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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Educação Física
FÁBIO MARTIN CORDEIRO
PEDRO LUIZ VERONEZI
WALTER CÉSAR PAGANIN JUNIOR
EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE
UNDECILENATO DE BOLDENONA ASSOCIADO
AO EXERCÍCIO FÍSICO EM RATOS
LINS - SP
2008
1
FÁBIO MARTIN CORDEIRO
PEDRO LUIZ VERONEZI
WALTER CÉSAR PAGANIN JUNIOR
EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO DE
BOLDENONA ASSOCIADO AO EXERCÍCIO FÍSICO EM RATOS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Educação Física, sob a orientação do(a) Prof. (ª) M.Sc. Wonder Passoni Higino e orientação técnica da Profª. Esp. Jovira Maria Sarraceni.
LINS - SP
2008
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Cordeiro, Fábio Martin; Veronezi, Pedro Luiz; Paganin Junior, Walter César
Efeitos do esteróide anabolizante Undecilenato de Boldenona associado ao exercício físico em ratos / Fábio Martin Cordeiro; Pedro Luiz Veronezi; Walter César Paganin Junior. – – Lins, 2008.
68p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Educação Física,
2008 Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Wonder Passoni Higino
1. Esteróide Anabolizante. 2. Undecilenato de Boldenona. 3.
Hipertrofia. 4. Treinamento de Força. I Título.
CDU 796
C819e
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FÁBIO MARTIN CORDEIRO
PEDRO LUIZ VERONEZI
WALTER CÉSAR PAGANIN JUNIOR
EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO DE
BOLDENONA ASSOCIADO AO EXERCÍCIO FÍSICO EM RATOS
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de Licenciatura Plena em Educação Física.
Aprovada em: _______/_______/_______
Banca Examinadora:
Prof. Orientador: M.Sc. Wonder Passoni Higino
Titulação: Mestre em Motricidade Humana (UNESP – Rio Claro)
Assinatura: ___________________________
1º Prof.(a): _____________________________________________________
Titulação: ______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura: ___________________________
2º Prof.(a): _____________________________________________________
Titulação: ______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura: ___________________________
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DEDICATÓRIA
Ao meu pai Maurício,
Pai, o senhor foi um grande homem, incentivou-me a fazer esta
faculdade, esteve ao meu lado o tempo todo, mas, infelizmente, não pode estar
de corpo presente aqui, hoje. Sei que gostaria de estar ao meu lado hoje
compartilhando esta alegria. Seu espírito está comigo, saiba que terei sempre
determinação e empenho, pois tudo o que o senhor conseguiu foi desta forma.
Dedico esta vitória a você, esteja onde estiver. Obrigado por
proporcionar-me esta oportunidade ainda em vida, pois embora não esteja
mais comigo neste momento, sei que está orgulhoso de mim. Pai, eu amo
você!
À minha mãe Thereza,
Nem sei como me expressar com palavras para você, pois passamos
por vários problemas. Se hoje eu estou aqui, foi graças a você! Várias vezes
pensei em desistir, mas sempre me apoiou fazendo com que eu chegasse até
onde estou hoje. Sou muito grato a você por isso e por todos os outros
momentos em que esteve ao meu lado. Obrigado mãe, por tudo o que fez. Amo
você!
A minha irmã Simone e ao meu cunhado Valdir,
Por estarem me apoiando nos estudos, auxiliando-me nas dificuldades e
dividindo os bons e maus momentos de minha vida. Obrigado por tudo, amo
vocês!
A minha sobrinha Isabella (Belinha),
Por vir ao mundo em uma hora difícil, transformando este pesadelo em
um sonho, não só para mim, mas para nossa família. Amo você!
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Aos parceiros de monografia Pedro e Walter,
Por ter a felicidade de encontrar vocês e realizar esta pesquisa, pois
várias pessoas duvidaram que a mesma pudesse ser realizada. Hoje, vemos
que foi possível. Agradeço por ter vocês nesta caminhada de quatro anos e ter
a honra de realizar esta pesquisa, pois sonhávamos com isso e realizamos
com êxito, graças ao nosso empenho e dedicação.
Obrigado por terem entrado na minha vida como colegas de sala e
terem se transformado em grandes amigos.
Fábio Martin Cordeiro.
Ao meu Deus,
Por ter me amado e me aceitado como filho. Na ausência de um pai, foi
meu Pai, nas minhas dúvidas foi meu conselheiro, na minha franqueza foi
minha força. Sou grato a Deus, pois me deu a rica oportunidade de realizar
uma faculdade, sonho esse que parecia tão distante, mas que agora se tornou
realidade. Eu amo o Senhor.
Ao meu pai Pedro Veronezi,
Homem esse que sonhava com o melhor para seus filhos e, movido pelo
amor, suportou as adversidades de um câncer trabalhando, para que no futuro,
eu tivesse condições de realizar uma formação. Hoje, posso glorificar a Deus e
dizer-lhe com orgulho que tudo o que você fez valeu a pena. Eu amo você.
À minha mãe Devenil Cardoso Veronezi,
Mulher valorosa que não desperdiçou o que tinha sabendo administrar o
que ganhou. Soube criar e educar seus filhos, foi de grande importância nesta
minha conquista, sempre se preocupando com meu estudo, minha alimentação
e com meu retorno para casa. Eu amo você.
“O Senhor guarda os estrangeiros; ampara o órfão e a viúva, mas
transtorna o caminho dos ímpios”. (Sl. 146:9).
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Ao meu segundo pai Miguel Medina Garcia,
Na ausência de meu pai biológico correspondeu de maneira exemplar,
apoiando minha mãe em todas as situações, fazendo com que se tornasse
possível a realização desta minha conquista. Amo você.
Às minhas irmãs Ana Maria Veronezi e Juliana Maria Veronezi,
Por acreditar no meu potencial, incentivaram-me a estudar, através de
alguns “puxões de orelha”, diziam que eu necessitava de uma formação e me
convenceram a iniciar a faculdade. Graças a estes “puxões de orelha” estou
formado. Amo vocês.
À minha noiva Margareth Castilho,
Por fazer parte de minha vida. Em todos os momentos que passei,
desde o início você me apoiou, confiou em mim, acreditou que eu era capaz e
em alguns momentos que pensei em desistir você me convenceu do contrário,
fazendo com que eu continuasse. Eu amo você.
Aos meus parceiros de monografia Fábio e Walter,
Obrigado por ajudarem-me a realizar este sonho. Escolhemos um tema
um tanto polêmico por estarmos vivendo em uma época em que as pessoas
visam saúde e tratam nosso assunto como se fosse algo bizarro e distante da
nossa realidade, sem ao menos entenderem o mínimo necessário para criticar.
Apesar de todas as dificuldades, tenho uma boa notícia: vencemos, rapaziada!
“Para uma pessoa polêmica, nada melhor que um assunto polêmico”.
Um abraço de seu amigo Pedrão.
Pedro Luiz Veronezi.
A Deus,
Primeiramente agradeço a Deus, pois sem a sua ajuda não conseguiria
terminar este trabalho com tal êxito. Obrigado por nos abençoar a cada minuto
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de nossa vida, mostrando-nos do que somos capazes. Pedimos sua proteção e
no caminho de vitórias trilharemos.
À minha mãe Ana Cláudia,
Mulher de fibra e que sempre soube lidar com os problemas adversos,
sempre incentivou a concretização dos meus estudos, dividindo e ajudando nas
dificuldades. Agradeço a você e a Deus por ser seu filho. Amo você mãe!
A minha avó Elena de Castro,
Nem com todos os agradecimentos possíveis seria fácil descrever o
amor e carinho que sinto pela senhora. Sem a senhora, não seria possível o
término de meus estudos e a realização deste sonho.
A minha tia Marlene,
Agradeço por toda a atenção que dedicou a mim até hoje, sempre me
apoiando e me corrigindo em todas as minhas decisões, mostrando-me a
capacidade de alcançar o objetivo a ser conquistado. Obrigado por poder
contar com você em todos os momentos.
Aos meus parceiros de monografia Fábio e Pedro,
Obrigado por serem os melhores amigos em todos os momentos,
acreditarem que o mais difícil seria possível e ajudarem a realizar, não só o
meu sonho, mas o nosso e, apesar das dificuldades, buscamos, superamos e
realizamos o melhor.
Agradeço a Deus por ter colocado vocês em minha vida. Obrigado
amigos!
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A minha namorada Amanda Galvão,
Por ter me dado forças e me apoiado sempre que precisei,
acompanhado-me nos melhores e piores momentos com muito carinho e
compreensão. Agradeço por tudo. Amo você.
Walter César Paganin Júnior
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AGRADECIMENTOS
A Deus,
Aquele que nos concedeu a vida, dando-nos sabedoria e discernimento
para que fosse possível superar todos os obstáculos que surgiram no decorrer
deste trabalho. Incomparável é sua infinita bondade, compreendeu nossos
anseios encorajando-nos a atingirmos nosso objetivo.
“... Até aqui nos ajudou o Senhor” (I Sm. 7: 12b).
Ao professor orientador Wonder Passoni Higino,
Professor exemplo. Com amor e dedicação nos ensinou. Sua humildade
ao reconhecer seus erros, faz de você uma pessoa especial e diferenciada.
Honrou o investimento de seus alunos, aproveitando todo o tempo determinado
à aprendizagem, oferecendo-lhes ensino de boa qualidade.
Mais que um professor, um grande amigo. Sua compreensão e
aconselhamento nos momentos difíceis que passamos, fizeram com que a luz
no fim do túnel voltasse a brilhar. É bom saber que ainda existem pessoas
como você, dispostas a construir um futuro melhor.
Obrigado por acreditar em nosso potencial e nos orientar. Um forte
abraço de seus alunos.
Aos amigos,
Pelos bons e maus momentos que passamos, onde consolidamos
nossas amizades vivendo prazeres e desprazeres na longa jornada de quatro
anos em direção ao sucesso. Boa sorte a todos.
As meninas da biblioteca,
Pela atenção e dedicação em nos atender com carinho e competência,
pois sem suas colaborações, o êxito deste trabalho não seria o mesmo.
Obrigado.
10
A nossa amiga Miriam,
Essa foi de extrema importância durante a pesquisa, ajudando-nos na
fase de treinamento físico dos animais. Sua responsabilidade em comprometer-
se no treinamento fez com que esse se realizasse. Obrigado.
Aos professores Flávio, Cristiano e Cecília,
Pela atenção e dedicação, incentivando-nos e nos mostrando que nossa
pesquisa era possível ser realizada.
No laboratório, ensinou-nos a trabalhar com animais e nos ajudou a
fazer a dissecação dos grupos musculares, algo que nunca tínhamos feito e,
com paciência, mostrou-nos que éramos capazes. Na confecção de lâminas e
laudo dos materiais coletados, sua experiência e influência na área
contribuíram para realização da pesquisa.
Obrigado, vocês foram pessoas fundamentais para realização desta
pesquisa.
A professora Jovira,
Que com paciência e dedicação nos auxiliou. Apesar das dificuldades e
contratempos, sempre nos motivou, demonstrando confiança e acreditando que
nosso estudo se realizaria.
