edition nº 290 | série ii, du 21 décembre 2016 ... · mais do que a solidariedade, que a...

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GRATUIT Fr FRANCE Edition O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa Entrevista ao Embaixador de Portugal Moraes Cabral Toda a equipa do LusoJornal deseja-lhe Festas Felizes!! Vamos parar uma semana! Estaremos de regresso no dia 4 de janeiro de 2017. Edition nº 290 | Série II, du 21 décembre 2016 Hebdomadaire Franco-Portugais 06 Investidores da Diáspora reuniram-se em Sintra Encontro organizado pelo Secretário de Estado das Comunidades 08 “2016 foi um ano único” LusoJornal / Carlos Pereira Luísa Semedo ganhou prémio literário e de ilustração Eça de Queiroz 12 PUB Luísa Semedo PUB

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FrF R A N C EEdition

O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa

Entrevista ao Embaixador de Portugal Moraes Cabral

Toda a equipa doLusoJornal deseja-lhe Festas Felizes!!

Vamos parar uma semana!Estaremos de regresso no dia 4de janeiro de 2017.

Edition nº 290 | Série II, du 21 décembre 2016 Hebdomadaire Franco-Portugais

06

Investidores da Diásporareuniram-se em SintraEncontro organizado pelo Secretário de Estado das Comunidades 08

“2016 foium ano único”Lu

soJornal / Carlos Pereira

Luísa Semedo ganhou prémioliterário e de ilustração Eça de Queiroz 12

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Luísa Semedo

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02 OPINIÃO Le 21 décembre 2016

LusoJornal. Le seul hebdomadaire franco-portugais d’information | Édité par: CCIFP Editions SAS, une société d’édition de la Chambre de commerce et d’industrie franco-portugaise. N°siret:52538833600014 | Represéntée par: Carlos Vinhas Pereira | Directeur: Carlos Pereira | Collaboration: Alfredo Cadete, Angélique David-Quinton, António Marrucho, Céline Pires, Clara Teixeira, CindyPeixoto (Strasbourg), Conceição Martins, Cristina Branco, Dominique Stoenesco, Eric Mendes, Gracianne Bancon, Henri de Carvalho, Inês Vaz (Nantes), Jean-Luc Gonneau (Fado), Joaquim Pereira,Jorge Campos (Lyon), José Paiva (Orléans), Manuel André (Albi) , Manuel Martins, Manuel do Nascimento, Marco Martins, Maria Fernanda Pinto, Mário Cantarinha, Mickaël Fernandes, Nathalie deOliveira, Nuno Gomes Garcia, Padre Carlos Caetano, Ricardo Vieira, Rui Ribeiro Barata (Strasbourg), Susana Alexandre | Les auteurs d’articles d’opinion prennent la responsabilité de leurs écrits |Agence de presse: Lusa | Photos: António Borga, Luís Gonçalves, Mário Cantarinha, Tony Inácio | Design graphique: Jorge Vilela Design | Impression: Corelio Printing (Belgique) | LusoJornal. 7 avenuede la porte de Vanves, 75014 Paris. Tel.: 01.79.35.10.10. | Distribution gratuite | 10.000 exemplaires | Dépôt légal: décembre 2016 | ISSN 2109-0173 | [email protected] | lusojornal.com

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A época do Natal e a chegada de umAno Novo dão-me motivos para dirigiruma mensagem de conforto e de espe-rança à grande família portuguesa quese encontra dispersa por todo o mundo.É uma tradição. Mas ao fim de mais deum ano, nas funções de responsávelpolítico pelas Comunidades, é tambémuma satisfação poder dar conta do or-gulho que tenho em representar tantaspessoas que se sentem de Portugalonde quer que estejam.Os votos de Festas Felizes são para essagrande família das Comunidades Por-tuguesas, sobretudo para aqueles, tan-tos, que nem na quadra natalíciaconseguem vir a casa. A quem passa oNatal longe do seu país, sem as suasfamílias, sem os amigos, aos doentes,aos carenciados, aos idosos, às criançase aos mais sós, desejo que este temposeja sinal de mudança, ponto de par-tida para um futuro melhor.

Mais do que a solidariedade, que a si-tuação de cada um merece, quero as-segurar a vontade de que o Governoportuguês, através da Secretaria de Es-tado das Comunidades, fará tudo o queestiver ao seu alcance para promover asgarantias de dignidade humana, emtodas as dimensões sociais em que osPortugueses se encontrem. O quetemos feito tem por lema: “estar pertode quem está longe”. A começar pelaproteção e emergência consulares.Sempre que os Portugueses passampor dificuldades extraordinárias, - e têmsido muitas as situações de crise, emdiferentes latitudes, - é nossa obrigaçãodar o apoio necessário às vítimas e fazero acompanhamento obrigatório aos fa-miliares e amigos mais próximos.Temos feito um esforço de recuperaçãoda rede consular, de maneira a evitar adesculpa da distância para um trata-mento desigual. O novo ano será um

marco na recuperação da capacidadedos recursos humanos e modernizaçãoconsular. Quero, a propósito, reconhe-cer e agradecer o empenho e a dedica-ção de todas e todos quantos, na nossarede consular, nos serviços internos eexternos do Ministério dos Negócios Es-trangeiros, asseguram o atendimento eo apoio às Comunidades Portuguesas.De igual maneira, deixo um incentivoaos professores, aos leitores, aos inves-tigadores, aos agentes culturais, a todosquantos fazem da Língua Portuguesaum veículo de afirmação de Portugal noMundo.É hora também de dizer obrigado atodos aqueles que me têm acolhido porocasião das visitas que já tive oportuni-dade de fazer. Em todas as Comunida-des, na Europa, América Latina eAmérica do Norte e África, sempre mefizeram sentir em casa.Portugal continua a ter uma morada

permanente no coração de cada portu-guês. É minha intenção prosseguir nopróximo ano o plano de deslocações àsComunidades, para conhecer melhor econtactar de perto, os problemas e asansiedades, mas também recolher con-tributos e soluções. Ao longo dos últi-mos anos, milhares de pessoasprocuraram fora o emprego que o paísnão conseguiu garantir. Os mais recen-tes dados dizem que há uma reduçãona tendência emigrante. Significa, in-questionavelmente, que Portugal estámelhor, tendo vindo a reduzir a taxa dedesemprego, de forma sustentada, e aapresentar resultados no crescimentoeconómico. É um caminho que podepermitir o regresso de alguns e evitar asaída de muitos. São indicadores posi-tivos que deixam aceso o sinal de es-perança para os próximos tempos.A todas e todos, desejo Festas Felizese um excelente 2017.

Mensagem de Natal do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas

Opinião de José Luís Carneiro, Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas

Chegamos ao fim de mais um ano.Agora vamos parar uma semana e re-gressaremos no dia 4 de janeiro de2017.Chegamos ao fim de mais 46 ediçõesdo LusoJornal, semana após semana(exceto durante as férias de verão).E não me canso de dizer Obrigado.Obrigado à equipa que integra o “nú-cleo duro” do LusoJornal. Gente quepor vezes passa despercebida, mascuja participação neste projeto é fun-damental.Obrigado às dezenas de voluntáriosque aceitam escrever gratuitamenteno LusoJornal, enriquecendo o pro-jeto e dando-lhe uma característicaúnica. Somos muitos a olhar paraesta sociedade, e isso é extrema-mente positivo.Obrigado aos anunciantes que anoapós anos - e já entramos no 13° anode existência - fazem com que o Lu-soJornal exista.Obrigado aos nossos leitores. São lei-tores formidáveis porque muito inte-rativos. O LusoJornal é, de longe, ojornal mais lido pelos Portugueses deFrança, e isso nota-se pelo númerode mensagens, de reações, de co-mentários, de sugestões, que recebe-mos todas as semanas.O que podemos pedir para 2017?Continuarmos assim,... mas commais digital! Chegou a hora de trans-formar o site internet do LusoJornal.E vamos faze-lo... convosco!Festas Felizes

«Não se preocupe tudo vai bem…tudo vai bem». Ce sont des motsqu’Eder, notre héros national, nous adit, lors de l’appel téléphonique dulendemain du match de la Coupe dela Ligue, entre le Paris Saint Germainet Lille.En conférence de presse, l’entraineuractuel du LOSC, a relevé le mauvaisgeste du public, qui une fois de plus asifflé Eder, lors de son entrée sur le ter-rain du Parc des Princes. A PatriceCollot de rappeler: «Eder n’a pas faitperdre la France… il a fait gagner lePortugal».On peut être populaire, gagner bien savie, cela n’empêche qu’on a tous dessentiments, des blessures, le besoind’être reconnu. Eder… tiens bon. Tunous donnes, en plus, de bonnes rai-sons, les bonnes pistes, pour tenir bon,dans ton livre «Vai correr tudo bem»,que tu as écrit conjointement avec toncoach Susana Torres.Noël est là. Le temps qui peut, qui de-vrait être celui de la réconciliation.C’est également le temps des belleshistoires, mais aussi celui des bles-sures et séparations qui font surface.

C’est également le temps des cadeaux.Trois jolis cadeaux nous ont été offertsces derniers jours: trois livres, trois ren-contres. Celui d’Eder, celui du PrêtreGuy Gilbert qui a pour titre «Le Bon-heur» et celui d’un ami, José AlvesGralha. José a compilé les poèmesqu’il a écrit de la vie… de sa vie, dansun livre, spécialement pour nous. Il adonné comme titre à son recueil: «Soueu mesmo… embora me destrua ca-minhando».Trois cadeaux, trois visions du monde,trois appels… Noël est là…Dans la dédicace de José, il nous écrit:«la vie est une énigme de choses com-plexes et rares… qui parfois sont indé-chiffrables» et il termine par «j’ai déjàtellement couru dans la vie, que je suisfatigué d’être fatigué». Il est vraiJosé… que… la vie, comme nous di-sons au pays: «n’est pas toujours unemer pleine de roses». Par tes poèmestu t’es donné de l’espoir, tu nousdonnes des exemples d’espoir… notredevoir est d’avoir - de garder - de l’es-poir. Garde l’espoir, gardons l’espoir…José, soigne bien tes blessures moralesmais aussi physiques.

De Guy Gilbert, nous gardons un sou-venir à vie. Assister à une de ses confé-rences est un pur bonheur. Ce pèreloubard nous donne des pistes pourtrouver le bonheur tant désiré, de levivre et de le partager.Guy Gilbert nous conseille: le bonheur,c’est éviter de se tracasser à proposdes choses passées ou d’anticiper lescatastrophes. Pour cela il faut désirerl’accessible. Soyons heureux de ce quenous possédons, ne courons pas aprèsl’impossible. N’oublions pas que nousallons passer le reste de notre vie avecnous-mêmes, nous sommes les pre-miers artisans de notre bonheur... maisaussi de nos tourments.A Guy Gilbert encore de nous dire: dequel droit vais-je juger mon frère et luitrouver quelques poux, alors que moij’en ai des hordes? Arrêtons d’être despharisiens, arrêtons de classer les au-tres. Faisons des gestes gratuits. Beau-coup nous remercierons.En prenant dans nos mains le livred’Eder, nous nous sommes dit: «En-core un qui écrit pour ne rien dire». Ehbien, nous nous sommes bien trom-pés. Merci Eder pour l’historique but,

merci Eder pour ton livre, plein d’en-seignements et d’espoir.Tu as écrit, dans le gant devenu fa-meux, le mot en anglais «believe». Tuas cru, tu as été convaincu, on t’a aidéà te convaincre que tu serais celui quimarquerait le but de la victoire. Tu l’asfait. Tu as cru, tu nous donnes des le-çons d’y croire, de croire dans la vie,dans nos vies. Dans ton livre, tu citesla phrase du joueur de baseball, BaseRuth: «Il est difficile de gagner contreune personne qui n’abandonne ja-mais». Comme le disait dans la fa-meuse phrase de la pub, la MèreDenis: «Ça c’est bien vrai».Eder, de ton passage par le Lar Giras-sol, alors que tu n’avais que 8 ans, tuas appris, qu’assumer ses erreurs etresponsabilités, a son coté positif.N’oublions, nous tous, dans nos vies,cette phrase.Eder, Guy Gilbert, José Gralha et voustous: Bonnes Fêtes.N’oublions pas, en ce Noël 2016, departager un petit message, un petitgeste, un petit mot, un sourire, celanous fera du bien. Cela fera du bien àl’autre.

Noël est làOpinion d’António Marrucho, employé de banque à Lille

Obrigado e…até 2017

Editorial de Carlos Pereira, Diretor do LusoJornal

POLÍTICA 03

Secretário de Estado das Comunidades Portuguesasesteve em Strasbourg

Entre os passados dias 12 e 14 dedezembro, o Secretário de Estado dasComunidades Portuguesas (SECP),José Luís Carneiro esteve em deslo-cação a Strasbourg. Esta deslocaçãosurge, cerca de duas semanas após avinda do Ministro da Cultura, LuísCastro Mendes.Esta primeira visita do actual Secre-tário de Estado a Strasbourg, possibi-litou um primeiro contacto com aComunidade portuguesa residentenesta cidade, com dirigentes associa-tivos, com funcionários consulares ecom o corpo diplomático, assim comocom instituições e representações di-plomáticas francesas e portuguesaspresentes nesta capital europeia.Esta visita ficou dividida e estruturaem dois dias de encontros. A vinda deJosé Luís Carneiro foi o momento es-colhido para inaugurar o novo parqueinformático instalado no mês passadono Consulado Geral de Portugal emStrasbourg. Existiam neste posto con-sular dificuldades relacionadas coma rede informática e consequente

“antiguidade” do equipamento. Comesta substituição do material informá-tico, espera-se que hajam melhoriasno tratamento de certos atos consu-lares.A Comunidade portuguesa observacom agrado esta visita, sabendo quehá cerca de treze anos que não haviauma visita oficial de um Secretário deEstado das Comunidades Portugue-sas à cidade de Strasbourg.No primeiro dia o Secretário de Es-tado dedicou grande parte do tempoao encontro e conhecimento da Co-munidade portuguesa residente emStrasbourg. Reuniu com alguns repre-sentantes e dirigentes associativos.Foi também promovido um encontrocom responsáveis da Academia deStrasbourg, em que foram abordadasquestões relacionados com o ensinoda língua portuguesa nesta Academia.No final do primeiro dia de visita, aAssociação portuguesa de Souffle-nheim, localidade a cerca de 35 kma norte de Strasbourg, que conheceuno passado uma forte Comunidadeportuguesa, organizou um jantar dereceção.

O segundo dia de visita foi mais vol-tado para encontros com alguns em-presários portugueses de sucesso naárea geográfica de Strasbourg. Daparte da tarde, José Luís Carneiro teveoportunidade de visitar o Mercado deNatal de Strasbourg e conhecer o

“Village portugais”, uma vez que esteano Portugal é o país convidado.Portugal está na moda e muito parti-cularmente, neste ano de 2016 aquina cidade de Strasbourg, capital eu-ropeia, onde o país de Camões temum importante destaque no Mercado

de Natal. Mais de dois milhões de vi-sitantes passam pelas ruas de Stras-bourg, neles não devemos esquecer,que há várias dezenas de milhares dePortugueses residentes no leste deFrança, mas também Portuguesesvindos de países limítrofes, comoSuíça, Alemanha e Luxemburgo,aproveitam assim para conhecer al-guns produtos e territórios de Portugalque desconheciam.Ficou também previsto que haveráuma nova deslocação do Secretáriode Estado José Luís Carneiro a Stras-bourg durante o próximo ano 2017.Nessa deslocação serão promovidosencontros mais abrangentes com aComunidade portuguesa residente naAlsácia. Evocou-se a ideia de queserão organizados encontros como ainiciativa de “Diálogos com a Comu-nidade” nesta região. Aqui poderãoser debatidas questões como as fra-gilidades do ensino da língua portu-guesa no leste de França, o apoio àsassociações, a participação cívica epolítica da Comunidade portuguesa,as fragilidades dos meios e recursosconsulares, e outros assuntos.

Há 13 anos que um Secretário de Estado não se deslocava a Strasbourg

Por Rui Ribeiro Barata

Chegados ao fim do ano de 2016, étempo de, mais uma vez, fazer a ava-liação da situação do país e daquiloque se espera para 2017 no plano na-cional e no plano das Comunidadesportuguesas residentes no estrangeiro.Desde as eleições de outubro de2015, Portugal vive uma situação po-lítica sustentada numa aliança parla-mentar que responde apenas a umaagenda ideológica e, sobretudo, pro-cura ao quotidiano sobreviver politica-mente.Este tempo novo de governação, comoalguns se lhe referem, começa a apre-sentar um conjunto de resultados quenão permitem ter confiança ao níveldas expetativas económicas e sociaispara os próximos anos.Com efeito, Portugal está a crescermuito menos do que o previsto, a suadívida pública atinge o nível mais ele-vado de sempre, cresce cerca de 51milhões de euros por dia, as exporta-ções têm tido um desempenho muitoinferior aos dos últimos anos e a taxade poupança atinge, em 2016, valo-res negativos, o que acontece pela pri-meira vez em 17 anos.Ao mesmo tempo, o investimento teveuma queda na ordem dos 12% nos

primeiros seis meses deste ano e astaxas de juro atingem valores cada vezmais elevados num momento em queo Banco Central Europeu está a recon-siderar a sua posição no que diz res-peito à compra de dívida aosEstado-membros. É uma situaçãorealmente preocupante.É este o Portugal de hoje que, ao verrevertido um conjunto de reformas as-sumidas anteriormente, começa denovo a percorrer um caminho muitosemelhante àquele que, infelizmente,o país conheceu com os Governos so-cialistas de José Sócrates. Num mo-mento em que era fundamentalcontinuar o processo de recuperaçãoeconómica do país optou-se, antes,por responder a lógicas de sobrevivên-cia política e de calendário eleitoralsem ter em conta os verdadeiros inte-resses de Portugal e dos Portugueses.Assim, não surpreende que o nossopaís tenha perdido oito lugares no ran-king da competitividade e que a suacredibilidade externa tenha vindo adecair. Portugal volta a ser conside-rado, infelizmente, como tendo umadas economias mais frágeis e vulne-ráveis do espaço europeu.Apesar de tudo isto, Portugal tem be-

neficiado do contributo dos seus cida-dãos residentes no estrangeiro. É ver-dade que o investimento diminuiu, étambém verdade que as remessas dosemigrantes baixaram, mas tambémcontinua a ser verdade que, apesar detudo, continuam a ser essenciais paraa economia nacional.Por outro lado, 2016 foi também umano que defraudou as expetativas noque se refere às políticas dirigidas àsComunidades portuguesas pois ostemas que mais se destacaram emperíodo de campanha eleitoral aguar-dam ainda resolução, ou até, uma mí-nima atenção por parte deste Governodas Esquerdas.Com efeito, seja a questão da Propinano ensino da língua portuguesa no es-trangeiro, seja a questão dos lesadosdo BES, seja a questão dos recursosdas estruturas consulares cujo reforçoprevisto para 2016 nem sequer cobreo número de aposentações, sejam,ainda as posições assumidas, emcampanha, sobre a alteração das leiseleitorais, nada foi ainda resolvido deacordo com a urgência que tinhaquando o PS era Oposição.Permito-me ainda, pela importânciade que se revestem, referir a total au-

sência de políticas na área social, ape-sar das dificuldades que algumas Co-munidades conhecem, sendo desalientar que até as habituais iniciati-vas com agentes e instituições destaárea não foram concretizadas no cor-rente ano.Ao mesmo tempo, se considerarmoso orçamento previsto para o funciona-mento da Direção-Geral dos AssuntosConsulares e Comunidades Portugue-sas, com uma evidente redução dasverbas orçamentadas, é fácil perceberque será muito complicada a ação doGoverno nesta área.O ano de 2017 será um ano particu-larmente importante para as nossasComunidades que residem emFrança, na Alemanha e no Luxem-burgo. Com efeito, nestes três países,onde vivem fortes Comunidades por-tuguesas, vão ter atos eleitorais damaior importância com consequên-cias diretas para o seu futuro e para oda Europa. Por isso, aproveito, umavez mais, para deixar um apelo claro,aos Portugueses que residem nessespaíses, para participarem nos debatese nas discussões que agora se ini-ciam. Interessante é verificar que du-rante 2016 o atual Governo não

tomou nenhuma iniciativa de apelo àparticipação cívica e política das nos-sas Comunidades, nem organizouqualquer evento com os luso-eleitosque no Mundo têm afirmado o nomede Portugal.Foi, na minha opinião, mais umaoportunidade perdida e a demonstra-ção da falta de sensibilidade para comum setor que, apesar de ser essencialpara o país, não entra nas prioridadesideológicas e eleitorais da atual gover-nação.

