elaboraÇÃo do manual de operaÇÃo, uso e …coral.ufsm.br/engcivil/images/pdf/2_2017/tcc_rovani...

89
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E MANUTENÇÃO DAS EDIFICAÇÕES TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Rovani Schunke Cantarelli Santa Maria, RS, Brasil 2017

Upload: vankhanh

Post on 24-Nov-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE TECNOLOGIA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E

MANUTENÇÃO DAS EDIFICAÇÕES

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Rovani Schunke Cantarelli

Santa Maria, RS, Brasil

2017

Page 2: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E MANUTENÇÃO DAS

EDIFICAÇÕES

Rovani Schunke Cantarelli

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Universidade

Federal de Santa Maria (UFSM, RS) como requisito parcial para obtenção do grau de

Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Dr. Joaquim C. Pizzutti dos Santos

Santa Maria, RS, Brasil

2017

Page 3: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

Universidade Federal de Santa Maria

Centro de Tecnologia

Departamento de Estruturas e Construção Civil

A Comissão Examinadora, abaixo assinada,

aprova o Trabalho de Conclusão de Curso

ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E MANUTENÇÃO DAS

EDIFICAÇÕES

Elaborado por

Rovani Schunke Cantarelli

Como requisito parcial para obtenção do grau de

Engenheiro Civil

Comissão Examinadora

Page 4: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

“O Aprendizado é o significado mais límpido da vida, pois já mais se termina uma

existência sem que se aprenda algo.”

(Maria Clara Fraga Lopes)

Page 5: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

AGRADECIMENTOS

Ao professor e orientador, Prof. Dr. Joaquim Pizzutti dos Santos, pelo esforço pessoal,

pelo seu tempo, conhecimentos técnicos transmitidos durante o curso de graduação que

levarei para toda a vida profissional. De mesmo modo agradeço à Universidade Federal de

Santa Maria por toda a infraestrutura oferecida ao longo da vida acadêmica, e a todos os

docentes que contribuíram para meu crescimento profissional e acadêmico.

À minha família, com destaque para minha mãe Rosecler Cantarelli e meu pai Giovani

Alves Cantarelli, por acreditarem no meu potencial, pelo apoio moral e financeiro durante

toda minha vida acadêmica.

À minha namorada Taís Storgatto que esteve sempre presente, dando apoio durante a

elaboração deste trabalho. E a todos os outros que me acompanharam nessa jornada e que de

alguma forma contribuíram para a realização desse momento importante na minha vida, a

graduação em engenharia civil.

Page 6: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

RESUMO

Trabalho de conclusão de curso

Departamento de Estruturas e Construção Civil

Universidade Federal de Santa Maria

ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E MANUTENÇÃO DAS

EDIFICAÇÕES

AUTOR: Rovani Schunke Cantarelli

ORIENTADOR: Prof. Dr. Joaquim C. Pizzutti dos Santos

DATA E LOCAL DA DEFESA: Santa Maria, 19 de Dezembro de 2017

O presente TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) se baseia na importância da elaboração

correta do manual de uso, operação e manutenção de uma edificação, que além de fazer parte

das garantias oferecidas pela empresa construtora ao adquirente do imóvel em decorrência da

lei, também possui um importante papel para a preservação da vida útil de qualquer imóvel.

Com base na revisão legal e normativa apresentada no trabalho, é explicitada a importância e

a obrigatoriedade do fornecimento deste documento ao proprietário da edificação no momento

da entrega das chaves por parte do responsável pelo empreendimento. Além dessa revisão

legal e normativa, o presente trabalho aborda os principais conceitos envolvidos na elaboração

do Manual da Edificação, fornecendo informações importantes de modo a orientar a

elaboração deste documento desde a coleta de dados até a apresentação das informações

constantes no mesmo. Dessa forma, comprovou-se a importância do fornecimento desse

documento tanto para o proprietário do imóvel quanto para o construtor, de modo a evitar

impasses judiciais e garantir o desempenho e a durabilidade da edificação.

Palavras-chave: Manual; Uso; Operação; Manutenção; Edificação.

.

Page 7: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

ABSTRACT

Completiom of Course Work

Undergraduate Course in Civil Engineering

Federal University of Santa Maria

BUILDING OPERATION & MAINTENANCE MANUALS' DEVELOPMENT

AUTHOR: Rovani Schunke Cantarelli

ADVISOR: Prof. Dr. Joaquim C. Pizzutti dos Santos

Date and place of defense: Santa Maria, 19 de Dezembro de 2017

The present paper is based on the importance of the correct development of the Building

Operation and Maintenance Manual, wich, besides being part of the guarantees offered by the

contractor to the property’s purchaser as a result of the law, it also plays an important role in

the preservation of any building’s lifespan. Based on a legal and normative review, the

presente paper explicit the importance and obligation of providing this document to the

building’s owner at the practical completion certification. In adittion to this legal and

normative review, this paper presentes the main concepts involved in the development of this

document, from the collection of data to the layout of presentation of its contents. Therefore,

it was proved the importance of providing this document both to the owner and to the builder

in order ro avoid legal impasses and guarantee the performance and durability of the building.

Keywords: Manual; Operation; Maintenance; Building.

Page 8: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

LISTA DE FIGURAS

Figura1 – Diagrama dos fatores relacionados com a manutenção de um edifício...................22

Figura 2 - Vida útil de projeto (VUP) segundo a NBR 15575................................................ 25

Figura 3 – As fases do processo construtivo e documentação gerada..................................... 31

Figura 4 – Relação dos circuitos elétricos de um imóvel.........................................................50

Figura 5 - Influência da manutenção na vida útil da edificação ..............................................62

Page 9: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

LISTA DE APÊNDICES

APÊNDICE 1 – Modelo de ilustrações incluídas em um Manual de Operação, Uso e

Manutenção de um edifício residencial da cidade de Santa Maria RS .............................83

Page 10: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Prazos para reclamação do proprietário pelos vícios..............................................26

Tabela 2 – Exemplo de relação de profissionais responsáveis pela edificação........................39

Tabela 3 – Exemplo de relação de fornecedores dos materiais componentes da edificação....39

Tabela 4 – Sugestões de recomendações para manutenção das vedações de uma

edificação................................................................................................................43

Tabela 5 - Sugestões de recomendações para manutenção dos revestimentos de uma

edificação..................................................................................................................45

Tabela 6 - Sugestões de recomendações para manutenção das instalações elétricas de uma

edificação..................................................................................................................50

Tabela 7 - Sugestões de recomendações para manutenção das instalações hidrossanitárias de

uma edificação.........................................................................................................52

Tabela 8 - Sugestões de recomendações para manutenção das instalações prediais de gás ....53

Tabela 9 - Sugestões de recomendações para manutenção das esquadrias, janelas e portas da

edificação................................................................................................................ 54

Tabela 10- Sugestões de recomendações para manutenção das esquadrias, janelas e portas da

edificação................................................................................................................ 56

Tabela 11: Sugestões de recomendações para manutenção das instalações e equipamentos

para combate a incêndios.......................................................................................57

Tabela 12 – Sugestões de manutenções e verificações para um plano de manutenção

predial....................................................................................................................63

Tabela 13 – Documentação técnica e legal...............................................................................68

Page 11: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

LISTA DE ANEXOS

ANEXO A – MODELO DE SOLICITAÇÃO DE ASSISTÊNCIA ...................................66

ANEXO B – MODELO DE LIVRO DE REGISTRO DE MANUTENÇÃO ...................67

ANEXO C – MODELO DE TERMO DE VISTORIA DO IMÓVEL...............................68

ANEXO D – MODELO DE TERMO DE RECEBIMENTO DO IMÓVEL.....................69

Page 12: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

LISTA DE ABREVIATURAS SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

CBIC Câmara Brasileira da Indústria da Construção

CDC Código de Defesa do consumidor

SINDUSCON Sindicato da Indústria da Construção

VUP Vida Útil de Projeto

Page 13: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................15

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO............... .............................................................................15

1.2 JUSTIFICATIVA..........................................................................................................16

1.3 OBJETIVOS.................................................................................................................17

1.3.1 Objetivo geral..............................................................................................................17

1.3.2 Objetivos específicos...................................................................................................17

1.3 METODOLOGIA.........................................................................................................17

1.4 ESTRUTURA DE APRESENTAÇÃO DO TRABALHO...........................................17

2 EXIGÊNCIAS LEGAIS E NORMATIVAS.............................................................19

2.1 ABNT NBR 14037: MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E MANUTENÇÃO DAS

EDIFICAÇÕES.............................................................................................................19

2.2 ABNT NBR 15575: DESEMPENHO DE EIFICAÇÕES HABITACIONAIS............20

2.3 ABNT NBR 5674: MANUTENÇÃO DE EDIFICAÇÕES..........................................20

2.4 CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR..............................................................20

3 CONCEITOS BÁSICOS............................................................................................22

3.1 MANUTENÇÃO..........................................................................................................22

3.1.1 Manutenção rotineira.................................................................................................23

3.1.2 Manutenção preventiva..............................................................................................23

3.1.3 Manutenção corretiva.................................................................................................23

3.1.4 Manutenibilidade da edificação.................................................................................23

3.2 DURABILIDADE E VIDA ÚTIL DA EDIFICAÇÃO.........................,,,,...................24

3.2.1 Vida útil de projeto (VUP) ........................................................................................25

3.3 VÍCIOS E DEFEITOS..................................................................................................26

3.4 DESEMPENHO............................................................................................................27

4. MANUAL DE USO, OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DAS EDIFICAÇÕES....28

4.1 MANUAL DO PROPRIETÁRIO.................................................................................29

4.2 MANUAL DAS ÁREAS COMUNS............................................................................29

4.3 O DEVER DE INFORMAR E A IMPORTÂNCIA DA TRANSPARÊNCIA NAS

RELAÇÕES DE CONSUMO.......................................................................................28

4.4 ELABORAÇÃO DO MANUAL DA EDIFICAÇÃO..................................................30

4.4.1 Coleta dos dados e informações para a elaboração do documento........................31

4.4.2 Etapa de uso, operação e manutenção da edificação...............................................31

5 CONTEÚDOS A SEREM APRESENTADOS NO MANUAL DA

EDIFICAÇÃO............................................................................................................ 33

5.1 TERMOS DE GARANTIA DO IMÓVEL...................................................................33

5.1.1 Garantia legal e contratual.........................................................................................34

5.1.2 Perdas de garantias.....................................................................................................35

5.2 ASSISTÊNCIA TÉCNICA...........................................................................................36

5.3 MEMORIAL DESCRITIVO........................................................................................37

5.4 PROJETOS “AS BUILT”.............................................................................................37

5.5 FORNECEDORES E RESPONSÁVEIS PELA EDIFICAÇÃO.................................38

5.6 CUIDADOS E RECOMENDAÇÕES PARA O USO ADEQUADO DA

EDIFICAÇÃO..............................................................................................................41

Page 14: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

5.6.1 Estrutura da edificação ...........................................................................................41

5.6.2 Vedações da edificação ............................................................................................42

5.6.3 Revestimentos da edificação.....................................................................................44

5.6.4 Instalações elétricas da edificação.......................................................................... 48

5.6.5 Instalações hidrossanitárias da edificação .............................................................50

5.6.6 Instalações predial de gás ......................................................................................51

5.6.7 Esquadrias, janelas e portas ....................................................................................53

5.6.8 Impermeabilização ..................................................................................................54

5.6.9 Cuidados referentes às instalações para ar condicionado.................................... 54

5.6.10 Áreas comuns do condomínio .................................................................................55

5.6.11 Instalações e equipamentos para combate a incêndios ........................................ 56

5.7 PROCEDIMENTOS DE EMERGÊNCIA..................................................................57

5.8 RECOMENDAÇÕES GERAIS..................................................................................57

5.8.1 Uso racional da água, energia elétrica e coleta seletiva de lixo ............................57

5.9 PEDIDOS DE LIGAÇÕES PÚBLICAS....................................................................58

5.10 REFORMAS NA EDIFICAÇÃO..............................................................................58

5.11 ATUALIZAÇÃO DO MANUAL..............................................................................59

6 PLANO DE MANUTENÇÃO PREDIAL DA EDIFICAÇÃO..............................61

7 DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA E LEGAL............................................................67

8 ENTREGA DO EMPREENDIMENTO.................................................................72

8.1 QULIDADE E GESTÃO DE ENTREGA DE EMPREENDIMENTOS NA

CONSTRUÇÃO CIVIL .............................................................................................72

8.2 VISTORIA..................................................................................................................73

8.3 ENTREGA DO MANUAL DA EDIICAÇÃO...........................................................73

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................75

9.1 CONCLUSÕES...........................................................................................................75

Page 15: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

15

1. INTRODUÇÃO

A crescente concorrência no cenário nacional da indústria da construção civil vem

aumentando a crescente procura pelas empresas em oferecer produtos finais que apresentem a

qualidade como diferencial competitivo. Ademais, nos últimos anos entra em vigor no país a

Norma de Desempenho de Edificações, a NBR 15575 (ABNT, 2013), estabelecendo

exigências no quesito de conforto e qualidade em cada um dos sistemas que compõe uma

edificação. Sendo essa, a primeira norma a tratar da qualidade dos produtos do setor da

construção civil, bem como a sua utilização pelos consumidores.

A norma citada atribui responsabilidades para todos os envolvidos na elaboração dos

projetos, processo construtivo e na manutenção da edificação, bem como para os usuários,

com a finalidade de manter o desempenho pretendido durante o prazo de vida útil do

empreendimento (BALCONI, 2013, p. 1). Por meio do documento, é possível realizar a

divisão correta de responsabilidades entre projetistas, construtores, usuários e fabricantes.

Dentro dessas atribuições de responsabilidades, a NBR 15575 (ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013) atribui ao incorporador ou construtor a

responsabilidade de elaborar um Manual de Uso, Operação e Manutenção da edificação que

norteio as intervenções do usuário. E, cabe a este, realizar uma manutenção periódica e

preventiva de maneira eficiente de modo a garantir que o imóvel tenha condições de atender

às expectativas de projetos durante sua vida útil.

O Manual de Uso, Operação e Manutenção é considerado um dos documentos de

maior importância fornecidos ao proprietário do empreendimento. O mesmo contém

informações e diretrizes a respeito da utilização e manutenção do seu patrimônio, bem como a

correta forma de manter a sua conservação durante o período de vida útil do imóvel

(ANTONIAZZI, 2013). É nesse documento, norteado pela NBR 14037 (ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2011), que se encontram estabelecidos os

requisitos mínimos para elaboração e apresentação dos conteúdos a serem incluídos no

manual elaborado pelo construtor ou incorporador, conforme legislação vigente.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

A indústria da construção civil se apresenta como um dos setores de maior

importância na formação do Produto Interno Bruto do Brasil, tendo um grande poder de

alavancagem da economia devido a sua elevada participação na formação de investimentos,

Page 16: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

16

sendo responsável por aproximadamente 70% da formação de capital da economia brasileira

(GONDIN et al, 2004, p.1).

As empresas do setor atuam em um mercado cada vez mais competitivo. Em que o

avanço tecnológico e as transformações do ambiente contribuem para que as empresas

procurem novas soluções para aperfeiçoar seus processos e obter vantagens sobre seus

concorrentes.

Além de ter grande importância na economia nacional, atualmente, o setor tem se

mostrado mais do que um empreendimento leigo, mas, sobretudo um processo técnico de alta

especialização, com clientes cada vez mais exigentes e informados sobre seus direitos legais,

bem como sobre os deveres da empresa contratada.

No atual cenário competitivo da construção civil no Brasil, diversas construtoras

estão investindo em ações de melhoramento da gestão de entrega dos empreendimentos, de

modo a garantir um bom e duradouro relacionamento com os seus clientes. Assegurando

satisfação, e trazendo maior confiança ao consumidor (LIMA, 2016, p.1).

Desse modo, é de suma importância a empresa oferecer diferenciais como um manual

do proprietário bem elaborado, de modo a promover uma boa gestão de entrega do

empreendimento, mantendo um bom relacionamento com o cliente, e garantindo a preferência

deste para próximos negócios.

Diante desse cenário, é muito importante a preocupação com a boa gestão de entrega

de empreendimentos por parte das empresas construtoras, uma vez que esse momento marca a

troca da responsabilidade da obra para o condomínio, e é regido por diversos aspectos legais e

normativos, bem como por documentações importantes.

1.2 JUSTIFICATIVA

O presente trabalho justifica-se na importância e na obrigatoriedade da elaboração do

manual de operação, uso e manutenção das edificações, documento que constitui as garantias

legais do empreendimento, bem como agrega detalhes construtivos e informações sobre o

desempenho, uso e conservação do imóvel.

