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1 ELABORAÇÃO DE UM MANUAL DESCRITIVO DO USO DO AIRBRUSH NA MAQUIAGEM Aline Andréa Piva 1 Marcieli Fischer 2 Fabiana Thives 3 Resumo: O mercado da beleza está em franca expansão tornando o setor cada vez mais promissor, surgindo assim novas técnicas e recursos antes desconhecidos. Através desta evolução, foi criada a técnica de maquiagem com o uso de uma pequena pistola ligada a um compressor de ar para produzir jatos de tinta, o Airbrush. Esta técnica, cuja função é proporcionar uma melhor definição de maquiagem para a tecnologia High Definition está expandindo o seu uso em salões de beleza e estética. Para orientação teórica e prática deste profissional, o presente estudo objetiva elaborar um Manual descritivo do uso do Airbrush na maquiagem, que servirá como documento de pesquisa para orientar de forma didática o profissional da área, dando informações desde a etapa inicial de aplicação da técnica, até escolha de bases utilizadas, apresentação das peças do aparelho e seus modelos, algumas marcas e sugestões de lojas com aparelhos disponíveis à venda. A grande contribuição deste artigo é apresentar, através de uma metodologia qualitativa do tipo descritiva, o uso do aparelho Airbrush. Para entendimento do tema e elaboração do artigo, foi feito um levantamento bibliográfico em sites, revistas, DVDs e livros, sobre maquiagem, aparelho Airbrush e sua funcionalidade. O manual foi utilizado na transformação da imagem visual, num processo de “antes e depois” de uma modelo, com o intuito de testar sua funcionalidade e facilitar o entendimento do seu uso. Concluindo, através desta transformação, que o uso da técnica de maquiagem com o aparelho Airbrush auxilia na valorização e harmonização da face, permitindo um efeito mais natural e duradouro. Palavras-chaves: Maquiagem; Tecnologia digital; Aerógrafo. 1 INTRODUÇÃO Em todos os períodos históricos que citam o uso da maquiagem, sempre ressaltam que homens e mulheres ao utilizar este recurso estavam evidenciando belezas, estilos e personalidades abstrusos. Não há duvidas de que um rosto bem 1 Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina. E-mail: [email protected] 2 Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina. E-mail: [email protected] 3 Orientadora, Professora do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina. E-mail: [email protected]

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ELABORAÇÃO DE UM MANUAL DESCRITIVO DO USO DO AIRBRUSH NA MAQUIAGEM

Aline Andréa Piva1 Marcieli Fischer2 Fabiana Thives3

Resumo: O mercado da beleza está em franca expansão tornando o setor cada vez mais promissor, surgindo assim novas técnicas e recursos antes desconhecidos. Através desta evolução, foi criada a técnica de maquiagem com o uso de uma pequena pistola ligada a um compressor de ar para produzir jatos de tinta, o Airbrush. Esta técnica, cuja função é proporcionar uma melhor definição de maquiagem para a tecnologia High Definition está expandindo o seu uso em salões de beleza e estética. Para orientação teórica e prática deste profissional, o presente estudo objetiva elaborar um Manual descritivo do uso do Airbrush na maquiagem, que servirá como documento de pesquisa para orientar de forma didática o profissional da área, dando informações desde a etapa inicial de aplicação da técnica, até escolha de bases utilizadas, apresentação das peças do aparelho e seus modelos, algumas marcas e sugestões de lojas com aparelhos disponíveis à venda. A grande contribuição deste artigo é apresentar, através de uma metodologia qualitativa do tipo descritiva, o uso do aparelho Airbrush. Para entendimento do tema e elaboração do artigo, foi feito um levantamento bibliográfico em sites, revistas, DVDs e livros, sobre maquiagem, aparelho Airbrush e sua funcionalidade. O manual foi utilizado na transformação da imagem visual, num processo de “antes e depois” de uma modelo, com o intuito de testar sua funcionalidade e facilitar o entendimento do seu uso. Concluindo, através desta transformação, que o uso da técnica de maquiagem com o aparelho Airbrush auxilia na valorização e harmonização da face, permitindo um efeito mais natural e duradouro. Palavras-chaves: Maquiagem; Tecnologia digital; Aerógrafo.

1 INTRODUÇÃO

Em todos os períodos históricos que citam o uso da maquiagem, sempre

ressaltam que homens e mulheres ao utilizar este recurso estavam evidenciando

belezas, estilos e personalidades abstrusos. Não há duvidas de que um rosto bem

1 Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI,

Balneário Camboriú, Santa Catarina. E-mail: [email protected] 2 Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI,

Balneário Camboriú, Santa Catarina. E-mail: [email protected] 3 Orientadora, Professora do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí –

UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina. E-mail: [email protected]

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maquiado é mais atrativo, pois a maquiagem tem a capacidade de realçar as feições

mais bonitas e ocultar as imperfeições (PEREZ, 2010).

A forma de maquiar-se, na apresentação pessoal ao longo do tempo, começa

preocupar os mais refinados gostos. A busca pelo melhor produto de maquiagem

passa a ser mais pessoal, tornado a mulher uma seguidora dos padrões de beleza

impostos pela moda citada e ditada por modistas e maquiadores.

A história registra que os cosméticos, como a maquiagem, desde o século

XVIII tinham o intuito de se adaptar a cada pessoa. Uma variedade de dez espécies

de ruge eram escolhidos de acordo com os momentos do dia, a idade da mulher e

os lugares onde frequentava. Seriam nuanças insignificantes se não atestassem a

busca de uma individualização e a necessidade de exprimir a sensibilidade de cada

um (VIGARELLO, 2006).

Na atualidade é percebido que a maquiagem ainda é utilizada com esse

mesmo objetivo de valorizar a beleza individual, permitindo realçar traços ocultos ou

disfarçar imperfeições, melhorar o aspecto saudável da pele e boa aparência,

deixando as mulheres mais atraentes e femininas. Com isso surgiram os pós,

corretivos, bases, blushes e sombras com variações de cores, batons brilhantes,

lápis para olhos e sobrancelhas e máscaras de cílios.

Consequentemente com o passar dos anos e com o rápido avanço da

tecnologia digital, uma grande cobrança dos consumidores em relação aos produtos

da maquiagem convencional vem cada vez mais se manifestando, surgindo com

isso a necessidade ainda maior da evolução dos produtos destinados a este fim

(SILVA; MARTINS, 2010).

Ao observar essa mudança de atitude, muitas empresas do ramo de

cosméticos intensificaram suas pesquisas em produtos e técnicas de maquiagem. E

um dos resultados é a expansão do uso do Airbrush ou aerógrafo, uma maquiagem

realizada por meio de uma pistola ligada a um compressor de ar, a qual lança jatos

de tinta direcionados aos pontos que se deseja maquiar, tanto no rosto quanto no

corpo (PIRES, [200-]).

