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“Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela para a santificar”. Efésios 5:25b e 26a CRESCENDO NA SANTIFICAÇÃO PESSOAL REFLEXÃO BÍBLICA PARA AS ASSEMBLEIAS REGIONAIS E SETORIAIS DE 2010

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“Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela para a santificar”.Efésios 5:25b e 26a

CRESCENDO NASANTIFICAÇÃO

PESSOALREFLEXÃO BÍBLICA PARA AS ASSEMBLEIAS

REGIONAIS E SETORIAIS DE 2010

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APRESENTAÇÃO

Bem no início desta atual gestão, oramos a Deus em busca de um lema que nos guiasse de 2008 a 2011. O Senhor nos indicou, então, o lema “Uma igreja santa para o Deus Santo”. Desde então, o povo do Senhor, por todo o Brasil, vem sendo frequentemente orientado, à luz da Bíblia, a ser santo em tudo o que fizer, como é santo aque-le que, por meio do Senhor Jesus Cristo, chamou os que dele fazem parte para uma nova vida.

Este livreto da terceira fase do Projeto Santificar, escrito pelos nossos irmãos que servem a Deus no De-partamento de Educação Cristã da Igreja Adventista da Promessa, para ser especialmente utilizado em todas as assembleias regionais e setoriais de 2010, aponta mais

“Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela para a santificar”.Efésios 5:25b e 26a

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algumas dessas orientações bíblicas e práticas para aqueles que desejam continuar progredindo no cami-nho da santificação pessoal.

Lendo-o, você vai notar a profunda relação que existe entre a leitura da Bíblia, o exercício do jejum, a prática da oração e o crescimento em santidade. Mas não ape-nas isso. Você verá, de igual modo, como utilizar-se me-lhor desses meios que Deus deixou para você ser cada vez mais semelhante a Cristo, o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade e purifi-car, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras (Tt 2:14).

Este livreto, bem como os dois outros anteriormente publicados, respectivamente, em 2008 e 2009, pode ser acessado e baixado diretamente do www.portaliap.com.br. Que o Deus de paz lhe dê tudo de bom que você pre-cisa para fazer a sua vontade. E que ele, por meio do Espí-rito Santo, faça em você tudo o que lhe agrada. E a Cristo seja dada a glória para todo o sempre! Amém!

Em Cristo,

Pastor José Lima de Farias FilhoPresidente da Igreja Adventista da Promessa

SUMÁRIO

Introdução .................................................................................... 6

I. Cresçamos na santificação pessoalpor meio da leitura da Bíblia ........................................ 9

II. Cresçamos na santificação pessoalpor meio do exercício do jejum ................................15

III. Cresçamos na santificação pessoalpor meio da prática da oração ..................................22

Conclusão ....................................................................................27

Bibliografia ..................................................................................29

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CRESCENDO NA SANTIFICAÇÃO PESSOAL

Pedimos a Deus que encha vocês com o conhecimen-to da sua vontade e com toda a sabedoria e compreensão que o Espírito de Deus dá. Desse modo, vocês poderão viver como o Senhor quer e fazer sempre o que agrada a ele. Vocês vão fazer todo tipo de boas ações e também vão co-nhecer a Deus cada vez mais. (Cl 1:9a-10 – NTLH)

INTRODUÇÃO

Desde 2008, cada Região e cada Setor da IAP tem re-servado uma parte do tempo de suas assembleias para que se promova uma reflexão bíblica sobre a santificação pessoal. Já fizemos, até aqui, duas reflexões. Na primeira, que ocorreu em 2008, vimos sete aspectos bíblicos so-bre a santificação pessoal: o seu conceito, o seu começo, o seu processo, a sua parceira, a sua amplitude e o seu

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desfecho. Vimos que santificação pessoal é uma obra pro-gressiva, que conta com a participação divina e a humana, e que nos torna cada vez mais livres do domínio do peca-do e cada vez mais semelhantes a Cristo.

Vimos que essa obra se inicia na regeneração, isto é, no novo nascimento. É um processo contínuo. Deus e você participam dessa obra santificadora. Vimos que ela, a santificação, afeta o ser humano como um todo: intelecto, emoções, vontade e corpo físico. Só terminará na ocasião da volta gloriosa do nosso Senhor, quando, então, seremos glorificados. Vimos que, enquanto esse dia não chega, temos que continuar nos santificando e sendo santificados. Não podemos parar no meio do ca-minho. Temos que ser cada vez mais santos, em todos os nossos procedimentos.

