elmo júnior - aspectos relevantes dos direitos sociais de prestação frente ao mínimo existencial

7252019 Elmo Juacutenior - Aspectos Relevantes Dos Direitos Sociais de Prestaccedilatildeo Frente Ao Miacutenimo Existencial

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Aspectos relevantes dos direitos sociais de prestaccedilatildeo frenteao miacutenimo existencial e agrave reserva do possiacutevel Elaborado em 072007

Elmo Joseacute Duarte de Almeida Juniorprocurador da Fazenda Nacional em Goiacircnia (GO) poacutes-raduado em ireio onsiucional

pela Escola $aulisa de ireio (E$)

RESUMO As crescentes discussotildees acerca da efetivaccedilatildeo dos direitos fundamentaissociais previstos na Constituiccedilatildeo Federal diante de uma loacutegica de que ao Estado compete atuar

positivamente na busca do bem-estar social acabaram por esbarrar nos conceitos e restriccedilotildeesimpostos pela poltica de financcedilas e economia pblicas insertas no ordenamento constitucionaliante deste conte$to a efetivaccedilatildeo das polticas pblicas encontrou limites na reserva do possvelna medida em que ao Estado cumpre a responsabilidade pela usticcedila social dentro de suaslimitaccedilotildees e reservas orccedilamentamprias ais limitaccedilotildees entretanto natildeo podem inviabili(ar ou anular agarantia das necessidades bampsicas para a sobreviv)ncia do indivduo dentro do conceito de mnimo

e$istencial sob pena de afronta ao princpio da dignidade umana pilar de toda a sistemamptica dosdireitos umanos e fundamentais

PALAVRAS-CHAVE direitos prestaccedilatildeo limitaccedilatildeo orccedilamento mnimo dignidade

1 ndash INTRODUCcedilAtildeO

Em tempos modernos onde as discussotildees sobre aquecimento global escasse( de ampgua ecombustveis foacutesseis ganam relevo no cenamprio internacional pode-se afirmar que os direitos

fundamentais amais estiveram em todo o seu perodo istoacuterico tatildeo integrados no patrim+niocultural da umanidade

reconecimento progressivo de novos direitos fundamentais adquiriu um caramptercumulativo fruto de constantes reivindicaccedilotildees concretas dos indivduos geradas por situaccedilotildees deagressatildeo a bens fundamentais e elementares do ser umano A acumulaccedilatildeo de novos direitosreconecidos como fundamentais acabou por influenciar o seu contedo e a proacutepria maneira de sealcanccedilar o maior grau de efetividade daqueles direitos positivados no ordenamento urdico-constitucional

ustamente neste conte$to que assume relevo o comportamento ativo do Estado naefetivaccedilatildeo dos direitos fundamentais sociais buscando o bem-estar social dos indivduos Essadimensatildeo positiva que norteia a atuaccedilatildeo estatal no sentido de viabili(ar as prestaccedilotildees de sadeeducaccedilatildeo assist)ncia social trabalo e outros revela a transiccedilatildeo das liberdades formais abstratas

para as liberdades materiais concretas apro$imando os direitos fundamentais sociais do conceitomaterial do princpio da igualdade

Como a efetivaccedilatildeo dos direitos fundamentais sociais via-de-regra depende de uma prestaccedilatildeo material do Estado vinculada meloria e distribuiccedilatildeo dos recursos e$istentes bemcomo busca e criaccedilatildeo de meios e bens essenciais para o uso dos indivduos que deles necessitamnatildeo se pode desconsiderar o carampter econ+mico dessa atuaccedilatildeo estatal condicionada portanto

disponibilidade de recursos financeirosessa forma o debate sobre a efetivaccedilatildeo dos direitos sociais principalmente na sua

dimensatildeo prestacional transcende as discussotildees acad)micas partindo para os embates udiciais e



influenciando cada ve( mais a coordenaccedilatildeo e a implementaccedilatildeo das polticas pblicas

2 ndash BREVES CONSIDERACcedilOtildeES SOBRE OS DIREITOS SOCIAIS DE PRESTACcedilAtildeO

As bases do constitucionalismo moderno se encontram completamente lastreadas noconte$to dos direitos fundamentais Frutos de reivindicaccedilotildees constantes dos indivduos os direitosfundamentais acabaram por condicionar a validade substancial de todo o ordenamento urdicoatual impondo limites e modelando o Estado emocramptico de ireito A ntima ligaccedilatildeo entre osdireitos fundamentais e o Estado de ireito acabou por gerar uma relaccedilatildeo de interdepend)ncia ao

passo que natildeo possvel se conceber a reali(accedilatildeo de um Estado de ireito sem o reconecimentodos direitos fundamentais e tampouco efetivar os direitos fundamentais sem a noccedilatildeo de EstadoConstitucional

0este relevo a manifestaccedilatildeo de 0orberto 1obbio se mostra bastante pertinente ao afirmarque a pa( a democracia e os direitos fundamentais constituem tr)s momentos necessamprios do

mesmo movimento istoacuterico sendo que a pa( atua como pressuposto necessamprio para oreconecimento e efetiva proteccedilatildeo dos direitos fundamentais ao passo que natildeo poderamp averdemocracia onde natildeo forem assegurados os direitos fundamentais e ine$istindo democracia natildeoe$istiratildeo as condiccedilotildees mnimas para a soluccedilatildeo pacfica dos conflitos 2345

entro desse conte$to essencial de que os direitos fundamentais se fundem com a proacuteprianoccedilatildeo de Estado emocramptico de ireito a doutrina baseando-se nos istoacutericos postulados deliberdade igualdade e fraternidade da 6evoluccedilatildeo Francesa passou a classificar esses direitos emgeraccedilotildees

Embora uma pequena parte da doutrina repudie essa terminologia sob a argumentaccedilatildeo deque o uso da expressatildeo lsquogeraccedilotildeesrsquo pode ensejar a falsa impressatildeo da substituiccedilatildeo gradativa deuma geraccedilatildeo por outra razatildeo pela qual haacute quem prefira o termo lsquodimensotildeesrsquo dos direitos

fundamentais 2375 a classificaccedilatildeo dos direitos fundamentais em geraccedilotildees e$potildee as diversastransformaccedilotildees de contedo alcance e efetividade percebidas durante todo o seu processo istoacuterico

s direitos fundamentais de primeira geraccedilatildeo originados basicamente pela influ)ncia dosideais iluministas dos usnaturalistas dos sculos 89 e 89 inauguram o perodo dereconecimento da liberdade dos indivduos frente ao Estado or esse motivo costumam serdefinidos omo direitos de unho lsquonegativorsquo uma vez que dirigidos a uma abstenccedilatildeo e natildeo a umaonduta positiva por parte dos poderes pblios sendo neste sentido lsquodireitos de resistnia ou de

oposiccedilatildeo perante o stadorsquo 23lt5

ntegram os direitos de primeira geraccedilatildeo os direitos vida liberdade propriedade e igualdade

s direitos de segunda geraccedilatildeo originados no sculo 88 em virtude dos relevantes problemas sociais e econ+micos que acompanaram o processo de industriali(accedilatildeo apresentam-secomo uma dimensatildeo positiva do Estado no intuito de patrocinar um bem-estar socialCaracteri(am-se por outorgarem aos indivduos direitos a prestaccedilotildees sociais por parte do Estadotais como assist)ncia social sade educaccedilatildeo e trabalo 0o sculo 88 de modo especial apoacutes a=egunda gtuerra esses direitos fundamentais acabaram por ser consagrados em vamprias constituiccedilotildeese tratados internacionais 235

or sua ve( os direitos de terceira geraccedilatildeo comumente camados de direitos defraternidade ou de solidariedade focali(am a sociedade como um todo desvinculando-se da figurado omem como indivduo e assumindo portanto uma dimensatildeo coletiva ou difusa A proteccedilatildeo domeio-ambiente e do patrim+nio istoacuterico a pa( dos povos e a sua qualidade de vida satildeo



freqentemente citados como e$emplos de direitos fundamentais de terceira geraccedilatildeo

A doutrina moderna costuma apresentar uma quarta e at mesmo uma quinta geraccedilatildeo dedireitos fundamentais Entretanto para o presente estudo a relevncia da classificaccedilatildeo apresentadaencontra-se notadamente nos direitos fundamentais de segunda geraccedilatildeo onde estatildeo includos

untamente com os direitos econ+micos e culturais os direitos sociais

Ale$andre de Boraes conceitua direitos sociais como 235D

$amp direitos fundamentais do homem araterizandose omo verdadeirasliberdades positivas de observ(nia obrigat)ria em um stado oial de +ireitotendo por finalidade a melhoria de ondiccedilotildees de vida aos hipossufiientes visando onretizaccedilatildeo da igualdade soial e satildeo onsagrados omo fundamentos do stadodemoraacutetio pelo art - 0 da 1onstituiccedilatildeo 2ederal

e acordo com a doutrina tradicional os direitos sociais que dada sua e$trema importnciaforam merecedores de captulo especfico na Constituiccedilatildeo Federal de 4 satildeo tpicos e$emplos de

direitos de prestaccedilatildeo Gdireitos fundamentais de segunda geraccedilatildeoH

orm embora possam apresentar em sua grande maioria uma noccedilatildeo de direitos de prestaccedilatildeo reclamando uma postura ativa do Estado os direitos sociais vatildeo alm dessa classificaccedilatildeo para tambm incluir em seu boo as camadas liberdades sociais de cuno eminentementenegativo ou de defesa o que aponta ngo Iolfgang =arlet 23J5D

$amp perebese om failidade que vaacuterios destes direitos fundamentais soiais natildeo exerem a funccedilatildeo pre3pua de direitos a prestaccedilotildees podendo ser naverdade reonduzidos ao grupo de direitos de defesa omo oorre omo direito de

greve $art 4 da 12amp a liberdade de assoiaccedilatildeo sindial $art 5 da 12amp e as proibiccedilotildees ontra disriminaccedilotildees nas relaccedilotildees trabalhistas onsagradas no art 6ins 777 e 777 de nossa 8ei 2undamental

esta forma os direitos fundamentais sociais natildeo se restringem a uma dimensatildeo positiva e prestacional do Estado natildeo sendo correto afirmar portanto que todo direito social corresponde aum direito de prestaccedilatildeo e tampouco que todo direito de prestaccedilatildeo equivale a um direito social

