educação permanente em saúde mediada por tecnologias de informação e comunicação

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FUNDAÇÃO DE ENSINO E PESQUISA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE - FEPECS Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências para a Saúde - Mestrado Profissional Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde - PET – Saúde/MS Edital nº 1 de 07/03/2012 Projeto de Pesquisa “Educação Permanente em Saúde mediada por Tecnologias de Informação e Comunicação: Um estudo sobre o pré-natal no Riacho Fundo II do Distrito Federal” Luciano Pina Gois FEPECS/SES/DF [email protected] cel: +55(061) 9981 9081 Orientadora: Profa. Dra. Pamela Ximenes Co-Orientadora: Profa. Dra. Muna Mohamed Odeh Área: Ciências da Saúde Área de Concentração: Qualidade na Assistência à Saúde Linha de Pesquisa: Qualidade na Assistência à Saúde da Mulher Tema: Educação Permanente em Saúde da Mulher

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Projeto de pesquisa apresentado no I Mestrado Profissional em Ciências para a Saúde da FEPECS. - 2012.

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Page 1: Educação Permanente em Saúde mediada por Tecnologias de Informação e Comunicação

FUNDAÇÃO DE ENSINO E PESQUISA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE - FEPECSPrograma de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências para a Saúde - Mestrado ProfissionalPrograma de Educação pelo Trabalho para a Saúde - PET – Saúde/MSEdital nº 1 de 07/03/2012

Projeto de Pesquisa

“Educação Permanente em Saúde mediada por Tecnologias de Informação e Comunicação: Um estudo sobre o pré-natal no Riacho Fundo II do

Distrito Federal”

Luciano Pina GoisFEPECS/SES/DF

[email protected]: +55(061) 9981 9081

Orientadora: Profa. Dra. Pamela Ximenes

Co-Orientadora: Profa. Dra. Muna Mohamed Odeh

Área:Ciências da Saúde

Área de Concentração: Qualidade na Assistência à Saúde

Linha de Pesquisa:Qualidade na Assistência à Saúde da Mulher

Tema:Educação Permanente em Saúde da Mulher

Novembro de 2012

Brasília, DF

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1. Introdução

O Ministério da Saúde instituiu em 2011, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), o Programa Rede Cegonha com o objetivo de implantar uma nova estratégia de atenção à saúde da mulher e à saúde da criança.

O programa apresenta como diretrizes de ações: a ampliação do acesso, acolhimento e melhoria da qualidade do pré-natal; o transporte para o pré-natal e para o parto; a vinculação da gestante à unidade de referência para assistência ao parto; a realização de parto e nascimento seguros, através de boas práticas de atenção; acompanhante no parto, de livre escolha da gestante; atenção à saúde da criança de 0 a 24 meses com qualidade e resolutividade e acesso ao planejamento reprodutivo.

Para facilitar sua implantação nos estados e municípios, as ações são organizadas em quatro Componentes : I - Componente Pré-natal; II - Componente Parto e Nascimento; III - Componente Puerpério e Atenção Integral à Saúde da Criança e IV - Componente Sistema Logístico: Transporte Sanitário e Regulação (Brasil, 2011). Dessa forma, busca-se proporcionar às usuárias e familiares uma atenção mais humanizada, segura e adequada, em todas as fases do desenvolvimento até os dois primeiros anos de vida da criança, incluindo o planejamento reprodutivo, a confirmação da gravidez, o pré-natal, parto e puerpério.

Os princípios que norteiam as ações do programa Rede Cegonha visam promover uma ruptura do modelo de atenção centrado no atendimento médico especializado para um modelo de atenção integral e multidisciplinar orientado pela Estratégia Saúde da Família (ESF) onde as equipes de saúde passam a representar a principal porta de entrada no sistema de saúde e a responder pelos programas de saúde da Atenção Básica (AB).

No Distrito Federal, os serviços de saúde apresentam uma organização híbrida: no sistema tradicional, médicos especialistas realizam os atendimentos nos centros e postos de saúde; na ESF, os atendimentos são realizados pelas equipes de saúde da família de maneira integral e multidisciplinar, por cobertura territorial. Essas duas formas de organização apresentam diferenças importantes na abordagem de Educação Permanente em Saúde (EPS).

