texto descritivo

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O TEXTO DESCRITIVO O TEXTO DESCRITIVO

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Aula sobre o tipo descritivo

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Page 1: Texto descritivo

O TEXTO DESCRITIVOO TEXTO DESCRITIVO

Page 2: Texto descritivo

Texto descritivo

Apresenta as seguintes marcas:1.É um retrato físico, social e psicológico, por

isso utiliza muitos adjetivos;2.Não há progressão temporal em textos

predominantemente descritivos, mas quando a descrição está inserida na narração, é inevitável;

3.Os dados são simultâneos;4.Particulariza o ser.

Page 3: Texto descritivo

“Homicídios ficava num pardieiro velho na Presidente Vargas. Da janela do gabinete de Raul, podiam-se ver os carros percorrendo

incessantemente a larga avenida que ligava a zona norte ao centro da cidade. As paredes do prédio eram sujas e esburacadas. Pelo

chão, serpenteavam fios gastos de instalações de emergência que estavam ali há

anos…”(Rubem Fonseca. A grande arte)

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“No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande

escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia, tapanhumas pariu uma criança feia.

Essa criança é que chamaram de Macunaíma.”

Page 5: Texto descritivo

Os doentes morriam longe da família e tinham sido proibidos os velórios e rituais de

modo que os que morriam à tardinha passavam a noite sós e os que morriam de dia

eram enterrados sem demora. (Alberto Camus. A peste)

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"Descrição é a representação verbal de um objeto sensível (ser, coisa, paisagem),

através da indicação dos seus aspectos mais característicos, dos pormenores que o

individualizam, que o distinguem."

Page 7: Texto descritivo

Apreendemos o mundo com nossos sentidos e transformamos nossa

percepção em palavras. Das diferenças de sensibilidade de cada observador decorre o predomínio da abordagem

objetiva ou subjetiva.

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TIPOS DE DESCRIÇÃO

Descrição física: traços físicos e aspectos materiais e naturais do ambiente.

Descrição psicológica: traços da personalidade e estados mentais.

Descrição sociológica: relações de trabalho e classes sociais.

Descrição dinâmica: seres em movimento;Descrição estática: seres como em uma

fotografia.

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Descrição objetiva

Na descrição objetiva não mostramos asnossas impressões pessoais, descrevemoso elemento da forma real que nos permite

vê-lo.

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Observe, neste trecho do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, uma descrição objetiva de Capitu:

“Não podia tirar os olhos daquela criatura de quatorze anos, alta, forte e cheia, apertada em um vestido de chita, meio desbotado. Os cabelos grossos, feitos em duas tranças, com as pontas atadas uma a outra, à moda do tempo, desciam-lhe pelas costas. Morena, olhos claros e grandes, nariz reto e comprido, tinha a boca fina e o queixo largo.”

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Descrição subjetiva

Na descrição subjetiva acabamos retratandoo objeto de acordo com nosso ponto de

vista, ou seja, envolvemo-nosemocionalmente, expressando o nosso

ponto de vista.

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Veja um exemplo retirado do livro Inocência, do autor Taunay.

““Caía então luz de chapa sobre ela, iluminando-lhe o Caía então luz de chapa sobre ela, iluminando-lhe o rosto, parte do colo e da cabeça, coberta por um lenço rosto, parte do colo e da cabeça, coberta por um lenço vermelho atado atrás da nuca.vermelho atado atrás da nuca.

Apesar de bastante descorada e um tanto magra, era Apesar de bastante descorada e um tanto magra, era Inocência de beleza deslumbrante.Inocência de beleza deslumbrante.

Do seu rosto irradiava singela expressão de Do seu rosto irradiava singela expressão de encantadora ingenuidade, realçada pela meiguice do olhar encantadora ingenuidade, realçada pela meiguice do olhar sereno que, a custo, parecia coar por entre os cílios sedosos sereno que, a custo, parecia coar por entre os cílios sedosos a franjar-lhe as pálpebras, e compridos aponto de a franjar-lhe as pálpebras, e compridos aponto de projetarem sobras nas mimosas faces.projetarem sobras nas mimosas faces.

Era o nariz fino, um bocadinho arqueado; a boca Era o nariz fino, um bocadinho arqueado; a boca pequena, e o queixo admiravelmente torneado.”pequena, e o queixo admiravelmente torneado.”

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Como se descreve

De acordo com os objetivos de quem escreve, a descrição pode privilegiar diferentes aspectos:

• pormenorização – corresponde a uma persistência na caracterização de detalhes;

• dinamização – é a captação dos movimentos de objetivos e seres;

• impressão – são os filtros da subjetividade, da atividade psicológica, interpretando os elementos observados.

