 1, com cuja vitória sagro u-se cRmpeã blul11sn::1.U8l1s9 el'S 1913? Que as equipes formaram assim - bャオュHャョ。オ・ョウセZ@ \VaI ]ir, Al'LJ.,r e Arécio; Piske, IIeine e O:;neroso; ICG, Willy, Dodinho, Pie e Acreu. O Brasil com Bergo, Pfau e Schramm ; H8rbert, Doqllinha e セ |ャ[Z」ィ。、ッ[@ MeiI'€les, Pavan, Augusto, Tevo e Borba. Que fi. renda do j0ti0, considerada excepcionalmente alta , foi de Cr$ 3. 800,00?

- 272-

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC

Arquivo Histórico «Prol. José Perreira da Silva)) RELATõlUO TRINIE3'J'RAJ.J

ABRIL/MAIO/ JUJ\THC - 1937

I -- ARQUIVíSI'ICA: l. 1 - FUNr:: o MUNI2IP AL

Assessoria de pャ。ャQ・ェ。ュ ・ョエセZ@

Série: Projetos Arquitetônicos - 1947/1950 Este conjunto foi ordenado segundo sua ordem de chegada e cronologia. (Registro 2.] 3:5 a 3.500)

Serntaria de Turismo: Série: OktobErfest - 1984/1980 sセイゥ・Z@ Diversos Fundação Pr9motora de exャ[ッウゥセウ@ de Blumenau: PROEB Série: cッイイ・セーッョ、↑ョ」ゥ。@ _. 1967 Séne: Eventos - 1964/1967 Série: Relatórios - 1·367

1.2 .- FUNDO ESTADUAL Diretoria d1e 'Ilerras e Colonizado Série: Linhas Coloniais - Blumenau 1880/1906

Linhas Coloniais - Blumenau 1910/192;) Deste aCervo foram ordenados por ordem Geográfica/Cro­nológica In ventariados 427 peças.

1 .0 - COLEÇÕES DE DOSSIÊS Foram arranjadas por áreas afins 31 pastas. Crganizou-se as coleções: 1. 3 . 1 - Radiodifusão l. 3 . 2 - Museus do Brasil l. 3.3 - Museus de Santa Catarina

1.4 - r::CCUJ.\TlENTOS ICONCGRAFICOS Foram ordenadas de acordo com a classificação 15 fotogra­fias.

1.5 - DCCUME TO ACDIOVISUAL O acervo que constitvi esta tipologia docum2ntal está em fa· se de organização. O A. rI . J . F. S. au receber a antiga dls­ccteca da PRC-4 Rádio Clube de Blumenau qUE' é constituída de aproximadamente oito mil discos tem procurado agilizar os trabalhos de limpeza, classificação e ordenação dos mes­mos . Adotou-se como métüdo o catálogo com o registro de Fichas por Título/Autor e Intérprete. Atualmente foram ordenados 200 discos que exigm o uso de ] . oj[セ@ fichas.

11 --- DOCUMENT03 DE GUARDA: Sob a forma de doação o AHJFS recebeu os seguintes docu­mentos: BRACK, Franz.

Revista Liga Cultural e Recreativa d'J Vale do Itaj ::lÍ --exemplares ......... ..... .. .. . .... . .. _ ...... 28

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Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC

STEINBACH, 1 livro intitulado: "Mustergiltingen Kirchenbauteü. Mit-telalters" - 1914 Dia: 16/06/87

GEORG, Edeltraud. 1 fotografia "Vl'ipOT Blumenau" - 1914 Dia: 17/07/87

RÁDIO CLUBE DE BLUMENAU Oito mil discos - antigo acervo da PRD4 - Rádj.o Clt:­be de Blumenau.

III - PESQUISAS: Foram realizadas 48 pesquisas. Os temas estão relacionados aos aspectos históricos , ウ」ゥッM」オャエャQセ。ゥウL@ e €conômicos da regiáo . A::, pesquisas realizadas em periódicos tiveram fins probato rios.

IV - PESQUISAS DE INSTI']'UIÇõ]!3: CRETZBERG, Leonard F. Pesquisa: Hinalogia da IECLB Indituic5o: IECLB - Joinville Finalitlade: Estudos DECKKER, Ingeburg. Pescluisa: Imigração Alemã em se. Instituição: UFSC - Florianópolis FínrJidade: Estudos lingüisticos ROUVER, Vanderlei. Pesquisa: História de Canelinha Instituição: üFSC - Florianópolis Finalidade: Publicação RE1-JAUX, Maria Luiza. Pesquisa: História Social de Blumenau na prim-eira metade do

Século XX Instituiçã.o: FURB Finalidade: Publicação

V - EXPOSIÇõES: Continua exposta na Galeria do Museu da. Família Colonial o "Calendário através dos Tempos". O mesmo foi organizado pe­lo A.H.J.F.S.

VI - MICROFILUAGE11f: Foi concluído o trabalho de microfilmagem de periódicos adi­tado em Língua Alemã. Este trabalho é fruto do Convênio tm­tre Fundação "Casa Dr. Blumenau" e Programa Nacional de Microfilmagem de Periódicos.

vn '- 'l."RADUçõES: - Tipos Excêntricos de Blum-enau - José Deeke .... 3 pág.

elA. HERING o ー ゥ ッョ・ゥイセ ッ@ ?a. ゥNョ、ウエイゥセ@ tê?'til 「ャオュ・ョ。オ・ョウセ@ e. a セᆳca dos dOIS peIxinhos, estao mtegrados na propna histó­

ria da colonizaçã.o de Blumenau e o conceito que desfruta no mundo todo é fruto de trabalho e perseveranea em busca do aprimoramento de qualidade.

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Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC

Carta de um colono para sua mãe na Alemanha ex­traída do Periódico "Der Hansabote" O Mensageiro da Hansa, n.O 7 - ano 1905 - ANO I . ......... , 2 pág.

- Artigos comerciais extraí-dos do Will's Kalimder 62 trad. - Atas de Reuniões do Cultur Verein ............. ]4 pág .

Tradutora: Edith Sophia Eimer . VII - trelNセaGmento@ E EXTENSÃO:

N o mês de agosto a Profa. Sueli M. V. Petry concluiu o cu rso iniciado em março referente Organização e Administração em Arquivos realizado junto àJ UFSC - Florianópolis. Consideracões finais:

O trabalho que o arquivo vem apresentando é fruto da de­dicação de seu!:: funcionários que estão empenhados em agi­lizar a informação aos consulentes . Atué'.lm::.nte fazem parte do quadro 6 funcionários que realizam trabalhos de pfot:essa-

mento técni::o e atendim8rlto ao público_ Blumenau, julho 1987.

Sueli 1\'1. ". p ,ptry Resp. Setor: Arquivo Histórico

05 primeiros oitenta anos de colonização alemã em Blumenau

íNTF,GRA DO aNャセtigo@ Ql.JE, A RESPEITO. n .:nLICOU o ,WRNAL "DER lJRWALDSBOl'e", DE 2 DE SE'IEl\1BRO DE 1930

"Der Urwaldsbote" - Ano m·; li_o 19 - terça.feira, Z 、セ@

setembro de 1930.

Publicou o セ\・ァオ ゥョエ・@ artigo come­morativo sob o título:

"Achtzig Jahre Kolollisation in Ulumenau" (Oitenta .mos de co· Jonização alemã, em Blumenau)

Hoje, oitenta anos p3ssados. Dr. Hermann Blumenau colocou a pedra fudamental para a CollJ­nia Blumenau. Um dia imQortan­te para. nós e que ュeZイ・セ・@ ·ser co­memorado. No entanto, a crise financE:ira não nos permite come-1:1orar esta data com fest2s ('-3-

plendorosas, e no entanto é uma obrigação nossa, nesta hora, faZer l:ma retrosp:ctiva dn obra daque­k que, com muito esforço. conse­guiu o que hoje char.1amos de

Blumenau. Com incansável capri­cho e carinho, o cronista de nos­so município, o senhor TheoJ.or Lüders. trouxe novos aspectQs desconhecidos ao grande público; e que aqui publicaremos COn: iO

lembrança da data de fundação da cidade.

Uma série de artigos que cai­ram da pEna do mesmo 」イッョゥウセ。@sobre os 10 primeiros anos da fundação - 18;50 até fins de QXセゥAI@- quando os primeiros colonos, com suas famílias, estabeleceram­セS@ na floresta virgem; quem po ..... e­ria imaginar que o pequeno el1l· pn:endimento se desenvolvesse para a impcrt1!1cia que hoje re· presenta.

O dia comemorativo ela fun­dação da Colània há oitenta anos p3ssados, faz lembrar, em prinJei-2'0 lugar, o norr.e do fundador e ·

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Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC

diretor permanente da Colônia, Dr. Hermann Blumenau, e os pri­meiros colonizadores de orir;em éolemã, que nos anos de 1850/18:5:1, ajudaram a colocar a pedra fun­damental da nova Colônia.

- Nunca será demais relem­brar à nova geração sob que CC!1-

dições difíceis foram 」ッョアオゥ セエN。ᆳ

das as florestas virgens e os pri­meiros lugares para a constnH;ão ode suas casas, suas plantaçõ:.=s, etc., para assim estabelecer a ba­se de uma nova pátria para os milhares de imigrantes e seus deS­cendentes .

Para o fundador e dirigente da nova Colônia, Dr. Blumenau, 03 primeiros anos foram os mais difíceis e críticos de seu 8mpreen­dimento. Com 27 anos de idade, veio o Dr. Hermann Blumen:iU, bem estudado e equipado, em ju­lho de 1846 para o Brasil, com o propósito patriótico de apoiar cs inúmeros imigrantes alemães da­quela época: edificar uma nova e feliz Pátria, onde pudessem. viver com seus costumes, seu idioma , onde suas tradicões fossem ore­セ N ・イカ。、。ウN@ Como セ イ・ーイ・ウ G bョエ。ョエ←@ de uma Sociedade pâra a proteção de imigrantes, que foi cri8,da em Hamburgo em 1845 e cujo objeti­vo era adquirir grandes comple­xos de terras, no sul do Brasil, o Dr. Blumenau chegou a est8 pais.

Equipado com boas イセ」ッュ・ョNᆳdações e as autorizações n 3ce:3sá­rias, entrou logo em contato C'1ffi

os governos das províncias . Visitou as Colônia governa­

mentais, fundadas Em 18'J1 com imigrantes alemães n i'\. Prf)VínCla elo Rio Grande do Sul (S5.o Leo-

poIdo, etc.) e a Colônia do Gover­no, (São Pedro de ALcântara) fundada em 1829, na Provbcia de Santa Catarina. Assim obteve uma visão geral sobre o sAャセXssj@

da colonização alemã no sul do Brasil .