Na abordagem tradicional de EPS, a educação é pautada em conteúdos programáticos e gestão pedagógica vertical, normativa e centrada na culpabilização do educando. A criação de vínculos entre os trabalhadores da saúde e a comunidade não é privilegiada. Por outro lado, na abordagem da ESF, a educação parte da problematização no contexto social e considera os conhecimentos prévios dos atores envolvidos no processo (Alves, 2011).

Educação Permanente em Saúde

No que diz respeito à Educação Permanente em Saúde (EPS), as ações desenvolvidas no campo do trabalho devem seguir as diretrizes da portaria GM/MS 1996, de 20 de agosto de 2007, que dispõe sobre a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS).

A PNEPS propõe que os processos de educação dos trabalhadores de saúde sejam desenvolvidos a partir da problematização do processo de trabalho e que sejam pautados pelas

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necessidades de saúde das pessoas e populações, sejam eles trabalhadores, usuários ou gerentes de serviços de saúde, de acordo com a concepção multiprofissional e multidisciplinar orientada pela política nacional de EPS.

A EPS tem por objetivo constituir uma rede de ensino-aprendizagem no contexto do trabalho para identificar eventuais problemas nos fluxos dos processos, a partir dos conhecimentos e experiências prévias dos atores envolvidos, com a finalidade de transformar as práticas e a própria organização do trabalho. A EPS utiliza ferramentas que buscam a reflexão crítica sobre a prática dos serviços de saúde, sendo, por si só, um processo educativo e que possibilita uma construção coletiva com a participação e reflexão pelos atores sobre os processos de trabalho (Brasil, MS, 2007).

Na perspectiva da reorganização dos modelos assistenciais, a EPS e a educação em serviço não são consideradas como instrumentos de gestão. Também é comum não serem considerados nem a realidade local nem a experiência do trabalhador (Palhares, 2010). Ainda, segundo Stotz, a mediação educativa não é valorizada como possibilidade de instaurar novas relações e processos nas práticas de saúde (Stotz, 2005). Para Guimarães, as mudanças em uma organização de saúde ocorrem a partir do momento em que a flexibilização no modo de realizar o trabalho resultar em uma estratégia de educação que seja significativa para o cumprimento das diretrizes institucionais.

Nesse sentido, novos processos de EPS devem ser implantados para promover mudanças nas práticas e serviços nas instituições. Métodos e técnicas são necessários para facilitar os processos de tutoria e a corresponsabilidade dos alunos-profissionais na produção do conhecimento, facilitadas pelo uso de tecnologias como mediadoras do processo educativo (Guimarães, 2010).

Tecnologia da Informação e Comunicação

Unwin afirma que para terem sucesso “o desenvolvimento de modelos educacionais com uso das TICs, devem apoiar-se em metodologias pedagógicas fundamentadas na resolução de problemas, na aprendizagem ativa, colaborativa e significativa” (Unwin, 2009 – p.220/1).

Além disso, um espaço virtual via internet pode ser proposto como suporte informacional de compartilhamento em rede, para que as equipes de saúde tenham acesso às orientações, informações em saúde e sobre a pesquisa, bem como, para a troca de saberes entre especialistas lotados em outros pontos da Rede de Atenção. Segundo Moraes,

A construção de espaços de compartilhamento de dados, informações e conhecimento

é um avanço na direção de um longo processo civilizatório onde saberes e práticas possam ser

compartilhadas e colocadas a serviço do bem comum. Nesse sentido, a gestão da informação e

do conhecimento torna-se estratégica para a democratização das relações entre Estado,

Sociedade e forças econômicas. A forma e direção de como se dá essa gestão é a questão central

da atualidade (Moya, 2009 - p.68).

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O estudo irá analisar as práticas educativas do pré-natal para propor mudanças a partir da observação participante e da sistematização das informações levantadas com os profissionais das equipes de saúde da família, seguindo as diretrizes do programa Rede Cegonha.

