eleições 2014 - 14 de outubro de 2014

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Especial MANAUS, TERÇA-FEIRA, 14 DE OUTUBRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019 Eleições 2014 Eleições 2014 Especial Candidatos exaltam suas biografias e projetos Na volta da propaganda eleitoral, candidatos usaram seu tempo de televisão para exaltar suas qualidades e propostas A pós o resultado aper- tado no primeiro turno das eleições, o sena- dor Eduardo Braga (PMDB) e o governador José Melo (Pros) estrearam ontem o segundo turno da propagan- da eleitoral no rádio e TV com recuo de ataques e exaltações de suas biografias pessoais. Quem abriu a propaganda foi o candidato peemedebista Eduardo Braga, que destacou o momento único que vive a história do Amazonas, onde protagoniza pela primeira vez uma disputa em segundo turno para o governo. Braga optou por inserir a família e dedicou boa parte do seu programa para destacar projetos em- placados em seus governos - a mesma estratégia usada no primeiro turno. Um exemplo da tentativa do peemede- bista de fugir da tática dos ataques ficou claro quando ele comparou seu adversário a um candidato “bonzinho”. “Agora é candidato bom con- tra candidato bonzinho. Você que escolhe”, enfatizou tre- cho do programa. A questão da experiência foi outro ponto continuado, com intuito de demonstrar ao eleitor que possui o pré- requisito que atribuiu como essencial para o futuro go- vernador. Eduardo Braga lembrou ainda de projetos como o Reescrevendo o Fu- turo, que segundo ele, chegou a tirar do analfabetismo 240 mil adultos. “O programa foi inspirado na minha avó de criação. Quando nós chega- mos ao governo e criamos, pensamos em tantas pessoas que, como ela, queriam apren- der a ler e escrever. Coisas assim explicam muitas vezes a minha decisão de voltar novamente ao governo”, disse em tom emocionado. Ressaltando a parceria com o governo federal, de quem é líder no Senado, Eduardo Braga voltou a firmar com- promisso com a conclusão das obras de reconstrução da BR-319, continuidade de projetos como o Programa Social e Ambiental dos Iga- rapés de Manaus (Prosamim), Escolas de Tempo Integral (CETIs) e reestruturação do sistema de atendimento da capital e interior. Já Rebecca Garcia (PP), sua candidata a vice, tam- bém participou do programa e enfatizou a falta de José Melo no debate organizado por emissora de televisão pertencente a sua família, ocorrido no último dia 9. “O segundo turno existe para a população poder escolher en- tre uma ou outra proposta de governo. Os debates são exce- lentes para isso, pois ajudam o eleitor a comparar e escolher os candidatos. Porém, o can- didato Melo não pensa assim, por isso não compareceu ao primeiro debate. Isso foi um grande desrespeito, não com o Eduardo, mas com o povo do Amazonas”, alfinetou. Lembrando a origem in- teriorana e a proximidade com os problemas sociais, Melo, ao contrário do espe- rado, não chegou a citar o apoio adquirido junto à alta cúpula do Partido Socialis- ta Brasileiro no Amazonas (PSB-AM), que teve com o candidato Marcelo Ramos, terceiro colocado no primei- ro turno, 180 mil votos. Ele aproveitou para agradecer os votos que o levaram a disputar o cargo em segundo turno. “Agradeço de coração ao povo do Amazonas, muito obrigado, minha gente, por essa grande vitória que foi chegarmos ao segundo turno em crescimento permanen- te. Demos um grande passo, e com a mesma humildade que chegamos nessa ca- minhada, vamos seguir em frente”, comemorou. Apareceram com destaque no programa apresentado pela coligação Fazendo Mais Por Nossa Gente, projetos ligados a moradia, saúde, economia, educação e segu- rança. O ex-governador Omar Aziz (PSD) foi escolhido como principal cabo eleitoral de Melo. Ao também agradecer pelos votos que lhe rederam a única cadeira disponível ao Estado no Senado Fede- ral, Aziz apelou aos eleitores que não votaram em Melo no primeiro turno, reflitam e decidam pela “renovação”. “Você, que preferiu esperar por um segundo turno, peço que reflita comigo. Há quatro anos começamos um processo de renovação, aproximamos o governo das pessoas, Melo é um passo adiante dessa renovação. Melo é o próprio povo, é você no governo. Ele é competente e já está gover- nando bem. Não vamos voltar ao passado”, frisou. Quem também participou do programa foi o vice de Melo, o deputado federal Henrique Oliveira (SDD), que teve a missão de lembrar a bandeira encampada pelo grupo durante o primeiro tur- no, “de que a luta está sendo travada entre a humildade e a arrogância”. “A verdade superou a arrogância e agora é hora de avançar. Nesse segundo turno Melo é o mais preparado e equilibrado, o único que vem apresentando propostas concretas para o Amazonas”, pontuou. De acordo com resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os programas vão até o dia 24 de outubro, dois dias antes do pleito. JOELMA MUNIZ Equipe EM TEMPO ABERTURA Quem abriu a propagan- da foi o candidato peeme- debista Eduardo Braga, que destacou o momento único que vive a história do Amazonas, que prota- goniza pela primeira vez uma disputa em segundo turno para o governo ELEIÇÕES 2014 - 01.indd 1 13/10/2014 22:53:47

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Eleições 2014 - Caderno especial do jornal Amazonas EM TEMPO http://www.emtempo.com.br

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Page 1: Eleições 2014 - 14 de outubro de 2014

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cial

MANAUS, TERÇA-FEIRA, 14 DE OUTUBRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019

Eleições 2014Eleições 2014Espe

cial

Candidatos exaltam suasbiografi as e projetos

Na volta da propaganda eleitoral, candidatos usaram seu tempo de televisão para exaltar suas qualidades e propostas

Após o resultado aper-tado no primeiro turno das eleições, o sena-dor Eduardo Braga

(PMDB) e o governador José Melo (Pros) estrearam ontem o segundo turno da propagan-da eleitoral no rádio e TV com recuo de ataques e exaltações de suas biografi as pessoais.

Quem abriu a propaganda foi o candidato peemedebista Eduardo Braga, que destacou o momento único que vive a história do Amazonas, onde protagoniza pela primeira vez uma disputa em segundo turno para o governo. Braga optou por inserir a família e dedicou boa parte do seu programa para destacar projetos em-placados em seus governos - a mesma estratégia usada no primeiro turno. Um exemplo da tentativa do peemede-bista de fugir da tática dos ataques fi cou claro quando ele comparou seu adversário a um candidato “bonzinho”. “Agora é candidato bom con-tra candidato bonzinho. Você que escolhe”, enfatizou tre-cho do programa.

A questão da experiência

foi outro ponto continuado, com intuito de demonstrar ao eleitor que possui o pré-requisito que atribuiu como essencial para o futuro go-vernador. Eduardo Braga lembrou ainda de projetos como o Reescrevendo o Fu-turo, que segundo ele, chegou a tirar do analfabetismo 240 mil adultos. “O programa foi inspirado na minha avó de criação. Quando nós chega-mos ao governo e criamos, pensamos em tantas pessoas que, como ela, queriam apren-der a ler e escrever. Coisas assim explicam muitas vezes a minha decisão de voltar novamente ao governo”, disse em tom emocionado.

