eleições 2014 - 16 de outubro de 2014

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Especial MANAUS, QUINTA-FEIRA, 16 DE OUTUBRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019 Eleições 2014 Eleições 2014 Especial ‘Irmãos Coragem’ serão julgados na Justiça comun Após perderem o pleito, os deputados Carlos e Fausto Souza deixam de ter seus processos julgados com foro privilegiado A lvo de processos po- lêmicos na Justiça Federal e Estadual, os deputados Carlos Souza (PSD) e Fausto Souza (PSD) não irão ver os casos pelos quais são acusados irem a julgamento na Justiça de foro privilegiado. Derrotados nas urnas na disputa pela reelei- ção, Carlos e Fausto deverão ter os processos remetidos à Justiça comum a partir de ja- neiro do ano que vem, quando perderão a prerrogativa de parlamentar. Sem o privilégio, os processos agora poderão demorar ainda mais para irem a julgamento. Protagonista da operação Estocolmo, Fausto Souza teve o processo aceito pelo Tribu- nal de Justiça do Amazonas (TJAM) em janeiro deste ano, com promessa de julgamento para ainda antes das eleições feita pelo relator do caso, de- sembargador Rafael Romano. Após julho, o relator do pro- cesso disse que o caso poderia ir a julgamento em novembro. Agora, Romano admite que não será “possível” decidir o caso este ano. O fato que envolve Fausto e outros acusados de explo- ração sexu- al infanto- juvenil será remetido ao Fórum Henoch Reis com 95% do an- damento concluído, segundo Romano. O relator lamenta que não tenha tido mais tempo para trabalhar no caso e nega que o processo poderá se prolongar na Justiça comum. Segundo ele, as papeladas do processo estão agora em posse do Ministério Público Estadual (MPE-AM), em pro- cedimento de análise. “Meus advogados estão cuidando desse caso. Na Jus- tiça comum, responderemos da mesma forma como es- tamos respondendo na corte do TJAM”, disse o deputado Fausto Souza. As denúncias que rondam a carreira de Fausto há pelo menos 2 anos se intensifi- caram no início deste ano, após ser repercutida nacio- nalmente pela mídia, aumen- tando o desgaste à imagem do parlamentar, que, com pouco mais de 11 mil votos, não se reelegeu. Também não reeleito, Car- los Souza tem vários proces- sos em andamento no Supre- mo Tribunal Federal (STF) que agora deverão voltar à esfera da Justiça Estadual. Souza é suspeito de pertencer à uma quadrilha liderada pelo irmão, o ex-deputado estadual Walla- ce Souza (morto em 2010), acusado de chefiar um grupo de extermínio. Por causa desse processo, que acumula quase 6 mil páginas, Carlos chegou a ficar uma semana preso, em dezembro de 2009. No STF, Carlos responde ainda a dois inquéritos (3389 e 3166) por crimes eleitorais e contra a administração da Justiça. O deputado foi eleito em 2010 com 112 mil vo- tos, quinta maior votação do Amazonas. “Eu não tenho noção da quantidade de processos que correm contra mim. Esses casos foram terceiros que me impuseram, uma grande injustiça. Temos respondido à Justiça sobre esses assuntos, mas não posso entrar em detalhes, visto que os casos correm em segredo de Justi- ça”, disse Fausto. O advogado dos dois irmãos, Carlos Hen- rique Costa de Souza, não foi localizado pela reportagem e não atendeu aos números cadastrados na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). RAPHAEL LOBATO Equipe EM TEMPO Carlos Souza é acusado de pertencer à uma quadrilha de um grupo de extermínio em Manaus Já o irmão, Fausto Souza, foi acusado em 2012 na operação Estocolmo de exploração infantil O relator do processo da operação Estocolmo, Ra- fael Romano, afirmou que gostaria de ter “mais tem- po” para trabalhar no caso, mas confirmou que será im- possível levar o processo à julgamento antes do fim do atual mandado de Fausto Souza. Romano está rela- tando o caso desde janeiro deste ano, quando TJAM aceitou a denúncia ministe- rial após pressão da mídia e da opinião pública. “A partir de fevereiro, esse processo não estará mais comigo. Já estamos quase lá, não vai dar tempo de julgar. Esse é um pro- cesso complexo, demora- do. São muitos advogados, muitas representações. Agora o processo está no MPE. Eu queria pelo menos mais um mês, que eu deci- diria isso”, afirmou. “A prerrogativa do foro privilegiado está prevista na constituição. Se o político alvo do inquérito ou do pro- cesso perde esse privilégio, o caso é remetido para a instância inferior logo após o fim do mandato, quando os órgãos analisam quem perdeu o foro. Na Justiça comum demora um pouco mais que o normal. Isso acontence porque o réu tem mais instâncias para recor- rer”, disse o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Amazonas (OAB- AM), Alberto Simonetti. ‘Queria ter tido mais tempo’ Relator do processo, Rafael Romano se queixou da falta de tempo para avaliar processo PERFIL Carlos Souza (PSD) Entre outros processos, é suspeito no STF de perten- cer a uma quadrilha de ex- termínio. Responde ainda por crimes eleitorais e contra a administração da Justiça. Casos estão em andamento desde 2009. Fausto Souza (PSD) É réu do processo da operação Estocolmo, que desarticulou um esquema de exploração sexual infantoju- venil no Estado. Caso está em andamento desde 2012. ALBERTO CÉSAR ARAÚJO ARQUIVO EM TEMPO ALBERTO CÉSAR ARAÚJO ELEIÇÕES 2014 - 01.indd 1 15/10/2014 22:41:38

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Eleições 2014 - Caderno especial do jornal Amazonas EM TEMPO

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MANAUS, QUINTA-FEIRA, 16 DE OUTUBRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019

Eleições 2014Eleições 2014Espe

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‘Irmãos Coragem’ serão julgados na Justiça comunApós perderem o pleito, os deputados Carlos e Fausto Souza deixam de ter seus processos julgados com foro privilegiado

Alvo de processos po-lêmicos na Justiça Federal e Estadual, os deputados Carlos

Souza (PSD) e Fausto Souza (PSD) não irão ver os casos pelos quais são acusados irem a julgamento na Justiça de foro privilegiado. Derrotados nas urnas na disputa pela reelei-ção, Carlos e Fausto deverão ter os processos remetidos à Justiça comum a partir de ja-neiro do ano que vem, quando perderão a prerrogativa de parlamentar. Sem o privilégio, os processos agora poderão demorar ainda mais para irem a julgamento.

Protagonista da operação Estocolmo, Fausto Souza teve o processo aceito pelo Tribu-nal de Justiça do Amazonas (TJAM) em janeiro deste ano, com promessa de julgamento para ainda antes das eleições feita pelo relator do caso, de-sembargador Rafael Romano. Após julho, o relator do pro-cesso disse que o caso poderia ir a julgamento em novembro. Agora, Romano admite que não será “possível” decidir o caso este ano.

O fato que envolve Fausto e outros acusados de explo-

ração sexu-al infanto-juvenil será r e m e t i d o ao Fórum H e n o c h Reis com 95% do an-d a m e n t o concluído, segundo Romano. O relator lamenta que não tenha tido mais tempo para trabalhar no caso e nega que o processo poderá se prolongar na Justiça comum. Segundo ele, as papeladas do processo estão agora em posse do Ministério Público Estadual (MPE-AM), em pro-cedimento de análise.

“Meus advogados estão cuidando desse caso. Na Jus-tiça comum, responderemos da mesma forma como es-tamos respondendo na corte do TJAM”, disse o deputado Fausto Souza.

As denúncias que rondam a carreira de Fausto há pelo menos 2 anos se intensifi -caram no início deste ano, após ser repercutida nacio-nalmente pela mídia, aumen-tando o desgaste à imagem do parlamentar, que, com pouco mais de 11 mil votos, não se reelegeu.