Dessa forma, linhas de cuidado poderão ser desenvolvidas, de maneira colaborativa e mediadas pelas TICs, no contexto da saúde materna, a partir da identificação e pactuação dos serviços e práticas com outros pontos de atenção da Rede de Saúde.

Pesquisa-ação

A pesquisa adota uma abordagem etnográfica e de pesquisa-ação, com observação participante.

A verdadeira etnografia depende da capacidade de um pesquisador de observar e interagir com

as pessoas enquanto elas essencialmente executam suas rotinas do dia a dia...Esses métodos são também

muito valiosos quando obter o ponto de vista das próprias pessoas é um importante objetivo da própria

pesquisa (Angrosino, 2009 – p.43).

A pesquisa tem seu fundamento na união da investigação, do trabalho educacional e da ação. É, portanto, uma atividade de pesquisa e de educação que, aplicadas ao mundo do trabalho, pode ser utilizada para propor mudanças ou adaptações em direção à implantação de programas institucionais (Demo, 2004).

A Pesquisa Participante e a Pesquisa-ação são referenciadas por alguns autores positivistas como um recurso metodológico alternativo, pois em geral adotam estratégias metodológicas e processos de investigação com abordagem qualitativa. A Pesquisa-ação, por sua vez, como uma estratégia do conhecimento voltada para a resolução de problemas no mundo real, representa uma linha de pesquisa associada a diversas formas de ação coletiva, com objetivos de transformar a realidade. Presta-se para investigação de grupos bem definidos, não sendo um recurso metodológico indicado para investigações individuais ou macrossociais (Thiollent, 1998).

Thiollent ainda ressalta que “toda pesquisa-ação é do tipo participativo: a participação das pessoas implicadas nos problemas investigados é absolutamente necessária” e, em relação a pesquisa participante, a pesquisa-ação além da participação, pressupõe uma intencionalidade e um planejamento prévio de caráter social, educacional, técnico ou gerencial. O autor define pesquisa-ação como:

Um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação

com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo no qual os pesquisadores e os participantes

representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.

(Thiollent, 1998 – p.14)

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A compreensão desses conceitos assim como a sistematização de uma nova estratégia de EPS são estudados para propor melhorias na qualidade dos serviços prestados à saúde da mulher no DF. O tema Educação Permanente em Saúde (EPS) é tratado no contexto da implantação do programa Rede Cegonha e das Equipes de Saúde da Família do Riacho Fundo II (DF).

A análise diagnóstica sobre êxitos e dificuldades enfrentados no pré-natal pelos profissionais das equipes de saúde da família é abordado como ponto de partida para a inovação no modo de promover saúde, por meio de práticas construtivistas, onde o ensinar e o aprender, pela problematização no contexto do trabalho, incorporam as novas diretrizes do Programa Rede Cegonha.

Portanto, a problematização sobre o pré-natal é apresentada como tema de investigação em pesquisa-ação e intervenção educacional. Espera-se que as ações propostas mediadas pelas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) possam contribuir para a melhoria da qualidade da Educação Permanente em Saúde da mulher no DF.

2. Objetivos da pesquisa

O trabalho de pesquisa tem por objetivo geral sistematizar as práticas e metodologias nos processos de Educação Permanente em Saúde (EPS) para reorientar o pré-natal realizado pelas equipes de saúde da família do Riacho Fundo II (DF), de acordo com o programa Rede Cegonha.

Como objetivos específicos, o trabalho propõe:

I - Levantar e registrar as ações de Educação Permanente em Saúde (EPS) implantadas para o público de usuárias e familiares durante o pré-natal, nos aspectos referentes a conteúdos, estratégias metodológicas, suportes pedagógicos e recursos materiais e humanos envolvidos;

II. Identificar e analisar os principais avanços, desafios e dificuldades encontrados no contexto do pré-natal;

III - Propor mudanças nas práticas educativas e de trabalho das equipes de saúde da família de acordo com as diretrizes do Programa Rede Cegonha e com o apoio de um conjunto de ferramentas de TICs para orientar as ações do pré-natal.