Para que a obra de santificação não seja interrompi-da, precisamos adotar algumas medidas práticas. Três delas foram vistas na segunda reflexão bíblica, que foi ministrada no ano passado. A primeira medida práti-ca vista foi a da vigilância, que é o cuidado necessário para permanecermos em pé e nos protegermos de uma eventual queda. A segunda medida prática vista foi a da resistência, que é não nos dobrarmos, de não nos rendermos, de não nos deixarmos arrastar por nada que tenha o propósito de nos tirar do centro da vontade de Deus. A terceira medida prática vista foi a da humildade, que é pensarmos de nós mesmos com equilíbrio, nem aquém, nem além do que convém.

Na reflexão bíblica de hoje, terceira e penúltima, ve-remos três meios que podem e devem ser valorizados e utilizados por todo aquele que deseja ser cada vez mais santo, diante daquele que o chamou e que é santo. No final do ano que vem, esta gestão se encerra, e, com ela,

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se encerra o projeto chamado de Projeto Santificar. A ges-tão termina, mas a obra de santificação, evidentemente, continuará. Ela não é uma obra que dura apenas por uma gestão. Ela dura, como já dissemos, a vida toda, até que Jesus volte. Pois bem, vejamos, então, os meios que Deus deixou para nos ajudar a crescer em nossa santificação pessoal. Vamos ao primeiro.

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I. CRESÇAMOS NA SANTIFICAÇÃO PESSOAL POR MEIO DA

LEITURA DA BÍBLIA

Não são poucos os textos que ligam a Bíblia com a san-tificação pessoal. Dois deles, você até gravou na mente. Va-mos fazer um teste? Escondi a tua palavra no meu coração ...1 Por favor, digam a sequência. Santifica-os na verdade ...2 Por favor, falem o restante. Mas o texto que mais associa a Bíblia com um viver santo está numa das treze cartas de Paulo. Por favor, abra a sua Bíblia em 2 Tm 3:16. Este texto faz duas afirmações sobre a Escritura. A primeira afirmação indica a inspiração da Escritura: Toda a Escritura é inspirada por Deus. Tudo que temos na Bíblia foi emitido pelo sopro de Deus.

A segunda afirmação mostra a utilidade da Escritura: ... e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça. Na Bíblia Viva está dito assim: ... é útil para nos ensinar o que é verdadeiro e para nos fazer com-preender o que está errado em nossas vidas; ela nos endireita

1. Sl 119:11, ARC. 2. Jo 17:17, ARC.

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e nos ajuda a fazer o que é correto. Notou melhor a grande utilidade da Escritura para a santificação pessoal? Mas vale frisar que ela só é útil para esse fim se for bem usada por nós. Como usá-la bem? Primeiro, precisamos lê-la. Existe uma relação muito direta entre a leitura e o estudo dedicado da palavra de Deus e o crescimento na santificação pessoal.

Um estudo atento das biografias cristãs revela um fato interessante: os que mais progrediram na santidade pessoal, dentre os servos de Deus, eram leitores e estudiosos cons-tantes da Bíblia. Existem vários tipos de leituras da Bíblia. Há a leitura acadêmica (feita pelos estudantes de teologia), apo-logética (feita pelos defensores da doutrina), homilética (fei-ta pelos pregadores do evangelho) e devocional (feita pelos “amadores” da palavra). Dessas quatro, a última, a leitura devocional, é tanto incomparável quanto insubstituível. Para que esta leitura da palavra de Deus seja altamente edifican-te, algumas providências práticas precisam ser tomadas.

Comece lendo a Bíblia em si. Essa primeira providên-cia parece óbvia, mas não é. Leitura devocional é leitura da Escritura, e não de um devocionário. Nada contra os devocionários. Refeições diárias com sabor de salmos está entre os mais excelentes. Eles, porém, não podem substi-tuir a leitura bíblica propriamente dita. Não leia apena os livros dos Salmos. Leia toda a Bíblia, mas não obrigato-riamente de Gênesis a Apocalipse. Para não cansar, é me-lhor ler os grupos de livros. É possível, por exemplo, iniciar com o grupo chamado Profetas menores (de Oséias a Ma-laquias), e, depois, passar para outro grupo.3

3. Os livros do Antigo Testamento são assim agrupados: Pentateuco (Gn a Dt), Históricos (Js a Et), Poéticos (Jó a Ct), Profetas Maiores (Is a Dn), Profetas Me-nores (Os a Ml). Já os do Novo Testamento são agrupados da seguinte forma: Livros Históricos (Mt a At), Epístolas Paulinas (Rm a Fm), Epístolas Não-Pauli-nas (Hb a Jd) e Apocalipse.

