editoriais, artigos, notícias e crônicas vol. 1

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Apostila da Oficina dos Concursos, elaborada pelo Professor Adeildo Júnior, que apresenta os principais Gêneros Textuais que aparecem com frequência em provas de concursos públicos. Abordam-se questões relacionadas à conceitos, características e estruturação de cada gênero. Em seguida, é apresentada uma farta coletânea de textos que cumprem uma dupla finalidade: ilustrar as abordagens conceituais e informar os leitores.

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I ANLISE, COMPREESO E INTERPRETAOA anlise, a compreenso e a interpretao de um texto envolvem o conhecimento de seus elementos estruturais, ou seja, o domnio de determinadas categorias (conceitos) do texto. O domnio desses conceitos bsicos possibilita ao leitor uma anlise mais rigorosa, com observaes crticas mais bem fundamentadas. A descrio desses elementos estruturais do texto deve fornecer matria para uma argumentao, uma linha de raciocnio em que o leitor principiante na anlise textual fundamente a defesa de um ponto de vista crtico ou precise responder a questes mais aprofundadas sobre o texto e os elementos que o estruturam.Sem essa linha de argumentao, em torno de uma idia central a ser desenvolvida, a descrio dos elementos estruturais do texto tender a se desarticular. A anlise textual pressupe essa articulao, e a descrio s ter sentido crtico se for feita em sua funo.Analisar um texto , pois, correlacionar, em torno de um ncleo central de idias, a organizao de seus elementos estruturais, conforme as necessidades da argumentao. Analisar pressupe argumentar, defender o ponto de vista crtico que a sua razo de ser. Para essa defesa, necessrio que se busque uma comprovao do que se afirma. Da a importncia de uma descrio mais rigorosa do texto. Subsidiariamente, pode-se valer da bibliografia existente sobre a obra, seu autor, seu estilo jornalstico ou sua tendncia literria. Esta matria, entretanto, deve aparecer em funo da anlise que est em curso e no o inverso.A anlise textual pressupe dois movimentos: a desmontagem do texto (a anlise propriamente dita, no sentido literal dessa palavra) e a sua articulao em torno de um seu princpio configurador (uma estrutura, um tema) capaz de explicar o sentido de sua construo. Essa articulao tem em vista uma sntese, isto , uma viso de conjunto do texto analisado:Anlise e interpretao representam os dois momentos fundamentais do estudo do texto, isto , os que se poderiam chamar respectivamente o momento da parte e o momento do todo, completando o crculo hermenutico, ou interpretativo, que consiste em entender o todo pela parte e a parte pelo todo, a sntese pela anlise e a anlise pela sntese.[footnoteRef:2] [2: Candido, Antonio. O estudo analtico do poema. So Paulo, FFLCH/Universidade de So Paulo, s.d. p. 20.]

Diante de tudo isso, com o objetivo de estreitar o contato do leitor principiante com a informao e com a anlise textual, apresentamos a seguir uma orientao para a construo de uma leitura inteligentemente conduzida. So conceitos e tcnicas de leitura, que ajudaro a descortinar o texto e a criar um hbito de leitura e anlise iluminados pela razo. Alm disso, h uma coletnea dos mais variados gneros textuais. A seleo obedeceu a um critrio simples, porm rigoroso: as tipologias textuais escolhidas basearam-se nas que mais ocorrem em provas de concursos pblicos organizados pela Fundao Carlos Chagas (FCC), Escola de Administrao Fazendria (ESAF), Centro de Seleo e de Promoo de Eventos da Universidade de Braslia (CESPE-UnB), entre outras instituies.Os textos esto apresentados de acordo com os gneros de que fazem parte. Antes, porm, de cada coletnea, h um esclarecimento a respeito do que so e de como se caracterizam as vrias modalidades textuais apresentadas: editoriais, artigos, notcias e cnicas.Desse modo, esperamos contribuir para o desenvolvimento das habilidades de cada leitor, tornando-o no s capaz de ler melhor, mas tambm (e, sobretudo) livre para compreender o mundo que o cerca e interagir com este mundo como cidado consciente de que ler liberta.

II OS TEXTOS JORNALSTICOS

Os textos denominados de textos jornalsticos, em funo de seu portador (jornais, peridicos, revistas), mostram um claro predomnio da funo informativa da linguagem: trazem os fatos mais relevantes no momento em que acontecem. Esta adeso ao presente, esta primazia da atualidade, condena-os a uma vida efmera. Propem-se a difundir as novidades produzidas em diferentes partes do mundo, sobre os mais variados temas. Apesar dessa caracterstica fugacidade, muitos desses temas tm sua conotao de atualidade mantida, haja vista a permanncia das discusses ou a continuidade das problemticas sociais historicamente indissolveis.De acordo com esse propsito, so agrupados em diferentes sees: informao nacional, informao internacional, informao local, sociedade, economia, cultura, esportes, espetculos e entretenimentos.A ordem de apresentao dessas sees, assim como a extenso e o tratamento dado aos textos que incluem, so indicadores importantes tanto da ideologia como da posio adotada pela publicao sobre o tema abordado.Os textos jornalsticos apresentam diferentes sees. As mais comuns so os editoriais, as notcias, os artigos de opinio, as entrevistas, as reportagens, as crnicas, as resenhas de obras e espetculos.A publicidade um componente constante dos jornais e revistas, medida que permite o financiamento de suas edies. Mas os textos publicitrios aparecem no s nos peridicos como tambm em outros meios amplamente conhecidos como os cartazes, folhetos, folders, outdoors, etc.; por isso, eles no entraro nessa coletnea.Em geral, aceita-se que os textos jornalsticos, em qualquer de suas sees, devem cumprir certos requisitos de apresentao, entre os quais destacam-se: a legibilidade de sua tipografia, apurada diagramao, ilustraes grficas adequadas e complementares das informaes (tabelas, fotografias, grficos, esquemas, etc.). conveniente a observao ainda de como os textos jornalsticos so distribudos na publicao para melhor conhecer a ideologia da mesma. Essencialmente, a primeira pgina, as pginas mpares e o extremo superior das folhas dos jornais trazem informaes que devem ser destacadas. Esta localizao antecipa ao leitor a importncia que a publicao deu ao contedo desses textos.O corpo da letra dos ttulos tambm um elemento indicativo do posicionamento adotado pela redao.

III - EDITORIAISOs editoriais so textos de um jornal em que o contedo expressa a opinio da empresa, da direo ou da equipe de redao, sem a obrigao de se ater a nenhuma imparcialidade ou objetividade. Geralmente, grandes jornais reservam um espao predeterminado para os editoriais em duas ou mais colunas logo nas primeiras pginas internas. Os boxes (quadros) dos editoriais so normalmente demarcados com uma borda ou tipologia diferente para marcar claramente que aquele texto opinativo, e no informativo. Editoriais maiores e mais analticos so chamados de artigos de fundo.O profissional da redao encarregado de redigir os editoriais chamado de editorialista. Na chamada "grande imprensa", os editoriais so apcrifos isto , nunca so assinados por ningum em particular.A opinio de um veculo, entretanto, no expressada exclusivamente nos editoriais, mas tambm na forma como organiza os assuntos publicados, pela qualidade e quantidade que atribui a cada um (no processo de Edio jornalstica). Em casos em que as prprias matrias do jornal so imbudas de uma carga opinativa forte, mas no chegam a ser separados como editoriais, diz-se que Jornalismo de Opinio.

TEXTO 01COM TODAS AS LETRAS

Sabe-se de uma reforma agrria na Grcia, h 26 sculos, quando o legislador Slon extinguiu a hipoteca de terras e anistiou as dvidas dos camponeses. H 21 sculos, em Roma, os irmos Graco promulgaram a lex agraria, que estabelecia o mximo de terra que cada um podia ter. Na China, h 16 sculos, Tao Wu-ti assentou 460.000 camponeses, o que aumentou a produo de alimentos e expandiu a agricultura imprio afora. Na idade moderna, sabemos da reforma agrria trazida pela Revoluo Francesa (1789), do fim dos latifndios no Japo (1949), Bolvia (1953), Cuba (1959). E aqui, depois de exemplos que vm de dois milnios, para nossa vergonha perante as naes, no pas com maior rea agriculturvel do planeta, quem luta por reforma agrria tratado como criminoso. Em pleno sculo 21.Tal a situao que vivemos, e se agrava no Rio Grande do Sul, onde nada menos que o Conselho Superior do Ministrio Pblico estadual aprovou h seis meses documento que equivale a uma declarao de guerra ao MST, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra. Isto ocorre num Estado em que a direita assanha garras e dentes, enquanto o governo enfrenta a maior crise de sua histria recente, em meio a uma catadupa de denncias de corrupo. A governadora Yeda Crusius, acuada, isola-se no Palcio Piratini e, conforme mostra a reportagem de Maurcio Macedo, responde com violncia a toda manifestao de repdio a seu desgoverno com tropas da Brigada Militar, comandada pelo coronel Paulo Mendes, que o povo chama de capito Nascimento dos pampas, ou tambm, sintomaticamente, de pittbull da Yeda. Assim, nosso colunista Joo Pedro Stedile, membro do MST, encontra fortes razes para dizer, com todas as letras, que o fascismo renasce nos pampas. O bravo povo gacho no merece.Como no merecem os xavantes, no Mato Grosso, o tratamento que brancos despidos de todo senso de humanidade lhes dedicam. A outra reportagem de destaque neste nmero, de Joo de Barros, narra a saga dos xavantes que, expulsos de suas terras, voltaram e agora enfrentam a ameaa de perder tudo de novo. E s basta s autoridades cumprir as decises da Justia.(Caros Amigos. Editorial - Ano XII - Nmero 136 Julho 2008)

TEXTO 02POLCIA CIVIL

Uma brutalidade inaceitvel, reagiu o governador paulista, Jos Serra, ao saber que 6 PMs lincharam um garoto de 15 anos em Bauru. A selvageria desses maus policiais, nos ltimos 2 anos e apenas em So Paulo e Rio de Janeiro, ceifou quase 3.500 vidas nmeros blicos. J escandaliza at meios conservadores um de seus arautos, O Estado de S. Paulo clama que o banditismo dentro da polcia precisa ser cortado pela raiz (editorial de 12/5/2008). De Bauru, nossos reprteres trouxeram a matria Assassinos Fardados Solta. Nela, Fermino Fechio, ouvidor nacional da SEDH (Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidncia da Repblica), diz: histrica e cientificamente, polcia uma instituio de natureza civil. A favor da desmilitarizao da polcia, Fechio aponta que em vrios Estados a PM tem o mesmo regulamento disciplinar do exrcito.Mais que isso, podemos dizer: como a ideologia militar, h que existir inimigos; e como no estamos em guerra, aqui mesmo est o inimigo, um inimigo difuso, que acaba se confundindo com o povo o pobre, o negro, os desvalidos, os sem-voz. No Rio, a matana j era tal no meio da dcada passada, que um general golpista de 64, Carlos Alberto da Fontoura, dizia na poca que tinha mais medo da polcia do que do ladro. Com certeza referia-se PM, alis resqucio da ditadura. Para o bem geral, entre as reformas de que o pas precisa, urge mais esta: a desmilitarizao da polcia.Outro reprter acompanhou as peripcias de uma mula que foi buscar drogas no Paraguai, enquanto um quarto explica como funciona a guilhotina que decepa dedos no carro Fox assunto do qual a mdia grande fugiu. No Rio, ouvimos Ney Matogrosso, maravilhoso no palco, gentil na entrevista: abriu-nos a alma. Um deleite mesmo para os que no se consideram seus fs.Um viva para Roberto Freire, jornalista, escritor, que se foi a 23 de maio aos 81 anos. Co-fundador de Caros Amigos, honrou-nos com sua sabedoria at 1998, quando se afastou por divergncias ideolgicas com Srgio de Souza.