Ressaltando a parceria com o governo federal, de quem é líder no Senado, Eduardo Braga voltou a fi rmar com-promisso com a conclusão das obras de reconstrução da BR-319, continuidade de projetos como o Programa Social e Ambiental dos Iga-rapés de Manaus (Prosamim), Escolas de Tempo Integral (CETIs) e reestruturação do sistema de atendimento da capital e interior.

Já Rebecca Garcia (PP), sua candidata a vice, tam-

bém participou do programa e enfatizou a falta de José Melo no debate organizado por emissora de televisão pertencente a sua família, ocorrido no último dia 9. “O segundo turno existe para a população poder escolher en-tre uma ou outra proposta de governo. Os debates são exce-

lentes para isso, pois ajudam o eleitor a comparar e escolher os candidatos. Porém, o can-didato Melo não pensa assim, por isso não compareceu ao primeiro debate. Isso foi um grande desrespeito, não com o Eduardo, mas com o povo do Amazonas”, alfi netou.

Lembrando a origem in-teriorana e a proximidade com os problemas sociais,

Melo, ao contrário do espe-rado, não chegou a citar o apoio adquirido junto à alta cúpula do Partido Socialis-ta Brasileiro no Amazonas (PSB-AM), que teve com o candidato Marcelo Ramos, terceiro colocado no primei-ro turno, 180 mil votos. Ele aproveitou para agradecer os votos que o levaram a disputar o cargo em segundo turno. “Agradeço de coração ao povo do Amazonas, muito obrigado, minha gente, por essa grande vitória que foi chegarmos ao segundo turno em crescimento permanen-te. Demos um grande passo, e com a mesma humildade que chegamos nessa ca-minhada, vamos seguir em frente”, comemorou.

Apareceram com destaque no programa apresentado pela coligação Fazendo Mais Por Nossa Gente, projetos ligados a moradia, saúde, economia, educação e segu-rança. O ex-governador Omar Aziz (PSD) foi escolhido como principal cabo eleitoral de Melo. Ao também agradecer pelos votos que lhe rederam a única cadeira disponível ao Estado no Senado Fede-ral, Aziz apelou aos eleitores

que não votaram em Melo no primeiro turno, refl itam e decidam pela “renovação”.

“Você, que preferiu esperar por um segundo turno, peço que refl ita comigo. Há quatro anos começamos um processo de renovação, aproximamos o governo das pessoas, Melo é um passo adiante dessa renovação. Melo é o próprio povo, é você no governo. Ele é competente e já está gover-nando bem. Não vamos voltar ao passado”, frisou.

Quem também participou do programa foi o vice de Melo, o deputado federal Henrique Oliveira (SDD), que teve a missão de lembrar a bandeira encampada pelo grupo durante o primeiro tur-no, “de que a luta está sendo travada entre a humildade e a arrogância”. “A verdade superou a arrogância e agora é hora de avançar. Nesse segundo turno Melo é o mais preparado e equilibrado, o único que vem apresentando propostas concretas para o Amazonas”, pontuou.

De acordo com resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os programas vão até o dia 24 de outubro, dois dias antes do pleito.

JOELMA MUNIZEquipe EM TEMPO

ABERTURA Quem abriu a propagan-

da foi o candidato peeme-debista Eduardo Braga, que destacou o momento único que vive a história do Amazonas, que prota-goniza pela primeira vez uma disputa em segundo turno para o governo

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2 MANAUS, TERÇA-FEIRA, 14 DE OUTUBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Waldemir exalta governo no PT Em meio à disputa acirrada

pela Presidência do Brasil nesse segundo turno, o vere-ador Waldemir José (PT) usou a tribuna da Câmara Muni-cipal de Manaus (CMM), na manhã desta segunda-feira (13), para comparar as ações entre os governos do PT e do PSDB no que diz respeito aos incentivos ao modelo Zona Franca de Manaus (ZFM). Ele anunciou que durante toda essa semana apresentará as comparações entre as duas politicas de governo, tendo em vista a importância do debate para o momento em que o país se encontra.

De acordo com o parlamen-tar, atualmente, em decor-rência da política econômica aplicada pelo ex-presidente Lula e pela atual presidenta Dilma Rousseff , a ZFM possui 125 mil empregos diretos e 500 mil indiretos. Além disso, os incentivos fi scais para

modelo o econômico foram prorrogados por mais de 60 anos durante os governos petistas. Já no governo de Fernando Henrique Cardoso não houve nenhuma prorro-gação, pelo contrário, criou-se a Lei de Informática, o que levou várias empresas a deixarem o Polo Industrial de Manaus (PIM) e migrarem para São Paulo e Minas Ge-rais, gerando apenas 35 mil empregos no Amazonas. “O governo de Fernando Hen-rique Cardoso (PSDB) não ajudou a Zona Franca de Ma-naus e ainda foi o indutor do desemprego no Amazonas”, disse Waldemir José.

Ele lembrou também que por causa da política de in-centivos ao modelo ZFM, o faturamento do PIM evolui de R$ 54 bilhões em 2003 para R$ 83 bilhões em 2013, representando ao governo do Estado R$ 7,4 bilhões em

arrecadação de impostos, por meio do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços). Essa arrecadação representa mais recursos para educa-ção, para saúde e para se-gurança pública do Estado. “A Universidade Estadual do Amazonas (UEA) é mantida com os recursos do PIM, recebe R$225 milhões oriun-dos do Distrito Industrial. Se não houvesse a prorrogação da ZFM seria um prejuízo enorme para nosso Estado”, destacou o parlamentar.

Waldemir concluiu afi rman-do que são inúmeras as van-tagem que o PIM traz para o Estado do Amazonas, no entanto apenas o governo do Partido dos Trabalhadores reconheceu a importância do modelo Zona Franca de Ma-naus para o Estado e deu o tratamento justo e necessá-rio para essa economia.

NA CMM

Durante discurso, vereador fez elogios ao desenvolvimento da ZFM no governo petista

DIR

COM

CMM

Ao participar de um programa de TV, candidato ao governo falou de projetos para o futuro e destacou os investimentos para a área de Educação

José Melo participa de sabatina em programa de

TV

O governador José Melo (Pros), can-didato à reeleição, participou nesta

segunda-feira, dia 13 de ou-tubro, de uma sabatina em uma emissora de TV local. O candidato respondeu sobre temas polêmicos, falou sobre apoio presidencial e destacou alguns dos principais inves-timentos que planeja fazer em seu futuro governo. Na entrevista, José Melo reafi r-mou seu projeto de fortale-cimento da educação e disse que pretende reduzir o custeio do Estado para garantir os recursos destinados a ampliar de 25% para 30% os recursos destinados ao setor. “Eu vou reduzir o custeio do Estado e aplicar na educação porque considero a educação o bem mais precioso. Quero dar ao professor e professora o que precisam para em sala de aula oferecer a melhor aula e, com isso, perseguirmos a

qualidade”, explicou.Segundo Melo, a profi ssio-

nalização técnica também será reforçada como forma de garantir mão de obra espe-cializada para o mercado de trabalho. Além da ampliação

do Centro de Educação Tecno-lógica do Amazonas (Cetam), que ganhará 14 novos núcleos no interior e um em Manaus, a proposta é utilizar escolas estaduais para a formação especializada. “Temos a Zona

Franca pror-rogada, ga-r a n t i n d o que muitas e m p r e s a s v e n h a m para cá, nossas po-líticas pú-blicas voltadas para o surgi-mento de novas atividades econômicas que também vão gerar empregos. Através do Cetam vamos oferecer es-pecialização e oportunidade de acessar esse mercado. Na rede de ensino, nos momentos em que as salas não têm aulas, oferecemos cursos para trei-nar os jovens para o mercado de trabalho”, ressaltou.