Em fins de 1847, o Dr. Blu­menau iniciou sua primsira via­gem expedicionária ao grande va­le do Rio Itajaí , cujas terras lhe tinham sido recomendadas como grandes e férteis para uroa possí­vel colonização. Chegou iZZoセ@ SEU amigo Ferdinand Hackradt e uma experimentada tripulação por vャセ@fluvial, pois por terra era impos­slvel. O Dr. Blumenau subiu até a foz ào afluente do rio Subida, para dentro do grande fio Itaj :ü, seguindo também in!.pl)rtul1te afluente do rio Benedito, .üé a fez da confluência do r io dos Cedros.

A visão assim obtida da re­gião em questão, foi de tal manei­ra favorável, que o Dr. Blumenau, sem p2rda de tempo, dep0is de seu regresso a Itajaí, seguiu l):lra a capital da Província, Desterro (hoje F1prianópolis) , e lá, a 16 de março de 1848, apresentou à As­sembléia Provincial, como repre­sentante da Sociedade de ErrllgrQ­ção de Hamburgo, um イセ、ゥ」ャ ッ@ pa· ra a autorizacão de dez léQ'uas quadradas no セ@ Vale do It"ljc1i °e li ·· (!€:nça para ・ウエ。「・ャ・」ャセイ@ ali i:ni­grantes alemãeE'.

Ao pedido feito o Dr. Blull1 ?­nau anexou um esboco das cbri­g-ações e direitos de an1bas as p:u­tes, que assinaram o contrato. () ôocumento foi entregue à 2onlis­E·ão para estudo no dia 18 da abril de 1848 e o mesmo eil.::aminhou-

BANCO 00 ESTADO DE SAO PAULO S. A. Bonespo Um dos colaboradores nas edições desta revista

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Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC

se a0:- gqvern0.'. O documento di­zia o . seguinte:

"Consid,erando que na Provín­ela de Sp..nta Catarina existe o me­nor número de escravos, em com­paração aos brancos ali radic:l.· dos, e consid2rE-.ndo que ::t P rovín­cia, muito sofreu com o recr uta­mento de homens para o ssr v IÇ O

militar e mar i J1..l-]a, sem 'l ua o go· verno atendesse as fr eqüentf:s re­clamaçõEs junto às reUnIo::s (te Geputados e Q rróprio goVe.i'll o . :C:sta Comissão, no interes3(' da Província; acha por b8m, impor­tar trabalhadores e ddf-ll1e::. op·)!­tunidade de se estabsle:::erem . ,.

. "Cànsiderando as カ。 ョセRNァ」 ョ ウ@

ria proposta de colonizaçào do Dr. Blumenau, feita s イ ・ヲe イ セ ャQ エX@ às obrigac;ões mútua s 8 ainda consi úerando o resultante progresso para a Província no setor de agri­cultura e criação de gado, et:-: . a Comissão 。」ィッセ@ a mesma d e su­ma importância . "

"A projetada fundação oe uma colonização, enriqueceria em tempo previsto o número de m ü­l'ador,es da Pro"íncb, o que sel'Í.l vantajoso, considerando a cons· tante diminuicão dos 2scravos e sua prevista libertação. Com a c:olonização de grandes £イ・セ ャ ウ L@ os ü1dígenas seriam cspantaaos e possivelmente civilizados. ()s re· sultados das culturas auxiliariam 110 セ「。ウエ・」ゥュ・ョエッ@ das áreas maio­res."

"As propostas fêitas pela So­ciedade, com €xcessão de algu­rpas, parecem ser boas e ac eitá veis para a Província e a Con'is· são acha que as mesmas deviam ser aceitas e 'aprovadas pelo go­verno do Império.

Paço da Assembléia da Pro-

víncia de Santa Catarina, 18 de abril de 1848_

ass : Sen ro Am0rim do Valle Presidente da Comisão. "

Com esta perspectiva de apro­v:tção do projeto de colonização, ;) "Cr _ Blumenau esperava o defi­llitivo Gonsentimento do governo.

Teste meio t empo, ele rece · J:;eu a notícia e.smagadom da dis­solução da Sociedade em Ham­burgo e a retirada de sua pro cu­racão. Com isto se desfIzeram to­uC'S 0 2 sonhos feitos com relacão hOS planos de colonização. Mas o Dl' . Blumenau não era ィoョGゥN・イセャ@que se deixasse abater tão facil ­mente. Pessoalmente possuía uma apreciável fortuna ー。 イエゥ Zセ オᆳ

lar , assim como também o seu :lmigo Fernandó Hackradt . I)s dois resolveram de imediato ad­quirir uma Colônia paorLÍcu!ar na l'I2gião do Rio Itajaí . Naturalmen­te o Dr. Blumenau contava p:tra o futuro, com o auxílio do セ G ッカ・AGM

110 brasileiro e o da Prússià, co­mo também de alguns capitalis­i as que financiariam seu plano patriótico. Pediu ao governo da Província que エイ。ョウヲ・イゥウウセ@ 3. セ ッョᆳ

cessão para seu nome e o de Hackradt. O Dr. Antero José f'erT€ira Brito, naquele t.empo P residente da pイッカ ィ ャセゥ。@ de Santa Catarina, e autorizado pela As­sembléia Provincial para realizar o projetado plano para coloniza­çã o, tinha grande cO:1fianca no ta · lento colonizador do Dr.- Bluroe­n au e concedeu-lhe oito léguas c!uadradas de floresta virgeu: no Vale do Itajaí, para estarelecer imigrantes alemães .

Em maio de 1848 comecaram os preparativos para a Colônia particular a ser fundada. For arr. compradas várias terras do par­ticulares que lhes pareciam vanta-

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josas pata um porto fluvial e uma cidade, sede administrativa, etc.; e mais outras Que limitavam-se com a área a ser colonizadr. (na foz dos afluentes Velha, Garcia e do outro lado a margem esquerda do rio Itaj aí). Foi iniciada a cons­trução dos ranchos que ウセイカゥイゥXNュ@de abrigo às pessoa.; e começa­ram os trabalhos de um porto flu­vial de desembarqu€. Com ・セ Zエ イNウ@

trabalhos foi incumbido o senr.or Hackradt, enquanto o Dl'. Blume­nau viajaria ao Rio de .1al1e irc e Alemanha para possíveis emi,ta­tos de interesses para sua Colônia e conseguir o maior número pos­sivel de imigrantes alemSes par;L o vale do Itaj aí.

Após uma ャッョセ。@ e difícil via· gem num veleiro, ° Dl' . Blurnc­nau chegou em novembro de 1iH9 à Alemanha e encontrou cor.cti­ções extremamente ー セ ・」。ョ。ウZ@

conseqüências das ャエゥュセウ@ agita­ções políticas. O governo da Prús­sia rejeitou qualquer auxílio ao empreendimento do Dr. Blume­nau. Alguns amigos, mesmo bem intJenc5.onados, rião lestavam em condições de auxiliar naquele mo­mento os projetos do Dr. Blum·s­nau. Grandes comerciantes e capi­talistas estavam emp\snhados na formação de uma Sociedade Colo­nizadora em Hamburgo, para colo­nizar vastas áreas pertencentes ao príncipe de JOinT/ille, cunhado do imperador do Brasil, D . Pedro l, e que eram oferecIdas cO!u pre­ços vantajosos. A Sociedadt> f(li definitivamente fundada em QXMQセI@

c em 1851 começou a estab"'J.ecer imigrantes alemães na COLônia Dona Francisca, mais tarde J Olll­ville.

Tão desfavorável 」ッュセ@ as so­licitações de auxílio foi a primei­ra propaganda escrita pür Dr.

Blumenau, para obter imigrantes. Agentes emigratórios. de emtros países como: Areérit.!a do Norte, México, Chile, Austrália, ・エセL@ fa­:liam ampla propaganda CI)m de­turpação da realidade. Prometi­am rios de ouro, mas sílenciuvam sobre o árduo trabalho que os es­perava. Estes 。ァ・ョエ・セ@ estavam so­mente interessados no número elevado de pessoas angariadas, para depois receb€r o dinheiro que lhes era pago por cabeça.

O Dr. Blumenau, cuja opinião correta, honesta e patriótica não permitia o uso -:te tais c;ubter­fúgios, mas sim não fazia segre­do do árduo trabalho que espera­va os nomens na Nova Terra. Es­colhia somente homens fortes e Eaudáveis. Com isto DOUCO CO!lse­guiu para emigrar ao- Brasil e pre­dsamente ao Vale do Itajaí. TJm maior número de imigrantes Pc­meranos que já tinham confirma­do sua viagem, foram persuadi­dos por agentes a emigrar à Amé­セャc。@ do Norte e ao México. Com sua malograda tentativa de 」ッョウZセᆳguir imigrantes, o Dr. Blumenau iJ, perdera muito tempo e resolve­ra regressar, para ali junto ao governo brasileiro, tentar despE;r­tar o interesse para a imigração r,lemã p.or intermédio da influên­cia política .

Antes dE sua partida da Ale· l1:.anha, que ocorreu em março de 1850, o Dr. Blumenau combinou ainda com seu sobrinho ReinhoJd Gaertner, que se decidira a acom· panhá-lo, seguir com os poucos imigrantes que se 。ーョセウ・ョエ。イ。ュ@

para viajar num dos próximos na­ケセッウN@

A despeqida qe seus pais, ir­mã.os, parentes e amigos foi 、ッャセᆳrosa para ele, tanto mais que sセᆳbia que enfrentaria muitas difi-

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culdades para levar honestamen­te ava..'1te este seu projeto de co­Ionização. Somente depois de 34 dias de viagem acidentada num velho veleiro, o Dl'. Blumenau chegou em julho de 1850 ao Rio de Janeiro, onde pouc·) antes grassara uma epidemia de febre amarela.

Em uma carta, que pouco de · pois de sua chegada esc revel::' a um amigo, ele relata: - "Na roi­セャィ。@ chegada, bem contra a minha vontade e costume, sentia o cora­c;:ão pesar como chumbo . S0ria prenúncio do que me esperava ou ·f.ra o ar que ainda estava carr-:!­gado de febre aman:la? Desani­mado me . dirigi ao escritório d8 meus amigos, os senhores Schra­der e Cia. Aqui encontrei um fl::l­cote de cartas que haviam chega­do para mim, durante o エ・ュセッ@que estivera em alto mar. Ull1a das primeiras cartas me trouxe a triste notícia da morte de meu pai, no dia 2 .de abril de 1850, com í9 anos de idade . Uma segunda carta me trouxe a notícia de uma perda que muito me afetou e des­truiu uma longa esperança na vi­da. Uma terceira carta era de meu SaCIO Ferdinand Hackradt, que pedia que trouxesse dinheiro o quanto antes, senão estaria tu­do perdido, mas ainda o mesmo comunicava-lhe que pretendia セイ@

embora de qualquer maneira e que a serraria estava em perigo de ser totalmente arruinada pDr uma segunda enchente e que as t&.buas em reserva só podiam ser vendidas por um preço mínimo .

