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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA Efeitos da educação física nas habilidades sociais, estresse e auto-estima de indivíduos com necessidades especiais RELATÓRIO DE PESQUISA 8 Ana Amélia de Souza Francisco RA: 215775 Docente: Ana Lúcia Rossito Aiello Dezembro, 2004

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS

DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA

Efeitos da educação física nas habilidades sociais, estresse e auto-estima de indivíduos com

necessidades especiais

RELATÓRIO DE PESQUISA 8

Ana Amélia de Souza Francisco RA: 215775 Docente: Ana Lúcia Rossito Aiello

Dezembro, 2004

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AGRADECIMENTOS

Ao final da minha monografia, gostaria de agradecer algumas

pessoas que a tornaram possível e que são especiais para mim.

Em primeiro lugar minha mãe e meu pai, que se esforçaram para me

ajudar a encontrar Instituições que se interessassem pelo projeto, e foram

eles que conseguiram, além de me levarem aos locais necessários durante

a coleta de dados.

Meu noivo também foi especial, pois além da paciência nos meus

momentos de crise, foi ele quem ajudou na elaboração dos gráficos e

imprimiu os relatórios parciais.

Além disso, minha vizinha Célia e sua sobrinha Karina que

indicaram uma das Instituições e me ajudaram a falar com a pessoa certa

para que a coleta fosse possível.

E por fim, o professor Magno e o Fernando que me auxiliaram e

tornaram viável a obtenção dos dados. E a diretora Valdecir que deu total

apoio ao projeto, e desde o início colocou-se à disposição para ajudar.

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RESUMO

Pesquisas indicam que a prática de Educação Física propicia a integração e a inclusão de portadores de deficiência mental na sociedade, além de elevar a auto-estima e a qualidade de vida dessas pessoas. Isso ocorre porque em tais atividades há liberação de sentimentos como agressividade, frustração, medo, repressão, etc. A atividade física propicia o rompimento de barreiras do mundo físico, e um grande incentivo para isso é a Educação Física Especial que adequa a metodologia de ensino a essa população. Mas, apesar da importância da prática esportiva pelos indivíduos com necessidades educativas especiais, existem poucos estudos que analisam de forma científica, tais benefícios.

Este projeto visa analisar o resultado de três testes (Habilidades Sociais, Auto-Estima e Estresse) aplicados em adolescentes na faixa etária de 14 a 20 anos, portadores de deficiência mental, de duas instituições filantrópicas diferentes, onde uma delas existe a pratica de Educação Física e a outra não. Cada grupo foi formado por 8 participantes. Houve também a caracterização socioeconômica dos participantes por meio de um questionário entregue aos pais. Estudos dessa natureza são importantes para detectar se os efeitos da prática da Educação Física (atividade física) são favoráveis ao bem estar dos participantes e assim, constituir-se em orientação para a realização da mesma.

Os resultados foram analisados em termos de porcentagem de acertos nos três testes para cada grupo de participantes e analisados, por comparação dos acertos e pontos nos mesmos. As médias e os resultados em todos os testes foram semelhantes, comparando-se os escores e percentis das duas Instituições. Isso pode ter ocorrido, pois na Instituição B os adolescentes têm uma vida social ativa (vão à Igreja, fazem artesanato), enquanto na Instituição A isso não acontece (apenas vão à escola). Além disso, o método pode não ter sido adequado àqueles adolescentes, pode ter ocorrido um não entendimento dos testes, o que justificaria esse resultado e o número reduzido de participantes não permite uma generalização.

Deve ser feita uma intervenção em termos de treinamento em Habilidades Sociais em ambas instituições e um encaminhamento para serviços especializados, dos dois participantes que apresentaram estresse em fase de exaustão.

Habilidades Sociais, Auto Estima, Estresse, Educação Física, Necessidades Educativas Especiais

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Efeitos da educação física nas habilidades sociais, estresse e auto-

estima de indivíduos com necessidades especiais

Atualmente, muito se fala na integração social e na preservação dos

direitos de cidadania das pessoas portadoras de deficiência, mas poucos

ainda são os trabalhos que relacionam educação física e deficiência, pois a

grande parte das preocupações são voltadas para aspectos médicos e

educacionais de forma isolada, e muitas vezes não consideram o lazer

como uma forma de desenvolvimento ou direito e necessidade do indivíduo.

Isso ocorre a revelia de leis, pois por exemplo, o estatuto da criança e do

adolescente (ECA, 1997) diz que: “a criança e o adolescente tem direito à

informação, cultura, lazer , esportes , diversões, espetáculos e produtos e

serviços que respeitem sua condição de pessoa em desenvolvimento. (I,

art. 71).

Deficiência é definida pelo Programa de Ação Mundial para as

Pessoas Portadoras de Deficiência (2001), como perda ou limitação de

oportunidades de participar da vida comunitária em condições de igualdade

com as demais pessoas, portanto, identifica a situação de incapacidade

pessoal em detrimento do próprio meio social.

As estatísticas têm demonstrado que uma parcela representativa de

pessoas que formam a população de nosso país é portadora de deficiência,

seja física, sensorial ou mental. Ao analisar o contexto de nossa sociedade,

nota-se que as pessoas em questão, assim como uma grande parcela das

pessoas ditas “normais”, convivem com problemas sociais, entre eles

acesso ao lazer e, particularmente, a aceitação e à inclusão social.

Constata-se, assim, que este segmento da população, assim como os

demais, buscam uma melhor qualidade de vida. (Verardi, 1998).

Para tanto, entende-se ser necessário, uma possível melhor

preparação das pessoas portadoras de deficiências para a vida moderna.

Tal atitude visa a deixar essas pessoas o menos dependente possível de

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outrem, pois todos devem, ou melhor, podem atuar de alguma maneira

produtiva dentro da sociedade.

Uma das boas formas de inclusão social para os portadores de

deficiência é o esporte ou o lazer, cujos objetivos podem ser: elevar o auto

conceito dessas pessoas, preparando-as para lidar com situações adversas

da vida, conviver com o estresse e superá-lo, bem como favorecer o

estabelecimento de novas normas de referência. Para essa clientela, existe

o esporte adaptado que mostra, segundo dados do SESI (2001), pessoas

muitas vezes com sérios comprometimentos e que apresentam rendimento

físico, emocional e engajamento social de relevância, além é claro, dos

ganhos relacionados à saúde, formação corporal e desenvolvimento motor.