(Caros Amigos. Editorial - Ano XII - Nmero 135 Julho 2008)

TEXTO 03DOIS JEITOS DE TRATAR OS POBRES

Na maior cidade do hemisfrio sul, desenrola-se uma poltica perversa que o eufemismo oficialista classifica de revitalizao do centro.Consiste em identificar locais habitados pela pobreza no chamado centro expandido, em cortios, favelas, ocupaes, loteamentos irregulares. E, ento, promover a limpeza social, mediante aes disfaradas em legalidade ou simplesmente truculentas, empurrando os pobres cada vez mais para os confins da metrpole, onde se repetir o ciclo loteamento irregular, ocupao beira de mananciais, de encostas, at nova expulso. No tem ocorrido ao atual establishment municipal revitalizar o centro de So Paulo revitalizando os pobres, dando-lhes a chance de ascender a melhores condies de vida e de permanecer onde esto. Eis o tema de nossa reportagem principal. No extremo oposto desse tipo de atitude diante de nossos semelhantes, vamos encontrar a ao do principal entrevistado do ms, o neurocientista Miguel Nicolelis, autor de recente proeza que aturdiu o mundo: mostrou que a fora do pensamento pode mover um rob no outro lado do mundo. Ele escolheu justo a regio mais pobre do pas, o Nordeste, para cravar o primeiro instituto de cincias com o qual pretende iniciar uma rede que atender mais de 1 milho de crianas.Fantico pelo Palmeiras, por futebol e pelo Brasil, demonstra a simplicidade dos verdadeiros gnios. Tambm no registramos memria, em nossa redao, de um entrevistado ou entrevistada que tenha se emocionado a ponto de chorar o que aconteceu quando ele falou dos brasis que esto acontecendo e ningum d notcia, ou das crianas que seu instituto acolhe e s precisam de carinho e ateno para despontar, sem medo de fazer perguntas, a montar robs, a olhar no telescpio, a medir a lua de Jpiter.A cincia, avisa Nicolelis, uma questo de soberania nacional. Promove transformao social.Estamos desde fevereiro sem a seo De Repente, do nosso Nicodemus Pessoa, que se encontra em tratamento de sade e a quem desejamos pronto restabelecimento.

(Caros Amigos. Editorial - Ano XII - Nmero 134 Julho 2008)

TEXTO 04FOI-SE NOSSO SERJO

Mrcia, a menina mais velha dentre os sete filhos de Serjo, disse a um de ns que se acercou do esquife, onde jazia o corpo solene, imponente:Morreu nosso pai, seu tambm todos os que esto aqui, de quem ele no foi pai?Ento, de todos ns ali morria-nos tambm um pai, e felizes aqueles que encontram esse segundo pai, que nos lapida ou corrige o carter, orienta na profisso e na vida, no fazer dirio e principalmente na exemplaridade.A todos os que lamentam a precoce partida, ocorre a observao, obrigatria: a gentil elegncia.Escreve o caula da redao Vincius Souto, 19 anos: Atencioso quando se despedia em direo ao almoo, atravessava a redao dizendo os nomes dos presentes, um a um, sem esquecer ningum. O quase setento Woile Guimares, de antigas batalhas, relembra a dedicao que dava aos jovens, estagirios, estudantes, um deles, recm-formado, Caio Bruno, a testemunhar como, apesar do caminho de trabalhos, o recebeu com pacincia e ateno.Serjo respeitava o momento de quem falava com ele, observa o poeta e jornalista Hlio Alcntara.A importncia de Srgio de Souza para o jornalismo brasileiro discreta como sua figura, incomensurvel como o tamanho de sua dignidade. D-se naquele mister quase annimo do editor, do editor de texto, do lpis preto nmero 2 com que circulava palavras desnecessrias, da conversa com o autor, certeiro nos comentrios e nas sacadas que norteavam os reprteres perdidos, segundo o olhar do menino Vincius, at que surgia o texto final, impecvel.Inquieto, inventor, de finssima irreverncia, sua ltima criao foi o Anticurso Caros Amigos de Jornalismo Como no enriquecer na profisso, evento que, divertindo e instruindo jovens, parte para a terceira edio e cujo ttulo dispensa explicaes.Reservado, sempre evitou aparecer. Nem sequer assinava este editorial. Nossos leitores, porm, vo ganhar um presente: uma edio especial, para abril, do nosso sempre capito. E honramos sua memria nos esforando para seguir fazendo o jornalismo que, como ele defendeu, pretende contribuir para uma sociedade melhor, porque, nos ensinou, se no houver tal ambio, melhor cuidar de outro trabalho.

(Caros Amigos. Editorial - Ano XII - Nmero 133 Julho 2008)

TEXTO 05BRIGA DE CACHORRO GRANDE

Fidel sai da briga direta, a igreja de Edir Macedo e a Folha dos Frias trombam, Luis Nassif est em guerra com a Veja, a fronteira Venezuela-Colmbia ferve.Sobre o gesto de Fidel, que em sua coluna escreve sobre Lula, falam Emir Sader e Aleida Guevara, a filha do Che entrevistada em Madri por Jnea Assir.Luiz Eduardo Greenhalg diz quais so as implicaes jurdicas contidas nas aes que a Igreja Universal do Reino de Deus move contra a Folha de S. Paulo.Luis Nassif o entrevistado explosivo da edio, respondendo por que criou uma srie de matrias em seu blog colocando a revista Veja, sua direo e certos de seus colunistas na incmoda posio de assassinos de reputaes. Pau puro!O jornalista Carlos Azevedo traz da Venezuela a impresso de que a fronteira do pas com a Colmbia est registrando uma temperatura poltica capaz de romper os termmetros.Em Berlim, a jornalista Meyre Anne Brito foi ao festival de cinema que premiou o fi lme brasileiro Tropa de Elite com o Urso de Ouro para ver documentrios doPrograma Especial War at Home, todos com um olhar sobre a guerra do Vietn.Eduardo Suplicy desfilou na campe Vai-Vai do Carnaval paulista deste ano, e agora conta feliz como foi o rebolado geral.Temos uma novidade: o lingista Marcos Bagno, da explosiva entrevista da edio passada, estria sua seo, Falar Brasileiro, e j entra descendo a lenha em um dos tradicionais gramticos brasileiros que est lanando uma coleo de fascculos ensinando o portugus.Jos Arbex Jr. entrevista Valrio Arcary, historiador e membro da direo nacional do PSTU, sobre o futuro poltico da Amrica Latina.O reprter Lo Arcoverde, que do Rio Grande do Norte e est em So Paulo h poucos meses, quis conhecer o povo que vive na regio mais populosa da cidade, a zona leste, e escolheu, para isso, a linha de nibus mais longa de todas, onde as pessoas gastam 4 horas por dia, sentadas ou de p.Tudo isso, e mais um bocado, sob o olhar de Exu, que o reprter Marcos Zibordi garante no ser ligado ao demo.

(Caros Amigos. Editorial - Ano XII - Nmero 132 Julho 2008)

TEXTO 06MEXIDAS EM NOSSA CABEA E CORAO

A entrevista de capa desta edio talvez seja a mais desconcertante de todas as que fizemos at agora. Provoca distrbio mental em quem acha que conhece a lngua que falamos. Que h muito tempo no o portugus, o portugus brasileiro. J passou da hora da gente aceitar como corretas, bonitas e elegantes, formas que so usadas no Brasil h mais de 150 anos e que os gramticos continuam dizendo que est errado, diz o entrevistado. Mais bordoada: A mdia tenta perpetuar o portugus falado em Portugal no sculo 19. Outra de muitas: Isso de dizer cheguei a So Paulo l em Portugal; no portugus brasileiro cheguei em So Paulo. Ele abomina os consultrios gramaticais dos jornales e revistas, assinados pelos que chama de comandos paragramaticais. Seu nome Marcos Bagno, professor e um dos 3.000 membros da Associao Brasileira de Lingstica. ler e se deliciar, alm de se espantar.Trazemos tambm duas reportagens especiais: a viagem de Srgio Kalili ao Iraque, acompanhando o senador Eduardo Suplicy, em misso oficial, e secreta, do governo brasileiro. A outra reportagem sobre a violenta realidade cearense, com seu recorde de assassinatos, contada cruamente por Lo Arcoverde. E publicamos a ltima conversa-entrevista, entre amigos, de Paulo Patarra, o jornalista que criou a revista Realidade. Foi feita dia 22 de dezembro passado, no Hospital do Servidor Pblico do Estado, em So Paulo, onde ele estava internado na ala de Cuidados Paliativos. Sofreu, muito, as dores do cncer que o mataria um ms depois, o que no evitou, porm, que encarasse sua situao com a presena de esprito, o humor e a picardia que no o abandonaram e faziam parte do grande jornalismo que protagonizou. Alm da virtudeque foi sua marca, a generosidade. A foto abaixo, deAmancio Chiodi, da missa que Frei Betto promoveu emhomenagem a Patarra, na Igreja de So Domingos, dia 24 de janeiro ltimo.(Caros Amigos. Editorial - Ano XII Nmero 131 Julho 2008)

TEXTO 07FELIZ ANO NOVO?

Esperamos que sim. Apesar dos pesares. que todo ano que entra, as pessoas se deixam levar pela tradio e auguram umas s outras tempos felizes, como se, de repente, todos fizessem parte de uma mesma e fraterna coletividade. Tudo bem que pelo menos em um ou dois dias do ano acontea isso, mas, e os outros 363? Pois a propsito desses outros 363 dias que precisamos aqui expor o que pode significar, para Caros Amigos, este ano-novo. Desde o comeo, onze anos atrs, tem sido difcil manter nossa modesta estrutura, j que nascemos com um capital mnimo, se que aquilo podemos chamar de capital.E viemos, a duras penas, conseguindo tocando o barco, custa de emprstimos bancrios e de amigos, sem contar um dado vital que j foi exposto neste espao: a impressionante cumplicidade dos colaboradores que assinam os artigos, sees e colunas que todo ms preenchem com a maior qualidade as pginas da revista. H anos, todos eles ( exceo de trs, que no podem prescindir de uma remunerao pequena mensal) comparecem com seus trabalhos, pontualmente.A situao que temos vivido se estabeleceu por razes explicveis: a receita de publicidade nas pginas de Caros Amigos no cobre os nossos custos. sabido que qualquer publicao jornalstica peridica, seja de grandes ou pequenas editoras, garante seu sustento principalmente com o dinheiro dos anncios, alm da venda em bancas e de assinaturas. uma regra, s vezes ingrata.E que no temos conseguido o nmero mnimo de anncios necessrio para ir para frente, desenvolver os muitos planos que temos na gaveta. Fazemos essa colocao seguindo nosso princpio jornalstico aberto, sem peias e quase ntimo com o leitor. preocupante o cenrio que temos pela frente em 2008, mas continuaremos brigando, como temos feito at aqui.(Caros Amigos. Editorial - Ano XII - Nmero 130 Julho 2008)

TEXTO 08LEITURA NO BRASIL UMA "VERGONHA", DIZ "THE ECONOMIST"