De posse dessas notícias que o abalaram muito, o Dr. Blume­nau não se deixou desanimar. As­sim dirigiu-se confiante ao gover­no imperial brasileiro e teve a sorte de que lhe concedessem um

empréstimo de 10 contos. Prome­teram também um auxílio para viagem dos imigrantes e auxílio na propaganda iniciada por セ}・L@

com o apoio do encarregado de 」セュ←イ」ゥッ@ do g::rverno imp (õ!'ial na l\lemanha_

Amigos no Rio de .Janeiro hnimaram o Dl' . Blumenau, prv­n!etendo que se interessariam p(.lr ::,eus plap.os junto ao governo e junto a pessoas influentes; um amigo ajudou-o ainda com um émpr,§stimo.-

Depois de uma ausênl.!ia dê dois anos. o Dl' _ Blumenau final­mente voltou ao Vale -do Ita;'lí, iセ。@ esperança de que os trahalhos preliminares para o recebimento dos imigrantes tivessem sido feio tos por seu sócio, o senhor H'lCk ladt. Ambos haviam deliberado セッ「イ・@ o que poàeria ser f8ito cem o capital restante dispcnível de 9 contos antes da viagem, assim como a compra de mais alguma terra particular .

Amarga decepção sofreu o Df. Blumenau na sua chegada à foz jo afluente da Ve1.ha, em cu­jas margens viam-se os trabalh:)s iniciados, Provisórios 「。イ イ 。セZッウ@

mal construídos, a serraria pres­tsr a cair, o pasto sujo e mal セ」Nゥᆳdado, onde pastavam 8 bois de tracão e uma vaca mal nutrida. Insignificantes plantações e so­mente dois trabalhadores, foi o que o pr. Blumenau encontrou ao examinar !TIinuciosamentg 3.

região, E o que era pior, no 」。セク セ|@

r.ão havia mais dinheiro . O 58-11hor Hackradt des(!ulpou-se com a dificuldade d.e conseguir エZャ N セᆳ

mentos para o trabalho, as coneU­ções climáticas que eram pé:si­mas e declarou 3U[!. retirada da C:üciedade _ Além disto, exigi'). a restituição de seu capital =! ue co-

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locara no negocIo e uma indeEi­zação por seus serviços prestados até o presente momento.

Neste interim veio a noti:::ia da chegada dos primeiros inll­grantes ao porto de Itajaí, na companhia do senhor Reinhc.ld Gaertner e que os mesmos já vi­nham subindo o rie Itajaí.

Nu dia 2 dg setembro de 18;)0, aconteceu a chegada de 17 pesso­a5 de origem alemã na. foz do ri·) Velha, onde na última hora ain· da tinham sido feitos preparati­vos para a recepção e abrigo para os mesmos.

Sobre a viagem marítima dClS pI imeiros imigrantes, nos infor­ma um dos mesmos, senhor Paul Kellner. que relata o seguinte: "apés uma difídl travessia, chega­mos a 2 de agosto, no porto 、Hセ@

Santos. Aqui somente desembarca­

ram uns poucos passageiros qU8

pretendiam seguir para São PaJ.­lo. De Santos seguimos para a ilha de Santa Catarina, onde '3m Desterro, capital da Provínch, permanecemos alguns dias para regularização aHandegária. Aqlli a bordo de um pequeno barco coso teiro, fomos levados à Itajaí e mais o rio acima até a foz do 8fluents Belchior, onde nos espe· :rava o senhor Hackradt. Numa primitiva balsa, seguimos .:!·JTIl to· C!OS os nossos pertences at§ o lu­gar do desembarque definitivo."

O Dl'. B1 umena '.1 fixo u o dia da chegada destes primEiros 17

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V(.)CÊ SABIA?

ünigrantes, 2 de setsmbro c.e 1850, como dia da fundação da Colônia Blumel1au.

Agora Dr. Blumenau assu­miu wzinho a direção da empre­セZ。@ e encontrou forte apoio 11(,8

r,rimeiros que aqui haviam chega­·(lo : Reinhold Gaertner, Fral1z Sa11entien, Paul Kellner, Julius TUtscher, Daniel Pfaffendorff, Fnednch Geier, Friedrich Rom'3r, Erich HOffmann, Andréas Bót­('11er, Wilhelm Frisdenreich (casa­do) e Andreas Kuhlmann (casa­do). Ao todo 9 homens solteiros, 2 casados, 2 mulheres, 2 adn1.tas é 2 mEninas pequenas ."

Ferdinand Hackraodt" o até então s6cio, abandonoJ a Colônia, h.do para Desterro, ond3 。ウウセᆳ

miu um pequeno estabelecimento C'cmerciaI, que no decorrer . d0S pnos levantou para um Aョ。イセ。ョエ・@e próspero negócio de ir.\lportaçd.o e expurtação.

A fase de desenvolvimento da Colônia nos primeiros dez &nos, 1850 até 1859, foi difícil e preocupante para o funàador. as­セゥュ@ como para os colonos, :-lua セッュ・ョエ・@ com energia férrea e es­pírito de luta pioneiro a l -2mão, conseguiram o progresso qü8 ex­perimentou nas seguintes déca­das." (Tradução: Edith S. Eimer) NeTA =-- A coleção complét::l etO ''L·er :Jrwaldsbote", ゥョ」ャオセゥ■B|ャ@ e);}

l1licrofilmes, acha-se no Arquivo Histérico da Fundação ·'Ca.sa Dr. Blumenau" .

- QUE o primsiro cinema inaugurado no Brasil foi o do Sr . .F'reuerico Guilherme Busch Sênior, em Blumenau, a :15 de noy:rúbro de ャセ ZgW_@ A noticia está nas páginas do jornal "A Ka<.:ão", de 13 de lll .. vembro de 1943.

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FIGURA DO PASSADO

DR. BENEDITO DE CAl\IARGO ROCHA

José Gonçalves

No c!ia 5 de agosto corrente, falsceu nesta cidade o Dr. Benedito de Camargo Rocha, médico cirurgião e especializado também em cirur­gia plástica e que durante mais de duas décadas exerceu, com destaqu3, a profissão em Blumenau. Ele atuou muitos anos no campo da cirurgia

ME!dico cirurgião UI'.

Benedito

de Camargo

Rocha

no Hospital Sto. Antônio, serviu ao antigo SANDU (Serviço Assisten· cial Médico Domiciliar Urgente), no IN.4..MPS € clínica particular.

Benedi to de Camargo Rocha destacou-s8 mais, durante essas décadas, pelas suas qualidades hu­manitárias, pelos ex-smplos de amor fraterno para com seus seme­lhantes e, em especial, àqueles que o procuraram para curar seus ma·· les. F,;::z caridade com suas mãos exímias d3 cirurgião, deixou de lado o interesse pecuniário, usando a sua habilidade de médico como um sacerdócio em benefício dos

menos favorecidos pela sorte . Nsste campo, foi sempre justo e per­feito em todas as suas ações, reunindo em torno de sua pessoa, um vasto círculo de gratidão, respeito e admiração.

Não vamos, todavia, nesta introduçã.o, nos alongarmos. R·3corde · mos e recapitulemos o que este jornalista escreveu, em 1962, na crô­nica dIariamente escrita para o jornal "A Nação" e o programa "Re· vista Matinal", na antiga PRC-4 - Rádio Clube de Blumenau. a res­peito da atuação do Dr. Benedito de Camargo Rocha - vejam só, há 25 anos passados. A crônica daqu ela época jntitulava-se "Bom-Dia Para Você" e, no seu conteúdo, dizíamos, na íntegra, o seguinte:

BOM-DIA PARA vocセL@ Dr. Benedito de Camargo Rocha, mé­dico cirurgião do Hospital Santo Antônio. É para você; nobre profis· sional da medicina, que eu dedico este meu bom-dia.

Você, Dr. Camargo Rocha, tem sido, algurnas vezes, injustiça­do com críticas apesar do seu trabalho humanitário, à frente de uma secção do Hospital Santo Ant0nio, voltada para os m énos favorecidos }Jé.lô. sorte, especialmente intervenções cirúrgicas em socorro a índi­geatcs.

Se todos os blumenauenses, em especial aqueles que às vezes o ferem com criticas à sua humanitária pessoa, se dessem ao trabalho de conhecê-lo melhor, de acompanhar mais de perto os bensfíci0s que vo(.ê ーセ M・ ⦅ウエ。@ à gente セッ「イ・@ e não só de Nセャオュ・ョ。オN@ Aャャセウ@ ·de t?do .o ケ。セQ@de.. HaJaI, salvando vIdas com sua habIlIdade profIssIOnal, mtellgencla

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e tirocínio privilegiados para a profissão que abraçou. talvez ッャセ。ウ ᆳウセュ@ com mais carinho, com mais simpatia e gratidão para a sua flgu­ra de homem simples, comunicativo e de coração magnânimo, quali­dades que lhe são inegáveis, Dr. Camargo Rocha.

Nós tivemos a ventura de, em várias oportullidades, testemu­nhar sua dedicação e até sacrifícios, na missão de c;alvar preciosas vi­das de gente humilde . Lembramo-nos, sempre s mocionados, aquele dia em que você, Dr. Camargo Rocha, determincu que fosse ャ・カセ、ッ@com rapidez para a sala de cirurgia, um menino d'3 d,?ze anos de Ida­de, filho de pais paupérrimos, residentes em Barracao. bイオセアオ・N@ A operação Leve a duração de mais de quatro horas. Você termmou sua tarefa já pela madrugada, salvando o menino que havia ingerido 254 (duzentas e cinqüenta e quatro) bagas -de tucum; e. para espanto !10S­so, três horas após terminada aquela cirurgia, ou seja, às 6:30 da ma­nhã, com apenas pouco mais de duas horas dE repouso, você, com a mesma dedicação de sempre, resistindo ao cansaço: já se achava no­vamente na. sala de cirurgia para realizar outra intervenção que teve duração de mais de duas horas.

Esses fatos, estas provas de abnegaçã G, no cumprhnento de sua nobre missão de salvar vidas, ocorrem quase que diariament.e. E, convenhamos: se você, Dr. Camargo Rocha, cobrasse o que seria jus­to pelo seu trabalho profissional, seria um dos helmens mais ricos de nossa comunidade. Mas você aão é. Isto porque, vccê, Cr. Camargo, embora percebendo uma insigniiid.ncia da municipalidade pelo seu serviço extraordinário e admirável que presta à classe pobre da re­gião, jamais deixou de cumprir com o seu dever. Por isso você será um médico de poucos recursos financeiros. E não é justo ser criti­cado, às vezes, por pessoas que exigem de você mais do que é razoá­vel e possível.