A todos um Bom Natal!Para terminar não quero deixar de de-sejar a todos os leitores e às suas fa-mílias os mais sinceros e genuínosvotos de um Santo Natal e um FelizAno Novo. O Natal celebra a famíliae, por isso, é o momento festivo demaior significado para as gentes daemigração. Os nossos emigrantessabem que foi a família o grande su-porte para ultrapassar os momentosmais difíceis e foi para ela e por elaque muitos se submeteram aos maio-res sacrifícios. Vamos pois festejar oNatal e desejar que 2017 seja um anobom para os Portugueses e para Por-tugal.

Le 21 décembre 2016

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Um ano de 2016 longe das expetativasOpinião de Carlos Gonçalves, Deputado (PSD) pelo círculo eleitoral da Europa

lusojornal.com

04 POLÍTICA

Grupo de AmizadePortugal-França

Em Lisboa

Le 21 décembre 2016

Elus d’origine portugaise

Trois questions à Hélène Brioix-Feuchet

Nom: Hélène Brioix-FeuchetVille: Vernouillet (78)Fonction: Adjointe au Maire et Conseil-lère DépartementaleParti: Les RépublicainsDélégations: Affaires générales, Res-sources humaines et SeniorsAutres représentations: Vice-Présidentedu syndicat mixte de la Seine et Oise,Administratrice du Service Départemen-tal d’Incendie et des Secours des Yveli-nesOriginaire:Oliveira de Frades

Comment s’est fait le déclic pour rentreren politique?Très tôt. A l’âge de 16 ans, j’ai souhaitém’engager dans la vie associative, enparticulier dans le jumelage. Par ailleurs,mon père était lui-même engagé dansla vie locale. Aussi je dirais que mon en-gagement s’est fait tout naturellement.

Quelles ont été les principales difficultésdans votre fonction actuelle?Outre les dossiers qui peuvent parfoisêtre longs dans leur aboutissement, lacomplexité du millefeuille des collectivi-tés territoriales ne facilite pas à mon sensles missions des élus et surtout la com-préhension de la chose publique pournos administrés.Je suis donc convaincue de l’impor-tance pour notre génération d’élus dedemeurer des élus de proximité pour ré-concilier nos administrés avec la vie dela cité (politique).

Avez-vous trouvé une solution à toutesles problématiques et à tous les dossiersqui vous ont été soumis?La réponse idéale serait ‘oui’. Hélas il estde plus en plus difficile de répondre fa-vorablement aux sollicitations. En revan-che il est essentiel de répondre à nosadministrés, surtout quand nousn’avons pu aboutir à leur demande.

Un partenariat de LusoJornal avec Cívica

No momento em que se fala na assi-natura eminente de um acordo comos lesados do BES - de que só nos po-demos regozijar - convém lembrar quese trata dos lesados do papel comer-cial.De fora, ficam os milhares de emi-grantes lesados, que estão até hojesem acordo. Curiosamente, nem oGoverno nem a comunicação socialnem os partidos políticos falam deles.Este é um país de emigração que es-quece, despuradoramente, os seusmilhões de emigrantes espalhadospelo mundo.Pois não seria esta uma óptima opor-tunidade para lembrar os nossos com-patriotas a quem foram vendidosprodutos especificamente criadospara eles como se fossem depósitos aprazo, mas que mais não eram do quetítulos de dívida do BES, destinadosa integrar sociedades veículo sediadasem paraísos fiscais?Quando há um ano, António Costafalou na necessidade de se alcançarum acordo com os lesados do BES, sóse pensou nos pequenos investidoresem papel comercial, ou seja nos quefizeram um investimento de pequenorisco (assim se pensava) ao adquiri-rem títulos de dívida das empresas doGrupo que entretanto faliram (1).Foi preciso que, numa reunião reali-zada nos subúrbios de Paris, em abrilpassado, os mais de 400 emigrantespresentes tivessem tomado a decisãode convocar uma manifestação parao dia 10 de junho - a coincidir com acomemoração pelo Presidente da Re-pública do Dia de Portugal e das Co-munidades em Paris - para que o

Governo decidisse nomear um repre-sentante, com vista à abertura de ne-gociações.Mas que negociações? De lá até aquinada avança, tudo parece dependerda vontade do Novo Banco para sesentar à mesa das negociações.Numa pergunta dirigida ao Governo,Primeiro Ministro e Banco de Portu-gal no passado mês de maio por De-putados do Bloco de Esquerda, sobrea forma e o timing de ressarcimentodos emigrantes lesados, o Governorespondeu vários meses depois que íasugerir ao Novo Banco que apresen-tasse novamente aos emigrantes aproposta que lhes havia feito no pas-sado e que eles recusaram assinar!(2)Não valia a pena nomear um repre-sentante do Governo para, de reuniãoem reunião, de viagem a Lisboa emviagem a Lisboa, de encontros com oBanco de Portugal, o representantedo Governo e a Associação dos Emi-grantes Lesados, se chegasse a talconclusão! A proposta apresentadapelo Novo Banco e que a maioria dosemigrantes assinaram sob coação se-gundo inúmeros testemunhos “se nãoassinar vai perder tudo”, correspondea mais uma burla: pois que outronome se pode dar a uma “solução”propondo devolver a emigrantes - quetêm em média mais de 60 anos - amaioria das suas poupanças, sob aforma de obrigações com maturidadeem 2049 e 2051?Esta situação é tanto mais gritantequanto a esmagadora maioria dosemigrantes é gente humilde que fugiuda miséria e/ou da guerra colonial e

trabalhou de sol a sol, para constituiruma poupança destinada a acautelarpequenas e, por vezes minúsculas re-formas, o percalço de uma doença, asnecessidades de entes queridos. Al-guns estão hoje a viver abaixo do li-miar da pobreza, muitos há que estãodoentes e sós, entregues a eles ou àsolidariedade alheia. Tendo em contaa idade, há os que já morreram pelocaminho, e contam-se alguns suicí-dios.E há aqueles com mais força e, no-meadamente, os que herdaram da si-tuação dos pais entretanto falecidos,que continuam a lutar por eles e pelosoutros. Numa altura em que se anun-cia com grande enfâse a solução paraos lesados do papel comercial cujacomunicação pelo Primeiro Ministroestá prevista para segunda-feira [ndr:já depois do fecho desta edição doLusoJornal], não nos podemos esque-cer dos emigrantes lesados do BES.No passado dia 13, Deputados doBloco de Esquerda dirigiram de novouma pergunta ao Primeiro Ministrosobre as condições e o calendário pre-vistos para o ressarcimento dos emi-grantes lesados Estes são os filhosfora do país que não podem ser es-quecidos. Burlados pelo BES, umaprimeira vez, pelo Novo Banco umasegunda vez, os emigrantes lesadosnão podem ser burlados uma terceiravez pelo Governo Português.O Governo não pode limitar-se a ser oespetador de negociações que se ar-rastam, sobretudo se elas tiveremcomo solução pôr em cima da mesaa proposta inicial do Novo Banco quenão obstante a coação, os lesados re-

calcitrantes recusaram assinar.De que está à espera o Governo paraobrigar o Novo Banco - em cujascontas estão inscritos os capitaiscorrespondendo às aplicações dosemigrantes - a sentar-se à mesa dasnegociações? Se não o faz agora -em que o capital do Fundo de reso-lução é esmagadoramente público - oque será depois, quando o NovoBanco for vendido? Estará o Governoa deixar arrastar esta situação para ga-nhar tempo?Além de serem maioritariamente ido-sos, os emigrantes não têm a capaci-dade revendicativa de manifestação eprotesto com a frequência, força e vi-sibilidade que têm os lesados residen-tes no território nacional. Por outrolado, pelo deficiente acesso ao voto,o insignificante peso dos seus repre-sentantes “diretos”, e o pouco casoque deles fazem os restantes, poucopesam na vida política do país.Eles são, todavia, também, e, ao ins-tar dos demais portugueses, filhos danação - com quem mantêm profun-dos, variadíssimos e inúmeros laços,como o comprova a própria relaçãocom o BES que escolheram como de-positário das poupanças de toda umavida de trabalho e sacrifício - e é in-digno que a nação os esqueça.

Nota: A autora esclarece que não é le-sada do BES e que não é, nem nuncafoi, cliente desta instituição.(1) Pergunta n° 1785/XIII/1ª de 20de maio de 2016(2) De notar que mesmo assim, a pro-posta não abrangeu a totalidade dosemigrantes

E os Emigrantes lesados do BES?Opinião de Cristina Semblano, Dirigente nacional do Bloco de Esquerda, economista

O Deputado do PS eleito pelo círculoda Europa, Paulo Pisco, visitou na pas-sada semana o Consulado-Geral dePortugal em Strasbourg, que renovouno final de novembro todo o seu equi-pamento informático, o que permiteassim reduzir os tempos de espera dosutentes.Com esta renovação do parque infor-mático, que não era atualizado há cercade dez anos, melhorou consideravel-mente o acesso a todo o tipo de docu-mentos, a gestão consular, a realizaçãode cartões do cidadão e passaportes ea receção de emails. Esta renovaçãocompreende essencialmente um novoservidor, novos computadores e moni-tores, tendo os funcionários reconhe-cido a melhoria do serviço.

Na área consular de Strasbourg vivemcerca de 50 mil portugueses e o postorealiza uma média de 1.200 atos men-sais.O Deputado do PS visitou também oMercado de Natal de Strasbourg, quetem este ano Portugal como país con-vidado, com uma presença principal deIdanha-a-Nova, que mostrou produtoslocais em vários stands e promoveu vá-rios eventos culturais.Na semana passada Paulo Pisco parti-cipou também no Colóquio sobre os100 anos do acordo de mão de obraentre Portugal e a França e do envio desoldados para a I Grande Guerra, e naFesta de Natal da associação AmicaleCulturelle Franco-Portugaise de Viroflay,presidida por Helena Neves.

O Grupo Parlamentar de AmizadePortugal-França, presidido pelo De-putado Carlos Gonçalves (PSD), re-cebeu o novo Embaixador de Françaem Lisboa, Jean-Michel Casa,acompanhado pelo Primeiro Conse-lheiro da Embaixada, Daniel Vos-gien, o Conselheiro Político,Frédéric Depétris, o Conselheiro deCooperação Cultural e Diretor doInstitut Français du Portugal, MaxBaquian, e o Conselheiro Econó-mico, Romain Berline, no dia 14 dedezembro, na Assembleia da Repú-blica. Estiveram presentes os Depu-tados Telmo Correia (CDS-PP),Vice-Presidente, Susana Lamas(PSD), Manuela Tender (PSD), Emí-lia Cerqueira (PSD), Sérgio Sousa

Pinto (PS), Odete João (PS), Domi-cilia Costa (BE) e Carla Cruz (PCP).Para além da apresentação decumprimentos, dada a recenteacreditação do Embaixador Jean-Michel Casa, foram destacadas asexcelentes relações bilaterais exis-tentes entre Portugal e França,tendo sido sugeridas algumas dasatividades que o Grupo Parlamen-tar de Amizade poderá vir a desen-volver no futuro e as relações como Grupo Parlamentar homólogo. Foiainda dado especial destaque à im-portância do ensino da Língua Por-tuguesa em França e abordadostemas da atualidade no âmbito dapolítica externa e da política euro-peia.

Paulo Pisco em Strasbourg

Na Alsace

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06 DESTAQUE

“2016 foi um ano único e penso que nãoseja um ano repetível”O Embaixador de Portugal em Françajá completou os “habituais” 4 anos depresença no país, mas solicitou um“prolongamento” da missão. Foi-lheconcedido, até chegar à idade de apo-sentação. Em março deve deixarParis.Face ao “ano excecional” nas relaçõesentre a França e Portugal, o LusoJor-nal solicitou ao Embaixador Luís Fi-lipe Moraes Cabral, um balanço desteano 2016.

Qual o balanço deste ano que agoraacaba. Foi um ano importante?Foi um ano único e penso que nãoseja um ano repetível, em termos deintensidade e de simbologia desta re-lação única entre França e Portugal.Em termos políticos e institucionais,tivemos desde logo a comemoraçãodo Dia de Portugal em Paris, com oPresidente da República portuguesa,com o Primeiro Ministro de Portugal ecom o Presidente da República fran-cesa - algo completamente inédito,nunca os dois se tinham deslocadopara fora do país nesse dia. Lembro-me um ano em que o Doutor JorgeSampaio foi ter com as tropas portu-guesas na Bósnia por volta do 7 dejunho, mas no dia 10 de junho nuncaisso tinha acontecido. Com o PrimeiroMinistro ainda menos, e o 3° ingre-diente foi ter o Presidente francês nasnossas comemorações. Tudo isto pro-porcionou um simbolismo particularcom uma intensidade política e sim-bólica.

Mas vieram cá mais vezes durante oano...Ao longo do ano o Primeiro Ministroveio cá regularmente, nomeadamentepara eventos de natureza desportiva,mas não o impediu de ter contactoscom as autoridades francesas por essaocasião. Esta relação política conti-nuou a ser tratada pelos responsáveisde um e outro país. Também o Presi-dente da Assembleia da Repúblicaveio cá algumas vezes e contribuiupara extraordinárias relações entre osdois países. Foi um ano também par-ticular e bom em termos da nossa au-toestima. Não é todos os anos ou de4 em anos que ganhamos o Campeo-nato europeu de futebol. Isso foi ex-traordinário. E essa vitória ter tidolugar em França foi também um ele-mento importante.

Pelo menos trouxe Portugal para a co-municação social francesa...Foi um ano em que Portugal esteve naberra, por esta e por outras razões, nacomunicação social francesa. Nuncase publicaram tantos artigos sobretemas variados na imprensa francesa:economia, turismo, investimentos, ci-nema, literatura, artes, etc. Com 4anos de recuo, posso avaliá-lo bem.Praticamente não há semana que nãohaja nada sobre Portugal na imprensade referência. No mundo das artes,para além do aumento crescente doslivros portugueses publicados ou dosfilmes portugueses exibidos, tivemosoutro evento único - esse acho que érepetível com outros artistas - foi a ex-

posição do Amadeo de Souza-Cardosono Grand Palais. Nunca outro artistaportuguês se tinha podido albergar noGrand Palais. Foi uma exposição degrande sucesso vista por mais de70.000 pessoas, que contribuiu paraaumentar a nossa visibilidade no do-mínio da arte.

Mas a nossa presença cultural emFrança não se esgota no Amadeo deSouza-Cardoso, pois não?Tem havido um trabalho nesse sentidoque tem dado os seus frutos. Não épor acaso que recentemente foramcondecorados pelo Presidente da Re-pública Portuguesa uma tradutora,Marie-Hélène Piwnic, e a responsávelpela editora Métaillé, que publicou vá-rios livros lusófonos em França. A pre-sença portuguesa e de origemportuguesa é de expressão particularque nós bem conhecemos, mas du-rante muitos anos não havia tanta cu-riosidade do lado francês por Portugale esse interesse tem vindo a acentuarde forma significativa. No âmbito doturismo há 3 ou 4 anos eram 500 milos Franceses que visitavam Portugal,este ano ultrapassam os 2 milhões. Ocrescimento do turismo para Portugalé da ordem dos 15%, excede qual-quer outro país, e os Franceses pas-saram a ser o 3° mercado para oturismo em Portugal. Ultrapassámosa Alemanha. Mas há outro aspeto: éque os turistas franceses sãos os quemais gastam. A França é o primeiromercado de turismo em Portugal emtermos de receitas.

Não acha que Portugal nunca deuprioridade ao turismo francês? Nãovinha às principais feiras cá, não eraum mercado prioritário.Acho que há um conjunto de razõesque se autoalimentam e autoestimu-lam-se. Acho que mesmo se a Françanão fosse o mercado prioritário, antesera a Espanha, a Alemanha, a Ingla-terra, um pouco baseado no sol depraia, Jean-Pierre Pinheiro, do Ofíciodo Turismo tem feito muitas ações depromoção. Agora não podemos esca-motear que outros destinos tradicio-nais dos Franceses se tornarammenos atrativos, como os países donorte de África, no Médio Oriente, co-meçaram a ser um pouco complica-dos e beneficiámos disso. Mas, oconjunto diverso das condições, daatratividade e dos pacotes que pode-mos oferecer, também contibui paraesse aumento.

Também há muitos Franceses a mu-darem-se para Portugal...Mas também há muitos jovens fran-ceses que se instalaram em Portugal,porque hoje o local de trabalho deixoude ser importante, já que com asnovas tecnologias as pessoas podemtrabalhar a partir de onde estão. Tam-bém as low-cost facilitaram muitoisso. Os jovens franceses que estãoem Lisboa podem vir facilmente aParis. Consegue-se trabalhar emFrança e viver em Portugal. E estaparte do reforço do conhecimento hu-mano é fundamental.

E em termos económicos?

Vimos um aumento de exportações debens e serviços para França com umapercentagem bastante interessante ea um ritmo que não é conjuntural ecomeça a ser estrutural. Este aumentodata da última década, todos os anosas nossas exportações aumentam, de-vemos este ano exceder os 10 mil mi-lhões de euros de exportações paraFrança, que se tornou o nosso se-gundo mercado. Deixou de ser a Ale-manha, o que é também muitoimportante. Passou a ser, em serviços,o nosso primeiro mercado exterior e abalança é a nosso favor com um saldopositivo de 4 mil milhões de euros. Enão há nenhum outro país no mundocom o qual temos uma balança tão fa-vorável como é a francesa. O mercadojá é muito significativo, este é umgrande mercado, e que vai continuara crescer e se formos ver as estatísti-cas, em 2011 exportávamos paraFrança entre bens e serviços ligeira-mente menos de 8 mil milhões deeuros, 4 anos depois passámos os 10mil milhões, um aumento de 25% oque é muito. Durante os 9 primeirosmeses do ano comparando com o pe-ríodo homólogo do ano passado as ex-portações aumentaram de 9%.

E os investimentos em Portugal?Os investimentos também estão a cor-rer bastante e bem. Só para falar em2016, nas minhas pequenas contas,porque alguns investimentos nãotenho quantificados, tenho um mí-nimo de 800 milhões de euros. É sig-nificativo. Por exemplo a BNPexpandiu os seus serviços partilhados

em Portugal, não sei qual é o valordessa operação, mas sei que criou300 postos de trabalho. Tenho outrocaso que é um projeto que está emvias de concretizar também de umbanco com serviços partilhados noPorto e com 600 postos de trabalho.Se juntarmos estas componentes: in-vestimento, turismo e balança comer-cial, os resultados não podiam sermelhores. Evidentemente que é ummomento de orgulho para mim, en-quanto Embaixador.

Também houve uma assinatura de umProtocolo entre os dois Ministros daEducação. É um assunto que temacompanhado?Com certeza. Também tenho traba-lhado bastante para isso, todas asquestões do ensino fazem parte dacompetência da Embaixada e aliástemos uma Coordenadora do ensinoaqui e é uma questão na qual me em-penhei pessoalmente, que era tirar oportuguês daquele canto em que es-tava como língua de emigração, nãoque a emigração tenha qualquer co-notação negativa, mas ligada e crista-lizada num período histórico que jánão é o que temos hoje. Nem corres-ponde ao interesse que existe emFrança pela língua portuguesa, nemao próprio estatuto internacional dalíngua portuguesa que é uma das lín-guas que mais cresce em termosmundiais. O que era necessário eradar justamente ao ensino da línguaportuguesa em França esse estatuto.Um estatuto moderno que é uma lín-gua falada por várias centenas de mi-

Entrevista ao Embaixador de Portugal em França

Por Carlos Pereira

Le 21 décembre 2016

LusoJornal / Carlos Pereira

DESTAQUE 07

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lhões de pessoas e transformá-lanuma língua viva estrangeira e nãocomo uma herança de um período danossa história. No fundo foi isso quese fez, houve uma declaração políticaassinada pelos dois Ministros da Edu-cação francesa e portuguesa mais oMinistro dos negócios estrangeiros,que tem a tutela também sobre o en-sino do Português no estrangeiro eque vai abrir caminho para a revisãoda nossa Convenção sobre o ensino dalíngua e da educação.

Que pontos estão a trabalhar nessaConvenção?Não sei, nem vou presumir. O que éimportante é que a Convenção man-tenha o Português como língua viva emoderna no ensino francês, o quequer dizer que quem escolher o Por-tuguês no 1° ano tem garantias depoder continuar a estudar portuguêsao longo da sua vida escolar.