Mas, para isso, é necessário que o “atleta” sinta-se aprovado e aceito,

independente de seu desempenho.

As pessoas portadoras de deficiências têm direito à prática da

Educação Física e dos Desportos, em medida idêntica a que possuem as

pessoas normais, como define a Carta Internacional de Educação Física e

Desportos (São Paulo, 1979); que além de fazer referência à importância e

garantia da participação de todos nas atividades de Educação Física,

também procura uma definição sobre o nível dessa atividade. Nota-se

assim, a importância dada à prática da Educação Física pelas pessoas em

geral, bem como por aquelas portadoras de deficiências, pois através de

seus conhecimentos e procedimentos, pode contribuir para melhorar a

qualidade de vida das mesmas (Verardi, 1998)

Encontram-se dentro da literatura da área da Educação Física e mais

especificamente da Educação Física Adaptada, estudos que versam sobre

o esporte e sua prática pelas pessoas portadoras de deficiências. Escobar

(1985), Rosadas (1986), Mazzarini (1992) e Souza (1994), entre outros

citados em Verardi (1998), têm demonstrado que, dentro de suas

capacidades, tais pessoas podem participar de maneira efetiva das

atividades em questão e que também essa população é beneficiada pela

melhora de fatores fisiológicos, metabólicos, psicológicos e sociais. A

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prática da Educação Física apresenta-se como elemento facilitador da

inclusão social das pessoas portadoras de deficiências. Nesta direção,

Bagatini (1987), argumenta que a prática de esportes pelas pessoas

portadoras de deficiências contribui para auto-suficiência, possibilitando aos

participantes uma maior independência e participação na comunidade. Ao

praticarem tal atividade, desenvolvem suas capacidades motoras e

intelectuais e, conseqüentemente, estabelecem, através do movimento,

relações com o meio, aumentando suas possibilidades de exploração e de

conhecimento do mundo exterior, aprimorando, assim, seu relacionamento

social (Verardi, 1998).

Como ressalta Blascovi, para buscar a igualdade de oportunidades, o

portador de deficiência tem que enfrentar, no seu cotidiano, o mundo físico

e as outras pessoas. O mundo físico criado pelo homem e para o homem

dito “normal”, é o ambiente e suas barreiras. (Cidade e Freitas, 2002). A

prática de educação física pode ser uma forma de romper essa barreira,

mas para muitos indivíduos portadores de deficiência, atividade recreativa

tem sido inexistentes ou de difícil acesso. Os programas que dão ênfase ao

lazer, tipicamente são produzidos por parques, agencias de recreação ou

por especialistas que estão trabalhando na área de recreação terapêutica e

educação física. Não há estratégias de planejamento para inclusão de

atividades de lazer no dia-dia dessas pessoas, o que aumentaria o

desenvolvimento da socialização, independência e integração comunitária.

Segundo Mourino (1984) e Tubino (1992), o esporte ou as atividades

esportivas podem ocorrer como um lazer, uma atividade educacional ou

como competição, influenciando e provocando mudanças e benefícios

fisiológicos, metabólicos, psicológicos e sociais, proporcionando, assim,

melhorias na vida diária das pessoas. Em relação aos aspectos

psicológicos, Mourino (1984) demonstra que o esporte pode possibilitar

melhores desenlaces ou aprimoramentos do comportamento humano,

através da liberação de sentimentos de agressividade, medo, frustração,

repressão, satisfação, alegria, autoconfiança; propiciando, ainda, que as

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pessoas assumam uma posição mais positiva em relação a si mesmos e

aos outros. Os estudos realizados pelo referido autor destacam ainda que,

através da prática dos esportes as pessoas compreendem as suas

afinidades e diferenças, o que é muito importante para o posicionamento

das pessoas de uma cultura.

Um dos aspectos sociais, entre outros fatores, apontados pela

literatura da área sobre o qual as atividades esportivas podem trazer

benefícios a seus participantes, é aquele relacionado à sua existência como

um fator de sociabilização entre as pessoas. Oliveira (1983) enfatiza este

aspecto ao afirmar que as atividades esportivas enquanto um fenômeno

social ajudam as pessoas a estabelecerem relações com o grupo a que

pertencem.

Almeida (1994) citado por Verardi (1998) coloca que o esporte á

caracterizado como um fenômeno educacional na medida em que a

Educação Física passa a se utilizar dele como meio para seu

desenvolvimento, concorrendo assim para a evolução harmônica do homem

através da atividade motora. Para o citado autor, ainda, fazem parte do

conjunto de experiências físicas procuradas nos esportes, a aprendizagem

dos fundamentos em seus diferentes processos pedagógicos, bem como os

valores sensoriais, cognitivos e afetivos que envolvem ou que ele pode

envolver.

Os achados de um levantamento feito por Harris et al. (1986), citado

por Bender, Valletutti & Baglin (1998), indicam algumas informações a

respeito de recreação e lazer nos estilos de vida de pessoas portadoras de

deficiência. 56% das pessoas pesquisadas disseram que a sua deficiência

limita a sua mobilidade e impede-os do atendimento cultural ou da

socialização com amigos fora de suas casas. Esse tipo de informação

mostra a necessidade de programas de lazer endereçados a essas

pessoas, que na maioria das vezes fica dentro de casa assistindo televisão

ou ociosas.

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Sem planejamento adequado para essas atividades, membros da

comunidade tem um mínimo de interação com indivíduos portadores de

alguma deficiência e raramente observam o beneficio do lazer destes

indivíduos.

Deve-se ter então, como estratégia básica, uma universalização das

oportunidades de acesso às atividades integradas, a prática educacional

procurará a ampliação das possibilidades da integração e co-participação

efetiva das pessoas portadoras de deficiência através do desenvolvimento

de suas potencialidades motoras cognitivas e sócio-desportivas. Para tornar

efetivo o atendimento às pessoas portadoras de necessidades especiais, foi

criada a Secretaria dos Desportos através da Lei N.º 8.028 de 12 de abril de

1990 e regulamentação pelo Decreto N.º 99.024 de 10 de maio de 1990,

com um Departamento de Desportos para Pessoas Portadoras de

Deficiência. Este departamento tem por objetivo apoiar técnica e

financeiramente ações a serem desenvolvidas na área dos desportos

destinados a essa clientela, demonstrando assim, a atenção dada ao

desporto como educação (Miron, 1995).