Apesar da entrega desse documento ser obrigatória, o mesmo nem sempre é

elaborado de forma adequada pela empresa construtora, porém, no atual cenário da construção

civil, esse tem se mostrado de grande relevância para a gestão de entrega do empreendimento

Page 17: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

17

uma vez que o mesmo é responsável por descrever todas as inter-relações entre a construtora e

os proprietários da edificação, bem como as regras para se ter direito a garantias.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo geral

O presente trabalho tem como objetivo principal estabelecer diretrizes e um roteiro

para elaboração de um manual de uso, operação e manutenção para edificações conforme as

normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e legislações vigentes.

1.3.2 Objetivos Específicos

• Abordar os principais conceitos, normativas e leis que se aplicam à elaboração do

Manual de Operação, Uso e Manutenção das Edificações.

• Apresentar uma forma para coleta das informações relevantes e a apresentação

dessas no documento em questão.

• Enfatizar a importância do Manual de Uso, Operação e Manutenção das

Edificações para o usuário e a empresa construtora.

1.4 METODOLOGIA

O trabalho proposto consiste em uma revisão bibliográfica a cerca do tema “Manual

de Uso, Operação e Manutenção das Edificações”, e foi elaborado com base em artigos,

livros, trabalhos e resenhas de diversos autores, bem como consultas a normas e leis. Além

dessas fontes de pesquisas bibliográficas, o trabalho também contempla parte das atividades

desenvolvidas pelo acadêmico durante seu período de Estágio Supervisionado, no qual esse

participou da elaboração de manuais de edificações.

1.5 ESTRUTURA DE APRESENTAÇÃO DO TRABALHO

Primeiramente, o presente trabalho se propõe a realizar uma revisão legal e normativa

para a elaboração do Manual da Edificação. Após, será realizado uma revisão bibliográfica

acerca dos principais conceitos envolvidos na elaboração do documento, e os processos que

Page 18: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

18

irão guiar a coleta de dados e o desenvolvimento desse documento de fundamental

importância ao usuário do imóvel. Também será apresentado um roteiro para elaboração do

Manual de Uso, Operação e Manutenção de uma edificação, onde apresentadas a disposições

gerais desse, comentando sobre cada item do documento, segundo as normas e legislações

vigentes, bem como mostrando a forma, linguagem e composição da estrutura do material de

modo a torna-lo didático e acessível ao usuário da edificação. Ao final será feita a

apresentação dos resultados encontrados e as conclusões.

Page 19: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

19

2 EXIGÊNCIAS LEGAIS E NORMATIVAS

O manual de uso, operação e manutenção das edificações, tem como objetivo principal

orientar o entendimento técnico dos direitos e obrigações aos proprietários da edificação, e

orientar as construtoras nas suas obrigações. O mesmo deverá estar em consonância com a

NBR 14037 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉNICAS, 2011), a qual

estabelece os requisitos mínimos para elaboração e apresentação dos conteúdos a serem

apresentados no documento que deverá ser entregue pelo construtor e/ou incorporador,

conforme legislação vigente.

Ademais, com a finalidade de atender ao consumidor, surgiram novas exigências em

relação conforto, durabilidade da edificação e segurança estrutural, principalmente através da

norma NBR15575 (ABNT, 2013) e do Código do Consumidor. Com esta situação os direitos

e obrigações passam a exigir não somente da empresa responsável pela construção do

empreendimento, mas também, dos proprietários das unidades, a forma correta de uso,

operação e manutenção da edificação através das instruções e diretrizes contidas no Manual

da Edificação.

2.1 ABNT NBR 14037: MANUAL DE OPERAÇÕES, USO E MANUTENÇÃO DAS

EDIFICAÇÕES

“Estabelece o conteúdo a ser incluído no Manual de operação, uso e manutenção das

edificações com recomendações para sua elaboração e apresentação” (ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2011).

A norma apresenta recomendações e requisitos mínimos para elaboração e

apresentação dos conteúdos a serem incluídos nos manuais das edificações, que devem ser

elaborados e entregues pelo responsável pela edificação, conforme legislação vigente, de

modo a:

a) Informar aos proprietários das unidades autônomas e ao condomínio as

características técnicas na edificação.

b) Informar em linguagem adequada os procedimentos recomendáveis e obrigatórios

para o uso, conservação e manutenção do edifício.

c) Recomendar ações que contribuam para estender a vida útil do projeto.

d) Recomendar ações para prevenir a ocorrência de falhas ou acidentes decorrentes de

uso inadequado;

Page 20: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

20

e) Fornecer Informações e procedimentos recomendáveis para um melhor

aproveitamento da edificação

As informações apresentadas no manual devem ser escritas em linguagem acessível,

de modo a facilitar a compreensão por parte do usuário da edificação, contendo um nível de

detalhamento compatível com a complexidade do empreendimento.

De mesmo modo, a empresa responsável pela execução empreendimento deve

certificar-se que os materiais e equipamentos empregados na obra atendam os requisitos

especificados. Arquivar documentos importantes como os termos de garantias, notas fiscais,

contratos, manuais dos fabricantes, de modo a entregar ao proprietário ou síndico, mantendo

uma cópia dos mesmos no arquivo da empresa.

2.2 ABNT NBR 15575: DESEMPENHO DE EDIFICAÇÕES HABITACIONAIS

A norma contempla as obrigações profissionais em todas as etapas da construção de

um empreendimento e durante a vida útil da edificação, com destaque para os deveres e

obrigações dos usuários quanto à conservação do imóvel a fim da obtenção de sua garantia e

vida útil (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013).

Além disso, o documento estabelece as exigências mínimas de desempenho requeridas

pelo usuário no que se referem à segurança, habitualidade e sustentabilidade, obrigando as

empresas do setor da construção civil a conceberem e executarem as obras para que o nível de

desempenho especificado em projeto seja mantido ao longo da vida útil da edificação.

2.3 ABNT NBR 5674: MANUTENÇÃO DE EDIFICAÇÕES

Publicada em Julho de 2012, a norma descreve de forma objetiva a obrigatoriedade da

elaboração de um programa de manutenção predial, de maneira a preservar e estender a vida

útil das edificações em razão da degradação natural e do próprio desempenho dos sistemas,

elementos e componentes da edificação. Seja essa rotina de atividades desenvolvidas por uma

equipe de manutenção local ou empresa especializada.

2.4 CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

O Código de Defesa do Consumidor estabelece exigências para as relações entre

produtores e consumidores ao mesmo tempo em que impõe pesadas sanções aos responsáveis

Page 21: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

21

técnicos quando o produto apresentar falhas em uso ou vícios de construção, vedando a

colocação no mercado de qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas técnicas

brasileiras elaboradas pela ABNT.

Empresas do ramo da construção civil estão explicitamente citados no Código de

Defesa do Consumidor. No cenário atual, é de suma importância para as empresas atuantes

nesse setor da indústria a manter características como: tradição, longevidade e seriedade. E de

modo a manter essas características é importante que as empresas desse setor respeitem os

direitos dos consumidores (LASTE, 2012).

O Código de Defesa do Consumidor (BRASIL, 1990, p. 2), através de seu artigo 6.,

Parágrafo 1., informa que é direito básico do consumidor gozar proteção à vida, saúde e

segurança contra os ricos provocados por práticas do fornecimento de produtos e serviços

considerados perigosos ou nocivos. No parágrafo 2. do mesmo artigo é exigido que o

consumidor seja educado e informado sobre o uso e o consumo adequado dos produtos e

serviços. Portanto, é dever da empresa construtora, ao colocar seu produto no mercado,

fornecer através do Manual de Uso, Operação e Manutenção da edificação informações que

garantam a integridade do usuário e do imóvel de forma que ele possa utilizar plenamente a

edificação sem nenhum risco à integridade de ambos.

De mesmo modo, o Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 50., exige que

qualquer produto colocado no mercado deve ser entregue acompanhado de manual de

utilização e/ou instalação, elaborado em linguagem didática, com ilustrações explicativas,

informações corretas e precisas.

Page 22: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

22

3 CONCEITOS BÁSICOS

3.1 MANUTENÇÃO

Manutenção é definida como o “conjunto de atividades a serem realizadas ao longo da

vida total da edificação para conservar ou recuperar a sua capacidade funcional e de seus

sistemas constituintes de atender às necessidades e segurança dos usuários” (NBR 15575-1,

2013).

A mesma norma esclarece que a manutenção é economicamente relevante no custo

global do empreendimento, não podendo ser realizada de modo improvisado, sendo entendida

com um serviço técnico especializado.

A manutenção predial abrange questões muito além de manter a edificação em bom

estado, como questões legais, sociais, econômicas e ambientais sendo algumas variáveis que

estão envolvidas no processo de manutenção. Ao mesmo tempo em que o procedimento de

manutenção predial contribui para a garantia da vida útil de um imóvel, o mesmo é importante

para a preservação das fontes de recursos naturais, à media que esse processo evita a

necessidade de construção de um novo empreendimento (FERREIRA, 2010, p.13)

Com base no diagrama apresentado na figura 1, é percebido que a manutenção predial

não se aplica apenas na fase de pós-ocupação do empreendimento, mas deve ser entendida

como um conceito que abrange todas as fases do empreendimento. Uma vez que, as decisões

tomadas nas etapas anteriores ao pós-ocupação irão influenciar na manutenibilidade da

edificação.

Figura1: Diagrama dos fatores relacionados com a manutenção de um edifício

Fonte: (FERREIRA, 2010).

Page 23: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

23

Além disso, como sugere a figura 1, a empresa e os profissionais responsáveis pelo

edifício podem se aproveitar da situação de modo a aprender com o que já foi realizado. Ou

seja, após a entrega do imóvel pode ser realizada uma retroalimentação das etapas anteriores o

que tange à aplicabilidade ou não de uma determinada solução anteriormente adotada em

outros empreendimentos (FERREIRA, 2010, p.25).

3.1.1 Manutenção rotineira

Segundo a NBR 5674 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,

2012), esse tipo de manutenção se baseia em serviços de menor complexidade e padrão

definido, com fluxo constante de serviços, podendo ser executados por uma equipe de

manutenção permanente da edificação.

3.1.2 Manutenção preventiva

Tipo de manutenção caracterizada por exigir um planejamento prévio para execução

dos serviços, os quais podem ser solicitados pelos usuários ou pelo programa de manutenção

da edificação. Esse tipo de serviço tem por finalidade tratar das condições de durabilidade dos

componentes em questão (NBR 5674, 2012).

3.1.3 Manutenção corretiva

De acordo com a NBR 5674 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS

TÉCNICAS, 2012), a manutenção corretiva é definida como o conjunto de serviços

emergenciais ou essenciais que necessitam intervenção imediata para que o imóvel continue

atendendo os requisitos mínimos de desempenho e segurança ao usuário.

3.1.4 Manutenibilidade da edificação

De modo geral, uma edificação apresenta uma característica que a diferencia dos

demais bens, uma vez que a mesma apresenta uma vida útil consideravelmente grande, e para

que esse prazo seja realmente alcançado com um bom funcionamento dos sistemas que a

compõe, é fundamental a prática da manutenção (FERREIRA, 2010, p.20).

Page 24: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

24

A etapa de manutenção sempre foi entendida como um processo que se inicia apenas

após a entrega do empreendimento aos proprietários, durante a etapa de pós-ocupação. Porém,

mesmo essa etapa concentrando um maior esforço com o processo de manutenção, é

importante levar em conta o processo de manutenção predial desde o momento da concepção

da edificação, pois são nas etapas anteriores à entrega da edificação que importantes decisões,

que podem influenciar na manutenibilidade da edificação, são tomadas.

Deste modo, todos os projetos que compõe o empreendimento devem ser

desenvolvidos já levando em conta facilitar as manutenções ao longo da vida útil da obra. A

manutenção da edificação, conforme a NBR 14037 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

NORMAS TÉCNICAS, 2011), consiste no conjunto de atividades a serem realizadas à fim de

conservar ou recuperar a capacidade funcional do edifício, bem como de seus componentes e

sistemas, de modo a manter um bom desempenho durante a utilização e atender às

necessidades de segurança dos usuários.

A mantenabilidade segundo Zanotto et al (2015, p. 284) , é a medida da facilidade de

manutenção, que deve receber devida importância na fase de concepção do empreendimento à

partir da crescente demanda dos usuários por imóveis mais duráveis e a preocupação com a

redução dos custos de manutenção ao longo da vida útil da edificação.

Ademais, a NBR 15575 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,

2013) estabelece como critérios de manutenibilidade o favorecimento das condições de acesso

para inspeção e manutenção predial. Condição que se define pela elaboração de um sistema de

manutenção organizado e adequado às operações de usos da edificação e a correta informação

ao proprietário do imóvel através do Manual de Uso, Operação e Manutenção.

3.2 DURABILIDADE E VIDA ÚTIL DA EDIFICAÇÃO

Durante a década de 1990, houve um forte movimento para introdução e

caracterização do conceito de vida útil das edificações, a definição desse conceito foi

motivada pela necessidade de avaliação do desempenho econômico, bem como do

planejamento da manutenção do empreendimento (ROQUE. MORENO JÚNIOR, 2005).

Segundo Isaia (2011), o termo durabilidade está ligado a capacidade do produto em

manter seu desempenho e suas características as quais o mesmo foi projetado, durante um

período de tempo. Ou seja, durabilidade significa que determinada edificação terá um

desempenho contínuo satisfatório para as finalidades as quais ela foi concebida e projetada,

Page 25: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

25

mantendo sua resistência e condições normais de serviço durante a vida útil especificada ou

esperada.

A vida útil de uma edificação depende da vida útil adotada em projeto e,

principalmente, da periodicidade e efetividade das manutenções realizadas no imóvel

(ROQUE. MORENO JÚNIOR, 2005, p. 4). Assim, fica evidente a importância da elaboração

de um manual da edificação contemplando a etapa de manutenção predial a fim de estender a

vida útil e a durabilidade do edifício e de todos os seus componentes e sistemas.

3.2.1 Vida útil de projeto (VUP)

É o período estimado de tempo para o qual um sistema é projetado, a fim de atender

aos requisitos de desempenho estabelecidos na norma de desempenho, NBR 15575,

considerando os requisitos das normas aplicáveis, o estágio do conhecimento no momento do

projeto e supondo o atendimento da periodicidade e correta execução dos processos de

manutenção especificados no Manual da Edificação.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas estabelece, através da NBR 15575

(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013), os requisitos mínimos de

desempenho a serem atendidos pela edificação quanto a segurança, habitabilidade e

sustentabilidade. Além disso, o documento expõe que a vida útil de uma edificação é variável

individualmente para cada sistema que compõe a mesma, conforme a figura 1.

Figura 2 – Vida útil de projeto (VUP) segundo a NBR 15575

Fonte: (KELCH, 2016).

Page 26: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

26

3.3 Vícios e defeitos

Toda empresa atuante na indústria da construção civil tem, como primeiro dever legal,

assegurar e responder pela perfeição da edificação executada. Tanto o responsável técnico

pelo projeto e execução do empreendimento, quanto o incorporador e o construtor respondem

pela imperfeição da obra, pois lhes é dever de edificar em consonância com as boas técnicas e

metodologias construtivas.

Assim como na aquisição de um produto de qualquer natureza, ao comprar um imóvel,

são necessárias garantias de que o mesmo é entregue em perfeitas condições de uso, e de

acordo com o memorial descritivo do empreendimento e as normas técnicas vigentes.

Segundo o Código de Defesa do Consumidor (Brasil, 1990), o produto é considerado

defeituoso quando o mesmo não oferece a segurança esperada, de maneira que possa

apresentar riscos à integridade de quem possa estar usufruindo o mesmo. Ou seja, o defeito se

define como falhas no produto que podem afetar a saúde e a segurança do consumidor.

O vício está intimamente ligado à qualidade ou quantidade do produto, de modo que o

mesmo se torne inadequado ao consumo ou diminuindo-lhe o valor. Segundo a NBR 13752

(ABNT, 1996), vícios são anomalias, decorrentes de falha de projeto ou execução, ou da

informação defeituosa sobre sua utilização ou manutenção, que afetam o desempenho do

produto, tornando-o inadequado ao fim a que se destina, causando transtornos ou prejuízos

materiais ao consumidor.

De acordo com Grandiski (2013), os vícios podem ser classificados como aparentes ou

ocultos, sendo o primeiro caracterizado pela apresentação de falhas construtivas facilmente

detectáveis pelo consumidor, e o segundo caracterizado por falhas inexistentes no ato de

entrega, mas que se apresentam futuramente durante a fase de utilização do produto.

Tabela 1 - Prazos para reclamação do proprietário pelos vícios

Fonte: (AMBROSIO, 2017, p. 34).