O maquiador Beto França, citado por Moherdaui (2008), afirma ser uma

mudança no conceito de beleza. A idéia é que essa maquiagem não seja vista.

Percebe-se uma diferença na pele, como se fosse uma película, praticamente

invisível.

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Sua procura é crescente, mas apesar disso pouco se sabe sobre o assunto. A

partir disso desenvolve-se um documento técnico intitulado como “Manual descritivo

do uso do Airbrush na maquiagem” para facilitar seu uso e entendimento de

profissionais da área da fotografia, moda e da cosmetologia e estética.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 A evolução da tecnologia na maquiagem

A maquiagem já foi utilizada com vários significados: como recurso para

camuflar e assustar os inimigos (como faziam os caçadores e coletores da

antiguidade), como forma de identificação por alguns grupos, em rituais religiosos e

até como forma de marcar a passagem da adolescência para a idade adulta (comum

em algumas tribos africanas). Demonstrando as primeiras preocupações em

diferenciar-se, enfeitar-se (VITA, 2008).

No século VXII a maquiagem tradicionalmente era utilizada de forma rústica,

todavia existiam algumas formulações suspeitas de toxidade. Com uma evolução

nas fórmulas e efeitos deletérios denunciados, foram retiradas as composições com

ativos supostamente tóxicos.

A publicação do Dicionário de artes e ofícios condenou as maquiagens

compostas de chumbo, alvaiade, magistério (pó mineral muito fino a que se

atribuíam propriedades maravilhas) de flor de bismuto. Ainda o Dicionário de história

natural estigmatizou as substâncias metálicas, o branco de bismuto, suas

composições de arsênico, de cobalto ou de prata, acusados de estragar a pele. Com

isso a história registra o momento em que a maquiagem modificou seu curso,

havendo um controle maior sobre os produtos, aumentando a diversidade e

acentuando a individualização e segurança de cada um (VIGARELLO, 2006).

Mas foi na França que os cosméticos se instalaram definitivamente. No início

do século passado eles foram popularizados em todo o mundo, a partir da revolução

industrial, que tornou a fabricação muito mais simples, aliada à invenção do cinema,

que exibia lindas mulheres maquiadas que difundiram um modelo de beleza

(GARCIA, 2010).

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Naquele período, a maquiagem não tinha apenas o objetivo de

embelezamento, mas de proteção, hierarquia. Jamais se imaginaria que haveria

uma maquiagem que acompanhasse a tecnologia HD, hoje disponível.

High Definition (HD) é um termo técnico usado para imagens em alta

resolução de câmeras digitais de alta tecnologia, criando imagens brilhantes com tal

nitidez que se aproxima da qualidade de cinema. Com isso, fotógrafos e câmeras

estão diante de exigentes pedidos da avançada tecnologia HD, enquanto os

maquiadores estão enfrentando o desafio de adaptar sua arte à HD. (KRYOLAN,

2011).

A TV de alta definição (High Definition Television – HDTV) é um sistema de

televisão digital que proporciona melhor qualidade de imagem quando comparada

aos sistemas habituais de televisão. A HDTV permite a transmissão de imagens com

maiores detalhes, maior largura do quadro e com som estéreo de até seis canais,

permitindo a utilização em diversos idiomas, dentre outros serviços. A comparação

mais apropriada entre a televisão convencional e a HDTV, não se baseia na relação

de aspecto, e sim no detalhe da imagem (ALENCAR, 2007).

A maquiagem HD (high definition) é essencial porque em alta definição as

imperfeições, tanto naturais (rugas, manchas, marcas de acne), quanto provocadas

pela mão humana (excesso de base, acúmulo de máscara de cílios), se destacam

como se estivesse sob uma lupa. O segredo da técnica é o uso muito preciso de

uma nova geração de instrumentos que exigem tempo e treinamento. Uma técnica

que está ao alcance de todos que pretendem aprendê-la e a se modernizar no

campo da maquiagem (GODOY, 2011).

Já na atualidade, a maquiagem tem várias definições e conceitos, desde o

embelezamento, rejuvenescimento, transformação visual, até produções que criam

efeito na fotografia. O conceito de High Definition tem por objetivo deixar a pele ideal

com aspecto mais natural e sem imperfeições para a TV digital (THIVES, 2010).

A textura dos produtos, aliada aos componentes e forma de aplicação traz um

efeito surpreendente. Esse efeito é conseguido através de vários produtos: primers,

bases, corretivos, pós e blushes (CONSATI, 2010).

O mercado de cosméticos disponibiliza vários produtos tecnológicos com a

função High Definition e com características multifuncionais para a maquiagem

moderna:

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1. Primer (pré-maquiagem): É utilizado antes da base e do pó, por isso

chamado de pré-maquiagem. Pode ser utilizado para todos os tipos de

pele, é controlador da oleosidade, melhora a fixação da maquiagem e

também é usado para dar um efeito de disfarce óptico nas linhas de

expressão.

2. Corretivos: são loções para aplicar na região periocular para disfarçar:

discromias avermelhadas (alteração na cor da epiderme), acne e

cicatrizes recentes, discromias azuladas, varizes e olheiras azuladas,

para acromias (ausência de melanina), vitiligo e também para

hipercromias (excesso da produção de melanina), como olheiras

amarronzadas.

Princípios ativos multifuncionais: podem conter vitaminas, agentes

cicatrizantes, anti-radicais livres entre outros. Contém os mesmos

ingredientes e ativos das bases líquidas (APOLINARIO, 2011).

3. Base: é um produto a base de pigmentos insolúveis. Tem diversas

funções como atenuar ou acentuar as saliências do rosto e esconder

suas imperfeições. Ela deve dar à pele um aspecto saudável

(HERNANDEZ; MARCIER-FRESNELL, 1999).

Princípios ativos multifuncionais: silicones para aumentar sua

durabilidade, estearato de zinco ou magnésio, anti-radicais livres.

Pode-se também acrescentar agentes hidratantes e os filtros UVA e

UVB (HERNANDEZ, MARCIER-FRESNELL, 1999).

4. Pó: é um produto utilizado para disfarçar imperfeições. Sua principal

função é fazer uma boa cobertura sobre a pele.

Princípios ativos multifuncionais: nas formulações dos pós geralmente

encontra-se os filtros UV que contribuem na prevenção do

envelhecimento cutâneo e também protegem a pele do sol (CONTEM

1G, 2009).

5. Blush: os blushes são produtos cosméticos com a intenção de dar

aspecto saudável à face, com o objetivo de salientar as maçãs do

rosto.

Princípios ativos multifuncionais: são basicamente misturas de pós e

corantes (HERNANDEZ; MARCIER-FRESNELL, 1999). Na sua

formulação multifuncional pode-se encontrar o colágeno e as proteínas

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de seda. (CONTEM 1G, 2009). O colágeno funciona como hidratante

da epiderme e também pode auxiliar na diminuição de rugas (GOMES,

2006).