Fábio, Pedro e Walter
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RESUMO
Os esteróides anabólicos androgênicos (EAAs) são compostos naturais e sintéticos, formados de testosterona e seus derivados. Esses melhoram o desempenho físico, promovendo aumento da síntese protéica, crescimento celular e força. No meio esportivo, os EAAs são administrados em doses elevadas e abusivas em busca de ganho de massa muscular e um corpo atlético em um curto intervalo de tempo, não levando em consideração os riscos à saúde. Uma droga injetável, exclusivamente veterinária, bem tolerada por humanos, que vem sendo muito utilizada por fisiculturistas e praticantes de musculação nas academias para ganho de massa e densidade muscular é o undecilenato de boldenona. Diante de tais fatos, o presente estudo teve por intuito avaliar os efeitos do esteróide anabolizante undecilenato de boldenona, sobre o crescimento muscular de ratos submetidos ao treinamento resistido de predominância anaeróbia. Foram utilizados vinte ratos Wistar machos separados em quatro grupos de cinco ratos cada. Esses foram subdivididos em: Sedentário (S) sedentário com esteróide anabolizante (SA), Treinado (T = saltos na água, suportando carga de 50% do peso corporal, com 4 séries de 10 repetições com 30 segundos de intervalo entre as séries, durante 5 vezes na semana) e treinado com esteróide anabolizante (TA). O período de realização da pesquisa foi de seis semanas, sendo a primeira semana de adaptação ao meio líquido e as demais semanas consecutivas de treinamento físico resistido. Foram administradas injeções intramusculares do EAA undecilenato de boldenona na dosagem dez vezes superior à recomendada pelo fabricante nos grupos (TA e SA). Após o período experimental, todos os grupos foram sacrificados tão logo receberem anestesia via intraperitonial e as amostras necessárias para análises laboratoriais foram coletadas, a fim de obter resultados conclusivos para pesquisa. Considerando os resultados obtidos, é possível perceber que a utilização do esteróide anabolizante pode promover hiperplasia muscular e oxidação lipídica em ratos, mesmo sem a intervenção do exercício físico resistido. Já o exercício físico resistido parece ter sido eficiente tanto na oxidação lipídica quanto em promover hipertrofia muscular, aumentando a espessura das fibras desses animais. A associação do esteróide anabolizante ao exercício físico resistido, mostrou-se como um potencializador no possível processo hiperplásico e na suposta oxidação lipídica nos animais submetidos a esse tratamento, uma vez que estes apresentaram acentuados números de núcleos e peso corporal estável durante as situações pré e pós período experimental.
Palavras chave: Esteróide Anabolizante. Undecilenato de Boldenona. Hipertrofia. Treinamento de Força.
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ABSTRACT
The androgenic anabolic steroids (EAAs) are natural and synthetic complexes, composed of testosterone and its derived forms. They improve the physical performance promoting proteic synthesis increase, cell growth and strength. In the sports environment, the EAAs are administered in high and abusive doses in order to obtain muscular mass and an athletic body in a short period of time, without taking health risks into consideration. An injecting drug, exclusively veterinary, well tolerated by humans, that have been used by physiculturists and weitgh trainer adepts at gyms for the sake of mass gain and muscular density is the Boldenone Undecilenate. Before such facts, the present study had the objective of evaluating the Boldenone Undecilenate anabolic steroid. Twenty Wistar male mice were used, separated into four groups, each containing five mice. They were subdivided into: Sedentary (S), Sedentary with anabolic steroid (SA), Trained (T = jumps into the water, standing a load of 50% of body weight, with four series of ten repetitions with an interval of thirty seconds between the series, five days a week and trained with anabolic steroid (TA). This research accomplishment period was six weeks, being the first week of adaptation to the environment and the remaining ones of resisted physical training. Intramuscular injections of Boldenone Undecilenate EAA were administered in a dose ten times higher than what is recommended by the manufacturer in the TA and SA groups. After the trial period all groups were sacrificed as soon as they received anesthetic via intraperitoneal and the samples for lab analysis were taken aiming for conclusive results for the research. Considering the results, it is possible to notice that the use of the anabolic steroid can cause muscular hyperplasia and lipidic oxidation in mice, even without resisted physical exercise intervention. However, the resisted physical exercise seems to have been efficient both in lipidic oxidation and in promoting muscular hypertrofy, thus enlarging the fibers thickness in these animals. The association of the anabolic steroid with resisted physical exercise proved to be an empowerment in the probable hyperplasic process and in the supposed lipidic oxidation in animals subjected to this treatment, once these show the presence of many nuclei and stable body weight before and after the trial period.
Key words: Anabolic steroid. Boldenone Undecilenate. Hypertrofy. Strength training.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Secção transversal dos músculos reto e intermédio da
coxa dos ratos do grupo S observada em microscopia de
luz.......................................................................................
45
Figura 2: Secção transversal dos músculos reto e intermédio da
coxa dos ratos do grupo S observada em microscopia de
luz.......................................................................................
46
Figura 3: Secção longitudinal dos músculos reto e intermédio da
coxa dos ratos do grupo S observada em microscopia de
luz.......................................................................................
46
Figura 4: Secção transversal dos músculos reto e intermédio da
coxa dos ratos do grupo T observada em microscopia de
luz.......................................................................................
47
Figura 5: Secção transversal dos músculos reto e intermédio da
coxa dos ratos do grupo T observada em microscopia de
luz.......................................................................................
47
Figura 6: Secção longitudinal dos músculos reto e intermédio da
coxa dos ratos do grupo T observada em microscopia de
luz.......................................................................................
48
Figura 7: Secção longitudinal dos músculos reto e intermédio da
coxa dos ratos do grupo TA observada em microscopia
de luz.................................................................................
48
Figura 8: Secção transversal dos músculos reto e intermédio da
coxa dos ratos do grupo TA observada em microscopia
de luz.................................................................................
49
Figura 9: Secção longitudinal dos músculos reto e intermédio da
coxa dos ratos do grupo SA observada em microscopia
de luz.................................................................................
49
Figura 10: Secção transversal dos músculos reto e intermédio da
coxa dos ratos do grupo SA observada em microscopia
de luz.................................................................................
50
Figura 11 e 12: Comparativo entre secção transversal e secção
14
longitudinal dos músculos reto e intermédio da coxa dos
ratos do grupo S observada em microscopia de
luz.......................................................................................
50
Figura 13 e 14: Comparativo entre secção transversal e secção
longitudinal dos músculos reto e intermédio da coxa dos
ratos do grupo SA observada em microscopia de
luz.......................................................................................
51
Figura 15 e 16: Comparativo entre secção transversal e secção
longitudinal dos músculos reto e intermédio da coxa dos
ratos do grupo T observada em microscopia de
luz.......................................................................................
51
Figura 17 e 18: Comparativo entre secção transversal e secção
longitudinal dos músculos reto e intermédio da coxa dos
ratos do grupo TA observada em microscopia de
luz.......................................................................................
52
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Comparação entre grupos e entre os momentos Pré e Pós do
período experimental, com relação ao peso dos animais
(n=20).........................................................................................
43
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
COI: Comitê Olímpico Internacional.
DHEA: Deidroepiandrosterona.
DHES: Deidroepiandrosterona Sulfatado.
DHT: Diidrotestosterona.
DPOC: Doença pulmonar obstrutiva crônica.
15
EAA: Esteróide Anabólico Androgênico.
EAAs: Esteróides Anabólicos Androgênicos.
FSH: Hormônio Folículo Estimulante.
HE: Hematoxilina Eosina.
HIV: Vírus da Imunodeficiência Humana.
HTPA: Eixo Testicular Pituitário Hipotalâmico.
LH: Hormônio Luteizante.
PVC: Poli Cloreto de Vinila.
RM: Repetição Máxima.
S: Sedentário.
AS: Sedentário com Uso de Esteróide Anabolizante.
T: Treinado.
TA: Treinado com Uso de Esteróide Anabolizante.
16
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO............................................................................................... 17
1 CONCEITOS PRELIMINARES........................................................ 19
1.1 Fisiologia Muscular.......................................................................... 19
1.2 Treinamento de Força...................................................................... 22
1.2.1 Treinamento de Força e Uso de Esteróides Anabólicos.................. 27
1.3 Esteróides Anabólicos...................................................................... 30
1.3.1 Undecilenato de Boldenona (Equifort)............................................. 34
1.3.1.1 Undecilenato de Boldenona e Exercício.......................................... 35
2 O EXPERIMENTO........................................................................... 36
2.1 Material e Métodos........................................................................... 36
2.1.1 Condições ambientais...................................................................... 36
2.1.2 Amostra experimental...................................................................... 37
2.1.3 Material............................................................................................. 38
2.1.4 Teste................................................................................................. 39
2.1.5 Procedimentos.................................................................................. 42
2.1.6 Análise estatística............................................................................. 42
2.2 RESULTADOS................................................................................. 43
2.3 DISCUSSÃO.................................................................................... 52
2.4 CONCLUSÃO................................................................................... 56
REFERÊNCIAS.............................................................................................. 58
APÊNDICES................................................................................................... 63
ANÉXOS......................................................................................................... 65
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INTRODUÇÃO
Os esteróides anabólicos androgênicos (EAAs) são compostos naturais
e sintéticos formados de testosterona e seus derivados (CUNHA et al., 2006). A
testosterona é responsável por diversos efeitos no organismo, sendo alguns
deles o aumento da massa muscular e do peso corpóreo (FRIZON; MACEDO;
YONAMINE, 2005).
Os EAAs também melhoram o desempenho físico promovendo aumento
da síntese protéica, crescimento celular e força, reduzindo o tempo de
recuperação pós-treinamento físico (CAMARGO FILHO et al., 2006).
Sua indicação está associada a quadros terapêuticos de hipogonoidismo
e deficiência do metabolismo protéico (CUNHA et al., 2006). O uso abusivo e
em longo prazo destes fármacos pode causar diversos efeitos colaterais como:
problemas cardiovasculares (aumento da pressão sanguínea, arterosclerose e
infarto do miocárdio), anormalidades hepáticas (colestases e tumores),
aumento da secreção das glândulas sebáceas (acnes e dermatite seborréica),
alopécia e ginecomastia (FRIZON; MACEDO; YONAMINE, 2005).
A testosterona foi sintetizada pela primeira vez para fins terapêuticos e
experimentais em 1935 (CUNHA et al., 2004). Já seu uso abusivo, com
objetivo de aumentar o desempenho atlético, teve início nos anos de 1950,
acentuando-se nos anos de 1970 e se estendendo até os dias de hoje no
esporte competitivo. Em 1976, estas substâncias foram proibidas pelo Comitê
Olímpico Internacional (COI) na Olimpíada de Montreal, onde pela primeira vez,
foi realizado o controle de anabolizantes (FRIZON; MACEDO; YONAMINE,
2005).
No meio esportivo os EAAs são administrados em doses elevadas e
abusivas, através de livre iniciativa de adolescentes, jovens e adultos em busca
18
de ganho de massa muscular e um corpo atlético em um curto intervalo de
tempo, não levando em consideração os riscos à saúde (FRIZON; MACEDO;
YONAMINE, 2005). Estas doses podem chegar a atingir de dez a duzentas
vezes mais que a dose recomendada e de maneira prolongada (MCARDLE;
KATCH; KATCH, 2003).
Atualmente são encontrados diversos tipos de EAAs, onde sua
formulação é obtida através da manipulação da molécula original da
testosterona, influenciando sua farmacocinética, biodisponibilidade e balanço
da atividade androgênica em prol do anabolismo (CUNHA et al., 2004). Dentre
tantas formulações que constituem os EAAs, podemos citar as de forma oral e
injetável (GUIMARÃES NETO, 1998).
A testosterona na forma oral é composta por 17 alfa derivados
(metandrostenolona, metiltestosterona e oxandrolona) (CUNHA et al., 2004) ; a
testosterona na forma injetável é a de via dermatológica, através de adesivos
transdérmicos e cremes corporais; as de via intramuscular profunda, que são
as de ésteres 17 beta-estratificada (cipionato de testosterona, propionato,
enantato e nandrolona); e as de modificações nos anéis A, B, ou C de sua
molécula (mesterolona, nortestosterona e estanozolol) (CUNHA et al., 2004).