Melo revelou que planeja estender o modelo de incen-tivos tributários aplicados às indústrias do Polo Industrial de Manaus como forma de desenvolver novos polos eco-nômicos no Estado, como a piscicultura e a criação de uma

indústria petroquímica, de fer-tilizantes, piscicultura e polo de biocosméticos e fármacos. Além da redução do ICMS, a proposta é oferecer terrenos para a instalação das novas iniciativas econômicas.

“Os incentivos estão aí. Esse é o grande atrativo para as indústrias, e para esses novos polos vamos estender os atu-ais incentivos para das áreas do polo industrial, para que esses novos polos também possam funcionar”, afi rmou.

Melo defendeu o asfalta-mento da BR-319 e disse acreditar que o impasse em torno da estrada esteja perto de uma resolução. “Vou lutar com todas as minhas forças para termos uma saída para facilitar a questão logística, o custo amazônico. Acho que estamos próximos de asfaltar a BR-319 e termos uma saída para o resto do Brasil fazendo com que haja a redução de custos”, disse.

PROJETOS Melo revelou que pla-

neja estender o modelo de incentivos tributários aplicados as indústrias do Polo Industrial de Manaus como forma de desenvolver novos polos econômicos no Estado, como a psicultura

De acordo com Melo, a ligação da capital Manaus será fundamental para atração de novos investi-mentos. Ele adiantou que o governo do Estado possui estudos para a construção de uma ponte em Mana-quiri, para ligar por terra Manaus à BR-319. “Existe um estudo de uma ponte na comunidade Bela Vista, em Manacapuru, ao Mana-quiri, passando por cima da ilha da Paciência, chegan-do à comunidade de Barro Alto e com isso chegando até a BR-319”, disse.

Para o interior, José Melo destacou suas ações na área de saúde, com a criação do programa Pronto Especialista, que

vai levar médicos em cin-co especialidades para 14 municípios-polo. Na ha-bitação, a proposta de Melo é construir 47 mil moradias populares, sen-do 17 mil no interior. O Prosamim também será expandido para quatro municípios do interior e terá obras nos igarapés da Sharp, São Sebastião, Cachoeira Grande e Cres-po, em Manaus.

“Vamos instalar o Pro-samim em seis igarapés de Manaus. Estamos con-cluindo a bacia do Educan-dos, iniciamos a bacia do São Raimundo, e vamos levar para o interior, para benefi ciar as famílias que mais precisam”, disse.

Ponte de ligação ao Manaquiri

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José Melo destacou tam-

bém que irá fazer inves-timentos no

interior

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3MANAUS, TERÇA-FEIRA, 14 DE OUTUBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Agenda dos candidatos

Candidato se reúne com coordenadores de campanha pela manhã e à tarde grava programa eleitoral e concede entrevista a emissora de TV local.

EDUARDO BRAGA

Candidato concede entrevista a uma rádio local às 7h30. Em seguida, tem agenda administrativa. Às 16h, realiza caminhada na comunidade da Sharp e ainda tem reuniões no Parque São Pedro e Mundo Novo.

JOSÉ MELO

Regimento entrará em análise O regimento interno da Câ-

mara Municipal de Manaus (CMM) entra hoje na pauta de deliberações da Comissão de Constituição, Justiça e Re-dação (CCJR), com propostas que devem gerar polêmica. Uma delas é mudar a votação dos projetos de lei para o início das sessões plenárias, deixando o resto da manhã livre para os vereadores dis-cursarem na tribuna, porém, não sendo mais obrigatória a presença deles na ses-são, após a votação dos projetos de lei.

Essa mudança ocorreu durante o período eleitoral e, por conta disso, algumas sessões fi caram esvaziadas. O regimento interno entra na pauta com pedido de priori-dade feito pelo presidente da casa, vereador Bosco Sa-raiva (PSDB), que pretende

levar o texto à votação até amanhã. O presidente da CCJR, vereador Mário Frota, disse que o regimento será analisado com “cautela”. De acordo com Bosco, a ordem dia, que é a votação dos projetos de lei e delibera-ção sobre as indicações, re-querimentos e moções, foi invertida durante o período eleitoral, já que alguns ve-readores eram candidatos e estavam faltando às sessões por causa dos compromissos de campanha.

A mudança, argumentou ele, foi aprovada pelos cole-gas vereadores. “A expedien-te deu certo e quero colocar essa proposta no regimento interno. Estou certo de que ela será aprovada”, afi rmou. Com a ordem do dia in-vertida, outra proposta de Bosco Saraiva é fl exibilizar

o tempo de fala do vereador na tribuna e alterar a regra estabelecida de três minutos de explanação, como consta no atual regimento interno, pois muitos vereadores ex-trapolam o tempo permitido, mas têm recebido o aval da mesa diretora. “O vereador precisa de mais tempo para desenvolver sua ideia na tri-buna. A mudança permitirá a realização do pequeno e do grande expediente sem desrespeitar o regimen-to interno, com relação ao horário.

Regimento antigo O texto do regimento é

antigo, feito quando a Câ-mara Municipal ainda tinha 33 vereadores”, afi rmou. Mário Frota garantiu que os vereadores membros da CCJR vão “debruçar” sobre

o texto do regimento interno para atender ao pedido de prio-ridade, feito pelo presidente Bosco Saraiva, porém, disse ele, “nada deve ser votado à toque de caixa”. No entanto, ele mostrou-se favorável às propostas do presidente.

Segundo ele, a ordem do dia invertida atenderá a uma necessidade dos vereadores de participarem de eventos, mesmo em dias de sessão plenária, nas segundas-feiras, terças e quartas, o que antes não ocorria porque os projetos de lei eram votados no fi m da manhã, após as falas dos vere-adores na tribuna. “Depois da votação dos projetos de lei, o vereador não terá a obrigação de permanecer no plenário. Em nenhum parlamento no país, isso é obrigatório. Porém, se ele ausentar-se das votações, levará falta”, destacou.

CMM

Arthur faz campanha paraAécio e evita falar de MeloCandidato ao governo anunciou ontem que irá manter mesma postura do 1º turno. Prefeito preferiu não comentar o assunto

O governador do Ama-zonas e candidato à reeleição, José Melo (Pros), afi rmou, on-

tem à tarde, que continua-rá neutro em seu apoio ao candidato a presidente da República, possivelmente até o fi m do segundo turno. Mes-mo pressionado pelo prefeito Arthur Neto (PSDB), que vem “panfl etando” nas ruas de Manaus para o presidenciável Aécio Neves, Melo insistiu que seguirá exercendo o direito do voto secreto.

