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E d i t o r i a l Claudio Milan [email protected]

Quer conteúdo? Quer Novo MeioE lá se foi mais um mês em meio a um ambiente de dúvi-das, incertezas, instabilida-de e muitas perguntas ain-da sem respostas. O mal que nos aflige nestes dias rompeu a barreira do primeiro semes-tre e continua sem a perspec-tiva de uma solução definiti-va para este ano. Tudo indica que vamos caminhar, como di-riam nossos avós, aos tran-cos e barrancos até o final de 2020 driblando as ameaças e instigando nossa criatividade e nosso empreendedorismo para vencer os obstáculos.Vivemos tempos inéditos que nos convidam a revisar e im-plodir paradigmas que tínha-mos como sólidos. Os atentos têm respondido ao chama-do com talento, competên-cia e, principalmente, resulta-dos. Um dos grandes legados de mais esta crise são as his-tórias de superação. E, estas, merecem ser contadas.É exatamente isso que a Novo Meio tem feito a partir de suas diversas plataformas digitais de comunicação. Desde a últi-ma semana de março, nos pu-semos a quebrar os tais para-digmas promovendo uma nova revolução na indústria da co-municação no Aftermarket Automotivo brasileiro.Essa transformação foi sus-tentada por diferentes pila-res, mas, neste momento, que-ro destacar dois: tecnologia e conteúdo. A tecnologia para

potencializar ao máximo os avançados recursos de difusão da informação hoje disponí-veis, permitindo imenso alcan-ce da mensagem, porém sem dispersão. Falando diretamen-te com quem precisa ouvir. Você visualiza, agora, em sua tela um exemplo. A tecnologia fez com que este Novo Varejo full digital perdesse qualquer tipo de limitação no espaço para as reportagens. O resul-tado foi um jornal ainda mais consistente, maior, e muito mais dinâmico, pois basta um clique para você ser direciona-do a informações complemen-tares em nossas diferentes plataformas de comunicação e relacionamento. É a transfor-mação digital que veio para fi-car atendendo as exigências e necessidades de uma socieda-de que mudou, evoluiu e igual-mente se transformou.Agora, o conteúdo. Este é um patrimônio que a Novo Meio construiu ao longo de mais de 26 anos de atuação no merca-do brasileiro de manutenção veicular. Uma experiência ad-quirida produzindo veículos de comunicação próprios e cus-tomizados para todas as eta-pas da cadeia de negócios do setor e para as principais em-presas que nele atuam com protagonismo. Indústria, dis-tribuição, varejo, reparação, consumidor final. Não hou-ve um público sequer que não tenha sido contemplado pela Novo Meio.O resultado desta experiên-cia única foi o desenvolvimen-to de uma sólida inteligência de mercado que, mais do que nunca, tem sido fundamental neste momento em que vive-mos e produzimos em meio a dúvidas, incertezas, instabili-dade e muitas perguntas ain-da sem respostas.

Desde o final do março, esta-mos trabalhando obsessiva-mente para esclarecer as dú-vidas, reduzir as incertezas, apontar caminhos estáveis e responder as perguntas do mercado. E o único meio de atingir esse objetivo é a in-formação. É o conhecimento que ilumina nossos passos e nos permite superar os imen-sos desafios que se apresen-tam dia após dia.Com o apoio inestimável da tecnologia, temos tido a opor-tunidade de oferecer informa-ção em tempo real em nossas plataformas de comunicação e relacionamento, abrindo es-paço para todas as lideran-ças do Aftermarket Automoti-vo contarem suas estratégias não apenas de sobrevivência, mas de retomada, de expan-são de negócios e percepção de oportunidades. São horas e horas de testemunhos valio-sos, histórias ricas e motiva-doras que têm se constituído em um reluzente farol no mar de incertezas.Oferecer ao Aftermarket Au-tomotivo um conteúdo con-sistente e independente tem sido o maior serviço que a Novo Meio pode prestar a este mercado. Estudos que mos-tram os atalhos para retoma-da. Depoimentos que revelam os caminhos da superação. Pesquisas que acompanham o dia a dia da movimentação do varejo em sua jornada de recuperação. Conteúdo que só a inteligência de mercado construída pela Novo Meio ao longo de sua trajetória de ino-vação poderia proporcionar não apenas aos leitores, mas também às empresas que ti-verem como princípio ofere-cer a seus públicos informa-ção de qualidade. Quem quer conteúdo, quer Novo Meio.

Indústria, distribuição, varejo, reparação, consumidor final. Não houve um público sequer que não tenha sido contemplado pela Novo Meio.

Ano 27 - # 307 - Julho de 2020

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H á 1 0 0 E d i ç õ E s

Lideranças do Aftermarket Automotivo continuam analisando a conjuntura do mercado

Números do mais recente estudo sobre a frota brasileira mostram envelhecimento dos veículos

Milad Kalume Neto, diretor da JATO do Brasil, fala sobre tendências e a chagada da indústria 4.0 ao país.

76 78

Há 100 edições o Novo Varejo já abordava uma tendência

que vem se consolidando cada vez mais nas relações entre

comércio e consumo

Canais, mobilidade, personaliza-

ção. Três palavras mágicas que

determinarão o futuro do varejo

no Brasil e no mundo. Grandes va-

rejistas do planeta já vinham de-

senvolvendo novas ferramentas,

estratégias e soluções para os

próximos anos com o objetivo de

aproximar o comércio ao consu-

midor. A edição 207 de Novo Va-

rejo mostrava então que, há qua-

se 10 anos, a palavra de ordem era

facilidade.

Todas as grandes ideias se basea-

vam num único ideal: de que o ob-

jetivo maior do varejo é oferecer

os melhores caminhos para que o

cliente possa ter acesso rápido ao

produto que precisa, com infor-

mação e, claro, qualidade.

Para tanto, o varejista precisaria

estar presente em diferentes ca-

nais: lojas, catálogos, internet, re-

des sociais, e tecnologias móveis,

nada podia escapar. E não basta-

ria apenas ter os canais, é preciso

saber usá-los sozinhos e em con-

junto. E as redes sociais já há 100

edições representavam um fenô-

meno a ser explorado e uma opor-

tunidade de estabelecer relação

de aproximação com os clientes.

Fosse via promoções ou lança-

mentos. Há quase 10 anos, assim

como hoje, ter uma estratégica

multicanal ampla é fundamental.

Varejo do futuro é multicanal

Dados divulgados pela Receita Federal revelam que recorde de vendas em 2020 ocorreu em meio à pandemia

08Insegurança provocada pela pandemia impacta saúde emocional dos balconistas do varejo de autopeças 89

s u m á r i o

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Indústria automotiva 4.0 ainda está em patamar embrionário no Brasil

A indústria 4.0 é um conceito em ex-pansão, mas ainda está em fase em-brionária no Brasil, conforme analisa Milad Kalume Neto, diretor de novos negócios da JATO do Brasil. O exe-cutivo está há 20 anos na conceitu-ada consultoria, que trabalha com informações de mercado, acompa-nha especificações, produtos, in-centivos e tem atuação ampla no se-tor automotivo, especialmente nos processos de definição de preço dos produtos. Em entrevista exclusiva ao Novo Va-rejo, Kalume Neto fala sobre as pers-pectivas do setor automotivo e ex-plica que a consolidação de dados, codificação das peças e várias tec-nologias interligadas são atributos que precisam ser alcançados para abrir caminho rumo à adequação do país às tendências globais.

NV - Quais são as novas oportunida-des que têm surgido no setor auto-motivo brasileiro?MKN - Estamos passando por um momento que poucos nesta gera-ção vão enfrentar novamente. É um momento de muitas transforma-ções. E a indústria automotiva tam-bém está neste contexto. A gente

Milad Kalume Neto, diretor de novos negócios da consultoria automotiva JATO do Brasil, fala sobre

tendências culturais e tecnológicas no setor automotivo

vê uma mudança com relação aos produtos, novos desenvolvimentos, novas tecnologias sendo implemen-tadas, algumas desacelerações, movimentos que até o ano passado estavam indo de vento em popa e agora estão com uma pegada mais cautelosa. É realmente uma mudan-ça até de paradigmas com relação a alguns preceitos fundamentais nes-se mercado de automóveis. As ven-das diretas vinham aumentando nos últimos 15 anos, saímos de um pata-mar em torno de 20% e chegamos a até 50%. Mas hoje, com o adven-to da pandemia, todo mundo está devolvendo os veículos adquiridos para transporte por aplicativos. É uma mudança muito substancial em todos os parâmetros da economia que afetou diretamente o mercado automotivo na ponta envolvendo os veículos 0 km. O mercado de usados também sentiu.

NV - Você acredita que, após a pan-

N o V o H o J E N o V o H o J EClaudio Milan [email protected] Foto: Shutterstock e divulgação

demia, o consumidor vai voltar a ter interesse crescente pela posse do automóvel? MKN - Sim, sem dúvida. A gente acredita que, de fato, nesse primeiro momento as pessoas irão diminuir bastante a utilização do transpor-te por aplicativos. A tendência é que isso se normalize, as empresas es-tão tomando todas as medidas para a segurança não só dos motoristas, mas também dos passageiros. Acho que tudo vai se acomodar, mas nes-te momento de fato este mercado está sofrendo bastante as consequ-ências da pandemia. E por mais que haja a retomada, que haja abertura do comércio, a gente percebe ainda um núcleo bem enfraquecido para os veículos de locação com fins de transporte privado.

NV - Uma questão em alta no setor é a evolução da indústria 4.0. Que transformações ela trará para a ca-deia automotiva no Brasil?

MKN - A indústria 4.0 é um tema que vem sendo discutido já há alguns anos no mercado. Ela objetiva um mundo ideal em que você está pensando em comprar um determinado veiculo e se realizar essa aquisição o veiculo já es-tará disponível na concessionária no dia seguinte. Ou você já tendo a pos-se do veiculo estará em comunicação direta do seu carro, por exemplo, com a rede de concessionárias. E quando você entrar no estabelecimento, com o serviço automaticamente pré-agen-dado, já serão coletadas todas as in-formações do veiculo e tudo já esta-rá preparado para o atendimento. Ou seja, é um mundo de big data em que uma série de parâmetros será leva-da em consideração caminhando para um ponto em que não haverá mais ge-ração de estoques, as pessoas não vão precisar parar para analisar algu-ma coisa, essa ‘alguma coisa’ já terá sido analisada em um momento pré-vio e todo mundo terá ciência do que é necessário para realizar determinada

Conceito promoverá revolução nas fábricas e no uso do automóvel

As vendas diretas vinham aumentando nos últimos 15 anos, saímos de um patamar em torno de 20% e chegamos a até 50%

ação de reparo daquele defeito. Den-tro da indústria já temos uma série de elementos totalmente automatiza-dos, mas ainda se verifica que no Bra-sil estamos um pouco distantes dis-so acontecer – não só aqui, no mundo inteiro é ainda um embrião que está nascendo e se consolidando cada vez mais. É claro que você tem cadeias de suprimentos de peças no merca-do de automóveis já todas interliga-das em que basicamente há um es-toque mínimo para a garantia do seu dia a dia simplesmente. Esse estoque, num determinado momento, já gera automaticamente o pedido para a fá-brica fornecedora, que também au-tomaticamente disponibiliza todas as peças para te deixar dentro da linha de produção. Na indústria 4.0 tudo es-tará interligado em alta velocidade, e aí também se encaixam muito bem os veículos elétricos e os autônomos. É um cenário de grandes mudanças que a gente vislumbra dentro dos próxi-mos 10 ou 15 anos na indústria.

NV - Em que estágio se encontra a

implantação da in-dústria 4.0 no setor automotivo brasilei-ro?MKN - A indústria 4.0 leva em considera-ção o consumidor, dados, a cultura das pessoas, há diversos processos intrínse-cos a esse sistema, a inovação numa sé-rie de aspectos refe-rentes à codificação de peças, por exem-plo, e de vínculo que você tem com o seu fornecedor direto. São muitas tecnolo-gias interligadas. Eu diria que não esta-mos no zero, temos alguns passos já da-dos, mas a escadaria

ainda é longa. Estamos no início do processo. Também é bom enfatizar que não podemos mais ter a refe-rencia de que estamos no início e vai demorar 30 anos para chegar. Esta-mos num mundo em que tudo acon-tece muito rápido; então, por mais que o processo seja embrionário, se a onda for para essa área a tendên-cia é que tudo se resolva em curto espaço de tempo.

NV - Hoje o mercado independen-te é responsável por cerca de 80% a 85% da manutenção da frota. As concessionárias ficam basicamente com os veículos em garantia. Com a expansão dessas linhas de comuni-cação entre os carros e as conces-sionarias isso pode mudar, conside-rando que fatores como custos de peças e serviços afastam os clien-tes das autorizadas?MKN - A gente tem um trabalho de pesquisa de preços e às vezes veri-fica peças do aftermarket de marcas com até nem tanto conhecimento do público praticando preços aci-ma da concessionária. É uma situa-ção rara, mas de fato eventualmente

ocorre. Você comprando dentro de uma concessionária em tese está le-vando um produto já garantido, tes-tado pelo fabricante. Em linhas ge-rais eu sou obrigado a concordar que as concessionárias acabam pra-ticando preços um pouco mais ele-vados que a média. Mas acredito que temos um modelo consolidado de concessionárias e oficinas. A gente vê na Europa oficinas homologadas pelas montadoras, não necessaria-mente uma rede de concessioná-rias. Então por que não aplicar isso dentro do mercado brasileiro tam-bém? É uma possibilidade concreta. É claro que há todos os elementos de Lei Ferrari por trás protegendo a identidade da marca e a comercia-lização dos veículos, mas acho que é um modelo a ser repensado tam-bém para a rede de concessionárias e para as oficinas mecânicas. É um modelo bem factível para ser intro-duzido num curto espaço de tempo.

NV - De forma resumida podemos dizer que o setor automotivo evo-lui hoje em meio a quatro megaten-dências: conectividade, mobilida-de compartilhada, eletrificação da frota e condução autônoma. Todas essas tendências são válidas para o Brasil? MKN - A mobilidade compartilha-da nesse momento eu colocaria um pouco de lado. Alguns estudos na China revelam que houve aumen-to nas vendas de veículos porque o consumidor de fato está com receio de usar o transporte público e con-trair o coronavírus. A tendência é que ela seja retomada porque, principal-mente no Brasil, a aquisição de um veículo tem custos elevados ineren-tes à posse. Podendo compartilhar o veículo com outras pessoas sem ter o direto da posse, por mais que ao fi-nal seja também um custo de certa forma elevado, é interessante para o consumidor que não tem capacida-de financeira para bancar um veículo por completo e mesmo naquele tem-po de ociosidade. Quando você com-

pra um carro não é só a parcela de financiamento que pesa, tem o com-bustível, o gasto do pneu, a troca de óleo, manutenção, seguro, a depre-ciação, são diversos fatores que in-fluenciam no valor residual que você vai ter do veículo quando for trocá--lo. Mas, sim, todos os pilares, as megatendências, são válidos, com essa ressalva ao transporte indivi-dualizado por frota terceira.

NV - Mas você acredita em um pro-cesso de eletrificação da frota bra-sileira?MKN - Eu particularmente acredi-to que vai existir, já está acontecen-do, algumas marcas estão trazen-do veículos elétricos para o Brasil. Mas certa vez ouvi uma entrevista de executivo de empresa fornecedora de energia comentando que estudos indicavam que se 20% da frota for elétrica vai faltar energia. Não con-sigo afirmar que é um estudo váli-do ou não, mas a informação veio de pessoa de responsabilidade neste setor. Mas que vai existir, com certe-za sim, vamos ter centros de eletri-ficação, como São Paulo, Rio de Ja-neiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Brasília e quem sabe For-taleza e Recife. Temos grandes cen-tros que possibilitam a eletrificação em função dos poluentes e do trân-sito. Mas os focos de concentração serão as grandes metrópoles – isso não significa que não haja a venda desses veículos em outras cidades.

Kalume Neto destaca a força dos sistemistas

no mercado atual

Nesse primeiro momento as pessoas irão

diminuir bastante a utilização do transporte por

aplicativos

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N o V o H o J E

NV - Entre as montadoras temos vis-to acordos para a produção conjunta de veículos, como recentemente en-tre Volkswagen e Ford, e até grandes fusões como FCA e Peugeot Citroën – as duas empresas, aliás, já resul-tado de fusões anteriores. O setor automotivo caminha para mais um enxugamento e quais as consequên-cias para o mercado brasileiro?MKN - Se você analisar de forma um pouco mais ampla a gente percebe que a Volkswagen também é Pors-che, Audi, MAN, Seat. A GM acabou se desfazendo da operação na Eu-ropa mas é um conglomerado mui-to grande. E assim sucessivamente. Esse é um processo de consolida-ção que já vinha ocorrendo e con-tinua a acontecer, recentemente o grupo da Renault e Nissan se juntou à Mitsubishi. Existe uma questão de custo muito importante, desenvol-ver uma tecnologia exige muito di-nheiro. Ao se juntar com outros par-ceiros você consegue compartilhar esses custos. Duas empresas se juntam para desenvolver determi-nada plataforma ou tecnologia, tal como ocorre com Mercedes-Benz e BMW, algo que ninguém imagina-ria, mas ocorre já, com viés de car-ros elétricos. Então você vê a união dessas forças para tentar desenvol-ver uma tecnologia ou produto me-lhor que será usada para as duas marcas. Eu estou colocando esse exemplo somente, mas isso pode ser extrapolado para outros. A FCA

hoje é um gigante, são muitas as empresas bem qualificadas no mer-cado internacional se juntando para o desenvolvimento de plataformas comuns eletrificadas e autônomas.

NV - E além das montadoras tradi-cionais vamos ter outros players novos e estranhos ao setor, como, por exemplo, Google e Apple, que vão entrar com tecnologias funda-mentais para esses veículos conec-tados ou autônomos.MKN - Sim, há alguns anos o Google desenvolveu um veículo. Eles tira-ram um pouco o pé desse desenvol-vimento automotivo, mas hoje o con-sumidor busca comprar um veículo com possibilidade de conexão com o celular. Se aquela determinada mar-ca não consegue proporcionar mi-nimamente isso ela vai automati-camente afugentar o consumidor. Então, de fato, a gente está vivendo uma conectividade cada vez maior e quando verificamos esse viés tec-nológico a gente vê empresas como Google, Microsoft ou Android de-senvolvendo sistemas específicos para os veículos de uma forma geral. Lembrando também o que ocorre na própria indústria de autopeças, que municia os veículos. Hoje você vê, por exemplo, uma Bosch maior do que muitas empresas automotivas e elas totalmente dependentes des-se tipo de fornecedor, uma Magneti Marelli ou uma Bosch. É o mercado como está se formando, existe uma verdadeira potência das autopeças porque são elas que detêm tecno-logia. Não que a montadora não te-nha, mas quem desenvolve na verda-de são esses sistemistas.

NV - O Rota 2030, atual política para o setor automotivo brasileiro, desta-ca a necessidade de pesquisa e de-senvolvimento em troca de benefí-cios para as empresas que fizerem esses investimentos. O Rota 2030 resolve essa questão, ou seja, existe a possibilidade de o Brasil ser um de-

senvolvedor de novas tecnologias ou vamos ter que importar as soluções tecnológicas das matrizes?MKN - Aí a gente entra numa ques-tão fundamental que é a neces-sidade de recursos para o desen-volvimento. Querendo ou não o brasileiro de certa forma é um pú-blico que não tem tanto dinheiro e já tem que pagar caro por um veí-culo em função, fundamentalmen-te, das questões tributária e lo-gística. Mas se você precisa das pessoas comprando seu carro para gerar riquezas a fim de desenvolver novas tecnologias, se você não tem esse fluxo tão estabilizado dentro do mercado brasileiro, não vai ter essa possibilidade de ter recursos para agregar valor ao seu produto com novas tecnologias. Eu acredi-to mais, com muita dor no coração, que o Brasil será um seguidor das tecnologias criadas por outras em-presas em outros locais. Não que a gente não tenha capacidade, ti-vemos grandes engenheiros des-cobrindo e elaborando fantásticas soluções, mas falta um apoio go-vernamental um pouco mais sério

É um mundo de big data em que uma série de parâmetros será levada em consideração caminhando para um ponto em que não haverá mais geração de estoques

para o desenvolvimento local. Tive-mos alguns centros de tecnologia sendo desenvolvidos desde o Ino-varAuto, o que é bem interessante para o mercado nacional como um todo, pois qualquer um pode se uti-lizar daquele centro para aprimorar tecnologias e testar seu veículo, mas eu acho que ainda falta apoio governamental de forma contun-dente para que isso aconteça. E te-mos uma possibilidade de exporta-ção limitada. Quem são os nossos vizinhos? América do Sul, África e América do Norte. Estados Unidos, Canadá e Europa nadam por si só, se abastecem do que há de melhor. A Europa costuma enviar os carros usados para África, uma situação que já existe há muitos anos, todo mundo sabe que ocorre. Ou seja, resta pra gente a América do Sul. Mas não podemos esquecer que, por exemplo, a economia da Argen-tina é em média um terço da eco-nomia brasileira. O mercado brasi-leiro gira em torno de 2,5 milhões de veículos e a Argentina, 800 mil. No Chile são 350 mil, na Colômbia 250 mi e no Peru apenas 150 mil.

Clique aqui e ouça a entrevista completa com Milad Kalume Neto nas plataformas digitais do Novo Varejo e Aftermarket Automotivo

Veículo autônomo é uma das megatendências do setor automotivo

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Vendas da indústria de autopeças para a reposição caem 23,0% em abril

O mês de abril tem sido considerado um dos mais críticos para as empresas em razão do recrudescimento das me-didas de isolamento social adotadas na oportunidade.O Sindipeças acaba de divulgar o re-sultado das vendas nominais da in-dústria de autopeças para o mercado de reposição em abril, considerando--se uma seleção de empresas e va-riação a partir da média móvel tri-mestral. A apuração do sindicato que congrega as indústrias mostra que as vendas caíram 23,0% no mês em comparação a março.Na interpretação da entidade, a des-peito da comercialização de peças por meio de canais eletrônicos, o re-sultado simboliza o impacto do fecha-mento das lojas físicas do varejo, das concessionárias de veículos e a impo-sição de isolamento social em várias cidades do país. Na comparação inte-ranual, a queda foi de 24,9% e no acu-mulado até abril, 6,5%.O trabalho do Sindipeças mais uma vez ratifica o maior impacto no segmento de veículos leves, cuja participação

Linha de veículos leves, que tem a maior participação no mercado, é a que apresentou a retração mais expressiva registrando

queda de 24,1% no faturamento mensal e de 7,8% no acumulado dos primeiros quatro meses do ano

r E P o s i ç Ã o r E P o s i ç Ã o

no mercado é a mais expressiva. Nes-te segmento, a queda no faturamento mensal foi de 24,1% e de 7,8% no acu-mulado do ano até abril. Além dos fa-tores mencionados, o Sindipeças des-taca ainda que é preciso considerar o

forte recuo no índice de confiança do consumidor de 80,2 para 58,2 pontos entre março e abril, respectivamente.No que se refere às peças comer-cializadas para os veículos pesados, houve queda menor da receita no-

minal – de aproximadamente 20% – tanto na comparação com março desse ano quanto igual mês do ano anterior. No acumulado até abril, o faturamento foi 4,0% inferior ao de igual período de 2019.

Índice do mercado de reposição

Faturamento do mercado de reposiçãoEm números-índices (jan/15=100)- Média móvel trimestral

Faturamento ReposiçãoVariação % (mês x mês anterior)

Faturamento ReposiçãoVariação % (acumulado do ano x mesmo período do ano anterior)

Índice do segmento de linha leve1

Faturamento dos segmentos de linha leveEm números-índices (mar/15=100)

- Média móvel trimestral

Faturamento linha leveVariação % (mês x mês anterior)

Faturamento mensal linha leveVariação % (acumulado do ano x mesmo período do ano anterior)

Sindipeças | Abipeças | Relatório do mercado de reposição

Sindipeças | Abipeças | Relatório do mercado de reposição

Faturamento linha pesadaVariação % (mês x mês anterior)

Faturamento mensal linha pesadaVariação % (acumulado do ano x mesmo período do ano anterior)

Índice do segmento de linha pesada

Faturamento dos segmentos de linha pesadaEm números-índices (mar/15=100)

- Média móvel trimestral

IPCA - Acessórios e peças | Em % - acumulado 12 meses IPCA - Conserto de automóvel | Em % - acumulado 12 meses

Fonte: IBGE. Elaboração do Sindipeças

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E N t r E V i s t a E N t r E V i s t aV o Z d o m E r C a d o V o Z d o m E r C a d oRedação Novo Meio [email protected] Foto: Divulgação Redação Novo Meio [email protected] Foto: Divulgação

Já igualamos o período anterior à pandemia

NV - Qual é a situação do mercado neste mês de julho?AZ - Na ZM foram apenas dois me-ses de redução de jornada confor-me a MP 936, precisamos ter uma redução de 25% apenas em alguns departamentos. Fizemos em maio e junho e desde 1º de julho estamos com 100% das operações, todos os colaboradores retornaram e esta-mos trabalhando com carga cheia. Voltou como um mês normal de tra-balho e os números mostram que provavelmente em agosto teremos um mês tão bom quanto julho.

NV - Qual é o percentual de vendas hoje em relação a um mês normal e como vai a reposição dos estoques por parte dos clientes?AZ - Os meses anteriores foram atí-picos, muitos distribuidores reduzi-ram os pedidos até por uma ques-tão de necessidade de fluxo de caixa. Naquele momento os pedi-dos tiveram uma grande redução, aqui na ZM para a linha de reposi-ção ficou em 30% em abril, duran-te maio a redução de pedidos esta-bilizou em 20% e aí o percentual foi gradativamente caindo. No final de junho retornamos a 100% dos pedi-dos. Alguns clientes que dependem de montadoras, os sistemistas que a ZM atende, representaram o maior volume na queda dos pedidos, mas no mercado de reposição enquanto um estado abria e outro fechava nós conseguíamos entregar produtos.

NV - Outro fator relevante nes-se período foi a variação do dólar. Como está essa questão na ZM?

Alexandre Zen, CEO da ZM, explica que o contato virtual com clientes deu continuidade aos negócios do setorneste período de isolamento social

AZ - Alguns produtos variam de acordo com o câmbio, temos uma unidade fora do Brasil de onde tra-zemos algumas peças, mas o volu-me da ZM em exportação é muito maior, temos um superávit nessa balança. Então, em nenhum mo-mento essa variação cambial inter-feriu no resultado da empresa, nós conseguimos manter todos os pre-ços dos produtos que têm algum insumo importado em virtude da exportação que mantemos. Impor-tante comentar que nós mantemos para produtos que tenham qual-quer material importado de 6 a 12 meses de estoque. É uma política antiga que não tem a ver somente com câmbio, mas em razão da de-pendência de algum fator exter-no – que não é necessariamente só o fornecedor, mas também políti-ca publica de outro país, questões alfandegárias ou alguma greve. E com isso nosso custo de estoque não está atrelado ao câmbio atual e o custo médio se dilui ao longo de 6 a 12 meses.

