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www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia Filiado à O BANCÁRIO O único jornal diário dos movimentos sociais no país GREVE GERAL, 31 DE MARÇO Edição Diária 7176 | Salvador, quinta-feira, 23.03.2017 Presidente Augusto Vasconcelos TERCEIRIZAÇÃO Dia 31 tem greve geral no Brasil Página 4 A terceirização irrestrita preocupa os trabalhadores. Mais do que extinguir, a prática rouba direitos legítimos do cidadão, como férias e 13º salário. Também reduz salários e aumenta a jornada. Página 3 Direitos roubados Charge ironiza o juiz Sérgio Moro por blindagem a Aécio Neves e censura à jornalistas progressistas

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Page 1: Edição Diária 7176 | Salvador, quinta-feira, 23.03.2017 ... · bém não responde ao movimento sindical. O Sindicato dos Bancários da Bahia en-caminhou documento à direção

www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia

Filiado à

O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

GREVE GERAL,31 DE MARÇO

Edição Diária 7176 | Salvador, quinta-feira, 23.03.2017 Presidente Augusto Vasconcelos

TERCEIRIZAÇÃO

Dia 31 tem greve geral no BrasilPágina 4

A terceirização irrestrita preocupa os trabalhadores. Mais do que extinguir, a prática rouba direitos legítimos do cidadão, como férias e 13º salário. Também reduz salários e aumenta a jornada. Página 3

Direitos roubados

Charge ironiza o juiz Sérgio Moro por blindagem a Aécio Neves e censura à jornalistas progressistas

Page 2: Edição Diária 7176 | Salvador, quinta-feira, 23.03.2017 ... · bém não responde ao movimento sindical. O Sindicato dos Bancários da Bahia en-caminhou documento à direção

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, quinta-feira, 23.03.20172 CAIXA

Verticalização começa a ser implantada. É mais um passo para a privatizaçãobárbArA AguiAr [email protected]

joão ubaldo

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

desmonte segue com força total

informativo do Sindicato dos bancários da bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] responsável: rogaciano Medeiros - reg. MTE 879 DrT-bA. Chefe de reportagem: rose Lima - reg. MTE 4645 DrT-bA. repórteres: Ana beatriz Leal - reg. MTE 4590 DrT-bA e rafael barreto. Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e Carolina Sales. Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

ApEsAR de não ter nenhum acordo estabe-lecido com os empregados, a Caixa está im-plementando o processo de verticalização nas agências. A medida faz parte do des-monte e ameaça a função social do banco público. Os bancários cobram explicações.

Muitos empregados, que hoje prestam

atendimento à população, serão direcio-nados para a prospecção de clientes de alta renda e para a venda de produtos, equipa-rando-se às empresas privadas.

Existe também uma ameaça direta aos direitos, carreira e salários. O caixa minu-to é um exemplo. Pela medida, o emprega-do tem a hora extra de acordo com o tempo que fica na função, ou seja, no atendimento.

A verticalização impede, inclusive, que a Caixa continue a prestar assistência aos ni-chos específicos que os bancos privados não atendem, além de promover o desenvolvi-mento social do país, outro campo desinte-ressante para as demais empresas.

Cadê a PLR? Ninguém viu. DifícilEsTá muito difícil a vida dos empregados da Caixa. Não basta a reestruturação que tirou milhares das agências e promoveu descomissionamentos e extinção de fun-ções. A direção da empresa agora demora para pagar a segunda parcela da PLR (Par-ticipação nos Lucros e Resultados). Tam-bém não responde ao movimento sindical.

O Sindicato dos Bancários da Bahia en-caminhou documento à direção da Caixa requerendo informações sobre o lucro do banco e a data de pagamento da PLR, que tem calendário-limite 30 de março. Mas até agora, nada.

A Comissão Executiva dos Empregados também cobra notícias. A esperança é que

o pagamento viesse no início desta semana, junto com os salários. Mas não rolou.

A antecipação dos valores da PLR repre-senta a valorização do trabalho dos funcio-nários. A falta dela só reforça o tamanho da negligência da direção, aliada de Temer.

Visita às agências de Cruz das AlmasAnO após ano, o Sindicato dos Bancários da Bahia percorre os quatro cantos do Esta-do para ouvir, alertar e informar a categoria sobre a política dos bancos e o cenário so-cioeconômico do país.

Ontem, os bancários de Cruz da Almas receberam o presidente da entidade, Au-gusto Vasconcelos, e o diretor Reinaldo Martins, para um bate-papo muito provei-toso. Os debates aconteceram no Banco do Brasil, BNB, Bradesco, Itaú e Caixa

Na conversa, teve um pouco de tudo. Discussão sobre as péssimas condições de trabalho, atendimento deficitário.

Outros assuntos foram pauta, como a re-forma da Previdência - que aumenta para 65 anos a idade mínima para aposentadoria e 49 anos de contribuição para ter direito ao benefício integral -, a reforma trabalhis-ta - que acaba com os direitos garantidos na CLT, e a tentativa de aprovar a todo o custo o projeto da terceirização, de 1998.

