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1 CIÊNCIAS NATURAIS ELABORAÇÃO Siderlei Tarcizo Pinheiro Silvia Mara Marcos Santos COLABORAÇÃO Lílian da Luz Carvalho de Mello Silvana dos Santos Carraro Sônia Maria Valenga Valéria Aparecida Clarimundo COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA DE CIÊNCIAS NATURAIS Silvia Mara Marcos Santos CONSULTORIA Siderlei Tarcizo Pinheiro PIRAQUARA 2011

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CIÊNCIAS NATURAIS

ELABORAÇÃO Siderlei Tarcizo Pinheiro

Silvia Mara Marcos Santos

COLABORAÇÃO Lílian da Luz Carvalho de Mello

Silvana dos Santos Carraro Sônia Maria Valenga

Valéria Aparecida Clarimundo

COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA DE CIÊNCIAS NATURAIS Silvia Mara Marcos Santos

CONSULTORIA Siderlei Tarcizo Pinheiro

PIRAQUARA

2011

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FUNDAMENTOS TEÓRICO - METODOLÓGICOS

CIÊNCIAS DA NATUREZA

O QUE É CIÊNCIA?

A ciência é o conhecimento científico que se desenvolveu e se

desenvolve como produção humana, histórico-social, decorrente e determinada

pelas relações e interações entre os seres humanos e a natureza, mediadas pelo

trabalho, atividade prática intencional de produção da existência humana.

No plano biológico, o ser humano como qualquer ser vivo depende da

natureza e dos recursos naturais na produção de sua existência. Por outro lado,

no plano social, é por meio do trabalho que se processa a intervenção na

natureza, de onde o homem retira a matéria e a energia necessárias a sua

sobrevivência e a satisfação das suas necessidades, imprimindo sobre esta suas

marcas, humanizando-a.

Assim, a Ciência é o processo e o instrumento da ação-reflexão dos

seres humanos sobre a realidade das necessidades materiais e imateriais,

atendendo a diferentes grupos sociais nos limites dos interesses próprios de cada

momento histórico. Com relação a isso ANDERY (1988, p.15) nos esclarece que

a Ciência é uma das formas de conhecimento, ou seja:

... A ciência também é determinada pelas necessidades materiais do homem em cada momento histórico, ao mesmo tempo em que nelas interfere. Não apenas o homem contemporâneo produz ciência: sociedades remotas a produziram. A ciência caracteriza-se por ser a tentativa do homem entender e explicar racionalmente a natureza, buscando formular leis que, em última instância, permitem a atuação humana.

O atual objeto de estudo ou categoria máxima do ensino de Ciências

Interações e Transformações (físicas, químicas e biológicas) de matéria e energia

têm sua justificativa na necessidade de se repensar a apropriação do

conhecimento científico e tecnológico da natureza como processo de

historicização, ou seja, como produtos e métodos integrados na práxis social, nas

relações entre os seres humanos e a natureza na tentativa de satisfazer suas

necessidades materiais e imateriais, por meio do trabalho. Isto se faz necessário

para superar o ensino de Ciências Naturais que de forma geral, apresenta-se

apenas como matéria descritiva, com ênfase em definições “resumidas” que

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tentam explicar os fatos-fenômenos científicos de forma simplista, fragmentada,

pronta e acabada, sem nenhuma contextualização.

Este objeto de estudo ou categoria pode contribuir na explicitação da

realidade natural e histórico–social humana, tomando-se por base a existência de

matéria e energia num contexto espaço temporal distante e dinâmico, isto é desde

o início do universo em suas múltiplas e recíprocas interações e transformações,

até surgir a matéria viva e nesse processo os seres humanos participando do

movimento da matéria e energia. Um processo dinâmico e complexo da realidade

em suas múltiplas formas de manifestação que por sua vez pode ser transposto do

conhecimento científico das Ciências da Natureza produzido e acumulado

historicamente tendo por base os fundamentos deste objeto para as práticas

pedagógicas da Educação Infantil e do Ensino Fundamental.

Assim, se as Ciências da Natureza preconizam que os elementos e os

processos naturais ou tudo o que existe no universo nos limites do conhecimento

científico é formado de matéria e energia, o que é a matéria? E a energia? Como

formam tudo o que existe no universo, como as galáxias, estrelas, sistemas

solares-planetas, satélites, seres sem vida e seres vivos? Diz-se que o Universo

como um todo tem seu espaço-tempo preenchido por matéria e energia, o qual só

passou a existir a partir das mesmas.

Cientificamente, aquilo que ocupa lugar no espaço, que se pode ver e

tocar, que tem peso, massa ou inércia, é incriável, indestrutível entre outros

atributos é constituído de matéria. Sabe-se que a matéria em sua grande

diversidade, apresenta-se em um dos quatro estados físicos (fases físicas) sendo

três convencionais: sólido, líquido ou gasoso, e um não convencional, ou seja, o

4º estado físico, chamado “plasma” encontrado nas estrelas, como o Sol. E que

podem sofrer as ditas mudanças de estado físico dependendo de variações de

temperatura e ou pressão.

Contudo, no transcorrer do espaço-tempo terrestre, as múltiplas interações

e transformações de matéria e energia produziram a matéria-viva (proto-células,

células,...), o fenômeno da vida, em sua inacabada biodiversidade (seres vivos).

Assim como a matéria, e inseparável desta, a energia é outro componente

físico-químico do universo, que se manifesta de várias formas em suas interações

e transformações com a matéria, de modo que quando é captada nos sistemas

vivos por meio de receptores dos mais simples aos mais complexos, como os

órgãos dos sentidos e demais órgãos isso ocorre de forma diferenciada na

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medida em que essas interações e transformações físicas, químicas são também

biológicas, isto é, ocorrem sob o controle do metabolismo dos sistemas vivos (as)

células.

Diz-se, portanto, que as propriedades básicas da energia decorrentes de

suas interações com a matéria são: transformar a matéria, realizar trabalho,

transformar-se em outras formas de energia.

De forma mais imediata, pode-se dizer que não é possível pegar a energia,

como se pega a maioria das matérias, porém, podemos senti-la. Diante disso, é

oportuno mencionar que existem alguns tipos (formas) básicos de energia:

luminosa (luz), térmica (calor), sonora (som), elétrica, mecânica (movimento),

química (armazenada nas substâncias: alimentos, combustíveis,...), atômica ou

nuclear (átomo), entre outras e, derivadas.

A matéria e a energia não estão presentes apenas naquilo ou nas coisas

que podemos tocar ou ver, constituem também aquilo que é muito pequeno ou

mesmo invisível, isto é, constituem ou formam tanto o macrocosmo como o

microcosmo: físico, químico e biológico – seres sem vida e seres vivos, ou seja, a

diversidade de formas destas dimensões estruturais ou organizacionais e

funcionais do universo ou cosmo. Pode-se dizer por outros termos que aquilo que

é visível – o macrocosmo ou as partes visíveis que o constituem, são formas de

manifestação das partes invisíveis ou microcosmos que o constitui (átomos,

moléculas, células,...), organizando-o estrutural e funcionalmente em suas

incessantes e múltiplas interações e transformações.

As interações são ações entre matéria e energia, isto é, atrações,

repulsões, encontros, choques ou vibrações, determinadas por forças

pertencentes à própria matéria e energia (cientificamente, existem quatro tipos

básicos de força no universo: força da gravidade, força eletromagnética, força

nuclear fraca e força nuclear forte) que ocorrem somente e apenas entre matéria

e energia, de modo que não existem interações de matéria com matéria sem

interação de energia ou interações de energia com energia sem interação de

matéria.