Ante as criticas injustas recebidas, um outro profissional tal­vez respondesse com aspereza e irritado . Mas vccê nunca chegou a tais extremos, aceitando tudo com paciência, tolerf\ncia e generosida­de, mostrando um admirável equilíbrio, uma ccnsciência tranqüila pelo dever d-::: humanidade que vem cumprindo . .

E é por conhecer a extensão do valor de seus beneficios, Dr. Camargo Rocha, em prol da gente mais humilde; por sentir que é preciso lhe fazer justiça púr tanto bem que você fez e sempre fará sem alarde, sem procurar a paga justa e perfeita pelo seu trabalho; porque você, com a experiência obtida na sua tarefa difícH, continua sempre decidido a salvar tantas v/idas de seres humildes, que depen­dem de sua capacidade para continuarem vivendo ; por saber que vo­cê, Dr. Camargo Rocha, é um verdadeiro apóstolo dFlJ profissão que abraçou, e que, por cumprir est8. missão de maneira tão sublime, em favor -dos mais necessitados, sem nada receber em trcca, mesmo um

I CREMER Produtos têxteis e cirúrgicos. Conserva através dos anos

o conceito de qualidade superior no que fabrica, garantindo com isso um permanente mercado absorvente nas Américas e noutros con­tinentes, levando em suas etiquetas (!) nome de Blumenau.

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ー。ァ。ャセ・ョエッ@ f::.zoável, você será sempre um médico pobre, mas 'poSisui­dor da mais valiosa riqueza que enobrece o homem: a fraterrudade e a consciência plena do dever cumprido; um médico que talvez nunca possuirá grandes recursos financeiros; mas que possuirá sempre em enlevo sua grande alma, um coração generoso e bom, em favor dos que vão à sua procura, em número cada yez maior, buscando, atra­vés de suas l1'iãos generosas, o cirurgião que extirpe de seu corpo o mal que os aflige.

É por tudo isto e muito mais que, nesta crônica não poderia equacionar que eu lhe dedico hoje este m eu bom-dia.

Em nome dos humildes que tantos benefícios receberam de vo· cê; em nome daqueles que se contam às centenas, que lhe devem a vida; em nome da própria sociedade, a qual você tem devolvid0 pes­soas perfeítamente restabelecidas, eu formulo ardentes votos pela sua felicidade pessoal, e para que Deus o auxilie e o inspire sempr9 lleste espinhoso e nobre caminho que você trilha , dedicando-lhe, hoje, Dr. Benedito Camargo Rocha, médico cirurgião dos pcores e ind1gen­tes, lotado no Hospital Santo Antônio, este meu entusiástico a emo­cionado BOl'vI-DIA PARA VOCÊ!

-0-NOTA - Benedito de Camargo Rocha nasceu em Agudos, São

Paulo, no dia 26 de novembro de 1912. Fez seus estudos preliminares no Seminário de Lorena e os estudos superiores m:. Faculdade de Me­dicma da Universidade do Paraná, formando-se .em clínica cirúrgica. Fez alguns estágios em centros clínicos de São P:mlo, chegando em Santa Catarina em 1949, para assumir a clínica cirúrgica no Hospital de Vila Itoupava. Depois de alguns anos transferiu·-se para Blurue­nau, atuando no Hospital Santo Antônio e noutras atividades que fo­ram citadas aqui. Há cerca de uma década e pouco, realizou em São f aulo, um curso de especialização em cirurgia plástica. Seu ウセ[ーオャエ。ᆳmento ocorreu no dia 6 de agosto corrente, no cemitério ·eY'angélico de Blumenau, com a presença de centenas de pessoas am!.gas que lá foram dar-lhe seu último adeus.

, O SABIO NATURALISTA

Vivo fosse', certamente gosta­ria que lhe pintassem seu qua­dro como ele era, com suas ru­gas, sardas e expressivo olhar, penetrante e iluminado. Para des­crever FRITZ MÜLLER necessá­rio dizer que se o chamássem::>s sábio, quereria que se dissesse também qu.e foi um raldical. Viveu para refletir, meditar, pensar, ra· ciocinar e pesquisar, não fazendo concessões.

Se seu pai foi um Pastor,

Fritz Müller, agnóstico, enfrentou dificuldades, desde a Alemanha (onde nasceu, em 1822, em Win­áischholtzhausen, exatamente no ano em que ·era Proclamada a In­dependência do Brasil). Ao colar grau, negou-se prestar juramento, porque continha conceitos contrá­rlOS à sua formacão de ateu. . Não tendo r ecebido, por isso, o seu rii­'[-loma, emigrou para o Brasil, em 1852, com 30 anos de idade.

De princípio veio residir em

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Blumenau, dedicando-se à agricul­tura. Lá também enfrentou pro­blemas religiosos com a colônia protestante. O próprio Hermann Blumenau cuidou de fazê-lo mu­dar-se para Desterro, vindo ale · cionar matemática e história na­iural, no Liceu Catarinense.

Manteve a8sídua e permanen­te correspondência com Char!es Darwin, seu mestre, 20 anos mais velho, e com Ernest Haeckel, ou­iro naturalista da sua idade, tam­bém discípulo de Darwin. Suas correspondências foram anterio­res à publicação dos "resumos" sobre "A Origem das Espécies" de Darwin . Já contava o Mestre, portanto, com os subsídios qUe seu 、ゥウセ■ーオャッL@ - a quem o deno­minou afetivamsnte de "Príncipe àos Ctservadores" - daqui do novo continente lhe remetera so­Lre a classificação das espécies. Para Haeckel repassou suas peso quisas embriológicas e da fauna marinha .

Fritz Müller escolhera a Pra.ia de Fora para residir. Des­terro, atrasada como era, olhava pasmada aquele alemão alto, ma­gro, louro, de barba inteira, curta, € rala, a. passar grande parte do seu tempo, com as calças arrega­çadas acima dos joelhos, dentro do mar, recolhendo plantas, :::no· iuscos ,e crustáceos inéditos da flora e fauna marinhas . Cuidado­samente levava-os para casa, pa­ra classificá-los e aprofundar seus estudos, repassando seus pensa· mentos e descobertas para Dar­win e Haeckel.

Há registros de que os 12 anos mais fecundos de suas pes­quisas foram realizadas aqui no Desterro. Contudo, quando os je· suítas entraram no Liceu Catari­nense, Fritz Müller imediatamen­te retornou para Blumenau. Sem­pre radical, nem mesmo no outo­no da vida faria concessões ...

Pois esse insígne naturalis­ta alemão, que veio a falecer em 21 de maio de 1987, na cidade de Blumenau, foi o maior de todos os nossos pensadores.

Suas observações e estu­dos estão nos quatro volumes es­critos em alemão, recolhidos pos­tumamente por seu sobrinho AI­fred Müller.

Sabe-se que a cidade de Blu­menau possui esses exemplares, muito pouco lidos e ・ウエオ、。、ッセL@

que at§ hoje rEclamam uma tra­dução para o português.

Essa injustificável omissão, que agora já pode ser creditada às próprias autoridades, impede que se conheça e se tribute o de- ' yido valor a esse grande cientis· Ü1 e pensador, que inclusive che­gou a ser o mestre do grande siml:olista Cruz e Sousa.

Fara lembrar Fritz Müller na p3.ssagem dos 90 anos de seu fa­lecimento o INSTITUTO mSTÓ­I-UCO E GEOGRÁFICO DE SAN­TA CATARI A réverencia a sua memória, fazendo ·3sse registro.

(Pronunciamento feito pelo Om· dor do I.R.G.S.C., Paschcal Apóstolo Pítsica, no Palácio Cruz e Sousa, na sessão de 22 de maio de 1987)

M AF I SA Uma etiqueta facilmente encontrada em todo o coméreio bra­sileiro. O aprimoramento constante do que produz, tornou

MAFISA tão obrigatório o uso dos seus produtos quanto o desejo dos brasileiros de conhecer Blumenau e seu povo.

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Subslclios Históricos Coordlenação e Tradução: Rosa Ilerkenhoff

F.xcertos do "Kolonie-Zeitung" (Jornal da COlônia) , ーセ「Qゥ」。、ッ@ セA@colônia Dona Francisca, Joinviile, a partir de 20 de dezembro de 18b"::.

Notícia de '24 de marco de 186.6: Dona Francisca - Linha Telegráfica entre o Rio e Porto Alegre. Recebemos do chefe da oficina do telégrafo do Rio de Janeiro

Sr . J. Georg Repsold, li seguinte comunicação: . "A primeira linha principal do telégrafo terá somente quatro

esLaçõ€s: Rio, Santos, Santa Catarina (Desterro) e Porto Alegre e ・ウ セ@

tas serão monta-das com aparelhos para comunicaçB.o rápida, sistema Morse. Uma segunda linha, que s'erá instalada ao mesmo tempo, com­portará, ao contrário, maior número de estações e deverá servir mais acs telegramas part:culgres. As estações são as s'8guintes, a pardr do Rio de Janeiro: Itaguarí , Mangaratiba, Angra dos Reis, Parati, Uba­tuba, São Sebastião, Iguape, Paranaguá, São Francisco, Itajaí, Lagu­na e Torres . - Como é fácH verificar por esta lista, os pontos de co­ュセョゥ」。 ̄ッ@ com a Capital são numerosos '2 além disso, deu-se atenção às colônias alemãs, as quais poderão facilmente introduzir um ramo secundário - Dona Francisca com São Francisco e Blumen:m com lta,jai . "

Notícia do mesmo dia 24 de março: Comunicação importante: A Câmara Provincial resolveu eleT/ar a colôn!a Dona Francisca

a 11unicípio. Notíc.ia de 31 'de marco de 1866: Dona Francisca. Entre as resoluçõ<es até &gora tomadas na re­

união da Câmara Provincial, para nós de suma importâncIa é a ele · vaç:ào da colônia Dona Francisca a Município. O referido Projeto de Lei foi elaborado pelo Dr. Pitanga e aprovado pala Cc,missão em três ウ・セウ・U@ e se compõe dos seguintes itens: 1, -- Será desmemhrada do 1Iunlclplo de São Francisco Xavi'2 r do Sul a área doada à Princesa Dona Francisca, para formar um Município cem o nome de JOINVIL­LE . 2 - A sede deste Município será a Paróquia São Francisco Xa­'vier de Joinville. 3 - O novo Município t'erá a sua efetivação as­sim que os habitantes tiverem construído, às suas custas, ou tiverem cO!l1prado e mobiliado um edifício apropriado para as r8spectiv'as ses­ウ¢H セ ウ N@ Tal édifício será propriedade da Câmara Municipal. Ainda foi aprovada a seguinte -emenda: No novo Município deverá ser criada urr.a ::tgéncia da coletoria provincial para a arrecadação dos devidos impostos. A resolução ainda depende da sanção do Presidente.