6. Máscaras de cílios: sua função é de dar aparência mais volumosa aos

cílios, também deixá-los com aspecto mais alongado e sedoso.

Princípios ativos multifuncionais: são à base de ceras, resinas

polímeras, hidrosilatos de queratina. Pode-se acrescentar vitaminas:

vitamina B5, que estimula o crescimento, vitamina F, nutritiva

(HERNANDEZ; MARCIER-FRESNELL, 1999). A vitamina F tem como

função hidratar, regenerar, proteger e nutrir. Ela é uma associação de

ácidos graxos essenciais, que são os principais: ácido linoléico,

linolênico e araquidônico (GOMES, 2006).

7. Lápis: produto revestido por um estojo de madeira. As texturas variam

de lápis seco a cremoso, existe o de madeira, kajal e o esferográfico.

É composto de ceras, parafinas e corantes (HERNANDEZ; MARCIER-

FRESNELL, 1999).

Princípios ativos multifuncionais: encontra-se nas formulações do lápis

ativos hidratantes e umectantes que ajudam na hidratação da área dos

olhos. Alguns exemplos são: manteiga de karité, vitamina E, vitamina

C, lanolina entre outros (CONTÉM 1G, 2009).

8. Sombras: destinadas a embelezar as pálpebras. Na sua composição as

substâncias devem ser rigorosamente selecionadas para que não

provoquem irritação nem alergias. Elas podem ser compactas, rollon,

bastão ou soltas (HERNANDEZ; MARCIER-FRESNELL, 1999).

Princípios ativos multifuncionais: pós de origem vegetal, conservantes,

pigmentos insolúveis entre outros (HERNANDEZ, MARCIER-

FRESNELL, 1999). Há sombras que na sua formulação contém

derivados de arroz que tem ação antioxidante, hidratante e nutritiva

(CONTÉM 1G, 2009). Os cosméticos que contêm antioxidantes são os

principais agentes no combate ao envelhecimento intrínseco (GOMES,

2006).

9. Batom: produto de maior penetração no segmento maquiagem, o mais

procurado pelas mulheres, o batom é uma dispersão de pigmentos e

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corantes. São produtos de muitas cores atraentes e são designados a

dar cor aos lábios (HERNANDEZ; MARCIER-FRESNEL 1999).

Princípios ativos multifuncionais: é uma mistura de óleos vegetais e

minerais, gorduras e ceras. Pode-se incluir ingredientes hidratantes,

protetores solares, nutrientes, anti-radicais livres, vitaminas

(APOLINARIO, 2011).

A grande evolução tecnológica da maquiagem veio com a tecnologia HD e

com o uso do Airbrush. Ele é uma das principais ferramentas da maquiagem em alta

definição, uma técnica criada no passado para embelezar rostos primeiro no cinema,

depois na televisão, e que agora começa a migrar para as passarelas, salões de

beleza e estúdios fotográficos.

O maquiador Marcos Antônio Conde, citado por Nasciso (2010), afirma que o

Airbrush é a melhor maquiagem para qualquer situação: cinema, televisão, foto e até

para sair na rua. Esconde manchas, estrias, varizes. A aplicação do cosmético com

o auxílio do Airbrush consegue um grau de perfeição que a mão humana não atinge.

Sendo assim, é fundamental para os atuais maquiadores, fotógrafos,

produtores de moda conhecerem a funcionalidade do Airbrush.

2.2 Descrevendo o Airbrush

Figura 1 – Airbrush

Fonte: (CATHARINE HILL, 2011)

O Airbrush consiste na aplicação da maquiagem com o uso de uma pequena

pistola ligada a um compressor de ar, similar àqueles usados para artesanato, para

produzir jatos de tinta.

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O inventor do aerógrafo foi o americano Abner Peeler, que em 1879 imaginou

ser possível pintar usando um jato de ar passando por um aparelho que aumenta ou

diminui o fluxo de tinta sendo jogado na superfície a ser pintada (CANDIDO, 2011).

O primeiro aparecimento da técnica do Airbrush na maquiagem se deu no

cinema no ano de 1958, os estúdios MGM começaram a filmagem do filme épico

“Bem-Hur” (1959). Durante essa produção, os maquiadores sentiram a necessidade

de aplicar falsos bronzeados nos figurantes. Então, o Airbrush, criado para

aplicações mais delicadas em pinturas, foi a grande aposta para essa tarefa. Os

maquiadores se utilizaram dessa técnica para caracterizar os atores, aplicando um

spray com foundation4 temporário. O método funcionou muito bem, e assim nasceu

a maquiagem colocada por meio do Airbrush (FRANÇOISE, 2010).

Este novo recurso resulta numa maquiagem que utiliza o método de

vaporização de pigmentos, dando à pele um preenchimento dos poros, escondendo

manchas, estrias, telangectasias, tatuagens e varizes (SILVA; MARTINS, 2010).

O objetivo da técnica é criar uma maquiagem sem falhas. Esculpir, contornar,

dar forma e salientar os traços de maneira suave por meio de nanopartículas de

maquiagem (PIRES, [200-]).

A técnica de aerografia já vem sendo usada no exterior há mais de 20 anos,

no Brasil surge com o aparecimento da TV digital, que tem uma leitura em pixels, ou

seja, pontos. Segundo Trigo (2005, p.174) “uma imagem digital é formada por pixels,

do inglês picture elementos, isto é, os elementos formadores da imagem”.

Algumas alterações de maquiagem eram imperceptíveis nas câmeras

analógicas, que não exigiam detalhes tão pequenos. Na transmissão digital, a

captura de imagens prioriza detalhes e acompanha uma tecnologia condizente com

o mercado, fazendo com que a maquiagem convencional perca espaço para

maquiagem com Airbrush (SILVA; MARTINS, 2010).

A maquiagem feita com aerógrafo corresponde às exigências das

transmissões digitais, pois cobrem imperfeições que a maquiagem convencional não

consegue atingir o mesmo resultado. A naturalidade da maquiagem é indiscutível,

pois os produtos se fundem com a pele e garantem um rosto com aspecto mais

natural por muitas horas. Por isso a maquiagem que utiliza a técnica do Airbrush

chega perto do que é considerado ideal no quesito harmonia e estética visual,

4 Foundation: Base para cobertura de pele (KRYOLAN, 2011).

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proporcionando aos profissionais da fotografia e vídeo, além de um resultado

natural, maior resistência à iluminação de estúdios, assim reduzindo o trabalho de

tratamento de imagem (FRANÇA, 2009).