3. Metodologia

A metodologia do estudo tem como base as abordagens da pesquisa-ação e da observação participante, com a mediação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), para promover a autonomia dos sujeitos e para desenvolver ações efetivas em saúde no contexto da educação e do trabalho. “Pautada na concepção pedagógica transformadora e emancipatória de Paulo Freire, a proposta da Educação Permanente em Saúde (EPS) vem sendo construída com base nas noções de aprendizagem significativa e de problematização, constituindo-se em

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processos educativos que buscam promover a transformação das práticas de saúde e de educação” (Peduzzi, 2009 – p.122).

O método considera a participação dos atores, a problematização, o contexto social e o uso das TICs como aspectos relevantes a serem considerados nas estratégias de educação permanente para apoio às mudanças nas práticas das equipes de saúde da família (Lemos, 2005). Parte-se da análise crítica para a proposição do aperfeiçoamento das ações com o suporte das TICs e para a construção de novas práticas de educação em saúde e de aprendizagem, norteados pelo Plano Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) (Brasil, 2007).

A Região Administrativa do Riacho Fundo II foi escolhida para o delineamento da pesquisa, pois apresenta a maior cobertura da ESF no DF. A população, estimada em 38.936 habitantes para 2012, é coberta por 14 equipes de saúde da família, com uma taxa de cobertura populacional próximo a 93% (SES-DF, 2012).

O estudo está dividido em três fases de investigação e pesquisa:

3.1 Fase 1: Formulação do projeto e elaboração de instrumentos de pesquisa

Realizar revisão bibliográfica e delimitar o objeto de estudo com as orientadoras. Desenvolver e redigir o plano de pesquisa. Submeter o projeto de pesquisa ao CEP; Qualificar o projeto de pesquisa no Mestrado Profissional da FEPECS; Criar e adaptar instrumentos de coleta de dados, como um conjunto de ferramentas integradas por uma plataforma de ensino e aprendizagem livre e gratuita (AVA Moodle), disponível na internet, com cronograma de execução entre junho/2011 e abril/2012.

Instrumentos de pesquisa:

Questionário I: Instrumento para ser aplicado e respondido coletivamente pelas equipes de saúde da

família de Riacho Fundo II* com o objetivo de realizar um levantamento inicial do perfil de cada equipe de saúde da família considerando:

Localização geográfica (área de abrangência); Identificação da equipe e de seus membros, com nomes e funções desenvolvidas

por cada membro das equipes; Identificação dos participantes voluntários da pesquisa, que serão chamados de

sujeitos da pesquisa. Cada equipe poderá indicar até três nomes para participar da oficina de TIC em Saúde – I Componente Pré-natal, compondo uma amostragem de 42 sujeitos voluntários da pesquisa;

Identificar as ações desenvolvidas na atenção ao pré-natal por cada equipe: - População atendida por cada equipe em 2011;- Número de gestantes atendidas em 2011;- Número de consultas de pré-natal em 2011;-  % de pacientes com sete ou mais consultas em 2011,-  % de pacientes que iniciaram o PN antes de 12 semanas;-  Tipo de parto (% de cesárea);

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- Atividades educacionais desenvolvidas pela equipe;-  Avanços;- Dificuldades enfrentadas.

*total de questionários previstos = 14, sendo 1 para cada equipe.

Roteiro para Observação Participante:Instrumento para orientar as visitas ao campo de trabalho das equipes de saúde da

família: Visitar seis equipes para observar as atividades educacionais e de atendimentos

realizados no pré-natal da ESF do Riacho Fundo II (DF); Entrevistar os três sujeitos voluntários da pesquisa, de cada equipe de saúde da

família visitada, totalizando 18 entrevistas.