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Leia sem pressa. Não se atenha à quantidade da lei-tura, mas à qualidade dela. Olhe para o texto com cal-ma. Marque o que chamar a sua atenção nele. Use as margens da Bíblia para anotar alguma lição de vida. Se quiser, pode ler o texto noutra versão. As mais acessíveis são a NTLH e a NVI. Ainda existe a Bíblia Viva, que é uma paráfrase. Ao ler a Bíblia, evite a hora menos propícia do seu dia. Lembre-se sempre de orar antes de ler. Peça que o Espírito Santo ilumine a sua mente. É ele quem livra os seus olhos da venda que não deixa você ver a riqueza toda que está por trás do texto. Ore como o salmista: Abre os meus olhos para que eu possa ver as verdades maravilhosas da tua lei (Sl 119:18 – NTLH).

Além de ler, medite. Reflita sobre o que você leu. O Sl 1:3 diz que aquele que medita na lei do Senhor de dia e de noite, é como árvore que cresce à beira de um riacho: produz fruto no tempo certo. Além de ler e meditar, me-morize a palavra de Deus. Guarde na sua mente o que você leu e meditou. Se não puder gravar o texto em si, grave, ao menos, o seu ensino ou a sua lição principal. Ar-mazene no seu coração. Esconda a palavra do Senhor em seu coração, para não pecar contra ele (Sl 119:11). O povo de Israel foi prejudicado pela amnésia espiritual. Vivia es-quecendo as lições que Deus havia ensinado. Além de ler, meditar e memorizar, inculque a palavra de Deus. Os pais de Israel tinham o dever de fazer isso com os seus filhos.

A ordem de Deus era muito clara: Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos (Dt 5:6-7b). Mas isso serve para nós, tam-bém. Sendo assim, coloque-a nas suas entranhas. Como diz Pv 4:21, ponha-a no mais intimo do seu coração. Faça com que ela se torne parte do seu ser. Impregne-se dela. Aprenda a fazer uso prático da palavra lida, meditada,

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memorizada e inculcada, especialmente no dia mau (Ef 6:13), o dia que temos de lutar mais intensamente contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (Ef 6:12a). Jesus teve o seu dia mau. Ele tem muito a nos ensinar sobre como utilizar a espada do Espírito, que é a palavra de Deus (Ef 6:16b).

Queira, por favor, abrir a sua Bíblia em Mateus 4. O diabo sabia que a relação de Jesus com o Pai, que o envia-ra, era marcada pela absoluta submissão. Em sua primeira tentação, ele procurou destruir essa submissão: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães (Mt 4:3). Se Jesus usasse o seu poder, no deserto, para evitar o sofrimento da fome, poderia fazer o mesmo, mais tarde, no Calvário, quando fosse tentado a evitar o sofri-mento da morte (Mt 27:42; Lc 23:35). Como a sua comida consistia em fazer a vontade daquele que o enviara (Jo 4:34), Jesus respondeu ao tentador (Mt 4:4), citando a pa-lavra de Deus: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus (Mt 4:4).

Na segunda tentação, o diabo o levou à Cidade San-ta, colocou-o sobre o pináculo do templo e lhe disse: Se és Filho de Deus, atira-te abaixo (Mt 4:5-6a). Jesus tinha replicado à tentação anterior citando a palavra de Deus. Agora, o tentador, sagazmente, emprega também a pala-vra de Deus, tornado a tentação mais sugestiva. Ele cita, fora do seu contexto, a promessa de proteção divina: ... porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra (Mt 4:6b). A proposta maligna era que Jesus começasse o seu ministério público de ma-neira espetacular, sem passar pelos sacrifícios de ministrar às pessoas, de cidade em cidade (Mt 4:23; Lc 8:1).

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De fato, Jesus conhecia e confiava nas inúmeras pro-messas de proteção divina. Mas ele sabia também que tais promessas estavam intimamente vinculadas à obedi-ência à palavra de Deus. Assim sendo, o Senhor rejeitou a sugestão maligna (Mt 4:7), pois ela implicava em deso-bediência. Mais uma vez, citou a Escritura: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus (Mt 4:7). Na últi-ma das tentações, o diabo ofereceu a Jesus coroamento e glorificação, sem sofrimento e crucificação: ... levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles e lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares (Mt 4:8-9).

Jesus sabia que o poder e a glória de todos os reinos do mundo seriam dados a ele, no tempo certo. Diante disso, Jesus, que sempre fazia o que era do agrado do Pai (Jo 8:29), rejeitou a tentação: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto (Mt 4:10). Então, o diabo o deixou, e eis que vieram anjos e o serviram (Mt 4:11). Além de usar a palavra de Deus contra as investidas do diabo, você pode usá-la tam-bém contra os impulsos da carne e contra as seduções do mundo. Quando sua carne exigir que você realize os seus desejos sujos, você pode dizer: Está escrito em Gl 5:24: ... os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências.