Como dito anteriormente, o esporte proporciona a liberação de

sentimentos como agressividade, frustração, medo, repressão, provocando

uma participação em atividades esportivas na escola, em casa e na

comunidade, experimentando assim a satisfação, a auto-realização, ajuda

recíproca, alegria, autoconfiança, assumindo uma posição mais positiva em

relação a si mesmo e aos outros. Assim, através deste conhecimento,

torna-se possível avaliar a importância do esporte no comportamento social

dos deficientes mentais como membros de uma comunidade e rompe com

os preconceitos que a isolam do meio social.

Educação Física Especial

A Educação Física Especial é um programa diversificado de

atividades desenvolvimentistas, jogos rítmicos adequados aos interesses,

capacidades e limitações de estudantes com deficiências que não podem

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se engajar na participação irrestrita, segura e bem sucedida, de atividades

vigorosas de um programa de educação física geral. As atividades, os

materiais, os estilos de ensino, etc. têm de ser adaptados às características

e habilidades dessas pessoas (Zuchetto, 1999). A prática da Educação

Física para o portador de deficiência foi se estruturando juntamente com a

Educação Especial. Conforme a Educação Especial se fortalecia a

Educação Física buscava seu reconhecimento em prol dos portadores de

deficiência.

A Educação Física especial tem como objeto de estudo a

motricidade humana para as pessoas com necessidades educativas

especiais, adequando metodologias de ensino para o atendimento as

características de cada portador de deficiência, respeitando as suas

diferenças individuais (Cidade & Freitas, 2002).

A Secretaria de Educação Especial (1994) concebe a Educação

Física Especial como sendo a ciência que proporciona ao aluno portador de

deficiência o conhecimento de seu corpo, levando a usá-lo como

instrumento de expressão consciente, na busca de sua independência e

satisfação de suas necessidades. Ela oportuniza também a evolução do

aprendizado como conseqüência natural da prática das atividades

propostas. Quanto mais espontânea e prazerosa for essa atividade,

maiores benefícios trará para o desenvolvimento integral do aluno.

Ela também se constitui em uma grande área de adaptação ao

permitir, nos programas especiais, a participação de crianças e jovens em

atividades físicas adequadas as suas possibilidades, proporcionando que

sejam valorizadas e se integrem no mesmo mundo que os demais. Uma

vez que os portadores de deficiência mental têm dificuldade para manter

atenção, antecipar e selecionar estímulos ou respostas podem ter lenta e

limitada capacidade de canalizar e processar informação, e maior

dificuldade para reconhecer os estímulos relevantes da tarefa proposta para

o aprendizado; Cidade & Freitas (2002) afirmam que a atividade física

proporciona benefícios, entre eles: melhoria do equilíbrio psicológico e da

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relação com o seu meio, restabelecimento da força muscular,

desenvolvimento da expressividade, criatividade, espontaneidade e

socialização. Carmo (1985) ressalta que a Educação Física deve estar

realmente voltada para a socialização, para o coletivo, os novos interesses

dos educandos devem ser respeitados, e que o trabalho deve ser adequado

ao interesse e idade dos mesmos. A questão do ganhar e do perder

também são elementos importantes e que devem fazer parte da realidade

do deficiente. A questão de como encarar a derrota e a vitória, as alegrias e

as tristezas, a maneira de agir frente aos momentos bem e mal sucedidos

são altamente importantes para a formação do deficiente e pode ser sem

dúvida um elemento facilitador para a resolução dos problemas do seu dia a

dia.

A segurança, habilidade e destreza em situações não esportivas tem

uma grande contribuição da atividade esportiva, constituindo um amplo

repertório de movimentos, desenvolvendo a capacidade de vencer

obstáculos e problemas motores. Neste sentido, o esporte pode ser uma

contribuição viável para a dimensão social da capacidade de ação. Por

possibilitar a interação e a comunicação oferece um campo em que

diversão, alegria e também dificuldades e problemas sejam vivenciados de

forma prática e recreativa possibilitando inúmeras ações.

Observa-se que entre as diferentes metodologias adotadas pela

Educação Física hoje, seja no ensino regular ou especial, ela está voltada

para o ser humano em sua totalidade, enxergando nele não somente seu

lado físico, mas reconhecendo que este “homem” tem seu lado bio-psico-

social. Cabe então à Educação Física Especial um envolvimento total com

este ser humano, buscando, em sua prática, estimulá-lo ao mesmo tempo

em que sua individualidade e diferença sejam respeitadas, ou seja,

estimula-o em suas múltiplas dimensões, respeitando suas dificuldades,

conforme está descrito no Parâmetro Curricular Nacional para a área de

Educação Física, cuja meta é formar uma pessoa independente. Cabe

então ao professor, julgar qual ou quais estilos são apropriados para as

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diferentes situações de aprendizagem, levando em consideração diferentes

questões quanto a idade, turma e nível dos alunos, bem como as

especificidades dos estilos.

Por exemplo, quando é solicitado ao aluno portador de deficiência

mental a execução de um movimento, este por si só já faz com que utilize o

raciocínio para lembrar do movimento, bem como o motor, para realizá-lo.

Imagine uma prática em que a todo tempo, este aluno que está acostumado

a receber as coisas prontas, ou mesmo, a cumprir ordens, for estimulado a

encontrar respostas, soluções para vários problemas apresentados pelo

professor. E que este estará a todo tempo dando-lhe subsídios para que

encontre respostas (Gomes, 2000).

Outro item é a condição exigente do método em se dar uma resposta

imediata para o aluno para que o mesmo possa prosseguir em sua

atividade, exigência totalmente possível visto que normalmente as turmas

com deficientes mentais dificilmente ultrapassam numericamente a oito

alunos. Apesar da participação do deficiente ser muito recente nas

atividades esportivas em geral, pode-se perceber os benefícios

biopsicossociais que esta prática com caráter pedagógico oferece às

pessoas pelo menos em termos teóricos. O programa de Educação Física

Especial propõe uma relação direta entre atividades motoras e sociais,

oportunizando vivências novas em ambientes distintos, utilizando jogos e

brincadeiras como intermediários para o entendimento das regras sociais e

culturais, permitindo vivenciar o que é ou não aceito no convívio

social.(Lima et al, 1996). Se por um lado há benefícios, para Blascovi

(1997), os treinos específicos realizados com deficientes mentais requerem

revisão, pois não atendem as necessidades dos indivíduos para os quais

foram dirigidos. Alem disso, essa autora detecta na literatura poucos

estudos relativos ao jogo, brinquedo ou comportamento lúdico ou ao lazer

do “portador de deficiência”.