Uma droga injetável que vem sendo muito utilizada por fisiculturistas e
praticantes de musculação nas academias em ciclos para ganho de massa e
densidade muscular é o undecilenato de boldenona, mais conhecido no Brasil
como Equifort (PERES; GUIMARÃES NETO, 2005). Apesar de ser uma droga
exclusivamente veterinária, o undecilenato de boldenona é bem tolerado por
humanos, apresenta efeitos colaterais discretos, propriedades anabólicas
acentuadas, pouca atividade androgênica, hepatoxidade moderada e baixa
aromatização (QUEL, 2008).
De acordo com Cunha et al., (2006), alguns dados demonstram que o
uso de esteróide anabólico androgênico (EAA) está relacionado à melhora do
desempenho atlético devido ao aumento de massa muscular e resistência
durante o treinamento de alta intensidade. No entanto, os efeitos de tais
fármacos sobre o desempenho atlético permanecem controversos.
Diante disso, tem-se a seguinte pergunta-problema para o presente
estudo: o undecilenato de boldenona, quando associado ao exercício resistido,
proporciona melhoras histológicas à musculatura esquelética?
19
Silva; Danielski; Czepielwski (2002), considera que o uso de EAA causa
hipertrofia das fibras tipo IIa, aumento mio nuclear e formação de novas fibras
musculares e aumento na expressão dos receptores androgênicos. A
testosterona age diretamente na expressão do gene da proteína contrátil em
animais, uma vez que essa causa aumento na largura das fibras musculares
devido à elevação no número de miofilamentos, miofibrilas e induz mudanças
na estrutura das isoformas da miosina de cadeia pesada (SILVA; DANIELSKI;
CZEPIELWSKI, 2002).
Cunha et al., (2006) dizem que o treinamento resistido através de saltos
em meio líquido é um método utilizado para estudo das respostas fisiológicas
frente ao exercício. Foss; Keteyian (2000), afirma que treinamento de força
promove adaptações como a hipertrofia muscular, onde nosso corpo passa por
mudanças fisiológicas como: aumento de miofibrilas de proteínas contráteis
(actina e miosina), densidade muscular, tecido conjuntivo e ligamentar e,
conseqüentemente, aumento da secção transversa das fibras existentes sem
alteração em seu número.
Diante de tais fatos, o presente estudo tem como objetivo avaliar o
possível efeito hipertrófico do esteróide anabolizante undecilenato de
boldenona junto ao exercício físico resistido, através de investigações nas
alterações histológicas nas fibras musculares dos músculos reto e intermédio
da coxa de quatro grupos de ratos. Dois desses grupos foram submetidos a
treinamento físico, um treinado (T) e outro treinado com uso de esteróide
anabolizante (TA), os outros dois grupos sem atividade física, sendo um
sedentário (S) e outro sedentário com uso de esteróide anabolizante (SA).
1 CONCEITOS PRELIMINARES
1.1 Fisiologia muscular
Os músculos esqueléticos possuem ações voluntárias, suas funções são
gerar força para locomoção, respiração, sustentação postural e produção de
calor (POWERS; HOWLEY, 2005).
20
O corpo humano é constituído por cerca de 660 músculos esqueléticos,
apresentando em sua composição química 75% de água, 20% de proteína e
5% de sais e outras substâncias como: fosfato de alta energia (uréia lactato),
minerais (cálcio, magnésio e fósforo), enzimas, íons de sódio, potássio, cloro,
aminoácidos, gorduras e carboidratos (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).
Os músculos são organizados através de camadas de tecido conjuntivo
de revestimento, os quais são: epimísio, perimísio e endomísio.
Epimísio é a camada de tecido conjuntivo fibroso externo que reveste o
músculo como um todo. Esse se afunila em suas extremidades distal (inserção)
e proximal (origem), fundindo-se e se unindo aos tecidos intramusculares
formando os tendões (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).
Os tendões são tecidos fibrosos metabolicamente inativos, possuindo
capacidade de resistir a enormes tensões geradas pelos músculos. São fixados
aos ossos em sua cobertura externa denominada periósteo (FOSS;
KETEYIAN, 2000).
Conforme se aprofunda no músculo, encontra-se outra camada de tecido
conjuntivo chamada de perimísio. Esse envolve os feixes musculares
constituídos por até 150 fibras que são denominadas de fascículos musculares.
Aprofundando ainda mais é possível encontrar outra camada de tecido
conjuntivo, o endomísio, que reveste cada fibra individualmente separando-as
das vizinhas (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).
Debaixo do endomísio, circundando individualmente cada fibra muscular
existente, está o sarcolema, que é uma membrana fina é elástica que envolve o
conteúdo celular da fibra. No sarcolema localizam-se as células satélites, que
auxiliam no crescimento celular regenerativo frente às adaptações ao
treinamento físico pós-estresse muscular (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).
O sarcolema, por ser uma membrana, envolve todo o conteúdo celular.
Neste caso, este conteúdo celular é denominado sarcoplasma (citoplasma), o
qual contém proteínas celulares, enzimas, partículas de gorduras e de
glicogênio, núcleos, mitocôndrias, outras organelas especializadas e miofibrilas
(POWERS; HOWLEY, 2000).
As miofibrilas possuem proteínas contráteis de aspecto estriado. Os
filamentos espessos são formados pela proteína miosina e os filamentos finos
são compostos pela proteína actina (POWERS; HOWLEY, 2000).
21
Na actina, localizam-se outras duas proteínas: a troponina e a
tropomiosina, ambas de grande importância no processo contrátil do músculo
(POWERS; HOWLEY, 2000).
A troponina e a tropomiosina trabalham em conjunto para regular a
ligação da actina com a miosina. Quando um músculo está em situação de
relaxamento, a tropomiosina bloqueia os sítios ativos da actina impedindo sua
ligação com a miosina (POWERS; HOWLEY, 2000).
O cálcio é responsável pela liberação dos sítios ativos da actina através
da troponina e, esse, é encontrado no retículo sarcoplasmático, no
sarcoplasma. O retículo sarcoplasmático, ao receber um impulso nervoso,
libera o cálcio que se liga a troponina causando uma mudança de posição da
tropomiosina, liberando os sítios ativos da actina, isso permite a ligação da
miosina com a actina resultando a contração muscular (POWERS; HOWLEY,
2000).
A contração muscular pode ser classificada em contração lenta e
contração rápida, de acordo com o tipo de fibra envolvida (BERNE et al., 2004).
As fibras musculares podem ser classificadas em duas categorias
gerais: fibras tipo I e fibras tipo II com suas subdivisões fibras tipo IIa, IIb e IIc.
(FOSS; KETEYIAN, 2000).
As fibras tipo I, de contração lenta, são também chamadas de fibras
vermelhas, tônicas, oxidativas lentas, ou aeróbias, (FOSS; KETEYIAN, 2000).
Essas contêm uma grande quantidade de mitocôndrias, são de alta atividade
enzimática oxidativa, apresentam grande número de capilares e altos níveis de
mioglobina, fatores esses, que fazem com que essa fibra possua grande
capacidade do metabolismo aeróbio de alta resistência à fadiga (POWERS;
HOWLEY, 2000).
As fibras tipo IIb, de contração rápida, também chamadas de fibras
brancas, fásicas, glicolíticas rápidas e anaeróbias, (FOSS; KETEYIAN, 2000),
possuem um pequeno número de mitocôndrias, capacidade limitada do
metabolismo aeróbio, sendo menos resistentes à fadiga quando comparadas
às fibras lentas e são ricas em enzimas glicolíticas, as quais lhes provêem uma
grande capacidade anaeróbia (POWERS; HOWLEY, 2000).
As fibras tipo IIa são fibras intermediárias, também conhecidas como
fibras glicolíticas oxidativas rápidas. Exibem alta velocidade de encurtamento e
22
uma capacidade moderadamente bem desenvolvida para transferência de
energia das fontes tanto aeróbia quanto anaeróbias. Possuem características
bioquímicas e de fadiga encontradas entre as fibras tipo IIb e tipo I, por isso
são vistas como uma mistura das características de ambas (MCARDLE;
KATCH; KATCH, 2003).
Elas são extremamente adaptáveis, podendo se adaptar em fibras tipo I
através de treinamento de endurance, elevando sua capacidade oxidativa
(POWERS; HOWLEY, 2000).
Já as fibras tipo IIc, denominadas primitivas e indiferenciadas, são
predominantes nos músculos dos membros e do tronco dos fetos no início da
gestação. Por volta da trigésima sexta semana, existem numerosas fibras tipo
IIa e IIb e poucas do tipo IIc, o que permite supor que toda a diferenciação
maturacional que ocorre no útero se processa a expensas das fibras IIc.
Apesar de serem raras e indiferenciadas em pessoas adultas, essas podem
auxiliar na reinervação e na transformação das unidades motoras (MCARDLE;
KATCH; KATCH, 2003).
Sendo de menor especialização comparada aos outros tipos de fibras,
apresenta uma pequena significância para o desempenho muscular, onde
representa de 0 a 2% e não mais de 5% na composição total dos músculos
(FOSS; KETEYIAN, 2000).
1.2 Treinamento de Força
Para compreender este tópico é necessário esclarecer definições de
força máxima, força potência e força de resistência.
Força máxima pode ser definida como a máxima força que o músculo
gera durante o exercício em um movimento específico e em uma velocidade
específica (FLECK; KRAEMER, 2006). Foss; Keteyian (2000) referem-se à
força como a tensão que um grupo muscular exerce contra uma resistência em
um máximo esforço. Já Wilmore; Costill (2001) definem força como o vigor
máximo gerado pelo músculo ou grupo muscular.
23
Força potência é o resultado da força máxima junto à velocidade na
execução de um movimento ou aplicação funcional da força e da velocidade
(WILMORE; COSTILL, 2001). É a capacidade que o grupo muscular envolvido
possui de acelerar na máxima velocidade suportando a fadiga (FLECK;
KRAEMER, 2006).
Força de resistência é a capacidade que o músculo tem de executar e
suportar ações de força submáxima repetidamente ou sustentar ações
musculares fixas durante um tempo prolongado (WILMORE; COSTILL, 2001).
A aptidão que um grupo muscular tem em realizar contrações
consecutivas contra uma carga oposta, ou até mesmo suportar uma contração
estática por um determinado período, é denominada por Foss; Keteyian (2000),
como endurance muscular (resistência muscular). Fleck; Kraemer (2006), por
sua vez, descrevem força de resistência ou resistência aeróbia como aumento
do consumo de oxigênio de pico associado às funções cardiovasculares na
intenção de suportar um desempenho.
Determina-se treinamento de força o exercício que faz com que a
musculatura envolvida mova ou tente mover contra uma resistência exercida
por algum tipo de força oposta (FLECK; KRAEMER, 2006). Para
desenvolvimento da força é necessário aumentar continuamente o estresse
muscular, aumentando periodicamente a quantidade de peso envolvido nos
exercícios de levantamento de pesos livres ou nos diversos tipos de aparelhos
com peso (POWERS; HOWLEY, 2005).
Treinar força visando alcançar os objetivos almejados deve levar em
consideração os tipos básicos de contração: isométrica, dinâmica e isocinética
(MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).
A contração isométrica é a ativação muscular sem qualquer alteração
perceptível no comprimento das fibras musculares, é a força gerada por um
músculo que tenta encurtar-se e não consegue devido a uma resistência
externa maior ou igual a sua capacidade de contração (MCARDLE; KATCH;
KATCH, 2003).