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Descrição de pessoas Cabelos Compridos

_ Coitada da Das Dores, tão boazinha...

Das Dores é isso, só isso – boazinha. Não possui outra qualidade. É feia, é desengraçada, é inteligente, é magérrima, não tem seios, nem cadeiras, nem nenhuma rotundidade posterior; é pobre de bens e de espírito; é filha daquele Joaquim da Venda, ilhéu de burrice ebúrnea – isto é, dura como o marfim. Moça que não tem por onde se lhe pegue fica sendo apenas isso – boazinha.

_ Coitada da  Das Dores, tão boazinha...

Só tem uma coisa a mais que as outras – cabelo. A fita da sua trança toca-lhe a barra da saia. Em compensação, suas idéias medem-se por frações de milímetro, tão curtinhas são. Cabelos compridos, idéias curtas – já o dizia Schopenhauer.

A natureza pôs-lhe na cabeça um tablóide homeopático de inteligência, um grânulo de memória, uma pitada de raciocínio – e plantou a cabeleira por cima. Essa mesquinhez por dentro. Por fora ornou-lhe a asa do nariz com um grão de ervilha, que ela modestamente denomina verruga, arrebitou-lhes as ventas, rasgou-lhe  boca de dimensões comprometedoras e deu-lhe uns pés...Nossa Senhora, que pés! E tantas outras pirraças lhe fez que ao vê-la todos dizem comiserados:

_ Coitada da Das Dores, tão boazinha...(Monteiro

Lobato)

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b) Descrição de objetos:

Originariamente tem suas raízes na terra. Gosta de sentir o cheiro gostoso da terra molhada e da chuva caindo, fina e renovada. Nessas ocasiões se transforma a cada dia que passa. É muito útil, importante e possui até árvore genealógica. Sua casa tem um aspecto áspero e lembra muito uma caixinha de violino. Nenhum carpinteiro consegue copiar essa construção, que pode abrigar de dois a três habitantes, confortavelmente. Excepcionalmente pode abrigar mais de três moradores e isso chama muito a atenção. Os habitantes dessa casa são muito apreciados. Costumam freqüentar bares e restaurantes. Nessas ocasiões recebem uma fina camada de maquiagem e tornam-se sofisticados. Outras vezes, servem de companhia a boêmios até alta madrugada ou a cinéfilos inveterados. Se possuem algum dom musical, estes estão restritos ao mundo da ficção. Entretanto podem provocar êxtase nos amantes, levando-os a ouvir sinfonias inteiras.

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c) Descrição de ambientes:

Cidadezinha cheia de graça...Tão pequenina que até causa dó...

Com seus burricos a pastar na praça...Sua igrejinha de uma torre só...

Nuvens que vêm, nuvens e asas,Não param nunca, nem um só segundo...

E fica a torre, sobre as velhas casas,Fica cismando como é vasto o mundo !

Eu que de longe venho perdido,Sem pouso fixo (a triste sina! ),

Ah, quem me dera ter lá nascido !Lá toda a vida poder morar !Cidadezinha... Tão pequeninaQue toda cabe num só olhar !

(Mario Quintana)

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ELEMENTOS PREDOMINANTES NA DESCRIÇÃO

• Frases nominais (sem verbo) ou orações em que predominam verbos

de estado ou condição“Sol já meio de esguelha, sol das três

horas. A areia, um borralho de quente. A caatinga, um mundo perdido. Tudo, tudo

parado: parado e morto”.(Mário Palmério)

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Frases enumerativas: sequência de nomes, geralmente sem verbo

“A cama de ferro; a colcha branca, o travesseiro com fronha de morim. O lavatório

esmaltado, a bacia e o jarro. Uma mesa de pau, uma cadeira de pau, o tinteiro, papéis, uma

caneta. Quadros na parede.” (Érico Veríssimo)

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Adjetivação: caracterizadores qualificando nomes

A pele da cabocla era desse moreno enxuto e parelho das chinesas. Tinha uns olhos

graúdos, lustrosos e negros como os cabelos lisos, e um sorriso suave e limpo a animar-lhe o

rosto oval de feições delicadas. (Érico Veríssimo)

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Uso do presente do indicativo com o objetivo de descrever a realidade presente:

No adro da janela há pinga, café,imagens, fenómenos, baralhos, cigarrose um sol imenso que lambuza de ouroo pó das feridas e o pó das muletas.