Page 27: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

27

3.4 Desempenho

A degradação da edificação ou de seus componentes, e a consequente redução de

desempenho é um problema frequente, que ocorre pincipalmente devido ao envelhecimento

precoce dos mesmos desencadeado por problemas de projeto e execução e a falta de

manutenção (POSSAN; DEMOLINER, 2013, p.2).

Desempenho de uma edificação pode ser definido como o comportamento da mesma

durante a fase de utilização. Comportamento que abrange as questões mínimas de

habitabilidade necessárias para que o usuário possa utilizá-la com segurança e conforto.

A NBR 15575-1 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2010)

define desempenho como sendo o comportamento que a edificação e seus sistemas

apresentam durante a utilização dos mesmos. Para possuírem um desempenho adequado, os

sistemas que compõe uma edificação devem ser capazes de cumprir e manter todos os

requisitos e especificações durante a vida útil do imóvel.

Page 28: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

28

4 MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E MANUTENÇÃO DAS EDIFICAÇÕES:

O Código de Defesa do Consumidor exige do consumidor ou fabricante o fornecimento de

informações adequadas a respeito do uso, manutenção e riscos dos produtos comercializados.

Desse modo, todas as empresas do ramo da construção civil, ao colocar um imóvel à venda no

mercado, tem por obrigação o fornecimento de um manual para o proprietário dessa

edificação.

O manual da edificação tem por função principal orientar o proprietário no uso correto

do imóvel para melhor aproveitamento do mesmo, e da mesma forma, conter instruções para

lidar com situações de reforma e manutenções, prevenir ocorrência de falhas e acidentes

decorrentes do mau uso do imóvel, orientar sobre os materiais que podem ser utilizados para

reparos, o que pode ser nocivo à estrutura da edificação e a quem o usuário deve recorrer para

buscar suporte técnico.

Outras informações importantes que devem ser contempladas pelo documento são,

preferencialmente, cópias dos projetos ‘as built’ da edificação, informações sobre o padrão de

materiais utilizados em área comum, como batentes ou esquadrias, e determinar restrições

para reformas que possam comprometer a coerência da fachada da edificação.

O Manual de Operação, Uso e Manutenção é um dos mais importantes documentos

fornecidos ao proprietário de um imóvel. É nele que estão descritas as inter-relações dos

incorporadores e condomínios, e as regras para se ter direito a garantias. O mesmo contém

informações que se referem à utilização e a manutenção da edificação, bem como à forma

correta de manter as sua conservação (ANTONIAZZI, 2012, p. 12).

Apesar de no contexto atual as empresas construtoras não darem a devida importância

a esse documento, o mesmo é de fundamental importância para a gestão da entrega de

empreendimentos da empresa, uma vez que esclarece as responsabilidades dos construtores

no que diz respeito à garantia de atendimento da vida útil da edificação, bem como garante o

máximo de informações aos proprietários e ao condomínio sobre a edificação. Também

esclarece as diretrizes fundamentais para a correta forma de manutenção do edifício, de modo

a prevenir danos decorrentes do mau uso, assegurando a durabilidade, vida útil, e

possibilitando maior economia no caso da necessidade de futuras intervenções.

Desse modo, a entrega desse manual, é sem dúvidas, importante para ambas as partes.

Uma vez que que o proprietário tem em mãos um documento que o auxiliará na manutenção

de se imóvel, garantindo o seu funcionamento, valorização no mercado imobiliário e uma

extensão de sua vida útil. De outro lado, o construtor pode se isentar de certas

Page 29: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

29

responsabilidades quando comprovado que o usuário não seguiu as orientações contidas no

documento.

4.1 MANUAL DO PROPRIETÁRIO

Deve ser elaborado o Manual do Proprietário específico para a unidade autônoma,

abrangendo os itens e componentes utilizados na construção do imóvel, contendo suas

respectivas descrições, bem como as operações necessárias para o correto uso desses, e

informações a respeito das atividades necessárias para manutenção dos mesmos. Além disso,

os clientes devem ser informados da importância da manutenção de sua unidade, bem como

de sua responsabilidade proporcional à sua condição de condômino na manutenção das áreas

comuns do condomínio (CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO,

2014, p. 31).

4.2 MANUAL DAS ÁREAS COMUNS

Da mesma forma, as áreas comuns do condomínio, também requerem cuidados

específicos para o seu uso, operação e manutenção. A fim de orientar o síndico a respeito das

informações relevantes para utilização e conservação do patrimônio de uso comum da

edificação, é recomendado que o manual do síndico também faça parte integrante da

documentação do condomínio, com o mesmo servindo de guia para uma melhor

administração do condomínio.

O documento é elaborado com a finalidade de transmitir as informações referentes ás

áreas de uso comum da edificação, estabelecendo condições de uso, operação, manutenção

para as mesmas. Além disso, o manual deve contemplar as condições de garantias, e orientar,

de forma genérica sobre a conservação e manutenção da edificação.

Durante a entrega da edificação, é aconselhável a entrega de um documento que

contemple as características da edificação e aconselhe o síndico na implantação de uma gestão

de manutenção. É de responsabilidade da construtora ou incorporadora elaborar um manual

definitivo em linguagem apropriada e com as especificidades da edificação “as built”, para as

áreas de uso comum do imóvel, conforme a NBR 14037 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

NORMAS TÉCNICAS, 2011).

A abordagem e extensão das informações devem ser de acordo com a complexidade

do produto e de seus equipamentos. O síndico ao se eleger, recebe a incumbência de zelar

Page 30: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

30

pelo condomínio, conforme a legislação vigente. A negligência perante os serviços de

manutenção rotineira e preventiva pode significar a desvalorização do patrimônio coletivo,

além de acarretar em risco de comprometer a vida útil dos sistemas construtivos.

4.3 O DEVER DE INFORMAR E A IMPORTÂNCIA DA TRANSPARÊNCIA NAS

RELAÇÕES DE CONSUMO

O dever de transmitir a informação baseia-se no reconhecimento de um déficit

informacional do consumidor perante o fornecedor, uma vez que este último detém o

conhecimento especializado acerca do processo de produção e fornecimento dos produtos e

serviços no mercado (SOARES, 2011, p.1). Segundo o Código de Defesa do Consumidor

(BRASIL, 1990), em seu artigo 4º, é garantido ao consumidor, nas relações de consumo, os

princípios do atendimento de suas necessidades, respeito à sua dignidade, segurança, bem

como a transparência e harmonia nessas relações.

É esse princípio da transparência que garante ao consumidor o direito à informação

clara e correta sobre o produto adquirido e o contrato a ser firmado.

O relacionamento entre a empresa construtora e o cliente é um fator crucial para o

desenvolvimento e o êxito de um empreendimento. Fornecer instruções de utilização,

informações técnicas, procedimentos de manutenção, informações legais e um suporte de

atendimento pós-venda são formas importantes de aproximação do fabricante com o seu

cliente (AMBRÓSIO, 2017, p. 12). E de acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da

Construção, CBIC, empresas do ramo da construção civil que adotaram esse procedimento

demonstram grande melhoria na gestão de entrega dos empreendimentos, bem como no

processo de pós-venda e assistência técnica, melhorando a imagem da empresa frente ao

cliente.

4.4 Elaboração do Manual da Edificação

A elaboração do manual é de obrigação do responsável pela produção da edificação e

pela entrega formal do mesmo ao primeiro proprietário da edificação. O documento deve ser

entendido como um serviço técnico e executado por profissionais qualificados para tal.

A elaboração do Manual de Operação, Uso e Manutenção da edificação demanda uma

ampla coleta de dados que se inicia ainda na fase de planejamento do empreendimento,

somente se encerrando ao final da execução do mesmo (ANTONIAZZI, 2012, p. 18-19).

Page 31: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

31

A figura 3 apresenta as fases do processo construtivo de uma edificação e a

documentação gerada durante esse período.

Figura 3 – As fases do processo construtivo e documentação gerada

Fonte: SANTOS (2003, p.19).

4.4.1 Coleta dos dados e informações para a elaboração do documento

Na indústria da construção civil, um dos fatores cruciais para o sucesso de um

empreendimento é o planejamento, uma vez que essa é uma tarefa complexa que envolve

todos os aspectos e fases da obra. A elaboração do Manual de Uso, Operação e Manutenção

da Edificação, de mesmo modo, é um processo que se estende durante todas as fases do

empreendimento.

A manutenção de um edifício ocorre, evidentemente, durante a etapa de uso e

operação do mesmo, porém, tanto a demanda de serviços quanto a manutenibilidade dos

sistemas que compõe a edificação começam a ser determinados já nas primeiras etapas de um

empreendimento, se estendendo por todas as etapas desse. (SANCHES, 2010, p. 57).

A qualidade de desempenho da etapa de operação, uso e manutenção de uma

edificação é resultado de todas as etapas anteriores (planejamento, projeto e execução), pois

são essas que determinarão as medidas preventivas e corretivas desempenhadas pelos usuários

do imóvel.

Page 32: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

32

A coleta de dados para elaboração do manual da edificação deve ter início ainda na

fase de planejamento do empreendimento, pois, segundo Antoniazzi (2012, p. 23) é nessa

etapa que o mesmo começa a adquirir suas características, uma vez que são definidos os

sistemas construtivos e materiais que serão empregados, definições de requisitos mínimos de

habitabilidade até a parte de gestão e controle do empreendimento.

Durante a fase de projeto ocorrem as especificações de todos os elementos e

componentes do empreendimento. As decisões e especificações resultantes da etapa de

projeto influenciam diretamente no desempenho e manutenibilidade da edificação, pois são

essas, que definem a demanda do tipo da manutenção necessária, a frequência da realização

da mesma e os custos desses procedimentos (SANCHES, 2010).

A fase de execução tem se mostrado como a etapa mais importante para a elaboração

do Manual da Edificação, pois segundo SANTOS (2013, p. 19-20), é essa que demanda uma

maior atenção a fim de buscar o melhor desempenho da edificação tanto em termos de

gerenciamento, quanto relativo às técnicas construtivas. Além disso, as decisões tomadas

nessa etapa tem grande capacidade de influenciar o resultado final do empreendimento.

Diante disso, é evidente a necessidade de garantir uma efetiva coleta e registro das

informações durante todas as etapas do processo construtivo, principalmente quanto as

alterações ocorridas durante a faze de execução, que deverão ser registradas e mantidas

atualizadas. Desta maneira, ao elaborar o Manual da Edificação, as informações que serão

apresentadas no mesmo estarão sistematizadas de tal modo a facilitar a elaboração do

documento.

4.4.2 Etapa de uso, operação e manutenção da edificação

Ao término das etapas do processo construtivo apresentadas acima, tem-se a fase de

uso, operação e manutenção, que se inicia logo após a entrega do empreendimento. Segundo

Souza et al. (1995, p.200), essa etapa é de fundamental importância, uma vez que é de

interesse da empresa responsável pela obra garantir a satisfação de seus clientes. Desse modo,

é necessário que a empresa forneça informações corretas e detalhadas sobre os procedimentos

adequados a fim de proporcionar um melhor aproveitamento do imóvel a fim de prolongar a

vida útil da edificação e minimizar os gastos com manutenção. Diante disso, o manual do

proprietário se apresenta como uma importante ferramenta de comunicação entre a

construtora e o proprietário.

Page 33: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

33

5 CONTEÚDOS A SEREM APRESENTADOS NO MANUAL DA EDIFICAÇÃO

No documento, o usuário da edificação deverá encontrar informações precisas sobre

prazos e termos de garantia, materiais utilizados na edificação, responsáveis técnicos pela

elaboração dos projetos, características das instalações, fornecedores dos componentes da

edificação, responsáveis pela assistência técnica, localização e especificações de

equipamentos.

Como, muitas vezes, desenhos esquemáticos e termos técnicos podem não ser

devidamente entendidos pelo usuário leigo, a norma NBR 14037 (ABNT, 2014) recomenda a

utilização de linguagem simples e direta, e recursos gráficos como ilustrações, de modo a

facilitar o entendimento por parte do usuário da edificação.

De mesmo modo, os itens devem ser divididos em capítulos, de forma a facilitar a

busca por informação. O documento deve ser elaborado em linguagem simplificada,

utilizando material gráfico adequado para facilitar a leitura e entendimento do material por

parte dos usuários.

5.1 TERMOS DE GARANTIA DO IMÓVEL

Segundo o Código de Defesa do Consumidor (BRASIL, 1990), garantia é o direito

básico do consumidor de receber um produto de qualidade, próprio e adequado para o

consumo. De mesmo modo que o produto deve possuir uma vida útil, definida pelo período

de tempo no qual o produto deve manter condições satisfatórias para sua utilização, sem

apresentar vícios ou defeitos, desde que realizados adequadamente os programas de

manutenção necessários (DEL MAR, 2007, p. 196).

Os prazos e condições de garantia dos componentes empregados no imóvel deverão

estar de acordo com aqueles estipulados pelos produtores, fabricantes e/ou fornecedores,

através de suas respectivas Associações de Fabricantes, as quais chancelam este documento.

Exceto quando houver definição expressa diferentemente apresentada pela própria garantia, os

prazos contam a partir da data de expedição do Auto de conclusão (habite-se) emitido pelo

órgão competente responsável, e para outros componentes, a partir da emissão da respectiva

nota fiscal (SINDICATO DA INDÚSRTIA DA CONSTRUÇÃO DO ESTADO DO PARÁ,

2010, p. 29).

Os prazos constantes no documento devem ser estabelecidos com as normas técnicas e

leis vigentes, contemplando os principais itens das unidades autônimas e de áreas comuns.

Page 34: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

34

A entrega do Termo de Garantias do imóvel, além de ser requisito legal, traz maior

segurança na relação de ambas as partes, deixando claro desde o momento da entrega do

imóvel os direitos e obrigações dos clientes e incorporadores e construtores (CÂMARA

BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO, 2013, p. 3). Além disso, notas fiscais,

contratos, manuais dos fabricantes de materiais e equipamentos e dos prestadores de serviços,

e todos os demais documentos relevantes citados na norma ABNT NBR 14037 devem ser

guardados e entregue ao proprietário do imóvel.

5.1.1 Garantia legal e contratual

As condições e prazos de garantia normalmente não são previstos nos contratos e,

muitas vezes, a empresa responsável pela construção pode assumir a premissa de que suas

obrigações com a obra estão encerradas uma vez que o empreendimento foi entregue. Porém,

o construtor deve prever em contrato essas condições de garantias e assistência técnica, de

modo a criar um contrato claro e transparente. (ROCHA; FERREIRA; SILVA, 2012, p.39).

A garantia legal existe independentemente de termo escrito, pois a mesma decorre da

lei, sendo obrigatória, incondicional, irrestringível e inegociável. Desse modo, a lei assegura o

direito de chamar à responsabilidade a empresa construtora independentemente da prova de

sua culpa (LASTE, 2012, p. 43). Ademais, segundo o Código de Defesa do Consumidor

(Brasil, 1990), a garantia legal, por decorrer da lei, não pode ser suprimida total ou

parcialmente, pela vontade das partes.

Em contrapartida, a garantia contratual tem livre conteúdo e se manifesta em termos

escritos de um contrato (MELLO, 2010, p. 31). Sendo a mesma um complemento da garantia

legal, facultada pelo fornecedor, através de termo escrito, padronizado, de modo a esclarecer

em eu consiste a garantia, contemplando um prazo compatível com o prazo estabelecido de

desempenho do produto.

Deste modo, observa-se que a garantia legal e contratual são sistemas diferentes de

modo que a garantia legal é obrigatória e obriga o fornecedor a resolver as patologias

apresentadas no produto, quando o mesmo não apresentar com funcionalidade adequada,

assim como indenizar o consumidor por perdas ou danos. Já a garantia contratual se manifesta

de maneira voluntária e visa complementar a garantia legal, obrigando o fornecedor a manter

o produto em bom estado o objeto da garantia durante o prazo fixado em contrato.

Page 35: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

35

5.1.2 Perdas de garantias

Em uma edificação são empregados diversos tipos de materiais que, a fim de terem

uma durabilidade prolongada, dependem do uso adequado e da boa conservação. Ao receber o

empreendimento, a responsabilidade pela conservação e manutenção de todos os sistemas que

compõe a edificação passa a ser de todos os condôminos, independente das garantias legais

que lhes são asseguradas.

Com base no que define a NBR 14037 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS

TÉCNICAS, 2011), o usuário da edificação tem por obrigação proceder com todas as

manutenções preventivas do imóvel conforme as orientações do manual de uso, operação e

manutenção. De mesmo modo, o condomínio possui a obrigação de realizar a manutenção

periódica das áreas comuns conforme determina a NBR 5674 a qual estabelece os requisitos

para a gestão do sistema de manutenção predial, sob pena de perca de garantias sobre o

imóvel.

