produção: o nascimento dos produtos de concreto · normas aplicáveis – nbr n ... 7176 13858...

39
3 Produção: o nascimento dos produtos de concreto

Upload: doannhu

Post on 21-Jan-2019

223 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

3Produção:

o nascimento dos produtos de concreto

Coleção

Fascículo 3Produção: o nascimento dos produtos de concreto

Índice

Produção: o nascimento dos produtos de concreto........................................04Normas técnicas, quem respeita ganha mercado. E evita dor-de-cabeça........ 09Produção: o que o seu técnico tem que saber para acertar o traço..........10Comece por um bom proporcionamento............................................................. 11Misturando tudo......................................................................................................17De olho no transporte............................................................................................19Faça um gol de placa: acerte no lançamento....................................................21Compactação do concreto. Sua peça firme e bem acabada......................... 27Desfôrma. É hora de ver o que saiu...................................................................30Curar não é evaporar............................................................................................. 31Transportar e estocar. Todo cuidado é pouco................................................ 33O toque final............................................................................................................ 34Concreto mole ou seco? Saiba tudo sobre eles...............................................36

PRODUÇÃO:O NASCIMENTO DOS PRODUTOS DE CONCRETO.

4

5

6

7

8

9

NORMAS TÉCNICAS,QUEM RESPEITA GANHA MERCADO. E EVITA DOR-DE-CABEÇA.

Do ponto de vista comercial, sabe o que diferenciauma empresa de sucesso daquela que não sai dolugar? É que o primeiro grupo é composto por um

time que aplica as Normas Técnicas que regem a fabri-cação dos seus produtos. E não é para menos. A normaliza-ção existe para facilitar e racionalizar a produção, rentabilizarseu trabalho, baixar custos, preservar margens de lucro eregular o mercado. Ou seja, quem está de olho aberto paraesse aspecto amplia horizontes. Quem não está, que se cuide.

Até hoje, muitos empresários dão as costas para isso.Sabe o que conseguem? Que o consumidor dê as costaspara eles. O cumprimento de determinadas regras melhorao relacionamento Empresa X Cliente, evitando desgastes.Fora isso, é um poderoso instrumento de vendas. Em umaconcorrência, por exemplo, chega longe a proposta emconformidade com as exigências normativas, ao passoque muitas empresas são excluídas de processossemelhantes, pois não atendem requisitos mínimos queas qualifiquem sequer para serem convidadas a participar.

Há, também, outro aspecto relevante nessa história.Produzir é algo muito sério, que implica emResponsabilidade Civil. Isso mesmo, é o fabricantequem responde judicialmente caso o produto coloque oconsumidor em risco, não alcance a performance esperada,enfim, em qualquer situação onde o cliente sinta-se lesado.Com o respaldo da Lei do Consumidor e da legislação doPaís, as relações comerciais devem obedecer uma condutamuito clara. Um avanço importante na determinação das

obrigações dos fornecedores junto ao seu público.Portanto, quem aplica o conteúdo das Normas Técnicaspode dormir mais tranqüilo, entendendo que suas peças,salvo algum problema involuntário, em nada deixam adesejar que possa vir a comprometer o nome da empresae dos seus sócios.

Pense bem nesse assunto. Aprofunde-se. E deixe de ladoaquela conversa que norma não serve para coisa nenhuma,que somente a experiência é o que conta, que norma échata, é difícil de aplicar e que limita a produção. Nadadisso. O seu técnico desempenha um papel fundamentalno ajuste da produção às normas vigentes, como veremosnesse e nos próximos fascículos. Em caso de dúvidas,procure a ABCP. Estamos aqui para orientar, para atuarmosem conjunto com você, visando a consolidação dos seusnegócios. Mas para isso, é preciso que você melhore sempre,ganhando o reconhecimento do mercado. E evitandosituações que comprometam todo seu esforço.

As principais normas.

A ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – éresponsável por normalizar a fabricação de diversos produ-tos em concreto e, por isso, seu projeto deve respeitar asespecificações exigidas por essa entidade. Assim, seguemas referências de algumas delas. Consulte constantementea ABNT, aproxime-se desse organismo, afinal, as normasmudam. E aplicando-as corretamente a sua empresatambém muda. Para melhor.