Para a Psicologia do Esporte, os objetivos da prática esportiva para

portadores de deficiência mental são: motivação para a prática, contribuição

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para a auto-estima e autoconfiança, estimulação á formação de boas regras

a respeito de si, dos outros e da vida em geral, maturidade emocional,

disciplina (contingências a longo prazo) e resistência á frustração

(desporto), habilidades para a solução de problemas, criatividade e

desenvolvimento de habilidades sociais; estes últimos são comportamentos,

tais como: comunicação verbal, expressão de interesses, assertividade,

manejo de conflitos, cumprimento de normas estabelecidas pelo grupo, etc.

e são normalmente requeridos em ambientes esportivos. O atleta

necessariamente tem que ampliar o seu repertório comportamental no

esporte, pois ações variadas são freqüentemente requeridas. Os programas

de atividade física para deficientes mentais, buscam trabalhar suas

capacidades, considerando suas limitações e necessidades individuais. Os

principais objetivos, para Bueno e Resa, são desenvolver e/ou adquirir

capacidade física e habilidade motora, buscar maior equilíbrio pessoal do

educando, conseguir hábitos de comportamento que assegurem certa

autonomia e independência, desenvolver atitudes que facilitem a integração

social do sujeito.

Alguns dados obtidos durante um projeto de atividade física para

portadores de deficiência desenvolvido pelo SESI no ano 2000, quando

perguntado aos pais, professores e aos próprios alunos comprovam o que

foi dito anteriormente. Eles relatam que: 2% tiveram melhora na

comunicação, 4% tiveram um aumento de percepção/atenção, 8% aumento

na segurança e equilíbrio, 15% se tornaram mais alegres, 9% melhoraram a

coordenação motora, 4% melhoraram no aspecto social e motor, 17%

tiveram mais disposição para outras atividades, 9% ficaram mais tranqüilos,

13% ficaram mais alegres e desinibidos, 9% apresentaram desenvolvimento

físico e mental, 2% relataram aumento na autoconfiança, 2% apresentaram

melhora na relação pais e filhos e ainda, a grande maioria relatou uma

melhora no relacionamento com colegas, pais/filhos e integração á

comunidade. Os dados mostram apenas o aspecto bom, não existe

nenhuma critica sobre as atividades. Acredito que o fato do questionário ter

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sido aplicado em conjunto ou na frente dos pesquisadores pode ter

enviesado a pesquisa uma vez que, pode ter inibido as pessoas a fazerem

criticas ao projeto.

O esporte exerce um papel fundamental no desenvolvimento

somático e funcional de todo o indivíduo, além da interação e troca de

energia com outras pessoas. Para o portador de deficiência, respeitando-se

as suas limitações e capacidades, o esporte tem importância

inquestionável, de maior socialização, desenvolvimento da auto-estima e

atividades motoras. Alem da generalização de conceitos e abstrações. A

realização de atividades com crianças, principalmente aquelas que

envolvem jogos devem ter um caráter lúdico e favorecer situações onde a

criança aprenda a lidar com seus fracassos e seus êxitos. O esporte,

sempre marcado pela busca de recordes e melhores resultados, encontra

no portador de deficiência uma barreira, algumas vezes, intransponível.

Este obstáculo pode impedi-lo de realizar determinadas ações, mas, dentro

de suas possibilidades, eles batem diversos recordes. Conscientes ou não

da importância do esporte para o seu melhor desenvolvimento, os

portadores de deficiência demonstram grande alegria e interesse pela

prática esportiva.

Observando o processo evolutivo da criança, estudiosos como

Mussen (1976), Gesell (1981) citados em Miron (1995) e Bee (1984), entre

outros, consideram que, estimulando o desenvolvimento físico e a mente

através de alternâncias, mais ou menos intensas, de acordo com as

diferentes fases evolutivas, alguns aspectos podem ser mais facilmente

alcançados, tais como: desenvolvimento físico (força, resistência), motor

(coordenação, equilíbrio), cognitivo (conceitos, formas, tamanho, resolução

de problemas), sócio-afetivos (segurança, liderança, relações interpessoais,

auto-valorização). A educação física, fazendo parte da educação, procura,

na criança, fazer seu corpo aliado ao seu intelecto, e conseqüentemente

procura formar o indivíduo dando-lhe oportunidade de lazer, recreação, bem

estar físico e mental, alegria, prazer e, principalmente diversão.

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Vale a pena salientar que é através de atividades que propiciam

experiências sensoriais que o cérebro recebe as informações e, estas

atividades provocam assim uma reação ou armazenamento. O conjunto de

informações contidas na memória estabelece o curso diário das atividades

do corpo; assim, um novo aprendizado é, portanto, pré-requisito para novas

atitudes. A Educação Física propõe atividades físicas com a finalidade de

também reforçar a atividade intelectual. Assim, sem um programa de

atividades físicas, provavelmente a criança estará sujeita aos principais

problemas da civilização moderna: insuficiência de movimentos, lentidão de

reações, sistema cárdio-respiratório com pouco movimento e conseqüentes

distúrbios neurológicos. Tornando-se a atividade física regular, é uma forma

saudável de preservação da saúde em geral, ajudando a minimizar

problemas de pequenas deficiências de coordenação motora, inibição,

agressividade, desajustes, entre outros, também possui o seu valor

terapêutico. Por atuar na melhoria cardiovascular e resistência muscular

auxilia o desenvolvimento físico do organismo. Também por auxiliar no

desenvolvimento do aspecto intelectual (criatividade, aquisição de

autocontrole emocional e autoconfiança) pode levar o praticante a uma

melhoria psíquica (Miron, 1995).

A atividade física como fator de estímulo ao desenvolvimento físico,

intelectual e social foi ressaltada em um experimento realizado por Latarjet

(citado em Miron, 1995). Em uma turma cujos elementos onde, o

desempenho intelectual era previamente conhecido e divididos em níveis:

alto, médio e baixo, todos com sua atividade escolar simultânea, foram

subdivididos em dois grupos (A e B), havendo em cada um deles,

proporções iguais de elementos de alto, médio e baixo rendimentos

intelectuais. Ao subgrupo A foi ministrada atividade física, enquanto B

manteve sedentária. Constatou-se melhoria intelectual nos três níveis do

subgrupo A, com relativo estacionamento do subgrupo B. Invertendo-se a

posição, isto é, tornando sedentário o grupo A e colocando atividade física

no subgrupo B, este revelou comportamento semelhante ao A, quando em

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atividade, enquanto o subgrupo A, agora sedentário, manteve-se

estacionário. Se isso ocorre com o aprendiz normal, seria válido esperar-se

igual resposta em aprendizes deficientes?