Também não reeleito, Car-los Souza tem vários proces-

sos em andamento no Supre-mo Tribunal Federal (STF) que agora deverão voltar à esfera da Justiça Estadual. Souza é suspeito de pertencer à uma quadrilha liderada pelo irmão, o ex-deputado estadual Walla-ce Souza (morto em 2010), acusado de chefi ar um grupo de extermínio. Por causa desse processo, que acumula quase 6 mil páginas, Carlos chegou a fi car uma semana preso, em dezembro de 2009.

No STF, Carlos responde ainda a dois inquéritos (3389 e 3166) por crimes eleitorais e contra a administração da Justiça. O deputado foi eleito em 2010 com 112 mil vo-tos, quinta maior votação do Amazonas.

“Eu não tenho noção da quantidade de processos que correm contra mim. Esses casos foram terceiros que me impuseram, uma grande injustiça. Temos respondido à Justiça sobre esses assuntos, mas não posso entrar em detalhes, visto que os casos correm em segredo de Justi-ça”, disse Fausto. O advogado dos dois irmãos, Carlos Hen-rique Costa de Souza, não foi localizado pela reportagem e não atendeu aos números cadastrados na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

RAPHAEL LOBATOEquipe EM TEMPO

Carlos Souza é acusado de pertencer à uma quadrilha de um grupo de extermínio em Manaus Já o irmão, Fausto Souza, foi acusado em 2012 na operação Estocolmo de exploração infantil

O relator do processo da operação Estocolmo, Ra-fael Romano, afi rmou que gostaria de ter “mais tem-po” para trabalhar no caso, mas confi rmou que será im-possível levar o processo à julgamento antes do fi m do atual mandado de Fausto Souza. Romano está rela-tando o caso desde janeiro deste ano, quando TJAM aceitou a denúncia ministe-rial após pressão da mídia e da opinião pública.

“A partir de fevereiro, esse processo não estará mais comigo. Já estamos quase lá, não vai dar tempo de julgar. Esse é um pro-cesso complexo, demora-do. São muitos advogados, muitas representações. Agora o processo está no MPE. Eu queria pelo menos mais um mês, que eu deci-diria isso”, afi rmou.

“A prerrogativa do foro privilegiado está prevista na constituição. Se o político

alvo do inquérito ou do pro-cesso perde esse privilégio, o caso é remetido para a instância inferior logo após o fi m do mandato, quando os órgãos analisam quem perdeu o foro. Na Justiça comum demora um pouco mais que o normal. Isso acontence porque o réu tem mais instâncias para recor-rer”, disse o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Amazonas (OAB-AM), Alberto Simonetti.

‘Queria ter tido mais tempo’

Relator do processo, Rafael Romano se queixou da falta de tempo para avaliar processo

PERFILCarlos Souza (PSD)Entre outros processos, é suspeito no STF de perten-cer a uma quadrilha de ex-termínio. Responde ainda por crimes eleitorais e contra a administração da Justiça. Casos estão em andamento desde 2009.

Fausto Souza (PSD)É réu do processo da operação Estocolmo, que desarticulou um esquema de exploração sexual infantoju-venil no Estado. Caso está em andamento desde 2012.

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2 MANAUS, QUINTA-FEIRA, 16 DE OUTUBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Agenda dos candidatos

Candidato se reúne pela manhã com coordenadores de campanha. À tarde grava programa eleitoral e participa da recepção ao presidente Lula. À noite, ao lado do ex-presidente realiza comício no Monte das Oliveiras.

EDUARDO BRAGA

Candidato não divulgou agenda.

JOSÉ MELO

Votação do Regimento Interno só após a LomamEm reunião realizada na Câmara Municipal fi cou determinado que novo regimento só será votado após aprovação da Lomam

Após reunião na manhã de ontem, vereadores

que compõem as Comissões de Cons-tituição, Justiça e Redação (CCJ) e Especial de Revisão do Regimento Interno (Cerri), condicionaram a votação do novo regimento da Câmara Municipal de Manaus (CMM) a aprovação da Lei Orgânica do Município (Lomam).

A decisão pode frustrar a intenção do atual presiden-te, Bosco Saraiva (PSDB), de sair do parlamento munici-pal, com os debates sobre os projetos fi nalizados. Saraiva (PSDB) assumirá uma cadeira na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), em janeiro de 2015, e foi responsável por iniciar os debates sobre os temas. O adiamento da votação do projeto de resolu-ção nº 10, como é conhecida ofi cialmente a revisão do RI, aconteceu após a CCJ, expedir um relatório contendo análi-se do texto apresentado pela Comissão Especial.

De acordo com o presidente da Comissão Especial de Re-visão da Lomam (Cerlomam), vereador Alonso Oliveira (PTC), o entrave que agora atinge os dois projetos, deve ser resolvido até a próxima semana, pois está na pau-ta do relator na Cerlomam, já que David Reis deixou a função para ocupar a Secre-taria Municipal do Trabalho, Desenvolvimento, Emprego e Renda (Semtrad).

Oliveira explicou a reporta-gem, que a vereadora profes-sora Jacqueline (PPS), chegou a ser convidada para a fun-ção, mas rejeitou, alegando estar envolvida em outros projetos. “Conversei com os colegas Álvaro Campelo (PP) e Luiz Mitoso (PSD) e um de-les deve ocupar a vaga. Caso nenhum manifeste interesse, terei que levar a situação ao conhecimento do presidente”, enfatizando que os trabalhos técnicos no projeto da Lomam, já foram fi nalizados e estão prontos para passar pelo crivo da CCJ e posteriormente dos vereadores em plenário.

Relator do RI, o vereador Waldemir José (PT) chegou a reclamar de não ter sido convidado a participar de reu-niões, que discutiram o tema. Segundo o petista, é impor-tante que todos os envolvidos sejam inseridos nos debates. “É preocupante, quando nós que estamos acompanhando a revisão desde o seu início, deixamos de ser convidados a participar de discussões. O debate deve ser amplo, não podemos fazer nada a revelia e a vontade de poucos”.

JOELMA MUNIZEquipe EM TEMPO

Presidente da CCJR, ve-reador Mário Frota (PSDB) enfatizou que é preciso evitar o chamado “rolo compressor”, na consoli-dação do regimento. “Te-mos tempo para avançar. É certo que a aprovação do orçamento 2015 exi-ge tempo, discussão, mas havendo boa vontade po-demos aprovar as duas leis na casa ainda este ano”, ponderando, que os vereadores também terão mais tempo para estudar o relatório da CCJ, que ape-sar de pontuar a existência de pontos contraditórios e obscuros no projeto, rece-beu parecer favorável da relatoria assinada pela professora Jacqueline.

Mudanças Entre as importantes

alterações propostas no novo regimento interno da CMM a ser aprovado, estão à redução do núme-ro de comissões técnicas permanentes, de 20 para 15, e a participação dos membros da Mesa Diretora nas comissões técnicas da

casa, com exceção do presi-dente e do vice-presidente, a delimitação do uso de motivo de força maior (na justifi cativa de faltas).

A defi nição de que as reuniões das quintas-fei-ras serão destinadas ex-clusivamente à entrega de concessões e honrarias e homenagens de datas co-memorativas, e a realiza-ção de audiências públicas das comissões técnicas permanentes previstas para o plenário.

Íntegro, ainda, o texto, a regulamentação da tribuna popular, que deverá ser re-alizada nas quartas-feiras e não poderá mais ser uti-lizada para homenagens ou comemorações. Para fazer uso da tribuna, as entidades legalmente constituídas e representantes de movi-mento social popular deve-rão apresentar a inscrição em formulário apropriado fornecido pelo Cerimonial do Poder Legislativo e re-querimento protocolado na Presidência da CMM, com três dias de antece-dência, no mínimo.