O candidato vem fazendo mistério desde o início da campanha eleitoral, sobre quem apoiará na disputa para presidente da República. Em entrevista a uma emissora de TV local, ele afi rmou que seu apoio só será anunciado mediante uma decisão conjun-ta. “Existe a questão eleitoral. No primeiro turno, tínhamos aliados das duas candida-turas, tanto da presidente Dilma (Rousseff ), quanto do candidato Aécio (Neves). Vou continuar com minha postura. Todo mundo tem o direito de decidir em quem votar. Meu candidato eu já escolhi, mas o voto é secreto e vou exercer esse direito”, disse.

Enquanto José Melo dava entrevista, Arthur Neto ca-minhava pelas ruas do bairro Petrópolis, Zona Sul de Ma-naus, fazendo campanha para Aécio Neves. Acompanhado de secretários de pastas im-portantes da prefeitura, par-lamentares e do coordenador da campanha de Aécio em Manaus, o ex-vereador Luiz Al-berto Carijó, Arthur ia de casa em casa falar com morado-

res e afi xa-va adesivos nos carros.

Quest io-nado sobre a postura do governador José Melo, com quem ele dividiu palanque durante o primeiro turno, o prefeito evitou dar declarações, mas demonstrou irritação. “Não estou sozinho”, disse ele. Após a votação, no dia 5 de outubro, Arthur afi rmou que precisa-va do apoio de José Melo e do ex-governador e senador eleito Omar Aziz (PSD) para garantir a vitória de Aécio Neves no Amazonas e que esse apoio seria importante para ele disputar a reeleição em 2016.

“Se Melo apoiar Aécio, Edu-ardo Braga (PMDB) está con-vidado a disputar a prefeitura comigo. Apoiei a candidatura de José Melo porque enten-di que ele é a continuidade da boa parceria que fi z com Omar Aziz”, disse o prefeito, na época.

Esta foi a quarta caminhada de Arthur Neto pelas ruas de Manaus, em favor de Aécio, após a votação do primeiro turno. Ele já percorreu o bairro Parque São Pedro, Zona Norte, o Centro, a avenida Djalma Batista e o bairro Petrópolis. A agenda de caminhada é defi nida pelo comitê de cam-panha do PSDB. Na semana passada, o prefeito esteve em Brasília para conversar com Aécio, onde fi rmaram uma parceria de Arthur intensifi -car o pedido de votos para o presidenciável tucano. Desde a semana passada, prefeito tem intensifi cado campanha para o candidato Aécio. Ontem, ele esteve no bairro Petrópolis

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4 MANAUS, TERÇA-FEIRA, 14 DE OUTUBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

PT usa Caixa e Serpro na campanha eleitoral

Após o uso dos Correios na campanha eleitoral do PT, Caixa e Serpro são alvo de acusação idêntica de fun-cionários. O Caixa-Mail, sis-tema interno de comunica-ção do banco, foi usado para espalhar acusações contra o candidato do PSDB. No Serpro, funcionária ligada ao PT, Ana Maria Amorim, mulher do ministro Celso Amorim (Defesa), disparou e-mail de teor eleitoral pró-PT na rede interna da repar-tição pública.

ConteúdoO e-mail eleitoral na

Caixa, de posse desta co-luna, repete a velha men-tira de que o banco será “privatizado”, no caso de vitória tucana.

Tudo nossoOcupando boquinha no

Serpro desde 2007, em seu e-mail Ana Amorim compara os governos do PSDB e PT, usando dados não confi rmados.

PrivacidadeO Serpro desconversa, di-

zendo que “não pode moni-torar e-mails internos”, mas não se fala em punição pelo uso eleitoral da rede.

AparelhamentoO deputado federal tuca-

no William Dib (SP) também foi procurado por funcioná-rios da Caixa que denun-ciaram o uso eleitoral do Caixa-Mail.

PSB dá como certa a desfi liação de Marina SilvaCom a eleição de Carlos

Siqueira na presidência do PSB, a cúpula do partido dá como certo que Marina Silva deixará o partido para retomar o Rede Sustentabi-lidade. Siqueira telefonou-

lhe para tentar desfazer arestas e mágoas, mas ela não esquece: ao deixar a campanha após a morte de Eduardo Campos, Siqueira disse que a ex-senadora era “hospedeira” do PSB. Quis dizer “hóspede”, e ela entendeu a desfeita.

Estranha no ninho Marina se fi liou ao PSB

após o Rede ser barrado na Justiça, mas sempre deixou claro que se sentia apenas uma hóspede do partido.

Mal-estarMembros do PSB duvidam

que o presidente interino “lulista” Roberto Amaral permaneça no PSB após ter apoiado a reeleição de Dilma.

Ganhou forçaApós liquidar o PT nas

eleições, o PSB pernam-bucano faturou um terço dos cargos na Executiva, além da vice-presidência e da 1ª secretaria.

Defi nição de papéisMarina Silva deverá se

reunir ainda esta semana com o candidato tucano Aécio Neves, a quem de-clarou apoio, para discutir seu papel na campanha no segundo turno.

Lorota desfeitaA bancada do PMDB na

Câmara se reúne quarta (15) para mostrar que não é assim tão “ampla”, como Dil-ma afi rma na propaganda, o tamanho de sua base de apoio. O PT briga forte com o PMDB em dez Estados.

Azul tucanoPor recomendação do

marqueteiro e modista João Santana, Dilma substituiu o vermelho pelo azul, tentan-do transmitir a candura de Alice no País das Maravi-lhas. Faz sentido. Mas fi cou

parecendo tucana.

De volta à PFDerrotado na reeleição, o

deputado Protógenes Quei-roz (PCdoB-SP) vai retomar o cargo de delegado na Polícia Federal. Ele chefi ou em 2008 a operação Satia-graha, que prendeu o ban-queiro Daniel Dantas.

Inconstante Além de não eleger mais

da metade dos atuais par-lamentares, Pros e Solida-riedade só contarão com 15 deputados federais cada. Três federais não consegui-ram nem sequer se eleger deputados estaduais.

Golpe midiáticoA manobra deu certo,

e a farsa do ebola ocu-pou as manchetes, em lugar da roubalheira da Petrobras detalhada pe-los delatores. O africano adorou viajar e comer de graça. O que ele tinha era desnutrição aguda.

ImprevisívelCom a derrota do PSDB

em Minas no 1º turno, José Serra e Alckmin já não acham que Aécio Neves te-nha feito “corpo-mole” em campanhas anteriores. Con-cluíram que o eleitor mineiro é imprevisível mesmo.

Fundação Derrotado na disputa pela

reeleição, o governador Re-nato Casagrande (ES) deve-rá assumir esta semana a Fundação João Mangabeira. O PSB chegou a cogitar entregar o cargo a Roberto Amaral, mas desistiu.

Pensando bem......ao tornar públicas as

revelações dos delatores do Petrolão, o juiz Sergio Moro fez apenas o que Dilma, Petrobras e CPI viviam pedindo.

PODER SEM PUDOR

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

Eu bebo, sim

www.claudiohumberto.com.br

Consideramos o caso suspeito como caso descartado”

ARTHUR CHIORO (SAÚDE) SOBRE A LOROTA DO EBOLA, que tirou o Petrolão das manchetes

Flores da Cunha foi um dos maiores líderes políticos do Rio Grande do Sul, mesmo com a reputação de emérito boêmio, chegado ao carteado, às be-bidas e às mulheres, como acusou um adversário, num comício:

- Não bebo, não jogo e nem ando com mulheres de vida duvidosa!