A averso dos brasileiros aos livros virou assunto da ltima edio da influente revista britnica "The Economist". Para a publicao, a situao precria das bibliotecas pblicas e o baixo ndice de leitura dos brasileiros constituem "motivo para vergonha nacional", juntamente com o crime e com as taxas de juros.Leia abaixo uma traduo do texto "Um pas de no-leitores" publicado pela "The Economist"."Muitos brasileiros no sabem ler. Em 2000, um quarto da populao com 15 anos ou mais eram analfabetos funcionais. Muitos simplesmente no querem. Apenas um adulto alfabetizado em cada trs l livros. O brasileiro mdio l 1,8 livros no-acadmicos por ano menos da metade do que se l nos EUA ou na Europa. Em uma pesquisa recente sobre hbitos de leitura, os brasileiros ficaram em 27 em um ranking de 30 pases, gastando 5,2 horas por semana com um livro. Os argentinos, vizinhos, ficaram em 18.Em um raro acordo, governo, empresas e ONGs esto todos se esforando para mudar isso. No dia 13 de maro, o governo lanou o Plano Nacional de Livros e Leitura. A medida busca impulsionar a leitura, por meio da abertura de bibliotecas e do financiamento de editoras, entre outras coisas. A ONG Instituto Brasileiro de Leitura traz livros para as pessoas: a entidade instalou bibliotecas circulantes em duas estaes do metr na cidade de So Paulo, e planeja outra em uma escola de samba. Est se tornando comum ver personagens nas novelas da TV lendo. Os cnicos lembram que a Rede Globo, maior emissora de TV do pas, tambm publica livros, jornais e revistas.Um fator que desencoraja a leitura os livros serem to caros. Na Bienal do Livro de So Paulo, nesta semana, "O Cdigo Da Vinci" estava venda por R$ 32 mais de 10% no salrio mnimo do pas. A maioria dos livros tem tiragens baixas, puxando para cima os preos.Mas a indiferena dos brasileiros pelos livros tem razes mais profundas. Sculos de escravido levaram os lderes do pas a negligenciar a educao. A escola primria s se tornou universal na dcada de 90. O rdio era uma presena constante j nos anos 30; as bibliotecas e as livrarias ainda no conseguiram emplacar. "A experincia eletrnica chegou antes da experincia escrita", disse Marino Lobello, da Cmara Brasileira do Livro, um rgo da indstria.Tudo isso significa que o mercado de livros brasileiro tem o maior potencial de crescimento no mundo ocidental, lembra Lobello. Essa idia tem atrado editoras estrangeiras, tais como a espanhola Prisa-Santillana, que comprou uma casa editorial local no ano passado. Editoras evanglicas americanas miram o mercado de livros religiosos, que superam as vendas de livros de fico no Brasil.Mas a leitura um hbito difcil de formar. Os brasileiros compraram menos livros em 2004 --289 milhes, incluindo livros didticos distribudos pelo governo-- do que em 1991. No ano passado, o diretor da Biblioteca Nacional se demitiu aps um mandato controverso. Ele se queixou de ter menos bibliotecrios do que precisava e de que as traas j haviam rodo muito do acervo. Juntamente com o crime e com as taxas de juros, isso motivo para vergonha nacional."

(Folha On-line)

TEXTO 09PROPAGANDA ELEITORAL LIBERADA NA NET

Esta semana, o Tribunal Regional Eleitoral do Amap (TRE) informou que, de acordo com a Legislao Eleitoral, a manuteno de pgina pessoal na Internet no caracteriza propaganda extempornea, desde que nela no haja pedido de voto, meno ao nmero do candidato ou ao de seu partido ou qualquer outra referncia eleio. Nas pginas de provedores de servios de acesso a Internet no ser admitido nenhum tipo de propaganda eleitoral, em qualquer perodo. Ainda segundo a legislao, proibida a veiculao de propaganda eleitoral em bens cujo uso dependa de cesso ou permisso do Poder Pblico e nos bens de uso comum (tais como cinemas, clubes, lojas, centros comerciais, igrejas, ginsios e estdios). Entretanto, permitida a fixao de placas, estandartes, faixas e assemelhados nos postes de iluminao pblica, viadutos, passarelas e pontes, desde que no lhes cause dano, dificulte ou impea o seu uso e o bom andamento do trfego. Divulgar na propaganda eleitoral fatos sabidamente inverdicos em relao a partidos ou candidatos e capazes de exercerem influncia perante o eleitorado constitui crime eleitoral e sujeita o infrator pena de deteno de dois meses a um ano. Tambm crime caluniar, difamar ou injuriar algum na propaganda eleitoral, imputando-lhe falsamente fato ofensivo sua reputao, dignidade ou decoro. O TSE adverte: A Compra de voto crime. Um detalhe importante est previsto na Lei eleitoral: a compra de votos crime para quem compra e para quem vende. De acordo com art. 299 do Cdigo Eleitoral, "dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, ddiva ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer absteno, ainda que a oferta no seja aceita", ser punido com pena de recluso de quatro anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa. O art.41 A da Lei das Eleies (9.504/97) tambm prev a cassao do registro ou do diploma do candidato que "doar, oferecer, prometer ou entregar ao eleitor, com o fim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou funo pblica, desde o registro da candidatura at o dia da eleio". Alm de legitimar o processo eleitoral com o exerccio soberano do voto, o eleitor tambm pode e deve atuar como fiscal da democracia. De acordo com o art.356 do Cdigo Eleitoral, "todo cidado que tiver conhecimento de infrao penal desde Cdigo dever comunic-lo ao Juiz Eleitoral da Zona onde a mesma se verificou".

Da Redao, Dirio do Amap (AP) - 19/3/2006

TEXTO 10OLHOS ABERTOS PARA ELES

Um dos aspectos das eleies vindouras que ela, na verdade, ganhou celeridade em meados do ano passado, quando veio tona o esquema a que denominaram mensalo suposto pagamento de mesada a deputados da base aliada. De l para c, a oposio, num primeiro momento, explorou o quanto pde o episdio, chegando a imaginar, num dado momento, que o Partido dos Trabalhadores e seu mais ilustre membro, ora no Planalto Central, estavam no cho. A leitura mostrou-se equivocada e, to logo percebeu isso, segundo dados medidos por vrios institutos de pesquisa, o PT e o presidente Lula partiram para o contra-ataque, usando as armas prprias de quem est com a pena nas mos para jogar poltica e eleitoralmente. E tirar proveito disso. O primeiro grande ato do governo nesse sentido foi a deflagrao da operao tapa-buracos das rodovias federais, ao qual se seguiram outros prprios de quem entrou no embalo do processo eleitoral, tal como se viu em Manaus e em Coari, na semana passada, a tal ponto de, mesmo admitindo que no candidato, o presidente Lula, do Amazonas, mandou um recado para a oposio, dizendo que a derrotaria. Oficialmente, claro, o presidente ainda no candidato. Mas age como se fosse. S no ver quem no quer. Nesse aspecto, a bem da verdade, ele no est s. Faz-se acompanhar de uma srie de outros pr-candidatos a um cargo eletivo em outubro, o que tambm obrigou a Justia Eleitoral a entrar em campo mais cedo. Por isso, ontem, em primeira mo, informamos que a comisso que fiscalizar a propaganda eleitoral j est praticamente pronta. frente dela, figuraro os juzes Rosselberto Himenes e Paulo Afonso da Costa Freire. Trabalhando com mais dois auxiliares, mesmo numa sala equipada com o que h de mais moderno em termos de tecnologia da informao, eles, por mais que se esforcem, encontraro dificuldades para dar conta da empreitada. nesse ponto que o cidado eleitor consciente, bem como os segmentos organizados da sociedade podem produzir uma substancial diferena. Afinal, est provado que no basta a regra na forma de lei. Os polticos so useiros e vezeiros em burlar a legislao eleitoral, jogando, no mais das vezes, com a situao desfavorvel dos eleitores mais desavisados para, a qualquer custo, chegar aonde querem. Uma vez l, infelizmente, esses mesmos polticos continuam aprontando das suas. Portanto olhos bem abertos para eles. A democracia agradecer.

Editorial, A Crtica (AM) - 7/6/2006

TEXTO 11PUNIO RIGOROSA

Para o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Carlos Velloso, passou da hora de adotar medidas de extremo rigor na fiscalizao das campanhas e no exame da contabilidade dos gastos eleitorais apresentada pelos partidos, bem como na dura punio dos infratores. O ministro est indignado com a extenso das evidncias do funcionamento do caixa 2, comportamento criminoso disseminado na atuao da maioria dos partidos brasileiros. Velloso afirmou que vai sugerir aos demais componentes do TSE a adoo de medidas drsticas para eliminar o desvio tico que avilta a democracia. Um dos aspectos salientados pelo ministro a sada estratgica da renncia dos mais contaminados pelo crime eleitoral. A legislao em vigor permite que eles se candidatem j na eleio seguinte, mas definitiva a convico que tal instrumento deve ser suprimido. A expresso usada pelo ministro Carlos Velloso para definir os que agem dessa forma, evitando a perda dos direitos polticos pela cassao do mandato, emblemtica da disposio de cortar pela raiz: "Temos que impedir esses caras-de-pau de voltar". Pena que a medida no tenha sido tomada antes, para banir de vez os notrios renunciantes do Congresso anterior.

O Estado do Paran (PR) - 10/8/2005

TEXTO 12INTIMIDAO E M-F

Bispos da Igreja Universal do Reino de Deus desencadeiam, contra os jornais "Extra", "O Globo", "A Tarde" e esta Folha, uma campanha movida pelo sectarismo, pela m-f e por claro intuito de intimidao. Em dezembro, a Folha publicou reportagem da jornalista Elvira Lobato descrevendo as milionrias atividades do bispo Edir Macedo. Logo surgiram, nos mais diversos lugares do pas, aes judiciais movidas por adeptos da Igreja Universal que se diziam ofendidos pelo teor da reportagem. Na maioria das peties Justia, a mesma terminologia, os mesmos argumentos e situaes se repetiam numa ladainha postia. O movimento tinha tudo de orquestrado a partir da cpula da igreja, inspirando-se mais nos interesses econmicos do seu lder do que no direito legtimo dos fiis a serem respeitados em suas crenas. Magistrados notaram rapidamente o primarismo dessa milagrosa multiplicao das peties, condenando a Igreja Universal por litigncia de m-f. Prosseguem, entretanto, as investidas da organizao. No contentes em submeter a reprter Elvira Lobato a uma impraticvel seqncia de depoimentos nos mais inacessveis recantos do pas, os bispos se valeram da rede de televiso que possuem para expor a pessoa da jornalista, no af de criar constrangimentos ao exerccio de sua atividade profissional. ponto de honra desta Folha sempre ter repelido o preconceito religioso. A liberdade para todo tipo de crena um patrimnio da cultura nacional e um direito consagrado na Constituio. A pretexto de exerc-lo, porm, os tartufos que comandam essa faco religiosa mal disfaram o fundamentalismo comercial que os move. Trata-se de enriquecimento rpido e suspeito e de impedir que a opinio pblica saiba mais sobre os fatos. No a liberdade para esta ou aquela f religiosa que est sob ataque, mas a liberdade de expresso e o direito dos cidados verdade.