NV - Que projeção você faz para o futuro do mercado de reposição?AZ - No produto em si acho que não haverá grandes alterações. Mas o comportamento das pessoas vai mudar bastante porque elas encon-traram durante a pandemia oportu-nidades diferentes de fazer negó-cio ou conhecer um novo negócio. Distancias não precisam mais ser percorridas, muitas vezes elas são substituídas por uma reunião vir-tual, que até já acontecia no pas-sado, mas agora, por obrigação de

Executivo acredita também que interações

pessoais continuarão muito importantes

lei, você não pode se deslocar e as empresas encontraram uma forma de dar continuidade aos negócios através do contato virtual. E de al-guma forma a ponta da cadeia en-controu meios de tomar conheci-mento sobre qualquer produto que eu venha a criar ou alterar. O repre-sentante comercial ou o promotor de vendas que passavam constan-temente na loja ou na oficina cer-tamente durante um período não passaram por uma questão de saú-de pública. E esse aplicador preci-sou buscar alternativas para tomar conhecimento do produto. Essa al-ternativa, quem sabe, pode ser algo que venha a continuar. É obvio que o contato pessoal ainda é o mais di-nâmico, traz maior aproximação das pessoas e o sentimento de apertar a mão por vezes traz maior confian-ça. E o brasileiro tem muito disso, quando participamos de eventos no exterior vemos que as empresas brasileiras têm uma dinâmica dife-rente no trato do cliente que visita seu estande. Tanto é que no Brasil as feiras de autopeças extrapolam os horários de forma que as luzes precisam ser apagadas para as pes-soas irem embora. Isso é a neces-sidade que o brasileiro tem do con-tato, da troca da informação, vai muito além do negócio. Eu acredito que as duas coisas vão andar jun-

tas, teremos as alternativas cria-das para mantermos o contato uns com os outros, quando convidar-mos um cliente para reunião virtu-al ele não vai achar estranho, mas, ao mesmo tempo, quando você ti-ver a oportunidade de encontra-lo pessoalmente ele vai entender isso como muito importante na decisão de fazer negócio.

Clique aqui e ouça a entrevista completa com Alexandre Zen.

Ouça os podcasts da Novo Meio Voz do Mercado, Mercado Agora, Pensando Bem, Alguma Pergunta e Novo Hoje nas plataformas digitais do Novo Varejo e Aftermarket Automotivo

Não haverá grandes mudanças após a pandemia

NV - Como o mercado tem se com-portado?AB - O mês de junho já mostrou ten-dência de certa recuperação. Nós chegamos em abril com pouco, em maio já atingimos a faixa de 50% a 60% e junho foi de 90% da situação anterior à pandemia. Na MTE e no mercado a gente tem visto a mesma situação. Os últimos dados da Cie-lo mostraram que as transações fi-nanceiras caíram 4%, ou seja, esta-mos chegando a 96% do que era o movimento antes da pandemia. Co-meçou a curva de recuperação e historicamente o segundo semes-tre no setor de autopeças é melhor que o primeiro. Esperamos a reto-mada dos negócios.

NV - Nas conversas que tem man-tido com sua rede de distribuição o que você tem ouvido sobre a si-tuação do varejo e a reposição dos estoques?AB - Já chegamos até a escutar que está faltando produto. A acomoda-ção dos estoques de todos foi im-portante. No começo os estoques eram para 90 dias e acredito que após a pandemia essa realidade será outra. Aquele estoque maior foi sen-do consumido e será uma preocu-pação diferente do que vinha sendo até então. Nossa distribuição redu-ziu um pouco esse estoque clássico de 90 dias, não tem mais necessida-de disso. Hoje a gente consegue en-tregar 98% dos pedidos em três ou quatro dias. Sentimos que a admi-nistração de estoques é importante, já havia essa preocupação, mas ago-ra acho que vai ser efetivo esse cui-dado com estoques no canal.

NV - Você vê risco de desabasteci-

Alfredo Bastos Junior, gerente de marketing da MTE-Thomson, avalia que a reposição não costuma ser muito afetada nas crises

mento no mercado quando a reto-mada se concretizar?AB - Não. Algum produto importa-do pode faltar, há todo um proces-so logístico que leva 90 dias, prin-cipalmente com a China. No nosso caso é muito pequena a participa-ção de produtos puramente impor-tados prontos. A gente gosta de fa-bricar. Para você ter uma ideia, nós exportamos 50% do que fabricamos e não tem avião para carga. Estamos mandando de navio. E no contrário é a mesma coisa. Há uma dificuldade logística, então em alguns produtos vai ter falta em razão desse proces-so de trânsito.

NV - Quais os impactos da alta do dólar nos negócios da MTE?AB - Nós soltamos aumentos em ju-nho, não teve jeito, o dólar desvalori-zou quase 25%. Foram aumentos va-riados – depende de cada produto, do seu percentual de importação; como a sonda lambda, que tem a maioria dos insumos importada por-que não existem no Brasil. Na expor-tação é claro que há uma vantagem cambial, mas como o real desvalori-zou demais os clientes também sa-bem disso e começam a negociar descontos em dólar. No inicio você tem a vantagem, mas o cliente co-meça a pressionar pelo desconto. Outra vantagem que está aconte-cendo é que aqueles clientes nossos lá fora abastecidos pela China estão procurando outros fornecedores. Isso está bem claro e começaram novas cotações e novos produtos. Eles estão nos procurando para au-mentar o portfólio como alternativa à dependência da China. Essa é ou-tra vantagem para o Brasil, que tem um parque industrial interessante,

Alfredo recomenda acompanhar comportamento

do setor de maneira minuciosa

tem capacidade de fabricar bastante produtos e pode ser um player mais forte nesse comércio mundial por-que o cliente quer outra opção. Há claramente essa mudança.

NV - Houve aumento na comercia-lização dos produtos MTE pelos ca-nais digitais?AB - Sem dúvida. Nós temos grande quantidade de itens, a famosa cauda longa – gostamos de ter a linha com-pleta, o sensor lambda eu tenho que ter para todos os veículos – e nosso distribuidor no canal não consegue absorver tudo isso. Preciso ter outro vendedor. Nunca vai ser o principal, mas é preciso ter. Nesse último ano a venda na loja oficial do Mercado Li-vre cresceu dois dígitos por mês. É um canal que não tínhamos, possi-velmente havia outro vendendo no lugar e a gente não estava ocupan-do esse espaço. Quando você vê os números desse canal, leva um sus-to pela quantidade. E nosso setor como um todo não está participando disso, o que me deixa preocupado.

NV - Qual mercado emergirá da crise?AB - O mercado de reposição histo-ricamente vai bem nas crises, varia pouco para cima e para baixo. Nos-sa frota cresce um pouco todo ano, nos próximos três ou quatro anos vai crescer menos, mas não vai deixar de crescer. Então, acho que passan-do essa fase não vai ter muita mu-

dança. E todo mundo tem que es-tar com foco no mercado, passando essa fase tem que estar concentra-do no mercado porque ele depende da frota. E a frota tem aquele cres-cimento vegetativo e temos que es-tar próximos dele para acompanhar. Então, não acredito em grandes mu-danças. O mercado é de muito rela-cionamento, muitos contatos, é difí-cil mudar isso da noite para o dia. É um mercado muito tradicional, mui-to enraizado em cima dos contatos.

Clique aqui e ouça a entrevista completa com Alfredo Bastos Júnior.

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E N t r E V i s t a E N t r E V i s t aV o Z d o m E r C a d o V o Z d o m E r C a d oRedação Novo Meio [email protected] Foto: Divulgação Redação Novo Meio [email protected] Foto: Divulgação

A reação do mercado está surpreendendo

NV - Qual é sua percepção sobre a reação do mercado após os movi-mentos de flexibilização do isola-mento social?DL - Desde junho nosso sentimen-to é que o retorno do mercado sur-preendeu um pouco. Com certeza a gente precisa continuar se locomo-vendo e acredito que já há sinais de melhora, muitas vezes acima do que esperávamos.

NV - Nas primeiras semanas da crise distribuição e varejo usaram bastan-te os estoques para equilibrar o cai-xa. Como vai o ritmo de reposição dos produtos SKF por parte da sua rede de distribuição?DL - As incertezas foram tão grandes que esse equilíbrio de caixa em função de tamanho do estoque, que é muito importante, está desafiando bastante a gente. Com certeza no inicio de mar-ço houve umA retração grande, com-praram somente o necessário. Isso ge-rou experiência não só nas fábricas, mas na cadeia da distribuição automo-tiva até a ponta, onde esse tíquete mé-dio, esse mix de produtos, alterou mui-to. A consolidação diminui bastante. Para mim, teve uma retração, colocar o pé no freio para estar com uma gordu-ra em relação aos riscos a correr no fu-turo, isso em março. Agora, desde ju-nho está sendo surpreendente, é nítido que o mercado de autopeças mais uma vez vem enfrentando esse momen-to de incerteza de uma maneira muito mais eficiente e melhor do que muitos outros setores, como turismo, shop-pings, bares e restaurantes. Ainda não chegamos aos níveis anteriores à pan-demia, mas com certeza esse merca-do mais uma vez está surpreendendo.

NV - Existe risco de desabastecimen-to na retomada do mercado?DL - De uma maneira ou outra o merca-

Daniel Leite, diretor comercial automotivo da SKF, avalia que ainda existe muita ineficiência na cadeia do aftermarket

do na ponta vai ser abastecido; o viés é muito parecido, mas foram tomadas decisões na cadeia como um todo em função da estratégia adotada, do caixa disponível e do nível de risco a ser as-sumido pelas empresas. Dependendo da região ou do tipo de produto essa in-certeza do começo, em que todo mun-do pisou com muita força no freio, e essa retomada mais forte do que o es-perado farão com que a gente possa ter problemas genericamente com re-lação ao abastecimento.

NV - É comum ouvirmos que na crise também surgem oportunidades. Quais você identifica?DL - Sem dúvida a SKF é uma em-presa de muita coragem para traba-lhar ousando e influenciando seus parceiros. Sempre haverá oportuni-dades, não só na crise. O mais im-portante é a gente estar junto dos parceiros para conseguir identificar e atuar nas oportunidades. É nítido que hoje um restaurante não funcio-nará nunca mais sem delivery, uma empresa não funcionará nunca mais sem home office e reuniões virtuais, que agregaram mais produtividade a partir da digitalização.

NV - Existem outros paradigmas que-brados pela SKF nesse momento?DL - Muitos. Estamos com um pro-jeto praticamente finalizado sobre essa nova maneira de trabalhar. De-vido à automação, o suporte à futura força de trabalho vai mudar demais. Essa parte que era mecânica cada vez mais vai puxar habilidades cogni-tivas, o que fará com que as pessoas se comuniquem e vivam de uma ma-neira diferente, não só no trabalho, mas de uma maneira geral. E cabe à gente se adaptar o mais rápido pos-sível para encontrar o equilíbrio, por-que se não encontrarmos podemos

Daniel ressalta que mercado de autopeças reagiu mais rápido que diversos outros setores

chegar num momento de trabalho muito ‘over’ devido a essa nova pro-dutividade e, ao mesmo tempo, quem não se adaptar a esse novo mindset de trabalho pode ficar um pouco ine-ficiente. E uma coisa a colaborar são as centralizações e as hierarquias, isso com certeza vai mudar muito, a comunicação vai melhorar demais e fazer com que as empresas cada vez mais se adaptem a trabalhar como um organismo, como se fosse cada departamento conectado um ao ou-tro de maneira automática e fluindo em prol e propósito da estratégia de cada companhia.

NV - Quais outras tendências você en-xerga para o mercado após a crise?

DL - O mundo digital mostrou o quan-to de ineficiência a gente tinha até por problemas como paradigmas. Por que certas coisas a gente não fazia dife-rente? Às vezes parece que espera-mos acontecer alguma coisa não mui-to boa para tomar alguma decisão diferente. Acredito que temos mui-ta ineficiência na cadeia de distribui-ção e muita oportunidade de melhoria econômica para sermos mais eficien-tes em nossas indústrias, que com-petem com tantas outras, principal-mente na Ásia. Se encontrarmos uma maneira de tornar esse mercado mais eficiente, conectado e digital vamos conseguir trazer mais força para nos-so país, para todas as indústrias e a cadeia de distribuição.

Clique aqui e ouça a entrevista completa com Daniel Leite.

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Agora que estamos distantes, podemos ficar bem mais próximos

NV - O mercado vem sofrendo pres-são por reajustes em função da des-valorização do real, o que tem leva-do a certa desarrumação no valor dos produtos. E possível saber com precisão os preços corretos de compra e venda no mercado?EB - Nós, brasileiros, estamos acostumados com flutuações, mas a pandemia é algo novo para todos. A indústria como um todo passa por momento de reflexão, princi-palmente em seus custos, impac-tos de câmbio e reajustes dos for-necedores. A indústria automotiva e de autopartes é, no mundo intei-ro, alavancada por volumes. Quan-do você tem uma escala com as montadoras trabalhando com for-ça total você consegue diluir cus-tos na operação e existe espaço para preços mais competitivos no aftermarket. Com a queda de vo-

Edson Brasil, CEO da Arteb, conta que a empresa vem definindo novos processos de comunicação com os clientes em tempos de isolamento com resposta positiva

lumes de produção na montado-ra, o impacto na reposição tam-bém é muito grande, não só pela flutuação dos insumos, mas, tam-bém em todo o custo operacional. Quando o volume está em alta você acaba fechando os olhos para al-guma situação de margem ou re-sultados já que a escala te susten-ta. O setor está passando por isso em todos os elos da cadeia. Qual é o preço justo a ser aplicado no seu negócio e que proteja sua compa-nhia te criando uma rentabilida-de sustentável para enfrentar essa situação? É necessário fazer con-ta e aplicar margens que sejam re-almente sustentáveis. Não dá para ganhar mercado com preço. Esta-mos vendo algumas empresas fe-charem as portas como reflexo da própria gestão. Minha expectativa é que, passada a pandemia, o nos-so trade continue aplicando mar-gens sustentáveis e que ninguém tenha a coragem de recuar pre-ços para ganhar mercado. Procu-re vender o volume adequado com as suas margens. Não tente vender mais com volumes menores.

NV - O crédito é uma questão sensí-vel nessa cadeia. Ela mesma se fi-nancia. Outros mercados se abas-tecem de agentes financiadores. Que momento de maturidade vive-mos para trazer crédito de agentes financiadores para operar em todas as pontas dessa cadeia?EB - Esse ponto é importante em toda a formulação do nosso negó-cio junto ao mercado. Com a pande-mia e as grandes dificuldades que nós enfrentamos o mercado finan-ceiro fechou as portas, todo mun-do perdeu o fluxo de caixa. O distri-

A eficiência da comunicação vai fazer setor gerar

mais resultados, diz Brasil

buidor busca prazo na indústria e o prazo nunca é o ideal para o mode-lo de venda que ele tem. A indús-tria trabalha em média com 30 a 45 dias de prazo, algumas um pouco mais, mas o distribuidor já vai com um prazo muito maior para a pon-ta. Então se torna necessário para o setor buscar recursos e quem ga-nha muito dinheiro é o banco, que acaba participando do share de re-sultado do nosso setor. Nós temos um grande sócio nesse setor que é o mercado financeiro. Com a pan-demia houve uma corrida em bus-ca de prorrogações, alguns até en-trando em rota de inadimplência, começou a dar um gap financei-ro grande no setor. Isso provocou a redução de prazo tanto da indús-tria quanto do distribuidor e daí até a ponta. Já temos nas oficinas o cartão de crédito, cada uma achou sua solução, mas como setor é pre-ciso buscar um agente financeiro que olhe para nós de maneira es-truturada. Trazendo o governo in-clusive para poder suportar taxas, nós somos uma parte importantís-sima do PIB e não temos ainda um modelo financeiro sustentável, se-guro e que tenha custo barato. O custo financeiro no nosso setor e muito alto e esse custo é resulta-do de uma desorganização, por não termos articulação.

NV - Que medidas inovadoras a sua empresa implementou para quebrar

paradigmas neste período?EB - No distanciamento é natural que, para estar perto de seu ca-nal de negócio, você intensifique a comunicação a distância. Nosso time ainda não está totalmente em campo, temos trabalhado home office ou no próprio escritório com as medidas necessárias à se-gurança. Percebemos que a pró-pria base de clientes está muito receptiva para a comunicação por vídeo conferencia. Estamos defi-nindo processos de comunicação com mais eficiência e custos me-lhores. O aftermarket é muito sus-tentado pelo contato presencial, isso se mantém, mas não no volu-me anterior. Aconteceu uma redu-ção drástica nas viagens de todas as nossas equipes, aplicamos me-todologias mais eficientes que já existem em outros setores. Pas-sando esse período, alguns treina-mentos continuarão presenciais, mas os treinamentos a distância que há anos tentávamos implan-tar vão ter mais importância, va-mos provar ao mercado que são tão eficientes quanto os presen-ciais. Estaremos mais presentes no mercado, intensificando o rela-cionamento com os clientes atra-vés das mídias sociais, das confe-rências e reuniões virtuais. E isso tem sido aplicado também com as montadoras. A eficiência da co-municação vai fazer todo o nosso setor gerar mais resultados.

Clique aqui e ouça a entrevista completa com Edson Brasil.

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E N t r E V i s t a V o Z d o m E r C a d o Redação Novo Meio [email protected] Foto: Divulgação

Momento proporciona oportunidades por meio de parcerias

NV - Quais medidas têm sido necessá-rias para a gestão do caixa da empresa?FM - Temos trabalhado bastante com projetos de melhoria e processos que a gente vem acompanhando. E também numa analise de visão de investimen-tos que a gente julga que são neces-sários neste momento. Temos atuado com grupos de trabalho em diversas áreas focando em processos, redução de custos e oportunidades de inova-ção. Com essas ações a gente tem re-cebido várias oportunidades, em torno de 60 projetos foram apresentados e, desses, 20% estamos usando para su-portar o caixa da empresa, bem como também para evoluir os negócios.

NV - Outro desafio dos nossos dias é trabalhar a motivação dos funcionários para que estejam engajados e possam ajudar a empresa a superar esse mo-mento. Como a Cobreq vem conduzin-do isso?FM - É um momento em que é preci-so buscar muito a aproximação com os colaboradores. A gente vem trabalhan-do de forma mais acentuada a comuni-cação porque é um fator chave, temos que estar com toda a equipe bem infor-mada e executando as atividades com objetividade e motivação. Estamos com parte da equipe em home office, principalmente os funcionários do se-tor administrativo, é um bom grupo, temos a operação funcionando, mas em virtude desse cenário é um desa-fio para todos. Entendo também que isso trará muitos benefícios futuros, a gente consegue enxergar nesse mo-mento a capacidade de cada colabora-dor em entregar seus resultados, fazer o gerenciamento das suas atividades e, adicionalmente à parte da comuni-cação, nossa área de RH tem acom-

Fábio Merighi, diretor de vendas e marketing América do Sul da Cobreq, acredita que inovar não é revolucionar o setor, mas levar a realidadede cada um para o ambiente corporativo

panhado muito de perto as equipes na busca de soluções para promover a aproximação com atitudes motivacio-nais e muito cuidado neste momento que a gente está enfrentando.

NV - Como tem se dado a relação de re-ciprocidade entre a empresa e as duas pontas do negócio, fornecedores e clientes?FM - Na verdade o momento requer muito trabalho de aproximação das pontas, entendermos quem são os parceiros que estamos buscando e que tem o mesmo foco, aqueles que buscam o mesmo objetivo. O traba-lho nas pontas é nessa busca de par-ceiros. Outro fator importante é o am-biente colaborativo entre as empresas, na busca de soluções que tragam be-nefícios para todos os elos, que todo mundo consiga receber uma solução melhor para os desafios do futuro. Também julgo muito importante, além de falar das duas pontas, a parceria que a gente pode ter agora com diver-sos outros fabricantes buscando opor-tunidades, desde que sejam empresas que atuem com os mesmos valores da TMD Friction Cobreq. Como exemplo, o programa Car Center da SKF vem tra-zendo muitas oportunidades, aproxi-mando a cadeia com ganhos para todo o canal. Então estamos trabalhando muito forte nesses três elos: o fabri-cante, o fornecedor e essas parcerias com fabricantes de grande projeção no mercado.

NV - O que tem sido possível fazer no quesito comunicação e marketing com o mercado?FM - A tendência que vinha cada vez mais forte era o digital e temos acom-panhado muito nesse momento a força

Para Merighi, momento exige velocidade com assertividade

que estamos vendo no ambiente digi-tal. Temos o espaço do impresso, mas nesse momento estamos buscando parceiros que tragam soluções inova-doras; cito a Novo Meio, que tem reali-zado bastante coisas novas, são infor-mações realmente valiosas e estamos nos estruturando para essa nova re-alidade. Quando falamos em ativida-des mais voltadas aos clientes, a pro-moção, a gente tem feito muitas ações próximas aos parceiros, mas existe um fator que temos respeitado, que são os cuidados devidos nesse momento. São ações que fazemos quando possível, mas estão um pouco menos intensas neste momento.

NV - Quais outras medidas inovadoras

a Cobreq tem implementado para que-brar paradigmas?FM - A gente vem trabalhando muito forte no intuito de ser mais disruptivo na forma de pensar e agir. Muitas vezes estamos buscando trabalho a quatro, seis ou até oito mãos, fazendo a es-tratégia ou mesmo executando. Anali-sando todo o ciclo da cadeia. É um fa-tor chave para entender a necessidade do mercado – e quando a gente fala de inovação, muitas vezes ela não preci-sa ser uma super inovação para trazer grandes resultados. Estamos viven-do um momento em que é preciso tra-zer as novas realidades para o ambien-te corporativo. Eu diria que velocidade com assertividade é a chave para o su-cesso nesse momento.

Clique aqui e ouça a entrevista completa com Fabio Merighi.

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Pesquisa apura percepção do consumidor sobre segurança no atendimento em centros automotivos

NV - A pesquisa da Continental mos-tra que 72% dos consumidores prefe-rem locais com claros protocolos de segurança e 89% não se sentem con-fortáveis deixando um terceiro guiar seu carro. Quais foram as principais conclusões do estudo?LG - A Continental realizou duas pes-quisas bastante interessantes para entender este novo mundo que está se formando através da pandemia, o pós-pandemia. E a principal desco-berta é que estamos vendo uma vol-ta à grande utilização dos veículos. Percebíamos certa tendência de afas-tamento, para o uso de veículos co-letivos ou compartilhamento. Agora vemos que os consumidores finais es-tão voltando a ter anseio pelo veícu-lo próprio, por privacidade e conforto, até para se protegerem do que está acontecendo em geral na sociedade. E se de um lado eles estão mais inte-ressados em ter os veículos, de outro têm uma expectativa bastante inte-ressante sobre a prestação de servi-ços dos nossos centros automotivos em questões de higienização, segu-rança e proteção à vida de todos os envolvidos. É um comportamento hí-brido das pessoas voltando de novo para os carros e querendo um atendi-mento que prime pelo cuidado, exce-lência e a higienização. Uma evolução nos hábitos de consumo das pessoas.

NV - Nesse período muitas mudan-ças estão acontecendo, mas a dú-vida é quais vieram para ficar. Que adequações de atendimento per-manecerão e como os centros au-tomotivos devem proceder a partir dessa evolução?

Luiz Gomes, diretor de vendas de pneus de passeio na Continental, fala sobre as novas exigências do consumidor final e as expectativas no segmento

LG - Eu vejo essa evolução dos hábitos e como bem servir o consumidor mui-to mais como um filme do que como uma foto. Se nós analisarmos os pa-drões de serviço há 20 anos veremos que muitos serviços estão extrema-mente profissionais, muitos centros automotivos – tomemos como refe-rência os pontos exclusivos da Conti-nental – a cada dia estão primando por serviços de mais qualidade, pela lim-peza absurda e o respeito aos horários de atendimento para salvar tempo para a vida das pessoas. Esse pool de atividades, principalmente de agen-damento e centralizar o esforço no bem servir ao consumidor final, é uma grande tendência e tem a ver com prá-ticas que a gente aprende até fora dos centros automotivos, observando vá-rios tipos de serviços na sociedade. Acredito que pós-pandemia vamos ter outro nível de serviço no Brasil, não só no nosso segmento, mas na socieda-de em geral. Temos que pensar que somos empresas servindo a socieda-de e a sociedade está se sofisticando em seus hábitos de consumo.

NV - Qual panorama você consegue traçar sobre a recuperação do mer-cado de pneus em meio ao momento de instabilidade econômica que atra-vessamos?LG - No primeiro trimestre o desem-penho foi bastante razoável. O pon-to mais baixo da curva veio em abril, tivemos uma queda bastante sig-nificativa nos negócios. E não só isso nos preocupou, mas também a inadimplência de toda a cadeia, com centros de proteção de caixa que na Continental tivemos que implemen-

Executivo vê evolução nos hábitos

de consumo das pessoas

tar pensando num grande balance-amento entre nosso interesse e o interesse de toda a cadeia – não po-deríamos preservar nosso caixa e no mesmo momento conduzir ações que prejudicassem nosso cliente – garantindo um ciclo virtuoso no lon-go prazo. Maio já foi um pouco menos delicado, junho também melhorou. Nós não acreditamos ainda que es-tamos numa situação confortável, estamos um pouco longe disso, o Brasil é um país de dimensões con-tinentais. Se analisarmos metrópo-les como São Paulo e Rio de Janeiro onde já estamos num platô da doen-ça com tendência de queda, temos cidades do interior do Brasil em que há claramente em evolução. Acre-dito que agora em julho e em agos-to devemos estar no platô com o consumo tendendo a melhorar cada vez mais. Particularmente acredito que o segundo semestre será mui-to razoável, até na nossa pesquisa identificamos que o consumidor fi-nal está reprimido, 66% das pesso-as que pesquisamos planejam via-jar de carro no próximo período, é muito mais do que quem pretende viajar de avião, 31%. Essas pesso-as vão pegar o carro e viajar. Fala--se até num ‘consumo celebrativo’, todos nós trancados por muito tem-po tendemos a pegar os carros e sair

pelo Brasil, ir para a praia ou o cam-po. Acredito que isso vai trazer alívio e certa robustez no segundo semes-tre para o mercado automotivo, não só em pneus, mas autopeças em ge-ral. Vamos gerar uma demanda com centros automotivos mais prepara-dos e naturalmente esse ‘consumo celebrativo’ vai trazer negócios me-lhores para quem está usando esse tempo para se preparar.

Clique aqui e ouça a entrevista completa com Luiz Gomes.