Das interações entre matéria e energia são produzidas as transformações

ou fenômenos que são categorizadas basicamente como físicas ou químicas, e

ainda biológicas considerando que as transformações físicas e químicas dão

origem e começam a se manifestar em dado momento do espaço-tempo terrestre

em sistemas biológicos, como as células, microorganismos, organismos, enfim

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nos seres vivos em geral, em sua gênese, desenvolvimento e processo evolutivo.

O ensino e o aprendizado das Ciências da Natureza na Educação Infantil

têm como objetivo elevar o nível de desenvolvimento psíquico-intelectual da

criança pela mediação do conhecimento teórico (científico) no contexto de suas

interações com o conhecimento espontâneo (cotidiano), considerando os limites

próprios de cada estágio de desenvolvimento infantil.

Vivendo em um meio repleto de produtos da ciência e da tecnologia, a

criança manipula objetos e experimenta ações e a partir de estímulos e da

mediação de um sujeito experiente, busca explicações de seu funcionamento.

Sendo o professor o sujeito experiente na relação com a criança da Educação

Infantil, cabe a este criar condições para que ela se aproprie de noções históricas

e cientificamente elaboradas não como verdades absolutas e inquestionáveis,

mas como construções dinâmicas e provisórias, marcadas pelos valores e

práticas de cada momento histórico.

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A HISTÓRIA DO ENSINO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA NO BRASIL

O ensino de Ciências torna-se obrigatório, e é inserido no Currículo do

Ensino Básico brasileiro a partir do início da década 60, com a implantação da Lei

4.024/61 das Diretrizes e Bases da Educação, tendo como objetivo atender as

necessidades do desenvolvimento tecnológico do país em processo de

industrialização. Neste período vigora a concepção de educação Tecnicista ou

Comportamentalista1 onde os conceitos na área de Ciências eram transmitidos a

partir de definições, aulas experimentais com ênfase na reprodução dos passos

feitos pelos cientistas, tentando uma compreensão mais sistemática do mundo.

Por volta da década de 80 as ciências passam a ser vistas como uma

construção humana e não mais como uma verdade natural. Surge a partir desta

nova visão e da necessidade do reconhecimento dos conhecimentos prévios ou

do cotidiano dos alunos para o aprendizado, a concepção Construtivista, junto a

uma noção de interdisciplinaridade dando uma maior visibilidade à relação entre o

ensino de Ciências e educação ambiental, apesar desta concepção ter

representado alguns avanços é considerada acrítica, pois desconsidera o trabalho

com os conteúdos da área de Ciências Naturais baseado na análise das relações

destes com questões históricas, políticas, sociais e econômicas, tendo em vista

que os elementos naturais e culturais fazem parte de um todo dinâmico, dando

ênfase apenas ao ensino de conceitos científicos reduzidos, não dando conta do

processo de ensino e aprendizado dos alunos.

No final da década de 90, começa-se a cogitar uma nova concepção de

educação, Histórico-crítica, a qual se fundamenta no materialismo histórico-

dialético, visando à compreensão das relações entre seres humanos e a natureza

por meio do trabalho, atividade produtiva caracteristicamente humana da qual

decorrem as múltiplas e recíprocas transformações da realidade natural e

histórico–social. Proporcionando uma visão crítica da interdependência entre as

mesmas e seus papéis na sociedade contemporânea.

Assim, do ponto de vista pedagógico - didático, os conteúdos – forma do

1 Tecnicista ou Comportamentalista – termos utilizados por Mirian Krasilchik na obra “O professor e o

currículo das ciências”, onde ambas as concepções procuram moldar os alunos segundo as necessidades

sociais determinadas (Capitalismo).

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ensino – aprendizado de ciências da natureza fundamentados numa concepção

histórico-crítica e/ou cultural tem como guia mais abrangente e abstrato a

categoria: interações e transformações de matéria e energia em todos os

conteúdos – formas, selecionados e organizados para o trabalho educativo

escolar, desde a educação infantil até os anos finais do ensino fundamental.

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O ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Considerando-se a necessidade de explicitar as relações entre os seres

humanos e a natureza, uma vez que a natureza (componentes e fenômenos) e o

ser humano quanto natureza e parte da mesma constituem a base material-

energética sensível do processo de humanização – iniciação da alfabetização

científico-tecnológica, isto é, como contribuição ao desenvolvimento psiquíco-

intelectual da criança.

O ensino de Ciências da Natureza na Educação Infantil tem como ponto

de partida o objeto de estudo Interações e Transformações (físicas, químicas e

biológicas) de matéria e energia, na produção do espaço-tempo – celeste

(universo), terrestre (biosfera) e histórico-social. Como guia de seleção,

organização e desdobramentos dos conteúdos-forma em seus fundamentos

explicativos de maneira que não fiquem restritos apenas aos conteúdos ditos

acessórios ou mesmo de suas formas de exposição em si (descrições, fórmulas,

classificações, regras, leis, tabelas,...) que quando muito apenas os descrevem de

forma reducionista e isolada.

Portanto, dentro das possibilidades e limites do ensino e aprendizado dos

conteúdos-forma de Ciências da Natureza segundo cada periodização e

respectiva Atividade Principal faz-se necessário a apropriação dos conteúdos de

formação operacional aprimorando-os para iniciar progressivamente a

transformação e superação do pensamento empírico por meio de conteúdos de

formação teórica, ou seja, trabalhar ao mesmo tempo determinadas noções

conceituais para desenvolver o pensamento teórico-científico.

Os conteúdos de Ciências da Natureza devem ser selecionados,

sequenciados e/ou subordinados em função das formas peculiares de relações

das crianças com o mundo, com os outros e consigo mesmas, formas essas

denominadas de Atividades Principais. A periodização das fases de

desenvolvimento psíquico-intelectual da criança está organizada nas seguintes

Atividades Principais:

0 a 1 ano – é a comunicação emocional com os adultos;

1 a 3 anos – é a atividade objetal - manipulatória;

3 a 6 anos – é o jogo.

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Sendo assim, o ensino e o aprendizado de Ciências da Natureza devem

estar ligados às Atividades Principais enquanto formas de atuação da criança com

o mundo, com os outros e consigo mesma, ou seja, o conhecimento científico

deve ser transposto e trabalhado como conteúdos-conceitos fundamentados no

objeto de estudo dessa área de ensino e suas formas metodológicas, técnicas,

recursos e outros procedimentos que devem se articular às características de

relações e/ou atuações das crianças com o objetivo de desenvolvê-las e não

apenas de adaptar os conteúdos-forma às características das fases do

desenvolvimento, ou seja, ao adaptar o conhecimento que a criança já possui

(cotidiano) a apropriação desse conhecimento (cotidiano) no CMEI (Centro

Municipal de Educação Infantil), estão negando-lhe o direito à transformação e a

superação desse conhecimento mediante os fundamentos teórico-científicos.