ProdutoLadrilho HidráulicoLaje MistaPoste de ConcretoMourãoTelhaDormente FerroviárioConcreto FrescoConcreto EndurecidoPré-Moldados

Normas Aplicáveis – NBR Nº9458; 94595716; 61198451; 8453; 6124; 8452; 84547176138586966; 12787; 8361; 8936; 11953; MB 896; EB 1167223; 5738; 57505739; 9479; 7584; 8953; 126559062

Normalização deProdutos deCimento e

Componentes

10

PRODUÇÃO:O QUE O SEU TÉCNICO TEM QUE SABER PARA ACERTAR O TRAÇO.

Parece simples, mas para se chegar a umadosagem correta do concreto é necessáriocumprir várias etapas. Depois de prestar atenção

na organização da fábrica e na qualidade e fornecimentodas matérias-primas, seu técnico precisa de uma sériede informações sobre a produção, para elaborar umtraço eficiente e econômico.

A seguir sugerimos um Roteiro de Informações daProdução. Somente com esses dados o técnico podeajustar o traço à sua realidade fabril.

• ObjetivosQuais as peças que fabrica ou deseja fabricar? Veja, asdosagens do concreto utilizadas, por exemplo, em umanão de jardim, em uma churrasqueira ou em uma guiasão muito diferentes. Cada uma dessas peças exije um

traço específico: um concreto mais mole ou duro; maisresistente ou não; que cure em menor ou maior tempo;que permita um melhor acabamento, entre outrosfatores. Por isso, essas devem ser as primeiras informaçõesa serem passadas.

• MaquinárioInspecione sua fábrica junto com o técnico. Nessa visitaele avaliará o tipo e a condição dos equipamentos deconformação, das betoneiras e vibradores. Conheceros equipamentos disponíveis é fundamental para odesenvolvimento de um traço que se comporte bemquando misturado e adensado nas suas máquinas,como veremos em breve.

• Método de produçãoProporção das matérias-primas, transporte, lançamento edesfôrma devem ser discutidos e avaliados. Cada umdesses itens exerce uma grande influência na dosagem

e traço do concreto.

• EstocagemDepois de tudo pronto, é preciso cuidar dadisposição das peças no estoque. Casocontrário, perde-se todo o trabalho.

É muita coisa, não é? Mas não se preocupe.O Juvenal, o Diniz e toda a turma vão dar uma

força, explicando tudo isso passo-a-passo. Semdúvida, você vai produzir um concreto muito melhor,

utilizando todo o potencial dos seus recursos.

COMECE POR UM BOM PROPORCIONAMENTO.

11

Areia Pedra Água Cimento

12

COMECE POR UM BOM PROPORCIONAMENTO.

Tipos de Proporcionamento (Areia e Pedra)

Volume (litros)Latas ou carrinhos-de-mão são utilizados na dosagem das quantidadesde pedra e areia que devem fazer parte da massa.

O Proporcionamento por volume é impreciso. Se a lata estiveramassada, caberá um volume menor de matéria-prima do que onecessário para compor o traço. No caso do carrinho, normalmentehá perda de materiais no transporte,prejudicando a receita do concreto.

Método com maior possibilidade de ocorrer variações sensíveis de uma

mistura para outra. Cuidado.

Método

Análise

Resultado

Massa (peso)A pedra e a areia sãopesadas em uma balança.

O Proporcionamento épreciso, sem desperdíciode matéria-prima.

Método mais confiável.Recomendado paraser utilizado em sua

empresa.

13

A maioria das empresas ainda adota o Proporcionamento por Volume, por ser mais barato. Para que ele seja bem feito,construa uma padiola conforme as especificações do desenho. Padronizando este equipamento, você padroniza também ovolume de areia e pedra, evitando alterações no traço e, mesmo, o desperdício de matéria-prima no transporte. Umasolução de baixíssimo custo, que pode ser resolvida aí mesmo na sua empresa.

COMECE POR UM BOM PROPORCIONAMENTO.