Quando o mundo cobrar que você viva de acordo com os seus valores imorais, você pode dizer: Está escrito em Rm 12:2: Não vos conformeis com este século, mas trans-formai-vos pela renovação da vossa mente, para que ex-perimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Portanto, quanto mais lermos a Bíblia, meditar-mos na Bíblia, memorizarmos a Bíblia, inculcarmos a Bí-blia dentro de nós, utilizarmos a Bíblia, menos problemas

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teremos com o trio do mal: o mundo a carne e o diabo! E quanto menos problemas tivermos com o trio do mal, mais semelhantes a Cristo seremos em nossa vida cristã!

Leitura da Bíblia! Este é o primeiro meio que deve ser usado para crescermos na santificação pessoal. Ve-jamos o segundo.

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II. CRESÇAMOS NA SANTIFICAÇÃO PESSOAL POR MEIO DO EXERCÍCIO DO JEJUM

O jejum é um exercício bíblico legítimo e sempre este-ve entre as práticas cristãs através dos séculos. Jesus, no sermão da montanha, ensinou sobre a vida particular dos seus discípulos. Três práticas foram destacadas por ele: a contribuição (vv. 2-4), a oração (vv. 5-15) e o jejum (vv. 16-18). Dessa forma, podemos afirmar que o jejum faz parte da devoção cristã, tanto quanto ofertar e orar o faz. Atu-almente, entretanto, o jejum tem se tornado uma prática cada vez mais ignorada e desprezada. Estamos conven-cidos de que precisamos examinar a Bíblia Sagrada para redescobrirmos as bênçãos deste importante exercício espiritual, que, assim como a Bíblia, pode, e muito, nos ajudar a crescer no processo de santificação pessoal.

Jejum é a abstinência total ou parcial de alimentos, em certos dias, por prescrição médica ou religiosa. A maioria dos estudiosos acredita que ele se originou da perda de

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apetite, durante tempos de grande dificuldade e aflição.4 Na Bíblia, o jejum está ligado a uma abstenção de ali-mentos, sempre com fins espirituais. A nossa palavra por-tuguesa “jejum” é uma tradução para o termo hebraico tsom e para o grego nesteia, ambos ligados à ideia de “ab-negação”. Quando jejuamos, renunciamos as exigências naturais do organismo, junto com o prazer de comer, para dependermos totalmente de Deus. Confessamos, com o jejum, que dependemos somente do Senhor. Confiamos nele para nos sustentar, durante todo o dia, como se esti-véssemos comendo algum tipo de alimento.

Quando jejuamos, deixamos de nos alimentar do pão material para nos alimentar do pão do céu. O estômago descansa de alimento para o coração se encher da pre-sença e da graça do Senhor. Jejum exemplifica dependên-cia de Deus e mostra até que ponto nós somos domina-dos pela comida, uma preciosa dádiva de Deus. Por incrí-vel que pareça, os maiores adversários do amor de Deus não são seus inimigos, mas suas dádivas.5 Jesus, certa vez, contou uma parábola e, nela, as desculpas que as pessoas apresentaram para não participarem do banquete ofere-cido por Deus foram: um pedaço de terra, uma junta de bois e uma esposa (cf. Lc 18:15-24).

Em outra parábola, ele disse que existem algumas pes-soas que até ouvem a palavra de Deus, mas os prazeres da vida não as deixam frutificar (Lc 8:14). Os prazeres da vida não são maus em si mesmos; são dádivas de Deus. Eles podem ser, basicamente, o seu café, a sua batata, o seu churrasco, as suas viagens, os seus investimentos, a sua internet, etc. Todas essas coisas podem se tornar

4. Towns (1995:25). 5. Piper (2006:16).

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substitutas de Deus em nossa vida, se não nos cuidarmos. O jejum é a forma de dizermos para Deus que podemos ficar sem todas elas, mas não podemos viver um minuto sequer sem a sua presença.

A Bíblia registra, tanto no Antigo quanto no Novo Tes-tamento, vários servos de Deus que utilizaram essa pode-rosa arma espiritual: Moisés, Davi, Elias, Esdras, Daniel, a profetiza Ana, Paulo, a igreja primitiva e o próprio Jesus. O nosso Senhor tanto jejuou quanto ensinou sobre o jejum. Acompanhe, em sua Bíblia, o que ele disse, em Mateus ca-pítulo 6, versículo 16: Quando jejuardes, não vos mostreis entristecidos como os hipócritas; pois eles mudam a apa-rência do rosto, a fim de que os homens vejam que estão jejuando. Observe que Jesus disse: “Quando jejuardes”, presumindo que os seus discípulos jejuariam.

