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Departamento de Ciências da Educação Ano Lectivo: 2009/2010 1º Semestre Curso: 1º Ciclo em Ciências da Educação Unidade Curricular: Educação Comparada Docente: Mestre Nuno Fraga Discentes: Anabela Gomes Cátia Teixeira Hilda Brito João Neves José Camacho Piedade Freitas

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Departamento de Ciências da Educação

Ano Lectivo: 2009/2010

1º Semestre

Curso: 1º Ciclo em Ciências da Educação

Unidade Curricular: Educação Comparada

Docente: Mestre Nuno Fraga

Discentes: Anabela Gomes

Cátia Teixeira

Hilda Brito

João Neves

José Camacho

Piedade Freitas

23 de Janeiro de 2010

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Índice

Índice............................................................................................................................................2

Introdução....................................................................................................................................3

Abordagem histórica: Portugal.....................................................................................................4

Abordagem histórica Itália...........................................................................................................7

O que é o PISA?............................................................................................................................8

O estudo está organizado em ciclos de 3 anos:.........................................................................9

Pisa 2006................................................................................................................................10

Considerações finais...................................................................................................................16

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Introdução

Foi-nos proposto a análise do programa PISA (Programme for International

Student Assessment) confrontando dois países da união europeia, no âmbito do

sucesso/insucesso após o percurso escolar. Optamos, por analisar Portugal e Itália, tendo

em conta o seu contexto histórico e a organização do sistema educativo dos referidos

países.

Sendo o PISA um programa que tenta avaliar as capacidades dos alunos até aos

15 anos de idade, a nossa abordagem mais significativa irá reflectir-se sobre o ensino

básico de cada país. Constituído por três anos diferentes, 2000; 2003; 2006, a nossa

ponderação irá recair sobre o ano 2006 (terceiro ciclo), onde a preponderância foi a

literacia científica.

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Abordagem histórica: Portugal

Devido a alta taxa de analfabetismo sentida ao longo da primeira década do séc.

XX, em 1911 ocorreu a reforma do Ensino Primário.

O Ensino Primário, nesta época, foi dividido em três graus: elementar;

complementar e superior.

Nesta fase da história da educação portuguesa havia a obrigatoriedade de 3 anos

do Ensino Primário elementar. Em 1919, com outra reforma, o ensino primário passa

para a obrigatoriedade de 5 anos (dos 7 aos 12 anos).

Contudo, com o início da ditadura Salazarista deu-se uma redução na

obrigatoriedade do ensino primário elementar passando a vigorar a obrigatoriedade de 4

anos.

Os três primeiros anos deste ensino estavam destinados ao “3Rs”,

ler/escrever/contar, e o último tinha como objectivo preparar os alunos, que não

desejassem o prosseguimento dos estudos, para a vida em sociedade.

Em 1936 o grau complementar deixa de existir e nas zonas rurais são criados

postos de ensino cujos mestres, regentes escolares, possuíam poucas habilitações. O

analfabetismo que era uma prioridade em 1919 deixa de o ser.

Com o Plano de Educação Popular, criado em 1952, pretendia-se combater o

analfabetismo que era uma realidade na ordem dos 40%. Mediante o objectivo de

colmatar este facto, em 1956 a escolaridade obrigatória aumenta para 4 anos para os

alunos do sexo masculino, e esta realidade, só em 1960 é que é alargada ao sexo

feminino.

O ensino, só em 1972 é que deixa de ser ministrado em regime de separação de

sexos. Nos anos 60 sentiu-se a necessidade de alargar o período da obrigatoriedade

educacional passando o mesmo a representar-se por 6 anos de ensino.

O ensino primário foi dividido em 2 ciclos – ciclo elementar com 4 anos e o

ciclo complementar com 2 anos. Simultaneamente com a ciclo complementar primário

surgiu a telescola (ensino via TV) e em 1967/68 apareceu o ciclo preparatório do ensino

secundário, que visava substituir os dois primeiros anos do ensino liceal e do ensino

técnico profissional.