Como sabe isso não acontece, atual-mente há uma desfasagem entre oPrimário e o Secundário.Não sei como vai evoluir. Tínhamos aconvenção dos anos 70 que foi cons-tituída noutra lógica. Acho que tem deser visto de maneira evolutiva. O pró-prio desenvolvimento do ensino dalíngua portuguesa e o próprio inte-resse que a língua portuguesa des-pertar em França determinará muitoa posição das autoridades francesas.Acho que se consolidar crescente-mente o interesse pela língua portu-guesa enquanto língua moderna, deinstrumento de trabalho,... Porque éque o Senegal é um dos países deponta na aprendizagem do portuguêsno ensino Primário? Porque a proximi-dade com a Guiné Bissau e com aÁfrica lusófona é do interesse deles dedesenvolverem o ensino do Português.

Mas o Senegal paga o ensino de Por-tuguês. Como sabe, em França, Por-tugal é o país que suporta o ensino dePortuguês no Primário...Pois em Espanha, na Estremadura oensino do Português existe já comosegunda língua, logo nas classes pri-márias, mas também é pago pelaJunta da Estremadura porque o es-paço económico da Estremadura éPortugal.

Mas a França ainda não está nessafase...Foi o que eu disse. Tudo dependeráda perceção que tiverem as autorida-des francesas do interesse do ensinodo português. E cabe a nós tambémde estimular esse interesse. É benefi-ciando destas relações políticas e hu-manas porque o número dePortugueses em França é muito signi-ficativo e devemos estimular esse in-teresse e demonstrar que o Portuguêsde facto não é apenas uma língua daemigração, mas é um instrumento deprofissão bastante útil. Os Francesestêm uma parceria estratégica com oBrasil, sinceramente não vou dizerque o Francês é redutor no mercadobrasileiro, mas se falar em portuguêsde certeza que o contacto e o diálogoserá mais fácil.

Pois, o interesse francês é o Brasil eAngola e quem está a pagar esse en-sino é Portugal...A questão do suporte financeiro doensino do português vai ter que evo-luir, mas também evoluirá em funçãoda perceção que existe no interessena aprendizagem do Português. Achoque essa perceção se está a desenvol-ver. E que serão os próprios Francesesque exigirão das suas autoridades queestas questões sejam resolvidas. Demodo que temos de estimular esse in-teresse pelo Português e também anossa Comunidade deve partilhar estedesígnio estratégico do Português evê-lo como deve ser visto de facto comuma língua moderna e instrumento deafirmação profissional e pessoal im-portante e não apenas algo que ensi-namos às criancinhas, sem querer serdepreciativo.

Há muitos autarcas de origem portu-guesa, há 3 Deputados, mantem con-tactos com eles?É muito difícil, porque os autarcasestão espalhados pelo território fran-cês, o que é muito vasto. Não é muitofácil para o Embaixador português emParis, com tanto trabalho a fazer, ir aMarseille ou a outras cidades ver osautarcas. Desde Nantes, a Toulouse,Strasbourg, Clermont-Ferrand, Lyon,Lille, são muitos quilómetros. Tenhocontactado com vários, sobretudoquando me desloco a essas regiões,procuro estar com os eleitos de origem

portuguesa e tenho mantido aqui umaboa relação com os Deputados da As-sembleia nacional francesa. Sãoaqueles que estão aqui mais próximosgeograficamente e com quem é maisfácil o acesso, embora obviamentecomo Deputados franceses que elessão, também têm muito trabalho, mastemo-nos encontrado. Quando che-guei cá, os meus 2 primeiros atosforam dois almoços que organizei aquiem casa. Um foi com os representan-tes dos Partidos políticos portuguesesem França e o segundo com os Depu-tados franceses de origem portuguesa.E a partir daí temos mantido uma re-lação cordial e útil, têm continuado avir cá a casa. Por outro lado, estive aconversar com o Deputado CarlosGonçalves e já tenho um almoço mar-cado em Lisboa, no Natal, com ogrupo de Amizade parlamentar Portu-gal-França. E estamos a ver se organi-zamos uma ida do grupo parlamentarfrancês a Portugal. O calendário polí-tico não me deixa muito espaço.

A relação entre os dois países sãoboas?Sim, como tudo o que disse desde oinício, é apenas a ilustração disso. Vê-se na própria qualidade da relação,quando veio o Presidente da Repú-blica, quando esteve cá o PrimeiroMinistro, com as autoridades fran-cesas, há ali uma empatia óbviaentre eles. Se adicionarmos por umlado o número de lusodescendentesem França, por outro lado os Portu-gueses residentes em França, isto éum universo superior a 1 milhão depessoas, o que é muito importanteporque tem uma expressão humana,económica, cultural e política incon-tornável. Agora, o que é importante eque tem sido para mim um cavalo debatalha desde qua aqui cheguei, éque os lusodescendentes e os Portu-gueses residentes em França têm deintegrar a consciência do seu peso po-

lítico potencial em França.

Para si ainda não tomaram essa cons-ciência?Acho que não, e isso traduz-se numaparticipação cívica ao ponto que nãodeveria estar. Por isso é que eu estousempre disponível para a afirmação eo exercício da dimensão cívica e dademocracia.

Se calhar é necessário dizer aos polí-ticos franceses, que eles vêm apenasa fraca participação cívica dos mono-nacionais, mas se contarmos com osbinacionais e os lusodescendentes,talvez a participação cívica não sejaassim tão fraca...A perceção dos políticos franceses éa dos mononacionais. Fala-se de 800mil binacionais e cerca de 500 milmononacionais. Mas há comunidadesem que o voto desses mononacionaispode de facto alterar a perceção. Faz-me pena e eu vejo em algumas asso-ciações que havia ali uma capacidadede afirmação política e de defesa dosseus interesses que não é utilizada.

E como se poderia mudar esta situa-ção?É de as pessoas integrarem a sua pró-pria força em termos democráticos,embora possam não ser todos domesmo Partido e serem de diferentesPartidos. Mas as pessoas devem per-ceber que podem ter um Conselhomunicipal que é mais sensível àspreocupações legítimas dessa Comu-nidade. E isto é que é preciso desen-volver. O mononacional inscrito eparticipando plenamente no cumpri-mento dos seus direitos cívicos, podeter uma influência catalisadora muitoimportante junto dos binacionais.

No mês de março devem cessar assuas funções. O que vai deixar aquicomo assunto que gostaria de ter feitoe não conseguiu?

O Político corre bem, o económicocorre bem, a nossa Comunidade estábem, afirma-se na economia, há Por-tugueses ricos, eu quando viajo pelaFrança procuro contactos com os re-presentantes da Comunidade, comas suas associações, e empresários.Tenho visto coisas magníficas, comuma capacidade tecnológica impres-sionante, é de facto uma Comunidadepróspera em todos os sentidos, que seintegra e bem respeitada. Tudo istocorre muito bem, acho que as nossasrelações atingiram um patamar quenão se alteram por via das conjunturaspolíticas, ultrapassámos já há muitoqualquer fragilidade. Qualquer queseja o Governo em Portugal qualquerque seja o Governo em França, as nos-sas relações são sólidas e maduras.

Mas, o que é que não conseguiufazer?Eu bem sei que o aumento do tu-rismo e dos residentes Franceses emPortugal muito contribui para o de-senvolvimento do conhecimentomútuo. Esta Embaixada voltou a dis-por de um Conselheiro cultural desdeagosto de 2015. Como é que emFrança não se teve um Conselheirocultural na Embaixada? Temos quecontinuar a fazer um grande esforçopara continuar a mostrar em Françao que são os nossos jovens criadores,os artistas plásticos, etc. Em Françaconhece-se razoavelmente bem Fer-nando Pessoa, José Saramago e por-que temos editoras muito ativas napromoção dos nossos escritores. Massobre os artistas plásticos, há muitoa fazer e com o novo Conselheiro cul-tural, vai-se poder fazer mais coisas.Temos de facto produto com quali-dade. Essa é uma área onde há umdéfice muito grande. Há outra área demodernidade onde nós temos capa-cidade que é na investigação cientí-fica e na cooperação universitária.Tenho falado com os Ministro de Edu-cação e do Ensino superior, há algu-mas iniciativas que vão ser lançadas,mas há aqui um défice evidente.Acho que não está ao nível que obje-tivamente deveria ter e aí é precisoestimular. Temos um conjunto signi-ficativo de investigadores portuguesesde grande qualidade que estão aquiem instituições francesas mas nãoexiste digamos uma arquitetura glo-bal de promoção desses intercâm-bios. A investigação faz parte dofuturo.

O Governo quer pôr Conselheiroscientíficos em cada Embaixada, seriauma ideia boa?Não sabia, mas na parte que metoca, seria uma questão estratégica.É uma outra dimensão do conheci-mento objetivo, em áreas que sãofundamentais para o desenvolvi-mento económico e social. A Françatem muito para dar e nós tambémtemos temos gente grande e de qua-lidade que se afirma por todo omundo.

Teve alguma intervenção nos proble-mas que teve a Universidade Fer-nando Pessoa para se implantar nosul de França?Não. Isso foi logo no início da minhaestadia. Eu julgava que já estava en-cerrado este assunto. Não afetou nadao nosso trabalho, nem as relaçõescom a França.

Le 21 décembre 2016

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LusoJornal / Mário Cantarinha

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08 EMPRESAS

Empresários da diáspora reuniram-se em Sintra

Cerca de 300 empresários de 38 paí-ses, de vários setores de atividade,desde a construção civil, limpezas,restauração, indústrias de moldes,plásticos, novas tecnologias de infor-mação, da comunicação, agroalimen-tar, turismo, participam, na sexta-feirae no sábado, em Sintra, no primeiroEncontro de Investidores da Diáspora,para partilhar experiências e criar umarede de trabalho, contando com a par-ticipação de vários governantes.De França participaram vários empre-sários, entre os quais o Presidente daCâmara de Comércio e IndústriaFranco-Portuguesa, Carlos Vinhas Pe-reira, os empresários José da Costa,Bruno da Costa, Manuel Soares, Phi-lippe Mendes, Pedro Vaz, Nuno Mon-teiro, José Neves de Clermont-Ferrand,entre outros. Participou também umadelegação da Sucursal da Caixa Geralde Depósitos de Paris, chefiada peloDiretor Geral Rui Soares.O Ministro dos Negócios Estrangeiros,Augusto Santos Silva, sublinhou opapel dos emigrantes como “facilita-dores” das exportações ou de investi-mentos portugueses nos países deacolhimento, servindo como “teste-munho da valia de Portugal”.“As nossas Comunidades podem servirde facilitadores para as exportaçõesportuguesas para esses países e parao investimento português. Eles são oprincipal testemunho da valia de Por-tugal nesses países, são o exemploconcreto do valor de Portugal”, consi-derou Santos Silva, em declaraçõesaos jornalistas.Quanto à atração de projetos para opaís, Augusto Santos Silva garantiuque não aceita que potenciais inves-tidores sejam confrontados com pro-blemas burocráticos e disse queprocura resolver questões desse tipoque surjam. “Quando me dizem,estou a ter problemas burocráticos,eu digo: quero saber quem, como,quando e onde. Você não pode terimpedimentos burocráticos”, consi-derou.

Com vários membros do GovernoPara além do Ministro dos NegóciosEstrangeiros, do Secretário de Estadodas Comunidades Portuguesas, JoséLuís Carneiro, organizador do evento,e do Presidente da Câmara de Sintra,Basílio Horta, participaram ainda osSecretários de Estado responsáveisdas pastas da Indústria, João PedroVasconcelos, do Turismo, Ana Men-des Godinho, da Internacionalização,Jorge Oliveira, das Autarquias Locais,Carlos Soares Miguel, e do Desenvol-vimento e Coesão, Ângelo Nelson deSouza.Participam ainda o Presidente do Tu-rismo de Portugal, Luís Araújo, oPresidente da Agência para a Com-petitividade e Inovação (IAPMEI), oAlto-Comissário para as migrações,Pedro Calado, o Presidente da Fun-dação AEP, Paulo Nunes de Al-meida, o Secretário-geral da Câmarade Comércio e Indústria Portuguesa,Pedro Madeira Rodrigues, os Presi-dentes das Câmaras Municipais deViana do Castelo, Ferreira do Alen-tejo e Alfândega da Fé, além de re-presentantes da AICEP, do Ministériodos Negócios Estrangeiros, e de Câ-maras de comércio, entre outras ins-tituições.O Ministro da Economia, Manuel Cal-deira Cabral, jantou com os participan-tes do encontro, no Palácio Nacionalde Queluz. Já o Ministro AdjuntoEduardo Cabrita defendeu que os mu-nicípios devem valorizar a ligação comos emigrantes no sentido de atrair in-vestimento para as regiões do interiore ajudar ao seu desenvolvimento.“Isto é, trazer de volta a segunda, aterceira geração para o local onde têmraízes, provando que esses locais tam-bém evoluíram, têm hoje boas infraes-truturas, condições de saúde, deeducação que permitem um maiorapoio à atividade empresarial”, disseo Ministro. “Queremos que os Portu-gueses no exterior sejam vistos de umaforma diferente, isto é, com uma in-

tervenção cívica, política e económicaque não existia em anteriores gera-ções”, apontou Eduardo Cabrita,acrescentando que o país precisa da“capacidade de adaptação que distin-gue os Portugueses” no mundo.

Apelo ao investimento em PortugalO Secretário de Estado do Desenvolvi-mento e Coesão anunciou a criação deum “fundo público” de capital de riscopara apoiar investimentos no país.“Aquilo que vamos fazer é criar umfundo público, que não vai discutir op-ções de investimento do investidor pri-vado, desde que ele seja credível”,afirmou Ângelo Nelson de Souza.“Não vamos discutir nem a viabilidadedo investimento, nem o objeto da suaparticipação, aquilo que nós vamos seré parceiros de risco. Vamos exigir na-turalmente uma remuneração alta edevolução do capital investido na al-tura certa”, revelou Nelson de Souza.Para o Secretário de Estado do Desen-volvimento e Coesão, o país “precisados empresários da diáspora, não sócomo investidores”, mas tambémcomo “porta de entrada” nos merca-dos onde se conseguiram instalar.Nelson de Souza frisou que Portugalprecisa principalmente de “investi-mento de raiz”, que seja “mais criadorde postos de trabalho, mais gerador deriqueza e mais indutor de exporta-ções”, para o qual existirão “apoiospúblicos e do Estado”, além dos fun-dos comunitários do programa Portu-gal 2020.Por seu lado, o Secretário de Estadoda Indústria também considerou queé fundamental que as várias geraçõesda diáspora se voltem “a identificarcom Portugal” e aproveitem as opor-tunidades existentes para investir nopaís.Segundo João Pedro Vasconcelos, éfundamental para a economia nacio-nal que as diversas Comunidades es-palhadas pelo mundo se voltem “aidentificar com Portugal” e que a mo-

dernização do país também seja apro-veitada para atrair o investimento dos“filhos da diáspora”.Assumindo-se como “filho e neto deemigrantes”, o governante apontou aoportunidade de aproveitar os apoiosdo programa comunitário Portugal2020, que atualmente conta comcerca de 6.000 projetos de investi-mento de empresas aprovados.Também a Secretária de Estado do Tu-rismo, Ana Mendes Godinho, elogiouo papel desenvolvido pelos emigrantesde “passar a palavra” na valorizaçãodo país como destino turístico. “O tu-rismo representa em Portugal 15,3%das nossas exportações nacionais, por-tanto é um setor estratégico importan-tíssimo”, destacou a governante.A Secretária de Estado aproveitou paralançar o repto aos investidores da diás-pora para que “sejam os principais lí-deres do investimento em Portugal”,nomeadamente através do ProgramaRevive, que vai colocar no mercado 30monumentos nacionais “para seremconvertidos em projetos turísticos, derestauração, de animação e culturais”.

Gabinete de Apoio ao Investidor na DiásporaO Gabinete de Apoio ao Investidor naDiáspora (GAID), plataforma do Minis-tério dos Negócios Estrangeiros paraacompanhar projetos empresariais deemigrantes portugueses, acompanhaatualmente mais de 20 projetos, prin-cipalmente de investimento em Portu-gal, rondando os 100 milhões deeuros.Constituído em 2013, o GAID temuma dupla função: por um lado,acompanhar investimentos de emi-grantes em Portugal e, por outro,apoiar portugueses que querem inter-nacionalizar os seus projetos, explicouà Lusa o Embaixador António Alves deCarvalho, Coordenador da plataformadesde fevereiro passado.O GAID acompanha atualmente“acima de duas dezenas de dossiês”,tratando-se sobretudo de iniciativas de

investimento direto em Portugal, numtotal de quase 100 milhões de euros.O gabinete também já criou uma basede dados, em que estão identificadasquase 7.000 micro e pequenas em-presas da diáspora e 66 Câmaras decomércio. A ideia é tornar esta base dedados pública, para que cada empre-sário possa inscrever-se e colocar“nome, origem, país, mercado, área,setor, contactos”, exemplificou o di-plomata.

Encontro “muito positivo”O Secretário de Estado das Comuni-dades Portuguesas, José Luís Car-neiro, avaliou o encontro como “muitopositivo” e anunciou que no próximoano os investidores da diáspora vãoser convidados a repetir a experiênciaem Viana do Castelo.Além de dar a conhecer “um conjuntode instrumentos financeiros e fiscaisque valorizam e apoiam o investi-mento em Portugal”, o encontrovisou, ainda, “criar uma rede de coo-peração e de trabalho para canalizaresses investimentos para os diferentesterritórios de todo o país”, explicouJosé Luís Carneiro. A iniciativa pre-tende ainda, acrescentou, contribuir“para acompanhar aqueles que, es-tando em Portugal, querem investirnas regiões onde existem importantesComunidades portuguesas”.Os diferentes painéis foram modera-dos por jornalistas confirmados, Di-retores ou Sub-Diretores do Diário deNotícias, Jornal de Notícias, Público,Jornal de Negócios, Port;Com e porCarlos Pereira, Diretor do LusoJornal.“Sintra tem todas as condições paracolaborar com os nossos investidoresda diáspora no mesmo plano que co-laboramos com outros investidores”,afirmou no discurso de encerra-mento, o Presidente da autarquia,Basílio Horta (PS), que já presidiu àAICEP. O mais importante é “infor-mar o investidor, não o deixar semresposta, porque isso significa não oconsiderar”.

Encontro organizado pela Secretaria de Estado das Comunidades

Le 21 décembre 2016

CM Sintra / Pedro Tomé

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Nova linhaaérea entreLille e Faro

A companhia aérea low-cost “easy-Jet” anunciou que vai lançar, em2017, mais três novas linhas aé-reas a partir do aeroporto de Lille,e uma delas vai para Faro, no Al-garve.No conjunto, a “easyJet” anunciouque a partir da primavera-verão2017 vai lançar 16 novas linhas apartir de vários aéroportos emFrança. Em declarações à Fran-ceinfo, o Diretor Geral da compa-nhia, François Bacchetta, disseque “quase todas as grandes cida-des de França terão voos da ‘easy-Jet’”.Segundo o Diretor Geral da com-panhia, as novas rotas vão criar 72novos postos de trabalho emFrança e a “easyJet” é a segundamaior companhia aérea na Eu-ropa, depois da Ryanair. Cerca de70 milhões de passageiros voarameste ano na companhia, o que cor-responde a cerca de um milhão depassageiros a mais do que no anopassado.

PortuguesaMota-Engilcontratualizaempréstimoscom a BNPParisA Mota-Engil anunciou a contra-tualização de três empréstimos de170 milhões de euros, com o ob-jetivo de alargar a maturidade dadívida, em comunicado divulgadona página da Comissão do Mer-cado de Valores Mobiliários na In-ternet. Um dos empréstimosrespeita a 90 milhões de euros,tem uma maturidade de cincoanos e paga a taxa Euribor acres-cida de 3,25%.O organizador deste empréstimo éo ramo londrino do BNP Paris e osindicato integra as sucursais por-tuguesas do BNP Paris e Bank ofChina (Luxemburgo), bem como aCaixa Geral de Depósitos.Admite-se que o montante desteempréstimo possa ser elevado, pornovas responsabilidades dos ban-cos mencionados ou pela entradade outros.Sobre os restantes 80 milhões deeuros, a Mota-Engil diz apenasque contratualizou dois novos fi-nanciamentos de médio prazocom os bancos Standard e VTB.