A partir de pesquisa bibliográfica pode-se verificar que o

lazer/atividade física para portadores de deficiência mental é um campo de

pesquisa e de produção de conhecimento pouco explorado, mas

extremamente fértil, no sentido de criar benefícios à saúde e socialização

desta população ainda não integrada completamente. E para isto, poderia

ser feito um estudo, para comprovar a eficácia da pratica da Educação

Física para o deficiente mental, comparando atletas praticantes da

Educação Física e “Sedentários”, que não praticam nenhuma atividade

física, para descobrir se a prática de atividade esportiva/ educação física

tem alguma influencia sobre a auto-estima, habilidades sociais e o estresse

em portadores de deficiência mental?

Isso seria feito através de testes que medem auto-estima,

habilidades sociais e taxa de estresse, pois estas foram as características

mais citadas como sendo influenciadas pelo lazer e atividade física em

geral.

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MÉTODO

Participantes

Essa pesquisa será realizada com 8 participantes que praticam educação

física e 8 que não praticam atividade física (sedentários), de classe média ou

média alta e com idades entre 14 e 20 anos, sendo 8 do sexo feminino e 8 do

sexo masculino (5 do sexo feminino e 3 do sexo masculino na Instituição B e o

inverso na Instituição A), freqüentadores de duas instituições filantrópicas de

cidades vizinhas de uma metrópole (A e B). Os alunos serão selecionados

aleatoriamente nas suas atividades, deverão ser portadores de deficiência mental

e verbais.

Material e Instrumentos

Serão utilizados na coleta de dados 3 testes: um inventário de Habilidades

Sociais (IHS – Del Prette) de Del Prette e Del Prette (2001), uma Inventário de

Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (1998) e uma Escala de Auto Estima de

Rosenberg (1989). Além disso, haverá um questionário socioeconômico que será

aplicado às mães juntamente com um pedido de autorização para a aplicação dos

testes.

O inventário de Habilidades Sociais é um instrumento de auto-relato para

aferir o repertório de Habilidades Sociais usualmente requerido em uma amostra

de situações interpessoais cotidianas, permite uma identificação inicial das classes

e subclasses de H.S. que se caracterizam como deficitárias ou como recursos

disponíveis no repertório do respondente. O instrumento é composto de um

Caderno de aplicação que tem uma folha de rosto com as instruções e, em sua

parte interna 38 itens, cada um deles descrevendo uma situação de interação

social e uma possível reação a ela. Nas instruções, solicita-se que o respondente

faça uma estimativa da freqüência com que reage da forma descrita em cada item,

considerando o total de vezes em que se encontrou naquela situação. Segue-se

uma escala (tipo Likert) com 5 pontos que variam de nunca ou raramente (em

cada 10 situações desse tipo, reajo dessa forma no máximo 2 vezes) a sempre ou

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quase sempre (em cada 10 situações desse tipo, reajo dessa forma 9 a 10 vezes)

para que o respondente assinale a freqüência com que reage da forma

apresentada em cada item. Pede-se que responda a todas as questões, mesmo

àquelas que descrevem situações não experimentadas: nesses casos, que

imagine como reagiria diante de tal situação.

Para minimizar o efeito de “desejabilidade social”, quase inevitável em

instrumentos de auto-relato, 15 dos 38 itens foram redigidos com fraseado

negativo, ou seja, a reação sugerida é indicadora de falta de habilidade, nesses

itens freqüências maiores são tomadas como indicadoras de recursos em H.S.

Para a computação dos escores, procede-se a uma inversão do valor desses

itens. Os resultados podem ser apurados em termos do escore total e do escore

fatorial e a análise feita dependendo do sexo, cada um tem um bloco de apuração.

O Inventário de Sintomas de Stress para Adultos visa identificar de modo

objetivo, a sintomatologia que o paciente apresenta, avaliando se este possui

sintomas de estresse, o tipo de sintoma existente (somático ou psicológico) e a

fase em que se encontra. Ela é composta de três quadros que se referem às

quatro fases do estresse, sendo o quadro 2 utilizado para avaliar as fases 2 e 3

(resistência e quase exaustão). Os sintomas listados são os típicos de cada fase.

O número de sintomas físicos é maior do que os psicológicos e varia de fase

porque a resposta de estresse é assim constituída e é por isso que não se pode

simplesmente utilizar o número total de sintomas assinalados para fazer seu

diagnóstico, sendo necessário consultar as tabelas de avaliação. No total, o ISSL

inclui 37 itens de natureza somática e 19 de psicológica, sendo os sintomas

muitas vezes repetidos, diferindo somente em sua intensidade e seriedade.

Rosenberg Self-esteem Scale: versão traduzida da escala de auto-estima

desenvolvida por Rosenberg. É uma escala de auto-relato, composta por 10 itens

que avaliam a auto-estima global da pessoa acessando o quanto de satisfação

essa pessoa tem com relação a ela mesma e com relação à sua vida.

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18

Procedimentos

Primeiramente foi feito um contato por telefone com a diretora de cada uma

das instituições para saber se havia alguma possibilidade de realização do

trabalho no local e recebendo uma afirmativa foi entregue a elas um pedido de

autorização (anexo A) por escrito que foi assinado. Na instituição onde havia a

prática de educação física também houve uma autorização do professor, mas de

forma apenas verbal. A seleção dos alunos nesta instituição foi feita por este

professor, enquanto na outra, pela própria diretora. A seguir, foi entregue aos pais

um pedido de autorização (Anexo B) e um questionário socioeconômico (anexo

C), este último, sendo respondido (nesta instituição) pelo estagiário de educação

física, pois a maioria dos pais é semi-analfabeto.

Enquanto estas coisas iam acontecendo, foi elaborado um relatório para ser

encaminhado ao comitê de ética da UFSCar.