Aprovação exige discussão

A Comissão Especial de Revisão do Regimento In-terno recebeu ao todo 181 emendas, sendo 65 delas aprovadas pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ). A petista Rosi Matos foi a campeã de propostas, apresentan-do 31 delas.

O peemedebista Mar-cel Alexandre formulou 29 emendas. Bosco Saraiva (PSDB) foi o responsável por apresentar a proposta

que, defi ne o motivo de força maior aos eventos de cala-midade pública, que deverá ser constatada por meio de um questionário.

A proposta de alteração da Lei Orgânica do Muni-cípio (Lomam) possui 87 sugestões feitas pelos ve-readores, que variam entre os mais diversos temas, como educação, transpor-te e meio ambiente. Outros 15 projetos de alteração à Lomam que tramitavam na

CMM também fazem parte da proposta.

Criada em julho de 2013 e instalada no mês seguin-te, a Comissão Especial de Revisão da Lei Orgânica do Município de Manaus da Câmara Municipal é in-tegrada pelos vereadores titulares, Professora Jac-queline (PPS), Mário Frota (PSDB), Rosi Matos (PT), Gilmar Nascimento (PDT), Roberto Sabino (Pros) e Ál-varo Campelo (PP).

Emendas apresentadas

Entre as mudanças do regimento que está para ser aprovado pelos vereadores está a redução da quantidade de comissões técnicas existentes na casa legislativa

Medida adotada frusta ação de Bosco Saraiva, que queria deixar questão selada até fi m do ano

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3MANAUS, QUINTA-FEIRA, 16 DE OUTUBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Aécio mantém a ponta com 51% e Dilma vem com 49%

Pesquisas divulgadas pelo Datafolha e Ibope voltam a mostrar disputa acirrada e empate técnico entre o senador do PSDB e a presidente petista. Na sondagem, considerando apenas os votos válidos, Aécio aparece com 51%, contra 49% de Dilma

DILMA

49%*AÉCIO

51%*

*Pesquisas: Datafolha e Ibope de 15/10

Pesquisas Datafolha e Ibope divulgadas on-tem (15) mostram manutenção do empa-

te técnico entre Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), com vantagem numérica para o tucano, no segundo turno da disputa presidencial. No cálculo pelo total de votos, o candi-dato do PSDB tem 45% das preferências e a petista, 43%. Nos levantamentos anteriores, divulgados na quinta-feira da semana passada (9), cada um dos presidenciáveis tinham um ponto a mais. Se considerados apenas os votos válidos, Aé-cio aparece com 51% e Dilma, com 49%, mesma pontuação da pesquisa da semana passada. O levantamento desta quarta-feira (15) mostra um pequeno aumento do total de eleitores sem candidato. Enquanto o per-centual de indecisos se man-teve em 6%, o grupo dos que pretendem votar em branco ou nulo passou de 4% para 6%.

A pesquisa foi realizada na terça-feira (14) e ontem (15) e já pegou, assim, os efeitos do anúncio de apoio de Marina Silva (PSB), terceira colocada no primeiro turno, a Aécio, par-

te da repercussão do primeiro debate do segundo turno, rea-lizado na noite de terça-feira pela TV Bandeirantes. Foram entrevistadas 9.081 pessoas em 366 municípios do país. O nível de confi ança é 95% (em 100 pesquisas com a mesma metodologia, os resultados es-

tarão dentro da margem de erro em 95 ocasiões). O registro do levantamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é BR 01098/201. Já o Ibope entre-vistou 3.010 pessoas entre sexta-feira (10) e ontem (15). Encomendada pela “TV Globo”, a pesquisa foi registrada com o número BR-01097/2014.

O Datafolha também apurou

o grau de convicção do voto do eleitor. De acordo com a pes-quisa, Aécio e Dilma empatam nesse critério, com 42% dos elei-tores de cada um deles decla-rando ter certeza da opção. Há 18% que dizem talvez votar no tucano ( contra 22% na semana passada). Na petista, esse grupo representa agora 15% (era 14% na pesquisa anterior).

Rejeição: empatadaA rejeição aos dois candida-

tos também se aproximou. O total dos que dizem não votar em Aécio de jeito nenhum pas-sou de 34% para 38%. Os que rejeitam Dilma eram 43% e agora são 42%. O levantamen-to desta quarta-feira indica uma estabilização da intenção de voto em Aécio, depois de um crescimento acentuado nas últimas semanas. Por mais de um mês, no primeiro turno, o tucano esteve em terceiro lugar nas pesquisas, atrás de Dilma e Marina. Ele só alcançou van-tagem numérica no segundo lugar na véspera do primeiro turno. Na apuração da eleição do dia 6, a petista teve 42%, o tucano, 34%, e Marina, 21% dos votos válidos.

ELEITORADOO levantamento de ontem mostra um pequeno aumento do total de eleitores sem candidato. Enquanto o percentual de indecisos se manteve em 6%; branco ou nulo passou de 4% para 6%

Para os especialistas, a primeira grande tarefa do próximo presidente da República, seja quem for, será unificar o país. A 10 dias da eleição, o Datafo-lha informa que o eleito-rado continua rachado em duas partes praticamente iguais. Repetem-se agora os percentuais da sema-na passada. Aécio Neves amealha 51% das inten-ções de voto. Dilma Rous-seff, 49%. Há um empate estatístico. A conta exclui os votos inválidos.

Em uma leitura simplifi-cada, a sondagem mostra que a polarização atingiu os dois extremos da pi-râmide social. Na base, o eleitor mais pobre e me-nos escolarizado pende para Dilma. Do meio para o topo, o eleitorado com bolso menos esfarrapado e com mais tempo de es-cola pende para Aécio. Há

12% de eleitores voando —6% ainda indecisos e 6% que manifestam a inten-ção de votar em branco ou anular o voto.

Ainda de acordo com os analistas políticos, o his-

tórico das eleições mostra que, a essa altura, a turma que deseja invalidar o voto não deve mudar de posição. Esse é o voto de protesto. Restam, portanto, os 6% de indecisos. Em termos socio-

econômicos, boa parte des-sa gente situa-se naquele nicho que se convencio-nou chamar de nova classe média. Buscam segurança para mudar sem perder con-quistas pretéritas.

Se o eleito for Aécio, con-fi rmam os especialistas, a unifi cação do país será te-oricamente mais simples. Para conquistar o eleito-rado de Dilma, bastaria ao tucano cumprir a promessa de não mexer nas políticas sociais, sobretudo no Bolsa Família. Se Dilma triunfar, a coisa será mais trabalhosa. Para se achegar ao elei-tor de Aécio, a presidente petista terá de virar uma espécie de ex-Dilma, capaz de recuperar a confi ança do empresariado e conven-cer o pedaço da sociedade que julga ter mais a per-der de que aquela gerente vendida por Lula em 2010 não é uma fábula.

Presidente terá um país dividido

POLARIZAÇÃOA polarização atin-ge dois extremos: na base, o eleitor mais pobre e menos esco-larizado vai de Dilma. Do meio para o topo, o eleitor com maior po-der aquisitivo e escola-rizado vai de Aécio

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4 MANAUS, QUINTA-FEIRA, 16 DE OUTUBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Ex-diretor delata ex-mi-nistro do governo Dilma

Ex-ministro da Integração de Dilma e senador eleito, Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) foi citado pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa, sob delação premiada. Ele relatou que em 2010 o do-leiro Alberto Youssef recebeu de Bezerra, então secretário estadual de Desenvolvimen-to Econômico, pedido de doação para a reeleição do governador Eduardo Cam-pos. E R$ 20 milhões teriam sido doados pelo Consórcio Ipojuca Interligações (CII), contratado da Petrobras na refi naria Abreu e Lima.