Apesar da falta de movimento articular de alongamento ou encurtamento
dos sarcômeros musculares, o treinamento isométrico proporciona grandes
ganhos de força se comparados aos métodos dinâmicos (WILMORE;
COSTILL, 2001).
24
A contração dinâmica é a ação que os músculos realizam em tensão
constante, frente a uma resistência ou peso externo. Esses permanecem
inalterados tanto na fase concêntrica quanto na excêntrica, diferente da força
que varia durante a realização do exercício (FLECK; KRAEMER, 2006).
Para se obter contrações musculares dinâmicas é necessário que ocorra
movimento articular esquelético. Estas contrações são representadas de duas
formas: contração concêntrica e contração excêntrica (MCARDLE; KATCH;
KATCH, 2003).
Contração concêntrica é o processo de encurtamento muscular através
de uma contração, onde a tensão é aumentada à medida que ocorre o
movimento articular (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003). O músculo encurta-
se com tensão variável ao deslocar uma carga constante (FOSS; KETEYIAN,
2000).
Contração excêntrica é o alongamento que o músculo realiza frente a
uma tensão aplicada por uma resistência externa. O peso é abaixado
lentamente contra a força da gravidade evitando que esse caia sobre a
superfície (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).
A força excêntrica consiste em movimentos dinâmicos na fase negativa
durante a realização do exercício. A fibra muscular alonga-se, exercendo
tensão ativa, submetendo o músculo a um maior estímulo e proporcionando um
maior ganho de força. Neste tipo de treinamento a capacidade que o músculo
tem em resistir à força é aproximadamente trinta por cento maior que nas
ações concêntricas (WILMORE; COSTILL, 2001).
O treinamento excêntrico ou resistência negativa refere-se ao
alongamento do músculo de maneira controlada em uma ação muscular.
Consiste em cargas maiores que uma repetição máxima da fase concêntrica
(FLECK; KRAEMER, 2006).
A contração isocinética é a tensão desenvolvida pelo músculo ao
encurtar-se com velocidade constante. É a máxima velocidade em todos os
ângulos articulares durante toda amplitude de movimento (FOSS; KETEYIAN,
2000). O treinamento de força isocinética é realizado através de equipamentos
de alta tecnologia (micro processador e dinamômetro). Tal tecnologia permite
ao cientista especializado na área avaliar, testar e treinar os músculos com
maior eficiência (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).
25
A ação realizada pelo músculo não possui uma carga específica a ser
alcançada, no entanto, a velocidade angular do movimento é constante e
controlada. O movimento inicia-se acelerando até alcançar a velocidade
programada. A força de reação reflete a força aplicada no equipamento durante
toda a amplitude de movimento do exercício até a desaceleração.
Teoricamente, os músculos exercem força máxima contínua durante toda
amplitude de movimento, exceto na aceleração e desaceleração (FLECK;
KRAEMER, 2006).
Frente ao treinamento de força o organismo sofre diversas adaptações
fisiológicas, sendo uma delas as adaptações neurais, responsáveis por grande
parte do aumento de força no início do treinamento onde ainda não ocorreu
aumento significativo na área transversa do músculo (MCARDLE; KATCH;
KATCH, 2003).
As adaptações neurais desempenham papel importante no
aprimoramento da força, aumentando a eficiência nos padrões de recrutamento
neural, aumentando ativação do sistema nervoso central, melhorando a
sincronização das unidades motoras, embotando os reflexos inibitórios neurais
e inibindo os órgãos tendinosos de Golgi (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).
Outra adaptação decorrente do treinamento de força, segundo Foss;
Keteyian (2000), é a hipertrofia muscular, em que o corpo passa por mudanças
fisiológicas, as quais podem ser descritas como aumento de miofibrilas de
proteínas contráteis (actina e miosina), da densidade muscular, do tecido
conjuntivo e ligamentar e conseqüentemente aumento da secção transversa
das fibras existentes, sem alteração em seu número.
A hipertrofia pode ser caracterizada de duas maneiras: hipertrofia
transitória, ocorrendo quando há um acúmulo de líquido derivado do plasma
sanguíneo, preenchendo os espaços intracelulares e intersticiais do músculo,
e, por ser transitório, seu efeito hipertrófico é de curta duração e em poucas
horas seu volume é desfeito; e hipertrofia crônica, que é ocasionada pelo
treinamento de força prolongado. Essa faz ocorrer alterações nas estruturas
musculares aumentando a quantidade de fibras e o diâmetro das fibras
musculares já existentes (WILMORE; COSTILL, 2001).
A hipertrofia muscular causada pelo treinamento de força é resultante do
aumento da síntese protéica. Essa pode perdurar por até quarenta e oito horas
26
pós-exercício, onde a capacidade de sintetizar proteína se torna maior do que
na fase de execução (WILMORE; COSTILL, 2001).
Nem todas as fibras musculares possuem a mesma capacidade de
desenvolvimento, seu aumento está relacionado ao padrão de recrutamentos
de fibras, determinado pelo tipo de treinamento empregado (FLECK;
KRAEMER, 2006).
O treinamento de força promove hipertrofia nas fibras tipo I e II, no
entanto, as do tipo II tendem a hipertrofiar mais do que as do tipo I. O
treinamento de alta intensidade e baixo volume tende a hipertrofiar mais do que
o treinamento de alto volume e baixa intensidade, apesar de ambos poderem
hipertrofiar de forma seletiva as fibras tipo II e I respectivamente (FLECK;
KRAEMER, 2006).
Para se obter hipertrofia é necessário um programa de treinamento
superior a 8 semanas de duração. Períodos de tempo inferiores a esse podem
influenciar no resultado no que diz respeito às alterações do tamanho dos
músculos devido à ausência da elevação de proteínas contráteis nas fibras
musculares (FLECK; KRAEMER, 2006).
Estudo realizado com o treinamento de força mostrou que para se obter
um aumento significativo das fibras, foram necessárias 16 semanas de
atividades intensas e relativo volume de treinamento, assim, a musculatura
sofre um maior estresse ocorrendo micro lesões e, conseqüentemente,
hipertrofia (FLECK; KRAEMER, 2006).
A carga utilizada em um treinamento, visando proporcionar estímulos
suficientes para aumentar a força e conseqüentemente volume muscular, varia
de 60 a 80% da carga de uma repetição máxima (1RM) (MCARDLE; KATCH;
KATCH, 2003). Um RM é a carga mais pesada suportável por um indivíduo em
uma repetição completa em um determinado exercício, segundo Fleck;
Kraemer (2006),
Para aprimoramento da força, a realização do treinamento envolvendo o
mesmo grupo muscular, mostrou que 2 a 3 sessões semanais compostas de 3
a 12 RM é mais eficaz quando comparado ao treinamento envolvendo
repetições superiores a 10 RM durante 4 a 5 vezes na semana. O treinamento
contínuo, ao contrário do intervalado, pode influenciar negativamente na
recuperação muscular entre as sessões de treinamento, retardando o
27
progresso nas adaptações neuromusculares e estruturais, assim como o
desenvolvimento de força (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).
A hipertrofia também pode ser caracterizada pela hiperplasia, apesar de
que pesquisadores ainda não podem afirmar com certeza sua influência no
aumento muscular total em humanos, tendo visto que a maior parte da
hipertrofia produzida é decorrente do aumento da espessura das fibras e não
do número de fibras (WILMORE; COSTILL, 2001).
Hiperplasia muscular também é considerada um fator de adaptação
neural, ocorrendo através de divisão longitudinal da célula já existente e a partir
de células satélites. A divisão longitudinal é a capacidade de uma fibra
muscular hipertrofiada dividir-se em duas ou mais células filhas individuais.
Células satélites são células situadas entre a camada basal e a membrana
plasmática, essas são responsáveis pela regeneração muscular, fazendo surgir
novas fibras após o músculo sofrer algum tipo de estresse (MCARDLE;
KATCH; KATCH, 2003).
1.2.1 Treinamento de Força e Uso de Esteróides Anabólicos
De acordo com Estevão; Bagrichevsky (2004), fisiculturismo é
considerado uma modalidade competitiva da musculação, cujo objetivo, é obter
o máximo de volume muscular possível, com mínima porcentagem de gordura
corporal e máxima definição. Nesta prática, os fisiculturistas desejam que
ocorra máximo desenvolvimento da hipertrofia muscular e é aceitável entre
eles, que se extrapolem os limites fisiológicos humanos para consegui-la. Isso,
muitas vezes, é conseguido predominantemente, através do uso corrente de
esteróides anabolizantes androgênicos e de muitas horas gastas com intensos
exercícios resistidos em academias.
Segundo Foss; Keteyian (2000), treinamento de força é a capacidade do
indivíduo de exercer e impor uma tensão contra uma resistência controlada por
vontade própria e que depende, principalmente, de fatores mecânicos,
fisiológicos e psicológicos, para conseguir atingir uma determinada meta. É a
qualidade física que permite um músculo ou grupamento muscular produzir
28
uma tensão máxima, através da sua contração muscular e vencer uma
resistência qualquer, na ação de empurrar, elevar e tracionar.
A hipertrofia muscular, que é uma adaptação muito conhecida
decorrente do treinamento de força, caracteriza-se principalmente pela maior
concentração de proteína contrátil encontrada no interior das fibras musculares,
motivo pelo qual um músculo com maior área transversa é mais forte que um
de área menor área transversa. O treinamento resistido com pesos pode
resultar em aumento na área transversa de uma fibra de vinte (20) a quarenta e
cinco por cento (45%), com possibilidade de atingir cinqüenta por cento (50%)
(FLECK; SIMÃO, 2008).
Segundo Guimarães Neto (1998), atletas de várias modalidades como,
nadadores, jogadores de futebol e atletas de outros esportes, usaram ou ainda
utilizam substâncias proibidas no meio esportivo, caracterizadas por suas
propriedades anabólicas, denominados esteróides. Dentre eles, os
levantadores olímpicos, basistas e culturistas são os que utilizam com mais
freqüência e quantidade, visando um maior desempenho em treinamentos e
desenvolvimento de massa muscular magra.
Guimarães Neto (1998), afirma ainda que mesmo os atletas sendo do
sexo masculino a intenção é administrar quantias extras de esteróides
anabólicos e beneficiar-se de suas propriedades anabólicas (agressividade
para suportar cargas mais altas, maior síntese protéica). Com isso, realizando
os chamados ciclos, que são períodos destinados à administração da droga,
que podem combinar várias drogas ao mesmo tempo, com ou sem intervalos
de uma série de administração e de tais anabólicos.
Segundo Brower (1993), costumam ser usados ciclos de 4 a 12
semanas, nos quais as doses e as quantidades de drogas diferentes vão
aumentando aos poucos para, depois de chegarem a um pico, serem retiradas
lentamente. Na fase de pico dessa pirâmide, chega-se a usar 5 a 6 tipos de
EAAs, incluindo preparações orais, parenterais e veterinárias, administradas
em doses 10 a 100 vezes maiores que as utilizadas em estudos médicos com
esses agentes (POPE; KATZ, 1988). Esta estimativa de dose é imprecisa pelo
fato de nem todos EAAs terem uma equivalência de dosagem, além de ser
comum o uso de drogas para uso veterinário e mesmo caseiras (POPE; KATZ,
29
1994), o que ocorre pela necessidade de receita médica, inclusive no Brasil,
para se obter esses agentes oficialmente (SCIVOLETTO; MELEIRO, 1994).