Nesse sentido, DUARTE (2007, p.98) argumenta sobre a importância de um

ensino escolar que trabalhe com os conteúdos historicamente produzidos visando

o desenvolvimento psíquico-intelectual da criança dizendo que:

Cabe ao ensino escolar, portanto, a importante tarefa de transmitir à

criança os conteúdos historicamente produzidos e socialmente

necessários, selecionando o que desses conteúdos encontra-se, a cada

momento do processo pedagógico, na zona de desenvolvimento

próximo. Se o conteúdo escolar estiver além dela, o ensino fracassará

porque a criança é ainda incapaz de apropriar-se daquele conhecimento

e das faculdades cognitivas correspondentes. Se, no outro extremo, o

conteúdo escolar se limitar a requerer da criança aquilo que já se formou

em seu desenvolvimento intelectual, então o ensino torna-se inútil,

desnecessário, pois a criança pode realizar sozinha a apropriação

daquele conteúdo e tal apropriação não produzirá nenhuma nova

capacidade intelectual nessa criança, não produzirá nada

qualitativamente novo, mas apenas um aumento quantitativo das

informações por ela dominadas.

Faz-se necessário destacar que não se trata de desconsiderar os afazeres

do cotidiano ou que eles não tenham valor ou utilidade no que se refere ao ponto

de vista pedagógico-didático, uma vez que alguns são imprescindíveis ou mesmo

inelimináveis, como por exemplo: troca de fraldas, banho, alimentação,...

Portanto, a unidade do cuidar educando e educar cuidando são indissociáveis ao

desenvolvimento das crianças.

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Por outro lado, todas as tarefas ou afazeres podem apresentar formas

diferenciadas de feituras, de modo a integrar nas mesmas um teor ou conteúdo

teórico-científico compatível ou ajustado a essa tarefa, ou seja, a tarefa ou afazer

que a princípio estavam apenas em âmbito linear ou mecanicista do cotidiano,

transformam-se por meio da mediação do trabalho pedagógico em significações

objetivas e articuladas no e do conhecimento científico como outro instrumento

importante de produção da consciência-pensamento individual-histórico-social no

e do processo de desenvolvimento das crianças de 0 a 6 anos, frente às

contradições nas formas de produção e reprodução das condições de trabalho e

vida alienante e alienada impostas aos seres humanos. A respeito disso, Marx

(1986) apud DUARTE (2007, p. 105) nos diz que:

Os indivíduos universalmente desenvolvidos, cujas relações sociais

enquanto relações próprias e coletivas, estão submetidas a seu próprio

controle coletivo, não são um produto da natureza, mas sim da história.

Desta forma, constata-se a necessidade de elaborar uma Proposta

Curricular que se objetive em níveis de aprofundamento dos conteúdos

articulados às Atividades Principais, justificando a importância das crianças

aprenderem Ciências da Natureza no fato de que a mesma se incorpora cada vez

mais na cotidianidade das pessoas e torna-se instrumento histórico-social

indispensável e interdependente na compreensão da sociedade como um todo.

Desse modo, subentende-se que o ensino desta área deve propiciar

atividades desafiadoras que estimulem os alunos ao aprendizado, realizando

trabalhos contextualizados em situações reais de forma a contemplarem os

objetivos tornando o aprendizado mais prazeroso e significativo, bem como

revelador de contradições e problemas da realidade natural e social

interdependentes.

A partir dessas reflexões, serão citados alguns procedimentos e

encaminhamentos que possibilitarão o aprendizado significativo, considerando as

relações das partes na e da totalidade, norteando a prática pedagógica do

professor em sala de aula, tais como: a estimulação das sensações (visuais,

auditivas,...), a problematização, a observação, a comparação, o estabelecimento

de relações entre fatos e idéias, a leitura e a escrita de textos (professor leitor e

escriba), a organização de informações por meio de tabelas, esquemas, o

confronto entre suposições, experimentações, aulas de campo, feiras do

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conhecimento, debates, pesquisas, coleta de dados, maquetes, teatro, painel,

cartaz, folder, desenho, horta, minhocário, documentários, entre outros.

EIXOS DA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO

ENSINO E APRENDIZADO – CIÊNCIAS NATURAIS

OBJETO DE ESTUDO:

INTERAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES DE MATÉRIA E ENERGIA:

CELESTE: PRODUÇÃO DO UNIVERSO

TERRESTRE: PRODUÇÃO DO

ECOSSISTEMA

HISTÓRICO-SOCIAL: PRODUÇÃO DA EXISTÊNCIA HUMANA

UNIVERSO

SISTEMA SOLAR

TERRA-LUA BIOSFERA

FATORES ABIÓTICOS: ÁGUA AR

SOLO

FATORES BIÓTICOS:

MICRO-ORGANISMOS

VEGETAIS ANIMAIS

SERES HUMANOS

BIOLÓGICAS – EM ESPAÇO-TEMPO: FÍSICAS E QUÍMICAS – EM ESPAÇO-TEMPO:

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CONTEÚDOS - FORMA

Tomando por base o objeto de estudo do processo de ensino e

aprendizado das Ciências da Natureza, Interações e transformações (físicas,

químicas e biológicas) de matéria e energia como totalidade mais abrangente e

abstrata, faz-se necessário diante dos aspectos quantitativos e qualitativos dos

conteúdos científicos e tecnológicos elaborar critérios que possibilitem organizar e

sequenciar de forma articulada os fundamentos explicativos dos conteúdos-forma

transpostos das ciências acadêmicas como saber escolar compatível com a

Educação Infantil e faixas etárias correspondentes, de modo que possibilite um

desenvolvimento cognitivo qualitativo frente às contradições da sociedade

capitalista contemporânea que reforça e mantém as alienações do processo de

humanização (desumanização).

São os fundamentos explicativos que dão sentido as descrições,

classificações, leis, regras, fórmulas, ou seja, das formas imediatas de

apresentação do conhecimento “científico” sobre a estrutura e o funcionamento da

natureza e da sociedade, rompendo com o rol de conteúdos preconizados pelo

ensino formal, uma vez que este vem se caracterizando pela fragmentação

quando não pela secundarização ou mesmo ausência dos fundamentos

explicativos, em favor do predomínio do ensino e aprendizado – pensamento –

desenvolvimento cognitivo empírico em detrimento do pensamento teórico -

cientifico.

Seguem abaixo alguns critérios que permitem identificar os fundamentos

explicativos dos conteúdos-forma de Ciências da Natureza em seus dois níveis ou

desdobramentos, ou seja, como conteúdos de formação: operacional e teórica,

explicitando e diferenciando em ambos o essencial do acessório:

Conteúdo como parte articulada da totalidade - objeto de ensino:

Interações e Transformações (físicas, químicas e biológicas) de matéria e

energia;

Conteúdos e/ou desdobramentos articulados em recortes da realidade;

Conteúdos de formação operacional se constituem nos instrumentos mais

elementares de apropriação dos componentes e fenômenos da realidade,

na forma de apresentações mediadas pelo professor (linguagens e

materiais) durante as atividades de rotina e/ou de ensino e aprendizado

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propriamente ditos.

Conteúdos de formação operacional se apresentam como instrumentos

que possibilitam à criança a iniciação da apropriação dos componentes e

fenômenos essenciais da realidade, por meio do uso de uma variedade de

estímulos material-energéticos físicos e histórico-sociais sob a mediação

do professor (seja a água, o ar, a luz do Sol, da lâmpada, imagens-

espelho,...);

Conteúdos de formação operacional são instrumentos representativos da

esfera perceptiva da superficialidade sensorial, imediata, não explica ou

articula o componente e/ou fenômeno na totalidade, possibilita o nível mais

elementar de apropriação, porém, constitui um meio ou preparo

progressivo de funções psíquicas subsequentes, como: aprimoramento das

próprias sensações: auditivas, visuais, olfativas, táteis e gustativas e

também das funções psicológicas superiores: linguagem, atenção,

imitação, imaginação, memória,...