Em guanambisáBADO, as conversas acontecem em Gua-nambi. Bancários de toda a região devem marcar presença. Marque na agenda para não perder nada. As discussões acontecem no Restaurante 14 Bis.

Em pauta, os principais problemas en-frentados pelos trabalhadores, como a falta de condições de trabalho, sobrecarga, pres-sões e o assédio moral.

Política da atual gestão da Caixa preocupa empregados. O clima é de tensão em todos os setores

Diretores do Sindicato da bahia em conversa com bancários e clientes de Cruz das Almas

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o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, quinta-feira, 23.03.2017 3TERCEIRIZAÇÃO

Deputados aliados desenterram projeto de 1998 para votaçãorOSE LIMA [email protected]

Governo Temerdá rasteira nos trabalhadores

EDITAL ASSEMBLEIA EXTRAORDINÁRIA ESPECÍFICA

O Sindicato dos Bancários da Bahia inscri-to no CNPJ/MF sob o n° 15.245.095/0001-80, Registro Sindical no 100.085.15147-1, por seu presidente abaixo assinado, convo-ca todos os empregados bancários, associa-dos ou não, que prestam serviços no Ban-co Citibank S/A, na base territorial deste sindicato, para a assembleia extraordiná-ria específica que se realizará no dia 28 de março de 2017, às 18hs, em primeira con-vocação, e às 18h30, em segunda convoca-ção, no endereço situado na Avenida Sete de Setembro N -1001, Mercês, Salvador, Bahia, no Auditório Mutti Carvalho, para discus-são e deliberação acerca da seguinte pauta: discussão e aprovação do Acordo Coleti-vo de Trabalho, com vigência compreendi-da no período de 11/12/2016 a 10/12/2017 e Acordo Coletivo de Trabalho para o Pro-grama de Participação nos Resultados no exercício de 2016, com vigência compreen-dida no período de 01/01/2016 a 31/12/2016, a ser celebrado com o Banco Citibank S/A.

Salvador, Bahia, 23 de Março de 2017.

Augusto VasconcelosPresidente

É o fim dos concursos públicospAssAR em concurso público é o sonho de milhões de brasileiros que querem estabili-dade e um trabalho de respeito à legislação. A chance de garantir uma vida estável, no entanto, pode estar com os dias contados, com a liberação da terceirização na ativida-de-fim da empresa.

Sem impedimento na lei, empresários e

até o governo vão poder contratar mão de obra mais barata, com menor custo.

Um exemplo é o banco. As denúncias de trabalho terceirizado nas agências são inúme-ras. A tendência é aumentar e os bancários serão substituídos por trabalhadores terceiri-zados com jornadas exorbitantes, salários me-nores e mais propícios ao assédio moral.

Seminário Nacional foca na comunicação sindicalO pAnORAMA da Conjuntura Política Brasileira foi o tema do primeiro debate do Seminário Nacional de Comunicação, re-alizado até hoje, em São Paulo.

O presidente do Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, Altamiro Bor-ges, destacou que movimento sindical precisa entender que comunicação não é gasto e, sim, investimento. O diretor do Sin-

dicato dos Bancários da Bahia, Adelmo Andrade, ressaltou a necessidade de um debate am-plo com a sociedade sobre o controle da grande mídia.

À tarde, na mesa sobre Desa-fios da Comunicação Sindical e rede de Comunicação Colabo-rativa, a experiência de sucesso do Sindicato na área foi o desta-que. A atuação faz do jornal O Bancário referência nacional.

A VOTAÇÃO do projeto de lei 4302, que libera a terceirização em todas as áreas da empresa, e amplia o tempo do trabalho temporário, varou a noite de ontem na Câmara Federal. Os trabalhadores pressionaram. A oposição também. Mas, o pre-sidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem se mostrado um grande aliado de Temer e, por-tanto, um representante fide-digno do grande capital.

Mesmo com uma proposta semelhante aprovada pelos de-putados em 2015, hoje em tra-mitação no Senado, deputados da base do governo desenterra-ram um projeto de 1998, do ex--presidente Fernando Henrique Cardoso, ainda mais cruel.

A matéria retira direitos im-portantes, como férias e 13º sa-lário, e amplia o tempo de tra-balho temporário, que sai dos atuais 90 dias para 180 dias, prorrogáveis por mais 90 dias, ou seja, nove meses.