10 EMPRESAS

CL Services - Balcão Único do Emigrante

Carla Lobão, 32 anos, natural deEspinho, com formação académicana área do turismo, emigrou paraFrança há cerca de 12 anos. Am-biciosa, curiosa e autodidata pornatureza, sempre considerou que avida é uma aventura e que o espí-rito aventureiro tem de fazer partedo seu dia-a-dia, sem medos, nemreceios.Quando emigrou começou por tra-balhar numa empresa de limpezas,onde permaneceu durante um ano,tempo suficiente para dominar alíngua francesa e tentar a sorte emoutras áreas de trabalho, tais comouma empresa de transporte inter-nacional e uma empresa multina-cional de produtos químicos.Com a experiencia adquirida e comtodo o conhecimento administra-tivo obtido nas grandes empresasonde trabalhou, decidiu criar a suaprópria empresa: um projeto bempensado e inovador.A CL Services nasceu do incentivoque Carla Lobão recebeu da famíliapara criar uma empresa que pres-

tasse serviços administrativos à Co-munidade portuguesa, algo que jáfazia frequentemente quando osamigos recorriam à mesma paratratar de diversos assuntos em en-tidades públicas e privadas.Esta empresa tem como objetivofacilitar, agilizar, e concentrar numsó local, o tratamento de questõesadministrativas, tais como forma-lidades CAF, pedidos de reforma,certidões, declarações de impos-tos, defesa dos direitos dos traba-lhadores, criação de empresas eassistência comercial, assim comoassistência jurídica em parceriacom advogados em Portugal eFrança.Os serviços prestados pela em-presa de Carla Lobão encontram-se disponíveis para a Comunidadeportuguesa no, nos arredores deLyon.

CL ServicesBalcão Único do Emigrante10 rue Roger PlachonVenissieux (69)Infos: 07.77.99.37.77www.clservices.fr

Empreendorismo português em Lyon

Por Paula Martins

Fábrica francesa de máscaras de oxigéniopara aviões supersónicos em Ponte de SorUma empresa francesa que produzmáscaras de oxigénio para aviões su-persónicos vai construir uma fábricaem Ponte de Sor, no Alto Alentejo,num projeto “pioneiro em Portugal”,revelou à Lusa o Presidente do mu-nicípio.Segundo, Hugo Hilário, a empresapretende arrancar com o projeto“entre março e abril de 2017”, noAeródromo Municipal de Ponte deSor, distrito de Portalegre, prevendocriar “até 35 postos de trabalho”.Observando que, em Portugal,“ainda não é fabricado” este tipo deproduto na área da aeronáutica, oPresidente da Câmara municipal in-dicou que a empresa francesa, já de-tentora uma unidade fabril em

Espanha, quer “expandir o seu ne-gócio no mercado europeu e nos paí-ses da lusofonia”.“Felizmente, conseguimos atrairpara Ponte de Sor esta fábrica, apósvários contactos entre as partes (Câ-mara e empresa). O Administradorda empresa visitou o aeródromo emanifestou total interesse face àsnossas infraestruturas e conteúdos jásediados naquela área”, disse.O autarca explicou que a empresavai desenvolver inicialmente o pro-jeto em infraestruturas já existentes,no Aeródromo Municipal de Pontede Sor, para, depois, “no espaço deum ano”, avançar com a construçãode uma nova infraestrutura e ampliara sua atividade.

“Nas infraestruturas que vai cons-truir, a empresa prevê investir cercade um milhão de euros. Na primeirafase deste projeto vão ser criadoscerca de 12 postos de trabalho e, apartir de 2018, entre os 25 a 35postos de trabalho, o que é ótimo”,disse.Além da sede dos meios aéreos daProteção Civil, o Aeródromo Munici-pal de Ponte de Sor, que tem umapista de aviação com 1.850 metros,alberga um corpo permanente de in-tervenção, salvamento e socorro doaeródromo, uma empresa de compo-nentes para aviões e uma empresa demanutenção de aviões ultraleves.No aeródromo está ainda sediadauma unidade do Aeroclube de Portu-

gal, com a vertente dos planadores,uma empresa de produção de drones,uma de componentes aeronáuticos euma de manutenção aeronáutica,além de uma escola internacional depilotos de aviação.Ainda no mesmo espaço, está insta-lado um Campus Aeronáutico, quedá apoio aos alunos da academia depilotos e onde é ministrado um cursosuperior de produção aeronáuticapelo Instituto Politécnico de Setú-bal.“Atualmente, o aeródromo já crioumais de 200 postos de trabalho. Nospróximos tempos vai ainda criarmais emprego, com a evolução detodas as infraestruturas que lá exis-tem”, salientou o autarca.

BES: Bloco e PSD querem saber se Governotem solução para emigrantes lesadosO Grupo parlamentar do Bloco de Es-querda (BE) questionou na semanapassada o executivo socialista sobre sea solução anunciada para resolver oproblema dos lesados do BES tambémengloba os emigrantes que residem emFrança e na Suíça.“Neste novo acordo anunciado paraos lesados do papel comercial doBES está englobado o conjunto dePortugueses não residentes em terri-tório nacional, nomeadamente o con-junto de Emigrantes Lesados peloBES a residir em França e naSuíça?”, lê-se numa pergunta en-viada ao Presidente da Assembleiada República, Ferro Rodrigues, cujodestinatário é o Primeiro-Ministro,António Costa.“Sabemos que os lesados terão conhe-

cimento da versão final do acordo atéao final deste mês. Para que data estáprevisto serem devolvidos os depósitosdos Portugueses residentes em territó-rio nacional e dos emigrantes portu-gueses lesados do BES e em quemoldes será efetuada essa devolu-ção?”, acrescentou o BE.As questões são assinadas pelos Depu-tados Pedro Filipe Soares, MarianaMortágua e Domicilia Costa, que vin-cam que “o Banco Espírito Santo(BES), de uma forma fraudulenta, pôsem causa as poupanças de uma vidade um alargado conjunto de pessoas”.“Entre as pessoas lesadas do BESestão emigrantes portugueses que in-vestiram as poupanças de vidas intei-ras de trabalho, poupanças de quemuitos e, nomeadamente, os reforma-

dos, dependem para viver e cuja priva-ção coloca em situações de desespero.É urgente a resolução desta situação”,realça o BE.O BE assinala ainda que “não éconcebível que seja apresentadauma solução aos lesados do papelcomercial sem que exista tambéma preocupação de responder aos le-gítimos anseios dos emigrantes le-sados pelo BES”.Três Deputados do PSD também ti-nham enviado uma pergunta parao Presidente da Assembleia da Re-pública, Ferro Rodrigues, cujo des-tinatário final é igualmente oPrimeiro-Ministro, António Costa,sobre as soluções planeadas paraos emigrantes lesados do papel co-mercial do BES.

José Cesário, Carlos Gonçalves eCarlos Páscoa pedem ao líder doexecutivo socialista que os informesobre “as soluções que o Governopretende levar a efeito para apoiaros emigrantes e outros não-resi-dentes penalizados pela aquisiçãode papel comercial e de outros pro-dutos de poupança do ex-BancoEspírito Santo” (BES).Os lesados do papel comercial dasempresas do Grupo Espírito Santo(GES) vendido aos balcões do BESvão poder recuperar até 75% docapital investido, disse na terça-feira o advogado Nuno Vieira àLusa, dando conta dos resultadosda reunião do grupo de trabalhosobre esta matéria realizada na se-gunda-feira da semana passada.

Le 21 décembre 2016

LusoJornal / Paula Martins

ENSINO 11

lusojornal.com

Entrega de diplomas no Consulado de Lyon

No sábado passado, dia 17 de dezem-bro, no salão nobre do Consulado geralde Portugal em Lyon, foi organizada aentrega de diplomas de ELVE e deEILE aos alunos que frequentaram oano letivo 2015/2016, com a pre-sença do Maire de Monluel, DaubieRomain, a Cônsul Maria de FátimaMendes, o Conselheiro das Comunida-des Manuel Cardia Lima e elementosda direção da associação portuguesade Montluel (01), Maria do Céu Barrosda Silva, João da Silva e Filipe Mar-ques.No seu discurso de abertura a Cônsul-Geral Maria de Fátima Mendes desta-cou os valores da língua portuguesa etambém todos aqueles que no seu diaa dia participam para o seu desenvol-vimento e espaço no mundo. Por suavez o Mairie Daubié Romain agradeceu

e felicitou todos os atores desta inicia-tiva e prometeu sempre ser um par-ceiro fiel e ajudar a Comunidadeportuguesa residente em Montluel aconcretizar as suas manifestações.“As provas tiveram lugar em fim demaio e hoje foram entregues os diplo-mas a cerca de duas dezenas de alu-nos que tiveram uma nota superior àmédia europeia. A aluna Sara Ferreirafoi a que obteve a nota mais alta e es-tamos orgulhosos por ela e também portodo o trabalho dos pais e nós mesmas,as professoras” disse ao LusoJornal aprofessora Catarina Martins. “Eu estouem Lyon, em Villeurbanne, e nos arre-dores, e tenho cerca de 350 alunos aosquais dou aulas no nível primário. Asaulas são às quintas-feiras e aos sába-dos, e em Villeurbanne todos os diasdas 16h30 às 18h00.Temos registradoum aumento no interesse pelo ensinodo português” disse a professora.

Filomena Rossas também é professorae vive em Izernore. Dá aulas em Oyn-nax, Belgarde e St Claude. “Acolhocerca de 250 alunos do nível ELVE noprimário, colégio e liceu. Hoje todos

nós, alunos e professores, estamosmuito felizes por vivermos esta ceri-mónia, onde agradecemos também otrabalho dos pais e todo o seu inte-resse pela língua e cultura portu-

guesa” disse ao LusoJornal.“Esta cerimónia traduz bem o inte-resse pela cultura portuguesa dos lu-sodescendentes nos departamentos01 e 38. Agradecemos em especial aMaria do Céu Barros por todo o seuempenho para que isto aconteça”disse ao LusoJornal Nair Ferreira, queleciona em Montluel, em vários níveisde ELVE.A Coordenadora do ensino de portu-guês em França, Adelaide Cristóvão,ausente nesta cerimónia por razõesprofissionais, enviou uma mensagemlida pela Cônsul Geral Maria de Fá-tima Mendes, a todos os presentes edirigida aos alunos, seus pais e pro-fessores, agradecendo todo o interessee o empenho no ensino do português.No fim da cerimónia, um “Copo daamizade” foi servido a todos os pais,professores, e amigos da cultura por-tuguesa.

Por Jorge Campos

Le 21 décembre 2016

Aos alunos que frequentaram o ano letivo 2015-2016

Grenoble: Fête de Noël à Ecole Elementaire Anthoard

Le vendredi 9 décembre, en fin dejournée, à Grenoble, l’Association Ci-randa a organisé une fête à l’École élé-mentaire internationale Anthoard, quia rassemblé plus d’une centaine etdemie de personnes, adultes et enfantstous confondus. Au préalable, desmembres de l’association, pour la plu-part des parents d’élèves qui font duPortugais à l’école, avaient bénévole-ment et soigneusement préparé desmets succulents. Ensuite, ils enavaient établi des doses individuellesdans des assiettes constituées chacunepar une petite part de chaque plat: unepetite dose de pâte de thon mélangéeavec de la mayonnaise - délicieuse -,de petits beignets à la morue - aussidélicieux que le plat précédent -, unepetite salade pour réussir à tout biendigérer et de petits brigadeiros commedessert. Pour accompagner l’ensem-ble, du Vinho Verde. Tout le mondes’est bien régalé!Après le repas, les gens ont eu droit àun petit spectacle présenté par ungroupe folklorique de danse typique

portugaise, «Alegria do Minho» de Tul-lins-Fures. L’une des mamans del’école, membre du groupe, avait invitéles camarades de sa troupe à se pro-duire là-bas. Au son bien rythmé desmélodies jouées par des instrumentstypiques tels la concertina, le bomboet le reque, et chantées par des canta-trices qui ne se font pas du mal à ex-primer par la voix ce qui ressort de leurâme. Nous avons donc pu profiter d’un

moment fort décontracté.A l’issu du spectacle, avait lieu le tirageau sort de la tombola organisée parl’association quelques semaines aupa-ravant. Jambon, tablette numérique etautres nombreux lots venaient récom-penser les gagnants.L’argent collecté avec cette tombolaservira comme fond de soutien finan-cier à un voyage au Portugal que lesélèves de Portugais de l’école Anthoard

feront prochainement. Cela devientune activité menée régulièrement et lesélèves en reviennent à chaque fois ravisd’avoir fait connaissance sur place, là-bas, de tant de choses qu’ils appren-nent durant l’année scolaire: il n’y arien de mieux que de constater in lococe que l’on apprend parfois trop loin dela réalité envisagée.Parmi l’ensemble des personnes quiétaient présentes à la fête vendredidernier, on pouvait compter cinqjeunes filles qui sont d’anciennesélèves de Mme da Costa et de la Citéscolaire internationale de Grenoble.L’on s’attend à ce que, dans quelquesannées, leurs enfants - comme les en-fants d’autres anciens élèves - pren-nent le relais de ces jeunes gens etfassent partie des effectifs des élèvesde Portugais à Grenoble. De toutefaçon, les candidats à l’étude de lalangue de Camões sont de plus en plusnombreux sur place, il n’y a rien àcraindre concernant cet aspect.Vendredi soir donc, l’ambiance festivel’emportait sans doute sur n’importequel souci que l’on puisse se faire,d’autant que Noël approche en appor-

tant avec lui la joie typique qui le ca-ractérise. Les parents de l’École élé-mentaire internationale Anthoards’attendent surtout à ce que, dès la finde cette année, 2016-2017, le nom-bre de candidats admis à l’entrée en6ème à la Cité scolaire internationalede Grenoble sera bien supérieur quel’année dernière et qu’il s’établirad’une façon pérenne sur des chiffresconvenables. Les élèves de l’École élé-mentaire internationale Anthoard pour-ront ainsi poursuivre dignement, à unniveau poussé, le type d’apprentissagequ’ils auront entamé dès l’école élé-mentaire. Après les démarches tout ré-cemment menées auprès des servicesfrançais et des services portugais quis’occupent institutionnellement del’enseignement du Portugais enFrance, les parents se disent que toutecette affaire sera définitivement réglée.Les débouchés à la fin du cycle pri-maire pour ce qui est du Portugais vontsûrement bientôt s’agrandir. Des pa-rents qui s’investissent tellement dansl’éducation de leurs enfants que ne lefont ceux de l’Association Ciranda leméritent largement.

Par Manuel Ramos

Secção Internacional Portuguesa

Diretora da Biblioteca da Gulbenkian visitou Pontault-CombaultO Instituto Lusófono e a AssociaçãoPortuguesa Cultural e Social (APCS)de Pontault-Combault convidaram,nos passados dias 9 e 10 de dezem-bro, a Diretora da Biblioteca do CentroCultural Calouste Gulbenkian emParis, Filipa Medeiros a visitar as suasinstalações e fazer uma apresentaçãoda biblioteca e dos diversos serviços atodos os pais e alunos presentes paraa ocasião.O grande objetivo deste encontro épermitir que a cultura portuguesa elusófona esteja acessível a todos deforma igualitária. Para quem mora nosarredores de Paris não é prático, pormotivos diversos, deslocar-se a Parispara ir à biblioteca.

Na verdade, também se constata quea maioria dos alunos e dos pais des-conheciam a existência desta biblio-teca portuguesa, com um nome queem nada faz pensar em Portugal: Ca-louste Gulbenkian.Mesmo se conscientes que a biblio-teca Gulbenkian está mais vocacio-nada para estudos universitários,existe literatura contemporânea bas-tante acessível, dvd’s, cd’s, quepodem ser requisitados e permitir umcontacto com a língua e a cultura, nãosó para os alunos, mas também paraa família.“Em janeiro vamos reunir e ver a pos-sibilidade de estabelecer uma parce-ria, permitir que os nossos alunos e

familiares possam através do catálogoonline escolher as obras que lhes in-teressam e à distância de um clic, oumesmo através da consulta de umalista de propostas que a bibliotecaconsidere interessante propôr, criar-mos o ‘Baú Itinerante’ que trará essasmesmas obras até ao Instituto e faci-litará a recolha e entrega das mes-mas” explicou ao LusoJornal aprofessora Débora Cabral Arruda. “Oconhecimento é a única carga quequanto maior for, mais nos ajuda nocaminho da vida e não pesa. A culturadeve ser transmitida e esta é apenasuma pequena sementinha de conhe-cimento que pretendo dar aos meusalunos e aos seus pais”!Philippe Martins

LusoJornal / Jorge Campos

lusojornal.com

Revivez leconcert deBonga àFiest’a Sètesur Trace Toca

En août dernier, la légende angolaisedu Semba, Bonga, était sur la scènedu festival Fiest’A Sète. La chaîne detélévision Trace Toca vous propose dedécouvrir ce live exceptionnel, le mer-credi 28 décembre, à 20h00.Bonga - de son vrai nom José AdelinoBarcelo de Carvalho - fait aujourd’huipartie intégrante du patrimoine musi-cal angolais. En 40 ans d’une carrièrequi a dépassé les frontières de sonpays, cet artiste a donné une voix à lamusique afro-lusophone, au mêmetitre d’ailleurs que sa grande amie Ce-sária Évora.Bonga a donné un show sensationnelet a transporté pendant plus d’uneheure les Sétois de l’Angola au Brésilen passant par le Cap-Vert. La star aprésenté à un public conquis une sé-lection des titres qui ont fait son suc-cès dont le célébrissime «Kaxexe».Lancée en 2014, Trace Toca est lapremière chaîne musicale en portu-gais exclusivement consacrée à laculture et aux musiques afro-luso-phones. Disponible en Angola et auMozambique sur DStv (canal 590),en France sur la fibre de Numericableet de SFR (canal 262), sur l’ADSL deSFR (canal 620) et sur Free (canal272), Trace Toca propose les meil-leurs sons d’Angola, du Mozambique,du Cap-Vert, du Brésil et de la Ca-raïbe (kizomba, kuduro, zouk, cabolove, semba, samba, afro house, afropop…), ainsi que des interviews ex-clusives d’artistes lusophones, desconcerts et des émissions spéciales.

Trace TocaDiffusion: le mercredi 28 décembre,20h00Rediffusion: vendredi 30 décembre,21h00 et dimanche 1er janvier,16h00Durée: 69 minutes

12 CULTURA

Luísa Semedo venceu Prémio Literário e de Ilustração Eça de QueirozLuísa Semedo venceu o Prémio Literá-rio e de Ilustração Eça de Queiroz como conto intitulado “Céu de Carvão, Marde Aço”, acrescentando, assim, umafaceta literária à sua já multifacetadavida pública.A Conselheira das Comunidades Por-tuguesas, eleita por Paris, antiga Pre-sidente da CCPF, doutorada emFilosofia e ativista política concorreu aoPrémio Literário - que tinha como tema“Os Desafios da Europa: Racismo,Emigração e Refugiados” - com umconto que narra a viagem de KimiaBenda-Nzuji desde a República Demo-crática do Congo até à Europa.A protagonista, doutoranda na Univer-sidade de Kinshasa a preparar umatese sobre Diogo Cão - “uma referênciaà colonização portuguesa”, confessa aautora - depois de um acontecimentotrágico, vê-se obrigada a fugir do país,carregando nos braços a sua pequenafilha. Uma travessia de terra e de marque retrata a catástrofe humanitária“que se tem prolongado ao longo des-tes últimos anos e que já quase passadespercebida por se ter tornado tãobanal”, disse Luísa Semedo ao Luso-Jornal, acrescentando que “a travessiade barco do Mediterrâneo nos nossosdias faz, de certa forma, lembrar a tra-

vessia que os navios negreiros portu-gueses e europeus faziam do Atlântico

há não muitos séculos”.O título do conto - “Céu de Carvão, Mar

de Aço” - diz a autora premiada, “éuma metáfora entre o nome original daUnião Europeia, Comunidade Europeiado Carvão e do Aço (CECA), e a atualsituação criminosa e desumana daqual a sociedade ocidental é cúmplicee em grande parte responsável, aban-donando à sua sorte milhares de refu-giados que fogem das guerras quegangrenam África e o Médio Oriente,retendo os sobreviventes em “Selvas”e entre muros de pedra e de arame far-pado”.A autora considera que o objetivo ini-cial da fundação da União Europeia, “apartilha dos ganhos da produção doaço e do carvão com uma África san-grada por séculos de colonização e es-cravatura”, não foi cumprido, visto que“África continua a ser esventrada e osseus povos sacrificados”.Para Luísa Semedo, a Literatura “é es-sencial na compreensão do mundo e éuma arma poderosa contra a insensi-bilidade e a intolerância”, acrescen-tado “que a ficção nos permite maisfacilmente adotar o ponto de vista doOutro através da identificação com umpersonagem singular, o que promove onosso sentimento de empatia em rela-ção a uma experiência que difere danossa”.