(Folha On-line)

TEXTO 13CAMINHO DA PAZ

A morte do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Yasser Arafat - fim de captulo de 40 anos na histria do conflito entre palestinos e israelenses -, abre nova etapa nos relacionamentos na regio. Qual, s o tempo ser capaz de responder. A intransigncia sempre foi uma barreira espessa de cerrao que impediu ver, entre as alternativas imaginadas em hora de boa reflexo pelas lideranas dos dois lados, se existia mesmo uma possibilidade do to decantado caminho da paz. Ou se ainda existe. Ao assinar os acordos de Oslo, em 1993, Arafat, Yitzak Rabin e Shimon Peres tangenciaram o que parecia o incio do fim da violncia no cotidiano da regio. Chegaram mesmo a dividir o Prmio Nobel da Paz no ano seguinte, quando ainda era possvel sonhar que a coexistncia entre Israel e um futuro Estado palestino, independente e autodeterminado, era uma questo de acertos. Ainda no foi daquela vez. Em 2000, a teimosia, a memria das divergncias, das batalhas cotidianas e as diferenas em relao ao destino de Jerusalm e volta dos refugiados palestinos impediram a assinatura de um acordo final em Camp David. Uma brilhante oportunidade perdida. O mundo vivia sob o signo da pax americana de Bill Clinton, que abrira um parntese entre a disposio guerreira dos dois Bush, pai e filho. A ONU ainda tentou patrocinar junto Unio Europia, Estados Unidos e Rssia a soluo zen-budista do ''Mapa do Caminho'', um plano de paz que apontava para a criao do Estado Palestino em 2005. Mas o mundo j era outro. Vivia o day-after do 11 de setembro. Chamado de ''mestre do terror'' pelos israelenses e acusado de ter perdido o controle sobre o terrorismo praticado por palestinos, Arafat viu-se doente e confinado aos escombros de seu quartel-general em Ramallah, onde passou os ltimos dois anos e meio. A paz havia entrado pelo tubo das guas servidas da violncia. E agora, depois da morte de Arafat, o que vem? Tudo possvel. Inclusive, a paz. Ou, talvez, uma onda de ataques suicidas contra alvos israelenses, enquanto no surge a nova liderana capaz de chamar os nimos razo. Um governo de transio j divide o esplio de responsabilidades de Arafat. Mahmoud Abbas, moderado - participou juntamente com Arafat das negociaes em Oslo -, assume a presidncia e secretrio-geral da Organizao para a Libertao da Palestina (OLP). Abbas tem defendido o fim dos ataques de militantes e a retomada do processo de paz. Tambm moderado, o atual presidente do Parlamento, Rawhi Fatuh, dirigir a Autoridade Nacional Palestina (ANP) at a realizao de eleies, previstas para daqui a 60 dias. E h o contrapeso da influncia e liderana radical de Farouk Kaddoumi, um linha-dura que acredita na guerra como soluo final. Vai chefiar a Fatah, faco poltica da OLP. Pode ser a a casa do perigo. A morte de Arafat, visto por Bush e pelo governo de Israel como o maior obstculo ao fim dos conflitos na regio, abre uma perspectiva de ouro para a paz. No lado palestino, tudo vai depender da habilidade e da preciso com que os lderes interinos consigam trabalhar os nimos da populao, exacerbados pela emoo da perda do lder carismtico. Tm de ter pulso, autoridade e disposio para conter os extremismos que levam violncia. No lado de Israel, a paz pode ser apressada se Ariel Sharon conseguir interromper a construo de assentamentos de colonos judeus em terras ocupadas na Cisjordnia, desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967. So desafios imensos. De boa vontade e ao. A convivncia com Israel tem que estar na pauta de trabalhos do governo palestino de transio. a prioridade a ser abonada pela autoridade moral da ONU, e ter sua efetividade assegurada pelo governo dos Estados Unidos e pelos lderes da Comunidade Europia. O resto promessa de violncia, que passa ao largo do caminho da paz. O que faltar em ao e boa-vontade, pode ser completado pela ONU, pelo presidente dos Estados Unidos e lderes da Unio Europia, a quem compete assegurar a transio do governo.

(JB On-Line)

TEXTO 14CONSTITUIO REVISTA E RECONTADA

Exposio no Museu da Repblica inclui linguagemem libras e rampas para deficientes.Uma mostra interativa e acessvel a todos, inclusive deficientes fsicos, visuais e auditivos. Assim a exposio "Constituio de 1988: a voz e a letra do cidado", sobre os 20 anos da Constituio brasileira que foi inaugurada neste fim de semana no Museu da Repblica, no Catete. A mostra inclui linguagem em libras, rampas e recursos em udio e vdeo. A concepo do cengrafo Marcelo Pinto Vieira e do arquiteto Markito Fonseca preza pela interatividade e inclui gavetas de onde visitantes podem retirar fac-smile de documentos, fotos e recortes de jornais. A proposta fazer o pblico refletir sobre os 20 anos da Constituio do Brasil.Para tornar o material atraente aos visitantes, as seis salas do andar trreo do Palcio do Catete passaram a formar um longo percurso. Na primeira sala possvel encontrar as seis Cartas Magnas (1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967) anteriores de 1988, cedidas pelo Arquivo Nacional. Ao entrar neste ambiente, o pblico tem a impresso de estar entrando num livro interativo. Ao redor, imagens histricas. E, no final do percurso, o pblico pode deixar sua contribuio para mudanas e reformas na Constituio atual. A exposio prev um caminho que conte uma histria. A primeira parte como se fosse um livro de recortes, de origami, para ser manuseado explica Marcelo Pinto.Entre os destaques da exposio esto um conjunto de charges assinadas por Henfil, cedidas pelo filho do cartunista, alm de pinturas assinadas por nomes como Rubens Gerchman, Jos Roberto Aguilar e obras grficas de Millr e Glauco Rodrigues. Artigos de jornal assinados por Dom Pedro I sobre a Assemblia Constituinte de 1824 e a primeira Carteira de Trabalho do pas, a n 1, de Getlio Vargas, tambm esto expostos. O conceito prioritrio que embasa todo o trabalho est previsto na Constituio de 1988, como em todas as demais, ainda que parea utpico: a igualdade, a isonomia, entre os brasileiros. O conjunto de atividades que aqui apresentamos tem que estar disponvel a todos, beneficiar todos os tipos de visitantes nele interessados. Isso s se torna realidade se os portadores de diferentes deficincias puderem participar de tudo destaca a diretora do Museu da Repblica, a museloga Magaly Cabral.O acervo utilizado na exposio predominantemente o que foi produzido e acumulado durante o processo constituinte de 1985/1988. Ao todo, so mais de 19 mil itens. H um farto material audiovisual com depoimentos de parlamentares, ex-constituintes, personagens de trajetria pblica reconhecida e, tambm, cidados brasileiros.

Conceito aprovado

A professora Lcia Santos, de 46 anos, levou a filha Carla, de 15 anos, para conhecer um pouco mais de perto a histria do pas. A proposta da exposio bem interessante. A gente tem a possibilidade de interagir com documentos importantes. Foge das tradicionais e chatas mostras. Aqui, a gente consegue ter contato com documentos histricos, fotos e charges de uma forma divertida ressalta a professora.A presidente do Museu da Imagem e do Som Rosa Maria Arajo tambm visitou a exposio. Fiquei extremamente comovida com a exposio, principalmente ao atravessar a cortina que reproduz o comcio das Diretas J na Candelria. Esta Constituio a da minha gerao, que passou a juventude na ditadura militar , disse Rosa Maria Arajo, que historiadora e em 1988 voltava ao Brasil aps viver um perodo nos Estados Unidos. Tambm me emocionou muito o tributo que a mostra faz ao Henfil. Ele talvez tenha sido um dos primeiros a levantar essa indignao destacou.Ao final do circuito da exposio, no mdulo que pede ao visitante para expressar sua opinio, Rosa Maria registrou dois pedidos: No pode mais haver fome no Brasil. Quero morrer vendo o Brasil alfabetizado.O depoimento da presidente do MIS, como todos os demais sero transformados em livro.O panorama multidisciplinar, que se estender at outubro de 2009, contar com dois seminrios e o ciclo Cidadania em Debate, sempre nos ltimos domingos de cada ms nos jardins do Museu da Repblica. O pblico tambm ter acesso ao Balco de Direitos, formado por um advogado e trs estagirios, que estaro disponveis para atender juridicamente, e gratuitamente, quem precisar de orientaes quanto s pequenas causas judiciais.O Museu da Repblica fica na Rua do Catete, 153. A visita pode ser feita de tera a sexta, das 12h s 17h, ou aos sbados, domingos e feriados, das 14h s 18h. O ingresso custa R$ 6,00, mas a entrada franca s quartas-feiras e domingos.

JB On-Line A Redao17 de julho de 2008 : 01h00m

TEXTO 15SOBRE A LIBERDADE DE IMPRENSANildo Lima*A liberdade de imprensa um dos pilares do sistema democrtico no mundo moderno; entretanto, ponderaes ho de ser feitas para as grandes redes de comunicao que atuam por meio da televiso, rdios, jornais e revistas. Pois, por fazer parte da sociedade e, pelos interesses meramente econmicos, no existe o compromisso com a verdade; mas, to somente com as suas convenincias econmicas. Exemplos existem muitos pelo mundo afora. Quem ousou criticar a poltica americana no episdio do Trade Center?!... Foram poucos neste universo de meu Deus e, certamente sofreram retaliaes. Quem ousa criticar de frente qualquer governo local instalado?!... Pouqussimos! Assim mesmo, os que fazem as crticas; ou as fazem porque esto na oposio, na disputa do espao econmico; ou as fazem porque esto se utilizando da estratgia da chantagem para possvel negociao em benefcio prprio. Portanto, esta liberdade de imprensa que temos, ou est a benefcio do grande capital das grandes corporaes privadas - que financiam com suas propagandas o sistema de comunicaes como um todo -, ou a servio de determinados grupos polticos dominantes, e, em pequenssima escala, daqueles que se contrapem a tais grupos polticos. Poucos so os que fazem, hoje, a imprensa sem os pecados do interesse prprio e, por amor s causas sociais. Portanto, esta liberdade de imprensa a liberdade para a manipulao da sociedade aos interesses que no so os da populao, mas to somente dos empresrios das comunicaes - por no observar o princpio da veracidade da informao -; a liberdade para os pr-julgamentos precipitados - como est ocorrendo com o casal Nardoni e, que ocorreu com tantas outras pessoas e instituies vtimas da liberalidade inescrupulosa -; a liberdade para os linchamentos que no momento foroso exemplificarmos novamente, o que est ocorrendo com o casal Nardoni -; a liberdade para as convenincias e as mentiras que, espalhadas ao tempo no tem quem consiga desfaz-las. Entretanto, com todas estas mazelas, a Liberdade de Imprensa de fundamental importncia para o processo democrtico de qualquer pas que tenha como princpio o respeito ao cidado e s liberdades individuais. Por isto no dever haver nenhum mecanismo de controle a no ser to somente o controle do judicirio que garanta a todo indivduo, - que seja ofendido em sua honra, por calnias e/ou difamaes -, a devida reparao dos danos que lhe houverem causado na justa medida da extenso dos mesmos.Entretanto, o controle judicial tem suas limitaes e, tambm, por ser constitudo por indivduos humanos que interiorizam por condicionamento tudo que irradiado do eco-sistema social onde vivem; so levados a cometerem injustias e, a fortalecerem toda uma ordem de vcios que acomete a sociedade assente em determinado Estado. o que nos demonstra hoje, o julgamento dos habeas corpus requerido para o casal Nardoni abstraindo-nos da culpabilidade ou no do casal que resta ser provada, na regra do bom Direito -, cujos Desembargadores foram unnimes e no os concedeu alegando a comoo social. Comoo social esta que, reconhecidamente foi gerada pela imprensa sensacionalista que colocou sua audincia acima do humanismo e, dos direitos individuais do cidado onde cada reprter ou apresentador de televiso se acha com o direito de prejulgar e, com isto, induzindo a populao e condicionando toda opinio pblica naquilo que pensam ou que mais lhes favorece na disputa da audincia com os demais meios de comunicaes o que importa no a desgraa alheia, o que importa que tal desgraa lhes possa mais benefici-los em seus interesses, que so os de lucro na venda das imagens de seus patrocinadores nas pequenas chamadas e nos intervalos comerciais. Apesar de tudo, o controle pelo judicirio h de continuar existindo, mas, nos provado ser insuficiente. Ento, s enxergo uma soluo - que no a da censura, muito pelo contrrio -, que o da maior liberdade possvel e, cuja potencialidade reside no prprio Estado. O qual, para tanto, dever fortalecer seus meios de comunicaes, em todos os sentidos, incluindo todas as suas instituies, abrangendo todos os Poderes da Unio (Executivo, Legislativo e Judicirio), inclusive das Foras Armadas, no caso do Brasil, que muito tm o que falar para a sociedade brasileira, como instituio slida e guardi da democracia e da soberania nacional por fora de dispositivos constitucionais, inclusive sobre as causas dos xitos e dos equvocos do sistema quando estavam frente dos destinos da Nao, a fim de que seja a sociedade bem informada para as justas ponderaes que, verdadeiramente, serviro de balana para os justos julgamentos.Destarte, o Estado dever ampliar seus meios prprios de comunicaes (redes de televiso, rdios e informativos), que so mantidos com os recursos pblicos sem o risco das convenincias isoladas promovidas pelo grande capital privado. Dever, ainda, massificar as concesses de televiso e, rdios para as organizaes da sociedade civil, possibilitando assim, a chance para que a responsabilidade dos editores e profissionais de comunicaes seja aumentada significativamente, face s sujeies s contraposies e conflitos dos mltiplos interesses que propiciam ao cidado comum oportunidade de enxerg-los.Isto o que se espera nos estados democrticos: A Liberdade de Imprensa em Todos os Sentidos. No a liberdade para os linchamentos e a liberdade para as calnias, mentiras e difamaes.* Bacharel em Cincias Administrativas. Ps-graduado em Polticas Pblicas e Gesto de Servios Sociais. Consultor em Administrao Pblica.