Esclarecida essa questatildeo e delimitando o presente estudo unicamente no aspecto positivo e prestacional dos direitos sociais pode-se afirmar que essa categoria de direitos fundamentais possuiampla cone$atildeo com o direito de igualdade valendo como pressuposto de go(o de direitos

individuais na medida em que cria condiccedilotildees materiais favorampveis aquisiccedilatildeo da igualdade real eda proacutepria liberdade 23K5 Assim os direitos sociais satildeo considerados fatores de implementaccedilatildeo da usticcedila social uma ve( que se encontram vinculados efetivaccedilatildeo de polticas pblicas por parte doEstado

mportante relevncia possui a classificaccedilatildeo dos direitos sociais de prestaccedilatildeo em originampriose derivados conforme acentua ClLmerson Berlin ClLve 235D

9a 1onstituiccedilatildeo 2ederal inlusive no artigo enontramse direitos prestaionais originaacuterios e direitos prestaionais derivados

s primeiros podem desde logo ser relamados inlusive judiialmentemesmo falta de norma regulamentadora ltor isso ainda que o ltoder ltblio natildeotenha oloado os serviccedilos disposiccedilatildeo dos partiulares ainda que natildeo haja leialguma regulamentando a mat=ria esses direitos porque impliam a riaccedilatildeo



imediata de situaccedilotildees jur3dias subjetivas de vantagem satildeo suset3veis perfeitamente de demanda perante o ltoder gtudiiaacuterio

s direitos prestaionais derivados por seu turno natildeo se realizaminteiramente sem a pr=via regulamentaccedilatildeo ou seja sem a existnia de uma

pol3tia de um serviccedilo eou de uma rubria orccedilamentaacuteria

0esse conte$to pode-se afirmar que os direitos sociais prestacionais originamprios se dirigemao fornecimento de prestaccedilotildees estatais independentemente da e$ist)ncia de um sistema prvio deoferta de bens e serviccedilos correlatos ao passo que os direitos sociais prestacionais derivadoscompreendem as tarefas de igualdade de distribuiccedilatildeo acesso e utili(accedilatildeo de todas as prestaccedilotildees queo oder blico coloca disposiccedilatildeo dos indivduos 0atildeo difcil constatar que em nossoordenamento urdico constitucional a maioria dos direitos sociais se enquadra no mbito dos

prestacionais derivados dependentes portanto da distribuiccedilatildeo equnime das atividades sociais doEstado

or outro lado e$istem na Constituiccedilatildeo Federal de 4 especialmente em seu artigo JM

e$emplos de direitos sociais de prestaccedilatildeo originamprios como caso do direito educaccedilatildeo e sadeEspecificamente no que concerne ao ensino fundamental o artigo 73 inciso da ConstituiccedilatildeoFederal determina que este um dever do Estado que seramp efetivado mediante a garantia de ensino

fundamental obrigat)rio e gratuito assegurada inlusive sua oferta gratuita para todos os que aele natildeo tiverem aesso na idade pr)pria 235

0este caso a proacutepria Constituiccedilatildeo Federal assegura ao ensino fundamental uma qualidadede direito pblico subetivo capa( de gerar a obrigaccedilatildeo do Estado de tomar as medidas cabveis

para sua concreti(accedilatildeo =egundo determina o mandamento constitucional esse direito social de prestaccedilatildeo originampria deve partir do campo da abstraccedilatildeo para a sua materiali(accedilatildeo na sociedadeatravs da efetivaccedilatildeo de polticas pblicas

Cega-se neste ponto na questatildeo da efetividade dos direitos fundamentais sociaisamplamente discutida pela doutrina de vanguarda

3 ndash A QUESTAtildeO DA EFETIVIDADE DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS SOCIAIS DEPRESTACcedilAtildeO

Com bastante propriedade o rofessor da Faculdade de ireito de Coimbra Nos Noaquim

gtomes Canotilo afirma 2435

D

reonheimento e garantia de direitos eonmios soiais e ulturais an3vel onstituional = pois uma resposta tese da impossibilidade de odifiaccedilatildeode valores soiais fundamentais $ Soziale Grundrechte amp na 1onstituiccedilatildeo e tese do

prin3pio da demoraia soial omo simples linha da atividade do stado ltoroutro lado natildeo se trata de reonheer apenas o direito a um standard m3nimo devida ou de afirmar tatildeosomente uma dimensatildeo subjetiva quanto a direitos a

prestaccedilotildees de natureza derivativa $ derivative Teilhaberechte amp isto = os direitos soiais que radiam em garantias jaacute existentes $exA direito reforma ao subs3dio dedesemprego previdnia soialamp Bratase de sublinhar que o status soial do

idadatildeo pressupotildee de forma inequ3voa o direito a prestaccedilotildees soiais originaacuteriasomo sade habitaccedilatildeo ensino C originaumlre Leistungsanpruumlchen

Nustamente por terem como obeto uma conduta positiva consistente em prestaccedilotildees em sua



ampla maioria de ordem famptica e material os direitos sociais reclamam uma posiccedilatildeo ativa doEstado nas esferas econ+mica e social iferentemente do que ocorre com os direitos de defesa quesatildeo diretamente aplicampveis e capa(es de desencadear todos os seus efeitos urdicos e$trados dote$to constitucional a questatildeo da aplicabilidade e efetividade dos direitos sociais suscita grandesdvidas em todo o ordenamento urdico pamptrio

0atildeo se pode olvidar entretanto que a estrutura normativa que trata dos direitos de defesa prevista na Constituiccedilatildeo Federal natildeo a mesma daquela que resguarda os direitos sociais Essasduas categorias de direitos fundamentais foram firmadas e reconecidas sobre estruturas normativassoacutelidas porm dotadas de aplicabilidade e efetividade distintas

Acerca dessa distinccedilatildeo ClLmerson Berlin ClLve e$plica 2445D

9o s3tio dos direitos de defesa oorrente hip)tese de violaccedilatildeo o papel do juiz omo guardiatildeo da ordem onstituional natildeo exige no geral uma atuaccedilatildeo al=mda ensura judiial accedilatildeo do poder pblio

D situaccedilatildeo muda em relaccedilatildeo aos direitos prestaionais exigentes de umaatuaccedilatildeo positiva do poder pblio em partiular porque o (mbito materialdefinitivo desses direitos depende de uma manifestaccedilatildeo legislativa $e materialamp do

stado Dl=m disso esses direitos satildeo insuset3veis de realizaccedilatildeo integral $ohorizonte = sempre infinitoamp pois o seu umprimento implia uma aminhada

progressiva sempre dependente do ambiente soial no qual se inserem do grau deriqueza da soiedade e da efiinia e elastiidade dos meanismos de expropriaccedilatildeo$da soiedade pelo stadoamp e de aloaccedilatildeo $justiccedila distributivaamp de reursos Eais doque isso a realizaccedilatildeo desses direitos pressupotildee a existnia de uma bem elaborada

peccedila orccedilamentaacuteria meanismo atrav=s do qual o stado maneja os reursos pblios ordenando as prioridades para a despesa uma vez observada a restriccedilatildeo dareeita

odavia embora reconecidamente dotados de aplicabilidade diversa dos direitos de defesaos direitos sociais de prestaccedilatildeo acabam por integrar o raciocnio de que natildeo e$iste normaconstitucional desprovida de eficampcia a aplicabilidade =egundo a melor doutrina 2475 aConstituiccedilatildeo por ser a ordenaccedilatildeo suprema do Estado e possuir a sua proacutepria forccedila normativa deveencontrar em si mesma a tutela e a garantia de seus comandos de forma a alcanccedilar a sua mamp$imaefetividade

artindo dessa premissa o artigo M O 4M da Constituiccedilatildeo Federal reconecendo a

preponderncia dos direitos fundamentais sobre todo o ordenamento urdico pamptrio revela que asnormas definidoras de direitos e garantias fundamentais tm apliaccedilatildeo imediata 24lt5

ara ngo Iolfgang =arlet 245 este dispositivo constitucional possui a nature(a de princpiodevendo ser interpretado como um mandado de otimi(accedilatildeo ou ma$imi(accedilatildeo de todo o ordenamentodos direitos fundamentais de forma a imprimir ao Estado a tarefa de reconecer e possibilitar o seumaior grau de eficampcia este modo o preceito capa( de gerar uma presunccedilatildeo em favor da plenaaplicabilidade das normas definidoras de direitos fundamentais buscando-se a mamp$ima efetividadeda norma constitucional

mencionado autor ainda destaca 245D

m que pese a irunst(nia de que a situaccedilatildeo topograacutefia do dispositivo poderia sugerir uma apliaccedilatildeo da norma ontida no art F G - da 12 apenas aosdireitos individuais e oletivos $a exemplo do que oorre om o G H do mesmo



artigoamp o fato = que este argumento natildeo orresponde expressatildeo literal dodispositivo que utiliza a formulaccedilatildeo gen=ria lsquodireitos e garantias fundamentaisrsquotal omo onsignada na ep3grafe do B3tulo de nossa Lex Suprema revelando quemesmo em se proedendo a uma interpretaccedilatildeo meramente literal natildeo haacute omo

sustentar uma reduccedilatildeo do (mbito de apliaccedilatildeo da norma a qualquer das ategoriasespeifias de direitos fundamentais onsagradas em nossa 1onstituiccedilatildeo $amp

esta forma natildeo se pode negar que o comando inserto no artigo M O 4M da ConstituiccedilatildeoFederal deve ser interpretado de forma e$tensiva para alcanccedilar todo o sistema dos direitosfundamentais impedindo que algumas categorias tais como os direitos sociais de prestaccedilatildeo quedependem de uma atuaccedilatildeo positiva do Estado se tornem letra morta no te$to constitucional

Este dispositivo constitucional que representa toda a supremacia que o Constituinteriginamprio obetivou imprimir aos direitos fundamentais acaba por ustificar a afirmaccedilatildeo de que natildeoe$iste diferenccedila de regime urdico entre os direitos sociais de prestaccedilatildeo e os direitos de defesaEmbora sea inegampvel como afirmado anteriormente que e$iste uma distinccedilatildeo entre as singularesestruturas normativas dessas duas categorias de direitos fundamentais que confere aos direitos de

defesa um maior grau de aplicabilidade o regime urdico de ambas o mesmo ao contramprio do queocorre com a Constituiccedilatildeo ortuguesa que diferencia o regime urdico entre os direitos sociais e osdireitos garantias e liberdades 24J5

Entretanto apesar do artigo M O 4M da Constituiccedilatildeo Federal orientar todo o sistema dosdireitos fundamentais a questatildeo da aplicabilidade dos direitos sociais de prestaccedilatildeo natildeo se encontraresolvida natildeo podendo ser solucionada com a regra cartesiana do tudo ou nada dependo pois daanamplise de cada situaccedilatildeo em concreto