Sendo assim, os conteúdos de Ciências da Natureza foram organizados

em três eixos, para oportunizar a apropriação do conteúdo numa

perspectiva de totalidade, em espaços-tempo:

Celeste: produção do Universo,

Terrestre: produção do ecossistema

Histórico-Social: produção da existência humana.

Assim, organiza-se de forma mais aproximada às noções sobre o lugar

(espaço) e momento (tempo) do movimento de interações e

transformações de matéria e energia como unidades na e da organização e

funcionamento da totalidade e das partes.

Nessa perspectiva os conteúdos vinculados aos três eixos devem ser

desenvolvidos de modo que ocorram interações conceituais no eixo e inter-eixos.

Os eixos metodológicos do processo de ensino e aprendizado de

Ciências da Natureza devem direcionar a organização dos conteúdos-

conceito e suas interações, na medida em que o movimento da matéria e

energia ocorre em tempos-espaço (celeste, terrestre e histórico-social)

sempre diferenciados, consequentes de suas múltiplas e complexas

interações e transformações: físicas, químicas e biológicas, porém,

possíveis de serem apreendidas gradativa e racionalmente, e não como

coisas estáticas e isoladas umas ao lado das outras, que sempre existiram,

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existem e existirão.

Esta forma de pensar e organizar os conteúdos de Ciências da Natureza e

seus desdobramentos pauta-se em alguns indicativos para definir o nível de

aprofundamento dos mesmos: O quê? Como? Articula-se com o Para quê? -

tratando da função e do uso do componente. Considerando assim, o ensino e

aprendizado como um processo contínuo e mais amplo.

Exemplo:

Conteúdo – Forma:

O que? R: energia luminosa (forma de energia);

Qual o desdobramento do conteúdo? R: nível de aprofundamento: claro

ou escuro;

Como? Forma de trabalhar o conteúdo (encaminhamento – fazer

pedagógico propriamente dito). Ex: Observar pela janela da sala o Sol (luz),

depois fechá-la bem com a cortina (escuro) por alguns instantes e abri-la

novamente. Repetir o procedimento mostrando e comunicando o acender e o

apagar das luzes das lâmpadas (luz artificial).

Para quê? Explicitado pelo objetivo: Perceber a presença e a ausência

de energia luminosa.

Noções: necessidade de luz para ver.

Sendo assim, os conteúdos-forma de Ciências da Natureza, apresentam

desdobramentos, isto é, níveis de aprofundamento que são determinados por

meio das possibilidades e limites das atividades principais na atuação conjunta

adulto-criança.

O trabalho com os conteúdos-forma de Ciências da Natureza nas duas

primeiras fases do desenvolvimento da criança (Comunicação Emocional direta

com o Adulto e Objetal Manipulatória) é predominantemente operacional

(perceber, manipular, tocar, sentir,...) com poucos e elementares conteúdos

teóricos, porém a variedade de estímulos, através do fazer pedagógico

propriamente dito e das atividades de rotina orientadas pedagogicamente (banho:

água, temperatura da água, produtos de higiene, alimentação (alimentos), solário,

brinquedos,...) provoca (atormenta), prepara o terreno das necessidades

potenciais do desenvolvimento da criança.

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Berçário – 04 meses a 01 ano

Atividade Principal:

Comunicação Emocional

Características: Necessidade de comunicação e interações perceptivas: visuais, auditivas, manipulativas, táteis, gustativas e olfativas.

Objetivo Geral Perceber os principais componentes e fenômenos material-energéticos da realidade natural e histórico-social.

Interações e Transformações (Químicas, Físicas e Biológicas) de matéria e energia

Eixos e conteúdos organizados em espaços – tempo (O que?)

Celeste – Produção do Universo

Terrestre – Produção do Ecossistema

Histórico – Social – Produção da

Existência Humana

Sol – fonte de energia (luz e calor).

Energia luminosa: claro, escuro;

Energia luminosa (luz) artificial (lâmpada, lanterna, abajur,...);

Objetivos Específicos – (Para quê?) - Perceber a presença e a ausência de energia luminosa; - Perceber as diversas fontes de energia luminosa (natural e artificial).

Sugestões de situações de ensino e aprendizado – (Como?)

Explorar a presença ou ausência de luminosidade nas diversas situações rotineiras. Ex: ao receber os bebês, ao sair para o solário ao retornar para sala de aula;

Propiciar atividades e brincadeiras utilizando as diversas fontes de energia luminosa (natural e artificial). Ex: Cabana feita com cobertores entre os berços ou cadeirotes simulando a ausência de energia luminosa (natural ou artificial) e o uso de lanterna, abajur e extensão com bocal simulando a presença de energia luminosa artificial.

Sol – fonte de energia (luz e calor).

Energia térmica: calor (quente), frio;

Energia térmica (calor) artificial: roupas, cobertas, aquecedor, água do banho,...

Objetivos Específicos – (Para quê?) - Perceber as diversas fontes de energia térmica (natural e artificial – provocado intencionalmente);

Sugestões de situações de ensino e aprendizado – (Como?)

Estimular a percepção das diversas fontes de energia térmica por meio de brincadeiras e de atividades do cotidiano. Ex: durante as refeições, banho, tapete de sensações, no pátio,...

Sol – fonte de energia (luz e calor).

Energia sonora: sons da natureza (chuva, vento, trovão, animais,...);

Energia sonora: sons artificiais (música, som de buzina, barulho de carro, relógio, chocalho, bater palmas, estalar de língua,...).

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Objetivos Específicos – (Para quê?) - Perceber as diversas fontes sonoras (naturais e artificiais).

Sugestões de situações de ensino e aprendizado – (Como?)

Estimular a percepção das diversas fontes sonoras (naturais e artificiais) por meio de brincadeiras, atividades com objetos diversos, livros sonoros,... Ex: o barulho da chuva, do trovão, do vento, de animais, telefone, carro, chocalho,...

Sol – fonte de energia (luz e calor).

Fenômenos da natureza e seus componentes: chuva (água), vento (ar) trovão, raio,...

Objetivos Específicos – (Para quê?) - Perceber os fenômenos da natureza e seus componentes.

Sugestões de situações de ensino e aprendizado – (Como?)

Propiciar diversas formas de observação e nomeação dos fenômenos da natureza e seus componentes. Ex: durante atividade no pátio ou no solário destacar o vento (ar) que bate no rosto, nos cabelos, observar a chuva pela janela ou da porta.

Corpo – partes: cabeça: cabelos, olhos, nariz, boca, orelhas; braços: mãos, dedos das mãos; pernas: pés, dedos dos pés; barriga: umbigo.

Objetivos Específicos – (Para quê?) - Perceber as principais partes do corpo e o que é capaz de fazer através delas (consciência corporal).

Sugestões de situações de ensino e aprendizado – (Como?)

Nomear as partes do corpo durante o banho, a massagem. Ex: bater as pernas e as mãos na água na água do banho, por a mão na orelha ou no nariz.

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Maternal I – 01 ano a 02 anos

Atividade Principal:

Objetal Manipulatório

Características: Necessidade de comunicação e interações perceptivas: visuais, auditivas, manipulativas (táteis), gustativas e olfativas, exploração do espaço natural e social e interação e ação direta com os objetos.

Objetivo Geral Perceber os principais componentes e fenômenos material-energéticos da realidade natural e histórico-social.