Plataforma de Ensino Desenvolver plataforma de ensino no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA Moodle)

para incorporar os resultados os dados sistematizados dos questionários e visita para oferecer uma oficina de Tecnologia da Informação e Comunicação em Saúde – I Componente Pré-natal, orientando as mudanças indicadas no Programa Rede Cegonha:

AVA Moodle da Fepecs Laboratório de Informática da Fepecs Desenvolver ambiente; Redigir a ementa da Oficina; Redigir os manuais da oficina e dos alunos

Período de realização: novembro/2012 a abril/2013

3.2 Fase 2 : Pesquisa-ação em contexto

A investigação exploratória visa propor melhorias na qualidade da assistência à saúde materna, em especial, do componente I do programa Rede Cegonha, o qual envolve ações direcionadas aos serviços de atenção ao pré-natal do SUS.

Uma investigação diagnóstica é proposta por meio de aplicação de questionários às equipes de saúde da família e da observação participante por meio de entrevistas semiestruturadas com os sujeitos voluntários das equipes de saúde da família do Riacho Fundo II (DF).

a) Elaboração do plano de aplicação em contexto e levantamento de dados preliminares

Estabelecer acordos com os sujeitos da pesquisa sobre os objetivos, instrumentos e métodos selecionados para aplicação no contexto do pré-natal da Estratégia de Saúde da Família do Riacho Fundo II (DF).

Elaborar, de maneira participativa, um plano e cronograma de aplicação da pesquisa. Nesta fase também são apresentadas as diretrizes e ações do Programa Rede Cegonha, assim

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como, os conceitos de pesquisa-ação, etnografia e de intervenção educacional com o uso das TICs. Um Termo de Consentimento Livre Esclarecido é apresentado para formalizar as adesões dos participantes à pesquisa.

Planejar uma dinâmica de exposição dialogada, com carga horária de quatro horas direcionada para os gestores do programa Rede Cegonha e profissionais da ESF do Riacho Fundo II.

Distribuir 14 questionários para as equipes de saúde da família responderem coletivamente.

Propor oficina de TIC em Saúde – Componente I: Pré-natal

b) Visitas exploratórias em contexto

As visitas visam levantar dados por meio de questionários e entrevistas sobre as ações de educação em saúde realizadas pelos profissionais das equipes de saúde da família, no contexto do pré-natal. Considera-se relevante os conteúdos, estratégias e os recursos materiais e humanos envolvidos nas práticas educativas.

Busca-se mapear as ações educativas desenvolvidas durante o pré-natal, descrevendo a metodologia educacional utilizada (exposição dialogada, palestras, filmes, atividades físicas em grupo, aulas tradicionais, dinâmicas de grupo), a equipe e os materiais empregados, o número de pacientes, local, horário e periodicidade das ações.

Estão previstas seis visitas às equipes de saúde da família, sorteadas entre as 14 equipes que manifestaram interesse em participar voluntariamente da pesquisa. Em cada visita serão realizadas três entrevistas com os sujeitos voluntários participantes, indicados pela equipe de saúde para participar da oficina de TIC em Saúde – Componente Pré-natal.

** total de 18 entrevistas nas seis visitas

c) Ação reflexiva e análise de dados – início da oficina

Sistematizar os dados coletados pelos 14 questionários e nas seis visitas.Realizar oficina com formato de exposição dialogada e carga horária de 4 horas para

apresentar os dados coletados e promover ação reflexiva sobre as mudanças necessárias segundo as diretrizes do programa Rede Cegonha, para o público-alvo de 42 sujeitos voluntários indicados pelas equipes de saúde da família do Riacho Fundo II (DF).

Pactuar e definir, de maneira participativa, as ações que serão desenvolvidas durante oficina de TIC em Saúde – Componente I: pré-natal, a fim de instrumentalizar os sujeitos voluntários da pesquisa para promover as mudanças necessárias no pré-natal do Riacho Fundo II (DF).