IV NOTCIAS

Transmissoras de uma nova informao sobre acontecimentos, objetos ou pessoas, as notcias apresentam-se como unidades informativas completas, que contm todos os dados necessrios para que o leitor compreenda a informao, sem necessidade ou de recorrer a textos anteriores (por exemplo, no necessrio ter lido os jornais do dia anterior para interpret-la), ou de lig-la a outros textos contidos na mesma publicao ou em publicaes similares. comum que esse texto use a tcnica da pirmide invertida: comea pelo fato mais importante para finalizar com os detalhes. Consta de trs partes claramente definidas: o ttulo, a introduo e o desenvolvimento. O ttulo cumpre uma dupla funo: sintetizar o tema central e atrair a ateno do leitor. Os manuais de estilo dos jornais (por exemplo: do El Pas, 1991) sugerem geralmente que os ttulos no excedam treze palavras. A introduo contm o principal da informao, sem chegar a ser um resumo de todo o texto. No desenvolvimento, incluem-se os detalhes que no aparecem na introduo.A notcia redigida na terceira pessoa. O relator deve manter-se margem do que conta, razo pela qual no permitido o emprego da primeira pessoa do singular nem do plural. Isso implica que, alm de omitir o eu e o ns, tambm no deve recorrer aos possessivos (por exemplo, no se referir Argentina ou a Buenos Aires com expresses tais como nosso pas ou minha cidade).Esse texto se caracteriza por sua exigncia de objetividade e veridicidade: somente apresenta os dados. Quando o jornalista no consegue comprovar de forma fidedigna os dados apresentados, costuma recorrer a certas frmulas para salvar sua responsabilidade parece, no est descartado que. Quando o redator menciona o que foi dito por alguma fonte, recorre ao discurso direto, como, por exemplo: O ministro afirmou: O tema dos aposentados ser tratado na Cmara dos Deputados durante a prxima semana.O estilo que corresponde a este tipo de texto o formal. Nesse tipo de texto, so empregados, principalmente, oraes enunciativas, breves, que respeitam a ordem sinttica cannica. Apesar das notcias preferencialmente utilizarem os verbos na voz ativa, tambm freqente o uso da voz passiva: Os delinqentes foram perseguidos pela polcia; e das formas impessoais: A perseguio aos delinqentes foi feita por um patrulheiro. A progresso temtica das notcias gira em torno das perguntas o qu? quem? como? quando? por qu e para qu?.

TEXTO 01CONHEA O NOVO RETRATO DA FAMLIA BRASILEIRA

O retrato da famlia brasileira est mudando. Foi o que revelou o resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios (PNAD), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE). As principais mudanas se concentram no trabalho e renda, mas refletem diretamente no modo de vida dos cidados. Outro dado o de que a desigualdade no Pas est diminuindo. Ainda assim, 10% da populao ocupada com os maiores rendimentos correspondem a 43,2% do total das remuneraes, demonstrando que a m distribuio de renda perdura.A renda individual dos brasileiros tambm aumentou em 3,2%, passando de R$ 926, em 2006, para R$ 956, em 2007. No Rio Grande do Sul, a renda mdia mensal dos gachos fica em R$ 1.007. Esse indicador atingiu maior nvel desde 1999, mas ainda est 5% abaixo da remunerao mdia recebida pelos trabalhadores brasileiros em 1997 (R$ 1.011). O IBGE constatou, ainda, que as mulheres continuam ganhando menos que os homens, com 66,1% da remunerao mdia masculina.A alta dos rendimentos refletiu no modo de vida dos brasileiros. Com mais dinheiro no bolso, esto comprando mais e vivendo mais. Cresceu tambm o acesso a servios como telefone, presente em 77% dos domiclios, e a microcomputadores, encontrados em 26,6%. A populao tambm est vivendo mais: de 2006 para 2007, o contingente da populao de 40 anos ou mais cresceu 4,2%, enquanto que o grupo mais jovem, de zero a 14 anos, apresentou reduo de 0,7%. A PNAD 2007 mostrou que havia 4,8 milhes de crianas e adolescentes trabalhando no Brasil. Eles representavam 10,8% das pessoas de 5 a 17 anos em 2007, pouco menos que os 11,5% do ano anterior. Fica evidente o reflexo negativo do trabalho infantil, quando se examina a taxa de escolarizao: entre 2006 e 2007, no grupo de crianas e adolescentes de 5 a 17 anos, ela subiu (de 93,5% para 94%), mas entre as crianas desse grupo etrio que trabalhavam, a taxa caiu de 81% para 80%.

Mais aquisies para o lar

A vida do casal Caspary, morador do bairro Vila Rosa, em Novo Hamburgo, resume o esprito otimista da economia brasileira. Entrevistados durante a pesquisa em 2007, a doceira Marli Marlene que engrossa a renda com servios para atelis de bolsas e o marido, o motorista Eloi Jos, ambos de 57 anos, conseguem alcanar, mensalmente, um rendimento de R$ 2 mil. De um ano para outro, percebo que h melhorias, pois vendo mais tortas e tenho mais servio em casa, com as bolsas, comenta Marli, enquanto mostra orgulhosa o lbum de fotografias de bolos decorados.O incremento na renda j tem destino certo. No ano passado, os Caspary compraram um televisor 29 polegadas para a casa que a famlia mantm no municpio de Feliz, no Vale do Ca, para onde viajam a lazer, especialmente aos fins de semana. Nosso sonho viver l no futuro, adianta Marli, que neste ano tambm comprou um refrigerador duplex de 470 litros para combinar com a decorao da residncia. Depois do televisor e do refrigerador, a doceira planeja, agora, comprar um rdio novo para o carro do casal. No que depender de Caspary, revela a doceira, os projetos para o dinheirinho extra so mais ambiciosos. O sonho de Eloi ir a uma revenda de automveis para escolher o carro do ano.

Taxa de analfabetismo ainda alta

A taxa de analfabetismo do Brasil continuou em queda em 2007, passando de 10,4% para 10% da populao com 15 anos ou mais. No ano passado, existiam cerca de 14,1 milhes de analfabetos no Pas nessa faixa etria. Em 1992, a taxa era de 17,2%. Porm, o Brasil continua atrs de pases como Bolvia (9,7%), Suriname (9,6%), Paraguai (6,3%), Argentina (2,4%) e Chile (3,5%), segundo dados da Organizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura (Unesco). O Nordeste apresenta a maior taxa dentre todas as regies (19,9%), enquanto a regio Sul tem o ndice mais baixo (5,4%). Em 1992, o percentual era de 10,2%.

Estabilidade melhora renda do brasileiro

A economista Lisiane Fonseca da Silva, professora de Economia do Centro Universitrio Feevale, explica que a melhoria do rendimento do brasileiro resultado da economia estvel. Segundo ela, a inflao no tem apresentado grandes taxas como em anos passados, mantendo o poder de compra. Somados a esse fator, o salrio mnimo tem subido acima da inflao e muitas famlias complementam o rendimento com programas federais, como o Bolsa Famlia. A maioria dos dados que temos mostra que a classe baixa teve melhora nas suas condies econmicas, revela.Qual o reflexo de tudo isso? A economista explica que, com uma renda melhor e com o crdito flexibilizado, os brasileiros passam a investir mais no consumo. As camadas mais baixas, na medida que tm maior renda, tendem a investir em bens de consumo durveis, como eletrodomsticos e eletroeletrnicos, enquanto a classe mdia, diante das necessidades bsicas atendidas, direcionam o consumo para servios, como idas a restaurantes e outras atividades de lazer.Dez anos atrs, recorda a economista, os brasileiros ainda viviam os reflexos positivos da moeda real de 1994. Naquele ano, havia um amadurecimento do processo, mas no final de 97, os brasileiros j viviam o reflexos das crises internacionais, como Rssia e sia, vindo a influenciar no rendimento nos anos seguintes.Notcia disponibilizada no Portal www.cmconsultoria.com.br Ziptop

TEXTO 02UNIVERSIDADES PRIVADAS TM 76% DOS ALUNOS

Os dados da Pnad mostram que houve um aumento da participao das universidades particulares. No ano passado, trs em cada quatro universitrios (76%) estudavam em instituies privadas. O nmero vem crescendo: era de 74,1% em 2005 e de 75,5% em 2006.De 2006 para 2007, as instituies privadas aumentaram seu nmero de alunos de 4,4 milhes para 4,7 milhes. Segundo o IBGE, a abertura de vagas s no foi maior em razo da maior fiscalizao pelo Ministrio da Educao. No mesmo perodo, as pblicas ampliaram o contingente de alunos de 1,4 milho para 1,5 milho."Os dados indicam a participao da rede privada nas regies mais ricas", disse Adriana Beringuy, tcnica do IBGE.O IBGE ressalta ainda que o aumento de vagas nas universidades particulares tem relao ao crescimento do sistema de financiamento de mensalidades e tambm ao ProUni (programa federal de bolsas a alunos). Apesar disso, o aumento do nmero de alunos no ensino superior foi maior em 2006 do que em 2007.