Interações e Transformações (Químicas, Físicas e Biológicas) de matéria e energia

Eixos e conteúdos organizados em espaços – tempo (O que?)

Celeste – Produção do Universo

Terrestre – Produção do Ecossistema

Histórico – Social – Produção da

Existência Humana

Componentes do espaço celeste: Sol, Lua, estrelas e nuvens; Sol – fonte de energia (luz e calor).

Componentes do ecossistema: - água, solo (terra) e ar; -plantas (vegetais), animais, seres humanos (homens mulheres e crianças);

Seres humanos: (homens, mulheres e crianças); Componentes produzidos pelos seres humanos: mesa, prato, colher, copo, sapato,...

Objetivos Específicos – (Para quê?) - Identificar os componentes dos espaços – tempo: (terrestre, celeste e histórico – social);

Sugestões de situações de ensino e aprendizado – (Como?)

Destacar a presença de componentes do espaço celeste, do ecossistema e da produção da existência humana no pátio e arredores, por meio de imagens, vídeos e no trabalho com a horta e o jardim. Ex: durante atividade no pátio apontar e nomear os componentes do espaço celeste (Sol, nuvens e Lua); do ecossistema flor, formiga, joaninha, água, solo (terra), vento (ar); da produção da existência humana cadeira, mesa, massinha, pá, regador, boné, enxada, prato, copo,...

Sol – fonte de energia (luz e calor).

Tipo e origem do alimento: leite (vaca), ovos (galinha), carne (galinha, boi ou vaca), alface (planta),...

Alimentos produzidos pelo homem (alimentos industrializados): macarrão, bolacha, pão, bolo,...

Objetivos Específicos – (Para quê?) - Perceber o Sol e os alimentos como fonte de energia; - Identificar os tipos de alimentos relacionando-os a sua origem: leite - vaca; feijão – planta,...

Sugestões de situações de ensino e aprendizado – (Como?)

Proporcionar momentos para observação, manipulação e identificação de alimentos como fonte de energia relacionando-os com sua origem durante as refeições, no preparo de receitas, na horta e por meio de imagens. Ex: no preparo de vitamina com as crianças nomear as frutas, o leite e o açúcar associando-os a imagens de suas respectivas origens: árvores frutíferas, vaca e cana-de-açúcar.

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Sol – fonte de energia (luz e calor).

Produtos ou instrumentos do trabalho humano e suas funções: Mesa, cadeira, copo, prato, talher, roupas (vestuário, cama, mesa e banho), brinquedos, produtos de higiene e limpeza, TV, aparelho de som, lâmpadas, lanternas, abajures, telefone, fogão, velas, computadores, carro,...

Objetivos Específicos – (Para quê?) - Manipular objetos domésticos e brinquedos como forma de percepção de estímulos energéticos produzidos pelos mesmos. Ex: vela, lanterna (energia luminosa), cores dos objetos e os sons produzidos por estes; - Relacionar a diversidade de produtos ou instrumentos do trabalho humano às suas funções.

Sugestões de situações de ensino e aprendizado – (Como?)

Disponibilizar uma diversidade de instrumentos do trabalho humano permitindo a observação, a manipulação e a nomeação dos mesmos associando-os as suas funções por meio de atividades rotineiras, brincadeiras e dramatizações. Ex: prato para colocar alimentos, colher para mexer, pegar e levar os alimentos a boca, sombrinha para se proteger da chuva,...

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Maternal II – 02 anos a 03 anos

Atividade Principal:

Objetal manipulatório

Características: Necessidade de comunicação e interações perceptivas: visuais, auditivas, manipulativas (táteis), gustativas e olfativas, exploração do espaço natural e social e interação e ação direta com os objetos.

Objetivo Geral Perceber os principais componentes e fenômenos material-energéticos da realidade natural e histórico-social.

Interações e Transformações (Químicas, Físicas e Biológicas) de matéria e energia

Eixos e conteúdos organizados em espaços – tempo (O que?)

Celeste – Produção do Universo

Terrestre – Produção do Ecossistema

Histórico – Social – Produção da

Existência Humana

Corpos celestes: Sol e outras estrelas, Lua e Terra; Sol: fonte de energia (luz e calor):

Noção de ser bruto (não vivo): Não apresentam necessidades básicas; Água: potável: limpa hidratação; suja: poluída, contaminada – doenças; Temperatura da água (fria, morna e quente); Solo: Úmido e seco; Diferentes cores, texturas e odores do solo; Ar: ar e seres vivos: respiração; vento (sensação);

Ser humano: necessidades básicas para manutenção da vida - água, ar e alimentos (fonte de energia);

Objetivos Específicos – (Para quê?) - Diferenciar seres brutos (não vivos) de seres vivos a partir da ausência e da presença de necessidades básicas; - Identificar seres brutos (não vivos), presentes nos espaços – tempo: terrestre (água, solo e ar), celeste (Sol, estrelas, Lua e Terra) e histórico-social (vestuário, calçados, brinquedos, material escolar, mesa, cadeira,...);

Sugestões de situações de ensino e aprendizado – (Como?)

Proporcionar condições para que a criança possa diferenciar seres brutos de seres vivos levando em consideração a ausência e a presença de necessidades básicas por meio de aula de campo, diversidade de

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materiais, imagens, vídeos, permitindo a observação, comparação e identificação destes nos espaços – tempo (celeste, terrestre e histórico-social). Ex: durante aula de campo pedir às crianças que observem os componentes do céu e os a sua volta (terrestre) e coletem o que eles consideram ser bruto no espaço terrestre (pedra, terra, areia, pedaços de madeira,...), retornando para sala de aula problematizar qual a diferença entre os materiais coletados e uma planta, um animal ou o ser humano, bem como entre objetos da sala. Questionar se os componentes do céu são seres brutos ou vivos.

Sol: fonte de energia (luz e calor):

Noção de ser vivo: Necessidades básicas para a manutenção da vida (água, ar, alimentos,...); Vegetais: diversidade (tamanho, formato e cor das folhas); Partes do vegetal (raiz, caule, folha, flor, fruto e semente); Animais: Diversidade: (domésticos e selvagens; aquáticos e terrestres). Seres humanos: homens, mulheres e crianças; Microrganismos: fungos e bactérias.

Partes externas do corpo: Cabeça: cabelos, orelhas, sobrancelha, olhos, nariz, boca, queixo e pescoço; Tronco: peito, braços, cotovelos, pulsos, mãos, dedos das mãos, unhas, barriga, costas; Quadril: órgãos genitais (feminino e masculino), nádegas, pernas, joelhos, calcanhares, pés, dedos dos pés e unhas; Órgãos dos sentidos: (olhos, ouvidos, nariz, boca (língua) e pele); Higiene corporal.

Objetivos Específicos – (Para quê?) - Identificar seres vivos (vegetais, animais, seres humanos e microrganismos) a partir das necessidades básicas para manutenção da vida (água, ar, alimentos), bem como a relação de interdependência entre as respectivas espécies na cadeia alimentar; - Identificar no corpo humano suas principais partes e funções básicas, comparando-as com as dos demais seres vivos; Perceber a diversidade de plantas e animais, as semelhanças e diferenças entre eles; - Identificar os órgãos dos sentidos, percebendo – os como receptores de mensagens do ambiente; - Perceber que a necessidade de fazer a higiene corporal está na interação do ser humano com os demais componentes da natureza (seres vivos e seres brutos); - Identificar as principais formas de higiene corporal e a importância destas para saúde e qualidade de vida dos seres humanos.