6essalte-se que independentemente de sua forma de positivaccedilatildeo os direitos sociais prestacionais sempre estaratildeo aptos a gerar um mnimo de efeitos urdicos Esta constataccedilatildeo decorreda proacutepria noccedilatildeo amp mencionada de que toda norma constitucional possui eficampcia e aplicabilidade grau de eficampcia dos direitos sociais de prestaccedilatildeo todavia dependeramp de sua forma de positivaccedilatildeono te$to constitucional e das peculiaridades do seu obeto 24K5

Como afirma Celso 6ibeiro 1astos 245D

Ioje natildeo se admite que a inefiaacuteia seja o timbre da 1onstituiccedilatildeo lteloontraacuterio o que se reonhee = que todas as normas onstituionais tm um m3nimode efiaacuteia que se ostuma admitir todavia satildeo graus diferentes deapliabilidade

or outro lado um dos intrigantes pontos da eficampcia dos direitos sociais reside no fato deque a doutrina costuma classificar as normas definidoras desses direitos como programampticas ngoIolfgang =arlet define como programampticas as normas que apresentam normatividade insufiiente

para alanccedilarem plena efiaacuteia porquanto se tratam de normas que estabeleem programas finalidades e tarefas a serem implementados pelo stado ou que ontm determinadas imposiccedilotildeesde maior ou menor onretude dirigidas ao 8egislador 245

artindo-se da literalidade deste conceito t)m-se a noccedilatildeo de que os direitos sociaisenquanto normas programampticas dependem em sua grande maioria da atuaccedilatildeo do legisladorordinamprio para sarem do plano da abstraccedilatildeo e serem efetivados A concreti(accedilatildeo dos direitos sociais

segundo esse raciocnio estamp vinculada e dependente da vontade e interesse dos legisladores eAdministradores blicos

Entretanto crticas natildeo faltam a essa tentativa de imprimir um carampter programamptico aos



direitos sociais sendo que a doutrina moderna 2735 buscando alcanccedilar a mamp$ima efetividade dasnormas definidoras de direitos fundamentais tem procurado minimi(ar qualquer aspecto limitado edependente das normas definidoras de direitos sociais para possibilitar a sua plena efetividade eaplicabilidade em consonncia com o comando inserto no artigo M O 4M da Constituiccedilatildeo Federal

0esta lina 0orberto 1obbio formula questionamentos contundentes 2745D

Banto = assim que na 1onstituiccedilatildeo italiana as normas que se referem adireitos soiais foram hamadas pudiamente de lsquoprogramaacutetiasrsquo $amp Jm direitoujo reonheimento e uja efetiva proteccedilatildeo satildeo adiados sine die al=m de onfiados vontade de sujeitos uja obrigaccedilatildeo de exeutar o lsquoprogramarsquo = apenas umaobrigaccedilatildeo moral ou no maacuteximo pol3tia pode ainda ser hamado de direitoK Ddiferenccedila entre esses autointitulados direitos e os direitos propriamente ditos natildeo

seraacute tatildeo grande que torna impr)prio ou pelo menos pouo til o uso da mesma palavra para designar uns e outrosK

Adepto da teoria de que somente atravs da mamp$ima efetividade das normas constitucionais

o Estado emocramptico poderamp fornecer ao cidadatildeo fiel destinatamprio de todo o ordenamento urdicouma proteccedilatildeo real e efetiva Pus 6oberto 1arroso adverte que o fato de uma regra onstituionalontemplar determinado direito ujo exer3io dependa da legislaccedilatildeo integradora natildeo a torna s)

por isso programaacutetia 2775

Assim partindo-se de uma concepccedilatildeo prospectiva das normas constitucionais adequada aosvalores modernos de proteccedilatildeo do indivduo garantia da dignidade da pessoa umana e participaccedilatildeo

popular na escola das polticas pblicas gana relevo a interpretaccedilatildeo de que as normas definidorasde direitos sociais embora natildeo contenam em muitos casos todos os elementos suficientes parasua efetivaccedilatildeo podem ser imediatamente aplicadas diante da anamplise da ipoacutetese em concreto

0esse sentido o =upremo ribunal Federal amp se manifestou ao se pronunciar sobre aefetivaccedilatildeo do direito sade quando do ulgamento do 6E-Ag6 nM 7K47JQ6= 27lt5D

$amp araacuteter programaacutetio da regra insrita no art -4 da 1arta ltol3tia C que tem por destinataacuterios todos os agentes pol3tios que ompotildeem no planoinstituional a organizaccedilatildeo federativa do stado brasileiro C natildeo pode onverterseem promessa onstituional inonseqLente sob pena de o ltoder ltblio fraudando

justas expetativas nele depositadas pela oletividade substituir de maneiraileg3tima o umprimento de seu impostergaacutevel dever por um gesto irresponsaacutevel deinfidelidade governamental ao que determina a pr)pria 8ei 2undamental do stado

$amp utro aspecto fundamental que merece destaque ao ser mencionada a efetividade dosdireitos sociais de prestaccedilatildeo consiste no fato de que as normas definidoras desses direitos estatildeovinculadas s modificaccedilotildees econ+micas sociais e administrativas tornando-se necessampria portantouma adequaccedilatildeo das car)ncias sociais s capacidades materiais do Estado or se tratarem dee$ig)ncias positivas que demandam obviamente a utili(accedilatildeo de recursos materiais os direitossociais de prestaccedilatildeo encontram-se dependentes da disponibilidade econ+mica e orccedilamentampria doEstado

esta forma a efetividade dos direitos sociais de prestaccedilatildeo por assumir grande relevncia

econ+mica em virtude do fato de estar ligada distribuiccedilatildeo meloria e criaccedilatildeo de bens materiaisdepende da capacidade do Estado de dispor dos recursos e$istentes estando portanto vinculada reserva do possvel que segundo aponta ngo Iolfgang =arlet ompreendida em sentido amploabrange tanto a possibilidade quanto o poder de disposiccedilatildeo por parte do destinataacuterio da norma



275

certo pois que a discussatildeo em torno da efetividade dos direitos sociais de prestaccedilatildeo natildeo poderamp escapar da anamplise dos elementos e condiccedilotildees financeiras do Estado para que se atenda aos preceitos fundamentais da Constituiccedilatildeo Federal

odavia a escasse( de recursos orccedilamentamprios amais poderamp se tornar oacutebice garantia dascondiccedilotildees mnimas de e$ist)ncia umana sob pena de sacrifcio do princpio basilar doconstitucionalismo moderno qual sea o princpio da dignidade da pessoa umana A garantia domnimo e$istencial acaba por constituir o padratildeo mnimo da efetivaccedilatildeo dos direitos sociais de

prestaccedilatildeo pois sem o mnimo necessamprio e$ist)ncia cessa a possibilidade de sobreviv)ncia doindivduo e com ela as condiccedilotildees de liberdade

0este liame a questatildeo da efetividade dos direitos sociais de prestaccedilatildeo somente poderamp serfielmente constatada diante da anamplise das circunstncias do caso concreto e do direito especficovindicado mediante a concordncia pramptica e armoni(accedilatildeo de todos os fatores materiais enormativos envolvidos

4 ndash A RESERVA DO POSSIacuteVEL COMO LIMITADORA DE POLIacuteTICAS PBLICAS

ara a consecuccedilatildeo de toda a atividade centrada no bem-estar social o Estado define o seu plano de atuaccedilatildeo dentro de um instrumento camado orccedilamento e iniciativa do oder E$ecutivoa 8ei do rccedilamento onteraacute a disriminaccedilatildeo da reeita e despesa de forma a evideniar a pol3tiaeonmia finaneira e o programa de trabalho do Moverno obedeidos os prin3pios de unidadeuniversalidade e anualidade 275 conforme dispotildee o artigo 7M da Pei federal nM lt73 de4K3lt4J que embora aprovada na origem como lei ordinampria foi recepcionada materialmentecomo lei complementar em virtude do disposto no artigo 4Jlt da Constituiccedilatildeo Federal 27J5

tributarista RiSosi Tarada ao comentar o conceito de orccedilamento e$plica 27K5D

1lassiamente o orccedilamento = onheido omo uma peccedila que ont=m aaprovaccedilatildeo pr=via da despesa e da reeita para um per3odo determinado $amp 9o

stado moderno natildeo mais existe lugar para orccedilamento pblio que natildeo leve emonta os interesses da soiedade +a3 porque o orccedilamento sempre reflete um planode accedilatildeo governamental +a3 tamb=m seu araacuteter de instrumento representativo davontade popular o que justifia a resente atuaccedilatildeo legislativa no ampo

orccedilamentaacuterio

=abendo que o orccedilamento o instrumento pelo qual mediante lei o Estado define asreceitas e fi$a as despesas a serem efetuadas em determinado perodo de tempo pode-se afirmarseguramente que a efetivaccedilatildeo dos direitos sociais prestacionais estamp a ele vinculada por e$igir adisponibilidade de recursos financeiros A capacidade do Estado como ordenador de despesasencontra limites na escasse( de recursos sendo que as polticas pblicas devem ser elaboradas eefetivadas de acordo com as possibilidades materiais do Ente Federativo ou sea de acordo com areserva do possvel

A teoria da reserva do possvel tem origem na Corte Constitucional Federal da Alemana

onde se sustentou que as limitaccedilotildees de ordem econ+mica podem comprometer a plena efetivaccedilatildeodos direitos sociais conforme se depreende do clebre ulgamento mencionado na 1verfgtEGcoletnea das decisotildees do ribunal Constitucional FederalH nM ltlt = ltltlt 275 =egundo este leadingase os indivduos somente podem e$igir do Estado a e$ecuccedilatildeo de uma prestaccedilatildeo ou o atendimento



de um interesse desde que observados os limites da ra(oabilidade

=obre essa relevante decisatildeo da usticcedila tedesca ngo Iolfgang =arlet acrescenta 275D