Notcia disponibilizada no Portal www.cmconsultoria.com.brFolha de So Paulo

TEXTO 03SHELL ESCOLHE UNICAMP PARA PROJETO VOLTADO AO BIOCOMBUSTVEL

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) foi a instituio escolhida pela Shell Brasil para o desenvolvimento de um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento em Biocombustveis de 2 gerao a partir da cana de acar e de seus resduos.O anuncio do convnio foi feito ontem, na reitoria da universidade, pelo coordenador-geral da Unicamp, professor Fernando Costa, e por Graeme Sweeney, vice-presidente executivo de Combustveis Futuros e CO2 da Shell.A Shell investir na fase inicial do projeto que deve durar quatro anos R$ 8 milhes. Com recursos deste convnio ser construdo o Laboratrio de Biocombustveis Avanados, numa rea de 1,5 mil metros quadrados, na Unicamp. Faro parte do projeto de quatro a cinco pesquisadores principais com trs assistentes cada um.No Brasil a Shell atua na rea de distribuio de combustveis e de explorao e uma das empresas que mais investe em pesquisa no mundo. A Globo Solutions uma diviso da Shell voltada para pesquisa e conta hoje com aproximadamente dois mil pesquisadores e a Unicamp passa a integrar este grupo.A parceria foi negociada com o apoio da Agncia de Inovao Inova Unicamp e faz parte de um projeto global da Shell que compreende mais cinco acordos da empresa com Institutos de Pesquisa - o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), em Massachusetts (EUA); o Instituto de Microbiologia da Academia Chinesa de Cincias (IMCAS), em Pequim, e o Instituto Qingdao de Tecnologia em Bionenergia e Bioprocessos da Academia Chinesa de Cincias (QIBEBT), em Qingdao (China); o Centro de Excelncia para Biocatlise, Biotransformaes e Manufatura Biocataltica (CoEBio3), baseado na Universidade de Manchester (Reino Unido), e a Escola de Biocincias da Universidade de Exeter (Reino Unido). "Nada mais natural do que apoiar uma universidade fortemente empenhada em desenvolver novas tecnologias em busca de fontes energticas mais sustentveis", afirma Vasco Dias, presidente da Shell no Brasil.O projeto ser executado na Faculdade de Engenharia Qumica da Unicamp (FEQ) com a coordenao das professoras Maria Aparecida Silva e Telma Teixeira Franco.Na parte de biocombustveis, a Agncia Nacional do Petrleo (ANP) tem uma Resoluo de 2005 na qual os projetos desenvolvidos neste segmento devem ser apresentados e pr-aprovados por ela. A idia foi apresentada pela Shell no dia 19 de maro para a superintendncia de pesquisa da ANP, que pr-aprovou a idia. No dia 30 de abril foi apresentada a proposta concreta para a ANP. Em julho o projeto foi aprovado.

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TEXTO 04A DIFCIL PROVA DA EDUCAO

O presidente Luiz Incio Lula da Silva j tem um destino para os lucros da explorao do petrleo descoberto na camada do pr-sal: reparar a "dvida histrica" do pas com a educao. "Deus deu um sinal. Mais uma chance para ao Brasil", disse Lula h pouco mais de um ms, durante a inaugurao da refinaria Alunorte, controlada pela Vale. No que o futuro da educao brasileira esteja enterrado a cerca de 4 mil metros, no fundo do mar, distante estimados US$ 600 bilhes de investimentos: o presidente olha para o futuro. Mais precisamente, a partir de 2015. Se confirmada a viabilidade de extrao de petrleo em reservatrios que se estendem ao longo de 800 quilmetros do litoral do Esprito Santo at Santa Catarina, a produo saltar dos atuais 14,4 bilhes barris de leo equivalentes para algo entre 70 bilhes e 107 bilhes e o pas passaria da 24 posio entre os maiores produtores mundiais para o 8 ou 9 lugar, desbancando Venezuela e Nigria, respectivamente. Nesse contexto, o Ministrio da Educao (MEC) comea a elaborar planos de mdio e longo prazos para a utilizao desses recursos. A primeira meta ser tornar obrigatria a pr-escola e a segunda, estender essa exigncia ao ensino mdio. "Hoje, a obrigatoriedade s vale para o ensino fundamental, de nove anos", diz o ministro da Educao, Fernando Haddad. A terceira meta garantir para a maioria dos professores das escolas pblicas o acesso s universidades pblicas, com o apoio federal. "Em quarto lugar, queremos ampliar para 600 mil as vagas disponveis nas universidades pblicas federais, estaduais e municipais."O esforo de ampliar o acesso s federais, alis, j est em curso: o nmero de vagas praticamente dobrou nos ltimos dois anos, de 113 mil para 227 mil vagas de ingresso. "At 2010, sero 280 mil", acrescenta o ministro. A quinta meta garantir educao profissional para os jovens que no chegam universidade, por meio da expanso das escolas tcnicas federais e do programa Brasil Profissionalizado, por meio do qual o MEC quer qualificar a oferta de educao profissional e tecnolgica de nvel mdio nas redes estaduais.Antes de chegar s escolas pblicas, entretanto, esse dinheiro dever lastrear o Fundo Soberano do Brasil (FSB), cujo projeto de criao tramita na Cmara dos Deputados, adianta o senador Alosio Mercadante (PT). A idia adotar modelo semelhante ao da Noruega, que em 1990 criou um fundo com recursos da explorao do petrleo que, desde 2005, sustenta um fundo governamental de penso com um caixa de algo em torno de US$ 370 bilhes. "No caso do Brasil, os resultados da aplicao do FSB sero investidos em polticas pblicas, sobretudo na educao", explica Mercadante, que j se comprometeu em assumir a relatoria do projeto do FSB quando a matria chegar ao Senado.No Senado, a constituio de um fundo para financiar a educao enfrentar concorrncia. Um projeto do senador Tasso Jereissati (PSDB), com endosso do senador Cristovam Buarque (PDT), tem outros planos para o dinheiro do pr-sal: criar o Fundo Nacional do Petrleo para a Formao de Poupana e Desenvolvimento da Educao Bsica (Funped). Investir em educao, avaliam os senadores, a melhor opo para recursos no renovveis. "Devemos criar uma fonte permanente de riqueza e educao, que a mola mestra do desenvolvimento", diz Buarque. A inteno, nesse caso, "corrigir" o atual critrio de distribuio dos royalties e a participao especial, de 10%, que os municpios grandes produtores de petrleo tm sobre a receita bruta da produo, explica. "Queremos nacionalizar os recursos do pr-sal, compartilhando-os, por meio da educao, com todos os Estados e municpios."Nos primeiros 12 meses de funcionamento do Funped, de acordo com o projeto, no haver gastos destinados educao. Entre o primeiro e o quinto anos, os gastos no podero ser superiores a 20% do rendimento auferido pelo fundo. At o dcimo ano, os gastos anuais no podero ser superiores a 50% desse rendimento. A partir do dcimo ano, todo o rendimento poderia ser gasto em educao ou na reduo da dvida pblica."Pretendemos construir um fundo suficientemente slido, capaz de garantir um fluxo constante de recursos para a educao", argumentam os senadores em seu projeto. "Isso essencial para o planejamento de polticas educacionais e evita o desperdcio de escassos recursos pblicos."Buarque signatrio de outro projeto de lei, que destina uma parcela dos recursos do pr-sal para investimentos na formao de professores e para a adoo do horrio integral nas escolas. "No precisa comear em todo o pas. Com R$ 70 bilhes/ano, por exemplo, d para implantar em 250 cidades. Mas preciso que a Unio assuma a responsabilidade pela educao", afirma o senador, conhecido crtico da municipalizao.Buarque defende ainda a realizao de um grande debate nacional sobre a destinao dos recursos da explorao do petrleo. Chegou a sugerir que o Senado "tentasse provocar" o presidente para mobilizar todo o pas diante do que qualifica de a maior chance que o Brasil j teve. O senador entende que todas as "foras" do pas devem participar do debate, como ex-presidentes da Repblica e das casas do Congresso. Nessa lista, quer ainda presidentes de partidos polticos, dirigentes de sindicatos patronais e de trabalhadores, alm de intelectuais, entre outros que possam contribuir.Ainda sem os recursos do pr-sal, o Brasil busca meios e modos de ampliar os investimentos em educao dos atuais 4,2% do Produto Interno Bruto (PIB) para um patamar acima dos 6% recomendados pela Unesco para pases em desenvolvimento. "O que o pas investe em educao, como proporo do PIB, representa um custo/aluno mensal de menos de R$ 150. Isso no suficiente. Qualquer escola privada tem uma mensalidade, no mnimo, duas vezes superior a essa", compara Haddad. certo que o oramento do MEC j avanou de R$ 21 bilhes, em 2003, para os R$ 48 bilhes previstos no prximo ano. H cerca de um ano, o MEC ps em curso o Plano de Desenvolvimento da Educao (PDE), que, segundo o ministro, deve agregar 0,7% do PIB em termos de investimento pblico nos prximos anos. O governo conta tambm com o fim da Desvinculao da Receita da Unio (DRU) para a educao, previsto para ocorrer at 2011, aprovado pelo Senado e j sob avaliao da Cmara dos Deputados. Aprovada, a medida permitir repor no oramento do MEC R$ 7,5 milhes por ano. "Ser um esforo adicional, que representar entre 0,2% e 0,3% do PIB", calcula o ministro.O problema que a "dvida histrica" com a educao j ps o Brasil beira da falncia em matria de conhecimento: no ranking do Programa Internacional de Avaliao de Alunos (Pisa), da Organizao para a Cooperao e o Desenvolvimento Econmico (OCDE), que examinou o desempenho de alunos de 57 pases, os brasileiros ficaram no 53 lugar em matemtica, 52 em cincias e 48 em leitura."O ensino fundamental e mdio no proporciona o conhecimento mnimo de portugus nem de matemtica necessrios para uma cidadania ativa, muito menos para uma participao produtiva em um mercado de trabalho com base em tecnologia", diagnosticou o Banco Mundial (Bird) no relatrio "Knowledge and Innovation for Competitiveness in Brazil", publicado no incio do ano, cuja verso em portugus foi editada pela Confederao Nacional da Indstria (CNI) neste ms. O Bird conclui que grande parte dos esforos das empresas no treinamento de trabalhadores dirigida para preencher lacunas bsicas do sistema de ensino formal e, se o pas no investir rapidamente na melhora da qualidade da educao, "continuar a ser essencialmente um fornecedor de commodities nos mercados mundiais".As estatsticas da educao - que serviram de base para o estudo do Bird - fazem que a tarefa de melhorar a qualidade do sistema de ensino parea herclea: a mdia de escolaridade dos brasileiros com 15 anos ou mais ainda de 4,3 anos de estudos, enquanto chega a 10,5 anos na Coria do Sul e a 6,2 anos na China. Outro indicador: o perodo mdio de permanncia dos alunos brasileiros em sala de aula de 19,1 horas por semana, bem abaixo das 30,3 horas da Coria do Sul. "Todos os elos da cadeia esto comprometidos", afirma Narcio Menezes, economista especializado em educao, da Faculdade de Economia e Administrao da Universidade de So Paulo (FEA-USP) e do Ibmec.O Brasil emprega 1,5 milho de professores - cujos salrios consomem 75% dos gastos com educao - na proporo de um para 22,4 alunos no ensino fundamental e de um para 17,5 por alunos no ensino mdio. Esses nmeros se assemelham aos da China, ainda que sejam muito superiores aos dos pases da OCDE. Mas, se o Brasil pretende melhorar a aprendizagem de portugus e de matemtica, ter de reduzir o nmero de alunos em salas de aula. O problema mais grave que o ndice de absentesmo alto e endmico, com repercusso negativa na qualidade da educao. "A lei permite as faltas e, se o professor ultrapassar o limite autorizado, pode apresentar atestado mdico", lembra Menezes.Algo em torno de 34% desses professores no tm nvel universitrio e s 21% possuem ttulo de mestre. Nada aparentemente to grave, no fosse a baixa qualidade dos cursos de pedagogia que, segundo Menezes, no "privilegiam" a prtica. "Gasta-se um tempo enorme no debate sobre idias da educao. No se ensina a lidar com a avaliao nem se oferecem mtodos de transmisso do conhecimento bsico. No h um currculo estruturado e o professor no sabe o que ensinar." Isso ajuda a explicar a taxa de 28% de repetncia no ensino fundamental, das mais altas do mundo, que custa aos cofres pblicos US$ 600 milhes anuais. Na Argentina, o porcentual de repetncia de 10%; na ndia, de 4%.O aluno brasileiro nem sequer pode proteger-se da baixa qualificao ou da ausncia do professor. "Apesar de o governo gastar milhes em livros didticos, o aluno no pode lev-los para casa. Sem o livro, ele no tem a quem recorrer", diz o ex-deputado Paulo Delgado, que presidiu a Comisso de Educao da Cmara, integra o Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae) no Rio e o Conselho Temtico Permanente de Educao da CNI. certo que as dificuldades de aprendizagem comeam em casa: os pais que no tiveram oportunidade de estudar no entendem o significado de uma educao de qualidade e os filhos vo para a escola sem nenhuma motivao. Os pais vem a escola como creche, refeitrio ou garantia de recebimento do dinheiro do Bolsa Famlia. "O que deveria ser secundrio supera o prioritrio", observa Delgado. "A expectativa do professor, da escola e da famlia no coincide com a expectativa do aluno." Frustram-se, assim, dois componentes que ele considera bsicos na educao: a "estudiosidade", ou o prazer em aprender, e a "praticidade", j que o aluno no associa a educao com seu futuro profissional. " a educao de qualidade que viabilizar a explorao do petrleo da camada pr-sal e no ao contrrio."Delgado lamenta que o governo no se reporte ao MEC quando, por exemplo, arquiteta um Plano de Acelerao do Crescimento (PAC). "As decises econmicas antecedem a preocupao com as bases educacionais. Decidimos como um pas rico e percebemos que somos carentes no meio do caminho. No h decises realistas sem base na educao."Diante desse quadro, os recursos do petrleo do pr-sal podem at ajudar o Brasil a atingir o mesmo nvel de investimentos de Portugal em educao, avalia Alosio Arajo, da Escola de Ps-Graduao em Economia da Fundao Getlio Vargas (FGV) e do Instituto Nacional de Matemtica Pura e Aplicada (Impa). "O petrleo uma riqueza que no se renova. Precisa dar retorno no futuro." Em sua opinio, o destino desses recursos deveria ser a educao infantil, que garantiria "uma alta taxa de retorno". Arajo argumenta que as crianas que iniciam os estudos na pr-escola tm desempenho educacional melhor. No entanto, "o pr-sal para daqui a 15 anos" e existem srios problemas de gesto que precisam ser urgentemente equacionados. " necessrio adotar um sistema de pagamento diferenciado [dos professores], por resultados", sugere. "A meritocracia tem que imperar."O Estado de So Paulo, por exemplo, pretende adotar um projeto de remunerao por desempenho. Os cerca de 300 mil funcionrios da Secretaria da Educao tero recompensa no salrio se os alunos melhorarem a aprendizagem. O parmetro de aferio ser o ndice de Desenvolvimento da Educao de So Paulo (Idesp), lanado em maio, e o nmero de faltas. Se as metas forem alcanadas, os professores e diretores, entre outros, recebero o bnus equivalente a 20% dos 12 salrios mensais, ou seja, 2,4 salrios a mais no fim do ano. Se a escola atingir 50% da meta, o bnus ser de 50% e assim sucessivamente. Os que superarem a meta sero premiados no limite de at 2,9 salrios. O governo estima que a nova poltica de remunerao lhe custar, pelo menos, R$ 500 milhes."O difcil excluir o bnus quando o desempenho cai", adverte Armando Castelar Pinheiro, analista da Gvea Investimentos e professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O Rio, ele lembra, j tentou pr em prtica um modelo semelhante, mas teve de enfrentar o sindicato dos professores quando reduziu o benefcio. "O bnus era entendido como se fosse parte do salrio", explica. Se o prmio fosse conferido pelo governo federal - e no pelos Estados ou municpios aos quais os professores esto vinculados - seria mais fcil caracteriz-lo como recompensa, afirma. Para Pinheiro, a entrega do prmio deveria ser feita em grande estilo, de forma a transformar os campees da educao numa espcie de celebridade, valorizando o professor aos olhos da sociedade e fomentando a demanda pelo saber nas famlias mais pobres.