Houve a aplicação dos testes em grupos controle, apenas para que

ocorresse a familiarização da pesquisadora com cada um deles. Foram feitas

algumas alterações na aplicação dos testes, por se tratar de um grupo de

indivíduos especiais, assim as respostas foram verbais, apontando para uma

régua onde havia uma escala de quantidade, variando de muito freqüentemente

até muito raramente. Os três testes (descritos acima) serão aplicados

individualmente, na própria escola, após as atividades, em um período que for

apropriado. Durante a aplicação dos testes houve um diário de bordo da aplicação

para a anotação de possíveis dificuldades ou problemas ocorridos.

Após a análise dos resultados haverá a devolutiva primeiramente às

instituições, ao professor e em seguida aos pais, em forma de um seminário ou de

conversas individuais.

ANALISE DE RESULTADOS

Primeiramente tem que ser corrigido de acordo com os parâmetros do

próprio teste.

A análise de resultados será feita por correlação entre os dados obtidos na

aplicação das três escalas utilizadas e, utilizando o sujeito como seu próprio

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19

controle. Deve ser feito um gráfico de colunas com esses dados obtidos e assim

poder comparar de forma mais objetiva. Deve ser calculado o desvio padrão de

cada resultado.

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20

RESULTADOS E DISCUSSÃO Após a aplicação dos três testes e do questionário dado aos pais, foi feita

uma análise dos resultados de cada teste separadamente.

HABILIDADES SOCIAIS

Segundo os autores, Del Prette e Del Prette (2001), o Inventário de Habilidades

Sociais deve ser interpretado da seguinte forma: no percentil 80 a 100, o

participante apresenta um repertório bastante elaborado de Habilidades Sociais,

de 75 a 55, apresenta um bom repertório de Habilidades Sociais (acima da

média), no percentil 50 um repertório médio. Já nos percentis de 45 a 25, o

participante tem um bom repertório de Habilidades Sociais, mas abaixo da média

e de 20 a zero, deve ser indicado para treinamento em Habilidades Sociais, pois é

quando os déficits se tornam fonte de problemas nos relacionamentos.

HABILIDADES SOCIAIS

05

101520253035404550556065707580859095

100

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Participantes

Per

cent

il

Instituição AInstituição B

Figura 1 – Localização dos percentis do escore total dos participantes da Instituição A e B na aplicação do Inventário de Habilidades Sociais.

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21

A Figura 1 mostra que não houve diferença entre os participantes das duas

Instituições, os escores se mostram semelhantes. Nas duas, todos os percentis

estão abaixo de 50, variando na Instituição A entre 1 e 20 e com média entre os

percentis 5 e 10. Já na Instituição B, os percentis variaram entre 1 e 10, com

média entre os percentis 1 e 3. Este resultado geral indica que os participantes de

ambas Instituições necessitam de treinamento em Habilidades Sociais, pois seus

escores estão abaixo do desejável, segundo o Inventário de habilidades Sociais.

Os escores de Habilidades Sociais podem ser divididos em Total e Fatorial

(sendo este dividido em 5 valores).

FATOR 1

05

101520253035404550556065707580859095

100

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Participantes

Per

cent

il

Instituição A

Instituição B

Figura 2 – Localização dos percentis do escore fatorial 1 dos participantes da Instituição A e B na aplicação do Inventário de Habilidades Sociais.

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O escore fatorial 1 indica o repertório do respondente em habilidades de

enfrentamento com risco, ou seja, a capacidade de lidar com situações

interpessoais que demandam a afirmação e defesa de direitos e auto-estima, com

risco potencial de reação indesejável por parte do interlocutor (possibilidade de

rejeição, de réplica ou de oposição); é um indicador de assertividade e controle da

ansiedade (Del Prette & Del Prette, 2001, p.24).

A Figura 2 mostra que na Instituição A, todos os percentis estão abaixo de

50, na Instituição B, dois participantes (25%) estão acima do percentil 50 (entre 50

e 70), variando na Instituição A entre zero e 35, com média entre os percentis 25 e

30, e na Instituição B, entre 15 e 70, com média entre os percentis 20 e 25. Este

fator deve ser trabalhado nas duas Instituições, mas principalmente na Instituição

A, que apresentou os menores escores.

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FATOR 2

05

101520253035404550556065707580859095

100

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Participantes

Per

cent

il

Instituição A

Instituição B

Figura 3 – Localização dos percentis do escore fatorial 2 dos participantes

da Instituição A e B na aplicação do Inventário de Habilidades Sociais. O escore fatorial 2 identifica o repertório do respondente em habilidades

de auto-afirmação na expressão de afeto positivo, ou seja, suas habilidades para

lidar com demandas de expressão de afeto positivo e de afirmação da auto-

estima, que não envolvem risco interpessoal ou apenas um risco mínimo de

reação indesejável (Del Prette & Del Prette, 2001, p.24).

A Figura 3 mostra que na Instituição A, apenas um participante (12,5%)

está acima do percentil 50 (entre 70 e 75), na Instituição B todos os percentis

estão abaixo de 50, variando na Instituição A entre 0 e 75, com média entre os

percentis 15 e 20. Já na Instituição B, os percentis variaram entre 1 e 50, com

média entre os percentis 20 e 25. Este fator apresentou-se bastante homogêneo

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nas duas instituições sendo que na Instituição A, os percentis estão bem abaixo

do escore desejável, o que poderia causar problemas para o indivíduo quando na

sua inserção social, pois este fator trata de afeto positivo e auto-estima.

FATOR 3

05

101520253035404550556065707580859095

100

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Participantes

Per

cent

il

Instituição A

Instituição B

Figura 4 – Localização dos percentis do escore fatorial 3 dos participantes

da Instituição A e B na aplicação do Inventário de Habilidades Sociais. O escore fatorial 3 reúne habilidades de conversação e desenvoltura

social, retratando a capacidade de lidar com situações sociais neutras de

aproximação (em termos de afeto positivo ou negativo), com risco mínimo de

reação indesejável, demandando principalmente “traquejo social” na conversação.

Um alto escore neste fator supõe bom conhecimento das normas de

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25

relacionamento cotidiano para o desempenho de habilidades (Del Prette & Del

Prette, 2001, p.24).

A Figura 4 mostra que na Instituição A, cinco participantes (62,5%) estão

acima do percentil 50 (entre o percentil 75 e 85), na Instituição B apenas em 1

participante (12,5%) o percentil está acima de 50 (entre 90 e 95), variando na

Instituição A entre 0 e 85, com média entre os percentis 50 e 55. Já na Instituição

B, os percentis variaram entre 0 e 95, com média entre os percentis 20 e 25. Este

fator mostrou-se com o maior escore entre todos, nas duas Instituições, mas 7

(43,75% do total) são os participantes que necessitam de um treinamento neste

fator (2 da Instituição A e 5 da Instituição B).