É uma mudança no conceito da beleza. Na maquiagem social, a idéia é que

ela não seja vista. Percebe-se uma diferença na pele, como se fosse uma película,

praticamente invisível. Quando a maquiagem se fixa na pele, os microgrânulos, que

simulam „pixels‟, secam e são captados por câmeras digitais e fotográficas de alta

definição. A aplicação da maquiagem com o Airbrush tem algumas vantagens

incontestáveis. A principal delas é a naturalidade do resultado, pois os produtos se

fundem com a pele e asseguram um rosto maquiado com aspecto natural (BARI,

2010).

A busca pela nova tecnologia da maquiagem vem-se fundindo

gradativamente. Salões de beleza, SPA‟s, clínicas de estética, já estão utilizando o

Airbrush para maquiagens de embelezamento, por ter um tempo de duração maior

que a maquiagem tradicional. Em alguns espaços de beleza está sendo oferecida

para eventos especiais como casamentos e formaturas (THIVES, 2010).

2.3 Modelos de aparelhos aerógrafos (Airbrush) e tintas utilizadas

Os aparelhos aerógrafos podem ser diferenciados em três classificações:

quanto ao tipo de sucção, ao modo de mistura e ao funcionamento de gatilho. É

comum confundir esses tipos, principalmente quando falamos de aerógrafos mais

simples ou complexos. Abaixo seguem os tipos, dentre essas três categorias:

Quanto ao tipo de mistura: indica como é feita a mistura ar-tinta. Podem ser

divididos em mistura externa, ou seja, a tinta e ar são misturados fora do aerógrafo.

Ou de mistura interna, quando essa ocorre dentro do corpo do mesmo. Todos

destinados à maquiagem são de mistura interna.

Os aerógrafos de mistura interna permitem um jato menos amplo, sendo

indicados para trabalhos mais finos. É preciso muito cuidado para não deixar tinta

secar dentro do corpo do mesmo (SCHWEIZER, 2011).

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Figura 2 – Airbrush de mistura inteira

Fonte: (SCHWEIZER, 2011)

Quanto ao tipo de gatilho:

Os aerógrafos de mistura externa são todos de ação simples. Já os com

mistura interna podem ser divididos em de ação simples ou dupla ação. Os

aerógrafos de ação simples apenas liberam o ar quando o gatilho é pressionado. O

controle de fluxo de tinta, se tiver, é feito à parte, do bico do aerógrafo

(SCHWEIZER, 2011).

Figura 3 – Airbrush de ação simples

Fonte: (SCHWEIZER, 2011)

Já os aerógrafos de dupla ação permitem que ambos os controles sejam

feitos pelo gatilho. A pressão, no mesmo no sentido vertical, libera a passagem de

ar. Já o movimento horizontal, puxa a agulha para frente ou para trás, liberando o

fluxo de tinta. Esse sistema é um pouco mais delicado, mas permite traços mais

finos ou de tamanhos variáveis (SCHWEIZER, 2011).

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Figura 4 – Airbrush de dupla ação

Fonte: (SCHWEIZER, 2011)

Quanto ao tipo de sucção:

Por fim, o aerógrafo pode ser classificado quanto ao tipo de

alimentação/sucção de tinta. Os tipos são gravitacional e anti-gravidade.

Os aerógrafos do tipo anti-gravidade utilizam um copo com um canudo que

puxa a tinta do fundo. Esse sistema funciona pela criação de um “vácuo” no cano,

sugando a tinta. Como o nome diz, não depende da gravidade para funcionar. A

vantagem desse sistema é que pode-se movimentar melhor o aerógrafo em torno do

modelo. As desvantagens são que ele exige mais pressão para “chupar” a tinta.

Dependendo do trabalho, isso pode dificultar o acabamento. O segundo é que é

preciso acertar a posição do tubo, de modo que aproveite toda a tinta. Caso

contrário, acabará sempre sobrando tinta. Por fim, esse tubo é uma peça a mais que

deve entrar no processo de limpeza (SCHWEIZER, 2011).

Figura 5 – Airbrush anti-gravidade

Fonte: (SCHWEIZER, 2011)

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No sistema por gravidade, um copo com furo alimenta a tinta por cima do

aerógrafo. A tinta “cai” no corpo do mesmo e é misturado com o ar. Esse sistema

exige menos pressão para funcionar (SCHWEIZER, 2011).

Figura 6 – Airbrush gravitacional

Fonte: (SCHWEIZER, 2011)

Para obter uma maquiagem de sucesso aplicada com Airbrush, é necessário

primeiramente, o produto certo. Maquiagem líquida, com micro pigmentos,

desenvolvida especificamente para ser utilizada com Airbrush (SILVA; MARTINS,

2010).

Os principais produtos utilizados para maquiagem com Airbrush são

elaborados com tecnologia de ultramicronização, que ficam invisíveis na leitura

digital. Pode ser feita de três maneiras:

Com álcool: proporciona uma maior fixação sobre a pele, usada para efeitos

especiais, em produções artísticas quando é necessário filmar mergulho ou cobrir

tatuagens.

Com água: mais usada para eventos sociais. Indicada para maquiadores

iniciantes, pois permite a remoção após a aplicação, se necessário.

Com silicone: é o que existe de mais moderno hoje para a tecnologia High

Definition. Usada também para eventos sociais (FRANÇA, 2009).

Uma vez adotado um tipo de produto, deve-se seguir sempre com esse

mesmo tipo de base, pois elas não se misturam.

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2.4 Marcas de Airbrush

Existe no mercado uma variedade de produtos na linha de aerografia, que

visa atender as necessidades e melhorar o desempenho dos trabalhos de artistas

que usam o aerógrafo como profissão ou como hobby.

No Brasil e em todo o mundo se pode encontrar aparelhos de aerógrafos.

Algumas marcas mais renomadas:

GATTI: É uma empresa brasileira e está no mercado há mais de 40 anos. Foi

uma das pioneiras no Brasil na fabricação de aerógrafos. Sua confecção é

completamente artesanal e sua qualidade é reconhecida em várias partes do

mundo, como Estados Unidos da América, Itália, Espanha. Modelos: THOR e AG3

(AEROGRAFOS GATTI, 2011).

KRYOLAN: Está no mercado há 60 anos e sua matriz é situada em Berlim, na

Alemanha. A marca é conhecida mundialmente e possui representação em mais de

70 países, em todos os continentes do mundo. Os produtos são utilizados por

profissionais para teatro, cinema, televisão, fotografia, moda e para o dia-a-dia

(KRYOLAN, 2011).

TEMPTU: Comercializa Airbrush para profissionais há algum tempo, sendo

considerado por muitos profissionais os mais renomados aparelhos (SCHMMIT,

2009).

2.5 Descrição da construção do Manual

O manual terá sua estrutura dividida em 6 etapas.

1ª Etapa é conhecendo os elementos que compõem o equipamento

Airbrush e sua montagem.

É composto por uma máquina compressora e aerógrafo (proteção da agulha,

proteção da ponteira, ponteira, gatilho, corpo do aerógrafo, agulha, mola, travas de

segurança).