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Sugestões de situações de ensino e aprendizado – (Como?)

Proporcionar momentos onde a criança possa observar, identificar e diferenciar os seres vivos dos seres brutos, percebendo a relação de interdependência entre eles, por meio do trabalho com a horta e o jardim, construção de terrário, imagens e vídeos. Ex: ao trabalhar com a horta as crianças poderão observar o ciclo vital das hortaliças, do que elas necessitam para se desenvolver (solo, água, ar, luz e calor do Sol) e a relação destas com outros seres vivos ali presentes (minhoca, lagarta, joaninhas,...), percebendo a relação de interdependência entre os componentes.

Explorar as principais partes do corpo humano e suas funções básicas, comparando-as com as dos demais seres vivos, por meio de brincadeiras cantadas, atividade de contorno, uso do espelho, fantoches, dramatização, boneco articulado,... Ex: organizar os alunos em dupla e entregar a cada uma um pedaço de papel kraft, solicitar que as crianças escolham na dupla quem terá o corpo contornado e quem irá contorná-lo. Após ter contornado o corpo de uma das crianças da dupla, solicitar que as mesmas completem o contorno do corpo com as partes correspondentes. Organizar um mural com o material elaborado. Num segundo momento comparar as partes do corpo humano dos contornos feitos pelos alunos a imagens de animais, vegetais e microrganismos.

Propor atividades que estimulem os órgãos dos sentidos da criança, brincadeiras, experimentos, tapete de sensações, entre outros que a levem a identificá-los como receptores de mensagens do ambiente. Ex: a criança tentará adivinhar quais os odores presentes em caixas de fósforo com pequenas perfurações, contendo em seu interior (salsinha, cebola, alho, abacaxi, banana,...).

Propor atividades onde a criança perceba que a higiene corporal é necessária devido às interações do ser humano com outros seres vivos e seres brutos, os quais podem causar danos à saúde humana, músicas, dramatização, palestras, jogos, vídeos,... Ex: Organizar a feira da higiene com os alunos, solicitando que tragam objetos e produtos usados na higiene corporal, problematizando com a criança a função de cada um e em que parte do corpo é utilizado. Também poderá ser programado o dia da beleza no CMEI com corte de cabelo, cuidado com as unhas, palestra e orientação de como cuidar dos dentes.

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Pré – Escolar I – 04 anos (completos ou a completar)

Atividade Principal:

Jogo Protagonizado

Características: Deseja manipular os objetos manipulados pelos adultos, porém inacessíveis a sua faixa etária. Por isso separa o objeto real do esquema da ação, utilizando-se de situações imaginárias com objetos acessíveis, imitando a ação de um adulto. Ex: Pega uma tampa de panela e imagina um volante de carro e imita um adulto dirigindo.

Objetivo Geral Reconhecer nos componentes e fenômenos da realidade natural e histórico-social os principais tipos ou formas de matéria e energia existentes.

Interações e Transformações (Químicas, Físicas e Biológicas) de matéria e energia

Eixos e conteúdos organizados em espaços – tempo (O que?)

Celeste – Produção do Universo

Terrestre – Produção do Ecossistema

Histórico – Social – Produção da

Existência Humana

Corpos celestes: Sol e demais estrelas: Tamanho aparente das estrelas (maior ou menor dependendo da distância em que se encontram); Movimento aparente do Sol (local onde nasce; onde se põe ao entardecer, posição das sombras conforme o período do dia); Sol: fonte de energia (luz e calor).

Noção de ser bruto (não vivo): não apresenta ciclo vital (nascer, crescer, se reproduzir e morrer) Água: Onde é encontrada: (rios, mares, lagos, poço, nuvens, chuva, torneira, chuveiro, solo, plantas, frutas, legumes, em nosso corpo e no dos animais); Propriedades da água: (dissolver a maioria das matérias (solvente), transporte (folhas, terra, lixo, bichinhos, barcos,...), permitir que algumas matérias flutuem, bóiem (tensão superficial)); Solo: Tipos de solo (arenoso, argiloso e humifero - fértil); Propriedades dos tipos de solo: Arenoso – poroso (permeável) não retém água; Argiloso – impermeável

Homem e o uso social da água: Beber (hidratação), higiene (corporal, doméstica e dos alimentos), no preparo dos alimentos, na agricultura, na indústria, transporte (canoas, barcos, navios e de dejetos humanos); Poluição da água: Lixo e esgoto; Uso social do solo: plantio (horta, jardim, pomar,...); produtos do solo: telha, tijolo, vidro, madeira, alumínio, ferro,... Poluição do solo: Lixo e esgoto Uso social do ar: Transporte (brinquedos) – pipa, cata-vento; avião, balão,... Preencher o espaço em objetos: bola, bexiga, pneu de carro e de bicicleta; Poluição do ar: Fumaça (queimadas, das indústrias, escapamentos dos

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(mais compacto) retém água; Humífero ou solo fértil – absorve a água, retendo apenas o necessário; Ar: aquecimento/resfriamento (vento); Propriedades do ar: Transporte (folhas, lixo, terra, poeira, insetos, avião, balão,...).

carros).

Objetivos Específicos – (Para quê?) - Diferenciar ser bruto de ser vivo a partir do ciclo vital nos espaços-tempo (terrestre, celeste e histórico - social); - Reconhecer os locais onde a água é encontrada, algumas de suas propriedades, o uso social e as formas de poluição desta; - Reconhecer alguns tipos de solo, suas propriedades, o uso social e as formas de poluição do mesmo; - Perceber a existência do ar, algumas de suas propriedades, uso social e as formas de poluição do mesmo.

Sugestões de situações de ensino e aprendizado – (Como?)

Propor atividades onde a criança possa observar, classificar e diferenciar ser bruto de ser vivo a partir do ciclo vital, por meio de observação e problematização, partindo de caixa com diversidade de componentes, aula de campo, experimento, trabalho com a horta, livros e imagens. Ex: levar para sala de aula uma caixa com componentes diversos (planta em vaso, joaninhas, formigas, tatuzinho, brinquedos, ferramentas, embalagens,...) e solicitar para as crianças que separem em dois grupos, sendo de um lado o que eles consideram ser bruto e de outro ser vivo. Problematizar por que eles selecionaram aqueles componentes como ser bruto e como ser vivo.

Organizar atividades onde a criança possa experimentar, observar e identificar os locais onde a água é encontrada, algumas de suas propriedades e uso social por meio de aula de campo, experimentos, vídeos e livros. Ex: propor uma aula de campo aos arredores do CMEI, onde as crianças possam coletar vários componentes (terra, plantas, pedra, pedacinhos de madeira,...). Ao retornar à sala de aula distribuir os materiais entre elas e entregar um guardanapo de papel para cada uma solicitando que comprimam o material coletado com o guardanapo observando se o mesmo fica úmido, identificando a presença ou a ausência de água nos componentes. Podendo ampliar o experimento usando frutas, legumes e pedaços de carne.

Proporcionar atividades onde a criança possa experimentar, observar e identificar os tipos de solo, suas propriedades e uso social por meio de experimentos, trabalho com a horta e o jardim, vídeos e aula de campo.

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Ex: organizar uma aula de campo com as crianças aos arredores do CMEI para coleta de vários tipos de solo (areia, argila e humífero). Ao retornar para sala de aula organizar as crianças em duplas e distribuir amostras de cada tipo de solo e folhas de papel A4, solicitar que espalhem em cada folha um tipo de solo e observem a cor, o cheiro e a textura de cada um deles. Problematizar cada aspecto observado.