A literatura como arma contra o racismo

“Brinquedos rurais tradicionais”, livro invulgar apresentado em Paris

Apresentado no Consulado Geral deParis, pela PortugalMag Edições, estelivro de um interesse inédito, escritopelo professor Mário Neto, leva-nosuns para o país dos sonhos e outrospara a curiosidade de conhecer algonunca visto nem experimentado.O livro “Brinquedos rurais tradicio-nais”, é importante porque nos des-creve um pouco da tradiçãoportuguesa, os costumes que são amanifestação cultural de uma socie-dade, a sua visão do mundo, os seususos e valores.Os usos e costumes são a maneira deuma sociedade manifestar as suas tra-dições e de divulgar a sua cultura.A tradição de um país é muito impor-tante, porque sem ela não se faria atransmissão de costumes, comporta-mentos, memórias, rumores, crenças,

lendas, música, para pessoas de umaComunidade sem a transmissão des-ses elementos, de geração em gera-ção, apagava-se a cultura geral dopróprio país.Se bem que este livro nos fale da Es-tremadura (faixa litoral no centro doterritório, compreendendo os conce-lhos dos distritos de Leiria, Lisboa eSetúbal), nós encontramos algunsdestes jogos um pouco por todo lado,em Portugal.Nesta viagem no tempo, como diz oautor, quem não se lembra das troti-netas, das andas, dos moínhos, dopião, etc., etc.Além de tudo mais, Mário Neto fazuma excelente caracterização socialda época, o que poderá trazer-nosuma muito importante explicação decertos usos e costumes.“Brinquedos rurais tradicionais” estáà venda na Portugal Mag Edições.

Por Maria Fernanda Pinto

Teatro do CalaFrio apresentou “O Ingénuo” de Voltaire na GuardaO Teatro do CalaFrio estreou na se-mana passada, “O Ingénuo”, de Vol-taire, que ficará em cena até sábado,no pequeno auditório do Teatro Muni-cipal da Guarda.Segundo a Calafrio - Associação Cul-tural, que tem sede na cidade daGuarda, trata-se da sua quinta produ-ção teatral que é baseada numa obrade sátira à doutrina cristã e à corrup-ção, no seio do Governo francês no sé-culo XVIII. A peça fala de um índio,

um nativo do Novo Mundo, “o ingé-nuo” convertido ao catolicismo, quevisita a terra dos conquistadores eavalia os costumes, de acordo com oseu olhar.A adaptação é de Daniel Rocha e aencenação pertence a Américo Rodri-gues. O espetáculo tem interpretaçãode Américo Rodrigues, Ana Couto,Carlos Morgado, César Prata, DanielRocha, Fátima Freitas, Luciano Ama-relo, Suzete Marques e Valdemar San-

tos.A assistência de encenação é de Da-niel Rocha, o desenho de luz pertencea José Neves, a banda sonora está porconta de Cristina Fernandes, oguarda-roupa é da responsabilidadede Ana Couto e a operação de som ede luz de Alexandre Costa.“O Ingénuo” de Voltaire é a quintaprodução teatral da associação Cala-frio. O Teatro do CalaFrio surgiu no iní-cio de 2014, na cidade mais alta do

país, por iniciativa de agentes cultu-rais com um passado “muito intenso”na dinamização cultural da cidade.“Muitos deles criaram e dinamizaramgrupos como o Aquilo e Luzlinar, aomesmo tempo que ajudaram o movi-mento associativo do distrito a crescere a afirmar-se”, lembra a associaçãoem comunicado.A Calafrio tem sede na antiga escolaprimária do Rio Diz, na cidade daGuarda.

Le 21 décembre 2016

LusoJornal / Mário Cantarinha

Todas as semanas, estamos ao seu lado

CULTURA 13

lusojornal.com

Carla Marisa Pais, Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís 2016

Carla Marisa Pais, natural de Leiria ea viver na zona parisiense desde2012, aos 37 anos venceu o PrémioLiterário Revelação Agustina Bessa-Luís 2016.Instituído pelo Casino Estoril-Sol, oPrémio destina-se a romances inédi-tos de autores portugueses sem obrado género publicada. O romance“Mea Culpa” sagrou-se, assim, ven-cedor, por maioria do júri, da 9ª ediçãoque foi presidida por Guilherme d’Oli-veira Martins e será publicado pelaGradiva em 2017.Amante de Literatura e leitora com-pulsiva, esta mãe de dois adolescen-tes já havia sido premiada nas áreasda poesia (3º lugar do Prémio LiterárioAgostinho Gomes 2015, com opoema “Assimetria dos Lábios”) e doconto (1º lugar do Prémio LiterárioHorácio Bento Gouveia 2015, com “AAlma do Diabo”).

É inegável o badalar poético na suaescrita, já visível no conto “A Alma doDiabo”. Qual é o lugar da poesia nasua prosa?A poesia é uma forma de estar. Umaoutra forma de ver o mundo. Há poe-tas que me deslumbram e o facto detambém escrever poesia talvez inter-fira na minha prosa. Aliás, a prosa ésempre alinhavada nessa forma deestar e ver o mundo. Mais crua oumenos crua, a minha vai saindo poé-tica… Até porque há desgraças queprecisam de um certo embeleza-mento, e isso só as palavras podemdar.

Além de referir essa vertente poética,o júri também salientou o duro pata-mar de existência humana e social

narrada na obra, a miséria e a deca-dência sob formas violentas. De ondevem essa capacidade de despir ospersonagens?Não tenho capacidade nenhuma paraescrever um livro onde a cronologia éfio condutor. As minhas histórias sãodetalhistas, baseiam-se no pormenorda ação ou do gesto para mostrar todoo caracter do personagem. Não sei ex-plicar um homem arrogante, mas seidizer que as palavras lhe engrossamna boca, por exemplo. Talvez seja aisto a que o júri se referiu quando ava-liou a obra.

Essa habilidade para “dizer as pala-vras que lhe engrossam na boca” tam-bém se aprende com a leitura? Qual opapel da leitura na escrita?

A leitura para mim é um prazerenorme. Uma necessidade extremade me isolar do mundo. Nunca seriapossível escrever, fosse o que fosse,sem ter lido tudo o que li. Para quemgosta de escrever, a leitura é umefeito, a escrita a consequência.

E os Prémio Literários? Existem es-critores que os desvalorizam, mesmoaqueles que já os venceram. É dessaopinião?Para mim o interessante dos prémiosliterários é a ata do júri, a análiseque é feita da obra. O reconheci-mento qualitativo de um determi-nado texto, tudo o que vai para alémdisso não me interessa. Mas vencerum prémio literário e depois desva-lorizá-lo parece-me um pouco incoe-

rente, mas quem sou eu para julgaropiniões…

A emigração, a vinda para França,mudou a sua vida? Leiria e Paris sãomuito diferentes…Leiria é uma cidade em constantecrescimento, uma cidade na qualapetece viver. Paris é a cidade da luz,a cidade que eu já não troco pornada. É evidente que a vinda paraFrança mudou a minha vida, deu-memais tempo para ler e escrever, deu-me a opção de trabalhar a tempo in-teiro ou a meio tempo sem que issointerferisse no orçamento familiar. Eisso fez de mim uma pessoa apazi-guada com a vida, uma pessoa feliz.

E o facto de ser uma pessoa feliz,essa vida fora de Portugal deu-lhemais energia, maior motivação para aescrita?Não foi a vida fora de Portugal queme deu mais energia ou motivaçãopara a escrita, foram antes as condi-ções que encontrei fora do meu país.Condições essas que me permitemuma calma absoluta para os livros.

Considera o meio literário portuguêselitista? Acredita que a distância, ofacto de viver no estrangeiro, podeprejudicar-lhe a carreira?Eu não conheço nada do meio literá-rio português, nada do que envolva oshow off dos livros, não posso, por-tanto, afirmá-lo elitista ou outra coisaqualquer. Nem isso a mim me im-porta muito. Nem tão pouco mepassa pela cabeça fazer carreira noslivros, não tenho obrigações nenhu-mas para com ninguém. Vivo emFrança, escrevo o que quero, quandoquero e concorro ao que me apetecer.Nada mais para além disso.

Autora está radicada em Paris desde 2012

Por Nuno Gomes Garcia

Obra sobre o organista Antoine SibertinBlanc foi apresentada em LisboaO livro sobre a vida e carreira dofrancês Antoine Sibertin Blanc(1930-2012), que foi organista titu-lar da Sé de Lisboa, coordenado pelaviúva, Leonor de Lucena Sibertin-Blanc, foi apresentado no sábadopassado em Lisboa.A obra, “Ad Memoriam”, constituídapor duas partes, uma biográfica, deautoria de Leonor de Lucena Siber-tin-Blanc, e uma segunda com cercade 50 testemunhos de ex-alunos, co-legas, amigos e admiradores, foiapresentada na Sé de Lisboa, porDuarte Pereira Martins, vice-Presi-dente do Movimento Patrimonialpela Música Portuguesa (MPMP),que chancela esta edição. “A obrainclui ainda um conjunto de páginasa cores com fotografias relativas aopercurso biográfico do organista”.Na sessão de apresentação atuou acontralto Susana Moody e o orga-nista António Duarte, que sucedeu aBlanc Sibertin como titular da Sé deLisboa.No preâmbulo de “Ad Memoriam”,a viúva escreve que reuniu “algunsapontamentos biográficos” que irão

esclarecer sobre a figura do orga-nista, e realça “os testemunhos re-colhidos” que revelam “as váriasfacetas da personalidade de AntoineSibertin-Blanc, enquanto professor,organista e improvisador e, ainda,enquanto ser humano”.“Convido assim o leitor a percorrerestes documentos, ricos e expressivospela sua autenticidade, pois vêm da-queles que lidaram de perto com An-toine Sibertin-Blanc, uns de umaforma, outros de outra; uns duranteanos a fio, no caso dos alunos ou dealguns colegas; outros durante vidasinteiras, no caso dos eclesiásticos; ou-tros, ainda, de forma mais ou menosassídua, no caso dos seus colaborado-res e (ou) admiradores”, escreve Leo-nor de Lucena Sibertin-Blanc.O Cardeal-patriarca Manuel Cle-mente assina o prefácio e refere que,na década de 1970, “estava quaseinterrompida a brilhante tradiçãomusical litúrgica da Sé Patriarcal deLisboa”.O organista chegou a Portugal na dé-cada de 1960, vindo da paróquia deS. José, na Cidade do Luxemburgo.

A 24 de abril de 2011, numa entre-vista ao Voz da Verdade, recordoueste momento: “Cinco anos depoisde estar em S. José no Luxemburgo,senti vontade de ir embora. Foi entãoque um colega francês, que estavacontratado para assinar pelo Centrode Estudos Gregorianos de Lisboa,desistiu e telefonou-me para saberse eu estava interessado naquelecargo… E eu estava interessado, evi-dentemente! Cheguei então a Lisboaem 1961, há cinquenta anos, e co-mecei a lecionar órgão e harmoniamusical”.Quando em 1965 foi consagrado oórgão D.A. Flentrop da Sé, SibertinBlanc apresentou a sua candidaturacomo organista e foi escolhido. “Fi-quei muito feliz, porque era o meusonho ser organista de uma catedral!Recordo-me de quando era novo, eestava em Paris, gostava muito de iraté à catedral de Notre Dame ouviros órgãos. A minha paixão nasceudesde então e nunca foi quebrada!”,afirmou na mesma entrevista.Foi organista titular durante 47 anos,tendo começado por acompanhar os

ofícios pontificais e, mais tarde, atocar todos os domingos nas celebra-ções.Sobre o seu ofício declarou ao sema-nário diocesano: “Eu gosto muito doque faço e estou ainda à procura deassimilar a liturgia. Nas celebrações,vive-se muito à base da improvisa-ção, porque não se pode tocar obras,uma vez que as celebrações não sãoconcertos. É muito difícil integrarobras escritas no meio de uma cele-bração litúrgica. É tudo à base daimprovisação, por isso é muito inte-ressante nesse aspeto”.O músico sublinhou a sua funçãode “organista litúrgico” que apon-tou como “muito diferente de umorganista de concertos”. “Eu fui for-mado em Paris, na Escola CésarFrank e no Conservatório de Paris,e os estudos de organista eram emfunção da liturgia e de acompanhara liturgia. Estava baseado sobre oacompanhamento, a harmonizaçãoe sobre a improvisação. Procureitambém transmitir aos meus alunoseste espírito litúrgico”, disse naocasião.

Le 21 décembre 2016

«…e realidade»,de Patrick Caseiro

Après la présentation de ce recueil depoèmes, de Patrick Caseiro, auConsulat du Portugal à Paris, en mars2011, lors d’une performance encompagnie de Dan Inger et de Ma-riana Ramos, nous le proposonsmaintenant ici à nos lecteurs, en guisede clin d’œil à cette année qui s’ap-prête à quitter la scène du monde. Cardans «…e realidade» (Corpos Editora,2008), l’auteur nous invite à regarderla vie comme un théâtre permanent.En effet, en épigraphe du livre figureune citation de Monzaemon Chika-matsu, dramaturge japonais: «L’art sesitue dans l’intervalle, mince commela peau, qui sépare la vérité du men-songe». Ainsi, comme dans le jeu demots contenu dans le titre du recueil,Patrick Caseiro nous place d’embléesur cette frontière oscillante et fragileentre le réel et l’irréel, entre la vérité etle mensonge, en équilibre précaire au-dessus de la scène du monde, avec«ses vertus, ses vices et ses peurs».À travers ses «petites histoires» et sespersonnages, l’auteur, lyrique et sen-timental, toujours lucide, explore etnous aide à décrypter ou à tester la«viscosité de nos sentiments» tels quel’amitié, l’amour ou le désir, souventavec une dose sobre de sensualité oud’érotisme, d’ironie ou de tendresse.Et il le fait en trois langues: la plupartdes poèmes sont en portugais, troissont en anglais et quinze en français.Un bon nombre d’entre eux nous en-traînent dans les rues de Paris, surtoutle Paris by night. Comme sur une im-mense scène théâtrale ou musicale,que Patrick Caseiro affectionne toutparticulièrement, nous voyons défilerles tableaux d’une comédie humaine,avec ses passions et ses désillusions,ses vices et ses vertus.Né en France, Patrick Caseiro est partitrès tôt au Portugal, puis revenu enFrance en 1988, à l’âge de 16 ans.Après des études littéraires, puis uneformation en journalisme et com-merce international, il exerce plusieursactivités, dont celle d’enseignant. Fon-dateur du groupe musical Pat Kay &The Gajos, il a été aussi co-fondateurdu Cercle des Poètes Lusophones deParis et d’Accord’Art.

DominiqueStoenesco

Un livre par semaine

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Apoio à Inter-nacionalizaçãodas Artes vai financiar 29 projetos, alguns paraFrança

O programa de Apoio à Internacio-nalização das Artes, dotado com400 mil euros, vai financiar 29projetos “abrangentes de uma di-versidade de áreas disciplinares”,anunciou na semana passada aDireção-Geral das Artes (DGArtes).Na área da arquitetura foi apenasaprovado o projeto de Carrilho daGraça, que receberá 47.000euros, e que envolve países comoa Espanha, França, Colômbia,Brasil, Uruguai e Argentina. Este éo projeto com o apoio financeiromais elevado dos 29 escolhidos.Numa disciplina que cruza diferen-tes artes, que o concurso denominacomo “cruzamentos”, são apoiadosdois projetos: “Noite”, apresentadopela cooperativa cultural Circolando,com 20.500 euros, e que inclui Es-panha, Estados Unidos e Brasil, e,com cerca de 10.000 mil euros, oprojeto “Big collective_ Ocupa #01”, apresentado pela cooperativacultural AUAUFEIOMAU, que sedesenvolve com Espanha, Alema-nha, França e Escócia.O júri para este concurso, abertoem julho último, foi constituído porCatarina Saraiva, curadora, produ-tora e investigadora de artes per-formativas, Maria João Correia, dadivisão de Ação Cultural Externa,do Camões - Instituto da Coopera-ção e da Língua, e Paulo Carretas,da Direção de serviços de Apoio àsArtes, da DGArtes.Este programa de apoio visa a “va-lorização do trabalho autoral por-tuguês, a representação eminiciativas internacionais de reco-nhecido prestígio e grande visibili-dade, a mobilidade na Europa e ofomento de relações culturais pro-pícias ao debate atualmente críticopara um futuro de coesão, susten-tabilidade, democracia e inclu-são”.As atividades a desenvolver em 26países, no âmbito deste programade apoio, são relativas a este anoe decorrem ao longo 2017. ADGArtes realça que há uma“maior incidência no continenteeuropeu e no continente ameri-cano, com 32 e 18 propostas, res-petivamente.Em dança, a presença do Pensa-mento Avulso, em Lyon, com4.600, foi outro projeto aprovado.

14 CULTURA

João Moniz expõe em SintraRepresentado em importantes cole-ções públicas e privadas em Portugal,como as Fundação Calouste Gulben-kian, Fundação Serralves, FundaçãoCupertino de Miranda, Fundação D.Luís, Caixa Geral de Depósitos, entreoutras, mas também no estrangeiro,João Moniz expõe em Sintra algumasdas suas obras na Galeria Municipaldo MU.SA - Museu das Artes de Sin-tra.A exposição foi inaugurada oficial-mente no dia 17 de dezembro e de-corre até 18 de janeiro de 2017, como apoio do atual Presidente da CâmaraMunicipal de Sintra, Basílio Horta, nacircunstância representado pelo seuvice-Presidente, Rui Pereira, a queigualmente assistiu o Cônsul Honorá-rio de Portugal em Orléans, José dePaiva, e muito público, incluindo ou-

tros artistas amigos.Nascido em 1949, em Lisboa, masradicado em Paris, onde tem um ate-lier na zona de Montmartre, no céle-bre Bateau-Lavoir, João Moniz é oPresidente da Associação dos artistasdesta instituição desde há vários anos.João Moniz conta no seu ativo mais de90 exposições individuais e 200 ex-posições coletivas, 25 salões e feirasinternacionais de arte, entre as quaisBasileia, Dusseldórfia, Paris e Madrid,ou ainda Macau e China. Desta vez,expõe 52 das suas obras no Museu deSintra sob o tema “Memórias doOriente”, como reflexo e recordaçãodas estadias efetuadas nestas regiõesdo globo e a antecipar uma exposiçãode prestígio que terá lugar em abril de2017 na Assembleia da RepúblicaPortuguesa.

Cultura

Récital de piano à 4 mainsavec Bruno Belthoise et João Costa Ferreira

Samedi dernier, l’église Scots Kirk -l’église écossaise de Paris - a ac-cueilli le récital de piano à 4 mains,avec Bruno Belthoise et João CostaFerreira.Les deux pianistes ont proposé unprogramme «Maîtres français et dé-couvertes portugaises», comprenantdes œuvres de trois compositeursportugais: José Vianna da Motta(1868-1948), Edward Ayres d’Abreu(né en 1989) et António VictorinoD’Almeida (né en 1940). Ils viennentde jouer ce programme le 24 novem-bre 2016 pour antena 2, radio natio-nale de Lisboa où ils ont créé etenregistré la pièce Edward Ayresd’Abreu. Bruno Belthoise et JoãoCosta Ferreira sont des artistes sou-tenus par AvA Musical Editions.Concernant leur duo, les artistes ex-pliquent qu’il s’agit de «partager soninstrument, l’un des privilèges dupianiste mais également une gageurequi impose aux interprètes le défi deréussir cette fusion indispensabledes touchers et des intentions ex-pressives. Lorsque l’expérience estréussie, la formation à quatre mains

devient pure joie musicale dont la di-mension orchestrale se transmet ir-résistiblement au public».Entre les pianistes Bruno Belthoiseet João Costa Ferreira, l’alchimie estde cet ordre et leur rencontre a donnénaissance à un projet commun: élar-

gir le répertoire de la formation pourpiano à quatre mains en comman-dant des pièces à des compositeursd’aujourd’hui et interpréter le grandrépertoire romantique».Bruno Belthoise est pianiste, écrivainet improvisateur. Il a été distingué

par la fondation Laurent-Vibert et areçu le Prix de la Fondation deFrance en 1988. Il a obtenu le Di-plôme Supérieur d’Exécution, enpiano à l’école Normale de Musiquede Paris en 1989 et a été RévélationClassique ADAMI en 1997. Invité ré-gulièrement par les Festivals enFrance et à l’étranger il interprètealors un répertoire passant de J.S.Bach aux compositeurs contempo-rains. Découvreur de partitions, il abeaucoup fait découvrir la musiquedes compositeurs portugais à traversles récitals et conférences partoutdans le monde.De son côté, João Costa Ferreira a ob-tenu son prestigieux Diplôme Supé-rieur d’Exécution en piano de l’EcoleNormale de Musique de Paris. Il adémarré ses études musicales à 11ans au Conservatoire des Arts de Or-feão de Leiria. Il a obtenu différentsprix et a joué dans plusieurs salles despectacles au Portugal, Espagne,France et Hollande. En 2009 il dé-marre son activité de pédagogue,étant invité comme assistant du pia-niste français Jean Martin pour joueret donner des cours à l’UniversitéParis Sorbonne.

