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B. Indústr. anim., Nova Odessa, SP, 42(1) :31-39, jan./jun. 1985 EFEITO DO TIPO DE ANIMAL NO RENDIMENTO DA PORÇÃO COMESTIVEL DA CARCAÇA. L MACHOS DA RAÇA NELORE VS. CRUZADOS ZEBU X EUROPEU TERMINADOS EM CONFINAMENTO (I ) (Effect af animal type on the edible portion ot the cercess. !.Feedlat finished íntact males ot theNelore breed vs. zebu europeen crosses) ALBINO LUCHIARI FILHO (2), CELSO BO/N (3), GUILHERME FERNANDO ALLEONI (3), PAULO ROBERTO LEME (3) e ROMEU FERNANDES NARDON (4) RESUMO: O presen-te trabalho foi conduzi dona; Estações Experimentais de Nova Odessa e Andradina no período de 198G-81 com a objetivo de avali ar as caracterfsticas da carcaça de bovinos machos inteiros da; raças nel ore, canchim e santa-gertrúdis terminados em confinamento: as duas última; apresentaram carcaças mais pesada; (P <0,05) em rela- ção à nelore, e esta, o mesmo rendimento de carcaça que a canchim, sendo ambas supe- riores (P <0,05) à sante-qertrúdis. Foi observada menor porcentagem de dianteiro e maior de ponta de aguiha (P < 0,05) na raça santa-gertrúdis em rel acáo à nel ore, ficando a canchim intermediária entre as duas para essas características. A porcentagem de gordura renal e pélvica apresentou diferença significativa entre as três raças: 3.41, 4,42 e 5,17% re spec tivamente para canchlrn, nelore e santa-gertrúdis. A canchim apresentou vaiaras maiores (P < 0,05) de área de olho de lombo {82,6Ocm 2 } e menores de espessura de gordura (P < 0,05) e foi superior em relação ao total da porção comestível produz. da e aos indicadores quan titativos da carcaça. INTRODUÇÃO A nelore é uma das raças mais utilizadas atual- mente no Estado de São Paulo e no Brasil em geral, para produção de carne bovina. Além dessa, duas raças mestiças têm chamado a atenção para produ- ção de carne: canchim e santa-qertrúdis, obtidas através do cruzamento de raças européias, charolesa e shorthorn, respectivamente, com gado azebuado. Muitos trabalhos têm sido conduzidos com o objetivo de comparar principalmente o gado brahman com o charolês. PEACOCK et alii 2 4, em 1979, observaram que animais cruzados com sangue brahman apresenta- vam maior n (vel de heterose do que cruzados angus ou charolês. Carcaças mais pesadas, com menor espessura de gordura, maior área de olho de lombo, maior rendimento da porção comestível, dentre outras características desejáveis, têm sido relatadas por DAMON JR. et a!ií 9 , FERREL et alii lo , HEDRICK et alíi 13 ,14, KOCH & DIKERMAN I6 , KOCH et alli ' 7, McALLlSTER et a!ii 2o , O'MARY et a'líi 2 I e ROBE LI N 2 6 t para ch aroleses e seus cru- zados. Estudando animais das raças charolesa, can- chirn e guzerá, NORMAN & FE U'CI0 2 3 observa- ram que animais charolês e canchim apresenta- vam menos aparas de gordura do que os da raça guzerá. Para todas as características estudadas, (I) Parte do Projeto IZ-517/EM BRAPA. Recebido para publicação em 6 de dezembro de 1984. (2) Da Seção de Avali ação e Classificação do Gado de Corte, Divisão de Zootecnta de Bovinos de Corte. Bolsista do CNPq (3) Da Seção de Criação e Manejo do Gado de Corte. Divisão de Zootecnia de Bovinosde Corte. (4) Da Estação Experimental de Zootecnia de An dradina. 31

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B. Indústr. anim., Nova Odessa, SP, 42(1) :31-39, jan./jun. 1985

EFEITO DO TIPO DE ANIMAL NO RENDIMENTO DA PORÇÃO COMESTIVELDA CARCAÇA. L MACHOS DA RAÇA NELORE VS. CRUZADOS ZEBU

X EUROPEU TERMINADOS EM CONFINAMENTO (I )

(Effect af animal type on the edible portion ot the cercess. !.Feedlat finished íntactmales ot theNelore breed vs. zebu europeen crosses)

ALBINO LUCHIARI FILHO (2), CELSO BO/N (3), GUILHERME FERNANDO ALLEONI (3),

PAULO ROBERTO LEME (3) e ROMEU FERNANDES NARDON (4)