Crédito aprovadoCosta afi rmou que, consul-

tado por Youssef, aprovou a doação. Até o fechamento da edição, Bezerra não respon-deu às ligações da coluna.

SuperfaturamentoO TCU estima que o con-

sórcio CII, das empreiteiras Iesa e Queiroz Galvão, pode ter superfaturado R$ 316,9 milhões em Abreu e Lima.

Não chegouHoje presidente do PSB,

Carlos Siqueira ignora a suposta doação e diz que a campanha de Eduardo - que não custou tanto - jamais a recebeu.

Resposta padrãoA Queiroz Galvão informou

por assessores que “todas as doações realizadas pela em-presa seguem rigorosamente a legislação eleitoral”.

Cuba infiltrou milita-res no programa Mais Médicos

Informe reservado “Men-sagem Direta de Inteligên-cia” (MDI) ao ministro Cel-so Amorim (Defesa) atestou que a ditadura cubana infi l-trou militares no programa

Mais Médicos. A descoberta foi da Base de Administração e Apoio do Ibirapuera, do Comando Militar do Sudeste, em São Paulo, que recebe gente do Mais Médicos. Ou-vido, um suspeito confessou ser capitão do Exército cuba-no, e que não está sozinho. Amorim nada fez.

Pinta de milicoMilitares brasileiros des-

confiaram do “médico” por seus hábitos de caserna (cama sempre arrumada, por exemplo). Era o capi-tão cubano.

ConvocaçãoA infi ltração de militares no

Mais Médicos repercutiu na Câmara. O deputado Jair Bol-sonaro (PP-RJ) quer convocar Amorim a se explicar.

Cópia autênticaBolsonaro avisa que não

adianta Celso Amorim negar a existência do informe reser-vado que lhe foi enviado: ele obteve cópia do documento.

Assalto fi nalO PT ambiciona cargos DAS

no Itamaraty desde o início da era Lula, em 2003, quan-do uma comissão do partido descobriu, desolada, que a Lei do Serviço Exterior os tornou privativos de servidores con-cursados. Mas a revogação da regra já está pronta na Casa Civil da Presidência.

Madame está nervosaO barulho de pratos quebra-

dos, no Palácio Alvorada, nada tem com a eventual predile-ção de inquilina por comida grega. Foram ataques de fúria mesmo. Sobrou até para o pessoal da cozinha.

Missão impossível Apesar de já dar como

certa a desfiliação de Mari-na Silva, dirigentes do PSB acham que a ex-senadora

terá enorme dificuldade para criar a Rede Susten-tabilidade sem fundo parti-dário, nem tempo de TV.

PMDB do BGilberto Kassab (PSD)

aguarda para saber quem será presidente para agir. Se Dilma for reeleita, espera virar ministro das Cidades. Se der Aécio, vai recriar o Partido Liberal, para “ajudar na go-vernabilidade”.

Ritmo de despedidaOs senadores Pedro Si-

mon (PMDB-RS) e Eduardo Suplicy (PT-SP), derrotados na reeleição, aproveitam os últimos instantes de tribu-na. Discursaram à vontade ontem para um plenário es-vaziado no Senado.

EncalhandoO PT tem difi culdades para

distribuir o material de cam-panha nas ruas de Brasília. Poucos aceitam adesivos de Dilma, oferecidos a granel. No DF, pelo Ibope, Aécio ven-ceria hoje por 69% x 31% dos votos válidos.

Linha de frenteEm reunião ontem, Júlio Del-

gado (MG) foi cumprimentado como líder por colegas do PSB. Ele é cotado para liderar a bancada se Dilma for reeleita. E para disputar o comando da Câmara, se Aécio vencer.

Tudo ou nadaPresidente do Solidarieda-

de no Ceará, Genecias Noro-nha acredita na a votação de Aécio Neves vai crescer muito no segundo turno no Estado: “Muitos fi caram quietos no primeiro turno com medo de perder votos”.

Pensando bem……um “mentirômetro” insta-

lado no debate da Band, terça-feira, acabaria danifi cado por excesso de trabalho.

PODER SEM PUDOR

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

Acordo salvador

www.claudiohumberto.com.br

A primeira coisa para sair do buraco é tirar o PT do governo”

AÉCIO NEVES (PSDB), candidato a presidente, que segundo o Datafolha lidera a corrida

O vereador Totó Bezerra, de Teresina (PI), fotógrafo, certa vez recebeu em sua loja – vizinha a um banco – a visita do deputado João Clímaco. De repente chegou um eleitor e pediu di-nheiro emprestado ao vereador. Clímaco meteu o bedelho para livrar o amigo do constrangimento:

- Você está vendo o banco aqui do lado? – per-guntou ao eleitor – Pois o Totó não pode emprestar di-nheiro a você porque tem um acordo com o banco. Nem ele empresta dinheiro, nem o banco tira retrato.

MARCOS FERNANDES/ASSESSORIA OBRITO

Segundo interlocutores, a agenda do presidenciável está muito tumultuada até segunda-feira

Sigla regional declarou que o tucano não pode vir à cidade agora, mas não descartou uma surpresa a qualquer hora

Vinda de Aécio Neves está descartada para sábado

Os boatos de uma possível vinda do presidenciável Aé-cio Neves (PSDB)

a Manaus, no próximo sá-bado (18), foram desmenti-dos ontem, pela assessoria de imprensa do partido no Amazonas. Mas, de acor-do com o presidente da ju-ventude tucana no Estado, Rodrigo Guedes, um comí-cio de Aécio na cidade, em prol do segundo turno, não pode ser descartado.

“A agenda está muito aper-tada, ainda teremos quatro debates pela frente. Mas, estamos trabalhando para que o Amazonas esteja na rota de visita da nossa cam-

panha”, ressaltando que o evento que está sendo or-questrado, possivelmente, será marcado pelo apoio de-clarado do governador José Melo (Pros), à campanha do presidenciável.

“O governador teve uma intensa conversa com o pre-feito Arthur e a sinalização é muito positiva. Está tudo encaminhado para o apoio mútuo entre o Pros e o PSDB, no Amazonas”, comentou.

Movimento nacionalUm grupo de pelo menos mil

alunos e profi ssionais da saúde em Manaus estarão reunidos no próximo sábado (18), para manifestar apoio a candidatu-ra de Aécio Neves (PSDB).

Conforme explicou Rodri-go Guedes, alunos de institui-

ções como Nilton Lins, Universida-de Federal do Amazo-nas (Ufam), U n i v e r s i -dade do Estado do Amazonas (UEA), além de profissionais já formados, estarão no largo São Se-bastião, no centro da Cidade, a partir das 9h.

A ideia, segundo o líder da juventude do PSDB, no Amazonas, é integrar a sé-rie de manifestações pró-Aécio pelo país. Diariamen-te, o prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), tem feito caminhadas pela cida-de fazendo campanha para o presidenciável.

Rebecca caminha no Armando MendesCandidata ao cargo de vice-

governadora pela coligação Renovação e Experiência, Re-becca Garcia (PP) foi o cen-tro das atenções durante um corpo a corpo na tarde desta quarta-feira no bairro Arman-do Mendes, um dos mais po-pulosos da cidade.

Rebecca visitou a feira comunitária do bairro, onde trocou ideias e cumprimen-tos com feirantes e consu-midores, e depois desceu a pé pela avenida Itacolomi, a principal do bairro, conver-sando e ouvindo atentamen-te as demandas populares mais urgentes do local.

“A receptividade foi muito boa aqui no Armando Mendes como sempre tivemos eu e o Eduardo. Mas as reclamações são as mesmas, falta de água tratada, falta de segurança, e a falta de urbanização e sane-amento no Igarapé da Sharp, aqui próximo. Mas nós vamos mudar esse quadro quando chegarmos ao governo, por-que o povo quer mudança e está do lado do Eduardo”, comentou a candidata.

