efeitos da cocaína no organismo

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Faculdade de Tecnologia de Sorocaba Disciplina: Toxicologia Professora: Maria Inês de Toledo Jéssica Kim Galvão Efeitos da cocaína no organismo 1 As três formas de uso da cocaína se diferenciam em termos de início do efeito e tempo de duração do mesmo: O motivo pelo qual os efeitos do crack são mais imediatos está relacionado à sua rápida velocidade em atingir o cérebro, pelas vias pulmonares. A longo prazo, os efeitos da cocaína independem da forma sob a qual ela foi utilizada: "Senti como se eu tivesse captado toda a energia da rede elétrica do mundo... o azul ficou mais azul... um colorido diferente... excitação como nunca tinha sentido antes. Prazer puro, intenso... energia forte..." F., 24 anos Essa sensação de "prazer intenso" descrita pelo jovem, a longo prazo, traz o efeito da cocaína ao organismo, que é devastador e independe da forma como foi utilizada: excitação, hiperatividade, insônia, perda da sensação de cansaço e falta de apetite são alguns sintomas descritos por pesquisadores do Cebrid/Unifesp. Além disso, a toxicidade da cocaína provoca midríase, dor no peito, aumento da pressão arterial, taquicardia e rabdomiólise.

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Page 1: Efeitos da cocaína no organismo

Faculdade de Tecnologia de Sorocaba

Disciplina: Toxicologia

Professora: Maria Inês de Toledo

Jéssica Kim Galvão

Efeitos da cocaína no organismo

1 As três formas de uso da cocaína se diferenciam em termos de início do efeito e tempo

de duração do mesmo:

O motivo pelo qual os efeitos do crack são mais imediatos está relacionado à sua rápida

velocidade em atingir o cérebro, pelas vias pulmonares.

A longo prazo, os efeitos da cocaína independem da forma sob a qual ela foi utilizada:

"Senti como se eu tivesse captado toda a energia da rede elétrica do mundo... o azul ficou

mais azul... um colorido diferente... excitação como nunca tinha sentido antes. Prazer puro,

intenso... energia forte..." F., 24 anos

Essa sensação de "prazer intenso" descrita pelo jovem, a longo prazo, traz o efeito da

cocaína ao organismo, que é devastador e independe da forma como foi utilizada: excitação,

hiperatividade, insônia, perda da sensação de cansaço e falta de apetite são alguns sintomas

descritos por pesquisadores do Cebrid/Unifesp. Além disso, a toxicidade da cocaína provoca

midríase, dor no peito, aumento da pressão arterial, taquicardia e rabdomiólise.

Casos de derrame cerebral relacionados ao uso de cocaína e anfetaminas foram relatados

em estudo com mulheres de 15 a 44 anos e o risco de aborto espontâneo também é considerado

alto, entre adolescentes grávidas usuárias de cocaína; além disso, podem ser provocados efeitos

no cérebro do feto, como vasoconstricção, levando a hipóxia e isquemia.

A morte do usuário de cocaína pode ocorrer por desnutrição, infarto do miocárdio ou por

diminuição da atividade de controle central da respiração. Além disso, o uso da droga está

altamente relacionado ao risco de contrair outras doenças, como será descrito a seguir.

Page 2: Efeitos da cocaína no organismo

Referencia: DENADAI, Regina Céliai , FISBER, Mauro , MEDEIROS, Élide H. G. R. Cocaína

e crack: o adolescente e o risco das drogas. Disponivel em:

<http://br.monografias.com/trabalhos2/cocaina-crack-adolescente/cocaina-crack-

adolescente2.shtml> Acesso em: 2 nov 2010.

2 A cocaína é a droga que mais rapidamente devasta o usuário. Bastam alguns meses ou

mesmo semanas para que ela cause um emagrecimento profundo, insônia, sangramento do nariz

e corisa persistente, lesão da mucosa nasal e tecidos nasais, podendo inclusive causar perfuração

do septo. Doses elevadas consumidas regularmente também causam palidez, suor frio, desmaios,

convulsões e parada respiratória. No cérebro, a cocaína afeta especialmente as áreas motoras,

produzindo agitação intensa. A ação da cocaína no corpo é poderosa porém breve, durando cerca

de meia hora, já que a droga é rapidamente metabolizada pelo organismo.

Referencia: Revista Cérebro & Mente. Efeitos da cocaína no cérebro. Disponível em: <

http://www.cerebromente.org.br/n08/doencas/drugs/anim1.htm> Acesso em: 2 nov 2010.

Efeito terapêutico da maconha

1 Apesar de seus efeitos tóxicos e sua ilegalidade de consumo no Brasil, há relatos até

antigos dos efeitos terapêuticos da maconha. Nos dias de hoje a maconha é reconhecida como

medicamento em pelo menos 3 condições clínicas : Reduz ou abole as náuseas e vômitos

produzidos por medicamentos anticâncer; Tem efeitos benéficos em alguns casos de epilepsia

(doença que se caracteriza por convulsões ou ataques); e, Pode melhorar o estado geral de

doentes de AIDS (mas não cura a doença).

Referência: DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA/ UNIFESP – SP. Maconha. Disponível em:

< http://www.unifesp.br/dpsicobio/cebrid/quest_drogas/maconha.htm#13> Acesso em: 2 nov

2010.

Page 3: Efeitos da cocaína no organismo

2 O uso medicinal da Cannabis hoje é permitido em alguns estados americanos e em

países como Holanda e Bélgica, para aliviar sintomas relacionados ao tratamento de câncer,

AIDS, esclerose múltipla e síndrome de Tourette (que causa movimentos involuntários). Muitos

oncologistas e pacientes defendem o uso da Cannabis, ou do D9-THC (seu principal componente

psicoativo), como agente antiemético mas, quando comparada com outros agentes terapêuticos, a

Cannabis tem um efeito menor do que os fármacos já existentes. Contudo, seus efeitos podem

ser aumentados quando associados com outros antieméticos. Desta maneira, o uso da Cannabis

na quimioterapia pode ser eficiente em pacientes apresentando náuseas e vômitos, sintomas que

não são controlados com outros medicamentos.

Estes medicamentos são comercializados para controle de náuseas produzidas durante

tratamentos de quimioterapia e como estimulantes do apetite, durante processos de anorexia

desenvolvidos em pacientes com síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS).

Referência: HONORIO, K.M; ARROIO, A.; SILVA, A.B.S. Aspectos terapêuticos de

compostos da planta Cannabis sativa. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?

script=sci_arttext&pid=S0100-40422006000200024> Acesso em: 2 nov 2010.