RESUMO: O presen-te trabalho foi conduzi dona; Estações Experimentais de Nova Odessae Andradina no período de 198G-81 com a objetivo de avali ar as caracterfsticas da carcaçade bovinos machos inteiros da; raças nel ore, canchim e santa-gertrúdis terminados emconfinamento: as duas última; apresentaram carcaças mais pesada; (P <0,05) em rela-ção à nelore, e esta, o mesmo rendimento de carcaça que a canchim, sendo ambas supe-riores (P <0,05) à sante-qertrúdis. Foi observada menor porcentagem de dianteiro e maiorde ponta de aguiha (P < 0,05) na raça santa-gertrúdis em rel acáo à nel ore, ficando acanchim intermediária entre as duas para essas características. A porcentagem de gordurarenal e pélvica apresentou diferença significativa entre as três raças: 3.41, 4,42 e 5,17%re spec tivamente para canchlrn, nelore e santa-gertrúdis. A canchim apresentou vaiarasmaiores (P < 0,05) de área de olho de lombo {82,6Ocm2} e menores de espessura degordura (P < 0,05) e foi superior em relação ao total da porção comestível produz. dae aos indicadores quan titativos da carcaça.

INTRODUÇÃO

A nelore é uma das raças mais utilizadas atual-mente no Estado de São Paulo e no Brasil em geral,para produção de carne bovina. Além dessa, duasraças mestiças têm chamado a atenção para produ-ção de carne: canchim e santa-qertrúdis, obtidasatravés do cruzamento de raças européias, charolesae shorthorn, respectivamente, com gado azebuado.

Muitos trabalhos têm sido conduzidos com oobjetivo de comparar principalmente o gadobrahman com o charolês.

PEACOCK et alii2 4, em 1979, observaram queanimais cruzados com sangue brahman apresenta-vam maior n (vel de heterose do que cruzadosangus ou charolês.

Carcaças mais pesadas, com menor espessurade gordura, maior área de olho de lombo, maiorrendimento da porção comestível, dentre outrascaracterísticas desejáveis, têm sido relatadaspor DAMON JR. et a!ií9, FERREL et aliilo,

HEDRICK et alíi13,14, KOCH & DIKERMANI6,

KOCH et alli ' 7, McALLlSTER et a!ii2o, O'MARYet a'líi2 I e ROBE LIN2 6 t para ch aroleses e seus cru-zados.

Estudando animais das raças charolesa, can-chirn e guzerá, NORMAN & FE U'CI02 3 observa-

ram que animais charolês e canchim apresenta-vam menos aparas de gordura do que os da raçaguzerá. Para todas as características estudadas,

(I) Parte do Projeto IZ-517/EM BRAPA. Recebido para publicação em 6 de dezembro de 1984.(2) Da Seção de Avali ação e Classificação do Gado de Corte, Divisão de Zootecnta de Bovinos de Corte. Bolsista do CNPq(3) Da Seção de Criação e Manejo do Gado de Corte. Divisão de Zootecnia de Bovinosde Corte.(4) Da Estação Experimental de Zootecnia de An dradina.

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3. Indústr. anim., Nova Odessa,SP, 42(1):31·39, jan./jun. 1985

os autores conclu íram que a raça européia eseu cruzado foram iguais ou melhores que o gadozebu em relação à quantidade da porção comestívele produção de carne de primeira qualidade.

CARROL et alii6, comparando novilhos here-ford com cruzados brahman-hereford, observaramque os cruzados apresentavam mais ossos e menosgordura, principalmente devido ao menor grau deacabamento.

Comparando novilhos brahman com cruzadosbrahrnan-shorthorn, CARPENTER et aliis obser-varam que as carcaças do gado brahman apresen-tavam o dianteiro mais pesado e o traseiro maisleve, sendo parte dessa diferença devida a suamaior porcentagem de ponta de agulha.

LUCHIARI FI LHO et alii19, estudando car-caças de animais inteiros da raça nelore compa-rados com raças de origem européia (chianina emarchigiana) observaram que o cupim foi o princi-pal fator responsável pelo maior rendimento dedianteiro dos animais nelore em comparação comos cruzados nelore x eu ropeu.

Muitos trabalhos têm sido conduzidos com oobjetivo de avaliar o animal inteiro como produtor

de carne. Vários autores verificaram que animaisinteiros apresentam maior ganho de peso por diade vida, melhor eficiência na conversão de alimen-tos, menores rendimentos de carcaça, principal-mente devido ao menor grau de acabamento, menorespessura de gordura, menor quantidade de gordurarenal e pélvica, maior área do olho de lombo e maiorquantidade de porção comestível. Como carac-terísticas menos desejáveis, animais inteiros apre-sentam uma proporção maior de dianteiro emrelação ao traseiro especial, assim como alguns pro-blemas de manejo (ARTHAUD et alii2, BERG &

BUTTERFIELD3, BRANANG4, CHAMPAGNE etalii7, CHAR LET~, FIE LD11, HARTE1 2, JACOBSatalii1s e NICHOLSetalii22).