O entendimento do governo é que a proposta do Senado será muito modificada, o que não agrada a bancada empresarial que hoje cobra a conta do golpe. Mas quem paga é o cidadão.

brasileiros que sonham em passar em concurso para ter vida estável, podem dar adeus às chances

Diretor do SbbA Adelmo Andrade fala sobre a comunicação da entidade. Jornal é referência no país

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o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, quinta-feira, 23.03.20174

sAQUE

BRAsIL

Paralisação nacional acontece dia 31 de março. É para parar rOSE LIMA [email protected]

Trabalhador rumo à greve geral

Os BRAsILEIROs estão dispos-tos a parar o país para impedir que as propostas de Temer avan-cem no Congresso Nacional. A greve geral tem data definida. É em 31 de março. Dia melhor não há. É exatamente quando o golpe civil-militar faz 53 anos.

Em Salvador, acontece uma passeata do Campo da Pólvora

ao Forte do Barbalho - maior centro de tortura da Bahia. A concentração é às 9h. O golpe

de 1964 tem muitas semelhan-ças ao de 2016, com algumas al-terações. A forma de repressão

mudou. Não se usa mais a vio-lência física. A tortura agora é psicológica.

Os agentes também. Saíram os militares. Entraram os juí-zes. E o Judiciário que deveria proteger o cidadão, ajuda no retrocesso. Pelo menos, par-te dele. A Casa Grande mostra que não aceita mais dividir es-paço com a Senzala.

Como em 1964, a grande mí-dia faz sua parte. Manipula e maquia a realidade. E assim, o Brasil retrocede. Mas, a reação está sendo forte. Os brasileiros não aceitam mais ditadura. De nenhum tipo.

Contra os retrocessos, muitas manifestações Os TRABALhADOREs preparam uma sé-rie de protestos contra os retrocessos im-postos pelo governo Temer. Hoje, 18h, tem plenária no auditório do Sindicato dos Ban-cários da Bahia.

Amanhã, às 8h30, acontece manifesta-ção contra a reforma da Previdência. O ato é em frente a supermercado no Iguatemi. Na segunda-feira, 18h, ocorre o lançamen-to do Comitê em defesa da Previdência, no Sindae. O ex-ministro Carlos Gabas marca presença.

Já na quarta-feira, tem manifestação em referência ao aniversário de Salvador, com ato marcado para as 9h, na Piedade. Quin-ta-feira, a jornada é dupla com o Dia Nacio-nal de Luta em defesa da moradia, com ato na Sedur, às 8h, e audiência pública sobre a reforma da Previdência, às 8h30, na Assem-bleia Legislativa da Bahia.

Por toda a bahia, a população está mobilizada contra propostas de Temer

Em Salvador, ato contra a reforma da Previdência

CIsÃO A briga, cada dia mais acirrada, entre o procurador-geral da República, Rodri-go Janot, e o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e ministro do STF (Supre-mo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, evidencia um racha no alto escalão das forças que promoveram o golpe. Gilmar chamou de “irresponsável” Janot, que reagiu dizendo que o desafeto sofre de “disenteria verbal” e “decrepitude moral”. Baixaria de direita.

REAL A origem de toda a briga envolvendo o procurador-geral da República e o pre-sidente do TSE reside no fato de, pressionado pela opinião pública nacional e até inter-nacional, Rodrigo Janot ter de solicitar o mínimo de investigação no PSDB. Inclusive para salvar a própria pele. Afinal, a blindagem aos tucanos na Lava Jato está se tornando mais um escândalo. Acontece que Gilmar Mendes, indicado para o STF por Fernando Henrique Cardoso, não admite de jeito nenhum.

ATREVIMEnTO Pode até parecer piada, mas infelizmente é verdade. O procurador federal Deltan Dalagnol teve a petulância de declarar à imprensa que a Lava Jato não investiga o PSDB por não ter integrado a base de apoio dos governos Lula e Dilma. A declaração reforça as denúncias de que a operação foi deflagrada não com o intuito de combater a corrupção, mas apenas de deslocar as forças progressistas do poder, a fim de abrir espaço para o neoliberalismo.

DUQUE Se o juiz Sérgio Moro se acha um imperador, o procurador federal Deltan Dallagnol se considera um duque, título da nobreza que só fica abaixo do de príncipe. Na Roma imperial, era chamado Dux, que no latim significa aquele que conduz, que segue na frente. Espécie de testa de ferro da monarquia.

pIMEnTA Os veículos de comunicação, jornalistas, empresários, políticos e outros figurões que hoje tanto criticam a espetacularização da Polícia Federal na operação Carne Fraca e tomou as dores dos frigoríficos, são os mesmos que, em passado recente aplaudiam a PF nas ações humilhantes contra políticos do PT e de outros partidos de esquerda. Como se diz, pimenta nos olhos dos outros é refresco.

COMÉDIA Conforme o jornalista Kiko Nogueira, do Diário do Centro do Mundo, a Polícia Federal teria produzido vídeos com imagens fortes de carne e sangue nos frigo-ríficos, não para respaldar as investigações, mas, por incrível que pareça, para distribuir com a imprensa e ficar bem na fita com a mídia. Chega a ser cômico. Hábitos desregra-dos têm corrompido as instituições, em ritmo acelerado, no Brasil pós golpe.