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Uso do pretérito imperfeito do indicativo (passado durativo) com a finalidade de

transmitir os hábitos e características das personagens:

Ricordanza delia mia gioventú

A minha ama de leite GuilherminaFurtava as moedas que o Doutor me dava.Sinhá-Mocinha, minha mãe, ralhava…Via naquilo a minha própria ruína![…]

Augusto dos Anjos. Lembrança da minha juventude.

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Uso de verbos de ligação como objetivo de introduzir características do ser:

Fragmento de Triste fim de Policarpo Quaresma

Policarpo era patriota. Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da Pátria tomou-o todo inteiro. Não fora o amor comum, palrador e vazio; fora um sentimento sério, grave e absorvente. [...] o que o patriotismo o fez pensar, foi num conhecimento inteiro de Brasil. [...] Não se sabia bem onde nascera, mas não fora decerto em São Paulo, nem no Rio Grande do Sul, nem no Pará. Errava quem quisesse encontrar nele qualquer regionalismo: Quaresma era antes de tudo brasileiro.

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Figuras de linguagem: recursos expressivos, geralmente em linguagem conotativa. As mais usadas na descrição são a metáfora, a comparação, a prosopopeia, a onomatopeia e a sinestesia.

“O rio era aquele cantador de viola, em cuja alma se refletia o batuque das estrelas nuas, perdidas no vácuo milenarmente frio do espaço...Depois ele ia cantando isso de perau em perau, de cachoeira em cachoeira... “

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•Sensações: sinestesia ou não

“Os sons se sacodem, berram...Dentro dos sons movem-se cores, vivas, ardentes...Dentro dos sons e das cores, movem-se os cheiros, cheiro de negro...Dentro dos cheiros, o movimento dos tatos violentos, brutais...Tatos, sons, cores, cheiros se fundem em gostos de gengibre...”  (Graça Aranha)

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Não se esqueça, então, de que:a) Percebemos ou observamos com todos os

sentidos, e  não apenas com os olhos; b) Descrever não é enumerar o maior número

possível de detalhes, mas assinalar os traços mais singulares, mais salientes; é fazer ressaltar do conjunto uma impressão dominante e singular;

c) A descrição serve como plano de fundo para a construção de outros textos;

d) A descrição também é um texto que expressa o ponto de vista do autor.

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GÊNEROS TEXTUAIS QUE SE UTILIZAM DE SEQUÊNCIAS DESCRITIVAS

Diferença entre tipo e gênero;O tipo como construto teórico do gênero;A leitura das sequências descritivas para análise

das informações dadas nos textos;Contos, crônicas, novelas, fábulas, lendas, mitos,

biografias, autobiografias...Descrição é cobrada visualmente em textos não

verbais como: HQs, tiras, charges, anúncios, propagandas, filmes (Alma)...

O texto jornalístico também se utiliza de descrição: notícia, reportagem, os classificados...

Textos instrucionais e informativos também descrevem: manuais de instruções, textos didáticos, relatórios...

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1. VOLUME + / -Para aumentar ou diminuir o volume2. MENUPara exibir os menus na tela ou sair3. CHANNEL + / -Para selecionar o canal de TV4. POWERPara ligar ou desligar a TV

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Biografia

Nascido em 14 de junho de 1925, o curitibano Dalton Jérson Trevisansempre foi enigmático. Antes de chegar ao grande público, quando

ainda era estudante de Direito, costumava lançar seus contos em modestíssimosfolhetos. Em 1945, estreou-se com um livro de qualidade incomum,

Sonata ao Luar, e, no ano seguinte, publicou Sete Anos de Pastor. Dalton renegaos dois. Declara não possuir um exemplar sequer dos livros e “felizmente

já esqueci aquela barbaridade”.(...)Dedicando-se exclusivamente ao conto (só teve um romance publicado:“A Polaquinha”), Dalton Trevisan acabou se tornando o maior mestre

brasileiro no gênero. Em 1996, recebeu o Prêmio Ministério da Cultura de Literatura

pelo conjunto de sua obra. Mas Trevisan continua recusando a fama.Cria uma atmosfera de suspense em torno de seu nome que o transforma

num enigmático personagem. Não cede o número do telefone, assinaapenas “D. Trevis” e não recebe visitas – nem mesmo de artistas consagrados.

Enclausura-se em casa de tal forma que mereceu o apelido de OVampiro de Curitiba, título de um de seus livros.(...)

Fonte: Fragmento em http://www.releituras.com/daltontrevisan_bio.asp