Com o objetivo de estudar as característicasprodutivas das raças nelore, canchim e santa-qer-trúdis, dois experimentos foram instalados noInstituto de Zootecnia. No primeiro, os animaisforam terminados inteiros, em confinamento,quando foram abatidos e suas carcaças avaliadas. Nosegundo, os animais foram castrados e terminadosa pasto. Este trabalho é parte dos resultad6s obti-dos com o primeiro experimento.

MATERIAL E MÉTODOS

Dois grupos de animais inteiros totalizando 69animais, sendo 38 nascidos no período compreen-dido entre julho e setembro de 1980 (ano 1), e 31nascidos entre julho e setembro de 1981 (ano 2),foram utilizados neste trabalho.

O primeiro grupo consistia em 13 animais daraça nelore, 13 da canch im e 12 da santa-gertrúdis,que foram terminados em confinamento por umperíodo médio de 170 dias, quando foram abatidoscom uma média de 27 meses de idade.

O segundo grupo consistia em 15 animais daraça nelore e 16 da santa-gertrúdis, nascidos entrejulho e setembro de 1981, terminados em confina-mento por um período de 150 dias, quando foramabatidos com uma média de 26 meses de idade.

Todos eles eram provenientes de um grupode animais que, a partir da desmama (abril-maio)e por um ano aproximadamente, fizeram parte deum experimento de pastejo. Metade dos animaisde cada raça (nelore, canchim ou santa-gertrúdis),

em junho de cada ano foi separada e colocada emcondições de confinamento e, metade, continuavapor mais um ano.

Durante o confinamento, de junho a outubro--novembro, todos os animais receberam uma raçãocom 12% de proteína bruta (P.B.), constitu ídade silagem de milho e/ou sorgo (60 a 70%, baseseca) e concentrado balanceado com farelo dealgodão, rolão de milho e minerais (30 a 40%,base seca).

No final do período de confinamento, quevariou de outubro a meados de novembro, osanimais foram abatidos e suas carcaças, avaliadas.Antes de serem enviados ao frigorífico, eram dei-xados em jejum por 18 horas, sendo então pesadose transportados para o abate.

Todos os animais foram abatidos pelo sistemaconvencional. Durante o abate, o peso da gordurarenal e pélvica e o peso das meias carcaças quentese dos quartos da carcaça foram observados. As

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meias carcaças foram separadas em traseiro espe-cial, dianteiro com cinco costelas e ponta de agulha,conforme descrição de LUCHIARI FI LHOl a.

Após separação e pesagem, os quartos da car-caça foram colocados em câmara de resfriamentoa 30C ± 2 por cerca de vinte horas, sendo nova-mente pesados (os pesos das meias carcaças resfria-das esquerda e direita foram obtidos pela somadaspartes). A seguir, otrasei ro especial bi separdo entrea 11 ~ e a 12~costela, e a área do olho de lombo e aespessura de gordura foram medidas. Em seguida, osquartos da meia carcaça direita foram desossadosconforme o sistema de comercialização no Estadode São Paulo e o excesso de gordura de coberturade cada corte foi aparado para um máximo de5mm de espessura. O peso de todos os cortes e

dos ossos foi observado. Do músculo Longissimusdorsi dos animais abatidos no segundo ano deexperimento, foram retiradas amostras para avalia-ção da maciez, pelo aparelho "Warner BratzerShear" e aval iação das perdas du rante o cozimento.O peso das aparas de gordura foi obtido por dife-rença do peso do quarto menos o peso dos ossos edos músculos. Todos os pesos foram calculados emporcentagem, e a área do olho de lombo e a espes-sura de gordura, calculados na forma de (ndicescom relação ao peso da carcaça resfriada.

Os dados foram analisados por análises de vari-ância (General Linear Model Procedure) e as médiaspelo método dos quadrados m ínirnos, descritos noSTATISTICAL ANALYSIS SYSTEM2 7.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Como se pode observar no quadro 1, a umamesma idade cronológica, a raça nelore apresentouum peso vivo (415,60kg) significativamente me-nor que a canch im e a santa-gertrúdis (473,40 e475,60 kg respectivamente). Conseq üentemente,apresentou pesos de carcaça quente e resfriadasignificativamente menores (235,70 e 230,00kgrespectivamente) que a canchim (270,40 e 263,50)e santa-gertrúdis (253,00 e 246,80). Esses resul-tados concordam com a maioria dos trabalhos deliteratura que reportam carcaças mais pesadaspara cruzamentos com sangue europeu (FERRELet alü!". HEDRICKetalii14 eO'MARYetalii21

).

