felizmente há luar12

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FELIZMENTE HÁ LUAR! FELIZMENTE HÁ LUAR! Luís de Sttau Monteiro

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Page 1: Felizmente há luar12

FELIZMENTE HÁ FELIZMENTE HÁ LUAR!LUAR!

Luís de Sttau Monteiro

Page 2: Felizmente há luar12

Peça em dois atosPeça em dois atos

• Publicada em 1961 – Grande Prémio de Teatro da Associação Portuguesa de Escritores – censurada;

• 1962 – tentativa do Teatro Experimental do Porto – sem resultado (Suprimida pela censura da ditadura);

• 1ª Representação – Paris – 1969; • Representação em Portugal – 1978 – Teatro Nacional. • 2001 – Teatro Experimental do Porto.

Page 3: Felizmente há luar12

CONTEXTO DA AÇÃO DA PEÇACONTEXTO DA AÇÃO DA PEÇA ((período pós invasões francesas)período pós invasões francesas)

• Napoleão – Imperador dos franceses;• Aliança de Portugal com a Inglaterra; • Partida da corte portuguesa para o Brasil;• Administração do Reino entregue a uma Junta Provisória.

(Os ingleses instalaram-se em Portugal para combater o exército francês, desde1808. A corte partiu em 29 Nov. 1807.)

Page 4: Felizmente há luar12

• Instabilidade social; • Perseguições políticas constantes reprimindo:

• a liberdade de expressão, • a circulação de ideias • e as tentativas para implementar o liberalismo.

• Repressão contra os conjurados de 1817; • Condenação à morte de Gomes Freire de

Andrade.

Page 5: Felizmente há luar12

PERSONAGENSPERSONAGENS

• Gomes Freire de Andrade;• Matilde;• Sousa Falcão; • Manuel e Rita;• D. Miguel Forjaz • Principal Sousa; • Beresford;• Vicente;• Morais Sarmento / Andrade Corvo

Page 6: Felizmente há luar12

Gomes Freire de AndradeGomes Freire de Andrade

• Personagem central;• Homem instruído, militar honesto; • Símbolo da modernidade e do

progresso; • Adepto das novas ideias liberais; • Símbolo da luta pela liberdade.

Page 7: Felizmente há luar12

MatildeMatilde

• Mulher de caráter forte;• Corajosa;• Denunciadora da hipocrisia do Estado e da

Igreja;• Símbolo da mulher que ama e sofre.

Page 8: Felizmente há luar12

Sousa FalcãoSousa Falcão

• Amigo inseparável do general Gomes Freire;• Representa a impotência perante os

governadores;• Dominado pelo desânimo; • Assume a sua cobardia perante o exemplo de

Gomes Freire.

Page 9: Felizmente há luar12

Manuel/Rita

• Representantes do povo oprimido e esmagado;• Símbolos da consciência popular;• Impotentes para alterar a situação; • Símbolos do desespero, da desilusão, da

frustração.

Page 10: Felizmente há luar12

VicenteVicente

• Elemento do povo; • Traidor da sua classe – renega as suas origens; • Representa a hipocrisia e o oportunismo; • Materialista – pretende uma ascensão social

rápida.

Page 11: Felizmente há luar12

Andrade Corvo / Morais SarmentoAndrade Corvo / Morais Sarmento

Representam:

• Cobardia;• Traição;• Subserviência; • Vilania.

Page 12: Felizmente há luar12

Manuel/RitaManuel/Rita

• Representantes do povo oprimido e esmagado; • Símbolos da consciência popular; • Impotentes para alterar a situação; • Símbolos do desespero, da desilusão, da

frustração.

Page 13: Felizmente há luar12

SimbolosSimbolos

• A Saia Verde;

• A Fogueira;

• O Luar;

• O Título.

• A Noite;

• Moeda

• Os Tambores

Page 14: Felizmente há luar12

A Saia VerdeA Saia Verde (comprada em Paris) A Saia VerdeA Saia Verde (comprada em Paris)

EM VIDA NA MORTENA MORTE

•Esperança.