O Comitê Olímpico Internacional define doping como sendo o uso de
substâncias fisiológicas em quantidades anormais, ou por métodos anormais,
com o intuito de obter ganho artificial e injusto de rendimento na competição
(AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 1987). Mesmo ilícito,
entretanto, o uso de esteróides anabólicos androgênicos por atletas, se iniciou
na década de 70 e vem aumentando desde então. O início do emprego de
testes antidoping específicos, a partir dos Jogos Panamericanos de Caracas,
em 1983, ao invés de coibir o consumo, tem tornado os métodos empregados
para o seu uso cada vez mais sofisticados, possibilitando que por ocasião dos
testes de competição, o atleta não seja flagrado. Por essa razão, na última
década foram introduzidos os testes-surpresa, ou seja, sem aviso prévio,
durante a fase de treinamento mais intenso (fase em que supostamente ocorre
o uso de EAA). Desta maneira, muitos atletas, que inúmeras vezes haviam sido
testados negativamente, tiveram resultados positivos. Todavia, acredita-se que
muitos outros continuem se dopando sem serem apanhados (PEDRINELLI,
1993).
Entretanto, não se deve pensar que somente o efeito do fármaco irá
desenvolver hipertrofia e força em fibras musculares. A posição da literatura a
respeito dos efeitos anabólicos de esteróides na promoção de desenvolvimento
de força é relativa. Em estudo realizado por Crist; Stackpole; Peake (1983), não
se constataram alteração significativa à composição corporal onde fora
utilizado o cipionato de testosterona e decanoato de nandrolona em conjunto
com atividade de exercícios resistidos com pesos, sendo que muitos fatores
contribuem para o desenvolvimento de força, incluindo hereditariedade,
intensidade do treinamento, dieta e características psíquicas.
Porém, segundo Bhasin et al., (1996), em pesquisa realizada com
alguns indivíduos onde foram ministradas doses de testosterona associada ao
treinamento de força, observou-se um significativo ganho de massa isenta de
gordura.
Um esteróide anabólico muito utilizado nesse meio é o Decanoato de
Nandrolona por causar bons ganhos com relação à massa muscular. Isso pode
estar relacionado com a sua força moderada de ligação ao receptor
30
androgênico, desenvolvendo um efeito notável de retenção de nitrogênio, que é
o fator mais importante no crescimento muscular e nos ganhos de massa
isenta de gordura, certamente relacionada também com a dose administrada
(BHASIN et al., 1996). Um estudo de Lewis et al., (1999), cita controvérsias
com relação ao ganho ou não de peso corpóreo. Relacionando resultados
encontrados em humanos com aqueles encontrados em modelos animais
Lewis et al., (1999) e Prezant et al., (1997), mostram que altas doses de
esteróides podem reduzir o ganho de peso em ratos significativamente, sendo
que este esteróide potencializa a atividade de RNA que, por sua vez aumenta a
síntese protéica podendo aumentar significativamente a massa muscular e
força. Da mesma forma, Tetsuro et al., (2001), relatam que a administração de
esteróides anabólicos em humanos potencializa a síntese protéica e causa
hipertrofia da musculatura esquelética, e estas adaptações são realçadas
quando os esteróides anabólicos são combinados com exercícios de
resistência.
1.3 Esteróides Anabólicos
Para entender este tópico é necessário esclarecer primeiramente o que
significa Esteróides, Anabólicos e Androgênicos.
Segundo Abrão (2003), anabólicos são todas as substâncias que de
alguma forma induzem o organismo no processo de construção, como síntese
protéica e crescimento muscular.
Esteróides são hormônios que apresentam em sua estrutura química um
núcleo esterol. Estes hormônios são considerados primordiais por
apresentarem funções reguladoras no organismo (ABRÃO, 2003).
Existem três categorias básicas de esteróides: andrógenos, estrógenos
e corticóides. Andrógenos são hormônios provenientes do colesterol tais como
a testosterona e seus metabólitos, diidrotestosterona e a androstenediona,
esses são responsáveis pela formação das características sexuais masculinas
(androgênicas) predominantes (pêlos no rosto e corpo, voz grossa, maior
31
massa muscular e pele mais grossa). São produzidos em sua maioria nos
testículos e uma pequena parte nas glândulas adrenais (RIBEIRO, 2001).
Estrógenos são hormônios predominantes nas mulheres, responsáveis
pela formação dos caracteres sexuais femininos (pele mais fina, ausência de
pelo corporal, formação de seios, pouca massa muscular e maior acúmulo de
gordura). São produzidos em sua maioria pelos ovários e uma pequena parte
pelas glândulas adrenais (GUIMARÃES NETO, 1998).
Corticóides, produzidos por ambos os sexos pelas glândulas adrenais,
não possuem efeito anabólico e sim analgésico, antiinflamatório e catabólico,
portanto atletas que desejam aumentar massa muscular devem procurar evitá-
los (GUIMARÃES NETO, 1998).
É importante salientar que, assim como os corticóides, os andrógenos e
os estrógenos também são encontrados em ambos os sexos só que em
pequenas quantidades. (ABRÃO, 2003).
O homem possui quatro formas principais de andrógenos na circulação
sanguínea, a testosterona em maior quantidade atingindo nível dez vezes
maior que o diidrotestosterona (DHT), que apesar de ser em menor quantidade
é muito mais potente que a testosterona, androstenediona,
deidroepiandrosterona (DHEA) e seus derivados sulfatados (DHEAS) (CUNHA
et al., 2004).
A testosterona é o principal hormônio androgênico do sexo masculino
secretado pelas células intersticiais de Leydig nos testículos. Estas células são
acionadas pelo hormônio luteizante (LH) que é estimulado pelo hormônio
folículo estimulante (FSH), e esse, pelo hormônio de liberação das
gonadotrofinas atuante na hipófise anterior que, por fim, é controlada pelo
hipotálamo (SILVA et al., 2002).
Em pequenas quantidades diárias, a testosterona é lançada ao sangue
que se encarrega de transportá-la até os receptores-alvos a fim de cumprir
suas funções (CUNHA et al., 2004). No homem, a produção natural de
testosterona é cerca de 4 a 9 mg dia, enquanto na mulher é de 0,5mg dia, daí a
dificuldade em ganhar massa muscular (RIBEIRO, 2001).
A testosterona na sua forma natural após ser absorvida, 50% de sua
dose é metabolizada em dez minutos e os outros 50% restantes nos dez
minutos seguintes, não se detectando nenhum indício de testosterona no
32
organismo ao findar da primeira hora. A partir daí, especialistas inventaram
meios de manipular as moléculas de testosterona acoplando ésteres
carbônicos transformando-as em substâncias sintéticas menos polares de
liberação controlada com o propósito de aumentar seu tempo de duração e
ação, o que hoje conhecemos como Esteróides Anabolizantes Androgênicos
(EAAs) (ABRÃO, 2003).
Cunha et al., (2004), referem-se aos EAAs como compostos formados a
partir da testosterona e seus derivados, que atuam sobre receptores
androgênicos produzindo efeitos tanto anabólicos quanto androgênicos, sendo
uns mais androgênicos que outros. Nenhum fármaco encontrado atualmente é
capaz de produzir unicamente efeitos anabólicos.
Os EAAs possuem em sua estrutura variações químicas classificadas
em 17-alfa-alquelados, 17-beta-ésteres e 1-metil esteróides, as quais exibem
peculiaridades distintas, mas com os mesmos propósitos (ABRÃO, 2003).
Dentre suas variações mais usadas dividimos os EAAs em duas classes:
Orais (17-alfa-alquelados) em forma de comprimidos e Injetáveis (17-beta-
ésteres)
Orais (17-alfa-alquelados) em forma de comprimidos quando ingeridos,
passam pelo estômago sendo absorvidos pelo intestino e metabolizados no
fígado, onde provocam grande sobrecarga devido à alcalinização de sua
molécula, causando grande hepatoxidade. Sua meia vida varia entre 4,5 a 9
horas dependendo do EAA. Dentre eles, podemos citar alguns dos mais
utilizados: fluoximesterone (halotestin), metandrostenolona (anabol),
oximetalona (hemogenin), stanozolol (winstrol), oxandrolona e
metiltestosterona (GUIMARÃES NETO, 1998).
Injetáveis (17-beta-ésteres) são menos nocivos que os orais e devem
ser injetados por via intramuscular profunda. Possuem solubilidade lipídica, o
que minimiza a contaminação por bactérias e retarda sua liberação na
circulação sanguínea prolongando sua ação, o que proporciona um maior
intervalo entre aplicações. A stanozolol é uma exceção, pois apresenta veículo
aquoso, sendo mais suscetível a bactérias. Sua absorção é rápida declinando
rapidamente após seus cristais serem dissolvidos (GUIMARÃES NETO, 1998).
Dentre os injetáveis podemos citar alguns de maior aceitação pelos
usuários: decanoato de nandrolona (deca-durabolin), (durateston) composto de
33
4 sintéticos (propionato, fenilpropionato, isocaproato e decanoato de
testosterona), cipionato de testosterona (deposteron), mentelona (primabolan),
acetato de trembolone (parabolan) e undecilenato de boldenona (equifort),
droga exclusivamente veterinária (PERES; GUIMARAES NETO, 2005).
No tratamento médico os EAAs vêm sendo utilizados em diversas
condições patológicas relacionadas às deficiências androgênicas, balanço
nitrogenado negativo, hipogonoidismo, sarcopenia, micropênis neonatal,
puberdade e crescimento retardado ou exagerado, síndrome de Turner, câncer
de mama, osteoporose, doenças debilitantes crônicas, após grande cirurgia,
queimadura grave, paciente com HIV, doença pulmonar crônica, distrofia
muscular (SILVA et al., 2002).
De acordo com Ribeiro (2001), os esteróides anabólicos androgênicos
também promovem efeito placebo, psicológico, euforizante, anticatabólico,
diminui o cansaço e melhora a síntese protéica. Já Silva et al., (2002),
acrescentam o aumento da massa muscular, aumento da concentração de
hemoglobina e hematócrito, retenção de nitrogênio, aumento de deposição de
cálcio nos ossos e aumento da queima de gordura, motivos esses que levam
atletas a utilizar tais fármacos no intuito de melhorar o desempenho.
EAAs em doses terapêuticas causam poucos efeitos colaterais,
acontece que para outros fins o uso é feito em doses elevadas e abusivas
(RIBEIRO, 2001).
McArdle; Katch; Katch (2003) relata que o uso de esteróides
anabolizantes chega atingir dez a duzentas vezes mais que a dose
recomendada e de maneira prolongada, o que denominamos de ciclo.
Ciclo refere-se a qualquer período de tempo em que o indivíduo utiliza-
se de esteróides. Este período geralmente varia de quatro a dezoito semanas
onde são utilizados métodos variados de administração de droga. O método
pirâmide inicia-se com a utilização de doses pequenas aumentado
progressivamente até o ápice e depois reduz progressivamente. Stacking é a
utilização de vários esteróides anabolizantes ao mesmo tempo divididos de
acordo com sua toxidade. Ambos os métodos são utilizados por alguns
indivíduos de maneira conjunta (SILVA et al., 2002).
34
Apesar de tantos pontos positivos, vale lembrar que esteróides
anabolizantes androgênicos podem causar diversos efeitos colaterais e,
dependendo da dose administrada, levar até a morte.
Peres; Guimarães Neto (2005) enumera alguns prováveis problemas
relacionados ao uso indevido de EAAs: calvície, acne, agressividade,
hipertrofia prostática, hipertensão arterial, limitação do crescimento,
hipercolesterolemia, ginecomastia, virilização em mulheres, impotência,
esterilidade, atrofia testicular, dores de cabeça, insônia, hepatoxidade,
problemas renais, problemas de tendões e ligamentos, mudanças no sistema
imunológico e câncer.