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Mercado de reposição vai reagir de forma rápida

NV - Como vai a recuperação do mercado?LL - Nos meses de janeiro e fe-vereiro o mercado vinha forte e a expectativa para o ano era mui-to positiva. Os primeiros 15 dias de março ainda foram positivos, mas o mês de abril talvez tenha sido pior, o mercado caiu quase 50%; em maio tivemos uma retomada importante, embora ainda lenta, e a partir de junho o mercado vem mostrando desempenho positivo. Acredito que neste mês de julho o mercado já alcançará o patamar que havíamos projetado no come-ço do ano. A reposição vai retomar rapidamente, é um mercado muito forte. A população sofreu, perdeu

Para Luis Lipay, diretor comercial da KSPG Automotive, o novo mercado que virá após a crise trará dinâmica maior à cadeia

poder aquisitivo com redução de jornada, suspensão de contratos e demissões. Isso fará com que todo mundo pense duas vezes antes de trocar de carro ou investir na fro-ta. As montadoras terão retomada um pouco mais lenta, mas o mer-cado de reposição vai reagir de for-ma rápida. Acredito que vamos ter surpresas positivas na comerciali-zação dos produtos para a reposi-ção nos próximos três meses.

NV - Como tem sido o impacto da pressão cambial em sua empresa?LL - Se o dólar subisse e estabi-lizasse seria uma condição, mas o problema é que ele sobe e des-ce como uma gangorra e, com isso, fica muito difícil fazer planejamen-to. Nós estamos recebendo pres-sões de custos. Apesar da inflação controlada, algumas coisas estão com pressão de custos alta. Caso dos insumos – posso falar especi-ficamente do alumínio, é uma com-modity, o preço é cotado em dólar na bolsa de valores e ele está su-bindo, assim como outros insumos. Dependemos também de alguns componentes que trazemos de ou-tras unidades fora do Brasil ou, às vezes, até algum produto acabado. A KS também faz exportação que, apesar de estar atrativa, não tem conseguido equilibrar essa balan-ça. Então é preciso repassar alguns custos e temos feito isso com muito cuidado, primeiro para não onerar a empresa mais do que ela pode e se-gundo para manter competitividade e não interromper os negócios dos distribuidores, do varejo e o próprio consumidor final.

NV - Como está a reposição de es-

Lipay entende que exigência por peças de mais

qualidade será maior

toques na rede de distribuição? Há risco de desabastecimento no mercado?LL - Temos conversado diariamen-te com o mercado para entender como isso vai caminhar. O mercado não caiu tanto se olharmos a pon-ta, mas os estoques dos distribui-dores parece que sim. Isso pode provocar uma demanda represada e ela vai acontecer nos próximos me-ses para repor esses estoques. Cla-ro que o varejo não sabia o que ia acontecer, se teria que fechar ou trabalhar com meia porta, então ele comprou só o que precisava. De modo geral, todo o mercado reduziu estoques. Do nosso lado fizemos al-guns ajustes, mas não diminuímos na mesma proporção em que os ne-gócios caíram nos primeiros meses. Então, a Motorservice do Brasil está preparada para atender esse cres-cimento do mercado. Claro que em algum produto a gente pode ter er-rado na demanda, mas de modo ge-ral a gente não travou a produção. Estamos apostando que o mercado terá uma recuperação rápida e va-mos ter a oportunidade de atender os nossos distribuidores.

NV - Quais oportunidades você con-segue enxergar por trás da crise?LL - A adversidade é oportunida-de de crescimento. A pandemia nos forçou a sair da caixa e reinven-

tar de forma rápida. Estamos sem-pre discutindo inovação, mas agora a coisa aconteceu de forma rápida. Isso ajuda a quebrar alguns paradig-mas, como trabalho em home offi-ce. A gente não visita mais o clien-te, mas, ao mesmo tempo, tem que estar junto dele. Como isso acon-tece? Os eventos habituais do se-tor pararam de acontecer, isso nos deu oportunidade de não estar fisi-camente perto do cliente mas estar em contato, entendendo um pouco mais, participando das dificuldades que o mercado estava encontran-do. Usamos bastante as ferramen-tas digitais. Isso veio e vai ficar. Os dois lados estão entendendo que podem usar essas ferramentas e vamos ganhar com isso. Os próprios treinamentos, o aplicador que an-tes tinha restrição de participar de treinamentos online vai diminuir bastante isso. O contato pesso-al não vai acabar, o relacionamen-to no nosso segmento é muito forte e vai ser mantido, mas exatamen-te para isso, desenvolver relacio-namento. E os negócios do dia a dia serão tratados online. Isso já existia e ia crescer, mas a situação da pan-demia vai acelerar esse processo. E os varejos e distribuidores também irão se reposicionar, vão ter que se reinventar um pouco e isso vai tra-zer para todo o mercado uma pro-dutividade maior.

Clique aqui e ouça a entrevista completa com Luis Lipay.

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E N t r E V i s t a E N t r E V i s t aV o Z d o m E r C a d o V o Z d o m E r C a d oRedação Novo Meio [email protected] Foto: Divulgação Redação Novo Meio [email protected] Foto: Divulgação

O homem que cria mais varejos para o Brasil

NV - Os últimos indicadores vêm apon-tando sinais de melhora na região Nor-deste. Como está o mercado hoje?MB - No início da pandemia, o governa-dor do Ceará decretou lockdown, em 19 de março, e nos pegou de surpresa. Mas dia 23 tivemos expediente interno para atender os pedidos dos clientes que haviam comprado via sistema. E aí tomamos as providencias para o tra-balho em home office. O segmento não para nunca, tudo gira por carro e cami-nhões. Nos primeiros dias foi assusta-dor, mas em seguida foi normalizando. Conseguimos superar esse momento difícil com vendas que nos surpreende-ram. Em maio houve uma reação fan-tástica, chegamos a 85% das nossas metas e, no segmento de motopeças, nós chegamos a 174% de crescimen-to na pandemia. Em razão do serviço de delivery muita gente teve que repa-rar as motos. Em junho também houve grande crescimento e agora estamos mantendo a mesma pegada de maio. Em autopeças junho foi o melhor mês do ano, melhor que no ano passado, embora um empate técnico. Foi fantás-tico porque estávamos com a empresa praticamente sem ninguém, o sistema funcionando e os funcionários fechan-do os pedidos.

NV - Como as indústrias têm se com-portado em termos de abastecimento?MB - Algumas estão meio comprometi-das, com dificuldade de entregar, anun-ciando alguns reajustes, até porque a procura voltou a crescer enquanto a oferta está abaixo da demanda. No co-meço as fábricas não estavam prepa-radas. A produção caiu e surpreenden-temente tivemos o crescimento em

Marcos Bezerra, diretor da Bezerra Oliveira, conta como o programa Mais Varejos tem trabalhado para a abertura de novas lojas de autopeças na região Nordeste e revela a importância do sistema próprio LDB para as vendas

vendas. Com nosso estoque abasteci-do para três meses, conseguimos man-ter as vendas equilibradas. Há fábricas que estão entregando na faixa de 60% a 70% e já estamos sentindo a falta de produtos. Esperamos que dentro de 30 ou 60 dias as indústrias possam nos aju-dar a manter os nossos níveis em alta, caso contrário vamos ter dificuldades.

NV - Os preços já estão estabilizados?MB - Há certa estabilidade. Não sin-to especulação. Os reajustes que es-tão acontecendo vejo com naturalida-de, mas é verdade que uma indústria ou outra está com falta de produto e pode haver certo aumento de preço. Mas não creio em movimento intencio-nal ou especulativo.

NV - E o que você tem visto no compor-tamento de negócios dos varejos e re-paradores na região?MB - Sem exceção, nenhum dos nos-sos clientes reclamou de crise. Visitei recentemente um cliente a 150 quilô-metros de Fortaleza que vai expandir a empresa agora montando filial. Nós continuamos nossas consultorias por meio do programa Mais Varejo e neste ano já abrimos várias lojas. Temos uma loja inaugurada há quatro meses na ci-dade de Cascavel e o cliente está mui-to feliz. Ele abriu a loja e na semana se-guinte teve que fechar. Ficou sentando em uma cadeira do lado de fora venden-do com as portas fechadas. O segmen-to de autopeças e motopeças é aben-çoado, nós não conseguimos ir a canto nenhum que não seja em cima de uma moto ou um carro. E os clientes com-pram tudo pelo nosso sistema LDB. Mais de 90% das nossas vendas vêm

Bezerra conta que as vendas surpreenderam

nos últimos meses

pelo sistema. Nós conseguimos passar pela crise com resultados positivos.

NV - O que é possível afirmar sobre o aftermarket futuro?MB - Eu acredito muito na evolução tecnológica. Apostamos nisso e cres-cemos com isso. Mas não adianta todo mundo querer colher em um terreno em que a plantação está sendo limi-tada. Tenho que aumentar meu plan-tio para aumentar a colheita. Exis-te há mais de 20 anos nosso trabalho de consultoria gratuita para monta-gem inteligente da loja que vai desde a criação, programação visual, logo-marca e com isso conquistamos aque-le cliente. Nossa empresa tem 58 anos e meu pai já fazia isso. Temos que fa-zer com que nasçam mais clientes, te-nho visto clientes que formam seus filhos médicos, engenheiros, advoga-dos e nenhum dá continuidade a aque-la empresa e ela some do mercado. E quem vai entrar no lugar dela se não estimularmos? A grande mudança tem que atrelar esse corpo a corpo com os benefícios da tecnologia. Desde que começamos esse trabalho tenho hoje na minha carteira no mínimo 20% de clientes que foram gerados pelo ventre da Bezerra Oliveira e que mantêm fi-delidade a ela. Eu não acredito apenas no e-commerce, o mundo não vai girar apenas para os serviços de internet.

Estamos conseguindo vencer a crise com sucesso em razão do que planta-mos lá atrás. E vamos continuar plan-tando para que as gerações futuras da nossa empresa possam usufruir o que hoje estamos fazendo. É a mensagem que eu quero passar. Não adianta ape-nas querer vender peças, dar o preço mais baixo ou o prazo maior se não ti-ver aquele que sonha em empreender e perpetuar o negócio.

Clique aqui e ouça a entrevista completa com Marcos Bezerra.

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Aceleração digital com excelentes resultados

NV - Várias cidades brasileiras já fle-xibilizaram o isolamento social. Qual efeito foi sentido pelo mercado de re-posição?RF - Ninguém esperava nem viveu uma situação como essa antes. Nós tivemos impacto grande no primei-ro mês, depois foi evoluindo e ago-ra, com a flexibilização, estamos sen-tindo que a coisa está caminhando. Mas desenvolvemos diversas ações na empresa para isso. O cliente pos-tergou as compras e agora está com-prando o mínimo necessário.

NV - Entre as medidas que vocês to-maram o que foi feito em favor da ges-tão do caixa?RF - Não demitimos ninguém, usamos o banco de horas, colocamos pessoas em home office e outras entraram em férias. Também renegociamos prazos com os fornecedores e instituições fi-nanceiras, usamos algumas janelas governamentais como medidas provi-sórias e liminares, renegociamos con-tratos, tudo em função do caixa. Como empresa sólida, com 43 anos de mer-cado, temos um estoque bom, então reduzimos as compras também. E re-almente conseguimos fazer caixa, está tudo em dia.

NV - E como vai a reposição dos esto-ques por parte dos clientes?RF - Nossos clientes consumiram os estoques e aí, claro, faltando al-gumas mercadorias eles voltaram a comprar em quantidades peque-nas. E nós também os ajudamos, fizemos uma promoção de prazos maiores, eu sei que alguns con-correntes só estão vendendo a vis-ta e nós alongamos o pagamento. Isso nos ajudou muito. É nessa hora que você precisa ser parceiro, com

Ricardo Ferreira, CEO do Grupo Universal/Univel, conta que agora os clientes estão se interessando mais pela plataforma de e-commerce da empresa

transparência e organização dar a mão para o cliente.

NV - Outra questão importante é a os-cilação do dólar. Como ficaram os re-ajustes recebidos dos fornecedores e repassados ao mercado?RF - Nós temos cerca de 20% de produ-tos importados e brecamos as importa-ções. Algumas estão na alfandega, nós só liberamos aquilo que realmente ne-cessitamos para não deixar de atender o cliente e repassamos o dólar históri-co – no meio do nosso estoque fizemos a média de um dólar que vai dar para re-por qualquer item individualizado no contexto. Repassamos dia 1º de julho um percentual viável, de acordo com o produto. Mas estamos indo com caute-la, está faltando produto no mercado e se você for oportunista vai ficar muito chato. Nós não vamos fazer isso.

NV - Qual foi o percentual repassado no começo de julho?RF - Foi de 8,5% em geral. Nós estáva-mos com dólar de R$ 4,00 e vamos au-mentar 12,5% só, que não é o necessá-rio, mas fizemos isso por enquanto.

NV - Em função disso tudo você en-tende que há risco de desabasteci-mento na reposição?RF - Acredito. Já está acontecendo. Na fábrica da Univel, quando reduzimos a produção e colocamos as pessoas em férias e banco de horas, até os nossos produtos já enfrentam problemas de abastecimento porque você não tem uma retomada rápida. Empresas que deram férias coletivas e pararam estão com problemas na retomada. Eu acho que por uns 60 dias haverá problema de abastecimento no mercado. Todo mun-do está sentindo essa dificuldade.NV - Você concorda com a máxima de

Empresa foi pioneira no comércio eletrônico B2B

que sempre existem oportunidades nas crises?RF - Nesses momentos é possível fazer diferente. Eu tenho certeza que agora tem gente parada. E nós estamos nos movimentando. Não estamos tendo o contato com o cliente, mas estamos próximos, fazendo lives, explicando sobre os produtos todos os dias. Acho que vamos sair um pouco mais fortale-cidos dessa situação triste porque es-tamos fazendo a lição de casa, olhan-do tudo, coisas que às vezes você não olha e agora começa a ver detalhes que vão fazer a diferença na retomada.

NV - Quais são suas expectativas para o que ainda resta de 2020?RF - Vamos voltar a uma normalidade em novembro ou dezembro. Para o ano que vem talvez não haja uma projeção de crescimento, acho que será um fa-turamento flat. E, claro, vamos poten-

cializar com linhas novas de produ-tos para janeiro – não com os produtos normais, para esses acho que vamos fazer no ano que vem o número que es-tava projetado para 2020.

NV - O que se diz é que estamos construindo um novo mercado. Como ele será?RF - Temos o B2B no nosso e-commer-ce, porque não faz sentido competir com nossos clientes. Fomos os primei-ros a implantar, só que o crescimento é muito lento, os clientes estão acos-tumados com a presença do represen-tante, que, aliás, eu acho certo, o olho no olho é importante. Mas vários clien-tes nessa pandemia começaram a con-sultar, se interessar pela ferramenta e esse crescimento que teve a tendên-cia é melhorar. Eu acredito na equipe de vendas e na tecnologia e fomos for-çados a dar mais ênfase nisso.

Clique aqui e ouça a entrevista completa com Ricardo Ferreira.

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E N t r E V i s t a V o Z d o m E r C a d o Redação Novo Meio [email protected] Foto: Divulgação

Recuperação esperada para agosto ou setembro já acontece

NV - Em que estágio de recuperação se encontra o mercado em Pernambuco?MS - De uma maneira mais acelerada do que a gente previa. Tomamos co-nhecimento em 20 de março que no dia 23 já não iriamos poder operar a loja. Foi quando o governo estadual decretou a restrição sobre a circula-ção das pessoas. Ficamos sem saber o que fazer, então houve uma movi-mentação muito forte do nosso Sinco-peças que, através de sua articulação com o Governo do Estado, conse-guiu enquadrar reparação e reposi-ção como atividades acessória às ati-vidades essenciais. Dessa forma, nós não paramos nenhum dia até hoje. No primeiro momento estava autorizado o delivery, ficamos com as portas fe-chadas fazendo atendimento telefôni-co, por WhatsApp e dando o suporte à cadeia. Então, em março sentimos queda expressiva no faturamento, isso foi acentuado em abril, mas na média diária começamos a sentir uma movimentação melhor. E no dia 3 de abril o Governo Federal entendeu que nossa atividade era essencial e pude-mos abrir a loja. As duas primeiras se-manas de maio foram muito boas, mas o governo decretou lockdown em nos-sa região. Mas maio ainda foi melhor que abril. Já em junho, uma vez libe-rada novamente a abertura, começou a existir movimentação de outros co-mércios voltando ao normal e hou-ve aumento substancial no fluxo de clientes. Falando da nossa empresa, fechamos maio em torno de 68% da-quilo que era a média antes da pande-mia e junho ficou acima dos 90%, algo que era esperado apenas em meados de agosto ou setembro.

NV - O que seus fornecedores têm

Marcos Santana, diretor do varejo Centrocar de Recife (PE), afirma que em junho o movimento da loja ficou acima dos 90%, antecipando

a recuperação prevista para os meses seguintes

conseguido prover e qual tem sido a média de reajustes de preços re-passados?MS - Com o fornecedor a gente respeita muito nossa relação. Procuramos hon-rar os compromissos e todos os nossos fornecedores são parceiros. Todos nos deram a mão, alguns entraram em con-tato conosco para saber se queríamos alguma coisa diferente, em nenhum momento interrompemos nosso traba-lho e estamos mantendo um certo vo-lume. A partir de junho o mercado todo voltou a se movimentar de forma mais expressiva e isso tem afetado a reposi-ção. Alguns fabricantes não estão con-seguindo atender a demanda. Alguns produtos de alto giro de fábricas líde-res de mercado estão faltando. Distri-buidores que têm nível de estoque alto estão conseguindo trabalhar um preço mais ajustado, em cima de custo mé-dio, mas tenho percebido que pratica-mente todas as indústrias já soltaram os aumentos. A variação cambial alta e ainda instável afetou o posicionamen-to de preço da maioria das indústrias. Tem produto que chegou a aumentar 18%, mas não há um percentual linear em nenhuma delas.

NV - Qual é sua expectativa para o que resta de 2020?MS - A perspectiva até o final desse ano e para o ano que vem é que nosso se-tor vai despontar como um dos gran-des mercados que tiveram recuperação mais acelerada. Pessoas que preten-diam trocar de veículo estão revisan-do o carro usado e vão ficar com ele. E quem quer comprar vai preferir um vei-culo seminovo, daí vai precisar também de revisão e tudo isso vai contribuir para que a gente tenha um aquecimento na reposição. É preciso estar preparado.

Marcos diz que ações digitais vão evoluir muito no setor

NV - Muitas empresas tiveram de acelerar a digitalização e implemen-tar soluções inovadoras nos proces-sos diários. Quais inovações vieram para ficar no aftermarket?MS - A pandemia provocou certa revo-lução no mercado. Aproximou o setor automotivo de novos hábitos que fo-ram criados há certo tempo, mas de que nosso segmento vinha um pou-co distante. Principalmente no trei-namento, aquelas palestras que eram presenciais. Tinha que vir um técnico da fábrica e você saia convidando pes-soas que tinham que se deslocar das suas oficinas e lojas para assistir ao evento. A partir de agora isso foi total-mente desmistificado. O treinamento online, a distância, as lives, isso foi di-

fundido de forma muito rápida e vai fa-zer parte do dia a dia de todas as pes-soas. Esse fato fará com que a gente tenha aproximação maior e melhor com nosso público. Falando interna-mente, da operação do negócio, per-cebemos que muitas atividades pode-riam ser feitas fora daqui, pode existir uma flexibilização, novas formas de contratar pessoas e desenvolver tare-fas sem que seja dentro do ambiente. O setor automotivo não pode mais se dis-sociar do mundo digital. Nós estamos focados nisso. Iniciamos um trabalho para fortalecer e intensificar ações no mundo digital nas redes sociais e em canais de divulgação e relacionamen-to com os clientes. É algo que vai evo-luir bastante no nosso setor.

Clique aqui e ouça a entrevista completa com Marcos Santana.

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E N t r E V i s t a E N t r E V i s t aV o Z d o m E r C a d o V o Z d o m E r C a d oRedação Novo Meio [email protected] Foto: Divulgação Redação Novo Meio [email protected] Foto: Divulgação

De um jeito ou de outro as coisas vão acontecer

NV - Quais são suas impressões so-bre o processo de recuperação do mercado de reposição?RS - Maio já foi melhor do que abril, mas a partir de junho tivemos um processo de recuperação. Com muita instabilidade, porque o Bra-sil é um país continental, onde as coisas acontecem em diferentes momentos. Em alguns locais o co-mércio estava forte, em outros fe-chava. Mas no geral é um processo que ocorre praticamente em todas as regiões. E é mais do que espera-do porque não se para tudo de uma vez, embora tenha menos carros nas ruas, as mercadorias precisam ser transportadas e a vida continua.

NV - Há uma queda acentuada na venda de carros novos, o que abre perspectivas para os veículos usa-dos. Você vê tendência de altera-ção no perfil da frota com impac-tos no mercado de reposição?RS - Houve aumento de cerca de 30% nas vendas dos carros usados acima de 12 anos. Isso significa que, pelo menos nas grandes cidades, as pessoas perderam a confiança no transporte público. Muita gente está comprando um carro usado, os cha-mados velhinhos. Antes da pande-mia o carro era quase um item ob-soleto, o pessoal mais jovem não queria saber de carro, só andava de Uber. Agora mudou, está todo mun-do com medo de pegar um Uber por-que não sabe quem esteva lá dentro. Então está havendo uma corrida aos carros mais antigos. Isso tem efeitos na demanda do mercado de repo-sição porque se as pessoas com-pram esses carros, elas cuidam, consertam o que é preciso. Mas é um retrato do momento.

Roland Setton, diretor da Isapa, chama atenção para movimentos que resultam em mudanças no perfil da frota

NV - Gostaria de ouvir também sua analise sobre o crescimento da ati-vidade de delivery e no que isso re-sulta para o aftermarket.RS - É também muito interessan-te. Antes da pandemia nós íamos às lojas e fazíamos nossas com-pras. Já havia venda pela inter-net, mas agora eu não vou mais ao shopping. Agora peço pela inter-net. Isso gera um maior transporte de mercadorias e é um transporte muito pulverizado, não são cami-nhões que fazem essas entregas. São motocicletas e eu vi muitos carros de passeio informalmen-te com o motorista e vários paco-tes dentro. Muitas empresas não estavam prontas para fazer essa logística, então muita gente está usando o carro particular para esse serviço. Também o serviço de vans aumentou muito, compen-sando a queda das vans escolares, que estão paradas. Conheço gente que tem van escolar e agora está fazendo entrega. Vai chegar um momento em que as escolas vão voltar e as vans escolares terão que fazer manutenção. Tudo está acontecendo muito rapidamente e nossa função como atacadista é estar pronto para atender o co-mércio. Porque de um jeito ou de outro as coisas vão acontecer.

NV - Como a alta do dólar tem im-pactado os negócios da Isapa?RS - Uma parte fundamental do custo na Isapa é a taxa cambial e não temos nenhum controle so-bre isso. Por mais que eu nego-cie com um fornecedor o pre-ço pode aumentar 10% ou 20% no mês sem que eu possa fazer nada. Nós somos importadores,

Roland vê mais veículos de entregas nas ruas

mas hoje em dia a grande maio-ria dos distribuidores também importa bastante. Ninguém con-segue produzir para atender uma frota tão diversificada como a nossa. Então todos somos im-portadores hoje. E todos senti-mos, não tem como fugir. Você pode atrasar um pouco, pode usar teu custo médio de estoque, mas se você repassar abaixo do custo vai comprar menos quando for repor. É uma situação inevi-tável, temos que nos adaptar.

NV - Existe risco de desabasteci-mento no mercado?RS - Muitos fabricantes ficaram em férias, muitos importadores segu-raram as compras e existe um pe-queno risco. Mas não é um fator muito relevante. Na Isapa esta-mos com estoque, atendendo bem o mercado, inclusive em junho até nos beneficiamos disso porque al-guns concorrentes estavam com estoque baixo. O mercado ainda não está fluindo normalmente, tem picos e vales.

NV - Com que expectativas a Isa-pa trabalha para os meses finais de 2020 e para o ano de 2021?RS - Pergunta difícil de responder. Nós estamos achando que o mer-cado vai continuar dinâmico nesse fim de ano, não sabemos como irão evoluir a pandemia e o isolamen-to social, esse abre e fecha. Por-

que aqui fizemos uma quarentena “meia boca”, bem brasileira, não foi como nos outros países que fecha-ram tudo por 30 ou 60 dias e depois tudo abriu quase que normalmen-te. Nós estamos há quatro meses nesse abre e fecha. E isso vai con-tinuar, então o mercado vai perma-necer nessa instabilidade dinâmi-ca, vamos chamar assim, não é uma instabilidade depressiva. E 2021 só Deus sabe.

Clique aqui e ouça a entrevista completa com Roland Seton.

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Comunicação com fornecedores e clientes é fundamental

NV - Quais foram as medidas tomadas pela Gates para a gestão do caixa da empresa?SA - No final de março, quando mergu-lhamos na crise, algumas coisas já co-meçaram a acontecer e uma delas foi 100% dos funcionários em férias, natu-ralmente não no mesmo período. Essa foi uma decisão importante e rápida que tomamos. Uma segunda iniciativa foi a revisão do plano de modernização da fábrica, que parou temporariamente e foi postergado para 2021. E uma ter-ceira ação implementada rapidamente foi a negociação para estender os pra-zos de pagamento com os fornecedo-res, o que afeta diretamente o caixa.

NV - Quais prazos têm sido oferecidos aos clientes e em que nível está o re-cebimento?SA - O começo foi bastante delicado do ponto de vista de negociação. E nós entendemos essas negociações, mas infelizmente não pudemos ajudar os nossos cliente, pois foi uma determina-ção global e tivemos que seguir à risca

Sidney Aguilar Junior, diretor de vendas e marketing da Gates, afirma que o momento é de muito aprendizado com os novos recursos tecnológicos que foram potencializados com o isolamento

essa direção. Tivemos uma conversa bastante transparente com os clientes porque eles, como parte absolutamen-te estratégica do nosso negócio, preci-savam saber o que estava acontecen-do. Tomamos a decisão desde o inicio de não cortar funcionários; mesmo com a queda forte de vendas durante o final de março e o mês de abril, con-tinuamos pagando 100% dos nossos funcionários sem demissão. E, para isso, nosso recebimento precisava es-tar em dia. Houve um pico de inadim-plência muito grande em abril mas no final de junho quase todos esses pro-blemas relacionados à inadimplência já estavam resolvidos, o que mostra de certa forma a recuperação do merca-do, a diminuição da inadimplência lá na ponta para os nossos clientes e, con-sequentemente, para nós.

NV - Também é importante motivar os funcionários. Como a Gates tem tra-balhado essa questão?SA - Eu volto a falar sobre a movimen-tação global da Gates. A motivação tem

Sidney conta que funcionários passaram por treinamentos durante a pandemia

sido uma preocupação diária e essa tem sido uma instrução muito clara, temos que estar conectados o máximo possível em diferentes níveis dentro da companhia. Em primeiro lugar, nós lí-deres sabemos o que está acontecen-do em todas as áreas. Essa questão é fundamental e repassamos isso para nossas equipes. Diariamente. O fato de nossos funcionários saberem onde es-távamos no começo da crise, enten-derem as ações que tomamos como grupo e aonde vamos chegar gera tran-quilidade e motivação. A comunicação entre diversos setores diariamente tem sido fundamental. Também temos uma plataforma global, uma espécie de “Facebook da Gates”. As pessoas se co-nectam através desse sistema, inves-tem um pouco do seu tempo falando sobre iniciativas positivas que acon-tecem em algumas unidades da Gates no mundo, isso a gente traz para a ope-ração no Brasil. Isso tem motivado os funcionários e foi bastante criativo por parte da Gates. Não é um sistema novo, já existia mas não era muito explorado.