Notícia de 7 de abril de 18S3: -Pona Francisca. - A resolução da Câmara Provincial, qu.e 1313-

vou a colônia Dona Francisca a munidpio, foi sancionada p.?lo Presi­」セョエ・N@

A Câmara Provincial recebeu um requerimento, pedindo a nu­ャセ・ゥNL。o@ de um tabelião para o município de Joinville .

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Os nossos vo luntários da Pátria

EIly H erkenhoff

Desde o agravamen to da cri­se existente nas relações Brasil­Paraguai, em fins de 1864, as no­tícias aquicn.egadas e semanal­mente publicadas pelo nosso "Kc­lonie-Zeitung" (Jornal da Colô­nia), eram acompanhadas com o mais vivo interesse e enorme preocupação pelos ゥュゥァイ 。 セ エ・ウ@ -sobretudo após a invasão da Pro­víncia do Mato Grosso por duas colunas paraguaias e a tomada do Forte Paysandu por forças brasileiras, a 2 de janeiro de 1865.

A 7 de janeiro -do mesmo ano o governo do Império criava as corporações dos "Voluntários da Pátria", ao mesmo tempo em que ordenava a mobilização geral no País.

E já em fevereiro , o então Sub-Delegado de Joinville, D r. Adolf Haltenhoff - mais tarde, nosso primeiro Prefeito - m an­dava afixar na port3.J das duas igrejas e distribuir pela Colôrüa, uma proclamação inflama-da, con­vidando os imigrantes ent re 18 e 50 anos a se alistarem como vo­luntários, a exemplo do que esta­va acontecendo no Rio Grande do Sul e em outros núcleos de colonização alemã do Império .

Simultaneamente quase, o imigrante alemão Wilhelm Hoff­mann, em proposição feita ao Go­verno, ofereceu-se para cuidar da ッイァ。ョゥコ。 セ ̄ッ@ de um contingente de voluntários na Colônia, confor­me se verifica pela notícia publica-

Gvocセ@ SABIA?

da a 9 ·de setembro do mesmo ano de 1865:

"A Frente, Voluntários! Em fevereiro deste ano, o sr.

Wilhelm Hoffmann, em proposi­ção feita ao Governo Provincial, ofereceu-se a formar, sob deternli­nadas condições, uma corporação de voluntários da Colônia. Pare· ce ter chegado o momento, em que esta proposição será aceita e, cemo セュクᅪャゥッ@ rápido e duplo auxí­lio, seria aconselhável que todos aqueles que pretenderem seguir para a guerra, se apresentem ime­oiatamente, ficando deste modo de prontidão" .

E ar;esar das muitas notí::!ias 3ssustadoras, sobre as péssimas condições reinantes nos alo.iamen­tos das tropas em Desterro (Flo­rianópolis) , então transformada em verdadeiro acampamento mi­litar, outra conclamação foi publi­cada no Jornal de 23 de se tem . bro:

"Homens e Rapazes da Colã· n ia!

Sua Excelência o Presidente da P rovíncia de Santa Catarina acaba de aprovar, com data de 16 do corrente, a organização 1e um contingente de voluntários, sob as ordens de oficiais alemães, dizendo ao mesmo tempo, que fl­caria muito satisfeito, se o número de voluntários alemães da ProvÍn­da fosse suficiente para formar um batalhão genuinamente ale· mão. Tal contingente aqui forma-

- QUE a primeira máquina "linotY!Je" montada em Blumenau fOl nas oficinas do jornal "A Nação", €m setembro de 1943?

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do, será consíderado um Batalhão de Caçadores e receberá, além do fardamento completo, equipamen­tos e armas "à Minié". O engaja­mento e a uniformização, bem como os exercícios preliminares, serão aqui realizados. Gozarão ele todas as regalias outorgadas a todos os voluntários, pelo Decre­t0 de 7 de janeiro do corrente ano, e o comando, bem como to­do o serviço interno, serão efetua­dos em língua alemã. O soldo di­ário de cada um dos voluntários, acrescido de abono, importa em 808 Réis, a partir da data do en­gajamento. Para aqueles voluntá­rios, que desejarem entregar par­te ou mesmo o total do seu sold.o aos seus familiares, a respectiva importância estará sempre à dis ­posição, na Mesa de Rendas de São Francisco.

O abaixo assinado, encarre­gado da estruturação do contin­gente, apela a todos os homens válidos da Colônia, bem como aos residentes fora do Distrito e que tenham entre 18 e 50 anos de iàa­de, no sentido de se apresenta­rem, podendo fazê-lo diariamente entre à:s 8 horas da manhã até às 6 horas da tarde _ No entanto, os que não puderem ou não quise­rem atender a este chamado, não deverão dificultar a decisão da­queles que pegarem em armas, procurando dissuadi-los ou remo­vê-los de sua resolução, mas -ao contrário - deverão apoiá-los com todas as suas forças, por se tratar de causa comum do Pais, uma causa que é também a sua, e da qual nenhum homem de bem se furta com evasivas_

Colônia Dona Francisca, 20 de setembro de 1865_

Wilhelm Hoffmann". Os benefícios assegurados

aos voluntários pelo referido de­creto de 7 de janeiro, constavam do seguinte:

Uma gratificação de 300 Mil­rÉ:is e mais 22.500 braças quadra­das de terras a lhes serem entre­gues por ocasião do seu deslig2.­menta, imediatamente após a ce­lebração da paz. As famílias da­queles que viessem a tombar, te­riam direito a pens-ão ou meio soldo e aqueles que voltassem in­válidos, teriam o dobro do soldo dos voluntários.

Na realidade, as notícias pro­cedentes da Capital não eram na­da animadoras . Aumentavam os casos fatais de disenteria e varío­la entre os jovens recrutados, já pela falta de médicos e de medi-­camentos nos hospitais e conse­q:.tentemente ia aumentando o nú­mero de desertores, que na fuga quase sempre levavam a arma pa,­ra se defenderem, em caso de re­captura ...

Além destes e de outros fa­エッセ@ realmente desalentadores, circulavam boatos e mais boatos -- como a notícia sobre um gru­po de voluntários, que teria sido ulgemado em Laguna e assim transportado em condições avil­tantes até a Capital - notícia es­ta que leva o "Kolonie-Zeitung", a comentar que "um tratamento vergonhoso destes, certamente não é apropriado a aumentar o entusiasmo de quem quer que se­ja, para o serviço militar" ...

A 14 de outubro o "Kolonie­Zeitung" publicava uma notícia, segundo a qual o Presidente da Província havia decidido adiantar a importância de 50 Milréis a qualquer voluntário alemão, pai de família - notícia esta que le­vou os voluntários casados a re­clamarem do Alferes Wilhelm.

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Hoffrrtanrt o adiantamento supos­tamente prometido pelo Governo e, diante da impossibilidade de serem atendidos, muitos dos nos­sos voluntários já alistados resol­veram desligar-se, diminuindo considf;ravelmente o contingente, conforme a notificação publicada a 26 de outubro e subscrita pelos membros da Comissão Imperial do Alistamento e Encaminhamen­to dos Voluntários de Joinville, composta pelos cidadãos: Vigário Carlos Boegershausen, G.A. Otto Niemeyer, Dr. Adolfo Haltenhoff, Dr. Wigand Engelke, que lamen­tavam profundamente o mal-en­tendido e as suas conseqüências, reconhecendo, ao mesmo tempo, ser impossível para um chefe de família abandonar os seus, sem lhes deixar ao menos uma garan­tia ou pequena soma em dinhei­ro. .. E no domingo, 29 de outu­bro de 1865 - há exatamente 120 anos - daqui partiu o contingen­te de 23 voluntários joinvilenses, conforme nos relata o "Kolonie­Zeítung" do sábado seguinte, 4 de novembro:

"Os nossos VOluntários da Pátria, em número de 23 homens, embarcaram no dia 29 de outu­bro. Convocados para as 7 horas da noite, reuniram-se no Restau­rante Ravache, onde lhes foi ser­vido um jantar. Depois de lhes ter sido entregue a Bandeira, for­maram em frente ao Restaurante e nali seguiram para o porto, pre­cedidos por uma banda de músi­'ca, pelos componentes da Socie­dade de Ginástica e pelo corpo da Sociedade de Canto "Saenger-

bund", ambos os grupos com o seu estandarte e seguidos por in­contáv'el multidão. Em frente à casa do Sr . Ulrichsen, que não apenas havia iluminado a sua ca­sa, mas ainda transformado a pr<J ça do porto em verdadeira praça de festa , com muitas p!ll­meiras e lampiões chineses, a pri­meira pessoa a discursar foi o Sr. Diretor da Colônia, Otto Niemey­er, depois o Vigário Boegershau­sen dirigiu-se aos voluntários com palavras candentes e em seguida 10i a vez do chefe do grupo, Alfe­resW. Hoffmann, que agradeceu as homenagens, enquanto vivas e mais vivas intermináveis ao Im­perador e ao I1npério, ao Exército e à Marinha, aos Voluntários, à. Colônia e ao seu Dir,stor - ecoa­vam pelos ares.

A banda de música executou o Hino acionaI e o coral da .. Saengerbund" cantou algumas canções. Em seguida, o sr. Ui­richsen ofereceu um copo de be­bina aos voluntários, antas de en­trarem no barco, para descer3m com a vazante até a Barra do Araquari, de onde marcharam até :Cesterro" .

Na capital, já estavam acam­pados os grupos de voluntários alemães de Blurnenau e Brusque, aos quais os nossos foram se reu­nir. Dos 23 homens, 3 se desliga­rnm, enquanto outro joinvilense, de passagem em Dest8rro, ali mesmo resolveu se alistar, peria­zendo assim o total de 21 volun­tários nossos, cujos nomes são os seguintes:

Alferes Wilhelm Hoffmann,

SUL FABRIL Um nome que todo o Brasil conhece porque é etiqueta das mais afamadas confecções em malhas de qualidade

inconfundível e que enriquece o conceito do parque industrial blumenalrense

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Adolf Baurath, Cal' von r・ゥ「ョゥエセL@Franz Stern, Carl Eisendecker, Friedrich Knappe, Hermann Blum, Georg Ziegler, Adolf "'1011

der Osten, Christian Meyer, Louis Richter, Hans Tesch, David Gen­tner, Hermann Uetzfeld, Eduard Seiler, Jacob 'Wenz, Wilhelm Neu­sChaefer, August Graefe, Emil Gaensly, Jacob von Vossen, Jacobl Majerus.