Ele não disse: “Se jejuardes”. Se a frase fosse esta, en-tão, poderíamos entender que o jejum é totalmente op-cional, e que Jesus nunca esperou que todos os seus discí-pulos jejuassem. Mas não foi isso que ele disse. Por outro lado, Jesus também não disse: “Deveis jejuar”. Se a frase fosse essa, o jejum deveria ser entendido como um impe-rativo, uma ordem, um mandamento. “Quando jejuardes” foi o que ele disse. Então, mesmo não sendo uma ordem, fica implícito que seus seguidores jejuariam, não como uma condição imposta, mas voluntariamente; assim como orariam e dariam esmolas (vv. 2, 5). O jejum era uma prá-tica comum dos dias de Cristo, e, neste texto, ao invés de desprezá-la ou anulá-la, Jesus a restaurou, alertando seus discípulos contra os perigos que a cercavam.

Jesus ofereceu algumas orientações sobre como ela deveria acontecer adequadamente. A primeira coisa que Jesus ensina é que o jejum é uma prática discreta e recom-pensadora. O jejum é para Deus. Nós não jejuamos para

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os homens. Quem deve nos ver jejuar é Deus. Jejuamos para nos aproximarmos dele. Em Lucas 18:12, um fariseu exibicionista disse: Jejuo duas vezes por semana. Eles ti-nham por hábito jejuar nas segundas e nas quintas-feiras. Faziam isso para serem vistos pelos homens. Usavam o je-jum como um palco de teatro, para aumentar a reputação e ganhar prestígio. Jesus ensinou que o jejum deve ser visto apenas pelo Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê o que é secreto, te recompensará (Mt 6:18). Jejuamos para ele! E é compensador fazer isso! Através de Zacarias, Deus perguntou ao povo: Fala a todo o povo desta terra e aos sacerdotes: Quando jejuastes (...) foi para mim que je-juastes? (7:5). Quando jejuamos, é para ele que jejuamos?

Jesus também ensinou que o jejum, além de ser uma prática discreta, é uma prática simples e alegre. As instru-ções de Cristo a respeito do jejum nos ensinam a olhar para a vida cristã de maneira diferente. Praticar exercícios espirituais, como o jejum, não nos torna anormais. Seguir a Cristo não é ficar desfigurado, com aparência triste. A vida cristã é alegre e normal. Por isso, Jesus disse: “põe óleo na cabeça e lava o rosto”. O óleo era sinal de júbi-lo. Esfregava-se azeite de oliveira no rosto para dar-lhe a aparência de feliz, brilhante, para revelar a alegria no Senhor!6 Jesus não estava pedindo nada fora da realidade deles. Eles já faziam isso, diariamente. Essa era a prática de um dia comum.7 O que ele está solicitando é o seguin-te: continuem sendo normais! Jejuar não nos tira da reali-dade. Jejuemos de modo simples e com alegria!

Quanto ao tipo e à duração do jejum que se deve pra-ticar, lembramos que isso é algo extremamente pessoal.

6. Pentecost (1988:129). 7. Henry (2008:70).

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Na Bíblia, nos relatos de servos de Deus que jejuaram, os períodos foram diferenciados: de um dia (Jz 20:26; Ne 9:1); de três dias (Et 4:16; At 9:9); de sete dias (1 Sm 31:13; 1 Cr 10:11-12); de vinte um dias (Dn 10:3) e até de quarenta dias (Dt 9:9; 1 Rs 19:8; Lc 4:1-2). Os tipos de jejuns tam-bém foram diferenciados. Destacamos, pelo menos, três. Primeiro: o jejum normal. Este é o tipo de jejum em que o indivíduo se abstém de alimentos, mas continua ingerindo água. Essa era a prática comum nos dias bíblicos e, confor-me acreditamos, parece que foi o tipo de jejum praticado por Jesus. Em Lucas 4:2, lemos que, após jejuar quarenta dias, sem ter comido nada nesses dias, teve fome ao fim deles (grifo nosso). Observe que o texto diz que ele “não comeu nada”, mas não diz que ele não “bebeu nada”. O texto diz que ele “teve fome” e não que ele “teve sede”.

O segundo tipo de jejum também praticado é o que chamamos de jejum parcial. Neste, suprimem-se certos tipos de alimentos por certo período de tempo. Há abs-tenção de alguns alimentos, mas não de todos. Daniel, quando jejuou vinte um dias, praticou este tipo de jejum. Neste período, disse ele: Não comi nada agradável, nem carne e nem vinho, entraram na minha boca, nem me ungi com óleo, até que se cumprisse as três semanas completas (Dn 10:3). O terceiro tipo de jejum, encontrados em al-guns exemplos bíblicos é o que chamamos de jejum total. Neste, conforme o próprio nome sugere, a abstenção é total, tanto de alimentos quanto de água (Et 4:16; At 9:9). Ressaltamos, aqui, que, segundo especialistas, o corpo humano resiste até quarenta dias sem a ingestão de ali-mentos, mas não mais do que três dias sem o consumo de água.8 Por isso, o jejum total nunca deve durar mais do

8. Foster (1983:42).

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que três dias. Os casos de Moisés e Elias são extraordiná-rios (Dt 9:9; 1 Rs 19:8), sobrenaturais.