$amp olhese o ensejo de referir deisatildeo da 1orte 1onstituional 2ederal da Dlemanha que desde o paradigmaacutetio aso numerus clausus versando sobre o

direito de aesso ao ensino superior firmou jurisprudnia no sentido de que a prestaccedilatildeo relamada deve orresponder ao que o indiv3duo pode razoavelmenteexigir da soiedade de tal sorte que mesmo em dispondo o stado dos reursos etendo o poder de disposiccedilatildeo natildeo se pode falar em uma obrigaccedilatildeo de prestar algoque natildeo se mantenha nos limites do razoaacutevel Dssim poderseia sustentar que natildeohaveria omo impor ao stado a prestaccedilatildeo de assistnia soial a algu=m queefetivamente natildeo faccedila jus ao benef3io por dispor ele pr)prio de reursos

sufiientes para seu sustento que ontudo orresponde ao razoaacutevel tamb=mdepende C de aordo om a deisatildeo referida e boa parte da doutrina alematilde C da

ponderaccedilatildeo por parte do legislador

Assim restou difundido o entendimento de que a viabili(accedilatildeo dos direitos sociais atravs dae$ecuccedilatildeo de polticas pblicas estamp condicionada e$ist)ncia de recursos materiais disponveis

para tal sendo que o Estado apesar de obrigado a cumprir as normas assecuratoacuterias de prestaccedilotildeessociais poderamp se escusar da obrigaccedilatildeo em virtude de impossibilidades materiais devidamentecomprovadas

questionamento a que se cegou a partir da aplicaccedilatildeo da teoria da reserva do possvelcomo limitadora da efetivaccedilatildeo dos direitos sociais foi ustamente em saber at que ponto as

prestaccedilotildees estatais poderatildeo ser redu(idas pela escasse( de recursos orccedilamentamprios u sea at ondee quando o Estado poderamp calcado no argumento de que natildeo possui reservas suficientes limitar as

polticas de sade educaccedilatildeo saneamento bampsico e outras Uual seria o critrio de ra(oabilidademencionado pela Corte Constitucional gtermnicaV

outro ponto intrigante foi definir os limites de atuaccedilatildeo do oder Nudiciamprio na elaboraccedilatildeo ee$ecuccedilatildeo de polticas pblicas pelo Estado s magistrados poderiam sem causar flagrante ofensaao princpio da separaccedilatildeo dos poderes intervir nas escolas orccedilamentampriasV

Essas duas questotildees foram amplamente debatidas nos mais diversos graus de urisdiccedilatildeo pamptrios sendo que ainda natildeo se encontram totalmente pacificadas Entretanto em emblemamptico ulgamento sobre o tema o Binistro Celso de Belo do =upremo ribunal Federal definiu as linasmestras que nortearam o posicionamento maoritamprio atual de que o oder Nudiciamprio pode intervir

na formulaccedilatildeo das polticas pblicas para assegurar a garantia do mnimo e$istencial a menor porccedilatildeo necessampria para se manter a dignidade umana atravs das prestaccedilotildees estatais

s argumentos da decisatildeo monocramptica satildeo bastante lcidos 2lt35D

$amp N erto que natildeo se inlui ordinariamente no (mbito das funccedilotildeesinstituionais do ltoder gtudiiaacuterio e nas desta uprema 1orte em espeial aatribuiccedilatildeo de formular e de implementar pol3tias pblias $gtN 1DO8 0OD

+ D9+OD+ lsquos +ireitos 2undamentais na 1onstituiccedilatildeo ltortuguesa de -46rsquo pHP6 item n PF -456 Dlmedina 1oimbraamp pois nesse dom3nio o enargo reside

primariamente nos ltoderes 8egislativo e xeutivo Bal inumbnia no entanto

embora em bases exepionais poderaacute atribuirse ao ltoder gtudiiaacuterio se e quandoos )rgatildeos estatais ompetentes por desumprirem os enargos pol3tiojur3diosque sobre eles inidem vierem a omprometer om tal omportamento a efiaacuteia ea integridade de direitos individuais eou oletivos impregnados de estatura



onstituional ainda que derivados de laacuteusulas revestidas de ontedo programaacutetio 1abe assinalar presente esse ontexto onsoante jaacute prolamou estauprema 1orte que o araacuteter programaacutetio das regras insritas no texto da 1arta

ltol3tia lsquonatildeo pode onverterse em promessa onstituional inonseqLente sob pena de o ltoder ltblio fraudando justas expetativas nele depositadas pelaoletividade substituir de maneira ileg3tima o umprimento de seu impostergaacutevel

dever por um gesto irresponsaacutevel de infidelidade governamental ao que determina a pr)pria 8ei 2undamental do stadorsquo $OBgt -6F-H-H-H-Q Oel Ein 18 + E88amp 9atildeo deixo de onferir no entanto assentadas tais premissas signifiativorelevo ao tema pertinente lsquoreserva do poss3velrsquo $BltI9 I8E1D OJ9B9 lsquo The Cost of Rightsrsquo -444 9orton Ne or amp notadamente em sedede efetivaccedilatildeo e implementaccedilatildeo $sempre onerosasamp dos direitos de segunda geraccedilatildeo$direitos eonmios soiais e ulturaisamp ujo adimplemento pelo ltoder ltblioimpotildee e exige deste prestaccedilotildees estatais positivas onretizadoras de tais

prerrogativas individuais eou oletivas N que a realizaccedilatildeo dos direitos eonmios soiais e ulturais al=m de araterizarse pela gradualidade de seu proesso deonretizaccedilatildeo depende em grande medida de um inesapaacutevel v3nulo finaneiro

subordinado s possibilidades orccedilamentaacuterias do stado de tal modo queomprovada objetivamente a inapaidade eonmiofinaneira da pessoaestatal desta natildeo se poderaacute razoavelmente exigir onsiderada a limitaccedilatildeo materialreferida a imediata efetivaccedilatildeo do omando fundado no texto da 1arta ltol3tia 9atildeo

se mostraraacute l3ito no entanto ao ltoder ltblio em tal hip)tese medianteindevida manipulaccedilatildeo de sua atividade finaneira eou pol3tioadministrativa riar obstaacuteulo artifiial que revele o ileg3timo arbitraacuterio e ensuraacutevel prop)sito de

fraudar de frustrar e de inviabilizar o estabeleimento e a preservaccedilatildeo em favor da pessoa e dos idadatildeos de ondiccedilotildees materiais m3nimas de existnia 1umpreadvertir desse modo que a laacuteusula da lsquoreserva do poss3velrsquo ressalvada aoorrnia de justo motivo objetivamente afer3vel natildeo pode ser invoada pelo

stado om a finalidade de exonerarse do umprimento de suas obrigaccedilotildeesonstituionais notadamente quando dessa onduta governamental negativa puder resultar nulifiaccedilatildeo ou at= mesmo aniquilaccedilatildeo de direitos onstituionaisimpregnados de um sentido de essenial fundamentalidade +a3 a orreta

ponderaccedilatildeo de D9D ltDJ8D + RDO188 $lsquoD fiaacuteia gtur3dia dos ltrin3pios1onstituionaisrsquo p HSFHS HPPH OenovarampA lsquom resumoA a limitaccedilatildeo de reursosexiste e = uma ontingnia que natildeo se pode ignorar int=rprete deveraacute levaacutela emonta ao afirmar que algum bem pode ser exigido judiialmente assim omo omagistrado ao determinar seu forneimento pelo stado ltor outro lado natildeo se

pode esqueer que a finalidade do stado ao obter reursos para em seguida

gastaacutelos sob a forma de obras prestaccedilatildeo de serviccedilos ou qualquer outra pol3tia pblia = exatamente realizar os objetivos fundamentais da 1onstituiccedilatildeo D metaentral das 1onstituiccedilotildees modernas e da 1arta de -455 em partiular pode serresumida omo jaacute exposto na promoccedilatildeo do bemestar do homem ujo ponto de

partida estaacute em assegurar as ondiccedilotildees de sua pr)pria dignidade que inlui al=mda proteccedilatildeo dos direitos individuais ondiccedilotildees materiais m3nimas de existnia Doapurar os elementos fundamentais dessa dignidade $o m3nimo existenialamp estarseatildeo estabeleendo exatamente os alvos prioritaacuterios dos gastos pblios Dpenasdepois de atingilos = que se poderaacute disutir relativamente aos reursosremanesentes em que outros projetos se deveraacute investir m3nimo existenialomo se v assoiado ao estabeleimento de prioridades orccedilamentaacuterias = apaz de

onviver produtivamente om a reserva do poss3velrsquo 0se pois que osondiionamentos impostos pela laacuteusula da lsquoreserva do poss3velrsquo ao proesso deonretizaccedilatildeo dos direitos de segunda geraccedilatildeo de implantaccedilatildeo sempre onerosa traduzemse em um binmio que ompreende de um lado $-amp a razoabilidade da



pretensatildeo individualsoial deduzida em fae do ltoder ltblio e de outro $Hamp aexistnia de disponibilidade finaneira do stado para tornar efetivas as

prestaccedilotildees positivas dele relamadas +esneessaacuterio aentuarse onsiderado oenargo governamental de tornar efetiva a apliaccedilatildeo dos direitos eonmios

soiais e ulturais que os elementos omponentes do menionado binmio$razoabilidade da pretensatildeo T disponibilidade finaneira do stadoamp devem

onfigurarse de modo afirmativo e em situaccedilatildeo de umulativa oorrnia poisausente qualquer desses elementos desaraterizarseaacute a possibilidade estatal derealizaccedilatildeo praacutetia de tais direitos 9atildeo obstante a formulaccedilatildeo e a exeuccedilatildeo de

pol3tias pblias dependam de opccedilotildees pol3tias a argo daqueles que pordelegaccedilatildeo popular reeberam investidura em mandato eletivo umpre reonheerque natildeo se revela absoluta nesse dom3nio a liberdade de onformaccedilatildeo dolegislador nem a de atuaccedilatildeo do ltoder xeutivo N que se tais ltoderes do stadoagirem de modo irrazoaacutevel ou proederem om a lara intenccedilatildeo de neutralizaromprometendoa a efiaacuteia dos direitos soiais eonmios e ulturais afetandoomo deorrnia ausal de uma injustifiaacutevel in=ria estatal ou de um abusivoomportamento governamental aquele nleo intang3vel onsubstaniador de um

onjunto irredut3vel de ondiccedilotildees m3nimas neessaacuterias a uma existnia digna eesseniais pr)pria sobrevivnia do indiv3duo a3 entatildeo justifiarseaacute omo

preedentemente jaacute enfatizado e at= mesmo por razotildees fundadas em um imperativo=tiojur3dio a possibilidade de intervenccedilatildeo do ltoder gtudiiaacuterio em ordem aviabilizar a todos o aesso aos bens uja fruiccedilatildeo lhes haja sido injustamentereusada pelo stado

essa forma apesar da efetivaccedilatildeo dos direitos sociais estar vinculada reserva do possvela parcela mnima necessampria garantia da dignidade umana amais poderamp ser esquivada cabendoao Nudiciamprio mediante provocaccedilatildeo corrigir eventuais distorccedilotildees que atentem contra ara(oabilidade e a proporcionalidade Cabe ressaltar por outro lado que esta praacutetia resguarda asmargens de atuaccedilatildeo do legislador e do administrador pblio tendo em vista que o juiz natildeodirigiraacute a pol3tia pblia a ser desenvolvida mas apenas indiaraacute a prioridade onstituional quemeree atenccedilatildeo conforme bem salienta Alceu Baurcio Nnior 2lt45

ndash O PRINCIacutePIO DA DINIDADE DA PESSOA HUMANA E O MIacuteNIMO EISTENCIAL

A dignidade umana atualmente definida como um princpio informador do ireitodesempena um papel de e$trema importncia na vida econ+mica e social dos indivduos =abendo

que a finalidade do ireito e do Estado de servir e resguardar o Tomem o princpio da dignidadeda pessoa umana se torna um meio de alcanccedilar o bem-estar social e proteger o indivduo da accedilatildeonociva de seus semelantes de si mesmo e do proacuteprio Estado