NV - Em tempos de crise comunicação e marketing se tornam importantes. O que tem sido possível fazer na relação da Gates com o mercado?AS - Nossa equipe de marketing e ven-das desenvolveu uma campanha e eu particularmente gostei muito da ideia: “O que é feito no Brasil é bom para o Brasil”. Foi o slogan que criamos no

final de março e tem sido usado se-manalmente. Fazemos posts e divul-gamos isso em várias plataformas di-gitais, distribuindo massivamente para os clientes de acordo com cada tipo de produto. A Gates tem 50 anos de pro-dução no Brasil, de raízes culturais, é uma empresa que, apesar de ser ame-ricana, entende o Brasil, está muito co-nectada com o país. Fora isso, do ponto de vista de comunicação nós desen-volvemos habilidades para treinar fun-cionários, clientes, usuários do produ-to, mecânicos, varejos. Semanalmente nós temos pelo menos dois treinamen-tos externos. E eu dou o exemplo de um curso sobre kits para mecânicos e varejos com mais de 100 pessoas na sala virtual interativa, com perguntas e respostas. Isso tem acontecido com frequência. Nós tínhamos antes da cri-se um programa de treinamento ro-busto, presencial, com as equipes via-jando bastante. Mas esse novo formato que só desenvolvemos devido ao fato de não poder estar presente tem sido excelente. E não tem mais volta. Obvia-mente os treinamentos presenciais re-tornarão, mas essa ferramenta vai se perpetuar porque tem sido muito mais efetiva, barata e com alcance maior. Tem sido um excelente aprendizado. E nesse período também temos que trei-nar os funcionários. No momento que pudermos voltar para o campo tenho certeza que nossas equipes estarão mais preparadas.

Clique aqui e ouça a entrevista completa com Sidney Aguilar Junior.

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O Grande ReinícioMais uma nova nomenclatura tem sur-gido nos dias de nossas anormalida-des, dessa vez vinda desde o fundador e CEO do famoso Fórum Econômico Mundial, encontro anual que reúne os maiores líderes globais em Davos, fa-mosa cidade dos alpes suíços. Klaus Schwab diz: “É necessário haver um novo contrato social focado na dig-nidade humana e na justiça social, de forma que o progresso da sociedade não fique para trás do desenvolvimen-to econômico”.Em um encontro virtual, o principal di-rigente desse fórum que reúne a mais exclusiva elite política, econômica e cultural do planeta diz que a pandemia atual deixou clara a falta de sustenta-bilidade do sistema antigo em termos de coesão social, falta de oportunida-des e inclusão.O tema do próximo encontro, em janei-ro de 2021, que reunirá ainda a nata di-rigente de grandes empresas e corpo-rações dos cinco continentes, será: ‘O Grande Reinício, The Great Reset’, tese que pretende defender a necessidade urgente e objetiva para se resolver as múltiplas inconsistências, desajustes e contradições sistêmicas a partir de um ‘reset’ global.Como referência do que se discute nesse Fórum Econômico Mundial, na edição de 2019 foi levantado o acordo de Bretton Woods, lembrança usada para tratar da necessidade de um novo acordo econômico para uma globaliza-ção 4.0 e os desafios que as novas tec-nologias imporão.Para relembrar nossos leitores, esse acordo foi responsável por uma nova ordem monetária mundial, que embo-ra não esteja mais vigente, foi funda-mental para o comércio internacional no pós-guerra em julho de 1944.As discussões duraram três semanas e deram origem ao acordo de Bretton Woods, que gerou o sistema que esta-beleceu um modelo para as transações

entre diferentes moedas, com o dólar estabelecido como padrão internacio-nal e lastreado em ouro. Cada grama de ouro valia US$ 35 e o dólar assim seria parâmetro para as outras moedas. Todos os países teriam suas operações de negócios vincula-das ao dólar, que assim tinha sua emis-são rigidamente lastreada na quanti-dade de ouro que os EUA possuíam.Surgiria em seguida o Banco Interna-cional para a Reconstrução e Desen-volvimento (BIRD), organismo que fi-nanciaria a recuperação das nações europeias destruídas pela II Guerra Mundial, instituição que desmembrou--se no hoje celebrizado FMI e no Banco Mundial, ambos ativamente interven-cionistas na política econômica dos países através de socorros financeiros e pela imposição de modelos de auste-ridades e controles monetários. A insustentável paridade do dólar ao ouro foi sendo anunciada nas décadas seguintes com os adventos das guer-ras, a Fria e a do Vietnã, e a eclosão dos movimentos por direitos civis e outras demandas nos EUA, o que provocou graves perdas econômicas ao país.A regra de lastrear o dólar ao ouro caiu em 1971 e as máquinas do Federal Re-serve – o equivalente ao banco central dos países, mesmo que a sua formação tenha origem e administração nos ban-cos privados – passou a emitir moedas fiduciárias, aquelas cujo valor advém da confiança que a sociedade deposi-taria em quem emitia os papeis.Surgia uma ideologia liberal como al-ternativa duradoura para o mundo, mas o histórico de crises econômicas cíclicas, em intervalos regulares próxi-mos aos sete anos, desde então pare-cia desafiar a eficácia desse estabele-cimento padrão.A ONU criaria então em 2007 uma co-missão para repensar a governança fi-nanceira em todo o planeta e a expec-tativa de analistas financeiros passaria

a ser uma iminente ruptura no siste-ma monetário e econômico mundial. Uma drástica e caótica crise financei-ra, como jamais houve. A pandemia desse vírus de 2020 e seus profundos desdobramentos econômi-cos e sociais interseccionam com o mo-mento histórico da urgente crise mo-netária mundial prenunciada, o que segundo Klaus Schwab se faz “uma jane-la única e estreita” para ‘resetar’ a econo-mia e reconstruí-la sobre bases susten-táveis, inclusivas e transparentes.Schwab pedirá então esse novo con-trato social, que não separe cresci-mento econômico de desenvolvimento humano. A prévia desse lançamento foi feita em parceria com o príncipe Char-les, o secretário-geral da ONU, António Guterres, a diretora do FMI, Kristalina Georgieva e diversos outros lideres do grande mercado financeiro mundial.Para finalizar, disse o CEO: “Este é o começo de uma grande mobilização para mudar mentalidades e estilo de vida. Não bastam políticas pontuais de curto prazo”.Com esse noticiado ‘O Grande Reinício’, cabe sabermos o que isso significa em termos de efetivas mudanças para os

nossos dias profissionais e pessoais. O rótulo de novidade parece harmoni-zar-se com o intitulado “Novo Normal”, que tanto temos ouvido nesses últimos 100 dias e já foi tema de uma das nossas conversas aqui neste Pensando Bem.Juntamos o que de novo podemos já ou-vir sobre essa agenda de grande reset:

1. Tributação Global.2. Mais poder para as instituições internacionais.3. Novo Bretton Woods.4. Nova ordem econômica internacional.5. Novo modelo monetário fiduciário, não mais baseado na geração financei-ra a partir das dívidas.6. Inflacionismo de todas as moedas do planeta.7. Endividamento de todos os governos.8. Modelo monetário comum a todos os países do mundo.9. Organismo central internacional uni-ficado e moeda única global.10. Combate a todas as formas de ra-cismo e ênfase ao humanismo.11. Combate ao aquecimento global e exaltação à proteção ambiental.12. Sujeição dos poderes das nações para combate à corrupção dos governos.

P E N s a N d o B E m P E N s a N d o B E mRicardo Carvalho Cruz [email protected] Foto: Shutterstock

As peças assim estão postas para o que poderia vir a ser um novo comando global sobre povos e nações. E no Bra-sil, como em vários países do mundo, podemos assistir às cenas de degra-dação do sistema de comando de um governo central minado pelas abun-dantes ramificações de influências de poder, expostas desde as casas da lei, da justiça e das notícias, sobretudo dessas, a maior das vozes de doutrina-

ção sobre essa nova ordem de coisas.

Pensando bem, os dias sempre fo-ram desafiantes para os que os vi-vem no tempo, mas a nós, parece, foram dados alguns dos mais espe-ciais, os que podem incluir uma nova subordinação a uma nova gerência mundial, disposta a um reinício em nossas vidas para algo que não sa-bemos exatamente o que é e o que

poderá vir a ser, mas pelo histórico da ascendência dos maiores sobre os menores, do império sobre a co-lônia, do senhor sobre o servo, pode fazer ver mais notavelmente provas intensas e penosas. Um dos maio-res aliados que temos para o que nos está proposto é esse, o pensar, o pensar bem, livremente, reflexiva-mente, liberto das amarras midiáti-cas e da opinião herdada.

Pense bem, construa suas próprias conclusões ao investigar após a su-perfície das informações, aprofunde seus entendimentos pela diversida-de dos seus estudos, pela liberalida-de própria aos raciocínios, livres, não aceite o que vai na voz do outro para se fazer a sua, edifique o seu conhe-cimento estudando por si mesmo e li-vrando-se do que não é propriamente o seu próprio e genuíno juízo.

E s t e a n t i g o d i t a d o m o s t r a q u e q u a s e s e m p r e v a l o r i z a m o s m a i s a s c o i s a s d o s o u t r o s d o q u e a s n o s s a s .As pessoas parecem viver sem-pre insatisfeitas com o que pos-suem, com as coisas que têm, com o emprego que têm, com a família que têm, com a cidade onde residem, com o país onde nasceram ou moram.Conheço muitos brasileiros, es-pecialmente os mais jovens, que querem ir embora do Brasil. Que-rem morar na Europa, nos Esta-dos Unidos, na Austrália, Canadá, etc. Eles não têm olhos para ver as vantagens comparativas do Brasil. Só veem a grama verde de outros países. Não conhecem — e muitas vezes não querem conhecer — os problemas, as dificuldades, os preconceitos que sofrem os imi-grantes e mesmo os problemas daqueles países que veem como um verdadeiro paraíso.Ao mesmo tempo, vejo na Europa italianos, portugueses, espanhóis e franceses querendo deixar seus países para um mundo onde haja oportunidades de empreender, de

a r t i G o

A grama do vizinho é sempre mais verde!

crescer e onde haja uma atmosfe-ra do novo, do desafio, enfim de oportunidades que seus países não têm mais condições de ofere-cer. Aqui o passado é maior que o futuro e viveremos no futuro e não no passado, me disse um grupo de italianos, interessados em emi-grar para o Nordeste do Brasil.Hoje, em Portugal e outros países europeus, há centenas de brasi-leiros querendo retornar ao Brasil após experimentar as dificuldades de ser imigrantes. É claro que há exceções, mas a maioria que emi-gra trabalha duro, na maioria das vezes em condições adversas e fazendo trabalhos que se nega-riam a fazer no Brasil. É claro que nem sempre eles contam isso a seus amigos e parentes para não se mostrarem fracassados, mas a verdade é que se trabalhassem aqui o mesmo que dão duro lá fora, teriam mais sucesso aqui do que no exterior. E, a grande verdade é que as oportunidades do futuro estão aqui.O mesmo vejo acontecer com pes-soas que em vez de se dedicarem mais ao emprego que possuem,

vivem pensando em mudar de em-prego, de ter o que chamam de “novas experiências” e com isso não constroem uma carreira, não ganham a confiança de suas em-presas, são eternos trainees e não percebem que há uma fila grande de pessoas querendo exatamente o emprego que elas possuem hoje e que pouco valorizam.Da mesma forma vejo casamentos e uniões sendo desfeitos por pura imaturidade de pessoas que acre-

Luiz Marins é antropólogo e consultor.Saiba mais em www.marins.com.br

ditam que conviver com uma outra pessoa será melhor do que com aquela com quem convivem agora.Seja pela cegueira da inveja ou por pura falta de capacidade de aná-lise fria da realidade, muitas pes-soas destroem a sua vida em bus-ca de uma grama mais verde que quase sempre está debaixo do seu nariz. É só cuidar melhor dela e ela crescerá a cada dia mais verde.

Pense nisso. Sucesso!

PENSE NISSO:

• Quantas pessoas você conhece que não valorizam o que possuem e vivem invejando as coisas alheias?

• Quantas pessoas você conhece que estavam num bom emprego e que, iludidas pela grama do vizinho, mudaram de emprego e depois se arrependeram?

• Quantas pessoas você conhece que por pura falta de maturidade terminaram um relacionamento afetivo sério e se lançaram numa aventura que só lhes trouxe sofrimento e dores de cabeça?

• Quantas pessoas você conhece que tomaram decisões puramente emocionais e depois se arrependeram?

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52

MAPA – Movimento das Atividades em Peças e Acessórios A partir deste Novo Varejo, vamos acom-panhar os resultados apurados semanal-mente pelo After.Lab, divisão de pesquisas da Novo Meio, sobre a evolução dos negó-cios no varejo de autopeças para veículos leves segundo informações apuradas jun-to aos empresários em todo o Brasil.Novamente queda nas vendas na mé-dia nacional, índice fechado em - 0,75% e mais uma vez positivos, dessa vez em 1,15%, na média das compras.Vemos claramente por mais essa medi-ção que as vendas dos varejistas seguem adiando uma sequência segura nos da-dos de recuperação, mostrando os mes-mos sinais das incertezas que surgem do abrir e fechar de cidades, da guerra jurídi-ca e política por autoridade na última de-cisão sobre isso, e da batalha sanitária e econômica por alguma sanidade vinda desde o comando dos poderes da nação.Vale comentar especialmente que es-sas medições iniciadas em primeiro de maio traziam as informações potenciali-

zadas pelos estoques consumidos duran-te a grande depressão econômica de abril, portanto, era esperada essa lenta e grada-tiva reposição dos estoques, com a apura-ção de índices maiores em compras, ainda que sempre em níveis mínimos.Para ampliar a qualidade das informações prestadas pelos números apurados, os analistas do After.Lab trazem para essa edição mais uma novidade, um gráfico comparativo de respostas positivas, ne-gativas e estáveis em compras e vendas.Podemos ver por esse novo medidor uma coluna de variações positivas em vendas com números nesse mês de junho bem melhores, em média 36% superiores aos do mês anterior e, sobretudo, melhores na última semana do mês.Já no gráfico de compras, podemos des-tacar a diminuição da estabilidade, ou seja, a interrupção dos sinais de estag-nação nos números comparativos desse mês em relação ao anterior, com junho fe-chando com melhora de cerca de 13% no índice de movimentação das compras.Sobre esse aspecto observa-se em nos-sas entrevistas um crescimento na mo-

dalidade denominada “venda casada”, me-dida comum em períodos de retração na atividade econômica e baixos volumes dis-poníveis para investimentos em estoques.Outras curiosidades, as variações po-sitivas de vendas no começo de junho, 46%, número que perdeu fôlego nas se-manas seguintes vindo a se recuperar novamente na última semana do mês; e as baixíssimas variações positivas nos índices de compras medidas na primei-ra quinzena de maio, somente 15%, nú-meros que dobrariam nessas últimas semanas apontando claros sinais de re-cuperação dos estoques.Importante ressaltar ainda que os índi-ces de compras positivas no varejo de au-topeças nacional são os que repercutem melhores resultados de venda de distri-buidores e indústrias. Já as vendas esta-bilizadas no varejo apontam para um mer-cado futuro de recuperação ainda lenta em todos os níveis da cadeia.Temos ouvido também que as compras estão erguidas por algumas promoções de distribuidores, que têm tornado as suas ofertas mais atraentes para ampliação dos

volumes dos pedidos dos varejistas.Com os números divulgados, diversas ou-tras possibilidades de avaliação poderão ser medidas por esses novos gráficos, potencializando estudos e análises valio-sas para os gestores do setor sobre as va-riações nas atividades de compras e ven-das na etapa varejista do mercado.A leitura dos números regionais dessa se-mana traz em destaque as regiões Norte e Nordeste, novamente as únicas do país com vendas e compras positivas, e des-sa vez com altos índices medidos, confir-mando resultados que manifestam a re-tomada surgida desde a abertura de seus principais centros econômicos, após os austeros confinamentos sociais.Nas demais regiões, números quase es-táveis em compras e vendas no Centro--Oeste, maior queda vindo das vendas realizadas no Sudeste - o que se torna um decisivo medidor do índice médio nacional pela importância econômica da região - e mercado positivo de volta às compras dos estados da região Sul, de-pois de uma sequência negativa nas se-manas anteriores.

a F t E r . l a B a F t E r . l a BClaudio Milan [email protected]

Semana de 22 a 26 de junho

08/mai

MOVIMENTAçãO EM VENDAS NACIONAL

-2,08

-3,77

-1,81 -1,84-0,75

2,30

0,37 0,14

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun 19/jun 26/jun

índice positivo índice negativo

Fonte: After.Lab

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

MOVIMENTAçãO EM COMPRAS NACIONAL

-6,46

-0,45

0,601,42 1,34

0,70 1,150,19

índice positivo índice negativo

08/mai 15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun 19/jun 26/jun

Fonte: After.Lab

29/mai 05/jun 12/jun 19/jun 26/jun

ESTATÍSTICAS COMPARATIVAS NACIONAL VENDAS

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

33%

31%

08/mai 15/mai 22/mai

23%

18%

46%43%

47%50%

36%

42%

31%28%

26% 26%27%25%

30%32% 32%32% 32%

40%

28%

42%

Fonte: After.Lab variações positivas variações negativas sem variação

29/mai 05/jun 12/jun 19/jun 26/jun

ESTATÍSTICAS COMPARATIVAS NACIONAL COMPRAS

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

21%

08/mai 15/mai 22/mai

16% 14%

61%

69%

56%

54%58%

13% 13%17%

23%

12%

15%

57%59%

29% 29% 29% 30% 30%

47%

24% 24%

Fonte: After.Labvariações positivas variações negativas sem variação

2,28

Fonte: After.Lab Fonte: After.Lab

08/mai

MOVIMENTAçãO EM VENDAS NORTE

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun 19/jun 26/jun

-1,0-2,50

-1,67

-6,50

0,42

3,391,22

5,39

índice positivo índice negativo

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10 19/jun 26/jun08/mai

MOVIMENTAçãO EM COMPRAS NORTE

1,00

-2,50

-0,50

0,701,33 1,11

3,22

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

índice positivo índice negativo

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

Fonte: After.Lab Fonte: After.Lab

19/jun 26/jun08/mai

MOVIMENTAçãO EM VENDAS NORDESTE

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

-7,5

-0,94-0,28

4,333,86 3,80

2,31 1,68

índice positivo índice negativo

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10 26/jun19/jun

20

16

12

8

4

0

-4

-8

-12

-16

-20 08/mai

MOVIMENTAçãO EM COMPRAS NORDESTE

-12,78

-3,61

0,31

3,33 4,60

0,88 0,82

-1,72

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

índice positivo índice negativo

Fonte: After.Lab Fonte: After.Lab

26/jun19/jun08/mai

MOVIMENTAçãO EM VENDAS CENTRO-OESTE

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

10,63

-0,63 -1,54 -0,85

1,25

-3,63

4,861,62

índice positivo índice negativo

26/jun

20

16

12

8

4

0

-4

-8

-12

-16

-20 19/jun08/mai

MOVIMENTAçãO EM COMPRAS CENTRO-OESTE

-5,00

1,50

-5,63

0,13

3,57

-2,15

-0,92 -1,25

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

índice positivo índice negativo

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

Fonte: After.Lab Fonte: After.Lab

26/jun08/mai

MOVIMENTAçãO EM VENDAS SUDESTE

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

-0,80-2,28

-6,80

-3,52-2,81

3,20

0,32 0,48

índice positivo índice negativo

19/jun

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10 26/jun19/jun08/mai

MOVIMENTAçãO EM COMPRAS SUDESTE

-1,40 -0,40 -0,37

1,88

-0,20

1,80 1,15 0,58

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

índice positivo índice negativo

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

Fonte: After.Lab Fonte: After.Lab

26/jun08/mai

MOVIMENTAçãO EM VENDAS SUL

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

-6,36

-1,82-2,27

3,45

-3,36 -3,60 -3,65

-1,25

índice positivo índice negativo

19/jun

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

26/jun19/jun

20

16

12

8

4

0

-4

-8

-12

-16

-20 08/mai

MOVIMENTAçãO EM COMPRAS SUL

-15,45

1,82 0,914,55

-0,45-1,35

2,40 3,00

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

índice positivo índice negativo

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a F t E r . l a B a F t E r . l a B

ONDA - Oscilações nos Níveis de Abastecimento e Preços do Aftermarket AutomotivoEste estudo investiga semanalmen-te as eventuais faltas de produtos e também as variações dos preços pra-ticados para o varejo de autopeças de veículos leves em todo o Brasil.Os resultados apurados mostraram mais uma vez o ótimo nível do abas-tecimento dos estoques dos varejis-tas de autopeças nessas semanas, com o índice de faltas fechando em apenas 1,60% nessa edição da pes-quisa, continuando a apontar a ab-soluta normalidade das entregas para o segmento.Já os preços, novamente maiores, fechando com aumento médio de 5,45%, número que emperra na lem-brança dos varejistas entrevistados.Assim, se o abastecimento do mer-cado continua excelente em todas as regiões do país, os preços se-guem na mesma obliquidade de alta, sempre na faixa dos 5% na média na-cional, o que termina por confirmar a impressão de um olhar emocional vindo das respostas dos varejistas entrevistados, que não se esque-cem da pressão pelos aumentos sur-

gida com o desarranjo dos custos de seus fornecedores diretos e indire-tos, desafiados pelas instabilidades cambiais e inconstâncias operacio-nais dos últimos 100 dias.Quanto aos preços, regionalmen-te vemos novamente o Centro-Oes-te com aumentos medidos na casa de 1%, destoando mais uma sema-na do restante do país, de onde apa-receram percentuais de 4, 5, 6 e até 8% em aumentos nos preços prati-cados, o que pode mesmo autenti-car esse raciocínio sentimentalista das respostas de varejistas sensibi-lizados pelos dias de grandes desa-fios de gestão.Na região onde o mercado vai mais próximo da regularidade, as avalia-ções parecem se tornar mais claras. Já em mercados mais sofridos pelos apagões sociais e econômicos, mo-vido por operações comerciais mais instáveis, a percepção de aumento se faz definitivamente incerta.É bom recomendar a reflexão de que em um mercado servido por políti-cas de comercialização nacional e patamares de preços equilibrados é mesmo inusitado acharmos dispari-dades de preços com diferenças de

até 7%. Isso parece possível somen-te se o olhar for específico de uns, ou seja, para aquela semana, e acu-mulativo para outros, pelas inter-rupções na movimentação dos ne-gócios em suas regiões.E, então, por essa medição, pode-mos ter achado a resposta para uma melhor avaliação sobre a causa des-sa oscilação dos índices de variação de preços. Estabilidade nos preços ampliada para 36% dos entrevista-dos, portanto, mais de um terço das pesquisas, contra 28% do estudo anterior. Esse número pode confir-mar que as regiões Sul, Nordeste e Norte, enfraquecidas em suas ope-rações de compras nas últimas se-manas, ao retornarem às atividades de reposição dos estoques, como confirma exatamente os dados do MAPA dessa semana, acharam pre-ços mais altos, não por uma semana de variação, mas por algumas. Nos níveis de abastecimento, núme-ro novamente medido na casa dos 40%, confirmando a absoluta esta-bilidade na manutenção dos níveis de estoques dos varejistas de auto-peças para veículos leves nesse fim de junho de 2020.

Sobre o comportamento das linhas de produtos onde estão as maiores variações em abastecimento e pre-ços, classificação muito parecida com a dos estudos anteriores.Em abastecimento, segue com-ponentes importados à frente, agora com 33,9%, suspensão com 11,3%, e acessórios, de volta à lis-ta, com 9,7%.No ranking de linhas com maior va-riação de preços, encontramos mais uma vez componentes em ge-ral à frente, dessa vez com absolutos 58,7%, seguido por componentes importados com 15,2%, confirman-do que os aumentos são generaliza-dos, com um destaque, ainda que tí-mido, para os itens importados.Os nossos canais digitais já estão di-vulgando os novos gráficos e as in-formações completas medidas na movimentação das atividades em peças e acessórios e nas oscilações nos níveis de abastecimento e pre-ços nesse Aftermarket Automotivo, segundo os varejistas de autopeças para veículos leves de todo o país, mais um produto de medição dos de-safios postos a empresários e ges-tores dessa cadeia de negócios.

NÍVEL DE ABASTECIMENTO NACIONAL

01/jun 08/jun 15/jun 22/jun 29/jun

--4,59

--2,72-1,45 -1,54 -1,60

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

Fonte: After.Lab

01/jun 08/jun 15/jun 22/jun 29/jun

Fonte: After.Lab

OSCILAçãO DE PREçOS NACIONAL

4,60 4,15

5,244,98

5,45

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

22/jun 29/jun

ESTABILIDADE DE ABASTECIMENTO NACIONAL

50%

40%

30%

20%

10%

0%

18%

01/jun 08/jun 15/jun

27%

44% 43%40%

Fonte: After.Lab

ESTABILIDADE DE PREçOS NACIONAL

50%

40%

30%

20%

10%

0%

13%

01/jun 08/jun 15/jun 22/jun

22%

40%

28%36%

29/jun

Fonte: After.Lab

NÍVEL DE ABASTECIMENTO SUL

-4,36

-0,64

-3,36-1,92-0,93

NÍVEL DE ABASTECIMENTO SUDESTE

-5,74-3,41

-2,24-1,50 -1,37

NÍVEL DE ABASTECIMENTO NORDESTE

-2,72 -3,33 -2,75 -3,29-1,80

NÍVEL DE ABASTECIMENTO CENTRO-OESTE

-4,69 -3,50

-1,36-1,45-0,22

OSCILAçãO DE PREçOS SUDESTE

4,77 5,265,92

4,565,77

OSCILAçãO DE PREçOS NORTE

5,293,64 4,17

OSCILAçãO DE PREçOS NORDESTE

5,67 5,133,13

5,334,13

OSCILAçãO DE PREçOS CENTRO-OESTE

6,46

4,33

1,05 1,39 1,64

OSCILAçãO DE PREçOS SUL

4,685,23

6,42

3,09 4,73

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

NÍVEL DE ABASTECIMENTO NORTE

01/jun

01/jun

01/jun

01/jun

01/jun

01/jun

01/jun

01/jun

01/jun

01/jun

08/jun

08/jun

08/jun

08/jun

08/jun

08/jun

08/jun

08/jun

08/jun

08/jun

15/jun

15/jun

15/jun

15/jun

15/jun

15/jun

15/jun

15/jun

15/jun

15/jun

22/jun

22/jun

22/jun

22/jun

22/jun

22/jun

22/jun

22/jun

22/jun

22/jun

26/jun

26/jun

26/jun

26/jun

26/jun

26/jun

26/jun

26/jun

26/jun

26/jun

-0,79 -0,67 -0,59 -0,75-2,33

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

Fonte: After.Lab

Fonte: After.Lab

Fonte: After.Lab

Fonte: After.Lab

Fonte: After.Lab

Fonte: After.Lab

Fonte: After.Lab

Fonte: After.Lab

Fonte: After.Lab

Fonte: After.Lab

6,58

8,70

Page 29: Editorial€¦ · NV - Em tempos de crise comunicação e marketing se tornam importantes. O que tem sido possível fazer na relação da Gates com o mercado? AS - Nossa equipe de

56

a F t E r . l a B a F t E r . l a B

MAPA – Movimento das Atividades em Peças e Acessórios Um mercado mais estável. Essa é a mais evidente leitura dos resulta-dos das pesquisas MAPA - Movimen-to das Atividades em Peças e Aces-sórios e do ONDA - Oscilações nos Níveis de Abastecimento e Preços desse Aftermarket Automotivo na primeira semana se julho, segundo os empresários do varejo para veí-culos leves de todo o país.