Notcia disponibilizada no Portal - www.cmconsultoria.com.brJornal Valor Econmico

TEXTO 05CEOS NO BRASIL ERRAM NA HORADE GERENCIAR AS PESSOAS

Que os CEOs aprenderam a valorizar as pessoas na empresa, no novidade. Mas, apesar disso, 90% dos profissionais acreditam que suas empresas tm muito o que mudar na forma como gerenciam essas pessoas. o que mostra estudo realizado entre os meses de junho e julho deste ano pela Gallup Consultoria. Na pesquisa, que ouviu 70 CEOs que atuam em unidades de corporaes no Brasil, 77% deles disseram que consideram "fcil mensurar o impacto das pessoas" na empresa. O que chama ateno que 39% dos que responderam discordam disso e 19% dizem que "h muito pouco o que mudar na gesto das pessoas" na organizao.Com a abordagem da pergunta, ficou claro que a preocupao com pessoas deixou de ser retrica, acredita o vice-presidente da Gallup Brasil, Gustavo Oliveira, responsvel pelo estudo. O que surpreende que, mesmo assim, as companhias ainda no conseguiram gerenciar as pessoas da forma que consideram ideal. At entre os 94% dos CEOs de empresas que disseram fazer pesquisa de opinio com funcionrios, 39% avaliam o retorno dessas aes como ruim ou pssimo. "Isso mostra que eles no acham que suas empresas esto fazendo a coisa certa", diz.As prioridades em aes para mudar esse cenrio, segundo a pesquisa, so iniciativas de liderana, motivao e reteno de talentos. So todos itens que giram em torno do gerenciamento feito pelos lderes. "So eles que promovem o engajamento da fora de trabalho", diz. Na opinio dos CEOs, o nvel que mais sofre com a falta de talentos - e que portanto tem de lidar melhor com as estratgias de reteno - o gerencial: 67% dos entrevistados disseram que faltam pessoas para esse posto, contra 51% da diretoria e 53% do operacional.De acordo com Oliveira, que conduziu a pesquisa, tambm salta aos olhos que os CEOs no vem os benefcios dos projetos conduzidos pelos departamentos de RH. "Isso significa que a tendncia que os futuros projetos sofram transformaes para serem mais pragmticos", avalia. Entretanto, as pessoas sero foco este ano, principalmente porque 50% imaginam que suas empresas tambm tero resultados melhores em 2008 do que no ano anterior. "E 84% afirmam que o crescimento ser principalmente orgnico, o que torna o papel das pessoas ainda mais determinante", conclui Oliveira.

Notcia disponibilizada no Portal www.cmconsultoria.com.br Fonte: Valor Econmico

TEXTO 06A DEMOCRATIZAO DO ACESSO EDUCAO SUPERIOR

A democratizao do acesso educao superior nos ltimos anos foi destacada nesta quinta-feira, pelo ministro da Educao, Fernando Haddad. Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Secretaria de Imprensa da Presidncia da Repblica, Haddad citou a ampliao dos investimentos na expanso das universidades federais e o Programa Universidade para Todos (ProUni), que j ofereceu 385 mil vagas em cursos superiores a estudantes sem recursos para pagar uma instituio particular."S com o programa de expanso e reestruturao das universidades federais, teremos mais R$ 2 bilhes at 2012", salientou.O Programa de Apoio a Planos de Reestruturao e Expanso das Universidades Federais (Reuni) deve dobrar o nmero de vagas em instituies pblicas no prximo ano. A inteno que 30% da populao de jovens - de 18 a 24 anos - esteja matriculada em cursos superiores em 2010. Atualmente, o percentual de 11%.Para cumprir a meta, Haddad citou, alm do Reuni e do ProUni, a expanso da rede federal de educao profissional e tecnolgica, a Universidade Aberta do Brasil (UAB) e o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies).As recentes mudanas no fundo facilitam o emprstimo e o pagamento de bolsas de estudo em instituies particulares. Ainda este ano, sero oferecidas 120 mil bolsas pelo programa.Os investimentos em educao superior devem ter reflexos na educao bsica, j que grande parte dos recursos vai para a formao de professores do ensino fundamental e mdio. Ao falar sobre o custo por aluno nas escolas pblicas, Haddad defendeu um acrscimo de recursos."Evolumos muito, mas investimos apenas R$ 150 por ms para os alunos da educao bsica e sabemos que isso ainda pouco", disse.Haddad falou tambm sobre a expanso da rede federal de educao profissional e tecnolgica. Ao longo de 93 anos de funcionamento, ela contava com 140 escolas. At 2010, esse nmero deve chegar a 354. "A orientao do governo federal levar escolas tcnicas ou expanses das universidades federais a todas as cidades com potencial para se tornarem plos regionais", esclareceu.A expanso do acesso educao superior e ao ensino profissionalizante faz parte, segundo Haddad, de um contexto geral de evoluo qualitativa da educao brasileira.Com a criao do Fundo da Educao Bsica (Fundeb), a complementao da Unio para essa etapa do ensino passou de R$ 500 milhes em 2003 para R$ 5 bilhes, valor que ser investido em 2009. "Este ano, tivemos um oramento de R$ 3,2 bilhes, o que j seis vezes mais do que a Unio investia em 2003". Para garantir que no haja retrocesso, o ministro defendeu a manuteno, pelos futuros governantes, do compromisso de fazer tanto ou mais do que est sendo feito. "Todos os 27 governadores e 5.563 prefeitos aderiram ao plano de metas do compromisso Todos pela Educao. No podemos abortar esse processo de melhora", disse.

Notcia disponibilizada no Portal www.cmconsultoria.com.brRedao Terra / Terra - Educao

TEXTO 07EXAME DA OAB: REPROVAO EM MASSA CONTINUA

A Comisso de Estgio e Exame de Ordem da OAB SP divulgou, no dia 14 de novembro, a lista de aprovados no Exame de Ordem 136. Foram aprovados, para o exerccio da advocacia, o total de 2.918 candidatos, o equivalente a 18,23%. Ao todo, se inscreveram 16.594 bacharis, sendo que 16.004 realizaram a primeira fase, no dia 14 de setembro, na qual foram habilitados 5.516 candidatos, equivalente a 34,51%, para a segunda fase do exame.A segunda fase ocorreu no dia 19 de outubro e abrangeu prova prtico-profissional, consistindo em redao de pea profissional, privativa de Advogado; e cinco questes prticas, sob a forma de situaes-problema. Tanto a pea profissional, quanto as questes prticas versaram sobre a rea do Direito escolhida pelo candidato na ficha de inscrio. Os candidatos podem recorrer no prazo de trs dias teis, a partir da data de divulgao dos resultados, utilizando o Sistema Eletrnico de Interposio de Recursos, no endereo eletrnico www.oabsp.org.br. De acordo com o Edital, a "impresso do recurso dever ser efetuada somente aps a incluso, pelo candidato, de todas as suas razes, referentes a todas as questes impugnadas. Aps a impresso, o sistema no permitir ao candidato a alterao e/ou adio de outras razes recursais". Se o recurso for admitido, a prova ser revista por uma comisso de 3 membros. O candidato aprovado ter direito a um certificado emitido aps a divulgao do resultado final e mediante a comprovao da concluso do curso de graduao em Direito conferida at dia da realizao da prova prtico-profissional e, ainda, a prova da respectiva colao de grau, que poder ser superveniente, acompanhadas de cpia da cdula de identidade e, se for o caso, de seu ttulo de eleitor, cujos dados devero corresponder queles informados no momento da inscrio, sob pena de anulao de todos os atos praticados, inclusive das avaliaes obtidas.

http://www.expressodanoticia.com.br/index.phpTEXTO 08GOVERNO CONCEDE ANISTIA POLTICA AO EX-PRESIDENTE JOO GOULART

Este o primeiro caso de ex-presidente que recebe anistia poltica. Jango viu o 'ocaso do Estado de Direito' no pas, diz Lula em mensagem.