Flores da Cunha ganhou a eleição admitindo, sem medo de ser feliz:

- Pois eu bebo, fumo, jogo, ando com mulheres e tenho votos.

Presidenciáveis fazem debate A presidente Dilma Rous-

seff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB) encontram-se nesta terça-feira (14) à noite no estúdio da TV Bandeirantes, em São Paulo, para o primeiro debate do segundo turno da eleição presidencial.

Marcado para começar às 22h15, o evento será trans-mitido ao vivo pela emissora. O debate será dividido em cinco blocos. Os quatro pri-meiros serão de confronto direto entre os participantes. No último, cada um faz suas considerações fi nais.

A mediação será feita pelo jornalista Ricardo Boechat. Além deste, estão programa-dos outros três debates entre Dilma e Aécio até o dia da vo-tação. Nenhum com perguntas feitas por jornalistas.

Na quinta (16), o encontro será no estúdio do SBT, num evento que conta ainda com o UOL e a rádio Jovem Pan entre os organizadores. No domingo (19) será a vez do debate da TV Record. E na antevéspera do pleito, dia 24, o debate da TV Globo.

A “Folha de S.Paulo” era

uma das responsáveis pela organização do debate com o SBT, UOL e Jovem Pan. Mas resolveu sair após a campa-nha de Dilma anunciar que não aceitaria a presença de jornalistas fazendo perguntas aos candidatos. Inicialmente, a campanha de Aécio também não queria. No dia 8, o tucano recuou e afi rmou que aceitaria um bloco com questões de jornalistas. A mudança foi in-formada ao comando da cam-panha de Dilma, que prometeu reanalisar. A resposta fi nal, no dia 10, foi negativa

PRIMEIRO

Oposição se reúne hoje para agendar uma possível sessão. Eles querem marcar, com urgência, depoimento de Youssef

Membros da CPI Mista avaliam sessão extra

Presidente da CPI, Vital do Rêgo disse que vai discurtir, hoje, sobre uma sessão extra do caso

O presidente da CPI mista da Petrobras, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), vai reunir nesta terça-feira (14) os lí-deres partidários para discutir a convocação de uma sessão extraordinária da comissão ainda nesta semana.

Após revelações do doleiro Alberto Youssef e do ex-di-retor da Petrobras Paulo Ro-berto Costa em depoimentos à Justiça na semana passa-da, a oposição cobra novas providências da CPI. Ambos disseram à Justiça Federal do Paraná que PT, PMDB e PP di-vidiam propinas de contratos da Petrobras e que parte do dinheiro foi usada na campa-nha eleitoral de 2010.

Vital do Rêgo disse nesta segunda-feira (13) que dis-cutirá a possibilidade de uma sessão extra para esta se-mana. Segundo calendário da

comissão, a próxima reunião seria apenas em 22 de outu-bro, quando os parlamentares colherão depoimento do atual diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosen-za, que sucedeu Paulo Roberto Costa no cargo.

“Estou voltando a Brasília nesta terça para me reunir com lideranças de todos os partidos que compõem a CPI para ver a possibilidade de convocarmos ainda esta se-mana uma reunião adminis-trativa”, afi rmou o senador.

O presidente da CPI, porém, lembrou que, devido ao pe-ríodo eleitoral, a última ses-são da comissão teve baixa presença de parlamentares. Na última quarta-feira (8), a comissão ouviu a ex-con-tadora de Alberto Youssef, Meire Poza. Vital do Rêgo foi um dos integrantes que

não compa-receu. Ele d i s p u t o u o governo da Paraíba, mas teve 5,22% dos votos e não chegou ao segundo turno.

“Estamos no meio do segun-do turno das eleições presi-denciais, e a reunião de quar-ta-feira já teve um quórum reduzido mesmo com oitiva de uma testemunha importante, que foi a contadora do doleiro Youssef. Mas vamos tentar com os líderes marcar ainda essa semana uma reunião ad-ministrativa”, disse Vital.

O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) informou que apre-sentará um requerimento para pedir que Youssef seja ouvido com “urgência” pela comissão.

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AÇÃO

Missa de Campos reúne políticos

LEMBRANÇA

Missa realizada na noite desta segunda-feira (13) em Brasília reuniu a família do ex-governador de Per-nambuco Eduardo Campos, políticos do PSB, partido do qual era presidente, e simpatizantes. A cerimônia foi realizada na Igreja São Miguel Arcanjo Santo Expe-dido, na Asa Norte, na região central da capital.

Eduardo Campos mor-reu há dois meses, após acidente aéreo em Santos (SP). No acidente, morreram outras sete pessoas, entre assessores e a tripulação. O então candidato do PSB à Presidência participaria de

evento político na cidade do litoral de São Paulo.

O incidente chocou o meio político e a repercussão da morte tomou conta do noti-ciário dos dias seguintes. O enterro, realizado em Recife (PE), reuniu familiares, po-líticos e simpatizantes. En-tre os presentes, estavam a presidente Dilma Rousseff , o vice-presidente Michel Te-mer, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o candidato do PSDB à Pre-sidência, Aécio Neves.

Na missa desta segunda, estavam presentes Renata Campos, viúva de Eduar-do, os cinco fi lhos do ca-

sal, políticos como Beto Albuquerque, candidato a vice-presidente na chapa formada com Marina Silva, Carlos Siqueira, eleito nesta tarde presidente do PSB, e o deputado federal Júlio Delgado (MG).

Renata se sentou na pri-meira fi leira, ao lado dos fi lhos, e com eles cantou as músicas e participou das orações. O fi lho mais velho de Eduardo, João Campos, agradeceu a presença dos amigos do ex-governador de Pernambuco e afi rmou que as pessoas que eram mais próximas ao pai “honrarão seu legado”.

Renata Campos se sentou na primeira fi la, ao lado dos fi lhos e políticos amigos do marido

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5MANAUS, TERÇA-FEIRA, 14 DE OUTUBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Mobilidade Urbana gera discussãoCMM

O vereador Wilker Barreto (PHS) reafi rmou, ontem (13), em discurso na tribuna da Câmara Municipal de Ma-naus (CMM), que o plano de mobilidade urbana de Ma-naus será implantado dentro da realidade do município. Antes do pronunciamento de Barreto, a implantação do referido plano foi aborda-da na tribuna da Casa, pelo vereador Professor Bibiano (PT), presidente da Comissão de Legislação Participativa (Comlep/CMM). No último dia 9, a comissão promo-veu uma audiência pública, na casa legislativa, da ‘Lei de Mobilidade Urbana e in-clusão social’. Nesta segun-da-feira, o vereador petista voltou a cobrar a implanta-ção do mesmo.

“Não adianta fazer audi-ência pública se não tem di-nheiro para pôr em prática o plano de mobilidade urbana da cidade. Não tem um cen-

tavo depositado nas contas de prefeitura, pelo governo federal, para auxiliar na im-plantação do plano”, declarou o líder do prefeito na Câma-ra Municipal, referindo-se ao compromisso assumido pelo governo federal em auxiliar a Prefeitura de Manaus tanto na implantação do plano de mobilidade, como em refor-mas necessárias na cidade – no caso o centro histórico -, por meio de recursos do PAC das Cidades Históricas.