São alguns exemplos de situações nas quais o usuário perderá o direito à garantia dos

componentes do imóvel:

• Se durante o prazo de vigência da garantia não for observado o que dispõe o Manual

de Uso, Operação e Manutenção das Edificações e a NBR 5674 – Manutenção da

Edificação, no que diz respeito à manutenção preventiva correta, para imóveis habitados

ou não;

• Se, nos termos do artigo 393 do Código Civil, ocorrer qualquer caso fortuito, ou de

força maior, que impossibilite a manutenção da garantia concedida;

• Se for executada reforma ou descaracterização dos sistemas na unidade autônoma,

unidades vozinhas (com repercussão na unidade em pauta) ou áreas comuns, com

fornecimento de materiais e serviços pelos próprios usuários;

• Se houver danos por mau uso, ou não respeitando os limites admissíveis de sobrecarga

nas instalações e estruturas;

• Se os proprietários ocupantes não permitirem o acesso do profissional destacado pela

Construtora e/ou Incorporadora, nas dependências de unidade e nas áreas comuns, para

proceder à vistoria técnica ou serviços de assistência técnica;

• Se forem identificadas irregularidades na vistoria técnica e devidas providências

sugeridas não forem tomadas por parte do proprietário ou do condomínio;

Page 36: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

36

• Se não for executado o Programa de Manutenção Preventiva de acordo com a NBR

5674 – Manutenção da Edificação

Os demais fatores que possam acarretar a perda da garantia devem estar descritos nas

orientações de uso e manutenção do imóvel para os sistemas específicos.

5.2 ASSISTÊNCIA TÉCNICA

Segundo a NBR 14037 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,

2011, p. 6), o Manual de Uso, Operação e Manutenção da Edificação deve apresentar o

procedimento no qual o construtor se obriga a prestar o serviço de pós venda ao cliente, para

orientações e esclarecimentos de possíveis dúvidas referentes à manutenção e assistência

técnica.

Neste capítulo deverão constar informações referentes ao direito do proprietário em

requerer substituição de equipamentos ou componentes defeituosos, bem como reparos em

sua edificação. De mesmo modo, neste capítulo do Manual de Uso, Operação e Manutenção

da Edificação deverão ser apresentadas informações de como a empresa responsável pela

construção do empreendimento deverá se portar ao ser solicitada pelo contratante.

Ao ser solicitada pelo cliente, a construtora deverá saber como proceder, é importante

adotar um procedimento padrão para análise da solicitação para, no menor tempo possível,

contatar o cliente a fim de realizar uma vistoria para avaliação da reclamação, e se mesma se

mostrar procedente, programar a realização do serviço a fim de sanar o problema. Ao realizar

a vistoria, é importante atentar para as garantias e responsabilidades sobre o problema

comunicado, a fim de avaliar se os mesmos são resultados de mau uso da edificação, nesse

caso, se comprovado, a empresa se exime da responsabilidade de reparar o problema.

Segundo o Código de Defesa do Consumidor, durante o atendimento, quando a

solicitação de assistência técnica for julgada pertinente e dentro do prazo de garantia do

imóvel, a empresa construtora deverá sanar o vício em um prazo de 30 dias contados à partir

da comunicação do mesmo ao fornecedor. Não sendo resolvidas as irregularidades, o

consumidor reclamante terá o direito de exigir a substituição do produto por outro, da mesma

espécie e nas mesmas condições ou a restituição imediata do valor atualizado mediante a

devolução do imóvel ou, ainda, o abatimento do valor proporcional ao defeito.

Também poderá ser incluída no documento a informação de que constatando-se na

visita de avaliação dos serviços solicitados à empresa construtora, que os mesmos não se

enquadram nas condições de garantia, será cobrada uma taxa de visita e não caberá ao

Page 37: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

37

construtor a execução desses (SINDUSCON MG). Neste caso, quando a solicitação não se

apresentar dentro do prazo de garantia ou for resultado do mau uso da edificação, é

importante para a empresa fornecer um bom atendimento, procurando orientar o cliente,

prestando um auxílio técnico, prezando pela boa imagem da empresa.

É recomendável que as solicitações de assistência técnica sejam realizadas pelos

clientes por meio escrito, através de documentos padronizados e objetivos, preferencialmente

com modelo fornecido pela própria empresa construtora.

Segundo Souza et al. (1995, p. 209), ao término dos reparos, é importante coletar o

termo de recebimento dos serviços, no qual o cliente se demonstra satisfeito com o serviço

prestado pela empresa e garante que a falha foi corrigida.

5.3 MEMORIAL DESCRITIVO

No memorial descritivo da edificação, encontram-se as especificações técnicas de

todos os componentes empregados do edifício. O mesmo tem como papel auxiliar na

comunicação entre o construtor e o proprietário do imóvel quanto a condições do mesmo,

protegendo a empresa contra eventuais problemas. Como por exemplo, características não

previstas no projeto que possam a vir ser exigidas pelo cliente.

Segundo a NBR 14037 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,

2011), neste capítulo, deve ser apresentado uma descrição escrita e ilustrativa da edificação

conforme construída, ou seja, os projetos ‘as built’. Deverá conter informações sobre as

cargas estruturais, cargas elétricas e descrição dos sistemas e equipamentos que compõe a

edificação. Além disso, o mesmo deve contemplar aspectos relevantes ao usuário da

edificação como a relação dos componentes utilizados para acabamentos e suas

especificações.

5.4 PROJETOS “AS BUILT”

A construção de um imóvel ainda é um processo artesanal, e durante sua execução, o

projeto está sujeito a sofrer alterações, a revisão As Built, indica que é a revisão final.

Encontrado na NBR 14645-1, a expressão de origem inglesa ‘As Built’, na área da arquitetura

ou engenharia significa ‘como construído’. É importante para a elaboração do manual da

edificação, que seja feito o levantamento e a verificação de todas as medidas existentes na

mesma, transformando as informações coletadas e aferidas em desenhos técnicos de modo a

Page 38: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

38

representar a real situação da edificação quanto ao trajeto de instalações elétricas,

hidrossanitárias, telecomunicações, etc.

O ‘As Built’ devidamente elaborado e atualizado é uma confiável fonte de informação

para o início de uma reforma, minimizando o risco de acidentes ou eventuais transtornos que

possam ocorrer da ausência de um projeto atualizado da edificação (SILVA, 2013 p.33).

Para se obter corretamente as informações necessárias para elaborar o projeto “as

built” é recomendando a verificação dos projetos executivos, diários de obra e, sobretudo, a

verificação ‘in loco’ do que realmente foi executado. Caso não seja possível definir com

precisão a localização dos componentes da edificação, quando as tubulações e eletrodutos

embutidos na alvenaria já estão executadas, recomenda-se garantir uma margem de segurança

em relação a esses sistemas embutidos quando repassados os projetos aos usuários.

Deste modo, para facilitar a compreensão do proprietário do imóvel, é recomendado o

fornecimento de projetos e desenhos esquemáticos com nível de detalhamento de acordo com

a complexidade do sistema em questão, de modo a representar a posição das instalações da

edificação, orientando o usuário sobre perfurações, indicando os locais aonde poderá ter

algum risco de atingir alguma tubulação, eletrodutos, ou qualquer outro componente da

edificação.

O apêndice 1, incluído ao final do presente trabalho apresenta alguns exemplos de

projetos e ilustrações desenvolvidos de modo a facilitar ao máximo o entendimento do

usuário leigo, e de acordo com a complexidade de cada sistema, conforme a norma NBR

14037 (ABNT, 2014). Os mesmos foram desenvolvidos pelo autor deste trabalho para um

Manual de Uso, Operação e Manutenção de um edifício residencial multifamiliar.

5.5 FORNECEDORES E RESPONSÁVEIS PELA EDIFICAÇÃO

Este capítulo do manual deverá informar ao usuário dados para contatos de todos os

fornecedores envolvidos no empreendimento, bem como projetistas, técnicos, entre outros

dados relevantes. É de extrema importância para o proprietário estar ciente de quem se deve

contatar em caso de certo equipamento ou sistema apresentar falha.

A tabela 2 apresenta um modelo para apresentação da relação dos profissionais

responsáveis pela edificação, enquanto a tabela 3 apresenta um exemplo para apresentação

dos fornecedores dos materiais que compõe a edificação.

Page 39: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

39

Tabela 2 – Exemplo de relação de profissionais responsáveis pela edificação.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Tabela 3 – Exemplo de relação de fornecedores dos materiais componentes da edificação.

(continua)

Material Empresa Contato

Acabamento de superfície

sobre o reboco interno

Telefone:

E-mail:

Automatização de portões e

interfones

Telefone:

E-mail:

Chaminés, calhas,

capamuros, algeroz e

elementos em aluzinco

Telefone:

E-mail:

Serviço Profissional responsável Contato

Projeto arquitetônico Resp. Técnico:

Registro CAU:

Telefone:

E-mail:

Projeto elétrico e

SPDA

Eng. Eletricista:

CREA:

Telefone:

E-mail:

Projeto estrutural Eng. Civil:

CREA:

Telefone:

E-mail:

Projeto

Hidrossanitário e

Proteção de combate

a incêndio (PPCI)

Eng. Civil:

CREA

Telefone:

E-mail:

Execução da obra Eng. Civil:

CREA

Telefone:

E-mail:

Projeto/execução das

fundações

Eng. Civil/Empresa responsável:

CREA

Telefone:

E-mail:

Page 40: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

40

Disjuntores

Telefone:

E-mail:

Elevadores

Telefone:

E-mail:

Esquadrias em alumínio

Telefone:

E-mail:

Execução inst. elétricas,

telefônicas, SPDA

Telefone:

E-mail:

Execução instalações

hidrossanitárias

Telefone:

E-mail:

Fios e cabos elétricos Telefone:

E-mail:

Forro em gesso acartonado

Telefone:

E-mail:

Impermeabilizações

Telefone:

E-mail:

Instalações de gás GLP

Telefone:

E-mail:

Impermeabilizações no

poço do elevador

Telefone:

E-mail:

Louças sanitárias

Telefone:

E-mail:

Metais sanitários / Registros

hidráulicos

Telefone:

E-mail:

Pedras e granitos

Telefone:

E-mail:

Argamassa colante e

rejuntes

Telefone:

E-mail:

Piso porcelanato

(fabricante)

Telefone:

E-mail:

Piso porcelanato

(instalação)

Telefone:

E-mail:

Piso laminado (fabricante)

Telefone:

E-mail:

Page 41: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

41

Portas de madeira

Telefone:

E-mail:

Portas (instalação)

Telefone:

E-mail:

Tinta, massa corrida e

textura Telefone:

E-mail:

Serralheria

Telefone:

E-mail:

Telhados

Telefone:

E-mail:

Tomadas e interruptores

Telefone:

E-mail:

Fonte: Elaborado pelo autor.

5.6 CUIDADOS E RECOMENDAÇÕES PARA O USO ADEQUADO DA EDIFICAÇÃO

Para um melhor aproveitamento da edificação por parte do usuário, o manual deve

apresentar um capítulo no qual sejam apresentadas informações a respeito do correto uso do

imóvel, bem como procedimentos para manutenção do mesmo, contemplando todos os

sistemas que constituem a edificação.

5.6.1 Estrutura da edificação

A estrutura se caracteriza por ser a parte mais resistente de uma construção, são os

elementos estruturais que absorvem e transmitem os esforços, desempenhando um papel

essencial para a manutenção da segurança e da solidez da edificação. Desta forma, a estrutura

tem por função garantir a forma espacial idealizada garantindo integridade à edificação por ta

Desse modo, o usuário da edificação deve ser orientado sobre as peças estruturais

(pilares, lajes e vigas) da edificação, de modo a estar informado de que as mesas não podem

ser removidas total ou parcialmente, não devem ser sobrecarregadas além dos limites

previstos em projeto, e se danificadas – como, por exemplo, tiverem suas armaduras expostas-

, precisam ser reparadas imediatamente.

Também é importante frisar que a alteração de quaisquer dessas peças estruturais pode

acarretar em danos graves a segurança estrutural do edifício, bem como para a colocação de

Page 42: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

42

cargas concentradas sobre as lajes, tais como equipamentos ou móveis de grande porte,

recomenda-se consultar o profissional responsável pela obra ou um profissional especializado.

5.6.2 Vedações da edificação

As vedações constituem um subsistema da edificação formados pelos elementos que

definem e limitam verticalmente o edifício e seus ambientes internos e controla a passagem e

agentes indesejáveis. Esse sistema está associado ao cumprimento e alguns requisitos de

desempenhos como: segurança estrutural, isolação térmica, isolação acústica, estanqueidade,

segurança ao fogo, durabilidade e economia (OLIVEIRA, 2013, p.16).

Para a manutenção do desempenho e das características as quais esse sistema foi

concebido, algumas orientações são importantes de serem seguidas. No sentido de preservar e

garantir a vida útil das vedações da edificação, o Manual da Edificação deve orientar sobre a

função das paredes de alvenaria que são concebidas para suportar o seu peso próprio e cargas

de ocupação como armários e prateleiras, desde que corretamente instalados. Além disso,

qualquer reforma que venha a ser feita no imóvel deve ser executada levando em

consideração aspectos técnicos de estabilidade, segurança, conforto térmico, acústico e

estanqueidade.

Antes de perfurar paredes para a fixação de móveis ou quaisquer objetos, é necessário

a certificação de que a alvenaria resiste ao peso do elemento a ser fixado, assegurando que

não haverá agressão alguma às instalações embutidas na mesma. De modo a evitar acidentes,

é essencial evitar abrir furos perto do quadro de distribuição de energia, de tomadas,

interruptores, válvulas e torneiras.

De mesmo movo, o cuidado deve ser maior ao perfurar paredes de banheiros, áreas de

serviço ou cozinhas, devido à presença de instalações hidrossanitárias ou de gás, nestes casos,

verificar os esquemas em anexos que mostram os detalhes das paredes críticas.

No caso de sistemas de vedações menos convencionais, como o Drywall, é ainda mais

importante a necessidade de informar sobre a forma de manutenção do sistema, como por

exemplo, a maneira mais adequada para limpeza e fixação de objetos ou móveis nas paredes,

sempre seguindo as orientações dos fabricantes ou instaladores à fim de garantir o bom

desempenho e evitar perdas de garantias.

Page 43: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

43

A tabela 4 exemplifica um modelo de recomendações para um sistema de vedação de

uma edificação apresentado em um Manual de Uso, Operação e Manutenção de um

empreendimento.

Tabela 4: Sugestões de recomendações para manutenção das vedações de uma edificação

VEDAÇÕES

DESCRIÇÃO:

Têm a finalidade de vedar a edificação. São as paredes internas e externas, onde estão

contidas esquadrias e pelas quais passam as instalações elétricas, hidrossanitárias, etc,

constituídas basicamente na combinação dos elementos de argamassa de assentamento e

tijolos ou blocos cerâmicos ou de concreto.

As paredes da caixa de escada e poço dos elevadores serão resistentes a 2 horas de

fogo atendendo a NBR 9077;

Nas unidades autônomas, as paredes externas foram executadas exclusivamente com

blocos cerâmicos vazados, entretanto, as paredes internas foram executadas com blocos

cerâmicos vazados e gesso acartonado, conforme o projeto da edificação.

As paredes de tijolos cerâmicos são executadas com camadas de tijolos unidas por

argamassa de assentamento e tem a função de suportar seu próprio peso (e cargas de ocupação

como armários e prateleiras, desde que corretamente instalados) e oferecer estanqueidade e

conforto térmico e acústico no interior da edificação.

Paredes em gesso acartonado são placas formadas por gesso e papel cartão sustentadas

por perfis estruturais geralmente de aço galvanizado

RECOMENDAÇÕES:

Qualquer reforma que venha a ser feita no imóvel deve ser executada levando em

consideração aspectos técnicos de estabilidade, segurança e conforto térmico, acústico e

estanqueidade;

Antes de perfurar paredes para fixação de quadros, armários, prateleiras ou outros

objetos, certifique-se de que a alvenaria resiste ao peso do elemento a ser sustentado,

assegurando que não haverá agressão alguma às instalações embutidas nas paredes e à própria

alvenaria. Para tal, recomenda-se utilizar parafusos e bucha, evitando pregos e martelo;

Visando a prevenção de acidentes, evite abrir os furos perto do quadro de distribuição

de energia, de tomadas, interruptores, válvulas e torneiras;

Deve ser tomado um cuidado ainda maior ao instalar espelho e acessórios nos

banheiros, áreas de serviço e cozinha, por causa das instalações hidrossanitárias e elétricas

Page 44: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

44

(ver esquemas anexos que mostram detalhes das paredes mais críticas destas peças);

Com o tempo é normal que surjam fissuras na parede e nas lajes, tendo em vista que,

por conta da variação térmica do ambiente, os materiais (concreto, alvenaria, aço, etc) sofrem

dilatação ou retração. Por haver diferença na dilatação dos materiais, trincas horizontais

provavelmente surgirão em sua parede. Isso não compromete a segurança do seu imóvel.