Começando pelos números totaliza-dos para o MAPA, as vendas na média nacional melhores em 0,81%, e com-pras também em positivos 0,21%, ín-dices baixos, mas que ainda assim podem ser vistos como um sinal de recuperação na atividade econômi-ca do setor em todo o país.Os dados regionais continuam a mostrar em destaque as regiões Norte e Nordeste, recuperando o tempo perdido em suas inatividades forçadas; o Sudeste voltando aos

Semana de 29 de junho a 3 de julho

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

MOVIMENTAçãO EM COMPRAS NACIONAL

-6,46

-0,45

0,601,42 1,34

0,70 1,150,19

índice positivo índice negativo

08/mai 15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun 19/jun 26/jun

0,21

03/jul08/mai

MOVIMENTAçãO EM VENDAS NACIONAL

-2,08

-3,77

-1,81 -1,84-0,75

2,30

0,37 0,14

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun 19/jun 26/jun

índice positivo índice negativo

Fonte: After.Lab

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

0,81

03/jul

29/mai 05/jun 12/jun 19/jun 26/jun 03/jul

ESTATÍSTICAS COMPARATIVAS NACIONAL VENDAS

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

33%

31%

08/mai 15/mai 22/mai

23%

18%

46%43%

47%50%

36%

42%

31%28%

26% 26%27%25%

30%32% 32%32% 32%

53%

40%

31%

28%

16%

42%

Fonte: After.Lab variações positivas variações negativas sem variação

29/mai 05/jun 12/jun 19/jun 26/jun

ESTATÍSTICAS COMPARATIVAS NACIONAL COMPRAS

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

21%

08/mai 15/mai 22/mai

16% 14%

61%

69%

56%

54%58%

13% 13%17%

23%

14%12%

15%

57%59%

29% 29% 29% 30% 30%32%

47%

54%

24% 24%

Fonte: After.Labvariações positivas variações negativas sem variação

03/jul

tão aguardados números positivos; o Centro-Oeste com números ne-gativos, emperrando seus negócios pelo agravamento da crise sanitária na região; e o Sul, novamente anun-ciando a retração de atividades, também pela necessidade de maior enfrentamento a um potencial co-lapso no sistema de saúde pública.Enfim, os números do MAPA dessa semana mostram resultados de um mercado que ainda aguarda padro-nização em suas atividades, como o

país que anseia por medidas menos políticas e mais técnicas no comba-te a enfermidade epidêmica.O Aftermarket Automotivo tem sina-lizado as mesmas instabilidades vi-vidas pela ciência e pela sociedade brasileira desde um desenho social e econômico incerto, mas anda assim segue resiliente para manter aberta todas as portas de milhares de es-tabelecimentos que atendem as ne-cessidades dos proprietários de veí-culos de todo o país.

Fonte: After.Lab

08/mai

MOVIMENTAçãO EM VENDAS NORTE

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun 19/jun 26/jun 03/jul

-1,0-2,50

-1,67

-6,50

0,42

3,391,22 1,20

5,39

índice positivo índice negativo

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

2,28 2,87

Fonte: After.Lab

03/jul19/jun 26/jun08/mai

MOVIMENTAçãO EM COMPRAS NORTE

1,00

-2,50

-0,50

0,701,33 1,11

3,22

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

índice positivo índice negativo

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

Fonte: After.Lab Fonte: After.Lab

03/jul 03/jul19/jun 26/jun08/mai

MOVIMENTAçãO EM VENDAS NORDESTE

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

-7,5

-0,94-0,28

4,333,86 3,80

2,31 2,241,68

índice positivo índice negativo

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10 26/jun19/jun

20

16

12

8

4

0

-4

-8

-12

-16

-20 08/mai

MOVIMENTAçãO EM COMPRAS NORDESTE

-12,78

-3,61

0,31

3,33 4,601,400,88 0,82

-1,72

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

índice positivo índice negativo

Fonte: After.Lab Fonte: After.Lab

03/jul 03/jul26/jun19/jun08/mai

MOVIMENTAçãO EM VENDAS CENTRO-OESTE

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

10,63

-0,63 -1,54 -1,67-0,85

1,25

-3,63

4,861,62

índice positivo índice negativo

26/jun

20

16

12

8

4

0

-4

-8

-12

-16

-20 19/jun08/mai

MOVIMENTAçãO EM COMPRAS CENTRO-OESTE

-5,00

1,50

-5,63

0,13

3,57

-2,15

-0,92 -1,25 -1,08

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

índice positivo índice negativo

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

Fonte: After.Lab Fonte: After.Lab

03/jul 03/jul26/jun08/mai

MOVIMENTAçãO EM VENDAS SUDESTE

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

-0,80-2,28

-6,80

-3,52-2,81

3,202,13

0,32 0,48

índice positivo índice negativo

19/jun

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-1026/jun19/jun08/mai

MOVIMENTAçãO EM COMPRAS SUDESTE

-1,40 -0,40 -0,37

1,88

-0,20

1,80 1,15 0,940,58

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

índice positivo índice negativo

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

Fonte: After.Lab Fonte: After.Lab

03/jul03/jul

26/jun08/mai

MOVIMENTAçãO EM VENDAS SUL

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

-6,36

-1,82-2,27 -2,60

3,45

-3,36 -3,60 -3,65

-1,25

índice positivo índice negativo

19/jun

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

26/jun19/jun

20

16

12

8

4

0

-4

-8

-12

-16

-20 08/mai

MOVIMENTAçãO EM COMPRAS SUL

-15,45

1,82 0,914,55

-0,45-1,35 -2,75

2,40 3,00

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

índice positivo índice negativo

Page 30: Editorial€¦ · NV - Em tempos de crise comunicação e marketing se tornam importantes. O que tem sido possível fazer na relação da Gates com o mercado? AS - Nossa equipe de

58

a F t E r . l a B

ONDA - Oscilações nos Níveis de Abastecimento e Preços do Aftermarket AutomotivoE os resultados apurados nessa se-mana no ONDA mostram os melho-res índices para esse estudo, com o mais baixo índice de falta de produ-tos -1,13% e aumento de preços de apenas 1,18%. O ótimo nível do abastecimento dos estoques dos varejistas de autope-ças assim continua, e até melhora, e os preços, finalmente, começam a experimentar estabilidades, com si-nais de que aquela lembrança vicia-da dos aumentos das semanas ante-riores começa a se dissipar.Mais um dado relevante vem da uni-formização da opinião em todo o país.

Não achamos nenhum destaque re-gional que concorra com a média na-cional, confirmando assim que quan-do o mercado acha estabilidade de comportamentos ela está represen-tada em todo o país. Com índices tão baixos, torna-se me-nos importante os sistemas de pro-dutos que compõe a lista das poucas faltas e dos mínimos aumentos de preços, mas ainda assim divulgamos as mesmas linhas nos dois rankings das últimas edições do trabalho. O mais notável, no entanto, nessa edição da pesquisa são os dados de estabilidades obtidos para os novos gráficos criados para a divulgação desse perfil de medição. Pesquisa MAPA com vendas e com-

pras estáveis, ou seja, nos mesmos níveis da semana anterior ao perí-odo de avaliação segundo 53% dos entrevistados em vendas e 54% em compras, ou seja, sem variação em relação ao movimento na operação comercial do varejo, com compras e vendas seguindo o mesmo volume anterior, para a maioria dos entre-vistados em todo o país.Na pesquisa ONDA mais estabili-dade ainda, abastecimento estável para 67% dos entrevistados e pre-ços sem variação para 85% dos en-trevistados em todo o Brasil, nú-meros significativamente válidos para a comprovação de que nesse momento o mercado está abaste-cido e com preços inalterados de-

pois da onda de aumentos das últi-mas semanas.MAPA e ONDA, divulgados sema-nalmente pelos canais digitais do Aftermarket Automotivo, cons-tituem um novo parâmetro para conduzir estratégias e prognósti-cos dos mais atentos competido-res de um mercado com a enorme importância de suportar as neces-sidades de manutenção de mais de 40 milhões de veículos.Assim, confirma esse mercado de manutenção independente toda a sua relevância social ao dar acesso para os cuidados da vida que o car-ro leva, em dois sentidos, uma antiga assinatura dessa Novo Meio, sempre tão própria e pertinente.

01/jun 08/jun 15/jun 22/jun 29/jun

Fonte: After.Lab

OSCILAçãO DE PREçOS NACIONAL

4,60 4,15

5,244,98

5,45

1,18

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10 03/jul

NÍVEL DE ABASTECIMENTO NACIONAL

01/jun 08/jun 15/jun 22/jun 29/jun 03/jul

--4,59

--2,72-1,45 -1,54 -1,60

-1,13

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

Fonte: After.Lab

COMPONENTES:

IMPORTADOS 34,8%

ACESSÓRIOS 13,0%

SUSPENSãO 11,6%

COMPONENTES:

GERAL 52,6%

IMPORTADOS 31,6%

ELÉTRICA 15,8%

22/jun 29/jun 03/jul

ESTABILIDADE DE ABASTECIMENTO NACIONAL

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

18%

01/jun 08/jun 15/jun

27%

44% 43%40%

67%

Fonte: After.Lab

03/jul

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

Fonte: After.Lab

ESTABILIDADE DE PREçOS NACIONAL

13%

01/jun 08/jun 15/jun 22/jun

22%

40%

28% 36%

85%

29/jun

OSCILAçãO DE PREçOS NORTE

5,293,64 4,17

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

NÍVEL DE ABASTECIMENTO NORTE

01/jun 01/jun08/jun 08/jun15/jun 15/jun22/jun 22/jun26/jun 26/jun03/jul 03/jul

-0,79 -0,67 -0,59 -0,75-2,33 -1,73

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

Fonte: After.Lab Fonte: After.Lab

6,58

8,70

1,20

Page 31: Editorial€¦ · NV - Em tempos de crise comunicação e marketing se tornam importantes. O que tem sido possível fazer na relação da Gates com o mercado? AS - Nossa equipe de

60

a F t E r . l a B a F t E r . l a B

NÍVEL DE ABASTECIMENTO NORDESTE

-2,72 -3,33 -2,75 -3,29

-1,80-0,72

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

01/jun 08/jun 15/jun 22/jun 26/jun 03/jul

Fonte: After.Lab

OSCILAçãO DE PREçOS NORDESTE

5,67 5,13

3,13

5,334,13

0,16

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

01/jun 08/jun 15/jun 22/jun 26/jun 03/jul

Fonte: After.Lab

NÍVEL DE ABASTECIMENTO CENTRO-OESTE

-4,69-3,50

-1,36 -1,00-1,45

-0,22

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

01/jun 08/jun 15/jun 22/jun 26/jun 03/jul

Fonte: After.Lab

OSCILAçãO DE PREçOS CENTRO-OESTE

6,46

4,33

1,05 1,391,64

0,40

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

01/jun 08/jun 15/jun 22/jun 26/jun 03/jul

Fonte: After.Lab

NÍVEL DE ABASTECIMENTO SUL

-4,36

-0,64

-3,36-1,92 -1,41-0,93

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

01/jun 08/jun 15/jun 22/jun 26/jun 03/jul

Fonte: After.Lab

OSCILAçãO DE PREçOS SUDESTE

4,775,26

5,92

1,55

4,56

5,77

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

01/jun 08/jun 15/jun 22/jun 26/jun 03/jul

Fonte: After.Lab

OSCILAçãO DE PREçOS SUL

4,685,23

6,42

1,53

3,09 4,73

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

01/jun 08/jun 15/jun 22/jun 26/jun 03/jul

Fonte: After.Lab

NÍVEL DE ABASTECIMENTO SUDESTE

-5,74

-3,41

-2,24-1,50 -1,37 -1,11

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

01/jun 08/jun 15/jun 22/jun 26/jun 03/jul

Fonte: After.Lab

MAPA – Movimento das Atividades em Peças e Acessórios O mercado continua achando a es-tabilidade que é possível para es-ses dias. Essa é a leitura que se destaca nos resultados das pes-quisas MAPA - Movimento das Ati-vidades em Peças e Acessórios e do ONDA - Oscilações nos Níveis de Abastecimento e Preços na se-gunda semana de julho, de acor-do com os empresários do varejo para veículos leves de todo o país, em mais uma semana de trabalho do After.Lab para produzir os da-dos que têm contribuído para a orientação de empresários e pro-fissionais do setor.Destaque inicial para as restrições que cresceram em vários estados e em cidades onde nossos pesquisa-dores realizavam a amostra, o que dificultou especialmente o trabalho dessa semana.Achamos o comércio fechado em: Goiás: Anápolis, Aparecida De Goiâ-nia e Goiânia; Bahia: Feira De Santa-na e Salvador; Piauí: Teresina; Ron-dônia: Porto Velho; Paraná: Cascavel e Curitiba; Rio Grande do Sul: Grava-taí, Pelotas, Porto Alegre e Canoas. Cidades que representam importan-tes centros econômicos do país.Claro que essas restrições emba-raçam parte importante dos traba-lhos, mas ainda assim a pesquisa deixa muito mais dados relevantes para avaliações e conclusões sobre o atual quadro de movimentação das atividades de negócio na ponta varejista de autopeças.E no MAPA dessa semana achamos números praticamente estáveis na média nacional, negativos em 0,31% nas vendas e 0,79% nas compras.O olhar regional, no entanto, é o mais produtivo para análises es-pecialmente nessa semana. Em todo o país, até no Centro-Oes-

te, de onde tem surgido notícias sanitárias piores nas últimas se-manas, achamos índices positi-vos, inclusive, e sobretudo, nas vendas dos varejos do Sudeste, o mais decisivo medidor nacio-nal de níveis de riqueza e produ-tividade. Mas no Sul, a depres-são pelo recuo às medidas mais restritivas, terminou por com-plicar essa média nacional, com mais quedas na região na casa de 5%, tanto nas atividades de com-pras como na de vendas dos va-rejistas locais, que sofrem assim mais uma semana.

No gráfico de estáticas de respos-tas comparativas, segundo a média nacional, equilíbrio, com ligeiro des-taque para respostas positivas em venda, ou seja, vendas maiores que na semana anterior para 41% dos en-trevistados; e respostas estáveis para 38% dos pesquisados, ou seja, vendas no mesmo volume da sema-na anterior. O bom índice desse modelo de ava-liação vem também dos 21% ape-nas de respostas negativas, ou seja, os que disseram que vende-ram ou compraram menos em com-paração à semana anterior ao pe-

ríodo pesquisado. Assim, podemos concluir que para 79% dos pesqui-sados as vendas foram iguais ou melhores na semana avaliada em comparação com a anterior. Um número bastante positivo.O desafio desse Aftermarket Au-tomotivo permanece sendo a dis-paridade dos comportamentos regionais em um país com reali-dades continentais, que geram alternâncias a cada semana, dis-tanciando o país ainda da espe-rada padronização do funciona-mento dos seus negócios. É ter paciência e perseverança.

Semana de 6 a 10 de julho

Fonte: After.Lab

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

MOVIMENTAçãO EM COMPRAS NACIONAL

-6,46

-0,79-0,45

0,601,42 1,34

0,70 1,150,19

índice positivo índice negativo

08/mai 15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun 19/jun 26/jun

0,21

03/jul 10/jul

08/mai

MOVIMENTAçãO EM VENDAS NACIONAL

-2,08

-3,77

-1,81 -1,84-0,75

-0,31

2,30

0,37 0,14

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun 19/jun 26/jun

índice positivo índice negativo

Fonte: After.Lab

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

0,81

03/jul 10/jul

Page 32: Editorial€¦ · NV - Em tempos de crise comunicação e marketing se tornam importantes. O que tem sido possível fazer na relação da Gates com o mercado? AS - Nossa equipe de

62

m E r C a d oa F t E r . l a B a F t E r . l a B

10/jul

38%

21%

29/mai 05/jun 12/jun 19/jun 26/jun

ESTATÍSTICAS COMPARATIVAS NACIONAL COMPRAS

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

21%

08/mai 15/mai 22/mai

16% 14%

61%

69%

56%

54%58%

13% 13%17%

23%

14%12%

15%

57%59%

29% 29% 29% 30% 30%32%

47%

54%

24% 24%

Fonte: After.Labvariações positivas variações negativas sem variação

03/jul

41%

variações positivas variações negativas sem variação

Fonte: After.Lab

08/mai

MOVIMENTAçãO EM VENDAS NORTE

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun 19/jun 26/jun 03/jul 10/jul

-1,0-2,50

-1,67

-6,50

0,42

3,391,22 1,20

4,445,39

índice positivo índice negativo

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

Fonte: After.Lab

10/jul03/jul19/jun 26/jun08/mai

MOVIMENTAçãO EM VENDAS NORDESTE

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

-7,5

-0,94-0,28

4,333,86 3,80

2,31 2,24 1,571,68

índice positivo índice negativo

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

2,28 2,873,22

Fonte: After.Lab

03/jul 10/jul19/jun 26/jun08/mai

MOVIMENTAçãO EM COMPRAS NORTE

1,00

-2,50

-0,50

0,701,33 1,11

3,22

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

índice positivo índice negativo

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

Fonte: After.Lab

10/jul03/jul26/jun19/jun08/mai

MOVIMENTAçãO EM VENDAS CENTRO-OESTE

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

10,63

-0,63 -1,54 -1,67-0,85

1,25

-3,63

4,86

1,111,62

índice positivo índice negativo

20

16

12

8

4

0

-4

-8

-12

-16

-20

Fonte: After.Lab

10/jul03/jul26/jun19/jun

20

16

12

8

4

0

-4

-8

-12

-16

-20 08/mai

MOVIMENTAçãO EM COMPRAS NORDESTE

-12,78

-3,61

0,31

3,33 4,601,40 0,710,88 0,82

-1,72

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

índice positivo índice negativo

Fonte: After.Lab

10/jul03/jul26/jun19/jun08/mai

MOVIMENTAçãO EM COMPRAS CENTRO-OESTE

-5,00

1,50

-5,63

0,13 0,22

3,57

-2,15

-0,92 -1,25 -1,08

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

índice positivo índice negativo

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

Fonte: After.Lab

10/jul03/jul26/jun08/mai

MOVIMENTAçãO EM VENDAS SUDESTE

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

-0,80-2,28

-6,80

-3,52-2,81

3,202,13

0,400,32 0,48

índice positivo índice negativo

19/jun

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

Fonte: After.Lab

10/jul03/jul26/jun08/mai

MOVIMENTAçãO EM VENDAS SUL

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

-6,36

-1,82-2,27 -2,60

-5,64

3,45

-3,36 -3,60 -3,65

-1,25

índice positivo índice negativo

19/jun

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

Fonte: After.Lab

10/jul03/jul26/jun19/jun08/mai

MOVIMENTAçãO EM COMPRAS SUDESTE

-1,40 -0,40 -0,37

1,88

-0,20 -0,17

1,80 1,15 0,940,58

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

índice positivo índice negativo

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

Fonte: After.Lab

10/jul03/jul26/jun19/jun

20

16

12

8

4

0

-4

-8

-12

-16

-20 08/mai

MOVIMENTAçãO EM COMPRAS SUL

-15,45

1,82 0,914,55

-0,45-1,35 -2,75

-5,18

2,40 3,00

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

índice positivo índice negativo

ONDA - Oscilações nos Níveis de Abastecimento e Preços do Aftermarket AutomotivoO estudo investiga semanalmente as eventuais faltas de produtos e tam-bém as variações nos preços pratica-dos para o varejo de autopeças de ve-ículos leves em todo o Brasil.Os resultados apurados mostraram mais uma vez os melhores índices para esse estudo, novo recorde, com o mais baixo índice de falta de produ-tos, 0,54 %, e aumento de preços de apenas 0,65% que já foram apurados. O nível do abastecimento dos esto-ques dos varejistas de autopeças me-lhora assim a cada semana, e os pre-ços continuam a demonstrar sinais de estabilidade, apontando que os ajus-tes determinados pelas mudanças cambiais e elevação do valor das com-modities já estão consolidados.Novamente não achamos nenhum destaque regional que concorra com a média nacional nas avaliações des-ses índices, confirmando assim que quando o mercado achou estabilida-de de comportamentos ela se mani-festou igualmente em todo o país. Com índices tão baixos, mais uma vez tornam-se menos importantes os siste-mas de produtos que compõem a lista das poucas faltas e dos mínimos aumen-

tos de preços, mas ainda assim divulga-mos as mesmas linhas nos dois rankings das últimas edições do trabalho. Outro dado relevante dessa edição da pesquisa vem de mais crescimento nos dados de estabilidades obtidos

para os gráficos criados para a divul-gação desse perfil de medição. Crescimento na estabilidade do abastecimento para 76% dos entre-vistados e preços sem variação para 86% dos pesquisados em todo o Bra-

sil, números expressivamente válidos para a comprovação de que nesse momento o mercado está abasteci-do e com preços estáveis depois de algum desabastecimento e diversos aumentas de preços semanas atrás.

NÍVEL DE ABASTECIMENTO NACIONAL

01/jun 08/jun 15/jun 22/jun 29/jun 03/jul 10/jul

--4,59

--2,72-1,45 -1,54 -1,60

-1,13-0,54

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

Fonte: After.Lab

COMPONENTES:

SUSPENSãO 32,4%

IMPORTADOS 29,7%

MOTOR 10,8%

01/jun 08/jun 15/jun 22/jun 29/jun

Fonte: After.Lab

OSCILAçãO DE PREçOS NACIONAL

4,60 4,15

5,244,98

5,45

1,18 0,65

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10 03/jul 10/jul

COMPONENTES:

GERAL 73,3%

IMPORTADOS 13,3%

22/jun 29/jun 03/jul 10/jul

ESTABILIDADE DE ABASTECIMENTO NACIONAL

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

18%

01/jun 08/jun 15/jun

27%

44% 43%40%

67%

76%

Fonte: After.Lab

03/jul

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

Fonte: After.Lab

ESTABILIDADE DE PREçOS NACIONAL

13%

01/jun 08/jun 15/jun 22/jun

22%

40%

28% 36%

85% 86%

29/jun 10/jul

NÍVEL DE ABASTECIMENTO NORTE

01/jun 08/jun 15/jun 22/jun 26/jun 03/jul 10/jul

-0,79 -0,67 -0,59 -0,75

-2,33 -1,73-1,59

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

Fonte: After.Lab

OSCILAçãO DE PREçOS NORTE

5,29

3,64 4,17

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-1001/jun 08/jun 15/jun 22/jun 26/jun 03/jul 10/jul

Fonte: After.Lab

6,58

8,70

1,20 0,91

Page 33: Editorial€¦ · NV - Em tempos de crise comunicação e marketing se tornam importantes. O que tem sido possível fazer na relação da Gates com o mercado? AS - Nossa equipe de

64

m E r C a d oa F t E r . l a B a F t E r . l a B

NÍVEL DE ABASTECIMENTO NORDESTE

-2,72 -3,33 -2,75 -3,29-1,80

-0,72 -0,52

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-1001/jun 08/jun 15/jun 22/jun 26/jun 10/jul03/jul

Fonte: After.Lab

NÍVEL DE ABASTECIMENTO CENTRO-OESTE

-4,69 -3,50

-1,36 -1,00 -0,22-1,45

-0,22

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-1001/jun 08/jun 15/jun 22/jun 26/jun 10/jul03/jul

Fonte: After.Lab

NÍVEL DE ABASTECIMENTO SUL

-4,36

-0,64

-3,36-1,92 -1,41 -0,27

-0,93

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-1001/jun 08/jun 15/jun 22/jun 26/jun 10/jul03/jul

Fonte: After.Lab

OSCILAçãO DE PREçOS NORDESTE

5,67 5,13

3,13

5,334,13

0,620,16

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-1001/jun 08/jun 15/jun 22/jun 26/jun 10/jul03/jul

Fonte: After.Lab

OSCILAçãO DE PREçOS CENTRO-OESTE

6,46

4,33

1,05 1,39 1,64 1,940,40

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10 01/jun 08/jun 15/jun 22/jun 26/jun 10/jul03/jul

Fonte: After.Lab

OSCILAçãO DE PREçOS SUDESTE

4,77 5,265,92

1,550,61

4,56

5,77

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-1001/jun 08/jun 15/jun 22/jun 26/jun 10/jul03/jul

Fonte: After.Lab

OSCILAçãO DE PREçOS SUL

4,685,23

6,42

1,530,09

3,09 4,73

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10 01/jun 08/jun 15/jun 22/jun 26/jun 10/jul03/jul

Fonte: After.Lab

NÍVEL DE ABASTECIMENTO SUDESTE

-5,74

-3,41-2,24

-1,50 -1,37 -1,11 -0,61

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-1001/jun 08/jun 15/jun 22/jun 26/jun 10/jul03/jul

Fonte: After.Lab

MAPA – Movimento das Atividades em Peças e Acessórios Uma semana bastante parecida com a anterior, mas com vendas melho-res. Destaque inicial ainda para as res-trições sociais em alguns importantes estados e cidades do país, como Apa-recida de Goiânia e Goiânia em Goiás; Várzea Grande em Mato Grosso, Feira de Santana e Salvador na Bahia, Tere-sina no Piauí, Porto Velho em Rondônia, Cascavel e Curitiba no Paraná, e Cano-as, Gravataí, Pelotas e Porto Alegre no Rio Grande do Sul.Essas restrições dificultam o olhar nacional e também regional onde es-tão essas localidades, mas ainda as-sim as informações gerais da pesqui-sa permitem muito mais relevâncias para avaliações e conclusões sobre o atual quadro de negócios na ponta va-rejista de autopeças.O MAPA dessa semana aponta números novamente próximos da estabilidade na média nacional, mas dessa vez positi-vos em vendas 0,45% e negativos em compras em mínimos 0,22%.No panorama regional, sempre o mais produtivo olhar para as análises mer-cadológicas, vemos o Centro-Oeste so-frendo com a evolução do contágio epi-dêmico na região, o que contribuiu para formar os seus piores índices nessa pesquisa com queda de 2,22% nas ven-das e 2,44% nas compras.No Sudeste uma pequena queda, 0,38% em vendas e 1,10% nas compras, núme-ros próximos da estabilidade em rela-ção a semana anterior, demonstrando que os negócios acham um patamar de segurança no faturamento dos estados mais potentes para a economia nacional. Como no Sul, onde os números se re-cuperaram, mas ainda apresentam li-geira negatividade, - 0,18% nas vendas e - 0,64% nas compras, o que termina sendo para a região um indicativo de re-cuperação por esses números melho-res que os anteriores.