Par Clara Teixeira

Le 21 décembre 2016

José de Paiva, João Moniz e Rui PereiraRodrigo Tejana

Exposition decrèches dumonde dansles rues du village de Landogne

Dans le village de Landogne, près dePontaumur, à une quarantaine de ki-lomètres de Clermont-Ferrand, lescrèches du monde sont à l’honneurcélébrant la naissance de l’enfantJésus. Cet événement est devenuune manifestation rituelle au momentde Noël.L’Association «Les crèches duMonde» exposent plus de 120crèches aux fenêtres des maisons,dans des granges, des petites nichesou des vitrines illuminées à la nuittombée, au moment des fêtes deNoël. Cette année encore, du 11 dé-cembre au 1er janvier, de 17h30 à22h00, l’association transforme lepetit bourg en véritable tour dumonde de la nativité.A l’occasion de la 20ème édition, lethème est «Les cinq continents», etvous pouvez y découvrir quatrecrèches du Portugal notamment uneoriginaire d’Estremoz, dans la régionde l’Alentejo.En 2011, l’association avait mis lePortugal à l’honneur.L’accès au village et à l’exposition estgratuit.

Festa de Natalem CourbevoieLa Garenne

A Festa de Natal da Associação Cul-tural Portuguesa de Courbevoie LaGarenne teve lugar na semana pas-sada, com um lanche oferecido atodos os alunos que lecionam na es-cola da associação.A coletividade ofereceu também umaprenda de Natal a todos os 55 alunosque marcaram presença, acompa-nhados na sua grande maioria pelospais e demais familiares.O Presidente José Sousa tem vindo aconsolidar os cursos de Português naassociação e mostrava grande con-tentamento durante a Festa de Natal.

ASSOCIAÇÕES 15

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Concurso de decoração de halls de entrada

Pelo segundo ano consecutivo a asso-ciação ALMA quer homenagear acreatividade dos porteiros de Parisatravés do concurso de decoração dehalls de entrada dos prédios onde tra-balham. Aberto a todos os porteiros, oenvio das fotografias tem que ser feitoaté ao 23 de dezembro. Vários pré-mios serão entregues aos primeirosvencedores, sendo o 1° prémio 2 bi-lhetes de avião ida e volta para Portu-gal. As fotografias são publicadas online pela associação e submetidas aovoto do público.“Um ano muito positivo e com umcrescimento significativo”, foi assimque a Presidente Elisabeth Oliveira,definiu o primeiro ano de existênciada associação ALMA ‘Association desGardiens d’Immeuble à Paris’. E foiem finais de novembro que a Direçãojuntou os membros e amigos da asso-ciação para celebrar este primeiro ani-versário e partilhar um momento deconvívio num restaurante em Paris,juntando mais de 100 pessoas.Inicialmente a equipa contava 3membros, e agora são 6 pessoas: VítorBorges (Tesoureiro), Jessica da Ponte(Advogada), Daniela Fernandes (Ad-vogada), Isabel Lourenço (Psicóloga),e Daniel Rodrigues (Responsável pelacomunicação).A responsável associativa explicouque falava todos os dias com os mem-bros da Direção mas que apenas seviam pontualmente quando necessá-rio. “Através do telefone ou da inter-net conseguimos comunicarperfeitamente”. A associação contacom mais de 100 aderentes e atual-mente recebemos um pedido de ade-

são em cada dois dias.Segundo Elisabeth Oliveira a Conven-ção coletiva não é muito clara e poucoesclarecedora em certos pontos. “Sur-gem muitas dúvidas e somos por con-seguinte bastante solicitados pararesponder sobre certas questões rela-cionadas com o contrato e os direitosque usufruem no quadro do seu tra-balho”. Os limites entre a vida profis-sional e a vida privada são difíceis deestabelecer e podem causar tensões.Elisabeth Oliveira está convicta que “épreciso haver uma barreira para evitarabusos por parte de certas pessoas naresidência de habitação. Afinal nãoestá escrito que devemos guardar aschaves ou se devemos ou não ir pas-sear o cão de algum proprietário.Como fazer? E em que condições?

Será que o pequeno envelope extraque nos dão nas festas de fim de anovale a pena aceitar já que nos subme-temos deste modo a ficarmos maisdisponíveis durante o ano”? Estes sãoalguns dos pontos abordados com osmembros que procuram informaçõese conselhos junto da ALMA.O seu êxito é tal, que Elisabeth Oli-veira está consciente que terá que en-contrar brevemente um espaço parapoder desenvolver melhor a atividadeda associação e “talvez pedir um sub-sídio ao Estado para sermos mais efi-cazes”, confiou ao LusoJornal.Embora a profissão continue a teruma conotação pejorativa, são muitosaqueles que procuram esta profissão.“Há muitos Portugueses ainda jovensà procura deste tipo de trabalho”.

Quanto à Assembleia Geral, está mar-cada já para o mês de fevereiro, comalguns projetos em mente. ElisabethOliveira espera recrutar dois advoga-dos que venham prestar apoio àALMA. A importância de conhecerbem o contrato e as leis de trabalhopode evitar certos problemas e ajudarna obtenção de algumas vantagens.A Presidente da associação evocaainda o seu desejo de organizar umSalão do Porteiro, de forma a “valori-zar a profissão com ofertas de em-prego e porque não declarar o Dia doPorteiro”?O concurso de decoração de entradascom o pinheiro de Natal, que tematraído já muitas candidaturas, re-compensará os primeiros vencedorescom vários prémios interessantes.

Organizado pela ALMA, Association des Gardiens d’Immeuble à Paris

Por Clara Teixeira

Cap Magellan visite l’Ecole Nationale deCommerce de ParisLe lundi 12 décembre, l’associationCap Magellan s’est rendue à l’EcoleNationale de Commerce de Paris(ENC) pour visiter les élèves actuelle-ment en première année de BTS Com-merce International du professeur Luísda Silva.En 2016, cet établissement universi-taire du nord parisien a déjà participéà plusieurs reprises aux actions de CapMagellan. En effet, le 8 octobre der-nier, plusieurs élèves de BTS de l’ENCont été bénévoles lors de la Soirée deGala. Elles ont ainsi pu joindre l’utileà l’agréable car cet acte de bénévolata pu s’inscrire dans leur enseignementcomme «action», travaux pratiques es-sentiels pour la validation de leurannée. De plus, le mardi 11 octobre,l’établissement a également accueillila Tuna «FAN-Farra Académica deCoimbra» qui a transporté les élèvesjusqu’à la plus célèbre ville estudian-tine du Portugal pour l’heure du déjeu-ner.Ce 12 décembre, Cap Magellan a pré-senté à cette classe les divers do-maines dans lesquels agit l’associationet en quoi cette dernière peut leur ap-porter une aide dans leur cursus uni-versitaire et professionnel ou denouvelles connaissances, voire de nou-velles amitiés. En effet, ils ont ainsi pu

découvrir l’action du Département Sta-ges et Emplois de Cap Magellan. D’au-tre part, au sein de cette classe, setrouvait une bénévole régulière de l’as-sociation. Elle a donc pu certifier ledynamisme de l’association et l’atmo-sphère jeune et motivée de l’équipe etdes autres bénévoles lors des diverses

actions menées au cours de l’année,actions également présentées. L’in-tervention s’est achevée sur unetouche musicale avec la diffusion dutitre «Nasce Selvagem» du groupe Re-sistência, une découverte pour beau-coup d’élèves, et un plaisir pour leprofesseur, surpris en train de murmu-

rer les paroles.Cette fin d’année est aussi le momentde prendre de bonnes résolutions. CapMagellan a pour objectif de poursuivreces visites dans les écoles afin de sen-sibiliser les élèves à ses actions et enpromouvoir d’autres au côté des pro-fesseurs et des élèves.

Le 21 décembre 2016

Par Céline Pires

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CongressoMundial dasAcademias doBacalhau realiza-se nailha Terceiraem 2017

O Congresso Mundial das Academiasdo Bacalhau vai realizar-se pela pri-meira vez na ilha Terceira, nos Aço-res, em 2017, e a organizaçãoestima que se desloquem à ilhaentre 400 e 500 pessoas. “É um in-cremento enorme de turismo. Mui-tas destas pessoas estão ligadas aoramo do turismo, têm uma médiade idades muito alta e têm muita in-fluência no meio em que estão inse-ridas”, disse à Lusa o Presidente daAcademia do Bacalhau da Ilha Ter-ceira, Francisco Aquilino Pereira.Segundo o representante da organi-zação do congresso, a iniciativa temum “impacto económico muitogrande” na ilha Terceira, não só peladeslocação de cerca de meio milharde pessoas, mas pela promoção dodestino.As Academias do Bacalhau são as-sociações sem fins lucrativos quetêm como lemas a “portugalidade ea solidariedade”, angariando fundospara causas sociais. A primeira foicriada em Joanesburgo, na Áfricado Sul, em 1968, por emigrantesportugueses e atualmente existemquase 60 academias espalhadaspor todo o mundo. Em França hátrês Academias: em Paris, Lyon eRouen.O 46º Congresso mundial deveriadecorrer, em 2017, no continenteamericano, mas como nenhumadas Academias apresentou candi-datura, a associação açoriana pro-pôs que se realizasse na ilhaTerceira, o que foi aprovado, pormaioria, sem votos contra, na As-sembleia geral do Congresso desteano, que se realizou em Estremoz.O Congresso anual já teve lugar umano em Paris.Este ano, o congresso deverá decor-rer entre 12 e 15 de outubro de2017, incluindo também visitas tu-rísticas, jantares de gastronomia tí-pica da ilha e a possibilidade de osparticipantes se deslocarem a outrasilhas dos Açores.A Academia da Ilha Terceira foi fun-dada há 13 anos e organiza encon-tros mensais, com cerca de 200participantes frequentes. Ao longode mais de uma década a associa-ção já recolheu donativos para com-participar propinas e viagens aestudantes deslocados por exemplo,mas também consultas, óculos, pró-teses dentárias, andarilhos e mó-veis.

16 ASSOCIAÇÕES

Lusodescendante de Tourcoing a participéau Congrès National du Folklore à LeiriaLes 10 et 11 décembre derniers, a eulieu au Théâtre José Lúcio da Silva, àLeiria, le Congrès National du Fol-klore organisé par la Fédération duFolklore Portugais. Le thème de ceCongrès était cette année: «Folklore,entre le matériel et l’immatériel».Virginie Vila Verde, une lusodescen-dante de Tourcoing y était invitée afinde présenter son projet “O Trajar doPovo em Portugal”, fruit d’un travailde recherche long de six années.Devant un auditorium et accompa-gnée d’un de ses collaborateurs, GilRaro, elle a présenté ce travail qui estdevenue l’une des plus complètes bi-bliothèques d’archives virtuelle, surles us et coutumes du peuple portu-gais du siècle dernier.Une vraie mine d’or facilement acces-sible et gratuite pour tous les folklo-ristes du monde entier. Un réel pasde géant pour cette fille d’immigrésque nous avions déjà rencontré en

2013.Virginie Vila Verde n’a pas encore 40ans et elle danse dans les groupes defolklore portugais en France depuisl’âge de 5 ans. Sa mère est originairede Guimarães et était, à l’époque VicePrésidente d’un groupe de folklore.«J’y suis resté jusqu’à l’âge de 20ans» explique-t-elle. Après 12 ans en

région parisienne et une période dequelques mois en Suisse, Virginie VilaVerde est retournée dans le Nord dela France.Mais le groupe avait changé. Lecontexte était différent. Virginie VilaVerde ne s’est pas intégré. Il lui fallaittrouver d’autres occupations en rap-port avec le folklore.

«J’ai toujours aimé l’histoire, la photoet la généalogie». Ces trois passionscombinées la mènent vers la re-cherche historique des us et cou-tumes du Portugal.Cette lusodescendante détient au-jourd’hui une base de données deplusieurs milliers de photos an-ciennes. «Je passe plusieurs heurespar jour à classer et à organiser toutle matériel dont je dispose». Pourquoi? Pour le partager gratuitement avecd’autres folkloristes, pas seulementen France ou dans d’autres pays,mais également au Portugal.Pour plus d’informations, rendez-voussur le réseau social Facebook, sur lespages “O trajar do povo em Portugal”,“As crianças do povo em Portugal”,“A memória do povo em Portugal”,“A religiosidade do povo em Portu-gal”, et “O Cancioneiro do povo emPortugal”. Ce sont des pages crééespar Virginie Vila Verde.

Virginie Vila Verde

Noite de Rusgas organizada em Clamart

A Associação Amicale Franco-Portu-gaise de Clamart (92) organizou a suanoite de rusgas no passado fim de se-mana na sala de festas Hunebelle emClamart. Seis grupos estavam presen-tes, a começar pelo de Clamart, Dra-veil, Noisy-le-Sec, Gonesse, Chelles,Bois d’Arcy e o de Puteaux tambémera convidado mas acabou por não

poder vir.A Presidente Maria Marques, reco-nheceu que mesmo em período de fé-rias, o evento traz muita gente.“Estamos a pensar repetir as rusgasmais vezes durante o ano”.Uma ocasião no final do ano de reuniros membros da associação e de con-viver com as outras associações. Masa associação também organiza comotodos os anos, a noite da São Silvestre

a partir das 20h00 com artistas vin-dos de Portugal.A responsável reconheceu que a asso-ciação participou em mais duas festaspara a Mairie “que nos pediu para or-ganizarmos duas vezes por ano dan-ças de salão, já fizemos as primeirasem novembro e agora vamos ter já emjaneiro. Foi um ano um pouco cansa-tivo mas correu tudo bem”, declarouao LusoJornal.

Por Mário Cantarinha

Le 21 décembre 2016

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ACRJPLO organiza o seujantar de fimde ano

Neste sábado, dia 17 de dezembro,a associação ACRJPLO (Lyon) orga-nizou o seu habitual jantar de gala ede fim de ano, que reuniu cerca de180 convivas. A sala de festas de SteConsorce foi o palco desta atividadeda associação que finaliza assim oano 2016.Estavam presentes vários membrosda municipalidade, como Pascal Di-delet, e o Maire Jean-Marc Thimonier,que no seu discurso de agradeci-mentos felicitou a Comunidade por-tuguesa e toda a Direção daassociação pelo trabalho realizado epor todas as atividades que concreti-zam no decorrer do ano.“Tudo correu bem, as pessoas hojeaqui presentes - sócios e não sóciostambém - estavam contentes com aorganização, e com todo o ambientede festa que nós lhes propusemos,seja ele ao nível da ementa, como aanimação musical do DJ David “Co-conuts” explica o Presidente SerafimPacheco.“Tenho também a comunicar a todosos sócios que em janeiro próximo,numa data a ser divulgada muito embreve, que vamos ter as nossas elei-ções para uma nova Direção, poisesta chega ao fim do seu mandato dedois anos. Faço apelo a todos os quedesejarem, de se juntarem a nós etambém para viverem esta experiên-cia associativa. Que se manifestem, edeste modo aumentarmos o numerode sócios, e das atividades ao longodo ano. Depois de um interregno dealguns anos, em 2017 vamos festejaro Carnaval com um serão musical ebaile bem à brasileira, e muitas boassurpresas” concluiu para o LusoJor-nal, o Presidente Serafim Pacheco.

ASSOCIAÇÕES 17

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RondaTípica reúne aderentes e amigospara votos natalícios e de final do anoEm vésperas de festejar os seus 37anos de existência, o Grupo FolclóricoRonda Típica reuniu na passada sextafeira, dia 16 de dezembro, nos locaisque lhe são próprios, pertencentes àAssociação dos Portugueses do Gâti-nais, no âmbito das festas de Natal efinal do ano, à volta de um cocktailajantarado em que estiveram presen-tes uma centena de pessoas, entremembros, familiares e amigos.Neste final de ano que se aproxima,a Direção da Ronda Típica quis assimagradecer a todos o empenho e os es-forços desenvolvidos na perenizaçãodo grupo e aproveitar a ocasião paraoferecer prendas às crianças nestemomento festivo, na presença donovo Presidente da Associação dosPortugueses do Gâtinais, Armindo daSilva, e do Presidente do grupo des-

portivo Sporting Clube do Gâtinais,Filipe Rodrigues, a que igualmenteassistiram Christine Lander, Adjuntado Maire, responsável pela vida asso-ciativa, democracia participativa e re-

lações com as Comunidades estran-geiras, e também Yolande Vals, Con-selheira municipal responsável pelopolo da cultura.Christine Lander sublinhou o posicio-

namento e o papel importante que aRonda Típica ocupa na localidade deChâlette-sur-Loing, constatando comalegria que “esta Associação é sem-pre muito dinâmica”. Por seu lado,Grégory David, Presidente da RondaTípica, na circunstância organizadordo acontecimento, agradeceu na suaalocução os esforços e dedicação detodos os membros do grupo pela par-ticipação constante e fiel nos projetosda Associação, graças aos quais nadaseria possível, aproveitando a ocasiãopara igualmente formalizar votos deboas festas e de bom final de ano atodos os presentes e familiares.Châlette-sur-Loing situa-se a cerca de60 quilómetros de Orléans. Contaaproximadamente 13.000 habitan-tes, dos quais mais de 10% são deorigem portuguesa.

La Châlette-sur-Loing (Orléans)

Espetáculo de Natal na Casa de Portugalde Dijon

No passado sábado, dia 17 de de-zembro, teve lugar na Casa de Por-tugal de Dijon-ULFE, um espetáculode Natal oferecido pelos alunos docurso de Português perante duascentenas de espetadores em grandeparte se diga, familiares desses alu-nos.Com encenação de Tânia Vieira, ascrianças com idades inferiores adoze anos, recitaram poemas e can-ções natalícias em português.No fim do espetáculo, todas ascrianças e adultos presente na salaforam convidados a partilhar espe-cialidades portuguesas, salgadas edoces, assim como o respetivo copoda amizade, oferecido pela associa-ção e familiares das crianças.Prendas e iguarias foram distribuí-das pelas crianças da ULFE, não sódas aulas de português, como mas

também pelas crianças ativas nogrupo folclórico e escola de futebolda associação.De salientar que as aulas de portu-guês têm lugar na Casa de Portugalàs quartas-feiras.

Com quatro turmas repartidas emfunção da idade, as aulas iniciam às17h00 para os mais novos, indo atéàs 21h00 para os mais crescidos.Uma hora é o tempo atribuído acada turma.

Tânia Vieira, professora, além doscursos dados na Casa de Portugal,dá ainda aulas de Português, àsquintas-feiras na Associação Portu-guesa de Auxonne, a 34 jovens lu-sodescendentes.

Por Chico Correia

Festa de Natal organizada pela AssociaçãoCultural Portuguesa de StrasbourgNo domingo, dia 11 de dezembro,teve lugar na sala Bon Pasteur, emStrasbourg, uma nova Festa de Natal,organizada pela Associação CulturalPortuguesa de Strasbourg (ACPS).A festa teve início pelas 12h30 comum almoço confecionado pelos volun-tários da associação. Depois do al-moço, houve espaço para um pequenoespetáculo de Natal, preparado e rea-lizado pelas crianças que integram oprojeto da ACPS, chamado “Um sol eoito janelas”.O projecto “Um sol e oito janelas”,conta este ano com 18 crianças ins-critas, com idades de 4 a 7 anos, emque o objetivo é, iniciar as crianças àaprendizagem da língua portuguesapor via de atividades lúdicas. A tardeprosseguiu com animação musical,estando esta parte a cargo do grupovindo da região de Strasbourg, Tertúlia

das Concertinas. Houve também es-paço para uma visita surpresa do PaiNatal, em que este presenteou ascrianças e os presentes com pequenos“mimos”.