Ainda no quadro 1, pode-se observar que osanimais das raças nelore e canchim apresentaramrendimentos quente e frio (56,62 e 55,21,e 56,99e 55,52% respectivamente) significativamentesuperiores à santa-gertrúdis (53,14 e 51,83%).Os valores para rendimento quente e frio observa-dos para a nelore concordam com os obtidos porLUCHIARI FILHO et aliil9 para animais na mesmafaixa de idade (56,68 e 55,92% respectivamente pa-ra rendimento quente e frio). Os valores para rendi-mento quente e frio obtidos para o ano 2 (54,40 e53,28%) foram significativamente menores quepara o ano 1 (56,77 e 55,09% respectivamente).Isto ocorreu devido à ausência de animais da raçacanchim para o experimento, no ano 2, os quaisapresentaram médias maiores de rendimentoquente e frio no ano anterior, fazendo com que amédia do primeiro ano fosse um pouco mais alta.

Com relação ao peso dos quartos da carcaça,verifica-se no quadro 2 que a canchim apresentouum peso de traseiro especial (120, 70kg) significa-tivamente superior à nelore (1 04,60kg), ficando asanta-gertrúdis (111 ,90kg) intermediária e nãodiferindo de ambas. Para os animais nelore, queapresentaram menores pesos de carcaça, esses resul-tados seriam esperados, haja vista o peso dosquartos altamente correlacionado ao da carcaça.A santa-gertrúdis, devido ao menor peso de carcaça,não apresentou diferença significativa em relaçãoaos demais quanto ao peso do traseiro. Quandoesses valores foram expressos em porcentagem dacarcaça (Quadro 2), verifica-se que os valores nãodiferiram significativamente para as três raças,ou seja, 45,66, 45,88 e 45,43% respectivamentepara a nelore, canchim e santa-gertrúdis.

O peso do dianteiro (Quadro 2) foi significati-vamente maior (1 06,20kg) para a raça canchim doque para a nelore(94,60kg), ficando a santa-gertrú-dis (98,60kg) intermediária e não diferindo signifi-cativamente de ambas. Em relação ao peso dodianteiro expresso em porcentagem da carcaça, araça nelore apresentou uma porcentagem signifi-cativamente maior (41,05%) do que a santa-gertrú-dis (39,86%), ficando a canchim intermediária(40,36%), não diferindo significativamente deambas. Uma diferença significativa foi observadapara a porcentagem de dianteiro entre o ano 1 e 2.

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!Xl

Quadro 1. Peso vivo, peso de carcaça quente e resfriada e rendimento quente e frio ;-c.c'U>

Erro- Erro- Erro- Erro- Erro- ~Santa- ••

Caracter ísticas Nelore padrão Canchim padrão padrão Ano 1 padrão Ano 2::I

gertrúdispadrão 3'

média média média média média,zo<

Número de animais 28 13 28 38Ol

- - - - 31 - oPeso vivo( kg) 415,60a 10,04 473,40b 16,36 475,60b 10,08 452,10 8,61

o..457,68 11,30 '"'"'"

Peso da carcaça quente (kg) 235,70a 6,37 270,40b 10,37 253,OOb 6,39 256,58 5,46 249,52 7,16 ~cn

Peso da carcaça resfriada (kg) 230,00a 6,30 263,50b 10,26 246,80b 6,32 249,10 5,40 244,45 7,09 ."Rendimento quente (%) 56,62a 0,44 56,99a 0,72 53,14b 0,44 56,77a 0,38 54,40b ••••

0,50 ~Rendimento frio (%) 55,21 a 0,40 55,52a 0,66 51,83b

.....0,41 55,09a 0,35 53,28b 0,46 w.....

WObs, Médias com letras diferentes na mesma linha dentro da raça e dentro do ano são estatisticamente diferentes (P < 0,05). ~

Ol?

Quadro 2. Características da carcaça -c?.....

W so~ Erro- Erro- Erro- Erro- Erro- co

(11

Caracter ísticas Nelore padrão Canchim padrão Santa- padrão Ano 1 padrão Ano 2 padrão

média mediagertrúdis

média média média

Traseiro especial (kg) 104,60b 2,53 120,70a 4,12 111,90ba 2,54 113,12 2,17 111,67 2,84

Traseiro especial (%) 45,66 0,25 45,88 0,40 45,43 0,25 45,48 0,21 45,83 0,28

Dianteiro (kq) 94,60a 2,87 106,20b 4,68 98,60ab 2,88 99,02 2,46 100,61 3,23

Dianteiro (%) 41,05a 0,23 40,36ab 0,37 39,86b 0,23 39,71 a 0,20 41,14b 0,26

Ponta de agulha (kg) 30,81a 1,08 36,56b 1,76 36,31 b 1,08 36,96a 0,92 32,16b 1,21

Ponta de agulha (%) 13,28a 0,19 13,76a 0,31 14,71b 0,19 14,81a 0,16 13,03b 0,21

Gordura renal e pélvica (kg) 10,24a 0,49 8,88a 0,79 12,75b 0,49 10,47 0,42 10,77 0,54

Gordura renal e pélvica (%) 4,42a 0,16 3,41b 0,27 5,17c 0,16 4,21 0,14 4,46 0,18

Obs, Médias com letras diferentes na mesma linha dentro de raça e dentro de ano são estatisticamente diferentes (P <0,05).