A 26 de novembro - um do­mingo - após a cerimônia do ju­ramento à B3ndeira e grande pa· rada militar, os voluntários ale· mães de Santa Catarina embarca­ram, rumo aos campos de batalha do Paraguai.

Existe uma documentação preciosíssima, em forma de seis cartas, seis longas cartas, escritas pf:'lo Alferes Hoffmann e sucessi­vamente publicadas nas colunas do "Kcolonie-Zeitung " , trazendo a última a data de 4 de abril de 1866. Essas cartas nos contam o que foram os quatro primeircs meses de uma guerra, que somen­te chegaria ao fim com a morte do ditador paraguaio Lopez, ocor­rida a 1.0 de março de: 1870 -uma guerra que foi o mais longo, o mais acirrado e cruel confrontü entre dois povos irmãos da Amé­rica do Sul .

Histórico do cidade de São Joaquim e os costumes de seu povo

Maria Batista Nercolini

7°. Capítulo POLÍTICA

Dando continuação ao nosso 6.° ca­pítulo, e.'presentamos os nomes e tr::t­ços biográficos de nessos Deputados Estaduais, de acordo com o Dici.oná­rio Político Ca,tarlnense.

(Continuação)

CEI.. SEB.L\.STIAO DA SILVA FURTADO

Nasceu em Lages, no século pas· セ。、ッL@ era filho do CeIo Moisés Furta­do e Da. Emitia Ribeiro Furtado .

Moço, ainda, ingressara n2S lides jornalísticas, para a qual tinha notável predileçdo na expansão de uma culta­ra invejável, que aflorava promctedo­rl" na ânsia de vôos ュ セ ウ@ amplos qUG

não podia. sofrear. Assim começàra a. caminhada pública de Sebastião da Silva Furtado.

Com Thiago de Castro, Caetano Vieira dE Costa e Fernando Afonso de

Athayde, fundaram o conceituado e respeitável órgão "Região Serrana", em 1897, atuante e autorizada voz da ZOl13. serrana do Estado, ,pela sua de­sassombrada pregação cívica e 、ッオセイゥᄋ@

nária, que, à época fora um dos jorna­llstas líderes da imprensa catarinense, inefável coluna mpstra do então Parti· do Republicano CatarÍl1C"nse do qual sempre fora categorizado 。イセ N オエッN@ -

s ・ 「。ウエゥ セ ッ@ da Silva Furtado, já ha­via, ensaiado seus 'Primeiros passos co· :"110 mteligente jornalista, colaborando em todos os jormtis da terra, desde " l ' Lageano" de 1883 até os da éPOC8" antes da sua morte prematura. Na "Gazeta d E: lセァセウBL@ no '"l'vIunicínio" セ@

antros, n, sua pena revelava um entusi­Hsta propagandista da Repúbli.ca, na SiJa fase preparatória.

Na vi.da jornalística de Lages, I)

seu nome se impõe, com respeito G N セ@ ad­miração e, a sua cultura não sé se re· levava nos artigos que escrevia, mas ョッセ N@ versos que fala.vam da sua alma nobre, e sentimental, !Joeta na expres-

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são do termo. Dignificou as letras la· geanas, desde a sua arrancada jorna· lística quando a imprensa da terra. já revelava o cabedal ゥョエセャ・」エオ。ャ@ que por aqui se impunha, elevado e promissor.

Conselheiro Municipal, várias ve· zes, Deputado Estadual por Lages e São Joaquim, em seguidas legisla.tu­ras, começando por 1896 o Congresso do Estado, onde desempenhou impor· tantes atribuições com sabedoria fl

H セ アオュ「イゥッL@ tomando parte em várias comissões, conquistou renome {; adm!. ração pela eloqüência como sabia :iTre· batar a assistência, numa linguagem elevada e elegante.

Foi advoga.do por muito tempo, depois Promotor Público da Coma!"ca, tendo partilhado, com inteligi>nclcc e critério no movimentado processo con. tra os Irmãos Brocatos, que agitou, não só Lages, como o Estado e 。エゥセ@ o País, onde o desempenho da justiça lageana, recebeu os maiores encômios pela brilhante atuação, em TI'lsO"ados elogios, até do estrangeiro, no desf0' cho da horrorosa tragédia, que: ensan. güentou Lages, nos primórdios do sé· culo presente, nesse ruidoso nrocesso Sebastião Furtado serviu com'o 、・セ・ョN@sor da sociedade lageana .

Na fundação do veterano Clube "1.° de Julho ", a sua alma vibrátil S 2

fundira aos entusiastas da época foi um dos fundadores tendo elaborado os seus estatutos e foi o seu primeiro ora. dor, na fase da sua organização .

A sua palavra fácil empolgava 11e­セ。@ erUdição, pelos conceitos e pelas Imagens com que exprimia seu pensa. mento, ao seu tempo, tanto na tribuna como na imprensa, ou onde quer アオセ@fosse. セ@ sua cultura conquistou largo prestIgIO 'popular, foi, um dos grandes tribunos catarinenses que, sobremanei. イセL@ honrou e dignüicou a terra que o カセオ@ nascer, preciosa gema, a,inda, cin­tIlante no rko e invejável diadema da Princesa da Serra .

Faleceu em novembro de 1915, provocando geral consternação.

Da Revista Indústria e Comércio. ( No bi-centenário de Lages)

lIERCíLIO VIEIRA DO Al\1ARAL

Natural da fazenda do seu av<\ Antônio Caetano do Amaral, Bom Jar· dim (hoje municípiO de Bom Jardim da Serra) (então município de São Joaquim), se, a 11.5.1833, filho de Prudente Luís Vieira e de D. Maria dos Prazeres do Amaral Vieira.

Passou os primeiros anos de vida na fazenda das Tijucas, de seu pai Conselheiro (Vereador) à Câmara Mu­nicipal de São Joaquim, SC, represen· tando o distrito de Bom Jardim. De· putado ao Congresso Rcpresentltivo do Estado à 12.a legislatura (1927). De­putado à Assembléia Omstituinte N ᆱ セウᄋ@

tadual (UI28) e à l3.a leg-islatura (1328, HJ3n). Prefeito l\Iunicipal de São ,Joa· quim, nomeado pelo Interventor Fede · ral no Esi'ado (1940-1945). Fundador do Partido Social Democrático - PSD - em São Joaquim, SC. Militou, de­pois, na União Democrática Nacional - UD?\".

Faleceu, em São Joaquim, SC, a 6.11.1979. Foi casado com D. Maria Cândida Ribeiro Vieira, filha de João Ba,tista Ribeiro de Sous:t e de D. Càn· dida dos Prazeres Batista Ribeiro . Fonte: Infermações de Hamilton Vieira.

JOAQUIM PINTO DE ARRUDA

Natural de São Joaquim. SC, a 18 .8.19;:6, filho de Boaventura Lopes Pinto de Arruda € de D. J ovina de Araújo Arruda.

Cursou o Grupo Escolar "Vidal Ramos", Lages, o Colégio Catarinense. Florianópolis. Formou-se pela Facul· dade de M'edicina do Rio de Janeiro d933) . Clinicou em Lages (1931-1932). Fixou-se em São Joaquim (1932-1946) . Delegado de Higiene em São Joaquim. Transfere·se para Lages (1940). Chefe c3.o Centro de Saúde em Lages, Depu· tado à AssembléIa Constituinte Esta· dual (947) e à l.a legislatura (194.7· lS50). 1.° Secretário da Assembléh (lS48-1!350). Retorno a Lages (1950 ). Chefe do Centro de Saúde e médico do

M セ MM⦅N ⦅ MMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM

カッ」セ@ SABIA? - QUE O primeiro S€rviço de Abast·::cimento de Agua em Blu­

l;ltnti'-!, foi inaugurado dia 25 de novembro de 1943, pelo então prefei­to Dr . Afonso Race, com a presença do interventor do Estado Dr. N'e.::cu ãe Oliveira Ramos e localizada no Morro Boa Vista?

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2.° Batalhão Rodoviário (1956·1961) . tイ。ョウヲ・イセᄋウ・@ para Florianópolis. Dire· tor da D:!partamento de Saúde Pública do Estado HhセV}@ ·197ü). Médico da As· sembléia l・セゥウャ。エゥカ。@ do Estado, cargo em que se aposentou.

Casado com D. Juraci Pereira de Arruda, de quem houve filhos .

HENRIQUE HÉLION VELHO DE CóRDOVA

·atural de São Joaquim. SC, a 18.2.1938, filho de José Henrique Cór· dova e de D. Itamira Batista Velho de Córdova.

Fez os estudos .primários no Grupo Escolar '·Prof. Manoel Cruz", São Joaquim, o ginasial no Colégio Diof"!e· sano, Lages e no ColÉ'gio Catarinense, Florianópolis. o científico no Colégio Diocesano e no Colégio Catarinensc. Bacharelcu·se em direito pela Faculda­de de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Advogou em São Joaquim (1964). Secretário de Pla­nejamento da Prefeitura Municipal de São Joaquim . Deputado à Assembléia Legislativa Estadual à 7.a legislatur<2 (1271-1975), eleito pela Aliança Renova­dora Nacional - AR-ENA -. Líder do Partido na Assembléia (1972-1974). Deputado à Câmara dos Deputados (1975-1979), eleito pela Aliança Renova­dora Nacional. Vice·,Governador do Estado de Santa Catarina.

AGRIPA DE CASTRO FAInA

Natural de Campos, RJ, a 12.4.1901 filho de Antônio Joaquim de Castro Faria e de D. Francisca Barbosa de Castro Faria.

Cursou o Ginásio de Campos, R.T. e formou-se pela Faculdade de Medici· na do Rio de Janeiro. Clinicou, inicial­mente, em São Joaquim, se. Filiou'S3 à campanha da .. Aliança Liberal", vito· riosa em 1930, mas, logo, divergiu. D('­putado à Assembléia Constituinte eLe· gislativa E,stadual (1935·1937). eleito pela Coligação "Por Santa Catarina" .

Diretor do Departamento de Saúde Pú­blica do Estado (1940-1943). Diretor do Hospital-Colônia Santana (1943-1950). Deputado à Câmara dos Deputados à 2.a legislatura (1951-1954), eleito pela Partido Social Democrático. Suplente de Senador, convocado (1954·1955). Assistente d9. Presidência ua Legião Brasileira de Assistência em Santa Ca­tarina (1958·1965).

Falecido. Foi casado com Q. Ecilda de Cas­

tro Faria, de quem houve Terezinha de Castro F aria e Maria Lívia Faria Vila·Verdc .