Destacamos também que este ano, afesta contou com a presença dos De-putados portugueses e franceses, Car-los Gançalves e Eric Elkouby, do MaireAdjoint de Strasbourg Olivier Bitz e do

Cônsul Geral de Portugal, Miguel Rita.Nos discuros inaugurais, a Presidenteda Associação Cultural Portuguesa deStrasbourg, Isabel Cardoso, agradeceua presença de todos e afirmou que “aFesta de Natal é sempre um momentoimportante para a associação e para aComunidade portuguesa, é um mo-mento de partilha com os membros eamigos da associação”.Esta festa que tem lugar tradicional-mente por esta altura, terminou porvolta das 18h00, em que passaramdurante toda a tarde várias dezenas depessoas e crianças.Para o ano 2017, a associação temprevisto alguns momentos importan-tes, entre as quais destacamos ascomemorações dos 30 anos de exis-tência da associação que terá lugarno fim de semana do 29 e 30 abril2017.

Le 21 décembre 2016

Por Jorge Campos

LusoJornal / Jorge Campos

LusoJornal / Chico Correia

Membros da direção da AP do Gâtinais, Ronda Típica e Grupo desportivo

30Números que falam

A Secretária de Estado doTurismo lançou o Pro-grama Revive, que vai co-locar no mercado 30monumentos nacionais“para serem convertidosem projetos turísticos, derestauração, de animaçãoe culturais”.

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Voleibol: OParis Volley noquarto lugarpara o NatalA equipa do Paris, onde atua o por-tuguês Nuno Pinheiro, venceu emCharléty, no Campeonato francês, portrês sets a zero frente ao Narbonne,num jogo a contar para a 9ª jornada.O atleta português, Nuno Pinheiro, foititular e Capitão do lado dos parisien-ses, tendo apontado um ponto du-rante o encontro.Uma vitória que permite ao Paris decontinuar no quarto lugar com 18pontos, os mesmos que o Tours e atrês do líder, o Chaumont.Na próxima jornada, o Paris Volleydesloca-se ao terreno do Toulouse,quinto classificado, na quarta-feira 28de dezembro, pelas 19h00.

Ligue 2: RuiAlmeida substituídopor ManuelPiresO treinador português Rui Almeidafoi demitido das funções no RedStar, na semana passada. De refe-rir que na sua primeira temporadaem França, Rui Almeida conduziuo Red Star ao quinto lugar daLigue 2. Esta época não estava acorrer tão bem, visto que o clubeocupava a 16ª posição, com 19pontos e com um total de quatrovitórias em 18 jornadas.Manuel Pires, Adjunto do Técnicoluso, assumiu interinamente o co-mando da equipa. Na passadasexta-feira, o Red Star perdeufrente ao Sochaux, por 2-0, numjogo a contar para a 19ª jornada doCampeonato francês. O clube pa-risiense continua na 16ª posiçãocom 19 pontos.De notar por fim que Rui Almeida,de 47 anos, já esteve no comandoda Seleção olímpica da Síria(2010/12) e passou pelo Sporting(2012/13) e pelo Sporting deBraga (2013/14), como Adjunto.

Rugby: Sporting vem aPerpignanA equipa feminina de rugby doSporting Clube de Portugal irá, nopróximo dia 4 de fevereiro, jogarfrente ao USAP, em França. Estejogo, promovido pelo Núcleo Spor-tinguista de Perpignan, procura pro-mover as relações entre os doisemblemas, bem como afirmar a ca-pacidade organizativa da Comuni-dade portuguesa naquela região.A vinda de uma maiores instituiçõesdesportivas de Portugal está a gerarenorme entusiasmo na região, umavez que vai defrontar um dos histó-ricos do rugby francês e símbolo da-quela região francesa.

18 DESPORTO

Sporting Club de Paris galardoado com o Prémio Stromp 2016

A tradicional cerimónia para a entregados Prémios Stromp, que têm esteano a 53ª edição, teve lugar no pas-sado dia 16 de dezembro, às 20h00,no Hotel Sheraton, em Lisboa. E dospremiados por escolha, José Lopes,Presidente do Sporting Club de ParisFutsal teve a agradável surpresa. Paraalém das escolhas feitas pelos mem-bros do Grupo Stromp nas diverasscategorias, há ainda os prémios porinerência, para atletas com vitórias anível internacional, quer ao nível doclube, quer de Seleções. Rui Patrícioe Adrien Silva (vencedores do Euro-peu de futebol) também arrecadaramo seu prémio pelo título conquistado.Destaque também para Rúben Se-medo com o prémio de Revelação ouainda a atleta do ano, Patrícia Ma-mona em atletismo.Quando José Lopes, soube que eranomeado, ficou obviamente muitocontente. “Senti-me orgulhoso de re-ceber o prémio de Dedicação. Sãomais de 35 anos de empenho, de tra-balho, para que o club se mantenhano top”, começou por explicar comaguma modéstia. O responsávelacrescentou ainda que o SportingClub de Paris ganhou 12 títulos na-

cionais, “5 vezes o Campeonato deFrança, a Taça de França e muitos ou-tros! Esta medalha representa e re-compensa de uma certa forma todoeste percurso todo o nosso trabalhoem conjunto durante todos estesanos”.José Lopes concluiu ao LusoJornalque não fazia isto por dinheiro, maspelo amor ao futsal e ao Sporting.“Sou um simples amador, gosto doque faço e enquanto puder continua-rei no mesmo sentido e com asmemas ambições: levar sempre aequipa o mais longe possível”.A entrega dos prémios Stromp é umdos eventos mais importantes da vidado Sporting Clube de Portugal. Estesprémios são atribuídos anualmentepelo Grupo Stromp, em dezembro,aos dirigentes, técnicos, atletas ou só-cios do Clube, que mais se destaca-ram no decorrer do ano, sendo que osmembros do Grupo não podem rece-ber esta distinção.A primeira cerimónia de entrega de-correu durante um jantar de gala emdezembro de 1963, e desde aí tevelugar ininterruptamente, ganhandoum lugar de destaque na vida doClube, onde estes prémios são consi-derados como uma espécie de “Osca-res” leoninos.

Presidente do clube, José Lopes recebeu o prémio em Lisboa

Por Clara Teixeira

Match nul à couper le souffle face àAvranches

L’US Créteil/Lusitanos est passé partoutes les couleurs face à Avranches,vendredi dernier! Menés après unepremière période à oublier, les Val-de-Marnais sont revenus dans le matchgrâce à un but magnifique de MartinMimoun et une réalisation hargneusede Sébastien Puygrenier. Mais ces ef-forts ont été réduits à néant par un pe-nalty concédé lors des cinq dernièresminutes. Créteil/Lusitanos perd une

place au classement (11ème) avantson dernier match de l’année 2016,qu’elle disputera ce mercredi àSedan.C’est une nouvelle fois une US Cré-teil/Lusitanos à deux visages que lessupporters cristoliens ont encouragé àDuvauchelle! Car avant de connaîtreun dernier quart d’heure de jeu palpi-tant, les Cristoliens ont eu bien du malà entrer dans leur match. Sur le recu-loir, les Béliers ont peiné à sortir deleur moitié de terrain lors du premieracte de cette 16ème journée. Aprèsdeux tentatives signées Jordan Blon-del (6 min, 25 min), l’US Avranchesa ouvert la marque par l’ex-CristolienYamadou Fofana (0-1, 32 min) etn’est pas passée loin du KO lorsqueJessy Benet a manqué de peu le cadreface à Yann Kerboriou (35 min). C’estdonc avec un handicap d’un but queles hommes de Laurent Fournier sontrentrés aux vestiaires. Regrettable,certes, mais rattrapable, surtout!Et c’est bien ce qui s’est passé aprèsla pause. Premiers à entrer sur la pe-louse pour la seconde période, les Cielet Bleu ont tardé à décocher leur pre-mier tir de la soirée. Répondant au tird’Ibrahim Sangaré (57 min), la frappede Kevin Sainte-Luce (67 min) a ré-chauffé les gants d’Anthony Seube(67 min). Le portier normand s’est en-suite envolé pour détourner le coup-franc bien placé de Wilfried Kanga(74 min) avant de finalement s’avouervaincu sur une belle frappe de 30 mè-tres de Martin Mimoun (1-1, 77 min).La réaction des Béliers ne s’est pas li-

mitée à superbe égalisation. Dans lafoulée, sur un corner, Sébastien Puy-grenier a ré-expédié un tir contré sousla transversale du gardien manchoiset donné l’avantage à l’US Créteil/Lu-sitanos (2-1, 79 min).Ce revirement de situation aurait puêtre parfait s’il n’avait pas été imitépar les visiteurs à quelques minutesdu coup de sifflet final… sur penalty!Accroché dans la surface d’après l’ar-bitre, Ibrahim Sangaré a obtenu unpénalty qui a permis à Lavenant de re-mettre les deux équipes à égalité (2-2, 86 min). Les Cristoliens se seraientbien passés de cet événement mais ilsdevront bien faire avec!Onzièmes du National, Laurent Four-nier et ses troupes iront défier Sedandans les Ardennes ce mercredi, à20h00, pour ce qui sera le derniermatch de compétition officielle del’année 2016.

Laurent Fournier: Il ne nousreste plus qu’à aller gagner àSedan!Satisfait par le comportement affichépar ses joueurs après la pause, Lau-rent Fournier n’en reste pas moinsdéçu après le match nul concédé parson équipe face à au FC Avranches.

Quelle analyse faites-vous de la pres-tation de votre équipe après le nulcontre Avranches?On a été bon qu’à partir de la 30èmeminute de jeu. Avant ça, il y a peut-être eu trop de pression et trop de pré-cipitation de notre part, mais en

deuxième période, je n’ai rien à repro-cher au comportement de mes joueurs.Ils ont fait ce qu’ils avaient à faire. Onpeut quand même regretter qu’entre lepenalty non-sifflé contre Belfort et lepenalty de ce soir, les décisions de l’ar-bitre n’aillent pas dans notre sens unefois de temps en temps. C’est vraimentdommage qu’une simulation vienneanéantir tous les efforts des joueurs.Mais c’est comme ça, c’est l’arbi-trage…

On vous sent bien agacé…Oui parce qu’on a fait deux erreurs etqu’on a pris deux buts. Pourtant endeuxième période, Avranches n’a paseu d’occasion alors que de notre côtéon a été pressant. Ce match nul estembêtant parce qu’une victoire ce soiraurait pu nous relancer.

La réaction vue en seconde périodeindique-t-elle que l’US Créteil/Lusita-nos est guéri de ses maux?J’ai apprécié la réaction de mesjoueurs en deuxième période. Avant,on n’arrivait pas à relever la tête maislà, j’ai vu des joueurs conquérants etqui avaient envie de se battre maispour le moment, on n’est pas guéri dutout. L’objectif était de prendre 4points sur les deux matchs qu’il nousrestait avant la trêve, ça veut donc direqu’il ne nous reste plus qu’à aller ga-gner à Sedan! Si on est dans l’étatd’esprit de la seconde période, on seracapable de le faire. Maintenant, il fau-drait être frais et sur pied car le matchde mercredi va vite arriver.

National / Créteil Lusitanos

Le 21 décembre 2016

US Créteil/Lusitanos 2-2 FC AvranchesStade: Dominique Duvauchelle, àCréteilSpectateurs: 1.195 Arbitre: Alexandre Perreau NielUS Créteil/Lusitanos: Kerboriou -Ringayen, Karamoko, Puygrenier,Soaré - Mandouki (Kanga, 65 min),Paul (Cap.) - Sainte-Luce, Mimoun,Belahmeur (El Hamzaoui, 78 min) -Niakaté (Touré, 84 min). Entraîneur:Laurent Fournier.FC Avranches: Beuve - Clauss, Der-rien, Le Joncour (Michel, 62 min),Fofana - Blondel, (Auffray, 90 min),Louisserre, Boateng, Nkololo (Lave-nant, 76 min) - Benet. Entraîneur:Damien Ott.Buts: US Créteil/Lusitanos: Mimoun(77 min), Puygrenier 79 min); FCAvranches: Fofana (32 min), Avenant(86 min, sp).Avertissements: US Créteil/Lusita-nos: Karamoko (72 min); Avranches:Blondel (26 min), Louiserre (54min), Michel (73 min).

LusoJornal / Carlos Pereira

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lusojornal.com

Futsal: LeSporting Clubde Paris conclue malson année2016

Les hommes de Rodolphe Lopesn’ont pas à rougir de leur défaite àBéthune sur le score de 8 buts à5 mais auraient logiquement puramener un résultat positif de leurdéplacement dans les Hauts deFrance. Alors que les conditionsde leur déplacement (panne d’unvéhicule sur l’autoroute) ontplombé leur préparation d’avantmatch et leur entame de la partie(3-0 pour les béthunois), les Spor-tingmen ont su réagir pour revenirdans la partie et égaliser à 3 butspartout grâce à Kah, Augusto etErrahmouni, mais se déconcen-trent dans la foulée, permettant àBéthune de reprendre la marqueet de virer au score à la pause.Les vert et blanc ne seront pas ré-compensés de leur main mise surla seconde période et sur leur ou-trageuse domination. Ils neconcluront pas leurs nombreusesopportunités et céderont définitive-ment sur la marque de 8 buts à 5.Le destin de cette saison n’est pasacquis, il reste encore six mois decompétition, ainsi que la coupenationale. Le Sporting Club deParis est tout proche et devrait êtreau delà de son classement actuel.Les défaites ont été concédéesalors que les hommes du coachLopes ont eu les moyens, les op-portunités d’inverser le sort desrencontres.Ainsi est le sport et 2017 serameilleur.

20 DESPORTO

Les Lusitanos sur la réserve face au Havre

Fatigués et peu inspirés, les Saint-Mauriens ont été tenus en échec parune bonne équipe du Havre B, 0-0,lors de la 14ème journée de CFA. Unscore qui permet tout de même de re-venir à un point du leader, ACBB.Une semaine après leur nul amer ra-mené de Calais, 3 buts partout, lesLusitanos se savaient attendus au mo-ment d’affronter la réserve du HavreAthletic Club. Pour son dernier matchde l’année «à la maison» du Plessis-Trévise, les Saint-Mauriens comp-taient bien offrir un sursaut d’orgueilface à ses supporters et prouver queles têtes étaient loin d’être dans lebrouillard. Face à une formation ha-vraise renforcée par de jeunes pépitesde l’effectif professionnel comme Ste-fan Milosavljevic, Harold Moukoudi,Samba Camara, Rafik Guitane, TarikTissoudali, Mohamed Taher ou encoreAlimani Gory, les Lusitanos affron-taient l’une des équipes en forme deces dernières semaines de son groupeet la tâche ne s’annonçait pas si sim-ple sur le papier. D’autant plus quel’absence de dernière minute de Bitu-runa, malade, allait obliger Carlos Se-cretário à changer ses plans au derniermoment. Kévin Diaz reculant au posted’arrière gauche et Brett Mbalanda re-trouvant une place de titulaire. C’estd’ailleurs ce dernier qui allait offrir le

premier frisson du Stade LouisonBobet en passant en revue toutel’équipe havraise avant d’adresser unepasse - quasiment - décisive au reve-nant, Kévin Farade, qui n’attrapaitmalheureusement que le petit filet ex-térieur du portier normand.Derrière c’est le jeune milieu havrais,Jérémy Balmy qui faisait passer unléger frisson aux supporters lusita-niens au moment de frapper à côtédes buts de Revelino Anastase. Tou-tefois, la domination penche du côtédes locaux qui multiplient les situa-tions dangereuses, notamment surcoup-francs et corners, sans pour au-

tant voir la réussite être du rendez-vous. João Fonseca verra même unballon lui passer entre les jambes àquelques centimètres du but havrais.En 2ème période, les Lusitanos ten-tent bien de faire la différence dès lespremières minutes. Joël Saki et KévinFarade auront quelques belles occa-sions mais à chaque fois, Stefan Mi-losavljevic réussira des prouessesdans ses buts. Et si Le Havre ne semontrera dangereux que sur quelquescontres rapides, les forces manque-ront clairement aux Lusitanos au furet à mesure que la brume présente aucoup d’envoi se dissipait.

Jony Ramos aurait pu offrir un succèsprécieux à son équipe dans les der-nières secondes mais au final, lematch nul et vierge viendra contenterles deux formations.Après 14 rencontres, les Saint-Mau-riens continuent leur parcours sansfaute en Championnat et espère bienréussir l’exploit de le rester à la fin dela phase aller au moment de jouer sondernier match de l’année face à Viry-Châtillon. Car en cette fin d’année, lesLusitanos restent invaincus et peuventcontinuer à rêver d’une montée enNational en 2017.C’est bien là l’essentiel.

Football / CFA

Par Eric Mendes

Paris Saint Germain terrasse l’ogre lyonnais

Elles ont créé la surprise. Samedi,devant près de 2.000 spectateursamassés au Stade Georges Lefèvre,les Parisiennes sont venues à boutde l’OL 1-0. Elles ont pu comptersur Marie-Laure Delie, de retour àson meilleur niveau, pour inscrirele but libérateur. Une victoire his-torique, la première face aux Lyon-naises à domicile.Lyon rentre pourtant bien dans lematch. Placé haut et maître duballon, le Champion de France entitre multiplie les occasions.Jennifer Marozsan, en forme, s’enprocure trois à elle seule dans lesdix premières minutes. Il faut at-tendre quasiment la demi-heure dejeu pour voir le PSG surgir devantles cages lyonnaises. Tout d’abordsur une frappe de Veronica Bo-quete facilement captée (28 min).Puis sur un beau mouvement, aubout duquel Aminata Diallo butesur Sarah Bouhaddi (32 min). Untemps fort parisien qui ne durerapas. Les Lyonnaises finissentmieux la première période maisrestent assez maladroites devantles cages adverses.Une domination lyonnaise toujoursaussi stérile en seconde période.Alors que les fautes se multiplient,hachant le jeu, Lyon continue debuter sur la défense parisienne.Défense qui n’a toujours pas en-

caissée un seul but en Champion-nat cette saison. Ada Hegerberg vajusqu’à rater l’immanquable. Alorsque le ballon traîne dans la surfacedu PSG, Shirley Cruz remet invo-lontairement la balle à l’attaquantenorvégienne. Mais cette dernièremanque de précision à seulementquelques mètres de la ligne (65min). De son côté, le PSG respecteson plan de jeu.Et comme nous l’a confié Cristiane

après la rencontre, il joue «sanspeur, en tentant de créer quelquechose. Jusqu’à avoir une opportu-nité de gagner et de sortir dumatch avec une victoire». Et àforce de gâcher, Lyon finit par le re-gretter. Excentrée sur la droite,Marie-Laure Delie décroche un tirpuissant qui vient se loger dans lalucarne opposée de Bouhaddi, quin’a pas bougé (1-0, 83 min). Uneinspiration sublime qui vient

condamner l’OL. Il y aura bien undernier sursaut des visiteuses, avecune triple parade de Katarzyna Kie-drzynek devant les attaquanteslyonnaises (87 min). Mais rien n’yfait. Un signe de plus, s’il en fallaitun, que cette soirée n’était défini-tivement pas pour les rhoda-niennes.Cette victoire permet au PSG d’êtredésormais seul leader de la D1 Fémi-nine. Le tout avec trois pointsd’avance sur leur adversaire du jour.Pour autant rien n’est encore jouécomme nous l’a rappelé na brési-lienne Cristiane: «C’est difficile car ily a beaucoup de choses qui peuventarriver l’année prochaine. Ce qui estimportant, c’est d’avoir fini cetteannée en tête. C’est bon pour nous,pour l’équipe, pour le club. L’annéeprochaine, il faudra continuer àbeaucoup travailler pour se maintenirà cette place, gagner le Championnatet se qualifier pour la Ligue desChampions».Les joueuses lyonnaises n’ont, pourla majorité, pas dit un mot après larencontre. Tout comme leur coach,passablement énervé après cettedéfaite. Un revers qui passe mal,d’autant qu’il est assez inhabituelpour l’OL. Le Champion de Francene s’était en effet plus incliné enChampionnat depuis janvier 2014.Tout comme il ne sera pas Cham-pion d’automne pour la premièrefois depuis 2011.

Football D1 Féminin

Par Daniel Marques

Le 21 décembre 2016

Par Alikaou Sissoko

Béthune 8-5 Sporting Club de Paris

Buteurs du Sporting: Kha, Errah-mouni, Augusto et Michel x2Passeurs: Michel, Augusto etChaulet

Le Sporting Club de Paris, sonPrésident José Lopes, son stafftechnique, son encadrement etses joueurs, souhaitent à tousles lecteurs de LusoJornal debelles fêtes de fin d’année etvous donne rendez-vous pourde nouvelles aventures en2017.

