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Educação em Saúde e Pesquisa Qualitativa: Relações Possíveis

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Esse é um trabalho proposto aos acadêmicos do 5° Período de Enfermagem da Nova Faculdade na disciplina de Fundamentos Pedagógicos.

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Educação em Saúde e Pesquisa Qualitativa:

Relações Possíveis

Este é um trabalho proposto aos acadêmicos do5° Período de Enfermagem da Nova Faculdadena disciplina de Fundamentos Pedagógicos.

Discentes: Bianca C. BragaSamara P. Machado

Docente: Vilmar Vilaça

“A educação em saúde deixa de ser umaatividade a mais realizada nos serviços paraser algo que atinge e reorienta a diversidadede práticas aí realizadas. Passa a ser uminstrumento de construção da participaçãopopular nos serviços de saúde e, ao mesmotempo, de aprofundamento da intervençãoda ciência na vida cotidiana das famílias e dasociedade. " (VASCONCELOS, 2001).

Educação em Saúde

A educação em saúde surge no Brasil, em meados do século XX com a finalidade de

combater as epidemias que causavam transtornos à exportação do café. Nesse período as

práticas de educação em saúde pautavam-se em processos impositores e normativos,

desconsiderando a população como sujeito coletivo e ativo, no processo de saúde

(VASCONCELOS; SMEKE, 2001).

Para buscarmos a construção de um programa de saúde que realmente atenda as

necessidades do individuo faz-se necessário um estudo que interaja com a comunidade,

ouvindo, observando e analisando para que possa ser implantado ações efetivas (LIMA,

2005).

Introdução

A história da educação em saúde revela que ela foi se

construindo através de diversos períodos, sendo que na

maioria das vezes sua compreensão teórica e prática

estiveram atrelados aos interesses de um modelo

econômico vigente (LIMA, 2005).

Muitos destes foram marcados por uma concepção

educadora onde as medidas e cuidado com a saúde

eram impostas por profissionais que julgavam-se

detentores do saber, sendo que ao indivíduo cabia

apenas ouvir e reproduzir o que aprendeu (LIMA, 2005).Fonte: Disponível em <https://lookfordiagnosis.com/mesh_info.php?term=Educa%C3%A7%C3%A3o+Em+Sa%C3%BAde&lang=3>. Acesso em 08/11/2014

Movimento Higienista

O movimento higienista surgiu fundamentado em uma base biologista, cujo pressuposto era

de que a solução para os problemas de saúde da população, considerada ignorante, em

relação às normas de higiene, seria a mudança de atitudes e comportamentos frente a

essas normas (COSTA, 1987; PEREIRA, 1993).

Vemos que a saúde não é vista como uma questão que engloba também políticas sociais

de vida e trabalho da população, mas é minimizada e centralizada no indivíduo, que passa a

necessitar se adequar as normas impostas pela política sanitária (COSTA, 1987; PEREIRA,

1993).

Movimento Higienista

Nos anos 30, com a fundação do Ministério

da Educação e Saúde, as atividades

sanitárias são concentradas nas capitais do

país. Ainda nesse período são incluídas na

Constituição Brasileira diretrizes sobre o

aprimoramento eugênico da população, que

confirma o fascismo da doutrina higienista,

que estava vinculada aos interesses da

ditadura Vargas (COSTA, 1987; LEVY,

1998).

Fonte: Disponível em <http://labpracticeinc.com>. Acesso em 08/11/2014.

Movimento Sanitarista

O movimento sanitarista propunha que os

centros de saúde fossem universalizados

como serviços preventivos e que o Estado

os assumisse. Propunha também que a

educação sanitária se desse nas escolas,

nos centros de saúde, assim como em

campanhas sanitárias (COSTA, 1987;

LEVY, 1998).

Fonte: Disponível em <http://pedrobuarque.com.br/subjetividade/?p=56>. Acesso em 08/11/2014.

Práticas problematizadoras em Educação em Saúde

A educação problematizadora permite que os

educandos passem de um estágio onde atuam

apenas como receptores de informações, para um

estágio crítico do seu processo educacional (Freire,

1988).

Existe uma relação dialógica entre o educador e o

educando e vice-versa. A população torna-se

consciente de seu papel na sociedade e busca

através de ferramentas próprias autonomia frente a

resolução dos problemas que enfrenta (Freire,

1988).

Fonte: Disponível em <http://olhosdepesquisador.blogspot.com.br/2012/06/educacao-formal-ou-em-domicilio.html>. Acesso em 25/11/2014.

Práticas Problematizadoras em educação em Saúde

O educador em saúde deve respeitar a

história de vida do educando, utilizando

sempre os conhecimentos que este traz,

não julgando-se detentor do saber, mas sim

que pode aprender com o educando, que

ao notar suas idéias respeitadas, aprende arespeitar-se. (FREIRE, 1988).

Fonte: Disponível em <http://educacinpartinetperla.blogspot.com.br>. Acesso em 21/11/2014.

Metodologia Qualitativa

A pesquisa qualitativa está inserida no

universo das ciências sociais que nos

coloca em contato com todo um percurso

histórico, recebendo desta forma,

influências das situações que envolvem o

caminho percorrido até o momento da

pesquisa (MINAYO, 1996).

Fonte: Disponível em <http://institutoipem.com.br/blog/diferentes-tecnicas-de-pesquisa/>. Acesso em 21/11/2014.