Lembramos, também, que o jejum pode tornar-se um ritual vazio, se não for feito da maneira correta. O jejum não pode tornar-se um fim em si mesmo. Na época de Isaías, Deus condenou o povo que jejuava com motiva-ções erradas. O jejum era mera convenção, pois quem jejuava, não vivia de maneira santa na presença de Deus (Is 58:3-8). “O jejum não tem valor, a não ser que este-ja de acordo com as disposições que o acompanham; não é só o corpo a jejuar, mas também o coração”.9 O jejum não deve ser usado como uma forma de se ten-tar manipular Deus. Muitas pessoas usam o jejum como uma forma de tentar comprar o favor de Deus. Há quem o use para tentar fazer com que Deus mude e faça o que desejam. Deus não é mudado por causa do nosso jejum!10 As bênçãos não nos são dadas por causa do jejum, mas por causa da cruz de Cristo.

O propósito primário do jejum é saciarmos a nossa fome de Deus. É negarmos os prazeres da carne para satisfazer-mos algo maior: a nossa sede da presença de Deus. Em Mateus capítulo 9, Jesus também previu que seus discípu-los jejuariam. Mas chegarão dias em que o noivo lhes será tirado, e então jejuarão (v. 15b). O tempo é este! É agora! Estamos vivendo estes dias descritos por Jesus. Hoje, te-mos a garantia da sua presença em nós, tornada real pelo Espírito Santo, mas não a temos em sua plenitude. O noivo foi tirado. Sabemos que, um dia, o veremos de novo. Sa-bemos que, um dia, contemplaremos o noivo face a face, mas, no tempo que se chama hoje, ele nos foi tirado; por

9. Broadus (1942:214). 10. Rocha (2008:60).

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isso, jejuamos! Ansiamos a presença do noivo; não conse-guimos mais viver longe dele! Queremos que ele apareça mais que depressa. É tempo de jejuarmos! Jejum é sauda-de do noivo. Nós queremos Jesus; nós desejamos Jesus, e, quando jejuamos, aproximamo-nos mais dele.

Além da leitura da Bíblia e do exercício do jejum, que-remos apresentar mais um meio de santificação pessoal.

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III. CRESÇAMOS NA SANTIFICAÇÃO PESSOAL POR MEIO DA PRÁTICA DA ORAÇÃO

Além da Bíblia e do jejum, o crente em Jesus dispõe de outro meio para crescer na santificação pessoal. Que meio é este? A oração. Trata-se de um dos meios mais eficazes de santificação pessoal. Ser santo é, essencialmente, ser semelhante a Cristo. Certo? Mas atenção! Não há como sermos cada vez mais semelhante a Cristo, sem nos dedi-carmos com diligência à oração. Por que será que alguns membros do corpo de Cristo são mais santos que outros? Essa diferença está intimamente relacionada com os hábi-tos de oração pessoal. A questão é muito simples: quem ora menos a Deus avança menos na santidade pessoal e quem ora mais a Deus avança mais na santidade pessoal.

Mas como a oração feita a Deus aumenta a santidade pessoal? A oração a Deus, de certa forma, nos força a um viver santo. Isso ocorre mais ou menos assim: Ao orarmos, o nosso maior anseio é que Deus nos ouça e nos atenda o quanto antes. Não é mesmo? Mas, para que isso ocorra, temos ciência de que não podemos mais continuar ocul-

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tando ou negando os pecados que cometemos anterior-mente. Precisamos confessá-los, admitindo, francamente, a culpa pessoal (Sl 51:3-4) e suplicando, intensamente, o perdão divino (Sl 51:1-2). Quanto mais oramos a Deus, mais confessamos a ele os nossos pecados e quantos mais confessamos a eles os nossos pecados, mais cresce-mos em nossa santificação pessoal.

E aí? Notaram a ligação entre oração e santidade? Se quisermos, então, ser mais santos, isto é, mais semelhan-tes a Cristo, precisamos orar mais e melhor. Mas como orar mais e melhor? Vendo, antes de tudo, o que a Bíblia ensina sobre a oração. É o que vamos fazer, a partir de agora. Aos olhos de muitos, a oração parece uma práti-ca ilógica e absurda, porque não creem que o ser huma-no possa realmente falar, a qualquer hora e em qualquer lugar, com o seu Criador, cujo trono está nas alturas (Sl 113:5b). Mas a Bíblia ensina que, por causa da morte de Cristo na cruz, o acesso ao trono de Deus foi aberto de modo pleno (Hb 10:19-22).