Durante o inverno e períodos úmidos, procure ventilar os cômodos do apartamento,

evitando o surgimento de mofo. Caso surja mofo em algum local do imóvel, recomenda-se

lavar com detergente a área – exceto sobre estruturas de ferro ou alumínio;

Evite encostar o fundo dos armários nas paredes para que seja evitada a umidade

proveniente da condensação. Aconselhamos a colocação de um isolante como, por exemplo,

chapa de isopor, entre o fundo do armário e a parede, ou similares;

Para as paredes de gesso acartonado:

Retirar o pó durante a limpeza semanal para evitar o acúmulo de sujeira e a

descoloração do gesso;

Para limpar áreas revestidas com gesso, utilize um pincel, espanador ou flanela que

esteja limpa e seca, evitando impactos e batidas sobre o mesmo para que não haja surgimento

de trincas;

Evite o uso de panos úmidos ou mesmo água, uma vez que o gesso é um material

poroso e sua estrutura não resiste muito à umidade;

Manter as áreas ventiladas pode evitar o surgimento de manchas, mofo, etc;

Para fixação de móveis, acessórios ou equipamentos, utilizar parafusos e buchas

apropriadas e evitar impacto nos revestimentos que possam causar danos ou prejuízo ao

desempenho do sistema.

Fonte: Elaborado pelo autor.

5.6.3 Revestimentos da edificação

O desempenho dos revestimentos em uma edificação não depende somente da relação

dos materiais empregados e suas técnicas de aplicação, mas é fundamental a manutenção após

a aplicação de acordo com o uso a que se destina. A manutenção desse sistema está associada

a uma série de atividades programadas que devem prolongar sua vida útil de minimizar os

custos desse processo (REBELO, 2010 p. 10).

A negligência do processo de manutenção nesse sistema pode acarretar no surgimento

de manifestações patológicas que poderão causar grandes prejuízos financeiros aos usuários

Page 45: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

45

da edificação. Sendo assim, é imprescindível orientar o usuário sobre o a forma correta de

manutenção desse sistema.

O conjunto dessas operações serve para manter a perfeita funcionalidade dos

revestimentos da edificação. Essas operações devem ter caráter periódico, e a frequência

conforme o tipo de material e o uso para o qual o material é destinado.

Na tabela 5 são apresentadas sugestões de recomendações para a correta manutenção

dos revestimentos de uma edificação.

Tabela 5: Sugestões de recomendações para manutenção dos revestimentos de uma

edificação

REVESTIMENTOS DE PAREDES

PINTURA ACRÍLICA SOBRE GESSO ACARTONADO:

São utilizados para regularizar e uniformizar a superfície e auxiliar na proteção contra

a ação direta de agentes agressivos dos elementos de vedação e estruturais, servindo de base

para receber outros acabamentos ou pintura.

As paredes em alvenaria de tijolos cerâmicos foram revestidas com chapisco, seguido

por duas camadas de argamassa niveladora média interna e uma camada de argamassa

niveladora de acabamento, cujo fabricante consta na lista de fornecedores deste manual.

É executada após a aplicação de massa corrida sobre as placas de gesso acartonado,

feita para consertar pequenos defeitos nas mesmas.

Para limpeza da superfície pintada, esponja macia umedecida com água e detergente

líquido neutro. A limpeza deverá ser efetuada de forma suave e homogênea, em toda a

superfície pintada. Enxaguar com água limpa. Evitar o uso de produtos abrasivos;

Não limpar a pintura com pano seco, pois poderá ocorrer o polimento da superfície

(manchas brilhantes);

Não se recomenda o uso de equipamentos que utilizem água quente ou vapor, pois

podem gerar manchas indesejáveis;

Caso necessário efetuar reparos e/ou retoques de pintura, pintar a parede por inteiro até

uma descontinuidade (como um canto), pois a tinta sofre um envelhecimento natural e quando

retocada somente em uma parte da parede, pode ocorrer diferença de aspecto, textura e cor

PINTURA ACRÍLICA SOBRE ARGAMASSA NIVELADORA DE SUPERFÍCIE:

Em caso de necessidade de limpeza, jamais utilizar esponjas ásperas, buchas, palha de aço,

lixas e máquinas com jato de pressão;

Nas áreas internas com pintura, evitar a exposição prolongada ao sol, utilizando cortinas nas

Page 46: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

46

janelas;

Para limpeza e remoção de poeira, manchas ou sujeiras, utilizar espanadores, flanelas secas ou

levemente umedecidas com água e sabão neutro. Tomar cuidado para não exercer pressão

demais na superfície;

Em caso de contato com substâncias que provoquem manchas, limpar imediatamente com

água e sabão neutro;

Evitar atrito, riscos ou pancadas nas superfícies pintadas, pois podem acarretar remoção da

tinta, manchas ou trincas;

Manter os ambientes bem ventilados, evitando assim o surgimento de bolor ou mofo.

Utilizar somente componentes originais ou com desempenho de características

comprovadamente equivalente;

Em caso de necessidade de retoque, deve-se repintar todo o pano da parede (trecho de quina a

quina ou de friso a friso), para evitar diferenças de tonalidade entre a tinta velha e a nova

numa mesma parede;

Repintar áreas e trechos com as mesmas especificações da pintura original;

REVESTIMENTOS CERÂMICOS DE PAREDE:

Evite o uso de produtos de limpeza com teor ácido, como soda cáustica, e também de

objetos de limpeza abrasivos, como esponjas de aço. O uso desses produtos pode danificar o

esmalte das peças cerâmicas e o rejuntamento das mesmas;

Para a limpeza dessas áreas, utilize um pano umedecido em sabão neutro ou em outro

produto indicado para esse fim;

Caso seja necessário perfurar as paredes de banheiro, cozinha e área de serviço, fazê-lo

nas juntas dos azulejos, não esquecendo de evitar os locais onde possa haver passagem de

instalações elétricas ou hidrossanitárias;

Para fixação de móveis, acessórios ou equipamentos, utilizar parafusos e buchas

apropriadas e evitar impacto nos revestimentos que possam causar danos ou prejuízo ao

desempenho do sistema;

Não utilizar máquina de alta pressão de água, vassouras de piaçava, escovas com

cerdas duras, peças pontiagudas, esponjas ou palhas de aço, espátulas metálicas, objetos

cortantes ou perfurantes na limpeza, pois podem danificar o sistema de revestimento.

REVESTIMENTOS DE PISOS

REVESTIMENTOS CERÂMICOS DE PISO:

Para todos os pisos, evite a queda de objetos pesados para que não surjam trincas ou

Page 47: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

47

rachaduras nos pisos;

Não arrastar móveis, equipamentos ou materiais pesados, para que não haja desgaste

excessivo ou provoque danos à superfície do revestimento;

Não esfregar com muita frequência para evitar danos ao rejunte. Um pano úmido pode

ser utilizado para limpezas mais frequentes;

Para a limpeza dos pisos cerâmicos, utilizar esponja macia ou pano umedecido em

sabão neutro ou em produtos específicos para esse uso, evitando o uso de álcool, ácidos ou

semelhantes;

Evitar o uso de detergentes corrosivos, sapólios ou similares, produtos que contém

flúor ou ácidos, que atacam a superfície do material, acarretando em perda de brilho e também

prejudicando seu rejuntamento. Evite também sabão em pó e produtos para realçar o brilho,

soda cáustica e escovas abrasivas;

Em caso de derramamento de algum líquido sobre o mesmo, como suco de frutas,

vinho, vinagre ou refrigerante, limpar o mais rápido possível para evitar o surgimento de

manchas no piso;

LAMINADOS:

Recomenda-se o uso de feltros em pés de mesas, cadeiras e outros móveis para evitar

riscos no piso. Também é recomendado o uso de capachos nas portas de entrada para recolher

a sujeira, fragmentos de pedra e areia, provenientes das solas dos sapatos;

Recomenda-se também o uso de cadeiras com rolantes de poliuretano, evitando riscos

e danos ao piso;

Evitar arrastar móveis sobre o piso. Caso necessário, coloque o móvel sobre o cobertor

e arraste;

Esse piso não deve entrar em contato com água. Caso algum líquido seja derramado,

seque rapidamente para evitar infiltrações e danos ao piso;

Para a limpeza, usar aspirador de pó sem raspar no piso, ou vassoura de cerdas macias;

Caso seja necessário, usar um pano levemente umedecido, mas nunca adotar materiais

saponáceos, ácidos, abrasivos, ceras e semelhantes, evitando a degradação do piso, riscos,

surgimento de manchas, etc. Optar sempre por detergente ou sabão neutros;

Caso o piso entre em contato com algum material gorduroso, use um pano levemente

umedecido em água e detergente ou sabão neutro, apenas. Repetir o processo caso tenha ainda

resquícios de gordura no piso;

Os fabricantes de pisos laminados não recomendam a instalação de armários

embutidos sobre pisos laminados, pois o peso dos armários impedirá a livre dilatação do piso.

Recomenda-se a instalação dos armários antes do piso ou o recorte do mesmo após a

instalação dos armários.

Page 48: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

48

FORROS DE GESSO

Não fixar suportes para pendurar vasos, televisores ou qualquer outro objeto, pois não

estão dimensionados para suportar peso. Para fixação de luminárias, verificar recomendações

e restrições quanto a peso;

Evitar impacto no forro de gesso que possa danificá-lo;

Para limpar áreas revestidas com gesso, utilize um pincel, espanador ou flanela que

esteja limpa e seca, evitando impactos e batidas sobre o mesmo para evitar surgimento de

trincas;

Evite o uso de panos úmidos ou mesmo água, uma vez que o gesso é um material

poroso e sua estrutura não resiste muito à umidade;

Manter as áreas ventiladas pode evitar o surgimento de manchas, mofo, etc.;

Para mais informações sobre instalação de equipamentos no forro de gesso, contate o

profissional indicado no Manual da Edificação.

Fonte: Elaborado pelo autor.

5.6.4 Instalações elétricas da edificação

São os componentes do sistema destinado a distribuir a energia elétrica de forma

segura e controlada em uma edificação, conforme projeto específico elaborado dentro dos

padrões descritos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e analisado pela

concessionária local.

Deve-se adotar alguns cuidados importantes para a manutenção e preservação desse

sistema, sendo assim, a tabela 6 exemplifica as recomendações sugeridas pelo autor durante a

elaboração de um manual para uma edificação.

Tabela 6: Sugestões de recomendações para manutenção das instalações elétricas de uma

edificação

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

RECOMENDAÇÕES:

Não devem serem feitas alterações nas instalações elétricas sem que haja o respaldo

de um profissional qualificado;

Evitar a ligação de vários aparelhos em uma mesma tomada, isso pode acarretar em

sobrecarga da mesma e curto-circuito, causando danos aos seus aparelhos. Verifique a

potência dos aparelhos a serem conectados em uma mesma tomada, evitando que o

somatório dessas potências seja maior ou igual a 100 Watts;

Page 49: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

49

Evitar também a conexão de vários aparelhos em uma mesma tomada quando um

desses aparelhos tenha a função de aquecer ou resfriar – pois esses aparelhos consomem

grande quantidade de energia elétrica - para evitar uma sobrecarga no circuito daquela

tomada;

Verifique se a voltagem de todos os seus aparelhos eletrônicos é 220V e se o plug do

aparelho corresponde à tomada disponível no local de utilização;

Sempre que for instalar ou fazer manutenção de aparelhos ou instalações elétricas,

desligue o disjuntor correspondente ao circuito ou, por precaução, o disjuntor geral;

Em caso de incêndio, desligue o disjuntor geral antes de utilizar o extintor;

Ao desconectar um aparelho da tomada, puxe-o pelo conector e nunca pelo cabo.

Caso não vá utilizar um equipamento por um longo período de tempo, desconecte-o da

tomada;

Em caso de curto-circuito em aparelhos ou no circuito, o disjuntor respectivo ao

mesmo desligar-se-á automaticamente, evitando um problema maior. Não o religue antes de

verificar onde ocorreu o problema. Caso não reconheça a origem do mesmo, solicite os

serviços de um profissional habilitado;

Não substitua o disjuntor, principalmente por um de maior amperagem, sem a

aprovação de um profissional especializado;

Não obstrua o quadro de distribuição e não pendure objetos nas instalações aparentes;

Não colocar líquidos ao contato dos componentes elétricos do sistema;

Tenha sempre cuidado ao lidar com instalações elétricas;

Fonte: Elaborado pelo autor.

De mesmo modo, é interessante também o fornecimento de uma relação dos circuitos

elétricos do imóvel relacionando-os com o respectivo disjuntor no quadro de disjuntos, a fim

de facilitar uma possível manutenção ou procedimento que necessite o desligamento de um

circuito específico, conforme o exemplo da figura 4.

Page 50: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

50

Figura 4 – Relação dos circuitos elétricos de um imóvel

Fonte: Elaborado pelo Autor

5.6.5 Instalações hidrossanitárias da edificação

As instalações hidrossanitárias têm como finalidade a distribuição da água potável

com qualidade e quantidade suficiente para abastecer à população do edifício, e promover o

afastamento adequado das águas servidas, criando desta forma, condições favoráveis ao

conforto e segurança dos usuários.

Esse sistema está diretamente ligado às questões de saúde e higiene do projeto de uma

habitação, além de apoiarem as funções humanas nele desenvolvidas, as instalações devem

manter sua capacidade funcional durante toda vida útil projetada, sendo submetidas `as

intervenções periódicas de manutenção e conservação.

Na tabela 7 são apresentadas sugestões de orientações e recomendações para o bom

uso e a correta manutenção desse sistema predial.

Page 51: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

51

Tabela 7: Sugestões de recomendações para manutenção das instalações hidrossanitárias de

uma edificação

INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS

DESCRIÇÃO:

Conjunto de tubos, conexões, válvulas, reservatórios, medidores, eletromecânicos,

peças de utilização, equipamentos e outros componentes destinados a conduzir água

potável da fonte de abastecimento aos pontos de utilização e a água não potável dos pontos

de utilização ao ponto destinado pela concessionária de tratamento de água.

Instalações hidráulicas refere-se ao sistema que traz a água do reservatório de água

do prédio até o apartamento. Instalação sanitária refere-se à rede de esgoto por onde escoa

a água utilizada e os dejetos. Ambos requerem cuidados no uso e manutenção. Problemas

nessas instalações acarretam avarias de difícil reparo. O condomínio é responsável pela

limpeza periódica dos reservatórios e deve avisá-lo com antecedência quando ocorrer. A

limpeza deve ser feita por empresa qualificada.

RECOMENDAÇÕES:

Instalações Hidráulicas:

Evite apoiar quaisquer objetos sobre torneiras e registros;

Evite impactos e batidas contra torneiras, registros e contra a tubulação que

alimenta lavatórios, pias e vasos sanitários;

Para a limpeza dos metais sanitários, ralos das pias e lavatórios, cubas de aço inox e

outros use apenas água e sabão neutro. Evite esponja de aço ou elementos metálicos para

que não surjam riscos nos mesmos;

No caso de haver pequenos vazamentos, procure consertá-los o mais rápido

possível, com o auxílio de um profissional capacitado;

Não utilizar água com temperatura acima de 80ºC;

Não apertar em demasia, desnecessariamente, os registros e torneiras;

Não faça furos na parede sem ter a certeza de que no local não passa parte da

tubulação de água;

Não remova os elementos de apoio das peças e bancadas

Instalações Sanitárias:

Os ralos possuem grelhas de proteção, para evitar que detritos maiores caiam em

seu interior, ocasionando entupimento. Não é recomendado remover as grelhas e evite

colocar sobre o ralo quaisquer materiais que o impeçam de funcionar corretamente;

Nunca jogar gordura ou resíduos sólidos nos ralos. Além de poluir a água, pode

causar entupimentos na rede;

Procurar utilizar sempre os ralos das cubas da pia da cozinha, impedindo que

resíduos sólidos desçam pelas tubulações;

Na instalação de armários sob as bancadas de lavatórios e cozinha, tomar cuidado

Page 52: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

52

para que os sifões e ligações flexíveis não sofram impactos, que podem danificar as

junções, provocando vazamentos;

Não utilizar para eventual desobstrução do esgoto hastes, água quente, ácidos ou

similares;

Evitar o uso de materiais à base de soda cáustica, bem como arames e ferramentas

não apropriadas para desentupir a rede sanitária;

Para desentupir pias e lavatórios, procure utilizar desentupidor de borracha. Caso

não funcione, contrate um profissional qualificado para realizar a limpeza;

Evite o uso excessivo de produtos de limpeza nas máquinas de lavar louça e roupas;

Louças e acessórios:

Evite usar louças e acessórios sanitários como ponto de apoio;

Evite o uso de desinfetantes abrasivos à base de soda cáustica, bem como de

esponjas de aço, para que não haja danificação das superfícies dos aparelhos sanitários;

Não se recomenda jogar nos vasos sanitários absorventes, papel higiênico, fraldas

descartáveis, algodão, cotonetes, preservativos ou quaisquer outros objetos que possam

provocar entupimento dos vasos ou da tubulação. É importante dar a destinação correta a

cada material;

Preferencialmente, utilizar água e esponja macia ou pano umedecido em sabão, ou

ainda desinfetantes biodegradáveis – que poluem menos a água e não degradam as

tubulações

Fonte: Elaborado pelo autor.