Conforme Wilker, o único município brasileiro que tem condições de bancar a im-plantação de um plano de mobilidade urbana sem de-pender do governo do Esta-do e do governo federal, é São Paulo, por ser autossu-fi ciente fi nanceiramente.

“Manaus não tem capaci-dade fi nanceira para resol-ver o problema de mobilida-de urbana, como as demais cem cidades do país que estão discutindo a temática, e também precisam implan-tar os seus projetos de mobi-

lidade urbana”, destacou. Na ocasião, Barreto sugeriu que as discussões sobre o plano de mobilidade em Manaus sejam temporariamente suspensas, e só retoma-das após o fi m do segundo turno das eleições.

EmpréstimoO vereador Wilker Barreto

também chamou a atenção em seu discurso na tribuna, para a aprovação no plenário da Câmara Municipal, no dia 20 de agosto, do Projeto de Lei (PL) nº 241/2014, de autoria do Executivo muni-cipal, que o autorizou a con-tratação de um empréstimo junto ao Banco de Desenvol-vimento da América Latina (CAF), no valor de USS 100 milhões — o equivalente a mais de R$ 220 milhões — para execução do Programa de Integração, Mobilidade e Desenvolvimento da Cidade de Manaus (PIMD/Manaus). O projeto seguiu para a san-ção do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB). Plano de Mobilidade Urbana sairá do papel à medida que os recursos forem sendo liberados

IONE MORENO

SINTIA MACIELEquipe EM TEMPO

Vereadores garantem ‘cota’ de R$ 300 mil na LOA-2015 Parlamentares garantiram mais uma vez a possibilidade de participação na cota da LOA/2015 por meio de emendas impositivas

A cota participativa dos vereadores na Lei Or-çamentária Anual (LOA) 2015, no valor de R$ 12

milhões ou R$ 300 mil para cada um dos 41 parlamentares, foi mais uma vez garantida aos ve-readores, conforme ressaltou, na manhã de ontem (13), o líder do governo na Câmara Munici-pal de Manaus (CMM), vereador Wilker Barreto (PHS).

A possibilidade da participa-ção dos vereadores, por meio de emendas impositivas na lei orçamentária, segundo Barre-to, está contemplada no desta-que apresentado pelo prefeito Arthur Neto (PSDB), que desde o ano passado, por meio de um acordo com os vereado-res e em uma decisão inédita junto à Câmara, deliberou o valor destinado para emen-das dos parlamentares na Lei Orçamentária 2014, em uma iniciativa da CMM.

Wilker Barreto explicou que as emendas orçamentárias da cota participativa de 2014 estão sendo implementadas e que já existem negociações com vereadores para o acúmu-lo da cota para o orçamento de 2015, no sentido de ampliar o benefício e fazer frente à

proposta do vereador.

O líder do prefeito as-segurou que, por causa do ineditismo da medida, muitas co-tas não puderam ser imple-mentadas, embora exista o compromisso do prefeito e o empenho do relator do Orça-mento, vereador Walfran Tor-res (PTC), no sentido de salvar essas emendas.

ParâmetrosNo orçamento de 2014, como

explicou o líder do prefeito, não se tinha valor parâmetro exequí-vel para fazer obra, o que será sanado na Lei Orçamentária de 2015 e com a atuação das equipes técnicas da Prefeitura de Manaus. “Não teremos mais erro de parâmetros, de teto. O vereador vai optar pela execu-ção da proposta ou acúmulo do valor para a execução de sua emenda”, disse.

A LOA 2015, com uma recei-ta estimada R$ 4,485 bilhões, 11,9% maior que a deste ano, no valor de R$ 4,050 bilhões, tramita na casa legislativa.

Ontem, o relator do Orçamen-to, vereador Walfran Torres, não descartou a possibilidade do aumento no valor da cota par-ticipativa destinada aos verea-dores. “Existe a possibilidade de acrescer, ser maior do que o do ano passado, acompanhando o proporcional (11,9%), mas vai depender de entendimento com o prefeito”, afi rmou ele, ao destacar que o valor garantido em relação à cota participativa é de R$ 300 mil.

De acordo com o relator, quando abrir o prazo regimental para emendas, irá reunir com

o ‘staff ’ técnico dos gabinetes para os encaminhamentos. “In-felizmente os grandes proble-mas, que estão inviabilizando as emendas, são a técnica le-gislativa e emendas inviáveis. Vamos ter acompanhamento melhor da prefeitura e criar uma rubrica para atender a emenda dos vereadores”.

Como garantiu Walfran Tor-res, a ecretaria Municipal de Finanças (Semef) tem se mo-bilizado para otimizar o proces-so, garantindo a execução das emendas. “Percebemos que precisava haver uma adequa-

ção na estrutura para viabilizar as emendas. É um processo que despendeu tempo, mas as emendas são demandas da po-pulação. Acredito que foi uma iniciativa acertada do prefeito envolvendo o Poder Legislativo municipal. Poderemos avançar mais e incluir o olhar da popula-ção na destinação dos recursos públicos”, defendeu.

EmendasQuanto à quantifi cação de

emendas executadas, Torres garantiu que estão em pro-cesso de fi nalização. “Temos

outra reunião hoje (13), com a Semef e Semgov (Secre-taria Municipal de Governo). Algumas emendas já foram executadas, algumas sendo executadas e outras estão por executar”, afi rmou.

De acordo com ele, 61% das emendas foram para obras (construção, ampliação refor-ma de quadras). As demais para Casas de Apoio, entre as mais diversas. O vereador ex-plicou, ainda, que das emendas a serem executadas, o verea-dor pode acumular os recursos para a proposta desejada.

Valores podem ser maiores, garante relator

Participação dos vereadores, por meio de emendas impositivas na LOA, é contemplada no destaque apresentado por Arthur Neto

Vereador Walfran Torres disse que cota pode ser ampliada

TIAGO CORREA/CMM

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6 MANAUS, TERÇA-FEIRA, 14 DE OUTUBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Cai abstenção com voto biométrico

RESULTADOS

Passado o primeiro turno das eleições, o Tribunal Re-gional Eleitoral começou a realizar uma avaliação do pleito. Um dos números que surpreenderam foi a queda acentuada de abs-tenção nos municípios que já contam com a tecno-logia da biometria para fazer o reconhecimento dos eleitores.

De acordo com um levan-tamento do órgão, enquan-to nas cidades que contam com o sistema tradicional a

abstenção bateu em 16,8%, nas que tiveram leitura das impressões digitais, esse número foi de 8,9 pontos. Um dos principais motivos para o resultado foi o reca-dastramento obrigatório a todos os eleitores no período pré-eleitoral que trouxe um espectro mais realista dos moradores dessas localida-des, principalmente relativo a mortos e pessoas que mu-daram de cidade, mas não informaram essa alteração para a Justiça Eleitoral.

O índice de abstenção é considerado um dos princi-pais dados de avaliação do TRE. Isso porque, se o re-sultado foi muito alto, pode ser interpretado como um descrédito do eleitorado na política e na participação eleitoral. Em 2014, 752 mil e 26 eleitores de 186 muni-cípios gaúchos já contaram com a votação biométrica. Com isso, o RS é o Estado que conta com o maior nú-mero de cidades com essa tecnologia no país.