Lembre-se, porém, de seguir à risca algumasrecomendações.• A distância dos braços foi calculada para que seusfuncionários façam o transporte com segurança e conforto. • A estrutura deve ser em madeira lisa, resistente e semfissuras, evitando a perda de material.• A altura da padiola varia conforme a dosagem utilizada,como veremos no Fascículo 4.• Encha a padiola com matéria-prima somente até a bordasuperior. O volume que passar deste nível deverá serdispensado na própria baia. Portanto, toda vez quealimentar o equipamento, alise a parte superior para que

fique no nível recomendado.• Por fim, procure encher a padiola lançando a areia ou apedra para o seu interior sempre da mesma altura. Issoevita a maior ou menor compactação do material,respeitando o proporcionamento adotado.

As padiolas foram projetadas para que seus funcionáriosfaçam várias viagens sem se cansar, já que o seu pesofinal é suportável. No entanto, se o pessoal exagerar nadose, além da alteração do volume, corre-se o risco deacabar como o Massa, cansado e sem forças para cumprirtoda jornada de trabalho.

Variável

50 cm

40 cm

14

COMECE POR UM BOM PROPORCIONAMENTO.

15

COMECE POR UM BOM PROPORCIONAMENTO.

As latas de 18 litros, aquelas de tinta, são muito usadaspara dosar a água. Infelizmente, apresentam os mesmosproblemas já apontados: amassam fácil e passam aacomodar um menor volume. Além disso, não possuemgraduação, dificultando a dosagem.

Uma solução de baixíssimo custo é trabalhar combaldes graduados de plástico ou alumínio. Produtosfáceis de achar e muito baratos, que ajudam a manterconstante o volume de água da mistura.

(Desenho de umbalde graduado –deixar em evidênciaa graduação – aolado de uma lata de18l meio amassadacom um X em cima)

COMECE POR UM BOM PROPORCIONAMENTO.

16

17

MISTURANDO TUDO.

Amaioria das empresas realiza a mistura utilizandobetoneiras-basculante. O que veremos agora écomo tirar o melhor proveito desses equipamentos.

As betoneiras misturam as matérias-primas por tombos.Assim, após lançado, o material alcança uma certa alturae, depois, cai por gravidade novamente no fundo do tambor.

Para que a massa do concreto seja misturada de umamaneira uniforme, ganhando homogeneidade, você deveseguir uma correta Seqüência de Alimentação dabetoneira. Pode parecer excesso de cuidado, mas não é.Se a alimentação for feita em uma ordem diferente, boaparte da matéria-prima deixa de ser misturada, concentrando-seem um ponto do tambor. Com isso, o concreto perde muitasdas suas características, como resistência, por exemplo.

Seqüência de Alimentação

1º - Pedra. Adicione inicialmente este elemento. As britasespalham fácil pelo tambor, além de limpar os resíduos damassa anterior.

2º - Água. Jogue 1/3 do volume total de água necessáriopara a mistura. Ela ajuda a “lavar” as pedras, facilitando, assim, asua aderência à pasta.

3º - Cimento. A importância da sua introdução nessemomento dá-se em virtude de permitir uma boa misturacom as pedras, envolvendo-as completamente.

4º - Água. Novamente 1/3 do volume total de água énecessário para estimular a mistura da pedra com o cimento.

5º - Areia. É preciso que ela se integre bem com as pedrase o cimento. Por isso, deve ser introduzida nessa etapa.

6º - Água. Todo o restante deve ser colocado na betoneira.

Pedra 1/3 de

água

Cimento 1/3 de

água

1/3 de

água

Areia

MISTURANDO TUDO.

18

19

DE OLHO NO TRANSPORTE.

Os carrinhos-de-mão são largamente utilizadosem empresas como a sua. Portanto, atente paraalguns detalhes importantes em relação ao

transporte nesses meios. Ao encher os carrinhos deconcreto, bascule a betoneira com cuidado, devagar,evitando desperdício do material. Em seguida, faça otransporte em uma velocidade média, evitando que oconcreto fique pelo caminho e até que ele percahomogeneidade. Muitas vezes o excesso de vibração notransporte, e mesmo uma via acidentada, contribuem paraque a argamassa se separe das pedras, prejudicando amistura, perdendo-se homogeneidade, pois a concentraçãodos elementos deixa de ser a mesma.

20

DE OLHO NO TRANSPORTE.