Dos comerciantes, a prin-cipal reclamação foi falta de policiais nas ruas para diminuir índices de furtos, roubos e assaltos. Rebecca afi rmou que o fortalecimento e a reformulação do progra-ma Ronda no Bairro, além da reedição da dupla de PMs Cosme e Damião.

CAMPANHA

A comerciante Marga-reth Bezerra, 29, acredita nas propostas de governo de Eduardo e Rebecca e diz que vai repetir o voto no 15 neste segundo turno. “Eduardo e Rebecca vão saber governar muito bem o Estado. O Eduardo tem experiência e sabe fazer e a Rebecca tem boas intenções. Ainda mais que ela é mulher e sabe onde dói o calo das mulheres”, disse a comerciante.

Com muito carisma,

Rebecca conseguiu tirar de casa os moradores do local, entre os quais Tereza Silva Lima, 81, a dona Tetê. “Eu adoro essa menina (Rebecca). Ela é um amor de pessoa e está preparada para go-vernar ao lado do Eduar-do. Vim aqui para dar um abraço nela”, alegrou-se. “Aqui na minha casa, eu não voto mais. Mas tem quatro votos garantidos para Eduardo e Rebecca”, afi rmou dona Tetê.

Receptividade da população

Candidata à vice realizou um corpo a corpo com os moradores

DIVULGAÇÃO ASSESSORIA

Pedro Henry usará tornozeleira Depois de fi car por quase

dez meses no Centro de Cus-tódia de Cuiabá cumprindo pena no regime semiaberto por corrupção passiva e lava-gem de dinheiro, no processo do Mensalão, o ex-deputado federal Pedro Henry (PP-MT) passa a usar tornoze-leira eletrônica e cumprirá o restante da condenação em casa. Na tarde desta quarta-feira (15), o ex-par-lamentar esteve no Fórum da capital para instalar o equipamento no tornozelo.

Acompanhado do advoga-

do, Henry recebeu o siste-ma de monitoramento pelo juiz da Vara de Execuções Penais da capital, Geral-do Fidélis Fernandes Neto, que autorizou a mudança do regime semiaberto para prisão domiciliar.

O magistrado ressalta que em Mato Grosso não há estabelecimento para semiaberto, então todos os sentenciados são autoriza-dos a cumprir o regime em prisão domiciliar utilizando a tornozeleira.

A partir de agora, Pe-

dro Henry poderá continu-ar trabalhando de segun-da a sexta-feira no setor administrativo do hospital particular Santa Rosa, mas terá que retornar para a residência dele às 19h.

No período do almoço, será permitido o deslocamento a bancos ou para alguma situ-ação eventual. Já aos fi nais de semana, ele poderá tran-sitar por Cuiabá e Várzea Grande. Também terá que comparecer em juízo men-salmente para comprovar as atividades diárias.

MENSALEIRO

JOELMA MUNIZ Equipe EM TEMPO

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Pela segunda vez, falta de quórum adia cassação

A Comissão de Constitui-ção e Justiça (CCJ) da Câ-mara não conseguiu reunir o número mínimo de depu-tados na manhã de ontem (15) para votar o recurso apresentado pelo deputado André Vargas (sem partido-PR) contra o pedido de cas-sação de seu mandato feito pelo Conselho de Ética da casa. O caso só deve voltar a ser analisado em novembro, após a realização do segun-do turno das eleições. Isso porque a Câmara não deverá retomar seus trabalhos na próxima semana, véspera do pleito eleitoral.

Esta foi a segunda vez que a CCJ não teve o quórum mí-nimo de 34 deputados para deliberar sobre o recurso. Apenas 17 parlamentares registraram presença na co-missão. Na semana passada, o colegiado também estava esvaziado. A análise do re-curso é prioritária na CCJ. A comissão não pode deliberar sobre nenhuma outra matéria antes de analisar o caso.

No início de setembro, o relator do recurso na CCJ, Sérgio Zveiter (PSD-RJ) apresentou um parecer con-trário ao pedido de Vargas. Ele considerou que o pro-cesso contra o ex-petista no Conselho de Ética seguiu as normas regimentais e

constitucionais e garantiu o direito de defesa.

RecursosNo recurso apresentado, a

defesa de Vargas questionou a dispensa de algumas tes-temunhas e o fato de que Vargas não foi ouvido pelo colegiado, além da inclusão de alguns conselheiros no dia da votação do relatório fi nal com a recomendação pela

cassação do mandato e ilici-tude de algumas provas.

Se a maioria dos deputa-dos da CCJ concordar com o entendimento de Zveiter, o recurso é negado e a reco-mendação de cassação do mandato de Vargas segue para a presidência da Câma-ra. Caberá ao presidente da casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), colocar a maté-ria em votação no plenário.

VARGAS

VAZIONa semana passada, o colegiado também estava esvaziado. A análise do recurso é prioritária na CCJ. A comissão não pode de-liberar sobre nenhuma outra matéria antes de analisar o caso

Deputado André Vargas escapa mais uma vez de ter o mandato cassado por falta de quórum

A recomendação pela cassação do mandato de Vargas foi aprova-do em 20 de agosto por unanimidade no Conselho de Ética. O parecer havia sido apresentado pelo de-putado Júlio Delgado (PSB-MG) no último dia 6 de agosto. Vargas respondeu ao processo por quebra de decoro parlamentar devido ao seu envolvimento com o doleiro Alberto Yous-sef em dois episódios: um voo em um jatinho emprestado pelo dolei-ro e o suposto uso de infl uência do parlamen-tar junto ao Ministério da Saúde para viabi-lizar um contrato da Labogen com o órgão para a formalização de um contrato de R$ 35 milhões para produção de medicamentos.

Além do processo na Câmara, Vargas enfrenta outra batalha judicial. Na terça-feira (14), a ministra do TSE, Luciana Lóssio, votou para que Vargas perca seu mandato por infi de-lidade partidária.

Infi delidade partidária de deputado

ANDRÉ VARGAS/AE

Corte na folha será mantido mesmo após a campanha Deputados faltosos deverão ter salários descontados na folha de pagamento. Em setembro, 11 sofreram cortes

O presidente da As-sembleia Legislativa do Amazonas (Ale-am) deputado Josué

Neto (PSD), afi rmou, ontem (15), que a ação que visava o corte na folha de pagamento dos deputados faltosos deve continuar mesmo após o fi m da campanha eleitoral.

Em setembro, Pelo menos 11 deputados foram registrados como ausentes na assembleia: para cada falta é descontado um valor de é de R$ 668 no seu salário de R$ 20.042,35. As ses-sões plenárias ocorrem de terça a quinta-feira, de 9h às 12h.

Segundo o presidente, o des-conto de está previsto no Regi-mento Interno da Aleam de 2001, e continuará sendo aplicado a todos os deputados que faltarem e não apresentarem justifi cati-vas. “Sempre houve o desconto, cada deputado deve apresentar a justifi cativa de sua ausência, o parlamentar deve entrar com o pedido de não remuneração, caso nenhuma dessas sejam feitas, o desconto permanecerá”, disse.

As constantes faltas dos deputados durante o processo eleitoral levaram a presidên-cia da Aleam a alertar os deputados quantos a estes descontos. “O parlamentar é um funcionário e tem de cum-prir com as suas obrigações”, afirmou o presidente. É ne-cessário ter no mínimo cinco parlamentares para dar início à sessão ordinária e 11 para iniciar a ordem do dia.