Pesquisa Qualitativa

A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas

ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja, ela

trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e

atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e

dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de varáveis

(MINAYO, 1996).

Fonte: Disponível em <http://www.institutophd.com.br/blog/a-importancia-da-pesquisa-qualitativa/>. Acesso em 21/11/2014.

Relação entre educação em saúde e Pesquisa Qualitativa

A relação entre a educação emsaúde e da pesquisa qualitativafica claro que ambas fazemparte de um mesmo universo,com áreas de conhecimentoarticulados às ciências sociais,antropologia médica, psicologia,educação e pedagogia, poistodas procuram nos indivíduos,inseridos em seus contextos, asolução para seus problemas(LIMA 2005).

Fonte: Disponível em <http://blogandonoticias.com/wp-content/uploads/2014/10/educa%C3%A7%C3%A3o.jpg>. Acesso em 25/11/2014.

Relações entre educação em saúde e pesquisa qualitativa

A educação em saúde procura tornar os sujeitos conscientes de suas necessidades e

capazes de buscarem a solução para os problemas que enfrentam de forma crítica,

tornando-se cada vez mais autônomos e independentes de situações impostas pela

classe dominante (LIMA, 2005).

A pesquisa qualitativa busca aprofundar conhecimentos que permitirão encontrar as

razões que levaram à determinada situação em estudo, sempre considerando o

contexto histórico, social e cultural da população estudada (LIMA, 2005).

Pesquisa Qualitativa e o Profissional de Saúde

Fica clara a pertinência do trabalho da pesquisa qualitativa para o

profissional de saúde que busca uma educação em saúde libertadora,

pois para este, através dos resultados obtidos na pesquisa os

problemas ficam evidentes, assim como suas causas e o caminho para

solucioná-los (LIMA, 2005).

Vale ressaltar que o profissional de saúde passará a uma visão muito

mais ampla desses problemas e da forma como solucioná-los, devido

ao fato da pesquisa qualitativa, estando inserida no universo da

pesquisa social, trazer resultados de conotação muito mais profundo do

que dados numéricos (LIMA, 2005).

Pesquisa Qualitativa

Traz também questões pertinentes à

vida dos sujeitos investigados, sua

relação com a doença, com o meio em

que vive e até mesmo com o serviço

de saúde oferecido (LIMA, 2005).

Desta maneira o profissional que conta

com a pesquisa qualitativa terá em

mãos dados para solucionar os

problemas de uma forma muito mais

abrangente e completa, não se

pautando apenas na questão biológica,

mas na social e política que permeiam

a vida dos sujeitos (LIMA, 2005). Fonte: Disponível em <http://emake.ws/equali/>. Acesso em 25/11/2014.

Educação em saúde e o Cidadão

O sujeito passará a ter acesso a uma educação em

saúde que o tornará mais crítico e com uma visão

muito mais abrangente, sendo que desta forma poderá

buscar a melhor saída, podendo perceber amplamente

que seus problemas de saúde não estão relacionados

unicamente com agentes patogênicos ou biológicos,

mas também com as questões mais complexas que o

envolvem, condições de moradia, emprego, vida

familiar, questões político-econômicas, entre outras.

Assim ele terá condições de lutar por seus direitos e

garantir sua identidade de cidadão. (LIMA, 2005).

Fonte: Disponível em <http://www.ufpi.br/nesp/materias/index/mostrar/id/828>. Acesso em 25/11/2014.

Conclusão

A pesquisa qualitativa permite uma visão holística sobre o

indivíduo, considerando seu contexto histórico, social,

econômico cultural, seu saber, mitos e relações.

A educação em saúde visa fortalecer a solidariedade,

autonomia e a consciência dos educandos por meio dos

educadores que devem estar preparados para assumirem seu

papel visando uma mudança radical de atitudes em relação

ao processo saúde/doença.

Sendo assim, a educação em saúde e a pesquisa qualitativa

possibilitam ao profissional pesquisador ferramentas

necessárias para a busca de soluções para os problemas dos

indivíduos.Fonte: Disponível em <http://www.ufpi.br/nesp/materias/index/mostrar/id/8128>. Acesso em 25/11/2014.

Referências

COSTA, N.R. Estado, educação e saúde: a higiene da vida cotidiana. In: PINO,I.R. (Coord.) Educação e saúde. São Paulo:Cortez,1987. p.5-27. (Cadernos do Cedes nº 4).

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 18.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,1988. p.9-184.

PEREIRA, G.S. O profissional de saúde e a educação em saúde: representações de uma prática. 1993. 127f . Dissertação (Mestrado) -Escola Nacional de Saúde Pública, Fiocruz, Rio de Janeiro, 1993.

MINAYO, M.C.S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 4.ed. São Paulo: Hucitec-Abrasco,1996. p.19-269.

LEVY, S.N. et al. Educação em saúde: histórico, conceitos e propostas. 1998. Disponível em:<http://www.datasus.gov.br/cns/temas/educacaosaude/educacaosaude.htm>.

VASCONCELOS, E.M. Educação popular e a atenção à saúde da família. 2.ed. São Paulo: Sobral, Hucitec-Uvas, 2001. p.29-31.

Lima, A. K; Costa, A. N. F; Educação em Saúde e pesquisa qualitativa: Relações possíveis. Alim. Nutr., Araraquara. V. 16, n. 1, p. 33-38,jan./mar. 2005.