"

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Um dos fatores que estaria afetando a média dosegundo ano é a ausência da raça canchim, masoutros fatores, como pequenas variações na formade separar os quartos da carcaça entre um ano eoutro, podem ter ocorrido.

O peso de ponta de agulha (Quadro 2) foisignificativamente maior para as raças canchim esanta-gertrúdis (36,56 e 36,31 kg respectivamente)do que para a nelore (30,81 kq). Quando essesvalores foram expressos em porcentagem da carcaça,os das raças nelore e canchim foram significativa-mente menores (13,28 e 13,76% respectivamente)do que a da santa-gertrúdis (14,71%). Essa é umacaracterística pouco desejável para a santa-gertrúdis,haja vista a ponta de agulha ser a parte da carcaçaque apresenta o menor valor comercial.

A quantidade de gordura renal e pélvica (Quadro2) foi significativamente superior para a raça santa--qertrúdis . (12, 75kg), comparada às raças nelore ecanchim (10,24 e 8,88kg respectivamente). Quandoesses valores foram expressos em porcentagem, acanchim apresentou uma média (3,41 %)significati-vamente menor que a nelore (4,42%) e esta, porsua vez, significativamente menor que a santa--gertrúdis (5,17%).

O total de cortes cárneos desossados e aparadosdo excesso de gordura, descrito como porção co-mestível da carcaça (Quadro 3), foi significativa-mente maior para a raça canchim (97,70kg) emenor para a nelore (83,30kg). ficando a santa--gertrúdis intermediária (89,60kg) e não diferindosignificativamente de ambas. O total de músculos

da carcaça também está correlacionado ao peso dacarcaça. Assim, valores maiores para a canchime santa-gertrúdis seriam esperados. Todavia,quando esses valores foram expressos em porcen-tagem da carcaça resfriada, observou-se que, emboraa canchim apresentasse uma tendência para maiorporcentagem de porção comestível (73,88%), essadiferença não foi estatisticamente significativa emrelação à nelore e à santa-gertrúdis (72,34 e72,54%), LUCHIARI FI LHO et aliil9 observaramvalores semelhantes (73,22%) para a nelore nessafaixa de idade, embora com pesos de carcaça quentee resfriada ligeiramente superiores (244,30 e242,30kg respectivamente). Vários autores, entreeles FERREL et alií1 o, HEDRICK et alíil3,l4

e O'MARY et alii2l relataram maiores rendimentosda porção comestível para animais da raça charolesae seus cruzados.

O total de ossos na carcaça (Quadro 3) foi sig-nificativamente menor para a nelore (19,80kg) doque para a canchim (22,60kg), ficando a santa--gertrúdis intermediária (21,60kg). sem diferirsignificativamente de ambas. Quando esses valoresforam expressos em porcentagem da meia carcaçaresfriada, essas diferenças não foram significativas:17,56,17,43 e 17,59% respectivamente para asraças nelore, canchim e santa-gertrúdis.

A área de olho de lombo (AOL) (Quadro 3).que é um bom indicador da musculosidade doanimal e da carcaça, foi significativamente maior(82,60cm2 )para a canchim do que para a neloree santa-gertrúdis (67,18 e 70,06cm2 respectiva-mente). Esses resultados concordam com aquelesobservados por ÁDAMS et alli", KOCH & DIKER-MANl6, KOCH et alii ' 7, McALLlSTER et alii2o

,

PEACOCK et alii24, PRIOR et alii25 e ROBE-

LIN2 6, que encontraram maiores áreas de olho delombo para animais da raça charolesa e seuscruzados. Como possui alto grau de sangue charo-lês, já era esperado que a canchim apresentassemaiores carcaças e maiores áreas de olho de lombo,e para que esses valores possam ser melhor interpre-tados, foram expressos em relação ao peso da car-caça resfriada. Dessa maneira, observou-se que nessafaixa de idade e peso, a canchim apresentou valoressignificativamente maiores para a área do olho delombo (31,39cm2 de AOL para cada 100kg de car-caça resfriada) do que a santa-gertrúdis (28,45cm2),

ficando éI nelore (29,27cm2) intermediária e nãodiferindo significativamente de ambas.