A 2ª etapa é a uniformização da pele, que na maquiagem é um dos itens

mais importantes.

Principalmente na aerografia, necessita-se um cuidado especial na

preparação da pele antes da aplicação do Airbrush.

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Primeiro, a aplicação de um primer, uma base com textura muito fina que

prepara a pele pra uma textura mais hidratada deixando-a mais suave, ajudando

também na correção de pequenas discromias da pele. Deve ser aplicada em todo

rosto de preferência com pincel, para obter melhor resultado.

O segundo passo é a escolha de corretivos com tonalidades que vão corrigir o

colorido da pele. Aplicando também sobre as pálpebras, para uniformização dessa

área e para um melhor efeito na textura da maquiagem na região dos olhos.

A pele tem uma variação de cores, e a uniformização busca corrigir para

quando, na aplicação da maquiagem dos coloridos, estes ganhem intensidade e

valor. Este corretivo deve ser muito bem esfumado e integrado à pele, juntamente

com o primer para que ele dê um resultado muito natural, praticamente invisível.

Após o corretivo, usa-se um pó fixador desenvolvido para essa técnica,

micropartículas se fundem sem deixar nenhum resíduo aparente.

Na técnica de aerografia um passo importante é o delineado dos olhos antes

da aplicação da base, que vai uniformizar a pele. A preparação dos olhos antecede

a uniformização, pois na técnica de aerografia após aplicar o Airbrush não se pode

mais tocar com os dedos sobre a pele. Após esse passo, trabalha-se com polimento

para remoção de prováveis resíduos sobre a pele.

Feito a correção dos olhos com corretivo, a preparação da pele com primer,

entra-se com o Airbrush fazendo a uniformização de todo o rosto.

A 3ª etapa é a aplicação do Airbrush

Ele é constituído por máquina compressora e pistola. A pistola de dois tempos

tem um gatilho com a saída do ar, esse ar é ligado num compressor e quando

puxado pra trás há a saída de tinta. Controla-se a saída do ar, a saída da tinta e a

quantidade desejada para o efeito desejado. Quando se quer uma menor quantidade

de base ou de tintas sobre a pele puxa-se suavemente o gatilho. Se quiser abranger

uma área maior, puxa-se o gatilho até o final, e o ar ligado ao compressor dá a

dosagem dessa calibragem pra que saia um ar mais suave ou mais intenso pra uma

uniformização maior ou um pequeno detalhe.

É importante manter uma distância entre o rosto e o Airbrush, e a posição

sempre a 90o graus. Proteger o cabelo com uma proteção (touca, viseira), para não

correr o risco de manchas.

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A aplicação deve ser feita em camadas, permitindo que cada uma seque para

que seja colocada uma nova camada sobre áreas que exigem maior uniformidade,

suavemente faz-se uma seqüência de tinta e ar, sobrepondo as camadas até que

elas cubram estas regiões. Evitar o toque do dedo sobre a pele para evitar marcas e

comprometer assim a uniformização. Por isso é indicado o uso de uma esponja

aveludada para apoiar a mão enquanto aplicar o Airbrush, caso seja necessário

remover ou espalhar o excesso de tinta da face, pode ser utilizado um pincel de fibra

ótica.

Para atingir áreas menores, aproximar a pistola do rosto e para atingir uma

área maior, afastar. Após a aplicação da base com Airbrush, aplicar um pó

micronizado com a finalidade de fixar e tirar todo o brilho da pele sem deixar

resíduos aparentes.

A 4ª etapa é o contorno do rosto

O posicionamento de sombras destaca os pontos mais profundos e salientes

do rosto, modelando-o. Então, o claro e o escuro vão dar esse efeito de luz e

sombra.

Aplicar usando os dedos como referência, como um molde, modelando o

rosto, fazendo um sombreado para que ele ganhe volume novamente, o qual foi

retirado com a uniformização. A luz e sombra são um reposicionamento desses

claros e escuros do rosto. Aplicar sombras nas áreas onde queremos maior

profundidade, destacando no rosto o que ele tem de melhor. Após aplicação dos

escuros, aplicar os claros em pequenos pontos do rosto, enfatizando os volumes.

A 5a etapa é a finalização de olhos, blush e lábios

Na maquiagem dos olhos, também se usa o auxílio da máscara como

proteção, para que essa cor não ultrapasse o limite de aplicação. Por ser uma área

delicada e menor, deve-se trabalhar com muito cuidado e cautela, aproximando o

Airbrush da pele, e sempre sobrepondo camadas até chegar à tonalidade desejada.

O controle da pistola, sua saída de ar e tinta, é o que vai ajudar na aplicação

da base nessa região. Seguindo o mesmo princípio, aplica-se uma cor mais escura

no canto externo dos olhos enfatizando assim o volume e aplicando cor ao mesmo

tempo. O resultado deste trabalho é um acabamento muito natural como se esse

colorido estivesse saindo da pele.

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Aplicar o blush para colorir as maçãs do rosto. Dando um toque mais

saudável e harmonizando com a maquiagem dos olhos.

Nos lábios aproxima-se o Airbrush para fazer a aplicação.

A 6ª etapa é a desmontagem, limpeza e montagem do aparelho.

É uma ferramenta muito delicada que deve ser desmontada cuidadosamente,

e suas partes devem ser limpas separadas. É importante que as peças sejam

colocadas na seqüência para que não se percam. Três partes do Airbrush: corpo,

agulha, ponteira. A agulha e a ponteira são as peças mais importantes da

ferramenta porque são elas que dosam a saída de ar e tinta do aparelho e são

peças frágeis.

Após o uso das maquiagens, limpar cada uma das peças com seu próprio

diluente, quando utilizado as bases com silicone, o diluente é o próprio silicone,

quando utilizado com água é própria água, e quando utilizado o álcool é o próprio

álcool.

É importante evitar que o produto seque dentro do aparelho, senão fica difícil

a limpeza e a reutilização da ferramenta. Feito a limpeza, fazer novamente a

seqüência de montagem. Por último, colocar a proteção da ponteira, a proteção da

agulha e a agulha.

Para a finalização da limpeza ele deve ser novamente ligado ao compressor,

colocando o diluente para uma limpeza final (encaixar no reservatório de limpeza).

Desta forma, está limpo o Airbrush, pronto para ser reutilizado.

3 METODOLOGIA

A grande contribuição deste artigo é apresentar, através de uma metodologia

qualitativa do tipo descritiva, o uso do aparelho Airbrush (ver em APÊNDICE A -

Manual descritivo do uso do Airbrush na maquiagem).