Em 1968, quando o ciclo preparatório do ensino secundário foi aprovado,

objectivava-se o alargamento da cultura de base no prosseguimento dos estudos. As

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condições do ensino eram deficitárias devido à falta de instalações apropriadas. A esta

míngua juntava-se o problema da colocação de professores.

Foi no ano lectivo de 1972/1973 que foram criados postos oficiais com

professores monitores que possuíam habilitações, o curso do ensino secundário, o curso

do Magistério ou habilitação superior.

O ciclo complementar do ensino primário e o ciclo preparatório TV eram

destinados às populações rurais e suburbanas ao passo que o ciclo preparatório e o ciclo

secundário foram lançados em zonas urbanas.

Com a Lei nº 5/73, de 25 de Julho, concretizou-se a abertura do sistema de

educação a todas as camadas da população e a escolaridade obrigatória foi alargada para

8 anos, sendo os 4 primeiros ministrados em escolas primárias e os 4 restantes em

escolas preparatórias. Com esta lei foi introduzida pela primeira vez o conceito de

democratização do ensino.

No entanto, a ambição do projecto desta lei não foi alcançada devido à

precariedade das instalações e à ausência de professores habilitados.

Logo ao 25 de Abril de 1974, o objectivo primordial foi o de assegurar o

cumprimento da escolaridade obrigatória de 6 anos com o ensino primário e ensino

preparatório. Nesta fase, ressaltou-se a importância de um regime de fases educacionais

baseado no desenvolvimento psicológico da criança, sendo esta orientação desejável

devido à possibilidade de melhor conhecer os alunos promovendo-se a estimulação dos

mesmos à individualização da acção educativa.

Em 1978 foi criado um programa que preconizou-se por um número limitado de

escolas, cuja revisão incidia na área “Meio Físico e Social” que apelava para a

interdisciplinaridade. A falta de equipamentos escolares e de material didáctico foi

sempre uma realidade o que levou que no período de 1980-1981 fossem construídas 15.

000 salas de aula.

Para que o anseio da escolaridade se cumprisse, várias medidas de apoio

socioeconómico foram tomadas nomeadamente o transporte escolar, o suplemento

alimentar, o alojamento e o auxílio económico às famílias.

No ciclo preparatório do ensino secundário, o plano curricular incluía a área da

comunicação (Português, Iniciação à Língua Estrangeira, Matemática, Educação Visual,

Educação Musical e Educação Física) e a área de experiência (Estudos Sociais/ História,

Ciências da Natureza e Trabalhos Manuais).

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Em 1986 foi publicada a Lei de Bases do Sistema Educativo (Lei nº 46/86, de 14

de Outubro). Através desta lei pretendia-se estabelecer a possibilidade que todos

tivessem o direito à educação, à cultura e ao direito de uma efectiva igualdade ao acesso

e sucesso escolar. A mesma alargou a escolaridade obrigatória para 9 anos de ensino,

sendo este composto por 3 ciclos.

Vide quadro nº 1

A Constituição da República em 1976 instituiu o direito à criação de escolas

particulares. A partir de 2001 ao currículo nacional está inerente um conjunto de

aprendizagens e competências essenciais e estruturais que tinham por base a procura de

respostas diferenciadas e adequadas às necessidades de cada aluno, escola ou região.

Desde 1997 há a preocupação de criar itinerários diversificados no currículo

escolar de modo a garantir o cumprimento da escolaridade obrigatória – cursos de

formação e educação com níveis de qualificação I e II com uma estrutura e

desenvolvimento próprio. Estes cursos tinham por destinatários jovens que não tendo

concluído o 1º, 2º ou 3º ciclos do ensino básico pretendessem obter, em simultâneo, o

respectivo diploma e uma qualificação profissional.

1. Organização do Sistema Educativo em Portugal, 2006/07

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Abordagem histórica Itália

Pudemos constatar que o Sistema Educativo do Reino de Itália, era centralizado

desde 1861 até 1943-45 com a queda do fascismo.