Concordando com os resultados apresentadosna literatura, a canchim apresentou a menorespessura de gordura (1,9mm), diferindo signifi-cativamente das raças nelore e santa-gertrúdis(3,5 e 4,2mm respectivamente) (Quadro 3.)Novamente, para melhor ilustração, essesvalores foram calculados em relação ao peso decarcaça resfriada, observando-se que a raça canchimapresentou uma espessura de gordura para cada100kg de carcaça resfriada( O,68mm) significativa-mente menor do que a nelore (1,48) e a santa--gertrúdis (1,73mm). Uma quantidade mínimade gordura é desejável tanto do ponto de vista deconservação da carcaça, por ocasião do resfriamentocomo por questão de palatabilidade.

Os valores obtidos para aparas de gordura(Quadro 3) 11,6,11,3 e 12,2kg, respectivamente,para nelore, canchim e santa-gertrúdls, não foram

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!7J:;-a.C·..~••::J~'

Zo

Quadro 3. Avaliação quantitativa de características da meia carcaça direita <'"Oa.'"Erro. Erro- Erro- Erro- Erro-.....'"

Características Nelore padrão Canchim padrão Santa- padrão Ano 1 padrão Ano 2 padrão (fi

gertrúdis ."tl

média média média média média -I>~-

Meia carcaça resfriada 114,80a 3,19 131,65b 5,20 123,37ab 3,21 124,44 2,74 122,10 3,59 w~lado direito (kq) W

.tO

Porção comestível (kq) 83,30a 2,59 97,70b 4,22 89,62ab 2,60 92,90 2,22 87,50 2,91 0;'?

Porção comestível (%) 72,34 0,43 73,88 0,71 72,54 0,44 74,53a 0,37 71 31b 0,49 :::::,c

Ossos (kg) 19,80a 0,41 22,60b 0,67 21,60ab 0,41 20,54a 0,35 22,18b 0,46 ?

Ossos (%)~

w 17,56 0,32 17,43 0,52 17,59 0,32 16,62a 0,27 18,43b 0,36 tOO) 00

Área do olho de lombo 67,18a 2,11 82,60b 3,42 70,06a 2,11 76,43a 1,81 70,13b 2,37 01

(AOL) (cm2)

AOL/100kg de peso de carcaça 29,27ab 0,56 31,39a 0,92 28,45b 0,57 30,67a 0,48 28,74b 0,63resfriada (crn ")Espessura de gordura (EG)(mm) 3,50a 0,30 1,90b 0,48 4,20a 0,30 3,84a 0,25 2,56b 0,33

EG/100kg de peso de carcaça 1,48a 0,11 0,68b 0,18 1,73a 0,11 1,56a 0,10 1,04b 0,13resfriada (rnm)Aparas da gordura (kg) 11,60 0,59 11,30b 0,96 12,20 0,59 11,00a 0:51 12,39b 0,66Aparas de gordura (%) 10,10 0,41 8,69 0,66 9,87 0,41 8,84a 0,35 10,26 0,46

I ---Obs. Médias com letras diferentes na mesma linha dentro da raça e dentro de ano são estatisticamente diferentes (P < 0,05).

,..

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estatisticamente diferentes. Quando expressos emporcentagem, embora fosse observada uma tendên-cia da raça canchim em apresentar uma porcen-tagem mais baixa (8,69%), ela não foi significa-tivamente diferente das raças nelore e santa-qertrú-dis (10,10 e 9,87% respectivamente). As aparassão feitas normalmente visando retirar o excessode gordura superior a 5mm de gordura. A espes-sura de gordura (EG) é medida sobre o músculoLongissimus dorsi na altu ra da 12~ costela. Assimsendo, as três raças estudadas apresentaram espes-sura de gordura razoável, sendo desejável que acanchim apresentasse valores mais altos, pois,provavelmente, isto seria um benefício do pontode vista de qualidade da carcaça. Por outro ladoum aumento moderado da EG para essa raça tam-bém aumentaria o rendimento da porção cornestr-vel, haja vista que toda a deposição de gordura nacarcaça até um máximo de 5mm permanece naporção comestível. Como já foi discutido, cortescompletamente desprovidos de gordura seriamindesejáveis qualitativamente.

A porcentagem da porção comestível e aárea do olho de lombo foram significativamentemenores para o ano 2 do que para o ano 1 (Quadro3), devido à ausência da raça canchim na médiado 2q ano. O total e a porcentagem de ossosforam significativamente superiores para o ano 2,assim como o total e a porcentagem de aparas. Os

animais do segundo ano de experimento eramligeiramente mais jovens do que os do primeiro.Essas duas observações, portanto, somadas ao fatode os animais no segundo ano apresentarem umrendimento da. porção comestível ligeiramenteinferior (descontada a ausência da raça canchiml.se analisadas conjuntamente, concordam com ospadrões de crescimento dos tecidos da carcaça.Nas carcaças de animais mais jovens seria esperadamaior quantidade de ossos, já que esse tecido é dedesenvolvimento precoce na vida animal, e menorquantidade de tecido adiposo, já que este é dedesenvolvimento tardio. Uma ligeira diminuiçãono crescimento muscular poderia ser esperada, jáque ele apresenta uma taxa de crescimento inter-mediária entre ossos e tecido adiposo.