FATOR 4

05

10152025

30354045505560657075

80859095

100

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Participantes

Per

cent

il

Instituição 1

Instituição 2

Figura 5 – Localização dos percentis do escore fatorial 4 dos participantes

da Instituição A e B na aplicação do Inventário de Habilidades Sociais.

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O escore fatorial 4 é um indicador de habilidades de auto-exposição a

desconhecidos ou a situações novas e inclui basicamente a abordagem a pessoas

desconhecidas. É em parte semelhante ao anterior, porém com maior risco de

reação indesejável ao outro (Del Prette & Del Prette, 2001, p.24).

A Figura 5 mostra que na Instituição A, dois participantes (25%) estão

acima do percentil 50, variando na Instituição A entre 0 e 85, com média entre os

percentis 35 e 40. Já na Instituição B, os percentis variaram entre 0 e 95, com

média entre os percentis 25 e 30. Esse fator também se mostrou com escores

bastante elevados nas duas Instituições, sendo que 3 participantes (18,75% do

total) devem ter indicação de treinamento em habilidades sociais (2 da Instituição

B e um da Instituição A).

FATOR 5

05

101520253035404550556065707580859095

100

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Participantes

Per

cent

il

Instituição A

Instituição B

Figura 6 – Localização dos percentis do escore fatorial 5 dos participantes da Instituição A e B na aplicação do Inventário de Habilidades Sociais.

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O escore fatorial 5 avalia as habilidades de autocontrole da agressividade

em situações aversivas, ou seja, a capacidade de reagir a estimulações aversivas

do interlocutor (agressão, pilhéria, descontrole) com razoável controle da raiva e

da agressividade. Não significa deixar de expressar desagrado ou raiva, mas faze-

lo de forma socialmente competente, pelo menos em termos de controle sobre os

próprios sentimentos negativos (Del Prette & Del Prette, 2001, p.24).

A Figura 6 mostra que na Instituição B, seis participantes (75%) estão

acima do percentil 50, variando na Instituição A entre 0 e 35, com média entre os

percentis 15 e 20. Já na Instituição B, os percentis variaram entre 30 e 95, bem

distribuídos nos percentis e com média entre os percentis 65 e 70. Neste fator os

escores da Instituição B apresentam-se bastante elevados, quando comparados

com os outros fatores e com os participantes da Instituição A. Nenhum participante

necessita de treinamento neste fator na Instituição B, enquanto que cinco da

Instituição A necessitam, pois seus percentis estão abaixo do desejável, segundo

o Inventário de Habilidades Sociais, chegando um participante quase ao percentil

zero.

Durante a observação dos gráficos pôde ser percebido que nas duas

Instituições é necessário ser feito um treinamento de Habilidades Sociais com os

participantes, variando de acordo com as necessidades dos participantes

especificamente, mas trabalhando principalmente os fatores 1 e 2 , que foram os

com menores percentis.

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AUTO ESTIMA

COMPARAÇÃO AUTO ESTIMA

0

5

10

15

20

25

30

X1 X2 X3 X4 X5 X6 X7 X8

Participantes

Esc

ore Instituição A

Instituição B

Figura 7 – Pontuação obtida pelos participantes da Instituição A e B na aplicação da escala de Auto Estima de Rosenberg. A Figura 7 mostra que a diferença dos escores de cada participante nas

duas Instituições não é significativa, o que pode ser ampliado à média, cuja

diferença é pequena (MA=20.87 e MB=19,75). Pode-se perceber que oito

participantes (50%), sendo quatro de cada Instituição, apresentam escore entre 18

e 22, ou seja, acima do escore médio da escala (15) demonstra uma alta Auto

Estima, independente de realizar ou não Educação Física.

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ESTRESSE

COMPARAÇÃO ESTRESSE

0

2

4

6

8

10

12

14

16

Sem Estresse Fase Alerta Fase Exaustão

Núm

ero

de P

artic

ipan

tes

Instituição AInstituição B

Figura 8: Distribuição dos participantes da Instituição A e B em relação a presença ou não de estresse e sua fase no Inventário de Stress de Lipp.

FASE Escore feminino % indivíduos

Escore masculino % indivíduos

Sem estresse 436 37 373 57 Alerta 29 2 9 1 Resistência 697 59 272 41 Exaustão 22 2 6 1 Total 1184 100 660 100 Tabela 1: Apresentação das porcentagens de estresse em relação ao sexo apresentado no Inventário de Estresse de Lipp

A Tabela 1 apresenta os resultados dos participantes no Inventário de

Estresse, observa-se que a porcentagem de mulheres com estresse é maior que a

de homens.

A Figura 8 mostra que a maioria (13 participantes ou 81, 25%) dos

participantes da Instituição A e da B não apresentaram estresse, conforme

avaliado pelo instrumento. Entretanto, três outros participantes (18,75%), todos do

sexo feminino apresentaram algum nível de estresse, sendo dois deles (12,5%) na

fase de exaustão e um (6,25%) na fase de alerta. Com os participantes que

apresentaram algum sintoma de estresse, principalmente na fase de exaustão,

deve haver um encaminhamento para serviços de intervenção.

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Mais especificamente, a participante um da Instituição A teve o menor

índice de Auto estima (14) e o maior de estresse (fase de exaustão). Durante a

entrevista, chorou muito e relatou seus conflitos com a mãe, bem como sua

vontade em aprender a escrever:

“Eu não posso sair de casa. Meus amigos são daqui, mas minha mãe não me deixa sair com eles... Queria muito ter um amor. Todo mundo tem. Minha mãe tem. Meu pai morreu e ela arrumou outro. Você tem e só eu não posso; gosto de um menino daqui, mas não posso namorar com ele porque a gente não pode sair, fazer nada. Só saio com a minha mãe, nem na casa das minhas amigas posso ir.”

Na mesma Instituição outra participante do sexo feminino apresentou

estresse em fase de alerta e o segundo menor índice de Auto Estima. Além disso,

uma terceira participante se recusou a participar da primeira aplicação do teste e à

segunda foi depois de muita insistência.

O participante oito da mesma Instituição teve o maior índice de Auto estima

e não acusou estresse, ele foi o primeiro a participar e era quem ia buscar os

outros para fazer o teste.