Propor atividades onde as crianças possam perceber a existência do ar, suas propriedades, uso social e formas de poluição, por meio de experimentos (bexigas, cata-vento, ventilador) e vídeos. Ex: construir um cata-vento com os alunos. Levá-los ao pátio para ver o cata-vento em movimento. Problematizar como esse fenômeno ocorre, fazendo-os perceber a existência do ar e algumas de suas propriedades (ser gasoso, transparente e conseguir movimentar coisas e objetos conforme sua força).

Sol: fonte de energia (luz e calor).

Noção de ser vivo: possui ciclo vital (nasce, cresce, se reproduz e morre); Vegetais: Germinação (início do processo de desenvolvimento da planta); Reprodução vegetal: por mudas (violeta, azaléia, roseira, laranjeira,...), por sementes (alface abobrinha, vagem, ervilha, feijão, milho,...); Animais: Nascem de ovos (pássaros, galinhas, patos, tartarugas, jabuti, peixes, sapos,...); Nascem da barriga da mãe (seres humanos, gatos, cachorros, vaca, porco, girafa,...);

Uso social dos vegetais: Partes dos vegetais utilizadas como alimento: raiz (cenoura, mandioca...), caule (batata inglesa, inhame,...); folhas (alface, couve, almeirão,...); flor (brócolis, couve – flor,...), fruto (tomate, pimentão,...), semente (ervilha, feijão, arroz, milho,...); Vegetais utilizados como ornamento: flores e folhagens; Vegetais utilizados como medicamentos (erva medicinal): hortelã, camomila, boldo, erva cidreira,... Uso social dos animais: Alimento: carne, ovos, leite, gordura e derivados; Acessórios: calçados, jaquetas, cintos, bolsas, botões,...

Objetivos Específicos – (Para quê?) - Reconhecer no processo de germinação o início do ciclo vital de alguns vegetais; - Perceber algumas formas de reprodução dos vegetais (sementes e mudas), bem como o uso social destes; - Perceber algumas características da reprodução dos animais (nascer de ovos e nascer da barriga da mãe), bem como o uso social destes.

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Sugestões de situações de ensino e aprendizado – (Como?)

Proporcionar às crianças atividades onde elas possam reconhecer o processo de germinação como o inicio do ciclo vital de alguns vegetais: aula de campo, trabalho com a horta e o jardim, livros e vídeos. Ex: No trabalho com a horta solicitar às crianças que semeiem (alface, mostarda, rabanete,...) e a partir disto acompanhem o processo de germinação e crescimento das mudas até o momento de transplantar e colher a hortaliça. Registrar todo o processo por meio desenho (crianças) e fotos (professor) para organização de mural representando o ciclo vital dos vegetais.

Proporcionar atividades onde as crianças possam levantar hipóteses, observar, experimentar e perceber algumas formas de reprodução dos vegetais (sementes e mudas) e o uso social destes, como: o trabalho com a horta, jardim, aula de campo, observação e classificação dos vegetais de acordo com o uso social destes. Ex: levar os alunos para uma aula de campo no CEAM (Centro de Educação Ambiental) para visitar o viveiro de produção de mudas de várias espécies vegetais, fazer a trilha monitorada onde poderão observar a diversidade de vegetais e o uso social destes. Trazer para sala de aula várias espécies vegetais utilizadas em nosso dia-a-dia (cebola, cenoura, alface, tomate, ervilha, milho, batata, maçã, cebolinha, hortelã,...) permitindo analisar cada vegetal à parte que cada um representa e como é utilizada pelo ser humano.

Propor atividades que permitam a criança observar, levantar hipóteses e perceber algumas características de reprodução dos animais e o uso social destes, como: imagens, vídeos, experimentos e aula de campo. Ex: Visita monitorada ao Zoológico, possibilitando a observação, o levantamento de hipóteses e a percepção de algumas características da reprodução animal (nascem de ovos, nascem da barriga da mãe). Trazer para sala de aula materiais como: bolsa, sapato, cinto, leite iogurte, ovos, carne, manteiga, jaqueta,... Problematizar a origem de cada material e o seu uso.

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Pré – Escolar II – 05 anos (completos ou a completar)

Atividade Principal:

Jogo Protagonizado

Características: Deseja manipular os objetos manipulados pelos adultos, porém inacessíveis a sua faixa etária. Por isso separa o objeto real do esquema da ação, utilizando-se de situações imaginárias com objetos acessíveis, imitando a ação de um adulto. Ex: Ao brincar de boneca a criança imita as ações da mãe ao trocar a fralda do irmão mais novo, repetindo passo a passo a ação do adulto (mãe).

Objetivo Geral Reconhecer nos componentes e fenômenos da realidade natural e histórico-social os principais tipos ou formas de matéria e energia existentes.

Interações e Transformações (Químicas, Físicas e Biológicas) de matéria e energia

Eixos e conteúdos organizados em espaços – tempo (O que?)

Celeste – Produção do Universo

Terrestre – Produção do Ecossistema

Histórico – Social – Produção da Existência

Humana

Corpos celestes: Sol e demais estrelas (luminosos); Lua e planetas (iluminados); Sol: fonte de energia (luz e calor).

Componentes e fenômenos material energéticos: Sistemas: não vivos (água, solo, ar e energia solar), vivos (plantas, animais, homem e microrganismos); Propriedades ou formas gerais dos sistemas não vivos e vivos (sólido, líquido, gasoso, peso e extensão); Água e a relação de interdependência entre: Vegetais (plantas): solvente e meio de transporte dos nutrientes do solo e hidratação; Animais: hidratação, solvente e meio de transporte dos nutrientes que o corpo retira dos alimentos; Homem: hidratação, solvente e meio de transporte dos nutrientes que o corpo retira dos alimentos, higiene corporal, alimentar e doméstica; Microrganismos:

Água, solo e ar – saúde humana e ambiental: Água potável - sem cheiro, cor e sabor (própria para o consumo, à higiene corporal e alimentar); Água poluída e contaminada: possui cor, cheiro e sabor (imprópria para consumo); Origem da poluição e contaminação: lixo, esgoto e agrotóxico (veneno contra algumas espécies de mato e insetos que atacam as plantações);

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hidratação e fonte de alimento e condições para reprodução, decomposição de matéria orgânica (folhas, cascas, fezes e carcaças de animais,...); Formas em que é encontrada na natureza (líquida, sólida (gelo) e gasosa (gás)); Fenômenos relacionados à água: chuva, neve, granizo, relâmpago, trovão e arco-íris;

Objetivos Específicos – (Para quê?) - Perceber os componentes e fenômenos dos sistemas não vivos e vivos, bem como suas propriedades gerais nos espaços tempo (terrestre, celeste e histórico-social); - Perceber a relação de interdependência entre a água, os vegetais, os animais, o homem e os microrganismos, bem como sua importância na saúde humana e ambiental; - Diferenciar as formas que a água se apresenta na natureza (sólida, líquida e gasosa), relacionando-as a presença e a ausência de calor (energia térmica produzida pelo Sol); - Perceber alguns fenômenos naturais relacionados à água.

Sugestões de situações de ensino e aprendizado – (Como?)