•Felicidade.

•Liberdade.

•Alegria do reencontro.

•Tranquilidade.

Page 15: Felizmente há luar12

A FogueiraA Fogueira

Presente Futuro

•Tristeza.

• Escuridão.

• Exemplo para o povo.

• Esperança.

• Liberdade.

• Regeneração

Page 16: Felizmente há luar12

O LuarO Luar

Noite

•Morte.

•Mal.

•Infelicidade.

Luz

•Vida.

•Saúde.

•Felicidade.

Page 17: Felizmente há luar12

Felizmente Há Luar!Felizmente Há Luar!

Opressores Oprimidos

•Efeito dissuasor porque ilumina o

castigo.

•Coragem e estímulo para a revolta contra a tirania.

Page 18: Felizmente há luar12

noitenoite• Mal, • Castigo, • Morte, • Símbolo do obscurantismo.

TAMBORESTAMBORES• A repressão sempre presente.

Page 19: Felizmente há luar12

moedamoeda

• Símbolo do desrespeito que os mais poderosos mantinham para com o próximo, contrariando os mandamentos de Deus.

Page 20: Felizmente há luar12

Junta Governativa

Nobreza Clero Exército

D. Miguel Pereira Forjaz William Carr BeresfordD. José A. M. Sousa

Page 21: Felizmente há luar12

A nobreza orgulhosa.

A prepotência.

A corrupção.

O absolutismo.

D. Miguel Forjaz

Page 22: Felizmente há luar12

Principal SousaO poder da Igreja.

O ódio aos revolucionários.

O ódio aos franceses.

O comprometimento da Igreja com o poder.

O conservadorismo da Igreja.

PRINCIPAL SOUSAPRINCIPAL SOUSA

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Beresford

O exército.

O castigo e a denúncia de traidores.

A superioridade inglesa.

O desprezo por Portugal.

O sentido prático.

Page 24: Felizmente há luar12

Linguagem

• Recurso frequente à ironia e sarcasmo . • Natural, viva e maleável, utilizada como marca

caracterizadora e individualizadora de algumas das personagens.

• Uso de frases em latim com conotação irónica, por aparecerem no momento da condenação e da execução.

• Frases incompletas por hesitação ou interrupção . • Marcas características do discurso oral .

Page 25: Felizmente há luar12

Felizmente há luar!

Luz Som M ovim entaçãoCénica

Caracterizaçãodas

Personagens

Im p ortâ n c ia d as d id ascá lias

Page 26: Felizmente há luar12

Luz Movimenta-se em palco/muda de tonalidade/altera a intensidade.

Permite perceber:

-a mudança de cenário;

- a mudança de espaço;

- o destaque das figuras em palco.

Diminui de intensidade no final de cada ato.

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SOM (didascálias)

Ruído dos tambores

Ameaçador

Obriga ao silêncio

Sinos a rebate

Clima de terror

Prisão dos revolucionários

Vozes humanas

Dramatismo

Execução

Aumenta de intensidade no final de cada acto.

Page 28: Felizmente há luar12

Movimentação cénica(didascálias)

• Indicação aos atores.

• Saída/entrada de personagens.

• Posição das personagens em cena.

• Expressão fisionómica dos atores.

• Linguagem gestual.

Page 29: Felizmente há luar12

Caracterização das personagens(através das didascálias)

• Tom de voz/flexões.

• Expressão do estado de espírito.

• Sugestão do aspecto exterior.

Page 30: Felizmente há luar12

Síntese da Ação

Prisão do General

Perseguição política ao General Gomes Freire

Condenação à morte

Revolta desesperada de Matilde e Sousa Falcão

Resignação do povo

Page 31: Felizmente há luar12

Século XSéculo XIIX, Metáfora do Século XXX, Metáfora do Século XXSéculo XIX – 1817. Século XX – 1961.

Regime absoluto. Regime autoritário – Estado Novo.

Anti-liberalismo e nacionalismo. Salazar opõe-se ao liberalismo e defende o nacionalismo.