Voto biométrico diminuiu a incidência de fraude eleitoral nas eleições do primeiro turno

TSE Pronatec sai de propaganda políticaO ministro Admar Gonzaga,

do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou a retirada imediata do ar de texto pu-blicado no site do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) que faz referência à continui-dade do programa em 2015. O ministro tomou a decisão em caráter liminar, após a coligação do tucano Aécio Neves entrar com represen-tação no tribunal direcionada à presidente e candidata do PT, Dilma Rousseff , ao vice na chapa, Michel Temer, à coliga-ção da petista aos ministros da Educação, Henrique Paim, e

da Secretaria de Comunicação Social, Thomas Traumann, e ao secretário de Educação Pro-fi ssional e Tecnologia, Aléssio Trindade de Barros.

O texto menciona o futuro investimento de R$ 14 bilhões no programa até 2015 para oferecimento de oito milhões de vagas em cursos profi s-sionalizantes. “Tenho que o enaltecimento do trabalho do governo federal, tal como vei-culado na propaganda institu-cional do Pronatec, pelo menos em tese, amolda-se à vedação legal, por se referir ao progra-ma deste governo”, afi rmou o ministro, na decisão.

O ministro lembra que du-rante o período estipulado pela Justiça Eleitoral, as publica-ções ofi ciais não podem ser veiculadas com a logomarca do governo federal. A publi-cidade institucional é vedada desde de 5 de julho. “Pude constatar que a matéria vei-culada sob o título ‘Pronatec 2014: inscrições - cadastro. Expectativas para o Pronatec 2015’, além de expor a lo-gomarca do governo federal em vídeo, faz promessas de investimentos e exaltação do programa, além de compará-lo a outro, de grande relevância social”, completou Gonzaga.

DECISÃO/TSE

Tribunal Superior Eleitoral proibiu a presidente Dilma de usar o Pronatec em seu horário eleitoral

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Desafeto de Marina Silva é o novo presidente do PSB Roberto Amaral, que sai da presidência, defendia que os socialistas se aliassem à presidente Dilma Rousseff

Rachado desde que de-fi niu apoiar Aécio Ne-ves (PSDB) no segundo turno da disputa pre-

sidencial, o PSB elegeu ontem (13) sua nova executiva nacional. Roberto Amaral, que ocupava a presidência do partido, foi substituído no cargo por Carlos Siqueira, que há anos ocupava a secretaria nacional do PSB. Amaral defendia que os socia-listas se aliassem à presidente Dilma Rousseff e, em protesto, não compareceu à reunião.

Às 14h30, a maioria dos di-rigentes já estava presente na sede da sigla quando foram avisados de que Amaral não compareceria. As manifesta-ções dele desde que o partido fechou apoio a Aécio irritaram as principais lideranças do par-tido e já há quem diga que não há “clima” para ele permane-cer na legenda. Há um rumor de que Amaral, que é fundador da legenda, pode deixar o PSB nos próximos dias. A deputada Luiza Erundina, outra que reagiu criticamente ao acordo com Aé-

cio, também não apareceu. Foi oferecido a Amaral o comando da Fundação João Mangabeira, que hoje é presidida por Carlos Siqueira, mas o ex-presidente da legenda, no entanto, recusou.

Para pacifi car o partido, os demais socialistas que defen-diam o apoio a Dilma foram incluídos na composição da nova executiva, com exceção de Amaral e Erundina. É o caso dos senadores João Capiberibe e Lídice Da Mata, do governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, e o governador do Amapá, Camilo Capiberibe. Siqueira abandonou a campanha se desentenden-do com Marina, assim que ela assumiu a candidatura após a morte de Campos. De acordo com deputado federal Beto Al-buquerque, antes de a chapa ser registrada, na semana passada, Marina e Carlos Siqueira conver-saram para aparar arestas. “Eles já conversaram e ele explicou a ela que suas acusações ocor-reram em um clima de grande estresse”, disse o deputado.

Carlos Siqueira, que deixou campanha de Marina Silva, foi eleito o mais novo presidente do PSB, que agora apoia Aécio Neves

Siqueira é pernambucano, mas fi liado ao PSB do Dis-trito Federal. Muito ligado a Eduardo Campos, ele foi o único nome de consenso para a formação da chapa na semana passada. Outros pernambucanos, inclusive fi -liados há pouco tempo, como o prefeito de Recife, Geraldo Júlio, foram alçados a cargos de direção. Além do prefeito, são do Estado de Eduardo Campos, o novo vice-presi-dente, o governador eleito do Estado, Paulo Câmara, e

Fernando Bezerra, ex-minis-tro do governo de Dilma Rous-seff , que ocupará o cargo de vice-presidente de Relações Parlamentares do partido. O atual governador de Pernam-buco, João Lyra Neto, será o novo vice-presidente de Rela-ções Federativas do PSB.

Entre os apoiadores de Dilma, três fazem parte da executiva: Ricardo Coutinho, novo vice-presidente de Polí-ticas Públicas, Lídice da Mata e o governador do Amapá, Camilo Capiberibe.

Dissidentes têm espaço agora

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7MANAUS, TERÇA-FEIRA, 14 DE OUTUBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Dilma perde

Datafolha afi rma que Dilma Rousseff perdeu pelo menos 6% dos votos do primeiro turno para o rival, Aécio Neves

A presidente Dilma Rous-seff (PT) perdeu para o rival Aécio Neves (PSDB) parte dos eleitores que

votaram nela no primeiro turno, mostra pesquisa Datafolha. O mesmo ocorre com o tucano, mas em percentual inferior ao dos votos perdidos pela petista. Segundo levantamento Datafo-lha concluído na quinta-feira (9), e divulgado ontem (13) se a elei-ção fosse nesse dia, 6% dos elei-tores que afi rmaram ter votado em Dilma Rousseff no primeiro turno escolheriam o tucano no segundo turno. No caso de Aécio Neves, a migração de votos para a petista seria de 2%.

Dilma Rousseff terminou o pri-meiro turno à frente, com 43,268 milhões de votos, ou 41,59% do total dos válidos. Aécio Neves teve 34,897 milhões de votos, 33,55% dos válidos. Na última pesquisa do Datafolha, ambos aparecem em empate técnico nas intenções de voto para o segundo turno. O tucano, porém, está numericamente à frente, com 51% das intenções, contra 49% de Dilma.

É a primeira vez que ele lidera nas pesquisas do instituto. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Dos que disseram ter votado em Dilma, 88% afi rmaram que “com certeza” repetiriam o voto no dia 26 de outubro. Daqueles que optaram por Aécio, 91% permaneceriam fi éis.

Entre os dilmistas, 3% não sabiam em quem votar no pleito fi nal das eleições presidenciais. No caso tucano, esse percentual era de 2%.

A força dos ‘migrantes’Os votos “migrantes” surgem

com mais força agora. Antes do primeiro turno, os percentuais eram bem menores. Pesquisa Datafolha fi nalizada em 30 de setembro mostrava que, num cenário em que os dois candi-datos fossem para o segundo turno, 2% dos votos da petista iriam para o tucano, enquanto 1% dos eleitores dele migrariam para a candidatura do PT.

O Datafolha dá outra infor-mação que mostra um grande contingente que pode estar dis-posto a mudar de voto. Entre os aecistas de primeiro turno, 14% dizem que talvez votassem em Dilma no segundo. O percentual de dilmistas que poderiam virar aecistas é o dobro: 28%.