Para entendimento do tema e elaboração do artigo, foi feito um levantamento

bibliográfico em sites, revistas, DVDs e livros, sobre maquiagem, aparelho Airbrush e

sua funcionalidade. Na opinião de Marconi e Lakatos (2001, p. 43-44), a pesquisa

bibliográfica trata-se do “levantamento de toda bibliográfica já publicada, em forma

de livros, revistas, publicações avulsas, imprensa escrita e internet. Sua finalidade é

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colocar o pesquisador em contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre

determinado assunto”.

A pesquisa é do tipo qualitativa e descritiva quando tem como foco principal

de abordagem, analisar dados indutivamente. O ambiente natural é a fonte direta

para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. Ocorre uma relação

entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em

números. Foi abordado a teoria, a prática, os efeitos, objetivos do uso da técnica do

Airbrush (SILVA; MENEZES, 2001).

O universo da pesquisa foi criar um modelo de manual referencial com dicas,

informações e passo a passo do uso do aparelho Airbrush na maquiagem. A idéia do

presente artigo foi trabalhar abordando sobre sua correta forma de uso e aplicação,

sendo realizado o procedimento em uma modelo com o intuito de exemplificar como

é realizado o processo da maquiagem. Foi realizado uma transformação da imagem

visual de uma modelo num processo de “Antes e Depois” (ver APÊNDICE B –

Modelo de uso de imagem).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa teve como objetivo a criação de um manual descrevendo

o uso do Airbrush na maquiagem, através da análise dos conceitos da evolução da

maquiagem, da técnica do Airbrush e seus benefícios, analisando o processo,

abordando as principais informações necessárias sobre o assunto em questão.

Através deste estudo bibliográfico, foi possível desenvolver um manual com

os principais itens necessários para uma correta maquiagem feita com o uso do

Airbrush. Este material servirá de recurso visual para orientar de forma didática o

profissional da área, dando informações desde a etapa inicial de aplicação da

técnica, até escolha de bases utilizadas, apresentação das peças do aparelho e

seus modelos, algumas marcas e sugestões de lojas com aparelhos disponíveis à

venda.

Com o intuito de testar sua funcionalidade, o manual foi utilizado na

transformação da imagem visual, num processo de “antes e depois” de uma modelo.

Concluindo, através das pesquisas e desta transformação, que o uso do aparelho

Airbrush na maquiagem auxilia na valorização e harmonização da estética, sendo

possível perceber que ao contrário do que é citado por alguns maquiadores, a

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técnica é muito simples, desmistificando assim a dificuldade do seu uso. Para

qualquer profissional que queira aprender a usar o aparelho Airbrush, serve como

um material didático gratuito e de fácil acesso dando informações antes

apresentadas somente em cursos de elevado valor, facilitando assim a expansão do

conhecimento científico na área da maquiagem.

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APÊNDICE A – Manual descritivo do uso do Airbrush na maquiagem

Airbrush

O Airbrush consiste na aplicação da maquiagem com o uso de uma pequena

pistola ligada a um compressor de ar para produzir jatos de tinta. É uma nova

técnica de maquiagem, cuja função é proporcionar uma melhor definição de

maquiagem para a tecnologia High Definition.

Foto 1 – Compressor e aparelho Airbrush

Fonte: (OLIVEIRA, 2011)

Modelos de Aparelhos Aerógrafos

Os aparelhos aerógrafos podem ser diferenciados em três classificações:

quanto ao tipo de sucção, ao modo de mistura e ao funcionamento de gatilho. É

comum confundir esses tipos, principalmente quando falamos de aerógrafos mais

simples ou complexos. Abaixo seguem os tipos, dentre essas três categorias:

Quanto ao tipo de mistura: indica como é feita a mistura ar-tinta. Podem ser

divididos em mistura externa, ou seja, a tinta e ar são misturados fora do aerógrafo.

Ou de mistura interna, quando essa ocorre dentro do corpo do mesmo. Todos

destinados à maquiagem são de mistura interna.

Os aerógrafos de mistura interna permitem um jato menos amplo, sendo

indicados para trabalhos mais finos. É preciso muito cuidado para não deixar tinta

secar dentro do corpo do mesmo (SCHWEIZER, 2011).

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Figura 2 – Airbrush de mistura inteira

Fonte: (SCHWEIZER, 2011)

Quanto ao tipo de gatilho:

Os aerógrafos de mistura externa são todos de ação simples. Já os com

mistura interna podem ser divididos em de ação simples ou dupla ação. Os

aerógrafos de ação simples apenas liberam o ar quando o gatilho é pressionado. O

controle de fluxo de tinta, se tiver, é feito à parte, do bico do aerógrafo

(SCHWEIZER, 2011).

Figura 3 – Airbrush de ação simples

Fonte: (SCHWEIZER, 2011)

Já os aerógrafos de dupla ação permitem que ambos os controles sejam

feitos pelo gatilho. A pressão no mesmo no sentido vertical, libera a passagem de ar.

Já o movimento horizontal, puxa a agulha para frente ou para trás, liberando o fluxo

de tinta. Esse sistema é um mais delicado, mas permite traços mais finos ou de

tamanhos variáveis (SCHWEIZER, 2011).

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Figura 4 – Airbrush de dupla ação

Fonte: (SCHWEIZER, 2011)

Quanto ao tipo de sucção:

Por fim, o aerógrafo pode ser classificado quanto ao tipo de

alimentação/sucção de tinta. Os tipos são gravitacional e anti-gravidade.

Os aerógrafos do tipo anti-gravidade utilizam um copo com um canudo que

puxa a tinta do fundo. Esse sistema funciona pela criação de um “vácuo” no cano,

sugando a tinta. Como o nome diz, não depende da gravidade para funcionar. A

vantagem desse sistema é que pode-se movimentar melhor o aerógrafo em torno do

modelo. As desvantagens são que ele exige mais pressão para “chupar” a tinta.

Dependendo do trabalho, isso pode dificultar o acabamento. O segundo é que é

preciso acertar a posição do tubo, de modo que aproveite toda a tinta. Caso

contrário, acabará sempre sobrando tinta. Por fim, esse tubo é uma peça a mais que

deve entrar no processo de limpeza (SCHWEIZER, 2011).

Figura 5 – Airbrush anti-gravidade

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Fonte: (SCHWEIZER, 2011)

No sistema por gravidade, um copo com furo alimenta a tinta por cima do

aerógrafo. A tinta “cai” no corpo do mesmo e é misturado com o ar. Esse sistema

exige menos pressão para funcionar (SCHWEIZER, 2011).

Figura 6 – Airbrush gravitacional

Fonte: (SCHWEIZER, 2011)

Conhecendo os produtos para preparação da pele

É importante conhecer os produtos e o passo a passo para aplicação dessa

técnica de maquiagem.

Primes: bases que antecedem a maquiagem.

Figura 7 – Primer

Fonte: (VULT, 2011)

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Corretivos: de diferentes cores que misturadas vão corrigir as tonalidades de

cada pele.