1.3.1 Undecilenato de Boldenona (Equifot)
Segundo a bula do Equifort (1996), o undecilenato de boldenona (17
beta hidróxi-androsta – 1,4 dien – 3 one 10 undecanoato) é uma droga
exclusivamente veterinária usada em eqüinos (ANEXO A). Pode ser
encontrada no Brasil com o nome comercial EQUIFOT (Laboratório Vetbrands)
na concentração de 50mg de undecilenato de boldenona por ml. Sua aplicação
é exclusivamente por via intramuscular na dosagem de 1 ml para cada 50 Kg
de peso em intervalos de duas a três semanas.
Equifot é recomendado no tratamento coadjuvante de patologias como:
distrofia muscular, osteoporose, anemia aplástica, caquexia, anorexia,
debilidades pós-cirúrgicas e excesso de treinamento (EQUIFORT, 1996).
Undecilenato de boldenona é uma droga bem tolerada por apresentar
efeitos colaterais discretos quando administrada na forma recomendada.
Apresenta como característica resposta terapêutica imediata e duradoura,
(EQUIFORT, 1996), por apresentar em sua estrutura um éster longo de 11
carbonos (QUEL, 2008), uma meia vida de 14 a 16 dias aproximadamente
(PERES; GUIMARÃES NETO, 2005), propriedades anabólicas acentuadas,
pouca atividade androgênica (por ter pouca afinidade com a enzima 5-alfa-
reductase), hepatoxidade moderada e baixa aromatização (por ter pouca
afinidade com a enzima aromatase) (QUEL, 2008).
35
Mas, como todo esteróide anabolizante ocasiona efeitos colaterais, o
undecilenato de boldenona não é diferente. Se administrado de forma abusiva
pode ocasionar efeitos androgênicos tais como: aumento da oleosidade
cutânea (provocando acne), queda de cabelo (devido à conversão em DHT),
aumento da pressão arterial (devido à retenção de sódio ocasionando uma
retenção hídrica), média inibição ao Eixo Testicular Pituitário Hipotalâmico
(HTPA), hepatoxidade, agressividade e ginecomastia (QUEL, 2008).
Também devemos mencionar que undecilenato de boldenona possui
algumas características únicas como: aumento de apetite (ótimo para ciclos de
ganho de massa muscular), grande vascularização (por intermédio do aumento
da produção de glóbulos vermelhos do sangue) (QUEL, 2008), aumento de
força, densidade e volume muscular (PERES; GUIMARÃES NETO, 2005).
Apesar de ser exclusivamente veterinário, o undecilenato de boldenona
vem sendo utilizado por fisiculturistas em ciclos de até 8 semanas envolvendo
dosagens referentes a 150mg até 300mg por semana em homens e 50mg a
100mg por semana em mulheres (PERES; GUIMARÃES NETO, 2005).
O uso de undecilenato de boldenona é considerado doping, sendo
detectado facilmente em exames até mesmo depois de quarenta dias pós a
última aplicação. Portanto, sua venda só e permitida através de prescrição
obrigatória de um médico veterinário (EQUIFORT, 1996) (ANEXO A).
1.3.1.1 Undecilenato de Boldenona e Exercício.
O presente fármaco sintético é utilizado principalmente por atletas de
fisiculturismo, porém, jovens também se arriscam em busca da aquisição de
ganho de massa muscular, força física, além dos benefícios em relação a
densidade muscular, apesar dos efeitos reversíveis ou irreversíveis que
incluem, complicações hepáticas, endócrinas, cardiovasculares e prováveis
alterações de comportamento. Estudos são realizados freqüentemente em
animais na tentativa da inferência destes resultados em humanos. Nestes
estudos, são realizados exercícios de força para animais prolongando estas
adaptações aos humanos, devendo ser desta forma, caracterizados com
36
excelência para efetivos estudos na área do desempenho, mostrando ainda
que os exercícios são um importante fator para adaptações fisiológicas durante
a realização do mesmo, modificando o peso corporal e demais modificações
morfológicas (HONGKUI et al., 2000).
Sendo o Undecilenato de Boldenona semelhante ao fármaco
Nandrolona, pode-se fazer uma relação entre as duas drogas devido à
escassez de estudos sobre a droga do presente estudo e ao grande número de
trabalhos realizados com a Nandrolona. Em seu estudo, Cunha et al., (2006),
observaram resultados negativos relacionados à hipertrofia com a associação
de exercício e nandrolona. No entanto, embora tal fármaco possa estimular a
síntese protéica e aumentar a retenção hídrica, o excesso de tal substância
pode inibir o crescimento corporal e ganho de peso (CARSON et al., 2002).
Em outro estudo, Zago e Guimarães (2004), verificaram hipertrofia não
só na musculatura esquelética como também na cardíaca, resultados esses
obtidos através de treinamentos semelhantes ao do presente estudo. Estudos
ainda relacionados ao uso de nandrolona, como o de Chaves et al., (2004),
cujas doses relacionadas à nandrolona foram supra farmacológicas, impediram
a adaptação induzida pelo exercício ao músculo cardíaco, já sendo de menor
adaptação ao exercício aeróbio. Já em estudo realizado por Villaça et al.,
(2005), apenas o uso de nandrolona foi suficiente para induzir bons resultados
em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) moderada a
grave, obtendo maior ganho de peso corporal, ganho de massa isenta de
gordura e força muscular.
2 O EXPERIMENTO
2.1 Material e Métodos
2.1.1 Condições Ambientais
Para que os animais não sofressem qualquer tipo de estresse, o Biotério
e o laboratório onde foi realizado o treinamento estão localizados num lugar
37
afastado, longe de eventuais barulhos, no Centro Universitário Católico
Salesiano Auxilium (Curso Educação Física) Lins-SP.
O Biotério onde as amostras estavam alojadas possui janelas de vidro
para entrada de ar com tela protetora impedindo a entrada de pássaros e
insetos, os quais podiam estar contaminando de alguma forma os animais,
comprometendo a pesquisa. A sala tem capacidade de acomodar lateralmente
em prateleiras de alvenaria 60 gaiolas plásticas forradas de serragem com até
cinco animais cada.
O local não possui climatização, permanecendo assim em temperatura
ambiente ao abrigo da luz solar, mas sujeito a ciclo claro/escuro de 12 em 12h,
que se inicia as 6h, terminando as 18h.
Diariamente, no período da tarde, as gaiolas eram trocadas por outras
com serragem limpa e os animais alimentados com ração para animais de
laboratório com 23% de proteína (Manutenção MP – 77, Ração Probiotério
Moinho Primor S/A) e água de torneira, ambas servidas à vontade.
O laboratório apresenta condições favoráveis a treinamentos. Possui
mesas de granito, ventiladores, ar condicionado, pia, materiais específicos para
realizações de pesquisas e um tanque de vidro onde os animais realizaram o
treinamento.
2.1.2 Amostra Experimental
A amostra experimental foi composta por vinte ratos machos, da
linhagem Wistar (Rattus Novergicus), sedentários, aparentemente saudáveis,
com tempo de vida entre 60 e 90 dias, escolhidos aleatoriamente no Biotério.
Os animais foram divididos em quatro grupos; dois grupos submetidos a
treinamento físico, um treinado (T) e outro treinado com uso de esteróide
anabolizante (TA). Os outros dois grupos, sem atividade física, foram
denominados sedentários (S) e sedentários com uso de esteróide anabolizante
(SA). Cada grupo foi separado em caixas plásticas de 40x34x17cm sendo que
cada caixa alojou cinco animais marcados com caneta pincel na parte proximal
da cauda para identificação e controle (APÊNDICE A).
38
2.1.3 Material
Na realização da pesquisa foram utilizados os seguintes materiais:
a. Álcool hidratado 70%;
b. Algodão;
c. Balança eletrônica (Filizola BP6);
d. Balde de 3 litros com tampa;
e. Bisturi;
f. Caneta Pincel;
g. Chuveiro elétrico;
h. Colete de vélcro com peso acoplado;
i. Cronômetro;
j. Éter;
k. Equifort (undecilenato de Boldenona 50mg);
l. Isopor;
m. Ketamin (cetamina 50mg);
n. Luva cirúrgica;
o. Luva de Raspa de Couro;
p. Navalha;
q. Papel toalha;
r. Pinça;
s. Recipientes plásticos;
t. Sabonete;
u. Secador elétrico;
v. Seringa e agulha de insulina;
w. Solução de formol;
x. Soro fisiológico;
y. Tanque de vidro;
z. Termômetro;
aa. Tesoura;
bb. Toalha de algodão;
cc. Tubo de PVC.
39
2.1.4 Teste
Protocolo 1-Tricotomia
Os animais foram colocados, um por vez, em um balde com tampa junto
a um algodão encharcado com éter por aproximadamente 5 a 10 minutos até
adormecerem. Ao adormecerem, foi feita a raspagem dos pêlos de ambas as
coxas traseiras. A perna do animal foi posicionada entre o dedo indicador e
médio, com o polegar e o anelar foi puxada a perna para traz esticando o
couro. Desta forma, a pelagem foi molhada com água e sabonete e com a
outra mão munida de uma lâmina de barbear, raspou-se a pelagem no sentido
favorável aos pêlos.
Esse processo facilita na assepsia do local e melhora a visão muscular
no momento da aplicação do Esteróide Anabolizante.
Todo procedimento descrito foi realizado com as mãos protegidas com
luvas cirúrgicas.
Protocolo 2 - Administração do medicamento
Os animais dos Grupos TA e SA receberam injeções intramuscular nas
coxas traseiras de Undecilenato de Boldenona (Equifort / Purina / Virtibrands
1ml/50kg) (ANÉXO A) na dosagem referente a 1ml/5kg, dose esta dez vezes
maior que a recomendada pela bula do fabricante.
Segundo Peres; Guimarães Neto (2005), as regiões mais indicadas para
aplicação de injeções intramuscular em humanos são: deltóide, glúteo médio,
grande glúteo e músculo vasto lateral.
“Nas academias de fisiculturismo é comum uma pessoa que busca uma
maior força por meio da química, utilizar uma doze de 10 a 100 vezes superior
a recomendada” (POWERS; HOWLEY, 2005, p.85).
40
Para facilitar a mensuração do medicamento e diminuir os riscos de
lesão muscular durante a incisão da agulha na aplicação, foi utilizada seringa
de insulina descartável, visto que essa possui agulha de pequeno tamanho e
de fina espessura.
As aplicações do esteróide anabólico ocorreram após o período de
treinamento, todas as segundas-feiras, durante seis semanas consecutivas.
Antes da aplicação, o animal foi colocado em um balde com tampa e
pesado em balança eletrônica (APÊNDICE A). Após a pesagem, tomando os
devidos cuidados, o animal foi seguro lateralmente em cima da mesa por um
auxiliar que usava luvas de couro prevenindo-o de eventuais mordidas.
Protegido com luvas cirúrgicas, o responsável pela aplicação tomou o cuidado
em sugar o líquido do recipiente, evitando assim o acúmulo de ar na seringa e
antes da aplicação foi feito assepsia do local com álcool 70%.
A administração do medicamento foi realizada no músculo vasto lateral,
introduzindo a agulha a 45° com o bisel voltado lateralmente no sentido das
fibras musculares. O líquido foi injetado vagarosamente até o final e a agulha
retirada rapidamente pressionando levemente o local com algodão umedecido
com álcool.