“Você só vai responder algumas perguntas, é legal, rapidinho, eu gostei muito”. Ele dizia aos outros.

Observações informais mostraram que na Instituição A, os alunos praticam

Educação Física, mas não tem atividades sociais como parte das atividades

diárias, enquanto que na Instituição B, a situação se inverte não existe a prática de

Educação Física, mas as atividades sociais fazem parte das atividades diárias, por

exemplo, ir à Igreja, aula de bordado, crochê, etc. Tal situação pode explicar o fato

de a diferença de escore não ter sido significativa.

Na Instituição B, quatro participantes relataram ir a Igreja durante a semana

(pelo menos duas vezes) e aos finais de semana. A participante quatro relatou que

faz biquinho de crochê em panos de prato para depois vende-los para amigos e

parentes, Já o participante 1 um relata:

“Tenho muitos amigos aqui e na rua de casa, saio para andar de bicicleta com eles... Eu tenho uma namorada já faz um tempinho, uns dois meses eu acho, ela é bonita...”.

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Outra coisa que pode ter influenciado os resultados é a não compreensão

do teste por parte dos participantes.

A generalização dos resultados é limitada pelo baixo número de

participantes e pela falta de um grupo controle de comparação, com participantes

sem deficiência, uma vez que os testes não especificam se podem ser aplicados

em portadores de deficiência e resultados que sirvam de comparação.

A realização obtida na prática da atividade física parece poder ser

comparada com uma vida com atividades sociais, o que pode estar relacionado

com os resultados encontrados nesta pesquisa, comparando-se assim as

vantagens das duas atividades. Mas deve-se, para ter uma vida saudável,

mesclar as duas coisas, atividade física e vida social. Então poderia ser feita uma

indicação de inclusão da Educação Física na Instituição B e de inclusão social na

Instituição A, na forma de conscientização dos pais.

O questionário (Anexo C) foi enviado a 8 pais da Instituição A, para avaliar

se para eles, a Educação Física é uma atividade que traz benefícios aos seus

filhos. Dois pais (25%) não responderam o questionário; estes retornaram em

branco.

A maioria das crianças (quatro, 66,6%) não pratica ou não praticou

nenhuma atividade física fora do contexto de Educação Física. Apenas um

praticou natação e o outro pratica corrida de cadeira de rodas (duas vezes por

ano) e ambos tiveram ótimo desempenho, segundo as mães. Todas as mães (6)

disseram que o filho não tem atividades sociais, um dado preocupante e

relacionam a prática de Educação Física a coisas boas:

“O esporte é muito importante para o seu desenvolvimento” “Muito bom no relacionamento dele com os outros” “É importante porque ele fica longe das drogas”

“Fundamental. É bom para a saúde” “É muita saúde, assim não os levam à violência” “Desenvolver o lado físico e também a saúde” Além disso, as mães relataram perceber mudanças no comportamento do

filho após a pratica de Educação física tanto para favorecer agilidade quanto para

melhorar aspectos físicos:

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“Depois da Educação Física ele ficou muito mais ágil, reage às coisas mais rápido e para seu físico foi muito bom”

“Melhorou muito o físico dele” “Sua mente e o corpo se desenvolveu mais” “Teve uma evolução grande em tudo”

Quanto aos comentários que os filhos fazem a respeito das aulas, eles são

positivos uma vez que as mães disseram:

“Comenta que gosta muito e se percebe pelo seu desempenho após as aulas” “Ele diz que é muito bom e que ele gosta muito do que consegue fazer” “Diz que as aulas são diferentes e divertidas” “Ela conta que joga bola, dá volta atrás da escola, etc.” “Que ela joga bola, basquete, a fanfarra, ginástica, corre no quarteirão” “Comenta que jogou bastante bola”

Três mães (50%) perceberam alterações nas relações do filho com os

colegas:

“Ele começou a participar muito mais nas brincadeiras e jogos de futebol com os coleguinhas”

“Muitas amizades e carinhos” “Mais aberto nas maneiras de conversar, mais relacionado”

Cinco mães costumam assistir as apresentações de seu filho e apenas uma

mãe leva os irmãos. Uma mãe nunca acompanhou nenhuma apresentação ou

aula do filho.

Todas as mães relataram um bom relacionamento do filho com o professor

de Educação Física, elogiando-o.

Participaram da pesquisa oito adolescentes de cada Instituição sendo na

Instituição A três participantes do sexo feminino e cinco do sexo masculino e na

Instituição B cinco do sexo feminino e três do sexo masculino. Os diagnósticos

variavam, sendo eles: problemas de comunicação e expressão, síndrome de

Down, deficiência mental moderada, atraso no desenvolvimento global, déficit

cognitivo e deficiência física.

O questionário socioeconômico (anexo B) foi respondido apenas pelos pais

da Instituição B e por isso não pode ser usado como forma de comparação.

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Mas para obter resultados que possam ser generalizados, deve-se aplicar

os testes em um número maior de participantes e adequá-los para a população de

indivíduos com necessidades educativas especiais, alem disso ter um grupo

controle de indivíduos normais que praticam e não praticam Educação Física.

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REFERÊNCIAS

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254). Austin, Texas: pro-ed. (1998).

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• Cidade, R. E. A & Freitas, P. S. Introdução a Educação Física e ao desporto

para pessoas portadoras de Deficiências. Editora UFPR, 2002.

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• Gomes N. M. “Avaliação da influência de atividades recreativas das aulas

de educação física na alfabetização de alunos portadores de deficiência

mental” (UFSCar), São Carlos, 2000.

• Miron, E. M. Avaliação de um programa de iniciação ao voleibol, aplicado

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Carlos: Universidade Federal de São Carlos (1995).

• Mourino, M. J. J. Psicologia do Desporto. Porto Alegre: UFRGS (1984).

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• Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial -

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atendimento: Aspectos qualitativos e quantitativos. Brasília, maio de 1999.

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• Juncken, J. T.; Oliveira, S.C. de; Malta, ST..M O esporte na vida do

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Vieira, L. Portadores de deficiência desenvolvem suas habilidades através

do esporte. http://www.facom.ufba.br/prod/incomum/defic.html

Page 38: Efeitos da educação física nas habilidades sociais, estresse ...bdsepsi/15a.pdfdiferentes, onde uma delas existe a pratica de Educação Física e a outra não. Cada grupo foi formado

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ANEXOS