Figura 8 – Corretivo

Fonte: (MAC, 2011)

Bases. Principais componentes:

Álcool: proporciona uma maior fixação sobre a pele, usadas para os efeitos

especiais, principalmente tatuagens.

Água: as mais comuns hoje em dia. Indicada para maquiadores iniciantes,

pois permite a remoção após a aplicação, se necessário.

Silicone: é o que existe de mais moderno hoje para a tecnologia High

Definition.

É importante ressaltar que, devido à grade fixação das tintas, a concentração

de conservante é maior que nas tintas da maquiagem convencional e por isso é

indicado realizar teste para verificar se a cliente não terá nenhuma reação alérgica

ao produto. Esse teste pode ser feito borrifando uma pequena quantidade de tinta no

punho e aguardar um tempo aproximado de 10 minutos.

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Figura 9 – Bases para Airbrush

Fonte: (TEMPTU, 2011)

Pós faciais: solto e compactado, com a tecnologia de ultramicronização, que

ficam invisíveis na leitura digital.

Figura 10 – Pó ultra micronizado

Fonte: (CATHARINE HILL, 2011)

Marcas de Airbrush

Existe no mercado uma variedade de produtos na linha de aerografia, que

visa atender as necessidades e melhorar o desempenho dos trabalhos de artistas

que usam o aerógrafo como profissão ou como hobby.

No Brasil e em todo o mundo podemos encontrar aparelhos de aerógrafos.

Algumas marcas mais renomadas:

GATTI: É uma empresa brasileira e está no mercado há mais de 40 anos. Foi

uma das pioneiras no Brasil na fabricação de aerógrafos. Sua confecção é

completamente artesanal e sua qualidade é reconhecida em várias partes do

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mundo, como Estados Unidos da América, Itália, Espanha. Modelos: THOR e AG3

(AEROGRAFOS GATTI, 2011).

KRYOLAN: Está no mercado há 60 anos e sua matriz é situada em Berlim,

na Alemanha. A marca é conhecida mundialmente e possui representação em mais

de 70 países, em todos os continentes do mundo. Os produtos são utilizados por

profissionais para teatro, cinema, televisão, fotografia, moda e para o dia-a-dia

(KRYOLAN, 2011).

TEMPTU: Comercializa Airbrush para profissionais há algum tempo, sendo

considerado por muitos profissionais os mais renomados aparelhos (SCHMMIT,

2009).

Passo a passo:

Etapa 1: conhecendo os elementos que compõem o equipamento

Airbrush e sua montagem: Máquina compressora, aerógrafo (proteção da agulha,

proteção da ponteira, ponteira, gatilho, corpo do aerógrafo, agulha, mola, travas de

segurança).

Foto 1 – Compressor e Airbrush

Fonte: (OLIVEIRA, 2011)

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Foto 2 – Partes do Airbrush

Fonte: (OLIVEIRA, 2011)

Etapa 2: uniformização da pele

Na maquiagem é um dos itens mais importantes. Principalmente na

aerografia, necessita-se um cuidado especial na preparação da pele antes da

aplicação do Airbrush.

Primeiro, a aplicação de um primer, uma base com textura muito fina que

prepara a pele pra uma textura mais hidratada deixando-a mais suave, ajudando

também na correção de pequenas discromias da pele. Deve ser aplicada em todo

rosto de preferência com pincel de fibra ótica ou pincel facial, para obter melhor

resultado.

Foto 3 – Modelo natural

Fonte: (OLIVEIRA, 2011)

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Foto 4: Modelo com primer e corretivo

Fonte: (OLIVEIRA, 2011)

O segundo passo é a escolha de corretivos com tonalidades que vão corrigir o

colorido da pele. Aplicando também sobre as pálpebras, para uniformização dessa

área e para um melhor efeito na textura da maquiagem na região dos olhos.

A pele tem uma variação de cores, e a uniformização busca corrigir para

quando, na aplicação da maquiagem dos coloridos, estes ganhem intensidade e

valor. Este corretivo deve ser muito bem esfumado e integrado à pele, juntamente

com o primer para que ele dê um resultado muito natural, praticamente invisível.

Após o corretivo, usa-se um pó fixador desenvolvido para essa técnica, micro-

partículas se fundem sem deixar nenhum resíduo aparente.

Na técnica de aerografia um passo importante é o delineado dos olhos antes

da aplicação da base, que vai uniformizar a pele. A preparação dos olhos antecede

a uniformização, pois na técnica de aerografia após aplicar o Airbrush não se pode

mais tocar com os dedos sobre a pele. Após esse passo, trabalha-se com polimento

para remoção de prováveis resíduos sobre a pele.

Feito a correção dos olhos com corretivo, a preparação da pele com primer,

entra-se com o Airbrush fazendo a uniformização de todo o rosto.

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Etapa 3: aplicação do Airbrush

Foto 5 – Base sendo colocada no aerógrafo

Fonte: (OLIVEIRA, 2011)

Ele é constituído por máquina compressora e pistola. A pistola de dois tempos

tem um gatilho com a saída do ar, esse ar é ligado num compressor e quando

puxado pra trás há a saída de tinta. Nós controlamos a saída do ar, a saída da tinta

e a quantidade desejada para o efeito desejado. Quando queremos uma menor

quantidade de base ou de tintas sobre a pele puxamos suavemente o gatilho. Se

quisermos abranger uma área maior, puxamos o gatilho até o final, e o ar ligado ao

compressor nos dá a dosagem dessa calibragem pra que saia um ar mais suave ou

mais intenso pra uma uniformização maior ou um pequeno detalhe.

É importante manter uma distância entre o rosto e o Airbrush, e a posição

sempre a 90 graus. Proteger o cabelo com uma proteção (touca, viseira), para não

correr o risco de manchas.

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Foto 6 – Aplicação do Airbrush usando proteção para os cabelos

Fonte: (OLIVEIRA, 2011)

A aplicação deve ser feita em camadas, permitindo que cada uma seque para

que seja colocada uma nova camada sobre áreas que exigem maior uniformidade,

suavemente fazemos uma seqüência de tinta e ar, sobrepondo as camadas até que

elas cubram estas regiões. Evitar o toque do dedo sobre a pele para evitar marcas e

comprometer assim a uniformização. Por isso é indicado o uso de uma esponja

aveludada para apoiar a mão enquanto aplicar o Airbrush, caso seja necessário

remover ou espalhar o excesso de tinta da face, pode ser utilizado um pincel de fibra

ótica.

Para atingir áreas menores, aproximar a pistola do rosto e para atingir uma

área maior, afastar. Após a aplicação da base com Airbrush, aplicar um pó

micronizado com a finalidade de fixar e tirar todo o brilho da pele sem deixar

resíduos aparentes.

Etapa 4: contorno do rosto

O posicionamento de sombras destaca os pontos mais profundos e salientes

do rosto, modelando-o. Então, o claro e o escuro vão dar esse efeito de luz e

sombra.