Existência da Censura levada a cabo pela Inquisição.

Existência da Censura levada a cabo pelo Comité de Censura.

Exploração das classes mais baixas que viviam na ignorância.

Exploração das classes mais baixas; elevada taxa de analfabetismo.

Grande contraste entre os poderosos e o povo que vivia na miséria.

Grande contraste entre os poderosos e o povo que vivia na miséria.

Sociedade rural, atrasada em relação à Europa.

Sociedade rural, atrasada em relação à Europa.

Início da guerra colonial, responsável pela emigração e exílio de muitos jovens.A guerra com os exércitos napoleónicos

ainda está presente na memória do povo.

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Século XIX Século XX

Forças repressoras: polícia. PIDE: sustentáculo do regime.

Os que se opunham ao governo eram presos e condenados injustamente.

A condenação sem provas levou muitos militantes anti-fascistas e intelectuais às masmorras da PIDE.

O povo e alguns militares portugueses, conscientes da situação em que viviam, tentavam derrubar o governo.

Militantes anti-fascistas opõem-se à ditadura procurando mudar o regime.

Do Conselho de Regência faziam parte membros da Igreja.

O regime apoiou-se na Igreja Católica.

A Regência assentava numa política maniqueísta. “Quem não é por nós é contra nós”

O regime salazarista assentava numa política maniqueísta. “Quem não é por nós é contra nós”

Delatores recebiam dinheiro para identificarem presumíveis conspiradores

Muitos informantes, pagos para denunciarem, ajudaram o regime

1834 Triunfo do Liberalismo

1974 Triunfo da Democracia

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Sec. XSec. XIIX / Séc. XXX / Séc. XX

• Épocas de crise - violência do poder e ausência de liberdade.

• Épocas em que aparecem manifestações reclamando o direito à justiça e à liberdade.

• Épocas que anunciam o nascimento de novos tempos (liberalismo oitocentista e o 25 de Abril de 74)

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OBJETIVOSOBJETIVOS• Pôr em evidência a luta do ser humano contra a tirania, a opressão,

a traição, a injustiça e todas as formas de perseguição.

• O teatro é encarado como uma forma de análise das transformações sociais que ocorrem ao longo dos tempos e, simultaneamente, como um elemento de construção da sociedade. A ruptura com a concepção tradicional da essência do teatro é evidente: o drama já não se destina a criar o terror e a piedade, isto é, já não é a função catártica, purificadora, realizada através das emoções, que está em causa, pela identificação do espectador com o herói da peça, mas a capacidade crítica e analítica de quem observa. Brecht pretendia substituir “sentir” por “pensar”.

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CLASSIFICAÇÃO DA OBRACLASSIFICAÇÃO DA OBRA• Drama narrativo de carácter épico que retrata a trágica apoteose do movimento

liberal oitocentista, em Portugal. Apresenta as condições da sociedade portuguesa do séc. XIX e a revolta dos mais esclarecidos, muitas vezes organizados em sociedades secretas.

• Segue a linha de Brecht (teatro épico) e mostra o mundo e o homem em constante transformação; mostra a preocupação com o homem e o seu destino, a luta contra a miséria e a alienação e a denúncia da ausência de moral; alerta para a necessidade de uma sociedade solidária que permita a verdadeira realização do homem.

• De acordo com Brecht, Sttau Monteiro proporciona uma análise crítica da sociedade, mostrando a realidade, do modo a levar os espectadores a reagir criticamente e a tomar uma posição.

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Rita, Manuel e populares.

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Matilde e Manuel

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Feira (D. Miguel Pereira Forjaz Coutinho Barreto de Sá e Resende, conde da). n. 1 de Novembro de 1769; f. 6 de Novembro de 1827

Gomes Freire de Andrade (n: 27 de Janeiro de 1757 em Viena (Áustria); m: 18 de Outubro de 1817 na Torre de São Julião (Portugal)

Beresford (n: 2 de Outubro de 1768 (Irlanda);m: 8 de Janeiro de 1854 em Bedgebury (Inglaterra)

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FIM