Lusitanos de Saint Maur 0-0 Le Havre Athletic Club B

Lusitanos de Saint Maur / EM

Maya Mans

Sérgio Conceição: Chegar, Ver e Vencer

Dois jogos, duas vitórias, é o balançoda primeira semana de trabalho doTreinador português, Sérgio Concei-ção, à frente da equipa francesa doNantes. Na Taça da Liga, a equipa li-derada pelo Técnico luso venceu por3-1 frente ao Montpellier, enquantono Campeonato francês, a vitória foifrente ao Angers, por 2-0, no derbyda Loire.No fm do jogo frente ao Angers, o Lu-soJornal falou com o Treinador portu-guês, Sérgio Conceição.

Qual é a análise que podemos fazerdeste jogo frente ao Angers?Foi um jogo importante para nós. Eupenso que não era fácil vir jogar aquiem Angers neste recinto. É umaequipa que trabalha muito bem, quefisicamente é forte, e que utiliza ojogo direto. É sempre difícil contra-riar uma equipa destas, mesmo seestamos presentes nos duelos e nassegundas bolas. A estratégia frente aestas equipas tem de estar bem pre-parada em termos de jogo, para con-seguirmos esta vitória tão importante.Preparamos bem o jogo, os jogadoresencaixaram bem aquilo que tinhamde fazer para ganharmos o jogo, e porisso tenho que lhes dar os parabéns.Fizemos um bom jogo, criando aindamais ocasiões para fazermos maisum ou dois golos.

Houve muita agressividade no jogo?Acho que é importante haver agres-sividade, uma equipa bem organi-zada, na qual toda a gente trabalha,e na qual todos sabem o lugar queeles têm de ter. Têm de pressionar,têm de recuar rapidamente, e estoucontente com isso. Estou feliz paraos meus jogadores porque esta vitóriaé para eles. Eles ouvem o que dize-mos, são respeituosos, respeitam asindicações, e isso é magnífico paramim que sou o Treinador deles.

Dois jogos, duas vitórias pela pri-meira vez quando chega a um clube?Há sempre uma primeira vez, e paraas coisas boas também (risos). Es-pero que continue assim.

Como se sente no Nantes desde quechegou ao clube?Sinto-me muito bem. As pessoas dãotodas as condições para trabalhar-mos bem e humanamente tenho umbalneário fantástico.

Já houve algumas mudanças?Tivemos que organizar uma série decoisas, principalmente a equipa. Ti-vemos que trabalhar bem aquilo queeram os princípios básicos do fute-bol, que normalmente são os maisimportantes, isto no que diz respeitoem termos individuais e coletivos.Tudo tem de ser claro para os joga-dores, e eles têm de conhecer quaissão os pontos fortes dos adversáriose os pontos fracos, bem como o quetêm de fazer para vencermos osjogos. Se todos respeitam as indica-ções, penso que estamos mais pertode vencer os jogos. Acredito nisso eno trabalho. Se uma equipa é fortedefensivamente, será forte em con-tra-ataque. Eu também gosto que aminha equipa tenha a bola, mas isso

nem sempre é possível porque temosum adversário pela frente. Para mimsão importantes os treinos. Eu nãoquero saber se o jogador tem 19 ou32 anos, ou se ganha três milhões ou500 mil euros, porque o que euquero é trabalho e o respeito do queindicamos aos jogadores, se eles fi-zerem isso tudo, jogam. Toda a gentequer sair desta situação e isso é im-portante. É o primeiro passo para sairdesta situação.

O que podemos dizer sobre o planteldo Nantes?O Campeonato francês é um Cam-peonato competitivo e não é fácil. Ti-rando três ou quatro equipas, queestão lá em cima, que conhecemosbem e que têm uma força diferentedas outras. Penso que as outrasequipas e as situações são equilibra-das, o que desequilibra, normal-mente, é a forma organizada como sejoga e a mentalidade que se tem nojogo. É isso que estamos a trabalhar.

Quais são os objetivos? O que lhe

pediu o Presidente do clube?Tirar a equipa da situação que es-tava. E trabalhar com os jogadores atodos os níveis, mental, físico, e or-ganização da equipa. No fundo dar-lhes a confiança que não tinham atéagora.

Vai haver reforços no Mercado de In-verno?É uma conversa entre mim e o Pre-sidente, mas penso que sim.

Como podemos explicar a sua che-gada ao Nantes?O Campeonato francês é um dos me-lhores do mundo. Temos Inglaterra,Alemanha, Espanha, Itália e França.São os melhores Campeonatos domundo. É um prazer estar aqui emFrança, é um prazer estar a trabalharnum clube como o Nantes que é his-tórico. Temos que continuar. Aindanão ganhámos nada, ganhámos ape-nas mais um jogo.

Quais foram os melhores momentospara si em 2016?

Muitos momentos este ano foram defelicidade. Tem a ver com a minhafamília, tem a ver com a minha pro-fissão, e claro também houve mo-mentos menos bons, mais tristes.Isso faz parte da vida. Temos de sairdesses momentos o mais rápido pos-sível e continuar nos momentos bonso mais tempo possível.

O que podemos desejar ao Sérgiopara 2017?Muita saúde para mim, para a minhafamília e para toda a gente, acho queé o mais importante, quer seja asaúde ou a paz. Em termos desporti-vos, obviamente continuar com nestaboa senda de vitórias.

De referir que o Nantes recebe estaquarta-feira o Montpellier, pelas20h50, num jogo a contar para a 19ªjornada da Ligue 1. Neste momento,o clube treinado pelo luso SérgioConceição ocupa o 19° lugar com 16pontos, a dois pontos do primeiroclube acima da linha de água, oMetz.

Futebol, Ligue 1

Por Marco Martins

DESPORTO 21Le 21 décembre 2016

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fcnantes.com

22 DESPORTO

Le Sporting FC d’Albi, invaincu à la fin desmatchs ‘aller’

Malgré la finale jouée du ChallengePierre Trouche, en mémoire de l’an-cien Président du District du Tarn deFootball, l’équipe de l’AssociationSportive et Culturelle des Portugaisd’Albi n’a pas réussi son objectif prin-cipal de la dernière saison, l’accessiona l’échelon supérieur.L’AS Massallaise Jeunesse, en contra-diction avec la désertification rural etle vieillissement de la population, oc-cupait la cinquième place au classe-ment. Pour les Lions d’Albi, venus dela capitale du district, premiers, in-vaincus, avec la seule ombre au ta-bleau un match nul, c’était important

de prouver qu’ils étaient dignes definir les matchs aller sans connaître legoût de la défaite.«Cette saison nous avons conservéune grande partie de l’effectif, auquelnous avons ajouté quelques joueursde mon choix. Nous avons gagné enpuissance physique et mentale, enconservant la technique, ce qui estqui est primordiale à ce niveau», a dé-claré l’entraîneur Mustapha Dakhlaouiau LusoJornal.L’histoire de la rencontre a commencédès la 2ème minute avec un but deDimitry Dalquier sur penalty, à la mi-

temps l’avantage du Sporting étaitdéjà éloquente, 5-0.Massals, village de 103 habitants,situé dans le département du Tarn,avait 10% de sa population sur leterrain de jeu, 11 joueurs sans pos-sibilité d’être relayés. Malgré le beautemps sur la région d’Occitanie, leterrain était lourd, la fatigue se fai-sant sentir, les locaux ont cédé, lour-dement, mais dignement, devantl’équipe de la Préfecture.Pendant que dans la salle de la col-lectivité albigeoise, la Bourse auxjouets battait son plein, l’équipe de

Mustapha Dakhlaoui, ne faisait pas decadeaux aux Massalais. Désormaisavec 5 points d’avance sur le premierdes poursuivants, le Sporting FCd’Albi, peu envisager les matchs re-tour avec sérénité.Néanmoins, l’aspect émotif de cetteconfrontation, c’est de voir le logo etle maillot d’un club qui a joué laLigue des Champions, sur la peloused’un petit village français, pendantque l’humanité se déchire dans desguerres innommables et vénales, lesport réussi à unir les êtres humains,toute race et religion confondues.

Championnat 2ème division du Tarn, poule B

Par Manuel André

Un premier pas dans l’histoire du football

La Fédération de Guinée-Bissau defootball (Federação de Futebol daGuiné-Bissau ou FFGB) a été créée en1974 au lendemain de l’indépen-dance. Elle est affiliée à la FIFA et àla CAF depuis 1986. En 1979, laGuinée-Bissau rend hommage à Amíl-car Cabral, leader du PAIGC, encréant la première édition d’unecoupe éponyme, la Taça Amílcar Ca-bral, qui se dispute à Bissau et estremportée par le Sénégal.La dernière édition de cette manifes-tation sportive s’est à nouveau jouéeen Guinée-Bissau en 2007. C’estl’équipe du Sénégal voisin qui détientle record de huit victoires.Jusqu'aux récents exploits des Djur-tus, la Guinée-Bissau n’avait pas rem-porté de compétition internationale nimême passé l’étape de la phase finaledes qualifications. Elle sera d’ailleursle seul pays lusophone d’Afrique àparticiper à la phase finale de la CAN2017 au Gabon. Aussi, pour célébrercet événement sportif historique, ladiaspora bissau-guinéenne a organiséle samedi 10 décembre à la salleCargo, à Bobigny (93), une grandesoirée de soutien aux joueurs de sonéquipe nationale, surnommés «Djur-tus» (Les Lycaons).Lors de cette soirée, de nombreux ar-tistes bissau-guinéens qui résident en

France, ont composé chacun un mor-ceau d’encouragement, qui accompa-gnera les Djurtus lors de sondéplacement au Gabon. Parmi eux, setrouvaient des artistes de renom telsque Sylvestre Gomes, Sido, Mc Igreja,Lélé Bisalé.Cette 31ème édition du principaltournoi de football du continent réu-nira ses seize meilleures équipes. Onpeut tout de même considérer que la

CAN 2017 se joue déjà en Franceavec la diaspora Bissau-guinéenne,notamment par la présence de Bo-cundji Ca, le Capitaine des Djurtus quiévolue à Paris FC 2ème division, etcelle, du Consul Général en France,Luís Mendes.Le rendez-vous est pris: chers compa-triotes et/ou ressortissants de la Gui-née-Bissau, chers amoureux du pays,soyez nombreux à manifester votre

soutien à l’équipe nationale et nemanquez pas le match d’ouverturedes Djurtus contre le Gabon, le 14janvier, à 17h00 heure locale, à Libre-ville. Soyez attentifs à tous lesmatchs du groupe A (Guinée-Bissau,Gabon, Burkina Faso et Cameroun)dont l’issue déterminera l’avancéede la Guinée-Bissau dans la princi-pale compétition sportive d’Afrique,à ce jour.

Guinée-Bissau

Par Jùlio-Lanto Na-Djoco

lusojornal.com

Boa notícia

«No princípioera o Verbo...»«... e o Verbo estava com Deus e oVerbo era Deus». Depois dos doisEvangelhos (mais acessíveis, maisdescritivos) da missa do galo e damissa da aurora, a liturgia do Natalpropor-nos-á um terceiro Evangelho,para a missa do dia, que é certa-mente menos intuitivo, mas nãomenos belo: escutaremos um trechodo chamado Prólogo de São João.Diferentemente dos Evangelhos deMateus e Lucas, a São João não inte-ressou escrever sobre a infância deJesus, mas preferiu iniciar o seu re-lato com esta maravilhosa introdução,que é uma chave de leitura para todoo seu Evangelho e que nos faz entrardiretamente no mistério de Deus: «Eo Verbo fez-Se carne e habitou entrenós».No domingo de Natal celebraremos omistério da Incarnação! Deus, perma-necendo o que era, assumiu o quenão era. O que significa esta frase? Sepermaneceu Deus, com todos os atri-butos da divindade (eterno, omnipo-tente, infinito...) então, o que assumiu?O que é que lhe faltava? Ele, que era“tudo”, assumiu o nosso “nada”: osnossos limites, a nossa pobreza, anossa mortalidade. «A majestade re-vestiu-se de humildade; a força, defraqueza; a eternidade, de caduci-dade» (S. Leão Magno).Para nós cristãos, o nascimento deJesus Cristo, verdadeiro Deus e ver-dadeiro homem, marca o momentoem que o Divino irrompe na História,dividindo-a para sempre em duasmetades e tornando-se o “Emanu-El”: o Deus connosco. Mas o Senhordo tempo e da eternidade não querapenas entrar, genericamente, nocurso dos acontecimentos da huma-nidade. Ele é Cristo, «ontem, hoje esempre», e quer nascer na históriapessoal de cada um de nós. Ele é adiferença entre um "bom" Natal... eaquilo que eu vos desejo: um SantoNatal!

P. Carlos Caetanopadrecarloscaetano.blogspot.com

Sugestão de missa em português:Sanctuaire de Notre-Dame de Fátima-Marie-Médiatrice48 bis boulevard Sérurier75019 ParisSábado às 19h00 e Domingo às 11h00

Le 21 décembre 2016

ASJ Massals 0-12 Sporting FC Albi

Massals: Guillaume Porras, JulienValat, Cédric Cros, Thibault Barthes(Cap.), Lionel Brandouin, JérômeVieu, Guilllaume Brandouin, RémiCros, Mickael Moron, Nicolas Boula-ran et Florent Tournier. Entraîneur:Yannick TranierSporting: Laurent Pelissier, ThomasJanis, Kadeir Ali Saidi, BernardJames, Clement Enjalran, Moham-med Benkassou, André de Melo,Thomas Guimba, Dimitry Dalquier,Sofiane Hamdaoui (Cap.) et NasserBelhachemi. Sont rentrés: Islam Be-nyahia, Radouan Ben Moussi et Yan-nick Mialon. Entraîneur: MustaphaDakhlaoui. L’équipe du Sporting FC d’Albi à Marssals

LusoJornal / Manuel André

TEMPO LIVRE 23Le 21 décembre 2016

Jusqu’au 24 décembre Exposition collective d’art contemporain, issuede la collection privée de Paulo Lopo. La thé-matique-phare de cette exposition est celle dela migration. L’exposition comprend notam-ment une toile de 7m intitulée «Migração» deCarlos Farinha. Dans le cadre de la program-mation portugaise du Marché de Noël 2016.Eglise Protestante Saint Pierre le Vieux, àStrasbourg (67).

Jusqu’au 2 janvier, de 11h00 à 21h00 «Santo António», installation de João PedroRodrigues et João Rui Guerra da Mata, au Cen-tre Georges Pompidou, Forum -1, PlaceGeorges Pompidou, à Paris 04. Entrée libre.

Jusqu’au 3 janvier Exposition qui trace le parcours de CalousteGulbenkian, de la Fondation qui porte son nomet de la Maison du Portugal. Commissaire Te-resa Nunes da Ponte. En partenariat avec laFondation Calouste Gulbenkian et la Maisond'Arménie de la CIUP. Maison du PortugalAndré de Gouveia, 7P boulevard Jourdan, àParis 14.

Jusqu’au 15 janvier Exposition «Un siècle en blanc et bleu: Uneexposition consacrée à la faïence portugaise duXVIIème siècle». Gallerie Mendes, 36 rue dePenthièvre, à Paris 8. Infos: 01.42.89.16.71.

Jusqu’au 21 janvier «Spectres - On Birds, Skulls and Drones» del’artiste portugais Miguel Blanco, à la GalerieJeanne Bucher Jaeger, Espace Marais, 5 et 7rue de Saintonge, à Paris 3. Du mardi au sa-medi, de 10h00 à 19h00.

Jusqu’au 12 février Exposition de 40 œuvres de l’artiste portugaisMiguel Blanco dans le cadre de «Black Deer -Résonances, Enlèvements, interférences», au

Musée de la Chasse et de la Nature, 62 ruedes Archives, à Paris 3. Du mardi à dimanche,de 11h00 à 18h00. Le mercredi jusqu’à21h30. Fermé le lundi.

Jusqu’au 26 février «Dépenses», premier volet de «La traverséedes inquiétudes», une trilogie d’expositions li-brement inspirée de la pensée de Georges Ba-taille. Participation des artistes portugais JuliãoSarmento et Marco Godinho. Labanque, 44place Georges Clemenceau, à Béthune (62).

Jusqu’à fin janvier, les dimanches à 18h30«Le pays lointain» de Jean-Luc Lagarce,adapté et mis en scène de Joseph Fazenda,avec, entre autres, Joseph Fazenda de la CieTempo Théâtre. Théâtre Darius Milhaud, 80allée Darius Milhaud, à Paris 19. Infos:01.42.01.92.26. Tous les dimanches de no-vembre, décembre et janvier 2017, sauf le 27novembre, le 25 décembre et le 01 janvier.

Le dimanche 15 janvier, 18h30 «Além Fado». Concert de piano de João VascoAlmeida. Présentation de fados avec des ar-rangements pour piano. A la Maison du Portu-gal André de Gouveia, Cité universitaireinternationale de Paris, 7-P boulevard Jourdan,à Paris 14.

Le samedi 4 février, 20h30 23ème Soirée Fado avec les Fadistes Ana Mar-garida, Liliana Macedo, Maria Batista et Sérgioda Silva, accompagnés par Artur Caldeira (gui-tare) et Daniel Paredes (viola), organisée parl’Association d’Amitié Franco-Portugaise Ne-mourienne. Salle des Fêtes, à Nemours (77).

Les 12 & 13 janvier Concert de Aurélie & Verioca (musique brési-

lienne) dans le cadre du Festival JeunessesMusicales JMFrance, à Vannes (56).

Le samedi 14 janvier, 16h00 Dan Inger dos Santos trio en concert / 1èrepartie Joseph César, au café-concert AuBelvédère, 3 avenue Jean-Jacques Rous-seau, à Champigny-sur-Marne (94). Infos: 01.48.80.54.89. Entrée libre avecconsommation.

Le samedi 14 janvier, 19h00 Concert de piano de Joana Gama, «Satie150 - Une célébration en forme de para-pluie». Commémorations des 150 ans de

la naissance d’Eric Satie. A la Maison duPortugal André de Gouveia, Cité universi-taire internationale de Paris, 7-P boulevardJourdan, à Paris 14.

Le mercredi 18 janvier Concert de Aurélie & Verioca (musique bré-silienne), avec le groupe vocal Ordinárius,au Studio de l’Ermitage, à Paris 20.

Le dimanche 29 janvier Concert du groupe Resistência, organisépar Cap Magellan, au Bataclan, 50 boule-vard Voltaire, à Paris 11. Infos: 01.79.35.11.00.

Les 30 & 31 janvier Concert de Aurélie & Verioca (musique brési-lienne) dans le cadre du Festival JeunessesMusicales JMFrance, à Aurillac (15).

Le samedi 31 décembre, 22h00 Bal de la Saint Sylvestre avec Banda Sorriso(pour la première fois en France) et Dj Aníbal,organisé par le Comité de Fêtes d’Argenteuil.Salle Jean Vilar, 9 boulevard Héloïse, à Argen-teuil (95). Infos: 01.39.81.28.70.

Le samedi 31 décembre, 20h00 Repas de la Saint Sylvestre avec une coupe debienvenue offerte comprendra: kir ou sangriaet leurs accompagnements. Crevettes et foie-gras, cochon de lait et chevreau avec haricotsverts et riz. Fromage, salade verte et salade defruits. Vin, eau, jus de fruits et café, puis uncaldo verde vers 2h00 du matin. Organisé parl’association Amicale Franco-Portugaise deClamart (92). Infos: 01.83.39.29.01.

Le samedi 31 décembre, 20h00 Repas de la Saint Sylvestre animé par Dj’s MJ-Play, organisé par l’association portugaise Cozin-harte. Salle La Caravelle, 1 route de Brétigny, àBonneuil-sur-Marne (94). Infos: 07.81.50.65.16.

Le samedi 31 décembre, 20h30 Fête de Fin d’Année de l’Amicale culturellefranco-portugaise intercommunale de Viroflay.Salle Camões, 73 avenue du Général Leclerc,à Viroflay (78). Infos: 01.30.24.28.46.

Le samedi 31 décembre Fête de Fin d’Année de l’Amicale franco-por-tugaise du 94. Animation avec Dj, à Pontault-Combault (94). Infos: 06.60.23.48.39.

Jusqu’au 24 décembre Marché de Noël de Strasbourg avec la pré-sence d’une délégation de Idanha-a-Nova.

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Le Portugaldans la Guerre“Le Portugal dans la Guerre” estune exposition de 23 photos d’Ar-mando Cortez / Liga dos Comba-tentes, sur la participation dessoldats portugais du Corps Expedi-tionnaire Portugais à la I GrandeGuerre.Cette exposition vient d’être pré-sentée au Musée National de l’His-toire de l’Immigration, à Paris,conçue par le Collectif Aristides deSousa Mendes, le Rahmi et Luso-Jornal.Vous pouvez la réserver [email protected]

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