*** Critérios de inclusão: ser membro de uma das equipes de saúde da família do RFII

d) Proposição de mudanças com o suporte das TICs

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Os dados coletados serão sistematizados e disponibilizados no AVA- Moodle com o objetivo de subsidiar as análises pelos sujeitos da pesquisa, segundo uma abordagem participante. Tem o objetivo de identificar os principais avanços e desafios nos processos de Educação Permanente em Saúde enfrentado pelas equipes de saúde da família do Riacho Fundo II. O questionamento do que pode ser aperfeiçoado nas práticas educativas do pré-natal, conduzem a oficina para a proposição de ações e mudanças, a partir da análise dos dados coletados no contexto do trabalho e da construção colaborativa de proposições de ações de mudanças segundo as diretrizes propostas pela Rede Cegonha.

Formato: oficina semipresencial de TIC em Saúde – Componente Pré-natal; Período: março - junho de 2013, com carga horária de 60h; Público-alvo: 42 voluntários, sujeitos participantes, da Estratégia Saúde da Família (ESF)

do Riacho Fundo II; Amostragem: três profissionais por equipe de saúde da família, voluntários e indicados

pelas próprias equipes, o que representa uma amostragem de 42 sujeitos participantes, divididos em duas turmas de 21 profissionais de saúde;

Desenho: problematização com trabalho colaborativo mediado pelas TICs; Critérios de inclusão: ser membro de uma das equipes de saúda da família do RFII e

dispor voluntariamente a participar da pesquisa; Local de realização: laboratório de informática da FEPECS Território de localização: Riacho Fundo II (DF)

3.3 Fase 3 - Processamento e análise dos dados

Sistematização dos dados produzidos, análise dos resultados da pesquisa e elaboração do texto da dissertação.

4. Cronograma

Fase Atividade Meses 2012 Meses 2013

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6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 Formulação do Projeto

de pesquisa X X X X X1 Submissão ao CEP X1 Qualificação da pesquisa

X1 Elaboração dos

instrumentos de Coleta e desenvolvimento do AVA

X X X X X X

2 Encontro I para:Exposição dialogada e Aplicação do questionário I

X

2 Visitas exploratórias X X2 Oficina presencial –

análise e reflexão dos dados coletados

X X

2 Oficina presencial – propostas de mudanças com o suporte das TICs

X X

3 Processamento e análise de dados X X X X

3 Redigir e apresentar dissertação X X X X

5. Conselho de Ética

A Resolução Nº. 196/96 do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde (Brasil, 1996) que dispõe sobre pesquisas envolvendo seres humanos estabelece que todas as pessoas que participam como sujeitos de pesquisa devem estar plenamente esclarecidas sobre objetivos, procedimentos, riscos e benefícios dos estudos para poderem decidir autonomamente sobre a sua participação ou não em uma investigação.

A metodologia utilizada neste projeto apresenta mínimos riscos para os participantes, uma vez que os instrumentos utilizados na pesquisa não envolvem materiais biológicos nem medicamentos e os instrumentos utilizados estão representados por:

a) questionários; b) entrevistas semiestruturadas;c) oficinas presenciais ed) análise de bases de dados e documentos.

O projeto será submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria de Estado de Saúde do DF (CEP-DF) em novembro de 2012. Os sujeitos (servidores e gestores) foram esclarecidos quanto às formas de divulgação dos resultados em publicações com fins científicos e no site próprio da pesquisa, com a garantia de não serem citados nomes ou qualquer outra forma de identificação e serem preservados os direitos de imagem dos mesmos;Foi elaborado documento em duas vias, denominado Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) - anexo um, que contém todas as informações pertinentes

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à pesquisa, o qual deverá ser assinado por todos os entrevistados e pelos pesquisadores, sendo que uma via ficará com o sujeito e outra com os pesquisadores, arquivadas nos documentos da pesquisa.

6. Orçamento

Em relação ao orçamento da pesquisa, descrevemos os custos operacionais para realização da mesma, subdividindo em:a – material de consumo …..............................................R$ 1.200,00b – combustível e transporte….........................................R$ 1.500,00c – alimentação (coffee-break p/3 encontros)...................R$ 2.100,00d – pgtos. pessoas jurídicas (equipamentos e serviços)....R$ 2.900,00

****obs.: os custos da pesquisa, no valor total de R$ 7.700,00 ficarão por responsabilidade do pesquisador.

7. Referências

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