5.6.6 Instalações de gás predial

As instalações prediais para suprimento de gás combustível em residências têm por

objetivo a alimentação de fogões domésticos e aquecedores de água e, mais raramente, algum

outro equipamento que porventura o necessite. Os sistemas de gás centralizado são

constituídos basicamente das instalações de central e gás, rede de canalizações e medidores de

consumo individuais.

Na tabela 8 são listadas algumas sugestões para a correta manutenção das instalações

do sistema de distribuição de gás predial

Tabela 8: Sugestões de recomendações para manutenção das instalações prediais de gás

INSTALAÇÕES DE GÁS

DESCRIÇÃO:

São o conjunto de tubulações e equipamentos, aparentes ou embutidos, destinados

Page 53: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

53

ao transporte, disposição e/ou controle de fluxo de gás em uma edificação, conforme

projeto específico elaborado de acordo com as normas técnicas brasileiras da ABNT e

diretivas das concessionárias.

CUIDADOS DURANTE O USO:

Na instalação do aquecedor a gás consulte a empresa construtora para proceder a

instalação, evitando ações que possam vir a prejudicar a estrutura ou os materiais da

edificação;

Nunca testar ou procurar por vazamentos de gás utilizando fósforos ou qualquer outro

material inflamável, procure usar espuma de sabão. Caso se verifique vazamento de gás de

algum aparelho, como fogão ou aquecedor, feche imediatamente os respectivos registros;

Manter os ambientes ventilados, abrindo as janelas e portas, não utilizando nenhum

equipamento elétrico ou acionar qualquer interruptor. Caso perdure o vazamento, solicitar ao

síndico o fechamento da rede de abastecimento. Acionar imediatamente a empresa

responsável e o fornecedor dos equipamentos;

Verificar regularmente as condições da mangueira de ligação da tubulação ao

eletrodoméstico e trocá-la quando necessário;

Evitar fazer alterações em prumadas, ramais e pontos de alimentação sem consultar

uma empresa especializada;

Fonte: Elaborado pelo autor.

5.6.7 Esquadrias, janela e portas

Neste capítulo é importante relatar todos os procedimentos e cuidados para manter

esses componentes protegidos, bem como a forma mais adequada de limpeza e manutenção à

fim de prolongar a vida útil desses componentes da edificação. A tabela 9 apresenta algumas

informações importantes a respeito do uso e manutenção correta desses.

Tabela 9: Sugestões de recomendações para manutenção das esquadrias, janelas e

portas da edificação

ESQUADRIAS, JANELAS E PORTAS

DESCRIÇÃO:

Componentes construtivos cuja função principal é permitir ou impedir a passagem de

pessoas, animais, objetos, iluminação e ventilação entre espaços ou ambientes.

CUIADADOS DURANTE O USO:

Page 54: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

54

Evitar bater as portas e janelas ao fechá-las. Além da possibilidade de causar defeitos

na madeira e na pintura, podem comprometer a fixação na parede;

Na área de serviço, banheiro e cozinha, evite o contato constante com água, o que

pode causar o apodrecimento prematuro da madeira;

Conserve as portas de madeira encerando-as periodicamente, com cera de boa

qualidade;

Para a limpeza das portas utilize flanela seca e produtos específicos. Evite usar água;

Para a limpeza das fechaduras e dobradiças, evite o uso de produtos abrasivos e

lubrifique-as periodicamente;

Nas janelas, evite o fechamento brusco das persianas, não prejudicando sua

funcionalidade;

Conserve as janelas evitando submetê-las a esforços desnecessários. Elas devem

correr suavemente sobre as guias. Evite batidas.

Limpe periodicamente as guias das janelas para manter seu funcionamento correto;

Evite o contato do alumínio com produtos abrasivos ou agressivos, como cimento,

cal, produtos ácidos e esponjas de aço;

Não remova as borrachas ou massas de vedação;

Evite batidas na superfície ou nos caixilhos da janela;

Para a limpeza das janelas, utilize esponja macia ou pano umedecido com sabão

neutro, evitando o uso de detergentes corrosivos. Evite também o uso de materiais abrasivos,

para que não surjam riscos na janela. Limpe o vidro com produtos adequados para tal,

evitando materiais que possam riscá-lo;

Não instale cortinas, ar-condicionado ou equipamento semelhante diretamente na

estrutura da esquadria ou que nelas possam interferir;

Não altere a instalação ou a estrutura da esquadria;

Não remover as borrachas ou massas de vedação, para evitar infiltrações indesejáveis;

Fonte: Elaborado pelo autor.

5.6.8 Impermeabilização das áreas molhadas

Impermeabilizar é o ato de isolar e proteger os materiais de uma edificação da

passagem indesejável de fluidos, mantendo assim as condições de habitabilidade do imóvel. É

uma técnica que consiste no emprego de produtos específicos com o objetivo de protegeras

diversas áreas do edifício contra a ação de águas que podem ser oriundas da chuva, lavagem,

banhos ou outras origens.

É de conhecimento comum que um dos maiores causadores de manifestações

patológicas em edificações é a água. A impermeabilização desempenha um papel fundamental

Page 55: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

55

em uma edificação, sendo de suma importância para evitar danos os materiais empregados na

obra. O custo do emprego dessa técnica em um edifício varia de 0,5 a 2% do valor total da

obra, porém esse gasto se eleva consideravelmente quando necessário uma recuperação ou

reforma (LONZETTI, 2010, p.10).

Desse modo, o proprietário do imóvel deve estar ciente dos cuidados que devem ser

tomados para manter um desempenho adequado da impermeabilização, evitando surgimento

precoce de infiltrações. A durabilidade do sistema depende basicamente da manutenção,

sendo essa fundamental para preservação da garantia e o aumento do tempo de funcionalidade

do sistema.

Deve-se tomar cuidado ao realizar qualquer alteração ou reforma que possa agredir a

impermeabilização das áreas úmidas da edificação, evitando perfurações, cortes ou remoção

dos revestimentos, bem como evitar a quebra do piso cerâmico sobre essas áreas, o que pode

prejudicar o desempenho do sistema.

Os reparos não devem ocorrer em períodos chuvosos e devem ser realizados por

empresa ou profissional especializado na área. A escolha dos materiais deve ser criteriosa, de

acordo com a estrutura e a utilização do local. O condomínio tem o dever de exigir a

apresentação da Anotação de Responsabilidade Técnica pelo profissional responsável, a

aplicação de produtos regulamentados e as garantias do serviço.

5.6.9 Instalações para ar condicionado

Informar o usuário sobre a capacidade da unidade de ar condicionado comportada

pelas esperas. De mesmo modo, é importante certificar-se de que as mesmas estão bem

fixadas em estruturas rígidas o suficiente para não ocorrer o desprendimento da

condensadoras da parede externa, evitando possíveis acidentes.

Ademais, certificar-se de que a fixação da evaporadora não atinja o percurso da

tubulação da rede entre a unidade externa e a unidade condensadora interna, para isso,

consulte os projetos ou contate a construtora.

5.6.10 Áreas comuns do condomínio

As áreas comuns de um edifício compreendem todas aquelas cujo domínio é comum a

todos os condôminos, como por exemplo os halls de entrada, escadaria, corredores internos,

espaços de elevadores, etc.

Page 56: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

56

De modo a preservar essas áreas, o proprietário deve ser informado de alguns

procedimentos e recomendações importantes para o bom uso e conservação dessas. A tabela

10 apresenta algumas sugestões que foram elaboradas pelo autor e incluídas em um Manual

de Uso, Operação e Manutenção e uma edificação residencial.

Tabela 10: Sugestões de recomendações para manutenção das esquadrias, janelas e portas

da edificação

ÁREAS COMUNS DO CONDOMÍNIO

RECOMENDAÇÕES:

A utilização das áreas comuns é controlada pelo regulamento interno do condomínio.

Procure conhecê-lo. A conservação e manutenção das áreas comuns são de responsabilidade

do condomínio. Entretanto, todos os moradores do edifício são responsáveis pela correta

utilização e consequente conservação de quaisquer elementos de uso comum.

Alterações nas áreas comuns, e nisto está a alteração de elementos na fachada, poderá

ser realizada após aprovação em assembleia de condomínio, conforme especificado na

Convenção de Condomínio;

Quando o condomínio executar reformas, melhoramentos que venham a ser adotados,

o mesmo deverá fazê-la com profissionais habilitados para tal finalidade com as devidas

anotações de responsabilidades técnicas que permitirá com que suas avaliações técnicas

impliquem em respeitar boas técnicas e resultados para obter estabilidade, segurança e

conforto provido de tais modificações, deverão ser apresentados à incorporadora.

A instalação de telas e grades em janelas precisa obedecer ao estabelecido na

Convenção de Condomínio e no Regimento Interno do Condomínio;

Qualquer modificação, reforma ou ampliação que venham em acréscimos ou

alteração no carregamento da estrutura deverá possuir o aceite por escrito do calculista

estrutural do edifício.

Fonte: Elaborado pelo autor.

6.11 Instalações e equipamentos para combate a incêndios

O sistema de incêndio é o que menos será utilizado durante a vida útil da edificação,

porém a sua operação deverá ser de eficiência total quando necessário. Desse modo, a

manutenção e inspeção periódicas do referido sistema devem ser rigorosas, desse modo, a

tabela 11 lista algumas recomendações importantes para a manutenção desse sistema.

Page 57: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

57

Tabela 11: Sugestões de recomendações para manutenção das instalações e

equipamentos para combate a incêndios

INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS PARA COMBATE A INCÊNDIOS

RECOMENDAÇÕES:

Todos os pavimentos do edifício possuem extintores, do tipo ABC, para o combate a

incêndios. Procure estar ciente da localização do extintor no seu pavimento e como manuseá-

lo, caso seja necessário.

Não utilizar extintores e rede de hidrantes para outras finalidades;

Não trancar as portas corta-fogo e as caixas de hidrantes;

Nunca deixar fechado o registro de hidrantes;

Os extintores servem apenas para um primeiro combate a princípios de incêndio.

Caso o incêndio tome maiores proporções, preze pela sua vida;

No caso de princípio de incêndio ligar para o Corpo de Bombeiros, desligar o gás e as

chaves ou disjuntores gerais de energia;

Fonte: Elaborado pelo autor.

5.7 PROCEDIMENTOS DE EMERGÊNCIA

Nesse capítulo do documento, a construtora deve apresentar os cuidados necessários

para evitar acidentes e danos á edificação, tanto na unidade do proprietário, quanto nas áreas

de uso comum do condomínio. É importante informar sobre procedimentos para situações que

possam requerer providências rápidas e imediatas, de modo a assegurar a segurança pessoal

do usuário e o patrimônio dos condôminos.

5.8 RECOMENDAÇÕES GERAIS

É importante que todos os moradores da edificação estejam cientes dos aspectos

ambientas, e promovam a conscientização de seus vizinhos e funcionários, para que

contribuam em ações que possam trazer benefícios a todos.

5.8.1 Uso racional da água, energia elétrica e coleta seletiva de lixo.

Um programa de conservação e uso racional de energia elétrica de uma edificação

consiste em uma série de medidas que visem diminuir o consumo de energia elétrica, com a

manutenção da qualidade dos serviços proporcionados (AAE, 1997).

Page 58: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

58

Os usuários da edificação devem ser orientados a estabelecer um uso adequado e

racional da energia elétrica, desligando sempre que possíveis pontos de iluminação e

equipamentos, lembrando sempre de não atingir os equipamentos fundamentais para o

funcionamento da edificação (bombas, alarmes, etc.).

De mesmo modo, é importante a racionalização do consumo de água potável na

edificação, além da adoção de outras medidas como verificar mensalmente as contas para

analisar o consumo de água e conferir a existência de possíveis vazamentos. Em caso de

oscilações, contatar a concessionária para inspeção. Além disso, a equipe de manutenção local

deve ser conscientizada para o uso adequado da água a fim de evitar o desperdício.

A coleta seletiva de lixo é uma atividade que contribui significativamente para a

sustentabilidade urbana, desse modo, é importante orientar o usuário à separar o lixo orgânico

do lixo seco de modo a facilitar o serviço de recolhimento do serviço de coleta de lixo

municipal.

5.9 PEDIDOS DE LIGAÇÕES PÚBLICAS

Logo após o recebimento das chaves da unidade, a primeira providência a ser tomada

pelo usuário é o pedido de ligações de serviços públicos nas empresas concessionárias

responsáveis. Desse modo, é importante que nesse capítulo do manual sejam fornecidas as

informações necessárias para orientar ao proprietário sobre como proceder para obter os

serviços básicos como a energia elétrica e telefone.

5.10 REFORMAS NA EDIFICAÇÃO

Com o passar do tempo, uma edificação passa por diversas intervenções – reformas,

ampliações, mudanças na forma de ocupação, e outras - que muitas vezes deixam de ser

documentadas. Uma das finalidades do manual da edificação é documentar as condições da

uma edificação. Englobando sua configuração arquitetônica e instalações, pois manter um

registro sempre atualizado da edificação garante maior segurança e praticidade na hora de

intervir no espaço construído.

Segundo a NBR 16280 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,

2014), a edificação deve cumprir a função de serviço a qual a mesma foi projetada. Contudo,

Page 59: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

59

ao logo do tempo de serviço é provável que surja a necessidade de ajustes, adequações a

novas demandas e até mesmo recuperação de suas propriedades técnicas.

É de suma importância a conscientização de proprietários e síndicos quanto às

responsabilidades sobre obras nos condomínios, onde nos regulamentos interno providências

importantes devem ser consideradas.

Todas as reformas a serem realizadas por moradores, que afetem a estrutura ou

qualquer sistema da edificação, devem ser comprovadamente documentadas e comunicadas

ao síndico do condomínio antes de seu início, contendo a descrição dos serviços a serem

realizados. A mesma deverá ser realizada por um profissional responsável, devidamente

habilitado, e que ateste a responsabilidade sobre o serviço. Ademais, toda alteração do projeto

original deve ter a ciência dos projetistas originais do empreendimento.

Como responsável legal do condomínio, o síndico, ao ser comunicado de qualquer

reforma, deve atuar de maneira a impedir qualquer atividade que venha a colocar em risco à

segurança do patrimônio, usuários e do meio ambiente. É função deste, garantir que toda

reforma tenha a devida documentação e aprovações prévias e que esteja de acordo com todas

as diretrizes e termos contidos no manual de uso, operação e manutenção da edificação

(VELLETRI; OLIVEIRA, 2013).

Ao final da obra é necessário atualizar o conteúdo do manual de uso, operação e

manutenção da edificação, nos pontos em que as reformas interfiram conforme os ter, os da

ABNT NBR 14037. De mesmo modo, toda a documentação das obras de reforma deve ser

arquivada como parte integrante do manual, ficando sob guarda do responsável legal pela

edificação, estando disponível prontamente quando solicitada e repassada integralmente e

formalmente ao seu sucessor.

5.11 ATUALIZAÇÃO DO MANUAL

Esse capítulo do documento deve conter uma advertência explícita e grifada ao

proprietário do imóvel a respeito da obrigatoriedade da atualização do conteúdo do mesmo

quando realizadas modificações na estrutura em relação ao originalmente especificado

(CORDEIRO, 2001).