Josué Neto prevê votação de projetosA primeira pauta de vota-

ção deste mês está prevista para entrar na Ordem do Dia hoje (16), na Assem-bleia Legislativa do Ama-zonas (Aleam). A previsão é do presidente da casa, deputado Josué Neto (PSD), que confi rmou que existe o interesse dos parlamenta-res em votar os projetos ainda nesta semana, apesar de que a maioria dos depu-

tados ainda está envolvida na eleição do segundo turno. “Estamos num processo pós-eleitoral, mas ainda dentro da eleição no segundo tur-no”, disse Josué Neto, e isso pode levar a votação para depois do dia 26.

Para Josué Neto, o impor-tante é que a Aleam está com a tramitação dos proje-tos atualizada, de modo que um eventual adiamento não

vai causar prejuízos e nem resultar em nenhum tipo de pressão para que as novas leis sejam votadas. “Os nos-sos projetos estão em dia, como já havíamos informa-do na semana passada, não existem projetos pendentes, pois praticamente 90% são deste ano de 2014”, disse.

O presidente garantiu que, até o fi nal do ano, a pauta de projetos da Assembleia

Legislativa vai fi car enxuta, dentro dos prazos de tra-mitação, e que logo após o segundo turno da eleição, a Mesa Diretora volta a tra-balhar com a informação antecipada sobre os dias de votação. De acordo com Jo-sué Neto, se for preciso, a mesa fará uma votação de pauta grande por semana até o fi nal do ano, a fi m de não deixar projetos pendentes.

Lei OrçamentáriaJosué Neto disse ainda que

a Aleam está aguardando o envio da Lei Orçamentária Anual (LOA), pelo governo do Estado, que ainda está dentro do prazo regimental. “Assim que ela chegar, vamos pedir aos colegas da Comissão de Constituição e Justiça e da Comissão de Finanças para que seja atendido o prazo regimental”, explicou.

Presidente da Aleam, Josué Neto mantém a ordem de descontar as faltas dos deputados. Em setembro, 11 parlamentares tiveram seus salários reduzidos

DIVULGAÇÃO

KARINE PANTOJAEquipe AGORA

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Gestor multado por falta de dados A prestação de contas do

prefeito de Guajárá, Manoel Hélio Alves de Paula, exercício de 2012, foi julgada irregular pelo Tribunal de Contas do Es-tado do Amazonas (TCE-AM), na manhã desta quarta-feira (15). As multas aplicadas ao gestor, que tem o prazo de 15 dias para quitá-las, chegam a R$ 15 mil. O atraso no envio de dados via sistema ACP; a não aplicação, pelo município, dos percentuais exigidos por lei nas despesas com Saúde; e a defi ciência na formalização dos processos licitatórios, na modalidade de Pregão, foram algumas das irregularidades detectadas.

O colegiado também de-cidiu pela irregularidade da prestação de contas do ex-prefeito de Canutama, Rai-mundo Sampaio da Costa, exercício de 2005. O atra-so na remessa dos dados informatizados ao TCE nos meses de janeiro a dezembro de 2005, o não encaminha-mento via sistema ACP dos demonstrativos contábeis, referentes aos meses de ja-neiro a dezembro de 2005, e o não encaminhamento do Relatório Resumido de Exe-cução Orçamentária, foram algumas das irregularidades. Entre multas e glosa, o valor a ser devolvido pelo ex-prefeito é de R$ 100 mil.

A prestação de contas do Fundo de Previdência So-cial de Manacapuru (Funpre-

vim), do exercício de 2012, também foi julgada regular no período de 1º/1/2012 a 22/4/2012, quando estava sob a responsabilidade de Robson Rogério Teles Be-zerra, mas no período de 23/4/2012 a 31/12/2012, sob a responsabilidade de Diozeth do Livramento, foi julgada irregular. Pelas irre-gularidades, a ex-diretora-presidente da Funprevin terá de devolver aos cofres R$

420 mil, referente a multas e glosa. O atraso no encami-nhamento das informações via Sistema de Auditoria de Contas Públicas (ACP), au-sência de processo licitató-rio referente a serviços de consultoria, e desequilíbrio fi nanceiro demonstrado no Balanço Orçamentário do pe-ríodo foram algumas das im-propriedades encontradas.

O pleno do TCE também decidiu pela irregularidade da prestação de contas, exercí-

cio de 2007, do ex-secretário da Secretaria Municipal de Direitos Humanos (Semdih), Francisco Jorge Ribeiro Gui-marães. A fragmentação de despesas injustifi cadas na compra de alimentos e for-necimento de refeições, con-forme apontou a comissão de inspeção, foi a irregularidade que gerou ao ex-secretário uma multa de R$ 4,3 mil.

Com ressalvas A gestora do Fundo Muni-

cipal de Direitos Humanos (do ano 2013), Maria Goreth Garcia do Carmo Ribeiro, teve a prestação julgada regular durante a sessão. O procu-rador-geral da Procuradoria Geral do Município de Ma-naus (PGM), Marcos Ricardo Herszon Cavalcanti, também teve a prestação de contas, exercício de 2013, aprovada pelo colegiado.

A prestação de contas do hospital “Chapôt Prevost”, exercício de 2013, de respon-sabilidade da diretora-geral Sandra de Queiroz Lima, foi julgada regular com ressal-vas sem aplicação de multa. Também foi julgada regular com ressalvas a prestação de contas do diretor-presidente do Departamento Municipal de Trânsito de Maués, exercício de 2013, Neilton Sebastião Dias, e de Vânia Suely de Melo Silva, secretária de Estado dos Direi-tos da Pessoa com Defi ciência (Seped), exercício de 2013.

TCE

PRESTAÇÃO A prestação de contas

do Fundo de Previdência Social de Manacapuru (Funprevim), do exercí-cio de 2012, também foi julgada regular, quando estava sob a responsa-bilidade de Robson Ro-gério Teles Bezerra

Durante sessão de ontem, o pleno decidiu pela condenação do prefeito de Guajará e Canutama

SOCORROLINS/DIRCOM

Melo destaca programa de governo para educaçãoNo Dia do Professor, o candidato ao governo do Amazonas prestou homenagem à classe e prometeu aumento de verbas

O governador do Ama-zonas, professor José Melo (Pros), candidato à reelei-

ção pela coligação Fazendo Mais Por Nossa Gente, home-nageou os professores nesta quarta-feira, dia 15 de agosto, data em que se festeja o dia do educador. Em vídeo publicado nas redes sociais e entrevista concedida à imprensa, Melo enalteceu a missão do pro-fessor na sociedade e desta-cou investimentos que projeta para a educação, com foco na valorização dos profi ssionais e qualidade da educação.

Melo afi rmou que, em seu governo, a educação está no poder e destacou alguns dos investimentos que planeja para o setor no futuro go-

verno. “Hoje é o nosso dia. O professor é uma fi gura ex-cepcional da sociedade, que com a sua inteligência, carinho e amor, pega nossos fi lhos, ainda diamantes brutos, e vai cinzelando e dando a eles co-nhecimento, preparando-os para o futuro. Quero como pai, avó, governador e pro-fessor parabenizar cada um de vocês”, declarou José Melo, em depoimento na sua página ofi cial no Facebook.

Em seu programa de go-verno, o professor José Melo fi rma o compromisso com a expansão de 25% para 30% no orçamento da educação, recursos que serão origina-dos da redução do custeio do Estado. Com mais verba, os professores e servidores

serão valorizados com au-mento salarial, criação de plano de saúde e ampliação do número de vagas em cur-sos de pós-graduação.

Outra medida importante é a expansão da rede de esco-las de tempo integral. Melo estabeleceu como meta cons-truir uma em cada município do interior e novas unidades em Manaus. O programa de governo destaca ainda a am-pliação do Centro de Mídias, a construção de um centro de educação de jovens e adultos, um centro indígena de educa-ção, e a expansão do Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam), com a construção de 16 novos nú-cleos na capital e interior.