A dignidade da pessoa umana constitui elemento basilar de qualquer instrumento urdicodemocramptico fundindo-se com os proacuteprios conceitos de liberdade e igualdade que embasaram osurgimento dos direitos fundamentais =em a garantia e a implementaccedilatildeo da dignidade umana natildeoamp que se falar em liberdade e igualdade or outro lado tambm natildeo e$istem liberdade e igualdadeefetivas quando natildeo se observa o mnimo necessamprio para a garantia da dignidade umana

0elson 6osenvald entende que a dignidade da pessoa umana = simultaneamente valor e

prin3pio pois onstitui elemento deisivo para a atuaccedilatildeo de int=rpretes e apliadores da1onstituiccedilatildeo no stado +emoraacutetio de +ireito 2lt75 artindo desse raciocnio a dignidade umanacoloca o Tomem no vrtice do ordenamento urdico centrali(ando toda a atividade estatal



A Constituiccedilatildeo Federal de 4 logo em seu artigo 4M inciso estabelece que a dignidadeda pessoa umana um dos fundamentos da 6epblica Federativa do 1rasil 2ltlt5 Este dispositivorevela claramente que o Constituinte riginamprio colocou o =er Tumano como obetivo central detodo o ordenamento constitucional fundamentando e orientando todo o sistema de forma que eleestea totalmente voltado para a sua efetiva proteccedilatildeo

ngo Iolfgang =arlet esclarece que 2lt5

D

9um primeiro momento a qualifiaccedilatildeo da dignidade da pessoa humanaomo prin3pio fundamental traduz a erteza de que o art - in de nossa 8ei

2undamental natildeo ont=m apenas uma delaraccedilatildeo de ontedo =tio e moral $queela em ltima anaacutelise natildeo deixa de teramp mas que onstitui norma jur3diopositivaom status onstituional e omo tal dotada de efiaacuteia transformandose de tal

sorte para al=m da dimensatildeo =tia jaacute apontada em valor fundamental daomunidade mporta onsiderar neste ontexto que na ondiccedilatildeo de prinipio

fundamental a dignidade da pessoa humana onstitui valorguia natildeo apenas dosdireitos fundamentais mas de toda a ordem onstituional razatildeo pela qual se

justifia plenamente sua araterizaccedilatildeo omo prin3pio onstituional de maiorhierarquia axiol)giovalorativa

Aspectos relevantes dos direitos sociais de prestaccedilatildeofrente ao miacutenimo existencial e agrave reserva do possiacutevel Elaborado em 072007

Elmo Joseacute Duarte de Almeida Junior $ina 2 de 2

iante desse seu carampter orientador pode-se afirmar que o princpio dadignidade da pessoa umana se desdobra em duas dimensotildees sendo uma negativa eoutra positiva sobre as quais 0elson 6osenvald tece os seguintes comentamprios 2lt5D

Dquela signifia a imunidade do indiv3duo a ofensas ehumilhaccedilotildees mediante ataques sua autonomia por parte do stado eda soiedade gtaacute a dimensatildeo positiva importa em reonheimento daautodeterminaccedilatildeo de ada homem pela promoccedilatildeo de ondiccedilotildees queviabilizem e removam toda sorte de obstaacuteulos que impeccedilam uma vidadigna

ustamente inserida nessa dimensatildeo positiva do princpio da dignidade da pessoa umana que se encontra a noccedilatildeo do mnimo e$istencial a ser resguardado pelosdireitos sociais de prestaccedilatildeo A preocupaccedilatildeo com o mnimo e$istencial e$ige a garantiade meios que satisfaccedilam as mnimas condiccedilotildees de viv)ncia digna do indivduo e de suafamlia 0esse aspecto o mnimo e$istencial vincula as prestaccedilotildees estatais para queseam cumpridas as aspiraccedilotildees do Estado emocramptico de ireito

0o caso especfico do ordenamento urdico-constitucional pamptrio onde aefetivaccedilatildeo dos direitos sociais de prestaccedilatildeo condicionada e limitada pela reserva do

possvel a garantia do mnimo e$istencial como corolamprio do conceito de dignidade da pessoa umana acaba por constituir um limite proacutepria efetivaccedilatildeo de outros direitos

fundamentais u sea partindo-se dos princpios da ra(oabilidade e da proporcionalidade outros direitos de carampter fundamental podem ser restringidos em prol da dignidade umana Afinal como aponta ngo Iolfgang =arlet a nossa



1onstituiccedilatildeo = aima de tudo a 1onstituiccedilatildeo da pessoa humana por exelnia 2ltJ5

or outro lado natildeo se pode perder de vista que o princpio da dignidade da pessoa umana integra toda a loacutegica dos direitos fundamentais sendo que cada direitofundamental em maior ou menor grau obetiva a proteccedilatildeo da dignidade umanaCumpre observar entretanto que para essa proteccedilatildeo se efetivar devem ser assegurados

padrotildees mnimos de seguranccedila urdica no campo normativo dos direitos fundamentaismais especificamente no que tange aos direitos sociais de prestaccedilatildeo Assim a proteccedilatildeo dignidade umana revela tambm uma proibiccedilatildeo contra normas de carampter retrocessivonesta seara ainda que editadas sob o argumento de progressividade

entro desse conte$to para a satisfaccedilatildeo plena dos direitos sociais de prestaccedilatildeoem favor da dignidade umana o Estado deve natildeo somente reconecer o go(o e oe$erccio desses direitos mas tambm vedar a ediccedilatildeo de medidas legislativas queimportem na reduccedilatildeo anulaccedilatildeo ou revogaccedilatildeo do ncleo essencial amp reconecido aosindivduos o que a doutrina convencionou nominar de princpio da proibiccedilatildeo doretrocesso social 2ltK5

=egundo essa idia de vedaccedilatildeo do retrocesso apoacutes a concreti(accedilatildeo dos direitossociais prestacionais em nvel infraconstitucional eles assumem o carampter de direitossubetivos a determinadas prestaccedilotildees estatais de tal forma que natildeo mais se encontramna esfera de disponibilidade do legislador ordinamprio tornando-se direitos adquiridos quenatildeo podem mais ser suprimidos ou redu(idos

=obre a utilidade desse princpio ngo Iolfgang =arlet e$emplifica 2lt5D

Rasta lembrar aqui a possibilidade de o legislador seja por meio

de uma emenda onstituional $amp seja por uma reforma na planolegislativo suprimir determinados ontedos da 1onstituiccedilatildeo ourevogar normas legais destinadas regulamentaccedilatildeo de dispositivosonstituionais notadamente em mat=ria de direitos soiais ainda queom efeitos meramente prospetivos

or sua ve( Pus 6oberto 1arroso ao comentar o assunto aponta aspectosrelevantes 2lt5D

D vedaccedilatildeo do retroesso por fim = uma derivaccedilatildeo da efiaacuteianegativa partiularmente ligada aos prin3pios que envolvem os direitos

fundamentais la pressupotildee que esses prin3pios sejam onretizadosatrav=s de normas infraonstituionais $isto =A freqLentemente os efeitosque pretendem produzir satildeo espeifiados por meio da legislaccedilatildeoordinaacuteriaamp e que om base no direito onstituional em vigor um dosefeitos gerais pretendidos por tais prin3pios = a progressiva ampliaccedilatildeodos direitos fundamentais ltartindo desses pressupostos o que avedaccedilatildeo do retroesso propotildee se possa exigir do gtudiiaacuterio = ainvalidade da revogaccedilatildeo de normas que regulamentando o prin3pioonedam ou ampliem direitos fundamentais sem que a revogaccedilatildeo emquestatildeo seja aompanhada de uma pol3tia substitutiva ou equivalente

artindo-se sempre da premissa de que as normas constitucionais devemconstituir um conunto arm+nico pode-se afirmar que o princpio da proibiccedilatildeo doretrocesso social vem ao encontro da noccedilatildeo de mamp$ima efetividade das normasdefinidoras de direitos fundamentais contida no artigo M O 4M da Constituiccedilatildeo Federal



e que decorre principalmente como afirmado linas volvidas da necessidade de seinviabili(ar quaisquer tentativas de redu(ir os padrotildees mnimos e$igidos para umae$ist)ncia digna

or tudo isso natildeo demais reafirmar que a garantia da dignidade umana revelao padratildeo mnimo da efetivaccedilatildeo dos direitos sociais do indivduo =em a proteccedilatildeo da

e$ist)ncia umana digna perdem a ra(atildeo de ser o Estado o ireito como ci)ncia as leiscomo pacificadoras da ordem social e toda a evoluccedilatildeo teoacuterica dos direitos fundamentaisara ngo Iolfgang =arlet esse padratildeo mnimo de e$ist)ncia digna estaria ligado

prestaccedilatildeo dos recursos materiais necessamprios para a garantia do salamprio-mnimoassist)ncia social educaccedilatildeo previd)ncia social e sade 235

Em recente pronunciamento sobre o direito sade assegurado na ConstituiccedilatildeoFederal o Binistro Pui( Fu$ do =uperior ribunal de Nusticcedila ao proferir voto no 6EspnM 44J3Q6= teceu relevantes comentamprios acerca do tema 245D

prin3pio da apliabilidade imediata e da plena efiaacuteia dosdireitos fundamentais estaacute enartado no G - do art F da 1255A Dsnormas definidoras dos direitos e garantias fundamentais tmapliabilidade imediata Euito se polemizou e ainda se debate sem que

se tenha oorrida a paifiaccedilatildeo de posiccedilotildees aera do signifiado ealane exato da indigitada norma onstituional ltor=m resente e

signifiativa = a moderna id=ia de que os direitos fundamentaisinlusive aqueles prestaionais tm efiaacuteia tout court abendo apenasdelimitarse em que extensatildeo uperouse assim entendimento que osenquadrava omo regras de ontedo programaacutetio a seremonretizadas mediante a intervenccedilatildeo legislativa ordinaacuteria +esapegou

se assim da negativa de obrigaccedilatildeo estatal a ser umprida om espequenos direitos fundamentais o que tinha omo onseqLnia aimpossibilidade de araterizaacutelos omo direitos subjetivos at= mesmoquando em pauta a omissatildeo do stado no forneimento do m3nimoexistenial 1onsoante os novos rumos interpretativos a par de darseefiaacuteia imediata aos direitos fundamentais atribuiuse ao int=rprete amissatildeo de desvendar o grau dessa apliabilidade porquanto mesmo quenatildeo se pretenda dar maacutexima elastiidade premissa nem sempre seestaraacute infenso uma interpositio legislatoris o que natildeo oorre valeafirmar na porccedilatildeo do direito que trata do m3nimo existenial