O mais sensato é a utilização de giricas em lugar dos car-rinhos-de-mão. Robustas, são difíceis de tombar quandoalimentadas. Por serem fundas, acomodam um maior volumede concreto em cada viagem, protegendo melhor a massa,que não transborda com tanta facilidade. Além disso, seusfuncionários fazem menos esforço para empurrá-las,repetindo a operação várias vezes ao dia.

Seja com carrinhos-de-mão ou giricas, pavimentar as viasde acesso da sua fábrica é fundamental. Quanto menosimperfeições no terreno, mais agilidade e segurança emtodo processo. Fora a economia de tempo, matéria-primae mão-de-obra. Que tal experimentar?

21

Depois de passar pelas várias etapas de produção, é preciso caprichar no lançamento. Para facilitar seu trabalho,dividimos este capítulo em alguns itens. No final, você verá que lançar o concreto é muito mais que apenasjogá-lo em uma fôrma.

FôrmasSão os recipientes do concreto, muitas vezes constituídospor Chapas de Aço. Extremamente duráveis, não deformamcom facilidade, preservando a modelagem dos produtos.As fôrmas são utilizadas para conformar peças de altarepetibilidade, entre elas mourões, postes e guias.

De outro lado, existem as Fôrmas de Madeira ouPlástico, ideais para conformar elementos com altograu de detalhamento e acabamento. Peças especiaisou de decoração devem ser modeladas nesses recipientesdo concreto.

FAÇA UM GOL DE PLACA: ACERTE NO LANÇAMENTO.

Fôrmas de Madeira ou Plástico

Fôrmas de Chapa de Aço

Mourão

Piso Sextavado

Contra-Marco de Janela

Floreira

Balaústre

Elementos Decorativos

Conservação

Outro item é a limpeza da fôrma. Isso evita o acúmulode resíduos de concreto, que devem ser retirados comuma espátula, e mesmo a formação de pontos deferrugem. Após a limpeza, deve-se aplicar uma finacamada de óleo desmoldante, utilizando-se umabrocha para espalhá-lo uniformemente.

IMPORTANTE

Muitas vezes o que atrapalha o bom desempenho dasfôrmas é a sua capacidade de vedação. Ao longo dotempo elas perdem essa propriedade. E sabe o queacontece nesses casos? A nata do cimento sai pelas frestase a peça fica mal acabada, revelando as britas ou expondoparte da armadura que forma sua estrutura. Veja comocontornar esse problema atentando para o caso do Bolha.

Utilização

Na desfôrma das peças, utilize apenas martelos deborracha. Se você bater com um martelo comum, a fôrmaperde facilmente sua configuração, inutilizando-a rapidamente.

Estocagem

Apóie as fôrmas de modo que uma não exerça pressão sobrea outra. Colocá-las em uma estante ou separar as mais levescom o auxílio de apoios de madeira é recomendável.

22

Para que as fôrmas de aço durem mais, alguns cuidados devem ser observados.

FAÇA UM GOL DE PLACA: ACERTE NO LANÇAMENTO.

FAÇA UM GOL DE PLACA: ACERTE NO LANÇAMENTO.

23

24

FAÇA UM GOL DE PLACA: ACERTE NO LANÇAMENTO.

Finalizando, capriche nas dimensões das fôrmas que utiliza. Certifique-se que entre a armadura e o limite das fôrmashá espaço suficiente para o lançamento do concreto. Vãos muito justos dificultam essa operação.

Óleos Desmoldantes

Os óleos desmoldantes cumprem várias funções.Aplicados nas fôrmas, facilitam a subida das bolhas de ar,que saem do concreto no momento da vibração, garantindoum melhor acabamento das peças. Com isso, permitemum maior adensamento/compactação da mistura, tornando-amais resistente.

Os óleos também influem na desfôrma. Diminuindo oatrito entre a parede metálica e a peça de concreto, fazemcom que esta “descole” facilmente. E, como dissemos,vale lembrar sua importância na conservação das fôrmasapós a limpeza.

Fique atento, porém, no tipo de óleo que utiliza. Aquelesque agridem o aço da fôrma, causando desgaste na suasuperfície, ou aqueles que podem causar manchas naspeças devem ser evitados. Por isso, segue uma opção debaixo custo, que elimina todos esses problemas e podeser preparada por você.