O ex-presidente da Repblica Joo Goulart e suaviva, Maria Teresa Goulart,tiveram seus pedidos de anistia poltica julgados neste sbado (15) e concedidos, por unanimidade, durante encontro, em Natal (RN), da Comisso de Anistia do Ministrio da Justia.Participaram do evento vrias autoridades. Entre elas o ministro da Justia, Tarso Genro, e os presidentes da Cmara, Arlindo Chinaglia, e do Senado Federal, Garibaldi Alves.Este o primeiro caso de um ex-presidente da Repblica que recebe anistia poltica.O presidente Luiz Incio Lula da Silva recebeu anistia em 1994, ou seja, antes de tomar posse no comando do Executivo. Ele ficou preso por um ms em 1980.Joo Goulart, ou Jango, como era conhecido, foi deposto pelo golpe militar de 1964. Ele foi afastado da presidncia aps a tomada de poder pelosmilitares erefugiou-se no Uruguai. Tambm passou pela Argentina, ondemorreu em 1976, na cidade de Mercedes, vtima de um ataque cardaco.Por ter recebido o status de anistiada poltica, a viva de Joo Goulart, Maria Tereza, receber R$ 100 mil em indenizao do Estado. Jdevido aoprocesso do ex-presidente da Repblica, ela recebermais R$ 5,4 mil por ms de indenizao.Mensagem do presidente Lula

O presidente Luiz Incio Lula da Silva, que est participando da reunio do G20 em Washington (Estados Unidos) no compareceu ao evento, mas enviou uma mensagem, que foi lida no local. Segundo ele, a concesso da anistia poltica a Joo Goulart marca um "pedido oficial" de desculpas do Estado brasileiro."Mais que isso, este ato representa a renovao do compromisso pblico firmado por nossa sociedade em 1988, de avanar na consolidao de um projeto de nao calado na liberdade , na valorizao da diferena e na preservao da vida acima de qualquer outro valor", disse Lula em sua mensagem.O presidentedisseainda que o evento homenageia um "grande lder da nao"."Nunca ser demais destacar o papel herico de Jango para o povo brasileiro, uma vez que ele representa como poucos o ideal de um Brasil mais justo, mais igualitrio e mais democrtico. Infatigvel defensor da ptria e das reformas de base, Jango viu o ocaso do Estado de Direito no Brasil, que o obrigou ao exlio, do qual retornou sem vida, para ser sepultado em sua amada terra natal", avaliou.OAB

Tambm presente cerimnia em Natal, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB),Cezar Britto, disse que a sesso da Comisso de Anistia representou um "momento histrico" pois foi a primeira vez, segundo ele, que o Estado oficialmente reconhece que errou no que se refere ao golpe militar." a primeira vez que o Estado pede desculpas por ter quebrado a via democrtica e ter rasgado a Constituio brasileira. Este um momento que ficar em nossa lembrana para que no possamos nunca mais repetir aquilo que aconteceu: para que no possamos nunca mais repetir o Estado Policial e a ditadura militar", avaliou ele.

http://g1.globo.com/Noticias/Politica

TEXTO 09OBAMA E MCCAIN SE ENCONTRAM EM CHICAGO E PEDEM "ERA DE REFORMAS"

O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, se encontrou nesta segunda-feira com o rival da corrida presidencial, o republicano John McCain, na sede dos trabalhos da sua equipe de transio, em Chicago. Obama disse que os dois teriam "uma boa conversa sobre como trabalhar juntos para consertar o pas". "Neste decisivo momento da histria, ns acreditamos que americanos de todos os partidos querem e precisam de lderes que se unam e mudem os maus hbitos de Washington para solucionar os comuns e urgentes desafios de nossos tempos", afirmaram Obama e McCain em um pronunciamento conjunto, divulgado imprensa ao fim da reunio. "Foi neste esprito que tivemos uma produtiva conversa sobre a necessidade de iniciar uma nova era de reformas na qual dominamos excessos de governo e o bipartidarismo amargo de Washington para restaurar a confiana no governo e devolver prosperidade e oportunidade a toda famlia americana trabalhadora", afirmara. Entre os desafios nos quais ambos pretendem atuar esto a crise financeira, a crise energtica e a segurana nacional. O deputado democrata Rahm Emanuel, que assumir a chefia de gabinete de Obama na Casa Branca, e o senador republicano Lindsey Graham participaram do encontro. McCain deu sinais de disposio em cooperar com Obama j em seu primeiro discurso aps a confirmao da derrota, ainda no ltimo dia 4, data oficial da votao. "Eu prometo a ele [o presidente eleito] esta noite fazer tudo em meu poder para ajud-lo a nos liderar atravs dos muitos desafios que vamos encarar." Obama, que renunciou sua cadeira no Senado neste domingo (16), tem conversado com seus antigos rivais polticos para garantir um governo de cooperao bipartidria. Ele afirmou em entrevista ao programa "60 Minutes", da rede CBS, que escolher ao menos um membro do Partido Republicano para integrar o seu gabinete. Outro ex-rival de Obama cotado para participar do governo a senadora democrata Hillary Clinton. Os dois se enfrentaram nas primrias do partido e, agora, Hillary poder assumir o cargo de secretria de Estado. Especialistas, porm, alertam para o fato de que, se Hillary realmente for escolhida, levar consigo crticas feitas ao marido, o ex-presidente Bill Clinton (1993-2001). Segundo o jornal "Sunday Telegraph", com Hillary, a minoria republicana no Congresso poder tentar lembrar a populao de polmicas envolvendo a construo da fundao e da biblioteca presidencial feitas em nome de Clinton. Uma dessas polmicas seria a lista secreta de doadores que, conforme os crticos, inclui vrios nomes estrangeiros, principalmente dos pases ricos em petrleo do Golfo.

(Folha On-line)

TEXTO 10IBOPE PASSAR A MEDIR AUDINCIA DAINTERNET NO TRABALHO

O Ibope/NetRatings passa a medir, em janeiro, a audincia das pginas da web visitadas em ambientes corporativos no Brasil. Hoje, essa medio feita apenas com base nos acessos domiciliares e nos locais pblicos. Os dados devem ser disponibilizados ao mercado a partir do segundo trimestre do ano que vem, depois de um perodo de testes. O Ibope aponta que o Pas tem hoje cerca de 40 milhes de internautas ativos. No ambiente domiciliar, foram contabilizados, em agosto, 24,3 milhes de internautas ativos, que gastaram 23,5 horas de seu tempo navegando.De posse dos nmeros agregados, a expectativa que se tenha uma viso mais ampla e real do comportamento do usurio brasileiro de Internet, possibilitando melhor planejamento das empresas para as suas estratgias de publicidade e marketing. Este ano, at agosto, o meio recebeu cerca de R$ 450 milhes do mercado publicitrio, o que significa 3,37% do total investido em mdia. Os nmeros representam um crescimento de 45% em relao ao mesmo perodo do ano passado.Segundo a CEO do Ibope/NetRatings, Fbia Juliasz, ser empregada na medio corporativa a mesma metodologia do painel domiciliar. "Vamos somar as duas medies", diz Fbia. Ao mesmo tempo ser possvel analisar as diferenas na forma de uso em cada ambiente. "Haver uma viso muito mais ampla sobre o que o usurio prefere no ambiente domiciliar e no corporativo." Medio semelhante j feita pela Nielsen/NetRatings - scia do Ibope/NetRatings - em mercados como o dos Estados Unidos, da Alemanha, da Inglaterra e do Japo.De acordo com o presidente internacional da Nielsen Online, Jonathan Carsen, os clientes brasileiros tero diversos benefcios com o novo servio. "Como parte significativa do uso da Internet no pas ocorre no local de trabalho, teremos um retrato mais completo desse universo", afirma. Segundo ele, os nmeros de audincia em algumas categorias, como notcias e finanas, tero aumento significativo. "Constatamos em outros pases que os usurios visitam esses locais com freqncia durante as horas de trabalho", diz Carsen.Ele afirma ainda que o uso da banda larga mais freqente no ambiente corporativo, e que a pesquisa poder fornecer dados mais aprofundados sobre o uso de meios de valor agregado, como os vdeos. "Poderemos ainda fornecer melhores medidas de fidelidade, comparando a duplicao de visitas no ambiente corporativo e no domiciliar." Segundo Carsen, em outros mercados onde foi lanada essa tecnologia pode-se notar que os grandes clientes foram beneficiados ao perceber de uma maneira mais ampla o comportamento do usurio de Internet. "Estamos confiantes de que esse ser o caso no Brasil", afirma.Para Paulo Castro, conselheiro do Interactive Advertising Bureau (IAB) e diretor geral do Terra Brasil, ter mais conhecimento sobre a audincia essencial para dar mais informaes ao mercado e defender melhor os investimentos publicitrios. "O mercado online cresceu mais de 40% nos trs primeiros trimestres do ano e deve manter o crescimento a taxas de 30% pelos prximos cinco anos", diz Castro. "As vendas de computadores e o acesso banda larga tm aumentado de maneira vigorosa, e o mercado publicitrio est atento a isso."Castro afirma que, alm do consumo de notcias durante o horrio de trabalho, muita gente aproveita o acesso rede no ambiente corporativo para o comrcio eletrnico. "Isso poder ser bem medido agora, beneficiando a formulao das estratgias dessas empresas", diz.

Vagner Magalhes, Direto de So Paulo, Redao Terra

V ARTIGOS

So os preferidos das bancas. Esses textos autorais trazem identificado o autor. Essas opinies so de expressa responsabilidade de quem as escreveu chamado aqui de articulista e tratam de assunto da realidade objetiva, pautada pela imprensa. Os temas so, quase sempre, bem atuais.Trata-se, em verdade, de texto argumentativo, no qual o autor/emissor ter como objetivo convencer o leitor/receptor. Nessa medida, idntico redao escolar, tendo a mesma estrutura: introduo, desenvolvimento e concluso.Contm comentrios, avaliaes, expectativas sobre um tema da atualidade que, por sua transcendncia, no plano nacional ou internacional, j considerado, ou merece ser, objeto de debate.Nessa categoria, incluem-se artigos de anlise ou pesquisa e as colunas que levam o nome de seu autor, at mesmo os editoriais. Os editoriais, como j sabemos, expressam a posio adotada pelo jornal ou revista em concordncia com sua ideologia, enquanto que os artigos assinados e as colunas transmitem as opinies de seus redatores, o que pode nos levar a encontrar, muitas vezes, opinies divergentes e at antagnicas em uma mesma pgina. Embora estes textos possam ter distintas superestruturas, em geral se organizam segundo uma linha argumentativa que se inicia com a identificao do tema em questo, acompanhado de seus antecedentes e alcance e que segue com uma tomada de posio, isto , com a formulao de uma tese; para encerrar, faz-se uma reafirmao da posio adotada no incio do texto. A efetividade do texto tem relao direta no s com a pertinncia dos argumentos expostos como tambm com as estratgias discursivas usadas para persuadir o leitor. Entre estas estratgias, podemos encontrar as seguintes: as acusaes claras aos oponentes, as ironias, as insinuaes, as digresses, as apelaes sensibilidade ou, ao cont