Em 1948 com a Constituição da República, Itália iniciou um processo de

descentralização do centro para a periferia. Este processo no campo administrativo

dividiu a responsabilidade entre Estado, regiões, províncias e municípios, ganhando

autonomia para o ensino, organização, investigação, experimentação e

desenvolvimento.

Todos os jovens passaram a ter direito ao ensino, inclusive alunos com

deficiência e passou a haver escolas mais direccionadas para o ensino profissional.

O Sistema Educativo de Itália aborda as leis e reformas desde um nível nacional,

até um nível local. Verificamos que a reforma de 1923 organizou o ensino por várias

etapas, cada uma com anos obrigatórios de ensino. A obrigatoriedade da escola italiana

é de 10 anos ou 16 anos de idade e está dividido do seguinte modo: Educação Pré-

Primária; Educação Primária; Educação Secundária; Educação vocacionada para o

mercado de trabalho, optando por um ofício e Educação Universitária.

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O que é o PISA?

O estudo PISA foi proposto em 1997, pela OCDE (Organização para a

Cooperação e Desenvolvimento Económico) e reconhecido internacionalmente.

A finalidade era testar os alunos de 15 anos, isto é, avaliar as suas capacidades

quando estão em confronto com a realidade do dia-a-dia, usando os conhecimentos que

possuem e não se cingir à avaliação dos conteúdos programáticos de cada disciplina.

Em 2000 foi efectuada a primeira recolha de dados referente à literacia em

contexto de leitura.

Em 2003 foi feita uma recolha de dados referentes a essa faixa etária (15 anos),

dando maior realce à literacia em Matemática.

No PISA que decorreu em 2006, ocorreu no domínio da literacia científica e

contou com a colaboração de 60 países e de 7.000 escolas. Participaram mais de

250.000 estudantes de 15 anos.

As entidades governamentais destes países envolvidos neste estudo poderão

recorrer aos resultados obtidos pelo PISA a fim de serem utilizados como instrumentos

de trabalho na definição ou aperfeiçoamento de políticas educativas com vista a

melhorar a preparação dos jovens para a sua vida futura, vida profissional.

Os países participantes no PISA de 2006 foram: Argentina, Alemanha, Austrália,

Áustria, Azerbaijão, Bélgica, Brasil, Bulgária, Canadá, Chile, Colômbia, Coreia,

Dinamarca, Eslovénia, Eslováquia, Espanha, Estados Unidos da América, Estónia,

Federação Russa, Finlândia, França, Grécia, Hong Kong - China, Hungria, Indonésia,

Islândia, Irlanda, Israel, Itália, Japão, Jordânia, Letónia, Liechtenstein, Lituânia,

Luxemburgo, Macau - China, México, Montenegro, Noruega, Nova Zelândia, Países

Baixos, Polónia, Portugal, Qatar, Quirguistão, Reino Unido, República Checa,

República da Croácia, Roménia, Sérvia, Suécia, Suíça, Tailândia, Taipei - China,

Tunísia, Turquia, Uruguai.

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O estudo está organizado em ciclos de 3 anos:

Em Itália:

O PISA de 2000 teve como principal domínio de avaliação a literacia em

contexto de leitura. O estudo envolveu, cerca de 265.000 alunos de 15 anos, de 32

países, 28 dos quais membros da OCDE. A média da OCDE apresenta um valor de 500,

no que concerne ao valor de referência, e Itália está com valor de 487, podemos

considerar então que Itália está dentro da média dos países da OCDE. Em Itália não

existe muita diferente entre os alunos, e estabelecimentos analisados logo, o resultado é

mais homogéneo. Este estudo não serve somente para analisar a capacidade de cada

aluno, mas também pode ser útil para comparar países, não só em termos de volumes da

média, mas também considerando a oscilação positiva ou negativa, determinado pelo

erro padrão. O resultado italiano levou a que o sistema educativo abrangesse ao seu

currículo duas linhas de intervenção:

1. Organização de mais actividades de recuperação para os estudantes não

abrangidos pelo estudo;

2. Aumento do grupo que já possui essa mesma formação com resultados

positivos.