As melhores notícias regionais, no en-tanto, continuam vindo da parte de cima do país. Nordeste com 2,43% mais ven-das e 2,05% maior em compras, Norte, com expressivos 8,72% de crescimento em vendas e 6,06% em compras. Por esses números de evolução, con-firma-se toda a resiliência do mercado de manutenção de autopeças em re-giões que andaram muito deprimidas meses atrás pelas extremas medidas de restrições sociais.No gráfico de estáticas de respostas comparativas, segundo a média nacio-nal, crescimento de retornos positi-vos em venda de 41% para 44%, ou seja, vendas maiores que na semana anterior para 44% dos entrevistados; e respos-tas estáveis para 39% dos pesquisados,

ou seja, vendas no mesmo volume da semana anterior. O índice nesse modelo de avaliação mostra respostas negativas somen-te para 17% dos entrevistados, os que disseram que venderam menos em comparação a semana anterior ao pe-ríodo pesquisado. Assim, para 83% dos pesquisados, 4% a mais do que no estudo anterior, as ven-das nessa terceira semana de julho, fo-ram iguais ou melhores na semana ava-liada em comparação com a anterior. Mais um número claro para a confirma-ção da recuperação dos números desse Aftermarket Automotivo.Nas estatísticas comparativas nos gráficos de compras, mais boas no-tícias. Variações positivas crescen-

do de 38% para 41%, ou seja, com-pras maiores essa semana para quase a metade dos entrevistados em rela-ção ao que compraram na semana an-terior; negativas caindo de 21% para 16%, assim confirmando que as com-pras foram menores nessa semana para apenas uma pequena parte dos varejistas; e estáveis fechando em 39%, número que indica compras no mesmo volume da semana anterior. Assim, por esses dados extremamente positivos, 84% dos pesquisados com-praram mais ou em igual volume em relação à semana anterior, estabele-cendo uma clara evidência que os ne-gócios no varejo de autopeças para ve-ículos leves no país nesse mês de julho seguem em franca retomada.

Semana de 13 a 17 de julho

Fonte: After.Lab

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

MOVIMENTAçãO EM COMPRAS NACIONAL

-6,46

-0,79

0,60

-0,45

1,42 1,340,70 1,15

0,19

índice positivo índice negativo

08/mai 15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun 19/jun 26/jun

0,21

-0,22

03/jul 10/jul 17/jul

08/mai

MOVIMENTAçãO EM VENDAS NACIONAL

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun 19/jun 26/jun

-2,08 -1,81 -1,84-0,75

-0,31

-3,77

2,30

0,37 0,14

índice positivo índice negativoFonte: After.Lab

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-1003/jul 10/jul 17/jul

0,81 0,45

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66

a F t E r . l a B

variações positivas variações negativas sem variação

17/jul

44%

39%

17%

10/jul

38%

21%

16%

29/mai 05/jun 12/jun 19/jun 26/jun

ESTATÍSTICAS COMPARATIVAS NACIONAL COMPRAS

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

21%

08/mai 15/mai 22/mai

16% 14%

61%

69%

56%

54%58%

13% 13%17%

23%

14%12%

15%

57%59%

29% 29% 29% 30% 30%32%

47%

54%

24% 24%

Fonte: After.Labvariações positivas variações negativas sem variação

03/jul

41%

41%

43%

17/jul

Fonte: After.Lab

08/mai

MOVIMENTAçãO EM VENDAS NORTE

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun 19/jun 26/jun 03/jul 10/jul 17/jul

-1,0-2,50

-1,67

-6,50

0,42

3,391,22 1,20

4,44

8,72

5,39

índice positivo índice negativo

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

2,28 2,873,22

6,06

Fonte: After.Lab

17/jul03/jul 10/jul19/jun 26/jun08/mai

MOVIMENTAçãO EM COMPRAS NORTE

1,11

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

1,00

-0,50

-2,50

0,701,33

3,22

índice positivo índice negativo

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

Fonte: After.Lab

17/jul10/jul03/jul19/jun 26/jun08/mai

MOVIMENTAçãO EM VENDAS NORDESTE

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

-7,5

-0,94-0,28

4,333,86 3,80

2,31 2,24 1,572,43

1,68

índice positivo índice negativo

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

Fonte: After.Lab

17/jul10/jul03/jul26/jun19/jun

20

16

12

8

4

0

-4

-8

-12

-16

-20 08/mai

MOVIMENTAçãO EM COMPRAS NORDESTE

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

-12,78

0,31

-3,61

3,334,60

2,051,40 0,710,88 0,82

-1,72

índice positivo índice negativo

Fonte: After.Lab Fonte: After.Lab

17/jul 17/jul10/jul03/jul 10/jul03/jul26/jun08/mai

MOVIMENTAçãO EM VENDAS SUDESTE

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

-0,80-2,28

-6,80

-3,52-2,81

3,202,13

0,40

-0,38

0,32 0,48

índice positivo índice negativo

19/jun

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10 26/jun19/jun08/mai

MOVIMENTAçãO EM COMPRAS SUDESTE

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

-1,40

1,88

-0,40 -0,37-0,20 -0,17-1,10

1,80 1,15 0,940,58

índice positivo índice negativo

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

Fonte: After.Lab Fonte: After.Lab

17/jul 17/jul10/jul03/jul 10/jul03/jul26/jun08/mai

MOVIMENTAçãO EM VENDAS SUL

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

-6,36

-1,82-2,27 -2,60

-5,64

3,45

-3,36 -3,60 -3,65

-1,25-0,18

índice positivo índice negativo

19/jun

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10 26/jun19/jun

20

16

12

8

4

0

-4

-8

-12

-16

-2008/mai

MOVIMENTAçãO EM COMPRAS SUL

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

-15,45

-1,35 -0,64-2,75

-5,18

0,911,824,55

-0,45

2,40 3,00

índice positivo índice negativo

Fonte: After.Lab Fonte: After.Lab

17/jul 17/jul10/jul03/jul 10/jul03/jul26/jun19/jun08/mai

MOVIMENTAçãO EM VENDAS CENTRO-OESTE

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

10,63

-0,63 -1,54 -1,67 -2,22-0,85

1,25

-3,63

4,86

1,111,62

índice positivo índice negativo

26/jun

20

16

12

8

4

0

-4

-8

-12

-16

-20 19/jun08/mai

MOVIMENTAçãO EM COMPRAS CENTRO-OESTE

15/mai 22/mai 29/mai 05/jun 12/jun

-5,00-5,63

1,50 0,13 0,22

3,57

-2,15 -2,44

-0,92 -1,25 -1,08

índice positivo índice negativo

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

Page 35: Editorial€¦ · NV - Em tempos de crise comunicação e marketing se tornam importantes. O que tem sido possível fazer na relação da Gates com o mercado? AS - Nossa equipe de

68

m E r C a d oa F t E r . l a B a F t E r . l a B

ONDA - Oscilações nos Níveis de Abastecimento e Preços do Aftermarket AutomotivoOs resultados trazem mais uma vez índices muito bons em abastecimen-to, falta de apenas - 0,56 %, e au-mento de preços de apenas 0,54%, o melhor índice já apurado por es-sas pesquisas, número praticamen-te estável. O nível do abastecimento dos es-toques dos varejistas de autope-ças continua assim excelente, e os preços dão novos sinais de estabi-lidade, confirmando que os ajustes feitos semanas atrás já estão assi-milados pelo mercado e os estoques seguem abastecidos, apesar daque-la desordem estrutural surgida nos meses do segundo trimestre desse 2020. Regionalmente encontramos a mesma homogeneidade das se-manas anteriores, confirmando que o mercado achou estabilidade de comportamentos em abastecimento e preços, ratificando o poder de res-posta em bloco, em cadeia, de um mercado com milhares de empresá-rios e centenas de milhares de pro-fissionais preparados para entregar a melhor solução para a manutenção da frota automotiva nacional. Quanto às linhas de produtos que

compõe a lista das poucas fal-tas e dos mínimos aumentos de preços, seguimos divulgando nos dois rankings os mesmos compo-nentes: importados, suspensão e itens em geral.

Já nos gráficos de estabilidades, mais números positivos; abasteci-mento sem faltas para 68% dos en-trevistados e preços sem variação para 88% dos pesquisados em todo o Brasil, números expressivamen-

te válidos para a comprovação de que nesse momento o mercado está abastecido e com preços estáveis depois de algum desabastecimento e diversos aumentos de preços se-manas atrás.

NÍVEL DE ABASTECIMENTO NACIONAL

01/jun 08/jun 15/jun 22/jun 29/jun 03/jul 10/jul 17/jul

--4,59

--2,72-1,45 -1,54 -1,60

-1,13-0,54 -0,56

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

Fonte: After.Lab

COMPONENTES:

SUSPENSãO 31,9%

IMPORTADOS 17,0%

ELÉTRICOS 10,6%

17/jul01/jun 08/jun 15/jun 22/jun 29/jun

Fonte: After.Lab

OSCILAçãO DE PREçOS NACIONAL

4,60

5,24

4,154,98

5,45

1,18 0,65 0,54

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10 03/jul 10/jul

COMPONENTES:

GERAL 64,3%

IMPORTADOS 21,4%

22/jun 29/jun 03/jul 10/jul 17/jul

ESTABILIDADE DE ABASTECIMENTO NACIONAL

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

18%

01/jun 08/jun 15/jun

27%

44% 43%40%

67% 68%

76%

Fonte: After.Lab

17/jul03/jul

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

Fonte: After.Lab

ESTABILIDADE DE PREçOS NACIONAL

13%

01/jun 08/jun 15/jun 22/jun

22%

40%

28% 36%

85% 86%88%

29/jun 10/jul

NÍVEL DE ABASTECIMENTO NORTE

01/jun 08/jun 15/jun 22/jun 26/jun 03/jul 10/jul 17/jul

-0,79 -0,67 -0,59 -0,75-2,33 -1,73

-1,59 -1,39

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10

Fonte: After.Lab

OSCILAçãO DE PREçOS NORTE

5,293,64 4,17

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10 01/jun 08/jun 15/jun 22/jun 26/jun 17/jul03/jul 10/jul

Fonte: After.Lab

6,58

8,70

1,20 0,91 0,56

NÍVEL DE ABASTECIMENTO NORDESTE

-2,72 -3,33 -2,75 -3,29-1,80 -1,10-0,72 -0,52

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10 01/jun 08/jun 15/jun 22/jun 26/jun 17/jul10/jul03/jul

Fonte: After.Lab

OSCILAçãO DE PREçOS NORDESTE

5,67 5,133,13

5,334,13

0,62 0,710,16

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10 01/jun 08/jun 15/jun 22/jun 26/jun 17/jul10/jul03/jul

Fonte: After.Lab

NÍVEL DE ABASTECIMENTO CENTRO-OESTE

-4,69 -3,50

-1,36 -1,00 -0,63-0,22-1,45

-0,22

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10 01/jun 08/jun 15/jun 22/jun 26/jun 17/jul10/jul03/jul

Fonte: After.Lab

OSCILAçãO DE PREçOS CENTRO-OESTE

6,46

4,33

1,05 1,39 1,64 1,940,40 0,25

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10 01/jun 08/jun 15/jun 22/jun 26/jun 17/jul10/jul03/jul

Fonte: After.Lab

NÍVEL DE ABASTECIMENTO SUL

-4,36

-0,64

-3,36-1,92 -1,41 -0,27 -0,18

-0,93

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10 01/jun 08/jun 15/jun 22/jun 26/jun 17/jul10/jul03/jul

Fonte: After.Lab

OSCILAçãO DE PREçOS SUL

4,685,23

6,42

1,271,530,09

3,09 4,73

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-1001/jun 08/jun 15/jun 22/jun 26/jun 17/jul10/jul03/jul

Fonte: After.Lab

OSCILAçãO DE PREçOS SUDESTE

4,77 5,265,92

1,550,61 0,24

4,565,77

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10 01/jun 08/jun 15/jun 22/jun 26/jun 17/jul10/jul03/jul

Fonte: After.Lab

NÍVEL DE ABASTECIMENTO SUDESTE

-5,74

-3,41-2,24 -1,50 -1,37 -1,11 -0,61 -0,42

10

8

6

4

2

0

-2

-4

-6

-8

-10 01/jun 08/jun 15/jun 22/jun 26/jun 17/jul10/jul03/jul

Fonte: After.Lab

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m E r C a d o m E r C a d o Fotos: Divulgação

Caminhões voltam à pista com pastilhas Cobreq na Copa TruckA Copa Truck retornou em formato especial. Com os portões fechados para o público e seguindo um rígido protocolo de conduta, a competição já foi realizada em duas etapas em Cascavel, no Paraná. E os caminhões dos pilotos da Anet (Associação Na-cional de Equipes de Truck) que vol-tam à pista para a temporada 2020 estão equipados com pastilhas de freio dianteiras e traseiras produzi-das pela Cobreq, marca da TMD Fric-tion, empresa do grupo Nisshinbo. As

NSK expande atuação no aftermarket automotivo

ZF fortalece treinamentos online para colaboradores

A NSK Brasil, fabricante global de rola-mentos, anuncia a expansão de sua atu-ação no aftermarket do setor automo-tivo. No início, o foco será na frota de veículos leves, acima de cinco anos de uso, por conta do grande potencial de reposição desse segmento.Segundo Marcelo Torquato, Diretor de Vendas Industrial e Aftermarket da NSK Brasil, a empresa decidiu apostar nesse direcionamento devido à oportunidade de crescimento do aftermarket no país. “Enquanto no Brasil temos dois carros para cada dez habitantes, na Alemanha a frota é de seis carros e nos Estados Unidos, oito”, explicou, acrescentan-do a mudança de hábito dos motoris-tas, que já demonstram mais cuidados, privilegiando a manutenção preventiva. “Apesar disso, dados apontam uma mé-dia de gastos com reparos de R$300 no Brasil, enquanto na China os gastos são de R$400 e nos países desenvolvidos chegam a R$800. A NSK Brasil sempre atuou no mercado de reposição auto-motiva, mas, diante destes e de outros fatores, resolvemos dar um foco maior e expandir os nossos negócios neste seg-mento”, ressalta Marcelo.

Para atender a demanda, a NSK desen-volve rolamentos de roda (HUBS) para suportar o peso do veículo, a transmis-são de torque e as cargas em ambos os sentidos, com destaque para HUB gera-ção I (Cubo simples) e HUBS geração III (Cubo integrado). A diferença entre ge-rações está na tecnologia agregada ao componente. Os rolamentos geração III integram o sistema de fixação (manga) e sensoriamento ABS, pois já são em-butidos no conjunto. Essa compactação auxilia na redução do peso do veículo e, consequentemente, na emissão de po-luentes e no consumo de combustível.Os rolamentos desse segmento permi-tem a redução do atrito e do desgas-te, contribuindo para a maior eficiência energética. “Com o objetivo de atender integralmente o mercado de reposição nesse segmento, investimos em novos produtos, desenvolvimento de canais de distribuição com estoques adequados e treinamentos para os aplicadores. Isso tem garantido um crescimento expo-nencial nos últimos três anos. Estamos apenas no começo de um projeto que já demonstra resultados significativos dentro do grupo NSK”, finaliza Torquato.

Categoria já reiniciou atividades seguindo protocolos de segurança

UniZF tem treinamentos para capacitar diversas áreas

A ZF incluiu novas opções de cur-sos online para seus colaboradores em na plataforma de ensino a distân-cia da UniZF – Universidade Corpo-rativa da ZF – a fim de promover ca-pacitação profissional de qualidade permanente. De acordo com Angéli-ca Senise, gerente sênior de Recur-sos Humanos, a Universidade virtual da ZF possui treinamentos que abran-gem diversas áreas de conhecimen-to para contemplar os inúmeros per-fis e interesses dos públicos internos. Com o distanciamento social, os cur-sos presenciais foram suspensos temporariamente e os cursos online ganharam força. A UniZF já oferecia treinamentos online há cerca de três

anos e estes são continuamente anali-sados com o objetivo de promover me-lhorias. “Os cursos e treinamentos a dis-tância já vinham apresentando demanda crescente dentro da ZF como parte das ações de digitalização que estão em cur-so na empresa nos últimos anos. A partir da aplicação das novas recomendações de distanciamento, foi reforçada a neces-sidade de opções para manter o desen-volvimento dos colaboradores de forma remota”, comenta. Além de dar continui-dade a alguns treinamentos presenciais, novos treinamentos online foram incor-porados ao catálogo da plataforma e no-vos multiplicadores internos foram ade-ridos. Isabela Cecconi, responsável pelos treinamentos na ZF, explica que “o catá-

pastilhas de freio Cobreq, que tam-bém marcaram presença na tempo-rada 2019 em parceria com a Anet, são desenvolvidas com alta tecnolo-gia para suportar temperaturas que podem ultrapassar 500° C. Os bru-tos da Copa Truck utilizam os freios seguidas vezes em alta velocidade e requerem maior estabilidade de atri-to em diversas faixas de temperatura e pressão no sistema de freio, o que exige componentes de qualidade e performance.

logo online é bastante eclé-tico e traz cursos de diversas áreas de conhecimento, des-de treinamentos de idiomas, ferramentas digitais, até tó-picos como Produtividade, Liderança Corporativa, até Gestão do Tempo, Growth Hacking, entre outros”. Os treinamentos são realizados durante o horário de traba-lho do colaborador como forma de incen-tivo à capacitação e, em sua maioria, não possuem limitação no número de partici-pantes, com duração entre 15 minutos a 120 horas, distribuídas ao longo dos dias. O acesso é feito por meio da pla-taforma própria da ZF, MyHRSuite, onde

também podem ser encontrados treinamentos globais. Além disso, também acontecem pelo Youtube, LinkedIn e canais digitais de institui-ções de ensino do país.

Rede PitStop patrocina ação beneficente de Rubens BarrichelloA Rede PitStop foi patrocinadora oficial da corrida virtual idealiza-da pelo piloto Rubens Barrichello para arrecadar fundos para o Ins-tituto Família Barrichello e ajudar no combate ao Covid-19. A corri-da virtual Driving Together teve transmissão mundial via web e no Brasil pela TV Bandeirantes, em 11 de julho. Participaram mais de 20 pilotos de renome do automo-bilismo mundial, entre eles Ru-bens Barrichello, Fernando Alon-so, Juan Pablo Montoya, Timo Glock, Felipe Massa, Giancarlo Fi-sichella, Felipe Nasr, Tony Kana-an, Bruno Senna, Nelsinho Piquet e Pietro Fittipaldi. Outro convida-do especial foi o experiente jor-nalista de automobilismo Regi-naldo Leme, que entrevistou os pilotos e fez comentários duran-

Dayco inicia operação em sua nova planta em Indaiatuba

Sondagem da FecomercioSP investiga situação financeira de comércio e serviços na capital paulista

Centros Automotivos Porto Seguro oferecem pontos de recarga para carros elétricos

A Dayco iniciou sua ope-ração na nova planta lo-calizada em Indaiatu-ba (SP) em 17 de junho. A unidade amplia a ca-pacidade de desenvol-vimento, produção e de distribuição para o mer-cado de aftermarket, unificando as antigas unidades da Moo-ca e de Itapira e, até o final do ano, tam-bém iniciará a produção para o OE, com a integração da unidade de Contagem (MG). Com seus 12.000 metros quadra-dos, a nova sede também será respon-sável pela exportação de peças para as outras plantas da Dayco e merca-dos no mundo, através de suas duas marcas – Dayco e Nytron. A empresa tem experimentado um crescimento constante em sua produção e vendas e acredita que a nova planta irá impul-sionar seus negócios com ainda mais qualidade, sinergia entre as áreas, ga-rantindo também, maior agilidade em todos os processos. “Estamos muito felizes em poder concretizar um pro-jeto dessa dimensão, mesmo em uma época tão conturbada. A Dayco é uma empresa global, inovadora, que estu-da constantemente o mercado, desen-

volve projetos com as principais mon-tadoras do mundo e, principalmente, é parceira do seu cliente. Nós ofere-cemos a todos os mercados, produtos com os mais altos graus de exigência de qualidade. Agora teremos também no Brasil uma planta moderna, unifica-da e cada vez mais preparada a atender todos os nossos públicos. Mas ressalto que mesmo com a mudança e início da operação na nova planta, continuamos mantendo todas as medidas de segu-rança necessária para zelar pela saú-de dos nossos colaboradores”, afirmou Marcelo Sanches, diretor de afterma-rket LATAM. Em 2020 a Dayco come-mora a marca de 20 anos de atuação no Brasil e a nova planta chega para concretizar e celebrar o sucesso da marca no país.

A crise causada pela pandemia está afetando uma grande parte das em-presas da capital em proporções inéditas e sem precedentes. Em uma sondagem feita entre abril e maio com 400 empresários de co-mércios e serviços da cidade de São Paulo, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) identi-ficou que 77% desses negócios es-tavam com dificuldade para pagar as obrigações mensais – e que uma parte considerável deles deve falir. Para 22% dos entrevistados, o im-pacto do coronavírus é muito grave no negócio e isso deve causar a fa-lência da empresa. Para 55%, o ce-nário é um pouco menos pior, mas ainda grave, de forma que os entre-

De acordo com uma pesquisa do Boston Consulting Group (BCG), até 2030 os carros elétricos re-presentarão cerca de 5% da fro-ta brasileira. Pensando em acom-panhar as soluções sustentáveis e incentivar um novo comporta-mento na mobilidade urbana, os Centros Automotivos Porto es-tão oferecendo pontos de recarga para carros elétricos em 30 lojas

te a prova. “Sem dúvida é um pro-jeto de grandes proporções idea-lizado por um dos maiores nomes do automobilismo mundial que é Rubens Barrichello. Para a Rede PitStop é um grande orgulho fazer parte de uma ação tão importante e de alcance mundial em um mo-mento de esforços no combate ao Covid-19”, afirma o Diretor da Rede PitStop, Paulo Fabiano. Ainda em 2005, Rubens Barrichello ideali-zou o Instituto Família Barrichello, entidade sem fins lucrativos, para combater a desigualdade e exclu-são social por meio do esporte, em projetos inovadores capazes de promover um impacto positivo na sociedade, mudanças de com-portamento e criar possibilidades a todas as pessoas impactadas, desde crianças até idosos.

Nova sede tem 12 mil m2

do estado de São Paulo. O equipa-mento está disponível para os mo-delos de mais de 90% da frota que circula hoje no Brasil, ou seja, veí-culos que possuem tomada do tipo T2. O serviço gratuito poderá ser usado por clientes e não clientes. Ainda que o projeto tenha sido ins-talado inicialmente em São Paulo, há a expectativa de sua expansão para outras regiões.

vistados afirmaram não ter condi-ções de pagar as contas. Para 16% dos empresários ouvidos, o efei-to médio da crise em suas empre-sas impedirá novas contratações e investimentos. Já 4% dizem que os danos são leves, gerando redução de lucros, mas sem grandes perdas no futuro; enquanto que 1% acredi-ta que não houve impacto negativo. Cerca de 3% dos empresários ou-vidos na sondagem observaram um aumento de demanda. Os números foram arredondados para que ficas-sem mais claros. Dos empresários ouvidos, 95% são de micros, peque-nas e médias empresas com até 20 funcionários, enquanto que 5% são de empresas que empregam mais de 20 pessoas.

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Consumidor dá mais atenção aos preços e quer descontos

Brasileiros receberam 82% da renda habitual em maioO Instituto de Pesquisa Econômi-ca Aplicada (Ipea) analisou os efei-tos da pandemia sobre o mercado de trabalho e o impacto do auxílio emergencial na renda dos brasilei-ros. Os dados divulgados neste mês de julho revelam que os rendimen-tos médios da população no mês de maio correspondem a 82% da renda habitual. Os trabalhadores por con-ta própria foram os mais atingidos: receberam apenas 60% do rendi-mento habitual.A análise, feita com base nos micro-dados da PNAD Covid-19 do IBGE, mostra que os trabalhadores for-mais foram os menos atingidos. No setor privado, aqueles com carteira assinada receberam 92% do habi-tual, contra 76% no caso dos traba-lhadores sem registro. Já funcioná-rios públicos contratados pela CLT receberam 96% do habitual, en-quanto militares e estatutários ob-tiveram 98%.Entre outros setores duramen-te afetados estão trabalhadores de atividades artísticas, esporti-vas e recreação (55%), transporte de passageiros (57%), hospeda-

gem (63%), ser viços de alimen-tação (65%), atividades imobili-árias (70%), construção (71%) e ser viço doméstico (74%). Os tra-balhadores menos afetados en-contram-se na administração pú-blica (97%), indústria extrativa (92%), ser viços de utilidade pú-blica (93%), educação (92%), ser-viços financeiros (92%) e armaze-namento, correios e ser viços de entrega (91%).O impacto da pandemia foi maior nos rendimentos dos idosos (78%) e me-nor para os jovens (84%). No que diz respeito à escolaridade, os efeitos foram decrescentes – 75% até ensi-no médio completo e 85% para quem tem ensino superior.No mês de maio, cerca de 32% dos domicílios não apresentaram nenhuma renda no trabalho. De acordo com o estudo, 5,2% dos domicílios (cerca de 3,5 milhões) sobreviveram apenas com os ren-dimentos do auxílio emergencial. O benefício compensou cerca de 45% do impacto total da pande-mia sobre a massa de rendimen-tos no país.

Os consumidores brasileiros estão cada vez mais sensíveis aos preços conforme se prolonga a crise de-corrente da pandemia do novo co-ronavírus. A última edição do Ter-mômetro do Consumo divulgada pela consultoria KANTAR, presen-te em 90 países, avaliou que em nosso país a preocupação com os efeitos da crise é ainda maior que na média global em razão da situa-ção política e econômica.O estudo mostra que, no final de maio, 55% dos brasileiros já ti-nham a renda impactada pelo co-ronavírus, contra 45% da média

global. 76% concordavam que será necessário um longo tempo para a re-cuperação economia, índice que nos demais países fica na média dos 65%.Com isso, cresceu entre os brasileiros a necessidade de mais pro-atividade no planejamento financeiro. 62% dos consumidores prestam mais atenção aos preços hoje. A média global é de 57%. E para 46% dos brasileiros as empresas precisam ajudar seus clien-tes oferecendo descontos e promo-ções. Nos demais países, a demanda atinge 41% dos consumidores.Quem tem se beneficiado deste ce-nário é o comércio eletrônico. O au-

Nakata se destaca na liderança entre as marcas preferidas pelos mecânicosA 3ª edição da pesquisa O Mecâ-nico IBOPE Inteligência, da edi-tora Infini, realizada com 1.020 profissionais da reparação de ve-ículos de todo o Brasil, entre os dias 26 de março e 05 de junho, destaca as marcas de autope-ças mais adoradas e compradas. A Nakata mantém, pelo segun-do ano consecutivo, a vice-lide-rança no ranking geral de todas as marcas preferidas pelos me-cânicos. Além de ter galgado da terceira para a segunda posição desde a primeira edição nesse quesito, a empresa evoluiu tam-bém subindo cinco pontos nes-ta avaliação. A boa performance, segundo Sergio Montagnoli, di-retor de vendas e marketing da empresa, reflete como o merca-do enxerga a marca, tendo como base vários aspectos importantes que são levados em consideração na avaliação, tais como a experi-ência positiva de contato com a marca ao longo do tempo que in-

clui complexidade das linhas de produtos, atendimento, sistema de garantia, padrão de qualidade do portfólio que gera confiança para o reparador, suporte técni-co, informação e conteúdo de fácil acesso e em diversos formatos e capacitação online. “Essa posição nos dá orgulho e a certeza de que precisamos continuar a desenvol-ver o nosso trabalho, sempre bus-cando entender as necessidades e entregar soluções ao mercado que agreguem valor ao negócio de nossos clientes”, afirma.

