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  • 8/19/2019 Elisa Benicia de Oliveira Rodrigues_atividade Final-reflexão-Ação-módulo-i

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    MÓDULO IATIVIDADE DE REFLEXÃO-AÇÃO

    Elaboração e realização de entrevista com família participante do PBF

    Acadêmico(a): Elisa Benícia de Oliveira RodriguesPolo: Campo GrandeTurma: Grupo 3

    Tutor/a a Distância: Alex Roberto Andrade

    APRESENTAÇÃO

    Com vistas a atender a atividade final com objetivo de estabelecer uma reflexão sobreEducação, Pobreza e as Desigualdades Sociais e propiciar reflexões sobre a realidade que envolve a

     pobreza e a desigualdade social e sobre as possibilidades criadas pela educação para atransformação dessa mesma realidade, a atividade em forma de entrevista terá como objeto umamulher, mãe solteira e desempregada.

    PERFIL DA FAMÍLIA ENTREVISTADA

    Entrevistada: G.Machado

    Idade: 31 anos

    Sexo: Feminino

     Naturalidade: Campo Grande/MS

    Escolaridade: Ensino Médio Completo

    Cor\raça: NegraProfissão: desempregada

    Estado Civil: separada

    Tempo de Cadastro no Programa Bolsa Família: 12 anos

    Quantidade de filhos: três

    Data da realização da entrevista: 28 de Outubro de 2.015

    ROTEIRO

    1º Momento: interar a entrevistada sobre o objetivo da entrevista

    2º Momento: efetivar perguntas idade, profissão, condições de vida, idade dos filhos,

    escolaridade de todos, naturalidade etc.

    3º Momento: iniciar um debate informal sobre expectativas de vida, e percepções sobre a

    educação e desigualdade social.

    DADOS GERAIS OBTIDOS NA ENTREVISTA COM A FAMÍLIA  –   INFORMAÇÕES E

    ANÁLISE DA ENTREVISTA 

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    Elaboração e realização de entrevista com família participante do PBF

    Ao iniciar a entrevista G.Machado ficou surpresa em ser escolhida por minha pessoa para

    uma entrevista, e ela afirmou que “ nunca havia visto ser necessário e importante fornecer qualquer

    informação de vida para algo que pudesse ser analisado e estudado”. 

    A família de G.Machado, possui quatro membros considerando G.Machado mãe de três

    filhos sendo um filho com 16 anos, um com 10 anos e o mais novo com 7 anos. G.Machado é

    mulher, mãe solteira, desempregada e arrimo de família. O pai dos filhos de G.Machado possui

    outra família e vez ou outra auxilia G.Machado financeiramente para que a mesma crie os filhos.

    Todos os filhos de G.Machado estudam na rede pública municipal de ensino de Campo

    Grande, sendo o filho mais velho com 16 anos autista estar no 8º ano do Ensino Fundamental, o

    filho de 7 anos estar no 4º ano do Ensino Fundamental e o de 6 anos no 2º ano do Ensino

    Fundamental.

    A família de G.Machado mora de aluguel em uma casa popular no Bairro Nova Lima. A

    mãe de G. Machado (avó) auxilia sempre que possível na criação dos netos possibilitando vez ou

    outra assistência financeira e nos cuidados com a saúde. A avó também é mãe solteira trabalha

    como diarista. Atualmente G.Machado está desempregada, mais faz bicos de diarista para auxiliar

    na renda familiar.

    G.Machado possui Ensino Médio Completo, já trabalhou como auxiliar de cozinha quando

    era casada com o pai dos filhos. Atualmente G.Machado possui relacionamento estável homoafetivo

    com uma pessoa autônoma que trabalha como Técnica em Contabilidade que auxilia na criação dos

    filhos de G.Machado. Não moram juntas, apenas namoram há dois anos.

    A família de G.Machado é natural de Campo Grande e seus três filhos também são naturais

    de Campo Grande. Como residem em uma casa popular ganha por Programas Habitacionais não se

     paga financiamento ou aluguel. G.Machado recebe um salário mínimo de aposentadoria do filho

    mais velho que é autista e R$186,00 reais do Programa Bolsa Família.