Em 2003 foi elaborado o estudo na literacia Matemática e teve como domínios

secundários as literacias de leitura e científica, bem como a resolução de problemas.

Itália situou-se no 25º lugar no conjunto de 30 países da OCDE. Houve uma melhoria

referente ao estudo organizado em 2000. Numa escala elaborada de 1 a 6, considerando

o 1 fraco e o 6 excelente, os estudantes italianos ficaram com uma nota positiva, entre o

nível 3,com uma media de 50%.

Temos que ter em conta nestes resultados, o género, a motivação dos alunos, as

suas confianças (o quanto estão à vontade com a matemática), factores emocionais e

estratégias de aprendizagem (capacidade de memorização). Não descartando a

responsabilidade do sistema educativo implementado, a estrutura organizacional na

escola e a idade do professor a leccionar esta disciplina.

Em Portugal:

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Na literacia em Matemática em 2003, cerca de 30% dos jovens de 15 anos, têm

um nível igual ou inferior a 1, ao passo que nos outros países da OCDE, esse mesmo

nível corresponde a 21% dos jovens. Isto quer dizer que estes jovens só obtêm sucesso

na resolução de situações óbvias e que correspondem a situações explícitas.

Ao compararmos os alunos que estão nos níveis mais altos, isto é, 5 ou 6, apenas

5% dos jovens portugueses encontram-se nesta situação, enquanto no espaço da OCDE

existe uma média de 15%.

Nas outras subescalas os alunos portugueses continuam com o grau de literacia

em matemática inferior aos demais países da OCDE.

Podemos afirmar que a média dos alunos portugueses, com a recolha de

informação feita pelo PISA, é muito inferior ao dos outros países estudados, tanto ao

nível global, como nas subescalas, o que é deveras preocupante. No entanto, na escala

global os resultados de Portugal não se afastam muito da Itália e da Federação Russa. E

nas subescalas que se seguem são idênticos aos da: Grécia (espaço e forma); Federação

Russa, Itália e Espanha (mudança e relações); Estados Unidos da América, Federação

Russa e Itália (quantidade) e por fim Letónia, Itália, Grécia e República da Eslováquia

(incerteza).

Comparando o PISA 2000 e 2003, verificamos que houve uma melhoria dos

alunos portugueses no PISA 2003 em comparação com o 2000. Assim na subescala

(espaço e forma) a pontuação passou de 440 para 450 pontos e na subescala (mudança e

relações) os valores médios passaram de 448 para 468 pontos.

Pisa 2006

Mediante o PISA 2006, o pretendido foi medir a literacia científica dos alunos

com 15 anos de idade, que até à data do referido programa, se encontravam no limiar da

escolaridade obrigatória portuguesa. É oportuno que se faça referência que o conceito

de literacia está relacionado com a demonstração de conhecimentos por parte dos alunos

nomeadamente suas capacidades de analisarem, raciocinarem e comunicarem com a

devida eficiência mediante a resolução e interpretação de problemas de vária ordem.

Sendo o PISA 2006 um programa que visa avaliar as competências científicas

dos alunos, perspectivando a sua preparação social para o futuro. No quadro abaixo

podemos constatar os domínios onde incidiu a avaliação do PISA sobre os

conhecimentos dos alunos.

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Em Itália o PISA é conduzido por um centro nacional situado em INVALSI

(National Institute for the Evaluation of Educational System (www.invalsi.it).

O centro nacional tem a tarefa de coordenar e de controlar os aspectos técnicos e

institucionais relativos ao exame. Para o sucesso do programa de investigação, uma

característica relevante foi a participação e trocas entre INVALSI e regiões/províncias

envolvidas no exame.

O estudo do PISA em 2006 incidiu no domínio da Ciência, o quadro e o mapa

abaixo demonstram os países participantes. Itália situou-se na 37ª posição com uma

pontuação de 475 pontos.