Protocolo 3 – Treinamento Físico
O treinamento físico foi realizado no Laboratório entre 17 e 19 h num
tanque de vidro, medindo 130x60x60cm com água entre 30 e 32°C, e
profundidade de 38 cm. Dentro do tanque foi colocado um tubo de PVC com
fundo perfurado de 25 cm de diâmetro por 60 cm de comprimento, onde os
animais dos grupos treinados (T) e dos treinados com uso de esteróide
anabolizante (TA) realizaram individualmente saltos verticais com peso
acoplado ao tórax através de colete (APÊNDICE A). Pelo fato do treinamento
ser realizado neste horário, o ciclo claro/escuro dos ratos foi modificado,
acontecendo entre 19h 30 min até 7h 30min ciclo escuro e das 7h 30min até
19h 30min ciclo claro.
41
O programa de treinamento físico foi dividido em duas fases e teve
duração de seis semanas.
A primeira fase ocorreu na primeira semana onde os animais foram
submetidos à adaptação ao meio líquido num tanque com água durante cinco
minutos três dias da semana (segunda, quarta e sexta) (ROGATTO et al.,
2004).
A segunda fase teve inicio na segunda semana e durou até a sexta
semana, com o treinamento físico resistido onde os animais realizaram um total
de vinte e cinco sessões de saltos com sobrecarga de 50% do peso corpóreo
do animal no decorrer do programa (ROGATTO et al., 2004).
As sessões foram divididas em cinco dias da semana (segunda, terça,
quarta, quinta e sexta) durante cinco semanas. Cada sessão foi composta de
quatro séries de 10 saltos com intervalo de 30 segundos entre séries onde os
animais descansavam fora da água. Ao término de cada sessão, os animais
foram secados com toalhas absorventes de papel, toalha de algodão, secador
elétrico e levados ao Biotério (CUNHA et al., 2006).
Protocolo 4 – Análises Laboratoriais
Após quarenta e oito horas do último dia de treinamento, todos os
grupos foram sacrificados, após receberem anestesia via intraperitonial de
Cetamia (Ketamin 50mg) (APÊNDICE A) 1ml/Kg em valores equivalentes ao
peso dos animais (300gr a 500gr). Foi realizada uma tricotomia do membro
inferior na região proximal para a distal anterior, longitudinalmente para secção
do músculo reto e intermédio da coxa (MANOEL; MORIMOTO, 2002);
(CAMARGO FILHO at al., 2006).
Após a retirada do grupo muscular reto e intermédio da coxa
(APÊNDICE A), esse foi lavado em água destilada e fixado por imersão em
formol 5%, lavado em água corrente e desidratado em série crescente de
álcoois.
Os cortes foram feitos em 7 micrômetros, confeccionados em lâminas,
corados com Hematoxilina e Eosina (HE), evidenciando as fibras colágenas
42
(Epimisio, Perimísio, Endomísio) e núcleos celulares que foram analisados e
fotografados em microscopia de luz.
2.1.5 Procedimentos
Para realização da pesquisa foram utilizados vinte animais machos da
raça Wistar divididos em quatro grupos de cinco animais. Dois destes grupos
foram submetidos à tricotomia das coxas traseiras, aplicação intramuscular de
Esteróides Anabolizantes e Treinamento Físico.
O treinamento resistido teve duração de seis semanas, sendo a primeira
semana de adaptação. O treinamento ocorreu em cinco dias semanais, com
descanso de dois dias. Foi realizado no meio líquido através de saltos com
peso acoplado ao tórax dos animais.
Ao término da sexta semana, os animais foram sacrificados e as
amostras necessárias para análises laboratoriais foram coletadas, a fim de
obter resultados conclusivos para pesquisa.
2.1.6 Análise Estatística
Para melhor visualização dos dados analisados estatisticamente, esses
foram apresentados em média e desvio padrão da média. Para a análise da
comparação entre grupos e entre os momentos pré e pós situação
experimental, foi adotado um método estatístico paramétrico, onde através de
uma análise de variância (ANOVA two way) de dois caminhos (GRUPO X
MOMENTO), pode-se determinar as possíveis diferenças entre grupos e entre
os momentos estudados através de um teste de Post hoc de Tukey. Para isso
adotou-se um nível de significância de p≤0,05.
43
2.2 RESULTADOS
Na tabela 1 estão expressos os valores referentes ao peso dos animais
nos momentos pré e pós intervenção experimental. Estes estão dispostos em
média e desvio padrão da média. Através desta, pode-se verificar que os
grupos S, SA e T apresentaram pesos significantemente maiores após o
período experimental. Apenas o grupo TA não apresentou mudanças
significantes com relação a esta variável. Da mesma forma, os pesos dos
animais pertencentes aos grupos S, SA e T foram significantemente maiores
que o grupo TA no momento após o período experimental. Neste mesmo
momento, o valor médio do peso do grupo S apresentou-se significantemente
maior também, quando comparado ao grupo T.
Tabela 1: Comparação entre grupos e entre os momentos Pré e Pós do
período experimental, com relação ao peso dos animais (n=20)
Início Fim
TA 359,6 ± 36,5 358,8 ± 42,0
SA 361,6 ± 32,7 397,6 ± 45,4*#
T 362,4 ± 15,5 390,4 ± 22,9*#
S 355,2 ± 45,2 409,2 ± 45,4*#&
Fonte: Elaborada pelos autores.
* diferença significante com relação ao grupo TA na situação PÓS;
# diferença significante com relação a situação PRÉ;
& diferença significante com relação ao grupo T na situação PÓS. p≤0,05.
Após os dados coletados, foram analisadas as amostras para verificação
dos cortes morfológicos da estrutura anatômica, sendo observados através da
microscopia de luz.
Diante dos resultados da microscopia H/E, pode-se observar no grupo S
o corte do tecido muscular esquelético com sua arquitetura e morfologia celular
preservadas. Não houve sinais de alterações do endomísio e perimísio, nem a
formação de colágeno. Raras fibras apresentaram-se multinucleadas, sendo
44
visto no máximo três núcleos por fibra em corte transversal às fibras. As fibras
musculares esqueléticas apresentaram em torno de 90 m de espessura em
média.
Com relação ao grupo experimental TA, este apresentou características
hipertróficas, verificadas através do corte histológico de tecido muscular
esquelético. O endomísio apresentou um espessamento separando as fibras
musculares entre si. Além disso, verificaram-se algumas fibras multinucleadas,
com cinco ou mais núcleos visualizados em corte transversal, e ainda, alguns
destes núcleos encontravam-se discretamente deslocados ao centro da fibra. O
perimísio apresentou-se um pouco mais denso, além de alguma proliferação de
tecido colágeno em algumas áreas. As fibras apresentaram em média, cerca
de 100 m de espessura, tendo em vista que este grupo foi induzido ao
exercício físico e a administração de EAA, notando-se algumas alterações que
não apareceram no grupo anterior.
O grupo experimental SA, através de corte histológico de tecido
muscular esquelético, pôde-se verificar que a arquitetura do tecido e a
morfologia celular se encontravam preservadas. Porém, o perimísio e o
endomísio se encontravam pouco espessados. Além disso, havia algumas
fibras multinucleadas, com três a cinco núcleos visualizados em corte
transversal das fibras, com alguns destes núcleos discretamente deslocados ao
centro da fibra. As fibras apresentavam em média cerca de 90 m de
espessura, muito semelhante ao grupo S.
Já o grupo experimental T, através de corte histológico de tecido
muscular esquelético, pôde-se observar através das fibras em corte
transversal, no máximo três núcleos periféricos. O perimísio e o endomísio
estavam moderadamente espessados, sendo que, em alguns pontos o
perimísio estava mais aderido às fibras musculares, que apresentaram
espessura de 100 m em média.
Notou-se que, nos quatro grupos, as modificações morfo-histológicas
foram apresentadas com estruturas, provando alterações nas suas
características.
Os grupos SA, T e TA apresentaram-se com perimísio e endomísio
espessados. No entanto, o grupo T apresentou estrutura muscular aumentada
45
e com no máximo, três núcleos periféricos por fibra. Já o grupo TA, apesar de
também apresentar estrutura muscular aumentada, mostrou suas fibras
multinucleadas com cinco ou mais núcleos, porém, com alguns desses
discretamente deslocado ao centro da fibra, além de alguma proliferação de
tecido colágeno ao redor dos vasos sanguíneos. O grupo SA, apesar de sua
semelhança com ao grupo S, apresentou-se com maior espessamento de
perimísio e endomísio e menor espessamento dos mesmos quando comparado
aos demais grupos. Suas fibras mostraram-se multinucleadas com três a cinco
núcleos, onde alguns desses se encontravam discretamente deslocados ao
centro das fibras.
Além disso, ficou claro que nos grupos S e SA a espessura média das
fibras musculares foi de 90 m, enquanto que nos grupos T e TA a espessura
das fibras foi de 100 m.
Fonte: Elaborada pelos autores.
Figura 1. A microscopia de luz mostra áreas das fibras musculares em
disposição transversal com sua arquitetura e morfologia preservadas do grupo
S. Hematoxilina – Eosina 100x.
46
Fonte: Elaborada pelos autores.
Figura 2. A microscopia de luz mostra áreas das fibras musculares em
disposição transversal multinucleadas (setas), com discreto espessamento do
endomísio (círculo) do grupo S. Hematoxilina – Eosina 400x.
Fonte: Elaborada pelos autores.
Figura 3. A microscopia de luz mostra áreas das fibras musculares em
disposição longitudinal multinucleadas do grupo S. Hematoxilina – Eosina 400x.
47
Fonte: Elaborada pelos autores.
Foto 4. A microscopia de luz mostra áreas das fibras musculares em
disposição transversal com espessamento do perimísio (setas pretas) e do
endomísio (setas amarelas) do grupo T. Hematoxilina – Eosina 100x.
Fonte: Elaborada pelos autores.
Figura 5. A microscopia de luz mostra áreas das fibras musculares em
disposição transversal com espessamento do perimísio (setas pretas) e
endomísio (setas amarelas); é possível notar a presença de um vaso
sangüíneo no perimísio (seta laranja), além da disposição dos núcleos em
continuidade das fibras (setas verdes) do grupo T. Hematoxilina – Eosina 200x.
48
Fonte: Elaborada pelos autores.
Figura 6. A microscopia de luz mostra áreas das fibras musculares em
disposição longitudinal multinucleadas de forma dispersa com espessamento
do perimísio (seta) do grupo T. Hematoxilina – Eosina 200x.
Fonte: Elaborada pelos autores.
Figura 7. A microscopia de luz mostra áreas das fibras musculares em
disposição longitudinal com espessamento do perimísio (setas pretas) e
considerável quantidade de núcleos (setas amarelas) do grupo TA.
Hematoxilina – Eosina 400x.
49
Fonte: Elaborada pelos autores.
Figura 8. A microscopia de luz mostra áreas das fibras musculares em
disposição transversal com espessamento do endomísio (setas azuis) e
formação de colágeno (setas verdes) em torno de um vaso sangüíneo (estrela)
do grupo TA. Hematoxilina – Eosina 400x.
Fonte: Elaborada pelos autores.
Figura 9. A microscopia de luz mostra áreas das fibras musculares em
disposição longitudinal com pouco espessamento do perimísio (setas pretas),
porém, com considerável quantidade de núcleos (setas amarelas) do grupo SA.
Hematoxilina – Eosina 100x.
50
Fonte: Elaborada pelos autores.
Figura 10. A microscopia de luz mostra áreas das fibras musculares em
disposição transversal com espessamento do endomísio (setas azuis) e
núcleos dispersos do grupo SA. Hematoxilina – Eosina 200x.
Fonte: Elaborada pelos autores.
Figura 11 e 12: Comparativo entre secção transversal e secção longitudinal dos
músculos reto e intermédio da coxa dos ratos do grupo S observada em
microscopia de luz.