Caso sejam efetuadas reformas ou alterações no projeto original, o Manual de Uso,

Operação e Manutenção da edificação deverá ser atualizado estando de acordo com as novas

técnicas e produtos empregados no edifício. O mesmo deverá ser revisado minuciosamente e

todas as correções deverão ser explicitadas, em projetos, aspectos técnicos, além de outras

Page 60: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

60

possíveis revisões. A atualização poderá ser feita em partes específicas encartadas nesse, ou

na forma de um novo documento a ser elaborado por profissional técnico capacitado. As

versões desatualizadas do manual devem ser desconsideradas, porém é importante que sejam

guardadas para futuras consultas a cerca da memória técnica da edificação.

Page 61: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

61

6 PLANO DE MANUTENÇÃO PREDIAL DA EDIFICAÇÃO

Toda edificação é concebida para atender ás necessidades de seus usuários por um

longo período de tempo. Porém, normalmente, estes não se planejam para atender as

necessidades do seu imóvel ao longo do tempo. Portanto, é de suma importância o

planejamento de um sistema de manutenção de modo a orientar ao usuário para corrigir e

antever falhas nos sistemas construtivos de sua edificação.

Uma dos principais motivos do descaso com a manutenção predial é a definição da

entrega do empreendimento como o final do processo construtivo, não se levando em conta

que o processo construtivo é contínuo, de modo a garantir o bom desempenho do imóvel ao

longo da sua vida útil, vem como a satisfação das necessidades presentes e futuras dos

usuários (BARBOSA; PUSCH, 2011).

O principal objetivo do plano de manutenção é estabelecer uma sistemática eficiente e

eficaz de gestão predial, com foco na manutenção preventiva, uma vez que uma atuação

preventiva resulta em impactos positivos no que se refere à economicidade e principalmente

na confiabilidade dos sistemas e instalações que compõe a edificação, trazendo segurança e

bem estar aos usuários.

A elaboração de um plano de manutenção predial adequado trás inúmeros benefícios

aos proprietários da edificação. Além de proporcionar uma maior vida útil ao imóvel, a

manutenção preventiva acarreta em uma melhor valorização do bem no mercado imobiliário,

melhorias no desempenho de equipamentos, instalações e sistemas que compõe o edifício,

bem como conforto e economia para os usuários da edificação (CASTRO, 2007).

Segundo a NBR 14037 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,)

é obrigação das construtoras e/ou incorporadoras de entregar, junto com o empreendimento,

um plano de manutenção para a edificação. O sistema de gestão de manutenção predial deve

ser baseado nas normas ABNT NBR 5674 e ABNT NBR 14037, e deve contemplar todos os

sistemas da edificação, além de conter a periodicidade das manutenções e os responsáveis

pelos serviços.

A figura 5 apresenta a influência da manutenção para a manutenção do desempenho ao

longo da vida útil de uma edificação. Ademais a tabela 12 lista algumas sugestões de

manutenções e verificações para um plano de manutenção predial.

Page 62: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

62

Figura 5 – Influência da manutenção na vida útil da edificação

Fonte: (ABNT, 2013, p.50).

Tabela 12: Sugestões de manutenções e verificações para um plano de manutenção

predial:

FREQUENCIA SISTEMA ATIVIDADE RESPONSÁVEL

Sempre

Em áreas

úmidas

Manter o ambiente ventilado para

evitar surgimento de fungo ou

bolor.

Equipe de manutenção local

Revestimento

cerâmico e

laminado

Evitar fortes impactos. Equipe de manutenção local

Piso laminado Manter o piso seco. Equipe de manutenção local

A cada

15 dias

Bombas d’água Alternar a chave no painel para

utilizá-las em rodízio.

Equipe de manutenção local Iluminação de

emergência

Efetuar teste de funcionamento por

15 min.

Page 63: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

63

A cada mês

Instalações

hidráulicas,

louças e metais

Limpeza de ralos, grelhas e calhas.

Equipe de manutenção local

Iluminação de

emergência

Teste de funcionamento do sistema

por mais de uma hora.

Bombas de

incêndio Testar seu funcionamento.

Mármores e

granitos Enceramento de peças polidas.

Instalações

sanitárias

Verificar se os terminais de

ventilação da rede de esgoto estão

abertos.

A cada três

meses

Caixas de

esgoto e gordura

Verificar estado e efetuar limpeza

caso necessário.

Equipe de manutenção local Esquadrias de

Alumínio Limpeza dos trilhos internos.

Porta corta-fogo Lubrificar dobradiças e maçanetas.

A cada seis

meses

Bombas de

recalque Manutenção. Empresa especializada

Dedetização Aplicação de produtos químicos. Equipe de manutenção local

Esquadrias de

madeira Lubrificar dobradiça das portas.

Equipe de manutenção local

Instalação

elétrica

Testar os disjuntores do quadro de

distribuição.

Instalações

hidráulicas,

louças e metais

Testar abertura e fechamento dos

registros do subsolo e da cobertura. Equipe de manutenção local

Instalações

hidráulicas,

louças e metais

Limpar os aeradores (bicos

removíveis).

Equipe de manutenção local Verificar ralos e sifões.

Limpar e verificar regulagem do

mecanismo de descarga.

A cada seis

meses Reservatórios

Limpar e verificar o nível de

funcionamento das boias. Empresa especializada

Page 64: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

64

A cada seis

meses

Sistema de

combate à

incêndio

Manutenção constante para manter

a operacionalidade do sistema.

Empresa especializada

A cada ano

Alvenarias

Inspecionar a integridade da

alvenaria.

Equipe de manutenção local

Vistoriar as paredes quanto à

existência de sobrecarga devido à

fixação de estantes, armários, etc.

Certificar não haver proliferação de

fungos e inexistência de impactos

sobre a parede.

Esquadrias de

Alumínio

Inspecionar a integridade física.

Equipe de manutenção local

Revisar os orifícios dos trilhos

inferiores.

Lubrificar, com grafite em pó, as

dobradiças, rótulos.

Verificar o funcionamento de

trincos e dobradiças.

Esquadrias de

Alumínio

Verificar riscos profundos na

pintura ou parte metálica da

esquadria exposta.

Equipe de manutenção local Regular o freio.

Apertar parafusos aparentes.

Revisar a persiana de enrolar.

Esquadrias de

Alumínio

Verificar ocorrência de vazamentos

ou falhas na vedação e fixação dos

caixilhos.

Equipe de manutenção local

Esquadrias de

Ferro Repintar. Empresa especializada

Impermeabilizaç

ão

Inspecionar e refazer onde

necessário os rejuntes de pisos,

paredes, ralos, soleiras e peças

sanitárias.

Equipe de manutenção local

Instalação

elétrica

Reapertar as conexões do quadro de

distribuição. Equipe de manutenção local

Page 65: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

65

A cada ano

Piso cimentado,

em concreto

Verificar juntas de dilatação e

preencher com mastique quando

necessário.

Equipe de manutenção local

Instalações

hidráulicas,

louças e metais

Trocar os vedantes das torneiras,

misturadores de lavatório, bidê e

registros de pressão. Equipe de manutenção local

Verificar os isolamentos de água

quente.

Porta corta-fogo Regulagem das portas. Empresa especializada

Revestimento

cerâmico

Verificar eflorescência, manchas e

peças quebradas.

Equipe de manutenção local

Verificar e efetuar manutenções

para manter a estanqueidade.

Revisar o rejuntamento quanto à

presença de fissuras e pontos

falhos.

A cada ano

Revestimentos

em pedras

Verificar eflorescência, manchas e

peças quebradas. Equipe de manutenção local

Sistema de

proteção contra

descargas

atmosféricas

Inspecionar integridade e

reconstituir sistema de medição. Empresa especializada

Vidros Revisão das vedações e fixações

dos vidros nos caixilhos. Equipe de manutenção local

A cada dois

anos

Esquadrias de

madeira Encerar. Empresa especializada

Instalação

elétrica

Tomadas, interruptores e pontos de

luz: reapertar conexões e verificar

estado dos contatos elétricos.

Equipe de manutenção local

A cada três

anos

Esquadria de

madeira Pintar ou envernizar. Empresa especializada

Instalações

hidráulicas,

louças e metais

Verificar anéis e estanqueidade dos

registros de gaveta e de esfera. Equipe de manutenção local

Verificar o diafragma da torre de

entrada e a comporta do mecanismo

de caixa acoplada.

Empresa especializada

Page 66: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

66

A cada três

anos

Revestimento de

parede, piso,

teto

Repintar áreas privativas e comuns,

inclusive fachada. Empresa especializada

A cada cinco

anos

Instalações

hidráulicas,

louças e metais

Verificar a estanqueidade da

válvula de descarga, torneira

automática e torneira eletrônica.

Empresa especializada

Especificado

pelo fabricante

Elevadores

Manutenção / troca / recarga

recomendada pelo fabricante.

Empresa especializada

Iluminação de

emergência

Extintores

Instalações de

gás

Verificação das condições da

mangueira de ligação ao

eletrodoméstico e trocar.

Fonte: O autor

Além de um plano de manutenção predial, o condomínio deve ser orientado à manter

um livro de registros das manutenções realizadas, mantendo em arquivo notas fiscais,

contratos, laudos, certificados, termos de garantia e demais comprovantes da realização dos

serviços ou da capacidade das empresas ou profissionais para executá-lo (CBIC).

É de suma importância que os mesmos sejam mantidos legíveis e disponíveis para

prover evidência da efetiva implementação do programa de manutenção da edificação durante

o período de vida útil dos sistemas que compõe a edificação.

Para exemplificar um modelo de livro de registros de manutenção predial, está

disponibilizada no anexo 2 desse trabalho uma proposta de modelo desse documento.

Page 67: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

67

7 DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA E LEGAL

Conforme exigências da NBR 14036, o manual deve especificar a lista dos

documentos fornecidos em anexo, informando as responsabilidades pela entrega inicial e a

renovação dos mesmos, bem como a periodicidade da renovação dos mesmos.

A tabela 13 relaciona os principais documentos que devem fazer parte da

documentação do condomínio, sendo alguns deles entregues pela construtora ou

incorporadora. Os demais devem ser providenciados pelo condomínio.

Tabela 13 - Documentação técnica e legal

Documento Incumbência do

fornecimento

inicial

Incumbência pela

renovação

Periodicidade da

renovação

Manual do

proprietário

Construtora ou

incorporadora

Proprietário Quando houver

alteração na fase de

uso

Manual das áreas

comuns

Construtora ou

incorporadora

Condomínio Quando houver

alteração na fase de

uso ou legislação

Certificado de

garantia dos

equipamentos

instalados

Construtora ou

incorporadora

Condomínio A cada nova

aquisição ou

manutenção

Notas fiscais dos

equipamentos

Construtora ou

incorporadora

Condomínio A cada nova

aquisição ou

manutenção

Manuais técnicos de

uso, operação e

manutenção dos

equipamentos

instalados

Construtora ou

incorporadora

Condomínio A cada nova

aquisição ou

manutenção

Auto de conclusão

(Habite-se)

Construtora ou

incorporadora

Não há Não há

Alvará de aprovação

execução da

edificação

Construtora ou

incorporadora

Não há, desde que

inalteradas as

condições do

edifício

Não há

Alvará de instalação

dos elevadores

Construtora ou

incorporadora

Não há, desde que

inalteradas as

condições do

edifício

Não há

Alvará de

funcionamento dos

elevadores

Construtora ou

incorporadora

Condomínio Não há

Auto de Vistoria do

Corpo de Bombeiros

(AVCB)

Construtora ou

incorporadora

Condomínio Verificar legislação

específica

Page 68: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

68

Projetos Legais

(Projeto Aprovado e

Incêndio)

Construtora ou

incorporadora

Não há Não há

Projetos aprovados

em concessionárias

Construtora ou

incorporadora

Não há Não há

Projetos executivos Construtora ou

incorporadora

Não há Não há

Especificações,

instituição de

condomínio

Condomínio Não há Não há

Ata da assembleia de

instalação de

condomínio

Condomínio Condomínio A cada alteração de

síndico

Convenção

condominial

Condomínio Condomínio Quando necessário

Regimento Interno Condomínio Condomínio Quando necessário

Relação de

proprietários

Condomínio Condomínio A cada alteração

Licenças ambientais Construtora ou

Incorporadora

Condomínio Quando necessário

Termos de

ajustamento de

conduta ambientais

(TAC)

Construtora ou

Incorporadora

Condomínio Quando necessário

Recibo do

pagamento do IPTU

do último ano da

obra, boleto(s) de

IPTU(s) a serem

pagos, cópia do

processo de

desdobramento do

IPTU e carnês IPTU

desdobrado.

Construtora ou

Incorporadora

Condomínio Não há

Recibo de

pagamento da

concessionária de

energia elétrica

(último pagamento)

Construtora ou

Incorporadora

Condomínio Não há

Recibo de

pagamento da

concessionária de

água e esgoto

(último pagamento)

Construtora ou

Incorporadora

Condomínio Não há

Page 69: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

69

Atestado do start-up

do gerador

Construtora ou

Incorporadora

Não há Não há

Certificado de

abrangência do

grupo gerador

Construtora ou

Incorporadora

Condomínio Verificar legislação

estadual específica

Certificado de

limpeza, desinfecção

e potabilidade dos

reservatórios de água

Construtora ou

Incorporadora

Condomínio A cada 6 meses

Declaração de

limpeza do poço de

esgoto, poço de água

servida, caixas de

drenagem e esgoto.

Construtora ou

Incorporadora

Condomínio A cada ano

Relatório de vistoria

de entrega da obra

Construtora ou

Incorporadora

Não há Não há

Relação de

equipamentos,

móveis,

eletrodomésticos e

objetos de decoração

entregues ao

condomínio (quando

aplicável)

Construtora ou

Incorporadora

Não há Não há

Cadastro do

condomínio no

sindicato patronal

Condomínio Não há Não há

Atestado de

instalação de gás e

instalações

hidráulicas e outras

instalações prediais

Construtora ou

Incorporadora

Condomínio Verificar legislação

específica

Atestado de

instalações elétricas

Construtora ou

Incorporadora

Condomínio Verificar legislação

específica

Atestado de Sistema

de Proteção a

Descarga

Atmosférica (SPDA)

Construtora ou

Incorporadora

Condomínio A cada ano

Medição ôhmica

(com terrômetro

calibrado e aferido

pelo INMETRO)

Construtora ou

Incorporadora

Condomínio A cada 5 anos para

edificações

residenciais ou

comerciais

Sugestão ou modelo

de programa de

manutenção

Construtora ou

Incorporadora

Não há Não há

Page 70: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

70

Sugestão ou modelo

de lista de

verificação do

programa de

manutenção

Construtora ou

Incorporadora

Não há Não há

Livros e atas de

assembleias/presença

Condomínio Condomínio A cada alteração

Livro do conselho

consultivo

Condomínio Condomínio A cada alteração

Inscrição do edifício

na Receita Federal

(CNPJ)

Condomínio Condomínio A cada alteração de

síndico

Inscrição do

condomínio no ISS

Condomínio Condomínio Não há

Inscrição do

condomínio no

sindicado dos

empregados

Condomínio Condomínio Não há

Apólice de seguro de

incêndio ou outros

sinistros que cause

destruição

Condomínio Condomínio A cada ano

Relação de

moradores

Condomínio Condomínio A cada alteração

Cópia dos

documentos de

registro e

funcionários

terceirizados

Condomínio Condomínio A cada alteração de

funcionário

Programa de

Prevenção de Riscos

Ambientais (PPRA)

– Conforme NR 09

do MTE

Condomínio Condomínio A cada ano

Programa de

Controle Médico de

Saúde Ocupacional

(PCMSO) –

Conforme NR 07 do

MTE

Condomínio Condomínio A cada ano, quando

aplicável

Atestado de brigada

de incêndio

Condomínio Condomínio A cada ano

Relatório de

inspeção anual dos

elevadores (RIA)

Condomínio Condomínio A cada ano

Contrato de

manutenção de

elevadores

Condomínio Condomínio Validade do

contrato

Page 71: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

71

Contrato de

manutenção de

gerador

Condomínio Condomínio A cada ano

Certificado de teste

dos equipamentos de

combate a incêndio

Construtora ou

Incorporadora

Condomínio Verificar a

legislação vigente

Contrato do sistema

e instrumentos de

prevenção e combate

a incêndio

Condomínio Condomínio A cada ano

Livro de ocorrências

da central de alarmes

Condomínio Condomínio A cada ocorrência

Certificado de

desratização e

desinsetização

Condomínio Condomínio A cada 6 meses

Cadastro do

condomínio junto às

concessionárias de

serviços

Construtora ou

Incorporadora

Condomínio Não há (desde que

inalteradas as

condições do

edifício)

Fonte: (CBIC, 2014)

Page 72: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

72

8 ENTREGA DO EMPREENDIMENTO

Na indústria da construção civil, o período de contrato entre a empresa construtora e o

cliente é bastante longo, uma vez que o cliente, muitas vezes começa a se relacionar com a

empresa antes do início das obras, e continua durante todo o período de execução e após a

entrega da mesma.