2. Domínio de análise da literacia científica

3.Desempenho a literacia científica 2006-Italia

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Mediante o quadro nº 4, podemos constatar o desempenho dos alunos

portugueses na literacia científica e a evolução positiva registada ao longo dos três

ciclos do PISA. Este quadro permite-nos avaliar a percentagem de contribuição de cada

grupo de discentes, segundo o ano de escolaridade.

4. Desempenho médio global a literacia científica. Evolução temporal 2000-2006

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A análise do gráfico nº 5 permite-nos compreender a posição de Portugal

relativamente à média da OCDE.

Através da

análise do quadro supra podemos constatar que os alunos portugueses, na sua

globalidade, mostraram uma evolução positiva ao longo dos ciclos do PISA no que

concerne ao seu desempenho na literacia científica. No entanto, segundo dados da

OCDE, até à data do terceiro ciclo deste programa, o insucesso escolar e a persistência

da repetição de anos escolares são elementos que se encontram na base de resultados

menos positivos aquando a confrontação com os colegas dos países mais desenvolvidos.

Note-se que os alunos do 7º e 8º ano, em particular, não possuem os

conhecimentos e as competências mínimas necessárias para poderem realizar, com

sucesso, o teste cognitivo do programa PISA.

As pontuações de avaliação foram agrupadas em seis níveis, o 6 corresponde ao

mais alto (com as tarefas mais difíceis) e o 1 ao mais baixo (com as tarefas mais fáceis).

Existiram alunos que não conseguiram atingir o nível 1, ficando definidos como estando

abaixo do nível 1. Estes alunos não foram capazes de demonstrar as competências

científicas básicas requeridas pelas tarefas mais fáceis do PISA.

O gráfico seguinte, apresenta-nos os desempenhos globais dos nossos alunos nos

três diferentes ciclos do PISA, por nível de proficiência.

5. Desempenho a literacia científica, por ano de escolaridade Evolução temporal 2000-2006

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O facto a salientar foi o da redução da percentagem de alunos portugueses com

desempenhos abaixo do nível 1 (de 8,3% em 2000 para 5,8% em 2006), registando-se

melhorias em todos os outros níveis, embora estas sejam relativamente reduzidas. Em

particular, as percentagens de alunos portugueses nos níveis de proficiência 3, 4 e 5,

passaram de 25,62% (2000) para 28,8% (2006), de 11,62% (2000) para 14,7% e de

2,1% (2000) para 3,0% (2006), respectivamente.

Tendo chegado a este ponto de situação onde abordamos as três primeiras etapas

do método comparativo segundo George Bereday, descrição, interpretação e

justaposição, passaremos à sua última etapa – comparação.

6. Desempenho a literacia científica, por nível de proficiência Evolução temporal 2000-2006

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Mediante a análise do quadro supra, podemos constatar que as diferenças entre

Portugal e Itália, no que concerne à média da OCDE, estão relativamente equiparadas

no respeitante ao ano 2006 que, como já foi referido é o ano fulcral do nosso trabalho.

Portugal apresenta o valor de 474 e Itália por sua vez é representada com o valor

de 475.

Ilustração 7. Resultados do PISA em Portugal e Itália

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Considerações finais

A análise do percurso histórico dos dois países permitiu-nos entender a

influência do sucesso/insucesso escolar dos alunos em geral, ao longo dos tempos até

2006.

Pudemos constatar que as diversas reformas dos Sistema Educativos sofreram

alterações com a inclusão e exclusão de leis. Este facto foi, ao nosso ver, determinante

para a instabilidade vivida no ensino, levando à realidade actual de sucesso e insucesso.

Relativamente à literacia em leitura e em Matemática, Portugal obteve resultados

mais positivos do que Itália. Todavia, na literacia a Ciências, Itália conseguiu um

melhor resultado do que Portugal pela diferença de um valor. No entanto, é de ressaltar

que ambos os países estão muito próximos da média desejada pela OCDE no que

concerne a estes últimos três anos de estudo do PISA.