Óleo Desmoldante de Baixo Custo

Ingredientes. 2 partes (20%) de sebo animal + 8 partes(80%) de óleo diesel.

Modo de Preparo. Derreta o sebo. Misture o sebo derretidono óleo diesel, até notar a uniformidade do líquido.

Aplicação. Com uma brocha, passe o óleo no interior dafôrma. Não use o óleo de uma forma exagerada. Nãodeixe formar poças no interior da fôrma.

Armaduras

Se pudéssemos fazer um Raio X de várias das peças quevocê produz, certamente as armaduras sairiam na radi-ografia. Elas são a espinha dorsal dos seus produtos.Aquelas que dão sustentatação, resistência e nome aoque chamamos de concreto-armado.

As armaduras são formadas por barras de aço amarradascom estribos ou telas soldadas. Devem ser bem posicionadasna fôrma, garantindo um Cobrimento Mínimo.

25

FAÇA UM GOL DE PLACA: ACERTE NO LANÇAMENTO.

26

• Ajustar os elementos do traçoJá pensou utilizar Brita 2 para encher uma fôrma compouco espaço? O lançamento torna-se praticamenteimpossível. Por isso, você deve considerar mais este fatorao planejar o traço que utiliza.

LEMBRE-SE

Lançamento e Vibração do Concreto em Fôrmas comAlto Grau de Saliências/Reentrâncias

Nesses casos, onde se incluem principalmente postes deseção duplo T, o lançamento deve ser feito em camadas, ouseja, é necessário lançar o concreto, vibrar a peça, lançaroutra camada, vibrar, e assim por diante. Isso facilita oadensamento (compactação), a saída das bolhas de ar e opróprio acabamento dos produtos.

FAÇA UM GOL DE PLACA: ACERTE NO LANÇAMENTO.

• Evitar o vazamento da nata de cimentoPortanto, as fôrmas, como dissemos, têm que estar bemvedadas, evitando essa situação.

• Ajustar a armaduraCertifique-se que ela foi posicionada de forma a não semovimentar, e que esteja completamente imersa na peça,em condições de ser totalmente coberta pelo concreto.Caso contrário, parte dela poderá aparecer após a cura,como aconteceu com a perna do Bolha.

• Escolher as ferramentasPás, colheres, entre outros equipamentos, devem serutilizados conforme cada necessidade de lançamento.Para espaços reduzidos, o ideal é contar com ferramentasque lancem pequenas quantidades de cada vez. Paraespaços maiores, sirva-se de ferramentas com grandecapacidade de lançar o concreto na fôrma.

Olho no lance.

Depois de acertar as fôrmas, preparar o desmolde e caprichar na armadura, finalmente vem o lançamento do concreto.Nesse momento, algumas coisas são importantes.

27

Chamamos de adensamento ou compactação, o atode colocar a peça para vibrar. O objetivo principaldessa etapa é retirar as bolhas de ar, fazendo com

que o concreto ocupe seus espaços. Isso resulta em ummelhor acabamento, e mesmo na obtenção de um produtomais resistente e barato. Afinal, quanto maior a energia decompactação empregada, há a possibilidade de desenvolverum traço mais econômico e com melhor desempenho doelemento conformado.

O excesso de vibração não traz benefícionenhum para a compactação. Muito pelocontrário. Ele prejudica a estrutura dasfôrmas, o vibrador e, ainda por cima,provoca segregação na massa do con-creto.

Uma vibração correta e eficaz éaquela que transfere energia parao elemento a ser compactado enão para a fôrma. Por isso, regularo motovibrador é fundamentalpara que ele possa harmonizarfatores como Freqüência e Amplitude,possibilitando um melhor adensamento da peça.

Freqüência (rpm – rotações por minuto).Indica a quantidade de golpes recebidospela mistura. Seus efeitos se refletem diretamente naargamassa, que se torna mais plástica quanto mais

golpeada. Portanto, para se chegar a esse resultado,ajuste o motovibrador para alta freqüência e baixa amplitude.

Amplitude. Indica a intensidade de cada golpe. Seusefeitos se refletem diretamente no movimento dos agregadosgraúdos, pedras, permitindo seu melhor adensamento.Portanto, para se chegar a uma massa mais áspera e seca,ajuste o motovibrador para alta amplitude e baixa freqüência.