A maestria dessa lina de raciocnio demonstra que a proteccedilatildeo da dignidadeumana atravs da garantia do mnimo para uma e$ist)ncia adequada o ponto de partida para a efetividade dos direitos sociais de prestaccedilatildeo =empre que os entraves decompet)ncia legislativa e previsatildeo orccedilamentampria esbarrarem em situaccedilotildees capa(es decolocar em risco a dignidade umana estar-se-amp diante de um direito subetivo de see$igir prestaccedilotildees estatais sob pena de afronta a todos os conceitos e valores queenvolvem o Estado emocramptico de ireito

bserva-se portanto que a determinaccedilatildeo do carampter prestacional dos direitossociais para a garantia do mnimo e$istencial e$ige o respeito de certas obrigaccedilotildees por

parte do Estado principalmente quando ligadas amprea da sade sendo que os

argumentos tradicionais de escasse( de recursos e imprecisatildeo normativa natildeo podem serutili(ados como ustificativas absolutas para a ineficampcia dos mencionados direitos e aaus)ncia de medidas necessamprias para les dar efetividade



$1 ndash O amp(amp) + ( ( 0() (amp5() ( 5(amp5() 6(7E)

Uuando se defende a e$ecuccedilatildeo de uma porccedilatildeo mnima de prestaccedilotildees estatais para a garantia da dignidade umana logo se cega conclusatildeo de que a sade odireito fundamental social que mais e$ige a efetivaccedilatildeo de polticas pblicas por parte do

Estado sea na consecuccedilatildeo de medidas de saneamento bampsico ou na prevenccedilatildeo etratamento de doenccedilas A garantia do direito sade o e$emplo mais proacute$imo danoccedilatildeo de mnimo e$istencial pois ela o ponto de partida para a prestaccedilatildeo de outrosdireitos sociais tais como educaccedilatildeo moradia e salamprio mnimo

Em um pas de dimensotildees constitucionais e intensa desigualdade social como o1rasil notoacuterio que o acesso da populaccedilatildeo sade sea um problema constantesuscitando um debate mais poltico do que urdico pois envolve questotildees muitovariadas como orccedilamento alocaccedilatildeo de recursos fi$accedilatildeo de despesas discricionariedadedo oder blico e dignidade umana

direito sade possui respaldo constitucional sendo definido como direitosocial no artigo JM e como direito de todos e dever do stado garantido mediante

pol3tias soiais e eonmias que visem reduccedilatildeo do riso de doenccedila e de outrosagravos e ao aesso universal igualitaacuterio s accedilotildees e serviccedilos para a sua promoccedilatildeo

proteccedilatildeo e reuperaccedilatildeo no artigo 4J ambos da Constituiccedilatildeo Federal 275

0ota-se portanto que a sade alm de direito constitui um dever do Estadoque untamente com o direito vida integra a proacutepria noccedilatildeo de dignidade umana=obre esse aspecto de dever do Estado conferido sade ngo Iolfgang =arletcomenta 2lt5D

$amp importa onsiderar que sem o reonheimento de umorrespondente dever jur3dio por parte do stado e dos partiulares em

geral o direito sade restaria fragilizado espeialmente no que dizom a sua efetivaccedilatildeo videntemente C ainda que a 1onstituiccedilatildeo natildeo otenha referido expressamente C tamb=m os partiulares natildeo poderatildeoofender a sade alheia alegando natildeo serem destinataacuterios do direito

sade $amp +e outra parte poderaacute se sustentar que existe de erta forma um dever da pr)pria pessoa $e de ada pessoaamp para om a sua pr)pria sade $vida integridade f3sia e dignidade pessoalamp ensejandoat= mesmo e dependendo das irunst(nias do aso onreto uma

proteccedilatildeo da pessoa ontra si mesma em homenagem ao araacuteter $aomenos em parteamp irrenuniaacutevel da dignidade da pessoa humana e dosdireitos fundamentais

essa forma o direito sade pode ser includo em duas categorias dos direitosfundamentais sendo uma como direito de defesa Gproteccedilatildeo sade e incolumidadefsica dos indivduosH e outra como direito de prestaccedilatildeo Gatuaccedilatildeo positiva do Estado naefetivaccedilatildeo de medidas relativas otimi(accedilatildeo do atendimento mdico e ospitalarfornecimento de medicamentos reali(accedilatildeo de e$ames laboratoriais e outrosH

Analisados esses aspectos do direito sade surge a controvrsia acerca de sua

efetividade enquanto direito a prestaccedilotildees materiais Em outras palavras o comandoinserto no artigo 4J da Constituiccedilatildeo Federal reconece o carampter de direito subetivo sade autori(ando o indivduo acometido de alguma enfermidade a acionar o Estado



para obter medicamentos ou o tratamento indicadoV

A questatildeo suscita longos embates tanto na doutrina quanto na urisprud)nciae$istindo pareceres e ulgamentos em ambos os sentidos Entretanto gana intensorelevo o entendimento de que o disposto no artigo 4J da Constituiccedilatildeo Federal apesarde se tratar de norma programamptica possui normatividade suficiente para caracteri(ar

um dever urdico do Estado em consonncia com a mamp$ima efetividade dos direitosfundamentais preconi(ada pelo artigo M O 4M da Pei Baior

Esse carampter de direito subetivo conferido sade natildeo decorre simplesmente dofato de se tratar de um direito fundamental mas sim do proacuteprio mandamentoconstitucional inserto no artigo 4J da Constituiccedilatildeo Federal que de forma imperativaenuncia o dever urdico de prestaccedilatildeo por parte do Estado Esta obrigaccedilatildeo do Estadodeve ser cumprida ainda que sob determinaccedilatildeo udicial para garantir as prestaccedilotildeesmnimas necessamprias para a proteccedilatildeo da vida e dignidade umanas

0esse sentido entende ngo Iolfgang =arlet 25D

que se pretende realccedilar por ora = que prinipalmente no asodo direito sade o reonheimento de um direito originaacuterio a

prestaccedilotildees no sentido de um direito subjetivo individual a prestaccedilotildeesmateriais $ainda que limitadas ao estritamente neessaacuterio para a

proteccedilatildeo da vida humanaamp diretamente deduzido da 1onstituiccedilatildeoonstitui exignia inarredaacutevel de qualquer stado $soial ou natildeoamp queinlua nos seus valores esseniais a humanidade e a justiccedila

0a mesma lina o =upremo ribunal Federal tambm se manifestou

recentemente

25

D $amp direito pblio subjetivo sade representa prerrogativa

jur3dia indispon3vel assegurada generalidade das pessoas pela pr)pria 1onstituiccedilatildeo da Oepblia $art -4amp Braduz bem jur3dioonstituionalmente tutelado por uja integridade deve velar demaneira responsaacutevel o ltoder ltblio a quem inumbe formular C eimplementar C pol3tias soiais e eonmias idneas que visem

garantir aos idadatildeos o aesso universal e igualitaacuterio assistnia farmautia e m=diohospitalar direito sade C al=m dequalifiarse omo direito fundamental que assiste a todas as pessoas C

representa onseqLnia onstituional indissoiaacutevel do direito vida ltoder ltblio qualquer que seja a esfera instituional de suaatuaccedilatildeo no plano da organizaccedilatildeo federativa brasileira natildeo podemostrarse indiferente ao problema da sade da populaccedilatildeo sob pena deinidir ainda que por ensuraacutevel omissatildeo em grave omportamentoinonstituional $amp

esse modo como afirmado linas volvidas o oder Nudiciamprio estamp autori(adoa intervir quando provocado na definiccedilatildeo das polticas pblicas do Estado de forma aassegurar o mnimo necessamprio para uma e$ist)ncia digna or outro lado o oderblico natildeo poderamp se e$imir do dever constitucional que le foi reservado sob os

abituais argumentos de que os recursos materiais satildeo escassos e que o oder Nudiciamprionatildeo pode se imiscuir no carampter discricionamprio da destinaccedilatildeo da receita quando estamp em

ogo a preservaccedilatildeo da vida umana



A questatildeo que suscita maior questionamento nesse ponto saber se o carampter dedireito subetivo atribudo sade incumbe ao Estado o dever de fornecer osmedicamentos necessamprios para o tratamento das mais diversas enfermidades =ementrar no cerne da discussatildeo acalorada que envolve o tema dado o carampter restrito do

presente estudo pode-se afirmar que a urisprud)ncia se encontra em fase deamadurecimento das linas gerais que seratildeo traccediladas para a unificaccedilatildeo das diversas

posiccedilotildees

=abe-se que o =istema Wnico de =ade - =X= possui um cadastro demedicamentos que satildeo adquiridos pelo oder blico para a distribuiccedilatildeo populaccedilatildeocomo forma de prevenccedilatildeo e tratamento de doenccedilas Essa atividade permanente doEstado encontra previsatildeo orccedilamentampria e legislativa estando includa no plano degoverno de qualquer gtestor blico de todas as esferas administrativas

Entretanto nos ltimos anos vem crescendo a quantidade de demandas udiciais individuais e coletivas que com fundamento no artigo 4J da ConstituiccedilatildeoFederal visam a obtenccedilatildeo de ordem udicial que determine ao oder blico o

fornecimento de medicamentos de alto custo natildeo includos no cadastro do =istemaWnico de =ade principalmente para o tratamento de doenccedilas cr+nicas como a=ndrome de munodefici)ncia Adquirida GA=H as mais diversas variaccedilotildees de cncerdoenccedilas renais e outras

As accedilotildees udiciais com pretensotildees dessa nature(a ocupam atualmente boa partedo nmero de processos que tramitam nas 9aras da Fa(enda blica e t)m geradograndes discussotildees tanto na doutrina quanto na urisprud)ncia em relaccedilatildeo aos efeitos dasdecisotildees proferidas pelos magistrados espalados por todo o pas Alm de demandasindividuais as associaccedilotildees dos portadores de doenccedilas cr+nicas e o Binistrio blico

na qualidade de substituto processual tambm figuram como autores em diversas accedilotildeescoletivas

Em pronunciamentos reiterados o oder Nudiciamprio at mesmo os ribunais=uperiores acabaram encampando o entendimento de que o artigo 4J da ConstituiccedilatildeoFederal constitui um mandamento imperativo de carampter amplo que obetiva resguardara sade do indivduo natildeo se revestindo de discricionariedade no que tange aofornecimento gratuito de remdios u sea o Estado obrigado a fornecer todo equalquer medicamento comprovadamente necessamprio para a manutenccedilatildeo da sade doindivduo independentemente de estar includo na lista dos remdios adquiridos edistribudos pelo =istema Wnico de =ade