Reparadores apontaram suas marcas preferidas

mento médio das compras por e--commerce no período de um mês foi de 32%, tanto no Brasil quanto no restante do planeta. Porém, nos do-micílios brasileiros com crianças o índice atingiu 42%.A expectativa de expansão das com-pras online é maior no Brasil do que nos mercados globais. Por aqui, 45% dos consumidores acreditam que a aquisição de produtos nas lojas virtu-ais vai crescer, sendo que a média glo-bal é de 32%.Em uma questão com respostas de múltiplas alternativas, 60% dos bra-sileiros estão comprando online por

preocupação com a pandemia, 67% para economizar tempo e 47% avaliam que a experiência de compra online é melhor que na loja física.O estudo conclui que as lojas onli-ne e algumas categorias de consu-mo podem se beneficiar no futuro pela expansão do comportamen-to de compras online que ocorreu durante a quarentena. Nesse sen-tido, 49% dos consumidores bra-sileiros afirmam que continuarão a comprar novos produtos e servi-ços que começaram a adquirir on-line durante a crise.

DPaschoal conquista pela 10ª vez Prêmio Consumidor ModernoA DPaschoal conquista pela 10ª vez o XXI Prê-mio Consumidor Mo-derno de Excelência em Serviços ao Clien-te, na categoria Auto-peças e Serviços Au-tomotivos. Realizada desde 2000, a pesqui-sa é organizada pelo Centro de Inteligên-cia Padrão (CIP) e tem como objetivo identi-ficar e difundir as me-lhores práticas em serviços ao cliente e reconhecer as empre-sas que privilegiam a excelência no atendimento e a re-lação com seus consumidores.Para Victor Dante, Head de Marke-ting DPaschoal, receber mais uma vez esta premiação mostra que a empresa está no caminho certo. “Faz parte do DNA da DPaschoal im-plementar inovações e melhorias contínuas na jornada do cliente. Há anos, investimos em desenvolvi-mento de algoritmos, processos e sistemas para oferecer uma expe-riência incrível em manutenção au-tomotiva”, destaca.Neste último ano, a companhia in-vestiu fortemente em treinamen-tos de metodologias ágeis, ela-borando, junto com sua equipe multicultural e multidisciplinar, um novo panorama de projetos. A DPaschoal evoluiu sua malha logís-tica com a abertura de HUBs, cen-tros de logística avançados e equi-pados com os melhores sistemas de planejamento, refletindo em um melhor nível de abastecimento e entrega ao cliente, em até 24h para todo território de atuação.Outro destaque, foi a criação do apl icativo AutoCard, no qual o proprietário do veículo encontra uma série de recursos para sa-ber quando fazer a manutenção

futura e a programação na hora cer ta, além de controlar garan-tias, fazer agendamentos e en-contrar outros benefícios, como descontos exclusivos. Para com-pletar as soluções tecnológicas, foi desenvolvida uma plataforma de atendimento ao consumidor, unif icando todos os canais de atendimento, como chat, What-sApp, telefone, e-mail e fale co-nosco, em um único painel de gestão, controlado por uma equipe de atendimento, e adota-do uma tecnologia desenvolvida pela Tecnologia da Informação, que agrega novas funcionalida-des ao SAC 3.0, sistema uti l iza-do em loja para faci l itar e agi l i-zar o atendimento.A DPaschoal investe e valori-za treinamentos de capacitação e atualização para sua equipe de atendimento. Para isso, con-ta com o apoio dos engenheiros de produtos e ser viços, do Cen-tro de Tecnologia Treinamento e Inovação (CTTi), e de seus for-necedores, que oferecem maior aprofundamento técnico sobre determinado produto ou ser viço, garantindo qualidade na resolu-ção dos contatos.

Intenção de consumo das famílias tem nova quedaA Intenção de Consumo das Famílias (ICF), medida pela Confederação Na-cional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), acumulou a terceira retração mensal consecutiva em ju-nho de 2020 (-14,4%), renovando o re-corde de queda mais intensa desde o início da realização da pesquisa, em janeiro de 2010. O indicador chegou a 69,3 pontos, atingindo o menor pata-mar desde julho de 2016. No compa-rativo anual, o recuo foi ainda maior: -24,1%. O índice está abaixo do nível de satisfação (100 pontos) desde 2015.O presidente da CNC, José Roberto Tadros, reitera a influência dos im-pactos econômicos do novo coro-navírus nos resultados da pesquisa. “Essa insatisfação na expectativa de consumir corrobora os novos há-bitos de compra dos brasileiros, demonstrados, no momento atu-al, com as famílias mais cautelosas com a sua renda, tanto no curto pra-zo quanto em relação ao ano pas-sado”, afirma Tadros. Ainda sobre o consumo, as perspectivas dos en-trevistados para o futuro reforçam esse comportamento precavido. Mais da metade das famílias (58,9%) acredita que vai consumir menos nos próximos três meses – o maior percentual desde setembro de 2016.Os indicadores referentes ao mer-cado de trabalho também mos-tram um cenário negativo. A par-cela de brasileiros que se sentem menos seguros com o seu empre-go atingiu o nível mais elevado da série (32,6%). O subíndice Emprego Atual registrou suas quedas mais significativas, tanto no comparati-vo mensal (-12,6%) quanto no anual (-23,7%), caindo ao menor nível his-tórico (88,5 pontos). “É a primeira vez, desde junho de 2016, que esse indicador entra na zona de pessi-mismo (abaixo de 100 pontos), re-velando a insatisfação das famílias

nesse sentido”, diz a economista da CNC responsável pelo estudo, Cata-rina Carneiro da Silva.As avaliações negativas sobre a ren-da atual também fizeram com que este indicador alcançasse o me-nor nível da série histórica (84 pon-tos) em junho, após quedas mensal (-13%) e anual (-21,8%). Em relação à perspectiva profissional, 60,1% dos entrevistados demonstraram pes-simismo para os próximos seis me-ses, contra 51,5% em maio e 43,5% em junho de 2019. Com recuo men-sal de 19,7% e anual de 31,8%, o item também atingiu, neste mês, sua pior pontuação na série (69,9 pontos).O indicador que mede o nível de aces-so ao crédito foi o único entre os su-bíndices que apresentou variação anual positiva (+1,1%). Com 87,5 pon-tos, porém, o item registrou a segunda queda seguida no comparativo men-sal (-5,5%). De acordo com Catarina Carneiro da Silva, os resultados mos-tram que a percepção das famílias em relação ao mercado de crédito está se deteriorando no longo prazo, além de evidenciarem certa preocupação no curto prazo: “A proporção de con-sumidores que afirmam que comprar a prazo está mais difícil aumentou de 37,5%, em maio, para 41%, em junho”.A aquisição de bens duráveis segue se destacando negativamente. A par-cela de consumidores que acreditam ser um mau momento para compra de duráveis, como eletrodomésticos, eletrônicos, carros e imóveis, atingiu 77%, o maior percentual deste item desde a primeira Intenção de Con-sumo das Famílias. Assim como no mês passado, o indicador registrou as maiores quedas mensal e anu-al entre os índices de junho: -23% e -36,4%, respectivamente. Com isso, atingiu sua pior pontuação na histó-ria (40,4), terminando como o menor subíndice da pesquisa.

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m E r C a d o m E r C a d o

83% das empresas afirmam que precisarão de mais inovação para sobreviverInovação é o desafio que os tempos inéditos que vivenciamos hoje im-põem à gestão das empresas. Um dos impactos mais visíveis deste momento transformador é a ace-leração digital. Mas não é apenas este processo já em curso que vai deixar marcas em nossas futuras rotinas. Evoluções pontuais po-dem ser encontradas nos mais di-ferentes segmentos. Estamos em meio a uma experiência única, que trouxe como consequência a re-valorização do carro próprio, visto agora como uma cápsula de segu-rança contra a contaminação não apenas pelo vírus dos nossos dias, mas também por outras doenças que possam surgir ou até mesmo aquelas que já existiam.Neste cenário, a tradicional em-presa Rhodia desenvolveu no Bra-sil um fio têxtil de poliamida imu-ne à ação de vírus e bactérias. A empresa explica que esta novida-de bloqueia a contaminação cru-zada entre os artigos têxteis e o usuário, evitando assim que a rou-pa seja um vetor de transmissão de vírus e bactérias que podem es-tar em uma superfície têxtil. Com a mesma proposta, a empresa Nâ-nox, com apoio da Fapesp, desen-volve tecido a ser aplicado aos bancos dos automóveis para pro-teger os ocupantes de contamina-ção por vírus. São inovações que, uma vez aplicadas, dificilmente ex-perimentarão retrocesso.O fato é que a inovação já está na mente e nas atitudes de empresá-rios e gestores. Pesquisa inédita divulgada neste mês de julho pela Confederação Nacional da Indús-tria (CNI) confirma que as soluções inovadoras serão decisivas já nes-te momento para o país enfrentar os efeitos da Covid-19 sobre a saú-de da população e minimizar as per-das sociais e econômicas. Além dis-so, numa segunda etapa, a inovação

será decisiva para acele-rar a retomada da ativi-dade e do crescimento da economia no Brasil.Entre as mais de 400 em-presas ouvidas, 83% afir-mam que precisarão de mais inovação para cres-cer ou mesmo sobrevi-ver no mundo pós-pan-demia. Os executivos das indústrias destaca-ram que a linha de pro-dução é a área prioritária para receber inovações (58%), seguida pela área de vendas (19%).O estudo encomendado pela CNI ao Instituto FSB Pesquisa mostra tam-bém que 65% das médias e grandes empresas ti-veram sua produção re-duzida ou paralisada de-vido à pandemia. Além disso, 69% perderam fa-turamento.Mesmo quem não sabe como inovar, tem cons-ciência da necessida-de de fazer diferente. Os números da pesqui-sa revelam que 68% das empresas alteraram de alguma forma seu pro-cesso produtivo, mas apenas 56% dessas con-sideram ter inovado, de fato, após a mudança. Entre todas as empresas pesquisadas, 39% dizem que a mudança empre-endida foi de fato uma inovação.Entre as mudanças efetuadas, a mais citada diz respeito à relação com os trabalhadores (90%), de-pois vêm mudanças na linha de pro-dução (84%), nos processos de venda (82%), na gestão (75%), na lo-gística (62%), na cadeia de fornece-

dores (61%) e no controle de esto-ques (55%).Diante da experiência proporciona-da pelo momento sanitário, econô-mico e social que experimentamos, o desafio agora é – a partir da cons-ciência da necessidade de inovar –

investir na estrutura necessária a essas transformações. Das empre-sas que inovam, só 37% têm orça-mento específico para inovação e apenas 33% têm profissionais dedi-cados exclusivamente aos proces-sos inovativos.

Mais carros nas ruas: cresce venda de combustíveis

Índice Cielo mostra recuperação do varejo em junho sobre abril e maio

O volume de vendas de combus-tíveis é um dos indicadores mais fieis para avaliar a circulação da frota que, por sua vez, é determi-nante para a recuperação dos ne-gócios no mercado de manutenção veicular. De acordo com núme-ros divulgados em julho pela Agên-cia Nacional do Petróleo (ANP), em maio, o segundo mês com a vigên-cia de políticas de isolamento so-cial ao longo de todo o período, o volume total de vendas pelas dis-tribuidoras de gasolina C foi de 2,5 milhões de m³, que corresponde a uma queda de 20,40% nas vendas

do combustível em relação ao mes-mo mês do ano passado. O dado mais importante, no entanto, é a compara-ção com o mês imediatamente ante-rior. E, neste caso, houve crescimen-to de 9,31% nas vendas de gasolina de abril para maio de 2020. No acumula-do dos primeiros cinco meses do ano, as vendas de gasolina C apresentaram queda de 11,57% sobre o verificado no mesmo período de 2019. A compara-ção mensal por regiões registrou altas de (14,21%) no Sul, (11,99%) no Centro--Oeste, (10,93%) no Sudeste, (3,88%) no Norte e (2,46%) no Nordeste. Os índices comprovam a queda no isola-

As vendas no varejo recuaram 24,1% em junho na comparação com o ano passado, conforme apurou o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), que acompanha mensalmente a evolução do varejo brasileiro de acordo com as vendas realizadas em 18 setores ma-peados pela Cielo, desde pequenos lojistas a grandes varejistas. Eles res-pondem por 1,5 milhão de varejistas credenciados à empresa. O peso de cada setor no resultado geral do indi-cador é definido pelo seu desempe-nho no mês.O relatório do ICVA, naturalmente, credita à Pandemia da Covid-19 a prin-cipal responsabilidade pela queda em relação a igual período do ano passa-do. Em termos nominais, que espe-lham a receita de vendas observadas pelo varejista, a queda do ICVA foi de 22,9%. O calendário beneficiou leve-mente o resultado em junho em com-paração com o mesmo mês do ano passado. Dessa forma, o ICVA defla-cionado com ajustes de calendário fi-cou negativo em 24,9% enquanto o nominal, também com ajustes de ca-lendário, foi de -23,8%.Essa movimentação negativa já era esperada em razão da base compara-tiva acontecer sobre um período nor-

mento social e o consequente cres-cimento dos veículos em circulação pelo País.Em relação ao etanol, o volume to-tal comercializado pelas distribuido-ras caiu 32,13% em comparação com maio de 2019. Na comparação com abril de 2020, houve alta de 5,00% nas vendas do biocombustível. No acu-mulado dos cinco primeiros meses de 2020, o volume total comerciali-zado caiu 15,53% em relação ao mes-mo período de 2019. Ao contrário do que ocorreu com a gasolina, o gráfi-co da comercialização de álcool em maio sobre abril apresentou queda em

duas regiões: 5,54% no Nordeste e 5,46% no Sul. Nas demais, alta de 7,9% no Centro-Oeste, 6,53% no Sudeste, e 1,26% na região Norte do país.Finalmente, a comercialização do diesel pelas distribuidoras caiu 9,10% na comparação com maio de 19 e subiu 8,88% em relação a abril último. Na desagregação regional, o volume comercializado de diesel em maio na comparação com abril apresentou alta em todas as regi-ões: 15,99% no Centro-Oeste, 8,21 no Nordeste, 5,08 no Norte, 9,57 no Sudeste e 5,89% no Sul.

mal de vendas, no caso o mês de ju-nho de 2019.O fato positivo é que, de acordo com o ICVA, as vendas no Varejo experimen-taram recuperação pelo segundo mês consecutivo. Considerando o ICVA deflacionado, a queda em abril havia sido de 36,5%, de 30,5% em maio, di-minuindo finalmente para 24,1% em junho. Segundo a análise da Cielo, Isso pode ser explicado em parte pela retomada gradual da atividade comercial. Apa-rentemente o pior da pandemia já pas-sou. Destaca-se nessa recuperação o bloco de Bens Duráveis, que apresen-tou as maiores acelerações do mês. Os setores que mais chamam atenção são Móveis, Eletro e Lojas de Depar-tamento e Vestuário. Em contraparti-da, o setor de Serviços, apesar de leve recuperação, ainda apresenta quedas significativas no período.Todas as regiões registraram que-da nas vendas em relação a junho de 2019. Segundo o ICVA deflacionado com ajuste de calendário, a região Su-deste apresentou a maior retração em junho de 2020: -28,4%. Na sequ-ência aparecem as regiões Nordes-te (-26,8%), Sul (-17,9%), Centro-Oes-te (-16,1%) e Norte (-10,1%).

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Frota brasileira envelhece desde 2014

A frota circulante brasileira está enve-lhecendo de forma ininterrupta des-de 2014. É o que revela o mais novo levantamento anual divulgado pelo Sindipeças. De acordo com o relató-rio, em 2019 45,9 milhões de veícu-los compunham a frota que roda pe-las ruas, avenidas e estradas do país. O crescimento sobre o ano anterior foi de 2,5%, taxa que supera em 0,6 pon-

Com idade média de 9 anos e 8 meses, a frota circulante de veículos no Brasil chega a 45, 9 milhões de unidades

to percentual aquela que fora obser-vada na passagem de 2017 para 2018: 1,9%. E a idade média da frota chegou a 9 anos e 8 meses em 2019.Nos últimos seis anos, os veículos fi-caram 1 ano e 2 meses mais velhos e cerca de 17% do total tem entre 16 e 25 anos de idade. A maior parce-la, no entanto, 55%, tem entre 6 e 15 anos de idade.

F r o t a F r o t aClaudio Milan [email protected]

Circulam hoje pelo Brasil cerca de 38 milhões de automóveis de passeio, 5 milhões e meio de comerciais leves, dois milhões de caminhões, 390 mil ônibus e 14 milhões de motocicletas. O estado de São Paulo concentra cer-ca de 30% do total, seguido por Minas Gerais, com 12 e meio por cento. O levantamento do Sindipeças (ex-ceto para motos) é feito desde o iní-

cio dos anos 60, baseado na venda de veículos no mercado interno. In-formações detalhadas por segmen-to, marca, modelo, motorização, país de origem e ano de fabricação estão disponíveis num sistema de-senvolvido e atualizado desde 1997. São dados utilizados principalmente por fabricantes que fornecem peças para o mercado de reposição.

Frota de autoveículos importadosDa frota circulante de quase 46,0 milhões de veículos, os importados correspon-deram a 14,4% em 2019 – quarta queda consecutiva, com a participação retor-nando aos níveis de 2012 e 2013. As vi-cissitudes trazidas pelo Programa Inovar Auto, entre 2012 e 2017, e a desvaloriza-ção da taxa de câmbio ajudam a compre-ender o recuo observado na participa-ção dos importados. Apesar da queda relativa, a frota desses veículos mostrou incremento de 0,9% em relação a 2018, bem abaixo, no entanto, das taxas anuais registradas até 2015.

Frota circulante (em unidades) 1

Frota circulante | em milhões

Ranking por estadoA frota brasileira está predominan-temente concentrada em cinco Es-tados: São Paulo, com 30,0% do to-tal; Minas Gerais, 12,6%; Paraná, 7,6%; Rio de Janeiro, 7,4%; e Rio Grande do Sul, com 6,7%. Agrega-dos, esses cinco Estados represen-tavam 64,3% de todos os autoveícu-los que circulavam no País em 2019.

Distribuição da frota nos estados

Frota de importados (em unidades)

Frota por combustívelEm 2019, os veículos flex representa-ram 69,5% da frota circulante no país e os veículos a gasolina, 19,5%. A parti-

Idade média da frota circulanteA idade média da frota de veículos atin-giu 9 anos e 8 meses em 2019 e a de mo-tocicletas também aumentou, alcançan-

Comparativo Combustíveis - maiores participações Comparativo Combustíveis - menores participações

cipação daqueles movidos a diesel se manteve estável, ligeiramente acima de 10%. Os veículos híbridos e elétricos so-mam 24.320 unidades em 2019, ou 0,1%

da frota total. Convém lembrar que no ano anterior a representatividade era de míseros 0,031%. Os lançamentos e as importações realizadas em anos an-

teriores, somados à programação para ampliar a produção no país, devem ele-var progressivamente a presença des-ses veículos na frota.

do 8 anos. No período de seis anos (2014 a 2019), o envelhecimento da frota em cir-culação aumentou 1 ano e 2 meses. Des-de 2015, a idade média da frota vem su-

bindo. Possibilidades de reversão desse fenômeno dependem do aumento da taxa de crescimento das vendas de novos veí-culos vis a vis a taxa de sucateamento da

frota existente e/ou de políticas públicas que exijam a retirada de circulação de ve-ículos muito antigos, ou seja, um progra-ma de renovação da frota.

Idade média da frota circulante

Idade média automóveis

Idade média da frota de veículos e motos

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C o m É r C i o C o m É r C i oRedação Novo Meio [email protected]

Uma boa notícia para o setor de comércio em geral foi divulgada na primeira sema-na de julho pela Receita Federal. Segun-do informou o órgão, as vendas no Bra-sil em junho atingiram o maior patamar de 2020. No mês, o resultado foi 15,6% maior que em maio, o que é natural, já que a base comparativa é baixa em razão da crise pro-vocada pela pandemia. No entanto, o dado surpreendente é que, na comparação com junho de 2019, um mês normal, as vendas cresceram nada menos que 10,3%. O Bo-letim da Receita Federal demonstrou, ain-da, que em junho todas as regiões brasilei-ras apresentaram recuperação no ritmo de vendas, tanto em valor como em quan-tidades de notas fiscais emitidas.Segundo o levantamento, a média diária de vendas no Brasil com a nota fiscal eletrô-nica atingiu R$ 23,9 bilhões em junho. Este foi o melhor resultado de 2020, inclusive considerando o período que antecedeu o isolamento social. Na comparação com os meses anteriores, a queda em abril foi se-guida de aumentos de 9,1% em maio e de 15,6% em junho.As vendas semanais mostraram uma re-cuperação gradual. Após o pico de R$ 180 bilhões na última semana de maio, as posteriores semanas de junho registra-ram vendas superiores a R$ 150 bilhões, exceto a semana do feriado de Corpus Christi (R$ 137 bilhões). A última semana de junho teve vendas de R$ 177 bilhões. As quantidades de notas fiscais eletrô-nicas subiram gradualmente após o cho-que da Covid-19 e permanecem maiores que no início do ano.O movimento agregado das notas fiscais eletrônicas capta, principalmente, as ven-das entre empresas de médio e grande porte, bem como as vendas não presen-ciais de empresas para pessoas físicas.

E-commerceO Boletim da Receita Federal também trouxe informações sobre o comércio eletrônico. Em 2020, as vendas cres-ceram em quantidade e em volume. A

tendência de elevação se intensificou a partir de março. As variações percentu-ais em valor foram de 9,3% em março,

Vendas em junho atingem maior patamar de 2020Segundo Boletim da Receita Federal, crescimento sobre o mesmo mês no ano anterior foi de 10,3%

3,3% em abril, 15,5% em maio e 19,2% em junho. Em relação ao mesmo mês de 2019, a média diária de vendas apura-

das com a NFe em 2020 cresceu 20,6% em março, 17,5% em abril, 37,4% em maio e 73,0% em junho.

BrasilNo Brasil, a média diária de vendas com a NFe atingiu R$ 23,9 bilhões em junho, o maior patamar do ano de

O gráfico de vendas semanais (soma) mos-tra uma recuperação gradual das vendas. Após o pico de R$ 180 bilhões na última se-mana de maio, as semanas de junho mos-

2020. Na comparação com o mês an-terior, a queda de abril foi seguida de aumentos de 9,1% em maio e de 15,6%

em junho. Na comparação com o mes-mo mês do ano 2019, houve aumento de 10,3% em junho, em termos reais.

traram vendas superiores a R$ 150 bilhões, exceto a semana do feriado de Corpus Christi (R$ 137 bilhões). A última semana de junho registrou vendas de R$ 177 bilhões.

As quantidades de notas fiscais eletrôni-cas (NFe) subiram gradualmente após o choque da Covid-19 (semana 13) e perma-necem maiores que no início do ano

Fonte: Receita Federal / Ministério da Econômia

Fonte: Receita Federal / Ministério da Econômia

Norte

Na Região Norte, o ritmo de ven-

das com a NFe cresceu até mar-

ço, caindo em abril para R$ 1,33 bi-

lhão por dia (-13,4%), mas voltando

a crescer em ritmo acelerado atin-

gindo um pico em junho de R$ 1,68

bilhão (14,1%). Na comparação com

o mesmo mês do ano anterior, a

média diária de vendas foi superior

até março de 2020 (16,3%), apre-

sentando redução em abril (-1,5%),

porém volta a crescer em maio

(2,8%) e junho (21,3%).

Nordeste

A Região Nordeste mostrou recu-

peração em junho de 2020. Em re-

lação ao mês anterior, houve cres-

cimento de 18,3% da média diária

de vendas. Em relação ao mesmo

mês de 2019, após as reduções de

abril e maio, o mês de junho apre-

senta crescimento de 4,9%, em

termos reais.

Centro Oeste

Na Região Centro-oeste, a média

diária de vendas em 2020 foi supe-

rior à de 2019, exceto em maio. Em

junho, o valor é maior que junho de

2019 (40,7%). Na comparação com

o mês anterior, a redução em abril

foi de -11,3%, mas em maio e junho

a média diária de vendas aumentou

5,6% e 17,6% , respectivamente.

Fonte: Receita Federal / Ministério da Econômia

Fonte: Receita Federal / Ministério da Econômia

Fonte: Receita Federal / Ministério da Econômia

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C o m É r C i o

Sudeste

Na Região Sudeste, a média di-

ária de vendas cresceu em maio

(9,8%) e junho (17,0%), na compa-

ração com o mês anterior. Em re-

lação ao mesmo mês do ano 2019,

o desempenho nos meses de abril

e maio foi negativo, mas em junho

apresenta crescimento de 2,9%.

As quantidades de notas emitidas

em maio e junho de 2020 subiram

e superaram os respectivos meses

de 2019.

Sul

Na Região Sul, o crescimento da

média diária de vendas em junho

foi de 10,3%, confirmando a ten-

dência de alta verificada em maio.

Na comparação com o mesmo mês

do ano 2019, o desempenho foi po-

sitivo em janeiro (2,4%), fevereiro

(2,5%) e março (7,4%). Houve que-

da em abril (-13,8%) e maio (-3,8%),

mas recuperação em junho (11,8%)

Fonte: Receita Federal / Ministério da Econômia

Fonte: Receita Federal / Ministério da Econômia

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l a N ç a m E N t o Fotos: Divulgação

Eaton expande portfólio do aftermarket

Mann lança 62 novos filtros no primeiro semestre

Novas Sondas Lambda A/F MTE-Thomson no mercado de reposição

Seguindo a estratégia consolidada de ampliação de portfólio para 2020, a Eaton anuncia mais lançamentos na reposição automotiva. A Divisão de Aftermarket da empresa acaba de ex-pandir a linha de cabos de comando para transmissão e lança novos com-ponentes, como os kits de vedação e as mangueiras hidráulicas. Os kits de vedação reduzem o risco de peças sobressalentes e evitam a necessida-de da compra de itens avulsos. Já a nova linha de mangueiras hidráulicas, voltada para sistemas de freio, dire-ção hidráulica, compressor e outras aplicações automotivas, chega com 20 modelos que excedem os padrões para pressão, temperatura e resis-tência ao desgaste, atendendo todas as normas do setor para estes que-sitos. Por fim, os cabos de comando ganham mais 45 modelos para aten-der veículos com transmissão manual

Novas sondas lambda A/F – uma banda larga de quatro fios muito utilizada nos veículos asiáticos – acabam de chegar ao mercado de reposição. Já lançadas para os veículos Hon-da, Nissan e Toyota, agora che-gam novos modelos para veícu-los das marcas: Subaru, Lexus, Suzuki, Mazda, Infiniti, além de mais itens para as tradicionais japonesas. Destaque também para os veículos da marca Vol-vo, modelos premium que estão sem opção no Brasil para estas sondas a custo acessível. Muito procurada, a sonda lambda A/F

para a Hilux da Toyota, mode-lo 9826.40.063 agora também disponível. A MTE-Thomson foi a primeira empresa a fabricar sondas lambda no Brasil. Hoje existem cinco tipos de sonda lambda, além de suas variações dificultando muito a aplicação, causando dúvidas e insegu-ranças, tanto no momento de compra como na hora da insta-lação. Para ajudar e desmistifi-car essas complicações, a em-presa disponibiliza vídeos em seu canal do Youtube, além de cursos na Oficina do Saber e in-formativos.