Há empate entre aqueles que talvez mantivessem o voto no mesmo candidato: 8% para cada lado. O crescimento dos eleitores de Dilma perdidos para Aécio no segundo coincidem com o apa-recimento de novas denúncias envolvendo a Petrobras.

mais eleitores do que Aécio

No último Datafolha, o per-centual de eleitores que dis-seram ter votado em Dilma, mas que não votariam de novo nela de jeito nenhum é de 3%. No caso de Aécio, essa rejeição é de 1%.

Também pesa negativa-mente sob Dilma parte con-siderável daqueles que opta-ram por Marina Silva (PSB) na primeira fase da disputa, e que afi rmam não votar na petista de jeito nenhum ago-ra: 65%. Entre os marineiros, a rejeição a Aécio é de 18%. Dos eleitores de Marina, 66% devem optar por Aécio, e 18%,

por Dilma. Na pesquisa de 30 de setembro, 25% dos mari-neiros optariam pela petista caso a ex-senadora fi casse de fora do segundo turno.

Como Marina recebeu 22,177 milhões de votos, terminando com 21,32% dos válidos, seus eleitores são fundamentais para decidir quem irá governar o país.

A rejeição também é alta entre aqueles que votaram em branco ou nulo. Entre eles, 63% afi rmaram não votar de jeito nenhum em Dilma no se-gundo turno. A rejeição ao tu-cano, nessa faixa, é de 43%.

‘Não votam de jeito nenhum’

O candidato Aécio Neves (PSDB) utilizou uma car-ta elogiosa da adversária Dilma Rousseff (PT) dire-cionada ao ex-presidente Fernando Henrique Cardo-so em 2011 no horário elei-toral da televisão de ontem (13). A petista, por sua vez, concentrou ataques a Ar-mínio Fraga, ex-presiden-te do Banco Central no governo FHC e anunciado como futuro ministro da Fazenda em um eventual governo Aécio. “Quem fala a verdade? A Dilma que ataca para ganhar votos ou aquela que escreve uma carta e assina embaixo?”, questiona a campanha de Aécio logo depois de recitar a carta de Dilma a FHC de

2011, em homenagem aos 80 anos do ex-presidente. Na mensagem, Dilma clas-sifi ca FHC como “acadêmi-co inovador” e diz que ele “contribuiu decisivamente para a consolidação da es-tabilidade econômica”.

Na campanha de 2014, a gestão Fernando Henri-que (1995-2002) tem sido constantemente atacada pela petista, dizendo que o modelo de governo do PSDB “quebrou o país três vezes, abafou todos os es-cândalos de corrupção e provocou desemprego al-tíssimo”. FHC também é criticado por ter dito, em entrevista ao UOL, que o “PT está fi ncado nos [elei-tores] menos informados”.

Na TV: carta elogiosa a FHC

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8 MANAUS, TERÇA-FEIRA, 14 DE OUTUBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

EXPEDIENTEEDIÇÃO Isabella Siqueira de Castro e Costa e Náis Campos

REPORTAGEMCarlos Eduardo Matos, Raphael Lobato,Joelma Muniz eAssessorias

REVISÃOGracycleide Drumond e João Alves

DIAGRAMAÇÃOAdyel Vieira, Marcelo Robert e Klinger Santiago

TRATAMENTO DE FOTOSAdriano Lima

Aécio tem 5 armas para conquistar eleitor do NECom baixa popularidade no Nordeste, o candidato tucano se municia de estratégias para conquistar o voto do “sertão”

O candi-d a t o à Pre-sidên-

cia Aécio Neves (PSDB) tem uma missão nesta campanha de segundo turno: conquistar o Nordeste. Na primeira rodada da eleição, o tucano obteve somente 15% dos votos na região que é o segundo maior colégio eleito-ral do país.

Na reta fi nal do primeiro turno, disposto a ultrapassar Marina Silva (PSB) e conquistar uma vaga para o embate fi nal com Dilma Rousseff (PT), Aécio focou sua campanha na Região Su-deste, especialmente nos Esta-dos de São Paulo e Minas Gerais, os dois com o maior número de eleitores no Brasil.

A estratégia deu certo. O tucano venceu em São Paulo e ultrapassou Marina em Mi-nas, apesar de ter fi cado atrás de Dilma. Foi sufi ciente para garantir a passagem para o segundo turno. Na rodada fi nal desta eleição, porém, Aécio não pode se dar ao luxo de negligenciar o Nordeste. Por causa disso, o tucano tem as-sumido uma estratégia para conquistar corações e men-tes nordestinas. Veja, abaixo, quais são as principais armas da candidatura do PSDB para aumentar sua penetração nos Estados do Nordeste.

» 1 - Família CamposAécio se esforçou para

obter o apoio do PSB e da família do ex-governador de PE Eduardo Campos (PSB), morto em um acidente aéreo. Campos era um dos nomes mais fortes da política nor-destina dos últimos anos. Ao obter o apoio de sua família, o que aconteceu no sábado (11), Aécio ganhou o aval que queria para poder vender sua candidatura como aque-la que dará continuidade ao projeto do ex-governador.

» 2 - Bolsa FamíliaTido como um dos maiores

“cabos eleitorais” do governo Dilma na região, o progra-ma social Bolsa Família tem recebido atenção especial de Aécio. Em mais de uma oportunidade, o tucano já reiterou que não irá, caso eleito, extinguir o progra-ma. Pelo contrário, afi rma o candidato, irá aprimorá-lo e aumentar sua abrangência. Além disso, ele tem se esfor-çado para descolar a marca do Bolsa Família do PT.

» 3 - Políticos locaisCiente de que seu nome e

sua imagem não possuem a mesma penetração no Nor-deste que têm no Sul e Su-deste, Aécio procura lastrear sua candidatura atrelando-a a lideranças políticas locais. Daí a importância do apoio da família Campos. Daí a importância do ato que reu-niu mais de cem políticos a seu favor, incluindo ACM Neto (DEM-BA), Jarbas Vas-concelos (PMDB-PE) e Tasso Jereissati (PSDB-CE).

» 4 - MG e NordestePara reforçar a ideia de que

“governa para os pobres”, e que, portanto, irá governar buscando reduzir a desigual-dade entre as regiões do país, o tucano tem citado números que atribui à sua adminis-tração em Minas (2003-10). Segundo ele, o Norte de Mi-nas, o Vale do Jequitinhonha e o Vale do Mucuri, as regi-ões mais pobres do Estado, receberam três vezes mais recursos per capita que o resto do Estado.

» 5 - União nacionalAncorado no mesmo argu-

mento, de que teria governa-do Minas priorizando a di-minuição das desigualdades regionais, Aécio tem dito que é ele o candidato que poderá acabar com a distinção que existe entre Norte e Sul. De acordo com ele, Dilma e o PT têm feito uma campanha que estimula a rivalidade entre o Nordeste e o Sudeste, em um clima de “nós contra eles”, o que gera “divisões con-traproducentes”.

Arsenal tucano para acertar no NordesteO presidenciável Aécio Neves tem investido pesado em sua campanha pelo Nordeste onde, pelas pesquisas e mapa de votos, teve baixa adesão dos eleitores

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