0esse sentido o =upremo ribunal Federal se manifestou vamprias ve(esconforme ilustra a ementa do acoacuterdatildeo lavrado quando do ulgamento do A-Ag6 nMJ4JQ6N 2J5D

19BBJ19D8 D+E9BODB0 E+1DE9BA 2O91E9B D ltD19B 1DO9BA ROMDUV + BD+ C ltaiente arente de reursos indispensaacuteveis aquisiccedilatildeo demediamentos que neessitaA obrigaccedilatildeo do stado em fornelos

ltreedentes C Dgravo natildeo provido

odavia em tempos de contenccedilatildeo de despesas e limitaccedilatildeo de gastos impostos pela Pei de 6esponsabilidade Fiscal estatildeo ganando forccedila as crticas de que asintervenccedilotildees do oder Nudiciamprio no que tange ao fornecimento gratuito demedicamentos pelo Estado colocam por ampgua abai$o os esforccedilos organi(acionais do



oder E$ecutivo Autoridades da amprea de sade e$potildeem freqentemente na mdia queuma ordem udicial que determina a entrega de um medicamento para certo postulanteacaba por dei$ar sem assist)ncia outro paciente que amp se encontrava devidamentecadastrado no respectivo centro de refer)ncia dada a limitaccedilatildeo de recursos financeiros

Essa lina de raciocnio acabou por motivar a tese ainda vacilante de que o

direito sade previsto no artigo 4J da Constituiccedilatildeo Federal natildeo se confunde com odireito ao fornecimento de medicamentos Esse entendimento acaba por resguardar aeconomia pblica tra(endo lume a reserva do possvel em detrimento das situaccedilotildeesindividuais de enfermidade e risco de vida

=obre esse aspecto a Binistra Ellen gtracie atual residente do =upremoribunal Federal se manifestou recentemente quando da apreciaccedilatildeo da =uspensatildeo deutela Antecipada Y =A nM 4 onde deferiu em parte pedido do Estado de Alagoas

para suspender decisatildeo concedida em accedilatildeo civil pblica que determinou ao Estado ofornecimento de medicamentos necessamprios para o tratamento de pacientes renaiscr+nicos em emodiamplise e pacientes transplantados =egundo a Binistra o artigo 4J

da Constituiccedilatildeo Federal ao assegurar o direito sade refere-se em princpio efetivaccedilatildeo de polticas pblicas como um todo de carampter universal e gratuito e natildeo emsituaccedilotildees individuali(adas 2K5

Essa decisatildeo vinda da residente da mais alta Corte Nudiciampria do pas embasouvamprios outros pedidos de suspensatildeo de liminares e tutelas antecipadas concedidas contrao oder ublico em diversos Estados sendo que alguns departamentos de sade serecusam agora a fornecer determinados medicamentos a pacientes em situaccedilotildeesespecficas a mesma forma alguns magistrados agora respaldados por decisatildeo do=upremo ribunal Federal reforccedilaram o seu entendimento contramprio ao provimento

indiscriminado de pedidos de fornecimento gratuito de medicamentos pelo oderblico

Entretanto o tema pautado por tamana controvrsia impedindo qualquer tipode generali(accedilatildeo que a proacutepria Binistra Ellen gtracie apenas tr)s meses apoacutes ter

proferido decisatildeo na mencionada =A nM 4 indeferiu os pedidos contidos nas=uspensotildees de =eguranccedila nMs lt4 e lt73 dos Estados do 6io gtrande do 0orte eAma(onas respectivamente mantendo a decisatildeo que determinou aos Estados quefornecessem o medicamento a duas portadoras de doenccedilas graves que natildeo constavamna lista do rograma de Bedicamentos E$cepcionais do Binistrio da =ade =egundo aBinistra os pedidos de suspensatildeo satildeo e$aminados caso-a-caso e suas decisotildees se

restringem s situaccedilotildees especficas analisadas sendo que o direito sade previsto noartigo 4J da Constituiccedilatildeo Federal obriga todas as esferas de governo a atuarem deforma solidampria 25

0ota-se portanto que a celeuma em torno do fornecimento de medicamentos pelo Estado estamp longe de ser pacificada sendo necessamprio que as decisotildees udiciaisanalisem cada situaccedilatildeo de forma individuali(ada para que a proteccedilatildeo ao direito sadenatildeo se distancie da noccedilatildeo do mnimo e$istencial e dignidade da pessoa umana queorientam todo o ordenamento urdico

8 ndash CONCLUSAtildeO

s direitos sociais de prestaccedilatildeo satildeo dotados de importncia nica dentro de



qualquer Estado emocramptico de ireito Entretanto diferentemente dos direitosfundamentais de primeira geraccedilatildeo aqueles camados de direitos de defesa natildeo e$isteconsenso acerca da sua aplicabilidade e efetividade imediatas e tampouco em relaccedilatildeoao carampter de direito subetivo que porventura possam e$pressar

or dependerem de prestaccedilotildees positivas por parte do Estado os direitos sociais

de prestaccedilatildeo acabam por esbarrar nas limitaccedilotildees de recursos materiais e financeiros quecondicionam a Administraccedilatildeo blica e ainda enfrentam as especificidades contidas noorccedilamento que fi$a as previsotildees de receita e define a despesas a serem efetuadas 0esse

ponto a efetivaccedilatildeo dos direitos sociais se encontra subordinada teoria da reserva do possvel na medida em que o oder blico somente poderamp implementar as polticas pblicas dentro de sua capacidade financeira

or outro lado a reserva do possvel amais poderamp se tornar um oacutebice preservaccedilatildeo do mnimo necessamprio para a garantia da dignidade umana =em o mnimoe$istencial natildeo amp que se falar em liberdade eQou igualdade pois a dignidade umana o alicerce e o ponto de partida para a efetivaccedilatildeo de qualquer direito fundamental 0essa

ponderaccedilatildeo de valores essencial a invocaccedilatildeo do princpio da proporcionalidade parase resguardar o equilbrio entre a reserva do possvel e o mnimo e$istencial impedindoassim o retrocesso nas conquistas sociais

e igual modo a reserva do possvel concebida sob os moldes da sociedadegermnica natildeo pode ser transposta automaticamente para a realidade brasileira Em um

pas onde impera a desigualdade social e o quase abandono de parcela da populaccedilatildeo pelo Estado a reserva do possvel deve ser encarada apenas como o farol que orienta osgtestores blicos a traccedilarem as coordenadas sociais e econ+micas com prud)ncia eresponsabilidade mesmo raciocnio pode ser conferido aos magistrados quando da

apreciaccedilatildeo dos valores em caso especfico or fim a fiel efetivaccedilatildeo dos direitos sociais de prestaccedilatildeo ainda depende de um

padratildeo uniformi(ado de atuaccedilatildeo dos poderes estatais para que a inrcia do oderblico e a adoccedilatildeo de medidas parciais natildeo acabem por produ(ir categorias variadas de

prestaccedilotildees de carampter universal mnimo e$istencial deve ser garantido a todo cidadatildeonatildeo de forma individuali(ada mas sim como obeto de polticas pblicas bem definidase condi(entes com a noccedilatildeo de Estado emocramptico de ireito

9 ndash REFERNCIAS BIBLIORFICAS

1A66= Pus 6oberto nterpretaccedilatildeo e Dpliaccedilatildeo da 1onstituiccedilatildeo JZ ed=atildeo auloD =araiva 733J

1A66= Pus 6oberto +ireito 1onstituional e a fetividade de suas 9ormas Z ed 6io de NaneiroD 6enovar 7334

1A== Celso 6ibeiro 1urso de +ireito 1onstituional 4Z ed =atildeo auloD=araiva 4K

111 0orberto D ra dos +ireitos 6io de NaneiroD Ed Campus 4J

16A=P 1onstituiccedilatildeo da Oepblia 2ederativa do Rrasil =atildeo auloD =araiva



733J

16A=P Pei nM lt73 de 4K3lt4J Estatui 0ormas gterais de ireitoFinanceiro para elaboraccedilatildeo e controle dos orccedilamentos e balanccedilos da Xniatildeo dos Estadosdos Bunicpios e do istrito Federal isponvel em [ttpDQQplanaltogovbr]Acesso em 733J733K

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R6EPP Andras Noaquim +ireitos soiais e ontrole judiial no Rrasil e na DlemanhaA os $desamp aminhos de um direito onstituional omparado orto AlegreD

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B6AE= Ale$andre de +ireito 1onstituional 4Z ed =atildeo auloD Atlas 733lt

6=E09AP 0elson +ignidade Iumana e Roaf= no 1)digo 1ivil =atildeoauloD =araiva 733

=A6PE ngo Iolfgang D fiaacuteia dos +ireitos 2undamentais KZ ed ortoAlegreD Pivraria do Advogado 733K

=A6PE ngo Iolfgang Dlgumas 1onsideraccedilotildees em Borno do 1ontedo fiaacuteia e fetividade do +ireito ade na 1onstituiccedilatildeo de -455 6evista iamplogoNurdico =alvador CAN Y Centro de Atuali(accedilatildeo Nurdica nM 43 7337 isponvel em[ttpDQQdireitopublicocombr] Acesso em 4337733K

=A6PE ngo Iolfgang s +ireitos 2undamentais oiais na 1onstituiccedilatildeo de-455 6evista iamplogo Nurdico =alvador CAN Y Centro de Atuali(accedilatildeo Nurdica v 4 nM4 7334 isponvel em [ttpDQQdireitopublicocombr] Acesso em 4337733K

=P9A Nos Afonso da 1urso de +ireito 1onstituional ltositivo 4Z ed =atildeoauloD Baleiros Editores 7333

NOTAS

34 111 0orberto D ra dos +ireitos 6io de NaneiroD Ed Campus 4J p 34

37 =A6PE ngo Iolfgang D fiaacuteia dos +ireitos 2undamentais KZ ed ortoAlegreD Pivraria do Advogado 733K p

3lt =A6PE op cit p J

3

dem op cit p K 3 B6AE= Ale$andre de +ireito 1onstituional 4Z ed =atildeo auloD Atlas 733lt

p 737

3J =A6PE ngo Iolfgang s +ireitos 2undamentais oiais na 1onstituiccedilatildeo de-455 6evista iamplogo Nurdico =alvador CAN Y Centro de Atuali(accedilatildeo Nurdica v 4 nM4 7334 p 4 isponvel em [ttpDQQdireitopublicocombr] Acesso em4337733K