Como se pode observar no quadro 4, emboraa raça nelore apresente um valor mais baixo paramaciez (Shear force =4,82kg), ele não foi siqnifica-tivamente diferente em relação à santa-qertrúdis(5,67kg). As perdas durante o cozimento foramsignificativamente maiores para a raça santa-

-gertrúdis (20,17%) do que para a nelore (16,10%),implicando numa carne mais seca após o cozimento,e, portanto, menos macia. Esses dados, emboranão conclusivos, apresentam indícios de que dife-renças na qualidade da carne podem existir entreessas raças.

CONCLUSÕES

A raça canchim apresentou valores significa-tivamente maiores para pesos de carcaça quentee resfriada (270,40 e 263,50kg respectivamente).A nelore, embora com pesos de carcaça quente e

Quadro 4. Maciez e perdas durante o cozimento

resfriada menores (235,70 e 230,00 kg respectiva-mente), apresentou rendimentos de carcaça iguais(56,62 e 55,21%) à canchim (56,99 e 55,52%). Araça santa·gertrúdis, em bora com pesos de carcaça

Erro- Santa- Erro-Características Nelore padrão gertrúdis padrão

média média

Shear force (kg) 4,82 0,43 5,67 0,41Perdas por gotejamento (%) 8,66 0,46 9,32 0,45Perdas por evaporização (%) ·7,44a 0,91 10,85b 0,88Perdas totais (%) 16,10a 1,09 20,17b 1,06

Obs, Médias com letras diferentes na mesma linha são estatisticamente diferentes (P < 0,05).

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semelhantes à canchim, apresentou rendimentos decarcaça 'quente e resfriada significativamente maisbaixos (53,14 e 51,83%).

Menor porcentagem de dianteiro foi observadapara a santa-gertrúdis (39,86%) em relação à nelore(41,05%). Por outro lado, a santa-gertrúdis apre-sentou uma porcentagem de ponta de agulha signi-ficativamente superior às demais raças (14,71%).

A porcentagem de gordura renal e pélvica foisignificativamente menor para a canchim (3.41 %)do que para a nelore (4.42%) e significativamentemenor para esta última do que para a santa-gertrú-dis (5,17%).

Diferenças significativas foram encontradas nopeso da porção comestível e no peso dos ossos,para as raças estudadas, haja vista que a canchimpossu ía carcaças mais pesadas. Quando expressosem porcentagem da carcaça, esses valores não foramsignificativamente diferentes. A canchim apresen-tou valores significativamente maiores para área deolho de lombo (82,60cm2

) e espessura de gor-dura (1,9mm) que as outras duas estudadas. Demaneira geral, a canchim foi superior às demaisem relação ao total de porção comestível produ-zida e aos indicadores quantitativos da carcaça.

SUMMARV: This studv WêIS conducted at the EstaçõesExperimentaisde Nova OdessaeAndradina in the peri od 198(}81, to evaluate the carcasscharacteri stics of feedlot fi nishedintact males of Nelore, Canchim (Charolais x Zebu) and Santa Gertrudis breeds. It WêIS

observed that the Canchim andSanta Gertrudis breeds had heavier hot and chilled carcassweights than the Nelore breed. Canchim and Nelore had higher dressing percentages thanSanta Gertrudis. A lower forequarter percentage wes observed for Santa Gertrudis thanNelore, with Canchim being intermediate. On the other hand, Santa Gertrudis had ahigher percentage of short plate, short ribs and flank ("ponta de agulha") than Canchimand Nelore. The Canchim breed had the lowest kidney and pelvic fat percentage and theSanta Gertrudis breed the highest with Nelore i ntermediate. Canchim had higher valuesfor loin eye area and lower values for fat thickness than the others breeds. In general,Canchim was superior in relation to total boneless closely trimmed retail product andcarcassyield characteristics.

AGRADECIMENTOS

Ao Auxiliarde Engenheiro Agrônomo Joel Domi ngos, pela expressiva colaboração nesanálisesde maciez e perdas porcozimento feitas nasamostras de carne dos animais.

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doenças e pragas que incidem na região; caso con-trário, o programa pode ser mal sucedido.

JONESl o, em trabalho que propõe o zo-neamento de plantas forrageiras para o Estado deSão Paulo, menciona que fatores como tempera-turas médias e amplitude de variação de tempera-tura, precipitação total e distribuição de chuvas,evapotranspiração potencial, textura e fertilidadedo solo, e seu manejo, são os mais importantes pa-ra tal finalidade.