Baseado nesses conceitos, o término do tempo devibração ocorre nas seguintes situações: quando as bolhasde ar param de se soltar; quando a superfície da peça estáuniforme; ou quando nessa superfície forma-se uma finacamada de argamassa.

COMPACTAÇÃO DO CONCRETO.SUA PEÇA FIRME E BEM ACABADA.

Vibração Incorreta

28

COMPACTAÇÃO DO CONCRETO.

SUA PEÇA FIRME E BEM ACABADA.

29

COMPACTAÇÃO DO CONCRETO.

SUA PEÇA FIRME E BEM ACABADA.

Equipamentos de Vibração Disponíveis

Descrição

Vibração realizada através deagulha de imersão.

Vibração realizada na parteexterna da fôrma, através demotovibradores.

Vibração realizada na parte exteriorda fôrma. Os motovibradoresencontram-se embaixo da mesa.

Aplicação

Ideal para estruturas de maior porte,como pilares de edifícios. A agulharealiza a vibração em vários pontosda massa, até que ela ganheconsistência.

Destina-se a vibrar peças grandes,como vigas pré-fabricadas e tubosde concreto, produtos que excedemo tamanho da mesa vibratória. Osmotovibradores devem ser posi-cionados em intervalos determinados,de acordo com o seu raio de ação.

Muito usada para vibrar elementosde pequeno porte, como mourõesou guias. A regulagem dos motovi-bradores deve ser feita de formacomplementar.

TipoVibrador por Imersão

Vibrador de Fôrma

Mesa Vibratória

30

DESFÔRMA.É HORA DE VER O QUE SAIU.

Depois de tanto trabalho, é lógico que a gente querver logo a cara da criança. Aí é que você tem quese segurar. Uma desfôrma de qualidade deve ser

feita com critério. Muitas vezes ela pode ser imediata,durar horas ou dias até acontecer, dependendo do seutraço ou processo de produção.

Em todos esses casos, ao desformar a peça não utilizemartelos comuns. Como vimos, a melhor solução é oemprego dos martelos de borracha, que não agridem afôrma. E tem mais. Depois da compactação, você deveevitar a evaporação de água do concreto, como veremosa seguir no item Cura. Assim, se você desformar muitorápido, a água se perde e o seu trabalho também.

31

evapore, completando o ciclo de hidratação do cimento.Deixar a peça no sol, por exemplo, é o caminho maiscurto para que a água vá embora. Fato que compromete otraço, fazendo com que ele perca resistência.

Acura da peça começa imediatamente após o aden-samento/compactação. Diferentemente do quepensamos, a cura é importante não apenas para

secar a peça. Na verdade, é um conjunto de atividadesaplicadas para garantir que a água do concreto não

CURAR NÃO É EVAPORAR.

32

CURAR NÃO É EVAPORAR.

33

TRANSPORTAR E ESTOCAR.TODO CUIDADO É POUCO.

Seja no transporte das peças após a conformação, da desfôrma ao local da cura, do local da cura para o estoque, ou destepara o abastecimento dos caminhões, tome todo o cuidado. No momento da desfôrma ou no final da etapa de cura, aspeças ainda estão úmidas, portanto, mais sensíveis, e podem quebrar ou trincar facilmente. Na etapa final, o carregamento

dos caminhões, podem cair da caçamba se não forem ajeitadas com cautela. Muita gente acaba desperdiçando tempo, dinheiroe esforços bem no fim do processo.

É muito comum, também, as peças voltarem quebradas para a fábrica, pois os caminhões não têm nenhuma proteçãopara garantir um transporte seguro. Como disse o Diniz, use a criatividade. Engradados, pneus, caixas, entre outros materiais,devem forrar a caçamba do caminhão, auxiliando no transporte dos produtos da sua empresa até seus clientes. Além disso,uma boa orientação ao seu pessoal ajuda muito a preservar as peças na carga/descarga dos caminhões.

Por fim, ao estocar os produtos em sua fábrica, fique atento para que eles não exerçam pressão uns sobre os outros. Dessaforma, coloque os menores em prateleiras e os maiores, perfilados lado a lado, em cima de uma base de madeira. Além demostrar organização, você preserva seu estoque de uma maneira profissional.