Proporcionar atividades onde as crianças percebam os componentes e fenômenos dos sistemas não vivos e vivos, bem como suas propriedades a partir da observação direta, coleta de materiais, classificação, seriação, levantamento de hipóteses e experimentos. Ex: levar os alunos para uma aula de campo aos arredores do CMEI, para observar os componentes dos espaços: terrestre, celeste e histórico social, coletar o máximo de componentes não vivos e vivos (pedra, água, garrafas, plantas, bichinhos,...). Ao chegar à sala de aula problematizar a respeito dos materiais coletados: quais não são vivos e quais são vivos; quais são sólidos, quais são líquidos e quais são gasosos; e os componentes do espaço celeste, se são vivos ou não vivos, são todos sólidos; quais possuem luz e quais não possuem, permitindo o levantamento de hipóteses. Organizar experimento com os materiais coletados observando as propriedades gerais dos mesmos (peso, extensão e estados físicos);

Proporcionar situações onde as crianças possam perceber a relação de interdependência entre a água, os vegetais, os animais, o homem e os microrganismos, bem como sua importância na saúde humana e ambiental, a partir da construção de terrário, o trabalho com a horta e o jardim,

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experimentos e aula de campo. Ex: solicitar às crianças que tragam areia pedriscos, terra úmida (horta), terra seca, mudas pequenas, sementes de alpiste, linhaça, minhocas, tatuzinho, formigas,... A partir destes materiais, construir dois terrários, sendo um com terra úmida e um recipiente com água (tampa de lata de fermento, de garrafa,...) e outro com a terra seca sem o recipiente com água, pedir para que as crianças observem diariamente o que está ocorrendo nos terrários. Pedir que a cada dia uma criança registre o que observou, por meio de desenho em folha de papel Kraft fixado na parede. Problematizar com as crianças os fenômenos observados nos experimentos. Observada a relação de interdependência entre a água e demais componentes, propor uma aula de campo às crianças para coletar várias amostras de água (rio, valeta, córrego, poça de água e torneira). Problematizar a respeito das características de cada uma, o porquê da sujeira e do mau cheiro, o que pode ocorrer se bebermos ou regarmos uma planta com a água suja ou contaminada;

Propor atividades onde as crianças possam diferenciar as formas que a água se apresenta na natureza relacionando-as a presença e a ausência de calor (energia térmica produzida pelo Sol), por meio de observação de imagens, vídeos e experimentos. Ex: Exibir o filme “Era do Gelo 2” para os alunos. Problematizar a respeito das formas que a água se apresenta na natureza de acordo com as imagens do filme. Realizar experimento colocando água no congelador, um pires com gelo no Sol e outro com gelo em um lugar com temperatura mais baixa para ver o que acontece.

Propor às crianças atividades onde elas possam perceber alguns fenômenos relacionados a água (chuva, granizo, neve, arco-íris,...) como vídeos, imagens e experimentos. Ex: Pegue uma tigela, pode ser de qualquer material. Encha com água até a metade e apóie um espelho na borda, deixando uma parte pra fora. Pegue uma folha de papel A4 e posicione-a entre o Sol e o espelho, porém num nível acima. É nela que vai surgir o arco-íris. Colocar água quente e um copo vazio dentro de um pote de plástico transparente, vedar o pote com papel filme, em cima deste colocar pedras de gelo. Ali se formarão gotas de água que irão encher o copo vazio, demonstrando a formação da chuva.

Sol: fonte de energia (luz e calor).

Solo (terra) e a relação de interdependência entre: Vegetais (plantas): fonte de nutrientes e fixação de raízes; Animais: habitat e fonte de alimento; Homem: habitat, fonte de alimento e de recursos minerais; Microrganismos: habitat, fonte de alimento (decomposição de matéria orgânica – produção de adubo

Solo próprio para o cultivo – presença de matéria orgânica e ausência de lixo, esgoto e agrotóxico; Solo impróprio para cultivo – seco, pouca matéria orgânica e presença de lixo, esgoto, agrotóxico.

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orgânico).

Objetivos Específicos – (Para quê?) - Perceber a relação de interdependência entre o solo, os vegetais, os animais, o homem e os microrganismos, bem como sua importância na saúde humana e ambiental;

Sugestões de situações de ensino e aprendizado – (Como?)

Propor atividades onde as crianças possam perceber a relação de interdependência entre o solo, os vegetais, os animais, o homem e os microrganismos, bem como a importância deste para saúde humana e ambiental, por meio de experimentos, o trabalho com a horta, o jardim, o terrário, vídeos e imagens. Ex: levar as crianças até a horta e pedir que observem os seres que interagem naquele espaço (joaninhas, lagartas, piolhos, pulgões, minhocas, hortaliças, mato, microrganismos,...) se possível utilizar uma lupa para poder visualizar alguns microrganismos e detalhes de alguns bichinhos. Problematizar se aquele solo fosse seco teríamos a variedade de vegetais e de bichinhos que deles se alimentam; se as plantas nascem em qualquer tipo de solo; do que o solo precisa para ser próprio para o cultivo; se o solo cheio de lixo e esgoto é próprio para o plantio; de onde vem a maioria dos alimentos que consumimos,... Solicitar às crianças que tragam rótulos de alimentos que eles consomem em suas casas para analisar a origem de cada alimento e a sua relação com o solo.

Sol: fonte de energia (luz e calor).

Ar e a relação de interdependência entre: Vegetais (plantas): respiração (produção de energia para o corpo), reprodução (meio de transporte de pólen e sementes); Animais: respiração (produção de energia para o corpo), meio de transporte (pássaros e insetos); Homem: respiração (produção de energia para o corpo); Microrganismo: respiração (para alguns tipos) e meio de transporte.

Ar próprio para a saúde humana e ambiental – ausência de fumaça, produtos poluentes (inseticidas, agrotóxicos, aerossóis,...) gases poluentes vindos do lixo e do esgoto; Implicações na saúde humana e ambiental relacionadas à poluição e contaminação da água, do solo e do ar: humana: (diarréia, verminose, vômito, infecção de intestino, problemas respiratórios, pneumonias,...)ambiental: presença de ratos, baratas, moscas, mosquitos, fungos, bactérias, vírus (zoonoses).

Objetivos Específicos – (Para quê?) - Perceber a relação de interdependência entre o ar, os vegetais, os animais, o

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homem e os microrganismos, bem como sua importância na saúde humana e ambiental.

Sugestões de situações de ensino e aprendizado – (Como?)

Propor atividades onde as crianças possam perceber a relação de interdependência entre o ar, os vegetais, os animais, o homem e os microrganismos, bem como a importância deste para saúde humana e ambiental, por meio de experimentos, vídeos e o trabalho com a horta. Ex: levar para sala de aula, bexiga, um copo com água, um copo com terra seca, um vaso com planta, folhas de cebolinha, agrião ou rúcula, Problematizar com os alunos o que é o ar; se ele existe; como eles percebem a existência do ar; quem precisa do ar para viver; propor alguns experimentos para que as crianças observem a existência e a importância do ar para os seres vivos como: pegar as folhas de cebolinha, agrião ou rúcula e mergulhar no copo com água, para que elas percebam ao ver as bolhas se formando na água a presença do ar no interior dos vegetais. Pedir a uma criança que coloque água no copo com terra seca e observe a presença do ar nas bolhas que se formarão. Pedir a outro aluno que encha a bexiga, questione o que tem dentro dela e de onde veio o ar que está na bexiga. Proponha a outro aluno que amarre um saco plástico num dos galhos da planta que está no vaso e peça que eles aguardem para ver o que irá acontecer, podendo assim observar dias depois a presença de vapor e gotículas de água comprovando a respiração e a transpiração da planta.

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