A valorização dos profi ssio-

nais benefi cia professores e todos os servidores da edu-cação, disse Melo. Em outra frente, Melo vai intensifi car programas de correção de fl uxo escolar, erradicação do analfabetismo, educa-ção de jovens e adultos, e ensino profi ssionalizante.

Na educação superior, o fortalecimento da Universi-dade do Estado do Amazonas (UEA), com a conclusão das obras da cidade universitá-ria em Iranduba, e a cons-trução de novos núcleos, no interior, centralizam as pro-postas. Melo vai ampliar a autonomia administrativa e fi nanceira da universidade, e ampliar o quadro de docentes e servidores administrativos. Restaurantes universitários

serão implantados em unida-des da capital e interior.

No plano de fortalecimento da UEA, Melo pretende lançar novos cursos de graduação, reequipar laboratórios e bi-bliotecas, estruturar novos grupos de estudo e lançar novos editais de pesquisa.

Visita à empresa do PIMO governador José Melo

visitou, na manhã de ontem, a empresa Cal-comp Ltda., multinacional Taiwanesa. A empresa do polo de informá-tica é a terceira no ranking mundial do segmento e pro-duz em Manaus HD e placas para televisão nas duas fá-bricas instaladas no PIM. No início do ano, Melo chegou ao acordo com o governo de São

Paulo e pôs fi m à guerra fi scal entre os Esta-dos com a equalização da tarifa do ICMS em 12%.

Melo falou de seus projetos para expandir os recursos de ciência e tecnologia e au-mentar a participação das empresas do PIM em projetos de pesquisa científi ca e tecno-lógica nas escolas e na UEA. O governador falou da cons-trução da cidade universitária da UEA em Iranduba e da abertura do espaço para que as empresas tenham mais ar-ticulação com os cursos para incorporar projetos.

José Melo afi rmou que irá colocar em seu plano de governo o compromisso de expandir de 25% para 30% no orçamento da Educação. Com isso, professores e servidores terão aumento

DIVULGAÇÃO ASSESSORIA

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Debate:as propostas e programas de

Aécio e Dilma

Analistas verifi caram os programas de governo dos dois candidatos em busca das principais diferenças entre os projetos para

o Brasil defendidos pelos dois

Com as constantes trocas de acu-sações e as discussões quem têm caracterizado alguns dos debates entre presidenciáveis na TV, é co-

mum que sobre pouco tempo para que os candidatos discutam suas principais propos-tas para o país caso, sejam eleitos para o cargo máximo do Executivo.

Para entender melhor o que pensam Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) e o que

a vitória de cada um no segundo turno sig-nifi caria para o país, analistas verifi caram os programas de governo dos dois candidatos em busca das principais diferenças entre os projetos para o Brasil defendidos pelos dois.

Embora os dois concordem em pontos, como a manutenção de programa sociais e no controle da infl ação, há propostas bastante distintas em temas como política externa e segurança pública.

» Economia

» Política externa

» Saúde

» Educação

» Segurança

» Reforma política

Aécio NevesO programa do candidato do PSDB afi rma que, entre suas prioridades

na economia, está o controle da infl ação e o que chama de recupera-ção da “credibilidade nacional e internacional do Brasil” diante do que classifi ca como um cenário de “estagfl ação”. Aécio Neves afi rma que a condução de sua política econômica será baseada no tripé composto por índices de infl ação no centro da meta estabelecida pelo Banco Central, câmbio fl utuante e compromisso com o superavit primário, o dinheiro economizado pelo governo para o pagamento de juros e dívida.

Dilma Rousseff O programa da candidata Dilma Rousseff defende a política econômica

que vem sendo adotada pelas administrações do PT desde 2003, afi rmando que ela tem se baseado na redução das taxas de juros, no controle da infl ação, na manutenção do emprego e na ampliação dos investimentos públicos e privados. Quando questionada sobre números desfavoráveis na economia, a presidente comumente atribui os indicadores negativos à situação internacional e lembra que o país enfrentou os últimos anos de crise com alguns dos índices mais baixos de desemprego.

Aécio NevesO programa apresentado pelo senador e ex-governador de

Minas Gerais para a sua candidatura à Presidência dedica-se lon-gamente à educação e assume um compromisso com a melhoria da qualidade do ensino e a continuidade da expansão. Além de prometer expandir o acesso ao ensino integral, o candidato do PSDB, afi rma que irá “aprimorar” programas de acesso ao ensino superior privado como o Prouni e o Fies, de modo a aumentar a “segurança jurídica de escolas e alunos”.

Dilma Rousseff A candidata do PT promete uma “transformação na qualidade do ensino”

em seu segundo mandato, além da expansão do acesso à educação em todos os níveis, usando para isso recursos provenientes da exploração do petróleo do pré-sal e do pós-sal, seguindo legislação sancionada pelo governo em setembro de 2013. Além de prometer uma ampliação do atendimento em creches e a “universalização” da educação de crianças entre 4 e 5 anos até 2016, Dilma afi rma que, caso reeleita, irá expandir a educação em tempo integral para 20% da rede pública até 2018.

Aécio NevesO programa do candidato tucano adota um tom crítico à política externa

e de comércio internacional que caracterizou os governos do PT. Mostrando uma preocupação com o que classifi ca como uma “inserção competitiva internacional do Brasil”, Aécio propõe mudanças no modo como o Brasil tem se colocado no mundo nos últimos anos. Diagnosticando um “deslocamento do centro de poder econômico mundial do Atlântico para o Pacífi co”, o programa diz que os governos petistas deveriam ter dado uma atenção maior aos países asiáticos e propõe uma “atenção ampliada”.

Dilma Rousseff A candidata promete que, caso reeleita, dará continuidade a uma

política externa voltada ao eixo “Sul-Sul”, priorizando as relações com a América do Sul e América Latina, além de países da África, Ásia, mundo árabe e com as economias dos Brics (grupo formado por Brasil, Russia, Índia, China e África do Sul). A petista propõe ainda “empenho” no forta-lecimento do Mercosul e da Unasul (União dos Países Sul-Americanos), o que, segundo seu programa, “não signifi ca desconsiderar os países desenvolvidos”, como Estados Unidos, União Europeia e Japão.

Aécio NevesO presidenciável tucano propõe a construção de “centros de prevenção”

em áreas violentas onde se concentrariam atividades de repressão e in-vestigação de crimes, em um modelo semelhante ao das UPPs. Propondo a transformação do Ministério da Justiça em um Ministério da Justiça e Segurança Pública, o tucano defende a redução da maioridade penal ao propor que jovens maiores de 16 anos que tenham cometido crimes como homicídio qualifi cado ou estupro cumpram tempo maior de “detenção” do que o atualmente estabelecido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.

Dilma Rousseff A presidente Dilma Rousseff promete que, caso reeleita, ampliará “a

presença do Estado em territórios vulneráveis” e estimulará a adesão dos governos estaduais a programas federais de combate a crimes violentos e às drogas. O programa propõe ainda uma maior integração das instituições de segurança do país por meio da criação de uma Academia Nacional de Segurança Pública para a formação conjunta de polícias. O documento prevê ainda uma fortalecimento das ações de combate a organizações criminosas, à lavagem de dinheiro e ao controle de fronteiras.

Aécio NevesO tucano propõe a criação de uma carreira nacional do Sistema

Único de Saúde (SUS) para profi ssionais de saúde com a parti-cipação de Estados e municípios. O candidato do PSDB também defende a instituição do chamado “cartão-cidadão da Saúde”, que, associado ao cadastro nacional único, “dará garantia de acesso de qualquer brasileiro a uma rede de saúde pública ou privada”. Segundo ele, o novo modelo de gestão será baseado na criação de redes assistenciais integradas de saúde.