Podemos, por essa razão, colocar-nos diante desse tro-no da graça, com intrepidez e liberdade, e fazer ao nosso Deus quantas orações quisermos! Mas o que devemos dizer, em oração? São vários os elementos que compõem uma oração. Além da súplica, as orações contêm adoração, ações de graças, extravasamento, intercessão e confissão. Na súplica, falamos com Deus acerca das nossas carências pessoais, familiares e coletivas. Pedimos para que o Deus amoroso e bondoso nos supra de todas elas. Na adoração, exaltamos tanto o próprio Deus quanto todos os seus mui-tos e grandes feitos em nós e em toda a sua criação.

Nas ações de graças, lembramo-nos de agradecer, minuciosamente, a Deus por cada uma de suas bênçãos derramadas em nós e nos que estão ao nosso redor. No

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extravasamento, abrimo-nos diante de Deus e expomos, sem receio algum, tudo aquilo nos deixa interiormente as-sustados, amedrontados e preocupados, com o objetivo de descansarmos no Senhor. Na intercessão, oramos em favor dos outros de modo geral, independentemente de serem nossos amigos ou inimigos. Focamos as suas enfer-midades, necessidades e sofrimentos. Na confissão, abri-mos a nossa boca e contamos a Deus as nossas mazelas, as nossas fraquezas, os nossos pecados.

Atenção: Em todas as nossas orações deve haver sin-cera e minuciosa confissão de pecados pessoais. Pecados pessoais impedem a comunhão com Deus. A Bíblia chega a dizer, em Is 59:2, que os nossos pecados fazem sepa-ração entre nós e o nosso Deus. Em Pv 28:13, lemos que prospera espiritualmente e alcança misericórdia não o que encobre as suas transgressões, mas o que as confessa e as abandona. Mas Deus realmente responde as orações que lhe são feitas? A Bíblia deixa muito claro que sim, tan-to no Antigo quanto no Novo Testamento. A sua resposta pode ser tanto positiva quanto negativa.

Alguns exemplos bíblicos de respostas negativas: Deus disse “não” para a oração de Moisés, que lhe pediu auto-rização para entrar na terra prometida (Dt 3:23-29). Deus disse “não” para a oração de Davi, que pediu a cura do fi-lho recém-nascido (2 Sm 12:15-23). Deus disse “não” para a oração de Paulo, que, por três vezes, pediu para ficar livre do espinho na carne. Deus disse “não” para a oração de Jesus, o seu único filho, que, em forte agonia, por três vezes, pediu: Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice (Mt 26:39a).

Alguns exemplos bíblicos de respostas positivas: Deus disse “sim” para a oração de Isaque, e fez com que a mu-lher dele lhe desse, não um, mas dois filhos (Gn 25:21). Deus disse “sim” para a oração dos filhos de Israel, e os

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livrou da opressão egípcia (Êx 2:23-25). Deus disse “sim” para a oração do rei Ezequias, e curou a sua doença mor-tal (2 Rs 20:5). Deus disse “sim” para a oração de Jonas, e o tirou do ventre do grande peixe (Jn 2:1-10). Deus disse “sim” para a oração do filho de Timeu, e curou as suas vistas. Mas deve-se dizer que o “não” e o “sim” de Deus nem sempre vêm logo depois da oração feita. Às vezes “demora” algum tempo.

Por causa da nossa falta de disciplina, é aconselhável estipular períodos regulares de oração. Daniel e Davi ora-vam dessa forma. Eles se punham em oração diante de Deus, no inicio, no meio e no final de cada dia (Dn 6:10; Sl 55:17). Mas isso não nos impede de separar períodos especiais e extensos de oração. Os judeus da época de Ester, por exemplo, fizeram orações e jejuns por três dias seguidos. O próprio Jesus, às vezes, orava durante toda a noite. Lc 6:12 diz: Naqueles dias, retirou-se para o monte, a fim de orar, e passou a noite orando a Deus. Estas orações podem ocorrer em qualquer lugar. Podemos falar com o Senhor de maneira sincera e fervorosa na rua, no trabalho, numa quadra de esportes, ao volante do carro, numa fila de banco, à beira do fogão, no supermercado, dentro do ônibus, na sala de aula.