11 12
51
Fonte: Elaborada pelos autores.
Figura 13 e 14: Comparativo entre secção transversal e secção longitudinal dos
músculos reto e intermédio da coxa dos ratos do grupo SA observada em
microscopia de luz.
Fonte: Elaborada pelos autores.
Figura 15 e 16: Comparativo entre secção transversal e secção longitudinal dos
músculos reto e intermédio da coxa dos ratos do grupo T observada em
microscopia de luz.
13
14
15
16
52
Fonte: Elaborada pelos autores.
Figura 17 e 18: Comparativo entre secção transversal e secção longitudinal dos
músculos reto e intermédio da coxa dos ratos do grupo TA observada em
microscopia de luz.
2.3 DISCUSSÃO
A maior parte dos estudos envolvendo animais como modelos
experimentais em atividades físicas associadas ao uso de esteróides
anabolizantes, baseiam-se em exercícios aeróbios de longa duração e baixa ou
moderada intensidade. Diante deste fato, o interesse em saber sobre os
possíveis efeitos de esforços mais intensos e intermitentes quando associados
a esteróides anabolizantes torna-se crescente, mesmo porque, a associação
destas drogas com o exercício ocorre principalmente em eventos atléticos onde
a exigência de força e potência é grande.
Portanto, alguns protocolos de exercício físico com características
anaeróbias de alta intensidade têm despertado maior interesse, tendo em vista
os benefícios que este tipo de atividade pode resultar (KRISTIANSEN et al.,
2000).
17
18
53
Os protocolos de levantamento de peso para ratos em meio líquido são
variações do modelo proposto por Tamaki et al., (2000). Este vem sendo muito
utilizado como modelo de treinamento de alta intensidade, tendo visto que, com
uma única sessão do exercício resistido de alta intensidade levada até a
exaustão, é suficiente para desencadear aumento da síntese protéica.
(TAMAKI et al., 2000).
O presente estudo teve como objetivo verificar as alterações promovidas
pelo esteróide anabolizante junto ao treinamento físico resistido, através de
análises morfológicas e diferenciações do peso corporal dos animais.
Os animais do grupo T apresentaram menor ganho de peso quando
comparados aos dos grupos sedentários S e SA. Já o grupo TA não
apresentou peso significantemente maior comparado aos demais grupos (S;
SA e T). Os animais do grupo S apresentaram um aumento de peso quando
comparado aos demais (SA; T e TA) e para os animais do grupo SA, o ganho
de peso foi maior em relação aos grupos T e TA e menor em relação ao S. Isso
se deve ao fato do metabolismo lipídico sofrer interferências por intermédio da
atividade física (ROGATTO et al., 2004), onde há intensa utilização de lipídios
durante a fase de recuperação pós-exercício (YOSHIOKA et al., 2001), e um
aumento do metabolismo energético basal, gerando maior gasto calórico e
reduzindo gordura corporal (HUNTER et al., 1998). Outro fator que
provavelmente pode ter contribuído para o fato do grupo TA não ter aumentado
o peso corporal quando comparado aos demais grupos, foi a administração do
esteróide anabolizante, que acelera o metabolismo celular (CAMARGO FILHO
et al., 2006), aumentando a oxidação lipídica (GUZMAN et al., 1991).
O exercício físico resistido anaeróbio pode modificar a composição
corporal (RADAK et al., 1999), dependendo da intensidade, duração e
freqüência com que o exercício físico resistido é praticado. Este pode
desencadear o desenvolvimento de hipertrofia das fibras musculares (HUNTER
et al., 1998) por meio da ativação, proliferação e incorporação de células
satélites (TAMAKI et al., 2001), aumento da síntese de proteínas contráteis e
não contráteis e adição de novos sarcômeros em um arranjo paralelo,
aumentando a capacidade muscular de produção de força (PHILLIPS, 1999).
De acordo com Tamaki et al., (2001) e Joubert; Tobin (1989), o uso de
esteróides anabolizantes associado ao exercício físico, estimula a proliferação
54
e a diferenciação de células satélites e aumenta o número de mionúcleos nas
fibras musculares já existentes. À medida que este processo se desenvolve, o
tamanho de cada fibra muscular aumenta, gerando hipertrofia.
Achados histológicos mostram que a administração de esteróides
anabolizantes, em dosagens superiores a terapêutica em ratos sedentários e
em ratos submetidos a treinamento físico, produz alterações musculares
relacionadas a aumento de perimísio e endomísio (CAMARGO FILHO et al.,
2006).
O presente estudo corrobora com as afirmações acima. Os resultados
encontrados nas estruturas dos músculos reto e intermédio da coxa dos ratos
em corte transversal, através de observações nas lâminas confeccionadas e
coradas em HE, constataram nos animais dos grupos SA, T e TA alterações de
perimísio e endomísio, caracterizada por um aumento significativo na
espessura desses quando comparado ao grupo S. Já os grupos T e TA quando
comparados ao SA, apresentaram um aumento na espessura das fibras
musculares, sinalizando uma possível hipertrofia.
No que diz respeito ao número de núcleos existentes por fibras, um
maior número destes foram observados nos animais dos grupos SA e TA em
relação aos respectivos grupos S e T evidenciando uma possível hiperplasia.
Apesar de todos os grupos (SA, T e TA), exceto o grupo S, apresentarem
alterações de endomísio e perimísio, o fato dos grupos SA e TA apresentarem
aumento no número de núcleo leva a conclusão de que o esteróide
anabolizante pode promover hiperplasia muscular destes, uma vez que esta
droga pode aumentar a proliferação de células satélites e novos núcleos,
exercendo um papel fundamental no processo hiperplásico da fibra muscular,
como observado por Joubert; Tobin (1989) e Kadi et al., (1999) em seus
respectivos estudos. Nos grupos T e TA, a hipertrofia foi proveniente do
treinamento físico resistido através do aumento na área de secção transversa
das fibras musculares.
Apesar dos grupos treinados T e TA apresentarem respostas positivas
em relação à hipertrofia (no que diz respeito ao aumento de perimísio,
endomísio e da área de secção transversa das fibras) e dos grupos que
utilizaram anabolizante (SA e TA) apresentarem hiperplasia (relacionada ao
55
aumento de núcleos), estes mesmos animais não demonstraram
aparentemente aspectos hipertróficos.
Uma das hipóteses que poderia explicar o presente resultado é a
inadequação do protocolo, onde o treinamento pode ter sido insuficiente como
estímulo desencadeante da resposta hipertrófica, tendo visto que para obter
hipertrofia em humanos são necessárias 16 semanas de treinamento, sendo
estas compostas de sessões de treinamento com período de intervalo entre
elas de 48 a 72 h quando treinado o mesmo músculo, a fim deste se regenerar
(FLECK; KRAEMER, 2006). No entanto, Tamaki et al., (2000) observaram em
ratos, que uma única sessão de exercício resistido intenso promove
adaptações musculares, deixando uma lacuna na adequação do protocolo, pois
se trata de espécies distintas.
Partindo do princípio da adaptação, que diz que para desenvolver
hipertrofia é necessário aumentar continuamente o estresse muscular
aumentando periodicamente a quantidade de peso envolvido nos exercícios
(POWERS; HOWLEY, 2005), o protocolo aplicado contradiz tais informações,
pois os animais dos grupos T e TA realizaram 6 semanas de treinamento sem
intervalo entre sessões com sobrecarga de 50% do peso corporal impostas de
forma contínua.
Além disso, outro fator que pode ter influenciado tanto nos animais dos
grupos treinados, com ou sem uso de esteróide anabolizante (T e TA), quanto
no sedentário com esteróide anabolizante (SA), foi a dieta normoprotéica
empregada, pois, no presente estudo, essa possuía composição química
balanceada, o que não condiz com a dieta hipercalórica e hiperprotéica
empregada junto ao uso de esteróide anabolizante associado ao treinamento
físico, com objetivo de aumento de força e consequentemente hipertrofia das
fibras (HAUPT; ROVERE, 1984). O estudo de Tonon et al., (2001), pode
demonstrar a veracidade de tais afirmações, onde a dieta hiperprotéica (35%
de proteína) foi eficaz em promover crescimento do músculo esquelético em
resposta ao treinamento anaeróbio, o que não se manifestou com a ingestão
da dieta normoprotéica (17% de proteína).
A pequena ação anabólica e androgênica sobre as fibras dos músculos
reto e intermédio da coxa dos animais dos grupos SA e TA, pode estar
relacionada com a diferença existente entre as espécies animais e também
56
entre os diferentes grupos musculares da mesma espécie (ANTONIO;
WILSON; GEORGE, 1999), em função da predominância dos números de
receptores androgênicos presentes em determinadas regiões do corpo,
denominados tecido-alvo (CELOTTI; CESI, 1992), tendo visto que em ratos os
músculos relacionados à reprodução (músculo do bulbo, cavernoso e elevador
de ânus) são os mais responsivos a administração de EAA (RAND;
BREEDLOVE, 1992) e que o undecilenato de boldenona é um EAA exclusivo
para eqüinos (EQUIFORT, 1996). A inexistência de efeitos hipertrofiantes
significativos do EAA nos músculos reto e intermédio da coxa dos ratos pode
ser decorrente da pequena responsividade destes músculos em relação à
quantidade existente de receptores androgênicos específicos ao EAA utilizado.
2.4 CONCLUSÃO
Considerando os resultados obtidos através do presente estudo,
chegamos à hipótese de que a utilização do esteróide anabolizante pode
promover hiperplasia muscular e oxidação lipídica em ratos mesmo sem a
intervenção do exercício físico resistido. Já o exercício físico resistido parece
ter sido eficiente tanto na oxidação lipídica quanto em promover hipertrofia
muscular, aumentando a espessura das fibras destes animais.
A associação do esteróide anabolizante ao exercício físico resistido,
mostrou-se como um potencializador no possível processo hiperplásico e na
suposta oxidação lipídica nos animais submetidos a esse tratamento, uma vez
que esses apresentaram acentuados números de núcleos e peso corporal
estável durante as situações pré e pós-período experimental.
Diante das possíveis inadequações ocorridas no presente estudo,
sugere-se um período de intervenção experimental superior ao utilizado nesse,
no que diz respeito ao treinamento e a administração do EAA, com sobrecarga
progressiva, chegando a atingir 80% do peso corporal dos animais.
Outra importante adequação a ser estabelecida é a composição da
ração, sugere-se a adoção de uma dieta hipercalórica e hiperprotéica, tendo
em vista que este tipo de ração contribui no crescimento do músculo
57
esquelético dos ratos e, assim, consegue-se aproximar da associação feita nas
academias onde, além do treinamento resistido, associa-se uma dieta
hipercalórica e hiperprotéica e o EAA.
58
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63
APÊNDICES
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APÊNDICE A – Fotos do experimento
Fonte: elaborada pelos autores Fonte: elaborada pelos autores
Animais na gaiola Pesagem do animal
Fonte: elaborada pelos autores Fonte: elaborada pelos autores
Marcação do animal Acoplagem do peso no animal
Fonte: elaborada pelos autores Fonte: elaborada pelos autores
Administração de anestesia Retirada do material
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ANEXOS
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ANEXO A – Receituário, nota fiscal, rótulo e bula da droga veterinária.
Fonte: Cooperativa de Laticínios Campezina
Receituário com prescrição para eqüinos
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Fonte: Cooperativa de Laticínios Campezina
Nota fiscal de compra
Fonte: Laboratório Vetbrands
Rótulo da droga
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Fonte: Laboratório Vetbrands
Bula da droga veterinária