34

O TOQUE FINAL.

35

O TOQUE FINAL.

36

CONCRETO MOLE OU SECO.SAIBA TUDO SOBRE ELES.

37

Características Concreto Plástico ou “Mole” Concreto Menos Plástico ou “Seco”

Trabalhabilidade

CaracterísticasGerais/Energia de

CompactaçãoNecessária

Modelagem/Desfôrma

Custo

Excelente. É fácil de produzir, manusear,transportar, lançar e adensar, moldandoa peça sem nenhuma dificuldade.

Logo após ser produzido, ou no seu“estado fresco”, apresenta umaconsistência fluida, moldando-seperfeitamente nas peças. Assim, nãonecessita de grande energia decompactação. Em alguns momentos,sua consistência é tão maleável quepode ser moldado sem a utilização dequalquer equipamento de vibração.Nesses casos, é denominado de concretoauto-adensável, produzido com oauxílio de aditivos superplastificantes dealta eficiência.

A massa é moldada com o auxílio defôrmas, sendo que a desmoldagem só épossível após o final da pega do concreto,ou quando este ganha resistênciasuficiente, possibilitando seu manuseio.O que acontece, na prática, apenas nodia seguinte ao da moldagem.

Um pouco maior, pois necessita maiságua para alcançar o estado plástico.Dessa forma, consome mais cimento(mais água = mais cimento).

Restrita. Exige maior esforço no trans-porte, lançamento e adensamento.

Apresenta,logo após a mistura,consistênciasemi-seca, assemelhando-se à terraúmida ou a uma farofa.Portanto,a peçasó é moldada mediante a aplicação deuma grande energia de compactaçãoassociada à vibração. Dependendo daquantidade de brita utilizada na suapreparação, ele pode segregar, pro-movendo a separação entre os agre-gados (pedra e areia), tornando o con-creto heterogêneo. Problema esteobservado na produção de algunstubos de concreto vibrado. Portanto,sua produção requer um excelenteequipamento de mistura do concretono estado fresco.

Necessita ser manipulado imediatamenteapós a moldagem, ou seja, desmoldadoe transportado rapidamente.

Devido à pequena quantidade deágua em seu traço, torna-se maisbarato (menos água = menos cimento).

38

Características Concreto Plástico ou “Mole” Concreto Menos Plástico ou “Seco”Permeabilidade

Resistência

Durabilidade

Particularidade

Produtos

Depende da relação água/cimento.

Depende da relação água/cimento.

Depende da relação água/cimento.

Sua resistência pode ser medidadiretamente na moldagem de corposde prova de concreto. Como necessitade pequena energia de compactação,não é influenciado, em tese, pelo tipode equipamento ou forma de produçãodo pré-moldado.

Pré-moldados como mourões, vasos,vigas, galpões rurais e industriais, postesvibrados e centrifugados. E tambémalguns tipos de meio-fio, lajes e blocospara pavimentação, placas de concretopara muros, anéis de poço e fossa, entreoutros.

Depende da compactação/vibração.

Depende da compactação/vibração.

Depende da compactação/vibração.

Depende completamente de um bomequipamento, capaz de transferir umaalta energia de compactação. Quantomaior essa energia, maior a qualidadedo pré-moldado.

Guias, blocos de concreto para alvenariae peças voltadas à pavimentação emeio-fio. Além desses, tubos de concretovibrados, centrifugados e prensados,elementos vazados, entre outros produtosde características rústicas.

Conclusão. Cada realidade de produção, onde se incluem maquinário, tempo de cura, possibilidade de adensamento,

e mais os outros fatores que vimos até aqui, influem diretamente no tipo de traço que você utiliza. Portanto, passe tudo issoao seu técnico no momento de definir a receita que mais se adequa aos seus objetivos.

Criação, Textos e DiagramaçãoPresença Propaganda

IlustraçõesMaurício Morini

Iniciativa

Apoio

Equipe Técnica da ABCPLaércio Souza Gil, Luís Henrique Sartori e Sylvio Ferreira Jr.

1ª edição em fevereiro de 2008 – São Paulo/SP

www.abcp.org.br www.sebraesp.com.br

Conheça os outros fascículosdo Mão na Massa clicando em

www.abcp.org.br