Neemias ilustra bem isso. Quando Artaxerxes lhe per-guntou: Que me pedes agora? Antes de dizer o que queria, Neemias fez uma oração relâmpago em busca da direção e do auxílio divino, ali mesmo, diante do rei. Ele orou ao Deus dos céus, sem fechar os olhos, sem curvar a fron-te, sem abrir os lábios. Nesses períodos regulares ou es-peciais de oração, podemos orar de maneira preventiva, intensiva e vigilante. A oração preventiva é a oração feita antes de sermos atingidos pela ventania, antes de sermos engolidos pela tentação, antes de sermos afetados pelo

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problema. É, por exemplo, a oração que fazemos em fa-vor do nosso matrimônio, antes de um possível problema conjugal e não quando o casamento não tem mais jeito.

Quando oramos: ... não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal (Mt 6:13), estamos fazendo oração pre-ventiva. A oração intensiva é a oração feita com mais fre-quência, e de maneira mais demorada e profunda. É feita por aqueles que se deparam com situações extremamente complexas e delicadas. Jacó orou intensivamente no vau de Jaboque, na noite que antecedeu o seu encontro com o seu irmão Esaú, que vinha em sua direção com 400 ho-mens fortemente armados (Gn 32:22-32). Jesus orou in-tensamente, no jardim Getsêmani, na madrugada da quar-ta-feira da paixão. Lc 22:44 diz: E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra (grifo nosso).

A oração vigilante é a oração feita com o objetivo de buscar o poder do Senhor para não ceder à carne, que é fraca. Foi o nosso Senhor que associou oração com vigi-lância, quando disse para Pedro, Tiago e João, no jardim: Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca (Mt 26:41). Quem leva a sério o solene e inspirado conselho de Paulo – o que diz: ... aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia (1 Co 10:12) –, jamais se recusa a praticar a ora-ção vigilante. Portanto, se você tem em sua alma o anseio de crescer mais e mais em sua santidade, busque mais a face daquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós (Ef 3:20).

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CONCLUSÃO

Vamos para o final. Vimos que os três meios que po-dem ser usados para continuarmos avançando em nossa santidade são: a leitura da Bíblia, o exercício do jejum e a prática da oração. Agora, está na hora de pedirmos que Deus nos ajude a usá-los mais. Usá-los? Sim. Só seremos espiritualmente beneficiados, se os usarmos cada vez mais. Então, vamos tomar uma atitude positiva, diante do que ouvimos hoje. Não podemos ficar só na teoria. Temos que partir para a prática! Penso que você pode começar fazendo um voto a Deus.

Um voto? Sim, um voto. Em nosso meio, nota-se que o voto tem se tornado uma prática cada vez mais fora de uso. Precisamos reaprender a arte de fazer vo-tos a Deus. Você pode e deve fazer votos a Deus. No Salmo 76, versículo 11, na Nova Versão Internacional, está escrito: Façam votos ao Senhor, ao seu Deus, e não deixem de cumpri-los. Pode crer: um voto feito a Deus pode muito em seus efeitos. Mudanças incríveis come-çam a aparecer por causa de um voto feito (e cumpri-do), diante de Deus.

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Você não imagina quantos benefícios espirituais ele traz à vida de quem o faz e à igreja do Senhor Jesus. Sim, você não imagina! O voto é um compromisso espontâneo de mudança de propósito, postura e conduta. Que com-promisso você pode assumir, diante de Deus, em relação à leitura da Bíblia? Reflita. O seu modo de ler a Bíblia tem sido espiritualmente proveitoso? O que pode ser melho-rado? Que compromisso você pode assumir diante de Deus, em relação ao exercício do jejum? Com que frequ-ência você jejua pela sua santificação pessoal? O que você pode fazer para usufruir melhor desse exercício espiritual? Aliste algumas ações.

Que compromisso você pode assumir, diante de Deus, em relação à prática da oração? Pense em algumas atitu-des que você pode tomar para tornar essa prática mais proveitosa espiritualmente. Talvez, em suas orações, tenha havido muita súplica, muito extravasamento, muita ado-ração, muita intercessão, mas pouquíssima confissão de pecados. Analise, você mesmo, como tem sido a sua vida de oração. Não estamos sozinhos no caminho da santi-ficação. A Trindade é a nossa parceira. Ela nos segue to-dos os dias da nossa vida, assistindo-nos, ajudando-nos e amparando-nos! Oremos a ela, agora mesmo, e peçamos graça e poder para usarmos melhor a Bíblia, o jejum e a oração como meios de santificação pessoal. Amém.

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TOWNS, Elmer L. Jejuar, uma revolução na vida espiritu-al. Belo Horizonte: Atos, 1995.

26, 27 e 28 de novembro de 2010Estância Árvore da Vida – Sumaré, SP

Informações no site: www.portaliap.com.br

Um dever do consagrado, um direito do membro

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