    Segundo G.Machado os R$62,00 reais que ela saca todo mês de cada filho pelo PBF édestinado exclusivamente para alimentação básica. G.Machado destacou na entrevista que a maior

    dificuldade que ela sofre é com relação a dependência do Sistema Único de Saúde  – SUS pois seu

    filho mais velho além de autista é convulsivo. Além de ela estar com problemas de saúde “com

     pedra na vesícula aguardando na fila para realizar a cirurgia de retirada das pedras na base de

     buscopan para aliviar as dores diárias que sente na região abdominal”.

    A Escola Municipal que seus filhos estão matriculados neste ano de 2.015 fica a duas

    quadras de sua casa e os três filhos estudam no mesmo período e na mesma escola. SegundoG.Machado isso facilita muito a vida deles e dela. Além de estarem matriculados na escola os três

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    Elaboração e realização de entrevista com família participante do PBF

    filhos participam de projetos culturais, sendo o mais velho representante das escolas municipais em

    torneios de Tênis de Mesa e os mais novos fazem Judô.

    Ao perguntar a ela sobre as expectativas que ela tem quanto ao futuro de seus filhos ela foi

    incisiva ao afirmar que “eles serão estudados e terão uma vida melhor que a dela. O que mais quero

    e espero é que eles não dependam de nenhum tipo de assistência do governo mais que sejam

    independentes e bem de vida e espero que o estudo possibilite isso a eles”.

    G.Machado ainda afirmou que “ser mulher, negra, separada e atualmente se considerar

    lésbica” tem rendido muito preconceito no meio em que ela vive. “  A vizinhança fala que eu não sei

    criar meus filhos direito, que sou lésbica porque sou safada e que eles não serão nada na vida pois

    eu estou me envolvendo com outra mulher, que Deus abomina isso e eu sou uma grande pecadora.

    Tenho pena dos meus filhos por escutarem estas coisas dos vizinhos e dos amiguinhos de escola e

    do bairro, pois eu se escuto vou atrás, mais eles são crianças e eu os amo tanto que estas coisas me

    incomodam. Mais é a vida né. Não posso desanimar. Preciso sempre estar bem para que eles vejam

    que eu posso dar apoio a eles quando precisarem”.

    Ao finalizar a entrevista G.Machado disse estar feliz em poder falar um pouco da vida que

    ela leva e como é depender do Programa Bolsa Família, e afirmou:  “  É bom ter essas coisas de

    entrevista, pois daí outras pessoas poderão conhecer a realidade que nós que dependemos de

    auxílios financeiros do Governo não somos qualquer um, ou que não somos vagabundos como

    dizem por ai que somos preguiçosos. Se recebemos pouquíssimos R$62,00 por filho é porque

     precisamos e não porque vamos gastar com coisas bobas. Eu gasto esse dinheirinho com comida e

    agrados pra meus filhos já que infelizmente estou desempregada e o que ganho nos meus bicos nos

     faz viver bem. Somos pobres mais somos honestos. Que bom que temos esse beneficio. Não ficamos

    ricos mais com esse dinheirinho posso ajudar meus filhos a viverem melhor do que eu vivi um dia.

    Quero que eles cresçam saudáveis e vivam bem pra que não precisem depender deste dinheiro e

    nem de nenhum outro além do dinheiro de seu próprio trabalho.” 

    CONSIDERAÇÕES FINAIS

    Por meio da entrevista realizada foi possível mais uma vez quebrar alguns paradigmas

    ditados pela sociedade que desconhece a realidade vivida pelas famílias que dependem do Programa

    Bolsa Família.

     No contexto dos programas de transferência de renda, a articulação desta política com a

    expansão e a democratização de serviços sociais básicos, permite auferir avanços para o combate a pobreza e desigualdade.

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    Elaboração e realização de entrevista com família participante do PBF

    O aumento dos investimentos no Programa Bolsa Família, bem como nos gastos sociais do

    Governo Federal, representa fator positivo para toda sociedade. Principalmente, pelo fato de esses

     programas trazerem em seu esboço a contrapartida de inserção em outros serviços oferecidos pelo

    Estado ou pela sociedade organizada. Assim, a transferência não se limita a dar dinheiro às pessoas

    em vulnerabilidade social, mas também incentiva o uso dos serviços do Estado.