Segundo CARAMBULA4, para a eleição

de plantas forrageiras é indispensável considerartrês fatores: solo (textura, fertilidade, profundida-de, drenagem e p+l}, clima (luminosidade, tempera-tura e precipitação) e finalidade de seu uso.

GOMIDE et alii7, em trabalho com capim--elefante Taiwan A-114, obteve produção daordem de 17,5t de matéria seca por hectare porano. De acordo com os AA. há produção de 30 a75t de matéria seca por hectare por ano, para dife-rentes variedades de capim-elefante.

FERREIRA et alii", verificando os rendi-mentos de Setaria anceps cv. Nandi e 8rachiariadecumbens em solo de cerrado, obtiveram emquatro anos de corte produções de 20.174kg e22.780kg de matéria seca por hectare, e 1.566kge 2.060kg de prote ína bruta por hectare, respecti-vamente.

MOZZER et alíi12, em trabalho de compe-tição com legumirÍosas forrageiras, conseguiramas seguintes produções de matéria seca e proteínabruta, em quilograma por hectare por ano, respec-tivamente: Ga/actia striata: 7.933 e 1.400; G/ycinewightii cv. Tinaroo: 6.796 e 1.120; Macropti/iumatropurpureum cv.Siratro: 6.374 e 1.160; e pro-duções de matéria seca em quilograma por hectarede Sty/osanthes guianensis: 5.033; G/ycine wightiicv. Comercial: 4.534 e Centrosema pubescenscv. Comercial: 2.530.

KORNELlUS et alii11, trabalhando comDigitaria decumbens cv. Transvala, obtiveram naépoca da seca produções de 3.899kg por hectare(1976) e 3.770kg por hectare (1977) de matériaseca.

PEDREIRAlS, estudando o crescimentoestacional dos capins colonião, gordura e jaraguá,obteve produções médias anuais de matéria secaem quilograma por hectare por ano, que variaramde: 8.800 a 13.400 para o colonião; 3.000 a8.500 para o gordura e 4.000 a 13.900 para ojaraguá.

BERNAL & LOTÉR03, trabalhando comcudzu-tropical em cinco cortes por ano, conse-guiram produções de 10,75t de matéria seca porhectare por ano.

PEDREI RA16, pesquisando a produção decapins, obteve as seguintes produções anuaisde matéria· seca por hectare por ano:green panic: 12.956kg, colonião: 10.812, coastcross n? 1: 15.742kg, unfolose: 12.118kg, fino:10.555kg, braquiária: 9.148kg, pangola: 7.277kg,slender stem: 10. 740kg e canarana erecta lisa:11.052kg.

PEDREIRA et alii' 7, em estudo com a Seta-ria enceps, cv. Kazungul a. obtiveram 12.566kgde matéria seca por hectare por ano.

CARVALHOs, trabalhando com legumino-sas forrageiras em solo de cerrado, obteve 6.000kgpor hectare (primeiro corte) e 23.612kg por hecta-re (segundo corte) de massa verde para o cudzu--tropical. Com a centrosema, a produção de massaverde foi da ordem de 3.278kg (primeiro corte)e 29.070kg (segundo corte). A soja-perene teveprodução de 666kg por hectare (primeiro corte)e 12.630kg por hectare de massa verde (segundocorte). O mesmo autor cita que, na Estação Expe-rimental de Brasília, foi realizado trabalho com le-guminosas em solo de cerrado, onde o Sty/osan-thes graci/is cv. IRI 1022 alcançou produções dematéria seca por hectare de 3,30t no primeirocorte e 1, 70t no segundo corte.

Mattos, citado por ROCHA & ARONO-VICHI8, em trabalho com leguminosas forragei-ras, obteve produções de matéria seca e pro-teína bruta em quilograma por hectare porano, respectivamente de: Sty/osanthes guianensis:6.882 e 1.429; G/ycine wightii: 4.200 e 919;Macropti/ium atropurpureum: 5.680 e 1.306;Centrosema pubescens: 5.760 e 1.598 e Ga/actiastriata: 6.053 e 1.334.

MATTOS & PEDREIRA* estudando ocrescimento estacional de leguminosas, obtiveramas seguintes produções de matéria seca por hectarepor ano: 4.610kg para a soja-perene Cianova,3.656kg para o macrotiloma e 3.620kg para oteramnus, no primeiro ano, e, segundo ano6.738kg para a soja-perene, 3.795kg para o macro-tiloma e 4.243kg para o teramnus. Os mesmosAA., trabalhando com freqüência de corte de6, 9 e 12 semanas, obtiveram produções médias

de 6.273kg por hectare para a soja-perene Cianova,

(*) MATTOS, H. B. & PEDREIRA, J. V. S. - Informa-ção pessoal.

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