Dilma Rousseff A atual presidente afi rma que, se vencer as eleições, expandirá o Programa

Mais Médicos, que trouxe médicos estrangeiros e brasileiros formados no exterior para trabalhar em áreas carentes. Dilma diz querer estabelecer o programa Mais Especialidades, uma rede de clínicas com especialistas e exames de apoio diagnóstico com o intuito de agilizar o atendimento médico e o tratamento do paciente. A meta: criar, em todas as regiões do país, uma rede de unidades especializadas integradas, com diferentes tipos de consultas, e que também ofereçam exames, tratamentos e reabilitação.

Aécio NevesO presidenciável propõe –entre outras medidas– o fi m da reeleição para

presidente, governadores e prefeitos, com mandato de 5 anos para todos os cargos do Executivo e Legislativo. Além disso, Aécio defende a adoção do voto distrital misto, com parte dos candidatos para o Legislativo sendo escolhida pelos eleitores de distritos a serem criados e outra parte a partir de listas elaboradas pelos partidos. Segundo sugere o tucano, apenas a partir dessa mudança no sistema de votação será possível “viabilizar o sistema de fi nanciamento público das campanhas”.

Dilma Rousseff A candidata do PT reforça em seu programa a proposta apresentada

após os protestos de 2013 de realizar uma reforma política. Assim como em 2013, Dilma propõe a realização de um plebiscito para consultar a população sobre as posições majoritárias a respeito de modifi cações no sistema político e eleitoral. Entre essas modifi cações, estariam o fi nanciamento de campanhas e o sistema de defi nição de candidaturas. Caso reeleita, a presidente diz que pretende viabilizar a integralidade do fi nanciamento público das campanhas eleitorais.

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8 MANAUS, QUINTA-FEIRA, 16 DE OUTUBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

EXPEDIENTEEDIÇÃO Isabella Siqueira de Castro e Costae Náis Campós

REPORTAGEMJoelma Muniz, Raphael Lobato, Karine Pantoja e Assessorias

REVISÃOGracycleide Drumond e Dernando Monteiro

DIAGRAMAÇÃOAdyel Vieira, Klinger Santiago,Marcelo Robert, Mário Henrique Silva

TRATAMENTO DE FOTOSAdriano Lima

Marina e Aécio preparam programas para campanhaIntenção do tucano é potencializar a adesão da terceira colocada no 1º turno produzindo imagens para o horário eleitoral

Após conquistar o apoio formal de Marina Silva (PSB) à sua candidatura no 2º turno da disputa

presidencial, Aécio Neves (PSDB) tenta agora agendar um encon-tro com a ex-ministra. A intenção do tucano é potencializar a ade-são da terceira colocada no 1º turno, produzindo imagens para o horário eleitoral na TV. Marina aceita fazer uma gravação para o palanque eletrônico do tucano, mas espera um contato direto do candidato. Depois pretende se recolher. A ex-ministra já de-cidiu que não vai participar de comícios e subir no palanque de Aécio. A intenção da campanha tucana é promover um encon-tro em algum lugar simbólico. Como faltam poucos dias para a eleição e o tempo é conside-rado escasso - principalmente por causa dos quatro debates na TV previstos até o fi m do 2° turno -, o plano é pragmático: captar as imagem de Marina e Aécio juntos e utilizá-las no horário eleitoral.

Na segunda-feira (13), em Curitiba, Aécio disse que é pos-sível que os dois se encontrem ainda esta semana. Depois de afi rmar que a aliança com Ma-rina não era apenas eleitoral, mas para “o futuro”, o tucano fez questão de observar que a decla-ração não signifi ca que haverá uma participação da ex-ministra em seu eventual governo. “A forma como a Marina veio honra a boa política brasileira. Não pediu absolutamente nada, não insinuou absolutamente nada em relação a cargos. Estamos

fazendo algo muito maior”, disse o can-didato. O tu-cano afi rmou ainda que, caso fi casse fora da dispu-ta do 2º turno, não tem dúvidas de que estaria ao lado de Marina.

Anteontem, Marina convocou uma entrevista coletiva e leu uma carta escrita de próprio punho em que anunciou o apoio ao tucano. Com o aval da ex-ministra, Aécio enviou equipe de áudio e vídeo para registrar o acontecimento. As imagens têm sido amplamente divulgadas no horário eleitoral e também nas redes sociais.

CompromissosNo pronunciamento, Marina

afi rmou que a decisão teve como base a carta de compromissos anunciada pelo tucano no sába-do e que “a alternância de poder fará bem ao Brasil”. “Votarei em Aécio e o apoiarei, votando nes-ses compromissos, dando um crédito de confi ança à sincerida-de de propósitos do candidato e de seu partido e, principalmente, entregando à sociedade brasilei-ra a tarefa de exigir que sejam cumpridos”. Antes da declaração de Marina, o candidato do PSDB já havia recebido o apoio do PSB, que abrigou a ex-ministra após a Justiça Eleitoral negar registro à Rede Sustentabilidade, partido que ela tentava criar, e da família do ex-governador Eduardo Cam-pos, morto em agosto.

Além de Marina, dois im-portantes nomes da Rede, o ambientalista João Paulo Capobianco e o engenhei-ro Bazileu Margarido, co-ordenadores do programa de governo da ex-ministra, também declararam apoio a Aécio Neves. “Eu já havia decidido, mesmo antes de Marina, que iria apoiar a

urgente e necessária alter-nância de poder. Já havia comunicado ao grupo na semana passada que não poderia conviver com neu-tralidade nesse momento de crise profunda que ameaça a democracia brasileira”, disse Capobianco. “Minha decisão é a decisão de Marina”, com-pletou Bazileu.

Já Pedro Ivo, outro diri-gente da Rede, afi rmou que manterá a neutralidade. “A Rede orientou o voto nulo, branco ou em Aécio Neves. Eu me manterei neutro. Vou votar nulo”, disse.

Após o anúncio de apoio, integrantes do PSB deverão realizar nesta semana reuni-ões com tucanos nos Esta-

dos para tentarem organizar uma agenda de atos políticos em favor de Aécio. “Não é um processo que se faz no es-talar dos dedos, mas vai ser feita uma mobilização para que cada membro procure os coordenadores do PSDB nos Estados”, afi rmou o governa-dor do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB).

Rede também ‘embarca’ em projetos tucanos

Marina Silva deve aparecer em programa eleitoral do presidenciável tucano, Aécio Neves, que disputa o segundo turno

DIV

ULG

AÇÃO

José Dirceu pode deixar a cadeia O ex-ministro José Dirceu, con-

denado a 7 anos e 11 meses no processo do mensalão, poderá deixar o regime semiaberto e seguir para prisão domiciliar a partir da semana que vem. De acordo com a Vara de Execu-ções Penais do Distrito Federal, devido a estar trabalhando, ter estudado e lido livros no presí-dio, Dirceu pôde descontar 142 dias de sua pena. Com isso, a progressão de regime que os

presos têm direito após o cum-primento de um sexto da pena, foi antecipada. Preso desde 15 de novembro, a princípio, Dirceu poderia progredir de regime, do semiaberto para o aberto, em março que vem. Com o des-conto, a data de progressão foi antecipada para a próxima segunda-feira (20).

A ida para o regime aberto não acontece automaticamente. Os advogados de Dirceu terão de

fazer um pedido para o relator do processo do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso. Quando o pedi-do for feito, Barroso pedirá um parecer ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sobre o caso. Como outros condenados no processo, entre eles o ex-pre-sidente do PT, José Genoino, e o ex-tesoureiro da sigla, Delúbio Soares, o benefício deve ser concedido a Dirceu.

MENSALÃO

Ex-ministro José Dirceu será beneficiado pelo regime aberto a partir da semana que vem

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