Empresa oferece importante alternativa para o aftermarket nacional

Novos cabos de comando para o mercado de reposição

de montadoras como a MAN, Merce-des, Iveco, Volare e Scania. Forma-do por cabo de engate e cabo de se-leção, o componente é utilizado para a realização das trocas de marchas e garante que a eficiência da caixa de câmbio seja realmente percebida na condução do veículo.

A Nakata anuncia o lançamento de sapatas de freio para diversas aplicações. Os componentes, que já estão disponíveis para o mer-cado de reposição, completam a linha de freios da marca para pi-capes. Os produtos atendem mo-delos Mitsubishi L200, Mitsubishi Pajero, Ford Explorer e Ford Ran-ger. O código NKF 3074 é destina-do aos modelos Mitsubishi L200 (frente quadrada) e Pajero - 4x4 -

Apesar de um primeiro semestre de-safiador em virtude da crise mundial, a Mann-Filter lançou, no primeiro se-mestre de 2020, 62 novos filtros. En-tre as aplicações estão novos itens para as linhas leve, pesada, agricul-tura e industrial. A empresa enten-de que este período se mostrou uma ótima oportunidade para rever pro-jetos e acelerar a liberação de no-vos produtos. Os lançamentos che-gam para completar o portfólio de produtos e trazer soluções inovado-ras em sistemas de filtragem para

atender as demandas mais exigentes das novas e modernas motorizações de veículos leves e equipamentos para o serviço pesado. Os elemen-tos filtrantes da linha leve vieram para atender aplicações em veículos importados como Audi; BMW e Vol-vo. Além dos veículos nacionais: GM Onix; Renault Kwid, Captur, Sandero e Logan; Fiat Argo, Cronos e Siena. Já os filtros para as linhas pesada e agricultura complementam o portfó-lio de produtos para atender as prin-cipais aplicações do mercado.

Nakata amplia linha de sapatas de freio para picapes e SUVs

2.5 - diesel 01/97 - 12/13. Já a refe-rência NKF 3077 se refere a Mitsu-bishi L200 Savana (frente redonda) e Pajero Sport - 4x4 - 2.5 diesel - 01/99 - 12/18. Para a Ford Explorer e Ranger - 01/97 - 12/07, o produto tem a codificação NKF 3081. As sa-patas de freio da Nakata possuem selo INMETRO e padrão de qualida-de que proporciona performance e resistência para garantir seguran-ça e conforto nas frenagens.

Componentes já estão disponíveis no mercado de reposição

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l a N ç a m E N t o Fotos: Divulgação

Cobreq lança pastilhas de freio para caminhão Delivery

Magneti Marelli disponibiliza novos injetores GDi e velas aquecedoras

A Cobreq, marca da TMD Fric-tion, empresa do grupo Nisshin-bo, apresenta ao mercado o jogo de pastilhas de freio N-2098 e N-2101, para eixo dianteiro e tra-seiro, para atender o mode-lo Volkswagen Delivery. O lança-mento é indicado para as versões

A Marelli Cofap Aftermarket amplia sua linha de produtos Magneti Marelli com os lançamentos de três códigos de injeto-res GDi (injeção direta de combustível) e mais um para a linha de velas aquecedo-ras para motores diesel. Os novos injeto-res GDi são produzidos na planta Italiana de Bari, para veículos das marcas Audi e Volkswagen, e são os mesmos forneci-dos para as montadoras, ou seja, equi-pamento original. Seus códigos e aplica-ções são: MMIHP072MRI, para Audi A1 1.4 16V TSFi (11/16), MMIWD145RI (cilindros 1,

3, 5) e MMIWD144RI (cilindros 2, 4, 6), para motor 3.6 V6 FSi Volkswagen Touareg/Passat/CC (12/16) e Audi Q7 (08/11). Além dos injetores, a empresa também lan-ça um novo código de velas aquecedo-ras para complementar a linha dedicada a motores diesel que equipam principal-mente picapes e utilitários. A novidade atende aos modelos Toyota Hilux SW4 2.8 4x4 motor IGD (código VAM1GDTO). Com este lançamento, a gama de velas aquecedoras Magneti Marelli atinge 98% de cobertura de frota.

4.150, 6.160 e Express. O lan-çamento das pastilhas de freio N-2098 e N-2101 atende a atu-al demanda do mercado por itens voltados a veículos utilizados com mais frequência durante o isola-mento social, como caminhões que fazem serviços de entrega.

A nova linha de lubrifican-tes lançada pela Shell no Bra-sil atende às mais modernas especificações do segmen-to: API SP e ILSAC GF-6. São três produtos de alta perfor-mance – Shell Helix Ultra 5W-30 API SP GF-6A, Shell Helix Protect 5W-30 e Shell Helix Power 0W-20 – que têm como um dos diferenciais a tec-nologia exclusiva PurePlus, responsável por ajudar a au-mentar a vida útil do motor ao unir aditivos específicos a um processo que conver-te gás natural em óleo-base cristalino, com 99,5% de pu-reza, mantendo o motor simi-lar ao de um veículo 0km em termos de limpeza. Todas as embalagens de lubrifican-tes de 1 litro, incluindo as da nova linha, têm na composi-ção plástico produzido a par-tir da cana-de-açúcar, o que resulta em expressiva redu-ção na emissão de CO2 du-rante o processo de produção desses itens. A Shell traba-lha em alinhamento com a ambição global de diminuir

Nova linha de lubrificantes Shell com tecnologia PurePlus

as emissões de gás carbônico pela metade até 2050 e, para isso, reavalia toda a sua ca-deia de suprimentos. A clas-sificação “S” da sigla API (que significa American Petroleum Institute, responsável pela es-pecificação) indica que a ca-tegoria de aplicação é voltada para carros à gasolina, etanol e GNV. A letra “P” represen-ta o mais recente nível de de-senvolvimento do lubrificante no momento, ou seja, os óleos API SP são os que têm a formu-lação mais moderna. Já a sigla ILSAC representa o Comitê In-ternacional de Padronização e Aprovação de Lubrificantes (em inglês, International Lu-bricants Standardization and Approval Committee), formado por fabricantes dos Estados Unidos e do Japão. A certifi-cação estabelece níveis míni-mos de desempenho para os óleos lubrificantes, conside-rando pontos como economia de combustível, volatilidade, oxidação, entre outros. Atu-almente, a classificação mais avançada é o selo GF-6.

Empresa continua expandindo seu portfólio na reposição

ZM inicia produção de mais de 500 itens para suspensão e direçãoA ZM, empresa com 37 anos de merca-do situada na cidade de Brusque (SC), inicia produção de itens para os siste-mas de suspensão e direção. Já con-solidada no mercado de reposição na linha elétrica com a fabricação de re-lés, motores de partida, induzidos, ro-tores, alternadores e polias para al-ternadores e na mecânica com peças especiais conformados a frio, parafu-sos e porcas de roda além de cruze-tas e componentes de cardas, a partir de julho, a empresa passa a fornecer também bieleta e pivô para o sistema de suspensão e terminal axial e de di-reção para o sistema de direção. São mais de 500 itens totalmente produ-zidos no Brasil e que estarão comple-tamente disponíveis para o mercado até o final de 2020, abrangendo mais

de 4 mil aplicações para as linhas leve e utilitários, em veículos nacionais e importados, seguindo os mais altos e rígidos padrões de tecnologia e quali-dade exigidos pelas principais monta-doras do mundo. Também foram de-senvolvidas novas embalagens para os lançamentos em que destacam-se as cores verde e amarelo em alusão às cores da bandeira brasileira, além da impressão do selo do INMETRO.

Empresa tem forte atuação na linha elétrica

CNC melhora projeção para vendas no varejo em 2020

Estudo da CNC detalha desempenho do varejo em maio

Com base nos dados positivos da Pesqui-sa Mensal de Comércio (PMC) referente ao mês de maio, divulgada em 8 de julho pelo IBGE, a Confederação Nacional do Co-mércio de Bens Serviços e Turismo (CNC) revisou para 9,2% a previsão de retração no volume das vendas no varejo amplia-do, em 2020. No varejo restrito – que ex-clui os ramos automotivo e de materiais de construção –, a queda esperada é ain-da menor: 6,3%.A redução do isolamento social e a ado-ção de estratégias de e-commerce aju-daram o varejo a repor parte das perdas impostas pelo novo coronavírus até o mo-mento, segundo analise da CNC. Com o início da flexibilização da quarentena, o setor deverá avançar também em junho. De acordo com o presidente da entida-de, José Roberto Tadros, após chegar ao “fundo do poço”, o comércio mostra sinais de recuperação. “Mantida a tendência gradual de abertura dos estabelecimen-tos comerciais, o setor deverá apresen-tar perdas menos acentuadas nos pró-ximos meses. Contudo, mesmo em um cenário mais próximo à normalidade ope-racional, a recuperação da atividade co-

Após sinais de recuperação já em maio, Confederação Nacional do Comércio estima queda de 9,2% este ano

mercial ainda dependerá dos impactos da crise sobre variáveis condicionantes do consumo, como o mercado de traba-lho, a oferta e a demanda de crédito e o ní-vel de confiança dos consumidores”, res-salta Tadros.

PrejuízosDe acordo com cálculos da CNC, desde o início da pandemia do novo coronavírus, em março, até o fim de junho, os preju-ízos do setor com a crise alcançaram R$ 240,8 bilhões. “As perdas mensais de fa-turamento em relação ao período ante-rior ao surto da doença se aproximaram de R$ 40 bilhões em março, atingindo, ra-pidamente, um pico de R$ 77,4 bilhões em abril. Desde então, o setor segue apre-sentando perdas menos intensas”, desta-ca Fabio Bentes, economista da CNC res-ponsável pelo estudo.Um dos fatores que explicam a evolução verificada a partir de maio é a intensifica-ção de ações de venda via e-commerce. Segundo levantamento da Receita Fede-ral, o volume de vendas no comércio ele-trônico tem evoluído de forma acelera-da, nos últimos meses. Depois de crescer

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39% no comparativo entre maio de 2020 com igual mês do ano passado, em junho houve aumento real de 72% ante o mes-mo mês de 2019. Fabio Bentes chama a atenção também para o número de no-tas fiscais eletrônicas que, em feverei-ro deste ano, registrava uma média diária de aproximadamente 650 mil emissões e evoluiu para 1,26 milhão de operações no último mês. “Em junho de 2019, foram emitidas 520 mil notas diárias, registran-do, portanto, um avanço de 142% no com-

Em maio, o volume de vendas do comér-cio varejista brasileiro avançou 13,9% em relação a abril, de acordo com a Pesqui-sa Mensal de Comércio (PMC), divulga-da pelo Instituto Brasileiro de Geografia

parativo anual”, completa o economista.A CNC calcula ainda que o início do pro-cesso de flexibilização em diversas re-giões do País reduziu em R$ 13,3 bilhões os prejuízos do comércio, em junho. Se a queda no índice de isolamento social mantivesse o ritmo mais lento dos últi-mos meses, o varejo teria sofrido com perdas na ordem de R$ 67,9 bilhões, no mês passado. Com a flexibilização da quarentena, contudo, esse montante re-cuou para R$ 54,6 bilhões.

Volume de vendas do varejo(Variações % em relação ao mês anterior com ajuste sazonal)

e Estatística (IBGE). A alta, no entanto, foi insuficiente para o setor recuperar as perdas de março (-2,8%) e abril (-16,3%), que refletiram os efeitos da pandemia de Covid-19 sobre o consumo.

Mesmo com a alta inédita de maio, o vo-lume de vendas correspondeu ao ní-vel observado em dezembro de 2016. No conceito ampliado, que agrega dados dos segmentos automotivo e de mate-riais de construção, a alta foi ainda maior (+19,6%). Esse resultado representou o primeiro avanço em três meses após for-

tes retrações de 14,0% em março e 17,5% em abril. Todas as atividades envolvidas na pesquisa registraram crescimento em maio, com destaque para os segmentos “não essenciais” do varejo, tais como: te-cidos, vestuário e calçados (+100,6%), ve-ículos, motos, partes e peças (+51,7%) e móveis e eletrodomésticos (+47,5%).

Volume de vendas segundo segmentos do varejo e, maio de 2020(Variações % em relação ao mês anterior com ajuste sazonal)

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Em relação a maio de 2019, as vendas apresentaram variação de -7,2% em maio, a terceira consecutiva; contudo, as perdas ocorreram de forma menos intensa do que em abril (-17,1%). Exceto o ramo de hiper e supermercados, to-das as demais atividades seguem apre-sentando quedas. Ainda nesta base comparativa, 23 das 27 unidades da Fe-deração apresentaram recuo no volume de vendas, no mês de junho. De acordo com cálculos da Confederação Nacional

do Comércio de Bens, Serviços e Turis-mo (CNC), as perdas mensais de fatura-mento em relação ao período anterior à decretação da pandemia de Covid-19 se aproximaram de R$ 40 bilhões em mar-ço, atingindo rapidamente um pico de R$ 77,4 bilhões no mês seguinte. Des-de então, o setor segue apresentando perdas menos intensas. Desde o início da crise, o comércio já deixou de faturar R$ 240,8 bilhões, por conta dos efeitos decorrentes da pandemia.

Três fatores ajudam a explicar a evolu-ção verificada a partir de maio. No cur-to prazo, a menor adesão ao isolamen-to social levou a uma maior circulação de consumidores no comércio. O índi-ce de isolamento social, medido pela

Índice de isolamento no Brasil(% da população)

Perdas mensais de receitas no comércio varejista brasileiro em relação ao período pré-pandemia(R$ Bilhões)

Média diária do volume de vendas do comércio eletrônico no Brasil(R$ Bilhões)

Perdas de vendas diárias do varejo brasileiro em junho de 2020(R$ Bilhões)

Volume de vendas do varejo(Variações % em relação ao ano anterior)

consultoria Inloco, segue tendência de-crescente no Brasil desde o início de abril. Após alcançar 63% da população na segunda metade de março, o indica-dor abriu o mês de julho com uma média semanal próxima a 40%.

O número de notas fiscais eletrônicas, que, em fevereiro deste ano, registrava uma média diária de aproximadamente 650 mil emissões, evoluiu sistematicamente, al-cançando, em junho, 1,26 milhão de ope-rações. Em junho de 2019, foram emitidas 520 mil notas diárias, registrando-se, por-tanto, um avanço de 142% no comparativo

Mantida a tendência de gradual abertura dos estabelecimentos comerciais, o setor deverá apresentar perdas menos acen-tuadas nos comparativos interanuais, no decorrer dos próximos meses. Contudo, mesmo em um cenário mais próximo à normalidade operacional, a recuperação da atividade comercial ainda dependerá dos impactos sobre as variáveis condicio-nantes do consumo nos próximos meses. Os estragos provocados sobre o merca-do de trabalho, a aversão à oferta e à de-

Um segundo aspecto decorre da re-ação do próprio setor aos efeitos da pandemia. Com a queda no consumo presencial, os varejistas passaram a intensificar ações de vendas via e--commerce. Segundo levantamento da Receita Federal do Brasil, o volu-

me de vendas no comércio eletrônico tem evoluído de forma acelerada, nos últimos meses. Depois de crescer 39%, no comparativo de maio deste ano com o mesmo mês do ano passa-do, em junho houve aumento real de 72% ante o mesmo mês de 2019.

anual. Finalmente, o início do processo de flexibilização da quarentena em diversas regiões do país acelerou a queda no índice de isolamento social. Não fossem as medi-das de flexibilização, o setor teria perdido R$ 67,9 bilhões em vendas, no mês passa-do (R$ 13,3 bilhões a mais do que o obser-vado, segundo cálculos da CNC).

manda de crédito e o nível de confiança dos consumidores tenderão a cumprir um papel cada vez mais determinante no ritmo de vendas até o final de 2020. Neste cená-rio, a CNC prevê uma retração de 6,3% do volume de vendas do comércio varejista, neste ano. Para o conceito ampliado, a en-tidade projeta um recuo de 9,2%. Em am-bos os casos, a crise sem precedentes, im-posta à atividade econômica, deverá levar o setor a registrar as maiores quedas anu-ais da série histórica da PMC.

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Produção de veículos voltará ao normal em 2025 no melhor cenário

Primeira semestre teve queda de 50%

Simulação da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores re-vela que a venda de veículos 0 km deve cair 40% em 2020 na comparação com o ano passado, considerando um cená-rio estimado de queda de 7% no Produto Interno Bruto e taxa Selic a 2,25% ao ano, porém com juros anuais ao cliente final de 19% a 19,5% ao ano.A associação que reúne as montadoras prevê 1,675 milhão de unidades empla-cadas em 2020 este ano. No que se re-fere à produção, a queda prevista é um pouco maior, de 45%, com um total de 1,630 milhão de automóveis, comerciais

Previsão é da Anfavea, que traçou cenários com base nas diferentes crises já enfrentadas pelo setor

leves, caminhões e ônibus fabricados, sendo 1,548 milhão de veículos leves, igualmente com queda de 45% “Trata--se de uma estimativa dramática, mas muito realista com base no prolonga-mento da pandemia no Brasil e na de-terioração da atividade econômica e da renda dos consumidores”, diz Luiz Car-los Moraes, presidente da Anfavea.Essas projeções consideram a necessá-ria redução dos estoques, que continuam altos e, portanto, irão impactar nos núme-ros da produção daqui até o final do ano.Em 2012, o Brasil chegou a emplacar 3,8 milhões de veículos – foi o melhor desem-

A Anfavea também apresentou o balan-ço da indústria automobilística nos seis primeiros meses do ano. Com fortíssi-mo impacto da pandemia de Covid-19 nos últimos três meses, a produção acu-mulada de 729,5 mil veículos represen-tou uma queda de 50,5% na comparação com o primeiro semestre de 2019. Em ju-nho, a produção de 98,7 mil unidades foi 129,1% superior à de maio, mas 57,7% in-ferior à de junho do ano passado. Com o licenciamento de 132,8 mil unidades em junho, o acumulado do semestre foi de 808,8 mil autoveículos, recuo de 38,2% sobre o mesmo período de 2019. As ex-portações em junho fecharam em 19,4 mil unidades, totalizando 119,5 mil no se-mestre, uma queda de 46,2%. O setor de caminhões também foi forte-mente afetado pela pandemia, embora as quedas não tenham sido tão drásticas quanto as dos veículos leves. A produção no semestre (34,8 mil) foi 37,2% menor em relação ao mesmo período do ano pas-sado. Os licenciamentos (37,9 mil) recua-ram 19,1%, enquanto as exportações (4,8 mil) encolheram 19,2%. Parte do alívio nas vendas de caminhões deve ser creditada aos bons resultados da safra agrícola, que também ajudou o setor de máquinas a não sofrer tanto com os efeitos da pandemia. A

m o N t a d o r a sRedação Novo Meio [email protected]

penho da série histórica. A capacidade de produção no país gira em torno de 5 mi-lhões de unidades por ano, numero jamais atingido pelas montadoras.Segundo Moraes, a recuperação do se-tor será lenta. A associação também projetou as perspectivas de retomada a partir de uma simulação que adotou como parâmetros as diferentes crises enfrentadas anteriormente. Moraes explica que tomando como base o rit-mo de recuperação de 11% ao ano ve-rificado após a crise enfrentada em 2015 e 2016, a indústria automobilística brasileira voltará ao patamar de 2019

somente em 2025. Já o pior cenário ocorreu em 1981, no período pós-crise do petróleo. Naquele momento, o se-tor caiu 41%, praticamente o mesmo recuo a que assistimos agora, e a re-cuperação ocorreu ao ritmo de 5% ao ano. Se houver a repetição desta esca-lada, o patamar de 2019 será alcançado apenas em 2030.Porém, o presidente da Anfavea acredi-ta que a recuperação se dará no melhor cenário, ou seja, 11% ao ano. Mesmo com esta expectativa, as montadoras instala-das no Brasil deixarão de produzir 3 mi-lhões e meio de veículos até 2025.

produção acumulada no semestre (19,1 mil) foi 22,6% inferior à dos seis primeiros me-ses de 2019. “A situação geral da indústria automotiva nacional é de uma crise maior que as enfrentadas nos anos 80, 90 e essa mais recente de 2015/16. Ela veio num mo-mento em que as empresas projetavam um crescimento anual de quase 10%. Um recuo dessa magnitude no ano terá impac-tos duradouros, infelizmente”, avalia Luiz Carlos Moraes.

Em junho, o maior número de emplaca-mentos ocorreu em São Paulo, 45 mil e 300 unidades, o que significa queda de 18% em comparação aos 55 mil e 300 veículos vendidos em junho de 2019. O segundo estado em número de empla-camentos foi Minas Gerais, com 17 mil unidades, 68,5% a menos que as 54 mil de junho do ano passado. O pior resul-tado ocorreu no Piauí, com apenas 74 veículos emplacados em junho, uma

queda de 96% sobre o mesmo mês do ano passado.Todas as montadoras voltaram a pro-duzir, mas em ritmo menor, seguindo a demanda do mercado e controlan-do os estoques. O setor tem 157 mil e 600 unidades estocadas, sendo 42 mil nas fábricas e 116 mil nos conces-sionários. São 36 dias de estoque to-tal: 26 nas concessionarias e 10 dias nas fábricas.

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m o N t a d o r a s B a l C o N i s t a

Saúde emocional desafia balconistas e empresas durante a crise do novo coronavírus

Academia Brasileira de Ciências trata os problemas mentais advindos da pandemia da Covid-19 como ‘epidemia paralela’

Saúde mental do funcionário deve receber foco especial por parte das empresas

Momentos de crise, em geral, produzem enorme impacto psicológico no quadro de balconistas e vendedores. Constan-temente pressionados pela responsa-bilidade de converter em vendas todos os processos, estratégias e esforços da empresa, esses profissionais são os primeiros a sentir o peso da ameaça de desemprego em momentos de queda do faturamento de um negócio.Dados divulgados pela Secretaria Espe-cial de Previdência e Trabalho no último dia 17 de julho constataram que o posto de ‘vendedor de comércio varejo’ foi, de longe, o mais impactado pela crise que o novo coronavírus provocou e ainda provo-ca na economia brasileira.

Uma das organizações mais emble-máticas do país na promoção do de-senvolvimento da ciência nacional, bem como do intercâmbio de co-nhecimentos científicos produzidos internacionalmente, a Academia Bra-sileira de Ciências tratou em artigo publicado no último mês de junho o impacto da Covid-19 na saúde mental como uma ‘epidemia paralela’.

A dramaticidade da crise provocada pelo novo coronavírus está também atingindo em cheio os empreende-dores brasileiros, haja vista que, de acordo com o IBGE, 1,3 milhão de em-presas brasileiras fecharam as portas na primeira quinzena de mês de junho.Apesar disso, a habilidade de se ado-tar uma postura sóbria, espalhando

Das 1,1 milhão de vagas de carteira assi-nada encerradas no país entre janeiro e maio de 2020, 180 mil pertenciam a bal-conistas e vendedores dos mais diversos segmentos do varejo nacional.Este número, que corresponde a 16% da totalidade das demissões ao longo do ano, supera, sozinho, a soma dos postos encerrados nos cargos de: aten-dente de lanchonete (45 mil vagas en-cerradas), auxiliar de escritório (43 mil), operador de caixa (41 mil) e cozinheiro (39 mil), funções que ocupam as res-pectivas posições de 2º, 3º, 4º e 5º colo-cado no ranking das demissões.Esse cenário de extrema vulnerabilidade dos balconistas traz de volta à superfície

Para a Academia Brasileira de Ciências, impacto psicológico da covid-19 provoca uma epidemia paralela tão grave quanto os efeitos físicos do vírus

Lucas Torres [email protected] Foto: Pexel

antigas discussões sobre o impacto do desemprego e do subemprego na saúde mental do ser humano contemporâneo, tema que ocupa um lugar especial no campo da psicologia por meio da ‘Psicolo-gia Social do Trabalho’.Profissionais como Guilherme Dias, diretor da CEAP Gestão de Pessoas, tratam da te-mática do estresse laboral sob uma ótica

multidimencional, que incide sobre os mais diversos campos da vida do cidadão.Segundo ele, situações de vulnerabilidade trazidas pelos momentos de crise gene-ralizada fazem com que o profissional viva em estado de ansiedade constante oriun-da das pressões sofridas por parte da em-presa, bem como de sei mesmo e de seu próprio núcleo familiar/social.

No documento, o doutor em Epide-miologia Psiquiátrica pela Universi-dade de Londres, Jair de Jesus Mari, afirmou que a pior face da pandemia tem sido percebida no âmbito psicoló-gico, a partir do alto índice de fatores estressantes, dentre os quais o de-semprego ou a sua iminência possui status de protagonista.Segundo o estudioso, esse cenário tem

produzido um aumento significativo de patologias de cunho psíquico como o estresse pós-traumático, o luto pro-longado, a depressão, os transtornos de ansiedade e de pânico, o abuso de álcool e de drogas e o transtorno ob-sessivo compulsivo.Para ilustrar o ambiente de epidemia paralela, Mari citou um artigo produ-zido na China que constatou o fato

de 35% da população do país estar apresentando o que chamou de ‘so-frimento mental’, número que, na sua interpretação, é bastante sig-nificativo tendo em vista o fato do país asiático se caracterizar como um local onde a frequência de casos de transtornos mentais costuma ser baixa na comparação com outros lu-gares do mundo.

tranquilidade a partir de uma atitu-de solidária e humana com o quadro de funcionários é tarefa imperativa para empresários que desejam sair da crise com força suficiente para se manter no mercado no longo prazo.De acordo com o psicólogo Guilherme Dias, essa demanda ocorre pelo fato de funcionários ansiosos e pressio-

nados por patologias de cunho men-tal apresentarem uma queda inevitá-vel em seus níveis de produtividade.Além da baixa produção no ambien-te laboral, o especialista acrescenta que o sofrimento mental tem sido a maior causa de afastamento de fun-cionários de suas funções por tem-po prolongado.

A fotografia concedida por Dias ga-nha respaldo nas estatísticas da Or-ganização Mundial da Saúde (OMS) que, no início deste ano, divulgou que a existência de mais de 560 mi-lhões de pessoas do mundo com al-gum tipo de transtorno mental causa uma perda de produtividade estima-da em 1 trilhão de dólares anuais.

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