3K =P9A Nos Afonso da 1urso de +ireito 1onstituional ltositivo 4Z ed =atildeo

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3 CP^9E ClLmerson Berlin D fiaacuteia dos +ireitos 2undamentais oiais6evista Crtica Nurdica nM 77 isponvel em [ttpDQQunibrasilcombr] Acesso



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3 16A=P 1onstituiccedilatildeo da Oepblia 2ederativa do Rrasil =atildeo auloD =araiva733J

43 CA0PT Nos Noaquim gtomes +ireito 1onstituional JZ ed CoimbraD

Pivraria Almedina 4 p

44 CP^9E ClLmerson Berlin D fiaacuteia dos +ireitos 2undamentais oiais6evista Crtica Nurdica nM 77 isponvel em [ttpDQQunibrasilcombr] Acessoem 437733K

47 1A66= Pus 6oberto nterpretaccedilatildeo e Dpliaccedilatildeo da 1onstituiccedilatildeo JZ ed =atildeoauloD =araiva 733J p 7

4lt 16A=P 1onstituiccedilatildeo da Oepblia 2ederativa do Rrasil =atildeo auloD =araiva733J

4 =A6PE op cit pp 7 e ss

4 dem op cit p 7K

4J CA0PT op cit p lt

4K =A6PE op cit p 7K

4 1A== Celso 6ibeiro 1urso de +ireito 1onstituional 4Z ed =atildeo auloD

=araiva 4K p 4 =A6PE op cit p lt3

73 entre outros CP^9E ClLmerson Berlin D fiaacuteia dos +ireitos 2undamentais oiais 6evista Crtica Nurdica nM 77 isponvel em[ttpDQQunibrasilcombr] Acesso em 437733K

74 111 op cit p K

77 1A66= Pus 6oberto +ireito 1onstituional e a fetividade de suas

9ormas Z ed 6io de NaneiroD 6enovar 7334 p 473 7lt 16A=P =upremo ribunal Federal 6E-Ag6 nM 7K47JQ6= 6el Bin Celso deBelo NX de 7477333 isponvel em [ttpDQQstfgovbr] Acesso em733J733K

7 =A6PE op cit p lt3

7 16A=P Pei nM lt73 de 4K3lt4J Estatui 0ormas gterais de ireitoFinanceiro para elaboraccedilatildeo e controle dos orccedilamentos e balanccedilos da Xniatildeo dos Estadosdos Bunicpios e do istrito Federal isponvel em [ttpDQQplanaltogovbr]

Acesso em 733J733K

7J 16A=P 1onstituiccedilatildeo da Oepblia 2ederativa do Rrasil =atildeo auloD =araiva



733J

7K TA6AA RiSosi +ireito 2inaneiro e Bributaacuterio =atildeo auloD Atlas 733lt ppK-KJ

7 R6EPP Andras Noaquim +ireitos soiais e ontrole judiial no Rrasil e na

DlemanhaA os $desamp aminhos de um direito onstituional omparado orto AlegreD=rgio Fabris 7337 p 7 apud 1gtP0 gtiovani D reserva do poss3vel omo limite efiaacuteia e efetividade dos direitos soiais 6evista de doutrina do ribunal 6egionalFederal da Z 6egiatildeo isponvel em [ttpDQQrevistadoutrinatrfgovbr] Acessoem 773J733K


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lt4 NW06 Alceu Baurcio D Oevisatildeo gtudiial das solhas rccedilamentaacuterias e a fetivaccedilatildeo dos +ireitos 2undamentais 6evista iamplogo Nurdico nM 4 isponvel em[ttpDQQdireitopublicocombr] Acesso em 433733K

lt7 6=E09AP 0elson +ignidade Iumana e Roaf= no 1)digo 1ivil =atildeo auloD=araiva 733 p 3

ltlt 16A=P 1onstituiccedilatildeo da Oepblia 2ederativa do Rrasil =atildeo auloD =araiva733J

lt =A6PE op cit pp 47lt-47

lt 6=E09AP op cit pp -43

ltJ =A6PE op cit p 47

ltK CA0PT op cit p J

lt =A6PE op cit p 7

lt

1A66= Pus 6oberto nterpretaccedilatildeo e Dpliaccedilatildeo da 1onstituiccedilatildeo JZ ed =atildeoauloD =araiva 733J p ltK

3 =A6PE op cit pp lt7-ltlt3

4 16A=P =uperior ribunal de Nusticcedila 6Esp nM 44J3Q6= 6el Bin Pui( Fu$NX de 33J733K isponvel em [ttpDQQstgovbr] Acesso em 743J733K


lt =A6PE ngo Iolfgang Dlgumas 1onsideraccedilotildees em Borno do 1ontedo fiaacuteia e fetividade do +ireito ade na 1onstituiccedilatildeo de -455 6evista iamplogoNurdico =alvador CAN Y Centro de Atuali(accedilatildeo Nurdica nM 43 7337 pp 3-3J



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=A6PE op cit p ltJ

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16A=P =upremo ribunal Federal == nMs lt4 e lt73 6el Bin Ellen gtracie 0otcias do =F de 33J733K isponvel em [ttpDQQstfgovbr] Acesso em733J733K laquo Anterior Paacutegina de

amp sua opiniosobre o ario

Ecelene

imo

+om

eular

uim

Sobre o autor

Elmo Joseacute Duarte de Almeida Junior E-mail Entre em contato

Sobre o textoTexto inserido no Jus Navigandi nordm 1522 (19200Elaorado em 0200

Informaccedilotildees bibliograacuteficason$orme a Namp 02)2002 da Assoia+o rasileira de Normas Teacutenias (ANT- este textoient$io uliado em eridio eletrnio deve ser itado da seguinte $orma)

A3E4DA JN46amp- Elmo Joseacute Duarte de Asetos relevantes dosdireitos soiais de resta+o $rente ao mnimo existenial e 7 reservado ossvel Jus Navigandi- Teresina- ano 11- n 1522- 1 set 200Disonvel em) 8tt)us2uolomrdoutrinatextoaslt

id=105gt Aesso em) 02 set 200



influenciando cada ve( mais a coordenaccedilatildeo e a implementaccedilatildeo das polticas pblicas

2 ndash BREVES CONSIDERACcedilOtildeES SOBRE OS DIREITOS SOCIAIS DE PRESTACcedilAtildeO

As bases do constitucionalismo moderno se encontram completamente lastreadas noconte$to dos direitos fundamentais Frutos de reivindicaccedilotildees constantes dos indivduos os direitosfundamentais acabaram por condicionar a validade substancial de todo o ordenamento urdicoatual impondo limites e modelando o Estado emocramptico de ireito A ntima ligaccedilatildeo entre osdireitos fundamentais e o Estado de ireito acabou por gerar uma relaccedilatildeo de interdepend)ncia ao

passo que natildeo possvel se conceber a reali(accedilatildeo de um Estado de ireito sem o reconecimentodos direitos fundamentais e tampouco efetivar os direitos fundamentais sem a noccedilatildeo de EstadoConstitucional

0este relevo a manifestaccedilatildeo de 0orberto 1obbio se mostra bastante pertinente ao afirmarque a pa( a democracia e os direitos fundamentais constituem tr)s momentos necessamprios do

mesmo movimento istoacuterico sendo que a pa( atua como pressuposto necessamprio para oreconecimento e efetiva proteccedilatildeo dos direitos fundamentais ao passo que natildeo poderamp averdemocracia onde natildeo forem assegurados os direitos fundamentais e ine$istindo democracia natildeoe$istiratildeo as condiccedilotildees mnimas para a soluccedilatildeo pacfica dos conflitos 2345

entro desse conte$to essencial de que os direitos fundamentais se fundem com a proacuteprianoccedilatildeo de Estado emocramptico de ireito a doutrina baseando-se nos istoacutericos postulados deliberdade igualdade e fraternidade da 6evoluccedilatildeo Francesa passou a classificar esses direitos emgeraccedilotildees

Embora uma pequena parte da doutrina repudie essa terminologia sob a argumentaccedilatildeo deque o uso da expressatildeo lsquogeraccedilotildeesrsquo pode ensejar a falsa impressatildeo da substituiccedilatildeo gradativa deuma geraccedilatildeo por outra razatildeo pela qual haacute quem prefira o termo lsquodimensotildeesrsquo dos direitos

fundamentais 2375 a classificaccedilatildeo dos direitos fundamentais em geraccedilotildees e$potildee as diversastransformaccedilotildees de contedo alcance e efetividade percebidas durante todo o seu processo istoacuterico

s direitos fundamentais de primeira geraccedilatildeo originados basicamente pela influ)ncia dosideais iluministas dos usnaturalistas dos sculos 89 e 89 inauguram o perodo dereconecimento da liberdade dos indivduos frente ao Estado or esse motivo costumam serdefinidos omo direitos de unho lsquonegativorsquo uma vez que dirigidos a uma abstenccedilatildeo e natildeo a umaonduta positiva por parte dos poderes pblios sendo neste sentido lsquodireitos de resistnia ou de

oposiccedilatildeo perante o stadorsquo 23lt5

ntegram os direitos de primeira geraccedilatildeo os direitos vida liberdade propriedade e igualdade

s direitos de segunda geraccedilatildeo originados no sculo 88 em virtude dos relevantes problemas sociais e econ+micos que acompanaram o processo de industriali(accedilatildeo apresentam-secomo uma dimensatildeo positiva do Estado no intuito de patrocinar um bem-estar socialCaracteri(am-se por outorgarem aos indivduos direitos a prestaccedilotildees sociais por parte do Estadotais como assist)ncia social sade educaccedilatildeo e trabalo 0o sculo 88 de modo especial apoacutes a=egunda gtuerra esses direitos fundamentais acabaram por ser consagrados em vamprias constituiccedilotildeese tratados internacionais 235

or sua ve( os direitos de terceira geraccedilatildeo comumente camados de direitos defraternidade ou de solidariedade focali(am a sociedade como um todo desvinculando-se da figurado omem como indivduo e assumindo portanto uma dimensatildeo coletiva ou difusa A proteccedilatildeo domeio-ambiente e do patrim+nio istoacuterico a pa( dos povos e a sua qualidade de vida satildeo



































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Ecelene

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em 773J733K








NOTAS




3


p 737







em 437733K








4 dem op cit p 7K






74 111 op cit p K





Acesso em 733J733K




733J













lt =A6PE op cit p 7

lt









=A6PE op cit p ltJ


733J733K





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4 dem op cit p 7K






74 111 op cit p K





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lt =A6PE op cit p 7

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=A6PE op cit p ltJ


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elmo júnior - aspectos relevantes dos direitos sociais de prestação frente ao mínimo existencial

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