Aplicar usando os dedos como referência, como uma máscara, modelando o

rosto, fazendo um sombreado para que ele ganhe volume novamente, o qual foi

retirado com a uniformização. A luz e sombra são um reposicionamento desses

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33

claros e escuros do rosto. Aplicar sombras nas áreas onde queremos maior

profundidade, destacando no rosto o que ele tem de melhor. Após aplicação dos

escuros, aplicar os claros em pequenos pontos do rosto, enfatizando os volumes.

Foto 7 – Aplicação do Airbrush usando os dedos como guia

Fonte: (OLIVEIRA, 2011)

Foto 8 – Modelo com contorno de rosto pronto

Fonte: (OLIVEIRA, 2011)

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Etapa 5: finalização. Olhos, blush e lábios

Na maquiagem dos olhos, também se usa o auxílio da máscara como

proteção, para que essa cor não ultrapasse o limite de aplicação. Por ser uma área

delicada e menor, deve-se trabalhar com muito cuidado e cautela, aproximando o

Airbrush da pele, e sempre sobrepondo camadas até chegar à tonalidade desejada.

O controle da pistola, sua saída de ar e tinta, é o que vai ajudar na aplicação

da base nessa região. Seguindo o mesmo princípio, aplica-se uma cor mais escura

no canto externo dos olhos enfatizando assim o volume e aplicando cor ao mesmo

tempo. O resultado deste trabalho é um acabamento muito natural como se esse

colorido estivesse saindo da pele.

Aplicar o blush para colorir as maçãs do rosto. Dando um toque mais

saudável e harmonizando com a maquiagem dos olhos.

Nos lábios aproxima-se o Airbrush para fazer a aplicação.

Foto 9 – Aplicação do Airbrush nos lábios

Fonte: (OLIVEIRA, 2011)

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Foto 10 – Últimos retoques feitos com pincel, usando uma esponja para não encostar os dedos na pele

Fonte: (OLIVEIRA, 2011)

Etapa 6: desmontagem, limpeza e montagem do aparelho

É uma ferramenta muito delicada que deve ser desmontada cuidadosamente,

e suas partes devem ser limpas separadas. É importante que as peças sejam

colocadas na seqüência para que não se percam. Três partes do Airbrush: corpo,

agulha, ponteira. A agulha e a ponteira são as peças mais importantes da

ferramenta porque são elas que dosam a saída de ar e tinta do aparelho e são

peças frágeis.

Após o uso das maquiagens, limpar cada uma das peças com seu próprio

diluente, quando utilizado as bases com silicone, o diluente é o próprio silicone,

quando utilizado com água é própria água, e quando utilizado o álcool é o próprio

álcool.

É importante evitar que o produto seque dentro do aparelho, senão fica difícil

a limpeza e a reutilização da ferramenta. Feito a limpeza, fazer novamente a

seqüência de montagem. Por último, colocar a proteção da ponteira, a proteção da

agulha e a agulha.

Para a finalização da limpeza ele deve ser novamente ligado ao compressor,

colocando o diluente para uma limpeza final (encaixar no reservatório de limpeza).

Desta forma, está limpo o Airbrush, pronto para ser reutilizado.

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Foto 11 – Colocando diluente para limpeza

Fonte: (OLIVEIRA, 2011)

Foto 12 – Airbrush encaixado no reservatório de limpeza

Fonte: (OLIVEIRA, 2011)

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RESULTADO FINAL

ANTES DEPOIS

Lojas que vendem Airbrush no Brasil:

Loja Contato

Empório Michelangelo Rua Fradique Coutinho, 798

Vila Madalena, SP

Tel: (11) 3815 3800

Loja Mooca Rua Ibipetuba, 68

Mooca, SP

Tel: (11) 29147277

Email:

[email protected]

Loja On Line Compressores e Aerógrafos

Site: www.wkshop.com.br

Porto Alegre: (51) 4063 8357

São Paulo: (11) 3686 9553

Catherine Hill Loja On Line

Site: www.catharinehill.com

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Manutenção do Aerógrafo

Local Contato

Challenger Comércio de Modelismo Rua Desembargador Pedro Silva,

2202

Conj. Argus, Bloco 01/13

Coqueiros, Florianópolis, SC

Site: www.floripa.com.br/challenger

Email:

[email protected]

Solfermak Rua Florêncio de Abreu, 343

Sobreloja 02

Centro. São Paulo, SP

Tel: (11) 3229 9650

Email: [email protected]

Peças On line

Local Contato

Site: www.wsmix.com.br

Cursos

Local Contato

Catharine Hill Rua Itaipu, 45

São Paulo, SP

Email: [email protected]

Instituto Edubras – Curso à distância Santana do Livramento, RS

Rua Rivadaria Corrêa, 940 sala 31

Tel: (55) 3244 1155

Site: www.cursoedubras.com.br

Cinema Make Up Tel: (11) 3208 3047

Email:

[email protected]

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APÊNDICE B – Termo de Consentimento

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

PARA PROJETO DE PESQUISA

Você está sendo convidado(a) para participar, como voluntário, em uma pesquisa.

Após ser esclarecido(a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer

parte do estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas

é sua e a outra é do professor responsável. Em caso de recusa você não será

penalizado(a) de forma alguma.

INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA:

Título do Projeto: Manual descritivo do uso do Airbrush na maquiagem

Pesquisador Responsável: Fabiana Thives – [email protected]

Telefone para contato: (47) 8418-0839

Pesquisadores Participantes: Aline Andréa Piva e Marcieli Fischer

Telefones para contato: (47) 9959-1426; (47) 9968-3776

Esta pesquisa tem por objetivo elaborar um Manual descritivo do uso do Airbrush na

maquiagem, demonstrando por meio de um passo a passo seu modo de utilização.

A aplicação dos procedimentos do manual será feita em uma modelo.

Após o término do estudo, todas as pessoas que participaram do trabalho

receberão cópias dos mesmos com todos os resultados, se assim desejarem.

A modelo possui liberdade para desistir da participação se assim for sua

vontade. Esclarecimento do período de participação, término, garantia de

sigilo, direito de retirar o consentimento a qualquer momento.

Nome do Pesquisador: _______________________________________

Assinatura do Pesquisador: ___________________________________

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CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO DO SUJEITO

Eu, ________________________________________________, RG

_____________, CPF _____________ abaixo assinado, concordo em participar do

presente estudo como sujeito. Fui devidamente informado e esclarecido sobre a

pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e

benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar

meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a qualquer penalidade

ou interrupção de meu acompanhamento/assistência/tratamento.

Local e data: ____________________________________________________

Nome: _________________________________________________________

Assinatura do Sujeito ou Responsável: ________________________________

Telefone para contato: ___________________________________________