BOANERGES PEREffiA DE MEDEIROS

Natural de S}O Joaquim. SC, a 11.8.18 .. , filho de Francisco PereirR. de Medeiros e de D. Inês Batista Ri­beiro (filha de João da Silva Ribeiro (vide) .

Conselheiro e Vereador à Câmara ::\Iunicipal de São Joaquim. 1.0 Substi­tuto de セオー・イゥョエ・ョ、・ョエ・@ M1unicipal (1915·.1923) . Deputado ao Congresso Representativo do Estado à n.a legis­latura (1923·1924). Deputado estadual à 12.a ャ・セゥウ}。エオイ。@ (1925·1927). Superin­tendente (Prefeito) Municipal (1926-1930) .

Falecido .

ADOLFO JOSÉ MARTINS

Natural de Lages se, a 13.8.1885, Llho de Gustavo José Martins e de D. Saturnina :\1aria Martins.

Fez os estudos primários na terra natal e o curso secundário no Colégio "São José", Lages. Dedicou·se ao ma· gistério. Fundou o Colégio "2 de Maio", São Joaquim, se (1904). Fun­dou o jornal "Gazeta Joaquinense" (19C3) . Transferiu-se para Tubarão, SC, onde fundou o Colégio "Guia do Futuro". Retorna ao planalto serrano, em Bom Jardim da Serra, onde funda um colégio· internato . Dedica-se {a par­tir de 1917) às atividades pastoris na

MAJ U Pela alta qualidade das confecções em malhas que produz, tornou·se uma empresa de vanguarda nas exportações e no

mercado brasileiro, li orgulho da indústria têxtil blumenauense.

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fa.zenda "N. Sra . do Socorro". Conse­lheiro (Vereador) à Câmara Municipal de São Joaquim (1918). Intendente de Bom Jardim (então no município de São Joaquim) (1934). Deputado à As­sembléia Legislativa do eLセエ。、ッ@ à l,a legislatura (1935-1937). Vereador à Ci­mara Municipal de São Joaquim (1947-1950), eleito pelo Partido Social Demo­crático . Transferiu-se para Lages, se :1953) .

iFaleceu, em Lages, SC, a 23.1J.196S. Foi casado, em primeiras núpcias,

com D. Dolores RIbeiro, filha d2 1\'[a-110el Cecílio Ribeiro e de D. Rosalina de Oliveira Ribeiro, havendo desse ma­trimônio descendência . Em segundas núpcias, com D. Isabel Nunes, filha de Luís Teixeira Nunes e de D. セゥョ・イカゥ ᆳ

na 'Mendonça Nunes, havendo desse consórcio descendência .

EGiDIO MARTORANO NETO

Jatural de São Joaquim, SC, a 25.10.1932, .tilho de Domingos MRrto­rano e de D. Alzina Vieira Martorano.

Fez os cursos ginasial e colegial no Colégio Catarinense, Florianópolis, SC. Formou-se pela Faculdade de Me­dicina da Universidade Federal do Pr. · raná. Realizou cursos de especializa­ção e de aperfeiçoamento em clínica geral e cirurgia geral em Porto Alegre, RS. Exerceu a medicina, como Diretor do Hospital "Coração de Jesus", São Joaquim, SC, Chefe da Unidade Sani­tária de São Joaquim, Médico da CASA - Cia. de Águas e Saneamen­to do Estado de Santa Catarina, Dire· tor-Presidente da CLINIMED, Floria­nópolis, Diretor da Divisão Hospitalar da Secretaria da Saúde do Estado de Santa Cata.rina. Secretário de Estado do Bem·Estar Social do Estado de Sem· ta Catarina (15.3.1979-12.2.1982), e co­mo tal exerceu as funções de Vice-Go­vernador do Estado (14 a 23.7.1981 e 28.8 a 21.9.1981). Prefeito Municinal de São Joaquim, em dois mandatos'; e

'\ ᄋoc セ@ SABIA?

como tal participou do Seminário de Administração Municipal, Berlim, Ale­manha. Deputado !l. Assemblfia Legis­lativa do Estado à 9_a legislatura (1279-1982), eleito pela Aliança Renova­clora acionaI - ARENA.

Casado com Q. Leda Couto M'ar­tomno, de quem houve Simone Couto Martorano, Egídio 'lartorano Filho, Fabrício Couto Martorano e Fabiano Couto Martorano.

ANTÔNIO PALMA

Natural da fazenda Antonina. mu­nicípio de São Joaquim, SC, a RNVNQXセQL@

fIlho de Inácio Palma da Silva Matos e de D. iウセ↑ョゥ。@ Pereira Machado.

Pecuarista. Conselheiro (Verea· dor) Municipal de São Joaquim (1924-1928). Prefeito Municipa! de Sio Jac,­quim, nomeado pelo Interventor F ede· ral de Santa Catarina (1830), イ・ョオョ」セᆳando em 1931 e cargo este exercido sem receber qualquer イ・ M ョオHャセイ。 ̄ッ N@

Fundador dil União Democrática ,a­cionaI. Deputado à Assen!blMa Legisla­ti\'a d:> Estado à 3.a legislatura HQセ[[ Gj M

1958), eleito pela União Democr;'\tica C'J aciona!.

Faleceu, em Florianó,t:olis, a ] O. ] 1.1970. Foi casado com D. Belmi­ra Rodrigues Palma, de quem houve descendl'ncia .

,JOÃU HA SILVA RIBEIRO

I\ a Lural do distrito da Costa da Serra, município de L1ges, SC, em 18: 7, filho de João da Silva Ribeiro.

Fazendeiro e comerciante . Filiado ao Partido Conservador. Entrou em lista tríplice para Senador do Império, pela Província de Satna Catarina, jun­tamente com Alfredo d'Escragnolle Taunay (vide) e João Silveira de SOUS30 (vide), llcando em segundo lugar em vo­tação e mereceria a simpatia do Im­perado, mas, não estava ele disposto a

- QUE O primeiro número do j8rnal "A Cidad?", '8cJtado em Bluil1cnau, saiu a público no dia 21 de setsmbro de !Çl24? QtTE os pri­meires redatores fo ram José Ferreira da Silva e o poeta OctaVH\DO Ramos?

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esse "posto de sacrifício". Superinten­dente Municipal de S.:ío Joaquim (1892). Possuía patente de Tenente-Co­ronel Comandante Suneríor da Guard'l Nacional das Comarcas de Lages e de Curitibanos (22.9.1888).

Faleceu, na fazenda do Limoeiro, município de Lages, SC, a 10.5.1894.

Foi casado com D. Osmenia Ri­beiro, filha de Mateus José de Sousa, e desse matrimônio houve descendên­cia. :Fontes: Arquivo Público do Estado de Sant;1 Catarina. Registro de patentes da Guarda Nacional, 1882-1888.

ENEDINO BATISTA RID.E,IRO

Natural de S::o Joaquim, SC. a 14.5.1899, filho de Joüo Batista RibeI­ro de Sousa e de D. Cândida dos Pra­zeres Batista de Sousa. Formado em farmácia pela Universidade Federal do

Aconteceu ...

Rio de Janeiro. Diretor-Secretário da Prefeitura Iunicip3.1 de São Joaquim (1926>' Tabelião de Notas e Escriv5.o do Cível e do Comércio de São Joa­quim (1928-1947). Deputado à Assem­lJléia Legislath a do Estado, como su­plente convocatlo, à 2.a legislatura (1951-1954), eleito pela União Democrá­tica Nacional - UDN. Presidente da Comissão Estadual de Abastecimento e Preços de Santa Catarina (19:;i4-1956L Diretor Comercial da Empresa Luz e Força de Florianópolis S/ A (1950 1959). Inspetor Geral, interino, da Ins­petoria de Veículos e Trânsito Públieo do Estado de Santa Catarina (1956). 2. 0 Oficial do Registro de Imóveis de Florianópolis (1959-1960, quando se aposentou). Representante do Governo do Estado junto ao Conselho Regional do Servi('o Social Rural (1959-1961). Professor da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Santa Ca­tarina (disciplina Farmacognósia), on­de se aposentou.

Agosto de 1987

- DIA 1.° - Fundada que foi em fev'3reiro de 1987, a Asso­ciação de Cegos do Vale do Itajaí lançou a campanha em prol da construção de sua sede social para ali mais tarde instalar cursos pro­fissi<malizantes para cegos.

* * - DIA 7 - Presidida pelo Secretário de Educação do Estado, Ciro Sniekowsky, realizou-se a solenidade de instalacão do 1.0 Encon-tro Regional de Educação em Blumenau. セ@

* * - DIA 8 - a s,sde social do Guarani, realidou-;s.e a 13.a festa do Prato Típico, promovido pelo Clube SoroptImista de Blumenau em benefício da AP AE.

- DIA 9 - Tendo por local a sede do Vasto V·?rde, realizou-se, sob os auspicios da Prefeitura Municipal, o XVI Encontro Blumenau­ense de Atiradores, com a participação de mais de vide r spresenta-ÇÔ2S.

- DIA 10 - Foi aberto o 3. 0 Curso de Iniciação na Arte Foto­gráfica, promovido pela i'refeitura de Blumenau e orientado pelo De­partam6nto de Cultura.

* * . - DIA 10 - De acordo com relatório apr:::sentado pela Secre­taria de Agricultura ao pref€ito Dalto dos Reis, nada menos do que 82 propriedades rurais recE:beram benefício no mês de julho com a

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Patrulha M2canizada daquela Secretaria. Foram também aplicadas 235 ampolas de sêmen, de acordo com o programa de Inseminação Ar­tificial desenvolvida no Município.

* * - DIA 12 - Informações prestadas pelo Departamento de Im-prensa da Prefeitura, adiantaram qu.:; mais de sess2nta representan· tes de diferentes entidades, participaram da palestra do professor Pe­dro Hidalgo, do Centro Interamericano 'j '3 Desarollo Integral de Aguas y Tierras da Venezuela, aqui realizada, abordando :l metodolo­gia utilizada na Venezuela para fazer o manejo na Bacia Hidrográ­fica.

* * - DIA 13 - Depois de alguns meses paralisados os serviços' de conclusão do Biergarten foram reiniciados.

* * - DIA 16 - Violento vendaval atingiu a cidado:; de Rio dos Ce-dros, causando estragos orçados em 10 mlihões de cruzados. A velo­cidade dos ventos chegou a 130 km horários.

* * - DIA 19 - No saguão da FURB, foi oferecido coquetel na abertura da exposição de Coenários elaborados para a apresentação do Grupo do Teatro Alvaro de Carvalho, de Florianópolis. A apresenta.­ção foi de Suely Bedus.::hi e a promoção 、セエ@ Divisão de Promoções Cul­turais da FURB.