Com clientes cada vez mais bem-informados sobre sus direitos, e esperando receber

produtos com elevado padrão de qualidade, o mercado tem exigido das empresas atuantes na

indústria da construção civil um melhor atendimento à essas expectativas. Desse modo,

construtoras e incorporadoras então se esforçando e se qualificando para melhor os processos

e modernizar sua atuação, como exemplo disso, é a adoção de melhores práticas para a gestão

de entrega de seus empreendimentos.

A construtora é a parte responsável pela execução do empreendimento, tendo o dever

de entregar um produto que atenda ao objetivo ao qual ele foi encomendado, ou seja, uma

edificação em perfeitas condições de uso, em conformidade com as normas vigentes e de

acordo com as especificações técnicas previstas em projeto.

8.1 QUALIDADE E GESTÃO DE ENTREGA DE EMPREENDIMENTOS NA

CONSTRUÇÃO CIVIL

A entrega do manual de uso, operação e manutenção é um procedimento comum

durante a entrega de um produto em qualquer ramo industrial, como forma de prevenir a

cobrança de responsabilidades pelos clientes quando estes não recebem instruções adequadas

sobre o uso do produto adquirido. Porém, na indústria da construção civil, isto não ocorre com

frequência, uma vez que são poucas as empresas que fornecem manuais com esta finalidade

(SANTOS, 2003, p.16).

O manual da edificação além de ser um documento obrigatório e possuir exigências

normativas da Associação Brasileira de Normas Técnicas, código de edificações municipais e

do consumidor, faz parte da gestão de entrega do empreendimento na indústria da construção

civil (ANTONIAZZI, 2012, p.18).

Na indústria da construção civil o produto apresenta características que o distingue dos

demais produtos, especialmente pelo fato de o mesmo atender ao usuário por um grande

período de tempo apresentando desempenho adequado ao uso que se destinam, resistindo às

intempéries e ao uso.

Page 73: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

73

Portanto, é extremamente necessário o fornecimento de informações para o usuário de

maneira a instruir este a fazer o uso correto do imóvel, bem como os processos de operação e

manutenção preventiva da edificação. Dessa forma, o manual da edificação atua como um elo

entre as fases de execução e utilização do empreendimento, definindo as responsabilidades do

usuário e do construtor. Dessa forma, esse documento atua de maneira a melhorar a gestão da

entrega do empreendimento, bem como a relação entre ambas as partes durante o período de

pós-ocupação, contribuindo para melhor satisfação do cliente, o que é fundamental para a

sobrevivência da empresa no mercado.

8.2 VISTORIA

A vistoria do imóvel deve ser formalizada através da assinatura do termo de vistoria

do imóvel, conforme o anexo 3, e o termo de recebimento do imóvel, conforme o anexo 4,

visando atender ao Código de Defesa do Consumidor (SOUZA et al., 1995).

Durante a vistoria, o proprietário deve estar atento em observar a existência de não

conformidades ou apontar a necessidade da execução de alguns serviços. Após os

procedimentos de vistoria do imóvel, o proprietário só deve aceitar o recebimento do mesmo

quando não houver vícios na construção, ou quando os mesmos forem sanados.

Com o imóvel se apresentando de acordo com as condições contratuais e em

obediência aos projetos, especificações técnicas e demais elementos, o proprietário declara o

recebimento da obra concluída por parte do contratado através dos documentos citados

anteriormente.

Usualmente as construtoras e incorporadoras realizam vistorias com os clientes em sua

respectiva unidade autônoma e na presença do síndico ou representante legal nas áreas

comuns. Entretanto, novas práticas têm sido adotadas, como a entrega por parte da empresa

construtora de laudos técnicos elaborados por profissionais habilitados, contanto com uma

análise técnica e imparcial. Esses documentos registram a terminalidade das obras e podem

eventualmente acompanhar os documentos referentes aos testes de funcionamento dos

sistemas realizados pela construtora.

8.3 ENTREGA DO MANUAL DA EDIFICAÇÃO

São recomendações da norma ABNT NBR 14037, que durante a entrega do imóvel, a

empresa responsável pelo empreendimento deverá entregar ao proprietário um exemplar do

Page 74: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

74

manual contendo informações relevantes sobre sua respectiva unidade autônoma, também

incorporando informações necessárias sobre componentes, instalações e equipamentos de

áreas comuns.

Além disso, é recomendando a entrega de um exemplar de manual específico às áreas

comuns ao síndico administrador do condomínio, incluindo uma cópia de todos os projetos e

informações técnicas referentes à edificação.

Page 75: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

75

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

9.1 CONCLUSÕES

O trabalho foi desenvolvido para servir como orientação para a elaboração do Manual

de Uso, Operação e Manutenção de uma edificação, com base nas principais leis, normas

técnicas que regem o documento. Foi realizado uma revisão bibliográfica no intuito de

conhecer as principais diretrizes para a correta elaboração do Manual da Edificação, através

de leis, normas técnicas além de outras bibliografias pertinentes que abordam a confecção do

mesmo.

Através da elaboração desse trabalho foi constatada a importância da correta

elaboração do manual, uma vez que esse se apresenta como uma importante ferramenta de

comunicação entre a empresa construtora e o proprietário do imóvel. Deste modo, é

importante a correta elaboração do documento a fim de esclarecer ao usuário o seu papel na

etapa de uso, operação e manutenção, de modo que esse possa estar apto à utilizar seu bem de

maneira adequada, zelando pela boa conservação da propriedade, reduzindo os custos de

manutenção e prolongando a vida útil dos sistemas que compõe o edifício.

Devido a sua importância, a elaboração desse documento exige um profissional

qualificado para tal tarefa, além de um levantamento criterioso de projetos, memoriais, entre

outros dados coletados durante as demais etapas do processo construtivo.

Além disso, foi observada a importância da atualização do documento no caso em que

ocorram modificações no imóvel, mantendo um manual atualizado conforme a situação real

do imóvel.

As informações apresentadas nesse trabalho são limitadas e simples na visão de

profissionais experientes que atuam no setor da construção civil. Porém, como é observado

em alguns casos, a negligência por parte das construtoras ao apresentar um manual para os

proprietários das edificações. Nesse cenário, esse trabalho poderá servir como referência para

aqueles que ainda não se adequaram às normas e leis que se aplicam ao fornecimento desse

documento em questão.

Ademais, a proposta para elaboração de um manual desenvolvida nesse trabalho pode

ser aplicada para elaboração de outros documentos semelhantes, além de poder ser

complementada com novas informações e contemplando diferentes tipos de edificação e

sistemas construtivos.

Page 76: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

76

REFERÊNCIAS

AMBROSIO, H. L. L. Proposta para elaboração do manual de uso, operação e

manutenção para unidade autônima residencial de uma edificação. 2017. Trabalho de

Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Universidade Federal de Santa

Catarina, SC, 2017.

ANTONIAZZI, M. Manual de operação, uso e manutenção de edificações: elaboração e

coleta de dados durante a execução. 2012. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em

Engenharia Civil) – Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, RS,

2012.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5.674: manutenção

edificações – procedimento. Rio de Janeiro, 1999

______. NBR 15.575-1: edifícios habitacionais de até cinco pavimentos – desempenho parte

1: requisitos gerais. Rio de Janeiro, 2008.

______. NBR 14.037: manual de operação, uso e manutenção das edificações – conteúdo para

elaboração e apresentação. Rio de Janeiro, 2011.

______. NBR 13752: perícias de engenharia na construção civil. Rio de Janeiro, 1996.

BALCONI, L. R. Novas regras para o setor da construção civil. In: Revista Jus Navigandi.

Teresina, 2013. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/25149>. Acesso em novembro de

2017.

CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO. Manual de Uso,

Operação e Manutenção das Edificações : Orientações para Construtoras e

Incorporadoras. Minas Gerais, 2013. Disponível em: <http://www.sinduscon-

mg.org.br/site/arquivos/up/geral/93b6ad56770f03edd387d83308e2c814.pdf>. Acesso em

novembro de 2017.

CASTRO, U. R. Importância da manutenção predial preventiva e as ferramentas para

sua execução. Belo Horizonte, 2007.

CORDEIRO, A. A. Termo de Garantia e Manual da Edificação; SINDUCON PR, 2011.

DEL MAR, C.P. Falhas, Responsabilidades de Garantias na Construção Civil. São Paulo:

Pini, 2007.

FERREIRA, H.C. A manutenção predial em face a norma NBR 5674/1999 – Manutenção

de Edificações – Procedimento. 2010, Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em

Engenharia Civil) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2010.

GONDIM, I. A. et al. Análise da economia nacional e a participação da indústria da

construção civil. In: I Conferência Latino-Americana de Construção Sustentável. São Paulo,

2004.

Page 77: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

77

GRANDISKI, P. Aprenda a Distinguir “Vícios” dos “Defeitos” nas Relações de

Consumo. 2013. Disponível em:< http://blogs.pini.com.br/posts/normas-tecnicas-

pericias/aprenda-adistinguir-vicios-dos-defeitos-nas-relacoes-de-consumo-302126-1.aspx>.

Acesso em: 10 de outubro de 2017.

ISAIA, G. C. Durabilidade do concreto ou das estruturas de concreto: reflexões sobre o

tema. São José dos Campos, 2001.

KELCH, B. Como definir a vida útil de projeto segundo a NBR 15.575. In: Seminário de

Normas Técnicas (SINDUSCON). Pituba, Bahia, 2016.

LASTE, F. Assistência técnica ao cliente: descrição das etapas no procedimento na

construção civil. 2012. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) -

Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, RS, 2012.

LIMA, T. Manual do proprietário de imóveis – Qual a importância na pós-entrega?. In:

SIENGE. 2016. Disponível em: <https://www.sienge.com.br/blog/qual-a-importancia-do-

manual-do-proprietario-de-imoveis-na-pos-entrega/>

LONZETTI, F. B. Impermeabilizações em subsolos de edificações residenciais e

comerciais. 2010. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) –

Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, 2010.

MELLO, G. Q. Responsabilidades e garantias na construção civil. 2010. Trabalho de

Conclusão de Curso (Graduação em Direito) – Universidade do Vale do Itajaí. SC, 2010.

OLIVEIRA, D. R. B. Estudo comparativo de alternativas para vedações internas de

edificações. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) –

Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2013.

POSSAN E.; DEMOLINER C. A. Desempenho, durabilidade e vida útil das edificações:

Abordagem geral. In: Revista Técnico-Científica do CREA-PR. Ed. 1, 2013.

ROCHA, Angela da; FERREIRA, Jorge Brantes; SILVA, Jorge Ferreira da. Administração

de marketing: conceitos, estratégias, aplicações. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2012.

ROQUE, J. A.; MORENO JUNIOR, A. L. Considerações sobre vida útil de concreto. In:

Encontro Nacional de Pesquisa Projeto e Produção em Concreto Pré-Moldado. 2005, São

Carlos, São Paulo. Anais... Campinas, São Paulo, 2005.

SANTOS, A. O. Manual de Operação Uso e Manutenção das Edificações Residenciais: coleta

de exemplares e avaliação de seu conteúdo frente às diretrizes da NBR 14.037/1998 e

segundo a 66 perspectiva dos usuários. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Programa de

Pós-Graduação em Engenharia Civil, UFRGS, Porto Alegre, 2003.

SINDICATO DA INDÚSRTIA DA CONSTRUÇÃO DO ESTADO DO PARÁ. Manual de

Garantias: NBR 5674:99. Belém: Ed. 1.2010, p. 95.

SOUZA, R. et al. Sistema de Gestão da Qualidade para Empresas Construtoras. São

Paulo: SINDUSCON-SP, 1995.

Page 78: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

78

SILVA, G. V. Manual do proprietário para operação, uso e manutenção das edificações

residenciais: Modelo completo para construtoras e incorporadoras. São Paulo, ed.1,

2013.

SOARES, M. C. F. Reflexões sobre o dever de informação. Âmbito Jurídico, Rio Grande,

XIV, n. 87, 2011. Disponível em: <http://www.ambito-

juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9130>. Acesso em

novembro de 2017.

VELLETRI, M.; OLIVEIRA A. L. – Responsabilidades e ações necessárias do setor da

construção no contexto atual para promover a conservação das edificações;

SINDUSCON SP, 2013.

SANCHES, I. D. Gestão de manutenção em EHIS. 2010.182 p. Dissertação (Mestrado em

Arquitetura e Urbanismo) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo,

São Paulo, 2010.

ZANOTTO, G. et al. Atendimento ao requisito manutenibilidade da NBR 15575:2013 em

um empreendimento habitacional. In: SIBRAGEL ELAGEC. São Carlos, 2015.

Page 79: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

79

ANEXO 1 – MODELO DE SOLICITAÇÃO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA

SOLICITAÇÃO DE ASSISTÊNCA TÉCNICA

Cliente:_______________________________________________________________

Telefone:_____________________ E-mail:_________________________________

Empreendimento:______________________________________________________

Endereço:_____________________________________________________________

Nº da unidade:________

Defeito/Reclamação:_________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

_______________________________

Declaro estar ciente de que os reparos solicitados, se procedentes, serão executados em

_____ dias úteis, durante o horário comercial, e em data previamente fixada pela

empresa.

Data: ___/____/________

__________________ ___________________

Proprietário Empresa

Declaro que os reparos acima solicitados foram efetuados, estando o imóvel em perfeitas

condições, nada mais tendo a reclamar.

Data: ___/____/________

__________________

Proprietário Fonte: elaborado pelo autor.

Page 80: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

80

ANEXO 2 – MODELO DE LIVRO DE REGISTRO DE MANUTENÇÃO PREDIAL

Condomínio:

Síndico/responsável:

Atividade realizada

Data

Empresa

ou

profissional

responsável

Documento

comprovante

Observações

O responsável pelo condomínio deverá manter, junto com este livro de registros de

manutenção predial, um arquivo com os comprovantes das mesmas, sejam notas fiscais,

contratos, laudos, certificados, termos de garantia e demais comprovantes da realização dos

serviços ou da capacidade das empresas ou profissionais para executá-los. É importante que

esses registros sejam mantidos legíveis e disponíveis para prover evidências da efetiva

implementação do programa de manutenção da edificação.

Fonte: elaborado pelo autor

Page 81: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

81

ANEXO 3 – MODELO DE TERMO DE VISTORIA DO IMÓVEL

TERMO DE VISTORIA DO IMÓVEL

EMRPEENDIMENTO:__________________________________________________

PROPRIETÁRIO:_____________________________________________________

APARTAMENTO:_________________________ BOX:_____________________

Da vistoria, declaro que neste momento vistoriei o imóvel e aponto abaixo as pendências

encontradas, as quais a Construtora se compromete em sanar no prazo de __ dias.

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

____________________

Apontadas as pendências encontradas, me comprometo a comparecer em ___/___/______

para vistoria complementar e assinatura do Termo de Recebimento do Imóvel, caso tudo

esteja contento.

____________, ______ de _____________ de ______________

__________________ ___________________

Proprietário Empresa

Fonte: elaborado pelo autor

Page 82: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

82

ANEXO 4 – MODELO DE TERMO DE RECEBIMENTO DO IMÓVEL

TERMO DE RECEBIMENTO DO IMÓVEL

EMRPEENDIMENTO:__________________________________________________

PROPRIETÁRIO:_____________________________________________________

APARTAMENTO:_________________________ BOX:_____________________

Declaro, nesta data, que as pendências anteriormente apontadas foram sanadas pela

construtora, não existindo defeitos visíveis e que tudo se encontra em concordância com os

projetos, registro de incorporação, memorial descritivo e material publicitário da

incorporadora.

Dessa forma, considero cumpridas as obrigações e responsabilidades da empresa

contratada, relacionadas com a execução do imóvel, nada mais tendo a reclamar, recebo as

chaves do imóvel por mim adquirido.

____________, ______ de _____________ de ______________

__________________ ___________________

Proprietário Empresa

Fonte: elaborado pelo autor

Page 83: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

83

APÊNDICE 1 – MODELOS DE ILUSTRAÇÕES INCLUÍDAS EM UM

MANUAL DE OPERAÇÃO. USO E MANUTENÇÃO DE UMA

EDIFICAÇÃO DE UM EDIFÍCIO RESIDENCIAL DA CIDADE DE

SANTA MARIA – RS.

Page 84: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

84

Page 85: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

85

Page 86: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

86

Page 87: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

87

Page 88: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

88

Page 89: ELABORAÇÃO DO MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_ROVANI SCHUNKE... · universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de

89