- DIA 21 - Como acontecem. todos os anos, teve lugar, em Blumenau, o Encontro Anual dos Maçons para comemorar seu dia, ocorrido dia 20. A abertura das festividades teve lugar no pavilhão da PROEB, neste dia, com a presença de centenas de pessoas que iam chegando a Blumenau.

* .>. ','

- DIA 21 - No Palácio Cruz e Souza, em Florianópolis, foi realizada a Sessão Solene para comemoração dos trinta anos do ma· nifesto do Grupo Litoral. A promoção foi da Academia Catarinense de Letras e o Irlstituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina.

* * - DIA 21 - Na Galeria Municipal de Arte, foi realizada a Noi· te de Autógrafos do G ・ウセイゥエッイ@ Enéas Athanázio, com o lançamento de seu livro "Meu Amigo Hélio Bruma (€nsaios). O acontecimento teve (\ apoio da Fundação "Casa Dr. Blumenau" e foi muito concorrido.

* * - DIA 28 - セ@ o Salâo Centenário do Teatro Carlos Gomes, o artista EUo Halmemann abriu a '3XFosição de "Aquarelas". O acon­tecimento revestiu-se de grande sucesso, com grande comparecimen­to.

VOCÊ SABIA? - QUE o General Lúcio E.steves, cujo nome foi dado ao Grupo

Escc.llar iocalizado na Escola Agrícola, fale!:!eu em Porto Alegre, dia 10 de dezembro de 1943?

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AUTORES CATARINENSES Enéas Athanmo

R'ecebi do Sr. Licurgo Costa, a propósito de uma nota sobre seu livro "As mordomias da pobreza", publicada nesta coluna no úl­timo luês de junho, a carta q"J.e, a pedido do missivista, transcrevo a seguir: "Na edição de junho p. p. de "Bl1Jmenau em Cadernos" en­contrei, na brilhante Seção "AutorES Catarinenses", duas graves de· núncias suas contra o humiide signatário destas linhas e uma sibilina referência desfavorável à Academia Catarinense de Letras. 2. Na pri­meira Vossa Excelência me classifica Hォセ@ extrE.mamente -destituído de inteligência, eis que somente quem seja tão pobre de espírito e tão ignorante poderia ter suas idéias com Ulna defasagem que as tornem contemporàneas do Presidente Washington Luis. 3. Apesar de me es­forçar por viver bem atualizado em todos os setores das atividades in­telect"J.ais - conheço, por exemplo toda a sua admirável obra literá­ria - estou de pleno acordo com o seu juízo a meu respeito. 4. Quanto à outra denúncia, de que vou lançar um livro contra a pobre­za, ckvo informar à Vossa Excelência que ocorre precisamente o con­trário. O livro, prestlss a ser lançado, ・ョセ・イイ。@ um veemente apelo a favor dos setenta milhões de pobres, indigentes e mendigos que vege­tam no território brasileiro. Desta -espantosa massa de carentes mere· cem especial atenção cerca de 25 %, que precisam do estímulo da edu­caçRo para despertar-lhe a ambição de melhorar de vida. T_ Veblen na sua famosa "Teoria da Classe Cciosa" afirma que para estes últi· mos "a pobreza é um sistema de vida". 5. A opinião de Veblen, ampa­rada em estatísticas mundiaús das Naçõ:;s Unidas, é compartilhad[l. por numerosíssimos cientistas políticos, sociólogos, assistentes soci­ais e historiadores. Compreendo que Vossa Excelência, dedicado so­bretudo à ficção, seja, como o demonstra, camplstamente .iejuno na matéria. 6. Em meu livro relaciono cerca de três dezenas de mordo­mias, isto é, regalias, prhrilégios, prerrogativas, apanágios desfruta­dos pelas vária::. classes de car-entes, dos quais muitos, em vez de os ajudarem, os prejudicam. 7. Na referen(;ia à Academia Catarinense de Letras, desfavorávsl por vll1culá-Ia à minha completa nulidade m-ental, vi::.lumbro uma sutil cor;,otução ao fato das relações de Vossa Excelência com ela, em episódio recente, não terem sido fslizes. Mas, tenha Vossa Excelência a bondade de :10tar que figuras consagradas como a de Gilberto Amado, por qusm ambos d evotamos a mais viva admiração e, ainda, entre muitos outros, Ledo Ivo, admirável ficcio­nista, poeta e cronista, mesmo não tendo alc::mçEdo resultados posi­tivos na primeira vez que pretenderam ingr·::ssar na Academia Brasi­leira de Letras, nem por isso a atacaram e, inscrevsndo-se para ou­tras eleições, alcançaram o merecido êxito. 8. Diante do exposto ve­nho solicitar de Vossa Excelência a m6rcê de olhar a Academia Cata­rinense de Letras com benevolência e 'ce sustar suas opiniões sobre'

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"As Mordomias da Pobreza" até o lançamento do livro, oportunidade em que terei a satisfação de enviar-lhe um exemplar dele, assim como o recorte de uma entrevista que concedi ao semanário "A Ponte", na qual tenho o prazer de me referir à Vossa Excelência, chamando-o, com justiça, de brilhante ou cintilante escritor. Queira Vossa Exce­lência receber - perdollndo as inevitáveis falhas e ,erros desta missi­va, que espero publicada na íntegra em "Blum2nau em Cadernos" -as expr2ssões do mais alto apreço, com que me assino, respeitosamen­te" .

--------. . . . . .

A carca pressupõe duas coisas: a dist§.ncia e o sigilo. Embora existam na literatura casos em que as pessoas se carteiam mesmo estando próximas, a exemplo do cél,:;;bre personagem que morava no prédio de seu signatário e, ao invés de falar-lhe, preferia enfiar as car­tas por baixo da porta, não me recordo de casos em que a correspon­dência fosse enviada aberta, isto é, dada a públic.o antes que a outra parte dela tivesse conhecimento. Embora seja estranho, a carta do Sr. Licurgo Costa chegou-me aberta. Deve ser alguma espécie de éti­ca em qu,;:) sou jejuno.

Embora o ilustre missivista afirme que conhece toda minha obra, permito-me duvidar. Em meu modesto trabalho, não registra­do em nenhuma enciclopédia, está longe d;; predominar a ficção.

A conclusão a respeito da Academia Catarinense de Letra&; eu a recebo como intriga miúda. Se mencionei o Sr. Costa como seu pre' sidente, isso se dev'su ao fato de que ele fez qU2stão de assim se pro­clamar na entrevista que provocou a nota. A menes que Sua Exce­lência se considere a própria Academia.

Não afirmei que de fosse c0r..tra a pobreza. O que me chocou foi a insensibiUdade diante do problema. E as citações eruditas a es­tatisticas ュ・ョ」ゥッョ。、。セ@ pelo autor só vieram aumentar o meu espante. Como muitos intel'8ctuais brasileiros, o Sr. Licurgo Costa se apro­funda tanto nas teorias que não lhe sobram olhos para enxergar o que o cerca. Como disse Gilberto Amado - cItado pelo missivista _ estão com os olhos pregaà.os nas páginas dos livros estrangeiros e não con,s,2guem ver a nossa realidade.

Por essas e por outras, creio QU'2 minhas palavras, na coluna do mês de junho, não estavam erradas. Se vivo fosse, o ex-presidente Washington Luis teria agora no sr. Licurgo não só um seguidor mas tmnbém um teórico àe seu pensamento. E "As mordomias da pobre­za", com certeza, adotado como catecismo.

Quanto à ameaça de enviar-me o livro, por favor, não faca isso! A julgar pelo estilo da carta, não li e セQᅵo@ gostei. -

-.-.-.-.-.-.-FS. - Et.:. já flrrvia concluíd:J セウエ。@ nota quando me chegaram

DOIS eX2mplares de "As mordomias da pobreza", um remetido pelo 3.l:ltor e outro p2lo dito r . uma rápida folheada, lendo um tópicc aqui e outro ali, cheguei à conclusão de que idéias e estilo se casam com r:3rfeição. Estou posrdido! Valha-me Deus! Q-ue pecado terei co­metido?

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FUNDAÇÃO "CASA DR. BLUMENAU" iョLセエゥエオ■、。@ pela Lei Municipal N0. 1835, de 7 de abril de 1972

Declarada de Utilidade Pública pela Lei Municipal nO. 2028 de 4/9/74

Alameda Duque de Caxias, 64 - Caixa Postal, 425

89100 B L U M E NAU Santa Catarina

Instituição de fins exclusivamente culturais São ッ「ェ・エセッウ@ da Fundação:

Zelar pela conservação do patrimônio histórico セ@

cultural do município; Organizar e manter o Arquivo Histórico do Município; Promover a conservação e a divulgação das tradições culturais e do folclore regional; Promover a edição de livros e outras publicações que estudem e divulguem as tradições histórico-culturais do Município; Criar e manter museus, bibliotecas, pinacotecas, dis­cotecas e outras atividades, permanentes ou não, que sirvam de instrumento de divulgação cultural; Promover estudos e pesquisas sobre a história, as tradições, o folclore, a genealogia e outros aspectos de interesse cultural do Município; A Fundação realizará os seus objetivos através da man utenção das bibliotecas e museus, de instalação e manutenção de novas unidades culturais de todos os tipos ligados a esses objetivos, bem como através da realização de cursos, palestras, exposições, estudos, pesquisas e publi<;:ações.

A Fundação "Casa Dr. Blumenau ", mantém: Biblioteca Municipal "Dr. Fritz Müller" Arquivo Histórico - Museu da Família CoJoniéll H orto Floresta l "Edite Gaertner" Edita a revista "BLUMENAU EM CADERNOS" Tipogr o Çia e Encadernação

Conselho Curador Presidente - /J./OIUO Ra{ie; vice-presidente - Antonio Pedro XUIle.r.

Membros: ELimar Uaumgarten - RoL) EIzLkc - .rutor Seára lICU.fi - Ingo WoLlgang lIering - IJlartlnlzo Bruning - Urda ALice KLueger - Frederico Blaul - Frederico Iúlian - Olivo Pedron.

Diretor Executivo: JO.fé Gonçalvu

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MUITA GENTE QUE FEZ A HISTÓRIA COLONIZADORA EM NOSSA REGIÃO, JÁ VESTIA A MACIEZ DAS CAMISETAS E ARTIGOS HERING.

QUANDO SE FALA NA HISTORIA DF. NOSSOS PIONEIROS, LE.J\'BRA·SE DOS IRMÃOS HERING, QUE HÁ MAIS DE CEM ANOS INST ALARAJV\ A PRIMEIRA INDÚSTRIA TÊXTIL EM BLUMEf''iAU.

HOJE "BLUMENAU EM CADERNosn E A HERING TÊM Murro EM COMUM. ACREDITAMOS NA NOSSA TERRA E NOS VALORES DA NOSSA GENTE.

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